Revista Catarina edicao 28

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R$20,00 €7,90 revistacatarina.com.br

SUL FASHION WEEK

DENIM PRÊT-À-PORTER


reinaldolourenco.com


Bob Wolfenson


ÁGUADECOCOALEXANDREHER NCIAÇÃOCARINADUEKCARLO IL I AE CH EN IQU E C EC I L I A PR A D CO NSTANÇAB ASTOC R I SB A R R AROMANOGLORIACO ELHOHU

APE TOUMAJEFFERSONKULIGJ

N Y V I X L I L LY S A R T I L I N O V I L L A V E MACMARCELOQUADROSMARI

A R T H AMED EI R O SMAURICIOME

P A T A C H O U P E D R O LOU R E N Ç O P

G A R O S A C HÁ S ALINA S S E R G I O K


RCHCOVITCHAMIRSLAMAANU S M I E L E C A VA G E C A V A LE R A C E C OCIA.MARÍTIMACLUBEBOSSA OSERIKAIKEZILIGIGGIULIAN I S C LO SI LYAI O DI C E I S A B E L AC

JO DE M E R J U L I A N A J A B O U R L E N

ENTUR A LO L I T TA M A D R I H M A R A A B O N I TA MA R I A BO NITAE X T R A M

ED E I R O S T R I Y A M I X E D O S K L E N

PELUPOKO PA N O R ONALDOF RA

K.S ERPUIMARIETHAISGUSMÃO


EDITORIAL

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As edições da Catarina sempre marcam um novo momento, algo especial na nossa história. Agora o que comemoramos é a possibilidade de mudar o cenário da moda do Sul do país, trazendo mais informação para um mercado forte, porém sem a visibilidade nacional que merece. Apenas um evento reconhecido em todo o Brasil e que faça parte do calendário nacional poderá mudar esse panorama. Por isso, aqui estamos nós, lutando mais uma vez por iniciativas e projetos que acreditamos. Sul Fashion Week e Denim Prêt-à-Porter, as duas frentes de atuação do evento que iremos realizar em junho, representam muito dos valores que constróem nosso trabalho: valor ao DNA regional, mas sempre com foco global. Na matéria que antecipa todos os detalhes para nossos leitores, apresentamos algumas ideias. E aproveitamos para agradecer aos nossos patrocinadores, que acreditaram no evento desde o início: Vicunha Têxtil, Tecnoblu, ABEST e Coltex Têxtil. São empresas e instituições como essas que fazem com que a moda brasileira cresça cada dia mais e possibilitam que nossos sonhos virem realidade.

Beijos, Patricia Lima

Catarina’s issues always indicate a new moment or something special in our history. This time, we celebrate the possibility to change the South of Brazil’s fashion scene, bringing more information to a strong market that does not have the national visibility it deserves. With just one event that is recognized throughout the country and becomes part of the nation calendar, we can change that scenario. That is why we are here, fighting once again for initiatives and projects we believe in. Sul Fashion Week and Denim Prêt-à-Porter, the two fronts of the event we will organize in June, represent the principles that we base our work on: to value our regional DNA, but always with a global focus. In the article that anticipates all the details to our readers, we present some ideas. We also take this opportunity to thank all of our sponsors, who have believed in the event since the very beginning: Vicunha Têxtil, Tecnoblu, ABEST, and Coltex Têxtil. Companies and associations like those are what impulses Brazilian fashion to grow with each day and make our dreams come true. Kisses, Patricia Lima

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SUMÁRIO EDIÇÃO 28 24

S u l F a s h i o n We e k e D e n i m P r ê t - à - P o r t e r

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Mercado JeansWear

Editora-chefe: Patrícia Lima patirl@revistacatarina.com.br Jornalistas: Camila Beaumord / Juliana Cesar Designers: Bernardo Presser Marocco / Vivian Goldfeder Lobenwein Tradução: Camila Beaumord

32 Renato Kherlakian

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Te m p o r a d a d e i nv e r n o 2 01 2 i n t e r n a c i o n a l

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B u r e au P r i n t M a n i a 48 Street Style Paris & Londres

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Colaboradores: Brisa Issa, Du Borsatto, Felipe Miguele, Luigi Torre, Helder Rodrigues, Henrique Tank, Hugo Toni, Juliana Muñoz, Lucas Fonseca, Renata Hazan, Rodrigo Polack Publicidade: comercial@revistacatarina.com.br Assinatura e edições anteriores: assinatura@revistacatarina.com.br Redação: contato@revistacatarina.com.br www.revistacatarina.com.br Catarina é uma publicação bimestral distribuída internacionalmente através de mailling dirigido, venda avulsa e assinatura. A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. Este é um produto da Editora Catarina. Rua Sérgio Gil, 477 – Balneário Florianópolis – SC – CEP 88075-340 (48) 3024.3432 / (48) 3024.3437

D e n i m P r ê t - à - P o r t e r p o r H u g o To n i

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OUR SECRETS p o r D u B o r s a t t o 76 Ilustração de Diego Lara

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Marcas Cariocas 84 Mercado Internacional

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Macacão e luvas Ellus e camisa Doc Photo: Hugo Toni (ABA MGT) Styling: Henrique Tank Beauty: Helder Rodrigues Modelo: Camila Mingori (Way)


Sly Wear Avenida Ademar Vicente Knihs, 829 Bairro: Steffen Brusque – SC Tel.: (47) 3351-1044 www.slywear.com.br


LONDON FASHION WEEK

SIBLING

C o m s e u e spa ç o c o n q u ista d o n o m e rc a d o d e k n itw e a r , a S i b li n g f o rta l e c e s e u c o n c e ito d e tric ô i n ova d o r e r e b e ld e . A m a rc a , q u e r e c e n t e m e n t e d e s e n vo lv e u u m a c o l e ç ã o e sp e ci a l pa r a To psh o p, m o str o u s e u i n v e r n o di v e rtid o d u r a n t e a Lo n d o n Fa shi o n W e e k . D if e r e n t e d e u m d e sfil e , a m a rc a a pr e s e n to u e m f o rm a d e i n sta l a ç ã o s u a c o l e ç ã o i n tit u l a d a “ Pa n da R o cks ” . D e n tr o da t e n d ê n ci a “a n im a l pri n t ” r e i n v e n ta d o , o pa n d a a pa r e c e u e m tric ô s c a s u a is e d e l e s e vo l u i u pa r a ac e ss ó ri o s c o m o g o rr o s c o m p o mp o n s . english version page 90

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thetccs.com.br

JEANS

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TALENTO

A designer de bolsas Bruna Starling está sempre em busca da diferenciação. Arte, cultura e ciência são as bases para a criação das suas peças. Não somente pelo potencial rico de inspiração, mas pelo valor emocional desses temas. Bruna também procura por manifestações nacionais, reforçando assim a identidade artesanal e de brasilidade da marca. Diversos tipos de couro como bovino, suíno e caprino são usados junto a elásticos, plásticos cristal e bojos na confecção das bolsas. Para a coleção verão 2012, a principal referência é o trabalho do artista Vik Muniz (conhecido pelo documentário “O Lixo Extraordinário”). Bruna decidiu seguir os passos do artista, “os materiais são o ponto de partida para suas montagens e fotografias e são a maior expressão de sua obra, repletas de significados e referências. Da mesma maneira, partirei da seleção dos materiais para o desenvolvimento do produto, buscando evoluir as formas já trabalhadas pela marca e construindo uma identidade sólida e produtos atemporais”. A designer marca presença na primeira edição do Sul Fashion Week com essa coleção. Sobre o evento, ela acredita ser um ponto de partida para uma mudança cultural na região. “É o caminho para soluções inovadoras e para a abertura das portas do mercado. A iniciativa tem um papel importante para promover a indústria da moda no sul do Brasil, região mais reconhecida pelas grandes empresas têxteis”, diz a designer que já participou de feiras do setor em São Paulo e exportou seus produtos para a Itália e o Japão. english version page 90

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b

bRUNA

STARLING


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TOP 10

première

vision

S E PA R A M O S O QUE V I M O S D E M E L H O R NA P R E M I È R E V I S I ON S P R I NG S U M M E R 2 01 2 english version page 90

Rendas e tecidos rústicos estavam presentes em todos os fóruns da feira.

O maior Fórum da Première com os principais tecidos e cores.

2. 4.

A s E M BA L AGEN S inovadoras com materiais inusitados como madeira, couro, bambu e tecidos.

3.

A s TABE L A S D E C O R e todo o cuidado com que e l a s fo r a m e x p o s t a s s ã o dignos de aplausos.

Tabela de cor do Modamont, feira de aviamentos e amebalagens.

8.

Print do INDIGO, espaço das estamparias na Première Vision.

P R I N T S fe i t o s à m ã o fo r a m u m s h o w à par te de criatividade de estilistas de toda a Europa.

Ó P T I C O S e GEO M É T R I C O S i n o v a m a s fo r m a s b á s i c a s dando ar moderno e por várias vezes étnico.

I n c r í v e i s fo r a m o s t e c i d o s d i fe r e n c i a d o s . U n s e r a m M E TA L I Z A D O S e m d u a s c o r e s , o u t r o s p a r e c i a m C E LO FANE , e h av i a a i n d a os PLÁSTICOS com textura acetinada e impermeável.

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O s F LO R A I S d e t o d o s o s t i p o s encantaram nossa equipe. Dos menores aos maiores, dos brocados aos apagados.

PLISSADOS são a nova onda nas ruas e também na Première. Eles aparecem em tecidos fluídos e em malhas, estampados ou não.

5. 6.

1.

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7.

O J AC QUA R D é uma aposta certa, seja floral, tipográfico ou estampado.

A presença constante d a R EN DA d e v á r i a s fo r m a s : c o l o r i d a , dourada, prateada, trabalhada com paetê ou voal, em crouchê e emborrachada.

M A L H A S . D i fe r e n c i a d a s p o r m e s c l a s , d u p l a s f a c e e c o r e s c o m o pistache, laranja e terrosos, além das versões em brilho.


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MÚSICA

Da s pa s s ar e l a s ao s pa lc o s A trajetória musical da modelo Karen Elson A britânica Karen Elson provou ter inúmeras facetas. Por muitos anos, a ruiva consolidou sua carreira de modelo, emprestando seu rosto para campanhas da Armani, Prada, Chanel e Yves Saint Laurent. Mas, paralelamente ao glamour da vida no mundo da moda, Elson exercitava seu amor pela música. Em seu apartamento no bairro East Village de Manhattan, Karen treinava melodias em seu violão e gravava “diários musicais”. “Gravei vários diários com péssimas músicas, mas sempre soube que eu era capaz. Apenas tinha de ter paciência e querer aprender. Não forçar, mas treinar aos poucos”, afirmou. Além dos exercícios que praticava na privacidade de seu lar, Elson adquiriu experiência com alguns projetos de amigos. Em 2003, participou como backing vocal na versão de Last Time I Saw Her do ex-Led Zeppelin Robert Plant. Cat Power a convidou para cantar junto na versão em inglês de Je T’aime... Moi Non Plus em uma coletânea em homenagem a Serge Gainsbourg. Mas foi o casamento com o músico Jack White

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que deu aquele empurrãozinho na carreira artística de Elson. Os dois se conheceram nas gravações do clipe de Blue Orchid dos White Stripes e se casaram em 2005. Karen se mudou para Nashville, onde ela e o marido criam seus dois filhos. Ao balancear a vida de casada e sua carreira de modelo, Elson percebeu o prazer que a música lhe proporcionava e deixou de lado qualquer dúvida sobre seu talento. Assim nasceu sua parceira com o coletivo artístico e musical The Citizens Band. Mesmo com seu envolvimento com o coletivo, Karen nunca deixou seus diários musicais de lado. Um dia, White a ouviu cantando uma composição própria e se interessou. “Esse é um dos lados brilhantes de Jack. Ele é tão aberto e dinâmico com a música que não perde tempo. Quando ouve algo que realmente gosta, já quer gravar no mesmo dia. É assim com todo mundo e não foi diferente comigo”, diz Elson. Em pouco tempo, seu álbum de estreia, The Ghost Who Walks, foi

finalizado. Além do marido na produção e na bateria de algumas faixas, o disco conta com Jackson Smith; Rachelle Garniez, da The Citizens Band; Jack Lawrence, da banda The Dead Weathers; e Carl Broemel, do grupo My Morning’s Jacket. Essa equipe de criativos garantiu um tom misterioso a The Ghost Who Walks, que tem conquistado a crítica e o público. Karen explicou que foi encorajada a seguir seus instintos sempre. “Jack me apoiou muito! Ele produziu o álbum e logicamente contribuiu nas gravações, mas nunca interferiu nas minhas ideias ou falou ‘faça isso’. Pelo contrário, ele sempre me disse para acreditar em mim mesma e ter fé!”. Concordamos plenamente com a opinião de White; depois de ouvir o disco, é impossível não acreditar no talento de Karen Elson. english version page 90



ZIP ZONE / PARIS

a gol a do século X XI Arte para vestir. Essa é a avaliação da própria Silvia Beccaria em relação ao seu trabalho. A estilista italiana busca nos materiais alternativos, nem sempre usados na confecção de roupas ou acessórios, matéria-prima para suas peças inspiradas nas golas antigas do século XVI. Silvia é fascinada por adereços decorativos no pescoço e conta que a inspiração para o seu trabalho vem da terra. “Para mim, as golas são complementos capazes de dar uma ênfase extraordinária sobre a beleza e a expressividade do rosto. Todas as minhas golas têm um nome de um tipo de alface porque é como elas eram chamadas na Itália. Então, eu pesquisei os nomes de diferentes espécies de alface, é a minha inspiração”, explica.

Para criar seus produtos, ela adota uma técnica milenar, os teares manuais, utilizando fibras tradicionais de tecelagem e outras dificilmente trabalhadas dessa forma. As joias contemporâneas de Silvia são confeccionadas com látex, borracha, plástico ou papel. A escolha é feita através da consistência, elasticidade, transparência e cor do material. As fibras, presas por tramas, ficam livres para se mover, criando um efeito tridimensional como o das golas antigas. Um dos componentes dessas peças é a ecossustentabilidade. “Minhas criações têm características ecológicas porque trabalho sem electricidade, o tear é esforço humano. Eu lido com fibras naturais, às vezes com material reciclado e, portanto, acaba sendo amigável para o ambiente, mas isso não é a alma do meu trabalho”, diz a estilista que destaca como sendo essências do seu trabalho o olhar sobre o passado e a linguagem contemporânea de pesquisa e experimentação, indo contra as regras mas com cuidado sobre a hereditariedade da técnica.

Mesmo classificando suas criações como arte para vestir, algumas pessoas ainda não conseguem definir a profissão de Silvia. Uma artista que trabalha com fibra ou uma designer de moda? Para ela, a distinção é muito sutil porque considera a moda como um processo de investigação, experimentação e inovação, sendo, assim, uma forma de arte. Além disso, a combinação entre coração e mente influencia na transparência das suas emoções, o que faz desses materiais seus instrumentos linguísticos. Perguntada se suas joias são conceituais ou comerciais, Silvia responde, “se considerarmos os produtos comerciais como repetitivos e sem originalidade, meu trabalho não é comercial. Eu gostaria que as pessoas ousassem mais e se vestissem de forma única. Isso criaria um respeito maior pela personalidade do designer e um trabalho como o meu se tornaria mais comercial”. english version page 91

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Acervo EstĂşdio Tecnoblu: Research Hong Kong | 2010

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CATWALK

A moda ganha novos formatos de apresentação

Coleção Inverno 2012 de Craig Lawrence na London Fashion Week apresentada em forma narrativa. Detalhe do acessor ao fundo descrevendo tecnicamente a peça.

É fácil comparar a moda ao futebol porque ambos despertam paixões e produzem momentos mágicos para aqueles que se envolvem. Momentos como quando a trilha começa, as luzes se acendem e a modelo entra na passarela são emocionantes e hipnotizam o público (principalmente se o look for bom), assim como a hora em que a bola bate na rede e todos gritam gol. A magia do desfile encanta até quem não tem envolvimento nenhum com o meio da moda. Mas mesmo com a força da imagem de uma modelo na passarela, o mercado encontra novas possibilidades e formas de apresentar coleções e propostas para as estações. Nas semanas internacionais, esses caminhos conquistam mais marcas a cada temporada. O público é selecionado, com entrada permitida apenas para compradores e imprensa especializada; em geral, entre cinquenta e cem pessoas têm acesso ao lançamento da coleção. A grande vantagem é conhecer de perto o produto que está sendo lançado, o que muitas vezes (quase sempre) não é possível nas salas de desfiles. Todos os detalhes ali, ao alcance do seu braço, e com modelos parados na sua frente, disponíveis para todas as fotos que você quiser tirar. Diferente de um showroom, são instalações de moda ou

apresentações, cada uma com o perfil do seu criador. E o melhor está em ter o estilista no local, disposto a dar entrevistas e explicar todo o conceito da coleção da maneira mais exclusiva possível. A Designers Remix, que tem a criação assinada pela estilista Charlotte Eskildsen, de Copenhagen/ Dinamarca, foi uma das marcas que optou por esse formato de apresentação. Em uma pequena sala, foram montadas quatro instalações separadas com modelos vestindo as peças e na parte de trás araras com a coleção. Ali, a estilista apresentou sua coleção inspirada na arquitetura do jardim francês Palais Royal, localizado no centro de Paris. Mas tem um pequeno detalhe que torna essas instalações difíceis e bastante especiais. O formato de apresentação só é possível com um produto muito qualificado, pois, aos olhos nus, não há truques de styling ou luz que salvem uma peça mal acabada, como muitas vezes acontece em um desfile. Para aqueles que acham a coleção praticamente uma obra de arte, como o jovem Craig Lawrence, podem se dar ao luxo de apresentar um look de cada vez, todos sendo descritos tecnicamente pelo assessor de imprensa com um microfone em mãos. Essa é uma clara evolução da moda mundial. english version page 91

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EVENTO POR PATRICIA LIMA

Su l d o pa í s e n t ra para c a l e ndá r i o na c i o na l da

m o da Calendário Nacional Pela primeira vez na história da moda brasileira, o mercado ganha um evento com representatividade nacional no sul do país. Sul Fashion Week e Denim Prêt-à-Porter são as duas frentes de atuação de um evento só. Ocorrerão nos dias 09, 10 e 11 de junho, em Florianópolis, no Hotel Majestic. Os eventos serão realizados em andares diferentes, sendo segmentados em jeanswear e em marcas de alfaiataria, acessórios e beachwear. O hotel hospedará ainda os 300 compradores VIP’s e abrigará a programação paralela de conteúdo do evento, com uma mostra de filmes de moda. A união entre um showroom premium de negócios e um line up de desfiles de grifes selecionadas marca esse novo momento para os três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O evento tem como proposta incluir a região no calendário nacional de eventos de moda. Até esse ano, os três estados recebiam apenas eventos focados no consumidor final, patrocinados por shoppings, nos quais as coleções apresentadas não defendiam tendências para a próxima temporada e nem apresentavam coleções, já que o que estava na passarela eram propostas já encontradas nas lojas. Os desfiles fazem parte de uma estratégia dos lojistas para aquecer suas vendas. Agora o showroom trará coleções inéditas, prontas para ser lançadas para compradores e imprensa especializada. As marcas participantes do evento, escolhidas dentro do perfil do evento, terão oportunidade de abrir novos pontos de venda, fidelizar seus melhores compradores e estarão no mercado próspero do Sul do país. Um dos grandes diferenciais está no fato dos expositores terem direito a convidar seus clientes para virem ao evento com tudo pago pela organização. O número de compradores por marca muda de acordo com o tamanho do espaço que a marca ocupará no showroom.

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SU

FASH I O SUL FASH ION W EEK


UL A organização

Essa proposta foi construída com a experiência de mercado que ganhamos ao cobrir os principais eventos de moda do mundo. Sair do roteiro tradicional de cobertura das temporadas internacionais e olhar para o macro; conhecer os trade shows e eventos de novos estilistas fomentou o desejo de encarar um grande projeto, capaz de realmente fazer diferença na realidade das marcas e criadores do Sul. A iniciativa de fazer o evento ainda em 2011 foi uma atitude preventiva porque empresas organizadoras de eventos passaram a olhar o Sul como um próspero mercado e, se alguma dessas empresas viesse para realizar uma semana de moda no sul, perderíamos todo o contexto regional e a defesa das necessidades da região. Pontos a serem levados em conta por quem conhece o mercado como a palma da mão. O que para outros poderia ser apenas um evento, para nós é um ideal de mercado. Sonhamos em ter nossos designers e estilistas reconhecidos nacionalmente. Não queremos apenas ter o pólo têxtil aquecido. Nossas ideias e criações precisam de reconhecimento, nossas marcas podem ser lançadoras de tendência e com DNA fortalecido. Nossos sonhos viram objetivo e, a partir disso, trabalhamos com muito planejamento para que consigamos gerar resultados efetivos para as marcas que acreditam e apostam no nosso ideal. Nossos patrocinadores e parceiros são responsáveis por tornar esse projeto viável e real. Grandes empresas e instituições mostram que, com responsabilidade e um ideal bem traçado, é possível transformar o mercado para melhor. Entre os patrocinadores estão Vicunha, ABEST, Tecnoblu e Coltex e entre os parceiros temos WGSN, Orbitato e IBModa.

ON WEEK

“ S o n h a m o s e m t e r n o ss o s

d e si g n e rs E e stilista s r e c o n h e cid o s n aci o n a lm e n t e . n ã o q u e r e m o s a p e n a s t e r o p ó lo t ê x til aq u e cid o .

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EVENTO

SUL FA S H I O N WEEK Sul Fashion Week

Programação paralela

Cada detalhe está sendo pensado. As locações dos desfiles serão espalhadas pela cidade, e a cenografia será o ambiente que receberá o desfile, assim como acontece nas semanas internacionais de moda. Desfiles selecionados devem apresentar o melhor das marcas. O público é segmentado, focado em compradores e imprensa especializada. Já o showroom tem como objetivo gerar negócios e abrir novos clientes para as marcas expositoras porque acreditamos que um evento de moda é alicerçado pelos seguintes valores: resultado, criação e exposição.

Nem só de negócios e desfiles o Sul Fashion Week e o Denim Prêt-à-Porter são feitos. Muita informação qualificada estará disponível para os visitantes, como palestras, workshops, mesa-redonda e pocket shows. Tanto compradores terão informações sobre as tendências verão 2012, como estilistas e empresários do setor terão acesso às tendências para o inverno 2012.

Denim Prêt-à-Porter Será o primeiro evento destinado ao mercado de jeanswear. Com proposta de cenografia padronizada para todas as marcas expositoras, o Denim-Prêt-à-Porter é global e tem como objetivo traduzir comportamento de consumo e tendências de denim para os visitantes, tanto compradores como profissionais de moda e confeccionistas. A atmosfera será urbana, repleta de elementos que constróem o universo do jeanswear.

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Para ficar por dentro de todos os detalhes e horários, entre nos sites oficiais dos eventos:

w w w. s u l f a s h i o n w e e k . c o m . b r w w w. d e n i m p r e t a p o r t e r. c o m . b r english version page 91


VERテグ 12 Showroom | Sテ」o Paulo R. Barテ」o de Capanema, 551 - Jardins (11) 2737.3334 / (11) 6452.7405 showroom@uma.com.br www.uma.com.br

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O

MERCADO JEANSWEAR POR CAMILA BEAUMORD

império DO

azul

É difícil imaginar uma época sem a calça jeans. Uniforme dos mineradores da Califórnia no final do século XIX, a peça se modernizou e foi incorporada à cultura popular. Imagens de jovens protestando por paz nos anos 60, dos rudes cowboys dos filmes western, dos discípulos do grunge com suas calças rebaixadas e de skatistas lutando contra a gravidade em manobras surreais ficariam incompletas sem um par de jeans. Mas a que se deve o sucesso desse simples artigo de roupa que virou um ícone de nosso tempo? O denim, material utilizado na fabricação do jeans, é uma das respostas. Esse tecido é uma sarja (tecido de construção diagonal) de algodão produzida a partir de uma trama (fios transversais do tecido) em fio cru e um urdume (conjunto de fios longitudinais) em fio tinto. Visto que as mais notáveis qualidades de sua principal matéria-prima são a secagem rápida, o fácil manuseio, a solidez e o conforto (devido à suavidade do fio de algodão), o denim se torna um tecido prático para muitas ocasiões. Na época em que o jeans era utilizado exclusivamente como vestuário de trabalhos pesados, a opção do tingimento com o corante índigo era ideal, pois o produto garante uma tonalidade azul escura que disfarça manchas e sujeiras. Curiosamente, o índigo não tem muita afinidade com o algodão e causa um

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O processo de tingimento A fabricação do denim depende do processo de tingimento dos fios destinados ao urdume. Para tal, há dois processos básicos: a) em corda, também conhecido como “multicaixas rope-dye”; e b) em urdume aberto, mais conhecido como “método loop-dye”. O processo multicaixas rope-dye produz resultados mais uniformes, porém exige maior investimento em instalação (as máquinas de tingir chegam a alcançar 12 m de altura, ocupando um espaço de cerca de 60 m). Já o urdume aberto é mais versátil e adequado para a produção de tecidos mais leves, como denim para camisaria.

eventual desgaste ao tecido. Para um bom resultado final, as confecções se apropriam da técnica de tingimento adequada antes do processo de lavagem. Mas o denim só ganha vida uma vez trabalhado. Esse é outro grande apelo do jeans: a forma com que o uniforme evoluiu e se transformou em uma variedade de peças para todos os públicos. Hoje, há calças, jaquetas, bermudas, saias, coletes, vestidos, calçados, acessórios em diferentes tonalidades, lavagens, cortes e aplicações ao tecido. A democratização do jeanswear não aceita a exclusão; o denim é visto tanto em crianças quanto em pessoas idosas. Em um mundo liderado pela cultura do jeans, o Brasil é um grande destaque. O segmento movimenta cerca de US$ 8 bilhões por ano mundialmente, e o nosso país aparece como o segundo maior produtor de denim. Só em 2010, mais de 320 milhões de peças jeanswear foram produzidas em solo brasiliero. As fabricantes investem em peso em produção e exportação, alcançando mais de US$ 1,5 bilhão.

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MERCADO JEANSWEAR

Denim sustentável Sustentabilidade é um assunto que aparece na moda com frequência. O segmento jeans passou pela fase “verde” há dois anos, quando grifes começaram a experimentar o algodão orgânico, isto é, cultivado sem o uso de elementos químicos tóxicos. Hoje, empresas como a Levi’s, H&M, Adidas e Nike vão além e procuram investir em fornecedores que se preocupam com outras questões. O uso da água, o impacto ambiental do processo de tingimento, o reaproveitamento de materiais e a qualidade de vida dos trabalhadores são algumas preocupações. “Almejamos uma solução maior”, afirma Michael Kobori, vice-presidente da área sustentável da Levi Strauss. A marca se associou com a Better Cotton Initiative, uma parceria sem fins lucrativos que utiliza 35% a menos de água e toxinas nas suas plantações na Índia e no Paquistão. Os primeiros produtos elaborados com a matéria-prima da Better Cotton estarão à venda em 2012, mas a meta de Kobori é utilizá-la em todas as peças da Levi’s.

No caso da Vicunha Têxtil, líder na produção de índigos e brins na América Latina e uma das três maiores fabricantes do mundo, inovação e tecnologia para diferenciação de seus produtos foram os principais focos do negócio em 2010, com investimento em pesquisa, desenvolvimento e marketing e relacionamento com clientes. Os resultados da empresa no ano passado foram excelentes, com um registro de lucro líquido de R$ 70 milhões. A receita líquida consolidada alcançou R$ 884 milhões, crescimento de 26% em relação ao ano anterior (R$ 700 milhões). Porém, apesar dos números favoráveis, o país enfrenta um grande desafio: a ressaca da crise mundial que afetou seus principais exportadores. Somada às restrições comerciais da vizinha Argentina, as dificuldades externas refletem diretamente no nosso quadro econômico. Nos últimos cinco anos, a exportação do denim brasileiro decaiu de 76 milhões de metros para 23 milhões. O mesmo ocorreu com a exportação da calça jeans. Se em 2005 exportávamos 6,4 milhões de calças, hoje em dia apenas 340 mil chegam ao estrangeiro. O pouco que foi exportado foi referente a peças com maior valor agregado de marca, que são mais caras e reconhecidas internacionalmente. As estatísticas podem parecer desanimadoras, mas o fato é que o Brasil tem uma potente indústria própria que precisa apenas remanejar suas estratégias de vendas. Olhar para o mercado interno e fortalecer a imagem da marca com o público local é indispensável. Para isso, é necessário um grande investimento em pesquisa. O consumidor brasileiro, afinal, é informado e certamente estará em busca das novidades frescas. english version page 92

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LOOSHstudio

zezzomais.com.br

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PERFIL POR LUIGI TORRE

RE N ATO Khe rl aki an 32


“ Em 1 9 61 , n o p o rto d e S a n to s , s u b i n u m n av i o d e b a n d e ir a g r e g a pa r a c o mpr a r j u n to c o m m e u s prim o s , a mi g o s e irm ã o m a is v e lh o , mi n h a prim e ir a c a l ç a L e e b r u ta . E u ti n h a 1 1 a n o s , e e ss a f o i mi n h a prim e ir a c a l ç a pr o d u zid a f o r a d o Br a sil . N ã o p o ss o diz e r q u e f o i a í q u e m e a pa i xo n e i p e lo j e a n s , m a s a d q u irir m e u n ovo j e a n s b r u to d e b a rr a v ir a da f o i u m m o m e n to m u ito ag r a dá v e l e m mi n h a v ida” .

Fastfoward 50 anos e hoje Renato Kherlakian é uma das maiores autoridades em jeanswear no Brasil. Ele foi um dos pioneiros a desbravar o mercado nacional no setor com a Zoomp, e atualmente é o responsável por um dos denims de maior qualidade produzidos em solo brasileiro. Sua paixão pelo jeans, diz ele, foi sendo adquirido ao longo dos muitos anos de carreira. “Talvez minha paixão maior tenha surgido mesmo em 1972, ano em que comecei minha confecção”, conta, complementando que depois de várias experiências com diferentes tecidos e estampas decidiu focar-se numa matéria-prima que fosse mais eterna: o denim. Em 1974, então, lançou uma das primeiras marcas nacionais voltadas para o jeans como moda: a Zoomp. Com apenas dois anos de existência, a grife do raio amarelo já era sinônimo de tudo que havia de mais moderno e descolado quando o assunto era jeans. Durante as décadas de 1980 e 1990, a marca do raio se consolidou como um dos maiores celeiros de boas ideias da moda nacional, em grande parte em função das inventivas ações de marketing, que chegaram até a contar com cliques de Mario Testino e styling de Carine Roitfeld no fim dos anos 90. Mas como toda boa história de amor tem seus altos e baixos, em 2007, Renato viu seu império nas mãos do grupo I’M (Identidade Moda), que havia adquirido sua marca e o destituído de seu cargo. Pertencente à holding HLDC, dos em-

presários Enzo Monzani e Conrado Will, a I’M pretendia ser o maior grupo de moda nacional, porém não demorou muito para que o ambicioso plano se revelasse um dos maiores engodos da curta história da moda brasileira. Proibido de competir diretamente com os novos administradores da Zoomp, Renato se viu forçado a ficar fora do mercado por três anos, período em que aproveitou para estudar bem as mudanças que vinham acontecendo no mercado brasileiro. “Percebi que nos últimos anos (2006, 2007 e 2008) o mercado de jeanswear no Brasil havia perdido muito do seu glamour”, diz ele. “Virou uma commodity, com as marcas nacionais disputando os consumidores populares e as gringas, os de classe mais alta. Foi aí que fortaleci minha ideia no denim, trazendo para o mercado brasileiro um novo peso e uma nova cara ao índigo nacional”. Com mais qualidade, melhor acabamento e uma preocupação sem igual pela vestibilidade e caimento das peças, nasceu em 2009 a RK Denim, marca que surgiu focada no mais puro conceito de qualidade. “Tanto no requinte de desenho, no acabamento, na forração dos bolsos, nos aviamentos...”, comenta Renato, que tem nas curvas femininas o foco e a força motora de toda sua paixão. Aliás, foi a partir de um cuidadoso estudo sobre as mudanças de comportamento e desejo da mulher de hoje que Renato conseguiu desenvolver as seis modelagens (três mais justas e três mais soltas, todas com diferentes formas e caimentos)

que hoje integram a base de suas coleções. “Com essas seis modelagens distintas, mais duas alturas de gancho e numeração intermediária, conseguimos fazer com que a consumidora tenha sempre uma peça ideal para seu corpo”. Como categorizar esse jeans de altíssima qualidade? Premium não é bem o termo que Renato mais gosta. “Hoje premium é muito mais um slogan do que uma qualidade endossada por um produto de qualidade”, afirma ele. “Em vez de me apropriar dele, resolvi fazer algo superior”. Talvez então o melhor jeito de caracterizar o jeans da RK Denim seja recorrendo ao que há de mais sofisticado na moda: a alta-costura. Surge então o que o mercado passou a chamar de demi-couture do jeans. Expressão que pode soar exagerada, mas não é tão distante assim da realidade que as consumidoras da RK encontram em suas peças: um jeans que, como poucos, se molda perfeitamente às curvas do corpo feminino. Peças de extrema qualidade feitas para durar a vida toda – como todo bom par de jeans. E com conceito e acabamentos tão cuidadosos e dotados de uma certa eternidade, surge a pergunta de como lidar com as ondas de mercado, ou, em linguagem comum, as tendências. Para isso, Renato acaba de lançar a Renato Kherlakian, marca que pretende suprir essa demanda por peças, digamos, mais passageiras. “É uma grife que traz opções para completar o jeans”, comenta o estilista e empresário que desfilará pela primeira vez com suas novas marcas no Denim Prêt-à-Porter. english version page 93

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temporada

2012

inverno POR PATRICIA LIMA E JULIANA CESAR english version page 93

Agan ov ic h

Aganovich foi meio decepcionante por um lado e gratificante por outro. A marca cresceu e apareceu. Nessa temporada, a presença da imprensa foi maior, e a locação, Palais de Tokio, ajudou ainda mais a colocar a marca na programação dos desfiles que devem ser vistos em Paris. A direção criativa mudou bastante, e isso fica muito claro para quem conheceu a última coleção e viu o desfile apresentado na semana de Paris. Antes, o discurso defendia a união entre moda e arte e, com uma instalação que não foi muito bem-sucedida, a dupla criativa falava sobre a visão diferenciada sobre a moda. O que vimos foi uma coleção mais madura, que brincava com diferentes materiais e texturas, todos em azul. Peças geométricas que misturavam algumas comerciais com outras conceituais. Mas não havia nada mais de arte ou defesa de um ideal. Perder a esperança no que se faz é muito sério. Sabemos que o mercado muda conceitos e determina produtos, mas é meio chocante quando vemos a mudança de ideal de uma marca.

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Mais o n Martin Margi e la Divulgação

Experimentação é a essência desta maison. Os zíperes, fechos, fendas e aberturas foram estudados de várias maneiras nessa coleção. Nos casacos e saias longas, as formas arredondadas misturam-se às linhas retas, fáceis e simples. É tudo meio solto, meio preso, certo ou do avesso. No geral, é uma coleção confusa pela quantidade de elementos, mas com peças interessantes e, mesmo assim, cheias de referências comerciais.

al e x is m abill e

Divulgação

A coleção de Alexis Mabille passeia por duas décadas emblemáticas, os anos 60 e os 70. Pensemos na fase de transição. Calças de boca larga, cores como roxo, vermelho e caramelo, batas acinturadas com amarrações, transparências e detalhes em forma de gotas no decote. Além disso, elementos étnicos orientais surgem em peças nas quais o acabamento é multicolorido, como a estamparia e a modelagem dos casacos chineses.

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Marcio Madeira

pedro lourenço São 18 horas em Paris, no bairro Saint-Germain-des-Prés, e a calma de Pedro Lourenço nem nos lembra que seu desfile irá acontecer em uma hora. Aos dezenove anos, o jovem brasileiro é um dos nomes de destaque da semana de moda francesa. Na primeira fila, a presença das principais editoras de moda do mundo, como a inglesa Suzy Menkes (New York Times), está confirmada, e a equipe que está no backstage é poderosa. Desde a assinatura da beleza até o casting das modelos, é possível perceber uma incrível qualidade de produção. Enquanto as modelos são maquiadas, uma compradora árabe recebe total atenção do estilista, que nem olha no relógio e dedica seu tempo a mostrar as peças que serão desfiladas. A tranquilidade de Pedro deve ter vindo da mãe, a estilista Glória Coelho, que também garante estar calma. Já o pai, o (também) estilista Reinaldo Lourenço, está nervoso. Mostra as mãos e vai logo explicando: “Olha só, minhas mãos estão suando. Estou ansioso, parece que é meu desfile”. Mas logo corrige entre gargalhadas. “Não, no meu desfile eu nunca fico assim, só no do Pedro”. Questionado sobre o orgulho de pai nesse momento, Reinaldo confirma a velha máxima que diz que os filhos realizam aquilo que os pais almejaram um dia, mas não realizaram. E conta que parou tudo no último mês para ajudar o filho. Citações surpreendentes para a família que evita comentar o trabalho um do outro. Pedro, além de ser talentoso, tem um fator fundamental ao seu lado, a sorte. Tem as pessoas certas no seu caminho, como o diretor de arte Giovani Bianco, um dos mestres da imagem de moda no Brasil. Humildemente, Giovani garante que apenas equilibra alguns pontos do desfile. Segundo ele, Pedro Lourenço já tem toda a concepção da ideia na cabeça e não precisa da sua ajuda para construir a imagem da marca. O apoio financeiro para o estilista vem em parte de instituições como ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) e ABEST (Associação Brasileira dos Estilistas), que estavam presentes na primeira fila do desfile. Amir Slama, presidente da ABEST, afirma que o Pedro é a síntese do momento que a moda brasileira vive, resultado de um caminho trabalhado por tantos outros nomes como Alexandre Herchcovitch, Carlos Miele e ele próprio, com a Rosa Chá, quando era diretor criativo da marca. Amir reconhece e aplaude a maturidade das criações de Pedro, principalmente os cortes precisos e a geometria trabalhada por ele, e diz que é um orgulho ter a bandeira brasileira levantada por alguém tão jovem. O vice-presidente da associação dos estilistas, Waldemar Iódice (diretor criativo da Iódice), estava animado após o desfile e avisou que a instituição está pronta para apoiar marcas e estilistas interessados no mercado internacional, tanto em trade

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shows (feiras) como em desfiles. Talvez a visão positiva venha do trabalho que está sendo desenvolvido há algum tempo e agora ganha reconhecimento através das criações de Pedro. Tão animado quanto Waldemar estava Rafael Cervone, diretor da ABIT, que afirma que o Brasil nunca esteve tanto na moda e tão bem representado quanto agora. Além de Pedro Lourenço, outro nome que apareceu na passarela foi do designer Alexandre Birmann . Criador da marca que leva seu nome, Schutz, herdeiro da Arezzo e vice-presidente da Arezzo S/A, Alexandre assina pela segunda vez consecutiva a criação dos sapatos que completam a coleção do jovem estilista. “É difícil uma marca desfilar sapatos, por isso as colaborações são fundamentais nas semanas de moda. Marcas como Manolo Blahnik aparecem através de colaborações como essa que fiz para o Pedro. Estou feliz com o resultado”. Na passarela, a coleção apresentada foi extremamente luxuosa e glamourosa, com mistura de materiais, muita pele e transparência. A inspiração é agressiva, e as peças traduzem uma mulher feminina e bem animal, com referência aos gorilas, daí a explicação de tantas peles. Com esse desfile, a marca se coloca à altura das mais tradicionais francesas, com qualidade, criação autoral e informação global. O melhor de tudo? É brasileira.


KCD Worldwide

M A I S O N M ugl e r Lady Gaga abalou a Paris Fashion Week. A cantora fez performance no desfile da Mugler. A marca arrasou, procovou gritos na plateia (nada comum na sobriedade francesa) e apresentou uma coleção com o perfil do seu novo diretor criativo: Nicola Formichetti, um dos mais famosos stylists do momento. Nicola é responsável pelos tão comentados figurinos de Lady Gaga, então nada mais normal que a musa pop apareça no desfile da sua primeira coleção na Mugler. A transmissão em tempo real na internet foi um sucesso e já dá para perceber que a aposta feita pela direção da marca foi certeira. Todos os flashes do desfile devem reverter em ótimos números para os negócios da marca, afinal mídia na moda é moeda de troca - ganha quem se destaca mais - e fazia tempo que a Mugler não aparecia como apareceu. Lady Gaga deu uma aula para as modelos na passarela, que se atrapalharam com as plataformas gigantes. Ela saiu pulando de feliz no final do desfile com uma plataforma que parecia impossível de andar. Isso que é autoconfiança.

L i e S ang B o ng O embaixador do design na Coreia pode não ser muito conhecido no Brasil, mas, se depender da Catarina, todos terão acesso ao trabalho do estilista. Um dos desfiles mais disputados na semana de Paris costuma trazer inovações têxteis tecnológicas e apresentar criações autorais, mas sempre muito comerciais. Por isso, as consumidoras da marca são fieis e apaixonadas pelas peças de Lie Sang Bong. Acompanhamos há mais de cinco temporadas seus desfiles e no último vimos a natureza virar inspiração do estilista. Em uma sala de um sofisticado hotel, no centro de Paris, as luzes foram reduzidas, e uma projeção 360 graus da estamparia da coleção antecipou a padronagem desenvolvida para o inverno 2012 europeu. O trabalho de alfaiataria recebeu o design inspirado nas linhas do horizonte da Coreia. Couro, crepe de seda e pele se misturam em peças leves, com comprimento na altura dos joelhos, e botas acima deles para completar o look sóbrio e sexy da coleção.

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Divulgação

J e an Pau l G au lti e r O desfile do estilista foi uma homenagem às mulheres. Chique, sofisticada e comportada, a coleção traz diversos elementos-chave para o próximo inverno. Nos materiais, destaque para a lã, pele e couro. O trench-coat é desconstruído em diferentes versões. Se ele queria mostrar que a mulher pode ser sedutora em todas as idades, sem abusar de decotes, minicomprimentos e peças justas de prender a respiração, conseguiu.

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P e ac ho o + K r e jb e rg

GUY MORINEAU

Mas um dos destaques vai para a Peachoo + Krejberg, que apresentou todas as tendências da estação na sua coleção e ainda assim conseguiu imprimir o seu DNA. Peles misturadas com rendas e botas que foram feitas para virar objeto de desejo foram as estrelas na passarela da marca. A arquitetura que faz parte da história da Peachoo + Krejberg também apareceu nas golas altas e estruturadas, ótima criação sem cair no clichê comercial. Os estilistas reforçam na entrevista que a mulher que idealizam na sua criação é forte, objetiva e com personalidade. Ótima aposta, afinal grande parte das consumidoras de moda em potencial se enquadra nesse perfil atualmente.

A r zu K a prol Uma coleção toda em preto pode ser uma armadilha em um desfile de moda porque as roupas podem acabar parecendo as mesmas. Neste caso, a estilista Arzu Kaprol buscou materiais diferentes nos recortes, nas dobraduras e na mistura de texturas. Mesmo com essa preocupação, a coleção não tem grandes novidades. Arzu privilegia as pernas e as formas femininas. A cintura é marcada, e as peças são ajustadas, sexys e com influências futuristas.

af van d r e vo st Na montaria militar de A.F. Vandevorst, as jaquetas são assimétricas sobre calças justas combinadas com botas de equitação. Babados brancos estampados de jornal aparecem nas golas e nos quadris, em uma alusão às anquinhas do período vitoriano. Destaque para as peles e os tons austeros.

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Totem Fashion

manish arora Na lembrança das primeiras informações de moda registradas em sua memória estão cores vivas e cítricas. Não se lembra do nome do estilista em si, mas se recorda de texturas plásticas e dos volumes enormes que chamaram sua atenção. Essas lembranças parecem ter marcado realmente suas criações, já que cores e volumes são marcas registradas de suas criações. Nascido em 1972, Manish Arora tem sido reconhecido como a Índia mais contemporânea que a moda mundial tem desejado. Mas não aceita quando afirmam que a Índia ganhou mais visibilidade com o seu trabalho e cita o museu Swasrovski, localizado na Áustria, como exemplo. Diz que há um cavalo coberto por pedras exposto no museu, criado a pedido de um príncipe indiano. E continua exemplificando com a moda francesa, que ao longo dos anos, importou matéria–prima da Índia para suas criações. Ou seja, afirma que a Índia sempre foi uma referência em criação e não é seu trabalho que muda isso. Seus desfiles são espetáculos na melhor das definições para quem gosta de personalidade nas criações. Na semana de moda de Paris, que apresentou

o inverno 2012, Manish seduziu os fashionistas com um show de ilusionismo no meio do desfile. Mas a sedução não vem das mágicas realizadas e sim do jogo de cores e texturas criado pelo estilista, que tem a chave do sucesso da moda: saber transformar referências culturais, regionais e históricas em peças para consumo, modernas ou ainda como obras de arte, que é o caso de Manish Arora. O estilista é o retrato da moda globalizada. “Quando estou desenvolvendo uma nova coleção, eu já penso nos diferentes mercados que atendo: compradores japoneses, boutiques francesas, consumidores americanos, etc. As peças devem completar diferentes mentalidades. Em uma mesma coleção você deve agradar o mercado, russo, indiano, americano... Para designers de moda, é hora de pensar global”. Perguntado sobre suas parcerias bem-sucedidas com marcas como Nívea, Nespresso, Swasrovski e Reebok, Manish afirma que não tem pretensão, apenas cria algo quando solicitam. Afinal, segundo ele, a moda é apenas sua forma de se expressar para o mundo.

Amrei Hofstätter A designer gráfica alemã Amrei Hofstätter, 31, investe seu tempo livre em ilustrações surreais, misturando elementos do passado com linhas futuristas. “Concordo com a teoria de que, quando adultos, somos atraídos principalmente para as mesmas coisas que amávamos quando crianças”, diz Amrei. Suas ilustrações serviram de inspiração para a coleção outono/inverno 2011/12 do estilista Manish Arora. Catarina: As bonecas foram inspirações para Manish Arora. Você poderia falar sobre essa parceria? Amrei Hofstätter: Esse projeto é realmente mágico e muito especial para mim. Eu sou uma grande admiradora do Manish. Foi particularmente emocionante ver o meu trabalho transferido de uma tela estática para roupas, uma transição que para mim nunca pareceu tão fácil. Manish, sendo fiel às suas origens culturais, é muito aberto a uma variedade de diferentes influências, dando à sua produção um toque internacional e contemporâneo. Meu trabalho é inspirado por muitos elementos diferentes. Então eu acho que é esse ecletismo que o atraiu. Fiquei muito feliz com o resultado final. Fui para Paris assistir ao show e foi uma experiência incrivelmente emocionante, única. Catarina: Não é a primeira vez que você trabalha com moda. Qual é a sua relação com ela? AH: Eu amo moda quando há um aspecto arrojado e experimental. Sempre tento criar uma atmosfera comovente e real. O Manish Arora e sua equipe capturaram essa essência. Essa colaboração é um exemplo perfeito de como a moda e a arte podem se nutrir mutuamente e chegar a um nível interessante de criatividade. A resposta é encontrar dois artistas cujo universo visual caminha junto.

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I ss e y Mi yak e

Pressoffice

O dedilhar no piano serviu de trilha para o desfile que iniciou com vestidos de origami em papel branco, feitos na hora, no corpo das modelos. Ali já se anunciava o clima da coleção. Dobraduras e fios trançados formando tramas em ziguezagues simples ou tridimensionados. Nesse universo cheio de ângulos e pontas, o xadrez tartan ficou perdido e desnecessário.

e m an u e l u ngar o Sensualidade e elementos fetichistas. Pele, veludo e tweed nos trajes ajustados. O couro é explorado tanto nos looks para o dia quanto para a noite, trabalhado em fios e tiras ou misturado com transparências, paetês e acessórios metálicos. Estampas florais quebram a coleção majoritariamente negra.

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Divulgação

c h an e l

Uma marca que busca o rejuvenescimento a cada temporada. Nesta coleção, a Chanel contestadora e de temperamento forte abusa do estilo tomboy. As calças e os macacões são folgados e confortáveis; o tricô é elemento forte e lembra muito o tweed tradicional da marca. As jaquetas e os casacos vêm em formas ajustadas ou bordados. Tons sóbrios como o preto, cinza, bordô e verde-musgo reforçam o estilo, como a Mademoiselle Chanel gostaria.

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GIOVANNI CITTADINI

an d r e a c raws Cabeças rodaram, literalmente. Conceitual em sua essência e experimental na execução, a coleção f/w 2011/12 é dos zumbis modernos. Amarrações, vestidos vermelhos, xadrez, tricô e casacos assimétricos na altura dos joelhos vestiram a trupe jovem e colorida de mortos-vivos.

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BUREAU DE ESTAMPAS

PRINT MANIA Os desfiles internacionais apostam em uma estamparia versátil e variada para a temporada outono/inverno 2011/12. Separamos as principais tendências vistas nas passarelas e podemos constatar que, mesmo quando as estampas parecem seguir o mesmo tema, os motivos conseguem se renovar a cada estação.

issey myiake

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TRIÂNGULO

manish arora

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PROENZA SCHOULER

Jean paul gaultier

Os triângulos viram losangos ou estrelas, formam ziguezagues ou duplicam-se em caleidoscópios.


mulberry

YOHJI YAMAMOTO

A febre Miu Miu se alastrou entre as marcas. Bichos e objetos dão a cara do novo romântico.

TEMPERLEY LONDON

mulberry

anna sui

SONIA RYKIEL

TORY BURCH

GIVENCHY

BORDAS TRABALHADAS

house of holland

marc by marc jacobs

A borda trabalhada dá acabamento e deixa as peças mais sofisticadas.

GIVENCHY

louis vuitton

NOVO ROMÂNTICO

anna sui

ALBINO

l.a.m.b.

YOHJI YAMAMOTO

Grandes, médios ou pequenos. Os poás querem ocupar o lugar das listras impostas pela Prada para o verão 2011.

marc jacobs

POÁ

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BUREAU DE ESTAMPAS

louise goudin

just cavalli

andrea crews

alexis mabille

charlotte ronson

A estampa étnica traz referência native-american e africana. É o mix de listras com losangos, formas de diamantes, retângulos e ziguezagues.

l.a.m.b.

ÉTNICO

q u e r s a b e r m a is s o b r e a s t e n d ê n ci a s ? ac e ss e www. b u r e au d e t e n d e n ci a s . c o m . b r

PELE DE COBRA quício de tigres e leopardos.

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chloé

just cavalli

prada

gucci

just cavalli

A animal print da estação é a cobra. As pítons e cascavéis ganham doses de cor e devoram qualquer res-


3.1 PHILLIP LIM

CLEMENTS RIBEIRO

CHLOÉ

MARY KATRANTZOU

Papel de parede, tapeçaria, brocados e jacquards viram estampas luxuosas duplicadas ou espelhadas.

VERSACE

KENZO

JONATHAN SANDERS

PAPEL DE PAREDE

JEAN PAUL GAULTIER

MIU MIU

jill sander

missoni

Cobertores são inspirações para um xadrez graúdo que divide a cena com o tradicional tartan escocês.

andrea crews

alexis mabille

SONIA RYKIEL

suno

burberry

jean paul gaultier

XADREZ

KAREN WALKER

MARTIN MARGIELA

florais são mais trabalhados. Flores do campo delicadas em fundos neutros claros e floFLORAL Osres em tons fortes e marcantes sobre fundo escuro.

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STREET STYLE

pari s lo ndre s& Ess e tri o i n va di u o s g r a n d e s c e n tr o s d e m o d a n o i n v e r n o 2 01 1 : c o r , p e l e e a s a i a lo n g a . Aq u i n o Br a sil n ã o s e rá dif e r e n t e . S e pa r a m o s a lg u n s lo o ks c o m a s t e n d ê n ci a s da e sta ç ã o e c o m o e stilo d o s e u r o p e u s . english version page 95

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STREET STYLE

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(47) 3397.2220 | www.anle.art.br


PHOTOS HUGO TONI


Camila veste calça Ellus e bolero de pele L’etage Pedro veste calça Iodice


Camisa TNG, bermuda Herchcovitch;Dopping, boina Brech贸 Minha Av贸 Tinha e suspens贸rios Top Shop para V. Blanco

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Camisa Nitrogen, calรงa Lanรงa Perfume


Body Colcci

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Jaqueta DTA, camisa Triton, calรงa Forum e luvas Redley


Camisa Marisa, calรงa Ellus

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Macacao Levi’s por Jean Paul Gaultier e braceletes Tufi Duek


Camisa Colcci, blazer Dopping

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Bolero de pele L’etage, camisa Puramania


Bolero de pele L’etage


Jaqueta Les Parents, colete Gant e saia Lanรงa Perfume STYLING : HENRIQUE TANK (ABA MGT) PRODUร AO DE MODA: FELIPE MIGUELE BELEZA: HELDER RODRIGUES MODELOS: CAMILA MINGORI (WAY) E PEDRO NOBREGA (WAY) ASSIST DE FOTOGRAFIA: LUCAS FONSECA


O u r Sec r e t s PHOTOS Du Borsatto

Ela usa vestido Walerio Araujo, cinto Diesel, botas Coven, colar Pop Up Store Ele veste camisa Mandi, calรงa Diesel, blazer Ricardo Almeida, gravata Gucci, anel caveira Conh, anel tigre e colar pingente caveira acervo



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Camisa Mario Queiroz, blazer Ricardo Almeida, bermuda TNG, botas Jo達o Pimenta, anel caveira Cohn e anel tigre acervo


Acima, camisa Mario Queiroz, bermuda TNG, blazer Walerio Araujo e cinto Diesel Na página ao lado, sutiã Loungerie, sobretudo Mabel Magalhães, bota Zeferino, short Jeanseria, anel pirâmide By Boogie e anel Cohn




Vestido Cavalera, colete de tule Walerio Araujo, short TNG, ankle boots Arezzo, anel pirâmide By Boogie, anel águia Virgínia Againe outros anéis acervo


Acima, ele veste regata Alexandre Herchcovitch, camisa Patogê, colar A/E e anel tigre acervo. Ela veste regata Pelú, hot pants Clube Bossa e botas Zeferino Na página ao lado, sobretudo Mabel Magalhães, anel pirâmide By Boogie e anel Cohn



Macacão P Ateliê e short TNG

Styling: Rodrigo Polack Produção de moda: Brisa Issa e Renata Hazan Beleza: Juliana Muñoz Modelos: Gracie Winck (Way Model) e Raphael Lacchini (Mega Model)



ILUSTRAÇÃO POR JULIANA CESAR

C A SSIM E B A R BÁ R I A

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Sonido

VISUAL

A série que carrega o título acima é obra do “tagarela de marca maior”, como ele mesmo diz, Diego Lara. Roteirista e diretor de projetos para TV e Cinema, Diego, 28 anos, gosta também de desenhar. Além de um passatempo, ele aplica seus desenhos em storyboards que ajudam a construir e visualizar seus filmes antes de qualquer ‘ação’. Seu humor ou aquela ideia que surge de repente também são passados para o papel. Nesta série que você confere aqui na Catarina, ele decidiu homenagear algumas bandas catarinenses. A seguir, saiba mais sobre estas obras e as técnicas e referências que o Diego aplica nos seus desenhos.

Catarina: Por que a escolha desse tema? Diego Lara: Tem muito a ver com o fato de eu não saber tocar um acorde em nenhum instrumento musical. Sempre tive uma relação legal com o rock catarinense desde o tempo da faculdade, quando apresentava um programa chamado “Microfonia”, com o qual tinha a possibilidade de rodar o estado atrás das bandas que compunham a cena do começo dos anos 2000. A ideia foi homenagear as bandas novas e velhas, mostrando o que o som delas representa para mim. C: Por que essas bandas? DL: Acho que foi uma escolha muito pessoal, baseada no som que eu curto. Selecionei bandas como Os Skrotes e Produto por serem grupos novos que me chamaram a atenção. A Repolho, pelo fato de ser uma das mais importantes – e maravilhosas – bandas da história de SC. Mas a escolha de uma para mim foi especial! A Cassim & Barbária, atualmente, é uma das bandas mais sensacionais do país e o som que eu mais tenho ouvido no meu dia a dia. C: O que você procurou destacar em cada desenho? DL: Quis fazer uma brincadeira com o som de cada banda. Por exemplo, a Cassim, novamente. O show é algo que todo mundo deveria ver antes de morrer, e a sonoridade deles, para mim, remete muito a um monstro gigante devorando uma menininha! Não sei como explicar essas coisas, mas sei desenhar, daí o Sonido Visual. C: Quais as influências no seu estilo? DL: Eu me baseio muito nas referências que tenho de quadrinhos, traços do mangá e a sujeira da street art. Misturo tudo que vejo e tento criar um estilo meu. Junto colagens de fotos, frases de músicas e texturas malucas.

P R O D U TO

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ILUSTRAÇÃO

OS S K R OTES C: Qualquer coisa pode ser uma inspiração para um desenho? Porque no seu “projetodiego” (projetodiego.blogger.com) podemos observar diferentes tipos de traços, às vezes com o uso intenso de cores, noutras somente o PB. DL: Não tenho muitas regras para desenhar. Geralmente nascem uns rabiscos que vão se misturando. Tem telas do “projetodiego” que demoraram quase duas semanas para ficar prontas. O lance das cores vem muito do meu humor. Tem desenhos que eu publico em PB e depois penso o quão maneiro ele ficaria com cores, mas, nesses casos, respeito o outro ‘diego’ monocromático e mantenho a versão original. C: Você desenha no computador ou usa alguma outra técnica? DL: Eu usava muito vetor quando estava experimentando as técnicas de coloração e afins. Quando peguei uma segurança legal no traço, comecei a desenhar no braço e digitalizar as peças. Atualmente, quase todos os desenhos são à mão e criei uma estrutura móvel. Carrego sempre comigo uma câmera de alta resolução, folhas, canetas tinteiras e lápis de cor. english version page 96

R EPOLHO

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MARCAS CARIOCAS POR CAMILA BEAUMORD

S o l , pra i a , m ar e m o da A f o r ç a d o D NA c a ri o c a i n fl u e n ci a o p ot e n t e m e rc a d o d e m o da d o R i o d e J a n e ir o

ca para o segmento foi Ricardo Ferreira. Em 1974, esse surfista apaixonado fundou a marca Richards e lançou no Brasil um novo conceito de roupas, associado à informalidade requintada tão típica da capital fluminense. Até as lojas carregavam esse espírito; Ferreira criou pequenos oásis onde era possível fazer uma pausa, refletir e ouvir música, diante de peças levemente desorganizadas, penduradas como nos antigos armazéns. A proposta de vender uma atitude em vez dos produtos em si provou ser uma excelente tática. Hoje a marca está presente em 36 cidades e balneários do Brasil, com 42 lojas próprias e 25 franquias, além de 158 multimarcas. Em novembro de 2003, a primeira loja Richards Feminina foi inaugurada em Ipanema, e a linha para mulheres se tornou um dos principais vetores de crescimento da companhia. Assim como Ferreira, centenas de estilistas cariocas aproveitam naturalmente as influências positivas que o ambiente proporciona e fortalecem a indústria local a cada estação. O Fashion Rio é

“Cidade Maravilhosa” é um título que não se tira facilmente do Rio de Janeiro. A capital fluminense encanta com suas praias paradisíacas, sua deslumbrante beleza natural, seu histórico Carnaval. Milhões de turistas por ano desembarcam no Aeroporto Internacional do Galeão, sonhando em chegar perto de uma das novas maravilhas do mundo: o Cristo Redentor. Assim como uma ousada Rainha da Bateria, o Rio seduz o mundo inteiro e, na era da globalização, serve como palco para importantes acontecimentos, como o discurso do presidente americano Obama este ano. Até os cinemas foram invadidos pela magia carioca, com o filme animado que leva seu nome no título. A alegria desse paraíso é contagiante. Por isso, tantos tentam copiar o lifestyle carioca, seja na forma de agir, de pensar e até mesmo de se vestir. A moda do Rio de Janeiro nunca esteve em tanta evidência, o que alimenta uma indústria fresca, criativa e com indiscutível potencial de mercado. Um dos pioneiros a traduzir o “jeito de ser” carioCampanha Outono 2011 da marca Richards

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uma fantástica manifestação do talento e da força de mercado dessa nova geração de designers, que exibem coleções contemporâneas, alegres e cheias de personalidade para um público moderno e cada vez maior. Dentre as marcas participantes da última edição, a Espaço Fashion tem se estabelecido no mercado brasileiro com uma rapidez surpreendente. Criada pelas irmãs Bianca e Camila Bastos no final dos anos 90, a marca entrou no calendário da moda nacional em 2008 e, desde então, abriu lojas próprias em oito grandes cidades fora do Rio de Janeiro. Além disso, a Espaço Fashion pode ser encontrada em mais de 500 multimarcas no país. Para Bianca Bastos, o DNA carioca está na alma de suas coleções. “Ele se traduz na sensualidade, feminilidade e despojamento das peças”, complementa. As estilistas têm grandes planos para sua grife e objetivam expandir a marca ainda mais pelo território nacional, com foco principal em São Paulo. Outra importante marca do Rio que tem se destacado é a Farm. Líder no segmento de moda jovem feminina, a grife defende que o seu diferencial é justamente a tradução do alto astral carioca em suas peças. “O carioca imprime fortes características na moda e é um estilo desejado mundialmente pela sua autenticidade e pela forma como consegue valorizar a beleza natural”, explica Flávia Miranda, diretora de marketing da marca. “A Farm optou por ter esse estilo de vida como a essência da sua marca e hoje é um dos mais fortes exemplos da moda carioca que imprimem essa atitude”. Com 35 lojas espalhadas por todo o Brasil, a grife pretende acrescentar mais cinco locações até o final de 2011. Mas o carioca lifestyle não se limita às fronteiras brasileiras. É o caso da Redley, que investe em sua globalização através de aberturas de showrooms e representações internacionais desde o ínicio dos anos 2000. O diretor criativo da marca, Sandy Dalal, é um dos milhares de estrangeiros enfeitiçados pela beleza do Rio de Janeiro. Nova iorquino com descendência indiana, o estilsta se consagrou no mercado ao desfilar sua primeira coleção em 1997, um ano após ter fundado a Sandy Dalal Ltd. O reconhecimento mundial veio em pouco tempo, quando a revista Details o nomeou um dos “100 homens mais dinâmicos” de Nova York. Porém, a decisão de trocar a Estátua da Liberdade pelo Cristo apareceu dez anos depois, por meio de um convite que despertou sua curiosidade sobre a América Latina. Dalal lidera as criações da Redley desde 2010 e tem grandes planos para o futuro da marca. Projeta a expansão no atacado, para levar as lojas às principais capitais do país, e a consolidação da loja online, que alcança seu 3º ano de funcionamento e já mostra um significativo crescimento. Coleção Acácias da Farm

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MARCAS CARIOCAS

Desfile da Espaço Fashion para o inverno 2011

Sobre o Rio de Janeiro, Sandy não poupa elogios. “Foi um grande desafio me mudar de Nova York para o Rio, começar a aprender português e me integrar num novo lugar e numa nova cultura. Desafiante e muito recompensador ao mesmo tempo! Eu gosto desta cidade e de sua vibração natural. Estou sendo muito bem recebido pelos meus colegas, pelas pessoas da cidade e pela natureza intensa que me cerca e me inspira. Além disso, lentamente, tenho me familiarizado com o português,” acrescenta o estilista. De fato, todos parecem se encantar com o Rio de Janeiro e, consequentemente, com o estilo do carioca. Assim como a Redley, muitas marcas investem na exposição de seus produtos fora do Brasil e na plataforma de vendas online. A Richards, além de explorar o e-commerce, conta com duas lojas em Portugal, enquanto a Espaço Fashion mantém pontos de venda nos Emirados Árabes, África do Sul e Rússia. E esses são apenas quatro exemplos da chamada “explosão” de novos talentos cariocas! Com a exposição global que a Cidade Maravilhosa sofrerá na próxima década, devido aos dois maiores eventos esportivos do mundo que ocorrerão no Brasil, chegou a hora da moda do Rio derrubar quaisquer fronteiras que ainda impedem a aproximação de novos consumidores. Por sorte, muitas delas são coisas do passado. english version page 96 Desfile da Redley no Fashion Rio/inverno 2011

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MERCADO INTERNACIONAL

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marcas britânicas planejam negócios no Brasil

Um d o s i n t e g r a n t e s d o B R I C ao l a d o da R ú ssi a , Í n di a e C hi n a , o Br a sil é f o c o d e i n t e r e ss e d e m a rc a s i n t e r n aci o n a is , i n t e r e ss a d a s e m i n v e stir n o c o n s u mid o r lo c a l

Organizada pelo UK Trade & Investment (UKTI) no Brasil, braço comercial do governo britânico no exterior, a missão comercial British Lifestyle já traz resultados positivos em seu balanço. Na programação do evento, que aconteceu entre os dias 22 e 25 de março, no Consulado Geral Britânico, em São Paulo, foram realizadas reuniões com o empresariado brasileiro, visitas ao varejo premium e seminário sobre o consumo nacional e seu processo de expansão. As trinta marcas do Reino Unido que participaram do British Lifestyle ficaram entusiasmadas com o mercado premium brasileiro, principalmente com relação ao nível de sofisticação dos setores varejistas de moda e design de interiores. “O Brasil tem uma economia muito dinâmica, com elevadas taxas de crescimento, em particular no setor de luxo, mas também na emergente classe média. Ambos são importantes para o sucesso das empresas britânicas que visitaram o Brasil na missão British Lifestyle”, explica John Doddrell, Cônsul Geral Britânico em São Paulo e Diretor do UKTI no Brasil. As marcas varejistas Karen Millen, Debenhams, Mamas and Papas, Orla Kiely, Caramel e Lipsy relataram perspectivas promissoras para suas marcas e já estão com as negociações em andamento. As grifes Harris Tweed Hebrides e Holland & Sherry também tiveram boas avaliações de suas peças e coleções. As luxuosas malhas de cashme-

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www.anunciacao.com

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MERCADO INTERNACIONAL

re e acessórios da Johnstons of Elgin despertaram interesse no mercado do luxo paulistano. Executivos da Begg Scotland se reuniram com grandes varejistas, e o potencial de negócios também é promissor. A Mackintosh, com sua elegante coleção de peças impermeáveis para dias de vento, frio e chuva, rotulada de rainwear, promete conquistar os moradores de São Paulo, cidade cujo clima às vezes se assemelha ao clima londrino. A marca também negocia com grandes redes varejistas brasileiras. “As empresas participantes do British Lifestyle em São Paulo fazem parte do setor de Indústrias Criativas, um enorme segmento da economia do Reino Unido. Apenas o setor de moda movimenta US$34 bilhões em vendas e emprega 1,3 milhão de pessoas”, afirma Susan Haird, CEO do UKTI. A marca de design de sapatos Kat Maconie, que já atua no país, está confiante em expandir seus negócios, depois dos contatos feitos no British Lifestyle. No segmento de design de interiores, a Walker Greenbank, com suas coleções icônicas de ilustres marcas de design, como Sanderson, Arlequim, William Morris e Zoffany, teve boa visibilidade no evento, através de seus papéis de parede e tecidos para interiores. A empresa de antiguidades HRW Antiques avaliou como pequeno o mercado local para antiguidades, mas está prospectando um seleto nicho do mercado onde tem boas chances de ser bem-sucedida. A feira 100% Design, promovida pela Reed Exhibitions, deve trazer empresas britânicas e europeias de design de interiores para o Brasil. “Em outubro desse ano, o UKTI pretende organizar um seminário em Londres sobre o mercado de luxo do Brasil para participantes britânicos e brasileiros”, finaliza Ron Archibald, diretor do projeto British Lifestyle no UKTI.

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MERCADO INTERNACIONAL

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Ammenda di Stampa

A Miroglio Textile é uma corporação que atua em todas as etapas da cadeia, desde o fio até o produto final. A empresa italiana, fundada em 1947, destaca-se pela estamparia, produzindo 30 milhões de metros por ano. A relação da Miroglio com as estampas começou na década de 1950 e, desde então, consolidou-se com sucesso no mercado europeu de luxo. Atuando em 34 países de todo o mundo e com um faturamento de 930 milhões de euros, a Miroglio inaugurou um escritório no Brasil em junho de 2010, na cidade de São Paulo. A sede ainda não completou um ano, mas já comemora a recepção do mercado nacional e latino-americano, que já superou todas as expectativas de faturamento. A marca investiu 1,5 milhão de reais no showroom brasileiro que abriga um Laboratório de Estampas Digitais. Na equipe, brasileiros, franceses e italianos desenvolvem estampas exclusivas para as marcas que têm necessidade por produtos únicos e diferenciados. Maria Fernanda Napole, assessora de comunicação e marketing da Miroglio Brasil, destaca que a equipe é globalizada e preparada para traduzir as tendências para o mercado nacional, “além de receber o briefing do cliente, a Miroglio tem a preocupação de desenvolver produtos que combinem as tendências do mercado com a vontade do cliente. O serviço de consultoria é cuidadosamente pensado, analisado e aplicado para satisfazer aqueles que nos procuram. A estampa não é só produto, vai muito mais além”, completa. O serviço da Miroglio é Premium, e o pedido mínimo para a máquina digital é de mil e quinhentos metros de tecido. O principal diferencial da Miroglio para outras empresas do mesmo segmento é a tradição de 60 anos, além da alta qualidade, tecnologia de ponta e o fato de ser a preferida das marcas de luxo. Em relação ao produto, a Miroglio consegue produzir as estampas mais coloridas do mercado. Enquanto nos cilindros comuns, é possível usar oito cores, na Miroglio são 12 em um único cilindro. O raport é de 1,2 metro, 30 centímetros a mais que o comum. Na sua lista de clientes nacionais, podemos citar marcas como Morena Rosa, Cantão, Redley, Cori e Carlos Miéle. Na Europa, grifes como Moschino, Zara, Benetton, H&M e Burberry desenvolvem suas estampas com a Miroglio. Além da estamparia, a empresa tem crescido e investido em outro modelo de negócio no qual o Brasil, pólo distribuidor para toda a América Latina, tem um papel importante. Segundo Maria Fernanda, “a empresa quer expandir a atuação do grupo não só na produção de tecidos, mas também trazer para o país a Miroglio Fashion. Para a empresa, existe uma demanda nessa área. Mas a operação no Brasil será diferente da utilizada na Europa, onde atuam 12 marcas com características bem próprias para o clima e o estilo dos europeus”. A Miroglio Fashion é a vertente confeccionista do grupo. A estratégia aqui seguirá o exemplo aplicado na China. A Miroglio pretende comprar grifes já existentes no mercado e atuar junto a elas na confecção de moda. As confecções da marca são na maioria direcionadas para o público feminino. Sua rede de distribuição conta com oito mil clientes multimarcas, duas mil monomarcas e 90 outlets, além de estar nas principais lojas de departamento do mundo. english version page 97

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english version SIBLI N G pg. 12

Known in the market for its knitwear, the label Sibling reinforces its concept of innovative and rebellious knitting. The brand, which has recently developed a special collection for Topshop, showcased a fun winter during London Fashion Week. Instead of putting together a runway show, the label presented its “Panda Rocks” collection in an installation. As part of the reinvented animal print trend, the panda bear showed up in casual knitwear pieces that evolved to accessories like hats with pompoms.

7 – The constant presence of LACE comes in different ways: colorful, golden, in silver, with sequins or voile, in a crochet technique or with a rubbery aspect. 8 – The differentiated fabrics were incredible. Some were METALLIC with two colors, others looked like CELOPHANE, and some were made of waterproof PLASTIC with satin. 9 – JACQUARD is a safe bet, be it with floral, typographic or other prints. 10 – KNITS. They came in different stripes, double sided, and with colors like pistachio, orange and in earth tones, as well as shiny versions.

Bruna S tar l i n g

F r o m t h e run way t o t h e s tag e

Handbag designer Bruna Starling is always in search of uniqueness in her work. Art, culture and science are the basis for the creation of her pieces, not only because of their rich inspirational potential, but because of the emotional values that come with those themes. Bruna also studies national manifestations, which strengthens the handmade quality and “Brazilianess” of her label. Various types of leather are used with elastics, crystal plastics and bulges in the production of the purses. For her summer 2012 collection, Starling’s main reference was the work of artist Vik Muniz (known for his participation in the documentary “Waste Land”). She has decided to follow the artist’s steps. “The materials he uses are the starting point for his montages and photos and they are the greatest expression of his work, so full of meaning and references. I also plan to select my materials carefully to develop my products. I seek to evolve the forms that I have already worked with and build a solid identity, as well as timeless products”. The designer will be present in Sul Fashion Week’s first edition with that collection. When asked about the event, she replied that it was the starting point for a cultural revolution in the region. “It is the path for innovative solutions and it should open the market’s doors. The initiative has an important role in promoting southern Brazil’s fashion industry, a region recognized by most major textile companies”, says the designer who has participated in trade fairs in São Paulo and exported her products to Italy and Japan.

M o d e l K a r e n Els o n ’ s m u sic a l c a r e e r

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P R EMIÈ R E VISIO N W E H AVE S E L E C T E D T H E BE ST O F P R E M I È R E V I S I ON S P R I NG / S U M M E R 2 01 2 pg. 16 1 – FLORAL PRINTS of all kinds fascinated our team. We saw small and bigger ones, as well as brocade flowers and faded effects. 2 – Innovative PACKAGES made of unusual materials such as wood, leather, bamboo and fabric. 3 – RUFFLES are a new trend on the streets and also at Première. We saw them in fluid fabrics as well as knits, with and without prints. 4 – COLOR TABLES and all the care in which they were handled was worthy of applause. 5 – Handmade PRINTS were a spectacle of creativity from European designers. 6 – OPTIC AND GEOMETRIC shapes give an innovative touch to basic forms, which brings a modern and sometimes ethnic feel to the pieces.

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pg. 18 Britain’s Karen Elson has proven to have many facets. For many years, the redhead established her modeling career, lending her face to Armani, Prada, Chanel and Yves Saint Laurent campaigns. But, in parallel to her glamorous life in the fashion world, Elson cultivated her love for music. In her apartment in Manhattan’s East Village, Karen practiced melodies in her acoustic guitar and recorded “musical diaries”. “I’ve had dairies and diaries of bad songs, but I knew in my heart I could do this. I just had to be patient and learn. Not force it, but just keep at it”, she said. Besides the tunes she practiced in the privacy of her home, Elson got experience by participating in her friends’ projects. In 2003, she did backing vocals for Robert Plant’s version of Last Time I Saw Her. Cat Power invited her to record an English version of Je T’aime… Moi Non Plus for a Serge Gainsbourg tribute album. But it was her marriage to musician Jack White that gave Elson that little push that her artistic career was in need of. They met while recording the music video for the White Stripe’s Blue Orchid and got married in 2005. Karen moved to Nashville, where she and her husband raise their two kids. This new life, balancing career and family, made Elson realize how much she enjoyed working with music and allowed her to cast aside any self-doubt. That is how she got involved with the art and music collective, The Citizens Band. Even with her work with the collective, Karen never abandoned her musical diaries. One day, White overheard her singing one of her songs and asked about it. “One of the ways Jack is brilliant is he is so open and dynamic with music. He doesn’t waste time. When he hears a song he really likes, he wants to go in and record it that day. He’s like that with anybody and it was the same with me,” gushes Elson. In little time, her debut album, The Ghost Who Walks, was finished. Besides having her husband as a producer and on drums, the album features Jackson Smith; Rachelle Garniez, from The Citizens Band; The Dead Weather’s Jack Lawrence; and Carl Broemel, from My Morning’s Jacket. This creative team was able to produce a mysterious tone to The Ghost Who Walks, which has won over critics and audiences. Karen explained that she was encouraged to follow her instincts at all times. “Jack was beyond supportive about it! He produced the record and obviously encouraged me profusely, but he never changed anything or said ‘you need to do this.’ If anything, it was like, ‘you need to believe in yourself, have some faith’.” We agree fully with White; after listening to the album, it is impossible not to believe in Karen Elson’s talent.


T h e c o l l ar ruff o f t h e 21 s t c e n t ur y pg. 20 Wearable art. That is Silvia Beccaria’s own assessment to her work. The Italian designer seeks alternative materials that are not always used to make clothes or accessories and uses them as raw material for her pieces, which are inspired by the old collar ruffs of the sixteenth century. Silvia is fascinated by decorative ornaments on the neck and says that the inspiration for her work comes from the earth. “I am fascinated by these decorative collars for the neck because to me, they are a complement that is able to put extraordinary emphasis on the beauty and expressiveness of a face. All my ruffs have a name of a type of lettuce because that is how they were called in Italy. So I researched the names of different types of lettuce, which evoked my inspiration,” she explains. To create her products, Silvia adopts an ancient technique with manual looms and uses traditional fibers to weave, as well as other threads that are hardly used for this purpose. Her contemporary jewels are made with latex, rubber, plastic or paper. She chooses themby evaluating the consistency, elasticity, transparency and color of the materials. The threads, held together by a weft, are free to move, creating a three dimensional effect that resembles antique collars. One component of these pieces is their sustainability. “My work has ecological characteristics, since I work without electricity and the loom is manpowered. I manually weave natural fibers and sometimes recycled material, and therefore it is friendly for the environment! But it is not the soul of my work,” says the designer, who highlights the essence of her work is expressing herself with the contemporary language of research and experimentation. It is going against the rules, and yet at the same time being careful with the heredity of the ancient technique. Even when classifying her creations as wearable art, some people still cannot define Silvia’s job. Is she an an artist who works with threads or a fashion designer? To her, the distinction is very subtle, because she sees fashion as a research process that allows experimentation and innovation, and thus is, indeed, an art form. Furthermore, the combination of heart and mind influences the transparency of her emotions, which makes these materials her language tools. When asked if her jewelry is conceptual or commercial, Silvia replies, “if we consider commercial products as a repetitive and unoriginal, than my work is not commercial. I would like it if people dared more, and dressed in a unique way. That would allow respect for one’s personality and work such as mine would become more commercial.”

Fa s h i o n ’ s n e w p r e s e n tat i o n fo r m at s pg. 22 It’s easy to compare fashion to soccer because both arouse a passion and produce magical moments for those involved. Moments like when the music begins, the lights come on and the model appears on the runway for the first time are exciting and hypnotize the crowd (especially if the clothes look amazing) with the same intensity as when the ball hits the net and everybody screams “Goal!”. The magic of the show enchants even those who do not have any involvement with fashion. But even with the power of the image of a fashion model, the market finds new possibilities and ways to display collections and proposals for each season. In international weeks, these paths are taken by more labels every year. The public is exclusive, with limited access to

buyers and press; generally, only fifty to a hundred people are able to witness the launch of a collection. The great advantage of attending a show is the opportunity to closely watch the product being launched, which often (almost always) cannot be done in the showrooms. All the details are there, within arm’s reach, and with models standing right in front of you, available for all the photos you wish to take. Unlike a showroom, the runway can be a huge fashion facility or a presentation, depending on the creator’s profile. And it is always great to have the designer at the location, ready to give interviews and explain the whole concept of a collection in the most exclusive way possible. Designers Remix, whose creative direction is signed by fashion designer Charlotte Eskildsen, from Copenhagen / Denmark, was one of the labels that opted for this format of presentation. In a small room, four separate facilities were assembled with models wearing selected pieces and racks in the back displaying the entire collection. There, she presented her line inspired by the architecture of Palais Royal, located in central Paris. But there is a small detail that makes these facilities elaborate and very special. This presentation format is only possible with a highly qualified product, because to the naked eye, there is no light or styling tricks that save an unfinished piece, as it often happens in a runway show. Those who think of collections as practically a work of art, like young Craig Lawrence, can afford to present one look at a time, all of which are technically described by the label’s press officer with a microphone in hand. This is a clear evolution of fashion worldwide.

The South of the c o un t r y pav e s i t s way t o t h e nat i o na l fa s h i o n c a l e ndar p g . 24

National Calendar For the first time in the history of Brazilian fashion, the market will witness an event with national representation in the south of the country. Sul Fashion Week and Denim Prêt-à-Porter are the two fronts of a single event that will occur on June 09, 10 and 11, in Florianopolis, at the Majestic Hotel. The events will be held on different floors, with focus on jeanswear, as well as tailoring, accessories and beachwear labels. The hotel also will host 300 VIP buyers and hold a parallel schedule of the event’s content, which includes a Fashion Film screening. By uniting a premium business showroom and a runway show line up of selected labels, the event will mark this new phase for the three Southern states: Paraná, Santa Catarina and Rio Grande do Sul. The event’s objective is to include the region in the national calendar of fashion events. Until this year, the three states have only had events focused on the final consumer, sponsored by shopping malls, where the collections presented did not advocate trends for next season. Some did not even show collections, since the clothes on the runway could already found in stores. The shows in that case are part of a marketing strategy to increase sales. Now the showroom will expose unprecedented collections, ready to be released to buyers and the press. The participating labels, chosen with basis on the event’s profile, will have the opportunity to open new outlets, to increase their business network and to be part of the thriving Southern market. One of the big differences is the fact that exhibitors are able to invite their clients to come to the event with all expenses paid by the organization. The number of buyers per label alters depending on the size of its showroom stand.

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The organization This proposal was developed based on the market experience we have gained by covering the most important fashion events in the world. We decided to abandon the traditional means of fashion coverage and look at the big picture; we studied international events and trade shows with young designers and it encouraged our desire to take on such a massive project that can really make a difference in Southern labels’ and designers’ realities. The initiative to put the event together in 2011 was a preventative attitude because event organizers began to see the South as a thriving market, and if any of those companies had decided to hold a fashion week in the region, we would miss the chance to use our regional knowhow and defend the South’s needs. We take those points into account, since we know the market like the palm of our hand. What to some may appear to be just another event, to us it is market ideal. We dream of having our designers and stylists nationally recognized and we do not want exclusive focus on our region’s strong textile industry. Our ideas and creations also need recognition; our brands can certainly set new trends with the region’s empowered DNA. Our dreams have turned into goals and, with that, we have done some heavy planning so that we can produce effective results for the labels that believe and share our ideal. Our sponsors and partners are responsible for making this project viable and real. Large companies and institutions show that, with responsibility and a well planned ideal, one can improve an established market. Among our sponsors are Vicunha, ABEST, Tecnoblu and Coltex, and our partners include WGSN, Orbitato and IBModa.

Sul Fashion Week Every detail is well thought out. The runway locations will be scattered across the city and the natural environment will be the show’s background, just like in international fashion weeks. Selected runway shows will exhibit each label’s best work. There will be a select public, made up of buyers and the specialized press. However, the showroom’s proposal is to generate business and introduce new clients to the labels because we believe that a fashion event should have the following values: results, creation and exhibition.

Denim Prêt-à-Porter This will be the first event focused on the jeanswear market. With a standard background for all the exposing brands, Denim Prêt-à-Porter is global and has the objective of translating consumer behavior and denim trends to its visitors – buyers, fashion professionals and manufacturers. The urban atmosphere will have plenty of elements to compose the jeanswear universe.

Parallel programing Business and fashion shows are not the only attractions in Sul Fashion Week and Denim Prêt-à-Porter. Plenty of qualified information will be available to the visitors, such as lectures, workshops, roundtables and small concerts. Buyers will be informed about the summer 2012 trends, while designers and entrepreneurs will have access to industry trends to prepare for winter 2012. For more information about the event and its programming, visit our official websites of the events:

http : / / s u lfa shi o n w e e k . c o m . b r http : / / d e n impr e ta p o rt e r . c o m . b r

The blue empire

of rude cowboys in western movies, of the disciples of grunge with their pants hanging low and of skateboarders fighting gravity in surreal stunts would be incomplete without a pair of jeans somewhere. But to what can we attribute the success of this simple article of clothing that became an icon of our time? Denim, the material used to manufacture jeans, is one of the answers. This fabric is a twill (a tissue woven as to have a surface of diagonal parallel ridges) of cotton produced from a weft in raw yarn and a warp (longitudinal set of wires) in dyed yarn. Since the most remarkable qualities of its main raw material is fast drying, easy handling, toughness and comfort (due to the softness of the cotton yarn), denim is practical in many occasions. At the beginning of its existence, when jeans were used exclusively as a uniform for heavy labor, the option of dyeing with indigo was ideal, because the product ensures a dark blue shade that hides stains and dirt. Interestingly, indigo does not have much affinity with cotton and eventually wears out the fabric. For a good end result, the clothing manufacturers use the proper technique of dyeing before the washing process. But denim only comes to life once it becomes an article of clothing. That is another one of jeans’ major appeal: the way the uniform has evolved and transformed into a variety of pieces for all publics. Today, there are pants, jackets, shorts, skirts, jackets, dresses, shoes, accessories in different shades, washes, cuts and applications to the fabric. The democratization of jeanswear does not accept exclusion; denim is seen in children as well as elderly people. In a world led by the jeanswear culture, Brazil is a major highlight. The segment moves about US$ 8 billion per year worldwide, and our country appears as the second largest producer of denim. In 2010 alone, over than 320 million pieces were produced in Brazilian soil. Manufacturers invest heavily in production and exports, reaching more than US$ 1.5 billion. In the case of Vicunha Têxtil, a leading indigo producer in Latin America and one of the three largest manufacturers in the world, innovation and technology to differentiate their products were the main focus of the business in 2010, with investment in research, development and marketing, and customer relations. The company’s results last year were excellent, with a record net profit of US$ 70 million. Consolidated net revenues reached R$ 884 million, a 26% growth from the previous year (R$ 700 million). However, despite favorable numbers, the country faces a great challenge: the remains of the global crisis that affected its main exporters. Added to the trade restrictions in neighboring Argentina, the external difficulties reflect directly on our economic picture. Over the past five years, exports of Brazilian denim declined from 76 million to 23 million meters. The same occurred with the export of jeans. 6.4 million pants were exported in 2005, but today only 340,000 pieces arrive in other countries. What little we exported was referring to pieces of renowned brands, which are more expensive and internationally recognized. The statistics may seem discouraging, but the fact is that Brazil has a potent industry that just needs to rework its sales strategies. It is necessary to look at the internal market and strengthen the brand’s image towards the local public. In order to achieve that, a large investment in research is necessary. After all, the Brazilian consumer is well informed and will certainly be in search of fresh, new ideas.

Board 1 – The dyeing process The denim manufacturing process depends on the dyeing of the yarn. To do that, there are two basic processes: a) rope dyeing and b) in open weave, known as the loop-dye method. The rope dyeing process produces more uniform results, but requires greater investment in plant (dyeing machines can reach up to 12 m in height, occupying an area of about 60 m). However, the open weave is more versatile and suitable for the production of lighter fabrics, such as denim shirts.

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Board 2 – Sustainable Denim

It is hard to imagine a time without jeans. As the California miners’ uniforms in the late 19th century, the piece has modernized and was incorporated to popular culture. Images of teenagers protesting for peace in the 60’s,

Sustainability is an issue that often comes up in fashion. The jeanswear segment went through a “green” period two years ago, when labels started experimenting with organic cotton that is grown without the use of toxic

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chemicals. Today, companies like Levi’s, H&M, Adidas and Nike take that to the next level and seek to invest in suppliers who care about other issues as well. The exaggerated use of water, the environmental impact of the dyeing process, the reuse of materials and the workers’ quality of life are some concerns. “We seek a larger solution,” said Michael Kobori, Levi Strauss’ vice president of Social and Environmental Sustainability. The brand has joined forces with Better Cotton Initiative, a nonprofit partnership that uses 35% less water and toxins in their plantations in India and Pakistan. The first products made using raw materials from Better Cotton will be on sale in 2012, but Kobori’s goal is to use it in all of Levi’s pieces.

R e nat o K h e r l ak i an pg. 32

“In 1961, at the Santos port, I climbed on a ship with the Greek flag to, along with my cousins, friends and older brother, buy my first pair Lee jeans. I was 11 years old and this was my first pair produced outside of Brazil. I cannot say that was the moment I fell in love with jeans, but to get my new pair was a very pleasant moment in my life.” Fast forward 50 years and today, Renato Kherlakian is a leading authority on jeanswear in Brazil. He was a pioneer in exploring the domestic market with the label Zoomp and is currently responsible for one of the highest quality denim produced in Brazil. According to him, his passion for jeans grew over the many years of his career. “Perhaps my greatest passion arose in 1972, when I started manufacturing clothes,” he says, adding that after several experiments with different fabrics and prints, he decided to focus on a timeless raw material: denim. In 1974, he launched one of the first national brands focused on fashionable jeans: Zoomp. With only two years in existence, the label with a yellow lightning bolt as a logo was synonymous with everything that was modern and cool in jeanswear. During the 1980’s and 1990’s , the brand established itself as one of the largest innovative storehouses national fashion, largely due to the inventive marketing strategies that have come to rely on photos by Mario Testino and styling by Carine Roitfeld in the late 1990’s. But, since all good love stories have their ups and downs, in 2007 Renato saw his empire in the hands of I’M (Identidade Moda) group, which had acquired his label and removed him from his office. The group belonged to HLCD Holding Company, owned by entrepreneurs Enzo Monzani and Conrado Will. I’M claimed to be the largest national fashion conglomerate, but it did not take long for the ambitious plan to turn into one of the greatest disappointments in the short history of Brazilian fashion. Forbidden to compete directly with Zoomp’s new managers, Renato was forced to stay off the market for three years, a period when he decided to study the changes that had happened in the Brazilian market. “I noticed that in recent years (2006, 2007 and 2008) the jeanswear market in Brazil had lost much of its glamour,” he says. “It became a commodity, with domestic brands vying for lower class consumers, while the foreign labels competed for the higher classes. It was at that moment that I strengthened my idea on denim, bringing to the Brazilian market a new meaning and a new face to the national indigo. “ With better quality, better finish and a unique concern for wearability and fit, RK Denim was launched in 2009. The label emerged with a focus on the concept of quality. “Be it in the refinement of the design, finish, the lining of pockets, trims...”, says Renato, who considers the female form the fuel for all his passion. Indeed, it was from a careful study of the changes in the behavior and the desires of women today that Renato was able to develop his six main shapes (three fitter and three looser, but all with different shapes and trims) that currently make up the basis of his collections. “With these six different models, we manage to always give the consumer the perfect piece for her body.” How does one categorize these high quality jeans? Premium is not exactly the word that Renato likes best. “Today Premium is more like a slogan than a characteristic endorsed by a quality product,” he says. “Instead of adap-

ting to it, I decided to do something superior.” Perhaps, then, the best way to distinguish RK Denim jeans is resorting to what is most sophisticated in fashion: haute couture. With that, there is what the market has begun to refer to as demi-couture jeans. That expression may sound exaggerated, but it is not so far from what RK Denim consumers expect from the pieces: a pair of jeans that, like few others, adapts perfectly to the curves of the female body. Pieces of the highest quality made to last a lifetime - like any good pair of jeans. With such a carefully planned concept based on the idea of “eternity”, it is fair to ask how the label deals with the waves of the market, or in common parlance, the trends. For this, Renato has launched Renato Kherlakian, a brand that will meet this demand for more, say, transient pieces. “It is a brand that gives options to complete the jeans look,” says fashion designer and businessman who will showcase his new labels at Denim Prêt-à-Porter.

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Jean Paul Gaultier The designer’s runway show paid homage to women. With chic, sophisticated and respectable pieces, the collection brought many key-elements for next winter. When it came to materials, what stood out were wool, fur and leather. The traditional trench-coat was deconstructed in different versions. If the label was looking to prove that women of all ages can be seductive without resorting to deep cleavage, short skirts and skin-tight pieces, the collection succeeded.

Chanel Chanel is a brand that seeks to renew itself with every season. In this collection, the defiant, strong tempered label decided to promote the tomboy style. The pants and overalls were loose and comfortable, and the knitting is a strong element reminiscent to the brand’s traditional use of tweed. The jackets and coats came in tighter forms or with embroidery. Sober tones such as black, gray, maroon and moss-green reinforced the style, just as Mademoiselle Chanel would have liked it.

Maison Martin Margiela Experimentation is in the essence of the Maison. Zippers, closures and openings were studied in many different ways for this collection. In the coats and long skirts, we saw round shapes blend in with straight, simple lines. Everything was a bit loose, but also tight; it was up-right and upside down at the same time. Overall, it was a confusing collection due to the number of elements, but with interesting pieces that can also be commercial.

Alexis Mabille Alexis Mabille’s collection explored two emblematic decades, the 60’s and 70’s. Let’s think about the transition phase between the two periods. We saw flares, colors such as purple, red and caramel, blouses tied at the waist, transparencies and tear shaped details at the cleavage. Besides that, ethnic oriental elements came up in pieces with multicolored finishes, such as the prints and shapes of the Chinese coats.

Arzu Kaprol An all-black collection can be a trap in a fashion show because the pieces may all look the same. To avoid that, designer Arzu Kaprol created different textures in the cuts, folds and mix of materials. Even with that concern, the collection did not bring anything new to the table. Arzu took preference in the legs and feminine forms. There is an emphasis in the waist and the pieces are tight, sexy and with futuristic influences.

Issey Miyake The fingering on a piano was the soundtrack for the runway show that began with white, origami paper dresses made right on the spot over the models’

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bodies. The mood of the collection was announced right then and there. Folds and twisted plots formed simple and 3D zigzags. In this universe full of angles and corners, the tartan plaid became lost and was unnecessary.

Andrea Crews Heads spun, literally. Conceptual in its essence and experimental in its execution, Andrea Crews’ f/w 2011/12 collection belongs to modern zombies. Bindings, red dresses, plaid, knit and asymmetrical knee-high coats were worn by the young and colorful gang of the undead.

A.F. Vandevorst In A.F. Vandevorst’s monotonous military influence, the jackets were asymmetrical and hung over tight pants worn under riding boots. White ruffles with newspaper prints were shown in collars and hips, in an allusion to Victorian panniers. The use of fur and austere tones were what really stood out.

Ungaro Sensuality and fetishist elements dominated the collection. Fur, velvet and tweed were used in the tighter outfits. Leather was explored in daywear looks as well as evening pieces, labored in thread and stripes or mixed with transparencies, sequins and metallic accessories. The floral prints contrasted with the predominately black collection.

Manish Arora His first recollections of fashion information are bright, citric colors. He does not remember the name of the designer, but only the plastic texture and the huge volumes that caught his attention. These memories have played a huge part in the creative process for his collections, since the colors and volumes are the trademark of his creations. Born in 1972, Manish Arora has become known as what is most contemporary in India, which is what the fashion world has longed for. But he does not agree with the statement that India has gained more visibility due to his work and mentions the Swarovski Museum, located in Austria, as an example. He says that there is a stone horse exposed in the museum, created as a request from an Indian prince. He concludes his comparison with French fashion which, over the years, has imported raw material from India for its creations. In other words, India has always been a creative reference and his work alone cannot change that. His shows are spectacles in the best form of the word for those who like personality in fashion creations. At the Paris Fashion Week, where he presented his winter 2012 collection, Manish seduced fashionistas with a show of illusions in the middle of the runway. However, the seduction did not come from the magic tricks performed, but from the mix of colors and textures created by the designer, who holds the key to success in fashion: knowing how to transform cultural, regional and historic references into modern pieces for consumption or even works of art, which is the case when it comes to Manish Arora. The designer is the picture of global fashion, “When I am developing a new collection, I think about the different markets that I comply with. I think about Japanese buyers, French boutiques, American consumers, etc. The pieces should complement different mentalities. In the same collection, you should please the Russian, the Indian, the American market… for fashion designers, it is time to think in a global scale.” When asked about his successful partnerships with brands such as Nivea, Nesprsso, Swarovski, and Reebok, Manish says that he has no pretensions; he just creates something new when asked. After all, according to him, fashion is just his means of expression to the world.

Article – illustrator Amrei Hofstätter German graphic designer Amrei Hofstätter, 31, invests her free time in surreal illustrations, mixing elements from the past with futuristic lines. “I agree with the theory that, when we grow up, we are attracted primarily to the same things we loved as children,” says Amrei. Her illustrations served as inspiration for stylist Manish Arora’s Autumn/Winter 2011/12 collection.

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Catarina: The dolls were inspirational to Manish Arora. Could you talk to us about your partnership? Amrei Hofstätter: This project was really magical and quite special to me. I am a great admirer of Manish. It was particularly thrilling to see my work transferred from a static screen to clothing, a transition that had never seemed so easy to me. Manish, who is faithful to his cultural origins, is very open to a variety of different influences, which gives his production an international and contemporary touch. My work is inspired by a lot of different elements as well. So I think it was that eclecticism that attracted him. I was very happy with the final result. I went to Paris to watch the show and it was an incredibly exciting experience. Catarina: This is not the first time you work with fashion. What is your relation with it? AH: I love fashion when there is a daring and experimental aspect to it. I always try to create an atmosphere that is moving and real. Manish Arora and his team capture that essence. Our collaboration is a perfect example of how fashion and art can nurture each other mutually and reach an interesting level of creativity. The trick is to find two artists whose visual universes are complementary.

Lie Sang Bong Korea’s design ambassador may not be very well known in Brazil, but if it is up to Catarina, everyone will have access to the designer’s work. As one of the most sought after runway shows in Paris, it usually brings technological textile innovations and presents patent creations that can be quite commercial. That is why consumers are so faithful and passionate about Lie Sang Bong’s pieces. We have followed his shows for over five seasons and in his last one, we witnessed his inspiration in nature. In a room of a sophisticated hotel in the center of Paris, the lights dimmed and a 360 degree projection of the collection’s prints anticipated the patterns developed for Europe’s 2012 winter. The tailoring received a design translated by lines inspired by Korea’s horizon. Leather, fur and silk crepe mixed together in lighter, knee-high pieces, with even longer boots that completed the collection’s sober and sexy tone.

Pedro Lourenço is the epitome of Brazilian fashion today, declares Amir Slama It is six o’clock in Paris’ Saint-Germain-des-Prés and Pedro Lourenço’s calmness makes us forget that his runway show will take place in an hour. At nineteen, the young Brazilian is one of the leading names in the French fashion week. Foremost fashion editors from around the world, like Suzy Menkes (New York Times), are confirmed to sit in the first row and the backstage team is powerful. From the styling to the cast of models, one can see the incredible production value. While the models are in make-up, an Arab buyer receives the designer’s full attention, who does not even glace at his watch and devotes all his time to show the pieces that will be showcased. Pedro’s tranquility must have come from the mother, stylist Gloria Coelho, who also keeps her cool. However, his father, designer Reinaldo Lourenço, is nervous. He shakes his hands and is quick to explain, “Look! My hands are sweating. I’m anxious; it feels like it is my show!” But he quickly corrects himself between laughs. “No, I never get this way on my shows, only at Pedro’s.” When asked about his fatherly pride, Reinaldo confirms the old adage that children realize what their parents aspired to do one day, but could not accomplish. He also said he stopped everything he was doing in the last month to help his son. It was quite a surprising quote coming from a member of the family that avoids commenting on each other’s work. Pedro, besides his talent, has a fundamental factor on his side: luck. The right people cross his path, like art director Giovani Bianco, one of Brazil’s fashion image masters. Humbly, Giovani ensures that he is only there to balance a few details of the show. According to him, Pedro Lourenço already has the full conception of the design plan in mind and does not need his help to build the label’s image.


The designer s financial support partly comes from institutions such as ABIT (the Brazilian Textile Industry Association) and ABEST (the Brazilian Fashion Designers Association), both of which had representatives present in the front row. Amir Slama, president of ABEST, says that Pedro is the epitome of the moment that Brazilian fashion is experiencing, as a result of the hard work of so many other names such as Alexandre Herchcovitch, Carlos Miele and himself, when he was Rosa Chá’s creative director. Amir acknowledges and applauds the maturity of Pedro’s creations, especially the precise cuts and geometric shapes he works with, and says he is proud to have the Brazilian flag raised by someone so young. The vice president of the association of stylists, Waldemar Iódice (Iódice’s creative director), was excited after the show and commented that the institution is ready to support labels and designers that are interested in exploring the international market, in trade shows and runway shows. Perhaps it is the positive outlook that comes from the work which is being developed for some time now and has gotten recognition through Pedro’s creations. Waldemar was as excited as Rafael Cervone, director of ABIT, who states that Brazil has never been so hip and well represented as it is now. In addition to Pedro Lourenço, another name that stood out on the runway was Alexandre Birmann’s. Creator of the brand that bears his name, Schutz, heir of Arezzo and vice president of Arezzo S/A, Alexandre signs the creation of shoes that completes the young designer’s collection for the second consecutive time. “It’s a hard for a shoe label to have its own runway show, so collaborations in fashion weeks are essential. Brands such as Manolo Blahnik appear through collaborations like what I did with Pedro. I’m happy with the outcome.” On the runway, the collection presented was extremely luxurious and glamorous, with a mix of materials, a lot of fur and transparencies. The inspiration is aggressive and the pieces reflect a very feminine but animalistic woman, with reference to gorillas, hence the reason for so much fur. With this show, the label is up to par with the most traditional French couture houses, with its quality, creativity and global information. And the best part? It is Brazilian.

MAISON MUGLER Lady Gaga rocked Paris Fashion Week. The singer performed at the Mugler runway show. The label absolutely shook the crowd, provoking shrieks that are not at all common for the French, and presented a collection with its new creative director’s profile: Nicola Formichetti, one of the industry’s “it” stylists of the moment. Nicola is responsible for Lady Gaga’s outrageous outfits, so it did not come as a complete surprise when he invited the pop muse to make an appearance at his first womenswear show for Mugler. The live transmission of the spectacle through the web was a success and we can already tell that the label’s bet on their new creative direction was spot on. All the flashes from the show should render great numbers for the label’s business, given that media is fashion’s currency – the more you stand out, the better - and it has been a while since Mugler stood out like this. Lady Gaga schooled the models on the runway, who stumbled on their huge platform shoes. Gaga hopped around happily at the end of the show, with sandals that seemed impossible to walk with. That is self-confidence.

Peachoo + Krejberg But one of the highlights was Peachoo + Krejberg, which presented all the season’s trends in its collection and even so, managed to stay true to its DNA. We saw fur mixed with lace, as well boots that will clearly become this season’s objects of desire. The architecture that is a part of Peachoo + Krejberg’s history also appeared in the high, structured collars, a great creation that did not fall into the usual commercial cliché. The stylists emphasized in their interview that the woman they idealize in their creations is strong, objective and with great personality. It was an excellent answer; after all, most of today’s fashion consumers fit that profile.

the other. The brand grew and it showed. This season, the press’ presence was bigger and the show’s location, Palais de Tokyo, helped the label make its way into the list of top “must-see” shows in Paris. It was clear to those who saw its previous collection during last year’s show in Paris that the label changed their creative direction radically. At that time, the creative duo defended the fusion of fashion and art and, in an unsuccessful installation, spoke of their unique take on fashion. What we see now is a much more mature collection that played with different materials and textures, all in blue. Geometric pieces blended in commercial and conceptual looks. But there was no more talk of art or speeches defending an ideal. To lose faith in your work is quite serious. We know that the market changes concepts and determines certain products, but it is shocking to see it alter a label’s ideal.

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The international runway shows bet on versatile and varied prints for the Autumn/Winter 2011/12 season. We chose the main trends from the runway and noted that even when the prints seem to follow the same theme, the patterns are renewed with each season. Triangles became diamonds or stars, formed zigzags or came in a duplicated manner for a kaleidoscope effect. Polka-dots came in large, medium and small shapes, with a mission to overthrow Prada’s stripes from summer 2011. An elaborate edge is a great finishing touch and can make the pieces more sophisticated. Miu Miu fever broke out among the brands. Animals and objects stamped the new romantic style. The ethnic prints had Native American and African references. They were found in the mix of stripes and diamonds, rectangles and zigzags. The floral patterns were even more elaborate. We saw delicate wildflowers in light, neutral backgrounds and strong colored flowers contrasting against a dark background. Blankets were the inspiration to a coarse plaid that shared the spotlight with a traditional Scottish tartan. The animal print of the season is the snake. Pythons and rattlesnakes received strong colors and devoured every shred of tigers and leopards. Wallpaper, tapestries, brocades and jacquards turned into luxurious prints with duplicated or mirrored patterns.

S t r e e t S t y l e Par i s and l o nd o n pg. 48 This trio invaded the major fashion centers during winter 2011: color, fur and maxiskirts. Here in Brazil, picture will not be much different. We selected a few looks with this season’s trends in European style.

Aganovich Aganovich was disappointing on one hand, but extremely gratifying on

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V i s ua l Aud i o

Sun , b e ac h e s , t h e s e a and fa s h i o n

The series that carries the title above is the work of the “great chatterbox”, as often refers to himself as, Diego Lara. When he is not involved in writing and directing projects for TV and film, Diego, 28 years old, enjoys illustrating. This is more than just a hobby: his drawings are often used as storyboards to help construct and preview his movies’ plot before the word “action” is shouted out loud. His mood or ideas that suddenly arise are also put on paper. The series presented here in Catarina is a tribute to some bands from Santa Catarina. In this interview, you can learn more about his work, as well as the techniques and references Diego applies in his drawings.

T h e p o w e r o f th e c a ri o c a lif e st y l e i n fl u e n c e s R i o d e J a n e ir o ’ s v i g o r o u s fa shi o n m a rk e t

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Catarina: Why did you choose this theme? Diego Lara: It has a lot to do with the fact that I do not know how play a single chord on any musical instrument. I have always had a nice relationship with the Santa Catarina rock scene since I was in college, while hosting a show called “Microfonia”. I had the opportunity to cross the state chasing the main bands in the early 2000s. The idea behind the illustrations is to honor old and up-and-coming bands and to show them what their sound means to me. C: How did you select the bands? DL: I think it was a very personal choice, based on what I enjoy listening to. I selected bands like The Skrotes and Produto because they are new and caught my attention. I chose Repolho because it is one of the most important - and wonderful - bands in the history of Santa Catarina. But one of the choices was particularly special to me! Cassim & Barbária is currently one of the most exciting bands in the country and is what I have been listening to the most in my day to day. C: What did you try to highlight in each illustration? DL: I wanted to make a play on what each band represents. For example, Cassim: their concert is one of those spectacles that everyone should see before they die. To me, their sound is like a giant monster devouring a little girl! I cannot explain these feelings, but I can draw them, hence the title Visual Audio. C: What influences your style? DL: I rely a lot on the references I get from comic books, as well as Japanese art traces and street art. I mix and match everything I see and I try to create my style. I put together photo collages, song lyrics and crazy textures. C: Can anything be used as inspiration for an illustration? In your “projetodiego” (projetodiego.blogger.com), there are different types of trace. Sometimes there is an intense use of color, other times the pictures are in black and white. DL: I do not have many rules when I draw. Usually a few scribbles are born, and they come together and become one big sketch. But some pieces in “projetodiego” took almost two weeks to finish. As for the colors, that depends on my mood. Sometimes I publish a piece in black and white and later think it would have looked great in color! But when that happens, I respect the other ‘Diego’ that originally created the piece in monochrome and keep the first version. C: Do you draw on the computer or do you use any other techniques? DL: I used a lot of vector when I was experimenting with color staining techniques and the like. When I felt secure enough in that area, I started drawing by hand and scanning the pieces. Currently, almost all my pictures are hand-drawn. I always carry a high resolution camera, sheets, pens, ink and crayons with me.

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pg. 80 “The Wonderful City” is not a title that can easily be taken away from Rio de Janeiro. The Fluminense capital is charming with its paradisiacal beaches, its stunning natural beauty, its historic “Carnaval”. Millions of tourists a year arrive at Galeão International Airport, dreaming of coming one step closer to one of the new wonders of the world: the Christ the Redeemer statue. Like a flirty Drum Section Queen, Rio seduces the whole world and, in this globalized era, serves as a stage for important events, such as president Obama’s speech earlier this year. Even movie theaters were invaded by the carioca magic, with the animated film Rio. The joy of this paradise is contagious. That is why so many people try to copy the carioca lifestyle in the way they act, think or even dress. Fashion in Rio de Janeiro has never been more in evidence, which feeds a fresh, creative industry with unquestionable market potential. One of the pioneers to translate the carioca way of life to the segment was Ricardo Ferreira. In 1974, this passionate surfer founded the label Richards and launched a new concept for clothes in Brazil, associated with the sophisticated informality that is so typical in the Fluminense capital. Even the stores had that spirit; Ferreira created small oasis where it was possible to take a break and listen to some music, with pieces dangling in a slightly disorganized manner, like in an old warehouse. To sell an attitude instead of mere products proved to be an excellent tactic. Today the brand is present in 36 Brazilian cities and beach towns, with 42 stores and 25 franchises, as well as 158 department stores. In November 2003, the first womenswear store opened in Ipanema and the feminine line became one of the main vectors of the company’s growth. Like Ferreira, hundreds of carioca designers naturally take advantage of the positive influences that the environment provides and strengthen the local industry each season. Fashion Rio is a fantastic demonstration of the talent and market power of this new generation of designers, exhibiting contemporary, joyful collections to a modern and growing public. Among the labels that exhibited in the last edition, Espaço Fashion is establishing its name in the Brazilian market with astonishing speed. Created by sisters Bianca and Camila Bastos in the late 1990’s, the brand entered the national fashion calendar in 2008 and since then has opened stores in eight major cities outside of Rio de Janeiro. In addition, Espaço Fashion can be found in more than 500 department stores in the country. To Bianca Bastos, the carioca DNA is in the soul of their collections. “It translates into sensuality, femininity and simplicity in the pieces,” she adds. The designers have big plans for their label and aim to further expand the brand throughout the country, focusing mainly in São Paulo. Another important label from Rio that has stood out is Farm. As a leader in the teen clothing segment, the brand claims that its differential is the translation of the carioca bliss in the pieces. “Rio establishes strong features in fashion and the carioca style is desirable all around the world for its authenticity and the way people appreciate its natural beauty,” said Flávia Miranda, the brand’s marketing director. “Farm has chosen to use that lifestyle as the essence of the brand and is now one of the strongest examples of Rio fashion with such attitude.” With 35 stores throughout Brazil, the label intends to open five more shops by the end of 2011. But the carioca lifestyle is not limited to Brazilian borders. In Redley’s case, the brand invests in its globalization through showrooms and international offices since the beginning of the 2000s. The brand’s creative director, Sandy Dalal, is one of thousands of foreigners bewitched by Rio de Janeiro’s beauty. As a New Yorker with Indian descent, the designer established himself in the market with his first runway show in 1997, a year af-


ter founding the Sandy Dalal Ltd. The worldwide recognition came soon after, when Details magazine named him one of “100 most dynamic men of New York”. However, the decision to replace the Statue of Liberty by Christ the Redeemer happened ten years later, by means of an invitation that stimulated his curiosity of Latin America. Dalal leads Redley’s creations since 2010 and has big plans for the future of the brand. He projects the expansion in wholesale, to take the stores to major capital cities, and the consolidation of Redley’s online store, which reaches its third year of operation and already shows a significant growth. When asked about Rio de Janeiro, Sandy spares no praise. “It was a challenge moving from New York to Rio, learning Portuguese and integrating myself into a new place and a new culture. Challenging and very rewarding at the same time! I like this city and its natural vibration. I’m being very well received by my colleagues, by the townspeople and by the intense nature that surrounds and inspires me. Moreover, slowly, I am becoming more familiar with Portuguese,” adds the designer. In fact, everyone seems enamored with Rio de Janeiro and, consequently, with the carioca style. Like Redley, many companies invest in the exposure of their products outside Brazil and an online sales platform. Richards, besides exploring e-commerce, has two stores in Portugal, while Espaço Fashion has sales points in the UAE, South Africa and Russia. And these are just four examples of the “explosion” of new talent from Rio! With the global exposure that the Wonderful City will suffer in the next decade due to the two major sporting events that will occur in Brazil, it is time for Rio’s fashion to overthrow any barriers that still hinder new consumers. Luckily, many of them are things of the past.

T h i r t y Br i t i s h b rand s p l an t h e i r b u s i n e s s i n Bra z i l pg. 84 Organized by UK Trade & Investment (UKTI) in Brazil, which is the commercial section of the British government abroad, the commercial mission known as British LIfestyle has already brought positive results in its balance sheet. In planning for the event that took place on March 22 through 25 at the British Consulate-General in São Paulo, a number of appointments were scheduled, such as meetings with the Brazilian business community, visits to premium retail stores and a seminar on domestic consumption and its expansion process. The thirty British brands that participated in the British Lifestyle event were enthusiastic about the premium Brazilian market, especially regarding the level of sophistication of the retail sectors of fashion and interior design. “Brazil has a very dynamic economy with high growth rates, particularly in the premium segment, but also with the emerging middle class. Both are important to the success of the British companies that visited Brazil in the British Lifestyle mission,” says John Doddrell, British Consul General in São Paulo and Director of UKTI in Brazil. Retail brands such as Karen Millen, Debenhams, Mamas and Papas, Orla Kiely, Caramel and Lipsy reported promising prospects for their labels and negotiations are already underway. Harris Tweed Hebrides and Holland & Sherry also had good reviews of their pieces and collections. Johnstons of Elgin’s luxurious cashmere knitwear and accessories stirred up quite some interest in São Paulo’s premium market. Begg Scotland executives met up with major retailers and the business potential is also promising. Mackintosh, with its elegant collection of waterproof pieces for windy and rainy days, known as rainwear, promises to conquer the inhabitants of São Paulo, a city whose climate sometimes resembles London’s. The label is also negotiating with major retailers in Brazil. “Companies participating in São Paulo’s British Lifestyle are part of the

Creative Industries sector, a huge segment of the UK economy. The fashion segment alone moves US$ 34 billion in sales and employs 1.3 million people,” says Susan Hairdo, UKTI’s CEO. Designer shoe label Kat Maconie, which already operates in the country, is confident in expanding its business due to British Lifestyle’s network. In the interior design segment, Walker Greenbank, with its iconic collections of notorious designer brands such as Sanderson, Arlequim, William Morris and Zoffany had good visibility at the event through their wallpapers and interior fabrics. HRW Antiques evaluated the local market for antiquities as a small one, but the brand is prospecting a select market niche where it will have good chances of being successful. The 100% Design Fair, sponsored by Reed Exhibitions, should bring British and European interior design companies to Brazil. “In October 2011, UKTI plans to organize a seminar in London about the Brazilian premium markets to professionals from Britain and Brazil,” concludes Ron Archibald, director of British Lifestyle Design in UKTI.

L’ A m m e nda d i S ta m pa pg. 88 Miroglio Textile is a corporation that operates in all stages of the textile chain, from design to sales. The Italian company, founded in 1947, stands out as a manufacturer of printed fabrics, producing 30 million meters per year. Miroglio’s relation with prints started in the 1950s and has since been successfully established in the European luxury market. Operating in 34 countries around the world and with a turnover of 930 million Euros, Miroglio opened an office in Brazil in June 2010, in São Paulo. The headquarters has not yet completed a year, but is already celebrating the admission of the domestic and Latin American market, which has surpassed all expectations in sales. The brand has invested 1.5 million Brazilian Reais in the showroom, which houses a Digital Print Lab. The Lab’s team includes professionals from Brazil, France and Italy, who develop exclusive prints for labels that have a need for unique and differentiated products. This is a premium service and the minimum order is one thousand and five hundred yards of fabric. Miroglio’s main differential when compared to other companies in the same segment is its tradition of 60 years in the market, in addition to its high quality, leading edge technology and the fact that it is usually the first pick among luxury brands. Regarding its products, Miroglio can produce the most colorful prints in the market. While eight colors are standard in common cylinders, up to twelve colors can be used in Miroglio’s equipment. Also, the company’s rapport is 1.2 meters long, 30 centimeters longer than usual. In its list of national clients, labels such as Morena Rosa, Cantão, Redley, Cori and Carlos Miéle are all included. In Europe, labels like Moschino, Zara, Benetton, H&M and Burberry develop their prints with Miroglio. Besides manufacturing prints, the company has grown and invested in another business model in which Brazil, the distributing polo for all of Latin America, plays an important role. According to Maria Fernanda Napole, Miroglio Brazil’s communication manager, “The company wants to expand the group’s activity not only when it comes to producing textiles, but also bring Miroglio Fashion to the country. For the company, there is a demand in this area. But the operation in Brazil will be different from what is developed in Europe, where twelve labels with unique European characteristics participate”. Miroglio Fashion is the group’s clothing manufacturing segment. The strategy here will be similar to the model applied in China. Miroglio plans to buy labels that are already in the market and work with them in the fashion business. The brands should be mostly targeted at female consumers. Miroglio’s distribution network includes eight thousand clients from department stores, two thousand from private labels and ninety from outlets. Also, the company is present in the largest department stores in the world.

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ร ndigos e Brins

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