APELMAT
SELEMAT
Edição 158 - Julho/Agosto 2014 www.apelmat.org.br
Caminhos da sustentabilidade O que a preocupação com o meio ambiente tem a ver com seu negócio?
Obras Conheça o que pensa o cliente
Especial Logística A qualidade da infraestrutura do modal rodoviário deixa a desejar, assim como os investimentos
A quem dar crédito?
Editorial Destaques em terraplenagem, construção civil, infraestrutura, obras públicas e gestão
8 Cenário
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As perspectivas no setor de locação
Manutenção e Mercado Como manter o espírito de equipe e a motivação dos colaboradores em tempos difíceis
20 Gestão e Negócios
A contribuição da reciclagem e das novas tecnologias para a sustentabilidade
24 Reportagem de Capa
Compreenda a visão dos profissionais envolvidos na contratação de equipamentos
28 Obras
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Fiscalização do trabalho: o que a empresa precisa saber
Selemat
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Construindo o país do futuro
Opinião O que tem sido feito para solucionar o vaivém nas grandes metrópoles?
36 Mobilidade Urbana
Infraestrutura deficitária em todos os modais e promessas de melhorias não concretizadas
40 Especial Logística
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Seguro é proteção financeira?
Seguro
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Confira os eventos de julho e agosto
Social
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Contatos das empresas anunciantes
Linha Direta Apelmat
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Acompanhe os eventos de julho a setembro
Agenda Apelmat
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As melhores ofertas de serviços e equipamentos
Classificados
80 Tabela
Preços de locação e prestação de serviços de terraplenagem
APELMAT Composição da Diretoria da Apelmat 2014/2018 Presidente - Marcus Welbi Monte Verde Vice-Presidente - Flávio Figueiredo Filho Vice-Presidente - José Antonio Spinassé Vice-Presidente - Wanderley Cursino Correia Vice-Presidente - Alex Sandro Martins Piro Vice-Presidente - Rubens Pelegrina Filho Vice-Presidente - Luis Carlos Gomes Leão Vice-Presidente - Hilário José de Sena Secretário - Cesar Augusto Madureira Tesoureiro - Milton Gazzano Diretor Executivo - Vanderlei Cristiano V. Rodrigues Diretor Executivo - Paulo da Cruz Alcaide Diretor Executivo - Afonso Manuel Vieira da Silva Conselheiro Fiscal - José Abrahão Neto Conselheiro Fiscal - Gilberto Santana Conselheiro Fiscal - Ademir Geraldo Bauto Conselheiro Fiscal - Vicente de Paula Enedino Suplente de Conselho Fiscal - Luiz Gonzaga de Brito Diretoria Adjunta da Apelmat 2014/2018 Diretor Adjunto - José Doniseti Luiz Diretor Adjunto - Luiz Carlos Vieira da Silva Diretor Adjunto - José Eduardo Busnelo Diretor Adjunto - Emerson Dias Correia Diretor Adjunto - Ivomario Netto Pereira Conselho Consultivo da Apelmat 2014/2018 Presidente do Conselho - Marcus Welbi Monte Verde Conselheiro - Silas Piro Conselheiro - Sergio dos Santos Gonçalves Conselheiro - Edmilson Antonio Daniel Conselheiro - Antonio Augusto Ratão Conselheiro - Marco Antonio C. F. de Freitas Conselheiro Consultivo - José Dias da Silva Conselheiro Consultivo - Armando Sales dos Santos Conselheiro Consultivo - Jovair José Marcos Melo Conselheiro Consultivo - Elvecio Bernardes da Silva Conselheiro Consultivo - Wilson Lopes Moço Conselheiro Consultivo - Artur Madureira Carpinteiro Conselheiro Consultivo - Flavio Fernandes de Freitas Faria Conselheiro Consultivo - Maurício Briard Conselheiro Consultivo - Manuel da Cruz Alcaide
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SELEMAT Composição da Diretoria do Selemat 2014/2018 Presidente - Marcus Welbi Monte Verde Vice-Presidente - Flávio Figueiredo Filho Secretário - Cesar Augusto Madureira Tesoureiro - Milton Gazzano Suplente de Diretoria - Wanderley Cursino Correia Suplente de Diretoria - Alex Sandro Martins Piro Suplente de Diretoria - José Ayres Suplente de Diretoria - Ricardo Bezerra Topal Conselheiro Fiscal - Manuel da Cruz Alcaide Conselheiro Fiscal - Luiz Gonzaga do Nascimento Conselheiro Fiscal - Fernando Rubio Mazza Suplente de Conselho Fiscal - Fabio Lourenço de Paulo Lima Suplente de Conselho Fiscal - Jamerson Jaklen Silva Pio Suplente de Conselho Fiscal - Adalto Feitosa Alencar Delegado Efetivo - Marcus Welbi Monte Verde Delegado Efetivo - Manuel da Cruz Alcaide Delegado Suplente - Maurício Briard Delegado Suplente - Flavio Figueiredo Filho
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A Revista Apelmat/Selemat é uma publicação da Associação Paulista dos Empreiteiros e Locadores de Máquinas de Terraplenagem e Ar Comprimido e do Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos e Máquinas de Terraplenagem do Estado de São Paulo.
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Apelmat/Selemat. As informações que constam nos anúncios e informes publicitários veiculados são de responsabilidade dos anunciantes.
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Julho/Agosto 2014
A quem dar crédito? Senhoras e senhores, parceiros e colegas da categoria, as eleições estão chegando e com elas as “promessas” de campanha. Não vamos nos deixar iludir novamente com as que são falsas. Sejamos conscientes e, acima de tudo, racionais, pois estaremos elegendo governantes que ditarão as regras da economia nos próximos quatro anos. Normas que irão afetar diretamente nossas empresas, sejam grandes ou pequenas. E economia que, diga-se de passagem, está muito mal para o setor, como um paciente na UTI sem expectativa de melhora. O nosso segmento amarga uma crise desde 2010, agravada por políticas errôneas e equivocadas que dificultam ainda mais a nossa luta. Nos últimos anos, enfrentamos muitos problemas como entraves ambientais, demora ou falta de verba pública, disputas jurídicas etc. Na contramão, empolgados com linhas de créditos subsidiadas pelo governo e “promessas” de muitas obras de infraestrutura que estavam por vir de governos federal, estaduais e municipais, compramos equipamentos, investimos em mão de obra, contratamos e treinamos profissionais. E nada aconteceu, ou seja, o governo nos deu crédito, “prometeu” obras, mas não as fez. Ficamos totalmente endividados e frustrados, pois a necessidade de infraestrutura existe. A Copa do Mundo da Fifa, o maior motivador do nosso investimento, ao contrário do que achávamos, foi um sucesso. Porém custou o dobro do previsto e as obras ficaram por conta de três ou quatro megaconstrutoras, as mesmas de sempre. Diante de tudo isso, temos que tirar uma lição, a de não acreditar em “promessas” do governo. Nesta edição, tratamos de questões sensíveis tanto para o nosso setor quanto para a sociedade brasileira: a mobilidade urbana e a logística. Além disso, trazemos um panorama do cenário no mercado de locação e de como podemos encontrar soluções para o nosso negócio. Penso eu que é hora de refletir sobre o que estamos passando, nos organizarmos, planejarmos melhor e visarmos à união da categoria para que possamos, juntos, exigir mais de nossos governantes. Só assim teremos um Brasil melhor e mais justo. Eu acredito! Pense bem na hora do voto. Wanderley Cursino Correia Vice-presidente da Apelmat
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Julho/Agosto 2014
Caterpillar e tubarões. O que têm em comum? Entre julho e agosto, a organização não governamental Ocearch esteve em águas brasileiras para estudar os tubarões. Passou por Recife, em Pernambuco, Fernando de Noronha, foz do Rio São Francisco (entre os Estados de Alagoas e Sergipe) e Cabo Calcanhar, no Rio Grande do Norte, lugares com alta incidência do animal e frequência atipicamente alta de ataques fatais. Essa foi a 20ª expedição do grupo, financiada em grande parte pela Caterpillar e viabilizada por uma parceria de vários anos voltada à sustentabilidade. A empresa norte-americana investiu US$ 700 mil somente nessa jornada no País. A Ocearch conta com um navio-laboratório de 37 metros equipado com uma plataforma hidráulica de pesquisa de 34 toneladas e preparado para captura, pesquisa e etiquetagem eletrônica de tubarões. A tag permite que cientistas e o público em geral acompanhem os movimentos desses predadores por até dez anos. Cerca de 200 tubarões já foram marcados em várias regiões do mundo. “É uma honra que minha organização entregue os dados a cientistas e autoridades de segurança para ajudar a resolver problemas em áreas onde praias e banhistas coexistem com uma espécie ameaçada e capaz de afetar a segurança pública”, afirma Chris Fischer, fundador da Ocearch. “Esta expedição é um presente da Caterpillar ao Brasil.” A embarcação é impulsionada por três motores Caterpillar e alimentada por dois grupos de geradores, também da Caterpillar. “Os motores de propulsão 3412, junto com os grupos geradores C6.6 e C4.4, movimentam o navio no mar, seu elevador hidráulico e a plataforma de pesquisa, dando à equipe a força necessária para lidar com os grandes tubarões”, explica Gustavo Sepúlveda, diretor de power systems da Sotreq, revendedor exclusivo da marca para a região. A Sotreq, aliás, foi responsável pelo suporte técnico ao navio enquanto esteve no País. A parceria da Caterpillar e de seus revendedores em todo mundo tem sido vital para as expedições globais da organização, que contam com o auxílio dos dealers, que dão suporte local e fazem a manutenção do maquinário.
Repaginado O site do Grupo Hidrau Torque (www.grupoht.com.br) está de cara nova. O portal traz um layout moderno e dinâmico, além de proporcionar uma maior interação entre os usuários e a empresa. O público tem fácil acesso a informações sobre a história do grupo, a linha de produtos, as unidades espalhadas pelo Brasil, os segmentos de atuação, além de ferramentas como o GHT Link, para compra de peças on-line. Com fábrica própria e uma central de remanufatura de componentes, o grupo atua em diversos segmentos, como de mineração, ferroviário, portuário, industrial e de construção pesada.
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Julho/Agosto 2014
Consórcio Case reúne empresários Cerca de 50 empresários do setor de construção e terraplenagem participaram de um jantar de negócios com a diretoria da Case Construction Equipment no fim de julho, em Jundiaí (SP). Na ocasião foi apresentada a campanha especial do Consórcio Nacional de Máquinas Case voltada para compras a curto prazo.
A companhia disponibilizou quase 200 máquinas, entre retroescavadeiras 580N, pás-carregadeiras W20E, escavadeira hidráulica CX130B, minicarregadeiras Skid SR130 e SR150 e miniescavadeiras CX75 e CX80, para entrega em três mega-assembleias nos meses de agosto, setembro e dezembro. “O consórcio é uma modalidade de financiamento em que se pode programar a aquisição de um determinado bem sem pagar juros, mas somente uma taxa administrativa, que, se diluída pelo período de pagamento, é muito mais atrativa do que qualquer outro financiamento, como leasing ou CDC. Uma opção como essa atrai novos clientes e os fideliza”, fala Roque Reis, diretor-geral da empresa.
Pavilhões novos Em junho, a Associação Comercial de São Paulo – Distrital Ipiranga, por meio do Conselho Cívico e Cultural e em parceria com o Movimento Cívico em Defesa do Parque e do Monumento à Independência, realizou pela primeira vez a tradicional substituição das bandeiras estaduais e do pavilhão nacional do Parque da Independência.
A Associação Paulista dos Empreiteiros e Locadores de Máquinas de Terraplenagem e Ar Comprimido (Apelmat) e o Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos e Máquinas de Terraplenagem do Estado de São Paulo (Selemat) apoiaram a iniciativa, que trocou 23 pavilhões. “Fomos procurados e, ao sabermos da necessidade de fazer a substituição, em pleno período de Copa do Mundo, ficamos sensibilizados e fizemos uma doação”, fala M a r c u s We l b i , p r e s i d e n t e d a Apelmat/Selemat. A ação também contou com o apoio da Prefeitura Municipal de São Paulo, da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, da Secretaria Municipal da Cultura, do Sesc-SP Ipiranga, do maestro Rubens Pretel e da AB Administração e Venda de Imóveis.
Novidade no mercado de infraestrutura e pavimentação A Titan Pneus apresentou ao mercado a novidade tecnológica do pneu compactador Road Roller, com banda de rodagem mais larga, ideal para rolos compactadores de asfalto. O produto, que tem aplicação no trabalho de compactação de solo, foi desenvolvido com tecnologia exclusiva e é apresentado na medida 11.00-20, com capacidade de carga de 18 lonas (5.800 kg). Sua carcaça wide base permite uma distribuição superior da carga sobre o solo, suportando as variações de pressão associadas ao trabalho de acabamento do asfalto. 10
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Julho/Agosto 2014
11 Estados e 10 mil quilômetros A JCB iniciou, neste ano, a produção de dois novos modelos de máquinas pás-carregadeiras na fábrica localizada em Sorocaba (SP). Para apresentá-los ao mercado, lançou mão de uma ação inovadora no segmento: um road show. Percorreu, entre junho e julho, 10 mil quilômetros em visita a 11 Estados.
Em parceria com 11 de seus 16 distribuidores, dois caminhões transportaram simultaneamente os modelos 422ZX e 426ZX. Um deles circulou no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul, e o outro no Centro-Oeste e no Nordeste. Em cada ponto de venda, foram feitos eventos nos quais os clientes conheceram de perto os lançamentos. “O projeto reforça a aposta da JCB no mercado nacional, levando para cada Estado as novas máquinas, mostrando suas aplicações para as atividades econômicas da região e proporcionando ao cliente a experiência de conhecer as pás-carregadeiras, seus benefícios tecnológicos, a segurança desenvolvida para o operador e a potência para suas aplicações”, diz Ana Almeida, gerente de marketing da JCB.
Novo patamar para a qualificação profissional A Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) expandiu sua atuação na área de qualificação profissional desenvolvendo, em parceria com a Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção (Abendi), a Certificação de Terceira Parte, baseada na ISO 17024, que normaliza a certificação de profissionais. Com foco no setor da construção, a parceria desenvolveu a certificação inicialmente para o segmento de içamento e movimentação de cargas, nas funções rigger, supervisor de rigging e sinaleiro amarrador. Hoje, já engloba operadores de guindastes, gruas, guindauto, pontes rolantes e pórticos. Os operadores de equipamentos da linha amarela ainda serão contemplados. Com isso, Wilson de Mello Jr. passou a responder pela área de certificação e desenvolvimento humano, que inclui as atividades de capacitação profissional. “No início, nossa preocupação era com o treinamento, agora passamos para um novo patamar, ampliando nosso trabalho”, explica o diretor. Outra etapa da parceria prevê a formação e certificação de instrutores que atuarão como multiplicadores do conhecimento, assegurando que os centros de treinamento credenciados possam preparar os profissionais para serem certificados.
Primeiro semestre positivo A Ciber Equipamentos Rodoviários, subsidiária no Brasil do Grupo Wirtgen, fechou o primeiro semestre de 2014 com crescimento de 24% nas vendas de máquinas, em comparação com o mesmo período do ano passado. Com esse desempenho, a empresa registrou um faturamento de R$ 203 milhões, 15% a mais que nos primeiros seis meses de 2013. “Graças ao nosso trabalho feito com agilidade e ao amplo suporte aos produtos que comercializamos no mundo inteiro, a Ciber tem a confiança do mercado. Isso faz com que continuemos em franca ascensão e tendo ótimo desempenho, mesmo num momento de indícios de estagnação nos investimentos”, comenta Luiz Marcelo Tegon, presidente da companhia (foto).
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Julho/Agosto 2014
Cenário 20 anos de história A M&T Expo – Feira Internacional de Equipamentos para Mineração e Construção completa 20 anos com uma nova edição, em junho de 2015. Idealizado em 1994 pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), o evento recebeu o nome de I Mostra de Manutenção, Equipamentos & Tecnologia Aplicada e foi promovido em setembro de 1995, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo (SP). A primeira edição recebeu 7.500 visitantes interessados em conhecer novidades de 70 expositores, representando 95 marcas. Na oitava e última edição, realizada em 2012, a feira alcançou números recordes: 1.042 marcas e cerca de 3.500 equipamentos apresentados por 494 expositores, nacionais e internacionais, e um público de 54.597 profissionais do Brasil e do exterior.
Soluções para infraestrutura e meio ambiente A BW Expo acontecerá entre 20 e 22 de outubro de 2015, no Centro de Exposições Pró Magno, em São Paulo (SP). O evento, que está em sua primeira edição, apresentará as principais novidades em tecnologias voltadas para a coleta e gestão de resíduos, saneamento básico, reciclagem e meio ambiente. De acordo com os organizadores, a BW Expo também promete ser um importante espaço para fazer negócios e promover a troca de experiências entre profissionais das mais variadas áreas. Em paralelo, será realizada a BW Conference, uma série de seminários, conferências e workshops. Serviço BW Expo – 1ª edição Data: 20 a 22 de outubro de 2015 Local: Centro de Exposições Pró Magno Mais informações: www.bwexpo.com.br
Portfólio nacional em expansão A New Holland Construction, empresa de máquinas e equipamentos de construção da CNH Industrial, passou a fabricar o trator de esteiras modelo D140B na fábrica de Contagem (MG), possibilitando o seu financiamento pelo Finame. Na cidade mineira, a empresa produz suas cinco principais linhas de produtos – retroescavadeiras, motoniveladoras, tratores de esteiras, escavadeiras e pás-carregadeiras – e importa alguns tipos de máquinas menores. Um dos grandes diferenciais desse trator é a cabine basculável (inclinável), além de portas e tampas laterais, o que permite fácil e ampla acessibilidade a todos os pontos vitais da máquina. “Entre as diversas aplicações possíveis, destaco a abertura de estrada, terraplenagem, estocagem de material e curva de nível”, explica Fernando Neto, especialista de produto da companhia.
Vaivém A International Caminhões nomeou Eduardo Thiele como gerente de vendas (foto). O executivo, que é engenheiro mecânico automobilístico formado pela FEI e tem mais de 30 anos de experiência na indústria automobilística, assumiu a responsabilidade por toda a área no Brasil, em agosto, substituindo Fred Petroff. Thiele se reporta diretamente a Guilherme Ebeling, presidente da companhia.
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Julho/Agosto 2014
Manutenção e Mercado
Retrato 3x4 Mesmo distante do padrão norte-americano, o mercado de locação de equipamentos tem conquistado seu espaço no Brasil
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Foto: Marcelo Vigneron
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o setor de linha amarela, de todas as máquinas vendidas, cerca de 30% foram destinadas para locação. Nos Estados Unidos, esse percentual é de 60%. “A frota comercializada nos últimos cinco anos foi de 150 mil equipamentos. De seis a dez anos atrás, o desempenho era menor que 150 mil. E de 11 a 15 anos, esse número cai pela metade. Ou seja, o segmento de linha amarela cresceu muito. Com isso, a frota também aumentou e o que escutamos hoje, principalmente entre os locadores, é uma reclamação geral diante de um mercado descompassado, no qual há maior oferta do que demanda”, fala Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema). “Os locadores precisam se posicionar dentro de um cenário novo.” Investimento e facilidade de crédito para a aquisição de novas máquinas são dois fatores que impulsionaram, nos últimos anos, o segmento de rental na área da construção, gerando um crescimento da demanda e das empresas do setor.
Eurimilson Daniel, da Sobratema "Os locadores precisam se posicionar dentro de um cenário novo"
O otimismo contagiou os locadores, que fizeram novas aquisições, ampliando a frota. Porém, de 2012 para cá, as grandes obras que estavam em perspectiva não saíram do papel e a cautela tomou o lugar da confiança. Tanto as companhias maduras quanto as que abriram as portas vislumbrando um mar de oportunidades se ressentiram com a mudança na direção do vento. “Não podemos simplesmente dizer que as empresas que não vão bem irão sair do mercado”, comenta Daniel. A política econômica atual não atrai investidores novos para o negócio, o que afeta o empreendedorismo, e entre as empresas consolidadas a motivação para investir é muito menor do que foi no passado.
Foto: Marcelo Vigneron
“Em uma pesquisa feita pela Sobratema, perguntadas se tinham a intenção de sair do setor, as empresas responderam que não. Por outro lado, afirmaram que pretendiam diminuir investimentos”, observa o executivo. “A economia não permite avanços fortes em aplicações, e nosso setor demanda alto investimento. Somos dependentes da nossa capacidade de investir”, salienta. Para Marcus Welbi, presidente da Associação Paulista dos Empreiteiros e Locadores de Máquinas de Terraplenagem e Ar Comprimido (Apelmat) e do Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos e Máquinas de Terraplenagem do Estado de São Paulo (Selemat), os diferentes atores que atuam no mercado de locação vivem momentos distintos. “Entre os locadores, há falta de qualificação, profissionalismo e organização do setor. Os dealers também sofrem as consequências da crise na construção civil”, pontua. “As empreiteiras pequenas é que são privilegiadas, por terem muitas ofertas de prestação de serviços.” Para Vicente Cracasso, diretor comercial da Shark Máquinas e da Multirental, o mercado, de forma geral, está retraído e com poucas oportunidades em São Paulo. “Não existem grandes obras e a disponibilidade de máquinas é alta, induzindo a um valor de locação abaixo do planejado e expondo as empresas a riscos, já que a manutenção é um item preponderante no negócio”, afirma. Considerando o Brasil, especificamente no Norte e no Nordeste há grandes projetos. “Porém por diversos fatores acabam atrasando e muitas vezes são interrompidos durante a obra, seja por falta de verba, questões ambientais etc. Isso sinaliza um período de baixa até o fim do primeiro trimestre de 2015”, fala Cracasso. Segundo o executivo, outro ponto relevante nesse contexto é o grau de exigência nos grandes contratos: equipamentos com idade mínima de cinco anos, obrigando a locadora a fazer novos investimentos sem uma remuneração compatível. O melhor dos mundos Ainda assim, Daniel, que também é diretor da Escad Rental, acredita que o cenário é positivo para o setor de locação. “As empresas não investem para comprar e decidem locar. Estamos percebendo isso”, disse durante entrevista coletiva de abertura do M&T Peças e Serviços 2014. Afonso Mamede, da Sobratema "Hoje as empresas de construção compram um parque menor. O restante é alugado"
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Manutenção e Mercado
Para Afonso Mamede, presidente da Sobratema, as empresas optam, primeiramente por usar a frota própria, depois por alugar e, por fim, por comprar. “O melhor é a locação. Alugo pelo tempo que preciso e não tenho de lidar com frota ou funcionário. Além disso, se tenho obra hoje e amanhã não, o equipamento fica parado”, comentou também na abertura do M&T 2014. “Hoje as empresas de construção compram um parque menor. O mínimo é próprio, o restante é alugado. A locação é fundamental.” Mas por que o Brasil ainda não registra o mesmo índice norte-americano? Segundo Daniel, o percentual de locação e de compra é decidido em função da obra. “O que ocorre é que empresas de construção têm uma facilidade até maior na rapidez de fazer o financiamento para atender à sua necessidade. Essa é a primeira questão que as coloca à frente dos locadores. O segundo ponto é o poder de negociação maior. Além disso, já existe uma capacidade de financiamento tomada pelos locadores”, explica. Outra explicação aponta para o fato de que o setor de rental está caminhando para alcançar a maturidade, o que já é realidade em mercados externos. O que esperar do futuro? A sondagem O Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, elaborada pela Sobratema e divulgada durante o M&T Peças e Serviços Congresso, ouviu um grupo de 35 empresas do segmento de construção. Quarenta e um por cento delas, que no conjunto movimentam uma frota de aproximadamente 19 mil equipamentos, esperam um volume de negócios melhor ou muito melhor para 2014 em comparação com o ano passado. Já as empresas que acreditam que os negócios serão piores ou muito piores do que em 2013 totalizam 33%. Segundo as projeções feitas por Brian Nicholson, economista e consultor responsável pela pesquisa, o mercado de máquinas da linha amarela deve apresentar neste ano um declínio de vendas da ordem de 7%.
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As incertezas apontadas por Nicholson no nível setorial foram referendadas pela análise conjuntural feita pelo economista Rubens Sawaya, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Segundo o especialista, a situação econômica do País continua apontando para um desaquecimento. “A principal razão para o declínio econômico iniciado a partir de 2011 é o profundo corte feito pelo governo federal nos investimentos públicos destinados a infraestrutura, sobretudo a redução de R$ 50 bilhões no Programa de Aceleração do Crescimento”, observa. Para Nicholson, o momento é marcado por uma incerteza quanto ao desempenho no curto prazo, em função de certa lentidão nas obras públicas, decorrente das dificuldades no licenciamento ambiental e liberação de verbas. Para o vice-presidente da Sobratema, Mário Humberto Marques, esse adiamento temporário dos investimentos lança o foco sobre a manutenção das frotas e, paralelamente, reforça a locação. “Já vivemos isso antes, quando foi necessário racionalizar os custos e se optou por investir na gestão do parque de máquinas então disponível.” Entre as vantagens que a locação de máquinas oferece, quando comparada à compra, está a disponibilização do valor que seria gasto em equipamentos e encargos adicionais; a oferta de acordo com o volume de trabalho, fazendo com que os gastos sejam proporcionais à demanda; e a responsabilidade de manutenção a cargo da locadora. Outros benefícios são o aumento da capacidade de financiamento, o controle de custos, a utilização de máquinas adequadas e o apoio do locador. Para Marques, até 2015 haverá uma reorganização do setor, com esforço acentuado de redução de passivos. Já a partir de 2016, deve ocorrer um desaparecimento acelerado de oportunistas, gerando um mercado mais competitivo. “Trata-se de um nicho de oportunidades no qual será preciso realizar desinvestimentos fora do core business, oferecer preços mais competitivos em relação ao custo próprio e demonstrar diferenciais competitivos, provando ao cliente que vale a pena locar mesmo com um custo unitário maior.”
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Gestão e Negócios
Injeção de ânimo Em tempos difíceis, como manter o espírito de equipe, a motivação e o engajamento?
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arece que, como os especialistas anunciaram, os meses entre o fim da Copa do Mundo da Fifa e as eleições caminham a passos de tartaruga na economia. Os sinais da apatia são visíveis e estampam manchetes de jornal, como as montadoras que tentam desovar estoques em promoções ou falam em empregados em lay-off, prédios comerciais em áreas nobres que aguardam inquilinos, com juros e inflação altos, inadimplência, queda no nível de emprego, baixo crescimento etc. As empresas, por sua vez, caminham como podem. Diante de um cenário de receitas decrescentes e mercado parado, cortam custos. O momento atual é de desafios, tanto para as companhias, que buscam formar e reter os talentos, quanto para os profissionais, que precisam conduzir suas carreiras e estarem permanentemente atualizados. Com investimentos mais restritos e o desafio de crescer, as organizações buscam soluções para atingir seus objetivos e atrair pessoas capazes de entregar o que se espera e precisa. “As empresas estão cautelosas. Poucas estão dispostas a se arriscar devido às incertezas de mercado em um ano complexo no Brasil. A hora é de repensar a estrutura e assegurar a retenção de talentos, pois os mesmos serão a chave para as estratégias de crescimento de médio e longo prazo”, analisa André Freire, presidente da Odgers Berndtson do Brasil.
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André Freire, da Odgers Berndtson do Brasil "A hora é de repensar a estrutura e assegurar a retenção de talentos"
Nesse contexto, Marcos Morita, mestre em administração de empresas e professor da FIA-USP e da Universidade Mackenzie, sugere sete ações para motivar suas equipes, envolvendo-as, gastando pouco e gerando resultados rápidos. 1 – Dê um zoom em seu portfólio. Utilize dados históricos, aprofundando-se além do volume de contratos, vendas ou locações e da curva ABC. Crie um comitê com finanças, manufatura e marketing, analisando margens de lucratividade, custos e competidores, verificando sua posição relativa no mercado. Corte, reduza e simplifique, descontinuando produtos ou serviços pouco rentáveis. 2 – Como está a satisfação de seus principais clientes, fornecedores e parceiros? Desenvolva um questionário que abranja os principais pontos de contato com sua empresa, avaliando critérios como prazo de entrega, tempo de resposta, disponibilidade e taxa de falha, adequando-o conforme os requisitos de seu negócio. “Utilize sua própria equipe de atendimento para aplicá-lo. Insights interessantes para melhorias internas poderão surgir”, aconselha Morita.
Marcos Morita, da FIA-USP "É possível desenvolver uma agenda de treinamento em diversas áreas, muito além do velho e conhecido treinamento de vendas e atendimento"
3 – Envolva gerentes e supervisores na revisão e criação de métricas, alinhando-as com as principais estratégias da empresa, prazo médio de pagamento e recebimento, repetição de compras, retenção de clientes etc. Você poderá se surpreender com índices que já não se aplicam, assim como aproveitar a oportunidade para alinhar os departamentos, a visão e a missão. 4 – Que tal estudar novos mercados e oportunidades? Selecione alguns executivos para visitar feiras e exposições, frequentar palestras, fóruns e conhecer cidades, Estados e países que tenham empresas de interesse. Caso o dinheiro esteja realmente curto, revistas especializadas, sites, associações e câmeras de comércio podem ser uma saída interessante. “É importante ter cartas na manga quando o mercado voltar a reagir”, afirma Morita.
O momento atual é de desafios, tanto para as companhias, que buscam formar e reter os talentos, quanto para os profissionais 5 – Há quanto tempo seus colaboradores não são treinados? Use os resultados da pesquisa ou as lacunas levantadas pelas métricas para criar programas de capacitação interna. “Com ferramentas, cursos ou plataformas disponíveis na web, gratuitas ou com custo baixo, é possível desenvolver uma agenda de treinamento em diversas áreas, muito além do velho e conhecido treinamento de vendas e atendimento”, destaca o professor. 6 – É hora de abordar aquele velho problema que há tempos incomoda a rotina ou o departamento, gerando retrabalho e insatisfação. Segundo o especialista, em grande parte eles podem ser resolvidos por meio da mudança de processos, revisão dos fluxos de atividades, criação de formulários e relatórios. “Crie pequenos grupos de trabalho com os envolvidos, independentemente do nível hierárquico, estabelecendo encontros semanais de curta duração. Às vezes a solução vem de baixo”, sugere.
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Gestão e Negócios 7 – Alinhe essas iniciativas para que não pareçam desconexas. “Escolha um nome inspirador e embale tudo num belo pacote, divulgando aos colaboradores em algum evento simples e de bom gosto, aproveitando para motivá-los e retirá-los do estado de letargia”, fala Morita. Outra dica é programar comunicados semanais com o andamento das atividades e reuniões mensais para compartilhar os resultados obtidos no programa.
Airton Cicchetto, consultor "Assim em geral fazem os líderes natos: motivam, engajam e inspiram com condutas muito simples"
Qual deve ser a postura de um líder? Você já deve ter ouvido falar no termo “gestão de pessoas”. Muito utilizado no ambiente profissional, trata do gerenciamento de colaboradores, trabalho em equipe, liderança, planejamento estratégico, feedback etc. Por se tratar de um tema atual e importante no mundo corporativo, há farta literatura sobre liderança e inúmeras pesquisas. Recentemente uma delas foi desenvolvida pela consultoria norte-americana Leadership IQ, que ouviu mais de 32 mil executivos, gerentes e empregados nos Estados Unidos e Canadá. Ela aponta que os empregados que ficam em contato com seus chefes por seis horas semanais têm um desempenho muito melhor do que aqueles que mantêm o vínculo por apenas uma hora por semana. Segundo o estudo, eles são 29% mais inspirados, 30% mais engajados, 16% mais inovadores e 15% mais motivados do que os colegas. Para o consultor Airton Cicchetto, o incontável número de livros, artigos, pesquisas e sugestões sobre como deve ser a atuação dos líderes capazes de levar a equipe e a empresa ao sucesso pode contribuir para o aperfeiçoamento do seu desempenho perante o seu time. “Porém, antes mesmo do advento de tais pesquisas e dessa indústria do marketing editorial, os líderes já eram líderes”, fala Cicchetto. “Nos primórdios da civilização, nos antigos povoados, nas guerras, nas igrejas, na política, nos sindicatos, nos esportes e nos grupos informais, sempre houve e ainda há líderes, não necessariamente letrados.” Para Cicchetto, que também é engenheiro, mestre em administração e idealizador do modelo SCG – Simples Complexo Gerencial – Simplificando a Gestão, a liderança se faz e se fortalece, antes de mais nada, com uma combinação de dois elementos práticos: a participação e a união dos integrantes da equipe. “Quando ela é participativa e unida, o líder, por consequência, é forte.” Nesse sentido, o líder deve promover a participação racional de todos, por meio de projetos, programas e ações de melhorias que sejam delegadas ao time. Ele também deve saber recompensar e fazer uso da comunicação para informar e ouvir seus liderados, potencializando a participação de todos. “Deve por último, mas não menos importante, celebrar com seu time vitórias alcançadas, fatos e datas que sejam relevantes”, aponta. “Assim em geral fazem os líderes natos: motivam, engajam e inspiram com condutas muito simples capazes de unir a equipe e fazê-la participar coletivamente do esforço pelo sucesso da empresa e de todos”, resume. Como consequência, o líder fortalece a si próprio e se torna cada vez mais líder. Veja + Uma preocupação básica para quem ocupa um cargo de liderança é como se comunicar com seus colaboradores. Por isso, confira sete orientações para um feedback positivo no portal de notícias Apelmat (www.apelmat.org.br).
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Reportagem de Capa
A sustentabilidade e seus caminhos Além de investir em tecnologias que minimizam impactos ambientais, a reciclagem é uma estrada que precisa ser trilhada
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Toyota Motor Corporation, em parceria com a Tsusho e mais nove empresas, desenvolveu uma tecnologia automatizada avançada de reciclagem do cobre contido dentro da fiação dos veículos. O grau de pureza do produto reciclado na operação é de 99,9%, tornando o componente reutilizável, mantendo suas características e propriedades. A companhia já utiliza o cobre reciclado em parte de seus carros no Japão e tem a intenção de aumentar essa participação gradativamente para mil toneladas até 2016. De acordo com estudos da montadora, a quantidade de cobre disponível no mundo abasteceria os diversos mercados que o utilizam apenas por mais 40 anos, tendo em vista que o recurso é finito e o consumo cresce. Por isso, a reciclagem e o reúso tornam-se cada vez mais importantes. Hoje em dia, a reciclagem de veículos ocorre de maneira sistemática na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Veículos acidentados, com perda total ou sem condição segura para trafegar passam pelo processo. Essas regiões abrigam as maiores frotas do mundo e contam com critérios e leis que caracterizam a condição de veículos em fim de vida útil, ou ELV (end of life vehicle), além de regulamentações que fazem com que a reciclagem possa ser realizada.
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Caterpillar Máquinas equipadas com motores que têm a tecnologia Acert, que atende a padrões exigentes de eliminação de emissões
Segundo dados do livro Reciclagem e Sustentabilidade na Indústria Automobilística, de Daniel Castro, engenheiro e professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), o balanço global da indústria automobilística no Japão mostra que em 2007 toda a frota de veículos daquele país atingiu 79,5 milhões de unidades. Desse total, 3,5 milhões foram reciclados (4,4%). Em entrevista à Agência CNT de Notícias, Castro afirma que no país asiático a reciclagem dos carros deve chegar a 95%, sendo que apenas 5% dos materiais vão para aterros. A comunidade europeia pretende chegar a 95% até 2020, enquanto os Estados Unidos estão na faixa dos 80%. Já no Brasil, reciclam-se apenas 2%. “As sucatas ficam depositadas, durante décadas, nos pátios dos departamentos de trânsito, sem condições de serem processadas. Outras são levadas para desmanches ilegais.” O que e por quê Os benefícios da reciclagem ultrapassam a simples recuperação de materiais que serão desprezados. Em seu livro, Castro mostra que, no caso dos metais, o uso de reciclados reduz a necessidade de extração de minérios, diminuindo assim a emissão de gases do efeito estufa.
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Outro valor agregado está na diminuição do consumo de energia em comparação com os mesmos materiais obtidos a partir de extração mineral. “No caso do aço, a redução de energia chega a 56%, do alumínio a 92% e do cobre a 90%”, aponta. A diminuição da quantidade de água usada para obter materiais metálicos a partir da extração mineral é outro ponto positivo. “Temos que pensar no meio ambiente, em nossos recursos e nas futuras gerações”, diz Lars Martensson, diretor de meio ambiente da Volvo Caminhões. Lars Martensson, da Volvo Caminhões No entanto, esta não é apenas uma "Temos que pensar no meio ambiente, em nossos recursos questão ambiental. Existem aspectos e nas futuras gerações" econômicos envolvidos. “No futuro poderá haver escassez de metais e, quando os preços subirem, será necessário reciclar mais ainda”, destaca Martensson. Quase todos os materiais usados na fabricação de caminhões podem ser reciclados. O aço é o insumo de maior proporção – representa cerca de 85% do peso de um caminhão. Mercado A Confederação Nacional do Transporte (CNT) estima que cerca de 230 mil caminhões com mais de 30 anos rodem pelo Brasil. Com tecnologia ultrapassada, além de poluir o ambiente, geram maior risco de acidentes. Segundo reportagem da Agência CNT de Notícias, de olho nesse mercado, as empresas de reciclagem de veículos projetam crescimento dos negócios neste ano. A JR Diesel, uma das pioneiras no País no ramo, espera um aumento de 20% na receita. A criação do Centro de Reciclagem de Veículos em Minas Gerais, em Belo Horizonte, reforça o avanço do setor. Chamado de Mina Urbana Brasil e idealizado por Castro, deve começar a funcionar em 2015. Segundo estimativa do professor, cerca 90 mil veículos devem ser reciclados no Estado. “Não estamos deixando de lado a ideia de criar um centro que recicle veículos e caminhões. Seria interessante estender esse trabalho para os veículos pesados.” Tecnologias amigáveis No setor de linha amarela, a Caterpillar investe na remanufatura de componentes vitais, por meio da tecnologia CAT Reman, devolvendo-lhes a condição original e, com isso, reduzindo o descarte de peças. Uma fábrica destinada exclusivamente para isso foi inaugurada em 2013 em Piracicaba (SP).
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Reportagem de Capa A fabricante também investe em equipamentos com impacto ambiental reduzido. Os modelos produzidos no País são equipados com motores que têm a tecnologia Acert, que atende aos requisitos de emissões Tier III e Tier IV, os estágios IIIA da União Europeia e 3 do MOC, do Japão, considerados os padrões mais exigentes em termos de eliminação de emissões.
atender às rigorosas normas vigentes nos diferentes mercados onde a empresa atua. “Todos são certificados quanto à emissão de gases e ruídos, homologados pelos órgãos regulamentadores do País, cumprindo assim as normas brasileiras.” “Grande parte dos motores que equipam as nossas máquinas no Brasil já sai da fábrica, localizada em Contagem (MG), com motor Tier III”, afirma Marcos Rocha, gerente de produto da New Holland Construction.“É o caso do trator de esteiras D140B.” Atualmente, 75% do portfólio de produtos da Case no País já atende à norma de emissão de ruídos e 83% respeitam a regulamentação de emissão de poluentes.
Thiago Cibim, da John Deere "Todos os produtos são certificados quanto à emissão de gases e ruídos"
Assim como a Caterpillar, outras empresas afirmam que estão preparadas para atender à Resolução 433 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que visa a regulamentar a emissão de poluentes e ruídos. A primeira fase do Proconve/MAR-1 (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores/Máquinas Agrícolas e Rodoviárias), que entra em vigor em 2015, regula os motores de máquinas novas com faixa de potência igual ou superior a 50 hp. Em 2017, passa a valer a segunda etapa, que envolve todos os motores destinados a máquinas de construção, tanto de produção nacional como importadas. O MAR-1 equivale ao Tier III, dos Estados Unidos, e ao Stage IIIA, no padrão europeu. Isso significa que os motores off-road não poderão emitir mais de 3,5 g/kWh de gás carbônico e 4 g/kWh de hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio. Já a emissão de material particulado fica limitada a 0,2 g/kWh. No que se refere à emissão de ruídos, o Mar-1 classifica os limites por tipo de equipamento, sendo que a medição será realizada em laboratório por órgão credenciado pelo Ministério do Meio Ambiente. Segundo Thiago Cibim, gerente de suporte ao produto C&F da John Deere, os produtos desenvolvidos pela companhia são projetados para
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Carlos França, da Case Construction "A CNHI investe R$ 6,5 milhões em projetos de redução de emissão de ruídos e R$ 24 milhões em projetos redução de emissão de poluentes"
“Para adequar os produtos à resolução do Conama, a CNHI, à qual a marca Case pertence, investe R$ 6,5 milhões em projetos de redução de emissão de ruídos e R$ 24 milhões em projetos de redução de emissão de poluentes”, detalha Carlos França, gerente de marketing da Case Construction Equipment para a América Latina. Segundo Nei Hamilton, diretor comercial da JCB, a empresa trabalha no desenvolvimento de produtos com a preocupação na preservação do meio ambiente, principalmente na redução de emissão de gases. “Nesse sentido, desenvolveu os motores de geração Tier IV, antecipando-se às exigências das normas europeias de controle e redução de emissão de gases poluentes.”
Veja + Confira no portal de notícias Apelmat (www.apelmat.org.br) a lista dos componentes de um caminhão que podem ser reutilizados, reciclados ou transformados em energia. Leia também sobre o programa nacional de renovação da frota de caminhões, que deve ser lançado após as eleições. Julho/Agosto 2014
Obras
Entre em sintonia Para garantir bons contratos e atender bem é preciso conhecer o que o cliente pensa e espera
a construção pesada, de infraestrutura, a locação atende a um percentual de 30% da necessidade de frota. A afirmação é de Mário Humberto Marques, diretor da Alusa Engenharia e vice-presidente da Sobratema, ao detalhar a participação de rental no setor de construção pesada durante o 2º Congresso Nacional de Valorização do Rental, realizado em paralelo com a M&T Peças e Serviços. O executivo destaca que a demanda tende a aumentar em momentos de flutuações, com picos de mobilização determinados pelo cronograma de permanência do equipamento na obra. “Mas em projetos com duração maior justifica-se a aquisição do bem, pois uma parte importante do lucro vem do uso do equipamento próprio.” Se a utilização da máquina ultrapassar 18 meses, o investimento em um próprio é legitimado. “É uma conta bem simples, e a razão é econômica: uma parte importante do lucro de uma obra vem do uso de equipamentos próprios”, afirma. “Existem casos em que o lucro é o uso delas.” Em construções e montagem, segmento que atende geralmente a indústrias, aluga-se mais (70% ou mais), até mesmo por uma questão cultural. Já na construção pesada, que é basicamente a de infraestrutura, o índice é baixo (30%) e na construção civil (predial) é alto (70% ou mais). E, por fim, a indústria aluga principalmente maquinário pequeno (veja mais detalhes na tabela divulgada no portal de notícias Apelmat).
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Foto: Marcelo Vigneron
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Mário Humberto Marques, da Sobratema "Não mobilizem seus equipamentos sem contrato"
Quem decide? Para realizar melhores negócios, é preciso compreender a visão dos profissionais envolvidos direta ou indiretamente na contratação de equipamentos. “Quando o locador trata de um contrato, acredita que a pessoa com quem fala é a única interessada no negócio. Mas isso está longe de ser verdade. O sucesso de qualquer empreendimento depende da participação de todos os interessados, que são chamados de stakeholders. Por isso é importante entender a expectativa daqueles que são os principais influenciadores e tomadores de decisão”, fala Marques. Entre os stakeholders existem os influenciadores, como a imprensa, o sindicato e as associações. “Não é raro o trabalho do locador em uma obra ser interrompido por conta da ação de sindicatos”, pontua.
Obras
Existem os destinatários finais ou beneficiários, como o cliente final ou o gerente ou diretor da obra. E existem os que estão ligados à governança, como as auditorias e os conselhos das empresas. “O que percebo é que, muitas vezes, quem dá a palavra final para fechar um contrato é desconhecido dos locadores, que geralmente conversam com a área de compras. Essa é a face que veem, mas não é a unidade de tomada de decisão”, ressalta. O comprador é quem tem a “batata quente” nas mãos e “não raro, enfrenta ameaças pessoais se não apresentar soluções no curto prazo”, expõe Marques. Ele quer ser atendido rapidamente, no custo previsto e sem qualquer reclamação. Nos bastidores, porém, há outros profissionais que podem influenciar, por lidarem com os equipamentos direta ou indiretamente. Conhecer suas expectativas é fundamental. O gerente de projetos quer a satisfação do cliente, da equipe e dos acionistas, além de atender ao cronograma no menor custo e com a maior rentabilidade. Já o usuário do equipamento quer disponibilidade e produtividade, além de não registrar qualquer acidente ou problema. E, por fim, envolvendo todo o círculo de relacionamentos está a engenharia de planejamento da obra. “Isso quer dizer que o equipamento alugado está inserido em um planejamento, algo a que o locador não terá acesso.” Preço A decisão pela locação também sofre com a pressão dos prazos. Para que a construtora avalie se é melhor comprar ou alugar, é preciso ter tempo e contar com a colaboração de diversos profissionais. “O que ocorre muitas vezes é que o planejamento não é bom e o setor de compras recebe o pedido de uma máquina em cima da hora. Ele não tem tempo hábil para tratar a solicitação de forma adequada e buscar alternativas”, fala Marques. “Isso pode ser uma grande ameaça para o locador, porque a decisão vai ser tomada em função do preço.”
Para quem está na mesa de negociação, o valor é fator determinante. Nessa bancada não há, geralmente, interlocutores que possam discutir aspectos técnicos. A exceção são empresas mais estruturadas, com equipes treinadas, para quem o locador pode apresentar sua vantagem competitiva. Por fim, Marques alerta: “Não mobilizem seus equipamentos sem contrato”. Cautela “O empresário não pode se encantar simplesmente porque tem a oportunidade de atender a uma grande obra. Antes disso, ele precisa medir exatamente o tamanho do passo que está dando”, acrescenta Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema). Antes de assinar um contrato, é preciso que a empresa conheça seus limites, sua capacidade financeira, sua estrutura física e saiba como lidar com problemas que fogem à questão operacional. “Às vezes o locador quer atender a um pedido e esquece da parte tributária ou da legislação trabalhista e entra no negócio sem calcular as consequências”, comenta Daniel. “Cada construtora tem seus critérios, porém, no geral, o locador tem que contar com uma boa estrutura, equipamentos novos, mão de obra qualificada, documentação em ordem e estar em dia com as obrigações trabalhistas e tributárias”, finaliza Marcus Welbi, presidente da Associação Paulista dos Empreiteiros e Locadores de Máquinas de Terraplenagem e Ar Comprimido (Apelmat) e do Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos e Máquinas de Terraplenagem do Estado de São Paulo (Selemat).
Veja + Conheça o percentual de locação dos equipamentos em diferentes áreas.
Na próxima edição Adriano Augusto Campos, consultor do Sebrae-SP, fala sobre como lidar com a concorrência e como construir parcerias. Além disso, confira quais cuidados são necessários no campo legal para atender a grandes contratos.
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Selemat
Fiscalização do trabalho: o que a empresa precisa saber Por Fernando Marçal*
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e acordo com o disposto no inciso XXIV do artigo 21 da Constituição Federal, a competência para organizar, manter e executar a inspeção do trabalho é da União, através do Ministério do Trabalho e Emprego, por força do disposto no artigo 19, VII, alínea “a”, da Lei nº 8.028/90. O ato de fiscalização em si é exercido pelo auditor fiscal do trabalho, que poderá ter acesso aos livros contábeis das empresas. É também da competência dele fazer o relatório de fiscalização, e não do procurador do trabalho, que, quando muito, poderá acompanhar o referido agente nas visitas. A despeito de as normas de proteção ao trabalho terem caráter imperativo, o auditor fiscal não pode agir arbitrariamente, em afronta ao ordenamento jurídico. A Convenção nº 81 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 1947, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 24/56, que regulou a matéria da inspeção, informa, em linhas gerais, os objetivos a serem atendidos pela inspeção e define, em seu artigo 12, as prerrogativas atribuídas ao auditor. Dentre suas atividades destacam-se a fiscalização, a vigilância e a orientação, a investigação, a notificação e a autuação. Vê-se, pois, que o auditor fiscal não tem apenas a função de aplicar multas, mas também de orientar e mostrar às empresas como a lei deve ser aplicada, principalmente em se tratando de legislação nova.
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O artigo 626 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), bem como os seguintes, disciplinam o processo de aplicação de multas administrativas, os prazos para apresentação de defesa e recurso e de pagamento, culminando com a inscrição na dívida ativa da União, se for o caso. Ao fiscalizar a empresa, o fiscal deve identificar-se, na forma do artigo 630 da CLT, não podendo exercer suas funções sem a carteira de identidade fiscal, com a qual terá livre acesso às dependências da companhia, exigindo os documentos necessários e prestando os esclarecimentos que lhe forem solicitados.
"A prerrogativa do ato de fiscalizar é exclusiva da União, sendo intransferível a quem quer que seja" Ele tem o dever de instruir o empregador na primeira visita que fizer à empresa, orientando-o com relação ao descumprimento da legislação recente, ou na primeira inspeção do trabalho em estabelecimento recentemente inaugurado, conforme proclama o artigo 627 da norma consolidada. Nesses casos, há que se observar o princípio da dupla visita, significando que somente na segunda visita deverá ser aplicada eventual multa, caso o empregador não venha a observar a legislação. Ultrapassadas todas essas fases e procedimentos, haverá, em caso de eventual irregularidade, a expedição de relatório ao Ministério Público do Trabalho, com a consequente abertura de instauração de inquérito civil, conforme preconiza a lei complementar nº 75/93 (Lei Orgânica do Ministério Público). No artigo 84, inciso II, ela atribui ao Ministério Público do Trabalho a instauração de inquérito civil e outros procedimentos administrativos para assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores.
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Por fim, deve-se observar que, no inquérito civil público, há a prerrogativa de se firmarem Termos de Ajustamento de Conduta com todas as partes interessadas, conforme o disposto no artigo 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/85. De tudo o que foi dito, constata-se que o empregado conta com um excelente respaldo da legislação. Verifica-se também que a prerrogativa do ato de fiscalizar é exclusiva da União, sendo intransferível a quem quer que seja, ainda que as entidades sindicais profissionais exerçam um importante papel na representação de suas respectivas categorias. Não obstante, de tempos em tempos, algumas entidades sindicais profissionais utilizam-se de pessoas ligadas a elas para exercer a função de fiscalização. Ressaltamos que o Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos e Máquinas de Terraplenagem do Estado de São Paulo (Selemat) nunca reconheceu a atuação dessas pessoas, que assumem uma atribuição que não lhes é própria.
Esses indivíduos não estão investidos de nenhum poder que lhes conceda prerrogativas de fiscais do trabalho ou coisa parecida. Essa função cabe exclusivamente aos órgãos do Ministério do Trabalho e Emprego e de suas Superintendências Regionais, por meio dos auditores fiscais do trabalho. Nossa orientação quanto à atuação desses “agentes sindicais” é no sentido de que a empresa não está obrigada – e nem deve – permitir a livre ação dessas pessoas sob o pretexto de estarem exercendo atividade fiscalizadora. Caso isso ocorra, a companhia deve informar imediatamente o Selemat, para que o mesmo tome as providências necessárias junto à respectiva entidade profissional.
* Fernando Marçal é assessor jurídico do Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos e Máquinas de Terraplenagem do Estado de São Paulo (Selemat)
Opinião
Construindo o país do futuro *Por Maurício Endo
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m 1900, apenas 13% das pessoas viviam em áreas urbanas. Hoje, as cidades são responsáveis por mais da metade da população mundial e esse número deverá aumentar para 70% até 2050. Diante da rápida urbanização, a infraestrutura se torna um foco de preocupação para os líderes, que precisam se esforçar para criar espaços mais habitáveis e produtivos, ou seja, cidades sustentáveis. Segundo a pesquisa The Global Competitiveness Report 2013- 2014, realizada pelo World Economic Forum, o Brasil ocupa a 114ª posição em um ranking de 144 países relativo a investimentos de infraestrutura. O País gasta cerca de 2% do PIB, ficando bastante atrás de outras nações, que chegam a aplicar até 10%. Com uma qualidade de infraestrutura abaixo da média mundial, seria necessário que o Brasil investisse, no mínimo, 4% para garantir um patamar desejável de desenvolvimento. Existe um consenso emergente de que uma quantia maior deve ser gasta em infraestrutura, embora alguns governos ainda estejam relutantes em aumentar seus gastos no setor. Por isso, o desafio mais importante e essencial para atrair investimentos é melhorar o fluxo de projetos, transformando um robusto pipeline de desenvolvimento em compras, construção e, finalmente, em operações. Desde 2004, com a aprovação da Lei 11.079, de 30 de dezembro de 2004, conhecida como a “Lei de PPP”, foram instituídas normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios,
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e os governos passaram a assinar contratos de concessão subsidiados nos setores de águas, infraestrutura social e transportes. A cada ano, as PPPs estão aumentando no Brasil, e o que se espera é que essas parcerias possam melhorar a realidade das cidades. A aprovação da citada legislação acabou por incentivar a participação privada, inspirando os governos estaduais, com destaque para Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Bahia, que iniciaram a implementação de projetos-pilotos de PPP em setores como saneamento, transportes, estádios da Copa, saúde e presídios. Vale lembrar que o governo federal já vem apontando para uma maior utilização das PPPs, principalmente, nos segmentos de rodovias e ferrovias, enquanto os Estados devem gerar novas oportunidades nas áreas de saneamento, resíduos sólidos e iluminação pública. Podemos elencar três áreas em que os governos precisam se concentrar para atrair investimentos e implementar o conceito de “cidade inteligente”. Em primeiro lugar, é necessário mudar o foco de medidas puramente populares para priorizar e implementar meios sustentáveis de planos econômicos de longo prazo. Em segundo lugar, é preciso melhorar drasticamente o profissionalismo e a capacidade dos programas de infraestrutura. A realidade é que os investidores estão à procura de programas claros, transparentes e bem geridos para se investir. Projetos mal planejados, mal estruturados ou implantados com riscos não mitigados espantam os investidores. Por isso, é necessário melhorar urgentemente o profissionalismo dos programas a curto prazo por meio do apoio de consultores externos experientes e, a médio e longo prazo, criar planos contínuos de capacitação interna de contratação, treinamento e desenvolvimento. A terceira área que requer atenção imediata dos líderes são os mercados de financiamento. A maior parte das atividades tem sido financiada pelo BNDES, mas o apoio privado e os mercados de títulos e veículos de investimento devem ser estimulados a se desenvolver para que seja possível alcançar objetivos mais elevados. Não podemos nos esquecer de que vivemos na era globalizada da informação e que isso se aplica também para as empresas e investidores. Ou seja, qualquer tipo de projeto, inclusive de PPP, sofre concorrência. Não há tempo a perder, e as ações tomadas hoje refletirão pelas próximas décadas. Tomar medidas positivas e colher os benefícios para as gerações ou manter o status quo? Essa é a decisão final para a criação das cidades do futuro.
*Maurício Endo é sócio da KPMG no Brasil
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Mobilidade Urbana
Sorria, você está em um congestionamento Corredores de ônibus, faixas exclusivas, monotrilhos, BRTs, expansão da malha metroferroviária. Das promessas à realidade, o que tem sido feito para solucionar os problemas de locomoção nas grandes metrópoles?
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s paulistanos acordaram em uma manhã de agosto com uma surpresa: cem pontos de ônibus das regiões da Vila Madalena, Avenida Paulista e Vila Mariana, entre outras, estampavam cartazes com as seguintes frases: “A espera acabou. Até o final de 2014, a extensão do metrô de São Paulo vai dobrar”. Os cartazes continham também uma fotomontagem de Geraldo Alckmin, atual governador do Estado de São Paulo, e de Dilma Rousseff, presidente do Brasil. A união dos políticos de partidos diferentes reforçava o estranhamento da “propaganda”. A provocação realizada pelo Greenpeace Brasil tinha o objetivo de pressionar os candidatos a assumir um verdadeiro compromisso com a melhoria do transporte público e com a mobilidade urbana para além de promessas eleitoreiras. A intervenção provocou reações dos partidos dos candidatos (PT e PSDB). “Mas ninguém lembrou que o voto dos cidadãos é sempre conquistado com promessas que depois não são cumpridas e que a população convive com condições indignas de transporte público”, afirma Barbara Rubim, da campanha de transporte do Greenpeace.
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Vivien Mello Suruagy, do Sinstal "Aumentar a qualidade do transporte significa tirar veículos particulares de circulação, reduzir congestionamentos e aumentar o índice de felicidade dos cidadãos"
Os cartazes continham a hashtag #JuntosPelaMobilidade para incentivar a população a compartilhar a imagem e questionar o anúncio nas redes sociais. No balanço dos últimos quatro anos sobre o que foi feito no Estado em relação ao investimento em transporte público, por exemplo, apenas 13% do que havia sido prometido para expansão do metrô virou realidade. “Nós não vamos resolver as questões fundamentais da mobilidade sem realizar investimentos maciços na tecnologia do transporte”, afirmou o economista Bernardo Figueiredo, exdiretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), durante o 5º Fórum Mundial de Meio Ambiente, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) e Lide Sustentabilidade. O deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ), presente no Fórum, disse que o governo cometeu um “erro terrível” ao priorizar o transporte individual por meio de incentivos fiscais à indústria automotiva. De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), nos últimos dez anos, a frota de carros em circulação aumentou 110% no Brasil. Julho/Agosto 2014
Mobilidade Urbana Uma pesquisa de mobilidade divulgada em março deste ano pela Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo mostra que, nos últimos cinco anos, o número de pessoas que optam por carro ou moto para circular pela região metropolitana cresceu 21%. Já o índice de aumento do uso do transporte coletivo foi de 16%. Sirkis defendeu a ampliação do transporte público com uma política de desestímulo crescente ao transporte individual, por meio da instituição de uma taxa também conhecida como pedágio urbano. “Quem quiser circular numa área congestionada da cidade em horário crítico terá que pagar”, afirmou. Mas seria essa a solução? Para Ana Odila Souza, diretora de planejamento da SPTrans, a principal diretriz é retirar o foco do carro como único meio de locomoção. “Resgatar o espaço público é fundamental, pois o excesso de carros inviabiliza a mobilidade. Para isso, é necessário dar ênfase ao pedestre, alargar as calçadas, criar um sistema viário para bicicletas, aumentando a extensão das ciclovias em 400 quilômetros, e valorizar os ônibus, simplificando o sistema e controlando a operação”, comentou durante o seminário do Valor Econômico sobre o futuro das cidades. Uma pesquisa do Ibope, de setembro do ano passado, mostrou um resultado interessante: 79% dos paulistanos estão dispostos a trocar o automóvel pelo transporte público caso haja uma boa alternativa. Quase um quarto dos entrevistados respondeu que se o tempo de espera dos ônibus diminuir, poderá usar esse meio de transporte para os principais deslocamentos, como de casa para o trabalho. Em média, os moradores de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro chegam a gastar 2 horas e 15 minutos de deslocamento por dia. “São quase 11 horas por semana, considerando apenas os dias úteis. Uma média de dois dias por mês perdidos em meios de transporte. Ou seja, aumentar a qualidade do transporte significa tirar veículos particulares de circulação, reduzir drasticamente os congestionamentos e aumentar o índice de felicidade dos cidadãos”, calcula Vivien Mello Suruagy, engenheira e presidente do Sindicato Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços em Telecomunicações (Sinstal). Do papel à realidade Desde o início da nova gestão, a prefeitura de São Paulo vem implantando faixas exclusivas de ônibus. A velocidade média dos coletivos aumentou 48%
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em 243 quilômetros de vias, passando de 13 para 20 quilômetros por hora. “Não é muito, mas já constitui um avanço para um setor abandonado há tanto tempo”, opina Vivien.
Ação do Greenpeace Brasil em pontos de ônibus da cidade de São Paulo: provocação para que melhorias do transporte público não fiquem só em promessas
Um ônibus articulado tem capacidade para levar cerca de 150 passageiros com algum conforto. A lotação atual, porém, ultrapassa essa faixa. “Eles se empurram, espremidos, agredindo-se mutuamente. É um calvário. A transformação dos meios de transporte públicos em máquinas de tormento também ocorre na malha ferroviária e até no metrô”, fala Vivien. Por falar na estrada de ferro, a região metropolitana de São Paulo tem uma malha metroferroviária de 335 quilômetros, que atende 7,4 milhões de usuários todos os dias. Já sobre pneus, são 881 linhas de ônibus que transportam outros 2,4 milhões de pessoas diariamente. Entre ações para a ampliação da rede do Metrô e da CPTM e para a implantação de corredores de ônibus da EMTU/SP, o governo do Estado lista 11 grandes obras em andamento. No Metrô, estão em curso o prolongamento da Linha 5-Lilás, entre o Largo Treze e a Chácara Klabin; a implantação da Linha 15-Prata, em monotrilho, da Vila Prudente até Cidade Tiradentes; a segunda fase da Linha 4-Amarela (Vila SôniaLuz); e a implantação da Linha 17-Ouro (JabaquaraCongonhas), que fará conexão com as Estações Morumbi da CPTM e São Paulo-Morumbi do Metrô. Os contratos para a implantação da Linha 6Laranja (Brasilândia-São Joaquim) e da 18-Bronze (Tamanduateí-ABC) já foram assinados. E ainda está em processo de licitação a extensão da Linha 2Verde até a Rodovia Presidente Dutra.
Na CPTM são três obras significativas: a implantação da Linha 13, que ligará São Paulo ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, a ampliação da Linha 9 (Osasco-Varginha) e a revitalização do trecho Amador Bueno-Itapevi, na Linha 8. Na EMTU, estão em andamento obras de implantação do veículo leve sobre trilhos que vai ligar os municípios de São Vicente e Santos, e dos três corredores de ônibus intermunicipais: Guarulhos-São Paulo; Corredor Noroeste (trecho Santa Bárbara-Nova Odessa), na região metropolitana de Campinas; e o Corredor ItapeviSão Paulo, na região metropolitana de São Paulo. Mesmo diante desse cenário, o Greenpeace Brasil lista uma série de promessas ainda não cumpridas em relação à ampliação da rede metroviária de São Paulo. A finalização da Linha 4 do Metrô, a criação do Expresso Guarulhos e da Linha 6 do Metrô, que ligará as regiões São Joaquim, Freguesia do Ó e Brasilândia, estão entre as promessas ainda não concretizadas. “Em 2012, o governador Geraldo Alckmin prometeu entregar mais 126 quilômetros de malha metroviária para São Paulo até 2018. No mesmo ano, disse que até 2014 a cidade teria mais 30 quilômetros de metrô. Desses 30 quilômetros, no entanto, somente 13% saiu do papel”, aponta a entidade.
O governo federal também não deixa a desejar no quesito promessas que não saíram do papel. Em junho de 2009 foi anunciado o trem-bala, que, apesar de ser questionável, deveria ter sido entregue para a Copa do Mundo e hoje está sem previsão de inauguração. Em 2010, estava previsto o investimento de R$ 11,6 bilhões (valor não corrigido pela inflação) para as obras de mobilidade que seriam o legado da Copa. No fim de 2013, o valor já havia caído para R$ 8,5 bilhões. Em número de projetos, chegou-se a ter 67 obras prometidas, das quais somente 42 foram mantidas – a grande maioria, contudo, só ficará pronta entre 2015 e 2017, se não atrasarem de novo. “Somando-se o valor prometido para a mobilidade entre os PACs e o Pacto da Mobilidade (anunciado em junho de 2013), tem-se a vultosa quantia de R$ 150 bilhões. Porém, cerca de 70% desse valor nunca saiu dos cofres do governo federal”, aponta o Greenpeace Brasil. Discursos não mudam a realidade, nem promessas ou ações de marketing em época de eleições. Somente com investimento pesado em projetos sérios, somados a políticas públicas de longo prazo, os desafios em mobilidade urbana poderão ser superados.
Área restrita Criado inicialmente em Cingapura e depois implantado em outras cidades da Europa, como Londres, o Electronic Road Pricing (ERP) é um pedágio urbano que cobra taxas dos automóveis que circulam em uma determinada região demarcada do centro. Além disso, Cingapura estabeleceu restrições à propriedade e uso do automóvel a fim de limitar o crescimento da frota. Em contrapartida, a população conta com um sistema de transporte público extenso e eficiente. Fazendo conta Lançado em 2013, o Pacto da Mobilidade Urbana, que previa R$ 50 bilhões para obras de mobilidade em todo o País, contemplou, na primeira etapa, as principais capitais e regiões metropolitanas. A carteira do PAC 2 destina ainda R$ 93 bilhões à melhoria do transporte público nos grandes centros urbanos, totalizando R$ 143 bilhões ao setor. Parte desse dinheiro vem do Orçamento Geral da União (OGU) e outra vem de financiamento público, com juros subsidiados. Os recursos são repassados aos Estados e municípios, responsáveis pela execução dos projetos aprovados pelo governo federal. Balanço As obras de mobilidade urbana realizadas em função da Copa do Mundo, encerrada no dia 13 de julho, somam mais de 130 quilômetros, entre corredores de ônibus e BRTs, em várias cidades do País, segundo balanço do governo federal. Além dessas intervenções, o governo contabiliza outros 47,9 quilômetros de vias para acesso aos 12 estádios que sediaram a competição. Veja + Confira no portal de notícias Apelmat (www.apelmat.org.br) qual o impacto atual da mobilidade urbana sobre a qualidade de vida do paulistano e como o uso da tecnologia poderia contribuir com melhorias. Julho/Agosto 2014
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Em ritmo lento O modal rodoviário é o mais utilizado no Brasil. Apesar disso, a qualidade dessa infraestrutura deixa a desejar, assim como os investimentos prometidos pelo Programa de Investimentos em Logística
Guilherme Ramos, engenheiro civil "Certamente as novas concessões de rodovias contribuirão, no curto e no médio prazo, para alavancar e fortalecer ainda mais o setor"
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Rogério Torchio, da Prosperity Consulting "Vimos uma evolução constante nos processos e a profissionalização do mercado, porém, quando olhamos para a infraestrutura, o negócio é totalmente diferente"
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Especial Logística
Luiz Antonio Fayet, economista "Com exceção das rodovias, cujas concessões começam a avançar, na área de ferrovias e também de portos o atraso ainda é muito grande"
Martiniano Lopes e Marcio Ikemori, da KPMG no Brasil "Está mais do que claro que a falta de infraestrutura para escoamento da produção é o maior desafio para as empresas do agronegócio"
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Especial Logística
Celso Luchiari, da Transportadora Americana "Precisa haver um bom projeto de mobilidade para o Brasil e vontade política para fazer acontecer"
Pé na estrada O modal rodoviário é o mais utilizado no Brasil. A estimativa é que cerca de 60% do que é produzido no País passe pelas rodovias. Apesar disso, a qualidade dessa infraestrutura deixa a desejar. Para se ter uma ideia, 79,3% da malha brasileira (que é de 1,7 milhão de quilômetros) nem sequer é pavimentada e, entre as rodovias federais com pavimento, quase 90% têm pista simples. Conforme o Plano de Transporte e Logística 2014, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte, para solucionar os gargalos, deveriam ser investidos R$ 293,8 bilhões somente nesse modal. Os recursos garantiriam, por exemplo, a duplicação, pavimentação ou recuperação do pavimento e a construção de novas rodovias. Além disso, poderiam ser aplicados também em adequações nas pistas já existentes e melhoria da sinalização em 77,1 mil quilômetros de vias. O valor não contabiliza os projetos relacionados à mobilidade urbana no modal rodoviário. A duplicação de vias demanda a maior porção dos recursos: R$ 137,1 bilhões para 14,6 mil quilômetros. A segunda maior parcela da verba é necessária para a pavimentação de 12,3 mil quilômetros, num total de R$ 50,9 bilhões. Outros R$ 47,2 bilhões precisam ser aplicados para a construção de 8,7 mil quilômetros de novas vias. Veja + No portal de notícias Apelmat (www.apelmat.org.br), você confere mais detalhes sobre o Plano CNT de Transporte e Logística 2014, estudo que chega à quinta edição e elenca 2.045 projetos prioritários de infraestrutura de transporte, abrangendo todos os modais, tanto na área de cargas como na de passageiros.
Na próxima edição Reportagem especial sobre infraestrutura trará um panorama do estado geral das rodovias brasileiras, dos portos, das ferrovias e dos aeroportos. 46
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Seguro
Seguro é proteção financeira? Por Luiz C. Monteli*
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o longo dos anos, infelizmente, temos constatado a pouca importância dada para o seguro na gestão das empresas. Visto como uma despesa entre tantas outras, até mesmo por uma questão cultural, ele não é tratado como um investimento em proteção e até mesmo na preservação da companhia no caso de algum imprevisto. Pensar, por exemplo, que é possível comprar outro veículo ou equipamento com o dinheiro aplicado no seguro de frota é fazer uma conclusão equivocada, que pode levar até mesmo à insolvência, dependendo do prejuízo. Eis as razões: primeiro por estar desprotegido e, segundo, porque sua empresa não é uma seguradora e não aplica esse valor para cobrir um eventual acidente ou furto, sem considerar outras coberturas securitárias envolvidas. O foco do seu negócio está na sua atividade principal, a locação. Mesmo sendo contabilizado entre as despesas, contar com um seguro é o melhor caminho para proteger os bens empresariais. E quanto maior o patrimônio a segurar, maior é o poder de barganha na busca do melhor custo.
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Segurança extra A proteção de recursos ou posses materiais é a modalidade mais conhecida no segmento. Porém, o seguro também pode garantir a saúde das finanças de uma companhia, independentemente do ramo de atuação. Entre os tipos de produtos que vão ao encontro das preocupações comerciais e financeiras, temos: Seguro de Crédito Cobre o risco de inadimplência em contas a receber (sejam operações domésticas ou exportações) originado por vendas a prazo de produtos e serviços Seguro de Crédito Interno Voltado para riscos comerciais (insolvência e mora prolongada) Seguro de Crédito à Exportação Destinado a riscos comerciais, como insolvência e mora prolongada, também cobre riscos políticos, como moratória, embargo, guerra, imprevisibilidade e remessa de divisas
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Seguro Vantagens Talvez você se pergunte por que o seguro de crédito é importante. A resposta vem recheada de benefícios: Gestão de crédito – sua empresa pode contar com o apoio de especialistas na gestão do risco de crédito Monitoramento constante da carteira de crédito Proteção de contas a receber Expansão segura das vendas Estruturação das operações financeiras Minimização de atritos internos entre a diretoria financeira e a de vendas Menu completo Além de fazer o controle de gastos e investimentos, uma boa gestão deve estar atenta às surpresas com ações judiciais de responsabilidade civil. Por isso, há outras opções de proteção para o segmento de locação, que de forma indireta se refletem na saúde financeira da empresa. Confira: Trabalhista O objetivo é proteger empresas contra possíveis indenizações por danos morais e atos ilícitos praticados por colaboradores no ambiente de trabalho, seja empregado, estagiário, terceiro ou outro colaborador a serviço da companhia segurada. Este seguro pode ser contratado por qualquer empresa e ramo de negócio. Vale lembrar o que entra na lista de dano moral: discriminação (sexo, raça, religião), demissão injusta, abuso de autoridade, exposição de colaboradores a substâncias tóxicas e privação de oportunidade de carreira. D&O É uma proteção para os bens pessoais de administradores e diretores contra riscos de responsabilização pessoal ligados aos negócios ou à atividade da empresa.
Atualmente, é uma das recomendações entre as melhores práticas de governança corporativa. Entram no repertório dos principais riscos para administradores e diretores os seguintes pontos: Responsabilidade por dívidas do tomador Bloqueio de contas e de bens pessoais Responsabilização por danos causados a terceiros Responsabilização por danos causados à empresa Inabilitação para o exercício do cargo ou função executiva Processos relacionados a danos ambientais Responsabilidade criminal por atos do tomador Responsabilização assumida em nome do tomador Custos de defesa relacionados a esses eventos Além do trabalhista e do D&O, é possível contar com o seguro de responsabilidade civil geral e o de proteção a danos causados a terceiros. Mais Há coberturas adicionais que tratam de produtos (responsabilidade civil) tanto no Brasil quanto no exterior, empregador, poluição súbita, circulação de equipamentos em vias adjacentes, competições e jogos esportivos, objetos pessoais de empregados sob a guarda do segurado, riscos contingentes, veículos terrestres motorizados, transporte habitual de empregados, danos a objetos da prestação de serviços, guarda de veículos de terceiros, erro de projeto, cruzada-obras civis, danos morais etc. Lembre-se: o seguro garante a continuidade de sua empresa diante dos imprevistos.
*Luiz C. Monteli é sócio-proprietário da Monteli Seguros – Corretora
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Flashback
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Visita à Caterpillar
Evento da Auto Sueco - Volvo na Apelmat
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Concrete Show South America 2014
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Comemoração dos 60 anos da Caterpillar. O presidente da Apelmat/Selemat e alguns diretores prestigiaram a comemoração.
Reunião ordinária do Conselho de Serviços na Fecomercio-SP. A Apelmat/Selemat participou, sendo representada pelo presidente das entidades.
Visita de Marcus Welbi, presidente da Apelmat/Selemat, e de alguns diretores à Caterpillar, em Piracicaba (SP).
Marcus Welbi, presidente Marcus Welbi, da Apelmat/Selemat, presidente participou da reunião da Apelmat/Selemat, da Associação Nacional e alguns diretores dos Locadores de atenderam a um Equipamentos para convite da Case Construção e Bens Móveis Construction para um (Analoc) na feira da jantar em Jundiaí (SP). Federação Nacional das Locadoras de Automóveis (Fenaloc).
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Mauricio Briard, da diretoria da Apelmat/Selemat, representou as entidades na assembleia geral extraordinária na Fecomercio-SP.
Evento da Auto Sueco – Volvo na sede da Apelmat/Selemat
29 º Festa de Confraternização
Apelmat/Selemat participa da Concrete Show South America 2014 com estande de exposição.
Marcus Welbi, O presidente e o presidente da vice-presidente da Apelmat/Selemat, Apelmat/Selemat participa da reunião da participam da Feira Analoc durante a Internacional de Concrete Show Materiais, Equipamentos South America 2014. e Serviços de Construção (Ficons), em Pernambuco, e da reunião da Analoc durante o evento.
Já estão a venda os convites para a 29ª Festa de Confraternização da Apelmat/Selemat, que será dia 13 de dezembro no Buffet Torres com a banda Reveillon animando a festa Aos interessados favor entrar em contato com Andrea pelos telefones 011 - 3722-5022, Nextel 011 - 7873-4514, Vivo 011- 97236-0822 ou pelo email secretaria@apelmat.org.br, que irá passar maiores informações.
O maior evento do setor da linha amarela 60
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