DITO E FEITO
Homens e Mulheres de “A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout. Eles mesmos fazem a arte-final”. LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO, 77 anos, escritor gaúcho filho do também escritor Érico Veríssimo, com mais de 60 títulos publicados, além de cartunista, tradutor, músico e roteirista, genial criador de crônicas e textos de humor. Já foi publicitário e copy desk de jornal.
“O que você pensa, a atitude que você tem, o que você diz, como você age, enquanto está passando pelo deserto, determina quanto tempo você permanecerá lá”. JOYCE MEYER ou Pauline Joyce Hutchison Meyer,70 anos, autora e palestrante cristã nascida no Missouri-EUA. Seu longo histórico de vida de abusos sofridos, durante a infância e também na fase adulta, concede-lhe uma forte experiência para o ensino sobre a superação da alma e perdão ao próximo. Seus programas de rádio e de televisão são divulgados em 200 países em 25 línguas. É autora de mais de 70 livros.
“Perca com classe, vença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve”. CHARLES CHAPLIN (1889—1977), ator, diretor, produtor, humorista, empresário, escritor, comediante, dançarino,roteirista e músico britânico. Em Busca do Ouro é considerado por ele seu melhor filme. Sua carreira no ramo do entretenimento durou mais de 75 anos.
“Nunca quis abortar, mas naquela época a mulher pertencia ao marido e o meu marido não queria saber de filhos. Quando me pediu para fazer o terceiro ou quarto aborto, aí eu disse: ‘Chega, não faço mais!’ Eu estava com 19 anos”. TÔNIA CARRERO, nome artístico da carioca Maria Antonieta de Farias Portocarrero, 91 anos. Considerada uma das mais consagradas atrizes do Brasil, com marcantes interpretações em cinema, teatro e televisão. Filha de um militar, por parte paterna é descendente do barão Hermenegildo de Albuquerque Porto Carrero. Apesar de graduada em educação física, a formação para as artes foi obtida em cursos em Paris, quando já era casada com o artista plástico Carlos Arthur Thiré, pai do ator e diretor Cecil Thiré.
DIA A DIA
Dependência digital
Efeito China
Cerca de 80 milhões de usuários de internet no Brasil estão presentes nas mídias sociais, segundo um relatório da empresa de pesquisa eMarketer. No Brasil, o Facebook manteve a liderança entre as redes sociais no País ao registrar 72,12% das visitas nesse segmento no país em setembro, segundo dados da Serasa Experian. Além disso, essa rede social lidera o tempo de visita dos usuários brasileiros, com uma média de 25 minutos e 45 segundos em setembro.
O chamado ‘Efeito China’ já traz abalos também nos empregos do setor têxtil e de vestuário no Brasil. Pesquisa feita nas cinco regiões do País em grandes metrópoles (Pernambuco, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) com trabalhadores com e sem registro em carteira, relativa a janeiro a setembro de 2013, mostra que o segmento apresentou, respectivamente, quedas nos postos de trabalho de 3,84% (que representa 10.573 pessoas) e 3,05% (41.503 pessoas). Nos primeiros nove meses de 2013, somente as importações de vestuário apresentaram aumento de 8,2%, em valor, comparativamente com o mesmo período em 2012.
País rechonchudo 4
O problema da obesidade infantil é tão sério que em agosto deste ano o Ministério da Saúde divulgou dados sobre a doença no Brasil. Segundo o Ministério, 51% da população brasileira está acima do peso e, deste montante, 17% são obesos. Os números apontam crescimento do problema no país, isto porque em 2006, 43% da população era considerada acima do peso ideal. O estudo também revelou que, por esta média, o Brasil teve crescimento de obesos de pouco mais de 1% ao ano. Se seguir neste ritmo, o país poderá ter em 2023 quase 60% de sua população acima do peso. A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) ressalta que há erros que os pais devem evitar na relação com os filhos. Segundo a instituição, não dizer sempre sim para os pedidos das crianças é um grande passo. Assim como oferecer comida como recompensa é um dos grandes erros dos pais brasileiros. Brincar durante a refeição e ceder ao primeiro “não gosto disso” também são consideradas atitudes a serem evitadas.
Canção da América Amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito, já dizia Milton Nascimento. Os dois cães de rua eram companheiros e, no dia anterior, foram vistos juntos repousando sob uma marquise, no bairro Jardim Panorama, em Ipatinga. O estado de saúde parecia normal. Contudo, na manhã seguinte, um deles sucumbiu a algum tipo de doença. Sensível à perda, uma moradora que os alimentara se compadeceu, colocou o animal numa caixa e avisou o serviço de zoonoses, para que fizesse o recolhimento. Durante todo o tempo de espera, e antes mesmo que a morte tivesse sido notada por algum ser humano, o companheiro do cão morto não arredou pé, “velando” o corpo.
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O segundo coração Considerado o segundo coração, a panturrilha bombeia boa parte do sangue por minuto de movimento e de acordo com o cirurgião vascular Dr. Caio Focássio, quem apresenta deficiência no retorno venoso e sofre de problemas como varizes, tromboses e inchaços deve investir na prática de atividades físicas que fortaleçam as panturrilhas. “Além de ajudar no fortalecimento, a batata da perna deve ser movimentada com frequência para auxiliar o fluxo sanguíneo e evitar esses problemas vasculares”, ensina. E quem exercita as pernas acaba ganhando em saúde e estética. Caminhar em ritmo acelerado, subir escadas e pedalar com as pontas dos pés são algumas das atividades propostas. Além disso, diz o especialista, muitas dessas atividades podem ser feitas no cotidiano, sem que a pessoa procure uma desculpa para “escapar” da prática. Substituir o carro pela bicicleta, caminhar pelo bairro ou trocar o elevador pelas escadas são exercícios gratuitos, eficazes e que podem ser adaptados à rotina sem grandes prejuízos e de quebra ainda é possível ganhar pernas delineadas!
Boom dos hotéis
Esperando sentado Na cidade de Montes Claros, o ipatinguense Isaac Adriel, estudante de engenharia civil na Funorte, não se conteve ao perceber a rua diante da morada completamente inundada, sem possibilidades de locomoção, após um temporal de dezembro. Botou cadeira, armou-se com molinete e mandou ver, brincando de tentar garantir algum pescado para o almoço. Pela compenetração, diziam os observadores, deve estar crendo mesmo que algo digerível vai morder a isca. Outros já imaginavam que melhor fosse que esperasse deitado – pelo peixe ou por providências para consertar a via, tanto faz.
O Brasil terá pelo menos 422 novos empreendimentos de hospedagem, com incremento de 70.531 quartos no parque hoteleiro nacional até 2016, de acordo com o mapeamento “Investimentos no Brasil: Hotéis e Resorts”, realizado pela consultoria de investimentos hoteleiros BSH International com o apoio do Ministério do Turismo. O investimento privado pode chegar a R$ 12,2 bilhões, gerando 33,8 mil novos empregos diretos no setor, revela o estudo. A região Sudeste concentra a maior parte dos investimentos previstos (59%), com 250 novos estabelecimentos, seguida pelo Nordeste (13%), Sul (11%), Centro-Oeste (10%) e Norte (7%). Entre as 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ) são as mais mobilizadas, com estimativa de sediar 42 e 23 novos estabelecimentos hoteleiros, respectivamente. A projeção é que em 2014 nada menos que164 novos hotéis estarão em funcionamento no país, colocando à disposição do turista mais 28.248 novas unidades habitacionais.
Viajar é preciso De acordo com a Sondagem do Consumidor – Intenção de viagem, 36,8% dos entrevistados com menos de 35 anos declararam em novembro a intenção de viajar nos próximos seis meses, segundo um estudo realizado pelo Ministério do Turismo (MTur), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. A sondagem foi feita com duas mil pessoas em sete capitais do Brasil.
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CARTA AO LEITOR
Quanto mais mestre, mais julgado
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É muito gratificante, para mim, desfrutar do convívio de determinadas pessoas que se sobressaem num contexto global de sociedade por sua capacidade de realizar coisas tão acertadas quanto inéditas. Admiro-as porque sair do lugar comum é sempre desafiador e, algumas vezes, complicado ao extremo. Pode até mesmo significar isolamento, porfias. Incompreensões, afrontas. Fazer diferente, inovar, é atrair para si o peso da atenção que raramente está desacompanhada do julgamento. É esse o preço que se paga por ousar, alcançar qualquer que seja a posição de relevância. Botou a cabeça para fora, cuidado! Pode vir, sim, da parte externa da janela, uma brisa reconfortante - e esse é para nós o melhor dos mundos, que jamais deveria ser interrompido. No entanto, também há gente que vive e sobrevive de emboscadas, com cutelos nas mãos, salivando sangue, e ai de mim e de você se o imponderável não nos guardasse das vis ignorâncias. Quero enaltecer, nesta edição, o histórico feito desses irmãos-garotos Átila, Jean e Pablo, dedicados produtores de saber que, perdoem-me o tosco trocadilho, elevam o nome do Vale do Aço à Elite do ensino nacional. Ainda, render honras a esse rapaz com nome de príncipe, Charles, cuja intrepidez ajuda a arrancar escravizados dependentes químicos dos buracos mais sombrios e insalubres, devolvendo-os à luz. A verdade é que, depois que alguém vai à frente e faz aquilo que parecia impossível, muitos outros se despertam. E esse é o grande legado dos líderes. Claro que, mesmo com o mapa nas mãos, milhões ainda errarão o caminho. Mas esta é outra história. Se não nos perdermos em meio a tantas encruzilhadas, quem sabe a possamos contar no ano que vem...
DIRETOR E EDITOR-CHEFE Luiz Carlos Kadyll kadyll.revistaatitude@gmail.com (31)9239-6438/3824-4620 REPORTAGENS Luiz Carlos Kadyll kadyll.revistaatitude@gmail.com Alexandre Paulino alexandre.revistaatitude@gmail.com Janete Araújo janete.revistaatitude@gmail.com André Almeida FOTOGRAFIAS Paulo Sérgio de Oliveira PROJETO GRÁFICO Alisson Assis DIAGRAMAÇÃO Fábio Heringer ASSISTENTES DE ARTE Fernando Mageski fernando.revistaatitude@gmail.com Ellen Villefer de Carvalho Almeida ellen.revistaatitude@gmail.com DIRETORA COMERCIAL Edileide Ferreira de Carvalho Almeida edileide.revistaatitude@gmail.com (31)8732-8287 COLABORARAM nesta edição: Ed Carlos, Rômulo Edgard, assessoria de Comunicação da Cenibra . Tiragem 3.000 exemplares
ENVIE SUGESTÕES A revista atitude conta com a sua participação para proporcionar sempre um alto nível de informação aos seus leitores. Envie suas sugestões de reportagens para o e-mail sugestao.revistaatitude@gmail. com. Elas serão avaliadas por nossa equipe com toda atenção.
Luiz Carlos Kadyll EDITOR-CHEFE
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SUMÁRIO
20 COMÉRCIO Os fatores que determinam a conflituosa relação entre vendedores, compradores e patrões.
24 DOENÇAS Alimentos impróprios contribuem para o avanço do câncer
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ÁTILA, PABLO E JEAN Os garotos-empreendedores, campeões de vestibulares, que elevam o Vale do Aço à elite do ensino nacional.
42 PEDRA ESPIRITUAL As convicções de ex-usuários de crack sobre fundamentos para edificar uma nova vida.
50 CUIDADOS CANINOS O que fazer para proteger os pets dos previsíveis foguetórios do ano de Copa.
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APOIO GERENCIAL
ESCUTAR Sem esse ingrediente fica difícil fazer a sua empresa crescer 10
Uma das formas de se medir o sucesso profissional está em como você entende seu negócio. Mas quem devo escutar para ter um feedback verdadeiro? Quais são as perguntas certas a se fazer? Devo pesquisar entre meus amigos ou parentes? Ou preciso escutar pessoas isentas, possíveis consumidores de meus produtos ou serviços?
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Sempre vejo anunciado cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. RUBEM ALVES Escritor
Para receber bons retornos sobre suas ideias de negócios – seja para começar algo ou para criar algum conceito ou novo serviço – o segredo é escutar com atenção o dizem os públicos aos quais se direcionam seus produtos ou serviços. As críticas são mais valiosas do que os elogios – fique atento com esta questão. Familiares, amigos, especialistas, mentores, clientes. Todos podem dar ‘pitacos’, mas qual é o peso de cada opinião? FAMÍLIA E AMIGOS – Costumeiramente essas serão as pessoas mais receptivas às suas ideias pelo relacionamento pessoal que mantêm, e isso as torna, naturalmente, menos isentas no momento de fazerem suas considerações. Muitas vezes sobram mais agrados do que críticas – este último, no final das contas, é o que ajuda um empreendedor a repensar os caminhos e a evoluir profissionalmente. Parentes e amigos, dificilmente, serão tão “duros” na hora de apontar falhas mais graves na concepção da ideia, nos mercados que pretende explorar, na forma de cobranças, etc.. Neste caso, opte por ouvir pessoas isentas, sem envolvimento emocional com você e, tampouco, com outros membros de sua equipe de empreendedores, elas trazem um feedback mais realista para as suas perguntas; ESPECIALISTAS-MENTORES – Sem-
pre que possível, apresente seu projeto para profissionais que tenham mais experiência do que você, em diferentes áreas. O ideal é que não seja feita como uma simples pergunta e resposta, mas sim uma “venda” do produto ou serviço – assim como fará com possíveis clientes e investidores. Por exemplo: se não tem boa formação em Gestão, procure quem seja referência no setor em que atuará e peça uma “ajuda voluntária” – se não arriscar nunca saberá das possibilidades de aprender o que eles sabem. Lembre-se: o conhecimento desses profissionais pode se tornar um atalho para acertos mais rápidos. Cerque-se de pessoas capacitadas e que sejam capazes de somar ao que já desenvolveu. Não entende nada sobre a área Jurídica? Procure advogados que lidem com contratos, áreas trabalhistas e tributárias, etc. Não se esqueça de consultar, ainda, especialistas em TI, profissionais de Comunicação e Marketing para pesquisar se está no caminho certo. Estes, sim, são mais confiáveis para apontar defeitos ou indicar caminhos para o crescimento da equipe e do projeto; A VOz DO CLIENTE – E, por fim, e mais importante, após identificar quem são seus possíveis consumidores valide seu projeto/produto com eles. Eles são o termômetro mais próximo que indicará se o que sua empresa oferecerá ao mercado tem ou não interesse de compra.
Há quem diga que você deve conquistar nessa fase seus primeiros clientes, e se isso ocorrer você terá um indício de sucesso. Para tanto, procure elaborar perguntas que coloquem o problema que pretende resolver com o seu negócio no centro da atenção. Ou ainda, crie perguntas que consigam te levar a concluir que há uma possibilidade real deste público virar um real consumidor, como por exemplo: “O trânsito intenso te estimula a fazer cursos online?”. Opte por incluir questões, como: “Você faria mais cursos à distância se encontrasse ferramentas gratuitas na internet?”, entre outras. Escutar é sempre complicado – e necessário –, já afirmava o escritor Rubem Alves: “Sempre vejo anunciado cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir”. E você? Está pronto para escutar (com maturidade) o que os outros têm a dizer sobre seu negócio? *THIAGO ERMANO é Jornalista e Assessor de Comunicação da Anunciattho Comunicação. Profissional experiente, tem passagens pela Rede Globo, Rede Record, Band, Cultura, Folha de S. Paulo e Editora Abril. Foi responsável pela Assessoria de Imprensa da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) e por diversas outras agências que atendem Negócios e Tecnologia da Informação.
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Mテグ DE OBRA DE Fテ。RICA
Um drama ainda insolテコvel 65% das indテコstrias enfrentam problemas com a falta de trabalhador qualificado, mesmo sem haver crescimento nas empresas, mostra pesquisa.
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A falta de trabalhador qualificado é um problema para 65% das empresas industriais brasileiras dos segmentos Extrativa e de Transformação. A dificuldade é maior para as de grande e médio porte, mas também atinge as pequenas. Os dados fazem parte da pesquisa Sondagem Especial – Falta de Trabalhador Qualificado na Indústria, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no final de outubro. O estudo, no qual foram consultadas 1.761 empresas entre 1º e 11 de abril deste ano, revela situação semelhante à identificada na edição anterior da pesquisa, em 2011. Desde então, o problema só perdeu importância para as indústrias de pequeno porte, grupo em que o percentual de entrevistados com
problemas para encontrar de mão de obra qualificada caiu de 68% para 61%. Entre as de médio porte, o índice se manteve em 66%; já nas de grande porte, houve discreto aumento – de 66% para 68%. “Desde o fim de 2010, a indústria não cresce e, ainda assim, os empresários têm dificuldade para encontrar trabalhadores qualificados. À medida que a indústria voltar a crescer, o problema vai se acirrar”, afirma o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, responsável pela pesquisa. Na análise das ocupações dentro das indústrias, a pesquisa revela que há dificuldade para encontrar profissionais qualificados para todas as áreas, desde operadores para a produção até o nível geren-
cial. Os empresários consultados que afirmaram que a falta de trabalhador qualificado é um problema destacam que a escassez é maior entre operadores e técnicos para a produção: 90% disseram ter problemas para encontrar operadores de produção e 80% para trabalhadores de nível técnico (veja tabela). Juntos, esses dois tipos de profissionais respondem por cerca de 70% dos contratados na indústria. EDUCAÇÃO BÁSICA FALHA Ainda de acordo com os empresários entrevistados, a falta de trabalhador prejudica principalmente a busca pela eficiência e a redução de desperdícios. O aspecto foi referido por 74% dos entrevistados em que a falta de trabalhador qualificado é um problema, seguido por
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MÃO DE OBRA DE FÁBRICA
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garantia de melhoria da qualidade dos produtos fabricados (61%) e expansão da produção (39%). A principal saída encontrada para isso tem sido a capacitação dentro das próprias empresas, com atividades desenhadas especificamente para atender à realidade doméstica, o que é adotado por 81% dos entrevistados em que a falta de trabalhador qualificado é um problema. Quarenta e três por cento fortalecem a política de retenção do trabalhador (com salários e benefícios) e 38% realizam capacitações fora das empresas. A estratégia de investir em automação aparece em quinto lugar na lista e é adotada por 24% das empresas (26% entre as de pequeno porte, 24% entre as médias e 21% entre as grandes). A baixa qualidade da educação básica é referida por 49% dos empresários que lidam com a falta de trabalhador qualificado como o principal obstáculo para investir na qualificação. Quarenta e três por cento afirmam que existe pouco interesse dos trabalhadores e quarenta e dois por cento dizem que, ao investir em qualificação, a empresa perde o trabalhador para o mercado.
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A preparação para o trabalho é mais complexa do que simplesmente anos de estudo. Na indústria, são necessários conhecimentos específicos, além de habilidades comportamentais e de comunicação que acabam por afetar o desempenho e a produtividade dos trabalhadores. RAFAEL LUCCHESI Diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai)
MÃO DE OBRA DE FÁBRICA EM BUSCA DE RESPOSTAS Outros estudos realizados pela CNI buscam detalhar as razões da falta trabalhador qualificado. De acordo com o diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi, a questão está ligada a uma série de fatores que vão desde o nível de escolaridade, a educação voltada para o trabalho até o aspecto comportamental no ambiente laboral. “A preparação para o trabalho é mais complexa do que simplesmente anos de estudo. Na indústria, são necessários conhecimentos específicos, além de habilidades comportamentais e de comunicação que acabam por afetar o desempenho e a produtividade dos trabalhadores”, ressalta Lucchesi. Entre as hipóteses, está a de que conhecimentos e habilidades obtidas pelos trabalhadores na educação formal não atendem ao que os empregadores desejam. “Nos últimos anos, vimos que o percentual de trabalhadores da indústria com, pelo menos, o
ensino médio completo aumentou, mas não detectamos diferenças na percepção da qualidade da mão de obra pelos empregadores”, destaca. Entre 2007 e 2012, o percentual de trabalhadores da indústria com ensino médio completo passou de 43,1% para 53,4%. Outra possibilidade é a de que a carência de mão de obra qualificada decorra da falta de formação básica geral. Conscientes da necessidade de qualificar os trabalhadores para as tarefas da própria empresa, os empregadores oferecem esse tipo de treinamento, mas a baixa qualidade da educação básica impediria que as competências específicas se desenvolvessem. Diante disso – afirma o diretor-geral do Senai –, o desafio está em repensar a qualidade da educação formal oferecida hoje e o quanto ela colabora para melhorar a empregabilidade dos trabalhadores. “Se o quadro atual não mudar, a falta de qualidade do trabalhador vai se tornar um entrave para o crescimento do país”, avalia.
Falta de trabalhador qualificado por área
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90%
Operadores para a produção
80%
Técnicos para a produção
68%
Administrativa
67%
Vendas/marketing
61%
Engenheiros para a produção
60%
Gerencial
59%
Pesquisa e desenvolvimento
MAIOR DIFICULDADE é para encontrar profissionais de nível técnico e operadores
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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
AS OBRAS para construção da nova rodovia representam números fabulosos, como mostra o Caderno de Oportunidades no site nova381.org.br
Novos horizontes para a economia Vice-presidente estadual da FIEMG defende integração de lideranças em torno de eixos prioritários e adoção de formas modernas de desenvolvimento para tornar o PIB regional mais robusto Com um ano extremamente produtivo em 2013, marcado por inúmeras realizações de impacto que movimentaram ininterruptamente, desde janeiro até dezembro, os setores produtivos do Vale do Aço e adjacências, a regional da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) espera inaugurar 2014 com uma comemoração especial digna de um ano de Copa do Mundo. Para isso, segundo o seu presidente e também vice-presidente do organismo em nível estadual, Luciano Araújo, é preciso “decolar” efetivamente aquele que é um dos mais importantes projetos para reaquecimento da economia local: a duplicação e melhoria de vários trechos da BR-381 Norte, entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Há sete anos no cargo e cumprindo seu segundo mandato como um dos homens de confiança do presidente estadual da FIEMG, Olavo Machado Júnior, Luciano Araújo se diz muito otimista com o futuro próximo, levando em conta os avanços já alcançados não apenas no Vale do Aço, mas em todo o conjunto de regionais estratégicas que compõem a estrutura organizacional da Federação (além da sede em BH e
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do Vale do Aço, há outras 10 unidades setorizadas, nas regiões do Rio Doce, Alto Paranaíba, Vale do Paranaíba, Vale do Rio Grande, Norte, Vale do Jequitinhonha, Pontal do Triângulo, Zona da Mata, Sul e Centro Oeste). Para ele, “a integração das lideranças de forma indistinta e sem partidarismos, e a resposta positiva das empresas e demais agentes econômicos no sentido de buscar alternativas de crescimento num nível de gestão mais planejado e eficiente são determinantes para o êxito das muitas causas comuns de desenvolvimento que temos diante de nós”. O líder empresarial registra, também, que “a imprensa tem tido papel preponderante na evolução das bandeiras que têm sido levantadas, porque é o registro pontual de nossas demandas e iniciativas, em todas as frentes que dizem respeito ao interesse da sociedade, que faz com que as autoridades constituídas se sensibilizem, ajam, abandonem o estado de letargia que nos tornou reféns de necessidades antigas e hoje embarquem conosco na operacionalização de projetos inadiáveis, não percam o trem da história”.
o br
Luciano faz menção específica do movimento Nova 381, lançado em 21 de março e que hoje já soma mais de 17 mil pessoas participando, acompanhando o andamento das ações pelo site (nova381.org.br), entendendo efetivamente a importância da logística regional para a deflagração de um processo novo de crescimento. O dirigente da FIEMG cita também a liberação da ordem de serviço e o início da pavimentação da MG-760 – uma causa de mais de 30 anos – como fruto da união estimulada pela Federação: “Entregamos ao governador uma Agenda de Convergência com 15 itens que lideranças regionais definiram como importantes para a região, distribuídas em seis eixos básicos - Infraestrutura, Segurança, Saúde, Educação, Sustentabilidade e Competitividade. Quanto a este último item, por meio do programa Provalor, estamos agregando valor ao aço com abertura de perspectivas nas áreas de petróleo e gás. Entre outros temas específicos, listamos as questões da 381, da 760 (que paralelamente, sem dúvida também incrementará o turismo), a necessidade de adequação do aeroporto para movimentação de cargas, bem como viabilização de novos vôos; a solução para o problema já histórico da velha ponte entre Fabriciano e Timóteo; a viabilização do Hospital Metropolitano. Concretamente, já temos o PDDI – Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado, que contempla a reestruturação do nosso sistema viário. É evidente, por exemplo, que precisamos ter uma ferrovia que não transporte só minério e aço, mas também esteja aberta a outros produtos, além de se proporcionar o aumento da freqüência de horários para transporte de passageiros”, argumenta. Ainda conforme Luciano Araújo, são questões que
avançam por mobilização da sociedade organizada, depois de longa espera, a implantação do Centro de Internação de Menores, capaz de amenizar a grave situação da criminalidade, assim como a instalação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG). O presidente regional da FIEMG entende que “integrar dentro dos mesmos objetivos é a expressão de ordem para fortalecer as ações na região”. E é também nesse sentido que a Federação montou um Conselho Estratégico para interlocução com as diretorias industriais das grandes empresas da região, Usiminas, Cenibra e Aperam. Dentro desta mesma linha, a FIEMG regional implantou o projeto Diálogos, procurando aproximar as empresas âncoras da sociedade organizada, sendo que a iniciativa foi inaugurada com a presença do presidente da Usiminas, Julián Eguren. “É a ocasião para podermos colocar em pauta problemas regionais importantes, saber o que as empresas estão planejando, suas perspectivas de investimentos”, observa. CAPACITAÇÃO E INSPIRAÇÃO Contribuir para arejar as mentes, procurar ampliar horizontes, entende Luciano, devem ser objetivos permanentes de uma gestão comprometida com a maximização de resultados não apenas econômicos, mas também sociais, de sustentabilidade. E é assim que a FIEMG procurou trazer à região palestrantes importantes, como o jornalista Paulo Henrique Amorim, o ex-ministro Ozires Silva, o consultor Luiz Flávio Maia, o secretário Extraordinário para Coordenação de Investimentos do Estado de Minas Gerais, Fuad Noman. Sem citar nomes, ele adianta que para 2014 já estão
LUCIANO ARAÚJO chama a atenção para a grandeza das obras da 381 em encontro com prefeitos e secretários reunidos em torno do programa Cidades Sustentáveis
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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO definidas pelo menos mais quatro palestras de peso. Ações igualmente importantes dentro desta mesma filosofia de aperfeiçoamento de gestão estão embutidas no programa Cidades Sustentáveis, visando construir em oficinas melhores indicadores de sustentabilidade. Cartas-compromissos foram assinadas por prefeitos e secretários de dez cidades – Ipatinga, Fabriciano, Timóteo, Paraíso, Manhuaçu, Belo Oriente, Marliéria, Ipaba, Caratinga e Inhapim -, estimulando ações como a transformação de lixo em energia, o incentivo ao uso de energias alternativas. MÃO DE OBRA Com atenção voltada para o suprimento de necessidades básicas de pessoal das indústrias e, ao mesmo tempo, abertura de oportunidades no mercado de trabalho para as famílias, Luciano registra que a FIEMG regional inaugurou apenas nos últimos seis anos seis unidades do Senai, nos municípios de Ipatinga, Fabriciano, Timóteo, Dionísio, São Gonçalo do Rio Abaixo
e Barão de Cocais, sendo que a parceria estabelecida com a Usiminas para aproveitamento do antigo CDP já possibilita a formação de 2.000 alunos a cada ano, com perspectiva de que eles cheguem a 3.000 em 2014, fazendo desta a maior unidade do gênero em Minas Gerais e a segunda do Brasil. “Preparação de mão de obra qualificada, logística para escoamento da matéria-prima e atração de investimentos são dívidas da FIEMG com a região”, diz Luciano. Assim é que também passou a funcionar a Escola Móvel do Senai, que já possibilitou a formação de 473 pessoas em Caratinga, nos mais diversos cursos, cerca de 60 outras em atividades de costura, em Cava Grande. “Em 2014, nossa meta é oferecer uma escola por mês em cada uma das cidades que compõem a regional Vale do Aço. Como elas são 72 cidades, esperamos atender 12 por ano, com prioridade para os locais onde não há unidade do Sesi/Senai”, explica, sendo que os cursos procurarão corresponder às peculiaridades locais.
Skank e Orquestra do Sesiminas: show agendado para maio 18
SAMUEL ROSA E CIA.: compromisso firmado para apresentação em maio no Vale do Aço
De acordo com Luciano Araújo, a sociedade também pode esperar para 2014 eventos especiais na área de cultura, como o que ocorreu em 2013 em comemoração aos 80 anos da FIEMG. “Assim como trouxemos o pianista Artur Moreira Lima muito bem acompanhado para um show inesquecível no Parque Ipanema, em 24 de maio de 2014 teremos, em local ainda a ser definido, a presença de Skank, juntamente com a Orquestra de Câmara do Sesiminas, algo
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completamente inédito”, revela. Com relação à área de Segurança e Saúde ocupacional, ele assegura que a FIEMG continuará investindo em iniciativas como o Odontovida (plano voltado para a saúde bucal) e a facilitação de exames laboratoriais, exames ocupacionais por meio do Sesi, inclusive com o deslocamento da chamada unidade móvel, que possibilita ao empresariado agilizar processos de contratação, sem desperdício de tempo.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Um volume de recursos 8 vezes maior que o orçamento anual de Ipatinga O presidente regional da FIEMG diz que, infelizmente, ainda há pessoas que não conseguiram perceber a grandeza da obra de duplicação da BR-381, mesmo que ela não se realize inteiramente num primeiro momento. Em sua visão, a execução dos serviços dos sete lotes já licitados e contratados, mais os outros quatro e uma variante ainda a serem definidos pode representar a verdadeira redenção econômica do Leste, especialmente, e a preocupação da FIEMG é que as oportunidades sejam inteiramente aproveitadas por empresas e trabalhadores locais, sem atração de contingentes populacionais externos que, no futuro, poderão ainda representar a criação de danosos bolsões de pobreza na região. “Se temos uma projeção de investimentos de 3 bilhões de reais nestas obras, tecnicamente devemos multiplicar esse número por três, atingindo a cifra de 12 bilhões de reais girando na economia. Pensando apenas no número original, sem o efeito multiplicador que ele gera, isto já é oito vezes mais que todo o orçamento que uma cidade como Ipatinga emprega durante todo o ano”, observa, acrescentando que “é por isso que, por meio do Caderno de Oportunidades (disponível no site nova381.org.br) procuramos levantar que tipo de emprego e serviço se fará necessário e também quando, precisamente, será necessário”, acentua.
Ainda segundo Luciano, o Vale do Aço e todo o Leste terão muito a ganhar pós-duplicação: “Cada 1 milhão de reais investido em infraestrutura gera retorno de R$ 170 mil a R$ 300 mil/ano. Então, estamos falando de um retorno econômico previsto de R$ 680 milhões por ano, o que significa um gigantesco aumento no nosso PIB, isso com base em apurados estudos econômicos”. É desse modo que, conforme enfatiza Luciano, o papel da FIEMG e da sociedade organizada não se esgota com o início das obras. “Precisamos acompanhar e monitorar as obras até a conclusão, exercer um controle doméstico quanto às atividades econômicas de interesse regional por meio das oito células de lideranças regionais que criamos, para elaborar e implementar um plano máster de desenvolvimento com visão em 2020. Estão em jogo o adensamento da cadeia produtiva, a agregação de valores aos produtos, implantação de outras empresas de apoio no entorno. Já temos um setor metal-mecânico relativamente estruturado, mas o potencial tende a ser muito maior. Precisamos deixar de ficar exportando produtos semi-elaborados para dispor também de uma indústria de transformação forte, já que estamos diante de uma conjuntura de excesso de aço no mundo”, observa.
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COMBUSTÍVEL PARA NEGÓCIOS
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Fidelização, a busca incessante do comércio Grande maioria dos consumidores admite ter barreiras para voltar aos mesmos estabelecimentos para comprar
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APRESSADO E CHEIO de ocupações, o consumidor atual sente falta de uma atenção melhor, que o vendedor nem sempre pode oferecer
Cerca de 90% dos brasileiros afirmam já ter vivenciado experiências de consumo desagradáveis no que tange ao atendimento recebido na hora da realizar suas compras ou contratar serviços, incluindo o comércio tradicional e online, o que evidencia claramente como há espaços significativos a serem ocupados pelos mais competentes no mercado. Isso é o que se pode concluir do estudo “Qualidade do Atendimento ao Consumidor no Brasil”, divulgado em novembro pela eCRM 123, empresa que atua no desenvolvimento de soluções para o gerenciamento do relacionamento do consumidor nas redes sociais. O estudo, que ouviu em profundidade 70 diferentes perfis de consumidores em todo o País, encontra números impressionantes de desilusão: do universo pesquisado, 81% se negariam a fazer negócios novamente com a empresa contatada; 88% não a indicariam para seus amigos e familiares. “A insatisfação geral com o atendimento ao consu-
midor pode trazer vantagens para as empresas que, de fato, estiverem dispostas a virar o jogo, mostrando competência e atenção com os consumidores”, afirma José Jarbas, CEO da eCRM 123, responsável pelo levantamento. Ele é um dos pioneiros no mercado digital no Brasil, trabalhando com comunicação interativa desde 1994. De acordo com o executivo, a dificuldade enfrentada pelas companhias em reconquistar clientes perdidos é explícita quando se considera que 88% dos ouvidos não indicariam a empresa aos seus círculos sociais. “Se bem atendidos, certamente o cenário seria outro”, reforça. A pesquisa “Qualidade do Atendimento ao Consumidor no Brasil” foi apresentada durante a terceira edição do evento Socl Day, destinado a executivos de marketing e relacionamento, proprietários de agências, executivos de vendas e empresas interessadas em melhorar o relacionamento com consumidores nas redes sociais.
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Sindicato identifica falhas organizacionais e carências no ambiente de trabalho
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O coordenador interino do Sindicato dos Empregados no Comércio e Serviços de Ipatinga (SECI), Antônio Ademir da Silva, diz que não se surpreende com os números de desilusão dos consumidores em relação à qualidade do atendimento, mas observa que o problema precisa ser avaliado sob uma ótica mais abrangente, levando em conta também os elementos que comprometem o desempenho do comerciário. Segundo ele, pesquisa da Forbes indica que 68% dos problemas das organizações com os seus públicos, principalmente clientes, passam pelo funcionário. E isto se dá como soma de vários fatores. “A preparação é, sim, um componente desta equação negativa, mas muitas vezes o que mais influencia nesse sentido é a má qualidade da comunicação interna, uma relação imprópria com o funcionário, que obviamente se reflete no clima organizacional da empresa. Tudo começa por aí. Trabalhadores que se sintam mais à vontade no ambiente de trabalho com certeza tendem a ser mais eficientes. Mas são muitas as queixas de assédio moral que recebemos. Para citar apenas um caso, dia desses chegou até nós o tratamento inadequado de um gerente que, ao receber os funcionários no serviço, já os identificava pejorativamente assim: ‘Lá vêm os três, o porqueira, o nervosinho e o doente’. Quer dizer, como será o dia deles depois disso? Evidentemente que isto não é uma regra geral, mas alguns ainda ameaçam com o que se chama de sujar a carteira, ou seja, saindo de uma loja, não teriam como arranjar emprego em lugar nenhum”. Antônio Ademir entende que “por mais talentoso que o funcionário seja, o treinamento sempre ajuda, e a falta dele pode, sim, representar perdas qualitativas”. Mas pontua que outra questão é a remuneração. “Como a pessoa vai ter interesse, ter mais tranqüilidade para pensar no futuro, se dentro da loja ganha um piso de R$ 756? De acordo com o DIEESE, em atendimento à Constituição, o mínimo para uma pessoa prover com necessidades básicas uma família de quatro pessoas, calculado em novembro de 2013, é de R$ 2.761,58, praticamente quatro vezes mais do que é recebido por muitos”.
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ALTA ROTATIVIDADE Em função dessa realidade, o diretor do SECI salienta que a rotatividade é muito grande, o empregado não finca raízes e, assim, o consumidor é privado de um padrão mais alto de atendimento. Outro fator que concorre para a desilusão do público, avalia Ademir, são as metas. Para o sindicalista, elas são abusivas em alguns setores. “O funcionário tem que acelerar, passar adiante aquele cliente e abordar outro, estabelecendo involuntariamente um natural déficit de atenção. Naquela sexta maluca recente, chamada de Black Friday, teve gente que trabalhou de 7h às 20h, sem tempo pra almoçar. O excesso da jornada de trabalho não é algo incomum. Em média o comerciário faz 55 horas por semana, sendo que a lei limita a jornada a 44h. Casos em que se tem de 15 a 20 minutos para almoço são freqüentes”, assegura. Ainda conforme o coordenador interino do SECI, a categoria sente falta de um ticket-alimentação e, ainda, de um assento para relaxar temporariamente, algumas vezes. “Pela lei, para cada três pessoas deve haver um banquinho à disposição, e pela falta de algo tão simples é elevada a incidência de funcionários com problemas de varizes e coluna”, ressaltou. TRIPÉ Basicamente, Antônio Ademir avalia que a qualidade do atendimento poderia ser maximizada com a harmonização de três fatores, que seriam: tratamento, incentivo e mobilidade. No caso de Ipatinga, metade dos comerciários são do sexo feminino e muitas mães ainda vivem às voltas com problemas de creche para os filhos menores. As instituições abrem às 7h (e o funcionário precisa entrar no serviço às 8h) e fecham às 17h, uma hora antes do expediente normal do comércio ser encerrado, gerando preocupações e ansiedades. Em pesquisa realizada no mês de agosto pelo SECI, para aferir aspectos de relações interpessoais e outras vertentes, foi apurado que 48.9% dos comerciários não estudam porque não têm tempo. Um contingente de 44% pede para que haja curso de qualificação. O dado mais positivo é de que 21,9 têm ou estão estudando curso superior, em busca de melhores horizontes profissionais. Excluídos bares, restaurantes, lanchonetes e afins, cujos trabalhadores são ligados a outro sindicato, o SECI representa uma base de 14 mil comerciários e seu número atual de sócios é de cerca de 2.900.
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NUTRIÇÃO
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Médico mineiro associa avanço de doenças cancerígenas à ingestão de alimentos impróprios pela população
O homem também morre pela boca Dezembro 2013 a Fevereiro 2014
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Provocador de cerca de oito milhões de mortes no mundo e com estimativa de crescimento, o câncer ainda é uma doença aterrorizante. No ano de 2012, no Brasil, cerca de 519 mil pessoas morreram acometidas pelo mal e, em 2013, a estimativa é de 500 mil novos casos descobertos. Detalhe: de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), um terço dessas mortes no mundo poderiam ter sido evitadas com mais prevenção, detecção precoce e acesso aos tratamentos existentes. Os métodos mais usados no Brasil são as cirurgias, quimioterapias e radioterapias, que nem sempre resolvem o problema e causam muitos efeitos colaterais, acompanhados da baixa da qualidade de vida na maioria dos pacientes. De acordo com o geriatra e nutrólogo Francisco Humberto de Freitas Azevedo, do Instituto de Medicina Biológica, em Brasília, para combater o câncer, além das três práticas oficiais, existem recursos da medicina complementar, ainda pouco conhecidos no Brasil. Existem vários artigos publicados em universidades nos Estados Unidos e na Europa que defendem as práticas complementares no combate ao câncer e ressaltam a sua eficácia. Esta abordagem complementar abre mais possibili-
dades aos que já não podem, ou não querem continuar a quimioterapia ou a radioterapia. O médico Francisco Humberto, que tem se dedicado a estes estudos, usa protocolos baseados na eletromedicina para melhorar a imunidade do paciente, visando aumentar o tempo e a qualidade de vida. Para o alcance desses objetivos, o especialista sugere logo no início do tratamento uma dieta rica em alimentos alcalinos como frutas, verduras, legumes e grãos, que possuem muitas vitaminas, fibras e minerais. Ele argumenta que a baixa ingestão de açúcares e carnes também é aliada no combate à doença. ALIMENTAÇÃO ALCALINA Para Francisco, o corpo com PH ácido (abaixo de 7,4) é uma porta aberta para a instalação de vírus e bactérias, o que aumenta as chances de desenvolver várias doenças, inclusive o câncer. “A alimentação alcalina aumenta o PH do corpo, consequentemente melhora o metabolismo, aumenta a eliminação de toxinas e diminui a retenção de líquidos. Isto acontecendo, já terá melhorado a condição geral de saúde do paciente, e tudo fica mais fácil, até mesmo o enfrentamento do câncer ou de outras doenças crônicas”, ele defende.
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SOMENTE neste ano de 2013, as estimativas oficiais dão conta de 500 mil novos casos de câncer descobertos
O GERIATRA e nutrólogo Francisco Humberto de Freitas Azevedo sugere logo no início do tratamento uma dieta rica em alimentos alcalinos como frutas, verduras, legumes e grãos “A ausência de minerais no organismo cria uma pré-disposição a diversas doenças, principalmente depois dos 40 anos de idade”, diz o médico
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A linha da medicina biológica e complementar também se baseia na homeopatia. Para ele, os medicamentos homeopáticos agem diretamente na raiz do problema, evitando os efeitos colaterais, comuns na medicação alopática. Outra técnica que também auxilia não só no tratamento contra o câncer, mas na prevenção de doenças crônicas é a reposição dos minerais, diz. “A ausência de minerais no organismo cria uma pré-disposição a diversas doenças, principalmente depois dos 40 anos de idade. Portanto, todos devem fazer a reposição dos minerais importantes no funcionamento do corpo. A prevenção é muito importante para manter a saúde à medida que a idade avança”, destaca. “Os minerais e aminoácidos – acrescenta o médico – regulam e permitem as trocas metabólicas dentro e fora das células, mantendo o equilíbrio bioquímico do corpo. Quando o corpo está carente de um desses elementos, todo o funcionamento metabólico fica comprometido, dando início às doenças funcionais. A carência vai se acentuando e pode levar a estados patológicos graves”, explica o especialista. O médico alerta ainda que as carências de minerais podem gerar cansaço físico, ansiedade, irritabilidade, nervosismo, estresse, estafa mental, depressão, problemas digestivos, circulatórios, reumatológicos, hormonais, envelhecimento precoce, além de unhas fracas e queda de cabelo. A Estimulação Magnética (EM) também é outra opção indicada pelo médico. A técnica tem uma aplicação ampla na restauração da saúde e trata várias disfunções. A EM consiste na emissão de campos magnéticos, direcionados para o corpo do paciente na área que necessita de regeneração. “A energia magnética trabalha na repolarizacão da membrana celular da área afetada, o que proporciona equilíbrio do corpo, bem-estar e regeneração dos tecidos afetados”, advoga. EXCESSOS NOCIVOS Francisco, que é formado pela Faculdade Federal de Medicina de Uberaba e a EMECIU - Escola de Medicina e Cirurgia de Uberlândia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), hoje reside em Brasília após ser aprovado em concurso para a Secretaria de Saúde do DF aos 63 anos. Ele lembra ainda que para manter a saúde é bom evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, o tabagismo, a vida sedentária e a obesidade. “O câncer não se deve somente aos fatores hereditários, pois os hábitos nocivos aumentam as possibilidades de incidência da doença. Portanto, a mudança de hábitos é grande aliada no combate desse mal que assola milhares de pessoas em todo o mundo”, finaliza o médico.
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FONOAUDIOLOGIA
Corre-corre das cidades
COMO A AVALIAÇÃO do volume de um som é subjetiva, apenas um decibelímetro pode medir se ele está ou não acima do ideal: o limite é 90 decibéis
A poluição sonora dos dias atuais é um problema tão preocupante que, a partir de 2014, o Inmetro vai colocar um selo que identifica a quantidade de ruído de alguns eletrodomésticos.
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“Estamos expostos a alguns ruídos do nosso cotidiano que podem contribuir para que tenhamos uma perda auditiva”, afirma a fonoaudióloga Andréa Campos Varalta Abrahão, uma das idealizadoras da Rede Direito de Ouvir – especializada em venda, manutenção e suporte técnico de várias marcas de aparelhos auditivos, pilhas e outros acessórios. A chamada poluição sonora – definida pela especialista como todo excesso de ruído existente na vida cotidiana – pode prejudicar a audição até mesmo de maneira permanente. “Os ruídos mais altos alteram a vascularização da orelha e a falta de oxigênio causa a morte das células auditivas, um processo que é muitas vezes irreversível. As alterações bruscas de temperatura também podem causar danos”, explica. Os mais prejudicados são aqueles expostos diariamente a ruídos de alto nível. Em grandes cidades, o trânsito – buzinas, motores, acúmulo de carros e o barulho de meios de transporte – é um dos vilões. “Ruídos altos isolados não são tão lesivos quanto aqueles mais persistentes e cotidianos”, considera Andréa. “Por isso, moradores de cidades pacatas são menos prejudicados que habitantes de grandes cidades”. Algumas categorias profissionais também precisam ter mais atenção ao ruído a que estão expostos. Cabeleireiros que manuseiam secadores de cabelo cotidianamente; trabalhadores domésticos expostos a barulhos como aspiradores de pó e máquinas de lavar roupa; cozinheiros que utilizam liquidificadores e batedeiras; lavadores de carro que aspiram internamente os veículos; professores de academia que usam música alta para animar os alunos; trabalhadores da construção civil que fazem uso de britadeiras; e motoristas de
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ônibus, taxi, metrô ou caminhão que enfrentam o trânsito diariamente são alguns dos exemplos. Alunos de academia, moradores de regiões próximas a aeroportos, obras e vias de trânsito intenso também precisam ficar atentos para que não tenham perdas auditivas. “Uma pessoa que vai a uma balada e ouve música alta, por exemplo, também pode ter a audição prejudicada, mesmo exposta ao ruído uma única vez, pois ele é muito alto”, alerta Andréa. Quem ouve música em aparelhos portáteis com fone de ouvido, também pode ter problemas. “A exposição ao ruído com fone é igualmente lesiva”, informa a especialista. REDuÇÃO DE DANOS Como a avaliação do volume de um som é subjetiva – pode ser alto para alguns e não para outros – apenas um aparelho próprio, chamado decibelímetro, pode medir se o som está ou não acima do ideal. Segundo a Sociedade Brasileira de Otologia, o ouvido humano suporta até 90 decibéis. Já existem alguns aplicativos de celular que medem o som ambiente e podem ajudar a descobrir se um ruído já está ou não prejudicando a audição. A poluição sonora é um problema tão preocupante que, a partir de 2014, o Inmetro vai colocar um selo que identifica a quantidade de ruído de alguns eletrodomésticos. Com o selo, o consumidor poderá avaliar quanto barulho aquele eletrodoméstico produz. Especialistas avaliam que, com o tempo, a tendência é que os fabricantes reduzam o ruído dos aparelhos, já que os consumidores devem preferir comprar os mais silenciosos. “Mas só isso não basta, é preciso difundir mais informações”, acredita a fonoaudióloga.
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EXTRA! EXTRA! História de Pelé R$ 9,8 milhões, é o que o governo federal carimbou em verba para aplicar no Museu Pelé que, pelo cronograma, deve ser inaugurado em Santos-SP, em 12 de junho, mesma data da abertura da Copa do Mundo. Os gols, dribles e a história de Edson Arantes do Nascimento serão imortalizados com o apoio do Ministério do Turismo. Cerca de 70% das obras já foram concluídas. Composto por dois edifícios, o museu funcionará no antigo Casarão Valongo, na área portuária. A construção foi restaurada para acomodar uma cafeteria, bar, loja e a galeria de arte. Um total de 2,3 mil peças do acervo de Pelé ficarão expostas, numa combinação de coleção de objetos pessoais e tecnologia interativa sobre as conquistas do maior ídolo do futebol mundial. A estimativa é de que o local receba mais de 1,5 milhão de visitantes por ano.
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Jiló, azeitona, queijo e... A fábrica de lingüiças Que Filé, de Ipatinga, não para de inovar e diversificar, agora oferecendo atraentes opções da chamada linha fresca, que com receitas exclusivas vão conquistando importantes nichos de mercado. Já estão nas prateleiras de todo o Estado, após pesquisas realizadas junto aos consumidores, as lingüiças com queijo e também com adição de jiló e azeitonas. Não por acaso, a empresa acaba de se tornar a primeira do segmento, em todo o Leste de Minas, a conquistar o selo do SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Mais Vitalidade Entre os principais fabricantes de produtos alimentícios no Vale do Aço, outra empresa que está avançando grandemente em imagem é a Geleia Vitalidade, em Santana do Paraíso. A mascote do grupo, um espécime bovino (de onde se extrai o mocotó, principal matéria-prima dos produtos) ganhou mais força e simpatia, sugerindo uma aproximação maior com o público. Ao mesmo tempo, também o nome da empresa cresceu em robustez e dinamismo. Todo o novo material de identificação da marca está sendo produzido pela agência ipatinguense Café com Design.
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Boachá de cara nova O diretor da empresa Boachá, fabricante de picolés, sorvetes, sucos e processamento de polpas de frutas, José Magno Rodrigues de Miranda, contratou profissionais especializados para um novo salto de qualidade. Coincidindo com a inauguração das modernas instalações da fábrica, no início deste ano, vem aí uma completa reformulação da identidade visual da marca, agora ainda mais firmada no princípio que visa assegurar ao consumidor produtos 100% naturais. Além de embalagens muito atraentes, os inúmeros sabores oferecidos vêm com o acompanhamento do slogan ‘Natural por Natureza’. A agência responsável pelo trabalho é a Evolua, de Lagoa Santa-MG, dirigida por João Wandick.
Genoma Neste dezembro/12, na rua Diamantina, Ipatinga passou a contar com um novo grupo especializado em preparação de alunos para vestibular. Chegou à cidade, ocupando um amplo conjunto de salas diante da agência central da Caixa Econômica Federal, o Colégio Genoma, que já atua com unidades bem-sucedidas em Governador Valadares, Caratinga e Teófilo Otoni. Muitos convidados compareceram à cerimônia, onde três irmãos, jovens empreendedores, fizeram discursos otimistas, ao lado de parceiros que os acompanham desde a fundação e também professores e alunos locais.
Oito vezes campeã A equipe de vôlei da CENIBRA – Celulose Nipo-Brasileira S.A. tornou-se campeã pela oitava vez consecutiva dos Jogos Sesi - Fase Sudeste. Os jogos aconteceram em Rio Claro (SP), no período de 5 a 8 de dezembro. Com este resultado, o time representará a região na fase nacional que acontecerá em 2014, em Belém (PA). As atletas Sônia Ferrari, Rosana Ferrari, Elizabeth Silva, Dagmar Drumond, Ariane Napoleão, Cyntia Gomes, Míriam Madureira e Athayse Pereira tiveram total apoio e incentivo do técnico Peter Laranjo e destacaram a dedicação aos treinamentos, o espírito de equipe e companheirismo como fatores determinantes para mais esta conquista. Criada em 1998, apenas nove anos depois a equipe conquistou a medalha de bronze nos 2º Jogos Mundiais do Trabalhador, realizados em Albena, Bulgária.
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MODELO DE ENSINO
Elite a toda
ÁTILA, PABLO E JEAN, diante da sede do colégio no bairro Cariru: por uma questão de raízes, eles abriram mão do mercado da capital
prova Fundada em 2009, escola ipatinguense ocupa, pelo segundo ano consecutivo, o 1º lugar no ENEM, levando em conta também o desempenho de redação, e se destaca com resultados impressionantes nos mais concorridos vestibulares do país
REPÓRTER André Almeida
Com apenas cinco anos de existência na cidade de Ipatinga, o Colégio Elite coleciona marcas espantosas para uma escola de ensino médio e pré-vestibular. Neste segmento, o normal – e ainda assim não muito habitual – é que se acumulem décadas de história para chegar ao mesmo patamar. Pelas cadeiras do Elite, até o momento, passaram pouco mais de mil alunos, mas o número de aprovações em vestibulares de universidades federais está acima de 2.200, ou seja, uma média de pelo menos duas aprovações por estudante. A escola ainda conquistou, por duas vezes consecutivas, o 1º lugar brasileiro no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), quando levada em conta a pontuação de seus representantes no teste de redação. As razões dessa meteórica ascensão estão relacionadas com a união de profissionais de ensino de primeira linha e a adoção de alguns princípios fundamentais eleitos como linha-mestra: Inteligência, Disciplina e Desafio. Mas não é só: como pilares da instituição estão jovens empreendedores que protagonizaram um feito incomum: tornaram-se um raríssimo exemplo de três irmãos que conseguiram estudar, ao mesmo tempo, no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), depois de serem aprovados no vestibular que é considerado um dos mais difíceis do Brasil.
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Átila, 31 anos; Jean, 29, e Pablo Silva Zanone, 27, formam o trio que, para alguns, vive em sua realidade doméstica e profissional a autêntica encarnação dos célebres personagens do romance do francês Alexandre Dumas, “Os Três Mosqueteiros”. Solidários, consensuais e uniformes em suas decisões, assim como na execução de certas missões específicas, eles transpõem para o seu cotidiano o lema de Athos, Porthos e Aramis – “Um por todos e todos por um”. E é assim que, após fundarem o Sistema Elite, juntamente com sua equipe vão quebrando recorde em cima de recorde. Como se costuma dizer, a palavra convence, mas o exemplo arrasta. Sempre dedicados aos estudos, como era também a sua prática no segundo grau, os irmãos ipatinguenses estudaram engenharia no ITA após passarem pela dura rotina dos cursinhos preparatórios. Filhos do engenheiro mecânico Maurinho Zanone (também ex-presidente da Câmara de Ipatinga nos anos de 1999 e 2000) e da educadora física Maria Aparecida Silva, a história de sucesso do clã começa no início da década passada, quando, em 2001, Átila é aprovado nos vestibulares para cursos de engenharia de quatro universidades federais do Estado. Entre as opções, ele decide seguir para Belo Horizonte estudar na tradicional Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde passa a cursar engenharia civil. Contudo, uma greve de professores ainda no primeiro ano de estudo fez com que o jovem entrasse em férias forçadas e voltasse para Ipatinga, a terra natal. Na ocasião, Jean, o irmão do meio, concluía o ensino médio e já pensava em ir para Belo Horizonte a fim de estudar para o exame de seleção das universidades federais. “Na época, a preparação era escassa na região. Havia pouquíssimas opções e, ainda assim, sem atingir o nível
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de preparação que a capital oferecia”, recorda Átila. Acompanhando o irmão, Átila retornou para Belo Horizonte, onde seguindo decisão de Jean, tentaram, ambos, a prova do ITA. Mesmo se preparando em um cursinho pré-vestibular convencional, os dois faziam, paralelamente, a preparação para o Instituto. Foi quando entraram no Sistema Elite de Ensino. No final daquele 2001, Jean foi aprovado nos vestibulares da Unicamp e UFMG. Contudo, surpreendeu a todos quando fez a escolha de não se matricular em nenhuma das duas instituições, sonho de consumo dos bambambãs. Ao mesmo tempo, Átila tomava também uma decisão importante: não retornou ao curso de engenharia civil, mesmo após a greve ter sido encerrada. A escolha dos dois irmãos tinha um objetivo comum: a preparação única e exclusivamente voltada para a prova do ITA, cuja concorrência é alta e chega a 60 candidatos por vaga, o que faz dela uma das avaliações mais exigentes do país. Nessa fase, contaram com o apoio da família, que, segundo eles, esteve ao lado em todos os momentos de dúvida. “Essa decisão de largar a UFMG e Unicamp foi uma barra”, confessa Jean. “Foi um momento de preparação específica”, emenda Átila. O projeto inicial dos irmãos era estudar durante dois anos para a prova do Instituto, mas a aprovação veio logo no primeiro ano de tentativa, tanto no ITA, em São José dos Campos-SP, quanto no Instituto Militar de Engenharia (IME), no Rio de Janeiro, outro centro de excelência, com alto padrão de exigência intelectual e física. No entanto, a escolha foi pelo primeiro estabelecimento de ensino. Os dois se mudaram para a cidade de São José e entraram na instituição no início de 2003, onde cursaram, juntos, Engenharia Aeronáutica.
O EXTRAORDINÁRIO desempenho do Elite de Ipatinga num espaço de tempo tão curto atraiu a atenção da mídia nacional, trazendo à cidade equipes do jornal Estado de Minas, da revista Veja BH e também do portal G1
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O CAÇULA Paralelamente à preparação e entrada de Átila e Jean no ITA, o mais novo da família Zanone, Pablo, pensava em cursar relações internacionais e, ainda em 2003, viajou para os Estados Unidos, onde pretendia estudar. No entanto, mudou de ideia e retornou ao Brasil no ano seguinte, indo morar com os irmãos na cidade de São José dos Campos com o objetivo de se preparar para, também, ingressar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica. A aprovação do caçula veio em 2005 e assim é que os três irmãos se viram juntos em um dos estabelecimentos de ensino mais restritos do país. “Na história do ITA é comum ter avô, pai e filho, mas em épocas diferentes. De tudo aquilo que a gente ouviu, conversou e viu, três irmãos, simultâneos, nunca aconteceu” - afirma Átila. Entre os anos de 2006 e 2007, Átila, Jean e Pablo começam a pensar na carreira que iriam seguir após se formarem e se dão conta de que, caso optassem pela engenharia, inevitavelmente se separariam. “A pers-
pectiva era de que a família fosse se espalhar para cada lugar do país”, recorda o primogênito. Em 2007, por alguns meses, Jean ainda deu mais asas à imaginação: premiou a si mesmo com um período sabático, esteve nos Estados Unidos e na Espanha – onde, pra não perder a viagem, esmerou-se no Inglês e no Espanhol. Os irmãos chegaram a fazer alguns estágios na área de engenharia, mas no ano de 2008 decidiram em conjunto investir no ensino pré-vestibular. Optaram pelo sistema Elite e escolheram Ipatinga como a cidade sede do empreendimento. “De olhos fechados, qualquer empresa nova na área de educação procuraria a capital para começar. O público é muito maior, as escolas são mais numerosas, a dimensão do espaço para se trabalhar é notavelmente mais convidativa. Mas nossa história estava aqui e a região tinha a necessidade de uma proposta de ensino que não deixasse nada a desejar com relação às escolas das capitais”, pondera Átila.
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NASCE O ELITE, AFINAL
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Antes de efetivamente se tornarem empreendedores no setor de educação, dois dos irmãos decidiram realizar uma imersão, vivenciar como funcionários o Sistema Elite no pólo de seu fundador. Átila (depois de cinco anos no ITA) e Pablo passaram o ano de 2008 em Porto Alegre-RS, trabalhando como professores do grupo, um modelo bem-sucedido já espalhado por outras regiões do país. Entendimentos daqui, entendimentos dali em família, no mês de agosto do mesmo ano começam, em Ipatinga, as obras da sede da escola, no bairro Cariru, e em outubro dão-se as divulgações sobre a chegada da Elite do ensino ao Vale do Aço. Instrumentalizados com informações práticas do meio, em fevereiro de 2009 os três irmãos começam a escrever a trajetória vitoriosa do Elite Ipatinga, que matricula 120 alunos já no primeiro ano de atividades. Os resultados também vêm rapidamente e os alunos conseguem chegar a 270 aprovações federais, sendo que, entre elas, es-
tavam nada menos que o 1º lugar em Minas no IME, o 1º lugar geral na UFV e também no CEFET. O plano embrionário, segundo Átila, era consolidar o Sistema em Ipatinga num prazo de cinco anos e, após isso, implantar no colégio o ensino médio. No entanto, as coisas se adiantaram. Em 2011, a escola criou sua primeira turma de terceiro ano, que nasceu com 30 alunos. As aprovações nos mais diversos vestibulares do país nesse ano ultrapassaram as 500, depois de já terem chegado a mais de 400 em 2010. No ano de 2012, o Elite separa as estruturas do pré-vestibular e do colégio, que se abre integralmente ao ensino médio, com turmas completas de 1º, 2º e 3º anos. A escola ainda alcança visibilidade nacional ao conquistar o 1º lugar do país na média geral do ENEM, que soma as provas objetiva e de redação. No ano seguinte, vem a consolidação do resultado, com o Elite Ipatinga figurando novamente no topo da lista dos melhores do Bra-
sil. Os números expressivos são vistos também nos vestibulares, com alunos do colégio conquistando, em 2012, os três primeiros lugares gerais e o 1º lugar em todos os cursos do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), de Governador Valadares. Nesse mesmo ano, o preparatório ainda bate a incrível marca de 719 aprovações federais, entre elas 16 na Universidade de São Paulo (USP), sendo duas em medicina. Também são registradas mais de 30 aprovações federais em 1º lugar. Em 2013, o Sistema Elite expande sua estrutura e começa a funcionar também em Valadares, com 120 alunos. O número é idêntico ao da turma inaugural do pré-vestibular em Ipatinga. As estatísticas de aprovados nos vestibulares de 2013/2014 ainda não haviam sido fechadas, mas o colégio já contabilizava 284 federais e mais de 300 alunos matriculados para o pré-vestibular de 2014, além de duas turmas de 1º ano do ensino médio formadas.
A IDEIA de lançamento das turmas de ensino médio completo foi logo comprada por pais e professores, um vasto círculo de formadores de opinião
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APÓS UM PERÍODO intenso de estudos, pausa para as merecidas comemorações: os aprovados se multiplicam em escala geométrica, ano após ano
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MODELO DE ENSINO
O segredo para ser da Elite
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O sucesso dos alunos do Sistema Elite em Ipatinga pode ser atribuído a alguns elementos que, segundo Jean Zanone, não são nada secretos. “É uma receita de bolo”, afirma. Conforme explica o irmão do meio, o colégio conta com alguns diferenciais que fazem toda diferença na hora das provas. O primeiro deles é a carga horária elevada de estudos. “Se o aluno não tiver contato com toda a matéria que vai cair no vestibular, não tem como esperar dele um resultado de alto desempenho. Então a gente procura ensinar tudo. Não é o que mais cai, é toda a matéria, sem exceção”, explica. Os alunos do Elite têm uma carga de quase 70 horas por semana. E além das aulas teóricas, há o acompanhamento dos estudantes por meio das monitorias, que acontecem fora do horário letivo. Da manhã de segunda-feira até o final da tarde de sábado, o colégio permanece com as portas abertas e oferece aos alunos atividades que visam integrá-los à dinâmica dos processos seletivos. Átila explica que essa é uma estratégia que abrange o objetivo principal do Sistema Elite: a transmissão de conhecimento. “A proposta da escola é criar um ambiente de alunos disciplinados e interessados para que eles venham em busca de um conhecimento e recebam esse conhecimento”, detalha. A cobrança acadêmica também é um dos fatores que
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levam os alunos adiante. Todos os finais de semana, durante o ano inteiro, eles passam por provas que simulam o vestibular. “O aluno é cobrado todos os sábados para que, quando chegar a hora, não seja pego de surpresa ao fazer uma prova”, conta Jean Zanone. A disciplina em sala de aula e o corpo qualificado de professores também são elencados pelos irmãos como fatores de sucesso da Elite da educação ipatinguense. Segundo Jean, “a equipe de aproximadamente 30 docentes é muito gabaritada e conceituada, e os professores têm profundo conhecimento da matéria que estão ensinando”. Hoje, os irmãos Zanone continuam trabalhando de forma integrada. Enquanto Átila atua como diretor do colégio de Ipatinga, Jean coordena as ações do pré-vestibular local e Pablo encabeça as atividades no cursinho de Valadares. Outros dois professores são apoios importantes dos irmãos nas tarefas pedagógicas do colégio: André Ricardo, de Química, e Gustavo Ribas, de Geografia. Para um futuro de médio prazo, é projetada a implantação do ensino fundamental no colégio. Mas longe de passar pela cabeça dos jovens empreendedores dar o chamado “tiro no escuro”. Eles ponderam que isto dependerá de novas mudanças estruturais. Tudo precisa ser pensado e estudado. Como, aliás, já estão mais que habituados.
MODELO DE ENSINO
IRMÃOS FORAM TEMA DE REPORTAGEM HÁ 10 ANOS
Em janeiro de 2003, após sua performance espetacular no vestibular do ITA, os irmãos Átila e Jean Zanone, então com 21 e 19 anos, respectivamente, foram tema de reportagem no semanário regional ‘A Tribuna’. Na época, falavam sobre a emoção de ingressar na escola, resumindo a “receita” para a aprovação em “estudar, estudar e estudar”. Pablo, o mais novo, ainda indeciso, pensava em cursar relações internacionais, e hoje os amigos brincam que ele procurava sair pela tangente, sentindo a pressão de ter que repetir o desempenho dos irmãos mais velhos. Mas, enfim, ele encarou de frente o mesmo desafio do ITA, e igualmente foi aprovado, depois de morar um tempo com Átila e Jean em São José dos Campos. Até também vestir a camisa do Elite, fazia Engenharia de Infraestrutura no ITA, curso que decidiu interromper para abraçar a causa familiar. Na mesma reportagem de ‘A Tribuna’, Átila já antevia o futuro que, afinal, se materializou: após se formar, desejava seguir a carreira de professor e montar o próprio cursinho preparatório. Jean, o irmão do meio, também cogitava trabalhar com Átila nesta mesma empresa. Hoje, os três irmãos estão juntos à frente do Sistema Elite de Ensino, atuando nas questões administrativas e pedagógicas do colégio e também na sala de aula – lecionam matemática e física para os vestibulandos e alunos do segundo grau. SERVIÇO
2009
2010
2011
2012
COLÉGIO ELITE IPATINGA Rua Estados Unidos, nº 759 • Cariru • (31) 3825-2451 PRÉ-VESTIBULAR ELITE VALE DO AÇO Avenida Kiyoshi Tsunawaki, 218 • Cariru (31) 3830-2451 PRÉ-VESTIBULAR GOVERNADOR VALADARES Rua Trinta, 309 • Ilha dos Araújos • (33) 3021-2451
O SEMANÁRIO que noticiou a aprovação de Átila e Jean no ITA. Na época, o caçula Pablo ainda estava na fila para encarar o concorrido teste
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Química espiritual Abraçadas por muitos ex-dependentes convictos de que, finalmente, encontraram a saída para a escravidão dos vícios, Comunidades Terapêuticas ainda dão as melhores respostas para a difícil libertação do crack TEXTO Luiz Carlos Kadyll
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Sem divergências, os ex-dependentes químicos descrevem: o êxtase proporcionado pelo crack resume-se a seis míseros segundos. No máximo, dez. Mas esse vapor cronológico que logo se desvanece é suficiente para provocar um efeito devastador no usuário, qualquer que seja a sua estrutura, mesmo na primeira experiência. Entretanto, alguns deles também estão certos de uma coisa: não é verdade que, uma vez infectado pelo vírus dessa assombrosa epidemia que destrói tão profundamente os valores de uma pessoa, a ponto de
fazê-la vegetar e andar em círculos, jamais será possível libertar-se, retomar a lucidez e as rédeas da vida. No Vale do Aço, quase uma dúzia de Comunidades Terapêuticas têm apostado num tempo intensivo dedicado a atividades laborais e à elevação espiritual de internos para lhes dar uma nova perspectiva de convivência com suas famílias e a sociedade. E o resultado é bastante animador, multiplicando os ajudadores e as oportunidades para aqueles que ainda se sentem impotentes para lidar com o vício.
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Nascido em Bom Jesus da Lapa, no Vale São-Franciscano da Bahia, a chamada “capital da fé católica” de seu Estado, Ivonildo Coutinho, 39 anos, é guarda municipal concursado na cidade de origem. Mas desde 2012 trabalha como coordenador terapêutico da Comunidade Beth Shalom (expressão hebraica que significa ‘Casa de Paz’), na zona rural do Ipanemão, em Ipatinga. O caminho até chegar ali foi longo e teve uma série de encruzilhadas. Em algumas delas ele escolheu o trajeto menos recomendado e, por isso, pagou um alto preço. Os acidentes de percurso foram vários. Ele conta que, por mais que os pais se esforçassem para lhe ensinar bons princípios, tinha grande predisposição para a rebeldia. E, assim, com 12 anos já ensaiava os primeiros passos para se tornar um alcoólatra. Usou maconha com essa mesma idade, apenas para magoar o pai, que havia lhe negado um dinheiro. Dezessete anos foram vividos na dependência, que evoluiu para cocaína, ácido (LSD), loló, lança-perfume, barbitúricos e o crack. Com a cocaína, virou traficante, primeiro para manter o vício e depois porque descobriu que podia ter ganho financeiro. Nessa batida, cometeu crimes, de estelionato a homicídio. “A decadência brutal – diz Ivonildo – veio em três anos de envolvimento com o crack. Cheguei a fumar R$ 10 mil num mês, R$ 2 mil num dia. Morei na rua. Você não tem mais noção de nada. Fica cego. Só importa é como conseguir mais. Cheguei a entregar ouro, dólar, uma moto Bros ao meu fornecedor”, confessa. Casado desde 1992 com Ednoélia, uma professora municipal, e pai de Natalia Gabriele e Priscila, de 21 e dez anos de idade, Ivonildo tatuou em seu corpo os nomes delas, assim como um tigre, um escorpião e Yeshua Hamashia (Jesus Cristo, o Messias, em hebraico). Mas o amor à família estava longe de ser efetivamente expressado. Agredia a esposa que, ainda assim, tentando protegê-lo, trancava portas, escondia dinheiro e arma. Sua insistência em permanecer na carreira do crime fez com que cometesse um assassinato em praça pública. Segundo ele, matou um traficante. Sorte sua que o júri reconheceu legítima defesa. Depois de estar preso por três meses e vinte dias, foi condenado a dois anos e dois meses em regime aberto. Não podia ficar depois das 22h na rua, tampouco ter vida boêmia, e precisava apresentar declaração de trabalho uma vez por mês. O pai, comerciante de classe média, tinha uma borracharia e alguns aluguéis, e ele deveria administrar um dos negócios, mas continuava aprontando. Ivonildo atribui o início da reviravolta em sua vida à conversão de sua esposa ao Evangelho e, também, a um dos comerciantes mais ricos de sua cidade que, depois de se internar numa Comunidade Terapêutica e se recuperar, chegou até ele com ousadia, dizendo: “Tem jeito pra você também. Vou abrir um centro de
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recuperação e você será o meu primeiro aluno”. O atual coordenador da Beth Shallom foi, de fato, o recuperando estreante daquela instituição, libertou-se dos vícios e depois chegou a chefiar uma Comunidade Terapêutica em Belo Horizonte, de onde veio para o Vale do Aço, a convite. Ele conclui hoje que “o homem não tem condição de caminhar sozinho, o homem precisa de Deus” e assegura que já viu dezenas de pessoas, de todos os níveis, se recuperarem. “Não existe um perfil específico. Entre os dependentes e ex-dependentes, há gente de sociedade, como se diz, como também membros do PCC”. Certo – ele ensina – é que, “para sair desse labirinto, temos que nos impor limites. Reorientarmo-nos acerca de lugares, pessoas, valores. A principal força vem de Deus. O maior desafio é vencer a nós mesmos, abdicar de nossas vontades e colocarmos a vontade de Deus acima delas”. Nesse mês de dezembro, celebra, nada menos do que 14 pessoas concluíram seu período de tratamento e receberam certificados na Beth Shalom.
DIRETO NO CRACK O jovem Nayron Santos Silva, de 26 anos, mecânico montador nascido em João Monlevade e residente no bairro Tiradentes, em Ipatinga, é outro exemplo de como a dependência das drogas pode ser vencida. Depois de um tratamento concluído em sete meses “com louvor”, na Beth Shallom, ele é hoje um dos dedicados monitores na Comunidade Terapêutica, ajudando a resgatar outras pessoas. Conta que se tornou um viciado com apenas 16 anos e já entrou no grupo mais complicado, o de usuários de ‘beréu’ – maconha misturada com pedra de crack. A razão: apenas, “diversão”. E a brincadeira lhe custou caro. Estudante de segundo grau e filho de um supervisor de obras em área metalúrgica, entrou para a patota dos desnorteados no próprio bairro. Como praticamente todos do seu círculo de amizade usavam, mergulhou de cabeça. Então foram dez anos de perdas monumentais. O ‘beréu’ se alternou com cocaína, droga sintética, loló, lança-perfume.
Chegou a se misturar com a galera debaixo de ponte, freqüentar a Cracolândia, junto ao Novo Centro. Usava e voltava pra casa. Eram dois a três dias vagando sem rumo, nos finais de semana, e ainda se mantinha no emprego. Mas o salário só dava pra isso. Festas ‘noiadas’, uma constante. Até que sofreu um grave acidente em 2009. Bateu sua moto com outra na principal avenida do bairro Canaã. “Alcoolizado – ele conta –, estava indo fazer um ‘corre’ (buscar a droga). Quebrei a tíbia, o fêmur e o pulso. Foram quatro meses sem andar, três meses com um fixador implantado numa das pernas, a direita”. Parece ter sido suficiente para endireitar-se? Negativo. Mesmo estropiado, ainda saía para beber. Para complicar ainda mais a situação, em 2010 perdeu a mãe, com pouco mais de 50 anos, vítima de uma infecção generalizada. Um soro teria sido administrado erroneamente no hospital. Encostado no INSS, ficou por dois anos e meio traficando e usando drogas.
CHARLES, Nairon, Ivonildo e Ênio: Bíblias como bússolas para reorientação das vidas
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A TERAPIA DA PALAVRA A família de Nayron sempre soube, mas até então ele nunca chegara a desaparecer. Contudo, o quadro se agravou. Ficou quatro dias sumido. Quando chegou em casa, estava sem o carro novo, sem celular, sem habilitação, sem nada. “Tudo penhorado”, ou seja, entregue ao traficante como garantia do que foi consumido e não pago. O preço do automóvel: R$ 700 de drogas. Por um momento, Nayron se deu conta do buraco em que havia entrado, enxergando acima dele apenas um tênue feixe de luz. Pediu para ser internado. “Tem jeito. Basta a pessoa querer. Tem que querer. Pra libertar, só Jesus”, resume, explicando ainda que uma de suas dificuldades é o fato de alguns de sua família serem dependentes de álcool. “Não posso perder o contato com eles e, então, preciso resistir. Decidi que não quero, sei que não posso beber porque não vou dar conta. Pra mim, o álcool é a porta de entrada para a dependência”. Sua visão agora está focada em continuar estudando e constituir a própria família. Ter mulher e filhos, cuidar deles para que não cometam os mesmos erros que entende ter cometido. Diz que vai fazer vestibular de Logística.
O crack provoca reações nocivas indescritíveis. São inseguranças várias, vultos, de repente tinha medo até do meu vizinho me matar. Tive um princípio de parada cardíaca. Ênio
OS DEPENDENTES num cenário aterrorizante: 300 a 400 pessoas no mesmo lugar, todos os dias, acampadas, consumindo drogas
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Da fazenda ao shopping, do Shopping à sarjeta
ÊNIO diz ter se ajoelhado no hospital, pedindo a Deus para o filho nascer perfeito, pois temia que viesse com alguma enfermidade
Como acontece com tantos outros, o álcool também foi a antessala das drogas na vida de Ênio Matias Barbosa, 36 anos, consultor de vendas nascido em Almenara-MG, no Vale do Jequitinhonha. Hoje em avançado estágio de recuperação, ele lembra que aos 13 anos começou a se viciar em cachaça no alambique que havia numa propriedade do pai. “Escondido, obviamente, eu estava sempre ali consumindo aguardente. ‘A primeira (que sai) é fraquinha, me diziam os vaqueiros, e eu acreditava. Nas festas da maçonaria, organização a que meu pai se ligou, também havia muitas bebidas, e era comum os filhos menores beberem enquanto os outros se distraíam”, conta. Sendo de uma família de posses – o pai possuía duas fazendas e a mãe ainda dirigia um armarinho –, Ênio foi mandado para o colégio salesiano Dom Bosco, numa região próxima de Ouro Preto. Ali estudou até a 8ª série, aprendeu ainda música e inglês. Nas primeiras férias que passou em casa, na cidade de Jordânia, foi apresentado por amigos à maconha. Em seguida foi morar em BH, onde continuaria os estudos no colégio Batista Mineiro. Mas, conforme diz, perdeu o foco. “Compulsivo, só queria saber de beber e usar drogas. Meus pais descobriram, pararam de me dar mesada e, como penalização, transferiram-me para um colégio estadual. Para conseguir algum dinheiro fui trabalhar no EPA Supermercados como repositor. Concluí assim o segundo grau, mas não quis ingressar na faculdade”. A partir desse momento Ênio descobriu que tinha
um talento nato para vender, e a ascensão financeira foi meteórica. Virou atendente da loja Hugo Boss no BH Shopping. Foi onde, além do bom salário, ainda teve contato com celebridades. “Vendi muito para o Marcos Valério – o publicitário mineiro envolvido no escândalo do Mensalão –, que chegava a comprar R$ 70 mil por mês. Fazia boas vendas também para jogadores, como o argentino Sorín, e também o Alexandre Kalil, presidente do Galo, foi meu cliente”, revela. Com a carteira mais recheada, Ênio saltou logo para a cocaína e, assim, “cheirava muito e bebia mais ainda”. Tudo o que ganhava ia para o aluguel, gasolina e droga. Por dez anos, apesar da grave dependência, se manteve no mesmo complexo de compras, atuando sucessivamente em diversas outras lojas de alta grife. No ano de 2005, o mineiro do Jequitinhonha abraçou a oportunidade que lhe foi dada para trabalhar numa concessionária Honda. Passou a ganhar mais ainda e o consumo de drogas aumentou igualmente. O uso da cocaína se intensificou tanto que um dia acabou indo até a “boca”, porque o fornecedor não aparecia. Sem que houvesse o pó, topou ficar com o crack, e a derrocada foi completa. “Meu desempenho caiu ao subsolo. Saía desesperado para usar. Depois de três anos minha mãe foi me visitar e viu que eu estava muito magro, achou que tivesse contraído AIDS. Levou-me para um exame, que deu negativo, e ela continuou intrigada. Decidi contar o que se passava e foi quando admiti que precisava de uma internação”.
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Numa comunidade terapêutica de Belo Horizonte, Ênio deveria cumprir tratamento de um ano, em 2009, mas acabou saindo com nove meses, julgando que já estivesse bom. Recaiu. Ficou pior. “Vendi um Vectra, uma Tornado, troquei uma Suzuki por duas pedras; celulares, perdi mais de 50. Um acerto de R$ 30 mil, estourei em 50 dias mais ou menos”, conta. Completamente arruinado pelo efeito devastador do crack, Ênio viu a família oferecer-lhe mais uma chance de tratamento e pouco depois afastar-se diante de sua relutância. “Naquele instante, eu só queria morrer”, confessa, sentindo-se só e mergulhado num deprimente colapso emocional. Mas ainda juntou os cacos e procurou se refazer com um emprego na Yamaha. “Tudo iria bem – raciocina –, não fosse a paranóia, ou nóia, como se diz. O crack provoca reações nocivas indescritíveis. São inseguranças várias, vultos, de repente tinha medo até do meu vizinho me matar. Tive um princípio de parada cardíaca. Comecei a estudar Administração, parei. Mudei para o Direito na PUC, também não consegui ir em frente”. Com a namorada grávida e prestes a conceber foi que Ênio diz ter começado a enxergar a luz no fim do túnel. No hospital, ajoelhou-se e pediu a Deus para o filho nascer perfeito. Tinha medo de que viesse com alguma enfermidade, como conseqüência de sua dependência química. “Rafael nasceu com 4.100 kg. Era o maior da semana no hospital, disse-me o médico. Senti que, afinal, os céus ouvem o apelo até dos mais desprezíveis. Voltei àquele mesmo local onde havia orado antes, agora para agradecer. Liguei para um amigo em Ipatinga, meu ex-colega de internação na clínica de BH e que hoje está muito bem, recuperado, quando então
Já estive com enfermeiros, dentistas, policiais, psicólogos, assistentes sociais, uma veterinária (que infelizmente morreu), vendedores, gente de classe alta, média e baixa que virou lixo humano... Charles
ele também me estendeu as mãos e viabilizou para mim uma vaga numa comunidade terapêutica local”. Após cinco meses de tratamento na Beth Shallom, Ênio agora se sente bem melhor. “Hoje tenho felicidade de viver, creio estar reconquistando o respeito de minha companheira, dos meus pais e até o carinho do meu primeiro filho de 15 anos, que aniversariou neste mês de dezembro. Nunca mais quero sair da presença de Deus. Pretendo me casar em fevereiro”, revela.
MARCOS VALÉRIO (o próprio), um cliente muito especial na lista de figurões atendidos por Ênio
Raylander, o irmão guerreiro que ajudou a resgatar Charles
O envolvimento com drogas de Charles Lúcio da Silva, 34 anos, especializado em solda, é ainda mais dramático. Nascido na antiga Rua do Buraco – área que depois deu lugar ao Novo Centro – e hoje residente no bairro Vale do Sol, ele conta que aos 14 anos já era fumante, consumia álcool e cocaína. De ladrão pé de chinelo virou assaltante, puxador de carros, carregou até uma moto de policial, certa vez. Um dos estreantes da cadeia velha do centro, ali conheceu o que descreve como “o lado mais obscuro da vida, uma verdadeira terra sem lei. Havia 25, até 30 pessoas numa cela onde cabia no máximo dez”. Usuário e traficante, Charles depois foi parar no Ceresp. O segundo de uma família de cinco irmãos, com baixíssima renda – inclusive dificuldades para comer e vestir –, recorda que ganhou vários apelidos depreciativos. “Ratinho”, “Charlinho Capeta”, “Cobrinha”. Acabou julgado e condenado em 1998 por desmonte de carro e formação de quadrilha. Resultado: cinco anos de cadeia. Pouco mais de dois anos em liberdade e o resto trancado. De traficante de cocaína, Charles transicionou para o crack, ainda no ano de 2001, e foi aí que, segundo ele, “acabou tudo de vez”. Ficou muito endividado. Perdeu o emprego na Usiminas Mecânica, também a esposa e os quatro filhos. “Morei na rua, cheguei a comer restos com varejeira. O crack tira a fome, então muitos chegam a pedir comida para trocar por pedras. Os albergues já não me aceitavam mais. Cheguei pesando 30 quilos na clínica, após seis tentativas de suicídio – pulei de várias pontes de Ipatinga, quebrei pernas e dentes nas quedas, tentei me matar por
enforcamento, botei fogo na casa, tudo em meio ao desespero para parar de usar drogas”, relata. Junto à linha da maria fumaça, entre o Novo Centro e o bairro Veneza, tradicional ponto de concentração de viciados, Charles morou quase um ano. Conta que, certa vez, chegou a ficar 18 dias sem comer, 36 dias sem dormir. “É um cenário aterrorizante, 300 a 400 pessoas no mesmo lugar, todos os dias, acampadas, morando lá”, descreve. O resgate de Charles, ele recorda, aconteceu em 2008. Foi buscado debaixo de ponte por um irmão pastor com nome de guerreiro, Raylander, juntamente com o líder da igreja Fogo para as Nações. “Me pegaram com as pernas quebradas. Meu irmão nunca desistiu de mim e por isso sou muito grato a ele. Levaram-me para a Casa de Misericórdia, onde permaneci sete meses e, enfim, alcancei a libertação”. Conforme Charles, depois disso várias portas se abriram para ele, mas de todas elas a que mudou de fato sua vida foi a oportunidade de participar do resgate de outros viciados numa tenda missionária que permaneceu durante 21 dias na região da Cracolândia. “Atualmente – ele conta -, além de trabalhar como vendedor para uma empresa de lajes e outra de concreto, me ocupo de ajudar as pessoas que estão debaixo das pontes, nas BRs. Pais e mães de família me ligam desesperadas e não há como ser insensível à situação que a gente conhece tão bem. Filhos trocam carros por droga, ficam 3, 4 dias sumidos. Vou atrás, procuro nos buracos onde podem estar entocados. Felizmente, posso dizer que, com a graça de Deus, já pude contribuir para a internação de cerca de 120 pessoas até agora. Entre muitos recuperados, um bom exemplo é uma portadora de HIV que foi alcançada durante a gravidez. Hoje está bem e a criança não infectada”. É difícil, segundo Charles, traduzir a abrangência do rastro de destruição do crack. “Já estive com enfermeiros, dentistas, policiais, psicólogos, assistentes sociais, uma veterinária (que infelizmente morreu), vendedores, gente de classe alta, média e baixa que virou lixo humano, sem qualquer higiene, instinto de preservação. Pessoas expostas a todo tipo de enfermidade, garotas que se vendem por R$ 5,00, que até já abortaram na linha”. Mas há saída, ele conclui. “Não existe remédio, uma substância. O único modo é um verdadeiro encontro com Deus, comunhão constante com Ele, alimentarmo-nos Dele, como pão diário. Foi assim que me tornei uma outra pessoa”, garante.
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Em ano de Copa, o que fazer para proteger os pets? 50
PARA VIAJAR, os c茫es devem estar acompanhados das guias pr贸prias de transporte
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Audição canina é 80% mais aguçada que a humana e é por isso que os foguetórios deixam os animais tão desesperados. Mas veterinário dá dicas para lidar com o problema. REPÓRTER Janete Araújo
Quando todo mundo pensa que o problema já acabou, o Campeonato Brasileiro e a Libertadores chegaram ao fim, vem o réveillon. Pronto! Lá estão de novo os foguetes, sem hora para começar e sem hora para parar, atormentando a vida dos animais e, de quebra, também de muitos proprietários. Tem mais: o tradicional dia de Nossa Senhora Aparecida, data em que se comemora ainda o Dia das Crianças – e quem não fica feliz é o bebê canino, coitado. Se pudesse, taparia os ouvidos com as patas. O que é que acontece? O veterinário Rômulo Edgard, um dos mais experimentados profissionais do ramo no Vale do Aço, explica que alguns sentidos dos animais são muito mais apurados, e assim é que se dá o drama, para o qual a solução nem sempre é tão simples. É preciso lembrar que 2014 é ano de Copa do Mundo no Brasil e, então, os fogos de artifício certamente estarão presentes em nível maciço e intenso. Isso pode ocasionar muitos acidentes, como cães que se machucam ao pensar que podem atravessar portas de vidro, por exemplo. O resultado é que acabam quebrando-as e se ferindo. Outros pulam de sacadas de prédios ou mesmo fogem de casa, no desespero de tentar escapar do barulho. Mas a tendência deles é querer a todo custo se aproximar dos donos, porque é assim que se sentem seguros. Alternativas diferentes só serão buscadas se não houver a presença destes. Segundo o médico veterinário Rômulo Edgard, que recebeu a equipe de ATITUDE em sua clínica no bairro Iguaçu, em Ipatinga, os cães não enxergam tão bem quanto as pessoas em circunstâncias normais. Têm
51 uma espécie de daltonismo e a percepção de cores é limitada – não vêem vermelho e verde –, enquanto a visão para detalhes é estimada grosseiramente como seis vezes menor que a de um humano médio. Televisão, revistas e detalhes do rosto aparecem como um borrão para eles. Sua vantagem é em relação à visão periférica. Por isso percebem a bolinha que foi jogada com mais rapidez do que nós, mas como os detalhes não são tão bem percebidos, ela pode se perder muito próximo deles, e aí então o olfato é o sentido que vai orientar a busca. Em relação à audição, ela é 80% mais aguçada que a dos humanos. “Por isso eles ficam tão incomodados com o barulho. Ao assistirmos um jogo na TV, por exemplo, mesmo que para nós o som esteja baixo, o cão ouve nitidamente. Assim é que, muitas vezes, já se perturbam até com a narração do futebol, associando-a aos fogos. É curioso observar que eles conseguem identificar até o barulho peculiar dos veículos de seus donos antes mesmo de chegarem a um prédio de apartamentos, por exemplo. Os gatos também têm audição aguçada, mas um pouco menos que os cachorros”, explica Rômulo, que entre muitos animais faz questão de posar para fotos junto ao mascote de sua clínica, o bonachão e simpático “Roger”, da raça Weimaraner, adotado desde o dia 31 de maio de 2007. A estimativa é de que exista um cão para cada dez habitantes nas cidades, ou seja, em Ipatinga a população canina chega perto dos 25 mil. Já os gatos representam apenas 10% desse número.
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MUITAS VEZES os cães associam a narração dos locutores à explosão de fogos
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Em relação aos felinos, segundo Rômulo, a reação é diferente quanto aos barulhos mais intensos. Normalmente eles se escondem, enquanto os cães buscam a proteção do dono. O veterinário orienta que deixar o cão entrar dentro de casa ou dar colo para ele todas as vezes que começar um foguetório é “deseducá-lo”. É o erro do paternalismo exacerbado, já que colo e carinho significam um prêmio para o animal. “Você está dizendo pra ele que está encorajando sua atitude. É óbvio que eles precisam entender que você não aprova este comportamento. É possível administrar esta reação destemperada porque, não fosse assim, como é que fariam os cães da polícia? Treinados, eles se mantêm focados e seguros em seu objetivo mesmo em meio a tiroteio. O problema é que é necessário tempo para a adaptação, o que está faltando para as pessoas nos dias atuais. Paciência e persistência são palavras-chaves. Se o cão tem medo até do som do jogo na TV, talvez seja bom assistir a uma partida mais sem importância com ele, pra que perceba que não é sempre que há futebol que se solta foguetes. O dono pode saturar, ou dessen-
sibilizar sua mascote fazendo-a ouvir pelo menos três vezes por semana o som de um jogo de futebol e ir aumentando o som gradativamente até ele perceber que não haverá foguetes e nenhum mal acontecerá com ele. Isso deverá reduzir sua ansiedade”. De acordo com Rômulo, caso não funcione tão bem, outra técnica é colocar uma bola de algodão nos ouvidos do cão para que o som chegue com menos intensidade. Dar algum medicamento ao animal, nesses casos, ele não recomenda, porque há riscos até de criar nele maior propensão a doenças cardíacas. Deixar o cão entrar e se esconder dentro de casa, só em último caso. Prendê-lo na casinha (cujo modelo ideal é o de alvenaria, dentro de um cercado com grades), pode funcionar em certas situações, mas há também o risco da mascote vir a ferir unhas e patas tentando escapar. “A dessensibilização é o melhor caminho, o mais eficaz. Em períodos de partidas contínuas de futebol, é comum o atendimento de plantão aumentar de 30 a 40%, por causa dos animais que se feriram de medo dos foguetes”, revela.
Hotelzinho ou ficar em casa nas férias Como estamos em período em que muitas pessoas aproveitam para viajar com suas famílias e nem sempre podem levar suas mascotes, o veterinário Rômulo Edgard recomenda que deixar uma pessoa de confiança e responsável tomando conta do animal é melhor que levá-lo para um hotelzinho. “Cão que fica em hotelzinho late muito, então quase sempre não são aceitos. Os gatos devem ir para o hotelzinho, pois se ficarem muito tempo sozinhos podem fugir”, explica. Mas é preciso escolher bem quem vai cuidar de seu pet. O veterinário conta uma experiência desagradável que ele próprio vivenciou, numa ocasião em que
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viajou e deixou seu cão aos cuidados de alguém sem iniciativa. “Quando cheguei logo percebi o mau cheiro que vinha da orelha dele, que infeccionou, deu bicheira, sem que nenhuma providência tivesse sido tomada. O cuidador não teve a iniciativa de cuidar da ferida”. No fim das contas, o animal teve que ser sacrificado. “Mas hoje muitos hoteis já aceitam a presença de cães de pequeno porte e gatos, e é preciso pesquisar”, diz. Para viajar com os pets o dono precisa levar a GTA – Guia de Transporte de Animais ou, no caso do exterior, a GTI- Guia de Transporte Internacional, que precisa ser assinada por um veterinário.
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DR. RÔMULO EDGARD com o mascote de sua clínica veterinária, um cão da raça Weimaraner, chamado carinhosamente por todos de “Roger”
A ameaça da leishmaniose visceral Segundo Rômulo Edgard, a cidade de Ipatinga vem tendo um surto de leishmaniose visceral, ou calazar, desde janeiro de 2013. A transmissão é feita via flebotomíneos, conhecidos popularmente como mosquito-palha, tatuquira, birigui, que ao picar o animal contaminado pode disseminar a doença para outro cão sadio ou para seres humanos. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde realiza testes rápidos para detectar leishmaniose visceral em cães. De janeiro a junho, entre 2,1 mil animais testados, 150 apresentaram confirmação da doença. O veterinário avisa que os casos de leishmaniose visceral devem ser comunicados ao CCZ do município e o animal deve ser levado imediatamente a uma clínica veterinária para tratamento. “O protozoário leishmania chagasi pode ficar incubado no animal por até três anos, antes que apareçam os sintomas, que são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia e palidez. Nos humanos a doença provoca aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos”, conta o veterinário. “Por isso são necessários cuidados com a prevenção, e o essencial é manter o animal e seu ambiente limpos, evitando-se o mosquito”. Rômulo explica que ainda não foi desenvolvida uma
vacina contra a leishmaniose visceral, embora ela possa ser curada nos animais. Contudo, a maioria dos medicamentos usados nos casos são dispendiosos. “Os antimoniais pentavalentes, por via endovenosa, são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos. Em segundo lugar, está a anfotericina B, cujo inconveniente maior é o alto preço. Uma nova droga, a miltefosina, por via oral, tem-se mostrado eficaz no tratamento dessa moléstia. Além desses, recomenda-se o uso da coleira calazar, que serve como repelente do mosquito. Um tratamento no primeiro ano não fica por menos de R$ 500/mês. No segundo ano o cão só precisa de uma dose anual da vacina”, detalha Rômulo. De acordo com o Rômulo Edgard, as vacinas devem ser aplicadas em clínicas especializadas. Em sua opinião, o governo poderia subsidiar o tratamento, já que a doença, que já foi endêmica, hoje existe em vários lugares de um país tropical como o nosso. “O problema é que aqui não se pode fazer um controle sazonal como na Europa, cujo inverno prolongado fica isento do mosquito”, explica. Para que se tenha uma ideia mais clara da gravidade da doença, o veterinário informa que 10% dos cães contaminados não têm cura e precisam ser sacrificados; 20% são curados clinicamente e parasitologicamente. Dos que são curados, 70% têm apenas cura clínica e não parasitária e terão que ser medicados pelo resto da vida.
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DO VALE DO AÇO PARA A CAPADÓCIA
Missão em Cesaréia
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Fisioterapeuta ipatinguense permanece por quase três meses na Turquia para recuperar craques do poderoso futebol local A tempo de passar o Natal com a família, em Ipatinga, o fisioterapeuta Nilton Júnior, filho do ex-presidente da Câmara Municipal de campeão de mandatos na cidade, Nilton Manoel, retornou neste mês de dezembro da Turquia, onde enfrentou inverno rigoroso (de 2,6 graus positivos a -5) para cumprir uma missão especial: trabalhar na recuperação do meia atacante Jajá Coelho, ipatinguense de 27 anos, além de outros jogadores. O atleta, camisa 10 de 1,91m de altura e que mantém vínculo com o Metalist da Ucrânia, atua com contrato de empréstimo no Kayserispor, da cidade de Kayseri, antiga Cesaréia, importante pólo turístico e industrial situado na região da Capadócia. De acordo com o censo de 2007, a população do conjunto dos distritos urbanos era de 696.833 pessoas. Esta é a segunda passagem de Jajá (ou Jackson Avelino Coelho) na Turquia. Antes ele atuou pelo Trabzonspor em 2010, quando foi contratado a peso de ouro, por cerca de 4.200.000 euros.
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Destaque no América Mineiro, Jajá, filho do ex-jogador Eisenhower (também chamado de Zé Haus), foi transferido para o futebol holandês para atuar pelo Feyenoord como grande promessa, mesmo sem atuar nos grandes clubes brasileiros. Dali foi emprestado para o futebol belga e se tornou a sensação daquele país, jogando pelo Westerlo, onde marcou 11 gols em 30 jogos. Posteriormente se transferiu para a equipe do Getafe, da Espanha, mas não conseguiu repetir o desempenho que teve no futebol belga. Foi então emprestado ao Flamengo, onde atuou em poucos jogos com aparições bem discretas. Retornou à Bélgica, em 2007, para atuar novamente por empréstimo pelo Genk, mas fez apenas nove jogos e voltou ao Westerlo, marcando mais quatro vezes em nove partidas. SUPERVALORIZAÇÃO Em 2008 Jajá foi para o futebol da Ucrânia atuando pelo Metalist, que adquiriu seu passe. Em dois anos, foram 61 jogos e nada menos que 31 gols. Dali, super valorizado, se transferiu para o Trabzonspor, da Turquia, onde visitou as redes mais 12 vezes em 30 jogos. O meia atacante ainda atuou entre 2011 e 2012 no Al-Alhi dos Emirados Árabes Unidos. DOIS GOLAÇOS No dia 1º de fevereiro de 2012, o jogador acertou a sua volta ao Brasil, para jogar pelo Internacional de Porto Alegre por empréstimo, até o final do ano. Em sua estréia, no dia 17 de março do mesmo ano, pelo Campeonato Gaúcho, contra o Juventude, no estádio Beira-Rio, Jajá entrou aos 26 minutos do segundo tempo e, em apenas 5 minutos, marcou dois belos gols. Nos 14 minutos finais, deu mais duas assistências, para Jô e Oscar, na goleada por 7 a 0. Contudo, no dia 12 de maio, o jogador foi afastado pela direção do clube, devido a um suposto ato de indisciplina, logo depois da eliminação na Copa Libertadores da América, ao lado de Jô, que ainda acabaria no Atlético e na Seleção Brasileira. No fi-
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A RECUPERAÇÃO DE JAJÁ, prevista em três meses, acabou acontecendo em apenas 18 dias, mas Nilton permaneceu por 80 dias na Turquia para atender outros atletas
nal do mês de maio, o jogador ipatinguense foi reintegrado e voltou a treinar com o grupo principal, mas perdeu espaço para o jovem Fred. Sem mais oportunidades, acertou com o Metalist, da Ucrânia, clube por onde atuou por dois anos, e tem o carinho dos torcedores.
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O ESTÁDIO KADIR HAS, em Kayseri: inaugurado em 2009, ele cumpre as especificações de “estádio de elite” da UEFA. Tem capacidade para 32.864 espectadores sentados e é completamente coberto
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Quanto a Nilton Júnior, ao pisar em solo brasileiro depois de quase 80 dias, e tendo enfrentado temperaturas abaixo de zero, não se conteve: “Que bom estar de novo nesse clima de 40 graus!” Conforme o fisioterapeuta, a previsão era de que Jajá pudesse ser recuperado em três meses, mas o resultado do tratamento foi muito positivo e esse tempo foi encurtado para 18 dias. Além do ipatinguense, Nilton atendeu Bobô e Márcio Nobre, ex-jogadores do Cruzeiro, também atletas do time da primeira divisão turca. Outros que tiveram seu atendimento foram Zura Khizanishvili e Henrique Sereno, jogadores das seleções da Georgia e de Portugal. “A previsão era de que Bobô só voltasse a jogar em janeiro, mas já pode retornar aos gramados em novembro”, contou, gratificado. Quanto a Zura, estava indo para a Itália se tratar, mas impressionado com a rápida recuperação de Jajá, permaneceu em Kayseri, voltando a jogar em tempo recorde, apenas dez dias. Algumas das famílias mais ricas da Turquia, como a Sabancı (dona do maior grupo econômico privado do país), são originárias de Kayseri. A cidade tem fama de ser das mais conservadoras da Turquia em termos políticos e religiosos, mas apesar disso acolhe bem os visitantes estrangeiros. Planícies verdes e férteis estão ao seu redor, assim como colinas com florestas junto a um vulcão extinto coberto de neve, o Monte Argeu, a montanha mais alta da Anatólia Central.
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COM HENRIQUE SERENO, 28 anos, defensor do Porto e da seleção de Portugal
TREINO EM BAIXA TEMPERATURA: o Kayserispor, de Jajá, é considerado um dos clubes mais promissores do país, tendo alcançado o quinto lugar dois anos seguidos recentemente
FILMES/LIVROS
Uma trilogia para ser “devorada” LAURENTINO e a série campeã de vendas no país
José Laurentino Gomes, de 57 anos, paranaense de Maringá, formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduado em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo, com cursos tanto na Universidade de Cambridge como na Universidade de Vanderbilt, é um fenômeno da nova literatura nacional. Após trabalhar como repórter e editor para vários órgãos de comunicação como o jornal O Estado de S. Paulo e a revista Veja, tornou-se famoso como escritor graças à sua autoria do best-seller “1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”, livro que narra a chegada da corte portuguesa ao Brasil. Em 2008, a Revista Época o elegeu uma das 100 pessoas mais influentes do ano, pelo mérito de conseguir vender mais de meio milhão de exemplares. E em 2010 veio o lançamento nacional da obra “1822”, outro sucesso estrondoso. Balanço geral: 1,5 milhão em vendas dos dois livros, no Brasil e Portugal. Para completar a série sobre o descobrimento, acaba de ser lançado “1889”, com tiragem inicial de 200 mil exemplares. O objetivo: explicar porque o país permaneceu como a única monarquia das Américas, por mais de 67 anos e mostrar como foi a Proclamação da República, em 1889 (Globo Livros, 416 páginas, 44,90 reais). De uma forma geral, os livros de Laurentino têm uma visão ácida e crítica da história do Brasil, raramente demonstrando os aspectos positivos das personagens, terminando por ressaltar o lado negativo deles. E, definitivamente, não dá para conter a curiosidade.
Bem-vindo à Vida: um drama para se emocionar SAM (CHRIS PINE) e sua meia-irmã Frankie (Elizabeth Banks) vivem uma bela história de amor fraternal
Um vendedor, Sam (Chris Pine), está com problemas financeiros por causa de uma transação ilegal. O seu pai morre e deixa de herança 150 mil dólares, mas junto dela está um bilhete dizendo para entregar o dinheiro para sua meia-irmã Frankie (Elizabeth Banks), de quem ele nunca ouvira falar. Agora ele está em dúvida sobre a coisa certa a se fazer e o que quer da vida. Sam acaba mudando toda sua vida, incluindo as relações com a mãe Lilian (Michelle Pfeiffer) e com a namorada Hannah (Olivia Wilde). Produzido em 2012, o filme com o título original ‘People Like Us’ trata-se de um ótimo drama, com imagens belíssimas, além de um time de atores que não é só esteticamente admirável, mas realiza uma atuação acima da média. Sem o apelo romântico clichê de certos roteiros, este conta apenas com a história familiar de dois irmãos que se sentem rejeitados pelo pai. A química e atuação dos personagens é perfeita. Rachel McAdams e Meryl Streep foram sondadas pela produção, mas alguns dos papéis principais acabaram, respectivamente, com Elizabeth Banks e Michelle Pfeiffer, o que acabou se revelando providencial. A filmagem foi feita na Califórnia, no primeiro semestre de 2011, e a atuação do diretor de Fotografia, Salvatore Totino, é também de tirar o chapéu.
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