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CAĂ‡ĂƒO LI

Ano 8 NÂş 40 Setembro/Outubro 2013

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ISSN 1809-466X

R$ 12,00

Editora CĂ­rios

Ano 8 NĂşmero 40 2013

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ESPECIAL AMAZÔNIA


12 REVISTA AMAZテ年IA

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Revista

Editora CĂ­rios

A Floresta Amazônica Ê um dos maiores e mais complexos ecossistemas do mundo. Sua importância não vem só do grande armazenamento de carbono incorporado em forma de biomassa, mas tambÊm da sua imensa biodiversidade: mais de 500 espÊcies de mamíferos...

por aquecimento global e culpa ação humana Os cientistas estĂŁo mais seguros do que nunca de que o ser humano ĂŠ o maior responsĂĄvel pelo aumento recente da temperatura da Terra, segundo o relatĂłrio (IPCC’s Fifth Assessment Report – AR5) do Painel Intergovernamental para as Alteraçþes ClimĂĄticas – IPCC...

56 Em 60 anos, Petrobras

acumula conquistas e desafios A Petrobras completou recentemente (03/10), 60 anos acumulando conquistas e desafios. Líder mundial em tecnologia para exploração de petróleo em åguas profundas, a empresa tem agora o desafio de estabelecer parcerias para a retirada de óleo em åguas ultraprofundas na camada prÊ-sal...

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DIRETOR Rodrigo Barbosa HĂźhn

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PRODUTOR E EDITOR Ronaldo Gilberto HĂźhn CIC

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42 Painel da ONU eleva alerta

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ApĂłs o sucesso na cidade do Rio de Janeiro, estĂĄ em SĂŁo Paulo, desde 5 de agosto, no Espaço Cultural BM&FBOVESPA, a exposição itinerante “Retorno Ă AmazĂ´niaâ€? apresentada pela Veolia Water Brasil. Trata-se de uma expedição que teve inĂ­cio com o lendĂĄrio Jacques Cousteau, o Rei dos Mares, em 1982, e percorreu toda a extensĂŁo de 6.800 quilĂ´metros da AmazĂ´nia. A mostra ĂŠ uma realização da Editora Cultura Sub e da Ocean Futures Society, em seguida estarĂĄ em Manaus e Fortaleza.

XPEDIENTE

PUBLICAĂ‡ĂƒO PerĂ­odo (setembro/outubro) Editora CĂ­rios SS LTDA ISSN 1677-7158 CNPJ 03.890.275/0001-36 Rua Timbiras, 1572-A Fone: (91) 3083-0973 Fone/Fax: (91) 3223-0799 Cel: (91) 9985-7000 www.revistaamazonia.com.br E-mail: amazonia@revistaamazonia.com.br CEP: 66033-800 BelĂŠm-ParĂĄ-Brasil

CAĂ‡ĂƒO LI

20 “Retorno Ă AmazĂ´niaâ€?

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COMERCIAL Alberto Rocha, Rodrigo B. HĂźhn

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na AmazĂ´nia

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08 Rede de Pesquisa

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ARTICULISTAS/COLABORADORES Ascom FIBOPS, Ascom IPCC, Ascom Fapesp, Estúdio ARKIZ, Camillo Martins Vianna, Dep. Jerônimo Goergen, George Costa e Silva, Institute for Operacional Excellence Brasil, Israel Pegado, Ize Sena, Janara Nicoletti, Samira Sarraf, Theo Saad FOTOGRAFIAS Albino Oliveira/MDA, Arquivo FIBOPS, Arquivo IPCC, Carrie Vonderhaar, CPOM/UCL/ESA, Antônio Silva, Cristino Martins, Fåbio Costa/Ag. Parå, Divulgação AmCham Rio, Douglas Luzz, Eduardo Cesar/FAPESP, Elza Fiuza/Abr, Everaldo Nascimento, Jeferson Castagna/ Paratur , Jessica Gow , João Luiz Ribeiro/FINEP , JosÊ Paulo Lacerda, Leonardo Tomas, Luiz Morier, Marcos Villas Boas, Marcelino Guedes, Mårcio Dantas Valença/Vale, Marcelo Casal/ABr; NASA/JPL-Caltech); NASA mapa via Capital Gang Tempo, NOAA equipe , Ricardo Suckert /PR Roberto Suckert Filho/ PR, Rodolfo Oliveira/Ag. Parå, Rudolph Hßhn, Suelen Magalhães , Tim Trabon, Wilsom Dias/Abr. Infogråfico: Ana Paula Campos Ilustração: Fåbio Otubo

60 6° Simpósio Brasileiro de

EDITORAĂ‡ĂƒO ELETRĂ”NICA Editora CĂ­rios SS LTDA

Poucas capitais brasileiras investiram tanto em segurança e requalificação urbana como Belo Horizonte. Mas os prÊdios comerciais da cidade continuavam vazios e abandonados. Essa situação levou o empreendedor e engenheiro Teodomiro Diniz Camargos, diretor da construtora Diniz Camargos e atual presidente da Câmara da Indústria da Construção (CIC)...

NOSSA CAPA Maquete digital do Projeto “Rede de pesquisa na AmazĂ´niaâ€?, do EstĂşdio ARKIZ

Construção Sustentåvel

DESKTOP Mequias Pinheiro

76 As maiores descobertas

Mais conteĂşdo verde

[06] Campeþes da Terra 2013 premia visionårios do meio ambiente [14] A Amazônia Ê nossa? [16] Plataforma de pesquisa nas copas das årvores da Amazônia [18] Um pedaço da Amazônia ao alcance das mãos [26] Congresso debate modelo de turismo sustentåvel para a Amazônia Legal [29] Parque Municipal do Mindu [30] Amazônia e Lisboa unidas pela TAP, em 2014 [32] Amazônia brasileira vai contar com Museus a cÊu aberto [34] �ndios de Rondônia fecham primeira venda de carbono certificado [35] Fundo financiarå monitoramento da Amazônia [36] Brasil reduziu misÊria em 40% em 11 anos [38] 9° Prêmio Brasil Ambiental [40] 7º Fórum sobre Carbono da AmÊrica Latina e o Caribe [48] 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climåticas Globais [53] Educação para a sustentabilidade [64] 5º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria [68] Intersolar South America [70] 6ª FIBoPS [74] Lançamento de projeto com foco em agricultura sustentåvel [75] MinistÊrio da Agricultura seleciona projetos de Sustentabilidade [80] A hora e a vez do plantio da seringueira na Amazônia

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ISSN 1809-4

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Ano 8 NĂşmero 40 2013

Para celebrar o 25Âş aniversĂĄrio da revista britânica especializada Physics World, um grupo de especialistas assumiu a tarefa de eleger as cinco mais importantes descobertas mais importantes da fĂ­sica contemporânea, dos Ăşltimos 25 anos. “Houve tantas descobertas assombrosas que nossa eleição final estĂĄ inevitavelmente aberta ao debateâ€?, escreveu Tushna Commissariat, uma das repĂłrteres da publicação...

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ESPECIAL AMAZÔN IA REVISTA AMAZÔN

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da física contemporânea

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Campeões da Terra 2013 premia visionários do meio ambiente Ao receber prêmio da ONU, ministra destaca restauração da Amazônia

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zabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente do Brasil, foi homenageada pelo PNUMA - Programa da ONU para o Meio Ambiente, com o prêmio Campeões da Terra 2013, por “esforços bem sucedidos para reverter o desmatamento na Amazônia”, durante cerimônia em Nova York. Durante a cerimônia de entrega da premiação, em Nova York, a ministra falou, em entrevista à Rádio ONU, sobre projetos de restauração da Floresta Amazônica.

Código Florestal “Na Amazônia hoje, nós temos algumas iniciativas em curso de natureza científica do governo brasileiro em parceria com a Embrapa, com o Inpe, que é o caso do programa Terra Classe, identificando essas áreas, o que aconteceu com o que foi desmatado. E nós sabemos que da ordem de 18% a 20% da Amazônia já estão em restauração natural. E com a prática do Código Florestal, com a identificação do cadastro ambiental rural, temos condições de identificar estrategicamente as áreas que devem ser prioritárias nessa restauração.” Izabella Teixeira ganhou o prêmio Campeões da Terra na categoria “Liderança Política”. Na edição deste ano, o Pnuma escolheu outros seis ativistas ambientais para a homenagem.

Os Campeões da Terra de 2013, com Achim Steiner, diretor executivo do PNUMA e Gisele Bündchen, a embaixadora do PNUMA

“Eu acho que o Brasil inteiro estava aqui, o mundo inteiro, as pessoas que têm amor no coração, compaixão, que olham as pessoas, entendem as diferenças das várias sociedades, porquê tudo o que a gente quer é uma sociedade mais justa, um desenvolvimento mais justo, mais inclusivo e que proteja o meio ambiente.”

Segundo o Pnuma, a ministra teve “papel central” na implementação de políticas do uso da terra, controle e prevenção do desmatamento. A agência da ONU cita dados do governo brasileiro, afirmando que nos últimos oito anos, houve uma redução de 84% do desmatamento, com perdas de 4,5 mil km² de florestas no ano passado.

Brasil Logo após receber a estatueta e discursar durante a cerimônia no Museu de História Natural, a ministra se mostrou emocionada. Izabella Teixeira, logo após receber a estatueta, discursando durante a cerimônia

Os Campeões da Terra de 2013 06 REVISTA AMAZÔNIA

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Izabella Teixeira recebe de Achim Steiners o trofeu Campeões da Terra de 2013, pela Liderança Política Na Cerimônia de Premiação dos Campeões da Terra de 2013

Izabella Teixeira recebeu o prêmio Campeões da Terra das mãos da embaixadora da Boa Vontade do Pnuma, a modelo Gisele Bündchen.

Os Campeões da Terra 2013

total mundial de florestas protegidas. Janez Potocnik, Comissário para Meio Ambiente da União Europeia, foi homenageado em reconhecimento ao trabalho na transição do modelo atual de intenso consumo de recursos, incluindo a definição de metas até 2020 para a União Europeia reduzir pela metade o desperdício de comida e praticamente eliminar lixões. Seu papel contra a ineficiência de recursos na cadeia de produção de alimentos contribui substancialmente para a campanha Pensar.Comer.Conservar – Diga não ao Desperdício. Visão Empreendedora

Liderança Política Izabella Teixeira, Ministra do Meio Ambiente do Brasil, foi reconhecida pelo trabalho na diminuição do desmatamento na Amazônia e sua contribuição em painéis de alto nível da ONU sobre desenvolvimento sustentável. De acordo com levantamentos do governo brasileiro, nos últimos oito anos o país testemunhou uma queda de 84% na taxa de desmate, com o índice de redução anual da cobertura verde caindo de 27 mil km² em 2004 para 4,5 km² em 2012. Ainda como parte do combate ao desmatamento, o governo brasileiro tem investido no reforço à fiscalização e no uso de imagens de satélite para rastrear novas clareiras e mudanças nas florestas. Foram criados 250 mil km² de áreas protegida, equivalente a 75% do

Brian McClendon, do Google Earth, foi premiado por desenvolver uma ferramenta para monitorar o meio ambiente, permitindo que pesquisadores possam detectar desmatamento e estimar a biomassa de florestas, demonstrar a escala real de problemas ambientais e ilustrar soluções. O Google Earth foi usado para auxiliar no resgate de mais de 4 mil pessoas após o Furacão Katrina e, na Austrália, um cientista utilizou a ferramenta para identificar uma barreira de corais desconhecida em uma área destinada para exploração de petróleo e gás natural. Jack Dangermond, do Environmental Systems Research Institute (ESRI), foi homenageado pela sua dedicação para que organizações de pesquisa, educação e sem fins lucrativos tenham acesso a informações geográficas e tecnologias de visualização. Em 1989, o Programa de Conservação do ESRI começou a mudar a maneira como essas organizações promovem iniciativas de conservação. O programa oferece o Sistema de Informação Geográfica (SIG), além de dados e treinamento que ajudam a coordenar esforços entre organizações.

Brown Clouds (ABCs) e a pesquisa sobre como a redução das emissões de carbono negro pode contribuir para a mitigação das mudanças climáticas. Ramanathan mostrou que ABCs levam ao escurecimento da atmosfera, influenciam a temporada de chuvas na Ásia, afetam a colheita de arroz na Índia e têm papel preponderante no derretimento das geleiras do Himalaia. Membro do Painel de Consultoria Científica da Coalizão pelo Ar Limpo, Ramanathan coordena agora o Projeto Surya, que tem o objetivo de reduzir as emissões de fuligem na Índia rural. Inspiração e Ação Martha Isabel Ruiz Corzo, Diretora do Grupo Ecológico Sierra Gorda,foi homenageada pela dedicação na região de Sierra Gorda, no centro do México, que combina militância, educação pública e geração de renda. Pati, como Martha Isabel é conhecida, foi responsável por obter para Sierra Gorda o status de reserva da biosfera em uma parceria público-privada. Graças ao seu trabalho, 33% do estado de Querétaro está protegido. Centenas de famílias da região recebem um total de mais de US$ 2 milhões com a venda de créditos de carbono. Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food, foi reconhecido pelo seu trabalho visionário em melhorar a eficiência e a sustentabilidade das cadeias mundiais de agricultura e alimentação. O movimento Slow Food possui mais de cem mil membros e está presente em 150 países, defendendo tradições alimentares locais, protegendo a biodiversidade e promovendo a produção regional de alimentos em pequenas de qualidade. Gisele Bündchen, embaixadora do PNUMA, saúda os Campeões

Ciência e Inovação Achim Steiner, diretor executivo do PNUMA, em seu pronunciamento revistaamazonia.com.br

Veerabhadran Ramanathan, Professor do Instituto Scripps de Oceanografia da UCSD será premiado pelo trabalho pioneiro com carbono negro, Atmospheric REVISTA AMAZÔNIA 07


Rede de Pesquisa na Amazônia A

Floresta Amazônica é um dos maiores e mais complexos ecossistemas do mundo. Sua importância não vem só do grande armazenamento de carbono incorporado em forma de biomassa, mas também da sua imensa biodiversidade: mais de 500 espécies de mamíferos, 175 espécies de lagartos e 300 outras espécies de répteis, assim como um terço das espécies de aves do mundo encontram-se neste ecossistema. É também estimado que mais de 30 milhões de tipos de insetos tenham a floresta como seu habitat.. Um dos maiores desafios para a proteção da Amazônia é, ironicamente, a dispersa densidade populacional, pois a falta de presença da sociedade permite que todos os tipos de atividades criminais ali se proliferem, como a queima de florestas, exploração ilegal de madeira e biopirataria. Os arquitetos do Estúdio Arkiz acreditam que o entendimento e proteção da Amazônia dependem de uma certa forma de “ocupação” da floresta, não necessariamente fixando colonizadores, o que também tem causado suas próprias formas de impacto ambiental. Considerando

por Estúdio ARKIZ

este problema, o estúdio criou uma hipotética forma de “ocupação flexível”, na qual os responsáveis pela proteção e estudo da floresta seriam capazes de se deslocar através da região, ao mesmo tempo em que conseguiriam manter uma presença relativa que abrange a totalidade da floresta, protegendo, assim, um território mais amplo do que poderia realmente ser ocupado por uma quantidade pequena de pesquisadores e ativistas. Essa nova forma de ocupação do território, à qual nós nomeamos de Rede de Pesquisa na Amazônia, seria baseada em unidades nômades que se moveriam pela floresta, tirando proveito da rede já existente de rios. Essas unidades proveriam instalações adequadas para os cientistas e pesquisadores em estruturas móveis, assim como instalações de apoio fixas que forneceriam energia e ajudariam a operar. A Rede de Pesquisa na Amazônia seria composta pela seguinte hierarquia de componentes: 1) Unidade móveis de pesquisa: Apesar de assemelharem-se a um barco, as unidades móveis de pesquisa são efetivamente plataformas

equipadas para abrigar uma equipe de 12 membros, incluindo pesquisadores, cientistas e profissionais da saúde. Além das acomodações e áreas de serviços, cada unidade incluiria seis laboratórios modulares equipados para conduzir pesquisas de biologia, zoologia e meteorologia, entre outras, podendo também ser transformadas em unidades médicas para tratar a população ribeirinha. Construído em alumínio e madeira, o módulo poderia viajar de maneira autônoma por mais de uma semana pela Amazônia sem precisar reabastecer. A plataforma pode ser propelida por energia eólica captada através de velas, e a energia elétrica é provida por uma série de painéis fotovoltaicos instalados na cobertura do módulo. 2) Estações de Pesquisa: As estações permanentes de pesquisas são instaladas estrategicamente em pontos equidistantes em relação uma às outras, servindo de apoio às unidades móveis de pesquisa, e fornecendo energia, combustível e outros recursos. Essas estações podem sustentar laboratórios maiores e instalações de pesquisa para diferentes equipes, permitindo encontros e troca de informações. Também são for-

O belo amanhecer amazônico e as unidades de investigação móveis

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A futuristica RAP

necidos alojamentos para os funcionários, e para equipes visitantes estabelecidos em outras estações. Construída basicamente de materiais locais, incluindo madeira e piaçava, a estação de pesquisa é modular e pode ser expandida ao longo do tempo, para acomodar um maior número de laboratórios e outras instalações de Ontem, hoje e amanhã, não custa nada sonhar....

Projeção do cotidiano na Floresta Amazônica

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Unidade de investigação móvel

pesquisa. A estação é auto suficiente do ponto de vista energético, abastecida por painéis modulares fotovoltaicos instalados na cobertura, que fornece energia solar, e contém ainda uma instalação de biodigestores que processa os resíduos sólidos a fim de gerar biogás.

Ficha Técnica Local Área Costruída Equipe

Floresta Amazônica | Brasil 1.600m² (por estação de pesquisa) 120m² (por unidade móvel) Estúdio ARKIZ Alexandre Hepner João Paulo Payar Rafael Brych

O sistema contaria com unidades de investigação móveis providas de estações de ancoragem, plataformas flutuantes de investigação com capacidade de abrigar uma equipe de até 12 pessoas, com os serviços competentes, alojamentos e seis laboratórios modulares, equipados para o trabalho de pesquisa de campo. Também poderiam ser convertidos em instalações médicas para tratar as populações ribeirinhas xandre Hepner, João Paulo Payar e Rafael Brych, o escritório tem realizado projetos de diversas tipologias, incluindo residências unifamiliares, edifícios residenciais e comerciais, complexos de uso misto e projetos institucionais tais como museus e bibliotecas. As escalas de

atuação da empresa variam desde o projeto de interiores até o desenvolvimento de grandes projetos urbanos, em diversas localidades tanto no Brasil como no exterior. A prática do Estúdio ARKIZ é marcada por um engajamento teórico e experimental, apoiado pela busca de

Mobilidade da estação permanentes de pesquisas

Estúdio ARKIZ Estúdio ARKIZ é um escritório de arquitetura e urbanismo localizado em São Paulo, Brasil, devotado ao desenvolvimento de projetos inovadores e norteados por uma postura colaborativa, crítica e propositiva. Fundado em 2008 pela associação dos arquitetos Ale10 REVISTA AMAZÔNIA

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Rede Amazônica de Pesquisa A Rede Amazônica de Pesquisa – RAP, é uma central de pesquisas flutuante servida por uma frota de catamarãs, que monitoram e estudam vários aspectos do complexo ambiente amazônico, mantendo presença constante de pessoal com o propósito de dissuadir a atividade criminosa no local tais como a queima, exploração madeireira ilegal e a biopirataria, atividades estas que cada vez mais ameaçam o delicado ecossistema

As estações permanentes de pesquisas são instaladas estrategicamente em pontos equidistantes em relação uma às outras, servindo de apoio às unidades móveis de pesquisa, e fornecendo energia, combustível e outros recursos revistaamazonia.com.br

métodos projetuais eficientes e ambientalmente responsáveis. A exploração técnica, o debate teórico e a colaboração interdisciplinar são temas centrais na produção arquitetônica do escritório. O Estúdio ARKIZ tem recebido reconhecimento nacional e internacional através de prêmios, concursos e publicações. Alguns de seus projetos foram publicados em livros e revistas no Brasil, nos Estados Unidos, Inglaterra e China. Em 2010 o escritório recebeu o prêmio New Practices São Paulo, figurando dentre as mais promissoras empresas de arquitetura do país. Em 2011, os projetos do escritório integraram uma exposição no American Institute of Architects em Nova York e na 9ª Bienal Internacional de Arquitetura em São Paulo. Alexandre Hepner Alexandre Hepner nasceu em São Paulo, Brasil. Em 2007 formou-se pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, e em 2010 concluiu o REVISTA AMAZÔNIA 11


O projeto em detalhes

Construídas de alumínio leve e madeira com uma vela e painéis fotovoltaicos na cobertura, as unidades seriam capazes de navegar os rios por até uma semana, sem reabastecimento

mestrado nesta mesma instituição, na área de Paisagem e Ambiente. Em 2011 obteve o título de mestre em Sustainable Environmental Design pela Architectural Association, em Londres. João Paulo Payar João Paulo Payar nasceu em Recife, Brasil. Formou-se em 2007 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Rafael Brych Rafael Brych nasceu em São Paulo, Brasil. Brasil. Formou-se em 2007 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Em 2009 obteve o título de pós graduação em Arquitetura Contemporânea: Projeto e Teoria pela mesma instituição.

Como tudo começou Quando Alexandre Hepner ainda era estudante da USP, participou do Projeto Rondon, passando um mês na região amazônica, morando em um barco, vivendo o dia-a-dia amazônico. Nessa época, nasceu o desejo de colaborar com essa rica floresta e com as pessoas que lá moram. Os tempos passaram e Hepner, já tendo se formado em Arquitetura, teve que viajar à Londres, para realizar uma pesquisa sobre “Arquitetura Sustentável para o Clima Equatorial”, na Architectural Association, tendo como orientadores o Prof. Dr. Simos Yannas e o Prof. Dr. Klaus Bode. A semente, já plantada, florescia…e a partir daí começou a “Rede de Pesquisa da Amazônia”. 12 REVISTA AMAZÔNIA

Agora, com a participação dos três arquitetos usando lacunas em suas agendas, o projeto da “Rede de Pesquisa da Amazônia”, foi criado, como um exercício de pensamento crítico, sem nenhuma encomenda, porém, com esperança que um dia ele venha a ser executado.

O Projeto A “Rede de Pesquisa da Amazônia” propõe uma ocupação da região adaptada com sucesso ao clima local, para isso eles utilizaram toda a tecnologia que tinham à mão e criaram um espaço que se “mantem tanto na época de seca, quanto na temporada de chuvas, quando o nível da água sobe até sete metros”. Mesmo sendo feita, na maior parte, com materiais locais a construção tem um ar futurista. Isso acontece por que o telhado de piaçava, comum na região por reter a umidade do ar, foi todo recoberto com pequenas células fotovoltaicas que transformam a luz solar em energia. Segundo Hepner “são elas as responsáveis pelo estilo high tech do projeto”. Para desenhar essa super estação “pensamos em uma central permanente que serviria como alojamento e

apoio para as unidades móveis; além de produzir combustível, energia e transformar resíduos sólidos em biogás”. Essa unidades móveis são os barcos catamarã equipados com mini laboratórios e que funcionam movidos à vela. Eles podem abrigar até 12 pessoas e “foram projetadas de alumínio e madeira, que pode ser coletada por ali mesmo na região, mas o mais importante é que eles são capazes de gerar energia e abastecer as aparelhagens utilizadas nas pesquisas”.

O futuro Sobre o futuro dessa base, Hepner diz que “desejamos divulgá-la o máximo possível para que chegue até as autoridades competentes que poderiam se interessar em executar essa obra que permitiria explorar melhor os recursos da fauna e flora amazônica”. revistaamazonia.com.br


Sistema Nacional de Transplantes

Aos 7 meses, eu ganhei um coração.

Há 7 anos, eu agradeço esse presente. Matheus tinha apenas 7 meses quando recebeu um coração. Hoje ele já tem 7 anos e comemora esses anos de vida graças a um doador. Todos nós podemos ser doadores de órgãos, basta comunicar esse desejo à família.

Não deixe a vida se apagar. Seja doador de órgãos. Fale com sua família. @doeorgaos_MS

/doacaodeorgaos

Matheus Bitencourt Lazaretti

Melhorar sua vida, nosso compromisso.

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A Amazônia é nossa? A

por Deputado Federal Jerônimo Goergen (PP-RS)

s declarações do ex-espião norte-americano Edward Snowden fizeram reacender um sentimento de nacionalismo pouco visto em nossos governantes. A presidente Dilma Rousseff foi à ONU falar grosso contra o presidente Barack Obama. Exigiu um pedido de desculpas do homem mais poderoso do planeta pelas bisbilhotices patrocinadas pela NSA contra ela mesmo, o governo e empresas nacionais. Descobrir agora que o Brasil é vítima de espionagem soa como reação de líder estudantil na flor dos hormônios. A julgar pelo histórico de guerrilheira da nossa presidente, Dilma deve ser objeto de espionagem há pelo menos 40 anos. Dito isto, voltemos para o objeto principal desse artigo. A Amazônia. Esse gigante verde, rico em minérios e água, merece sim nossa atenção para os olhares nada discretos dos ‘gringos’. Enquanto Dilma falava grosso com Obama, o Ministério da Defesa expõe dados sobre cortes na dotação de orçamento para o Centro de Defesa e Guerra Cibernética do Exército Brasileiro. O que uma coisa tem a ver com a outra? Tudo. O Brasil não possui um sistema de inteligência e contra-espionagem para detectar, por exemplo, que muitas das Organizações Não Governamentais (ONGs) são braços civis desses governos nada discretos. O jornalista Lorenzo Carrasco nos oferece alguns subsídios neste particular. Autor do livro “Quem manipula os povos indígenas contra o desenvolvimento do Brasil: um olhar nos porões do Conselho Mundial de Igrejas (Capax Dei, 2013)”, Carrasco afirma que a trama estrangeira remonta há pelo menos quatro décadas. Ele afirma com todas as letras: usaram o Conselho Mundial de Igrejas

como estrutura de espionagem. E o coração do aparato ambiental, Greenpeace, WWF e Instituto Socioambiental, seriam parte de estruturas de inteligências dos governos anglo-americanos. A infiltração estrangeira busca impedir o desenvolvimento da infraestrutura nacional e encarecer os investimentos, em especial na Região Amazônica, com a criação de zonas de exclusão econômica em territórios indígenas. Isso tudo aparece como uma política progressista, de

CINDRA

Comissão da Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia 14 REVISTA AMAZÔNIA

Deputado Federal Jerônimo Goergen, presidente da CINDRA, no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília

defesa dos direitos humanitários de índios, de pobres ou camponeses, mas na verdade esconde interesses de uma estrutura de governo mundial. A estratégia também prevê um trabalho minucioso de manutenção dos povos indígenas num estado de desenvolvimento primitivo. O aparato indigenista-ambientalista organizado pelas ONGs pretende quebrar a harmonia racial do país, com a promoção de conflitos étnicos planejados, que oponham índios e não índios. Portanto, rejeitamos as acusações de ataque aos povos indígenas, uma vez que eles são vítimas dessa mesma política. A intenção é alertar as autoridades brasileiras para uma causa maior. A soberania de nosso maior patrimônio, a Amazônia. [*] Presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA)

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DC3

Diz o ditado que a fé move montanhas. No Pará, montanhas de pessoas. Pessoas de todos os lugares e condições sociais que se unem, se misturam e se movem pela esperança e pela gratidão em Nossa Senhora de Nazaré. São mais de dois séculos de história e histórias de romeiros ligadas a sonhos, lágrimas, trabalho e projetos que o Banco da Amazônia em sintonia com o povo da região transforma, movimenta e faz do amanhã um futuro muito mais bonito para todos na Amazônia. No Natal dos paraenses, o maior presente é o sentimento de união e fraternidade que move o seu povo. Feliz Círio a todos.

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Plataforma de pesquisa nas copas das árvores da Amazônia

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m ousado centro de ciência foi proposto para a Floresta Amazônica. O projeto, no valor de R $ 6,4 milhões, será localizado no Xixuaú Xiparina, uma região isolada das florestas virgens em Roraima, Brasil. Um centro de ciência, onde pesquisa séria pode ser realizada,em uma passarela com 9,5 km, que vai descansar nas copas da floresta tropical. Os cientistas do Royal Botanical Garden – Kew e de outras universidades poderão utilizar o centro e a passarela para estudar as copas. O projeto terá foco em valorizar as comunidades locais e seus interesses de preservação e desenvolvimento sustentável. As comunidades tradicionais que vivem na área, que sempre trabalharam para proteger e preservar a floresta, utilizam e dependem das atividades extrativistas de pequeno porte que realizam, como a colheita de castanha e borracha, como seus meios de vida. O projeto vai dar apoio à comunidade, proporcionando empregos para as tribos locais e atrair mais turismo. A região Xixuaú Xiparina está atualmente sob a gestão da CoopXixuaú Cooperative, formada em fevereiro de 2010 pela comunidade local. Com foco na vida sustentável, a área está prosperando com o desenvolvimento de uma nova escola e uma conexão de internet via satélite movido a energia solar, e mais oportunidades econômicas virão.

Para observar as copas da floresta tropical

Torre de observação proposta para o projeto, localizado em Xixuaú Xiparina, em Roraima Reserva Ecológica do Xixuaú-Xiparinã (AM/RR) 16 REVISTA AMAZÔNIA

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Coop Xixuau Cooperative A região Xixuaú Xiparina é uma área de floresta tropical intacta, localizada na margem direita do rio Jauaperi no município de Rorainopolis. É gerido pelas pessoas que vivem nela, que originalmente se uniram para formar a Coop Xixuau Cooperative, com o duplo objectivo de proteger a floresta e garantir a sobrevivência das pequenas comunidades tradicionais que dependem dele. A primeira ação da Associação foi a criação de uma área protegida informal sobre os rios Xixuaú e Xiparina, congregando os direitos à terra dos habitantes locais e incorporando-as à Associação. A área Xiparina Xixuaú (178 mil hectares) apoia 22 famílias no estado de Roraima, a cerca de 500 quilômetros a noroeste de Manaus. A coop xixuau oferece aos turistas um passeio de canoa a remo que são possíveis os turista ver todos os tipos de animais como varias espécie de pássaros anta,onça,varias espécies de macacos, tartarugas, jabutis, cobras, aranhas peixes de todas as espécies. Uma caminhada pela selva oferece também dois ou três dias de acampamento na mata, uma ótima estadia a comida e excelente, os remadores são ótimos guia e também estão preparados em caso que ocorra algum acidente. O turista pode fazer passeio na comunidade, conhecer os comunitários e seus modos de sobreviver na mata, pode conhecer como se faz a farinha e varias outras coisas que a coop xixuau pode oferecer aos turista como a venda de artesanato que os turista pode comprar. O artesanato e feito a mão com vários tipos de semente como a do açaí o ouriço da castanha e também o artesanato de madeira como remos e bichos de madeira canoas e peixes,cobras etc

Passarela por entre as árvores

Para observar as copas da floresta tropical

Marcar Barfield Architects está fazendo o projeto, e são bem conhecidos por seu trabalho de paisagem, como o London Eye e a passarela em Kew Gardens. David Marks, considera o bambu, como material de construção primária, para ser utilizada. O projeto já incorporará a energia solar. Das florestas de frágil ecossistema, Marcos diz: “Ela não suporta uma grande quantidade de pessoas no seu entorno. Você tem que ter muito cuidado com o que você fará lá dentro “. A Amazon Charitable Trust é a caridade apoiando o esquema, com o financista Robert Pasley Tyler na vanguarda. Os membros incluem John Hemming e Bianca Jagger. O centro pretende ser sem fins lucrativos e de auto-financiamento. A confiança de todos é tornar a área a primeira reserva extrativista rentável em Roraima. revistaamazonia.com.br

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Um pedaço da Amazônia ao alcance das mãos Herbário da Uepa preserva importante acervo de plantas coletadas na região amazônica por Ize Sena*

Fotos: Mácio Ferreira

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asta abrir a porta de uma das salas localizadas no prédio ‘Castelinho’, no Campus I da Universidade do Estado do Pará (Uepa), para perceber a riqueza de materiais e de conhecimento científico disponível ao público. Nos armários, as amostras coletadas e organizadas em exsicatas. Nas prateleiras, alguns outros exemplares da flora amazônica. Assim é o herbário da Uepa, cuja sigla MFS, homenageia a professora doutora Marlene Freitas da Silva, uma das referências na região quando o assunto é botânica. Desde 2011, o espaço busca a preservação e a criação de um acervo científico sobre a flora regional, em Belém. Atualmente, conta com cerca de 4 mil amostras de plantas desidratadas, flores, grãos de pólen, frutos e sementes coletadas no Pará, Amazonas, Maranhão e Mato Grosso. A coleção está disponível para alunos de graduação e pós- graduação da Uepa e de outras instituições, estudantes dos ensinos fundamental e médio, Tradicional entre os paraenses, o açaí também faz parte da coleção disponível no Herbário da Uepa

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Acervo está à disposição do público, estudantes, pesquisadores e profissionais da área

professores, pesquisadores e interessados no assunto. “Iniciamos este projeto e vislumbramos sua expansão e popularização dos conhecimentos gerados a partir do

nosso banco de dados. O herbário deve atender os alunos da Uepa, das escolas da educação básica, professores e pesquisadores. Um herbário fechado e sem circulação, é um cemitério de plantas”, afirma a curadora do espaço, professora Flávia Araújo Lucas. O herbário tem como principal papel preservar a biodiversidade, incluindo as plantas em constante ameaça ou as que estão associadas ao conhecimento tradicional dos povos amazônicos. “Estamos coletando do ambiente natural e conservando no acervo. A contribuição maior é de conservação, pois se os herbários não existissem, como os pesquisadores identificariam suas amostras? ’’, indaga a professora. Com apenas dois anos de criação, o Herbário da Uepa é oficialmente registrado na Rede de Herbários do Brasil e no Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia em Biodiversidade e Uso da Terra da Amazônia (INCT). E, em breve, assim que conseguir chegar a um total de 5 mil amostras, o espaço terá o registro internacional junto ao Index Kewensis, uma base de dados administrada pelo Jardim Botânico Real de Kew, em Londres. Para alcançar esta meta, o herbário conta com o apoio revistaamazonia.com.br


dos bolsistas e estagiários da Uepa e também com o apoio de doações provenientes do Museu Paraense Emilio Goeldi e da Embrapa Amazônia Oriental. “Basta ter planta em alguma área nos arredores de Belém que a gente coleta. Pode ser na cidade, numa área florestal, num parque e fora isso temos colegas no Museu Goeldi que vivem em viagem de campo e separam materiais para o MFS. Graças a essas expedições, conseguimos amostras de lugares distantes”, conta Flávia. A professora ressalta que somente com a interação entre as instituições é possível articular ações para a preservação do meio ambiente. “Este é mais um espaço de conservação das plantas amazônicas. Numa região em que há muitas lacunas de coletas, com inúmeras áreas que nunca foram visitadas, ter mais um espaço do patrimônio vegetal, é somar e cuidar deste patrimônio. Então, nós nos unimos numa força tarefa, uma rede integradora de conservação de plantas”, ressalta. Ao lado dela, uma equipe de nove pessoas, entre bolsistas e estagiários, trabalha para além de coletar material, manter o acervo atualizado e também produzir pesquisas científicas. Victor Miranda Leão, 19 anos, é um deles. Herbário da Uepa conserva exemplares de diversas plantas ameaçadas

Amostras de madeira, incluindo as ameaçadas de extinção, também estão ao alcance do público

O estudante do primeiro ano do Curso de Ciências Naturais – habilitação em Biologia conheceu o herbário em 2013, durante uma palestra na semana do calouro. O encantamento com o trabalho foi à primeira vista e hoje, ele é um voluntário do espaço. “Nunca gostei muito de Botânica, mas a professora passa para gente umas informações tão valiosas, que fazem a gente entender melhor. Mas o que mais me atraiu foi a importância científica do lugar. Aqui a gente aprende não só o trabalho teórico, mas também o prático sobre a nomenclatura, coleção de flores, fungos, política de doação”, enumera Victor. O aluno destaca ainda que os aprendizados do dia-a-dia o tornam capaz de entender a relação da sociedade com o meio ambiente e também de aplicar esses conhecimentos, como futuro professor pesquisador na área. “Fazemos também a nossa prática científica, com resumos e artigos, vamos divulgar os trabalhos em congressos internacionais e ministramos oficinas. Eu aprendi a gostar porque a Botânica no ensino médio é de uma maneira mecânica, mas aqui é mais didático do que você pode imaginar”, finaliza o estudante que já se considera em seu No detalhe, amostra organizada em exsicatas. Antes disso, ela passou por uma prensa, foi seca em estufa para então, ser fixada em primeiro estágio. uma cartolina de tamanho padrão acompanhada de uma etiqueta. Gostou? Faça uma visita! O ambiente é aberto para visitação do público interno e Se você se interessou e quer ser parceiro do herbário, externo e está localizado no Centro de Ciências Sociais entre em contato conosco pelo (91) 9981 3133 ou pelo e Educação (CCSE) da Uepa, no prédio do Castelinho, 2° email copaldoc@yahoo.com.br. andar. O CCSE fica na travessa Djalma Dutra, s/n – entre as ruas do Una e Municipalidade, no bairro do Telégrafo. [*] Ascom/UEPA Parceria. Coleção de plântulas compõe acervo, que atualmente registra 4 mil amostra de plantas da região

Castanha do Pará é um dos frutos estudados pelos pesquisadores do Herbário MFS

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“RETORNO À A a riqueza da maior floresta do mundo em imagens

Exposição faz um comparativo entre duas expedições e retrata as mudanças desse reino pouco explorado Fotos: Carrie Vonderhaar e Tim Trabon

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pós o sucesso na cidade do Rio de Janeiro, está em São Paulo, desde 5 de agosto, no Espaço Cultural BM&FBOVESPA, a exposição itinerante “Retorno à Amazônia” apresentada pela Veolia Water Brasil. Trata-se de uma expedição que teve início com o lendário Jacques Cousteau, o Rei dos Mares, em 1982, e percorreu toda a extensão de 6.800 quilômetros da Amazônia. A mostra é uma realização da Editora Cultura Sub e da Ocean Futures Society, em seguida estará em Manaus e Fortaleza.

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À AMAZÔNIA”

TRÊS TARTARUGAS E UMA BORBOLETA Um instante após esta fotografia ter sido batida, as três tartarugas perderam o passo e caíram na água. Seria o peso da borboleta que pousou no focinho da segunda tartaruga que causou o desequilíbrio? revistaamazonia.com.br

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Há 30 anos, Jacques Cousteau, seu filho Jean Michel Cousteau e uma equipe de mais de 50 pessoas, faziam a primeira expedição na Amazônia como nunca havia sido explorada: por terra, água e ar. Vinte e cinco anos depois, seu herdeiro revisitou a grande floresta com os seus filhos e grande parte da equipe que fez a expedição em 1982, com um novo objetivo: em 25 anos, o que mudou na floresta? Essa e outras respostas estarão ilustradas nessa magnífica exposição, onde cada detalhe será desvendado em 30 telas ilustradas com as imagens feitas pela fotógrafa Carrie Vonderhaar e um painel informativo assinado por Jean Michel Cousteau curador da exposição. Jean Michel Cousteau é Presidente da Ocean Futures Society, navegou durante décadas ao lado do seu pai e viaja ao redor do mundo se reunindo com líderes e formadores de opinião a fim de apoiar o fortalecimento e alianças

A viagem de Jacques-Yves Cousteau começou a bordo de um draga-minas convertido, o famoso Calypso, que saiu da Virgínia, nos Estados Unidos, em maio de 1982 (à esquerda). Vinte e cinco anos mais tarde, a equipe de Jean-Michel cruzou os rios amazonenses no navio Ariaú Açu e duas embarcações OFS Zodiacs (à direita) RÂ BICOLOR VENENOSA Anunciando sua presença com cores vivas, esta rã utiliza sua cor para advertir de que é venenosa. Alguns nativos da Amazônia usam o veneno destas rãs na ponta da lança a fim de acelerar a morte de suas caças

Macaco de cheiro se alimentando

Jean Michel Cousteau, filho de Jacques Cousteau, volta a explorar a Amazônia após 25 anos 22 REVISTA AMAZÔNIA

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pela proteção ambiental. Produziu mais de 75 filmes, ganhou vários prêmios, entre eles: Emmy, Peabody, 7 d’Or e CableACE. “O foco dessa expedição foi observar as mudanças ocorridas na região e se as previsões feitas anteriormente se confirmaram. Infelizmente muita coisa ficou pior que o previsto, principalmente, com relação à quantidade de peixes e ao desmatamento. A exposição tem o objetivo de esclarecer as perguntas feitas por Jacques Cousteau, mostrar a beleza dessa região extremamente rica e chamar a responsabilidade para a preservação do meio-ambiente”, explica Ana Carolina Xavier, diretora da Editora Cultura Sub.

Pássaros: Outra bela foto de Carrie Vonderhaar, em exposição

Observando a arraia

Retorno à Amazônia revela o valor da preservação de um dos poucos patrimônios de vida selvagem ainda existentes no planeta PREGUIÇA-DE-COLEIRA. Os Bichos Preguiças moram em árvores e se alimentam somente de vegetação. A equipe da expedição ficou surpresa ao aprender com os cientistas que os Bichos Preguiças descem das árvores aproximadamente uma vez por semana para “ir ao banheiro!”

TARTARUGA SUBAQUÁTICA. Tartaruga, vista de baixo, nadando na superfície da água. A equipe da expedição descobriu que tartarugas, geralmente consideradas como espécies terrestres, são na realidade muito boas nadadoras.

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Cenário dos sonhos; na medida em que tempestades vêm e vão, as ondas espumam, os arco-íris de repente aparecem e a qualidade da luz neste dia é “de outro mundo”!

Serviço: São Paulo Exposição “Retorno à Amazônia”. Até Outubro 2013 Horário: de segunda a sexta das 9h00 às 18h00 Local: Espaço Cultural BM&FBOVESPA Endereço: Praça Antônio Prado, 48 – Centro - São Paulo-SP Entrada gratuita Manaus Centro Cultural dos Povos da Amazônia. Novembro/2013 Fortaleza - Fevereiro/2014

Além da exposição, toda essa experiência e imagens serão retratadas no primeiro livro de arte fotográfica a prova d’água, até o final do ano, pela Editora Cultura Sub. O conteúdo, de aproximadamente 250 páginas, será impresso em vitopaper, tecnologia 100% brasileira, único papel que utiliza uma mistura de vários tipos de plásticos reciclados, pós-consumo e pode ser reciclado infinitas vezes sem perder a textura e cor original. A exposição e o livro “Retorno à Amazônia” são iniciativas da Editora Cultura Sub, com o patrocínio da Veolia Water Brasil, Cle Brasil, Grupo Bemol e apoio do Ministério da Cultura.

Botos, o verdadeiro mistério da Amazônia, diz a lenda que eles atraem com seus cantos

MACACO DE CHEIRO. Um tímido macaco de cheiro espia para fora de seu esconderijo de selva. Embora estes macaquinhos passem a maior parte de seu tempo nas árvores, este aqui estava perto da margem procurando ... o que poderia ser? Comida. 24 REVISTA AMAZÔNIA

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VOCÊ VACINOU, O PARÁ CONSEGUIU.

É a carne do Pará abrindo as porteiras de novos mercados.

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Dono do quarto maior rebanho bovino do país, com 20 milhões de cabeças, o caminho natural do Pará agora é ampliar sua produção. O próximo grande passo é conseguir a certificação internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), na França. Por aqui, a união continua. Juntos, Governo do Estado e produtores trabalham para fazer a qualidade da carne produzida no Pará abrir as porteiras de cada vez mais novos mercados.

Em Paragominas, o ministro da Agricultura Antônio Andrade entrega a certificação ao governador Simão Jatene e ao vice-governador Helenilson Pontes.

GRIFFO

Livre. O Estado do Pará está livre da febre aftosa. O reconhecimento nacional vem do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e vale para todo o território paraense. Os produtores fizeram a sua parte, vacinando o rebanho. Os funcionários do Estado garantiram o apoio técnico. O esforço coletivo deu r e s u l t a d o. C o m a certificação, o Estado pode comercializar seus produtos com todos os estados brasileiros, a um preço melhor. O nome disso é competitividade.

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Congresso debate modelo de turismo sustentável para a Amazônia Legal por Israel Pegado * Fotos: Cristino Martins, Fábio Costa/Ag. Pará, Everaldo Nascimento e Jeferson Castagna/ Paratur

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desenvolvimento de um modelo de turismo sustentável para os estados amazônicos é o objetivo de autoridades públicas, empresários, profissionais da área e estudiosos, que participam do I Congresso de Turismo, Hospedagem e Gastronomia da Amazônia Legal, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia. Cerca de 500 pessoas participaram da abertura do congresso, que contou com a presença de Vinícius Lummertz, secretário nacional de Políticas de Turismo, do Ministério do Turismo (MTur). “O Brasil busca atalhos, meios para desenvolvimento econômico e social, e o turismo é um caminho. Mas, investimento no turismo que não for sustentável não pode ser chamado de turismo. Para mudarmos a realidade socioeconômica, é preciso a compreensão político-institucional de que o turismo é um bom negócio. A Amazônia é singularmente um desejo do mundo. Porém, a questão que se apresenta é: Nós temos produtos para isso? O MTur está à disposição para cooperação estratégica na Amazônia, pois turismo não

é um custo, é investimento. Quando o turismo entra em cena, move-se a economia”, afirmou. Para o secretário de Estado de Turismo, Adenauer Góes, eventos como este têm a capacidade de acelerar o de-

O acordo de cooperação técnica foi assinado pelo secretário Adenauer Góes, pelo diretor Comercial e de Distribuição do Banco da Amazônia, José Roberto de Lima

O secretário nacional de Políticas de Turismo, Vinícius Lummertz, o Ministério do Turismo está à disposição para a cooperação estratégica na Amazônia 26 REVISTA AMAZÔNIA

senvolvimento turístico da região e do restante do país. “O Estado do Pará reconhece o turismo como uma atividade econômica e produtiva. Agora, como é que podemos dar passadas mais rápidas para transformação desse potencial em produtos? Sem empresário não tem turista, não tem turismo, assim como sem empresário não há nenhuma outra atividade econômica. O trabalho aqui é em prol do crescimento, para geração de emprego e renda, e em última análise a melhoria da qualidade de vida da população”, garantiu ele, para quem o congresso tem o papel fundamental de sintonizar gestão pública e iniciativa privada.

Acordo Durante a solenidade de abertura, também foi firmado um acordo de cooperação técnica entre Banco da Amazônia, Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e Confederação Nacional do Turismo (CNTur), para fomento do turismo no Estado. O documento foi assinado pelo secretário Adenauer Góes, pelo diretor Comercial e de Distribuição da instituição bancária, José Roberto de Lima, e pelo presidente da CNTur, Nelson de Abreu Pinto. Com a assinatura do documento, o Banco da Amazônia se compromete em atuar no fomento ao turismo no Pará,

Autoridades públicas, empresários, profissionais da área e estudiosos, no I Congresso de Turismo, Hospedagem e Gastronomia da Amazônia Legal, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia revistaamazonia.com.br


Para o presidente da CNTur, Nelson de Abreu Pinto, o congresso é uma cruzada para resgatar o que o país deve à Amazônia

alinhado com as prioridades específicas do setor, definidas pelas políticas implementadas pelos governos federal e estadual, como o Plano Estratégico de Turismo Ver-o-Pará, além de contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva e das alianças institucionais com o trade turístico paraense. “Começa hoje, aqui, uma cruzada para resgatar o que o país deve em relação à Amazônia, e debater o potencial que o turismo tem de desenvolver a Amazônia Legal, respeitando o meio ambiente”, afirmou Nelson de Abreu Pinto. Para o dirigente estadual da CNTur no Pará, Álvaro do Espírito Santo, a região amazônica, sob o ponto de vista do mercado internacional, é um território

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O secretário de Turismo, Adenauer Góes, afirmou que o Pará reconhece o turismo como uma atividade econômica e produtiva

único. “O objetivo aqui é integrar os interesses de todos os Estados da região, fazer jus a essa imagem, responder ao questionamento do que é preciso fazer para consolidar o turismo sustentável e uma política que atenda aos anseios da Amazônia Legal, para que o turismo ocupe o espaço que ele tem direito no contexto de desenvolvimento”, concluiu. O congresso encerrou seu primeiro dia com a conferência magna do professor Mário Carlos Beni, doutor da Universidade de São Paulo (USP), que abordou os “Cenários do Século XXI e Turismo na Amazônia”. O evento, realizado pela CNTur, tem apoio insti-

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“O financiamento do Desenvolvimento do Turismo na Amazônia Legal” Nessa palestra, ministrada pelo diretor Comercial e de Distribuição do Banco da Amazônia, José Roberto Lima, informou que a instituição incentiva a realização de negócios sustentáveis, como o turismo, com foco na sustentabilidade, tendo investido, somente em 2012, R$ 783 milhões no setor, por meio de uma linha específica para financiamento da atividade turística na Amazônia. “A vantagem e o grande diferencial desta linha especifica destinada ao turismo, com recursos oriundos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), é a taxa José Roberto de Lima, de juros de apenas 4,12% ao ano, que com um bônus de Diretor Comercial e de do Banco 15% que nós damos, fica em torno de 3,5% ao ano apenas”, Distribuição da Amazônia explicou o diretor. “Os recursos são do tamanho da demanda que chega até nós, da ordem de R$ 1,4 bilhões”, arrematou. Entre as ações que o banco vem apoiando na Amazônia, José Roberto de Lima citou a inauguração de novas rotas aéreas, a divulgação dos estados localizados na região em feiras nacionais e internacionais, o Pacto pelo Desenvolvimento do Turismo firmado com o Ministério do Turismo (MTur) e os estados brasileiros, o desenvolvimento de novos produtos turísticos e fortalecimento dos atuais, e ainda obras de infraestrutura em energia e transportes, que contribuem para a estruturação dos destinos turísticos. “O Banco da Amazônia é agora um grande parceiro do turismo, com suas linhas de financiamento, capital de giro, recursos para a compra de novos equipamentos para redes de hotéis, restaurantes, entre outros empreendimentos que compõem a cadeia produtiva do turismo”, concluiu o presidente da Confederação Nacional de Turismo (CNTur), Nelson de Abreu Pinto.

Frutas nativas e outras delícias são ingredientes indispensáveis à culinária paraense; Pimentas de cheiro e malagueta...

tucional da Setur – vinculada à Secretaria Especial de Desenvolvimento e Incentivo à Produção (Sedip) -, Associação de Secretários e Dirigentes do Turismo de Capitais e Destinos Indutores (Anseditur), Bancada do Norte da Câmara dos Deputados e Agência de Desenvolvimento do Turismo da Macrorregião Norte (Adetur Amazônia).

Gastronomia do Pará no I Congresso de Turismo A gastronomia, uma das vertentes culturais mais autênticas do Pará, integrou a programação do I Congresso de Turismo, Hospedagem e Gastronomia da Amazônia Le28 REVISTA AMAZÔNIA

Socorro Costa, presidente da Paratur, e Gabriela Landê, presidente da OS Pará 2000, durante o congresso

gal, pois como define, Socorro Costa, presidente da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), a gastronomia é “uma importante ferramenta de atração de fluxo turístico ao Pará”, e isso motiva a Paratur a investir na divulgação desse atrativo.

Álvaro do Espírito Santo, da CNTur no Pará, disse que o objetivo é integrar os interesses de todos os Estados da região [*] Setur

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PARQUE MUNICIPAL DO MINDU

M I N D U PREFEITURA DE MANAUS

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Parque do Mindu foi criado a partir de um movimento popular iniciado em 1989, pelos moradores do bairro Parque Dez, como forma de proteger o habitat do Sauim de Manaus (Saguinus bicolor), primata mascote da cidade. Em 1993 foi oficialmente instituído como espaço protegido, em área de 30,9ha, e após o Decreto nº 9043/2007, passa a ter uma área de 40,8 ha. Trata-se de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, sendo admitido o uso indireto dos seus recursos.

OBJETIVO Preservar os ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, na forma de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

O prefeito Arthur Virgílio Neto, em visita ao Parque Nascentes do Mindu

LOCALIZAÇÃO Rua Perimetral, s/n – Parque Dez Fone/Fax: (92) 3236-7702 Manaus, AM

ATRATIVOS • • • • • •

Exemplares da flora e fauna silvestres observados durante a caminhada nas trilhas Anfiteatro, auditório, biblioteca e chapéu de palha Orquidário e canteiros de ervas com propriedades medicinais e aromáticas Trilha suspensa e trilhas para portadores de necessidades especiais Lanchonete e café da manhã Estacionamento

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Amazônia e Lisboa unidas pela TAP, em 2014 O vice-governador, o secretário de Turismo, Adenauer Góes, e o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, representam o Pará no Fórum Empresarial de Algarves

Fotos: Antônio Silva/Ag. Pará e Marcos Villas Boas

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primeiro voo da Tap entre Belém e Manaus para Lisboa está previsto para o dia 03 de junho de 2014. A confirmação oficial do voo foi dada pelo vice-presidente executivo da Tap, Luiz da Gama Mór, durante o II Fórum Empresarial de Algarves, no Hotel Tivoli Victoria, em Vilamoura, em Portugal. O voo será triangular, fazendo Belém-Manaus- Lisboa-Manaus-Belém e a Tap já trabalha com o desmembramente das frequências, fazendo Manaus-Lisboa e Belém-Lisboa, para um futuro próximo. Participaram do evento, diretores da TAP, o vice-governador Helenilson Pontes representando o Governador do Pará, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, secretário de Estado de Turismo do Pará, Adenauer Goés, secretário de Estado de Pla-

nejamento (Seplan/AM), Airton Claudino, presidente da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Manaus Cult), Oreni Braga, presidente da Amazonastur e o presidente da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Manaus Cult).

Governador Marconi Perillo; prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho; prefeito de Manaus, Arthur Virgilio; e o vicegovernador do Pará, Elenilson Pontes, no Fórum de Algarves

Os voos da TAP O voo terá três frequências semanais, às terças e sextas-feiras e domingos. Devem ser utilizadas duas novas aeronaves Airbus A330, que a TAP está comprando. As viagens de Belém a Lisboa sairão do Aeroporto Internacional de Val-de-Cans às 19h10 e chegarão à capital portuguesa às 6h45 do dia seguinte (horário Local), com cerca de sete horas de duração. Os voos partirão de Lisboa às 9h30 e chegarão a Manaus às 13h40, seguindo então para Belém, aonde chegarão por volta das 17h40. A TAP Portugal é uma companhia aérea líder de mercado e membro da Star Alliance, uma das maiores alianças de empresas do setor no mundo. Atualmente, a TAP opera 76 destinos em 34 países, com a média de 2.250 voos por semana e uma frota de 71 aeronaves. A viagem Belém-Lisboa abrirá a rota direto da capital paraense Belém para os mais variados destinos no mundo que contam com presença da companhia portuguesa.

Mercados

Adenauer Góes, o vicegovernador Helenilson Pontes, Luiz Gama Mór e o prefeito Zenaldo Coutinho: Pará entra na rota dos mercados europeus 30 REVISTA AMAZÔNIA

Segundo Helenilson Pontes, o voo da TAP abrirá as portas da Amazônia para um importante elo entre a região e toda a Europa, inserindo o Pará definitivamente no mercado turístico europeu. “Esta conquista faz parte da nossa estratégia de inserção internacional do Pará com voos para o exterior”, disse. O vice-governador também destacou o início das operações internacionais da companhia brasileira TAM em Belém. A partir de dezembro deste ano, a empresa vai operar revistaamazonia.com.br


voos semanais com destino a Miami, nos Estados Unidos. “A possibilidade deste intercâmbio com a Europa e os Estados Unidos é uma grande notícia para todos nós paraenses e reforça a diretriz do governo de colocar o Pará na rota do turismo e dos investimentos internacionais”, afirmou. Para o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto “Manaus é um grande centro dissipador de desenvolvimento sustentável na Amazônia, sem contar as potencialidades de turismo e biodiversidade. Temos um grande polo industrial que cresce mantendo 98% da floresta preservada. No turismo, temos um grande trabalho de promoção no exterior e grande capacidade de recepcionar turistas europeus, que hoje representam 42% dos turistas recebidos pela nossa capital”. “Nossa missão agora é tornar Manaus o melhor roteiro turístico da região e um hub de interligação da Europa com outros países da América do sul. Para Luiz da Gama Mór, a Tap também sai ganhando com os novos destinos. Segundo ele, a empresa é forte na Europa, mas fica muito forte quando une a marca Tap com a marca Amazônia. “Estamos muitos felizes com esta parceria e, desde já, avisamos que, dependendo da dinâmica das vendas, vamos estudar o aumento da frequência e até mesmo o desmembramento dos voos ainda em 2014”, disse Mor. “Esta é uma vitória conjunta entre a TAP e os governos do Pará e do Amazonas visando o desenvolvimento econômico e turístico dos dois destinos”, avaliou, informando que as negociações para a concretização desta operação duraram mais de dez anos.

O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, no II Fórum Empresarial de Algarves

O presidente da Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Manaus Cult), Bernardo Monteiro de Paula, o prefeito Arthur Virgílio, de Manaus, Luiz da Gama Mór, da Tap, Oreni Braga, da Amazonastur, e o secretário de Estado de Planejamento (Seplan/AM), Airton Claudino

O Fórum

Adenauer Góes, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, e Luiz da Gama Mór e Mário Carvalho, da TAP

O Fórum Empresarial de Algarves debateu o tema “Um Portugal europeu ou atlântico?”. Do evento, participaram o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, o primeiro ministro português, Passos Coelho, e outros nomes da política e da economia mundial. A programação do evento incluiu, a entrega do prêmio “Welcome to Portugal”, durante o jantar temático “Gastronomia Algarvia”, em cinco categorias: líder em Governança Corporativa, Inovação Tecnológica, Mercados Internacionais, Empreendedorismo e Gestão e Inovação Pública.

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entre Pedro Alvares Cabral e Pass. 3 de Outubro revistaamazonia.com.br

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O objetivo é trazer um novo conceito de museu: a própria floresta com o estudo da biodiversidade

Amazônia brasileira vai contar com Museus a céu aberto O projeto faz parte de uma parceria entre os governos brasileiro e japonês

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rasil e Japão assinaram recentemente, um plano básico do Projeto para Conservação da Biodiversidade Amazônica sob Conceito de Museu a Céu Aberto, em Manaus. A parceria envolve técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica). O projeto prevê a implantação de museus a céu aberto em áreas mantidas pelo Inpa, com o uso de tecnologias japonesas, para criar um ambiente interativo para estudantes e turistas. O objetivo é trazer um novo conceito de museu: a própria floresta com o estudo da biodiversidade. Será montada uma infraestrutura para buscar informações, imagens e sons do que existe para o público de maneira interativa e com mais tecnologia. Torres serão instaladas para a captação dessas imagens e sons. Também está prevista a construção de instalações para a criação de peixes-boi em semicativeiro e observação de copa das árvores. As áreas utilizadas serão o Bosque da Ciência (Aleixo), o Jardim Botânico Adolpho Ducke (Cidade de Deus), a Reserva Florestal Adolpho Ducke (km 26 da AM-010) e a ZF-2 (km 60 da BR-174). Existe também a intenção de obter imagens de outros fenômenos naturais que não são facilmente observáveis e disponibilizá-las para a população, bem como a de oferecer cursos de capacitação nessas áreas. 32 REVISTA AMAZÔNIA

O documento foi assinado pelo diretor substituto do Inpa, Estevão Monteiro de Paula, e pelo diretor do Grupo para Conservação da Floresta e da Natureza da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), Kenichi Shishido

O projeto está previsto para começar em abril e conta com financiamento total de US$ 5 milhões, juntamente com as tecnologias desenvolvidas pelos japoneses e o conhecimento da biodiversidade e a infraestrutura oferecida pelo Inpa.

conta com uma população de 25 milhões de habitantes e gera quase 8% do PIB brasileiro. - O desmatamento na região caiu 76,9% entre 2004 e 2011. - Cerca de 43% (2,1 milhões de km2) do território da Amazônia fica dentro de Áreas Protegidas ou Áreas habitadas por povos indígenas. - Cerca de 21% da Amazônia é área pública federal ou estadual fora das Áreas Protegidas e das Áreas habitadas por povos indígenas. - Há cerca de 400 áreas indígenas identificadas e demarcadas na região, que abrigam entre 170.000 e 200.000 habitantes indígenas. Amazônia brasileira

A Amazônia brasileira O Brasil abriga 60% da Floresta Amazônica. A Amazônia Legal Brasileira é uma região administrativa que se estende pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e partes do Tocantins, Maranhão e Goiás. Ela representa 53% da área terrestre total do Brasil (5 milhões de quilômetros quadrados), revistaamazonia.com.br


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Índios de Rondônia fecham primeira venda de carbono certificado

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tribo paiter-suruí, de Rondônia, anunciou recentemente, a venda do primeiro lote de créditos de carbono certificado em território indígena. Feito de acordo com o mecanismo Redd (Redução de Emissões por Desmatamento), o Projeto de Carbono Florestal Suruí é o primeiro programa indígena a obter certificações internacionais VCS (Verified Carbon Standard) e CCB (Climate, Community and Biodiversity Standard). A primeira empresa a fechar negócio com os suruís é a Natura, que comprou 120 mil toneladas de carbono por R$ 1,2 milhão, de acordo com o líder indígena Almir Suruí. A tribo vive em Rondônia numa área de 248 mil hectares, com 1.350 habitantes. Para a realização do projeto, foi feito um inventário do carbono estocado na floresta e uma estimativa de quanto seria perdido caso o desmate da área continuasse. Esse trabalho técnico foi feito pela ONG Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas). “Os números precisam ser bem robustos para dar credibilidade ao projeto”, diz Mariano Cenamo, do Idesam. Ele conta que o território suruí já foi alvo de extração ilegal de madeira, inclusive com envolvimento dos índios. “Era a alternativa que eles achavam para a geração de renda.” Agora, com a venda de créditos, a ideia é que Líder indígena Itabira Suruí (de cocar vermelho), da tribo paiter-suruí, que fica na fronteira de Rondônia com Mato Grosso

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atividades sustentáveis, como turismo e extrativismo, sejam priorizadas. Os índios também se comprometem a proteger a área do desmate. Segundo a Natura, os créditos adquiridos vão neutralizar 15% das emissões de carbono de 2011, 2012 e 2013.

Programa Natura Carbono Neutro Desde 2007, quando criou o programa Carbono Neutro, a Natura investe em novas fontes energéticas e em

A parceria Natura com os Suruís (Paiter Surui), representado por Almir Suruí

ecoeficiência para cortar parte das emissões de gases que causam o efeito estufa. Em quatro anos, conseguiu reduzir em 9,6% as emissões absolutas de CO² da empresa, considerando os centros de distribuição e espaços administrativos, além das fábricas de Cajamar (SP) e Benevides (PA), que tiveram suas caldeiras substituídas. A Natura tem o compromisso de reduzir um terço das suas emissões relativas de Gases do Efeito Estufa (GEE) do ano base de 2006 até o fim de 2013. As emissões que não puderem ser evitadas com iniciativas internas de reduções são neutralizadas pelo programa de compensação, que por meio do Edital Carbono Neutro convida, em chamado público, instituições que apresentam projetos de redução de emissões ou remoção de GEEs da atmosfera e encontram-se alinhadas às crenças e valores da empresa. revistaamazonia.com.br


Fundo financiará monitoramento da Amazônia Durante a assinatura de contrato de monitoramento da Floresta Amazônica entre BNDES e OTCA

Fotos: Wilsom Dias/ABr

O

Fundo Amazônia vai destinar R$ 23,693 milhões para o monitoramento da cobertura florestal nos países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (Otca), do qual o Brasil faz parte. A iniciativa vai contribuir para o desenvolvimento da capacidade de controle do desmatamento e das mudanças Luiz Alberto Figueiredo, ministro das Relações Exteriores, e Robby Ramlakhan, durante assinatura do contrato

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do uso da terra nos países-membros da organização, que reúnem 99% do bioma amazônico. A Otca é formada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O Brasil vai transferir a tecnologia de monitoramento por imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para os países da Bacia Amazônica. Além disso, vai financiar a instalação das salas de observação das imagens e treinamento de pessoal. O projeto tem duração de 5 anos. “É um acordo no âmbito da cooperação dos países da Bacia Amazônica de transferência das nossas tecnologias desenvolvidas para monitorar o desmatamento na Amazônia. Estamos compartilhando as tecnologias para contribuir para a redução do desmatamento ilegal em todo o bioma amazônico”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Para o chanceler Luiz Alberto Figueiredo Machado, é fundamental a iniciativa para a conservação do bioma amazônico, em benefício do clima mundial e da conservação da biodiversidade. “O acordo nos leva como região mais forte para a negociação climática”, destacou.

Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, e o secretário-geral da OTCA, Robby Ramlakhan, na assinatura de contrato de monitoramento da Floresta Amazônica com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

Participaram da assinatura do acordo de cooperação a ministra Izabella Teixeira, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo Machado, o diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), gestor do Fundo Amazônia, Guilherme Lacerda, o secretário-geral da Otca, Robby Ramlakhan, e a embaixadora da Noruega, país que é o principal doador do Fundo Amazônia, Aud Marit Wiig. REVISTA AMAZÔNIA 35


Brasil reduziu miséria em 40% em 11 anos R 2013

elatório da FAO mostra que País tirou mais de 9 milhões de pessoas da fome entre 1992 e 2013, resultado acima da média de redução da América Latina O Brasil reduziu em 9,2 milhões o número de pessoas que passam fome no País entre 1992 e 2003, uma diminuição de 40%, segundo relatório divulgado recentemente, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A redução ficou acima da média da América Latina, na qual a queda ficou em 48,5%. O relatório confirma os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD), que constatou que o Brasil já superou a Meta do Milênio para a pobreza , estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), antes da data limite. No entanto, a FAO afirma que dificilmente a maioria dos países irá cumprir o desafio adotado por líderes mundiais de diminuir pela metade a fome no mundo até 2015. Por enquanto, apenas o Brasil e mais 37 países atingiram a meta.

The State of

in the World Food Insecurity ons of food security

The multiple dimensi

Além disso, o estudo constatou uma redução de 54,3% no número de brasileiros subnutridos entre o mesmo período, de 15% da população para 6,9% dos brasileiros neste ano. De acordo com o estudo sobre segurança alimentar no mundo, eram 22,8 milhões de pessoas em situação de miséria no País em 1992, contra 13,6 milhões neste ano. Segundo o estudo, cerca de 842 milhões de pessoas, ou aproximadamente uma em cada oito no mundo inteiro sofreu de fome crônica no período entre 2011 e 2013. O número é menor que os 868 milhões de divulgados no relatório de 2010-2012, de acordo com o estudo “Situação de Insegurança Alimentar no Mundo”, publicado todos os anos pela FAO. A vasta maioria das pessoas famintas vivem em regiões em desenvolvimento, enquanto 15,7 milhões vivem em países desenvolvidos. Crescimento ajuda a reduzir a fome no mundo De acordo com a FAO, o crescimento econômico de países em desenvolvimento e o aumento da renda real dessas populações têm contribuído determinantemente para a

A distribuição mudando de fome no mundo. Número e percentagem de desnutridos por região, 1990-92 e 2011-13 2011–13

1990–92

Number (millions)

H I F

G

H I

A F

E

1990–92 2011–13 1990–92 2011–13

G A

A Developed regions

E

B

B

D

20

16

2

2

B Southern Asia

314

295

31

35

C Sub-Saharan Africa

173

223

17

26

D Eastern Asia

279

167

27

20

E South-Eastern Asia

140

65

14

8

66

47

6

6

13

24

1

3

10

6

1

1

F Latin America and

the Caribbean

G Western Asia and

D C

C

Northern Africa

H Caucasus and

Central Asia

I Oceania Total = 1 015 million

Total = 842 million

Regional share (%)

Total

1

1

0

0

1 015

842

100

100

Note: The areas of the pie charts are proportional to the total number of undernourished in each period. All figures are rounded. Source: FAO. 36 REVISTA AMAZÔNIA

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FIGURE 10

Evolução do índice de preços de alimentos domésticos em regiões seleccionadas

Evolution of the domestic food price index in selected regions

diminuição da fome e o acesso à comida no mundo. O relatório também constatou aumento na oferta global de alimentos, o que é atribuído ao aumento da produtividade na agricultura e investimentos públicos e privados no setor. Segundo a FAO, a definição de desnutrição ou fome é “não ter comida suficiente para uma vida ativa e saudável”.

Políticas de transferência de renda são fundamentais

Index (1995 = 100) 115

110

105

100

95

90

O relatório destaca a importância de políticas públicas voltadas às reduções das desigualdades sociais e programas de transferência de renda como parte importante do combate à fome. No estudo, a FAO afirma que o crescimento econômico pode não levar a uma melhora da qualidade de vida de todos, especialmente os mais pobres e pessoas que vivem em regiões rurais.

85 1990

1992

1994

Africa

1996

Asia

1998

2000

2002

2004

Latin America and the Caribbean

2006

2008

2010

2012 2013

Developing regions

Source: FAO.

A produção de alimentos tem variado muito nas regiões em desenvolvimento desde 1990, Food production has varied widely in developing regions since 1990, with markedcom regional diferenças differences regionais marcantes FIGURE 13

Index (1990 = 100) 300

250

200

150

100

50

Europa escapa a faixa vermelha da fome no mundo, mas já há uma grande quantidade de pessoas que passam fome na Europa

0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Africa

Asia

Latin America and the Caribbean

Developing regions

Note: Food PIN variability in year t is calculated as the standard error deviation from the trend for the previous five years. It is a polynomial trend of order 3 over the period 1985 to 2011. Source: FAO.

Ipea diz que mais de 1 milhão de pessoas saíram da extrema pobreza em 2012 A desigualdade de renda registrou queda em 2012, apesar de o desempenho da economia ter sido considerado fraco. O Produto Interno Bruto (PIB) aumentou 0,9% no ano passado, enquanto a renda per capita das famílias cresceu, em média, 7,9%. As famílias mais pobres, em especial, conseguiram evolução na renda maior do que a média, 14%, entre os 10% mais pobres da população. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no estudo Duas Décadas de Desigualdade e Pobreza no Brasil Medidas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). A população extremamente pobre (que vive com menos de US$ 1 dólar por dia) caiu de 7,6 milhões de pessoas para 6,5 milhões. A população pobre (que vive com entre US$ 1 e US$ 2 dólares por dia), de 19,1 milhões de pessoas para 15,7 milhões. “Três milhões e meio de pessoas saíram da pobreza em 2012 e 1 milhão da extrema pobreza, em um ano em que o PIB cresceu pouco. Para a pobreza, o fundamental é o que acontece na base – cuja renda cresceu a ritmo chinês. O bolo aumentou com mais fermento para os mais pobres, especialmente para os mais pobres dos pobres”, disse o presidente do Ipea, Marcelo Neri revistaamazonia.com.br

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9° Prêmio Brasil Ambiental Fotos: Divulgação AmCham Rio, Márcio Dantas Valença/Vale

C

om o objetivo de prestigiar as melhores práticas empresariais na área de sustentabilidade em curso no País, mais de duzentas pessoas – entre empresários e autoridades – estiveram recentemente, no Parque das Ruínas, no tradicional bairro de Santa Teresa, no Centro do Rio, para a cerimônia de premiação do 9º Prêmio Brasil Ambiental, realizado pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), por meio de seu Comitê de Meio Ambiente, e pela BP. A edição deste ano defendeu a causa do Patrimônio Cultural Brasileiro, que ganhou uma categoria especial, voltada ao reconhecimento de ações de proteção aos bens materiais e intangíveis que representem manifestações de alto valor para a construção da identidade e memória de um grupo da sociedade e corroborem para construir a história de uma nação. A empresa GDF SUEZ Energy Brasil foi a vencedora da categoria especial com o Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural da UHE Jirau – A Gestão do Conhecimento através das Mídias Sociais. “O Brasil destaca-se no cenário mundial como um dos primeiros países a valorizar a questão de patrimônio cultural, que é um fator básico de vivência, assim como a saúde e a educação. O tema desta edição do Prêmio Brasil Ambiental sinaliza a compreensão da iniciativa privada de que investir em nosso patrimônio é investir em Ângela Araújo, analista de meio ambiente e responsável pela Fazenda Marinha, recebeu a premiação da Vale, referente a categoria Preservação e Manejo de Ecossistemas

38 REVISTA AMAZÔNIA

Phillip Hauser, VP Carbon Markets da GDF Suez Latin America, vencedora da categoria especial com o Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural da UHE Jirau, categoria emissões atmosféricas

desenvolvimento”, afirmou o superintendente do IPHAN no Rio de Janeiro, Ivo Matos Barreto Junior, convidado de honra da cerimônia juntamente com o diretor-geral do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), Paulo Eduardo Vidal Leite Ribeiro. “O patrimônio cultural se fortalece como necessidade da própria sociedade, interessada em caminhos sólidos e seguros para o futuro. São referências da população dentro de seu próprio território. É essencial não só preservar a diversidade ambiental, como também a cultural, que une nossa cultura com o que recebemos da natureza”, completou Ribeiro. Thaís Ferraz Soares, assessora da presidência da GDF SUEZ Energy Brasil, vencedora da categoria especial

Ao todo, 40 projetos de empresas de diversos segmentos de mercado foram inscritos nas sete categorias do prêmio: Patrimônio Cultural Brasileiro, Responsabilidade Socioambiental, Gestão de Resíduos Sólidos, Inovação Ambiental, Emissões Atmosféricas, Uso Racional de Recursos Hídricos e Preservação e Manejo de Ecossistemas. “O Prêmio Brasil Ambiental é uma contribuição da AmCham Rio para a conservação, preservação e recuperação das partes ambiental, social e cultural do País. É um reconhecimento público de ações e projetos inovadores que podem fazer diferença no futuro. Com a divulgação de bons exemplos, esperamos que cada vez mais empresas adotem práticas que tenham como meta a valorização do Brasil em todas as suas esferas”, ressaltou Roberto Ramos, presidente da entidade. A premiação teve patrocínio da Chevron e da Coca-Cola Brasil, copatrocínio da Odebrecht Óleo e Gás e apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro. A Fazenda Marinha, projeto desenvolvido pela Vale no Terminal de Ilha Guaíba (TIG), no Rio de Janeiro, ganhou o 9º Prêmio Brasil Ambiental na categoria “Preservação e Manejo de Ecossistemas”. Promovida pela Câmara de Comércio Americana (Amcham), a iniciativa incentiva e premia práticas ambientais sustentáveis desenvolvidas por grandes empresas brasileiras. A cerimônia foi realizada na noite dessa quinta-feira (19), no Parque das Ruínas, em Santa Teresa. O Projeto Heróis do Futuro, do Sistema FIRJAN, ganhou na categoria Ações de Responsabilidade Socioambiental do 9° Prêmio Brasil Ambiental 2013, considerado um dos mais importantes da área ambiental no Brasil. A cerimôLuis Augusto Azevedo, gerente de Meio Ambiente do Sistema Firjan. O Sistema Firjan / SESI, vencedor com o projeto voltado à educação para a sustentabilidade

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A Vale S.A, vencedora com o projeto desenvolvido no Terminal de Ilha Guaíba (TIG), RJ, na categoria Preservação e Manejo de Ecossistemas – projeto Fazenda Marinha – voltado para a educação ambiental, para a capacitação dos moradores que dependem da pesca e para o monitoramento e repovoamento da fauna marinha da região

Os vencedores da nona edição do Prêmio Brasil Ambiental

nia de premiação ocorreu na noite da última quinta-feira, dia 19 de setembro, no Parques das Ruínas, bairro Santa Tereza, no centro do Rio. Mais de duzentas pessoas – entre empresários e autoridades – estiveram presentes no evento, promovido pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), por meio de seu Comitê de Meio Ambiente. Ao todo, 40 projetos de empresas de diversos segmentos de mercado foram inscritos nas sete categorias do prêmio: Patrimônio Cultural Brasileiro, Responsabilidade Socioambiental, Gestão de Resíduos Sólidos, Inovação Ambiental, Emissões Atmosféricas, Uso Racional de Recursos Hídricos e Preservação e Manejo de Ecossistemas.

Os vencedores da 9ª edição do Prêmio Brasil Ambiental: CATEGORIA: PRESERVAÇÃO E MANEJO DE ECOSSISTEMAS Projeto: Fazenda Marinha Empresa: Vale S.A. Resumo: Projeto destinado ao monitoramento e o repovoamento da fauna marinha da Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, com a promoção de educação ambiental e a melhoria de vida nas comunidades. CATEGORIA: RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL Projeto: Heróis do Futuro Empresa: Sistema Firjan / SESI Resumo: Projeto voltado à educação para a sustentabilidade que sensibilizou mais 240 mil jovens, entre 11 e 15 anos de revistaamazonia.com.br

idade, da rede pública de ensino, tendo como base os temas debatidos na Rio+20. CATEGORIA: PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO Projeto: Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural da UHE Jirau - A Gestão do Conhecimento através de Mídias Sociais Empresa: GDF SUEZ Energy Brasil Resumo: Programa voltado à pesquisa sistemática e intensiva das áreas atingidas pela obra da hidrelétrica, incluindo pesquisas arqueológicas preventivas para garantir a integridade do patrimônio presente antes da implantação do empreendimento. As mídias sociais foram utilizadas para o envolvimento da comunidade local e divulgação de resultados. CATEGORIA: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Projeto: City Tower Empresa: Jones Lang Lasalle

Resumo: Política de coleta seletiva dos resíduos gerados pelo condomínio, com vistas à redução da quantidade, segregação na origem, controle e redução de riscos ao meio ambiente, assegurando o correto manuseio e disposição final. CATEGORIA: INOVAÇÃO AMBIENTAL Projeto: ECOÁCIDO (Processo Ecológico de Reciclagem de Solução Eletrolítica de Baterias Usadas Tipo Chumbo-Ácido) Empresa: Antares Reciclagem LTDA Resumo: Programa de desenvolvimento de tecnologia para viabilizar o ciclo completo de reutilização da bateria chumbo ácido, com a inclusão da reciclagem da solução eletrolítica, cujo descarte inadequado tem grande impacto ambiental e configura um desafio às indústrias recicladoras de baterias. CATEGORIA: USO RACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS Projeto: Programa Tractebel Energia de Proteção de Nascentes Empresa: Tractebel Energia Resumo: Programa de preservação de recursos hídricos a partir da minimização dos impactos ambientais das atividades da empresa, com vistas à melhoria do desempenho na prevenção e controle da poluição. CATEGORIA: EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Projeto: Projeto Contribuição da Usina Hidrelétrica (UHE) Jirau para a mitigação de Gases de Efeito Estufa e para o Desenvolvimento Sustentável Brasileiro Empresa: GDF SUEZ Energy Brasil Resumo: Projeto da UHE Jirau para a mitigação de gases de efeito estufa adicionais, permanentes e mensuráveis no longo prazo. Figura como o maior projeto de energia renovável registrado como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da ONU. Adecova e Tractebel Energia receberam o Prêmio Ambiental

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7º Fórum sobre Carbono da América Latina e o Caribe

Especialistas globais em clima pedem integração de mercados, clareza política e aumento do financiamento internacional para o combate às mudanças climáticas Fotos: Luiz Morier

Durante a abertura do 7º LACCF

O

evento reuniu representantes do setor público, setor privado, organizações internacionais, instituições financeiras e sociedade civil, com mais de 500 participantes inscritos de mais de 40 países - a maioria da região da América Latina e Caribe (LAC) – o VII Fórum Latino Americano e Caribenho sobre Carbono terminou com sucesso no Rio de Janeiro. Gerentes de projetos, representantes de instituições financeiras, agências governamentais e membros do setor privado se reuniram para trocar experiências e discutir os caminhos alternativos para chegar a um futuro de baixo carbono. O evento, de três dias, contou com painéis de discussão sobre o status dos mercados de carbono, os mecanismos de mercado já existentes, como o MDL, o REDD+, os NAMAs, a importância da implementação do Fundo Verde para o Clima (GFC) e o papel fundamental de intermediários, tais como instituições financeiras públicas e privadas, no sentido de catalisar o financiamento climático internacional para iniciativas de mitigação e adaptação. Mesmo ocorrendo durante um momento desafiador para a comunidade climática e os mercados de carbono, o Fórum reafirmou os efeitos positivos e as experiências de mais de uma década do MDL e sinalizou um forte compromisso para embarcarem em economias baixas em carbono, e resilentes a clima. “O Fórum traz ao Brasil um novo patamar de discussões sobre a economia verde, mostrando que apesar do estado dos preços globais de carbono, novos mercados e novas soluções estão sendo criadas”, avaliou Walter di Simoni, superintendente da Sub-secretaria de Economia Verde do Estado do Rio de Janeiro. Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima – UNFCC, resumiu os desafios e os caminhos para a solu40 REVISTA AMAZÔNIA

alterações climáticas nos países em desenvolvimento. Depois de sete anos de existência, o Fórum continua a ser uma sólida plataforma para o intercâmbio de conhecimentos, experiências e tendências tecnológicas que estimulam o desenvolvimento de baixas emissões na região.

Declarações adicionais dos organizadores: ção potencial que foram apresentados durante o Fórum. Temos que dar às gerações futuras um mundo onde o crescimento de baixo carbono seja algo normal e os mercados são uma parte do caminho nesse sentido, afirmou Figueres. “Este Fórum é um local importante para identificar oportunidades e estabelecer um diálogo orientado para as soluções voltadas à criação de respostas às questões climáticas que sejam conectadas, lucrativas e baseadas nos mercados”, declarou a sub-secretária-executiva. Durante o Fórum, houve um forte apelo para um melhor alinhamento das políticas públicas e investimentos necessaries para sanar a lacuna financeira hoje existente e também um consenso de que o financiamento do sector privado é fundamental para mobilizar recursos para a adoção de iniciativas de adaptação e de mitigação das

Miriam Hinostroza , Chefe do Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono no UNEP Risoe Centre - “Fundada em 2006, o LACCF continua a fornecer uma plataforma para compartilhar conhecimento e apresentando experiências e desafios emergentes a partir de esforços para combater a mudança climática, através de estratégias de desenvolvimento de baixo carbono e novos emergentes instrumentos como NAMAs “ Neeraj Prasad, Gerente de Prática de Mudança Climática do Instituto do Banco Mundial - “A região da América Latina e Caribe está entre as que serão mais afetadas pelas mudanças climáticas, com impactos concretos, tais como o aumento dos oceanos, tempestades freqüentes e secas mais periódicas. O desafio global é conciliar a realidade dos impactos da mudança climática com as oportunidades que irão surgir à medida que avançamos para mais eco-

Discutindo os caminhos alternativos para chegar a um futuro de baixo carbono

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Ricardo Esparta, diretor da empresa EQAO

Carlos Minc, secretário do Ambiente do Rio de janeiro, e Carlos Klink, secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA

nomias de baixo carbon mais resilientes. O 7º LACCF foi um passo importante nessa direção, fornecendo uma plataforma de troca de conhecimento e espaço de redes para desenvolver essas idéias.” Juan Antonio Ketterer, Chefe de Divisão de Mercados de Capitais e Instituições Financeiras do Banco Interamericano de Desenvolvimento - “O BID está firmemente empenhado em promover os programas sustentáveis e investimentos para uma economia de baixo carbono e de adaptação e mitigação das mudanças climáticas, por meio de seu compromisso em contribuir com 25% de sua carteira de crédito a esses programas. Entre as estratégias do BID estão os incentivos para que as instituições financeiras públicas e privadas e governos se envolvam em iniciativas de baixo carbono, ao financiamento de capacitação em desenvolvimento de tecnologias e apoio a novos instrumentos, como NAMAs. O Fórum foi uma oportunidade valiosa para se juntar a a comunidade envolvida em temas de baixo carbon para esses objetivos “. Dirk Forrister, Presidente e CEO da International Emissions Trading Association (IETA) - “Como a América Latina define cada vez mais seus planos para enfrentar as mudanças climáticas a indústria regional sabe que os mecanismos de mercado serão a melhor abordagem. O progresso industrial e financeiro pode habilitá-los para levar a região a um futuro sustentável. Estamos ansiosos para estar de volta na região no próximo ano. “ Dirk Forrister, presidente da Associação Internacional de Comércio de Emissões: “Mais de 25% do consumo de energia primária da América Latina corresponde a fontes renováveis de energia. Em comparação, nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimenrevistaamazonia.com.br

Dirk Forrister, presidente da Associação Internacional de Comércio de Emissões

Hugh Sealy, vice-presidente do Comitê Executivo do MDL

Miriam Hinostroza, Chefe do Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono no UNEP Risoe Centre

Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima – UNFCC, enviou sua Mensagem ao 7º LACCF

to Econômico), esse índice representa apenas 7%, e no cenário mundial, 14%. No setor elétrico, produzimos de 55% a 57% de energia limpa, enquanto somente 20% no mundo. Agora temos que pensar em mecanismos inovadores para continuar esse crescimento”.

Brasil deve atingir meta de redução do desmatamento antes de 2020

O Brasil deve atingir antes do fim do prazo a meta de reduzir em 84% o desmatamento, principal fonte das emissões de gases de efeito estufa no país, disse o secretário nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Carlos Klink. Sem informar ano exato, ele disse que o país chegará antes de 2020 a um patamar inferior a 4 mil quilômetros desmatados por ano, compromisso estabelecido na Conferência do Clima de Copenhague, em 2009. “No ano passado, já chegamos a 4,5 mil quilômetros quadrados de desmatamento. Temos que atingir 4 mil e manter, que é muito importante. Mas nossa meta continua sendo a de nos reportarmos às Nações Unidas em

Jørgen Fenhann, pesquisador sênior do UNEP Risøe Centre

2020”, declarou Klink, que participou da abertura do 7º Fórum Latino-Americano de Carbono. De acordo com Klink, a queda do desmatamento corresponde a 60% da redução de emissões brasileiras, que precisam cair entre 36% e 39% até 2020. Para o secretário, o impacto também será global. “Como um estudo que saiu da Rio+20 aponta, vai haver um déficit de emissões em 2020, e nós vamos cobrir metade desse déficit com a nossa redução. O Brasil está dando uma contribuição global e quer ser reconhecido e valorizado por isso”. Com redução do desmatamento concentrada principalmente na Amazônia, a secretaria trabalha agora para lançar o monitoramento sistemático do desmatamento no Cerrado. “Estamos financiando com o Fundo da Amazônia outros países da América Latina para que façam o monitoramento com tecnologia nossa. Estamos monitorando o Cerrado, e lá o desmatamento também caiu, mas estamos mais atrasados. A Caatinga também tem preocupado, mas caminha para a redução”, disse, acrescentando que o uso da vegetação como lenha e empreendimentos empresariais são a principal ameaça ao último bioma.

Encerramento O Fórum Latinoamericano e do Caribe de Carbono, cumpriu com suas expectativas, previamente definidas em seus objetivos gerais e específicos, em destaque ao promover a discussão entre os desenvolvedores de projetos e especialistas técnicos do Mercado de Desenvolvimento Limpo, em busca das melhores estratégias para mitigação da mudança climática e do mercado de carbono. REVISTA AMAZÔNIA 41


Painel da ONU eleva alerta por aquecimento global e culpa ação humana Síntese do novo relatório Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas – IPCC, um alerta sobre o que a ciência sabe acerca do aquecimento do planeta “A atmosfera e o oceano aqueceram, diminuiu a quantidade de neve e de gelo, o nível do mar subiu e a concentração de gases com efeito de esfufa aumentou”, diz o relatório do IPCC. “Isto é o que estamos fazendo [ao clima]”, disse o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, na apresentação do relatório. É agora “extremamente provável” que a Terra esteja aquecendo devido à atividade humana, o que, na linguagem do IPCC, se traduz em 95% de certeza da atribuição da culpa. A OMM – Organização Meteorológica Mundial – que fundou o IPCC juntamente com o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, em 1988 – tem chamado à atenção, no entanto, para o fato de a Terra está passando pelo seu período mais quente do último século e meio, desde que há registos confiáveis.

Fotos/Ilustrações: CPOM/ UCL/ESA; IPCC; Jessica Gow e Rudolph Hühn

O

s cientistas estão mais seguros do que nunca de que o ser humano é o maior responsável pelo aumento recente da temperatura da Terra, segundo o relatório (IPCC’s Fifth Assessment Report – AR5) do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas – IPCC. “As provas científicas das alterações climáticas são reforçadas ano após ano, deixando poucas incertezas quanto às suas graves consequências”, disse o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, na sessão de abertura da reunião de Estocolmo. Neste primeiro relatório, 259 autores principais, secundados por centenas de outros cientistas, passaram a pente fino toda a produção acadêmica desde a última avaliação do IPCC, em 2007. Cerca de 55 mil comentários foram recebidos e avaliados. O relatório do IPCC revela que os oceanos estão subindo mais rápido, que a temperatura pode se elevar até 5 graus neste século e que homem tem 95% de responsabilidade sobre as mudanças climáticas. O documento classifica como “extremamente provável” (95% de certeza) que mais de metade da subida do termômetro global desde 1950 se deve às atividades humanas

Resumo do relatório A mesa oficial na apresentação do relatório

O aquecimento da Terra é “inequívoco” – a responsabilidade é humana.

Temperatura global A temperatura média global subiu 0,85 graus Celsius entre 1880 e 2012. No Hemisfério Norte, as três décadas passadas, entre 1983 e 2012, foram as mais quentes dos últimos 1400 anos. Nos últimos 15 anos, as tempe-

Em 2012, a área de gelo mínima foi de cinco milhões de quilômetros quadrados, o maior recorde desde que há monitorização no Ártico, A área mínima de gelo ematé agora, em 2013 é de 3,5 milhões de quilômetros quadrados

Representantes da mídia na apresentação de relatório climático do IPCC das Nações Unidas, em Estocolmo 42 REVISTA AMAZÔNIA

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Primeiro navio de carga chinês está perto do fim de trânsito na Passagem Nordeste

Precipitação e fenômenos climáticos

O aquecimento global tem efeitos nos glaciares e no nível da água do mar

A confiabilidade das observações sobre a precipitação é relativamente baixa. Nas latidudes médias do Hemisfério Norte, aumentou desde 1901. Noutras faixas do globo, as tendências são tanto positivas como negativas. Globalmente, é “muito provável” que tenha aumentado o número de dias quentes e diminuído o de dias frios. É “provável” que a frequência das ondas de calor tenha

Rajendra Pachauri, presidente do IPCC, e Lena Ek , ministra Ambiental da Suécia, no lançamento do relatório climático do IPCC, em Estocolmo

Rajendra Pachauri, presidente do IPCC, com Thomas Stocker, vice-presidente do grupo de trabalho que produziu o relatório do IPCC

Lena Ek, do ministério do Meio Ambiente da Suécia, Thomas Stocker, e Prof Dahe Qin, um dos presidentes do grupo de trabalho I do IPCC

raturas não aumentaram tanto quanto os modelos climáticos previam. Até ao final do século, o termômetro global pode subir entre 0,3 e 4,8 graus acima da média de 1985-2000, segundo quatro cenários para o futuro.

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O primeiro mapa da espessura do gelo Ártico, satélite CryoSat. Dados extremamente detalhados do CryoSat têm sido usados para gerar esse mapa da espessura do gelo marinho no Ártico REVISTA AMAZÔNIA 43


Amazônia pode perder 70% de sua área, no fim do século Situação pode se agravar diante do crescimento do desmatamento, diz o relatório do IPCC A Floresta Amazônica poderá sofrer uma redução de 70% da extensão da sua área ao fim do século, se houver um aumento da estação seca. A projeção consta do relatório completo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado na sequência do sumário para formuladores de políticas. O material, com mais de mil páginas, traz com mais detalhes as bases físicas da ciência do clima e uma abordagem regional com projeções sobre como cada parte do planeta poderá ser afetada no futuro. O relatório lembra que no clima atual o crescimento intenso da floresta ocorre justamente durante a estação seca, quando a insolação é maior e há bastante água do período chuvoso armazenada nos aquíferos subterrâneos. Há muitas incertezas ainda sobre como a mudança climática vai afetar a seca na região, mas simulações que consideram um cenário de aumento do período sem chuva observam essa redução dramática na vegetação. O painel de cientistas alerta que o cenário poderá ficar ainda pior diante de um quadro de aumento do desmatamento, que tende a prolongar a estação seca. “Condições assim aumentam a probabilidade de incêndios naturais que, combinados com queimadas provocadas por atividades humanas, podem minar a resiliência da florestas às mudanças climáticas”, escrevem os autores. Em relação às chuvas, porém, há incertezas, com diferentes estudos mostrando várias tendências para algumas regiões, explica a pesquisadora Iracema Cavalcanti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), uma das autoras do capítulo

aumentado na Europa, Ásia e Austrália e que haja mais precipitação intensa na América do Norte e Europa. No futuro, as alterações na precipitação e outros fenômenos atmosféricos não serão uniformes. As chuvas relacionadas como El Niño e as monções poderão ser mais intensas.

Oceanos Os oceanos acumularam 90% da energia do sistema climático entre 1971 e 2010 e é “virtualmente certo” que aqueceu neste periodo (0,11 graus Celsius por década). O nível do mar subiu 1,7 milímetros por ano entre 1901 e 2010. Para o final deste século, projeta-se uma subida de 28 a 82 centímetros. Os oceanos continuarão a aquecer ao longo do século e em maior profundidade. Até 2300, o seu nível poderá subir um a três metros, segundo os cenários mais pessimistas.

que mostra as projeções regionais futuras. “Mas temos grande confiabilidade para algumas. Os resultados são muito robustos de que na Região Sul do País e na bacia do Prata as chuvas vão aumentar. E no inverno, há mais confiança de que haverá excesso de chuvas no oeste da Amazônia e menos no leste e no sul”, disse Iracema. O relatório afirma que é muito provável (mais de 90% de chance) que a temperatura suba em toda a América do Sul, com o maior aquecimento projetado para o sul da Amazônia. A projeção é de um aumento da temperatura média de 0,5°C (centro-sul) a 1,5°C (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) no País até o fim do século no cenário mais otimista; e de 3°C (Sul e litoral do Nordeste) a 7°C (Amazônia) no pior cenário.

encolhendo em quase todo o mundo. No Ártico, a cobertura gelada tem regredido a níveis sem precedentes no passado e a temperatura do mar nunca esteve tão alta nos últimos 1450 anos. É “ muito provável” que estas tendências se mantenham ao longo do século XXI. Cenários para um futuro ainda mais distante, indicam que o aquecimento acima de um determinado nível – entre um e quatro graus Celsius, embora o nível de confiança destes valores seja baixo ou médio – levará ao derreti-

mento quase completo do gelo na Groelândia no espaço de um milénio ou mais, provocando uma subida de sete metros no nível do mar.

Culpa humana É “extremamente provável” que a influência humana seja determinante no aquecimento global desde 1950. Só os gases com efeito de estufa, sozinhos, contribuíram para Os glaciares estão encolhendo em quase todo o mundo

Gelo e neve A massa de gelo da Gronelândia e da Antárctida tem diminuido nas últimas duas décadas e os glaciares estão 44 REVISTA AMAZÔNIA

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uma subida que teria sido de 0,5 a 1,3 graus Celsius neste período, se não tivesse sido amenizada por outros fatores, como os aerossóis que refletem a radiação solar ou variações naturais. O relatório detectou a influência humana também no aquecimento do oceano, nas alterações do ciclo da água, na redução do gelo e da neve, na subida do nível do mar e em alguns eventos extremos. “A influência humana no sistema climática é clara”, resume o IPCC.

Gases com efeito de estufa Nos últimos 800.000 anos, nunca houve tanto dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso na atmosfera como agora. A concentração dos três gases está 40%, 150% e 20% acima dos níveis pré-industriais (1750), respectivamente. A taxa de crescimento ao lon-

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tando o efeito de estufa, e 28% foram absorvidos pelo oceano, provocando a sua acidificação. Ao longo deste século, as alterações climáticas irão provocar alterações na forma como o carbono é absorvido por sistemas terrestres ou pelo oceano, aumentando a quantidade que permanece na atmosfera. Efeito estufa é agravado pela emissão de gases poluentes na atmosfera

go deste século não tem precedentes nos últimos 22.000 anos. As emissões de CO2 da queima de combustíveis fósseis e da produção de cimento subiram 54% desde 1990. Desde 1750, as atividades humanas despejaram na atmosfera 545 mil milhões de toneladas de carbono, dos quais 44% estão acumulados na atmosfera, aumen-

Tempo Para Thomas Stocker, vice-presidente do grupo de trabalho que produziu o relatório do IPCC: “Não é apropriado utilizar um período curto de tempo para avaliar um modelo climático”. “A melhor escala de tempo para se avaliar o clima é de no mínimo 30 anos”, acrescentou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Michel Jarraud.

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Preço/ideologia “É preciso reduzir continuada e substancialmente as emissões de gases com efeito estufa”, afirmou Rajendra Pachauri, presidente do IPCC. “Só através do mercado é que podemos dar uma rápida resposta”, acrescentou, referindo-se à necessidade de atribuir um preço ao carbono. Reiterando que as alterações climáticas são a principal ameaça global que o planeta enfrenta. “Não estamos falando de ideologia, de interesse próprio, mas sim do interesse comum”, disse o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Ambiente, Achim Steiner. A necessidade urgente de medidas já estava explícita na última avaliação climática do IPCC, de 2007, mas agora foi reforçada por um novo conjunto de cenários para o futuro. “A humanidade tem de escolher que cenário quer seguir”, disse Thomas Stocker. “Uma rápida redução ou não é uma questão de escolha dos emissores de carbono.”

A subida do termômetro global

Os dez anos mais quentes desde que há registos ocorreram a partir de 1998. Mas a temperatura não tem subido tanto como seria de esperar.

Geoengenharia considerada Pela primeira vez, o IPCC considerou a possibilidade de se usar a geoengenharia para diminuir a concentração de CO2 na atmosfera, ou até para defletir a quantidade de luz solar que chega ao nosso planeta – a pedido expresso de alguns governos, interessados em avaliar as hipóteses de utilizar a tecnologia para ajudar a ultrapassar os problemas causados pelo avanço da civilização global. Mas esta possibilidade é vista com cautela no documento. Estes métodos, segundo o relatório tem “limitações tecnológicas para que possam vir a ter um potencial a larga escala”. Cautelosos, os cientistas sublinham que as soluções tecnológicas contempladas, como a gestão da radiação solar e a remoção de dióxido de carbono da atmosfera “têm efeitos secundários e consequências globais a longo prazo”. Em relação a evitar a entrada de uma parte da radiação solar na Terra, o documento explica que estas técnicas, “se realizáveis”, terão o potencial de evitar o aumento de temperatura. “Mas alterariam também o ciclo de água global, além de não combater a acidificação dos oceanos.” Por outro lado, no momento em que este filtro artificial de radiação fosse suspenso, “as temperaturas globais aumentariam muito rapidamente”.

O relatório Connie Hedegaard, comissária europeia para o clima, vê o novo relatório do IPCC como um sério alerta. “Não se trata de acreditar ou não nas mudanças climáticas. É sobre ficar ou não com a ciência. No momento em que todos os cientistas alertarem para essas mudanças com 100% de certeza pode ser tarde demais”, disse. O relatório do IPCC não faz qualquer recomendação política. É apenas uma coletânea de todos os estudos 46 REVISTA AMAZÔNIA

científicos mais importantes que foram publicados nos últimos anos. As consequências, como por exemplo as questões energéticas, precisam ser observadas sozinhas pelos políticos. O documento servirá de base para as discussões da conferência do clima, marcada para meados de novembro na Polônia. Este relatório refere-se apenas às evidências científicas sobre as alterações climáticas. Outros dois relatórios, sobre os impactos e as hipóteses de mitigação do problema, serão publicados na Primavera de 2014. Os três volumes formam a quinta avaliação global do IPCC sobre as alterações climáticas. As outras foram publicadas em 1991, 1995, 2001 e 2007.

Emissões de CO2 colocam o homem como grande culpado pelas mudanças no clima

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Presidenta Dilma destaca papel do Brasil na redução de emissões de efeito estufa Presidenta Dilma Rousseff em seu depoimento

Fotos: Roberto Suckert Filho/PR

A

presidenta da República, Dilma Rousseff, ressaltou a importância do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável para a implementação dos compromissos firmados durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, ocorrida em junho do ano passado no Rio de Janeiro. O fórum, inaugurado em meio à 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, “oferece à comunidade internacional uma nova governança multilateral capaz de responder aos grandes desafios do desenvolvimento sustentável”, disse a presidenta. Dilma declarou, em discurso na abertura do fórum, que a proteção ambiental não deve ser cumprida somente pelos países que não têm o desafio de combater a pobreza. “Chegamos a uma síntese sobre crescimento, erradicação da pobreza e preservação do meio ambiente, construindo uma tríade que funda a nossa ação”, ressaltou. Ao exemplificar o trabalho do Brasil para que essas três dimensões em favor do desenvolvimento sustentável sejam aplicadas, Dilma disse que, além de lutar para a preservação do meio ambiente, o país promove o crescimento com justiça social, cria empregos formais e distri-

bui a renda por meio de programas sociais. “Esse compromisso com a proteção ambiental se reflete no fato de sermos, de acordo com as Nações Unidas, o país que mais tem feito pela redução das emissões de gás de efeito estufa”, declarou a presidenta. Dilma acrescentou que, “pela primeira vez na história da humanidade”, está ao alcance dos países a erradicação completa da pobreza extrema em todo o mundo, frisando que o Brasil vai apoiar iniciativas do fórum com este objetivo. Ao citar a meta, a presidenta lembrou que

durante a Rio+20 foi desenvolvida a tese de que a erradicação da pobreza é uma “condição indispensável para o desenvolvimento sustentável” e o “maior desafio global que enfrenta o mundo na atualidade”. Idealizado durante a Rio+20 e criado hoje, o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável vai reunir, anualmente, ministros de Meio Ambiente e, a cada quadriênio, chefes de Estado afim de implementar as metas do documento final da conferência, intitulado O Futuro Que Queremos. Os países se comprometeram, durante a Rio+20, a definir objetivos concretos e mensuráveis para a eliminação da pobreza e da fome no mundo com desenvolvimento sustentável.

Delegados presentes na abertura do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável – HLPF

Presidenta Dilma Rousseff durante mesa de abertura do Foro Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável “Building the future we want: from Rio +20 to the Post-2015 Development Agenda” revistaamazonia.com.br

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1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais Relatório sumário sobre os efeitos do aquecimento global no país Fotos: Eduardo Cesar/FAPESP; Marcelo Casal/ABr; NASA/JPL-Caltech); NASA mapa via Capital Gang Tempo, NOAA equipe Climate.gov

O

clima no Brasil nas próximas décadas deverá ser mais quente – com aumento gradativo e variável da temperatura média em todas as regiões do país entre 1 ºC e 6 ºC até 2100, em comparação à registrada no fim do século 20. No mesmo período, também deverá diminuir significativamente a ocorrência de chuvas em grande parte das regiões central, Norte e Nordeste do país. Nas regiões Sul e Sudeste, por outro lado, haverá um aumento do número de precipitações. As conclusões são do primeiro Relatório de Avaliação Nacional (RAN1) do Painel Brasileiro de Mudanças Cli-

máticas (PBMC), cujo sumário executivo foi divulgado durante a 1ª Conferência Nacional de Mudanças Climáticas Globais (Conclima). Organizado pela FAPESP e promovido com a Rede Brasileira de Pesquisa e Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC), no Espaço Apas, em São Paulo. De acordo com o relatório, tendo em vista que as mudanças climáticas e os impactos sobre as populações e os setores econômicos nos próximos anos não serão idênticos em todo o país, o Brasil precisa levar em conta as diferenças regionais no desenvolvimento de ações de adaptação e mitigação e de políticas agrícolas, de geração de energia e de abastecimento hídrico para essas diferentes regiões. Dividido em três partes, o Relatório 1 – em fase final de elaboração – apresenta projeções regionalizadas das mudanças climáticas que deverão ocorrer nos seis dife-

Na exposição do professor Paulo Nobre

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As projeções até o fim do século Em relação aos níveis atuais, a temperatura poderá subir em todos os biomas; mais chuva é prevista nos pampas e menos na Amazônia T = Temperatura (em ºC) C = Chuva (em %) Verão = dezembro, janeiro e fevereiro Inverno = junho, julho e agosto

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CAATINGA

INVERNO

VERÃO 3

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3,5

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-10 2041/70

-35

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C -35 2041/70

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INVERNO

T

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-45 2071/100

3

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4

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MATA ATLÂNTICA (S/SE) INVERNO

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VERÃO

5,5 T

PANTANAL VERÃO 2,5

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CERRADO VERÃO 5

3,5

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3

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INVERNO

VERÃO

T

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1

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O SALTO DO CO2 NAS ÚLTIMAS DÉCADAS

PAMPAS

Em 250 anos, o nivel do gás subiu de 270 T 2,5

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FONTE INPE CCST

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Maio de 2012 Recorde de emissão (400 ppm)

C

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Concentração de CO2 (ppm)

VERÃO

2011/40

para os atuais 400 ppm

INVERNO

1958 Começam medições sistemáticas de C02 no Havaí

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1760 Início da Revolução Industrial 300

250 1700

1750

1800

1850

1900

1950

2000

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Acima (esquerda), número de focos de queimadas no ano de 2010. [GT1 6.3.1]

rentes biomas do Brasil até 2100, e indica quais são seus impactos estimados e as possíveis formas de mitigá-los. As projeções foram feitas com base em revisões de estudos realizados entre 2007 e início de 2013 por 345 pesquisadores de diversas áreas, integrantes do PBMC, e em resultados científicos de modelagem climática global e regional. As projeções, de forma geral, mostram que haverá alta nas temperaturas do país no decorrer do século, diminuição das chuvas no Norte e Nordeste e aumento de chuva

no Sul e Sudeste. As mudanças no volume de chuva podem oscilar entre 5% e 20% e na temperatura de 1 grau Celsius (°C) a 5°C na temperatura até o final do século dependendo do aquecimento global e da emissão de gases de efeito estufa. As projeções indicam mais secas prolongadas, principalmente nos biomas da Amazônia, Cerrado e Caatinga. “Levando em conta só o Brasil, todas as projeções indicam que o Norte e Nordeste são as regiões que devem ter uma condição de menos chuva e mais temperatura. No

entorno do Semiárido [clima que predomina no interior dos estados nordestinos], onde já chove pouco, isso torna a situação preocupante. Inclusive com a possibilidade de uma transformação da área para desértica”, destaca um dos coordenadores do painel, Tércio Ambrizzi, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP).

Na Amazônia Segundo o estudo, haverá redução em 10% no volume de chuvas e aumento de temperatura de 1 ºC a 1,5°C até 2040. Haverá diminuição de 25% a 30% nas chuvas e alta de temperatura entre 3°C e 3,5°C no período de 2041 a 2070; e redução nas chuvas de 40% a 45% e aumento de 5°C a 6°C na temperatura no final do século (de 2071 a 2100). O estudo mostra que o desmatamento pode agravar a situação. A derrubada das matas elevará ainda mais a temperatura e diminuirá a umidade. “Constitui-se condições propícias à savanização da Amazônia, um problema mais crítico na região oriental [da floresta]”, destaca o texto do estudo.

Na Caatinga

Projeções regionalizadas de clima nos biomas brasileiros da Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica (setores Nordeste e Sul/Sudeste) e Pampa para os períodos de início (2011-2040), meados (20412070) e final (2071/2100) do século XXI, baseadas nos resultados científicos de modelagem climática global e regional. As regiões com diferentes cores no mapa indicam o domínio geográfico dos biomas. A legenda encontrase no canto inferior direito. [GT1 9]

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Deverá haver aumento de 0,5°C a 1°C de temperatura e decréscimo entre 10% a 20% de chuva durante as próximas três décadas (até 2040). A região terá crescimento gradual de temperatura de 1°C a 2,5°C e diminuição entre 25% e 35% nos padrões de chuva de 2041 a 2070. No final do século (2070 a 2100), o bioma estará significativamente mais quente (aumento de 3,5°C a 4,5°C) e revistaamazonia.com.br


Mata Atlântica O nordeste da Mata Atlântica terá alta de aquecimento (entre 2°C e 3°C) e baixa pluviométrica (entre 20% e 25%) maior em meados do século. Para o final do século, as condições estimadas são semelhantes. Na porção sul e sudeste da Mata Atlântica, a temperatura deverá subir entre 2,5°C e 3°C no final do século.

Pampas

Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP; Bruno Covas, secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo; Celso Lafer, presidente da FAPESP; Carlos Nobre, Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação; Paulo Nobre, pesquisador do INPE, Coordenador da Rede Brasileira de Pesquisas em Mudanças Climáticas Globais - Rede CLIMA e Coordenador do desenvolvimento do Modelo Brasileiro do Sistema Terrestre - BESM; e José Marengo, professor titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE.

com agravamento do déficit hídrico, com diminuição de quase metade, 40% a 50%, das chuvas. “Essas mudanças podem desencadear o processo de desertificação da Caatinga”, ressalta o documento.

No Cerrado Haverá aumento de 1°C na temperatura e diminuição entre 10% a 20% das chuvas nas próximas três décadas. Em meados do século (2041 a 2070), estima-se alta de temperatura de 3°C a 3,5° e queda de 20% a 35% de chuva. No fim do século, o aumento de temperatura

atinge valores de 5°C e 5,5°C e a redução de chuva será mais crítica (entre 35% e 45%).

No Pantanal Em 30 anos, deverá ter acréscimo médio de 1°C na temperatura e diminuição entre 5% e 15% nos padrões de chuva. A tendência de queda das chuvas continua no meio do século, entre 10% e 25%, e aumento de 2,5°C a 3°C. Após 2070, predominarão condições de aquecimento intenso (elevação de 3,4°C a 4,5°C) com diminuição acentuada nos padrões de chuva (35% a 45%).

O planeta teve o quinto junho mais quente já registrado na série história, segundo dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, a NOAA. A temperatura média global de junho ficou em 16,14 graus Celsius, empatado com a de junho de 2006, o que representa 0,64ºC acima da média do século 20. Apenas A Ásia Central, a Índia e a Europa Ocidental contrariaram a tendência de aquecimento (manchas vermelhas) e enfrentaram temperaturas mais frias do que o normal (manchas azuis) revistaamazonia.com.br

Na região dos Pampas, as projeções são as seguintes: 5% a 10% mais chuvoso e 1°C mais quente até 2040; aquecimento entre 1°C e 1,5°C e intensificação das precipitações de 15% a 20% no meio do século; e no final, alta de 2,5°C a 3°C e aumento de 35% a 40%. “Em função do tipo de economia brasileira, que é uma economia agrícola, é preocupante esse cenário. Nós vamos ter o impacto muito grande em termos de nossas plantações. Soja, café, milho, vão ter de se deslocar, de onde são plantados hoje, para outras regiões mais adaptadas, com temperatura mais amena e umidade de solo e de precipitação diferentes”, destaca Ambrizzi. As projeções do painel demandaram três anos de estudos e envolveram mais de 300 cientistas brasileiros. O evento foi uma promoção da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede CLIMA), a FAPESP e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCTMC), realizado no Espaço APAS Centro de Convenções. Na abertura, Bruno Covas, secretário do Meio Ambiente, falou da urgência em integrar políticas públicas, que ainda caminham em direções divergentes para conter os avanços das emissões de poluentes. Destacou também a necessidade de integrar as políticas em energia, transporte e meio ambiente. “O momento é de integração, não de divergências. Precisamos de políticas mais fortes em todo o país, o que depende de melhor conhecimento. Junto com a FAPESP, devemos atuar tanto em mitigação quanto em adaptação, beneficiando a biodiversidade, ecossistemas, recursos hídricos, agricultura, saúde humana, cidades, zonas costeiras, oceanos, resposta a desastres naturais, energias renováveis, economia e desenvolvimento regional”, destacou. ** Infográfico - Ana Paula Campos; Ilustração - Fábio Otubo ***Publicação autorizada e cedida pela revista Pesquisa FAPESP

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Seis maneiras de as marcas “bombarem” Sustentabilidade

U

m estudo do World Economic Forum e Accenture mostra que os consumidores têm dificuldade de estabelecer uma relação entre seus hábitos de consumo e algumas das questões mais latentes relacionadas à sustentabilidade, como mudanças climáticas, escassez de recursos, poluição e respeito aos direitos humanos. Por isso, segundo a entidade, a reforma das estratégias de engajamento são urgentes. Na opinião de Christine Arena, especialista em estratégias de marcas e autoras dos livros “The High-Purpose Company” e “Cause for Success”, a sustentabilidade precisa de uma “reforma”, caso as marcas realmente desejem animar milhões de pessoas a mudar hábitos e fazer escolhas diferentes. Para isso, ela sugere seis “mandamentos” para a gestão. São eles:

“Teoria da Diversão” experimento de VW encorajou as pessoas a tomar as escadas em vez da escada rolante, por torná-lo divertido. 52 REVISTA AMAZÔNIA

1 2 3 4 5 6

Mercado melhor, não mais verde

A sustentabilidade deve girar em torno da qualidade do produto – e de seu processo produtivo -, e não em torno de seus impactos.

Simplifique

A complexidade afasta as pessoas. Processos mais simples fazem as pessoas confiar que podem alcançar objetivos.

Seja positivo

Humanos evitam o que é desconfortável. Mensagens de culpa e medo desestimulam. Mensagem confiantes, por outro lado, estimulam os públicos.

Chame para a causa

Se uma comunicação promove um comportamento positivo, as pessoas se tornam mais propensas a fazê-lo e responderem de modo desejado.

Mostre, não fale

É preciso apresentar como produtos responsáveis podem fazer diferença na vida das pessoas. O discurso sem exemplo fica vazio.

Ilumine

Inspire e reconheça abordagens diferentes, que engajem mais pessoas a tomar atitudes mais conscientes. revistaamazonia.com.br


Educação para a sustentabilidade por George Costa e Silva*

A

quecimento global, derretimento de geleiras e ameaça à vida têm sido a resposta veemente da natureza às ações devastadoras do homem. E sustentabilidade tornou-se palavra de ordem. Nesse cenário, muitas empresas passaram a chamar para si o debate em torno de mudanças e a responsabilidade por ações reparadoras. Iniciativas que visam à educação, de fato, vão proporcionar mudanças realmente significativas em médio e longo prazos. Ações pontuais de preservação do meio ambiente são importantes e necessárias, porém o desenvolvimento sustentável econômico, político e social está ligado à ampliação da abrangência do conceito de sustentabilidade

George Costa e Silva, diretor executivo da Fundação Toyota do Brasil

para muito além das fronteiras ambientais. É necessário levá-lo até onde ele realmente é decisivo, ou seja, na articulação de uma educação ecológica eficaz. É preciso chamar a atenção de toda a comunidade para a conservação ambiental, por meio da educação e informação, bem assim avançar na conscientização das crianças, jovens e adultos para uma cultura de preservação e uso racional dos recursos naturais, que são escassos e limitados. Nesse contexto, a educação para a sustentabilidade não significa, apenas, ensinar os jovens a cuidarem bem do jardim de casa e da escola. É imprescindível que eles aprendam, sobretudo, a pensar por si próprios e em conjunto, desenvolvendo o espírito crítico para a evolução social. Acima de tudo, é fundamental promover processos educativos que possibilitem mudanças no olhar da relação do homem com o meio ambiente, o que exige novas maneiras de educar. O objetivo de construir um planeta realmente mais sustentável, por necessidade, passa por investimentos em educação para a sustentabilidade. É nisso que todos devemos focar se nos interessarmos pelo futuro das próximas gerações.

[*] Diretor executivo da Fundação Toyota do Brasil

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Sustentabilidade

A

definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Esta definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. ONG Oxfam fez um diagrama onde mostra que a vida humana existe entre um piso e um teto. O piso é a necessidade social de viver, de ter acesso a alimentação, água e conforto. Mas o teto é o quanto o ambiente pode fornecer, sem afetar as gerações futuras.

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Em busca da excelência operacional

O

Institute for Operacional Excelence Brasil (Iopex) realizou estudo para identificar as maiores fontes de desperdício na construção civil e definiu posturas que podem ajudar a eliminá-las e atingir a excelência operacional. O objetivo é reduzir ao máximo as atividades que não agregam valor ao produto final, ou seja, à edificação, afirma Jevandro Barros, diretor do Iopex: “Na Europa e nos Estados Unidos a etapa já foi ultrapassada, no Brasil ainda falta arregaçar as mangas e colocar esta nova visão em ação”. Muitos problemas podem ocorrer numa obra: atrasos no canteiro, falta de material específico, ausência de pessoal qualificado, pouco planejamento e desperdício de materiais de construção, considerando que cerca de 30% acabam indo para o lixo.

Como atingir a excelência operacional

Conheça os 12 pontos avaliados pelo Iopex: 1) Transporte – Falta de planejamento na saída e entrada de materiais; 2) Movimentações – Muita movimentação demonstra falta de análise para destinar o profissional para a posição certa; 3) Área – Um mapa da obra mostrando onde está cada material é essencial para ajudar a reduzir a utilização da área, programar com eficiência as entregas e analisar onde e quando cada matéria-prima estará; 4) Superprodução – É comum ver o excesso de materiais, mesmo após a finalização de algumas etapas, como armações de concreto. Isto é conhecido como superprodução e influencia diretamente no fluxo financeiro da obra; Reduzir atividades que não agregam valor à edificação

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“No Brasil ainda falta arregaçar as mangas e colocar esta nova visão em ação”, afirma Jevando

5) Estoques – O controle de estoque na construção civil precisa ter a mesma disciplina de outros setores, com

inventários periódicos e dando responsabilidade por perdas, algo nulo ou pouco existente nas obras; 6) Processos desnecessários – O investimento em analisar processos produtivos, como o fluxo de materiais, é pouco. Uma análise dos processos pode ajudar a diminuir tempo de execução, desperdício de materiais e reduzir os custos; 7) Espera – É comum ver um profissional em um canteiro trabalhando enquanto cinco ou seis estão parados. Isso é devido à falta de sincronismo entre as atividades que pode ser resolvido com planejamento adequado; 8) Atrasos ou variações de prazo – Atraso também é visto com normalidade nas obras. Inclusive, é comum acelerar outra tarefa, sem estudá-la apropriadamente. Criando uma falta de união entre as atividades; 9) Defeitos – O defeito é um problema cultural na construção civil. Ele é aceito em muitos casos e resulta em uma entrega defeituosa do produto; 10) Falta de padrão – A falta de matéria-prima padronizada não é considerado importante nas obras. Impossibilitando um modelo de produção padronizado; 11) Planejamento – Na construção se faz cronograma, mas pouco é planejado. É preciso planejar, não apenas para cumprir prazo, mas para fornecer recursos em cada etapa, eliminar restrições e interferência que atrapalhem seu curso; 12) Liderança – Há pouca relação entre o cronograma e a gestão em si. As obras precisam de processos que auxiliem na liderança das equipes, com formatos mais simples e eficazes para rápida resolução dos problemas. REVISTA AMAZÔNIA 55


Em 60 anos, Petrobras acumula conquistas e desafios por Alana Gandra

Fotos: Ricardo Stuckert/PR

A

Petrobras completou recentemente (03/10), 60 anos acumulando conquistas e desafios. Líder mundial em tecnologia para exploração de petróleo em águas profundas, a empresa tem agora o desafio de estabelecer parcerias para a retirada de óleo em águas ultraprofundas na camada pré-sal. Matéria-prima básica para vários segmentos da indústria, o petróleo foi a ferramenta usada pelo ex-presidente da República Getúlio Vargas para industrializar o Brasil na década de 50. “Ele já tinha feito o primeiro ensaio no primeiro governo (1930 -1945) e, após a 2ª Guerra Mundial, a indústria se tornou motivação de qualquer governo, principalmente dos países não desenvolvidos. E desenvolvimento é sinônimo de industrialização”, analisou, o historiador Bernardo Kocher, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Vargas era, segundo Kocher, um desenvolvimentista. Já havia implantado no país a indústria siderúrgica – Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) - e entendeu que o petróleo enquadrava-se nesse processo. “A forma como As presidentas Dilma Rousseff e Graça Foster na plataforma P-59, uma plataforma de perfuração autoelevatória

56 REVISTA AMAZÔNIA

Maria das Graças Silva Foster, presidenta da Petrobras

ele entendia isso, que se disseminou na época, era por meio da participação estatal”, lembrou. A Petrobras é produto dessa política de Estado em favor da industrialização, que alcançou todo o mundo, disse o historiador da UFF. “O petróleo tem os dois veios: os países desenvol-

vidos, com empresas privadas; e os não desenvolvidos, com empresas estatais”. No caso do Brasil, Getúlio Vargas não se limitou a ter uma empresa que se encarregasse de processar e comercializar o petróleo. “Ele queria prospectar, queria pesquisar. Porque havia um forte óbice à ideia de que o Brasil produzisse petróleo em seu subsolo e no mar. Os geólogos internacionais não corroboravam essa posição”. Mas Vargas não se deu por satisfeito e transformou a Petrobras também em uma empresa de pesquisa e prospecção de petróleo no território nacional. O historiador Américo Freire, do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc), da Fundação Getulio Vargas (FGV), destacou que a criação da Petrobras ocorreu dentro de uma nova conjuntura política no país e no mundo, em que a temática nacional ganhava uma expressão decisiva nos anos 50. “Era um momento de luta por emancipação política na Ásia, na África”. Entre elas, sobressaiu-se a Revolução Chinesa, em 1949, destacou. “Era um momento em que a questão nacional ganha uma expressão decisiva na esteira da 2ª Guerra Mundial. revistaamazonia.com.br


No batismo da Plataforma P-52

O ex-ditador Getúlio Vargas volta e se transforma agora em um líder popular, com um discurso para cada público, mas voltado principalmente para os trabalhadores”. O historiador do Cpdoc ressaltou que Vargas costumava dizer: “O povo vai subir comigo as escadarias do [Palácio do] Catete”, referindo-se à sede do governo federal, instalada à época no Rio de Janeiro e hoje transformada no Museu da República. Inicialmente, Vargas adotou uma postura cautelosa, diante das pressões internas e externas contrárias a um projeto monopolista mas, em meio às discussões sobre a criação da estatal, a campanha O Petróleo É Nosso, que envolve diferentes setores da sociedade com os quais ele passa a dialogar, serve de impulso para a sua tomada de decisão. No dia 3 de outubro de 1953, o então presidente assi-

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nou a Lei 2.004 que criou a Petrobras, como resultado da campanha. O movimento popular foi iniciado em 1946 e defendia o petróleo nacional. “É, portanto, com satisfação e orgulho patriótico que hoje sancionei o texto de lei aprovada pelo Poder Legislativo, que constitui novo marco da nossa independência econômica”, disse Vargas, em discurso na sanção da lei. À nova empresa caberia executar as atividades do setor petrolífero no Brasil. Estava instituído, dessa forma, o monopólio estatal de exploração de petróleo. A Petrobras teve um papel decisivo na história do país. “A gente não pode imaginar o Brasil sem uma empresa como essa”, sublinhou Freire. Ele enfatizou que Vargas já tinha um projeto político e estratégico para o país e precisava implementar um símbolo do projeto. Somente em 1995, no governo Fernando Henrique Cardoso, foram dados os primeiros passos que levaram à quebra do monopólio estatal no setor de petróleo. Em maio daquele ano, a Comissão Especial do Petróleo da Câmara Federal aprovou o texto para flexibilizar o monopólio. A emenda constitucional só foi aprovada, em segundo turno, no dia 20 de junho. Dois anos depois, em agosto de 1997, a Lei 9.478 foi promulgada, após a garantia dada pelo presidente do Senado, José Sarney, de que a Petrobras não seria privatizada. Essa lei reafirmava o monopólio da União sobre os depósitos de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, mas abria o mercado para outras empresas competirem com a Petrobras, de acordo com informações do Cpdoc.

Uma das principais empresas do mundo e a principal empresa brasileira

Em 2000, o governo tentou alterar o nome da empresa para Petrobrax. O argumento utilizado foi que o novo nome se adequaria melhor ao crescimento da estatal no mercado internacional. A reação política, no entanto, foi forte o suficiente para que Fernando Henrique abandonasse a proposta.

EXPRESSO VAMOS + LONGE POR VOCÊ ! 58 REVISTA AMAZÔNIA

Para Américo Freire, mesmo após a quebra do monopólio, a Petrobras manteve a competitividade nos cenários interno e externo. “É uma das principais empresas do mundo e a principal empresa brasileira. E isso nós devemos àquele momento, àquela conjuntura e àquele personagem que foi Getúlio Vargas”.

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6° Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável Retrofit sustentável, mobilidade, operações urbanas e eficiência energética foram destaque nos debates

Fotos: Suelen Magalhães

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oucas capitais brasileiras investiram tanto em segurança e requalificação urbana como Belo Horizonte. Mas os prédios comerciais da cidade continuavam vazios e abandonados. Essa situação levou o empreendedor e engenheiro Teodomiro Diniz Camargos, diretor da construtora Diniz Camargos e atual presidente da Câmara da Indústria da Construção (CIC) da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais , a procurar saídas. Camargos relatou a experiência de transformar edifícios de escritórios em prédios residenciais durante o 6o SBCS13, que teve como tema as “Soluções integradas para sustentabilidade em edifícios, bairros e cidades”, no auditório da Fecomércio, em São Paulo. O evento, organizado pelo CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – representou uma oportunidade para conhecer exemplos de retrofits como o edifício Chiquito Lopes, o Tupis e o antigo hotel Excelsior, todos no centro de Belo Horizonte. No painel “Retrofit de edifícios – Como fazer acontecer?”, mediado por Adriana Levisky, arquiteta e urbanista, coordenadora do Comitê Técnico de Projeto do CBCS, Camargos relatou alguns dos desafios: estruturas com muitos pilares, escadas em leque e logística na região central. O painel teve a participação de John Lee, diretor de Prédios Verdes e Eficiência Energética, da Secretaria de Planejamento e Sustentabilidade da prefeitura de Nova York. Lee mostrou como a cidade reavalia, de quatro em quatro anos, o plano criado em 2007 pelo prefeito Michael Bloomberg para os cinco boroughs (divisão administrativa) – Manhattan, Brooklyn, Bronx, Queens e Staten Island – da cidade. Tudo passa por metrificação: habitação, parques, brownfields (terrenos contaminados), rios e córregos, abastecimento de água, transportes, energia, qualidade do ar, geração de resíduos, mudanças climáticas e emissão de gases. “Não 60 REVISTA AMAZÔNIA

Durante o 6o SBCS13, no auditório da Fecomércio, em São Paulo Teodomiro Diniz Camargos, Presidente da Câmara da Indústria da Construção da FIEMG, relatou a experiência de transformar edifícios de escritórios em prédios residenciais

podemos esquecer que o prefeito eleito de Nova York fundou o grupo de mídia Bloomberg especializado em software para análise de dados econômicos”, disse Lee. A eficiência energética dos cerca de um milhão de prédios merece atenção especial da secretaria de Lee. “Afinal, em 2030, mais de 90% dos edifícios serão os mesmos que existem hoje nos cinco boroughs e isso merece cuidados por meio de incentivos, códigos, padrões e injunções.” No caso de retrofits, os empreendedores podem enviar relatórios online e receber financiamentos para converter aquecedores a óleo para fontes de energia limpas. Uma força-tarefa de dois mil funcionários fará auditorias para revistaamazonia.com.br


Luisa Madruga, representante do Pnuma em economia verde, encerrou o painel mostrando as iniciativas globais para cidades eficientes

Vanderley John e Vera Hachich, coordenadores de Comitê Temático de Materiais do CBCS, apresentaram informações sobre : “Durabilidade, vida útil e sustentabilidade”

possível criação do imposto territorial progressivo podem atrair investimentos e parcerias. A discussão prossegue. Para os participantes do painel ficaram algumas certezas: o retrofit amplia a inovação e o conhecimento construtivos, melhora a eficiência no uso de recursos, minimiza a extração de riquezas naturais, conecta parceiros e apoia as iniciativas das cidades e dos bairros.

Evento traz plataforma de comunicação virtual: os diálogos CBCS

checar as melhorias em andamento. Depois dos exemplos de Belo Horizonte e New York, foi a vez de Paula Maria Motta Lara, secretária de Licenciamento da prefeitura de São Paulo. Paula Maria Motta Lara reconheceu que a legislação existente complica mas não impede ações como a que será implementada com a conversão do antigo hospital Matarazzo em hotel e centro cultural na região da Paulista, em São Paulo. Para a secretária, o crescimento de domicílios vagos no centro da cidade e as recentes invasões de prédios representam um problema e uma oportunidade, uma vez que a transformação da área central em zona de interesse social e a revistaamazonia.com.br

John Lee, diretor de Prédios Verdes e Eficiência Energética, de Nova York, mostrou como a cidade reavalia, de quatro em quatro anos, o plano criado em 2007

O 6o SBCS trouxe uma novidade. Foi criado um canal de comunicação virtual chamado Plataforma de Diálogos do CBCS, destinado ao debate de questões relevantes ao universo da construção sustentável. Para participar, os interessados devem acessar o site do CBCS13, www.cbcs. org.br, clicar em Plataforma de Diálogos na página inicial e efetuar o cadastro. Durante o simpósio, Vanderley John e Vera Hachich, coordenadores de Comitê Temático de Materiais do CBCS, apresentaram informações sobre o primeiro tema a ser discutido: “Durabilidade, vida útil e sustentabilidade”, e ressaltaram como a sustentabilidade prescinde de construções duráveis e a importância desse tema para o setor. Chamaram a atenção para um debate importante que pode encontrar abrigo no canal de comunicação Plataforma de Diálogos: a norma de desempenho de materiais de construção. O assunto interessa aos fabricantes, projetistas e construtoras que precisam entender com precisão as diferenças entre garantia e vida útil de um produto, a extração de recursos naturais e a geração de resíduos do berço ao túmulo.

Na escala dos bairros No segundo painel “Panorama das atuais práticas nas cidades sob a óptica da sustentabilidade”, moderado pelo professor da Escola Politécnica da USP, Alex Abiko, os palestrantes do simpósio mostraram as experiências REVISTA AMAZÔNIA 61


Vista do palco durante a apresentação do Painel 1 que abordou o tema “Retrofit de edifícios – Como fazer acontecer?”

de empreendimentos na escala dos bairros. O diretor de Desenvolvimento da SP Urbanismo, Gustavo Partezani, contou em detalhes como funciona a operação urbana Água Branca, na cidade de São Paulo. Considerada uma região criadora de empregos, a Água Branca, a gleba Pompeia e a Barra Funda possui baixa densidade populacional. Como os córregos não são poluídos, a implantação de parques lineares deve renovar e arejar um possível adensamento na região. O diretor de engenharia na Tecnisa, Fábio Villas Bôas, apresentou no painel o empreendimento Jardim das Perdizes, que faz parte dessa operação urbana. Villas Bôas revelou a intenção da empresa em buscar exemplos inseridos na cultura de sustentabilidade como pisos permeáveis, sistemas de drenagem com caixas de retenção e iluminação LED, fiação subterrânea, manejo arbóreo e até movimentação de terra circunscrita para minimizar a entrada e saída de caminhões do canteiro. A Tecnisa estuda a implantação de coleta de lixo pneumática, mas isso ainda depende de aprovação. A entrega do bairro com 250 mil m2 e um parque central de 55 mil m2 está prevista para julho de 2015. Paula Maria Motta Lara reconheceu que a legislação existente complica mas não impede ações como a que será implementada com a conversão do antigo hospital Matarazzo em hotel

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Mauricio Cruz Lopes, diretor geral da Odebrecht, falou sobre o bairro que vai surgir em torno da vila dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Na fase inicial 18 mil atletas vão ocupar 3.604 apartamentos, no Ilha Pura, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em parceria com a Carvalho Hosken, a empresa vai colocar à venda os apartamentos em até um ano depois das competições. O bairro Ilha Pura terá um parque público com 65 mil m2 numa área total de 1,8 milhão de m2. Em dez anos será ocupado por 50 mil pessoas. Para Cruz Lopes o adensamento da região será minimizado pela implantação dos Adriana Levisky, arquiteta e urbanista, coordenadora do Comitê Técnico de Projeto do CBCS, mediadora do painel “Retrofit de edifícios – Como fazer acontecer?”

BRTs Transoeste, Transcarioca e Transolímpica. O empreendimento segue os princípios da gestão por indicadores ambientais e prevê novidades como o elevador que gera energia elétrica. O painel que teve como mediador Fábio Feldmann, ambientalista, ex-secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo e deputado federal, trouxe o tema “Como conduzir cidades a um maior nível de eficiência?”. Aleksandar Ivančić, especialista em planejamento de infraestrutura urbana, que atuou na Agência de Desenvolvimento Urbano de Barcelona, entre 1999 e 2011, analisou o conceito de metabolismo urbano na experiência da cidade catalã. Com 1,6 milhão de habitantes, a cidade emprega simuladores e sistemas de fuzzy logic, entradas e saídas de dados para criar cenários de emissões de gases de efeito estufa, desperdício de energia em janelas e boilers – segundo Ivančić Barcelona gasta a mesma quantidade de energia para construir a pirâmide de Queops por semana. Para o gestor, a experiência com a simulação de cenários otimiza o uso do estoque imobiliário e facilita a instrumentação de financiamentos dirigidos à eficiência energética. Alex Abiko, professor Dr. da Escola Politécnica da USP, moderador do painel “Panorama das atuais práticas nas cidades sob a óptica da sustentabilidade”

Luiz Afonso dos Santos Senna, Professor de Engenharia de Produção e Transportes na UFRGS

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Luisa Madruga, Associate Project Officer, em Economia Verde no PNUMA, lembrou que as cidades do mundo ocupam 3% dos territórios do planeta mas consomem 75% dos recursos naturais

século 2 que tinha congestionamento, pedágio, horários de circulação e fiscais de trânsito. Ele foi autor do primeiro plano diretor cicloviário de Porto Alegre, um dos primeiros do Brasil. O engenheiro sugeriu que o País passe a evitar a megacidade e reformule o conceito de algumas associações e adote o conceito de parceria usuário/contribuinte. Luisa Madruga, representante do Pnuma em economia

verde, encerrou o painel mostrando as iniciativas globais para cidades eficientes. A portuguesa Luisa Madruga trabalha no Brasil mas representa o Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, com sede em Paris. Madruga lembrou que as cidades do mundo ocupam 3% dos territórios do planeta mas consomem 75% dos recursos naturais.

O auditório da Fecomércio esteve sempre lotado

Luiz Afonso dos Santos Senna, professor de Engenharia de Produção e Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ex-secretário de Transportes do Estado gaúcho, discorreu sobre como melhorar o tempo de deslocamento nas cidades. Santos Senna brincou que as soluções atualmente utilizadas existiam na Roma no

Para participantes dos paineis, o 6o SBCS trouxe grandes novidades. A atenção era constante...

Gustavo Partezani, diretor de Desenvolvimento da SP Urbanismo, Gustavo Partezani, contou em detalhes como funciona a operação urbana Água Branca, na cidade de São Paulo

Receptivo em Manaus Reservas de hotéis Passeio de lancha para o encontro das águas Traslado para o aeroporto City tour

Presidente figueiredo Mergulho com botos Ritual indígena Aluguel de veículos

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5º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria Inovação ajuda empresas a ganhar mercado, reduzir custos e conservar o meio ambiente por Theo Saad Fotos: José Paulo Lacerda e João Luiz Ribeiro/FINEP

E

studo da CNI mostra as experiências de 22 grandes empresas que atuam no Brasil. Os casos confirmam que iniciativas inovadoras dependem de parcerias com fornecedores, instituições de pesquisa e outros atores. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou, recentemente, o estudo Inovação em Cadeia de Valor 22 Casos. Organizado ao longo de um ano, o documento mostra experiências inovadoras de 22 grandes indústrias brasileiras ou multinacionais com atuação no país. Todos os casos, apresentados no 5º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em São Paulo (SP). exemplificam como a inovação ajuda a abrir ou consolidar mercados, reduzir custos, criar e fortalecer competências internas, além de valorizar a sustentabilidade. O documento mostra que existem diferentes formas de inovar. Nos relatos, há exemplos que resultaram na criação de um produto, na redução de custos, na geração de um modelo de gestão ou na reorganização social de uma comunidade. Todos têm em comum o envolvimento de outros atores no processo, como empresas, instituições de financiamento, de universidades e clientes. A CNI concluiu que inovação se faz com parcerias. “Um padrão é comum a todos. Inovação se faz com conexão. Ninguém inova sozinho”, afirma o diretor de Inovação da CNI, Paulo Mól. As empresas que contaram seus processos inovadores no projeto da CNI são: 3M, Altus, Basf, Bosch, Braskem, Camargo Corrêa, CPFL, Cristalia, Embraer, Fiat, Ford, GE, IBM, Johnson & Johnson, Klabin, Marcopolo, Microsoft, Natura, Oxiteno, Petrobras, Siemens e ThyssenKrupp. Para inovar é preciso formar redes, melhorar educação e ter programas de governo eficientes. Afirmação é dos empresários e especialistas que participam do 5º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, em São Paulo.

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A inovação no Brasil depende de diversos fatores, como a formação de redes (empresas, fornecedores, governo, academia, etc), educação para formar profissionais capazes, programas governamentais enxutos e eficientes, financiamento à disposição e uma indústria disposta a inovar, a correr riscos, a buscar novos mercados, produtos e serviços. Se conseguir conjugar tais fatores, o país alcançará níveis de inovação semelhantes aos das economias mais avançadas e disputará mercados com as principais empresas do mundo. A opinião foi expressada por empresários e especialistas em inovação nos dois primeiros painéis do 5º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria. O presidente da Financiadora de Estudos e Projeto (Finep), Glauco Arbix, salientou que “quem imaginou que a indústria brasileira poderia fazer mais do mesmo com gestão melhor e continuar crescendo, imaginou errado”. Segundo ele, “ou aprendemos a fazer produtos novos, serviços novos e apresentamos isso para o mundo, ou não teremos a menor condição de trabalhar aquilo que é o maior problema da indústria brasileira, que é a falta de produtividade”, ressaltou. A tecnologia e a inovação são ferramentas fundamentais para o sucesso disso e, com isso, é possível ter um crescimento sustentável, completou Arbix. Carlos Fadigas, presidente da petroquímica Braskem, deu três sugestões para que as empresas possam acelerar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento e inovar mais. “A primeira delas é ter uma carga tributária diferenciada para produtos de origem natural. A segunda, facilitar a importação de conhecimento e de equipamentos. E a terceira sugestão que faço é a de melhorar os processos de compras governamentais”, disse. Ele citou que, dos

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, durante discurso na cerimônia de abertura

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel e o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade

Os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (ao fundo) revistaamazonia.com.br


O presidente do SEBRAE, Luis Barreto, discursa durante a cerimônia de abertura

Alemanha e Itália, que agregam nome, marca e desejo ao café”, explicou.

Investimentos

Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, discursa durante o Congresso de Inovação

O presidente da Financiadora de Estudos e Projeto (Finep), Glauco Arbix

R$ 70 bilhões que o governo federal compra por ano, somente 0,06% são de produtos de origem sustentável. Fadigas salientou os produtos naturais porque a principal inovação promovida pela Braskem nos últimos anos foi a criação do plástico verde, com origem na cana-de-açúcar. Ele acrescentou, no entanto, que outros setores também seriam favorecidos por essas medidas, como o agronegócio, o de combustíveis renováveis e o de energia renovável, entre outros. Luiz Fernando Furlan, da Brasil Foods, acrescentou que a inovação no Brasil deve ter como alvo a agregação de valor. “A minha empresa exporta produtos com marca, rótulo e caixinha”, resumiu. Ou seja, vende para o exterior produtos de alto valor agregado. “Somos a quarta maior empresa exportadora do Brasil. As três primeiras não têm rótulo nem caixinha”, brincou. Ele citou o exemplo do café. “O Brasil é o maior exportador mundial de café em volume, mas os dois maiores em valor de vendas são revistaamazonia.com.br

O presidente da Embraer, Mauro Kern, enfatizou a busca da excelência dos produtos e da linha de produção por meio da inovação. “Isso não se consegue de graça. Tem de haver investimento sistemático e constante. Demanda esforço de desenvolvimento de novos produtos, de olho nas tecnologias pré-competitivas, que são aquelas que farão parte do nosso dia-a-dia no futuro”, disse. Segundo ele, a competição hoje é cada vez maior entre as redes de desenvolvimento, não somente entre as empresas. “Para desenvolver produtos, é importante ter competitividade dos mecanismos de suporte (como os programas governamentais e os financiamentos)”, complementou. O papel da educação na cadeia de inovação também foi discutido durante o evento. Segundo Horácio Lafer Piva, da Klabin, infelizmente os engenheiros e técnicos que hoje vão para o mercado de trabalho não têm a formação ideal. “Os técnicos que saem do SENAI têm uma formação melhor, porque a conversa entre o SENAI e as empresas é mais constante. Mas os demais são quase sempre despreparados para o ambiente empresarial e precisam de treinamento”, salientou. O secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marco Antonio de Oliveira, concordou com Piva sobre a necessidade de se formar

O presidente da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), João Fernando Gomes de Oliveira

melhores quadros. E resumiu: “Nenhum país do mundo avançou na inovação seM um grande esforço na área da educação”.

Parcerias entre empresas favorece o desenvolvimento da cultura de inovação A afirmação é dos especialistas que participaram do debate de encerramento do 5º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria A inserção competitiva de micros e pequenos empreendimentos nas cadeias de valor das grandes empresas é essencial para a competitividade do país e das próprias empresas, de acordo com empresários e especialistas que participaram do encerramento do 5º Congresso Brasileiro de Inovação. “A integração das micro e pequenas na cadeia de suprimento das empresas de maior porte é muito importante. Uma cresce com a outra”, apontou Adriana Machado,

Luiz Fernando Furlan, da Brasil Foods, disse que a inovação no Brasil deve ter como alvo a agregação de valor

Ministros recebem exemplar do livro Inovação em Cadeia de Valor de Grandes Empresas – 22 Casos REVISTA AMAZÔNIA 65


Apresentação durante a cerimônia de abertura do Congresso O jornalista e escritor Nelson Motta proferiu palestra durante a solenidade de abertura

diretora da GE no Brasil. Segundo ela, como a tecnologia é muito volátil, está em constante e rápida evolução. A colaboração e a parceria são muito importantes. “A gente tem de criar uma cultura de comunicação, de integração. Um ambiente que favoreça a gestão da inovação”, salientou. Para ela, empresas de qualquer tamanho podem inovar. O diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, ressaltou que inovação não é, necessariamente, fazer grandes investimentos em tecnologia, mas melhorar os processos produtivos da empresa e a gestão dos negócios. “Não se pode ter empresas de classe mundial se o entorno da cadeia produtiva, que é formada por pequenas empresas, não acompanha as inovações”, explicou. “Inovação é fazer diferente para fazer melhor”, completou. O diretor do Grupo Gerdau, Francisco Doppermann Fortes, contou que o crescimento do grupo, hoje a maior empresa de aço do mundo, em muito se deve à qualificação dos fornecedores e à capacidade de inovação das empresas da cadeia de valor da siderúrgica. “Temos de dar o exemplo dentro de casa e levar isso para os fornecedores. Assim se prospera com inovação”, disse.

Governo vai reduzir burocracia e ampliar incentivos à inovação Pimentel e Raupp anteciparam, algumas medidas que serão adotadas para melhorar o ambiente institucional e impulsionar a inovação no país

O diretor de inovação da CNI, Paulo Mól (esquerda) e o diretor de operações do SESI, Marcos Tadeu

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Apresentação durante a solenidade de abertura

Depois de destacar os avanços dos últimos anos em melhoria no ambiente de incentivo à inovação, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, citou a publicação na edição do Diário Oficial da União de decreto da presidente Dilma Rousseff que permite o funcionamento da Embrapii. Ele informou, ainda, que o governo anunciará, em breve, um programa específico para a biotecnologia com o objetivo de organizar e potencializar a base científica e tecnológica instalada no país para atender às demandas de inovação das empresas. Raupp disse também que a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) reduzirá o prazo de resposta inicial às propostas enviadas pelas empresas para obter empréstimos. Segundo o titular da pasta da Ciência e Tecnologia, um outro avanço deve ocorrer no marco legal. O tema está em discussão no Congresso Nacional e a expectativa do governo é de que “nos próximos meses tenhamos pronta uma nova proposta de regulação das atividades de ciência, tecnologia e inovação”, antecipou. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que, ainda neste mês, o governo anunciará a existência de 120 mil vagas dentro do programa Pronatec Brasil Maior, que oferece cursos de formação profissional para trabalhadores da indústria. “O governo está inteiramente imbuído em colocar o tema da inovação em todos os programas do governo federal”, ressaltou o ministro. Segundo Pimentel, o Brasil possui atualmente “a maior quantidade de instrumentos disponíveis para promover a inovação”. “Nunca houve um momento com tantas ferramentas e instrumentos em funcionamento em benefício da inovação. Isso tudo começou com o empenho do empresariado brasileiro em criar a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI)”, lembrou.

Embrapii deve ter 20 institutos de pesquisa credenciados até 2017 Prazo foi dado pelo presidente da instituição durante o 5° Brasileiro de Inovação da Indústria. João Fernando de Oliveira afirmou que primeiro edital será lançado em dezembro O presidente da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), João Fernando Gomes de Oliveira, afirmou que o primeiro edital para credenciamento de institutos de pesquisa deve ser lançado em dezembro deste ano. O prazo foi dado no debate sobre a

O secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Marco Antonio de Oliveira

Embrapii, durante o 5° Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, em São Paulo (SP). No primeiro momento, seis instituições de ciência e tecnologia serão capacitadas. A expectativa, segundo ele, é que em quatro anos esse número passe para 20 unidades. “A Embrapii será transformada em uma grande agência de fomento à inovação com duas características fundamentais: competência e agilidade”, afirmou João Fernando. O decreto presidencial que qualifica a Embrapii como organização social, assinado pela presdiente Dilma Rousseff, foi publicado hoje no Diário Oficial da União. O próximo passo será firmar um contrato de gestão com o governo federal. Assim, a Embrapii poderá receber recursos públicos para financiar projetos inovadores da indústria brasileira. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, salientou a importância da Embrapii para convencer o empresário a inovar. “Certamente vai fazer a diferença para que a indústria brasileira possa ter mais recursos e mais facilidade de acesso, além de pensar as políticas públicas”, disse Robson. A criação da Embrapii promoverá e incentivará a realização de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I). Isso será feito por meio de cooperação com institutos tecnológicos em áreas de competência credenciadas, a partir de critérios com foco em competência, infraestrutura, excelência tecnológica e experiência em projetos empresariais. Evento teve o apoio do Sebrae

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No Centro de Convenções do WTC Sheraton, em São Paulo

Agora, podemos prosseguir com o contrato de gestão que está sendo preparado para colocarmos a Embrapii em funcionamento” Marco Antonio Raupp

No debate de encerramento do 5º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria

Funcionamento Constituída como associação civil sem fins lucrativos e qualificada como organização social, o modelo de funcionamento da Embrapii prevê compartilhamento de riscos técnicos e econômicos. Assim, um terço do recurso será investido pela empresa que desenvolverá o projeto de inovação, um terço virá da Embrapii e um terço será das instituições de pesquisa em forma de estrutura, recursos humanos, máquinas e equipamentos. Para o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Mar-

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co Antonio Raupp, a Embrapii dará segurança jurídica e financeira para as cooperações entre empresas e institutos de pesquisa credenciados. “É o fermento para fazer crescer essa relação entre os institutos de pesquisa e as

empresas brasileiras. Assim, pretendemos usar essa rede de laboratórios já existentes em sua plena capacidade. Essa parceria com as empresas é fundamental para o país inovar e crescer”, afirmou o ministro.

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Intersolar South America Energia fotovoltaica atrai maior evento do setor para o Brasil

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Intersolar realizou sua primeira feira e conferência no país no mês de setembro. O evento acontece agora em cinco países todos os anos e chega à América do Sul devido ao grande potencial da região. Em 2012 foi registrado 102 GW de capacidade de energia solar fotovoltaica (FV) em todo o mundo, registrando um aumento de 31 GW de capacidade, de acordo com a EPIA - European Photovoltaic Industry Association. Em pesquisa realizada pela IMS Research em 2012, a previsão era de aumento de 31 GW em 2013 e 38,2 em 2014 na capacidade de energia FV. No entanto no Brasil, de acordo com a Resenha Energética Brasileira do MME - Ministério de Minas e Energia - que considera até o dia 31 de dezembro de 2012, a energia solar, somada a eólica, representam apenas 1,5% em oferta de energia no país. Esses dados mostram, não apenas o crescimento do setor, mas o potencial de oportunidades no Brasil. Durante a conferência Intesolar South America 2013 foram discutidos os mercados mundiais e também o nacional, sendo abordada a situação atual e o que pode ser feito para impulsionar o crescimento do mercado no Brasil. Um dos assuntos discutidos foi a possibilidade de financiamento através do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). O BNDES está estudando um plano para financiar eventuais projetos solares vencedores de leilões do governo. O plano teria como objetivo a nacionalização da indústria de equipamentos solares fotovoltaicos. Ainda não há uma data definida para que as regras sejam divulgadas. Com relação aos leilões do governo, 2013 é o primeiro

por Samira Sarraf

Conferencistas no auditório durante a palestra: Panorama dos mercados fotovoltaicos europeus e MENA Mauro Guimarães Passos, diretor presidente do (Ideal) em sua palestra: Perspectivas para o mercado fotovoltaico na Argentina, Chile e Uruguai

ano em que a tecnologia fotovoltaica poderá participar dos leilões A-3 e A-5. Foram inscritos para o leilão A-3 aproximadamente 3GW em capacidade FV. O maior desafio porém é a concorrência com a energia eólica que apresenta valores mais baixos que a energia FV.

Visitação ao estande do Instituto IDEAL durante Intersolar South America 2013 68 REVISTA AMAZÔNIA

Outro ponto relevante para o setor refere-se a questão tributária que incide sobre a energia gerada. O problema está na interpretação da resolução normativa 482/2012 da Aneel, que implantou o “net metering” no Brasil. Com o net metering, sistema em que a energia gerada pelo

Participantes visitam estande da Juwi durante evento sobre energia fotovoltaica em São Paulo revistaamazonia.com.br


consumidor (Geração Distribuída - GD) através de fontes renováveis (sistemas de energia solar, eólica, biomassa e hidrelétrica) rende créditos que as concessionárias devem abater do consumo total a partir da rede. Porém, alguns órgãos estão orientados a cobrar ICMS sobre toda energia consumida, tanto a de geração própria quanto a recebida através das concessionárias. No segundo dia da conferência Intersolar South America, o foco das apresentações foi a produção industrial de equipamentos e componentes para o mercado fotovolDa esquerda para direita: Markus Elsässer, chefe executivo da Solar Promotion International GmbH; Prof. Dr. Roberto Zilles, presidente da ABENS; Ingmar Wilhelm, vice-presidente da EPIA; Mauro Guimarães Passos, diretor presidente do Instituto IDEAL; Frank Haugwitz, chefe de desenvolvimento da conferência Intersolar

Estande da Jema Irizar Gorup

Estande da PureEnergy na feira Intersolar South America 2013 em São Paulo

taico (FV) no Brasil. O diretor de vendas do grupo alemão Schmid, Uwe Habermann, apresentou estimativas para o custo de produção de módulos Fotovoltaicos no Brasil. De acordo com Habermann, o desenvolvimento de uma fábrica verticalizada preparada para ofertar desde o silício de alta pureza até o módulo FV, com capacidade anual de produção de 1GW, possibilitaria a fabricação destes dispositivos a um custo de aproximadamente US$ 0,75/W.

No terceiro dia do evento aconteceu o “Fórum Fotovoltaico Latino-Americano” que reuniu representantes de governos e associações industriais da Argentina, Brasil, Chile, Equador, México e Uruguai para discutirem casos de sucesso e trocar experiências sobre as condições políticas, oportunidades de cooperação e perspectivas para o mercado de energia solar na região. O coordenador do Grupo Setorial Fotovoltaico da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Leonidas Bispo de Andrade, estimou a instalação no país até 30 MW em sistemas FV ainda neste ano, o que representaria um crescimento de mercado superior a oito vezes, em comparação a 2012. Apesar do potencial do mercado Latino-Americano, a região enfrentará desafios como o reduzido número de profissionais qualificados; a desinformação por parte dos governos e sociedade e a demanda ainda limitada. Uma das soluções apontadas é a troca de conhecimento com países mais experientes nessa área como o compartilhamento de estudos sobre as barreiras regulatórias, de legislação e a capacidade da rede de distribuição para acomodar maiores quantidades de geração distribuída, como o produzido e apresentado pela Associação Alemã da Indústria Solar. Durante o Fórum aconteceu ainda uma rodada com empresas alemãs que estão em busca de parceiros locais para a expansão de seus negócios na região.

Estande da Proinso na feira Intersolar South America 2013 revistaamazonia.com.br

Markus Elsässer, chefe executivo da Solar Promotion International GmbH, durante abertura da conferência Intersolar South America

A primeira edição da Intersolar South America – feira e congresso – foi realizada no Brasil. O evento aconteceu de 18 a 20 de setembro em São Paulo, no Expo Center Norte. A feira contou com mais de 60 expositores e o congresso com importantes nomes do setor nacional e mundial como palestrantes. Durante a feira, as empresas participantes tiveram a oportunidade de expor suas soluções e expor suas opções de negócios. Com o objetivo de aumentar a quota de energia solar no fornecimento de energia no mundo, a Intersolar é um evento global que acontece há mais de 20 anos. O evento é organizado pela Solar Promotion International GmbH (SPI), Pforzheim, Freiburg Management and Marketing International GmbH (FMMI) e coorganização da Aranda Eventos & Congressos. São cerca de 3 mil expositores e 100 mil visitantes em seus cinco eventos que acontecem anualmente em quatro continentes.

Estande da Vela Solaris AG na Intersolar que aconteceu no Expo Center Norte em São Paulo REVISTA AMAZÔNIA 69


6ª FIBoPS R

Diretoria da ABRAPS no 2º Encontro Nacional de Profissionais da Sustentabilidade

ecentemente foi realizado a 6ª Feira Internacional para o Intercâmbio das Boas Práticas de Sustentabilidade, um evento considerado um dos mais especializados do país – plural e agregador, que reuniu a massa critica da sustentabilidade em uma intensa programação: Congresso, Encontro e Mostra de Sustentabilidade. Especialistas e lideranças juntos em um diferenciado intercâmbio de ideias, reflexões e soluções sobre este importante tema da atualidade. Uma grande vitrine da sustentabilidade que apresentou inovações verdes e ten-

dências gerenciais futuras. A FIBoPS desde 2012 se realiza dentro de uma universidade para se aproximar do publico jovem e promover este saudável e necessário intercâmbio de conteúdos e soluções. A FIBoPS tem por objetivo promover um inten-

so diálogo entre importantes atores sociais sobre práticas sustentáveis e assim, difundir e fomentar os princípios e diretrizes da sustentabilidade para novos públicos. A 6ª FIBoPS também contou com programação alternativa que incluiu mostra, oficinas e atividades lúdicas

Roda de Conversa rolando e agradando o publico no Espaço Cultura de Sustentabilidade

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Marilena Lavorato Presidente Com. Sustentabilidade Instituto MAIS

Maria José Rosolino Coordenadora do Curso de Relações Públicas da Universidade Anhembi Morumbi

Dr. Nelson Pereira dos Reis, diretor do Depto de Meio Ambiente da FIESP

A 6a FIBoPS é uma realização do Instituto MAIS em parceria com a MAIS Projetos e apoio do Curso de Relações Públicas da Escola de Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi.

Horta Urbana, uma inovação do SENAI SP que foi Benchmarking Junior em 2013

Sergio Forini, relator da Comissão Especial de Resíduos Sólidos do CADES

no pátio da Universidade Anhembi Morumbi da Vila Olímpia. Além do IV Congresso de Boas Práticas Socioambientais, também sediou o 2º Encontro Nacional dos Profissionais de Sustentabilidade, promovido pela ABRAPS (Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade). Nos intervalos, o Canal I+ marcou presença registrando o evento, e entrevistando palestrantes e participantes. Conteúdo bom foi o que não faltou.

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Máquinas e Plano Safra ganham destaque como estímulo à produção e combate à pobreza Fotos: Albino Oliveira/MDA; Rodolfo Oliveira/Ag. Pará

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integração de políticas para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar paraense, considerando o combate à pobreza e a preservação do meio ambiente. Esta foi a tônica do lançamento do Plano Safra 2013/2014 e da entrega das máquinas da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), recentemente, em Castanhal (PA). O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, fez a entrega simbólica da chave da máquina aos prefeitos e apresentou as novidades para 2013/2014 do Plano Safra para o estado. Para a próxima safra, serão disponibilizados R$600 milhões em crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Estamos completando 10 anos do Plano Safra da Agri-

Pepe Vargas, ministro do Desenvolvimento Agrário, apresentou as novidades para 2013/2014 do Plano Safra

cultura Familiar. No primeiro foram R$2 bilhões. Em 2012, foram contratados 19 bilhões de reais. Aqui no Pará, foram quase R$ 300 milhões, para cerca de 30 mil agricultores. Há um enorme espaço para se crescer neste estado. Queremos ampliar este número, com apoio de prefeitos, sindicatos e governo do estado, para ampliar o Pronaf”, afirmou referindo-se sobretudo aos juros do programa de 2% ao ano.

Retroescavadeiras

Tratores entregues a prefeitos em Castanhal 72 REVISTA AMAZÔNIA

Na ocasião, foram entregues 51 retroescavadeiras para prefeituras paraenses com menos de 50 mil habitantes, pelo PAC 2. Pepe Vargas ressaltou a importância das máquinas para os agricultores dos pequenos municípios brasileiros. “Este programa é para as estradas vicinais. Eu sei o que representa para o município e para os agricultores, sei o que representa cuidar destas estradas. Queremos em março do ano que vem entregar máquinas para todos os municípios rurais com menos de 50 mil habitantes. É o maior programa de compra de máquinas do mundo.” revistaamazonia.com.br


A entrega simbólica foi feita aos prefeitos dos municípios de Augusto Correa, Santarém Novo, e Mujuí dos Campos. Para a prefeita do município de Augusto Correa, Maria Romana Gonçalves Reis, a iniciativa reúne políticas de estímulo à produção e combate à pobreza. “Este ato coloca os mecanismos do Plano Safra e das máquinas

Helenilson Pontes e Pepe Vargas, fezendo a entrega simbólica da chave da máquina

Carlos Guedes, presidente do Incra nacional

do PAC 2 à disposição dos municípios com menos de 50 mil habitantes, que são os que têm maior necessidade. Nós que estamos próximos aos agricultores sabemos a diferença que estas políticas fazem para melhorar o seu trabalho”, disse a prefeita, enfatizando ainda a importância do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec Campo.

Complementação

Sidney Rosa, secretário Especial de Estado de Desenvolvimento e Incentivo a Produção, entre Pepe Vargas e Helenilson Pontes, assinou dois acordos de cooperação visando o desenvolvimento da agricultura familiar no Pará Assinatura do termo de posse do presidente do Incra regional, Nazareno de Sousa

Cleide Amorim de Oliveira, presidente da Emater/ PA assinou junto ao Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), contratos de Assistência Técnica voltados aos extrativistas paraenses revistaamazonia.com.br

Pepe Vargas enfatizou ainda os programas complementares ao Pronaf, como o Garantia-Safra, e as políticas de compra garantidas pelo Governo Federal, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e, especialmente, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “Prefeitos, prestem atenção a estes programas, sobretudo o da merenda escolar, que gera renda aos produtores familiares de seus municípios. Além de assegurar alimentos saudáveis, aumenta a arrecadação do município e o repasse, com economia de gastos para os gestores municipais”, frisou, destacando a importância de conjugar assistência técnica e programas como Luz pra Todos,

Água para todos e Minha Casa,Casa Minha Vida Rural. As ações conjuntas também foram destacadas pelo vice-governador do Pará, Helenilson Pontes, após assinatura de acordo de cooperação entre a União e o governo do Pará para implantação do programa Territórios da Cidadania. “Este evento mostra a importância dos entes públicos se unirem para atender aos agricultores familiares e ao povo, que é quem realmente será beneficiado por estas iniciativas”, considerou.

Plano Safra e PAC 2 A agricultura familiar no Pará é formada pelo trabalho de 195 mil famílias. A expectativa, baseada nos contratos das safras anteriores, é que agricultores familiares e assentados paraenses acessem R$ 600 milhões em recursos do Pronaf. Para a safra 2013/2014, o Governo Federal anunciou recursos de R$ 39 bilhões que serão investidos nacionalmente nos programas que fortalecem a agricultura familiar e garantem a produção de alimentos no País. Só em crédito, os produtores poderão contar com R$ 21 bilhões.

Na solenidade de entrega das 51 retroescavadeiras para prefeituras paraenses com menos de 50 mil habitantes, pelo PAC 2 REVISTA AMAZÔNIA 73


Lançamento de projeto com foco em agricultura sustentável

3.700 produtores rurais de sete estados brasileiros serão beneficiados por meio da aplicação de recurso doado pelo governo do Reino Unido Fotos: Elza Fiuza/ABr

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ecentemente, no auditório da Embrapa Sede em Brasília, o lançamento oficial do projeto “Agricultura Sustentável para Desenvolvimento Rural”, com a presença do embaixador inglês, Alex Ellis, e da representante do BID, Daniela Carrera Marquis e mais de 140 autoridades brasileiras e britânicas. Durante o evento, o Ministro da Agricultura, Antônio Andrade, salientou que conservação e crescimento econômico podem caminhar juntos e devem ser valorizados. “Esperamos que este seja o primeiro, de outros projetos de cooperação. Que a proposta brasileira possa mostrar na prática que é possível produzir, conservando o meio ambiente”. O convênio tem por objetivo reduzir o desmatamento, restaurar florestas e o solo por meio da adoção de práticas agrícolas sustentáveis. O Governo do Reino Unido doou R$ 80 milhões para o Brasil executar as atividades. Participam do empreendimento os estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia, Bahia, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. “A ação tem duração de quatro anos e envolve a adoção

Esquerda para direita: Alex Ellis, Embaixador do Reino Unido e Antônio Andrade, Ministro da Agricultura 74 REVISTA AMAZÔNIA

de novas tecnologias agropecuárias de baixa emissão de carbono, regularização ambiental, treinamento técnico e educação rural para o desenvolvimento sustentável. Tudo isto em uma área de 41.560 hectares”, explicou Antonio Andrade. Segundo o Embaixador do Reino Unido, Alex Ellis, o Brasil é uma grande potência e atinge todo o mundo com a sua agricultura. “A nossa relação é de parceria. Já trabalhamos com a Embrapa em outras ocasiões e ela tem muito a nos ensinar. O país reduziu o desmatamento em 80%, isso mostra a competência da gestão brasileira”, ressaltou. Cada estado brasileiro terá como investimento cerca de R$ 10 milhões, incluindo apoio financeiro, assistência técnica e gestão do projeto, monitoramento e avaliação. Quem implementará o trabalho será o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, juntamente, com instituições financeiras operadoras de crédito agrícola. Em termos de doação, é o maior recurso já recebido pelo Banco em toda a sua história na América Latina. De acordo com Renato Brito, criador do projeto e Coordenador-Geral de Sustentabilidade Ambiental do Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - e chefe-adjunto da AGE – Assessoria de Gestão Estratégica, o projeto é um piloto para o desenvolvimento estraté-

Esquerda para direita: Renato de Oliveira Brito, coordenador geral de sustentabilidade ambiental do Ministério da Agricultura, Daniela Carrera-Marquis, representante do BID no Brasil, Alex Ellis, Embaixador do Reino Unido, Antônio Andrade (Ministro da Agricultura, Maurício Antônio Lopes, presidente da Embrapa) e João Cruz chefe da Assessoria de Gestão Estratégia do Ministério da Agricultura

gico da agricultura brasileira e para o impacto ambiental positivo que visa atingir. “Trata-se de um investimento nas estratégias de redução do desmatamento através do fortalecimento da agricultura sustentável, representando mais que uma cooperação entre ministérios, um projeto entre Governos”, afirma.

Renato Brito e Ministro Antonio Andrade revistaamazonia.com.br


Ministério da Agricultura seleciona projetos de Sustentabilidade Foto: Douglas Luzz

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erá lançada em Fevereiro de 2014, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a 2ª edição da publicação “Gestão sustentável na Agricultura”. As organizações e produtores rurais que se interessarem em expor suas experiências em práticas sustentáveis na agricultura têm até o dia 30 de Setembro para enviar seus relatos na forma do edital disponível no site do Mapa. Em sua 1ª edição, foram selecionados 8 cases e distribuídos cinco mil exemplares, bilíngües, nas Superintendências Federais de Agricultura nos estados, cooperativas, sindicatos, institutos de ensino e pesquisa, além de embaixadas e organismos internacionais. Selecionados até novembro pela Coordenação Geral de Sustentabilidade Ambiental (CGSA) da Assessoria de Gestão Estratégica (AGE), os textos além de contribuírem para o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira, geram informações de referência para o setor e fornecem às organizações do agronegócio um repertório de experiências de sucesso na inserção do tema sustentabilidade em suas atividades. De acordo com Renato Brito, Coordenador-Geral de Sustentabilidade Ambiental do Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - e chefe-adjunto da AGE – Assessoria de Gestão Estratégica, o ministério pretende com as publicações, divulgar ações de sus-

tentabilidade que sirvam de exemplo para todo o setor agropecuário. “Os relatos devem ser focados na gestão, ou seja, não na descrição de técnicas e benefícios, mas como sua adoção permitiu inserir a sustentabilidade ambiental em suas atividades”, explicou Brito. Veja aqui como organizar o seu texto antes de enviá-lo para o Mapa: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Edital%20atualizado%20-%202%20edicao.pdf

De acordo com Renato Brito, Coordenador-Geral de Sustentabilidade Ambiental do Mapa: “Os relatos devem ser focados na gestão, ou seja, não na descrição de técnicas e benefícios, mas como sua adoção permitiu inserir a sustentabilidade ambiental em suas atividades”

II CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE ESTILOS DE APRENDIZAGEM, TECNOLOGIAS E INOVAÇÕES NA EDUCAÇÃO 12 a 14 de novembro de 2013, em Brasília/DF-Brasil

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As maiores descobertas da física contemporânea

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ara celebrar o 25º aniversário da revista britânica especializada Physics World, um grupo de especialistas assumiu a tarefa de eleger as cinco mais importantes descobertas mais importantes da física contemporânea, dos últimos 25 anos. “Houve tantas descobertas assombrosas que nossa eleição final está inevitavelmente aberta ao debate”, escreveu Tushna Commissariat, uma das repórteres da publicação. As descobertas estão relacionadas abaixo, em ordem cronológica: Teletransporte quântico (1992): A capacidade de transferir propriedades chave de uma partícula para outra isto é, estados quânticos, sem utilizar um vínculo físico – é a base do desenvolvimento da computação quântica. Embora se encontrem em fase experimental, terão um papel protagonista no futuro, segundo especialistas. Condensado de Bose-Einstein (1995): O quinto estado de agregação da matéria (os três mais conhecidos são o sólido, o líquido e o gasoso, sendo o plasma o quarto) se produz a temperaturas que se aproximam do zero abso-

O bóson de Higgs

luto. Os átomos se fundem a baixa energia e começam a comportar-se como ondas – e não como partículas. A descoberta pode gerar várias aplicações: instrumentos de medição e relógios atômicos mais exatos, e a capacidade de armazenar informação nos futuros computadores quânticos. Sua criação em laboratório reforçou as teorias quânticas fundamentais desenvolvidas pelo Prêmio

Nobel de Física Enrico Fermi sobre o comportamento e a interação dos elétrons. A aceleração da expensão do universo (1997): As evidência de uma misteriosa força antigravitacional, a energia escura, que causa a expansão do universo em um ritmo cada vez mais velóz confirmaram uma ideia originalmente proposta e depois descartada por Albert Einstein. Essa descoberta sacudiu as bases da cosmologia observacional e supôs um grande avanço na compreensão da evolução e do destino final do cosmo,a o constatar que está dominado por energia e não por matéria – e que além disso essa energia é escura. A prova de que os neutrinos têm massa (1998): A evidência da massa mínima dos neutrinos é um passo chave para entender melhor umas das partículas subatômicas mais enigmáticas do modelo padrão – a teoria que descreve as interações e as partículas elementares de toda a matéria – e sua relação com a cosmologia e a astrofísica. Milhões de minúsculos neutrinos nos atravessam a cada segundo, sem tocar nada ou deixar rastros. Mas são essenciais em todos os átomos que existem e

A aceleração da expensão do universo 76 REVISTA AMAZÔNIA

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têm a chave para o que faz funcionar o Sol. O bóson de Higgs (2012): Essa partícula elementar foi proposta na teoría em 1964 por Peter Higgs para explicar a razão da existência de massa nas partículas elementares. Seus rastros físicos foram descobertos por cientistas da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN). Os especialistas da Physics World, também se aventuraram em prever as cinco tecnologias que mudarão o mundo. Entre elas podem estar a terapia de hádrons, um novo e poderoso método para tratar tumores, e o grafeno, chamado de “material maravilhoso”. Sua força, flexibilidade e condutividadefazem que no futuro ele possa ser o material ideal para criar telefones inteligentes que se dobrem e próteses avançadas de braços ou pernas.

Cinco tecnologias que podem mudar o mundo • • • • •

Terapia de Hádrons: pode tratar tumores com um acelerador de partículas em miniatura; Computação quântica: permite simular e criar modelos moleculares de novos remédios Grafeno: é importante para a eletrônica e a criação de materiais muito resistentes; Super-lentes nanoscópicas: capazes de produzir imagens a partir de luz evanescente; Coleta de energia cinética: energia portátil baseada na eletrifi cação por contato de materiais

Portanto, seria possível criar com ele uma membrana seletiva para funcionar como um purificador de água – que algum dia poderia criar água potável a partir do mar. “Acertar tudo ao prever o futuro é impossível. É provavel que nos equivoquemos em alguns pontos, é claro”, afir-

Equipe de pesquisadores da Georgia Tech, fazendo exteriências para que descobertas das últimas décadas possam levar ao desenvolvimento de computadores quânticos

Mas o grafeno tem outra propriedade, menos alardeada, que poderia transformar a vida cotidiana das pessoas em todo o mundo. Apesar de ter a espessura de um átomo, é impermeável a quase todos os líquidos e gases. A prova de que os neutrinos têm massa Condensado de Bose-Einstein

Representação esquemática da configuração do teletransporte

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Nobel de Física foi para os descobridores da “Partícula de Deus” Peter Higgs e François Englert foram os vencedores do prêmio Nobel da Física 2013, por terem identificado há 50 anos partículas que explicam a formação do Universo e a vida como a conhecemos hoje. Trata-se do bóson de Higgs, teoria que os cientistas haviam formulado nos anos 60 e que apenas no ano passado, depois de gastar US$ 8 bilhões, é que testes conseguiram provar suas teses e identificar o que seria o bóson – uma descoberta que abriu uma nova dimensão da física e que seria equivalente na ciência apenas ao descobrimento do DNA ou das teorias de Isaac Newton. Gráfico mostra uma colisão próton-próton da pesquisa para o bóson de Higgs

mou Hamish Johnston, editor da Phisics World. A revista também elaborou o que considera serem as cinco perguntas mais relevantes a serem respondidas pela física:

Descobertas a respeito da massa das partículas elementares da matéria empolgam cientistas

1. 2. 3. 4.

Qual é natureza do universo escuro? O que é o tempo? A vida na terra é um fenômeno único? Podemos unificar a mecânica quântica e a gravidade? 5. Podemos explorar as peculiaridades da mecânica quântica?

“Espero que nossas listas no número de aniverário recordem a todos do quão vital, interessante e cativante pode ser a física”, disse Matin Durrani, também editor da revista. 78 REVISTA AMAZÔNIA

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A hora e a vez do plantio da seringueira na Amazônia

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reve lembrete sobre o exército dos “acangapeuas” (cabeças chatas), nome dado pelos índios amazônicos aos trabalhadores nordestinos que vieram para a Amazônia brasileira na década de quarenta. Não foi a toa que a região para onde vieram recebeu o apelido de “cemitério dos nordestinos”. O presidente ditador, Getulio Vargas, promoveu a vinda de aproximadamente trinta mil nordestinos para trabalhar em seringais nativos durante a Segunda Grande Guerra Mundial, uma guerra de velocidade e não de trincheiras e animais. Foi o primeiro conflito de grandes proporções a utilizar veículos motorizados de combate o que implicou em grande demanda de borracha para a fabricação de pneus. Sem essa matéria prima, a seringa, os exércitos ficavam imobilizados, daí porque inventaram até uma tal de “Ceará Rubber”, que era uma borracha retiradas da massaranduba, produzida naquele Estado, mas que não dava conta de atender a grande demanda dos aliados. Getúlio pressionado pelos norte-americanos, resolveu procurar seringa onde quer que ela se encontrasse. A Amazônia se transformou na nova fonte de produção da borracha a partir de seringais da floresta. Foi criado o chamado “Exercito da Borracha”. Trabalhadores foram arrebanhados principalmente no Ceará e, ao chegarem já acumulavam uma dívida enorme. Todos penaram para se adaptar. Primeiro devido ao impacto causado pela força da natureza, muito diferente do ambiente de onde vieram. As chuvas, os insetos, a comida estranhas que junto com o isolamento, as doenças e as enormes distâncias dos seringais nativos causou a derrota de muitos que aqui chegaram. A fome também campeou livremente junto com a violência, a solidão e o abandono, pois os nordestinos foram entregues à própria sorte, sem assistência das autoridades. Em um ambiente hostil e os nordestinos entregues, como se disse, a própria sorte, o pouco de borracha que se produziu era conseguido as duras penas. Enquanto as grandes capitais como Belém e Manaus prosperavam e a produção seguia para os Estados Unidos para atender o consumo internacional, os trabalhadores e suas famílias sobreviviam à duras penas retirando a seiva dos troncos das árvores muitas vezes com o alto custo de muitas vidas. Pagando com seu próprio sangue, pela seiva retirada das seringueiras. O governo alardeava que tudo ocorria as mil maravilhas quando na realidade era justamente o contrario. Em todo o Brasil a propaganda do Getúlio arru80 REVISTA AMAZÔNIA

por Camillo Martins Vianna*

A seringueira também chamada árvore-da-borracha

mou logo uma sigla. “SENTA” - Senta e Espera Miserável Trabalhador da Amazônia. Era essa a cruel realidade. O povo brasileiro era “engazopado”, enganado, iludido pela estrutura governamental criada especialmente para manter todos na ignorância. Na onda ufanista estimulada pelo governo, árvores de Hevea brasilienses foram plantadas em todo o Brasil como árvores símbolos. Por seu papel na economia da época foi considerada a mais importante árvore do mundo. Em várias cidades brasileiras como Manaus, Belém, principalmente, em toda Amazônia e em todo o Nordeste, atendendo a determinações do próprio Vargas, foram escolhidos pontos para o plantio de mudas representando o reconhecimento e as homenagens da nação a dadivosa planta. Em Belém uma ou duas mudas de seringueira foram plantadas na Praça das Mercês. Foi uma “papagaiada”. E, como tudo nesse país cai no esquecimento, tempos depois a própria prefeitura derrubou as tais árvores. A empresa americana Rubber Development Corporation, com base no Rio de Janeiro, que controlava o negócio da borracha no Brasil, criou bosques de seringa em vários pontos do país, além da produção nativa. Com a decadência da produção brasileira devido ao desenvolvimento do cultivo da seringa e produção de borracha na Ásia, esses bosques, inclusive um na “boca” de Santa Maria do Pará, entraram em decadência sendo entregues à própria sorte e hoje já não existem ou estão abandonados.

Volta e meia alguém fala da necessidade de se cuidar da “heveicultura”, principalmente pelo declínio da produção asiática na atualidade. Mas fica por isso mesmo. Hoje São Paulo é o maior produtor de seringueira do mundo, pois os seringais asiáticos já não existem ou estão em decadência. A iniciativa particular vem atuando em pontos esparsos e é possível acreditar, caso o governo leve a sério, que a cultura da seringueira retorne como já aconteceu no passado e a Amazônia poderá recuperar seu lugar no espaço. A SOPREN – Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia- estimulou no Tapajós, durante os anos setenta e oitenta ações de cultivo e continua incentivando isoladamente, sem auxílio do governo, o plantio da seringueira em vários pontos do Pará. Vale a pena retomar o cultivo desta árvore iniciando com o plantio, na Praça das Mercês, em Belém, de uma árvore símbolo desta retomada. Vele a pena não só pelo significado econômico, mas principalmente pelo significado histórico, como homenagens aos homens e mulheres do passado. Às aves de mau agouro, para quem não adianta o esforço desta empreitada, que continuem agourando em outras partes do mundo. Já temos até um lema “ou vai, ou racha ou sobe o preço da borracha”.

[*] Sobrames.Sopren

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Foto meramente ilustrativa

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Terra Legal Amazônia destina 952 mil hectares para preservação ambiental

A

cordo foi assinado recentemente, entre os Ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário. Em dois anos, 1,5 mil glebas devem ser destinadas ao

programa. 952 mil hectares de terras federais no estado do Amazonas serão destinados ao uso sustentável e como unidades de conservação ambiental. O acordo, assinado, repassa as terras, localizadas nos municípios de Paraguari e Urupadi, ao Ministério do Ambiente (MMA) por meio do Programa Terra Legal Amazônia, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A iniciativa faz parte das ações do governo Federal para reduzir o desmatamento na região. De acordo com o MDA, ainda existem 1,5 mil glebas, porções de terra cultiváveis, a serem destinadas e a previsão é que, em dois anos, o trabalho seja concluído. Ainda segundo a pasta, as comunidades tradicionais que vivem nestas áreas terão apoio do governo no processo de desenvolvimento sustentável, com geração de renda e conservação ambiental.

Câmara Técnica O resultado positivo do programa deve-se, principalmente, à Câmara Técnica de Destinação e Regularização de Terras Públicas Federais na Amazônia Legal, composta por vários órgãos. A Câmara tem a função de acelerar o processo de destinação de terras federais para governo e estados, contribuindo para o combate ao desmatamento, uma vez que a presença do poder público na Amazônia é ampliada. Ao mesmo tempo, a iniciativa garante a gestão mais eficiente das terras federais na Amazônia Legal. Ao todo, existem cerca de 59 milhões de hectares de terras da União na Amazônia Legal sem destinação, divi-

didas em 1494 glebas nos nove estados da região: Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Destes, aproximadamente 39 milhões de hectares são áreas de floresta.

Terra Legal

Iniciativa faz parte das ações do governo Federal para reduzir o desmatamento na região

Criado em 2009, o Programa Terra Legal atua na regularização e na destinação de áreas e imóveis localizados em terras públicas federais não destinados a Amazônia Legal. Com o apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, dos estados e municípios da região e da sociedade civil organizada, já foram georreferenciados cerca de 50 mil propriedades rurais, identificando os posseiros, garantindo estabilidade jurídica, permitindo o controle do desmatamento e o planejamento de políticas públicas.

Mapa de cobertura de 100% das terras federais

O primeiro casal de agricultores familiares a receber o título definitivo de sua propriedade no Vale do Anari, em Rondônia 82 REVISTA AMAZÔNIA

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