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umário DECLARAÇÃO: FRATERNIDADE E AMAZÔNIA A Amazônia, nestes últimos anos, tem despertado muito interesse em todas as partes do mundo, pois além de suas riquezas naturais, da sua sócio-biodiversidade, por ser um dos maiores reservatórios de água doce do mundo, existe uma grande preocupação com a preservaçãoeocuidadodessestesourosdedimensõesplanetárias...
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ÉTICA AMBIENTAL A primeira preocupação, ao se falar de ética ambiental, é inserir essa nova modalidade de ciência comportamental no cronograma de evolução dos direitos e interesses da humanidade...
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2009 O ANO DA AMAZÔNIA NO TURISMO MUNDIAL
Expediente
PUBLICAÇÃO Editora Círios SS LTDA ISSN 1677-7158 CNPJ 03.890.275/0001-36 Rua Timbiras, 1572-A Fone: (91) 3083-0973 Fone/Fax: (91) 3223-0799 Cel: (91) 9985-7000 www.revistaamazonia.com.br E-mail: amazonia@revistaamazonia.com.br CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil
12 anos
DIRETOR Rodrigo Barbosa Hühn PRODUTOR E EDITOR Ronaldo Gilberto Hühn
Nenhum destino turístico será tão importante quanto a Amazônia em 2009. É isso que esperaaOrganizaçãodoTratadodeCooperaçãoAmazônica(OTCA)aoestabelecero“Anodo Destino Amazônia”. Com a iniciativa, a OTCA pretende impulsionar o desenvolvimento do turismosustentávelamazônico...
COMERCIAL Alberto Rocha Rodrigo B. Hühn
HANGAR. O CENTRO DE CONVENÇÕES E FEIRAS DA AMAZÔNIA
ARTICULISTAS/COLABORADORES Antonio Bentes, Bety Rita Ramos, Camillo Martins Vianna, Carmem Lysia Nogueira, Celeste Proença, J. Lúcio S. Pereira, Leandro Ramos, Ministra Eliana Calmon, Ruth Rendeiro, Ten. Carlos Tietjen, Uchoa de Mendonça, Virgilio Viana
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A governadora do Estado do Pará, Ana Júlia Carepa, inaugurou solenemente dia 17 p.p um dos mais modernos centros para o desenvolvimento do turismo de negócios do Brasil, o Hangar-CentrodeConvençõeseFeirasdaAmazônia...
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AS MARAVILHAS DO PARÁ
Turisticamente o Estado do Pará se divide em seis pólos: Belém, Marajó,Tapajós, Amazônia Atlântica, Araguaia Tocantins e Xingu. São diferentes recantos do Estado em que se encontramasmaisvariadasformasderiqueza,cultura,diversão,lazerebeleza...
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COMARA 50 ANOS O objetivo de vencer o desafio amazônico concretizou-se com a criação, por preceito constitucional em 1953, da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA), mais tarde transformada em Superintendência do Desenvolvimento daAmazônia(SUDAM)...
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FOTOGRAFIAS Arquivo Museu de História Natural de Londres, Arquivo Paratur, CNNBB, CAINDR, FAO, GCP, INPA, INPE, IPHAN, MMA, OTCA, IPCC, SOPREN, SFB, SDS-Am, Altino Machado, Alberto Ampuero, Diana Figueroa, Everaldo Nascimento, Jorge Macedo, Luis Seito, João Ramid, Ray Nonato CAPA Foto de Ray Nonato na exposição “Um Olhar Amazônico” EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Editora Círios SS LTDA DESKTOPING Mequias Pinheiro
RORAIMA: TERRA DE CONTRASTES Terra de Macunaíma, o herói de Mário de Andrade, o Estado de Roraima é uma das regiões mais ricas em biodiversidade e espaço cênico do Brasil. Sua área territorial é de 225.116,10 km2erepresenta2,63%doterritóriobrasileiro...
ANATEC ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES
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OS DEZ ANOS DA COMISSÃO DA AMAZÔNIA
Há dez anos as causas amazônicas conquistaram espaço especial no parlamento brasileiro. Em 1997, por iniciativa do deputado Anivaldo Vale (PSDB-PA), foi criada a Comissão da Amazônia da Câmara dos Deputados. Ao completar a primeira década de vida, tendo hoje como presidente a deputadaVanessa Grazziotin (PcdoB-AM), o órgão comemora vitórias e avançosesepreparaparanovosdesafios...
Emais
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ADIANDO O FIM DO MUNDO Os resultados científicos sobre a mudança climática global são contundentes. O clima do planeta já mudou e a velocidade do processo de mudança está aumentando. Mantido o atual padrão de desenvolvimento, as mudanças climáticas terão conseqüências graves, aumentandoaprobabilidadedecatástrofesclimáticasextremas...
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O Papa Bento XVI e a preservação da Amazônia vulnerável pelas cobiças que desperta. O texto também faz referência ao artigo 51 da Constituição brasileira que trata da regulamentação das doações, vendas e concessões de terras públicas com área superior a 3 mil hectares, realizadas de 1962 a 1987. segundoosreligiosos,oartigonãoécumprido.
viagem do papa Bento XVI ao Brasil trouxe benefícios para a maior floresta do planeta e a que mais precisa de ajuda. O pontífice aproveitou sua passagemdecincodiaspeloPaísedoouUS$200 mil (cerca de R$ 400 mil) ao projeto da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destinado à preservação e ao desenvolvimento da Amazônia. A iniciativa de Bento XVI foi informada depois do encontro do pontíficecomacúpuladaCNBB. O papa anunciou a doação em discurso improvisado durante o encontro sobre sua visita ao País. A 45ª assembléia-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil elaborou também o documento (estamos publicando na integra) intitulado “Fraternidade e Amazônia – Vida e Missão neste Chão”. Neste documento sobre a Amazônia, a CNBB defende a regularização de terras e os bispos afirmam que a região é
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O papa com Lula, Serra e esposas
Recado do papa Bento XVI para os jovens reunidos no Estádio do Pacaembu, em São Paulo: “Nossos bosques têm mais vida”: não deixeis que se apague esta chama de esperança que o vosso Hino Nacional põe em vossos lábios. A devastação ambiental da Amazônia e as ameaças à dignidade humana de suas populações requerem um maior compromisso nos mais diversos espaços de ação queasociedadevemsolicitando. Bento 16 com a juventude
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DECLARAÇÃO
Fraternidade e Amazônia “Vida e Missão Neste Chão”
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Amazônia, nestes últimos anos, tem despertado muito interesse em todas as partes do mundo, pois além de suas riquezas naturais, da sua sóciobiodiversidade, por ser um dos maiores reservatórios de água doce do mundo, existe uma grande preocupação com a preservação e o cuidado desses tesourosdedimensõesplanetárias. A Igreja não poderia ficar de fora do debate que essas preocupações provocam, pois ali também está o maior tesouro, foco principal das preocupações
iniciativas comuns e no cuidado pastoral a colegialidade eclesial. Como gesto concreto de coresponsabilidade de toda a Igreja no Brasil em relação às Igrejas na Amazônia, a CNBB criou em 1972 o projeto “Igrejas-Irmãs” que tem favorecido o intercâmbio e a ajuda mútua entre dioceses e prelazias. Para articular melhor e favorecer mais ainda a solidariedade da Igreja de todo o Brasil para com a Igreja que está naquele chão, a CNBB criou em 2002aComissãoEpiscopalparaaAmazônia(CEA). Váriospassosjáforamdados: *adivulgaçãoemnívelnacionaldoprojetocom osprogramasaseremimplementados; * a criação de comissões regionais para favorecerointercâmbio; * o envio de missionárias e missionários, não só religiosos e religiosas mas também leigos e leigasparaaregião. Estas iniciativas denotam que o processo se realiza como um grande MUTIRÃO pela e com a Amazônia, acolhendo o apelo do saudoso Papa Paulo VI:“CristoapontaparaaAmazônia”.
CF e Amazônia A Campanha da Fraternidade, promovida pela Igreja e proposta para toda a sociedade brasileira, interpelou a própria Igreja chamando-a a assumir com maior responsabilidade sua presença na Amazônia. A CF/2007 convidou o Brasil inteiro a pastorais da Igreja, que é o amazônida, na sua diversidadesócio-culturalereligiosa. O episcopado brasileiro, reunido em Assembléia, em Itaici, por sua missão evangelizadora, tem os olhos voltados para a Amazônia, acompanhando os passos que a Igreja vem dando na região há muito tempo, sobretudo nos últimos anos, em que ela se sente desafiada pelas contínuas investidas contra a obra do Criador naquela região e pelas agressões à dignidade e aos direitos humanosdetantosfilhosefilhasdeDeus. Há muito tempo os bispos dos regionais existentes na Amazônia expressam nas múltiplas 06| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
descobrir a Amazônia e conhecê-la melhor com a riqueza que ela representa para o Brasil e para o mundo. Interpelou ainda a sociedade para instaurar uma ética e uma espiritualidade que geram novas atitudes existenciais de convivência e relação harmoniosa com o universo, assumindo com toda a responsabilidade a missão de cuidar, zelar, defender e amar a criação como obra e dádiva divinas. Cuidar desse berço de vida exige de todos os brasileiros o compromisso de multiplicar instâncias de socialização e debates sobre a região que devem ser promovidos sobretudo pelas universidades, escolas, associações, sindicatos, ONGs e movimentos sociais.
Importa pressionar, sobretudo, os políticos, deputados federais e senadores para que cumpram o disposto no art. 51 das disposições transitórias da ConstituiçãoBrasileira[1]. A CF sobre a Amazônia chamou a atenção de todo o Brasil. A previsão de alguns de que a campanha não iria decolar fora da própria Amazônia foi desmentida pela participação maciça nos eventos em todos os quadrantes do País. Almeja-se agora que o tema Amazônia continue em pauta e a campanha tenha sido apenas o ponto de partida para a conscientização e sensibilização da Igreja e da sociedade brasileira toda em relação a esta região maravilhosa que Deus criou como lar para tantos povos, hoje, infelizmente, tão ameaçada de destruição e morte, assim como os demais biomas brasileiros: a caatinga, o cerrado, o pantanal, a mata atlânticaeopampa. Ao defendermos a Amazônia, estamos, sem dúvida, defendendo também os demais biomas doBrasil.
Amazônia brasileira e Pan-Amazônia Os países que constituem a Amazônia Continental: Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname enfrentam desafiossemelhantesesofremasmesmas pressões internacionais. Urge assim discutir toda esta problemática no âmbito da Pan-Amazônia para catalisar forças e encontrar saídas comuns para os países de fronteira, visando o atendimento comum da população ao longo das fronteiras, especialmente os povos indígenas e população ribeirinha. A colaboração entre os países da Pan-Amazônia e iniciativas comuns para superar os problemas comuns chamaria a atenção do mundo para o conjunto da Amazônia, ameaçada pela cobiça internacional.
Amazônia e visão planetária O relatório do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC), que envolveu 2.500 cientistas de 130 países, revelou dois dados estarrecedores: a) o aquecimento global é irreversível e já estamos dentro dele; a Terra busca um novo equilíbrio; b) o aquecimento é um fenômeno
natural mas que após a revolução industrial foi enormemente acelerado pelas atividades humanas a ponto de aTerra não conseguir mais auto-regular-se. Prevêem-se inundações de cidades litorâneas, devastação da biodiversidade e milhões de pessoas correm risco de desaparecerem. Como não podemos parar a rota do aquecimento, podemos, pelo menos, desacelerá-la,mudandodeparadigma. O tema da Amazônia foi e continua sendo muito oportuno, pela importância que possui, no contexto brasileiro e mundial. Apesar de a CF-2007 ter assumido um tema regional, ele aponta para problemas que ultrapassam as fronteiras geográficas. Na aposta pela rearborização de todo o planeta, reduzindo a utilização dos bens naturais e reutilizando todos os recursos, entra a questão fundamental,queéapreservaçãodaAmazônia.
A natureza é obra de Deus O primeiro artigo que professamos no SímboloapostólicoéqueDeuséPaieoCriadordocéu e da terra. Em sua Exortação pós-sinodal “Sacramentum Caritatis”o Papa Bento XVI relaciona o cuidado pela criação com a Eucaristia, insistindo no desígnio amoroso de Deus que, em J e s u s Cr i s to, recapitulou todas as coisas[2]. Tudo, defato,foicriado“emvistadele”[3]. “As condições ecológicas em que a criação subjaz em muitas partes do mundo suscitam preocupações, que encontram motivo de conforto na perspectiva da esperança cristã, pois esta compromete-nos a trabalhar responsavelmente na defesadacriação;defato,narelaçãoentreaEucaristia e o universo, descobrimos a unidade do desígnio de Deus e somos levados a individuar a relação profunda dacriaçãocoma“novacriação”quefoiinauguradana ressurreiçãodeCristo,novoAdão”[4]. A história do episcopado brasileiro registra denúncias feitas pelos bispos da Amazônia em relação às situações de ameaças à vida, entre as quais os fatores que provocam a destruição da natureza, os grandes projetos dos gasodutos e das hidrelétricas, o contínuo latifúndio, as queimadas, o desflorestamento, o avanço da pecuária e do agronegócio provocando a destruição das florestas tropicais, a ameaça aos recursos genéticos pela biopirataria, particularmente junto às comunidades tradicionais da região, as invasões de terras indígenas e a exploração econômica das riquezas naturais do solo e subsolo; o precário funcionamento e o descuido dos organismos oficiais de proteção aos Povos Indígenas e povos sem contato, o narcotráfico,
a prostituição infantil e de adolescentes, o trabalho escravo, a violência no campo e na cidade e a conivênciadeautoridadesatodasituaçãodeinjustiça ecorrupção. AIgrejanaAmazôniahistoricamentetem assumido o compromisso na defesa da vida, da justiça e da paz para os povos dessa região. Ainda hoje, assistimos com apreensão e grande preocupação as ameaças feitas aos nossos líderes da Igreja da Amazônia, sobretudo ao Dom Erwin Krautler, Dom Antônio Possamai e Dom Geraldo Verdier, como também aos padres, religiosas e religiosos, leigas e leigos, com data marcada para morrer. A vida de Ir. Dorothy Stang, sacrificada no dia 12 de fevereiro de 2005, não foi suficiente para Jun 07 | REVISTA AMAZÔNIA |07
dirimir a ganância daqueles que querem tudo e conseguemsesobreporàsleiseàsautoridades. O episcopado brasileiro registra o pedido às autoridades competentes para que atentem ao consórcio do crime formado por madeireiros, fazendeiros e sojeiros e outros, a fim de que ao povo amazônida e aos nossos líderes seja garantida a segurança,atranqüilidadeeapaz.
E o Mutirão deve continuar... O Mutirão deve continuar. A Igreja está presente na Amazônia desde o século XVII e, cumprindo sua missão evangelizadora, sempre enfrentou grandes desafios e continua a fazê-lo até hoje: - grandes distâncias entre vilas, povoados, aldeias, cidades, estradas, vicinais, rios, igarapés, onde vive o povo. É uma “regiãocontinente”, onde o acesso é difícil, lento ou deficiente,apesardetodamodernidade;
- os meios de transporte e comunicação que a Igreja possui são limitados para uma atuação eficaz; - os quadros da Igreja (padres, religiosos/as, agentes de pastoral, catequistas) são insuficientes e há dificuldade para a renovação dos mesmos. É muito alto o custo de manutenção das casas de formação dos sacerdotes nos grandes centros (Belém, Manaus, Porto Velho, Rio Branco e Santarém). Também a formação de leigos e leigas é muitocustosa; - os recursos financeiros são parcos, pela pobreza do povo católico, sobretudo nas regiões onde há maior necessidade de meios, pessoal, infraestruturaetransporte; - em geral, as ajudas de fora – de dioceses ou paróquias, das instituições ou agências – só subsidiam alguns projetos ou iniciativas, porém com tempo limitado; acabando o recurso, acaba o projeto ou a missão. A carência de recursos humanos
Relatório do Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas (IPCC)
e financeiros dificulta grandemente a ação evangelizadoradaIgrejanaAmazônia. A Amazônia é hoje cobiçada pelo mundo todo, e isto a torna vulnerável. A existência de incalculáveis riquezas naturais tem atraído para a região todo tipo de gente, desde os aventureiros de sempre, que querem enriquecer de forma ilegal, abusiva e desrespeitosa em curto tempo e depois vão embora, até famílias que sonham com melhores condições de vida e procuram um pedaço de chão onde podem plantar e colher para sobreviver. Os conflitos de terra estão na ordem do dia, a intensa migração continua a inchar cidades e povoados, a violência ceifa vidas e gera um clima de insegurança para a população, políticas públicas que propiciem a mínima infraestrutura para uma vida digna frequentemente não passam de promessas e custam aserimplementadas. A ação evangelizadora e pastoral de nossa Igreja está sendo desafiada por grandes massas carentes de tudo, afastadas das comunidades eclesiais e paróquias e desprovidas de cidadania. O povo está ávido de evangelização, faminto do Pão Eucarístico, sedento da Palavra da Vida. A Igreja na Amazônia enfrenta muita dificuldade na sua vontade
Fone: (91) 3344-2100 BR-316 - KM 04, Rua Ricardo Borges, 1855 Bairro da Guanabara - Ananindeua-PA
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de saciar a fome e a sede de todos! Outros se aproveitamdaslacunaseatraemasovelhasparaseus apriscos. Muitas vezes é a realidade social e pessoal fragmentada que leva as pessoas a procurarem novos gruposreligiosos. Mesmo assim a Igreja está marcando sua presença de modo original, criativo e inculturado. É grande a vitalidade da Igreja na Amazônia! Mas, respeitando a autonomia da caminhada eclesial na região, a Igreja na Amazônia precisa de uma colaboração sistemática, constante, e permanente e da solidariedade da Igreja toda no Brasil e no mundo parapodercumprirsuamissãoevangelizadoraeação pastoral e sustentar seus projetos de formação de seminaristasedeagentesdepastoral. A partir do final da década de 70, muitas das antigas Prelazias foram elevadas à categoria de "diocese", mas a Amazônia continua "Terra de Missão"! Somos hoje interpelados pela missão além fronteiras dentro do próprio país. Na era da globalização, nossa Igreja, mais do que nunca, deve contribuir para criar uma autêntica cultura globalizada da solidariedade“[5] Chegou a hora de uma grande ação solidária de toda a Igreja no Brasil e do mundo para a evangelização e a defesa da vida na Amazônia. Itaici, 1 a 9 de maio de 2007
Cardeal Geraldo Majella Agnelo Arcebispo de São Salvador da Bahia Presidente da CNBB Dom Antônio Celso de Queirós Bispo de Catanduva Vice-Presidente da CNBB Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo Secretário-Geral da CNBB
[1] Art. 51. Serão revistos pelo Congresso Nacional, através de Comissão mista, nos três anos a contar da data da promulgação da Constituição, todas as doações, vendas e concessões de terras públicas com área superior a três mil hectares, realizadas no período de 1º de janeiro de 1962 a 31 de dezembro de 1987. § 1º - No tocante às vendas, a revisãoseráfeitacombaseexclusivamentenocritériodelegalidadedaoperação.§2º-Nocasodeconcessõesedoações,arevisãoobedeceráaoscritériosdelegalidadeede conveniência do interesse público. § 3º - Nas hipóteses previstas nos parágrafos anteriores, comprovada a ilegalidade, ou havendo interesse público, as terras reverterão ao patrimôniodaUnião,dosEstados,doDistritoFederaloudosMunicípios. [2] Ef1,10 [3] Col1,16 [4] SacramentumCaritatis,92 [5] ExortaçãoPos-sinodalEcclesiainAmerica,55
Belém: (91) 3266-8727 Ananindeua: (91) 3234-3338 Castanhal: (91) 3711-7851 Barcarena: (91) 3754-2759
{Por}
Eliana Calmon*
ÉTICA AMBIENTAL I INTRODUÇÃO primeira preocupação, ao se falar de ética ambiental, é inserir essa nova modalidade de ciência compor tamental no cronograma de evolução dos direitos e interesses da humanidade. O homem, ser gregário e social, é destinatário dos chamados Direitos Naturais poucos e essenciais, tais como: direito à vida, à segurança, à saúde, à educação, ao progresso, e outros, defendidos a ferro e fogo, com a garantia do Estado. Entretanto, quando é o próprio Estado o violador desses direitos, não há defesa possível, senão por meio da resistência. O súdito rebela-se contra a supremacia do soberano que não r espei ta os dir ei tos indispensáveis à sobrevivência, resistindo e pressionando a ordem constituída pelo Príncipe. Assim, ultrapassa-se a esfera dos Direitos Naturais, também chamados de Direitos de Primeira Geração, e alcançam-se os Direitos de Segunda Geração, que são os Direitos Políticos. Essa fase teve início com a Revolução Francesa, em 1789, quando aprovada a Primeira
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Declaração dos Direitos do Homem. A marca registrada dessa Era é a consciência da necessidade de limitação do poder estatal, garantindo-se a liberdade individual: ninguém pode ser acusado, preso ou detido, senão nos casos determinados em lei. É a grande fase do desenvolvimento dos Dir ei tos Individuais. Contudo, esse individualismo jurídico demonstrou claramente a sua disfunção, pois passou a traduzir os interesses de classe, deixando à margem grupos fragilizados por questão de idade, sexo, cor, credo, nacionalidade, etc. A Revolução Industrial, por exemplo, deixou às claras o desamparo das mulheres, crianças e idosos. A revisão desse individualismo jurídico, que aconteceu nos Séculos XIX e X X, fez aparecer os Direitos Sociais, chamados de Direitos de Terceira Geração.
1- LIBERDADES PÚBLICAS Os direitos relacionados ao valor da liberdade são, basicamente, os direitos civis e políticos, consagrados em 1948, na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Iniciam-se com uma visão individualista, cuidando da proteção à vida, à educação, ao pleno emprego, à saúde, à liberdade, à segurança, à educação, entre outros. Exigem, especialmente dos poderes e órgãos públicos, uma série de deveres: se consistentes em uma prestação, caracterizam as liberdades públicas positivas; se consistentes em uma abstenção de determinadas condutas cerceadoras, caracterizam as liberdades públicas negativas. John Rawls, filósofo político nor te-americano, entende que as liberdades públicas ou direitos fundamentais consistem em um sistema de
regras públicas que define direitos e deveres enfim, são os alicerces do próprio Estado de Direito. Percebe-se, assim, que os direitos e garantias fundamentais, reconhecidos pela Constituição Federal, têm limite determinado, pois são limitados pelos demais direitos igualmente consagrados pela Lei Maior. Porém, ressalta Rawls, a liberdade só pode ser limitada se tal limitação/regulamentação beneficiar a própria liberdade. Conclui-se, assim, que para proteger as liberdades públicas é necessário proteger a sua origem os direitos individuais, objeto de respeito por todos os Estados se se quiser pensar em paz e harmonia no mundo.
2 - GRUPOS Em um segundo momento, passa-se a visualizar o homem integrando-o ao grupo social, identificado por laços comuns: família, minorias éticas e religiosas. Fala-se de interesses envolvendo grande número de pessoas, muitas das quais sem possibilidade de identificação. São os chamados direi tos difusos, coletivos e individuais homogêneos. Até então estava o Direito dividido entre o Público e o Privado, mas entre um e outro havia um abismo, segundo a visão de Mauro Cappellet ti. Nessa segunda fase dos Direitos Sociais, a preocupação não é mais com o Estado (L'État c'est moi) ou com o indivíduo (Laissez-faire, laissez-passer) e, sim, com o grupo de indivíduos que fazem par te de um identificador geral de um liame não acer tado, mas que os une de alguma forma. Assim é que surge a idéia de que todos os consumidores de um determinado produto devem ter a proteção estatal. Todos os moradores de um bairro determinado fazem jus a usufruírem de uma área verde situada no local. Todos têm direito a respirar ar puro e a não ser incomodados pelo barulho, pela fumaça das queimadas, etc. Nessa fase, fim do Século X X, é que nasce o Direito Ambiental, inserido entre os Direitos de Terceira Geração ou Direitos Sociais.
II DIREITO AMBIENTAL Até meados do Século X X, só era possível se falar em proteção jurídico-estatal dos direitos passíveis de apropriação e identificação, cujo titular estivesse identificado, sendo o direito delimitado. Sobre esse enfoque construiu-se toda a ordem jurídica, estruturou-se o Poder Judiciário e a Teoria Geral do Processo ou das Normas Instrumentais, veículo para se chegar ao Estado-Juiz. De um lado, tínhamos os chamados interesses individuais ou privados, defendidos pelos seus
titulares; do outro lado, tínhamos os interesses públicos secundários, defendidos pelo Estado. Entretanto, entre uns e outros, identificou-se uma zona cinzenta, um verdadeiro fosso que permanecia fora do alcance da proteção estatal, representado pelos interesses públicos primários que, não sendo de ninguém especificamente, eram do interesse de todos ou de um grupo considerável de pessoas. Mas que interesses são estes? São os interesses difusos e coletivos. Em um primeiro plano, temos os recursos naturais, colocados à disposição do homem sem a sua par ticipação: o ar, a água, o solo, a biosfera, etc. Em um segundo momento, foi introduzida uma série de bens culturais e históricos que se incluem entre os recursos ambientais meio ambiental ou humano associado ao patrimônio natural. Temos, então, na representação dos interesses públicos primários: os bens e interesses naturais, acrescidos dos bens e interesses ambientais condições produzidas pelo homem que afetam a existência planetária. A par tir da consciência da limitação dos r ecursos naturais e da necessidade de utilização ordenada desses r ecursos, vol ta-se a preocupação para o coletivo. E a solidariedade surge como ingrediente indispensável à manutenção dos bens a proteger. Quebra-se o paradigma da individualidade, que pode ser verbalizada pela tradicional idéia de eu ocupo, logo é meu. E como é meu, faço o que bem entendo . Surge, então, a preocupação com o chamado ecossistema (recursos naturais mais recursos ambientais), donde vem a idéia de que, sobre os
recursos naturais e os bens ambientais, há uma espécie de hipoteca social, traduzida no entendimento de que não se pode deles dispor ao seu bel-prazer, pois os interesses maiores e mais amplos são os da comunidade. A visão do meio ambiente como bem passível de tutela jurídica é, por tanto, recente e surgiu em decorrência das graves conseqüências da degradação predadora dos recursos naturais e também da evolução na conquista dos Direitos Humanos com garantias nacionais e internacionais. Pergunta-se, então: Qual a natureza jurídica dos Direitos Humanos? Duas idéias levam a visões distintas: Pela visão de Norber to Bobbio, têm os Direitos Humanos caráter heterogêneo, histórico e
dinâmico, porque construídos a par tir dos fatos e das mudanças sociais. Daí a sua relativização, visto que nascem na sociedade e a ela se dirigem. Ao final, conclui o notável professor que os Direitos Humanos não são direitos
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Essências Colônias Sabonetes Cheiro-do-Pará
com a
Amazônia
propriamente, mas embriões para futuros direitos. Na visão do jurista brasileiro Antônio Augusto Cançado Trindade, os Direitos Humanos decorrem de um único fundamento: a vida, sendo o meio ambiente uma ex tensão do direito à vida. Assim, quando se fala em garantia ao Direito Ambiental estar-se-á a falar em garantia à vida digna e, por conseguinte, ao direito ao desenvolvimento. Aderindo-se a uma ou a outra posição, o cer to é que hoje o meio ambiente é considerado como direito fundamental e, em complementação, dever fundamental, ou seja, liberdade e responsabilidade. Duas questões são colocadas, a par tir da caracterização do Direito Ambiental no rol dos Direitos Humanos: A primeira diz respeito à figura do homem integrado à natur eza como mais um componente, o que levaria a se pensar que a natureza seria um sujeito de direito com valor intrínseco, não se podendo falar em hierarquia entre o ser humano e os demais seres vivos. Afinal, tudo na natureza é de igual valor. A visão em contrário levaria a negarse a natureza como ente autônomo. Estaria ela limitada a sua relação com o homem, sem valor intrínseco, cuja pr oteção só se justifica pela necessidade de proteção à vida humana? A segunda questão diz respeito à colocação do direi to ao meio ambiente. Estaria ele, ao lado de outros direitos da mesma categoria, como por exemplo o direito à propriedade privada. Na pós-modernidade, o meio ambiente sur ge como nova instituição, como realidade dinâmica e mutante, e, como tal, reconhecido,
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em 1972, quando da realização da Conferência da Nações Unidas, em Estocolmo, visão referendada por ocasião da ECO 92, no Rio de Janeiro. Isto é o bastante para colocá-lo em posição diversa do direito de propriedade.
III ÉTICA Moral e ética são noções sempre ligadas ao Direito. Historicamente, o Direito nasceu da correlação entre a ética e a política, como noções indissociáveis. Mas, afinal, o que é ética? Com uma visão de absoluta simploriedade, podemos dizer que ética é a r esponsabilidade de cada ser humano em relação ao seu semelhante . Com efeito, a vida envolve uma série de relacionamentos, par tindo do relacionamento consigo mesmo, o mais difícil, seguindo-se das incontáveis relações que vão surgindo pela vida afora: da relação com o mais próximo família, vizinhos, relacionamentos de trabalho, sociais ao próximo mais distante, até se chegar ao meio ambiente. No decorrer desses relacionamentos que se entrelaçam, surge a inter ferência de inúmeros fatores, dentre os quais e o mais impor tante deles: os defeitos humanos, que Eugênio Missak chamou de defeito de fabricação. Afinal, o homem, que se considera eterno, não lida bem com o tempo, não tem consciência do tamanho do seu egoísmo e insensatez e não percebe que os seus atos predatórios sacrificará as gerações futuras. Pensando no hoje, e em um futuro próximo, o homem modela sua gestão e explora a natureza, baseando-se em ra zões eminentemente individualistas e de efeitos catastróficos, tais como: -mudanças climáticas; -aquecimento global; -aumento do desflorestamento; -perda da biodiversidade; -envenenamento agrícola; -destruição das paisagens; e -acidentes nucleares. Observada essa realidade, procura-se uma alternativa para o homem adotar um modelo de gestão e exploração da natureza, considerando a necessidade de autopreser vação e a responsabilidade pelo futuro dos seus semelhantes. Cabe essa tarefa a uma nova disciplina, nascida do casamento da ética com a vida ou a preservação da vida. Dentro de uma visão paradigmática, construída pela pós-modernidade, podemos dizer que a bioética busca construir uma nova moralidade 12| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
nos indivíduos e na sociedade, voltada para o direito natural e para a natureza das coisas como matriz. Com essa perspectiva pode-se pensar em meio ambiente sobre três diferentes ângulos: a) como patrimônio da coletividade, dentro de uma visão social; b) como objeto de gestão do Poder Público e da comunidade, sob o enfoque político; ou c) sob o ângulo biocêntrico, encarando a sobrevivência humana e planetária. É exatamente sob esse último enfoque que se construiu a idéia de ética ambiental. É impor tante chamar a atenção para as palavras de Leonardo Bof t: A preocupação com o ambiente (ou com a ecologia) não é, enfim, luxo de classes dominantes ou modismos momentâneos. A questão ecológica remete a um novo estágio da consciência mundial, à impor tância da Terra
como um todo. O homem, atualmente, já está mais conscientizado da impor tância da preservação e, aos poucos, vai adotando postura ética em face da natureza. Porém, não são poucas as dificuldades, diante da falta de tradição e da resistência brutal em romper com a cultura da irresponsabilidade. Dentro desse ângulo, optar pela ética ambiental é caminhar pela mão contrária aos interesses econômicos, regente maior dentro de uma sociedade que escolheu o neocapitalismo. O
lucro fácil e sedutor leva a uma tendência inexorável de utilização da matéria-prima da natureza de forma indiscriminada, em nome do processo. Por fim, a pobreza do planeta é fator preponderante. Afinal, é é difícil falar em preservação do meio ambiente quando se vive diuturnamente tentando preservar a própria vida, lutando para satisfazer necessidades básicas como comer, morar, vestir e, para que não dizer, sonhar. Essa visão não passou despercebida pelo Professor Cançado Trindade, que bem definiu o impasse na seguinte frase: Só há de se falar em Direito Ambiental se for possível garantir o direito à vida digna.
VI CONCLUSÕES
1) A questão ambiental colocou em xeque os pensamentos e as ações humanas, desde o pensamento individual até os grandes sistemas da sociedade globalizada . 2) A questão ambiental necessita de uma nova visão, sob tríplice aspecto: patrimônio ambiental, gestão pública e ética de vida. 3) Ética global para a política e a economia mundiais seja para os que adotam a política realista, seja para os que adotam a política idealista , é imprescindível, para que se possa ter uma visão real do problema. 4) A globalização, com a sua revolução estrutural, é ambivalente, imprevisível, mas precisa ser controlada. 5) A atuação dos ativistas políticos de cunho ambiental é expressão de uma mudança de paradigma na era da pós-modernidade. 6) A ética ambientalista tem comprometimento não só com o futuro, mas também com o hoje e o agora. 7) A ética ambiental conduz à justiça legal e à justiça moral que, de mãos dadas, nos levarão à construção de um mundo saudável e justo. Ao terminar, permitam-me usar as palavras do Professor Rober to Santos, ilustre sociólogo e economista da UFPA: Nos reconciliemos com o bom e o belo planeta azul, que Francisco de Assis chamava, carinhosamente, nossa irmã e mãe Terra. *Ministra do Superior Tribunal de Justiça
oo m o m c o c a i a n i ô n z maazônccaa vviiuu!! AA AAm vvooccêê nnuun
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A D E P I C I PART O DA Ã Ç I D E A PRÓXIM A AMAZÔNIA REVIST ço Reserve seu espa amazonia@revistaamazonia.com.br
2009
Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) organiza para 2009 O Ano do Destino Amazônia
Mercado do Ver-o-Peso, em Belém – PA 14| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
enhum destino turístico será tão importante quanto a Amazônia em 2009. É isso queespera a OrganizaçãodoTratadode Cooperação Amazônica (OTCA) ao estabelecer o “Ano do Destino Amazônia”, projeto desenvolvido com o objetivo de coordenar ações e programas que dêem destaque à região no mercado mundial. Com a iniciativa, a OTCA pretende impulsionar o desenvolvimento do turismo sustentável amazônico e conscientizar a população sobre a importância dos recursos da região nesse sentido. Apesar de ser o mais variado ecossistema do mundo, além de ricas culturas tradicionais, a Amazônia ainda não ocupa posição de destaque entre os roteiros de viagem de turistas estrangeiros ou mesmo daqueles vindosdeoutraspartesdospaísesamazônicos. “A palavra 'Amazônia' ressoa com um poder
N
impressionante por todo o planeta. No entanto, a região ainda é pouco compreendida e conhecida no setor turístico mundial. É isso que a OTCA pretende mudar”, explica o Coordenador de Transporte, Infraestrutura,ComunicaçõeseTurismo,DonaldSinclair. A partir de maio, Sinclair visita os Países Membros da Organização – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – para apresentar o projeto, reunir-se com atores-chave da área ebuscarparceriasestratégicas. A iniciativa consiste em desenvolver e implementar atividades que destaquem o potencial turístico da Amazônia e, ao mesmo tempo, estabeleçam bases para o desenvolvimento sustentável da atividade na região. Entre as ações previstas no projeto estão a definição de diretrizes para o turismo sustentável na Amazônia, a promoção da região em eventos internacionais, o FOTO: Sérgio Amaral/OTCA
{Por}
Leandro Ramos
FOTO: Sérgio Amaral/OTCA
Dança típica em Letícia, na Colômbia
estabelecimento de um calendário de eventos para 2009 – como conferências, feiras e expedições, entre outros – e a criação de um grupo de ação para impulsionar o desenvolvimento integrado do turismosustentávelnaregião. Para embasar essas ações, a OTCA vai elaborar materiais sobre o território amazônico de cada um de seus Países Membros.Também serão preparados um inventário dos atrativos amazônicos e um levantamento de pessoas, empresas, organizações e comunidades trabalhando em turismo na região, além de uma pesquisa para avaliar a imagem da Amazônianosmercadosmundiais. “Nossa idéia é destacar a diversidade da Amazônia e estabelecer destinos turísticos conjuntos entre os oito países, não isoladamente”, explica a Secretária-Geral da OTCA, Rosalía Arteaga. Ela destaca ainda que o projeto é de extrema relevância, uma vez que o turismo amazônico pode fomentar a criação de empregos e a melhoria da qualidade de vida da populaçãolocal. O Coordenador deTurismo da OTCA concorda.“O 'Ano do Destino Amazônia' será a primeira campanha regional desse tipo a celebrar a Amazônia e, ao mesmo tempo, buscar melhorar as condições para seu futuro desenvolvimento”, afirma Donald Sinclair. Segundo ele, ambos os aspectos – de celebração e desenvolvimento – têm por objetivo infundir abordagens mais positivas sobre a Amazônia enquanto destino turístico e transformar visões pessimistas sobre a região. “Que se planeje a celebração e que planejemos enquanto celebramos”, concluiu.
Apresentação de dança em frente ao Teatro Amazonas, em Manaus – AM
Jun 07 | REVISTA AMAZÔNIA |15
FOTO: Sérgio Amaral/OTCA
FOTO: Sérgio Amaral/OTCA
Vista aérea do Mangal das Garças, em Belém – PA
FOTO: Sérgio Amaral/OTCA
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, localizada na confluência dos rios Solimões e Japurá, próximo a Tefé – AM
A dimensão Amazônica Com uma população de aproximadamente 30 milhões de habitantes, a Amazônia Continental possui 7,5 milhões de quilômetros quadrados abrangendo áreas do território de Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O bioma Amazônico ocupa 40% do território da América do Sul, ostenta inexprimível beleza e apresenta enormes desafios. Lar de milhões de espécies raras da fauna e flora, a Amazônia constitui o mais diversificado ecossistema do mundo, inigualável como atração turística. Mas, apesar desse imenso potencial para o turismo ecológico, de natureza e de aventura, comparativamente, a região atrai poucos visitantes. Embora alguns dos países amazônicos registrem um intenso fluxo de turistas, as rotas mais procuradas são as praias e cidades turísticas, em detrimento dos destinos amazônicos. Este número relativamente pequeno de visitantes contrasta com estatísticas do setor turístico que indicam um crescente interesse pelo “turismo de natureza”. O rumo que vem tomando o mercado traduz-se no aumento do número de viagens a destinos pouco ou ainda não trilhados, que permitem aos viajantes vivenciar novas e ricas experiências por meio do contato com culturas e modos de vida diferentes e descobrir ecossistemas e atrações naturais de inigualávelbeleza. 16| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
Estratégia para o Ano do Destino Amazônia Abril–Junho2007 - Início de um estudo de mercado sobre demandas reais e potenciais da Amazônia como destino turístico. Julho–Outubro2007 - Encontros com os principais atores do setor de turismonospaíses; -Divulgaçãodosresultadosdosestudosdemercado; - Debates para a criação do Comitê de Ação para o TurismonaAmazônia. Junho2007–Março2008 - Ações por agência especializada para definir a Rosalía Arteaga na reunião dos representantes dos países em Berlim- Alemanha.
marcaAmazônia; - Lançamento da Marca Amazônia / 2009: Ano do DestinoAmazônia,emmarçode2008.
2009: O Ano do Destino Amazônia
A escolha de 2009 como Ano do Destino Amazônia estabelece um ponto focal e um cronograma para que a OTCA coordene uma série de ações e programas criados para dar maior destaque à Amazônia no mercado mundial de turismo, conscientizar a região da importância de seus recursos turísticos e consolidar as ações que darão novo ritmo ao desenvolvimentodoturismosustentávelnaregião.
FOTO: Edward Troon
Montanha de Voltzberg, localizada na Reserva Natural Central do Suriname
OTCA participa do Encontro de Ministros do Turismo de Berlim O “Ano do Destino Amazônia” foi um dos temas discutidos pela OTCA na Reunião de Ministros e Altas Autoridades do Turismo, realizada em 11 de março, na cidade de Berlim, Alemanha. Na ocasião, a
* OTCA
Coordenador de Turismo da OTCA, Donald Sinclair os
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VASOS EM DIVERSAS CORES, TAMANHOS E FORMATOS
A partir da reunião de Berlim, ficou definido que a OTCA, com o suporte da GTZ, vai elaborar um estudo de imagem da região, para que se defina que tipo de instrumentos de marketing serão usados para promover a Amazônia. Consultores em turismo e marketing vão atuar como colaboradores na elaboração do projeto. No mês de julho, uma comissão vai começar a pesquisar a marca para o projeto, com previsão de lançamentoemmarçode2008.
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Com o compromisso do setor público e a participação da iniciativa privada e das principais entidades ligadas ao turismo na região, espera-se alcançar os seguintesresultados: - Dar maior visibilidade à Amazônia no mercado turísticomundial; -Aumentaronúmerodevisitantesnaregião; - Aumentar a renda individual e nacional provinda do turismo; - Conscientizar os turistas sobre a importância da região; - Intensificar as ações voltadas à integração das rotas ecircuitosturísticosnaregião.
Secretária-Geral Rosalía Arteaga reforçou a necessidade de discussão de projetos de turismo sustentável na região como instrumento de fortalecimentodoprocessodeintegraçãoregional. Participaram da reunião os ministros de turismo de Equador e Peru, os embaixadores de Brasil, Colômbia, Bolívia e Equador na Alemanha, além de representantes da Organização Mundial deTurismo e do Programa Piloto para a Conservação de Florestas Tropicais,daCooperaçãoTécnicaAlemã(GTZ). A representante da embaixada da Bolívia na Alemanha, Eunice Vedia de Kleins, elogiou as propostas apresentadas pela OTCA e sugeriu que, dentro dos projetos de desenvolvimento sustentável do turismo, dê-se atenção especial aos povos indígenas. A embaixadora da Colômbia na Alemanha, Ximena Estevez-Breton, enfatizou que projetos dessa natureza devem conter objetivos de curto, médio e longo prazos. enquanto o viceministro doTurismo do Peru, Eduardo Arrarte Fiedler, disse estar entusiasmado com as ações da OTCA para oturismosustentável.
Ent r egam
Resultados Esperados
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ARTESANATO
O O Fascínio da Arte em Cerâmica ESSUÇÃO C O D PR PRO DE Trav. Soledade, 740 - Icoarací Fone/Fax: (55 91) 3227-0127
O Centro de Convenções e Feiras da Amazônia A governadora do Estado do Pará, Ana Júlia Carepa, inaugurou solenemente dia 17 p.p um dos mais modernos centros para o desenvolvimento do turismo de negócios do Brasil, o Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. 18| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
Momento oficial da inauguração do Hangar
a oportunidade Ana Júlia agradeceu o trabalho desenvolvido pelos operários e criticou os gastos excessivos. Homenageando todos os trabalhadores da construção, a governadora ofertou uma placa ao operário Genivaldo dos Reis Pinheiro,sendoomomentoaplaudidíssimo. Outras autoridades se manifestaram e todas enfocaram que o uso do Hangar poderá atrair mais prosperidade econômica ao Estado, priorizando entretanto, a inclusão social. Em uma área total de 63 mil metros quadrados, o espaço de 24 mil metros quadrados deve inserir o Pará no roteiro internacional dos grandes centros turísticos de eventos, um dos segmentos que mais geram emprego e renda em todo o mundo. Com arquitetura arrojada e tecnologia que dá versatilidade, agilidade e qualidade aos serviços e eventos, o Hangar - obra de R$ 100 milhões - é uma resposta para incrementar o turismo de eventos na capital
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A governadora chegando no Hangar
Joana Pessoa entre Ronaldo e Rodrigo Hühn
paraense, consolidando a vocação de um dos destinos mais procurados no Brasil quandosefalaemturismodenegócios. O Centro de Convenções foi construído em área de 65 mil metros quadrados onde funcionava o antigo Parque de Aeronáutica. O nome (Hangar) é uma homenagem tanto aos aviadores quanto à própria região. Todo o projeto arquitetônico e de gestão do espaço foi elaborado por técnicos da Secretaria Estadual de Cultura (Secult). A obra foi distribuída em dois pavilhões, num projeto que reaproveitou o grande hangar existente na área e construiu, ainda, novos "hangares", para abrigar diversos tipos de atividade. O Hangar foi planejado para ser o mais completo e versátil centro de convenções do Norte do País, com infra-estrutura para realização de diferentes tipos de eventos e de qualquer porte, como feiras, congressos, convenções, encontros, seminários, simpósios, exposições e
Edílson Moura, secretário executivo de Cultura
A governadora entregando placa ao operário Genivaldo dos Reis Pinheiro
O Hangar estava repleto
O presidente da Assembléia Legislativa, o secretário de Cultura, a governadora e a presidente da ABRACEF
shows. O complexo tem sistema próprio de geração de energia para acionar os circuitosdeemergência. Para um deslocamento rápido e eficiente, o público conta come escadas rolantes e quatro elevadores de alta velocidade, além de espaços e acessos facilitados para pessoas portadoras de necessidades especiais. A proposta de aliar conforto à tecnologia se apresenta também na infra-estrutura para tradução simultânea, sistemas multimídia de áudio, vídeo e iluminação
Ana Júlia em sua alocução e a mesa oficial
cênica nos auditórios, e sistemas de som. Além dos espaços de feiras, que podem abrigar dois eventos desse tipo simultaneamente, e do auditório, que pode se dividir em vários espaços independentes por meio de divisórias acústicas deslizantes, o conjunto tem áreas reversíveis para restaurantes e eventos, praça de alimentação, espaços para coffee breaks, coquetéis, banquetes e jantares. Esses serviços serão apoiados por uma cozinha industrial. Com 2.160 lugares, o auditório do centro, por exemplo, pode ser dividido em até oito partes, tendo, cada uma delas, capacidade para 220 pessoas. Além disso, o Hangar tem 14 salas para palestras,
seminárioseeventossimilares;praçadealimentação, com local para restaurante e lanchonetes; e área de 7,5 mil metros quadrados para feiras e exposições. O estacionamento tem capacidade para abrigar 800 carros.
Lançamento do Selo Ainda durante a solenidade, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e o Governo do Estado do Pará lançaram o selo personalizado em homenagem ao Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, uma obra suntuosa cujo maior desafio é fazê-lo operar e garantir a sua sustentabilidade pois vai consolidar Belém como a capital de eventos da Amazônia e tornar-se um pólo do turismo de NegócioseEventosnaregiãoNorte,alémdepontode irradiaçãoturísticaparaoEstadoeAmazônia.
Agenda de eventos O primeiro evento após a inauguração do Hangar será a 8ª. Feira da Indústria do Estado do Pará (FIPA), de 23 a 26 deste mês. Serão mais de 100 expositores em um espaço de 10 mil metros quadrados. A expectativa para este ano é de que a FIPA receba 35 mil visitantes, 5 mil a mais do que no anopassado. Depois da 8ª FIPA, acontece o 27º Seminário de Grandes Barragens,
A governadora obliterando o Selo Hangar
emjunho.Nomêsseguinte, o Hangar vai receber a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e, no mesmo mês, a Conferência Estadual de Cultura, esta, com representantes de todo o Estado e a possível presença do ministro da Cultura, Gilberto Gil. Na pauta do Hangar já tem eventos programados até2009. Serviço: Avenida Dr. Freitas S/N Fones: (91) 3344-0100/0101/0102 www.changarcentrodeconvencoes.com.br Belém-Pará-Brasil CEP 66.613-902
PóloBelém
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Foto: Salvador Scofano
Círio de Nazaré 2006
22| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
Teatro da Paz
Foto: Geraldo Ramos
Foto: Joテ」o Ramid
Complexo Feliz Lusitテ「nia
Mangal das Garテァas Jun 07 | REVISTA AMAZテ年IA |23
Santarém
Óbidos
24| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
Foto: Salvador Scofano
PóloTapajós
Foto: Heitor Reali
Dançarinos de Carimbó
Foto: Heitor Reali
PóloMarajó
Marajó
Ago 07 | REVISTA AMAZÔNIA |12
Foto: Serge Guiraud Foto: Jean Barbosa
Guarテ。
Salinas
Foto: Geraldo Ramos
Mayandeua Algodoal
26| REVISTA AMAZテ年IA | Jun 07
Foto: Geraldo Ramos
Bragança
Marabá Praia do Tucunaré
Foto: Geraldo Ramos
Foto: Geraldo Ramos
Hidroelétrica de Tucuruí
PóloXingu
Foto: Geraldo Ramos
FONTES: Sites da Paratur, Prefeitura de Belém, Círio de Nazaré, City Brazil, Brasil Viagem, Amazônia de A a Z.
Altamira - Rio Xingu 28| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
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Participe da Revista Círios de Nazaré Edição2007 Fechamento anteci pado! Uma publicação Editora Círios
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{Por}
Ten. Carlos Tietjen Fotos de Hélio Machado
criação da COMARA – Comissão de AeroportosdaRegiãoAmazônica O objetivo de vencer o desafio amazônico concretizou-se com a criação, por preceito constitucional em 1953, da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA), mais tarde transformada em Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia(SUDAM). Para assessorar outros órgãos envolvidos na elaboração de um Plano Diretor de Aeroportos em que foram selecionadas localidades onde os aeródromos deveriam ser construídos – levando-se em conta padrões razoáveis de segurança para o sobrevôo – o Ministério da Aeronáutica, por meio do então Comando da 1ª Zona Aérea, sediado em Belém, criou a comissão mista FAB/SPVEA. Um ano e sete meses depois, esse grupo transformou-se na Comissão de Aeroportos da Região Amazônica – COMARA, criada para estudar, projetar, construir e equipar aeroportos da Amazônia, diretamente subordinada ao então Ministro da Aeronáutica, a organização foi instituída pelo
Brigadeiro Eduardo Gomes: Viu na criação e na missão da COMARA a identidade com seus ideais mais sublimes, especialmente aqueles que o levaram a criar e implantar o Correio Aéreo Nacional como força de integração que se estendia à Amazônia Brasileira
COMARA Vencendo desafios para construir aeroportos na região amazônica
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30| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
Decreto-
O desafio amazテエnico
Jun 07 | REVISTA AMAZテ年IA |31
Palmeira do Javari-AM
Japurテ。-AM
Indias Tiriテウs
32| REVISTA AMAZテ年IA | Jun 07
Yauaretテェ-AM
Estudo de sテウlo
Indio Tiriテウ
Jun 07 | REVISTA AMAZテ年IA |33
Da esquerda para a direita Cel. Av. Ottomar e Brig. Protasio
34| REVISTA AMAZテ年IA | Jun 07
Rio Juruá-AM
Pedreira no Iapoque-AP
Canalisação de igarapé em Yauaretê-AM
Patriotismo e desenvolvimento social
Núcleo de Base Aérea em São Gabriel da Cachoeira-AM
Concretagem da pista de Japurá-AM
Pista de pouso de Tiriós
Difusão do conhecimento técnico-profissional e as relações sociais regionais
Transporte de brita em balsa da Comara
Desembarque de brita em Japurá-AM
Ago 07 | REVISTA AMAZÔNIA |12
Brig. Protásio visitando missão indígena Yauaretê
Missionário empreendedor: O Comariano
* Arquiteto. Comunicação Social Vista aérea da pista de Tiriós-PA
36| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
Sede da COMARA em Belém-PA
{Por}
Antônio Bentes Fotos: Jorge Macêdo
terradecontrastes Berço de Macunaíma, o Monte Roraima com 2.875 metros de altitude, faz fronteira com a Venezuela, Guina e Brasil. Seu ecossistema impressiona pela raridade da flora e do espaço cênico-místico
38| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
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“lavrado” – ou savana, como é conhecida no Brasil. Ao Norte, nas fronteiras com a Republica Cooperativista da Guiana e aVenezuela, os altiplanos do maciço da Guiana imperam imponentes como o MonteRoraimaeoCaburaí. Com mais de 76% de sua área comprometida com áreas indígenas, reservas naturais, parques nacionais e outras unidades de conservação; o Governo de Roraima vem buscando alternativas para o seu desenvolvimentosemagrediroambiente. Preocupado com o desenvolvimento sustentável, o governador de Roraima, brigadeiro Ottomar de Sousa Pinto, criou através do Decreto Lei Nº 555, de18 de julho do ano passado, a primeira área de proteção ambiental do Estado. Com 1.207.650.07 ha de área, a Área de Proteção Ambiental do Baixo Rio Branco – APA BRB, localizada no município de Rorainópolis, Sul do Estado, tem como objetivo preservar ambientes naturais e as necessidades das populaçõeslocais. A Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia de
O antigo Território Federal de Roraima, foi transformado no atual Estado de Roraima, pelo Art. 14 do Ato das Disposições Transtórias do Constituição Brasileira, promulgada em 1988. O primeiro governador a tomar posse foi o Brigadeiro Ottomar de Souza Pinto
Foto: Alfredo Maia
Terra de Macunaíma, o herói de Mário de Andrade, o Estado de Roraima é uma das regiões mais ricas em biodiversidade e espaço cênico do Brasil. Sua área territorial é de 225.116,10 km2 e representa 2,63% do territóriobrasileiro. Ao sul, na divisa com o Estado do Amazonas, predomina a floresta tropical. Na capital Boa Vista, e região central do Estado, os grandes espaços são dominados pela vegetação rasteira conhecida como
Governador Ottomar
Forte São Joaquim Construído em 1775 pelos por tugueses, com o fim exclusivo de defender a região da expansão colonial espanhola, holandesa e inglesa. Tombado como Patrimônio Histórico no dia 22 de abril de 2001, o For te marca o início da ocupação de terras em Roraima. Hoje restam apenas par tes do antigo for te, na confluência dos rios Uraricoera e Tacutu.
Roraima – FEMACT, através de sua Diretoria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável, é a responsável pela articulação entre os atores sociais e o governo estadual, na formulação do Plano de Manejo, Estudos de Biodiversidade, monitoramento e fiscalizaçãodaAPABRB. Com o apoio de instituições como o CNPq, MMA, Suframa, Finep e Agência de Desenvolvimento da Amazônia, a Femact com o apoio do Governo de Roraima - vem desenvolvendo projetos para conhecimento dos diversos ecossistemas existentes no Estado.
O Turismo em Roraima Roraima abriga em seu território extensas áreas de floresta tropical e as belas savanas amazônicas, conhecidas regionalmente como lavrado. Possui, ainda, rios em abundância, com cachoeiras, corredeiras e praias apropriadas ao ecoturismo. O estado tem a maior parte de seu território acima da linhadoEquador. O estado selecionou duas regiões para receber os investimentos do Proecotur: o nordeste do estado, onde está o Parque Nacional do Monte Roraima e os lavrados roraimenses, e a área de Caracaraí, cidade localizada às margens do rio Branco, o principaldoestado. É no Parque Nacional do Monte Roraima que estáopontomaissetentrionaldopaís,aSerra do Caburaí, próximo à tríplice fronteira BrasilVenezuela-Guiana. O parque ostenta formações geológicas de rara beleza, envolvidas por florestas, e acolhe nascentes de rios importantes da região, como o Cotingo, que exibe várias quedas d'água ao longo de seu curso. Nas rochas do parque é possível ver também registros de povos préhistóricos que habitaram a região. O Monte Roraima é um dos pontos mais elevados do país, com 2.875 metros de altitude. Próximos ao parque estão também o município de Uiramutã e a Serra do Sol, outro ponto culminante,com2.400metrosdealtitude. Ao sul do parque nacional está a Serra do Tepequém, encravada no lavrado roraimense, no município de Amajari. Tratase de uma formação vulcânica, em cujo topo há uma cratera onde funcionou o primeiro garimpo de diamantes do estado. O antigo caminho usado pelos garimpeiros para subir seus 1.400 metros de altitude funciona hoje como uma trilha para apreciadores de trekking. Região de nascentes, a Serra do 40| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
A Cattleyia jenmanii orquídea endêmica da fronteira do Brasil com a Venezuela, habita as florestas do extremo norte de Roraima
Palmeira nativa da região das savanas (lavrados) de Roraima, o Buriti é fruto dos mais apreciados na culinária regional. Sua polpa é matéria-prima para sucos, sorvetes, doces e tortas, sua folha é amplamente utilizada no artesanato indígena e cobertura de casas e tapiris.
Pedra Pintada
Região do Paredão – belas corredeiras, boas para a prática de canoagem
Marco da Linha do Equador
Rio Mucajai
Vista aérea de Boa Vista
Formado pelos rios Uraricoera e Itacutù, o Rio Branco corta o Estado de Roraima no sentido Norte/Sul e durante muitos anos foi a principal rota de transporte de cargas e passageiros, ligando Manaus a Roraima.
Parque Anauá
TepequémtemaindaascachoeirasdoPaivaedo Funilcomoatrativosadicionais. Nocentrodoestado,ondeassavanasdãolugarà densa floresta tropical, está o município de Caracaraí. Situado às margens do rio Branco, Caracaraí é cortada por vários outros rios que formam extensas várzeas durante a estação chuvosa, atraindo grande variedade de animais. A região está protegida por várias unidades de conservação,entreasquaisoParqueEstadualda Serra da Mocidade e o Parque Nacional doViruá. Por conta destas características ecológicas, Caracaraí tem em operação três hotéis de selva que alojam visitantes do mundo inteiro, especialmentepraticantesdapescaesportiva.
Balneário de Boa Vista
viagem de avião entre Brasília e a capital roraimense dura cerca de 4h50. Roraima é percorrida de norte a sul pela rodovia BR-174, que, partindo de Manaus (AM) passa pela Capital e chega até a fronteira com a Venezuela, onde conecta-se com outra estrada que vai até o caribevenezuelano.
Como chegar Portão de entrada do pólo de Roraima, a capital Boa Vista conta com aeroporto internacional. A
Plantas aquáticas atestam a qualidade da água no entorno de Boa Vista, onde a população utiliza os rios e igarapés como balneários de fim de semana
Jun 07 | REVISTA AMAZÔNIA |41
{Por}
Bety Rita Ramos
Comissãoda
Amazônia CAINDR A Amazônia amplia seu espaço no parlamento brasileiro
á dez anos as causas amazônicas conquistaram espaço especial no parlamento brasileiro. Em 1997, por iniciativa do deputado Anivaldo Vale (PSDB-PA), foi criada a Comissão da Amazônia da Câmara dos Deputados. Ao completar a primeira década de vida, tendo hoje como presidente a
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deputada Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM), o órgão comemora vitórias e avanços e se prepara para novos desafios. A Comissão nasceu para tratar especificamente de questões amazônicas. Mas em março de 2004 teve sua competência alterada. Atendendo a demanda por um colegiado que tratasse de temas ligados à
Ministra Marina Silva ao centro, Dep Vanessa Grazziotin e o Dep Anivaldo Vale, autor do projeto que criou a Comissão
preservação amazônica e integração nacional, passou a chamar-se como é hoje conhecida: Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de DesenvolvimentoRegional(CAINDR). A presidente da CAINDR ressalta que a contribuição de todos os ex-presidentes foi fundamental para as conquistas que a Comissão registra hoje. De 2001 a
Descerramento da placa do Selo Comemorativo dos 10 anos da Comissão
2006, por exemplo, foram realizadas 108 reuniões ordinárias, 91 audiências públicas, 64 eventos como mesas redondas, seminários, visitas, workshops, entre outros. Foram registrados 584 proposições e 608requerimentos. A Comissão começou 2007 a pleno vapor. Só nos primeiros três meses deste ano já realizou seis reuniões ordinárias, cinco audiências públicas, três outros eventos, encaminhou 28 proposições e 90 requerimentos. Além de ter instalado três novas Subcomissões Especiais e três Subcomissões Permanentes, que estão profundamente engajadas nosseustrabalhos. A CAINDR conta hoje com a Subcomissão Especial destinada a acompanhar os desdobramentos das medidas provisórias do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) referente aos recursos reservados para a Amazônia, região Nordeste e Centro-Oeste. Essa subcomissão tem como objetivo ainda estudar e
analisar os impactos do PAC sobre a política de integração nacional. É presidida pela deputada ElcioneBarbalho(PMDB-PA). Outra nova subcomissão especial é a que trata de questões fundiárias e agrárias na região Amazônica e que tem como presidente o deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA). E a terceira foi criada com o objetivo de efetivar um acordo entre o Estado de Roraima e o Governo Federal para a definição da questão fundiária, econômica e social daquele Estado. Como subcomissões permanentes foram criadas a que objetiva estudar e emitir parecer sobre o fenômeno do aquecimento global e alterações climáticas, presidida pela deputada Perpétua Almeida (PcdoB-AC); a que trata das alternativas econômicassustentáveisparaaAmazôniaBrasileirae Fontes de financiamento do Sistema Nacional do Meio Ambiente, que tem à frente a deputada Maria
A CAINDR trata de assuntos relativos à região amazônica, integração regional e nacional, valorização econômica, questões indígenas, caça, pesca, fauna e flora e sua regulamentação, exploração dos recursos minerais, vegetais e hídricos, turismo e desenvolvimento sustentável, planos e incentivos regionais de desenvolvimento econômico e social, planos nacionais e regionais de ordenação do território e de organização político-administrativa, assuntos de interesse federal nos Municípios, Estados, Territórios e no Distrito Federal, sistema nacional de defesa civil e política de combate às calamidadesemigraçõesinternas.
Helena (PSB/RR); e a destinada a tratar das questões relacionadas ao Nordeste e áreas de abrangência da Sudene.
Selo dos Dez Anos Para marcar os dez anos de muita atuação a CAINDR realizou no último dia 26 de abril, na sala da Presidência da Comissão, o lançamento do Selo Comemorativo a essa década. O evento contou com a presença da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,os deputados membros da Comissão, vários outros parlamentares e lideranças, além de representantes de setores da sociedade civil organizada. Aconteceu durante um Café da Manhã onde iguarias amazônicas foram fartamente saboreadas. >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
“Nesses dez anos tivemos intensos debates sobre questões amazônicas e nacionais e a Comissão foi capaz de apresentar soluções”, disse Marina Silva. Ela destacou também que a Amazônia tem massa crítica
A ministra Marina Silva, Dep Luciano Castro, Dep. Vanessa, Dep Maria Helena e o Dep. Sebastião Rocha em visita da CAINDR ao MMA Jun 07 | REVISTA AMAZÔNIA |43
e que as populações dessa região sabem e propõem soluções para seus problemas. Enfatizou que a deputada Vanessa Grazziotin está dando o ritmo adequado à Comissão nesse momento de debates tão importantes para as questões ambientais como as mudanças climáticas. Elogiou ainda criação da Frente Parlamentar Amazônia para Sempre, uma iniciativa da deputada Perpétua Almeida (PcdoBAC). >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), foi representado na ocasião pelo deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE). Ele ressaltou que a Comissão tem sido um rico e eficiente fórum de debate. Citou como exemplo a defesa da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), bandeira assumida pela CAINDR. “A Suframa tem um serviço prestado a Amazônia que não tem mensuração e a Comissão tem ressaltado sempre isso”, enfatizou, lembrando ainda temas como a defesa da floresta e das Superintendências de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) e do Nordeste (SUDENE), entre outros temas que têm sido pautadospelaComissão. >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
O deputado AnivaldoVale, autor do projeto que criou a CAINDR, disse da sua felicidade de ter participado da criação de um fórum que consegue de fato interferir nos destinos da Amazônia.“A Comissão vai continuar desempenhando seu trabalho em parceria com os Governos, parlamentares, mas acima de tudo, comacontribuiçãodasociedade”,destacou. >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
A presidente da Comissão, Vanessa Grazziotin, disse não restarem dúvidas que as ComissõesTemáticas do Parlamento muito representam para o processo democrático brasileiro. Ela enfatizou a importância
A presidente da Comissão com a Ministra Marina Silva e o Dep Inocêncio Oiveira, que na ocasião representou o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arlindo Chinaglia
de todas as realizações desses dez anos de CAINDR. E destacou a relevância da Comissão, lembrando que a cada dia multiplicam-se os desafios de fortalecimento dos níveis de consciência ecológica e ambiental e de valorização de todo o potencial de desenvolvimentodasregiõesbrasileiras. No âmbito da CAINDR são estudados antecedentes, circunstâncias, dados e conveniências de projetos Vanessa ao lado do Dep Renildo Calheiros, da Dep Elcione Barbalho e deputados membros da Comissão da Amazônia
A Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara completou
recentemente 10 anos. Como terceiro presidente da Comissão, Paulo Rocha recordou que a Comissão nasceu com a tarefa de valorizar a região amazônica e de discutir projetos que colocaram o "tema amazônia" na pauta de discussão nacional, além de promover debates que interferem diretamente na vida dos brasileiros.. Ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, cumprimenta os deputados Inocêncio Oliveira (corregedor da Câmara) e Paulo Rocha (coordenador da bancada paraense no Congresso)
ligados direta e/ou indiretamente a Amazônia e questões de desenvolvimento regional e integração nacional. Esses debates, ora realizados em audiências ora em seminários ou eventos similares, possibilitam que haja mais liberdade para expressão das opiniões e formação do consenso que, emitido sob a forma de parecer da Comissão, orienta o Plenário na apreciação damatéria.
Em Sintonia com a Pauta do Congresso e do País A deputada Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM), atual presidente da CAINDR, dá abaixo a dimensão das realizaçõesdaComissãoedosnovosdesafios Revista Amazônia: Como presidente na atual
gestão e membro da Comissão há vários anos, qual a avaliação que a deputada faz dos 10 anos de Comissão da Amazônia, Integração Nacional e DesenvolvimentoRegional? Vanessa - Nos oito anos como deputada, participo da Comissão e asseguro que todos os projetos com temáticas relacionados à região e às desigualdades regionais no País tramitaram pelo nosso colegiado. Nesse sentido, dá para você avaliar a dimensão da importância que temos para o País. Em síntese: você está legislando sobre um dos maiores biomas do mundo. Revista Amazônia: Quais os principais desafios da Comissãodaquiprafrente? Vanessa - O principal será fortalecer a integração da
Deputada Vanessa Grazziotin, ao lado de Anivaldo Vale, Dep. Paulo Rocha e membros da bancada do Pará
Amazônia com outras regiões do País, focando nossa atuação na área de integração e desenvolvimento regional. Para isso, precisamos valorizar a participação dos parlamentares de outras regiões nos trabalhos da Comissão.Issojávemsendofeito. Revista Amazônia: Em quê será focada a gestão 2007? Vanessa - Começamos a debater na comissão os projetos de desenvolvimento regional, sobretudo aqueles que constam do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a questão do aquecimento global e os problemas ambientais na região. Ou seja, estamos em sintonia com a pauta do CongressoedoPaís. * Bety Rita Ramos é Jornalista
Dep. Paulo Rocha membro da Comissão, Dep. Inocêncio Oiveira, Dep. Vanessa e o Dep. José Guimarães, também membro da Comissão
AmazonaslançaFundo parapreservarafloresta Fotos: Mário Oliveira
N
o dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio estufa. Ambiente, o governador do Amazonas O Fundo a ser criado pelo Governo do Amazonas Eduardo Braga, vai sancionar o Decreto prevê, entre outras coisas, o estabelecimento de Estadual 26.581, de 25 de abril deste ano, compensações financeiras às populações definindo critérios sobre o estabelecimento da tradicionais, iniciativa essa considerada política estadual voluntária de mudanças indispensável para que elas possam sobreviver com climáticas.Amedidareafirmaocompromissodo dignidade,semdegradaromeioambiente. s e u g o v e r n o c o m a p ro m o ç ã o d o Além de reafirmar o compromisso do seu governo com a preser vação desenvolvimento ambiental, sem abrir mão do sustentável. desenvolvimento, Braga Durante a participação como revelou que o Amazonas convidado especial no 7º também está trabalhando na Seminário LIDE, promovido criação de unidades de pelo Grupo de Lideranças zoneamento de Empresarias, no dia 15 de desmatamento evitado no maio, em São Paulo, Eduardo Amazonas. Braga informou que o Braga pontuou, também, as Amazonas também está ações que estão sendo criando um Fundo especial, desenvolvidas no Amazonas, que contará com a convidei o Al Gore, a visitar o Amazonas participação das empresas “Eu para conhecer nosso projeto, como já havia por meio do programa Zona feito com o ex-presidente Bill Clinton. Franca Verde, para dinamizar instaladas no Estado e fora Acredito que, com o apoio destas duas o desenvolvimento d e l e, q u e vã o p o d e r autoridades de grande respeitabilidade contribuir com a preservação internacional, vamos conseguir emplacar o sustentável e assegurar ao projeto de remuneração pelos serviços h o m e m d o i n t e r i o r, da floresta, via unidades de nosso ambientais que temos exposto a organismos conservação ambiental, e instituições ao redor do planeta”, considerado o verdadeiro afirmou o governador g u a rd i ã o d a f l o re s t a , promovendo a neutralização das emissões de gases causadores do efeito condiçõesdignasdesobrevivência. 46| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
O ex-vice-presidente norte-americano Al Gore encontrou-se com o governador do Amazonas, Eduardo Braga, e com o secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Virgílio Viana, em evento promovido por lideranças empresariais em São Paulo . Al Gore se mostrou interessado em conhecer melhor o programa Zona Franca Verde (ZFV)
O Bolsa
necessário, é imperioso, que se adote medidas como essa que o governador irá concretizar no próximo dia 05/06, disse o secretário Virgílio VianadaSDS-Am. O governador acredita que, diante dos serviços ambientais que a cobertura florestal do Amazonas presta e da pressão para se mitigar as emissões de gases do efeito estufa, ela tem grandepotencialparavirarumativofinanceiro.É justamente com essa possibilidade que o Amazonas conta para financiar o futuro de sua política ambiental, incluindo aí o pagamento do BolsaFloresta. compensadas com incentivos “A bolsa-floresta é um fiscais, desde que reduzam ou mecanismo financeiro para compensem as emissões de beneficiar os povos da floresta. gasesestufa. Será pago aos moradores de O dinheiro do Fundo também unidades de conservação pelo será para ajudar as empresas da Pólo Industrial de Manaus trabalho que realizam para zona franca de Manaus a se manteraflorestaempé". adaptarem e, em 2008, estarem O incentivo seria dado após aptas a neutralizar todas as suas uma verificação comprovando emissõesdecarbono. que num dado período ou ano, É a única data com que Braga se em zona habitada da mata, ela compromete. Quanto ao resto, Barco Zona Franca Verde não sofreu corte de árvores. ele não deu um prazo exato para colocar tudo em funcionamento. Mas o decreto que Pelos cálculos iniciais isso daria cerca de 500 estabelece os critérios gerais da nova política dólares anuais (cerca de R$ 1.000) às famílias ambiental para o Estado será assinado no dia 05 de que não desmatarem a floresta e que moram junho, em homenagem ao Dia Mundial do Meio dentro das unidades de conservação. As ações serão em torno das unidades de conservação Ambiente. As evidências científicas sobre as contribuições da estaduais, que somam 16,9 milhões de hectares floresta amazônica para o equilíbrio climático são - 10% da área territorial do Amazonas (150 cada vez mais claras. E a Amazônia, principalmente o milhõesdehectares). amazônida, deve ser valorizado por isso. As As ações do “pacto pelo desmatamento zero” evidências mostram que a floresta não é o pulmão do inclui leis estaduais específicas para mudanças mundo e, sim, na verdade, o chuveiro e o ar- climáticas e para unidades de conservação além condicionado do mundo, além de ser logicamente de criação da Fundação de Desenvolvimento uma grande reserva de biodiversidade e um Sustentável de Carbono Neutralizado. “Essa patrimônio de diversidade cultural, que possui 62 entidade deve ser criada para que, em 2008, as etnias indígenas distintas, e por tudo isso, é mais que empresas do Pólo Industrial de Manaus sejam carboneutralizadas e, com os recursos Eduardo Braga em Nova Yorque, na Conferência arrecadados, possam financiar a Bolsa Floresta”, Brasil, com Aécio Neves, Mário Garnero, o realizador explicou. da Conferência e Sérgio Cabral. Nessa Conferência a Dessa maneira Eduardo Braga reafirma o criação do Fundo para o Bolsa Floresta foi aplaudidíssima e endossada à unanimidade dos 27 compromisso do seu governo com a promoção países e 8 governadores brasileiros presentes dodesenvolvimentosustentável.
Floresta O Estado do Amazonas tem a menor densidade populacional – 3,3 milhões de habitantes, em relação à sua área na região, quase 1 milhão e 600 mil quilômetros quadrados. Dos Estados da região, é o que manteve a sua cobertura florestal original em melhor estado de preser vação. As ações serão em torno das unidades de conservação estaduais somam 16,9 milhões de hectares - 10% da área territorial do Amazonas (150 milhõesdehectares) OgovernadorEduardoBragaquermelhorarefazerdo Amazonas um estado livre do desmatamento em suas fronteiras e não apenas nas suas Unidades de Conservação.Paraissofaltadinheiro. E, para se tornar realidade, a idéia é a constituição de umFundo. Vai ser a novidade que Eduardo Braga vai realizar com as modificações que pretende fazer na cobrança do ICMS e com as doações de empresas. Seria a capitalização do Fundo. As empresas serão
Imagem de satélite da Nasa dos focos de fogo e queimadas pelo mundo Jun 07 | REVISTA AMAZÔNIA |47
Pesquisascruzadas daAmazônia
18% Pela primeira vez, pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) cruzaram dados de 15 modelos de computador usados pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) com outros de vegetação e clima feitos no Brasil e agora (segundo eles), já sabem o tamanho do estrago que o aquecimento global vai fazer na Amazônia neste século.
O veredicto
Assim se processa a estufa
IPCC 48| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
Mapa das mudanças climáticas do IPCC
Trabalhadores da Petrobrás em Coari Amazonas
Desmatamento
Pioneirismo
Região amazônica pelo satélite do CPTEC/INPE
Radiação Solar na Amazônia pelo NOA A/GOES-10
El Niño no leste do Pará
Fonte de dados: NCEP
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Evitar caos climático diz relatório da ONU
É preciso agir imediatamente, há tecnologia e dinheiro
US$ 10 bilhões ao ano seria o ganho potencial que a preservação dessas áreas poderia trazer ao Brasil
Cientistas e autoridades de mais de 100 países concluíram que lutar contra o aquecimento global é possível financeiramente e que a tecnologia disponível é suficiente para diminuir as emissões de gases poluentes. Com medidas rápidas e enérgicas seria possível evitar o s informações foram divulgadas no relatório final do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), organizado pela ONU em Bangcoc, Tailândia. Especialistas em clima e representantes de diferentes países estavam reunidos discutindo sobre o tema. Foi o terceirorelatórioelaboradoneste2007. O relatório servirá como um 'manual' para os governantes e aborda formas de evitar o aumento da emissão de gases que causam o aquecimento global, particularmente o dióxido de carbono (CO2) liberado pela queima de combustíveis fósseis e florestas. Revê as últimas descobertas científicas sobre custos e formas para frear as emissões e ainda afirma que as atuais políticasambientaissãoinadequadas.
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As delegações dos diferentes países chegaram a um consenso de que o mundo tem tecnologia e dinheiro para limitar o aquecimento global, mas deve agir imediatamente. A adoção de biocombustíveis e fontes de energia renováveis, além de melhor aproveitamento energético, entre outras medidas, podem reduzir o impacto do desastre mundial. Há uma variedade tecnológica já disponível para conter as mudanças climáticas com um custo razoável até mesmo para os paísesresponsáveispelosmaioresdanosànatureza. “Os esforços para a atenuação do aquecimento global e para a diminuição da poluição nos próximos 20 ou 30 anos terão um grande impacto sobre as possibilidades de alcançarmos os níveis mais baixos para a estabilização das emissões de gases que provocam o efeitoestufa”,afirmaaconclusãodoIPCC. O texto também contempla a energia nuclear, a solar e a eólica, além das práticas para a captação e o armazenamento de CO2 emitido. Mudanças na forma de plantio de algumas culturas e no tratamento de rebanhos ainda podem diminuir emissões de gás metano, que também causa efeito estufa. Em alguns casos, as tecnologias proporcionarão grandes benefícios, inclusive menores gastos com saúde por causadadiminuiçãodapoluição.
“Algumas partes foram mais ONU difíceis, alguns trechos do documento foram eliminados, mas acredito que no geral o relatório manteve sua essência científica e permanece muito bom”,eraaopiniãodominante.
PIB O esboço do texto que foi discutido pelos especialistas calcula que uma meta de emissão de gases nocivos ao meioambientetotalde650partespormilhão(ppm)de gáscarbônicoreduziriaem0,2%doPIBmundial. Uma meta mais ambiciosa, de 550 ppm, geraria uma reduçãode0,6%noPIBmundial. A concentração atual de gás carbônico é de 425 ppm. Muitos cientistas acreditam que só uma meta de 450 ppm poderia evitar alguma conseqüência climática de grandeescala. Para se atingir essa meta, no entanto, o esboço do relatório do IPCC indica que o mundo teria uma redução de3%noPIB. "Eu posso dizer que a probabilidade de se chegar a 450 ppm em relação ao mundo atual é quase impossível", disse o professor Stephen Schneider, da universidade americanadeStanford. "Mas um aumento na temperatura acima de 2ºC ou 3ºC
Poluição cai com ações simples
leva a potenciais extinções em massa, problemas sérios nos litorais, desaparecimento de geleiras, derretimento decamadasdegelo.”
Redução das emissões globais de dióxido de carbono O relatório do (IPCC) afirma ainda que as florestas têm potencial para reduzir as emissões globais de dióxido de carbono e ampliar a remoção do gás causador do efeito estufa do ar, como parte dos esforços para contenção do aquecimento global até 2030. Atividades ligadas às florestas podem ser planejadas para se integrar a programas de desenvolvimento sustentável, segundo o texto, com impacto positivo na preservação ambiental e na redução da pobreza. Os biocombustíveis, como o etanol, poderão desempenhar um papel importante na redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, com potencial para representar de 3% a 10% da demandatotaldeenergiaparatransportesem2030. O texto adverte, porém, que a redução nas emissões depende do modo como o biocombustível será produzido e na disponibilidade de terra arável e de água. "O uso disseminado de terra agrícola para produção de biomassa para energia poderá competir com outros usos da terra, com efeitos ambientais e na segurança alimentar da população que podem ser tão "positivosquantonegativos."
proliferação de armas e resíduos" como restrições à adoção dessa opção. O relatório enfatiza, ainda, que as medidas a serem tomadas nas próximas duas a três décadas "terão o maior impacto nas oportunidades de atingir níveis de estabilização" dos gases do efeito estufamaisbaixos. O IPCC afirma que opções de eficiência energética para a construção civil poderão trazer grandes reduções na emissão de gases causadores do efeito estufa, com benefícios econômicos. O setor de construção poderia ganhar dinheiro reduzindo suas emissões em até 30% até 2030, segundo o relatório. As dificuldades seriam de "disponibilidade tecnológica, financiamento, limitaçõesdeprojetoepobreza".
Biocombustível Os biocombustíveis, como o etanol, poderão desempenhar um papel importante na redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, com potencial para representar de 3% a 10% da demanda total de energia para transportes em 2030. O texto adverte, porém, que a redução nas emissões depende do modo como o biocombustível será produzido e na disponibilidade de terra arável e de água. "O uso disseminado de terra agrícola para produção de biomassa para energia poderá competir com outros usos da terra", com efeitos ambientais e na segurança alimentar da população que podem ser tão "positivos quantonegativos".
Energia nuclear A energia nuclear é citada como opção que pode chegar a 18% da geração de eletricidade até 2030, mas o relatório menciona preocupações como "segurança,
Para Al Gore “O aquecimento climático não é um problema político, é um problema moral, um problema de sobrevivência", disse recentemente em Buenos Aires
Medidas simples de economia de energia, como a troca de lâmpadas ou não encher totalmente a panela também podem cortar as emissões de carbono, segundo o relatório da ONU. Os números são significativos: até 2020, cerca de US$ 122 bilhões serão economizados e quase 1 bilhão de toneladas de emissões de dióxido de carbono serão evitadas no mundo todo com a simples atitude de adotar lâmpadas maiseficientes. O problema é convencer os negócios e as pessoas só com a justificativa da economia de energia. "Não é muito emocionante", disse Tom Delay, executivo-chefe da Carbon Trust, uma empresa de financiamento público e privado. "Existem grandes medidas que todos nós podemos tomar na economia de energia e no gerenciamento do desperdício. Dá para ser muito positivo, em vez de ficar falando do lado negativo da mudança no clima", disse Miles Templeman, diretorgeraldoInstitutodeDiretoresdaGrã-Bretanha. Agência Internacional de Energia, que assessora 26 países ricos, diz que as medidas de economia podem reduzir as emissões em até 5.000 bilhões de toneladas até2030. Isso provocaria uma economia de cerca de 8 trilhões de dólares nas contas de energia elétrica dos consumidores, além de economizar 3 trilhões de dólares na construção de usinas de energia que se tornariamdesnecessárias.
Produção de Combustíveis Fósseis: Documento recomenda redução do uso de combustíveis fósseis e promoção de energias renováveis para manter aumento de temperatura abaixo de 2ºC, ao custo de 3% do PIB mundial até 2030
AsFlorestasas Queimadas o IPCC QueimadasoIPCC eaGlobalCanopy Preservação das florestas pode ajudar a conter o aquecimento global com baixo custo e impacto positivo no combate à pobreza, afirma o relatório do IPCC. As florestas têm potencial para reduzir as emissões globais de dióxido de carbono e ampliar a remoção do gás causador do efeito estufa do ar, como parte dos esforços para contenção do aquecimento global até 2030.
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tividades ligadas às florestas podem ser planejadas para se integrar a programas de desenvolvimento sustentável, segundo o texto, com impacto positivo na preservação ambiental e na reduçãodapobreza. O relatório afirma que 65% de todo o potencial de mitigação abaixo de US$ 100 - esse potencial é definido como o custo de se remover uma tonelada de dióxido de carbono do ar - está nos trópicos, e 50% desse potencial poderia ser atingido com reduções no desflorestamento. O texto adverte que a mudança climática poderá afetar esse potencial.
esforços para mitigar as missões globais porque a captura de carbono ou a tecnologia nuclear levarão décadas para ter qualquer impacto significativo em reduzir as emissões, enquanto podemos combater o desmatamento já, sem a necessidade de inventar nada novo ou de infra-estrutura cara”, diz ele na carta de apresentação do relatório.
A difícil vida dos pesquisadores da GCP
Brasil
Segundo o relatório, o Brasil, 4º maior emissor de gases do efeito estufa por conta do desmatamento, perde anualmente até 26 mil quilômetros quadrados de florestas, gerando cerca de 400 milhões de toneladas deCO2. A organização argumenta que uma das melhores formas de combater o desmatamento seria o estabelecimento de um mercado global de carbono, para que os países com mais emissões pudessem pagar pelaconservaçãodeáreasemoutrospaíses. Queimadas As queimadas de áreas florestais são a O relatório estima em US$ 10 bilhões ao ano segunda maior fonte de emissões de gases do o ganho potencial que a preservação dessas efeito estufa, tornando o combate ao áreas atualmente queimadas poderia trazer desmatamento a forma mais fácil e barata de aoBrasil. mitigar a ação do aquecimento global, Para a ONG, o Brasil já tem hoje leis segundo afirma um relatório publicado pela adequadasparaapreservaçãodasflorestas, mas não existe vontade política nem ONGambientalGlobalCanopyProgramme. Segundo o relatório, as queimadas respondem recursosparaimplementá-las. O estabelecimento de um por 18% a 25% das emissões de mercado global de carbono gases do efeito estufa, atrás poderia gerar, em sua somente das emissões avaliação, recursos ao país provocadaspelousodeenergia. que excederiam o custoEm comparação, a organização benefício do desmatamento estima as emissões decorrentes para atividades como a das viagens aéreas, um dos vilões criação de gado ou o plantio atuais dos ambientalistas, em 2% desoja,comoocorrehoje. a3%dototal. Andrew Mitchell fundador da GCP Para Mitchell, Segundo o relatório,“mesmo com paradoxalmente o aquecimento global o aumento previsto para o tráfego aéreo, as emissões pelo desmatamento entre 2008 e pode dar às florestas uma melhor chance de 2012 deverão ser maiores do que o total das sobrevivência caso sua preservação seja emissões por aviões desde sua invenção até recompensadafinanceiramente. “Os países suficientemente sábios para pelomenos2025”. Para o fundador da ONG, Andrew Mitchell, as teremmantidosuasflorestaspoderãosever florestas tropicais são “o elefante na sala da no futuro donos de uma nova indústria do ecossistema de bilhões de dólares”, mudançaclimática”. “As florestas precisam ter prioridade nos argumenta.
Pesquisadores do Global Canopy Programme coletando dados
{Por}
V irgilio Viana
Adiandoo fimdomundo
O
s resultados científicos sobre a mudança climática global são contundentes. O clima do planeta já mudoueavelocidadedoprocessode mudança está aumentando. Mantido o atual padrão de desenvolvimento, as mudanças climáticas terão conseqüências graves, aumentando a probabilidade de catástrofes climáticas extremas, com profundas conseqüências para a economia, saúde, qualidade de vida e sustentabilidade dos ecossistemasnaturais.Algunscenáriosmostram que vastas regiões do planeta deverão se tornar inabitáveis ou muito inóspitas para a sobrevivênciahumana. Três documentos recentes são leituras obrigatórias para quem pensa no futuro da Amazônia, do Brasil e do
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planeta: (1) o Relatório Stern, publicado pelo governo inglês no final de 2006, (2) o relatório do Painel Internacional de Mudanças Climáticas, publicado pelas Nações Unidas no inicio de fevereiro Al Gore, Uma Verdade Inconveniente
de 2007 e (3) o relatório sobre a Caracterização do Clima Atual e Definição das Alterações Climáticas para o Território Brasileiro ao longo do Século XXI, publicadopelogovernobrasileironofinaldefevereiro
de 2007. Acrescente-se a esta lista o filme de Al Gore, Uma Verdade Inconveniente. A síntese é que o aquecimento global tem sido agravado pela atividade humana e a escala do processo não tem precedente nos últimos 20 mil anos. O processo de mudança climática está diretamente relacionado com a quantidade de gases que causam o efeito estufa que são produzidos pela ação do homem. Te o r i c a m e n t e , portanto, poderíamos conseguir diminuir a velocidade da mudança do clima se conseguíssemos diminuir a produção da fumaça que sai de nossos carros, fábricas, usinas termoelétricas e desmatamento. Em O estudo de Nicholas o u t r a s p a l a v r a s , Stern prevê 200 milhões poderíamos adiar o fim de refugiados vítimas de secas ou inundações domundo. Os cenários mais sombrios apontam para um fenômeno chamado“die back”ou colapso total da floresta amazônica, com o seu virtual desaparecimento e substituição por cerrados até 2050. Isto afetaria radicalmente a
navegabilidade dos rios, a produção de peixes, a produtividade agropecuária, a qualidade de vida nas cidades e a sustentabilidade dos sistemas tradicionais de vida dos nossos indígenas e ribeirinhos. Pergunta-se: evitar este cenário apocalíptico interessa à sociedade amazonense? Controlar o desmatamento interessa à sociedade amazonense não apenas pelas suas conseqüências para o aquecimento global. Sem igapó não teremos tambaqui. Sem nossas florestas perderemos nossos rios, lagos e igarapés. Podemos imaginar como seria a vida no Amazonas num cenário destes? Seguramente muito pior, para todos: ricos e pobres. Conservar nossas florestas é, portanto, bom paraoAmazonas. Sabemos que o grande vilão das mudanças climáticas são os Estados Unidos e China, responsáveis pela maior parte das emissões globais de gás carbônico – o principal gás que causa o efeito estufa. Entretanto, Relatório sobre a Caracterização do Clima Atual e Definição das Alterações Climáticas
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devemos enfrentar a realidade do Brasil ser a quarta maior fonte de gases efeito estufa do mundo, sendo que a principal responsável por istoéodesmatamentonaAmazônia. Se conservar nossas florestas é bom para o resto do mundo, é justo que os demais estados e paises dividam conosco o custo da conservação. Com a vontade política do governador Eduardo Braga e os resultados do Programa Zona Franca Verde mostramos que sabemos como conservar. Nosso desafio é aumentar o fôlego do que estamos fazendo, o que depende de mais recursos financeiros. Para isto devemos criar um novo mecanismo para que a sociedade amazonense seja recompensada financeiramente pelos serviços ambientais que suas florestas prestam ao restante da humanidade. Com isto, poderemos dar nossa parcela de contribuição para adiar o fim do mundo. Quem sabe assim possamos ter mais tempo para descobrir novas soluções para a crise quevivemos. * Secretário de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas
Virgilio Viana
{Por}
R
uth Rendeiro*
A segurança Ê fundamental em todas as etapas
O manejo da floresta amazônica
e suas múltiplas facetas P
Fotos: Everaldo Nascimento
ara os que estão habituados a conviver com a (ou na) floresta, por opção ou coincidências da vida, ela pode ser apenas mais um ambiente de trabalho, seu foco de estudo. Com mistérios ainda a desvendar, mas bem menores do que para aqueles que vivem entre celulares, e-mails, arranha-céus e engarrafamentos, ela é misteriosa demais, assustadora demais, sedutora demais. Repleta de nuances e incógnitas prestes a surpreender e a emocionar. São olhares antagônicos e às vezes conflitantes e nitidamente perceptíveis nos discursos e sentimentos. Neste universo de diferenças não há cer tos ou errados, apenas diferenças de visões e emoções. E este cenário eu vi se repetir no início deste mês durante uma visita à Fazenda Rio Capim, em Paragominas, no Pará. Especialistas em ciências florestais e leigos (ou quase) na área foram conhecer de per to as principais práticas de manejo florestal recomendadas pela pesquisa e já adotadas por algumas poucas empresas florestais da região. Promovido pelo Projeto Bom Manejo, uma parceria que une a pesquisa (Embrapa Amazônia Oriental e CiforCentro Internacional de Floresta Tropical), empresas madeireiras (Cikel Brasil Verde Madeiras e Juruá Florestal), ensino informal (Instituto Floresta Tropical) e apor te financeiro da OIMT (organização Internacional de Madeiras Tropicais), a proposta foi levar um público heter ogêneo, com per fil de multiplicador, a conhecer aquela que é hoje considerada a única forma racional e de impacto reduzido de explorar a floresta na Amazônia. Mais de 15 horas de viagem ora em estradas asfaltadas, ora entrando e saindo de buracos ou simplesmente no meio de árvores seculares nos levaram à unidade florestal da Cikel Brasil
Verde Madeiras, uma das empresas situadas no Pará que têm o selo verde, o cer tificado do FSC (Conselho de Manejo Florestal), que garante a legalidade da madeira e o cumprimento dos critérios que a diferencia da maioria das madeir eiras localizadas na Ama zônia. Princípios rígidos, monitorados periodicamente e que não significam perenidade. Receber uma cer tificação e ostentar para o mundo que a madeira comercializada, embora seja da Amazônia, foi retirada de forma racional, legal e com preocupação com a manutenção da floresta, pode ser interrompido se os cer tificadores detectarem inconformidades que não são apenas técnicas. A cer tificação envolve ainda aspectos ambientais e sociais complexos e que talvez sejam os mais difíceis de serem cumpridos à risca. As experiências relatadas, de fato indicam que a floresta deve ser manejada de forma que possa ter condições plenas para se perpetuar através de suas árvores filhas, netas ou bisnetas. Imitando os humanos, ela nasce, cresce, reproduz e morre. Resultados apresentados pelos pesquisadores, sempre entusiasmados, convincentes e eloqüentes, ratificam que os processos técnicos e que vêm sendo testados e observados há cerca de 30 anos, representam de fato a opção mais lúcida e equilibrada de explorar esse recurso natural. Os dados são incontestáveis, mas o número de empresários do setor que já adotou, é proporcionalmente insignificante. Aí está o maior de todos os desafios do projeto Bom Manejo, que há quatro anos se propõe a ser uma ponte entre a pesquisa e a adoção das chamadas boas práticas de manejo florestal. Um sistema complexo que começa com as imagens de satélite indicando os locais que deverão ser explorados. Depois chega a hora do
homem pisar onde antes nunca fora pisado por ele. Uma picada é aber ta e tem início então o inventário florestal, onde todas as árvores são registradas e as marcadas para serem derrubadas têm seu destino selado a par tir de diversos indicadores que são rigidamente seguidos, como o diâmetro mínimo de cor te ou a população que deverá permanecer e garantir que determinada espécie terá condições de se regenerar naturalmente. Há algumas, porém, que exigem mais. São as dióicas, que necessitam de uma “árvore macho” e outra “árvore fêmea” para que possam se reproduzir. Como a tatajuba e o marupá. Chega a hora da derruba propriamente dita e que acontece em três fases distintas. O primeiro contato da motosserra com a árvore é apenas uma enfiada da lâmina no tronco, com profundidade, mas rápida. Dessa forma sabe-se se ela está oca ou não. A operação arriscada prossegue com os preparativos para que a árvore caia sem maiores riscos. Preocupação com o motosserrista e seu ajudante (os únicos que permanecem às proximidades) e com a natureza em volta que já foi preparada para recebê-la. Cipós e outros obstáculos foram retirados suavizando a queda. A visão diferenciada dos que praticam o bom manejo na Amazônia se manifesta em cada pequeno detalhe. Além de competirem com os madeireiros que continuam a ex trair a madeira sem nenhum critério além do lucro pelo lucro, eles também se deparam com a cultura da região, um obstáculo a mais a ser enfrentado. A exuberância e grandiosidade da floresta criaram uma falsa idéia, entre os amazônidas, de que a floresta é um bem inesgotável. É grande demais para um dia acabar. Daí a enorme dificuldade, por exemplo, em encontrar um motosserrista que avalie os impactos da derruba de uma
grande árvore, respeitando as mudas que estão ao lado ou tornando o impacto o menor possível ao optar pelo lado em que ela cairá. A prática secular, herdada dos pais limi ta-se à preocupação com ele próprio. A floresta? isso é bobagem !!! Tratoristas com mais de 20 anos na atividade acreditam que não têm mais nada a aprender e abrir estradas estreitas só dificulta a condução da máquina. As árvores que serão preser vadas, o solo que ficará menos compactado são simples detalhes. Essa constatação tem motivado os que par ticipam do Projeto Bom Manejo a investir pesado em capacitação de mão-de-obra, principalmente através do Instituto de Floresta Tropical (IFT). Instalações no meio da floresta têm levado pessoas do Brasil e de outros Países a Paragominas para que aprendam a explorar a floresta racionalmente. Mais de 3.500 já passaram por lá. Fundamental, como afirmam os técnicos da Cikel, para que todos os empregados, independente do nível, possam entender o que é manejo e onde ele está inserido. Outra mudança cultural é fazê-los entender a impor tância do uso de equipamentos de segurança. Eles devem estar na rotina. Capacetes e botas fazem par te do vestuário e na derruba, as trilhas opcionais de fuga e avisos, com apitos, para que todos se mantenham afastados do local tornam-se vitais. Afinal, chega a hora da árvore gemer. O motosserrista não ouve. Está com o protetor no ouvido e o barulho da máquina é muito grande. Mas seu ajudante o avisa. Ela já vai cair! A cena é indescritível ! Todos os que estiveram no início de dezembro no evento do Projeto Bom Manejo assistiram uma muiracatiara, de mais de 100 anos e cerca de 30 metros ir ao chão produzindo um barulho que calou a floresta. Para os que estão habituados a ver a cena, gritos e palmas para comemorar a boa ação. Para os que viram pela primeira vez a derrubada, uma emoção for te que chegou às lágrimas. As manifestações variaram conforme a formação profissional, objetivo na visita e compreensão do processo. Incontestável que o ato é um avanço. A secular árvore foi ao chão, mas seus descendentes estão preservados. Sejam bem ao lado em suas pequenas mudas ou nas sementes coletadas. Irrefutáveis os argumentos profissionais de que a velha árvore já cumprira com a sua missão. “Assim como nós, humanos, elas têm um ciclo e um dia morr erão”, ar gumentou um dos mais experientes do grupo. Mas mesmo com muita experiência e há 25 anos vendo essa cena, há ainda os que se abalam e se emocionam sempre. Uma imagem que, independente dos argumentos, é for te demais. Ár vore no chão, atravessada na trilha, atrapalhando o tráfego, mas antes de começar a sua remoção é necessário registrá-la, iniciar o processo que permitirá o resgate da árvore em vida e depois de mor ta. Uma placa de alumínio 58| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
A muiracatiara centenária que foi derrubada
O destino dos resíduos florestais é outra preocupação dos que praticam o bom manejo
contendo a Unidade de Produção (UPA), Unidade de Trabalho (UT) e o número da árvore a acompanharão agora para sempre. No caso da muiracatiara, aquela que acabara de ser derrubada, o que restou dela no solo e na grande tora está a inscrição 05 (UPA) 34 (UT) 616 (a árvore). Em qualquer lugar, a sua madeira será identificada. Em Belém, São Paulo ou Londres, todos poderão resgatar sua origem e trajetória. O caminho de volta fica fácil. É o que se convencionou chamar de cadeia de custódia (como é se diz ainda hoje, mas que deverá ser alterado para sistema de rastreamento em breve) e que para um dos representantes do Ibama que estavam no evento, é a única maneira de assegurar que a madeira é legal. A árvore estendida no chão será agora cor tada em toras. Mas não imediatamente. A experiência de estar explorando cerca de 140 mil hectares, em um período que levará 30 anos, mostrou aos técnicos da Cikel que o melhor era esperar um
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pouco, antes de começar o arraste. Atualmente o traçamento (cor te da árvore em toras) só acontece depois de dez dias da derrubada. A decisão diminuiu consideravelmente o número de acidentes decorrentes da queda de galhos que eram quebrados na ocasião da queda. Esperando esse tempo, eles caem naturalmente e permite ainda que o planejamento do arraste seja mais detalhado. É preciso delimitar muito bem por onde o trator passará, selecionando o caminho que não exigirá cor te de outras árvores ou danos às espécies que estão se regenerando. Fitas vermelhas são espalhadas na floresta, evitando que o tratorista fique sem direção, meio perdido. Está concluída assim mais uma etapa da exploração. A próxima fase é o empilhamento das toras no pátio. Uma clar eira recentemente aber ta receberá as ár vor es cor tadas que serão empilhadas, marcadas (a mesma marcação do resto de tronco que ficou na floresta) e em seguida transpor tadas para a serraria. w w w.pr omoacao.com
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Parece que o ciclo acabou. Ao contrário... Outro impor tante está só começando. Exatamente o que difere o bom manejo florestal do que se vê com abundância na Amazônia. A área agora repousará por 30 anos e naturalmente ou com a ajuda do homem, se recuperará da exploração. Árvores que ainda não estavam com diâmetro para serem cor tadas crescerão e em três décadas estarão pr ontas para ser em derrubadas. Outras menores ficarão vigorosas e dezenas de espécies surgirão levadas pelo vento ou pelos animais. Fundamentais no sistema global da floresta, os animais são um capítulo à par te. A entrada do homem na floresta altera o dia-a-dia de muitos deles. Alguns mudam de moradia, outros ficam às proximidades e alguns (bem poucos) resistem e permanecem na área. Um inventário específico mostra a diversidade e mobilidade de cada espécie e como eles se compor tam depois que o homem vai embora. Pesquisas demonstram que a maioria retorna e outros, que o inventário inicial não registrou, surgem como novos habitantes. O que se constatou na visita à área da empresa Cikel Brasil Verde Madeiras é que o uso de boas práticas de manejo permite que de fato a floresta retorne, ressuscite. Talvez não igualzinha à original, mas a regeneração é visível, mesmo para os leigos. Uma das áreas visitadas foi explorada em 2001 e aos poucos ressurgem espécies como o piquiá e maçaranduba. Um pátio de estocagem, onde o impacto é maior pela ação de máquinas O técnico da Cikel explica a marcação da tora
60| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
pesadas, também se recupera e, mesmo lentamente, a vegetação rebrota. Pará-pará, tachi, jatobá, maçaranduba já estão de volta ao lugar. Quanto custa fazer tudo isso?.A pergunta não quer calar e tem sido, para muitos madeireiros, a principal justificativa para não adotar as boas práticas de manejo. Os que as defendem, por outro lado, garantem que esse investimento compensa e que ao final o retorno é garantido. Como tudo é minuciosamente planejado, acompanhado e mensurado, nada é desperdiçado. Cada litro de combustível é usado racionalmente. A pressão da sociedade, a fiscalização do governo e a perspectiva de exaustão do recurso natural esgotável, têm limitado o comércio da madeira sem origem identificada, ampliando assim o mercado para as que são, comprovadamente, oriundas de florestas manejadas. A visita, contudo, ainda não terminara... Madeireiros, técnicos de empresas públicas, privadas e ongs, jornalistas e pesquisadores foram ainda conhecer um imenso depósito de pequenos pedaços de madeira. O lixo que a exploração produz. Uma preocupação recente e que tem desafiado pesquisador es e empresários. Não faz muito tempo, esses resíduos representavam um problema apenas para a flora e fauna da floresta. As árvores não podiam ressurgir e os animais nem sempre conseguiam caminhar diante de tantos obstáculos. Agora é preciso dar destino a eles. Retirá-los do caminho e valoriza-los. Afinal,
mesmo sendo resíduos oriundos, eles também têm um diferencial. São refugos de madeira cer tificada. Um diferencial no mercado e para o meio ambiente. Há cerca de seis anos, os técnicos da Cikel fizeram os primeiros testes visando à comercialização desse refugo. Mas ninguém se interessou em adquiri-lo. Era mais fácil e barato comprar aquele que não tem origem definida, o que não se pode comprovar de onde saiu. Um cenário que já mudou bastante. Este ano, sete empr esas par ticiparam da lici tação, interessadas em adquirir o que antes era desprezado. Os resíduos florestais agora representam um produto que faz par te do complexo sistema que tem se mostrado o mais eficiente e a única e última esperança de manter a floresta amazônica de pé e produtiva. *Jornalista da Embrapa Amazônia Oriental. ruth@cpatu.embrapa.br
Para os que viram pela primeira vez a derrubada, uma emoção forte que chegou às lágrimas O pesquisador José Natalino Silva fala sobre as práticas de bom manejo
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Em Soure, a praia do Pesqueiro
Em Soure, a praia do Pesqueiro Gruta em Conceição do Araguaia
Ipê em Conceição do Araguaia
Um“ Olhar Amazônico
no Marajó FOTOS: RAY NONATO
exposição“Olhar Amazônico", do repórter fotográfico Ray Nonato, começou sua jornada pelo interior do Estado do Pará. Em abril, o Hotel Ilha do Marajó abrigou a exposição com suas trinta e duas imagens que traduzem as belezas e o potencial turístico dos municípios paraenses. A exposição teve a sua primeira exibição pública no dia nacional do turismo, na Escola Superior da Amazônia (Esamaz), onde permaneceu durante uma semana, com sucesso absoluto de visitação. "Agora a exposição entra em uma nova fase. A intenção é também levar essas imagens para outros municípios como Marapanim, Santarém e Conceição do Araguaia", declarou Ray Nonato. Segundo o repórter fotógrafo, a exposição terá a inclusão de mais cinco imagens de cada cidade visitada, e a participação de artistas locais. "Essa é uma forma de interagir mais com cada município. Acho que o mais importante para o artista é o
A
intercâmbio. Estou levando o meu trabalho, mas também quero ver o que está se produzindo em cada lugar. A exposição tem o sentido de apresentar a região para os próprios habitantes, seja pelas minhas fotos, seja pela obra de artistas locais", esclarece Ray Nonato. Ray Nonato é repórter fotográfico do jornal Amazônia Hoje, mas ao longo de sua carreira, já trabalhou em todos os principais jornais de Belém, além de prestar serviços para agência e revistas de abrangência nacional. Nas fotografias, que fazem parte da exposição, revela uma Amazônia de beleza ímpar. Nelas a natureza é vista com respeito e o homem amazônico é representado como um povo sábio, que sonha revelar ao mundo as sutilezas e os segredos que estão nas entrelinhas da sua cultura milenar. Na busca por desvelar maravilhas naturais, Ray Nonato, ao longo dos vinte anos de carreira, e Bragança
Jun 07 | REVISTA AMAZÔNIA |63
viajando pelo interior do Pará, coletou material de singular beleza, que mostra todo o potencial turístico da Amazônia. A exposição também se mostra como um instrumento importante na busca da prática do turismo saudável. “Em 20 anos de carreira, registrei belezas naturais de diversos municípios, muitas vezes ignorados pelo próprio paraense, que procura viajar para outrosEstadosedesconhecelocaiscomoailhadeMarajó,Marapanim,ConceiçãodoAraguaiae tantas outras belezas que estão sempre a nossa disposição para serem apreciadas”, analisou o repórter fotógrafo. O que chamou a atenção de Ray Nonato foi a crescente degradação ambiental de praias e cachoeiras depois que ele retornou aos mesmos locais visitados. Ele cita como exemplo uma cachoeira em São Domingos do Capim, registradas por sua lente na década de 90.“Dez anos depois fiz o mesmo caminho para mostrar a cachoeira para amigos e ela não estava mais lá”, lamenta.“Não é justo que isso ocorra. Nossos filhos e netos merecem conhecer essas belezas, assim como devem aprender a preservá-las para as gerações posteriores', completou. Durante a vernissage da exposição no hotel Ilha do Marajó, aconteceu também o lançamento do novo cardápio do hotel, assinadas pelo chef Godinho. Teve também show de carimbó com o grupo Os Aruãs que entoaram também outros ritmos e danças da região. A exposição Olhar Amazônico tem o apoio da prefeitura de Soure, através de sua secretaria de turismo,doHotelIlhadoMarajó,dasorganizaçõesRômuloMaioranaeEmissorasCultura.
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Jun 07 | REVISTA AMAZテ年IA |69
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C
eleste Proença
O Grito da
Amazônia Meu nome é Amazônia! pedaço de um mundo onde a brisa é uma prece rezando, feliz, o evangelho do amor. Eu venho de longe, pisando de leve lembrando orgulhosa as índias guerreiras amazonas altivas, de porte tão belo tão ricas, valentes, onde o arco e a flecha brincavam, levando recados ao vento... o rio Nhamundá abraçado à ressaca garboso e feliz, trazia em seu dorso a alvorada do dia cantando em surdina a beleza da terra! Meu nome é Amazônia! das plantas cheirosas, das lendas famosas do céu mais bonito, do mais belo azul trazendo em seu peito, de amor deslumbrado a beleza sem par do Cruzeiro do Sul! Meu nome é Amazônia! Das garças voando nos campos tão verdes, distantes, se amando escrevendo no ar a palavra Brasil! Eu sou a namorada dos Tampa-Tajás, dos botos que brincam nos rios inquietos chamando caboclas pra o fundo do mar... Abraço encantada o meu tajá-panema o verde-esperança dos muiraquitãs.
as redes cantando, embrulhando saudades os sonhos de amor das mais belas cunhas Sou índia, tapuia, cabocla, mulata mistura de raças, amor sem igual. Insônia daqueles que pretendem a terra e de mansinho chegam para me comprar... Meu nome é Amazônia! Refúgio de um mundo onde o verde é eterno onde o “branco”, ousado, cansado de guerras já vem, disfarçado, aqui se instalar. Eu lembro Orellana que tanto me amava Recordo Pinzon que se extasiava no deslumbramento da minha beleza! Agora não sou mais a terra sagrada rasgaram o meu ventre, vivo estrangulada nos gritos de horror das serras assassinas! As árvores mais belas da minha floresta agonizam, gemendo, morrendo sozinhas sem ninguém pra deter seu direito de vida! Eu ando cansada de ouvir o lamento do vento que uiva em atroz sofrimento sem ter seu lugar pra se agasalhar Choram minhas raízes desvairadamente e eu suplico ao meu povo alucinadamente que faça alguma coisa, que tenha compaixão. É o Brasil que agoniza, é a Amazônia que morre é o meu solo sagrado que ninguém socorre porque o amor morreu em cada coração!
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Acestrorhynchus falcatus - Pirapuco
Acestrocephalus sardina - Pirapuco
Asterophysus batrachus - Mamyacú
Auchenipterichthys punctatus - Carawatouí
Centrodoras - Caracadá
Characidium declivirostre - Caruru piramiri
Electrophorus electricus - Poraqué
Erythrinus - Uaracapuri
Heros
(provavelmente) Hoplerythrinus unitaeniatus - Yuyu
Leporinus brunneus myers - Uaracu piranga
(provavelmente) Leporinus desmotes fowler - Uaracupinime
Leporinus - Cataburu
Myleus - Pacu assu
Leporinus - Uaracu santanpinime
(provavelmente) Acestrorhynchus microlepis - Bada
Boulengerella cuvieri - Pirapoco
Aequidens - Tucunaré Acarra
Brycon (grupo B. Falcatus) - Jatuarana miri
GRAVURAS D
AMAZ U
m rico material histórico e ictiológico foi descoberto, quase que por acaso, pela pesquisadora Mônica Toledo Piza no acervo do Museu de História Natural de Londres, quando fazia estudos para a descrição de duas novas espécies de peixes para seu doutorado. Ela encontrou 212 ilustrações de peixes do Rio Negro, um dos afluentes do Rio Amazonas, feitas entre 1850 e 1852, pelo naturalista britânico Alfred Russel Wallece, emumaexpediçãoaoBrasil. QuandosefalaemAlfredRusselWallace,naturalistainglêsqueviveu no século XIX, geralmente se pensa na contribuição para a teoria de Charles Darwin que resultaram na elaboração da teoria da evolução das espécies, e que foi por eles apresentada, em 1858, na Linnean Society. Pouco se conhece de Wallace como o ótimo desenhista que foi. Esse resgate foi feito pela pesquisadora Mônica de Toledo-Piza Ragazzo em sua obra Peixes do Rio NegroAlfred Russel Wallace, reunindo as belas gravuras e anotações da expedição à Amazônia, entre 1850-1852, quando o naturalista registrou 212 peixes de quase
Myleus - Pacu pixuna
Osteoglossum bicirrhossum - Arowana
Parauchenipterus - Carawatoui
Pimelodus ornatus - Caiauána
Potamotrygon - Raia
Pseudoplatystoma - Surubi
Satanoperca daemon - Acara
Serrasalmus gouldingi - Piranha fula
Serrasalmus manueli - Piranha xidowa
Ageneiosus polystictus - Mandobé
Caenotropus labyrinthicus - Uhnéh (Tariana) Uchtuaté (Tucano)
Agoniates halecinus - Apapaí
Calophysus macropterus - Piracatinga
E PEIXES DA
ÔNI A 180 espécies da região dos riosNegroeUaupés. O livro é fruto de uma colaboração, entre o Museu de Zoologia da USP e o Museu de História Natural de Londres, onde estão os originais de Wallace. Mônica soube da existência do material em 1995 ao fazer o levantamento bibliográfico parasuatesededoutorado. Um artigo mencionava parte das espécies registradas porWallace na região amazônica, sendo que dois nomes chamaram a atenção da pesquisadora por fazerem parte do grupo de peixes que estudava, e que suspeitava serem de uma nova espécie. Em visita ao museu inglês, teve acesso às ilustrações e ficou impressionada com a qualidade e os detalhes, que facilitaram a identificação e a confirmação de que, de fato, uma das gravuras trazia o registro de uma espécie nova. Quatro anos mais tarde, Mônica a descreveueabatizoudeHydrolycuswallacei. O livro traz ricas informações sobre os peixes e seus locais de coleta. Mônica explica que Wallace realizou, ainda, medidas de latitude e longitude com um sextante, uma bússola e um relógio, dados usados para montar um mapa preciso e detalhado dos rios Negro e Uaupés. As espécies de peixes registradas pelo naturalista ainda existem na
Ageneiosus polystictus - Mandobé
Catoprion mento - Mucura piranha
Centrodoras - Bacu
Charax - Piratipioca
Crenicichla alta - Jacundá
Geophagus - Jurupari pirampé
Pristobrycon - Xidowa
Tetragonopterus - Matapuri
Plagioscion Squasissimus - Uatucupá; Taboaí
Hemiodus unimaculatus - Uiarana
Jupiaba - Mamori (provavelmente) Laemolyta taeniata - Uaracu biribiri
Leporinus friderici - Uaracu
Lycengraulis batesii - Uiuarana
Myleus asterias - Pacu
Pristobrycon - Xidowa pixuna
Anduzedoras oxyrhynchus - Cuyu cuyu
Pristobrycon striolatus - Piranha Xidowa
Biotodoma Wavrini
Leporinus nigrotaeniatus - Uaracu murutinga
Megalechis thoracata - Tamoatá
Myleus rhomboidalis - Pacu murutinga
Pseudanos gracilis
Hypostomus
A diversidade de peixes observada por Wallace na Bacia do Rio Negro
região amazônica, que muito se alterou nesses 150 anos. "Porém, muitos dos locais por onde ele passou, principalmente o alto rio Negro e alto rio Uaupés, aindasãorelativamentepoucoalterados",acrescenta. Além das gravuras, Wallace colecionou espécimes de peixes, aves, insetos e plantas que seriam vendidos na Inglaterra para financiar sua expedição. Mas um incêndio na embarcação que o levava de volta para casa destruiu todo material biológico acumulado por dois anos. As gravuras foram salvas e documentam esse período. "Com os desenhos, de valor histórico inestimável, podemos ter hoje uma idéia da diversidade de peixes observados por ele durante os anos de 1850-1852 em que esteve nos rios Negro e Uaupés", concluiapesquisadora. Mônica de Toledo-Piza Ragazzo
Hydrolycus wallacei 74| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
Wallace estimou haver observado cerca de 205 espécies de peixes no rio Negro. Sugeriu que a diversidade total desta bacia deveria atingir números bem mais elevados. Seus comentários sobre as diversidade de peixes da Amazônia (Wallace, 1889b:285) são reproduzidos a seguir: “Em se tratando do maior rio do mundo [rio Amazonas]. Nada mais natural do que presumir que nele haja uma proporcional abundância e variedades de peixes. E, de fato, é assim. Os peixes fornecem a maior parte das carnes consumidas pelos índios. Durante todas as épocas do ano, a pesca e mais proveitosa do que qualquer tipo de caça na floresta. Durante todo o tempo que permaneci no rio Negro, tratei de desenhar e descrever todas as espécies de peixes que encontrava. Pois bem: até nas vésperas de meu regresso, diariamente eram-me trazidos exemplares inteiramente novos para mim! Os peixes encontrados no alto rio Negro raramente são vistos nas águas próximas da foz, nas quais, por sua vez, ocorrem espécies que são igualmente desconhecidas nas águas mais escuras, mais limpas e provavelmente mais frias dos seus braços formadores. Tomando-se por base o numero de peixes diferentes que eu encontrava continuamente em cada nova localidade e em cada samburá de pescador, pode-se presumir que existam pelo menos 500 espécies no rio Negro e em seus afluentes. Quanto ao total de espécies existentes na bacia amazônica, acredito ser impossível estimá-lo com um mínimo de precisão”.
Grito da Mata Autor: J. Lúcio S. Pereira
(O Milagre da Criação)
Grito da Mata... Que não mata! Verde de vida... Que quer vida! Imensidão de tudo... Não exige nada!
A Natureza duma Floresta Amazônica, Criada para o homem, Não pelo homem!
De cima... Da Terra, A vasta Floresta, Fonte de Vidas Cantos e encantos!
Vamos dar as mãos Em nome da preservação, Abraçar com ternura O verde da Terra, Fortificar nossa paixão, Por tudo que tem raíz Nada artificial!
“Não mate a mata...!” Declama o poeta, Som uníssono a ecoar nas mentes Daqueles que insistem em ignorar A energia que vem da Floresta, Exclamação vida! Homem do lucro Não pensando no Mundo, Vai semeando dor Erigindo destruição, Plantando árvore artificial Flor de plástico, Ausência de cor, beleza, amor e alegria, Sem nenhum sopro de vida E a Mãe, De toda esta natureza, Acuada, sem defesa, magoada Chora suas lágrimas Inundando a esperança Dos filhos seus, Em mais uma cheia transbordante Ou seca castigante! Todos sentem a fúria O preço a pagar Por não saber cuidar, Preservar com carinho, amor
Cuidar daquela que existe Exemplo do Poder da Criação, Garantindo a continuidade das gerações Caprichosa, como mulher, Embeleza-nos com suas cores infinitas, Pura fonte de vida Que o homem teima em acabar! Pra garantir outras gerações Semente de futuras nações, Plantemos esta idéia, Compromisso de fé, Pacto de vida... Pela vida, Canta a canção: “A vida depende da vida Pra sobreviver...!” Vamos, então, irmãos Gritar aos pulmões: Sou amazônida Marcado com o sangue Das guerreiras amazonas, A defender até a morte, Nossa Floresta, Floresta Amazônica!
Jun 07 | REVISTA AMAZÔNIA |75
João Ramid
surini Awaeté – Gente deVerdade é o nome da consagrada mostra fotográfica dos fotógrafos paraenses João Ramid, Alberto Ampuero e Diana Figueroa, que através das sessenta e sete fotos selecionadas retratam a vida, a arte, força e a cultura do povo Asurini do Xingu. Hoje são aproximadamente 130 índios vivendo às margens do rio Xingu, na terra indígena KoatinemonomunicípiodeAltamira. A Fundação Ipiranga desenvolve trabalho de Responsabilidade Social desse povo há seis anos, estimulando à produção material da cultura, exercitando a pintura corporal pelo grafismo, que também está presente nas cerâmicas, tábuas, bancos, arcos, flechas e outros artefatos, fomentando a comercialização dos objetos artísticos produzidos. O evento foi possível pela expressiva parceria com a Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Fundação Culltural do Município – FUMBEL, Funai-Altamira, Idepa, Uva, Faz, Gráfica Alves, João Ramid, Amazon Imagebank, Associação de
A
76| REVISTA AMAZÔNIA | Jun 07
OCotidianodoPovo AsuriniAwaeté Mostra fotográfica revela a arte e a cultura do povo indígena Asurini do Xingu Serviço: Amazon Image Bank ag.amazonia@uol.com.br Fone: (55 91) 3224-9303 Cel: (55 91) 8114-4280
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João Ramid
Alberto Ampuero
Feirantes do Ver-o-Peso, Fundação Curro Velho e Guarda Municipal. A Exposição culminou com o lançamento da Pedra Fundamental do Museu do Índio do Estado de Pará no Solar da Beira no Complexo Ver-o-Peso. Que será uma construção coletiva de parceiros que amam a causa indígena e que contribuemparaavalorizaçãoeconsolidaçãodesuacultura. A exposição Assurini Awaeté ocorreu até o dia 31 de maio, no SolardaBeiraComplexoVer-o-Peso. Alberto Ampuero
Jun 07 | REVISTA AMAZÔNIA |77
A Exposição
Fotos by Leonardo Mendonça
Alberto Ampuero
Diana Figueroa
Diana Figueroa
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29 de agosto a 1 de setembro de 2007 EXPOTRADE Convention & Exhibition Center Curitiba – PR www.negociosambientais.org.br
{Por}
U
Caprichos da Natureza choa de Mendonça
V
ez por outra a mãe natureza nos prega alguns sustos, muitos traumatizantes, como nos caso das Tsunami na Malásia e Tailândia e da tragédia ocorrida em Nova Orleans, nos Estados Unidos. Essas tragédias e outras, que se sucedem em variados pontos do mundo, não tem nada a ver com o que citam ecologistas, de “efeito estufa”, por desmatamento ou queima de produtos fósseis, principalmente, provocando o que chamam de “aquecimento global” e outras tolices... O que está acontecendo no mundo é eminentemente uma questão cíclica, que não ocorre todos os dias. As vezes de 20 em 20 anos ou mais, com maior ou menor intensidade. Com o avanço tecnológico, no campo das comunicações, os fatos ocorridos tem uma Bjorn Lomborg
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Lomborg afirma que a humanidade não precisa se alarmar com o efeito estufa, os buracos na camada de ozônio, a chuva ácida ou desmatamento da Amazônia para citar algumas das causas dos ecologistas
repercussão imediata, bem realista. As enchentes, as precipitações pluviométricas excessivas, no verão brasileiro, contrastando com uma seca terrível no Norte ou no Nordeste, tudo isso, em grande parte, é gerado pela velocidade das noticiais, porque o mundo ficou muito pequeno, pela rapidez das comunicações. Sempre existiu tudo isso que estamos assistindo, só que as informações nos chegam, há 50 anos, com um atraso de meses, quando chagavam. Hoje, a televisão nos dá informação simultâneas à ocorrência dos fatos, das tragédias, com uma rapidez tão grande que até estamos habituados. Agora mesmo faz sucesso nos Estados Unidos e Europa um livro de autoria de um estatístico dinamarquês, Bjorn Lomborg - “The Skeptical Environmentalist” (O ambiente Cético - inédito no
Brasil), defende que, tanto do ponto de vista ambiental quanto do social, o planeta nunca esteve tão bem - e que a tendência é só melhorar. Computando análises estatísticas de governo, da ONU e outros institutos de pesquisa, Lomborg afirma que a humanidade não precisa se alarmar com o efeito estufa, os buracos na camada de ozônio, a chuva ácida ou desmatamento da Amazônia para citar algumas das causas dos ecologistas. Na verdade, esse alarme todo difundido pela mídia em todo mundo tem um objetivo: intimidar as populações para que elas sejam defensoras das causas ecologistas, objetivando fazer com que nações atrasadas continuem atrasadas, como uma espécie de reserva para o futuro das nações mais ricas e desenvolvidas. Quando efetivamente o homem entender que a destruição do meio ambiente chegou a um ponto perigoso, ele próprio adotará providência para promover uma política de regeneração, de controle ambiental que permita recuperar o que estiver degradado. O mundo sempre foi quente, esfriou, pode voltar a esquentar novamente, de forma cíclica, provocando alguns furacões, graves tormentas, inundações, terremotos, maremotos, tudo de acordo com os caprichos da mão natureza. Tem milhões de anos que ocorrem esses fenômenos e, lamentavelmente, continuarão existindo.
calor
com esse AONUEOCLIMA
O painel sobre mudança climática da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado sexta-feira 02/02, p.p, é a mais contundente advertência já feita de que são as atividades humanas que estão causando o aquecimento global, fenômeno que vai aumentar a ocorrência de ondas de calor e estiagens, além de provocar a elevação do nível do mar. Um grupo com 2,5 mil cientistas de 130 países, também afirmou que os oceanos vão continuar tendo seu nível elevado por mais
de mil anos, mesmo que os governos estabilizem as emissões de gases-estufa neste século. O relatório reforça a convicção de que os seres humanos são os responsáveis pelo aquecimento e, por isso, pode aumentar a pressão sobre governos e empresas para que sejam tomadas providências mais eficazes para reduzir o acúmulo de gases-estufa, a maioria provenientes da queima de combustíveis fósseis por usinas termelétricas, fábricas e automóveis. "É muito provável que os gases-estufa emitidos pelas atividades humanas tenham causado a maior
Cientista russo diz que aquecimento global se deve ao sol strônomo contraria noção de que mudança é causada por humanos. Segundo ele, planeta passará por esfriamento em meados do século. O aquecimento global do planeta se deve em maior medida à atividade do Sol, e não ao acirramento do "efeito estufa" causado pela ação humana, segundafeira 15/02, p.p, o diretor do Observatório Astronômico de São Petersburgo, Khabibullo Abdusamatov. Desnecessário dizer que a avassaladora maioria dos cientistas discorda dele. "O aquecimento global é resultado da elevada e
prolongada atividade solar que aconteceu na maior parte do século passado, e não se deve ao efeito estufa", disse o cientista à agência de notícias russa Novosti. Contrariando a opinião da maioria das organizações de defesa do ambiente, o cientista russo afirmou que a atividade industrial não influencia de forma determinante o clima do planeta, que ao longo dos séculos passou por períodos de aquecimento e esfriamento. "A população não está em condições de influenciar o
parte do aumento observado nas temperaturas médias globais desde meados do Século XX", afirma o texto, segundo fontes. "Muito provável" significa pelo menos 90% de probabilidade. No relatório anterior, de 2001, a ligação era "provável", isto é, com 66% de chances. Este é o primeiro relatório de uma série de quatro que serão divulgados este ano sobre as ameaças do aquecimento global. O estudo prevê que as temperaturas subirão até 3° C até 2100 em relação aos níveis pré-industriais, a maior elevação em um século em milênios. aquecimento global da Terra, que, após um período de aquecimento, sempre experimenta outro de esfriamento", disse Abdusamatov. Segundo o cientista, o alto nível de energia solar que chegou à Terra durante o século passado começou a cair nos anos 1990 e, em conseqüência, o gradual aquecimento das águas dos oceanos foi detido. "Entre os anos 2012 e 2015, a temperatura global da Terra começará uma lenta redução, que alcançará os níveis mínimos entre 2055 e 2060", previu. Esse esfriamento será semelhante ao observado entre 1645 e 1715 e que afetou Europa, América do Norte e Groenlândia, e que coincidiu com uma diminuição da atividade solar, período no qual, rios europeus como o Tâmisa e o Sena congelaram, afirma o cientista. Abdusamatov acrescentou que esse período de esfriamento durará pelo menos 50 anos e que, até o século XXII, a Terra começará novamente outra fase de aquecimento global.
Preservar a Amazônia ? A
ação do milionário sueco Johan Eliasch para preservar a floresta amazônica está sendo acusada de "colonialismo verde" e deixou mil pessoas sem trabalho e na pobreza absoluta, afirma repor tagem publicada pelo jornal britânico "The Sunday
Johan Eliasch, 43 anos, vive na Grã-Bretanha, onde é presidente da empresa de equipamento esportivo Head. Ele também é vice-tesoureiro do Partido Conservador britânico. EmentrevistaàBBC,Eliaschnãorevelouquantopagoupelo terreno de 1.618 quilômetros quadrados, localizado ao norte do rio Madeira. Mas, de acordo com o jornal britânico The Sunday Times, a área - maior do que a cidade de Londres-valecercadeUS$8milhões(R$17milhões). Johan Eliasch
Times". Eliasch, que é radicado no Reino Unido e é dono da fabricante de ar tigos espor tivos Head, comprou em 2005 uma área de cerca de 1,6 mil quilômetros quadrados em Itacoatiara, no Amazonas, que per tencia a uma madeireira americana, com o intuito de preservar a floresta. O empresário gastou 13,7 milhões de libras (cerca de R$ 55,3 milhões) em sua empreitada. Sua for tuna é estimada em 361 milhões de libras (cerca de R$ 1,5 bilhão). Segundo o jornal, como resultado da compra da madeireira por Eliasch, até mil pessoas empregadas por uma serraria obrigada a fechar ficaram sem trabalho, "aumentando ainda mais as dificuldades numa região já economicamente carente".
Sustento “O fechamento jogou Eliasch em um debate sobre como os países ricos podem preservar as florestas tropicais levando em consideração o sustento das pessoas que vivem e trabalham nelas", observa a repor tagem. O jornal diz que até mesmo ambientalistas locais vêm criticando as ações de Eliasch, acusando-o de "colonialismo verde". A repor tagem afirma que Eliasch prometeu compensar as pessoas que ficaram sem trabalho e empregar algumas delas como guardas florestais, mas afirmou que a preservação da floresta "é mais impor tante do que as pessoas morando na região". O jornal conclui dizendo que Eliasch propôs no ano passado a compra de toda a floresta amazônica para preservá-la, o que "provocou um incidente diplomático entre o Brasil e o Reino Unido quando a idéia foi encampada pelo ministro do Meio Ambiente do Reino Unido, David Miliband, que sugeriu estabelecer uma fundação internacional como a melhor forma de preservar a Amazônia".
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How rainforest saviour put 1,000 out of work THE Tory party donor and environmental philanthropist Johan Eliasch has been accused of “green colonialism” after allegedly consigning 1,000 people to poverty in his attempts to preserve the Amazon jungle. The allegations against Eliasch, who last week was touring South America with his friend the Duke of York, come from the inhabitants of a region of the Brazilian rainforest the size of Greater London. In 2005 the Swedish-born tycoon, who runs the Head sports goods empire, spent a reported £13.7m of his estimated £361m fortune buying 400,000 acres - about 625 square miles - of jungle from an American-owned timber company with the aim of protecting it from loggers. Eliasch has described the move as“my little bit towards saving the world”. As a result of the deal, a lumber mill that employed as many as 1,000 people closed in the town of Itacoatiara in northwest Brazil, increasing hardship in an already economically depressed region.