Revista outubro 2008
Belém - Pará - Brasil
www.paramais.com.br
ISSN 16776968
Edição 82
3,00
FELIZ CÍRIO
NAZARÉ DE TODOS NÓS JÓIAS DE NAZARÉ
O CÍRIO E A VIDA Para o paraense, assim que terminam as férias do verão, em julho, as atenções começam a se voltar para o grande acontecimento que marca a cultura e a religiosidade em nossa região: o Círio de Nazaré! A maneira de celebrar e festejar o Círio já se difundiu pela região e agora está se difundido para todo o Brasil...
Quem acompanha em Belém uma das maiores manifestações religiosas do mundo, o Círio de Nazaré, pode não saber, mas existem dezenas de outros municípios do Pará que celebram, todos os anos, a devoção à Nossa Senhora de Nazaré...
Pág. 08
por D. ORANI TEMPESTA
Pág. 07 O CÍRIO NA FIESP, EM SÃO PAULO
Pág. 10
6º CONCURSO IMAGENS DE CÍRIOS
A HISTÓRIA DO NOME DE FAMÍLIA HÜHN
Pág. 26 Em São Paulo, durante toda a primeira semana de setembro, aconteceu a exposição "Círio de Nossa Senhora de Nazaré de Belém do Pará: Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira”, na sede da Federação das Indústrias de São Paulo – FIESP...
Pág. 20
Pág. 18
A FEIRA PANAMAZÔNICA DO LIVRO
MARIA MISSIONÁRIA DEFENSORA DA AMAZÔNIA
A Padroeira dos paraenses, chamada carinhosamente de Santinha, mereceu por decisão da Assembléia Legislativa do Pará, o honroso título de Chefe de Estado, com todas as prerrogativas que advém do cargo...
PUBLICAÇÃO
Pág. 44
Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br
por CAMILLO VIANNA
Pág. 48
Ícone: Óleo sobre tela de Odair Mindelo
DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; REVISÃO: Paulo Coimbra da Silva; COLABORADORES: Acyr Castro, Anete Costa Ferreira, Camillo Martins Vianna, Celeste Proença, Sérgio Martins Pandolfo; FOTOGRAFIAS:Fernando Felipe Gomes de Araújo, Edmar Francisco dos Santos, Helen Gonçalves, Celestino França Gonçalves, Edílson Lobato, Maria Raquel dos Santos da Cruz Matos, Marcio Santos Matos, Jayme Roberto Menezes Lavareda, Maria da Conceição Reis do Amaral, David Bravo, Arquimimo de Oliveira Cardoso Junior, Adivaldo José Gomes Nobre, Maíra Melo Matos, Marcos Gonçalves, Dennyson Raphael Martins, Cristino Carlos Martins Ascenção, Henry Griffet, Walter Guilhon, Inácio Beirão, Tadeu Dias Gaspar, Carlos Antonio de Lima Amorim, Jessika Rodrigues dos Santos, Joanaldo de J. Silva, Ray Nonato, Carlos Alberto Jorge de Oliveira Junior, Inaldo F. Castro Rego, Luis Geraldo de Araujo Pinho,Fernanda Mira, Flávio Martin, LEG, Rodrigo Hühn, Eunice Pinto/Ag Pa; DESKTOP: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios
OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES
ANATEC ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES
E-mail: serpan@amazon.com.br
Sérgio Pandolfo
O SENTIMENTO
DO CÍRIO* O Círio é massa de gente, o Círio é onda de fé; é romaria de crente na Virgem de Nazaré.
O Círio é algo que encanta, o Círio em si já redime; ao ver no povão que canta, a toda fé que se exprime. O Círio é crença do povo, o Círio é esperança divina; são muitas preces, de novo, para alcançar boa sina. O Ciro é cântico, é prece, o Círio é hino da Santa; dor no corpo que padece, paz no coração que canta. O Círio é penitência na corda, o Círio é devoção na Berlinda; nas mãos que esfoladas da horda, puxam o nicho da Mãe, tão linda! O Círio é procissão credosa, o Círio é folia profana; ao lado da grei piedosa, também vai turba mundana O Círio gasalha romeiros, o Círio acolhe visitantes;
38
EDIÇÃO 81 [SETEMBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
pra legiões de vendeiros, há multidão de comprantes. O Círio é pra mim e pra ti, o Círio é dos peregrinos; os brinquedos de miriti, são o regalo dos meninos. O Círio o fervor restaura, o Círio a pureza aflora; oram brasileiros, parauara, rogai por nós, ó Senhora!
O Círio pressupõe a mesa boa, o Círio é, também, o arraial; a data é pro sumano da canoa e pro autarca belenense o Natal. O Círio é reencontro com os que foram, o Círio é o congraçar dos que ficaram; em torno à mesa farta a que acudiram, chegantes e restantes que se acharam. O Círio é sim um estado d'alma, o Círio é arroubo espiritual; é bem que nos incita e nos acalma e, do Brasil, Patrimônio Cultural. *Homenagem do autor à Virgem de Nazaré no seu 216º Círio-Outubro 2008 **Médico e Escritor - SOBRAMES
O CÍRIO E A VIDA
P
ara o paraense, assim que terminam as férias do verão, em julho, as atenções começam a se voltar para o grande acontecimento que marca a cultura e a religiosidade em nossa região: o Círio de Nazaré! A maneira de celebrar e festejar o Círio já se difundiu pela região e agora está se difundido para todo o Brasil. Hoje temos “círios” em mais de 50 municípios do Pará e em quase todas as paróquias da Região Metropolitana que comemoram os seus padroeiros também na forma de “círio”. Já temos também esse modo de comemorar influenciando outros locais do Brasil. No início foram comemorações dos paraenses, que, em terras longínquas e não podendo participar em Belém, começaram a celebrá-lo em sua paróquia onde atualmente habitam. Agora já não mais apenas com os paraenses saudosos, mas começam a surgir comunidades que estão fazendo o mesmo, pela difusão desta festa que começa a ser cada vez mais conhecida pelo país todo. Todo círio é uma celebração que tem como centro o Cristo Jesus, pois é a Ele que Maria anuncia, trazendo-O em seus braços. Todos os que se achegam a Maria são conduzidos a Jesus, pois quando Ela disse o seu sim ao anjo, estava marcando para sempre sua vida e a de todos nós: quando dizemos sim ao plano de Deus, estamos deixando que Cristo esteja presente em nossas vidas, e, pelo nosso comportamento e vida, passamos a anunciá-Lo aos irmãos e irmãs. Os responsáveis pela organização do evento, em especial a Diretoria da Festa de Nazaré, vivem o “Círio” durante todo o ano, com todas as etapas de preparação, com todos os detalhes que são inerentes para um grande momento como esse que congrega milhões de pessoas pelas ruas de Belém. A cada ano o Círio tem um tema especial, fazendo eco aos principais assuntos do ano. Em 2008, levados pelo tema da Campanha da Fraternidade (Escolhe, pois a vida) e pela Missão Continental anunciada em Aparecida e enviada em agosto em Quito, propusemos para nossa reflexão o tema: “Em Belém de Maria, escolhemos a vida como missão”. Desejo que isso ilumine a vida de todos os que participam do círio neste ano. Quando setembro terminar, todas as atenções estarão voltadas para o segundo final de semana de outubro: eis a nossa grande missão – darmos testemunho de nossa fé pelas ruas de Belém em mais um Círio. Para todos os que em Belém celebram conosco estes momentos marcantes, e para os leitores da revista “Pará+” uma bênção especial e um Feliz e abençoado Círio”!
D. Orani João Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
07
Memórias Divinas I, pingente inspirado em cartaz do Círio de 1980, da designer e produtora Celeste Heitmann Ourives: Joelson Leão
Recebe Premio Fotos: Cláudio Santos/Ag Pa
Jóias de Fotos: LEG
Nazaré 2008
magens de Círios antigos, um passado tão e 12 de julho deste ano. Palestras sobre a simbologia do presente na memória de milhares de paraenses, Círio de Nazaré, oficinas de imagens e visita ao Museu inspiram a exposição "Jóias de Nazaré 2008 no do Círio fizeram parte da preparação dos designers Espaço São José Liberto. Com o tema "A Fé no para o processo de criação. Tempo", designers ligados ao Pólo Joalheiro do Pará O resultado apresenta peças criaram 53 peças, entre colares, confeccionadas em ouro, prata, pingentes, brincos, anéis e braceletes, gemas minerais (granadas, para homenagear pelo sexto ano esmeraldas, turmalinas, turquesas, consecutivo a Santa padroeira dos quartzos, malaquitas, granadas, paraenses. diamantes) e gemas orgânicas, como Promovida pelo Instituto de Gemas e caule de pupunheira e casca de coco, Jóias da Amazônia (Igama), que remetem a cartazes antigos do instituição que gerencia o Espaço São Círio (incluindo o de 1926), aos No São José Liberto, exposição José Liberto, e Secretaria de Estado romeiros na corda, ao carro de boi Jóias de Nazaré 2008 de Cultura (Secult), a exposição de que carregava a berlinda com a Santa 2008 marca o lançamento do primeiro catálogo de e às flores que ornamentam a berlinda. jóias inspiradas nos ícones do Círio de Nazaré. A exposição "Jóias de Nazaré 2008" é montada na área de exposições da Casa do Artesão, no São José Liberto, WORKSHOP em ambiente criado também sob a inspiração de Círios A concepção da coleção 2008 foi coordenada pelos do passado, a partir de projeto expográfico da diretora professores de Design de Produtos Tadeu Nunes e do Museu de Gemas do Pará, Anna Cristina Meirelles, Rosângela Gouvêa, em um workshop realizado entre 8 responsável pelo evento desde a primeira edição.
I
08
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
Relicário de Fé. Inspiração: Jóias antigas. Designer: Felipe Braun. Produtor: Ourogema
Coberta de Fé. Inspiração: Mantos de Nossa Senhora. Designer: Lícia Abrahim. Produtor: HS Criações. Promesseiros. Inspiração: Romeiros da Corda. Designer: João Amorim. Produtor: Amorimendes. Ourives: Gleidson Leite
Viagem no Tempo. Inspiração: Carro de boi que puxava a berlinda da Santa. Designer: Maria das Graças Cardoso. Produtor: Francisco de Assis Cardoso
As jóias estão expostas em vitrines temáticas e painéis reproduzindo fotos do arraial funcionando ainda em frente à Basílica (no local onde hoje está a Praça Santuário), de crianças brincando no carrossel (carinhosamente chamados de "cavalinhos") e de romeiros na corda, pertencentes ao acervo fotográfico do Museu do Círio.
Serviço
Exposição Jóias de Nazaré 2008. Até 31 de outubro. Espaço São José Liberto/Pólo Joalheiro do Pará (Praça Amazonas, s/n), bairro Jurunas. Visitação gratuita, de segunda a sábado, de 9h às 19h, e domingo, de 10h às 19h
Corda da Esperança, Colar e brincos inspirados na Corda. Designer e produtor: Argemiro Muñoz. Ourives: Carlos
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
09
Nazaré de todos nós Exposição mostra a devoção nazarena nos municípios do Pará
Abertura da exposição
Q
uem acompanha em Belém uma das maiores manifestações religiosas do mundo, o Círio de Nazaré, pode não saber, mas existem dezenas de outros municípios do Pará que celebram, todos os anos, a devoção à Nossa Senhora de Nazaré. Buscando conhecer essas localidades o Museu do Círio iniciou, em 1994, o mapeamento e a sistematização dos festejos religiosos de 50 municípios, com o objetivo de compreender e registrar sua história e peculiaridades. Em 2007, ampliando essa ação, o Museu do Círio retomou o projeto "Nazaré de Todos Nós" e escolheu 12 dessas localidades (Vigia, São João de Pirabas, Barcarena, Marabá, São Miguel do Guamá, Petimandeua, Boa Vista, Apeú, Macapazinho, Moju, Bragança e Cametá) para a pesquisa. O resultado desse trabalho foi a exposição com o mesmo nome, apresentada ao público em setembro e outubro, na Galeria Fidanza, Shopping Iguatemi, Instituto de Artes do Pará (IAP) e Estação da Docas. Este ano foram mais 12 municípios selecionados: Abaetetuba, Igarapé-Açu (Colônia do Prata), Ananindeua, Santarém (Curuai), Mãe do Rio, Maracanã, Magalhães Barata, Muaná, Oeiras do Pará, Soure, Ourém e Tucuruí.
10
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
Segundo Jeam Carlos Lopes, diretor do Museu do Círio, o projeto faz parte das ações do programa Pará, Terra de Direitos. "Esse projeto assume a recomendação da governadora para que as ações se estendam para os municípios de todas as regiões", afirmou. "Por isso, desenvolvemos esse trabalho, para nos aproximarmos desses municípios. Para o atual
Abaetetuba
Foto: Antônio Marcelo
Abaetetuba Círio 2008
Ananindeua Foto: Pablo Rodrigues
Ananindeua - procissão do Círio
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
11
governo, o mais importante é ouvir o povo, sua história e suas necessidades e registrar tudo isso, incentivando a formação da nossa história e o nosso turismo", reiterou o diretor. O resultado do trabalho será mostrado em exposição, aberta na próxima quinta-feira (18), às 19 horas, na Sala Antônio Parreiras, do Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP). O lançamento terá a presença do secretário de Estado de Cultura, Edílson Moura, e do arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Orani João Tempesta.
Municípios que integram o projeto em 2008: Abaetetuba - A missa do mandato e a tradicional
Colônia do Prata
Foto: Rosenilson Costa
Colônia do prata - Igarapé Açu - Berlinda do Círio 2007
Curuaí - Santarém
Foto: Inaiara Araujo
Curuaí - Santarém - Estandarte do Círio
benção das imagens peregrinas abrem a festa nazarena em Abaetetuba. São 52 anos de devoção contínua, com forte participação local e belos traços culturais. Igarapé-Açu (Colônia do Prata) - Celebrado desde 1929, o Círio de Nazaré da Colônia do Prata é a demonstração da persistência dos hansenianos que, a cada terceiro domingo de novembro, louvam e festejam, por uma semana, Nossa Senhora. Santarém (Curuai) - O Círio de Nossa Senhora de Nazaré na vila de Curuai é celebrado todo terceiro domingo de agosto. As belas manifestações terrestres e marítimas são sempre festejadas com muitos fogos e emoção. Ananindeua (Guanabara) - Belo na sua simplicidade. Assim podemos classificar o Círio realizado, desde 1997, no bairro da Guanabara, em Ananindeua. A festividade, aos poucos, vem ganhando importância e o apoio de vários órgãos.
Mãe do Rio - O primeiro Círio de Mãe do Rio ocorreu em 1981 e, desde lá, em todo o primeiro domingo de dezembro a população local, mesmo tendo com padroeiro da cidade São Francisco de Assis, presta durante 15 dias suas homenagens de louvor, devoção e fé em Nossa Senhora. Magalhães Barata - O 3º domingo de novembro é o dia da procissão de Nossa Senhora de Nazaré no município. Os devotos se reúnem na Igreja do Cristo Redentor para, desde 1913, saudar e louvar a padroeira dos paraenses. Maracanã - Iniciado em 1912, o Círio de Maracanã surgiu da necessidade de sua população em expressar sua devoção à Nossa Senhora. Mesmo baseado no de Belém, o Círio local ganhou uma identidade própria, fruto do envolvimento de católicos e de pessoas de outras religiões. Muaná - Com cerca de 200 anos de devoção, o Círio da
Maracanã
Foto: Elza Lima
Maracanã - Corda do Círio 2006
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
13
Mãe do Rio
Foto: Sanatana Miranda
Mãe do Rio - Altar da Igreja de São Francisco de Assis
Oeiras do Pará
Foto: Sanatana Miranda
Oeiras do Pará - Imagem da Procissão do Círio
Foto: Paróquia Menino Deus
Soure - Procissão do Círio 2007
Soure
Magalhães Barata Foto Santana Miranda
Magalhães Barata - Manto da Imagem Peregrina de Nazaré
Foto: Cleison Silva
Tucuruí - Berlinda Círio 2007
Tucuruí
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
15
Muaná Foto: Santana Miranda
Foto: Santana Miranda
Muaná - Imagem de Nossa Senhora
Serviço
cidade de Muaná é um dos mais tradicionais do Estado. Realizado todo terceiro domingo de outubro. Oeiras do Pará - No bairro de Marapira, no ano de 1987, moradores iniciaram a devoção nazarena. Visitavam casas das famílias, entoando cânticos e fazendo novenas. Em 1990 aconteceu o primeiro Círio de Oeiras, no 4º domingo de novembro. Ourém - O Círio de Nazaré de Ourém tem mais de 30 anos e é realizado no terceiro domingo de agosto. No período da festividade, a cidade se transforma e se
16
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
A exposição é uma realização da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), por meio do Sistema Integrado de Museu e Memoriais (SIM) e Museu do Círio. O evento tem ainda o apoio da Paratur, IAP, MHEP, Belém Shopping Iguatemi, Associação Amigos dos Museus do Pará (AMU) e Só Flores.
enfeita para receber Maria com muitos fogos, música e romarias. Soure - Todo segundo domingo de novembro a população de Soure festeja a Mãe de Jesus. Tucuruí - O Círio é realizado há oito anos no segundo domingo de outubro.Aprogramação dura nove dias.
Prece à Virgem de Nazaré por Celeste Proenca
Senhora de mundo, da minhaAmazônia tão verde, tão bela, tão grande que é protege tua gente que chora iludida ó Virgem formosa, Mãe de Nazaré! Nos ombros o povo te leva cantando esperando, com fé, o milagre chegar. São tantos que falam e o país se afogando num mar de tragédias, de fome a chorar. Que é da tua benção, amada Senhora que é da maromba , embalando a teu gado que é da floresta a bailar tão feliz! Vem andar conosco Senhora da gleba e na hora presente restaura o respeito devido ao país! Ó Virgem formosa, ó Senhora nossa que és dona de todo este imenso rincão ampara aAmazônia, a sua dignidade o maior bem do mundo não tem proteção
Vem ao nosso encontro e pára essa violência que nos desespera e acaba a nossa fé. Tiraram do índio o seu amor à terra é o comerciante em maior apogeu vendendo e comprando e corrompendo gentes à custa do quanto que vai receber. Senhora que nunca nos abandonaste não deixes que o povo que tanto te ama tenha mais descrença, mais desilusão. Ampara aAmazônia, o pedaço caboclo O rincão mais bonito da toda a Nação! Caminha conosco, pisando bem firme sai dessa Berlinda, aumenta a nossa fé devolve ao país a sua integridade Ó Virgem Senhora de Nazaré!
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
17
O Círio na FIESP, em São Paulo
Fotos: Fernanda Mira e Flavio Martin
presidente da Paratur convidou a todos para o FITA (Feira Internacional de Turismo da Amazônia), evento que acontece no próximo mês de dezembro, em Belém. Fizeram parte da exposição, a corda, carregada por milhares de promesseiros, alguns dos valiosos mantos que já cobriram a imagem de Nossa Senhora de Nazaré e fotos da procissão. Um dos destaques foi o MiniCírio, acervo pessoal da artista plástica Darcilene Costa, que reproduz a procissão com 3.500 peças feitas de miriti. “Para quem, esta iniciativa valoriza a fé mariana e difunde o A imagem de Nossa Senhora e as autoridades turismo para o Estado do Pará”. m São Paulo, durante toda a José Ventura,coor de primeira semana de setembro, nador da diretoria da festa aconteceu a exposição "Círio de do Círio de Nazaré, disse Nossa Senhora de Nazaré de Pe. José Ramos abençoa a imagem de Nossa Senhora que a exposição é mais Belém do Pará: Patrimônio Imaterial da de Nazaré nas mãos de Paulo SKaf, presidente da Fiesp uma maneira de divulgar Cultura Brasileira”, na sede da o turismo católico de Belém, onde acontece o maior Federação das Indústrias de São Paulo – FIESP. evento religioso do país. “Este ano esperamos chegar à Durante a solenidade de abertura no Espaço Cultural marca de 2,3 milhões de visitantes para a Festa do FIESP, estiveram presentes: o Arcebispo de Belém, Círio”. Dom Orani João Tempesta, Padre José Ramos, O grande diferencial dessa exposição é a adaptação presidente das Festividades do Círio de Belém, para portadores de necessidades visuais. Além das presidente da Fiesp, PauloAntonio Skaf, presidente da peças terem legendas em braile, seis mantos foram Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), especialmente confeccionados com elementos José Conrado Santos, e a presidente da Empresa sensoriais, que permitem a identificação das peças por Paraense de Turismo (Paratur), Ann Pontes e deficientes visuais. “Uma exposição com acesso a convidados. portadores de necessidades visuais, certamente abrirá Ann Pontes definiu a exposição como a síntese do novo portas para um novo modelo de exposição inclusiva, modelo de turismo sustentável do Pará, sendo uma que se inicia aqui”, garante Alberto Pereira, consultor oportunidade para melhorar a qualidade de vida de em acessibilidade da associação Laramara, Associação quem vive do turismo no Estado. Na ocasião, a
E
A abertura da exposição
18
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
Paulo Skaf com a réplica da imagem de Nossa Senhora
Mini-Círio, um dos destaques da exposição, que reproduz a procissão com 3.500 peças feitas de miriti
Brasileira deAssistência ao Deficiente Visual. A Berlinda em destaque Realizada pela Diretoria da Festa de Nazaré, com apoio do Governo do Estado, através da Secult (Secretaria de Estado de Cultura), Secom (Secretaria de Estado de Comunicação), Paratur, Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) e Fiesp, com patrocínio da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a iniciativa tem o objetivo de abrir caminhos Os visitantes da exposição ganharam do para um maior intercâmbio Governo do Estado kits com brindes temáticos religioso, cultural, econômico, turístico e social do Pará. Representantes e Jardins, Osasco e o novíssimo de Vila Carioca, participantes dos Círios de se fizeram representar e vibraram com a Santos, Ribeirão Preto, exposição. Nazaré Paulista, dos
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
19
Friedrich Gustav German Hühn e Maria Lima Hühn
A História do Nome de
Em homenagem ao centenário de nascimento de José Germano Hühn, em 01 de outubro de 1908. Filho de Friedrich Gustav German Hühn e Maria Lima Hühn, avós paternos Ulrich Friedrich Guido Hühn e Virginia Hühn, avós maternos Germano Lima e Maria da Glória Pontes Lima. Ulrico Frederico, casado com Joana Maia (Paulo Guilherme, Jorge, Sebastião, Otávio, Maria de Nazaré, Maria do Carmo, Ulrico Frederico, Maria da Conceição e Henrique Fausto) e Virginia, casada com Louriwal Beranger Monteiro (Herman), eram seus irmãos e seus sobrinhos. Germano era casado com Elza Lúcia Travassos, filha de Joaquim Nogueira Travassos e Ina dos Santos Travassos. Margaret Cleid, Ronaldo Gilberto, Marluce Clívia, Marilena Cléa e Rogério Germano são seus filhos. Germano formado contabilista pela Fênix Cultural, foi funcionário do London Bank e um dos primeiros do hoje Banco da Amazônia, de onde se aposentou.Faleceu com 90 anos.
N
o m e s ilustres como os daquele s que nasceram na família Hühn t ê m s i d o recordados na g e n u í n a Alemanha e em outras regiões da Europa dos tempos medievais. Sobrenomes nativos da Alemanha são comumente encontrados na Itália,na Suíça, na Áustria, em Luxemburgo e na Ausácia Lorena, bem como na própria Alemanha. Ainda há outras regiões européias onde nomes de família germânicos ocorrem como resultados de
20
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
circunstâncias históricas específicas. Entre essas áreas está os Siebenbürgen (Sete Castelos), um território na região da Transilvânia, localizado dentro dos limites da moderna nação da Romênia. Aproximadamente no ano de 1150, um grande número de colonos proveniente da região do Mosel (rio da Alemanha) estava estabelecido Iluminura medieval com referências ao nome Hühn
Origem: Alemanha Por volta de 1900, o jovem alemão Friedrich Gustav German Hühn, que era exímio pianista, resolveu visitar a Amazônia. Chegando a Belém, se apaixonou por Maria Pontes Lima. Casaram-se em1903 e tiveram os filhos – Ulrico Frederico, Virginia e José Germano
Brasão de Armas
nessa área onde eles eram referidos pelos nativos como “saxões” termo comumente aplicado a todos os germânicos pelos povos dos Bálcãs. Bastante interessante que isso ocorreu antes do estabelecimento de Berlim. De fato, ancestrais da ilustre família Hühn não viram o nascimento documentado da cidade de Berlim até o ano de 1244, alguns anos após o de sua cidade-irmã, Kölin. As duas cidades foram estabelecidas por fatores geográficos e mercantilistas, pois comandavam uma rota natural de comércio lesteoeste para além do rio Spree, assim como cidades próximas do rio Main comandavam uma rota norte-sul, com ambos os rios servindo os povos de cada lado, incluindo, sem dúvida, os honrosos antepassados da família Hühn. Germano e Elza no dia do casamento
Prateado, com uma faixa vermelha por entre duas rosas douradas, botões de prata e uma estrela dourada. Interpretação: A rosa simboliza a Beleza, a Graça, a Esperança e também a Alegria. Símbolo da Armadura: Surgindo do elmo semelhante a uma coroa, por entre um pássaro preto, com cada asa trazendo uma rosa prateada, a estrela da armadura. EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
21
Sobrenomes alemães também podem ser encontrados na Rússia e na Ucrânia, enquanto nomes eslavos, bastante interessantes, também são freqüentemente documentados na Alemanha, em particular na Alemanha Oriental. Seguindo as invasões mongóis no século XIII, as autoridades ucranianas e russas recrutaram mercadores e artesãos, dos quais se pode ter contado um ou dois membros da linhagem Hühn, para revitalizar as cidades que foram devastadas pelas hordes mongóis. No século XVIII, através do convite da Imperatriz da Rússia, Catarina a Grande, colonos alemães se estabeleceram nas terras férteis do rio Volga, a oeste dos montes Urais. Talvez alguns membros aventurosos da família Hühn estariam incluídos dentre eles. Um significativo número destes “alemães do Volga”, eventualmente contados em setecentos mil, permanece na Rússia até hoje. Curioso é que a mãe de Vladimir Ilyich Ulyanov (Lênin) era uma alemã do Volga. Enquanto isso, alguns alemães residentes na Rússia e na Ucrânia aprenderam as línguas locais e adotaram costumes eslavos. Muitos continuaram “germânicos”, vivendo em cidades onde se falava alemão e tinham-se nomes alemães, muitas vezes sob o sistema legal conhecido como “Lei Magdeburg”, cujo nome foi tomado da cidade alemã de Magdeburg. No início do século XX, aventureiros alemães, mercadores e missionários atuavam na região báltica. Daí, influências germânicas estarem refletidas em alguns sobrenomes encontrados na Latvia, na Lituânia e na Estônia, nomes que têm sido estabelecidos há muito tempo nessas regiões. Assim, conforme os nomes de família foram se desenvolvendo, a cultura e a língua germânicas têm sido largamente difundidas por toda a Germano e Elza com grande parte de seus netos na comemoração do seu aniversário
Mina Musical no largo das Mercês, loja de Friedrich Gustav, alguns meses antes do seu falecimento em 18/10/1908, 18 dias após o nascimento de Germano
Europa. Ou Hühn's atualmente são numerosos em toda a Europa, Estados Unidos e Canadá. No Brasil estão mais radicados no Sul e Sudeste. Wilhem Hühn de Hamburgo na Alemanha foi um baluarte na construção da cidade Blumenau em Santa Catarina, no Brasil. O sobrenome Hühn tem diversas origens. A princípio, o nome é de origem patronímica, derivando do nome do pai do portador original. Neste caso, o sobrenome Hühn deriva do nome próprio alemão Huno, cujas origens não são muito claras. Pesquisas indicam que o nome Huno provém do celta “cuno”, significando “alto”, também do nome dos Hühn's, que se mudaram
Marluce, Marilena, Margaret, Germano, Elza, Rogério e Ronaldo
para a Europa central no começo da Idade Média. Alguém, lutando contra os Hühn's, poderia ter sido nomeado dando glamour a essa batalha. Achamos
exemplos em Huninflor (destruidor dos Hühn's) e Hunintot (morte para os Hühn's). Existem referências em Iluminuras da Idade Média sobre os Hühn's. Ainda,
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
23
Seus Irmãos o sobrenome Hühn pode ter sido derivado de um apelido, proveniente de uma característica pessoal ou física do portador. Dessa maneira, o sobrenome origina-se do alemão da Alta Idade Média, “hahn”, significando “galo”. Aqui, o nome indica alguém que se mantém falando o tempo todo e faz muito barulho. O sobrenome Hühn ainda pode ser de origem ocupacional, derivando do comércio ou da profissão do primeiro portador do nome. Neste caso, o nome indica um fazendeiro criador de galos e galinhas. O sobrenome Hühn e suas formas variantes de Huhnchen, Hunne e Huno podem ser encontrados em documentos datados antes do século XIII. Sifridus Pullus (forma latina de Hühn) foi membro do conselho em Speyer no ano de 1212. Sigelo Hühn, um descendente de Sifridus Pullus também foi membro do conselho em Speyer. Ele é mencionado em documentos de 1311. Diderich Hunichin residiu em Gruenberg, na região de Hesse, no ano de 1367. O brasão foi concedido a uma família chamada Hühn, residente em Riga. Enquanto muitas famílias na Alemanha que portam brasões são descendentes de nobres e fidalgos titulados, muitos outros traçam suas ancestralidades através dos “burgers” (cidadãos) cujos brasões tiveram sua origem nos símbolos desenhados nos anéis que eles usavam para autenticar documentos, ou nos signos que identificavam seus lugares ou negócios. A Alemanha Medieval foi lar para muitas dinâmicas e ameaçadoras cidades independentes, onde as classes dominantes constituiam-se de profissionais e comerciantes vigorosos. No presente dia, portadores do nome da histórica família Hühn, é bem provável, somam entre os seus predecessores ambos os membros da nobreza e membros da classe “cidadã”. É certo e verdadeiro que todos aqueles afortunados o bastante para carregar o honroso nome da família Hühn, podem fazê-lo também com orgulho, sabendo que o seu local de origem se encontra em um país rico em história e cultura.
Ulrico Frederico
Virginia
Seus sobrinhos
Fone: 91 3344-2100 BR-316 KM 04 Rua Ricardo Borges, 1855 Bairro da Guanabara - Ananindeua-PA
A sua marca em transportes. www.racatransportes.com.br
24
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
belem@racatransportes.com.br
Acyr Castro
PRECE DE OUTUBRO 2008
S
enhora de Nazaré, rogo a que vos digneis interceder junto ao vosso digníssimo filho Jesus, o Cristo de Deus, a fim de, antes de mais nada, agradecer o estar vivo e lúcido para me dirigir aos Céus. Virgem Santíssima, estamos no mês do Círio, exatamente aquele em que, particularmente, vos reverenciamos em procissão pelas principais avenidas e ruas desta nossa amada Santa Maria de Belém por que tanto olhais com o vosso bondoso olhar cheio de esperança em nosso futuro e na caridade de quem tanto carece e precisa. A Festa do Círio antecede aquele que, em dezembro, se realiza para, hoje e sempre comemorar o nascimento do vosso filho que é a base da crença em que se sustenta a religião a que dados nos agregamos, unidos na fé do bondoso e meigo coração do Divino Espírito Santo. Ouvi a voz dos que sofrem e padecem por falta de alimento (material e espiritual), por falta de escola, de transporte, de moradia, e, Santíssima Virgem, rogai por nós. Cremos em Deus, mas, Senhora aumentai a nossa Fé e consenti que em que cresçamos nela em caridade e amor para beneficio geral, notadamente aqueles que, como este escriba, tentem ser fiéis ao destino traçado pelo Criador. Que a comunidade cristã prospere e se dignifique no mundo inteiro e somente podemos aguardar venha das altas paragens a que habitais com a Santíssima Trindade, em todas as Igrejas do ministério católico e na bondade, a cada
dia mais visível do Senhor Jesus que veio ao mundo para torná-lo menos injusto, menos cruel e menos desumano do que, infelizmente, continua sendo por causa da preguiça, e da intolerância e das desigualdades que prosseguimos efetivar contra todas as melhores intenções que possamos construir, chave da distinção que insistimos em fazer entre o que devemos e a presteza no pensar e fazer o que podemos. Querida mãezinha do Céu, Senhora de Nazaré, tende piedade de nós, ensinanos a rezar e a perdoar. E fazei-nos gostar mais de musica já que, segundo Santo Agostinho, quem canta reza duas vezes. Apelai pela nossa gente, ó Virgem Santa, vós que sois o lírio mimoso, se satisfaça com o mínimo que lhe seja ofertado. Genuflexos, cabe a nós agradecer. Escutai, Senhora, o que suplicamos em nome inclusive os que não possuem voz para expressar a urgência das suas necessidades. Era o que tanto o que queria dizer, falando pelos mais pobres, pelos mais humildes. Este o sentido de vida manifestado neste Círio de outubro trazido pela paixão de ser e de existir. E até novembro se nos for possível e Ronaldo e Rodrigo Hühn continuarem a nos acolher com a mesma amabilidade de todo mês. Bom dia, boa tarde, boa noite e boa sorte. Com a graça e a piedade de Nossa Senhora, um Feliz Círio. (*) Escritor e jornalista, membro da Academia Paraense de Letras
Ruy Barata
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
25
6º CONCURSO
IMAGENS DE CÍRIOS
Combinando como seria desenvolvida a seleção das fotos
E
m uma reunião muitíssima agradável, segundo a opinião unânime dos participantes, foi realizada a seleção das fotos do 6º Concurso Imagens de Círios. A comissão julgadora foi composta pelos expert's e conhecedores de Círios e belas imagens: Paulo Araújo e Ubirajara Salgado, ex-coordenadores do Círio de Nazaré, Elias Gorayeb, ex-diretor das Festividades Nazarenas; Jean Carlos Lopes, diretor do Museu do Círio; Adenirson Lage e Bernardino Santos, jornalistas/colunistas e Roberto Pinto da Costa, médico. Missão dos jurados: Selecionar dentre 6. 835 fotos que concorriam, por estarem conforme e dentro do Regulamento do Concurso, 43 fotos, sendo 33 fotos Classificadas e 10 Vencedoras. Tarefa que não foi nada fácil em virtude da qualidade, variedade e quantidade das fotos. Porém, com um fundo musical, por sinal muito elogiado, do Grupo de Atividades Culturais
26
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
Paranativo, composto por jovens e talentosos músicos, a tarefa do júri ficou mais agradável. As maiorias das fotos foram do Círio de Belém, mas concorreram também, fotos do exterior – Portugal, Espanha e França, além das do Brasil – São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Amazonas, Amapá e de diversos municípios paraenses.. Inicialmente houve uma seleção preliminar, com a preocupação principal voltada ao padrão e à qualidade. Em seguida a seleção das fotos que melhor retratassem a grande Romaria e os ícones dos Círios, pois as fotos premiadas e classificadas, num total de 43 fotos, correrão o mundo em várias exposições. Em seguida, a comissão julgadora do 6º Imagens de Círios, classificou em primeiro lugar, a foto que mostra o momento em que o Padre José Ramos, ergue a imagem original de Nossa Senhora de Nazaré, para abençoar os fiéis devotos em Sua Basílica Santuário. Bela foto de Fernando Felipe Gomes de Araújo, com o número 1.327, de inscrição.
As semifinalistas
Fernando Araújo, primeiro luga, recebe seu prêmio da VIVO
Os(NomeVencedores e número de inscrição) 1º - Fernando Felipe Gomes de Araújo (1327); 2º Edmar Francisco dos Santos (5004) ; 3º - Helen Gonçalves (3007); 4º - Celestino França Gonçalves (2005); 5º - Edílson Lobato (123); 6º - Fernando Felipe Gomes de Araújo (1324); 7º - Maria Raquel dos Santos da Cruz Matos (288); 8º - Marcio Santos Matos (80); 9º Jayme Roberto Menezes Lavareda (60) e 10º - Edílson Lobato (113)
Os Classificados
Maria da Conceição Reis do Amaral (217) ; David Bravo (8013); Arquimimo de Oliveira Cardoso Junior (35); Adivaldo José Gomes Nobre (126); Celestino França Gonçalves (2002); Maíra Melo Matos (292); Maria Raquel dos Santos da Cruz Matos (283); Marcos Gonçalves (4001); Maria Raquel dos Santos da Cruz Matos (277); Fernando Felipe Gomes de Araújo (1322); Dennyson Raphael Martins (153); Cristino Carlos MartinsAscenção (46); Marcio Santos Matos (78) Maria Raquel dos Santos da Cruz Matos (281); Cristino Carlos Martins Ascenção (43); Henry Griffet (8003); Walter Guilhon (8002); Inácio Beirão (8008); Maria da
O Vencedor recebendo sua premiação da Foto Filmes
Conceição Reis do Amaral ; Cristino Carlos Martins Ascenção (45); André Tadeu Dias Gaspar (175); Jayme Roberto Menezes Lavareda (59); Maria da Conceição Reis do Amaral (209); Carlos Antonio de Lima Amorim (32); Jessika Rodrigues dos Santos (6002); Joanaldo de J. Silva (267); Joanaldo de J. Silva (264); Carlos Alberto Jorge de Oliveira Junior (8016); Fernando Felipe Gomes de Araújo (1314); Carlos Alberto Jorge de Oliveira Junior (8027); Celso Roberto de Abreu Silva (158); Marcio Santos Matos (69) e Marcos Gonçalves (4012) A Editora Círios agradece aos patrocinadores, o júri e todos os concorrentes por tornarem, mais uma vez, o Concurso IMAGENS DE CÍRIOS, um sucesso sensacional. Atodos, nosso Muitíssimo Obrigado!
Os vencedores com seus prêmios da VIVO
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
27
AS FOTOS VENCEDORAS 1º Lugar
FERNANDO ARAÚJO
28
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
2º Lugar
EDMAR FRANCISCO DOS SANTOS
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
29
3º Lugar HELEN GONÇALVES
4º Lugar CELESTINO FRANÇA GONÇALVES
30
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
5º Lugar
EDILSON LOBATO
6º Lugar FERNANDO ARAÚJO
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
31
7º Lugar
MARIA RAQUEL DOS SANTOS
8º Lugar
MARCIO SANTOS
32
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
9º Lugar
JAYME ROBERTO
10º Lugar
EDILSON LOBATO
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
33
As Fotos Classificadas ADIVALDO JOSÉ GOMES NOBRE
ARQUIMIMO DE OLIVEIRA CARDOSO JUNIOR
FERNANDO FELIPE GOMES DE ARAÚJO
CARLOS ALBERTO JORGE DE OLIVEIRA JUNIOR
34
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
ANDRÉ TADEU DIAS GASPAR
CARLOS ALBERTO JORGE DE OLIVEIRA JUNIOR
CARLOS ANTONIO DE LIMA AMORIM
CELESTINO FRANÇA GONÇALVES
CRISTINO CARLOS MARTINS ASCENÇÃO
CRISTINO CARLOS MARTINS ASCENÇÃO DAVID BRAVO
CRISTINO CARLOS MARTINS ASCENÇÃO DENNYSON RAPHAEL MARTINS
MARCOS CONCEIÇÃO GONÇALVES
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
35
CELSO ROBERTO DE ABREU SILVA
JOANALDO DE J. SILVA
HENRY GRIFFET
JESSIKA RODRIGUES DOS SANTOS INÁCIO BEIRÃO
36
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
JAYME ROBERTO MENEZES LAVAREDA
MAÍRA MELO MATOS
MARCIO SANTOS MATOS
MARCIO SANTOS MATOS MARIA DA CONCEIÇÃO REIS DO AMARAL
MARIA RAQUEL DOS SANTOS CRUZ MATOS
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
37
MARCOS GONÇALVES
WALTER GUILHON
MARIA DA CONCEIÇÃO REIS DO AMARAL
MARIA RAQUEL DOS SANTOS CRUZ MATOS
MARIA DA CONCEIÇÃO REIS DO AMARAL
38
EDIÇÃO 81 [SETEMBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
MARIA RAQUEL DOS SANTOS CRUZ MATOS
Fone: (91) 3248-5651 EDIÇÃO 81 [SETEMBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
39
Cirio de Nazaré de outrora
Círio. No segundo domingo de outubro... por Anete Costa Ferreira
R
eza a história que o culto à Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará, data do início do século XVIII. Plácido José de Souza, foi o responsável direto por este culto. Era sobrinho de Ayres de Souza de Chichorro, um dos primeiros capitães-generais e governador do Pará. Morava na localidade conhecida por “Estrada do Maranhão” ou “ Estrada do Utinga”, atualmente bairro de Nazaré. Sua mulher chamava-se Ana Maria de Jesus de Souza, paraense, filha de Fernão Pinto de Gaia, natural do Alentejo e sobrinha do capitãogeneral do Pará, Antônio Pinto da Gaia. As terras que habitava com seu marido foram doadas pelo seu tio, em 1673. Finais de outubro de 1700, encontrava-se o caçador Plácido, às margens do igarapé Murutucu, onde seu gado bebia água, quando encontrou sobre as pedras lodosas uma imagem pequenina, já desfigurada pelo tempo. Não se assustou, pois pensou ser de algum peregrino em trânsito para o Maranhão, uma vez que o igarapé atravessava a estrada, e nele os caminhantes matavam a sede; ou ainda haverem escondido
40
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
propositadamente para livrá-la dos indígenas que ali habitavam. Plácido levava à noite, a Imagem para sua casa. Mas pela manhã não estava lá, ia encontrá-la no local aonde achou-a. A notícia propalou-se e acorreram ao igarapé pessoas que entendiam ser aquilo um milagre e começaram a rezar ladainhas, fazer promessas, levar velas, peças de cera para agradecer as graças alcançadas, após as pestes da bexiga e do sarampo que assolaram Belém. Em 1772, chega a Belém D. João Evangelista, 5º Bispo do Pará que toma conhecimento da devoção à Nossa Senhora de Nazaré. Procura aprofundar o assunto, concluindo em 1774. Impressionado e entusiasmado por tamanha demonstração de fé dos paraenses, solicitou à Rainha D. Maria I (Portugal) e ao Papa Pio VI (Itália), autorização para realizar uma festa pública. A permissão foi concedida com a observação: “ faça-se de acordo com a tradição portuguesa”. D. Francisco de Souza Coutinho, é empossado governador, em 1790. Ao se inteirar do caso, e, para
proteger a Imagem manda buscá-la da casa de Plácido para a Capela do Palácio do Governo, recomendando a máxima segurança. No dia seguinte, o compartimento onde havia sido trancada encontrava-se vazio. A Santa voltara ao nicho natural. Curiosamente, o governador adoeceu e fez uma promessa de que se ficasse curado levaria na procissão uma vela de cera da sua altura. Restabelecido, cumpriu o prometido, daí a origem do nome que se perpetuou: o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Na noite do dia 7 de setembro de 1790, foi D. Francisco Coutinho pessoalmente buscar a imagem na sua Ermida, levando-a para a Capela do Palácio do Governo, nascendo a tradição da Trasladação. Na tarde seguinte, realizou-se a primeira Procissão do Círio. A procissão era vespertina, entretanto com as chuvas constantes de todas as tardes, a partir de 1853, passou ao horário matinal. Inicialmente, não havia data certa para a sua realização, mas um Decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, de 4 de janeiro de 1886, marcou o último domingo de outubro. Todavia, o bispo D. Francisco do Rego Maia ao colocar em prática a Ordem, fixou a partir de 1901, o segundo domingo de outubro, permanecendo até aos nossos dias. Ainda século XX, a procissão passou a sair da Catedral num percurso de cinco quilômetros da Sé até a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré.
Plácido de Souza
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
41
Todos os anos nos meados de agosto, início de setembro, repete-se o frenesí dos paraenses para as comemorações do Dia do Círio. Durante esse período as famílias recebem todas as noites a imagem que visita cada residência até a semana que antecede os festejos nazarenos. A Diretoria da Festa, na 5ª feira, juntamente com a Companhia da Luz, inaugura a iluminação de todo o Largo e da Basílica, sob a benção do Vigário. Na 6ª feira, realiza-se a romaria dos motoqueiros, conduzindo a Imagem até a cidade de Icoaraci. No sábado pela manhã, sai a procissão fluvial. seguindo o cortejo até ao Cais do Porto de Belém. À noite, é a vez da Trasladação, partindo do Colégio Gentil Bittencourt para a Sé com grande acompanhamento No domingo, às seis horas após a celebração da missa sai o cortejo. Mas desde a madrugada a Corda já está estendida no chão em frente à Diocese, aguardando os fiéis que conduzirão a Berlinda com a Virgem. À medida que o procissão caminha pelas ruas aumenta o número de devotos, crescendo a imensa massa humana que entoa cânticos sacros e rezas sob um sol clemente, na distância da Catedral, na Cidade Velha até à Basílica, no Largo de Nazaré. Em todo o percurso as janelas das casas e dos edíficios ficam abertas. São decoradas com toalhas bordadas, e as pessoas se postam para reverenciar a Santa. Há vários locais onde a homenagem é com fogos de artifícios. Precedendo a Berlinda vão o Carro dos Anjos, que a mitologia cristã crê ser o céu habitado por crianças; dos Milagres, representando a salvação do fidalgo português D. Fuas Roupinho; o Barco, alusivo aos sobreviventes do naufrágio do Brigue João Batista e o dos fogos que anuncia com estampidos a artéria onde a Santa vai passar. Destes símbolos o mais impressionante é a Corda, que representa a renovação da Fé. Terminado o cortejo, as famílias reúnem-se para no “almoço do Círio” degustarem o que há de mais rico na gastronomia paraense, considerada a mais autêntica culinária brasileira. É a ocasião em que agrupam-se familiares, amigos e conhecidos no maior encontro de confraternização que se conhece na face da terra, e que já
42
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
está consagrado como o “ Natal dos Paraenses”. O ágape é constituído das iguarias típicas da terra: patono-tucupi, maniçoba, mussuã, casquinho de caranqueijo, vatapá e caruru, sempre acompanhados de farofa ou arroz branco. Na apetitosa sobremesa pode escolher pudim de cupuassu, bacuri, maracujá, castanha-do-Pará, que são arrematados com sucos ou sorvetes de abacaxí, gravíola, tucuman e o indispensável açaí. O vinho e a cerveja também têm seus apreciadores. À noite, terminada as solenidades sacras no Centro Arquitetônico de Nazaré, as pessoas dirigem-se ao arraial para desfrutarem o lado profano da festa. Em torno do espaço há teatros, cinemas, circo, salas de jogos, casa da sorte, goluseimas e produtos artesanais. As crianças têm também o seu lado lúdico com o cavalinho, autopista, roda-gigante, carrossel, barraca de tiro ao alvo, pescaria e outros entretenimentos infantis nos mais variados gostos. O Largo de Nazaré, como é conhecido tem na sua envolvente arcos artisticamente trabalhados. Uns, com motivos amazônicos e outros religiosos, alguns lembrando os existentes em cidades europeias. Para os apreciadores das artes é momento de visitar as exposições de pintura, escultura e brinquedos de miriti, com motivos nazarenos, que são colocados ao público durante a quinzena, em várias galerias ou espaços ao ar livre. O Museu do Círio é ponto obrigatório aos que se deslocam até Belém, pois há peças interessantes sobre a história desta procissão de mais de dois séculos de existência. Pessoas de variados padrões sociais, devotos de todos os quadrantes do mundo seguem a estrela mágica em direção à cidade de Belém do Pará com o firme propósito de participarem do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, no segundo domingo de outubro de cada ano. Cruz de Pau, 17 de setembro de 2008.
Correspondente da Editora Círios em Portugal
Nossa Capa
O
dair Mindelo é artista plástico, nascido em Belém, iniciou seus primeiros passos na infância, aprendendo a experimentar técnicas, formas e texturas de desenho e pintura, percorrendo diversos estilos até encontrar a sua verdadeira identidade artística a pop art. Ao longo de sua promissora carreira, Mindelo foi convidado aos 15 anos de idade para sua primeira exposição de suas obras, em locais, como por exemplo, atuando no projeto “Boca da Noite” no Núcleo de Artes da UFPA em 1995, no Circuito Cultural Banco do Brasil em 2004 – etapa Belém, na Computer Store Informática, em abril de 2006, e na galeria Unusual Art Gallery – Itália em 2008. O objetivo de suas obras é aproximar o público do estilo trabalhado a pop art. A Pop Art não é somente um estilo, mas antes uma
Odair Mindelo, jovem e talentoso artista plástico paraense
Obras repletas de cores alegres e exuberantes
palavra que reagrupa fenômenos artísticos. Trata-se de uma atmosfera geral que se reflete na arte de forma pragmática. É um estilo artístico baseado no reprocessamento de imagens populares e de consumo. O jovem artista Odair Mindelo, vem se tornando um grande expoente do estilo na região, o artista já possui obras fora do país como EUA, Itália, Portugal, além de obras que fazem parte de coleções particulares de grandes empresários da região. Suas obras, além de apresentarem-se em sua essência artística, ainda contribuem com a arte para a propaganda e a propaganda para a arte, são obras repletas de cores alegres e exuberantes, que retratam ícones da cultura paraense, aproximando o povo da arte, tornando-se cada vez mais acessível a todas as classes sociais, e visa ainda consolidar a pop art na região, divulgando e contribuindo com um olhar artístico mais abrangente, sensível a diversidade de linguagem do panorama artístico e publicitário do Pará.
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
43
A Feira Pan Amazônica do Livro Antônio Tavernard, foi o patrono da Feira do Livro e o Japão o país homenageado
Na cermônia de abertura da XII Feira Pan Amazônica do Livro, no Hangar
D
esde 19 e até 28 de setembro, aconteceu no Hangar, a Feira Pan-Amazônica do Livro na sua décima segunda edição – uma das maiores Feiras do Brasil. Realizada anualmente pelo Governo do Estado do Pará, mostra a difusão da produção literária regional e nacional; a programação inclui também música, cinema, teatro e artes plásticas em um momento de celebração cultural. Na abertura, a governadora externou “É com grande satisfação que participo da Feira do Livro e fico feliz
A governadora Ana Júlia Carepa, fazendo a abertura da XII Feira Pan Amazônica do Livro
em homenagear esse povo irmão e trabalhador que é o povo japonês. Fico feliz por levar mais leitura e conhecimento ao povo do Estado”. Disse ainda que “a proposta dos Salões do Livro, que foram sucesso de público em Tucuruí e Santarém, reunindo mais de 50 mil pessoas, se aliam à uma promessa de governo de estadualizar as ações do executivo. Os salões fazem parte das nossas metas de cumprir as ações para descentralizar os projetos de governo”. Segundo a governadora, seremos em breve, a maior Feira do Livro do país, se juntar todos os salões nos municípios. O Cred-Leitura foi outro ponto destacado pela governadora, onde mais de 12 mil servidores da
44
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
educação podem usar o bônus para a compra de livros e materiais didáticos nos estandes da feira, só para esta edição da feira, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), investiu R$ 1,8 milhão no programa. “Investir no servidor é investir na qualidade de ensino”, afirmou. Para Edilson Moura , secretário de Estado de Cultura, o Hangar está congregando o que há de melhor da literatura nacional e também dos autores locais. “Contamos com grandes autores nacionais, mais também valorizando os artistas paraenses, através de lançamentos de livros, debates, oficinas e várias outras programações de estímulo à leitura”, e sobre o país homenageado deste ano: “A chegada do povo japonês no Pará desenvolveu a nossa economia e a nossa cultura, por isso a homenagem é mais que justa”. Sobre o patrono da Feira: “Não poderia deixar também de homenagem um dos nossos maiores escritores, para que as novas gerações pudessem conhecer Antônio Tavernard, em todo o seu talento e ecletismo”. Para o Cônsul japonês Hiroyuki Ariyoshi, este evento é mais um que envolve a integração entre o povo brasileiro e o
japonês. “Espero que esta feira seja um estímulo para que as crianças possam se tornar novos leitores”. Durante a abertura da Feira Pan-Amazônica do Livro, a Banda Sinfônica da Fundação Carlos Gomes, regido pela maestrina Maria Antônia Gimenez, tocou o Hino Nacional do Japão e o Hino Brasileiro, sendo muito aplaudida pelo público presente. Logo após, sucessos Edilson Moura, secretário eruditos nacionais e de Estado de Cultura internacionais foram interpretados e igualmente muito aplaudidos. Momento emocionante foi quando a governadora desceu do palco e cumprimentou os membros do coral pela premiação na 5ª Olimpíada Mundial de Coros (World Choir Games), na cidade de Graz, na Áustria Um grande público composto de leitores, principalmente de jovens estudantes, além de convidados renomados e editoras reconhecidas no mercado participaram da XII Feira Pan-Amazônica
do Livro. Estima-se um público de mais de 300 mil visitantes e uma movimentação financeira de aproximada-mente R$ 10 milhões. A cada ano, a Feira amplia sua participação social e solidária como difusora do hábito da leitura entre crianças, adolescentes e adultos, cumprindo, assim, um de seus objetivos principais que é a facilitação do acesso da população ao livro, ampliando os horizontes e redimensionando as perspectivas do jovem paraense.
Balanço da Feira do Livro A XII Feira Pan-Amazônica do Livro registrou mais de 470 mil visitantes, superando todas as expectativas de público. Ano passado o total de freqüentadores foi de 340 mil. O volume de negócios ficou em torno de R$ 25 milhões, superior em quase R$ 14 milhões o faturamento do ano passado, uma conquista do mercado editorial da Região Norte. Somente em CredLeitura – recurso concedido pelo governo do estado para aquisição de livros e outros materiais didáticos –, foram distribuídos R$ 2 milhões a professores da rede pública estadual de ensino. Um dos avanços da feira neste ano foi o crescimento do espaço útil. Foram 130 expositores, distribuídos em
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
45
Na cerimônia de abertura a Dança do centenário pelo grupo Minyo Club
4.200m² – 800 a mais que em 2007. A praça de alimentação também foi ampliada, contando com mais 500m², oferecendo aos visitantes diversas opções para o lanche. Além da visitação dos estandes de venda, a feira ofereceu gratuitamente ao público 35 oficinas sobre temáticas variadas, como literatura, música, teatro, audiovisual e artesanato. Exibições de filmes, espetáculos de dança e música, mesas-redondas e palestras fizeram parte da extensa e diversificada programação, que incluiu também os tradicionais Encontros Literários, com escritores renomados do
cenário nacional. O público marcou presença, atraído pela oportunidade de participar de um bate-papo com grandes autores, como Nélida Piñon, Ariano Suassuna e Rubem Alves. Segundo a contadora de estórias Benita Prieto, participante do evento, "é assim que se faz um evento desse tipo. Não se trata apenas de um supermercado de livros". Grande parte da estrutura oferecida foi destinada ao público na faixa de 3 a 12 anos. Foram mais de 30 atividades e dezenas de estandes destinados especialmente às crianças, que tiveram a oportunidade de aprender brincando. A montagem da Cidade do Livro foi uma das novidades, ocupando
A governadora Ana Júlia Carepa e o cônsul geral do Japão no Estado do Pará Hiroyuki Ariyoshi
Tavernard nasceu no dia 10 outubro de 1908, num domingo de Círio de Nazaré e é considerado um ícone da literatura paraense, sendo autor de obras como “Foi Boto Sinhá", poema musicado por Waldemar Henrique, autor do hino do Clube do Remo e de tantos outros poemas, crônicas, contos, textos teatrais que falam de amor, de fé, de vida, da Amazônia. Uma estrela Supernova que brilhou intensamente antes de morrer. Uma metáfora perfeita para a história do escritor Antônio Tavernard, segundo o jornalista, poeta, escritor, contista e dramaturgo, Carlos Correia Santos, curador da exposição denominada "100 anos de Antônio Tavernard: A Eternidade do Anjo Alado por Versos", lançada na XII Feira Pan-Amazônica do Livro.
46
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
parte da área externa do Centro de Convenções, com oficinas, apresentações de teatro, dança e passeios didáticos. O vice-presidente da Câmara Brasileira do Livro, Bernardo Gurbanov, esteve no Hangar e se mostrou surpreso com o que viu. "Essa edição da feira nos surpreendeu, tanto em número de visitantes, quanto na qualidade da programação. Com certeza superou a edição do ano passado, o que é uma prova de que o público vem mostrando interesse cada vez maior pelo hábito da leitura. E isso é fantástico! É exatamente o que deve ser feito para resgatar o hábito da leitura", disse ele.
As crianças aproveitaram
Os adultos adoraram...
Ana Júlia Carepa e Edilson Moura na XII Feira do Livro
A Editora Universitária contou com estande próprio na feira, onde aconteceram lançamentos e foram comercializadas as publicações da Instituição: “Cidades Ribeirinhas na Amazônia: Mudanças e Permanências”, de Sant Clair Trindade Junior e Maria G. Tavares; “José Veríssimo: Raça, Cultura e Educação”, de Sônia Araújo; “Poesias e Desabafos”, de Fátima Cruz; “Pajelanças e Religiões Africanas na Amazônia”, de Heraldo Maués; “Marajó: Estudos Comemorativos”, de Rosa Assis; “Breviarium: Para Refletir com Pe. Antônio Vieira” e “Palavra Divina na Surdez do Rio Babel”, ambos de Amarílis Tupiassu e “Arqueologia da Amazônia Ocidental”, de Denise Schaan.
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
47
Camillo Vianna
Maria Missionária Defensora da Amazônia
A
Joanaldo de Jesus Silva
Pa d r o e i r a d o s p a r a e n s e s , c h a m a d a carinhosamente de Santinha, mereceu por decisão da Assembléia Legislativa do Pará, o honroso título de Chefe de Estado, com todas as prerrogativas que advém do cargo. Para homenageá-la no seu dia maior, ou seja, Procissão do Círio, romeiros e promesseiros se abalam dos seus lugares de origem, muitas vezes em comitivas, quase sempre à pé chegando em Belém às vésperas do evento, alocando-se em residências de familiares e amigos. Aspecto interessante dessa demonstração de fé é o relacionamento entre os devotos durante a caminhada. O que estimula a realização de Círios, onde eles ainda não são concretizados. Durante suas andanças pela Amazônia o autor observou a
48
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
intensa devoção à Maria de Nazaré e a expansão crescente dos Círios, como é o caso do que acontece na Passagem do Furo do Boto, em pequena comunidade de Barcarena, em frente à Belém. Em espécie de reação em cadeia as homenagens à Santa da Berlinda vêm sendo realizadas em diferentes unidades da federação brasileira, incluindo a capital federal e até em outros países como Portugal, França e em Caiena remanescente da colonização francesa, considerada a França d'além mar. Em Belém, do Pará, faz parte das festividades que antecedem a grandiosa Procissão do Círio considerada, a maior da Amazônia Latina, segundo dados oficiais, a visita de imagem a residências, de praticamente, todos os bairros onde vizinhos, parentes e amigos reúnem-se para orações que seguem as instruções contidas no Livro das Peregrinações. Neste ano, o tema para o 15º dia foi Maria Missionária ajudanos a preservar a obra da criação. Por incrível coincidência (?) foi realizada na residência do autor, cuja vida tem sido dedicada à defesa do meio ambiente e valorização do homem da Amazônia, através da SOPREN da qual foi um dos fundadores em 1968, em parceria com o CRUTAC da UFPA, MOBRAL, Ministério da Agricultura e Sociedades Organizadas. Constam no livro duas perguntas: 1-A natureza espelha a ação de Deus. Não estamos faltando com a verdade ao afirmar que somos Filhos de Deus, que O
Ray Nonato
amamos, mas por que agredimos e desrespeitamos a Obra de suas Mãos? 2-Quais os posicionamentos que devemos tomar para que a vida de nosso planeta, especialmente de nossa região amazônica, seja também respeitadas e suas riquezas de modo equilibrado e harmonioso para o bem de todos? As atividades da SOPREN dão resposta a esses questionamentos e desde sua fundação, procurando conscientizar os amazônidas na defesa desse patrimônio
único, doado por Deus aos brasileiros, que vem sendo agredido de maneira inconsciente pela ganância e avidez de lucro fácil sem considerar os resultados desastrosos para o homem e própria região por migrantes de outras regiões e poderosas empresas multinacionais. Por outro lado projetos elaborados por profundos desconhecedores da região de todos os níveis governamentais, acabam não dando certo, e até agora não foi conseguido projeto que desenvolvesse a região sem agressão ao meio ambiente. Nossas orações durante o Encontro foram dirigidas à Defensora da Amazônia para que nos incentive a proteger a região. *SOPREN/SOBRAMES
EDIÇÃO 82 [OUTUBRO 08]
p a r a m a i s . c o m . b r
49
SETE
MBR
O
LOCAL
EVENTO
DIA
HORA
09
19h00
Abertura Oficial do Círio 2008
Salão de Festa da Basílica
10
11h00
Encerramento da Vigília de Oração
Auditório D. Zico
10
12h00
Tr aslado Ananindeua / Marituba
Basílica Santuário
11
06h00
Romaria Rodoviária
Ananindeua
11
09h00
Romaria Fluvial
Icoaraci
11
11h00
Romaria dos Motoqueiros
P raça Pedro Teixeira
11
12h00
Descida da Imagem
Basílica Santuário
11
17h00
Missa da Trasladação
Colégio Gentil
11
18h00
Trasladação
Colégio Gentil
12
05h30
Missa do Círio
Catedral da Sé
12
07h00
Círio
Catedral da Sé
12/26
21h30
Programação Cultural
Concha Acústica
13/25
05h30
Terço da Alvorada
Basílica Santuário
13
19h00
Noite dos Eleitos
Salão de Festa da Basílica Santuário
18
18h00
Romaria da Juventude
A definir
19
07h30
Romaria das Crianças
Praça Santuário
25
08h00
Romaria dos Ciclistas
Praça Santuário
26
08h00
Procissão da Festa
Praça Santuário
26
20h00
Missa de Encerramento
Praça Santuário
26
21h00
Encerramento do Círio 2008
Salão de Festa da Basílica Santuário
26
24h00
Espetáculo Pirotécnico
Praça Santuário
27
05h30
Subida da Imagem
Basílica Santuário
27
06h00
Missa do Recírio
Praça Santuário
27
06h00
I ncineração Simbólica das Súplicas
Praça Santuário
27
07h00
Recírio
Praça Santuário
O S R U C 7 º C O N RAFICO FOTOG
ÕES Ç I R C S N I TAS GRATUI
s n e g a m i CIRIOS 2008 DE
CONCORR A INSCREVA-SE E er motivos diversos As fotos deverão cont “Nossa Senhora de sobre a temática ios, Ecumenismo, ír C us se é, ar az N r e Po p u l a r e o l c l o F , o ã ç o v De ntes às Festividades Artesanato”, refere quer dos Círios em Nazarenas em qual or à Virgem de homenagem e louv Nazaré, em 2008.
4º Lugar - Cele
stino França Gon
çalves
rafia aberto Concurso de fotogprofissionais para amadores e PELOS SITES: GULAMENTO
INSCRIÇÕES E RE
m.br www.cirios.co .br www.paramais.com
8º Lugar - Marcio Sant
os
Círios: ou na sede da Editora . Eutíquio e Pe tre (en Rua Timbiras, 1572 os - Belém-PA Apinagés) Batista Camp
6º Lugar - Fernando Araújo
73 / 3223.0799
9 Fones: (91) 3083.0
Parceiros
ORES
DE 200
7
Realização
VENCE D
aújo
ando Ar
r - Fern
1º Luga