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Ano 4 Número 12 2009

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FÓRUM SOCIAL MUNDIAL NAVEGAR AMAZÔNIA PARNA TUMUCUMAQUE A COP 14 O PIRARUCU

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Carta a Pan-Amazônia Por considerar a Pan-Amazônia uma região estratégica para toda Humanidade, o Conselho Internacional do FSM decidiu realizar a 8ª edição do Fórum Social Mundial, na nossa região, maisespecificamentenacidadedeBelém,capitaldoestadodoPará,Brasil...

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A maior mobilização indígena da história do Fórum Social Mundial Belém será o destino de cerca de 3 mil índios e índias de todo o mundo que irão debater sobre a realidade dos indígenas do mundo e pedir apoio de toda humanidade para lançar umacampanhaemdefesadoplaneta...

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Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque O PARNA de Tumucumaque foi criado em 2002 para proteger a fauna e flora da região, localiza-se no noroeste do estado do Amapá, e tem uma área de 3.882.120,00 hectares, é a maiorunidadedeconservaçãodomundoemáreadeflorestatropical...

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US$ 1 bilhão para o Fundo Amazônia O primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, formalizou em solenidade no Palácio do Planalto, a primeira doação para o Fundo de Preservação e Conservação da Amazônia, criadoparacaptarrecursosnosmercadosinternoeinternacional...

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INPE e IRD firmam acordo na área espacial Por ocasião da visita do presidente francês Nicolas Sarkozy ao Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Institut de Recherche por le Développement (IRD) firmaram Memorando de Entendimento para ampliar e aprimorar a cooperação mútua em áreas específicasdaciência,tecnologiaeinovaçãoespaciais...

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Projeto Navegar Amazônia O Projeto Navegar foi idealizado por José Roberto Lacerda e Jorge Bodanzky em 1996, mas só foi implantado no ano de 2000 pelo PRODAP - Processamento de dados do Amapá como política pública do governo do Estado do Amapá, na gestão de João Capeberibe, que tinha como objetivo interligar atividades e projetos relacionados à manutenção e preservação do meioambiente,daculturaedoscostumes,daeducação...

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A Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, na Polônia

Expediente

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Jornalismo ambiental: os desafios da cobertura na Amazônia No Brasil, há 220 países autônomos sendo destruídos. A afirmação é do jornalista gaúcho Felipe Milanez, editor da revista National Geographic Brasil, palestrante convidado do evento“Jornalismoambiental:osdesafiosdacoberturanaAmazônia”...

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O pirarucu O Pirarucu ou arapaima, nome científico Arapaima gigas , em tupi "pirarúku" significa peixe vermelho. É da família dos Osteoglossidae, tem idade adulta aos 5 anos, podendo ter tempodevidamaisde18anos...

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PUBLICAÇÃO Período (janeiro/fevereiro) Editora Círios SS LTDA ISSN 1677-7158 CNPJ 03.890.275/0001-36 Rua Timbiras, 1572-A Fone: (91) 3083-0973 Fone/Fax: (91) 3223-0799 Cel: (91) 9985-7000 www.revistaamazonia.com.br E-mail: amazonia@revistaamazonia.com.br CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil

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DIRETOR Rodrigo Barbosa Hühn PRODUTOR E EDITOR Ronaldo Gilberto Hühn COMERCIAL Alberto Rocha Rodrigo B. Hühn ARTICULISTAS/COLABORADORES Ana Beatrix Willingshofer, Camillo Martins Vianna, Daniel Muniz, Donald Sinclair, EKO, Janete Capiberibe, Israel Pegado, Odo Primavesi, Priscila Amaral FOTOGRAFIAS Arquivo Embrapa,Ibama, Nasa e OTCA. Cristiano Fernandes Ferreira, Elcimar Neves, Eliseu Dias, Eunice Pinto e Tamara Saré/Ag.Pará, Enrico Bernard/CI, Henrique de Paula, Jan Golinski/UNFCCC, Jefferson Rudy/MMA, Jeziel Rodrigues/RAm, José Cruz/ABr, Lúcio Mauro/RAm, Marcelo Casal JR/ABr, Martir Schoeller, Melina Marcelino, Ramilton Farias, Ricardo Stucker/PR, Roosewelt Pinheiro/ABr e WWF-Brasil/Zig Koch CAPA Barco utilizado como meio de transporte e escoamento da produção, em Barcarena-PA. Foto: Lucivaldo Sena / Ag. Pará EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Editora Círios SS LTDA DESKTOP Mequias Pinheiro

Nossa Capa, nossa sugestão para apreciação e debates no Fórum Social Mundial: O povo ribeirinho e os milhares de quilômetros de rios navegáveis da Amazônia.

ANATEC

O 14º encontro da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) em Poznan, na Polônia , é a 14º reunião anual do grupo da ONU chamado de ConvençãodasPartes(COP,nasiglaeminglês)...

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ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES

Emais

Fórum de Autoridades Locais da Amazônia (p.07) O Território do FSM (p.10) O Acesso ao FSM (p.11) Fórum Pan-Amazônico de Pesca e Aqüicultura (p.12) Em Busca de um Turismo Responsável na Amazônia (p. 17) Países amazônicos promovem integração turística (p.18) Perspectivas do Turismo e as Mudanças Climáticas na Amazônia (p.20) O lançamento da ADETUR Amazônia (p.22) Caixa só financiará empreendimento com uso de madeira legal (p.34) Regularização de terras da Amazônia Legal será prioridade do governo (p.38) Desenvolvimento, só com sustentabilidade (p.41) 6 milhões de euros para projetos na BR-316 (p.42) Embrapa apresenta produção de biodisel na Expowec 2008 (p.64) Brasil, o potencial maior celeiro do mundo: é verdade isso ? (p. 68) A Roupa do Santo (p. 80)

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um privilégio para o Estado sediar um evento da grandeza do Fórum Social Mundial (FSM), um grande palco de debates por justiça social. Não podemos esquecer que a Amazônia e, conseqüentemente, o Pará estão na pauta de discussões internacionais sobre condições climáticas, biodiversidade, desenvolvimento sustentável, respeito à pluralidade e preservação ambiental e dos recursos naturais. Acolher representantes de povos de várias regiões do planeta que vêm à procura de alternativas às condições sociais, econômicas e políticas impostas por um processo de exclusão e violência contra as minorias, é, sobretudo, mostrar que nos preocupamos em garantir proteção ambiental, condições de vida digna aos povos amazônicos e estimular uma economia baseada na "floresta em pé", não em sua destruição. A Amazônia é, assim, não apenas uma fonte de preocupação para o mundo, mas um centro irradiador da luta contra as desigualdades sociais. Neste sentido, o Governo do Estado do Pará, cujas políticas são baseadas nos princípios democráticos e direcionadas, especialmente, às camadas historicamente excluídas das políticas públicas, não poderia deixar de dar total apoio à realização do FSM Amazônia 2009. Para isso, montamos o Comitê de Apoio Local ao FSM para apoiar toda a construção da logística do Fórum. Ouvimos as demandas dos movimentos sociais organizadores e trabalhamos para atendê-las, pensando não somente nos benefícios imediatos proporcionados, mas naqueles que serão permanentes e ficarão para a população. O Governo do Estado faz sua parte ao colocar em prática políticas capazes de conciliar desenvolvimento econômico, justiça social e equilíbrio ambiental, almejando, também, a sintonia entre as necessidades do nosso povo e as responsabilidades para com o planeta. Esta é uma mudança histórica na maneira de lidar com o desenvolvimento da região. E para concretizá-lo lançamos mão de ações e instrumentos como o ordenamento territorial, a gestão ambiental, as políticas de inclusão e cidadania, o estímulo à produção sustentável com inovação e competitividade e construção de infra-estrutura para o desenvolvimento. Portanto, apoiar o FSM é reforçar a democracia que o Governo do Pará defende e possibilitar que diversos atores sociais articulem idéias e propostas que proporcionem melhor qualidade de vida à população amazônica.

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Ana Júlia Carepa Governadora do Estado do Pará

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Fórum de Autoridades Locais da Amazônia

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omoobjetivocomumdediscutiralternativas para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, representantes de governos de todo o mundo participarão do Fórum de Autoridades Locais da Amazônia (FALA) e Fórum de Autoridades Locais (FAL), nos dias 30 e 31 de janeiro de 2009,emBelém. Os principais temas em debate nos eventos serão: políticas públicas (educação, saúde e segurança), cidadania, democracia participativa, inclusão social, desenvolvimentosustentáveleciênciaetecnologia. O Fórum de Autoridades Locais chegará a sua oitava edição em 2009. O primeiro encontro ocorreu em 2001, paralelamente à inauguração do Fórum Social Mundial (FSM),emPortoAlegre. JáoFórumamazônicoteráasuaprimeiraAssembléiano próximo ano. Proposto pela Governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, no Encontro de Governadores da Frente Norte do Mercosul, em dezembro de 2007, o FALA pretende ser um espaço para a troca de experiências entre prefeitos, governadores e lideranças locais em busca de soluções à redução da pobreza e à conservação dosrecursosnaturaisdaregião. “Governos de todo o mundo terão ótimas oportunidades para dividir experiências positivas e buscar soluções para problemas comuns. O Governo do Pará se orgulha de ser anfitrião e líder deste processo”, considera Nazaré Imbiriba, Secretária-Chefe da CooperaçãoInternacional. Promovidos pelo Governo do Pará, através da Cooperação Internacional (CIDS), e pelo grupo promotor da Red FAL, os eventos serão realizados no Hangar – CentrodeConvençõeseFeirasdaAmazônia.

Autoridades já confirmadas nos eventos: Ana Júlia Carepa, Governadora do Estado do Pará; Janete Capiberipe, Deputada Federal, Presidente da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional,CâmaradosDeputados,Brasil;FernandoLugo, Presidente do Paraguai; Rocio Casco, Vereadora em Asunción pelo P-MAS, Paraguai; Fabiola Morales Castillo, Vicepresidente do Congresso Nacional do Peru; Mavis Demon, Embaixadora do Suriname no Brasil; Francisco Rangel Gómez, Governador do Estado de Bolívar, Venezuela; Alberto Acosta, Deputado e exPresidente da Assembléia Constituinte do Equador; Geovanny Celis, Secretário de Desenvolvimento Social deMedellin. Jorge Alperovich, Governador de Tucuman, Argentina; Alberto Hernandez Rodriguez, Secretaria de Desenvolvimento Social – Chiapas, México; Claire Villiers,vice-presidentedoConselhoRegionaldeÎle-deFrance, Departamento da França no qual está situada a

capital, Paris; Patrick Jarry, Prefeito de Nanterre, França; Antonio Carlos Zurita Contreras, Responsável de Cooperação Descentralizada da Articulação de Redes Territoriais do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento para Espanha e América Latina; Mario Conejo, Prefeito de Otavalo, cidade da região andinoamazônica do Equador; Helder Vaz Lopes, Diretor-Geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP); Jehad K. Suleiman Rashid, Presidente-Executivo da Associação Européia de Cooperação com a Palestina; Luizianne Lins, Prefeita de Fortaleza, Ceará, Brasil; Jacques Wagner, Governador da Bahia; Francisco Mabjaia, Secretário Geral da Associação Nacional de Municípios de Moçambique; Sara Lopes, Ministra de Descentralização, Habitação e Descentralização do Território, Cabo Verde e Jean Pierre Elong Mbassi, Sec. Geral da CGLU (Cidades e Governos Locais Unidos), África. Cerca de 500 representantes de governos, entre governadores, prefeitos e presidentes devem participar dos dois eventos, em Belém, discutindo alternativas ao desenvolvimento. 100

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Carta a Pan-Amazônia

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Estimados Amigos dos Países Pan-Amazônicos or considerar a Pan-Amazônia uma região estratégica para toda Humanidade, o Conselho Internacional do FSM decidiu realizar a 8ª edição do Fórum Social Mundial, na nossa região, mais especificamente na cidade de Belém,capitaldoestadodoPará,Brasil. O FSM-2009 – Amazônia deve ser precedido de um processo que tenha como protagonistas os povos, movimentos sociais e organizações da Pan-Amazônia que terão a oportunidade de reverberar mundialmente suas lutas, além de tecer alianças continentais e planetárias. Foi com este objetivo que a reunião de outubro de 2007, do Conselho Internacional do FSM, realizada em Belém, acordou dedicar o primeiro dia do FSM-2009 exclusivamente à AMAZÔNIA, com temas, relatos de experiências e apresentação de alternativas vivenciadas pelos povos pan-amazônicos. Além deste primeiro dia, o universo de sonhos e lutas pan-

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amazônicas estará presente em todo transcorrer do FSM 2009, através de debates, oficinas e a Casa PanAmazônica, espaço de diálogos e convivência que será construídonointeriordoterritóriodoFórum O FSM-2009-Amazônia será uma grande oportunidade para as organizações e movimentos sociais da PanAmazônia reatarem e fortalecerem seus laços. Não por acaso, as entidades dos povos pan-amazônicos que fazem parte do Conselho Internacional do FSM concordaram em realizar unificadamente comVIII FSM, o V Fórum Social da Pan-Amazônico, cujas primeiras edições foram realizadas no período 2002-2005, duas vezes em Belém, em Ciudad Guayana (Venezuela) e Manaus(Brasil). Para os movimentos e entidades da Pan-Amazônia, o VIII FSM é uma oportunidade e também uma responsabilidade. Sem a participação intensa dos atores sociais da região, não lograremos nossos objetivos. E estaparticipaçãocomeçaagora,nosseguintesníveis.

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PROGRAMAÇÃO

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25/01 - Início do Credenciamento (UFRA) 24/01 - Marcha de Abertura (tarde) 28/01 - Dia da Pan-Amazônia: 500 Anos de resistência, conquistas e perspectivas afro-indígena e popular. 29 a 31/01 - Demais atividades auto-gestionadas. 01/02 - Encerramento do FSM - Dia das Alianças (Manhã: ações descentralizadas e autogestionadas onde serão apresentados os acordos e alianças construídos no decorrer do FSM; Tarde: ação centralizada com uma celebração geral e encerramento do FSM.

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Há também uma programação paralela de fóruns que serão realizados simultânea ou anteriormente ao do Fórum Social Mundial 2009. Esses eventos, entretanto, possuem dinâmica, organização e metodologia autonômas. Fórum de Autoridades Locais e Fórum de Autoridades Locais da Amazônia: dias 30 e 31 Fórum Social Pan-Amazônico: 28 de janeiro Fórum Mundial de Educação: 26 e 27 de janeiro Fórum Mundial de Mídia Livre: 26 e 27 de janeiro Fórum de Ciência e Democracia: 26 e 27 de janeiro V Fórum Mundial de Juízes: 23 e 25 de janeiro Fórum Mundial de Teologia e Libertação: 21 e 25 de janeiro Fórum Mundial do Trabalho: dia 29 de janeiro Fórum Parlamentar Mundial: 28 e 30 de janeiro

Encontros Sem

Fronteiras Segundo a tradição do Fórum Social Pan –Amazônico estamos organizando os Fóruns Preparatórios , conhecidos como Encontros Sem – Fronteiras que tem porobjetivo: Discutir os problemas comuns das comunidades fronteiriças, articular e celebrar alianças, organizar caravanasrumoàBelém–2009. Até agora estão previstas a realização dos seguintes encontros: Encontro Sem Fronteiras da Grande Savana – Brasil/Venezuela (Pacaraima/ Santa Elena de Uairén) Encontro Sem Fronteiras do Alto Solimões – Brasil/Colômbia/Peru ( Benjamin Constant/ Letícia / RamónCastilla) Encontro Sem Fronteiras do Madeira – Brasil ( Estado de Rondônia)/Bolívia. Encontro Sem Fronteiras da Selva Central - Brasil (estadodoAcre)/Peru Encontro Sem- Fronteiras de Macapá - A ser realizada na capital do estado do Amapá (Brasil) unindo delegações do Brasil , Guiana Francesa, Suriname e República CooperativadaGuiana. Os resultados destes encontros serão apresentados, durante o FSM – 2009, na Casa Pan – Amazônica, espaço de referência das lutas pan-amazônicas que funcionará durante os sete dias do FSM , dentro do território do Fórum Social Mundial. Desde já as

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organizações da Pan-Amazônia devem declarar sua disposição de assumir, organizar e participar de algum destesencontros. EstimadosCompanheiros O sucesso do VIII Fórum Social Mundial está em nossas mãos.ComodisseSimonBolívar: Unamo-noseseremosinvencíveis.

Informações: Fórum Social Mundial 2009 - Escritório Belém Rua Presidente Pernambuco, 40. Largo da Trindade Fone: 55 - 91 - 3230-2285 Site do FSM 2009: www.fsm2009amazonia.org.br

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O TERRITÓRIO

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estrutura que está sendo construída para o Fórum Social Mundial Amazônia 2009, irá se estender por dois espaços principais: Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Este conjunto de espaços constituirá o chamado Território do Fórum onde serão realizadas as atividades da programação do evento cujas temáticas concordam com os princípios anti-neoliberal, anti-imperialista, anti-patriarcal e anti-racista defendidos pelo FSM. Nesse território, a diversidade da sociedade civil local, regional e mundial estará reunida para participar das lutas anti-globalização, possibilitando articular diálogos, alianças e ações entre os povos da Amazônia eospovosdeoutrasregiõesdomundo. O Território do Fórum foi definido pelo Comitê Organizador Local em conjunto com Conselho Internacional e apresentado ao Comitê de Apoio Local ao FSM, estrutura montada pelo Governo do Estado para proporcionar logística e infra-estrutura necessáriasarealizaçãodoevento. As universidades vão concentrar a maior parte da estrutura para receber, aproximadamente, 80 mil participantes. Na UFPA, serão cerca de 190 salas, além de 8 auditórios com tradução simultânea, onde serão realizadas as atividades autogestionadas, com palestras, seminários, oficinas e debates com temas determinados pelas próprias organizações participantes através da inscrição de atividades no site doevento. A UFPA ainda vai abrigar o Mundo do Trabalho, um espaço com atividades e palestras relacionadas à Central Única dos Trabalhadores, a Feira de Economia Solidária, com 290 estandes, e uma área para alimentação onde serão servidas 1500 refeições por dia. Os filhos dos participantes também terão acesso a atividades educativas e lúdicas no Espaço CurumimErê. Na UFRA serão 41 salas, auditórios e uma sala de cinema com capacidade para 400 pessoas. Alguns desses espaços estarão equipados com serviço de tradução simultânea. O território da UFRA também abrigará outros espaços importantes para o FSM/2009. Um deles, o Espaço Afro-Negritude-Quilombola, será reservado para os debates dos movimentos negros e comportará 700 pessoas. Outro, a Grande Maloca, abrigará o encontro das nações indígenas, reunindo cerca de 3000 participantes. Também haverá o Acampamento da Juventude que, além de ser um grande espaço de diálogos em torno das temáticas ligadas a juventude, abrigará um alojamento para cerca de 20 mil jovens. Haverá ainda a Casa PanAmazônicaonde serão debatidos os problemas gerais dospovosdaAmazônia. Nas duas universidades os participantes também encontrarão áreas para: manifestações religiosas, exposições, alimentação, serviços de segurança, saúde e turismo (CIS), palcos que concentrarãoapresentações culturais, centrais de comunicação com pontos para internet e computadores, cabines de rádio, estúdios de televisão, salas de entrevistas, bancos, farmácias, banheiroseestacionamento.

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O acesso ao

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ara ter acesso aos espaços que vão concentrar a programação do Fórum, os participantes poderão contar com linhas de ônibus que funcionarão especificamente para o evento. Duas delas sairão do aeroporto, sendo que uma fará ligação ao campusda UFPA (e passará pelo Hangar e pelo alojamento Afro-Negritude-Quilombola) e a outra fará o percurso até o centro hoteleiro, que será atendida por microônibus. Uma terceira linha, a Hangar-Centro, irá reforçar o atendimento de transporte coletivo no eixo da Avenida Duque de Caxias. A ilha de Mosqueiro também será atendida por uma linha que fará percurso até UFPA. As universidades UFPA e UFRA também serão ligadas porumalinhaespecífica. O transporte fluvial também será uma alternativa

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de transporte para os participantes do FSM/2009. Ele será utilizado para fazer a ligação entre UFPA e Mosqueiro, UFRA e Terminal Hidroviário, e as universidades. Uma parceria com todas as instituições envolvidas com atividades aduaneiras, como Capitania dos Portos, CDP, Recita Federal, Polícia Federal e ANVISA, juntamente com o Corpo

de Bombeiros, Delegacia Fluvial e Companhia de Policiamento Fluvial, irá garantir segurança, fiscalização e sinalização náutica, além de orientar o estacionamento das embarcações das caravanas fluviais ao longo da Baía do Guajará e do Rio Guamá. 100

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Fórum Pan-Amazônico de

Pesca e Aqüicultura Fotos Elcimar Neves e Eliseu Dias/Ag Pa

Fórum reuniu autoridades, representantes dos países pan-amazônicos, pescadores artesanais e industriais em mesas-redondas, oficinas e a plenária final. A idéia de sustentabilidade aliada ao desenvolvimento do setor permeoutodososespaçosdoevento. Segundo maior produtor de pescado do país, o Pará tem potencial para aumentar ainda mais a sua produção. Debater as formas de alcançar esse objetivo foi a proposta principal do Fórum Pan-amazônico de Pesca e Aqüicultura. Altemir Gregolin, ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, participou do fórum com uma missão em especial: anunciar os investimentos de R$ 65 milhões que o governo federal aplicará no setor pesqueiro paraense a partir deste ano. Esses recursos serão destinados, entre outras coisas, à aquisição de 41 caminhões, construção de 15 fábricas de gelo em pólos de produção, 2.600 tanques de redes para os aqüicultores da

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barragem do Lago de Tucuruí, além da construção dos terminais pesqueiros de Belém e Bragança. "Grande parte da execução orçamentária será feita ainda este ano",afirmouoministro. Altemir enfatizou que esse Fórum, além de oportuníssimo é extremamente importante. "A pesca no Pará tem grande relevância. São 130 mil pescadores que produzem mais de 500 toneladas. Sempre o Pará está em primeiro ou segundo no ranking da produção nacional", disse. Ele destacou a peculiaridade do Estado, que é a predominância da pesca artesanal, como um fator de desenvolvimento social. "Aqui a pesca artesanal

é muito forte, o que é importante para a segurança alimentar", opinou. Gregolin defende a tese de que a Amazônia deve dar prioridade à criação de peixes – a aqüicultura. "Em vez de produzir bois, a região tem que produzir peixes. É uma cultura que não degrada o meioambiente",frisou. O ministro aproveitou para congratular a governadora Ana Júlia Carepa pela criação da Secretaria de Estado de Pesca e Aqüicultura, o que dá mais institucionalidade às políticas públicas para o setor no Estado. "Temos incentivado os governos e as prefeituras a criarem secretarias e diretorias que cuidem da pesca e da O Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, estava lotado 100

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O objetivo do Fórum foi debater sobre os desafios da pesca e da aqüicultura na Amazônia

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aqüicultura", informou. Tramita no congresso nacional um projeto de lei que transformaria a atual Secretaria Especial em um Ministério da Aqüicultura e da Pesca, com forte apoio de deputados da bancada parlamentar paraense. Representando a governadora Ana Júlia Carepa, a secretáriadeAqüiculturaePesca,SocorroPena,lembrou que a criação da Sepaq foi uma demanda da sociedade. "No entanto, mais do que isso, acredito que foi uma decisão política da governadora de incentivar um setor que estava completamente abandonado no nosso Estado, bem como os pescadores artesanais, os seus atoresprincipais",afirmou. Socorro Pena destacou que a atual política estadual para a pesca e a aqüicultura vai além da produção e comercialização de peixes, mas prioriza a sustentabilidade da cadeia produtiva. Uma prova dessa diretriz está no público do fórum: dentre os mais de mil inscritos, a grande maioria é formada por pescadores artesanais. São pessoas como o pescador Ademar Corrêa Caldas, da Associação de Pescadores e Pescadoras Artesanais de Mocajuba, município do BaixoTocantins. Impelidos pela atual escassez de peixe no rio Tocantins, as mais de 300 pessoas associadas apostam na criação de alevinos de tambaquis. Ademar se diz confiante que o Fórum possa trazer mais investimentos à sua produção. "Eu acredito que aqui seja um ponto de partida para direcionar a aqüicultura do Estado.Você cavar os lagos com máquina é uma coisa. Cavar com enxada, no braço, é ruim", relata. Após a solenidade de abertura, Socorro Pena fez o lançamento oficial do "Diagnóstico da Pesca e da Aqüicultura do Estado". Trata-se de um documento de 700páginas,resultadodeumconvênioentreaSepaqea Universidade Federal do Pará (UFPA), cujos

O Fórum teve como principal objetivo reunir representantes de todos os elos da cadeia produtiva de pesca no estado para um amplo debate sobre os desafios da pesca e aqüicultura. O governo do Pará, por meio da Sepaq, mobilizou a sociedade para a discussão do tema, que deve ser um dos destaques da programação do Fórum Social Mundial.

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Maria do Carmo, prefeita de Santarém, no Fórum de Pesca e Aqüicultura

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Socorro Pena, secretária de Estado de Pesca e Aqüicultura, no Fórum Pan-Amazônica de Pesca e Aqüicultura Altemir Gregolim, secretário Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, na abertura do Fórum Pan-Amazônica de Pesca e Aqüicultura

pesquisadores desenvolveram o trabalho. Com o diagnóstico, a política do Estado para a pesca e aqüicultura ganha uma importante ferramenta no seu direcionamento. Ele traz informações acerca da conjuntura atual nas diferentes modalidades de pesca

Claudionor Barbosa, diretor de Pesca da Secretaria de Estado de Pesca e Aqüicultura (Sepaq)

A Mesa Oficial na abertura do Fórum Pan-Amazônica de Pesca e Aqüicultura

(artesanal, industrial, esportiva e ornamental), a frota pesqueira comercial, bem como as tendências e potencial para elaboração de políticas públicas. Os sete temas principais desenvolvidos pelo diagnóstico devem ser publicados posteriormente, em um formato mais acessível para a sociedade em geral. Socorro Pena define-o como um trabalho "concluído, mas não acabado", conclamando os segmentos sociais a ofereceremassuascontribuições.

O cheirinho da Amazônia a seu dispor

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Belém será o destino de cerca de 3 mil índios e índias de todo o mundo que irão debater sobre a realidade dos indígenas do mundo e pedir apoio de toda humanidade para lançar uma campanha em defesa do planeta exploração mineral realizada por empresas como a multinacional brasileira Vale. O alerta é da liderança indígena Nancy Iza, integrante da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA), que reúne movimentos indígenas de toda Pan Amazônia. “A mineração é atualmente o maior e mais grave problema enfrentado pelos povos da região Andina, que além de perder seus territórios já desertificados e improdutivos, onde os leitos de muitos rios foram desviados de seu curso normal, ainda convivem com as doenças provocadas pela substancia tóxica do mercúrio (utilizado na atividade mineral) que contaminaosoloeaságuas”,conta. Diante desta trágica realidade vivenciada pelos indígenas, muita gente ainda não foi capaz de perceber que, ao contrário do que se imagina, a luta destes povos

CAOI: Nosotros somos parte del território

erca de 27% do território amazônico, formadopelosnovepaísesdaPanAmazônia, é ocupado por terras indígenas e 10% de toda a população da América Latina, o equivalente a 44 milhões de pessoas, é composta por 522 povos tradicionais de diferentes etnias. São crianças e adultos protagonistas de uma luta de resistência e que sofrem perdas irreversíveis provocadas pelo capitalismo neoliberal predatório, impulsionado pela expansão das atividades de empresas multinacionais - mineradoras,

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petrolíferas, hidrelétricas, madeireiras, sojeiras, entre outras-,sobreasreservasindígenas. Essa realidade, assim com a campanha mundial em defesa do planeta, está na agenda dos indígenas durante a 9a edição do Fórum Social Mundial, que será realizado de 27 de janeiro a 1º fevereiro, na Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA),emBelém,Pará,Brasil. No Peru, das seis mil comunidades que habitam a Amazônia Andina, três mil estão ameaçadas pela

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Aldalice Otterloo, membro do Grupo de Facilitação do FSM

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Nancy Iza, integrante da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA)

não se restringe à sua soberania e sobrevivência, mas a de todo o planeta. “O problema indígena afeta a humanidade, o Brasil e toda a população amazônica”. A afirmação é de Roberto Espinoza, uma das lideranças que coordena a participação dos povos indígenas no Fórum Social Mundial 2009, que acontece em Belém do Paráde27dejaneiroa1°defevereiro. Como membro da Coordenadora Andina das Organizações Indígenas (CAOI), entidade que desde 2006 encabeça a luta pelos direitos indígenas, Espinoza explica que o FSM 2009 permitirá trazer a público uma realidade que para as comunidades indígenas não é mais novidade.“Com o respaldo do Estado, assegurado por incentivos fiscais e ausência de projetos de preservação ambiental, estas multinacionais se apropriam de forma desenfreada das riquezas naturais daAmazôniaecolocamospovostradicionaisamercêdo capital “neocolonialista”. Transformam as terras indígenas em meras depositárias e exportadoras de matéria prima. No povoado de Oroya, no Peru, 40 crianças foram diagnosticadas com doenças tóxicas, provocadas pelo contato com mercúrio, utilizado na extraçãomineral”,denuncia. Às vésperas do maior encontro da sociedade civil organizada e movimentos sociais, entidades e organizações não governamentais de mais de 150 países, a capital paraense assume, estrategicamente,

seu posto de porta voz de toda a Pan Amazônia para reunir durante seis dias a maior representatividade global dos povos tradicionais de toda a história do FSM, já no seu 9° ano de realização. A expectativa é receber aproximadamente três mil participantes indígenas de diferentes etnias de todo o globo, tanto da Pan Amazônia, quanto de outras partes do mundo como AméricadoNorte,ÁfricaeÍndia. “Vai ser a nossa oportunidade de falar da Amazônia, região para onde o mundo inteiro foca suas atenções, a partir dos povos da Amazônia. Por isso, o nosso grande empenho em garantir que a representação destas comunidades tradicionais seja qualitativa e quantitativa”, ressalta Aldalice Otterloo, membro do GrupodeFacilitaçãodoFSM. Sem dúvida a participação indígena será um marco de toda a mobilização em defesa da vida, da Amazônia e do planeta, conforme orienta a carta de princípios e os 10 objetivos do FSM 2009.Vale ressaltar o fato de que neste cenário altermundista de discussões sociais e ambientais os indígenas se destacam não como oprimidos ou minoria, mas como povo constituído de direitos coletivos, com poder de mobilização e capaz de ir à luta por aquilo que acredita. Embora desrespeitados, estes direitos foram assegurado em 1980 pela Organização Internacional do Trabalho, por meio da Convenio 169 e ainda pela Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU), os quais reconhecem as demandas destes povos e a necessidade de serem consultados sobre qualquer projeto que envolva seus territórios. O lema das lideranças indígenas é vencer a passividade e não mais se calar diante das injustiças e desmandos impostos pelo capitalismo praticado pelos governos e empresas. Mas,paradiscutiredenunciarosagressorese apontar as alternativas diferentes de sustentabilidade, os movimentos indígenas também lutam contra a descriminalização social que ainda recai sobre sua causa. Motivo pelo qual o FSM será um espaço uníssono para mostrar que a mobilização indígena deve ser

abraçada por toda a sociedade e povos do planeta, do contrário, adverte Spinoza, as conseqüências serão catastróficas. “Queremos dar início a uma campanha a favor da vida e da terra. O mundo está em perigo e se a ação das multinacionais, que destroem a Amazônia e outros ecossistemas, vitais para a humanidade, não forem freadas, em dez anos as alterações climáticas e desastres ambientaisvãoserinevitáveis”,prevêSpinoza.

IIRSA Hoje o grande algoz e alvo da resistência indígena é a chamada IIRSA (Iniciativa para a Integração de Infraestrutura Regional da América do Sul), um acordo multilateral firmado em 2000, em Brasília, por 12 países

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da América do Sul com o objetivo de unir e realizar grandes obras de infra-estrutura nas áreas de transporte,telecomunicaçõeseenergianaregião. São ao todo 507 megaprojetos - hidrovias, oleodutos, hidrelétricas e estradas - que vão abranger as áreas indígenas e irão provocar graves impactos sociais e ambientais na Amazônia, como desmatamento, empobrecimento das comunidades locais, incluindo os ribeirinhos, e a migração em massa milhares de pessoas paralocaisqueaindasãoreservanatural. Os investimentos da ordem de 69 milhões de dólares, serão financiados pela Coorporación Andina de Fomento (CAF), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Fondo Financeiro para el Desarrollo Del Cuenca Del Plata (Fonplata).“O projeto foi idealizadosemaparticipaçãodasliderançasindígenase ao contrário de melhorar a vida da população irá multiplicar a ganância das empresas que visam apenas

exportar a nossa riqueza para os países desenvolvidos”, protesta a CAOI, por meio de vários manifestos publicados. A conseqüência de tudo isso já é realidade. A presença das multinacionais mineradoras, das indústrias do agronegócio e até mesmo do agrocombustível defendido com veemência pelo governo brasileiro na Pan Amazônia, têm provocado conseqüências catastróficas como aquecimento global que provoca o degelo dos pólos árticos e dos Andes, a seca na Amazônia, a violência no campo, as migrações humanas, o desaparecimento de populações tradicionais, o desmatamento, poluição e o aumento do buraconacamadadeozônio. Problemas que coincidentemente ou não, começam nas áreas habitadas por povos indígenas. “É por isso que o destino da humanidade esta nas mãos da luta dos índios”,alertaSpinoza.

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Roberto Espinoza, coordena a participação dos povos indígenas no Fórum Social Mundial 2009

No povoado de Oroya, no Peru, crianças apresentam contaminação com chumbo, zinco e cobre

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onald Sinclair

chegada de 2009 marcou o início do Ano do Destino Amazônia para os oito países da região. As previsões de muitos especialistas para o setor de turismo em 2009 apontam para uma redução no volume de viagens, com uma recuperação parcial apenas no último trimestre do ano. Embora o setor de turismo não seja e nem será o único atingido pelos efeitos da recessão global, é preciso que as autoridades amazônicas da área de turismo estejam preparadas para enfrentar a crise econômica com mecanismos adequados. Segundo outros especialistas, a crise não irá afetar de maneira uniforme todos os setores da economia, podendo até mesmo beneficiar alguns destinos turísticos e certas categorias do setor de viagens. A região amazônica se destaca pela natureza, diferencial que constitui a base de um turismo que oferece uma extensa gama de experiências a seus visitantes. A imensidão verde que cobre parte dos territórios da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname eVenezuela é o ambiente perfeito para provar novos sabores, ter contato com culturas diferentes e praticar uma variedade de atividades em contato com a fauna e flora típicas da região – observação de pássaros, trilhas, expedições, escaladas, viagens a barco, etc. –, satisfazendo todos os gostos em matéria de turismo: ecológico, de natureza, cultural,histórico,etc. O desafio da Amazônia é p ro t e g e r, a p ro v e i t a r e desenvolver esses recursos turísticos, oferecendo aos visitantes uma experiência de qualidade, preservando a integridade dos sistemas culturais e ecológicos e maximizando as receitas geradas pelo setor. Essa é a essência do turismo responsáveleumdeverparaaAmazônia.Aregiãoévital para seus habitantes, para seus governos e para o planeta, portanto não se deve arriscar nenhuma abordagem que não a do turismo. Base do sustento de

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boa parte de seus quase 30 milhões de habitantes, o fato de ser fundamental para a geração de receitas nos oitos países que a compõem e para a regulação do clima regional e mundial confirma a obrigação de preservá-la. Ciente da seriedade desse dever, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), vem trabalhando com os Países Membros para assegurar o desenvolvimento integrado e sustentável de todaaregião. Apesar dos desafios econômicos que serão enfrentados em 2009, o setor de turismo da Amazônia não pode permitir que a qualidade dos produtos turísticos oferecidos pela região seja comprometida, afastando-se dos padrões ambientais e de serviços. Na verdade, o surgimento da Amazônia como novo geodestino turístico exige exatamente o oposto, obrigando a OTCA e os países membros a almejar padrões e critérios comuns que sejam tanto rigorosos como adequados às condições particulares da Amazônia. Degradação ambiental, energias renováveis, saúde e saneamento,

Donald Sinclair, coordenador de Turismo da OTCA

assim como preservação cultural são desafios ao turismo que demandam a configuração de um setor que prime pela adoção de boas práticas tanto no contexto ambientalcomonoenergéticoedesaúde. A OTCA está se preparando para lançar uma importante iniciativa nesse sentido, a Primeira Premiação Bianual de Turismo Responsável 2009. Os oito Países Membros da OTCA deverão selecionar os três melhores exemplos de iniciativas de turismo responsável que atuam em seu território. Ao final, uma banca julgadora escolherá os três primeiros colocados, que receberão os prêmios de ouro, prata e bronze. A escolha dos vencedores será anunciadaesteanoemsolenidadedepremiação. *Coordenador de Turismo da OTCA

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PAÍSES AMAZÔNICOS PROMOVEM INTEGRAÇÃO TURÍSTICA

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Apresentação de dança típica da cultura dos povos da Amazônia feita pelo grupo Pellinsky

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inéditacampanharegional"AnodoDestino Amazônia 2009", coordenada pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), foi projetada para destacar o potencial turístico da região e, ao mesmo tempo, estabelecer bases para o desenvolvimento sustentável do setor. Entre os objetivos está a geração de renda para comunidades locais, valorização da cultura, proteção do bioma e diminuição da pobreza. Foi com essa perspectiva que a OTCA programou mais de cem atividades nos oito países que compartilham o bioma amazônico - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela -, entre feiras, exposições, concursos, premiações, festivais gastronômicos, festas populares e competições esportivas. Essa preocupação

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com o desenvolvimento sustentável do turismo na região amazônica surgiu a partir da constatação de que, atualmente,apenas0,05%dosturistasestrangeirosque viajam pelo mundo escolhem a Amazônia como destino. Para promover o “Ano do Destino Amazônia 2009”, a OTCA realizou recentemente a exposição“A Amazônia e o Mundo”, que teve como palco o Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília (CET/UnB), na capital federal. Entre as autoridades presentes estava a Diretora de Relações Internacionais do Ministério de Turismo do Brasil, ministra Gláucia Gauch, que defendeu a coordenação de ações para fortalecer a Amazônia no turismo mundial. "Temos meios de preparar a região amazônica para ser um excelente destino internacional,

Artista amazônico: A Amazônia e o Mundo

respeitados uma política pública consistente de desenvolvimento das atividades turísticas e o desenvolvimento sustentável da atividade na região, que respeite a cultura, a natureza e as tradições locais", afirmouadiplomataduranteoevento. Para Gauch, potencializar o turismo na Amazônia é uma iniciativa que deve ser trabalhada por cada país da região individual e conjuntamente, como mais uma porta a abrir o continente ao resto do mundo. A Diretora de Relações Internacionais do MTur destacou também que a América do Sul é prioridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e em particular do Ministério do Turismo do Brasil, lembrando também que a maioria

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Gláucia Gauch, diretora de Relações Internacionais do MTur

dos turistas internacionais que circulam pelo mundo faz viagens intra-regionais. E essa tendência se repete nos países sul-americanos que enviam ao Brasil anualmente a mesmaquantidadedeturistasqueenviamparaaEuropa. Na exposição itinerante sobre as atrações e os produtos turísticos da região Amazônica compartilhada pelas oito nações, representantes da OTCA e dos Ministérios deTurismo dos oito Países Membros apresentaram a Amazônia como uma das regiões de maior diversidade biológica do mundo e riqueza cultural única, habitada por cerca de 400 povosindígenas,populaçõestradicionaisecomimportantescentrosurbanos. Em seu discurso, o Secretário-Geral interino da OTCA, Francisco Ruiz, afirmou que o turismo é uma prioridade na agenda de trabalho da entidade. "A atividade turística apresenta uma grande oportunidade para o desenvolvimento econômico da região comcritériosdesustentabilidadeambientaleinclusãosocial",afirmou. Já o Coordenador deTurismo da OTCA, Donald Sinclair, considerou que 2009 será cheio de desafios. "Embora a crise financeira internacional crie dificuldades para o setor turístico, pode ser uma oportunidade para a OTCA", avaliou. Segundo especialista da Organização Mundial do Turismo (OMT) citado pelo coordenador, o setor sofrerá o impacto da crise nos primeiros nove meses de 2009, mas haverá uma recuperação no últimotrimestredoano. Diante dessa constatação, a ministra Gauch enfatizou que neste momento de crise internacional, um trabalho conjunto dos países da região e, por extensão, de todos os demais países sul-americanos poderá ajudar a superar problemas econômicos e a criar oportunidadesdecrescimentodedesenvolvimentoparatodaaregião.Elalembrouque nos últimos anos, os investimentos em infra-estrutura nos nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão)somarammaisdemeiobilhãodereais. Para o Sinclair, elevar a região amazônica como destino turístico internacional parte de três imperativos: aliviar a pobreza, aumentar a renda nacional e proteger o meio ambiente. "É importante também aumentar a consciência sobre o valor do bioma", completou. Presente na exposição, o encarregado de Negócios da embaixada do Peru, César de las Casas, também destacou a importância da iniciativa. O senador Jefferson Praia, do estado do Amazonas, e a Diretora do CET/Unb, Núbia David Macedo, entre outros convidados,estiverampresentesnoevento.

Francisco Ruiz, afirmou que o turismo é uma prioridade na agenda de trabalho da OTCA

Donald Sinclair, coordenador de Turismo da OTCA, considerou que 2009 será cheio de desafios

Público presente no CET/UnB

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(*) Assessora Técnica da OTCA

stimativas disponíveis mostram que o setor de Turismo contribui com aproximadamente 5% do total de emissões globais de carbono. Esse fato tem motivado atores do setor a inserir a questão nas discussões relacionadas ao desenvolvimento doTurismo e a buscar a adoção de estratégias e mecanismos inovadoresquepossibilitemreduziressasemissões. O inicio desse debate em nível internacional data de

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Perspectivas do Turismo e as Mudanças Climáticas na Amazônia

2003, quando foi realizada a primeira Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas e Turismo, na cidade de Djerba, na Tunísia. A partir desse encontro, originou-se uma série de orientações aos diversos atores do setor no sentido de incorporar aspectos vinculados às mudanças climáticas nas discussões relacionadas ao desenvolvimento do Turismo no mundo. Consequentemente, diversos grupos de trabalho e redes de atores internacionais foram criados com o objetivo de gerar informação e conhecimento sobre a relação entre essesdoisfatores. Em 2007, foi realizada a segunda edição da Conferência sobre Mudanças Climáticas eTurismo. Dessa vez, gerouse um dos principais documentos norteadores para o desenvolvimento do setor e suas ações para enfrentar os desafios das mudanças no clima. Nessa conferência, em que participaram agentes de Turismo, foi estudada a evolução do tema e definidas as orientações para o futuro à luz dos rápidos avanços científicos, da realidade dos mercados e da sensibilização crescente no mundo sobreasquestõesreferentesaoclima. A Declaração de Davos expressa o resultado dessas discussões, nas quais se reconhece a importância de adotar urgentemente um conjunto de políticas para promover o turismo sustentável e formas de viajar que considerem o fator mudança climática. Assim, foram

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geradas recomendações a serem adotas por todos os agentes do setor de Turismo com o objetivo de atingir uma neutralidade em carbono, especificamente aos governos nacionais, organismos internacionais, setor turístico e destinos, consumidores e redes de pesquisa e comunicação. A Declaração de Davos foi referendada na Reunião Ministerial da Organização Mundial do Turismo, realizada em 2007, no Reúno Unido, sendo que os ministros de Turismo instaram a todos os agentes do setor a seguir suas recomendações. Posteriormente, na resolução da XVII Assembléia Geral da Organização Mundial do Turismo, o tema foi abordado, tendo sido reiterada a importância de definir para o setor medidas de consenso orientadas a abordar as mudanças climáticas, sem perder de vista as demais prioridades, especificamenteamitigaçãodapobrezaeacontribuição doturismoparaalcançarosobjetivosdoMilênio. A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica – OTCA, a partir dos mandatos recebidos de seus Países Membros, iniciou a implementação de uma iniciativa orientada a elevar o perfil do turismo na região Amazônica, denominada “Ano do Destino Amazônia 2009”, que conta com o apoio técnico e financeiro dos governos da Holanda e Alemanha. Essa iniciativa tem buscado incorporar e considerar as preocupações e visões existentes na região, dentro das quais se destaca a preocupaçãocomasmudançasclimáticas. Como parte do processo de acompanhamento das discussões internacionais relacionadas ao setor, a OTCA tem participado do Foro de Reflexão realizado durante as celebrações do Dia Mundial doTurismo, que em 2008 ocorreu no Peru, com o objetivo de fomentar o conhecimento da comunidade internacional sobre a importância do Turismo e de seus valores sociais, culturais, políticos e econômicos. Esse foro adotou como tema central de discussão o desafio enfrentado pelo setoremrelaçãoàsmudançasclimáticas. Assim, o processo de discussão em curso mostra a importância das iniciativas do setor turístico de considerar as questões ambientais. Entretanto, é relevante mostrar que os nossos países mantêm a discussão do tema no marco da Convenção das Nações Unidas para a Mudança Climática (UNFCCC), e que em decorrência do processo de negociação, orientações específicas podem ser geradas para o setor turístico comopartedeumacordoglobal. Ciente do desafio, a OTCA acompanha as discussões globais visando identificar limitações, oportunidades e colhendo insumos para o processo de tomada de decisão de seus Países Membros. Evidentemente, o processo de negociação global em andamento, que terá em Copenhague, na Dinamarca, um de seus momentos cruciais, será decisivo para os avanços do setor turístico emrelaçãoaotemanaAmazônia.

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Secretários de Turismo definem estratégias para o setor durante a FITA

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efinir estratégias que venham estimular o crescimento da atividade turística e desenvolvimento do setor, fortalecendo os estados no mercado nacional e a posição do DestinoBrasilnoexterior.Comesseobjetivofoirealizada a 47ª Reunião do Fornatur (Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais deTurismo), durante a 4ª FITA (Feira Internacional deTurismo da Amazônia) no Hangar–CentrodeConvenções. Na pauta da reunião, estiveram o lançamento da nova campanha publicitária voltada para o mercado interno, o Prodetur e a promoção dos atrativos e destinos brasileiros no mercado internacional. Além dos secretários e dirigentes estaduais, o encontro também

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Ministro do Turismo, Luiz Barretto, ladeado por Ann Pontes e Bismarck Maia

contou com a participação do ministro do Turismo, Luiz Barreto; do secretário nacional de Políticas de Turismo, Airton Pereira; do diretor do Prodetur (Programa de Desenvolvimento do Turismo), Frederico Costa; e da presidentedaEmbratur,JeaninePires.

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Reunião do Fornatur

egundo o secretário nacional de Políticas deTurismo do MTur, Aírton Pereira, falou da nova campanha publicitária criada com o intuito de promover, incentivar e fortalecer o mercado interno. Serão exibidos filmes de 30 segundos mostrando diversos atrativos do país em cada um dos segmentos turísticos. A campanha conta com o apoio da Infraero.“Nossa expectativa é consolidar durante este verão 2008/2009 um número muito maior de brasileiros viajando pelo Brasil”, afirma. “Com a campanha queremos mostrar que conhecer o Brasil é muito mais do que lazer, mas uma experiência”, completa. O diretor do Prodetur, Frederico Costa, falou das mudanças na apresentação de projetos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a captação de recursos.“Conseguimos fazer com que o BID abra mão das visitas in loco, que antes era um prérequisito, uma exigência. Agora, caso o estado já esteja com a proposta adequada, pronta para apresentação, pode ser levada diretamente a sede do banco em Washington”,explica. Já a presidente da Embratur, Jeanine Pires, esclarece

acerca da verba descentralizada para a promoção e marketing dentro do Plano Aquarela. “Será feita a formatação da grade de produtos internacionais, composta por todos os estados, que estarão separados por produto e país selecionado, obedecendo aos cinco segmentos turísticos considerados como prioritários: Sol e Praia; Cultural; Negócios, Eventos e Incentivos; Esportes; e Ecoturismo e Aventura”, garantiu. O prazo para apresentação das propostas se encerra no próximo dia10dedezembro. Para a presidente da Paratur, Ann Pontes, o momento é de avaliaroquejáfoifeito,eoqueaindaprecisaserrealizado, principalmente, no estímulo a fidelização do turista brasileiro. Ela também destacou o convênio firmado entre Paratur e Banco da Amazônia para a criação do Programa Viva-O-Pará.“O grande mote do programa é o cartão que proporciona até 30% de descontos nas tarifas da rede hoteleira, ao turista que viaja dentro do Estado, e num segundo momento queremos atingir também as companhiasaéreas.Alémdisso,oprogramairáfacilitaras linhas de crédito a esse empresário que aderir ao programajuntoaobanco”,explica. O presidente do Fornatur, Bismarck Maia, ministro Luiz Barretto e Ann Pontes

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No lançamento e Assembléia de Fundação da Adetur Amazônia

O LANÇAMENTO DA

ADETUR AMAZÔNIA s secretários e dirigentes estaduais de Turismo da região Norte em Coletiva de Imprensa, no Hangar - Centro de Convenções, anunciaram oficialmente o lançamento e a Assembléia de Fundação da Agência de Desenvolvimento do Turismo da Macrorregião Norte – Adetur Amazônia, durante a IV FITA - Feira Internacional deTurismodaAmazônia.

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A diretoria Depois te ter seu estatuto aprovado, foi eleita por consenso, uma diretoria provisória pelo período de 120 dias. José Raimundo Morais, do Acre, foi o presidente eleito. A gestão da ADETUR será composta por sete cargos diretivos da iniciativa privada, além do presidente, o vice com mais cinco diretores. A Agência terá uma sede administrativa e fiscal em Brasília (DF) e outra de representação que acompanhará a cidade do presidente. "Esperamos desenvolver de forma constante o turismo em todos os Estados do Norte do país e, assim tornar a ADETUR Amazônia uma referência de representatividade e propulsão do turismo da região" – disse José Raimundo, que também é também 22| REVISTA AMAZÔNIA

presidente do Acre Convention & Visitors Bureau e da ABAV-AC.

A diretoria provisória: Presidente: José Raimundo da Silva Morais, empresário do setor de agência de viagem, representando o Acre Convention&VisitorsBureau; Vice-presidente: Roberto Simão Bulbol, empresário hoteleiro, representando a Associação Brasileira da IndústriadeHotéisdoAmazonas. Diretores: Orlando Largo Rodrigues, empresário do setor hoteleiro, representando o Belém Convention & Visitors Bureau; Shirley Cabral de Brito, empresária do setor de agência de viagem, representando a Associação Brasileira de AgenciasdeViagensdoEstadodeRoraima; Lucio Flavo Marini Adorno, geógrafo, representando a UniversidadeFederaldoTocantins–UFT; Dárius Augustus Vaquer Araújo, turismólogo, representando a Associação Brasileira de Bacharéis de TurismodoEstadodeRondônia; Rosangela Augusto Chagas de Lima, administradora, representando a Associação Brasileira de Agências de ViagensdoEstadodoAmapá

Cassiano Marques de Oliveira, secretário de estado de Esporte, Turismo e Lazer do Acre

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O que é Adetur Amazônia?

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Na diretriz de descentralização do Plano Nacional de Turismo é prevista uma instância de governança das cinco macrorregiões do país. Articulada para sua criação desde setembro de 2007, durante reunião do Fornatur/NO em Macapá (AP), a Agência de Desenvolvimento do Turismo da Macrorregião Norte nasce com o objetivo de fomentar o turismo integrado da região Norte do Brasil, exercendo gestão estratégica e compartilhada por meio de programas, projetos e ações de interesse comum aos Estados que a integram. É uma organização público-privada que também visará a promoção e comercialização dos produtos turísticos da macrorregião. A implantação da Adetur Amazônia é fruto de convênio firmado entre o Ministério de Turismo e a Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux, com apoio de todos os secretários e dirigentes estaduais deTurismo da região Norte, secretários e dirigentes municipais das capitais, representantes do trade, de instituições financeiras e do Sebrae. Depois de oficializada, caberá aos seus dirigentes o comando da entidade. A assembléia geral da Adetur Amazônia será composta por 17 integrantes de empresas privadas e 17 de públicas. Uma grande novidade será a participação de um representante de comunidade indígena e um de associaçãocomunitária.

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Diretoria da Adetur Amazônia, ao centro seu primeiro presidente

O 1º presidente José Raimundo da Silva Moraes, foi eleito o primeiro presidente da Adetur Amazônia – Agência de Desenvolvimento do Turismo da Macrorregião Norte, ele é o titular da Acre Convention.

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Nova espécie de sapo

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Libélula azul na cachoeira do Desespero

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PARNA de Tumucumaque foi criado em 2002 para proteger a fauna e flora da região, localiza-se no noroeste do estado do Amapá, e tem uma área de 3.882.120,00 hectares, é a maior unidade de conservação do mundo em área de floresta tropical, o que equivale à superfície do estado do Rio de Janeiro e é maior que os estados de SergipeeAlagoasjuntos. O Tumucumaque abrange uma vasta região que se distribui pela fronteira norte do Brasil, no Estado do Amapá, além de uma pequena porção do Estado do Pará, na margem direita do rio Jari. É região de clima quente e úmido, dominada pela floresta tropical densa. Na porção centro-norte do parque a floresta é de alto porte e cobertura uniforme, com núcleos esparsos de árvores emergentes. As espécies que mais se destacam são maçaranduba, maparajuba, cupiúba, jarana, mandioqueira, louros, acapu, acariquara, matamatás, faveiras,abioranas,tauarietachi. Na região da Serra Lombarda, porção leste da área proposta, a floresta é exuberante e rica nas áreas de relevo residual, com porte alto e espécies emergentes. São características desta área os matamatás, breus, abioranas, cupiúba, jarana, acariquara e maçaranduba. Algumas espécies constituem grupos gregários nesta região, como acapu, apazeiro, cedrorana, pracachi, piquiá, tauari, e outras. No bloco oeste da área do parque, a floresta densa, com árvores emergentes, domina as porções mais movimentadas do relevo local (a serra do Tumucumaque). Ela varia entre floresta de alto porte, com predominância de angelim-pedra, maçaranduba e sorva e floresta de baixo porte, com bastante faveiras, quarubas e matamatás. Nas áreas de relevo dissecado, a floresta densa, com árvores emergentes e alto porte é caracterizada pela maçaranduba, maparajuba, tauaris, faveiras e alguns angelins. Nos vales o açaí, o anani e as ucuubas dominam. Em trechos de solo mais pobres ou rasos, ocorre uma floresta de baixo porte. Nas proximidades do rio Jari, ocorrem manchas de florestas do tipo aluvial, com bastante ingá e faveiras ocupando os terraços, em meio à floresta dos terrenos ondulados. Também observam-se afloramentos rochosos com vegetação de arbustos e gramíneas (carrasco). Nos morros do tipo "pão-de-açúcar" a vegetação é esparsa e com predominância de bromeliáceas e cactáceas. Tumucumaque tem uma fauna muito rica e pouco estudada, que vai desde espécies espetaculares de mamíferos, como os grandes carnívoros (a onça e a

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Fotos WWF-Brasil / Zig KOCH

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Montanhas do Tumucumaque

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Minúsculo lagarto coletado em expedição de pesquisa

Foram encontrados 228 de répteis e anfíbios Ramilton Farias

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Lagarto com cauda de uma cor inusitada

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tanhas do Tumucumaque Cristiano Fernandes Ferreira

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sussuarana)eprimatasraros(cuxiu),cujaspopulaçõesestãobastante reduzidas em outras regiões até as araras, marianinhas, jacus, beijaflores multicoloridos, como o beija-flor-brilho-de-fogo e grandes pássarosfrugívorosdacopadafloresta,taiscomooanambé-militar,o pássaro-boieogainambé. A região abriga as nascentes de todos os principais rios do Amapá, com destaque para o Oiapoque, o Jari, e o Araguari. O Oiapoque faz a fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, tendo um traçado retilíneo, encaixado em extensa fratura tectônica. O rio Jari constitui a divisa entre os estados do Pará e Amapá e o rio Araguari é o principal curso d´água do Amapá, gerando energia e fornecendo água para abastecimento urbano. Dois divisores de águas se destacam na área doParque:aserradoTumucumaqueeaserraLombarda.

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Alvorada no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque-AP, junto ao Rio Araguari

Morros residuais do tipo pão de açúcar (inselbergs) se destacam na paisagem da região oeste do parque. Os solos predominantes são de baixa fertilidade natural. O Estado do Amapá apresenta uma baixa ocupação humana como um todo, que se concentra na região da Capital. A área onde está sendo proposta a criação do Parque Nacional das Montanhas de Tumucumaque é inteiramente despovoada, não ex i s t i n d o a g l o m e ra d o s u r b a n o s e m s e u i nte r i o r. A distância das sedes dos municípios até o limite mais próximo do parque é grande (Pedra Branca - 65 km; Serra do Navio - 52 km; Laranjal do Jari - 182 km; Oiapoque - 45 km; Calçoene - 85 km; distâncias em linha reta) e não existem acessos rodoviários - as poucas e precárias estradas existentes não chegam até os limites da área.

Aspectos físicos e biológicos

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-Clima O clima é classificado como tropical quente úmido, com temperatura médiade25ºceprecipitaçõesvariandode2000à3250mmanuais.

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-Relevo Situado na unidade de relevo das depressões da amazônia

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Bombacaceae

Bignonianceae Sapindaceae

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setentrional, com porções dos planaltos residuais do nortedaamazônia. -Vegetação O parque existem florestas primárias intocadas. A floresta amazônica na região é classificada como floresta ombrófila densa submontana. Nos morros do tipo Pãode-açucar, a vegetação é esparsa, com predominância de bromeliáceas e cactáceas. as principais famílias encontradas na região são bignonianceae, bombacaceae, euphorbiaceae, moraceae, sterculiaceae, lauraceae, vochysiaceae, sapotaceae, lecythidaceae, leguminosas, combretaceae, anacardiaceae, rubiaceae, meliaceae,sapindaceae,annonaceaeearecaceae. -Fauna Tumucumaque possui uma fauna exuberante, que vai desde grandes carnívoros, como a onça-pintada e a suçuarana, até beija-flores multicoloridos, como o beija-flor-brilho-de-fogo.espéciesimportantescomoo

joão-rabudo e o papa-moscas. Também podem ser encontradas no parque: Entre os primatas pode-se encontrar o macaco-de-cheiro, o macaco-prego, o cuxiú,oparauaçu,oguaribaeomacaco-aranha. *Fonte: Ibama Macaco aranha

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Onça parda, suçuarana

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Expedição Jari

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Expedições revelam revelam riqueza Expedições riquezado doPNMT PNMT

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Uma equipe composta por representantes do Ibama, do WWF-Brasil, dos índios Wajãpi e de moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Iratapuru, fez uma expedição de três semanas pelo médio e alto curso do rio Jari, dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque – PNMT, a maior área protegida em faixatropicaldomundo,em2005. Uma equipe de apoio à expedição, que havia iniciado a subida pelo rio Jarí, chegou à aldeia Mukuru, na Terra Indígena Wajãpi. Deste ponto, a expedição partiu rio acima, iniciando a incursão dentro do parque nacional.

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Pequena índia Waiãpi

A equipe composta por representantes do Ibama, do WWF-Brasil, dos índios Wajãpi e de moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Iratapuru na expedição de três semanas pelo médio e alto curso do rio Jari, dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, a maior área protegida em faixa tropical do mundo

A expedição desejava obter informações sobre a geomorfologia da região, identificar eventuais invasões, especialmente de garimpeiros, e coletar amostras de água do Jari e de alguns de seus tributários para verificar se há contaminação decorrente de atividade garimpeira. As informações coletadas estão sendo utilizadas na elaboração do plano de manejo do parque, documento que, como o nome indica, define o planejamento da conservação e das demais atividades permitidas em seu interior, como o ecoturismo, e as condições em que se darão.

Fronteira natural entre os estados do Amapá e Pará, o rio Jari é a principal via de penetração a uma das regiões mais remotas da Amazônia, que até a década de 1960 era controlada por povos indígenas da região. Segundo informações de Christoph Jaster, chefe do PNMT, esse pedaço do rio Jari foi percorrido até seu alto curso apenas por índios e, possivelmente, por garimpeiros. A exceção foi a passagem de uma expedição enviada pela Alemanha nazista que, com o apoio do governo brasileiro, percorreu o Jari e alguns afluentes entre 1935

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e 1937, coletando informações sobre fauna, flora e culturas indígenas. Essa viagem resultou no livro “Mistérios da caverna na floresta virgem” (Rätsel der Urwaldhölle, no original em alemão), escrito por Schulz-Kamphenkel, que descreve detalhes da incursão poresseinóspitopedaçodaAmazôniabrasileira.

Outras Expedições Cerca de 660 espécies da fauna e flora foram encontradas em quatro expedições científicas ao Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (Parna), entre setembro de 2004 e novembro de 2005 foram percorridos quase 4.000 quilômetros, vários deles até

WWF-Brasil / Zig KOCH Uma das maiores áreas protegidas do mundo, o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque é uma das unidades de conservação contempladas pelo programa ARPA (Áreas Protegidas da Amazônia), do governo federal. Uma equipe composta por representantes do Ibama, do WWF-Brasil, dos índios Wajãpi e de moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Iratapuru realizou em agosto de 2005 uma expedição de três semanas pelo médio e alto curso do rio Jari, dentro do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT).

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No PNMT O livro de Schulz-Kamphenkel, também virou filme

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PARNA de Tumucumaque é o maior parque de floresta tropical do mundo

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então conhecidos apenas por imagens aéreas. Cada expedição durou, em média, 21 dias. Essas expedições geraram muitas informações sobre a biodiversidade de um dos locais menos estudados do planeta, incluindo registros de espécies ainda não catalogadas no Brasil e animaisameaçadosdeextinção. O objetivo era mapear a riqueza biológica do local, para que os dados pudessem subsidiar as políticas de conservação e a elaboração do plano de manejo do Parna. As expedições foram realizadas por especialistas

do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), analistas ambientais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Amapá (Ibama) com o apoio da organização não-governamental ConservaçãoInternacional(CI-Brasil). Mais de 47 espécies de mamíferos não voadores, entre eles a onça-pintada e o macaco cuxiú (Chiropotes satanas), ameaçado de extinção, foram catalogadas desde a primeira expedição que aconteceu em outubro de 2004. As quatro expedições ao Parque Nacional do Tumucumaque registraram 46 das 150 espécies de morcegos conhecidas na Amazônia. Os pesquisadores encontraram, ainda, mais de 32 espécies de sapos e rãs, 27 espécies de lagartos, 24 de cobras, sendo que duas ainda não haviam sido catalogadas no Brasil. Para Jucivaldo Lima, herpetólogo (especialista em répteis e anfíbios), os números registrados até o momento colocam o estado do Amapá como uma das

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Nascentes de vários rios estão no Tumucumaque

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áreascommaiorriquezadeespéciesderépteiseanfíbiosna Amazônia brasileira. Segundo a botânica Adriana Lobão, o que mais impressionou nas florestas do Parque foi o alto grau de preservação e a grande diversidade, com um elevado número de espécies raras. Foram encontradas espéciesdeárvorescomaté3,5metrosdediâmetro. Enrico Bernard, gerente do programa Amazônia da CIBrasil, destaca a importância dessa iniciativa para a região. “Essas expedições fazem parte de um projeto que está sendo feito no Corredor de Biodiversidade do Amapá, uma região considerada por especialistas de extrema importância para conservação e que até então, tinha sua biodiversidadepoucoconhecidaepesquisada”. O Amapá, em relação a seus vizinhos na Amazônia, é o estado que tem menor taxa de desmatamento, muito inferior à média da região. Cerca de 90% do território tem sua cobertura vegetal intacta e 56% do estado encontra-se protegidoporunidadesdeconservação.

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Planície de inundação em Molocopote REVISTA AMAZÔNIA |31

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US$ 1 bilhão para o

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Observando o trabalho do seringueiro na Floresta Nacional do Tapajós

primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, formalizou em solenidade no Palácio do Planalto, a primeira doação para o Fundo de Preservação e Conservação da Amazônia, criado para captar recursos nos mercados interno e internacional e aplicá-los em programas de desenvolvimento sustentável, em pesquisa e inovação tecnológica e na conservação da biodiversidade da Região. O governo norueguês anunciou que suas doações devem totalizar US$ 1 bilhão até 2015,

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condicionadas à manutenção dos esforços brasileiros para conter o desmatamento. O primeiro aporte foi de US$ 20 milhões e ao longo dos próximos doze meses está garantido o depósito de mais US$ 120 milhões, somandoUS$140milhõesnoprimeiroanodoFundo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu os noruegueses em nome do povo brasileiro e elogiou a iniciativadopaísnórdico: "O dia em que cada país desenvolvido tiver a mesma atitude que teve a Noruega teremos a certeza de que o

aquecimento global vai diminuir", afirmou Lula, referindo-se ao formato do Fundo, que não reserva assento aos doadores e que será gerido exclusivamente porbrasileiros,deformaautônomaesoberana. Jens Stoltenberg elogiou os esforços do governo brasileiro em conter o desmatamento e reconheceu a relevância desta luta na batalha contra o aquecimento global. "As medidas de combate ao desmatamento podem nos trazer as maiores, mais rápidas e mais baratas reduções

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Fundo Amazônia

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Fotos Tamara Saré / Ag. Pará; Jefferson Rudy/MMA e Roosewelt Pinheiro/ABr

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Os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e das Relações Exteriores, Celso Amorim, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes de reunião com o primeiro-ministro da Noruega, Jeans Stoltenberg

na emissão de gases de efeito estufa. A Noruega apóia o governo brasileiro e seus esforços para preservar a Amazônia.Estamosmuitofelizesdesermosparceirosdo Brasilnocenáriomundial",afirmouoprimeiro-ministro. A idéia do Fundo foi lançada pelo Ministério do Meio Ambiente brasileiro há um ano, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas realizada em Bali. Ele foi apresentado como alternativa para conservação da cobertura florestal remanescente em todo o mundo. O Brasil decidiu se antecipar a um acordo multilateral e instituir o Fundo para a Amazônia sem qualquer ingerência dos doadores ou de representantes da comunidade internacional. O Fundo é privado e seus

Ana Júlia Carepa , Carlos Minc e Jens Stoltenberg antes do embarque com destino à Alter do Chão

recursosestãoisentosdeimpostos. "Fomos nós que criamos as regras, que vamos administrar os recursos e definir onde eles serão aplicados. As doações podem ser feitas livremente, mas nós só poderemos aplicar o equivalente a US$ 5 por cada tonelada de carbono que deixou de ser emitida porque a floresta ficou em pé. Esse cálculo será feito anualmente. Como em 2006 nós evitamos, com a queda do

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Ministro Carlos Minc e Primeiro Ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, durante visita a Floresta Nacional do Tapajós em Santarém-PA

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desmatamento, a emissão de 200 milhões de toneladas, poderemos usar, no primeiro ano, US$ 1 milhão de dólaresdoFundo",explicouoministroCarlosMinc. As diretrizes e prioridades pela aplicação dos recursos do Fundo serão definidas em outubro pelo Comitê Orientador, que será composto por nove representantes do governo federal, um representante de cada um dos estados da Amazônia Legal que possuam Plano Estadual de Prevenção e Combate ao Desmatamento Ilegal e seis representantes da sociedade civil. Responsável pela gestão do Fundo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, explica que a idéia é apoiar atividades alternativas que sustentem as populações na região com renda satisfatória, para que elas sejam deslocadas das atividades de desmatamento para práticas produtivas sustentáveis. Também está previsto investir no desenvolvimento tecnológico em ajuda aos estados da Região para monitorar e aperfeiçoar mecanismosdecontroleambiental. "O nosso horizonte é a possibilidade de desenvolver, de garantir vida digna para 15 milhões de pessoas que moram na Amazônia sem destruir o ecossistema e o bioma. Sem recursos importantes, manejo e desenvolvimento sustentável, a guerra contra o desmatamentonãoprosperará",definiuCarlosMinc. DepoisdasolenidadenoPaláciodoPlanaltoedoalmoço em homenagem oferecido pelo governo brasileiro no

Palácio do Itamaraty, Jens Stoltenberg e a comitiva norueguesa seguiram para Santarém onde, ciceroneados pelo ministro Carlos Minc, visitaram a

Floresta Nacional do Tapajós e alguns projetos de conservação e de desenvolvimento sustentável com potencialdereceberrecursosdoFundo.

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Primeiro Ministro da Noruega, Jens Stoltenberg no aeroporto de Santarém

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Na Floresta Nacional do Tapajós

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Caixa só financiará empreendimentos com uso de madeira legal

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Madeira Legal

ntrou em vigor no último dia 1º de janeiro de 2009, o Acordo de Cooperação Técnica para Ação Madeira Legal firmado entre o Ministério do Meio Ambiente, o Ibama e a Caixa EconômicaFederalparagarantirousodemadeiranativa de origem legal nos empreendimentos financiados pelo banco. De acordo com o Coordenador Geral de Gestão dos Recursos Florestais do Ibama, José Humberto Chaves, o acordo de cooperação visa coibir o uso de madeira de origem ilegal nas obras e empreendimentos financiados pela Caixa, definir medidas para comprovar a origem legal das madeiras utilizadas nesses empreendimentos, implantar ações e procedimentos visando garantir a origem legal das madeiras utilizadas, criar uma lista das construtoras inadimplentes ou que descumprirem as regras definidas para a comprovação da origem legal da madeira nativa utilizada na construção e desenvolver açõeseducativasparaousodemadeiralegal. Ao Ibama caberá, dentre outros, disponibilizar acesso e treinamento ao Sistema DOF - módulo de consulta - aos empregados da Caixa autorizados, realizar a autuação das empresas que não apresentarem os documentos de

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comprovação da origem legal das madeiras à Caixa e de divulgaraaçãojuntoaosetordeconstruçãocivil. É importante que as construtoras e demais entidades organizadoras de empreendimentos habitacionais procurem a Unidade do Ibama mais próxima em caso de dúvidas para adquirir madeira de origem legal. É preciso salientar sobre a necessidade das construtoras estarem inscritas e regulares no Cadastro Técnico Federal para poderem movimentar madeiras no Sistema DOF ou no

SistemaEletrônicoEstadualintegrado. A partir de janeiro será exigida a apresentação do Documento de Origem Florestal – DOF, junto à Caixa pelas construtoras e entidades organizadoras e os casos de inadimplência serão encaminhados para averiguação pelo Ibama, afirma Chaves. Maiores informações sobre como obter o DOF podem ser encontradas na página do Ibama na Internet (www.ibama.gov.br).

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INPE e IRD firmam acordo na área espacial Fotos Ricardo Stuckert/PR

or ocasião da visita do presidente francês Nicolas Sarkozy ao Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Institut de Recherche por le Développement (IRD) firmaram Memorando de Entendimento para ampliar e aprimorar a cooperação mútua em áreas específicas da ciência,tecnologiaeinovaçãoespaciais. Gilberto Câmara e Michel Laurent, respectivamente diretores do INPE e do IRD, participaram da solenidade em que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy assinaram acordos bilaterais, no Copacabana Palace,RiodeJaneiro. Em breve, através de suas estações de sensoriamento remoto instaladas em Cuiabá e Cayenne, na Guiana Francesa, INPE e IRD irão disponibilizar imagens dos satélites CBERS, SPOT e ENVISAT para o desenvolvimento de pesquisas na área de monitoramentodeflorestastropicais.

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O Memorando

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O memorando de entendimento firmado entre o INPE e o IRD pretende promover o acesso livre a dados de satélites; ampliar o conhecimento científico e a capacitação com o intercâmbio de estudantes, pesquisadores e técnicos; e cooperar, no interesse comum, para compreender e solucionar problemas sobre o uso do sensoriamento remoto para o desenvolvimento sustentável e pacífico.

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Amazônicaparaatividadesdepesquisaeexploraçãodos recursos genéticos do bioma amazônico, acesso aos conhecimentos tradicionais e o desenvolvimento de produtos, com a repartição justa e eqüitativa dos benefíciosgerados. "A concepção é que só se protege bem o que se conhece bem", disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, após a reunião, no Copacabana Palace, Rio de Janeiro. De acordo com o ministro, foi enfatizado que é importante que comecemos logo um centro de pesquisas que dê origem a uma universidade, com pesquisadores franceses e brasileiros para o estudo da biodiversidade daAmazôniabrasileiraedafrancesa. Segundo Minc, o centro será um núcleo de pesquisa dos dois países voltado à execução de projetos científicos conjuntos e à formação de profissionais. Regularização fundiária, zoneamento ecológico-econômico também estão entre os estudos do acordo. O local mais apropriadoparaasinstalaçõesaindanãofoidefinido.

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O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e o presidente Lula durante assinatura de acordo na área de Defesa que prevê a construção de helicópteros militares e submarinos

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O Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas, que pretende reduzir em 71% o desmatamento da Amazônia até 2017

Também é objetivo aprofundar a compreensão mútua de questões científicas, econômicas e sociais nas seguintes áreas: impacto da degradação do meio ambiente na epidemiologia; monitoramento e avaliação das mudanças de cobertura terrestre; gerenciamento de recursos naturais e diversidade biológica; modelagem e monitoramento hidrológico; planejamento urbano; adaptação da sociedade às mudanças climáticas; gerenciamento integrado da zona costeira; gerenciamento sustentável das florestas; construção de bancos de dados para apoio a convenções

internacionais sobre meio ambiente; e impacto das atividadeshumanassobreoclima. Para isso, os institutos brasileiro e francês devem promover a compatibilidade nos processos de coleta, análise, arquivamento e disseminação de informações ambientais, para que os dados possam ser facilmente acessados,analisadoseintegrados.

Minc e o acordo Carlos Minc, elogiou as parcerias para a Amazônia e à criação do Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade

Metas de redução do desmatamento O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou as metas do Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas, que pretende reduzir em 71% o desmatamento da Amazônia até 2017, em relação aos valores observados entre 1996 e 2005 - isso representa menos 4,8 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa emitidos na atmosfera. Sarkozy elogiou o plano brasileiro e se disse à disposição para ajudar o governo brasileiro "no que for preciso"parapreservaraAmazônia.

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Regularização de terras da Amazônia Legal será prioridade do governo

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Os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) concedem entrevista coletiva após encontro com o presidente Lula e os governadores da Amazônia Legal

Fotos José Cruz/ABr e Jefferson Rudy/MMA

O Presidente Lula durante reunião com governadores da Amazônia Legal

regularização fundiária da Amazônia Legal foi debatida em reunião da Comissão Gestora do Plano Amazônia Sustentável (PAS), no Palácio do Planalto. Entre os pontos acordados estão mudanças na legislação fundiária brasileira e a criação de um órgão executivo paraagilizaroprocessoderegularização. Segundo o ministro Minc, houve um consenso entre os presentes de que é fundamental agilizar a regularização fundiária na região e que mudanças na legislação são fundamentaisparagarantirceleridadeaoprocesso. "Sem a regularização seria inviável avançar com as

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políticas públicas e, para regularizar, é preciso mexer na legislação. São nove leis, quatro decretos. Um levantamento mostrou que precisaríamos de quarenta anospararegularizarcomasleisatuais",afirmouMinc. Foram definidos quatro pontos na reunião de hoje para viabilizar a regularização das terras: criação de um novo órgão para coordenar e monitorar o trabalho de regularização; definição de um instrumento jurídico para facilitar a colaboração com os estados; avançar na colaboração federativa; e simplificar as regras e procedimentospararegularização. Participaram do encontro o presidente Luiz Inácio Lula

O governador do Amazonas, Eduardo Braga, afirmou que é contra a criação de um órgão para cuidar da regularização fundiária na Amazônia, atribuição que atualmente é do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A proposta foi apresentada ao governo federal pelo ministro Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da

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Ministro Carlos Minc durante debate sobre Políticas Públicas e o Futuro da Amazônia na CNBB

O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Mangabeira Unger, e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, se reunem com governadores dos nove estados que fazem parte da Amazônia Legal. Em pauta, a criação de um órgão responsável pela regularização fundiária da região

da Silva, os ministros Carlos Minc, do Meio Ambiente; Mangabeira Unger, de Assuntos Estratégicos; Dilma Roussef, da Casa Civil; Guido Mantega, da Fazenda; Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário; além de governadores e vice-governadores dos nove estados da AmazôniaLegal. Resolução do CMN - questionado sobre possíveis mudanças na Resolução do Conselho Monetário Nacional de fevereiro de 2008, que restringe o crédito a produtoresqueestejamcomirregularidadesfundiáriase ambientais, o ministro Carlos Minc esclareceu que a

República, e foi tema de reunião entre ministros e governadores dos estados da Amazônia Legal. “É preciso estabelecer uma política compartilhada com os outros estados. Não será um novo órgão que vai resolver, mas uma ação integrada entre governo federal, estadual e municipais. Só assim poderemos resgatar a dívida do país com o nosso maior patrimônio”, disse Eduardo Braga.

única mudança negociada com os governadores foi a substituição, para produtores familiares, da exigência do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) pela DeclaraçãodeAptidãoaoPronaf(DAP). "Peloladoambiental,oqueeraexigidoecontinuasendo é a demarcação da Reserva Legal. Pelo lado agrário, em relaçãoaosproprietáriosdemenosdequatromódulos,o que está sendo solicitado é a substituição do CCIR pelo DAP que é mais ágil", esclareceu, Minc, afirmando que a resolução está mantida e se vier a ser alterada será especificamentenesseponto.

GOVERNO FEDERAL VAI INVESTIR R$ 350 MILHÕES PARA CONCLUIR MAPEAMENTO DA AMAZÔNIA

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erca de R$ 350 milhões serão investidos pelo governo brasileiro nos próximos cinco anos para atualizar e concluir o mapeamento terrestre, geológico e náutico da região amazônica. Os recursos vão viabilizar a implementação do Projeto Cartografia da Amazônia, que será coordenado e executado pelo Centro Gestor e Operacional da Amazônia (Censipam), em parceria com o Exército, Marinha, Aeronáutica e Ministério de Minas e Energia. O projeto foi lançado em Manaus, durante solenidade realizada para abertura da 4ª Feira Internacional da Amazônia (Fiam). Segundo a direção do Censipam, o Projeto Cartografia da Amazônia irá contribuir para o planejamento e a execução de projetos de infra-estrutura para a região, incluindo obras como a construção de rodovias e hidrelétricas, bem como para a demarcação de áreas de assentamentos e de mineração e para o agronegócio e a elaboração de zoneamento ecológico, entre outros. REVISTA AMAZÔNIA |12

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As informações fruto desse projeto também servirão para conhecimento da região e para a geração de dados que possam ser utilizados no monitoramento de segurança e defesa nacional, com atenção especial para as áreas de fronteira. Além disso, a atualização do mapeamento náutico da região, por exemplo, deve garantir mais segurança à navegação local e ao volume de produtos transportados nas hidrovias da Amazônia. Na avaliação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o projeto vai pôr fim aos vazios do mapeamento e da cobertura da Amazônia. "Esses recursos vão permitir que o país tome conhecimento dessa área que não está mapeada e que mede 1,79 milhão de quilômetros quadrados. Com certeza isso vai garantir não só projetos de infra-estrutura, mas também o desenvolvimento e o monitoramento dessa região", destacou a ministra durante a solenidade. Do total de recursos que serão aplicados no projeto, R$ 85,4 milhões serão destinados a investimentos como a modernização dos sistemas de aquisição e processamento de dados de aeronaves especializadas em sensoriamento remoto; software e hardware para o tratamento e processamento dos dados e imagens; capacitação de recursos humanos; e para a construção de cinco navios hidrográficos para realizar o mapeamento náutico. De acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República, a previsão é que o Projeto Cartografia da Amazônia seja concluído em 2012. Atualmente, dos 5,2 milhões de quilômetros quadrados que a Amazônia possui, aproximadamente 34,6% não dispõem de informações sobre seu mapeamento terrestre.

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*Janete Capiberibe foi exilada política durante a ditadura militar, vereadora na redemocratização, deputada estadual constituinte e secretária da indústria, comércio e turismo do Amapá. É deputada federal pelo PSB do Amapá e presidenta da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional

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Desenvolvimento, só com

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sustentabilidade

ão poderemos admitir qualquer tipo de ação, pública ou privada, que se intitule de desenvolvimento, se não forem requisitos básicos a opinião e a decisão democráticas, o interesse coletivo, o acesso igualitário à riqueza, a justiça social, a preservação ambiental e a igualdade entre os povos. O atual modelo de desenvolvimento se mostrou falido em todos esses critérios. Toma caminho oposto em todos eles, colocando em risco a sobrevivência da humanidade pelo aniquilamento do planeta num tempobastantecurto. Na Amazônia, particularmente, predominam regras medievais com uma roupagem rota de modernidade. Exploração predatória, desflorestamento sem controle, trabalho escravo, tráfico de mulheres e crianças para exploração sexual, abuso de poder político e econômico que afetam a democracia e ausência do Estado são apenas alguns aspectos desse modelo com os quais milhões de pessoas são obrigadas a conviver diariamente. Mundo afora, se assemelham as ações predatórias que destroem o meio ambiente, colocam povos em conflito, empurram milhões de pessoas para a miséria. Mais recentemente, a“crise”financeira mundial, resultado de um mercado especulativo e insustentável, deixa outros milhões de pessoas em situação de insegurança, atingindo diretamente seus direitos essenciais, como alimentação, moradia e emprego, ao mesmo tempo em que serve para enriquecer alguns poucos indivíduos ou grupos econômicos, ágeis na mudança de métodos e de

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Janete Capiberibe presidenta da CAINDR, ao centro

argumentos para convencer sobre um modelo mais modernoparaaprosperidadedomundo. Os avanços tecnológicos – válidos, necessários, corretos – contrastam com a fome e a miséria. Se, recentemente, melhorou o acesso à água potável no mundo – 87% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde – a escassez é iminente pelo absoluto mau uso, pela concentração desse bem natural e pela busca do lucro. Nos desafiamos, na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, a estreitar as relações com os centros produtores de conhecimento, ciência e tecnologia. Junto com o viés ideológico, a democratização do acesso e das decisões sobre a aplicação tecnológica darão outro destino à humanidade, diferente do rumo que, sistematicamente, tem-se adotado, com agravamento desde a Revolução Industrial e, mais recentemente, com a chamada “globalização”. As crises cíclicas do capitalismo são resultado da autofagia do sistema. São, por isso, apenas parte do problema. A gravidade está no próprio modelo predatório e autofágico de “produção de riqueza e desenvolvimento”. Entre os anos de 1995 e abril de 2002, no estado do Amapá, vivemos a construção um modelo de desenvolvimento calcado na sustentabilidade. Neste período, coordenados pelo governador João Alberto Capiberibe, registramos os melhores indicadores de desenvolvimento humano do estado a partir, especialmente, da democratização do acesso aos bens e serviços. Não criamos nenhuma “bolha” de “progresso” ou “desenvolvimento”, mas fortalecemos um lastro social duradouro de cidadania e dignidade que poderia ser mantido por um período absolutamente longo sem predação ambiental, com distribuição das riquezas e diminuição da desigualdade social. Conseguimos isso valorizando as potencialidades e peculiaridades locais – desde a ambiental até a cultural; buscamos a eqüidade social; fortalecemos os entes federativos; criamos parcerias com os agentes sociais locais e com

Desenvolvimento, só com sustentabilidade

organismos internacionais pautados pelos mesmos ideais. Desde 2002, quando estas diretrizes foram abandonadas pelo poder público do Amapá, o estado decresce em todos os indicadores sociais significativos, mesmo que as transferências constitucionais de recursos tenham, na média, quadruplicado, contrastandonegativamentecomosdemaismunicípios e estados brasileiros. Os dois períodos nos mostram que é possível e como é possível dar um rumo diferente e tornarrealidadeummundomelhor. As ações do passado, sejam do poder público, sejam da iniciativa privada, tomadas em outra situação e outra conjuntura, não podem servir de justificativa para repetir modelos que não estão mais adequados – nem estavam à época – a uma realidade em que a sobrevivênciadahumanidadeeaigualdadededireitose acessosdeveserprioritária,sobrepondo-seàexploração predatória e irracional e ao lucro fácil de alguns que deixam atrás de si um rastro de destruição e miséria. A Amazônia, soberanamente brasileira e das nações latino-americanas, especialmente, deve ser o espaço para o novo modelo, de harmonia entre homens e da humanidade com a natureza.Todo o globo deve ter esse compromisso, principalmente a partir das ações locais que visem reduzir a pressão sobre a floresta, e com o desenvolvimento e a transferência de recursos tecnológicos e e financeiros que nos permitam o uso melhor adequado das potencialidades da floresta, mantendo-aempéparaanossaeasfuturasgerações. REVISTA AMAZÔNIA |41

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Fotos Marcello Casal JR/ABr

Na rodovia BR-163

s 6 milhões de euros doados pela Comunidade Européia, serão aplicados em manejo das florestas públicas da região, apoio a iniciativas de produção sustentável e fortalecimento da sociedade civil. O projeto de cooperação técnica possibilitará a consolidação do Distrito Florestal da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém) –emumaáreade15milhõesdehectares,noPará. ”A parceria do Ministério do Meio Ambiente, Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO) e União Européia permitirá, por exemplo, que a comunidade local use não somente a madeira mas também produtos não-madeireiros, a exemplo de óleos e resinas", explicou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Segundo ele, a exploração dessas matériasprimas, acompanhada de apoio tecnológico e de um circuito de comercialização para colocar os produtos no mercado, pode valer mais que a extração de madeira. "É uma forma de garantir a sobrevivência das 24 milhões de pessoas que vivem a região. Ou nós encontramos uma fórmula para elas viverem com dignidade ou vamos ficar eternamente correndo atras de desmatadores",acrescentou. O objetivo do projeto é contribuir para a prevenção e controle do desmatamento e destruição ambiental na área sob pressão da rodovia, que está em fase de asfaltamento, e dar continuidade aos esforços empreendidos pelo MMA, em conjunto com outros países e organismos internacionais, na execução de ações que venham garantir a proteção ambiental no Brasil.

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Ao longo da BR-163

O governo federal entende que o asfaltamento da BR-163 deve ser inserido num plano de desenvolvimento amplo, que contemple ações de ordenamento do território, infra-estrutura, fomento a at i v i d a d e s e co n ô m i c a s sustentáveis, melhoria dos serviços públicos e outras ações voltadas à inclusão social efortalecimentodacidadania.

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Durante a solenidade, da assinatura da parceria em Brasília, o chefe da delegação da Comunidade Européia, embaixador João Pacheco, disse que um dos objetivos do bloco é apoiar políticas do governo brasileiro de desenvolvimento sustentável e de combate ao desmatamentonaAmazônia."Questõesambientaissão de extrema importancia para a União Européia e nossa cooperação com o Brasil, nesse campo, não ficará por aqui", adiantou. Estão sendo estudadas iniciativas como ocultivodepeixesnaAmazônia,emoposiçãoàpecuária ostensivapredatória,ochamadoboipirata. Além do financiamento da Comunidade Européia, o

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projeto "Manejo Florestal, apoio à produção sustentável e fortalecimento da sociedade civil na Amazônia brasileira", conta com apoio técnico da Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO). Para o diretorassistente do departamento de cooperação técnica da FAO em Roma, José Maria Vinas Sumpsi, esse projeto é um exemplo de como se pode aumentar a produção de alimentos de uma forma sustentável. "A FAO tem larga

Minc: Vamos garantir a sobrevivência das 24 milhões de pessoas que vivem a região

José Maria Vinas Sumpsi, diretor adjunto da FAO

O embaixador Henrique Pereira da Fonseca

tradição de projetos sustentáveis na Amazônia e de parceria com a União Européia, de forma que este é mais umpassonestadireção",disse. Para o diretor-geral da Agência Brasileira de Cooperaçao (ABC), embaixador Luiz Henrique da Fonseca, esse projeto - ao apoiar manejo florestal e produção sustentável e, ao mesmo tempo, se preocupar com o homem,comasociedadecivil-estánocaminhocerto.

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O embaixador João Pacheco na cerimônia de assinatura do projeto de cooperação Manejo Florestal

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Ciência, Cultura e Tecnologia a serviço dos povos da floresta

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O barco/projeto que navega pela Amazônia realizando oficinas de arte, educação e inclusão digital com as comunidades ribeirinhas

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Projeto Navegar foi idealizado por José Roberto Lacerda e Jorge Bodanzky em 1996, mas só foi implantado no ano de 2000 pelo PRODAP - Processamento de dados do Amapá como política pública do governo do Estado do Amapá, na gestão de João Capeberibe, que tinha como objetivo interligar atividades e projetos relacionados à manutenção e preservação do meio ambiente, da cultura e dos costumes, da educação e do planejamento econômico, atuando assim na consolidação do processo de inclusão digital das populaçõesexcluídas. Para sua implementação, foi adaptada uma embarcação em madeira com recursos tecnológicos de última geração, três pavimentos em design típico das embarcações que navegam pela região norte, servindo como local de trabalho, meio de transporte, alojamento erefeitórioparaostécnicosenvolvidosnoprojeto. O moderno laboratório de Tecnologia de Informação e Comunicação, instalado em sua parte superior, isolado e refrigerado, contava com sete computadores desktop e um laptop, ligados em rede, scanner, web câmeras, câmeras digitais, filmadoras e impressoras, suficientes paraoitotécnicosoperaremsimultaneamente.Oprojeto teve sua primeira atuação no Arquipélago do Bailique, complexo insular localizado na costa do Estado do Amapá. Os resultados culminaram no envolvimento de 40 comunidades visitadas, 2000 pessoas envolvidas, 1200 visitantes o Laboratório de TI, 20 palestras e reuniões coletivas, 20 multiplicadores capacitados, 120 moradores locais formados em iniciação em informática e acesso à Internet, 109 esculturas restauradas, além de histórias e manifestações culturais registradas. O projeto chamou atenção da mídia nacional, foi apresentado em CubaenoCanadá. A partir de 2002, com outra conjuntura, um grupo de técnicos envolvidos e comprometidos com o desenvolvimento humano dessas comunidades ribeirinhas fundou a OSCIP - Organização da Sociedade CivildeInteressePúblicoNavegarAmazônia. A partir de 2005 o Projeto Navegar Amazônia foi revitalizado através de parceria com o Ministério da Cultura - MinC. Desde então, passou a desenvolver suas atividades sob as diretrizes do programa de âmbito nacional Cultura Viva. Com um outro barco, maior, novamente com laboratório multimídia a bordo, percorremos as comunidades ribeirinhas com a mesma concepção e a mesma responsabilidade social e ambiental com a qual foi inicialmente pensado, naquele momento, por José Roberto Lacerda e Jorge Bodanzky, idealizadores do projeto e coordenadores nesta nova etapa. O barco do projeto percorre com a sua equipe técnica comunidades ribeirinhas do Amapá e Pará. No Pará, o

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Oficina de informática. Rio Arrozal/PA

projeto atua no município de Afuá (sede), em Serraria Pequena e Vila Tessalônica, no rio Araramã. No Amapá, município de Mazagão, Arquipélago do Bailique e Área de Proteção Ambiental do Rio Curiaú, em Macapá e no Vale do Jarí, nos municípios de Laranjal do Jarí e Monte Dourado(Almeirim). Esse momento é essencialmente rico para todos os atores que participam diretamente do projeto, não somente a equipe técnica, multidisciplinar, formada por especialista em planejamento amazônico, gestão ambiental, arte e cultura, cineastas, antropólogo, tecnólogo em rede, mas, especialmente pela participação e construção de conteúdos e inserção no mundo da tecnologia e da sociedade da informação das comunidades ribeirinhas que vivem ás margens dos imensos rios da Amazônia. A partir desse encontro, foi criado um acervo fotográfico e vários vídeos feitos pelas comunidadesporondeoprojetonavegouenavega. Cultura e Tecnologia se cruzam nas expedições do Navegar Amazônia. A integração do Professor Gilson Schwartz na expedição Abaetetuba, fortalece o projeto com mais um parceria através da Cidade do Conhecimento, programa desenvolvido pela Universidade de São Paulo - USP, que provoca o impacto de redes digitais sobre a produção, distribuição e compartilhamento de conhecimento. Através da coordenação do Professor Gilson, esse projeto já é desenvolvido com a capacitação de monitores em telecentros nas Prefeituras e escolas de ensino médio de

São Paulo. Uma das propostas dessa parceria é a construção de conteúdos de telefonia celular que abrangem campainhas com sons da floresta além dos wallpapers com imagens criadas por pessoas da comunidade, além de vídeos, historinhas, ruídos de animais e outros. Essa atividade tem uma dimensão social enorme, pois traz retorno econômico a essas comunidades através da sua própia cultura já que a cada produto comercializado por uma operadora um percentual do valor é destinado a comunidade. Outra missão do Projeto Navegar Amazônia é a TV N a v e g a r, o u s e j a , transformarobarcoemum canal emissor de televisão móvelnaAmazônia. Identificando e valorizando a cultura ribeirinha, trocando experiências e estimulando a criação de Pontos de Cultura na Amazônia, o Ponto de Cultura Fluvial Itinerante Navegar Amazônia segue entre os rios mansos e bravios, levando a tecnologia, a cultura e a ciência às comunidades que serpenteiam essa imensa região chamada Amazônia e mais que tudo isso é a possibilidade do mundo se encantar e aprender com a sabedoriaeoscostumesdessagente.

Veja como ocorreu a primeira expedição com parceiros internacionais...

Jovens canadenses navegam no Navegar Amazônia pelo universo ribeirinho do Amapá e Pará O Navegar Amazônia estava lá para registrar o surfista Serginho Laus quebrar seu próprio recorde de

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permanência na crista da onda de rio mais longa do mundo. A bordo estava a ambientalista canadense Genevieve – representante da EcoMaris, de olhar e ouvidos atentos à força e ao ronco da pororoca quebrando as margens do Araguari; e a imaginação e o espírito se afinando cada vez mais com os sonhos do coordenador do Navegar, Belo Lacerda, de levar às comunidades ribeirinhas uma terceira margem: a REVISTA AMAZÔNIA |45

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No interior do barco

cidadania: através da arte e da inclusão digital. Um sonhoqueacadanovamilhanavegadasefortalecemais como um dos mais criativos e importantes projetos de inclusão social desenvolvidos no Brasil, que já representou a informática pública do nosso país por duas vezes, em 2001 em Otawa, no Canadá, e em 2002 em Havana, Cuba. Em 2005 o Navegar Amazônia foi escolhido como Ponto de Cultura pelo Minc, o único pontoitinerantefluvialdoBrasil. Genevieve estava no Pará conhecendo o trabalho que três jovens engenheiros florestais de nível médio começavam a desenvolver na comunidade do Cupuaçu, no município de Barcarena, com o açaí BRS, desenvolvido pela Embrapa, que tem, entre outras, a vantagem de poder ser plantado em terra firme e de ter uma produção vinte por cento melhor que o açaí nativo, além de produzir o ano inteiro, enquanto este produz de seis em seis meses (leia mais sobre o assunto no boxe2). Uma novidade que promete mudar a vida das oitenta famílias da comunidade, que a cada seis meses é obrigada a procurar pequenos bicos em Barcarena ou ViladosCabanosparagarantirasobrevivência. E foi navegando pela internet que Gene, como os brasileiros preferem chamar a moça, descobriu o Navegar. Convidada a ir a bordo, não perdeu tempo: pegou mochila e cuias e embarcou no projeto, seguindo o exemplo de outros tantos militantes das artes e da promoção da cidadania - entre eles Jorge Mautner, para singrar os rios amazônicos e conhecer o que se faz em suasmargens. A expedição foi batizada de Encontro das Águas. Das águas barrentas dos rios da Amazônia com as águas dos milhares dos lagos do Canadá. Águas conduzindo a melhordasenergias:aqueproduzmudançasnoespírito e na consciência humanas: a combinação da arte com a educação.

Primeira parada, comunidade de Vila Progresso, no arquipélago do Bailique Há dez horas de barco de Macapá, Vila Progresso é uma comunidade cuja a tônica da vida é o equilíbrio. O equilíbrio sobreasfrágeispontesdemadeira,quesãoasruasdolugar; dasobrevivênciacomapreservaçãododelicadoecossistema do arquipélago que dá o alimento e as matérias-primas que sãousadasnaEscolaBosque,comomaterialdidático. 46| REVISTA AMAZÔNIA

O barco do projeto ancorado na Vila Tessalônica, Rio Araram, PA

A Escola Bosque do Bailique é sem dúvida um dos projetos de educação para o desenvolvimento sustentável de maior alcance no Amapá. Na escola, que tem novecentos alunos, a natureza é a mestra. A partir dela se estudam a matemática, geografia, a língua portuguesa (e os falares amazônicos) e estrangeira, a biologia, química e as tradições ribeirinhas, como a dança do Quatá, que é original do arquipélago e imita o jeito elegante e festivo do macaco quatá cortejar sua parceira. Na quadra da Escola Bosque o primeiro encontro dos jovens de uma das cidades mais cosmopolitas do mundo,Montreal,comouniversofísicoeimagináriodas Confraternização

crianças e jovens do Bailique. Uma festa, e nossos jovens expedicionários saem levando na bagagem suas primeiras lições dos povos da floresta: que todo movimento de mudança mundial começa com o conhecimentoeaçõeslocais.

Fazendo farinha...

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Segunda parada: Belém

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Identificando e valorizando a cultura ribeirinha

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A oficina de música é uma das atividades oferecidas pelo projeto

Próximo de chegar a Belém, a correia do motor do barco quebrou e o Navegar Amazônia ficou a mercê das ondas da Baía do Guajará. Uma situação enfrentada com espírito de aventura pelos jovens e grande perícia e profissionalismopelatripulação. Em terra firme, expedição conheceu uma cidade que se espicha pro céu em prédios modernos em contraste com as construções antigas e exuberantes do tempo da Belle Epoque amazônica, palco também de uma revolução verdadeiramente popular: a Cabanagem, feita pelos caboclos ribeirinhos, liderados por Eduardo Angelim, no começo do século XVII, contrários à república e desejososdeumgovernopopular.

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Com a bandeira do Amapá

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Cachoeira de Santo Antônio, Vale do Jari, AP

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E Belém estava lá, de braços abertos, às quatro horas da manhã para mostrar o colorido das vozes na Feira do Açaí, com os barcos chegando das ilhas, carregados de paneiros com este fruto que a licença poética nos permite dizer que é o sangue da Amazônia, que sustenta a vida de centenas de famílias ribeirinhas, entre elas às dacomunidadedoCupuaçu,nossapróximaparada.

A comunidade de Cupuaçu Na comunidade do Cupuaçu, que começa na boca do furo Arrozal e segue margeando o igarapé que dá nome a localidade até chegar às proximidades de Vila dos Cabanos,vivemcercadeoitentafamílias,espalhadasem

pequenos sítios. Ali o forte da economia é o açaí, colhido entre os meses de setembro a dezembro nos campos alagados. Nessa comunidade os jovens do grupo ICA encontraram solo propício para a implantação de seu projeto de manejo do açaí BRS: terras altas, muito sol e a disposição da comunidade em mudar seu modo de vida, apostando no cultivo de um açaí que dá frutos o ano inteiro,etemvalorcomercialvinteporcentomaiorqueo açaínativo. Na roça, aberta no meio da floresta sem queimadas nem derrubadas desnecessárias, vicejam cento e setenta pés da revolucionária palmeira, com seus espigões de folhas verdes enchendo de esperança de uma vida menos dura

A caminho da reserva de Mamirauá no estado do Amazonas

àquela comunidade que nos tratou com festa e cerimônia durante os quatro dias de permanência da Expediçãonaquelamargemdeigarapé.

Quarta parada: Curuçá De Barcarena a Belém fizemos uma viagem tranqüila, mas, ao chegar a capital paraense fomos recebidos por um toró daqueles, de ventos fortes que fizeram o barco balançar, dificultando nossa atracação na Estação da Docas. Ali nos despedidos do Paco Nunes, pois nossa próxima parada seria às margens do mar, água por onde onossobarco,projetadoparasingraraságuasdorio,não navega.

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edosmangues. E foi para conhecer a reserva e o projeto de ecoturismo que o Instituto Peabiru começa a desenvolver na região, que os canadenses enfrentaram duas horas e meia de viagem num ônibus de urbano – a empresa que explora a linha nos fez trocar o ônibus semi-leito por um de linha urbana, com os passageiros disputando espaço com suasbagagem. O projeto, que tem o patrocínio da Petrobras, propõem o ecoturismo como um caminho natural para o desenvolvimento do município, capacitando os jovens da cidade e os pescadores como guias turísticos e instrutoresambientais. Pela forma como a expedição foi recebida e o tanto de conhecimento adquirido nas trilhas pelas matas, nas praias e mangues do litoral, dão dicas de que este é sem dúvidaumprojetodefuturo. Nospasseiospelacidade,umaauladehistóriapelasruas antigas e de tradição popular na apresentação de danças típicas feita por um grupo local que emocionou brasileiros e canadenses e fez todo mundo dançar no ritmo do carimbo. Outra aula foi a da biodiversidade do lugar, dada pelos pescadores nas trilhas, praias e mangues. No final ficou a vontade de querer voltar, um forte indicador de que o ecoturismo pode ser uma saída econômicaparaodesenvolvimentodeCuruçá,semrisco de impactos sócio-ambientais que o projeto de construção do Porto Espardate pode causar à região, segundo a avaliação dos biólogos e sociólogos do Peabiru. No fim da expedição, a confirmação de que, para quem quer mudar o mundo, não há fronteiras, nem barreiras

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Marcia e Jorge Bodanzky

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Os canadenses com João Capeberibe

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Nelson Jacobina, Beto Lacerda e Jorge Mautner

A reprodução de miriti em Abaetetuba/PA Gavin Andrews

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Artista circense Viki com crianças em Ipixuna /AP

culturais e que iniciativas como do Navegar Amazônia e da EcoMaris fortalecem uma rede forte e atuante de artistas, ambientalistas e formadores de opinião, como os jovens canadenses e brasileiros, futuros profissionais na construção de uma terceira margem às comunidades ribeirinhasamazônicas:acidadania. No caminho de Mamirauá

Mario Miranda

Curuçá é uma cidade de 352 anos. Fundada pelos portugueses, a cidade tem ares litorâneo, o sol é generoso e a população bastante hospitaleira. Os casarões antigos dão um charme todo especial à cidade que em agosto de 2007 teve como capa da revista Brasileiros a história da vida de um de seus personagens mais ilustres: Seu Cristóvão – pescador de profissão, que conhece o mar e os mangues daquela região como sua própria vida. A matéria também trás um alerta para o fato de que o futuro de pescadores artesanais como Seu Cristóvão estão ameaçadas. O motivo: a MMX, com apoio do Governo do Brasil, pleiteia construir ali um porto para escoamento de minério. Mas não um porto qualquer, mas simplesmente o maior da América Latina eoterceiromaiordoplaneta. Em Curuçá está localizada a Resex Mãe grande que abriga os mangues da região e a ilha de Romana. Ali cerca de duas mil famílias que tiram seu sustento do mar

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Mostra de vídeo, Rio Arrozal/PA Laranjal do Jari

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O 14º encontro da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) em Poznan, na Polônia , é a 14º reunião anual do grupo da ONU chamado de Convenção das Partes (COP, na sigla em inglês). Esse grupo é a instância decisória da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática e prevê que todos os 192 países signatários trabalhem para “enfrentar os desafios do aquecimento global”. Ele prevê também que os países troquem informações sobre a emissão dos chamados gases do efeito estufa, criem estratégias para conter essas emissões e cooperem na preparação de políticas para se adaptar ao aquecimento da Terra. Esse encontro traça uma rota de negociações até 2009, quando o encontro da ONU sobre mudanças climáticas acontece em Copenhagen, na Dinamarca

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A CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS, NA POLÔNIA Onze mil participantes freqüentaram as reuniões na Polônia, com vista a uma futura mudança climática e garantir progressos regime sobre questões fundamentais. A conferência é um marco no caminho do sucesso para os processos que foram lançados em Bali. Essa reunião , marca as negociações sobre um ambicioso e eficaz resposta internacional às alterações climáticas e surge a meio caminho entre a COP 13 em Bali, que assistiu ao lançamento das negociações sobre o reforço da ação internacional em matéria de alterações climáticas, COP 15 e Copenhagem , onde as negociações estão definidas para ser concluídas, no final deste 2009 e entrarão em vigor em 2013, quando a primeira fase do Protocolo de Quioto vai expirar. 50| REVISTA AMAZÔNIA

The United Nations Climate Change Conference in Poznań, Poland - COP 14

Fotos Jan Golinski/UNFCCC

erto de onze mil participantes, incluindo delegados governamentais de 186 países da UNFCCC e representantes de empresas e indústrias, organizações ambientais e instituições de pesquisa, freqüentaram as duas semanas de coleta, na Conferência das Nações Unidas para as AlteraçõesClimáticasnaPolônia. O primeiro-ministro polonês Donald Tusk, na abertura da reunião, apontou para a necessidade urgente de progresso na Polônia. "Os cientistas partilham a opinião de que aquecimento superior a dois graus Celsius irá resultar em mudanças irreversíveis para quase todos os ecossistemas e as comunidades humanas. Nos nossos ombros a responsabilidade de evitar mudanças que possam perturbar a duradoura simbiose entre o homem eanatureza",disseele. O professor Maciej Nowicki, polaco Ministro do Meio Ambiente e presidente da Conferência, alertou que o planeta tinha atingido os limites do seu sistema confinado: "Enorme secas e inundações, ciclones cada vez com mais poder destrutivo, doença tropical pandemias, um acentuado declínio da biodiversidade – todos estes, podem causar mal social ou mesmo os

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O presidente Maciej Nowicki, da COP14, ministro do Ambiente, Polônia, Anders Fogh Rasmussen, primeiro-ministro da Dinamarca, Donald Tusk, primeiro-ministro da Polônia, e Yvo de Boer, Secretário Executivo UNFCCC, caminhando para o plenário

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conflitos armados e a migração de populações em uma escalasemprecedentes",eleadvertiu. Na Polônia, os delegados – incluindo Ministros – vão discutir a sua visão de longo prazo de ação cooperativa em matéria de alterações climáticas. Na Polônia será a primeira vez que os ministros vão discutir uma "visão de longo prazo de ação cooperativa". Uma das questõeschave será o tipo de mecanismos que precisam ser

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Durante a cerimônia de abertura

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O Presidente COP Rachmat Witoelar, Indonésia, abriu a reunião. Ele classificou este encontro como uma importante "ponte de Bali à Copenhagem."

implementadas para cumprir as suas finanças, tecnologia e capacitação para ajudar países em desenvolvimento reduzir as emissões, impulsionar o crescimento e para lidar com os inevitáveis impactos das alterações climáticas. Durante 2008, as partes apresentaram propostas e idéias para a ação mais forte das alterações climáticas. As mais de 700 páginas de propostas foram destilados em um único documento de 82 páginas, que agora os governos podem refinar ainda mais em função daquilo que eles querem negociar, em 2009.

«O fato de existir um texto sobre a mesa oferece aos governos a primeira verdadeira oportunidade de avançar para além da fase de trocar idéias em uma onde serão expressando sua posição sobre as propostas específicas", disse Luiz Figueiredo Machado, presidente do Grupo Ad hoc Grupo de Longo Prazo Ação Cooperativa, no âmbito da Convenção. "Estou ansioso para ver como é que este texto será aperfeiçoá-lo no decorrerdareunião",acrescentou. De acordo com Harald Dovland, o presidente do grupo de trabalho Ad hoc sobre novos compromissos para as partes no quadro do Anexo I do Protocolo de Quioto, o foco na Polônia precisa voltar-se para as gamas de gases com efeito de reduções de emissões para os países industrializados. "A ciência nos disse que é necessário e os países industrializados se comprometeram a assumir a liderança", disse Haroldo Dovland. "Minha esperança é que as Partes do Protocolo de Quioto pode concordar na Polônia sobre uma série ambiciosa de redução das emissões que podem formar a base para intensas negociaçõesnopróximoano." Em 2007, as partes acordaram em considerar uma redução das emissões de gases com intervalo de menos 25paramenos40porcentoaolongodosníveisde1990, um intervalo que pode ser confirmado aqui na Polônia. Abordando os delegados, Yvo de Boer, secretário executivo da UNFCCC, apontavam para a necessidadedeobterprogressosemquestões

que são importantes no curto prazo – até ao final de 2012 – incluindo a adaptação, finanças, tecnologia e reduzir as emissões provenientes desmatamento e degradação das florestas. "A conferência têm de entregar em curso sobre questões, especialmente as questões que são importantes para os países em desenvolvimento", disse ele. "E há grande pressão sobre tempo disponível até Copenhagem, em 2009", acrescentou. "Assim, ao lado de trabalhos em curso, a Conferência também precisa estabelecer uma base sólida para enfrentar as alterações climáticas um ambicioso em Copenhagem." Aludindoàcrisefinanceiraeeconômica e as oportunidades de verde e de um crescimento econômico sustentável, o início da mudança climática da ONU apelou aos delegados oficiais para "cada vez mais atenção à forma como as alterações climáticas poderia tornar-se auto-financiamento e de ligar as políticas de alterações climáticas recuperação econômica." A questão da tecnologia será uma das prioridades da agenda da Conferência e irá abordar em profundidade a questão da gestão de risco e estratégias de redução de risco, incluindo seguro. No contexto de adaptação aos inevitáveis efeitos das alterações climáticas, as partes são esperadas para colocar os retoques finais no Protocolo de Quioto. A Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, em Poznan irá efetuar uma revisão do Protocolo de Quioto e avaliar em que medida o mecanismo de desenvolvimento limpo do Protocolo pode ser melhorado e alargado o seu alcance geográfico. AConferênciafezumbalançodosprogressosalcançados em 2008 e irá expor o programa de trabalho do último

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O Primeiro-ministro polonês Donald Tusk exortou "a solidariedade global" e disse que a crise não deve molhar económico dos países determinação para combater as alterações climáticas

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ano de negociações sobre o acordo de Copenhagem em 2009. Pelo menos quatro grandes ajuntamentos UNFCCC irá ter lugar no próximo ano, incluindo a Conferência das Nações Unidas para as AlteraçõesClimáticas,naDinamarca,nofinaldoano.

Minc e o plano brasileiro sobre mudança do clima O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, apresentou aos representantes de mais de 190 países que participam da 14ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-14) o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, lançado pelo presidente Lula no último dia 1º de dezembro. Minc, teve a missão de divulgar o Fundo Amazônia entre os participantes e convencê-los a cooperarem com o Brasilnoesforçodecombateaodesmatamentoquehoje representa 75% das nossas emissões de gases estufa e noscolocacomoquartomaioremissormundial. O governo brasileiro quer reduzir em 72% o índice de desmatamento na Amazônia até 2017. O Plano Nacional sobre Mudança do Clima prevê a redução dos índices de devastação em 40% no primeiro quadriênio, 30% no segundo e 30% no terceiro. Isso equivale a 4,8

Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente, na 14ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-14)

bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) a menosnaatmosfera. O documento também aponta outras medidas a serem tomadas nas áreas de produção de energia elétrica, álcool, biodiesel e carvão. "Isso é mais do que o esforço de todos os países desenvolvidos. A Inglaterra, por exemplo, quer reduzir 80% até 2050", avaliou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Minc insistiu na importância de os países desenvolvidos apoiarem o Brasil com recursos financeiros e transferência de tecnologia para combate ao desmatamento e conclamou outros países a seguirem o exemplo da Noruega e investirem no Fundo Amazônia. "Nós precisamos de recursos contínuos para manter as ações

sustentáveis na Amazônia", cobrou Minc afirmando que não bastam ações de repressão ao desmatamento, é precisoestimularodesenvolvimentosustentável. A cooperação internacional com o Fundo Amazônia é fundamental para que o Brasil alcance os objetivos propostos no plano, por isso, no dia 11, foi promovido pelo governo brasileiro um evento paralelo à COP com a participação dos ministros de Meio Ambiente da Alemanha, Sigmar Gabriel, e da Noruega, Erik Solheim; além do presidente do Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômicoeSocial,LucianoCoutinho, do diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, e do economista Nicholas Stern, conselheiro do governo britânico sobre mudanças climáticas e autor do primeiro relatório a inserir o aspecto econômico no combate às mudançasclimáticas. Na abertura do evento, a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Suzana Kahn, apresentou o Plano Nacional sobre Mudança do Clima. Ela falou sobre os principais objetivos do plano, entre eles a meta de reduzir até 2017 em 70% o desmatamento na Amazônia Legal. Suzana também destacou a importância de o país manter sua matriz energética majoritariamente renovável. "Hoje 77,3% da nossamatrizédehidroeletricidade",disse. O diretor do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo, apresentou o Fundo Amazônia. A expectativa é que até

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Ban Ki-moon, Secretário-Geral da ONU reúne-se com K Rajendra Pachauri, presidente do IPCC

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Primeiro-ministro dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, disse que o combate às alterações climáticas foi a escolha acertada tanto a partir de uma perspectiva econômica e ambiental 52| REVISTA AMAZÔNIA

Maciej NOWICKI Presidente da COP 14, Ministro do Meio Ambiente da Polônia, afirmou que o principal objetivo foi o de articular na Polônia, uma visão comum

O Presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, destacou a consideração científica e realidades da temperatura se limitar origem a 2 ° C, seria o suficiente

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O presidente da AWG LCA, Luis Machado (ao centro), durante a sessão da tarde

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2021 o Brasil consiga captar com o fundo cerca de US$ 21 bilhões de recursos, nacionais e estrangeiros, para projetos que visem acabar com o desmatamento na Amazônia.

O Brasil é um dos exemplos da “economia verde” Em seu discurso na abertura da fase ministerial do encontro, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, citou o Brasil como umdosexemplosda“economiaverde”queorestodoplaneta precisaseguir. “O Brasil construiu uma das economias mais verdes do mundo,criandomilhõesdeempregosnesteprocesso”,disse. O líder da ONU afirmou que “conta com o Brasil” para combaterasmudançasclimáticas. “Nitidamente, o Brasil é um dos países que podem assumir a liderança. É um exemplo que pode ser emulado, conto com um compromisso continuado do país”,afirmouBanemumaentrevistacoletiva. Dissemais: “Estou cogitando convocar uma reunião de cúpula concentrada nas mudanças climáticas”, afirmou Ban em Poznan, na Polônia. O encontro seria realizado durante a assembléia-geral das Nações Unidas, em setembro de 2009. Além do representante máximo da ONU, líderes de 61 países discursam no plenário, antes do início das negociações que vão encerrar o encontro deste ano, na sexta-feira. Moon fez um apelo para que a crise econômica mundial nãoimpeçaavançosnocombateaoproblema. “Sim, a crise é grave. Mas quando o assunto é mudança climática, as apostas são mais altas. A crise climática afeta o nosso potencial de prosperidade e a vida das pessoas,tantoagoraquantonofuturo”,disseMoon.

Guinada política

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A crise econômica e os temores de uma recessão profunda e prolongada levaram a mudanças no discurso de países como a Alemanha, vista tradicionalmente como um dos mais ambiciosos nareduçãodeemissõesdegáscarbônico(CO2). Ao mesmo tempo em que os ministros se reúnem na Polônia, em Bruxelas os chefes de Estado da União Européia (UE) devem concluir suas propostas de políticas de energia e climática, e um dos pontos mais polêmicos são as metas de reduçãodeemissões. As decisões tomadas em Bruxelas devem ter um impactodiretosobreasnegociaçõesemPoznan,já que a liderança da UE é considerada fundamental, em um momento de crise econômica e em que os Estados Unidos estão à espera da posse do presidenteeleitoBarackObama. O próprio Ban Ki-moon, em seu discurso, ressaltou a importância da liderança americana e européia nafasequeomundoatravessa. “O que precisamos agora é de liderança”, afirmou o sul-coreano,lembrandoqueObamaprometeuem sua campanha priorizar o meio ambiente, o desenvolvimento limpo e as energias alternativas noseugoverno.

O governo da Polônia fez exibições de mostra dos mais inovadores dispositivos tecnológicos e de instalações que podem ajudar a combater as alterações climáticas. A exposição foi organizada em cinco áreas temáticas: poupança de energia, fontes renováveis de energia, transportes amigos do ambiente e adaptação às alterações climáticas.

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A ilustre platéia

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A reunião da ONU sobre mudanças climáticas é considerada o meio do caminho para um acordo que substitua o ProtocolodeKyoto. No encontro do ano passado, em Bali, líderes de quase 200 países aceitaram o ano de 2009 como prazo para fechar um novo tratado de redução de emissões. Desde então, os países envolvidos apresentaram propostas para o acordo, que foram avaliadas na reunião daPolônia.

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A presidente da SBSTA, Helen Plume (ao centro) fez apelo aos delegados para fazer intervenções 5

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As palavras de Yvo de Boer O secretário executivo da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC),Yvo de

O término e as resoluções da COP – 14

Yvo de Boer, congratulou-se com a União Europeia Yvo de Boer, Secretário Executivo UNFCCC e Maciej Nowicki, Presidente da COP 14

Boer, ao final da Conferência, congratulou-se com a notícia de que a União Europeia chegou a um acordo sobreasalteraçõesclimáticas. «O clima da União Europeia envia uma mensagem clara de lidar com as negociações em Poznan a Copenhagem, éumdifícilcaminhoquepodesersuperadoeresolvido", disseele. "Este é um sinal de países desenvolvidos" coragem e determinação que o mundo tem sido à espera de Poznan! Ele mostra ao mundo que metas ambiciosas de redução das emissões até 2020 estão em linha com a recuperação econômica que se deslocam em direção a um mundo verde. Isto irá contribuir para a propulsão do mundo para um forte e ambicioso resultado em Copenhagemem2009",disseele.

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A confraternização

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A Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas em Poznan, Polônia, terminou com um claro compromisso integral, dos governos, em modo de

negociação do próximo ano, a fim de moldar um ambicioso e eficaz resposta internacional à mudança climática, a ser acordado em Copenhagem, no final de 2009. Registaram-se progressos na área de tecnologia com o aval do Global Environment Facility do "Programa

Batizada de Atia (Aliança Tecnológica para Inovações Antiaquecimento), a iniciativa brasileira – ainda em fase inicial – pretende criar parcerias para possibilitar a transferência de “tecnologias adaptadas à realidade de cada país”, em parte com recursos provenientes do mercado de carbono nos países ricos. O funcionamento do sistema seria semelhante ao já proposto para o fundo da Floresta Amazônica: países que emitem créditos de carbono para empresas poluentes (a exemplo do que já acontece na Europa) destinam uma parcela desses créditos a um leilão. Uma pequena porcentagem dos recursos levantados no leilão seria utilizada para pagar os donos das patentes de tecnologias limpas ou incentivar novas invenções. Para que a iniciativa entre em funcionamento rapidamente, o ministro Minc fala também sobre o adiamento do pagamento de royalties aos detentores de patentes. Dessa forma, à medida que recursos forem arrecadados, poderiam ser aplicados no pagamento destas dívidas. “Isso talvez dê corpo a essa idéia geral da transferência de tecnologia que não colou”, afirmou Minc, na cidade polonesa de Poznan, dizendo já contar com o apoio dos governos da Alemanha e da Noruega. O ministro se referia a um dos impasses, após dez dias de negociações entre representantes de quase 190 países, sobre mecanismos que possibilitem a transferência de tecnologias não-poluentes sem custo para países em desenvolvimento.

Aliança para fomentar o desenvolvimento de tecnologias nãopoluentes em países em desenvolvimento

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Estratégico de Poznan Transferência de Tecnologia". O objetivo deste programa é o de reforçar os níveis de investimento de alavancar investimentos privados, tanto que os países em desenvolvimento exigem tecnologiasdemitigaçãoeadaptação. "Vamos agora passar ao nível seguinte de negociações, que envolve a negociação concreta dum texto acordado para o desfecho", disse o presidente da Conferência, o ministro do Ambiente polaco Maciej NOWICKI. Partes

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A MDL Executiva para perguntas e respostas

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Aqui a discussão incidiu sobre o tema Arquitetura Global REDD, Opções para REDD para a Integração Global Climate Regime, com a presença de Virgilio Viana, da Fundação Amazonas Sustentável, entre outros

acordaram em que um primeiro esboço do texto seria acessível a uma recolha UNFCCC, em Bonn, em junho de 2009. "Além de ter acordado o programa de trabalho para o próximo ano, vamos ter desmarcado a pavimentos de muitas questões técnicas", disse NOWICKI. "Poznań é o

A Hora

Planeta

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Em Poznan (Polônia), foi marcado o lançamento mundial da Hora do Planeta 2009. Conhecida globalmente como Earth Hour, a Hora do Planeta é uma iniciativa da Rede WWF para mobilizar a sociedade em torno da luta contra o aquecimento global, no dia 28 de março de 2009, às 20h30, o WWF-Brasil irá convidar pessoas, empresas, comunidades e governo são convidados a apagar suas luzes pelo período de uma hora para mostrar seuapoioaocombateaoaquecimentoglobal. Na primeira edição, realizada em 2007 na Austrália, 2 milhões de pessoas desligaram suas luzes. Em 2008, mais de 50 milhões de pessoas de todas as partes do mundo aderiram à ação. Em 2009, a Hora do Planeta pretende atingir1bilhãodepessoasemmilcidades. Parachamaraatenção,ascidadesparticipantesapagamíconesreconhecidosinternacionalmente.OColiseu,em Roma (Itália), a ponte Golden Gate, em São Francisco (Estados Unidos), e a Sidney Opera House, em Sidney (Austrália) foram alguns dos ícones globais que tiveram suas luzes desligadas na edição de 2008, quando 50 milhões de pessoas de 35 paísesemaisde400cidadesapagaramasluzesporumahora. O ano de 2009 será crucial para o futuro do planeta. Espera-se que os países finalmente assinem, na 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em dezembro do próximo ano, em Copenhagen, um acordo para reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa."Por isso iremos trazer a Hora do Planeta oficialmente para o País. Precisamos mostrar que a sociedade brasileira também está atenta e preocupada com o futuro do nosso planeta", explica a secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú.

Philip Weech, Bahamas, apoiou a estabilização de 350 ppm e limitar a temperatura aumentar 1,5 º C, e apelou para a mitigação por todasas partes

lugar onde a parceria entre o desenvolvimento e o mundo desenvolvido para combater as alterações climáticas deslocou-se da retórica e transformado emaçõesconcretas",disseele. Nesse espírito, em Poznan, os retoques finais foram postas à adaptação do Protocolo de Quioto, permitindo assim receber os projetos em curso de 2009. Partes acordaram em que o fundo (MDL), alimentado por uma parte das receitas provenientes do Protocolo de Quioto, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e de contribuições voluntárias, teria uma capacidade jurídica para concessão a países em desenvolvimento o acesso direto. No entanto, as partes foram incapazes de chegar a um consenso sobre uma majoração em relação a financiamento para uma taxa sobre os outros dois mecanismosdeQuioto. REVISTA AMAZÔNIA |55

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No encerramento

Juntamente com as decisões que visam simplificar e acelerar o MDL, as partes solicitaram ao Conselho Executivo do MDL para explorar procedimentos e metodologias que iriam reforçar regionais e subregionais de distribuição de projetos. Foi pedido à Câmara para avaliar as implicações de captação e armazenamento de carbono, incluindo projetos e ampliando os critérios de elegibilidade para a florestaçãoereflorestaçãodeprojetos. Um evento chave na conferência ministerial foi uma mesa-redonda sobre uma visão de longo prazo de ação cooperativa em matéria de alterações climáticas. "Os governos têm enviado um sinal político forte que, apesar da crise financeira e econômica, podem ser mobilizadosfundossignificativosparaambosmitigação e adaptação nos países em desenvolvimento com a ajuda de uma inteligente arquitetura e as instituições financeiras a fornecer o apoio financeiro", disse Yvo de Boer, secretário executivo da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC) "Temos agora um sentido muito mais claro de onde precisamos ir ao projetar um resultado que irá definir os compromissos dos países desenvolvidos, os apoios financeirosnecessárioseasinstituiçõesqueirãofornecer esse apoio como parte do Copenhagem resultado", acrescentou.

Indígenas em risco na

Conferência do Clima

No mesmo dia em que se comemorava o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, os povos indígenas que participam da 14 Conferência da ONU de Mudanças Climáticas, em Poznan, na Polônia, alertaramm para o risco de terem seus direitos violados nas negociações relacionadas à preservação das florestas no âmbito do REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação). A proposta REDD, que vem sendo discutida desde 2005 na Convenção das Partes, consiste no repasse de uma compensação financeira para países que conseguirem reduzir as taxas de desmatamento com base em um determinado período. "Sem direitos não há REDD (No Rights, no Redd)", gritaram manifestantes e lideranças indígenas em protesto durante a conferência, apoiados por mais de 50 organizações.

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André Carvalho, Brasil, afirmou que uma visão comum abrange todos os elementos de base, guiados pelos princípios e disposições da Convenção. Sobre mitigação, ele defendeu reduções de emissões, 25 à 40% , por países e de repartição de encargos com base em dados históricos responsabilidade e equidade

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Os países reunidos em Poznan fizeram progressos em relação a uma série de questões que são importantes no curto prazo – até 2012 – em particular para os países em desenvolvimento, incluindo a adaptação, finanças, tecnologia e reduzir as emissões causadas pela desflorestação e degradação das florestas. Além disso, a Conferência debateu em profundidade a questão da gestão de desastres, a avaliação dos riscos e seguros, essenciais para ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar os inevitáveis efeitos das alteraçõesclimáticas.

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O Japão, propôs que os partidos adotem uma meta global de 50% de redução até 2050

Uma visão da Mesa, na SBI, presidido por Bagher Asadi (2 ª da esquerda)

Bagher Asadi sobre os monitores, que estão estrategicamente colocadas em toda a sala de conferências

Business Day Um Dia de Negócios foi realizado em paralelo à 14a Conferência das Partes COP/UNFCCC, para facilitar o diálogo entre comerciais de alto nível e de peritos governamentais empenhados em chegar a um resultado positivo do Plano de Ação de Bali.

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Li Yan, da Greenpeace Internacional, falando durante a Conferência de imprensa diária

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Os governos reunidos no âmbito do Protocolo de Quioto, acordaram que os compromissos dos países industrializados no pós– 2012 deve principalmente assumir a forma de quantificado de limitação e reduzir objetivos, em consonância com o modelo de metas de redução de emissões de terem assumido durante o primeiro período decompromissodoprotocolo. Incluindo a Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, em Copenhagem (7 – 18 de dezembro), pelo menos quatro grandes ajuntamentos UNFCCC irá ter lugar no próximo ano, as duas primeiras, em Bonn, Alemanha (29 de março – 08 de abril e 1 – 12 de junho) e o terceiroemagosto/setembro. Quiosque da UNFCCC para as Alterações Climáticas

O governo brasileiro quer reduzir em 72% o índice de desmatamento na Amazônia até 2017

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Karine Hertzberg, da Noruega, destacou como uma opção para permitir que um clima de fácil transição em uma sociedade com baixas emissões de carbono, e instou maior cooperação internacional para compartilhar os custos e os recursos comuns REVISTA AMAZÔNIA |59

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Barbara Buchner do IEA, disse que o cenário de referência, sem novas políticas é insustentável e levaria a 750 ppm e um 6 º C de temperatura subir. Ela identificou a necessidade de "uma enorme transformação da energia" que envolve mudanças em todas as regiões e setores

Claudio Forner, Secretario do UNFCCC, apresentou o documento técnico atualizado sobre mitigação potencial

Ban Ki-moon

O Brasil é um dos exemplos da “economia verde” que o resto do planeta precisa seguir

Ban Ki-moon e Yvo de Bôer, Executive Secretary da UNFCCC

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Yvo de Bôer, secretário Executivo UNFCCC, Halldór Thorgeirsson, UNFCCC, e AWG-LCA presidente Luiz Machado 60| REVISTA AMAZÔNIA

Janos Pásztor, diretor do secretáriogeral da ONU para as Alterações Climáticas, com o Secretário-Geral das Nações Ban Ki-moon

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A Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, em Poznan terminou com um claro compromisso dos governos para negociação em 2009, a fim de moldar um ambicioso e eficaz resposta internacional à mudança climática, a ser acordado em Copenhagem, no final de 2009

Al Gore elogia Brasil "Yes, we can" (Sim, nós podemos) O prêmio Nobel da Paz e uma das principais lideranças mundiais no combate às mudanças climáticas, Al Gore, no último dia da Conferência de Mudanças Climáticas da ONU, em Poznan, na Polônia, disse que em momentos como esse é comum termos medo, termos dúvidas. Mas, que também é importante termos coragem. "Tenho muita esperança no coração e vejo que há um esforço global para salvar a nossa casa, o planeta Terra", ressaltou Gore, dizendo que essas negociações sobre o clima ultrapassam a esfera política e consistem em um desafio espiritual. Inspirado, Gore citou Gandhi e Luther King, comovendo a platéia. "Gandhi costumava dizer uma palavra Satyagraha, que significa a força da verdade, que é maior do que todas as forças",exclamou. O Brasil foi elogiado por Al Gore por ter assumido metas de redução de desmatamento. "O Brasil propôs um novo plano de combate ao desmatamento impressionante", ressaltou Gore, seguido por longos aplausos da platéia. Ele também sublinhou o importante anúncio feito pelo governo chinês de que o país, cuja economia mais cresce no mundo, investirá US$ 600 bilhões nos próximos dois anos em projetos de energia limpas e sustentáveis. Para Gore, a iniciativa do Brasil e da China devem servir de modelo para os outros países.

Obama Al Gore afirmou que agora os Estados Unidos está engajado e trabalhará junto com outros países para chegar a um acordo em Copenhagem (em dezembro de 2009, na próxima conferência do Clima). Ele finalizou seu discurso com as palavras mais entoadas pelos democratas durante as eleições norte-americanas: "Yes, we can"(Sim, nós podemos).

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L-R: Sanjay Tomar, The Energy Resources Institute (TERI); John Drexhage, IISD; Anne Hammill, IISD; Maggie Opondo, University of Nairobi; Lars Naess, Institute of Development Studies

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Exposição de produtos que a Embrapa usa para produzir biocombustivel

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Embrapa apresenta produção de biodiesel na Expowec 2008

Fotos José Cruz/ABr e Embrapa

produção de biodiesel é um dos destaques do estande da Embrapa na Exposição Tecnológica Mundial (Expowec 2008), que acontece até sexta-feira( 6) , no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, DF. O óleo de gordura de origem animal e vegetal é um dos exemplos de como se obter biodiesel apresentados pela Embrapa Agroenergia. No Brasil, os óleos e gorduras animais tem como fontes o sebo bovino ou suíno e os óleos vegetais podem ser obtidos a partir das oleaginosas tradicionais (soja, mamona, dendê, girassol e algodão) e potenciais (pinhão manso, macauba, inajá, tucumã e babaçu); a essas fontes, acrescenta-se o óleo defritura.

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DANOS AMBIENTAIS O óleo de fritura tem consumo per capita no Brasil, em média, de 20 litros por ano. Isso significa que uma população de 2 milhões de habitantes consome 40 milhões de litros de óleo. Admitindo-se que no processo de fritura haja uma perda de 50%, o volume final descartável será de 20 milhões de litros. Para evitar que este óleo seja jogado na rede de esgoto e cause danos ambientais, a Embrapa, em parceria com a CAESB e 64| REVISTA AMAZÔNIA

outras instituições, lança neste ano o projeto Biodiesel de Óleo de Fritura no Distrito Federal. Segundo o chefe de Comunicação e Negócios da Embrapa Agroenergia, José Eurípedes, trata-se da produção do biocombustível a partir da transformação do óleo de fritura que seria descartadodepoisdouso. O processo de produção de biodiesel a partir desses produtos estão sendo demonstradas por vídeo no estande da Embrapa, que mostra ainda as oleaginosas tradicionais. A soja, por exemplo, é responsável por 77% doóleoextraídonoBrasil. A pesquisadora de agroernegia da Embrapa Silvia Belém sobre biocombustiveis

ETANOL O etanol lignocelulósico é outra tecnologia apresentada no evento. Os materiais lignocelulósicos estão presentes em todas as plantas (como capim, eucalipto) e em resíduos de processos industriais (como o bagaço da cana-de-açúcarepódeserraria). Hoje o etanol brasileiro é produzido, basicamente, a partir da cana-de-açúcar. A idéia, segundo Eurípedes, é utilizar outras alternativas, considerando a crescente demanda por esse biocombustível. Os materiais lignocelulósicos seriam um exemplo. “É importante observar que a cana-de-açúcar produz açúcar (alimento) e etanol (biocombustível), e ainda os resíduos, como a vinhaça que é reciclada como fertilizante, a palhada e o bagaço utilizados para a cogeração de energia na forma de eletricidade e calor”, explicou. As etapas de produção do etanol lignocelulósico também estão sendo mostradas por vídeo.

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RESÍDUOS SECOS A Embrapa Agroenergia mostra, ainda, a produção de combustíveis a partir de resíduos secos como lenha,

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bagaço de cana, serragem, capim e outros resíduos secos de vegetais, processados em uma máquina denominadagaseificador–queseassemelhaaumafornalhaquente,massemar,paraevitaraqueima. Essas matérias-primas produzem o gás de síntese, composto de monóxido de carbono (CO) e hidrogênio (H2). Com esse gás de síntese, é possível se produzir qualquer molécula orgânica: diesel, gasolina, etanol, entre outros combustíveis. “Esse processo é denominado síntese química, e é a forma de se fabricar combustíveis sintéticos, porém renováveis, pois a matéria-prima é a biomassa vegetal, que pode ser plantada”,comentouEurípedes.

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OUTRAS TECNOLOGIAS Além da Embrapa Agroenergia, estão no estande a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília -DF) que apresenta a mandioca açucarada para produção de etanol, a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna- SP) que trouxe o motor multicombustível e a Embrapa Florestas (Colombo-PR) com a maquete que representa as florestas plantadas com potencial de crescimento e produtividade e extensas áreas com florestas nativas que podem ser manejadas de forma sustentável. Essa realidade traz perspectivas animadoras ao país em relação à produção de biomassa para energia, com vantagem competitivanocenáriomundial. Também durante o evento, cerca de 120 pessoas participaram da palestra do pesquisador José Eurípedes sobre“InovaçãoparaousodaagroenergianoBrasil:desafioseperspectivas". A Expowec 2008 é uma exposição tecnológica realizada paralelamente ao Congresso Mundial de Engenheiros e pode ser visitada de 14 às 20h no Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo MonumentalCanteiroCentral-SetordeDivulgaçãoCultural).

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O pesquisador Luiz Guilherme Wadt fala sobre o motor multicombustivel, apresentado pela Embrapa

Um motor que utiliza até lixo e sobras da agricultura como combustível para funcionar, foi uma das novidades apresentadas por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na Exposição Tecnológica Mundial – Expowec 2008, realizada em Brasília. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Luiz Guilherme Wadt, o equipamento poderia ser uma boa ferramenta para conciliar a produção de energia elétrica à preservação do meio ambiente. “É um motor de combustão externa, ou seja, a fonte de energia que faz ele trabalhar fica do lado de fora. Com isso, pode-se usar qualquer tipo de combustível, como o biodiesel, etanol, resíduos da agricultura, madeira, carvão, combustíveis fósseis como carvão mineral e derivados de petróleo”, explicou.

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Felipe Milanez, editor da revista National Geographic Brasil

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Para jornalista, país vive um processo de genocídio dos povos indígenas e tradicionais

Jornalismo ambiental:

os desafios da cobertura na Amazônia

N Felipe Milanez, Fabio Castro, Nélia Rufeil, Joyce Santos e Adalberto Veríssimo

o Brasil, há 220 países autônomos sendo destruídos. A afirmação é do jornalista gaúcho Felipe Milanez, editor da revista National Geographic Brasil, palestrante convidado do evento“Jornalismo ambiental: os desafios da cobertura na Amazônia”, realizado recentemente, no Teatro Gasômetro (Parque da Residência), em Belém. Para ele, no país, se vive um processo rumo ao holocausto se observado o genocídio de povosindígenasepovostradicionais,temáticacentraldoevento. Milanez destacou que o grande desafio aos jornalistas é convencer editores de que aqui na Amazônia há coisas mais interessantes que os assuntos restritos publicados na grande mídia.“Meu foco hoje é denunciar e alertar sobre o que está sendo destruído no país. Fazer um texto interessante para atingir mais leitores é uma forma de dar um grito”, reforçou o jornalista.“No contato com os índios quando trabalhei na Funai percebi como eles são maltratados pela mídia. A gente os trata como oprimidos e o que se quer é a terra deles”, criticou. Ele mostrou exemplares da revista Brasil Indígena, impresso que editou quando trabalhou na Funai, com fotos que mostram diversas formas de organização dos povos indígenas, como os Chiquitano e Way-way, e de outros massacrados, que resistem apenas duas ou trêspessoas.DopovoKanoê,porexemplo,sobraramdois,osdemais foram dizimados nas décadas de 70 e 80. “Publiquei a matéria Sombras da Selva, na National Geographic, que conta a história de

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dois índios Piripkura achados no ano passado pela FUNAI. Estesíndiossãoosúltimosrestantesdeumatribodizimadano NortedoMatoGrosso”,comentou. Milanez avalia ainda que o atual cenário de descaso com os índios seja motivado pela falta de centralização da política indigenista brasileira, que não está exclusivamente nas mãos da Funai. O orçamento é desmembrado em diversos órgãos e cada Ministério tenta aplicar uma política própria.“A saúde é um bom exemplo do que vai mal; de tão caótica que está não se sabe mais o que fazer com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A educação também é péssima: a municipalização deste serviço não é boa para os índios e a educação indígena é de péssima qualidade”, denuncia. O jornalista acredita que“é preciso dar voz aos índios, para que possam defender os seus interesses como povos autônomos dentro do mesmo país e dasmesmasleis,ecomrespeitoasuadiferençacultural". O evento foi uma realização da ONG Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia - IMAZON, agência EKO Estratégias em Comunicação e Sesc Pará. Os debatedores foram a jornalista Joyce Santos, assessora de comunicação do Museu Paraense Emílio Goeldi, e Adalberto Veríssimo, pesquisador sênior do Imazon. E a jornalista e apresentadora deTV,NéliaRufeil,mediouodebate. O segundo palestrante foi o professor Fabio Castro, secretário de Estado de Comunicação do Pará e doutor em Sociologia pela Université Paris V. “Como seria possível narrar essa Amazônia que vivemos agora, mas que nós desconhecemos e é desconhecida por tantos?”, provocou. “Nós, jornalistas e pesquisadores da Comunicação, podemos nos colocar como narradores de um mundo que é nosso?”, provocou, mais uma vez. Para Castro, Belém é uma cidade especial pelas suas dinâmicas culturais e políticas, é febril, mas não consegue desempenhar o seu papel de narrar os espaços amazônicos. “Belém é um lugar de fala privilegiado para falar sobre Amazônia e para Amazônia”, avaliou. Esta condição estaria intrínseca a uma imperfeição histórica. “Nós também tivemos a nossa história ocupada, fruto de um processo narrativo de fora para dentro.Também fomos derrotados.Vamos continuar a escrever a nossa história com os olhos do vencedor?”,concluiu. Segundo o professor, atualmente, poucos jornalistas narram a Amazônia em destruição. Castro convidou os jornalistas e estudantes de Comunicação da platéia a olharem além da cultura de várzea, e observarem as experiências da terrafirmeedasestradas,queseampliamnaregião.“Seráque não é necessário fazer uma autocrítica como narradores da Amazônia? Falta o debate, a crítica, a fala, o espaço público”, sugeriu.

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O Teatro Gasômetro estava lotado

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Sombras da selva .... Matéria publicada na revista National Geographic Ed. 92 de 01/11/2007

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o potencial maior celeiro do mundo:

é verdade isso?

ode até ser, entretanto este potencial está sendo desmantelado a ce l e ra d a m e nte p o r f a l t a d e profissionalismoecológico. É lamentável! Nos anos 1970, em plena revolução verde, aplicou-se um pacote tecnológico que intensificasse o uso da terra e da mãode-obra (capacitação), facilitada pelo uso intensivo de capital. Deu certo! Embora seqüelas não desejáveis pudessem ser vistas posteriormente, como erosão, eutroficação e poluição de águas, intoxicações. Nos anos 1990 foi dado um passo teórico à frente, clamando-se pela sustentabilidade, ou a segunda revolução verde, uma revolução verde sustentável, sem as seqüelas indesejáveis da primeira: ambiental (terra, flora e fauna), social (mão-de-obra) e econômica (capital). Clamava-se por um manejo que evitasse o uso

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perdulário dos recursos naturais, dos insumos e dos produtos, e se preocupasse com sua conservação continuada, utilizasse práticas mais eficientes de manejo, incorporando os princípios ecológicos que regemavidaeaprodução. Mas o sistema produtivo do agronegócio brasileiro parou no tempo, ainda não entendeu e não incorporou esse passo à frente, continuando em larga escala a praticar as técnicas medievais aliadas ao pacote da primeirarevoluçãoverde. Certamente utiliza tecnologia de ponta, tecnologia espacial, que tentam pontualizar em vez de generalizar os impactos negativos (por exemplo, uso localizado e calibrado de insumos), mas continua desrespeitando os fundamentos ecológicos que garantem a capacidade de suporte biológico (vida e produção sustentável) de um local ou região.

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Nos cursos de Agronomia não se ensinam somente as disciplinas de uso de insumos, de exploração dos recursos naturais (Natureza), muito bem aplicados no pacote tecnológico da revolução verde não sustentável praticadaatualmente. Ensina-se também agroclimatologia, termodinâmica daatmosfera,fundamentosdeecologia,conservaçãode solo e de água e outros. E por que não se aplicam esses conhecimentos? Atualmente, no novo conceito de revolução verde sustentável, se diz que é preciso pensar global para agir nolocal. Em vista da destruição em grande escala de

solos agrícolas mundo afora, deverse-ia avaliar a situação global e planejar regionalmente as ações locaisintegradas. Mas ninguém faz isso em escala. Analisando diversos mapas globais de solos (regime hídrico do solo), de cobertura vegetal permanente (florestas remanescentes) e de uso da terra (incluindo desertos, regiões áridas e semi-áridas e em degradação), de uso de água subterrânea para irrigação, de irradiação de calor pela superfície continental, de aquecimento da atmosfera pela radiação de ondas longas, ou infravermelhas ou de calor, verificase que o Brasil ainda dispõe de amplas áreas agricultáveis. Algumas dessas áreas têm pequenas restrições hídricas, mas estão, em termos de aquecimento local, ainda muito bem, frente à situação calamitosa do restante do mundo tropical e subtropical. Austrália está saindo do combate com mais áreas aridizadas e salinizadas. Nos EUA aumentaram as áreas áridas e se reduzem as reservas de águas subterrâneas. Na China avançamos desertos e as restrições de água para a agricultura, a África já está fora de combate, e a Europa em termos de área agrícola é uma piada de mau gosto. Com o aquecimento global avançando de forma acelerada as regiões com restrições de água vão ter essa dificuldadeintensificada.

Porém, verifica-se com pesar e muita preocupação que no Brasil aumentam os eventos de aquecimento local. Em escala regional (Sudeste e Centro-Oeste), antes restrito ao Nordeste, simplesmente em conseqüência de práticas agrícolas medievais e da “revolução verde“ insustentável, ampliando áreas degradadas do ponto de vistaecológico. Uma área degradada, independente do aquecimento global, é mais seca (não capta e nem armazena adequadamenteaáguadaschuvas).Émaisquente(não possui estruturas de estabilização térmica), com menor umidade relativa do ar (pois não dispõe de estruturas vaporizadoras), apresenta mais brisas e eventos locais e regionais (sem controle dos aquecimentos locais e de

quebra-ventos). Em resumo, são áreas que têm sua capacidade de suporte biológico reduzidos. Antigamente falava-se em “terras cansadas“. Mas tem os adubos! Sem água, e com restrição ao desenvolvimentodasraízes,nenhumadubofazmilagre. Mas tem irrigação! As nascentes são destruídas pelas grandes áreas agrícolas, afetando o fluxo das águas superficiais, e a água subterrânea não é eterna, pois precisa ser reposta, mas isso não acontece. Dessa forma constata-se que os lençóis freáticos estão baixando

assustadoramente, e o nível de água dos aqüíferos também. Por conseqüência, a irrigação não é uma tecnologiasustentável,nemumfimemsimesmo. Então, como fica? Sim, estamos tendo recorde de produção no sul do estado de São Paulo, e um boom de produção agrícola irrigada no oeste da Bahia e outras regiões.Oprofissionalismoéumaexigência. Mas esse profissionalismo necessita expandir sua visão para não ficar somente nos resultados de curto e médio prazoatéaáguaeaterraesgotarem. Água é o insumo mais importante. E manejar a água (não estou me referindo à irrigação) deve ser muito bem aprendido. No caso de gramíneas, como pastagens e cana, 70% (para outras espécies o valor é próximo) da produção é controlado pela água disponível, não chovida ou irrigada. Não adianta chover sobre solo encrostado ou compactado, que impede o armazenamento dessa água. Não adianta chover se o manejo dos solos resulta em geração de calor em excesso, que por sua vez intensifica as perdas de água por evapotranspiração e carreamento por brisas e ventos, reduzindo água disponível no solo. E vocês sabiam que o mau manejo regional de uma paisagem faz com que as chuvas de frente sejam mais curtas e intensas? E que as chuvas tropicais ou convectivas sejam mais intensas, de tal forma que o solo não tenha condições de absorver toda a água, que escoa superficialmente, encurtando o ciclo da água. Precisamos de manejo ambiental que mantenha o ciclo longo da água, em que a água da chuva demore o máximo de tempo para voltar à rede de drenagemeaomar. Gostaria de alertar para um fato interessante: a natureza

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residente, seja no solo ou na estrutura das plantas, era possível manter plantas de cor escura, que filtravam a radiação solar (semelhante aos óculos escuro ou à melanina na pele) e absorviam calor, já que a água possui grande poder calorífico, demora a esquentar e demora a esfriar, estabilizando a temperatura ambiente. Quando falta água, o tecido vegetal passa de escuro a claro,para evitar que parte da

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radiação solar se transforme em calorífica. Mas aí vem o ser humano e coloca fogo, escurecendo tudo, permitindo a máxima absorção de radiação solar e geração de calor local. Em ambientes mais quentes, as plantas absorvem radiação até o ponto em que o calor se torna elevado, aumentando a demanda atmosférica por água, e aí as plantas são acionadas a bombear água do solo para VAPORIZAR na atmosfera, até não encontraremmaiságua,quandomurchamasfolhas.Por issoanaturezacriouplantascomraízesmaisprofundase perenes (p.ex., árvores) para procurar estabilizar a umidade do ar ao longo do tempo, e evitar grandes amplitudes, que prejudicam a produção. As plantas,

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dispõe de vários processos para evitar que a luz e o calor solar sejam tão intensos que queimem a superfície terrestre,inviabilizandoavidaeaprodução. Assim,quandoosecossistemassuperiorescomeçarama ser desenvolvidos a partir das rochas, os primeiros seres visíveis a colonizar esse ambiente natural primário, sem solo, sem lençol freático, sem capacidade de suporte biológico, seco, quente, com grandes amplitudes térmicas (essas características não lhe soa familiar? para as áreas degradadas?), procuraram gerar SOLO PERMEÁVEL, para armazenar água das chuvas. E se utilizaram do ALBEDO, a partir da coloração clara ou prateada,para refletir parte da luz solar (ondas curtas não caloríficas) e reduzir o aquecimento das rochas, já que assim irradiam menos ondas longas, de calor, infravermelhas.O próprio corpo dos liquens fazia SOMBRA sobre o substrato para reduzir o aquecimento das rochas.Vocês percebem algumas semelhanças com algumas praticas agrícolas modernas utilizando esses mecanismos? No plantio direto na palha, tem que ter palha (no mínimo 6 t/ha e nomáximo10 a 12t//ha, equivalente gramínea, e se for de soja, ou feijão ou girassol precisa ser pelo menos o triplo), a palha é mais clara do que a planta viva, refletindo radiação solar e sombreando o solo,evitandoqueosolosofraaquelespicosdecalorque afetam a produção agrícola. As raízes param de absorver água e nutrientes quando a temperatura no solo é superior a 33°C. Em cima do trabalho dos liquens, e da formação dos solos e dos lençóis freáticos, foi possível se estabelecer plantas superiores (alimentos, fibras, energia), que procuravam proteger o solo permeável triplamente (pelo dossel ou parte área das plantas, pela camada de restos vegetais, e pela diversidade do sistema radicular) contra a radiação solar e as chuvas diretas. Conseguindo conservar água no local, ou água

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impermeabiliza-se o solo, impedindo as águas das chuvas de serem armazenadas e de repor oslençóisfreáticoseosaqüíferos.

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ADEUS ÁGUA PARA IRRIGAÇÃO!

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quando se eleva muito a temperatura, e se não houver estrutura ambiental adequada para fazer o serviço ambiental de umidificação, simplesmente fecham os estômatos. Param de fazer fotossíntese. Param de produzir. Reduzem a eficiência de uso dos insumos. Reduzem os ganhos, que por vezes podem resultar em prejuízos. Assim, conforme já mencionado, a natureza procura 'sombrear' o solo, com plantas e seus resíduos, ou com nuvens para evitar o superaquecimento danoso. Além de usar o manejo de cores, mais claras quando houver menos água, e se utiliza dos processos de evaporação e de transpiração para utilizar o fenômeno do calor latente (é retirado calor do ambiente na passagem da água da fase líquida para gasosa), além de se produzir sombra, por meio das nuvens (a Amazônia, por conta disso, tem seusdiasmaisfriosnopicodoverãoequatorial).Quando esses processos, envolvendo seres vivos e água, falham (ou porque são eliminados ou destruídos) para reduzir o aquecimento, ocorrem mais dois mecanismos para tentar dissipar o calor em excesso: a movimentação das moléculas de ar, na forma de brisas, ventos ou mesmo tornados, e na irradiação direta do calor para o espaço. Entretanto, a agricultura brasileira utiliza práticas agrícolas ecologicamente danosas, pois se destrói as estruturas naturais que deveriam garantir serviços ambientais de armazenamento de água no solo, de estabilização térmica, de umidificação do ar e de manutenção do ciclo hidrológico longo. São lançadas enormes quantidades de gases de efeito estufa (que barram o escape do calor irradiado para o espaço), aumentam-se as áreas geradoras de calor em excesso e que depois é barrado (queimando = escurecendo, degradando áreas), gerando aquecimento local, e Seringueiras, árvores com raízes mais profundas e perenes

O sistema plantio direto na palha, desde que realmente tenha essa camada de palha, é um início de bom manejo, e funciona bem do jeito que está para a região Sul. Na região dos cerrados, onde ocorrem problemas com longos períodos sem chuva, deveriam ser incorporadas práticas que visassem reduzir a produção de calor em excesso, a perda de água por brisas e ventos. A integração lavoura-pecuária é um caminho, mas melhor ainda seria a integração lavourapecuária-floresta, e os sistemas agro-florestais e

seria um grande avanço. Quanto mais próximo do equador, maior a densidade necessária de árvores, que podem ser de valor econômico (frutas ou madeira) em manejorotacionado. Assim, o que falta para nosso agronegócio ser sustentável, é incorporar práticas de manejo que mantenham serviços ambientais essenciais à produtividade e à vida, façam planejamento com visão mais em longo prazo e de uso adequado dos recursos naturais.

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O ramo de alimentos sempre vai ter mercado. Mas vocês precisam garantir a produção! Para isso necessitam garantir a capacidade produtiva dos solos, por meio do armazenamento máximo de água das chuvas, e perdas mínimas. Para tanto necessitam entender onde podem

A Amazônia tem seus dias mais frios no pico do verão equatorial

silvipastoris, além dos reflorestamentos e na manutençãodaflorestaempéempontosestratégicos. É vital o plantio de faixas de árvores barra ventos e umidificadoras do ar cortando as lavouras, em manejo rotacionado (das lavouras) e em plantio direto, e isso já

melhorarosprocessosprodutivos,navisãosustentável. A sustentabilidade virá quando destinarmos 60% dos esforços na recuperação e conservação da qualidade ambiental, e 30% na melhoria do aspecto social, na qualificação da mão-de-obra e na melhoria de sua saúde. A história mostra que, tendo esses dois fatores de produção em bom estado, o aspecto econômico surge como conseqüência, lógico, construindo canais de comercialização diretos e diversificados. Fazendo o certo poderemos colocar o Brasil no cenário como celeiro do planeta. Minha preocupação ao escrever o texto é que existe um aspecto macro (visão global, para planejar em escala regional as ações locais integradas) que poucos estão considerando na agricultura brasileira e mesmo global tropical: a questão do controle do calor. Calor em demasia ocorre em área seca, não sombreada. Calor em demasia (incluindo amplitudes térmicas) gera queda drastica da umidade relativa do ar (aumenta estado de murchidez das folhas, para fotossíntese, reduz produção) , se não houver estruturas vaporizadoras permanentes (arvores de raízes profundas). Calor em REVISTA AMAZÔNIA |71

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demasia gera brisas e ventos mais fortes, que ajudam a ressecar uma área. Soluções? 1) cobertura de solo permanente, 2) instalação de quebra-ventos, 3) instalação de faixas de arvores vaporizadoras. Os sistemas florestais, agroflorestais e silvipastoris seriam os mais indicados para a região tropical. Não os sistemas agrícolas de clima temperado constituídos por um mar de pasto, um mar de alguma lavoura (milho, soja, cana). Porque? Mas a cana e o milho e a soja não vaporizam água? Certamente enquanto estiverem verdes. Mas e apos a colheita: restando um mar de palha seca, ou um mardepastoseco,semumaestruturavaporizadora? Duas fotos de satélite mostram (18ago) que o calor em excesso (cor vinho) não ocorre onde existe o parque nacional do Xingu, mas em toda região sudeste e centro-oeste onde não tem mais arvores ou nuvens (geralmentepertodolitoral).Eemnovembroocalorem região seca e sem vegetação suficiente para vaporizar água ou cobrir/sombrear o solo (noroeste de MG e sudoeste da Bahia) gera calor em excesso extremo (branco) pior que o do sertão nordestino, e similar aos desertos, por exemplo do Atacama, no Chile (o deserto maissecodomundo). O Brasil, comparado ao restante do mundo tropical ainda esta super bem, mas por manejos irracionais e perdulários de recursos naturais, já está mostrando sinais de febre desértica, fatal para alguma agricultura pujante e sustentável. Por que perdulários? quando existe abundancia de água e de terras, não se toma cuidados em conservar: destroi-se uma parte, ja que temmaisparaocupar,atenãotermaisoqueocupar. A Amazônia legal so possui 30% de solos agricultáveis, mas estão derrubando outras áreas para vender as arvores ou para torná-las em carvão para as guserias, ou simplesmente para valorizar a terra: absurdo! Na Amazônia deveria ser praticado outro tipo de agricultura que a da região sul ou de climas temperados. Não pode haver mar de pastos e lavouras, pois depois vem o mar

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As próprias florestas servem para interceptar e armazenar água das chuvas

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de palha, sem nada para manter a umidade do ar e reduzir a temperatura. E ainda mais: coloca-se fogo que gera cor escura (albedo zero; absorve mais radiação solar e gera mais calor, e menos cobertura de solo, e menos umidade do ar. E as partículas de carvão da fumaça geram gotas de chuva minúsculas que tem dificuldades para precipitar (tem nuvens mas não chove),ateseremlevadasemborapelosventos. E as entradas de grande parte das nuvens de chuva para a região sul sudeste e centro-oeste passam pela calha amazônica e do rio Paraguai (entre a cordilheira dos Andes e o planalto brasileiro). E se não houver mais a floresta amazônica ou uma agricultura agroflorestal, que mantêm as estruturas permanentes vaporizadoras, vai haver dificuldade para essas nuvens ou rios voadores serem transferidas para o sul. A Amazônia poderia ate cobrar royalties da região sul, sudeste e centro-oeste por facilitar as chuvas nestas regiões, se não praticarem agricultura de clima temperado, mas sistemas florestais, agroflorestaisesilvipastoris. Os sinais de febre já estão aparecendo, indicando manejo inadequado nas regiões sudeste e centroeste e tb sul, através das imagens de satélite que indicam quais

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as areas que geram calor em excesso (cor de vinho e branco=Maximodesértico). Um outro ponto interessante é que estamos praticando agricultura com uma matriz florestal na borda da Amazônia legal, e essa matriz floresta gera serviços ambientais (estabilização de temperatura, manutenção de umidade relativa do ar, chuvas mais regulares) essenciais para as lavouras e pastagens altamente produtivas. Se a matriz for transformada em matriz de áreas degradadas, mesmo que eu queira praticar uma agricultura sustentável ela vai sofrer muito e ate mesmo não deslanchar, pois o efeito de borda será nocivo. Por exemplo, se tenho 100 ha de terra com sistema florestais e agroflorestais dentro de uma área de 20.000 ha de áreas sem arvores (entorno), com mar de palha, na época da seca vai haver aqueci,mento maior dessa area do entorno, vai cair a umidade relativa do ar e assim aumentar a demanda da atmosfera por água. Que area teria condições de fornecer, vaporizar água? Os 100 ha arborizados(áreavegetadapodeevapotranspitrarde4a 10 vezes mais água que uma mesma área coberta de água), que serão solicitados a transpirar água para os 20.000 ha do entorno sem estruturas vaporizadoras. Resultado? As terras desses 100 ha vão ressecar rapidamente, mais que das areas do entorno e assim tudo de vegetação nesses 100 ha vão ser seriamente afetados ate a morte completa da vegetação. Solução?

Derrubar as arvores desses 100 ha ou plantar arvores nesses 20.000 ha de forma racional? O proprietário desses 100m ha vai sofrer escárnio, por ser um bobo em manter arvores que dizem ressecar o solo. As arvores procuram estabilizar temperatura, manter umidade relativa e estabilizar o ciclo de chuvas. Mas não dá para carregar o piano sozinho! Todos devem colaborar. Esse entendimento esta faltando!! Nas áreas de pastagem degradada do Espírito Santo a Aracruz fez um mar de florestas (não é o ideal, deveria diversificar, mas melhor que pasto degradado; mais de 6.000 ha): as chuvas na região regularizaram. Não preciso de mata fechada, mas preciso de estrutura arbórea vaporizadora e solo permeável para manter a água das chuvas. As próprias florestas servem para interceptar e armazenar água das

chuvas. Porque na Amazônia no pico do verão ocorrem os dias mais frios? O calor convoca (demanda da atmosfera) as arvores a transpirar intensamente, e logo formando nuvens carregadas que precipitam de volta, fechando um ciclo de resfriamento do ar (exceto quando essas nuvens forem formadas por gotículas que tem carvão de fumaça como núcleo de condensação). As nuvens ainda formam um escudo que reflete parte da radiação solar e faz sombra sobre a superfície evitando que esquente. São 3 processos atuando: albedo alto das nuvens brancas refletindo radiação, sombra das nuvens evitando aquecimento da superfície, evapotranspiração com retirada de calor. Sem arvores isso se torna impossível! Não podemos deixar que ocorra falta de recursos naturais (água residente, solo permeável, cobertura vegetal permanente diversificada) para se começar a pensar em mudanças: ai já será tarde e difícil recuperar. É maisfácilconservar!

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(*) Engenheiro Agrônomo formado em 1970, na Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS, com pós-graduação na Universidade da São Paulo/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, SP, em 1983 (Mestrado) e 1986 (Doutorado), na área de Solos e Nutrição de Plantas

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O pirarucu Pirarucu ou arapaima, nome científico Arapaima gigas , em tupi "pirarúku" significa peixe vermelho. É da família dos Osteoglossidae, tem idade adulta aos 5 anos, podendo ter tempo de vida mais de 18 anos. A espécie apresenta características biológicas e ecológicas distintas: de grande porte, seus espécimes podem atingir até quatro metros de comprimentoe250quilos,possuidoisaparelhosrespiratórios,asbrânquias,para a respiração aquática e a bexiga natatória modificada, especializada para funcionar como pulmão, no exercício da respiração aérea, obrigatória. Nada nas águas rasas e sobe periodicamente à superfície para engolir ar. Possui uma bexiga natatória que utiliza como um pulmão, aproveitando o oxigênio do ar. Na época da seca, ele é capaz de atravessar grandes distâncias em terra firme procurando água. Nestas ocasiões só se utiliza do oxigênio do ar. É o maior peixe deescamasdoBrasil. Na época do acasalamento a fêmea torna-se marrom e a cabeça do macho fica preta. O pirarucu ou arapaima é capaz de comer qualquer coisa. Quando um cientista abriu os estômagos de vários pirarucus, encontrou numerosos peixes, caramujos, tartarugas, cobras, gafanhotos, plantas, seixos, areia, lodo e até carvão!Trata-se

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O pirarucu, peixe da família Arapaimidae, é um dos mais importantes e emblemáticas espécies da Amazônia

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de um dos maiores peixes da água doce. Ele pode alcançar mais de 2 m de comprimento e 120 kg de peso. OsnativosdaAmazôniafalamdeumpirarucude4,5me 260kg. ÉumpeixeexclusivodaBaciaAmazônicaecaracterístico das águas calmas de suas várzeas. Vive em lagos e rios tributários, de águas claras, brancas e pretas ligeiramente alcalinas e com temperaturas que variam de 24° a 37°C, não sendo encontrado em zona de fortes correntezas e águas ricas em sedimentos. Durante a seca os peixes formam casais, procuram ambientes calmos e preparam seus ninhos, reproduzindo durante a enchente. Deposita as ovas no fundo dos lagos ou no leitodoriodeáguasremansosas.

Mantas salgadas de Pirarucu

É o peixe de maior valor econômico e alimentício existente na Amazônia Os filhotes apresentam hábito gregário, e durante as primeiras semanas de vida, nadam sempre em tomo da cabeça do pai, que os mantém próximos à superficie, facilitando-lhes o exercício da respiração aérea. É papel do macho proteger a prole por cerca de seis meses. Defendeseusalevinosrecolhendo-osnaboca. O pirarucu possui um corpo comprido e cilíndrico. Sua cabeça é achatada e as mandíbulas são salientes. É um "fóssil vivo "pois sua família existe sem modificações há maisde100milhõesdeanos.

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Pirarucu pescado no Lago Santo Antônio, município de Manoel Urbano no Acre

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Sua carne, fresca ou salgada, é muito apreciada, é alimento tradicional entre as populações ribeirinhas, seu alto valor reside em seu grande porte e no excelente sabor de sua carne, notadamente quando beneficiada seca e salgada, em mantas, é substitutivo do bacalhau. Praticamente desprovida de espinhas,desuacarnesepreparamdiversosesaborosospratosregionais,entreelesofamoso“pirarucu de casaca”. Suas escamas são usadas como lixa de unha ou na confecção de ornamentos, e sua língua, óssea e áspera, é largamente utilizadas para ralar o guaraná em bastão. Os ovos das fêmeas também são consumidos e a pele vem sendo objeto de estudos que visam sua utilização na produção de sapatos,bolsasevestimentas.Atualmenteécriadotambémempisciculturas. ÉopeixedemaiorvaloreconômicoealimentícioexistentenaAmazônia. Podem atingir até quatro metros de comprimento e 250 quilos

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Distribuição geográfica natural de Arapaima gigas 76| REVISTA AMAZÔNIA

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O paraíso do

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a Ilha Mexiana, foz do rio Amazonas, na parte mais oriental do seu estuário, entre o Pará e o Amapá, separada da Ilha de Marajó por um braço daquele rio, com 6 milhas de largura, existe um paraíso ecológico cortado pela Linha do Equador, chamado – Marajó Park Resort - Hotel Fazenda Ecológica. Lá a beleza da natureza é exuberante e na diversidade do ecossistema da Ilha, são encontradas capivaras, suçuaranas, preguiças, caititus, macacos, veados, jacarés, jibóias, camaleões e tartarugas, sem contar os diversificados tipos de aves (há mais de 350 espécies de pássaros na Ilha). Entre os peixes tucunarés, tambaquis, as perigosas piranhas – destaca-se o pirarucu, o " bacalhau da Amazônia ". Lá é possível fazer safáris ecológicos, montar em búfalos e praticar pesca esportiva. O principal atrativo da pesca é o pirarucu. Fica há 40 minutos de avião de Belém. Simplesmente imperdível!

Para exportação O Grupo Reicon, cria racionalmente em Mexiana, em lagos naturais ou não, pirarucus, dentro das mais altas e avançadas tecnologias. Após pescado, o pirarucu é colocado em águas geladas e morre sem traumas. Em seguida, processado de vários maneiras. Está sendo exportado para a Europa. Brevemente será para o Japão e Estados Unidos. Inicialmente fresco, porém já está em fase de experiência, a exportação salgado, tipo bacalhau.

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A pesca, um dos atrativos de Mexiana

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MAIS INFORMAÇÕES: www.marajoparkresort.com.br Reservas: marajopark@gruporeicon.com.br Fones: + 55 (91) 3202.7043 / 3244.4613 Fax: + 55 (91) 3244.3200 Rodovia Arthur Bernardes, 605 Belém / Pará – Amazônia / Brasil

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As águas que banham Mexiana são sempre doces, por força do caudal do Amazonas que empurra o oceano Atlântico para cerca de 200 km do litoral Cortada pela Linha do Equador é, todavia, dotada de temperatura agradável derivada do sopro constante de ventos Elíseos

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Família Goldschmidt

Pesca na Ilha Mexiana – o maior peixe de escama de água doce do planeta: o gigante pirarucu... Pesca com mosca e iscas artificiais

Os Goldschmidt são uma família de quatro aventureiros que vivem o sonho de descobrir nosso continente juntos e de modo muito especial. Dentre as várias viagens realizadas, destaco a que fizeram ao Marajó Park Resort na ilha Mexiana, onde deixaram a seguinte mensagem: «As vezes não consigo acreditar que estou aqui. Quando olho no mapa e vejo que estou na pontinha do Brasil, fico impressionado com o que a providencia Divina nos arranjou. Toda a seqüência de eventos que nos trouxeram até aqui foram incríveis e somos gratos a Deus por isto. O Marajó Park Resort na ilha Mexiana é um lugar único, onde pudemos conhecer a selva de uma maneira toda especial, em contato direto com lugares nunca tocados pelo homem. Este hotel-fazenda tem se especializado em duas atividades: o turismo ecológico e a pesca esportiva. O Grupo Reicon se preocupa há vários anos com a preservação do Pirarucu e a mais de 7 anos controla rigidamente a pesca destes maravilhosos peixes. Hoje, pescadores de todo o mundo vem para cá em busca da emoção única de pescar um peixe que pode chegar a quase de 3 metros de comprimento.»

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ioenergias, como o próprio nome indica, são todas as formas de energias da vida. Energia deplantas,animaisetodososseresvivos. Os seres humanos, além das bioenergias vitais, produzem pensamentos e emoções que qualificam a bioenergia comum transformando-a em energia consciencial, quer dizer, a energia pessoal, individual ou de cada consciência. Nós produzimos informações bioenergéticas quando pensamos e sentimos. Somos sistemas semi-abertos. Recebemos e trocamos energias com o meio onde vivemos. As fontes mais conhecidas de bioenergias são os alimentos sólidos e líquidos, as plantas, o sol, o mar, e principalmente o ar que respiramos. Essa espécie de energia imanente que está em toda parte de forma difusa, é uma das principais fontes de absorção para todos os seres vivos. Tem recebido diferentes nomes em diversas culturas: alguns preferem chamá-la de energia cósmica, energia primária, energia sutil, energia orgânica. São centenas desinônimosparaomesmoconceito.

Processos emocionais de desequilíbrio costumam ter um alto custo bioenergético o dispêndio bioenergético com a emoção é muito alto. Não raro, uma pessoa se sente extremamente cansada após uma discussão acalorada ou quando é portadora de sentimentos negativos,comoressentimento,mágoa,ciúmes. As pessoas que trabalham horas a fio com o computador ou com atividades intelectuais prolongadas sem lazer, conhecem bem a “ressaca” deixada pelo vampirismo energéticodatecnologia. O nosso sistema bioenergético sobrevive através de mecanismosbásicosdereposição.Mas,existemtécnicas para se trabalhar com o próprio campo bioenergético, melhorando a qualidade e até a quantidade de energia absorvida. O Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia aplica técnicas avançadas para o domíniobioenergéticoquepermitemaqualquerpessoa proceder ao diagnóstico dos seus bloqueios, eliminando-osprogressivamente,comsegurança. As bioenergias também funcionam como fator desencadeante natural para a projeçãodaconsciência. A pessoa, ao dominar as próprias bioenergias de maneira técnica, aumenta sua segurança pessoal e amplia a flexibilidade do próprio corpo energético que permite a liberação da consciência, desencaixando-se do corpo humano para se manifestar em outras dimensões. Assim, o domínio do processo bioenergético torna-se a chave daprojetabilidade.Éprecisoque

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a pessoa entenda a bioenergia como um fator natural, presente em qualquer processo humano e que é importante aprender a utilizá-la para se ter maior controleduranteasprojeções.

*Jornalista, coordenador do Departamento do Instituto Internacional de Psicologia e Conscienciologia- IIPC

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norme jangada de madeira, ou mais precisamente, de toras de madeira, puxada ou arrastada por embarcações fluviais, encostou, como se usa dizer por aqui, em porto de poderosa empresa madeireira dessas que chamam multinacionais embora sendo na maioria das vezes uma espécie de trambique. A multiplicidade das tais organizações são na verdade verdadeira um esquisito acasalamento de ávidos alienígenas e espertos testas de ferro regionais ou de outras plagas patriciais aqui chegados ou fazendo de conta que vem atraídos não só pela avidez do lucro fácil como igualmente refugiados pelo tumulto eufemisticamente apelidado de integração da região, verdadeiro nó gordio de boas intenções e desacertos. A chegada ou atracação de enormes partidas de madeira ás proximidades de Belém ou outra qualquer cidade amazônica que possa servir de porto de embarque não é nenhuma novidade e ninguém dá a

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maior ou até mesmo a menor importância ao fato, uma vez que parece ainda restar um pouquinho de bom senso no que diz respeito ao aproveitamento de pelo menos, parte das milhões de árvores que vem sendo impiedosamente postas abaixo e, pura e simplesmente incineradas, parecendo ser o fogo a única maneira prática de racionalizar a ocupação da região e, como

que vão desde os ultra-modernos satélites espiões até a mais bisonha conversa de pé de ouvido anulando todo o formidável dispositivo ufanistico e triunfalista dos setores interessados nessa história toda de destruição e comunicação é que entram as toras chegadas a capital paraense, pois tratavam-se troncos de árvores adultas de Hévea o que equivale dizer seringueira, que

A árvore que chora, como também já foi chamada seringueira

decorrência dessa esquisita tecnologia, enormes claros vêm sendo abertos na até bem pouco tempo conhecida e trobeteada aos quatro quantos do mundo como A Maior FlorestaTropical de todo o Universo, conceituação essa que precisa ser revista e devidamente corrigida tal a impetuosidade predatória que vem sendo observada por sensíveis satélites que acompanham o ritual da destruição. Essa verdadeira agressão ao meio ambiente amazônico vem sendo estimulada ao máximo por enormes quantidades de dinheiros de todas as proveniências a se dar valor às denúncias praticamente diárias que vem sendo feitas de todos os cantos do Brasil e do mundo, através de todos os meios de comunicação conhecidos

Árvore adulta de Hévea

simbolicamente representa um dos mais contundentes fracassos do nosso país, Basta dizer que acabamos perdendo a hegemonia do mercado da goma elástica, passando de único país produtor, para o de exportador com o produto vindo da Malásia, dos imensos seringais de cultivos feitos por habilíssimos colonizadores que daqui levaram sementes em grande quantidade e que tiveramtratosespeciaiscoisaqueemabsolutojamaisfoi realizada por essas bandas do planeta, a não ser em projetos tímidos e nunca concretizados, a partir da década de cinqüenta e que se pretende, de acordo com a terminologia específica, agilizar, a se dar crédito à maciça cobertura através de todos os órgãos de comunicação em disponibilidade. Caso essa tentativa que volta e meia, vem à tona com a mesma impetuosidade, venha a acontecer, o jeito é ficar, ou como se diz, contar para opinião popular que garante que vem dar no mesmo quando se despe um santo para vestir o outro. Ou mais precisamente estimular o plantio e permitir a derrubada da árvore que chora, como tambémjáfoichamadaseringueira. *Sopren / Sobrames Marco Zero. 1970

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