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AMAZÔNIA NA ARMADILHA DO FOGO INVESTIR NA NATUREZA IMPULSIONA A ECONOMIA FLORESTA CONSERVADA QUADRUPLICA A PRODUTIVIDADE DO AÇAÍ 27 Ano 17 Número 120 Agosto/2023 ISSN 1809-466X 9 77180 94 6 600 70 2100 R$ 29,99 € 5,00
12 REVISTA AMAZÔNIA revistaamazonia.com.br Novo Local Av. das Nações Unidas, 12551 - São Paulo - SP 20 A 22 SETEMBRO 2023 GARANTA JÁ SUA INSCRIÇÃO! VAGAS LIMITADAS @congressoecoenergy www.congressoecoenergy.com.br Aproveite os lotes promocionais com DESCONTO! UM DOS MAIORES CONGRESSOS DO SETOR DE ENERGIA SOLAR, EÓLICA, BIOMASSA, GTDC E OUTRAS ENERGIAS LIMPAS E RENOVÁVEIS. EVENTO PRESENCIAL Organização e Promoção Patrocínio Organizadora de Conferências Local Av. Nações Unidas, 12.551, Brooklin Novo São Paulo - SP Agência de Viagem (11) 5087-3455 / (11) 99369-5239

TEMAS EM DEBATE:

• Desenvolvimento sustentável e integrado das diversas Amazônias.

• Valorização das culturas originárias.

• Fortalecimento da união entre países amazônicos e muito mais.

O ENCONTRO HISTÓRICO ENTRE PAÍSES AMAZÔNICOS E SOCIEDADE CIVIL.

O Brasil tem o orgulho de sediar um encontro histórico entre lideranças de todos os países amazônicos e sociedades acadêmica, científica e civil para a construção de uma Amazônia mais forte, unida e sustentável.

4 a9 ago Hangar Centro de Convenções. Belém/PA

gov.br/dialogosamazonicos

ACESSE E PARTICIPE. Essa conversa também é sua.

PREPARAÇÃO PARA A CÚPULA DA AMAZÔNIA, EM BELÉM

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ISSN 1677-7158

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MAIS CONTEÚDO

EMBRAPA PREPARA CONTRIBUIÇÕES

PARA A CÚPULA DA AMAZÔNIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve recentemente em Leticia-Colômbia, na tríplice fronteira com o Brasil e o Peru, distante 2.398 km de Belém, para participar de Reunião Técnico-Científica da Amazônia. Foi uma espécie de “preparação” para a cúpula países - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela - da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), de 08 à 09 de agosto, em Belém. Durante a reunião em Letícia, os representantes dos oito membros, discutiram estratégias para a preservação do meio ambiente... 08

Antecedendo à Cúpula, de 4 a 6 de agosto, haverá um amplo debate entre sociedade civil, academia, centros de pesquisa e agências governamentais, denominado “Diálogos Amazônicos”. Nesse evento, a Embrapa e seus parceiros pretendem apresentar uma agenda comum de inovação em ciência e tecnologia que fortaleça os modos de vida e a conservação ambiental na Pan-Amazônia. As propostas e contribuições serão levadas à Cúpula da Amazônia...

FLORESTA CONSERVADA AUMENTA EM QUATRO VEZES A PRODUTIVIDADE DE AÇAÍ DE TERRA FIRME

O trabalho envolveu, pela primeira vez, uma polinização integrada de cultivos para avaliar o impacto na produtividade do açaí de terra firme. Foi avaliada a introdução de colônias da abelha canudo, nativa da Amazônia, em novas áreas de plantio de açaizeiro em terra firme, distribuídas em sete municípios do estado do Pará, e detectadas a outras novas áreas sem a introdução das colônias. O resultado mostrou um aumento de 43,3% de produtividade nas...

CRISE DE BIODIVERSIDADE UM ALERTA VERMELHO PARA O FUTURO DO PLANETA

A ONU agora estima que temos apenas três anos para preservar a hospitalidade de nosso mundo e a diversidade das espécies que o habitam. Isso requer nada menos que uma mudança radical em nossa relação com a natureza. O mais recente relatório de avaliação global da ONU sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos destaca a responsabilidade das atividades humanas na perda maciça de biodiversidade. Estima-se que não apenas 1 milhão de espécies de plantas e animais estejam à beira da extinção, como as populações...

AMAZÔNIA NA ARMADILHA DO FOGO

Abacia amazônica contém cerca de 40% da área de floresta tropical do mundo. Ele desempenha um papel importante no fornecimento de serviços ecossistêmicos vitais e na estabilização do sistema climático da Terra, armazenando cerca de 10% do carbono florestal global, sequestrando cerca de 5% das emissões humanas históricas de CO 2 e reciclando 20–40% de sua precipitação. Nas últimas décadas, a atividade humana impôs uma pressão crescente sobre a funcionalidade da floresta amazônica. A mudança antropogênica no uso da terra reduziu a cobertura florestal em 20% da bacia amazônica...

PARA AJUDAR AS FLORESTAS SECAS, O FOGO PRECISA TER A INTENSIDADE CERTA E ACONTECER MAIS DE UMA VEZ

O estudo liderado por Skye Greenler, pesquisadora graduada da OSU College of Forestry, e Chris Dunn, professor assistente da faculdade, tem implicações importantes para os administradores de terras encarregados de restaurar ecossistemas e reduzir o risco de incêndio em florestas secas, como as do leste da Serra da Cascata. A pesquisa da Oregon State University sobre a capacidade de um incêndio...

[17] Proteína extrai e classifica Terras Raras, abrindo caminho para a Tecnologia Verde [20] Biotecnologia oferece uma abordagem holística para a restauração de espécies de árvores florestais em risco [24] Investir na natureza melhora o patrimônio e impulsiona a economia [26] Estamos excedendo a maioria dos limites da Terra [30] “Bancos” de carbono em risco de falência [33] Restaurar a terra para meios de subsistência pode ter benefícios ecológicos [36] Como mitigar os efeitos das mudanças climáticas na segurança alimentar global [45] Florestas de montanha estão sendo perdidas em ritmo acelerado, colocando a biodiversidade em risco [48] Incêndios florestais e biodiversidade animal. Ecossistemas naturalmente propensos ao fogo tendem a ter mais espécies de aves e mamíferos [51] Clima quente conduzindo à transição para secas repentinas mais frequentes [54] Redução das chuvas nos trópicos ligada ao desmatamento [57] A recuperação de florestas tropicais compensa apenas um quarto das emissões de carbono de novos desmatamentos tropicais e degradação florestal [60] Uma mistura de árvores purifica melhor o ar urbano [63] A mistura entre espécies reduz a vulnerabilidade às mudanças climáticas

DIRETOR Rodrigo Barbosa Hühn pauta@revistaamazonia.com.br

PRODUTOR E EDITOR Ronaldo Gilberto Hühn amazonia@revistaamazonia.com.br

COMERCIAL Alberto Rocha, Rodrigo B. Hühn comercial@revistaamazonia.com.br

ARTICULISTAS/COLABORADORES

Ana Laura Lima, Andrew Hammond, Callum Smith, Columbia Climate School, Dominick Spracklen, Embrapa Amazônia Oriental, Fundação Nacional de Ciências dos EUA, Jess Baker, Joyeeta Gupta, Kiley Price, Ronaldo G. Hühn, Smriti Kirubanandan, Universidade de Gotemburgo, Universidade de Minnesota; FOTOGRAFIAS

Abir Abdullah, Alex Ribeiro/ Agência Pará, Alistair Campbell, Andrew Bower, Andrew Hammond, Aniket Gawade / Climate Visuals, CBD, Christelle Vancutsem, Cláudio Kbene/PR, CNBC, Comissão da Terra, Communications Earth & Environment(2023), Cristiano Menezes, Daniela Cusack, David McNew / Getty, Ecology Letters, Dominick Spracklen EcoPark-LA, Domínio Público, EpaEfe/Yonhap, Guerchom Ndebo / AFP via Getty Images, Global Biogeochemical Cycles, Harpal Singh no Unsplash, IPCC, Ivars Utināns no Unsplash, Jbdodane, Jenny Klingberg, Loke, Leo Queen/ Presidência da Colômbia, Nautilus Live / Ocean Exploration Trust, Kiley Price, Mongabay,Museu de História Natural (Reino Unido), Nature, NOAA Office of Ocean Exploration and Research, 2019 Southeastern US Deep-sea Exploration: DeepCCZ: Universidade do Havaí (EUA), One Earth, ONU/Logan Abassi via Flickr, OTCA, OSU College of Forestry, Patrick Mansell/Penn State, PHYS, Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK), Pixabay/CC0 Domínio Público, Per-Anders Pettersson/Getty, Pooja Choksi, PNAS, Presidência da Colômbia, Purdue Agricultural Communications/ Tom Campbell, Restoration Ecology, M. Jetton, Ricardo Dalagnol, Ronaldo Rosa, Pixabay/CC0 Domínio Público, Sarika Khanwilkar, Science, Skye Greenler, Sumil Thakrar/Universidade de Minnesota, UC Santa Barbara, UNFCCC, Universidade de Gotemburgo (Suécia), Universidade de Leeds, Unsplash, VCG, Viola Heinrich, Zuzana Bu ivalová, Xing Yuan, Wikipédia;

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Preparação para a Cúpula da Amazônia, em Belém

Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve recentemente em Leticia-Colômbia, na tríplice fronteira com o Brasil e o Peru, distante 2.398 km de Belém, para participar de Reunião Técnico-Científica da Amazônia. Foi uma espécie de “preparação” para a cúpula países - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela - da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), de 08 à 09 de agosto, em Belém.

Durante a reunião em Letícia, os representantes dos oito membros, discutiram estratégias para a preservação do meio ambiente e uso sustentável dos recursos naturais da Floresta Amazônica.

Em discurso no encerramento da reunião, Lula sugeriu temas fundamentais como a proteção dos povos indígenas, a promoção da ciência, da tecnologia e da inovação, da bioeconomia e o combate aos crimes transnacionais. O presidente brasileiro enumerou uma série de propostas e expectativas sobre o fortalecimento da cooperação entre os países amazônicos, incluindo a criação de um Fórum de Cidades Amazônicas e um Parlamento Amazônico.

“É preciso valorizar o papel dos prefeitos, governadores e parlamentares. Não se faz política pública sem participação de quem conhece o território. Para isso, queremos formalizar o Foro de Cidades Amazônicas e o Parlamento Amazônico”, disse Lula.

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No encontro em Letícia, Lula e Petro Fotos: Cláudio Kbene/PR, Leo Queen/ Presidência da Colômbia, OTCA, Presidência da Colômbia Lula propõe criação de Parlamento Amazônico, durante o evento em Letícia Os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião com suas equipes de governo.

Outras duas medidas na área de ciência e monitoramento também foram anunciadas. Uma delas é a criação do Observatório Regional da Amazônia, que vai sistematizar e monitorar dados de todos os países para orientar políticas públicas, além de produzir, em tempo real, boletins e alertas sobre secas, cheias, chuvas, incêndios e contaminação das águas. Além disso, Lula propôs a criação de comitê de especialistas da Amazônia, inspirado no Painel Intergovernamental Sobre Mudança do Clima (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), para, segundo ele, “gerar conhecimento e produzir recomendações baseadas na ciência”.“A formação de redes de contato entre universidades e instituições de pesquisa contribuirá para estimular a produção de conhecimento local, dinamizar as economias e criar oportunidades para nossa juventude, tão carente de alternativas de estudo e trabalho. Podemos fazer muito se dermos à OTCA diretrizes claras e recursos adequados. Por meio de uma coalizão de bancos de desenvolvimento e da mobilização de recursos públicos e privados, vamos fomentar atividades produtivas locais sustentáveis, como a agricultura familiar, a pesca artesanal, projetos agroflorestais e redes de empreendedorismo, sobretudo feminino”, defendeu Lula.

Fortalecimento da OTCA

No encontro em Letícia, Lula e Petro ouviram pronunciamentos de autoridades locais, representantes de entidades da sociedade civil e lideranças indígenas. Em seguida, o presidente brasileiro voltou a defender que os países que detêm a floresta precisam fortalecer a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, processo que deve ser efetivamente iniciado na Cúpula da Amazônia, no mês que vem.

“Hoje, a OTCA é uma ferramenta que, em vez de nos isolar, tem a capacidade de nos projetar para o centro do mais importante desafio da atualidade: a mudança do clima”, disse Lula, observando que o mecanismo regional reúne oito dos países amazônicos e abrange uma série de temas, como proteção dos povos indígenas, políticas de saúde, turismo, infraestrutura e transporte, e sua correlação com o meio ambiente. “Ao longo de todos esses anos, não temos dado à OTCA a atenção que ela merece.

A Cúpula de Belém será um momento de correção de rota”, acrescentou. Criada há 45 anos, a organização é a única socioambiental do mundo, com sede no Brasil. Em Leticia, os diretores da OTCA participaram do primeiro dia do Encontro Preparatório para a IV Cúpula de Presidentes dos Países Amazônicos. Com o objetivo de negociar em conjunto com os Países Membros a Declaração que será apresentada na IV Cúpula, que acontecerá na cidade de Belém, Brasil, em agosto.

A secretária-geral da OTCA, Alexandra Moreira, agradeceu a todos os presentes pelo comprometimento com o documento que será negociado pelos países membros. Ela mencionou que os temas abordados no documento nos permitem acreditar e trabalhar nos desafios que se apresentam atualmente na Amazônia. Além disso, concordou com os Países Membros sobre a necessidade urgente de fortalecer a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica como órgão institucional responsável pela cooperação na Região Amazônica.

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Alexandra Moreira, Secretária-geral da OTCA Durante a Reunião Técnico-Científica da Amazônia em Letícia Tratado de Cooperação Amazônica OTCA

Embrapa prepara contribuições para a Cúpula da Amazônia

O Brasil sediará a Cúpula da Amazônia nos dias 8 e 9 de agosto, em Belém (PA). Esse evento reunirá os chefes de Estado dos oito países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) com o objetivo de definir uma política comum para o desenvolvimento sustentável da região

Antecedendo à Cúpula, de 4 a 6 de agosto, haverá um amplo debate entre sociedade civil, academia, centros de pesquisa e agências governamentais, denominado “Diálogos Amazônicos”. Nesse evento, a Embrapa e seus parceiros pretendem apresentar uma agenda comum de inovação em ciência e tecnologia que fortaleça os modos de vida e a conservação ambiental na Pan-Amazônia. As propostas e contribuições serão levadas à Cúpula da Amazônia. “As expectativas são as melhores possíveis porque nós acreditamos que essa semana de encontro vai criar diferentes momentos de discussão e busca de práticas sustentáveis para a nossa região”, afirma Walkymário Lemos, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, sediada em Belém.

Reunião

No fim de junho, a diretora-executiva de Negócios da Embrapa, Ana Euler, conduziu uma reunião preparatória, em Brasília, para organizar a participação da empresa no evento internacional.

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*Vinicius Soares Braga Fotos: Fernanda Diniz, Ronaldo Rosa Da esquerda para direita: Rafael Zavala, representante da FAO no Brasil; Maria Ikeda, diretora do Departamento de Meio Ambiente do Ministério de Relações Exteriores do Brasil; Ana Euler, direta de Negócios da Embrapa; Joci Aguiar, assessora de Meio Ambiente e Justiça Climática, do Ministério das Mulheres e Carlos Lazary Teixeira, diretor-executivo da OTCA

Bioeconomia

Ela enfatizou a importância de a instituição colaborar com a chamada que o governo brasileiro faz para pensar na integração de agendas de desenvolvimento para a Amazônia como um todo. “Há desafios comuns que ultrapassam as fronteiras. E, na região, há pessoas e instituições de pesquisa que precisam de incentivos para trabalhar em rede na construção de soluções para os desafios históricos que estão postos”, afirmou.

Presente na reunião, Carlos Lazary Teixeira, diretor-executivo da OTCA, ressaltou que a Embrapa sempre teve um papel muito importante na cooperação internacional que o Brasil oferece a outros países. Segundo o diplomata, para a cúpula de Belém, os oito presidentes dos países amazônicos fecharam um compromisso de trabalhar com a melhor informação científica possível. “É um dos grandes ganhos dessa quarta cúpula”, avaliou.

Já o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, lembrou alguns trabalhos em cooperação internacional que contaram com a participação da Embrapa e disse vislumbrar boas oportunidades para a região amazônica.

“Quando a cooperação Sul-Sul se traduz em compromisso por parte das instituições os resultados são muito positivos”, disse.

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Açai Andiroba na várzea Cacau Meliponicultura. Criação de abelhas sem ferrão Fotos: Ronaldo Rosa Durante a reunião preparatória, em Brasília

Atuação da Embrapa na Amazônia

A reunião de preparação para a cúpula também contou a presença das chefias das nove unidades da Embrapa sediadas na Amazônia Legal. Os gestores apresentaram as iniciativas em agendas de cooperação transfronteiriça, atuação e ativos desenvolvidos ou em desenvolvimento que podem ser objeto de cooperação.

No âmbito das cooperações em andamento, têm relevância a área de aquicultura e ações de capacitação e compartilhamento de tecnologias. Já no quadro das cadeias produtivas que podem ser objeto de cooperação com outros países, os gestores destacaram produtos da sociobiodiversidade e espécies nativas, como açaí, castanha-da-amazônia, cupuaçu, guaraná e mel; piscicultura, fruticultura e espécies florestais.

Além de um centro de pesquisa em cada estado da Amazônia Legal, outras 30 unidades da Embrapa também atuam no solo amazônico com projetos e pesquisas para a região. Por conta disso, a reunião também foi aberta a todos chefes de unidades da Embrapa que se encontravam em Brasília.

Maria Ikeda, diretora do Departa-

de

Ambiente do Ministério de Relações Exteriores, destacou que a expectativa é que a cúpula fortaleça a cooperação entre os países amazônicos no enfrentamento não apenas dos desafios ambientais. Segundo ela, no primeiro evento para ouvir as demandas da sociedade civil para a cúpula, realizado em maio, houve reivindicações para uma atenção também aos problemas urbanos da região.

“Apesar de produzir muita energia e água, a região não consegue oferecer esses serviços em qualidade para toda população”, exemplificou. A diplomata também explicou que a cúpula terá como resultado a Declaração de Belém.

E, para esse documento, o governo brasileiro pretende incluir propostas concretas para a região, que promovam o combate à fome e à pobreza, a geração de emprego e renda para populações amazônicas, atividades produtivas sustentáveis e a conservação do bioma. Como parte da programação, o pesquisador Roberto Porro, da Embrapa Amazônia Oriental, apresentou os resultados preliminares do projeto BIAmazon, que envolve as unidades da Embrapa na Amazônia e a sede e tem como objetivo construir um plano estratégico para a atuação da empresa na bioeconomia da região. A abordagem está pautada em economias focadas na sociobiodiversidade tendo como base

o conhecimento tradicional e o diálogo com os conhecimentos científico e tecnológico. Porro defendeu uma bioeconomia inclusiva, a partir do protagonismo de povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares no ambiente de inovação. “O conceito de bioeconomia inclusiva, que está sendo construído e dialogado de forma conjunta, tem como pilares o protagonismo das populações locais na gestão de seus recursos, sistemas produtivos sustentáveis, valorização do conhecimento local, justiça social e repartição equitativa de benefícios”, afirmou o pesquisador.

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mento Meio

Floresta conservada aumenta em quatro vezes a produtividade de açaí de terra firme

O trabalho envolveu, pela primeira vez, uma polinização integrada de cultivos para avaliar o impacto na produtividade do açaí de ter ra firme. Foi avaliada a introdução de colônias da abelha canudo, nativa da Amazônia, em novas áreas de plantio de açaizeiro em terra firme, dist ribuídas em sete municípios do estado do Pará, e detectadas a outras novas áreas sem a introdução das colônias. O resultado mostrou um aumento de 43 3% de produtividade nas áreas com grande quantidade de vegetação nativa quando descobriu às áreas degradadas. Os cientistas observaram que as abelhas manejadas têm grande potencial para aumentar a produção de frutos de açaí, mas não substituem o papel da floresta na provisão dos ser viços de polinização. Em áreas com mata preservada, as abelhas entusiasm adas aumentam o número de visitas às flores, mas em 60%, em média, a abundância de espécies silvestres e, em 50%, a diversidade de inset os. Além dos benefícios ambientais, a preservação de florestas reduz os custo s para os produtores, com a compra e aluguel de colônias. O estudo é um a lerta para a importância da restauração florestal e sua relação com a agric ultura.

Estudo inédito sobre o cultivo do açaizeiro em terra firme na Amazônia mostra que a presença de grandes áreas de vegetação nativa no entorno ou próximo aos plantios de açaí em terra firme pode aumentar em quatro vezes a produtividade do açaizal quando deixada à ausência de floresta. O trabalho, publicado (12/7) no Journal of Applied Ecology , teve como abordar a polinização integrada de cultivos, e comprovou que a conservação da floresta é mais eficiente do que o manejo de abelhas nativas dentro dos cultivos para aumentar a produtividade das áreas, o lucro do produtor e garantir a manutenção da biodiversidade.

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Fotos: Alistair Campbell, Cristiano Menezes, Ronaldo Rosa O trabalho avaliou a introdução de colônias de abelhas nativas da Amazônia, da espécie Scaptotrigona postica, conhecida popularmente como abelha canudo, em áreas com plantios de açaizeiro

O trabalho avaliou a introdução de colônias de abelhas nativas da Amazônia, da espécie Scaptotrigona postica , conhecida popularmente como abelha canudo, em áreas com plantios de açaizeiro (Euterpe oleracea) em terra firme com diferentes gradientes de floresta no entorno ou próximos aos plantios.

Os resultados mostram que as novas moradoras das áreas com floresta conservada planejaram aumentar em 30% o número total de visitas de abelhas ao açaí. Por outro lado, elas seguem, em média, em 60% a abundância de abelhas silvestres que vêm das áreas de florestas para visitar as flores do açaí e em 50% a riqueza, ou diversidade, dessas espécies.

O artigo “A conservação da floresta maximiza os serviços de polinização do açaizeiro e a produtividade na Amazônia brasileira” foi escrito por um grupo de cientistas da Embrapa Amazônia Oriental ; Embrapa Meio Ambiente ; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Mato Grosso ( IFMT) ; Universidade de Brasília ( UnB ); Universidade Federal da Bahia ( UFBA ) e Universidade Federal de Goiás ( UFG ).

Para compreender o impacto da introdução de caixas de móveis em meliponários nos plantios e a relação com a floresta próxima a essas áreas, o pesquisador fez um amplo trabalho de campo. O grupo avaliou 18 áreas de plantio de açaizeiro em terra firme, distribuídas em sete municípios do estado do Pará. A escolha dessas áreas foi condicionada à presença de mais ou menos floresta na proximidade dos cultivos.

A polinização é um fator crucial para a produção de frutos do açaizeiro, uma vez que é uma palmeira de polinização cruzada (autoincompatível) e apresenta flores masculinas e femininas em tempos diferentes nas inflorescências. Ou seja, precisa de um agente que transporte o pólen das flores masculinas para as flores femininas de touceiras diferentes, e assim, possibilitar a fecundação e a formação de frutos. “Estudos anteriores já mostraram que o açaizeiro tem uma mega diversidade de visitantes florais, como compostos, moscas, vespas, besouros e formigas. Mas são as abelhas nativas da Amazônia os polinizadores mais eficientes dessa palmeira“, lembra a bióloga Márcia Maués, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental.

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Abelhas Arte: Giselle Aragão

“No estudo, usamos um gradiente de cobertura florestal que vai de 10% a 40% no entorno ou próximo aos plantios e abundância e riqueza de polinizadores silvestres presentes no ambiente”, afirma a pesquisadora.

Uma abordagem da polinização integrada de cultivos envolve tanto o manejo de polinizadores quanto o manejo da paisagem e foi a primeira vez que essa metodologia foi utilizada para os plantios de açaizeiro. “Existem duas estratégias principais para promover os serviços de polinização: manejo de polinizadores (introdução de caixas de abelha dentro dos plantios) ou melhorar as condições ambientais para aumentar a abundância e diversidade de polinizadores nativos no ambiente”, explica o biólogo Alistair Campbell, pesquisador colaborador da Embrapa Amazônia Oriental.

O foco do trabalho, continua Campbell, foi integrar as duas estratégias para mostrar ao produtor qual a melhor opção em diferentes cenários. “Ao longo do gradiente florestal, quando e onde compensa o produtor trabalhar com abelhas manejadas? Sempre vale ou nunca vale?”, questiona o pesquisador.

A bióloga Márcia Maués, em parceria com pesquisadores de diversas instituições de pesquisa e ensino, alunos de graduação, pós-graduação, pós-doutorado e técnicos, há quatro anos se dedica ao estudo da ecologia da polinização do açaí, cultura totalmente dependente dos serviços de polinização

“Isso porque o aumento da produtividade com o manejo dessa espécie não foi tão grande quando comparado ao aumento proporcionado pela polinização prestada pela biodiversidade natural presente nas matas próximas”, afirma. Ele detalha ainda que, para poucos casos de polinização, o manejo de uma única espécie atende plenamente, mas para a grande maioria das plantas a diversidade de polinizadores é insubstituível.

O artigo finaliza um trabalho que começou em 2016 e envolve projetos que estudam as abelhas e polinização, financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

e dos Recursos Naturais ( Ibama ), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação ( MCTI ) e Associação Brasileira de Estudos das Abelhas ( Abelha ).

Mais visitas, menos diversidade

O trabalho permitiu que, em um plantio sem o manejo de abelhas e com 40% de cobertura florestal ao redor, o número de visitas (abundância) de abelhas aos açaizeiros aumentou em 100%, em relação a uma área degradada com até 10% de floresta. Já em um plantio nas mesmas condições com a introdução de abelhas manejadas, o aumento na taxa de visitação às flores teve um acréscimo de 30% no total de visitantes florais (manejados ou não).

O principal resultado apontado pelo trabalho, como explica o biólogo Cristiano Menezes , pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, é que, no caso do açaí, o manejo da abelha canudo contribuiu parcialmente para o aumento da produtividade, mas os custos envolvidos não justificaram a ação.

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Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, no estande da Embrapa, na Anufood - Feira Internacional para o Setor de Alimentos e Bebidas 2022

Novos moradores nos plantios

Em nove áreas foram direcionados 15 colônias de abelhas canudo dispostas em meliponários móveis com diferentes gradientes florestais no ambiente. Outras novas áreas sem a introdução das caixas, mas com cenários florestais semelhantes, serviram como “testemunha”.

Ao longo de cinco meses, que é o período de floração anual do açaizeiro, os pesquisadores avaliaram em um raio de um quilômetro, partindo do meliponário ao longo do plantio, a frequência de visitas de insetos, a abundância nas flores, a formação de frutos e as características do manejo realizado pelos produtores.

“A mesma avaliação foi feita nas áreas sem a introdução de colônias, a partir de um ponto central do plantio”, acrescenta Maués.

O grupo contabilizou mais de 17 mil visitas nas inflorescências femininas do açaizeiro no período de cinco meses. Dessas visitas, 62% foram de abelhas. E, entre essas, 29% foram das novas moradoras, as abelhas canudo; 28% de compostos silvestres naturalmente presentes na área; e 5% de abelhas africanizadas.

Outros insetos, como moscas, vespas e besouros correspondem a cerca de 30% das visitas.

“Nós identificamos, entre os visitantes, 138 espécies de insetos, entre abelhas, moscas, vespas, besouros, formigas e mariposas”, conta a pesquisadora.

Nas áreas com abelhas manejadas, segundo o estudo, a abelha canudo representou 43% das visitas entre todos os insetos. “Nós superlotamos uma área esperando um retorno positivo na polinização.

Mas o que observamos foi que essas abelhas conseguiram monopolizar a visita às flores e, com isso, espantaram as abelhas silvestres”, afirma Maués. Novos experimentos com a introdução de número menor de colônias e com maior diversidade de espécies manejadas podem indicar resultados diferentes, ressalta a pesquisadora.

Um cientista destaca ainda que o açaizeiro tem uma relação forte com a diversidade de polinizadores e, quanto mais floresta, mais diversidade. Apesar de também serem polinizadores naturais do açaí, a introdução das colônias de abelha canudo não teve o efeito equivalente à presença da floresta.

“Isso não descarta a importância do manejo das abelhas, mas indica que é preciso integrar a atividade ao manejo da paisagem e à floresta”, constatação.

Já nas áreas com menos floresta, a abelha pode ter um efeito positivo na polinização e, consequentemente, na produtividade do açaí, principalmente nas áreas com menos de 30% de cobertura florestal.

O Código Florestal Brasileiro define que propriedades rurais em áreas de florestas na Amazônia Legal devem possuir 80% de Reserva Legal ou, no caso de terem sido desmatadas, devem restaurar pelo menos 50% dessas áreas, sendo assim, o pesquisadora alerta que nas propriedades em desacordo com a legislação “não basta somente introduzir as caixas de abelha; é preciso fundamentalmente realizar a recuperação de Áreas de Preservação Permanente ( APP ) e de Reserva Legal . É importante para o produtor e para a produção”, destaca

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Abelha Canudo na flor feminina Açaí de terra firme

“No geral, verificamos que houve aumento no total de visitas, pois superlotamos a área com compostos”, observa Maués. Porém, ao analisar somente o desempenho dos polinizadores silvestres, aqueles presentes na natureza, a introdução das caixas de abelhas canudo provocou uma redução de até 80% na taxa de visitação das abelhas silvestres às flores e 50% na riqueza de espécies. A média na taxa de visitação ficou em 60%.

“As abelhas canudo provocariam o deslocamento dos insetos que poderiam estar ali visitando as flores do açaí. Elas são muito ativas, territorialistas e eficientes na coleta”, acrescenta a pesquisadora. Ela ressaltou ainda que a cobertura florestal teve o efeito mais importante no aumento da taxa de visitação, pois a competição entre as espécies foi menos acentuada nos ambientes com mais floresta. “Nos ambientes com menos floresta em função da preservação de compostos silvestres e de recursos, a Scaptotrigona domina o espaço”, completa um cientista.

Para Cristiano Menezes, isso não significa que vamos desistir do manejo das abelhas no caso do açaizeiro, temos que pensar nas múltiplas possibilidades que o produtor tem para que o sistema de polinização seja bem-sucedido, como manejar uma diversidade maior de abelhas nativas, assim como ocorre na natureza, e melhorar a paisagem no entorno nos plantios.” A restauração passa a ser um investimento”, pontua o cientista.

Ao invés de pensar o açaí como uma monocultura de larga escala, o produtor deve pensar no desenho da paisagem que favorece a presença dos polinizadores na área, como corredores de mata entre os plantios.

“É importante que o produtor tenha em mente que ele precisa apostar nas áreas de mata. O manejo de polinizadores ajuda, mas dificilmente vai substituir a floresta, pois essas áreas é que vão garantir o abastecimento do serviço ecossistêmico de polinização”, finaliza Menezes.

Aumento de 400% na produtividade

Para avaliar o impacto econômico do aumento da taxa de visitação de abelhas às flores nos diferentes cenários e produtividade das áreas, a equipe de socioeconomia envolvida no trabalho entrevistou mais de cem produziu e questionou sobre o manejo da área, os custos da atividade e produziu dos plantios, em áreas com e sem a introdução das colônias.

O resultado mostra que houve um aumento de 433% (quase cinco vezes mais) na produtividade (toneladas por hectare de frutos) nas áreas com pelo menos 40% de floresta conservada em relação às áreas com 10% de cobertura florestal no raio de um quilômetro.

Sem o manejo das abelhas, a produtividade no cenário de baixa cobertura florestal (10%) ficou em torno de 3,9 toneladas por hectare de frutos. Já no cenário de alta cobertura florestal (40%) saltou para 21,3 toneladas por hectare. “Esse aumento de quase cinco vezes mais rendimento é semelhante nas áreas com a introdução das caixas de abelha, o que nos mostra que a presença da floresta é o fator principal para a produtividade do açaí” afirma o economista Felipe Deodato da Silva e Silva, fazer IFMT.

O grupo avaliou também os custos envolvidos com o manejo de abelhas nos plantios, como a aquisição ou aluguel de colônias e manutenção, para estimar o lucro do produtor nos dois cenários em diferentes gradientes florestais. Com 10% de floresta no entorno dos plantios, o lucro do produtor foi estimado em 4.700 reais por hectare ao ano. Já os plantios que têm, pelo menos, 40% de floresta na área rendem cerca de 34 mil reais por hectare ao ano ao produtor. Mais uma vez, a introdução das caixas de abelhas manteve o lucro em quase oito vezes mais nos cenários com boa cobertura florestal. “Vimos novamente que é o impacto da presença da floresta que aumenta a produtividade e o lucro”, afirma o economista.

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Deodato ressalta ainda que, à medida que o gradiente de floresta aumenta, o manejo das caixas de abelha canudo nos plantios faz com que o lucro do produtor diminua.

Isso porque a floresta já garante a presença das abelhas silvestres e o produtor não tem o custo da aquisição ou aluguel de colônias.

Ainda que pequeno, o lucro sem o manejo supera as áreas com o manejo da abelha, pois o produtor não tem o custo das caixas de abelhas.

“Nos dois cenários, o produtor tem produtividade, então por que ter um custo para um serviço que já é oferecido de graça pela natureza?”, questiona o economista.

A pesquisadora da Embrapa afirma que a introdução das colônias de abelhas canudo pode apoiar a polinização nas áreas com menor cobertura florestal, mas esse complemento nunca vai substituir a abundância e diversidade de abelhas nativas em uma área com mais floresta no entorno.

“Mesmo que o produtor superlote a área com colônias de abelhas para substituir a diversidade de abelhas que têm na natureza, ele dificilmente alcançará os serviços de polinização que uma área com floresta oferece. Um dos caminhos pode ser o manejo de espécies múltiplas de abelhas compatíveis com as características das flores do açaí (tamanho) e que tenham fidelidade de visitas e facilidade de manejo em caixas”, conclui Maués

Manejar, recuperar e conservar

O agricultor Alberto Shibata, do município de Santa do Izabel do Pará, região Nordeste do Pará, planta açaí em terra firme desde 2006.

A cada ano, ele amplia o plantio e atualmente tem 15 mil pés de açaizeiro que caiu, efetivamente, em torno de 50 toneladas. Ele conta que as 15 caixas de compostagem canudo orientado no planejamento ajudaram a polinização e ampliaram a produção de frutos. Prova disso é que o agricultor aderiu ao manejo da abelha, mantendo algumas colônias no plantio. “Minha área é localizada em uma região mais urbanizada e tem pouca abelha silvestre, por isso a introdução da abelha manejada foi muito boa para o meu açaí”, relata.

Área de floresta é o que não falta na propriedade do produtor Fernando Miranda, localizado em Santa Bárbara, região metropolitana de Belém (PA).

Ele, que se tornou um defensor das abelhas nativas, mantém uma área de 20 hectares de vegetação nativa e recuperada na propriedade.

“Tenho cinco caixas com abelhas canudo e outras colônias em troncos de madeira, em casas de cupins, em ocos de árvores e até na terra, que já habitavam naturalmente uma área, e com o que faço um cuidado o trabalho de preservação”, conta o produtor.

Os 20 hectares de plantio de açaizeiro ocorreram cerca de 130 toneladas de frutos. O local também foi uma das áreas avaliadas pelos investigadores, onde foram examinadas 15 colônias de abelha canudo. Na percepção de Fernando Miranda, a melhoria foi considerável em termos do aumento da quantidade e da qualidade dos frutos produzidos.

“O aumento de produção foi de cerca de 30% com a introdução de colônias das abelhas canudo”, relata.

Ele integra o manejo das abelhas à conservação da floresta. “As abelhas nativas dependem de uma ampla diversidade de alimentos e abrigos naturais que somente essas florestas e matas naturais são capazes de oferecer. Quando bem preservadas e manejadas, o trabalho de polinização dessas abelhas aumenta consideravelmente a quantidade e a qualidade dos frutos de açaí. Assim, vejo como a preservação e recuperação dessas áreas”, conclui o produtor.

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Ninho de Abelhas

Proteína extrai e classifica Terras Raras, abrindo caminho para a Tecnologia Verde

Uma mina de proteína, classifica as terras raras melhor do que os humanos... Cientistas da Penn State descobriram um novo mecanismo pelo qual as bactérias podem selecionar entre diferentes elementos de terras raras, usando a capacidade de uma proteína bacteriana de se ligar a outra unidade de si mesma, ou “dimerizar”, quando está ligada a certas terras raras, mas prefere permanecer uma única unidade, ou “monômero”, quando ligada a outras.

Elementos de terras raras, como neodímio e disprósio, são componentes críticos em quase todas as tecnologias modernas, de smartphones a discos rígidos, mas são notoriamente difíceis de extrair da crosta terrestre e separar uns dos outros.

Cientistas da Penn State descobriram um novo mecanismo pelo qual as bactérias selecionam entre os elementos de terras raras, usando a capacidade de uma proteína bacteriana de se ligar a outra unidade de si mesma, ou “dimerizar”, somente quando está ligada a certos elementos de terras raras.

“Nosso método, em teoria, é aplicável a qualquer forma de colheita de terras raras”.

revistaamazonia.com.br REVISTA AMAZÔNIA 17 A biologia já vem colhendo e aproveitando o poder das terras
raras
por milênios, especialmente em uma classe de bactérias chamadas “metilotróficas” por *Fundação Nacional de Ciências dos EUA Fotos: CNBC, Patrick Mansell/Penn State, VCG

Uma proteína encontrada naturalmente em uma bactéria (Hansschlegelia quercus) isolada de brotos de carvalho inglês exibiu fortes capacidades para diferenciar entre terras raras. Aproveitar seu poder pode revolucionar todos os setores de tecnologia, alterando fundamentalmente a forma como minerais críticos como terras raras são colhidos

Ao descobrir como esse aperto de mão molecular funciona no nível atômico, os pesquisadores descobriram uma maneira de separar diferentes metais de terras raras uns dos outros em condições normais de temperatura ambiente. Essa estratégia pode levar a práticas de mineração e reciclagem mais eficientes e ecológicas para todo o setor de tecnologia, afirmam os cientistas.

“A biologia consegue diferenciar as terras raras de todos os outros metais existentes – e agora podemos ver como ela diferencia as terras raras que considera úteis e as que não considera”, disse Joseph Cotruvo Jr., químico da Penn State e principal autor de um artigo apoiado pela US National Science Foundation relatando a descoberta na Nature .

Elementos de terras raras são de fato relativamente abundantes, explicou Cotruvo, mas são o que os mineralogistas chamam de “dispersos”, o que significa que estão espalhados pelo planeta em baixas concentrações.

“Se você pode coletar terras raras de dispositivos que já temos, talvez não dependamos tanto de minerá-las”, disse Cotruvo. Ele acrescentou que, independentemente da fonte, no entanto, o desafio de separar uma terra rara da

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“Estamos mostrando como podemos adaptar essas abordagens biológicas para recuperação e separação de terras raras”.
Joseph Cotruvo Jr., químico da Penn State e principal autor

outra para obter uma substância pura permanece. “Se você está extraindo os metais da rocha ou de dispositivos, ainda precisará realizar a separação”, disse Cotruvo. “Nosso método, em teoria, é aplicável a qualquer forma de colheita de terras raras”.

Ajustando as separações de terras raras

Para visualizar o processo em uma escala tão pequena, os pesquisadores se uniram a Amie Boal, professora de química, bioquímica e biologia molecular da Penn State, que é coautora do artigo. O laboratório de Boal é especializado em uma técnica chamada cristalografia de raios-X, que permite imagens moleculares de alta resolução.

Os pesquisadores determinaram que a capacidade da proteína de dimerizar dependente do lantanídeo ao qual estava ligada se resumia a um único aminoácido - 1% de toda a proteína - que ocupava uma posição diferente com o lantânio (que, como o neodímio, é um lantanídeo leve ) do que com disprósio.

Como esse aminoácido faz parte de uma rede de aminoácidos interconectados na interface com o outro monômero, essa mudança alterou a forma como as duas unidades de proteína interagem. Quando um aminoácido importante nessa rede foi removido, a proteína ficou muito menos sensível à identidade e ao tamanho das terras raras.

As descobertas revelaram um novo princípio natural para ajustar as separações de terras raras, com base na propagação de diferenças minúsculas no local de ligação de terras raras à interface do dímero.

Usando esse conhecimento, seus colaboradores do Lawrence Livermore National Laboratory mostraram que a proteína poderia ser amarrada a pequenas esferas em uma coluna e que poderia separar os componentes mais importantes de ímãs permanentes, neodímio e disprósio, em uma única etapa, à temperatura ambiente. e sem quaisquer solventes orgânicos.

“Embora não sejamos os primeiros cientistas a reconhecer que a dimerização sensível a metais pode ser uma forma de separar metais muito semelhantes, principalmente com moléculas sintéticas”, disse Cotruvo, “esta é a primeira vez que esse fenômeno foi observado na natureza. com os lantanídeos. Esta é a ciência básica com resultados aplicados. Estamos revelando o que a natureza está fazendo e nos ensinando o que podemos fazer melhor como químicos”.

Terras raras

Cotruvo acredita que o conceito de ligação de terras raras em uma interface molecular, de modo que a dimerização dependa do tamanho exato do íon metálico, pode ser uma abordagem poderosa para realizar separações desafiadoras.

“Esta é a ponta do iceberg”, disse ele. “Com a otimização desse fenômeno, o problema mais difícil de todos – a separação eficiente de terras raras que estão próximas umas das outras na tabela periódica – pode estar ao alcance”.

Um pedido de patente foi registrado pela Penn State com base neste trabalho e a equipe está atualmente ampliando as operações, ajustando e simplificando a proteína com o objetivo de comercializar o processo.

As terras raras são recursos estratégicos importantes e elementos-chave no desenvolvimento de alta e nova tecnologia e aplicações verdes. A China lidera o setor mundial de terras raras em termos de produção e tecnologias de refino

Outros coautores da Penn State são Joseph Mattocks, Jonathan Jung, Chi-Yun Lin, Neela Yennawar, Emily Featherston e Timothy Hamilton. Ziye Dong, Christina Kang-Yun e Dan Park, do Lawrence Livermore National Laboratory, também são co-autores do artigo.

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A China é o maior produtor mundial de terras raras, um valioso grupo de 17 minerais usados em eletrônicos de consumo e equipamentos militares Mina de terras raras na província de Yunnan, no sudoeste da China

Biotecnologia oferece uma abordagem holística para a restauração de espécies de árvores florestais em risco

Muitas espécies de árvores

de melhoramento de árvores para sobreviver

Douglass Jacobs, da Purdue University, e Kasten Dumroese, do Serviço Florestal dos EUA, lideraram uma equipe de 19 coautores, incluindo cientistas, administradores de terras e reguladores, na apresentação de suas descobertas sobre avaliação de risco biotecnológico e restauração de árvores florestais. Seu artigo na New Forests, publicado em uma edição especial sobre espécies de árvores ameaçadas, apresenta os principais resultados de uma conferência internacional virtual de 2021 sobre as questões. Entre suas conclusões: A sociedade dirige a política. Se a engenharia genética for a única maneira de salvar algumas espécies, seu uso exigirá aceitação pública.

“A biotecnologia é um kit de ferramentas diversificado que compreende diferentes tecnologias que podem ser usadas para conferir resistência a pragas – podem ser insetos ou patógenos – em nossas árvores florestais ameaçadas”, disse Jacobs, professor de Biologia Florestal Fred M. van Eck. Mas muitas pessoas equivocadamente equiparam a biotecnologia à engenharia genética.

“O melhoramento tradicional de árvores, quer você esteja criando diferentes espécies ou diferentes variedades dentro das espécies, ocorre há milhares de anos. E os regulamentos sobre o plantio de árvores tradicionalmente cultivadas estão abertos”, disse ele. “A engenharia genética, por outro lado, é altamente regulamentada, mas toda biotecnologia certamente não é engenharia genética”.

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florestais em risco provavelmente precisarão de biotecnologia junto com abordagens tradicionais
Fotos: Andrew Bower, Purdue Agricultural Communications/Tom Campbell, Robert M. Jetton Douglass Jacobs, inspeciona um grupo de castanheiras no John S. Wright Forestry Center Douglass Jacobs, na Universidade de Purdue, com uma nogueira que foi infectada com câncer de caule. Ela está na lista de espécies de árvores florestais em risco que provavelmente precisarão de biotecnologia junto com abordagens tradicionais de melhoramento de árvores para evitar a extinção

Os cientistas costumam usar a genômica, por exemplo, que envolve trabalhar com o conjunto completo de material genético de um organismo, para aprender mais sobre o que causa a doença. A genômica também pode ajudar a identificar os genes responsáveis por características úteis, como resistência a pragas. A praga começou a afligir a castanheira americana em 1900, matando bilhões de árvores. Apesar de ser alvo de décadas de esforços de melhoramento de árvores, as perspectivas da castanheira permanecem duvidosas. A lista de espécies em risco também inclui freixo, butternut e pinheiro bristlecone, entre outros membros da família do pinheiro branco de cinco agulhas.

“Sinto uma sensação de urgência. Não podemos demorar cem anos como levamos com a castanha para virar a página”, disse Dumroese, um fisiologista de pesquisa de plantas na Rocky Mountain Research Station do Serviço Florestal em Idaho. “As espécies estão se tornando ecologicamente extintas”, disse Dumroese. “Eles não são capazes de fornecer seu nível histórico de funcionamento do ecossistema porque muitas vezes não atingem a maturidade. E isso está acontecendo em um ritmo cada vez mais rápido. Veja a rapidez com que perdemos os freixos de nossas florestas e paisagens urbanas por causa da introdução da broca-do-freixo esmeralda”.

O pinheiro branco ocidental é um exemplo de como o Serviço Florestal, desde a década de 1960, usou efetivamente o melhoramento tradicional de árvores para lidar com a ferrugem da bolha do pinheiro branco. A população de pinheiros brancos permanece abaixo de seus níveis anteriores à ferrugem e pode nunca ser totalmente restaurada.

“Mas vemos muito mais pinheiros brancos ocidentais na paisagem e sendo plantados na paisagem todos os anos por causa desses esforços”, disse Dumroese.

“Esse processo levou apenas algumas décadas, quando saímos de um grande problema para fazer melhorias. Precisamos desse ritmo para todas as espécies que estamos chamando de risco”. De volta a Indiana, o Hardwood Tree Improvement & Regeneration Center, um esforço conjunto entre Purdue e o Serviço Florestal, há anos mantém um programa de melhoramento para resistência a pragas.

Quase todos os esforços do centro até o momento se concentraram no melhoramento tradicional de árvores e na genômica. “A chance de trabalhar com castanheiros e ajudar a reintroduzi-los na paisagem foi um grande motivo para eu aceitar o trabalho de Purdue em dezembro de 2001”, disse Jacobs. “Observar as espécies desaparecendo da paisagem me dá muita motivação para contribuir com o que puder para ajudar a salvar algumas dessas espécies em risco”.

Nos últimos 10 anos, Jacobs viu avanços impressionantes em novas biotecnologias que usam genômica e engenharia genética.

“Para algumas espécies, o cultivo tradicional de árvores não parece ser uma opção viável a longo prazo para obter árvores resistentes a doenças. Nesses casos, provavelmente terá que ser engenharia genética se quisermos salvar a espécie”, disse ele.

Isso se aplica até mesmo a uma espécie como o castanheiro-americano, afetado pela praga, alvo de um programa de reprodução há 50 anos. “Introduzir castanheiros e freixos suficientes para nos trazer de volta ao nível pré-distúrbio provavelmente não é possível na vida de ninguém, mas você tem que começar em algum lugar”, observou Dumroese.

Os participantes da conferência de 2021 chegaram a um consenso sobre a aplicabilidade da biotecnologia na reintrodução de algumas espécies de árvores florestais ameaçadas. Eles vieram da academia, do Serviço Florestal e de organizações como a American Chestnut Foundation e a Nature Conservancy.

“A percepção social e as políticas continuam sendo os elos mais fracos”, disse Jacobs. “Tem havido um fluxo unidirecional consistente de informações de cientistas para o público com a ideia de ‘Ei, nós somos cientistas, confie em nós’. Ou ‘Nós somos o governo, confie em nós’. Mas você precisa de um

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O cedro Mulanje (Widdringtonia whytei Rendle), árvore nacional criticamente ameaçada do Malawi, é o foco dos esforços de restauração na Montanha Mulanje, já que a cobertura florestal de cedro diminuiu mais de 90% nos últimos 30 anos Entre as espécies de árvores florestais nativas em risco na América do Norte estão o freixo branco (esquerda), castanha americana (centro) e Castanha-do-Pará (direita) Kasten Dumroese, fisiologista de pesquisa de plantas da Rocky Mountain Research Station do Serviço Florestal em Idaho, em uma plantação de mudas de pinheiro branco

Crise de Biodiversidade um alerta vermelho para o futuro do planeta

AONU agora estima que temos apenas três anos para preservar a hospitalidade de nosso mundo e a diversidade das espécies que o habitam. Isso requer nada menos que uma mudança radical em nossa relação com a natureza.

O mais recente relatório de avaliação global da ONU sobre biodiversidade e serviços ecossistêmicos destaca a responsabilidade das atividades humanas na perda maciça de biodiversidade. Estima-se que não apenas 1 milhão de espécies de plantas e animais estejam à beira da extinção, como as populações de animais selvagens monitorados despencaram em média cerca de 70% no último meio século.

O fato de que isso não pode continuar é cada vez mais reconhecido não apenas por governos e grupos de campanha, mas também pelo setor privado. Mais e mais empresas estão cientes de que se estima que pelo menos metade do produto interno bruto global dependa criticamente de ecossistemas saudáveis e funcionais. Isso ocorre diretamente, pelo uso de recursos hídricos, processos de polinização ou condições

de saúde do solo, ou por meio de atividades indiretas que dependem desses processos naturais. Nesse contexto, a razão pela qual o Dia Internacional da Diversidade Biológica deste ano foi tão importante não é apenas por causa da crise no mundo natural.

Além disso, pode haver agora uma preciosa janela de oportunidade para deter e, esperançosamente, reverter a enorme gama de desafios que estão alimentando a crise da biodiversidade, incluindo mudanças climáticas, espécies invasoras, exploração excessiva de recursos naturais, poluição e urbanização.

Esta janela foi aberta por causa do acordo na cúpula COP15 da ONU do ano passado em Montreal - a 15ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica. É por isso que o tema do grande evento foi “Do Acordo à Ação: Reconstruir a Biodiversidade”.

O acordo de Montreal é importante por várias razões, incluindo a eliminação gradual de subsídios prejudiciais ao meio ambiente. Estima-se que US$ 1,8 trilhão em subsídios – equivalente a cerca de 2% do PIB global – sejam fornecidos a indústrias que estão causando a perda da natureza e as mudanças climáticas.

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O Dia Internacional da Diversidade Biológica (22 de maio) é talvez o mais importante de todos, com um número crescente de cientistas sugerindo que o planeta está enfrentando um possível sexto evento de extinção em massa
Desmatamento no Congo em 1º de setembro de 2022 por *Andrew Hammond Fotos: CBD, Guerchom Ndebo / AFP via Getty Images, UNFCCC

As nações já haviam se comprometido na cúpula do clima COP26 em Glasgow para “reduzir e eliminar gradualmente” todos os subsídios “ineficientes” aos combustíveis fósseis. Os subsídios prejudiciais à natureza foram o próximo passo dessa discussão em Montreal.

Outra discussão importante em Montreal centrou-se nos relatórios corporativos. A intenção aqui era, em última análise, exigir que os governos estabelecessem planos para que as empresas, começando com as maiores empresas nos setores com os impactos mais negativos, divulgassem seus compromissos e dependências de biodiversidade.

No entanto, um avanço tão importante quanto Montreal foi, agora precisa ser entregue rapidamente com o objetivo de tornar o tratado tão importante para conter a perda de biodiversidade quanto o Acordo de Paris de 2015 ainda pode ser para ações sobre mudanças climáticas.

A necessidade é particularmente premente, já que Montreal surgiu, tragicamente, depois que os países falharam em cumprir uma única das metas estabelecidas na década anterior. Mais de 20 metas foram criadas por um grupo de trabalho da ONU nos anos que antecederam a COP15. Cumpri-los agora será tão difícil, e possivelmente ainda mais, quanto acordá-los em Montreal no ano passado, durante negociações meticulosas, nas quais havia vários pontos-chave, incluindo quão ambicioso o novo plano deveria ser, como seria financiado e como garantir que o progresso seja medido.

Com as apostas em jogo tão altas, é fundamental que os governos transponham para a legislação nacional todos os compromissos-chave acordados em Montreal. Os compromissos dos países ali apresentados serão mais críveis – e duráveis além das próximas eleições nacionais – se forem respaldados por uma legislação nacional difícil de reverter.

Um dos principais desafios aqui é que tão poucos chefes de governo estiveram no evento de Montreal. Isso reflete o fato de que mesmo um número significativo de governos que buscaram mostrar liderança em questões ambientais importantes, como a mudança climática, ainda não estenderam isso à luta para proteger a biodiversidade.

Uma maneira de mudar isso pode ser garantir que haja maior discussão sobre questões de biodiversidade em outros fóruns globais, incluindo o próximo G7 presidido pelo Japão, o G20 hospedado pela Índia e a cúpula do clima COP28 presidida por Dubai. O evento de aquecimento global de Dubai parece particularmente relevante, dado que a mudança climática está acelerando cada vez mais a perda de biodiversidade e ecossistemas-chave, incluindo florestas biodiversas, o que pode soar como a sentença de morte para a meta de 1,5 graus Celsius do Acordo de Paris de 2015.

Assim, com o acordo de Montreal precisando urgentemente de implementação, o mundo está em uma encruzilhada. A falha em entregar rapidamente será um desastre, mas o sucesso ainda traz a possibilidade de uma nova e poderosa estrutura para a natureza que se torne a base do desenvolvimento sustentável para bilhões de pessoas em todo o mundo ao longo da década de 2020 e além.

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[*] Associado da LSE IDEAS na London School of Economics

melhora o patrimônio e impulsiona a economia

Crescer a economia e, ao mesmo tempo, proteger o meio ambiente é essencial para alcançar o desenvolvimento sustentável. Para fornecer uma melhor compreensão sobre quais políticas podem alcançar ambos os objetivos, combinamos um modelo econômico global com modelos de serviços ecossistêmicos, mostrando como os mercados e as políticas impulsionam as mudanças nos ecossistemas e, por sua vez, como as mudanças nos serviços ecossistêmicos afetam a economia. Mostramos que a degradação da natureza causa grandes prejuízos à economia e que esses danos atingem mais os países de baixa renda. Também mostramos que políticas que investem na natureza podem melhorar muito os resultados econômicos e ambientais.

Um novo estudo mostra que as tendências atuais de degradação ambiental levarão a grandes perdas econômicas nas próximas décadas, atingindo mais duramente os países mais pobres. Mas há esperança: investir na natureza pode transformar essas perdas em ganhos Pesquisadores da Universidade de Minnesota e da Universidade de Purdue publicaram suas descobertas na Proceedings of the National Academy of Sciences. A equipe desenvolveu um modelo inédito de economia global da terra para capturar as interações entre a economia e o meio ambiente.

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Investir
A polinização por insetos é um dos muitos serviços econômicos que a natureza oferece. Este mapa-múndi mostra o impacto da polinização no rendimento das culturas. O impacto da polinização é maior nas áreas azul e verde e menor nas áreas vermelha e laranja
na natureza
por *Universidade de Minnesota Fotos: Pixabay/CC0 Domínio Público, Sumil Thakrar/Universidade de Minnesota

Os pesquisadores descobriram:

☆ As opções de políticas para investir na natureza resultaram em ganhos anuais de US$ 100 a US$ 350 bilhões (USD de 2014), com os maiores aumentos percentuais do PIB ocorrendo em países de baixa renda. As opções políticas examinadas neste estudo incluem a remoção de subsídios agrícolas, financiamento de pesquisas para melhorar o rendimento das colheitas e pagamentos internacionais de países ricos a países mais pobres para apoiar a conservação.

☆ As tendências contínuas na degradação ambiental , por outro lado, resultariam em perdas anuais de US$ 75 bilhões, com os países de baixa renda sofrendo perdas de 0,2% no PIB ano a ano.

Crucialmente, essas interações incluem como a natureza beneficia os humanos ao polinizar plantações, fornecer madeira, armazenar carbono e fornecer pesca para a pesca marinha, e como esses benefícios acabam afetando a economia em geral.

“Há muito tempo pensamos na economia e no meio ambiente como trabalhando um contra o outro”, disse Justin Johnson, professor assistente de Economia Aplicada da Universidade de Minnesota. “Investir na natureza não sufoca a economia, mas a impulsiona. Mas tem sido difícil modelar essas interações até recentemente”.

Os pesquisadores combinaram um modelo econômico de equilíbrio geral global, GTAP (desenvolvido no Centro de Análise de Comércio Global da Universidade de Purdue), com um conjunto de modelos de serviços ecossistêmicos, InVEST (desenvolvido no Projeto de Capital Natural da Universidade de Stanford). O GTAP e o InVEST são amplamente usados em todo o mundo por governos, organizações não-governamentais e pelo setor privado, mas reuni-los foi um empreendimento significativo.

“Modelos econômicos tradicionais desse tipo negligenciam quase completamente o fato de que a economia depende da natureza”, disse Tom Hertel, um distinto professor de Economia Agrícola da Purdue University. “Este novo estudo exigiu uma compreensão detalhada de como e onde os padrões de uso da terra mudam como resultado

da atividade econômica, com detalhes espaciais suficientes para entender as consequências ambientais dessas mudanças. É uma grande conquista”.

Os resultados desta pesquisa destacam como os bens e serviços públicos fornecidos pelo meio ambiente são muitas vezes mais importantes para os mais pobres do mundo, que têm menos acesso a opções alternativas quando o meio ambiente está degradado. Consequentemente, investir na natureza tende a tornar o mundo um lugar mais igualitário. Esta pesquisa examina apenas um pequeno subconjunto das maneiras pelas quais a economia e o meio ambiente interagem, encontrando, no entanto, efeitos surpreendentemente grandes.

“É claro que a natureza fornece muito mais do que polinizadores, madeira, carbono e peixes”, disse Johnson.

“Nosso trabalho futuro incorporará muito mais serviços ecossistêmicos , levando a uma tomada de decisão muito mais informada.

Isso é apenas o começo: esperamos tornar esse tipo de análise uma ferramenta padrão na caixa de ferramentas de um formulador de políticas”.

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Investir na natureza tende a tornar o mundo um lugar mais igualitário Investir na natureza tende a tornar o mundo um lugar mais igualitário

Estamos excedendo a maioria dos limites da Terra

Ema equipe internacional de cientistas (Efi Rousi, Kai Kornhuber, Goratz Beobide-Arsuaga, Fei Luo, Dim Coumou) analisou dados observacionais dos últimos 40 anos e mostrou, pela primeira vez, que esse rápido aumento está ligado a mudanças na circulação atmosférica. Ventos de grande escala de 5 a 10 km de altura, a chamada corrente de jato, estão mudando na Eurásia. Os períodos durante os quais a corrente de jato é dividida em duas ramificações – os chamados estados de jato duplo – tornaram-se mais duradouros. Esses estados de jato duplo explicam quase toda a tendência ascendente das ondas de calor na Europa Ocidental e cerca de 30% no domínio europeu maior. Em pesquisa divulgada recentemente, uma equipe internacional de cientistas da Comissão da Terra, da qual fazíamos parte, identificou oito limites “seguros” e “justos” abrangendo cinco sistemas planetários vitais: mudança climática, biosfera, água doce, uso de nutrientes em fertilizantes e poluição do ar.

Esta é a primeira vez que uma avaliação dos limites quantificou os danos causados às pessoas pelas mudanças no sistema terrestre.

“Seguro” significa limites que mantêm a estabilidade e a resiliência de nossos sistemas planetários dos quais dependemos. “Justo”, neste trabalho, significa limites que minimizam danos significativos às pessoas. Juntos, eles são um barômetro de saúde para o planeta.

Avaliar a saúde do nosso planeta é uma grande tarefa. Levou a experiência de 51 pesquisadores líderes mundiais de ciências naturais e sociais. Nossos métodos incluíram modelagem, revisões de literatura e opinião de especialistas. Avaliamos fatores como riscos de ponto de inflexão, declínios nas funções do sistema terrestre, variabilidade histórica e efeitos sobre as pessoas.

De forma alarmante, descobrimos que a humanidade excedeu os limites seguros e justos para quatro dos cinco sistemas. A poluição por aerossóis é a única exceção. Agora é necessária uma ação urgente, baseada na melhor ciência disponível.

Então, o que encontramos?

Esta ilustração mostra como violamos quase todos os oito limites seguros e justos do sistema terrestre globalmente

Nosso trabalho se baseia nos conceitos influentes de limites planetários , encontrando maneiras de quantificar como são os sistemas ao lado da segurança. É importante ressaltar que os limites seguros e justos são definidos em escalas espaciais locais a globais apropriadas para avaliar e gerenciar sistemas planetários – tão pequenos quanto um quilômetro quadrado no caso da biodiversidade. Isso é crucial porque muitas funções naturais atuam em escalas locais .

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As pessoas acreditavam que o planeta sempre poderia nos acomodar. Que a resiliência do sistema da Terra significava que a natureza sempre forneceria. Mas agora sabemos que isso não é necessariamente o caso. Por maior que seja o mundo, nosso impacto é maior
Fotos: Abir Abdullah, Comissão da Terra, Jbdodane, ONU/Logan Abassi via Flickr

Aqui estão os limites:

1. Limite climático - mantenha o aquecimento em 1°C

Sabemos que a meta do Acordo de Paris de 1,5°C evita um alto risco de desencadear pontos climáticos perigosos. Mas mesmo agora, com o aquecimento de 1,2°C, muitas pessoas ao redor do mundo estão sendo duramente atingidas por desastres relacionados ao clima, como o recente calor extremo na China, incêndios no Canadá, inundações severas no Paquistão e secas nos Estados Unidos e no Corno de África. Em 1,5ºC, centenas de milhões de pessoas podem ser expostas a temperaturas médias anuais superiores a 29°C, o que está fora do nicho climático humano e pode ser fatal. Isso significa que um limite justo para o clima é mais próximo de 1°C. Isso torna a necessidade de interromper as emissões de carbono ainda mais urgente.

2. Limites da biosfera: expandir ecossistemas intactos para cobrir 50-60% da terra

Pesquisas recentes colocam o número atual entre 45% e 50%, o que inclui vastas áreas de terra com populações relativamente baixas, incluindo partes da Austrália e da floresta amazônica. Essas áreas já estão sob pressão das mudanças climáticas e outras atividades humanas.

Localmente, precisamos de cerca de 2025% de cada quilômetro quadrado de fazendas, vilas, cidades ou outras paisagens dominadas pelo homem para conter ecossistemas naturais praticamente intactos.

Atualmente, apenas um terço de nossas paisagens dominadas pelo homem atinge esse limite.

3. Limites de água doce: mantenha os níveis de água subterrânea elevados e não enxugue os rios

Demasiada água doce é um problema, como mostram as inundações sem precedentes na Austrália e no Paquistão. E muito pouco também é um problema, com secas sem precedentes afetando a produção de alimentos. Para restabelecer o equilíbrio dos sistemas de água doce, uma regra prática é evitar retirar ou adicionar mais de 20% da água de um rio ou córrego em um mês, na ausência de conhecimento local dos fluxos ambientais. Atualmente, 66% da área terrestre do mundo atinge esse limite, quando os fluxos são calculados ao longo do ano. Mas o assentamento humano tem um grande impacto: menos da metade da população mundial vive nessas áreas. A água subterrânea também é superutilizada. Atualmente, quase metade das terras do mundo está sujeita à superextração de águas subterrâneas.

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A água doce é vital para a vida na terra. A extração excessiva é perigosa Transgredimos o limite justo para a mudança climática, o que significa que já hoje pessoas em todo o mundo sofrem com seus efeitos
Desmatamento em Serra Leoa

Quando os agricultores usam fertilizantes em excesso em seus campos, a chuva leva o nitrogênio e o fósforo para os rios e oceanos. Esses nutrientes podem desencadear a proliferação de algas, danificar os ecossistemas e piorar a qualidade da água potável.

No entanto, muitas regiões agrícolas em países mais pobres não têm fertilizantes suficientes, o que é injusto.

Em todo o mundo, nosso uso de nitrogênio e fósforo está dobrando seus limites seguros e justos. Embora isso precise ser reduzido em muitos países, em outras partes do mundo, o uso de fertilizantes pode aumentar com segurança.

5. Limite de poluição por aerossol: reduzir drasticamente a poluição do ar perigosa e reduzir as diferenças regionais

Novas pesquisas mostram que as diferenças na concentração de poluentes de aerossóis entre os hemisférios norte

e sul podem interromper os padrões de vento e as monções se os níveis de poluentes continuarem aumentando. Ou seja, a poluição do ar pode realmente prejudicar os sistemas climáticos.

No momento, as concentrações de aerossóis ainda não atingiram níveis que alteram o clima.

Mas grande parte do mundo está exposta a níveis perigosos de poluição por partículas finas (conhecidas como PM 2,5) no ar, causando cerca de 4,2 milhões de mortes por ano. Devemos reduzir significativamente esses poluentes para níveis mais seguros – abaixo de 15 microgramas por metro cúbico de ar.

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4. Limites de fertilizantes e nutrientes: reduzir pela metade o escoamento de fertilizantes Estamos correndo riscos colossais com o futuro da civilização e tudo o que vive na Terra A chuva leva o nitrogênio e o fósforo para os rios e oceanos

O número de clima subglobal (dois limites de exposição local), integridade funcional, água de superfície, água subterrânea, nitrogênio, fósforo e aerossol seguro e apenas ESBs atualmente transgredidos por localização. Não mais do que sete dessas oito métricas têm seus ESBs transgredidos em qualquer pixel. Como o clima é um ESB definido globalmente, usamos temperaturas de bulbo úmido de mais de 35°C por pelo menos 1 dia por ano e zonas costeiras de baixa elevação (<5 m) expostas ao aumento do nível do mar como proxies para a transgressão climática local, embora reconhecendo que os impactos das mudanças climáticas são muito mais diversos. Ressaltamos também que a exposição de um local não implica necessariamente responsabilidade por causar ou tratar esses impactos ambientais

Devemos agir

Devemos navegar urgentemente em direção a um futuro seguro e justo e nos esforçar para devolver nossos sistemas planetários a limites seguros e justos por meios justos.

Para impedir que a civilização humana desequilibre os sistemas da Terra, teremos que lidar com as várias maneiras pelas quais danificamos o planeta.

Trabalhar para um mundo compatível com os limites da Terra significa estabelecer e alcançar metas baseadas na ciência.

Traduzir esses limites em ações exigirá apoio urgente do governo para criar sistemas regulatórios e baseados em incentivos para conduzir as mudanças necessárias. Definir limites e metas é vital.

O Acordo de Paris estimulou uma ação mais rápida sobre o clima. Mas precisamos de limites semelhantes para garantir que o futuro tenha água fresca, ar limpo, um planeta ainda cheio de vida e uma boa vida para os humanos.

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Hotspots de transgressões ESB atuais Proteger a biosfera significa garantir que os ecossistemas naturais sobrevivam mesmo em áreas dominadas pelo homem

“Bancos” de carbono em risco de falência

O que acontecerá com as enormes reservas de carbono à medida que as florestas tropicais secam? As florestas tropicais armazenam de 25% a 40% do carbono global do solo, embora ocupem apenas 7% da área terrestre da Terra. Ao funcionar como um sumidouro de carbono, as florestas tropicais evitam efeitos mais severos das mudanças climáticas. Prevê-se que as florestas tropicais fiquem mais secas com as mudanças climáticas em grande parte do globo. Essas florestas possuem alguns dos maiores estoques de carbono da Terra, então os efeitos da secagem são significativos para a mudança climática global

Uma equipe de pesquisa liderada por um cientista da Colorado State University descobriu que a mudança climática afetará a capacidade das florestas tropicais de armazenar carbono. Seu estudo revela que a secagem persistente em florestas tropicais, um resultado antecipado da mudança climática, leva à perda de carbono dos solos mais férteis – e que os nutrientes do solo desempenham um papel importante em quanto carbono é liberado e quando.

“Florestas tropicais podem ser muito sensíveis a reduções na precipitação”, disse Daniela Cusack, autora principal e professora associada do Departamento de Ciência e Sustentabilidade de Ecossistemas, “e elas têm algumas das maiores reservas de carbono da Terra. Como o clima está secando, esse carbono é vulnerável”.

(a)

imagens mostram armadilhas de queda de serapilheira e/ou equipamentos de registro de dados de umidade e temperatura do solo (bobinas azuis). As imagens também fornecem uma comparação visual das quatro florestas, que, embora variem muito em precipitação média anual. A equipe de estudo do PARCHED construiu infraestrutura para desviar cerca de 50% das chuvas de terrenos de 10 metros por 10 metros em quatro florestas no Panamá. As florestas variaram muito na precipitação média anual e nas propriedades do solo

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Vista de uma das florestas tropicais estudadas pela pesquisadora da CSU Daniela Cusack, vista de uma lancha no Canal do Panamá. Os pesquisadores tiveram que acessar as florestas do estudo de barco Gigante, (b) P12, (c) P13 e (d) Sherman Crane. Algumas Vista de uma das florestas tropicais estudadas pela pesquisadora da CSU Daniela Cusack, vista de uma lancha no Canal do Panamá. Os pesquisadores tiveram que acessar as florestas do estudo de barco Fotos: Daniela Cusack, Global Biogeochemical Cycles, Unsplash

A mudança climática está reduzindo a precipitação em alguns lugares e causando mais variação ano a ano. Algumas florestas tropicais já foram documentadas como secando. “Todo esse carbono que está armazenado nas florestas tropicais agora é como um banco”, disse Cusack.

“Estamos depositando todo esse carbono e qualquer coisa que libere esse carbono vai exacerbar a mudança climática e impactar a todos”.

Resultados inesperados

A equipe de estudo do PARCHED construiu infraestrutura para desviar cerca de 50% das chuvas de terrenos de 10 metros por 10 metros em quatro florestas no Panamá. As florestas variaram muito na precipitação média anual e nas propriedades do solo Cusack e sua equipe avaliaram os efeitos da secagem sazonal natural e da redução crônica das chuvas nos fluxos de carbono nas florestas tropicais. Eles descobriram que a secagem sazonal natural suprimiu a liberação de dióxido de carbono.

“Houve alguma resiliência no início, o que faz sentido porque são florestas sazonais, então estão acostumadas com a estação seca”, disse Cusack.

“Mas parece que depois dessa resiliência inicial, estamos atingindo um limiar em que as coisas estão mudando mais rapidamente em algumas florestas tropicais.” O modelo de ecossistema que eles usaram no estudo previu que a secagem persistente aumentaria a liberação de dióxido de carbono de florestas tropicais mais férteis e úmidas, mas diminuiria os fluxos de CO2 de florestas tropicais mais secas.

“Tínhamos previsto que o local mais úmido seria mais sensível à secagem”, disse Cusack. “É o menos adaptado a condições mais secas.”

A expectativa era que, à medida que os locais mais úmidos secassem um pouco, eles se tornariam mais favoráveis aos micróbios, que decompõem o carbono do solo, transformando-o novamente em dióxido de carbono.

“O que vimos foi o oposto do que foi hipotetizado para essas florestas tropicais”, disse Cusack. O local que eles esperavam ter a maior perda de carbono, na verdade, perdeu menos carbono.

Os locais de estudo de campo ao longo do gradiente de chuva no Istmo do Panamá são mostrados, sobrepostos em um mapa de substrato geológico que indica variação no material de origem do solo. O gradiente de precipitação é indicado desde a costa sul do Pacífico, mais seca, até a costa norte do Caribe, mais úmida

Talvez os micróbios não possam prosperar em solo infértil, disse Cusack, ou talvez a atividade microbiana seja apenas mais lenta para aumentar nos solos mais úmidos porque demoram mais para secar. Cusack disse que mais pesquisas são necessárias para determinar por que os resultados discordaram do modelo. A perda de carbono via respiração aumentou significativamente com a secagem persistente nos solos mais férteis, sugerindo que os nutrientes desempenham um papel importante nos fluxos de CO2.

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Daniela Cusack, professora associada em Ciência do Ecossistema e Sustentabilidade, liderou o estudo PARCHED, que revelou resultados surpreendentes sobre como as florestas tropicais reagirão às mudanças climáticas

Retendo a chuva da floresta tropical

O estudo, denominado PARCHED for PAnama Rainforest CHanges with Experimental Drying, mediu os efeitos da secagem sazonal natural e da secagem crônica experimental no armazenamento de carbono do solo em quatro florestas tropicais distintas no Panamá. As florestas abrangiam uma ampla gama de chuvas naturais e fertilidade do solo. Isso permitiu que os pesquisadores comparassem como diferentes tipos de florestas tropicais responderiam à secagem. Com investimento inicial da National Science Foundation, eles fizeram dois anos de medições de linha de base, começando em 2015.

Em seguida, a equipe começou a monitorar os fluxos de carbono sob condições impostas pela secagem experimental em parcelas de floresta tropical em 2018, graças ao financiamento do Departamento de Energia. Para induzir a secagem artificial, a equipe construiu coberturas parciais de estufas em lotes de 10 metros por 10 metros em cada uma das quatro florestas. A cobertura, que ficava abaixo do dossel da floresta, desviou cerca de metade da chuva do solo em cada local. Trincheiras revestidas com plástico impediram que a umidade penetrasse nas parcelas de estudo. O estudo, publicado no Global Biogeochemical Cycles, mostrou que diferentes florestas tropicais responderão às mudanças climáticas de maneira diferente e em diferentes prazos, e que solos férteis podem ser os primeiros a reagir com grandes perdas de carbono nos trópicos. Os pesquisadores ficaram surpresos ao ver que os nutrientes do solo parecem ter um efeito tão grande quanto a umidade do solo, o que exige atualizações dos modelos preditivos.

“Se não houver nutrientes suficientes, os micróbios parecem não responder tanto às mudanças na umidade”, disse Cusack. Os cientistas ainda não observaram mudanças no crescimento das plantas ou na conversão de CO2 em oxigênio via fotossíntese, o que faz sentido, disse Cusack, porque as plantas são organismos maiores que demoram mais para crescer.

“Os micróbios são criaturas pequenas e tendem a responder muito mais rapidamente às mudanças climáticas e a outros tipos de distúrbios”, disse ela.

Com a secagem experimental contínua, as outras parcelas também estão tendendo à perda de carbono, disse Cusack – mais um motivo para abordar os problemas de emissões e aumentar as iniciativas de sequestro de carbono. “Todo mundo pensa na mudança de temperatura, mas acho que a mudança na precipitação pode ser mais confusa”, disse Cusack.

“É mais variável e está mudando de forma diferente em lugares diferentes. Mas a secagem nos trópicos é uma preocupação real no que diz respeito a esses estoques de carbono”.

Previsão aprimorada

Cusack e os resultados de sua equipe contribuíram para melhorar a modelagem do ciclo de carbono da floresta tropical. Os modelos de carbono do solo em escala de ecossistema foram desenvolvidos para florestas temperadas, e é por isso que eles não simulam muito bem solos tropicais saturados e inférteis. Os pesquisadores atualizaram o modelo de carbono com o qual trabalharam para melhor corresponder às suas observações.

A fertilidade do solo não está totalmente representada em muitos modelos de carbono do ecossistema, especialmente para os nutrientes mais escassos nas florestas tropicais, como o fósforo. Em muitos modelos existentes de carbono no solo, as previsões de perda de carbono são baseadas principalmente na umidade do solo. Cusack disse que representar melhor os nutrientes em modelos ecológicos é um próximo passo importante nesta pesquisa.

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Florestas tropicais podem ser muito sensíveis a reduções na precipitação, elas têm algumas das maiores reservas de carbono da Terra. Como o clima está secando, esse carbono é vulnerável, disse Daniela Cusack Equipe de campo de estudo PARCHED, a partir da esquerda: Amanda Cordeiro (estudante de pós-graduação da CSU), Jackie Reu (estagiária), Edwin Garcia (técnico do Panamá), Daniela Cusack (professora da CSU e autora principal) e Lee Dietterich (pós-doutora da CSU e coautora) As florestas tropicais são de particular importância no ciclo global do carbono porque contêm > 25% do armazenamento de carbono na terra

Restaurar a terra para meios de subsistência pode ter benefícios ecológicos

Quantificando o impacto da restauração ecológica em paisagens sonoras em uma floresta tropical seca. A restauração ecológica é crucial para mitigar as mudanças climáticas e conservar a biodiversidade, e monitorar com precisão as respostas à restauração é fundamental para orientar os esforços atuais e futuros. Este estudo examina o impacto da restauração ecológica de uma floresta tropical seca na Índia Central. Aqui, o departamento florestal do estado e uma organização não-governamental trabalham com as comunidades locais para remover um arbusto invasor, Lantana camara , da floresta, para ajudar na regeneração natural, principalmente com o objetivo de melhorar o acesso aos recursos florestais para as pessoas que dependem da floresta

restaurado do estudo, onde o arbusto invasor Lantana camara foi removido

Os esforços de restauração em pequena escala que visam ajudar a atender às necessidades de subsistência têm o potencial de contribuir para os objetivos ecológicos na paisagem da Índia central, de acordo com um novo estudo publicado na Restoration Ecology. O estudo foi liderado pelo ecologista de restauração Pooja Choksi, recém-formado pela Universidade de Columbia e cofundador do Projeto Dhvani, uma colaboração de pesquisa acústica de longo prazo. Ela e seus colegas usaram gravadores de som para monitorar as mudanças na paisagem sonora após um projeto de restauração em Madhya Pradesh, na Índia. Suas descobertas podem ter implicações para os esforços de restauração em todo o mundo.

Em 2017, as comunidades locais, juntamente com o departamento florestal do estado e a Fundação para a Segurança Ecológica, começaram a remover um arbusto invasor, Lantana camara, de uma floresta no distrito de Mandla, em Madhya Pradesh.

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Uma figueira-de-bengala no local Não se deixe enganar por suas lindas flores. A câmera Lantana, originalmente introduzida na Índia por colonos britânicos em 1800, dificulta o surgimento de árvores nativas Fotos: Pooja Choksi, Restoration Ecology, Sarika Khanwilkar

O arbusto - originalmente introduzido por colonos britânicos em 1800 - dificulta o brotamento de árvores nativas, o que pode ser um problema não apenas para a vida selvagem, mas também para as pessoas que dependem das árvores para lenha e outros produtos.

Embora o esforço de restauração no distrito de Mandla tenha sido realizado para beneficiar a população local, Choksi e seus colegas queriam ver como o esforço poderia afetar a biodiversidade na área. Eles amarraram gravadores acústicos a árvores em três tipos de áreas: a área restaurada, a floresta com densidades naturalmente baixas de L. camara e a floresta com altas densidades do arbusto invasor. Eles deixaram os gravadores ativos por dois anos e usaram os dados coletados para entender o impacto da restauração.

Os pesquisadores descobriram que o local restaurado tinha uma composição de comunidade diferente de pássarospor exemplo, embora o número total de espécies de pássaros fosse o mesmo em todos os locais, os pesquisadores observaram que o local restaurado parecia ter menos espécies generalistas do que os locais não restaurados. No entanto, ainda não está claro se as mudanças são positivas ou negativas para o ecossistema.

“Nós simplesmente tomamos isso como um sinal de mudança com mudanças no habitat”, disse Choksi.

“Dada a lentidão com que as florestas tropicais secas se regeneram, acho que levará mais alguns anos para ver mudanças nessas florestas, se houver”.

As descobertas sugerem que a paisagem sonora era mais ativa no local da restauração, “o que geralmente é um sinal positivo para a saúde ecológica”, disse Choksi. No entanto, ela adverte que isso pode ser um efeito temporário da reorganização dos animais após a interrupção da remoção de L. camara.

Os pesquisadores concluem que os esforços de restauração em pequena escala que visam ajudar a atender às necessidades de subsistência podem contribuir com pequenos benefícios para a biodiversidade em curtos prazos. As Nações Unidas nomearam 2021-2030 a “Década da Restauração do Ecossistema”, com o objetivo de prevenir e reverter a degradação dos ecossistemas em todos os continentes e oceanos.

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Pooja Choksi instala um monitor acústico em uma árvore Imagens de locais não restaurados (A, D), baixa densidade Lantana (B, E) e restaurados (C, F). As setas vermelhas apontam para a Lantana camara no sub-bosque Métodos de Restauração

As localizações dos gravadores acústicos em áreas florestais restauradas, não restauradas e de baixa densidade de Lantana são representadas pelos símbolos de círculo, triângulo e losango, respectivamente, ao redor das aldeias do censo (em cinza) que usam as florestas específicas para subsistência. Os locais de amostragem estão distantes aproximadamente 400 m um do outro, evitando qualquer possível sobreposição na coleta de dados acústicos

Como resultado, há um grande número de esforços de restauração em andamento e planejados em todo o mundo, inclusive na Índia. Com esses esforços de restauração, surge a necessidade de monitorar os impactos sociais e ecológicos

de longo prazo, e o novo estudo mostra que medir as paisagens sonoras pode ser uma maneira eficaz de fazer isso. Os co-autores do estudo incluíram Ruth DeFries , Vijay Ramesh e Sarika Khanwilkar do Departamento de Ecologia,

Evolução e Biologia Ambiental da Universidade de Columbia; Mayuri Kotian, Siddharth Biniwale, Pravar Mourya do Projeto Dhvani; pesquisador independente Devendra Korche; e Meghna Agarwala da Universidade Ashoka.

Bioacústica: composição da comunidade de pássaros

Gráficos de violino exibindo (A) o número cumulativo de espécies de aves detectadas, (B) o número cumulativo de espécies generalistas detectadas e (C) o número cumulativo de espécies associadas a florestas e bosques detectadas nos locais

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Mapa de locais restaurados, não restaurados e de baixa densidade de Lantana no distrito de Mandla (subdistrito de Bichhiya).

Como mitigar os efeitos das mudanças climáticas na segurança alimentar global

Desde

Os sistemas de abastecimento de alimentos precisam considerar as mudanças climáticas em nível individual e comunitário. As alterações climáticas têm um impacto direto e significativo na insegurança alimentar. À medida que as temperaturas globais aumentam, a produção de alimentos se torna mais difícil e incerta devido a mudanças nos padrões climáticos, eventos climáticos extremos e outras perturbações ambientais. Esses desafios têm implicações de amplo alcance para o abastecimento de alimentos em todo o mundo, pois a produção de alimentos é afetada pelo aumento das temperaturas, aumento da frequência de secas, diminuição da fertilidade do solo e destruição de colheitas por inundações ou tempestades.

econômicas e sociais

Os efeitos da mudança climática na segurança alimentar são particularmente evidentes nos países em desenvolvimento e podem ser vistos tanto na saúde de seus cidadãos quanto na subsistência de pequenos agricultores. Quando a disponibilidade de alimentos é degradada devido a mudanças nas condições climáticas, como secas ou inundações, existe o risco de desnutrição entre as populações vulneráveis que lutam para ter acesso a alimentos nutritivos. Além disso, a insegurança alimentar tem um impacto financeiro significativo nos pequenos agricultores dessas regiões, pois eles não conseguem gerar renda suficiente para atender às suas necessidades básicas e/ou pagar por insumos relacionados à alimentação, como fertilizantes ou sementes.

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2022, o número de pessoas afetadas pela insegurança alimentar global aumentou de 135 milhões em 53 países em 2019 para 345 milhões em 82 países em 2022. O aumento das temperaturas está afetando negativamente o abastecimento de alimentos por meio de eventos climáticos extremos, desastres naturais e perturbações
As alterações climáticas têm um impacto direto e significativo na insegurança alimentar por *Smriti Kirubanandan Fotos: Alex Ribeiro/ Agência Pará, Aniket Gawade / Climate Visuals, Wikipédia, Unsplash

Mudanças climáticas põem em risco segurança alimentar da população em 62% dos municípios da Amazônia Legal e região é a mais afetada do país

Segundo o Banco Mundial, o número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar aguda aumentou de 135 milhões em 2019 para 345 milhões em 82 países até junho de 2022.

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1.Invista em sistemas de armazenamento de alimentos que resistam a eventos climáticos extremos.

2.Diversificar as fontes de alimentos e técnicas de produção agrícola para reduzir o risco.

3.Adotar sistemas de gestão de água que reduzam os danos causados por enchentes ou secas às plantações.

Insegurança alimentar global em ascensão

De acordo com o Banco Mundial , o número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar aguda aumentou de 135 milhões em 2019 para 345 milhões em 82 países até junho de 2022, como a guerra na Ucrânia, interrupções na cadeia de suprimentos e as consequências econômicas contínuas do COVID-19 A pandemia empurrou os preços dos alimentos para máximos históricos.

4. Implementar práticas agrícolas sustentáveis, como plantio direto, sistemas agroflorestais e culturas de cobertura.

5. Apoiar os pequenos agricultores com acesso ao crédito e outros serviços para fundamentar o empoderamento econômico.

6. Aumentar a conscientização pública sobre os desafios da segurança alimentar causados pelas mudanças climáticas.

7. Aumentar o carbono orgânico no solo para aumentar a retenção de água no solo, aumentando a resiliência à seca.

8.Promover educação sobre técnicas de conservação de alimentos, como refrigeração, desidratação, etc.

9.Desenvolva sistemas de alerta precoce para eventos climáticos extremos para permitir a adaptação da produção de alimentos, alavancando tecnologias que incluem análise de dados e insights, IA preditiva.

10.Investir em pesquisa e desenvolvimento de culturas alimentares resistentes ao clima.

A fim de mitigar os efeitos das mudanças climáticas na segurança alimentar, é essencial que governos e organizações tomem medidas proativas para desenvolver estratégias de produção e acesso a alimentos que possam suportar melhor os eventos climáticos extremos e a variabilidade climática. Esses esforços devem incluir investimentos em infraestrutura agrícola, diversificação de cultivos e fontes de alimentos, sistemas de armazenamento de alimentos projetados

para preservação a longo prazo e treinamento para agricultores locais em técnicas de agricultura sustentável. Ao tomar medidas hoje para abordar os impactos das mudanças climáticas na insegurança alimentar, podemos garantir um futuro em que a disponibilidade de alimentos não seja ameaçada pelas mudanças climáticas.

[*] Diretor Global e Chefe, Marketing Estratégico de Saúde e Ciências da Vida, da Tata Consultancy Services

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10 maneiras de prevenir a insegurança alimentar

Amazônia na armadilha do fogo

Abacia amazônica contém cerca de 40% da área de floresta tropical do mundo. Ele desempenha um papel importante no fornecimento de serviços ecossistêmicos vitais e na estabilização do sistema climático da Terra, armazenando cerca de 10% do carbono florestal global, sequestrando cerca de 5% das emissões humanas históricas de CO 2 e reciclando 20–40% de sua precipitação. Nas últimas décadas, a atividade humana impôs uma pressão crescente sobre a funcionalidade da floresta amazônica. A mudança antropogênica no uso da terra reduziu a cobertura florestal em 20% da bacia amazônica, com impactos negativos nos serviços ecossistêmicos associados. Além disso, o aumento das secas e do estresse térmico, junto com a exploração madeireira e práticas de derrubada e queimada, ameaçam a sobrevivência de grandes áreas da Amazônia.

O aquecimento global e o desmatamento drástico podem secar a floresta amazônica mais rapidamente e aumentar o risco de mantê-la totalmente presa ao fogo. Um novo estudo publicado na Communications Earth & Environment mostra que o fogo pode ser um fator decisivo para um possível tombamento da floresta amazônica, pois é capaz de bloquear grandes partes da Amazônia em um estado sem árvores. Embora não ocorra naturalmente nas florestas tropicais, o fogo pode desempenhar um papel cada vez maior quando a floresta é danificada, desbastada ou completamente perdida, até um status em que o fogo é o condutor dominante do ecossistema

Um potencial die-back da floresta amazônica foi descrito pela primeira vez e posteriormente investigado por, por exemplo, refs Lovejoy e outros argumentou em 2018 que os desenvolvimentos na região estão perto de cruzar um ponto de inflexão se a expansão do uso da terra não for interrompida imediatamente. Essa inclinação pode ser acelerada por mecanismos de feedback auto-reforçados, como o acoplamento da

mudança climática e o aumento dos regimes de incêndio, que podem levar a floresta tropical amazônica a um estado semelhante a savana ou sem árvores. Essas pastagens ou regiões de floresta seca resultantes queimariam com mais frequência e intensidade, levando a um efeito de aprisionamento e impedindo a recuperação do estado sem árvores. Da mesma forma, o colapso da reciclagem da umidade da Amazônia devido ao desmatamento pode diminuir a precipitação na bacia amazônica e potencialmente impedir o rebrote de árvores. Outros mecanismos, como o aumento do crescimento vegetal devido à fertilização com CO 2, poderiam compensar parcialmente os impactos negativos das mudanças climáticas na floresta, mas a magnitude desse efeito permanece incerta até o momento.

“Acontece que o fogo é o fator importante para manter a Amazônia em um estado de pastagem, impedindo que 56% a 86% da Amazônia volte a crescer, dependendo da força das mudanças climáticas”, explica o principal autor Markus Dr.üke, do Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK).

“Sabemos que reverter a perda da floresta amazônica se torna cada vez mais difícil quanto mais floresta se perde, e nosso estudo mostra que o fogo coloca outra alavanca nessa coerência”.

Depois de equilibrar o clima e a vegetação ao longo de 1.500 anos sob condições históricas de CO2 atmosférico (fase spin-up), para duas configurações de modelo (com e sem fogo), todas as árvores da região amazônica são removidas e apenas grama pode crescer por 250 anos de simulação (fase pastagem). É seguido por outros 250 anos de simulação em que as árvores podem crescer novamente (fase de recuperação). No final da última fase de simulação, é tomada a diferença relativa de biomassa entre as configurações do modelo, o que denota o papel do fogo na prevenção da recuperação da floresta (ilustrado pela barra vermelha vs. azul). Toda a simulação é realizada várias vezes a partir da fase de pastagem sob diferentes concentrações atmosféricas constantes de CO2 para avaliar a influência do clima e da fertilização com CO2 na recuperação da floresta

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Desmatamento e aquecimento travam a floresta tropical em estado de pastagem seca e danificada. Incêndio pode impedir futura recuperação da floresta amazônica após desmatamento em larga escala
Fotos: Communications Earth & Environment(2023), PHYS, Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK), Unsplash
Desenho
experimental conceitual para testar a influência do fogo no potencial de regeneração da Amazônia.

Normalmente, as árvores da Amazônia transportam enormes quantidades de água de volta para a atmosfera, que originalmente recebiam como chuva. Essa água pode formar nova chuva localmente ou a favor do vento em um processo chamado de reciclagem de umidade, basicamente formando “rios voadores”, não apenas estabilizando a Amazônia como um todo, mas também permitindo que ela se estenda para regiões que seriam muito secas sem esse processo. Essa coerência é a principal razão pela qual a Amazônia é considerada um elemento basculante do sistema terrestre. O aquecimento global e o desmatamento podem danificar esses rios voadores, levando a um feedback de auto-reforço da perda florestal. O novo estudo agora destaca como a dinâmica do fogo ajuda a empurrar e bloquear a Amazônia em direção a um estado de savana ou sem árvores.

O fogo desempenha um papel fundamental na transição irreversível

Em contraste, nas simulações sem fogo, a floresta foi capaz de se recuperar em um período de tempo mais longo de 250 anos, o que enfatiza o importante papel do fogo para a irreversibilidade do desmatamento tropical.“Pela primeira vez, foi possível calcular os feedbacks entre fogo, floresta tropical e clima de maneira baseada em processos usando o modelo do sistema terrestre POEM (Potsdam Earth Model)”, acrescenta a coautora Kirsten Thonicke, vice-chefe do Departamento de Pesquisa em Análise do Sistema Terrestre e líder do Grupo de Trabalho sobre Ecossistemas em Transições no PIK.

Efeito da fase campestre no clima, vegetação e fogo

Diferença entre a fase de pastagem e o experimento de controle, ambos a 450 ppm de concentração de CO2 atmosférico e com distúrbio de fogo ativado, para a média anual simulada a temperatura da superfície, b precipitação, c biomassa acima do solo e d área queimada fracionada média nos últimos 10 anos de simulação da fase de pastagem. A extensão da bacia amazônica desmatada é marcada com contornos pretos. No estado campestre, a diminuição da precipitação e o aumento da temperatura levaram ao aumento das áreas queimadas

“Nossos resultados destacam a necessidade de manter o sistema terrestre dentro de limites estáveis e limitar as mudanças climáticas , bem como o desmatamento tropical, a fim de evitar que a floresta tropical atravesse um ponto de inflexão irreversível controlado pelo fogo”, conclui ela.

As regiões biestáveis podem estar no estado de campo ou floresta sob exatamente as mesmas condições de clima e ignição do fogo, dependendo se o cenário partiu de campo (fase de recuperação) ou de uma floresta amazônica intacta (experimento de controle). A área sempre estável manteve um estado de campo ou floresta para todos os experimentos, enquanto as áreas raramente (às vezes, quase sempre) biestáveis mostraram biestabilidade para um (dois, três, quatro) dos experimentos sob diferentes concentrações de CO2

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Biestabilidade da cobertura florestal e campos na floresta amazônica

Conclusões

Empregando um modelo de sistema terrestre ativado pelo fogo, este estudo demonstrou que o fogo poderia impedir a recuperação de 56-82% da floresta amazônica (353-515 Mio ha, dependendo da concentração atmosférica de CO2) após um evento de desmatamento em grande escala, mostrando uma bi-estabilidade dependente da história do ecossistema da bacia amazônica. Vários ciclos de feedback positivo, por exemplo, a redução da evapotranspiração e da precipitação relacionada à perda de árvores, aumento das temperaturas e atividade do fogo, estabilizaram o estado das pastagens em mais da metade da bacia amazônica em nossas simulações de modelo. Por outro lado, com a perturbação do fogo desativada, a floresta conseguiu se recuperar quase completamente do estado de campo. Portanto, nossas simulações de modelo mostram que o fogo é um fator crucial na avaliação do potencial futuro de recuperação florestal. A perturbação do fogo, juntamente com o desmatamento em larga escala, pode criar um efeito de bloqueio que impede que a floresta retorne ao seu estado original. Isso implica que o estado do sistema pode mudar drasticamente se o desmatamento e as mudanças climáticas ultrapassarem certos limites. Nossos resultados fornecem outro forte argumento para a necessidade de proteger as florestas amazônicas, interrompendo o desmatamento e reduzindo as emissões globais de CO2 , pois questionam a viabilidade de futuras medidas de reflorestamento sem controle de incêndios.

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a Densidade populacional em habitantes km-2, b dias de descargas atmosféricas -¹ km-2, c número médio mensal modelado de incêndios por célula, d fração média mensal de área queimada por célula. Efeito de fontes prescritas de ignição no bioma Amazônia na modelagem de incêndios no POEM (Modelo Potsdam Earth) Biomassa acima do solo média modelada nos últimos 10 anos da fase de recuperação para sem fogo ( a – d ) e com fogo (e – h) abaixo de 284 ppm ( a , e ), 450 ppm ( b , f ), 750 ppm (c , g) e 1200 ppm (d , h). A biomassa se recuperou de forma homogênea em toda a bacia amazônica para os experimentos sem fogo, enquanto a Amazônia recuperou apenas parcialmente com a perturbação do fogo habilitada Rebrota da Amazônia em fase de recuperação

Para ajudar as florestas secas, o fogo precisa ter a intensidade certa e acontecer mais de uma vez

A pesquisa da Oregon State University sobre a capacidade de um incêndio florestal melhorar a saúde de uma floresta descobriu um efeito Goldilocks - a menos que um incêndio caia em uma faixa estreita de gravidade, nem muito quente nem muito frio, não é muito bom para ajudar as paisagens florestais a retornar às suas condições históricas, mais tolerantes ao fogo

Oestudo liderado por Skye Greenler, pesquisadora graduada da OSU College of Forestry, e Chris Dunn, professor assistente da faculdade, tem implicações importantes para os administradores de terras encarregados de restaurar ecossistemas e reduzir o risco de incêndio em florestas secas, como as do leste da Serra da Cascata.

As descobertas, publicadas no PLOS One, lançam luz sobre as situações em que os incêndios florestais gerenciados, bem como os esforços pós-fogo, como desbaste e plantio, provavelmente serão mais eficazes para atingir as metas de restauração. Os incêndios florestais moldaram os ecossistemas por milênios, observam os pesquisadores, mas seus impactos

se tornaram uma preocupação social, econômica e ecológica crescente no oeste dos Estados Unidos. Políticas agressivas de exclusão de incêndios, práticas de manejo florestal e de recursos e mudanças climáticas alteraram a estrutura e a composição das florestas – aumentando a vulnerabilidade das florestas a incêndios florestais extremos e secas.

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Queima prescrita de limite de 2019, Fremont-Winema National Forest Fotos: Skye Greenler, OSU College of Forestry.

O painel esquerdo ilustra o desenvolvimento de um modelo de mortalidade para uma das 24 espécies individuais modeladas e a estrutura de simulação de Monte Carlo empregada para avaliar a derivada nas estimativas de tamanho de efeito de Modelos Mistos Lineares Generalizados (GLMM). O painel superior direito a ilustra aplicação de modelos de nível de espécie para árvores individuais em povoamentos contemporâneos (três exemplos de árvores da mesma espécie com diâmetros diferentes exibidos) dentro de uma estrutura de simulação de Monte Carlo.A probabilidade de mortalidade para indivíduos florestais foi substituído como esperados pontuais de tamanho de efeito por valores aleatórios extraídos de uma distribuição normal onde a média é a esperada do parâmetro eo desvio padrão é o erro padrão do parâmetro da concessão GLMM. As estimativas foram, então, transformadas em logit inverso. Essa probabilidade foi detectada a um valor aleatório gerado a partir de uma distribuição uniforme entre 0 e 1. Se o número gerado aleatoriamente fosse menor que a probabilidade de mortalidade, a árvore era considerada morta. O painel inferior direito descreve o processo iterativo usado para avaliar a corrente do modelo em nível de povoamento e a comparação das crenças do modelo com as crenças históricas das condições da floresta

“À medida que a atividade de incêndios florestais continua a se intensificar no oeste, fica claro que várias atividades de manejo são necessárias para tornar os ecossistemas mais saudáveis e reduzir o risco de incêndios florestais”, disse Greenler. “Tratamentos de redução de combustível, como desbaste mecânico e fogo prescrito, podem reduzir o risco da comunidade e do ecossistema, mas na maioria dos lugares, o ritmo e a escala dos tratamentos estão muito abaixo do necessário para alterar substancialmente os efeitos e o comportamento do fogo”.

Em um projeto independente, Greenler e Dunn, em colaboração com os colegas do College of Forestry, James Johnston, Andrew Merschel e John Bailey, desenvolveram uma nova maneira de prever as severidades do incêndio que são mais aptas a ajudar as florestas do leste do Oregon a retornar à sua densidade histórica, composição de espécies e área basal, uma medida de quanto terreno em uma área específica é ocupado por troncos de árvores.

“Construímos modelos probabilísticos de mortalidade de árvores para 24 espécies com base em suas características e dados de gravidade de incêndio detectados remotamente a partir de uma coleção de áreas queimadas”, disse Greenler.

“Em seguida, examinamos os povoamentos não queimados nas florestas nacionais de Ochoco, Deschutes, Fremont-Winema e Malheur para modelar as condições pós-fogo e comparamos os resultados com as condições históricas. Isso nos permitiu identificar quais severidades de incêndio tinham o maior potencial de restauração”.

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Diagrama conceitual descrevendo os procedimentos de simulação

A equipe de pesquisa, que também incluiu cientistas da Universidade de Washington, do Serviço Florestal dos EUA e da Applegate Forestry LLC de Corvallis, geralmente descobriu que os alvos de área basal e densidade poderiam ser alcançados através do fogo dentro de uma faixa bastante estreita de severidade moderada. No entanto, um incêndio não pode restaurar a composição de espécies à sua norma histórica em uma floresta que evoluiu em meio a incêndios frequentes e de baixa gravidade, descobriram os cientistas.

“As paisagens provavelmente ultrapassaram limites que impedem a eficácia do manejo de incêndios florestais como ferramenta de restauração”, disse Greenler. “Em um grande número de paisagens ocidentais propensas ao fogo, a estrutura e a composição da floresta não são mais resistentes ou resilientes a processos de perturbação natural, como fogo, seca e insetos e patógenos endêmicos, e interações entre todos eles”.

Embora cada vez mais incêndios florestais estejam queimando grandes áreas e com alta gravidade, a maioria dos incêndios no oeste ainda queima com gravidade baixa ou moderada, observam os autores.

Eles citam uma análise recente que descobriu que cerca de metade da área queimada em Oregon e Washington de 1985 a 2010 ocorreu em incêndios de baixa gravidade – em sistemas caracterizados historicamente por regimes de incêndio de baixa e mista gravidade.

“A baixa severidade pode ser ‘muito fria’ para atingir os objetivos de restauração em áreas onde é necessária uma redução significativa da densidade de árvores ou grandes mudanças na composição das espécies de árvores”, disse Greenler. “Para uma melhor compreensão das severidades de incêndio que são mais restauradoras, precisamos de modelagem empírica que possa ser aplicada além de eventos de incêndio individuais e em uma ampla gama de condições. Nosso estudo permite que gerentes e pesquisadores vinculem as metas de restauração florestal a mapas das condições previstas para o pós-fogo”.

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Depois que um século de supressão de incêndios deixou nossas florestas secas totalmente desequilibradas, e com a mudança climática apenas piorando as coisas

Florestas de montanha estão sendo perdidas em ritmo acelerado, colocando a biodiversidade em risco

A aceleração da perda global de florestas montanhosas ameaça os hotspots de biodiversidade. A perda de florestas em áreas montanhosas em todo o mundo está se acelerando rapidamente. A agricultura, o fogo e a silvicultura comercial são as principais causas da perda de florestas nas montanhas. As florestas tropicais montanas foram as mais afetadas, ocorrendo em áreas críticas de biodiversidade . Áreas protegidas reduziram a perda de florestas montanhosas em hotspots de biodiv ersidade

A fronteira da perda florestal invadiu montanhas em algumas regiões. No entanto, a distribuição global da perda de florestas em áreas montanhosas, que abrigam mais de 85% das aves, mamíferos e anfíbios do mundo, é incerta.

Aqui, combinamos vários conjuntos de dados, incluindo mudanças florestais globais e distribuições de espécies selecionadas, para examinar padrões espaço-temporais, fatores determinantes e impactos da perda de florestas nas montanhas. Descobrimos que 78 Mha de floresta montana foram perdidos durante 2001-2018 e a perda anual acelerou significativamente, com perdas recentes sendo 2,7 vezes maiores do que as do início do século.

Os principais impulsionadores da perda de florestas nas montanhas incluem silvicultura comercial, agricultura e incêndios florestais. As áreas com maior perda de floresta se sobrepõem a importantes hotspots de biodiversidade tropical. Nossos resultados indicam que áreas protegidas em hotspots de biodiversidade de montanha sofreram taxas de perda mais baixas do que seus arredores. Aumentar a área de proteção nas montanhas deve ser fundamental para preservar as florestas montanas e a biodiversidade no futuro.

Mais de 85% das espécies de aves, mamíferos e anfíbios do mundo vivem em montanhas, particularmente em habitats florestais, mas pesquisadores relatam na One Earth, que essas florestas estão desaparecendo em um ritmo acelerado.

Globalmente, perdemos 78,1 milhões de hectares (7,1%) de florestas montanhosas desde 2000 – uma área maior que o tamanho do Texas. Grande parte da perda ocorreu em hotspots de biodiversidade tropical, aumentando a pressão sobre as espécies ameaçadas.

Embora sua localização acidentada tenha protegido as florestas montanhosas do desmatamento, elas têm sido cada vez mais exploradas desde a virada do século 21, à medida que as áreas de planície se esgotam ou ficam sujeitas à proteção.

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Fotos: Epa-Efe/Yonhap, One Earth, Mongabay, Unsplash, Zuzana Buřivalová

Uma equipe de cientistas liderada por Xinyue He, Dominick Spracklen e Joseph Holden, da Leeds University, no Reino Unido, e Zhenzhong Zeng, da Southern University of Science and Technology, na China, queria investigar a extensão e a distribuição global da perda de florestas nas montanhas. Para fazer isso, a equipe rastreou as mudanças nas florestas montanhosas anualmente de 2001 a 2018. Eles quantificaram perdas e ganhos na cobertura arbórea, estimaram a

taxa em que a mudança está ocorrendo, compararam diferentes elevações e tipos de florestas montanhosas - boreais, temperado, tropical - e explorou os impactos dessa perda de floresta na biodiversidade. “O conhecimento da dinâmica da perda florestal ao longo dos gradientes de elevação em todo o mundo é crucial para entender como e onde a quantidade de área florestal disponível para espécies florestais mudará à medida que muda em resposta ao aquecimento”, escrevem os autores.

A extração madeireira foi o maior fator de perda de floresta montanhosa em geral (42%), seguida por incêndios florestais (29%), agricultura itinerante ou de “corte e queima” (15%) e agricultura permanente ou semipermanente (10%).

Embora a importância desses diferentes fatores variasse de região para região. Perdas significativas ocorreram na Ásia, América do Sul, África, Europa e Austrália, mas não na América do Norte e Oceania.

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Foto aérea, tirada em 2 de março de 2023, mostra uma montanha não restaurada em Donghae, 280 quilômetros a leste de Seul, devastada por um grande incêndio há cerca de um ano. O incêndio florestal catastrófico atingiu a área e as cidades vizinhas da costa leste, incluindo Uljin, Gangneung e Samcheok Perda de 78,1 milhões de hectares (7,1%) de florestas montanhosas em todo o mundo desde 2000

O que é preocupante é que a taxa de perda de florestas montanhosas parece estar acelerando: a taxa anual de perda aumentou 50% de 2001–2009 a 2010–2018, quando perdemos aproximadamente 5,2 milhões de hectares de florestas montanhosas por ano. Os autores escrevem que essa aceleração provavelmente se deve em grande parte à rápida expansão agrícola em áreas montanhosas no sudeste da Ásia continental, bem como ao aumento da extração de florestas nas montanhas devido ao esgotamento das florestas de planície ou porque essas florestas de planície foram protegidas.

As florestas tropicais montanhosas sofreram a maior perda – 42% do total global – e a taxa de aceleração mais rápida, mas também tiveram uma taxa mais rápida de regeneração em comparação com as florestas montanhosas em regiões temperadas e boreais. No geral, os pesquisadores observaram alguns sinais de crescimento da cobertura arbórea em 23% das áreas que perderam a floresta.

“Em relação às espécies sensíveis em hotspots de biodiversidade, a questão crítica vai além da simples prevenção da perda florestal”, escrevem os autores.

“Também devemos manter a integridade das florestas em zonas grandes o suficiente para permitir movimentos naturais e espaço suficiente para espécies que vivem”. Os autores também enfatizam a importância de considerar os meios de subsistência e o bem-estar humanos ao desenvolver estratégias

e intervenções de proteção florestal. “Quaisquer novas medidas para proteger as florestas montanhosas devem ser adaptadas às condições e contextos locais e precisam conciliar a necessidade de proteção florestal aprimorada com a garantia da produção de alimentos e do bem-estar humano”.

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As áreas protegidas sofreram menos perda de floresta do que as áreas desprotegidas, mas os pesquisadores alertam que isso pode não ser suficiente para preservar as espécies ameaçadas Florestas de montanha desaparecendo em ritmo alarmante

Incêndios florestais e biodiversidade animal. Ecossistemas naturalmente propensos ao fogo tendem a ter mais espécies de aves e mamíferos

Existe uma boa quantidade de pesquisa de biodiversidade sobre fogo e plantas”, disse Max Moritz, um especialista em incêndios florestais da UC CooperativeExtension que trabalha na Bren School of Environmental Science & Management da UC Santa Barbara, e é o principal autor do estudo. A pesquisa mostrou que em ecossistemas onde o fogo é uma ocorrência natural e regular, pode haver mais espécies de plantas –uma maior “riqueza de espécies” – devido a uma variedade de fatores, incluindo adaptações relacionadas ao fogo. Mas, disse ele, não houve tanta pesquisa sobre a biodiversidade animal e o fogo.

“Se você observar como o fogo opera em todo o planeta, o fogo realmente consome a produtividade das plantas”, disse Moritz. A produtividade, que é uma medida da rapidez com que a biomassa é gerada dentro de um determinado ecossistema, também é um fator determinante da riqueza de espécies em amplas escalas espaciais. “Quando ocorrem incêndios, eles podem prejudicar esse resultado final”, acrescentou.

Se o fogo consome regularmente parte da base da cadeia alimentar de um ecossistema, como isso afeta a biodiversidade em níveis mais altos?

Essa foi a pergunta que Moritz investigou durante um projeto apoiado pelo Centro Nacional de Análise e Síntese Ecológica da UC Santa Barbara; mais tarde, ele recrutou os colaboradores Enric Batllori da Universitat de Barcelona e Benjamin M. Bolker da McMaster University no Canadá.

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Incêndios. Muitos os veem como forças puramente destrutivas, desastres que atravessam uma paisagem, queimando tudo em seu caminho. Mas um estudo publicado na Ecology Letters nos lembra que os incêndios florestais também são forças geradoras, estimulando a biodiversidade em seu rastro
Incêndios florestais também são forças geradoras, estimulando a biodiversidade em seu rastro Onde o fogo é uma parte natural do ecossistema, pode criar espaço e oportunidades para adaptações e novas espécies
por Daniel Scheschkewitz Fotos: Karen Robinson

Exemplos selecionados da diversidade da atividade do fogo na Terra. Observe que, embora representem eventos únicos de incêndio, as propriedades cumulativas dos eventos de incêndio ao longo do tempo caracterizam um regime de incêndio. (a) incêndio florestal provocado por um raio na floresta boreal, Alasca, EUA, crédito da foto: Philip Higuera (b) fogo prescrito em pradaria de grama alta em Flint Hills de Kanas, EUA, crédito da foto: Kendra McLauchlan (c) fogo prescrito em clima temperado savana de carvalho em Minnesota, EUA, crédito da foto: Susan Barrott (d) paisagem pós-fogo no bioma mediterrâneo da Catalunha, Espanha, crédito da foto: Enric Batllori (e) fogo prescrito em floresta tropical no Brasil, crédito da foto: Paulo Brando (f) paisagem pós-fogo na floresta de coníferas em Montana, EUA, crédito da foto: Kendra McLauchlan (g) fogo prescrito na savana de pinheiros mésicos na Flórida, EUA

Por vários anos, eles vasculharam conjuntos de dados globais sobre vários fatores, como biomassa vegetal, observações de incêndios e padrões de riqueza de espécies. Embora possa ser natural supor que a biomassa vegetal consumida regularmente pelo fogo levaria, por sua vez, a uma menor biodiversidade animal, eles descobriram que, para pássaros e mamíferos, o fogo está associado ao aumento da diversidade.

O papel relativo dos fatores que determinam o comportamento e os efeitos do fogo varia com a escala espacial

Vários fatores (mostrados em cores diferentes) determinam a relação entre o comportamento do fogo e os efeitos ecológicos do fogo. Por exemplo, para mortalidade de árvores, os fatores podem incluir conteúdo de umidade foliar, produtividade do ecossistema e estrutura e composição da floresta como Fatores 1, 2 e 3, respectivamente. A importância relativa desses fatores (porcentagem de anel com uma determinada cor) muda nas escalas espaciais e temporais. Essas escalas variam de incêndios atuando em organismos individuais (a), a povoamentos (b) e a grandes paisagens (c). Postulamos que existem limiares de escalas espaciais e/ou temporais em que a influência relativa desses fatores muda substancialmente (d, e)

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Em ecossistemas onde o fogo é uma ocorrência natural e regular, pode haver mais espécies de plantas – uma maior riqueza de espécies – devido a uma variedade de fatores

Na verdade, dizem eles, o efeito do fogo sobre a biodiversidade no caso das aves rivaliza com a produtividade do ecossistema. E no caso dos mamíferos, a influência do fogo foi ainda maior que a da produtividade.

“É contraintuitivo”, disse Moritz. A curto prazo, o consumo de material vegetal pelo fogo (também conhecido como “produtividade primária líquida”) pode resultar em menos alimento para os animais que consomem plantas e dificultar sua sobrevivência e reprodução. Mas a longo prazo, disse ele, pode haver efeitos evolutivos que desencadeiem adaptações e formações de novas espécies.

Os pesquisadores também analisaram o efeito do fogo nas espécies de anfíbios, no entanto, a conexão entre o fogo e a biodiversidade no caso deles foi difícil de fazer, possivelmente porque os anfíbios vivem em ambientes mais úmidos, onde os incêndios podem não ocorrer regularmente. Então, o que explica os efeitos líquidos positivos do fogo na diversidade de mamíferos e aves? O estudo é correlativo, disse Moritz, então exames mais granulares devem ser feitos para ter certeza.

Mas é provável que o fogo selecione espécies que podem se adaptar e se recuperar rapidamente de uma queima, e o fogo geralmente cria habitats ambientalmente complexos que atendem aos requisitos de diferentes espécies.

“Sabemos que o fogo cria muita heterogeneidade e abre todos esses nichos”, disse Moritz, e essa disponibilidade de recursos pode criar ambientes favoráveis para que alguns organismos floresçam ao lado ou sobre outros.

Por exemplo, animais que têm estratégias para sobreviver a incêndios ou se reproduzir mais rapidamente podem se sair melhor em um ambiente propenso a incêndios, assim como aqueles que fazem uso de diferentes habitats que surgem após um incêndio. Apesar da conexão entre fogo e riqueza de espécies, os autores têm o cuidado de apontar que isso não significa que o fogo seja bom para todos os ecossistemas. Em locais onde o fogo não é uma ocorrência natural, sua presença “é mais uma ameaça moderna do que um processo importante a ser mantido”, disseram.

E para locais onde o fogo é uma parte natural do ecossistema, os incêndios de desmatamento intencionais e causados pelas mudanças climáticas “podem ser bem diferentes dos regimes de incêndios naturais”.

A Biodiversidade

No entanto, dizem eles, essas descobertas indicam que o fogo desempenha um papel subestimado na geração de riqueza de espécies animais e na conservação da biodiversidade. Além disso, o estudo acrescenta nuances ao Gradiente de Biodiversidade Latitudinal, um padrão global de biodiversidade terrestre no qual as áreas de maior biodiversidade do mundo estão localizadas próximas ao equador, com níveis de biodiversidade geralmente diminuindo em direção aos polos. “Esse é um padrão que as pessoas conhecem há décadas e discutem bastante sobre o que o impulsiona”, disse Moritz. “E acontece que é difícil descobrir. E parece que o fogo desempenha um papel muito mais importante do que jamais entendemos”.

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A biodiversidade é distribuída de forma desigual na superfície da Terra e geralmente maior nos trópicos – resultado de um clima mais quente e estável e alta produtividade primária. Embora os gradientes na biodiversidade terrestre possam ser latitudinais (por exemplo, diminuindo do equador aos polos) e altitudinais (diminuindo do fundo do vale ao topo da montanha), vários fatores bióticos e abióticos podem se combinar para criar “pontos críticos” de biodiversidade em qualquer lugar.

Clima quente conduzindo à transição para secas repentinas mais frequentes

As secas repentinas, aquelas que se desenvolvem de forma extraordinariamente rápida, ao contrário daquelas que se desenvolvem mais lentamente e normalmente são consideradas o arquétipo, estão se tornando o novo normal? Yuan et ai . mostram que as secas começaram a se intensificar mais rapidamente desde a década de 1950 e que as secas repentinas se tornaram mais comuns em grande parte do mundo. Essa tendência, que dificulta o monitoramento e a previsão de secas, está associada a maiores déficits de evapotranspiração e precipitação causados por mudanças climáticas antropogênicas e deve se expandir para todas as áreas terrestres no futuro

Fotos: IPCC, Science, Xing Yuan

Amudança climática antropogênica está levando a um aumento na frequência global de “secas repentinas”. As descobertas revelam regiões do mundo particularmente vulneráveis a essas secas – eventos de secagem rápida que aparecem com pouco aviso – e destacam a urgência de se adaptar a eles, já que a área de terra sobre a qual eles devem ocorrer deve se expandir.

As secas se originam principalmente da variabilidade climática interna em grande escala, ocorrendo em escalas de tempo interanuais ou sazonais. No entanto, estudos recentes mostraram que as secas também podem ocorrer em escalas de tempo subsazonais e se transformar em secas severas em semanas.

Essas secas repentinas de início rápido – que não receberam grande atenção até a ocorrência da grave seca nos Estados Unidos no verão de 2012 – são difíceis de prever e preparar, tornando seus impactos particularmente graves. Embora pesquisas anteriores tenham sugerido que as mudanças climáticas induzidas pelo homem aumentaram a frequência de secas repentinas em algumas partes do mundo, se o aquecimento está impulsionando uma transição global para secas repentinas como um “novo normal” permanece incerto.

Usando dados de reanálise global sobre a umidade do solo, Xing Yuan e seus colegas avaliaram as mudanças na velocidade do início da seca em todo o mundo nos últimos 64 anos.

Os dados mostram uma transição para mais secas repentinas em 74% das regiões globais descritas pelo Relatório Especial do IPCC sobre Eventos Extremos (SREX). Esses eventos de seca, dizem os autores, estão associados a maiores déficits de evapotranspiração e precipitação atribuíveis à mudança climática antropogênica.

De acordo com Yuan et al. , pode-se esperar que a transição para o aumento das secas repentinas se expanda para a maioria das áreas de terra no futuro, particularmente em cenários climáticos de alta emissão. A mudança climática antropogênica está impulsionando a transição para secas repentinas, o que tem uma ampla gama de implicações para nossa compreensão das mudanças climáticas e seus impactos, bem como de como podemos nos adaptar a essas mudanças.

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Distribuições espaciais da taxa de secas repentinas e da velocidade de início das secas subsazonais

(A) A proporção (%) de eventos de seca rápida para a soma de eventos de seca rápida e lenta [eventos de seca subsazonal (SM, materiais e métodos)]. (B) A velocidade média de início (%/pêntade) para secas rápidas e lentas. Todas as estatísticas são baseadas nos resultados médios dos dados de reanálise global ERA5, GLDASv2.0/Noah e GLDASv2.0/Catchment durante as estações de crescimento de 1951 a 2014 (abril a setembro para o hemisfério norte e outubro a março para o hemisfério sul ).

(A) Anomalias observadas e simuladas da proporção (%) de eventos de seca repentina para eventos de seca subsazonal em média no mundo de 1951 a 2014. A linha preta indica os resultados com base em três conjuntos de dados de reanálise global (OBS, média de três reanálises) , e as linhas vermelha e azul mostram os resultados médios do conjunto com base nas simulações do modelo climático CMIP6 com forçantes ALL e NAT, respectivamente (tabela S1). As linhas grossas são médias de execução de 10 anos, e os sombreamentos rosa e ciano exibem as faixas de 5 a 95% das simulações de conjunto ALL e NAT, respectivamente. (C) As melhores estimativas dos fatores de escala (eixo esquerdo) e tendências crescentes atribuíveis (%/ano, eixo direito) da análise de dois sinais [ANT (ALL-NAT) e NAT] das mudanças na taxa de seca repentina para o período de 1951 a 2014. As séries temporais usadas para detecção e atribuição são médias não sobrepostas de 2 anos (SM, materiais e métodos). As barras de erro indicam seus intervalos de incerteza correspondentes de 5 a 95%. ( B ) e (D) são os mesmos que (A) e (C), exceto pelas anomalias da velocidade de início das secas subsazonais (%/pentad), fatores de escala e tendências atribuíveis (%/pentad/ano) para as mudanças na velocidade de início de 1951 até 2014. A proporção e a velocidade de início foram identificadas em cada célula da grade e, em seguida, calculada a média sobre o globo (excluindo Antártica, Groenlândia e desertos) com consideração dos pesos das áreas da grade. Todas as estatísticas foram calculadas durante as estações de crescimento (abril a setembro para o Hemisfério Norte e outubro a março para o Hemisfério Sul).

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Atribuição de mudanças na proporção média global de secas repentinas e na velocidade de início das secas subsazonais

Tendências históricas e futuras na proporção de secas repentinas e velocidade de início das secas subsazonais em média nas regiões SREX do IPCC

(A) Tendências observadas (%/ano) na proporção média regional de eventos de seca rápida para eventos de seca subsazonal de 1951 a 2014 com base na série temporal média de três reanálises globais. (B) O mesmo que (A), exceto pelas tendências (%/pentad/ano) na velocidade média regional de início da seca subsazonal. (C) Tendências futuras projetadas (%/ano) na taxa média regional de seca repentina de 2015 a 2100 com base nas simulações médias do conjunto de modelos climáticos CMIP6 sob o cenário SSP245. (D) O mesmo que (C), exceto pelas tendências (%/pentada/ ano) na velocidade média regional de início da seca subsazonal. A razão e a velocidade de início foram identificadas em cada célula da grade para cada modelo e, em seguida, foi calculada a média sobre as regiões SREX do IPCC, considerando os pesos das áreas da grade. Todas as estatísticas foram calculadas durante as estações de crescimento (abril a setembro para o Hemisfério Norte e outubro a março para o Hemisfério Sul). A eclosão representa uma tendência significativa com P < 0,1 com base no teste não paramétrico de Mann-Kendall.

Melhor compreensão é necessária para a capacidade de adaptação dos ecossistemas naturais e ambientes geridos pelo homem que podem ser mais suscetíveis a secas repentinas e eventos extremos compostos associados. O alerta precoce do início da seca repentina em escalas de tempo

de algumas semanas pode ser extremamente benéfico para mitigar seus impactos e gerenciar o risco desse novo normal. “Com menos tempo para se preparar para secas repentinas, é necessária uma adaptação proativa, em vez de uma gestão reativa mais cara da seca”, escrevem

David Walker e Anne Van Loon em uma perspectiva relacionada. O alerta precoce do início da seca repentina em escalas de tempo de algumas semanas pode ser extremamente benéfico para mitigar seus impactos e gerenciar o risco desse novo normal, dizem Yuan e colegas.

Redução das chuvas nos trópicos ligada ao desmatamento

Uma equipe internacional de cientistas (Efi Rousi, Kai Kornhuber, Goratz Beobide-Arsuaga, Fei Luo, Dim Coumou) analisou dados observacionais dos últimos 40 anos e mostrou, pela primeira vez, que esse rápido aumento está ligado a mudanças na circulação atmosférica. Ventos de grande escala de 5 a 10 km de altura, a chamada corrente de jato, estão mudando na Eurásia. Os períodos durante os quais a corrente de jato é dividida em duas ramificações – os chamados estados de jato duplo – tornaram-se mais duradouros. Esses estados de jato duplo explicam quase toda a tendência ascendente das ondas de calor na Europa Ocidental e cerca de 30% no domínio europeu maior.

Uma equipe de pesquisa da Universidade de Leeds combinou dados de satélite de desmatamento e chuvas para mostrar que a perda de cobertura arbórea nos trópicos nos últimos 14 anos foi associada a reduções nas chuvas.

Eles estimam que até o final do século, se o ritmo de desmatamento no Congo continuar, as chuvas na região poderão ser reduzidas entre 8% e 12%, com grande impacto na biodiversidade e na agricultura.

A redução das chuvas também pode ameaçar a viabilidade das florestas do Congo, que estão entre as maiores reservas de carbono do mundo.

Callum Smith, pesquisador de doutorado na School of Earth and Environment em Leeds e principal autor do estudo, disse que a investigação fornece “evidências convincentes” para proteger as florestas do desmatamento descontrolado. Ele acrescentou: “As florestas tropicais desempenham um papel crítico no ciclo hidrológico, ajudando a manter os padrões de chuva locais e regionais.

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As pessoas que vivem em comunidades de florestas tropicais frequentemente reclamam que o clima fica mais quente e seco quando as árvores são derrubadas, mas até agora os cientistas não conseguiram identificar uma ligação clara entre a perda da cobertura florestal e o declínio das chuvas
Cientistas não conseguiram identificar uma ligação clara entre a perda da cobertura florestal e o declínio das chuvas Floresta Amazônica vista do ar. Crédito da imagem: Dr. Jess Baker, Universidade de Leeds por Callum Smith, Dr. Jess Baker e Professor Dominick Spracklen Fotos: Harpal Singh no Unsplash, Ivars Utināns no Unsplash, Nature, Professor Dominick Spracklen, Universidade de Leeds

A redução das chuvas causada pelo desmatamento tropical afetará as pessoas que vivem nas proximidades por meio do aumento da escassez de água e da diminuição do rendimento das colheitas. “As próprias florestas tropicais dependem da umidade para sobreviver e as áreas remanescentes de floresta serão afetadas por um clima mais seco”.

O trabalho de pesquisa “O desmatamento tropical causa grandes reduções na precipitação observada” foi publicado na revista científica Nature.

Os pesquisadores analisaram o impacto da perda florestal em três áreas dos trópicos – Amazônia, Congo e Sudeste Asiático – que passaram por rápidas mudanças no uso da terra.

O estudo envolveu a análise de observações de satélite de 2003 a 2017, para identificar locais onde as florestas foram derrubadas. Os dados de precipitação nessas áreas, também medidos por satélites, foram comparados com a precipitação de locais próximos onde as florestas não foram perdidas.

O estudo revelou que a perda da floresta tropical causou reduções nas chuvas ao longo do ano, inclusive na estação seca, quando qualquer seca adicional terá o maior impacto nos ecossistemas de plantas e animais. O maior declínio absoluto na precipitação foi observado na estação chuvosa, com uma redução de até 0,6 mm por mês na precipitação para cada ponto percentual de perda de cobertura florestal.

Relação entre a cobertura florestal e a precipitação

a , Perda média de cobertura florestal ao longo de 2015–2100 sob o Caminho Socioeconômico Compartilhado 3 – Caminho da Concentração Representativa 4.5 para os trópicos, Amazônia, Congo e SEA. b , Impacto da perda de cobertura florestal projetada na precipitação ( P ; ± 1 erro padrão da média). c , Padrão espacial de perda de cobertura florestal. d , Mudança de P prevista ( ∆ P ) em 2100 devido à perda de cobertura florestal. Os resultados são mostrados para resolução de 2,0°. Mapas das diferentes regiões gerados com Cartopy e Natural Earth

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Impacto da perda florestal futura projetada na precipitação média anual As florestas tropicais úmidas desempenham um papel crítico no ciclo hidrológico, mantendo os padrões de chuva locais e regionais

Escrevendo no artigo, os pesquisadores alertam que a mudança climática levará ao aumento da seca e que pode ser exacerbada pelo desmatamento contínuo.

Relação entre a cobertura florestal e a precipitação

Acredita-se que a perda da cobertura arbórea interrompa o processo em que a umidade das folhas - por meio de um mecanismo chamado evapotranspiração - é devolvida à atmosfera, onde eventualmente forma nuvens de chuva.

Além de impactar os ecossistemas naturais, a redução das chuvas seria prejudicial à agricultura e às usinas hidrelétricas. Isso afetaria o funcionamento saudável das florestas e das comunidades locais.

A equipe de pesquisa diz que, em média, o rendimento das colheitas diminui 0,5% para cada 1% de redução nas chuvas.

As florestas tropicais sustentam as chuvas

O professor Dominick Spracklen, da Escola de Terra e Meio Ambiente de Leeds, que supervisionou o projeto, disse: “Os habitantes locais que vivem perto de regiões desmatadas costumam relatar um clima mais quente e seco depois que as florestas são derrubadas. Mas até agora esse efeito não havia sido visto em observações de chuva. “O estudo mostra a importância crítica das florestas tropicais na manutenção das chuvas.

Embora tenha havido esforços para deter o desmatamento, a perda de cobertura florestal nos trópicos continua. É preciso renovar os esforços para impedir a perda de florestas e regenerar áreas perdidas e degradadas”.

Os cientistas alertam que a diminuição das chuvas tem um impacto negativo na biodiversidade, aumenta o risco de incêndios florestais e reduz o sequestro de carbono, onde a natureza retira o carbono da atmosfera e o armazena. A pesquisa foi financiada pelo Conselho Europeu de Pesquisa no âmbito do programa de pesquisa e inovação Horizonte 2020 da União Europeia e pelo Fundo Newton , por meio do Met Office Climate Science for Service Partnership Brasil. O artigo foi escrito por Callum Smith, Dr. Jess Baker e Professor Dominick Spracklen,

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A análise de dados de satélite revela que a Amazônia fica mais quente e seca após o desmatamento
[*]Universidade
de Leeds.

(a), Bornéu (b) e África Central (c). Os valores do estoque de carbono (em Tg C) são agregados em quadrados de grade de 0,1° e mostram a soma de florestas degradadas e florestas secundárias, juntas representando a floresta em recuperação. Regiões de turfeiras foram destacadas e são indicadas pela hachura. Os valores anotados denotam o estoque AGC e o intervalo de confiança de 95% associado, conforme estimado neste estudo usando as simulações de Monte Carlo por país, expresso usando o código ISO3 para cada país. Mapa criado usando ArcGIS Pro da ESRI (2.6.0). AGO, Angola; BOL, Bolívia; BRA, Brasil; BRN, Brunei; CAF, República Centro-Africana; CMR, Camarões; COD, República Democrática do Congo; COG, República do Congo; COL, Colômbia; ECU, Equador; GAB, Gabão; GNQ, Guiné Equatorial; GUF, Guiana Francesa; GUY, Guiana; IDN, Indonésia; MYS, Malásia; PER, Peru; SUR, Suriname; VEN, Venezuela

A recuperação de florestas tropicais compensa apenas um quarto das emissões de carbono de novos desmatamentos tropicais e degradação florestal

Um estudo global pioneiro descobriu que o desmatamento e as flor estas perdidas ou danificadas devido a mudanças humanas e ambientais, como incêndios e extração de madeira, estão superando rap idamente as taxas atuais de regeneração florestal. Vulnerabilidade do sumidouro de carbono de florestas em recuperação destacada

As florestas tropicais são ecossistemas vitais na luta contra as emergências climáticas e ecológicas. Pesquisa, publicada na Nature e liderada pela Universidade de Bristol, destaca o potencial de armazenamento de

carbono e os limites atuais da regeneração florestal para lidar com essas crises. As descobertas mostraram que florestas degradadas se recuperando de distúrbios humanos e florestas secundárias crescendo em áreas previamente desmatadas estão removendo anualmente

pelo menos 107 milhões de toneladas de carbono da atmosfera nos trópicos. A equipe de pesquisadores internacionais quantificou as taxas de recuperação do estoque de carbono acima do solo usando dados de satélite nas três maiores florestas tropicais do mundo.

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por *Viola Heinrich, Christelle Vancutsem, Ricardo Dalagnol Fotos: Tristram Hales, Universidade de Bristol, Nature O estoque de carbono modelado de 2018 na recuperação de florestas (florestas degradadas e secundárias) nas três principais regiões de floresta tropical

Embora os resultados demonstrem o importante valor de carbono da conservação de florestas em recuperação nos trópicos, a quantidade total de carbono absorvida no crescimento da floresta acima do solo foi suficiente apenas para contrabalançar cerca de um quarto (26%) das atuais emissões de carbono do desmatamento e degradação tropical.

A autora principal, Viola Heinrich, que recentemente obteve um PhD em geografia física na Escola de Ciências Geográficas da Universidade de Bristol, disse: “Nosso estudo fornece as primeiras estimativas pantropicais da absorção de carbono acima do solo em florestas tropicais recuperadas da degradação e desmatamento. “Embora a proteção de florestas tropicais antigas continue sendo a prioridade, demonstramos o valor do manejo sustentável de áreas florestais que podem se recuperar de distúrbios humanos”.

Cientistas ambientais da Universidade de Bristol trabalharam com especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil, que incluiu colaborações com cientistas de todo o Reino Unido, Europa e EUA.

A equipe usou conjuntos de dados de satélite que podem distinguir o desmatamento de outros distúrbios induzidos pelo homem, como extração de madeira e incêndios, para determinar os tipos de florestas que estão crescendo.

Combinado com informações sobre carbono acima do solo da Agência Espacial Européia e variáveis ambientais, a equipe modelou os padrões espaciais de regeneração florestal na Amazônia, África Central e Bornéu. Eles descobriram que o tipo de perturbação humana em Bornéu resultou nas maiores reduções de carbono em florestas degradadas, principalmente devido ao corte intensivo de árvores economicamente valiosas, em comparação com a Amazônia e a África Central. Além disso, o clima e o ambiente em Bornéu também resultam no acúmulo de carbono cerca de 50% mais rápido do que nas outras regiões.

(a) e florestas secundárias (b) nas regiões de florestas úmidas tropicais da Amazônia, Bornéu e África Central. Os pontos denotam o valor médio de AGC calculado para cada YSLD, as linhas ajustadas são baseadas em um modelo não linear (consulte Métodos). O sombreamento denota o intervalo de confiança de 95% do modelo não linear (consulte a Discussão Suplementar 1 para exploração adicional da variabilidade e incerteza). Os cruzamentos denotam o AGC médio de florestas primárias (OG) nas respectivas regiões e o intervalo de confiança de 95% associado da simulação de Monte Carlo. (c), Mapa delineando a extensão espacial utilizada neste estudo representando cada região, bem como destacando a área percentual ocupada pelos diferentes tipos de floresta utilizados neste estudo e outros terrenos. Mapa criado usando ArcGIS Pro da ESRI (2.6.0)

“Os modelos de recuperação de carbono que desenvolvemos podem informar cientistas e formuladores de políticas sobre o potencial de armazenamento de carbono de florestas secundárias e degradadas se forem protegidas e recuperadas”, disse Viola, agora pesquisador associado da Universidade de Exeter.

A equipe também descobriu que um terço das florestas degradadas pela exploração madeireira ou pelo fogo foram posteriormente completamente desmatadas, enfatizando a vulnerabilidade do sumidouro de carbono nessas florestas em recuperação.

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Acumulação modelada de AGC com YSLD em diferentes regiões tropicais AGC é mostrada em florestas degradadas As florestas tropicais são vitais na luta contra as mudanças climáticas e têm grande potencial como sumidouros de carbono

“As florestas tropicais fornecem muitos recursos diretos vitais para milhões de pessoas e animais.

Em larga escala, precisamos proteger e restaurar as florestas tropicais por seu valor climático e de carbono. Na escala local, as pessoas precisam poder continuar a usar as florestas de forma sustentável”, acrescentou Viola.

O co-autor Dr. Jo House, Leitor em Ciência e Política Ambiental da Universidade de Bristol, autor de muitas avaliações internacionais sobre mudanças climáticas e florestas, disse: “Os países repetidamente fizeram promessas de reduzir o desmatamento e a degradação florestal e restaurar áreas desmatadas.

“Esta é a maneira mais econômica e imediatamente disponível para remover o carbono da atmosfera, juntamente com muitos co-benefícios, como biodiversidade, controle de enchentes e proteção dos meios de subsistência dos povos indígenas. No entanto, as metas são repetidamente perdidas devido à falta de apoio coordenado internacional sério e vontade política. Nossa pesquisa demonstra que o tempo está se esgotando”.

Mapa pantropical da densidade de biomassa lenhosa viva acima do solo (Mg biomassa ha −1 ) com resolução de 30 m por volta do ano 2000, com inserções representando diferentes padrões de desmatamento ocorrendo na América tropical, África tropical e Ásia tropical. Esses Mapas pantropicais (Saatchi et al ., 2011 ; Baccini et al ., 2012 ) estabeleceram estimativas de linha de base dos estoques de carbono florestal. Nossa análise expande a metodologia apresentada em Baccini et al . ( 2012

Na COP27, organizada pelo Egito em novembro passado, Brasil, Indonésia e Congo firmaram uma aliança Sul-Sul para proteger as florestas tropicais. Janeiro de 2023 viu a posse do novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu desfazer os danos causados pelas políticas anteriores e voltar a proteger e restaurar a Amazônia.

O co-autor Dr. Luiz Aragão, Chefe da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no Brasil, disse: “Focar na proteção e restauração de florestas tropicais secundárias e degradadas é uma solução eficiente para a construção de mecanismos robustos para o desenvolvimento sustentável dos países tropicais. Isso agrega valor monetário para os serviços ambientais locais e globais fornecidos por essas florestas, por sua vez, beneficiando as populações locais econômica e socialmente.”A equipe agora planeja desenvolver essa pesquisa, melhorando as estimativas de perdas e ganhos de carbono de diferentes tipos e intensidades de perturbação florestal nos trópicos.

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[*] Universidade de Bristol As árvores dipterocarp de importância ecológica e econômica que são extensivamente exploradas no Bornéu malaio

Uma mistura de árvores purifica melhor o ar urbano

As coníferas são geralmente melhores do que as árvores de folhas largas na purificação do ar dos poluentes. Mas a árvore de folha caduca pode ser melhor na captura de poluição ligada a partículas. Um novo estudo conduzido pela Universidade de Gotemburgo mostra que as melhores árvores para purificação do ar dependem do tipo de poluente envolvido

As árvores e outras áreas verdes nas cidades oferecem muitos benefícios importantes para o bem-estar dos residentes. Folhas e agulhas nas árvores filtram os poluentes do ar e reduzem a exposição a substâncias perigosas no ar.

Mas quais árvores purificam o ar com mais eficiência? Pesquisadores da Universidade de Gotemburgo coletaram folhas e agulhas de onze árvores diferentes que crescem no mesmo local no arboreto (coleção de árvores) do Jardim Botânico de Gotemburgo para analisar quais substâncias eles capturaram.

“Esta coleção de árvores oferece uma oportunidade única para testar muitas espécies diferentes de árvores com condições ambientais semelhantes e exposição a poluentes atmosféricos”, diz Jenny Klingberg, pesquisadora do Jardim Botânico de Gotemburgo.

Poluentes nocivos

Foram analisados um total de 32 poluentes diferentes, alguns dos quais ligados a partículas de vários tamanhos. Outros são gasosos. Existe uma conexão comprovada entre a exposição a poluentes atmosféricos e o aumento do risco de doenças cardiovasculares e problemas nas vias respiratórias. Este projeto tem como foco os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs). Nas cidades, o trânsito é a maior fonte desses poluentes, que são liberados devido à combustão incompleta nos motores.

“Nossas análises mostram que diferentes espécies de árvores têm diferentes habilidades para absorver poluentes do ar.

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Reduzir simultaneamente as emissões de ozônio de baixo nível e outros poluentes climáticos de vida curta, bem como o dióxido de carbono de vida longa, poderia reduzir a taxa de aquecimento global pela metade até 2050, mostra um novo estudo As árvores perenes podem ser excelentes coletoras de poluentes e podem funcionar o ano todo Os poluentes não parecem afetar a fotossíntese das árvores. Medição da clorofila nas folhas usando um dispositivo de medição de clorofila chamado SPAD. A medição é feita com luz, deixando a folha intacta por *Universidade de Gotemburgo Fotos: Jenny Klingberg

As coníferas geralmente absorvem mais PAHs gasosos do que as árvores folhosas. Outra vantagem das coníferas é que elas também agem como purificadoras do ar no inverno, quando a poluição do ar geralmente é mais alta”, diz Jenny Klingberg.

Agulhas limpam o ar por muitos anos

Os pesquisadores também viram que as agulhas continuaram a absorver poluentes do ar por vários anos, o que as folhas não podem fazer por razões óbvias. Mas as árvores de folhas largas tinham outras vantagens.

Eles foram mais eficientes na limpeza de partículas do ar, o que se acredita ser devido ao fato de as folhas terem uma área de superfície maior à qual as partículas podem se fixar.

“As várias espécies diferiram mais do que esperávamos. Larch, que é uma conífera que perde suas agulhas a cada outono, foi o melhor no teste.

Os larícios absorveram a maior parte dos poluentes ligados a partículas, mas também foram bons na captura de PAHs gasosos”, diz Jenny Klingberg. Agulhas e folhas, no entanto, não decompõem os poluentes em

maior extensão, mesmo que a luz solar possa iniciar esse processo. Assim, existe o risco de o solo sob as árvores ser contaminado por poluentes quando as folhas e agulhas se desprendem e se decompõem. Isso coloca o ecossistema no solo em risco de ser afetado, embora isso não tenha sido investigado no estudo atual publicado na Ecological Indicators.

“Os poluentes não parecem afetar a fotossíntese das árvores; o teor de clorofila foliar é tão alto nas áreas mais poluídas de Gotemburgo em comparação com as árvores que crescem em ambientes menos poluídos. Mas isso provavelmente parece diferente em cidades com qualidade do ar ainda pior”, diz o líder do projeto Håkan Pleijel, professor de ciência ambiental aplicada na Universidade de Gotemburgo.

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Analisaram a capacidade das árvores de melhorar a qualidade do ar Capacidade das árvores de limpar o ar para bloquear os poluentes atmosféricos

É necessário um planejamento urbano cuidadoso

No entanto, você não deve simplesmente começar a encher as ruas da cidade com árvores para melhorar a qualidade do ar para os residentes. Vários fatores determinam o benefício. Um beco de árvores em um desfiladeiro de rua estreita pode reduzir o fluxo de ar, afetando negativamente a dispersão e diluição dos poluentes do ar e, portanto, aumentar as concentrações de contaminantes localmente em ruas movimentadas. Isso significa que em ruas estreitas protegidas do vento, a vegetação rasteira, como sebes, pode ser preferível.

É necessário um planejamento urbano cuidadoso, combinando diferentes espécies de árvores para otimizar a purificação do ar e levar em conta outras funções e benefícios das árvores, segundo os pesquisadores.

Um total de 32 poluentes diferentes foram analisados

Os pesquisadores analisaram 32 poluentes diferentes, alguns ligados a partículas de vários tamanhos e outros gasosos. O projeto enfocou os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs) que, nas cidades, são liberados principalmente devido à combustão incompleta nos motores. “Nossas análises mostram que diferentes espécies de árvores têm diferentes habilidades para absorver poluentes do ar. As coníferas geralmente absorvem mais PAHs gasosos do que as árvores folhosas.

Outra vantagem das coníferas é que elas também agem como purificadoras do ar no inverno, quando a poluição do ar costuma ser mais alta”, disse Klingberg.

“Este estudo contribui para melhorar nossa compreensão da capacidade das árvores de limpar o ar e quais espécies absorvem melhor os poluentes

atmosféricos”, diz Håkan Pleijel. Esse conhecimento é importante para o planejamento urbano ao projetar cidades sustentáveis. Embora as árvores e a vegetação possam contribuir para uma melhor qualidade do ar nas cidades, no final das contas a medida mais importante é reduzir as

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emissões. Mais espaços verdes em geral podem ajudar na poluição do ar nas cidades, incluindo plantas que não sejam árvores em parques e jardins Plantar árvores nos ajudará a obter ar fresco suficiente de que precisamos. As árvores melhoram a qualidade do ar de várias maneiras: elas consomem dióxido de carbono e produzem O2 por meio da fotossíntese. Nossa saúde depende das árvores

A mistura entre espécies reduz a vulnerabilidade às mudanças climáticas

As populações híbridas há muito são percebidas como uma ameaça a linhagens distintas e subestimadas do ponto de vista da conservação. Agora, a pesquisa sugere que as populações híbridas podem abrigar combinações de genes que melhoram sua capacidade de lidar com as mudanças nas condições climáticas. Sob a mudança climática, as espécies incapazes de rastrear seu nicho por meio de mudanças de alcance dependem amplamente da variação genética para se adaptar e persistir. As previsões de vulnerabilidade genômica são usadas para identificar populações que carecem da variação necessária, particularmente em genes relevantes para o clima. No entanto, a hibridação como uma fonte de variação adaptativa é normalmente ignorada em estudos de vulnerabilidade genômica. Estimamos modelos de nicho ambiental e vulnerabilidade genômica para espécies estreitamente relacionadas de peixes arco-íris ( Melanotaeniaspp.) através de um gradiente de altitude nos trópicos úmidos australianos. Populações híbridas entre um generalista generalizado e várias espécies endêmicas de faixa estreita exibiram vulnerabilidade reduzida a climas projetados em comparação com endemias estreitas puras. As sobreposições entre regiões genômicas introgredidas e adaptativas foram consistentes com um sinal de introgressão adaptativa. Nossas descobertas destacam o valor de conservação muitas vezes subestimado de populações híbridas e indicam que a introgressão adaptativa pode contribuir para o resgate evolutivo de espécies com faixas ambientais estreitas.

Ahibridização fornece resiliência climática. A diversidade genética é a matéria-prima que permite que as populações evoluam em resposta às mudanças no ambiente – essencialmente, quanto mais diversidade, melhor

O rápido aquecimento climático está desafiando muitas espécies a evoluir e se adaptar com rapidez suficiente para evitar a extinção, particularmente espécies que não toleram muita variação ambiental, como aquelas de habitats mais frios de alta altitude, que podem carecer de diversidade genética importante para a adaptação às mudanças climáticas.

Peixe

de

e padrões espaciais de hibridação para Melanotaenia

a, Locais de amostragem nos trópicos úmidos de Queensland, Austrália. b, Parcelas de mistura para K = cinco espécies ancestrais. c, Treemix árvore de máxima verossimilhança mostrando introgressão entre as espécies. d, Perfil de relevo topográfico indicando a diferença de elevação entre os habitats de terras altas e baixas ao longo de um transecto entre os locais 13 e 35

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Fotos: Chris Brauer da Flinders University, Diana-Elena Vornicu, Flinders University, Keith Martin, Michael Hammer arco-íris da região dos trópicos úmidos da Austrália Locais amostragem esplêndida , Malanda Rainbowfish, M. eachamensis , M. utcheensis e Tully Rainbowfish

A vulnerabilidade genômica é reduzida para populações híbridas de peixes arco-íris

Esse conceito é semelhante a como a mistura histórica entre nossos ancestrais e os neandertais levou a uma melhora na aptidão física de algumas populações humanas modernas.

A equipe, incluindo o autor principal, Dr. Chris Brauer, o coordenador do projeto, professor Luciano Beheregaray, e outros biólogos viajaram para a região dos trópicos úmidos, no nordeste da Austrália, para coletar amostras de cinco espécies de peixes arco-íris tropicais ao longo de um gradiente de elevação.

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A hibridização, o processo de mistura de diferentes espécies, pode potencialmente ajudar os vulneráveis a adotar e explorar rapidamente a nova diversidade genética de espécies que já podem estar adaptadas a ambientes mais quentes. No entanto, as populações híbridas têm sido tradicionalmente consideradas de pouco valor de conservação. Uma nova pesquisa, publicada na prestigiosa Nature Climate Change, fornece evidências raras de que a hibridização natural pode reduzir o risco de extinção de espécies ameaçadas pelas mudanças climáticas.Eles produziram dados genômicos das amostras e descobriram várias populações puras e híbridas de peixes arco-íris. Eles também identificaram genes que permitem que as populações de peixes arco-íris se adaptem à variação climática em toda a região e usaram modelos ambientais para calcular quanta evolução provavelmente será necessária para que as populações acompanhem o ritmo das mudanças climáticas no futuro.

O Dr. Brauer diz que as populações de espécies de terras altas adaptadas ao frio que se hibridizaram com espécies de terras baixas adaptadas ao calor mostraram vulnerabilidade reduzida a climas futuros.“Essas populações mistas contêm mais diversidade em genes que consideramos importantes para a adaptação ao clima e, portanto, têm maior probabilidade de persistir em ambientes mais quentes”. A constatação de que a hibridação (mistura genética) pode facilitar a rápida adaptação às mudanças climáticas tem implicações importantes para muitas espécies ameaçadas.

O diretor do MELFU e professor da Flinders University, Luciano Beheregaray, diz que este estudo destaca o valor de conservação subestimado das populações híbridas. “Nossas descobertas são boas notícias para a biodiversidade. Eles indicam que a mistura genética é uma importante ferramenta de conservação que pode contribuir para o resgate evolutivo natural de espécies ameaçadas pelas mudanças climáticas”.

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A mistura genética entre espécies adaptadas ao calor e adaptadas ao frio pode reduzir o risco de extinção devido às mudanças climáticas Duas espécies de peixes arco-íris usadas no estudo

REALIZAÇÃO: PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO: COMUNICAÇÃO E MARKETING:

PROMOÇÃO: APOIO:

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