Revista AE 63

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Ano XVI - nº 62

Ano XVI nº 63 | revistaae.com.br revistaae.com.br

COISA DE FÃ

O mundo geek ganha lugar nobre na decoração

SEM APOSENTADORIA

A tranquilidade revolucionária de Kevin Roche

REALIDADE AUMENTADA

As aplicações da interação com um ambiente virtual

EFÊMERO MEMORÁVEL

Leila Bueno fala sobre os caminhos da arquitetura cenográfica

INTEGRAÇÃO ESPACIAL ALTA CLASSE

O estilo um mercado muda a paisagem em João Pessoa Ambientação em um apartamento de 77m 2 aposta nodeminimalismo

A Vida É uma Festa, a história da iluminação e as Sereias da Penha Casa Cor PB , a arquitetura em Divertida Mente epública a história dos interruptores + A arquitetura em Viva +—




A Evviva está iniciando uma era de mudanças e novas experiências na sua história. O redesenho do seu logotipo e a nova campanha são apenas o início de um movimento que retrata a tradição e os valores da família Bertolini passados de geração para geração. Estamos escrevendo um novo capítulo, permeado pelo saber fazer, pelos detalhes, respeito ao produto, às pessoas e aos novos tempos.

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PELA TRADIÇÃO DO NOVO


Ano XVI Edição 63

SUMÁRIO

CONHEÇA 29 LIVRO

A arte de Clóvis Junior reunida em uma bela edição

30 GRANDES ARQUITETOS

A arquitetura tranquila de Kevin Roche

32 A HISTÓRIA DE

Como a iluminação pública mudou a história da humanidade

36 ESTILO DE VIDA

O jeito de ser e pensar do arquiteto Eduardo Nóbrega

40 REPORTAGEM

Artesanato, moda, decoração e empreendedorismo paraibano com as sereias da Penha

70 ESPECIAL

O mundo através da realidade aumentada

PROJETOS INTERIORES 42

Projeto de Diego Revollo transformou um apartamento de 40 anos em São Paulo

INTERIORES 48

Modernidade e sensualidade na arquitetura de Bel Lobo e Bob Neri para a nova loja da Hope

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INTERIORES

ARTIGOS VIDA PROFISSIONAL 12

Renato Gangoni mostra o caminho para gerar grandes insights no trabalho

VISÃO LATERAL 14

Hélio Costa Lima comenta a obra com espírito público do arquiteto João Filgueiras Lima

VISÃO PANORÂMICA 16

Jaime Lerner e a tendência dos bairros planejados

VÃO LIVRE18

Alexandre Slivnik alerta sobre a transformação do seu conhecimento

URBANISMO 20

Mobilidade urbana e sustentável é o foco de Sylvio Mode

PONTO FINAL 82

Reflexões de Lya Luft

ENTREVISTA ENTREVISTA 24

8

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Pietro Terlizzi projeta uma morada de estilo rústico e contemporâneo, inspirada nos lofts de Nova York e da Europa

Leila Bueno fala sobre os caminhos da arquitetura cenográfica

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SUMÁRIO

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DICAS 66 ARQUITETURA E CINEMA

A construção do mundo dos mortos em Viva – A Vida É uma Festa

70 AMBIENTAÇÃO

O mundo geek vai ganhando lugar nobre nas residências

74 DICAS

Plantas em apartamento e casa em ordem para 2019

78 SALA DE AULA

A importância do aprendizado das maquetes físicas

NOSSA CAPA nº 63 Projeto: Eduardo Nóbrega e Marianna Silveira Foto: Vilmar Costa

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arquitetura & estilo de vida ANO XV I- Edição 63

EXPEDIENTE Diretora | Editora geral : Márcia Barreiros Editor responsável : Renato Félix, DRT/PB 1317 Redatores : Alex Lacerda,Débora Cristina, Lidiane Gonçalves e Renato Félix

Diretora comercial : Márcia Barreiros Projeto gráfico : George Diniz Prod. e diagramação : MB Fotógrafos desta edição : Diego Carneiro, Vilmar Costa e indicados Impressão : Gráfica JB

QUEM SOMOS AE é uma publicação trimestral, com foco em arquitetura, decoração, design, arte e estilo de vida, com tiragem de 5 mil exemplares de distribuição gratuita e dirigida. A reprodução de seus artigos, fotografias e ilustrações requer autorização prévia e só poderá ser feita citando a sua fonte de origem. As colaborações e artigos publicados e fotos de divulgação são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não comprometendo a revista, nem seus editores.

ONDE NOS ENCONTRAR Contato : +55 (83) 3021.8308

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www.revistaae.com.br www. artestudiorevista. com. br


EDITORIAL

DURÁVEL, EFÊMERA, INVENTADA

MÁRCIA BARREIROS editora geral e diretora executiva

Colaboradores desta edição:

RENATO FÉLIX editor de jornalismo

GEORGE DINIZ

HÉLIO COSTA LIMA arquiteto e urbanista

designer gráfico

ALEX LACERDA jornalista

DÉBORA CRISTINA jornalista

LIDIANE GONÇALVES jornalista

A arquitetura é um “bem durável”? A ideia imediata sobre ela é a de planejar a construção de “objetos” para morar, trabalhar, visitar. “Lugarescoisas” que devem estar à nossa disposição muitos anos a partir de sua construção. Mas esta é, como dissemos, uma ideia talvez imediata. Um pouco de reflexão e logo se percebe que a arquitetura vai além disso. É o caso da arquitetura efêmera. O uso de técnicas e especificidades dedicadas à criação e planejamento da construção de estruturas que, não demora, serão desmontadas. E esquecidas? Aí é que está: este tipo de arquitetura, muito usada em eventos culturais, esportivos e corporativos, existe para apoiar uma experiência. Poucos são os casos como o da Torre Eiffel, em Paris, erguida para a Exposição Universal de 1889, mas que permanece lá até hoje, como o maior símbolo da cidade. Na quase totalidade dos casos, a arquitetura efêmera acontece, cumpre seu papel, e é desconstruída. Mas, se fizer bem seu papel, há uma boa chance de permanecer viva na memória de quem a viveu. Outro caso é uma arquitetura que só existe no mundo da fantasia. Em livros, filmes, na televisão. Embora muitas vezes esses produtos culturais procurem descrever a arquitetura de lugares reais, ou se inspirem neles para descrever outros que não existem — como, digamos, a Gotham City do Batman —, há também a criação de lugares fantásticos, que não existem no nosso mundo. Os planetas de Star Wars, a Terra-Média de O Senhor dos Anéis, o mundo futurista de Metrópolis, por exemplo. Essas duas vertentes estão nas páginas desta edição. Leila Bueno, arquiteta que é expoente da arquitetura cenográfica em São Paulo, conversa conosco sobre a arquitetura efêmera e seu crescimento no mercado. E a seção Arquitetura e Cinema aborda a animação Viva — A Vida É uma Festa e a construção arquitetônica do mundo dos mortos no filme. Pela primeira vez na história desta seção da revista, a AE promoveu uma sessão do filme, com arquitetos convidados que o debateram em seguida. Você também é convidado deste papo. Boa leitura! ARTESTUDIO 13


VIDA PROFISSIONAL

O SEGREDO

DA MENTE CRIATIVA

Dinâmica de brainstorming aliada a elementos visuais é capaz de elucidar problemas complexos e gerar grandes insights

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e que maneira a criatividade é despertada no cérebro humano? Na prática, é comum associar esta qualidade com características como independência de pensamento, persistência, curiosidade e inconformismo. Mas, apesar do termo ser compreendido de forma simples, entender as suas origens tem sido um dos

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grandes dilemas a ser solucionado por estudiosos ao longo dos anos. Diante deste cenário, destaca-se uma abordagem que exerce um papel eficaz na estimulação de uma mentalidade criativa. Trata-se do brainstorming visual. Originalmente, o brainstorming procura criar um espaço descontraído e de troca de experiências


sem julgamentos entre uma equipe com o objetivo de elucidar questões específicas. Por ter sido idealizada por um publicitário norteamericano, a “tempestade cerebral” (em tradução livre) apresenta ligação com os segmentos de publicidade e marketing. No entanto, ela tem o poder de ajudar pessoas de qualquer nicho, desde que estejam dispostas a pesquisar, discutir ideias e encontrar respostas. De acordo com a Spin Design, multinacional brasileira que transforma processos corporativos e padrões mentais através de mapas visuais, o brainstorming é benéfico para o ambiente corporativo por ser um canal aberto de encorajamento e integração de uma companhia em prol de um propósito em comum. “Acontece que muitas dinâmicas de brainstorming falham em dar sustentação às ideias que ali surgem. Muitos insights aparecem, mas o que efetivamente será transformado em ação? É por isso que é fundamental enriquecer todo tipo de reunião que busca encontrar caminhos para um problema específico com recursos visuais que apoiem firmemente as resoluções encontradas”, diz o executivo. Entre as vantagens da técnica, o especialista ressalta os seguintes pontos:

Clima organizacional positivo - A metodologia incentiva a participação de todos e por consequência melhora o clima organizacional, pois cria nos colaboradores uma sensação de valorização e pertencimento.

Produtividade - O sentimento de valorização criado pelo protagonismo envolvido na técnica, incentiva o profissional a melhorar, expor ideias funcionais e estudar formas de colaborar para o crescimento da companhia.

Evolução da comunicação - Um dos desafios nos negócios é a comunicação dos membros. Mas, por meio da metodologia visual a troca de ideias, informações e experiências é imprescindível.

Soluções ágeis - Por conta de ser em grupo, as respostas demandam menos tempo para serem desenhadas.

Aproximação entre liderança/ equipe - O relacionamento entre líder/equipe

é determinante para o funcionamento de um projeto e o brainstorming visual iguala a voz dos profissionais durante a exposição de ideias sem elementos de julgamentos ou interrupções, o que os aproxima.

Fotos e imagens: Divulgação

RENATO GANGONI CEO da Spin Design

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VISÃO LATERAL

ESPÍRITO PÚBLICO

A arquitetura exemplar de João Filgueiras Lima

U

m dos mais exigentes campos de ação do arquiteto é o projeto de edifícios e equipamentos públicos. Projetá-los requer do profissional a maior atenção com fatores como custos de construção e de manutenção, acessibilidade e desempenho funcional, energético e ambiental. Nesse domínio, um dos mais exemplares profissionais nos cenários nacional e internacional é o arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima (19322014), mais conhecido como “Lelé”. Lelé se notabilizou por desenvolver sistemas construtivos para a produção em série de edifícios públicos e equipamentos urbanos, que, para além de um preço justo, rapidez de construção, alta funcionalidade, total acessibilidade, e consumo de energia e impacto ambiental reduzidos, resultaram em uma arquitetura proativa: escolas que ajudam a educar, hospitais que integram o processo terapêutico, espaços de trabalho que estimulam a produtividade, equipamentos urbanos que promovem a segurança e a mobilidade. O uso que fez de princípios industriais de construção por razões econômicas, não implicou,

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Fotos: Divulgação

entretanto, em prejuízos à eficiência, à identidade, à singularidade e à beleza de sua arquitetura. Sua obra demonstra cabalmente que o domínio das técnicas industriais permite construir obras públicas com economia, sem comprometer a qualidade e a diversidade arquitetônicas. O Centro de Apoio ao Grande Incapacitado Físico, da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, construído em 1995 às margens da porção Norte do Lago Paranoá, em Brasília, ilustra bem a feliz combinação de simplicidade e arrojo que caracteriza a obra deste mestre da arquitetura. Esse complexo de edifícios, cuja primeira etapa com 12 mil metros quadrados foi concluída em apenas seis meses, com custo significativamente mais baixo do que as construções hospitalares convencionais, integra instalações de atendimento público para reabilitação de adultos e crianças vítimas de traumas psicomotores de alta gravidade. Nele, Lelé aprofunda a ideia de que o edifício hospitalar pode contribuir para o tratamento e recuperação dos pacientes. Seus espaços, equipamentos e mobiliário, foram concebidos de forma a proporcionar as


melhores condições de conforto e eficiência para o desempenho das atividades terapêuticas pelas equipes profissionais e pelos pacientes. Um sistema de condicionamento do ar através de túneis garante ventilação natural constante, reduzindo o alto consumo de energia e o perigo de contaminação que os sistemas mecânicos de ar-condicionado implicam. As coberturas em “shed” proporcionam a iluminação natural dos ambientes durante o dia, com vantagens não apenas econômicas, mas também para a saúde dos usuários. A integração entre os espaços interiores e exteriores ameniza a sensação de clausura que geralmente ocorre nas internações hospitalares, especialmente quando a mobilidade dos pacientes é drasticamente reduzida, como no caso. Ginásios e outros espaços terapêuticos específicos, internos e externos, equipados em função do tipo de tratamento e conforme se destinem a adultos ou crianças, foram cuidadosamente pensados. Entre eles um cais, cuja cobertura se lança ousadamente no lago, e abriga equipamentos de fisioterapia náutica e balsas especialmente adaptadas para

passeios nas águas do Paranoá, proporcionando atividade física, banhos de sol e contato com a natureza, que são essenciais para a reabilitação psicomotora dos pacientes. É notável também a presença da arte como instrumento terapêutico, em murais, no mobiliário e nos equipamentos concebidos em parceria com o famoso artista plástico Athos Bulcão (19182008). Arquitetura e arte do mais alto nível juntas a serviço da população, graças à sensibilidade e ao espírito público desse grande arquiteto, cuja obra é referência de profissionais e estudantes de arquitetura no Brasil e no mundo.

HÉLIO COSTA LIMA Arquiteto e urbanista

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VISÃO PANORÂMICA

A TENDÊNCIA DOS BAIRROS

PLANEJADOS

Os diferenciais estão no foco ambiental, diversidade de usos e maior integração urbana

C

hega em Santa Catarina um projeto diferenciado, uma proposta focada na qualidade de vida. Lançado recentemente no mercado um projeto que procura oferecer soluções urbanísticas para construir ambientes coletivos mais inteligentes, contribuindo de forma direta no desenvolvimento social e urbano de diferentes municípios. Serão três bairros planejados, nas cidades de Porto Belo, Navegantes e Joinville, que trazem a assinatura do renomado arquiteto e urbanista Jaime Lerner. Ao todo, as áreas ocupam mais de 6 milhões de metros quadrados, correspondendo a mais de 850 campos de futebol. Lerner foi eleito o segundo maior urbanista do mundo. Ele é o único brasileiro a figurar na lista. É referência mundial em planejamento urbano e defende que é preciso agregar no espaço urbano uma estrutura construída com segurança, trabalho, lazer, moradia, em um único lugar. O projeto que está sendo desenvolvido por uma empresa catarinense, a Vokkan Urbanismo. “A criatividade está em começar uma transformação. Empresas como a Vokkan não esperam ter todas as respostas

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para começar. Elas vão em frente e transformam realidades”, destaca Jaime Lerner. “A preocupação com a qualidade de vida vem mudando as características do consumidor. Cada vez mais, independente da idade, os cidadãos estão buscando a segurança, educação, trabalho, lazer e moradia num menor raio de distância possível. E, esse é o nosso propósito”, destaca o empresário Roderjan Diehl Volaco, sócio da Vokkan Urbanismo. “A filosofia da Vokkan se assemelha a nossa, uma cidade pensada para pessoas. A cidade é uma estrutura de vida, trabalho e movimento. Tudo junto. Todas as vezes que separamos as funções de uma cidade, o resultado não é salutar. Porém, é o que a maioria das cidades está fazendo no mundo inteiro. A proposta trará esse propósito e agregará ainda mais qualidade para as cidades que estão inseridas”, explica Lerner.

Moradia e qualidade de vida Para Jaime Lerner, a união de moradia, lazer e trabalho não é uma tendência ou modismo atual. “A modernidade, o avanço das áreas urbanas, fizeram esses espaços perderam a escala humana, o ritmo do passo do pedestre, a familiaridade da vizinhança, a oportunidade do encontro no espaço público. Os cidadãos querem mais qualidade de vida, querem resgatar os momentos em família e amigos. Hoje não é mais admissível perdermos várias horas do nosso dia nos deslocamentos para trabalho e atividades. Precisamos, portanto, encurtar essas distâncias. Espaços públicos de qualidade, áreas verdes, equipamentos culturais, infraestrutura social, lazer: tudo isso deve estar integrado o máximo possível no cotidiano dos cidadãos. Considero isso como ‘morar bem’”, completou Lerner. De acordo com o urbanista, a cidade ideal é aquela que reúne no entorno da moradia o


trabalho, a escola, o comércio e o lazer. Quando as funções necessárias ao morador estão distantes da residência, alerta, a sua rotina se desestabiliza. O empresário Diehl Volaco ainda completa explicando que o projeto tem como proposta resgatar a simplicidade de viver bem. “A cidade é uma estrutura de vida, trabalho e movimento. Tudo junto. Todas as vezes que separamos as funções de uma cidade não acontece coisa boa. O melhor exemplo de qualidade de vida é a tartaruga. Ela tem com o casco, o abrigo, o trabalho e movimento tudo junto, além de apresentar o desenho de uma tessitura urbana. É possível imaginar que triste a tartaruga ficaria se cortássemos o casco, tendo que viver num canto e trabalhar num outro. Acabaríamos matando a tartaruga. É isso que a maioria das cidades está fazendo. É preciso que as cidades tenham uma estrutura construída com trabalho, lazer, moradia tudo junto. Quanto mais mistura houver, mais humana a cidade fica”, exemplifica Jaime Lerner. Dentro do conceito de bairros planejados, áreas pré-determinadas, são focos estruturais as áreas de segurança, saúde, educação, mobilidade, sustentabilidade e coexistência, ou seja, tolerância. Esses pontos são fundamentais para cada uma das cidades, como para toda a humanidade. “Os espaços devem ser planejados e de multiuso. Moradia junto à educação, comércio, serviços e locais para eventos culturais e esportivos”, destaca Lerner. A mobilidade também é uma das preocupações dos bairros planejados. “E o segredo é combinar os sistemas. Nesse projeto, essa é uma premissa, o projeto tem também como meta integrar esses sistemas com os demais bairros da cidade”, ressalta o arquiteto. “Precisamos de mais empresas que tomem a iniciativa, sem medo de fazer, que utilizem da criatividade para transformar realidades. Somente com o trabalho conjunto, entre organizações de diferentes esferas, que teremos um caminho promissor quando a temática é qualidade de vida. E mais, além de aliar moradia, trabalho e lazer, essa proposta agregará espaços públicos de qualidade integrados ao cotidiano dos cidadãos”, justifica Lerner.

Espaços integrados Pensar em um bairro também significa estruturar um espaço com diversidade, ou seja, que possa receber moradores de diferentes perfis e que ofereça comodidade a todos. Para isso, é preciso oferecer não só espaço para residências, como também para comércio, serviços e lazer, não apenas para aquele público, mas que atenda a demanda de toda uma cidade. “Além de dar mais conforto à população, essa variedade, aliada a uma boa iluminação pública, aumenta a segurança do local, gerando um maior fluxo e criando atrativos para todo o entorno. Nossa proposta não é criar minicidades dentro dos municípios, mas sim agregar serviços e potencialidades às regiões”, justifica Roderjan Diehl Volaco. O projeto também trará, aliado a qualidade de vida, um ganho econômico para as regiões, uma vez que os bairros planejados valorizam a localidade.

Imagens: Divulgação

ADRIANA LAFFIN

jornalista da Apoio Comunicação+Marketing

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VÃO LIVRE

NÃO TRANSFORME O SEU

CONHECIMENTO

EM UM PRATO DE MIOJO

N

a semana passada, fiz uma profunda reflexão ao ler uma avaliação feita por um participante de um workshop. Ele mencionou que dedicar três horas e meia para ficar sentando ouvindo um profissional, seria muito tempo para quem trabalha.

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Juro que tentei entender as entrelinhas. Foi difícil. Acho até que não consegui captar o que ele, ou ela, realmente quis expressar. Mas fica a lição. O que estamos fazendo com o nosso desenvolvimento? O que temos feito para que os nossos colaboradores cresçam de forma efetiva nas corporações? Eles realmente sabem os


motivos de estarmos indicando aos treinamentos? Ou apenas estamos fazendo isso como algo “legalzinho”? Será que estamos dando a devida importância aos processos de desenvolvimento nosso e de outros? Como diz o queridíssimo Mário Sérgio Cortella, estamos passando pela era da “miojização” do conhecimento, onde em apenas três minutos já acreditamos que estamos prontos. Cada ano que passa, as universidades oferecem formações cada vez mais rápidas, apenas para atender aqueles que simplesmente buscam pelo diploma. Preciso deixar claro um pensamento que tem acompanhado minha evolução. Diplomas e certificados não vão garantir o seu sucesso, mas sim o conhecimento que você adquire nas formações e nos processos de aprendizagem.

E garanto que quanto maior e mais profundo, mais você crescerá e isso vai impactar toda a sua vida. Isso é estar em constante evolução. Entendo que nossa conta não deveria ser feita pelas horas que passamos aprendendo algo e sim pelas mudanças positivas que aquele aprendizado gera. Busque aprender coisas novas, sem se preocupar com o tempo que terá que investir para transforma o novo conteúdo em aprendizado. Se gerar alguma mudança em apenas um minuto, ótimo. Mas se forem necessárias mais de 1 milhão de horas, ótimo também. Aprender é belo! A magia do aprendizado passa por entender o porquê adotamos determinados comportamentos. Tem que fazer sentido, caso contrário, não terá valido a pena. Faça sua vida valer a pena!

Imagens: Divulgação

ALEXANDRE SLIVNIK

autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. É reconhecido oficialmente pelo governo norte americano como um profissional com habilidades extraordinárias. É sócio-diretor do IBEX – Institute for Business Excellence, instituição sediada em Orlando / FL (EUA), sócio-diretor do Instituto de Desenvolvimento Profissional (IDEPRO), diretor-executivo da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD). Tem especialização em HARVARD – Graduate School of Education

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URBANISMO

URBANA E SUSTENTÁVEL A mobilidade contunua sendo um desafio para as cidades brasileiras

S

espaços urbanos – em sua boa parte – voltados para o transporte particular de automóveis, em detrimento ao transporte coletivo. A própria cultura brasileira (que aos poucos tem mudado com a acessibilidade às bikes) ainda associa o carro a características como status, conforto e liberdade. O padrão superlotado dos transportes coletivos também não contribui para que as pessoas optem por deixar o carro em casa. É preciso que o Brasil tenha políticas de mobilidade urbana voltadas para a construção de cidades mais inteligentes, sustentáveis e acessíveis. Além disso, precisamos trazer para discussão consequências como o aumento da poluição e das emissões causadoras do efeito estufa. Segundo o portal Mobilize Brasil, somente no país, a frota de automóveis e motocicletas teve crescimento cerca de 400% nos últimos dez anos. Muito já se tem feito em diversos países, e a tecnologia tem sido uma grande aliada nesse processo. E graças a esses avanços, é possível ampliar as soluções e permitir também novos olhares para o planejamento urbano. É importante ressaltar a importância dos investimentos em Imagens: Divulgação

erá mesmo que os carros são os grandes vilões das cidades, principalmente se pensarmos em questões de mobilidade? A verdade é que o problema é muito mais amplo. Segundo a Wikipedia, “mobilidade urbana é a condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano de uma cidade. Assim, ela é obtida por meio de políticas de transporte e circulação que visam a melhoria de acessibilidade e mobilidade, através da priorização dos modos de transporte coletivo e não motorizados de maneira efetiva, socialmente inclusiva e ecologicamente sustentável”. Posto isso, é possível, em uma estrutura tão ampla do território brasileiro, pensar em uma solução única e abrangente? Possivelmente não, o Brasil tem 26 estados, com culturas, crescimento, infraestrutura, demografia completamente diferentes. Até mesmo se reduzirmos o escopo para as principais capitais não existe um modelo de solução de mobilidade que possa se encaixar em boa parte delas. Sabemos que a expansão e o crescimento desordenados das cidades acabaram por criar

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medidas para incentivos fiscais (diminuição de impostos) para que a produção seja viável para as montadoras e a aquisição possível para os motoristas. Esse é só um dos exemplos com foco na transformação digital. Mas é mais um item de mobilidade urbana a ser adotado no Brasil. É a tecnologia movimentando a economia, apostando em sustentabilidade e, principalmente, qualidade de vida.

Imagens: Divulgação

sistemas sobre trilhos, como metrôs, trens e bondes modernos (VLTs), ônibus com combustível limpo, semáforos inteligentes, câmeras e integração entre sistemas e calçadas acessíveis para todas as pessoas, além de outras tendências que vieram para ficar, como as ciclovias e compartilhamento de carros e bicicletas. Um importante projeto de mobilidade, que envolveu software da Autodesk em sua concepção está sendo desenvolvido por uma startup de Florianópolis, a Mobilis, criada por três engenheiros, que têm como missão encontrar soluções inteligentes para os problemas de mobilidade urbana. O projeto resultou no lançamento do “Li”, primeiro carro 100% brasileiro elétrico, movido por baterias de íons de lítio. O carro é desenvolvido com o software Autodesk Fusion 360TM, uma ferramenta ágil que contribui para a criação e design de produtos inovadores. O projeto apresenta diversas inovações relacionadas à interface de usuário, algumas inéditas no mercado automotivo brasileiro. Para se ter uma ideia, o veículo traz partida por login, sistema de manutenção preditivo online, pelo qual, conectado com a fábrica, pode prever problemas no sistema antes que aconteçam. Também um head up display com projeção de dados importantes como o velocímetro e carga da bateria, sistema de gestão de frota (TrackLi), entre outras, está presente. Este é um passo importante para nós brasileiros na construção de um modelo mais sustentável de mobilidade urbana. Entre os benefícios, além da diminuição dos poluentes e da economia financeira no abastecimento, esses carros reduzam o nível de ruído das cidades. O governo brasileiro está analisando também

SYLVIO MODE

Presidente da Autodesk no Brasil

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ENTREVISTA

LEILA

BUENO A EXPERIÊNCIA É O DIFERENCIAL A arquiteta fala de como a arquitetura efêmera cenográfica ajuda a transformar os espaços e agregar valor aos eventos corporativos

Texto : Renato Félix | Fotos: Divulgação

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Q

uem vai a um grande evento corporativo, hoje em dia, não vai encontrar só as palestras em salas e pronto. Há todo um cuidado visual para envolver o visitante, guiá-lo, tornar a experiência memorável. Para isso, a arquitetura entra em campo para transformar o ambiente. A Bueno Arquitetura Cenográfica trabalha nessa área específica desde 2005, comandada pelo casal Leila e Ricardo Bueno — ela, arquiteta de formação; ele, desenhista no começo e, hoje, também arquiteto. Leila é também, atualmente, presidente da Associação Brasileira de Fornecedores de Cenografia (Abrafec). E conversou com a AE sobre a arquitetura efêmera — e, mais especificamente, a cenográfica aplicada em eventos corporativos — em um intervalo do Fórum de Mulheres em Destaque, evento do qual, aliás, a Bueno é apoiadora há alguns anos.

AE – O nome já diz muito: arquitetura efêmera. Mas como é que a gente definiria esse tipo de arquitetura? LEILA BUENO – Basicamente, dentro do contexto da nossa atividade, a arquitetura efêmera tem um papel um pouco mais importante por conta do valor residual que a gente entende que ela pode deixar, porque a gente transforma a arquitetura efêmera numa ferramenta de experiência para o evento corporativo. Dentro do mundo da arquitetura efêmera, existem muitas vertentes – a vertente em que eu atuo é voltada para evento corporativo. Mas tem todo tipo: as culturais, que são as exposições, as institucionais... Mas dentro do meu contexto, o que eu defendo muito é a arquitetura efêmera voltada para a experiência. Porque, com a velocidade de tudo o que se faz hoje, de tudo o que você recebe de informação e com a quantidade de eventos, a arquitetura tem uma participação muito importante no impacto que causa dentro de um ambiente, como ela transforma esse ambiente e conduz as pessoas pela experiência que aquele evento se propõe a fazer. Por exemplo, o evento em que eu estou: é um evento de discussão, de discussões pesadas até, no sentido da reflexão mesmo. Se a gente estivesse todo mundo aqui numa sala, simplesmente com uma tela, sem nenhum elemento que pudesse me trazer para um determinado conceito, a possibilidade de a gente desconectar desse conteúdo rapidamente é muito grande. A arquitetura cenográfica, que está inserida na arquitetura efêmera, é uma ferramente de transformação de espaço como possibilidade de a pessoa se sentir inserida nesse contexto que ela vai receber. E, no corporativo, o desafio é muito grande, porque geralmente é uma vertente muito institucional. Então a gente tenta buscar elementos conceituais para que a gente possa explorar isso de forma tridimensional no espaço – e isso tem trazido muito resultado. AE – Existe um lado estético nisso e eu pergunto se existe um cuidado para que não se exagere para não tirar o protagonismo do conteúdo em si do evento? LB – Depende. Se o evento tem um tema – e frequentemente a gente recebe o evento temático,

mesmo no corporativo – ele passa a ser protagonista junto com o conteúdo. Vou dar um exemplo: uma convenção que a gente fez que tinha o tema superherói. E o protagonista, que era o palestrante, queria surgir no palco como o Homem de Ferro. Então toda a cenografia foi uma moldura pra ele, mas foi totalmente protagonista. As pessoas foram muito impactadas e se perguntaram: ‘O que é isso que vai acontecer aqui?’. Com jogo de luzes, sonorização, fumaça, projeção, a cenografia passa a ser parceira do conteúdo. Ela acaba sendo, sim, protagonista, mas não pode se sobrepor quando o evento não é tão temático. Então, essa pergunta é interessante porque como a gente descobre qual é o ponto? É no briefing. É o quanto a gente entende aonde o cliente que chegar. Na arquitetura convencional, a gente trabalha com um programa de necessidades. Mas a nossa área tem a responsabilidade da arquitetura nos quesitos ocupação do espaço, fluxo desse espaço, ainda tem a parte técnica. Não é só a parte estética e conceitual, mas técnica e funcional. AE — Muitos eventos hoje em dia são transmitidos via internet. A arquitetura cenográfica agora também se preocupa com esse lado? Ou seja: ela não está só lidando com o público que está ali, mas tem que ser representativa para quem está vendo de longe? LB — Sim, ela talvez só não tenha um papel tão transformador, tão de experiência. Ela tem simplesmente plástica, para compor um fundo. Daí eu entendo que ela é totalmente coadjuvante. Ela não é tão protagonista quanto no evento. Por exemplo, no HSM desse ano (a HSM Expo, evento internacional de gestão que é realizado anualmente em São Paulo). Ele está na 18ª edição e a gente faz desde a primeira. Por que é que eu estou citando ele? Porque ele não só traz palestrantes de fora, fisicamente, como transmite com palestrantes de fora do país, sem que ele esteja presente, e agora usa o recurso do streaming para levar o conteúdo pra dentro das corporações. Então estamos falando de três plateias diferentes. Qual é a ação da cenografia? Com toda certeza, a que mais impacta

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é para quem está lá presencialmente e sentiu todas as transformações dentro do pavilhão, que ninguém acredita que aquilo é um pavilhão porque a gente transforma aquilo num grande auditório. Acústico, muito aconchegante. Ao mesmo tempo, precisaria ter um impacto para quem estivesse recebendo aquela visão. Então, teoricamente — não é uma regra — , eles fizeram com que nossas intervenções cenográficas ficassem bidimensionais nas imagens que as pessoas estavam recebendo via streaming. Então elas também estavam vendo o mesmo conceito. AE — É bem mais complexo lidar com essas janelas todas. LB — É complexo e é uma expertise nossa. A arquitetura efêmera tem muitos caminhos. Ela é muito ampla, ela é uma área de atuação muito rica e é complexa porque é muito técnica. Mas vou te dizer que te dei um exemplo, vai, que está lá em cima. O HSM não é um padrão médio, está muito acima. E aí posso te dar um exemplo de algum que... qual o impacto da cenografia? Quase nenhum, na questão de experiência, porque ele é muito institucional, por exemplo. Mas às vezes é a forma de colocar a marca do cliente. Por exemplo, esses TED. Todos usam a letra caixa no palco. E um tapete, que tem uma função de fazer com que o palestrante esteja sempre no mesmo lugar. E sempre tem uma intervenção de fundo, que abraça a tela. É uma forma também de fazer uma conexão com o assunto que vai ser abordado no TED: aquilo também é uma arquitetura efêmera. A gente fala que a arquitetura dentro do palco pode até ser bidimensional, mas dá uma emoldurada no conteúdo.

AE — Como foi esse começo da Bueno? LB — O Ricardo Bueno, que é o fundador e meu marido, era letrista. Ele sempre desenhou muito bem, tinha uma visão empreendora queria ser independente e entendeu que o desenho podia levá-lo a isso. Era letrista de pintar muro de rua com propaganda de lojas, de imobiliárias. E faixas, também, aquelas faixas de tecido. Ele começou a vender para lojas e começou a criar um processo de produção de cópia e vender em grandes escalas. Ele foi vendo oportunidades. Acho que o grande estopim foi quando o convidaram para fazer merchandising em palcos de show, num período em que o palco ia pra rua. Precisava de alguém que conseguisse pintar a marca da Nestlé porque eles tinham de um lado a Nestlé querendo patrocinar e não tinha onde pôr a marca. E o Bueno foi o precursor das telas ortofônicas. Ele desenvolveu um material que não atrapalhava a caixa de som e ele pintava o logotipo em grande escala. Quando isso começou, foi muito procurado. Do palco de fora, foi um pulo para ir para o palco dentro. As casas de show começaram a receber eventos corporativos e começaram a indicar o Bueno. Efetivamente em 2005 a gente se posicionou como cenografia para eventos corporativos, a gente parou de fazer a comunicação visual para varejo. Até então a gente ainda fazia comunicação visual, ainda atendia na porta para fazer faixa de aniversário. AE — De 2005 para cá, você percebe que o mercado para esse tipo de atividade tem crescido? LB — Muito. Uma ascensão, assim, exponencial. Eu te diria que em 2008, há dez anos, a gente contava nas mãos as empresas que faziam o que a gente fazia. De fato, a gente listava como concorrentes, na época, seis empresas. Hoje, pela associação, a gente tem listadas aproximadamente 125 empresas de cenografia — só em São Paulo. E a gente tem feito um trabalho já há quatro anos pela associação, e pela Bueno também, porque é um ideal meu e do Bueno, de educação. Porque as faculdades de arquitetura não falam da arquitetura efêmera. Falam muito pouco. Então a Fotos: Divulgação

RF — A Bueno sempre foi voltada para a arquitetura efêmera? LB — Não. Foram algumas transições, mas sempre trabalhando com comunicação e a forma de expressar a marca do cliente. A Bueno começou e nasceu como comunicação visual. Migrou rapidamente da pessoa física do varejo para as empresas. Em 1999, 2000, a gente começou a atuar dentro desses palcos de casas de shows, que começaram a receber empresas para fazer eventos. Foi um movimento inicial para fazer eventos corporativos, antes não era tão forte isso,

não era tão profissional. De 2000 em diante, a gente entendeu que a comunicação visual de forma mais tridimensional começou a virar cenografia.

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gente tem feito um trabalho inclusive nas faculdades, desenvolvendo workshops, para explicar como trabalhar. Porque a arquitetura foi absorvida muito fortemente na cenografia. E a gente emite RRT, a gente tem órgão regulamentador. Eu faço um cenário de palco, hoje, eu tenho que emitir uma RRT pelo CAU. E aí a gente não tem isso na faculdade. Então é um trabalho de conscientização, de educação, de fundamentação — que é importantíssimo. Nós defendemos que a arquitetura deveria explorar mais esse campo: a gente tem carência de profissional, tem espaço ainda, dá para absorver mais empregos. São concorrentes? São, mas tem muita coisa em que a gente nem se cruza. Tem quem faça palco, como a gente, tem que faça exposições culturais, tem que faça cenografia para eventos esportivos, tem teatro, cinema, TV, o mundo corporativo é muito amplo... Tem muitas possibilidades. AE — Você se envolveu com arquitetura por causa da cenografia? LB — Eu nem imaginava que a arquitetura fosse me trazer o efêmero. Eu atuei na arquitetura convencional durante muito tempo, e trabalhei muito com moda. Depois que fui trabalhar com o Bueno, foi depois que a gente casou, eu comecei a trabalhar na comunicação visual e de toda essa história que eu te contei eu fui participando. Aí a gente entendeu que a atuação da arquitetura era imprescindível. Tanto é que o Bueno foi fazer arquitetura, porque ele não era formado. Ele se formou em arquitetura esse ano (2018), com 51 anos. Hoje, no nosso escritório, nós somos oito arquitetos.

Fotos: Divulgação

AE — Você tem ideia de como seria o futuro da arquitetura efêmera? Para onde ela está indo? LB — Eu tenho uma ideia de que a arquitetura efêmera voltada para a experiência é o grande diferencial. Não vou falar que é o futuro, porque já está acontecendo. Hoje o grande diferencial é fazer que a jornada tenha a experiência como principal ferramenta. E usar a arquitetura efêmera como ferramenta nessa experiência é uma sacada. Então, eu vejo que a arquitetura, efêmera dentro desse contexto, está só começando. Porque a gente tem a tecnologia como agregado. As imagens projetadas, através de LED, interatividade, realidade aumentada... Quando junta tudo isso dentro de um contexto espaço transformado, não tem pra ninguém, é só o começo.

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LIVRO

EXPOSIÇÃO EM PÁGINAS

Clóvis Junior tem resumo de sua obra reunida em livro das edições Sesc Texto: Renato Félix | Fotos: Divulgação

A Edições Sesc 116 páginas

Artista: Clóvis Júnior

companhando uma exposição individual de seus quadros mais recentes em João Pessoa, o artista plástico Clóvis Junior lançou um livro que reúne sua fase atual, em tons amarronzados, e também faz um resumo de sua trajetória bem sucedida na área das artes visuais. Seus quadros naïfs fazem sucesso e justificaram uma edição caprichada produzida pelo Sesc. Em Clóvis Junior, a obra do artista é fotografada por Mano de Carvalho e recebeu projeto gráfico de Jussiê Rodrigues. O lançamento tem formato horizontal e capa dura. Começa pela fase marrom, com temas populares – como Lampião & Maria Bonita, festas juninas– e do folclore – sereia, pavão misterioso. Depois entra uma fase azul, abrindo caminho para pinturas de outras épocas. Um destaque é o painel “Arte e povo no poder”, de 2012, que é do acervo da Câmara Federal e mede 2.20m x 1m. O álbum também mostra uma seleção de sua obras em azulejos e painéis espalhados por edificações em cidades paraibanas. O álbum termina com sua série decorativa para uma coleção da loja Tok & Stok e fotos de seu ateliê, que fica no bairro litorâneo do Bessa, na capital paraibana. Não há textos, além das identificações das obras, um currículo no final e palavras introdutórias no começo da edição. Apesar de sua identificação com João Pessoa, ele dedica o livro a Guarabira, sua cidade natal, que fica no interior da Paraíba, na região do Brejo. “Dizem que é possível encontrar de tudo em Guarabira, mas é lá que me acho a cada retorno... Terra da Luz que me ilumina de perto e de longe, foi lá que me tomei coragem para descobrir o mundo e viver da arte, e a ela devo grande parte do que sou e alcancei”. A inspiração rende uma obra que se comunica facilmente com que a vê – nas paredes ou nas páginas do novo livro.

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GRANDES ARQUITETOS

TRANQUILO E

INFALÍVEL

Aos 96 anos e vencedor do Pritzker em 1982, Kevin Roche é um irlandês que vem marcando a arquitetura dos EUA

Texto: Renato Félix | Fotos: Divulgação

“A

rquitetos nunca se aposentam” disse Kevin Roche sobre sua profissão em uma entrevista de 1989. Naquele momento, o irlandês já vivia há 40 anos nos Estados Unidos e havia desenvolvido ali sua carreira — culminando no Prêmio Pritzker recebido em 1982. Atualmente, ele está com 96 anos e continua à frente da Kevin Roche John Dinkeloo and Associates, firma que abriu em 1966 em Connecticut com o parceiro John Dinkeloo, que morreu em 1981. Roche se formou em arquitetura ainda em seu país natal, na National University of Dublin, em 1945. Três anos depois, continuou seus estudos nos EUA, com Mies van der Rohe, no Illinois Institute of Technology, em Chicago. Em 1950, passou a integrar a firma Eliel and Eero Saarinen, no Michigan, onde conheceu Dinkeloo. Lá, se tornou o principal designer. Com Dinkeloo, e após a morte de Saarinen, concluiu projetos importantes

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como o terminal da TWA no aeroporto JFK e a sede da emissora CBS, ambos em Nova York. O primeiro grande projeto de Roche e Dinkeloo, depois disso, foi o Oakland Museum of California, um complexo de arte e história natural. Um projeto monumental para o qual Roche entregou um design que criava níveis, onde o terraço de um era o telhado do outro. Um museu (três museus em um) com um parque no seu telhado. A dupla trabalhou com a paisagista e horticulturista Geraldine Knight Scott para criar essa mistura de casa da cultura e parque urbano. “Ele não é um homem fácil de descrever: um inovador que não cultua a inovação por si mesmo, um profissional despreocupado com as tendências, um homem quieto e humilde que concebe e executa grandes obras, um homem generoso de padrões rígidos para seu próprio trabalho”, definiu o júri do Pritzker, na ocasião da premiação. “Neste prêmio para Kevin Roche

Ford Fundation: novo conceito de espaço urbano


Convention Center Dublin

reconhecemos e homenageamos um arquiteto que persiste em ser um indivíduo, e tem feito por todos nós, através de seu trabalho e de sua pessoa, a diferença para melhor”. Já no livro Contemporary Architects, C. Ray Smith define assim a dupla: “A firma americana de arquitetos mais ousada e inovadora trabalhando no setor de clientes governamentais, educacionais e corporativos”. A Ford Foundation (1968), em Nova York, com seu átrio pensado como um espaço verde e acessível, foi definido como “um novo tipo de espaço urbano” pela Architetural Record. A ideia foi ser diferentes dos espaços corporativos que isolam os ocupantes, indo na direção oposta: aberto, criando um senso de comunidade. Muitos centros de arte e sedes de empresas vieram nos anos seguintes: o Power Center of Performing Arts, da Universidade de Michigan (1971), o Denver Performing Artes Complex, em Denver (1979), a sede da General Foods Corporate, em Reyeborrk, Nova York (1983), o zoológico do Central Park, em Nova York (1988), a sede do Santander, em Madri (2000). E em 1967 ele iniciou uma ligação de mais de 40 anos com o museu Metropolitan, de Nova York: foram muitas reformas e extensões de alas e pavilhões nas décadas seguintes. Um documentário mostra o trabalho do irlandêsamericano: Kevin Roche: The Quiet Architect, dirigido por Mark Noonan. Um arquiteto tranquilo e para quem aposentadoria não está no seu dicionário.

Arquiteto:

Kevin Roche

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A HISTÓRIA DE

FIAT LUX

A iluminaçãopública foi um divisor de águas para a história da humanidade Texto: Alex Lacerda | Fotos e imagens: Divulgação

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odos sabem que a descoberta do fogo foi um divisor de águas para a história da humanidade. Mudou a forma como se passaria a comer, mas, acima de tudo, fez com que houvesse um efeito de prolongamento da luz, gerando mais segurança e possibilitando a ampliação de atividades sociais. E são justamente esses os principais elementos proporcionados pela iluminação pública para a sociedade. Após as tochas, a primeira ferramenta independente de iluminação, vieram as velas, em torno de 50.000 a.C., formadas por recipientes, cascos e troncos, cheios de gordura animal com fibra de planta como pavio. Na época de Cristo, há cerca de dois mil anos, as velas iluminavam as casas ainda eram compostas de sebo de animais, mas também a cera de abelha, o azeite de oliva e outras plantas eram também matéria-prima. Mas existia a necessidade de se iluminar ambientes maiores, como castelos e ruas. As tochas com panos besuntados de material inflamável, e complementadas com enxofre e cal, permitiam a iluminação constante, mesmo sob água e fogo. As lamparinas, que provavelmente surgiram em regiões litorâneas, foram a continuidade natural das velas. Eram recipientes com uma haste cravada e tinha o óleo de baleia como combustível. O lampião, que sobreveio à lamparina, foi uma revolução na iluminação. Inicialmente feito de argila, foi posteriormente adaptado para o metal, o que tornava a sua preservação e portabilidade muito úteis. As ruas passaram a ser iluminadas por lamparinas, que eram fixadas em postes e prédios públicos, mas precisavam ser apagadas e acesas diariamente.

Revolução industrial Depois da lâmpada de querosene, em 1853, que foi um grande passo para a iluminação como a conhecemos hoje, chegamos à iluminação por eletricidade. Desde 1879, quando Thomas Edison

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criou a lâmpada elétrica, a sociedade sofreu um impacto transformador similar à descoberta do fogo ou à criação da escrita. Com ela também veio a revolução industrial, pois a iluminação possibilitou a criação de novas estruturas comerciais, que a educação pudesse ser mais desenvolvida, a ampliação das cidades e uma maior socialização das pessoas.

O futuro da iluminação pública passa pela incessante necessidade encontrar uma fonte inesgotável e socialmente acessível de iluminação, tornando as energias naturais e renováveis, como a solar e a eólica, as escolhas mais evidentes.

No Brasil No Brasil, a energia elétrica avançou o processo de iluminação somente em 1883, quando surgiu a primeira usina termoelétrica. Os portugueses chegaram ao Brasil trazendo consigo o sistema de iluminação usado na Europa, os lampiões. A partir de 1830, as prefeituras das cidades que possuíam iluminação tinham funcionários com a função de acender os lampiões quando a cidade escurecia. Os lampiões a gás foram instalados no Rio de Janeiro em 1854 por Irineu Evangelista Sousa, o Barão de Mauá. Em São Paulo, esse processo foi de responsabilidade da São Paulo Gás Company Ltda, em 1863. No entanto, a primeira cidade do Brasil a ter luz elétrica nas ruas foi Campos, no Rio de Janeiro, em 1883. No Brasil e no mundo, até os anos 1960, a iluminação pública era feita através de lâmpadas incandescentes, com lâmpadas fluorescentes em algumas localidades. Foram substituídas pelas lâmpadas de vapor de mercúrio. A partir dos anos 1990, ocorreu a introdução das lâmpadas de vapor de sódio. Atualmente, as tecnologias que estão sendo implantadas são as lâmpadas de vapor metálico e as lâmpadas de LED. 500 mil anos depois de domarmos o fogo na época das cavernas, o mundo ainda passa por grandes problemas na área. Segundo dados da ONU, até 2015 cerca de 1,5 bilhões de pessoas no mundo ainda não tinham acesso à energia elétrica.

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REPORTAGEM

SEREIAS DA PENHA Artesanato, moda, decoração e empreendedorismo paraibanos Texto: Lidiane Gonçalves | Fotos: Rafael Passos e Dayse Euzébio (PMJP)

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paraibano é antes de tudo um forte e nesta terra, em se plantando, tudo dá. Euclides da Cunha falava apenas dos sertanejos, e Pero Vaz de Caminha descrevia suas primeiras impressões sobre o Brasil. Mas, podemos usar essas duas fortes expressões para descrever as artesãs e a arte das Sereias da Penha, que transformaram o lixo em joias e em objetos de decoração. As escamas dos peixes fruto de sua pescaria ou da pescaria de seus maridos pararam de ir para o lixo depois que algumas mulheres iniciaram um curso

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oferecido pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Lá elas aprenderam a fazer biojoias. Em 2014 elas ainda não eram as Sereias da Penha, mas já estavam expondo seus trabalhos na Estação Cabo Branco, em João Pessoa. Foi ali que o estilista Ronaldo Fraga se encantou pelo trabalho. “Ele nos falou que poderíamos fazer qualquer outra coisa com aquela técnica, inclusive roupas. Ele quis nos conhecer melhor”, explicou Magna Gabriel, uma das artesãs.


Curso com um estilista Em pouco tempo, aquelas mulheres, que em sua maioria eram “apenas” donas de casa, estavam fazendo um curso com o estilista Ronaldo Fraga. “Fizemos a capacitação com ele, que depois nos levou para participar da maior semana de moda do Brasil: a São Paulo Fashion Week”, lembrou a artesã. As vidas daquelas mulheres mudaram. O trabalho se intensificou devido à procura pelas biojoias feitas com escamas de peixe. E desde então elas se tornaram as Sereias da Penha, com peças vendidas para vários recantos do Brasil e do mundo.

O empreendedorismo Magna conta que, depois da São Paulo Fashion Week, elas viraram mulheres empreendedoras, artesãs, empresárias e – de vez em quando – donas de casa. O tempo passado na associação criada por elas é bem maior que o tempo passado em casa. “Nossa vida mudou muito. Nunca imaginei que pudesse fazer coisas tão lindas apenas usando coisas que jogava fora. Hoje não é só um trabalho ou uma fonte de renda. A Sereias da Penha é muito mais que isso. É uma terapia, uma profissão, é uma parte importante de nossas vidas”. Os colares, brincos, anéis e pulseiras são feitos até com peças foleadas a ouro. Os detalhes das roupas também são primorosos e muito bem aceitos por quem os conhecem. Mas, essas mulheres não se acomodaram com o sucesso. Em janeiro de 2018 elas lançaram uma coleção de artigos para decoração. A sua constante busca por inovação fez surgir porta-guardanapos, descansos para pratos, arranjos de mesas e arranjos florais. Tudo oriundo de um material que iria para o lixo e que uma visão sensível transforma em arte.

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ESTILO DE VIDA

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EDUARDO NÓBREGA Entrevista: Márcia Barreiros | Texto : Renato Félix | Fotos: Divulgação


A MÚSICA DA VIDA

Filho de pai maestro e integrante de um coral, Eduardo Nóbrega resolveu mostrar seu lado criativo através da arquitetura

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duardo Nóbrega, arquiteto, é filho de Eduardo Nóbrega, maestro. Tendo crescido cercado de música, ele fez aulas de vários instrumentos, mas também gostava de desenhar e construir as pistas onde os carrinhos do irmão iriam correr. “Quando a minha brincadeira terminava, a dele começava”, conta ele. Era o início do caminho da arquitetura, por onde iria como profissional. Hoje, ele comanda um escritório junto com sua sócia, Marianna Silveira, e é professor universitário. “O que eu gosto muito é da relação com pessoas. Nos dois âmbitos da profissão”, diz, referindo-se ao trabalho no escritório e na sala de aula. Esse gosto pelo contato interpessoal reflete na dinâmica do trabalho: no escritório, ele cuida mais dessa parte; Marianna ocupa mais a parte administrativa. “Eu realmente estou mais à frente e ela na parte que ‘faz funcionar’”, explica. “Se não fosse ela aqui dentro, a gente nem funcionava”. Eles se conheceram no escritório de Aline Montenegro, onde ambos estagiaram. O entendimento entre os dois surgiu rapidamente. “A gente decidiu abrir o escritório sem nem se conhecer direito”, conta, rindo. “E foi um casamento que deu supercerto”. Eduardo dá aulas à noite e esse é um dos poucos pontos em que se pode definir uma rotina no seu cotidiano. “A nossa rotina de arquiteto não tem uma rotina, né? A gente sai de casa sem saber para onde vai”, afirma. “Eu só sei que venho para o escritório e à noite vou estar na universidade”. Mas há algumas coisas das quais ele faz questão. A academia na hora do almoço e ensaios do coral regido pelo pai – o Gazzi de Sá, da UFPB –, às terças e quintas no fim da tarde. Provando que a música, no fim, continua com presença marcante em sua vida. “Fiz tudo. Piano, sax... Mas depois meu pai viu que minha voz dava para cantar. Canto há 22 anos no coral”, conta ele, que tem 32 anos. Sobra tempo para viver? “Sobra demais!”, afirma, rindo. “Faço aula de dança, gosto de cantar, vou treinar, gosto de praia e amo viajar”. As viagens, então, são uma paixão especial: são sempre duas internacionais por ano. Dos lugares conhecidos, o Peru é o país que mais encantou

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o arquiteto. “Ainda vou voltar, porque náo tive tempo de conhecer tudo nos 15 dias que passei lá”. Ele dá aula em três cursos. O primeiro é, claro, o de Arquitetura, onde ensina Projeto Residencial e História da Arquitetura, O segundo é Design de Interiores, onde dá aulas de Projeto Residencial, Projeto Comercial e Design de Cenografia. E o terceiro é Moda, onde ensina Figurino. As aulas de Design de Cenografia e Figurino tem a mesma origem: Eduardo Nóbrega fez mestrado com uma tese sobre a cidade vista através da teledramaturgia das novelas. O arquiteto é um noveleiro assumido. “Tem gente que gosta de assistir séries, eu vejo novelas”, conta. Por causa do mestrado, acabou fazendo um curso de figurino no Projac (atualmente chamado de Estúdios Globo). E, por conta disso, acabou convidado para conhecer o Festival Folclórico de Parintins, na Amazônia. Daí, está há cinco anos contratado pelo Boi Caprichoso como arquiteto cenográfico de arena (mas diz que a presença predominante da cor azul no seu guarda-roupa é coincidência). Ele se considera uma pessoa muito emotiva. “O que me emociona? Tudo”, afirma. “Sou chorão que só. Tudo voltado à família, à amizade, me emociona...”. E qual um pequeno prazer? “Arrumar minha casa”, conta. Mas não a arrumação “chata” de dobrar e guardar roupas, por exemplo. “Quando estou estressado, à noite, gosto de mudar a decoração, criar. A parte que mais gosto da arquitetura é a criativa”. Da mesma forma, ele se incomoda com regras em excesso. “Me irrita ser muito metódico, ter muita regra”, conta. Nóbrega fala de sua trajetória com orgulho. “Eu nunca imaginei que chegaria onde cheguei na arquitetura”, diz. “Eu me considero bem batalhador. Tudo o que conquistei, lutei pra isso, ninguém me deu”.

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Casa Cor PB | Foto: Vilmar Costa | Ambiente: Loft Leo Maia

Avenida Nego, 768 . Tambaú. João Pessoa, PB | 3512-3430 41


ESPECIAL

ENTRE O VIRTUAL E O REAL A realidade aumentada liga esses dois mundos e tem aplicações do entretenimento à arquitetura

Texto: Alex Lacerda| Fotos: Divulgação

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odo mundo já ouviu falar de realidade virtual, uma tecnologia que promove a interação do usuário com um ambiente virtual diferenciado do real. Na prática, a grande maioria de utilização dessa tecnologia se deu em óculos VR, geralmente direcionada ao entretenimento. O próximo passo dessa tecnologia, que muito poucos conhecem, é a realidade aumentada, que tem

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VR-Realidade-virtual-WannaPlay

demonstrado extensos usos práticos, seja no universo de entretenimento, seja no uso diário ou em profissões. A realidade aumentada é uma tecnologia em que o mundo virtual possa ser misturado ao mundo real, o que facilita a possibilidade de interação e novas formas de executar tarefas. Ou seja, passamos a utilizar a realidade virtual para interagir de uma infinidade de novas formas.


Segundo o coordenador de Cursos Digitais da Facisa, Rodrigo Motta, “a realidade virtual (VR) e a realidade aumentada vêm para trazer novas possibilidades de se interagir com outros ambientes, sejam ambientes que não existem, a realidade virtual, sejam ambientes reais, a realidade aumentada. E isso traz grandes perspectivas”, destacou Rodrigo. Rodrigo ressaltou ainda a grande variedade de aplicações para as quais a realidade aumentada pode ser destinada, como a criação de jogos ainda mais interativos que os atuais, na área da medicina, com cirurgias à distância, indústria automobilística, com manuais interativos para os proprietários, entre uma infinidade de outras. “Atualmente, realidade aumentada e realidade virtual são duas novas formas de trabalhar com games. É o que, hoje em dia, as pessoas mais pesquisam. É uma nova área, um novo nicho de mercado. No entanto, não sabemos onde isso vai parar, essa tecnologia era como o cinema era há cem anos”, enfatiza o coordenador. Um exemplo de como essa tecnologia já está entrando nas vidas das pessoas é a chegada de jogos como o Ingress e o Pokémon Go. Os dois fazem uso da realidade aumentada, em que pontos da cidade e marcos históricos servem de base para a interação dos usuários com o jogo. “O Pokémon Go e o Ingress fazem muito uso dos marcos históricos, pontos turísticos e de maior concentração de pessoas. Em muito desses casos, estes marcos utilizados são esculturas, pinturas, obras arquitetônicas importantes na cidade”, afirma Rodrigo. “Quando começou o Pokémon Go, várias jogadores revelaram que só depois de jogar começaram a conhecer de verdade a sua cidade, pois o jogo estimula as pessoas a visitarem locais variados. O ingress ainda mais, com missões para visitarem uma sequência temática de pontos históricos, turísticos ou de arquitetura semelhante”, complementa

O grande problema para a falta do avanço dessa tecnologia atualmente é a exígua quantidade de pesquisa na área, além do pequeno número de usuários. “Se formos pensar, não existem ainda 100 mil usuários que possuem equipamento de realidade virtual. Então, fazer um produto e ganhar dinheiro com ele ainda é muito difícil. É por isso que a realidade virtual acaba seguindo por outros caminhos. Agora, a realidade aumentada, que já pode ser utilizada em celular, acaba sendo um mercado promissor”, explica Motta.

Realidade aumentada na arquitetura Um dos principais programas destinados ao desenvolvimento de jogos eletrônicos, a Unreal, também serve de base para desenvolver programas em outras áreas, como é o caso da arquitetura. “Nos demonstrativos dessa tecnologia há muito envolvendo arquitetura e muito de realidade aumentada. Você pode usar um óculos de VR, entrar num apartamento, escolher a cor da parede, que móveis vão estar lá. Especificamente para a arquitetura, de um modo geral, vai ser um benefício muito grande, pois está relacionado a espaços. Você pode tanto transitar, como fazer isso com outras pessoas”, ressalta Rodrigo Motta. Uma outra grande vantagem da realidade aumentada é a possibilidade de aprendizado e de se entrar em contato com lugares e informações que estão inacessíveis no cotidiano. Milhares de pessoas não têm a possibilidade de visitar o Louvre na França, por exemplo, mas a tecnologia da realidade virtual, em conjunto da realidade aumentada, se concretizam como uma oportunidade dessas pessoas obterem esse conhecimento e entrarem em contato com essa obras. Um avanço enorme para estudantes de todas as áreas e profissionais em início de carreira. VR - Flex Interativa

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INTERIORES

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VIAGEM NO TEMPO Grande reforma atualiza para casal um apartamento paulistano que já tinha mais de 40 anos

Texto: Débora Cristina | Fotos: Alain Brugier

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m apartamento antigo, de aproximadamente 200 m 2 , com arquitetura construída há mais de 40 anos e muito bem localizado no bairro Itaim-Bibi, em São Paulo, foi trabalhado pelo arquiteto Diego Revollo para um jovem casal de administradores. Com sinal verde dos proprietários e muitas idéias na cabeça, Revollo recebeu total aval para dar ares atuais à nova morada do casal. Pra começar, o apartamento original tinha uma anacrônica dependência de empregada, com quase 7m 2 , e, para o casal, havia um banho pequeno

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e a ausência de closet. “Essa configuração, inclusive, é bastante comum nos apartamentos dessa época. Para o cliente, essa metragem da dependência de empregada seria muito mais aproveitada ampliando o conforto da suíte do casal. Por isso incorporamos essa metragem à área íntima do apartamento rearranjando os ambientes de tal forma que criamos um closet e um banho mais confortável para o casal”, disse Revollo. O arquiteto tratou de eliminar paredes, integrar áreas e com isso teve incríveis surpresas nessa fase de mudanças. A sanca que aparece no teto da sala de jantar não estava nos planos, mas foi eleita por Diego Revollo o detalhe preferido na arquitetura conquistada. “Ao limparmos o apartamento, nos deparamos com uma estrutura bem reforçada e logo decidimos aproveitá-la para dar personalidade ao projeto. Além do ganho de pédireito que ela proporcionou, o efeito decorativo da estrutura de vigas é um dos maiores atrativos da área social”. Revollo comentou que entre as vantagens e desvantagens de trabalhar em um projeto de renovação total de um apartamento antigo estão justamente as surpresas que surgem durante a fase de demolição das antigas paredes, forros e remoção

dos revestimentos. “Neste, tivemos a sorte, ao eliminar o forro da sala, de nos depararmos com uma estrutura reforçada de vigas de concreto estruturais que esteve todos esses anos encoberta”, conta. “Sugeri de imediato o requadro e a aplicação do cimento queimado para atenuar possíveis imperfeições. Tivemos sorte, pois acabou sendo o elemento mais forte da arquitetura de interiores e o que deu personalidade única ao projeto”.

Integração dos ambientes Outra inclusão feita é a deslizante porta de vidro que separa a cozinha da sala de jantar. Uma vez que a ideia inicial era integrar cada vez mais os ambientes, houve um pouco de resistência do casal, mas Diego Revollo aconselhou o uso da transparência para incorporar um cômodo ao outro de maneira suave. “A integração veio para ficar. Hoje, no escritório, em quase todos os nossos projetos, eu levanto essa possibilidade já em uma primeira reunião. Tenho a vantagem de ter essa característica como uma das marcas do meu trabalho, logo não

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costumo enfrentar grande resistência sempre que proponho ambientes mais conectados e integrados”, explicou Revollo. Ele acrescentou que, mesmo quando o cliente reluta, procura fazer um exercício para que de fato ele entenda que mais que amplitude e integração melhoram o convívio de todos dentro de um apartamento ou casa independente da metragem quadrada. “Explico que os raros momentos em que todos estarão em casa serão mais prazerosos com os ambientes à vista e maior convívio. E normalmente eles passam a aceitar a ideia e depois do resultado final jamais se arrependem”.

Cores clássicas O uso das cores preto e branco como pano de fundo foi uma das principais diretrizes. Definiuse o uso de uma paleta neutra por combinar com o estilo do casal e investiu em contrastes que Diego Revollo considera particularmente interessante. O cliente já era fã do trabalho do escritório quando nos procurou e ressaltou que gostava dessa característica e que ambos gostavam da paleta de cinzas e preto. “Tendo o aval de ambos, sugeri um assoalho de madeira ebanizado que foi o ponto de partida para todos os contrastes e nuances de cinza. Quase todos os cômodos seguem essa paleta de cores”, conta. Para a cozinha, na área de trabalho, foi colocada a cor branca para piso, revestimentos e armários, para maximizar a entrada e difusão da luz natural. Isto já ciente que o contraste entre branco

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e preto, principalmente em uma cozinha integrada, deixaria a composição bem mais interessante. Os dormitórios seguem as tonalidades de cinza e os banhos brancos. “Conseguimos dessa forma um projeto ‘redondo’ onde você percorre todo o apartamento e sente a mesma linguagem marcante e única em todos os ambientes”, avalia o arquiteto. Para Revollo, o maior desafio foi realmente o de maximizar a área do apartamento em uma reorganização dos espaços que se encaixasse ao uso de uma família nos dias atuais. “A planta exigiu vários estudos e reuniões seguidas e um numero razoavelmente maior para a primeira fase do estudo de layout. Quase como um quebracabeça, cada metro quadrado foi pensado nesse sentido de deixar o projeto atual. Uma vez chegada a planta ideal, todo o detalhamento e execução seguiu de forma tranquila”, explicou ele. No fim, um apartamento contemporâneo e total chic, que acomoda um décor funcional com uma mistura interessante que aconchega e conversa com todas as culturas.


Projeto: Interiores Arquiteto: Diego Revollo Obras de arte : Contrerasz, Larreta - Arte Aplicada , Flavia Ribeiro, Manuel Veiga, Bruno Veiga e acervo Cliente Cortinas: Uniflex Plaza Sul e Oscar Freire Mobiliário : Etel Interiores wood , EFFE, Marcheartdevie, Artefacto, Érea, Brentwood, Artesian, Artecato Decoração : Tecido Lexus - Donatelli , Codex Home, Brentwood, Loja TEO, Vitra, MiCasa, In.Casa, Tom Dixon , Firma Casa, Santa Mônica Tapetes, LS Selection, Collectania Iluminação – Allure Iluminação, Designer Jonas Damon – Marche Art de Vie, OnLight, Bertolucci, Artemide-Elight Revestimentos: Cimento Queimado - Bricolagem Brasil, Assoalho de Sucupira Ebanizada – Gasômetro Madeiras, Portofino Granja Viana, Papel Flamant – Orlean Marcenaria: Design Diego Revollo – Execução Marcenaria Inovart, Modulados: Cozinha Kitchens Cuba e metais: Mekal, Deca Bancada e Cubas Nanoglass: Mont Blanc Mármores

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INTERIORES

MUNDO DA LINGERIE

Modernidade e sensualidade na arquitetura da nova loja da HOPE Texto: Lidiane Gonçalves | Fotos: Divulgação

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Hope resolveu apostar em um novo projeto, mais moderno, para as suas lojas. A primeira a passar pelas mudanças foi a loja do Morumbi Shopping e a ideia é que em cinco anos as 180 franquias da marca estejam modificadas, revelando o novo momento mais moderno da loja. Os arquitetos Bel Lobo e Bob Neri, do escritório be.bo, são os responsáveis por essa mudança de formato. Metais, espelhos, neons e luminárias decorativas dão o tom do local. Repleta de elementos marcantes, o grande destaque fica por conta da trama metálica em aço inox que envolve toda a loja, por dentro e por fora, gerando ao

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mesmo tempo uma transparência e um mistério, qualidades inerentes ao mundo da lingerie. O neon foi escolhido para fazer parte deste novo projeto por trazer um brilho adicional e gerar um clima de informalidade e sensualidade que envolve o cliente. “Lingerie do seu jeito”, frase que está em destaque na decoração da loja, é o manifesto da marca. Ele incentiva as mulheres a usarem a lingerie como protagonista do look. Essa tendência é muito forte e muito usada principalmente pelas mulheres mais famosas no mundo todo. “Vemos muito em festas e ‘ red carpets ’. Nossa missão é mostrar que todas as mulheres podem adotar essa tendência,


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e que assim elas vão se empoderar e aumentar sua autoconfiança”, disse Bob Nery. Ele explicou ainda que o projeto pretende ser mais contemporâneo e sensual. Além de possibilitar uma maior setorização das linhas. “Tínhamos que atualizar as lojas no sentido de apresentar um projeto mais jovem, ressaltando também produtos mais diferenciados e mais ‘sexy’, cuja percepção não era tão favorecida ou destacada no projeto anterior”. Os arquitetos revelam que há desafio quando se faz projeto para dar uma nova roupagem a uma marca já conhecida. “É oferecer uma experiência nova sem comprometer os atributos que trouxeram a marca aonde ela está”.

Mais da marca A fábrica está há mais de 50 anos no mercado e é a empresa líder e referência no segmento de moda íntima no Brasil. É uma das primeiras marcas de lingerie do país e surgiu com a simples e ambiciosa proposta de transformar a vida das mulheres. Essa história é hoje solidificada por meio do Grupo, que engloba três grandes marcas brasileiras: Hope, Resort e Bonjour Lingerie. O projeto procura encantar a mulher brasileira que sabe o que quer; a mulher sofisticada que valoriza a expertise; a mulher fashion que não abre mão do que é trendy e confortável; a mulher versátil que inova a cada dia. Rendas exclusivas que se evidenciam na tendência da lingerie como outwear são elementos de destaque nas coleções.

Projeto: Interiores Arquitetos:: Bel Lobo e Bob Neri

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INTERIORES

LOFT SE ABRE PARA

A VISTA DE SÃO PAULO Apartamento de 76 m² tem ambientes integrados e décor com materiais rústicos

Texto: Gabriela Fachin | Fotos: Divulgação dc33

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epois de viver na cidade de Barcelona, na Espanha, e também nos Estados Unidos, o morador queria trazer um pouco desses lugares para seu apartamento em São Paulo. O arquiteto Pietro Terlizzi, responsável pela reforma e projeto de interiores, decidiu integrar os ambientes e mesclar materiais brutos com elementos delicados. O resultado é uma morada de estilo rústico e contemporâneo, inspirada nos lofts de Nova York e da Europa. A planta original era bem compartimentada, os ambientes eram pequenos e a varanda enorme, se comparada ao restante do apartamento. Assim, o

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ponto principal do projeto foi viabilizar a integração da área social. Para isso, foi necessário fazer uma mudança radical na disposição dos ambientes, trocando o espaço da cozinha e lavanderia para a antiga posição do lavabo. “A partir da planta original e sem muitas opções, conseguimos transformar o imóvel para ambientes com super flexibilidade de ideias de layout, iluminação e situações de uso”, conta Pietro. Para unir sala e varanda, o profissional optou pelo fechamento em vidro da fachada, dando ao loft uma “vitrine” de 12 metros para a vista de São Paulo. Além do skyline , o recurso permitiu a entrada de iluminação natural em


abundância, dispensando o uso de luz artificial praticamente durante todo o dia. Ainda sobre a iluminação, o apartamento também contou com um projeto luminotécnico muito bem estudado para criar cenas diferentes para os momentos de vida do jovem morador. O assoalho de cumaru cobre toda a área social e, nas paredes, o revestimento de tijolo e a textura de concreto remetem aos lofts novaiorquinos. O estar foi pensado para ser um home theate r, com sonorização de cinema e televisão de 75 polegadas de alta resolução. Os nichos do móvel em madeira permitiram a decoração com objetos de viagem e peças que fazem parte da história pessoal do cliente. Posicionada para o estar, a cozinha, no estilo americano, combina subway tiles brancos e armários cinza com os azulejos pintados em tons de azul na frente da bancada e iluminada por três pendentes pretos. Assim, além de receber os amigos, é possível apreciar toda a vista do apartamento – e também da cidade. A mesa circular, as cadeiras azuis e o pendente com acabamento envelhecido formam o

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jantar, próximo ao bar. O perfeito aproveitamento da varanda integrada permitiu ainda o espaço para o home office , composto pela bancada e os nichos que organizam os livros e recebem a impressora. O quarto ganhou uma janela acústica automatizada com veneziana móvel. A decoração segue o mesmo estilo da área social, combinando madeira, tijolinhos e tons de cinza. Tudo pensado no estilo de vida do cliente.

Projeto: Interiores Arquiteto: Pietro Terlizzi Mobiliário e iluminação: Westwing, Oppa, Classica Design e Etna | Marmoraria: Petramar Revestimentos e piso: Lepri, Portobello eTanah Assoalhos | Marcenaria: S M Marcenaria Esquadrias: Mansur Vidros | Empreiteira: Execcult Empreiteira

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Texto: Renato FĂŠlix | Fotos: Vilmar Costa

UM MERCADO SUPER Projeto de um novo empreendimento marca a paisagem de uma das mais movimentadas avenidas de JoĂŁo Pessoa

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r ao supermercado é uma atividade que é comum a praticamente todo mundo. Mas um empreendimento localizado na Av. Rui Carneiro, uma das mais importantes e movimentadas de João Pessoa, pretende criar uma experiência diferente: um supermercado com design. A nova loja, com 900m2 de área total (400m2 de área de venda) tem projeto de arquitetura de Eduardo Nóbrega e Marianna Silveira, que procurou unir um tom local a esse formato. “Usamos a nossa cultura a favor do projeto”, conta Nóbrega. “A utilização de materiais regionais como cimento queimado, tijolo aparente, ladrilho hidráulico trazem um pouco dessa característica. Não quisemos fazer um supermercado de luxo, mas um supermercado design, que as pessoas se sentissem confortáveis ao fazer compras”. Havia uma edificação existente no local, mas o projeto optou pela demolição e construção de uma nova edificação. “O projeto envolveu o projeto

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de demolição, o projeto de arquitetura, o projeto de design de interiores e o projeto de iluminação com parceria com Daniel Muniz, da Light Design”, explica Marianna. A ideia, claro, é se destacar frente aos supermercados tradicionais. “O cliente solicitou uma edificação inovadora, que fosse diferente do estilo ‘galpão’ que o supermercado incorporou desde o movimento pós moderno”, diz Nóbrega. A partir daí, vieram as escolhas particulares, como o preto que domina a fachada. “Utilizamos a paleta de cores baseado nos materiais naturais com a ousadia do preto”. “Sempre quisemos misturar o rústico, o moderno, o regional e, principalmente a arte”, completa Marianna. “Assim, a estética da edificação foi perdendo a forma de galpão e ganhando uma forma própria”. Uma solução importante, na opinião dos arquitetos, foram os brises em forma de colmeia.


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“Optamos por 3 tipos de módulos de chapa metálica na composição: uma vazada, uma telada é uma sólida”, explica Nóbrega. “As cores do brise, preto e cinza, fazem um jogo com a mistura dos revestimentos de tijolo aparente, que é preto, marrom e de cor natural. Já na lateral da edificação, a fachada oeste, temos uma vitrina voltada para o estacionamento, que demos o destaque com um grafismo da artista local Thaynah”.

Iluminação A quantidade de equipamentos movidos a energia levou a uma atenção especial a respeito da capacidade elétrica do supermercado. Isso

também inclui o projeto luminotécnico. “O projeto luminotécnico fez toda a diferença”, aponta Marianna. “Optamos por uma iluminação de destaque dos alimentos: além de uma iluminação geral, tivemos os trilhos de iluminação direcionados para os produtos. O sistema de trilho suspenso nos corredores foi feito sob customização. “Tínhamos um pé-direito de 8 metros e as fontes de luz precisavam estar nivelados a 2,5 metros”, explica o lighting designer Daniel Muniz. Esta altura era a necessária para o ângulo de abertura do foco das lâmpadas LED iluminar as prateleiras. “E os perfis de luz difusa não perderiam tanto fluxo nesta altura. Então criamos um sistema alternado e suspenso através de varões metálicos, de luz difusa para circulação e luz difusa

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para as gôndolas. Na circulação, estimamos em 150 lux/metro quadrado, visto que tínhamos também que valorizar os ladrilhos aplicados no piso. Nas gôndolas, o ponto central do foco ficou por volta de 300 lux”. “Já no hortifruti e nos caixas, utilizamos o tensorflex para fazer a iluminação e também a comunicação visual desses dois espaços”, conta

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Nóbrega. O setor de hortifruti é apontado pela dupla justamente como o destaque do projeto. “Todo o projeto de interiores foi voltado para o hortifruti como centralizador”. “O ponto de partida foi a luz difusa e uniforme desta solução com um alto índice de reprodução de cor”, comenta Muniz. “Uma faixa de luz difusa de 11 x 1,6 metros por cima de uma


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pergola de madeira, e uma vegetação caida sobre a bancada, com lâmpadas fluorescentes com IRC > 90 e lâmpadas Vintage de filamento para dar uma pegada decorativa à composição”. “Além da utilização da iluminação pelo tensorflex, usamos uma pérgola de madeira com vegetação – artificial, por conta da vigilância sanitária – e lâmpadas de filamento para dar um charme e aconchego”, completa Marianna. “Marcamos o espaço também com um piso diferenciado em porcelanato que faz referência à madeira”. “Além da tela retroiluminada, das lâmpadas Vintage, temos também focos de luz no perímetro, direcionando a luz para frutas e verduras, dando um brilho e aumentando o fluxo luminoso nesta grande bancada”, continua Muniz. “Outro tensoflex de 10,5 x 2 metros também está compondo uma solução de iluminação difusa acima da bateria dos caixas, com bastante luz uniforme”. Já na iluminação da fachada, foram utilizadas peças de piso com alto fluxo luminoso e blindada

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para uso externo. O lighting designer explica: “O supermercado está numa avenida principal onde temos varios postes de iluminação pública”. Para que a fachada tenha destaque tanto de dia quanto de noite, foi preciso enfrentar esse obstáculo, realçando as cores e a estrutura metalica. “E à noite, com estes fachos de luz uplight ”, conclui. Tudo converge para um projeto visualmente impactante, que modifica com autoridade a paisagem da avenida. É um trabalho que procura marcar as pessoas por dentro e por fora.

Projeto: Arquitetura e interiores Arquitetos:

Eduardo Nóbrega e Marianna Silveira Engenharia: Camont Engenharia (Engenheiro Responsável: Diego Monteiro). Revestimentos: Bracol , Obi e Espaço Vinilico Estrutura metálica: Diferencial PB Iluminação: LightDesign + Exporlux e Stellatech

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ARQUITETURA E CINEMA

AS CORES DO ALÉM A animação ‘Viva – A Vida É uma Festa’ imagina o mundo dos mortos segundo os mexicanos: colorido e vibrante, mas sem esquecer os excluídos

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México tem uma maneira peculiar de tratar da morte. Seu Dia de los Muertos é uma tradição cultural que muitas vezes é retratado por outros povos como um clichê do país. Tratar dele com propriedade foi um dos desafios de Viva – A Vida É uma Festa (2017), da Disney/ Pixar, sobre um garoto, Miguel, que magicamente chega vivo ao mundo dos mortos. O filme se passa, no começo e no fim, em uma pequena cidade mexicana, Santa Cecília. Em sua maior parte, nesse mundo dos mortos criado pelo filme. Nas duas ambientações, a arquitetura é fundamental, como analisam os arquitetos Andreína Fernandes, Giovani Andrade, Juliana Vitoriano e Márcia Barreiros, que assistiram ao filme a convite da AE. Entre esses dois mundos, há uma ligação importante: uma ponte de pétalas, que se forma no Dia de los Muertos. Segundo a tradição (e segundo o filme), as famílias cultuam seus mortos nesse dia, colocando suas fotos em altares, para que eles possam vir ao nosso mundo, nos visitar. Para o filme, quem não tem foto em altar, tem o “visto” negado e não pode fazer a travessia. “Os vivos fazem um caminho com as pétalas, para que os mortos possam chegar ao local de oferenda. A ponte é construída totalmente daquelas flores”, diz Juliana. “E há um simbolismo. Você tem que construir a ponte. Ela não existe. Ela é construída dos vivos para os mortos”, completa Andreína. “Ela é construída com um elemento afetivo. São as mesmas pétalas que os personagens usam para abençoar os vivos. É como uma ponte de carinho”, diz Giovani Andrade. O mundo dos mortos é muito colorido, reflexo de como os mexicanos veem a data, e é construído levando-se em conta elementos da cultura mexicana, como as pirâmides astecas. “As casas do centrão são uma replicação dos altares das famílias”, explica Andrade. Há uma imponência que envolve um trânsito grande de pessoas e arranha-céus, às vezes até um pouco confuso. “É a soma da construção da memória de quem está morando lá”, diz Andreína. “Esse cenário caótico é porque é um somatório. Não parece ter um ‘prefeito’ gerindo a cidade”. Mas esse centro implica também em uma periferia. O “centro” é habitado pela elite do mundo dos mortos: aqueles que são lembrados e homenageados no dia de finados. Os esquecidos, que não dispõem desse sentido de valor, são marginalizados. “A gente tem que lembrar que a arquitetura agrega e segrega em todo canto, até no mundo dos mortos”, afirma Andrade. “Se você não está inserido

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Texto: Renato Félix | Fotos: Divulgação


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naquele contexto social, você está numa estrutura de taipas, palafitas, muito próxima das favelas que a gente tem aqui”. “Nós também temos nossos invisíveis sociais”, aponta Juliana. Os esquecidos do mundo dos mortos espelham os esquecidos do mundo dos vivos. No extremo oposto, está Ernesto de la Cruz, o ator-cantor que morreu no auge do sucesso e que Miguel deduz ser seu tataravô. O quanto mais você é lembrado, mais você é rico, e é evidente o status de De la Cruz. “Ninguém sabe quem é a família dele, mas ele é lembrado por tantos fãs que ele vai ser eterno no mundo dos mortos, o mais rico e o mais famoso ali”, diz Andreína. A morada do cantor é uma ostentação desse status. “É a torre mais alta”, diz Márcia Barreiros, lembrando que um teleférico é necessário para chegar no alto, onde está a mansão. “A casa é um grande espelho que só reflete a ele”, explica Andreína. Uma grande e concorrida festa acontece lá no dia de finados, com telões por todo lado exibindo seus antigos filmes, e uma piscina em forma de violão na sala. Há um detalhe bastante eloquente na elaboração do personagem: nesse mundo tão colorido, tudo o que o envolve é branco. A torre é branca, sua roupa é branca, seu violão clássico é branco, os filmes são em preto-e-branco. “Esse colorido da casa das pessoas é a referência dos enfeites que as pessoas colocam nos altares, sempre muito coloridos. Como o De la Cruz não tem ninguém que se importe realmente com ele, é tudo branco”, opina Andrade. É uma maneira de o filme destacar o personagem do contexto em que ele está inserido – e de mais de uma maneira. Mesmo com toda a ostentação que o cerca, é a representação de um vazio.

Santa Cecília é elaborada sobre outra chave: a do realismo. Viva mostra o local evocando o que pode de um pequeno vilarejo mexicano: inclusive a praça, que é o epicentro da vida comunitária local. “Tem uma frase em que a avó pergunta pra ele: ‘Onde você vai?’. ‘Vou pra praça’. ‘Mas é onde tudo acontece!’”, diz Márcia. “Então eles pensaram nessa construção da cidade pequena. Você passa pelas ruas meio que desertas, mas quando chega à praça, ela tem luz, tem cor, tem movimento, tem gente”. Mas mesmo aí a arquitetura é usada para passar uma ideia. A casa da família de Miguel é mostrada como um elemento que separa a família do mundo exterior. Quatro gerações vivem ali, em várias unidades unidas por um pátio e separadas da rua por um muro e um portão. “Quase como um condomínio fechado de hoje”, compara Márcia. Viva mostra que no cinema de animação a arquitetura também é um elemento que deve ser usado para comunicar ideias e refletir a personalidade e ideias dos personagens. Seja retratando um mundo realista ou criando um de fantasia.

Arquitetos convidados:

Andreína Fernandes, Giovani Andrade, Juliana Vitoriano e Márcia Barreiros

Local HIFI

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Show Room - Av.MaranhĂŁo, 500 | (83) 3214.7706 | www.hifihometheater.com.br


AMBIENTAÇÃO

O SEGREDO ESTÁ NAS REFERÊNCIAS Arquitetos e clientes aproveitam elementos da cultura pop para montar ambientes equilibrados e repletos de personalidade

Projeto: Ana Lucia Salama e Gerson Dutra de Sá (Todeschini)

Texto: Alex Lacerda | Fotos: Márcio Souza


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oda casa tende a refletir a personalidade de seu dono, seja na escolha dos quadros, do estilo dos móveis ou ainda no material a ser usado durante o processo de construção. E quando essa personalidade é de um geek aficionado por tecnologia, jogos eletrônicos ou de tabuleiro e cultura pop em geral, essa característica fica ainda mais evidente por sair do convencional. Para o arquiteto ou design de interiores, é um desafio prazeroso proporcionar um ambiente geek sóbrio, mas que esteja, ao mesmo tempo, dentro da proposta do cliente. Um dos segredos pela busca desse equilíbrio, segundo a arquiteta Larissa Vinagre, é apostar nas referências. “O mundo geek é repleto de referências, sejam filmes, séries, jogos, entre vários outros temas. Então, podemos tentar traduzir essas referências em um projeto arrojado e atual, seguindo as tendências de decoração”, explica. A arquiteta Olivia Polianna reafirma que a referência é um excelente recurso, mas aponta que não se pode atrelar o universo geek ao infantil. “Ao escolher a temática geek, não necessariamente devemos associála a algo infantil, mas sim a um modelo de identidade visual rico e cheio de diversidade”, afirma. Ela aponta também que, em geral, este cliente é um fã, mas não apenas isso, geralmente é alguém que possui toda uma carga de conhecimento e valor sobre a temática. “Neste

ponto, é fundamental para o profissional pesquisar sobre o assunto, assim, evitando estereótipos sobre o foco de interesse do cliente em questão”, diz. “Se o cliente for um colecionador, ele possivelmente precisará de mil e um modelos de prateleiras ou nichos para acomodar adequadamente seus itens, mantendo-os protegidos das mãos curiosas de outros. Desta forma, o programa de necessidades é extenso e variado como todo outro projeto de ambientação”, ressalta Olívia. O professor Wendell Lima sempre foi um fã de quadrinhos e séries de ficção científica. Desde cedo começou uma memorabilia destes temas, até que decidiu construir um cômodo na casa apenas para acomodar suas histórias em quadrinhos e figuras de super-heróis de séries ou filmes de ficção científica, como Jornada nas Estrelas, Star Wars e Doctor Who. “Não foi exatamente uma ideia que apareceu. Eu comprava meus souvenirs por amor de fã e tinha que guardar em algum lugar. Com o tempo, minhas figuras eram tantas que foram servindo de decoração em meus espaços, até meu escritório ficar do jeito que é agora”, assume, orgulhoso. Larissa Vinagre ressalta que o perfil de clientes geek é geralmente composto por pessoas jovens que amam o mundo da tecnologia e procuram acompanhar todos os lançamentos e tendências dessa área. Ao

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mesmo tempo, são fãs de filmes e séries, amam HQs, em especial as japonesas, e colecionam diversos exemplares, bem como action figures relacionados aos temas. Ela destaca que achar espaço para tudo isso é o maior desafio. Wendell, que é casado e acaba de se tornar pai, revela o segredo para manter suas coleções organizadas e com um ambiente exclusivo para ele na casa. “A negociação com a companheira é simples: ela manda na casa. Mas, no meu escritório, como diria ( o comediante americano )

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Jerry Seinfeld, eu sou o senhor do meu domínio”, brinca. Ele assegura que o ambiente reflete perfeitamente sua personalidade. “Digamos que, se você não me conhece, mas tiver a chance de entrar em meu escritório, vai ter uma boa ideia de quem sou eu”, diz, enfatizando que ainda não parou de formar sua coleção. “Os heróis e séries não são o limite. Eu compro de tudo que gosto. Quanto tempo levou pra terminar? Não terminou. Nunca termina!”, complementa.


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DICAS

SINAL VERDE

Cinco ideias de plantas na decoração que vão dar um charme a mais no ambiente do seu apartamento

Zamioculca

Texto: Maria Rossi | Fotos: Trisul

Rosa de Pedra

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Palmeira ráfia


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ocê quer dar um toque de cor, vida e energia para a sua casa? Então, aposte em plantas na decoração. Além de embelezar o ambiente, elas contribuem para deixar os cômodos mais frescos e até mesmo para purificar o ar. Porém, ao morar em apartamento menores, muitos acabam desistindo de cultivá-las por falta de espaço ou por acreditarem que elas precisam de um local aberto e bastante iluminado. No entanto, existem espécies ideais para moradias menores e que não tenham uma grande incidência de luz solar. Para ajudá-lo, a Universidade Trisul selecionou cinco plantas que são perfeitas para apartamento. Quer descobrir quais são elas, os cuidados necessários e como usá-las na decoração? Então, é só continuar a leitura!

1. Lança de São Jorge

A lança de São Jorge é uma espécie perfeita para quem deseja utilizar plantas na decoração, mas não tem muito espaço disponível no apartamento. Ela é compacta e suas folhas verdes são compridas, pontudas e retas. Assim, fica fácil cultivá-la em vasos menores e colocá-los no chão ou sobre móveis. Outra vantagem é que elas se adaptam bem tanto em locais com mais luz quanto aqueles com mais sombra. A lança de São Jorge deixa o ambiente mais elegante e, além disso, sua presença ainda está relacionada com a purificação do ar e das energias ao redor.

compor horta em apartamentos, principalmente no formato vertical. Para que a rosa de pedra cresça bem, deixe-a em lugares mais sombreados e faça regas esporádicas — a cada duas semanas, por exemplo.

5. Lírio da Paz

Por fim, o lírio da paz também vai bem dentro de um apartamento ou na área destinada ao terraço. A planta tem folhas verdes e viçosas e flores brancas. Não exige muitos cuidados, mas fica mais bonita em um ambiente úmido. Assim, vale a pena borrifar água na folhagem com uma certa frequência. Procure regá-la uma vez na semana, mas verifique se o solo está seco. Para que ela cresça de forma saudável, faça podas regulares e tire as partes que estão secas. Viu só quantas opções? Basta escolher corretamente e cuidar da forma certa para usar bem as plantas na decoração! Você vai ver como elas vão renovar o ambiente.

2. Palmeira-ráfia

Geralmente utilizada em escritórios, a palmeira-ráfia é perfeita para locais fechados e com pouca incidência de sol. Ela também pode ser utilizada para trazer aquele charme para a decoração de varanda. Essa planta tem um tronco fino e comprido que pode atingir entre dois a quatro metros de altura e, no topo, folhas verdes em tiras. Para cuidar bem dela, borrife água para evitar que a folhagem fique queimada e cuide para manter a terra do vaso umedecida.

Lírio da paz

3. Zamioculca

A folhagem bem verde e brilhante da zamioculca ajuda a deixar o ambiente mais iluminado. Seus ramos podem ser deixados soltos, caindo do vaso, ou juntos, amarrados a uma aresta fixa na terra. Ela pode ser utilizada na sala, varanda ou até mesmo no quarto do casal. Para cuidar bem da planta, evite deixá-la exposta ao sol, pode suas folhas secas e regue-a com pouca água.

4. Rosa de Pedra

Você conhece a rosa de pedra? Ela é uma suculenta que tem um formato de flor, com uma cor verde clara e bastante versátil para a decoração. O cultivo pode ser feito em vasos, terrários ou mini jardins. Porém, ela funciona muito bem para Espada de São Jorge

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DICAS

LIMPEZA TOTAL

Aproveite para começar 2019 com a casa limpa e em ordem com algumas dicas práticas Texto: Dayane Richner | Fotos: Divulgação

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om o início do ano, muitas famílias se programam para deixar a casa limpinha e perfeita para começar o ano com o pé direito. Pensando nisso, a sócia de uma rede especializada em serviços de limpeza ecológica que atende imóveis residenciais e comerciais, Ana Paula Barbacena, sugere algumas dicas para quem pretende aproveitar este período para cuidar do lar e colocar a limpeza em dia.

Tapetes e sofás Os tapetes precisam ser lavados a cada seis meses e aspirados de 2 a 3 vezes por semana, dos dois

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lados, e é importante sempre deixar limpo o piso antes de colocar o tapete de volta ao lugar. Os sofás devem ser aspirados semanalmente, pois toda a poluição do dia-a-dia fica armazenada no estofado, o que podem causar alergias e problemas respiratórios. No entanto é recomendado lavar e impermeabilizar profundamente os sofás a cada seis meses, evitando assim o acúmulo de germes no estofado. Como nas férias as famílias costumam viajar, esse é um bom momento para fazer essa lavagem mais profunda. Use produtos antialérgicos e naturais, principalmente em casas que tem crianças e animais. Nas lavagens de estofados utilizamos shampoo neutro de baixa espumação e ação bactericida, além de um


sistema de extração simultânea na qual se retira, instantaneamente, toda a sujeira do tecido.

Se a casa tiver crianças e animais, também é indicado impermeabilizar os estofados. Cheque também se a empresa de limpeza utiliza produtos não inflamáveis à base de água e inodoros, pois esses produtos não alteram a aparência e a maciez do estofado e secam em apenas seis horas após a aplicação.

um amaciante diluído em água do gosto da pessoa e borrifar em toda cortina. Antes de lavar as cortinas é necessário verificar se ela pode ser lavada em casa, pois lavar em casa certos tipos de cortinas pode danificar o tecido. No caso dos cobertores, eles precisam ser lavados a cada dois meses, de preferência em uma lavanderia que faça a limpeza com tratamento bactericida para eliminação de ácaros e bactérias. Algumas pessoas ainda costumam usar a dica da vovó e deixar os cobertores expostos ao sol nos dias frios e úmidos, mas os ácaros e bactérias adoram calor e assim eles acabam se proliferando.

Cortinas e cobertores

Colchões e almofadas

O grande segredinho para lavar as cortinas em casa é deixar de molho por 24 horas com água limpa e o detergente que a pessoa esteja habituada a usar e trocar a água a cada 12 horas. Depois disso lava-se normalmente e após secar é necessário borrifar

O ideal é que se aspire semanalmente e que seja realizada uma lavagem profunda para eliminação de ácaros e bactérias a cada 6 meses. No final, coloque um aroma gostoso e curta a sua casa.

Impermeabilização

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SALA DE AULA

ESCALA REVELADORA

Em tempos de AutoCad e Revit, o aprendizado de maquetes físicas continua sendo muito importante para o arquiteto Texto: Renato Félix | Fotos: Divulgação

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aquetes virtuais, em 3D, para venda e informação ao cliente, vêm se tornado cada vez mais comuns entre os profissionais da arquitetura. São proporcionados por softwares gráficos como o AutoCad, SketchUp ou até mesmo o Revit. Sendo assim, faz sentido ainda o ensino da produção de maquetes físicas nas salas de aula das universidades? O professor Amaro Muniz acredita que a discussão vai além disso. “Na minha opinião, existe uma coisa que antecede a isso, que é o pensamento de arquitetura de um forma mais física e menos virtual”, diz. “Eu tenho a impressão de que, apesar de termos ferramentas brilhantes que fazem as imagens virtuais, elas são bipartidas: elas informam extremamente bem ao consumidor, mas, digamos assim, não qualificam quem produz o produto”. Tudo, na prática, depende do projeto. “Na verdade, para ter um resultado bom, que resulte numa maquete boa, é preciso você ter um projeto bom”, analisa. “O projeto bom naturalmente é construído em etapas um pouco diferentes desse excesso de virtualidade que a gente tem hoje”. Por isso, saber compor uma maquete física volumétrica ainda seria essencial. “Nesse sentido, eu acho que a maquete física, ainda que não seja muito detalhada, no âmbito do ensino acho que são extremamente necessárias”, opina. “Até porque existe um procedimento que você pode melhor aproveitar quando você vê uma maquete que é melhor eliminar a estereocopia. Quando você vê uma maquete e olha para ela com os dois olhos, tem uma sensação; se fechar um olho e olhar para ela de perto, por incrível que pareça, tem uma sensação totalmente diferente. Você entra na escala da maquete; se olha com os dois olhos, você ‘sabe’ que aquilo é uma maquete. É um fenômeno muito interessante”. Muniz compara com a música, preferindo chamar maquete de “composição de arquitetura”. “É mais ou menos como uma ‘demo’, que mostra uma composição musical. Nem sempre está acabado, nem sempre é a solução final, mas ela dá uma noção de qual música você está produzindo, construindo”. Partindo daí, ele também relativiza os conceitos de maquete “bem feita” e maquete “mal feita”. “Imagine que essa maquete mal feita seja de uma boa composição de arquitetura. Ainda assim, ela haverá de seduzir mais as pessoas que uma maquete bem feita de uma composição ruim”, afirma. “Aliás, a maquete bem feita de uma composição ruim vai mostrar com mais exatidão o quanto é ruim o objeto de arquitetura que está sendo pensado. Então, maquete não é fim, é meio”. Amaro Muniz chama a disciplina que trata das maquetes de “oficina de plástica”. “É o tratamento plástico que você está dando ao seu pensamento, à sua composição”, conta. “Tanto que às vezes ela não atende nem através de maquetismo. Você pode até se

utilizar de volumes de joguinho infantil de cubinhos de madeira, juntar e fazer uma maquete volumétrica de uma ideia que você está tendo. Então a maquete, o tratamento volumétrico, não é isso que a gente vê a toda hora”. Para ele a maquete é, sobretudo, reveladora – e, por isso, assusta os alunos. “Você consegue ver rapidinho quem é arquiteto e quem não é. Às vezes o aluno ama enlouquecidamente a arquitetura e jamais será arquiteto”, conta. “Mas quando aparece uma sacação do aluno, você diz ‘Pô, esse cara não é gente desse mundo. Esse cara tem que ser trabalhado’. Para isso, você tem que colar nele e tem que arrancar a alma dele. Tem que explorar impiedosamente. E você não pode fazer isso com quem não tem força”.

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ERRATA: Na AE 62, seção Ambientação, sobre o casa cor PB: erramos o nome dos arquitetos Karina Mendes e Antonio Neves ( living de entrada)

Carmen Lúcia Rubin Bibliotecária BIBLIOTECA FACULDADE DE ARQUITETURA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Obrigada pelos elogios, Carmen. Enviaremos, sim, os exemplares para vocês. Abraço! _____________________________________________________ Meu e-mail é de agradecimento por uma revista tão completa e que melhora a cada edição. Mas, pela primeira vez, tive coragem de me expressar. Essa última edição 62 eu li inteira, numa só noite, de tanta matéria e conteúdo que posso aproveitar em minha vida. Sei que ela é gratuita, mas eu pagaria para ler. Obrigada por nos apresentar e pela generosidade de tanto conteúdo.

Também na AE 62, no artigo de Hélio Costa Lima sobre a casa do Sítio Passarim, as fotos do projeto são de autoria do arquiteto Roberto Moita.

Helena Martins João Pessoa - PB

Obrigada, Helena, nós é que agradecemos a sua generosidade em entrar em contato conosco e nos mostrar que estamos no caminho certo. Estamos sempre tentando melhorar e entregar cada vez mais conteúdo. Abraço!

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Também na AE 62, na página 79, leia-se o nome Alain Moszkowicz no ambiente (zen lounge)


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PONTO FINAL

Tão sutilmente em tantos breves anos foram se trocando sobre os muros mais que desigualdades, semelhanças, que aos poucos dois são um, sem que no entanto deixem de ser plurais: talvez as asas de um só anjo, inseparáveis. Presenças, solidões que vão tecendo a vida, o filho que se faz, uma árvore plantada, o tempo gotejando do telhado. Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe o pó de um cotidiano desencanto. Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos que uma em outra pode se trocar, sem que alguém de fora o percebesse nunca.

LYA LUFT

Escritora e tradutora brasileira

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Qualidade | Flexibilidade | Conforto luminoso

Av. Geraldo Costa, 601, Manaíra, João Pessoa – PB Telefone: 83 3226 2622 I www.lightdesign.com.br

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