ANO XXXII - NÚMERO 187 - Agosto / Setembro 2016
Sprinter 2017: mais conforto e segurança
Cara nova
Ao fazer 125 anos, a Scania apresenta nova linha na Europa com 1 mudanças aerodinâmicas que visam economizar combustível
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ENTRE NÓS
O fim das rodovias
ISSN 1984-2341
Eis uma novidade (exceto para quem tem olhos para ver!): as rodovias estão acabando no Brasil. Dizendo de outro jeito: o Brasil está ficando sem rodovias. Ou, talvez fique bem claro agora: aquelas vias longas, asfaltadas, que ligavam cidades e “encurtavam distâncias” (segundo a propaganda de quando começou o rodoviarismo, seis décadas atrás) no nosso país de dimensões continentais, não estão mais cumprindo essa função, e tornaram-se meras ruas (muitas nem merecem ser chamadas de “avenidas”), cheias de obstáculos de todos os tipos, nas quais não há alternativa a não ser andar devagar, controlando os nervos e perdendo tempo, saúde e dinheiro. Em resumo, é isso. É essa a triste realidade. É interessante observar que dezenas de trechos rodoviários foram concedidos à iniciativa privada nos últimos 20 anos com a promessa de “melhorar” as rodovias, mas não aconteceu nada disso porque as rodovias... desapareceram! Ficaram cheias de veículos, de arrabaldes de cidades em volta, de passarelas de pedestres por cima, de quebra-molas, de radares visíveis e invisíveis, de interrupções do tráfego para consertos no asfalto. Outro resumo: as viagens ficaram mais demoradas, embora as “rodovias” – que hoje em dia merecem aspas mesmo – pareçam muito mais “modernas” – outro motivo para usar aspas. Vieram as concessionárias e os pedágios e... não nasceu nenhuma rodovia nova. Rodovia de verdade, não nasceu nenhuma. “Espera aí, alguns trechos foram duplicados” – poderia alguém alegar. Agora, responda o leitor: quando uma rodovia velha, com um traçado ultrapassado, inseguro, perigoso, mal localizado, é duplicada, o que é que temos no lugar da situação anterior? Exatamente: uma rodovia DUPLAMENTE velha, ultrapassada, insegura, perigosa, mal localizada... Como foi feito, por exemplo, na BR-101, em Santa Catarina, uns anos atrás. É o fim! O Brasil rodoviário está cada vez mais devagar. Já, já a velocidade máxima dele será de 40 km/h. E ninguém será multado por excesso de velocidade, porque é um quebra-molas atrás do outro! O Brasil está assim. Não é culpa deste ou daquele governo. É culpa deste, daquele e do outro também, por todos os séculos e séculos. Amém.
Nesta edição CARTAS Os “causos” dos melhores leitores do Brasil
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SORTE Erinaldo ganhou uma geladeira portátil
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SCANIA Um lançamento de encher os olhos
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FRETE O tamanho do achatamento dos grãos
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ARLA 32 Desrespeito às normas do Proconve P7
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TRÂNSITO Cai número de acidentes. Será o exame?
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DESCANSO Procurador-geral rejeita a Lei 13.103
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SELECTRUCKS Mercedes cresce nos seminovos
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VOLVO Um aniversário de 40 anos
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DAILY Uma Elevittá para até três cadeirantes
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SPRINTER Novidades para continuar crescendo
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NOTÍCIAS 30 Mercedes, TruckPad, Cofipe, Divepe, Volvo, DAF MULHERES Daniela, empresária, tem Scania no sangue
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PASSATEMPO
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DIRETORA RESPONSÁVEL: Dilene Antonucci. EDIÇÃO: Dilene Antonucci (Mt2023), Chico Amaro e Nelson Bortolin. DIRETOR DE ARTE: Ary José Concatto. ATENDIMENTO AO CLIENTE: Mariana Antonucci e Carlos A. Correa. REVISÃO: Jackson Liasch. CORRESPONDENTES: Ralfo Furtado (SP) e Luciano Pereira (MG). PROJETOS ESPECIAIS: Zeneide Teixeira. Uma publicação da Ampla Editora Antonucci&Antonucci S/S Ltda-ME. CNPJ 80.930.530/0001-78. Av. Maringá, 813, sala 503, Londrina (PR). CEP 86060-000. Fone/fax (43) 3327-1622 www.cargapesada.com.br - E-mail: redacao@cargapesada.com.br. Circulação: Agosto / Setembro de 2016 - Ano XXXII Edição n° 187
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CARTAS
Isso é que é leitor... Saibam todos: esta revista, a Carga Pesada, tem os melhores leitores do Brasil. Verdade! É só ler o que os leitores nos dizem e nós publicamos aqui nestas páginas feitas por eles. Aqui estão histórias autênticas, opiniões sinceras, aqui estão motivos para alegrias e tristezas, nestas linhas pulsa a vida da estrada. Tem gente – como ocorreu desta vez – que nos manda fotos de 40 anos atrás, trazendo para os dias de hoje as cenas nostálgicas do tempo em que trabalhar com caminhão era uma aventura. Tem uma emoção atrás da outra no texto de cada leitor, às vezes raiva, às vezes realização. Que bom ter leitores assim! Que bom fazer uma revista para eles, e procurar fazer uma revista cada vez melhor. É um grande privilégio! Todo dia, saudade no peito O meu dia a dia é fácil de resumir: começo com saudades no peito e enfrento as estradas com carga pesada, buscando dar o melhor viver para meus filhos. Poderíamos ter estradas melhores, fretes melhores, diesel mais barato. Ufa! São sonhos de caminhoneiro... Obrigado pela oportunidade de me expressar livremente. Luciano Louzada dos Santos – Ubá (MG)
Dois pedidos do transporte Os caminhoneiros autônomos e as empresas de transporte de carga precisam de duas coisas: redução no valor do pedágio e subsídio no preço do óleo diesel. Jefferson Cezário Motta – Marília (SP)
João Batista Ferreira da Silva – São Paulo (SP)
Doutel Vidal dos Santos – Contenda (PR)
Ratos maiores que preás Este caso me lembrou dos australianos reclamando das acomodações nas Olimpíadas. Estive muito tempo sem ir a Santos, mas voltei no dia 28 de julho e tive que pernoitar na área de descanso da Anchieta. Área
Santos
De cabeça erguida Eu, apesar de tudo o que passamos no dia a dia das estradas – e só Deus sabe como a situação está difícil – ergo a cabeça e sigo em frente, confiando Nele.
de descanso? Se quando eu pernoitava por lá, tempos atrás, já tinha rato, desta vez vi ratos maiores que um preá. Tive que descer a serra na madrugada porque estava carregado de cestas básicas, e os ratos subiam na carroceria, pois sou carga seca. Outra coisa que mudou bastante foi o número de radares na serra – cresceu muito. E o pedágio na Anchieta, que já era um absurdo, subiu ainda mais. João Bosco do Nascimento – Cruzeiro (SP)
Um abraço, motoristas! Sou empresário e gosto muito das reportagens da Carga Pesada, principalmente as que retratam o dia a dia dos motoristas na estrada. Acompanho mensalmente cada edição dessa importante revista que valoriza e orienta os motoristas e também a nós, empreendedores. Deixo um abraço a todos os motoristas desse grande Brasil, neste mês (julho) em que se comemora o seu dia.
Carga Pesada
Futuro
Faça sua própria história Sou brasileiro, 51 anos de idade, 17 anos no transporte urbano de carga, sempre como autônomo. A verdade é que nunca ouvi dizer que a coisa estava boa, só não me deixo contaminar com ideias pessimistas, muitas vezes de pessoas com pouca qualificação que esperam que os outros mudem sua história. Fico até enjoado quando ouço histórias desse tipo, e minha resposta é: “vai melhorar”. Diz-me com quem andas que te direi quem és – é uma frase muito antiga e verdadeira para a falta de perspectiva e de otimismo. É só procurar melhores companhias que você acha.
Joel Ferreira Martins - Ponta Grossa (PR)
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CARTAS
Nestor A. Biazotto – Mogi Mirim (SP)
O outro gritava sem ter razão Certo dia, estava tentando cruzar o trevo de Bonsucesso, em Guarulhos. Eu já estava em cima da faixa zebrada e um Fiat Uno vinha me empurrando. Quando não deu mais para ir para cima da faixa, porque eu ia entrar na contramão, parei e o Uno esbarrou no meu caminhão (da empresa). Minha sorte foi que um agente de trânsito viu tudo, porque o motorista do Uno já vinha gritar comigo cheio de razão. Eu e o agente falamos que ele estava errado e ele teve que ir embora calado. Por sorte, no caminhão não aconteceu nada.
Cláudio Rodrigues de Sena – Bela Vista do Paraíso (PR)
É prejuízo de todo jeito Eu e meu esposo Zeca Reginato somos caminhoneiros. Eu queria fazer uma reclamação sobre o cartão-frete. Depositam nosso frete neste cartão para eliminar a carta-frete (que não está extinta por muitos transportadores), mas, se não abastecermos, não conseguimos receber nosso frete. E em cada abastecida ou retirada é descontado um certo valor. Nos postos não tem caixa e nem nos que ficam abertos 24 horas podemos retirar em dinheiro ou ver saldos, a não ser abastecendo. Então, onde foi que melhorou? Se não tiram de um lado, vendendo combustível mais caro pela carta-frete, tiram descontando quando você abastece com o cartão. O caminhoneiro fica sempre no prejuízo.
Cartão-frete
Estrada ruim, pedágio alto Já viajei de caminhão-carreta do Paraná até São Paulo e Minas Gerais com um amigo e gostei muito. Vi quanto o Brasil depende do transporte de mercadorias por caminhões. Faço uma reclamação ao governo do Paraná: as estradas do Estado precisam melhorar e ser duplicadas e o preço do pedágio tem que baixar. Eu fui este ano ao Estado de São Paulo e encontrei lá muitas estradas bem cuidadas e sem pedágio. Mas no meu Paraná só se veem buracos e um pedágio absurdo.
Paraná
Histórias
Uma vida de conquistas Sou caminhoneiro há 41 anos, gosto muito da profissão, mas tem aqueles colegas que... Tudo o que tenho, conquistei em cima de um caminhão. Gosto muito de ler tudo o que interessa ao caminhoneiro, nas revistas que encontro nos postos. Gosto de minha família e de lazer, mas a gente não tem muito tempo para isso. Viajo muito a trabalho, conheço muitos Estados do Brasil. Já trabalhei com várias marcas de caminhão, mas a melhor é a Scania. Atualmente trabalho com um Volvo 460 automático, muito bom também.
Janete Marcolin Reginato Caxias do Sul (RS)
Tudo para reduzir acidentes Venho dizer apenas que apoio a nova lei dos faróis acesos durante o dia. Ações e leis que visam à redução de acidentes nas estradas são sempre bem-vindas.
Faróis acesos
Pedro Alves de Sá – São Paulo (SP)
Rogério Kiyosi Sato – Guarulhos (SP)
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Arnaldo Cellani – Itupeva (SP)
Arnaldo e Olívio, o amigo que ele fez numa viagem a Rondônia em 1974 e que nunca mais encontrou
O grande rio a ser atravessado de balsa: cena típica na Amazônia até hoje
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A estrada corta a floresta: viagem de 30 dias, mas o frete “enchia os bolsos”, segundo Arnaldo
Os sortudos desta edição são os seguintes: Pedro Alves de Sá, de São Paulo (SP), ganhou um kit da grife Heróis da Estrada, da Resfri Ar, contendo uma jaqueta, uma camisa e uma camiseta; e Eudes da Silva Fonseca, de Santa Bárbara (MG), receberá em casa, gratuitamente, todas as edições impressas da Carga Pesada, durante um ano. Escreva pra gente e concorra você também.
Sorteio
Histórias
As recordações do Arnaldo Estas fotos (abaixo) foram feitas em 1974, portanto há 42 anos, numa viagem de São Paulo a Guajará-Mirim, em Rondônia. Quem aparece ao meu lado, de camisa branca, é o Olívio, de Parapuã (SP), um amigo que eu fiz naquela viagem e que nunca mais vi. Se ainda estiver vivo, terá hoje uns 85 anos. Seu dedo indicador da mão direita tinha o nervo cortado, por isso ficava sempre esticado, e eu o apelidei de “dedo duro”. Aquelas viagens duravam mais de 30 dias, mas o frete enchia os bolsos! Saudades dos bons tempos...
CARTAS
www.cargapesada.com.br Contra a “gastança inútil” Sobre a notícia publicada no site da Carga Pesada, de que o consumo de Arla 32 está muito abaixo do esperado (veja também reportagem nesta edição, na pág. 16), eu digo que fizeram essa armação com a única intenção de extorquir o bolso do caminhoneiro, mas pelo jeito estão se dando mal. Na minha opinião, o consumo do Arla não pode ser muito grande, porque sei de muitos caminhões novos guardados no pátio da Friboi, por exemplo, outros tantos estão parados nas revendedoras e ainda conheço quatro motoristas que tiraram o Arla, fizeram Inmetro e pronto – deram adeus a essa gastança inútil. Edmilson Transportes Está ruim pra todo o mundo O frete já não remunera quem roda com o diesel comum. Para quem roda com diesel S10 e Arla 32, é pior ainda. Caminhão virou pesadelo! George Viana A grande presença feminina Parabéns à revista Carga Pesada por ter escolhido homenagear as mulheres caminhoneiras na sua edição do mês do caminhoneiro (julho). Não há dúvida de que existem muitas mulheres cortando as estradas do Brasil. Juarez R. da Cruz – Curitiba (PR)
Frete de grãos, uma vergonha O constante aumento na produção de grãos parece não justificar os baixos fretes que estão sendo pagos. O que está acontecendo é um verdadeiro massacre do trabalhador brasileiro que está na ponta da rede logística. Considerando a alta tecnologia disponibilizada para a produção, transporte e industrialização de grãos, o que podemos dizer sobre a realidade do trabalhador é: estamos diante de uma verdadeira vergonha nacional. Marli Bau Tem muito caminhão parado Não acho que o início da realização de exames toxicológicos tenha a ver com a redução do número de acidentes envolvendo caminhões informada pela Polícia Rodoviária Federal. A causa está
ligada à situação em que o País se encontra. Quando ninguém compra, não tem transporte. Calculo que o número de caminhões parados chegue a 30% da frota brasileira. Arthur Mendonça Nhimi A ganância chegou ao fim A diminuição dos acidentes com caminhão não tem nada a ver com o exame toxicológico. O Brasil está quebrado e várias empresas gananciosas, que compraram caminhões novos usando indevidamente o plano Procaminhoneiro, tirando a chance dos autônomos melhorarem seus brutos, estão falindo (graças a Deus). Sei do caso de uma que possui um cemitério de carretas sucateadas em seus pátios. Ronald Goemeri
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BRINDE Erinaldo, agora, se alimenta melhor Olha aí o Erinaldo de Jesus, caminhoneiro de São Paulo (SP), recebendo o útil e valioso brinde que sorteamos entre os leitores que nos escreveram: uma geladeira Resfri Ar portátil de 18 litros, um presente da nossa parceira Resfri Ar, fabricante de geladeiras e climatizadores para caminhões e outros equipamentos. Quando posou para a foto já ao lado de sua geladeira e de algumas bananas que, dentro dela, “estão sempre fresquinhas”, como ele contou, Erinaldo estava em Recife. Ele agradeceu à Resfri Ar pelo presente, principalmente porque, graças à geladeira, pode ter “uma fruta geladinha sempre à mão”, organi-
zando melhor sua alimentação e, assim, cuidando de sua saúde. A esposa do Erinaldo, Luciana, também falou com a gente. Aproveitou pra fazer “propaganda” do serviço do marido: ele tem um Scania 380 baú, ano 2008, e coloca sua experiência de 30 anos de estrada à disposição de quem
quiser contratar carretas para a rota de Salvador e Recife. Quanto à geladeira, lembrou que a grande utilidade dela é manter água e alimentos sempre fresquinhos, protegidos das grandes oscilações de temperatura a que a vida na estrada submete as pessoas e os equipamentos.
NOVO SCANIA
Aerodinâmica a se Ele capricha no conforto e na economia e marca os 125 anos da montadora sueca Luciano Alves Pereira Esperado pelo mundo ao redor, a Scania escolheu Paris para o lançamento da geração R e de seu inédito irmão S. Cerca de 1.500 convidados puderam ver a apresentação dos novos caminhões, no Grand Palais (grande palácio), em 23 de agosto. Ao contrário das especulações (ou tentativas de adivinhações), a Scania não adotou a configuração bicuda (hauser com capô), semi ou coisa assim. Os novos Scania têm cara de... Scania. Na festa de lançamento, também foram comemorados os 125 anos da montadora sueca, em Södertälje, local de sua fundação. Em Paris, todos constataram a manutenção do conceito de cabine avançada, enriquecido por detalhes voltados para a economia de combustível. Os presentes notaram, por exemplo, a atenção especial com o arrasto aerodinâmico. Para minimizá-lo, o fabricante introduziu o aerofólio ajustável em três posições, capaz de se alinhar perfeitamente com a altura do semirreboque. Os retrovisores também foram reprojetados para otimizar o deslizamento do ar. A Scania diz que essas novidades proporcionam economia de 5% no combustível. Parece uma coisinha de nada, mas já é conhecida a afirmação de que a simples eliminação dos espelhos de um caminhão traria ganho de 1,5% no consumo de diesel, em uma composição de cavalo e carreta. Tais peças fazem parte dos itens de segurança do veículo e sua eventual substituição por câmera, com monitor na cabine, depende de aprovação dos órgãos de trânsito de cada país, coisa que sempre demora.
Mirando o conforto da boleia, os presentes foram informados de que a posição dos bancos deslocou-se 65 milímetros para a frente e 20 mm para os lados. O rearranjo permitiu a oferta de três variantes de camas, uma delas com um metro de largura – ótimo espaço. Fora os compartimentos porta-trecos. Quanto aos motores, também não se confirmou a especulação de que haveria uma versão V8 com 780 cv. O motor de 15,6 litros está disponível nas potências de 520 cv, 580 cv e 730 cv, adotando as tecnologias de emissões EGR e SCR, em atendimento à norma Euro 6. Os motores de 13 litros continuam disponíveis, tendo como novidade a opção de 500 cv (além das de 410 cv e 450 cv). Vários altos executivos da Scania deram explicações sobre o novo produto durante o evento de 23 de agosto, que o mundo inteiro pôde ver ao vivo, graças à internet. Disseram que a nova série levou dez anos para ser desenvolvida, ao custo aproximado de dois bilhões de dólares. No Brasil, os apaixonados da marca aguardam pela novidade. Consta que o novo modelo foi visto e fotografado em Montes Claros (MG). Quem sabe, haverá apresentação coincidindo com os 60 anos da marca no País, a ocorrer em 2017? Vale lembrar que a Scania não retirará de linha os seus atuais modelos, nem aqui nem na Europa. Retrovisores com baixa resistência aerodinâmica, airbags laterais do tipo cortina e desenho inovador do painel são alguns detalhes apresentados nos novos modelos da Scania
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rviรงo da economia
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CUSTOS
Defasagem no frete de grãos é de quase 40% Essa conta considera só os custos, sem o lucro, segundo a NTC&Logística. E o lucro é um direito. Numa reunião realizada em Maringá (PR), transportadores analisaram a difícil situação do setor Nelson Bortolin O frete rodoviário de grãos está defasado em pelo menos 39%, só para empatar com o custo. A conta foi feita pelo engenheiro Antonio Lauro Valdívia Neto, do Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos (Decope) da NTC&Logística, e apresentada por ele a transportadores paranaenses numa palestra realizada em Maringá, no dia 17 de agosto. Segundo Valdívia Neto, uma viagem de ida e volta de um bitrem carregado com 37 toneladas de grãos de Maringá até o Porto de Paranaguá custa em torno de R$ 7.620, sem lucro algum. Mas o que tem sido oferecido aos transportadores não passa de R$ 4.625. A diferença exata é de 39,3%. O cálculo feito pelo engenheiro leva em conta um tempo parado de um dia para carregamento e um dia para descarregamento. Se fosse metade do tempo, o custo cairia 30% – ficaria em R$ 5.288. “O transporte no País é encarecido pela falta de infraestrutura nas empresas e nos portos. O veículo trabalha com tempo. Se fica parado na carga e descarga, esse é um tempo desperdiçado que tem alto custo”, ressalta. De acordo com Valdívia Neto, o transporte de grãos sofre mais que os outros
segmentos com o baixo frete porque tem muita concorrência. “É uma área fácil de entrar. Não tem barreiras. Quando um outro setor está ruim, o transportador vai carregar grãos. Quando o frete de grãos está bom, muitos são atraídos e abandonam o setor em que trabalhavam.” O coordenador da Câmara de Agronegócios da NTC&Logística, Geasi Oliveira, admite que os transportadores de grãos não têm “cultura de fazer contas”. “Calculamos o combustível, os pneus, o salário do motorista, mas deixamos de lado outros custos que parecem invisíveis, mas são reais”, afirmou. A depreciação da frota, por exemplo, é um custo que não costuma aparecer nas planilhas das empresas, segundo ele. Sem incluir todos os custos na planilha, as empresas estão fadadas a fechar suas portas em médio prazo, segundo o engenheiro Valdívia Neto. Mas também é difícil conseguir quem pague o preço justo, ele reconhece. “O problema é que a cadeia de transporte rodoviário de carga no Brasil é complexa e os clientes sempre conseguem encontrar quem faça o frete mais barato. Os embarcadores espremem as empresas de transporte. Se elas se recusam a fazer um valor mais baixo, eles procuram os motoristas autônomos. Sempre tem alguém que aceita”, salienta.
Cenário difícil A reportagem perguntou ao presidente do Sindicato das Empresas de Transporte do Oeste do Paraná (Sintropar), Luís Carlos Zanella, como as empresas estão sobrevivendo com uma defasagem tão grande no frete. Ele disse que muitas estão quebrando. “São aquelas que olham só o custo imediato e, quando se dão conta do restante, entram em dificuldade e fecham as portas.” Algumas empresas, segundo Zanella, fazem manobras fiscais e colocam os motoristas para trabalhar além do limite legal para fecharem as contas. Pesquisa recente da NTC&Logística apontou que metade das transportadoras está com impostos atrasados.
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Valdívia Neto, da NTC&Logística: frete de grãos sofre mais do que o de outros setores
“Na verdade, nós estamos sobrevivendo de crédito bancário”, afirma o presidente da Associação das Transportadoras de Maringá (Atromar), Reinaldo Muniz de Souza, também consultado pela Carga Pesada. “Quem tem nome, está sobrevivendo assim. Posso garantir que todas as empresas da minha associação (são 22) estão vivendo de crédito.” Ele diz que as empresas ligadas à entidade não estão carregando carga além do limite para compensar o frete ruim, mas admite que os motoristas estão tendo de trabalhar mais. Sérgio Shiraisha, diretor da TDL Transporte, de Maringá, acrescenta que as empresas estão “se segurando como podem”. “Existe demanda, mas os custos subiram. Estamos tentando segurar ao máximo para sobreviver.” Para ele, a prin-
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cipal razão dos fretes baixos é o excesso de oferta de caminhões. “Foi uma falha do governo, que liberou muito crédito e propiciou a compra de uma frota acima da necessidade do País.” Questionado sobre perspectivas de melhoras para os próximos meses, Shiraisha responde: “Só tenho boas expectativas para os próximos anos. Conversando com gente de bancos, montadoras, noto que as esperanças são para 2019. Tem gente falando em 2020... Nosso dilema é conseguir sobreviver até lá”, declara.
Nova tabela A reunião de Maringá serviu para o engenheiro Antonio Lauro Valdívia Neto
coletar dados para atualização da tabela referencial do segmento feita há dois anos. A diferença de 39% entre o custo do transporte e o valor que anda sendo pago por aí, colocada no título desta reportagem, foi calculada com base na tabela antiga. A nova ficará pronta logo. Geasi Oliveira, que também é superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de Maringá, o Setcamar, afirma que será feita uma ampla divulgação da nova tabela, “para que os transportadores tenham consciência da situação que estamos vivendo e tomem as precauções que estiverem ao seu alcance para não fechar as portas”.
TECNOLOGIA
Consumo de Arla 32 está bem abaixo do esperado As vendas do reagente que reduz a poluição do ar, e que é obrigatório para os motores Euro 5, não correspondem ao número de caminhões equipados com esses motores. O assunto foi tema de debates em Fórum da SAE BRASIL Considerando o número de caminhões fabricados no Brasil nos últimos quatro anos, já com motores dentro das normas do Proconve P7 (equivalente ao programa europeu Euro 5), o consumo de Arla 32 no País está pelo menos 40% abaixo do esperado. Esse é o número estimado pela entidade que reúne os fabricantes do Arla 32, a Associação dos Fabricantes de Equipamentos de Controle de Emissões de Poluentes da América do Sul (Afeevas). Junto com o diesel S10, o Arla 32 é o reagente à base de ureia necessário para reduzir as emissões de gases do escape, dentro do que prevê o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve P7), do Ministério do Meio Ambiente. As causas e consequências dessa situação foram assunto no 13º Fórum da Sociedade de Engenharia Automotiva – SAE BRASIL – de Tecnologia de Motores Diesel, realizado em Curitiba nos dias 23 e 24 de agosto. O painel específico sobre esse tema – “Experiência do Transporte Rodoviário com o Proconve P7” – teve como mediadora a editora da revista Carga Pesada, Dilene Antonucci, convidada para exercer essa função pela organização do evento. Sobre a grande diferença entre o número de caminhões fabricados desde 2012 e o consumo de Arla 32, o diretor adjunto da Afeevas, Elcio Farah, disse em palestra que, “mesmo que parte da frota esteja parada em função da crise, são muitos os caminhões que têm circulado
sem o uso correto do Arla, e isso é fraude passível de punição”. Farah pediu mais fiscalização para evitar a burla ao Arla 32: “Precisamos evitar a perda dos benefícios da fase P7 do Proconve para não regredirmos a uma situação de 20 anos atrás, quanto ao controle e à redução das emissões de óxidos de nitrogênio”. Esses gases são perigosos e podem, por exemplo, produzir chuva ácida. POSTOS - Empresários do varejo de combustíveis confirmam que há gente usando caminhões com motores Euro 5 sem Arla 32. O problema é maior na rota dos grãos. Nelson Soares Junior, diretor executivo do Sindipetróleo de Mato Grosso, acredita que naquele Estado menos da metade (dos caminhões Euro 5) estão usando o reagente. É o que outros
donos de postos lhe contam. “Os próprios donos de transportadoras tomam essa decisão. Eles estão buscando economia em tudo”, afirma. Soares lamenta o fato. “É muito ruim porque o Arla 32, além de reduzir a poluição do ar, traz mais eficiência ao veículo.” Já a venda do diesel S10 está dentro do esperado. “Sua eficiência está provada”, observa ele. No Paraná, o diretor da Federação Nacional dos Postos de Combustíveis (Fecombustíveis) e da rede de postos Túlio, Giancarlo Pasa, tem a percepção de que nas rotas mais voltadas para o transporte de industrializados o problema seja menor. “Para mim, poucos deixam de usar Arla, talvez 5% a 10% dos caminhões”, estima. De acordo com o empresário, o preço do aditivo vem caindo ano a ano e os transportadores temem colocar em risco a vida útil de seus veículos sem o Arla 32 e o diesel S10. “Alguns até usam S10 em caminhão Euro 3 porque dizem que economizam até 3% no consumo”, declara. Ele tem cinco postos na região de Curitiba e dois no Rio Grande do Sul. FISCALIZAÇÃO - A Polícia Rodoviária Federal e o Ibama têm realizado operações de fiscalização do uso do Arla 32. Bastam algumas gotas da substância “Negro de Eriocromo T” para se saber, na hora, se a substância do tanque é Arla 32 mesmo.
Giancarlo Pasa, dos postos Túlio: preço do Arla 32 vem caindo ano a ano
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Se for constatada adulteração do sistema, é aplicada multa de R$ 127, segundo o policial rodoviário federal Paulo Henrique Demarchi, que esteve no Fórum. “Já a fiscalização do Ibama pelo crime ambiental pode gerar multas de até R$ 1 milhão, como aconteceu com uma empresa de transportes do Centro-Oeste que aboliu o uso de Arla em toda a frota”, informou. Em função das características do motor, a falta da Arla aumenta em quatro ou cinco vezes a emissão de poluentes na atmosfera e danifica O gráfico mostra a comparação entre o volume de Arla 32 já vendido no Brasil e o volume que deveria ter sido vendido para abastecer toda a frota com motores Euro 5 produzida no País desde 2012
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principalmente o catalisador. O que transportadores e caminhoneiros costumam fazer para fugir da obrigação de usar Arla
32 é instalar um chip que “engana” o sistema eletrônico do caminhão ou usar Arla agrícola e até mesmo água.
TECNOLOGIA Responsabilidade é de toda a cadeia, diz transportador Cristiano Doyama (Volvo); Elcio Farah (Afeevas); Dilene Antonucci (Revista Carga Pesada); Paulo Henrique Demarchi (PRF) e Wilson Rebello (Setcepar) durante painel no Fórum da SAE
Levando a visão do transportador para o Painel “Experiência do Transporte Rodoviário com o Proconve P7”, o diretor do Instituto Setcepar de Educação do Transporte, Wilson Rebello, disse que o setor não é contra a tecnologia, mas que toda a cadeia tem que ser cobrada e não apenas quem faz o transporte. “A fiscalização tem acontecido na ponta, na estrada, no teste da fumaça. Mas quem fiscaliza a qualidade do diesel e do Arla? Muitas vezes o transportador é apenas uma vítima. É preciso criar parâmetros claros de inspeção”, reclamou. Rebello lembrou que os governos obrigam a adoção de tecnologias que aumentam os custos do transporte, mas muitas vezes o embarcador ou o dono da carga não aceita pagar a parte que lhe cabe na nova situação. “Temos um prejuízo duplo: no custo da nova tecnologia e na perda da capacidade de carga. Com os equipamentos para controle de emissões, os caminhões levam 150 quilos de carga a menos. Em um mês, no trajeto entre Curitiba e São Paulo, isso significa uma perda de R$ 6 mil de faturamento”, informou o empresário. Ele defendeu que, nos próximos passos da atualização do Proconve, os transportadores venham a ser ouvidos. OPINIÃO - Outras lideranças e personagens do transporte falaram à Carga Pesada sobre este tema.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo (Setcesp), Tayguara Helou, discorda dos números apresentados no evento. “Uma porcentagem mínima dos transportadores não tem utilizado corretamente o sistema e mesmo assim porque, em algumas regiões, o abastecimento de Arla e diesel S10 é precário”, disse ele. Já o caminhoneiro baiano Fernando Pitanga, vencedor de uma das etapas da competição Melhor Motorista de Caminhão do Brasil, da Scania, e dono de um caminhão que usa Arla 32, tem outro tipo de crítica: “O Proconve P7 deveria ser cumprido à risca pelo próprio governo. Ele também prevê estímulos para a renovação da frota e a retirada de circulação de caminhões com mais de 30 anos, mas isso não foi feito”.
O “chip paraguaio”, usado para burlar a necessidade de Arla 32
Pitanga lembrou que a atual situação é contraditória: um motorista com caminhão novo que não esteja usando Arla 32 pode ser punido, enquanto um caminhão antigo, muito mais poluente, está livre para rodar à vontade. “Por causa disso, os caminhões fabricados antes de 2012 estão mais valorizados atualmente. Para nós ficaram os maiores prejuízos. Se o governo não cumpriu com a parte dele, renovando a frota, como pode querer ser rigoroso na fiscalização em cima da gente?” Veja a seguir as opiniões de dois leitores do site da Carga Pesada: Welligton Marcio Torres “Qualquer tecnologia nova sofre resistência, como vimos quando surgiu o sistema eletrônico na alimentação em substituição aos carburadores e bombas injetoras mecânicas, mas com o tempo ficamos surpresos com o resultado, rodando milhares de quilômetros sem ter que interferir em ajuste de bico, reforma de bomba injetora mecânica etc. Em relação ao Arla 32 está se dando o mesmo. O Arla ajuda a reduzir a poluição e fico pensando que isso nos permitirá deixar um mundo melhor para nossos filhos e netos.” João Cavalheiro “Não consegui repassar o custo com o Arla 32, por isso achei melhor trocar o caminhão por um mais velho, como muitos estão fazendo. Posso estar errado: esse tal de Arla não muda em nada e não tem nada a ver com meio ambiente, foi só para aumentar despesa e ficar pior do que já estava.”
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TRÂNSITO
Cai o número de acidentes com caminhões De um ano para o outro,foi uma redução de 38%. A pergunta é: será que a causa está ligada aos exames sobre o uso de tóxicos (e rebites) que agora os motoristas profissionais são obrigados a fazer?
Nelson Bortolin O número de acidentes envolvendo caminhões nas estradas federais do Brasil caiu de 18.008 para 11.191 de março a julho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. É uma queda de 38%. As mortes causadas por acidentes com caminhões diminuíram de 253 para 211 (16%) e o número de feridos graves baixou de 596 para 533 (10%). São informações da assessoria de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Quando a Carga Pesada pediu esses dados à PRF, era para saber se a obrigação de fazer o exame toxicológico, que começou a vigorar dia 2 de março, teve algum efeito para a segurança do trânsito, mas esses números não permitem dizer se uma coisa tem a ver com a outra. Primeiro porque poucos exames têm dado positivo (leia na pág. 22). E segundo – e mais importante –, devido à situação econômica, o tráfego de caminhões pelas estradas federais teve uma queda expressiva. Segundo a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), de
janeiro a julho o fluxo de veículos pesados caiu 5,4% em relação ao mesmo período de 2015 nas rodovias pedagiadas. Já o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) dá informações menos claras a esse respeito, mas elas também ajudam a ter um panorama da situação. No site do DNIT, nem sempre o período de contagem de um ano coincide com o de outro. Mas ali conseguimos identificar reduções de tráfego de veículos pesados de 6% de janeiro do ano passado para janeiro deste ano e de 22% no mês de março. Existem outros números, que ficam entre esses dois. Em entrevista à Carga Pesada, o assessor de comunicação da PRF, Diego Brandão, afirmou que não tem como relacionar o número de acidentes com os exames toxicológicos, mas acrescentou: “A PRF está extremamente feliz com a queda dos acidentes e tem certeza de que ela se deve ao aperfeiçoamento da fiscalização”. Brandão também considera que a evolução na engenharia dos caminhões vem colaborando para isso. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo
(Setcesp), Tayguara Helou, tem impressão semelhante: “Caiu o número de acidentes porque o volume de carga transportada no País reduziu-se 30%. Não tem a ver com o exame toxicológico”. Helou apoia a exigência do exame toxicológico, bem como a lei que exige faróis acesos de dia nas rodovias, como medidas para aumentar a segurança do trânsito. “Nos Estados Unidos, a lei dos faróis acesos de dia, quando entrou em vigor, reduziu em 5% o número geral de acidentes e em 12% o de atropelamentos”, informa. Mas no Brasil é muito cedo para fazer essa conta. O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de São Paulo (Sindicam), Norival Almeida, também tem certeza de que a queda dos acidentes é resultado de haver menos caminhões em circulação. Ele estima que, de 360 mil caminhões de autônomos no Estado de São Paulo, 150 mil estejam parados ou fazendo pouquíssimas viagens. “Hoje são muito raras as viagens longas. Com a crise, as empresas passaram a buscar cargas mais perto de suas sedes”, afirma.
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A estatística das estradas federais
Carreta trafegava no dobro da velocidade permitida
Cena pavorosa na Serra do Mar: seis pessoas morreram e 13 ficaram feridas
Fonte: PRF
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Todos torcem para que haja uma real tendência de redução dos acidentes de trânsito no Brasil. E que cenas como as vistas dia 3 de julho, quando um caminhão-tanque explodiu na BR-277, no Paraná, não se repitam. A Polícia Científica concluiu que o veículo trafegava em velocidade duas vezes maior que a permitida no trecho. O acidente deixou seis mortos e 13 feridos. De acordo com o laudo, a carreta
descia a Serra do Mar a 123 quilômetros por hora. A velocidade máxima no local era de 60 quilômetros por hora. Segundo a Polícia, o veículo trafegava com problemas nos freios. Em depoimento, o motorista admitiu que ele e a transportadora para a qual trabalha estavam cientes do defeito. Um bebê de apenas 17 dias sobreviveu à tragédia. Os corpos dos pais foram encontrados carbonizados.
TRÂNSITO
1,36% dos exames De 2 de março a 2 de agosto, foram realizados no Brasil 334.894 exames toxicológicos em processos de habilitação ou de renovação de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias C, D e E. Desse total, 4.562, ou 1,36%, deram positivo (veja quadro). Os números foram informados à Carga Pesada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Seja por medo de receber resultado positivo, seja para não pagar cerca de R$ 300 pelo exame, que se tornou obrigatório em março, diminuíram os pedidos de carteiras nas categorias C, D e E. Isso ocorreu em pelo menos dois Estados nos quais a reportagem conseguiu estatísticas: Paraná e Rio de Janeiro. De janeiro a junho, o Detran do Paraná registrou 77.651 CNHs nessas categorias; no ano passado, nesse período, foram 84.554 – queda de 8%. Muito mais expressivo é o número de reclassificações para a categoria B, que foi de 10.450 para 24.510 – bem mais que o dobro. São pedidos de rebaixamento de habilitação para não ter que fazer o exame toxicológico. Os números informados pelo Detran
do Rio de Janeiro são incompletos e bem menores do que os do Paraná. No Estado do Rio, foram entregues, até julho, 8.215 CNHs na categoria C, 23.519 na categoria D e 2.803 na categoria E – nos três casos, números bem menores que os de 2015. O diretor geral do Detran PR e presidente da Associação Nacional dos Detrans (AND), Marcos Traad, preferiu não tirar conclusão nenhuma da relação entre a queda do número de acidentes e a exigência de exame toxicológico para os motoristas profissionais. “É muito cedo.” Mas diz ser o único dos diretores dos departamentos estaduais de trânsito a defender
Fonte: Denatran
tem resultados positivos
o exame. “Sei que a eficácia do exame é muito alta”, declara. Mas Traad foi voto vencido e a entidade está questionando a constitucionalidade da lei.
As críticas ao tipo de exame em vigor A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) reafirma sua posição: é contra o tipo de exame toxicológico para motoristas que está em vigor no Brasil, o chamado exame de larga janela de detecção, que é feito com um fio de cabelo e permite verificar se a pessoa usou drogas nos últimos 90 dias. Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor da Abramet, defende o exame de saliva ou de urina, que detecta se o motorista
está sob o efeito de tóxicos na hora que está dirigindo. “O que está acontecendo hoje? O motorista que toma rebite para não dormir, por exemplo, fica 90 dias sem tomar, faz o exame, dá negativo e volta a tomar. Só daqui a cinco anos ele vai se preocupar com isso de novo.” O diretor de Habilitação do Detran de São Paulo, Maxwell Vieira, diz a mesma coisa. “O exame só seria efetivo se fosse realizado na própria estrada, o que com-
provaria se o condutor está sob o efeito de drogas.” O Detran de São Paulo foi à Justiça contra a lei em vigor e ficou algum tempo sem exigir os exames para fornecer carteiras de habilitação, mas teve que voltar atrás porque sua liminar foi cassada. Já o presidente do Sindicam-SP, Norival Almeida, prefere avalizar a situação atual: “Eu acho que o exame é bem-vindo e vai ajudar a reduzir o número de acidentes”, afirmou.
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DIREITOS
Pela volta da Lei do Descanso! Esse é, basicamente, o parecer do procurador-geral da República na ação de inconstitucionalidade da Lei do Caminhoneiro Nelson Bortolin
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saindo daí uma sentença. Quanto pode demorar, não se sabe. Mas o importante é isto: Rodrigo Janot pediu uma medida cautelar, para que as normas previstas na Lei 13.103 sejam revogadas já, bem antes da sentença. Na visão dele, o que está em jogo são os direitos à saúde e à segurança dos trabalhadores, e também a segurança do trânsito, que interessa a toda a sociedade. Depende do ministro Zavascki acatar tal solicitação. Entre os pontos que Janot ataca estão o limite de quatro horas extras por dia para motoristas (a CLT diz que são duas); a ampla flexibilidade de horários para início e final de jornada de trabalho, além de intervalos para descanso; a autorização para que o motorista extrapole o tempo de jornada a pretexto de chegar a um local seguro onde possa parar; e que seja considerado tempo de descanso do motorista o período em que o caminhão estiver numa balsa, por exemplo. E vai por aí afora, pedindo, basicamente, que voltem a vigorar as normas da Lei
do Descanso de 2012. Rodrigo Janot chega a dizer que o frete rodoviário brasileiro é um dos mais baratos do mundo, e que o preço é resultado de baixa remuneração, pagamento de salário por produção e ausência de controle de jornada de trabalho. Citando estudos, ele diz que os profissionais trabalham, em média, 14,5 horas por dia, alimentam-se mal, dormem pouco e em locais inseguros e não possuem rotina saudável, sendo colocados sob muita tensão. Lembra também que muitos profissionais recorrem a drogas estimulantes para vencer a rotina, colocando em risco a segurança das estradas.
José Cruz/Agência Brasil
Muitas partes da Lei 13.103, apelidada de Lei do Caminhoneiro, que pareciam inconstitucionais... são inconstitucionais mesmo! Esse é o parecer dado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot (foto abaixo), na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTT) move contra a Lei 13.103 no Supremo Tribunal Federal (STF). Aprovada no Congresso em março do ano passado e avalizada pela então presidente Dilma Rousseff, a Lei do Caminhoneiro tentou anular uma série de pontos da Lei 12.619, a chamada Lei do Descanso, de 2012. Esta, por sua vez, apenas adaptava, para a realidade dos caminhoneiros, os direitos previstos para todos os trabalhadores na CLT e que eram pouco respeitados para os estradeiros empregados. A Lei 13.103, que foi proposta na Câmara Federal por deputados alinhados com grandes produtores rurais e multinacionais que negociam com grãos e seus derivados, tem ilegalidades retumbantes e a CNTT levou o caso ao STF. O processo foi distribuído ao ministro Teori Zavascki e este pediu o parecer do procurador Rodrigo Janot. Janot escreveu mais de 200 páginas, detalhando o que vê de errado na lei. Agora o processo volta para que o ministro Zavascki dê um parecer final que será apreciado pelo plenário do STF,
MAIS UMA LOJA
Mercedes cresce no mercado de seminovos Com a marca SelecTrucks, a empresa abriu loja em Betim (MG), já tinha uma em Mauá (SP) e faz planos de continuar se expandindo num setor que tem mostrado estabilidade nas vendas Para cada caminhão novo vendido, cinco usados são negociados, em média, no Brasil. De olho nesse mercado e na tendência de maior renovação – e não ampliação – da frota por parte dos clientes, a Mercedes-Benz está expandindo a área de atuação da SelecTrucks, sua unidade de negócios de caminhões seminovos que acaba de ganhar uma nova loja, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, às margens da rodovia Fernão Dias. Minas Gerais é o segundo Estado em volume de emplacamentos de seminovos, daí o interesse da Mercedes. A próxima loja deverá ser inaugurada até 2017 no Paraná, o terceiro maior mercado de seminovos do País, em Maringá ou Curitiba. Campinas e Ribeirão Preto também estão nos planos da montadora, que tem tradição no ramo de seminovos: atua no setor em 14 países com a marca TruckStore, em lojas que vendem modelos de todas as marcas. “Seminovos com garantia podem ser uma porta de entrada para pequenos transportadores”, disse Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas, Peças e Serviços da Mercedes-Benz Caminhões e Ônibus, na inauguração da loja de Betim. “A SelecTrucks faz parte do nosso pacote de soluções para o cliente. Se queremos aumentar nossa participação de mercado, temos que receber nos ne-
gócios caminhões de todas as marcas”, acrescentou. A SelecTrucks oferece algumas vantagens anunciadas como exclusivas. Por exemplo, garantia de até 12 meses para veículos on-road e seis meses para off-roads com até seis anos de uso, sem limite de quilometragem. É uma tentação: sua primeira loja, inaugurada em Mauá (SP), há três anos, já vendeu mais de mil seminovos. Além disso, mais de 1.100 caminhões novos foram vendidos pela Mercedes-Benz com envolvimento da SelecTrucks. “É uma solução muito atraente para quem quer adquirir um seminovo confiável ou quer trocar o seu usado por um mais novo, ou mesmo por um modelo zero km”, destaca Leoncini. Nos últimos seis anos, o mercado de caminhões seminovos vem mantendo um ritmo uniforme de vendas no Brasil. “Em 2015, houve uma pequena queda de 3,4%, mas de qualquer forma o volume é muito grande, superior a 300 mil negócios”, diz o executivo. Só em junho, foram vendidos 70 caminhões na loja de Mauá, mais que o dobro da média mensal dos últimos três anos. Houve 70 mil consultas no site da SelecTrucks, que atualmente avalia mais de 100 caminhões por dia no Brasil inteiro. Em três anos, já foram avaliados mais de 13 mil veículos. E mais: em julho, com a retração do mercado de novos,
a venda de usados cresceu – a média habitual de cinco negócios com usados para cada caminhão novo vendido subiu para sete. Sinal de que a alternativa está sendo cada vez mais procurada. Quem compra caminhão seminovo da SelecTrucks conta com o atendimento da rede de concessionários e com toda a linha de produtos e serviços da Mercedes. Destacam-se as três linhas de peças de reposição: as genuínas Mercedes-Benz, remanufaturadas RENOV e peças e acessórios Alliance Truck Parts. Podem ser feitos contratos de manutenção, assistência 24 horas, financiamentos e seguros do Banco Mercedes-Benz. Também existe consórcio para seminovos, com taxa de administração de 0,12% ao mês e parcelas de R$ 1.300 para créditos de até R$ 105 mil, por exemplo. A loja de Betim está localizada na Rodovia Fernão Dias, BR-381, km 481, bairro Jardim Piemont. Para consultas via internet, o endereço eletrônico é www.selectrucks.com.br.
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Transamigos é MB desde o primeiro frete Quando José Jerônimo Figueiredo decidiu deixar a condição de caminhoneiro e montar uma empresa de transportes com dois amigos da estrada, os caminhões dos três eram Mercedes-Benz. Foi com um 1513, um 1516 e um 1313 que a Transamigos iniciou suas atividades em 1977. Com sede em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, e atuação no ramo de mineração e siderurgia, a empresa teve um lote de 11 caminhões usados de sua frota adquiridos pela SelecTrucks, o que ajudou a viabilizar a compra de 14 cavalos mecânicos Axor off-road zero km. “Procuramos em todo o mercado e a melhor oferta foi da SelecTrucks”, disse o presidente da Transamigos. “Além da facilidade e rapidez na avaliação e aprovação dos nossos usados, a compra desses veí-
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culos nos ajudou a investir na renovação da frota.” O lote de 14 Mercedes-Benz adquiridos pela Transamigos tem dez Axor 4144 6x4 e quatro Axor 3131 6x4, todos basculantes para operações fora de estrada. “Com essa aquisição, ampliamos nossa frota para 96 caminhões. Temos agora 30 Axor 4144 e quatro Axor 3131”, informou Figueiredo. “Mais de um terço da frota é da marca Mercedes-Benz, todos da linha Axor. Temos com eles uma experiência positiva de produtividade e robustez nas nossas operações.” Os novos basculantes Axor estão sen-
Figueiredo com Leoncini, da Mercedes: “caminhões robustos e produtivos”
do utilizados pela Transamigos em serviços de terraplenagem e mineração, bem como em serviços de usinas siderúrgicas.
HÁ 40 ANOS
“Que seja em Curitiba”
A autorização do governo para a construção da fábrica da Volvo está fazendo aniversário Luciano Alves Pereira Após 45 anos de exercício de qualquer profissão, também um veterano do rodojornalismo como eu acaba por concordar com o título que o ex-ministro do Planejamento, Roberto Campos, colocou em seu livro: “Lanterna na Popa”. De fato, uma lanterna nos permite iluminar a imensidão do nosso “rodopassado”. E garimpando ali podemos encontrar brilhantes de valor em muitas iniciativas de outrora. Algumas impossíveis de serem imaginadas no horizonte de quatro décadas atrás. Vejam esta: a autorização para a Volvo se instalar no Brasil vai completar 40 anos no próximo 2 de outubro. Sim, foi burocrática a chegada, em 1976. O então
presidente Ernesto Geisel autorizou a instalação de sua fábrica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). A escolha da cidade teve ares de imposição. O governo militar se esforçava para desconcentrar São Paulo. Nesse sentido havia até o II Plano Nacional de Desenvolvimento, visando “a correção das disparidades regionais”. A Volvo preferia se fixar em Campinas e já se antecipara, adquirindo terreno anexo ao aeroporto de Viracopos, no qual hoje existe uma fábrica da Mercedes-Benz. Como o governo era de pouco diálogo e muita continência, não coube contestação de monta. Apenas Mário Garnero, então presidente do Sinfavea, sindicato que representava os fabricantes de veículos automotores (hoje Anfavea), marcou posição contra a vinda de mais uma montadora de caminhões e ônibus. Seus argumentos tinham ampla retumbância na Folha de S. Paulo e n’O Estado de S. Paulo. Do lado do Paraná, o Banco de Desenvolvimento do Estado do Paraná (Badep) não poupava
O modelo N1020, fabricado a partir de 1980: primeiro Volvo do Brasil
esforços para provar que o mercado comportava mais um fabricante, portanto, “não estava atendido”, rebatendo Garnero. Em 27 de abril do ano seguinte, ocorreu o lançamento da pedra fundamental da Volvo. Ficava num pasto seco da CIC e houve uma cerimônia simples, num dia de mormaço em que não faltou descrença. Mas, voltando a outubro de 1976, compensa pinçar as palavras de Luiz Antônio Faet, presidente do Badep e reproduzidas no jornal Veículo, de BH (1971-2006): “…o mercado deverá sofrer reciclagem acelerada em busca de equipamentos pesados para o transporte. A utilização distorcida de caminhões médios para o transporte de longo e médio cursos é onerosa para a economia nacional [ele se referia ao histórico MB L-1113, trucado por terceiros], carente dos benefícios cada vez mais retardados das ferrovias”. Faet acertou na profecia?
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IVECO DAILY
Elevittá leva até três cadeirantes Antecipando-se à legislação que trará a exigência, é lançada a primeira van do Brasil para passageiros com deficiência motora A Iveco apresentou no início de agosto a van Daily Elevittá equipada com poltrona móvel que se desloca para fora do veículo, facilitando o acesso de cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida. Segundo dados do IBGE, a deficiência motora é a segunda mais relatada pela população: mais de 13,2 milhões de pessoas afirmaram ter algum grau do problema, o que equivale a 7% dos brasileiros. A deficiência motora severa foi declarada por mais de 4,4 milhões de pessoas, segundo levantamento realizado em 2010. Foi para atender a esta demanda que a Iveco se antecipou a normas que devem vigorar nos próximos anos para que todos os veículos que realizam o transporte público de passageiros proporcionem acesso a pessoas com mobilidade reduzida.
Já em vigor, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (nº 13.146) é destinada a “assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais para pessoas com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania”. Desenvolvido e fabricado no complexo industrial da Iveco, em Sete Lagoas (MG), sobre a plataforma do Iveco Daily 50C17, o modelo foi projetado para oferecer ao passageiro com mobilidade reduzida as mesmas condições que os outros ocupantes desfrutam a bordo do veículo. O dispositivo de poltrona móvel foi desenvolvido especialmente para a linha Daily pela empresa gaúcha O bagageiro traseiro permite o transporte de até três cadeiras de rodas
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Elevittá, especializada na fabricação de elevadores e equipamentos de mobilidade. “O Daily Elevittá é a primeira van do Brasil a contemplar 18 lugares com até três cadeirantes, mais o motorista. Preservamos a inclusão para os passageiros e a rentabilidade para o operador em um conceito de experiência em acessibilidade ampliada”, explicou Gustavo Serizawa, gerente de marketing de produto da Iveco Bus para a América Latina. Cadeirantes presentes no evento de lançamento destacaram a importância de veículos equipados com dispositivos como este, que proporcionam maior autonomia para o usuário, além de permitir que a pessoa com deficiência se integre e compartilhe dos mesmos espaços que os demais passageiros. Dependendo da limitação do usuário, o embarque pode ser autônomo ou assistido. Já existem cursos de formação específicos para motoristas que atuam no transporte de pessoas com deficiência de locomoção.
MERCEDES-BENZ
Sprinter 2017 ganha iten Objetivo é continuar aumentando uma participação de mercado entre as vans que só tem crescido nos últimos quatro anos Já está disponível na rede de concessionárias Mercedes-Benz a linha Sprinter 2017. A montadora quer manter o modelo na condição de líder em tecnologia no segmento de vans. Para isso, além de itens de conforto como bancos maiores e mais macios, foram agregados recursos como o Crosswind Assist – Assistente de Vento Lateral –, que aumenta a estabilidade do veículo. Outros itens da linha 2017 são faróis de neblina com assistente direcional integrado, que melhora a luminosidade nas curvas, e luzes de circulação diurna acionadas automaticamente. Além dos faróis, a grade frontal, as linhas do capô do motor, os para-lamas e faróis de neblina integrados ao também novo para-choques compõem o novo design da Sprinter 2017. Todos estes diferenciais se juntam a outros já presentes na linha Sprinter, como o Programa Eletrônico de Estabilidade ESP Adaptativo, que integra os sistemas ABS, ASR, BAS e EBV. O ABS evita o travamento das rodas nas frenagens bruscas, enquanto o ASR, sis-
tema de controle de tração, evita que as rodas patinem em pisos de baixa aderência. Já o BAS é um sistema de assistência de frenagem que reconhece a velocidade de acionamento do freio e, em caso de emergência, reduz a distância de frenagem, independentemente da força da pisada do motorista. O EBV faz a distribuição eletrônica da força de frenagem, isto é, reconhece o efeito no centro de gravidade do conjunto e ajusta a força de frenagem sobre as rodas de acordo com esse efeito. “Estas melhorias constantes reforçam a imagem da Sprinter como o veículo mais desejado da categoria, com ótimo valor e rapidez de revenda”, ressaltou Carlos Garcia, gerente sênior de Vans da Mercedes-Benz do Brasil, na cerimônia de lançamento. “Em apenas quatro anos, aumentamos nosso market share em mais de 10 pontos percentuais, saltando de 14% em 2011 para 24,5% em 2015”, acrescentou. Desde que foi lançada, em 1997, mais de 120 mil Sprinters já foram vendidas no Brasil. No mundo inteiro, já são três milhões. As novidades estão disponíveis em toda a família de veículos comerciais leves Sprinter, formada pelos modelos 313 CDI Street (PBT de 3,50 t), 415 CDI (PBT de 3,88 t) e 515 CDI (PBT de 5 t). São três opções de entre-eixos: 3.250 mm (curto), 3.665 mm (longo) e 4.325 mm (extralongo). Os clientes podem escolher entre cerca de 60 versões de configurações da Sprinter, de acordo com o modelo, entre-eixos, altura interna e outros itens. Os preços da linha 2017 partem de R$ 102 mil, na configuração básica, ficando em média 5% acima dos modelos deste ano. Carlos Garcia: “A Sprinter é o veículo mais desejado da categoria”
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s de segurança
Van do futuro terá drones e será movida a energia elétrica
Vision Van, a van do futuro: tudo automatizado e drones para fazer a entrega
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A Mercedes-Benz Vans acaba de apresentar, na Alemanha, a Vision Van, um protótipo de veículo comercial leve para o espaço urbano que se destaca por um grau de interconectividade de informações e tecnologias sem precedentes. Um filme mostrando os recursos que poderão estar disponíveis nesse veículo pode ser visto no endereço www.youtube. com/watch?v=K44lqQjOXUI. Trata-se da primeira van do mundo totalmente interconectada por meio digital, desde o centro de distribuição até o destinatário. A Vision Van apresenta um compartimento de carga totalmente automatizado, tem drones integrados para entrega autônoma pelo ar e seu comando é por joystick. Graças a um motor elétrico
de 75 kW, com autonomia de até 270 km, não produz poluição do ar. Além disso, como o propulsor elétrico praticamente não faz barulho, a Vision Van facilitará entregas mesmo à noite, até em áreas residenciais, na opção Same Day Delivery. “Com a Vision Van, estamos apresentando o veículo comercial leve totalmente interconectado, limpo e inteligente do futuro”, afirmou Volker Mornhinweg, principal executivo da Mercedes-Benz Vans, na apresentação do protótipo. “Ela reúne muitas soluções concretas para o futuro das entregas urbanas, como um compartimento de carga totalmente automático, drones de entrega que voam autonomamente e inovadores sistemas de comunicação.”
NOTÍCIAS Mercedes faz parceria com TruckPad
A Mercedes-Benz fechou uma parceria com o TruckPad, aplicativo para smartphones que liga o caminhoneiro à carga disponível para entrega ou retirada, economizando tempo e dinheiro.
“Teremos acesso a um expressivo universo de caminhoneiros, aprofundando o nosso conhecimento de seu perfil e hábitos, o que nos permitirá falar diretamente com eles”, diz Ari de Carvalho,
Cofipe-Iveco amplia atuação Um dos principais grupos que fazem parte da rede de concessionárias Iveco, a Cofipe, assumiu a operação da Vetelli, em São Bernardo do Campo (SP). Essa é a terceira revenda da Cofipe, que também está na Marginal Tietê, em São Paulo, e em Guarulhos, próximo da Via Dutra. Marcelo Assis, responsável pela rede da Iveco na América Latina, ressalta que a montadora pretende que clientes de
todas as regiões do País possam contar com atendimento profissional e de qualidade. “Essa iniciativa inclui a chegada de novos parceiros, como a Autoviva, no Espírito Santo, e a Socel, em Natal, assim como a renovação de pontos estratégicos para a marca, como o Estado de São Paulo.” A Iveco possui 75 pontos de venda e serviços espalhados pelo Brasil.
diretor de Vendas e Marketing de Caminhões da Mercedes. Segundo Carvalho, a empresa também vai aproveitar para divulgar produtos, serviços, eventos “e outras iniciativas que tragam benefícios e vantagens para o dia a dia do caminhoneiro e de seu caminhão”. Além disso, será possível realizar pesquisas rápidas, a qualquer hora, que sirvam de referência para o aprimoramento de produtos e serviços. Na avaliação do diretor, o vasto conhecimento da Mercedes-Benz no relacionamento com os caminhoneiros agrega valor ao TruckPad. “Ao unir nossas forças, podemos crescer muito e oferecer mais serviços aos usuários desse dinâmico aplicativo, tanto os motoristas quanto as empresas transportadoras e os demais parceiros”, ressalta.
Volvo leva mot O cearense Jairo Cesar Venâncio dos Santos foi sorteado na promoção “Sua voz te leva longe”, com a qual a Volvo foca a valorização do motorista. Ele ganhou uma viagem à Suécia, sede da Volvo, na qual será acompanhado pelo jornalista Pedro Trucão, do programa Pé na Estrada. “É extraordinário. Vou sair do País pela primeira vez”, disse Jairo. Ele é de Pentecoste, a 90 km de Fortaleza. Concorreu, no sorteio realizado pela Loteria Federal do dia 3 de agosto, com 3.393 motoristas que responderam a uma pesquisa da Volvo. Jairo tem 44 anos e dirige caminhão desde 2000. Em 2011, tornou-se autônomo e passou a transportar contêineres. Ele leva cargas para os portos de Pecém e Mucuripe. A promoção “Sua voz te leva longe” foi a primeira ação da Volvo dentro de uma campanha de valorização do motorista de caminhão. A pesquisa colheu opiniões sobre a vida nas estradas.
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Mais uma loja Divepe-Ford em São Paulo A Ford Caminhões tem novo distribuidor exclusivo em São Paulo, numa área de grande tráfego de veículos comerciais. Com o investimento do Grupo Divepe, a marca dá sequência ao plano de atendimento a frotistas e caminhoneiros próximo às rodovias Presidente Dutra e Fernão Dias. A nova Divepe fica no bairro Novo Mundo, onde há um importante entreposto de carga e parada de caminhões. “Temos uma estrutura completa de serviços e peças, incluindo contratos de manutenção para atender todas as necessidades dos clientes”, diz Cláudio Terciano, diretor do grupo. Oswaldo Ramos, gerente geral de Marketing, Vendas e Serviços da Ford Caminhões, afirma que a inauguração da Divepe é uma demonstração do incentivo da
orista à Suécia
Ford à iniciativa dos empresários que realizam investimentos de olho no potencial de crescimento da marca Ford Caminhões. A Divepe também tem loja em São Bernardo do Campo. Há mais de 30 anos no mercado, o grupo conta com dois distribuidores na sua sede, em Pernambuco, em Recife e Caruaru. Foi líder de vendas
de caminhões Ford no Brasil nos últimos dois anos e tem hoje cerca de 130 empregados, 80% dos quais voltados à operação de pós-vendas. A Divepe Caminhões do Parque Novo Mundo fica na Avenida Tenente José Jerônimo de Mesquita, 155, telefone (011) 3594-9600.
DAF anuncia concessionária em Guarulhos
Jairo Cesar dos Santos recebe os cumprimentos de Eládio Benevides, do Grupo Apavel, Volvo em Fortaleza
“Sabemos as dificuldades enfrentadas no dia a dia nas estradas, mas a pesquisa foi uma forma de entendermos melhor suas percepções, se se sentem reconhecidos na profissão, se são respeitados”, afirma Solange Fusco, diretora de Comunicação Corporativa do Grupo Volvo América Latina. Com base nos dados colhidos, a Volvo planejará os próximos passos de sua campanha de valorização dos motoristas.
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A DAF Caminhões assumiu a operação da concessionária DAF Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, que está em plena atividade. A concessionária cobre a região metropolitana de São Paulo, Litoral Sul do Estado e Vale do Paraíba. “Decidimos assumir
as operações em Guarulhos em função da importância do mercado da Grande São Paulo para a marca”, disse Adcley Souza, diretor de Desenvolvimento de Rede DAF. Segundo ele, a DAF pretende fazer dessa concessionária um “modelo de referência dentro da rede”.
MULHER
Daniela fica atenta às mudanças e aos detalhes É assim, aproveitando a experiência de 50 anos de Scania do pai, que a diretora da rede P. B. Lopes realiza um trabalho que lhe permite “somar” e a faz sentir-se recompensada Enquanto a Scania comemora seus 125 anos de fundação, com quase 60 anos de presença no Brasil, uma de suas mais antigas concessionárias brasileiras, a P. B. Lopes, com sede em Londrina (PR), festejou, em agosto, 50 anos de representação da marca Scania – uma união que sempre produziu ótimos frutos, em favor do transporte rodoviário de cargas. “Creio que seja este o segredo da longevidade: saber interpretar o desejo do cliente e transformá-lo em produtos e serviços de qualidade, excelente performan-
ce e que tragam resultados à operação do transportador.” Estas palavras podiam ser de Pedro Barboza Lopes (o P. B. Lopes), que ainda mantém uma sala na empresa, mas não são. Quem as disse à Carga Pesada, mostrando que aprendeu muito bem o “segredo” exercitado cotidianamente pelo pai, foi sua filha Daniela de Andrade Lopes Gomes, que, após uma trajetória de quase duas décadas na empresa, é sua atual diretora, conduzindo o dia a dia e as metas da empresa sempre ao lado do esposo e também diretor, José Henrique
de Souza Gomes. Foi mantendo o foco no atendimento ao cliente “em suas mais variadas necessidades”, conforme as palavras de Daniela, que a P. B. Lopes registrou uma notável expansão nestas cinco décadas. Está hoje presente no Norte do Paraná, no Sudoeste do Estado de São Paulo e em Mato Grosso do Sul, através de sete lojas: em Londrina, Maringá, Campo Grande, Dourados, Ladário (MS), Salto Grande e Regente Feijó. São regiões de grande produção agrícola, ou de passagem do transporte de grande volume de grãos, mas a empresa não atende apenas este segmento. “Temos clientes de operações bem distintas,
Pedro Barboza Lopes entregando caminhão à Transportadora Concha na antiga sede da Irmãos Lopes, na Rua Mato Grosso esquina com a Sergipe
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como mineração, cana-de-açúcar, grãos, carga industrializada, combustível e outras cargas líquidas”, informa Daniela. Para manter a eficiência diante da diversidade, a atenção da P. B. Lopes está voltada não apenas para a capacitação contínua das equipes que fazem a manutenção dos veículos, mas para a administração cuidadosa dos estoques de peças e componentes de cada filial, respeitando as particularidades regionais. “Temos ainda postos de serviços na própria sede de alguns transportadores e equipes de atendimento volante, com uma frota de veículos equipados para reparos”, diz. A P. B. Lopes também é conhecida por saber preparar boas festas. Isso mesmo: saber cuidar dos detalhes na organização de eventos em que reúne seus clientes. É uma fama antiga. O próprio Pedro Barboza Lopes gosta de fazer humor com esse tema, como já saiu publicado em reportagem nesta revista. Ele diz: “Nós
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somos uma empresa de festas que aproveita para vender caminhões...” Daniela tem alguma – ou muita – coisa a ver com essa vocação. Ela trabalhou com turismo antes de ingressar na empresa do pai. Assim, nos eventos relacionados com o programa Família Scania, do Consórcio Scania, aproveita seus conhecimentos para auxiliar a equipe da empresa a realizar o melhor trabalho possível. Conforme diz, “a Scania é muito forte em relacionamento com o cliente, e nós entendemos que o programa Família Scania é a nossa chance de fazer da experiência de viajar de nosso cliente um marco, uma oportunidade única, quando unimos o negócio do transporte ao lazer”. Daniela se sente à vontade como empresária, mas admite que, para ter sucesso nesse papel, “temos que estar sempre atentos às mudanças”. Aprendeu muito em seus quase 20 anos de trajetória na P. B. Lopes, “com toda a equipe, com
Daniela ao lado do pai. Nas fotos da parede, seus avós, os pioneiros José Lopez Lopez e sua esposa Amélia
a montadora e – é preciso dar destaque – com o próprio cliente”. Quanto ao convívio com o pai, só tem palavras carinhosas a dizer: “Tenho em Pedro Barboza Lopes o exemplo de homem trabalhador, que ama a marca Scania. Um perfeccionista, que me ensinou a exercitar a observação aos detalhes, o foco no cliente e a perseverança”. Sobre o fato de ser uma mulher em posição de liderança num negócio tradicionalmente masculino, Daniela afirma: “Nunca me preocupei com isso”. E completa: “Há que se respeitar as diferenças entre homens e mulheres. No entanto, acredito que nada suplante o trabalho benfeito. Procuro dar o meu melhor sempre e, ao final do dia, se conseguir somar, posso dormir tranquila”.
A VACA E O TOURO O padre, recém-chegado à paróquia do interior, encontra na estrada uma menina puxando uma vaca e pergunta: – Aonde você vai? – Vou levar a vaca para cruzar com o touro do Seu Zé. O padre ficou aflito, imaginando a cena que a menina iria ver. E perguntou: – Será que seu pai não poderia fazer isso? A menina responde, sem perder a calma: – Não. Tem que ser com o touro mesmo.
Não jogue espinhos na estrada, na volta você pode estar descalço.
PARA-CHOQUES
Champanhe de pobre é sonrisal.
SEU LUNGA – Seu Lunga, o senhor conhece um remédio bom pra formiga? – Rapaz, não sei não! As lá de casa, quando ficam doentes, eu deixo morrer!
AS CADEIRAS Joãozinho pergunta ao pai: – Pai, como um bêbado se sente? O pai responde: – Filho, veja aquelas duas cadeiras ali na frente. Um bêbado veria quatro cadeiras. E Joãozinho diz: – Mas, pai, ali só tem uma cadeira.
CRUZADAS Horizontais: 1 – Se não está aqui nem lá, onde é que está? – O lugar certo para o motorista passar a noite tranquilo; 2 – Marca de veículos que nasceu na Itália – O daltônico nem sempre acerta o nome da que está diante dos seus olhos; 3 – Resolver um problema ou uma discórdia: colocar os pingos nos... – Palavrinha que é usada em situações de espanto, surpresa, admiração, mas que não chega a ser um “uai” dos mineiros – Sigla do canal de TV Esporte Interativo; 4 – Queimar, ser consumido pelas chamas; 5 – Conhecer, estar informado de alguma coisa; 6 – Sobe do chão, quando o caminhão passa numa estrada de terra – Ondas Médias – Palavrinha usada para expressar dúvidas, incertezas; 7 – Rio de Mato Grosso do Sul que faz fronteira com o Paraguai – Para os supersticiosos, o número 13 é um de seus símbolos; 8 – Galho de árvore – Com um monte deles, faz-se uma corrente. Verticais: 1 – Amola (a faca) – Dupla, casal; 2 – Nome de uma flor, sinônimo de lírio – Um prato de comida mais líquida do que sólida; 3 – Caminhava, seguia – Alcoólicos Anônimos – Sigla do Amazonas; 4 – Aumenta muito a potência do motor; 5 – O inchaço que a pessoa tem na região onde se machucou; 6 – Sigla do Acre – Energia Renovável – O apelido do José; 7 – Triturar – O tempero mais comum; 8 – Barroso, o compositor de Aquarela do Brasil – Quantidade nenhuma, nada.
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Soluções: Horizontais – ali, cama, fiat, cor, is, eu, ei, arder, saber, po, om, se, apa, azar, ramo, elo. Verticais – afia, par, lis, sopa, ia, aa, am, turbo, edema, ac, er, ze, moer, sal, ari, zero.
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