CONCURSO
Arquitetura e poesia Por Simone Bobsin
“Uma visão poética, que ultrapassa, na sua dimensão humana, a estrita necessidade. Arquitetura não deseja ser funcional, mas oportuna.” Desta forma a equipe de arquitetos paulistas define o anteprojeto de
olha da rua e, internamente, o edifício trabalha com espaços vazios e
readequação do edifício da Biblioteca Pública de Santa Catarina, pri-
amplos, que dão unidade visual e integram a estrutura verticalmente, e
meiro lugar no concurso público nacional de arquitetura promovido
iluminação natural, por meio de aberturas zenitais. Cria-se uma diver-
pelo Governo do Estado, por meio da Fundação Catarinense de Cultura
sidade de ambientes generosos, com espaços abertos e pé-direito mo-
(FCC), e organizado pela regional catarinense do Instituto dos Arqui-
numental, e mais aconchegantes. O anteprojeto atende a diversidade de
tetos do Brasil (IAB-SC). A proposta é impactar a rua Tenente Silvei-
atividades técnicas e funcionais como a correta distribuição dos fluxos
ra e Álvaro de Carvalho, no Centro de Florianópolis, em relação aos
e controles de acesso, condições de temperatura e umidade adequa-
prédios comerciais já existentes, criando um signo urbano forte que
das ao acervo e iluminação e ventilação adequadas às áreas de leitura.
atraia as pessoas e seja usufruído em sua plenitude pela população. O partido para a readequação do prédio levou em conta aspectos antagônicos, como explicam os arquitetos: “criar um edifício que tenha uma relação ‘aberta’ com o espaço público e ao mesmo tempo corresponda às características de uma biblioteca como espaço que privilegia a introspecção”. A partir disso, a fachada revela-se intrigante para quem Equipe do anteprojeto: Arquitetos Bruno Conde, Filipe Gebrim Doria, Filipe Lima Romeiro e Lucas Bittar
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