Ano XIV - nº 56
www.artestudiorevista.com.br
arquitetura & estilo de vida
MUDOU TUDO
Projeto muda planta para integrar melhor ambientes
QUALIDADE DE VIDA Edifício empresarial busca bem-estar dos usuários e profissionais
PESQUISA DE MATERIAIS
LÁ VEM O SOL Walter Rodrigues, da Assintecal, fala sobre o Inspiramais e a importância do design
Ambientes que dialogam e o aproveitamento da luz solar marcam projeto de residência
+ A arquitetura de Luís Barragán, a história das piscinas e dicas para manter um jardim em espaços internos
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Imagem meramente ilustrativa.
Inspirada no círculo de fogo do Pacífico, a linha INDONESIA reproduz as pedras vulcânicas em diversos formatos e tonalidades, com a praticidade que só o porcelanato oferece. Venha conhecer essa e todas as pedras do mundo na Portobello Shop. Você vai se surpreender.
JOÃO PESSOA
(83) 3244.2610 • Av. Pres. Epitácio Pessoa, 2.302 • Tambauzinho
SUMÁRIO
Ano XIV Edição 56
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CONHEÇA 20 LIVRO
A obra clássica de Jayme C. Fonseca Rodrigues
28 GRANDES ARQUITETOS
A busca pela sereninade na obra de Luís Barragán
34 A HISTÓRIA DE
As piscinas, símbolo de glamour e que vêm desde o Antigo Egito
72 AMBIENTAÇÃO
Dicas para um jardim interno
76 VIAGEM DE ARQUITETO
Todo o glamour da ensolarada Hollywood
78 INTERIORES E MODA
O greenery é escolhida a cor de 2017
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ARTIGOS VISÃO PANORÂMICA 12
A assistência técnica em arquitetura e engenharia para população de baixa renda
URBANISMO 14
Por que as nossa cidades precisam ser mais inteligentes
VIDA PROFISSIONAL 16
Os benefícios de contratar um gerente de projetos
VÃO LIVRE 18
Ter atitude será fundamental em 2017
PONTO FINAL 82
Quais os seus planos para o ano que acaba de começar?
ENTREVISTA ENTREVISTA 22
Walter Rodrigues e a necessidade de um outro olhar sobre o design
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PROJETOS
34 68 ARQUITETURA E INTERIORES 38
Uma casa para celebrar o descanso com a natureza, assinada pelas arquitetas da Surdi & Rosalinski - Studio Arquitetura
ARQUITETURA 42
O origami inspirou a fachada de projeto do SuperLimão Studio
ARQUITETURA 46
O novo vão central do Mercado Público de Florianópolis, em projeto de Gustavo Utrabo e Pedro Duschenes
INTERIORES
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NOSSA CAPA
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PRANCHETA
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Projeto de Diego Revollo mudou planta para integrar ambientes em apartamento de SP
Diálogo entre ambientes e aproveitamento do sol em projeto de casa por Bruna Sá
Edifício empresarial que busca a qualidade de vida projeto de Ernani Henrique, Antônio Cláudio e Silvia Muniz
Nossa capa Projeto: Bruna Sá Foto: Vilmar Costa
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arquitetura & estilo de vida ANO XIV- Edição 56
EXPEDIENTE Diretora/ Editora geral - Márcia Barreiros Editor responsável - Renato Félix, DRT/PB 1317 Redatores - Alex Lacerda,Débora Cristina, Lidiane Gonçalves e Renato Félix,
Diretora comercial - Márcia Barreiros Projeto gráfico - George Diniz Prod. e diagramação - Welington Costa Fotógrafos desta edição - Diego Carneiro, Vilmar Costa e MB Impressão - Gráfica JB
QUEM SOMOS AE é uma publicação trimestral, com foco em arquitetura, decoração, design, arte e estilo de vida, com tiragem de 8 mil exemplares de distribuição gratuita e dirigida. A reprodução de seus artigos, fotografias e ilustrações requer autorização prévia e só poderá ser feita citando a sua fonte de origem. As colaborações e artigos publicados e fotos de divulgação são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não comprometendo a revista, nem seus editores.
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www. artestudiorevista. com. br As matérias da versão impressa podem ser lidas, também, no nosso site: www.artestudiorevista.com.br com acesso a mais textos, mais fotos e alguns desenhos de projetos
EDITORIAL
MAGIA E MARAVILHAMENTO Luís Barragán, mexicano ganhador do Pritzker em 1980, disse certa vez achar alarmante que as publicações sobre arquitetura tenham banido as palavras “beleza, inspiração, magia, encantamento, assim como os conceitos de serenidade, silêncio, intimidade e admiração”. Ele tinha uma arquitetura que perseguia esses ideais, uma obra realmente autoral reconhecida pelo principal prêmio da arquitetura internacional. De nossa parte, como publicação voltada à arquitetura, urbanismo, interiores e design, com a postura de quem está sempre aprendendo, fica a reflexão sobre o nosso próprio trabalho de evidenciar que esses temas não se resumem a números e metragens, mas também à magia e maravilhamento. Que não se trata só de conforto e requinte, mas da busca pela intimidade e reflexão de quem vai habitar essa estrutura ou passar por ela no cotidiano. Barragán é o tema da seção Grandes Arquitetos nesta edição. Sua visão não é a única sobre a arquitetura. Quem acompanha essa seção da AE pode acompanhar as diferentes posturas de profissionais que são referência histórica no mercado, muitas vezes com pontos de vista frontalmente conflitantes. É possível perceber essas diferenças também em outras seções da revista e mesmo nos projetos dos nossos arquitetos convidados. Um pouco mais, um pouco menos, eles nos mostram através do seu trabalho suas visões de mundo.
MÁRCIA BARREIROS editora geral e diretora executiva
Colaboradores desta edição:
Boa leitura!
ARTESTUDIO RENATO FÉLIX editor de jornalismo
AMELIA PANET arquiteta e urbanista
GERMANA GONÇALVES designer de interiores
ALEX LACERDA jornalista
DÉBORA CRISTINA jornalista
LIDIANE GONÇALVES jornalista
VISÃO PANORÂMICA
CHAMANDO A
ASSISTÊNCIA TÉCNICA Fotos: Divulgação
A
ssegurar o direito à habitação de qualidade para milhões de famílias com renda de até três salários mínimos é uma luta antiga da sociedade e especialmente dos arquitetos. A lei 11.888/08, projeto original de autoria dos arquitetos, foi sancionada em 2008, mas ainda não é realidade em boa parte do Brasil. Esta lei dispõe sobre a assistência técnica gratuita na área da arquitetura e engenharia para as famílias de baixa renda. Sua aplicação não se restringe à habitação, propriamente dita, pode ir além, permitindo a assistência técnica às comunidades em quesitos mais coletivos como acessibilidade, saneamento, lazer, entre outros. No início de novembro, esse tema foi um dos eixos de estudo do V Seminário Internacional Urbicentros realizado em João Pessoa, no Centro Histórico, promovido pelos programas de pósgraduação em Arquitetura e Urbanismo da UFPB e UFBA. Vários trabalhos foram apresentados refletindo sobre tal assistência e apresentando experiências pioneiras que estimulam a continuidade e aperfeiçoamento de sua prática. A seguir, irei expor alguns aspectos abordados no encontro que, além da colaboração da autora desse
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texto, que na ocasião teve a função de coordenadora da roda de comunicação, teve a participação dos arquitetos Eduardo Teixeira de Carvalho (UFBA); Jakeline Silva dos Santos (Unipê, FIP); Manuela de Luna Freire (IESP); Marco Suassuna (Unipê,) e Pascal Machado (PMJP) como debatedores. As discussões dessa roda de comunicação alguns aspectos foram abordados e envolveram diversos temas como: metodologia; relação temporal das atividades e atores envolvidos; escassez de verbas; envolvimento da assistência técnica com os fundos de educação, saúde e habitação; busca por processos interdisciplinares; dificuldade de relacionamento com os órgãos públicos; desvalorização da gestão pública com relação ao potencial da assistência técnica; necessidade de processos de regularização fundiária e regulamentação urbanística das comunidades; necessidade de aproximação com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia e com a Ordem dos Advogados do Brasil; e, reestruturação dos planos pedagógicos dos cursos de Arquitetura para destacar a assistência técnica como prática necessária à formação do arquiteto e urbanista.
Nos aspectos metodológicos ficou claro que não existe um único caminho a ser seguido para a prática da assistência técnica. Seu escopo metodológico e corpus epistemológico estão em construção e os artigos e debates comprovaram a diversidade de possibilidades no exercício dessa assistência. No entanto, o caráter participativo dos processos metodológicos parece ser um caminho pertinente e adequado, mesmo com as dificuldades apontadas relacionadas à mediação dos atores envolvidos e da relação temporal das atividades. Essa última, por sua vez, mostrou ser uma missão hercúlea. Articular o tempo dos processos participativos com o tempo das gestões públicas e suas necessidades políticas vem dificultando o êxito de várias ações. Nesse sentido, destacou-se a importância de desvincular os processos de assistência técnica das gestões políticas, para que os mesmos tenham continuidade. O debate destacou ainda, a necessidade de atenção aos processos ditos participativos onde, geralmente, suas convocações resumem-se a discutir produtos acabados e outras instâncias entendidas como válidas, também conformadas antes da interação com o campo social. Quando menos, propostas apresentadas por instituições intermediadoras, antecipadamente construídas com o campo social, encontram dificuldades de serem implementadas quando apresentadas aos gestores públicos. Isso devido às formas de organização e modos de regulação de conflitos construídos para controlar as mediações, pois represam os fluxos interativos necessários para o alcance dos resultados desejados. Nas reflexões levantadas pelos autores ficou evidente a necessidade de construção de práticas, por parte dos gestores públicos, que evitem entraves que redundam em processos e resultados que não atingem os seus necessários objetivos. Assim, o relacionamento com os órgãos públicos devem se estreitar em prol dos resultados mais eficientes e adequados junto às comunidades. Todos os envolvidos no processo devem atuar como parceiros. Os gestores públicos e políticos precisam reconhecer o potencial da assistência técnica na melhoria da qualidade de vida de uma parcela significativa da população. Outro aspecto fortemente debatido foi a escassez de verbas devido à inexistência de um fundo constitucional com recursos próprios destinados à
Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS). Esse fato vem impossibilitando sua difusão e dificultando o interesse dos profissionais dessa área em atuarem junto às comunidades. Nesse sentido, o envolvimento das ações de ATHIS com os fundos de educação, saúde e habitação parece ser, a curto e médio prazo, uma saída para os processos de assistência. A qualidade do morar não é um problema apenas do campo da arquitetura, urbanismo e da engenharia, envolve outros campos relacionados à educação e à saúde. Dessa forma, os processos devem procurar atuações inter e multidisciplinares para que possam contemplar as diversas demandas e aspectos que envolvem a questão da qualidade de vida. Ainda foi discutido que, para realizar as melhorias, os processos de assistência técnica não devem estar isolados ou desvinculados dos processos de regularização fundiária e regulamentação urbanística das comunidades envolvidas, reforçando o caráter multidisciplinar dos processos. Nesse caminho, a aproximação com os conselhos e ordens, a exemplo do CAU, CREA e OAB se fazem imprescindíveis, assim como, das entidades como IAB e universidades. Além disso, visando um futuro promissor na consolidação da ATHIS como prática de necessidade pública, os cursos de arquitetura e urbanismo, e engenharias devem reestruturar seus planos pedagógicos para destacar a assistência técnica como prática necessária à formação do engenheiro e do arquiteto e urbanista. De acordo com pesquisa realizada pelo CAU/BR por meio do Datafolha, considerando a parcela da população de brasileiros que já realizou alguma atividade de reforma ou construção, apenas 15% dessa população utilizou os serviços de um engenheiro ou arquiteto. Ou seja, quase 85% da população que realiza atividades de reforma ou construção não o fazem com a assistência técnica de profissionais qualificados. Dessa parcela da população, grande parte encontrase no perfil de usuário destinado à assistência técnica pública gratuita assegurada pela Lei 11.888/2008. Assim, a assistência técnica é campo de trabalho para os profissionais da arquitetura e da engenharia e, é direito das famílias com renda de até três salários mínimos. De maneira geral, os temas abordados no debate procuraram contribuir para aprimorar e consolidar a prática da ATHIS.
AMÉLIA PANET
Arquiteta e urbanista Mestre em Arquitetura e urbanismo Doutora em arquitetura e urbanismo pela UFRN Professora do curso de arquitetura e urbanismo pela UFPB
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URBANISMO
NOSSAS CIDADES PRECISAM SER MAIS INTELIGENTES
Fotos: Divulgação
E
ntre os principais desafios das grandes cidades do mundo está a mobilidade urbana. Seja pela dificuldade cada vez maior para se deslocar, pela quantidade crescente de automóveis ou pela escassez de locais para estacionar os veículos, ver-se livre desses problemas exige, no curtíssimo prazo, mudar de endereço e escolher uma região menos adensada, infelizmente. Mas isso não resolve porque, ao optar pela mudança e não trabalhar na solução, vamos transformar todos os nossos municípios em aglomerados caóticos de imóveis, veículos e gente. Existe alguma forma de mudar isso, que seja prática, barata e esteja ao nosso alcance? Sim, e ela passa pela tecnologia.
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Imagine que hoje você tem a possibilidade de sair de casa com uma vaga reservada de estacionamento no centro da cidade ou na região a que vai. Ou, para citar um exemplo pós-automóvel, consiga reservar uma bicicleta por meio do smartphone, usá-la para se deslocar no dia a dia e depois devolvê-la, tudo controlado remota e facilmente, com o apoio da tecnologia. Esses cenários podem parecer distantes, principalmente se você estiver lendo este artigo depois de ficar horas num congestionamento, de se frustrar ao tentar usar algum serviço público ou de lidar com uma estrutura excessivamente analógica e burocrática numa era digital.
Mas eles já funcionam em alguns países e cidades inteligentes, e popularizá-los só depende da nossa vontade de compreender as inovações como um fator indispensável à evolução da civilização.
Bairro digitalizado Para ser mais claro, cito o exemplo recente que vi em funcionamento no Rio de Janeiro. Por conta dos Jogos Olímpicos, a cidade e a região portuária — outrora degradada e abandonada pelo poder público — receberam investimentos de uma parceria público-privada e entregaram à população pelo menos 15 novos serviços oferecidos de forma digital, inovadora e, por que não dizer, inspiradora. Foi um caso mundial de bairro digitalizado, dadas as facilidades implementadas e a transformação que ocorreu nesses espaços a partir de uma nova concepção da cidade. Quando estive lá, fiquei impressionado com algumas novidades simples, mas com impacto positivo muito grande para os cidadãos: • Quiosques formados por uma tela grande, câmera, microfone e tablet permitem aos turistas conversar online e em tempo real com guias locais, que dão orientações sobre caminhos, atrações e ajudam até em casos relacionados à documentação do visitante; • Sensores em bueiros informam à central de monitoramento se algum deles está transbordando, para deslocar equipes, consertá-lo e evitar alagamentos; • Painéis digitais oferecem um mapa atualizado instantaneamente com as rotas do transporte coletivo, informando o tempo exato até a chegada do próximo veículo e quanto dura a viagem. Não entendo como a mesma sociedade que conseguiu transformar hábitos culturais e de consumo, integrando continentes, pessoas, negócios e soluções por meio de conexões digitais submarinas e via satélite, ainda esteja sujeita a problemas como a falta de integração entre órgãos públicos, que leva um empreendedor a ter de aguardar 107 dias para abrir uma empresa no Brasil (dado do Banco Mundial). Ou como perdemos horas de convívio com nossos familiares e amigos em congestionamentos para percorrer, em alguns casos, menos de uma
dúzia de quilômetros, porque o planejamento urbano não evoluiu com as cidades. As facilidades disponíveis no projeto piloto do Porto Maravilha são possíveis e podem mudar para sempre a nossa realidade.
Cidades inteligentes Se analisarmos o ranking das 100 cidades mais inteligentes do Brasil, veremos que oito das dez primeiras posições são ocupadas por capitais, que enfrentam quase exatamente os mesmos problemas de ocupação do solo, mobilidade, alagamentos, insegurança e segregação social. É lógico que alguma coisa não está funcionando como deveria, e precisa mudar. Para a consultoria Urban Systems, que levantou quais são as cidades mais conectadas do país, estamos no meio do processo de construir cidades verdadeiramente inovadoras e mais agradáveis de se viver. Do ponto de vista técnico e da engenharia, temos boas condições de desenvolver iniciativas que melhorem as nossas vidas, principalmente pelo suporte que essa série de dispositivos precisa para compartilhar seus dados: a internet. A partir da simples popularização das conexões sem fio em locais públicos, que já acontece em alguns locais, poderemos coletar informações que vão subsidiar ações de planejamento e desenvolvimento de políticas públicas para os gestores. Usar big data, cloud computing e internet das coisas (IoT) para transformar a realidade e os espaços que usamos é ser verdadeiramente inteligente. Por isso precisamos agir, e é imprescindível que seja agora.
Diego Brites Ramos
diretor da Vertical Conectividade da Acate e diretor da Teltec Solutions
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VIDA PROFISSIONAL
POR QUE CONTRATAR UM GERENTE DE PROJETOS? Imagens: Divulgação
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esde que comecei a trabalhar na área de TI e Telecom, muitas pessoas me perguntam: “Mas, afinal, o que realmente faz um gerente de projetos?”. Minha resposta, normalmente, é: “Gerente de projetos é quem trabalha para garantir que tudo aconteça da forma planejada, no tempo planejado, com os recursos e custos planejados, e tenha o resultado esperado”. Simples, não é? E é nessa hora que eu recebo um sorriso e o comentário de volta: “Ah, legal, mas isso é meio impossível, não é?” Infelizmente, grande parte dos gestores nas empresas compartilha desta opinião. Isso acontece devido a experiências ruins de projetos com entregas fora do prazo, com custos bem acima do planejado e resultados pífios. É muito provável que esses projetos tenham utilizado a metodologia “junta os meninos aí e entrega até sexta”, ou seja, nenhuma metodologia para gestão de projetos. Existem diversas definições para projeto. Eu, pessoalmente, gosto da definição de que um projeto é um conjunto de esforços organizados por um tempo determinado para se atingir um objetivo. O lançamento de um produto, o desenvolvimento de um novo produto, a implantação de uma nova tecnologia ou de um sistema, são exemplos de projetos.
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Todo projeto assume três compromissos: o produto (aquilo que será entregue ao final), o prazo (o tempo determinado para a duração do projeto ou quando o produto será entregue) e o orçamento (o investimento que deverá ser feito para a realização do projeto). Infelizmente, é muito comum a alteração de um ou mais desses compromissos para se manter outro durante a execução do projeto. Por exemplo, para se entregar no prazo determinado será necessário reduzir as especificações do produto e/ou investir mais recursos no projeto. Essas alterações é que causam essa frustração dos gestores com relação aos projetos. O papel do gerente de projetos é organizar os recursos no tempo para que esses três compromissos sejam cumpridos utilizando Planejamento e controle. De acordo com a pesquisa realizada pelo PMI (Project Management Institute), em 2014 somente 56% dos projetos foram realizados com sucesso total. Essa mesma pesquisa mostra que, nas organizações onde a percepção é de que o gerente de projetos exerce um papel importante,
o atraso médio nos projetos é de 7%, assim como a média no estouro do orçamento. Já nas empresas que não percebem esse valor ou não têm um gerente de projetos, o atraso médio nos projetos é de 32% e a média no estouro do orçamento é de 30%. Utilizar uma metodologia específica e adequada é o melhor caminho para trazer resultados expressivos. Boa parte dos gestores enxerga que é inviável ter um gerente de projetos em sua estrutura por uma questão de custo. Porém, hoje há alternativas como a contratação de um gerente para um projeto específico em empresas especializadas. Desta forma, se reduz drasticamente o custo com a gestão do projeto e se aumenta expressivamente os resultados. Portanto, se você acha impossível contratar um profissional que consiga realizar projetos de forma planejada, no tempo planejado, com os recursos e custos planejados, e com o resultado esperado, só posso lhe dizer: “sim, isso é totalmente possível!”
Tiago Prado
Membro da M2BS, Técnico em Eletrônica pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, e Consultor em TI e Telecom
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VÃO LIVRE
Imagens: Divulgação
ACREDITE NO PODER DA ATITUDE EM 2017
O
ano de 2016 acabou o que para muitos, torna-se um período para refletir sobre o que deu certo, o que precisa melhorar e mudar. Isso, na verdade, significa deixar a preguiça de lado e tomar coragem para voltar naquela listinha de resoluções e ver o que ainda falta fazer para tirar aquele plano, ou sonho, do papel. É incrível como as pessoas sabem exatamente o que precisa ser feito, o caminho que deve seguir, o ponto que quer chegar, mas não o fazem. Se não der o primeiro passo, depois o segundo, e assim por diante, se não partir para a ação, nada vai acontecer.
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Mas há aqueles que conseguiram quebrar esse ciclo. Esses, tiveram que se reinventar e agir rápido para se adaptar a uma nova realidade, são os chamados empreendedores por necessidade e basta uma palavra para defini-los: Atitude. Para sair de vez do grupo de 11,4 milhões de desempregados no Brasil, eles estão virando o jogo e decidiram criar as suas próprias oportunidades. De acordo com o indicador do Serasa Experian, a abertura de novos negócios entre janeiro e julho chegou a 199.373 novas empresas. E este movimento só cresce e eles não querem apenas participar da corrida ou conquistar
apenas o pódio, mas, sim, chegar em primeiro. É claro que assumir novas responsabilidades gera insegurança e para driblar este medo, é preciso usar este sentimento como impulsionador de busca pela superação. O risco deve ser o atrativo para o sucesso. Não devemos perder o medo, mas devemos enfrentá-lo, se quisermos evoluir. Estar preparado para assumir responsabilidades quer dizer permitir-se tentar deixar-se errar para acertar! Quer dizer, dar a si mesmo a possibilidade de crescer. E quantas vezes deixamos um plano ou um sonho de lado por medo de dar errado? Mas quando se tem um pensamento focado em “ O importante é ganhar”, você trabalha para ter resultados. Vai dar o seu melhor e lutar pela primeira colocação, vai treinar cada vez mais e seu futuro, ou da sua empresa, será grandioso. Você não será o número 1 em tudo o que fizer, mas quanto mais tiver isto como meta, mais perto poderá chegar dos seus objetivos. Determine-se a alcançar o topo, pois ainda que por ventura não o alcance, chegará cada vez mais alto. O verdadeiro campeão busca sempre a vitória. Isso é o que importa. Essa é a mentalidade que você deve manter, para se tornar um vencedor. Ayrton Senna dizia “O importante é competir? Isso é pura demagogia! O Importante mesmo é ganhar! O que eu quero é resultado, o que eu quero são vitórias”. Não focar na conquista é um pensamento fraco, algo perdedor. Isso é desculpa! Porque se depois de uma derrota alguém pensa que “o importante é competir”, então não vai trabalhar tudo o que pode para chegar mais longe, para ser o primeiro. Pessoas que alcançam o sucesso e atingem seus objetivos possuem pelo menos dez características positivas: motivação, foco, iniciativa, inteligência emocional, ética, comprometimento, resiliência, criatividade, persistência e busca constante por autodesenvolvimento. E todos esses atributos fazem a diferença. Os extraordinários revolucionam o modo como as coisas são feitas, mudam as maneiras de pensar do mundo e buscam novas soluções para problemas antigos,
fazem as coisas diferentes e se destacam na multidão. Controlam seus medos e os usam a seu favor, em vez de deixar que atrapalham seus planos e destruam seus sonhos Acredite que o que você busca é possível, acredite que é capaz de fazer e acontecer. Essa confiança será a sua principal aliada na busca pelo topo. Trace uma rota e direcione sua jornada. Desenhe seu mapa para o sucesso. Escreva as coordenadas e siga -as. Tenha um extraordinário 2017!
Alexandre Slivnik
Autor do best-seller O Poder da Atitude e O poder de Ser Você. É sócio-diretor do Instituto de Desenvolvimento Profissional (IDEPRO), diretor-executivo da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD). Palestrante e profissional com 17 anos de experiência na área de RH e treinamento.
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LIVRO
UM LEGADO EM PÁGINAS
Jayme C. Fonseca Rodrigues – Arquiteto resgata a obra de um nome importante da arquitetura brasileira da primeira metade do século XX
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ais que destacar um apurado senso estético, um talento multifacetado e um olhar intenso para os detalhes de um profissional, o livro Jayme C. Fonseca Rodrigues – Arquiteto é um resgate da obra de um dos mais versáteis personagens da arquitetura brasileira. Escrito por Hugo Segawa, com a colaboração de Juliana Suzuki, a obra ressalta a importância do trabalho do arquiteto e urbanista, designer e decorador paulista Jayme Campello Fonseca Rodrigues (1905– 1946), destacando o talento do arquiteto em conceber atmosferas com seus projetos. O autor enfatiza a importância do resgate do legado do arquiteto que, mesmo com uma morte precoce, aos 41 anos, foi detentor de um escritório que chegou a ser um dos maiores de projetos de arquitetura de São Paulo, e responsável pelo projeto do edifício Sobre as Ondas, no Guarujá, integrante do patrimônio cultural paulista. Para produzir o livro, Segawa utilizou como fonte textos, desenhos, plantas e fotografias guardados durante anos pela filha de Jayme, Vera Maria. O resultado foi um olhar acurado sobre o trabalho de um profissional influente, que foi fundador do IAB/ SP, projetou edifícios, casas, hospitais, conjuntos habitacionais e sedes administrativas para o governo federal, bem como elaborou propostas de urbanização e de paisagismo. As criações art déco de Jayme, estilo influente na Europa e nos Estados Unidos no período dos anos 1930-40, enfatizam o cuidado com os detalhes e a opção por soluções sofisticadas. O arquiteto chegou a prever, para os seus ambientes projetados, o mobiliário, a iluminação e pormenores de execução. O livro é fundamental para quem quer saber um pouco mais sobre a história da arquitetura e da decoração de interiores no país.
“Para um homem dos anos 1930, desenhar um móvel denotava uma atitude de extrema vanguarda, pois além de incentivar artesãos locais, ele evitava importar peças”
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Texto: Alex Lacerda | Fotos: MB e Divulgação
“JAYME C. FONSECA RODRIGUES – ARQUITETO” De: Hugo Segawa Editora: Beï Editora Edição bilíngue (português/ inglês) Páginas: 264
Hugo Segawa Autor
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ENTREVISTA
WALTER RODRIGUES “O DESIGN É O COMEÇO, MEIO E FIM” O coordenador do Núcleo de Design da Assintecal fala sobre inovação, da importância do design e sobre pensar o futuro
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m 2012, o estilista Walter Rodrigues resolveu fechar sua marca. Desde então, ele se dedica exclusivamente aos núcleos de design e pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), trabalho que desenvolvia paralelamente desde 2005. Mergulhado na pesquisa de materiais, inspirando novos produtos, ele também coordena o salão Inspiramais, que apresenta os resultados das pesquisas, em novos produtos desenvolvidos
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Texto : Renato Félix | Fotos: Divulgação
por mais de uma centena de empresas parceiras, e o Conexão Inspiramais, que leva as pesquisas a pólos espalhados pelo Brasil. O Conexão esteve, por exemplo, em Campina Grande, na Paraíba, em novembro passado. Nesta conversa com a AE, Rodrigues fala um pouco do trabalho dos dois núcleos que coordena na Assintecal, que é sediada no Rio Grande do Sul, de como a pesquisa de materiais ajuda o consumidor consciente, de como o design deve ser visto além das formas e de como é pensar o futuro do consumo.
ARTESTUDIO – Walter, fale um pouco do trabalho que vocês fazem no Núcleo de Design da Assintecal. WALTER RODRIGUES – O núcleo existe desde 2005. Nós temos dois núcleos: o Núcleo de Pesquisa Assintecal, que é o responsável pela pesquisa que passa a ser toda a base do trabalho do Conexão InspiraMais. Nós somos em dez. E temos mais 18 pessoas, totalizando 28 no Núcleo de Design na Assintecal. E aí são essas pessoas que levam as pesquisas para dentro das empresas. Criando, assim, projetos de produtos que são apresentados a cada edição do InspiraMais. AE – Você já deu declarações dizendo que a indústria de materiais precisaria ser mais valorizada dentro dessa engrenagem que é a indústria da moda. Isso ainda é uma necessidade? WR – Acho que o tempo todo é uma necessidade. Porque o consumidor, na realidade, quando compra um sapato, uma roupa ou mesmo um mobiliário, ele não sabe o processo que foi criado, que foi feito para ele ter aquele produto na mão. Ele só reconhece a marca final que está no produto. Eu acho que se nós valorizamos todas as cadeias e colocamos, de certa forma, em seus devidos os méritos, o consumidor vai ter mais consciência do que está comprando, vai ter a percepção de origem. Vai entender que aquele produto realmente foi feito com padrões que são, diante do que ele procura consumir, de um consumidor responsável, por exemplo. Acho que a gente deveria ter todos os dias essa questão e o consumidor deveria cobrar isso. AE – Nos últimos anos, essa questão avançou? Essa consciência ainda parece algo distante do consumidor. WR – Eu acho que em determinados momentos parece distante. Nós trabalhamos nesse projeto sempre numa perspectiva de divisão de comportamento de cada indivíduo. Nos entendemos que em cada momento da vida de um indivíduo ele pode ser um desbravador, ele pode ser um inovador. Mas ele vai utilizar 10% de sua capacidade para isso. Em 30% da capacidade desse consumidor, ele vai ser multiplicador, ele vai olhar para algo que é realmente interessante, que tem uma visão inovadora, e vai copiar essa ação. 60% da visão desse consumidor é usar aquilo que todo mundo está usando. Então, o que devemos fazer cada vez mais e fortalecer essa idéia da inovação, decodificá-la depois nos outros parâmetros, para que realmente a gente consiga fazer a inovação – inovação às vezes não é só matéria-prima, não é só processos, é até uma atitude em relação à vida, em relação ao que você consome – chegar à base da população, que é os 60%. Então, tudo pra gente está baseado nos 100% que é dividido em 10, 30 e 60.
processos, e no comportamento do consumo. Eu não sou tão desesperançoso no sentido de que as pessoas não sabem da onde elas estão comprando. Acho que a maioria das pessoas não têm cultura para perceber isso. Nós somos muito levados pelo mercado, somos muito conduzidos pelo marketing das grandes empresas. Mas eu diria isso da grande massa, uma parte da população já sabe dos fatores e em alguns lugares do Brasil já temos essa percepção valorizada de como consumir, de como agir. AE – Fale um pouco sobre o Inspiramais. WR - O Inspiramais e o Conexão Inspiramais são parte um do outro. Dentro da associação, quem trabalha com o InspiraMais naturalmente trabalha com a pesquisa que é coordenada por mim. Por exemplo, se você tiver uma empresa e tem vontade de expor no Inspiramais: se você não passar pela pesquisa, você não entra. O salão traz essa idéia da inovação justamente por isso. Nós temos hoje uma média de 130 empresas que trabalham sobre a mesma história. Isso facilita o trabalho do design. O designer que entra no Inspiramais vai conseguir trabalhar a mesma cartela de cores em todos os materiais que ele precisa. Faz também com que as empresas tenham um discurso
AE – Esses 60% seriam a grande massa consumidora? WR – 60% sempre vai ser a massificação, sempre vai ser o mainstream, onde todas as coisas já estão de certa foram muito bem solucionadas. E naturalmente que aí existem as cópias, replicam as coisas, as intenções e tudo o mais. O que nós precisamos fazer mais é divulgar mais as inovações. Sejam elas na matéria-prima, nos
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muito forte porque no Brasil a gente ainda carece de uma identidade brasileira em produtos de moda. AE – Como você considera a importância do design no sucesso de um produto. WR – Para mim, não existe produto se não houver design. No Brasil, a gente tem uma mania péssima de traduzir as palavras e compreendê-las apenas pela tradução literal. Design, a maioria das pessoas entende como desenho de formas. AE – A estética mesmo, né? WR – Nem a estética, mas significado mesmo como forma: “É quadrado”; “design minimalista”... Se você colocar a palavra hoje no Google, vai aparecer design de unha e design de sobrancelha. Então entenda como está a desgraça em torno da palavra design (risos). Pra mim, que entendo que “design” vem do grego, que é “projeto”, significa “começo, meio e fim”. Então todas as vezes que nós pensamos um produto, não adianta só pensar. Ele tem que ser pensado, no sentido “para o que ele vai servir”, se alguém tem necessidade dele. A partir disso, pensar como vai construi-lo, fazer toda a estratégia de produção do produto, através de processos e estudos. Depois, construir um projeto para divulgação e marketing, para estabelecer esse produto dentro da coleção. Porque com essa divulgação ele vai chegar ao seu momento final, que é a mão do consumidor. Todo produto precisa de todas essas etapas e de todo esse processo. Para mim, não existe produto de verdade, um produto pensado, sem o processo do design. E, de outra forma, o design é o salvador. É ele que vai modificar, com as escolas – como a gente tem lá em Campina Grande, por exemplo – que estão fortalecendo na visão dos estudantes, dos jovens, a possibilidade de um trabalho com começo, meio e fim. AE – E como é realizar um trabalho sempre com uma visão de futuro? WR – Mesmo como estilista, sempre me interessei pela pesquisa. Eu acho que ela é a base de toda a construção de um bom produto. E desde 2005 eu trabalho com a Assintecal coordenado no Núcelo de Design e o Núcleo de Pesquisa. Ao mesmo tempo, até 2012, eu levei uma vida dupla porque ao mesmo tempo eu fazia minhas coleções, desfilava no Fashion Rio, de 2002 a 2006, desfilei em Paris. Em 2012, já prevendo toda essa situação que está acontecendo no Brasil, eu decidi fechar a minha marca, num momento em que tinha condições de fazê-lo corretamente e me dedicar exclusivamente à pesquisa. O que eu acho fascinante na pesquisa é que, quando a gente começou, em 2005, ela era empírica. Hoje não, hoje existe um processo, toda uma forma muito correta de se fazer, de calcular. Ela tem que ser muito séria, muito bem cuidada, porque muitas empresas dependem dela na criação dos seus produtos. AE – E como as pesquisas ajudam a trabalhar esse futuro?
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WR – Para você ter uma idéia, neste momento estamos finalizando o inverno de 2008. Agora em março ele começa a ser trabalhado dentro das empresas e nos road shows nos 28 polos que a gente atende. Para apresentar os materiais do inverno de 2008 no próximo julho. A pesquisa parte desse olhar pro mundo: o comportamento do consumo, para o que está acontecendo nas artes e como isso vai impactar o olhar dos consumidores quando esse produto chegar nas lojas. E, aí, eu entendo que a gente tem que pensar num produto antes que o consumidor o deseje.
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SE A SUA IMAGINAÇÃO NÃO TEM LIMITES, POR QUE NÓS TERÍAMOS?
Bontempo João Pessoa • R. Professora Severina Sousa Souto, 207 (83) 3244.7075 • João Pessoa/PB
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bontempo.com.br /moveisbontempo
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GRANDES ARQUITETOS
EM BUSCA DA PAZ INTERIOR
O mexicano Luís Barragán buscou inspirar a serenidade e a paz interior em sua obra, que inclui jardins, praças e fontes
Texto: Renato Félix | Fotos: Divulgação
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“U
m arquiteto paisagista”. Era assim que o mexicano Luís Barragán se definia. Combinando beleza, inspirações regionais e interesse espiritual, ele projetou jardins, praças, fontes que serviam à meditação e à busca de paz interior quase tanto quanto a capela das Capuchinhas Sacramentarias del purismo Corazón de Maria, projeto dele de 1960, na Cidade do México. “Qualquer trabalho de arquitetura que não expressa serenidade é um equívoco”, disse, no livro Contemporary Architects. Barragán nasceu em Guadalajara, em 1902, e sua formação é de engenheiro. Se formou em 1923 e até chegou a estudar arquitetura depois, mas interrompeu o curso para uma viagem de três anos pela Europa entre 1924 e 1926. Chegou a morar em Paris, em 1931, quando assistiu a palestras de Le Corbusier e conheceu o mestre. Na volta, a Escuela Libre de Ingeniería de Guadalajara não emitia mais diplomas de arquiteto e ele ficou sem o dele, mesmo tendo concluído os requisitos. Ele trabalhou em Guadalajara até 1936, partindo então para a Cidade do México. É lá, em 1948, que projetou sua própria casa, que se tornou um dos grandes clássicos de sua arquitetura. A residência possui a simplicidade nas formas, expressividade nas cores e nas texturas e interação com a natureza, marcas de sua obra. A Unesco consagrou a Casa Barragán como Patrimônio da Humanidade em 2004.
Casa Barragán
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Casa Gilardi
Casa Pietro
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Com suas viagens, Barragán enriqueceu sua arquitetura com influências mediterrâneas e africanas, tanto quanto as tradicionais de sua própria região natal no México. Seu estrelato internacional começou com uma mostra de seu trabalho no Museu de Arte Moderna de Nova York, em 1976. Quatro anos depois, recebia o Pritzker. “Honramos Luis Barragán por seu compromisso com a arquitetura como um ato sublime da imaginação poética. Ele criou jardins, praças e fontes de beleza assombrosa – paisagens metafísicas para meditação e companhia”, diz a justificativa do júri do Pritzker. “A aceitação estóica da solidão como destino do homem permeia o trabalho de Barragán. Sua solidão é cósmica, com o México como a morada temporal que ele amorosamente aceita. É para a maior glória desta casa terrena que ele criou jardins onde o homem pode buscar a paz consigo mesmo, e uma capela onde suas paixões e desejos podem ser perdoados e sua fé proclamada. O jardim é o mito do Início e a capela, do Fim. Para Barragán, a arquitetura é a forma que o homem dá à sua vida entre os dois extremos”. Influência de gerações de arquitetos no México, Barragán morreu em 1988. Sofria de Mal de Parkinson. Mas sua história e postura deixa muitas lições: “É essencial para um arquiteto saber ver – ver de tal modo que a visão não seja dominada pela análise racional”.
Arquiteto: LUIS BARRAGÁN
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A HISTORIA DE
UM PEQUENO MAR PARTICULAR
Termas em Bath, Inglaterra
As piscinas são símbolo de glamour desde o antigo Egito e as particulares viraram moda com os astros de Hollywood Texto: Alex Lacerda | Fotos: Divulgação
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equenas, grandes, profundas ou rasas e dos mais variados materiais ou formatos, as piscinas particulares foram e ainda são um símbolo de glamour e sofisticação nas residências. No entanto, a prática do uso de piscinas públicas existe desde o antigo Egito, com os grandes tanques encontrados nas pirâmides, que contavam com uma rica ornamentação e de construções luxuosas, com designs impressionantes. Esse simbolismo é importante. As piscinas particulares, como as conhecemos hoje, viraram moda derivado dos
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hábitos dos ricos e famosos em Hollywood. No entanto, já no final do século 18 e começo do século 19 vieram a surgir as primeiras piscinas públicas na Europa, entre os anos de 1761 e 1781. Antes ainda, durante a Idade Média, os rituais de batismo era realizado em piscinas, nas quais as pessoas eram mergulhadas durante o rito. Por isso mesmo, desde o século 17 já existiam os balneários públicos, mas sem o tratamento de água. Os banhos públicos romanos chegaram a um nível de ser comparados ao ato de ir a praia nos dias de hoje, não no sentido de se lavar, mas como um local
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comuns de construção de piscinas são o concreto com alvenaria, e fibra. O surgimento de materiais e métodos mais econômicos e rápidos de instalação serviu de impulso para as piscinas se popularizarem, se constituindo numa estrutura durável, com tempo de vida de até 30 anos, dependendo dos materiais, e num ambiente com diversas opções para lazer e relaxamento.
Projeto da arquiteta: Jussara Chianca
para se encontrar amigos, conhecer gente, se divertir, passar o tempo, conversar, relaxar, praticar esportes, em geral se socializar. A versatilidade das piscinas são outro elemento chave para sua importância. Servindo para a prática de atividades esportivas como a hidroginástica e a natação, ou mesmo ainda apenas para mergulhos ou recreação, as piscinas servem tanto para enriquecimento de um ambiente de lazer, quanto para a prática profissional de esportes aquáticos. E foi justamente o surgimento da natação e prática de seus estilos que estimulou o tratamento da água, impedindo que as pessoas ficassem expostas a doenças. Os praticantes demandavam uma maior privacidade, piscinas maiores e melhorias nas tecnologias de tratamento e manutenção. Nos dias de hoje, as opções de formato são extremamente variadas, assim como os estilos, diferenciados pelos materiais de acabamento, a exemplo dos azulejos ou cerâmicas com cores e estampas diferenciadas. Atualmente, os materiais mais
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ARQUITETURA
UMA CASA PARA CELEBRAR O DESCANSO COM A NATUREZA Áreas sociais abraçam a casa e a integram ao entorno
Fotos: Marcelo Stammer
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Com o Rio Nhundiaquara passando pelo quintal e uma vista privilegiada da Serra do Mar, a casa em Morretes no litoral do Paraná se tornou o lugar perfeito para o lazer de uma animada família curitibana. Filhos, netos e amigos são frequentemente recebidos para saborear o tradicional barreado, prato típico da região, nos fins de semanas e durante toda temporada de verão. “Com um entorno tão exuberante, um dos pontos principais desse projeto foi integrar os ambientes à paisagem”, destaca a arquiteta Soraya Surdi.
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A casa originalmente construída na década de 1980 passou por uma reforma e ampliação com projeto arquitetônico e de interior assinado pelas arquitetas da Surdi & Rosalinski - Studio Arquitetura. Na revitalização a casa ganhou uma piscina com borda infinita voltada para o Rio Nhundiaquara, spa, churrasqueira, gazebo e uma nova área de serviço. As arquitetas projetaram as novos espaços de lazer abraçando a casa e a integrando ao verde do entorno. A opção para o projeto de interior foi por um décor naturalista. Quase todo mobiliário da antiga casa foi integrado à nova decoração. Dormentes que
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já faziam parte da estrutura anterior e estavam em bom estado foram utilizados como moldura para as novas esquadrias de alumínio. Os tons terrosos fazem parte da paleta de cores utilizadas por fazer um link direto com a paisagem exterior. Fibras naturais, madeira e tecidos foram aplicados para completar o clima de aconchego e acolhimento. “O desejo de revitalizar a estrutura e ao mesmo tempo preservar as memórias afetivas foi um pedido dos donos da casa. Estes detalhes deram identidade e tornaram o projeto único”, finaliza a arquiteta Ligia Rosalinski.e transforma o ambiente no local perfeito para finais de tarde com amigos”, finaliza.
Projeto:
Ampliação e reforma de arquitetura e interiores
Arquitetas:
Studio Arquitetura Soraya Surdi e Ligia Rosalinski
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ARQUITETURA
ORIGAMI COMO INSPIRAÇÃO Envoltório metálico dá a fachada de showroom um aspecto futurista-contemporâneo
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om o desafio de propor uma fachada nova a uma edificação já existente em uma avenida de grande fluxo, que conferisse visibilidade e transmitisse atributos ligados à uma centenária marca de mobiliário corporativo, o escritório da SuperLimão Studio foi convidado pela Riccó, considerada uma das principais empresas do segmento de mobiliário corporativo do Brasil e que completou 140 anos no ano passado, para assinar o projeto da fachada do seu novo espaço em São Paulo, em um terreno de esquina na Avenida Brasil. Com o desafio de desafio de identificar e prever comportamentos que estimulam a relação entre as pessoas e o espaço em que interagem, a SuperLimão uniu o conhecimento, a capacidade técnica e a experiência em diversas áreas de engenharia aplicadas a seus trabalhos e após diversos estudos de materiais e volumetria, optou-se por um envoltório metálico remetendo a Origamis e inspirados pelo modelo Miura-Ori, criado pelo astrofísico japonês Koryo Miura. Foram usadas cerca de 600 peças em chapas de alumínio composto, beneficiadas na própria estrutura fabril da Riccó.
Texto: Lívia Esteves | Fotos: Maíra Acayaba
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Com uma profundidade de 70 cm, a vitrine cumpre a função de expor as diversas linhas de mobiliários da Riccó e permeia duas faces do imóvel, nas duas esquinas, e é conectada na entrada da loja, virando uma peça única. Para viabilizar a execução, criou-se uma grande grade de suporte que poderia se repetir por diversas vezes cobrindo
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toda a superfície. Em toda a fachada – são 33 metros de comprimento frontal – foram utilizadas somente duas formas, losangos e triângulos, que podem ser de cores diferentes (cinza e branco), perfurados ou planos. Dessa forma a Riccó se estabelece reforçando seus conceitos mais importantes como a tradição e a precisão de sua produção.
Projeto de Arquitetura: SuperLimão Studio Lula Gouveia, Thiago Rodrigues, Antonio Carlos Figueira de Mello co-autores: André Sauaia, Ana Carolina Bryn.
• Gerenciamento da execução: ANF Engenharia • Execução das chapas de ACM: Riccó
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ARQUITETURA
NOVA COBERTA RESPEITA A HISTÓRIA E O PATRIMÔNIO
A cobertura do Mercado Público de Florianópolis foi pensada e desenvolvida em um formato que respeita e não faz interferência na arquitetura original do edifício Fotos: Felipe Russo
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escritório Aleph Zero, que tem a frente os sócios e arquitetos Gustavo Utrabo e Pedro Duschenes, é o responsável pela criação do projeto da cobertura do vão central do Mercado Público de Florianópolis. O mercado é um ponto turístico, valorizado como patrimônio artístico, histórico e arquitetônico da Ilha de Santa Catarina, com mais de 160 anos de história e um dos marcos históricos e mais visitados da capital, tombado em 1984 como patrimônio cultural municipal. O escritório foi o escolhido dentre os mais de 250 inscritos no Concurso Nacional de Estudos Preliminares de Arquitetura para o vão central do mercado, organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil/Departamento Santa Catarina (IAB/SC) em parceria com o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) e promovido pela Prefeitura. O diferencial do projeto concentra-se no diálogo entre a narrativa histórica da construção e a necessidade contemporânea de potencializar o local como um espaço de encontro e convivência.
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Para realizar uma obra alinhada com o edifício, sem gerar interferências perigosas nos alicerces do prédio, os arquitetos optaram por utilizar o mínimo de componentes possíveis e seguiram por um pensamento simples: incluir dois pontos de apoio, distantes 36m entre si, que são ligados ao longo do eixo central e alinhados aos pilares já existentes. Nestes pilares, apoiase uma viga principal em perfil retangular onde vigas intermediárias são conectadas, inclinadas em direção à calha central para coleta de águas pluviais, e se distanciam umas das outras em vãos de 11,4m. A última base da cobertura consiste em uma camada translucida pré-tensionada nos dois sentidos de membranas opacas brancas de poliéster, que proporciona leveza e iluminação tênue ao vão central do mercado. Esta cobertura pode ser retraída através de um sistema automatizado, no qual barras deslizam por trilhos, sanfonando o tecido nas extremidades do telhado. Tal sistema permite que em dias de sol ou em noites quentes, os visitantes tenham uma visão perfeita do céu e da totalidade do edifício. O teto retrátil permite flexibilidade aos usuários do espaço, assim, com essa nova cobertura, passa a ser possível realizar de forma mais adequada todos os eventos que o Mercado Municipal de Florianópolis recebe como feiras temporárias, apresentações culturais, festividades, projeções, desfiles, entre outras atividades que potencializam o uso e aproveitamento deste espaço ícone da capital catarinense.
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Projeto:
Arquitetura Arquitetos:
Aleph Zero Gustavo Utrabo e PedroDuschenes
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INTERIORES
CORRIGINDO OS RUMOS Projeto de apartamento em São Paulo mudou acabamentos e modificou planta para integração dos ambientes
Texto: Débora Cristina | Fotos: Alain Brugier
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arquiteto Diego Revollo foi premiado por esse projeto de um apartamento de 130 m2 localizado no Alto da Lapa, em São Paulo, que pertence a uma advogada. Ela adquiriu o imóvel na planta quando ainda morava com os pais e não imaginava que estaria casada ao se mudar. As primeiras idéias trocadas com Revollo, que foi contratado para finalizar o imóvel, já levaram a cliente a perceber o erro das decisões anteriores e que o desafio seria grande. Assim, vários itens foram sendo descartados mesmo os que já estavam instalados, assim como os acabamentos dos banheiros além dos pisos da cozinha e varanda. Diego Revollo explicou à cliente que para manter os ambientes integrados precisaria de um porcelanato mais nobre. O material integrou os espaços e definiu uma decoração mais neutra. “Em projetos contemporâneos os elementos da base são muito importantes, e esses você não troca toda hora. São perenes”, explicou.
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A planta baixa do imóvel também sofreu modificações, somando metade da varanda ao living, mas sem alterar a fachada do prédio. Com o espaço interno maior o setor íntimo foi estendido e alinhado com a porta da varanda, assim o ambiente ganhou um extenso painel de madeira em nogueira americana com panos fixos e largas portas de correr, as quais dão acesso às duas suítes. O painel impacta num primeiro olhar, mas quem rouba a atenção mesmo é a cozinha, pela configuração original, já que ela já era uma caixa separada da sala com o piso em cumaru, o forro dos dois ambientes foi desnivelado a fim de que cada um alcançasse o pé direito máximo. A decoração é basicamente monocromática, respeitando as escolhas da arquitetura de interiores sendo apenas pontuada por poucos elementos de cores como azul e laranja. “Em relação à toda a decoração os proprietários se revelaram amantes da qualidade,
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conforto mas principalmente do design. Dessa maneira no mobiliário apenas poucas peças e boas principalmente de grandes marcas italianas”, disse Revollo. A cozinha foi evidenciada ainda mais, pois foi coberta por um porcelanato italiano em tons de cinza do piso ao teto. Os móveis neutros ao redor equilibram o conjunto deixando-o atemporal. Esse cômodo foi realmente o nosso maior desafio. “Realmente, revestir toda a cozinha e lavanderia, tanto o piso quanto paredes e também o teto, foi um trabalho de muitos detalhes e cuidados. Tal solução, que é forte e impactante, teve que ser bastante estudada em relação ao tipo da fixação como também o peso do revestimento em relação ao forro de gesso”, finalizou.
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Projeto:
Arquitetura de Interiores Arquiteto:
Diego Revollo Marcenaria: Marcenaria Inovart • Revestimentos: Porcelanato decorado EXBRA Comercio Ltda. Porcelanato Refin Frame Carpet RDN Madeiras: Piso Assoalho de cumaru - Madel (Unidade Lapa) • Tapeçaria: Santa Monica Tapetes e Carpetes Cortinas: Uniflex Plaza Sul • Iluminação / Lighting-designer: Allure Design de Iluminação • Pintura, construção/obra, eletricista: MJ Construção • Jardinagem: Olga Wheba Paisagista
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CAPA
INTEGRAÇÃO E LUZ
NATURAL
Ambientes que dialogam e aproveitamento do sol marcam projeto de casa em condomínio fechado de João Pessoa Texto: Débora Cristina | Fotos: Vilmar Costa
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ocalizada num condomínio fechado do bairro Altiplano, em João Pessoa, esta casa de aproximadamente 900m2 foi projetada para integrar ambientes internos e externos para um jovem casal que gosta de receber bem os amigos e parentes. Tudo do jeitinho que eles gostam e com a cara deles, é claro. E a arquiteta Bruna Sá, com a colaboração das arquitetas Mariana Nóbrega e Bruna Mantovani, fez o projeto seguindo o principal pedido
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dos donos: a parte de cima com as quatro suítes e a de baixo ficou concentrada a área gourmet e de lazer. “Abaixo da escada aproveitamos um espaço sem utilidade e foi feita uma adega a critério do cliente onde usamos os perfis estruturais da obra: fixamos na parede, coloquei os montantes e dai foi feita uma composição com as próprias garrafas. A cozinha gourmet integrada com a área de lazer”, explicou Bruna Sá.
O grande diferencial desse projeto fica por conta dos painéis ripados para fundir os ambientes na paisagem. Sua arquitetura apresenta linhas modernas e retas. A arquiteta também destaca o racional sistema estrutural em formato dominó, que foi feito com modulados em grandes vãos e o grande balanço de 9,60 x 6,00 na fachada frontal, na parte interna os pilares são em concreto aparentes mostrando a grande estrutura. No pavimento térreo
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os painéis da fachada interna da residência quando se abre integra as salas de estar, jantar, home theater, a área externa possui um deque em madeira ipê que valoriza muito bem todo o entorno da piscina. Em algumas partes da fachada externa são revestidas em pedra ferro e a grande entrada da residência é marcada com a porta pivotante – os demais painéis também são pivotantes com angulação de 30 graus para a ventilação entrar na residência deixando a ventilação cruzada.
Cômodos O pavimento térreo possui uma sala ampla que fica na parte central da volumetria com área de aproximadamente 110m2 (onde é integrada as salas de jantar e estar e o home theater). De um lado, possui o lavabo social que se integra ao jardim, a suíte dos hóspedes; do outro lado, possui uma adega, cozinha gourmet, área de serviço, horta, quarto e WC de funcionários e depósito. A área externa possui um grande salão integrado com a natureza para receber os amigos, e, por trás da parede com o revestimento em pedra ferro, dois lavabos sociais (feminino e masculino). Já no pavimento superior ficam as quatro suítes. A master fica separada dos demais cômodos com um escritório próximo a escada; as outras são para os futuros filhos do casal. “Privilegiamos os acabamentos brutos e a fachada superior externa, que receberam acabamentos com massa texturizada pigmentada”, disse Bruna.
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Iluminação natural A arquiteta explicou ainda que os clientes queriam uma casa na qual a luz natural invadisse os ambientes durante o dia. Por isso a opção por painéis corrediços ripados e clarabóias na escada e nos WCs dos filhos. A iluminação não é difusa, mas, sim, de efeito, proporcionando aconchego e valorização dos ambientes. Era um desejo da arquiteta. Entre as preocupações com a sustentabilidade no projeto estão o reaproveitamento da água pluvial e também a irrigação automatizada. A maceira cumarú é predominante na obra. Além de compor a estrutura, é destaque nas portas em painéis e nas treliças móveis que permitem a entrada de ventilação e luz naturais. Todos os ambientes
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da casa têm ventilação cruzada plena e iluminação diferenciada trazendo conforto e satisfação. Além dos móveis planejados, o cliente queria a importância do design brasileiro nos mobiliários da nova morada. “Quis explorar esse universos utilizando peças de mobiliário modernas e atemporais de grandes renomes como a poltrona mole de Sérgio Rodrigues, do design Jader Almeida, além de sempre utilizar
materiais naturais como couro, madeira, veludo e linho, de forma a explorar cores quentes”, contou Bruna. “O cliente passou o perfil do jovem casal, e em cima disso juntos chegarmos ao anteprojeto e o projeto executivo. É muito gratificante fazer parte dos sonhos dos meus clientes e chegar a um resultado final maravilhoso como esse”, revelou a arquiteta.
Projeto: Arquitetura
Arquiteta:
Bruna Sá
Madeiras e esquadrias: Fecimal Arte & Madeira• Iluminação:Stiluz Silestone, dekton e artic : Cristal Mármores e Granitos • Revestimento Pietre Colorate Pedra Ferro e Palinanam Piscina: Oca Revestimentos • Piso e revestimentos: Portobello Shop • Louças: Ibraildo / Deca • Vidros: República Vidros e Arte Moldura • Gesso: 161 forros Móveis área externa: Saccaro • Móveis planejados: Florense • Eletrodomésticos: Aprimore • Churrasqueira: Largrill SP Ventilador: Gerbar • Mobiliário interno: Grupo Espaço A 68
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PRANCHETA
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O TRABALHO
MAIS DO QUE
Projeto de edifício empresarial em João Pessoa se preocupa também com a qualidade de vida de seus usuários
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m edifício empresarial de alto padrão, que incorpora soluções visando, sobretudo, conforto e qualidade de vida de seus usuários. Assim é o Atlantis Offices, que está sendo implantando na avenida mais importante de João Pessoa: a Epitácio Pessoa. O Atlantis Offices é um edifício compacto, que possui uma estrutura flexível para se adaptar às
Texto: Lidiane Gonçalves | Imagens Divulgação
necessidades de empresas de diferentes portes. A sua localização é estratégica, em um trecho mediano da Avenida Epitácio Pessoa, de fácil acesso e próximo a grandes lojas e instituições bancárias, sendo ideal tanto para o estabelecimento de grandes empresas como de profissionais liberais. Serão 31 andares, sendo 20 deles “pavimentos tipo” que possuem vãos modulares, permitindo
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múltiplos arranjos funcionais que variam de 45 a 420 m², sendo a configuração básica com oito salas por pavimento. Além disso, o térreo possui 10 lojas distribuídas em uma generosa galeria com pé direito duplo, que conecta a Avenida Epitácio Pessoa à Rua Deputado José Mariz. O edifício tem previsão de entrega para 2019.
Arquitetura O edifício possui uma linguagem contemporânea, baseada no racionalismo construtivo, incorporando as técnicas e materiais atuais em harmonia com o local no qual está inserido. A volumetria, definida basicamente por uma base maior e uma torre acentuadamente esbelta, procura estabelecer em seus diferentes níveis uma relação de diálogo com a cidade. Seja através do uso de painéis verdes nas fachadas principais ou da possibilidade de integração espacial, proporcionada pela transparência do vidro na galeria comercial do pavimento térreo. A lâmina do “pavimento tipo” está disposta no sentido norte-sul, suas salas possuem amplas aberturas que, além de proporcionar vistas privilegiadas, otimizam o uso da iluminação e ventilação naturais, possibilitando uma redução no consumo de energia na edificação.
Sustentabilidade Entre todos os diferenciais pensados para o empreendimento, o projeto do Atlantis Offices se preocupou também com as questões ambientais. Nas fachadas frontais dos pavimentos de estacionamento localizados acima do térreo, haverá um jardim vertical com 500m². Uma gentileza urbana, através do qual será devolvida à cidade parte do verde que lhe foi tirado com a construção do edifício. Além disso, os painéis verticais com cobertura vegetal também contribuem para a amenização da poluição sonora e visual e desempenham um papel importante no meio ambiente: proporcionam conforto térmico e purificam o ar por meio da absorção dos poluentes.
Cobertura Panorâmica O coroamento do edifício – ou seja: sua parte superior – é formado por dois pavimentos integrados por uma colunata de pé-direito duplo, com ambientes que promovem o bem estar e o convívio. Neles haverá terraço panorâmico, restaurante, academia, sala de reuniões e auditório com capacidade para 60 pessoas. Este espaço é um diferencial do projeto, proporcionando aos usuários um uso mais intenso e prolongado do edifício.
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Pavimentos de estacionamento O edifício contará com sete pavimentos de estacionamento, sendo quatro deles no subsolo e três logo acima do térreo, oferecendo uma ótima proporção de vagas por unidade. O acesso é facilitado por uma rua secundária de menor fluxo, a Deputado José Mariz, evitando possíveis congestionamentos na Av. Epitácio Pessoa. Mais um elemento do Atlantis Office que acompanha as necessidades modernas na vida das grandes cidades.
Projeto:
Edifício de comércio e serviços Arquitetos:
Ernani Henrique, Antonio Cláudio Massa e Silvia Muniz • Construtora: Atlantis
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AMBIENTAÇÃO
JARDINAGEM
INDOOR
Foto: J.Vilhora - projeto Renata Amado e Rodrigo Picolo
Ter plantas na varanda ou dentro dos ambientes é opção para decoração de interiores, mas é preciso conhecer os cuidados Texto: Débora Cristina | Fotos: Divulgação
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uem gosta de plantas e vai morar num apartamento, ou está montando um escritório pensa logo: “Vou ter que abandonar tudo que cuidei com tanto carinho no meu jardim!”. Mas não é bem assim que tem que acontecer: é cada vez maior o número de pessoas que adere ao paisagismo nesses tipos de ambientes. E, assim, o próprio mercado já busca de novidades para atender essa demanda.
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Afinal, quem não gosta de promover não só a sensação de bem estar, mas também a melhoria na qualidade do ar? Mas não dá pra sair por aí comprando tudo que se quer pra colocar na varanda do apartamento. O ideal é procurar um bom arquiteto e paisagista pra receber as orientações necessárias e deixar o espaço bonito e no tamanho certo pra cada lugar. Patrícia Lago, arquiteta e paisagista, garante que o primeiro
passo é escolher o espaço onde se pretende colocar as plantas e verificar as condições de ventilação (que não pode ser muito forte) e de drenagem (como ralos). Além disso, é importante fazer com cuidado a escolha das espécies que serão utilizadas. “Os jardins verticais são uma alternativa bastante interessante para quem não tem muito espaço. Para escolher a vegetação que vai ser adotada em terraços, é preferencial que elas sejam de sombra ou meia-sombra, pois a incidência do sol é indireta. Para os jardins verticais, além de hortaliças, para quem aprecia a arte de cozinhar, algumas opções são: ripsalis, samambaias, jiboias, imbés, marantas... Já plantas a serem cultivadas em vasos, podem ser palmeira rafis, pata de elefante, dracenas, zamioculcas... A variedade é enorme”, indica Patrícia. Patrícia reforça que o excesso ou a falta de água são os fatores que podem levar o jardim ou a planta a não prosperar. “Sob baixa incidência solar não há necessidade de irrigar as plantas diariamente, como muitos pensam. Duas a três vezes por semana são suficientes para manter o bom estado das plantas e um belo jardim”, garante Patrícia. A falta de adubação periódica, assim como a simples escolha da planta correta para ser cultivada em um ambiente com pouca incidência de luz solar também são muito prejudiciais. Existem plantas chamadas “suculentas”, boa opção para quem não quer dedicar tanto tempo a elas: não necessitarem de irrigação constante nem de podas. E tem mais: além das plantas de sol e de sombra, existem as de meia-sombra e até mesmo as que podem ser cultivadas em quaisquer uma dessas circunstâncias. É importante observar, no momento de adquirir uma planta em que circunstâncias a planta se adapta. Entre as plantas que se adaptam tanto ao sol quanto à sombra estão a pata de elefante. Mas mesmo assim é bom ter
Construtora Massai - arquiteta Alyssandra Delmas
Casa Cor- arquiteta Márcia Nejain
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Passo a passo (para colocar num quadro): Para plantio de mudas em vasos é muito importante seguir as dicas abaixo: • No fundo do vaso coloque uma manta (bidim) para drenagem e a terra não escapar pelo dreno; • Coloque uma camada de aproximadamente 5cm de argila expandida • Sobre a argila coloque mais um pedaço da manta e dessa vez, cole as extremidades com cola de sapateiro para evitar que no momento da colocação da terra vegetal, esta manta dobre e a terra venha a se misturar com a argila; • Coloque uma camada de terra preparada com adubo, de forma que o torrão da muda fique dentro da mesma (o topo da muda, onde começa o caule, deve ficar a mais ou menos três centímetros da borda do vaso) • No momento de retirar a muda do saco ou local onde ela estiver acondicionada, cuidar para não mexer no torrão, para não deixar a raiz nua • Complemento o vaso com terra preparada, compactando com as mãos, de forma que a superfície fique uniforme • Regue, neste primeiro momento, abundantemente, para que o torrão assente bem; • Como acabamento, no topo do vaso, utilize argila expandida ou casca de pinus como forração decorativa. Evite pedras brancas, pois elas absorvem a terra e em pouco tempo estarão amareladas! (Dicas de Patrícia Lago – arquiteta e paisagista)
cuidado: se ela estiver no pleno sol e for transferida para plena sombra, pode ocorrer um sofrimento e a adaptação pode levar um tempo. Para a arquiteta e paisagista Heignne Shyren, é possível, sim, cultivar plantas em pequenos espaços, aproveitando um cantinho da varanda ou da sala com vasos no chão ou até mesmo suspensos. Mas, se mesmo assim não for possível, uma boa pedida é investir em jardim vertical. “Se optar por elaborar um jardim com vasos, mantenha-os agrupados, assim vai criar uma unidade visual com várias tonalidades de cores e texturas. Investir em fontes também é uma ótima opção para incrementar no seu jardim, o barulho da água promove um som relaxante”, conta Heinne. Para não ter medo de errar, a dica dela é optar por folhagens com tom verde escuro como o pacová, zâmia, maranta e filodendroxanadú. Para quem gosta de flores, antúrio e copo de leite são uma ótima opção. Heignne também deu dicas importantes pra a conservação do local escolhido pra colocar as plantas: “No caso dos vasos é sempre importante observar se o mesmo contém um furo no fundo e observar a drenagem correta antes de plantar a espécie escolhida. Para não manchar o piso, é indicado colocar um prato para acondicionar o excesso de água e, para evitar mosquitos, é sempre bom colocar areia. Para quem quer ter plantas em casa, é imprescindível ter cuidados na manutenção com adubação regular e limpeza de folhas secas”. É importante frisar que a rega sempre leva um pouco de nutrientes e por esse motivo, é importante repor esses nutrientes com adubos. Por isso, uma dica importante é adubar as plantas periodicamente, ao menos, pelo menos a cada três meses. É sempre bom observar (até mesmo por pesquisas na internet), o porte final que a planta pode atingir antes de fazer qualquer escolha. Pra se ter uma ideia das surpresas que você pode ter, até fruteiras podem ser cultivadas em vasos, como jabuticabeiras, limão e laranja. Além das dicas já mencionadas, é imprescindível ter em mente quando se tem plantas que é necessário reservar um pouco de tempo para cuidá-las. “Além de ser terapêutica, a arte de cuidar de plantas precisa ser prazerosa para quem as adquire. Atualmente, existem no mercado vários artifícios que auxiliam no cuidado de plantas automatizando a irrigação, como por exemplo, quadros vivos e jardins verticais. Se tiver algum cantinho que tenha, ao menos três horas de insolação diária na sua varanda ou cozinha a dica é investir em uma horta orgânica. Seja em vasos suspensos ou floreiras ter ervas e hortaliças em casa proporcionam uma alimentação saudável e também é super charmoso!”, finalizou Heignne. Construtora Massai - arquiteta Alyssandra Delmas
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VIAGEM DE ARQUITETO
HOLLYWOOD
A capital do cinema, da magia e do entretenimento
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ollywood é bastante atraente pelo cenário estonteante: cidade da indústria do entretenimento, com forte identidade cultural, que abriga o centro histórico de estúdios. Localizada no estado da Califórnia, Hollywood é um distrito da cidade de Los Angeles sediando premiações e homenageando artistas do cinema, óperas e musicais. Um dos símbolos mais marcantes da cidade é o letreiro, um ponto turístico localizado no Mount Lee, no sul da cordilheira, que separa Hollywood do Vale San Fernando. Ele foi erguido para comercializar casas de um condomínio, se tornando um dos pontos turísticos mais visitados da área de Los Angeles. Percebe-se que os acontecimentos mais importantes e glamourosos ocorrem na rua mais famosa da cidade: o Hollywood Boulevard, onde a alta concentração de turistas se assemelha a Times Square em Nova York. A cidade é diversificada na sua etnia, densamente povoada, com personagens engraçados e excêntricos, avenidas amplas, repleta de bares,
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restaurantes, várias opções de lazer e lojas comerciais com artigos diferenciados e souvenirs. O Hollywood and Highland Center é um forte ponto turístico, onde portais gigantescos têm esculturas de elefantes, sendo uma das atrações mais apreciadas de Los Angeles. O lugar oferece além da arquitetura, uma magnífica vista em que a passagem pela passarela permite avistar o letreiro personalizado Os teatros históricos são palcos de concertos, sobretudo o Kodak Theatre, hoje Dolby Theatre, que é um complexo de entretenimento, shopping center e local onde é sediada a festa do Oscar, com a sua imponente escadaria, para receber o tão esperado “tapete vermelho” para a chegada dos famosos. Outra das atrações mais populares de Hollywood é a Calçada da Fama, constituída de um largo passeio para pedestres com desenhos de estrelas , fazendo alusão às celebridades honradas, pela colaboração e participação que dão para a indústria do entretenimento. A atmosfera da cidade é contagiante e a arquitetura chama a atenção pelo ecletismo, pela variedade de estilos arquitetônicos, do clássico ao contemporâneo, que se entrelaçam nas suas cores, formas e volumes diferenciados. O Capitol Records Building, também conhecido como o Capitol Records Tower, foi projetado composto de treze andares, para fins comerciais e de entretenimento. O monumento circular possui estilo arquitetônico Googie (traços da arquitetura moderna e futurística) e é um dos pontos turísticos mais atrativos de Hollywood. Um local apropriado para visitação é o edifício Guaranty Building, designado para escritórios e erguido em 1923. Foi tombado pelo Patrimônio Histórico Cultural Americano e sedia atualmente a Igreja da Cientologia. O estilo arquitetônico é BeauxArts, originado na Escola de Belas Artes de Paris, onde recebe influências da arquitetura grega e romana, com elementos da arquitetura renascentista. É um estilo com ornamentos florais, colunas rebuscadas e adornos nos seus pórticos. O passeio pelo Holywood Blvd é emocionante, nos deparamos com edificações deslumbrantes como o Hollywood First National Bank, que chama a atenção pela exuberância. O prédio de treze andares foi construído em 1927 e não pode deixar de ser considerado, também pelo mix de estilos da art déco com influência espanhola e Arquitetura gótica. O edifício é adornado por gárgulas, elementos do estilo gótico, que merece um olhar mais atento. Por fim, o turista que deseja realizar um tour pela cidade de Hollywood, terá a certeza de que fará uma aventura inusitada, mergulhada no mundo dos sonhos e fantasias, compactuando do mesmo cenário que os fabulosos personagens e celebridades. Só esta cidade é capaz de proporcionar prazeres inesquecíveis numa realidade surreal.
Texto e Fotos: Doralice Camboim
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INTERIORES E MODA
VERDE REVITALIZANTE O greenery é escolhida a cor do ano para 2017
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Texto: Germana Gonçalves | Fotos: Divulgação
reenery, ou traduzido para português,
“verdura”, Um tom de verde amarelado e energizante, é eleita a cor do ano pela Pantone, o instituto fornecedor profissional de padrões de cores para a indústria da moda e do design. O tom é a junção de verde musgo com amarelo intenso, e segundo os representantes do instituto, evoca os primeiros dias da primavera, quando a natureza se renova, o que traz o simbolismo de recomeço, otimismo, esperança e segurança, que caem como uma luva para o momento político e social tumultuado em que vivemos. É global a submersão em uma vida moderna, corrida e estressante, o que traz ainda mais forte a necessidade da inserção do verde, da natureza, nos ambientes de trabalho e em casa, para aliviar um pouco as tensões e os problemas ocasionados pelo atual estilo de vida. O desejo de mergulhar na beleza física e na calmaria inerente à natureza traz a necessidade do uso de elementos e cores que remetam ao mundo natural. Por isso, já era provável que neste ano tivéssemos um verde eleito como a cor de 2017, e apesar da expectativa no tom kale, um verde couve mais escuro, a escolha final foi para um verde mais
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Abajur Etna
vivo, que remetesse ainda mais à ideia de energias renovadas, que inserido no “indoor,” trouxesse de maneira simbólica ainda mais vivo o “outdoor”. O greenery poderá ser utilizado na decoração de diversas maneiras, mas o mais comum será em paredes e detalhes como objetos decorativos, tecidos, e móveis complementares. A mistura de outros tons de verde no mesmo ambiente, feito com cautela também é válida, e trará a ousadia que o tom propõe. Na moda, a cor já tingiu as passarelas de Emílio Rucci, Michael Kors, Belenciaga entre outros, e deve aparecer nas lojas em meados de março. A cor promete harmonizar entre tons diferentes, manifestar ousadia em cores de cabelo e maquiagem e ainda aparecem como um “splash” de cor em acessórios que brincam com a imaginação. “Satisfazendo nosso desejo crescente por rejuvenescer e revitalizar, a cor simboliza a reconexão que buscamos com a natureza, com as outras pessoas e com um propósito maior. Através de sua vibração de segurança e assertividade, greenery nos oferece autoconfiança e ousadia para viver a vida em nossos próprios termos, durante um tempo em que estamos redefinindo o que nos torna bem-sucedidos e felizes,” afirma Leatrice Eiseman, diretora executiva do Pantone Color Institute.
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ENDEREÇOS
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NOSSA HOMENAGEM: LEONARDO BENEVOLO Faleceu dia 5 de janeiro, aos 93 anos, o arquiteto Leonardo Benevolo, uma dos maiores nomes da arquitetura italiana. Benevolo se formou em arquitetura na Universidade de Roma em 1946. Ele foi professor de história da arquitetura no Ateneo e também nas Universidades de Florença, Veneza e Palermo. Entre seus muitos trabalhos como pesquisador, o mais reconhecido é sem dúvida o livro “História da Arquitetura Moderna”, publicado nos anos 60. A obra foi traduzida para diversos idiomas e até hoje é usada nas universidades de todo o mundo e considerada uma referência indispensável para qualquer arquiteto. CARLOS BRATKE Faleceu , dia 9 de janeiro, aos 74 anos, o arquiteto paulistano Carlos Bratke. Formado em arquitetura na Universidade Presbiteriana Mackenzie, Bratke atuou como professor na mesma instituição e também na Faculdade de Arquitetura e Belas Artes. Além disso, foi vice presidente do IAB duas vezes, em 1988/89 e 1990/91 e presidente do instituto em 1992/93. Carlos Bratke realizou diversos projetos no Brasil e também em Israel, México, Uruguai e EUA, entretanto, a maioria de seus edifícios se encontra no estado de São Paulo. Dentre seus principais projetos estão escolas, edifícios corporativos, conjuntos habitacionais e instalações industriais.
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PONTO FINAL
RESOLUÇÕES PARA UM
NOVO ANO
E
magrecer, parar de fumar, viajar para o exterior, casar, trocar de carro, começar a “malhar”, visitar mais os amigos, trocar de emprego, fazer concurso, aprender uma língua estrangeira ... Afinal, qual foi a sua resolução de fim de ano? Qual é o seu plano para o ano que acaba de começar? Todo início de ano fazemos planos para o ano que se inicia, projetamos um futuro mais próspero, mais ativo, com mais realizações e satisfação. Ao fazermos isso sempre pensamos em coisas que precisamos fazer e que podem nos ajudar a viver melhor, como cuidar do próprio corpo ou aprimorar a nossa qualificação profissional. Isso ocorre porque todos nós sabemos que viver melhor exige que tenhamos a disposição para mudar algumas coisas na nossa vida. É claro que se continuamos a fazer tudo como sempre fizemos jamais teremos uma vida diferente da que estamos vivendo! Por que, então, na maioria das vezes, não conseguimos colocar em prática nossas resoluções de ano novo? Por que é tão difícil mudar? A perspectiva da mudança gera medo. Mas medo do quê? Medo de perdermos o que é seguro, de que o novo seja pior do que o velho, medo de não dar certo, medo do fracasso... Isso assusta! Por isso tantas e tantas vezes nos acomodamos a situações que não nos fazem felizes, seja um relacionamento, um emprego ou uma condição física. Aparentemente, o que já é conhecido, por menos satisfatório que seja, não oferece riscos.
Fazer as coisas como sempre fizemos nos dará a mesma vidinha de sempre. Seja ela boa ou não. Os padrões já estabelecidos, portanto, são estradas que conhecemos, e por menos que nos façam feliz sabemos caminhar por elas. Sabemos o que esperar e o que esperam de nós, não há desafios, não há esforços ou sacrifícios que nos forcem a sair do lugar seguro que ocupamos. No lugar ao qual estamos acostumados já temos uma “identidade”, podemos ser o preguiçoso, o teimoso, o esforçado, o inteligente, o bonito, o gordo, o chato, o pão-duro, o engraçado, o desmiolado, o sem-graça... Seja lá como somos conhecidos já somos “alguém”, já temos um lugar assegurado. Nem sempre, contudo, a segurança é a melhor opção mas, com certeza, é a mais cômoda. Um exemplo: quem fuma pode ter se acostumado a ser “o fumante” da turma. Já se acostumou a receber os conselhos e as críticas de todos sobre o hábito de fumar, já se habituou a ser aquele que “não liga para a própria saúde”... Ao deixar de ser fumante essa pessoa terá que construir um novo espaço para ela na turma, e o novo lugar exigirá novas posturas, novas respostas. Talvez o ex-fumante possa se dedicar a uma atividade física regular, já que passará a ser alguém que “cuida da saúde”. Aí, talvez tenha que encontrar outra forma de ser o “foco das atenções”. Afinal ele não será mais “o diferente” da turma. Talvez ele tenha que aprender a se fazer notar pelo papo, talvez ele possa vir a ser aquele que dá conselhos e faz críticas. Resumindo: não dá para mudar um pedacinho da vida sem afetar toda ela. Quem quer mudar a própria vida em uma ano qualquer – seja um pedacinho ou toda ela – precisa aprender a ser uma pessoa um pouco diferente da que tem sido nos anos já vividos. È provável mesmo que essa seja a única e possível resolução de fim de ano. Preste atenção! A palavra resolução tem vários significados no dicionário: “Firmeza”; “Energia em face do perigo”; “Coragem”; “Decisão”; “Ato ou efeito de resolver-se”; “Fluxo”; “Transformação”... ... Em uma só palavra – “resolução” – residem todos os significados que devemos aprender a conjugar com as ações, os pensamentos e os sentimentos que podem nos mover para uma vida melhor, mais satisfatória e, quem sabe, mais feliz no ano em que começarmos a fazer para mudar.
ANGELITA CORREA SCARDUA
Psicóloga, mestre e doutoranda pela USP (SP). especializada em desenvolvimento de adultos, na experiência de felicidade e nos estudos da psicologia social
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Chaise Vincy (madeira) móvel artesanal com estrutura em madeira cumaru, acabamento em sling e detalhes em alumínio. Ideal para áreas externas.
bem estar em sua plenitude
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