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Ano 3 Número 08 2008

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III CNMA POVOS INDÍGENAS AMAZÔNIA, A SALVADORA ! O PLANO AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL

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O PLANO AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL Uma política inovadora de desenvolvimento regional baseada no uso sustentável dos recursos naturais com estratégias voltadas para a geração de emprego e renda e redução dasdesigualdadessociais...

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MANGABEIRA UNGER E A AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL O presidente me deu a missão de coordenar os programas de desenvolvimento para a Amazônia, e eledissequeumadasrazõespelasquaisfezissoéquenãoqueriaqueacoordenaçãodapolíticapara Amazôniafossefeitaporumministérioespecializado...

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A COP-9 Realizar-se-áde19a30demaio,emBonneseráamaiorconferênciadasNaçõesUnidasem solo alemão.Para essa conferência de proteção à natureza das Nações Unidas, irão, de todo o mundo para o Reno, cerca de 5000 representantes de governos, organizações nãogovernamentaiseobservadoresdaáreaeconômica...

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O MINISTRO DO MEIO AMBIENTE DA ALEMANHA NO BRASIL

Expediente

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PUBLICAÇÃO Periodo (Abril/Maio) Editora Círios SS LTDA ISSN 1677-7158 CNPJ 03.890.275/0001-36 Rua Timbiras, 1572-A Fone: (91) 3083-0973 Fone/Fax: (91) 3223-0799 Cel: (91) 9985-7000 www.revistaamazonia.com.br E-mail: amazonia@revistaamazonia.com.br CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil

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DIRETOR Rodrigo Barbosa Hühn PRODUTOR E EDITOR Ronaldo Gilberto Hühn COMERCIAL Alberto Rocha Rodrigo B. Hühn ARTICULISTAS/COLABORADORES Camillo Martins Vianna, Paulo Rocha

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, recebeu a visita do ministro do Meio Ambiente, ProteçãodaNaturezaeSegurançaNucleardaAlemanha,SigmarGabriel...

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III CONFERÊNCIA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CNMA Cerca de 3 mil pessoas, entre elas 11 ministros de Estado, participaram da abertura da III Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães,emBrasília...

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II SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS Quatro dias de intensos debates, discussões políticas, cultura e interação entre as raças marcaram a II Semana dos Povos Indígenas do Pará, do dia 22 até 30 de abril, com exposições na Fundação CurroVelho (FCV) e Casa da Linguagem, e com o lançamento do CD GambádeAveiro,umaparceriaentreFCVeInstitutodeArtesdoPará(IAP)...

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FOTOGRAFIAS Adriano Machado, Arquivo Suframa, Cristof Sevens, Elcimar Neves, Eunice Pinto/AgPa, Ceans, Erika Nunes, Eduardo Kalif, Elza Fiuza, Jefferson Rudy/MMA, José Taurus, Mirta Stefen, Marc Van Roosmalem, Mario Souza, Roosewelt Pinheiro/ABr, Tamara Sare, Valter Campanato/ABr

CAPA II Semana dos Povos Indígenas no Parque dos Igarapés em Belém Foto: Cláudio Santos/AgPa EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Editora Círios SS LTDA DESKTOP Mequias Pinheiro

GOVERNO DO PARÁ LANÇOU O EXTINÇÃO ZERO

ANATEC

O programa Extinção Zero, lançado pela governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, vai assegurar a preservaçãoeproteçãodasespéciesdafloraedafaunaameaçadasdeextinçãonoEstado...

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YOUTUBE COM ÍNDIOS DA AMAZÔNIA Os índios da tribo Ticuna (também conhecida como Tukúna) celebram a paz com música e dança, na aldeia Umariaçu, emTabatinga (AM) e fazem mais um clipe com música gravada na aldeia. O hit "Se não fosse você" é interpretado por Genaro, integrante do grupo Eware, quejáfazsucessonoPeruenaColômbiacomacanção"Minhaprincesa"...

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I SALÃO DE HUMOR DA AMAZÔNIA ECOLOGIA NO TRAÇO Noventa e dois cartunistas do Brasil e do exterior, num total de 30 países, mostraram recentemente, 120 trabalhos gráficos no Salão de Humor da Amazônia - Ecologia noTraço, naEstaçãodasDocas...

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ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES

Emais

Novo Modelo de Desenvolvimento para a Amazônia (p.17) A Feira Internacional da Amazônia 2008 (p.34) Governador doa prêmio para Fundação Amazonas Sustentável (p.36) Fundação Amazonas Sustentável (p.37) ONU diz que temperaturas globais serão mais baixas em 2008 (p. 46) Mudanças na Amazônia são aterrorizantes (p.48) Previsões Catastróficas: ½ da Amazônia destruída até 2030 (p.50) What’s Next? Amazônia, a salvadora (p.56) Aquecimento global ameaça insetos tropicais de extinção (p.61) Reduzir desmatamento pode render bilhões (p.62) Pela primeira vez gavião-real é monitorado via satélite (p.64) Cientista acha megamamíferos amazônicos (p.67) Amazônia. Cobras Grandes que vieram do espaço (p.72) Arte rupestre submersa na Amazônia (p.81)

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Uma política inovadora de desenvolvimento regional baseada no uso sustentável dos recursos naturais com estratégias voltadas para a geração de emprego e renda e redução das desigualdades sociais

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OPlanoAmazônia

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o Plano Amazônia Sustentável (PAS), no Palácio do Planalto, com a presença das ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, e Dilma Rousseff, da Casa Civil; do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima; além dos governadores dos estados da Amazônia Legal, com exceção do de Roraima, e autoridades do Legislativo, do Judiciário, representantes de movimentos sociais, da academia e do setor empresarial. Em seu discurso, Lula lembrou a importância de se valorizar os conhecimentos tradicionais e de se produzir cuidando do meio ambiente. "Essa é uma vantagem competitiva para os que querem vender seus produtos", disse. Lula afirmou que o PAS vai mudar a atitude dos brasileiros, que são cobrados, pela comunidade internacional, sobre a devastação da Amazônia e sempre ficam "jogando na defesa" quando chamados a responder perguntas sobre queimadas e 06| REVISTA AMAZÔNIA

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante o lançamento do PAS 0


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ntável Fotos Roosewelt Pinheiro/ABr; Jefferson Rudy/MMA e Adriano Machado

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VIAGENS, CÂMBIO E TURISMO

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A ministra Marina Silva durante lançamento do PAS , pediu a união do governo federal, dos governadores, do Congresso Nacional e da sociedade para que se concretize o novo modelo para Amazônia

desmatamento."QuandoagentefordebateraAmazônia,nósnãoficaremosesperando perguntas. Nós é que iremos dizer a eles o que estamos fazendo na Amazônia", disse Lula. O PAS terá o ministro Mangabeira Unger como coordenador do Conselho Gestor, informouopresidente. Para a ministra, o PAS marca o início de uma nova narrativa para a economia na Amazônia. "Nós não queremos propaganda da Amazônia. Nós queremos uma nova narrativa. As pessoas hão de preferir nossos produtos porque a nossa madeira é sustentável, o grão que produzimos é sustentável, a carne que produzimos e o padrão civilizatório que nós temos para a Amazônia são sustentáveis. Por isso é que nós vamos serospreferidos",acreditaMarinaSilva.

Operação Arco Verde

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Na cerimônia também foi anunciada a Operação ArcoVerde - uma agenda positiva do governo federal com ações de financiamento para incentivar uma economia florestal sustentável na Amazônia Legal. A Arco Verde tem por objetivo atender demandas sociais emergenciais nos municípios da região sob intenso controle ambiental, além de promover a transição das atividades agropecuárias e florestais para a legalidade e sustentabilidade, com foco nos 36 municípios considerados críticos na Amazônia, segundodecretopresidencialdedezembrode2007. Entre as ações previstas na Operação, destaca-se a criação de uma linha de crédito com enfoque na recuperação ambiental de imóveis rurais, com condições especiais de crédito para recuperação da área de reserva legal com espécies nativas. A linha terá prazo de carência de até 12 anos, e prazo total de pagamento de até 20 anos. A taxa de juros passa para 4% para projetos florestais (reflorestamento e manejo) no âmbito dos fundos constitucionais. Outra novidade, que será válida para todo o País, é a permissão deseutilizaraflorestacomogarantiadecrédito. A ministra explicou que o PAS vem sendo implementado com um conjunto de medidas já em curso e outras ações serão aprofundadas pela Operação Arco Verde. A operação 08| REVISTA AMAZÔNIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os governadores dos estados amazônicos aplaudem discurso durante o lançamento do PAS O ministro Geddel Vieira Lima cumprimenta a ministra Dilma Rousseff com um beijo na testa

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está dividida em quatro grandes ações: as emergenciais, as de fomento às atividades sustentáveis, as de ordenamento fundiário e territorial e as de governança ambiental. Entre as ações emergenciais estão o atendimento agilizado do seguro-desemprego, a oferta de cestas de alimentos para 40 mil famílias e a contratação e capacitação de cerca de 2.500 agentes de defesa ambiental para prevenção e combate a incêndios florestais. Nas ações de fomento, o Programa de Recuperação Ambiental dos Imóveis - o Pró-Recuperação aparece como uma das principais inovações. Ele disponibilizará uma linha de crédito especial da ordem de R$ 1 bilhão, segundo a ministra Marina Silva, para a recuperação de áreas degradadas, reflorestamento, manejo e regularização ambiental. Os recursos serão provenientes dos três fundos constitucionais: o do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO). A taxa de juros será de 4% ao ano, com prazo de 20 anos para pagamento com até 12 anos de carência, sendo que a própria floresta poderá ser dada como garantia de crédito aos bancos financiadores, o chamado Penhor Florestal.

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Além de unificar as ações para a região, o PAS inclui medidas práticas para estimular atividades sustentáveis, como uma linha de crédito especial para recuperação de áreas degradadas. Para o reflorestamento de áreas degradadas, o crédito disponível deverá ultrapassar R$ 1 bilhão. Recursos que virão do Orçamento Geral da União e dos Fundos Constitucionais do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do CentroOeste (FCO).

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As principais estratégias são geração de emprego e renda, redução das desigualdades sociais, viabilização das atividades econômicas dinâmicas e inovadoras, uso sustentável dos recursos naturais e preservação dos biomas.

Ainda no âmbito das ações de fomento, haverá apoio à comercialização de produtos do extrativismo com a inclusão desses produtos na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM)dogovernofederal,permitindoaequalizaçãodospreçosdosprodutosextrativistas earealizaçãodeleilõesespecíficosparaoseuescoamento. Também haverá, entre as principais medidas, a difusão de tecnologias para o aumento da produção de alimentos por meio do incremento da produtividade em áreas abertas. Com essa medida o governo espera implantar 36 Unidades de Referência Tecnológica, treinar

Gecinaldo Sateré-Maué, representante das nações indígenas, defendeu estratégias baseadas no desenvolvimento sustentável "e não no desenvolvimento predatório que impera na Amazônia"

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A governadora Ana Júlia Carepa na cerimônia de lançamento do Plano Amazônia Sustentável (PAS), com o presidente Lula

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Presidente Lula e o representante dos povos indígenas, Jecinaldo Saterê, durante cerimônia de lançamento

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egundo a governadora Ana Júlia Carepa, o novo modelo de desenvolvimento que o PAS propõe para a Amazônia não vai perder de vista a diversidade intra-regional e vai considerar as necessidades de 24 milhões de pessoas que vivem na região.

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mais de 4 mil profissionais de assistência técnica e atender, numa fase inicial, 100 mil produtores rurais. Outro ponto definido nas ações de fomento é o desenvolvimento de estudos sobre indicadores de monitoramento e políticas públicas associadas aos desmatamentosnaregião. Em relação ao ordenamento territorial e fundiário, a operação Arco Verde estabelece como uma de suas prioridades o georreferenciamento da ocupação nos 36 municípios prioritários, em parceria com estados e municípios, para viabilizar o mapeamento das propriedades e posses rurais e criar condições para a confecção do Cadastro Ambiental Rural, que será necessário para o produtor receber acesso ao crédito, fomento e assistência técnica. A operação também prevê apoio à elaboração do Plano de Desenvolvimento Local e Zoneamento Ambiental, além de ações de educaçãoambientalnos36municípiosprioritários. Na linha da governança ambiental, está prevista a inclusão dos órgãos estaduais de meio ambiente no Programa Nacional de Apoio à Modernização da gestão e do Planejamento dos Estados e do Distrito Federal, além da liberação de uma linha de crédito do BNDES para investimentos em melhorias do processo de licenciamento, gestão territorial, elaboração e implementaçãodozoneamento. No evento, a ministra Marina Silva assinou ainda um Protocolo de Intenções com os governadores dos estados de Rondônia, Ivo Cassol; do Amazonas, Eduardo Braga; e do Pará, Ana Júlia Carepa, para elaboração e implementação do Plano Estadual de Prevenção e ControledoDesmatamentoeQueimadas.

Com quatro eixos temáticos - produção sustentável com inovação e competitividade; gestão ambiental e ordenamento territorial; inclusão social e a cidadania; e infra-estrutura para o desenvolvimento sustentável - o PAS aposta em um modelo de desenvolvimento capaz de garantir a utilização correta e sustentável dos recursos da Floresta Amazônica. Estão previstas, ainda, ações de georeferenciamento e de apoio a práticas produtivas. Ao lado de medidas emergenciais - direcionadas a municípios onde há possibilidade iminente de conflitos agrários ou decorrente de exploração ilegal de recursos florestais - o governo federal deverá implementar um grupo de ações de caráter estruturante que vão atingir toda a região. 10| REVISTA AMAZÔNIA

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Compromisso Durante da cerimônia de lançamento do PAS, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os governadores dos oito Estados amazônicos assinaram uma carta que estabelece os compromissos do governo federal, dos governos estaduais e da sociedade para a promoção do

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promovamamelhoriadascondiçõesdegovernabilidadeedaqualidade devidadaspopulaçõeshumanasnasrespectivasáreasdeinfluência; 15. Melhorar a qualidade e ampliar o acesso aos serviços públicos nas áreasurbanaserurais; 16. Garantirpolíticaspúblicasdesuporteaodesenvolvimentoruralcom enfoque nas dimensões da sustentabilidade econômica, social, política, cultural,ambientaleterritorial.

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Histórico do PAS

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ApropostadoPASsurgiuem9demaiode2003,emRioBranco(AC),em reunião do presidente Lula com os governadores dos estados da Região Norte, quando foi aprovado o documento Amazônia Sustentável. Em 2007 foram realizadas consultas públicas nas capitais dos nove estados da Amazônia Legal: Cuiabá (MT), Belém (PA), Macapá (AP), PortoVelho (RO), Boa Vista (RR), Palmas (TO), São Luís (MA), Manaus (AM), Rio

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Os ministros Geddel Vieira Lima e Marina Silva conversam com o índio Gecinaldo

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desenvolvimentosustentáveldaAmazôniabrasileira. Foram estabelecidos 16 compromissos pela Amazônia. Sãoeles: 1. Promover o desenvolvimento sustentável com valorização da diversidade sociocultural e ecológica e reduçãodasdesigualdadesregionais; 2. Ampliar a presença democrática do Estado, com integração das ações dos três níveis de governo, da sociedadeciviledossetoresempresariais; 3. Fortalecer os fóruns de diálogo intergovernamentais e esferas de governos estaduais para contribuir para uma maior integração regional, criando o Fórum dos GovernadoresdaAmazôniaLegal; 4. Garantir a soberania nacional, a integridade territorial eosinteressesnacionais; 5. Fortalecer a integração do Brasil com os países sulamericanos amazônicos, fortalecendo a OTCA e o Foro Consultivo de Municípios, Estados, Províncias e DepartamentosdoMercosul; 6. Combater o desmatamento ilegal, garantir a conservação da biodiversidade, dos recursos hídricos e mitigarasmudançasclimáticas; 7. Promover a recuperação das áreas já desmatadas, comaumentodaprodutividadeerecuperaçãoflorestal; 8. Implementar o Zoneamento Ecológico-Econômico e acelerararegularizaçãofundiária; 9. Assegurar os direitos territoriais dos povos indígenas e das comunidades tradicionais e promover a eqüidade social, considerando gênero, geração, raça, classe social eetnia; 10. Aprimorar e ampliar o crédito e o apoio para atividadesecadeiasprodutivassustentáveis; 11. Incentivar e apoiar a pesquisa científica e a inovação tecnológica; 12. Reestruturar, ampliar e modernizar o sistema multimodal de transportes, o sistema de comunicação e aestruturadeabastecimento; 13. Promover a utilização sustentável das potencialidades energéticas e a expansão da infraestrutura de transmissão e distribuição com ênfase em energias alternativas limpas e garantindo o acesso das populaçõeslocais; 14. Assegurar que as obras de infra-estrutura provoquem impactos socioambientais mínimos e

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A governadora Ana Júlia e seus colegas governadores, ouvem atentos o presidente Lula

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Branco (AC). Cerca de 3 mil pessoas participaram representando organizações de empresários, de movimentos sociais, universidades, governos municipais e estaduais, além de técnicos do governo federal. Também em 2007, o Plano foi debatido em seminários preparatórios e no I Simpósio Amazônia e Desenvolvimento Nacional, coordenado pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados com a participação de 2 mil representantes de diversas organizações. Ao longo do processo de construção e pactuação em torno do PAS, suas diretrizes estratégicas já nortearam a implementação e execução de políticas públicas na região. No âmbito do Ministério do Meio Ambiente e instituições vinculadas, pode-se mencionar, dentre os 12| REVISTA AMAZÔNIA

principaisdesdobramentosdoPAS: I) ações contidas no Plano BR-163 Sustentável, com destaque para a criação do Distrito Florestal SustentáveldaBR-163; II) as operações conjuntas, entre o Ibama, a Polícia Federal e o Exército, de combate aos desmatamentos ilegais e à grilagem de terras públicas na Amazônia, desenvolvidas no âmbito do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal PPCDAM; III) a elaboração do Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável para o Arquipélago do Marajó; IV) inúmeras ações que integram o recémlançado programa Territórios da Cidadania.

Antes do lançamento do PAS

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com ministros e os governadores do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, MatoGrosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins

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Unidades de Conservação

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presidente Lula da Silva assinou na oportunidade, a criação de três novas unidades de conservação: Parque Nacional Nascentes do Lago Jari, Floresta Nacional de Iquiri, Reserva Extrativista de Médio Purus, além da ampliação da Floresta Nacional de Balata-Tufari, totalizando cerca de 3.168.259 hectares. Esses esforços representam um aumento de 5,7% na área total de Unidades Federais localizadas no bioma amazônico. Somados aos quase 20 milhões de hectares já criados pelo governo Lula, proporcionaram um aumento de 67% da área protegida por Unidades Federais, nos últimos 6 anos, em todo o território nacional. A criação e ampliação dessas unidades de conservação relacionam-se diretamente com a política do governo federal para a Região Amazônica, consubstanciada no Plano Amazônia Sustentável e no Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal. As unidades de conservação são relevantes tanto para as comunidades locais, por propiciar oportunidades econômicas como o uso sustentável do potencial madeireiro e dos recursos naturais (óleos, resinas, castanhas, sementes e frutos) e desenvolvimento de turismo ecológico, quanto para a comunidade científica, por permitirem a realização de pesquisas. Fotos: Roosewelt Pinheiro/ABr

A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, entrega documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião que antecedeu a cerimônia de lançamento do plano de desenvolvimento para a Amazônia

O Ministro Geddel Vieira Lima, faz sua exposição

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A Governadora Ana Júlia Carepa e Ministro de Estado da Secretaria de Assuntos Estratégicos Mangabeira Unger, durante reunião de trabalho para tratar do Plano Amazônia Sustentável PAS, no Palácio dos Despachos

Ana Júlia Carepa e Mangabeira Unger, durante reunião de trabalho para tratar do PAS

MANGABEIRA UNGER E A AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL

Fotos Cláudio Santos/ Ag. Pará

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presidente me deu a missão de co o rd e n a r o s p ro g r a m a s d e desenvolvimento para a Amazônia, e ele disse que uma das razões pelas quais fez isso é que não queria que a coordenação da política para Amazônia fosse feita por um ministério especializado. O compromisso fundamental do governo com o desenvolvimento sustentável na Amazônia permanece inalterado. E nós estamos determinados a continuar agora e demonstrar para o mundo como preservação, defesa e desenvolvimento podem ser conciliados na Amazônia. Minha preocupação é a tarefa que me foi dada. Essa é uma grande tarefa, não apenas para o nosso país, mas para o mundo todo. Temos que nos perguntar o que desenvolvimento sustentável realmente significa e do que necessita. Há três pré-condições fundamentais. A primeira é a questão da propriedade da terra.Temos que esclarecer a titulação e a posse da terra. O segundo prérequisito é que se faça um zoneamento ecológico e econômico da Amazônia, que possa definir uma estratégia para a Amazônia sem floresta, não só a que foi desflorestada, mas também aquela parte que nunca teve floresta, e outra para a Amazônia com floresta. A terceira pré-condição é a construção de um regime regulatório e fiscal que garanta que a floresta em pé valha mais do que a floresta cortada. Uma vez que essas

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pré-condições estejam satisfeitas, podemos tocar os quatro principais pontos de trabalho que nos foram dados para dar um conteúdo prático à idéia de desenvolvimentosustentável. O primeiro trabalho é tecnológico: a construção de uma tecnologia apropriada para a floresta tropical. Quase toda a tecnologia florestal disponível no mundo se desenvolveu para lidar com florestas

temperadas, que são muito mais homogêneas e menos ricasqueastropicais. O segundo trabalho é técnico, a organização de serviços ambientais avançados na Amazônia, o que é mais fácil falar do que fazer. Para ter serviços ambientais avançados na Amazônia precisamos de pessoas altamente qualificadas, que estejam dispostas a viver e

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O ministro Mangabeira Unger enfatizou o combate ao desmatamento nas áreas de plantio da agricultura

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trabalhar fora das grandes cidades. Em todo o mundo, pessoas muito qualificadas querem viver em grandes cidades, e uma das razões é porque apenas nas grandes cidades eles têm acesso a serviços de alta qualidade. Ninguém no mundo descobriu ainda como prover serviçosdealtaqualidadeemumamploterritório.Eesse é apenas um dos vários problemas novos que teremos quesolucionar. O terceiro é legal e institucional, qual será o regime de propriedade sob o qual a floresta será gerida. Há uma tendência empaísescomflorestaemtodoomundodeir na direção de gerenciamento comunitário da floresta, como alternativa a um sistema de concessão para grandes negócios. Mas esse sistema de gerenciamento comunitário ainda tem que ser definido em um formato legalpreciso. O quarto trabalho, e possivelmente o mais formidável deles, é o desenvolvimento da ligação entre a floresta e as indústrias, indústrias que transformem a madeira e outros produtos da floresta. Essas indústrias não vão surgir a menos que a gente crie incentivos econômicos, nãoapenasparaqueelasseinstalem,mastambémpara que seja adicionado valor a essa atividade industrial. Entãoéumgrandetrabalho.

QUANTO ÀS DIFERENÇAS, DIFERENTES VISÕES E INTERESSES? Eu creio que se produz uma impressão falsa, por causa do foco de alguns em rivalidades e desentendimentos. A

verdade é que há base para uma convergência inclusiva de opiniões no Brasil. Há algumas pessoas que deixariam a Amazônia como um santuário, um parque, para o deleite e benefício da humanidade. E há algumas outras que acreditam que desenvolvimento requer portar abertas para formas predatórias de exploração. Mas a vasta maioria do país se opõe a essas duas visões e está determinada a encontrar uma forma para reconciliar três compromissos: o compromisso com a conservação, o compromisso com um sistema de produção inclusivo e o compromisso de defesa da nossa soberania. O que está no cerne desses três compromissos é a definição de uma estratégia econômica coerente. Sem essa estratégia, não teremos o compromissocomaconservação.

POR QUÊ? A Amazônia não é um conjunto de árvores. É primeiro um grupo de pessoas, de 25 milhões de brasileiros. Se essas pessoas não tiverem oportunidades, elas serão forçadas a atividades econômicas desordenadas, o que levará ao desflorestamento. Da mesma forma, sem uma estratégia econômica não existirão estruturas econômicas e sociais na região. Uma região vasta sem essas estruturas não pode ser defendida. Ou seja, se quisermos solucionar o problema de defesa, de um lado, e da conservação, de outro, temos que ter sucesso em criar uma estratégia econômica coerente. E para lidar com essa tarefa temos que superar essa falsa disputa

entreosdoisextremosdosargumentos.Temosqueolhar paraoconteúdo. Não concordo de forma alguma com o que dizem, que o conteúdo do PAS pareça com um plano de negócios, mais do que um projeto de desenvolvimento sustentável... Não concordo de forma alguma. Primeiro é preciso dizer que esse plano é apenas um ponto de partida. Não é um programa completo. É verdade que os projetos do governo foram incluídos no documento, mas na verdade o compromisso com a preservação está em todo o texto. Mas o problema não é o texto. O trabalho aqui não é ficar interpretando o significado das palavras neste texto, porque como eu disse este plano é apenas um ponto de partida. A questão real é o que vem agora, como tomamos agora ações de curto prazo que possam ter um efeito imediato, mas que ao mesmo tempo sinalizem a direção em que planejamos avançar. E essa é a nossa preocupação agora.Tenho a intenção de visitar todos os governadores da região amazônica. Estamos procurando por eixos que nos levarão do curto prazoparaolongoprazo. Hoje, por exemplo, nós discutimos que ações práticas podem ser tomadas para resolver a questão da propriedade da terra, nos colocando em um caminho acelerado para ir da posse à propriedade da terra. Também discutimos como podemos criar alternativas práticas para a produção em pequena escala para quem está nas zonas de transição entre a floresta e as áreas abertas, para que essas pessoas não sejam empurradas na direção das atividades ilegais. E ao mesmo tempo temos que ter um aparato do Estado monitorando esse

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compromisso fundamental do governo com o desenvolvimento sustentável na Amazônia permanece inalterado. E nós estamos determinados a continuar agora e demonstrar para o mundo como preservação, defesa e desenvolvimento podem ser conciliados na Amazônia. Eu creio que se produz uma impressão falsa, por causa do foco de alguns em rivalidades e desentendimentos. A verdade é que há base para uma convergência inclusiva de opiniões no Brasil (…). A vasta maioria do país está determinada a encontrar uma forma para reconciliar três compromissos: com a conservação, com um sistema de produção inclusivo e com a defesa da nossa soberania. Vamos trabalhar em conjunto para acelerar o processo de transformação de posse de terra e m t i t u l a r i d a d e d e f i n i t i va . Precisamos também “fortalecer os órgãos fundiários no âmbito federal e estadual”, observou o ministro, lembrando que, ao lado da questão da terra, existe a agrícola, que exige esforços concentrados para combater o desmatamento, especialmente nas chamadas “zonas de transição”, onde estão os plantios da agricultura familiar. O PAS vai definir um conjunto de atividades agrícolas, como o apoio às lavouras perenes e à produção de biodiesel. Esses agricultores, que vão ajudar o poder público a construir esse novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, serão remunerados por isso, por essa contribuição. Estamos trabalhando para reforçar a vigilância do governo na defesa do meio ambiente.

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processo. Também discutimos a construção de uma rede de parques industriais para transformar madeira e outros produtos da floresta. Além disso, também discutimos a questão da formação humana. A mais promissora das idéias é uma nova forma de formação secundária, que combinaria educação geralcomeducaçãotécnicaeprofissional. É preciso quebrar essa tarefa em tarefas menores,usandopequenascoisasparaconstruir as grandes. É disso que precisamos. Estamos

convencidos que a Amazônia é uma causa nacional e não uma causa local. É um grande laboratório nacional, não é uma fronteira apenas da geografia, mas também da imaginação. E é o terreno em que podemos nos reinventar e nos reconstruir. É um ponto simples na história do país. No século 19 nós ocupamos as costas, no século 20 caminhamos para o oeste e o centro do país e no século 21 vamos transformar o Brasil através da transformação da Amazônia. O que está em jogo na AmazôniaéofuturodoBrasil.

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Defendendo a instalação de indústrias e a flexibilização do direito de propriedade privada Mangabeira afirmou ser preciso instalar empresas que transformem produtos florestais e que é preciso vincular a floresta à industria na Amazônia. Ele ressaltou que não se pode ver a região como um santuário intocável sem desenvolver ações produtivas, argumentou que está propondo alternativas “ambientalmente seguras e economicamente viáveis”. “O que a população da Amazônia mais quer é oportunidade de emprego. É preciso criar meios práticos para efetivar essa aspiração”, disse Mangabeira Unger. O ministro afirmou que se a população da região, os pequenos produtores e os extrativistas não tiverem oportunidades e instrumentos econômicos a seu dispor, “serão levados mesmo a desmatar”. O ministro afirmou que as duas principais atividades econômicas na Amazônia hoje são a produção da Zona Franca de Manaus e a Mineração no Pará. “São atividades econômicas que tem pouca a ver com a floresta”. Mangabeira disse que é preciso, antes de qualquer medida, resolver o problema fundiário da Amazônia, onde proprietários de terra não têm a titulação da área. Ele disse que esse fator gera insegurança jurídica. “É preciso uma revisão do arcabouço jurídico. Nenhum país continental resolveu isso sem simplificar o direito de propriedade. È necessário sair da situação de posse insegura para a posse segura da terra. É preciso mais. Tem que se permitir a quem goza da posse da terra, que goze também das prerrogativas da propriedade”. Mangabeira defendeu o pagamento de uma remuneração específica para pequenos produtores e extrativistas, segundo ele, uma espécie de compensação mensal pela vigilância da terra.

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NOVO MODELO DE DESENVOLVIMENTO PARA A AMAZÔNIA

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m marco histórico na vida das mais 23 milhões de pessoas que vivem na região Amazônica. O presidente Lula anunciou aos governadores da região Norte, ministros, prefeitos e parlamentares que foi dada a largada para a implantação do Plano Amazônia Sustentável (PAS) que passará a ser um novo modelo de desenvolvimento para a região. O PAS estabelece um novo padrão de financiamento para a Amazônia, voltado para a redução das desigualdades sociais e regionais, a utilização sustentável dos recursos naturais e a incorporação de conhecimentostécnico-científicosàprodução. O processo de construção do PAS resultou na implementação e execução de políticas públicas na região como as ações do Plano BR-163 Sustentável, com destaque para a criação do Distrito Florestal Sustentável da BR-163; as operações conjuntas entre o Ibama, a Polícia Federal e o Exército com o objetivo de combater os desmatamentos ilegais e a grilagem de terras públicas, desenvolvidas no âmbito do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento Legal; a elaboração do Plano de DesenvolvimentoTerritorial Sustentável para o arquipélago de Marajó; e as ações quefazempartedoprogramaTerritóriosdaCidadania. Na verdade são estratégias e orientações para as políticas de governo federal, estaduais e municipais e apresenta aos setores produtivos e à sociedade caminhos para o desenvolvimento sustentável, em sintonia com o Plano Plurianual 2008-2011 e o PAC. O PAS implementará um novo modelo de desenvolvimento na Amazônia brasileira, pautado na valorização da potencialidade de seu patrimônio natural esócio-cultural. O programa tem quatro grandes eixos: produção sustentável com inovação e competitividade; gestão ambiental e ordenamento territorial; inclusão social e cidadania; e infra-estrutura para o desenvolvimento sustentável. Durante a cerimônia de lançamento do PAS,

foi assinada uma carta que estabelece os compromissos do governo federal, dos governos estaduais e da sociedade para a promoção do desenvolvimento sustentáveldaAmazôniabrasileira. O suporte financeiro das ações de desenvolvimento na Amazônia sairá do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e dos cerca de 10 ministérios envolvidos na proposta. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva e o ministro Mangabeira Unger de Políticas de Longo Prazo serão os responsáveis emcolocaroplanoemexecução. A Amazônia Legal – que inclui o Maranhão e o Mato Grosso, além dos Estados da Região Norte – tem uma população de quase 23 milhões de pessoas vivendo em 45% do território, mas produz apenas 4,5% da riqueza nacional (US$ 24 bilhões, em 1999). Por causa de suas Roraima Amapá

Amazonas

Pará

Acre Rondônia

Tocantins

peculiaridades ambientais e estratégicas – maior concentração florestal do Planeta, abundância de recursos hídricos e minerais, concentração de povos indígenas e dimensão das fronteiras nacionais -, precisa de um projeto de desenvolvimento especial, que combine o aumento da produção de riquezas com a O PAS está, voltado para a redução das desigualdades sociais preservação dos recursos e culturasnaturais. Entre os compromissos estão a valorização da diversidade sóciocultural e ecológica e redução das desigualdades regionais; a garantia da soberania nacional, da integridade territorial e dos interesses nacionais; o aprimoramento e a ampliação do crédito e do apoio para atividades e cadeias produtivas sustentáveis; o combate ao desmatamento ilegal, a conser vação da

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biodiversidade, dos recursos hídricos; e a redução das desigualdadesclimáticas. A proposta de elaboração do PAS surgiu em 9 de maio de 2003, em Rio Branco (AC), durante reunião entre o presidenteLulaeosgovernadoresdosEstadosdaRegião Norte. Na ocasião, foi aprovado o documento Amazônia Sustentável e assinadoTermo de Cooperação. Em junho do mesmo ano, foi criada a Comissão de Coordenação InterministerialdoPAS. Em 2007, foram realizadas consultas públicas nas capitais dos nove Estados que fazem parte da Amazônia Legal: Cuiabá (MT), Belém (PA), Macapá (AP), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Palmas (TO), São Luís (MA), Manaus (AM) e Rio Branco (AC). Cerca de 3 mil pessoas participaram da Comissão como representantes de organizações de empresários, de movimentos sociais, universidades, governos municipais e estaduais, além de técnicos do governo federal. Em 2007, o PAS foi tema de debate em seminários preparatórios e no I Simpósio Amazônia e Desenvolvimento Social, que contou com a participação de 2 mil representantes de diversas organizações. Como coordenador da bancada da região Norte tenho a missão de acompanhar, fiscalizar os passos dados em direção da implementação do PAS. Chegou a hora de a Amazônia ser pensada por ela mesma, e não de fora para dentro. Está no fundo da articulação da bancada a idéia de que o governo central, ao pensar a Amazônia, tem que levar em consideração a força política, o pensamento científico e a tecnologia que já é desenvolvida na Amazônia a partir do próprio conhecimento da Amazônia. A Amazônia tem que ser pensadapelosamazônidas.

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(*)Deputado Federal, coordenador da bancada da região Norte 25

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9ª Conferência dos Estados Signatários da Convenção sobre a Diversidade Biológica ealizar-se-á de 19 a 30 de maio, em Bonn e será a maior conferência das Nações Unidas em solo alemão.Para essa conferência de proteção à natureza das Nações Unidas, irão, de todo o mundo para o Reno, cerca de 5000 representantes de governos, organizações não-governamentais e observadores da área econômica. Trata-se de um dos grandes temas do meio ambiente deste século: a preservação da biodiversidade e a utilização sustentável desses recursos. A Alemanha é o país anfitrião neste fórum na luta contra a destruição progressiva de natureza de importância vital e a extinção de espécies. O responsável pelo evento será o Ministério Federal do Meio Ambiente. O Presidente da República Federal da Alemanha, Horst Köhler, e a Chanceler Federal, Angela Merkel, também estão sendo esperados para a conferência, de quase duas semanas de duração, na base das Nações Unidas em Bonn. Esta convenção foi aprovada pela comunidade internacional de Estados na Conferência da Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Junto com a Convenção Básica sobre o Clima e a Convenção sobre Desertificação, a COP-9 faz parte dos três acordos internacionais do Rio de Janeiro pelos quais os Estados assumiram um compromisso com a proteção global ao meio ambiente e à natureza.

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Sigmar Gabriel, Ministro Federal do Meio Ambiente da Alemanha

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Ao lado da proteção ao clima, com a qual já há compromissos legais concretos (Protocolo de Kyoto), a preservação da diversidade biológica (biodiversidade) é tida como o segundo grande desafio global das próximas décadas na área do meio ambiente. A afirmação do Rio de Janeiro e da Reunião de Cúpula Mundial sobre o Meio Ambiente de Johannesburgo (2002) é “reduzir significativamente”até2010ataxadeperdadebiodiversidadebiológica. Da mesma forma como no caso do aquecimento da terra, os peritos alertam contra um desenvolvimento dramático e no fim ameaçador para a existência da vida na terra. Especialmente vem se perdendo cada vez mais florestas com elevada biodiversidade. A exploração dos mares também continua avançando. Na conferência deverá ser apresentada também a primeira parte de um estudo internacional sobre os custos econômicos mundiais dadestruiçãodanatureza. Juntocomadiversidadebiológica,estãoemjogoigualmenteinteressesnacionaisediversos interesses econômicos. Não se trata somente da proteção, mas também do modo de utilização e do acesso a informações genéticas e da compensação de vantagens ou lucros

Em Bonn a última grande Conferência COP-9, antes do ano/ meta de referência 2010, cabendo-lhe, por isso, uma importância especial

O QUE SERÁ DISCUTIDO NA COP-9? Cada edição da conferência apresenta um conjunto de temas centrais. Em 2008, os temas prioritários são:

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Agricultura e biodiversidade; Estratégia global para conservação de “plantas”; Espécies invasoras; Biodiversidade florestal; Medidas de incentivo; Abordagem ecossistêmica; Progresso na implementação do plano estratégico para atingir as metas de 2010 e das Metas de Desenvolvimento do Milênio; Recursos e mecanismos financeiros.

Além deles, a COP9 da CDB discutirá com ênfase a implementação dos seguintes temas: repartição de benefícios; relação entre biodiversidade e mudanças climáticas; conservação de florestas; implementação de uma rede global de áreas protegidas terrestres e marinhas, entre outros.

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O QUE É A CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA (CDB)?

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Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), ou Convenção da Biodiversidade, é o primeiro acordo mundial sobre a conservação e uso sustentável de todos os componentes da biodiversidade, incluindo recursos genéticos, espécies e ecossistemas. Foi também o primeiro a definir biodiversidade no contexto de questões sociais e econômicas além de outras questões ambientais. A Convenção, caracterizada como um instrumento legal, foi aberta para assinaturas na Conferência das Nações Unidas Rio-92, junto com outros instrumentos importantes como a Convenção de Clima e a Agenda 21. A CDB baseia-se em três grande eixos: conservação da biodiversidade, uso da biodiversidade e repartição dos benefícios advindos da utilização dos recursos genéticos. Hoje, a Convenção conta com 190 membros – 189 países e a União Européia. A vitória-régia (Victoria amazonica) é uma planta aquática típica da região amazônica

Horst Köhler, presidente da República Federal da Alemanha

advindos desse acesso. Também devem ser levados em conta os direitos de povos indígenas. Assim deve ser evitada, por exemplo, a “biopirataria”, pela qual ervas medicinais são coletadas e aproveitadas por países ocidentais para a fabricação de medicamentos, sem que os habitantes das regiões de origem tenham nisso uma

participaçãojusta. O Brasil preside a Conferência desde a COP-8, em Curitiba, em 2006. A partir de maio a Alemanha assumiráopostopelospróximosdoisanos. O mais importante item da agenda da COP-9 para o Brasil é a negociação de um regime internacional sobre

acesso e repartição de benefícios (ABS), cuja adoção constitui compromisso das Partes para 2010. O regime é considerado contribuição fundamental para a implementação do 3º objetivo da Convenção repartição de benefícios derivados do uso dos recursos genéticos. Também em Bonn, entre os dias 12 e 16 de

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BRASIL E ALEMANHA DISCUTEM PREPARATIVOS PARA A COP-9 E BIOCOMBUSTÍVEIS

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Fotos Jefferson Rudy/MMA e Marcello Casal Jr./ABr

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s preparativos para a COP-9 e a produção sustentável de biocombustíveis foram os principais assuntos da reunião entre o ministro do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, Sigmar Gabriel, e a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva. As duas autoridades mantiveram encontro, em Brasília, acompanhados de seus principais assessores. Foi o primeiro compromisso da agenda oficial de Sigmar Gabriel. Marina Silva destacou que o programa brasileiro de biocombustíveis é conseqüência de investimentos em tecnologia, e representa um esforço importante para as ações de mitigação das mudanças climáticas e de inclusão social. Ela ressaltou que o Brasil possui 300 milhões de

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, conversa com o ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Sigmar Gabriel e o secretário executivo do ministério, João Paulo Capobianco

maio, acontece a conferência dos signatários do Protocolo de Cartagena sobre Segurança Biológica. A antiga sede de governo da Alemanha Ocidental concentra hoje diversas instituições da ONU ligadas ao meioambiente. Há mais de 42 anos, o Brasil e a Alemanha atuam conjuntamente na área de cooperação para o desenvolvimento. Atualmente, a Alemanha é o segundo maior doador bilateral para cooperação com o Brasil, atrás do Japão e seguido da França. O governo alemão destaca-se por ser o maior doador do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), que vem financiando projetos nas regiões da Amazônia edaMataAtlântica,nosúltimosdozeanos. Até agora, nas conferências pós-Rio, tem se conseguido pouco neste tema altamente complexo. Diferentemente da proteção ao clima, ainda não há nenhum instrumento legal internacional palpável. Por essa razão, o Ministro Federal do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, advertiu sobre a necessidade urgente de progressos.“A COP-9 encontra-se em uma encruzilhada. Têm que mostrar, em Bonn, que há movimento e não estagnação”.Vamosaguardar...

hectares de área agricultável, mas que utiliza apenas 1% para a p r o d u ç ã o d e biocombustível. "Não se pode enfrentar novos desafios com velhas práticas. Com a Embrapa e o u t r a s e m p r e s a s , O ministro do Meio Ambiente da podemos dobrar nossa Alemanha, Sigmar Gabriel, discutiu capacidade de produção questões como biodiversidade, desmasem derrubar uma árvore tamento, biocombustíveis e COP - 9 sequer", acrescentou. O ministro alemão anunciou que, durante a visita da chanceler Angela Merkel ao Brasil, será assinado um acordo na área energética entre os dois países e negou que a alteração aplicada pela Alemanha na porcentagem de etanol brasileiro adicionado ao combustível fóssil alemão tenha sido uma restrição ao etanol nacional. Acordo entre os dois países prevê o acréscimo de 10% de etanol no combustível alemão. Há mais de 42 anos, Brasil e Alemanha atuam conjuntamente na área de cooperação para o desenvolvimento. Atualmente, a Alemanha é o segundo maior doador bilateral para cooperação com o Brasil, atrás do Japão. O governo alemão destaca-se por ser o maior doador do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), que vem financiando projetos na Amazônia e na Mata Atlântica, nos últimos doze anos.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a chanceler alemã Angela Merkel, durante assinatura de atos no Palácio do Planalto

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O ministro do Meio Ambiente da Alemanha no Brasil

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Fotos Tamara Sare, Elcimar Neves/Ag Pa e Jefferson Rudy/MMA

Marina Silva durante encontro com Ministro do Meio Ambiente da Alemanha Sigmar Gabriel

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ministradoMeioAmbiente,Marina Silva, recebeu a visita do ministro do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, Sigmar Gabriel. Biodiversidade, desmatamento e biocombustíveis - temas centrais nas relações bilaterais Brasil-Alemanha, foram os principais pontos da pauta do encontro, que inclui ainda discussões sobre os preparativos para a 9ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-9),queaconteceráemBonn,de19a30demaio. Em sua visita oficial ao Brasil, Sigmar Gabriel cumpriu uma extensa agenda na área ambiental. Em Brasília, foram feitas, visitas ao Itamaraty e ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção à Amazônia (Censipan) e coletiva de imprensa, na Agência Nacional de Águas. Em seguida, o ministro seguiu para Santarém, Belém, com visitas à Santarém, Alter do Chão, Floresta Nacional do Tapajós e à Reserva Extrativista TapajósArapiuns,entreoutroscompromissos. 22| REVISTA AMAZÔNIA

Em Santarém

Sigmar aprendendo a fazer o corte na seringueira

Alemanha vai continuar investindo na proteção da Amazônia O Governo da Alemanha está disposto a continuar financiando projetos de proteção de florestas na Amazônia, garantiu o ministro alemão do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear, Sigmar Gabriel, em Santarém, na Região do Baixo Amazonas,noPará. Sigmar Gabriel foi recebido pelo governador em exercício do Pará, Odair Corrêa e a prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins, seguindo o ministro e sua comitiva, para um hotel no distrito de Alter do Chão, ondehouveumareuniãodetrabalho.

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Políticas públicas

Sigmar Gabriel na Flona Tapajós, tirando o látex da seringueira

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A Alemanha já investiu mais de US$ 6 milhões em programas de preservação ambiental no município de Santarém, segundo Maria do Carmo Martins, que agradeceu ao ministro alemão por essa parceria, frisando que muitos programas financiados pela União Européia acabaram virando políticas públicas, tanto do Governo Federal quanto do GovernoAnaJúliaCarepa. A secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Maria Cecília Wey deBrito,querepresentavaaministraMarinaSilva, apresentou ao grupo resultados do Programa ARPA, que conta com recursos do governo alemão. Sigmar Gabrielecomitiva-daqualparticipavao embaixador da Alemanha no Brasil, Prót Von Kunov - visitaram a Floresta Nacional doTapajós e a Reserva ExtrativistaTapajós-Arapiuns, entre outros compromissos. O secretário de Meio Ambiente do Pará, Valmir Or tega, acompanhouavisitaoficial. Ao saudar a comitiva liderada por Sigmar Gabriel, Odair Corrêa ressaltou, em nome da governadora Ana Júlia Carepa, que o Pará "tem um governo comprometido com a equalização entre o desenvolvimento e a sustentabilidade ambiental, tomando por diretrizajustiçasocial". Acrescentou que isso vem sendo demonstrado em várias ações desenvolvidas pelo Governo do Estado com apoio do presidente Lula, "que tem na figura da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a perfeita síntese de nossa capacidade de e n f re nt a m e nto e s u p e ra ç ã o d a problemáticaambiental".

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Mobilização Odair Corrêa disse ainda que considere

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Marina Silva mostrando seu Acre querido a Sigmar

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Odair Correa, Maria do Carmo Martins, Maria Cecília Wey de Brito, falam do Programa ARPA a Sigmar Gabriel O ministro alemão Sigmar Gabriel começou a visita oficial por Santarém, ondefoi recebido pelo governador em exercício, Odair Corrêa 24| REVISTA AMAZÔNIA

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fundamentais as medidas de qualificação e implementação de política ambiental que o governo do Pará está articulando, em especial aquelas que resultam de ampla mobilização social sobre os rumos do desenvolvimento. O governador em exercício afirmou também que o Governo do Pará está aberto ao debate e à cooperação, inclusive com a comunidade internacional, mas tendo sempre como foco a melhoria dequalidadedevidanoParáeemtodaaAmazônia.

Alter do Chão encantou Sigmar Gabriel 95

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Na Floresta Nacional do Tapajós e na Reserva Extrativista TapajósArapiuns

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Durante a visita, Maria CecíliaWey de Brito, secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, representando a ministra Marina Silva, apresentou os projetos desenvolvidos para apoio das comunidades e povos tradicionais, que vivem da exploração sustentável dos recursos da floresta. A conservação da biodiversidade é uma das áreas de maior interesse da comunidade internacional e o principaltemadaCOP-9,emBonn. Cecília destacou que a delegação visitou duas áreas para as quais é essencial que os recursos naturais sejam cuidados e valorizados. "No âmbito internacional, isso pode ser feito por meio do estabelecimento do regime de repartição de benefícios. Internamente, um caminho é o Projeto de Lei de Acesso a Recursos Genéticos, em fasedeconsultapública",afirmou

Sigmar Gabriel agradecendo a acolhida e informando que a Alemanha irá continuar financiando projetos de proteção de florestas na Amazônia

O cheirinho da Amazônia a seu dispor

Maria Cecília Wey de Brito, secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, representando a ministra Marina Silva, fazendo suas considerações

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Em Alter do Chão, distrito de Santarém

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O diretor de Articulação da Amazônia do MMA, Ronaldo Weigand, apresentou informações sobre dois projetos desenvolvidos pelo governo brasileiro na Amazônia, o projeto Áreas Protegidas da Amazônia – ARPA, e o Programa Piloto de Proteção as Florestas Tropicais (PPG7). O PPG7, iniciado em 1995, já implementou 473 projetos demonstrativos e capacitou mais de 18 mil famílias. O ARPA criou até agora 22 milhões de hectares de novas UCs e está apoiando a implementação de outros8,3milhõesdehectaresemUCsjáexistentes.

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Alemanha, Sigmar Gabriel, foi recebido pela diretora da instituição de pesquisa, Ima Vieira, e pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Valmir Ortega. Durante a visita, o ministro conheceu vários exemplares da fauna e da flora amazônica e plantou uma muda de copaíba, árvore típica da região e cujo óleo essencial tem reconhecido valor farmacêutico. Ele e sua comitiva, formada por assessores, membros do parlamento alemão, imprensa e organizações não-governamentais,

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No Museu Goeldi, em Belém Bela representação em Óleo sobre Tela, da Floresta Nacional do Tapajós

No parque zoobotânico do Goeldi, o ministro de Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da

A comitiva de Sigmar Gabriel gostou muito do Grupo de carimbó da comunidade de Jamaraquá, na Floresta Nacional do Tapajós

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também conferiram a exposição no pavilhão "Domingos Ferreira Penna", a Rocinha, intitulada "Reencontros:EmílioGoeldieoMuseuParaense". A viagem oficial foi composta de uma agenda de visitas e reuniões relacionada a temas como desmatamento e biocombustíveis, além dos preparativos para 9ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade (COP-9), em Bonn, na Alemanha. A última conferência ocorreu no Brasil, na cidade de

A Flona do Tapajós é uma Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável é um bom exemplo da riqueza da biodiversidade brasileira. Em seus 545 mil hectares - 20 vezes o tamanho do maior parque alemão - abriga seis tipos de floresta, além de 40 espécies de mamíferos, uma grande variedade de répteis e anfíbios e 224 espécies de aves. Nela vivem 30 comunidades, o equivalente a cerca de sete mil pessoas, segundo Daniel Penteado, chefe da Flona. Durante a visita, na comunidade de Jamaraquá, os alemães conheceram diversos projetos desenvolvidos na região, como o Oficinas Caboclas do Tapajós, que produz móveis com o aproveitamento de restos de madeira.

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Na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns

O Karolina do Norte transportou a comitiva de Sigmar Gabriel à Resex Tapajós-Arapiuns e à Flona – Tapajós

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Na Resex Tapajós-Arapiuns, que abriga 3,5 mil famílias, o equivalente a 21 mil pessoas, divididas em 70 comunidades, a delegação visitou a comunidade de Suruacá, administrada de forma conjunta pelo Governo Federal e populações tradicionais. A principal forma de subsistência da população é a extração de óleos de árvores como andiroba, copaíba e castanha do Pará. "O potencial fitoterápico da região é bastante significativo", informou a chefe da Resex, Rosária Sena. Além disso, é tradicional o artesanato de palha de tucumã e sementes. As autoridades plantaram quatro árvores na comunidade. REVISTA AMAZÔNIA |27

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Ortega , secretário Estadual de Meio Ambiente, acompanhando o Ministro Sigmar

Na comunidade do Suruacá, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, Maura do Carmo Bentes, presidente do Conselho Comunitário, saúda os visitantes e faz reivindicações

Em Alter do Chão, o Ministro do meio Ambiente da Alemanha, se deleita com as belezas naturais, ao fundo o morro do Piroca e a famosa praia paradisíaca, debaixo das águas do Tapajós

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No MPEG, Ima Vieira sua diretora d Ima Vieira, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Valmir Ortega e o ministro do Meio Ambiente da Alemanha

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Curitiba, em 2006, onde nossa revista Amazônia fez cobertura completa e ganhou o prêmio da melhor revistadaCOP-8. "AAlemanhaéumdosmaioresdoadoresderecursos para o meio ambiente, ciência e tecnologia. A presença do ministro aqui é importante para que o tema da Amazônia entre forte na pauta da conferência. É importante que ele conheça os desafios para conservação da região", disse o secretário Valmir Ortega. Ele comentou ainda que o ministro está acompanhado de deputados dos três principais partidos alemãos e das duas maiores ONG's. A diretora ImaVieira acrescentou que conversou com o ministro sobre produção científica na região e a participação de pesquisadores do Museu na COP-9. "Recentemente, assinamos uma importante parceria com a instituição alemã Max Planck, para documentaçãodelínguasindígenas",disse. O ministro alemão elogiou a tecnologia empregada pelo Brasil e a integração de esforços entre as várias áreas de governo para evitar o desmatamento. Segundo Sigmar Gabriel, o país deve se orgulhar das conquistas alcançadas nos últimos anos. Ele disse acreditar ser fundamental a oferta de alternativas econômicas àqueles que pretendem trabalhar de forma regular na exploração dos recursos naturais da Amazônia. O ministro afirmou ainda que existe importante interesse da Alemanha pela preservação da Amazônia e uma longa tradição de cooperação do seu país com governos e instituições da região. "A Alemanha tem colaborado com recursos para Amazônia, a partir de doações, de cerca de 300 milhões de euros, nos últimos anos. Em todas as oportunidades, estaremos discutindo quantidade de recursos para estas ações. O que é certo é que queremos continuar e expandir esses recursos", afirmou.

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Sigmar Gabriel fez o plantio de uma muda de copaíba, no Museu Paraense Emílio Goeldi REVISTA AMAZÔNIA |29

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Mesa oficial da abertura da III CNMA

III Conferência Nacional Fotos Jefferson Rudy/MMA; Elza Fiúza e Valter Campanato/ABr

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erca de 3 mil pessoas, entre elas 11 ministros de Estado, participaram da abertura da III Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci, representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,destacouqueogovernofederaljárealizou 49 conferências, nos mais diferentes setores desde 2003 - um processo que envolveu mais de

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3 bilhões de pessoas em todo o Brasil. Ele ressaltou, no entanto, que a Conferência Nacional do Meio Ambiente, ao lado da Conferência Nacional da Saúde, é uma referência para todas as outras pelo rigor temático, abrangência e diálogo interno. "É motivo de orgulho para todos nós", acrescentou. Dulci afirmou que a democracia participativa não é uma retórica neste governo e que, por isso mesmo, a institucionalização das conferências deve ser consolidada até 2010, para que não

Luiz Dulci, Ministro-chefe da Secretariageral da Presidência da República, discursando 100

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Foi a primeira vez que um país realizou um processo participativo com todos os setores da sociedade para discutir o tema, que é destaque no cenário internacional. A III CNMA reuniu cerca de 3 mil pessoas, entre delegados de todos os estados e convidados de 40 países. Na avaliação da ministra Marina Silva, "o ministério deu mais um passo importante na construção da cidadania brasileira ao combinar o processo da Conferência Nacional do Meio Ambiente com o enfrentamento das mudanças globais do clima". As propostas aprovadas durante a Conferência serão entregues ao Comitê Interministerial de Mudança do Clima e ajudarão na formulação da Política e do Plano Nacional sobre Mudança do Clima. De acordo com Marina, o Brasil "no contexto internacional é um país especial. De um lado, sua matriz energética é das mais avançadas pela forte participação de 44% das fontes renováveis no suprimento de eletricidade e combustíveis líquidos. Quase 90% da eletricidade consumida é produzida em hidroelétricas, e grande parte do combustível dos automóveis é etanol da cana de açúcar. O Programa Nacional do Biodiesel, iniciado no governo do presidente Lula, também reproduz o sucesso do etanol, tendo já consolidado a meta de 2% de óleos vegetais no diesel automotivo". Sobre o desmatamento, a maior fonte de emissão de gases de efeito estufa no País, a ministra destaca a redução de quase 60% nas taxas anuais de desmatamento da Amazônia, resultado de uma forte ação governamental nos últimos quatro anos. Tais medidas não reduziram a geração de riquezas e os benefícios na região, mas preservaram um capital físico em recursos florestais, genéticos, culturais e humanos. O que certamente beneficiará as futuras gerações de brasileiros.

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CNMA

do Meio Ambiente PROCESSO PARTICIPATIVO

A Conferência Nacional foi precedida por conferências locais (municipais, regionais, estaduais e do Distrito Federal), garantindo que o debate chegasse a um número maior de pessoas. Essa etapa mobilizou mais de 100 mil pessoas. Nesses fóruns, foram eleitos mais de mil delegados que estão participando da plenária nacional, respeitando os seguintes critérios: da sociedade civil, 50%: sendo 5% de comunidades tradicionais e 5% de povos indígenas; do setor empresarial, 30%; e do setor governamental, 20%. A III CNMA recebeu 5.132 propostas oriundas de todo o Brasil. As sugestões foram colhidas em751 conferências, sendo 566 municipais, 153 regionais, 26 estaduais e uma distrital, além de cinco seminários regionais/distritais, que envolveram mais de 100 mil pessoas desde o final de 2007.Envolvendo áreas como aquecimento global, exploração predatória dos ativos florestais, preservação da biodiversidade agropecuária, energia, resíduos, indústria, transporte, saúde, recursos hídricos, assentamentos humanos, ecossistemas naturais, desenvolvimento tecnológico, entre outros. As proposições são sistematizadas, isto é, agrupadas por semelhança de conteúdo, para facilitar os debates na plenária nacional. REVISTA AMAZÔNIA |31

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Caio Magri, do Instituto Ethos, fala durante a III CNMA

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Hamilton Pereira, secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA

Jean Pierre Leroy, representante da ONG Fase

haja nenhum retrocesso com as futuras alternâncias de poder. Ele acrescentou, ainda, que as deliberações da CNMA precisam ser um compromisso de governo, e não apenas do MinistériodoMeioAmbiente. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi ainda mais além. Ela destacou que a política ambiental brasileira não pode ser mais vista somente como uma questão de governo e sim de país, com uma perspectiva de longo prazo, além do viés transversal e integrado. Isso porque os problemas ambientais ganharam caráter de desafio civilizatório com as mudanças globais do clima. As respostas para esses novos problemas, disse a ministra, podem estar em fóruns como a Conferência Nacional do Meio Ambiente, que reúne governos, setor privado e sociedade civil. "Diferentes saberes talvez seja a única forma de dar uma resposta", disse.

Gesinaldo Sateré-Mawée, representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira e o representante da ONG Fase, Jean Pierre Leroy, conversando

O presidente do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (CEBEDS), Fernando Almeida, também destacou a importância da CNMA como instrumento de diálogoentreosdiferentessetoresdasociedade e como fórmula de transformar discurso em prática. A conferência, segundo ele, torna-se ainda mais relevante quando o assunto é mudança do clima. "Todos nós fazemos parte do problema.Temos que fazer parte também da solução", disse.Temístocles Marcelos, secretário de Meio Ambiente da Central Única dos Trabalhadores, disse que a CNMA tem o desafio de aprofundar o modelo de democracia participativa e defendeu a institucionalização doprocessoparagarantirsuapermanência.

Aprovada mais de 650 propostas com destaque para educação ambiental

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terceira edição da Conferência Nacional do Meio Ambiente,que reuniu mais de 1.200 delegados de todo o país, aprovou cerca de 650 propostas na plenária final após quase cinco dias de debates. Na avaliação do secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Hamilton Pereira, responsável pela coordenação de todo o processo da CNMA, um dos destaques ficou por conta da inclusão da educação ambiental em uma parte significativa das propostas finais. "O conjunto das políticas propostas para a área da educação ambiental chama a atenção porque revela a percepção dos setores que se mobilizaram para a conferência da necessidade de mudança do comportamento, de mudança no padrão de produção e consumo. Mostra que a sociedade brasileira recolheu 32| REVISTA AMAZÔNIA

esse tema, agendou, pautou e está trabalhando numa perspectiva que aponta para as gerações futuras", disse. Para ele, a conferência ficou acima da expectativa. "Estamos coroando um processo que foi altamente amplo. Nós alcançamos todos os estados da federação e a qualidade do que vimos aqui é muito reveladora da profundidade desse processo", acredita. Durante a conferência nacional 16 grupos de trabalho discutiram propostas de mitigação e adaptação às mudanças do clima em áreas como saúde, recursos hídricos, florestas, transporte, agropecuária, indústria, entre outras. O texto-base, formulado a partir das propostas colhidas nas mais de 700 conferências municipais e estaduais, com a participação de cerca de 100 mil pessoas, contava com mais de cinco mil proposições. O último dia da conferência teve debates acalorados em

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Índios de várias etnias participam da III CNMA

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A Feira de Produção Sustentável O coordenador executivo do Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá), Renato Cunha (1º à direita), fala durante a votação de destaques

Ônibus do PrevFogo, em exposição

torno de temas polêmicos como a transposição do Rio São Francisco e a construção de rodovias na Amazônia. Para a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Thelma Krug, outros pontos aprovados na plenária também são polêmicos como o uso de plantas exóticas no reflorestamento. Para ela ainda há um preconceito em relação ao uso das exóticas apesar de elas fazerem parte de alguns biomas. "Muitas coisas poderão ser aproveitadas no plano (de mudanças climáticas) e outras terão que ser reavaliadas. Ainda não é possível definir um percentual do que será aproveitado, mas vamos trabalhar nisso", afirmou. Segundo Hamilton Pereira, as resoluções serão consolidadas pelo Ministério do Meio Ambiente e encaminhadas ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva para auxiliar na elaboração do Plano e da Política Nacional de Mudanças do Clima. "Faremos com que esse material, vindo da sociedade, chegue às mãos do presidente Lula para que o governo consulte as outras

Atração à parte das discussões, oficinas e palestras que ocorrem na III Conferência Nacional do Meio Ambiente foi a Feira de Produção Sustentável concentrada no pátio central do centro de Convenções Ulysses Guimarães. Os produtos vendidos eram os mais diversos, cd´s, dvd´s, livros, artesanatos, roupas e acessórios. Tudo com temática o meio ambiente. Maria de Lourdes veio de Mambaí, nordeste de Goiás. A matéria-prima para a produção de seus quadros vem do cerrado: buriti, limão seco, canela de ema e côco, por exemplo, com matéria orgânica. A costureira Terezinha vendeu roupas tudo feito à mão. Algumas peças demoram no mínimo quinze dias para ficarem prontas. Ela faz parte da cooperativa de papel reciclado do Recanto das Emas, e apesar de sofrer de glaucoma e deslocamento de retina, costura e produz tudo, além de assumir que é muito criativa. Os colares, brincos e pulseiras também são feitos de materiais naturais. A nossa matéria-prima vem da natureza, tudo o que ela nos oferecer a gente usa, disse Ivan Patachó, de Porto Seguro (BA). Os expositores vieram de diferentes cantos do Brasil: Acre, Amazonas, Goiás, e Belo Horizonte. Todos mostraram que é possível criar de maneira sustentável, aproveitando, e muito bem, a matéria que a natureza oferece em abundância, sem prejudicá-la.

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Na reunião com observadores Internacionais

áreas aqui mencionadas e venha a incorporar essas propostas no projeto de lei que será encaminhado ao Congresso Nacional", explicou.

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onsiderada a maior vitrine de produtoseserviçosdaregião,a Feira Internacional da Amazônia 2008 – FIAM, reunirá expositores da Amazônia brasileira, representantes de mercados de interesse da economia regional, além de palestrantes que participarão da jornada de seminários. A FIAM acontecerá de 10 a 13 de setembro, em Manaus, e consta no calendário oficial de eventosdoGovernoFederal. Com o tema "Novas Idéias, Soluções e Oportunidades de Negócios na Amazônia", a Feira abre neste ano espaço para os inscritos no prêmio Professor Samuel Benchimol. Eles farão parte da Rodada de Projetos, que ocorre durante o evento. Além disso, a programação inclui 11 seminários e a exposição que homenageará os 100anosdamigraçãojaponesaparaBrasil. A Rodada de Turismo, realizada em parceria com a A m a zo n a s t u r, Manaustur, secretarias de turismo dos Estados da Área de Atuação da

A Feira Internacional da Amazônia 2008 SUFRAMA (Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá), Embratur, Ministério doTurismo e Secretaria de Planejamento do Amazonas, contará ainda com a participação dos Estados do Maranhão, Mato Grosso, ParáeTocantins. AexpectativadaautarquiaéqueaFIAM2008supereem pelo menos 20% os resultados alcançados nas edições anteriores. O coordenador geral do Núcleo de Promoção Comercial da SUFRAMA, Jorge Vasques, afirma que o cronograma de preparação para o evento está em dia, e que a Feira deverá repetir o sucesso das edições anteriores. A FIAM acontecerá de 10 a 13 de setembro, em Manaus,

e consta no calendário oficial de eventos do Governo Federal.

Objetivos da FIAM

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Expor, para potenciais investidores nacionais e estrangeiros,asdiversasoportunidadesdenegóciosque aAmazôniaBrasileiratemaoferecer: -Atrairinvestimentos -Estimularasexportações -Promover novas oportunidades de negócios por meio doaproveitamentodaspotencialidadesregionais

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-Incrementar o fluxo de turistas e viabilizar parcerias paraosetorturístico -Incrementar a fabricação de componentes no Pólo Industrial de Manaus (PIM), visando o desenvolvimento dascadeiasprodutivas -Fomentarparceriasnaáreaacadêmico-científica

Vitrine amazônica Além das rodadas de negócios, a Feira conta ainda com uma programação diversificada. Entre as atividades planejadas está a exposição de produtos industrializados e artesanais, bem como de projetos institucionais na área de desenvolvimento sustentável, mostra científica, lançamento de produtos e jornada de seminários sobre temas estratégicos para o desenvolvimento regional, tais como logística, transportes, comércio exterior, inovação tecnológica, microenanotecnologiaeturismo. Entre os visitantes destacam-se empresários de todo o Brasil e do exterior, bem como representantes de instituições e órgãos governamentais interessados em adquirir produtos ou investir em projetos de desenvolvimento regional, operadores de turismo, parceiros na área científica e tecnológica, mídia especializada,operadoresdelogística.

Temática global No discurso de lançamento da FIAM deste ano, no final de 2007, a superintendente da SUFRAMA, Flávia Grosso destacou a importância de se investir no desenvolvimentosustentáveldaregião."AFIAM2008se insere em uma temática global, que é a da preservação do ambiente. Ela acontecerá no contexto das comemorações do Ano Internacional do Planeta Terra,

instituído pelas Organizações das Nações Unidas (ONU), com apoio de 191 países, e com o objetivo de encorajar a sociedade a aplicar o conhecimento científico para aproveitar o potencial que o planeta oferece em favor da construção de uma sociedade mais segura, sadia e sustentada." Flávia Grosso também enfatizou os esforços que a SUFRAMA tem empreendido ao longo dos últimos anos para inserir o modelo ZFM de forma competitiva no mercado internacional. Realizar a promoção comercial do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) e apoiar micro e pequenas empresas regionais, além de divulgar as ações institucionais da autarquia são os principais objetivos da participação da SUFRAMA em eventos nacionaiseinternacionais.

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Programação Paralela

Programação Geral Área de Exposição - A exposição de produtos será feita em estandes distribuídos em dois pavilhões de 5 mil m² cada, na área interna do Studio 5 - Centro de Convenções eemtendaclimatizadanaáreaexterna. Num dos pavilhões estarão concentradas as principais empresas do PIM, que vão expor bens finais e componentes dos segmentos eletroeletrônico, informática, duas rodas, relojoeiro, químico, termoplástico,entreoutros. Em outro pavilhão, os visitantes poderão conhecer as potencialidades econômicas de cada estado, bem como importantes pesquisas e novas tecnologias desenvolvidas com o objetivo de promover o desenvolvimentoregionalembasessustentáveis. Um amplo leque de produtos fabricados com matériaprima originária da biodiversidade amazônica estará em exposição na área externa (tenda climatizada) artesanato, produtos alimentícios, fitoterápicos, fitocosméticos, móveis com design regional, e muitos outrositensqueserãocomercializadosduranteaFeira.

Além da exposição de produtos e serviços, a Feira Internacional da Amazônia conta com uma programação paralela de seminários e outros eventos que contribuem para enriquecer o evento com discussões estratégicas acerca do desenvolvimento da região. Serão seminários sobre os mais diversos temas, como logística, biotecnologia, turismo, energia, micro e nanotecnologia, entre outros, que contam a participação de profissionais, estudantes e demais interessados em buscar alternativas para o desenvolvimentosustentáveldaregião. Também serão realizadas: Rodada de Negócios, com reuniões agendadas entre empresários, a maioria estrangeira, para realização de negócios; Rodada de Projetos, com reuniões agendadas entre investidores em potencial e instituições que desenvolvem projetos na áreadeciência,tecnologiaeinovação.

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10 a 13 de setembro de 2008 - Manaus Amazonas - Brasil Studio 5 Centro de Convenções + informações poderão ser obtidas pelos telefones: (92) 3321-7225, 3321-7226 ou 3321-7000 ramais 7225 ou 7226

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Flávia Grosso, superintendente da SUFRAMA, a anfitriã da FIAM 2008

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Eduardo Braga doou o prêmio à Fundação Amazonas Sustentável

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Governador doa prêmio para Fundação Amazonas Sustentável

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governador Eduardo Braga recebeu recentemente, em Sevilha (Espanha) o prêmio máximo da Fundação Sevilha Nodo pelos projetos desenvolvidos no Estado do Amazonas para a conservação ambiental. A entidade é referência na Europa pelas iniciativas que estão transformando a cidade espanhola em exemplo de desenvolvimento sustentável. O valor da honraria – 30 mil euros – foi doado pelo governante amazonense à FundaçãoAmazonasSustentável. A solenidade de entrega do prêmio, realizada no plenário do Parlamento local, foi prestigiada por autoridades civis e religiosas da cidade, bem como pela imprensa local. Coube ao prefeito Alfredo Sánchez Monteseirín entregar o troféu que simboliza a honraria aogovernador. Segundo Blas Ballesteros, presidente da Fundação, esta foi a primeira vez que representantes da oposição ao Partido Socialista (PSOE), que dirige o município, prestigiaram o evento "prova de que a questão ambiental está acima dos interesses políticos", atestou. Ele mostrou conhecer os projetos que estão sendo desenvolvidos no Amazonas, já que citou nominalmente o Bolsa Floresta, a Lei de Mudanças ClimáticaseoZonaFrancaVerde. A solenidade de entrega do prêmio, ocorrida pela manhã no plenário do Parlamento local, foi prestigiada por autoridades civis e religiosas da cidade, bem como pela imprensa local. Coube ao prefeito Alfredo Sánchez Monteseirín entregar o troféu que simboliza a honraria

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O prefeito Alfredo Sánchez Monteseirín entregou o troféu que simboliza a honraria ao governador Eduardo Braga

ao governador. Segundo Blas Ballesteros, presidente da Fundação, esta foi a primeira vez que representantes da oposição ao Partido Socialista (PSOE), que dirige o município, prestigiaram um evento como este, "prova de que a questão ambiental está acima dos interesses políticos". Com 700 mil habitantes, Sevilha é a principal cidade da região de Andaluzia. Sua administração investe fortemente hoje na questão ambiental, com previsão de despender mais de 131 milhões de euros em projetos de sustentabilidade nos próximos anos, segundo Monteseirín. Ele mostrou conhecer os projetos que estão sendo desenvolvidos no Amazonas, já que citou nominalmente o Bolsa Floresta, a Lei de Mudanças ClimáticaseoZonaFrancaVerde. Tanto Braga quanto o prefeito local se mostraram

dispostos em ampliar a parceria entre a cidade espanhola e o Estado do Amazonas, tanto na área ambiental quanto na educacional. Logo após a solenidade no Parlamento, o governador assinou com Ballesteros dois novos acordos de cooperação da Fundação Sevilha Nodo com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Fundação Amazonas Sustentável(FAS). "Queremos aprender com o Sul (hemisfério), já que governos locais, como o do Amazonas, têm mostrado que têm idéias boas, transformadas em boas práticas", afirmou o prefeito. "Estão fazendo algo importante para nóseparaoplaneta",acrescentou. Braga privilegiou a soberania no discurso e foi aplaudido pela platéia quando disse que "a Amazônia é um patrimônio do nosso povo, a serviço do bem e da paz da humanidade". Ele citou as 64 etnias indígenas existentes no Amazonas e dedicou o prêmio "às populações tradicionaisdoEstado,verdadeirasguardiãsdafloresta". Ballesteros mostrou a Braga os projetos de desenvolvimento sustentável que Sevilha está desenvolvendo, como o incentivo ao transporte limpo (troca de carros por bicicletas motorizadas que podem serusadasgratuitamentepeloscidadãos)eareciclagem do lixo urbano por meio de caixas coletoras estrategicamente colocadas. "Estamos tentando fazer a nossa parte e decidimos homenagear o Amazonas porque percebemos a eficácia de sua política indígena, ambiental, social e o esforço para gerar energia limpa", disseele.

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A Fundação Amazonas Sustentável

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Presidente da FAS, Luiz Furlan e o diretor geral da instituição, Virglio Viana

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Fotos César Catingueira e Agecom

sede da Fundação Amazonas Sustentável, em Manaus, foi inaugurada dia 08 de maio p.p, com a presença de ambientalistas, representantes de instituições públicas e privadas, jornalistas e outros convidados. Na ocasião, o presidente do Conselho da FAS, Luiz Furlan, e o diretor-geral,VirgílioViana, apresentaram as novas instalações e a equipe técnica que faz parte da instituição. Localizada no bairro do Parque Dez, zona centro sul da capital amazonense, a FAS ocupa o imóvel onde funcionou uma loja de móveis de madeira certificada.OendereçoéruaÁlvaroBraga,351. A FAS é responsável pela implementação de programas que promovem a melhoria da qualidade de vida dos moradores da floresta e a implementação de ações para redução do desmatamento. O primeiro programa desenvolvido pela Fundação é o Bolsa Floresta, iniciativa que compensa financeiramente moradores de unidades de conservação estaduais,comprometidosemnãodesmatar.Duranteoeventoadireçãoda FAS divulgou que atualmente duas mil famílias de UC são atendidas pelo BolsaFloresta. A Fundação Amazonas Sustentável foi criada em dezembro de 2007 e contabiliza conquistas importantes como doações no valor de R$ 40 milhões de reais, sendo R$ 20 milhões do Banco Bradesco e outra parte do Governo do Estado do Amazonas. Além dessas parcerias, a FAS recebeu apoio da Fundação Nodo no valor de E$ 30 mil (cerca de R$ 80 mil) e da rede de lojas de confecção Yamamay, uma das mais respeitadas da Itália, no valordeE$50mil(cercadeR$130mil).

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Presidente da FAS, Luiz Furlan e diretor geral, Virgilio Viana, com os colaboradores da Fundação Amazonas Sustentável

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mais um passo na organização política das etnias paraenses Fotos Erika Nunes e Eduardo Kalif

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uatro dias de intensos debates, discussões políticas, cultura e interação entre as raças marcaram a II Semana dos Povos Indígenas do Pará, do dia 22 até 30 de abril, com exposições na Fundação Curro Velho (FCV) e Casa da Linguagem, e com o lançamento do CD Gambá de Aveiro, uma parceria entre FCV e Instituto de Artes do Pará(IAP). Maisde42etniase270indígenas,entreelescercade80crianças,vieramàcapitaldo Estado para o evento, realizado pelo Governo do Pará e Governo Federal, através de diversos órgãos como a FCV, Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), Museu Emílio Goeldi, Funai e Funasa; e apoio de entidades indígenas como o Fórum de Lideranças Indígenas do Pará e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Sob o tema“Nós, Indígenas – Ancestralidade Contemporânea”, a Semana contou com uma extensa programação que incluiu mesas de debates acerca de cinco questões de grande importância para os povos indígenas: Cultura, Comunicação, Educação, Saúde eTerritorialidade. Incluiu ainda mais de 15 oficinas e vivências, direcionadas a indígenas e à população não indígena, palestras, apresentações culturais e um seminário sobre educação escolar indígena, coordenado pela Seduc. A programação aconteceu de forma descentralizada, em locais como o Parque dos Igarapés, onde os indígenas ficaram hospedados, a FCV (tanto o prédio sede quanto a Casa da Linguagem), a Universidade do Estado do Pará (UEPA), o Hangar Centro de Convenções da Amazônia, o Forte do Castelo, oVer-o-Rio, IAP,CentureFortedoPresépio,entreoutros.

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Conquistas históricas OeventofoiosegundograndemomentodediscussãoeencontrodospovosindígenasdoPará,jáque a I Semana dos Povos Indígenas do Pará, realizada em abril do ano passado, foi o momento inicial de debates. O superintendente da FCV, Valmir Bispo Santos explica que o objetivo maior da semana é promoveraintegraçãoentreosváriospovosdoPará,paraqueelesdiscutameseorganizememtorno de suas necessidades e reivindicações. “Na I Semana, eles tiveram dois dias de encontro para que pudessem discutir entre eles. Dessa discussão saiu a Carta dos Povos Indígenas com 60 reivindicações. Essa Carta foi entregue à governadora Ana Júlia Carepa e, ao longo do ano, diversos 38| REVISTA AMAZÔNIA

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órgãos estaduais se reuniram para discutir e apresentar propostas e soluções. Foi esse debate que resultou no Plano Estadual Pará Indígena, que foi apresentadoaosíndios. A I Semana, ressaltou ainda Valmir Santos, também teve como saldo a criação do primeiro Fórum de Lideranças Indígenas do Pará, que reúne 14 lideranças, representando sete regiões do Estado. “Tanto a Semana como o Fórum são conquistas históricas no sentido da organização dos índios. Os 54 povos do Pará, principalmente por dificuldade de locomoção e acesso aos locais das aldeias e dificuldades de comunicação, ainda estão muito dispersos, por isso queremos promover esses encontros. Até porque achamos que não adianta o governo discutir os problemas dos índios, se eles não podemdiscutirentresi”,afirmou.

Érika Nunes

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Show da Cláudia Ticuna no Forte do Castelo na abertura

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Um show de diversidade cultural A diversidade cultural foi um dos pontos altos da II Semana. Além de danças e músicas indígenas, a programação cultural do evento, que aconteceu durante o dia na Fundação Curro Velho e à noite no Complexo Ver-o-Rio, contou com a presença de artistas da terra, numa grande festa de interação das culturas.

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Pintura corporal assurini em índia tembé no Parque dos Igarapés

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Cláudia Ticuna, cantora indígena do Amazonas. A noite fechou em grande estilo com show de Nilson ChaveseTrioManari.

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Indígenas cobram avanços

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Lideranças indígenas que participaram do evento são unânimes em afirmar que ainda falta muito para que a situação dos povos do Pará melhore de fato. Apesar disso, eles admitem que ações como a realização da SemanaeacriaçãodoFórumdeLiderançasIndígenas são avanços e exemplos de uma nova e oportuna relaçãoentregovernoestadualeasetniasparaenses. Um dos fundadores do Fórum Indígena, Zeca Gavião, da tribo de Bom Jesus do Tocantins, em Marabá, avalia a Semana como uma oportunidade importante de união, mas diz que ainda se tem que caminhar muito. Uma das principais reivindicações deles em relação ao governo do Estado, cita, é a criação de uma secretaria que centralize todas as ações voltadas para a questão indígena.“O governo já avançoucomacriaçãodaCoordenadoriaIndígena,da Secretaria de Justiça, mas estamos lutando pela criação de uma secretaria. Mais do que ninguém,

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Érika Nunes

Grupo La Pupunha em apresentação no Ver-o-Rio

Grupo Pará Nativo

A festa de abertura, chamada “Encontro de Nações”, foi simbólica: na data em que se comemorava o“descobrimento” do Brasil, os índios entraram no Forte do Presépio, a primeira construção do colonizador na capital do Estado, como se estivessem tomando o espaço, cinco séculos mais tarde. Isso foi reforçado no discurso da coordenadora de Proteção dos Direitos dos Povos Indígenas e Populações Tradicionais, da Secretaria de Justiça (Sejudh), Iza Tapuia. Ela disse que a presença dos índios ali simbolizava resistência:“Nós estamos aquinolugarondeumdiachegaramosbrancosenostiraram. E se hoje estamos aqui é porque, apesar de tudo, lutamos e resistimos”. Indios Kayapó, Tembé, Gavião Kýikatêjê, Guarani e Wai Wai emocionaram o público com suas danças tradicionais. Outro momento emocionante da noite foi a apresentação do índio Mocuká Kayapó, que cantou o Hino Nacional em sua língua. A cultura indígena também foi mostrada através da voz de

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“Encontro de Nações”

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Grupo de carimbó no Ver-o-Rio

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Dança wai wai no Ver-o-Rio

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somos nós que conhecemos nossas necessidades, e uma secretaria estadual, que concentrasse todas as ações, facilitaria muito na busca de solução dos nossosproblemas”. Ainda que o caminho seja longo, Zeca Gavião admite mudançasnoatualgovernoestadual.“Estamostendo mais atenção. A Semana e o Fórum são coisas novas. Agora a gente espera os resultados. Não basta só comemorar, temos que conquistar cada vez mais espaço e mais diálogo entre brancos e índios”, concluiu.

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Gilmara Menezes

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Oficina grafismo em cuia

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Plano Pará Indígena é apresentado na abertura do evento A apresentação do Plano Estadual Pará Indígena marcou a abertura da II Semana, no Parque dos Igarapés. O documento é a resposta do Governo do Estado à Carta Indígena, que contém 60 reivindicações indígenas e foi redigida por eles duranteaISemana. Representando a governador Ana Júlia Carepa, a 42| REVISTA AMAZÔNIA

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Secretária Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Socorro Gomes, destacou o avanço dado à questão a partir da realização da I Semana dos Povos Indígenas, em abril do passado, quando as demandas apresentadas na época subsidiaram um processo de discussões e ações que vem auxiliando a concretização do Plano Pará Indígena. Uma das conquistas foi a estruturação da representação indígena dentro do governo, com a criação da Coordenadoria de Proteção dos Direitos dos Povos Indígenas, constituída no interior da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. A Coordenadoria tem como objetivo formular e executar as políticas públicas de proteção e reparação dos direitos humanos dos grupos socialmente vulneráveis, entre os quaisaspopulaçõestradicionaiseospovosindígenas. A secretária ressaltou ainda que o governo do Estado estará permanentemente dialogando com as populações indígenas e tentando viabilizar as necessidades das diversas etnias. Socorro Gomes deixou como sugestão a possibilidade de que o evento do ano que vem possa acontecer diretamente nas aldeias, uma

forma dos não índios conhecerem mais profundamente arealidadedospovosindígenasdoPará. O Plano Pará Indígena apresenta cinco eixos principais de discussão: a elaboração da política estadual dos povos indígenas; fortalecimento da gestão territorial das terras indígenas; garantia à saúde, educação, segurança alimentar; geração de renda e cultura; valorização e defesa do patrimônio cultural, material e imaterial dos povos indígenas; e fomentar a articulação ecapacitaçãosócio-políticadospovosindígenas.

Raimundo Jose Costa Padua/ASCOM

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Oficina de víde documentário

Seminário lança as bases para Plano Estadual de Educação Indígena

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O Seminário Estadual de Educação Escolar Indígena na Amazônia, foi um dos pontos altos da II Semana dos Povos Indígenas. Organizado pela Secretaria de Estado deEducação(Seduc),emparceriacomosdemaisórgãos promotores da Semana, o evento reuniu cerca de 250 indígenas de 45 etnias das 115 escolas municipais do EstadodoPará. Segundo o coordenador da Educação Indígena da

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A Governadora e crianças guarani no encerramento

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Seduc, professor André Alvarez o objetivo do Seminário é dar início à construção do Plano Estadual de Educação Indígena do Pará, com base em documentos fundamentadores da educação diferenciada, multicultural e específica dos indígenas paraenses.“A proposta é que a identidade indígenapossaserreconhecida”,disse. Os participantes tiveram dois dias de palestras, oficinas, discussão de propostas em três Grupos de

Trabalho (GT's). Os temas foram divididos em: Diversidade e Arranjos Curriculares na Educação Escolar Indígena; Financiamento, Gestão Democrática e Mecanismo de Participação Social na Educação Escolar Indígena e Política de Formação Continuada para Gestores e Profissionais de Educação Escolar Indígena. O resultados das discussões irão compor as diretrizes do Plano Estadual de Educação Indígena do Pará.

Ana Júlia comprimentando o povo kaiapó

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Temos o compromisso de fazer do Estado do Pará uma Terra de Direitos, terra de pessoas, de indígenas, de paraenses. Todos serão contemplados”

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Das necessidades educacionais mais urgentes foram pontuadas: educação diferenciada, inclusão digital, construção de um conselho educativo e gestão escolar representados por indígenas, que ainda tem somente um representante indígena como diretor: Atomti Jantramtre Parkartêje, do município de Bom Jesus de Tocantins da Terra MãeMariaIndígenadaEscolaParkatejêPêtukre,queassumiu ocargoesteano. Participaram do seminário a governadora Ana Júlia Carepa, o secretário estadual de Cultura, Adilson Moura, o vicepresidente da Funasa, Josenir Nascimento e o presidente da FundaçãoCurroVelho,ValmirSantos. A governadora Ana Júlia Carepa falou sobre o compromisso de seu governo em honrar direitos.“Temos o compromisso de fazer do Estado do Pará uma Terra de Direitos, terra de pessoas, de indígenas, de paraenses. Todos serão contemplados.”

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O hino nacional na língua kaiapó

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ONU diz que temperaturas globais serão mais baixas em 2008

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secretário-geral da Organização Metereológica Mundial–WMO, Michael Jarraud, disse recentemente que o La Niña, corrente oceano-atmosférica que resfria as águas do oceano, deve perdurar até o verão, resfriando as temperaturasemtodomundoematéumgrau. O La Niña e o El Niño são dois fenômenos que atingem o Oceano Pacíficoepodemafetaroclimaglobalmente. O El Niño aquece o planeta, enquanto o La Niña, resfria. Segundo as previsões, em 2008, as águas do Pacífico estarão sob os efeitos do La Niña. No passado, a corrente foi responsável por chuvas torrenciais na AustráliaepelastemperaturasmaisbaixasjáregistradasnaChina. Em tese, isto significaria que as temperaturas não aumentaram globalmente desde 1998, quando o El Niño subiu os termômetros emváriasregiõesdomundo. Alguns cientistas questionam se o aquecimento global teria atingido um pico e a Terra tenha se mostrado mais resistente aos gasespoluentesdoquesepodiaimaginar. Mas Jarraud contesta essa teoria e acredita que as temperaturas registradas em 1998 ainda são consideradas bem acima da média paraoséculo20. “Quando se analisa as mudanças climáticas não se deveria ater a um anoemparticular”,disseele. “Deve-se concentrar às tendências registradas ao longo de um período maior de tempo e a tendência ainda éindicativadeaquecimento.” “O La Niña é parte do que descrevemos como variabilidade. Sempre houve e sempre haverá anos mais quentes e anos mais frios, mas o que conta para a mudança climática é queatendênciaédeaquecimento”,afirmou.

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Michael Jarraud, secretário-geral da Organização Metereológica Mundial–WMO

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As temperaturas globais este ano serão mais baixas do que em 2007 devido aos efeitos do fenômeno La Niña no Oceano Pacífico, afirmam metereologistas da ONU

El Niño e La Niña são oscilações normais, previsíveis das temperaturas da superfície do mar, nas quais o homem não pode interferir. São fenômenos naturais, variações normais do sistema climático da Terra, que existem há milhares de anos e continuarão existindo

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La Niña

O fenômeno La Niña, ou episódio frio do Oceano Pacífico, é o resfriamento anômalo das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental. De modo geral, pode-se dizer que La Niña é o oposto do El Niño , pois as temperaturas habituais da água do mar à superfície nesta região, situam-se em torno de 25º C, ao passo que, durante o episódio La Niña, tais temperaturas diminuem para cerca de 23º a 22º C. As águas mais frias estendem-se por uma estreita faixa, com largura de cerca de 10 graus de latitude ao longo do equador, desde a costa Peruana, até aproximadamente 180 graus de longitude no Pacífico Central.

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Os principa is efeitos d e episódios do La Niña obser vados sobr e o Bra sil são: passagens rápidas de fr entes frias com tendên sobre a Reg cia de dim ião S inuição da meses de se precipitação ul, tembro a fe vereir o, pri nos Grande do S ncipalmente ul, além do no Rio centr o-nord Uruguai; este da Arg entina e temperatura s próx imas da média ligeiramente climatológic abai xo da m a ou édia sobre durante o in a Região S verno; udeste, chegada d as principalmen fr entes frias até a R egião Nord te no li tora este, l Bahia, Ser g ipe e Alagoas da ; te n d ê n c ia às chuva abundantes s no nor te e leste da Am a zônia; possibilidad e de chuva s acima d média sob a re a regiã o semi-árid Nordeste do a do Brasil.

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Mudanças na Amazônia são aterrorizantes

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secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou em Valência-Espanha, três dias após sua viagem à Belém, na Amazônia, que tesouros da Terra estão sendo ameaçados pelas mudanças climáticas, citando a Antártida, as geleiras de Torres del Paine e a Amazônia. “As mudanças nessas regiões são tão aterrorizantes quanto às de filmes de ficção científica. São ainda mais aterrorizantes porque são reais”, continuou. Se nenhuma medidafortomada,dizorelatório,parteda floresta amazônica vai virar cerrado até o fim do século, e osertãonordestinovaivirarumdeserto. Ban Ki-moon presidiu em Valência o encerramento da 27ª sessão plenária do Painel Intergovernamental sobre MudançaClimática(IPCC,nasiglaeminglês)daONU.

O secretário-geral defendeu o uso de meios "reais e acessíveis" para combater as mudanças climáticas e pediu que os políticos dêem resposta às evidências que os cientistas constataram. Ki-moon defendeu, por exemplo, ir "além" da luta contra a mudança climática, para buscar novos e melhores modos de produzir e de consumir, promover indústrias não-poluentes e avançar para uma "aliança mundial" a favor do crescimento baseadoemumaeconomiaverde.

concretas. Ele destacou, por exemplo, a importância da reunião da Convenção de Mudança Climática da ONU em Bali, em dezembro, e expressou sua confiança de que, depois de os cientistas terem falado "claramente e com uma só voz"emValência,osdirigentespolíticosmundiaisfaçam omesmoemBali. O secretário-geral da ONU disse ainda que uma ação política "coordenada e sustentada" poderia evitar alguns dos pontos mais catastróficos apontados pelo relatório do IPCC. Ele advertiu que a cúpula de Bali deverá estabelecer um calendário de negociações e confiou em que se chegará a um acordo para que esse processotenhaterminadoem2009.

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Conseqüências Ki-moon observou que um dos aspectos cruciais do relatório dos cientistas é que a mudança climática afetará muito especialmente os países em desenvolvimento e apontou que o degelo das geleiras provocará inundações nas zonas montanhosas e escassez de água na Ásia meridional e na América do Sul. "A mudança do tempo e das temperaturas pode fazer os países em desenvolvimento retrocederem para o poço da pobreza e desfazer muitos dos progressos", disse o principal responsável da ONU. Ban alertou que a resposta à mudança climática não será eficaz se forem sacrificados outros objetivos, entre eles a erradicação da pobreza. Segundo o relatório divulgado, o nível dos oceanos subiu 1,8 milímetro ao ano desde 1961 – a partir de 1993, o ritmo passou a 3,1 milímetro por ano. As calotas

Ações concretas Ban Ki-moon disse que o relatório aprovado pelo IPCC em Valência responde a muitas das questões políticas sobre a mudança climática e afirmou que, agora, cabe aos governos traduzirem essas respostas em ações

Ban Ki-moon na ONU

Dióxido de carbono

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O metano e o metano

O dióxido de carbono é o principal gás do chamado efeito estufa e o aumento da sua emissão desde a Revolução Industrial é claro. A queima de carvão, o uso do petróleo e o desmatamento são atividades que liberam CO2 na atmosfera. Outros dois importantes gases de efeito estufa são o metano e o óxido nitroso. Ambos estão muito menos presentes na atmosfera que o CO2, mas têm um efeito muito mais devastador e sua presença também está crescendo. O metano provoca 20 vezes mais danos que o CO2, enquanto o óxido nitroso é 300 vezes mais forte.

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polares e as geleiras, por sua vez, estão derretendo mais rápido, enquanto as tempestades estão mais fortes e maisfreqüentes. O documento confirma que as causas são humanas: a emissão de gases que provocam o efeito estufa aumentou 70% desde 1970. A principal fonte é a queima de combustíveis fósseis, mas a agricultura e a pecuária também contribuem. Nas próximas duas décadas, diz o relatório, a temperatura deve continuar subindoemmédia0,2grauporano. Por isso, os cientistas recomendam mais eficiência no uso da energia pelas indústrias, pelos prédios e casas, além de mais eficiência no consumo feito pelos automóveis. Entre as alternativas que podem ser usadas para diminuir as emissões estão a energia solar e até a nuclear,queélimpaemtermosdeemissõesdegases.

Apelo O secretário-geral da ONU apelou à comunidade internacional para que volte seus esforços em buscar

respostas políticas e não em procurar culpados. Ele também disse que os efeitos da mudança climática são "tão graves e tão generalizados" que requerem uma ação "urgenteemundial". Ban Ki-moon considerou que os acordos futuros deverão incluir incentivos para os países em desenvolvimento. Entre esses esforços estão melhores condições financeiras para tecnologias energéticas pouco poluentes, ajudas financeiras para que os países mais vulneráveis se adaptem aos efeitos da mudança e transferências de tecnologias pouco poluentes. A ONU, disse, quer dar exemplo na luta mundial contra a mudança climática e faz um esforço para que suas operações no mundo todo sejam "neutras" no que diz respeito às emissões de gases que intensificam o efeito estufa. "Em Bali, evitemos apontar o dedo ou encontrar culpados. Em vez disso, busquemos entendimento. Reconheçamos que os efeitos da mudança climática nos afetam a todos", pediuosecretário-geraldaONU. Yvo de Bôer, chefe da Agência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas –UNFCCC, no encerramento da 27ª sessão plenária do IPCC, afirmou que não tomar medidas para reverter amudançaclimáticaseria"criminoso".

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Os cenários A1B, A2 e B1, usados para criar os mapas acima, são baseados em dados econômicos e tecnológicos. Esses cenários consideram diferentes aumentos populacionais, o uso de combustíveis fósseis e alternativos e o conseqüente crescimento na emissão de CO2. Os resultados estão nos gráficos abaixo:

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Cenários A1B, A2 e B1

Yvo de Bôer “Não tomar medidas para reverter a mudança climática seria criminoso”

Em Valência, nenhum governo questionou a base científica de que a ação humana emite gases que causam o efeito estufa e são responsáveis pela maior parte do aquecimento global nos últimos 50 anos. Além disso, novas pesquisas permitiram aos cientistas do IPCC afirmar que a temperatura da Terra pode subir entre 1,1ºC e 4ºC até 2100, com o derretimento das camadas polares fazendo os oceanos se elevarem entre 18 cm e 58 cm no período. Ao falar dos impactos da mudança climática, o painel chancelou a hipótese de que uma elevação de 2ºC na temperatura da Terra colocará em risco de extinção um terço das espécies do mundo, modificando o meio ambiente planetário de maneira tal que 1 bilhão de pessoas estarão vulneráveis à fome, à sede e a doenças. O IPCC apresenta a recomendação dos especialistas de estabilizar a emissão de gases que causam o efeito estufa até 2030, e reduzi-la até 2050. Neste contexto, o relatório destaca a importância de medidas como a adoção de energias limpas e de biocombustíveis, como o etanol brasileiro. Em relação ao Brasil, os relatórios técnicos do IPCC chancelam o alerta de que a Amazônia corre risco de virar parcialmente uma savana se continuarem as atuais políticas públicas.

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PREVISÕES CATASTRÓFICAS:

½ da Amazônia destruída até 2030

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pesquisa foi realizada por um grupo cientistas do Woods Hole Research Center, dos Estados Unidos; do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam); e da Universidade Federal de Minas Gerais. Ela indica que as previsões catastróficas esperadas para o fim do século podem estar mais próximas do que se imaginava. "Os modelos anteriores não levavam em conta o fogo, a exploração madeireira e o regime de chuvas. É um dos cenários mais pessimistas que já vi", disse o cientista americano Daniel Nepstad, que coordenou o estudo e trabalha na Amazônia há mais de 20 anos. Por trás da destruição acelerada - até a publicação deste estudo, o cenário mais dramático previa uma destruição de metade da Amazônia até 2050 - estaria um ciclo vicioso de fogo e secas alimentado, em grande parte, pelo aquecimento global. "O nosso objetivo ao divulgar este estudo é fomentar a discussão sobre a relação entre clima e floresta", disse a analista de Mudança Climática do WWF-Brasil, Karen Suassuna. 50| REVISTA AMAZÔNIA

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Os modelos anteriores não levavam em conta o fogo, a exploração madeireira e o regime de chuvas”

ABALOS De acordo com o estudo, o cenário mais grave se desenharia a partir do momento em que as espécies nativas amazônicas, resistentes ao fogo, estiverem tão enfraquecidas que cheguem a ser substituídas por arbustos de fácil combustão, em decorrência dos repetidos danos provocados por secas, exploração madeireiraoufogo. A destruição de uma porção tão grande da floresta, por sua vez, deve levar a problemas ainda mais graves - e para todo o planeta -, segundoapesquisa. "Adestruiçãoemgrandeescalapoderiaacelerar o abalo global do clima, influenciando o regime dechuvasemregiõesremotasdoplaneta."

O modelo dos cientistas indica que neste ritmo, até 2030, de 15 a 26 toneladas de carbono seriam liberadas na atmosfera, em conseqüência da ação do desmatamento na Amazônia. O equivalente a entre um ano e meio e 2,6 anos das emissões globais nos níveis atuais. "Sem manter um clima estável, é muito difícil conservar a Amazônia; e sem a Amazônia, é muito difícil manter um clima estável", resumiu DanielNepstad.

acarretaria na perda de várias espécies, inclusivedeprimatas,naspróximasdécadas. Em meio à mensagem pessimista, o estudo apresentado pelo WWF-Brasil traz também algumas boas notícias. Uma delas, é a capacidadedaflorestadeseregenerar.

OTIMISMO Diante dessas previsões, a biodiversidade da região também estaria gravemente ameaçada. Áreas importantes para o ecossistema da Amazônia, como a floresta de babaçu do Maranhão e áreas no Maranhão e na Bolívia também poderiam desaparecer, o que

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A reunião de Bali O encontro em Bali foi a 13º reunião anual do grupo da ONU chamado de Convenção das Partes (COP, na sigla em inglês). Esse grupo é a instância decisória da “Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática”, nome dado ao tratado que surgiu depois da “Rio 92”, a conferência da ONU que reuniu líderes do mundo todo no Rio de Janeiro em 1992 para discutir as mudanças no clima. O tratado entrou em vigor em 1994 e prevê que todos os 192 países signatários vão trabalhar para “enfrentar os desafios do aquecimento global”. O tratado prevê também que os países vão trocar

informações sobre a emissão dos chamados gases do efeito estufa, criar estratégias para tentar conter essas emissões e cooperar na preparação de estratégias para se adaptar ao aquecimento da Terra. O conhecido Tratado de Kyoto surgiu de dentro dessa estrutura, quando membros do tratado inicial chegaram à conclusão que seria necessário que os países se comprometessem a metas de redução de emissões de gases. O tratado de Kyoto, porém, teve uma adesão menos rápida e ampla do que o acordo inicial – os Estados Unidos não aceitaram fazer parte – e tem uma data para terminar: 2012.

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Segundo os autores do estudo, regiões desmatadas conseguem voltar a ocupar as clareiras mais rapidamente do que se pensava, em apenas 15 anos, voltando a consumir dióxido de carbono da atmosferaeatuandonaestabilizaçãodoclimanaregião. Ainda segundo a pesquisa, estudos recentes indicam que vem ocorrendo uma mudança de mentalidade entre os proprietários de terras amazônicas, que cada vez mais usam as suas terras para criar orquídeas ou para atividades madeireiras e, por isso, evitam o uso do fogocomoinstrumentodemanutenção. Para Nepstad, se o número de fazendeiros conscientes do perigo do fogo aumentar, o risco de queimadas e a conseqüente degradação da coberturaoriginaldaflorestadiminui.

SOLUÇÕES Esses dois fatores levaram os pesquisadores a concluir que entre as esperanças para evitar a destruição da Amazônia estão o fomento a

Tendências Este mapa parte do princípio de que a atual tendência de emissões vai continuar, com crescimento econômico moderado e poucas medidas para reduzir os gases do efeito estufa. Ele prevê maior aumento de temperatura nas regiões polares do norte da Terra, Índia, África e partes da América do Sul. O mapa foi feito pelo Centro Hadley, da Grã-Bretanha.

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Emissões

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A maioria dos cientistas mais ortodoxos acredita que o aumento da emissão de gases que provocam o efeito estufa - particularmente dióxido de carbono - contribuem para o aquecimento do planeta. Este gráfico mostra como níveis de dióxido de carbono aumentaram com a industrialização no mundo.

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Camada polar De acordo com o IPCC, a espessura da camada de gelo do Pólo Norte sofreu uma redução de 40% nas últimas décadas no verão e no outono. A cobertura gelada da terra diminuiu em 10% desde a década de 60, e as geleiras sofreram uma retração

Nível do mar

Acredita-se que o aumento das temperaturas provoque uma elevação do nível do mar na medida em que o derretimento das calotas polares leve a um aumento do volume de água dos oceanos. O IPCC diz que o nível do mar aumentou entre 10 e 20 centímetros no mundo todo durante o século 20. O painel prevê uma elevação entre 9 e 88 centímetros até 2100.

Variações Cientistas dizem que as temperaturas globais médias têm variado menos de 1ºC desde o começo da civilização. Apesar disso, elas flutuaram muito antes dessa época. O IPCC prevê um aumento global de temperatura entre 1,4ºC e 5,8ºC até o ano 2100.

técnicas madeireiras mais avançadas, no lugar das tradicionais queimadas para a agricultura ou pecuária, e um controle cada vez maior sobre osincêndiosflorestais. Além disso, o grupo coordenado por Nepstad sugere que as políticas de uso de terra em vigor atualmente na Amazônia brasileira sejam exportadas para outros países amazônicos, já que parecem ter reduzido a destruição das matasnoBrasil.

CONCLUSÕES Finalmente, o estudo conclui que "ainda há tempo para reduzir o risco de uma destruição generalizada da floresta amazônica e da aceleração do aquecimento global que ela causaria." O grupo de Napsted diz que essa meta, no entanto, poderia ser atingida se o governo

brasileiro aproveitasse "cada oportunidade de governar a expansão nas fronteiras da Amazônia". Para isso, os pesquisadores sugerem a implantação de programas de indenização para países tropicais que reduzam as emissões de gases do efeito estufa provenientes de desmatamento. O assunto foi um dos mais polêmicos da reunião daONUparamudançaclimáticaemBali.

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Shigeru Omi, da Organização Mundial da Saúde – OMS

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OMS diz que aquecimento contribui para disseminação de doenças

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cada ano, ao menos 150 mil pessoas morrem vítimas de malária, diarréia, subnutrição e aumentam a incidência de doenças como a malária e a dengue. Essas ocorrências podem ter relação com as mudanças climáticas do planeta, afirmou Shigeru Omi, da Organização Mundial daSaúde–OMS.MaisdametadedessasmortesocorrenaÁfrica,disseOmi. "Os mosquitos transmissores da malária são encontrados agora em áreas onde nãohaviamaláriaantes",afirmou,esclarecendoqueosinsetostêmseespalhado dostrópicospararegiõesdeclimamaisameno. "No caso de dengue, há muitos outros fatores responsáveis pela disseminação dos mosquitos. Mas tenho certeza de que as mudanças climáticas desempenham um dos papéis nesse caso. Isso podemos afirmar com segurança." A malária mata ao menos 100 mil pessoas por ano. A OMS estima ainda que há 50 milhões de casos de dengue no mundo todo a cada ano. Desses doentes, 500 milprecisamserhospitalizadosecercade12.500doscasossãofatais. As mudanças climáticas também estão provocando a elevação do nível dos oceanos, o desaparecimento de rios e uma instabilidade maior nos padrões meteorológicos, disse Omi. As enchentes, as secas e as ondas de calor prejudicamasaúdedaspopulaçõeshumanas,acrescentou. Segundo Omi, a OMS reservou um fundo de 10 milhões de dólares para um programa voltado a informar as pessoas e os governos sobre os perigos das mudançasclimáticasnaáreadasaúde. Um menor consumo de energia e avanços tecnológicos com o propósito de diminuir as emissões de carbono são medidas cruciais a serem adotadas, afirmou.

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Margaret Chan A pandemia de dengue que atinge a América do Sul Segundo a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, a pandemia de dengue que atinge a América do Sul não se deve única e exclusivamente à mudança climática, mas o aumento das temperaturas ajudou muito a expansão da doença, uma vez que as conseqüências do aquecimento global "podem afetar alguns dos elementos mais impor tantes para a saúde, como o ar, a água, os alimentos, um teto para se abrigar e a ausência de enfermidades". É necessária uma ação urgente para minimizar seus efeitos, não é especulação, mas uma realidade", declarou Margaret Chan. Para Chan o ser humano já está exposto a doenças que sofrem significativa influência do clima e que causam milhões de mor tes por ano. Como exemplo citou a desnutrição - responsável por mais de 3,5 milhões de mor tes por ano -, as doenças relacionadas à diarréia - que matam mais de 1,8 milhão - e a malária - causadora de mais de um milhão de mor tes por ano. "Com a mudança climática esta situação vai piorar ", declarou a diretora-geral. As doenças causadas pelos mosquitos e outros agentes transmissores causam anualmente mais de um milhão de mor tes e as doenças ligadas à diarréia mais 1,8 milhão. "Há muito a fazer hoje para evitar que estas situações se repitam", declarou Chan. Segundo o relatório, atualmente a poluição do ar causa 800 mil mor tes por ano. As estimativas citadas pela OMS dizem que, caso a temperatura global aumente 1 grau centígrado, poderia haver 20 mil mor tes anuais a mais por causa de doenças cardiorrespiratórias. Por isto os membros da agência da ONU consideram que esta é a hora de se estudar profundamente as conseqüências que o aquecimento global pode ter para poder atuar imediatamente.

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What's Next ? : Amazônia, a salvadora Pesquisadores acreditam que floresta é capaz de sobreviver ao aumento de temperaturas, resistindo ao aquecimento global e ajudar a controlar o clima, entanto, o desmatamento precisa ser controlado.

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o a r t i g o “C l i m ate C h a n g e, Deforestation, and the Fate of the Amazon”, publicado na “Science”, um grupo internacional de cientistas – Yadvinder Malhi; J. Timmons Roberts; Richard A. Betts; Timothy J. Killeen;WenhongLieCarlosA.Nobre,brasileiro do INPE, afirmam que Amazônia pode ajudar a proteger a América do Sul das mudanças climáticas e ainda mitigar os efeitos do aquecimento global no resto do mundo – desde quenãosejadesmatada. Só neste século, a temperatura na Amazônia deve subir, em média, 3,3ºC. Essa elevação deve aumentar a seca em algumas regiões, principalmente no leste e no sudeste da floresta (região de Mato Grosso), onde o desmatamento é mais intenso. A área de maior biodiversidade, no entanto, no noroeste, seria também a menos afetadapelocalor. Além disso, os pesquisadores acreditam que a floresta é mais resistente à elevação das temperaturas do que parece, graças às suas profundasraízes.

Esses dois fatores combinados ao importante papel que a Amazônia possui na determinação da temperatura global (apenas a perda da cobertura vegetal, por exemplo, sem contar os

gases de efeito estufa, já seria o suficiente para elevar os termômetros no mundo) fazem os cientistas acreditam no fator “protetor” da floresta contra o aquecimento. Se chamar de “p u l m ã o d o m u n d o” é e x a g e r o, o s pesquisadores defendem que o ciclo de condensação e evaporação na Amazônia são“os motoresdacirculaçãoatmosféricaglobal”. Isso só vai dar certo, é claro, se a floresta não for desmatada. A derrubada de árvores e a fragmentação causadas pelas atividades humanas fazem o calor subir, a chuva diminuir e todo o sistema ruir. Como é impossível conter totalmente a transformação de floresta em área para agricultura e pasto, os pesquisadores sugerem a elaboração de um plano. O primeiro passo seria manter o desmatamento no mínimo necessário, muito abaixo de um número que afetasse o clima da região. O segundo, controlar o uso do fogo através da educação da população e de leis. O terceiro, manter corredores de mata nativa para a migração das espécies; o quarto, proteger os rios para que eles sirvam como “refúgios de

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“Climate Change, Deforestation, and the Fate of the Amazon” The forest biome of Amazonia is one of Earth's greatest biological treasures, and a major component of the Earth system. This century, it faces the dual threats of deforestation and stress from climate change. In this review, we summarize some of the latest findings and thinking on these threats, explore the consequences for the forest ecosystem and its human residents, and outline options for the future of Amazonia. We also discuss the implications of new proposals to finance preservation of Amazonian forests.

umidade”. Por fim, manter o “núcleo” da Amazônia, aquele mais resistente ao calor e com a maior biodiversidade, intacto. Isso, acreditam os cientistas, ajudaria não apenas a contar o aquecimento global, mas também daria chances para as espécies locais se adaptaremaoaumentodastemperaturas.

IPCC Na mesma edição da “Science”, no artigo Climate Assessment: What's Next?,Frank Raes, do italiano Instituto para Meio Ambiente e Sustentabilidade, e Rob Swart, da holandesa

Agência de Avaliação Ambiental, defendem que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, precisa mudar seu funcionamento. Para os pesquisadores, o órgão é muito lento para acompanhar a velocidade das políticas que serão necessárias para controlar oaquecimentoglobal. Desde 1990, o IPCC já produziu quatro grandes relatórios científicos sobre o problema. Neste ano, um resumo (que de resumido não tinha nada) de todos os problemas envolvidos na questão cravou que a culpa das mudanças climáticas está, sim, na atividade humana. Um avanço incontestável,

mas que marca também, para Raes e Swart, o momento do órgão mudar de cara e ficar mais ágil. Para a dupla, a emergência do problema faz ser impossível esperar mais cinco ou seis anos até o próximo estudo. “A distância entre aqueles focando em políticas e aqueles focando na ciência básica está diminuindo”, diz o texto. Agora, em vez de elucidar qual é o problema, o IPCC precisa trabalhar em como resolver o problema.

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Um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia

Governo do Pará lançou o

EXTINÇÃO ZERO

Fotos Elcimar Neves/AgPa

PROGRAMA INÉDITO CONTRA EXTINÇÃO E PRIMEIRO NA AMAZÔNIA A ENUMERAR E MONITORAR ESPÉCIES

O evento foi realizado no auditório do Museu Paraense Emílio Goeldi

O

programa Extinção Zero, lançado pela governadora do Pará, Ana Júlia Carepa,vaiassegurarapreservaçãoe proteção das espécies da flora e da faunaameaçadasdeextinçãonoEstado. O Pará é o primeiro Estado da Amazônia brasileira a compilar sua lista de espécies ameaçadas de desaparecer da floresta. A chamada “Lista Vermelha”, elaborada em conjunto com instituições científicas, contém 181 espécies, sendo 91 vertebrados, 37 invertebrados e 53 plantas. O programa Extinção Zero foi concebido e estruturado por meio de parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi,amaisantigaetradicionalinstituiçãode pesquisa amazônica, e a Conservação Internacional, uma das maiores e mais respeitadas organizações não-governamentais doplaneta. Durante o lançamento do programa, a governadora assinou o decreto que reconhece a lista das espécies, que precisam ser protegidas, e cria, oficialmente, o Extinção Zero. “O novo modelo de desenvolvimento do Pará está baseado na sustentabilidade”, declarou Ana

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(Tabebuia impetiginosa) e o mogno (Swietenia macrophyllaKing).

Madeireiros

No discurso de lançamento do programa Extinção Zero, a governadora do Pará foi dura ao falar da ação de madeireiros “inescrupulosos” quesaque amosrecursosdaflorestaparaense. Ela se referiu diretamente aos madeireiros de Tailândia, sudeste do Estado, onde o governo executou a operação “Guardiões da Amazônia”, em parceria com o Ibama, com o objetivo de José Maria Cardoso, vice-presidente da ONG Conservação Internacional

JúliaCarepa. Ao final da assinatura, acompanhados pela diretora do MPEG, Ima Vieira, a governadora AnaJúliaCarepa,osecretárioWalmirOrtega,eo biólogo José Maria Cardoso, plantaram no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, o mais antigo do gênero no Brasil e especializado em fauna e flora da Amazônia, três mudas de espécies regionais ameaçadas de extinção pau-rosa (Aniba rosaedora Ducke), ipê-roxo Ima Célia Guimarães, diretora do MPEG


combaterodesmatamentoilegalnaregião. Ana Júlia Carepa disse que a operação vai continuar, “doa a quem doer”. Ela acusou os madeireirosdeusarapopulaçãodeTailândiapara agir contra a ação do governo. “Não vamos nos intimidar”,disseela. A governadora disse que a ordem é retirar toda madeira ilegal da região, nem que a operação tenha de durar 30 ou 60 dias. Ao final o material retidoseráleiloadoeodinheirovaiparaumfundo deinvestimentosnocombateaodesmatamento. Para a governadora, a ação do governo é definitiva. “Vamos continuar a operação contra o desmatamento ilegal, nem que eu tenha de anda de colete à prova de bala”, disse. “Vamos mostrar que somos capazes de cuidar da nossa biodiversidade e da nossa Amazônia”, finalizou AnaJúlia. A governadora do Estado do Pará, Ana Júlia Carepa fez o lançamento do Programa Extinção Zero

Extinção Zero O Diário Oficial do Estado do Pará de 21/02/2008 publicou o decreto criando o Programa Estadual de Espécies Ameaçadas - Programa Extinção Zero. O programa tem como objetivo evitar que algum espécime da fauna e flora paraense seja extinto. O decreto atribuiu competência a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Sema a estabelecer medidas urgentes para a conservação das espécies listadas, em especial as que se encontram sob perigo de desaparecerem. O projeto será feito com articulações com institutos de pesquisas, universidades e órgãos que tenham como fim a investigação científica.


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Dióxido de carbono

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atinge níveis recordes

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sníveisdedióxidodecarbono,oprincipalgás do efeito estufa emitido pela queima de co m b u s t í ve i s f ó s s e i s, at i n g i ra m concentrações recordes na atmosfera em 2006, acelerando o aquecimento global, é a constatação da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Mas as concentrações de metano, o segundo gás mais importante na geração do aquecimento global, caíram, numa indicação de que o permafrost (terra congelada)

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siberiano continua congelado, apesar do temor dos cientistas de que a elevação das temperaturas provoque seuderretimento. "Em 2006, as concentrações médias globais de dióxido de carbono na atmosfera chegaram aos níveis recordes já registrados", disse a OMM. O dióxido de carbono é o principal gás proveniente de atividades humanas que alimentaoaquecimentoglobal. De acordo com a OMM, os níveis subiram 0,53% desde 60| REVISTA AMAZÔNIA

2005, atingindo 381,2 partes por milhão na atmosfera 36% acima dos níveis de antes da Revolução Industrial, noséculo18. Os níveis de óxido nitroso, o terceiro gás do efeito estufa mais produzido pela queima de combustíveis e por processos industriais, também chegaram ao recorde, subindo0,25%em2006.Osníveisestão19%acimados deantesdaeraindustrial. "As taxas de crescimento atmosférico desses gases em 2006 estão em linha com os últimos anos", disse a OMM num relatório. Os gases-estufa são responsabilizados pela elevação das temperaturas, que pode aumentar o nível dos oceanos e causar ondas de calor, secas e enchentes. Os níveis de metano, gás produzido pela decomposição da vegetação, por cupins, arrozais e pelo processo digestivo das vacas, caíram 0,06 por cento em 2006. Ainda assim, a concentração de metano está 155 por

cento maior que antes da Revolução Industrial. Segundo os cientistas, se o permafrost estivesse derretendo, isso aparecerianosníveisdemetano. Segundo a OMM, a importância relativa do dióxido de carbono está aumentando, e o gás contribui para 91% do efeito de aquecimento dos gases-estufa - cinco anos atrás,essaproporçãoerade87%.

OZÔNIO As emissões de gases responsáveis por destruir a camada de ozônio do planeta registraram queda em 2006. Mais de 190 países estão se reunindo em Bali, na Indonésia,de3e14dedezembro,paratentardarinícioa doisanosdenegociaçõesafimdecriarumacordoglobal que substitua o Protocolo de Kyoto, pacto da ONU para conteroaquecimentoglobalquesóvigoraaté2012. A importância relativa do CO2 eleva-se, e o gás contribui para 91% do efeito de aquecimento dos gases-estufa

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Muitos insetos tropicais correm risco de ser extintos até o final deste século caso não consigam se adaptar ao aumento previsto nas temperaturas globais, indica um estudo realizado por pesquisadores americanos.

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Aquecimento global ameaça insetos tropicais

DE EXTINÇÃO A

pesquisa, coordenada pela Universidade de Washington, sugere que os insetos das regiões tropicais são mais sensíveis às mudanças de temperatura do que aqueles origináriosdeoutraspartesdoplaneta. Segundo os cientistas, em latitudes mais altas pode ocorrer o inverso, com uma explosão na população de insetos. Os pesquisadores afirmam que essas mudanças no número de insetos em determinadas regiões podem ter efeitos secundários na polinização das plantas e nos estoquesdealimentos.

Mudanças de temperatura No estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, os pesquisadores americanos analisaram como as mudanças de temperatura entre 1950 e 2000 afetaram 38 espécies de insetos. 100

Um dos locais da pesquisa

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Segundo os cientistas, os organismos de sangue frio não conseguem regular a temperatura corporal como os animaisdesanguequente. Suas táticas estão limitadas a buscar abrigo na sombra quandoestáquenteouficaraosolquandoestáfrio. Os cientistas prevêem que essas espécies terão de lutar

para sobreviver com o aumento de 5,4 C na temperatura previstoaté2100. Os pesquisadores afirmam que, mesmo que algumas espécies sejam capazes de migrar para latitudes mais altas ou evoluir para se adaptar ao clima mais quente, é provávelqueoutrasdesapareçam. REVISTA AMAZÔNIA |61

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Reduzir o desmatamento pode render bilhões

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redução do desmatamento em lugares como a Amazônia e a bacia do Congo poderia gerar bilhões de dólares por ano para os países em desenvolvimento, como parte de um esquema da ONU para combater a mudança climática, segundo estudo divulgado recentemente. As queimadas nas matas representam cerca de 20 por cento das emissões mundiais de gases do efeito estufa. Em dezembro, uma conferência de 190 países em Bali (Indonésia) decidiu pela criação de um sistema que recompensepaísesquereduzamodesmatamento. "Mesmo com premissas bastante conservadoras podese gerar quantidades substanciais de dinheiro e reduções de emissões", disse Johannes Ebeling, da empresa britânica EcoSecurities, autor do estudo em parceira com Mai Yasue, da Universidade de British Columbia(Canadá). De acordo com eles, um declínio de 10 por cento no ritmo de devastação das florestas tropicais geraria de 1,5 bihão a 9,1 bilhões de euros (2,4 bilhões a 14,3 bilhões

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As queimadas nas matas representam cerca de 20 por cento das emissões mundiais de gases do efeito estufa

Johannes Ebeling, da EcoSecurities e Mai Yasue, da Universidade de British Columbia (2º e 3º da equerda)

de dólares) em créditos de carbono para os países em desenvolvimento, baseando-se num valor de 5 a 30 eurosportoneladadecarbono. Essas restrições evitariam que cerca de 300 milhões de toneladas de dióxido de carbono chegassem à atmosfera por ano. Isso é aproximadamente o total de emissões daTurquia, ou metade das emissões da França. A ONU espera que o combate ao desmatamento faça parte do novo tratado climático que deve entrar em vigorem2012. Ebeling disse que eventuais créditos pelo não –

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d e s m at a m e nto d e ve r i a m s e r compensados por regras rígidas em outras áreas – por exemplo, obrigando usinas termoelétricas e fábricas de cimento a pagarem uma taxa pelo direito de emitir dióxido decarbono. O estudo, publicado na revista britânica Philosophical Transactions, da Real Sociedade Britânica, citou enormes

desafiosnaconstruçãodeumsistemajusto. Até agora, o grande foco do debate da ONU está em recompensar o sucesso de países com taxas elevadas de desmatamento–comoBrasileEquador. Mas países como Guiana e Suriname, que mantiveram uma grande cobertura florestal, ou então como Costa Rica e Chile, que reduziram ou mesmo reverteram o d e s m a t a m e n t o, p o d e m g a n h a r p o u c o. Também há problemas na avaliação das taxas de desmatamento ou na criação de controles para que a proteçãodeumaflorestanãoleveàdevastaçãodeoutra. E alguns países pobres que poderiam se beneficiar – como Libéria ou Mianmar – talvez simplesmente não tenham os controles necessários para regulamentar ousodasterras. Mesmo assim, Ebeling se disse otimista com o surgimento de um novo sistema, devido à disposição internacional em incluir a questão do desmatamento como parte do tratado que sucederá ao Protocolo de Kyoto, queexpiraem2012.

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O estudo saiu na Philosophical Transactions 0


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Pela primeira vez gavião-real é monitorado via satélite ela primeira vez no país os vôos de um Gaviãoreal, Harpia harpyja, são monitorados via satélite. Quem recebeu o primeiro radiotransmissor foi um filhote de quatro meses, uma fêmea com 4,4 kg e com 1,83 m de envergadura. Ele é o terceiro gavião de vida livre a receber também uma anilha (anel de aço inox) do Centro Nacional de Pesquisas para Conservação das Aves Silvestres (Cemave). A tecnologia implantada combina o esforço de duas instituições nacionais: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), além do financiamento da Fundação o BoticáriodeProteçãoàNatureza. O radiotransmissor é equipado com Sistema de Posicionamento Global (GPS, sigla em inglês) para rastrear a movimentação do bicho. O feito marca a inauguração do sistema de satélites brasileiros para acompanhamento de animais silvestres. O procedimento foi feito em julho no assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(Incra)VilaAmazônia,emParintins. Durante três anos, o filhote será monitorado via satélite por meio do radiotransmissor, o qual foi implantado em forma de mochila no dorso. O sistema de GPS acumulará os dados do

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posicionamento do indivíduo e está programado para transmitir as informações diariamente pelo sistema de satélitesbrasileiros. As localizações do Gavião-real serão acessadas no INPE pelo ecólogo e especialista em monitoramento de animais, José E. Mantovani. Ele será o responsável pelo recebimento dos dados e tradução para se obter o mapeamento do vôo dos gaviões de forma a gerar informações sobre a movimentação no entorno do ninho e distância de dispersão da espécie até sua fase adulta. Os trabalhos são coordenados pela cientista do INPA, Tânia Sanaiotti, e estão inseridos no projeto de conservação do Gavião-real. A pesquisadora explica que o projeto de acompanhamento dos ninhos na região já é feito há mais de seis anos e tem como objetivo envolver as comunidades rurais do assentamento. Segundo ela, só assim será possível traçar caminhos para uma convivência pacífica entre os assentados e o Gavião-real. Isso porque o Gavião-real caça principalmente preguiças (79%) naquela região, conforme informações da especialistaemdietadeGavião-real,HelenaAguiar. A pesquisadora disse que o filhote que recebeu o equipamento aindanãovoaepermanecenoninho,oqualestálocalizadoem

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uma castanheira que possui cerca de 32 metros de altura. “O ninho foi encontrado pelo proprietário do lote, Sebastião Pereira, da Comunidade Santo Antônio do Murituba, no assentamento do Incra. Ele acompanhou de perto com seus filhos toda a operação de captura do filhote”, destacou Sanaiotti. A implantação dos dispositivos de marcação contou com a colaboração dos representantes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Áureo Banhos (AM), especialista em genética de conservação do animal, e Benjamim da Luz (RR), especialista em estruturas de árvoresutilizadasporgaviãoeexperienteescaladoremdossel. Captura do gavião – A operação para captura do animal demandou quatro dias, entre: observação do comportamento dos gaviões adultos; escolha do melhor momento para chegar ao ninho e preparo do acesso ao local. Contudo, antes, também foi necessário aguardar a mãe do filhote trazer alimento e, logo após, iniciaram a escalada, o que se tornou mais complicado com a existência de casa de cabas na mesma árvore. Após a marcação,ofilhotefoidevolvidoaoseuninho. Sanaiotti disse que um segundo radiotransmissor, financiado pela Fundação o Boticário, está previsto para ser colocado em

Ajustando as alças da mochila

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A Harpia (Harpia harpyja) ĂŠ a mais pesada e uma das maiores aves de rapina do mundo, com envergadura de 2 metros e peso de atĂŠ 10 quilogramas.

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um filhote no bioma cerrado ou pantanal, no Mato Grosso ou Mato Grosso do Sul. Além disso, um terceiro transmissor, adquirido pela Veracel Celulose S/A, será utilizado na mesma espécie na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Veracel, localizada no sul da Bahia, tido como um dos poucos fragmentosdeflorestadamataAtlânticadoEstado. Além dos apoios institucionais do INPA, IBAMA, EMBRAPA e INPE, o projeto Gavião-real conta com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Fundação Djalma Batista (FDB), Programa BECA/IEB, Cleveland Zoological Society, Birders Exchange, Prefeitura Municipal de Parintins, além da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Secretaria de DesenvolvimetnoSustentável(SDS),BancodaAmazônia. Ameaças ao gavião – Hoje, a principal ameaça à sobrevivência do animal no município de Parintins é a exploração ilegal de madeira, desmatamentos e a caça que foram, no século passado, os responsáveis pelo quase desaparecimento da espécie na Mata Atlântica. Segundo a pesquisadora, apesar da fiscalização do Ibama, surgem novos empreendimentos nas florestas da região. Por isso, é necessária a demarcação de reservasflorestaisdentroeforadoassentamento. Educação ambiental – O projeto Gavião-real também desenvolve atividades de educação ambiental com os comunitários, os quais são feitos em parceria com organizações não governamentais do Assentamento (ONG's). O objetivo é introduzir novos conceitos de comportamento frente à espécie e apresentar alternativas no uso da terra. O trabalho é feito em parceria com os pesquisadores da Embrapa-AM,ElisaVandellieSilasdeSouza. Aumento do número de ninhos – De acordo com Sanaiotti, os resultados positivos do projeto são evidentes ao se avaliar os números de ninhos conhecidos antes e após os seis anos de parcerias. “Aumentaram de dois para 12 ninhos. Isso faz de Parintins o município com o maior número de ninhos mapeadosnaAmazônia”,comemorou. 66| REVISTA AMAZÔNIA

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Cientista acha megamamíferos amazônicos

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Fotos Marc van Roosmalen

Imagem de nova espécie de porco-do-mato descrita pelo cientista

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arc van Roosmalen, libertado da prisão há poucas semanas, tem mais um motivo para comemorar. Deve ser publicado em breve um artigo científico de sua autoria no qual o polêmico pesquisador descreve uma raridade: uma nova espécie de grande mamífero amazônico. Apelidado de porco-do-matogigante, ou caitetú-mundé, o bicho foi achado por Roosmalen e colegas da Alemanha, da Holanda e da Bélgica. E é essa é só a ponta do iceberg, afirma Roosmalen. *Conhecido por descobrir diversas novas espécies de macacos na Amazônia, o pesquisador holandês naturalizado brasileiro diz também ter evidências de outras surpresas de grande porte na maior floresta tropical do mundo. Entre elas, uma nova espécie de anta; um peixe-boi pigmeu; e até um tipo

desconhecido de onça. Descobertas de grandes mamíferos como esses são consideradas, em qualquer partedomundo,umeventoraríssimo. As afirmações são ousadas, mas as credenciais científicas de Roosmalen deixam pouca margem para dúvida. Os problemas do ecólogo têm sido outros. Roosmalen foi preso em junho passado por acusações como transportar ilegalmente macacos e orquídeas do interior da Amazônia para sua casa, enviar fezes de primataparaoexterior(oqueconfigurariabiopirataria) e se apropriar de andaimes do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, onde trabalhou (o que seria peculato, ou seja, desvio de recursos públicos). Roosmalen foi sentenciado a mais de 15 anos de detenção, mas conseguiu sair da prisão no mês passado com um hábeas corpus – seu processo, agora, será revisto com o pesquisador em liberdade. A prisão

gerou revolta na comunidade científica nacional e internacional. Biólogos que estudam as espécies nativas do Brasil afirmaram que as acusações contra o cientista eram espúrias, e que ele estaria sendo penalizado por regras que só servem para restringir a pesquisa séria. A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) se manifestou oficialmente em favordeRoosmalen.

Pernalonga Aliviado em poder falar de ciência de novo, o ecólogo relata com entusiasmo a descoberta do porco-domato-gigante, cujo nome científico é Pecari maximus. “A bacia do rio Aripuanã, e mais amplamente a região entre os rios Tapajós, Madeira e Amazonas [onde o bicho foi achado], é quase um novo ecossistema”, REVISTA AMAZÔNIA |67

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explica ele.“Talvez tenha a maior biodiversidade do mundo, com centenas de árvores e cipós ainda não descritos.” Os dados de DNA sugerem que a linhagem da nova espécie se separou da do porco-do-mato comum há 1,5 milhão de anos, quando toda essa imensa área era uma ilha fluvial. Isolado numa mata de terra firme (como é conhecida a mata amazônica que nunca inunda), o bicho desenvolveu pernas longas, quase como as de um veado, vivendo em casais, e não em grandes bandos como seus parentes. “Ele se especializou em comer frutos e sementes do chão da floresta, e a fugir correndo, por isso as pernas compridas”, conta Roosmalen. No entanto, quando os caçadores da região usam cachorros para acuar o bicho, ele reage ferozmente, chegando a matar os cães com suas presas. Com 1,30 m de comprimento e 50 kg, o bicho tem quaseodobrodotamanhodesuaespécie-irmã. Duas das próximas descobertas do pesquisador a serem descritas já têm nome.“Uma delas é antaanã, ou anta-pretinho, que será batizada de Tapyruspigmaeus,pesasomentecercade100kg, émaisescuraenãotemmargensbrancasnotopo das orelhas”, conta. “Há também o peixe-boianão, ou Trichechus pygmaeus, que se encontra somente num afluente de água clara do rio Aripuanã, pesa 60 kg e mede 1,30 m.” A lista continua com uma onça de pelagem totalmente preta e pescoço esbranquiçado. “Acredite se quiser”,brincaele. As novas espécies estão sendo avaliadas levando em conta diferenças genéticas entre elas e seus parentes já conhecidos, sua morfologia (ou seja, de sua aparência física, desde o tipo de pelagem até o tamanho e formato do esqueleto) e principalmente de seus hábitos. "Todas ocupam um nicho ecológico diferente das espécies mais próximas e se comportam de forma diferente, em particular na sua forma de forragear [ou seja, de se alimentar] e na composição de sua dieta", conta o pesquisador. Segundo o ecólogo, a barreira geográfica formada pelo rio Madeira foi a principal responsável por criar uma fauna única naárea. Sobreoepisódiodaprisão,Roosmalenfilosofa.“O governo e o povo brasileiro sofrem de um complexo coletivo de inferioridade em relação aosestrangeiros.Issocriaumclimadexenofobia”, afirma. Para o ecólogo, se os naturalistas do século 19 que descreveram inúmeras espécies brasileiras, como Alfred Wallace (co-criador da teoria da evolução), estivessem vivos hoje, “teriam sido considerados os maiores biopiratas detodosostempos”. “Teria sido fácil fugir para a Holanda. Mas teria sido uma confissão de culpa. Sou totalmente inocente”, afirma.“Acredito que tem justiça neste país. Perdi cinco anos de trabalho científico por causadessedrama,masaindanãoétardedemais pararecuperá-lo.” 68| REVISTA AMAZÔNIA

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O ecólogo encontrou várias novas espécies de primata, como este macaco-barrigudo "loiro"

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Pequeno notável: macho adulto de espécie nova de peixe-boi tem só 1,3 m

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s mudanças climáticas, o crescimento populacional e o aumento da demanda por biocombustíveis resultarão em preços altos para os alimentos nos próximos anos, tornando os países pobres do mundo ainda mais vulneráveis, afirmou a diretora do ProgramaAlimentarMundialdasNaçõesUnidas(PAM). Os preços das commodities agrícolas tiveram um forte aumento tanto nos países desenvolvidos quanto nos países emergentes nos últimos meses, dificultando o acesso das regiões mais pobres do mundo, como a África Ocidental, aos suprimentos básicos de comida, como arrozegrãos. Com os preços dos alimentos no maior patamar registrado em décadas, muitas pessoas simplesmente estão sendo excluídas do mercado", disse a diretoraexecutiva do PAM, Josette Sheeran, durante uma visita aoSenegaleàMali. Do Senegal, na porção mais ocidental da África, até a Etiópia, no leste, o descontentamento com os preços altos dos gêneros alimentícios básicos se tornou o foco de um polêmico debate nacional, até mesmo nas economias estáveis do continente mais pobre do mundo. Os preços sem precedentes do petróleo elevaram os custos de transporte, e a explosão dos biocombustíveis, subsidiados por alguns países ocidentais, também diminuiu a oferta, contribuindo para o aumento nos preços. A China, que anteriormente era um dos principais

fornecedores mundiais de milho, não exportou o cereal no ano passado, decidindo mantê-lo nos estoques para a fabricação de biocombustíveis, segundo Sheeran, enquanto os produtores africanos de mandioca conseguiam vender a raiz por um preço mais alto quando a comercializavam para fins de geração de energia,emvezdealimentação.

Fatores estruturais As mudanças climáticas devem contribuir isoladamente para o aumento do número de subnutridos no mundo de 40 milhões para 170 milhões de pessoas, de acordo com previsões do painel intergovernamental de especialistasnoassunto. As mudanças nos padrões de chuvas podem significar

Josette Sheeran, diretora-executiva do PAM levou ao Papa suas preocupações

que, em apenas uma década, as áreas que dependem de precipitações na África podem produzir com um rendimento agrícola equivalente à metade dos níveis atuais. Ao mesmo tempo, a população da região está crescendo mais rápido do que em praticamente qualquer outro lugar do mundo. Na Nigéria, por exemplo, na porção sul do deserto do Sahara, cada mulher tem uma média de 7,1filhos. Economistas não vêem os preços elevados dos alimentos passando por um movimento breve de alta, mas indicam um ajuste estrutural ocorrido após um períodosustentadodepreçosrelativamentebaixos. "Os custos do PAM com alimentos cresceram 50 por cento apenas nos últimos cinco anos", disse Sheeran. "Esperamos um aumento adicional de 35 por cento nos próximosdoisanos". REVISTA AMAZÔNIA |69

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Onde residem os Tikunas

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YouTube com índios da Amazônia O

s índios da tribo Ticuna (também conhecida como Tukúna) celebram a paz com música e dança, na aldeia Umariaçu, em Tabatinga (AM) e fazem mais um clipe com música gravada na aldeia. O hit "Se não fosse você" é interpretado por Genaro, integrante do grupo Eware, que já faz sucesso no Peru e na Colômbia com a canção "Minha princesa". O clipe desta canção também estádisponívelno YouTube: http://br.youtube.com/watch?v=0JgAH2nqrHc

Globalização O líder do grupo Eware, Leonardo Gomes Neto, cujo nome artístico é Netinho, está empolgado com as duas músicas de trabalho. "Estamos espalhando cartazes em toda cidade de Tabatinga. Queremos fazer shows e celebrar a paz. A banda se apresenta com musicas desde o forró brasileiro até a cumbia peruana. "O nosso CD já estápronto,sófaltalevarparaasprateleirasdas lojas, mas acho que primeiro vamos fazer cópias caseirasmesmo",disseNetinho. O trabalho está gravado há bastante tempo, mas a produção do clipe foi concluída há algum tempo. "Dá um trabalho danado. Foram vários dias de gravação e quase um dia inteiro para editar as imagens e fazer a montagem. Eu mesmoquecuideidisso",disseNetinho. 70| REVISTA AMAZÔNIA

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Uma oportunidade de separar o joio do trigo

Ninguém fica triste Eleaindaéresponsávelpelamúsica“Senãofossevocê”,que também é interpretada pelos parceiros de grupo Genaro e Irandir. “Estamos felizes com o sucesso das duas músicas. Por isso fizemos o clipe. É a nossa forma de pedir paz. Na triboTicuna,ninguémficatriste”.

Sucesso, paz e felicidade Os artistas fazem sucesso por onde andam na comunidade. Liderado porNilsonAlexandreFerreira,noteclado,aAitcha ainda possui outros três componentes: Geovane no vocal, MatusalémnotamboreIsaiasnochocalho. “Temos duas formações. A primeira é com três dançarinos e a outra, mais completa, com 70 integrantes. A maioria, dançarinos”, disse Ferreira, que costuma fazer apresentaçõesparaacomunidadeindígena. “Buscamos levar a paz para as pessoas que nos assistem e ouvem. Não temos nada com as Farc e com essa violência envolvendo traficantes e guerrilheiros na nossa região amazônica. Vivemos na nossa aldeia e isso já é suficiente para sermos felizes”, afirmou Ferreira, que também faz shows nos países vizinhos e espera conquistar espaço na internet.

Vancléia Albino da Silva, a dançarina se apresenta na comunidade Umariaçu

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Dançarinos da Banda Cultural Aitcha se apresentam na comunidade Umariaçu, em Tabatinga AM

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Sucurí, 1990 | Óleo sobre tela de Nicolas Garcia Uriburu

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Cobras Grandes que vieram do espaço N

ão resta a menor dúvida que a Amazônia Clássica ou ribeirinha apresenta todas as características de ser o Império da Cobra Grande, ou Boiúna, como ouvi no Tapajós, onde subi e desci umas quantas vezes, como se diz no Marajó, ou mais exatamente, 70 delas, levando e trazendo informações sobre o amazonário tapajônico parauara e, tem mais, é afluente do Gran Rio de las Guerras Amazônicas, ou Icamiabas como podem tambémserchamada. Desde o início das atividades da Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (SOPREN) a Cobra Grande vem merecendo especial interesse dos integrantes da entidade e seus associados e, desde os meados do século passado, a preservação e a reanimação cultural fazem parte da sua luta diuturna. Para valorizar a Amazônia verdadeira que difere, sobremodo, da tal Amazônia Legal que de legal

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não tem nada, tudo não passando de golpe de JoãoSem-Braço do substituto, visto que o efetivo nem chegou a tomar posse, dando oportunidade para que o eventual elaborasse essa e outras tramóias, pois o distinto cidadão em apreço acabou sendo autoridade maior da República, além de, em oportunidade, dirigir o Congresso Nacional e até hoje dá seus palpites em Brasília para o Principal. Não é difícil coletar informações sobre as Cobras Grandes junto aos ribeirinhos e integrantes das Colônias de Pesca. A transmissão boca-a-boca é a mais comum e ao contrário do que possa parecer não é característica apenas dos idosos guardadores do patrimônio cultural amazônico, levando-se em conta quejovensvemsemostrandointeressadosempreservar esse verdadeiro tesouro, sendo possível identificar entre

Colares é considerada a base dos Discos-Voadores na Amazônia

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eles,contadoresdehistórias. Membros da SOPREN ou treinados por ela passaram a atuar nesse setor, aumentando a rede de comunicação entreospreservadoresdaculturapopular. Grande número de pessoas participaram dos Encontros de Educadores realizados com vistas à apresentação e discussão sobre hábitos, usos e costumes da região, iniciados em Belterra, no rioTapajós, com a presença de moradores de pequenas comunidades ribeirinhas, preferencialmentedeprofessores. Esse tipo de atividade foi levado às áreas de atuação de SOPREN e contou com a participação do Mobral, o que resultou na coleta de farto material sobre raízes culturais,incluindoasCobrasGrandes. Recentemente, foram coletadas, curiosas informações sobre esse ofídio mitológico na Ilha de Colares. Uma delas pode estar relacionada à Operação Prato que teve repercussão internacional e foi monitorada pela Força AéreaBrasileira. O fato é que nessa área eram conhecidos, além dos Pedra Pintadas dos lavrados de Roraima

Homens de Preto e Discos Voadores que vinham das costas do Maranhão e da Baía do Sol, na Ilha do Mosqueiro, área metropolitana de Belém e diz respeito, às Cobras Grandes que teriam origem no espaço sideral, sendotambém,alienígenas. O único lugar da Amazônia onde pesquisadores da SOPREN obtiveram informações com essa peculiaridade foi,exatamente,emColares. Com o passar do tempo a aparição dos OVNIS tornou-se mais freqüente e pesquisadores nacionais e internacionais ampliaram sua atuação e, ao que se sabe, não conseguiram nenhuma informação sobre as Cobras queviriamdoespaço. Durante a noite os moradores concentravam-se em casas afastadas do centro da cidade e armavam-se com o que podiam encontrar e grandes fogueiras eram acesasparaespantarospossíveisinvasores. Relatórios da médica-residente, relacionam casos de moradores que apresentavam queimaduras, mesmo estandodentrodascasas,porluzorigináriadosdiscos. Hoje, a Ilha de Colares é considerada a base dos DiscosVoadores na Amazônia. A prefeitura fez construir em praça pública monumento ao possível visitante do espaçoeacidadepassouaserpontodeatraçãoturística. Fato curioso é que nas Pedra Pintadas dos lavrados de Roraima, que segundo EricVan Daniken seriam também de origem espacial – são mais de 200 – não existem figurasrupestresrepresentandoCobras. Vale a pena levar ao conhecimento do leitores que o relacionamento da SOPREN com a comunidade de Colares, principalmente com integrantes da RádioComunitária, do amigo Beto, seus familiares e assessores, teve início quando a entidade

A Cobra Grande do Boi Garantido

conservacionista e o Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária (CRUTAC) dentro do processo de interiorização da Universidade Federal do Pará,passaramatuarnolocal. Que abrangeu também os municípios de Vigia de Nazaré, São Caetano de Odivelas e Curuçá sob a direção da professora Sonia Maria Pinheiro Viana que teve oportunidade de integrar-se à chamada Operação Prato em parceria com a comunidade, e coletou informações sobreoproblema. Essas vieram do espaço 100

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I SALÃO DE HUMOR

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Ecologia no Traço

oventa e dois cartunistas do Brasil e do exterior, num total de 30 países, mostraram recentemente, 120 trabalhos gráficos no Salão de Humor da Amazônia - Ecologia noTraço, na Estação das Docas. Estiveram à frente e na coordenação do salão o artista gráfico paraense Biratan Porto, coordenador geral do evento e a produtora cultural Márcia Macedo. O I Salão de Humor da Amazônia foi mostrado em dois salões principais, o Ecologia e o Comunicação e mais dois paralelos, o Camillo Vianna, em homenagem ao médico e ambientalista considerado um símbolo da luta pela preservação da floresta amazônica, nosso habitual colaborador, e o História do Humor do Pará, com cartuns e caricaturas do início do Século 20. Ao todo, foram 388 inscrições de mais de 45 países. Os trabalhos expostos foram selecionadosporBiratanPorto,JaimeBibaseRopi.

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PARTICIPANTES DO BRASIL Eram 30, oriundos de 11 estados. Do Pará, foram selecionados J. Bosco,Waldez e R. Maia. São Paulo com seis selecionados: Dalcio, Arpa, Caio Majado, Jean, Ronaldo Barata e Walter Martins. O Rio de Janeiro teve quatro representantes: Extro, Lu Polastreli, Ray Costa e Walter Júnior. Minas Gerais foi o estado com o maior número de selecionados oito: Leite, Lex, Carlos Jorge, Duke, Edra, MárioVale, Mello e Sidão. O Distrito Federal e o Rio Grande do Sul com dois selecionados: Lane e Kim (DF) e Vilanova e Ronaldo (RS). Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí e Paraná com um selecionado cada: Cau Gomes (BA), Érico Ayres (MA), Jarbas (PE),Izãnio(PI)eRafaCamargo(PR).

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O coordenador geral do salão Biratan Porto entrega a placa ao jornalista Raymundo Mário Sobral, um dos homenageados do salão

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Geral do I Salão de Humor da Amazônia, no Boulevard das Feiras e Exposição da Estação das Docas

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A exposição "História do Desenho de Humor no Pará" reuniu desenhos que contam a trajetória do cartum no Estado do Pará

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Teodoro Braga, o mais renomado pitor paraense, também foi desenhista e caricaturista. A imagem data de 1909 e retrata a sociedade da época

Em discurso, o Secretário de Cultura do Pará, Edílson Moura, garantiu o apoio da Secult para as próximas edições do evento. Na foto, Edílson sob os olhares dos cartunistas Orlando Pedroso, Laerte e Angeli, do pesquisador Sebastião Godinho e do coordenador geral do salão, Biratan Porto Biratan Porto (coordenador geral do Salão), Márcia Macêdo (produtora executiva), com os convidados especiais do evento: os cartunistas Baptistão, Angeli e Orlando Pedroso (em pé); e Junior Lopes e Larte (sentados)

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Desenhista e caricaturista, Garibaldi Brasil, conhecido como Gari, atuou em Belém nas décadas de 1930 e 1940. A imagem mostra caricatura do escritor Dalcídio Jurandir para a revista Novidade, de 1941

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Eram 62 os selecionados, de 29 países diferentes. A China com 15 selecionados: Run Tang Li, Ba Bilig, Dong Jie, Gangjun Li, Huang Kun, Min Wang, Wang Nai Ling, Wang Rui Sheng, Wang Yinxiang, Xiang Yu Yang,XiaoQiangHow,ZhangBin,ZhuLing,ZhuXueHongeZhuCheng. O Irã com nove: Mohammad Ali Kalag, Jaber Asadi, Ali Miraee, Farhad Bahrami, Mahmood Nazari, Marjan Malekmahmood, Saeed Sadeghi, SevdaJanatiRadeShahrokhHeidariSorjani. O salão também teve representantes do Azerbaijão (Caferli), Bulgária (Stefan Despodov e Tsocho Peev), Colômbia (Virgilio Morro e Edmer Tovar), Costa Rica (Ferrom), Cuba (Martirena, Tomy, Ares e Simanca), Equador (Bonil), Eslováquia (PavlikVladimir), França (René Bouschet), Índia (Sairam Akundi), Indonésia (Didie SW e Jijet Koestana), Reino Unido (Ross Thomson), Israel (Kfir Weizman), Itália (Zaza Leonardo), México (Boligan), Peru (Álvaro Portales), República Tcheca (Kotyza), Romênia (George Licurici), Rússia (Valentin Druzhinin, Sergey Ermilov e Stanislav Ashmarin), Sérvia (Milenko Kosanovic), Sudão (Ombaddi), Tailândia (Tawan Chuntraskawvong), Turquia (Musa, Ahmet Aykanat, Faruk Soyarat e Dincay), Ucrânia (Yuriy Kosobukin, KazanevskVladimir e Nicolay Kapusta), Estados Unidos (Ali Shahali), Uzbequistão (MakhmudjonEshonkulov)eVenezuela(OscarRojas). Ao todo, eram 92 os cartunistas que fizeram parte do I Salão de Humor daAmazônia.

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Dez artistas foram convidados para fazer caricaturas do ambientalista, nosso querido colaborador e articulista, Camillo Vianna. As caricaturas de autoria de J. Bosco, Baptistão e Biratan Porto

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Camillo Vianna, um dos homenageados do Salテ」o, ao lado de Mテ。rcia Macテェdo (produtora executiva) e Biratan Porto (coordenador geral)

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OS VENCEDORES DO SALÃO

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Primeiro lugar Ecologia: Walter Junior, do Rio de Janeiro Segundo lugar Ecologia: Seyram Caferli, do Azerbaijão

Primeiro lugar Comunicação: Duke, de Minas Gerais

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Após análise da Comissão Julgadora composta por nomes de peso do humor gráfico nacional: Angeli, Laerte, Baptistão, Orlando Pedroso e Junior Lopes, foram declaradosVencedores: NacategoriaComunicação 1º Lugar: Duke, de Minas Gerais ; 2º Lugar: MahmoodNazari,doIrã. NacategoriaEcologia 1º Lugar:Walter Júnior, do Rio de Janeiro; 2º Lugar:SeyramCaferli,doAzerbaijão. Os vencedores receberam uma premiação total de R$ 12 mil, sendo R$ 6 mil para o primeiro lugar e R$ 3 mil para o segundo colocado no tema Ecologia. O tema Comunicação premiou o primeiro colocado comR$2mileosegundo,comR$1mil. O paraense Rodrigo Maia recebeu do júri, u m a m e n ç ã o h o n ro s a n o te m a Comunicação. A outra foi para o gaúcho Ronaldo,notemaEcologia. Assim foi realizado um sonho de mais de quinzeanos.

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Segundo lugar Comunicação: Mahmood Nazari, do Irã

I Salão de Humor da Amazônia Ecologia no Traço. Na Estação das Docas, em Belém (PA). Realização: Central de Produção e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIM/ Secult). Patrocínio: Oi. Apoio cultural: Instituto Oi Futuro, Sol Informática e Hilton Hotel. O evento conta com recursos incentivados pelas leis Semear (estadual) e Tó Teixeira (do município de Belém)

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Menção honrosa Comunicação: Rodrigo Maia, do Pará

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Visitantes observam a exposição, que ficou em cartaz na Estação das Docas

Angeli e Laerte participaram da programação do Salão na mesa-redonda "Quadrinhos e Mercado de Trabalho no Brasil"

O salão levou ao hotel Hilton Belém o espaço "Caricatura ao Vivo", com o cartunista Junior Lopes

Os fãs paraenses aproveitaram a oportunidade para conseguir autógrafos de seus cartunistas preferidos. Na foto, fã com Angeli, criador de personagens como Rê Bordosa e Bob

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reocupadas com questões ambientais relacionadas às mudanças climáticas, as prefeituras de cerca de 70 cidades francesas estão substituindo veículos motorizados por carroças puxadas por cavalos para realizar serviços públicos como coleta de lixo, transporte de pessoas e manutençãodejardins. Para os governos municipais, a utilização de carroças puxadas por cavalos é uma forma de contribuir para lutarcontraoaquecimentoglobaleoaumentodastaxas de emissão de CO2, considerado o principal gás causadordoefeitoestufa. As autoridades apontam que, ao usar as carroças de tração animal, não há consumo de nenhum tipo de energia fóssil ou elétrica. Além disso, o animal não polui omeio-ambiente. Para tarefas realizadas em curtas distâncias, como recolher sacos plásticos de lixo nas ruas, os funcionários públicos deixam normalmente os motores dos veículos ligados durante a coleta, o que provoca um aumento na emissãodegasespoluentes. Segundo as autoridades locais, a iniciativa também está sendoadotadaporrazõeseconômicas. Para Olivier Linot, secretário-geral da prefeitura de Trouville-sur-Mer, cidade na Normandia, que utiliza as carroças para recolher garrafas recicláveis em restaurantes, o preço dos cavalos é mais acessível e o tempodetrabalhodoanimalésuperioraodoscarros.

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Linot explica que o usado na coleta custou 2,5 mil (R$ 6,5 mil reais), enquanto o carro usado no mesmo serviço custa20mileuros(R$52mil). "Os gastos mensais podem se equilibrar, mas o veículo precisa ser trocado após cinco ou seis anos. Já o cavalo podetrabalhar15anos",disseLinot. Para ele, as eleições municipais do próximo ano podem acelerar a prática, já que muitos candidatos devem se inspirar na idéia para apresentar programas ambientais emsuascampanhas. Mas não é apenas em cidades pequenas que o uso dos cavalosvemganhandoadeptos.Emambientesurbanos, como em Lyon, por exemplo, as carroças de tração animalsãoutilizadasparacoletarsacosdelixoparques. Em Paris, a utilização das carroças também foi adotada. Na capital, as carroças são usadas no Jardim de Vincennes para regar plantas e também esvaziar os lixos doparque. As polícias municipais de cerca de 25 cidades do país, como Bordeaux, Montpellier e Versalhes, também passaram a utilizar cavalos para realizar funções nas quaiseramusadosveículosmotorizados. Segundo o Haras Nacional, instituição ligada ao governo francês,milcavalosjásãousadosporpolíciasmunicipais dopaís. Saint-Pierre-sur-Dive, na Normandia, foi a primeira cidadeautilizarosistema,em1993,nacoletadolixo.No ano passado, o cavalo passou a ser usado também para transportarcriançasàescola.

Os críticos do uso da carroça de tração animal no serviço público apontam que as fezes dos cavalos podem sujar a rua. No entanto, o problema foi resolvido com a utilização de sacos acoplados ao animal e muitas prefeiturasjáaderiramàprática. Linot é também presidente da Comissão Nacional para o Desenvolvimento dos Cavalos Territoriais, organização criada para promover a troca de informações entre prefeiturassobreautilizaçãodoanimal. Segundo ele, há cerca de 30 outras cidades interessadas no uso de cavalos para trabalhos públicos e dez delas já estãodesenvolvendoprojetos.

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Arte rupestre submersa na Amazônia

Cinco sítios arqueológicos foram localizados na região de Porto Trombetas, Oeste do Estado do Pará, na Floresta Nacional de Saracá-Taqüera/Ibama, no coração da Floresta Amazônica

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projeto “Arqueologia Subaquática Amazônica: prospecção de sítios com gravuras rupestres no Baixo Rio Trombetas e Lagos” foi desenvolvido pelo Centro de Estudos de Arqueologia Náutica e Subaquática, da UniversidadeEstadualdeCampinasCeans/Unicamp.Ele faz parte de um projeto maior, intitulado “Salvamento Arqueológico em Porto Trombetas”, coordenado pela arqueólogaVera Guapindaia, do Museu Paraense Emílio GoeldicomfinanciamentodaMineraçãoRiodoNorte. O objetivo da pesquisa é registrar, por meio de decalque em plástico e planimetria, as gravuras rupestres submersas, localizadas nos lagos Mussurá e Moura (Rio Trombetas) e localizar e mapear outros possíveis sítios arqueológicos submersos existentes. “O estudo é pioneiro no mundo. Pela primeira vez foram realizados registros arqueológicos sistemáticos subaquáticos de um sítio com arte rupestre”, afirmou o arqueólogo Gilson Rambelli, do Ceans, que fez um reconhecimento da área em 2003 e retornou com a equipe para realizar as pesquisasdecampo.

Resultado da coleta de informações: imagem do Museu Paraense Emílio Goeldi Pesquisadores fizeram decalque sobre um plástico para a posterior análise das gravuras fora d'água

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Esta etapa dos trabalhos contou com a participação dos arqueólogos do Ceans, Paulo Bava de Camargo e Flávio CalippoecomoassistentedepesquisadoMuseuGoeldi, Carlos Augusto Palheta Barbosa. Foi também possível localizar vestígios arqueológicos em áreas ainda não estudadas pela arqueologia terrestre, e confirmar que os sulcos nas rochas do sítio Lídia, no lago Moura, não são resultado de ação intencional, mas sim podem ser resultado de ações naturais ou reflexos indiretos da ocupação humana da área, como marcas deixadas em razãodaancoragemdebarcos. Foram descobertos cinco sítios: Ilha do Encantado e Mussurá, submersos no lago Mussurá, Lídia, Congregação e Vista Alegre, submersos no lago Moura. “A maioria dos sítios com gravuras rupestres da Amazôniaestásobrerochasquemargeiamosriosouem meio às corredeiras e cachoeiras”, explicou a arqueóloga Edithe Pereira, especialista em arte rupestre da Amazônia, do Museu Goeldi. Assim, ficam temporariamente submersos no período das cheias, aflorandoapenasduranteoaugedaestiagem. Edithe afirma que ainda não se sabe se essa situação era a mesma no momento da elaboração das gravuras:“Isso porque ainda são poucas as datações na Amazônia que permitem situar no tempo a atividade rupestre desenvolvida pelas populações em tempos précoloniais”.Afaltadedataçõesédevida,geralmente,pelo fato de os sítios ficarem submersos durante um período do ano, comprometendo a permanência de evidências materiaisquepossibilitamasuadatação.

As gravuras rupestres submersas: pela primeira vez foram realizados registros arqueológicos sistemáticos

A relação entre os sítios arqueológicos com gravuras rupestres e possíveis mudanças climáticas evidenciadas pela variação no nível das águas dos rios amazônicos foi um dos focos de atenção das pesquisas que recentementeocorreramnaregiãodorioTrombetas. A próxima etapa das pesquisas subaquáticas consiste em expandir a investigação, junto com os pesquisadores do Museu Goeldi, dos sítios arqueológicos submersos nos lagos e rios amazônicos. É que, além das gravuras estudadas, foram encontrados vários artefatos líticos (pedras lascadas) e fragmentos cerâmicos, indicando um potencial considerável, pois a relação do homem amazônico com a água foi e é muito forte, já que dela provem seu principal meio de sobrevivência. “As variações dos níveis das águas propiciaram, do ponto de vista arqueológico, a formação de uma Amazônia submersa, pouco conhecida, e que merece toda atenção dospesquisadores”,frisouRambelli. Os arqueólogos passam a limpo o trabalho do decalque realizado embaixo d'águ

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Tire suas próprias

CONCLUSÕES

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75

S

egundo um estudo da UNESCO, para se produzir 300g de carne de porco, são necessários 1440 litros de água. Um bife de peito de frango “custa” 1770 e assim por diante. Veja na tabela ao lado alguns comparativos. Outro número interessante do estudo é o cálculo do gasto de 80 litros de água por dólar de produto industrializado. É claro que se trata de uma média global, devido à miríade de indústrias e países onde se encontram. Enquanto nos EUA a média é de 100 litros por dólar, em países como a Austrália e o Canadá ela é 10-15 litros, enquanto na Índia, 20-25 litros. Entretanto, é também importante notar que a agricultura é responsável pela maior parte da água consumida no mundo, superando em 10 vezes o consumo da indústria. Daí a importância de escolhas conscientes não apenas de produtos industrializados, mas principalmente, dos alimentos que consumimos.

PRODUTO

UNIDADE

LITROS DE ÁGUA

Açúcar Algodão

1 kg 1 camiseta

1500 2700

Café

1 xícara

140

Carne Cerveja Cevada Frango Hambúrguer Leite Milho Ovos Pão Papel

1 kg 1 copo 1 kg 1 kg 1 unidade 1 litro 1 kg 1 unidade Uma fatia 1 folha A4

15500 75 1300 3900 2400 1000 900 200 40 10

Queijo Soja

1 kg 1 kg

5000 1800

Trigo

1 kg

1300

Vinho

Uma taça

120

Você em harmonia

Essências Colônias Sabonetes Cheiro-do-Pará

com a

Amazônia

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Trav. Frutuoso Guimarães, 270 - Comércio

Fone (91) 3241-3726, Fax: 3212-4700

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orionper fumaria@yahoo.com.br 0


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