o infinito ĂŠ o limite!
Ipatinga: Cana達 / Centro / Horto / Shopping do Vale - Cel. Fabriciano
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CARTA AO LEITOR
Estamos de volta, com muito mais atitude. “Habilidade é o que você é capaz de fazer. Motivação determina o que você faz. Atitude determina a qualidade ou o quão bem você faz.” A reflexão é de Lou Holtz, 74 anos, imbatível treinador da história recente do futebol americano e hoje um dos mais festejados autores e palestrantes motivacionais dos Estados Unidos. Ela traduz bem o nosso estado de espírito ao elaborar a segunda edição de atitude.
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Se antes de estar plenamente materializada a edição nº 1 já havíamos recebido tantas manifestações de confiança, após a circulação da revista fomos premiados com uma torrente de incentivos ainda mais impetuosa. E, confesso, por muitos dias fiquei lambendo a “cria”. Quem é pai, sabe do que estou falando: nada se iguala à emoção do nascimento. Temos razões de sobra para trabalharmos felizes, entusiasmados. Ou, para gastar um pouco de erudição, na perfeita essência da palavra grega, com en-theo-siasmus (tendo Deus dentro de nós). Obviamente que deslizes aqui e ali ocorrem em toda e qualquer atividade. Mas, não temos por que remoê-los. A análise exigente que fizemos do número inaugural, para galgar um padrão de qualidade mais excelente, “bateu” com as sugestões e críticas pontuais que recebemos. E, assim, percebemos ter conquistado uma sintonia fina e gratificante com nosso público leitor, em todos os níveis sociais. Com máxima dedicação, esperamos uma vez mais ser avaliados positivamente. O que podemos adiantar é que os profissionais de atitude continuam empenhados em repercutir histórias inéditas, valorizar temas e pessoas que, de alguma forma, tenham algo a somar. Gente que exale ânimo, dê melhor sentido à vida. Afinal, quem não precisa de referenciais para seguir adiante nesse competitivo mundo atual?
Luiz Carlos Kadyll EDITOR-CHEFE
EDITOR-CHEFE Luiz Carlos Kadyll kadyll@revistaatitude.com
DIRETOR COMERCIAL Wagner Eustáquio wagner@revistaatitude.com (31)9259-7132 / (31)8699-4152
REPORTAGENS José Vinícius Ferreira josevinicius@revistaatitude.com
Juliany Cristina Rigueira juliany@revistaatitude.com
Goretti Zeferino goretti@revistaatitude.com
FOTOGRAFIAS Nilmar Lage nilmar@revistaatitude.com
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Juninho Zeff juninho@revistaatitude.com
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PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Alisson Assis
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alisson@revistaatitude.com (31)8836-4002
ASSISTENTES DE ARTE Ellen Villefer ellen@revistaatitude.com
Willian Júnior willian@revistaatitude.com
Tiragem
3.000 exemplares
ENVIE SUGESTÕES A revista atitude conta com a sua participação para proporcionar sempre um alto nível de informação aos seus leitores. Envie suas sugestões de reportagens para o e-mail sugestao@revistaatitude.com. Elas serão avaliadas por nossa equipe com toda atenção.
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SUMÁRIO 56
CHURRASCARIA NILMAR LAGE
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JUNINHO ZEFF
José Magno, cercado por sua equipe de apoio, na fábrica de polpas, picolés e sucos Boachá: sabores arrebatadores
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Maria de Fátima, auxiliar de serviços, sacoleira e vendedora, no premiadíssimo quarto do filho
22 O jeito Boachá de fazer
Fabricante do “melhor picolé de fruta do mundo” diz que seu principal segredo é se emocionar com o que há de mais simples na vida.
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NEUZA PRODUÇÕES
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40 Jovens acometidas de câncer
No Vale do Aço, as experiências emocionantes de mulheres que viveram o drama da doença – relativamente rara antes dos 35 anos de idade – mesmo fora da faixa de risco.
56 Sandro, o “Forrest Gump” ipatinguense
Mãe do para-aleta olímpico Sandro Alex, que morreu tragicamente em um acidente de ônibus, faz revelações surpreendentes sobre o fenômeno das pistas e das piscinas.
68 Timotense constroi aeromodelos gigantes
O mundo mágico do gesseiro Reinaldo Carola, morador do Recanto Verde cujo hobby é fabricar aviões radiocontrolados, desde a fuselagem até à hélice.
Luciene Perfeito, com a pequena Rafaela: troféu em carne e osso, após um festival de provações
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Fotos: Gr ão Fotografia
Como Vargem Alegre se tornou o município com maior concentração de população com nível superior em Minas Gerais.
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26 A cidade dos médicos
Irresistível! Churrasco à rodízio, pratos a la carte, comida a quilo e lanches. De segunda à domingo, de 7 às 24h. Consulte nossas promoções. Av. Castelo Branco, 65 - Lj. A - BR 381 - Ipatinga - MG CEP 35160-294 - (31)3824-5927 - hortogrill@uol.com.br
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VIDA CONJUGAL
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JUNINHO ZEFF
Infidelidade na era da internet Traição virtual pode justificar pedido de separação judicial A internet, uma das principais invenções tecnológicas do século 20, contribuiu diretamente para o grande avanço nos processos de comunicação e, também, para o acesso à informação. Mas ao mesmo tempo que “diminuiu” as distâncias globais e aproximou pessoas de diversas partes do mundo, facilitou, no âmbito das relações conjugais, a traição. Segundo o Art. 1566 do Código Civil Brasileiro, a troca de mensagens virtuais que revelem um envolvimento amoroso com terceiro evidencia a quebra do dever de fidelidade.
De acordo com a advogada Juliana Marcondes Vianna, associada ao Escritório Katzwinkel e Advogados Associados, a fidelidade remete à lealdade de um dos cônjuges para com o outro e o descumprimento deste dever ocorre, genericamente, de duas formas: por meio da conjunção carnal de um dos cônjuges com um terceiro (adultério) ou de atos que não revelem, à primeira vista, a existência de contato físico, mas que demonstrem a intenção de um comprometimento amoroso fora da sociedade conjugal (quase-adulté-
rio). “O simples descumprimento do dever de fidelidade, seja pelo adultério ou pelo quase-adultério, é suficiente para embasar um pedido de separação judicial litigiosa, conforme regulamenta o Art. 1572 do Código Civil”, explica. A infidelidade virtual pode ser comprovada pelas cópias de e-mails e mensagens em sites de relacionamento que estejam gravadas e disponíveis em um computador que seja de uso comum da família e que não exija senha de uso pessoal para o acesso das informações. “Se o computador é de uso pessoal de um dos cônjuges e se para acessar as mensagens se faz necessária a inserção de senha, é preciso que o outro cônjuge autorize o acesso, sob pena de estar configurada ofensa à garantia constitucional da intimidade e vida privada e a prova ser invalidada. Seguindo estas regulamentações, a apresentação desse material em Juízo é legal e válida”, completa a especialista. Consequências da traição De acordo com a advogada, após a comprovação da infidelidade de um dos cônjuges em um pedido de separação judicial litigiosa, os Art. 1578 e 1704 do Código Civil estabelecem que o cônjuge traidor pode perder o direito de usar o sobrenome do outro e se precisar, receberá pensão alimentícia apenas em valor indispensável para sua sobrevivência, isso se não tiver aptidão para o trabalho e nem parentes em condições de auxiliá-lo. Além disso, ela explica que as referidas consequências da traição são analisadas pelo Judiciário independentemente da aferição da culpa do cônjuge traidor pela separação. “O entendimento de gran-
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de parte dos tribunais brasileiros e da doutrina contemporânea de direito de família é no sentido de não declarar a culpa na separação. A ideia é que discutir a culpa nestes casos significa abrir espaço para um debate inócuo, desconsiderando que o rompimento da relação é resultado de uma sucessão de acontecimentos e desencontros próprios do convívio e das fragilidades pessoais de cada cônjuge”, detalha. Apesar dos cuidados ao tratar da possível culpa, nos casos em que a infidelidade não foi apenas causa da ruptura do casamento, mas
também, motivo de aniquilação da honra do cônjuge ofendido, que implique para ele em dificuldades e abalos psíquicos consideráveis, será possível a reparação pelo dano moral sofrido. “O cônjuge traidor não será declarado culpado pelo fim do casamento e nem sofrerá sanções específicas na separação por seu comportamento. No entanto, isto não quer dizer que quem sofre com a traição deva amargurá-la para sempre. Se o dano sofrido foi substancial, sua reparação, no âmbito da responsabilidade civil, pode ser avaliada”, finaliza Juliana Marcondes Vianna.
A advogada Juliana Marcondes Vianna explica que a infidelidade virtual pode ser comprovada pelas cópias de e-mails e mensagens em sites de relacionamento
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MERCADO
Tradição e inovação A histórica Valepel cresceu e agora é rede Tudo Aqui
Há 22 anos, os fundadores da Valepel, hoje uma das maiores distribuidoras de embalagens do Vale do Aço e também uma referência na área de balas e doces em varejo e atacado, ergueram sua empresa comercializando apenas embalagens de papel, principalmente pacotes e bobinas. A
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cada dia o negócio vem diversificando e ampliando mais a lista de mercadorias. Mas, neste mês de abril, a Valepel entra num estágio de desenvolvimento e modernização histórico: acompanhando a evolução do mercado - tudo alavancado por uma agressiva estratégia de marketing sem precedentes no segmento, em nível regional -, ela evolui para uma nova marca. A ideia, a médio e longo prazo, é que ela se transforme numa grande rede de franquias. “Agora, a Valepel é Tudo Aqui”, anuncia, eufórico, Vinícius Portes Cunha, 29, que para esta ousada empreitada admitiu um novo sócio, Glaucos Ottone Cardoso de Abreu Júnior, 24. Para os dois jovens empreendedores, pode-se dizer que a
empresa está passando por uma repaginação. “Não só rebatizamos a Valepel, como estamos investindo em novo layout, novas instalações; uma resposta mais efetiva ao público consumidor que, ao logo dos anos, nos tem sido extraordinariamente fiel”, diz Vinícius. Ele ainda destaca que “conquistar uma posição única e diferenciada no mercado é o principal objetivo da Tudo aqui”. O sócio Glaucos Júnior acrescenta: “Queremos expandir o negócio. Temos como meta tornar a Tudo aqui a maior empresa varejista da região a partir da criação de uma rede de franquia”. A Valepel, que dá origem à Tudo aqui, nasceu no ano de 1989, em Coronel Fabriciano. O pai de Vinícius, Osmar, era funcionário da Usiminas, e abriu o negócio para que inicialmente o irmão de sua mulher, Antônio, que trabalhava no Armazém do Povo, pudesse atuar por conta própria. A coisa deu tão certo que Osmar então deixou a siderúrgica. Mas foi a duras penas que os dois levaram adiante a empresa. No início, buscavam mercadorias no Ceasa de BH em uma Belina velha. Em 1992, foi aberta a filial de Timóteo (Rua 1º de Novembro, 75, no Centro de Acesita, próximo ao Bretas) e, em 1994, a filial de Ipatinga (Rua Diamantina, nº 143, ao lado da biblioteca pública municipal, no Centro). Com a chegada da rede Tudo Aqui, a loja matriz de Fabriciano, que fica na Rua Duque de Caxias, nº 427, está se mudando para um amplo imóvel no início da Avenida Geraldo Inácio, um dos principais corredores comerciais de Melo Viana, como forma de se aproximar de um extenso público representado por cerca de 20 bairros. A marca Tudo Aqui chega embalada por fortes ventos de otimismo, devendo focar-se ainda mais no comércio varejista. E, não por acaso, tem um vigoroso sinal de ‘positivo’. A certeza é de que tudo vai dar muito certo.
Glaucos Júnior e Vinícius uniram forças para assegurar um novo salto de qualidade para a marca que já é tradicional no Vale do Aço
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ASCENSÃO METEÓRICA
Não para Pedro.
Pedro não para. Com apenas quatro anos de vôlei, adolescente de Coronel Fabriciano já é destaque no Minas Tênis Clube e sonha com a Seleção Brasileira
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Rotina de viagens e chances importantes de amadurecimento: o atleta participou de competições em Curitiba e Rio de Janeiro
Aos 14 anos de idade e, portanto, ainda na flor da adolescência, o estudante Pedro Pimentel Bragança é um exemplo eloquente de como, cedo ou tarde, em qualquer tempo, vale a pena batalhar pelos sonhos e acreditar no seu potencial. Em pouquíssimos anos de prática do voleibol – hoje, no Brasil, um esporte tão ou mais competitivo (e inegavelmente mais vitorioso) que o futebol -, ele já se revela um verdadeiro fenômeno, alcançando projeção nacional. Jogando na posição de ponteiro passador, pelo Minas Tênis Clube, de Belo Horizonte, ele leva o nome do Vale do Aço mineiro para as quadras de todo o Brasil. Com um desempenho muito acima da média, reconhecido por treinadores do mais alto quilate, o orgulho de sua família é tanto que ele já ganhou até um vídeo especial no YouTube, tendo como melodia de fundo a conhecida música “Campeão”, sucesso gospel na voz de Jamily. A relação de Pedro com o vôlei começou de maneira inesperada, quando ele tinha dez anos. “Foi tudo de repente” – ele recorda. “Eu sempre gostei muito de esportes, já pratiquei natação, futebol, handebol... Mas nunca havia jogado vôlei. Foi quando uma professora (Michelle, de Educação Física) me convidou para participar do time do colégio em que eu estudava (o Angélica, em Coronel Fabriciano). Iria acontecer um campeonato entre escolas na cidade de Viçosa, em agosto de 2008, e estavam precisando de atletas. Como eu sou alto, ela resolveu me convidar”. Impressionado consigo mesmo, mas sem perder a humildade, Pedro continua narrando: “Eu estava ainda na 5ª série, e fui para as quadras jogar com os meninos da 8ª série até o 3º ano do ensino médio.
‘Ralei’ muito nos treinos e iniciei a disputa como titular do time, que foi vice-campeão”, lembra. O convite da professora foi o empurrão de que Pedro, atualmente com 1,87m de altura, necessitava para fazer desabrochar um talen-
Era uma coisa quase impossível, porque tinha muita gente boa na seleção. Eram mais de 500 pessoas fazendo teste no vôlei masculino... to incomum. Logo tomou gosto pela modalidade esportiva. “Fui para a Associação Esportiva e Recreativa Usipa (tradicional polo de apoio aos atletas de especializados em Ipatinga) e comecei a treinar. Em dezembro de 2008
ganhei o prêmio do clube de Destaque do Ano no voleibol, na minha categoria”, disse. No ano seguinte, Pedro treinava no pré-mirim mas, precoce, também junto com atletas de faixas etárias superiores, acelerando a sua meteórica trajetória até a capital. “Cheguei a treinar até com o time adulto da Usiminas Mecânica. Treinava muito mesmo, tinha dias em que eu ficava das 14h até às 18h no clube, jogando sem parar”, recorda, enfatizando que em dezembro de 2009 ele se inscreveu para a ‘peneira’ do Minas Tênis Clube. “Era uma coisa quase impossível, porque tinha muita gente boa na seleção. Eram mais de 500 pessoas fazendo teste no vôlei masculino, cerca de 150 pessoas participando das etapas eliminatórias. Depois foram selecionados 12 jogadores, e desses 12 apenas um foi selecionado. E este um, felizmente, fui eu”, lembra, emocionado. Do Vale do Aço para BH O resultado do processo de seleção foi enviado por e-mail, dez dias após os testes. Pedro realizou exames finais e conquistou a vaga tão sonhada. Em janeiro de 2010, aos 13 anos, o adolescente se mudou para Belo Horizonte com sua mãe, Cláudia Mara Pimentel Bragança, e sua irmã Marcella, hoje com 22 anos. “A gente morava no Bairro Giovannini (em Coronel Fabriciano) e alugamos um apartamento em BH. Devido ao trabalho, meu pai, Junior Bragança, e meu irmão Matheus, 24, ficaram em Fabriciano”, conta, para continuar: “Eu tenho muito que agradecer, primeiro a Deus, e depois à minha família e também à Usipa, porque se não fosse por eles, eu não estaria aqui. Também sou muito grato aos meus técnicos no Minas, Pelé e Issanayê,
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e a toda Comissão Técnica. No começo foi tudo muito difícil, a gente não tinha noção de onde ficaríamos, o que iríamos fazer... Viver em Belo Horizonte é muito diferente de viver em Fabriciano. No início foi bem complicado, mas como temos parentes em BH, isso ajudou bastante na adaptação”, disse. Em 2010, a carreira do jovem jogador ganhou mais força, quando disputou em fevereiro o Torneio Início de BH, com seu time sagrando-se campeão. Sua categoria também conquistou Ouro no Campeonato Metropolitano, que começou em março e acabou no dia 15 de dezembro. Pedro também participou da Copa Brasil, no Rio de Janeiro, em julho. “Como muitos times desistiram, fizemos uns dez amistosos em cinco dias e foi bem interessante para a gente. Ganhamos bastante experiência”, declara. Em setembro aconteceu a Copa Minas Tênis Clube. O time do fabricianense chegou invicto à final, mas acabou perdendo o jogo em casa e ficando com a prata. Em outubro, o adolescente disputou a Taça Paraná de Voleibol, em Curitiba (PR). “Fizemos um excelente campeonato e ficamos em segundo lugar. Na final, perdemos para um time chamado Grêmio Náutico União”, fala. Em dezembro de 2010, Pedro retornou às quadras da Usipa, para disputar as quartas-de-final com o time Minastenista. “Foi para mim um jogo de muita pressão. Confesso que fiquei surpreso quando olhei para a arquibancada e vi umas 40 pessoas torcendo por mim, entre familiares e amigos. Foi muito bom, e o nosso time venceu a partida. Mas acabou que
perdemos a semifinal e ficamos em terceiro lugar no campeonato”, recorda. Rotina pesada Apesar de ainda estar na categoria Mirim, Pedro também joga no time Infantil do Minas e não poupa elogios ao clube. “Trata-se de um dos melhores times de vôlei do país, se não do mundo. Recebemos um treinamento muito bom e eficaz. Hoje estou na base, mas todos da equipe passam por testes e com certeza fica mais fácil de um dia subir para o quadro principal, que é o adulto. Sou muito feliz por fazer parte de um clube de tradição”, declara, destacando que, contudo, sua rotina não é das mais tranquilas. “Tem uma nutricionista no clube que sempre pega no nosso pé”, diz, entre risos. “Além disso, é tudo meio monitorado. Hoje treino cerca de duas horas por dia e faço musculação duas vezes por semana. Minha rotina é meio pesada. Acordo cedo para ir à escola, e na parte da tarde vou para o Minas. À noite, tenho minhas tarefas em casa”, diz. Pedro cursa o nono ano na escola e se considera bom aluno. Questionado sobre o que a Usipa e o Minas Tênis Clube representam em sua vida, ele é enfático: “A Usipa representa pra mim um começo, que eu espero que demore muito a acabar e que acabe com uma camisa amarelinha – ou seja, eu representando meu país. Já o Minas é para mim um sonho, pois era minha meta, devido à estrutura do clube e o nível técnico das pessoas que aqui estão. Apesar das dificuldades, sei que não estou no direito de reclamar, passo por coisas superáveis e sempre agradeço a Deus pela oportunidade. Sei que tudo que acontece em minha vida, foi Ele que encaminhou”, finaliza.
O camisa 10 e seus companheiros após vitória de 3 a 1 sobre o Sada Cruzeiro, na final mirim do Campeonato Metropolitano 2010. Pedro começou na natação, passou pelo futebol e o handebol, mas não demorou a descobrir que sua “praia” era outra
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VIAGENS
Punta Cana, com muito amor Empresários ipatinguenses encontram no mar do Caribe um santo remédio para recarregar as baterias
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“Pense em um lugar para desfrutar de praias paradisíacas, olhar para um infinito mar azul e fazer pouquíssimo esforço. É Punta Cana, na República Dominicana”. Bem que poderia ser, é bastante típico de quem tem o dever de ofício de impressionar. Mas, nesse caso, não se trata de nenhuma propaganda de agente turístico. As impressões, carregadas de sinceridade e, afinal, muito boas lembranças, são do casal Christian Deivys Maciel e Dayana Meira, diretores da Renovacar, em Ipatinga. Casados há sete anos, sempre envolvidos com muito trabalho em sua empresa e, também por isso, habituais adeptos das viagens comemorativas que servem para manter viva a chama do amor conjugal, os dois acabam de retornar de um passeio de grandes descobertas, no mar do Caribe. De acordo com eles, o turista que visita a região, na costa leste da República Dominicana, não encontra uma cidade e sim um complexo de hotéis (muitos), os famosos All inclusive. Cada um deles é um complexo auto-suficiente exuberante, que oferece atividades suficientes para uma semana de estadia bem diversificada. A moeda corrente é o Peso Dominicano. Um dólar equivale a 15 Pesos Dominicanos. Para saber muito mais, Christian e Dayana recomendam: vale a pena visitar o site www.dominicana.com.br. O resort escolhido Os dois elegeram para os seus dias de lazer, namoro, relaxamento e descontração o Paradisus Punta Palma Real,
que fica a apenas 25 minutos do aeroporto internacional, construído em 1984. Até então, só se chegava à cidade de barco. A história deste paradisíaco local começa com sua “descoberta” em 1969. O norte-americano Frak Rainieri, atraído pela beleza da ilha, convidou investidores de seu país a conhecerem-na e investirem nela, que na época não contava com mais de 20 famílias de pescadores que viviam com simplicidade. Juntou-se a ele Theodore Kheel. Os dois compraram terras e fundaram então o grupo Punta Cana. No local há grande preocupação ecológica, grandes faixas de matas virgens que são abrigo para muitas espécies de animais e pássaros, que podem ser ouvidos durante todo o tempo em que se permanece por lá. Ali Christian e Dayana ficaram numa área especial reservada a resorts, desfrutando de uma bela orla marítima. O que incomodou um pouco o casal foi o grande contraste social. “A riqueza dos hoteis e o desprendimento dos turistas contrasta com uma cidade pobre, remetendo à situação que também é notória em muitos centros urbanos brasileiros”, observa Christian. Com efeito, no Paradisus, o conforto é de sultão: além de mordomos, shopping, deslocamento interno com carros próprios, nas suítes há até cardápio de travesseiros. Além de seus encantos naturais, Punta Cana destaca-se por ser um lugar onde famosos vão descansar ou badalar. Possuem casas próprias no paraíso o estilista e designer de moda dominicano, naturalizado estadunidense, Oscar de la Renta, e o cantor espanhol Julio Inglesias.
s i a m m e u q a r a p o r r a c u e s Traga ! o t n u s s a o d entende Alinhamento Suspensão Freios Pneus Troca de Óleo
* Soment e nos centros automo tivos, lojas Canaã e Veneza
Punta Cana possui 8 km de praias de areia branca e fina, com águas cristalinas cercadas por corais. A magnífica arquitetura do Palma Real, com seus pátios internos hipnotizantes. Christian e Dayana se organizam e se programam todos os anos para comemorar com merecida privacidade os aniversários de casamento
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Av. Presidente Tancredo Neves, 2.001, Bom Jesus / (31) 3842-4574
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Av. Selim José de Sales, 1.324, Canaã / (31) 3826-0735 Av. Simon Bolivar, 1.160, Cidade Nobre / (31) 3826-2001 Av. Macapá, 120, Veneza / (31) 3823-5656
Alto padrão de qualidade e sofisticação. Assim pode-se definir o Residencial Aurora, que traz para o mercado imobiliário uma arquitetura moderna e harmônica. Traços arredondados compõem todo um estilo e charme diferenciado para o empreendimento que ainda possui fachada revestida com pastilhas, acabamento com vidros e porcelanato. São 2 Apartamentos por andar com vistas definitivas, varandas na suíte e sala de estar, 2 ou 3 vagas de garagem e área ventilada. Localizado no Alto Serenata, está próximo aos principais pontos como: hospital, clubes, faculdade, pizzaria, supermercados e a 5 minutos do centro da cidade. Infra-estrutura para piscina na cobertura* Infra-estrutura para churrasqueira privativa* 3 Quartos (1 Suite) Salão de Festas Salão de Jogos Espaço Fitness Elevador Gás canalizado Medidor de água individualizado Roteador Wireless em todos os apartamentos Sky coletiva Aquecedor solar Dois apartamentos por andar Apartamento "tipo" 131 m; Apartamento com área privativa 159 m² Cobertura 234 m²
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O segredo dos
sabores Boachá Fabricante do “melhor picolé de fruta do mundo” diz que sua principal receita é se emocionar com o que há de mais simples na vida “Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido” (Fernando Pessoa) A natureza que inspira os versos do poeta também dá sentido à vida do fundador dos produtos Boachá, José Magno Rodrigues de Miranda, um apaixonado pela natureza e que se define como um cidadão rural ou, numa expressão bem popular mesmo, um verdadeiro “homem do mato”. Nascido na cidade de Rio Espera, Zona da Mata, na região de
Ouro Branco, há 20 anos José Magno vem investindo em sua fábrica de picolés, sorvetes, sucos e processamento de polpa de frutas, um empreendimento em franca expansão e que foi batizado com o nome da comunidade onde está instalado, o pacato povoado de Boachá, no município de Ipaba. Antes de montar a empresa, aos 23 anos, José Magno fez curso técnico de química e ingressou na Usiminas, onde trabalhou no altoforno durante 14 anos. Em seguida, passou a trabalhar no Clube Morro do Pilar e a se dedicar ao processamento de polpas
José Magno, o criador da marca Boachá, hoje emprega quase 30 colaboradores diretos e são eles que, muitas vezes, “inventam” os novos sabores
de manga e à fabricação de suco da fruta. Motivado pela boa aceitação dos produtos, José Magno decidiu estabelecer seu comércio no Clube Parque das Cachoeiras, na zona rural de Ipatinga, onde fabricava e vendia chup-chup de frutas e, posteriormente, picolés. “Nessa época, adquiri a chácara no Boachá, com uma área de 27 mil metros quadrados, e ali plantei 34 pés de acerola. Eu passava a semana toda fabricando picolés de manga, goiaba, coco e acerola, pra vender no final de semana. Do chup para o picolé foi um grande salto. O sucesso era tão grande que em dois dias, sábado e domingo, eu vendia tudo. Não sobrava um picolé sequer”, conta, recordando que a empolgação fez com que ampliasse a área de plantio, chegando a cultivar 1.200 pés de acerola para abastecer sua produção. Atualmente, pela necessidade de focar seu trabalho na fábrica Boachá, as frutas usadas em seu negócio são importadas de outras cidades e estados. Alguns produtores lhe dão exclusividade no fornecimento da matéria-prima. Hábil no falar enquanto atende uma e outra solicitação de seus colaboradores, demonstrando participar diretamente do processo fabril e sua logística, José Magno conta como surgiu a fábrica Boachá. “Foi há 16 anos, quando passei a entender que o empreendimento daria certo, valeria a pena. Então vim pra chácara fazer polpa de fruta. Aí fui comprando um freezer aqui, outro ali, fui ampliando nossa estrutura física de produção, montei a primeira câmara frigorífica para armazenamento dos
produtos, busquei a qualificação do nosso pessoal, investindo mesmo no negócio”, sintetiza. AMPLIAÇÃO Atualmente, José Magno centra seus esforços na construção de um arrojado prédio que abrigará a fábrica de picolés e sorvetes Boachá, com previsão de ser concluído em quatro meses. O projeto engloba uma estrutura pensada nos mínimos detalhes, que abre espaço inclusive para visitas escolares, de modo que equipes de convidados possam acompanhar por vidraças as atividades do principal polo de produção da fábrica, conferindo padrões de higiene e outros cuidados. “Com a expansão do negócio, teremos um aumento significativo da nossa capacidade de produção, o suficiente para atender a demanda atual”, anuncia José Magno. O crescimento da Boachá implicará também na ampliação do quadro de pessoal, estimulando o desenvolvimento econômico e social do povoado. “Já tive muitas propostas para deixar o local, mas entendo que aqui cumprimos também uma importante função social”, ressalta o diretor da empresa, que para muitos da comunidade é uma espécie de “pai” e cidadão benemérito. No entanto, sobre os boatos de que a empresa teria sido alvo de uma proposta concreta de venda, originária da Nestlé, ele desmente: “Não teve nada disso, não sei de onde saiu isso, é só especulação”, minimiza.
As novas instalações da fábrica devem estar totalmente concluídas dentro de quatro meses e vão dar acesso de visitantes ao processo de produção
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FRUTAS Tanto os picolés quanto os sorvetes Boachá são fabricados com matéria-prima natural e, sob esse aspecto, José Magno faz questão de ser detalhista, não apenas por garantia de êxito em sua condição de empreendedor, mas por convicção pessoal do que seja uma vida saudável, do que pode, efetivamente, representar bem-estar para as pessoas. “Não usamos produtos artificiais que são normalmente utilizados por outras indústrias e que dão sabor ou aroma aos alimentos. Usamos frutas mesmo, na proporção de um por um, segundo as receitas elaboradas pela nossa equipe e profissionais da área de nutrição. Em alguns casos, a proporção é de 60% da fruta. Outro diferencial dos nossos produtos diz respeito à não utilização de gordura hidrogenada, substituída pelo óleo de palma, substância obtida da polpa do fruto por simples cozimento, debulhamento e prensagem”, explica o fabricante. “Nosso processo de fabricação também é muito artesanal, como se fosse caseiro, mas em grande escala. Na ocasião em que se está produzindo picolé de coco, são feitos dois ou três tachos de cocada. Se é de milho verde, a produção acontece da mesma forma”, exemplifica, reafirmando o compromisso com o natural. “Nosso picolé de coco é a pura cocada
congelada. O de milho, por exemplo, se derretido, é o puro mingau de milho verde”, orgulha-se em dizer. Em relação ao slogan da Boachá, “o melhor picolé de fruta do mundo”, José Magno abandona a modéstia. “Não sou eu quem falo, mas as pessoas”, sublinha. Com efeito, dia desses, numa comunidade de amigos num site de relacionamento, em que alguns paulistas trocavam impressões sobre picolés, de repente entrou um mineiro metendo a sua colher de pau: “Vocês dizem que picolés de São Paulo são os melhores? Vocês não sabem de nada. Precisam é conhecer o Boachá, aqui das nossas Minas”. De acordo com José Magno, entre os 30 sabores de picolés produzidos pela Boachá – muitos deles sugeridos pelos próprios funcionários, com seu apurado paladar -, os preferidos pelos clientes são o minissaia, feito de chocolate branco com casquinha de chocolate preto; o de coco, o de morango e o de maracujá. Mas, na verdade, há muitas opiniões discordantes, gente que avalia como “melhores” diversos outros sabores. Mais recentemente, na linha dos sorvetes apresentados em embalagens de 200 ml (“os nossos pesam 120 g, quando outros concorrentes de renome têm apenas 90g nos seus recipientes”, frisa José Magno), um grande sucesso tem sido o mousse de limão. Em duas versões – picolé e sorvete -, também tem caído no gosto das pessoas o de açaí com banana. Ipatinga, conforme o diretor da Boachá, é a cidade que mais consome os seus produtos, capitaneando o Vale do Aço e seus municípios vizinhos.
VIDA SAUDÁVEL Curiosamente, a aguçada visão empreendedora de José Magno faz dele um executivo bem sucedido, mas sem superioridade. Sua marca, testificada por todos os que convivem com ele no dia-a-dia, é a simplicidade. Ele até cunha uma expressão fora do Aurélio para explicar qual é a sua relação com o dinheiro: “Sou, pode-se dizer, um DISPÃODURO. No mais, procuro comer pouco, só consumo alimentos naturais, não como carne, nunca bebi um uísque, não sei o gosto de cachaça, nunca fumei, não tomo refrigerantes e pedalo cerca de 80 quilômetros semanalmente, em uma bicicleta comum, barra forte”, conta. O diretor da Boachá diz que se há algo em que goste mais de investir é na sua saúde e das outras pessoas. Valorizar a preservação do organismo foi uma lição que aprendeu na própria família. “Meu pai e meu avô morreram em decorrência de doenças provocadas pelo cigarro. Não quero cometer o mesmo erro. Tenho medo de partir desta vida. Não gosto de viajar, gosto de chegar”, brinca. Ainda sobre o que considera algumas de suas mais preciosas convicções de vida, ele acrescenta: “Nasci no balaio e gosto de comer folhas. Eu me emociono com o que há de simples na vida, como uma porção de verduras sobre a mesa. Isso enche meus olhos d’água”, descreve, enquanto se emociona de verdade. “Minha única vaidade é usar perfume”, revela. Revirando ainda as memórias do pai, José Magno conta que tanto ele quanto a sua mãe foram exemplos de boa conduta, de honestidade, valores que ele preza. “Meus pais, pessoas de origem humilde, não permitiam que a gente mentisse. Para eles, coisas importantes da vida são essas e, não glórias. Nunca me esqueci do exemplo, dos conselhos deles, valores que transmito aos meus dois filhos”, conclui.
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VOCAÇÃO PROFISSIONAL
A cidade dos médicos
Como uma pequena cidade, com menos de 15 anos de existência e 6.457 habitantes se tornou uma “exportadora” de médicos para o Vale do Aço
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Em todo o mundo, quando não por um ou alguns cidadãos ilustres, em particular, as cidades costumam ser conhecidas em função de determinado produto ou serviço que oferecem. Ipatinga é a cidade do Aço, devido à Usiminas. Timóteo é famosa pelo aço inoxidável, tanto que, há alguns anos, chegou-se a cogitar a troca do nome para Acesita – a antiga Companhia de Aços Especiais Itabira, que hoje atende por Aperam. Teófilo Otoni é conhecida por ser a capital mundial das pedras preciosas, Governador Valadares virou a capital mundial do vôo livre e Varginha, no Sul de Minas, além de capital mundial do café, tornou-se sinônimo de contatos extraterrestres. Mas outra cidade do Vale do Aço, pequena em população e em tempo de emancipação, vem conquistando uma fama diferente ao exportar um produto diferenciado: Vargem Alegre tem se tornado exportadora de estudantes na área de saúde, especialmente de medicina. Mas a pergunta é: por que uma cidade que não tem uma economia forte e, até, sofreu uma diminuição no número de habitantes de 2004 para cá, caindo de quase oito mil para pouco mais de seis mil, tem um perfil tão diferente de outras cidades com características tão parecidas? A reportagem da revista Atitude foi até Vargem Alegre, até pouco tempo distrito de Caratinga e que chamava a atenção apenas por sua produção de arroz, para tentar entender a razão da nova fama adquirida. Uma das pessoas que primeiro percebeu a característica de ‘Cidade dos Médicos’ na população de Vargem Alegre foi o Padre José do Carmo de Lima, consagrado há 58 anos e pároco local desde 1959, quando ainda estava longe o sonho da emancipação municipal. Hoje com 85 anos, Pe. José do Carmo registrou em livro de sua autoria essa faceta curiosa do lugar. Em sua casa, num sábado à tarde, ele nos recebe com cortesia para falar do assunto. Só reclama do calor, mas tem orgulho em contar: “Sempre observei de longe o interesse dos pais da cidade na educação dos filhos. Sebastião Machado Filho foi o primeiro jovem a completar um curso superior na cidade. Ele fez o curso de Farmácia. Formouse em Ouro Preto, e depois disto a cidade abriu as portas para o estudo. Não encontrei uma explicação para a questão. Mesmo sem condições favoráveis, a cidade continua encaminhando seus jovens para a faculdade. Mesmo sem dinheiro, sem condições financeiras, jovens daqui tem-se formado e se tornado excelentes médicos”, atesta. Consagrado padre aos 27 anos, José do Carmo explica que por toda a parte, em Vargem Alegre, há um médico formado. “É quase um a cada duas casas”, exagera. Mas, lamento dos lamentos: atuando na própria cidade, apenas dois resistem. “Quase toda família da cidade tem um médico formado. Mesmo com tantos médicos saindo daqui, a cidade carece de um hospital”, afirmou José do Carmo. Vargem Alegre tem apenas um posto de saúde. Em um levantamento que fez até o ano de 2003, contando apenas profissionais que concluíram os estudos, o padre encontrou
O coordenador da UTI do Hospital e Maternidade Vital Brazil, Rogério Machado, com o médico-escritor Alysson da Silveira Campos
No alto, a diretora Maria da Conceição e o marido Ney Franco, cujo filho homônimo era conhecido em Vargem Alegre como Ney Júnior. Consagrado com 27 anos, o Padre José do Carmo registrou em livro: “Por toda a parte, em Vargem Alegre, há um médico formado”. Embaixo, o nefrologista Reginaldo Machado (E), coordenador da UTI do Márcio Cunha, com o plantonista José Silveira: conterrâneos e primos a serviço da medicina
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VOCAÇÃO PROFISSIONAL nas famílias da cidade 33 médicos, dezenas de enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos e fonoaudiólogos, fora outros profissionais como advogados (24), pedagogos (37) e professores (mais de 50, nas mais diversas áreas).
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O primeiro tratador Na época que o Ribeirão do Boi inundava as ruas e que o distrito de Caratinga era conhecido como “Terra do Arroz”, Vargem Alegre ainda não tinha médicos ou tampouco farmácias. A cidade que hoje exporta médicos possuía apenas um Capitão que se interessava por assuntos médicos, atividades curativas. Era o Capitão Inhoti. Mal sabia ele que seu “interesse” seria tão importante para a vocação da cidade. Tanto o primeiro formando local em curso superior como o primeiro médico partiriam da sua descendência. Inhoti era Sebastião Machado dos Reis. Ele foi responsável por curar várias pessoas com malária na região, gente acometida de febres altíssimas que invariavelmente levavam a óbito. Na época, Inhoti manipulava as fórmulas de remédios e comprava outros de laboratórios; foi dele a primeira farmacinha do distrito. Vendia poções, fazia xaropes. Sua esposa era a “parteira” oficial da região e, ele, uma espécie de médico “quebra-galho”, já que seus medicamentos produziam cura ou amenizavam dramas biológicos dos residentes. As escolas de Vargem Alegre Década de 60. Vargem Alegre tinha apenas uma escola, o antigo grupo escolar. Todas as crianças estudavam na Escola Sebastião Machado dos Reis (uma homenagem ao Capitão Inhoti), e cursavam apenas as primeiras séries. Terminar o ginásio só era permitido em Caratinga, e este era o destino da maioria das crianças. Mulheres faziam magistério, tornavam-se normalistas, e os homens, contabilidade. Aquela que posteriormente viria a ser nomeada diretora e orientadora de escola, uma referência na educação local, Maria da Conceição Campos Franco – mãe do consagrado técnico de futebol Ney Franco, formado em Educação Física, e agora treinador da Seleção Brasileira Sub-20 - foi uma das crianças a estudar nesta época. Formou-se na 4ª série em 1964 e, depois, teve que seguir para Caratinga. “Naquele tempo, o curso de magistério era o que todas as mulheres que estudavam almejavam. O Reverendo Uriel de Almeida Leitão (pai da jornalista econômica Miriam Leitão) era o reverendo de Caratinga e dono do Colégio para onde todos iam estudar. Ele tinha também um pensionato masculino e feminino. Era ele que, no distrito, convencia os pais a enviarem seus filhos para a escola”, contou dona Conceição. Hoje em dia os alunos concluem seus estudos até o segundo grau em Vargem Alegre mesmo, na escola Reverendo Boanerges de Almeida Leitão (homenagem a um dos irmãos de Uriel). Maria da Conceição foi contemporânea de um estudante que mudaria a história da cidade. Neto do Capitão Inhoti, ele foi o
primeiro aluno a se “aventurar” pelo campo da medicina, desbravando o caminho para muitos outros. “Dr. Reginaldo foi a inspiração para os médicos da cidade, direta ou indiretamente. Foi quem mostrou aos demais estudantes daqui que se poderia conseguir alguma coisa melhor indo além, sendo determinado, que era possível sonhar mais alto”, declarou dona Conceição. Depois de concluir o magistério, dona Conceição fez mais duas graduações. É mãe de cinco filhos, todos com curso superior:
além de Ney Franco - campeão mineiro pelo Ipatinga, que já treinou Flamengo, Botafogo e Coritiba, até chegar à Seleção Brasileira -, são dois médicos, uma fisioterapeuta e um advogado. O último levantamento realizado por Maria da Conceição Campos Franco mostra números impressionantes. Segundo ela, contando os descendentes, hoje a cidade tem nada menos que 112 médicos vargem-alegrenses ou quase 2% da população local. Para que se tenha uma ideia do que isso significa, para alcançar esta mesma proporção, Ipatinga, a metrópole do Vale do Aço, precisaria ter cerca de 4.800 médicos. Ainda conforme Maria da Conceição, Vargem Alegria teria, atualmente, 400 estudantes cursando o ensino superior. Os estudantes de medicina seriam em torno de 30. Das quatro UTIs – Unidades de Tratamento Intensivo - da Região Metropolitana do Vale do Aço, duas são dirigidas por cidadãos vargem-alegrenses, curiosamente também primos: o nefrologista Dr. Reginaldo Machado, no Hospital Márcio Cunha, e o Dr. Rogério Silveira Machado, no Hospital e Maternidade Vital Brazil (HMVB), em Timóteo. Conforme o médico Alysson da Silveira Campos, também primo dos demais e um dos irmãos-doutores de Ney Franco, os hospitais da região estão “bem servidos” de médicos vargem-alegrenses: seriam cerca de 20 no Vital Brazil, mais dez no Hospital Márcio Cunha (HMC) e outros dez no Hospital Municipal de Ipatinga (HMI). Alysson também é palestrante motivacional para cuidados de saúde, prevenção de doenças e envelhecimento saudável, além de autor do livro “Vivendo bem e ativo até os 100 anos”. Adianta que tem outra obra em gestação editorial.
Rodrigo Machado (Intensivista) e João Ernanes (Clínico geral), médicos de Vargem Alegre em trabalho no Hospital Municipal de Ipatinga
Sozinhos somos uma gota. Juntos somos uma corrente. Pequenas atitudes de cada um fazem um mundo melhor para todos. Reutilizamos, em média, 80% da água em nossas operações. E sabemos que juntos podemos fazer muito mais.
22 de março – Dia Mundial da Água. Faça a sua parte. Use a água com responsabilidade.
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VOCAÇÃO PROFISSIONAL
O primeiro médico de Vargem Alegre ainda é morador da cidade Dr. Reginaldo é pai de dois médicos e irmão de outros três
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Para contar o número de partos que já fez, Reginaldo Machado de Mattos tem que fazer um certo esforço de memória. Coça a cabeça, chega a franzir a testa. “Calculo que sejam mais de 20 mil”, reflete. O grande inspirador da geração de médicos vargem-alegrenses hoje repousa numa bela e aconchegante casa junto a uma cerâmica da cidade que também faz parte dos negócios da família. Seu passatempo predileto é jogar canjiquinha para um enorme bando de canários da terra, vê-los fazer ninhos e chocar nos lugares mais inusitados. Mas não se sente tão confortável. “Médico de Vargem Alegre tem fama de trabalhar muito. Se hoje estou meio que me aposentando é por exigência dos filhos, que acham que já está na hora de eu descansar um pouco. Muitas vezes saí daqui ali pelas cinco horas da manhã, pra pegar plantão no Vale do Aço. A gente costumava brincar que, em alguns dias, no Vital Brazil, em Timóteo, se algum pai exigisse que o filho nascesse nas mãos de outro médico que não fosse de Vargem Alegre, talvez tivesse que ir procurar outro lugar”. Reginaldo, neto do dublê de médico Sebastião Machado dos Reis, fez medicina em Uberaba, e se recorda bem de como o avô acabou influenciando-o. “Ele tinha um livro grande, repleto de receitas médicas, e cuidava das pessoas da comunidade ainda na roça. Eu cresci com isto, com este ambiente, vivenciando esta experiência”, explica. Pai de cinco filhos – dois deles também médicos, como alguns dos seus irmãos, a quem igualmente ele ajudou a estudar -, Reginaldo é cirurgião geral, ginecologista e obstetra. Trabalhava no HMVB até outubro de 2010, quando tirou o pé do acelerador, a pedido dos filhos. Formou-se em 1969. “Não tinha condições de manter uma faculdade, e fui dando meu jeito. Depois de um tempo comecei a dar aulas de inglês em Uberaba, para melhorar a minha renda. Na verdade, eu queria inicialmente ser jogador de futebol, e poderia, era bom. Mas meu pai não deixou. Ele tinha medo de que, com as poucas oportunidades, eu não conseguisse sucesso e ficasse perdido na estrada”, revela o doutor, que já foi bom de bola. No quarto ano de faculdade, em Uberaba, Reginaldo viu que seus irmãos precisavam sair para estudar, mas, como na épo-
ca dele, eles não tinham condições. Então ele resolveu intervir. “Chamei um para morar comigo, ajudei nos estudos e ele se formou médico também. Todo ano um dos irmãos saía pra estudar, não só medicina, mas outros cursos também. Cada um que se graduava ajudava outro, como se ‘adotasse’ o estudo de um dos irmãos mais novos. Foram 11 irmãos. Todos estudaram, e deles, três são médicos”, conta Reginaldo. Escolas básicas boas ajudam Um dos fatores que o pioneiro aponta para o sucesso da cidade em fazer médicos está na escola básica. Segundo ele, que estudou em Vargem Alegre, o nível das escolas da cidade sempre foi muito bom. “As escolas daqui são boas. Os alunos saem daqui e vão direto para a faculdade. Este é um diferencial. Mesmo sem dinheiro para cursinho, todos têm um ensino bom na base, e isto faz a diferença na hora do vestibular e da faculdade”, avalia. Há oito anos Reginaldo voltou a fixar residência em Vargem Alegre, e foi em seu refúgio que a reportagem da revista Atitude conseguiu encontrá-lo. Lá vive com sua esposa, Marlene Ferreira Marques Machado e seu prosaico cachorro, o vira-lata ‘Simples’. Mesmo com o ritmo de trabalho reduzido, ele não abre mão de fazer parte da equipe do Programa de Saúde da Família (PSF) em Vargem Alegre. Em 2010, quando ainda trabalhava no Hospital Vital Brazil, em Timóteo, Dr. Reginaldo percebeu um fato curioso. “Para um hospital funcionar, sempre tem que ter um número específico de profissionais. Tem que ter dois clínicos gerais, obstetra, médico de UTI, além de enfermeiros, técnicos e outros. Em uma noite em que eu estava de plantão observei uma situação interessantíssima. Eram todos os médicos nascidos em Vargem Alegre. Se o paciente quisesse ser atendido por um médico que não fosse da nossa cidade, teria que ir procurar outro hospital”, brincou. Na conta do Dr. Reginaldo, entre estudantes e profissionais formados em medicina nascidos em Vargem Alegre, hoje existem 130 médicos. Eles estão espalhados pelo Vale do Aço, estudando em Juiz de Fora, no Rio de Janeiro, nas faculdades da região e de outros lugares. A grande maioria começou estudando nas boas escolas de Vargem Alegre. Contudo, ironicamente, quando perguntados sobre qual a maior necessidade do município, com uma ou outra variação todos respondem da mesma forma: saúde. Para o Padre José, a cidade precisa de um hospital. Para dona Maria da Conceição, haveria necessidade de um consultório, mesmo que particular. E para o Dr. Reginaldo, talvez a maior urgência seja um laboratório de análises clínicas, já que alguns exames costumam demorar meses para ser respondidos, apesar da urgência requerida. Semi-aposentado por sugestão dos filhos, o pioneiro Dr. Reginaldo Machado de Mattos agora curte mais o vira-lata Simples, e um dos seus passatempos é alimentar os pássaros: “Médico de Vargem Alegre tem fama de trabalhar muito”
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EXPRESSÃO COMERCIAL
Uma Globeleza atrás das câmeras 32
A bela ipatinguense Cláudia de Paula fatura prêmios em cima de prêmios como agente de propaganda da maior rede de tevê do país Formada em Publicidade e Propaganda, pela Universidade Católica de Santos-SP, a executiva de atendimento da TV Globo, Cláudia Bezerra de Paula, de 36 anos, se destaca na área comercial da emissora em São Paulo. Detalhe: ainda tem pelo menos um pé fincado no Vale do Aço. Filha do renomado médico Aloísio Benvindo, cardiologista e infectologista, Cláudia vem a Ipatinga pelo menos duas vezes por ano, matar a saudade de sua terra natal. E, por muitas razões, conta que ama sua profissão. “É tudo de bom trabalhar na minha área!” – ela descreve. “Todos os dias tenho a oportunidade de conhecer novas pessoas, entre elas muitos artistas e jornalistas famosos. Ir a festas neste círculo, lançamentos de novelas, é uma constante... E o melhor: sempre sabemos das coisas um pouco antes. Quando um novo produto vai chegar no mercado, por exemplo, somos os primeiros a conhecê-lo, antes mesmo da campanha publicitária ir ao ar” - exemplifica, realçando, no entanto, que para trabalhar com vendas o requisito indispensável é um só: “Tem que gostar muito do que faz. No meu No PROJAC (o gigantesco centro de produção em Jacarepaguá, no Rio de janeiro), tempo para experimentar a atmosfera contagiante da cidade cenográfica de Passione
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caso, não consigo me imaginar fazendo outra coisa nesta vida!”, declara. Premiada com várias viagens graças ao seu desempenho no trabalho, Cláudia já teve a oportunidade de conhecer muitos lugares encantadores pelo mundo, como as cinematográficas São Francisco e Las Vegas, nos estados da Califórnia e Nevada, nos Estados Unidos, além de países como a Croácia, detentora da maior e mais desenvolvida economia das repúblicas da antiga Iugoslávia, a segunda maior de toda a região dos Bálcãs, atrás apenas da Grécia. Por três anos seguidos, Cláudia de Paula foi destaque em vendas na TV. “Há um concurso interno, em que os vendedores pontuam o ano inteiro. Depois dos 12 meses, algumas pessoas
ganham viagens. Nos últimos três anos, fiquei entre os felizardos”, comemora. O prédio em que a ipatinguense trabalha reúne, em um mesmo complexo, as atividades de jornalismo, produção, comercialização e administração da Rede Globo. No mesmo local, são gravados o Programa do Jô e o Altas Horas de Serginho Groisman. Apesar de trabalhar em São Paulo, Cláudia sempre visita o Projac, o gigantesco centro de produções da Rede Globo em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Ali, entre outras coisas, estão instalados o cenário das novelas campeãs de audiência. “Enfim, meu trabalho é um meio de diversão”, resume, sempre com um largo e simpático sorriso.
Cláudia curtindo as delícias da paradisíaca ilha Hvar, emoldurada pelo Mar Adriático. Praias de areia branca, vastos bosques, clima suave, muito sol e luz são ingredientes que fazem do lugar um dos destinos turísticos preferidos da Croácia. “Todos os dias tenho a oportunidade de conhecer novas pessoas, entre elas muitos artistas e jornalistas famosos”, ela conta.
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LIÇÕES DOS ALPES SUÍÇOS
Uma hóspede Fluente em inglês e espanhol, fabricianense cursa hotelaria na segunda melhor escola do gênero no mundo
de qualidade
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Filha do ortopedista Geraldo Domingos Coelho – o conhecido médico do time profissional do Ipatinga – e de Milene Morais Albeny Coelho (de tradicional família de Coronel Fabriciano, cujo patriarca foi o re-
nomado médico Riscala Albeny), a jovem Maria Letícia Albeny Coelho, 24 anos, está se graduando em hotelaria na Suíça, pela Les Roches School of Hotel Management, que nada mais é que a universidade de
administração hoteleira Les Roches. Nada mal, já que esta é considerada a segunda melhor escola de hotelaria do mundo. Letícia conta que iniciou os cursos de enfermagem e arquitetura, mas
“Sempre me interessei pelo curso de turismo e hotelaria, pelo fato de através da profissão ter a oportunidade de fazer contato com gente do mundo todo”
não se identificava com as profissões. Então, foi em busca daquilo que considera ser sua mais genuína vocação. “No fundo, eu sabia que não era aquilo que eu queria para minha vida. Sempre me interessei pelo curso de turismo e hotelaria, pelo fato de através da profissão ter a oportunidade de fazer contato com gente do mundo todo, e conhecer novas línguas e costumes. Tinha curiosidade em saber como era o curso, e a oportunidade surgiu quando uma amiga me convidou para sua formatura, pela ‘Les Roches’. Letícia embarcou para a Suíça cheia de curiosidade e, afinal, não se decepcionou. “Me encantei com a escola e o modo de vida” - descreve. “Conversei com os meus pais e eles entenderam que era o melhor para mim. Assim me deram este privilégio, sou muito grata a eles”, afirma. Apesar da cultura e do clima bem diverso, a jovem lembra que não teve grandes dificuldades de se adaptar à vida nos Alpes Suíços. “Foi bem tranquilo. A escola é meio que um internato, porque a gente come lá, dorme lá e faz tudo junto. Então, acaba que nos transformamos em uma família. Rapidinho eu me enturmei e fiz amizades”, conta, enfatizando que todo fim de ano visita os pais e os quatro irmãos no Brasil. “Morro de saudades da minha família, dos meus amigos e também da comidinha de casa. Aqui a comida é muito boa, mas também é muito gorda”, diz Letícia. Antes de ir para Suíça, a estudante morou quatro meses na Cidade do Cabo (Cape Town). Um dos mais atraentes polos turísticos da África do Sul, trata-se da segunda maior cidade daquele país, famosa pelo seu porto natural. Foi originalmente desenvolvida pela Companhia Holandesa das Índias Orientais como uma estação de abastecimento de navios holandeses que navegam para a África Oriental, Índia e o Extremo Oriente. Ali, o objetivo de Letícia era aprimorar o seu inglês. “Este período foi incrível. Cape Town é uma das cidades mais legais que já visitei”, descreve. No final de janeiro de 2011, Maria Letícia recebeu uma carta do presidente da Marriott Hotéis, uma das mais importantes redes hoteleiras do mundo. No texto, o reconhecimento dos estágios que ela fez na Espanha por seis meses, no ano de 2009, e pelo mesmo período em 2010. Esta experiência resultou na fluência da língua espanhola. Maria Letícia deve concluir sua graduação em meados de 2011, e já traça novas metas. “Quero me especializar em marketing num futuro bem próximo”, idealiza.
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Maria Letícia: “A escola é meio que um internato, porque a gente come lá, dorme lá e faz tudo junto” Antes de ir para a Suíça, a estudante morou quatro meses na Cidade do Cabo (Cape Town)
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Há vida após o câncer de mama Conheça a história de duas jovens mulheres do Vale do Aço que, de formas diferentes, conseguiram vencer o câncer e realizar seus sonhos 40
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LARISSA, nascida a 19 de maio de 2010: a mãe, de 32 anos, chegou a amamentá-la, mas acabou morrendo meses depois
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erca de 20% dos novos casos de câncer em mulheres são na mama. Mesmo com todo o avanço da medicina, este tipo de câncer é o que mais mata entre as mulheres, e tem intrigado a medicina nos últimos tempos. Mulheres sem histórico de câncer na família, com idade inferior a 40 anos - que é a faixa etária com maior incidência da doença e com outras características que diminuem a possibilidade de adquiri-la - já estão apresentando o tumor. A reportagem da revista atitude foi em busca de histórias de mulheres que, contra as probabilidades, desenvolveram prematuramente a doença. E, surpresa das surpresas: descobriu que, diferente do que muitos possam pensar, de uma forma ou de outra a vida continua depois dela.
Há cânceres e cânceres. Mas, sem dúvida alguma, aquele que afeta a mama tem um efeito devastador no recôndito mais profundo da alma feminina. Ele é capaz de gerar no subconsciente da mulher um tormento imponderável, porque nada é mais frustrante para ela que a sensação de ter sido condenada à sentença irreversível da infertilidade ou mesmo da incapacidade de amamentar o próprio rebento. Isso sem falar de questões estéticas, porque entender a mama como um diferenciador elementar de sexos é quase um clichê. A descoberta de um carcinoma no seio da mulher, em qual-
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quer que seja a idade, pode virar a sua vida pelo avesso. Porém, mais poderosa do que a doença é a atitude que muitas mulheres demonstram diante do mal diagnosticado. Foi assim com Luciene Perfeito Soares Alves, ainda uma jovem senhora e hoje mãe pela segunda vez, projetando um terceiro filho. Industriária, ela mora numa ampla e aconchegante casa no Bairro Caladinho do Meio, em Coronel Fabriciano, fruto de muito trabalho ao lado do marido Jean. Com um sorriso contagiante, caminha para o segundo diploma universitário e, cada vez mais, faz de seus dilemas orgânicos degraus importantes para o crescimento como pessoa. Quando tinha 16 anos, Luciene já era atenta à necessidade do
exame de toque. Ainda adolescente, ela descobriu um pequeno nódulo no seio direito. “Fiquei em choque, não imaginava que poderia acontecer com pessoas mais novas, a campanha da TV avisava que a idade de risco era a partir dos 40 anos”, contou. Rapidamente, Luciene procurou um médico e fez a cirurgia para a retirada do nódulo, que na biópsia se mostrou benigno. Mas o médico lhe deu um aviso pouco animador. “Não era um câncer ainda, mas ele me disse que provavelmente eu iria desenvolver um câncer de mama nos próximos dez anos. Ele errou por um ano”, brincou Luciene, que é formada em administração e trabalhava, até a data da entrevista, neste mês de fevereiro de 2011, como Auxiliar Administrativo na Aperam, antiga ArcelorMittal Inox e Acesita, em Timóteo. A descoberta Luciene descobriu que tinha câncer na mama aos 25 anos, dez anos a menos do que o começo da margem de risco estipulada pelo Instituto Nacional do Câncer, o INCA. Ela já estava casada há cerca de três anos com Jean Carlos Soares Alves, e tinha uma filha com pouco mais de dois anos, batizada como Júlia. Luciene já havia amamentado, fator que, segundo os especialistas, reduz a chance de uma mulher ter câncer. Ela também não tinha nenhum familiar com o histórico da doença. Quando descobriu, foi um baque. Os dois primeiros médicos acharam que o tumor era benigno. Apenas no terceiro médico Luciene teve um parecer diferente. Os médicos informaram que ela era o segundo caso de câncer de mama em mulheres jovens no Vale do Aço. Luciene começou o tratamento e fez uma cirurgia, retirando parte da mama. Com outra cirurgia marcada, para retirar mais um pedaço da mama, ela decidiu procurar outro médico. Uma amiga do trabalho a indicou para uma médica em BH, a Dra. Elizabeth. Tratamento radical Mesmo já com uma cirurgia feita e o começo de uma radioterapia, nenhum dos três médicos havia pedido uma mamografia de Luciene. A médica exigiu o exame. Com ele, Dra. Elizabeth, junto com outros médicos, estudou o caso de Luciene e entendeu que a melhor forma de lidar com a doença seria
LUCIENE, Rafaela e o pai Jean: um precioso troféu para o casal, após tantos percalços desafiadores de natureza orgânica
retirar a mama por inteiro. Depois da cirurgia, foi identificado na mama mais um nódulo que não foi revelado pela mamografia, além de mais células cancerígenas. Além disto, ela precisou fazer um esvaziamento axilar, tirando todos os 28 linfonodos que ficavam na região da axila direita, porque alguns já apresentavam metástase. Depois da cirurgia, e da remoção de 100% do câncer, Luciene estava pronta para viver novamente. Seriam mais cinco anos tomando remédios para garantir que o câncer não voltasse mais. A dor mais forte Em 2008 aconteceu algo que, segundo a própria Luciene, banalizou a dor do câncer de mama. A garotinha Júlia teve dengue hemorrágica e não resistiu. Para a mãe, esta foi a maior dor que ela já enfrentou. “Há lutas muito mais difíceis e mais pesadas do que o câncer. Perder a minha filha foi uma dor bem maior, e é ainda. É uma luta diária, uma dor que não passa”, revelou. Júlia tinha cinco anos quando ficou doente. Luciene conta que, no final de semana que a menina estava internada, ela praticamente não conseguiu dormir. Um dia ela levou Júlia para ver os peixinhos de um aquário do Hospital e deu um longo abraço na filha. Luciene conta que teve a sensação de que iria perdê-la. No dia seguinte, Júlia foi para a UTI, e ali deu seu último suspiro.
que ela retirasse o DIU (Dispositivo Intra-Uterino) e tentasse engravidar. Durante o tratamento, é comum a mulher entrar na menopausa, mas Luciene, milagrosamente, não seguiu este prognóstico. Após seis meses “obedecendo” às ordens médicas, uma nova criança estava a caminho. Rafaela Perfeito Alves, belíssima e saudável, nasceu no dia 8 de janeiro de 2010 e comemorou seu primeiro aninho com tudo a que tinha direito, neste início de 2011. “Tudo muito tranqüilo e normal. A mesma Dra. Elizabeth é quem fez o parto. Ela é obstetra, mas não fazia partos há mais de dez anos”, explicou Luciene, que sonha em ter mais um menino. Além de Rafaela, o dia-a-dia de Luciene continua trazendo outras surpresas positivas, mostrando que há vida após a doença. Ela ficou dois anos e sete meses afastada do trabalho por causa do câncer. Quando retornou, já planejava uma nova carreira. Neste ano ela pretende terminar o curso de Direito, no Centro Universitário do Leste de Minas (UnilesteMG). Está no último período, mas vai ter que trancar por uma boa causa. Por mérito acadêmico, conquistou uma bolsa de intercâmbio com a Universidade do Porto, em Lisboa, Portugal. Garantiu-se por estar entre as melhores notas dos alunos entre o 3º e o último período. Por causa destes novos rumos, Luciene já marcou sua saída da Aperam, aderindo ao Plano de Demissão Voluntária que a empresa abriu no dia 11 de fevereiro. Sobre o que fazer após o diploma, não impõe limites. “Devo advogar uns três anos e concorrer para magistratura ou promotoria”, projeta a jovem. O que vai pesar nestes próximos seis meses é a saudade da Rafaela, que vai ficar em Fabriciano com o pai, exmotorista de ônibus e atualmente funcionário de alto-forno da Usiminas, e os avós.
Rafaela e o recomeço Um tempo depois, por volta do mês de outubro, a Dra. Elizabeth lhe pediu para que deixasse de tomar os medicamentos, RADERLON, músico e empresário, corujando a pequenina Larissa: “Ela já está falando papai e vovó” RAFAELA COM a tia Tatiliane e a prima Lara: ativa, bela e saudável
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CAPA
Um sonho realizado antes de morrer Quem olha a linda Larissa Sales Silva, de nove meses, não imagina que, tão bela quanto ela é a história de seu nascimento. Sua mãe, Giselma Cardoso, morreu com 32 anos, apenas alguns meses depois de lhe dar à luz. Giselma sempre teve o sonho de ser mãe, mas tinha muitas dificuldades para engravidar. Em uma consulta, descobriu um nódulo no seio. Era um câncer. O tratamento começou rapidamente. Em janeiro de 2009 ela deu início à quimioterapia, e lutou contra a doença por mais de um ano. O tumor tirou de Giselma a esperança de ser mãe. Raderlon Ferreira da Silva, 28, músico e empresário, é o pai de Larissa, e esposo de Giselma. Ele contou que, durante o tratamento, Giselma foi muito forte. E, assim, cada dia mais se apaixonava por ela, pela sua força e beleza, até quando os cabelos começaram a cair com o tratamento. “Nesta época, foi quando eu achei a minha esposa mais bonita”, lembrou, emocionado.
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Pausa na dor: a gravidez Depois do tratamento, Giselma teve uma surpresa inesperada. Contra o prognóstico de que 90% das mulheres submetidas ao tratamento ficam impossibilitadas de se tornarem mães, ela descobriu, em agosto de 2009, que estava grávida. “Foi um milagre, só posso explicar assim. Ela tinha deixado de tomar os remédios, já tinha feito o tratamento. E já tinha deixado de lado a história da gravidez. Quando ela esqueceu, em um momento pouco provável, aconteceu”, conta o esposo. No dia 19 de maio de 2010, nasceu Larissa, o sonho da vida de Giselma. “Ela tinha um sonho, e conseguiu realizar”, conta Raderlon, enquanto mostra o álbum com as fotos da gravidez da mulher e, também, da sala de parto. Muitas vezes, ele executa músicas ao piano ou toca o seu trompete como forma de amenizar a saudade. “Ela queria ser mãe e amamentar a sua própria filha – continua ele -, e conseguiu. O bebê nasceu com 3,815 kg, e 49 centímetros. Os médicos ficaram admirados com o tamanho da criança. Foi um presente de Deus para a nossa casa, ainda mais depois dela ter enfrentado o câncer como enfrentou”, revela Raderlon. A volta do câncer e o recomeço Infelizmente, a história de Giselma termina pouco após o nascimento da filha. Durante a gravidez, os médicos haviam
detectado que ela tinha líquido no pulmão. Após uma biópsia, descobriram que era o câncer que havia espalhado. Contudo, nada que a amedrontasse. Raderlon conta que ela iria continuar os tratamentos, queria sobreviver, vencer de novo. “Ela não teve medo, nunca recuou. Queria enfrentar este novo tratamento, talvez mais radical do que o outro, para viver para a sua filha”, diz. Cerca de um mês após o nascimento de Larissa, em um final de semana, Giselma sentiu uma fisgada forte nas costas, dores no corpo e falta de ar. Raderlon a levou para o Hospital da Unimed, em Ipatinga. “Deram uma injeção de morfina nela, para amenizar a dor. Levamos a Larissa para ela também, e ela ficou abraçada com a filha conversando com a gente. Parecia que era apenas um susto”, contou. Giselma ficou o final de semana em observação. Às 14h da segunda-feira, ela foi para a UTI, onde ficou até às 2 horas da madrugada. “Foi fulminante. Eu fiz o que pude, estive com ela todos os momentos necessários. Queria tanto que ela estivesse aqui hoje com a Larissa e comigo...”, lamenta o jovem, não sem uma razão especial. Giselma havia sido a sua primeira e única namorada. Vida que segue “A maior lição que eu tirei foi que neste mundo nós não somos nada, somos pó. Devemos valorizar a vida a cada momento, sem perder oportunidades que temos. Eu e Giselma aproveitamos a nossa oportunidade, e a Larissa está entre nós hoje”, lembrou. Para poder ficar mais tempo com a filha e dar um futuro melhor para ela, ele decidiu mudar radicalmente. Largou o emprego em uma empresa terceirizada dentro da Aperam e trabalha na abertura de sua própria empresa, com foco na construção de molduras e telas. Raderlon, que também está cursando o 4º período de Direito, em Ipatinga, tem outro grande sonho: o de usar seus recursos e seu talento para melhorar outras vidas. “Meu grande sonho é montar uma escola de música para viciados, para ajudar na reabilitação deles”, revela. Enquanto isto, a pequena Larissa é a luz da casa. Para Raderlon, a certeza de que vale a pena continuar lutando. “Ela já está falando papai e vovó. Percebo hoje que não preciso de muito. Aprendi algo muito importante, que são as coisas pequenas que realmente te deixam feliz”, finalizou.
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DESEMPENHO PREMIADO
Mordomias por conta da casa Feras de vendas da Mavimoto levam a concessionária a superar números de comercialização de capitais e curtem temporadas de pernas por ar, no país e no exterior
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Geraldo Afonso, Haroldo (que está há apenas um ano na Mavimoto), Reginaldo e Gessimar, no paradisíaco resort Iberostar, na Praia do Forte
O seleto grupo de funcionários da Mavimoto, assim como a direção da concessionária Honda no Vale do Aço, estão rindo de orelha a orelha. A empresa, implantada na região há 35 anos, repetiu nos últimos meses uma impressionante performance de comercialização de motocicletas. Os números alcançados a colocam como um dos principais destaques entre as 750 revendedoras da Honda no País, com uma média de 500 motos vendidas por mês. Um efusivo aperto de mão e um ‘parabéns’, fora o salário em dia no fim do mês, talvez fosse tudo que os dedicados profissionais pudessem esperar em outra ocupação, mas não é exatamente isto que está acontecendo. Vindo da região do Vale do Mucuri para Ipatinga, por indicação da própria Honda, e um dos responsáveis pelo desempenho campeão da Mavimoto, o jovem Diretor Comercial Ricardo Angeli, natural de Nanuque-MG, desfruta neste mês de abril de uma viagem dos sonhos, curtindo por vários dias as belezas do Chile, atualmente um dos países mais estáveis e prósperos da América do Sul. A viagem tem uma razão especial: a concessionária ficou em primeiro lugar numa disputa que englobou revendas dos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Mas Ricardo não é o único a gozar desses mimos especiais pelo bem-sucedido trabalho. Quatro consultores de vendas da Mavimoto – dois deles novos de casa – , participantes de um concurso nacional da Honda que reconheceu os 200 melhores do Brasil, foram agraciados com uma viagem para o paradisíaco resort Iberostar, localizado na Praia do Forte, na Bahia, com direito inclusive a campo de golfe. Eles foram premiados pelo desempenho no faturamento de motos nos meses de outubro, novembro e dezembro: Reginaldo Alves de Araújo, 45, que trabalha há 16 anos na empresa; Gessimar dos Reis, 39, funcionário há 15 anos; Geraldo Afonso Martins, 38, há dois anos empregado na concessionária, e Haroldo Salazar, 32, que está há apenas um ano na Mavimoto. Por quatro
dias, eles puderam curtir um passeio inesquecível. “Foi tudo de bom, perfeito. Estamos muito felizes pelo reconhecimento”, disseram. Durante a estadia, os consultores receberam homenagens da Honda. Para que se tenha uma ideia do que esta conquista significa, havia apenas seis representando Minas Gerais, ou seja, a Mavimoto emplacou dois terços dos campeões de vendas do Estado. MSC ORCHESTRA E NORONHA O Gerente de Vendas Evaldo Avelino da Silva, de 49 anos, há sete na Mavimoto, foi contemplado com um cruzeiro de quatro dias no ‘MSC Orchestra’, oferecido pela BV Financeira para as empresas destaques em financiamento na modalidade CDC – Crédito Direto ao Consumidor. Apenas quatro concessionárias mineiras tiveram representantes agraciados com a viagem de navio, que passou por Ilha Grande (Rio de Janeiro), Santos (São Paulo) e Búzios (RJ). O Gerente de Vendas Everaldo Alves de Araújo, de 43 anos, há 21 na Mavimoto, também foi premiado por seu desempenho em comercialização de cotas de consórcio. Entre os dias 12 e 17 de março ele esteve desfrutando das incomparáveis belezas do arquipélago de Fernando de Noronha. Mais ‘chato’ ainda: com direito a acompanhante. A viagem foi oferecida pela Honda aos gerentes que foram destaque no Sudeste do Brasil.
O gerente Evaldo Avelino (no alto, à direita) embarcou no ‘MSC Orchestra’, o mais simpático navio de cruzeiro da Itália, para um passeio marítimo de quatro dias. Haroldo Salazar, ao lado de uma CG 125 Fan; Gessimar dos Reis, com uma Shadow 750; Evaldo Avelino, junto a uma CBR 1000, e Reginaldo Araújo, ao lado de uma CB 300: desempenho prazeroso. O jovem Diretor Comercial Ricardo Angeli (abaixo, à direita), uma indicação da própria Honda para a Mavimoto, curte neste mês de abril as belezas do Chile
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ESTÉTICA Ultra Cavity: tecnologia proporciona redução de gordura sem cirurgia
Beleza fundamental
A fisioterapeuta explica que otratamento pode ser feito em praticamente todo o corpo, sendo as áreas mais procuradas abdômen, coxas e região que fica entre o abdômen e as costas (flancos). Após o procedimento, Cristiane sugere que o paciente beba muita água. “Mesmo antes da aplicação. A ingestão de líquido, associada à prática de exercícios físicos, estimula a metabolização da gordura que é eliminada. Os resíduos celulares são removidos através dos caminhos fisiológicos normais”, explica. Outra vantagem do tratamento é que, imediatamente após a sessão, o paciente pode retornar à sua rotina. Cristiane diz que outros tratamentos, como a drenagem linfática e a radiofrequência, podem ser associados ao Ultra Cavity a fim de tratar a flacidez, melhorar o aspecto da pele, acelerar a eliminação da gordura e, consequentemente, a perda de medidas. A fisioterapeuta destaca que qualquer área do corpo onde há acúmulo de gordura pode ser tratada. Ela recomenda cerca de seis sessões para se obter um bom resultado, “mas o número de sessões varia, individualmente, segundo a quantidade de gordura na região”, ressalta. O intervalo entre as sessões é, em média, de uma semana.
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O significado de beleza (estética) sempre contribuiu para dar sentido à filosofia e à poesia que ainda fundamenta a vida de muitas pessoas, além dos pensadores, dos escritores. E, de tempo em tempo, o padrão de beleza muda segundo o que impõem a moda e a publicidade. Foi-se o tempo em que magreza era sinal de doença e fragilidade. Nas décadas de 30 e 40, por exemplo, o estilo Barbie não agradaria. Mas, neste século, as pessoasbuscam eliminar as gordurinhas que sobram aqui e ali, o que aumenta a corrida pelas clínicas de estética e salas de cirurgia. Para quem não quer se submeter a operações invasivas como a lipoaspiração, uma nova opção de tratamento é oUltra Cavity, capaz de remodelar o corpo e tratar a celulite. “Por meio de ultra-som, as células adiposas, as células de gordura, são desfragmentadas e excretadas, preservando os vasos sanguíneos, o sistema nervoso e sem que os tecidos adjacentes sejam lesionados”, explica a fisioterapeuta Cristiane Machado, da clínica Vitalità Centro Estético, em Ipatinga. Segundo ela, com a ajuda do aparelho, o paciente pode reduzir até três centímetros de circunferência corporal na primeira aplicação. “A grande vantagem é que otratamentoé seguro, não invasivo, feito sem cortes ou anestesia e indolor”, enfatiza.
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Tem muita gente
engravatada
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sem compromisso nenhum com o futuro.
DITO E FEITO
Homens e Mulheres de
Quer fazer do seu filho
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Inovação! Não se pode ser inovador para sempre. Eu quero criar clássic.os
COCO CHANEL ou Gabrielle Bonheur Chanel (1883-1971), importante estilista francesa, uma mulher à frente do seu tempo. As suas criações até hoje ditam e influenciam a moda mundial. É a fundadora da empresa de vestuário Chanel S.A.. Era filha de um feirante e uma doméstica. Inventou as primeiras calças femiminas.
Do ponto de vista jornalístico, nada mais insípido e monótono do que o início de um governo. Não se pode combater o que não foi feito, simplesmente porque não foi a incompetência que prevaleceu e sim o tempo que não passou. HÉLIO FERNANDES, 90 anos, m dos mais autênticos e polêmicos jornalistas do país. Entrou na profissão com 13 ou 14 anos de idade, a pedido do pai, funcionário gráfico da antiga revista O Cruzeiro, junto com seu irmão mais novo, Millôr Fernandes. Foi assessor de imprensa de Juscelino Kubitschek e depois seu opositor, aliado de Carlos Lacerda, governador do antigo estado da Guanabara.
Política é quase tão excitante quanto a guerra, e quase tão perigosa. Na guerra, você só pode ser morto uma vez, mas, em política, muitas vezes.
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SIR WINSTON CHURCHILL (18741965), político, estadista, escritor, jornalista, orador e historiador britânico, famoso por sua atuação durante a Segunda Guerra Mundial. Ele ocupou o cargo por duas vezes (1940-45 e 1951-55). É o único primeiro-ministro britânico a ter recebido o Prêmio Nobel de Literatura e o primeiro Cidadão Honorário dos Estados Unidos.
Os melhores médicos do mundo são: o Dr. Dieta, o Dr. Tranqüilidade e o Dr. Alegria. JONATHAN SWIFT (1667-1745), escritor irlandês, autor do imortal romance ‘As Viagens de Gulliver’. Órfão de pai, com um ano de idade foi levado secretamente por sua ama para a Inglaterra e, após dois anos, voltou em virtude de problemas políticos no país. O tio ensinou-lhe boas maneiras, mas não lhe deu amor e carinho, limitandose a medicá-lo quando tinha crises de surdez, mal que o ameaçou pelo resto da vida.
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ENTREVISTA tinga, como boca de caixa. Eram tempos difíceis, mas desta época guardo um precioso aprendizado que foi muito importante para minha formação moral. Até antes de casar, minha mãe era empregada doméstica, nunca aprendeu a ler ou escrever. Mesmo assim, é uma mulher muito sábia, sem dúvida minha melhor conselheira. Pois bem, voltando ao aspecto profissional, foi aí que um amigo, o Getúlio, me ofereceu a primeira opor-tunidade de venda. Dos 16 aos 22 anos de idade me dediquei a percorrer toda a região, batendo de porta em porta para vender livros.
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De garoto pobre a empresário bem-sucedido
Determinação é o que não falta a Israel de Paula, hoje também uma liderança política respeitada regionalmente
Aos 47 anos de idade, o empresário fabricianense Israel de Paula é um homem engajado em promover uma nova consciência política na região. Aqueles que se relacionam mais diretamente com ele já se habituaram a esta pauta diária, que ele cumpre como verdadeiro sacerdócio, em contribuição voluntária à sociedade. Nos anos 70, ainda garoto, ele trabalhava na travessia do rio Piracicaba em um bote, no distrito de Cachoeira do Vale, em Timóteo. Filho de um vigilante noturno e de uma empregada doméstica, Israel recorda com orgulho das origens. Em seu escritório, no Distrito Industrial de Coronel Fabriciano, uma moeda de dez centavos presa com fita adesiva bem em frente a seu computador chama a atenção. E ele explica: “Aqui dentro sei onde estão investidos milhões, mas o segredo na verdade é saber para onde vai cada moeda de dez centavos. Por isso tenho uma aqui, para não esquecer”. Foi ali que ele concedeu uma entrevista exclusiva à revista atitude, para falar não apenas de negócios, mas também sobre vida em sociedade e alguns de seus conceitos de cidadania. Casado com a médica Soraya Silveira Freitas e pai de Pedro, 14, e Arthur, 12, ele propõe que as pessoas se interessem mais por um assunto que ultimamente anda muito mal visto no Brasil: a política. Para Israel, mais do que o simples ato do voto, é papel de cada cidadão acompanhar o desempenho de seus representantes no exercício do mandato. Neste sentido, ele se destacou em importantes movimentos ocorridos em Coronel Fabriciano, como o que pretende impedir a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) na área urbana do município; na aprovação da Lei que acabou com a votação secreta na Câmara Municipal de Coronel Fabriciano, e agora ressurIsrael de Paula: “Assim como a arrogância, a vingança não é boa conselheira”
ge com uma proposta avançada: impedir que os chamados “Ficha Suja” possam ocupar cargos na Administração Pública. Pode parecer utopia, mas o empresário garante que não conhece o significado da palavra ‘desistir’. Atitude: Com seu jeito descontraído e sempre muito decidido, hoje pode-se dizer que você é uma pessoa bastante conhecida. Mas, fale-nos um pouco mais sobre sua origem. Apesar do que muitas pessoas pensam, sou de uma família bastante humilde. Nasci em Timóteo, onde morei até a juventude, na chamada Rua da Biquinha (Centro Sul), no extinto Bairro Neo e no distrito de Cachoeira do Vale. Meu pai, Samuel, era vigilante noturno da antiga Acesita (a Companhia Aços Especiais Itabira). Como naquela época se pagava muito pouco e éramos quatro irmãos, desde cedo aprendi o significado do trabalho. Ainda adolescente, fui “boteiro”, ou seja, atravessava pessoas e mercadorias pelo rio Piracicaba num bote a “catuá” (vara de bambu com aproximadamente 4 metros, usada para remar ou impelir a embarcação, apoiando-a no leito). Depois disso, passei a ajudante do carroceiro que era contratado pela Prefeitura para recolher o lixo na comunidade, até conseguir meu primeiro emprego com carteira assinada, em 1976, como cobrador na extinta viação Sayonara. Atitude: Mas hoje você é conhecido, além da atuação política, como um dos empresários mais bem-sucedidos da região, um dos maiores geradores de impostos de Coronel Fabriciano... Trabalhava no antigo Supermercado Bandeirante, no Horto, em Ipa-
Atitude: Foi então assim que começou a se desenvolver seu espírito empreendedor? Mais do que isso. Costumo dizer que nesta época desenvolvi meu espírito como um todo. Tive uma formação evangélica. Até os 17 anos de idade eu frequentei a Igreja Assembleia de Deus. Foi então que aceitei o convite do pastor Roberto Laranjo e me tornei membro da Igreja Presbiteriana, onde permaneci até os 25 anos. Depois passei a compreender que Deus é único e as religiões são iguais, todas elas trazem conforto espiritual e pregam o perdão, o amor ao próximo. Hoje costumo ir tanto à missa católica como também aos cultos protestantes. Me baseio na importância do conhecimento, que aprendi nos livros, principalmente a Bíblia. Quando batia de porta em porta, muitas vezes ouvia o pai dizer que o filho não ganharia nada decorando palavras do dicionário. Isso me dava ainda mais motivação para insistir em oferecer os livros, pois apesar de meus pais não terem tido oportunidade para estudar, sempre me mostraram que esse era o caminho. Atitude: Mas tendo que trabalhar muito, como conseguiu ad-quirir o conhecimento que tanto valoriza? Eu era o único dentre os vendedores que à noite, antes de dormir na velha Kombi com a qual percorríamos todas as cidades do Leste de Minas, ficava lendo cada um dos livros que eu vendia. Descobri um universo novo, nas palavras de grandes autores como Jorge Amado, Graciliano Ramos, José de Alencar, entre outros. Até hoje leio, em média, de 8 a 9 livros por ano. O que eu mais dou de presente para meus filhos, as pessoas que trabalham comigo ou amigos são livros. Só em 2011 já dei 32 livros de presente. Atitude: Essa avidez pela leitura o ajudou a ter sucesso na venda de livros? Sim. Mas não tenho dúvida de que o principal foi a persistência. Andava muito todos os dias, muitas vezes com fome, debaixo de sol e chuva, tinha uma missão a cumprir. Não é fácil a vida de um vendedor de porta em porta. Então aprendi o significado da palavra persistência. Em algum tempo, me tornei o melhor vendedor da equipe e daí por diante decidi que sempre iria trabalhar ganhando comissão, pois desta forma seria compensado pelo esforço adicional. Depois passei para o ramo de frios, até que, a certa altura, já morando em Ipatinga, percebi que a maior parte dos armazéns ficava desabastecida nos feriados e finais de semana, quando a entrega não vinha. No Bairro Iguaçu, em frente à porta de casa, teve início minha primeira empresa.
Em 1986 juntei as economias e comprei um refrigerador velho para guardar alguns produtos e revender nessas ocasiões. Atitude: Desde então se tornou empresário... Nesse período, em paralelo com a atividade de vendedor, cursava Administração na antiga PUC, hoje UnilesteMG. Parei no quinto período, quando a situação do país ia muito mal, e decidi ir morar no Canadá. Passei apenas um ano lá, mas foi outro aprendizado muito importante. Conheci uma cultura nova, onde as pessoas são educadas para se comportar como cidadãos. As ruas não são limpas apenas porque se varre, mas sim porque se uma pessoa joga lixo no chão é repreendida por todos e pode até mesmo pagar multa ou ir presa. Todos também sabem o quanto estão pagando em impostos. Pois o imposto vem destacado em todos os produtos. Isso gera uma conscientização. As pessoas cobram resultados dos serviços públicos em contrapartida aos impostos pagos. Diferente do Brasil, onde nós não temos nem noção do que pagamos. Atitude: Hoje você é respeitado como liderança política. Como é conciliar esses ideais e princípios que você tanto defende com um meio que hoje é tão mal visto pelos brasileiros? Não é a POLÍTICA, são as pessoas que estão no poder. Esse entendimento é que me dá força para participar como cidadão. Aprendi duas coisas: a primeira, que devemos separar as pessoas da profissão. Não é a profissão que faz o ladrão. É a pessoa sem ética. Separar o joio do trigo. Já a segunda, é o conhecimento. As pessoas devem buscar conhecer, entender, para apoiar ou emitir opinião. Pude observar que muitos homens se acham livres, mas estão presos na própria ignorância. O que me move e me estimula a participar da vida política é acreditar em um trabalho de conscientização, de mudança. Esse movimento tem que começar pequeno e nas cidades, mas com uma mensagem que chegue na alma das pessoas, mostrando que a política é um bem comum e tem que ser trabalhado com ética e transparência. Queremos que os “síndicos” da cidade ajam com transparência e ética. Mas eu sei que para chegar aí, o caminho é muito longo, pois as pessoas não acreditam nisso. Atitude: É apenas impressão ou de certa forma você parece descrente nas pessoas? Não diria descrente, mas através dos livros pude observar que em vários momentos da humanidade, apesar de serem em maior número, as pessoas de bem tinham dificuldade em se mobilizar, em participar da política. Muitas delas, quando decidiram por este caminho, foram olhadas com desconfiança. Também é difícil para o cidadão comum acreditar na política se hoje vemos os mesmos grupos, iguais em sua essência, se digladiando em ataques entre si. A eles interessa apenas atingir o poder, superar seus inimigos. Assim como a arrogância, a vingança não é boa conselheira. Não se constroi nada para o bem comum com base em nenhuma das duas. Por isso é preciso começar algo novo, onde as pessoas participem realmente, e não apenas compareçam ciclicamente para entregar o voto. E isso deve começar pela cidade em que moramos.
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MEMÓRIA
“Forrest Gump” 56
do Vale do Aço A dramática - e inesquecível - história do paraatleta Sandro Alex, o garoto pobre que teimava em correr pelo mundo. O atletismo, as pipas e a natação eram as válvulas de escape para afugentar o vazio em seu coração e ocupar a mente irremediavelmente debilitada “Oi colega, posso ser seu amigo? Eu sou o Sandro”. Este era o cartão de visita de Sandro Alex Silva, dito com a voz grossa do atleta, que infelizmente partiu sem se
despedir, no dia 16 de outubro de 2010, num grave acidente envolvendo um ônibus com alunos da APAE, no Vale do Jequitinhonha. Apesar das limitações físicas e psíquicas, em vida Sandro era um dos maiores atletas do país e autêntico embaixador de sua cidade, Ipatinga. São vários recordes em atletismo paraolímpico, que lhe asseguraram projeção especial no Brasil e no exterior. Aonde Sandro ia, virava ídolo. Não só por causa da sua capacidade técnica e força de vontade para superar as limitações. Sem dúvida alguma, ele foi um campeão fora das pistas também, seu carisma era algo insuperável. As mais de 500 premiações em seu quarto, entre placas, medalhas e troféus, contam só uma parte da história, a dos pódios e das competições, mas Sandro era bem mais que um atleta paraolímpico. Ele era um carioca ‘mineirizado’ com uma inquietação contagiante. A mãe de Sandro, dona Maria de Fátima Cruz, 56 anos, ainda mantém o quarto do filho da forma habitual, não com a esperança de que ele ainda volte, mas como uma homenagem. “Não foi só a gente que perdeu o Sandro, a avenida (Luiza Nascimbene) do Vila Celeste perdeu o Sandro, os comércios do bairro perderam o Sandro, Ipatinga perdeu o Sandro”, afirma a mãe, lembrando como o atleta era amado em seu bairro, onde residia desde 1989. Sandro Alex nasceu em 1977, na cidade de Duque de Caxias-RJ. Era lá que morava o pai, Edmundo Lino, que hoje tem 62 anos de idade e é aposentado. Ele veio para Ipatinga em 1970, para trabalhar na expansão da Usiminas, e então conheceu Maria de Fátima. Casaram-se e ele a levou para o Rio. Em 1987, resolveram retornar para o Vale do Aço. Maria de Fátima é uma batalhadora, assim como seu filho foi. Auxiliar de serviços, sacoleira, vendedora. Ela se esforçava para que seu filho participasse de competições, e foi com Intocável, desde a porta de entrada o quarto de Sandro é um tributo vivo às suas muitas conquistas, com dezenas de medalhas, placas, troféus e manchetes da imprensa
seu suor que bancou muitas das medalhas que estão expostas no quarto de Sandro. “Muitas vezes Sandro não podia responder às convocações da Seleção por não ter um técnico. Não havia patrocínio, nem recursos para o transporte e a hospedagem. Foram muitas as vezes que eu e o pai do Sandro levamos ele com recursos próprios para as competições”, contou Maria de Fátima à revista atitude, em meio à atmosfera emocionante do quarto do seu filho. Sandro era para-atleta e tinha 33 anos quando o acidente que o matou juntamente com outras dez pessoas aconteceu. Ele tinha um retardo mental, uma encefalia crônica não progressiva, conhecida como T-20, que o fazia ter a idade mental de um garoto de 14 anos. Além disso, Sandro tinha uma grave dificuldade de concentração, o que o gosto pelo esporte fez amenizar. Aos quatro anos, por um conselho de um dos médicos, Maria de Fátima resolveu colocar Sandro na natação, quando ainda moravam no Rio. Esta atividade ajudou muito a diminuir o déficit de concentração que o garoto tinha, além de melhorar seu preparo físico e capacitá-lo para competir. Início da vida de competidor Depois que se mudou para o Vale do Aço, Sandro foi para a APAE, onde fazia natação e atletismo. Destacouse em ambas as modalidades. Foi indicado para um teste na Usipa, o qual fez e passou, começando a competir. Sua primeira competição foi em 1992. A mãe não se recorda muito bem dos fatos, mas afirma que o filho ganhou logo o Ouro. Desde então, a história de Sandro no esporte foi um interminável desfile de sucessos. A dedicação era tanta que o garoto não andava de moto e nem fazia atividades que colocassem em perigo suas pernas. Esforço recompensado: ele competiu em nove países diferentes, além de conseguir o oitavo lugar em uma paraolimpíada. Mas poderia ter sido bem mais, se Sandro tivesse recebido o apoio necessário. “Sandro era um garoto 100%. Muito amigo de todo mundo, totalmente dedicado à família. Um garoto dócil, que não era tirado do sério com facilidade. Ele era dedicado ao esporte também, mas nos últimos tempos estava muito desestimulado. A APAE de Ipatinga já foi um celeiro de para-atletas no estado, mas nos últimos tempos os investimentos foram minguando, e a atenção para eles também. Os amigos que competiam com o Sandro também cresceram, e ele foi ficando sozinho, tanto na APAE como na Usipa. Ele começou a se sentir
triste e a não querer mais competir”, contou a mãe. Sempre no auge No ano 2000, Sandro foi eleito simplesmente a “Revelação Mundial do Esporte Paraolímpico”. Em Ipatinga, no ranking dos melhores atletas homenageados pela Liga Ipatinguense de Esportes Especializados (Liespe), sucedeu a campeoníssima nadadora Flávia Delaroli, primeira colocada de 1998, com os reconhecimentos de 1999, 2000 e 2001. Já em 1996, o atleta especial conseguiu índice para participar das Paraolimpíadas de Atlanta, mas não tinha patrocínio e, assim, acabou não indo. Em 1998, foi Bronze nos 400m no II Campeonato Mundial de
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Atletismo Paraolímpico, em Birmingham, Inglaterra. Em 2000, foi representar o Brasil na Olimpíada da Austrália, ficando com o 8º lugar nos 400m T20. Nesta ocasião, ficou conhecido na delegação como “Forrest Gump”, numa alusão ao dramático filme homônimo de 1994, estrelado por Tom Hanks (para compensar o vazio em seu coração, Forrest corre através dos HYPERLINK “http://pt.wikipedia.org/wiki/EUA” \o “EUA” EUA por três anos e meio. Ele é chamado de “um jardineiro de Greenbow, HYPERLINK “http://pt.wikipedia.org/ wiki/Alabama” \o “Alabama” Alabama”, em noticiários sobre suas corridas). Em 2004, novamente por falta de recursos, ficou de fora da Olimpíada de Atenas. Também já disputou competições na Espanha, no México, na Tunísia, na Suécia e em Portugal.
O acidente no Km 169 da MGC-451, município de Carbonita: onze pessoas morreram e 22 ficaram feridas quando o ônibus em que Sandro estava juntamente com outros estudantes, professores e enfermeiros da Apae bateu com outro ônibus e despencou de uma ribanceira de cerca de dez metros, caindo no rio Araçuaí. A delegação vinha de Montes Claros, onde os atletas haviam participado dos Jogos do Interior de Minas 2010 (Jimi)
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MEMÓRIA
Um outro Sandro, que “voava”
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58 Mas, em casa, na intimidade, quem era Sandro? Alguém que sempre procurava fazer alguma coisa, nunca estava parado, diz a mãe. Aquilo do que mais se ocupava: fazer e vender pipas nas férias de dezembro e janeiro, no Parque Ipanema, em Ipatinga. Em seu quarto, em uma caixa, ainda estão cuidadosamente guardadas 25 pipas prontas, que ele pretendia vender neste início de 2011. Quando se aproximava o final do ano, conta dona Maria de Fátima, a casa não cabia de tantas pipas. “Sandro levantava de madrugada para fazer as suas pipas. Sentava na varanda e ficava raspando o bambu, até a vareta ficar do jeito que ele queria. Sentava sempre perto do seu cachorro, e ficavam os dois lá, horas trabalhando. Sem exagero, ainda deve ter umas 20 mil folhas de seda aqui em casa. Era o seu estoque para cumprir o desejo de viver fazendo pipas”, revela, emocionada, a mãe. Na data em que concedeu a entrevista, garante a genitora enlutada, o normal era que não estivessem em casa. Ela e Sandro provavelmente estariam no Rio, passando as férias, visitando familiares. E, pra variar, comprando mais material para ele fazer pipas.
Mesmo com suas limitações, Sandro planejava vôos mais altos. Ele completou o segundo grau, em uma escola regular, e estava prestes a começar uma faculdade de Educação Física. “Fez também qualificação no Senai, fez aulas de música”, acrescenta a mãe. Fora isso, uma outra paixão: as loiras. Segundo dona Maria, nas viagens que fazia, sempre ficava mais “encantado” com elas que com as morenas. “Ele tinha mania de conversar sozinho, deitado em sua cama. Um dia, após uma viagem, lá estava ele, de barriga pra cima, rindo alto. Eu perguntei: ‘O que é, Sandro? ’. Ele, ainda mostrando todos os dentes, contou que tinha ido até uma menina loira e que depois ela saiu correndo dele. Perguntei o que ele tinha dito pra ela quando chegou perto, e ele respondeu, com a voz grossa: ‘Hello’”. A primeira camisa com que Sandro competiu virou um talismã para ele. Nela, se lê a inscrição: Cai a tarde, o dia termina, mas o Senhor está conosco. “Creio que hoje, Sandro está com Ele, como amigo dele”, acredita a mãe de Sandro Alex.
A mãe Maria de Fátima, o pai Edmundo Lino e a irmã mostram o que mais Sandro gostava de fazer fora das pistas e piscinas: construir pipas
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FOBIAS
Viajar de avião,
eu hein?!
Psicólogo orienta como é possível superar o medo de voar
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As viagens de avião são frequentes e necessárias nos dias de hoje pelas oportunidades ao desenvolvimento profissional, cultural e de lazer oferecidas por esse meio de transporte. Além de encurtar distâncias, o avião é um dos veículos mais seguros, como é demonstrado em diversas pesquisas. Mas por que, apesar desses dados, grande número de pessoas continua com tanto medo de voar? O primeiro passo é diferenciar o medo de voar e de uma verdadeira fobia. O medo de viajar de avião geralmente não impede o indivíduo de fazer suas viagens, a despeito do desconforto. Contudo, o medo pode às vezes evoluir para uma fobia, considerada como um Transtorno de Ansiedade, cuja causa é multifatorial. Fatores genéticos, neuroquímicos, socioculturais, tipo de personalidade e eventos de vida como traumas psicológicos estão envolvidos no surgimento das fobias. “Muitas vezes as fobias são decorrentes de eventos em que o indivíduo experimentou expressivo medo no passado. Lugares, circunstâncias ou sensações associados ao trauma podem disparar a memória do evento e mecanismos de alerta como se a situação traumática estivesse acontecendo ou por acontecer, como um sistema que visa à sobrevivência. As emoções se superpõem à razão e as áreas límbicas são mais atuantes que as áreas envolvidas em processos de racionalização”, esclarece Julio Peres, psicólogo e doutor em Neurociência e Comportamento pela USP, pós-doutorado pela University of Pennsylvania. E para superar o medo ou a fobia, muitas pessoas têm buscado a psicoterapia que confere significativos resultados de superação. “A psicoterapia busca dissecar e trabalhar as associações estabelecidas entre eventos traumáticos e os respectivos sistemas de crenças que geram os comportamentos fóbicos. Os efeitos terapêuticos são em boa parte, decorrentes do ‘aprendizado de extinção’, que estabelece novas e saudáveis respostas mediante o estímulo que causava medo”, explica Julio Peres. Trata-se de um processo ativo de aprendizado pelo qual o indivíduo organiza sua cognição com experiên-
cias gradativas de enfrentamento consciente, gerando uma nova associação saudável em detrimento da anterior. C
Dicas para encarar os ares O psicólogo passa algumas dicas para quem tem medo, mas precisa voar: - Auto-indução de relaxamento Uma técnica que ajuda a enfrentar o medo antes e durante a viagem é a auto-indução de relaxamento com foco na respiração tranqüila apoiada por pensamentos de superação como “Eu me sinto tranqüilo e seguro”, “Tudo está bem agora e assim continuará”, “Sou capaz e supero a mim mesmo”. A explicação é simples: quando hiperventilamos (respiração ofegante, ansiosa), provocamos alterações do oxigênio na corrente sanguínea, favorecendo progressiva confusão mental e, como decorrência, exacerbação do medo. Por outro lado, quando mantemos a respiração tranqüila nos sentimos mais seguros, confiantes e com o controle preservado. - Resgatar a coragem Outra boa dica é resgatar o repertório de vitórias em outros períodos da vida (conquistas de objetivos no campo familiar, profissional, escolar, esportivo etc.). Tais lembranças podem mobilizar novas associações para o fortalecimento da autoimagem corajosa e vencedora. - Exposição suave e contínua Enfrentar o medo aos poucos, por exemplo, primeiro enfrentar o aeroporto, depois vôos curtos sem tranqüilizantes e ir gradativamente se expondo a vôos mais longos. Chamamos esse processo de Dessensibilização (retirar a sensibilidade). Esse método favorece a diminuição gradativa da hipersensibilidade existente a uma condição fóbica por meio da exposição suave e contínua, que permite ao paciente fortalecer a percepção do controle e vitória sobre si mesmo.
Muitas vezes as fobias são decorrentes de eventos em que o indivíduo experimentou expressivo medo no passado
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DEGUSTAÇÃO
Encorpado, forte ou suave?
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Loja especializada oferece aos clientes oportunidade de conhecer a diferença existente nos sabores das uvas utilizadas na fabricação de cada vinho Ao lado de uma boa companhia, ou para tomar com os amigos, para comemorar um acontecimento, ou presentear alguém, para servir em eventos de negócios, ou para apreciar em família... Existem várias ocasiões que pedem um bom vinho, e para todas elas a empresária Aparecida Rigueira, proprietária da Vale Vinhos, no Bairro Canaã, em Ipatinga, tem uma sugestão diferente. Até cerca de seis anos atrás, Aparecida era apenas uma consumidora e apreciadora de vinhos. Foi quando ela resolveu usar seus conhecimentos para abrir uma loja. “Desde quando surgiu a vontade de montar meu próprio negócio, pensei em bebidas e para começar a visão foi abrir um estabelecimento no segmento de vinhos e sucos de uva. Pensei que, pelo fato de ter grande beneficio para a saúde, seria mais fácil introduzilo no mercado, e hoje vejo que não estava errada”, conta. Para a empresária, o vinho deixou de ser uma bebida alcoólica comum há muito tempo, e chega a ser um atraso vê-lo desse modo ou buscá-lo com essa finalidade. “Hoje, cada vez mais ele faz parte da mesa dos brasileiros”, diz, realçando que apesar de encontrar o produto em muitos pontos comerciais da região, inclusive em supermercados, as pessoas que querem se cuidar, acreditando nas substâncias benéficas presentes na bebida, acabam indo visitar a sua loja, para obter dicas e conhecer as novidades do mercado. “Muitas pessoas vêm até a nossa loja comprar vinho por orientação médica, e outros por apreciarem a bebida. Temos um público bastante fidelizado, que acredita em nossas sugestões”, diz. Para os apreciadores, a Vale Vinhos realiza degustações na loja.
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BODY PUMP BODY COMBAT BODY BALANCE “Essas degustações têm por finalidade mostrar aos clientes a diferença existente nos sabores das uvas utilizadas na fabricação de cada vinho”, conta. Hoje, a Vale Vinhos apresenta interessante diversidade de produtos a seus clientes, inclusive vinhos importados da Argentina, Itália, Chile e França. Contudo, Aparecida realça que em matéria de substâncias benéficas para a saúde o vinho nacional não deixa a desejar. Conforme a empresária, uma das propriedades mais conhecidas do vinho é que ele ajuda a baixar o LDL, o chamado colesterol ruim, e a aumentar o HDL, o colesterol bom, além de ser um grande aliado para quem quer ter uma vida longa e saudável. “Ele faz bem ao coração, cérebro, aparelho digestivo, respiratório, urinário, músculos esqueléticos, e, para quem tem diabetes, o hábito melhora o controle glicêmico”, assegura. Aparecida Rigueira destaca que o vinho também pode ser considerado agente de beleza, pois inibe a ação dos Radicais Livres que agem no nosso corpo, os efeitos dos antioxidantes são superiores aos da vitamina C e E. “Parte dos benefícios que o vinho traz encontram-se nas relações entre corpo e mente, o relaxamento que uma taça de vinho proporciona após as refeições consegue controlar melhor o estresse e a depressão”, ensina. De qualquer modo, a empresária destaca que apreciação do vinho deve ser feita com moderação.
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TALENTO AUTODIDATA do time adversário e os do seu time também. “Ficava ‘encucado’ com uma coisa. Como é que uma máquina de madeira, ferro, asas, motor, como aquilo conseguia voar”, lembra. Porém, Reinaldo não tinha condições de praticar o aeromodelismo. Hoje o esporte está bem mais difundido, mas os equipamentos continuam custando um bem caro. Em1986, Reinaldo estava com 15 anos de idade e ainda não tinha condições nem de levar para casa as revistas especializadas no assunto. Diante da banca, ficava babando, hipnotizado com as capas. “Não tinha como comprar, e ia à banca quase todo o dia para ver as revistas. Certo dia, uma moça se sensibilizou e me deixou folhear, mas com muito cuidado. Depois de um tempo, ela me deixou também copiar alguns projetos que vinham nas revistas. Copiava em uma folha de seda, e tentava criá-lo em casa”, contou o artista.
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Reinaldo, o rei dos ares Há sonhos, hobbies, esportes que são bem caros e, nesta lista, sem dúvida alguma, entra o aeromodelismo. Não é qualquer um que pode comprar estes “brinquedos”. Eles custam muito mais do que a grande maioria da sociedade brasileira pode almejar. Mas, que bom que existem as exceções criativas e igualmente determinadas, aquelas que tornam possível o que para tantos parece inalcançável. Reinaldo Luciano Carola, 40 anos, morador do Bairro Recanto Verde, em Timóteo, não tinha a mínima condição de comprar um aeromodelo, mas desde criança era fascinado com os céus. Na verdade, não tinha condições nem de comprar revistas sobre o tema. E, no entanto, queria por que queria pilotar uma daquelas engenhocas. Resultado: fabricou o seu próprio avião e, daí, não parou mais de dar asas à imaginação. Agora, seus vôos são constantes e a ou-
Como uma criança fascinada por aviões e sem dinheiro para comprar uma revista que fosse se tornou o único brasileiro a fazer aeromodelos em tamanho gigante, de forma caseira
sadia cada vez maior, a ponto de chamar a atenção até da Força Aérea Brasileira. Desde que se conhece por gente, o céu já desperta a atenção dos olhos de Reinaldo. Natural de Divinópolis, o garoto mudou para o Bairro Alvorada, na cidade de Timóteo, ainda na infância. Quando ele tinha por volta de sete anos, já sabia que era “apaixonado” por voar e já construía pequenos aviões, de isopor, ao invés de jogar futebol, como a maioria. “Não tinha interesse em jogar futebol como os outros garotos. Era muito alto, magrelo e desengonçado. Não tinha o talento necessário”, conta o aeromodelista. Bem no meio da pelada, quando passava no céu um avião, um teco-teco ou qualquer outra máquina que voasse, lá estava ele olhando para cima, absorto em seus pensamentos. Sumia a bola. O campo, os jogadores
Os últimos feitos do artista são um Tucano T-27 e um Corisco, aeronaves que ele está aperfeiçoando na oficina de sua casa
Dom especial Sim, artista. A paixão de Reinaldo pelos aviões é acompanhada de um dom. Ele é totalmente autodidata. “Qualquer pessoa precisaria de um projeto detalhado, explicando coordenadas, medidas. Mas eu costumo fazer diferente. Eu olho a foto, risco o desenho, faço o molde e vou modelando, esculpindo as peças, o corpo, as asas. Só de olhar um modelo eu já fico processando como ele deve ser feito, como ele precisa ser para voar. A minha maneira de mexer com os aviões é diferente, muito artesanal, totalmente diferente dos outros que eu conheço e que fazem aviões”, revelou Reinaldo, que segue uma filosofia. “Quero sempre fazer de uma forma simples, de uma maneira simples, com materiais simples, para despertar cada vez mais pessoas. Não precisa ser um esporte caro. Um cara vira um menino quando tem um avião nas mãos”, acredita. Reinaldo é um dos poucos no país que fabricam aviões giant, moldados em uma escala considerada gigante e que pode chegar a 48% e até 50% da escala de um avião normal. Mas há algo inédito: agora, ele é o único que faz aviões giant de forma caseira. “Desta envergadura e em casa eu sou o único que faz. O Corisco (Piper Arrow) tem 40 kg, e o Tucano T-27 (Embraer EMB-312, tipo o usado na Esquadrilha da Fumaça) está com 32 kg, mas o peso dele deve cair uns 10 kg por causa do material que eu estou usando agora. Uso também um motor de moto-serra de 52 cilindradas e um outro, de para-pente, com o dobro de cilindradas. Mas o motor de moto-serra é muito mais potente”, explicou Reinaldo. Seus aviões gigantes são feitos com fibra de vidro e madeira especial. A curiosidade por tudo o que diz respeito ao assunto é tão grande que, na calçada diante de sua casa no Bairro Recanto Verde, o local onde mora atualmente e onde mantém também uma oficina de gesseiro, chegou a plantar uma árvore que produz madeira levíssima, de onde sai a matéria-prima para os aeromodelos. A espécie é impressionante. Em apenas um ano a árvore já estava enorme e, serrada, lhe deu material para novos aviões.
Reinaldo Carola com o aeromodelo a cabo que lhe custou um dia inteiro carregando latas de areia até o alto do morro
Sacrifício e paixão Reinaldo ganhou seu primeiro aeromodelo – um tipo bem antiquado, operado ainda por cabos - aos 15 anos. E teve que suar muito. Seu pai, um carpinteiro que veio para Timóteo trabalhar na Acesita, lhe fez uma proposta que parecia impossível. Disse que, se ao voltar do trabalho o filho tivesse tirado um caminhão inteiro de areia da rua, levando-o para o quintal, ganharia o avião. O adolescente ralou, mas cumpriu a tarefa. “Eu sou o filho mais velho. E meu pai morava na última casa do morro, a 200 metros de distância da área”, recorda, com um maroto sorriso. “Ele sempre me ensinou que nada vem de graça”, acrescenta. Depois, Reinaldo fez aviões de papel, de isopor e de outros materiais. No primeiro aeromodelo que fabricou, usou madeira de caixa de uva. Voava em círculos, e era comandado por uma manete. Hoje, ele afirma que já deve ter construído mais de 50 aviões. Também aprendeu sozinho a pilotar os aviões. Igualmente sem nenhuma orientação, aprendeu a fazer móveis de bambu. Chegou a ter uma pequena empresa com cinco funcionários, na qual produzia cadeiras, estantes, mesas de centro etc. Convidado especial Uma das maiores emoções e honras de Reinaldo foi ser buscado no aeroporto de Ipatinga, em maio de 2008, por um avião Bandeirante da Força Aérea Brasileira. Até lá, o aeromodelo foi em cima do seu carro. O convite foi para expor seu Tucano durante três dias, com portões abertos, na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAr), em Barbacena. No início, pensou que era trote. E mais desconfiado ainda ficou quando, embora o embarque tivesse sido marcado para as 10 horas, a aeronave da FAV só foi aparecer para seu embarque às três da tarde, devido a alguns contratempos. Lá, tudo foi um grande sucesso. E nem poderia ser diferente. Como ficar indiferente a um aeromodelo de 2,85 de comprimento, com 4 metros de asas? As glórias foram divididas com o pai e o filho mais velho, que o acompanharam na viagem. Para Reinaldo, os desafios continuam. “O próximo que eu quero fazer é o P-51 norte-americano. Também sonho em produzir os aeromodelos em escala real”, revelou. Ainda está curioso? O YouTube está recheado de vídeos dos vários vôos dos seus brinquedinhos.
“Quando estou no meu quarto, o que mais gosto de fazer é ouvir música”
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LIVROS/FILMES
O horror do holocausto e seus efeitos residuais Adam – Memórias de Uma Guerra (Título Original: Adam Resurrected), com duração de 75 minutos, lançamento de 2010, é um filme surpreendente e emocionante. Isto, graças à magistral atuação do ator protagonista, um roteiro sem retoques de Noah Stollman e a direção de Paul Schrader, expoente da turma de jovens talentos que fez Hollywood ferver na década de 1970. Schrader (roteirista de Taxi Driver, de Martin Scorsese) mostra, aos 64 anos, que não arrefeceu o ímpeto transgressor daqueles tempos de efervescência criativa. A partir do romance do escritor israelense Yoram Kaniuk, concebe um verdadeiro libelo humanista sobre os horrores do holocausto, que desemboca num sanatório criado no deserto da
Terra Santa para abrigar judeus que escaparam do genocídio com marcas físicas e psicológicas irreversíveis. Jeff Goldblum, o astro principal, aparece com um desempenho impagável, talvez o melhor sua carreira, encarnando a figura magnética de Adam Stein, um homem que viveu um drama especialmente caótico na Alemanha nazista e sobreviveu aos traumas dos campos de concentração. Num hospital psiquiátrico, Adam se sobrepõe inclusive aos seus tutores, já que está longe de ser um homem vulgar ou um doente comum. O seu cérebro é demasiado inteligente para confundir os seus médicos e surpreendê-los.
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Conversas que tive comigo
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Após ter sua biografia retratada no filme “Invictus”, do diretor Clint Eastwood, com Morgan Freeman, Matt Damon e Tony Kgoroge no elenco principal, ‘Conversas que Tive Comigo’ traça um retrato pessoal do líder sulafricano Nelson Mandela. Com prefácio de Barack Obama, o livro se baseia no arquivo pessoal de materiais inéditos de Nelson Mandela, inclusive dos quase 30 anos em que
esteve na prisão. São diários, cartas, anotações pessoais, recortes de jornais, rascunhos de discursos e gravações que procuram propiciar a compreensão do lado humano.
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Autor: NELSON MANDELA Tradutores: Ângela Lobo de Andrade, Nivaldo Montingelli Jr. e Ana Deiró Editora: Rocco Preço sugerido: R$ 39,50 Páginas: 416
Faça Como Steve Jobs - E realize apresentações incríveis em qualquer situação O método das apresentações de Steve Jobs é analisado neste livro por meio da estrutura de suas palestras. Em ‘Faça como Steve Jobs’, o especialista em comunicação Carmine Gallo esclarece o magnetismo desse líder, destrinchando cada momento de suas apresentações em técnicas que você pode aplicar. Quando as habilidades de Steve Jobs como comunicador entram em pauta, imprensa, seus fãs e até mesmo a concorrência costumam referir-se ao “campo de distorção de realidade de Steve”, um universo particular em que todos os
produtos que o norte-americano divulga se tornam artigos de primeira necessidade. E executivos de todas as áreas tentam fomentar em seus clientes o mesmo fervor apresentado pelos entusiastas da Apple. Autor: Carmine Gallo Tradutor: Carlos Szlak Editora: Lua de Papel Assunto: Administração – Comunicação Empresarial Preço sugerido: R$ 29,90 Páginas: 256
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