D Saúde - D73

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Cirurgiã plástica Erika Malheiros fala sobre nova técnica que se populariza no Brasil e esclarece dúvidas que envolvem as próteses de mama

PROIMAGEM

Clínica comemora seu primeiro ano em Garça

DERMATOLOGIA

Ademir Viana explica toxina botulínica preventiva

FOTO PAULO CANSINI

ANO 14 Nº 73 MAI/JUN 19 R$ 25,00

IMPLANTES DE SILICONE

OFTALMOLOGIA

Dagoberto Teixeira fala sobre inteligência artificial


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EXPEDIENTE

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11 Presidente - Editor: Marcos Flaitt

6 A 8 ESPECIAL CAPA ERIKA MALHEIROS

Direção Geral: Michelle Verginassi Redação: Mariana Roncari e Rodrigo Viudes Operadora de editoração: Gláucia da Mata e Iara Regina da Silva Projeto Gráfico: Ivy Bueno Revisão: Maura Flaitt Logística: Antonio Sanches

11 A 13 PROIMAGEM 14 A 18 JANTAR DA SANTA CASA 21 ADEMIR VIANA 22 E 23 PAULO MIORALI 24 ATAXIAS

FALE CONOSCO: Anúncios, divulgação de empresas, serviços e eventos

26 CATARINA ROJAS 27 UNIMAGEM

Fale com MARCOS FLAITT: Mobile: (14) 9 9601-3070 / Fixo: (14) 3221-0780 E-mail: flait@uol.com.br Leia pela internet: www.revistad.com.br

28 PLANETA ANIMAL 29 EDILENE NASSAR 30 ALEXANDRE PEREZ 31 DAGOBERTO TEIXEIRA

Correspondência: Av. Santo Antonio, 114 - Bairro Boa Vista, Cep.: 17501-470 - Marília - SP.

32 NEWMAN SCHUTZE

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REVISTA D MARÍLIA EMPRESA AMIGA DAS TARTARUGAS MARINHAS DE CABO VERDE

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Beleza em segurança OPINIÃO

Com PhD na área de implantes de silicone, a cirurgiã plástica Erika Malheiros fala sobre nova técnica de cirurgia de prótese de mama, além de abordar novidades, dúvidas e polêmicas que envolvem este assunto

De acordo com o mais recente estudo feito pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e Estética (ISAPS), o Brasil é o segundo país no mundo em número de cirurgias plásticas, representando 10,4% de todos os procedimentos realizados. Entre os dez mais procurados, a cirurgia de mama é a mais popular - com 288.597 operações realizadas em 2016, correspondente a 19,6% de todas as plásticas feitas no país, de acordo com o último relatório divulgado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). A primeira cirurgia de implante de silicone foi realizada em 1962. Desde então, o procedimento passou por inúmeras revoluções, tanto nas técnicas como também nos materiais e formatos disponíveis. Para falar sobre novidades, dúvidas e polêmicas envolvidas nesse segmento, a revista D Saúde consultou a cirurgiã plástica PhD na área de implantes de silicone, Érika Malheiros Bastos. Confira a seguir. D Saúde: Quais são as principais técnicas utilizadas em cirurgias de implante de silicone? Érika Malheiros: Hoje temos diversas técnicas para diferentes indicações. Para escolher o método, o especialista leva em consideração aspectos como a quantidade de tecido mamário da paciente, a presença da flacidez e as medidas do tronco, por exemplo. O procedimento pode ser realizado no plano subglandular (abaixo da glândula), subfascial (abaixo da fáscia) ou submuscular 6

(abaixo do músculo). Entre as técnicas submusculares, usadas para disfarçar a prótese, quando necessário, existe a chamada ‘dual plane’ (plano duplo), na qual a prótese fica parte abaixo da glândula e músculo e parte abaixo somente da glândula mamária. Há pouco mais que uma década, uma nova técnica começou a ser aplicada, chamada de ‘split muscle’ (divisão do músculo). DS: Poderia nos falar um pouco mais sobre a ‘dual plane’ e a ‘split muscle’? Qual seria a diferença entre as duas? EM: Em termos de aparência, as duas técnicas proporcionam resultados muito semelhantes, com aspecto natural e efeito lifting. A dual plane é uma técnica que ganhou popularidade por proporcionar o resultado estético próximo ao aspecto natural das mamas, e, diferentemente da submuscular, pode ser usada mesmo em mamas com um pouco de flacidez, pois eleva a aréola, o que foi uma revolução nas técnicas que utilizam o músculo. É muito usada em pacientes mais magrinhas ou com alguma queda da mama. A técnica consiste em realizar um descolamento de parte da glândula da musculatura e secção da inserção inferior do músculo peitoral maior. A técnica de split muscle é uma técnica mais recente, tem as mesmas indicações, porém não necessita seccionar a parte inferior do músculo peitoral, apresentando portanto, menor morbidade. O que se observa é uma recuperação menos dolorosa. Estatisticamente, a ‘split’ oferece

como vantagem, também, uma ausência de deformidade de contração, o que pode acontecer nas outras técnicas submusculares. (https://youtu.be/TML1ejDIuhY) DS: A técnica parece estar repercutindo muito bem entre os cirurgiões. A doutora esteve envolvida com a divulgação dessa técnica em diversas ocasiões, não é mesmo? EM: A primeira vez que apresentei esta técnica foi em 2014. Desde então nosso trabalho vem ganhando reconhecimento crescente. O pioneirismo e a experiência com a técnica proporcionaram um convite para moderar uma mesa com expoentes da cirurgia de mama, durante Jornada Paulista de Cirurgia Plástica 2018, onde a técnica foi apresentada ao lado de apresentações das técnicas mais tradicionais. Um dos palestrantes da mesa, era nada mais nada menos que um dos inventores da prótese de silicone e o primeiro a colocar este implante no mundo, em 1962, Thomas Biggs. Em maio de 2019 apresentei minha experiência de seis anos com o uso desta técnica em Meeting da ISAPS (Internacional Society of Aesthetic Plastic Surgery). Neste encontro, pude demonstrar a grande naturalidade e manutenção dos resultados ao longo dos anos. É possível perceber um interesse crescente na técnica, tanto por cirurgiões como também por parte da mídia, porém a aceitação de toda técnica nova passa por diversos fatores e pode levar décadas, pois nós, cirurgiões, somos sistemáticos e somos acostumados a fazer a cirurgia de terminado


ESPECIAL CAPA Imagens Arquivo Pessoal

jeito e por ter dado certo por muitos anos, às vezes é difícil acreditar na necessidade do uso de técnicas que venham surgindo. Mesmo a dual plane, muitos médicos não encontram a necessidade de utilizar em sua rotina. DS: Quanto às técnicas de prótese, quando então usar a split? E quando usar outras? EM: Quanto a paciente é muito magrinha, ou então não deseja que o resultado tenha aspecto muito evidenciado de próteses de silicone, para disfarçar o polo superior, pode ser indicada a técnica split muscle, a submuscluar e a dual plane. Se esta paciente também apresenta um pequeno grau de flacidez, somente a split ou dual plane estão indicadas. Quando a paciente tem gordurinha na parte de cima da mama suficiente para disfarçar a prótese, ou quando a paciente não quer disfarçar o aspecto de silicone, usamos o plano subfascial, deixando o músculo intacto, que também tem resultados excelentes quando bem indicado. O plano subfascial pode ser considerado como o menos doloroso no pós-operatório; o submuscular é mais doloroso, porque o músculo possui mais sensibilidade à dor. Já a split, pode ser considerada como intermediária.

Técnica Dual Plane

Técnica Split Muscle

Modelos de prótese de mama

DS: Além das técnicas variadas, há também outros aspectos que interferem no resultado final da cirurgia? EM: Sim. As características particulares de cada paciente, como medidas do tórax e posição das aréolas são variáveis avaliadas no momento de tomada de decisão da cirurgia, que é feita em conjunto com o cirurgião plástico. Na cirurgia podemos optar pela colocação de prótese com perfil baixo, alto ou extra alto. Além disso, temos os formatos de prótese, sendo a preferida a prótese no formato redondo, chamado também de “bolinha”. Para quem deseja uma projeção maior, há a próteses em formato cônico; há também o formato “gota”, para quem deseja um resultado ainda mais próximo do desenho natural da mama.

passamos por diversas mudanças, tanto no material interno - hoje utilizamos um gel como também o material de revestimento da cápsula. Os implantes preenchidos com silicone passaram por um período de proibição nos EUA, pois se achava que poderia haver vazamento ou provocar câncer ou outras doenças. Durante esse período era possível somente usar próteses salinas, mas elas não proporcionavam resultados satisfatórios para muitos pacientes. Depois de vastas pesquisas e centenas de trabalhos publicados, o FDA (Food and Drug Administration) chegou à conclusão na época, que não havia relação comprovada entre o câncer de mama e o implante de silicone e o silicone voltou a ser liberado. Apesar de nada provado, pacientes com doenças autoimunes devem ter cautela. Recentemente um linfoma associado à cápsula de silicone vem sendo reportado.

DS: A implantação de prótese de silicone é permeada por algumas dúvidas e mitos. O implante é seguro? EM: O implante de silicone é realizado há várias décadas, desde 1962. Desde então

DS: No final de 2018 houve a proibição de uma prótese de determinados fabricantes. Isso despertou a atenção de mulheres que possuem implante e também daquelas que desejam fazer uma cirurgia. Qual é

a postura da comunidade médica diante dessa situação? O linfoma anaplásico de células grandes em implantes de mama – (Breast implantassociated anaplastic large cell lymphoma - BIA-ALCL) é um câncer na mama e não um câncer de mama, que se origina a partir da cápsula que se forma ao redor da prótese. Ele começou a ser reportado em algumas pacientes nas quais se observou um aumento de líquido ao redor da prótese. Quando esse líquido foi examinado, identificaramse células deste linfoma. Estas pacientes tinham em média oito anos de colocação de prótese, variando de dois a 28 anos. O tratamento segue protocolos criados pelo “National Comprehensive Cancer Network” (NCCN) e consiste na retirada da prótese e retirada total da cápsula e de alguma nodulação. A maioria dos casos é de estágio inicial, então a quimioterapia é raramente necessária. A incidência desse raríssimo linfoma varia de acordo com os vários estudos e situa entre 1 a cada 3.817 a 1 a cada 30.000 mulheres com implantes de silicone mamário. Para se ter uma ideia de quão baixa é a incidência deste linfoma, 7


ESPECIAL CAPA a chance de uma mulher ter câncer de mama ao longo de sua vida é de 1 a cada 8 mulheres. Existem várias teorias sobre o que poderia facilitar a ocorrência, como fatores genéticos, inflamatórios, tempo e a texturização dos implantes. Devido a este último fator, as próteses texturizadas de um determinado fabricante foram retiradas do mercado por um período, mas chegou-se à conclusão de que, devido ao risco ser muitíssimo pequeno, e apesar de ser bem mais incidente ao redor de próteses com texturização, aconteceram casos também com as lisas. Assim, tanto a Anvisa quanto o FDA, entenderam não ser coerente manter esta proibição, pois como existem indicações do uso da texturizada, os benefícios são bem maiores que os riscos. O mais importante é a informação. Os cirurgiões plásticos, através de nossa sociedade, já têm sido exaustivamente informados sobre, tanto quanto ao diagnóstico, quanto ao tratamento; médicos de outras especialidades também estão se familiarizando. Por fim, os pacientes têm sido informados pelos seus cirurgiões, tranquilizados sobre a raridade do mesmo e orientados então sobre procurar seu médico sempre, no caso de mudança súbita no aspecto de sua mama. DS: E quanto à amamentação, a prótese pode atrapalhar? EM: Quanto à amamentação, a prótese em si não atrapalha, desde que, na colocação da prótese, não se realizem cortes dos ductos mamários, como ocorre, por exemplo, na mastopexia (cirurgia de elevação de mama). DS: Aproveitando o tema da mastopexia, é possível associar a colocação de implantes nesta cirurgia? EM: Sim, podemos associar a colocação da prótese mamária com o levantamento da mama, é bem comum. DS: Mesmo com o silicone, a mama poderá sofrer uma queda? EM: Sim, sempre haverá queda, devido ao peso da prótese. O que pode variar é o quanto essa mama irá cair, dependendo muito da qualidade de pele da paciente, bem como o material e o peso das próteses e ainda das técnicas utilizadas. Por isso orientamos usar o 8

maiores causas de troca de prótese. DS: Nesses casos é obrigatório realizar essa troca? EM: Caso a paciente, por alguma razão, não possa realizar a troca da prótese naquele momento, não há motivos para alarde. A prótese não causará problemas de saúde, apenas incômodo. Nesse caso podemos utilizar medicamentos para prolongar o uso dessa prótese, diminuindo o incômodo doloroso e, em alguns casos, “amolecendo” um pouquinho a prótese endurecida (cápsula), podendo assim adiar um pouco a troca da prótese. Mas normalmente a paciente prefere trocar.

sutiã o máximo possível, para que o resultado se mantenha por mais tempo. A grande novidade, que em breve estará no mercado, é o implante preenchido com gel de silicone permeado de microesferas de ar que não se deslocariam do gel. Esta tecnologia produz então um implante bem mais leve, que teria um menor risco de queda. DS: É necessário realizar a troca periodicamente dos implantes de silicone? EM: Muitas pacientes buscam próteses que duram para sempre, mas isso muito dificilmente pode ocorrer. As próteses podem até ter uma garantia vitalícia, mas o corpo não aceita a prótese para sempre. Tudo o que é colocado no nosso corpo provoca uma “reação de corpo estranho”, formando uma cápsula fibrosa ao redor da prótese para isolá-lo. Só que, de uma hora para outra, ainda não sabemos exatamente o porquê, esta cápsula endurece, o que chamamos de contratura capsular. O tema do meu PhD é justamente o estudo deste fenômeno e o uso de um medicamento que ajuda a diminuir sua incidência, tratar casos mais leves e prolongar o uso da prótese. A ocorrência da contratura pode variar de meses a mais de 20 anos, com a literatura contemplando 1 a cada 10 mulheres apresentando contratura capsular nos primeiros 10 anos. Quando em graus elevados, leva ao endurecimento e deformação da mama, podendo provocar dor. É uma das

DS: Para finalizarmos, a doutora poderia comentar a respeito do psicológico das pacientes que colocam prótese de mama? EM: Isto é maravilhoso. Adoro ver o desabrochar de mulheres, novas ou não, que aguardaram longos anos na esperança da mama crescer e isto não ocorre, finalmente se sentir uma mulher completa, pois a mama é o maior símbolo da feminilidade. Elas mudam muito, ficam mais confiantes, seguras e isto reflete tanto na parte pessoal, amorosa, quanto inclusive na profissional. Quando fiz residência de Cirurgia Plástica na UNIFESP, participei de um protocolo de estudo onde se mensurou o impacto da cirurgia de prótese de mama na vida da mulher, através de questionários validados, observando-se um aumento expressivo na qualidade de vida e autoestima destas pacientes. Como a OMS (Organização Mundial da Saúde) define saúde como bem-estar físico, social e mental, podese concluir que a colocação de prótese de mama, de certa forma, faz bem à saúde.

Erika

Malheiros Bastos (MDPhD CRM 90590) é Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e membro da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS). Possui residência em Cirurgia Plástica, mestrado e doutorado pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp). www.erikamalheiros.com.br erika.mb@uol.com.br @erika_malheiros


OPINIÃO

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MEDICINA DIAGNÓSTICA

Um ano de sucesso Proimagem celebra primeiro ano de atuação em Garça

Proimagem celebra seu primeiro ano de atuação em Garça

A Medicina avança exponencialmente ao longo da história. Aliada à tecnologia, ela possibilita realizações nunca antes imaginadas, com aumento de possibilidades de tratamento e cura, além da ampliação da qualidade de vida por práticas preventivas. Especializada no segmento de diagnósticos por imagem, a Proimagem trabalha há um ano na cidade de Garça ofertando o que há de mais moderno e tecnológico em sua área de atuação, além de ser composta por uma equipe de especialistas altamente qualificados. “A Proimagem surgiu da necessidade de oferecer para Garça e região toda a tecnologia em soluções de imagens médicas disponíveis nos grandes centros do país. Nossa missão é proporcionar diagnósticos de confiança que garantam qualidade e segurança para médicos e pacientes. Nos preocupamos a todo momento em oferecer um ambiente humanizado e acolhedor, o que para nós é essencial quando se trata de saúde e bem-estar”, afirma o médico radiologista e proprietário da clínica, Rafael Hamzé.

Amanda e Rafael Hamzé

“Investimos em equipamentos de alta tecnologia. Dentre eles, em destaque está o tomógrafo de 32 canais, capaz de realizar o exame com uma redução importante da dose de radiação em até 40%, contudo sem reduzir a qualidade da imagem”, explica Hamzé. Outro destaque da clínica é o aparelho de ultrassom HS70, da Samsung, líder de mercado no segmento, que possibilita

Equipe Proimagem

o recurso da elastografia. “A elastografia tem a propriedade de medir a dureza dos elementos. Hoje já é estudada, aprovada e utilizada principalmente para examinar o fígado, quando se pesquisa a fibrose hepática. Com essa visualização, conseguimos reduzir a realização de biópsias que ocorreriam sem necessidade, uma vez que a biópsia traz riscos, mesmo que pequenos, ao paciente. Além disso, por meio deste

Armando, Amanda, Rafael, Arthur e Valentina Hamzé e o prefeito João Carlos dos Santos

EXAMES Para cumprir seus objetivos, a clínica Proimagem oferece exames com a mais alta tecnologia de tomografia, densitometria óssea, radiografia e mamografia digitais e equipamentos de ultrassom de última geração.

Marlene e Dr. Armando Hamzé, Dr. Elias, empresária Mara Peres, Dra. Alane, Marcelo, Flávio Peres, Dra. Mara Grace, Dr. Sérgio Asperti

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OPINIÃO

Tomografia

Densitometria óssea

Sala de ultrassom

Sala de laudos

aparelho conseguimos realizar o manejo e acompanhamento de pacientes com doença hepática crônica. Esse recurso também já é utilizado e possui estudos em andamento para aplicações em mama, tireoide e alguns outros órgãos”, pontua o médico.

CORPO CLÍNICO O corpo clínico da ProImagem reúne médicos especialistas altamente qualificados, apaixonados e comprometidos com a realização da Medicina. “Aqui, a prioridade é o paciente. Por ele buscamos sempre evoluir, como profissionais e como seres humanos”, afirma Hamzé. “Temos como prioridade nos manter atualizados com relações a novidades tecnológicas e novos estudos realizados. Por isso temos a preocupação de frequentar congressos e cursos constantemente em grandes centros, como São Paulo e Ribeirão Preto”, completa.

ATENDIMENTO HUMANIZADO A evolução da Medicina é extremamente importante para a qualidade e expectativa de vida. Mas ainda assim, nada será capaz de substituir o cuidado proveniente do contato humano. Essa premissa foi valorizada na criação da ProImagem. “Tudo aqui permeia essa sensação. Aqui, nossa intenção é cuidar 12

de cada paciente de forma individual e humana”, afirma Hamzé. “Temos a intenção de sempre acolher nosso paciente com um bom atendimento desde o início, desde a recepção, com sorrisos, com carinho, buscando compreender as necessidades de cada um, seja no tratamento ou nas rotinas de acompanhamento, como das gestantes, por exemplo”, completa Amanda. Além disso, toda a equipe é especializada. “Contamos com a recepção, área administrativa, enfermagem, técnicos e tecnólogos de Radiologia, todos preparados para oferecer a melhor qualidade de atendimento, frequentando cursos dentro de suas áreas de atuação e participando ainda dos aprimoramentos rotineiros que proporcionamos para toda a equipe”, finaliza o médico.

Sala de espera

Dr. Ulisses, Dr. Marcelo, Dr. Armando e Marlene, Dr. Marcos e Dra. Sarah

NOITE DE CELEBRAÇÃO Para comemorar seu primeiro ano de atuação na cidade de Garça, a Proimagem promoveu um coquetel. Confira a seguir o registro da celebração deste primeiro ano de atividade.

SAIBA MAIS A Proimagem fica na Avenida Dr. Rafael Paes de Barros, 549, Williams, Garça. O telefone para contato é o (14) 3471-2559.

Andre e Angela Rodrigues, Eliana e Francisco Frig e Priscila Vilas Boas


MEDICINA DIAGNÓSTICA Ulisses De Leo Tedde Médico ginecologista e obstetra A Promagem veio preencher uma lacuna, pois antes não tínhamos exames e todos os pacientes precisavam se deslocar até Marília para fazer um ultrassom, uma mamografia, uma densitometria. Hoje ficou muito mais fácil devido à chegada do serviço de ótima qualidade, além do contato direto com os médicos para que possamos receber estes resultados com o máximo de agilidade.

Andre e Angela Rodrigues, Eliana e Francisco Frig e Priscila Vilas Boas

Natalia e Dr. Marcelo Miranda, Dr. Felipe, Solange, Dra. Fernanda

Roberto Gonzales Proprietário da RCG Dr. Silvio e Dra. Andrea, Maria e Dr. Wagner

É um grande empreendimento e ficamos muito felizes pelo sucesso profissional do Dr. Rafael, um profissional muito trabalhador, competente e dedicado, além de ser um espaço maravilhoso. Essa combinação só poderia resultar nisso: sucesso.

Dra Cassandra e Dr. Francisco Dias, Dr Rafael

Dr. Henry e Dr. Faig

João Carlos dos Santos Prefeito de Garça Este é um investimento muito significativo para a nossa cidade. Percebemos toda a qualidade dos equipamentos e a capacitação do corpo clínico. É importante ter pessoas que acreditam no potencial da cidade,. São médicos, profissionais da saúde e empreendedores que acreditam e investem em Garça. A saúde precisa se desenvolver e precisamos de bons parceiros para tal. Tenho certeza que colherão bons resultados.

Dr. Alcides Gianasi, Dr. Joaquim Pereira e Dr. Rafael Hamzé

Sueli e Maurício Freire e Rafael Hamzé

Flavio Peres Proprietário da PPA

Alane Piai Médica alergista e imunologista Garça precisava de uma clínica com alta tecnologia. Agora há equipamentos de ponta para atender qualquer tipo de patologia. Não é preciso se deslocar até Marília, pois temos tomografia, radiografias digitais, ultrassom de ultima geração. Estamos muito contentes com esse novo serviço.

Francisco Dias

Médico ginecologista e obstetra É uma surpresa extremamente agradável a que o Dr. Rafael fez em Garça com a Proimagem. É difícil encontrar uma estrutura como essa na região e até mesmo no Brasil. Aqui temos segurança profissional, retaguarda e instalações maravilhosas. Estaremos torcendo para que continue sempre com sucesso, prestando esse serviço fantástico para toda a nossa região.

A clínica nos impressiona. Precisei recentemente de uma radiografia ortopédica e o Dr. Rafael me apresentou toda a tecnologia da Proimagem. Fiquei orgulhoso ao conhecer o que temos em Garça. Parabenizo a Proimagem pelo investimento na nossa cidade. É uma clínica que poderia ser instalada em qualquer outra do Brasil, mas escolheram a nossa. Isso é um motivo de grande orgulho para nós. Meus funcionários utilizam os serviços aqui, assim como a família deles, eu, minha família, e outros tantos cidadãos da cidade. São milhares de pessoas que se beneficiam. Quero agradecer muito à Proimagem e ao 13 nós. Dr. Rafael por criar esse espaço de saúde para


Jantar da Santa Casa Hospital comemora 90 anos de fundação em noite de reencontros e homenagens

Personalidades que marcaram história da Santa Casa foram homenageadas

A Santa Casa de Misericórdia de Marília

celebrou os 90 anos de fundação com uma variada programação ao longo do mês de abril. Entre os eventos esteve o jantar dançante realizado em noite de gala no Moinho Matarazzo, em Marília. Marcaram presença membros da diretoria da Irmandade, conselheiros, irmãos mesários, autoridades, além de outros convidados. O momento mais especial do jantar foi a homenagem prestada pela instituição a personalidades importantes de sua história. Entre eles, o neto do primeiro provedor, Bento de Abreu Sampaio Vidal (18721948), compareceu ao jantar e foi homenageado pela Santa Casa, a exemplo de outros ex-provedores e o atual, Milton Tedde. Todos receberam uma placa. Confira imagens do jantar:

O provedor Milton Tédde (à esq.) foi um dos principais homenageados da noite

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Jantar de 90 anos na Santa Casa de Marília reuniu dirigentes e empresários no Moinho Matarazzo

Abilio e Meire


santa casa

Alexandra e Farid Zayed

Ana Paula e Elton Turola

Andreia Ramos e Sérgio Stopato

Antonio Silva e Renan Bellini

Aparecida Padovan, Vera Lúcia e Laura Marques

Daniela Maia e Carlos Bittencourt

Davino Souza, Mara Angela, Francisco Martinez, Rui Rocha, Vânia, Daniela e André

Deanne Doris e Levi

Eduardo e Camila Jacob, Eduardo, Luiza e Marina

Bárbara e Milton Tédde

Eleodino Garcia, Silvana e Norival

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santa casa

Erica e Leonel Ventura

Fátima e José Geraldo Garla

Gustavo Menin e Jaqueline

Halumi e Massatero Arashiro

Isabele, Bruno e Heloísa Vilar

Ivan e Regina Zochio

Janie Tidei e Zé Vó

Joao Bono e Renata

Joaquim e Majô Garcia

Juliana e José Eduardo

Kátia Ferraz, Ana e Kentaro Sugao

Libânio e Fátima Nunes

Lucas,16 Karoline, Plácida e Marcos Amorim D SAÚDE

Lucia Helena, Paulo e Neusa

Luis de Arruda e Daniela Augusta

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santa casa

Maíra e Romildo Raineri

Marcela e Eduardo Martins

Márcia Mota e Norberto

Marcos e Plácida Amorim

Marcos e Rejane Tiveron

Marcos Rezede, Edson Rogatti, Walter Ihoshi e Sandro Spadotto

Mari e Adriano Martins

Maria Luiza, José Raphael e Rafael

Mariane Rodrigues e Marlon Riatti

Mariana Espósito, Marcio Mielo e Silvia Marinatto

Maúde e Cláudio Pastori

Milton e Márcia Tédde

Norival Rodrigues e Silvana Amaral

Otavio e Sharlene Spadoto

Raphael da Silva, Neila Capelli e Helena

17 D SAÚDE

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santa casa

Ricardo Mustafá e Beatriz

Rosana e José Cícero Guillen

Rosana Paula e Paulo Alana

Sergio e Luciene Leite

Sergio Lopes Sobrinho e Therezinha, João Gonçalves e Ana Maria

Silvia e Eduardo de Carvalho

Silvio Luis, Daniella Saad, Eduardo e Helena Acuri

Vinicius Camarinha e Danilo Bigeschi

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Stenio e Ana Paula Dedemo

Wilson Ottoboni e José Raphael Montoro

Vera Moron e Edson Moreno

Doroty e Wilson Passador


OPINIÃO

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DERMATOLOGIA

Toxina botulínica preventiva? O médico Ademir Viana fala sobre aplicações para frear o aparecimento de rugas A partir dos 25 anos é recomendado que os cuidados com a pele do rosto sejam iniciados. Hidratante e filtro solar são palavras de ordem nessa fase. Contudo, não importa quão impecável seja a sua rotina de pele. As temidas linhas de expressão, uma hora ou outra, vão surgir. Com o passar dos anos, o organismo sofre alteração na produção de colágeno e elastina, proteínas responsáveis por conferir firmeza e elasticidade à pele. Assim as linhas de expressão, também chamadas “rugas dinâmicas”, são as primeiras a surgir, em decorrência de movimentos faciais repetidos, que acabam formando os temidos vincos. Para impedir que as rugas dinâmicas se tornem rugas estáticas – aquelas que não desaparecem, mesmo quando estamos com o rosto relaxado – é possível contar com alguns artifícios modernos da Medicina, tais como a toxina botulínica. “Antes era comum utilizarmos a toxina para tratar rugas já estabelecidas. Contudo estudos demonstram que ela pode atuar também de maneira preventiva, postergando o surgimento dos sinais da idade, quando aplicadas desde cedo”, explica o médico Ademir Viana. O profissional explica que a toxina botulínica pode ser aplicada em basicamente qualquer área muscular, dependendo de indicação médica; na região do rosto – testa, olhos e lábios, principalmente – terá um efeito rejuvenescedor e preventivo, a depender do caso, com resultados bastante discretos. “A toxina botulínica poderá atuar contra o olhar cansado, correção da ‘boca triste’ e sorriso gengival, arquear a sobrancelha, enfim, um conjunto de ações que visa reduzir o ar cansado do rosto”, pontua. “Quando a aplicação é feita de modo preventivo, ela fica bastante sutil, demonstrando uma aparência mais descansada sem deixar evidente quais foram as providências tomadas”, completa. Como efeitos adversos o especialista alerta que pode haver cefaleia (dor de cabeça), parestesia

resistência à aplicação.

POTENCIALIZAÇÃO DO RESULTADO

(sensações na pele tais como formigamento), ptose palpebral (pálpebra caída) e edema (inchaço) no local da aplicação. “A qualidade e segurança dos resultados obtidos pela aplicação são totalmente aplicador-dependentes, sendo os riscos e complicações minimizados quando aplicados por médicos aptos a realizar o procedimento”, esclarece o médico.

APLICAÇÃO O início de ação da toxina ocorre em torno de três a quatro dias após a aplicação, sendo recomendado o período de até 15 dias para se observar o resultado final. Nessa ocasião também é o momento ideal para realizar uma nova avaliação com o profissional e realizar eventuais retoques, se necessário. A duração do tratamento pode variar de acordo com a marca da toxina utilizada, sendo em média de três a seis meses. Para realizar uma nova aplicação é indicado aguardar o período de quatro a seis meses, para que o organismo não crie

A toxina botulínica tem a função de inibir a contração muscular na área de aplicação prevenindo o surgimento e amenizando as marcas de expressão. Contudo, para uma melhor eficácia da paralização, cada molécula da toxina deve se associar a uma molécula de zinco. Portanto, se o indivíduo possui quantidades inadequadas de zinco no organismo, a toxina poderá ter seu efeito reduzido. O zinco está naturalmente presente em alimentos como carne de boi, porco e frango, ovos, cereais integrais e leguminosas, como o feijão. Contudo nem sempre há a biodisponibilidade ideal do mineral e pode haver ainda dificuldades individuais na absorção. Uma pesquisa publicada no Journal of Drugs in Dermatology evidenciou que a suplementação de zinco e fitase (enzima que estimula a absorção do zinco pelo intestino) foi capaz de prolongar a duração do efeito da toxina botulínica, quando comparada a indivíduos que não realizaram a suplementação. A correta posologia deve ser indicada pelo profissional responsável. “Cada paciente demanda condutas diferentes. Por isso é importante uma avaliação personalizada de cada indivíduo. Isso tem grande influência no sucesso de todo e qualquer tratamento”, finaliza o profissional.

SAIBA MAIS Ademir Viana (CRM 191.593) é médico formado pela Unimar. É residente em Anestesiologia na Santa Casa de Misericórdia de Marília e pós-graduando em Dermatologia Estética pelo ISMD – Instituto Superior de Medicina. Atende na Clínica Roberta Franklin, que fica na Avenida Cristo Rei, 05. 21


ESTÉTICA

Transplante capilar

O dermatologista Paulo Miorali fala sobre moderna técnica que traz naturalidade para os resultados A calvície figura entre uma das principais preocupações estéticas entre os homens. Contudo a Medicina moderna se preocupou em desenvolver verdadeiros arsenais para minimizar os efeitos capilares da doença. “Apesar de ser uma condição sem cura conhecida, temos hoje uma grande variedade de recursos dermatológicos clínicos e preventivos desenvolvidos tanto para ganho de volume como para amenizar a perda capilar”, explica o médico dermatologista Paulo Miorali (CRM-SP 113.295). Entre as opções beneficiadas pelo desenvolvimento médico está o transplante capilar. Indicado para pacientes afetados pela alopecia androgenética (conhecida popularmente como calvície genética), presente tanto em homens como mulheres, o procedimento é considerado uma das formas mais eficientes de tratamento. “Apesar de ser um procedimento minimamente invasivo, o transplante capilar é uma cirurgia, portanto outro critério para a indicação é que o paciente esteja em bom estado de saúde. Além disso, é necessário que tenha boa área doadora, pois os folículos capilares devem ser do próprio paciente e são retirados de áreas não afetadas pela calvície - como as laterais e a região occipital (nuca)”, explica o médico. Diferentemente das técnicas mais antigas - que transplantavam tufos de cabelo - a técnica cirúrgica é o resultado de uma evolução gradual que ocorreu ao longo dos anos, utilizando alta tecnologia e conquistando resultados bastante naturais. “Hoje verificamos que, a olho nu, é muito difícil identificar que o paciente fez o transplante”, completa. Entre as técnicas mais utilizadas na cirurgia de transplante capilar, destaca-se a FUE (Follicular Unit Extraction - Extração de Unidades Foliculares), na qual a retirada da região doadora é feita folículo por folículo, colaborando para a qualidade do 22


resultado final.

PROCEDIMENTO Realizada em centro cirúrgico, a cirurgia com técnica FUE retira folículos capilares por meio de microincisões - com menos de um milímetro - que cicatrizam em cerca de sete dias. O pós-operatório é rápido e praticamente indolor e bem tolerado, possibilitando retorno breve às atividades rotineiras, sendo recomendadas algumas medidas de cuidado ao lavar o cabelo e ao deitar. Podendo levar até 10 horas, o procedimento possibilita, em média, a retirada de 6 a 7 mil fios de cabelo em um dia cirúrgico. É realizado sob anestesia local, com sedação superficial. A equipe é formada por nove pessoas, entre médico cirurgião capilar, anestesista, enfermeiro e técnicos de transplante capilar. “É interessante destacar que o transplante é a cirurgia estética masculina mais realizada do mundo; no Brasil está em terceiro lugar, levando em conta que ainda temos poucos médicos cirurgiões capilares no país”. As áreas mais procuradas para o preenchimento são as de topete e entradas, locais que colaboram para uma aparência mais rejuvenescida do paciente. Contudo, alguns pacientes que tenham uma calvície de grau acentuado podem não ser candidatos imediatos ao transplante. “Preconiza-se um tratamento preventivo a partir do momento que se nota perda de volume e afinamento dos fios. É possível utilizar medicações orais, tônicos e MMP (microinfusão de medicamentos pela pele), com bons resultados. O próprio paciente transplantado também pode se valer destes tratamentos clínicos posteriormente para potencializar seus resultados”, conclui o profissional.

SAIBA MAIS Em Marília, a Clínica Miorali & Bianco, especializada em transplantes capilares, fica na Rua Sete de Setembro, 760. O telefone é o (14) 3316-0969/ 998990969 (WhatsApp) Instagram @pmiorali 23


LIVRO

Ataxias

Profissionais lançam livro sobre transtorno neurológico caracterizado pela falta de coordenação de movimentos musculares voluntários e de equilíbrio Um grupo de profissionais do Hospital de Clínicas da UFPR em Curitiba lançou em abril, através da Editora da UFPR o livro “Reabilitação nas Ataxias: Orientação Multiprofissional aos Pacientes, Cuidadores e Profissionais”. Em sua maioria os autores atuam no Hospital de Clínicas da UFPR em Curitiba, onde funciona um ambulatório exclusivo para atendimento de pacientes com ataxia, mas conta também com profissionais de outros centros. O termo “ataxia”, que literalmente significa “desordem” ou “confusão”, se refere à incoordenação motora e problemas de equilíbrio resultantes de uma série de doenças – já presentes ao nascimento ou que aparecem no decorrer da vida, intermitentes, crônicas, progressivas e não progressivas – que acometem o sistema nervoso. O atendimento de pacientes com ataxia requer a participação de diferentes profissionais da área de saúde. Em 2012, com o apoio da direção clínica do Hospital de Clínicas da UFPR, do Ambulatório de Distúrbios do Movimento e da Unidade de Atendimento Multiprofissional Diagnóstico e Terapêutica, foi lançado um primeiro material: “Fisioterapia nas Ataxias – Manual para o Paciente”, disponível online, que aborda orientações básicas aos pacientes e familiares, na área de fisioterapia. Com a evolução do conhecimento técnico em diferentes áreas, surgiu a necessidade da elaboração de um material mais abrangente e completo, na forma de um livro, acessível aos pacientes e familiares, e com potencial de auxiliar profissionais de diferentes áreas que atuam com ataxia. A obra foi organizada por uma fisioterapeuta, um neurologista e uma neuropediatra, e tem a participação de cerca de cinquenta profissionais de diferentes 24

áreas da saúde: fisioterapeutas (áreas motora, respiratória, hidroterapia, equoterapia, esporte adaptado, dança entre outras), médicos (neurologista, neuropediatra, oftalmologista, ortopedista, geneticista), terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, enfermeiros, psicólogo, nutricionista, musicoterapeuta e assistentes sociais. Para a elaboração e publicação deste livro foram fundamentais o apoio dos setores já mencionados que incentivam o desenvolvimento de materiais didáticos práticos e com abrangência multiprofissional. Desta forma a

comunidade científica pode contribuir de forma efetiva com a sociedade, o que é na verdade, o papel fundamental da Universidade pública e do Hospital Universitário, que além da assistência deve estar focado no ensino e na pesquisa. Em acordo com a Editora da UFPR o e-book desta obra está disponível gratuitamente online (site da Editora UFPR), e os organizadores e autores desta obra esperam poder contribuir significativamente na melhoria do atendimento de pacientes com ataxia no meio da saúde.



NEUROLOGIA

A medicalização da infância

CATARINA ROJAS

Compreender a criança é sempre o melhor remédio

Tem se tornado cada vez mais frequente a busca por diagnósticos que atendam a necessidade de pais preocupados com doenças neuropsiquiátricas da infância. É ampla a lista de sinais e sintomas que dirigem as famílias na procura desses profissionais, desde dificuldades escolares, distúrbios de comportamento - como irritabilidade, ansiedade, timidez -, além de queixas relacionadas à conduta e interação social. Além dos pais, as escolas muitas vezes sinalizam essas queixas, além de ser comum o encaminhamento por parte de outros profissionais de áreas da saúde afins, que lidam cotidianamente com crianças e adolescentes. É importante esclarecer, diante de uma queixa neurológica ou psiquiátrica na infância, que existem aspectos relacionados ao comportamento humano pouco usuais, não obedientes a padrões estabelecidos, muito embora não deixem de ser condizentes com a normalidade. Quando nos deparamos com uma criança com dificuldade escolar, por exemplo, um conjunto de variáveis precisa ser pensado para nortear o diagnóstico, desde características socioculturais relacionadas ao seu meio familiar, até doenças em que há a necessidade de tratamento medicamentoso. É importante salientar que o medicamento é uma tecnologia muitas vezes imprescindível no processo terapêutico, entretanto o seu uso indiscriminado pode perpassar pela lógica da ética e da visão global do indivíduo, aspectos essenciais à boa prática da Medicina. De acordo com dados estatísticos atuais fornecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que mais da metade dos medicamentos sejam inadequadamente prescritos, dispensados e/ou vendidos, e que metade dos pacientes os utilizem incorretamente. E dentre as populações 26

de risco no contexto do fenômeno da medicalização estão as crianças em idade escolar e adolescentes. Esses dados nos fazem pensar sobre a possibilidade de estarmos diagnosticando quadros comportamentais típicos da faixa etária como algo patológico. Ademais, outras alternativas terapêuticas não farmacológicas, como, por exemplo, intervenções sociais e psicoterápicas, devem ser consideradas. Sendo assim, os profissionais que lidam com essa área, além dos pais, que participam do convívio e da história pregressa da criança, e a escola, um dos pilares da formação pedagógica, devem ser cautelosos na busca indiscriminada por diagnósticos que não auxiliam de fato a melhora do comportamento e das funções cognitivas. Compreender o contexto social, a individualidade humana e a complexidade emocional que norteia os primeiros anos de vida evitam a “patologização” da infância e assim também diminuem a excessiva carga de medicamentos prescritos de forma equivocada ou exagerada.

Catarina Falleiros Nogueira Rojas (CRM/SP

131.295) é neurologista clínica com área de atuação em neurologia adulto e infantil, membro efetivo da ABENEPI (Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil). Atende na Clínica Zayed, que fica na Rua Cesar Martins Pirajá, 140 - Salgado Filho. Telefones de contato: (14) 34136382/ (14) 34336105 ou pelo email: catarinafalleiros@yahoo.com.br.


IMAGINOLOGIA

Estrutura ampliada Unimagem enriquece serviço radiológico com área exclusiva para ultrassom A obstetrícia e a saúde da mulher estão entre as áreas de maior demanda pelas ultrassonografias, exames que representam a maioria dos realizados na radiologia atual. Preocupada em atender ao público municipal e regional com a máxima eficiência nesse campo, a Unimagem passou por uma recente ampliação de sua estrutura com a Ala B, exclusiva para ultrassons. Antes as quatro salas de ultrassonografia dividiam espaço com os demais exames na Ala A. Hoje a estrutura conta com sete salas, todas na Ala B, inclusive com sala de espera própria. A alteração agilizou o atendimento a esses pacientes e também dos pacientes de outros exames de imagem, que continuam sendo atendidos na Ala A, em sala de espera própria também. “Os ultrassons já eram metade do nosso atendimento e, ainda assim, havia uma demanda reprimida. Com a ampliação da Unimagem, que investiu mais nesses exames, eles passaram a representar 60% da nossa produção”, afirma a gerente geral da Unimagem, Daiane Caroline Schiasso. “Esse investimento era uma necessidade para Marília e região e a ocupação da nova Ala B comprovou que a Unimagem estava no caminho certo quando decidiu ampliar a oferta de ultrassons”, acrescenta.

Na Ala A permanecem sendo realizados os exames de ressonância magnética, mamografia, raio-x, tomografia, densitometria óssea e biópsia guiada por ultrassom.

SOBRE A UNIMAGEM Especializada em Imaginologia, a Unimagem, que fica no subsolo 2 no Hospital Beneficente Unimar (HBU), foi iniciada junto à fundação do próprio hospital, há 19 anos. A longa parceria não só funcionou como se desenvolveu. Hoje a clínica de imagem ocupa praticamente todo o pavimento do segundo subsolo e atende pacientes particulares e conveniados. Para maior comodidade do paciente, os

resultados de todos os exames são entregues na entrada do HBU. Os pacientes contam ainda com a facilidade do estacionamento próprio e gratuito, outro benefício agregado recentemente pelo serviço. A Unimagem possui também seu nome associado ao incentivo ao esporte e à cultura, além da grande valorização dos funcionários, o que se reflete diretamente na qualidade do serviço prestado à população.

SAIBA MAIS O endereço do Hospital é Rua Doutor Próspero Cecílio Coimbra, 80, Jardim São Gabriel. O estacionamento próprio fica na rua ao lado da entrada principal do HBU. 27


SAÚDE ANIMAL

Banho e tosa no inverno Cuidados vão além da estética e merecem atenção nos períodos mais frios Os dias mais frios estão chegando e os questionamentos são comuns: É preciso dar banho e tosar os pets no inverno? Mas e o frio? A verdade é que ambos os cuidados são necessários em qualquer período do ano, não sendo necessário nem recomendado suspendê-los. A seguir, confira algumas dicas para manter a higiene do seu animalzinho para o período mais frio do ano:

FREQUÊNCIA E TEMPERATURA: No inverno os banhos podem ser mais espaçados, com frequência quinzenal, por exemplo. “Se o banho for feito em casa, é muito importante que o proprietário tenha atenção à temperatura da água, que não pode ser muito fria e nem muito quente, pois pode gerar seborreia”, afirma a médica veterinária Renada Bedore.

SECAGEM:

É preciso secar completamente os pelos do animal. “A temperatura do secador também deve ser morna e controlada, para não lesionar a pele”.

AMBIENTE: O banho precisa ser realizado em ambiente fechado, para o conforto e proteção à saúde do animal, evitando que ele seja exposto à friagem excessiva - o que favorece quedas de imunidade.

OLHOS, OUVIDOS E PARTES ÍNTIMAS: Atenção também com o excesso de água no ouvido, que pode gerar otites. “Para garantir a correta higiene dos ouvidos há diversos produtos específicos no pet shop”. Os olhos devem ser higienizados mesmo que o proprietário dispense os banhos. “A secreção ocular pode manchar permanentemente os pelos do animal”. As partes íntimas também devem ser higienizadas, mesmo que o animal não seja submetido a 28

banhos no período, especialmente se esse animalzinho frequenta o interior da casa, subindo em sofás e camas.

ESCOVAÇÃO: Quando a opção é por não tosar, a profissional destaca que a escovação deverá ser feita diariamente, para evitar que o pelo fique emaranhado. “A escovação diária é uma aliada na higiene do animal, especialmente no período mais frio, pois auxilia a remover os pelos mortos e a pele descamada”.

ROUPINHAS: No caso de uso de roupinhas, há também outro cuidado essencial. “O recomendado é que, se há preferência pelo uso de roupinhas, seja feita uma tosa para evitar os nós na pelagem. Quando o atrito da roupa com o pelo cria nós, muitas vezes não é possível desfazê-los e é preciso fazer uma tosa para removê-los”, alerta a profissional. “E em algumas raças, como o chow chow e o spitz alemão, a tosa muito baixa pode

ser até mesmo causar alopecia (queda permanente de pelos)”, completa. Caso prefira não realizar a tosa, é preciso remover a roupinha e escovar os pelos diariamente. Não se esqueça de fazer a higiene das roupinhas com frequência, pois acumulam fungos e bactérias.

CAMAS E COBERTORES: Assim como as roupinhas, camas e cobertas podem acumular micro-organismos nocivos para a saúde. Não esqueça de realizar a higienização, de preferência semanalmente.

SAIBA MAIS A médica veterinária Renata Borghetti Bedore (CRMV 10.070) atende na Clínica Veterinária Planeta Animal, na Rua Sorocaba, 91. Entre em contato pelos telefones (14) 3433-5656 ou (14) 3432-5018.


NEUROLOGIA

EDILENE NASSAR

Emoções em ordem Que comecem os jogos!

“São tantas emoções...” Tantas mesmo. É necessário que sejam muitas. Afinal, são elas que nos movem. Na arena do cotidiano, basta uma novidade repentina e disparam as emoções que te movimentam para o jogo da vida. Quem vence o jogo é irrelevante mas como se joga faz toda a diferença. A fórmula da vitória não está no pódio, mas como chegamos até ele. Seja qual for o jogo que te desafia, o que determina seu sucesso não são os recursos e técnicas infalíveis que você possua, mas sim em como você administra as emoções enquanto joga. Na arte da guerra, o melhor a fazer é conhecer o inimigo para prever o que pode acontecer. Em caso de batalha pessoal, este inimigo pode estar bem perto, dentro de você, no campo minado das emoções. Se você tem perdido suas batalhas, sugiro que deixe de culpar os outros e olhe quantos tiros você já deu nos próprios pés, sabotando os próprios planos com sua precipitação, euforia, raiva, impaciência, inveja, pessimismo, insegurança e sua persistente sensação de inferioridade, que te faz ficar provando ao mundo o seu valor. No desespero, você acaba errando a dose. Saiba que o amor próprio te conduz ao caminho realização pessoal. Nos embates entre as perdas e ganhos, prevalece quem se ama mais. A emoção do medo é o top das frustrações. Por exemplo: já pensou o quanto você já perdeu por medo de arriscar? Por outro lado muitos perdem porque arriscam demais. Medo é importante. Ele te prepara liberando adrenalina, entre outras coisas, para enfrentar ou afastar. Mas use a seu favor e com moderação. O sucesso sempre dependeu do bom uso das emoções. As mesmas que te colocam no pódio do sucesso também te empurram de lá. Vivemos em um turbilhão de emoções necessárias, que nos movem todos os dias. Tristeza, raiva, alegria, medo e amor são as cinco emoções básicas, todas necessárias para nossa reação eficiente diante do que está acontecendo. Mas é preciso dominá-las. O mais comum é o inverso, quando deixamos que as emoções nos dominem acontece o estrago. O próprio significado da palavra emoção tem origem no latim - ex movere, que significa

“mover para fora” ou “afastar-se”. Então, ela é a máquina que nos movimenta. Se não a gerenciarmos, torna-se como uma criança de três anos cuidando da nossa vida. Se você não educar e controlar, imagine como será o fim dessa brincadeira? O excesso sempre corromperá a melhor das emoções. Mesmo que seja o amor, em exagero, complica relacionamentos que poderiam ser bons. São ingredientes que contêm o doce e o amargo do viver mas o erro na dose estraga a receita. A dose que regula o teor saudável das emoções, se acionadas além da medida conhecerá a ansiedade, o pânico e até a depressão. Vivemos sob pressão desde que fomos concebidos, portanto fomos criados com recursos para superá-las. Sempre ganhamos ou perdemos, essa é a grande roda que move o nosso ser em todas as áreas. Posso afirmar: quem lida melhor com suas emoções nas situações de perdas e ganhos consegue transpor o grande jogo da vida. Como cantou Elis Regina: “ ...vivendo e aprendendo a jogar, nem sempre ganhando nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar”. Carl Jung também nos ensina jogar assim: “tenciono agora fazer o jogo da vida, ser receptivo a tudo que me chegar, bom e mal, sol e sombra alternando-se eternamente; e, desta forma, aceitar também minha própria natureza, com seus aspectos positivos e negativos”. A primeira grande jogada é olhar as possibilidades e aceitar os fatos como realmente são. Estes nos dão os sinais do resultado final. Não exceda e nem ative emoção em vão. É estressante, desgastante e te adoece. Cuidado com a teimosia de ainda se emocionar com o que já se perdeu. Depois, quando assistir os melhores lances do último jogo, poderá transformar em aprendizagem que te ajudará vencer a próxima partida.

Edilene Nassar é psicóloga, professora, palestrante e especialista em inteligência emocional. Contatos pelo (14) 9.8149-7242 ou edilenenassar@hotmail.com. 29


OPINIÃO

ALEXANDRE PEREZ

Homeopatia

A ‘aprendizagem significativa de si mesmo’ Durante nossa prática clínica assistimos muito frequentemente a chegada de pessoas angustiadas por problemas antigos que não se resolvem, permanecendo como fantasmas a perturbar periodicamente a sua paz. Estes quadros, que um dia iniciaram com sintomas simples, hoje habitualmente são de natureza bastante complexa, envolvendo diversos aparelhos orgânicos e quase sempre acompanhados de uma alteração emocional relativa à gravidade dos mesmos. O que mais nos impressiona nestas ocasiões é a paradoxal sensação de impotência destes pacientes, pois quanto mais ricos são suas investigações e tratamentos passados, maior é a sensação de distanciamento da solução, maiores a ansiedade e a frustração. Em nossa experiência temos notado que tais pacientes acabam por estar cada vez mais distanciados de si mesmos, esforçando-se para cumprir papéis protocolares com os quais intimamente não concordam, ou não compreendem. Embora respeitáveis, tais protocolos, nestes casos, acabam por não corresponder às necessidades destes pacientes, transformando-os em reféns de ditames equivocados. Que fazer? Raramente estamos dispostos a investir no entendimento das causas do que nos aflige. É muito mais cômodo aceitar rótulos e fórmulas imediatas, ‘garantidas’ e ‘infalíveis’. Por isso, tanto médicos quanto pacientes acabam por adotar, automaticamente, posturas que deixam de lado os fatores mais importantes do tratamento destes casos complexos: aqueles que dependem do próprio paciente! Desta forma, adotam-se protocolos coletivos que muito mérito possuem na condução biológica da cura. No entanto, tais protocolos comumente desconsideram a individualidade da estrutura psíquica do paciente, que, nestes casos, é um dos fatores desencadeantes e mantenedores, repetimos, mais importantes. Dentre outras especialidades médicas, a Homeopatia é daquelas que primam por valorizar esta individualidade ao máximo. Quase toda sua fundamentação está embasada na compreensão da totalidade sintomática do paciente, abrangendo principalmente seus sintomas psíquicos pessoais, que possuem valor mais acentuado à medida que são mais característicos e incomuns. Dentro desta formação, nossa experiência pessoal tem sido ainda enriquecida pelo cuidado em fornecer ao paciente não somente a medicação habitual, oriunda da boa prática clínica, mas também o acompanhamento para que o mesmo perceba e entenda como, se for o caso, suas características pessoais interferem em seu sofrimento. A seguir, temos também tido o cuidado de elaborar junto com o paciente 30

as propostas de reconstrução e/ou modificação destes fatores pessoais. A maior dificuldade que temos encontrado neste processo consiste na adequada mobilização da vontade, a fim de que tudo venha a acontecer. E percebemos facilmente que nenhum paciente irá investir em si mesmo se não houver uma razão suficientemente clara e significativa. Por isso, existe um grande número de pacientes que acabam por tornar-se inimigos de si mesmos, numa relação ambígua com sua doença e seu médico. Por um lado passam a conhecer suas patologias, convivem com elas e sabem quais são os hábitos ou outros fatores que a perpetuam; de outro lado sofrem pelo que foram instruídos a fazer ou modificar, sem a necessária motivação para isso. Entram em uma batalha interior angustiante, onde não sabem definir os vilões e os heróis. Portanto, por necessidade, acabamos por investir na adoção daquilo que já é conhecido como processo de ‘aprendizagem significativa de si mesmo’. O termo, que é autoexplicativo, capacita e motiva o ser humano para a tomada de atitudes imprescindíveis ao seu próprio bem estar. Por técnicas relativamente simples de indução à auto compreensão, temos conseguido transformar o paciente em companheiro/parceiro do processo terapêutico, o que não é mágica alguma, mas potencializa as modificações necessárias de maneira acentuada. Desta forma, o paciente, por definição, não é mais somente sujeito passivo, pelo contrário, torna-se muito ativo no processo de emancipação de si mesmo. Frente a este desafio, é necessário conhecer e saber utilizar as ferramentas psíquicas disponíveis em cada caso, ensinando o paciente a manejá-las adequadamente para a reconstrução de si mesmo, superando aparentes limitações e alcançando patamares mais elevados de autocompreensão. E esta emancipação é o resultado final que buscamos, sempre que possível.

Alexandre Eduardo W. U. F. Perez (CRM 86.576) Clínica Geral e Homeopatia Clínica Anima e Soma Av. Cascata, 111 - Tel: (14) 3316-2003 e (14) 3316-2006


SAÚDE OCULAR

Inteligência artificial na Oftalmologia Centro de Microcirurgia de Olhos utiliza tecnologia de ponta nas cirurgias de catarata Fotos: Alexandre Lourenção/Jornal da Manhã

A partir de agora, a cidade de Marília conta com o que há de mais moderno em termos de tecnologia para garantir precisão e segurança durante as cirurgias de catarata – procedimento mais realizado no mundo, dentre todas as especialidades. Isso porque o Centro de Microcirurgia de Olhos acaba de adquirir um sistema que utiliza inteligência artificial durante esse tipo de cirurgia, auxiliando o médico oftalmologista e, consequentemente, melhorando seu desempenho. Trata-se do ORA (Optiwave Refractive Analysis) que calcula, em tempo real e em alguns segundos, o tamanho e as características de cada olho no momento do procedimento, a fim de sugerir a lente intraocular mais adequada e, assim, minimizar erros refrativos. Esse sistema possui um banco de dados na nuvem onde são armazenadas as informações de todos os pacientes que já passaram pela mesma cirurgia. Com base nos algoritmos (sequências de dados matemáticos) desses dados coletados, o desempenho e o nível de precisão nas cirurgias futuras são aprimorados. “O ORA chegou para refinar o nosso trabalho e trazer mais segurança a nós, cirurgiões. É como uma espécie de plano de voo, que nos ajuda a ter mais precisão”, explica o médico Dagoberto Teixeira, diretor do Centro, em Marília. O paciente com catarata precisa ter seu cristalino – lente natural do olho que fica opaca com a doença – substituído por uma lente intraocular. Durante o procedimento cirúrgico, o sistema transmite informações que auxiliam na tomada de decisão sobre a escolha da potência da nova lente intraocular e na definição do seu posicionamento. Dessa forma, o médicocirurgião tem um melhor desempenho,

resultando na recuperação mais rápida do paciente, contribuindo para melhor qualidade na visão e evitando que um novo procedimento corretivo tenha de ser feito no futuro.

SAIBA MAIS O Centro de Microcirurgia de Olhos Dr. Dagoberto Teixeira fica na Avenida Rio Branco, 642, Alto Cafezal. O telefone para contato é o (14) 3422-5306. 31


ARTES

Arte em diagnóstico Adversidade vira obra contemporânea nas mãos de Newman Schutze Há mais de três décadas o artista contemporâneo Newman Schutze materializa sua arte através de óleo e nanquim. Entre obras que questionam os limites entre figurativo e abstrato, e tendo como uma das principais referências o trabalho de Vincent Van Gogh, talvez o artista nunca tenha imaginado que um exame realizado em Marília poderia servir como inspiração para suas pinturas. Em recente visita à cidade, uma adversidade levou Newman a procurar uma clínica de fisioterapia para tratamento. A consulta buscava alternativas para aliviar um problema no joelho. As imagens geradas durante um escaneamento ortopédico digital acionaram o radar artístico de Newman, que as solicitou para criar pinturas em nanquim. O resultado agradou o artista que agora, numa segunda ocasião, gerou novas imagens digitais para a criação de um novo trabalho. “Quando vi as imagens na tela, aquilo capturou minha atenção. Quis me apropriar delas para transformar a adversidade em algo a mais”, explica o artista. “Os registros gerados agora serão utilizados como catalisador para uma nova obra, como uma forma figurada de exorcismo da dor”.

SOBRE NEWMAN SCHUTZE Newman Schutze vem do campo. Não de uma cidade do interior, apenas, mas de uma infância e juventude passadas em fazendas, envolvido em atividades próprias a esse universo. Nascido em Adamantina, Newman Schutze mudou-se para Marília com sua família aos dois anos e meio de idade. Cresceu e estudou em Marília, mas sempre tendo a arte como uma opção foi então que procurou o poeta e pintor Braz Alécio para ser seu professor, com quem aprendeu fundamentos e variadas técnicas de pintura. Algum tempo depois, seguindo os passos do mestre, matriculouse na Faculdade de Belas Artes em São Paulo. Mas se sentiu deslocado, uma vez que ansiava por um trabalho que fosse só 32

dele e ali sentia ainda resistência à pintura na arte contemporânea. Novamente de volta a Marília, o artista cedeu e foi cursar Direito; apesar de nunca abandonar a pintura, viu no concurso público uma forma de estabilidade. Foi aprovado em 1983 para trabalhar no Banco do Brasil, em Assis, cidade na qual conheceu sua futura esposa e mãe de seus filhos, Célia. Visando a carreira artística, em 1985, o casal se mudou para São Paulo. Em 1986, mesmo diante da insegurança econômica, Newman quis dar fim à vida dividida entre a burocracia e a arte. Pediu demissão do banco e passou a se dedicar com exclusividade à pintura. A época ficou conhecida como “retomada da pintura” no meio artístico, o que colaborou para que Newman fizesse seus primeiros contatos no meio.

O artista passou a viver de sua arte, com a venda de quadros, aulas em oficinas experimentais do Paço das Artes, do Museu da Imagem e do Som e da Pinacoteca do Estado. Além disso, teve seu trabalho exposto em diversos locais no Brasil e no exterior, como Espanha, Alemanha e Estados Unidos. Também foi premiado por sua obra por diversas vezes, como no Salão Brasileiro de Arte Mokiti Okada e no 2º Prêmio Gunther de pintura. O artista também participou do desenvolvimento cultural da região de Marília, tornando-se membro do Conselho Municipal da cidade. Suas obras estão presentes atualmente em acervos do Museu de Arte de Brasília (DF), no Museu de Arte Contemporânea da Bahia, em Salvador e na TV Cultura de São Paulo.


NEWMAN SCHUTZE POR AGNALDO FARIAS

Antes de começar a jornada de trabalho, o artista permanece um longo tempo imóvel, ereto, contemplando a folha de papel desenovelada diante de si, no chão do seu atelier. Uma folha branca e longa, um metro e meio de largura por cinco, seis, sete, oito, nove metros de profundidade, estirada entre as quatro paredes do atelier. O espaço estreito obtido pela remoção das paredes de um sobrado geminado – construção típica dos bairros de classe média paulistana que cresceram nas décadas de 1930, 1940 e 1950, como é o caso da Vila Mariana, onde ele se localiza –, reduzido ainda mais pelas telas encostadas nas paredes, vê-se subitamente ampliado por efeito da faixa limpa e clara de papel por onde escorre a luz que jorra da janela em frente. Com seu olhar fixo, concentrado, mãos na cintura, na iminência de começar o trabalho, o artista age como se estivesse ao pé de uma paisagem que é antes de tudo um desafio, um campo preparado para o cultivo à espera de quem o enfrente, um plano fino, duro, quase translúcido, estendendo-se liso para o horizonte e em cuja borda a luz despontará e desaparecerá, lentamente, de acordo com o compasso das horas do dia. De um lado o sol, de outro o artista. Pensemos o artista, por um momento, como quem se coloca no lugar de todo aquele que transforma a natureza, altera suas feições, retifica suas irregularidades, impõe-lhe uma ordem, o que não quer dizer que para isso não tenha que se haver − e respeitar − com o ritmo das estações, ansiar pela quantidade certa de chuva e outras variáveis que ele pode prever, mas não controlar. Podemos seguir adiante no raciocínio e pensar o artista também como todo aquele que enfrenta o mundo, e isso é o mesmo que dizer qualquer um de nós, tentando fazer valer sua voz sem que ela submerja ao som ininterrupto do universo. Newman Schutze vem do campo. Não de uma cidade do interior, apenas, mas de uma infância e juventude passadas em fazendas, envolvido em atividades próprias a esse universo. Só mais tarde descobriu a arte e mais tarde ainda radicou-se em São Paulo, conheceu a vida na metrópole, fonte de informações diretas sobre o complexo campo da expressão conhecido por arte contemporânea, que ele sorveu com talento e avidez próprios de quem quisesse compensar os anos passados longe dela.Newman Schutze trabalha com pintura à óleo, acrílica, desenhos a nanquim e carvão, tendo em cada técnica um trabalho muito próprio, obedecendo as necessidades de cada técnica para assim usar dessas ferramentas para dizer o que quer.

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