ANO XXXII - NÚMERO 186 - Junho / Julho 2016
Um Volvo VM de 32 toneladas
Mulher, mãe e caminhoneira Sheila Marchiori se multiplica enquanto espera o quarto filho: sua vida (e a de centenas de mulheres) é na estrada
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LANÇAMENTO Novos caminhões Ford levam mais carga
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ENTRE NÓS
O mês do(a) motorista
ISSN 1984-2341
Julho é o mês do motorista, e a Carga Pesada escolheu falar da mulher motorista em sua reportagem principal, em homenagem a todos os personagens que andam aí pelas estradas, “carregando o Brasil nas costas”, com aspas ou sem aspas, porque o peso de continuar vivo e sustentando a família parece cada vez mais elevado. O trabalho da mulher pode ser visto de vários ângulos. Um dos mais comuns, mais celebrados, é o da independência: a mulher que trabalha obtém seu próprio sustento e, portanto, seria mais “independente” em relação ao parceiro e à sociedade. Sim, é verdade, mas... talvez isso não seja o principal, hoje em dia. O que mais se vê, hoje, é a mulher que trabalha por necessidade. E a origem da necessidade está no fato de que um homem só – ou uma mulher só – já não sustenta uma família. Isso vem de longe, mas parece que está se agravando cada vez mais. E ainda, vamos dizer a verdade: hoje em dia, existem cada vez mais mulheres que se veem sozinhas para sustentar os filhos. Daí a necessidade de encontrar um emprego, uma atividade que lhe proporcione meios para sobreviver. De qualquer forma, as mulheres são muito bem-vindas à estrada. Qualquer que seja o motivo pelo qual estejam ao volante de um caminhão, são sempre mulheres, e com seu olhar feminino colocam suavidade em tudo o que fazem. Elas têm um sentimento muito forte de mãe que não pode ser negligente com um filho recém-nascido. Aquela vida ali está inteiramente nas mãos dela, e ela se esmera para não colocar tal riqueza em perigo. Talvez por isso sejam tão cuidadosas no trânsito. O caro leitor pode estranhar esta frase, mas não vemos jeito melhor de terminar esta apresentação da revista: homem que é homem, e quer levar uma vida que vale a pena ser vivida... tem muito a aprender com as mulheres!
Nesta edição CARTAS A vida num país “trepidante” MÊS DA CAMINHONEIRA Mulheres que adoram a vida na estrada
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SULA MIRANDA 16 Sua Majestade, a Rainha dos Caminhoneiros VIDA EMPRESARIAL Duas baianas de sucesso no comando
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PROMOÇÕES 20 Clube Irmão da Shell e Consórcio Scania COMBUSTÍVEL 22 Caminhão a etanol polui menos FORD Lançamentos levam mais carga
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VOLVO Novo VM vem para atender a construção
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MINAS GERAIS 28 Sobre Bombas Diesel e saudade da Transoto ACIDENTES Júri absolveu réu em Belo Horizonte
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SEGURANÇA 31 Pesquisa aponta principais causas de acidentes ENTREGA URBANA Novas normas para os VUCs em São Paulo
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PASSATEMPO
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DIRETORA RESPONSÁVEL: Dilene Antonucci. EDIÇÃO: Dilene Antonucci (Mt2023), Chico Amaro e Nelson Bortolin. DIRETOR DE ARTE: Ary José Concatto. ATENDIMENTO AO CLIENTE: Mariana Antonucci e Carlos A. Correa. REVISÃO: Jackson Liasch. CORRESPONDENTES: Ralfo Furtado (SP) e Luciano Pereira (MG). PROJETOS ESPECIAIS: Zeneide Teixeira. WEBMASTER: Faticulo Andreo Monteiro. Uma publicação da Ampla Editora Antonucci&Antonucci S/S Ltda-ME. CNPJ 80.930.530/0001-78. Av. Maringá, 813, sala 503, Londrina (PR). CEP 86060-000. Fone/fax (43) 3327-1622 - www.cargapesada.com.br - E-mail: redacao@cargapesada.com.br. Circulação: Junho / Julho de 2016 - Ano XXXII - Edição n° 186
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CARTAS
Transtrepidação... O amigo leitor conhece essa estrada? Transtrepidação? Esse poderia ser o nome de quase todas as estradas do Brasil, não é? Mas, no caso presente, Transtrepidação, ou também Transchacoalhão, é o nome dado pelo autor de uma poesia à Fernão Dias, uma poesia que está aqui, nestas páginas da Carga Pesada em que a palavra é aberta a todos os amigos que nos prestigiam com a sua leitura. Veja a poesia e as notícias e opiniões do pessoal do trecho. É na denúncia, no debate – e também na gozação – que a gente vai conseguindo, mesmo devagar, mudar a realidade e, quem sabe, melhorar a vida de todos que andam por aí, no trecho... Balança
A fiscalização aumentou Parabéns à revista Carga Pesada pelas reportagens e entrevistas. Nos últimos meses, tenho visto muitas balanças rodoviárias funcionando. É um bom sinal, pois o excesso de peso tem que ser punido com o rigor da lei. Sou totalmente favorável. Celso M. Shimazaki – Guarulhos (SP)
Ver o peso aferido é direito Gostaria que o DNIT colocasse nas balanças um painel pra gente ver o peso do caminhão, como acontece nos radares que informam a velocidade. Seria mais digno para nós. Também deveríamos dispor de um telefone para apresentar reclamações. Do jeito que é feito hoje, temos de aceitar o que diz o balanceiro e fim de papo. É osso... Aproveito para apresentar uma dúvida: adquiri um caminhão 1113 ano 1980 depois de muitos anos como empregado. A tara do caminhão é 7.200 kg. A carga, 12.000 kg. Mais os pallets, 350 kg. Total: 19.550 kg. Qual é o limite nas balanças? Com a tolerância de mais quantos por cento?
CARGA PESADA – Marcelo, aqui está uma resposta do engenheiro mecânico Rubem Melo, amigo da nossa revista, para você. Diz o Rubem: “Imagino que o caminhão 1113 seja trucado (três eixos). Assim sendo, o peso bruto total (PBT) autorizado é 18.500 kg e a capacidade máxima de tração (CMT), que indica o peso máximo que o veículo é capaz de tracionar, é de 19.000 kg. Se ele tem uma tara de
7.200 kg, a lotação máxima é 11.300 kg (18.500 menos 7.200). Carregado com 12.000 kg de carga + 350 kg de pallets (que também são carga), já está com excesso de 1.050 kg, totalizando 19.550 kg. Mesmo com a tolerância de 5% no PBT, você não pode ultrapassar a capacidade máxima de tração, ou seja, os 19.000 kg. De forma que o caso apresentado pelo Marcelo está sujeito a multa”.
Marcelo Geraldo N. da Silva – Dores de Campos (MG)
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CARTAS
Roberto Q. de Souza – Sertanópolis (PR)
Trânsito
Elísio S. da Silva – Coronel Fabriciano (MG)
Autoescolas ensinam pouco Dirijo um VUC em São Paulo, onde faço entregas. Tanto na cidade como nas rodovias, eu me deparo com muitos motoristas que dirigem muito mal, não respeitam o trânsito, não utilizam seta. Tiram a carteira e logo estão viajando. Por isso acontecem muitos acidentes. As autoescolas só ensinam o básico, como baliza e outras coisas que não servem para nada. E o motorista sai pela pista fazendo besteira, ultrapassando em local proibido, corta a frente da gente, não tem nem um pouco de consciência. A revista Carga Pesada presta um grande serviço ao nos alertar sobre assuntos como esse. Silvio Pereira – Agudos (SP)
Simone, feliz, foi ao Chile E o sonho daquela menina que, aos cinco anos, dizia: “um dia vou ao Chile de caminhão”, finalmente se tornou realidade. Só agora, aos 44 anos, depois de criar os filhos. Há dois anos estou trabalhando com carreta. Lá fui eu!!! Dou graças a Deus por me realizar todos os dias. Por me proteger a cada minuto e a cada quilômetro rodado. Nunca duvide, jamais desista dos seus sonhos. Esse é o meu lema. Um abraço a todos.
Histórias
Roberto não bebe nem fuma... Escrevo para fazer um desabafo. Sou motorista de caminhão há 45 anos e estou com 65 de idade, ainda na ativa. Moramos num país onde os governantes punem crimes como o racismo e o preconceito, mas fazem leis que obrigam o motorista de caminhão, para renovar sua CNH, a pagar uma taxa alta para provar que não é alcoólatra ou usa drogas. Estou revoltado, porque não bebo e não fumo, e esta lei é só para caminhoneiros, e não para motoristas de automóveis também. Será que eles não usam drogas nem bebem? A lei deveria ser para todos, pois os automóveis provocam mais acidentes de trânsito do que os caminhões.
Drogas
Elísio aponta falhas da lei Falo sobre o exame obrigatório do uso de drogas pelos motoristas de caminhão. Primeiro, o motorista fica três ou quatro meses sem usar drogas, faz o exame, é aprovado, e em seguida volta a usar até chegar perto da data de fazer um novo exame. Conclusão: o exame não serve para nada. Segundo, qual é a diferença entre motorista de caminhão drogado e motorista de automóvel drogado? O risco é o mesmo, então o exame deveria ser feito por todos, até os motoqueiros. E, terceiro, acho que o exame deveria ser feito no ato do acidente: se está drogado, vai para a cadeia, é processado e perde a carteira de motorista.
Simone Delattre – Guarapuava (PR)
Um Volvo que roda e roda... Sou caminhoneiro há 30 anos e já rodei por este país quase todo. Nos últimos 18 anos tenho trabalhado com carga perigosa (corrosivos). Por 11 anos trabalhei numa empresa de transporte de químicos da qual comprei um cavalo
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José H. dos Santos – Santa Bárbara d’Oeste (SP)
Pedágio
Alguns não valem o preço Gosto muito de ler as histórias contadas na revista Carga Pesada. Na que acabo de ler (Edição 185), vocês falam do Mercedes L 1113 e eu gostei muito da reportagem, pois tenho um. Sou agregado da Ortobom Colchões, de Arapongas. Minha reclamação é a respeito de alguns pedágios muito caros que existem por aí, como o de Jataizinho [na BR-369, Norte do Paraná], que pode custar R$ 75,50 para um caminhão com cinco eixos, pois a rodovia não é tão boa assim para justificar esse valor.
Erinaldo de Jesus, autônomo, batalhador (quem não é?), morador da capital de São Paulo: esse é o nome do sortudo ganhador do nosso ótimo brinde aos leitores que nos escrevem – uma geladeira Resfri Ar portátil de 18 litros, presente da Resfri Ar (www.resfriar. com.br), fabricante de climatizadores, geladeiras e outros acessórios para o segmento automotivo, com sede em Vacaria (RS). Parabéns ao Erinaldo e obrigado à Resfri Ar. A assinatura gratuita da Carga Pesada por um ano saiu para Roberto Querubim de Souza, de Sertanópolis (PR).
Respeite a sinalização de trânsito.
Alessandro Martinez – Arapongas (PR)
O poema do Arnaldo Nosso leitor Arnaldo Cellani, de Itupeva (SP), nos mandou uma longa e divertida poesia que ele fez sobre a Rodovia Fernão Dias (São Paulo-Belo Horizonte), por onde ele trafega uma vez por semana há 16 anos. Muito obrigado, Arnaldo. Não temos espaço para publicar a poesia inteira, mas aqui vai um bom pedaço, na certeza de que os demais leitores vão gostar: Pobre Fernão, herói do sertão / Estão mudando o nome que lhe deram ao estradão / Agora é transtrepidação ou transchacoalhão / E por que não be-érre-buracão (...) E o motorista, então / Bunda e coluna à beira da lesão / Outro dia um cidadão / Lá do Nordestão / Só de carga no caminhão / 22 toneladas no trukão / Disse que era ordem do patrão / Era só um 1620, judiação / Não era carreta não / O câmbio quebrado no postão / Freio também tinha não / Mas ignorância era de montão / Responsabilidade? Tinha não (...).
Sorteio
FH 380. Com ele sou agregado desta mesma empresa. Escrevo para dizer que gosto demais da revista e, por meio dela, gostaria de informar que este cavalo Volvo, que é um 6x2, ano 2001, está com 1.656.950 km rodados e nunca teve o motor feito. Estou maravilhado com ele.
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CARTAS
www.cargapesada.com.br
Os caminhões do Luiz Carlos Luiz Carlos Balek é um leitor de São Bernardo do Campo (SP) que acompanha a Carga Pesada pelo Facebook. E é no Facebook que ele demonstra seu talento de desenhista e sua paixão por caminhões, publicando desenhos principalmente dos caminhões Volvo e Scania, os preferidos dele. Aí está uma amostra do trabalho do Luiz Carlos. Faróis de dia, boa medida Sou categoria AD desde 1974, portanto há 42 anos, e desde o primeiro curso que fiz para conduzir veículos pesados adotei a regra de manter os faróis acesos durante o dia também. Nunca tive acidentes e nunca cometi um atropelamento. Importante: 80% de minha vida com CNH tem sido transitar em estradas. Luiz Caetano, por e-mail
É só acender e sair rodando Acho muito importante que a luz baixa durante o dia tenha se
porque aí acaba logo de vez com todos os caminhões. O que o governo quer é acabar com o autônomo e deixar só as grandes empresas. Esse governo ataca, ou melhor, persegue os caminhoneiros autônomos. Darcy Monteiro Poubel
tornado lei, pois aumenta bastante a segurança. Temos há mais de 15 anos uma frota dedicada trabalhando no Mercosul, onde a lei já existe faz tempo, e não tivemos aumento de custo da manutenção elétrica por causa disso, nem foi preciso fazer modificações nos veículos. Portanto, é só ligar a chave, a luz e sair rodando. Luiz, da Transportadora Falcão – Londrina (PR)
Pedágio ainda mais caro? Vejo a notícia de que os pedágios poderão subir mais ainda, se for aprovado um projeto de lei que isenta de pagamento os veículos de pessoas residentes do município onde está instalado o posto de pedágio. Diante disso, o que eu posso dizer? Deixa subir bastante o pedágio,
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MÊS DA CAMINHONEIRA
Só falta dar à luz As mulheres estão cada vez mais presentes ao volante dos caminhões de carga. Trazem sua delicadeza que também é a sua força – seu modo de agir tipicamente feminino se reflete em cuidados que diminuem os acidentes de trânsito. Mas a eficiência é a mesma dos homens. Nesta reportagem, no mês do(a) caminhoneiro(a), apresentamos quatro motoristas de fibra. A primeira está esperando nenê! E confia tanto em si que vai continuar ao volante até a última hora. Leia e veja como é bom contar com o exemplo de mulheres assim
Não é para qualquer uma. Imagine uma mulher pilotando um caminhão carregado aí pelas estradas a uma semana de dar à luz. É isso que pretende fazer a gaúcha Sheila Marchiori, 33 anos, cujo parto está previsto para o início de dezembro. E ela planeja voltar às estradas assim que terminar a licença-maternidade. O bebê – um menino que se chamará Bernardo – irá junto, diz ela. “Para mim, é tudo muito natural. Meu filho foi planejado para viver no caminhão. Vai crescer sabendo de onde vem seu sustento”, afirma Sheila. Funcionária da Bellaver, especializada em carga refrigerada com sede em Farroupilha (RS), a gaúcha já sonha com uma cadeirinha para o bebê, instalada com segurança na cabine do novo caminhão que a empresa lhe prometeu. “Vai ficar aqui, do meu lado.” Mãe de três adolescentes, ela não se assusta com a primeira gravidez que vive dentro da boleia. “Já sei o que é ser mãe. E pretendo viajar até a médica me avisar que a cesárea será na semana seguinte.” Bonita e vaidosa, Sheila começou a trabalhar como caminhoneira há cinco anos. É muito conhecida no trecho, graças a um canal no YouTube com quase 50 mil inscritos. Antes, chegou a ter 102 mil seguidores no Facebook. Mas foi hackeada e perdeu todo o conteúdo que era alimentado com a ajuda da filha e do marido Wiliam Banzer. O caminhão que
Foto: Ed Guimarães
Nelson Bortolin
ela dirige, um Scania Highline 480, ano 2015, também brilha na estrada. “Gosto de vê-lo limpo e polido. Sempre trabalhei em caminhão novo. Tive a sorte de começar numa empresa muito boa”, afirma. Sheila nunca enfrentou problemas mecânicos na estrada, mas já andou com carretas refrigeradas antigas que costumavam quebrar. “Aí, tu vai lá, abre e resolve com alicate e um rolo de arame. Os equipamentos mais antigos são mais fáceis de consertar”, minimiza. Normalmente, a gaúcha faz
Sheila Marchiori, grávida pela quarta vez: ela quer trabalhar até uma semana antes do parto
rotas do Sul para o Sudeste. Diz que está “no paraíso”, porque consegue ir sempre para casa. “Isso traz qualidade de vida.” Sheila Marchiori mora em Lagoa Vermelha (RS) e diz não sentir preconceito pelo fato de ser mulher. “Tive um pouco de dificuldade para entrar na profissão por falta de experiência e porque tinha três filhos pequenos. Mas depois não
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na estrada...
Solange Emmendorfer: “Alguns homens olham torto, mas não quero tirar o lugar de ninguém”
houve mais problemas. Fiquei conhecida. Sou muito querida pelos clientes e pelos colegas.” Para a gaúcha, não há segredos: “Quem chega tratando bem, sempre será bem tratado”. A caminhoneira conta por que gostou da lei que exige exame toxicológico para os motoristas profissionais, que entrou em vigor em março. “Tem muito drogado aí atrás de um volante. É claro que não é só de caminhão, é de carro pequeno também. Eu sou totalmente contra qualquer tipo de vício pela criação que tive”, dispara. E aconselha: “Para quem não pretende usar drogas, esta é a hora de entrar na nossa profissão. Estão sobrando vagas”.
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Com o apoio da família Morando em São Paulo há 36 anos, a catarinense Solange Emmendorfer é outra guerreira do asfalto. Abraçou a profissão há 14 anos. Para aumentar a renda da família, começou tirando a CNH na categoria D, para trabalhar com transporte escolar. Mas um anúncio no jornal a levou ao transporte de cargas. “Não mencionava experiência. Eu nunca tinha dirigido caminhões. Fiz o processo seletivo e a empresa me contratou”, conta. A empresa é a Braspress, com sede em Campinas, que tem tradi-
ção em recrutar mulheres. Solange recebeu treinamento e migrou para a habilitação E. De início, pilotava caminhões de porte pequeno. “Hoje, dirijo um Axor 1944”, conta. Sua rota mais frequente é entre Guarulhos e Campinas. Mas também faz tiros mais longos, até Florianópolis, pela BR-116. “Tanto nos postos como nas empresas, sempre fui tratada com muito respeito e admiração por todos”, explica. Preconceito, diz que nunca sofreu. “De vez em quando, aparece algum
MÊS DA CAMINHONEIRA Marlene Heinen com o marido Eleseu: “Eu nunca quis que ele tomasse rebite, por isso vim dirigir também”
motorista que olha de canto de olho. Mas a gente tem de mostrar que está trabalhando lado a lado com ele, e que não quer tirar o lugar de ninguém”, ressalta. Casada, com três filhas e uma neta, ela encontra apoio na família para exercer sua profissão. “Meu marido me dá um suporte fundamental em casa para eu poder viajar com tranquilidade.” Sobre o exame toxicológico, Solange lembra que a Braspress o exigia muito antes da lei. Ela acredita, inclusive, que o número de acidentes já diminuiu. “Falo do que vejo: via acidente todo o dia, e agora não.” Na opinião de Solange, é fundamental que as empresas cuidem da saúde de seus motoristas. “Na Braspress, existe um centro de apoio. Antes de seguir viagem, fazemos o teste do bafômetro, verificamos a pressão arterial e a temperatura do corpo. Se tiver algo errado, a gente nem sai”, conta. Para a vida melhorar nas estradas, ela pede a implantação de pontos de parada estruturados. “Precisamos de estacionamentos exclusivos, com boa estrutura, segurança, banheiro limpo, alimentação saudável a um preço justo. Quem sabe veremos isso no futuro.”
Ao lado do marido A paranaense Marlene Heinen tem uma história diferente das colegas: 15 anos atrás, ela “foi morar” no caminhão com o marido Eleseu Heinen, para dividir o volante com ele. Tomou essa decisão depois de ver os filhos criados. Tirou a carteira E e foi. Eleseu já estava no trecho havia mais de 17 anos. Autônomos, hoje eles se revezam ao volante de um Volvo FH 2007. São casados há 38 anos. “Eu nunca quis que meu esposo precisasse tomar rebite. Por isso vim viajar também. Revezando na direção, temos uma vida mais saudável e podemos rodar mais. Gosto muito disso”, explica. O principal desconforto, segundo Marlene, é a falta de estrutura específica para mulheres nos postos. “Uso o banheiro masculino e meu marido fica na porta vi-
giando. Para as mulheres que viajam sozinhas deve ser ainda mais difícil”, declara. A falta de bons banheiros parece incomodar mais que os riscos da violência. “Já fomos assaltados e ficamos com revólver apontado para a cabeça. É um trauma, mas depois passa. Não é um problema só da estrada. Hoje não existe lugar seguro.” Carregando carga fracionada, o casal viaja do Paraná ao Maranhão para poder pagar as prestações do caminhão em dia. Marlene também é favorável ao exame toxicológico porque vê “muita loucura na estrada”. Ela e o marido, porém, têm motivos de sobra para andar contentes: acabam de ganhar um carro do Clube Irmão Caminhoneiro (veja reportagem na pág. 20).
Braspress foi pioneira em contratar mulheres A Braspress contrata mulheres para dirigir caminhões desde 1999. Segundo a assessoria da empresa, a ideia pioneira foi do diretor-presidente, Urubatan Helou. De acordo com os
controles internos da transportadora, as mulheres “têm maiores cuidados operacionais com os veículos e também dirigem com maior prudência”. Além disso, segundo a empresa, elas
incentivam os homens a fazerem o mesmo. A tabela salarial é a mesma. “Hoje temos um quadro de 833 motoristas, sendo que 110 são mulheres”, diz a assessoria.
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MÊS DA CAMINHONEIRA
Rainha dos Caminhoneiros Uma vez rainha, sempre rainha. Aos 30 anos de carreira, a cantora Sula Miranda afirma sentir muito orgulho do título Rainha dos Caminhoneiros, que sempre foi seu. A história da artista está ligada à revista Carga Pesada. Conforme lembra a própria Sula, a revista foi uma das primeiras a divulgarem seu trabalho. Ainda no formato de jornal, a Carga Pesada publicou por cinco anos o “Cantinho da Sula”, com notícias dela. Desta vez, convidamos leitores para ajudarem em uma entrevista com a cantora que, no ano passado, lançou seu 18º disco, com o título “Inabalável”, e acaba de publicar o livro “De rainha a serva de Deus”. Confira a seguir algumas respostas. A íntegra pode ser lida em www.cargapesada.com.br Nelson Bortolin Eliardo Locatelli, caminhoneiro vencedor do concurso Melhor Motorista do Brasil, da Scania – O que significa para você ser considerada a Rainha dos Caminhoneiros em tempos em que nós estamos sendo tão desvalorizados como profissionais? Você sente orgulho deste posto? Sim, eu sinto orgulho. Minha história está baseada no caminhoneiro. Se eu tenho projeção, devo isso ao título de Rainha dos Caminhoneiros. Foi uma música que me deu tudo isso. Eu me sinto privilegiada. O Brasil é um país que tem essa coisa de títulos: Rei do Futebol, Rainha dos Baixinhos... Eu represento um segmento. Poucos são escolhidos e quem é escolhido é para sempre. Não tem outro rei do futebol. Luís Marson, gerente de Frota da Transportadora Falcão – Como aconteceu essa ligação de simpatia da Sula Miranda com os caminhoneiros? Começou com a música Caminhoneiro do Amor, do meu primeiro disco, que conta a vida da esposa do caminhoneiro. Na música eu falo que estou em casa, esperando por ele, que quando ele chegar, a gente vai se amar. Isso pra mim foi muito positivo, porque eu entrei pela porta
da frente. A esposa do caminhoneiro comprou o meu CD, tornou-se minha fã. Isso fez com que ele também gostasse de mim. Ela sabe que, quando ele me ouve, ele está pensando nela. A família do caminhoneiro me abraçou. Não sou musa porque sou sexy. Marlene Heinen, caminhoneira paranaense – A gente se emociona ouvindo suas músicas. Você é filha de caminhoneiro? Não. Mas eu vejo uma identificação entre a vida do artista e a do caminhoneiro, porque a nossa vida também é na estrada. Já fiquei 25 dias sem voltar para casa. Eu conheço a estrada esburacada e a comida ruim. Claro que, para os caminhoneiros, a situação é mais dura do que para mim. Por ter o título de rainha, eu procuro olhar tudo com os olhos do caminhoneiro. Ver os acidentes, os roubos de carga, o que eles passam. Tento vestir a camisa. E nesses 30 anos, as dificuldades cresceram para eles. Quando comecei não tinha tanto essa história de roubo de cargas e até
Sula Miranda numa foto do seu site e quando começou, no então jornal Carga Pesada: uma rainha é para sempre
de assassinato de caminhoneiros. João Cavalheiro, do Sinditac de Guarapuava – Por que você desapareceu dos programas de caminhoneiros? Tive um período em que parei de cantar, me dediquei mais ao trabalho de apresentadora de programas femininos. Hoje, faltam oportunidades, os programas de caminhoneiros não me chamam mais. Faz mais de cinco anos que traba-
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completa 30 anos de carreira alguém que chegou e procurou fazer o serviço de outra forma. No caso dos caminhoneiros, poderia ser diferente? Acho que a nova geração talvez tenha uma consciência maior. Há muitos anos, vi uma matéria no jornal que falava que eles eram executivos de chinelo de dedo, porque movimentam um patrimônio grande, mas andam malvestidos. Mas temos que ver que eles têm de carregar e descarregar. Eles podem estar mais bem-vestidos? Talvez. Aí entra a necessidade de que eu falei. Se o motorista tivesse um lugar digno nos postos de parada, será que ele não andaria mais apresentável? Mas ele para num lugar e não tem sequer um banheiro decente para tomar banho. Chega um momento em que uma coisa leva a outra. Ele não tem um lugar digno, por que vai andar com uma roupa boa? Fica desestimulado.
lho num projeto para caminhoneiros. É um projeto audacioso, demorado, que requer investimento, depende de outras pessoas. Esse projeto se chama Pacam – ponto de apoio ao caminhoneiro. É para construir espaços voltados a eles na estrada, locais cercados, com segurança, banheiro bom, comida boa. Baseia-se no que existe em Iowa, nos Estados Unidos. Hoje tem a lei dos PPDs (Pontos de Parada e Descanso). Eu quero que o Pacam seja um PPD, seja uma casa do caminhoneiro. É um sonho, requer muito trabalho. Mas sei que vou conseguir. Busco parcerias na iniciativa privada para isso. As pessoas dizem que eu faço isso para aparecer. Não é. É um reconhecimento ao trabalho do caminhoneiro.
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Jorge Olegário, caminhoneiro de Caruaru (PE) – Gostaria que a Sula desse dicas de como os motoristas devem se apresentar nas empresas, nos postos de combustíveis, nos postos fiscais. Eu acho deplorável a maneira como eles se apresentam. Talvez, partindo de uma pessoa do meio artístico, surta algum efeito. Isso é uma questão muito pessoal, é uma coisa cultural. Vamos fazer um paralelo com a situação dos taxistas. Por que o Uber faz tanto sucesso hoje? Porque trabalha num novo conceito, o de servir melhor o cliente, de estar bem-vestido, de saber conversar e tal. Hoje, os taxistas estão tendo que se capacitar para poder ganhar serviço, porque perderam para
Carga Pesada – O que você acha das mulheres que abraçam a profissão de caminhoneira? São guerreiras, gostam de fazer as coisas benfeitas. Nós estamos chegando a todos os lugares. Fico orgulhosa de ver que elas estão fazendo um excelente trabalho nas estradas. Torço para que mais mulheres possam se capacitar e ir para as estradas porque, assim, a gente vai ganhar um trânsito melhor. As mulheres são muito eficientes e cuidadosas em tudo o que fazem. Carga Pesada – Ao recordar o início da sua carreira, o que você tem vontade de dizer? Devo fazer um agradecimento especial à revista Carga Pesada, que faz parte da minha história. Acho que uma das primeiras revista para as quais eu fotografei. Foi um marco. A revista me abriu as portas, sempre divulgou o meu trabalho. Vocês são um capítulo na minha história.
NA DIREÇÃO... DE EMPRESAS
Duas baianas de Joana Andrade Soares e Iara Andrade Schimmelpfeng são irmãs e ocupam altos cargos na administração da Transbahia, que pertence à família. Têm grande vocação para os negócios Dilene Antonucci e Nelson Bortolin Assumir um posto de liderança numa atividade masculina como a distribuição e o transporte de combustíveis não é para qualquer mulher. É preciso estar bem preparada para vencer o preconceito mostrando conhecimento e inteligência. As irmãs e empresárias baianas Joana Andrade Soares e Iara Andrade Schimmelpfeng chegaram lá. Integrantes de um grupo de cinco herdeiros formado por três mulheres e dois homens, somente as duas atuam na alta administração da Transbahia, empresa de um conglomerado que inclui uma rede de postos, uma distribuidora de combustíveis, a Petrobahia, uma construtora e uma trading. “A área de transporte de combustíveis é machista e muito agressiva. Já fui ameaçada de morte. Passei 30 dias trancada em casa para me proteger de motorista trambiqueiro”, afirma Joana, formada em Administração, com especializações em Gestão no Canadá e na Fundação Dom Cabral (FDC), e em Logística pela Faculdade Rui Barbosa. Joana não se rendeu às dificuldades. “Eu nunca me senti diferente dos homens que
atuam neste mercado. Mas já sofri alguns preconceitos. Graças a Deus, soube lidar muito bem com eles”, declara. O apoio do pai, Ruy Argeu do Amaral Andrade, foi muito importante. “Uma vez estávamos num lançamento de caminhão e os homens começaram a falar palavrões. Um deles olhou pra mim e pediu desculpas, mas falou que ali não era lugar de mulher”, conta. O pai interveio na conversa: “Ele disse que estava ali de convidado, porque quem mandava nos negócios era eu”. Questionada se é alvo de assédio e como lida com isso, ela responde: “De maneira natural: fecho a cara e me imponho com firmeza na voz, com postura de mulher que realiza seu trabalho tão bem quanto os homens”, afirma. Segundo a empresária, machismo no setor de transporte não é exclusividade brasileira. Recentemente, ela e a irmã estiveram no evento Queen of the Road, realizado pela Scania América Latina. Conversando com colegas estrangeiras, observaram que elas enfrentam as mesmas barreiras em seus países. As mulheres se queixaram, por exemplo, de serem preteridas na sucessão das
Iara e Joana têm responsabilidades sobre 800 empregados. Abaixo, as participantes do evento Queen of the Road na sede da Scania, em São Bernardo do Campo
empresas. “Os pais esperam que quem assuma os negócios seja um homem.” Por sorte, sua história está sendo diferente. Seu pai e o tio Luiz Gonzaga do Amaral Andrade, também fundador do
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fibra
grupo, sempre a apoiaram. Mas na época do avô não era bem assim, conta a irmã Iara: “Quando ele via a gente brincando na empresa dentro dos caminhões, já falava: ‘não adianta tomarem gosto porque quem vai cuidar dos negócios será seu irmão’”. Mas o irmão tornou-se advogado e não participa da gestão das empresas da família. Iara, administradora com pós-graduação em gestão de projetos e de negócios pela FGV e FDC, acredita que, aos poucos, as mulheres irão consolidar seu espaço no TRC. Não sem muito esforço.
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Uma história de 41 anos
“Temos de nos preparar muito mais, tecnicamente. Conversa de homem é mais fácil de ser aceita. Nós precisamos entender a fundo dos assuntos para sermos respeitadas.” A empresária diz que as mulheres fazem a diferença porque têm um jeito novo de olhar para o negócio. “Não dá para explicar cartesianamente. Mas quando a gente está numa reunião, normalmente os homens vêm sempre com o mesmo pensamento. A gente propõe uma nova visão e muda o contexto. Trazemos sempre um pouco do novo.”
Os irmãos Luiz Gonzaga e Ruy Andrade construíram seu grupo de empresas a partir de uma lojinha de material de construção, a Gameleira, fundada há 41 anos na Ilha de Itaparica, no litoral baiano. O segundo negócio da dupla foi um posto de combustível que levou o mesmo nome. Aos poucos, foram montando outros postos. Joana Andrade Soares conta que “uma coisa foi levando a outra”. O pai e o tio sentiram a necessidade de montar uma transportadora para abastecer a Rede Gameleira. Daí, nasceu a Transbahia, em 1988, que hoje também opera para a Petrobras. Em 1996, foi a hora de criarem a Petrobahia, uma distribuidora de combustível, que hoje conta com seis postos próprios e 90 postos fidelizados. O grupo ainda atua na área da construção e conta com uma trading. “A Transbahia é especializada no transporte de produtos petroquímicos. Temos diversas certificações, 96% de nota do ranking Petrobras e cerca de 115 veículos tratores”, conta a empresária. Ela diz que os fundadores incutiram nela e na irmã o senso de gerir o negócio com responsabilidade. “O grupo gera cerca de 800 empregos. Apesar da crise, não fizemos demissões.” Os fretes é que não andam lá grande coisa. “Existe caminhão demais no mercado”, é a explicação de Iara Andrade Schimmelpfeng.
PROMOÇÃO Consórcio Scania comemora 34 anos
Em julho, o Consórcio Scania comemorou 34 anos de atuação no setor de veículos pesados. Quando a Associação Brasileira dos Concessionários Scania (Assobrasc) decidiu criar o consórcio,
em 1982, o Brasil passava por uma de suas piores crises econômicas, e os transportadores não tinham praticamente nenhuma opção para financiar caminhão. Com o passar do tempo, o consórcio mostrou a força da parceria dos concessionários, da fábrica Scania, da Administradora e dos clientes, entregando mais e mais veículos a cada mês. “O momento atual é muito parecido com o que havia quando o consórcio foi criado, com muitos desafios para os transportadores”, afirma a diretora geral
da empresa, Suzana Gazola. “O consórcio tem tido grande atratividade, por conta de seu custo mais acessível, pois não tem juros e a taxa de administração é dividida em até 100 meses”, complementa Suzana. Nestes 34 anos, o Consórcio Scania vendeu mais de 100 mil cotas e fez 75 mil contemplações. Um vídeo comemorativo dos 34 anos pode ser visto no Youtube. Além disso, está em andamento a promoção Dreamline Gold, com sorteio previsto para o dia 10 de novembro, com 300 cotas. Para concorrer a um dos três caminhões Streamline Highline R 440 6x2, com freio auxiliar Retarder, câmbio automático Opticruise e cor especial dourada, basta o cliente adquirir uma cota na Concessionária Scania mais próxima.
Clube Irmão, da Shell, sorteou dez UP O dia 25 de maio, véspera do feriado de Corpus Christi, foi especial para o casal de caminhoneiros Eleseu e Marlene Heinen ( foto). Nessa data eles foram até a concessionária Paraguaçu ( Volkswagen), de Foz do Iguaçu (PR), receber o automóvel UP que ganharam na promoção “Tanque Cheio, Carro na Garagem”, do Clube Irmão Caminhoneiro, da Shell. É o primeiro carro novo do casal, que mora em Planalto (PR). “É uma felicidade difícil de descrever”, conta Marlene. Eles receberam a notícia de que tinham sido sorteados por telefone, dia 1º de fevereiro. “Estávamos em Santos, trabalhando. Eu não tinha conferido o resultado ainda”, afirma a motorista. A campanha, realizada de 1º de outubro de 2015 a 16 de janeiro deste ano, teve sorteio de dez UP pela loteria federal. Para participar da promoção, Marlene cadastrou as notas fiscais dos produtos Shell que o casal adquiria (combustível
e lubrificantes). Esta é a forma tradicional das campanhas. Mas, agora, também é possível participar por meio do aplicativo para celulares lançado pelo Clube Irmão Caminhoneiro. A cada parada nos postos Shell de rodovia, os motoristas realizam seu check-in no aplicativo e participam das promoções, nas quais podem ganhar produtos exclusivos e concorrer a viagens, carros e casas. Em breve também estarão disponíveis, no aplicativo, a Parada Premiada e o Posto Amigo. A Parada Premiada fará sorteios instantâneos de brindes do Clube Irmão que serão entregues na casa do caminhoneiro. O Posto Amigo diz respeito a brindes e vantagens que serão oferecidos pelo próprio posto para seus clientes. O aplicativo não tem custo, funciona em todos os smartphones que possu-
am plataforma Android ou IOS e pode ser baixado na Google Play e na Apple Store. Carlo Rodrigo Faccio, gerente de gestão de frotas e relacionamento de rodovia da Raízen, proprietária da marca Shell, parabenizou o casal Eleseu e Marlene e os outros nove caminhoneiros premiados com veículos UP. “Para julho, o Clube Irmão está sorteando Diesel a Toda Hora para os caminhoneiros que abastecem R$ 500 nos postos Shell de rodovia”, conta. Bastar tirar a foto do cupom pelo aplicativo para concorrer.
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MEIO AMBIENTE
Caminhão a etanol emite 90% menos gás carbônico
Veículo adquirido pela fábrica de produtos químicos Clariant pode ser alternativa para distribuição urbana de carga A fabricante de produtos químicos Clariant, de Susano (SP), já colocou para rodar os primeiros caminhões Scania P270 4x2 movidos a etanol. Os Ecotrucks, como são chamados, utilizam motor de 8,9 litros adaptado para funcionar com 95% de etanol e 5% de um aditivo antioxidante produzido pela própria Clariant. Com autonomia de 600 a 700 quilômetros, os caminhões, que puxam tanques de 25 mil litros, atendem as normas do Proconve P7 sem utilizar Arla 32 e emitem 91% menos gás carbônico que os movidos a diesel. O ganho ambiental é grande e a tecnologia pode ser uma alternativa viável para a distribuição urbana de cargas. Mas o custo ainda é alto. Na ponta do lápis de um engenheiro da própria Scania, numa viagem de São Paulo a Ribeirão Preto (400 quilômetros), o caminhão a diesel gastaria R$ 446 de combustível a R$ 3 o litro do S-10 mais R$ 0,12 de Arla
32. Já o caminhão a etanol gastaria 58% mais (R$ 705), considerando R$ 2,70 o litro do combustível mais R$ 0,30 do aditivo. O caminhão gastaria 143 litros de diesel ou 235 litros de etanol. Na comparação foi considerada uma composição de cinco a oito eixos com PBTC de 40 toneladas. Celso Mendonça, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Scania no Brasil, diz que “se o objetivo é a sustentabilidade, a Scania acredita em uma matriz energética mista, com o uso de diversas fontes que possibilitem economia de combustível e redução de CO2. Para nós, o caminhão a etanol é uma opção 100% viável”. TECNOLOGIA - O etanol utilizado pelos caminhões em teste possui o aditivo Master Batch ED 95, fabricado pela Clariant. Ele permite que motores desenhados para consumir diesel utilizem etanol hidratado. Para complementar o projeto, a Clariant passou a utilizar o etanol de
segunda geração, fabricado a partir de bagaço de cana com tecnologia denominada sunliquid, um processo biotecnológico para a fabricação de etanol celulósico a partir de resíduos agrícolas, como palha de trigo e milho ou bagaço e palha da cana. Assim como o combustível precisa se adaptar ao motor, o inverso também precisa acontecer. Componentes como pistões, unidades injetoras, filtros, tanques e tudo que fique em contato com o etanol precisam receber tratamento especial contra a corrosão. A taxa de compressão do motor também precisa ser elevada de 18:1 para 28:1. “Nosso objetivo não é a economia de combustível, mas demonstrar a viabilidade da aplicação comercial do etanol celulósico nos Ecotrucks da Scania, com significativa redução de emissões de CO2”, comentou Martin Mitchell, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Clariant para as Américas.
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SCANIA
Melhor motorista ganhará este caminhão Para isso terá que vencer a final da América Latina do Scania Driver Competitions Um Streamline Highline R 440 6x2 será o prêmio para o motorista que vencer a final latino-americana do Scania Driver Competitions (SDC). Para os brasileiros as inscrições já estão abertas e encerram-se no dia 31 de agosto. Antes chamada de “Melhor Motorista de Caminhão do Brasil”, a competição foi ampliada e ganhou o nome adotado na Europa. Na edição anterior, em 2014, participaram 65 mil motoristas. Este ano espera-se mais. No evento de lançamento, em junho, o vencedor de 2014, Eliardo Locatelli, disse que a possibilidade de ganhar um caminhão será um grande estímulo para os participantes. As inscrições só podem ser feitas por via eletrônica: ou pelo site www.scaniasdc.com.br ou por um aplicativo que o motorista deverá baixar no celular ou tablet. Qualquer dúvida, é só comparecer a um concessionário Scania que o pessoal ajuda a resolver. A prova final do SDC latino-americano reunirá os três melhores motoristas de quatro países – Brasil, Argentina, Chile e Peru – e será realizada no Brasil, nos dias 26 e 27 de novembro. Será uma prova de habilidade ao volante. O vencedor leva o Streamline Highline. Márcio Furlan, gerente de comunicação e marketing da Scania no Brasil, lembra que a Scania é a única fabricante a promover uma competição entre motoristas focada na qualificação. “Acreditamos que o condutor é o elo na cadeia de transporte
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que pode mudar as estatísticas de acidentes nas estradas. O motorista capacitado torna as viagens mais produtivas, reduz o consumo de combustível e contribui para o meio ambiente”, afirmou. Só podem participar profissionais com carteira de habilitação categoria E. Depois de se inscrever, o motorista será avaliado quanto a temas de legislação, preocupação ambiental e condução responsável, defensiva e econômica. Para auxílio e treinamento, o candidato terá acesso a uma biblioteca virtual. As semifinais e a final nacional serão realizadas de 8 a 10 de novembro, com provas práticas ao volante dos caminhões Scania. O diretor de Vendas de Caminhões da Scania no Brasil, Victor Carvalho, acredita que a competição vai despertar muita atenção este ano. “Com essa iniciativa, procuramos incentivar cada vez mais o interesse Eliardo Locatelli, vencedor da competição em 2014. Acima, na ilustração, Pedro, o instrutor virtual do SDC 2016
dos jovens pela profissão e o gosto pelo treinamento constante e qualitativo”, acrescentou. Em cinco concursos já realizados, o Brasil teve 172 mil inscritos – um recorde mundial. Os três primeiros colocados da final brasileira ganharão prêmios em compras a serem feitas numa rede conveniada, nos valores de R$ 40 mil, R$ 20 mil e R$ 10 mil. Também ganharão um kit de produtos Ipiranga.
LANÇAMENTOS
Novos Ford ampliam Longarinas receberam reforços para garantir robustez. A Ford passa a ter a linha de caminhões 6x4 mais completa do mercado Depois do lançamento da Linha Torqshift, com câmbio automatizado, a Ford apresentou em junho mais quatro modelos, complementando sua linha 2017. São eles o Cargo 1419, o Cargo 1519, na versão 4x2, e o Cargo 3129, este também com modelo Mixer, na versão 6x4. O objetivo é oferecer caminhões que proporcionem aumento de produtividade: “Usamos toda a experiência da nossa engenharia para desenvolver esses veículos ainda mais robustos, confiáveis e econômicos, que vão trazer um impacto positivo na operação dos clientes”, disse João Pimentel, diretor de operações da Ford Caminhões. O médio Ford Cargo 1419, com PBT de 14.500 kg, tem capacidade de carga de 9.500 kg, ou seja, leva 1.100 kg a mais que o modelo mais vendido do segmento. O motor tem 189 cv, os eixos traseiros são Meritor MD 23-235 e os pneus são 275/80R22,5 sem câmara, com rodas de 10 furos, no padrão de outros modelos da marca.
O Cargo 1419 também leva 1.500 kg a mais de carga que seu antecessor, o 1319, e sua capacidade máxima de tração foi ampliada para 27 mil kg (quatro mil kg a mais), melhorando o rendimento na distribuição urbana e na rodoviária de curta e média distâncias. O valor de tabela do modelo é de R$ 165.800. O Cargo 1519 não mudou de nome, mas tem uma tonelada a mais de peso bruto total que o modelo anterior: 15.400 kg, o maior da categoria. Assim como no 1419, as longarinas ganharam reforço e são feitas de aço especial LNE 600, quando os principais concorrentes usam o LNE 500. Além disso, como mostra o desenho do quadro de chassi (veja a ilustração na pág. seguinte), os novos Ford Cargo possuem travessa na altura do motor equipada com coxins para reduzir a vibração. Com novo eixo traseiro e novas suspensões dianteira e traseira, o 1519
custa R$ 171.900,00. Com o lançamento do Cargo 3129, a Ford passa a ter a linha de caminhões 6x4 mais completa do mercado, na qual já estão presentes o Cargo 2623, o Cargo 2629 e o Cargo 3133. Com PBT de 30.500 kg e capacidade máxima de tração de 42 mil kg, o novo caminhão é indicado para serviço pesado, como o canavieiro, o madeireiro e o de mineração. Na versão preparada para betoneira, o Cargo 3129 Mixer tem escapamento vertical e tomada de força traseira, além de novo protetor de radiador. Ambos são equipados com motor Cummins 6.7 de 290 cv, transmissão Eaton de 10 marchas à frente e três à ré e eixo traseiro Meritor de dupla velocidade (4,89:1/5,38:1). O gerente de Marketing da Ford CaO diretor João Pimentel fala na solenidade de lançamento: melhorar a produtividade dos clientes
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capacidade de carga
O Cargo 1519 tem longarinas reforçadas, feitas de aço especial LNE 600; o Cargo 3129 também tem versão preparada para betoneira
minhões, Flávio Costa, frisa que “a Ford sabe como fazer um caminhão robusto”, e justifica: “O Cargo 3129 combina o peso bruto total do Cargo 3133 com o motor de 290 cv e relações reduzidas para gerar maior torque e melhor partida em rampa. Assim, é ideal para aplicações que exijam alta capacidade mas não precisem de tanta potência como os modelos fora de estrada, oferecendo uma melhor equação de custo”. O Cargo 3129 tem preço de tabela de R$ 253.900. A versão Mixer custa R$ 261.900.
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Oswaldo Ramos é o novo gerente de vendas A Ford reestruturou as áreas de vendas e marketing. No setor de caminhões semileves, leves, médios, pesados e extrapesados, Oswaldo Ramos ( foto) assume a função de gerente geral de Vendas e Marketing, abrangendo também o relacionamento com os distribuidores exclusivos da área. Antonio Baltar, que era o responsável pela área, assume o setor de vendas e distribuição de automóveis, picapes e utilitários esportivos.
LANÇAMENTO
Volvo aposta em retomada da construção civil Novo VM, na configuração 6x4, é o caminhão com a maior capacidade de carga da categoria. Vem para atender, principalmente, a construção civil Equipado com caixa I-Shift e motor de 330 cv, a Volvo apresentou em junho o novo VM com peso bruto total (PBT) de 32 toneladas, 5,3 toneladas a mais de capacidade de carga que a versão anterior. Na configuração de eixos 6x4, segundo a montadora, é o caminhão mais leve da categoria e, portanto, com maior capacidade de carga: leva de 275 quilos a 1.050 quilos a mais que os concorrentes. A Volvo acredita que a retomada do mercado de caminhões vai começar
pela construção civil, daí esta complementação da linha para atender a este segmento: “Em junho, o nível de confiança do empresariado, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), tornou-se positivo e o governo já anunciou que retomará as parcerias público-privadas para obras de infraestrutura”, disse Bernardo Fedalto, diretor de caminhões da Volvo no Brasil, na cerimônia de lançamento. O setor de construção civil tem um peso de 6% no PIB, o mesmo do agronegócio. E mais: emprega 7% da mão de obra no Brasil, contra 4% do setor agropecuário. “É um setor que precisa de caminhões com capacidade de carga intermediária e adequada a aplicações nas quais a intensidade e
a severidade não exigem veículos de maior potência”, completou Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da Volvo América Latina. O VM recebeu reforços nas suspensões e eixos dianteiros de viga reta – mais altos – e traseiros, com redução nos cubos. O eixo dianteiro está preparado para suportar oito toneladas. Os traseiros, para 24 toneladas. A soma dá 5,3 toneladas a mais de capacidade de carga do que a versão anterior. Os eixos traseiros também têm redução nos cubos e vêm de fábrica com bloqueio de diferencial entre as rodas e entre os eixos, condições que aumentam a durabilidade do veículo. “É o caminhão com o maior PBT técnico
Wilson Lirmann assume a presidência Desde 1º de julho, Wilson Lirmann é o presidente do Grupo Volvo na América Latina. Ele substitui Carlos Morassutti, primeiro brasileiro a assumir esta posição. Há 21 anos na companhia, Lirmann até pouco tempo atrás dirigia o Grupo Lapônia, rede de oito concessionárias de caminhões e ônibus da marca em São Paulo. Lirmann é o mais jovem executivo a comandar a operação latino-americana da Volvo, depois de ter passado por várias áreas da corporação. Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em Administração Estratégica pela Universidade Posi-
tivo, iniciou sua carreira na fábrica da Volvo em Curitiba como estagiário, em 1990. Paranaense de Telêmaco Borba, Lirmann considera “enorme” o de-
safio à sua frente no novo cargo, devido à crise da economia. “Mas estou confiante de que a situação econômica do Brasil, o maior mercado da América Latina, vai melhorar gradativamente”, diz. Para ele, a conjuntura brasileira é de austeridade para toda a cadeia de transporte. “É fundamental mantermos uma mentalidade enxuta, focando nossos recursos nas prioridades corretas, e trabalharmos com o máximo de eficiência para atender o transportador com agilidade, qualidade e transparência. Temos uma marca forte e a melhor linha de produtos e soluções do mercado. Este momento mais agudo de problemas vai passar.”
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em sua categoria”, afirma Francisco Mendonça, gerente de caminhões Volvo no Brasil. Os eixos do novo VM são os mesmos que equipam a linha dos fora de estrada FMX da marca. A suspensão tem molas parabólicas de alta capacidade, amortecedores de dupla ação e barra estabilizadora. A caixa I-Shift é a mesma que está presente em quase todos os caminhões FH e FMX e tem feito grande sucesso também na linha VM. O preço de tabela é de R$ 285 mil, segundo a área comercial, alinhado com os concorrentes. O novo VM leva de 275 quilos a 1.050 quilos a mais que seus concorrentes
Compre seu seminovo na fábrica de Curitiba O comércio de caminhões usados no Brasil é muito maior que o de caminhões novos: a proporção é de cinco para um. De olho nestes números, a Volvo acaba de inaugurar um showroom de caminhões seminovos em sua fábrica de Curitiba. É a primeira iniciativa deste gênero aberta no Brasil por uma montadora de veículos comerciais. O showroom está instalado ao lado da portaria principal da fábrica, na Avenida Juscelino Kubitschek, 2.600, na Cidade Industrial. Ali estarão sempre em exposição quatro caminhões da grife Viking, sobre os quais os interessados poderão receber informações técnicas e comerciais. Os caminhões com o selo Viking Plus têm garantia de um ano para o trem de força e são entregues com rodas e pneus novos.
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Mas, para conhecer todas as opções de caminhões seminovos à venda na rede de 95 concessionárias Volvo espalhadas pelo Brasil, basta acessar www. seminovosvolvo.com.br. “Temos cerca de 100 mil acessos e mais de mil contatos mensais, seja pelo próprio site, seja pelo telefone 0800 643 4443”, afirma Rogério Kowalski, gerente de seminovos da Volvo, lembrando que se trata do primeiro e mais completo site deste tipo de uma montadora de veículos comerciais no País. Ali se enconRogério Kowalski: mais de 200 modelos de caminhões seminovos da Volvo e também de outras marcas
tram mais de 200 modelos de caminhões seminovos da Volvo e também de outras marcas. O internauta pode selecionar o tipo de caminhão, a configuração, ver fotos dos veículos e verificar dados como quilometragem, cor, ano de fabricação e localização do caminhão na rede de concessionárias.
MINAS GERAIS Bombas Diesel de casa nova em Bom Despacho Fotos: Sérgio Caldeira
Desde 20 de março, a Bombas Diesel Bom Despacho está em nova sede, na cidade que lhe emprestou o nome, bem na testa da BR-262, a 140 quilômetros de Belo Horizonte Luciano Alves Pereira São 2.500 m² de construção, em terreno de 5 mil m², na mais convergente localização do trecho, colada ao km 480 da BR-262, no trevo de saída para a vizinha Santo Antônio do Monte. A Bombas Diesel BD foi fundada por Antônio Carlos da Silva, em janeiro de 1985, na Avenida Bandeirantes, onde permaneceu até agora. Desde cedo a empresa teve o selo da rede Bosch Truck Service. “A nova Bombas Diesel passa a ser algo diferenciado no centro-oeste de Minas, em facilidade logística, vagas para realização de serviços, e até para acomodação para os clientes”, diz Antônio Carlos. A empresa opera em várias plataformas voltadas para motores, seus componentes e periféricos. Para Aélida Cristina, filha do fundador, que trabalha com o pai como diretora
financeira, a nova sede realiza “o sonho do pai e dá pra ver o dedo dele em cada canto: no refeitório, na área para treinamento da equipe e até no ônibus próprio para apanhar os colaboradores no centro da cidade”. Existe espaço coberto para atendimento simultâneo de 20 veículos. O carro-chefe da empresa é a troca, reparação e regulagem de todos os tipos de sistemas de injeção diesel, desde as mecâ-
A Bombas Diesel BD opera em várias plataformas, voltadas para motores, seus componentes e periféricos
nicas, passando pelos bicos-bombas das linhas Volvo, Mercedes, DAF, etc. Dispõe, adicionalmente, de laboratório eletrônico para intervir na complexa alimentação por common rail de extrema pressão. Em todos os processos, a rigorosa fidelidade aos protocolos dos fabricantes. Ainda no capítulo dos periféricos, a Bombas Diesel dispõe de estoque de turbinas de várias marcas para venda no balcão, além de pronta instalação nos veículos. A Bombas Diesel de Bom Despacho também faz manutenção em direções hidráulicas, recuperação de cabeçotes de aplicações em motores diesel, a gasolina e flex, e retífica de motores de todos os portes. De acordo com Aélida Cristina, o empreendimento requereu o investimento de R$ 2,5 milhões. O quadro funcional soma 45 colaboradores, dos quais 20% admitidos já na casa nova. Alisson Carlos da Silva, diretor comercial da empresa, também filho do fundador Antônio Carlos, acrescenta que “o nosso foco é a clientela da BR-262, mas a atuação estende-se a mais de 30 municípios vizinhos”.
O fundador Antônio Carlos da Silva (segundo) fez de seus filhos continuadores do negócio: Aender de Oliveira, diretor técnico; Aélida Cristina, financeira; e Alisson Carlos da Silva, diretor comercial
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Desativação de usina puxa pelos idos da Transoto A transportadora que nasceu para carregar para a Siderúrgica Mannesmann marcou o cenário do TRC mineiro de uma forma que não se apaga da memória Luciano Alves Pereira Repercute a notícia de que a Mannesmann programa a desativação da sua tradicional usina no Barreiro, bairro a Leste de Belo Horizonte. A empresa deverá apagar os dois altos-fornos da usina, por causa da crise econômica. Eles foram acesos há não menos que 62 anos. A produção continuará na planta de Jeceaba, a 100 quilômetros de BH, bem mais recente. Vale a pena registrar a correlação do nome Mannesmann com o TRC. A empresa produz tubos sem costura de variados calibres, utilizados na indústria automotiva, na de armamentos e outras. Produtos parrudos vão para a indústria de petróleo e gás. O escoamento dessa produção sempre dependeu do TRC. No começo, em 1954, peças de até 14 metros de comprimento iam de trem. Em pouco tempo, o TRC se adequou e tal carga longa tornou-se incentivadora de uso das carretas, inclusive extensíveis. A Scania e os fabricantes de carretas de três eixos se beneficiaram dessa oferta de carga. O hoje autônomo José Leandro Clementino, nascido em Patos de Minas, foi testemunha desse movimento de cargueiros. Com seus quase 60 anos de vida profissional estradeira, Zé Leandro chegou a ser motorista da lendária Transoto Ltda., de Belo Horizonte.
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DISCIPLINA – A empresa foi fundada em 1951, por Oto Augusto de Lima. Por seu prestígio, logo se tornou exclusiva no escoamento da Mannesmann. Zé Leandro diz que o predomínio se estendia à ferrovia, ou seja, “até esta pegava frete carreteiro no redespacho emitido pela Transoto”, lembra. A Transoto ainda tinha ônibus para transportar pessoal da Mannesmann. Zé Leandro esteve na Transoto de 1979 a 1986. “A disciplina de trabalho era igual à do Exército”, diz o profissional. “O sr. Oto gostava de ser chamado de comandante e dar carona a quem quer que fosse era motivo de demissão sumária”, acrescenta. A frota do sr. Oto rodava no capricho, contando com pesadões americanos
Zé Leandro posa, em 1982, à frente de um dos três Mack B61-S da inconfundível Transoto
importados, das marcas International, GMC e Mack. Já no meio da sua história, foram-lhe comprados os Scania, sempre na configuração 6x4 (LT) e trucados L 76. Mercedes-Benz também compunham o plantel. Todos pintados de verde-garrafa, com resumidos detalhes em amarelo. O para-choque dianteiro era coroado pelo que alguns chamam de grade empurra-boi. Tudo bem cuidado, “nos trinques”, como arremata Zé Leandro. No início dos anos 1990, a Mannesmann alterou os termos do contrato de prestação de serviço. A Transoto não concordou e outras transportadoras a substituíram.
ACIDENTE OU CRIME? O júri quase condenou o réu Acidente de trânsito é “involuntário”? A discussão cresce: em Minas, um carreteiro foi a júri popular e por pouco não foi condenado a mais de 100 anos, acusado de cinco mortes Luciano Alves Pereira Em junho, foi a julgamento, em Belo Horizonte, o carreteiro Leonardo Faria Hilário, residente em Mato Grosso do Sul. Em sessão de mais de 13 horas, os jurados inocentaram o acusado por 4 a 3, um resultado apertado. Ele foi indiciado por crime de trânsito, delito tradicionalmente considerado culposo no Brasil, sujeito a penas leves. Mas isso pode estar mudando, como se demonstrou no fato de Leonardo ter ido a júri popular. Se condenado, a pena dele poderia ter chegado a 100 anos de prisão, por aí. No acidente provocado pelo caminhão dirigido por ele, morreram cinco pessoas. O processo ganhou interesse da imprensa porque aquilo que chamamos de opinião pública – formada pelas pessoas mais influentes da sociedade – já se mostra inconformada com o entendimento cristalizado de que a causa dos acidentes de trânsito é sempre involuntária, cai no conceito de culposo na linguagem jurídica, é fruto da negligência, imprudência ou imperícia. Contrariamente ao conceito de doloso, no qual o autor conhece os riscos de seus atos e os assume quanto aos resultados. Eis o resumo do acidente do Leonardo, como foi publicado na Carga Pesada nº 154, de março de 2011. Em janeiro daquele ano, no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, ao volante de um bitrem Volvo graneleiro, ele descia um longo declive de seis quilômetros. A dois quilômetros do final, uma câmera da TV Globo gravou que sua velocidade era descontrolada: 115 km/h, segundo apontou depois a perícia policial.
Fotos de 2011: a despencada acima de 10% e seis quilômetros de extensão tinha começo de sinalização discreta, quase invisível
E ia na faixa da esquerda. Resultado: com 55 toneladas de PBTC, o bitrem atingiu 15 veículos, até bater em um truque-baú. A lambança deixou cinco mortos, além de feridos. Entre estes, Laura Gibosky, de 4 anos, portadora de sequelas até hoje. O júri do Leonardo faz lembrar o histórico caso, também de Minas, ocorrido há décadas. Dois automobilistas de Mar de Espanha, na Zona da Mata, faziam um pega pela estreita MG-126 de acesso à cidade, quando um colidiu de frente com um Fusca numa curva. Os cinco ocupantes do Fusca morreram. Eram da mesma família. Os autores, gente de prestígio (um era médico), ficaram à sombra do homicídio involuntário por décadas, apesar de todos os elementos
A placa eletrônica: uma recomendação sem rumo, sentido ou direção
de prova apontarem para o tal dolo eventual. A acusação teve de apelar em todas as instâncias até conseguir o julgamento para um dos acusados. A memória do resultado perdeu-se nas brumas do tempo. SAIA JUSTA - A absolvição de Leonardo deu causa a desencantos, mas já foi outro registro de mudança. Vale considerar ainda que juiz, promotor e jurados nada entendem de caminhão. Por outro ângulo, um apresentador de TV, tocado pela absolvição, preferiu escorar-se na neutralidade profissional e sugeriu que se perguntasse às famílias das vítimas o que achavam da sentença.
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É DE MORTE! Volvo lança outro Atlas da Acidentalidade O Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST) lançou a 2ª edição do Atlas da Acidentalidade no Transporte Brasileiro, que apresenta o mais completo diagnóstico dos acidentes de trânsito nas rodovias federais do País. É possível saber, por exemplo, quais são os piores trechos em acidentes em todas as rodovias federais, as principais causas e as mais letais, os dias da semana e o horário em que mais acontecem acidentes por tipo de veículo. Solange Fusco, diretora de Comunicação Corporativa do Grupo Volvo América Latina, diz acreditar que as informações do Atlas são um alerta e uma ferramenta que auxilia todo motorista a agir preventivamente. “O Atlas nos mostra que o comportamento inadequado é o grande responsável por mais da metade das mortes nas rodovias”, afirma. Em 2015, foram registrados 122.007 acidentes nas rodovias federais brasileiras, que deixaram 90.100 feridos e 6.859 mortos. A média é de 18,8 mortes por dia. A principal causa de morte nas rodovias federais foi a falta de atenção, responsável por 1.203 mortes, seguida por excesso de velocidade, com 946, e ultrapassagem indevida, 592 mortes. No entanto, quando avaliado o índice de gravidade, a causa mais letal foi a sonolência ao volante. Apesar do número de acidentes provocados por motoristas com sono ser menor que por falta de atenção, quando eles acontecem, são mais letais, com um índice de gravidade de 5,9. Em segundo lugar, está velocidade incompatível, com índice de gravidade 4,3, e em terceiro lugar, empatados, estão dirigir sob efeito de álcool e defeito mecânico no veículo, com índice de gravidade de 4,2.
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Foto: Sérgio Caldeira
Os números são dramáticos: nas rodovias federais, morrem 18 pessoas por dia no Brasil!
Desde o dia 08 de julho, o uso de faróis durante o dia nas rodovias passou a ser obrigatório
Os Estados com maior número de mortes em acidentes nas rodovias federais em 2015 foram Minas Gerais, com 961 mortos, seguido pela Bahia, com 641, Paraná, 584, e Santa Catarina, com 461 mortos. Os trechos com o maior número de mortos foram a BR-101, na Região Metropolitana de Florianópolis (SC); e a BR-040, região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). Entre os km 206 e 216 da BR-040 aconteceram mais de 500 acidentes, que deixaram 18 mortos; e entre os km 520 e 530 da BR-040 foram registrados 188 acidentes que resultaram em 18 vítimas fatais.
Outra informação revelada pelo Atlas é que o maior número de acidentes acontece entre 17 h e 18 h, porém, os mais fatais são de madrugada, entre 3 h e 5 h. Sexta e sábado são os dias com maior número de acidentes; e sábado e domingo, os dias em que os acidentes são mais letais. O conteúdo do Atlas da Acidentalidade está disponível no portal www.atlasacidentesnotransporte.com.br.
ENTREGA URBANA
VUCs ‘ganham’ 90 cm em São Paulo Agora, os veículos que fazem distribuição de mercadorias no centro da capital paulista podem ter 7,20 m de comprimento. O período de restrição à circulação de caminhões também ficou menor em boa parte do centro Uma portaria da Secretaria de Transportes do Município de São Paulo trouxe importantes mudanças nas especificações técnicas e nas normas de circulação de Veículos Urbanos de Carga ( VUCs) na capital paulista, e motivou a realização de um evento, pela Mercedes-Benz, para discutir os reflexos da nova legislação para a indústria de caminhões. A portaria 31/2016, publicada no dia 27 de abril e que entrou em vigor no dia 9 de maio, alterou, entre outras coisas, o comprimento máximo dos VUCs, de 6,30 m para 7,20 m, o que é uma boa notícia no sentido de que, assim, fica padronizado um comprimento que já era admitido em cidades vizinhas a São Paulo, como Osasco. A diferença que existia era um obstáculo a mais para quem enfrenta o desafio diário da entrega de
mercadorias na região metropolitana de São Paulo. Outra mudança diz respeito ao tempo de restrição para circulação de caminhões no centro da cidade. Em dois dos três conjuntos de vias (ruas e avenidas) em que existe restrição, o tempo diminuiu – num deles em uma hora diária, e no outro em duas horas. No terceiro aconteceu o contrário: foi criada uma restrição que não havia, das 5 às 9 da manhã. A expectativa é que as medidas resultem na melhoria da mobilidade urbana, redução da emissão de gases poluentes e ganho de eficiência com o aumento da capacidade de carga dos caminhões. Com o intuito de reduzir as emissões de poluentes, a portaria determinou também que os veículos deverão ter no máximo cinco anos para circular no
centro da cidade. “Isso irá fomentar os negócios no mercado de caminhões”, afirmou Tayguara Helou, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), no evento realizado na fábrica da Mercedes em São Bernardo do Campo. No entanto, ressalvou Helou, “para debatermos a mobilidade urbana de maneira séria devemos pensar primeiramente nas pessoas, em segundo lugar no transporte coletivo e depois no transporte de cargas”. O Setcesp representa 32 mil empresas de 50 municípios da região metropolitana de São Paulo. O vice-presidente de Vendas, Marketing & Peças e Serviços Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Roberto Leoncini, informou na ocasião que as expectativas da marca são boas. “Já existe um movimento de compras por parte dos operadores do transporte de cargas”, disse. Os transportadores têm uma série de reivindicações para destravar a difícil tarefa da distribuição de cargas em São Paulo e cidades adjacentes. As principais, de acordo com o Setcesp, são a inclusão da carga no planejamento de transporte urbano e metropolitano; operação exclusivamente noturna nos grandes polos geradores de carga; mais vagas exclusivas para carga e descarga nas vias públicas com comércio de rua; Tayguara Helou recebe uma homenagem de Roberto Leoncini, por ser o mais jovem presidente do Setcesp
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combate à ineficiência no recebimento de mercadorias; criação de miniterminais de concentração de carga; e padronização nas restrições de circulação de veículos comerciais de carga. ACCELO - De acordo com Leoncini, com as novas regras, os clientes passam a contar com mais opções na hora de escolher o caminhão leve ou médio que melhor atenda às características de suas atividades de transporte de carga ou distribuição de mercadorias. “Isso só aumenta ainda mais os diferenciais da linha Accelo, que oferece a maior plataforma de carga entre os VUCs, de 5.480 mm de comprimento”, ressaltou. “Oferecemos até 30 cm a mais que os principais concorrentes, o que torna os caminhões Accelo bastante produtivos para essa aplicação.”
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Para o executivo, a nova legislação VUC de São Paulo poderá estimular maior movimentação de negócios para a marca nos segmentos de leves e médios. Ele observa que o mercado de VUC corresponde a 11% do mercado total de caminhões leves. Na Grande São Paulo, esse percentual é de 40%. A Mercedes-Benz tem participação de 31% nesse segmento. “Os caminhões Accelo já são reconhecidos pelos clientes por sua versatilidade de aplicação, força e agilidade no trânsito e flexibilidade para circulação nas cidades, além da melhor relação custo-benefício garantida, em especial, pelo seu trem de força robusto e baixo consumo de combustível”, diz o executivo. O Accelo trouxe ótimas vendas para a
Caminhões leves como o Accelo 815 atendem as normas de restrição nos grandes centros urbanos
Mercedes-Benz. “Lançamos o Accelo 1316 6x2 em outubro do ano passado. E este ano, até maio, nossa participação no segmento de caminhões médios aumentou sete pontos percentuais, chegando próximo de 30% de market share”, ressaltou Leoncini. “Já no segmento de leves, com o Accelo 815 e 1016, crescemos quatro pontos percentuais no mesmo período, superando 31% de market share.” O amplo portfólio da marca inclui também os veículos comerciais leves Sprinter (PBT de 3.500 a 5.000 kg) e Vito (PBT de 3.050 kg), com soluções para todas as demandas de transporte no segmento de VUC.
PARA-CHOQUES NO CIRCO O apresentador do circo anuncia: – Agora, a mulher mais corajosa do mundo vai se deitar na jaula com o tigre e vai deixar que ele a beije e abrace. É exatamente o que acontece: o tigre abraça a mulher e lambe seu rosto várias vezes. A plateia vibra. E o apresentador faz o desafio: – Alguém aqui tem coragem de fazer o mesmo? Um rapaz no fundo grita: – Eu tenho! Mas antes você tira o tigre daí!
Coceira na mão de pobre é sarna, na mão de rico é dinheiro. Costurar é para quem gosta de moda: permaneça na sua faixa. CURA TOSSE
CRUZADAS
O farmacêutico entra na sua farmácia e repara num homem petrificado, mudo, com os olhos esbugalhados, encostado na parede. E pergunta ao balconista: – Quem é esse? Parece que ele está doente... – Ah! Ele queria comprar um remédio para tosse. Achou caro, então vendi um laxante. – Você ficou maluco? Desde quando laxante é bom para tosse?!?! – É excelente! Olhe como ele está com medo de tossir.
Horizontais: 1 – Mau cheiro – Tubo por onde circula a água; 2 – Viagem a passeio (em inglês) – O apelido da Izabel; 3 – A unidade – Preposição de lugar – Símbolo químico do rádio; 4 – Personagem lendário que quis voar e se aproximou demais do Sol; 5 – Morador da Península Ibérica (Espanha e Portugal); 6 – Antigo Testamento – Sigla de Mato Grosso – Em caso de; 7 – Observar, notar – O paraíso terrestre; 8 – Príncipe ou chefe muçulmano – Via de circulação urbana. Verticais: 1 – Peixe em lata – Animal com asas; 2 – Preposição que indica companhia – Artigo de um contrato; 3 – A fala do cachorro – Instituto de Botânica – Acha graça; 4 – Palavra reduzida que indica o que acabou de acontecer; 5 – Planeta vizinho da Terra; 6 – Tipo de sangue que permite receber doações de sangue de qualquer outro tipo – Sigla de Rondônia – Aparece sempre antes do nome do médico; 7 – O imperador que incendiou Roma para fazer canções – Se não é meu, é...; 8 – Saudação – Cobre as asas das aves.
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Soluções: Horizontais – aça, cano, tour, bel, um, em, ra, icaro, ibero, at, mt, se, ver, eden, emir, rua. Verticais – atum, ave, com, item, au, ib, ri, recém, marte, ab, ro, dr, nero, seu, ola, pena.
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