Amazônia 57

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Ano 11 Nº 57 Julho/Agosto 2016

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ISSN 1809-466X

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Ano 11 Número 57 2016 R$ 12,00 5,00

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RECORDE DE QUEIMADAS NA AMAZÔNIA COBERTURA DA 68ª SBPC BRASIL SOLAR POWER


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EKO

Vocação para crescer no campo

Contém: Produção comunitária 130 famílias beneficiadas Maior qualidade do leite produzido

Aumento da renda

Foto Roberto Ribeiro

Ivanildo vive na comunidade Santa Rita há 17 anos.

Seu Ivanildo Vasconcelos é produtor rural na comunidade Santa Rita, a 42 km da zona urbana de Ourilândia do Norte. Ele e a esposa mantêm, há 17 anos, uma lavoura de subsistência na pequena propriedade em que vivem. A renda da família vem da produção de leite, uma atividade que tem melhorado nos últimos meses. Agora, os produtores da comunidade contam com seis tanques para armazenamento e resfriamento do leite produzido na região. Os equipamentos, utilizados coletivamente, foram comprados por meio de uma parceria com a Vale. O investimento garante mais qualidade e higiene ao leite e agrega valor ao produto, melhorando o preço de venda. Uma novidade que deixa seu Ivanildo com mais esperança de um futuro melhor no campo.

Conheça mais dessa história e de outras pessoas que crescem lado a lado com a gente. Acesse vale.com/ladoalado

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EXPEDIENTE

O termo biodiversidade, popularizado pelo famoso professor Edward Osborne Wilson, entomologista e biólogo conhecido por seu trabalho com ecologia, evolução e sociobiologia (Harvard University), refere-se à variedade da vida no planeta terra, desde a genética das populações até as espécies da flora, da fauna e de microrganismos...

68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência-SBPC A abertura da 68ª Reunião Anual da SBPC, contou com mais de 1800 pessoas no auditório do campus da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFBS), em Porto Seguro, reunindo dirigentes de várias instituições científicas...

COMERCIAL Alberto Rocha, Rodrigo B. Hühn ARTICULISTAS/COLABORADORES Alexandre Marco da Silva, Ana Gerschenfeld, Beto Araujo Smith, Carla D. Silva, Daniel Hiroshi, Ludmila Araujo Bortoleto, Markos Saraiva Bonfim, Nicolau Ferreira, Stuart Winter, Vanderlan da S. Bolzani FOTOGRAFIAS Adam Ronan, Alexander Lees, Ascom/MCTIC, BSP, Divulgação MME, ETOPO1,Fabiana Santos - CCS/Capes, Exploração na Fossa das Marianas 2016, Fernanda Farias-Ascom Inpa, GISS / NASA, Goddard Space Flight Center,IBGE, Hannah Fry, Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (INPE), Jardel Rodrigues/SBPC, Jos Barlow, Josh Cinner, Lucia Wadt, Ludmila Araujo Bortoleto, Marcelo Camargo/Agência Brasil, NOAA, Kevin Havener /The Field Museum, NASA, Nigel Pitman, Ronaldo Rosa, Sociedade Americana De Matemática, Yang Chen, da Universidade da Califórnia EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Editora Círios SS LTDA DESKTOP Mequias Pinheiro

FAVOR POR

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Biodiversidade, uma fábrica sofisticada de moléculas

PRODUTOR E EDITOR Ronaldo Gilberto Hühn

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NOSSA CAPA Focos de incêndios em todo o território nacional desde o começo do ano, é maior que no mesmo período do ano passado Foto: Renato Araújo/ABr

Identificados 15 recifes de corais que são “pontos brilhantes” de vida

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Num ano em que soaram os alarmes devido ao branqueamento de corais na Grande Barreira de Coral, na Austrália, ligado ao fenômeno climático do El Niño, um estudo publicado recentemente, avaliou a vitalidade dos recifes de coral em todo o mundo, dando uma nova perspectiva para a conservação destes lugares...

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Criaturas bizarras encontradas em áreas mais profundas do oceano

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A Amazônia é a floresta de maior biodiversidade na Terra, e o debate sobre a forma como muitas espécies de árvores crescem, permanece controversa. Foi feita uma verificação em uma lista de todas as espécies de árvores recolhidos até à data, e descritas as tendências espaciais e temporais na acumulação de dados.

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No oeste do Oceano Pacífico, a leste das Filipinas, encontra-se o lugar mais profundo do planeta a Fossa das Marianas. Esta longa, vala estreita no fundo do oceano, com 2,5 mil km de comprimento e 69 km de largura, a Fossa das Marianas, marca a fronteira entre duas placas tectônicas. Ela chega a uma profundidade de até 11 mil metros...

MAIS CONTEÚDO [05] Prevenção contra queimadas [06] Queimadas sobem e batem recorde no Brasil [12] Áreas queimadas no Brasil com maior precisão na estimativa [14] Aquecimento global e emissão de gases do efeito estufa alcançam níveis recordes [16] Humanidade esgota recursos da Terra em 2016 [18] Na Floresta Amazônica criaturas estão sob a ameaça de destruição induzida pelo homem [20] Combater apenas o desmatamento não é suficiente para conservar a biodiversidade da Amazônia [25] Mobiya – A lanterna solar que recarrega celular [26] Brasil Solar Power 2016 [30] Há um caminho claro em sustentabilidade para as empresas [42] O som estranho do mar do Caribe [44] IBGE lança o Atlas Nacional Digital do Brasil [56] Como o cérebro cria o zero a partir do nada

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As árvores da Amazônia

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DIRETOR Rodrigo Barbosa Hühn

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Os efeitos duradouros do El Niño são projetados para causar uma temporada intensa de fogo na Amazônia, de acordo com a previsão de cientistas da NASA e da Universidade da Califórnia, em Irvine. A Amazônia, pelas condições do El Niño em 2015 e início de 2016, teve e está tendo, reduzida a precipitação durante a estação chuvosa...

EDITORA CÍRIOS

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NASA prevê recorde de queimadas na Amazônia

PUBLICAÇÃO Período (julho/agosto) Editora Círios SS LTDA ISSN 1677-7158 CNPJ 03.890.275/0001-36 Rua Timbiras, 1572-A Fone: (91) 3083-0973 Fone/Fax: (91) 3223-0799 Cel: (91) 9985-7000 www.revistaamazonia.com.br E-mail: amazonia@revistaamazonia.com.br CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil

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PRONUNCIAMENTO DE ABERTURA DA CAMPANHA

PREVENÇÃO CONTRA QUEIMADAS Meus amigos: Sarney Filho Ministro O mundo vem sofrendo fortes alterações do Meio Ambiente climáticas, que provocam períodos de inundações e falta d’água, frio e calor extremos, com uma ocorrência cada vez maior. Essa realidade, muitas vezes, traz efeitos desastrosos para o ambiente e suas populações. Nosso país está passando por um momento especialmente difícil. A seca dos dois últimos anos no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste fez com que o Brasil tivesse, nos últimos meses, a maior quantidade de incêndios registrada até hoje para essa época. E este, que é o período tradicionalmente seco, está apenas começando. A situação tende a piorar. Corremos o risco de enfrentar uma grande tragédia, já que os incêndios prejudicam a saúde, a produção agropecuária e de água, a distribuição de energia elétrica, o solo, a atmosfera, a fauna e a flora, enfim, trazem danos enormes ao homem e ao meio ambiente. O Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente, IBAMA e Instituto Chico Mendes tem feito a sua parte. Estamos fiscalizando queimadas criminosas e, principalmente, orientando os produtores rurais no preparo da terra, utilizando as melhores práticas. Então, o ideal é que antes de lidar com fogo, o produtor procure orientação nos órgãos ambientais do seu município. Se autorizado, o aceiro deve ser feito. Evite acender fogueiras, soltar balões, jogar pontas de cigarros acesas e fazer queimadas, por menores que sejam. Para o Governo, a prevenção dos incêndios é prioridade, principalmente neste momento tão crítico e emergencial. Por isso, ao LANÇAR ESTA CAMPANHA NACIONAL, pedimos o esforço e o empenho dos estados e municípios e de cada brasileiro, para acabarmos com este problema tão grave para o nosso país.

E fique atento: FOGO NO MATO, PREJUÍZO DE FATO! Muito obrigado.

Sarney Filho Ministro do Meio Ambiente revistaamazonia.com.br

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Queimadas sobem e batem recorde no Brasil

Os focos detectam a maior taxa desde o início da série histórica em 1998, segundo levantamento divulgado pelo Inpe Fotos: Inpe, MODIS/RapidResponse - NASA GSFC

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ntes mesmo do auge da temporada seca no País, o foco de incêndios em todo o território desde o começo do ano, foi maior que no mesmo período do ano passado. Com mais de 67 mil focos de queimadas e incêndios florestais no país até o último 17 de agosto e alerta que o tempo quente e seco pode agravar a situação, caso as ações de fiscalização não sejam intensificadas, é a maior taxa desde o início da série histórica em 1998, segundo levantamento divulgado recentemente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O dado foi anunciado em tom de alerta. “Ainda estamos no começo da temporada de queimadas. O que aconteceu até agora talvez 15% ou 20% de tudo o que ainda vai acontecer”, disse o pesquisador Alberto Setzer, coordenador do monitoramento de queimadas do Inpe. Há cerca de um mês, a NASA já tinha divulgado uma previsão de que, por causa de condições climáticas adversas, a Amazônia poderá ter neste ano a pior temporada de queimadas do registro histórico. A análise é que se trata de um reflexo do intenso El Niño que atinge o planeta desde o ano passado, levando a um ressecamento do solo na região, que deve chegar ao auge agora com o início da temporada seca.

Alberto Setzer, pesquisador, coordenador do monitoramento de queimadas do Inpe

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Os números do Inpe confirmam que, de fato, alguns Estados da Amazônia já tiveram nos primeiros meses do ano mais focos de incêndios que os registrados desde 1998. O Mato Grosso, por exemplo, teve recorde de focos nos meses de fevereiro, março e abril, mas teve alguma redução em maio e junho. O Pará bateu recordes em fevereiro, abril, maio, junho e julho. “As queimadas não são um fenômeno natural, elas não ocorreriam naturalmente, ao menos não nessa quantidade, talvez 0,5% disso, nem isso. Por trás tem sempre a ação humana, de propósito ou sem querer. Aí que está a chave do problema. Se a população seguir a legislação e as autoridades controlarem, impedirem, não vai acontecer nada. Mas as condições climáticas na Amazônia de fato criam condições favoráveis para o fogo.” O problema, no entanto, vai além do El Niño, porque esta ocorre no País inteiro e não são todas as regiões que estão sendo afetadas pelo fenômeno, pondera o pesquisador. “Por algum motivo, as pessoas estão botando muito mais fogo neste ano”, diz. Ele aponta que unidades de conservação também estão sendo afetadas. Só no dia desse comunicado, havia 172 áreas protegidas com algum problema de fogo, ou no interior da unidade ou na borda. “O Parque

Previsão do El Niño e La Niña para o Brasil em 2016

Nacional do Araguaia estava queimando há semanas, com vários incêndios gigantes. O Parque Indígena do Xingu, com focos há vários dias”, afirmou. De acordo com o Inpe, a temporada de queimadas no Brasil ainda está no início, com pico previsto para setembro. Portanto, a recomendação é que a população não coloque fogo na vegetação nesta época do ano, pois a ação humana, somada ao tempo quente e seco, ainda é uma das principais causas dos incêndios florestais.

Queimadas/Causas/Origens Cerca de 40% dos incêndios ocorridos no Brasil têm origem em queimadas malfeitas, ou seja, que não conseguiram ser controladas e consumiram área de vegetação não prevista. Tradicionalmente o inverno é uma das épocas do ano com maiores índices de incêndios no País. O ar seco estimula a proliferação do fogo e prejudica ainda mais a situação de áreas verdes que já sofrem com as queimadas na lavoura e o fogo criminoso, que facilita o desmatamento. O Código Florestal Brasileiro permite a chamada queima controlada apenas em duas situações: na agricultura de subsistênrevistaamazonia.com.br


2263 Focos de fogo, entre 2016-08-17 00:00:00 - 2016-08-18 23:59:59 GMT. Quanto mais vermelho, maior o foco das queimadas

cia, exercida por populações tradicionais e indígenas, e também na prevenção e combate aos incêndios. Neste último, o fogo é usado para combater o próprio fogo: equipes especializadas ateiam fogo em áreas próximas a incêndios e, em seguida, o apagam. As faixas de vegetação queimada bloqueiam a expansão de incêndios na medida que não há mais o que ser consumido pelas chamas nos lugares previamente queimados. Já a queima controlada em áreas agropastoris ou florestais só pode ser realizada em locais onde há justificativa para o uso do fogo. Para isso, é necessária aprovação prévia do órgão estadual responsável pelas questões ambientais. A queimada ainda é permitida em atividades de pesquisa científica vinculada a projetos aprovados pelos órgãos competentes e realizada por instituição de pesquisa reconhecida.

Na Amazônia Aproximadamente, 30% das queimadas no Brasil, ocorrem na Amazônia, principalmente na parte sul e sudeste da região. Elas têm impacto mais severo na seca, notadamente quando a temperatura está acima da média e há redução de chuvas – na Amazônia a estação seca, começa em julho e vai até outubro. O problema maior é que o processo de corte e queima ainda é a forma tradicional de abertura de novas áreas para trabalhar a terra, na Amazônia. Neste 2016, até 17/08, as queimadas na Amazônia, correspondiam a 53,7%, em relação ao Brasil.

No Mundo

Mapa de Risco de Fogo gerado em 18/08/2016

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NASA diz que julho foi o mês mais quente dos últimos 136 anos. “Não foi por uma margem larga, mas julho de 2016 foi o mês mais quente desde que os registros começaram a ser feitos em 1880”, disse Gavin Schmidt, diretor do Goddard Institute for Space Studies (Giss), da Nasa. “Parece quase uma certeza que 2016 também será o ano mais quente da história”, afirmou o diretor em comunicado divulgado pela agência espacial. De acordo com a Nasa, o registro da temperatura global moderna começa por volta de 1880 porque as observações anteriores não cobriam suficientemente o planeta Terra. A análise feita mensalmente pela equipe do Giss é realizada a partir de dados adquiridos por cerca de 6.300 estações meteorológicas em todo o mundo, instrumentos navais e bóias de medição da temperatura da superfície do mar e estações de pesquisa da Antártida. REVISTA AMAZÔNIA

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NASA prevê recorde de queimadas na Amazônia

El Niño poderá dirigir temporada intensa de incêndios na Amazônia Fotos: Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (INPE), NASA, Yang Chen, da Universidade da Califórnia

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s efeitos duradouros do El Niño são projetados para causar uma temporada intensa de fogo na Amazônia, de acordo com a previsão de cientistas da NASA e da Universidade da Califórnia, em Irvine. A Amazônia, pelas condições do El Niño em 2015 e início de 2016, teve e está tendo, reduzida a precipitação durante a estação chuvosa, deixando a região mais seca no início da estação seca de 2016 do que qualquer ano desde 2002, tendo os padrões de chuva sido alterados em todo o mundo, de acordo com dados de satélite da NASA. Os riscos de incêndio para os meses de seca de julho a outubro deste ano já ultrapassam o risco de incêndio em 2005 e 2010, anos de seca, quando incêndios queimaram grandes áreas de floresta amazônica, disse Doug Morton, um cientista da terra na NASA Goddard Space Flight Center, que ajudou a criar a Previsão do fogo.

Gravidade do risco de incêndio na Amazônia Em uma escala de zero a 100, o risco da atividade de incêndio grave em Julho, Agosto e Setembro é elevado para seis esta-

A fumaça de vários incêndios na região de Mato Grosso do Brasil levanta-se sobre áreas florestadas e desmatadas nesta fotografia a partir da Estação Espacial Internacional em 19 de agosto de 2014

dos no Brasil (Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Rondônia), três departamentos da Bolívia (El Beni, Pando e Santa Cruz), e um país (Peru). “As condições de seca severa no início da

Segundo Jim Randerson, da UC-Irvine e pesquisador do Centro Goddard de Voo Espacial, da Nasa, e um dos responsáveis pela previsão, a expectativa é de que este ano vá bater o recorde

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estação seca defini o cenário para o risco de incêndio extremo em 2016 em todo o sul da Amazônia”, disse Morton. A previsão de fogo na Amazônia utiliza a relação entre clima e detecções de fogo ativas de satélites da NASA para predizer a gravidade época de incêndios durante a estação seca da região. Desenvolvido em 2011 por cientistas da Universidade da Califórnia, Irvine e da NASA Goddard Space Flight Center, o modelo de previsão é focada particularmente na ligação entre as temperaturas da superfície do mar e atividade do fogo. As temperaturas da superfície do mar mais quentes no Pacífico tropical (El Niño) e Atlântico mudar precipitação longe da região amazônica, aumentando o risco de incêndios durante os meses de estação seca. Uma análise dos dados da missão de satélite de Recuperação da Gravidade e Experimentos Climáticos (GRACE) mostra maior déficit hídrico do solo, em 2016 do que os anos de seca anteriores com alta atividade do fogo na Amazônia. A equipe também utiliza os dados sobre o armazenamento de água terrestre da misrevistaamazonia.com.br


Em uma escala de zero a 100, o risco da atividade de incêndio grave entre Julho, Agosto e Setembro é elevado para seis estados em Brasil (Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Rondônia), três departamentos da Bolívia (El Beni, Pando e Santa Cruz), e um país (Peru)

são conjunta NASA / German Aerospace Center (DLR) Recuperação de Gravidade e Experimentos Climáticos (GRACE) para acompanhar as mudanças nas águas subterrâneas durante a estação seca. As medições GRACE servem como uma previsão para a secura dos solos e florestas. Os cientistas da NASA e UC-Irvine tem trabalhado com cientistas e especialistas sul-americanos para torná-los conscientes da previsão nos últimos anos. Liana Anderson, um cientista brasileiro a partir do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta Precoce de Desastres Naturais (CEMADEN), disse

Figura da previsão climática por consenso para o trimestre JAS/2016, pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alerta Precoce de Desastres Naturais (CEMADEN) revistaamazonia.com.br

que “o fogo prevê três a seis meses antes da atividade pico de fogo são importantes para identificar as áreas com maior probabilidade de incêndio para o planejamento integrado de apoio a ações locais “. Para 2016, as condições provocadas pelo El Niño são muito mais seco do que 2005

Uma análise dos dados da missão de satélite de Recuperação da Gravidade e Experimentos Climáticos (GRACE) mostra maior déficit hídrico do solo, em 2016 do que os anos de seca anteriores com alta atividade do fogo na Amazônia

e 2010 - os últimos anos, quando a região passou a seca. A equipe também desenvolveu uma ferramenta web para acompanhar a REVISTA AMAZÔNIA

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Visualização do El Nino

evolução da época de incêndios na Amazônia em tempo quase real. A previsão de emissões de fogo provenientes de cada região são

atualizados diariamente, com base na relação entre as detecções de fogo ativo – feita pelo Spectroradiometer Resolution Imaging

Moderada (MODIS) instrumento no satélite Terra da NASA – e dados sobre as emissões de incêndio a partir do global fogo Emissões de banco de dados (GFED) em anos anteriores. Até agora, no entanto, a região tem visto mais incêndios até à data do que aqueles anos, um outro indicador que se alinha com a previsão de severidade do fogo. “Quando as árvores têm menos umidade para recorrer no início da estação seca, eles se tornam mais vulneráveis ao fogo, e evaporam menos água para a atmosfera”, disse o cientista Jim Randerson, da UC-Irvine, que colaborou com o cientista Yang Chen na construção do modelo de previsão. “Isso coloca milhões de árvores sob a tensão e diminui a umidade em toda a região, permitindo que os incêndios cresçam mais do que normalmente fariam.” Incêndios na Amazônia tem impactos locais, regionais e de longa distância. Incêndios agrícolas que escapam de seus limites pretendidos podem danificar plantações vizinhas e florestas da Amazônia. Mesmo os lentos incêndios florestais causam degradação florestal grave, como as árvores da floresta amazônica não são adaptadas ao fogo. Juntos, os incêndios intencionais para a gestão agrícola, desmatamento e incêndios florestais geram enormes plumas de fumaça que degradam a qualidade do ar na região, agravando problemas com asma e doenças

Previsão e consequências do El Niño em 2016

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Dados de satélite mostram incêndios (lado esquerdo, pontos vermelhos) e a distribuição de monóxido de carbono da fumaça (direita)

respiratórias. As fumaças dos incêndios da Amazônia finalmente fluem para o sul e para o leste sobre os grandes centros urbanos do sul do Brasil, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, contribuindo para preocupações de qualidade do ar. Enquanto os cientistas têm vindo a tra-

balhar com as autoridades sul-americanas para transmitir os resultados das previsões de incêndio e aumentar a consciência do risco de incêndio, eles também disseram que o trabalho poderia levar a melhores previsões incêndios em outras regiões do mundo. A equipe recentemente identificou 9 regiões

fora da Amazônia onde os riscos de incêndios também podem ser previstos 3-6 meses antes do pico de atividade do fogo. Pode ser possível construir previsões de incêndio sazonais operacionais para grande parte da América Central e para muitos países do Sudeste Asiático, disse Randerson. Pela previsão, a Amazônia deverá ter recorde de queimadas

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Fotos aéreas de queimadas e fumaça. A estimativa de áreas de vegetação natural no Brasil afetadas por queimadas passou a ser mais precisa

Áreas queimadas no Brasil com maior precisão na estimativa

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esquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desenvolveram um algoritmo automatizado – sequências de comandos passadas a um computador a fim de realizar uma tarefa – para detectar mensalmente áreas queimadas no país com base em dados de sensoriamento remoto obtidos pelo sensor orbital Modis (sigla de Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer), da Nasa, agência espacial norte-americana. Resultado de uma pesquisa de pós-doutorado realizada com bolsa da FAPESP, o algoritmo está implementado e usado pelo Grupo de Monitoramento de Queimadas e Incêndios do Inpe para gerar estimativas nacionais de áreas queimadas com periodicidade mensal e retroativamente, de 2005 até agora. “Conseguimos por meio desse novo algoritmo melhorar as estimativas e gerar mapas de áreas de vegetação queimadas no Brasil com uma qualidade superior à que existia”, disse Renata Libonati, que desenvolveu o algoritmo durante seu pós-doutorado no Inpe. A pesquisa de pós-doutorado foi su-

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pervisionada por Alberto Setzer, coordenador do Grupo de Monitoramento de Queimadas e Incêndios do Inpe. De acordo com Libonati, que atualmente é professora do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), até então o mapeamento de áreas queimadas no Brasil era feito com base em algoritmos desenvolvidos pela Nasa que fazem o sensoriamento remoto em escala global. Apesar da vantagem de permitir observar a evolução das queimadas em todo o planeta, o sensoriamento remoto em escala global apresenta problemas e limitações para ser usado regionalmente, ponderou a pesquisadora. “Como o sensoriamento remoto global é feito de forma generalizada, para vários biomas, não são levadas em conta as características regionais, como o tipo de vegetação, solo e clima”, explicou. “E vários estudos demonstraram que há grandes divergências na quantificação de queimadas por esses sistemas de sensoriamento remoto em escala global, tanto em termos de extensão anual

como de localização das áreas queimadas”, apontou. A fim de superar essas limitações dos sistemas de sensoriamento remoto em escala global, a pesquisadora desenvolveu um algoritmo regional, batizado de AQM, com resolução espacial de 1 quilômetro quadrado (km2). O algoritmo baseia-se em um índice de vegetação sensível à queimada, obtido a partir de valores diários da proporção entre o fluxo de radiação eletromagnética incidente numa superfície e o fluxo que é refletido (reflectância), fornecidos pelo sensor orbital Modis nos intervalos espectrais do infravermelho próximo e médio, além de dados de diversos sensores de detecção de incêndio. Para validar o algoritmo, os pesquisadores realizaram um estudo, publicado na revistaRemote Sensing, em que avaliaram sua capacidade de detectar e quantificar áreas queimadas no Jalapão, no Tocantins, situado no Cerrado brasileiro, usando como referência mapas derivados de imagens obtidas pelo sistema orbital Landsat. revistaamazonia.com.br


Os resultados foram comparados com os dos algoritmos usados pela Nasa para quantificar áreas queimadas em escala global. As comparações indicaram que o algoritmo regional conseguiu estimar as áreas queimadas na região com muito maior precisão que os algoritmos usados pela Nasa. “Os algoritmos usados pela Nasa apresentam muitos erros de omissão da localização e extensão de áreas queimadas. Por meio do algoritmo que desenvolvemos conseguimos diminuir esses erros e aumentar a detecção das áreas queimadas”, comparou Libonati. Os pesquisadores também desenvolveram por meio do algoritmo um banco de dados mensais de queimadas para todo o território brasileiro que cobre o período de 2005 a 2014. A ideia, contudo, é melhorar cada vez mais as estimativas de áreas queimadas para o país, utilizando sensores orbitais mais refinados, como o VIIRS (sigla de Visible Infrared Imaging Radiometer Suite), embarcado no satélite S-NPP (sigla de Suomi National Polar-orbiting Partnership), da Nasa, que entrou em operação em outubro de 2011 e começou a fazer aquisições de imagens sobre a Terra. “Embora os resultados do algoritmo desenvolvido para o sensor MODIS sejam satisfatórios, ainda é necessário aperfeiçoar o método por meio de novas validações em outros biomas. Além disso, já está sendo desenvolvida a adaptação deste algoritmo para revistaamazonia.com.br

o novo sensor VIIRS, que possui informação mais refinada, de 375 metros”, afirmou Libonati.

Censo de queimadas Os pesquisadores pretendem aperfeiçoar o algoritmo para obter dados de queimadas de todos os biomas brasileiros. De acordo com Libonati, essas informações serão úteis não só para avaliar os efeitos ambientais e melhorar as incertezas no cálculo de emissão e dispersão de poluentes gerados pela queima de vegetação, como também para analisar os impactos da emissão de queimadas nos cenários futuros de mudanças climáticas. “As queimadas estão associadas com a degradação dos ecossistemas, doenças respiratórias entre as comunidades locais e, ao mesmo tempo, contribuem para emissão de gases de efeito estufa, aerossóis e gases traço. Qualquer tentativa de caracterizar e mitigar o impacto climático das queimadas pressupõe uma base de dados confiável contendo informações sobre a localização e extensão das áreas de vegetação afetadas pelo fogo”, avaliou. A conversão da vegetação natural em áreas de pastagem ou para plantio de culturas agrícolas por meio do uso de fogo é considerada a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa, além de aerossóis (material particulado) e gases traço – como

Áreas queimadas no país serão detectadas mensalmente com base em dados de sensoriamento remoto obtidos pelo sensor orbital Modis (sigla de Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer), da Nasa

o gás carbônico e o metano – no Brasil, indicam especialistas na área. E as mudanças climáticas associadas a alterações no uso da terra têm o potencial de aumentar dramaticamente a incidência, extensão e gravidade das queimadas. Essas preocupações apontam para a necessidade de informações confiáveis sobre queimadas para tomadores de decisão, cientistas e gestores de recursos, apontam os pesquisadores. “Espera-se que os resultados obtidos com o algoritmo sejam aplicados, por exemplo, na quantificação brasileira das metas REDD [sigla, em inglês, de Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation, que designa um conjunto de incentivos econômicos voltados a reduzir as emissões de gases de efeito estufa resultantes do desmatamento e da degradação ambiental], de modo a atender demandas do governo brasileiro”, disse Libonati. O artigo “An algorithm for burned area detection in the brazilian Cerrado using 4 µm MODIS imagery” (doi: 10.3390/ rs71115782), de Libonati e outros, pode ser lido na revistaRemote Sensing em www. mdpi.com/2072-4292/7/11/15782/htm. REVISTA AMAZÔNIA

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Aquecimento global e emissão de gases do efeito estufa alcançam níveis recordes 2015 foi o ano mais quente desde que são feitos registros e 2016 está a caminho de repetir o padrão

Fotos: GISS / NASA, Goddard Space Flight Center

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método apresentado nesta semana em um encontro da Sociedade Americana de Química, em Boston, é capaz de produzir 10g por hora das valiosas fibras. Mesmo se as potenciais aplicações no combate às emissões de CO2 não derem frutos, como suspeitam alguns especialistas, a técnica promete baratear a produção de nanofibras de carbono. O sistema é alimentado por poucos volts gerados por energia solar. A eletricidade atravessa um tanque cheio de sal derretido, à medida que o CO2 é absorvido, as valiosas nanofibras começam a se formar ao redor dos eletrodos. “Até hoje, nanofibras de carbono são caRegistro de observação: A linha cinza mostra a anomalia da temperatura da superfície global NCEI. A linha vermelha mostra CO² equivalente do IIASA dimensionada para caber as observações. A linha azul adiciona a temperatura naturalmente forçada a partir Krivova et al

ras demais para muitas aplicações”, disse o professor Stuart Licht, da universidade George Washington.

Redução de custos

El Niño forte traz temperaturas globais mais quentes

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O material é usado atualmente na produção de componentes eletrônicos e baterias, mas se fosse mais barato, poderia reforçar materiais usados na fabricação de peças de avião e carro, entre outros. A questão é se o sistema criado pela equipe do professor Licht será capaz de reduzir estes custos. O cientista diz que aumentar a produção seria fácil, e que o equipamento consome pouca energia. A maior promessa, porém, é a possibilidade de usar o sistema para reduzir os níveis de CO2 na atmosfera, considerados os culpados pelo aquecimento global pela grande revistaamazonia.com.br

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2016 também está esquentando. Junho 2016 foi o 14º mês consecutivo de calor recorde no mundo

maioria dos cientistas. Para isso, seria necessário construir enormes reatores ─ algo que suscita o ceticismo de especialistas. “Como estão capturando CO2 do ar, o processo precisa lidar com enormes volu-

mes de gás para coletar a quantidade necessária de carbono, o que, em grande escala, pode aumentar o custo do processo”, afirmou a engenheira química Katy Armstrong, da universidade de Sheffield. Outro que levanta dúvidas sobre a viabi-

Aquecimento global e emissão de gases do efeito estufa alcançam níveis recordes. 2015 - O ano mais quente Global sobre recordes (desde 1880). As cores indicam as anomalias de temperatura (NASA / NOAA, 20 de Janeiro de 2016). De acordo com uma nova análise pelo Instituto Goddard da NASA para Estudos Espaciais

lidade da ideia é o pesquisador da Imperial College London Paul Fennell. “Se o objetivo deles é fazer nanofibras, é louvável, e vão ter um produto que vale a pena. Mas se a sua ideia é tirar CO2 da atmosfera e produzir uma quantidade de nanofibras suficiente para fazer diferença na mudança climática, eu ficaria muito surpreso se conseguir”, afirmou Fennell. O professor Licht, no entanto, diz que vai ser preciso trabalhar conjuntamente, com recursos da sociedade, para testar o processo em larga escala. De toda forma, outros químicos ficaram impressionados com o simples fato de a equipe do professor Licht ter produzido nanofibras a partir do carbono atmosférico.

RASTREAMENTO E MONITORAÇÃO

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Humanidade esgota recursos da Terra em 2016

Planeta atinge o chamado “Dia da Sobrecarga”, data que marca quando já se usou mais recursos da natureza do que a Terra é capaz de repor no ano inteiro. A cada ano, dia chega mais cedo

A

cada ano, a Global Footprint Network, um think tank internacional que trabalha em parceria com mais de 90 organizações, calcula o chamado “Dia da Sobrecarga da Terra”, uma data que marca quando já usamos mais recursos da natureza do que a Terra é capaz de repor no ano inteiro. Pense em algo como uma conta bancária que indica recursos disponíveis e o total de saques. Neste 8 de agosto de 2016, a humanidade entrou no vermelho - mais cedo do que nunca.

Quem precisa de tanto? Hoje a humanidade consome os recursos de 1,6 planeta Terra. Desnecessário dizer que existem grandes diferenças regionais: se toda a humanidade vivesse e fizesse negócios como os alemães, seriam necessários 3,1 planetas; já o “American Way of Life” requereria 4,8.

Insetos que espalham lixo A queima de combustíveis fósseis e de lenha é responsável por 60% da nossa “pegada ecológica” (a quantidade de recursos naturais necessários para manter nosso estilo de vida). Em números absolutos, China, EUA, União Europeia e Índia são os maiores emissores mundiais de CO2. O consumo per capita, no entanto, coloca essa estatística em perspectiva. Em termos puramente matemáticos, cada um de nós tem duas toneladas de CO2 em sua conta se quisermos manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius.

Reservas de CO2 sob pressão Florestas fornecem CO2, madeira e matéria-prima para papel. Elas previnem a erosão do solo, retêm água e são indispensáveis para o funcionamento do ciclo ecológico como reservatórios de CO2. Ainda assim, 3,3 milhões de hectares de florestas são perdidos por ano. Na Alemanha, as áreas com floresta cobrem meros 15% da emissão anual de CO2. 16

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Podemos alimentar todo mundo? A humanidade está em crescimento. Novas áreas de cultivo brotam em todos os lugares, ao mesmo tempo, perdemos muitas áreas cultiváveis para construções, erosão e degradação do solo. No momento, cada cidadão da UE precisa em média de 3.100 metros quadrados de solo cultivável para cobrir seu consumo de comida. Se os recursos fossem distribuídos igualmente pelo mundo, cada um de nós só teria direito a 2 mil metros.

Oceanos que sofrem com pesca predatória Quanto mais se pesca, mas difícil é para

os cardumes se recomporem adequadamente. No momento, cerca de um terço dos cardumes sofre com a pesca predatória, e mais da metade é “explorada ao máximo”. Emissões de CO2 em excesso estão provocando a acidificação dos oceanos, resultando em condições cada vez mais pobres para as criaturas do mar.

A água está ficando escassa O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estima que quase metade da população mundial vai sofrer com a escassez de água a partir de 2030. Reservas subterrâneas estão ficando cada vez mais escassas e estão cada vez mais contaminadas. O nível de poluição nos rios, lagos e outros revistaamazonia.com.br


reservatórios de água provocado pela agricultura e emissão de esgoto é tão alto que a água não é própria nem mesmo para o consumo animal.

Quantas Terras precisamos

se as populações do mundo vivem como...

Autossufiência em 1,8 hectare Em termos matemáticos, cada humano tem 1,8 hectare à sua disposição para satisfazer suas necessidades básicas de uma maneira ecologicamente sustentável. Só que o consumo necessário depende do estilo de vida do indivíduo: o alemão médio consome 5,1 hectares. Este ano, a Alemanha já esgotou sua biocapacidade em 29 de abril e desde então tem vivido à custa de outros países de futuras gerações.

Pegada Ecológica no Brasil A Pegada Ecológica do Brasil é de 2,9 hectares globais por habitante, indicando que o consumo médio de recursos ecológicos do cidadão brasileiro é bem próximo da média mundial (2,7 hectares globais por habitante). Isso significa que se todas as pessoas do planeta consumissem como o brasileiro, seria necessário 1,6 planeta para sustentar esse estilo de vida. A média mundial é de 1,5 planeta. Ou seja, estamos consumindo 50% além da capacidade anual do planeta. Para evitar um colapso dos recursos naturais que são a nossa fonte de sobrevivência, precisamos avaliar e repensar nossos hábitos de consumo. E adotar uma postura mais responsável, de forma que possamos viver de acordo com a capacidade ecológica do Planeta.

Dia da Sobrecarga da Terra Data em que são consumidos mais recursos naturais do que o planeta pode repor sozinho ao longo de um ano.

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2005 Out 20 2010 Ago 21 2015 Ago 13 2016 Jan

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O efeito combinado de todas as perturbações humanas sobre a biodiversidade no Pará é equivalente a uma perda adicional de até 139.000 km quadrados de floresta virgem

Exploração seletiva de madeira na Amazônia. Desmatamento pode reduzir pela metade a biodiversidade de uma floresta

Na Floresta Amazônica

criaturas estão sob a ameaça de destruição induzida pelo homem por Stuart Winter

O

estudo “perturbações antropogênicas em florestas tropicais pode dobrar a perda de biodiversidade do desmatamento” – foi conduzido e liderado pela Lancaster University, mediu o impacto da exploração madeireira, incêndios e fragmentação florestal sobre 1.538 espécies de árvores, 460 espécies de aves e 156 espécies de besouros no estado do Pará, na Amazônia brasileira, uma área seis vezes maior que a do Reino Unido. Seus resultados aparecem na revista científica mais importantes do mundo, Nature. Tomados em conjunto, o efeito combinado de todas as perturbações humanas sobre a biodiversidade no Pará é equivalente a uma perda adicional de até 139.000 km quadrados de floresta virgem – uma área do tamanho da Flórida – e, tanto quanto todo o desmatamento registrado na mesma região desde que o monitoramento começou em 1988. O autor principal, o Professor Jos Barlow, da Universidade de Lancaster, explicou: “Nós fornecemos evidências convincentes

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Fotos: Adam Ronan, Alexander Lees, Jos Barlow

de que as iniciativas de conservação da floresta tropical deve abordar perturbação da floresta, bem como o desmatamento. “Sem uma ação urgente, a expansão das operações de corte e a propagação de incêndios florestais alimentados pela mudança climática induzida pelo homem, significa que as florestas tropicais tendem a se tornar cada vez mais degradadas, conservando apenas uma fração da diversidade de tirar o fôlego que outrora abrigou”.

O que também preocupa os cientistas é que espécies sob a maior ameaça de extinção também sofrem mais de distúrbios humanos. Dr. Alexander Lees, ornitólogo liderança da Universidade de Cornell, explicou: “O estado do Pará é o lar de mais de 10 por cento das espécies de aves da Terra, muitos dos quais são exclusivos na região. Nossos resultados mostram que são essas espécies endêmicas que mais sofrem com os efeitos O Periquito de Ouro (papagaio guaruba) está sob ameaça. É uma das espécies mais ameaçadas das selvas do Pará

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R e B


O Escaravelho gigante da Amazônia também está sob ameaça

O estado do Pará é o lar de mais de 10 por cento das espécies de aves da Terra, muitos dos quais são exclusivos na região

das perturbações humanas, porque eles não podem sobreviver em florestas degradadas”. Os cientistas dizem que os resultados de-

vem servir como uma chamada para o acordar da comunidade global. Embora o Brasil tenha demonstrado liderança sem precedentes na redução do desmatamento ao longo dos últimos 10 anos, há agora uma necessidade de proteger a saúde

Você imagina a gente faz.

das florestas nos trópicos. Se não, os esforços de conservação ao longo das últimas décadas terão sido em vão. O analista de projetos Dr. Gareth Lennox, da Universidade de Lancaster, acrescentou: “As florestas tropicais são um dos mais preciosos tesouros biológicos da Terra. Centrando-se sobre a extensão das florestas que restam e ignorando sua saúde, estratégias nacionais e internacionais de conservação atuais estão colocando inadvertidamente esse tesouro em perigo.” Outra preocupação para a equipe é uma nova lei controversa que está sendo proposto no Senado brasileiro. Proprietários de terras da Amazônia são obrigados a manter 80 por cento de sua cobertura florestal primária, mas a legislação proposta permitiria que os produtores utilizem plantações feitas de árvores de monoculturas como eucalipto para satisfazer as suas obrigações legais. Esta alteração deve acelerar a perda de biodiversidade.

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Combater apenas o desmatamento não é suficiente para conservar a biodiversidade da Amazônia Corte seletivo e incêndios reduzem a biodiversidade tanto quanto se as árvores fossem arrancadas

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sforços internacionais visando à conservação de espécies das florestas tropicais não irão ter sucesso se não for levado em consideração o controle da exploração madeireira ilegal, de incêndios florestais e da fragmentação de áreas florestais remanescentes. Esta é a conclusão de um estudo inovador recente publicado na Nature, uma das mais importantes revistas científicas internacionais. O estudo ‘Anthropogenic disturbance can be as important as deforestation in driving tropical biodiversity loss’ (‘Perturbação antropogênica pode ser tão importante quanto o desmatamento na condução de perda de biodiversidade tropical’), mediu o impacto geral das perturbações florestais mais comuns – o que inclui a exploração madeireira, os incêndios e a fragmentação de florestas remanescentes – em 1.538 espécies de árvores, 460 de aves e 156 de besouros encontrados na Amazônia paraense. Pela primeira vez, pesquisadores de 18 instituições internacionais, dentre as quais 11 brasileiras, foram capazes de comparar a perda de espécies causada por perturbações humanas com aquelas resultantes da perda de hábitat pelo desmatamento. E o resultado desafia a atual concepção das estratégias de conservação adotadas pelo governo brasileiro, na qual prevalece o foco no combate ao desflorestamento: os cientistas demonstraram que, para a floresta

A derrubada e os incêndios reduzem pela metade a biodiversidade, ainda que as florestas conservem 80% de suas árvores

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tropical, os efeitos das perturbações causadas por atividades humanas resultam em perda de biodiversidade tão ostensiva quanto à causada pelo desmatamento. Uma das principais pesquisadoras do projeto, Dra. Joice Ferreira, da Embrapa Amazônia Oriental diz: “Conseguimos oferecer evidências convincentes de que as iniciativas de conservação amazônica precisam considerar as perturbações florestais e o desmatamento. Sem ações urgentes, a expansão da exploração ilegal de madeira e a ocorrência cada vez maior de incêndios causados pelo homem irão resultar em áreas de florestas tropicais cada vez mais degradadas, conservando apenas uma pequena fração da exuberante diversidade que já abrigaram”. Quando analisado em conjunto, o efeito das atividades humanas resultantes em perturbações florestais no Pará é equivalente a uma perda adicional de mais de 139.000 km2 de floresta intacta e correspondente a todo o desmatamento no estado desde 1988, ano que inaugurou o monitoramento oficial do INPE. O Pesquisador senior do projeto, Dr. Toby Gardner, do Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI), destaca: “As florestas tropicais são um dos mais valiosos tesouros biológicos do planeta. Ao focar exclusivamente nas extensões de floresta remanescentes, sem levar em conta o estado de saúde dessas áreas, as atuais iniciativas de

O estado de conservação das florestas primárias. a) valor de conservação em Paragominas (círculos) e Santarém (triângulos). b) a perda total de valor de conservação devido à perturbação. c) a perda total de valor de conservação devido à perturbação expressos como proporção do valor de conservação esperado, sem perturbação. As linhas tracejadas mostram as expectativas sem perturbação. Linhas cinzentas mostram todas as regressões, com a linha preta sólida que mostram a resposta mediana. Os valores foram padronizados em todas as regiões de estudo. Não houve diferença significativa nos valores de conservação entre as regiões em resposta a mediana (F1; 26 = 1,45, P = 0,24, análise de covariância (ANCOVA)) revistaamazonia.com.br


conservação estão colocando em perigo tal riqueza”.

Espécies raras são as mais ameaçadas Os cientistas também descobriram que espécies sob o risco máximo de extinção foram as mais atingidas pelas perturbações causadas por atividade humana. Dra. Ima Vieira, pesquisadora titular do Museu Emilio Paraense Goeldi, e uma das colaboradoras do projeto diz: “O estado do Pará abriga mais de 10% das espécies de aves do planeta, muitas das quais endêmicas. Nossos estudos demonstram que são justamente estas espécies as que estão sofrendo o maior impacto da ação antrópica, pois elas não sobrevivem em ambientes com estes níveis de perturbação”. Este estado merece especial atenção quanto às estratégias de conservação e restauração de florestas, pois continua a receber projetos de infraestrutura e agropecuário, que impactam em demasia a paisagem regional e ameaçam a biodiversidade, além das formas tradicionais de produção.

É preciso ir além do combate ao desmatamento Enquanto a redução do desmatamento é acertadamente o principal foco da maioria das estratégias de conservação em nações tropicais, a condição das florestas remanescentes não costuma ser avaliada ou mesmo controlada por políticas públicas.

“Ações imediatas são necessárias para combater as perturbações florestais em países tropicais”, explica Silvio Ferraz, da Universidade de São Paulo (USP). “No caso do Brasil, a situação é ainda mais crítica, já que 40% dos remanescentes de florestas tropicais da Terra se encontram aqui”, completa o pesquisador, que integrou a equipe do estudo. Ainda que donos de terras na Amazônia brasileira sejam obrigados por lei a manter 80% da cobertura primária em suas propriedades, a nova pesquisa demonstra que, em paisagens nas quais a lei é cumprida, a metade do valor potencial de conservação já pode ter sido perdida. “Estes resultados devem servir de alerta para a comunidade global”, afirma Dr Jos Barlow, o principal autor do estudo. “O Brasil demonstrou uma liderança sem precedentes no combate ao desmatamento na última década. O mesmo nível de liderança é necessário agora para proteger a saúde das florestas restantes nos trópicos. Do contrário, décadas de esforço de conservação terão sido em vão”. Dr. Luiz Aragão, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que também participou da autoria do estudo e destaca: “O Brasil conseguiu reduzir seu desmatamento em cerca de 80% como resultado de seu Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). Contudo, demonstramos neste estudo que ainda precisamos, urgentemente, de um planejamento governamental orquestrado para quantificar a extensão e impactos da degradação florestal se quisermos resguardar nossa biodi-

Resposta de aves florestais à perturbação. a-d) As chances de detecção de grupos de espécies ao longo de gradientes de paisagem (a, b) e dentro de florestas (c, d) perturbação do Paragominas (a, c) e Santarém (b, d) (ver Métodos). grupos de espécies, apresentados por diferentes linhas coloridas, são compostos por espécies com as respostas de distúrbios semelhantes (ver Métodos). Espessura da linha representa a dimensão relativa dos grupos. e-h) A sensibilidade de perturbação do grupos de espécies relacionadas ao seu tamanho gama média (107km2). As barras de erro mostram s.e.m. Os Grupo em cores correspondem aos agrupamentos em a-d. As linhas pretas mostram relações significativas (P <0,05, F-test) (ver Métodos). revistaamazonia.com.br

O estado do Pará abriga mais de 10% das espécies de aves do planeta, muitas das quais endêmicas

versidade, estoques de carbono, e serviços ecossistêmicos”. O estudo publicado é fruto da Rede Amazônia Sustentável (RAS), um consórcio de instituições brasileiras e estrangeiras, coordenado pela Embrapa Amazônia Oriental, Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade de Lancaster (Reino Unido) e Instituto Ambiental de Estocolmo (Suécia). A RAS é também parte do INCT Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia, financiado pelo CNPQ.

Déficit valor de conservação em grandes escalas espaciais. a) perda proporcional do valor de conservação (CV) da perturbação no Pará (estimativa mediana, ver Métodos). Áreas de endemismo (AoE) são: Belém (BE), Guiana (GU), Rondônia (RO), Tapajós (TA) e Xingu (XI). Estes não incluem a ilha de Marajó (MA). Sombreamento cinza denota áreas de proteção integral. b) Perda proporcional de CV no Pará (PA) e suas AoEs de perda de floresta e de perturbação (estimativa média). As barras de erro mostram o intervalo sobre todas as abordagens para estimar o valor de conservação (ver Métodos). Números apresentam perturbações em relação à perda de floresta (variação percentual sobre abordagens). REVISTA AMAZÔNIA

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As árvores da

Amazônia

Os cientistas dizem que poderia levar três séculos para catalogar todas as espécies arbóreas da Amazônia

Catalogar todas as espécies de árvores da Amazônia levaria 300 anos Fotos: Nigel Pitman e Kevin Havener /The Field Museum

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Amazônia é a floresta de maior biodiversidade na Terra, e o debate sobre a forma como muitas espécies de árvores crescem, permanece controversa. Foi feita uma verificação em uma lista de todas as espécies de árvores recolhidos até a data, e descritas as tendências espaciais e temporais na acumulação de dados. Foram encontradas 530.025 coleções exclusivas de árvores na Amazônia, reunidos por todos os museus nos últimos 300 anos – entre 1707 e 2015, para um total de 11.676 espécies descobertas até hoje, em 1225 gêneros e 140 famílias. Estes números apoiam estimativas recentes do total de 16.000 espécies de árvores amazônicas com base em dados de enredo ecológicos da Amazônia Árvore Rede de Diversidade, a coleção botânica na Amazônia é caracterizada por três picos principais, centradas em torno de 1840, 1920, e 1980, que estão associados com projetos flora e o estabelecimento de parcelas de inventário. A maioria das coletas foram feitas no século

20. O número de coleções tem aumentado exponencialmente, mas mostra uma desaceleração nas últimas duas décadas. Nós achamos que uma espécie de “ o tamanho do intervalo é um melhor preditor do número de vezes que ele foi coletado do que as espécies” estimado o tamanho da população de toda a bacia. Encontrar, descrevendo e documentando a distribuição das espécies restantes exigirão esforços coordenados em locais sub-coletados.

O estudo contou com coleções botânicas digitalizados de museus, como mostrado aqui no The Field Museum

Biodiversidade/falta de dados As florestas e savanas da bacia do Amazonas e Escudo da Guiana (aqui Amazônia), sem dúvida, mantem a maior biodiversidade na Terra: um número estimado de 1.300 espécies de aves, 427 espécies de mamíferos e 50.000 espécies de plantas. Considerando o registro de coleta para aves e mamíferos pode ser relativamente completa e as estimativas relativamente precisas, as plantas na Amazônia permanecem extremamente sub-coletadas. De fato, a 300 anos de coleta O efeito do tamanho da população de toda a bacia estimativa sobre o número de espécimes em bancos de dados de herbários, para 11.187 espécies de árvores amazônicas

O número de coleções pela primeira vez das espécies de árvores amazônicas a cada ano entre 1707 e 2015

Localidades de coleta de espécimes de herbário de árvores amazônicas, coletados entre 1707 e 2015, para o qual as coordenadas geográficas foram disponíveis e consideradas confiáveis revistaamazonia.com.br

de plantas na Amazônia resultaram em uma densidade moderna de apenas 10 coleções / 100 km². Feeley e Silman, sugeriram que a falta de dados é tão forte que existe uma “boca aberta vazia de dados “tal que muitas espécies e muitos habitats permanecem ... funcionalmente invisível para a maioria dos estudos”. Os dados não só são escassos; são também muitas vezes indisponíveis e tendenciosa espacialmente. Como resultado, o número de espécies de árvores na Amazônia permanece desconhecida. Nenhuma lista de verificação de todas as árvores da Amazônia já foi compilada, e estimativas da quantidade de árvores da REVISTA AMAZÔNIA

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preliminar de todas as espécies de árvores válidas recolhidos até à data na Amazônia. Nós, então, analisamos a lista para explorar por que algumas espécies de árvores amazônicas são mais frequentes em herbários e outros conjuntos de dados florísticos do que outros. Será que as frequências de uma espécie nestes conjuntos de dados refletem a sua abundância e faixa de tamanho, a data em que foi descoberto pela primeira vez na Amazônia, o padrão espacial de exploração da Amazônia, ou alguma combinação desses fatores? Responder a estas perguntas vai permitir-nos para discutir a dinâmica por trás da descoberta de novas espécies e, consequentemente, a melhor abordagem para concluir o inventário da flora arbórea amazônica. Só foi possível elaborar essa lista atualizada, graças à digitalização dos acervos de museus ao redor do mundo. Os pesquisadoCerca de 4.000 das árvores amazônicas mais raras continuam a ser descobertas e descritas”, disse Nigel Pitman

Amazônia são muito disputados, porque os dados são escassos e técnicas de extrapolação são abundantes. Recentemente, Hans ter Steege e seus colegas estimaram o número de espécies de árvores amazônicas que excedem 10 cm de diâmetro à altura do peito (DAP) em ~ 16.000 (aproximadamente), ajustando uma curva das estimativas da população de ~ 5000 espécies identificadas em 1170 parcelas de inventário na Amazônia. Essa hipótese tem sido abraçada como plausível por alguns autores, mas criticado por outros. Estimativas não-paramétricas, que foram sugeridas por um revisor anônimo do papel acima, prevê consideravelmente menor essa diversidade de plantas: espécies de 6000-7000, no caso de árvores amazônicas. Para fornecer uma base empírica forte para este debate, nós fornecemos uma lista

A lista dará aos cientistas uma melhor noção do que há de fato na bacia amazônica

res dizem que ela ajudará quem busca proteger a florestal tropical com a maior biodiversidade do mundo. Cerca de 4.000 das árvores amazônicas mais raras continuam a ser descobertas e descritas”, disse Nigel Pitman e estas espécies raras pode levar séculos botânicos para ser rastreadas, disse Steege. “A lista dará aos cientistas uma melhor noção do que há de fato na bacia amazônica, e isso contribuirá com os esforços de preservação”, diz um dos autores do estudo, Hans ter Steege, do Centro de Biodiversidade Naturalis, da Holanda.

Hans ter Steege, do Centro de Biodiversidade Naturalis, da Holanda, com dois nativos da Amazônia

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[*] Pesquisadores/cientistas que realizaram o estudo: Hans ter Steege, Rens W. Vaessen, Dairon Cárdenas-López, Daniel Sabatier, Alexandre Antonelli, Sylvia Mota de Oliveira, Nigel C. A. Pitman, Peter Møller Jørgensen e Rafael P. Salomão

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Mobiya – A lanterna solar que recarrega celular Ilumina. Recarrega celular. Não gasta energia

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ssas são apenas algumas das características da lanterna solar Mobiya, tecnologia desenvolvida pela Schneider Electric com o propósito de levar energia limpa e segura para comunidades remotas que vivem fora da rede elétrica. Ao longo dos anos, a inovação sustentável ganhou adeptos no mundo todo: dos praticantes de atividades ao ar livre, como camping, pesca e trilha, até aos que querem apenas economizar na conta de luz ou não ficar no escuro quando acabar a energia. No Brasil, a Mobiya também cumpre sua função social como uma alternativa de iluminação limpa e sustentável para comunidades indígenas e ribeirinhas. Atualmente, cerca de 1,2 milhões de brasileiros ainda vivem sem energia elétrica em suas casas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país. E é justamente esse cenário desafiador que a Schneider Electric vem enfrentando com o Programa de Acesso à Energia, composto por soluções solares de ilumina-

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ção e eletrificação, como a Mobiya. A lanterna solar é uma opção prática e acessível pra quem quer ter luz e conexão em qualquer lugar. Além de iluminar até 48 horas no nível mais baixo (são três intensidades de iluminação) com apenas um dia de carga, ela vem ainda com um cabo USB com 5 opções de carregadores de celular e tem garantia de um ano. É resistente e à prova d’água. Dá pra usar na chuva, embaixo d’água e o seu design foi pensado para trazer mais conforto e funcionalidade – tem até um suporte para colocar o celular enquanto ele carrega. Não é à toa que ganhou um prêmio europeu de design, o Grand Prix Strategies Du Design. Você pode usar a Mobiya de 7 formas diferentes: carregar na mão, prender no teto,

fixar na parede, encaixar em uma garrafa PET e usar como abajur, colocar em cima da mesa, no chão ou até usar um cabo de vassoura como suporte. Além de ser ideal para atividades externas, ela ajuda a economizar energia em casa. Por exemplo, se você sempre deixa uma luz acessa durante a noite, a Mobiya pode se transformar em um abajur sustentável. Além disso, ela é a segurança que a gente precisa pra não ficar no escuro (e nem sem celular!!) quando a energia acabar. A lâmpada é de LED e a tecnologia lítio-ferro-fosfato da bateria aumenta significativamente a sua vida útil. A Mobiya está disponível hoje para compra nas Lojas Online da Neosolar: www.neosolar.com.br. REVISTA AMAZÔNIA

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Brasil Solar Power 2016 Energia solar deve ter espaço e novas formas de expansão no Brasil

Fotos: BSP, Divulgação/MME

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Brasil Solar Power – Conferência e Exposição, o principal evento fotovoltaico do Brasil levando o maior público pagante já registrado para um evento solar no país, realizado no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro, organizado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e pelo Grupo CanalEnergia. O governo brasileiro está estudando formas de impulsionar a geração solar fotovoltaica no país, afirmou o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, na abertura do Brasil Solar Power, no Rio de Janeiro. Para o ministro, o segmento de geração solar fotovoltaica é fundamental para a matriz energética brasileira e novas formas de incentivar o setor devem ser perseguidas, para que o segmento não fique dependente apenas dos leilões. “O Brasil compete com outras oportunidades, não há sol só no Brasil, o sol existe em muitos outros países. Se não criarmos um ambiente mais competitivo, mais favorável, o recurso encontra rentabilidade em outro local e isso é tudo que não queremos nesse momento”, disse o ministro. Coelho Filho destacou que o governo brasileiro continuará contratando energia por meio de leilões, mas defendeu que seja feita uma reorganização da forma como a contratação está sendo feita. “Nós teremos sim leilão de energia ainda neste ano, teremos sim participação relevante para a solar fotovoltaica nesses próximos leilões. Mas antes de contratarmos nova energia, há alguns problemas que temos de endereçar como Ministério, e o diagnostico já está quase pronto. Algumas medidas já estão sendo tomadas, sobretudo sobre a sobrecontratação. Não podemos nos dar ao luxo e apostar apenas em uma receita, a receita do leilão”, disse o ministro na

As plenárias ficaram lotadas com programação intensa sobre o setor fotovoltaico, contando com a participação de respeitadas autoridades

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Especialistas e empresários do setor fotovoltaico debateram as principais questões e discutiram os rumos do mercado no Brasil

abertura do evento. A expansão da geração solar distribuída – quando a energia é gerada no centro de carga, podendo ser gerada até mesmo pelo próprio consumidor – é uma das possibilidades que se descortinam para a indústria solar no país, disse Coelho Filho. Além disso, o MME estuda formas de viabilizar financiamentos para a geração distribuída, inserido nos estudos do ProGD, lançado pelo Ministério no final do ano passado com parceria da Associação Brasileira da Indústria Solar Fotovoltaica (Absolar). Segundo o ministro, o MME já está dialogando com o Ministério das Cidades para que seja analisada a possibilidade do FGTS como uma das fontes de financiamento desse segmento. Outra possibilidade de expansão da energia fotovoltaica está no Norte do país, para atender os sistemas isolados, exemplificou

Coelho Filho. Segundo o ministro, está em estudo no Ministério formas de expandir o atendimento a essas áreas com a geração solar distribuída. “Temos o sistema no Norte que gera uma das energias mais caras do mundo. Muito do que passa a Eletrobras é fruto do alto custo e da dificuldade de geração no Norte do Brasil. Estamos endereçando uma grande ação para que além dos leilões possamos ter um outro flanco para animarmos o setor”, disse. A expansão da geração de energia renovável terá especial atenção MME, defendeu o ministro: “O compromisso com as fontes renováveis não é somente um compromisso da Absolar, mas sim um compromisso da minha geração. Minha geração tem compromisso com as fontes de energia de baixo carbono. Estamos estudando uma política energética que possa sinalizar de forma muito clara, uma política industrial que possa dar isonomia tributária para essa fonte e também incentivarmos a produção da indústria nacional”, afirmou.

Congressos de GD e GC lotaram as plenárias As plenárias ficaram lotadas nos dois dias de programação intensa sobre o setor fotovoltaico, contando com a participação de respeitadas autoridades, como a ilustre presença do ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho, do Diretor Geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, Luiz Eduardo Barata, do Presidente revistaamazonia.com.br


Evento reuniu grandes players de energia solar no Rio de Janeiro

Várias salas abertas com grade repleta de workshops técnicos e educacionais acessíveis a todos que visitavam o evento

do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, Rui Altieri, do Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Eduardo Azevedo, do Presidente da Empresa de Pesquisa Energética – EPE, Luiz Augusto Barroso, do Diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, André Pepitone da Nóbrega , entre outros mais de 50 nomes nacionais e internacionais. Entre os principais assuntos ministrados nos congressos, vale destacar a confirmação de um leilão previsto para outubro deste ano dado pelo próprio ministro durante o painel de abertura do evento, junto com outros representantes da governança do setor. No âmbito da geração distribuída, o destaque ficou por conta de temas relacionados a soluções de financiamento para pequenos e micro-geradores.

Workshops técnicos e educacionais e Feira de negócios A feira de negócios trouxe, aos mais de 1500 participantes, importantes expositores nacionais e internacionais, além de salas abertas com grade repleta de workshops técnicos e educacionais acessíveis a todos que visitavam o evento. Os workshops abordaram temas relevantes sobre produtos, serviços, legislação, financiamento e modelos de negócio envolvendo energia solar foto-

Estande da ALUBAR, sempre muito concorrido. A Alubar, com sede em Barcarena-Pará, é fabricante de ligas e cabos elétricos de alumínio e cobre revistaamazonia.com.br

voltaica e tiveram grande adesão do público presente, que aprovou mais esse diferencial proposto pelo Brasil Solar Power.

Brasil Solar Power – Conferência e Exposição O evento trouxe um público altamente qualificado para dois dias de congressos de geração centralizada (projetos de grande escala) e geração distribuída (projeto de pequena escala), além de feira de negócios reunindo mais de 1511 participantes; 500 congressistas; 480 empresas representadas; 47 jornalistas de 20 veículos e 40 palestrantes.

O Brasil Solar Power segundo André Trigueiro - O potencial técnico de energia fotovoltaica no Brasil pode chegar a 30 mil GW. Isso é 200 vezes mais que a capacidade instalada da atual matriz elétrica brasileira - com todas as fontes juntas - que é de 143 GW. (Fonte: EPE/Empresa de Pesquisa Energética). - O potencial dos telhados solares (principalmente em casas e edifícios) é de 164 GW em todo o país. Isso equivale a quase 12 vezes a energia gerada por Itaipu. - Hoje a energia solar responde por apenas 0,02% da matriz elétrica do país. Mas

avança rápido. Em 2015 o crescimento foi de 300%. Esse ano deve ser de 800%. (Fonte: ANEEL) - A previsão é a de que a energia solar responda por mais de 4% da matriz elétrica do país até 2024, e mais de 8% até 2030. (Fonte: Absolar) - O setor deve investir aproximadamente R$ 12,5 bilhões na economia brasileira até 2018, considerando apenas projetos já contratados em leilões. (Fonte: Absolar). - Apesar de ser a fonte de energia que mais cresce no mundo - e a que registra a mais acentuada queda de preços ano a ano - o custo da energia solar no Brasil ainda é alto, e inviável para a maioria da população. Os equipamentos são importados, os impostos altos e não há ainda linhas de crédito disponíveis para pessoas físicas (embora sejam grandes as chances disso ser anunciado nos próximos meses pelo Governo). - A China ultrapassou a Alemanha esse ano na liderança mundial em energia solar. O país instalou em 2015 o equivalente a uma hidrelétrica de Itaipu (14GW) em placas fotovoltaicas. Para muitos analistas do setor elétrico - entre eles o ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp – é certo que o solar repita a impressionante performance da energia eólica, que não para de crescer no país. Basta que o governo não atrapalhe.

Estande da Solar Group REVISTA AMAZÔNIA

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Biodiversidade, uma fábrica sofisticada de moléculas por Vanderlan da S. Bolzani*

O

termo biodiversidade, popularizado pelo famoso professor Edward Osborne Wilson, entomologista e biólogo conhecido por seu trabalho com ecologia, evolução e sociobiologia (Harvard University), refere-se à variedade da vida no planeta terra, desde a genética das populações até as espécies da flora, da fauna e de microrganismos. Abrangente, o vocábulo inclui ainda a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas, comunidades e habitats (Wilson, 1999; Noss, 1990). Para o pesquisador Noss, o termo deve também levar em conta a frequência relativa ou abundância das espécies ou entidades dentro do contexto ecológico do qual fazem parte. A diversidade biológica terrestre, diretamente associada a milhares de substâncias químicas de estruturas peculiares, é uma das mais sofisticadas fábricas de moléculas. E é, assim, inspiração para a síntese orgânica e a prospecção de produtos naturais essenciais ao homem moderno, como fármacos e medicamentos, suplementos alimentares, produtos de higiene, cosméticos, fragrâncias, agroquímicos e outros. Em matéria de biodiversidade, o Brasil é um país altamente privilegiado pela riqueza de sua flora, fauna, microrganismos e insetos. Apresenta vários biomas completamente distintos. E “bioma” é palavra originária do grego (bio – vida, oma – sufixo utilizado para definir grupo, conjunto) que, de acordo com a definição adotada pelo IBGE (2004), refere-se à “unidade biótica de maior extensão geográfica, ou seja, compreendendo vários ecossistemas em diferentes estágios de evolução, porém designada de acordo com o tipo de vegetação dominante”. O termo pode ser conceituado de forma mais abrangente como uma área geográfica detentora de um ambiente uniforme, identificado e classificado em função de vários fatores, como macroclima, fitofisionomia (formação), solo e altitude, ou seja, os principais elementos que caracterizam os diversos ambientes continentais (Coutinho, 2006). É importante ressaltar que o termo bioma foi proposto para acrescentar o conceito de fauna, juntamente com fitofisionomia e clima, a uma unidade biológica distinta e uniforme.

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Carnegiea gigantea, uma cactácea da Caatinga

Reconhecidamente detentor de uma das maiores biodiversidades do planeta, o Brasil assumiu um compromisso com esse título ao se tornar o primeiro país do mundo a assinar a Convenção sobre Diversidade Biológica em 1992. Com uma área de 8.511.996 quilômetros quadrados (km²) e uma costa marítima de 7.491 km², o território brasileiro possui seis biomas terrestres – a Amazônia, a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica, o Pantanal e os Pampas — além de três ecossistemas marinhos e 12 regiões hidrográficas principais (MMA, 2011). Dois desses biomas, a Floresta Atlântica e o Cerrado, são considerados hotspots ou fragmentos de biodiversidade, devido à perda acelerada da diversidade biológica em decorrência da urbanização, agricultura e pecuária. Nessas áreas, várias espécies estão ameaçadas de extinção em futuro próximo. Hoje elas retêm apenas 0,5% das cerca de 300.000

espécies de plantas catalogadas e conhecidas no mundo como endêmicas desses ambientes (MMA, 2011; Myers et al, 2000). Mesmo assim, o Brasil ainda se destaca por abrigar uma mega biodiversidade, contabilizando cerca de 20% das angiospermas (plantas floríferas), 20% das briófitas (pequenas plantas que geralmente vivem em locais úmidos e sombreados, como os musgos) e 10% das pteridófitas conhecidas (plantas vasculares que não possuem sementes, como as samambaias), compreendendo 43.020 espécies catalogadas (MMA, 1998; 2011). A variedade florística dos biomas confere uma riqueza inigualável de organismos, especialmente adaptados às regiões fitoecológicas nas quais evoluíram ao longo de milhões de anos. Na tabela 1 é apresentado o número de espécies estimadas por reinos e a contribuição do Brasil no ranking mundial (Lewinsohn & Prado, 2002):

Tabela 1 – Número estimado de espécies descritas no Brasil e no mundo.

Reino/Filo

Espécies brasileiras

Espécies mundiais

Virus

250-400

3.600

Monera

1.100-1.350

4.760

Fungi

12.500-13.500

70.500-72.000

Protista

7.000-9.900

75.300

Plantae

45.300-49.500

264.000-279.400

Animalia

113.000-151.000

1.287.000-1.330.000

Total estimado

178.000-2.260.000

1.705-240-1.766.000 revistaamazonia.com.br


A riqueza biológica da flora e da fauna dos biomas brasileiros traduz-se numa diversidade química espetacular. Por meio de um conjunto complexo de reações químicas altamente sofisticadas, milhares de substâncias, de classes e de tipos estruturais distintos, são formadas nas espécies que compõem a biodiversidade. São os conhecidos produtos naturais. Plantas, fungos, insetos, organismos marinhos e bactérias são fontes de produtos naturais de classes distintas: alcaloides, flavonoides, terpenos (mono-, di-, -tri, tetraterpenos), lignoides, taninos, peptídeos, dentre outros, biologicamente ativos. Esse arsenal químico fantástico constitui uma biblioteca valiosa para identificação de modelos de fármacos (Barreiro; Bolzani, 2009) e de outros bioprodutos de alto valor agregado. Até o presente, cerca de 250.000 substâncias naturais são conhecidas e aproximadamente 4.000 novas são descobertas a cada ano (Verpoort, 2010). Entre os 877 protótipos novos de baixo peso molecular introduzidos no mercado mundial como fármacos, de 1981 a 2014, nada menos que 61% são substâncias naturais ou derivadas de produtos naturais ou, ainda, planejadas a partir deles (Newman; Cragg, 2016). Alguns tipos de moléculas desempenham funções essenciais para as plantas, para sua regulação, equilíbrio, adaptação aos habi-

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tats (fatores físicos e climáticos) e proteção contra agentes patógenos e predadores. Elas são conhecidas como metabólitos secundários ou especiais por exercerem esse papel auxiliar e sua identidade bioquímica é objeto de grande interesse para a pesquisa, pois oferecem respostas “prontas” para determinadas necessidades. Isto é, elas permitem ao homem se valer de um longo trabalho já realizado pela natureza no processo de evolução. Considerando a extensão territorial do Brasil e os diferentes habitats em que as plantas tiveram que se adaptar durante sua evolução, é notório que a flora brasileira guarda uma diversidade química extraordinária e ainda pouco explorada para o desenvolvimento de bioprodutos, incluindo fármacos, cosméticos, suplementos alimentares, defensivos agrícolas, entre outros. O atual quadro de devastação da biodiversidade de plantas no Brasil poderá vir a causar não somente a perda da rica diversidade química, essencial para a prospecção de hits e leads(moléculas bioativas ligantes e compostos líderes) de fármacos eficazes, mas também a perda de genes que codificam enzimas envolvidas na complexa engrenagem metabólica das plantas. Esse conhecimento é fundamental para o melhoramento de plantas úteis e nos processos biotecnológicos para a produção de novos

Edward Osborne Wilson, famoso professor, entomologista e biólogo conhecido por seu trabalho

produtos (Silva et al., 2010). Muitas plantas selecionadas pelos nossos antepassados, durante o processo de co-evolução homem/natureza, são usadas na medicina tradicional, constituindo-se também num legado cultural de grande importância para todos nós. [*] Professora titular do IQAr-UNESP, Diretora da AUIN-UNESP, Membro da Coordenação Biota; Vice-Presidente da SBPC

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Há um caminho claro em sustentabilidade para as empresas constata estudo do Pacto Global das Nações Unidas e Accenture Strategy

Para CEOs, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas são uma oportunidade para abordar os desafios globais, redefinir a competitividade e transformar negócios

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7% dos CEOs dizem que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU) representam uma oportunidade essencial para repensar abordagens em relação à sustentabilidade. 49% dos entrevistados diz que as empresas serão o agente mais importante para atingir estes objetivos, de acordo com um novo estudo realizado pelo Pacto global das Nações Unidas e a Accenture (NYSE: ACN). Lançado na Cúpula de Líderes do Pacto Global da ONU de 2016, em Nova York, o estudo, realizado pela Accenture Strategy e intitulado “The United Nations Global Compact-Accenture Strategy CEO Study 2016, Agenda 2030: A Window of Opportunity” (Estudo de CEO do Pacto Global da ONU e Accenture Strategy, a Agenda para 2030: Uma Janela de Oportunidade), constata que os líderes empresariais concordam em assumir a liderança na resolução de desafios sociais. A pesquisa com mais de 1.000 CEOs, que já estão comprometidos com a sustentabilidade por meio da sua participação no Pacto Global das Nações Unidas, mostra que agora eles veem uma oportunidade única para reformular suas indústrias e acelerar o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “A adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável oferece às empresas um roteiro claro e universal para fazer com que as metas globais sejam um negócio local”, disse Lise Kingo, Diretora Executiva no Pacto Global das Nações Unidas. “Os CEOs concordam em agir socialmente, observando uma janela de oportunidade para a transformação. Mais de 70% dos CEOs do Pacto Global das Nações Unidas pesquisados acreditam que os ODS oferecem às empresas uma estrutura para redefinir esforços de susten30

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tabilidade, e 78% já veem oportunidades para contribuir com os objetivos globais por meio de seu core business. Quase todos (95%) sentem uma responsabilidade pessoal para garantir que a sua empresa tenha um propósito central e um papel na sociedade, e 80% acreditam que demonstrar um compromisso com uma finalidade social é um diferencial em sua indústria. “À medida que a globalização e a disrupção digital elevam o padrão para os negócios, os CEOs de todo o mundo estão adotando a oportunidade de transformar a maneira como vivemos, trabalhamos e atuamos. Eles apostam na necessidade de redefinir as abordagens e os modelos de negócios para apoiar uma economia global responsável e sustentável”, disse Peter Lacy, diretor da Accenture Strategy. “Estes CEOs reconhecem que as tecnologias digitais vão desempenhar um papel fundamental nessa transformação, redefinindo a competitividade em muitas indústrias. Gerenciados em nome dos interesses das empresas e da sociedade, os avanços digitais possibilitam o desencadeamento de uma inovação radical para criar valor e alcançar os Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas até 2030”. Na pesquisa, 75% dos CEOs relatam que as tecnologias digitais permitem modelos de negócios mais sustentáveis como a economia circular. Para acelerar o progresso, CEOs identificam três requisitos críticos. 1) uma necessidade urgente de expandir coligações e parcerias em empresas, governos e na sociedade civil, para estimular uma maior ambição e conquista sobre questões de sustentabilidade fundamentais, incluindo direitos humanos, normas de trabalho, meio ambiente e anticorrupção. 2) mais ação em nível local, trabalhando com os governos nacionais para desenvolver e implementar planos de ação para atingir os ODSs. 3) a inovação em novas tecnologias digitais e novos modelos de negócios que podem permitir que as empresas tenham um impacto maior sobre os desafios globais.

Fazendo com que as metas globais sejam um negócio local Os resultados deste ano marcam uma mudança radical em relação aos resultados do revistaamazonia.com.br


Estudo de 2013, quando os entrevistados expressaram um sentimento de ambição frustrada em seus esforços para serem mais sustentáveis. Embora os CEOs enfatizem a necessidade de superar desafios significativos, o estudo constata que os líderes de negócios estão fazendo progressos na incorporação da sustentabilidade em seus negócios. Mais de dois terços dos CEOs do Pacto Global da ONU entrevistados (69%) relatam que as questões de sustentabilidade já fazem parte das discussões em nível de diretoria, e 64%dizem que estas questões possuem um papel central no seu planejamento estratégico e no desenvolvimento de negócios. A maioria dos CEOs (59%) também relata que a sua empresa pode quantificar com precisão o valor de negócio das suas iniciativas de sustentabilidade, um aumento em relação aos 38%de 2013. Analisando além de suas próprias empresas, os CEOs dizem que o progresso está sendo replicado em suas indústrias, e 89% dizem que o compromisso com a sustentabilidade está sendo traduzido em um impacto real em sua indústria.

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Redefinindo os mercados globais

acreditam que eles têm as habilidades e capacidades para agir nos ODS.

Apesar do forte progresso na incorporação da sustentabilidade na estratégia corporativa e nas operações, os executivos ainda veem desafios significativos em fazer mudanças que podem redefinir os mercados globais para a sustentabilidade. Em particular, os líderes empresariais têm dificuldade em alinhar incentivos de mercado para acelerar a ação. Embora 88% dos CEOs acreditem que uma maior integração das questões de sustentabilidade será essencial para fazer progressos em matéria de sustentabilidade, apenas 10%o dizem que a pressão dos investidores é um fator importante que estimula a ação em sua empresa. Entre os CEOs das maiores empresas do mundo, aquelas com receita anual superior a US $ 1 bilhão, o compromisso e a ação são ainda mais pronunciados, sendo que 76% deles já estão envolvendo os investidores no valor da sustentabilidade para os seus negócios. Da mesma forma, 80%

Metodologia O Estudo de CEO do Pacto Global das Nações Unidas e Accenture representa mais de uma década de pesquisa em negócios sustentáveis. O estudo inclui conversas detalhadas com os CEOs mais importantes do mundo, 250 dos quais já participam de entrevistas individuais desde 2007 e de um estudo com as empresas participantes do Pacto Global da ONU, em mais de 150 países e 30 setores da indústria. O estudo traça o desenvolvimento das motivações empresariais para se envolver com questões ambientais, sociais e de governança em seu core business. Em 2016, mais de 1.250 respostas da pesquisa foram recebidas de empresas, universidades, sociedade civil e ONGs, incluindo 1.012 CEOs de empresas participantes do Pacto Global das Nações Unidas, em 108 países e em 26 indústrias. As entrevistas detalhadas foram realizadas com mais de 50 CEOs, incluindo aqueles das maiores empresas do mundo.

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68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência-SBPC Sustentabilidade, Tecnologias e Integração Social

Fotos: Ascom/MCTIC, Fabiana Santos - CCS/Capes, Fernanda Farias-Ascom Inpa, Jardel Rodrigues/SBPC

Na abertura da 68ª Reunião Anual da SBPC

A

abertura da 68ª Reunião Anual da SBPC, contou com mais de 1800 pessoas no auditório do campus da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFBS), em Porto Seguro, reunindo dirigentes de várias instituições científicas. Estavam presentes na mesa de abertura várias autoridades do país, dentre elas, o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kasab; o reitor da UFSB, Naomar de Almeida; o Ministro da Educação, Celso Pansera; o presidente da Finep, Wanderley de Souza; o conselheiro da SBPC, Marco Antônio Raupp; o secretário de Ciência e Tecnologia da Marinha, Bento Lima; e o presidente da Academia Brasileira de Ciência (ABC), Luiz Davidovich. O evento foi marcado por manifestações contra a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com o das Comunicações. Durante a cerimônia, teve ainda apresentações da Orquestra Jovem de Trancoso, do Coral Municipal de Porto Seguro e homenagens aos professores William Saad Hossne e Ângelo da Cunha Pinto. 32

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A presidente da SBPC, Helena B. Nader, abriu a sessão com um discurso contundente sobre a necessidade de recuperação de recursos e priorização das áreas de educação, ciência e tecnologia no País. Nader reforçou o posicionamento da SBPC contrário à fusão do MCTI com o Ministério das Comunicações. Ela falou sobre a instabilidade que o país enfrenta. “Desde o ano passado está sendo difícil para todos nós brasileiros. Um ano que vai entrar para história como um período dramático na vida social, política e econômica do país, um período ruim para a ciência e a educação”, disse Nader, completando que o diálogo é fundamental para que as críticas e reivindicações da comunidade científica sejam ouvidas. “Se a fragilidade das contas públicas aflige a economia, a fragilidade do sistema educacional, científico e tecnológico provoca danos profundos e de longo prazo não só na vida econômica, mas também na sociedade como um todo e na maioria dos cidadãos, especialmente os de baixa renda”. “Devemos lutar para que o diálogo e o combate coerente voltem a prevalecer”, propôs

Helena Nader ao reivindicar que o governo federal destine às atividades de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) os mesmos valores empregados em 2013: cerca de R$ 9,4 bilhões. Helena enfatizou que “nossa luta continua pela reposição do orçamento pelo menos aos níveis do ano de 2013, já que não podemos pensar num estado soberano sem CT&I”. A presidente da SBPC deixou clara também a posição contrária da entidade à proposta do governo federal de reduzir o valor mínimo a ser investido pelo poder público para saúde e educação. “Somos frontalmente contra essa proposta”, disse Helena Nader. Ainda no plano do governo federal, a presidente da SBPC reafirmou a continuidade da luta pela volta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, desvinculado da área de Comunicações. “A criação de um ministério dedicado a pensar e gerir a ciência brasileira remonta ao início da década de sessenta. O sonho revistaamazonia.com.br


conseguimos esse desafio”, disse Almeida, completando que mais de 90% dos alunos são nativos.

Prêmio José Reis

Helena Nader, presidente da SBPC em seu discurso de abertura Durante a Solenidade de Abertura com dirigentes de várias instituições científicas

se concretizou em 1985, há exatos 31 anos. Não podemos ter retrocessos, pois acreditamos que somente com ciência e tecnologia fortes, associadas à educação de qualidade poderemos conquistar o país que queremos – justo e igualitário, com forte desenvolvimento econômico, sustentável e social”. De acordo com a presidente, apesar de todos os avanços científicos e tecnológicos, a sociedade encontra-se sem intolerância. “Precisamos de um mundo com menos Intolerâncias”, disse Helena Nader. “Apesar da globalização, que parecia ser a esperança de uma sociedade mais pacífica, interligada e tolerante, o que se vê são conflitos de toda ordem. Intolerância com a diversidade de gênero, raça e religião, violência urbana, diásporas e terrorismo”, afirmou. O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, parabenizou a SBPC pelo evento. “A SBPC é protagonista na comunidade científica, é um dos principais pilares do desenvolvimento da ciência, tecnologia, e inovação do país”, disse Kassab, lembrando que nas últimas semanas percorreu os institutos federais do país. “Percorri de norte a sul pelos institutos do Brasil, junto com os principais líderes, e pude identificar suas revistaamazonia.com.br

aspirações e os desafios, e contam com todo nosso apoio”. Para o reitor da UFSB, Naomar de Almeida, é uma grande satisfação receber um dos maiores congressos científicos de difusão do Brasil, e comentou que a UFSB, mesmo sendo uma universidade jovem, já se destaca. “A UFSB é a menor e mais jovem universidade brasileira. Queríamos que ela fosse popular e totalmente inclusiva, e ainda com um ensino de excelência, e nós

Durante a abertura da Reunião Anual foi realizada a entrega do prêmio José Reis de Divulgação Científica. Este ano a premiação foi para Luisa Medeiros Massarini, do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida, localizado no Rio de Janeiro (RJ).

Pavilhão MCTIC A mostra ExpoT&C apresentou novas tecnologias, produtos e serviços desenvolvidos em universidades e institutos de pesquisa vinculados ao MCTIC. Uma das grandes atrações da ExpoT&C foi o pavilhão do MCTIC com experimentos, oficinas e jogos interativos. O pavilhão se baseou no tema da 68ª Reunião Anual da SBPC, “Sustentabilidade, tecnologias e integração social”. A estrutura possui, por exemplo, uma instalação interativa em relevo com o formato do mapa do Brasil, a fim de explicitar a localização e a abrangência de unidades de pesquisa, organizações sociais e agências vinculadas à pasta e seus programas. No Espaço da Sustentabilidade, os visitantes da ExpoT&C podiam se informar de maneira lúdica sobre projetos do MCTIC em biodiversidade, construção sustentável, internet das coisas, manejo florestal, microscopia e monitoramento da Terra. Havia demonstrações de trabalhos do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), do Instituto Mamirauá, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e do Museu Paraense Emílio Goeldi.

Entrega do prêmio José Reis de Divulgação Científica, para Luisa Medeiros Massarini

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O ministro Gilberto Kassab ficou entusiasmado com a exposição sobre a Amazônia Azul, na abertura da ExpoT&C Gilberto Kassab, esteve no estande do Inpa, quando seus dirigentes entregaram um artesanato em formato de folha com cores diferentes, produzido pelo projeto do instituto “Madeiras da Amazônia”. “Essa folha simboliza a diversidade de madeiras que tem na Amazônia, e também que é possível transformar resíduos da floresta em produtos comerciáveis”

Integravam o pavilhão do MCTIC 28 estandes da Agência Espacial Brasileira (AEB), do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do CGEE, da Ceitec, do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do CNPq, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), do Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma), do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), do Inpe, do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Insa, do Instituto Mamirauá, do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Museu de Astronomia e CiO estande do MEC foi palco de torneio de robótica

Ministro Gilberto Kassab se reúne com institutos de pesquisa durante Reunião da SBPC, em Porto Seguro (BA)

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, parabenizou a SBPC pelo evento e disse, lembrando que percorreu os institutos federais do país: “Percorri de norte a sul pelos institutos do Brasil, junto com os principais líderes, e pude identificar suas aspirações e os desafios, e contam com todo nosso apoio”

ências Afins (Mast), do Museu Goeldi, da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) e do Observatório Nacional (ON).

A Química será a solução Em sua palestra, Adriano Defini Andricopulo, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), afirmou que a maior parte das soluções para os problemas globais de alimentação, poderá vir da Química. 34

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A população mundial deverá saltar do atual patamar de 7 bilhões de pessoas para 9 bilhões até 2050, e só a Quimica possibilitará o acesso a alimentos para esse contingente de pessoas, de forma sustentável. “A Química, sem dúvida, deve dar a maior contribuição para solucionar os desafios globais no século 21”, estimou Andricopulo, que é membro do comitê executivo e coordenador de transferência de tecnologia do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar) – um revistaamazonia.com.br


dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP. De acordo com dados apresentados pelo pesquisador, em 1960 um hectare de terra alimentava duas pessoas. Em 2050 a mesma quantidade de terra terá de alimentar mais de seis pessoas. Esse desafio é agravado pelo fato de que hoje não se consegue alimentar nem os 7 bilhões de pessoas existentes no mundo, ponderou. “Será preciso desenvolver novos produtos para proteger as culturas agrícolas contra pragas e doenças”, apontou Andricopulo. “Nesse sentido, a síntese química terá um papel fundamental.” Cerca de 40% dos alimentos existentes no mundo hoje não existiriam se não houvesse agroquímicos para protegê-los do ataque de organismos causadores de doenças em plantas (fitopatógenos), disse o pesquisador. A fim de desenvolver novos princípios ativos para pesticidas e herbicidas voltados a controlar ervas daninhas, pragas e doen-

Helena Nader, presidente da SBPC, com Vanderlan da Silva Bolzani, vice-presidente da SBPC, que recebeu a placa da SBPC, em homenagem ao falecido professor Angelo da Cunha Pinto e Jailson Bittencourt de Andrade, secretário da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC)

Naércio Menezes Filho (INSPER), na conferência: Educação, Desigualdade e Crescimento no Brasil

ças fúngicas – uma vez que com o passar do tempo os organismos podem desenvolver resistência a elas –, os químicos têm buscado cada vez mais inspiração em compostos naturais. Muitas plantas produzem misturas complexas de substâncias químicas que afetam o comportamento de insetos, influenciando onde vão se alimentar ou procriar, afirmou o pesquisador. “Essa informação pode ser usada para desenvolver métodos práticos para o controle de pragas”, disse. Já o aumento do conhecimento sobre a nutrição vegetal pode resultar na melhoria de plantas para absorver nutrientes vitais, como nitrogênio, de forma mais eficiente, indicou Andricopulo. Um elemento essencial para o desenvolvimento das plantas, uma vez que é usado em uma série de processos metabólicos, o nitrogênio é abundante na atmosfera, mas não tem nenhuma utilidade biológica direta e precisa ser convertido em outras formas, como nitratos, que as plantas são capazes de usar. “A Química pode contribuir na produção de catalisadores mais baratos, por exemplo, que poderiam ajudar as plantas a fixar nitrogênio de forma mais eficiente”, avaliou Andricopulo. Outro elemento essencial para as plantas – que, em alguns anos, até 80% dele estarão

Para Adriano Defini Andricopulo, professor do IFSC-USP, a maior parte das soluções para os problemas globais de alimentação, poderá vir da Química

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Luiz Davidovich (ABC) recordando e homenageando o Centenário da ABC, contou a história da instituição e sua importância para a ciência e a sociedade

disponíveis em formas que não podem ser absorvidas e usadas – é o fósforo. A fim de disponibilizá-lo para as plantas são usados comumente fertilizantes criados a partir de fosfato extraído de depósitos de rocha sedimentária e tratado quimicamente para aumentar sua concentração e torná-lo mais solúvel, de forma a facilitar sua absorção. O problema, contudo, é que os depósitos de fosfato no mundo podem se esgotar nos próximos 50 a 100 anos. “A Química pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento de novas tecnologias para recuperar o fósforo a partir de resíduos para potencial reutilização”, apontou Andricopulo.

Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho (UFRJ), na Sessão Especial em homenagem ao Centenário da ABC

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Durante a homenagem ao Centenário da ABC

100 Anos da ABC – homenagem da SBPC A presidente da SBPC abriu a sessão com um pequeno discurso onde salientou o papel fundamental da ABC na institucionalização da ciência no Brasil, como também o fato de que as duas entidades, ABC e SBPC, têm atuado como parceiras em vários momentos da história, mas sobretudo nos últimos anos. “Já o nascimento da SBPC, em 1948, teve a participação de diversos acadêmicos e sempre houve cientistas que atuaram tanto na Academia como na SBPC, como Maurício Rocha e Silva, Warwick Estevam Kerr, Sergio Ferreira, Crodowaldo Pavan e tantos outros. Também houve momentos muito importantes na construção do sistema brasileiro ciência e tecnologia em que a SBPC e a Academia ocuparam o mesmo cenário e marcharam juntas, como na criação da Capes no início dos anos 1950”, lembrou Nader. Um momento simbólico do início de parcerias vigorosas entre a ABC e a SBPC foi em 2009, “quando realizamos um estudo em que analisamos em profundidade o marco legal de ciência e tecnologia, e propusemos melhorias, e principalmente em relação às fundações de apoio”, disse a presidente da SBPC. Este era um ponto nevrálgico do sistema porque as fundações de apoio passavam a ter as mesmas restrições e dificuldades para compras e contratos que já tinham as universidades em sua administração direta. Ainda, neste documento apontamos as lacunas e falhas das legislações vigentes em prol da ciência e da educação. Esse estudo foi entregue pelo então presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp e pelo então presidente da ABC, Jacob Palis, ao governo 36

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Helena Helena Nader, presidente da SBPC entregou uma placa comemorativa à Luiz Davidovich, que afirmou: “Esta placa ficará por mais 100 anos na ABC, para representar a parceria que existe entre a ABC e a SBPC”

federal, precisamente ao próprio presidente Lula, durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, em maio de 2010.” Outros projetos mais recentes em que ABC e SBPC trabalharam em conjunto e

de modo sistemático e organizado foram o grupo de trabalho SBPC-ABC para estudar e encaminhar propostas para o novo Código Florestal; e o novo marco legal de ciência, tecnologia e inovação, aprovado no início deste ano. “Participamos de N reuniões, com outras entidades, com representantes do governo federal e com parlamentares. Resultado: temos um novo marco legal, muito melhor do que o anterior exatamente porque contou com a pró-atividade e a representatividade da comunidade científica, expressas enormemente na atuação conjunta SBPC-ABC,” afirmou Nader em seu discurso. A parceria tem possibilitado a mobilização de outras entidades do sistema nacional de CT&I, como o Conselho dos Secretários Estaduais de Ciência e Tecnologia (CONSECTI), o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Apoio a Pesquisa (CONFAP), e mesmo as entidades empresarias ligadas ao setor empresarial dedicado à inoNa conferência Intelectuais Indígenas: Escritores, Cineastas E Ativismo IntelectualAilton Krenak (Escritor indígena), Graça Graúna (Escritora indígena) e Eliane Potiguara (Escritora indígena)

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Presidente da FInep, Wanderley de Souza destacou que ações transversais vêm sobrepujando a atuação do FNDCT

Pesquisador Alvaro Prata participa da discursão de propostas para o país superar os entraves à inovação

vação, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI) e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC). Na visão da presidente da SBPC, a ação conjunta tem sido cada vez mais relevante, necessária e vigorosa. “Estamos nos posicionando de maneira conjunta em praticamente todas as pautas da ciência relacionadas aos poderes públicos: da regulamentação retrógrada da lei de acesso à biodiversidade, ao desatino de se ter no MCTI um político com agenda religiosa, incluindo-se, naturalmente, a luta para que a tríade ciência, tecnologia e inovação volte a ser representada”, concluiu Nader.

Parceria em momento de crise O presidente da ABC, Luiz Davidovich, reforçou a importância do trabalho que é realizado com a SBPC, principalmente em momento de crise política e econômica como vivemos, que tem afetado negativamente grandes projetos de CT&I no Brasil. “Temos programas e projetos quase parados, ou com carência de recursos, como o reator multipropósito brasileiro, o navio oceanográfico e o Instituto de Pesquisas Oceânicas, e diversos outros”, salientou Davidovich. Ele também afirmou que a luta contra a fusão do MCTI com o MiniCom, e pela recuperação do orçamento de CT&I, tem mobilizado a agenda conjunta da ABC e da SBPC nos últimos tempos. Davidoch apresentou um breve histórico da ABC, onde destacou desde o discurso de posse do 1º. presidente, o cientista Henrique Morize, até o relato de visitas ilustres durante a primeira metade do século XX, como Albert Einstein e Marie Curie. E momentos históricos relevantes, como o eclipse solar observado em Sobral, no Ceará, em 1919, que buscou a comprovação da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein. revistaamazonia.com.br

O diretor do CGEE, Antonio Carlos Filgueira Galvão, disse que os títulos de mestrado e doutorado no Brasil aumentaram 379% e 486%, respectivamente, entre 1996 e 2014

Para Jorge Guimarães, presidente da Embrapii, o momento de crise que vivemos já foi até pior em outras épocas da história brasileira, como na década de 1980. Que no Brasil é ainda muito baixo o investimento em ciência e tecnologia, sobretudo o investimento realizado pelo setor industrial e privado, ao contrário do que ocorre em países desenvolvidos. Além de investir até 3% do PIB em C&T, em países como os EUA, Coreia do Sul, Japão e alguns países europeus, o investimento é por vezes superado pela indústria do que pelos governos. O professor João Alziro Herz da Jornada, da UFRGS, ressaltou o papel que as academias de ciência representam para a validação e reconhecimento das ideias de cientistas de todo o mundo.

O grande potencial do mar Atlântico Conferência abordou o potencial da Amazônia Azul no desenvolvimento de fárma-

cos. Com mais de 8 mil quilômetros de extensão litorânea, a “Amazônia Azul” guarda no mar um tesouro farmacológico tão rico quanto a área de terra da “Amazônia verde”, afirma a bióloga Leticia Veras Costa Lotufo, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), durante a conferência “Farmacologia Marinha no Brasil: O potencial da Amazônia Azul no desenvolvimento de fármacos”. Lotufo afirma que o Brasil tem uma costa enorme, mas com uma exploração econômica ainda muito incipiente, quando observamos outros países. Segundo ela, o ambiente marinho ocupa dois terços do planeta e é um ambiente rico em interações ecológicas. A chamada Amazônia Azul conta com cerca de 3 milhões e meio de km². “Temos a segunda maior costa do mundo, mais algumas ilhas, como o Arquipélago de São Pedro e São Paulo”, afirmou. Na década de 60, com o desenvolvimento de equipamentos de mergulho, começaram a surgir os primeiros produtos naturais marinhos. “Com o aperfeiçoamento de equipamentos de mergulho podemos coletar em locais cada vez mais profundos no ambiente marinho”, explica. Segundo ela, os produtos oriundos dessa biodiversidade têm se modificado, já que teve um tempo em que eram produzidos por grandes indústrias e agora são produzidos por institutos de biotecnologia e universidades – que dividem o risco das pesquisas. Estudo aponta dados positivos para o Sistema Nacional de Pós-Graduação

A Amazônia Azul na SBPC REVISTA AMAZÔNIA

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“Um novo perfil está em curso. Estamos vivendo um novo momento de decisões importantes com o descobrimento de micro-organismos marinhos - bactérias e fungos como fontes de produto naturais. Para a pesquisadora, é impossível trabalhar no ambiente marinho de forma isolada, por ser uma ciência multidisciplinar. “Precisamos formar recursos humanos para criar uma massa crítica capaz de estudar a ecologia química marinha. Só assim poderemos descobrir o universo fantástico dessas micro e macromoléculas, diluídas na imensidão dos oceanos”, disse. Lotufo explica que há um potencial imenso de diversidade biológica e química. Mas com exploração sustentável, já que ela não pode ser pautada no extrativismo. Ela também afirma que, além da rica biodiversidade, a chamada Amazônia Azul tem uma importância econômica estratégica para o País.

Estudo Ela afirmou que, em um dos estudos, uma nova molécula encontrada em uma bactéria marinha pode ter um papel significativo no tratamento contra o câncer, em especial o câncer de pele do tipo melanoma. Chamada de seriniquinona, a molécula foi isolada de uma bactéria rara do gênero Serinicoccus. Ela explicou ainda que a molécula seriniquinona é capaz de reconhecer uma proteína presente principalmente nas células cancerígenas: a dermicidina, que está relacionada à sobrevivência da célula. “Quando a molécula se liga nessa proteína, acaba ativando uma série de processos de morte celular”, diz a pesquisadora.

O papel da Embrapii no suporte à Inovação no Brasil (SBPC Inovação)

O presidente da Embrapii, Jorge Guimarães, disse que os acordos da instituição

Os palestrantes, Abilio Baeta Neves (CAPES), Luiz Roberto Liza Curi (CNE), Hernan Chaimovich Guralnik

com as universidades federais são minoria entre os projetos realizados em dois anos da empresa, que embora tenham competência para fazer projetos inovadores em parceria com a Embrapii, Guimarães afirmou que uma parte das universidades não está conseguindo se credenciar diante de dificuldades para estreitar relações com o setor privado. Nesse contexto, Guimarães chamou a atenção para a execução do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, sancionado em janeiro com oito vetos, e acredita que a legislação terá dificuldade para funcionar nas universidades federais. A avaliação é de que existem procuradorias nas universidades que engessam o setor, dificultando, por exemplo, assinaturas de contratos com as empresas para execução de projetos de pesquisa com enfoque industrial. Os sinais também são de dificuldade de contratação de pesquisadores por tempo limitado.

Carência de cientistas e engenheiros O presidente da Embrapii mostrou o cenário do movimento empresarial em busca da inovação no mundo e a participação dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em países como França, Taiwan, Austrália e Japão, onde o investi-

Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente do CNPq, “Não é suficiente ter a biodiversidade. É preciso ter as competências que vão transformar essa biodiversidade em conhecimento e riqueza”

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mento em P&D é elevado e há 3 mil cientistas por milhão de habitantes. No Brasil são aplicados 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e existem 700 cientistas por milhão de habitantes. Guimarães voltou a lamentar o fato de a maioria (60%) dos investimentos no setor ser aplicada pelo governo, e 40% pelo setor privado, liderado pela estatal Petrobras. Conforme disse, nos Estados Unidos quem produz patentes são as empresas, enquanto que uma pequena parcela, de 3%, é aplicada pelas universidades, ao contrário do Brasil. “Nossa empresa investe pouco em pesquisa e desenvolvimento.” Alguns dos principais objetivos da Embrapii é promover inovação na indústria, em um esforço de reduzir riscos e aumentar recursos em P&D pelo setor empresarial, reiterou Guimarães. A intenção é alavancar os investimentos para 2% do PIB, sob a influência do setor privado e também de estimular o aumento de cientistas. Para fazer acordos com a Embrapii, por exemplo, é preciso ter foco em projetos e plano de ação para seis anos. Para o novo secretário do MCTIC, Álvaro Prata, o principal problema da área de ciência, tecnologia e inovação no Brasil não é somente de financiamento. Para ele, é Asher Kiperstok (UFBA) na conferência: Sustentabilidade ainda é possível?

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Na Assembléia Geral Ordinária dos Sócios da SBPC

Ulrich Glasmacher, Professor da Universität Heidelberg, na conferência “Sustainability, Important for and Dependent on Human Societies? Perspective from Planet Earth”

necessário dobrar o número de cientistas e engenheiros.

Modelo que dá certo Prata avaliou o projeto Embrapii e disse que “esse é um modelo que dá certo no Brasil”, porque aponta a direção, fomenta e avalia os passos seguintes, parecido “com modelo Capes”. Ele disse que este ano o MCTIC destinou R$ 59 milhões à Embrapii e acrescentou que esse é um “dinheiro bem empregado”. Hoje a Embrapii tem acordos com 80 companhias, entre pequenas e médias empresas, dentre as quais Embraer, Natura, Votorantim e Vale. O presidente da Embrapii voltou a chamar a atenção para a ausência de acordos com o setor farmacêutico, apesar do déficit superior a US$ 10 bilhões na balança comercial de fármacos. A instituição está negociando com o Ministério da Saúde para fazer acordos com o Instituto Butantan, por exemplo, prática que será aplicada também em outros setores, No estande do Ministério da Educação, protótipos de projetos de inovação desenvolvidos nos institutos federais e um pouco da rica história do sertão nordestino

Na Assembleia Geral dos sócios da SBPC, os conselheiros da entidade recusaram o pedido de renúncia ao cargo da Presidente e após apelo unânime de cada um dos presentes, Helena Nader aceitou prosseguir no exercício do mandato

como a área da Defesa. A instituição quer acordos também com a Capes, para contratação de pós-doutorado e com o CNPq, para atrair alunos do Programa Ciência sem Fronteiras.

Mesmo diante da crise econômica, o presidente da Embrapii comemora o número de empresas prospectadas a partir de 2014, cujas contratações somaram R$ 10 milhões, valores que subiram para R 116 milhões, em 2015. Segundo Guimarães, de janeiro a março deste ano os números somam R$ 47,47 milhões contratados. “Apesar da crise, a inovação cresceu no caminho que estamos buscando.”

Panorama Outros destaques da Reunião da SBPC: o lançamento do documentário Banco de Abrolhos: Maior Complexo Coralíneo do Atlântico Sul pelo CNPq, o projeto Bólido CX1, primeiro modelo brasileiro de handbike para atletas de alto rendimento, apoiado pelo Finep, da AEB, o Centro Vocacional Tecnológico Espacial (CVT Espacial), em construção no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Natal (RN). A coordenadora-geral de Gestão de Ecossistemas do MCTIC, Andrea Portela, abordou o financiamento da pesquisa em

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Na sessão de encerramento

biodiversidade no Brasil e o acesso à informação em plataformas de dados. O diretor de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia, Douglas Falcão, apresentou os preparativos para a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2016), de 17 a 23 de outubro. Já o diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde do CNPq, Marcelo Morales, fez uma conferência sobre experimentação animal. Na agenda organizada pelo MCTIC, estavam, ainda, palestras de representantes do CBPF, do Cemaden, do Ibict, do Inma, do Inpa, do LNCC, do LNLS, do Mamirauá, do Mast, da Nuclep e da Secretaria de Política de Informática (Sepin), além de oficinas de pesquisadores dos institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) Baiano, de Brasília e do Sul de Minas, com orientações sobre preparo de café orgânico, cerveja artesanal e chocolate. Desde 1948, a SBPC organiza sua Reu-

nião Anual em universidades públicas de todo o país. A instituição considera o encontro um espaço para difundir avanços da ciência em diversas áreas do conhecimento e um fórum de debates de políticas públicas. O evento tem apoio institucional do MCTIC.

O encerramento A 68ª Reunião Anual da SBPC, superou todas as expectativas. Durante o encerramento do evento, todos os participantes, como a presidente da SBPC, Helena Nader, e o reitor da UFSB, Naomar de Almeida Filho, elogiaram o trabalho em equipe para que o evento alcançasse êxito. A presidente da SBPC, emocionada, citou algumas atividades como ExpoT&C, SBPC Jovem e as Sessões Especiais que contaram com homenagens a algumas instituições. “Tivemos, entre as sessões especiais, o cenDurante o encerramento da 68ª Reunião Anual da SBPC

tenário da ABC (Academia Brasileira de Ciências), que nos presenteou com um uma vasta história sobre a ciência brasileira. Também teve a homenagem ao 50º aniversário da SBF (Sociedade Brasileira de Física) e da SBFTE (Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental), com marcantes histórias da farmacologia e dos fármacos. Daqui vamos levar conhecimento, participação e colaboração futura”, disse. O reitor da UFSB, por sua vez, falou sobre o desafio de organizar a Reunião Anual da SBPC e mencionou que o sucesso foi obtido em razão do trabalho em equipe, com a participação de funcionários e do corpo docente. O coordenador da Comissão Executiva Local, Carlos Caroso, também falou sobre a ousadia da UFSB de aceitar o desafio. “Após a aceitação do desafio e agora passado, de fato, os seis meses de execução do evento, temos sucesso. E ressalto que a realização da SBPC fez com que a universidade fosse mais conhecida além do âmbito regional”, disse.

A 68ª Reunião Anual da SBPC, em números No total, o evento obteve 6.313 inscritos, público constituído por cientistas, professores e estudantes, além de gestores de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de empresas e profissionais de órgãos governamentais de apoio à pesquisa científica e tecnológica. Mais uma vez, reafirmando o caráter nacional do evento, houve participantes de todos os estados do País, incluindo o Distrito Federal. Os inscritos se deslocaram de 587 cidades. O Estado da Bahia teve o maior número de inscrições (3.117); seguido de São Paulo (307), Rio de Janeiro (238), Mi40

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mesas-redondas, 6 encontros, 7 assembleias e 27 minicursos, que contemplaram diversas áreas da ciência. Muitas atividades tiveram como foco o tema central da Reunião: “Sustentabilidade, Tecnologias e Integração Social”. Quanto à SBPC Indígena, Paulo Roberto Petersen Hofmann, um dos tesoureiros da SBPC, lembrou que foram construídas quatro Ocas que serão aproveitadas para outras ocasiões dentro do projeto da universidade, que tem um bom número de alunos indígenas. “É um legado muito importante que ficou para universidade”, disse.

69ª RA da SBPC No Dia da Família na Ciência

nas Gerais (232), Pernambuco (212), Pará (211), Maranhão (181), Distrito Federal (174), Acre (169), Rondônia (153), entre outros. A secretária-geral da SBPC, Claudia Masini d’Avila-Levy, observou, porém, que o número de pessoas que frequentaram as atividades da Reunião foi bem superior ao de inscrições. Ela destacou ainda o número de participantes vindos de outros estados. Salientou ainda que 1.200 inscritos são professores que participaram da SBPC Educação, que aconteceu nos dias 1 e 2 de julho, no campus da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Teixeira de Freitas (BA). “Isso trará um grande impacto para a região”, disse. Para a secretária-geral da SBPC, o sucesso do evento também é devido à qualidade do trabalho da equipe. “O saldo do evento foi muito positivo, já que teve um esforço muito grande de todos os envolvidos para a sua realização”, disse Levy. Ela ressaltou o envolvimento dos estudantes da UFSB no projeto pedagógico da instituição, que é novo. “A gente percebe que eles estão felizes com este projeto e isso é muito bom. E é a primeira vez que a SBPC realiza a Reunião Anual em uma universi-

dade tão jovem. E vai ser difícil bater este recorde porque são dois anos apenas de universidade”, disse.

Qualidade A programação científica sênior da 68ª Reunião da SBPC contou com cerca de 200 atividades, dentre elas, 52 conferências, 66

MANAUS JÁ PODE CONTAR COM AS VANTAGENS DE UM ESCRITÓRIO COMPARTILHADO.

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que fará 90 anos em 2017, sediará a próxima edição da Reunião Anual. Jaime Arturo Ramírez, reitor da instituição, considerou o evento de Porto Seguro, como um sucesso. “Estou aqui aprendendo muitas coisas e vendo os desafios que nos foi passado. Temos agora a responsabilidade de superar o sucesso que foi em Porto Seguro, de riqueza da cultura, diversidade dos temas e a ExpoT&C”, disse ao finalizar, apresentando um vídeo do campus.

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O som estranho do mar do Caribe Pesquisadores o encontram. Ele age como um apito e pode ser ouvido a partir do espaço

Fotos: ETOPO1, NASA

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Mar das Caraíbas fala tão alto que pode ser “ouvido” do espaço. Mas, o misterioso som que produz é muito baixo para os ouvidos humanos detectar. Em um estudo recente da região, cientistas da Universidade de Liverpool descobriram que o Caribe se comporta como um apito maciço, através de oscilações incomuns no campo gravitacional da Terra. As características do mar do Caribe fazem com que o zumbido ocorra apenas naquela região Escute os sons bizarros do Mar do Caribe em: http://revistaamazonia.com.br/sonsdocaribe.mp4 O Mar das Caraíbas fica a sudeste do Golfo do México, e é parte do Oceano Atlântico. Ao analisar a atividade na região entre 1958 e 2013, os pesquisadores notaram um fenômeno estranho. Eles examinaram os níveis do mar e leituras de pressão a partir do fundo do mar, juntamente com medidores de maré e medições por satélite da gravidade, e descobriram que a área está produzindo o que eles apelida-

O Mar do Caribe está gritando tão alto que pode ser escutado do espaço. Na foto, o Caribe visto a partir da Estação Espacial Internacional Grace, da NASA

ram de “apito Rossby”. Isto acontece quando uma grande onda que flui lentamente para o oeste, uma onda de Rossby, interage com o fundo do mar. Quando a onda atinge o limite ocidental morre, mas reaparece no lado oriental da bacia. Os cientistas descrevem isso como o “bu-

Imagem de batimetria da bacia do Mar do Caribe (topografia subaquática)

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raco de minhoca Rossby”. Esse processo só pode sobreviver por ondas de comprimento particular, ou que de outra forma iria cancelar-se para fora. Ondas de Rossby, no entanto, reforçam-se e produzem uma oscilação com um período distinto. Como resultado do período de 120 dias, o Mar do Caribe “apita” solta um A-plana que é muitas oitavas abaixo da faixa audível ao ser humano. “Podemos comparar a atividade do oceano no Mar do Caribe ao de um apito”, disse o professor Chris Hughes, um especialista em Nível do Mar Ciências da Universidade. Quando você soprar um apito, o jato de ar torna-se instável e estimula a onda de som ressonante que se encaixa na cavidade apito. Porque o apito está aberto, o som irradia para que você possa ouvi-lo. “Da mesma forma, uma corrente do oceano que flui através do Mar do Caribe torna-se instável e excita uma ressonância um pouco estranho, tipo de onda do mar chamado de “ onda de Rossby” Porque o Mar do Caribe é parcialmente aberto, isso faz com que uma troca de água com o resto do oceano que nos permite” ouvir “a ressonância usando medições de revistaamazonia.com.br


O som estranho e de baixa frequência é proveniente do Mar do Caribe

gravidade”. Os pesquisadores dizem que o apito Rossby poderia ter um efeito sobre o nível do mar, e por sua vez aumentar a probabilidade de danos causados por enchentes. Em particular, isto pode ter implicações para Barranquilla na Colômbia, onde inundação perde aumentar dramaticamente com apenas 20 centímetros de aumento do nível do mar. “Este fenômeno pode variar do nível do mar em até 10 cm ao longo da costa da Colômbia e da Venezuela, assim compreendê-lo pode ajudar a prever a probabilidade de inundações costeiras”, disse Hughes. Junto com isso, os pesquisadores suspeitam que o apito Rossby pode afetar todo o Atlântico Norte, devido ao seu papel na regulação do fluxo na atual Caribe. Esta corrente desempenha um papel fundamental na Corrente do Golfo, que ajuda a conduzir o clima do oceano. • O “Rossby apito” ocorre quando uma onda de Rossby interage com fundo do mar • A água derrama dentro e fora da bacia a cada 120 dias, alterando o campo de gravidade • As flutuações são detectados por satélite e apito toca uma nota bemol • Mas, esta nota é muitas oitavas abaixo da faixa audível para os seres humanos.

Isto acontece quando uma grande onda que flui lentamente para o oeste, uma onda de Rossby, interage com o fundo do mar. Quando a onda atinge o limite ocidental morre, mas reaparece no lado leste da bacia, causando o que os cientistas descrevem como “Rossby buraco de minhoca”

Os pesquisadores examinaram os níveis do mar e leituras de pressão a partir do fundo do mar, juntamente com medidores de maré e medições por satélite da gravidade, e descobriram que a área está produzindo o que eles apelidado de “apito Rossby”

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IBGE lança o Atlas Nacional Digital do Brasil Fotos/Mapas: IBGE, Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou recentemente, em seu site na internet o Atlas Nacional Digital do Brasil 2016. O lançamento marca a inauguração da política do IBGE de divulgação anual do Atlas Nacional Digital do Brasil. A base de dados é o Atlas Nacional do Brasil Milton Santos, publicado em 2010, que inclui 780 mapas. O Atlas Nacional Digital do Brasil 2016 é estruturado em torno de quatro grandes questões: “O Brasil no mundo”; “Território e meio ambiente”; “Sociedade e economia”; e “Redes geográficas”. Além do recurso ao texto escrito, o atlas utiliza mapas, tabelas e gráficos, “o que permite um amplo cruzamento de dados estatísticos e feições geográficas que tornam flexível e abrangente a seleção de informações”, diz a nota divulgada pelo IBGE. O usuário pode ter acesso a todas as páginas da publicação, podendo fazer download e consultar os seus dados geográficos, estatísticos e seus metadados (informações básicas sobre o dado). O atlas digital possibilita analisar os 780 mapas em um ambiente interativo, com navegação pelo mapa, incluindo a possibilidade de “alterar a escala de visualização, ver e exportar tabelas e arquivos gráficos, personalizar o mapa superpondo temas de várias fontes, gerar imagens, salvar o ambiente de estudo para posterior análise e abrir um ambiente personalizado de estudo”. Além da base do Atlas Nacional do Brasil Milton Santos, a edição 2016 traz ainda 170 mapas com informações demográficas, econômicas e sociais atualizadas e um caderno temático sobre a população indígena no Brasil. Palmas - Roraima é o estado brasileiro que detém o maior percentual de indígenas em terras demarcadas (83,2%)

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Centro-Oeste. Na Região Norte, este percentual chega a 73,5% e no Centro-Oeste 73,5% dos indígenas estão em território demarcado. Roraima é o estado brasileiro que detém o maior percentual de indígenas em terras demarcadas (83,2%) e o Rio de Janeiro, o menor, com apenas 2,8% do total.

Taxa de Fecundidade IBGE lança Atlas Nacional Digital do Brasil 2016 com mapas interativos e Caderno Temático sobre indígenas

Segundo o IBGE, o atlas digital “faz um mapeamento inédito sobre a localização dessa população dentro e fora das Terras Indígenas, segundo dados do Censo Demográfico 2010”. O Censo de 2010 constatou que, de uma população de 899,9 mil indígenas existentes em todo o país, 517,4 mil (57,8%) viviam em Terras Indígenas oficialmente reconhecidas na época da realização da pesquisa, outros 298,871 mil (33,3%) viviam em áreas urbanas, principalmente nos grandes centros; e outros 80,663 mil (8,9%) habitavam áreas rurais, aí incluídas terras indígenas não reconhecidas pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Os dados fazem parte do primeiro Caderno Temático sobre a população indígena e constam do Atlas Digital do Brasil 2016, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está lançando hoje (27), com mapas interativos com o aprimoramento do Censo Demográfico 2010, sobre a distribuição da população indígena no território nacional. De acordo com os dados, a maioria destes 57,7% se concentra nas regiões Norte e

Segundo a demógrafa de mapeamento populacional Indígena do IBGE Nilza de Oliveira Martins, existe uma variação na taxa de fecundidade entre as populações indígenas que moram na cidade, em áreas rurais e em reservas oficialmente reconhecidas pela Funai, sendo maior entre este último grupo. Para o levantamento, o IBGE considerou a proporção de crianças até quatro anos, em relação a mulheres entre 15 e 49 anos. Em terras indígenas, essa proporção era de 74 crianças para cada grupo de 100 mulheres, o que resulta em taxa de fecundidade de aproximadamente 5 filhos para cada mulher. Nas áreas rurais, a proporção cai um pouco: são 54 crianças para cada grupo de 100 mulheres (4,2 filhos por mulher). Já nos centros urbanos a média cai para menos da metade: 20 crianças para cada 100 mulheres (1,6 filho por mulher). “Isto comprova que há um envelhecimento significativo da população indígena que vive em áreas urbanas do país, principalmente nos grandes centros. Esta taxa de fecundidade entre os indígenas que vivem nas áreas urbanas é ainda maior do que a taxa de fecundidade para o total da população brasileira de uma maneira geral, que é de 1,9 filhos por cada mulher”, disse.

Reconhecimento De acordo com o Atlas Nacional Digital, 75% das pessoas que se declararam indígenas no país souberam informar o nome de sua etnia ou o povo ao qual pertencem. As etnias mais representativas, segundo as unidades da federação, revelaram características determinantes de possíveis padrões de distribuição espacial de algumas delas. Os Xavantes, por exemplo, estão entre os mais numerosos em todos os estados da região revistaamazonia.com.br


social, econômica, ambiental e cultural do imenso território brasileiro”.

Aplicativo

Versão digital do Atlas permite navegar e fazer o download de 780 mapas

Centro-Oeste, e os Guarani Kaiowá, com penetração em toda região Sul e parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste. A publicação, cujo lançamento inaugura a política do IBGE de divulgação anual do Atlas Nacional Digital do Brasil, analisa as características sociodemográficas dentro e fora das Terras Indígenas, de forma a dar maior visibilidade a esse segmento da população e mapear estas informações. O Caderno Temático identificou 274 línguas indígenas no Brasil. Em áreas demarcadas, 57,3% de indígenas com mais de cinco anos falam ao menos uma dessas línguas, enquanto em áreas urbanas, o percentual cai para 9,7%. Em áreas rurais, este percentual chega a 24,6%. Em uma análise regional, as línguas indígenas são faladas em maior porcentagem nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste. Esta última região concentra o percentual mais elevado do país, com 72,4% dos indígenas que vivem em Terras Indígenas demarcadas falando alguma dessas línguas.

que permite um amplo cruzamento de dados estatísticos e feições geográficas que tornam flexível e abrangente a seleção de informações, permitindo o entendimento aproximado da diversidade demográfica,

O IBGE lançou também um aplicativo que para navegação em ambiente interativo que permite aos usuários - que queiram ter acesso somente ao conjunto de mapas ou aos que possuem conhecimento mais avançado quanto à busca de informações geográficas on line - ter acesso a todas as páginas da publicação, podendo fazer download e consultar dados geográficos, estatísticos e metadados. “A aplicação possibilita também analisar os 780 mapas do Atlas em um ambiente interativo, que permite a navegação pelo mapa, alterar a escala de visualização, ver e exportar tabelas e arquivos gráficos, personalizar o mapa superpondo temas de várias fontes, gerar imagens, salvar o ambiente de estudo para posterior análise e abrir um ambiente personalizado de estudo”.

O usuário pode ter acesso e consultar os seus dados geográficos, estatísticos e seus metadados

Atlas O Atlas Nacional Digital do Brasil 2016 incorpora, em ambiente interativo, as informações contidas no Atlas Nacional do Brasil Milton Santos, publicado em 2010, acrescidas de 170 mapas com informações demográficas, econômicas e sociais atualizadas e o Caderno Temático sobre a população indígena no Brasil. Segundo o IBGE, o Atlas “revela as profundas transformações ocorridas na geografia brasileira, acompanhando as mudanças observadas no processo de ocupação do território nacional na contemporaneidade”. O Atlas se estrutura em torno de quatro grandes temas: o Brasil no mundo; Território e meio ambiente; Sociedade e economia; e Redes geográficas. Além do texto escrito, o Atlas utiliza mapas, tabelas e gráficos, “o revistaamazonia.com.br

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Os recifes de coral juntam diversas espécies de peixes

Identificados 15 recifes de corais que são “pontos brilhantes” de vida

Cientistas avaliaram a abundância de peixes em mais de 2.500 recifes. Em 35 casos, a realidade era muito pior do que o esperado, mas outros 15 poderão tornar-se exemplos para a conservação por Nicolau Ferreira

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um ano em que soaram os alarmes devido ao branqueamento de corais na Grande Barreira de Coral, na Austrália, ligado ao fenômeno climático do El Niño, um estudo publicado recentemente, avaliou a vitalidade dos recifes de coral em todo o mundo, dando uma nova perspectiva para a conservação destes lugares. Partindo de vários fatores socioeconômicos e ambientais, uma equipe de cientistas analisou a abundância de peixes em 2.514 recifes de coral. Deste universo, 15 recifes 46

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Fotos: Josh Cinner Cientistas descobrem punhado de “pontos luminosos” entre em recifes de corais do mundo

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tinham uma abundância muito maior de peixes do que era esperado, enquanto outros 35 tiveram uma avaliação muito negativa. “Dada a diminuição generalizada dos peixes dos recifes de coral em todo o mundo, ficamos realmente entusiasmados com estes pontos brilhantes que estavam numa situação muito melhor do que antecipamos”, diz Josh Cinner, líder do estudo. “Estes ‘pontos brilhantes’ são recifes com muito mais peixe do que o esperado, tendo em conta a exposição que têm a pressões como a população humana, a pobreza e condições ambientais desfavoráveis”, explica o investigador, de um centro de estudos de recifes de coral da Universidade James Cook, na Austrália, e que usa as ciências sociais para analisar como as comunidades humanas e os ecossistemas onde se inserem vão reagir às alterações climáticas. Os “pontos brilhantes” (uma tradução livre da expressão inglesa bright spot) encontrados no estudo não eram locais completamente livres da intervenção do homem. Eram antes lugares que, em geral, tinham uma população com “um maior nível de comprometimento no processo de gestão [dos ecossistemas], que era muito dependente dos recursos costeiros”, em que as pessoas tinham direito à terra e onde predominavam certos tabus, explica o artigo. Um exemplo é a ilha Karkar, na Papuásia-Nova Guiné, onde os recursos piscícolas são explorados mediante um sistema rotativo dependente do estado dos stocks de peixe, e onde uma zona de pesca atribuída a uma aldeia não pode ser usada por pesca-

dores de outras aldeias. Por outro lado, os recifes de coral situa-

O estudo da equipe de Josh Cinner é impressionante. “É uma abordagem absolutamente nova que junta a informação ecológica e social, e faz uma ponte da saúde humana e do desenvolvimento para a conservação”

Colinearidade entre co-variáveis contínuas e categóricas (incluindo a região biogeográfica, habitat, status de proteção e profundidade) foram analisados usando gráficos de caixas revistaamazonia.com.br

dos perto de uma região mais funda eram também mais ricos porque os peixes podiam esconder-se nestas regiões, ficando longe das redes de pesca. Já os “pontos escuros”, com uma avaliação muito mais negativa relativamente ao esperado, eram recifes onde havia tecnologias de pesca que permitiam retirar mais quantidades de peixes, como redes de pesca potencialmente destrutivas e congeladores para peixe, além de terem tido uma história recente de choques ambientais. Além disso, a proximidade a centros urbanos pode ser um perigo mesmo para recifes que estão dentro de áreas de conservação e estão protegidos legalmente, como no Noroeste do arquipélago do Havai. “As reservas marinhas não vão ser suficientes”, afirma Josh Cinner. Segundo REVISTA AMAZÔNIA

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Pontos brilhantes sobre o futuro dos recifes de coral

o cientista, é preciso olhar para os pontos brilhantes como exemplo. “Especificamente, fazer investimentos para que haja envolvimento das comunidades locais, dando às pessoas direitos de posse, permitindo que elas desenvolvam soluções criativas que ajudem a desafiar as expectativas da diminuição dos recursos dos recifes”. Para Emily Darling, uma cientista que trabalha na área da conservação da natureza na Sociedade de Conservação da Vida Selvagem, nos Estados Unidos, o estudo da equipe de Josh Cinner é impressionante. “É uma abordagem absolutamente nova que junta a informação ecológica e social, e faz uma ponte da saúde humana e do desenvolvimento para a conservação”, diz. “Identifi-

Padrões globais e controladores de biomassa de peixes de recifes

Manchas claras e escuras entre os recifes de coral do mundo

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car quais as condições que criam os pontos brilhantes é incrivelmente esperançoso para a conservação dos recifes de coral e para uma pesca sustentável.”

Professor Joshua Cinner da Universidade James Cook, emTownsville, na Austrália, tem viajado por todo o mundo pesquisando os recifes de coral revistaamazonia.com.br


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Criaturas bizarras encontradas em áreas mais profundas do oceano Expedição brilha uma luz sobre o ponto mais profundo do oceano, a Fossa das Marianas

Fotos: NOAA, Exploração na Fossa das Marianas 2016

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o oeste do Oceano Pacífico, a leste das Filipinas, encontra-se o lugar mais profundo do planeta a Fossa das Marianas. Esta longa, vala estreita no fundo do oceano, com 2,5 mil km de comprimento e 69 km de largura, a Fossa das Marianas, marca a fronteira entre duas placas tectônicas. Ela chega a uma profundidade de até 11 mil metros. Isso é maior do que a altura do Monte Everest, a montanha mais alta do mundo, que mede milhas 8.848 metros, acima do nível do mar. A Fossa das Marianas é o lar de uma rica variedade de vida marinha – os recifes de coral, as comunidades de esponja, e vulcões submarinos são encontrados lá. Mas porque muito poucos seres humanos têm sido capazes de ir tão longe, os cientistas ainda sabem muito pouco sobre ela. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) e vários parceiros estão trabalhando para mudar isso. O navio da NOAA chamado o Okeanos Explorer fez recentemente uma expedição na Fossa das Marianas. Usando um potente sonar, os pesquisadores identificavam a presença de criaturas interessantes do fundo do oceano, e enviavam um veículo submarino operado remotamente (Robô) foram enviados para fora do navio tomando vídeos da vida nas suas áreas mais profundos e obscuros, para capturar imagens em alta resolução. Cientistas de todo o mundo, juntamente com o público em geral, podem agora, assistir os vídeos em tempo real. Estes vídeos estão revelando as partes mais misteriosas do oceano. Grande parte da área que a Okeanos explorou é protegida desde 2009 como parte do Monumento Nacional Marinho Marianas Trench. Cobrindo mais de 95.000 milhas quadradas, que é uma das maiores áreas protegidas marinhas do mundo (tendo a ver com o oceano). As condições de vida são duras na Fossa das Marianas. É muito escuro, de modo que os animais que vivem lá devem usar outras maneiras além da visão para entender o seu 50

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A Fossa das Marianas é carregada de vida do mar estranha e maravilhosa A equipe da missão a bordo posa para uma foto na proa do navio antes de entrar no porto de Saipan para o fim da expedição

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Enteropneusta roxa e translúcida um dos muitos tipos de fauna estranhas observadas na Fossa das Marianas

Segundo cientistas, essa lesma-do-mar é o provavelmente parte de uma nova espécie Esse tamboril usa a estrutura entre seus olhos para atrair presas e as engole de uma só vez com sua grande boca

Espécime rara de águaviva têm tentáculos longos e curtos Espécime ainda muito jovem de um coral da família ‘Isididae’

Tipo incomum de coral fazendo círculos no fundo do oceano

espaço, sentidos, encontrar comida, e iludir os predadores. A água também é muito fria, um pouco acima de zero e sua pressão é extremamente alta. Isso significa que apenas certos animais podem viver lá, como camarão, caranguejos e estrelas do mar. As câmeras da expedição filmaram e fotografaram uma grande variedade de criaturas do mar profundo, raramente vistos. Eles incluem tubarões fantasmas, lagostas gigantes e porcos mar. Talvez a mais surpreendente visão foi uma bela água-viva brilhante que os cientistas nunca tinham visto antes. Ela foi encontrada em 24 de abril, a uma profundidade de 3,7 mil metros abaixo da superfície, o espécime se parecia mais com uma criatura de sonhos e fantasia de revistaamazonia.com.br

Um close um coral pouco antes de ele ser coletado para análises

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A Fossa das Marianas é carregada de vida do mar estranha e maravilhosa

Enguia com a forma da cabeça incomum: a grande cabeça bulbosa possui olhos pequenos, grandes narinas e uma boca colocado baixo na cabeça. Este animal poderia ser uma nova espécie

Uma esponja muito incomum, o que representa um novo recorde para a região e pode ser uma nova espécie

Na sala de controle do navio Okeanos Explorer imagens profundas do robô Discoverer

ficção científica do que um animal do nosso planeta - e esse misto de estranhamento e fascinação fez com que essa e outras fotos e vídeos da mesma expedição virilizassem. 52

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Impacto mundial Os cientistas esperam que esta expedição, que terminou em 10 de julho, vai ajudá-los a desvendar os mistérios da Fossa das Maria-

Espécie de Esponja desconhecida, onde os pontos brancos em seu corpo podem ser embriões revistaamazonia.com.br


Belo Groppo (Grammatonotus sp.) encontrado em Eifuku Seamount

Predador invertebrado que fica preso a rochas ou no leito do oceano à espera de que presas entrem em sua boca Um dos estranhos tipos de águas-vivas-de-pente documentados na expedição

Os tentáculos dessa anêmona encontrada encrustada em uma rocha flutuam de acordo com a correnteza

Conjunto de ouriços do mar vivendo em saliência rochosa elevada

nas. Eles vão usar as informações coletadas pela expedição para mapear o Monumento Nacional Marinho das Marianas e aprender sobre os animais do fundo do mar e plantas encontradas lá. Eles também vão estudar suas características únicas, incluindo montanhas submarinas, vulcões de lama, e as fontes hidrotermais (águas termais produzidas por vulcões submarinos). Especialistas dizem que este conhecimenrevistaamazonia.com.br

to também irá ajudar os cientistas a entender melhor como a parte mais profunda do oceano afeta o resto do mundo. “O oceano desempenha um papel no ar que respiramos, o alimento que comemos, e o transporte das mercadorias que compramos, para não mencionar o tempo e as alterações climáticas”, afirma a NOAA. “O mar também pode realizar curas para doenças. Como vamos saber o que está lá fora, se não estamos procurando por ele?” Pouco se conhecia sobre a ecologia desta fenda de cerca de 11 km – na verdade, muitas vezes é dito que sabemos mais sobre a superfície de Marte.

O robô Discoverer e uma imagem profunda de um campo de fonte hidrotermal recémdescoberto em Chamorro Seamount

Dois pequenos crustáceos parecendo que estão posando sobre a haste de uma esponja

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Bertholletia excelsa, popularmente conhecida como castanha-do-pará, castanha-do-brasil

Quantidade de selênio nas castanhas-dopará também conhecida como castanhasdo-brasil, varia de acordo com região Pesquisa da Embrapa e outras instituições do país demonstra que há diferença nos teores do mineral dependendo da região de ocorrência Fotos: Lucia Wadt, Ronaldo Rosa

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equena no tamanho, mas grande em benefícios, a castanha-do-pará ou castanha-do-brasil é mundialmente reconhecida como a maior fonte natural de selênio (Se). Este mineral, essencial ao corpo humano, combate o envelhecimento celular e oferece outros tantos benefícios. Mas será que o teor de selênio é o mesmo em qualquer castanha encontrada no supermercado? Pesquisas realizadas na Universidade Federal de Lavras (Ufla), em parceria com pesquisadores da Embrapa mostraram que não é bem assim. Os cientistas descobriram que as concentrações do

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mineral nas amêndoas de castanha-do-brasil variaram muito entre as regiões produtoras do País. Aquelas coletadas no Amazonas e no Amapá, por exemplo, apresentaram cerca de 30 vezes mais Se do que as oriundas do Mato Grosso e Acre. Existe uma recomendação de se ingerir cerca de 55 microgramas de selênio (mcg) por dia, sendo o limite máximo permitido de 400 mcg de Se/dia. Com base nesses dados, os pesquisadores avaliaram a quantidade de Se em castanhas coletadas em castanhais nativos do Mato Grosso, Acre e Amapá, e também de quatro clones cultivados no

Amazonas (Fazenda Aruanã, em Itacoatiara), uma vez que a castanheira ocorre em todo o bioma amazônico, cuja maior área encontra-se em território brasileiro. Outro resultado interessante foi que os teores de selênio em clones de castanheira cultivados na Fazenda Aruanã também apresentaram diferenças nas quantidades observadas. “Esse último resultado sugere que não só o solo influencia na quantidade de selênio presente na castanha, mas também a capacidade da planta (genótipo) em absorver esse elemento”, explica a pesquisadora da Embrapa Rondônia, Lúcia Wadt. revistaamazonia.com.br


Antes desse resultado, os cientistas se questionavam se apenas o solo teria influência no teor de selênio da castanha. Os pesquisadores também descobriram nesse trabalho que a diferença nos teores de selênio entre plantas muito próximas pode chegar a mais de cinco vezes, mas ainda não se sabe quais fatores estão influenciando a quantidade do mineral nas amêndoas. Para se ter ideia, o estudo mostra que as variações são de 0,5 a 3,5 mg kg-1 em amostras coletadas no Acre, 0,5 a 2 mg kg-1 em amostras do Mato Grosso, 20 a 82 mg kg-1 em amostras do Amapá e 11 a 98 mg kg-1 em amostras do Amazonas. Com base nesses resultados, não é possível definir um número único de castanhas a serem consumidas diariamente a fim de completar a recomendação diária de 55 mcg de selênio por dia. No entanto, embora não se possa generalizar, a pesquisa revelou que uma única castanha da amostra coletada no Amazonas pode oferecer em média a quantidade de 185,7 mcg de Se, ou seja, 3,4 a mais do que o recomendado e as oriundas da amostra do Amapá oferecem cerca de 2,3 vezes a concentração de 55 mcg/dia. Já uma castanha entre as pesquisadas no Acre ou no Mato Grosso não oferece nem 10% desse teor recomendado e para atingi-lo seria necessário comer 11 amêndoas da amostra acriana e 15 da coleta mato-grossense. Os pesquisadores ressaltam que esses resultados são de uma pesquisa inicial e os valores apresentados não podem ser tomados como padrões, pois há muita variação entre plantas de uma mesma região. No entanto, serve de alerta para que o consumidor observe a origem da castanha que está adquirindo e os valores de selênio informados no rótulo das embalagens. “Es-

Mundialmente reconhecida como a maior fonte natural de selênio (Se)

Castanha ouriço

ses resultados servem também para alertar as empresas que processam e embalam a castanha-do-brasil sobre a importância de se avaliar o teor de selênio para cada lote ou região de origem da matéria-prima”, complementa Wadt. Além da quantidade do mineral presente no alimento é importante saber o percentual de aproveitamento da substância no organismo, ou a quantidade que o corpo é capaz de absorver dele, chamado de biodisponibilidade do selênio. Somente com esse dado é Castanha-do-pará ou castanha-do-brasil

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possível preconizar as quantidades a serem ingeridas. Devido à ampla variação entre os teores de Se na castanha dependendo da região geográfica, e ainda entre a capacidade de cada planta absorver o mineral, há necessidade de mais estudos sobre a biodisponibilidade do selênio para que se tenham valores concretos de recomendação de ingestão deste alimento para a população. “Comer uma castanha-do-brasil por dia não deve ser uma recomendação generalizada. É preciso saber a concentração e a biodisponibilidade de selênio da castanha que está sendo consumida”, alerta a pesquisadora. Este estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores das Unidades da Embrapa do Amazonas, Amapá e Rondônia, da Universidade Federal de Lavras e da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), campus de Tupã.

A castanha e o selênio É comumente divulgado que o consumo de uma castanha por dia ajuda a combater doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, câncer e obesidade. Um estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, comprovou que a ingestão diária de duas castanhas eleva em cerca de 65% o teor de selênio no sangue, mas alertou sobre os problemas com a toxidade desse mineral. Outro estudo da USP, que ganhou o prêmio Jovem Cientista do CNPq em 2015, também comprovou efeitos benéficos do selênio, nesse caso, contra o mal de Alzheimer. De uma maneira geral, os nutricionistas brasileiros recomendam a ingestão de uma única castanha por dia, mas também alertam que quantidades elevadas do mineral podem provocar intoxicação por selênio, ou selenose, causadora de perda de cabelo, fadiga, fraqueza das unhas, lesões na pele e problemas gastrointestinais. REVISTA AMAZÔNIA

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Como o cérebro cria o zero a partir do nada por Ana Gerschenfeld

Fotos: Dr. Hannah Fry, Sociedade Americana De Matemática

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o contrário dos números 1, 2, 3…, que contam objetos, “0” simboliza o vazio – e a sua invenção foi um dos maiores avanços intelectuais da humanidade. Os processos neuronais envolvidos nesta façanha cognitiva começam agora a ser desvendados. O número zero, que representa o nada, a inexistência de algo, é fundamental para tudo o que fazemos, das contas do dia-a-dia à construção de naves espaciais, da matemática à física à engenharia e aos mais sofisticados algoritmos informáticos. Porém, a sua invenção é relativamente recente e demoramos séculos a perceber a sua real importância e a conseguir utilizá-lo como o número de pleno direito que é. Como é que o nosso cérebro faz para transformar o nada, o vazio, nesse ubíquo número que todos conhecemos e que é representado, no nosso sistema numérico, pelo símbolo “0”? Uma equipe da Universidade de Tübingen, na Alemanha, acaba de dar um passo significativo na identificação das bases neuronais deste processo cognitivo. Andreas Nieder e os seus colegas realizaram um estudo com dois macacos Rhesus que fornece, pela primeira vez, indicações concretas sobre “como e onde o cérebro traduz ativamente a ausência de estímulos contáveis numa categoria numérica”, explica aquela universidade num comunicado. Mas será que os macacos Rhesus sabem Processos cerebrais que levam ao conceito de “zero” na linha de número

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contar? Sim, com treino – e se o número de objetos a contar não for demasiado grande. Acontece que as capacidades numéricas básicas não são exclusivas da espécie humana: sabe-se há várias décadas que muitas espécies animais possuem um “sentido de número” (ou seja, uma ideia aproximada da quantidade de objetos num dado conjunto, ou “numerosidade”). Experiências com ratos, por exemplo, mostraram que estes animais podem ser ensinados a distinguir entre a ocorrência de dois eventos e a de quatro. “Ratos, pombos, papagaios, golfinhos e, claro, primatas, conseguem discriminar padrões visuais ou sequências auditivas com base apenas em propriedades numéricas (…) e também possuem capacidades elementares de adição e subtração”, explicava, já em 1997, no então recém-criado think tankonline Edge, o hoje reputado neurocientista Stanislas Dehaenne, professor do Collège de France, em Paris. Contudo, isto não se compara à nossa capacidade mental de manipular símbolos numéricos: “São precisos anos de treino para incutir os símbolos numéricos aos chimpanzés (…). A manipulação simbólica exata de números é uma capacidade exclusivamente humana”, acrescentava Dehaenne.

Existem processos neuronais que transformam a inexistência de estímulos sensoriais - o vazio - no conceito numérico abstrato a que chamamos zero

Uma longa saga A história do zero merece ser contada. É uma história atribulada que dá a volta ao mundo, numa longa viagem de séculos, protagonizada por brilhantes matemáticos de vários continentes. Mas, antes disso, há uma pergunta que há muito vem sendo colocada: os números, incluindo o zero, foram “descobertos” – porque já existiam na natureza – ou “inventados” por nós? A maioria dos especialistas concorda hoje em dizer que os números foram descobertos, que não são uma pura criação da mente humana. E quando é que o zero foi descoberto? Aí, a resposta pode parecer paradoxal: foi sem dúvida descoberto há muitos séculos, mas a sua natureza profunda só muito mais tarde seria plenamente compreendida e “domada” pela mente humana. A primeira manifestação do zero de que há registo surgiu há uns 4000 a 5000 anos na Suméria, sob forma de um par de marcas cuneiformes, afirmava em 2009, na revista revistaamazonia.com.br


Na placa de Gwalior (Índia), datada de 876 d.C., o número “270” surge quase idêntico à sua representação atual

Scientific American, o matemático Robert Kaplan, autor do livro The Nothing That Is: A Natural History of Zero. Pelo seu lado, Charles Seife, autor do livro Zero: The Biography of a Dangerous Idea, (editado em Portugal pela Gradiva sob o título Zero, Biografia de uma Ideia Perigosa), não acredita nesta datação tão antiga. “Houve pelo menos duas descobertas, ou invenções, do zero”, explicava no mesmo artigo. “A que chegou até nós veio do Crescente Fértil [que incluía Suméria e Babilónia]” e apareceu entre 400 e 300 a.C. na Babilónia. A seguir, o zero terá passado da Babilónia para a Índia e para os países árabes do Norte de África antes de atravessar o Mediterrâneo e entrar na Europa. Entretanto, também se espalhara para o Médio Oriente e o Extremo Oriente. Quanto à segunda descoberta do zero – e nisso todos concordam –, foi obra dos Maias, na América Central, aconteceu de forma totalmente independente do resto do mundo e nunca chegou a sair do continente americano.

Fascinante história do “zero”

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Agricultura urbana como subsídio alimentar por Daniel Hiroshi (1), Ludmila Araujo Bortoleto(2), (3) Alexandre Marco da Silva*

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método apresentado nesta semana em um encontro da Sociedade Americana de Química, em Boston, é capaz de produzir 10g por hora das valiosas fibras. Em meio à crise econômica que estamos enfrentando, os gastos diários com alimentação representam um dos maiores motivos de preocupação para grande parte da população brasileira. Afinal, trata-se de uma despesa em crescente ritmo inflacionário, que segundo dados divulgados em 2015 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representou 56% da inflação acumulada no primeiro semestre de 2015, ao lado dos gastos com habitação. Ou seja, as famílias estão gastando mais da metade de seus salários com itens de subsídio, como alimentação e moradia. Essa realidade econômica compromete principalmente a população de baixa renda e, ao lado da elevação dos preços e o aumento na taxa de desemprego, colabora para configurar um cenário social preocupante em que a insegurança alimentar desponta como um dos aspectos mais relevantes dessa crise. Diante desse aspecto, é preciso viabilizar alternativas sustentáveis e de subsistência, sendo uma delas a utilização da agricultura urbana e periurbana. Esse tipo de agricultura é praticada em terrenos que estão inseridos na área urbanizada (agricultura intraurbana) ou na periferia (agricultura periurbana) de um município, que podem ser de iniciativa privada ou pública. As hortas urbanas, como têm sido denominadas, tem por objetivo cultivar e produzir alimentos, como frutas, legumes, hortaliças e cereais. A utilização desses produtos é, geralmente, para consumo próprio, distribuição aos seus colaboradores ou venda em pequena escala.

A criação de espaços para a agricultura urbana pode ser iniciativa de escolas, de ONGs, Secretarias Municipais e Estaduais e, principalmente, da reunião das pessoas em pequenas comunidades

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Na periferia (agricultura periurbana) de um município, podem ser de iniciativa privada ou pública

A agricultura urbana e periurbana é um assunto que vem sendo bastante discutido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDS). Além disso, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), estimula a geração de renda com intuito de melhorar o uso da mão de obra familiar, por meio de financiamento às atividades agropecuárias desenvolvidas em áreas comunitárias. O incentivo à produção de alimentos dentro das grandes cidades pode trazer vantagens e benefícios. A qualidade dos produtos que chegam aos consumidores é relativamente melhor devido à proximidade do local de produção, e ainda, reduz gastos e tempo com o transporte, aumenta a oferta de alimentos saudáveis e promove a sustentabilidade ambiental, além de gerar novos empregos locais. Em contraponto, essa modalidade de cultivo pode elevar os gastos com o uso da água tratada (potável) para a irrigação das plantas e também com a aquisição de terreno para o plantio, caso haja necessidade. Nesse caso, a viabilidade faz-se presente apenas para aqueles que já possuem espaço físico em suas residências ou têm terreno livre para a plantação. Mesmo assim, os custos seriam mais elevados do que na zona rural, devido à impostos referentes ao uso da terra, como o IPTU,

por exemplo, que tem taxas mais elevadas nas zonas urbanas. Outro problema, ainda, seria o uso de solos inadequados, havendo riscos de contaminação química ou biológica dos alimentos. Dessa maneira, para que haja uma boa prática da agricultura urbana, seriam necessárias certas regulamentações, como fiscalização e certificação para o cultivo apropriado. No Brasil, essa prática já vem sendo implantada nas grandes metrópoles e também em cidades de médio porte. Em Sorocaba, embora esta atividade não esteja prevista no atual Plano Diretor Municipal, podemos notar que hortas comunitárias orgânicas já estão sendo cultivadas em terrenos particulares. Elas fazem sucesso local e atraem moradores de bairros mais distantes à procura dos alimentos mais frescos e saudáveis que os comercializados normalmente. O tema também tem sido foco de pesquisa e discussão na Unesp em Sorocaba. A relação entre agricultura, urbanização e meio ambiente é o enfoque desses estudos. [*] Professores e pesquisadores da Unesp de Sorocaba: (1) Aluno de graduação em Engenharia Ambiental da Unesp-Sorocaba; (2) Arquiteta e urbanista, doutoranda pelo programa de pós-graduação em Engenharia Civil e Ambiental da Unesp; Professor da Unesp-Sorocaba

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Emissões de gases de efeito estufa têm ritmo inédito em 66 milhões de anos Fotos: Lu Guang, Max Whittaker, Rungroj Yongrit / EPA

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humanidade está bombeando dióxido de carbono do aquecimento do clima na atmosfera 10 vezes mais rápido do que em qualquer ponto nos 66milhões de anos passados, de acordo com uma nova pesquisa dos cientistas Richard E. Zeebe, Andy Ridgwell e James C. Zachos A revelação mostra que o mundo entrou em “território desconhecido”, e que as consequências para a vida na terra e nos oceanos podem ser mais graves do que em qualquer período desde a extinção dos dinossauros. Essas informações estão no recém relatório do Clima da Organização Mundial de Meteorologia – OMM, detalhando registros de uma série de tempo e clima, que foram quebrados em 2015. “O futuro está acontecendo agora”, disse o secretário-geral da OMM Petteri Taalas

A mudança do clima durante os últimos 65 milhões de anos, expressos através da composição isotópica do oxigênio de foraminíferos bentônicos. O Máximo Termal Paleoceno-Eoceno (PETM) é caracterizada por uma breve mas importante excursão negativa, atribuída ao rápido aquecimento. Note-se que a excursão é discreta neste gráfico devido à suavização dos dados.

Reconstrução geográfica do Máximo Termal Paleoceno-Eoceno (PETM). Caixas indicam temperatura da superfície reconstruídos e as anomalias em relação há 55 milhões de anos atrás, durante o PETM

De acordo com o modelo de Zeebe, as emissões de carbono em PETM ocorreram durante um período de pelo menos 4.000 anos, a uma taxa de entre 0,6 a 1,1 bilhões de toneladas de carbono por ano. As emissões de hoje, por outro lado são da ordem de 10 bilhões de toneladas de carbono por ano. Os autores sugerem que as emissões são tão maciças que entramos em uma nova era. 60

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Terra seca na Tailândia. Stefan Rahmstorf, do Instituto Potsdam de Pesquisa do Impacto Climático da Alemanha, diz que as temperaturas globais em fevereiro foram “sem precedentes”

Petteri Taalas, secretário-geral da OMM: “O futuro está acontecendo agora”

em um comunicado divulgado junto com o relatório. “A taxa alarmante de mudança que estamos testemunhando agora em nosso clima, como resultado da emissão de gases de efeito estufa não tem precedentes nos registros modernos.”

As emissões atuais, de origem humana (uso de combustíveis fósseis, em particular), têm causado um aumento na temperatura da Terra de 1°C em relação à era pré-industrial, e um aumento de 3 a 4°C é esperado até 2100 caso nenhuma medida drástica seja tomada. “A taxa de emissões é absolutamente crítica”, explica Andy Ridgwell, paleoclimatologista da Universidade de Bristol, co-autor do estudo. Para estimar o ritmo das emissões de 56 milhões de anos (de CO2 mas mais provavelmente do metano proveniente do fundo do oceano), os pesquisadores estudaram os sedimentos coletados no estado americano de Nova Jersey. Os isótopos de oxigênio (marcadores de temperatura) e de carbono (marcadores GES) demonstram que as emissões de 56 milhões de anos atrás foram feitas bastante lentamente. Durante cerca de 4.000 anos concretamente, a uma taxa de 1 bilhão de toneladas de carbono por ano. Comparativamente, as atividades humanas atualmente causam emissões de cerca de 10 bilhões de toneladas de carbono, cerca de dez vezes mais.

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Os cientistas já alertaram que o aquecimento global descontrolado vai infligir “impactos graves, generalizadas e irreversíveis” sobre as pessoas e o mundo natural. Mas a nova pesquisa mostra como sem precedentes a atual taxa de emissões de carbono é, ou seja, registros geológicos são incapazes de ajudar a prever os impactos das alterações climáticas em curso. Os cientistas recentemente expressaram alarme para os registros de calor quebrados nos primeiros meses de 2016. “Nossa taxa de liberação de carbono é sem precedentes sobre um período tão longo tempo na história da Terra, isso significando que temos efetivamente entrado em um estado” não-analógico ‘ “, disse o professor, da Universidade do Havaí, que conduziu o novo trabalho. “A taxa de presente e futuro

das alterações climáticas e acidificação dos oceanos é muito rápido para muitas espécies de se adaptarem, o que é provável que resulte em generalizadas extinções futuras”.

Emissões de carbono fóssil globais

Chaminés de fábricas de ferro e aço em Qian’an, província de Hebei, China. A atual taxa de liberação de carbono é tão sem precedentes que os registros geológicos não podem ajudar a prever os impactos das mudanças climáticas REVISTA AMAZÔNIA

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Observe o PETM 60 milhões de anos atrás

Cerca de 55,8 milhões de anos atrás, a taxa de emissões de carbono cresceu abruptamente, levando a um período de aquecimento maciça. Mas a taxa de hoje de emissões é dez vezes maior. O aquecimento global de hoje é muitas vezes comparado com as fases geológicas semelhantes, embora a comparação não seja realmente justo. Mudanças geológicas aconteceram em milhões de anos, ao passo que as mudanças de hoje tem lugar na escala de décadas. Mas mesmo nessa comparação, como injusto que seja, ainda não se firmou. Estamos emitindo dióxido de carbono no ritmo mais rápido desde o Paleozóico (pelo menos). Richard Zeebe na Universidade do Havaí em Manoa e colegas compararam o timing da mudança climática com o timing das emissões de carbono como gravadas por sedimentos marinhos, e descobriu que eles ocorreram essencialmente no mesmo tempo. Eles compararam a situação de hoje a um evento chamado de Paleoceno-Eoceno Termal Máximo (PETM), que ocorreu 55,8 milhões de anos atrás. O Máximo Termal Paleoceno-Eoceno (PETM) foi um período de injeção de carbono maciça foi estimado ter durado cerca de 0,2 milhões de anos. Durante este período, as temperaturas globais aumentaram 5-8°C. Seções estratigráficas contendo o PETM revelam inúmeras outras alterações e extinções. Registros fósseis para muitos organismos mostram grandes volumes de negócios, especialmente para criaturas marinhas. Mas tão volumoso quanto essas mudanças foram, as mudanças de hoje são ainda mais impressionantes. Muitos pesquisadores acreditam que os impactos humanos sobre o planeta já o empurrou para uma nova era geológica, apelidado de Anthropocene. Animais selvagens já estão sendo perdidos a taxas semelhantes às extinções em massa do passado, impulsionado em parte pela destruição de habitats. “Os novos resultados indicam que a taxa atual de emissões de carbono é sem precedentes ... caso o aquecimento global mais extremo dos últimos 66 milhões de anos, pelo menos uma ordem de magnitude”, disse Peter Stassen, um geólogo da Universidade de Leuven, na Bélgica, e que não estava envolvido no trabalho. A nova pesquisa, acredita ser a maior liberação de carbono para a atmosfera desde os anos dinossauro extintos 66milhões de anos atrás. O chamado Paleoceno-Eoceno Termal Máximo – PETM (período Paleoceno para o Eoceno) viu as temperaturas subirem 5°C mais que alguns milhares de anos. Mas, até agora, tinha sido impossível de62

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terminar a rapidez com que o carbono foi lançado no início do evento, porque usando-se a radiômetria e estratos geológicos não tem resolução suficiente. Zeebe e colaboradores desenvolveram um novo método para determinar a taxa de mudanças de temperatura e de carbono, utilizando os isótopos estáveis de oxigénio e de carbono. Ele revelou que no início do PETM, não mais de 1 bilhão de toneladas de carbono estava sendo liberado para a atmosfera a cada ano. Em contraste, 10 bilhões de toneladas de carbono são liberadas na atmosfera todos os anos por combustível fóssil de queima e outra atividade humana. “As consequências são susceptíveis de ser muito mais grave”, disse Zeebe. “Se você chutar um sistema muito rápido, que normalmente responde de forma diferente do que se você o empurrar lentamente, mas de forma constante.” Os cientistas advertiram que a mudança climática não pode causar a temperatura a subir de forma constante, mas que “pontos de inflexão” – tais como a perda de todo

o gelo do Ártico ou a libertação em massa de metano - podia ver as mudanças muito mais nítidas e mais perigosas. “Se as taxas de emissões antrópicas não têm nenhum análogo na história recente da Terra, então imprevisíveis respostas futuras do sistema climático são possíveis”, concluíram os pesquisadores. “Ao estudar um dos episódios mais dramáticos da mudança global desde o final da era dos dinossauros, estes cientistas mostram que estamos atualmente em território desconhecido – como as taxas de carbono que estão sendo liberado para a atmosfera e os oceanos”, disse Candace Major, dos EUA National Science Foundation, que financiou a pesquisa. A fonte das emissões de carbono PETM é pensado para ser o lançamento em massa de metano, que tinham sido congelados como hidratos no fundo do oceano. Ele pode ter sido desencadeado por uma versão inicial menor de carbono resultante da magma quente empurrando para dentro e para derreter grandes depósitos de calcário. revistaamazonia.com.br


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Bactérias para iluminar fachadas e ruas sem gastar eletricidade

Uma startup francesa desenvolveu um sistema de iluminação que usa bactérias modificadas geneticamente para se tornarem “luminosas” Fotos: Divulgação A Glowee, adaptou o fenômeno que ocorre naturalmente em diferentes tipos de algas, vagalumes e lulas para criar um método livre de energia elétrica, de baixa poluição de iluminação, para iluminar ruas com o frescor das profundezas aquáticas

resina orgânica que podem ter várias formas e também são adesivos, o que permite fixá-los à superfície que será iluminada. A luz obtida com esse método é mais fria e mais suave. “Não vamos substituir a iluminação pública de ruas porque nossa luz é fraca”, diz Rey.

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objetivo da startup Glowee é utilizar esse método – que não consome eletricidade – para iluminar vitrines de lojas, fachadas de prédios, monumentos e outros espaços públicos, além de mobiliário urbano, como pontos de ônibus e placas de sinalização. “A ideia surgiu após assistirmos a um documentário sobre os peixes das profundezas marinhas que produzem sua própria luz”, disse Sandra Rey, cofundadora da Glowee. Na época, ela era estudante de design. A empresa utiliza a bioluminescência (emissão de luz por seres vivos, resultante de uma reação química provocada por um gene) para produzir iluminação.

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Ela ressalta que o sistema da Glowee contribui, com sua luz de baixa intensidade, para diminuir a “poluição luminosa nas cidades”, além da vantagem ecológica de não utilizar energia elétrica, reduzindo as emissões de CO2.

Vitrines As bactérias (não patogênicas nem tóxicas) que recebem o gene de luminescência de lulas são cultivadas em uma solução com nutrientes e açúcar para se multiplicar. Os microrganismos vivos e geneticamente modificados são depois colocados em uma espécie de “lâmpada”: invólucros de

No entanto, a vida útil do sistema de iluminação, por enquanto, é de apenas três horas, segundo Rey. É por isso que até o momento a luz produzida pelas “bactérias luminosas” tem sido utilizada apenas em instalações e eventos efêmeros, como festas, por exemplo. revistaamazonia.com.br


A quimioluminescência é a emissão de luz não acompanhada da emissão de calor em consequência de uma reação química

A bioluminescência é essencial para o sistema de evolução de algumas espécies

Bioluminescência

Start-up francesa usa bactérias para iluminar fachadas e ruas sem gastar eletricidade

A bioluminescência é uma reação química regulada por um gene, que permite que alguns organismos produzam luz. 90% dos organismos marinhos, algas, águas-vivas, lulas, peixe ou camarão são, portanto, capaz de bioluminescência. A bioluminescência pode assumir diferentes cores com filtros fotocores. A luz assim produzida pode ser azul ou verde e vermelho, em casos raros (o caso do peixe-dragão). Estas diferenças de cor vêm a partir da diferença de comprimento de onda das emissões de fótons. As emissões visíveis por seres humanos se estendem a cerca de 400 nm a 800 nm estabelecidas em um espectro do violeta ao vermelho. A luz emitida é na maior parte azul (435nm) como ele se espalha mais facilmente na água, como mostram os gráficos abaixo. Mas alguns animais aquáticos, por outro lado, emitir luz vermelha, tornando-os indistinguíveis.

A iluminação deve começar a ser utilizada em vitrines de lojas na França a partir do início de 2017, por enquanto, a vida útil do sistema de iluminação é de apenas três horas revistaamazonia.com.br

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Glowee - A revolução da bioiluminação

“Devemos atingir a duração de um mês de iluminação neste ano”, diz ela, que prevê obter prazos mais longos no futuro. Segundo a Glowee, a iluminação começará a ser utilizada em vitrines de lojas na França a partir do início de 2017. Como a luz produzida não é elétrica, não desrespeitará a lei, em vigor na França desde 2013, que proíbe a iluminação de butiques e escritórios à noite. O governo francês aplicou a medida para reduzir o consumo de energia e de emissões de gás carbônico. Há exceções, no entanto, em épocas de festas como o Natal e em áreas com forte atividade turística e cultural. A próxima etapa da Glowee, a partir de 2018, serão as fachadas de prédios e mobiliário urbano. Os clientes, prefeituras ou empresas, pagarão assinaturas para que a iluminação seja renovada cada vez que as bactérias deixarem, após um período, de emitir luz. Rey afirma que também prevê exportar o sistema de iluminação. “Há países na Europa onde a eletricidade é mais cara do que na França. Também queremos equipar áreas remotas em países emergentes, onde há menos recursos”, diz a fundadora da Glowee. A startup recebeu investimentos privados e subvenções públicas para desenvolver seus projetos e também ganhou um prêmio do polo francês de biotecnologia Genopole, um dos maiores da Europa. A Glowee é um sistema vivo de iluminação orgânica – bio iluminação sem consumo de eletricidade ou de emissão de poluição luminosa, graças às propriedades naturais dos organismos vivos.

Glowee, a luz do mar! Emitindo muito poucos CO2 e poluição luminosa, não necessitando de energia elétrica. A luz que vem diretamente da natureza, no cruzamento da biomimética e biologia sintética, pronto para revolucionar a nossa maneira de produzir e consumir luz! Biomimética ou biomimetismo (de bios , que significa vida, e mimesis , ou seja, imitar) é uma nova disciplina que estuda as melhores ideias da natureza para depois imitá-las Ideia é utilizar método que não consome eletricidade para iluminar lojas, prédios, pontos de ônibus e placas de sinalização

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