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ISSN 1809-466X

Ano 5 Número 21 2010

R$ 10,00 € 4,00

MUITAS ESPÉCIES. UM PLANETA. UM FUTURO DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE. 5 JUNHO 2010

2010 Ano Internacional da Biodiversidade

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MEIO AMBIENTE ÓLEO DE PALMA MANGUES SUSTENTABILIDADE

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E xpediente

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08 Dia Mundial do Meio Ambiente 2010 12 O anfitrião do Dia Mundial do Ambiente 16 IV Simpósio Amazônia 20 Suframa e Sebrae-Am, comandam

DIRETOR Rodrigo Barbosa Hühn

Para promover os produtos da Região Amazônica, atrair potenciais investidores e possibilitar troca de conhecimentos das ações estratégicas da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), Missão Empresarial amazônica, viajou à ItálianaRegiãodeToscanaparaparticipardaMostraInternacionaldeArtesanato

PRODUTOR E EDITOR Ronaldo Gilberto Hühn

28 Aves exuberantes e cenas incomuns no 4º Concurso Avistar Itaú BBA de fotografia 35 Prêmio FINEP de Inovação 2010

38 O lançamento do Programa Nacional de Estímulo à Produção de Óleo de Palma

42 Zoneamento Econômico Ecológico-ZEE:

Base para a produção do biocombustível

46 Florestas de mangue em

declínio em todo o mundo Uma em cada seis espécies vegetais das florestas de mangais que crescem na costa dos trópicos está ameaçada. Um relatório novo revela que quarenta por centodasespéciesnaregiãodaAméricaCentralestãoameaçadas...

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PUBLICAÇÃO Período (maio/junho) Editora Círios SS LTDA ISSN 1677-7158 CNPJ 03.890.275/0001-36 Rua Timbiras, 1572-A Fone: (91) 3083-0973 Fone/Fax: (91) 3223-0799 Cel: (91) 9985-7000 www.revistaamazonia.com.br E-mail: amazonia@revistaamazonia.com.br CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil

Missão Empresarial à Itália

26 Cruzeiro de luxo na floresta amazônica

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COMERCIAL Alberto Rocha, Rodrigo B. Hühn ARTICULISTAS/COLABORADORES Camillo Martins Vianna; Célio Pezza; Cesar B. Fechine; Daniel Jordano; Denis Aragão; Filomena Sayão ;Hélio Morito; Ieda Novais; João Francisco Salomão ; Josias Matos de Araujo ; ShinodaJunha Januária Marcelo Serafim ; Paulo Rocha ; Percival Carepreso e Raquel Nunes FOTOGRAFIAS Aditi Jain ; Alesssandro A. Santana ; Agência Petrobras ; Arquivo CBD; Arquivo Iberostar; Arquivo IUCN; Arquivo Luz Para Todos; Arquivo PNUMA; Carlos A. Schwertner ; Ciro Albano ; Claudio Santos, David Alves e Elcimar Neves/ Ag. Pa; Dimitri Matoszko ; Franciscus Van Der Kallen ; Guilherme Gallo Ortiz ; Gustav Specht ; José Ailson Júnior; Junha Januária; Laizer Mayer Fishenfeld ; Lester Scalon ; Luiz Fernando S. Gomes ; Marco A. G Souza Pinto ; Maria S. Fresy; Peter Grigeby; Renato Grimm ;Ricardo Stuckert; Rodolfo Oliveira/Ag Pa; Roosewelt Pinheiro/ABr; Saulo Cruz/Agênca Câmara e Klauter Machado EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Editora Círios SS LTDA DESKTOP Mequias Pinheiro NOSSA CAPA Imagem subaquática a 500 metros, em manguezal – considerado um dos mais produtivos ecossistemas do planeta, verdadeiros berçários da natureza Foto de Sterling Zumbrunn

62 Ser ou não ser sustentável, eis a questão!

66 Programa Luz Para Todos 69 O Meio Ambiente e seus avanços no

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governo Lula

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70 Energia e Desenvolvimento

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72 Governo reabre Serra Pelada 78 O bodum que vem do Reino das Amazonas...

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Mensagem para o Dia Mundial do Meio Ambiente, 2010 "Muitas espécies. Um Planeta. Um Futuro"

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iodiversidade, a incrível variedade da vida na Terra que nos sustenta, está em perigo. Espécies são extintas no ritmo mais rápido já registrado. A maioria dessas extinções estão vinculadas a atividades humanas que estão poluindo e esgotando os recursos hídricos, mudança e habitats degradante e alterando o clima global. De rãs para gorilas, a partir de plantas enorme insetos minúsculos, milharesdeespéciesestãoemperigo. O tema deste ano do Dia Mundial do Ambiente " muitas espécies. Um Planeta. Um Futuro ", ecoa o apelo do Ano Internacional da Biodiversidade para parar esta extinção em massa e aumentar a conscientização sobre a importância vital das milhões de espécies que habitam o solo do nosso planeta, as florestas, os oceanos, os recifes de coral e as montanhas. A nossa saúde, bemestar e futuro sustentável dependem deste web, intrincadadelicadodosecossistemasedavida.

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Este ano, Kigali será o coração de uma global, celebração multicultural gerações de nosso planeta, seus milhões de espécies e as inúmeras formas em que a vida naTerra está interligado. No Dia Mundial do Ambiente, faço um apelo a todos – a partir de Kigali para Canberra, a partir de Kuala Lumpur para Quito – para nos ajudar a soar o alarme. Envolva-se, falar. Aprender e ensinar os outros. Show de liderança e ajudar a limpar. Reconectar com a natureza, a força de nossa vida. Juntos, podemos desenvolver uma nova visão para a biodiversidade: muitasespécies.OnePlanet.Umfuturo.

Ban Ki-moon, Secretário Geral da ONU

O anfitrião global do Meio do Mundo de 2010 comemoração do Dia é Ruanda. Este pequeno país da região dos Grandes Lagos da África está rapidamente a ganhar uma reputação como um pioneiro verde. Lar para 52 espécies ameaçadas, incluindo o gorila de montanha raro, Ruanda é mostrar como a sustentabilidade ambiental pode ser tecido na tela de um crescimento econômico de um país. Apesar de seus muitos desafios, incluindo a pobreza e a degradação dos solos generalizada, a "terra das mil colinas" está trabalhando para reflorestar, abraçar as energias renováveis, agricultura sustentável prosseguir e desenvolverumavisãoecológicaparaofuturo.

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Dia Mundial Aves Migratórias 2010

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Foco em aves migratórias Globalmente Ameaçadas

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Organização das Nações Unidas declarou 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade (IYB). Esta é uma apreciação do valor da biodiversidade para as nossas vidas. No entanto, não é só uma comemoração, mas também um convite para tomarmos medidas para salvaguardar a diversidade da vida na Terra. A diversidade biológica do nosso planeta é muito rica e surpreendente. É o resultado de bilhões de anos de evolução e de forma da complexa teia da vida da qual somos parte e no qual estamos e somos totalmente dependentes. A humanidade depende dessa diversidade, porque ela nos fornece alimentos, combustíveis, remédios e outros itens essenciais que precisamostodososdias. Independentemente disso, as espécies estão desaparecendo por causa das atividades humanas, e há uma grande quantidade de espécies que estão em perigo de extinção. Estas perdas são irreversíveis e o declínio da biodiversidade põe em perigo o nosso sustento. A atual taxa de extinção é mil vezes mais rápida que o natural. Normalmente, apenas uma ave extinta por século, mas durante os últimos trinta anos, 21 espécies de aves desapareceram. No momento, 192 aves são classificadas como Criticamente em Perigo, como resultado da perda de habitat, caça, poluição, alterações climáticas, a perturbação humana e por

outras razões. Estas ameaças são – direta ou indiretamente pelo homem. Sem uma ação imediata, muitas dessas espécies em perigo não estará aqui em poucos anos. O Shearwater Baleares (Puffinus mauretanicus), por exemplo, deverá tornar-se extinto dentro de uma geração humana, devido à sua captura. E há várias outras espécies que são extremamente raras. O tamanho da população do Maçarico - de -bico -fino (Numenius), Nova Zelândia Storm Petrel (maorianus Oceanites), bem como o flycatcher Rueck de-Blue (Cyornis ruckii) atualmente é inferiora50indivíduos. Assim, em 2010, o Ano Internacional da Biodiversidade, Dia Mundial das Aves Migratórias enfoca globalmente ameaçadas aves migratórias e, especialmente, sobre as trinta e uma espécies de aves migratórias, que são classificadas como Criticamente em Perigo na Lista Vermelha da IUCN. Estas são as aves, que enfrentam a extinção. As aves migratórias dependem de vários habitats diferentes, que necessitam diferentes locais para reprodução e criação dos jovens, e para a alimentação. Algumas delas migram até milhares de quilômetros para encontrar áreas adequadas e atravessar muitos habitats diferentes, independentemente de quaisquer fronteiras políticas. Assim, a

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poupança das aves migratórias significa salvar seus habitats necessários e que os benefícios de outras espécies também. Porque os pássaros são encontrados quase em toda parte e, com mais de 10.000 espécies descritas, sendo a mais conhecida e mais pesquisados táxon, servem como indicadores vitais de distribuição e estado da biodiversidade e dos ecossistemas que habitam. Tornar-se uma espécie de ave ameaçada de extinção é um sinal claro de que as condições, ou o próprio ecossistema, mudaram e que as outras espécies que dependem deste ecossistema pode ser afetada também. Guardar todas as espécies é essencial, porque se torna uma espécie extinta, o ecossistema todo será afetado. Para aumentar a conscientização sobre os laços estreitos entre as pessoas, as aves migratórias e seus habitats, se juntar a nós na celebração WMBD 2010 sob o tema: Salvar aves migratórias em crise - contagens de cada espécie!

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As aves migratórias Criticamente em Perigo Amsterdam Island Albatross; Bachmann's Warbler; Balearic Shearwater; Beck's Petrel; Bengal Florican; Blue-crowned Laughingthrush; Chatham Albatross; Chinese Crested Tern; Crested Shelduck; Entre Rios Seedeater; Eskimo Curlew; Fiji Petrel; Galápagos Petrel; Guadalupe Storm-petrel; Jamaica Petrel; Kittlitz's Murrelet ; Magenta Petrel; Mascarene Petrel; New Zealand Storm Petrel; Northern Bald Ibis; Orange-bellied Parrot; Rueck's Blue Flycatcher; Short-crested Coquette; Siberian Crane; Slender-billed Curlew; Sociable Lapwing; Spoon-billed Sandpiper; Townsend's Shearwater; Tristan Albatross; Waved Albatross e White-eyed River-martin 06| REVISTA AMAZÔNIA

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Gisele Bündchen, a embaixadora

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modelo terá uma tarefa difícil de cumprir: ajudar o PNUMA na missão deconscientizareincentivaraçõesparaprotegeromeioambiente. Em relação a essa nova função Gisele declarou:“Eu tenho trabalhado como modelo há anos, mas o meio ambiente sempre foi a minha paixão.Vamos tomar medidas para garantir um futuro sustentável para a próxima geração. A Mãe Terra é o nosso sistema fundamental de vida e se nos tornarmos conscienteseresponsáveisagora,podemosajudarapreservaroplaneta”. O diretor executivo do Programa Ambiental da ONU, Achim Steiner, no evento da nomeaçãodisse: “Estamos muito felizes em receber Gisele e saber que sua paixão vai nos ajudar em nossa missão. A situação do meio ambiente está crítica e sem um envolvimento globalonossoprópriofuturoestáemperigo”.

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Gisele Bundchen nua no meio da folhagem:

Nascentes do Brasil: A top model numa nascente em sua terra natal no RS

Campanha da Fundação SOS Mata Atlântica, uma criação da W/Brasil com o tema “Sementes. Os seus pés vão dar frutos”. A idéia: chamar os consumidores para comprar as sandálias Grendene e assim ajudar o programa “Florestas do Futuro”.

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do Meio

Ambiente

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Muitas espécies. Um planeta. Um futuro

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ocê sabia que você é um em um milhão? Ou, mais precisamente, um em quinze milhões de espécies que, segundo cientistas, habitam o nosso planeta? Mesmo assim, humanos fazem parte de um número reduzido de espécies que apresentam crescimento em sua população, enquanto a maior parte dos animais está se extinguindo. Sabe-se que um total de 17.291 espécies estão ameaçadas de extinção - desde plantas e insetos pouco conhecidos até as mais carismáticas aves e mamíferos. E isso mal reflete a dimensão do problema; muitas espécies desaparecem antes mesmo de serem descobertas. A razão? A atividade humana. Em busca do desenvolvimento, nós causamos o desaparecimento de grandes partes das florestas originais, drenamos metade dos pantanais do mundo, acabamos com três quartos das unidades populacionais de peixes e emitimos a quantidade suficiente de gases de efeito estufa para manter o nosso planeta aquecendo pelos próximos séculos. Nós pisamos no acelerador e provocamos um ritmo de extinção de espécies mil vezes maiordoqueoritmonatural.

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Consequentemente, nós estamos arriscando, de maneira progressiva, perder algo que é fundamental para a nossa sobrevivência. A variedade de vidas do nosso planeta - conhecida como "biodiversidade" - nos fornece alimentos, vestuário, combustível, remédios e muito, muito mais. Você pode até achar que aquele besouro do seu quintal ou a grama que cresce na rua não temnenhumaconexãoimportantecomasuavida-mas tem. Mesmo quando uma única espécie é retirada dessa

complexateiadavida,oresultadopodesercatastrófico. Por isso, a Organização das Nações Unidas declarou o ano de 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade. Essa é uma oportunidade para enfatizar a importância da biodiversidade para o bem-estar humano; reflete nas nossas conquistas para proteger e estimular a multiplicação dos nossos esforços para reduzir a taxa de perdasdabiodiversidade. O tema do Dia Mundial do Meio Ambiente 2010 (WED, na sigla em inglês) é "Muitas espécies. Um planeta. Um futuro".Estetemarefleteoapeloemproldaconservação da diversidade de vida no nosso planeta. Milhões de pessoas e milhões de espécies dividem o mesmo planeta e se agirmos juntos poderemos todos desfrutar deumfuturomaisprósperoeseguro. O alarme da ONU, mostra que a Biodiversidade – a incrível variedade da vida naTerra que nos sustenta, está em perigo. As espécies em extinção já apresentam sua maior taxa já registrada. As maiorias dessas extinções estão vinculadas a atividades humanas que estão poluindo e esgotando os recursos hídricos, mudando e degradando habitats e alterando o clima global. De sapos para gorilas, das enormes plantas aos insetos minúsculos, milhares de espécies estão em perigo. O tema deste ano ecoa o apelo do Ano Internacional da

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Biodiversidade para parar esta extinção em massa e conscientizar sobre a importância vital das milhões das espécies que habitam o solo do nosso planeta, florestas, mares, corais recifes e montanhas. A nossa saúde, bemestar e sustentável futuras dependem desta teia intrincada,delicadadosecossistemasedavida. Ao celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente, nos permitimos considerar mais cuidadosamente as atitudes que devemos tomar para o nosso objetivo

comumdepreservaravidanoplaneta. Por meio do Dia Mundial do Meio Ambiente, podemos empregar o nosso poder individual e coletivo para deter a extinção das espécies. Atividades de conservação já preveniram o desaparecimento de algumas espécies e restauraram habitats naturais vitais do mundo. No Dia Mundial do Meio Ambiente, vamos nos determinar a fazer muito mais e muito mais rápido, para assim vencermosacorridacontraaextinção!

O PNUMA, principal autoridade global em meio ambiente, é a agência do Sistema das Nações Unidas (ONU) responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável.

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O IPCC será revisado por comitê do IAC

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InterAcademy Council (IAC), uma organização de academias de ciência do mundo, anunciou que Harold T. Shapiro, economista e ex-presidente da Universidade de Princeton e da Universidade de Michigan, presidirá uma comissão de 12 membros para conduzir uma revisãoindependentedosprocedimentoseprocessosdo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC). A revisão foi solicitada no mês passado pela ONU –OrganizaçãodasNaçõesUnidas. A comissão examinará os procedimentos do IPCC para elaboração de relatórios a sua avaliação. Entre os assuntosaseremanalisadossãoosdadosdequalidadee controle, o tipo de literatura que podem ser citados nos relatórios do IPCC, especialista do governo e revisão das matérias do IPCC, o manuseio de toda a gama de pontos de vista científicos, bem como a correção de erros que são identificados depois que um relatório foi concluído. A comissão também irá analisar os processos globais do IPCC, incluindo funções de gestão e estratégias de comunicação.OobjetivodoIACéqueocomitêtenhaum relatório pronto, com observações e recomendações, até 30deagosto. Abordamos este comentário com uma mente aberta ", disse Shapiro. "Estou confiante de que temos os peritos nessa comissão necessários para o abastecimento das Nações Unidas com um forte processo de facultar aos decisores políticos a melhor avaliação de possíveis alteraçõesclimáticas". A comissão IAC, cujos membros foram nomeados pela ciência e engenharia de academias em todo o mundo, inclui especialistas representando diversos países e disciplinas. Shapiro presidiu a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos e serviu em uma variedade de outros papéis em esforços voltados para a relação entre ciência e sociedade, inclusive como vicepresidente do Conselho Presidencial de Assessores em Ciência e Tecnologia e como presidente do Nacional de BioéticaComissãoConsultiva. “Vamos abordar esse processo de revisão com a mente aberta. Estamos confiantes de que temos os especialistas necessários, nesse comitê, para entregar à ONU um processo sólido que ofereça aos tomadores de decisão a melhor avaliação possível sobre as mudanças climáticas”,disseShapiro.

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Harold T. Shapiro, presidirá a comissão de 12 membros

“O que o IAC espera do comitê é uma contribuição especial para que os trabalhos do IPCC tenham a base científica mais sólida possível, o que é fundamental para que as conclusões e projeções tenham cada vez maior legitimidade junto a governos e ao público em geral", disseBritoCruz. Entre os integrantes do comitê de revisão estão Maureen Cropper, ex-economista chefe do Banco Mundial, Mario Molina,ganhadordoNobeldeQuímicaem1995,ePeter Williams, vice-presidente da Royal Society. Roseanne Diab, diretor executivo da Academia de Ciências da África do Sul, bem como professor emérito de ciências ambientais e sócio honorário de pesquisa sênior da Universidade de KwaZulu-Natal em Durban, servirá como vice-presidente da comissão IAC. Shapiro e Diab estarão juntos no comitê com: Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, no Brasil e professor no Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas; Maureen Cropper , professor de economia da Universidade de Maryland, pesquisador sênior de Recursos para o Futuro, em Washington, DC, e ex-economista do Banco Mundial; Jingyun Fang, Cheung Kong Professor e Chefe do Departamento de Ecologia, Universidade de Pequim, Louise Fresco, Professor Universitário, Universidade de Amesterdão, e ex-assistente de diretor-geral da Nações Unidas para Alimentação e Agricultura; Syukuro Manabe, da Universidade de Tóquio e, atualmente, um

meteorologista sênior da Universidade de Princeton; Goverdhan Mehta, National Research Professor e Bhatnagar Fellow, Indian Institute of Science , Bangalore, laureado com o Nobel Mario J. Molina (covencedor do prêmio 1995 de Nobel de Química), um professor da Universidade da Califórnia, San Diego, e criador de um centro de Cidade do México para os estudos estratégicos de energia e do ambiente; Peter Williams,tesoureirohonorárioevice-presidente,aRoyal Society, em Londres, o chanceler da Universidade de Leicester, e presidente do National Physical Laboratory, Ernst-Ludwig Winnacker, secretário-geral, Human Frontier Science Program, Alemanha, e Abdul Hamid Zakri, sênior assessor do primeiro-ministro da Malásia, e TuankuChancelerPresidente,UniversitiSainsMalaysia. "O Conselho InterAcademy foi criada para realizar este tipo de fiscalização independente, e espero que nosso relatório vai revelar-se útil para as Nações Unidas, bem c o m o p a r a a c o m u n i d a d e c i e n t í f i c a ." A revisão IAC irá ajudar a garantir que produtos futuros do IPCC tem como forte base científica possível, dando aos governos e à confiança do público nos resultados e projeções ", acrescentou o co-presidente do IAC Lu Yongxiang, presidente da Academia Chinesa de Ciências. Fundada em 2000, o IAC foi criado para mobilizar os cientistas e engenheiros em todo o mundo para fornecer o conselho baseada em evidências para organismos internacionais como as Nações Unidas e Banco Mundial - incluindo a preparação de especialistas, estudos peerreviewed, mediante solicitação. O Conselho IAC é composto pelos presidentes de 15 academias de ciências e organizações equivalentes - representando Argentina, Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Japão, África do Sul, Turquia, Reino Unido e os Estados Unidos , além da Academia Africano das Ciências e da Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS) - e representantes do Painel InterAcademy (IAP) de academias científicas, o Conselho Internacional de Academias de Engenharia e Ciências Tecnológicas (CAETS), e os InterAcademy Medical Panel (IAMP) das academias médico. A Secretaria IAC é organizada pelos Países Baixos Royal Academy of Arts and Sciences (KNAW) em Amsterdã. O Conselho IAC tem autoridade de aprovação final sobre a realizaçãoepublicaçãodeestudosIAC.

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Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, participará da comissão 100

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Roseanne Diab, será a vicepresidente da comissão IAC 10| REVISTA AMAZÔNIA

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O anfitrião do Dia Mundial

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PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, anunciou recentemente: Ruanda, país do Leste Africano que está abraçando a transição para uma economia verde, é o anfitrião global do WEB – Dia Mundial do Ambiente 2010, pretendendo ser a maior festa mundial para a ação ambiental positiva. É coordenado pelo PNUMA,acada05dejunho. O tema deste ano é " Muitas espécies. Um Planeta. Um Futuro ", – Uma mensagem sobre a importância central para a humanidade da riqueza do mundo de espécies e ecossistemas. O tema WED também encampa este ano pela ONU o Ano Internacional da Biodiversidade. O Dia Mundial do Meio Ambiente 2010 terá, portanto, como objetivo, mobilizar as pessoas mais do que nunca para o ambiente em 5 de Junho, com uma enorme variedade de atividades que vão desde o plantio de árvores nas escolas a limpezas nas comunidades, dias sem carro, competição de fotos sobre biodiversidade, caminhadas ao ar livre, iniciativas de limpeza em parques urbanos, exposições, petições e campanhas globais em prol do meioambiente,emuitomais. Ruanda, combina e remete à riqueza ambiental, incluindo espécies raras e economicamente importantes, como o gorila de montanha, aliado à evolução recente e pioneiro de políticas verdes é uma das razões pelas quais o PNUMA congratulou-se com a

suaofertaparasediaromundialde2010. Enquanto o país enfrenta muitos desafios que vão desde a superação da pobreza e o desenvolvimento sustentável dos recursos energéticos a degradação da terra, essa "terra das mil colinas" é o desenvolvimento de estratégias prospec tivas, incluindo o desenvolvimentodeenergiasrenováveiscomoaenergia solar e a geração de biogás. É já de renome internacional a introdução de uma proibição de sacolas plásticas, a nível nacional campanhas ambientais de limpeza e para o desenvolvimento de um corredor de conservação para oschimpanzés. EstepequenopaísdaregiãodosGrandesLagosdaÁfricavem ganhando rapidamente uma reputação como um pioneiro verde. Início de recuperação de 52 espécies ameaçadas de extinção,incluindoorarogorilademontanha. Ruanda está mostrando como a sustentabilidade ambiental pode ser colocada no tecido do crescimento econômico de um país. Apesar de muitos desafios, incluindo a pobreza generalizada e da degradação da terra – a "terra de milhares de montanhas", está trabalhando para reflorestar, abraçar as energias renováveis, prosseguir sustentável a agricultura e desenvolver uma visão ecológica para o futuro.

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Ruanda tem desenvolvido uma estratégia visionária para o desenvolvimento sustentável e proteção ambiental, com uma série de novas políticas e leis para a gestãoambiental.Ruandavaiincluiriniciativasverdes: » PromulgaçãodasleisAmbientaisorgânicas; » Desenvolvimento de políticas de biodiversidade dos animaisselvagens; » Programasdestinadosatravarosefeitosdasmudança de alterações climáticas, incluindo a preservação das zonas úmidas e florestas, bem como o plantio de árvoresemtodoopaís; » Proteçãodosbancosdorioedasmargensdolagopara aconservação dabiodiversidade;

Desenvolvimento de um corredor de conservação para os chimpanzés

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do Ambiente 2010 » Regime de partilha de receitas do Turismo para as comunidadesemtornodeÁreasProteidas; » A proibição em todo o país em sacos plásticos nãobiodegradáveis; » A comunidade nacional obras conhecidas como Umuganda que incluem atividades como a limpeza de lixoeplantiodeárvorese"ecologização"dascidades; » Coleta de Lixo, em Kigali, reciclando o lixo em tijolos e paracozinharcomoumaalternativaàlenha; » Desenvolvimento de energias renováveis (biogás, solar, energia hidrelétrica) e água da chuva nas escolas, famílias e em instituições públicas e privadas Ruanda tem uma notável variedade de ecossistemas e de flora e fauna. A sua localização no centro do Albertine Rift eco-região do braço oeste do Rift da África doVale é um fator contribuinte. Esta região é um das mais biologicamente diversas regiões da África. É o lar de cercade40porcento das espécies de mamíferos do continente (402 espécies), uma enorme diversidade de aves (1.061 espécies), répteis e anfíbios (293 espécies) e plantas superiores(5.793espécies). Paul Kagame, Presidente da República do Ruanda, disse: "O meio ambiente, da diversidade biológica do país para

o desenvolvimento de empresas modernas e sustentáveis, é o cerne da nossa visão para o futuro de Ruanda. Nós somos honrados para sediar Dia Mundial do Ambiente em nome de todos os Africanos e toda a comunidade internacional, e estamos ansiosos para organizar uma festa verdadeiramente global da diversidade da vida no nosso planeta". O Dia Mundial do Meio Ambiente 2010, deverá ser o dia mais importante deAçãoAmbiental.

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WED2010 DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE 8 DE JUNHO

Paul Kagame e Ban Ki-moon

Achim Steiner, Diretor Executivo do PNUMA disse: " Ruanda tornou-se uma expressão dinâmica e global terrena do desejo da humanidade para perceber significativas e positivas mudanças ambientais. E o Ruanda é um país Africano que, apesar de grandes desafios, aproveita as múltiplas oportunidades possíveis de políticas da Economia Verde". O site oficial, www.unep.org/wed, do Dia Mundial do Meio Ambiente 2010 (disponível em inglês) irá inspirar, informar e envolver as pessoas através da interatividade sem precedentes, oferecendo dicas, informações e estatísticas diárias sobre biodiversidade, uma plataforma onde as pessoas ao redor do mundo podem registrar suas atividades, campanhas de redes sociais e as competições que conectam as pessoas de todos os continentes. Qualquer um pode organizar um evento e registrá-lo no site do Dia Mundial do Meio Ambiente – o mais importante é ajudar a incrível variedade de vida no nosso planeta.

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IV Simpósio Amazônia Comissão da Amazônia realizou simpósio destacando necessidade de conciliação entre infraestrutura e sustentabilidade da região Fotos José Ailson Júnior e Saulo Cruz/Agênca Câmara

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IV Simpósio Amazônia, realizado pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional (CAINDR) da Câmara dos Deputados, reuniu lideranças políticas e gestores públicos para debater a carência de infraestrutura e a busca pelo desenvolvimento sustentável na Amazônia. Ao abrir o evento o presidente da CAINDR, deputado Marcelo Serafim (PSB-AM), destacouquearegiãoamazônicaprecisaserolhadacom carinho e atenção.“A riqueza que a Amazônia tem não pode ser desprezada pelo Brasil porque ela é, a todo momento, reconhecida por todos os países do mundo”, disseMarcelo. Para o deputado, não se pode falar em desenvolvimento sustentável sem discutir, por exemplo, a tecnologia da informação na Amazônia. “Há uma carência muito grande de internet, telefonia celular e até mesmo de

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Marcelo Serafim, presidente da CAINDR, fazendo a abertura do IV Simpósio Amazônia 16| REVISTA AMAZÔNIA

transporte de qualidade. Nós vemos o resto do Brasil dizendoquenaAmazônianãosepodeconstruirestrada, não se pode fazer usina hidrelétrica. Por que não pode? Nós temos que desenvolver a região de forma sustentávelecominteligência”,afirmouoparlamentar.

Conhecer para planejar

O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, concorda que o conhecimento da região amazônica ainda é insuficiente

O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, destacou a necessidade de conhecimento do subsolo e solo da Amazônia para o planejamento de ações de desenvolvimento sustentável. Samuel foi expositor durante o primeiro painel do Simpósio, que discutiu a infraestrutura e as estratégias de desenvolvimento sustentável do Plano AmazôniaSustentável(PAS). Segundo ele, o conhecimento das características da região ainda é muito insuficiente. Guimarães mostrou exemplos de grandes projetos que estão sendo realizados com sustentabilidade e tecnologia de ponta. Um deles é o tipo de turbinas da Usina de Jirau e Santo

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), no exercício da presidência, abriu os trabalhos do IV Simpósio Amazônia

Antônio, em Rondônia: o projeto inicial previa um alagamento de 1500 km² e, depois da decisão do uso das novas turbinas, houve a redução para 500 km². Isso significa, segundo o ministro, redução do impacto ambientaldaobra. O ministro citou ainda o macrozoneamento realizado pelogovernofederaleporumzoneamentoeconômicoe ecológico feito pelos estados da região. “O conhecimento ainda é insuficiente, e essas iniciativas, que já estão praticamente finalizadas em Rondônia e no Acre, são importantes para definir as características de cadalocalidade”. A constatação do ministro teve apoio do líder do PSB, deputado Rodrigo Rollemberg (DF), que defendeu a pesquisa como meio de promoção da sustentabilidade e do desenvolvimento. “Toda a logística de desenvolvimento ligada ao transporte, à energia e à comunicação depende de conhecimento científico sobreessasáreas”,disseRollemberg.

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Visão romântica 25

Apesar das diferenças partidárias, parlamentares concordaram em criticar a“visão romântica”com a qual

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Deputada Janete Capiberibe; Gilberto Hollaner, do MME; deputado Sergio Petecão; Luiz Carlos R. Ribeiro, do MT; e o deputado Lupércio Ramos

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Marcelo Serafim, Samuel Pinheiro Guimarães e Ronaldo Hühn, nosso editor

é vista a Amazônia. Os debatedores a definiram como obstáculo ao desenvolvimento da região. O deputado Marcio Junqueira (DEM-RR) disse que a Amazônia tem sido negligenciada e, segundo ele, a região não pode ser tratada com utopia ou romantismo. “Temos que preservar sim, mas precisamos garantir qualidade de vidaparaosbrasileiros”,completou. Já o deputado Neudo Campos (PP-RR) disse que “falta força política” para garantir o desenvolvimento da região. O parlamentar pediu a participação de representantes locais na definição de metas de desenvolvimento para a Amazônia. “Temos percebido que muitas causas importantes são decididas em Brasília, na maioria das vezes por pessoas sem conhecimentodarealidadelocal”.

Amazônia engessada Respondendo ao deputado Átila Lins (PMDB-AM) que criticou o“engessamento”da Amazônia com a criação de parques extrativistas e reservas nacionais, o diretor do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Vizentin, disse que o desenvolvimento econômico da região amazônica não está engessado pelas regras ambientais. “Essa concepção de que a proteção ambiental trava o desenvolvimento da região é um discurso genérico que não tem sustentação na realidade, já que os dados apontamumcrescimentoeconômicoatémaiordoquea média do País em determinadas partes da Amazônia”, disseVizentin. Segundo o diretor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar até o início do mês de junho o decreto que aprova o Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal (MacroZEE), um documento que divide a região em dez áreas - de acordo com as particularidades socioambientais - e define estratégias de desenvolvimento para cada região. “O Brasil pode reinventar o seu próprio modelo de desenvolvimento na Amazônia”,disseVizentin.

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Maria Luiza Alves, coordenadora-geral de Ecossistema e Biodiversidade do MCT, em sua exposição

Amazônia interligada Até 2014 a região amazônica estará completamente ligada ao sistema interligado nacional de distribuição de energia. A previsão é do diretor do Departamento de PlanejamentoEnergéticodaSecretariadePlanejamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas

“Riqueza ambiental da Amazônia não pode ser desprezada nem pelo país nem pelo mundo”, diz presidente da Comissão da Amazônia, Marcelo Serafim, na abertura do IV Simpósio que discutiu infraestrutura para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

desenvolvidos pela Eletrobras Eletronorte e já está na lista dos empreendimentos hidrelétricos da Amazônia. “As usinas-plataforma são construídas sem reservatório, os canteiros de obras são reduzidos e os empregados trabalharão em longos períodos, como ocorre numa plataforma de petróleo”, explicou. Segundo Hollauer, o modelo plataforma evita a aglomeração em torno da obra, evitando desmatamento e garantindo a preservaçãoambiental. O Simpósio pôde ser acompanhado pela internet e por videoconferênciaeteveainteratividadedeparticipantes daAssembléiaEstadualdoAmazonas(Aleam). O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, expondo sobre estratégias de desenvolvimento do PAS

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Ana Maria Souza, coordenadora de Estudos Econômicos e Empresariais da SUFRAMA, Ronaldo Hühn, nosso diretor/editor e Júlio Miragaya do Ministério de Integração Nacional

e Energia, Gilberto Hollauer. Segundo ele, integrar o sistemagaranteumaenergiafirmeesegura. A distribuição de energia na região foi criticada pela deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) e pelo deputado Lupércio Ramos (PMDB-AM). Segundo eles, a Amazônia ainda não tem energia segura e esse é um dos entravesaodesenvolvimento. Hollauer defendeu a exploração do potencial hidrelétrico do Complexo dos Tapajós, que teve estudos

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Luiz Carlos R. Ribeiro, coordenador de Planejamento do Ministério dos Transportes

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Suframa e Sebrae-Am, comandam Missão Empresarial à Itália

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43 micros e pequenas empresas estiveram representadas na Missão

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Fotos Junha Januária

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ara promover os produtos da Região Amazônica, atrair potenciais investidores e possibilitar troca de conhecimentos das ações estratégicas da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), Missão Empresarial amazônica, viajou à Itália na Região de Toscana para participar da Mostra Internacional de Artesanato de Firenze. Participaram com um estande de 200m2, no período de 24 de abril a 2 de maio, na 74ª edição da Mostra que teve 850 expositores e mais de 150 mil visitantes. A missão foi uma realização SUFRAMA/SEBRAE-AM e contou com a participação e apoio do CIDE, Fucapi, Governo do Estado do Amazonas, através da AmazonasTur e Agência de Desenvolvimento Sustentável – ADS, OCB-AM e Governo do Estado do Acre. Os segmentos de artesanato, cosméticos, moda amazônica, biojoias, turismo, alimentos, couro e fibra, ecosolidários e tampografia levaram seus produtos e participaram com seus representantes, tanto na exposição quanto nas rodadas de negócios de produtos edeturismo. Aextensaprogramaçãodamissãoincluiuainda,reunião técnica discutindo acordos de cooperação, visitas técnicas propostas pela SUFRAMA, com apoio do Departamento de Política e Desenvolvimento do Turismo da Região de Toscana e Consorzio Del Levante Fiorentino, além da participação em um seminário no PoloNavacchio.

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Em Florença a mostra internacional dedicada à apresentação de propostas interessantes e inovadoras em Artesanato 20| REVISTA AMAZÔNIA

Flávia Grosso disse: esse é apenas o primeiro passo em um processo que começou há dois anos eque nos permite alcançar uma verdadeira e ampla abordagem cultural

Acre lançou bola de látex na Itália Os produtos regionais da Amazônia despertaram bastante interesse por parte do público que visitaram a 74ª Mostra Internazionale dell´Artigianato, em Firenze. A grande novidade da feira foi a bola ecológica feita de látex, a partir da extração na reserva extrativista Chico Mendes e lançada na Itália pela cooperativa acreana, representada por 170 artesãos e grupos de artesãos do Estado do Acre. Segundo o Secretário Estadual de Esporte, Turismo e Lazer do Acre, Cassiano Marques Oliveira – é uma bola socialmente justa, ambientalmente sustentável e ecologicamente correta, além de ser reciclável. A cooperativa também levou para exposição outros produtos de origem florestal: madeira, sementes,fibraseborracha. Cassiano Marques ficou animado com os futuros negócios com grande expectativa de negócios com o mercado italiano, sobretudo do ponto de vista do turismo e a promoção da rota turística AmazôniaAndes-Pacífico. No contexto dessa rota o Estado do Acre trabalhou quatro roteiros internos: Caminhos da Revolução Acreana, Caminhos de Chico Mendes, Caminhos do Pacífico e Caminhos das Aldeias e da Biodiversidade. Essa rota integra os roteiros do Amazonas, Rondônia e agora do Mato Grosso com o Pantanal. Cassiano explica que dentro dessa integração de roteiros existe a conexão com o Peru, que possibilita

um roteiro internacional inédito e de grande interesse cultural, envolvendo os atrativos culturais dos Andes e dacostadoPacífico. Outra que ficou muito animada foi a designer Thamy Pezza, pois foi bastante visitada no estande em razão de suas confecções, principalmente biquínis com acessóriosregionais. Na opinião do Diretor Superintendente do SEBRAE-AM, Nelson Rocha, a participação das micros e pequenas empresas da Região Amazônica na Mostra Internacional de Firenze foi muito oportuna, pois hoje o sistema SEBRAE como um todo pede a todas as unidades federativas que desenhem todos os seus projetos com foco no mercado nacional e internacional. Nelson esclareceu que antes os projetos eram desenhados visando qualidade, capacitação, volume de produção e gestão, para trabalhar a gestão das empresas. Agora não, no mínimo 20% de todas as ações do SEBRAE estão focadas no mercado, na colocação das pequenas empresas, pequenos negócios no mercado, seja ele nacional ou internacional, razão de destinar parte do orçamento da instituição para prospecção de mercado, atravésdeparticipaçãoemmissõesefeiras,trabalhando fortemente a inclusão no mercado externo. Segundo Nelson, o número de micros e pequenas empresas exportadoras é muito pequeno. Em todo o Brasil existem cercade14milmicros,pequenasemédiasempresas. Nelson Rocha destacou o trabalho de parceria de muitos

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anos entre SUFRAMA/SEBRAE e garante que o caminho dessaparceriaébrilhante.

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Empresa de motocross italiana quer parceria com indústria do Pim

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A empresa italiana Betamotor, fabricante de motos de motocross e enduro, com mais de 100 anos no mercado, pretende estabelecer parceria com indústria do segmento de duas rodas do Polo Industrial de Manaus (PIM). O interesse foi demonstrado pelo CEO Lapo Bianchi, durante visita da Superintendente da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), Flávia Skrobot Barbosa Grosso e da Diretora Executiva da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), Isa Assef.

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Visita à Polimoda abre caminhos para moda amazônica Empresários e representantes institucionais que integram a missão da SUFRAMA à Itália, visitaram a Escola de Moda, Design e Marketing – POLIMODA de Florença, uma das mais conceituadas do ramo na Itália e queintegra35empresas. O Gerente de Projeto da POLIMODA, Giacomo Giorgi, fez

Flávia Grosso, superintendente da SUFRAMA, na assinatura do memorando com o principal objetivo de formar principalmente jovens e líderes que irão gerir as cooperativas amazonenses

O estande da SUFRAMA

exposição sobre o funcionamento da escola, onde destacou a importância do trabalho desenvolvido na formação de designers e gestão de marketing empresarial. A escola funciona com cursos, inclusive, de pós-graduação e mestrado. Segundo Giacomo, os alunos da POLIMODA têm espaço garantido no mercado de trabalho. A razão de tanto sucesso está no fato dos dois presidentes da escola serem da família dos famosos estilistasVersaceeFerragamo. Aliás, Florença é considerada o berço da moda. Na cidade italiana da Região de Toscana nasceram os renomados estilistas Gucci,Versace, Prada, Ferragamo e Cavalli. A estilista amazonense Thamy Pezzi, saiu da visita bastante impressionada, revelando que jamais pensou estar tão perto dos ícones do mundo da moda. Seu desejo agora é participar de um dos cursos, com duração de cinco meses, de maneira a aplicar a metodologia e conhecimentos no polo de modas da Região Amazônica.

O talento dos italianos nesse segmento despertou também o interesse da Superintendente da SUFRAMA, FláviaSkrobotBarbosaGrosso,daDiretoradaFUCAPI,Isa Assef e do Superintendente do SEBRAE-AM, Nelson Vieira da Rocha, que juntos pretendem estudar a possibilidade de criar, em Manaus, um curso para formação de multiplicadores, levando profissionais da POLIMODA, através de convênio entre SUFRAMA, SEBRAE,POLIMODAeFUCAPI. Segundo Flávia Grosso, o convênio seria voltado para atender o Polo de moda criado pelo Centro de Incubação eDesenvolvimentoEmpresarial(CIDE). Seminário discute novas oportunidades entre Itália e Brasil Casosdesucessoenovasoportunidadesnarelaçãoentre Itália e Brasil, esse foi o tema do Seminário Internacional promovido pelo PoloTecnológico de Navacchio, em Pisa, naItália,emcolaboraçãocomoInstitutoIBRAeaRegião de Toscana, com a participação de representantes da

Nelson Rocha, diretor Superintendente do Sebrae/AM, apresenta ações do Sebrae durante reunião

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Segundo Nelson Rocha, diretor Superintendente do SEBRAE-AM, a participação das micros e pequenas empresas da Região Amazônica na Mostra Internacional de Firenze foi muito oportuna REVISTA AMAZÔNIA |21

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Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (FUCAPI), Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (SEBRAEAM) e Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (CIDE). O Polo Tecnológico de Navacchio tem a missão de garantir ao sistema de pequenas e médias empresas um serviço que favoreça o desenvolvimento e inovação e atua principalmente nos setores de informática, telecomunicação, microeletrônica, robótica, biomedicamentos, energia e ambiente O evento é resultado da Carta de Intenções assinada entre SUFRAMA, Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (SECT-AM), SEBRAE e o Polo Navacchio, em novembro de 2009, que expressaram interesse comum na definição de um acordo de cooperação e colaboração, a fim de obter benefícios recíprocos para o desenvolvimento econômico e produtivo dos sistemas empresariais, caracterizados principalmente por um fortecomponentetecnológicoeinovador. Na palestra feita durante o seminário, a Superintendente da SUFRAMA, Flávia Skrobot Barbosa Grosso falou sobre o modelo Zona Franca de Manaus, explicando que, para a consolidação e elevação do grau de competitividade do modelo de desenvolvimento regional, a autarquia vem se dedicando a investir e apoiar, dentro de uma

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perspectiva de médio e longo prazos, projetos como o Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação do Polo Industrial de Manaus (CT-PIM), o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) e a interiorização do desenvolvimento, com o aproveitamento sustentável das potencialidades regionais e o fortalecimento do sistemaregionaldeCiência,TecnologiaeInovação. A Diretora Executiva da FUCAPI, Isa Assef, também apresentou o trabalho desenvolvido pela Fundação, que tem a missão de realizar de forma sustentável atividades educacionais, serviços especializados, pesquisa e inovações tecnológicas, voltadas para o desenvolvimentodaAmazônia. Segundo o Presidente do PoloTecnológico de Navacchio, Alessandro Giari, a Itália caracteriza-se por um sistema de pequenas empresas que nascem, crescem, criam raízes e se espalham, através de parcerias que favorecem a conquista de outros mercados. Para ele, a integração aceleraacompetitividade.

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Gastronomia amazônica e show cultural encantam italianos O grande show dos Boi Bumbás Garantido e Caprichoso, no salão do Grand Hotel, em Firenze (Florença, Itália), mostrou às autoridades e empresários italianos toda a riqueza cultural do folclore do Estado do Amazonas, contagiando todos os presentes, que ficaram extasiados

Segundo Nelson Rocha, diretor Superintendente do SEBRAE-AM, a participação das micros e pequenas empresas da Região Amazônica na Mostra Internacional de Firenze foi muito oportuna

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Ações favorecem intercâmbio e integração entre as MPEs dos dois países

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Para Alessandro Giari, presidente do Polo Tecnológico de Navacchio, a integração acelera a competitividade

Show em praça contagia publico de Firenze (Itália)

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Apresentação dos bumbas de Parintins encantou os italianos

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comtantabelezaeenergiapassadapelosbrincantes. Na opinião do Prefeito de Pontassieve, Marco Mairagui, “foi um espetáculo maravilhoso, emocionante, uma grande experiência, um intercâmbio muito interessante para a Itália”. Segundo ele, a cultura brasileira é um grande exemplo para todo o mundo e espera que esse intercâmbiosigaparaofuturo. O prefeito de Bagno a Ripoli, Luciano Bartolini, não resistiu e foi dançar o tradicional“dois pra lá, dois pra cá”. Bastante animado, ele disse que o show era encantador, cativante e que“a música penetrava nas pessoas, o que representaaalegriadeviverqueoBrasiltemnosangue”. Outro que ficou encantado com a apresentação dos Bumbás foi o empresário Lorenzo Braccilini. “O espetáculo trouxe o Sol a Firenze, uma festa de cores, belíssima”,disseele. A renomada indústria de motos, DUCATI, foi representada pelo Gerente deVendas, Pierfrancesco, que revelou não estar acostumado com tanta alegria, uma grande mostra da cultura do Amazonas, menos conhecidanaItáliaqueRiodeJaneiroeSãoPaulo. Mas, não foi só o boi que fez sucesso entre os italianos. A chef de cozinha do Amazonas, Maria do Céu Athayde e o

Fabio Sicilia, no salão do Firenze Gran Hotel, antes do show gastronômico

chef paraense, Fabio Sicilia, também brilharam no salão do hotel cinco estrelas, sendo aplaudidos a cada vez que se aproximavam das mesas para explicar sobre os pratos servidos no jantar amazônico, com apoio do chef italiano, do Grand Hotel, Fabrizio Inocenttiedosomelier,GiusepeTedesco. Maria do Céu disse que era uma emoção muito grande estar em Firenze, um lugar histórico, trazendo a cultura, informação e gastronomia da Amazônia Brasileira.“Eu só tenho que agradecer a Deus por esse momento inesquecível”, disse ela bastante emocionada. A grande noite foi aberta pela Superintendente da SUFRAMA, Flávia Skrobot Barbosa Grosso, que disse estar fechando com chave de ouro a missão da autarquia à Itália, com a concretizaçãodeacordosdecooperaçãoeutrazembenefíciosaambospaíses. Garantido e Caprichoso fizeram uma nova apresentação em Firenze, desta vez aberta ao público,napraçadaRepública.

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Bois bumbás encantam crianças e adultos, em Firenze

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Flávia Grosso, superintendente da SUFRAMA, na assinatura do memorando com o principal objetivo de formar principalmente jovens e líderes que irão gerir as cooperativas amazonenses

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Missão da Suframa à Itália viabiliza intercâmbio entre região e Toscana e Amazônia Brasileira A assinatura do memorando de entendimento, na Cooperativa de Arqueologia de Firenze, entre a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/AM) e LEGACOOP Nacional, República da Itália, com apoio da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) e SEBRAE/AM, referente ao intercâmbio de experiências, conhecimentos e a promoção das relações comerciais entre as cooperativas do Amazonas e as

cooperativas da Itália, marcam um momento histórico narelaçãobilateral. O vice-presidente da LEGACOOP Nacional, Giorgio Bertinelli, considerou este protocolo um dos mais inovadores dos que já participou, pois tem como principal objetivo formar principalmente jovens e líderes que irão gerir as cooperativas amazonenses. Bertinelli ressaltou a agilidade institucional da SUFRAMA, SEBRAE/AM e OCB/AM, que em pouco tempo apresentaram uma proposta, resultando na

concretizaçãodotermodecooperação. Segundo o Presidente da OCB/AM, Petrúcio Pereira de Magalhães Jr., esse é o primeiro acordo internacional da organização que tem 36 anos. Ele fez questão de destacar e agradecer a oportunidade que foi dada pela SUFRAMA em parceria com o SEBRAE/AM, abrindo um canalderelacionamentointernacionalequevaipermitir que possam trabalhar com afinco para solucionar os problemas da gestão das cooperativas. “Sem dúvida, a pouca profissionalização representa o maior gargalo, a maior ameaça que nós temos nas nossas cooperativas”, acrescentouPetrúcio. Por ocasião da assinatura do memorando, a Presidente da Cooperativa de Arqueologia, Suzana Bianchi apresentou à Superintendente da SUFRAMA, Flávia Skrobot Barbosa Grosso, uma proposta para desenvolvimento do projeto de restauro do centro históricodeManaus,incluindocursodecapacitação. Outro importante memorando de entendimento assinado durante missão à Itália, entre SUFRAMA, SEBRAE/AM, FUCAPI, CIDE e CONZORCIO LEVANTE FIORENTINO, tem o propósito de desenvolver ações para transferência de tecnologia e capacitação profissional nos setores de moda, design, biojoias, couro, fibra e turismo.

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O chef paraense, Fabio Sicilia, a chef amazonense, Maria do Céu Athayde e o chef italiano, Fabrizio Inocentti, do Gran Hotel, foram os responsáveis pelo show gastronômico

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O luxuoso barco-hotel da rede hoteleira espanhola Iberostar

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Cruzeiro de luxo na floresta amazônica Quem proporciona essa sensacional oportunidade é a Iberostar Grand Amazon, em cruzeiros de luxo do Grupo Iberostar, pelos rios da Amazônia

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o embarcar no cruzeiro, além de se observar as incríveis paisagens amazônicas, você poderá apreciar a exótica culinária amazônica e a impressionante vista da florestacommuitoluxoeconfortoabordodocruzeiroall inclusivedoGrupoIberostar. O navio parte do porto de Manaus – percorrendo o Rio Solimões ou Rio Negro, as atividades disponíveis durante o cruzeiro garantem ao hóspede uma verdadeira experiência na Amazônia, com a pesca de piranhas, caminhada na Floresta e passeio noturno de barcoparafocagemdejacarés. Durantetodoopasseio,aexcelênciadoGrupoIberostaré demonstrada por meio de seu sistema all inclusive, o qual garante total conforto ao hóspede. Ele pode desfrutar de refeições de alta gastronomia e consumir bebidas alcoólicas e não alcoólicas, nacionais e importadas sem nenhum custo adicional. Todas as cabinessãoexternas,comumaromânticavaranda.

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Diárias por pessoa e em cabine dupla a partir de R$ 668 noIberostarGrandAmazon.

Barco-hotel cinco estrelas proporciona luxo e aventura no Rio Amazonas e afluentes O luxuoso barco-hotel da rede hoteleira espanhola Iberostar, que navega durante o ano todo pelos rios Negro e Solimões, opera no Brasil desde 2005. Desde então, o Iberostar Grand Amazon recebeu mais de 20 mil turistas e navegou 58 mil quilômetros. O barco foi o primeiro projeto turístico no Brasil do Grupo Iberostar, um dos gigantes do turismo mundial e maior organização da Espanha nesse setor. Uma aventura pela selva amazônica com todo o conforto e requinte de um navio de cruzeiro: é isso que se pode encontrar a bordo do navio e nos passeios por trilhas na maior floresta tropicaldomundo. Saindo do porto de Manaus, o Iberostar Grand Amazon faz dois tipos de itinerário: um cruzeiro de três noites (quinta a domingo) pelo rio Solimões e outro de quatro

noites (domingo a quinta) pelo Rio Negro. Também existe a possibilidade de realizar o circuito completo, comduraçãodesetediasepassagempelosdoisrios.Um dos pontos fortes do Iberostar Grand Amazon é seu sistema de segurança, com equipamentos sofisticados e treinamento dos membros da tripulação e chefes de expedição para assegurar uma viagem tranqüila e proveitosa. O barco-hotel tem a chancela Grand Collection, a mais alta do Grupo Iberostar: uma nova categoria de resorts e hotéis de luxo, apenas para adultos, com base em um conceito de férias sofisticadas, com estilo e descontração. Ele tem 2.200 toneladas, 70 pés, 72 luxuosas cabines de 23 m2 e duas suítes de 50 m2, todas externas, distribuídas em três decks para passageiros. Além delas, dois restaurantes, dois bares, salão de baile, duas piscinas e sala de fitness fazem parte do sistema all inclusive, que oferece hospedagem, alimentação e bebidas nacionais e importadas, além das excursões e apresentações artísticas no barco. O projeto de decoração de interiores, assinado pelos arquitetos

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Alimentação e bebidas nacionais e importadas, all inclusive 75

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Após a focagem de jacarés, a satisfação de Rodrigo...

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Passeios em lanchas por igarapés e igapós

Fernanda Salles e Gilles Jacquard, priorizou objetos folclóricoseobrasdeartelocais. Fiel ao seu compromisso com o meio ambiente, que se traduz na promoção de um modelo de turismo sustentável e a perfeita integração de suas empresas com o ecossistema local, o Iberostar Hotels & Resorts preparou cuidadosamente a programação cultural e turística do Iberostar Grand Amazon, além de treinamento de uma equipe poliglota de seis chefes de expedição e biólogos, com conhecimento da fauna e da flora brasileiras, agricultura local e cultura indígena. O objetivo da equipe, expert em técnicas de sobrevivência na selva, é criar oportunidades para o turista explorar, entender e assimilar a magnitude de um dos ecossistemasmaiscomplexosdomundo. Em menos de dois anos de operações, o barco-hotel já foi agraciado com um prêmio: “Performance Hoteleira 2006 – Setor Corporativo e de Eventos”, realizado pelo Guia Hotéis & Convenções. O Iberostar Grand Amazon se destacou entre hotéis possuidores de infra-estrutura adequada a receber hóspedes executivos e estrutura parasediareventosparapelomenos300pessoas.

Cruzeiro de três noites pelo Rio Solimões Inclui caminhada em trilhas na região de Manacapuru, com árvores grandes e antigas, além de plantas

cultivadas pelos povos locais; passeios em lanchas por igarapés e igapós do rio Manacapuru; pesca de piranha em flutuante no lago Jacaré; passeios em lanchas para observação de aves; passeios noturnos; caminhada em trilhas na região de Janauacá, com variedade de árvores, plantas, cipós, flores e observação do modo de vida do povo local, com visitas a casas de palha, casas de farinha eseringais,alémdofamosoEncontrodasÁguas.

Cruzeiro de quatro noites pelo Rio Negro IncluivisitaaofamosoArquipélagodasAnavilhanas,um dos maiores conjuntos de ilhas fluviais do mundo; observação de botos cor-de-rosa em Novo Airão; tempo livre em Praia Grande, um oásis de areias brancas em meio à Selva Amazônica; excursão noturna de lancha; trilha na floresta; observação de pássaros; visita a comunidade indígena; show de folclore e Encontro das ÁguasdosriosNegroeSolimões.

Caminhada em trilhas com variedade de árvores, plantas, cipós, flores e observação do modo de vida do povo local Pesca de piranha em flutuante no lago Jacaré

Serviço: Iberostar Grand Amazon www.iberostar.com Endereço: Porto de Manaus, Amazonas Reservas: reservas.manaus@iberostar.com.br Telefone: (92) 2126-9900

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72 luxuosas cabines de 23 m2

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1º Prêmio: Ciro Albano (CE), Crejoá, Cotinga maculata

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Aves exuberantes e cenas incomuns no 4º Concurso Avistar Itaú BBA de fotografia

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azul iridescente de um crejoá, o pouso de um patinho ostentando um inseto no bico, e o voo de um anu-preto em busca da sobrevivência em pleno incêndio florestal são algumas das 36 cenas vencedoras do 4º Concurso AvistarItaúBBAdefotografia“AvesBrasileiras”. Ciro Albano, Dimitri Matoszko e Simone CeminTomaz ganharam os primeiros prêmios nas categorias “Melhor Fotografia”, “Melhor Registro” e “Primeiras Aves”, respectivamente.“Tivemos um recorde de inscrições. Foram 10,4 mil cliques enviados. Os jurados tiveram um trabalho exaustivo para chegar ao resultado final. Além disso, tivemos 3,7 milhões de votos de internautas, quantidade que acabou levando o juri a premiar três fotos para o Prêmio Especial“Vox Populi”, tal a força do voto pela Internet”, dizGutoCarvalho,organizadordoconcursoebirdwatcher. Vencedores do 4º Concurso Avistar Itaú BBA de fotografia“Aves Brasileiras”(prêmio, nome do autor da foto, nome popular da ave, nome científico da ave):

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Categoria “Melhor Fotografia” 1º Prêmio: Ciro Albano (CE), Crejoá, Cotinga maculata; 2º Prêmio: Renato Grimm (RS), Surucuá-variado, Trogon surrucura aurantius 3º Prêmio: Franciscus Van Der Kallen (SP), Tesourinha-da-mata, Phibalura flavirostris;

Categoria “Melhor Registro” 1º Prêmio: Dimitri Matoszko (SP), Patinho, Platyrinchus mystaceus; 2º Prêmio: Ciro Albano (CE), Gaviãozinho, Gampsonyx swainsonii; 3º Prêmio: Paulo Ricardo Fenalti (RS), Papa-piri, Tachuris rubrigastra;

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Categoria “Primeiras Aves” (Iniciantes)

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1º Prêmio: Simone Cemin Tomaz (SP), Savacu, Nycticorax nycticorax; 2º Prêmio: Alexandre Curcino (GO), João-bobo, Nystalus chacuru; 3º Prêmio: Pablo V. C. Mathias (GO), Gavião-real, Harpia harpyja;

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Prêmio Especial "Vox Populi" Alesssandro A. Santana (MG), Fura-barreira, Hylocryptus rectirostris; Carlos A. Schwertner (RS), Cardeal-do-banhado, Amblyramphus holosericeus; Laizer Mayer Fishenfeld (RJ), Garça-branca-grande, Ardea alba.

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Franciscus Van Der Kallen - SP Saíra-lagarta, Tangara desmaresti

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1º Prêmio: Simone Cemin Tomaz (SP), Savacu, Nycticorax nycticorax;

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2º Prêmio: Alexandre Curcino (GO), João-bobo, Nystalus chacuru;

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Gustav Specht - MG Garça-branca-pequena, Egretta thula

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As fotos vencedoras serão exibidas durante o Avistar 2010, 5º Encontro de Observação de Aves, feira e congresso que vão acontecer de 14 a 16 de maio próximonoParqueVilla-Lobos,zonaoestedeSãoPaulo. Os prêmios do 4º Concurso Avistar Itaú BBA de fotos de aves brasileiras em liberdade somam R$ 62 mil. Participaram fotógrafos amadores e profissionais, adultosoucrianças,sejambrasileirosouestrangeiros. Com patrocínio do Banco Itaú BBA, o concurso Avistar ItaúBBAdefotosdeavesbrasileirasinovouesteanocom o prêmio “Vox Populi”, que contou com votação aberta por meio da Internet. As fotos mais votadas foram encaminhadas aos jurados, que decidiram por três prêmios“Vox Populi”em vez de apenas um, como havia sido inicialmente programado, revela Carvalho. O concurso recebeu inscrições de fotos de 25 de novembro de 2009 a 22 de fevereiro último. A votação

Lester Scalon - MG SDriema, Cariama cristata

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2º Prêmio: Renato Grimm (RS), Surucuá-variado, Trogon surrucura aurantius

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2º Prêmio: Ciro Albano (CE), Gaviãozinho, Gampsonyx swainsonii

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3º Prêmio: Franciscus Van Der Kallen (SP), Tesourinha-da-mata, Phibalura flavirostris

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1º Prêmio: Dimitri Matoszko (SP), Patinho, Platyrinchus mystaceus

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Aditi Jain - NJ Beija-flor-vermelho, Chrysolampis mosquitus

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Dimitri Matoszko (SP), Patinho, Platyrinchus mystaceus

Luiz Fernando S. Gomes - RS Garça-branca-grande, ardea Alba

Marco A. G Souza Pinto - SP Tesourinha, Tyrannus savana

para o prêmio especial“Vox Populi”terminou em 31 de marçopassado.

Comissão julgadora: * Arthur Grosset, fotógrafo escocês especializado em avesreconhecidointernacionalmente; * Arthur Morris, fotógrafo norte-americano mundialmente reconhecido como um dos mais

Guilherme Gallo Ortiz - SP Flamingo-chileno, Phoenicopterus chilensis

importantesfotógrafosdeaves; * Edson Endrigo, fotógrafo brasileiro especializado em aveseautordelivrossobrepássaros; * Josep Del Royo, editor e criador do Handbook of Birds of the World e integrante do Conselho Mundial da BirdLifeInternational; * Luiz Fábio Silveira, professor do Departamento de Zoologia da Universidade de São Paulo e curador associado do Museu de Zoologia da USP;

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* Pedro Ferreira Develey, biólogo e diretor de conservaçãodaBirdLife/SAVEBrasil; * Roberto Linsker, fotógrafo e publisher daTerraVirgem Editora, premiado com o “Picture of the Year 2002”, da National Geographic, e com 31º Prêmio Abril de Jornalismo,CategoriaCultura(2006). Realizado pela AvistarBrasil, o concurso tem apoio da BirdLife/SAVEBrasiledositeOECO.

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Vale, BNDES e fundos de pensão criam Fundo de Reflorestamento para a Amazônia

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oi lançado no início deste mês no Rio de Janeiro, um dos maiores fundos de reflorestamento do país. O projeto é uma iniciativa da mineradora Vale, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dos fundos de pensão da Caixa Econômica Federal (Funcef) e da Petrobras (Petros). Com patrimônio inicial de R$ 605 milhões, os recursos serão destinados à empresa Vale Florestar S.A., cuja estruturação financeira vai ser gerida pela Global Equity AdministradoradeRecursos. O fundo vai promover o reflorestamento para a preservação do meio ambiente e para a atividade industrial e gerar cerca de 4 mil empregos diretos e 3 mil indiretos. Dos 450 mil hectares de floresta que o fundo pretende plantar até 2012, 150 mil serão para o plantio de florestas industriais (sendo 120 mil para eucaliptos) e 300 mil para proteção e recuperação das florestas nativas. Agnelli disse que já apareceram interessados estrangeiros em investir no fundo, como da China e do Bahrein. O presidente daVale, Roger Agnelli, disse que a ideia do fundo surgiu da necessidade de acelerar o processo de reflorestamento que a Vale vem desenvolvendo na região amazônica desde 2007, em fazendas já degradadas por meio de arrendamento. “Este é um exemplo bem sucedido de projeto social com retorno econômico. Hoje, já plantamos no Pará uma árvore por habitante e nossa meta é que seja plantada uma árvore para cada brasileiro. E é um projeto altamente rentável, muitomaisqueapecuáriaque,lá,éextensiva”. Cerca de 40% dos investimentos virão da Vale e o restante será repartido entre os demais sócios para a expansão dos negócios, nesta primeira fase. O retorno dos investimentos tem previsão de um mínimo de sete anos, quando é esperado o plantio de algumas árvores, como o eucalipto. O presidente da Vale acredita que as oportunidades são enormes para o negócio de florestas

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industriais, devido ao déficit de madeira no mundo, que só tende a aumentar.“Só no Brasil, faltam 2 milhões de metroscúbicos[m³]demadeiraporano”. O presidente da Petros, Wagner Pinheiro, disse que a entrada do fundo de pensão se justifica pela rentabilidade do projeto.“A questão ambiental é muito importante, mas, para nós, gestores de pensão, o diferencial do projeto é seu enorme potencial de retorno. A expectativa é de um retorno de 10% real ao ano”. A área de atuação do projeto abrange os municípios de Dom Eliseu, Ulianópolis, Paragominas, Rondon do Pará, Abel Figueiredo e Bom Jesus doTocantins, no Pará, todos localizados em zona de expansão de atividades

Vale Florestar O Vale Florestar é um programa de sustentabilidade da Amazônia iniciado em 2007 para proteção de florestas, recuperação de áreas degradadas, pesquisa e plantio comercial em cerca de 300 mil hectares no sul e sudeste do Pará e Maranhão, na área de influência da Estrada de Ferro Carajás (EFC). As ações de recuperação das regiões que sofreram algum impacto, associadas às técnicas de preservação aplicadas pelo programa, resultou em dezembro de 2008, no arrendamento de 27 fazendas – o correspondente a uma área total de 560 km², dos quais 340 km² são destinados à conservação e à recuperação ambiental e 220 km² ao plantio industrial. Um exemplo recente da Cultura de Reflorestamento do Vale Florestar foi firmado com a empresa Suzano Papel e Celulose em julho de 2009. Durante 15 anos, a partir de 2014, a Vale fornecerá 34| REVISTA AMAZÔNIA

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produtivaseemterritóriodesmatado. O maior empecilho para a celeridade do projeto é a falta de regularização fundiária de licença ambiental da maioria das fazendas da região, o que inviabiliza o arrendamento das terras para a realização do reflorestamento. Segundo Agnelli, a Vale, com o auxílio de advogados, demorou cerca de três anos para conseguir descobrir os verdadeiros donos das terras a seremarrendadasedesataronójurídicopararegularizar as propriedades que hoje já foram reflorestadas. “O projeto está estimulando a legalização das terras. Os fazendeiros da região querem fazer parte do projeto e, porisso,estãotentandoseregularizar”.

Produção de mudas para o Vale Florestar

madeira de reflorestamento à Suzano. Atualmente, foram plantadas cerca de 16 milhões de árvores somente para a produção de madeira e atualmente 1,5 mil empregados trabalham no projeto, entre próprios e terceirizados, e, em 2012, serão aproximadamente 3,5 mil postos de trabalho. Área de abrangência do Vale Florestar 100

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Prêmio FINEP chega à 13ª edição com nova categoria e até R$ 20 milhões em recursos da Subvenção Econômica para os vencedores. Inscrições vão até 30 de julho

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stão abertas as inscrições para a 13ª edição do Prêmio FINEP. Ao todo serão R$ 20 milhões em dinheiro para os vencedores das etapas regionais e nacional. Os recursos deverão ser aplicados pelas empresas no desenvolvimento de projetos na área de C,T&I. Nos últimos nove anos, o Prêmio contabilizou mais de 4.039 inscrições em todo o Brasil, das quais 445 na Região Norte. O regulamento e os itens que devem ser preenchidos em cada formulário de inscrição podem ser acessados na página do Prêmio FINEP: www.finep.gov.br/premio. As inscrições vão até 30 de julho. O Prêmio FINEP reconhece os esforços inovadores realizados por empresas e instituições de ciência e tecnologia brasileiras, desenvolvidos no Brasil e aplicados no País ou no exterior. A competição acontece primeiro em etapas regionais. Os primeiros colocados de cada categoria concorrem depois ao prêmio nacional. São seis as categorias: Micro/Pequena Empresa, Média Empresa, Grande Empresa (esta só em nível nacional), Instituição de Ciência e Tecnologia Social e a recém-criada Gestão da Informação. Além dessas, há ainda a categoria Inventor Inovador, com candidatos selecionados a partir de levantamento na base de dados das patentes concedidas pelo INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. A categoria Gestão da Inovação foi criada para avaliar a forma como a empresa organiza internamente a dinâmica da ação inovadora. “Apesar de a inovação garantir empresas e instituições mais competitivas, nos interessa premiar iniciativas duradouras, contínuas e multidisciplinares, algo que acontece apenas quando gestores compreendem a importância de administrar a inovação dentro da realidade do mercado em que atuam”, diz Vera Marina da Cruz e Silva, coordenadora nacional do Prêmio FINEP.

Vencedores do Prêmio FINEP 2009 na Região Norte No ano passado, dos cinco primeiros colocados, quatro foram do Amazonas e um de Rondônia: Embrapa Amazônia Ocidental (AM) – Instituição de Ciência e Tecnologia; Universidade do Estado do Amazonas (AM) – Tecnologia Social; Indústria e Comércio de Oxigênio da Amazônia (RO) – Pequena Empresa; OrbiSat da Amazônia (AM) – Média Empresa; e Job Cruz de Pinho (AM) – Inventor Inovador.

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Ministério da Ciência e Tecnologia

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Programa de incentivo ao plantio de palma não aumentará desmatamento

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Fotos Agência Petrobras e Roosewelt Pinheiro/ABr

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Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no município de Tomé-Açu, no Pará, incentivará o cultivo da palmeiraemáreasdegradadas.Segundoosministrosda Agricultura,Wagner Rossi, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, serão financiados apenas projetos que estiverem em áreas indicadas pelo zoneamento agroecológico e devem beneficiadas principalmente as regiõesNorteeNordestedopaís. De acordo com a ministra, o estímulo à produção da palma terá critérios sustentáveis e não deverá pressionar o desmatamento na Amazônia e em áreas ainda conservadas de outros biomas.“O plano será orientado para áreas degradadas e proíbe o desmatamento de florestas nativas para expansão da fronteira agrícola destinadaàproduçãodepalma”,afirmou. Segundo o ministro, apesar da boa rentabilidade do óleo da palma, ou óleo de dendê, como também é conhecido, não há o interesse de substituir outras culturas agrícolas.“Nosso interesse é implantar a palma Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente

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em áreas degradadas ou onde outras culturas não são adequadaseapalmaseadaptabem.” Os produtores que obtiverem recursos do programa terão 14 anos de pagar, com seis anos de carência. As taxas de juros variam de 2% para agricultores familiares a 6,75% para outros produtores. No caso de áreas degradadas,osjuroscaempara5,75%. Izabella disse que as empresas que processam o óleo não receberão licença ambiental se não comprovarem

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Na entrevista coletiva sobre projeto de produção de biodiesel no Pará

Miguel Rosseto, presidente da Petrobras Biocombustível

que a matéria-prima vem de áreas definidas como apropriadas pelo zoneamento agroecológico. A produção da palma no país é praticamente toda integrada, com produtores associados a indústrias processadoras. Rossi destacou que o país importa mais da metade das cerca de 430 mil toneladas de óleo de dendê que

consome. Com o novo programa, segundo ele, o Brasil poderá, além de conseguir sua autossuficiência, começar a exportar o produto, que atualmente tem mais de 90% de sua produção concentrada na Tailândia e Indonésia. Segundo o ministro, a palma produz, numa mesma área de terra, dez vezes mais óleo para biodiesel do que a soja, o que a torna altamente rentável. As cerca de 190 mil toneladas produzidas no país estão concentradas basicamentedoPará,ondefoilançadooprograma. Wagner Rossi, ministro da Agricultura

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Para este ano, serão adquiridas 1,1 milhão de sementes de palma 36| REVISTA AMAZÔNIA

Cacho de frutas frescas - Dendê

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Petrobras investirá R$330 milhões em biodiesel de óleo de dendê no Pará

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Petrobras construirá uma unidade de produção de biodiesel a partir do óleo de dendê no Pará, com um investimento total noprojetode330milhõesdereais. Do total, 240 milhões de reais serão investidos em área agrícolae90milhõesdereaisnaáreaindustrial. O projeto prevê uma usina de biodiesel com capacidade de produzir 120 milhões de litros por ano, para abastecer a região Norte do país. A usina começa a operar em julho de2013. A iniciativa no Pará também está relacionada a um projeto que a Petrobras tem com a Galp, em Portugal, que receberá o óleo produzido a partir do dendê paraense. A Petrobras conta atualmente com três unidades de produção de biodiesel: em Montes Claros (MG), em Candeias (BA) e Quixadá (CE), todas elas com capacidade de 108,6 milhões de litros por ano, tendo a soja majoritariamente como matéria-prima, segundo a assessoriadeimprensadaestatal. De acordo com a Petrobras, a unidade de Candeias está em processo de duplicação, cujas obras devem ser concluídasaofimdesteano. O projeto no Pará contempla ainda a instalação de dois complexos industriais de extração do óleo de palma, incluindo esmagadoras e unidade de cogeração de energiaelétrica. Ainda não há definição para o local da instalação da unidadeindustrial,segundoaassessoria.

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Ainda na audiência pública sobre os povos tradicionais

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O plantio do dendê será em áreas degradadas

O movimento da Petrobras em biodiesel vem após a companhia ter anunciado na semana passada a sua expansão em etanol no país, ao comprar participação na AçúcarGuarani.

Sustentabilidade Para este ano, serão adquiridas 1,1 milhão de sementes depalmaparaoiníciodaproduçãodemudasemviveiro. O plantio nas áreas de produção está previsto para dezembro de 2011 e o início da colheita a partir de 2014, segundonotadaPetrobras. A estratégia de suprimento das unidades de biodiesel prevê o plantio de palma em áreas degradadas, com atuação em uma das regiões mais afetadas pelo desmatamentonoEstadodoPará. "Com isso, os projetos trarão benefícios ambientais, com a recuperação destas áreas, proporcionando proteção de solo, equilíbrio ecológico e a reintegração econômica dessas regiões, além de contribuir para a redução de

gases de efeito estufa no ciclo de produção do óleo vegetalenaproduçãodebiodiesel",explicouaPetrobras emcomunicado. Para o projeto no Pará, já foram cadastradas 3.338 famílias nos municípios de Igarapé-Miri, Cametá, Mocajuba e Baião, que tiveram suas propriedades georeferenciadas, etapa importante para o processo de regularização fundiária e para obtenção do Cadastro AmbientalRural(CAR),segundoaPetrobras.

Projeto Belém O projeto Belém, em parceria com a Galp Energia, de produção de cerca de 250 mil toneladas de biodiesel/ano em Portugal, faz parte da estratégia da Petrobras de entrada no mercado europeu de combustível. O investimento total estimado em Belém será de 1 bilhão de reais, 554 milhões de reais no Brasil, para a produção de 300 mil toneladas de óleo de palma por ano, e 463 milhões de reais em Portugal, para a implantação de uma unidade industrial de biodiesel, comprevisãodeentradaemoperaçãoem2015. Faz parte do projeto Belém a instalação de quatro complexos industriais de extração do óleo de palma, incluindo esmagadoras e unidade de cogeração de energiaelétrica,alémdetancagem,segundoaestatal.

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O biodiesel será produzido a partir do dendê paraense

Nos municípios de Igarapé-Miri, Cametá, Mocajuba e Baião, microrregião de Cametá, pertencente à mesorregião Nordeste Paraense... REVISTA AMAZÔNIA |37

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O lançamento do Programa Nacional de Estímulo à Produção de Óleo de Palma Programa de produção sustentável de palma na Amazônia

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Carregando mudas de dendê, agricultores familiares participaram do lançamento do programa de biodiesel em Tomé-Açu

Fotos Ricardo Stuckert/PR e Rodolfo Oliveira/Ag Pa

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m Tomé-Açú, região nordeste do Pará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado da governadora Ana Júlia Carepa, lançou o Programa Nacional de EstímuloàProduçãodeÓleodePalma–umconjuntode ações do governo federal de apoio e incentivo por meio do uso de tecnologia e de linhas de crédito rural – ao cultivo da palma na região amazônica. Fez entregar de títulos provisórios de terras e licenciamento ambiental para3,7milagricultoresfamiliaresdaregião. Ao desembarcar de helicóptero na cidade, Lula foi saudado pelos moradores, se aproximou de um grupo de populares, os cumprimentou, posou para fotografias e conversou com os que se encontravam às proximidadesdolocal. O primeiro ato da solenidade foi a assinatura de um acordo de cooperação para a desenvolvimento de ações conjuntas na região de Tomé-Açu. Em discurso, o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, disse que os projetos que serão desenvolvidos no Pará vão gerar, inicialmente, cerca de três mil

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empregosnaregião. A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, disse que o projeto implantado em Tomé-Açu representa um momento importante para a economia do estado. "Estamos trabalhando para dar um grande salto para o futuro", ressaltou. "Vamos beneficiar mais de 30 municípios, 15 mil agricultores e familiares". "Hoje é só um primeiro passo para o desenvolvimento", enfatizou AnaJúlia. O presidente, ao se pronunciar, criticou os madeireiros clandestinos que desmatam a floresta de forma irresponsável. Ele disse que o programa do Biodiesel abre um novo horizonte de oportunidades, principalmente para a Amazônia. "Estamos produzindo para substituir o óleo diesel, que é muito poluente", destacou o presidente, que disse também que o plantio dassementesdepalmaseráfeitoemáreasdegradadas. Vários prefeitos da região nordeste paraense participaram da cerimônia. Ministros, deputados federais, estaduais e vereadores também estavam presentes. Sob um calor de mais de 30 graus, milhares de pessoas se concentraram na praça para participar do evento.

Após a cerimônia de lançamento do programa, o presidente e a governadora participaram de almoço no Palácio dos Despachos em Belém e às 18 horas, Lula embarcouparaRecife.

"Até eu vou querer plantar palma", diz o presidente Lula em Tomé-Açu Ao dar a informação de que os produtores de dendê das regiões do Guamá, Tocantins e Capim receberão um salário enquanto aguardam a colheita do plantio, o presidente Lula fez uma brincadeira para chamar a atenção para os incentivos assegurados pela Petrobras paragarantiraprodução. "Boto a mudinha lá, jogo uma uréia e ainda recebo salário. Até eu vou querer plantar palma", disse Lula, ao alertar,contudo,queoplantionãodeveserfeitosemum contrato formal com a empresa. "Não é pro companheiro inventar de plantar, sem antes assinar contrato", advertiu, ao explicar que é por meio desse documento que o agricultor receberá a muda e terá condições de pagar o financiamento, por causa da garantia de assistência técnica e segurança da compra.

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Ao falar para cerca de 7 mil pessoas em Tomé-Açu, o presidente Lula destacou a sustentabilidade da produção de biodiesel

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São 900 parceiros na agricultura familiar e a meta é chegar a 13 mil até 2014. "Só temos que está espertos para o preço da a venda do quilo do óleo. Já não estarei na Presidência, mas vou ficar de olho, para garantir um preçojustonofuturo".

Financiamento O presidente Lula disse que para os produtores rurais e cooperativas de maior porte há duas linhas de financiamento: o Prop-Flora, que financia até 300 mil reais com juros de 6,75% ao ano; e o Produza, com juros de 5,75% ao ano para projetos de até 400 mil reais. Essa última linha de financiamento tem juros mais baixos

porque é voltada à recuperação de áreas degradas, disse o presidente Lula, ao mencionar também a criação de uma Câmara Setorial para fiscalizar as ações e regular o funcionamento da cadeia do dendê no Pará, com a participação do governo, dos empresários e trabalhadores. Emocionado Lula prosseguiu: "Companheiros e companheiras, tenho 64 anos e não sei quanto tempo a gente dura, só Deus é que sabe", disse o presidente, ao observar que os mais novos que ele, em Tomé-Açu, "terão a oportunidade de colher os frutos do que estamosplantandonoPará". Lula disse também que o Estado não pode mais se resignar ao papel de simples fornecedor de matéria-

O meu compromisso com o povo de Tomé-Açu é vir daqui a cinco ou seis anos pra colher o primeiro cacho de dendê pra gente moer

O presidente Lula e a governadora Ana Júlia Carepa entregam títulos de terra a agricultores de Tome-Açu, que agora podem cultivar a palma como opção de renda

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Lula faz um agrado em uma trabalhadora

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Revolução

Lula junto com a governadora do Pará, Ana Júlia, ganhou uma muda de dendê

Segundo ele, com a usina virá certamente escola técnica para formar profissionais. "Tamos fazendo o começo de umarevoluçãonessaregião.Esperoestarvivoparavoltar aqui daqui a sete anos para ver o que aconteceu aqui. Deixo a presidência em 1º de janeiro, mas não saio da vida política. Vou continuar viajando o Brasil, contribuindo com meus companheiros e o melhor será passar por aqui e vocês me chamarem de companheiro", disse ele, ao informar que será o único presidente do Brasil que não tem diploma universitário, mas terminará o mandato como presidente que mais fez universidades e escolas técnicas. "De 1909 até eu chegar no governo, foram feitas 197 escolas técnicas no País. Entregamos mais de 200 em oito anos", lembrou. "O meu compromisso com o povo de Tomé-Açu é vir daqui a cinco ou seis anos pra colher o primeiro cacho de dendê pragentemoer"

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Investimentos/Linha de crédito Um investimento previsto de R$ 330 milhões, uma plantação de dendê de 230 mil hectares, a criação de mais de 1200 empregos diretos, beneficiando principalmente agricultores familiares. Os números enfatizam a grandiosidade do Programa Nacional de Produção Sustentável de Óleo de Palma, lançado pelo presidenteLuizInácioLuladaSilva. A maior obra do programa é a construção de uma usina A governadora Ana Júlia Carepa e o presidente da Petrobrás Biocombustíveis Miguel Rosetto assinam juntamente com outros diretores da Petrobrás, a criação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Palma, em Tomé-Açu

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Antes de receber sua mudinha, uma pequena prosa com a trabalhadora 40| REVISTA AMAZÔNIA

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Miguel Rossetto, presidente da Petrobrás Biocombustível endosou as palavras de Lula

de beneficiamento de dendê, para produção de biodiesel. Os agricultores familiares terão linhas especiais de crédito e assessoria técnica para produzir e vender a matéria prima destinada à produção de biodiesel. "A renda média de uma família de agricultores hoje, na Amazônia, é de R$ 450,00. Com a produção de óleo de palma essa renda pode chegar a R$ 2 mil", afirmouopresidente. As linhas de crédito são do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e terão seis anos de carência e taxas de 2% ao ano. O agricultor poderá emprestar até R$ 65 mil e pagar em 14 anos, apósacarência. Os investimentos serão realizados pela Petrobras Biocombustível, que exportará a matéria prima semi beneficiada para Portugal, de onde o biodiesel será comercializado para o restante da Europa. A usina de biodiesel deverá ter capacidade para produzir 120 milhões de litros/ano. A meta é atender o mercado interno, em especial o norte do país. Julho de 2013 é o prazo previsto para a usina entrar em operação. Dos R$ 330 milhões investidos, R$ 240 milhões devem ser destinados à produção agrícola, e os outros R$ 90 milhõesàindústria.

Lula e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel

Presidente Lula durante entrega de títulos provisórios de terras e licenciamento ambiental para 3,7 mil agricultores familiares da região

Óleo de palma vai recuperar áreas degradadas da região, afirma presidente Lula Lula falou à população e às autoridades presentes sobre a importância do biodiesel e os benefícios do novo programa do governo federal. Ele explicou que o biodiesel é o produto que vai substituir o óleo diesel tirado do petróleo, amplamente utilizado hoje, porém, muito poluente. Segundo ele, o novo modelo de produção será "mais gerador de renda e mais desenvolvimentista". "O programa que estamos lançando hoje abre um novo horizonte de possibilidades para o Brasil e para a região amazônica, em particular. É o encontro entre a proteção ambiental e a geração de renda e emprego digno para milhares de pessoas", afirmou o presidente. Lula enfatizou que a palma será plantada somente em áreas degradas da região, promovendo, assim, a recuperação destas. "Vamos aproveitar áreas degradadas, permitindo que o povo de Tomé-Açu e vizinhos possam trabalhar com tranquilidade, por conta do seu trabalho honesto", disse.

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Zoneamento Econômico Ecológico – ZEE: base para a produção do biocombustível

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ZEE determina que tipo de atividade econômica pode se desenvolver em cada região do estado, além de estabelecer as áreasdeconservação. OlançamentodoPlanoNacionaldeBiocombustíveisem Tomé-Açu pelo presidente Lula não seria possível sem o ZEE, que estabelece as regiões do estado onde a cultura podeseinstalar. "Os ZEE da região Oeste do Estado, da Borda Leste e da Calha Norte já foram sancionados, estando os dois últimos aguardando somente a aprovação no Conama e a sanção do presidente Lula", disse a governadora Ana JúliaCarepa. "Eles servem para que as atividades produtivas possam ser estabelecidas em todas as regiões e o crescimento da economia aconteça de forma ordenada, sustentável", acrescentou. A região, que compreende os municípios de Tailândia, Mocajuba, Tomé Açu, Baião, Concórdia do Pará, conhecida como Vale do Acará, além do município de Santo Antônio doTauá, já faz do estado o maior produtor de óleo de palma do Brasil. Com o lançamento do Plano Estadual e do Plano Federal de Produção de Óleo de Palma, a expectativa é ampliar as áreas de abrangência deste cultivo para um total de 44 municípios em quatro regiõesdoestado. "A meta é ampliarmos a produção do dendê no estado do Pará, dos atuais 90 mil hectares para 220 mil em quatro anos", explica a governadora. "Vamos ampliar as plantas industriais de beneficiamento do óleo em 12 novas unidades, gerar 15 mil novos empregos, incluir 15 mil agricultores familiares como parceiros na produção do dendê, além de 13,5 mil pequenos e médios produtores". Essa, aliás, é a grande novidade do programa. Ao invés de adquirir terras para o cultivo, a Petrobrás irá fazer parcerias com produtores familiares. Estes plantarão mudas de dendê em suas propriedades, em associação com o cultivo de alimentos, e terão toda sua produção adquiridapelagigantedecombustíveis. "As áreas de produção para agricultura familiar serão limitadas a 10 hectares, o que garantirá uma renda mínima de cerca de 2 mil reais a esses agricultores, ao mesmotempoemquecontinuarãoaproduziralimentos para as cidades do entorno e para a capital", assegurou a governadora.

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Durante a audiência pública para discutir Zoneamento Ecológico-Econômico

Protocolos socioambientais A participação da Petrobrás torna-se muito importante pois, ao submeter-se aos protocolos propostos pelo governo do Estado, a estatal faz com que as demais empresas privadas submetam-se aos mesmo princípios. Na mesma quinta-feira o governo estadual assinará os protocolos socioambientais com as 12 empresas que produzem óleo de palma no estado. Entre os itens contidos no protocolo, constam a proibição da supressão de áreas de floresta para o cultivo do dendê. "Não permitiremos que se desmate para plantar dendê, comofoifeitonaMalásia",ressalvaagovernadora. Os protocolos obrigam as empresas a promover a inclusão social, a geração de emprego e a melhoria da renda da população local, incentivar a agricultura familiar,nãopromoveratividadeprodutivaemáreasque tenham sido desmatadas após 2006, garantir a recuperação das áreas de proteção permanente, promover a formação de corredores ecológicos, além de combater as práticas de trabalho análogo ao escravo, a grilagem de terras e os conflitos no campo, garantir o reassentamento do homem no campo, não estabelecer o plantio em áreas de populações tradicionais, quilombolas ou indígenas sem sua prévia autorização, entreoutros. O governo do estado, por sua parte, fica responsável pela regularização fundiária das propriedades que estiverem de acordo com a lei estadual de ordenamento territorial, e promover o Cadastro Ambiental Rural. Com isso, todas as propriedades poderão se regularizar junto a Sema e estar aptas a captação de financiamentos e receber assistênciatécnica. Ana Júlia Carepa ressalta que nem todas as propriedades poderão plantar o dendê, em função da limitação

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Ana Júlia diz que áreas de produção para agricultura familiar serão de 10 hectares, garantindo renda mínima de cerca de 2 mil reais a trabalhadores 42| REVISTA AMAZÔNIA

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Infraestrutura

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natural do solo e dos recursos hídricos. Contudo, mesmo quem se dedicar a outra cultura, ou mesmo à pecuária, será beneficiado com a infraestrutura de estradas, ponteseportosquedarãosuporteaosinvestimentos. "Já estamos trabalhando na recuperação e na construção de estradas e pontes. Além disso, construíremos outras estradas e portos para facilitar o escoamento da produção de óleo de palma que poderão ser usada pelos pecuaristas ou mesmo pelo agricultor familiar",disseagovernadora. Entre os investimentos em estradas, estão a ampliação e/ou revitalização de 7 rodovias estaduais, como as PA´s 151, 154, 256 e 254, totalizando 676 kilômetros de obras viárias, que vão beneficiar não só a cadeia do dendê como as demais culturas da região. A novidade ficará no prolongamento da PA 256, da Vila de Quatro Bocas até Mocajuba, propiciando a criação de um modal hidroviário na região. Esta obra proporcionará ainda a ligaçãodomunicípiodeTailândiaaoportoemMocajuba . Outrasobrasrodoviáriasestãojáemandamento,comoa recuperação da Alça Viária, a construção da Perna Sul, ligando o Vale do Acará ao porto de Vila do Conde. A construção da Perna Leste, ligando Bujaru à Alça Viária completará esta importante rodovia. Serão construídas aindaseispontes,totalizandoquasedoisquilômetrosde extensão. O modal hidroviário será reforçado com a construção de cinco portos, três deles no rio Tocantins, um no rio Guamá e outro no rio Capim, destinados a escoar a produçãoregionalviaportosdeBelémeViladoConde. "Os investimentos em infraestrutura na região chegam a valores da ordem de 800 milhões de reais", diz a governadora. "Mas são muito pequenos comparados ao ganho econômico e social do estado. Existe uma demandamuitograndepeloóleodepalma,tantoparaa indústria de alimentos como para a de biocombustíveis.", afirma. "Serão muito bilhões de reais queentrarãonaeconomiaparaensenospróximosanos", conclui.

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Criação de Matrinxã em igarapé incrementa geração de renda O projeto de criação de Matrinxã em canal de igarapé tem um cunho social muito forte e está virando alternativa econômica para as comunidades rurais do Amazonas. O trabalho foi finalista do prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2009

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Viveiro de canal 44| REVISTA AMAZÔNIA

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liar a conser vação ambiental ao desenvolvimento econômico de uma comunidade. É com esse objetivo que o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônica (Inpa/MCT) realizou o Programa de Criação Intensiva de Matrinxã (Brycon amazonicus) em Canais deIgarapésemTerraFirme(PROCIMA). O trabalho foi desenvolvido no Projeto de Assentamento Tarumã-mirim, zona rural de Manaus. Durante a execução do programa, os pesquisadores do Inpa contaram com a colaboração dos comunitários para a criação de peixes e desenvolveram critérios técnicos que vão desde a construção da estrutura dentro do igarapé para acomodar os peixes, até as questões químicas e físicas da água, que interferem diretamente na qualidadeequantidadedopescado. O pesquisador responsável pelo programa, Jorge Daniel Fim, da Coordenação de Pesquisas em Aquicultura (CPAQ) do Inpa destaca o papel da tecnologia para o incrementodaeconomianascomunidades. “Odesafioeracriarumprocessodeproduçãodepescado que apresentasse baixo custo de implementação, alta produtividade e não alterasse o meio ambiente.Tinha de ser uma tecnologia realmente efetiva para pessoas de baixa renda, principalmente, em área de terra firme onde o acesso ao pescado é mais difícil”, enfatiza o pesquisador.

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Segundo Fim, é possível alcançar uma produção de aproximadamente uma tonelada de pescado por ano seguindo as orientações técnicas do processo. Apesar de direcionado à criação do matrinxã por conta da facilidade de adaptação, outras espécies, como tambaqui, tucunaré e pirarucu também podem ser criadasnestesistema.

Lado social Com o programa de criação intensiva de matrinxã em canais de igarapés, as pessoas de baixa renda do assentamento Tarumã-mirim, que antes não tinham acesso ao pescado, agora possuem uma fonte de produção de alimento que contribui para o aumento da rendafamiliar. Através dos estudos feitos no Tarumã-mirim para a implantação do projeto, os pesquisadores do Inpa criaram um manual com orientações para o desenvolvimento da criação da matrinxã em canal de igarapé. OManualdeCriaçãodeMatrinxãemCanaisdeIgarapéfoi elaborado por Fim em colaboração com Gabriel da Rocha Nobre Filho, Sérgio Fonseca Guimarães, Atilho Storti Filho e Avemar Gonçalves Bobote. O livro é uma publicação da EditoraInpaedeveserlançadoaindaesteano.

As medidas utilizadas e recomendadas atualmente para os viveiros são de 30,0m x 4,0m x 0,70m, ou seja, 84m³, volume de água no qual podem ser criados até 1500 peixes que atingem 1,0 kg de peso (peso de mercado) em um período de 12 meses. Este número de peixes mostrou-se suficiente para alimentar a família por todo o ano de criação, além da garantia de renda. Um diferencial importante do criatório em canal é que a água dos igarapés não é represada, diferentemente do que ocorre nos viveiros de barragem, por exemplo. Além disso, a tecnologia contribuiu para reduzir a introdução de espécies de peixes exóticas na região, especialmente as tilápias.

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Matrinxã em canal de igarapé

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Ainda na audiência pública sobre os povos tradicionais

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Tecnologia social AtecnologiadesenvolvidapeloPROCIMAfoifinalistadoprêmiodaFundaçãoBancodoBrasildeTecnologia Social 2009. A iniciativa premia tecnologias que auxiliam o desenvolvimento de atividades que tragam soluções à sociedade para as demandas de água, alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente,rendaesaúde. O PROCIMA foi financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), dentro do programa “Arranjos Locais” e também contou com o apoio do Instituto NacionaldeColonizaçãoeReformaAgrária(Incra),InstitutodeProteçãoAmbientaldoAmazonas(Ipaam), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect) e SuperintendênciadaZonaFrancadeManaus(Suframa)eFucapi.

Programa de Criação Intensiva de Matrinxã (Procima) Por meio do programa, comunidades de baixa renda instaladas próximas a córregos de água (igarapés) receberam orientação e ferramentas de sustento e trabalho: pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, fizeram pequenas modificações nos canais dos igarapés e construíram criatórios de matrinxãs - uma espécie de peixe nativa da bacia Amazônica. Assim, além dessas comunidades deixarem de gastar com a compra de peixes, elas passaram a comercializá-los, gerando uma renda líquida de aproximadamente R$ 2 mil anuais.

O conceito de Tecnologia Social compreende produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. As tecnologias sociais certificadas integram o Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil, que agrega soluções que podem ser conhecidas e consultadas na internet (www.tecnologiasocial.org.br) por tema, área de atuação, entidade executora, público-alvo, região, estado. O banco de dados contempla informações sobre problemas solucionados, soluções adotadas, municípios atendidos, recursos necessários para implementação e formas de transferência, entre outros detalhamentos das tecnologias sociais certificadas

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Peixe criado no canal de igarapé

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As florestas de mangais sテ」o importantes sumidouros de carbono

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Florestas de mangue em declínio em todo o mundo Onze espécies entraram na lista vermelha do IUCN

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ma em cada seis espécies vegetais das florestas de mangais que crescem na costa dos trópicos está ameaçada. Um relatório novo revela que quarenta por cento das espéciesnaregiãodaAméricaCentralestãoameaçadas. As 70 espécies que compõem os mangais de todo o mundo foram avaliadas quanto à área de distribuição, perda de habitat e capacidade de propagação. Destas, onze foram consideradas estando vulneráveis, em perigodeextinçãoouemperigocríticodeextinção. O estudo foi dirigido pela Unidade para a Avaliação Global das Espécies Marinhas (GMSA – sigla em inglês). Um grupo que faz parte da Unidade de Avaliação da Biodiversidade, uma iniciativa conjunta entre a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e a Conservação Internacional, que recrutou especialistas emmangaispararealizarainvestigação. “A perda potencial destas espécies é um sintoma da destruição e da exploração das florestas de mangais”, disse Beth Polidoro, num comunicado de imprensa da IUCN. “Os mangais são um dos habitats tropicais mais importantes, são o suporte para várias espécies, e a sua diminuição pode afetar a biodiversidade terrestre e marinha de uma forma muito mais abrangente”,

explicou a primeira autora do artigo, que trabalha na Universidade de Old Dominion, naVirgínia, nos Estados UnidosefazpartedaGMSA. Para além da região da América Central, o Sudeste asiático é outra zona de muita pressão para estas florestas. As florestas de mangais crescem na linha costeira das regiões tropicais e sub-tropicais em todo o globo. Estão nafronteiraentreumambientesalinoedeáguadoce,na passagem da zona terrestre para a marinha. Estas florestas não são ecossistemas ricos em número de espécies, mas cumprem uma série de funções como a proteção da linha costeira da erosão, de tempestades e até de tsunamis. São importantes berçários para muitos animais marinhos. Servem de repositório e de fonte de nutrientesesãoumfortesumidourodecarbono. Estima-se que anualmente o custo do trabalho em nível de ecossistema feito pelos mangais ronde 1,18 mil milhões de euros. Mas este trabalho vai diminuindo à medida que a cobertura vai sendo reduzida de tamanho em todo o mundo devido à desflorestação para utilização da madeira e para ocupação do espaço com viveirosdepeixes. De todas as espécies analisadas a Sonneratia griffithii e a

Bruguiera hainesii são as duas mais ameaçadas. A primeira vive na Índia e Sudeste asiático e perdeu 80 por cento do seu habitat nos últimos 60 anos. Da segunda, existem menos de 250 árvores adultas vivas no Sudeste asiático. Beth Polidoro, da IUCN

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Poderão ou não estar na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN (www.iucnredlist.org) em junho de 2010 Acanthus ebracteatus, Acanthus ilicifolius, Acanthus volubilis, Acanthus xiamenensis, Acrostichum aureum, Acrostichum danaeifolium , Aegialitis annulata, Aegialitis rotundifolia, Aegiceras corniculatum, Aegiceras floridum, Aglaia cucullata, Avicennia alba, Avicennia bicolor, Avicennia germinans, Avicennia integra, Avicennia marina, Avicennia officinalis, Avicennia rumphiana, Avicennia schaueriana, Brownlowia argentata, Brownlowia tersa, Bruguiera cylindrica, Bruguiera exaristata, Bruguiera gymnorhiza, Bruguiera hainesii, Bruguiera parviflora, Bruguiera sexangula, Camptostemon philippinense, Camptostemon schultzii, Ceriops australis, Ceriops decandra, Ceriops tagal, Ceriops zippeliana, Conocarpus erectus, Cynometra iripa, Diospyros littorea, Dolichandrone spathacea, Excoecaria agallocha, Excoecaria indica, Heritiera fomes , Heritiera globosa , Heritiera littoralis, Kandelia candel, Kandelia obovata, Laguncularia racemosa, Lumnitzera littorea, Lumnitzera racemosa, Mora oleifera, Nypa fruticans, Osbornia octodonta, Pelliciera rhizophorae, Pemphis acidula, Phoenix paludosa , Rhizophora apiculata, Rhizophora mangle , Rhizophora mucronata , Rhizophora racemosa, Rhizophora samoensis, Rhizophora stylosa, Scyphiphora hydrophyllacea, Sonneratia alba, Sonneratia apetala, Sonneratia caseolaris, Sonneratia griffithii, Sonneratia lanceolata, Sonneratia ovata Tabebuia palustris, Xylocarpus granatum e Xylocarpus moluccensis

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Mangue na Ilha do Maciel, Bragança- Pará 0


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Florestas de mangues As florestas de mangues não possuem uma descrição típica,poisasuavariedadeestádiretamenterelacionada à sua localização biogeográfica e às condições ambientais. Por outro lado, os manguezais podem ser identificados em qualquer região de sua ocorrência, por algumas características comuns quanto às adaptações desenvolvidas de forma convergente por seus habitantes. As diferenças existentes são decorrentes dos seguintes fatores determinantes: regime e amplitude das marés, temperatura, topografia da zona costeira, características das águas marinhas e doces, características das águas intersticiais, natureza físico-química dos sedimentos, clima, padrão de chuvas, precipitação, salinidade e umidadedoar.

Por que este ecossistema ocorre nas regiões estuarinas?

que dê origem a um novo indivíduo (Glossário de ecologia,ACIESP,1997). Segundo Schaffer-Novelli (1995), manguezal é um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais,sujeitoaoregimedasmarés.

Manguezais da Amazônia A costa amazônica abriga 70% dos manguezais do Brasil. Distribuídos por uma área de 9.000 km², entre os Estados do Pará e do Maranhão a vegetação forma o maior cinturão contínuo de manguezais do mundo. Essas verdadeiras florestas de mangue, com árvores que podem chegar a 30 metros de altura e um metro de diâmetro, são o refúgio de diversas espécies de crustáceos,peixes,moluscoseavesmarinhas,masainda permanecem desconhecidas pela maioria dos brasileiros.

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...Nodecorrerdaevoluçãodabiodiversidadenoplaneta, é possível que algumas plantas tenham desenvolvido adaptações para suportar elevados teores de sal no substrato e assim passaram a habitar regiões costeiras com influência da variação das marés. Estas plantas também desenvolveram formas de reprodução onde as estruturas destinadas à propagação acumulavam reservas nutritivas, podendo flutuar muito tempo pelas águas estuarinas e até mesmo marinhas, acabando por colonizar outras regiões. Estas estruturas, chamadas propágulos, além de passarem sua fase inicial no alto das árvores grudadas na planta-mãe, possuem mecanismos de flutuação para suportarem as enchentes de maré e não morrerem antes de se fixarem no substrato. Propágulo é qualquer parte de uma planta Estão na fronteira entre um ambiente salino e de água doce, na passagem da zona terrestre para a marinha

Mangueiros (mangue vermelho, Rhizophora mangle), manguezal na península de Ajuruteua, Bragança, Pará

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No porto de Tamatateua, em Bragança- Pará, 700 caranguejos foram confiscados e a soltura dos bichos ocorreu nos mangues da estrada que vai para Ajuruteua

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Manguezais têm sedimento lamacento e salino, inundado diariamente pela maré, o que exige que as árvores se adaptem para sobreviver. Nos mangues da Amazônia, as principais árvores encontradas são o mangueiro ou mangue-vermelho, o mangue-siriba, siribeira ou mangue-branco e a tinteira, tinta ou mangue-preto. Em todas essas espécies, o fruto germina ainda preso na planta-mãe, o que garante a germinação das sementes antes que atinjam o ambientesalinodosedimento. A fauna dos mangues é rica. Entre as aves, merecem destaque a garça, o guará, com sua plumagem de um vermelho intenso, quando adulto, e diversas espécies de maçaricos. Mamíferos também visitam o mangue em busca de alimento, destacando-se o guaxinim, o

Na Reserva Biológica do Lago Piratuba, no Amapá, o mangue ocupa áreas justamarítimas, da foz do rio Araguari até o canal Turiura no limite norte da Reserva, apresentando espécies como a siriúba, o mangue-vermelho e o mangue-amarelo

EXPRESSO

tamanduá, o macaco-prego, as cuícas e os morcegos. Peixes, crustáceos e moluscos também cumprem parte deseuciclodevidanosmangues. Humanos também ocupam os manguezais há tempos. Tribospré-colombianasjáusavamseusrecursos,masfoi com a chegada dos europeus, experientes na exploração dos manguezais da África e da Ásia, e depois, com a chegada de escravos, que o uso desse ecossistema intensificou-se no Brasil. A extração de substâncias da cascadeárvores,usadasparacurtircourosenamedicina popular, e a transformação em lenha foram os principais usosdosmanguezaisnaépoca. A população atual do litoral amazônico também usa os recursos dos manguezais. Mexilhões, ostras, turus, camarões, siris e o caranguejo uçá figuram entre os

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São importantes berçários para muitos animais marinhos, servem de repositório e de fonte de nutrientes

animais mais explorados. Pesquisa do projeto Manejo e Dinâmica de Manguezais (Madam), desenvolvido entre 1995 e 2005 em uma cooperação entre Brasil e Alemanha, mostrou que cerca de 80% das famílias rurais da região de Bragança, no Nordeste do Pará, usam recursos diretos ou indiretos dos manguezais. Além da captura de crustáceos e moluscos, destaca-se a pesca, muitas vezes feita nos canais de marés e nos rios próximosaosmangues. Outro recurso bastante usado é a madeira, seja para construção rural, para estacas de currais de pesca ou para a produção de carvão. Substâncias retiradas da casca dos troncos são usadas hoje para corar redes de pesca e velas dos barcos, assim como na indústria do curtume. Raízes das árvores do mangue são usadas, em forma de chá, como remédio contra a diarreia. As comunidades também extraem mel de colmeias de abelhas selvagens que frequentam as flores do mangue-siriúba. Outro recurso explorado é a lama do manguezal,usadaporolarias.

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"A perda dos manguezais terá devastadoras consequências econômicas e ambientais", diz Greg Stone, vice-presidente sênior de programas do Marine Conservation International. "Esses ecossistemas não são apenas um componente vital nos esforços para combater as alterações climáticas, mas também proteger algumas das mais vulneráveis pessoas do mundo a partir de condições meteorológicas extremas e proporcionar-lhes uma fonte de alimento e renda."

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Greg Stone, vice-presidente sênior de programas do Marine Conservation International

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ONU diz que perda de biodiversidade já ameaça economia No Terceiro Panorama Global de Biodiversidade

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destruição de ecossistemas da Terra deve começar a afetar economias de vários países nos próximos anos, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU),divulgadorecentemente. O Terceiro Panorama Global de Biodiversidade (Global Biodiversity Outlook ou GBO-3, na sigla em inglês) afirma que vários ecossistemas podem estar próximos de sofrer mudanças irreversíveis, tornando-se cada vez menosúteisàhumanidade. Entre estas mudanças, segundo o relatório da ONU estariam o desaparecimento rápido de florestas, a proliferação de algas em rios e a morte generalizada de corais. Até o momento, a ONU calculou que a perda anual de florestas custa entre US$ 2 trilhões e US$ 5 trilhões, um número muito maior que os prejuízos causados pela recentecriseeconômicamundial. O cálculo foi feito com base nos valores estipulados em um projeto chamado Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (EEB) para serviços prestados pela natureza, como a purificação da água e do ar, a proteção de regiões litorâneas de tempestades e a manutenção danaturezaparaoecoturismo. "Muitas economias continuam cegas ao enorme valor da diversidade de animais, plantas e outras formas de vida e ao seu papel no funcionamento de ecossistemas saudáveis", disse o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner. "A humanidade criou a ilusão de que, de alguma forma, é possível se virar sem biodiversidade, ou de que isso é perifériconomundocontemporâneo",disseele. "Naverdade,precisamosdelamaisdoquenuncaemum planeta com seis bilhões de pessoas indo a nove bilhões em2050."

Segundo a ONU, quanto maior for a degradação dos ecossistemas, maior será o risco de que elas percam grandepartedesuautilidadepráticaparaohomem.

Exemplo brasileiro A Amazônia é citada como um dos ecossistemas ameaçados de atingir o chamado "ponto sem volta", mesmo com a recente diminuição nas taxas de desmatamento e com o plano de redução do desmatamento, que prevê a redução de 80% até 2020 emrelaçãoàmédiaregistradaentre96e2005. O relatório da ONU cita um estudo coordenado pelo Banco Mundial que afirma que se a Amazônia perder 20% de sua cobertura original, em 2025, certas partes da floresta entrariam em um ciclo de desaparecimento

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Metas fracassadas A ONU diz ainda que a variedade de vertebrados no planeta – uma categoria que abrange mamíferos, répteis, pássaros, anfíbios e peixes – caiu cerca de um terçoentre1970e2006. A meta de redução de perda de biodiversidade foi acertada durante uma reunião em Johanesburgo, na África do Sul, em 2002. No entanto, já se sabia que seria difícilmantê-la. A surpresa do relatório GBO-3 é que outras 21 metas subsidiáriastampoucoserãocumpridasglobalmente. Entre elas, estão a redução da perda e degradação de habitats, a proteção de pelo menos 10% das regiões ecológicas do planeta, controle da disseminação de espécies invasivas e a prevenção de extinção de espécies devidoaocomérciointernacional. Um sinal claro do fracasso registrado no relatório é que nenhum dos países envolvidos conseguirá atingir todas asmetasatéofimdoano.

Cientistas de uma grande diversidade de disciplinas trabalharam em conjunto com vista a definir futuros Base map is the NASA Blue Marble Next Generation, a MODIS-derived 500m true color earth dataset. Source: onearth.jpl.nasa.gov

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agravado por problemas como mudanças climáticas, queimadaseincêndios. O relatório ressalta que o plano brasileiro deixaria o desmatamento acumulado muito próximo de 20% da coberturaoriginal. No entanto, o Brasil também é citado como exemplo no que diz respeito à criação de áreas de proteção ambiental. "Alguns poucos países tiveram uma contribuição desproporcional para a expansão da rede global de áreas protegidas (que, segundo o relatório cresceu 57%): dos 700milquilômetrosquadradostransformadosemáreas de proteção desde 2003, quase três quartos ficam no Brasil, em grande parte, resultado do Programa de Áreas ProtegidasdaAmazônia(Arpa)." Na Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD, na sigla eminglês),nomêspassado,cientistasafirmaramqueos governos nacionais não conseguiriam respeitar as suas metasdereduçãodaperdadebiodiversidadeaté2010. "Não são boas notícias", disse o secretário-executivo da CBD,AhmedDjoglaf. "Continuamos a perder biodiversidade em um ritmo nunca visto antes na História. As taxas de extinção podemestaratémilvezesacimadataxahistórica."

O futuro da biodiversidade no século XXI

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Norbert Röttgen, ministro do Meio Ambiente da Alemanha, a chanceler Angela Merkel e Achim Steiner, diretor Executivo do PNUMA, no lançamento do Ano Internacional da Biodiversidade no Museu de História Natural de Berlim

Em direção a uma estratégia de redução da perda de biodiversidade O GBO-3 propõe uma série de elementos que podem ser considerados numa futura estratégia destinada a reduzir a perda de biodiversidade e a evitar os impactos mais graves dos cenários analisados no relatório. Esses elementos constituirão, provavelmente a base da análise do plano estratégico que está neste momento a ser apreciado tendo em vista a próxima década da Convenção sobre Diversidade Biológica, plano esse que deverá ser acordado na 10ª reunião da Conferência das Partes na Convenção em Nagoya, no Japão, em Outubro de2010.Entreosreferidoselementosincluem-se: Continuar a intensificar a intervenção direta com vista a reduzir a perda de biodiversidade, por exemplo, através da expansão e reforço das zonas protegidas e de programasdirigidosàsespéciesehabitatsvulneráveis. Manter e intensificar medidas destinadas a reduzir as

Trees (TREE, panels on the left) and herbaceous species (HER, panels on the right) from 1860 to 2099 based on two global vegetation models that simulate terrestrial vegetation dynamics and ecosystem function (ORC = Orchidee, TRI = Triffid). Colors indicate projected percentage cover changes. These projections are based on scenarios of the highest levels of greenhouse gas emissions considered by the IPCC (SRES A1FI) and use a common climate model. Note that areas in blue or red indicate vegetation shifts that are large enough to be qualified as changes in biome type109. For this study, only climate change impacts on vegetation were simulated. Source: Sitch et al. 2008.

possíveis para a biodiversidade no presente século, tendo tomado com base as tendências observadas, modelos e experiências. Entre as suas principais conclusõesreferem-seàsseguintes: As projeções do impacto das alterações mundiais na biodiversidade revelam que a extinção de espécies, a perda de habitats naturais e alterações na distribuição e abundância das espécies, grupos de espécies e biomas vão continuar e em muitos casos acelerar-se durante o séculoXXI.

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(a) High CO2 emissions scenario from the IPCC (A1 SRES) and (b) Low emissions scenario (B2 SRES). Vegetation shifts are shown only if they exceed 20% in a given grid cell. Projections done with the LPJ global vegetation model and relative to 2000. Source: Fischlin et al. 2007.

Ahmed Djoghlaf, secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica: "Não são boas notícias"

Há um risco elevado de se registrar uma perda de biodiversidade de proporções dramáticas, acompanhada da degradação de um vasto leque de serviços de ecossistemas, se o sistema da Terra for empurrado para além de certos limiares ou pontos críticos. Avaliações anteriores subestimaram a gravidade potencial da perda de biodiversidade com base em cenários plausíveis, porque os impactos resultantes de as alterações dos ecossistemas ultrapassarem os pontos críticosoulimiaresnãoforamtidosemconta. Foram identificadas mais oportunidades do que em avaliações anteriores de combater a crise da biodiversidade contribuindo simultaneamente para outros objetivos sociais – por exemplo, reduzir a intensidade das alterações climáticas sem utilizar bicombustíveis em grande escala, com a perda de habitatsnaturaisquedaíresulta. Conseguir-se-ia impedir, reduzir significativamente ou mesmo inverter as alterações do estado da biodiversidade e dos ecossistemas através da aplicação urgente, geral e apropriada de medidas fortes aos níveis internacional,nacionalelocal.

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A) and B) Projected land cover changes due to land use and climatechange for two contrasting socio-economic senarios, with the “AdaptingMosaic” being environmentally proactive and the “Order from Strength”being environmentally reactive. C) and D) Pattern of richness of species with projected range declines >=50%. The map represents the summed occurrences of qualifying species across a 0.5° grid.Source: Jetz et al. 2007.

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compreendam o valor da biodiversidade e as medidas que podem tomar para protegê-la, nomeadamente modificando os seus padrões de consumo e comportamento.

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Biodiversity impact in 2050 under the IPCC SRES A1B scenario expressed in terms of: number of new species moving from other regions (top) and local extinction intensity (bottom). The projections are based on bioclimate envelope models for 1,066 species of fish and invertebrates. Source: redrawn from Cheung et al. 2009.

Near-term (2003) projections of Amazonian forest loss due to deforestation (yellow) and forest degradation due to l ogging and climate change (brown is for logging impacts only, pink is for climate impacts using “normal” climate over the previous decade which has been warm and punctuated by drought, red is for climate assuming a 10% reduction in precipitation due to global climate change and land cover changes on regional climate). Reproduced from Nepstad et al. (2008). Copyright © 2008 The Royal Society.

pressões diretas sobre a biodiversidade, tais como impedir a poluição de nutrientes, eliminar as vias de introdução de espécies exóticas invasivas e introduzir práticas mais sustentáveis na pesca, silvicultura e agricultura. Utilização muito mais eficiente dos solos, energia, água doce e materiais a fim de satisfazer a procura cada vez maior de uma população em crescimento e mais próspera. Utilização de incentivos de mercado e supressão de subsídios perversos, a fim de minimizar a utilização insustentávelderecursoseoconsumoinútil. Planejamento estratégico destinado a conciliar o desenvolvimento com a conservação da biodiversidade e a manutenção dos múltiplos serviços prestados pelos ecossistemasqueaintegram. Recuperação de ecossistemas com vista a salvaguardar serviços essenciais para as sociedades humanas, reconhecendo simultaneamente que proteger os ecossistemas existentes é geralmente muito mais eficaz em termos de custos do que permitir que eles se degradem. Garantir que os benefícios decorrentes da utilização de recursos genéticos e dos conhecimentos tradicionais a eles associados, bem como do acesso aos mesmos – provenientes, por exemplo, do desenvolvimento de medicamentos e cosméticos – sejam equitativamente partilhadoscomospaíseseasculturasdequeprovêm. Comunicação, educação e sensibilização com vista a assegurar que, na medida do possível, todas as pessoas

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Long-term (2080) projections of the impacts of global climate change on A) broadleaf forest cover and B) precipitation in2080 compared to 2000. Large red arrows point to Amazon region. Projections were made using the HadCM3LC coupled climatevegetation model and the IPCC IS92a greenhouse gas emissions scenario. Figures reproduced from Betts et al. (2004). British Crown Copyright, reproduced with permission of the Met Office.

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Resumo dos cenários

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Amazônia I A conjugação do desmatamento, das mudanças climáticas e das queimadas pode acarretar o enfraquecimento da floresta amazônica. O pulmão do planeta, quente e úmido tal como o conhecemos, vai se tornar seco e árido, tipo uma savana. A situação levará a um aumento mundial das emissões de CO2 que contribuem para a mudança climática. No local, secas intensas vão comprometer, também, a agricultura.

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Sahel Já atingido pelas secas, o Sahel vai se tornar ainda mais árido. O aquecimento climático e a exploração sem limites de seus recursos causam, já, um empobrecimento da diversidade biológica. O rebanho não encontra pastos e os cultivos sofrem com a falta de irrigação. Ilhas O ecossistema de uma ilha é ao mesmo tempo único e frágil. Os movimentos das populações levam predadores e doenças aos locais antes protegidos. Os animais e vegetais específicos de um hábitat insular tornam-se incapazes de se defender ante aos novos intrusos. Por exemplo, o társio, um mamífero de Madagascar, está se tornando mais e mais raro. Água Doce Sob o efeito da mudança climática, da construção de barragens, da poluição, da introdução de espécies exóticas e devido ao aumento do uso da água, o número de espécies de peixes de água doce poderão diminuir 15%. Mar O aquecimento climático traz uma redistribuição das populações de peixe e uma elevação do nível do mar. A acidificação da água atinge corais, o fitoplâncton e os moluscos cuja capacidade de construir as próprias conchas se exaurem. A rarefação da população de peixes nas zonas tropicais trará consequências significativas para a alimentação e a nutrição local.

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O GBO-3, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) revela que a devastação florestal gera um prejuízo anual de U$ 2 a 4,5 trilhões, e que certas áreas e espécies do planeta podem entrar em processo de extinção irreversível. REVISTA AMAZÔNIA |57

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Ferrovia Transcontinental é tema obrigatório da agenda política

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Lei 11.772, de 17 de setembro de 2008, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outorga à Valec Engenharia, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, dentre outras obras, a concessão da EF 354. Trata-se da FerroviaTranscontinental, que ligará o Litoral Norte do Estado do Rio de Janeiro a Boqueirão da Esperança, na fronteira Brasil-Peru, seguindo, daí, até os portos do Oceano Pacífico. Seu traçado passará por Muriaé, Ipatinga e Paracatu, em Minas Gerais; Brasília; Uruaçu, em Goiás; Cocalinho, Ribeirão Castanheira e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso; Vilhena e Porto Velho, em Rondônia; e Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Acre.Opercursototalseráde4.400quilômetros. É até redundante enfatizar a importância dessa obra para o Brasil, a Região Norte e todo o País. Juntamente com a Rodovia Transoceânica, em fase final de obras, a ferrovia constituirá um complexo de logística fundamental para as exportações brasileiras e o estabelecimento de um fluxo eficiente de transportes dentro do próprio território nacional. Permitirá, por exemplo, que as empresas do Acre ganhem significativa competitividade no comércio interno e no mercado internacional, considerando que o preço do frete para distânciaslongasrepresentasensívelimpactonocusto.

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O percurso total será de 4.400 quilômetros

Pois bem, a despeito de sua relevância e de o trecho referente ao Acre estar incluído, por força de lei, no escopo da concessão outorgada àValec, a obra tem sido objeto de informações desencontradas e conflitantes. É natural que num ano de eleições, como o que estamos vivendo, projetos de envergadura despertem a atenção dos candidatos a cargos eletivos e passem a integrar as pautasdasdiscussõespolíticas. É saudável que isso ocorra, pois se abrem oportunidades à sociedade de esclarecer todas as dúvidas sobre projetos e propostas relativas aos interesses da população, da economia, dos trabalhadores e das empresas. No caso específico da Ferrovia Transcontinental, é imprescindível tornar definitivamente claro o atual status da obra, reiterar o seu traçado, definir seu cronograma e pôr fim às

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informaçõesdesconexas. Nesse sentido, devemos cobrar uma posição, não só do governo, mas também dos candidatos à Presidência da República. Afinal, será impor tante o seu comprometimento com a construção de uma ferrovia com impacto histórico no sistema brasileiro de transportes. O Acre, os Estados do Norte e todas as regiões contempladas não podem ficar sob incertezas e indefinições quanto a um projeto cuja magnitude implica transformações significativas, planejamento e investimentos. Este será tema obrigatório no debate eleitoralde2010. (*) Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre - FIEAC

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O Meio Ambiente e a Sustentabilidade N unca antes se debateu tanto sobre o meio Visar a conservação ambiente e sustentabilidade. As graves do meio ambiente e a sustentabilidade de alterações climáticas, as crises no projetos econômicos fornecimento de água devido a falta de de qualquer natureza chuva e da destruição dos mananciais e a constatação clara e cristalina de que, se não fizermos nada para mudar, o planeta será alterado de tal forma que a vida comoaconhecemosdeixarádeexistir. Cientistas, pesquisadores amadores e membros de organizações não governamentais se unem, ao redor do planeta, para discutir e levantar sugestões que possam trazer a solução definitiva ou, pelo menos, encontrar um ponto de equilíbrio que desacelere a destruição que experimentamos nos dias atuais. A conclusão, praticamente unânime, é de que políticas que visem a conservação do meio ambiente e a sustentabilidadedeprojetoseconômicosdequalquer natureza deve sempre ser a idéia principal e a meta a seralcançadaparaqualquergovernante. Em paralelo as ações governamentais, todos os cidadãos devem ser constantemente instruídos e chamados à razão para os perigos ocultos nas intervenções mais inocentes que realizam no meio ambiente a sua volta; e para a adoção de práticas que Estimular o plantio de árvores, a reciclagem de lixo, a garantam a sustentabilidade de todos os seus atos e coleta seletiva, o aproveitamento de partes ações. Destinar corretamente os resíduos domésticos; a normalmente descartadas dos alimentos como cascas, proteção dos mananciais que se encontrem em áreas folhas e talos; assim como o desenvolvimento de cursos, urbanaseapráticademedidassimplesqueestabeleçam palestras e estudos que informem e orientem todos os aculturadasustentabilidadeemcadafamília. cidadãos para a importância da participação e do Assim, reduzindo-se os desperdícios, os despejos de engajamento nesses projetos e nessas soluções simples esgoto doméstico nos rios e as demais práticas para fomentar a sustentabilidade e a conservação do ambientais irresponsáveis; os danos causados ao meio meioambiente. ambiente serão drasticamente minimizados e a Uma medida bem interessante é ensinar cada família a sustentabilidade dos assentamentos humanos e calcular sua influência negativa sobre o meio ambiente atividades econômicas de qualquer natureza estarão (suas emissões) e orientá-las a proceder de forma a asseguradas. neutralizá-las; garantindo a sustentabilidade da família e contribuindo enormemente para a conservação do meio ambiente em que vivem. Mas, como se faz par calcular essas emissões? Na verdade é uma conta bem

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simples; basta calcular a energia elétrica consumida pela família; o número de carros e outros veículos que ela utilize e a forma como o faz e os resíduos que ela produza. A partir daí; cada família poderá dar a sua contribuição para promover práticas e procedimentos que garantam a devolução à natureza de tudo o que usaram e, com essa ação, gerar novas oportunidades de redáedebemestarsocialparasuaprópriacomunidade. O mais importante de tudo é educar e fazer com que o cidadão comum entenda que tudo o que ele faz ou fará; gerará um impacto no meio ambiente que o cerca. E que só com práticas e ações que visem a sustentabilidade dessas práticas; estará garantindo uma vida melhor e mais satisfatória, para ela mesma, e para as gerações futuras.

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Ser ou não ser sustentável,

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sociedade moderna está cada vez mais atenta à forma como as empresas realizam seus negócios. Quem estuda as tendências do mercado sabe que os consumidores aumentaram seus níveis de exigência no tocante à ética e transparência das empresas no relacionamento com seus stakeholders em questões de sustentabilidadeegovernança. Não obstante o movimento nessa direção, muitos executivos permanecem apegados a uma visão de negócios que se limita à obtenção do lucro direto. Para eles, a necessidade de tornar o negócio sustentável é algo desvinculado de objetivos comerciais. O cuidado comomeioambiente,porexemplo,éencaradocomoumelementogeradordecustos- e, como tal, constitui um empecilho à competitividade. Na opinião desses gestores, as “políticas verdes”da empresa podem entrar, quando muito, no âmbito do marketing ou dasaçõessociais. Um artigo publicado recentemente pela revista daUniversidadedeHarvardtrazasconclusõesdo professor C.K. Prahalad e dos consultores M.R. Rangaswami, e Ram Nidumolu. Eles estudaram 30 empresas de grande porte e constataram que a busca por soluções ambientalmente corretas estimula a inovação. Descobriram também que a produção verde minimiza custos: os investimentos necessários à implantação de métodos de produção mais limpa e de mecanismos voltados a economizar insumos são compensados pela consequente redução de gastos. C.K. Prahalad, um dos maiores estrategistas As inovações organizacionais e tecnológicas do mundo dos negócios inerentes a uma empresa sustentável são, portanto, fontes de lucro e de receita. Ao repensar produtos, tecnologias, processos e modelosdenegócio,ogestoradquirevantagemcompetitiva. Prahalad, Rangaswami e Nidumolu apontaram os cinco passos que devem nortear as açõesdasempresas.Sãoeles:

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¿ ajustar-se à legislação vigente e adequar-se às normas e aos códigos de adesão facultativa, criados por entidades não governamentais e associações, vendotaisnormascomoumaorientaçãoenãocomoumfatorimpeditivo; ¿ fazercomqueacadeiadevaloresdaempresasejasustentável; ¿ criarprodutoseserviçossustentáveis; ¿ desenvolvermodelosdenegóciosbaseadosnasustentabilidade; ¿ e ter ações proativas, antecipando-se às tendências e ajudando a construirofuturo. “Práticasinovadorasmudamosparadigmasexistentes”,afirmamosautores. A visão dos articulistas se alinha à teoria do triple bottom line, desenvolvida pelo economista inglês John Elkington. De acordo com essa abordagem, a viabilidade econômica, a consciência ambiental e a responsabilidade social compõem o tripé conceitual que serve de base a todas as práticas de desenvolvimentosustentável. A caminhada rumo a um modelo produtivo que valorize o ser humano e o meio ambiente, sem abrir mão do lucro e da geração de riquezas, é irreversível. E o dilema hamletiano proposto no título deste artigo – ser ou não ser sustentável – deve ser substituído por outro tipo de atitude: a convicção de que devemos, sim, ser sustentáveis, pois somente as empresas que se alinharem aos novos paradigmas serãoefetivamentebem-sucedidas.

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Práticas inovadoras mudam os paradigmas existentes 62| REVISTA AMAZÔNIA

(*) Diretora corporativa da BDO, quinta maior empresa do mundo em auditoria, tax e advisory services

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La Niña vence El Niño

América do Sul está em estado de alerta

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a América do Sul o fenômeno meteorológico La Niña pode arrefecer o Pacífico e provocar secas, depois da chuva trazida pelo El Niño nosmesesanteriores Parece uma discussão de namorados. Ele diz sim, ela diz não.Traduzindo, enquanto o El Niño aquece as águas do Pacífico, a La Niña arrefece. Nesta guerra dos sexos, a La Niña parece que vai vencer a batalha dos próximos tempos. Meteorologistas dizem que o El Niño está terminado e que La Niña vai agora surgir em força, afetando as plantações de café no Brasil, de trigo na Argentina e de cananoPeru. «Eu e muitos cientistas esperamos que o atual El Niño deixe o cenário em breve», disse Bill Patzert, oceanógrafo do Laboratório de Propulsão a Jacto da Nasa, na Califórnia, acrescentando que «o que vem em seguida não está claro, e um regresso à irmã gêmea do El Niño,LaNiña,certamenteéumapossibilidade». O La Niña arrefece as águas do oceano e consequentemente diminui a possibilidade de precipitação, o que provoca secas. Peru, Equador, Chile, Argentina e a parte sul do Brasil registam climas mais secos em anos de La Niña, que é apelidada na região de «divadaseca». Por país, vejamos o caso da Argentina. A previsão da colheita de soja é de um recorde de 54,8 milhões de toneladas, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires.Agora,aLaNiñapodeserumaameaça. Também a cultura do trigo pode estar em risco. O cereal, plantadoemMaioeJunho,podesofrerosefeitosdaseca caso o La Niña atinja o país, um dos cinco maiores produtoresdomundo. Já o Brasil, o maior produtor mundial de café, açúcar e sumo de laranja, e segundo maior de soja, pode tambémestaremmauslençóis. «O fenômeno La Niña traz riscos que podem influenciar os preços do café e de outros produtos», disse Álvaro

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A figura acima apresenta a previsão mensal da anomalia na temperatura (°C) da superfície do mar sobre os (Fonte: NWS/NCEP/NOAA)

Últimas Previsões do NOAA para El Nino e La Nina El Niño diminuíram para um nível fraco na região do Pacífico equatorial, e espera-se a dissipar-se durante o início de maio. Para a temporada de abril a junho em curso, há uma probabilidade de aproximadamente 38% da manutenção das condições do El Niño. Probabilidades de El Niño diminuição de 20% para a temporada de junho a agosto e de 10% durante o último trimestre de 2010, quando as probabilidades de condições de La Niña aumento de 35% no final de 2010, que é ligeiramente superior a 25% de probabilidade climatológica.

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Camargo, da Link Investimentos, de São Paulo, já que as geadas provocadas pelo fenômeno podem danificar oscafezais. Resta então aguardar a evolução do La Niña nos próximos dois meses para poder avaliar as consequências, masaverdadeéqueaAméricadoSulestáemestadodealerta.

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osias Matos de Araujo e Hélio Morito Shinoda 100

Programa Luz Para Todos Um programa de inclusão social

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Produtores de Açaí Igarapé-Miri - Pará

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Fotos Arquivo Programa Luz para Todos

m 2000, o Censo do IBGE revelou que havia, no Brasil, 10 milhões de pessoas, moradoras do meio rural, que viviam em casas sem energia elétrica e sem perspectiva de modificar esta

situação. O programa de eletrificação rural existente à época impedia que o acesso à eletricidade chegasse às localidades mais carentes, pois exigia contrapartida financeira dos beneficiados e a grande maioria não tinha condições de arcar com parte do custo da obra. Esta foi a maior razão que deixou os lares mais pobres excluídos dobenefício. Pela legislação daquela época, a universalização do acesso à energia elétrica estava prevista para ser alcançada em 2015, porém somente para os domicílios que já estivessem cadastrados nas concessionárias distribuidorasdeenergiaelétrica. Para mudar esta realidade, o Governo Federal lançou, em 11 de novembro de 2003, o Programa Luz ParaTodos - LpT com o objetivo de acabar com a exclusão elétrica do meio rural brasileiro, levando o acesso à energia elétrica para 2 milhões de famílias, até o final do ano 2008. Porém, durante a execução do Programa, um número significativo de novas famílias sem energia elétrica surgiu, de aproximadamente 50% acima da meta inicial, motivando a prorrogação do Luz paraTodos para 2010, para possibilitar a realização desses novos atendimentos. O LpT foi concebido para que a energia elétrica seja

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utilizada como vetor de desenvolvimento econômico e social e não apenas como mais um programa de eletrificação rural. No momento, é o maior programa estruturante de inclusão social em execução no Brasil, sendo que a principal diferença para os programas que o antecederam é que a instalação elétrica chega até a moradia de forma gratuita, favorecendo famílias que, pelaregraanterior,jamaisseriamatendidas. A renda de 90% das famílias que viviam no campo era inferior a três salários mínimos. Motivo suficiente para o Governo Federal definir que o acesso à energia elétrica não teria custo para essa população, inclusive com a instalação gratuita de três lâmpadas e duas tomadas dentrododomicílio,ficandoparaosmoradoressomente o pagamento da “conta de luz”, como qualquer outro cidadãobrasileiro. Para garantir esta democratização do acesso ao uso da energia elétrica o Programa conta com um Comitê Gestor em cada estado brasileiro, que prioriza os atendimentos, levando em consideração não apenas a proximidade da rede, mas também segmentos da sociedade como aldeias indígenas e quilombolas, assentados da reforma agrária, escolas e postos de saúde, bem como localidades em municípios com baixo IDH, que coincidentemente têm baixo índice de acesso à energiaelétrica. O Ministério de Minas e Energia estimula o desenvolvimento sustentado local e trabalha para constituir redes de parceiros, envolvendo outros Ministérioscomseusrespectivosprogramasdegoverno, Governos de Estados, Prefeituras Municipais etc. Essa

parceria possibilita o auxílio necessário para alavancar a geração de emprego e renda local, por meio de um conjunto de ações integradas. Nesse sentido, o MME firmou protocolos de intenção com vários outros Ministérios para que, além da energia elétrica, sejam agregados outros programas sociais e outras melhorias. Como exemplo, podemos citar a participação do LpT como uma das principais ações do Programa Territórios da Cidadania, que visa levar o desenvolvimento às regiões mais carentes em conjunto com outros órgãos governamentais. Um importante fato para o Brasil, decorrente do ProgramaLuzparaTodos, é a volta do homem ao campo, sem contar aqueles que provavelmente iriam à procura dos grandes centros urbanos, seduzidos pela possibilidade de uso das maravilhas tecnológicas proporcionadas pela energia elétrica. Em pesquisa contratada pelo MME em 2009, foi verificado que 4,8% Agrovila Tupé Manaus – Amazonas

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Agricultor em Santa Maria de Jetibá Espírito Santo

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dos entrevistados retornaram ao campo, representando 96 mil famílias, no universo de 2 milhões de famílias atendidas. Ou seja, são cerca de 480 mil pessoas que retornaramaosseusrincões. A nova perspectiva de vida, com o conforto oferecido pelo uso da eletricidade, no seu próprio “habitat”, com possibilidade de fazer aquilo que o homem do campo mais sabe e gosta, que é cuidar do seu “pedacinho de terra”, faz com que possamos sonhar com um país diferente, com as grandes metrópoles diminuindo seus bolsões de pobreza e os pequenos produtores rurais trabalhando e gerando renda para uma vida digna, comotodosmerecem. Nos quatro cantos deste País diversas iniciativas estão surgindo, em que os beneficiados começaram ou incrementaram pequenos negócios. São inúmeras histórias de agricultores que passaram da produção de subsistência para a comercialização de excedentes, simplesmente com a irrigação proporcionada pela chegada da energia elétrica, ou ainda, moradores que se organizaram em associações, instalaram tanque de resfriamento de leite para armazenamento do produto, reduzindo perdas, melhorando a produtividade e aumentandoarendadetodos. A movimentação da economia em toda a cadeia produtiva é outro grande destaque dos valores agregados graças à implantação do Programa Luz para Todos. Além de alimentar toda a cadeia própria do setor elétrico para a execução de obras, compreendendo a construção de redes, fabricação de postes, cabos, transformadores e ferragens, participa intensamente no aquecimento da venda de eletrodomésticos em geral e, em menor escala, de equipamentos utilizados em ações produtivas.

Posto de Saúde Aldeia Indígena Kaingang - Rio Grande do Sul

Artesãs - Jeremoabo – Bahia

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Transporte de eletrodomesticos - Rio Negro

Um desafio que o Programa enfrenta é o atendimento às comunidades isoladas, em especial, da Amazônia. Lá, muitas localidades não receberiam energia elétrica pela forma convencional que conhecemos, por extensão de rede, em virtude das condições geográficas e ambientais. Sabedor das dificuldades que a região apresenta, para que não fique ninguém sem atendimento, o MME criou os “projetos especiais”, com usodefontesalternativasdeenergiaelétrica. A eletricidade aposentou os velhos candeeiros a querosene, que pouco iluminavam, mas exalavam uma grande quantidade de fuligem tóxica. A população se beneficiou, ainda, com a eletrificação dos postos de saúde, possibilitando o armazenamento de vacinas e atendimentos mais adequados. Na educação, com o acesso à internet, o ensino pode ser intensificado, por caminhos diferentes do convencional, fazendo com que, além do ensino local, haja também ensino à distância, colaborando com a erradicação do analfabetismo, além de dar oportunidade de conexão com o Brasil e com o mundo para obter qualquer informação e auxiliar na integraçãodaspessoas,mesmoquedistantes. O sucesso do Programa é incontestável. Hoje, são mais de 11,7 milhões de pessoas em todo o País que se

Moradores Rurais - Cerro Corá Rio Grande do Norte

orgulhamemterseuslaresiluminados. Mas, o Luz para Todos é muito mais que a possibilidade de acender uma lâmpada. Ao longo dos seus seis anos de execução, o Programa consolidou-se como exemplo Resfriador de leite Ponta Porã - Mato Grosso do Sul

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bem sucedido de política pública, que promove o resgatedadignidadeeaconquistadacidadania.

O Luz para Todos em números: Ligações realizadas: 2.341.239 famílias atendidas, beneficiando 11,7 milhões de pessoas do meio rural, até abrilde2010. Contratos assinados pelo Governo Federal: R$ 12,8 bilhões, dos quais R$ 8,7 bilhões foram liberados para as concessionárias de energia elétrica e cooperativas de eletrificaçãoderural. Geração de emprego e uso de materiais: estima-se que as obras do LpT criaram 351 mil novos postos de trabalho, diretos e indiretos, além de utilizar 5,8 milhões de postes, 863 mil transformadores e 1,1 milhão de km decaboselétricos. (*) Josias Matos de Araujo é secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia. Hélio Morito Shinoda dirigiu o Programa Luz para Todos até maio de 2010. O texto recebeu contribuições de Lucia Mitico Seo e de Gualter de Carvalho Mendes

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O Meio Ambiente e seus avanços no governo Lula

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o dia 5 de junho, data em que se comemora o Dia Internacional do Meio Ambiente,nós,parlamentares da bancada do PT na Câmara, fizemos um balanço positivo das políticas ambientais implementadas no Brasil nos últimos anos. O governo Lula conseguiu colocar na pauta nacional um conjunto de preocupações ambientais que envolvem as esferas administrativas federal, estadual e municipal. A redução do desmatamento na Amazônia Legal foi apontada como umdosavançosdogoverno.Noperíododeagosto/2008 a julho/2009, a redução do desmatamento na Amazônia foi de 42% em relação ao mesmo período em 2007-2008. Destaco o protagonismo internacional do Brasil na defesa da sustentabilidade ambiental. O Brasil teve um papel de destaque na conferência sobre mudanças

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Destaco o protagonismo internacional do Brasil na defesa da sustentabilidade ambiental

climáticas (COP 15) que ocorreu em Copenhague no final do ano passado. O presidente Lula surpreendeu o mundo ao anunciar metas voluntárias de redução de emissão de poluentes na COP 15. Além disso, o país tem sido referência internacional ao trazer para o núcleo das políticas públicas diretrizes de sustentabilidade ambiental. Todas essas ações, resultaram em uma reduçãosignificativanodesmatamentodaAmazônia. Cito ainda avanços na legislação brasileira, como a

regularização fundiária e a lei sobre a Mata Atlântica, aprovada no primeiro governo petista. "O desafio é continuar essas políticas sem parar o crescimento econômico. Merecem destaque as mudanças introduzidas na matriz energética brasileira.Somos um país sintonizado com as preocupações ambientais do mundo. Isso pode ser percebido na forma como produzimos nossos combustíveis e, principalmente, na matriz energética brasileira, que prioriza fontes renováveisenãopoluentes. Temos hoje ações concretas do governo Federal, com aplicação de recursos em projetos de reflorestamento, obras em saneamento, coleta seletiva de lixo, entre outros. Ele citou ainda outra conquista que foi a conscientização da população sobre a importância do meio ambiente. Se considerarmos o pouco tempo em que as questões ambientais foram trazidas para o centro das políticas públicas do governo, podemos dizer que houve um grande avanço na concepção da população sobre a importância da preservação ambiental. Apesar dos avanços, o parlamentar lembra que o país ainda possui um grande passivo ambiental, resultado da negligênciadegovernosanteriores. Sobre os entraves na tramitação das propostas de mudanças no Código Florestal brasileiro, em tramitação na Câmara, acredito que apesar da importância da matéria, este talvez não seja o melhor momento para se fazer este debate. Este não é um debate para ser feito às pressas. Estamos em um ano eleitoral e não podemos deixar que as divergências eleitorais contaminem uma discussão que vai decidir o futuro ambiental do nosso país e das próximas gerações. Entretanto, é muito importante que o Brasil tenha uma legislação moderna e preocupada com as formas de desenvolvimento que sãoadotadasaqui. (*) Coordenador da bancada da região Amazônica e coordenador da bancada do Pará no Congresso

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Energia e desenvolvimento

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As perspectivas de desenvolvimento no Pará

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Fotos Cláudio Santos/Ag Pa

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Brasil está preparado para gerar a energia elétrica necessária para crescer 5% ao ano, pelos próximos dez anos? Esta pergunta motivou os debates do seminário "Energia e desenvolvimento", no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), em cooperação com a Secretaria de Estado deDesenvolvimento,CiênciaeTecnologia(Sedect). Na abertura do seminário, o presidente do Idesp, José Raimundo Trindade, destacou que é impossível pensar em desenvolvimento sem energia, e que o Pará, com extraordinário potencial de geração, tem também demandas extraordinárias, daí a oportunidade do seminário. O vice-governador do Pará, Odair Correa, ressaltou a urgência desse debate, "pois é hora de somar a inteligência amazônica às ações, para melhorar a qualidade de vida de nosso povo, extremamente necessitado". OdairCorreatambémdestacouuminovadortrabalhode pesquisa e desenvolvimento de pequenas turbinas realizado por três cientistas de Santarém, "cuja eficácia já foi demonstrada, mas que não despertou maiores interesses no Brasil, a despeito de ter ganho um prêmio internacional em Dubai, em 2008". "Há um país africano interessado no projeto, o que serve de exemplo da necessidade do debate de hoje e também de outras questões e potencialidades envolvendo a geração de energiaelétrica". O secretário estadual de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect), Maurílio Monteiro, foi um dos palestrantes abordando o tema "Energia e desenvolvimento: dilemas decorrentes da José Conrado, presidente da Federação das Indústrias – Fiepa

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industrialização tardia em uma região nacionalmente periférica". O secretário explicou que as ações do governo do Estado no sentido de impulsionar desenvolvimento se dão a partir de três centros regionais, que produzem sinergias entre si e as demais cidades do entorno: Marabá, SantarémeRegiãoMetropolitanadeBelém. Maurílio Monteiro destacou algumas obras como parte do impulso ao desenvolvimento, à integração e à sinergiaentreoscentros:aseclusasdeTucuruí,ahidrovia do Tocantins, melhorias no porto de Vila do Conde, a construção de um porto público em Marabá, o asfaltamento de rodovias importantes, a construção de parques de ciência e tecnologia (em Belém, Marabá e Santarém), a construção e revitalização de distritos industriais, de terminais hidroviários em mais de vinte municípios, de um terminal de contêineres em Belém, de aeroportos em Marabá e Santarém, a luta por novas universidades, e obras de infraestrutura já incluídas ou em estudo para inclusão no PAC 2, como a construção de umaferrovialigandoMarabáaBarcarena. "O porto público em Marabá, por exemplo, fará com que toda a infraestrutura que se constrói sirva tanto a grandes empresas, como a pequenos produtores, beneficiando igualmente as cidades do entorno e também as que ficam entra Marabá e o porto de Vilado-Conde",destacouotitulardaSedect.

Investimentos Maurílio Monteiro afirmou que o governo paraense trabalha com a projeção de que serão investidos no Estado, entre 2011 e 2014, R$ 109 bilhões. A grande maioria destes recursos será destinada à geração de energia(R$37bilhões)eàmineração(R$41bilhões). "Os investimentos, de certa forma, estão concentrados, e assim evidenciam os dilemas de que trata a minha apresentação: a indústria do Sudeste, muito mais evoluída, é competitiva para absorver a energia gerada em Belo Monte, por exemplo, bem como beneficiar parte do minério aqui produzido. Ou seja: se transformamos numa equação nossas potencialidades e dificuldades, veremos que o grande dilema (de sermos periféricos, com uma industrialização tardia) é que não temos, ainda, as condições de concretizar nossas próprias potencialidades: a 'boca do jacaré' não fecha no Pará, mas no Sudeste, onde a energia vira produtos industrializados",disseMaurílio. O titular da Sedect afirmou ainda que o Pará não tem controle sobre a moeda, não controla os juros, não tem influênciadecisivanodirecionamentodeinvestimentos: "Portanto, não é apenas uma questão de economia, mas de política industrial: e é isso que fazemos no Pará: criamos uma ambiência para os negócios, tanto que a

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José Raimundo Trindade, presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), durante abertura do Seminário de Energia e Desenvolvimento

Vale construirá a Alpa em Marabá e o grupo Aço Cearense construirá o projeto Aline, para usar o aço laminado da Alpa na produção de aço galvanizado. Em Marabá, fechamos a 'boca do jacaré' entre energia e mineração:mascomenergiaproduzidaacoque." Maurílio Monteiro disse que desenvolver o Pará, compensar a industrialização tardia, precisa ser um projeto de nação. "Quanto à pergunta se é possível gerar a energia para crescer 5% nos próximos anos, minha respostaésim:temosapotencialidadeeacapacidade." O palestrante José Maria Mendonça, da Federação das Indústrias do Pará, acha que não é possível gerar essa energia, "porque isso requer uma infraestrutura gigantesca, que não somos capazes de implementar no curtoprazo".

Eficiência energética José Maria diz que Belo Monte, por exemplo, terá a capacidade de geração reduzida, como forma de dirimir os danos ambientais. "Não estou dizendo que sim, ou que não, mas é preciso que avaliemos a seguinte questão: a única forma de armazenar energia é guardando água. Como se reduziu drasticamente o tamanho do reservatório de Belo Monte, é preciso avaliar as consequências. Uma das formas de corrermos atrás do prejuízo da industrialização tardia, como tratou o Maurílio, é por meio da ciência, com pesquisa para compensarcertasdisparidadeseações." Gesmar Rosa dos Santos, pesquisador do Instituto de 100

Maurílio Monteiro, secretário de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, disse que serão investidos no Estado, entre 2011 e 2014, R$ 109 bilhões

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Josias Matos Araújo, secretário de energia elétrica do Ministério das Minas e Energia

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Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), falou que há muitas variáveis para que se possa responder à pergunta sobre a capacidade de gerar energia para crescer 5% ao ano: "Depende, por exemplo, do tipo de atividade que será desenvolvida, como forma de promover o crescimento". O pesquisador destacou que uma questão central será a capacidade de gestão, ou a "coordenação" do processo: "Como serão direcionadas as políticas públicas, como será administrada, por exemplo, a energia que pode advirdopré-saledeoutrasfontes". Uma questão fundamental, para Gesmar Rosa, é a eficiência energética: "Pesquisas indicam que, em quase todas as atividades de geração de riqueza (exceto na fundição), é mais barato investir na eficiência (produzir mais com menos energia) do que na geração de energia propriamente dita. E aí entram políticas públicas: incentivos, por exemplo, para que se desenvolvam ou adquiram equipamentos para promover a eficiência, em vezdeinvestirapenasnageração." O professor da Universidade Federal JoãoTavares Pinho, também diretor do Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas, afirmou que "não estamos preparados para gerar a energia elétricanecessáriaparacrescer5%aoano,mastemosas potencialidades." Para tanto, destacou o professor, é necessário investir não apenas em hidrelétricas, "para as quais temos um potencial extraordinário, que deve e precisa ser usado", mas também em energias alternativas, como eólica e fotovoltaica. Especialistas apontam para aumento da demanda energética na Amazônia Até 2017, o Brasil terá que expandir 34,8% da sua capacidade elétrica para fazer frente ao crescimento da economia e uma demanda de mais de 204 milhões de habitantes por energia. O que nas contas do Ministério das Minas e Energia vai implicar num acréscimo de cerca de 4 a 5 mil megawatts de capacidade nova instalada por ano. Para superar este gargalo, mais 28 projetos de usinas hidrelétricas estão sendo tocados em todo país. Onze deles na Região Amazônica. A explicação vem do superintendente de Planejamento da Expansão da Eletrobrás, Paulo Cesar Domingues. Na ocasião, o especialista foi enfático ao defender que este processo de expansão coloca a Amazônia em posição estratégica em relação ao restante do país. Não apenas por seu potencial energético – que representa sozinho 40% da capacidade a ser explorada no país –, mas também pelo

aumento da sua demanda, que segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia deve crescer entre 2008 e 2017 quase o dobro da média anual das outras regiões. Segundo estas projeções, o consumo de energia na Amazônia deve sair dos atuais 3.662 MW para 7.636 MW em 2017. "O consumo de energia elétrica crescerá em todas as regiões do país, sendo que, na região amazônica, esta perspectiva tenderá a crescer mais diante da demanda reprimida",afirmou. O Brasil possui hoje um potencial energético de 260 GW. Mas apenas 30% foi explorado. Sendo que metade desta energia é proveniente de Itaipu. Para reverter este quadro, estão sendo analisados 28 projetos que dariam vazão a mais 30.093 MW. Sendo que 25.484 MW sairiam das hidrelétricas a serem instaladas no Pará, com maior concentração nos rios Itacaiúnas, Tapajós, Jamanxim, TrombetaseParudoOeste. Além do leilão de Belo Monte, com capacidade de 11.233 MW, estão previstos para 2010 a conclusão dos estudos do complexo hidrelétrico dos rios Tapajós e Jamaxim - com potência de 6.130 MW e 881 MW, respectivamente –, e a conclusão do EIA e do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) da usina hidrelétrica de Marabá(norioTocantins)–compotênciade600MW. Nos próximos dois anos, a Eletrobrás também deve investir no Pará algo em torno de R$ 136 milhões em empreendimentos de transmissão em implantação ou a serem executados. E outras 16 obras até 2018. O que na avaliação de Domingues vai fortalecer o Sistema Interligado de Energia e, com isso, a segurança energética do país. "É preciso garantir este crescimento para evitar que ocorra um apagão como o de 2001". Ele justificou que este tipo de sistema – que já é responsável pelo suprimento de 96,6% do território nacional – garante ao país a otimização de investimentos, redução de custos, ganhos sistêmicos e maissegurançaenergética. "Com o sistema interligado, podemos direcionar as sobras de uma região produtora para outra. Existe complementariedade hidrológica entre as regiões, nos momentos de alta da região sul, por exemplo, não coincide com as do norte e nordeste. Se não tivéssemos esta estrutura, teríamos que construir novas termelétricas em cada região e aí os impactos seriam muito maiores", afirmou o especialista, citando como exemplo o caso deTucuruí, que já não atende sozinha – em especial nos meses de outubro a dezembro– as

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demandasdeenergiadoPará. O discurso foi sustentado também pelo secretário de energiaelétricadoMinistériodasMinaseEnergia,Josias Matos Araújo, que ponderou que os custos de manutenção deste Sistema Interligado também são rateados pelas regiões. Ele explica que, apesar do sistema hidrelétrico ser privilegiado no país – por ser uma energia limpa renovável, mais barata e competitiva –, ela não é a única fonte de investimentos do MME. "A nossa intenção é buscar todas as fontes de energia. Temoslocalidadesemquenãoseépossívelexpandirtão somente com as usinas e o Governo está apostando suas fichas em outras fontes alternativas. O Brasil está crescendo e precisamos buscar mais eficiência", afirmou Josias, citando os investimentos de usinas eólicas no Rio Grande do Norte, Gás Natural no Pará e biomassas em GoiáseMatoGrosso.

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Para o vice-governador do Pará: é hora de somar a inteligência amazônica às ações, para melhorar a qualidade de vida de nosso povo, extremamente necessitado

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Na abertura do Seminário de Energia e Desenvolvimento, no Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, Hangar

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Governo reabre Serra Pelada, garimpeiros comemoram

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Serra Pelada se associa ao projeto Serra Leste, de ferro, e Cristalino, de cobre

Serra Pelada está situada na região de Carajás, prolífica em minerais, próxima às cidades de Curionópolis e Parauapebas, no Estado do Pará

Fotos David Alves/Ag Pa, Klauter Machado

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erca de 25 mil garimpeiros festejaram a concretização de um antigo sonho: a autorização para a lavra mecanizada do garimpo de Serra Pelada, distante 35 Km da área urbana do município de Curionópolis, no sudeste do Pará. A autorização foi assinada pelo ministro das Minas e Energia Elétrica, Márcio Zimmermann,, no centrodacidadedeCurinópolis. Presente ao evento, a governadora Ana Júlia Carepa, muito prestigiada e emocionada falou da luta histórica do movimento dos garimpeiros, que ela, mesmo ainda no mandato de senadora da República, tomou como prioridade por entender que a riqueza mineral ainda existente na região deveria ser devolvida a quem de fato temdireito. A solenidade de entrega oficial da concessão de lavra do garimpo de Serra Pelada reuniu cerca de 25 mil garimpeiros dos Estados do Pará, Maranhão, Piauí,

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Ainda na audiência pública sobre os povos tradicionais

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Durante a solenidade de entrega da concessão de lavra a garimpeiros de Serra Pelada, no município de Curionópolis. A governadora Ana Júlia Carepa, secretários de Estado e autoridades da região participaram da cerimônia

Tocantins e Ceará,conforme cálculos da Cooperativa de Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), que garantiu suporte para a festa que mudou a rotina da cidade desde as primeiras horas da manhã. Caravanas não paravam de chegar. A cidade precisou montar esquemas especiais de segurança, saúde, distribuição de alimentos,alojamentosebanheirosquímicos. A concessão da lavra foi a última etapa de uma negociação que envolveu diversos órgãos das esferas federal,estadualemunicipal. O secretário de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro, que colaborou diretamente nas negociações, disse que houve um esforço grandioso do Governo do Estado para que o Ministério das Minas concedesse a lavra. Antes disso, o

A governadora Ana Júlia Carepa e o ministro Márcio Zimmermann, de Minas e Energias participam da entrega da concessão para lavra do garimpo de Serra Pelada

Situação em Serra Pelada

governo, já tinha concedido as licenças ambiental, após apresentação de relatório do EIA/Rima, e de instalação do projeto. "Isso é o resultado de um governo que se preocupa com as pessoas", disse. "Agora, o município de Curionópolis terá que se organizar para manter uma boa prestação de serviços, infraestrutura e saúde. Os royalties desses projetos vão

ajudar no desenvolvimento dessa região", disse o secretário. A lavra no garimpo será operacionalizada pela empresa Serra Pelada de Desenvolvimento Mineral, com 25% pertencente à Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) e 75% da empresa Kolossus, de capital canadense. De acordo com os recursos mineralógicos Serra Pelada ainda tem 33 toneladas de ouro, 6,7 toneladas de platina e 10,6 toneladas de paládio. Os 25% dos lucros obtidos pela exploração dessa riqueza serão destinados aos garimpeiros sem nenhum tipo de cobranças adicionais de impostos e REVISTA AMAZÔNIA |73

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Mineralização do Ouro-Platina-Paládio Serra Pelada está hospedada em um depósito Arqueano de metassedimentos do Grupo Rio Novo, apresentando discrepância de outras áreas em virtude dos cinturões de rochas verdes e rochas gnáissicas, intrusões máficas e ultramáficas e plutões granitóides . Alto grau de mineralização de ouro-platinapaládio está presente principalmente em finas camadas de rochas carbonáceas, podendo também ocorrer em brechas calcárias ricas em óxido de ferro e zonas silícicas (Grainger et al, 2002). O depósito é oxidado a profundidades de cerca de 300m. Consequentemente, sulfetos são escassos e ouro e EGP (elementos do grupo platina) ocorrem, principalmente, como metais e ligas metálicas (Cabral et al, 2002). Da Zona Central mineralizada da Serra Pelada foram explorados cerca de 350m de extensão a profundidades de cerca de 110m. As perfurações da Cia. Vale do Rio Doce nesta área encontraram algumas intersecções notáveis. Por exemplo, a perfuração FD-0032, 43m. (de 40m) estimada em 4709g/t de ouro, 204g/t de platina e 1174g/t de paládio (Cabral et al, 2002). As perfurações da Vale confirmaram que a mineralização ouro-platina-paládio se estende sob a perfuração por mais de 450m de comprimento a oeste da fronteira de 850.425/90. Nestas áreas, a mineralização tem sido encontrada em profundidades de 150-350m, e constitui o principal alvo da ColossusCOOMIGASP joint venture. A Vale (2006) e a Colossus entendem a Zona mineralizada Central como ocupando a zona de uma dobradiça reclinada sinclinal que se estende suavemente a sudoeste. Adicionalmente, mineralização de metais nobres ocorre a leste e a oeste da zona central.

serão distribuídos pela Coomigasp aos 45.570 registradosnaentidade. Segundo o secretário Maurílio Monteiro, a ideia do governo é promover o funcionamento da lavra mecanizada no garimpo o mais rápido possível para que os garimpeiros aproveitem a boa cotação do ouro. "É a realização de um sonho", destacou o secretário, que ainda enumerou outros grandes projetos na região de Curionópolis: Serra Leste, de minério de ferro, e da mina do Cristalino, de exploração de cobre. "Agora, o município de Curionópolis terá que se organizar para manter uma boa prestação de serviços, infraestrutura e saúde. Os royalties desses projetos vão ajudar no desenvolvimentodessaregião",disseosecretário.

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Belo Monte O ministro Márcio Zimmermann, também falou sobre a política energética e da competência da governadora na defesa da construção da usina de Belo Monte, prevista para construção no rio Xingu, no município de Altamira. O presidente da Coomigasp, Gessé Simão, um dos mais emocionadas, agradeceu de joelhos o novo momento vividopelacategorianoPará. "Nossa governadora, a senhora é merecedora de todos os elogios. Graças ao seu apoio conseguimos reverter uma história que parecia perdida, mas graças ao nosso Deus estamos vivendo este dia histórico e memorável", discursou. Ari Sussman, diretor-presidente do Conselho de Administração da empresa Kolossus e de Tony Duarte, presidente da Associação Nacional de Garimpeiros de SerraPeladaestavamempolgados.

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Sonho realizado Para os garimpeiros, a reabertura do garimpo de Serra Pelada é a realização de um sonho. Muitos viajaram um diaeumanoiteparaestaremCurionópolis. Para o prefeito de Curionópolis, Wanderson Chamon (PMDB), o apoio da governadora Ana Júlia Carepa foi fundamental para o município estar vivendo uma nova realidade. "Agora temos três grandes projetos de mineração autorizados pela nossa governadora. Isso nos dá a chance de crescermos economicamente e garantindo mais qualidade de vida para os moradores deCurionópolis".

Márcio Zimmermann, ministro de Minas e Energia, ao lado do senador Edison Lobão, também falou sobre construção da usina de Belo Monte

Repercussão A entrega da concessão para lavra do garimpo de Serra Pelada atraiu centenas de autoridades políticas da região sudeste do Pará, do estado do Maranhão e da capitalfederal. O senador Edson Lobão (PMDB), ex-ministro da Minas e Energia Elétrica, elogiou a conduta da governadora Ana Júlia no processo de reabertura do garimpo, ressaltando ainda que, ao deixar a pasta do Ministério recomendou ao seu sucessor Márcio Zimmermann,, um cuidado especialcomoassunto. Já o ministro disse que o momento foi um ato histórico, considerando que o assunto já se arrastava há mais de 74| REVISTA AMAZÔNIA

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vinte anos, desde o fechamento de Serra Pelada na décadade80.Oministrotambémdestacouaatuaçãoda governadora Ana Júlia Carepa, que não abriu mão de lutarpelosdireitosdostrabalhadores. Zimmermann, também falou que o Pará é a maior província mineral do país e que o governo do Estado tem mantido uma política de desenvolvimento acordada comopotencialevoltadoparaoatendimentosocial.

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Deputado Marcelo Serafim: a hora é de agir, agir e agir...

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Presidente da Comissão da Amazônia na Câmara dos Deputados diz, no Dia Mundial do Meio Ambiente, que é preciso deixar a discussão de lado e começar ações efetivas de implantação dos modelos de geração de energia limpa e de desenvolvimento sustentável para que sejam colocadas prática nas comunidades, cidades e estados. “O velho princípio 'a união faz a força' faz sentido e, se colocado em prática, garantirá vida plena e abundante por muitos e muitos séculos”.

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o dia Mundial do Meio Ambiente o Planeta Terra se volta para a questão do aquecimento global. Os brasileiros têm dado especial atenção à data. Somos os que mais nos preocupamoscomessasquestõesclimáticas. Hoje, os governos dos estados, municípios, as escolas, empresas e as comunidades têm se irmanado organizando palestras, seminários, oficinas e outros tipos de comemorações que vão além deste dia mundial domeioambiente. Todos os governos fazem uma agenda especial para comemorar a Semana do Meio Ambiente. E é muito importante que as cidades todas

“O velho princípio 'a união faz a força' faz sentido e, se colocado em prática, garantirá vida plena e abundante por muitos e muitos séculos”.

participem desse momento de reflexão. São justamente as cidades que utilizam quantidades enormes de recursos naturais como água, comida, madeira, metal e insumos dos mais diversos. E também são as cidades que exportam grandes quantidades de dejetos, incluindo domésticos e industriais, e gases ligados ao aquecimentoglobal. Os impactos dos centros urbanos ultrapassam suas fronteiras físicas, afetando países, regiões e o planeta como um todo. A importância das cidades e a participação dos cidadãos urbanos são fundamentais nestacruzada. Parafraseando o ambientalista Klaus Toepfer, acredito que a batalha pelo desenvolvimento sustentável para tornar o mundo ambientalmente mais estável, justo e saudável será largamente vencida ou perdida em nossas cidades. Nossos municípios serão cruciais nessas questões. Num mundo globalizado, tudo se volta para o local. Não adianta achar que é diferente. O mundo passa, com todas as suas nuances pelo local. Assim tem sido nesta era moderna, pós-moderna. Nestes tempos tecnológicos. Por isso, nas comunidades as pequenas ações darão o resultado de um todo. Se cada cidade,

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aldeia, comunidade gerir seus próprios meios de desenvolvimento sustentável logo teremos um modelo unificado e, sobretudo, eficiente. Algo que emana de dentroprafora. As ações podem ser simples, porém vai requerer empenho de todos os homens públicos e de todos os cidadãos do mundo. Quando o assunto for reduzir significativamenteasemissõesdegasesdeefeitoestufa, por exemplo, deverá, necessariamente, passar por uma série de alterações nos padrões e condutas da sociedade atual. Precisamos buscar a melhor eficiência energética nos edifícios, nos transportes e na produção industrial, privilegiar automóveis com motores de combustíveis renováveis – álcool e biodiesel – novas fontes alternativas de energia limpa – solar e eólica, entre outras. Tudo isso, deve ser procurado para a obtenção de um resultado duradouroe,comodisse,eficaz. Quero novamente repetir o que já disse no começo desse texto: para que essa mudança aconteça não basta apenas uma ação governamental. É

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Marcelo Serafim no IV Simpósio Amazônia, que iremos mostrar na integra na próxima edição

necessário que os indivíduos, que as empresas desempenhem cada um seu papel nesse processo. Isso passa por uma mudança no estilo de vida e nos comportamentos de utilização de meios de transporte e equipamentoselétricosdemaioreficiência. Uma importante ação para conter as drásticas mudanças climáticas é o plantio de árvores. Plantar árvores com a finalidade de diminuir os níveis de concentração de carbono na atmosfera é uma das possibilidades que são consideradas hoje em dia como um ponto fundamental para a questão, tudo isso com umsérioapoioaumprogramanessesentido. Para as atividades produtivas será preciso incentivar a utilização de energias renováveis no mundo, com ênfase especial para a energia eólica, solar, hídrica e biomassa. Quantoaosetorresidencialedeserviçoséprecisoadotar tecnologiaseficientesealternativas,taiscomoutilização de energia solar, arquitetura integrada sustentável e sistemasdeclimatizaçãoeficientes. Uma revolução deverá acontecer na indústria automobilística e as propostas para os meios de transporte são novos designers e novos materiais para o desenvolvimento de automóveis; expansão da utilização de automóveis movidos a combustíveis renováveis já disponíveis no mercado; aumento da utilização de transportes coletivos, que reduzem drasticamente a energia gasta na relação passageiroquilômetro. Na verdade, é uma revolução de costumes e, nesse sentido, ainda para os meios de transportes deverão ser propostas novas modalidades de deslocamento pessoal nas grandes cidades. Cito como exemplo as ciclovias, os caminhos para pedestres e o compartilhamento de veículos.

Quero agora destacar as ações para as florestas, sobretudo, a Floresta Amazônica. As ações ao meu ver são essas: aumentar a capacidade de armazenamento de carbono nos produtos originários da madeira das florestas; promover a gestão sustentável da floresta de modo a gerar biomassa como recurso energético renovável. São diversas as ações que deverão ser implantadas ou que deveria já estar em pleno funcionamento.Tudo isso já deveria estar em caminho, pois a Conferência daTerra, realizada no Rio de Janeiro em 1992, a ECO 92, já estabelecia como objetivo a estabilização da emissão e concentração na atmosfera de gases de efeito estufa em níveis que tentassem impedir a perigosa interferência doresultadodasatividadeshumanasnoclimadaTerra. Passados dezessete anos, avançamos pouco ou quase nada. Andamos, nessas questões, a passos de tartaruga. Naquela época o alerta fora dado. Em1997 foi adotado o Protocolo de Kyoto, um instrumento operacional que instituiu uma série de regras para regular e controlar a emissãodegasesdeefeitoestufa. As regras passaram a vigorar em fevereiro de 2005, estabelecendolimiteslegaisparaasemissõesdospaíses industrializados, definindo limites específicos e prevendo uma redução global de 5% no período de 2008a2012emrelaçãoaosníveisverificadosem1990. O Protocolo de Kyoto instituiu três instrumentos econômicos, denominados mecanismos de flexibilidade: o comércio internacional de emissões, a implementação conjunta e o mecanismo de desenvolvimento limpo. O objetivo destes mecanismos de flexibilidade é permitir que os países que têm as maiores emissões e onde os custos de redução são altos, possam cumprir suas responsabilidades investindo em

projetos de redução em outros países, onde o custo dessareduçãoémaisbaixo. Esse é o caminho. Parece-me que o mundo acordou e se atentou para a problemática. Não há tempo mais para discutir. Agora é agir, agir e agir. Os meios e os caminhos estão aí, as idéias e a criatividade humana, por igual, estão aí. As soluções e os desejos, também, estão aí. Juntemos, pois a “fome com a vontade de comer” e coloquemos esses modelos de geração de energia limpa e de desenvolvimento sustentável em prática em nossas comunidades, cidades e estados. O velho princípio “a união faz a força”, faz sentido e, se colocado em prática, garantirá vida plena e abundante por muitos e muitos séculos. Termino o presente artigo convocando todos os homens de bem para ver com otimismo esse dia mundial dedicado às questões ambientais, porque ainda há chance e não devemos desperdiçá-la, como temos feito. Conclamo os congressistas a voltarmos nossa atenção ao problema do aquecimento global. Nossas gerações futuras agradecerão imensamente por nos preocuparmos hoje e, sobretudo, por agirmos por nós e poreles. REVISTA AMAZÔNIA |77

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O bodum que vem do Reino das Amazonas...

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udasicamiabasoquevemadarnomesmo. Aproveitando parecer de cidadão de um reino muito além da TAPROBAMA, que aí pelos anos de antigamente sentou o cacete, declarando que havia algo podre no reino da Dinamarca, algo que a moçada destas paragens do Novo Mundo nem ao menos sabia, onde ficava, por onde andava e que coisa disso era aquilo, melhor dizendo ignorava o quenãoestavaaoseuderredor. Fazendo um paralelo, aqui como lá, quando cheira mal, é sinal que alguma traquinagem de alto bordo está em andamento,ásvezes,comtodapompaecircunstância. Bastou que os cartógrafos rabiscassem nos mapas – quase na base do palpite ou adivinhação – uma tal de TerraePlusIgnota,significandoqueseriaondeoBelzebu perdeu as botas, ou borzeguins, como querem outros, preconizando o que viria a acontecer quando os alienígenas planejadores de Brasília e do resto do país, impusessem planos mirabolantes completamente distantes da realidade e com a finalidade precípua de usufruir as benesses do Gigantesco Mundo Verde de maneira nem sempre honesta, para levar tudo, sem deixarnada. Vale lembrar que a tal integração – novamente em moda – nunca conseguiu integrar nada e a Terrae Plus Ignota continua uma Ignota e as 7pragas do Egito que aqui estão desabando, são, na realidade umas quantas a mais. Jóia da Coroa de todas as MatasTropicais, ou não, ainda restantes no planeta, que foi apelidada por Euclydes da Cunha de a Última Página da Criação do Gênesis, corre o risco de levar o farelo, conforme se escuta no Baixo Tocantins paraense, inclusive nas ilhas onde começa a exalar o budum – pronúncia ribeirinha – dos malcheirosos planos integracionistas, planejados e rabiscadosemverdadeiroprocessodofazdeconta. Os que se dizem entendidos afirmam que os viventes na região já passamdevintemilhões,eestáchegandomais gente, parecendo a revoada das tanajuras no inicio do invernochuviscosodaFlorestaÚmidadosTrópicos. Com características de doença altamente contagiosa e intratável, espécie de epidemia devastatória – a

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É budum prá ninguém botar defeito ... e salve-se quem puder

ignorância se alastra – opinião do Mestre Acylino de Leão, um dos fundadores da Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, nos idos de 20, preconizando o que ocorrehojeemrelaçãoaos“especialistas”emAmazônia. A queima do algodão brabo, da eliminação da mata ciliar, a caça ao mussuam por meio do fogo, acrescida do fenômeno natural que ocorre com a suspensão das

Terroadas, áreas extremamente ressequidas

chuvas nos campos marajoaras – Há quem calcule em maisdetoneladasdepeixesquemorremtambémcoma formação das terroadas – áreas extremamente ressequidas – e em pequenos veios d'água que desaparecem.

A mortandade da fauna aquática e terrestre resultante da queimação da mata ciliar em toda a região, elimina enormequantidadedeexemplaresdejacarés,capivaras, tatus e outros, nem se chegando a calcular os números dessa criminosa atividade predatória na Costa Atlântica da Amazônia Azul e em cursos d'água como aconteceu recentemente no próprio rio Amazonas que eliminou toneladas de espécies, como resultante da devastação dasmatasedoassoreamentodosrios,igarapéselagoas, colocando-se a responsabilidade, ou seja tirando o corpo fora, jogando-a nas costas, se possível fazê-lo, do ElNiño. Com frequência a matança e conseqüente podridão nos cursos d'água do Complexo do Alumínio, noTocantins, e de outros como o do caulim, espalham cheiro insuportável – pitiú, budum, catinga, piché, inhaca – muito conhecido dos nossos ribeirinhos, pescadores e moradoresdasáreasatingidas. É budum prá ninguém botar defeito, com tendência a aumentar graças a alta tecnologia usada pelos mestres sabedores que vem para a Amazônia como Salvadores daPátria. ...esalve-sequempuder.

Baixo Tocantins, vista com a praia central na maré baixa

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Tanajura no inicio do inverno chuviscoso

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Os

mandamentos da comunicação da sustentabilidade

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1. Concordar que Comunicação Sustentável é aquela que dissemina práticas conscientes, responsáveis e sustentáveis – tanto no nível corporativo e institucional, como no nível do negócio, do marketing; 2. Praticar primeiro uma gestão sustentável, verdadeiramente comprovada, para só depois comunicar; 3. Vincular organicamente a gestão sustentável e sua comunicação à corporação e/ou ao negócio; 4. Manter o foco da comunicação no caráter socioambiental da informação, mais do que no caráter institucional, de imagem; 5. Portanto, evitar o autoelogio e a falsa modéstia; 6. Valorizar fatos, dados, programas, projetos, ações, iniciativas. Dar nomes aos bois, quantificar e localizar o rebanho, reportar avanços, resultados concretos. Entusiasmar e motivar pela exemplaridade;

7. Definir indicadores, métricas e processos para avaliar a relação entre os recursos investidos em esforços socioambientais versus os recursos investidos na comunicação desses esforços; 8. Aferir os impactos corporativos e de negócios que a comunicação produz, assim como os impactos socioambientais que ela alavanca; 9. Aplicar os fundamentos básicos de toda comunicação: definir objetivo, público, estratégia; 10. Deixar claro o objetivo de comunicação, tanto para quem planeja e cria como para quem aprova e principalmente para quem recebe a comunicação;

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11. Criar um conceito central, uma mensagem de base que inspire a ideia, dê solidez ao conteúdo e

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riqueza à forma da comunicação; 12. Respeitar esse conceito central, para garantir coesão e comprometimento entre todas as formas de comunicação aos diferentes públicos, com seus argumentos específicos e linguagens relevantes; 13. Não se deixar fascinar pela magia da comunicação mais do que pela paixão da gestão sustentável. A comunicação está a serviço da gestão. Permita-se encantar por ambas, nessa ordem de subordinação.

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Rio será sede de cúpula da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável em 2012

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inte anos depois de sediar a Rio-92, conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, a cidade do Rio de Janeiro receberá outra cúpuladaONUsobreoassuntoem2012. De acordo com oItamaraty,oobjetivodoencontroseráo de avaliar como os compromissos firmados pela

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comunidade internacional sobre o desenvolvimento sustentávelestãosendoimplementados. O governo brasileiro espera que a já batizada de "Rio+20", em 2012, servirá para avaliar os resultados da chamada ECO-1992 e permitirá a discussão dos benefíciosda"economiaverde"paraodesenvolvimento sustentável e a redução da pobreza – desigualdades sociais,nomundo. A nova reunião de chefes de Estado tem como objetivo "renovar o compromisso dos líderes

mundiais com o desenvolvimento sustentável do planeta 20 anos depois da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio deJaneiroem1992". A realização da nova cúpula, já batizada de "Rio+20", porque "A Rio+20 avaliará a implementação dos compromissos assumidos pela comunidade internacional em 1992, debaterá, além disso, a contribuição da 'economia verde' para o desenvolvimento sustentável e a eliminação da pobreza e servirá também para discutir a estrutura da gestão internacionalnaáreadedesenvolvimentosustentável". A realização de uma nova Cúpula da Terra no Rio de Janeiro foi proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em setembro de 2007, massófoiaprovadaemfinsde2009,pelaONU. A reunião será a quarta organizada pela ONU para analisar o desenvolvimento sustentável, após as de Estocolmo (Suécia) em 1972, Rio de Janeiro em 1992 e Johanesburgo(ÁfricadoSul)em2002.

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