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NOSSAPALAVRA Expediente Ano XII - Número 78 Agosto / Setembro - 2020 Jornalista responsável Roberto Espíndola MTB 6308 Redação - Convidados Luiza Palmeira Daniel Mazzeti Ivy Malerba Lucas Gallina Glaúcia Almeida Katia Itanger Rodrigo Tavano Fotos Claudio Gomes JC Curtis Maurílio Alves Luiz Gava Capa Sabores da Cidade Luiza Palmeira Diagramação e Arte Fernando Garcez Departamento Comercial Luiza Palmeira Publicação: Revista da Cidade CNPJ 36.440.588/0001-41 Periodicidade: Bimestral Contato: 12.99616-6282 Whatsapp revistacaraguatatuba@gmail.com
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JUNTOS VENCEREMOS
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araguatatuba é uma cidade que renasceu depois de várias catástrofes. Em meados do século XVI começava a surgir o primeiro povoado da Vila Santo Antônio. No ano de 1963 houve um surto violento de varíola, a qual o povo vulgarmente tratava por ‘‘bexiga’’ vitimando parte da população da vila, o restante dirigiu-se para a cidade de Ubatuba e São Sebastião, ficando então o local como a ‘‘Vila que desertou’’. Devido a epidemia que se abateu sobre o povoado, o pequeno vilarejo ficou deserto, resistindo apenas a igrejinha de invocação a Santo Antônio. Anos mais tarde a Vila de Caraguatatuba foi sendo novamente povoada, mesmo depois de passar por um período de desenvolvimento, economicamente estagnou-se. O comércio era precário, muitas vezes a base de troca, muitos produtos da terra eram enviados de canoas até a cidade de Santos. Em 1910, a Vila de Caraguatatuba possuía 3.562 habitantes e em 1927 contava apenas com uma praça, duas ruas, um beco e algumas centenas de moradores, sendo que a maior parte dos habitantes se localizava na zona rural em agrupamentos de pescadores distribuídos pelas praias. A mudança desse cenário alterou-se em 1927 devido a instalação da Fazenda dos Franceses, que mais tarde denominou-se Fazenda dos Ingleses. Em 1938, começaram as ligações rodoviárias entre o Vale do Paraíba
e Litoral Norte - Caraguatatuba, São Sebastião e São José dos Campos. Em 1939, a abertura do tráfego da rodovia ligando São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba, que só começou mesmo a funcionar anos mais tarde, facilitando a chegada de turistas nos períodos das férias de junho. Na década de 50, os números de turistas começaram a aumentar e o turismo começou a se desenvolver na região. A partir desse período houve um crescimento populacional considerável no município. Mas em 1967 Caraguatatuba foi atingida por uma tromba d’agua. Uma chuva insistente que caiu sobre a cidade por vários dias, provocando desmoronamentos; pedras; lamas; terras; árvores descendo das encostas da serra em direção à cidade. As ruas do Centro se transformaram em rios de lama. A água levava tudo que encontrava pela frente. A ponte do rio Santo Antônio, a principal ligação da cidade, se deslocou e ficou junto à margem, interrompendo o tráfego de carros e pessoas. A Santa Casa foi atingida por lama, o Estádio do XV um patrimônio da cidade, destruídos pelas pedras e lama que desciam do Morro do Jacu. Na região do bairro do Benfica inúmeras casas ficaram soterradas. Na zona rural pouca coisa sobrou, um verdadeiro caos, sem água, sem energia elétrica, sem telefone, sem comida e sem acesso as estradas. Muitas pessoas perderam a vida. Caraguatatuba teve que recome-
çar, com muita dificuldade, muita gente abandonou a cidade, não acreditando que ela pudesse novamente se reerguer, muitos perderam tudo o que tinham, outros ficaram ricos as custas da desgraça alheia, mais a força e a garra de sua gente foi fundamental para que a cidade aos poucos fosse se reconstruindo e se transformando no que é hoje. Nosso centro comercial, gastronômico, educacional, cultural e de serviços são os melhores de toda a região. Caraguá é uma cidade linda por suas belezas naturais, sempre foi palco de um povo guerreiro que acreditou e colaborou no ressurgimento e crescimento de novas oportunidades. Neste ano de 2020 Caraguá completou 163 anos, nos orgulhamos de sempre dizer que ‘‘Caraguá Somos Nós’’ que aqui vivemos e colaboramos para seu desenvolvimento. Não só o poder público, mas também todos os empreendedores do poder privado que acreditaram e investiram aqui, criando novas oportunidades e empregos a toda essa gente que luta por um futuro melhor! Uma singela homenagem a esses empresários que ajudaram a construir essa cidade com trabalho e determinação, empresas idôneas como o tradicional Parque Trombini que há 63 anos tornou-se um símbolo para a vida da cidade, e vêm se modernizando passando de geração a geração. Neste momento que atravessamos está servindo de aprendizado, para o nosso eu, um eu mais solidário, mas emotivo e com mais empatia. Essa Pandemia nos mostrou que apesar de toda essa turbulência, acordamos para a realidade, somos vulneráveis e acima de tudo somos todos iguais, sem distinção de raça, cor, credo, sexo, rico, pobre, nascemos, vivemos e voltaremos para o mesmo lugar. Aproveite este momento para uma reflexão, pois voltaremos como uma nova concepção de vida, valorizando o que realmente importa. Acredite tudo isso vai passar e juntos continuaremos vencendo!
Índice
Roberto Espíndola 08 13 22 30 42
.................Fatos e Fotos .................Sabores da Cidade .................Casa e Construção .................Sua Saúde .................Ponto Final
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Dr. Lucas Gallina Advogado, Empresário e Presidente da ACE Caraguá
O que já era bom está cada vez melhor O Comércio de Caraguatatuba se dedicando à melhoria dia a dia
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araguatatuba sempre foi tida como um dos principais centros de compra do Litoral Norte, classificada por muitos como a “capital” da região e constantemente buscando se aprimorar. E nesse momento em que vivenciamos uma experiência absolutamente inédita, essa força tem estado presente nas ações de todos os comerciantes da cidade, que lutam com todas as armas e forças para manter seus negócios. Já não é novidade que estamos diante de uma situação de pandemia, que, na verdade, atingiu o mundo todo. Mas no Brasil, especificamente, além do problema da própria Covid 19, que vem causando mortes, o fato da necessidade de suspensão de atividades e a nova adequação aos Decretos, tem causado momentos de muita angústia e incertezas, sobretudo, para quem depende diretamente do comércio para viver. Pois bem, apesar de tudo isso, ao verificarmos a nossa realidade mais próxima, ou seja, o mercado de Caraguatatuba, nos deparamos com bravos guerreiros, que estão superando as dificuldades e fazendo uso de um esforço hercúleo par se manterem de pé e ainda estudando novas possibilidades para melhorar ainda mais a qualidade de seus produtos e serviços, adequando-os ao que estão chamando de “Novo Normal”. À frente da Associação Comercial e Empresarial de Caraguatauba, Lucas Gallina, que assumiu a presidência da entidade em janeiro deste ano, tem se dividido entre buscar alternativas para a manu-
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tenção de seus negócios e as questões de responsabilidade da ACE, que são de interesse de todo o empresariado da cidade. “Nesses últimos quatro meses não tenho feito outra coisa que não seja focar na procura de soluções que sejam viáveis para o comércio local se manter. Entre outras coisas, foram um sem número de reuniões, com empresários, Sindicatos, Poder Público, Profissionais, com a equipe de trabalho da Associação, tudo isso para encontrar soluções que pudessem ser apresentadas principalmente para o nosso associado, dia após dia”, relembra o presidente. Lucas garante que teria inúmeros casos negativos e assustadores para citar, mas garante que o interesse e a luta constante dos empresários pela melhoria dos seus estabelecimentos é o que deve ser destacado. “Que o brasileiro de um modo geral é um povo que supera desafios eu sempre soube. E é exatamente por isso que o comerciante vence os obstáculos constantemente e dá a volta por cima”, comemora Lucas. E o presidente aproveita para além de parabenizar a atitude dos empreendedores local, reforçar a importância do consumo nas lojas da cidade, que estão a cada dia melhores em todos os sentidos. “Nosso comércio é forte e completo, por isso é importante prestigiarmos o nosso mercado, consumindo nas lojas de Caraguatatuba. Quanto maior o movimento em nossos estabelecimentos, maiores as chances de melhores negociações e investimento na própria cidade, que só tem a ganhar”, garante.
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Caraguatatuba já é referência com Hospital Regional e ganhará unidade de Oncologia em 2021 Caraguatatuba vem se tornando referência regional quando o assunto é o atendimento de saúde. A cidade abriga a única UTI Neonatal do Litoral Norte, dentro da Casa de Saúde Stella Maris, além do atendimento regional de pacientes que realizam tratamento de hemodiálise na Clínica Inehdi (Instituto de Nefrologia, Hipertensão Arterial e Diabetes). A pandemia veio em março e a luta da atual gestão foi realizada para que o Governo do Estado fosse
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sensível e antecipasse a inauguração do Hospital Regional do Litoral Norte. O Hospital Regional conta com 20 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e 10 leitos de Enfermaria, exclusivos para Covid-19. E a boa notícia para Caraguatatuba é que ano que vem, o Litoral Norte ganhará uma Unidade de Oncologia ao lado do Hospital Regional do Litoral Norte, com investimento na ordem de R$ 13 milhões.
Reinauguração - BonusCred Foi reinaugurada a Matriz da BonusCred. Há 12 anos vem atuando como correspondente bancário, e expandindo seus negócios, realizando sonhos e melhores opções para os clientes. Agora mais ampla e confortável para melhor atender, sem falar na qualidade do atendimento nota dez.
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Feijoada Solidária A Feijoada Solidária realizada pela Sabesp e o Fundo Social de Caraguatatuba foi um sucesso. Mais de 300 marmitex foram vendidos, em esquema drive-thru, onde toda renda será revertida em cobertores para Campanha ‘Inverno Solidário’, em prol das famílias em situação de vulnerabilidade social. Para realizar o evento, 17 voluntários se colocaram à disposição na EMEF Dr. Carlos de Almeida Rodrigues, onde por meio de uma força-tarefa prepararam a feijoada. Foram utilizados em torno de 35 kg de arroz, 25 kg de feijão, 40 kg de bacon, calabresa e paio, além de outros produtos para produção do prato. O grupo de voluntários da Sabesp forneceu os ingredientes da feijoada e os descartáveis necessários para a preparação das marmitas, com recursos próprios. Para a presidente do Fundo Social, Samara Aguilar, a parceria com a Sabesp é sempre bem-vinda completando quatro anos de solidariedade. “Foi um trabalho feito com alegria e amor. Muito mais do que as peças que serão revertidas, o envolvimento de cada um faz a diferença para o sucesso da ação”, disse Samara.
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15º Caraguá a Gosto Delivery
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omeçou o tradicional e maior evento gastronômico do Litoral Norte: o 15º Caraguá a Gosto. Neste ano, mesmo com as adaptações devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a edição conta com novos participantes e categorias inéditas. Para evitar aglomerações, o formato escolhido para esta edição foi o delivery. Os pedidos poderão ser feitos pelo aplicativo de celular Litoral na Mesa. Ao todo, 50 estabelecimentos foram selecionados na Secretaria de Turismo e o público terá a oportunidade de degustar, ao todo, 79 pratos e ainda, duas categorias inédita, Gelatos e Confeitaria. O evento começou no dia 1º de agosto e se encerra no dia 7 de setembro de 2020. A secretária de Turismo, Maria Fernanda Galter Reis, explica que a proposta do Caraguá a Gosto sempre foi ser um atrativo turístico para a baixa temporada. De acordo com a Secretaria de Turismo, caso durante a realização do evento as condições da retomada venham a permitir o término das restrições para abertura de restaurantes, bares e similares, os pratos poderão ser consumidos no local, mas o pedido e votação serão exclusivamente através do aplicativo Litoral na Mesa.
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Gastronomia
Sabores da Cidade
A Gastronomia na Pandemia
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Gastronomia vem acompanhando as mudanças ocorridas na economia do país e independente do momento econômico, ela ocupa lugar de destaque no mundo dos negócios. Com este cenário econômico estão surgindo novos e bons negócios no ramo gastronômico, oferecendo serviços diferenciados como delivery e drive thru, o que tem justificado a expansão de pequenos e micros empreendedores. A diversificação de produtos feitos com qualidade e boa apresentação vem se destacando em Caraguá. A alimentação constitui uma das atividades humanas mais importantes, não só por razões biológicas evidentes, mas também por envolver aspectos econômicos, sociais, científicos, psicológicos e culturais fundamentais na dinâmica da evolução das sociedades. A gastronomia está ligada ao prazer, dessa forma a curiosidade de conhecer novas cultuAgosto / Setembro 2020 | REVISTA DA CIDADE |
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ras, novos sabores fazem as pessoas nos visitar cada vez mais. A gastronomia típica da cidade aproxima as pessoas e colabora com a economia do município. Hoje temos a oferecer aos moradores, turistas e visitantes, restaurantes especializados em pratos de diversas nacionalidades, como a culinária japonesa, árabe, alemã, mexicana, chinesa, italiana isso sem falar nas culinárias regionais mais procuradas que são a mineira, nordestina e capixaba, além de quiosques, pizzarias, bares, lanchonetes da melhor qualidade, com pratos e petiscos a base de frutos do mar com excelente apresentação, sabor e qualidade. A evolução da gastronomia de Caraguá foi significativa nos últimos anos, graças à iniciativa de empreendedores que modernizaram suas casas, criando sabores diferenciados, inovando os cardápios, adotando uma culinária globalizada. O Governo municipal vem contribuindo com a organização dos festivais gastronômicos como o da Tainha, do Camarão e o tradicional ‘‘Caraguá a Gosto’’, que infelizmente devido a pandemia que estamos atravessando alguns desses eventos foram cancelados. O Caraguá a Gosto em sua 15º edição veio em um novo formato o ‘‘digital’’, os pedidos são feitos pelo aplicativo Litoral na Mesa, que foi a forma escolhida de movimentar as casas nesta época do ano. Diferente das edições anteriores, os estabelecimentos comerciais participantes do ramo alimentício (bares, quiosques, restaurantes, pizzarias e similares) contribuíram com a taxa de inscrição, de cestas básicas que, posteriormente, serão doadas pelo Fundo Social de Solidariedade.
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As categorias definidas são carnes e aves: pratos à base de carnes, aves; comida de boteco: petiscos e porções; culinária internacional: pratos da culinária internacional; frutos do mar: pratos à base de frutos do mar; lanches artesanais: sanduíches ou outros tipos de lanches artesanais; pizzas: pizzas; sabor de praia: petiscos ou porções de frutos do mar; sobremesas frias: sobremesas como sorvetes, açaí e congêneres e confeitaria: tipo de culinária baseado no preparo e decoração de diversos pratos doces como tortas, cupcakes, bolos, pudins e congêneres. E caso durante a realização do evento as condições da retomada venham a permitir o término das restrições para abertura de restaurantes, bares e similares, os pratos poderão ser consumidos no local, mas o pedido e votação serão exclusivamente através do aplicativo Litoral na Mesa.
“Muitas são as opções espalhadas pela cidade, então vamos aproveitar o que a gastronomia de Caraguá tem a nos oferecer.”
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A gastronomia passou por umas das mudanças mais profundas devido a pandemia
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ma das mudanças mais profundas da crise que chegou com o coronavírus foi a do setor gastronômico. Restaurantes e lanchonetes tiveram de fechar as portas para o consumo local e festas e eventos tiveram que ser adiados por conta da pandemia, prejudicando diversas empresas da área. Houve um crescimento nos pedidos por aplicativos, para manter os contatos da melhor forma possível com os clientes. Mas, o mais importante mesmo nesse período de pandemia é que procuramos nos reinventar. Hoje a maioria vem trabalhando com delivery e drive thru de pratos prontos diariamente para melhor servir.
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A famosa Pizza Marguerita
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o início do século XVIII, os povos provenientes da Fenícia tinham como costume o preparo de pães com diversos tipos de coberturas. Com isso, foram surgindo inúmeros formatos, até o momento em que se chegou a um modelo com a forma de disco e coberto, saborosamente, por carne e legumes. Com o passar dos anos, essa mistura acabou chegando à Itália, que, com toda a sua criatividade culinária, aperfeiçoou a prática, fazendo uso de bons ingredientes, mas agora acrescentando alguns dos elementos hoje essenciais: o queijo e o tomate. E assim nascia a nossa amada pizza. Com o crescimento da culinária no país (por volta de 1889), em uma viagem ao porto italiano, o rei Umberto I e a rainha Margherita de Savóia decidiram provar essa famosa iguaria de uma das pizzarias da região, que já eram bem conhecidas naquela época. Como os nobres não se reportariam até o restaurante, ordenaram que a massa fosse levada até eles, a fim de serem surpreendidos com a bela especiaria. O escolhido para a difícil tarefa de conquistar o paladar real foi o pizzaiolo Raffaele Esposito, que, para agradar a realeza, cobriu o prato com um saboroso molho de tomate e acrescentou por cima queijo e manjericão, formando as cores da bandeira da Itália. Além disso, com o intuito de homenagear a realeza, deu à sua obra prima o nome da rainha: Margherita. Inicia-se, assim, a história desse já tradicional e querido sabor. A receita foi um sucesso e logo caiu no gosto de todo o povo italiano. Aos poucos, foi alcançando seu sucesso e conquistando o mundo, tanto que está nos cardápios de praticamente todas as pizzarias até os dias atuais! A tradição da culinária italiana: paixão pela massa Os italianos são muito conhecidos pela grande quantidade de receitas que produzem utilizando a massa à base de trigo como ingrediente principal de sua culinária, a exemplo dos deliciosos pães e macarrões dessa região. Suas pizzas, por exemplo, têm como característica
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principal uma massa mais fina, leve e crocante, dando à tradicional marguerita uma deliciosa base para a combinação dos demais ingredientes. Seu formato arredondado é também típico da tradição italiana de fazer pizzas. Segundo as regras de quem entende do assunto, é necessário que sejam respeitados cerca de dois dedos de distância da borda para que o molho comece a ser espalhado e os outros ingredientes possam ser introduzidos. Apesar de difundida em todo o mundo, a deliciosa e tradicional pizza marguerita italiana é feita com itens frescos e selecionados, o que proporciona ao paladar uma experiência única. Um exemplo é o fato de algumas pizzarias da Itália utilizarem o tomate vesúvio, que são conhecidos como os melhores e mais cremosos, para o molho de suas pizzas margueritas, típico da região de Nápoles. Além disso, o uso do manjericão nessa receita, bem como da muçarela, também deve seguir um rigoroso padrão de qualidade, assim como quaisquer outros, para que possam integrar o delicioso prato. Como a histórica pizza marguerita é feita Como mencionado acima, em toda a produção culinária conhecida mundialmente, essa pizza não permaneceria em nossa história se não fossem utilizados em sua confecção ingredientes essencialmente frescos, de ótima qualidade e que dão ao prato características especiais e sensações únicas ao paladar. Elaborada com uma deliciosa massa à base de trigo, açúcar, sal, azeite, água e fermento, a marguerita compõe-se de um molho natural composto por tomates frescos. Logo em seguida, acrescenta-se uma quantia suficiente para cobrir a massa de queijo muçarela e, por cima, colocam-se generosas fatias de tomate, folhas frescas de manjericão, azeitonas pretas graúdas e orégano. Todos esses elementos são distribuídos sobre a massa sem exagero nas porções, o que, segundo os mestres pizzaiolos, é um detalhe que confere às suas pizzas uma valorização do sabor, sem comprometer a degustação de cada um dos itens que as compõem.
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Gastronomia
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a gastronomia é muito comum incertezas em relação a origens de produtos, pratos e técnicas. Pratos com história incerta, confusa, misturada e errada é o que mais se encontra, na maioria das vezes, por causa da propagação de lendas e mitos. A feijoada é um exemplo ideal para o que estamos nos referindo. Conhecida erroneamente como um prato do Brasil, e presente semanalmente na mesa do brasileiro, a Feijoada é sem dúvidas o prato mais famoso que se come aqui. Por possuirmos uma culinária bastante regionalizada, existem algumas variações de feijoada dentro do próprio país. O que todo mundo sabe, mas que não se sabe ao certo, é de que a feijoada foi criada dentro das senzalas dos escravos, com os restos de carnes que sobravam dos nobres portugueses. Essas partes consideradas menos nobres do porco como o rabo, a orelha, a língua e o pé, são e sempre foram na verdade
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A tradicional feijoada nobres para os Europeus, excluindo qualquer hipótese de ser dada para os escravos se alimentarem. Diversos registros históricos já comprovaram que o escravo se alimentava apenas de farinha e água, e dificilmente tinha acesso à carne. Existe na Europa desde a antiguidade, um prato que varia de região em região, mas têm sempre como base a mistura de tipos diferentes de carne, com legumes e verduras, como por exemplo, o “Cassoulet” na França, o tradicional cozido em Portugal, o “Casoeula” na Itália, e o “Puchero” na Espanha. São os portugueses os responsáveis por trazer ao Brasil, a técnica e a combinação do cozido com carnes, que com o passar do tempo, e evolução dos costumes, foi acrescentado o feijão preto, criando assim a Feijoada. O Feijão preto é de origem sul-americana, e era parte da dieta dos índios nativos. Antes da chegada dos portugueses ao Brasil, já se conhecia na Europa diversas variedades de feijão, e era comum usar no preparo desses
pratos, como o uso do feijão branco no “Cassoulet”. A feijoada não é originalmente brasileira, e sim uma adaptação e evolução de uma cultura de berço europeu. Os acompanhamentos como: arroz, farofa, couve, laranja, torresmo e etc., foram acrescentados ao prato bem mais tarde. No Brasil, o modo de fazer a feijoada varia entre os estados. Alguns usam o feijão mulatinho ao invés do feijão preto, outros preferem o uso da carne fresca ao invés das carnes maturadas (carne seca ou carne de sol) Criou-se no país uma cultura de se comer feijoada, e hoje é quase uma unanimidade entre as pessoas. Aqui em Caraguá você encontra a tradicional feijoada semanalmente em diversos restaurantes como Tapera Branca, Bar do Julinho e Bar do Hélio entre outros. A feijoada é um dos pratos mais procurados entre os brasileiros principalmente agora nesta época do ano, vale a pena experimentar, tem para todos os gostos e bolsos. Bom apetite!
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Casa & Construção
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Construir ou reformar?
onstruir ou reformar é uma dúvida muito comum de quem planeja dar uma cara nova ao imóvel. São diversos motivos que te fazem querer uma mudança: o projeto inicial precisa de adequação, distribuição dos cômodos ou o simples desejo de ter um novo projeto, mais personalizado. Independente do motivo, o fato é que realmente esta é uma dúvida difícil até para os profissionais da área. O que você precisa saber é que apesar de toda obra dar muito trabalho e gerar gastos, é possível minimizar os efeitos dela a partir de alguns cuidados previamente observados como planejamento e controle. Com um bom planejamento, você evitará dores de cabeça na hora de reformar ou construir.
O que você precisa observar?
- A idade do imóvel: caso seja muito antigo e o seu desejo é a construção de uma laje, por exemplo, fique atento às estruturas da casa para que suportem novos espaços; - Histórico de alterações: procure saber todas as reformas e modificações já foram feiras no imóvel para ter a certeza de que suporta ainda mais mudanças; - Custo da reforma: mesmo que você escolha reformar, pode ser que gaste mais do que o necessário ao fazer diversos ajustes para que fique tudo conforme o planejado.
Como escolher entre construção e reforma?
- Construção e reforma: faça um orçamento detalhado de tudo que será gasto com as duas opções que
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você dispõe e veja a que mais vale a pena; - Esteja atento a todas as legislações vigentes na sua cidade para construção e reforma e tenha certeza de que sua obra está de acordo com as recomendações; - Contrate um profissional qualificado para analisar e avaliar o imóvel e todas as suas condições tanto de uso como de suportar grandes reformas, se for o caso; - Caso opte pela reconstrução de apenas uma parte da casa, tome o cuidado para deixá-la em harmonia com o restante do imóvel, principalmente, pensando na decoração do ambiente.
Fique atento
- Tenha um projeto detalhado do que você deseja para a sua casa, pois é a certeza de que sua casa ou apartamento estará em completa harmonia no que diz respeito a estrutura, divisão correta, iluminação e decoração; - Faça o planejamento da sua obra detalhadamente, independentemente de ser uma construção ou uma reforma do zero. Procure visualizar todos os gastos para minimizar possíveis surpresas; - Se o imóvel for antigo, é aconselhável fazer a substituição de toda a fiação elétrica. É uma parte que você não deve pensar em negociar nem adiar, já que, além de economia de energia elétrica, você pode evitar possíveis acidentes; - Pesquise não somente o preço, mas a durabilidade e desempenho do material que irá sustentar a sua casa.
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Casa & Construção
Calhas e Rufos - Saiba como diferenciar
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s calhas e rufos são materiais importantes para diversos projetos de construção. Porém, antes de comprar qualquer um desses materiais é imprescindível conferir bem o local de instalação e suas especificidades, pois o mercado é variado e nem sempre um modelo será adaptado para as mesmas situações. As calhas são os canais que fazem a coleta das águas provindas das chuvas e que correm pelos telhados e terraços de construções ou casas. Geralmente, são feitas em aço galvanizado e revestida com uma camada de zinco para evitar a corrosão. Já os rufos são materiais moldados e fixados em pontos de uma casa com o propósito de impedir que a água infiltre nas paredes e muros. Caso
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isso aconteça, manchas escuras começam a aparecer na construção e que acabam causando mau cheiro, mofo e até o apodrecimento de paredes de alvenaria. A melhor forma de observar se as calhas ou rufos estão realizando as atividades das quais elas são úteis é quando ocorre uma grande pancada de chuva. Isso porque um grande temporal ou tempestade é o teste ideal para comprovar a qualidade e eficiência deste material. Caso o fluxo de água não esteja correndo corretamente, a calha pode estar sendo bloqueada por folhas de árvores ou sujeira. No caso dos rufos, veja se as paredes estão descascadas ou manchadas e se está normal o escoamento da água, pois também pode haver bloqueio, rachaduras ou mau posicionamento do material.
Colunista CONVIDADO
Glaucia Almeida
Pós-graduada em Direito Imobiliário, Perita Judicial e Membro da Rede Litoral Imóveis.
Obrigações da Administradora para com o inquilino do imóvel administrado
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importante que a Administradora, na condição de prestadora de serviços, veja os inquilinos dos imóveis que administra como seus clientes, assim como são os proprietários desses imóveis, dispensando a ambos a mesma gentileza no trato e a eficiência nos serviços. E ninguém tenha dúvida disso, pois o Código de Defesa do Consumidor os qualifica como consumidores. Os artigos 2º e 3º do referido código dispõem: Art.2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Art.3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. §1ºProduto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. §2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações trabalhistas. Porém, os serviços prestados a um
não são necessariamente os mesmos prestados a outro. Enquanto o locador outorga procuração e contrata a Administradora para a prestação de determinados serviços previamente estabelecidos no contrato de administração, o locatário é vinculado à Administração como consumidor em face do contrato de locação existente. Tanto os locatários como os locadores são amparados pelo Código de Defesa do Consumidor e gozam, por exemplo, de proteção contra métodos comerciais coercitivos e propaganda enganosa, de direito a informação adequadas sobre bens ou serviços que pretendam adquirir, de reparação de danos por constrangimentos sofridos, como se pode verificar lendo os artigos 6º e 7º do Código de Defesa do Consumidor, transcritos abaixo: Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: I- a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos. II- a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, assegurados a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; III- a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; IV – a proteção contra a publicida-
de enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; VI – a efetiva prevenção a reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência; IX – (Vetado) X- a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. Art. 7º. Os direitos previstos neste Código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária , de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes , bem como dos que derivem dos princípios gerais do Direito, analogia, costumese equidade. Agosto / Setembro 2020 | REVISTA DA CIDADE |
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Casa & Construção
Obras em meio a pandemia
N Casa & Construção
este período que estamos atravessando, um momento de crise financeira em meio a esta grande pandemia, temos vivido tempos diferentes dos que estamos acostumados a viver. Tivemos que nos reinventar, esta é a realidade. No começo de tudo isso logo pensei: Como será o comércio a partir de agora, como será o ramo da construção? Quem vai fechar uma obra em meio a esta “crise”? Muitos especialistas previram uma grande redução no cenário da construção. A redução de custo da mão de obra, a redução até mesmo no fornecimento de material (matéria-prima), e por conta disso, com muitas pessoas em home-office, muitos começaram a planejar sua pequena ou grande reforma, ou até mesmo sua casa nova, o planejamento de interiores ou a execução de uma área gourmet com área de lazer. Na prática não é isso que tem acontecido, pelo menos aqui na nossa região do Litoral Norte. Por se tratar de uma cidade litorânea, o ramo super aqueceu, pessoas tem planejado todo o sonho de ter a casa própria ou a sua casa na praia, porque basicamente “tem sobrado tempo” de qualidade, com suas famílias para este planejamento. Foi aí que percebemos a grande demanda de obras e projetos, pois nos últimos 4 meses a de-
Marcio Lopes - Arquiteto
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manda em nosso escritório está bem alta, não somente aqui na cidade de Caraguatatuba, mas sim em toda região litorânea. O ramo da construção foi um dos que foi considerado como ramo essencial e que não teve seus comércios fechados, como disse anteriormente, tivemos que nos readequar, porem a demanda foi e está muito alta. O aumento de pessoas em suas casas tem feito com que se planejem, e aquilo que não tinham tempo praticamente já virou uma prioridade. Nesse período muitos comércios tem se reinventado e ao meio de tudo isso, tive uma surpresa muito agradável: o ramo da construção super aqueceu. O movimento praticamente triplicou e algo que me chamou bastante a atenção foi que em meio aos muitos projetos que temos fechado, o home-office já é quase que uma obrigatoriedade nessas obras residenciais, criar um espaço para o trabalho, um escritório, um espaço para as crianças estudarem. Isso tem acontecido praticamente em todos os nossos projetos. Com o aumento da demanda, até mesmo a mão de obra teve a valorização de grandes profissionais, e grandes empresas do ramo varejista tem facilitado muito em questão de pagamento, aumentando o crédito e até mesmo a forma para atrair seus clientes. Dica importante Outra forma que temos nos surpreendido positivamente é a questão de trabalhar com merchandising através das mídias sociais, pois isso tem alavancado bastante a procura através deste meio de comunicação que se bem usado pode ser bastante positivo. Planejamento é sonhar É tempo de nos reinventarmos. Creio que tudo isso que passamos e ainda estamos vivendo veio para mudar muito o nosso estilo de vida, para nos organizarmos, planejarmos e sonharmos com aqueles que amamos. Sonhos muitas das vezes não são alcançados por conta da nossa própria omissão. Se entendermos que através de planejamento tudo torna-se possível, o sonho da casa na praia ou até mesmo a casa própria pode se tornar uma realidade, pois planejamento e sonhos caminham juntos para uma grande realização, e a arquitetura é capaz de tudo isso: criar, planejar e o principal, fazer o que ama. Esse é grande lema que carrego comigo na minha carreira, isso é fundamental para executar grandes sonhos.
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Katia Ifanger Kanda Pahiman
-Neuropsicanalísta Clínica -Facilitadora de Constelação Familiar -Mentora e Guardiã do Sagrado Feminino
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O que acontece depois de uma constelação familiar?
os dias seguintes da constelação, por algumas semanas, meses e em alguns casos até dois anos a pessoa continua processando tudo que vivenciou na sua constelação. Durante este tempo a pessoa elabora as mudanças sutis de consciência; as vezes imperceptíveis e muitas vezes notadas por quem convive com essa pessoa. Depois de uma constelação não devemos tomar decisões por impulso. É melhor deixar que tudo aconteça com respeito pela vida; aceitando assim como é, olhando para o futuro de possibilidades e assumindo as suas próprias responsabilidades. Isso fortalece. Como me disse uma jovem depois de assistir a um grupo e constelações ‘‘agora compreendi que cada um pode suportar aquilo que é seu’’. Como a constelação continua agindo durante um tempo é preciso que a pessoa aceite e crie este espaço em si mesma para assumir este caminho
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mais aberto para o futuro. E entenda que os movimentos podem continuar fluindo após a constelação, ainda assim algo se movimenta nesta pessoa e em todo o sistema familiar envolvido. Bert Hellinger nos mostra que a constelação age com um profundo respeito a toda história de vida do cliente e do seu sistema familiar sem julgamento sobre o que seja certo ou errado; a constelação apenas mostra a verdade e aquilo que precisa ser aceito e compreendido.
“E entenda que os movimentos podem continuar fluindo após a constelação, ainda assim algo se movimenta nesta pessoa e em todo o sistema familiar envolvido.”
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T r a n s t o r n o s MENTAIS EM IDOSOS
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Alguns sintomas podem não ser expressados claramente, sendo, inclusive, confundidos com sinais de outros problemas, fique atento!
velhice é um período normal da vida, caracterizado por algumas mudanças físicas, mentais e psicológicas. É importante fazer essa consideração pois algumas alterações nesses aspectos não caracterizam necessariamente uma doença. Em contrapartida, há alguns transtornos que são mais comuns em idosos como transtornos depressivos, transtornos cognitivos, fobias e transtornos por uso de álcool. Além disso, os idosos apresentam risco de suicídio e risco de desenvolver sintomas psiquiátricos induzidos por medicamentos. Muitos transtornos mentais em idosos podem ser evitados, aliviados ou mesmo revertidos. A avaliação médica se faz necessária para o esclarecimento do quadro apresentado pelo idoso. Diversos fatores psicossociais de risco também predispõem os idosos a transtornos mentais.
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Esses fatores de risco incluem: perda de papéis sociais, perda da autonomia, morte de amigos e parentes, saúde em declínio, isolamento social, restrições financeiras, redução do funcionamento cognitivo (capacidade de compreender e pensar de uma forma lógica, com prejuízo na memória).
Demência
Demência é um comprometimento cognitivo geralmente progressivo e irreversível. As funções mentais anteriormente adquiridas são gradualmente perdidas. Com o aumento da idade a demência torna-se mais freqüente. Acomete 5 a 15% das pessoas com mais de 65 anos e aumenta para 20% nas pessoas com mais de 80 anos. Os sintomas incluem alterações na memória, na linguagem, na capacidade de orientar-se. Há perturbações comportamentais como agitação, inquietação, andar a esmo, raiva, violência, gritos,
desinibição sexual e social, impulsividade, alterações do sono, pensamento ilógico e alucinações. As demências são classificadas em vários tipos de acordo com o quadro clínico, entretanto as mais comuns são demência tipo Alzheimer e demência vascular.
Demência Alzheimer
A demência Alzheimer, é o tipo mais comum, e mais freqüente em mulheres que em homens. É caracterizada por um início gradual e pelo declínio progressivo das funções cognitivas. A memória é a função cognitiva mais afetada, mas a linguagem e noção de orientação do indivíduo também são afetadas. Inicialmente, a pessoa pode apresentar uma incapacidade para aprender e evocar novas informações. As alterações do comportamento envolvem depressão, obsessão (pensamento, sentimento, ideia ou sensação intrusiva e persistente) e desconfianças, surtos de raiva com risco de atos violentos. A desorientação leva a pessoa a andar sem rumo podendo ser encontrada longe de casa em uma condição de total confusão. Aparecem também alterações neurológicas como problemas na marcha, na fala, no desempenhar uma função motora e na compreensão do que lhe é falado.
O diagnóstico é de exclusão, isto é, só pode ser feito quando não se encontra nenhuma outra causa. A rigor, tal diagnóstico só é realizado pós-morten, através de biópsia cerebral, na qual aparecem alguns sinais característicos e exclusivos da doença. A história do paciente e exame clínico, além das técnicas de imagem cerebral como tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser úteis no diagnóstico clínico. O diagnóstico é feito com base na história do paciente e do exame clínico. As técnicas de imagem cerebral como tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser úteis. O tratamento é paliativo e as medicações podem ser úteis para o manejo da agitação e das perturbações comportamentais. Não há prevenção ou cura conhecidas.
Demência vascular
É o segundo tipo mais comum de demência. Apresenta as mesmas características da demência Alzheimer, mas com um início abrupto e um curso gradualmente deteriorante. Pode ser prevenida através da redução de fatores de risco como hipertensão, diabete, tabagismo e arritmias. O diagnóstico pode ser confirmado por técnicas de imagem cerebral e fluxo sangüíneo cerebral.
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Ivy Malerba Terapeuta Ocupacional, Especialista em Educação Inclusiva Tecnologia Assistiva; Gerência de Cidades e Ciência Política Foi idealizadora e primeira secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso de Caraguatatuba e também diretora política municipal de Educação Inclusiva
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Pandemia tem forte impacto na vida de pessoas com deficiência e de idosos.
e para muita gente o isolamento social é um dos grandes desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus, para pessoas com deficiência e idosos, isso não é, necessariamente, uma novidade. O isolamento se dá pela falta de acessibilidade e pouca participação social que se manifesta em várias situações do dia a dia e que agora se somam, a dificuldades específicas, impostas pela Covid-19. O grupo de pessoas com deficiência e pessoas idosas, bem como suas famílias, enfrentam desafios adicionais nesse atual momento. Juntos, representam uma das populações mais vulneráveis à contaminação pela covid-19, justamente por estarem impedidos de adotar em 100% o distanciamento e o isolamento social. São pessoas que precisam de outras pessoas para serem seus braços, suas pernas, seus olhos, seu ponto de apoio. Um dos motivos que levam ao maior risco do novo coronavírus entre os idosos está o fato de que, entre esse grupo, há maior prevalência de doenças crônicas associadas. Já as pessoas com deficiência podem estar sujeitas a maior risco, sobretudo, devido a determinadas condições físicas, especialmente aquelas que resultam em insuficiência ou dificuldade respiratória. E, muitas vezes, não podem abrir mão do apoio de um cuidador. O risco de contaminação por pessoas com deficiência é três vezes maior devido à proximidade física com cuidadores e alta frequência em ambientes de saúde. Pessoas com autismo ou deficiência intelectual ou transtorno mental, podem ter dificuldades no uso de máscaras por questões sensoriais ou cognitivas (de entendimento), não permitindo seu uso de forma efetiva, funcional e adequada. Sendo assim, o uso de
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máscaras para esse grupo deveria ser relatividade por normal instrutiva, resolução, decreto ou lei, como fizeram já outros municípios para evitar constrangimento como já noticiado casos em que por exemplo, um supermercado proibiu uma mãe com filho autista de entrar no estabelecimento sem que a criança estivesse com o equipamento de proteção. Sendo assim, este grupo pela dificuldade do uso da máscara também fica mais exposto a contaminação. No caso de pessoas que têm cuidadores, algumas estão os dispensando nesse período da pandemia e dependendo exclusivamente das famílias. Uma das preocupações é com o contágio das pessoas responsáveis pelos cuidados, no transporte público, e isso pode gerar a sobrecarga de atividades para os familiares, já afetados pelo estresse causados pela pandemia. Temos que pensar em formas de manter a saúde mental e física desse cuidador familiar. Em relação aos idosos, 56% dos cuidadores precisaram continuar trabalhando devido à maior dependência de apoio da pessoa idosa.
“Um dos motivos que levam ao maior risco do novo coronavírus entre os idosos está o fato de que, entre esse grupo, há maior prevalência de doenças crônicas associadas.”
28,3% das pessoas contavam com um cuidador contratado antes da pandemia e 71,7% contam somente com o suporte de um familiar para poder comer, tomar banho, se locomover pela casa. No caso da pessoa com deficiência a grande maioria tem o cuidador centrado na figura da mãe. Imaginem, por exemplo, se essa mãe, ou esse familiar cuidador, for infectado pelo novo coronavírus. Quem proverá a devida assistência à pessoa cuidada? Li uma notícia dramática que contava sobre um adolescente com paralisia cerebral que morreu de fome na China, porque seu pai, que era seu único cuidador, foi internado com o coronavírus e o jovem ficou sem ninguém. Morreu de fome, de sede, de abandono. Por isso, o Poder Público precisa atuar, em todos os âmbitos, para mudar esta realidade e para não deixar ninguém para trás nesta pandemia. O Governo Federal não adotou protocolos de atenção prioritárias destinados às pessoas com deficiência, que não foram incluídas como grupo de risco ao contágio da covid-19, o que demonstra omissão perante esta parcela da população. Destaco que a proteção das pessoas com deficiência está prevista na Lei Brasileira de Inclusão, cujo um dos parágrafos coloca essas pessoas como vulneráveis em situações de risco, emergência ou estado de calamidade pública, devendo o poder público adotar medidas para sua proteção e segurança. A orientação a familiares é também um desafio, pois ainda que haja disponibilidade de tecnologia, ainda existem pessoas que não dominam as comunicações virtuais para receberem encaminhamentos e orientações via web. A pandemia nos trouxe a proposta de podermos pensar e efetivar novas formas de atuação junto a essa população nos cuidados multiprofissionais via tele atendimento, entretanto, só faz sentido se tiverem acesso e conhecimento às novas tecnologias, à internet, dentre outras ferramentas, bem como
os serviços se munirem destas tecnologias e claro, com os recursos de acessibilidade.
“O Governo Federal não adotou protocolos de atenção prioritárias destinados às pessoas com deficiência, que não foram incluídas como grupo de risco ao contágio da covid-19, o que demonstra omissão perante esta parcela da população.” Linhas de ajuda para orientação e apoio; visitas domiciliares; tele atendimento e tele saúde; transporte segregado para os cuidadores para proteção e disponibilidade destes profissionais para casos mais graves; internet para profissionais de saúde; distribuição de kit higienização no domicílio para vulneráveis; entre outros são medidas fundamentais por parte do poder público. O momento exige respostas baseadas na ciência, mas também na empatia e no respeito à realidade, às dificuldades e à dor de cada brasileiro. Em momentos de crise como este, comprovamos ser um povo altruísta, que se preocupa com o próximo. Precisamos demonstrar solidariedade e respeito diante das características de cada um. O Estado certamente tem seu papel para resgatar essa dívida histórica com as populações mais vulneráveis. Essa luta deve ser contínua, urgente e prioritária! No entanto, pequenos gestos de cada um de nós podem dizer muito e fazer a diferença no resgate da dignidade e da valorização da pessoa humana. Que este seja o novo normal, apesar de particularmente eu acreditar que o normal não existe.
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Melhor Idade
Cuidados com os idosos
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virtude mais importante para quem precisa lidar com os seus familiares mais velhos é paciência. Como perceberemos ao longo da quarentena, o isolamento é um desafio emocional, que testa a nossa capacidade de se manter firme pelas pessoas que amamos. Na realidade, o grande desafio é uma questão de ponto de vista. Para muitas pessoas de mais idade, a pandemia pode ser vista como uma forma de exagero. Além disso, também devemos lembrar da dificuldade de adaptação. Afinal de contas, se os adultos já passam por um sufoco enorme para se adaptar à quarentena, apesar de todas as formas de entretenimento disponíveis, imagine os idosos! Vale lembrar que boa parte dos hábitos dessas pessoas inclui alguma forma de congregação social, seja com amigos, familiares ou conhecidos. Por esse motivo, quem está na posição de parente responsável acaba passando por uma enorme dificuldade na tentativa de conscientizar o idoso, pois o isolamento é um pedido direto para que essa pessoa limite sua liberdade. Existe um detalhe
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importante: você deve se manter calmo, paciente e inflexível! Sempre que for passar por uma interação difícil, lembre-se do porquê está fazendo isso. Querendo ou não, é seu dever fazer o possível para garantir o bem-estar dessa pessoa que, provavelmente, cuidou de você pela maior parte da sua vida. Para evitar grandes conflitos, tente perceber o ponto de vista do idoso: para ele, é como se você estivesse cerceando liberdades. Nós entendemos que, muitas vezes, a teimosia será acompanhada por mau humor e agressividade. Mas para isso, você deve estar preparado, reconhecendo que a conversa pode ser cansativa, mas que tudo vale a pena. Mas persistência, diálogo e carinho conseguirão quebrar a resistência. Neste momento, é sua responsabilidade conquistar a confiança do idoso, demonstrando sua preocupação e apontando, com calma e coerência, a importância do isolamento e os riscos da negligência. Tudo começa a partir de um bom diálogo, sem lados, sem agressividade. Quando você mora com essas pessoas, incluí-las por meio do diálogo acaba sendo mais fácil por conta da proximidade. No entanto, a conversa é ainda mais importante quando se mora longe. Ainda que os idosos tenham seus próprios
amigos, você, enquanto família, simboliza um elo muito importante na manutenção emocional dessa pessoa. Por isso, você deve conversar com eles mais de uma vez por dia, questionando como foram as coisas, sugerindo algumas atividades, relembrando o passado e daí adiante. Também por meio da conversa, você precisa conquistar a atenção genuína do idoso, pois assim é possível remodelar a percepção que ele tenha sobre determinados assuntos. Em uma época de tanta desinformação, é comum que eles sejam sobrecarregados pelo volume de notícias, não conseguindo separar a realidade da invenção. Por isso, o diálogo também deve ser um instrumento de conscientização, em que você, calmamente, explica o que está acontecendo no mundo, mostra como isso vem impactando a todos e, principalmente, conscientizando o idoso de sua vulnerabilidade, já que a menor imunidade o coloca em risco a qualquer contato desnecessário. A sugestão de atividades também pode ser algo importante para ocupar os idosos. No entanto, pode haver uma falta de sintonia entre o que você considera entretenimento, e o que o idoso considera como
um bom passatempo. Por isso, lembre-se que uma das melhores ferramentas que você tem é a sua própria companhia. Ironicamente, o distanciamento social deverá ser um motivo para que muitas famílias se tornem unidas novamente. Às vezes, nem é necessária uma companhia física. Basta disponibilizar os seus ouvidos a uma longa conversa telefônica, escutando os detalhes do dia dessa pessoa, revivendo momentos do passado e por aí adiante - o exercício da memória é uma das coisas mais importantes para as pessoas idosas. Por último e absolutamente importante, a doação voluntária e carinhosa do seu tempo. Atualmente, um bom exemplo disso acontece por meio das compras de mantimentos e medicamentos. Afinal, tanto os mercados como as farmácias são ambientes de alto fluxo e risco para os idosos. Nesse sentido, você pode se dedicar a realizar as compras semanais ou quinzenais dessa pessoa. Isso também vale para qualquer outro exemplo que exija dedicação física. Afinal de contas, é fundamental garantir a manutenção do conforto para que essa pessoa continue em sua casa.
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CONVIDADO Daniel Mazetti Professor especializado em Finanças e Gestão de Pessoas
O Mundo está ao contrário? “O que está acontecendo? O Mundo está ao contrário e ninguém reparou; O que está fazendo? Milhões de vasos sem nenhuma flor; O que você está dizendo? Milhões de frases sem nenhuma cor”... Questionamentos atemporais, feitos de pelo brilhante poeta, cantor e compositor Nando Reis em sua música Relicário. Perguntas que encaixam-se como uma luva aos dias atuais. Tempos em que a dor do próximo, já não nos causa tanta dor; Tempos em que o altruísmo sobrevive as sombras do egoísmo; Tempos onde ganhar uma discussão tem mais valor do que preservar uma amizade; Tempos onde o saber e o conhecimento científico perdem destaque para o “achismo” e o empirismo; Tempos onde pensar diferente é visto como subversão, remetendo-nos a uma época não tão distante da história do Brasil, que insiste em respirar com a ajuda de “aparelhos da ignorância e da intolerância”. Grandes pensadores, historiadores e cientistas, afirmam que o Mundo sofre severas mudanças em 4 cenários: Nas guerras, nas revoluções, nas grandes catástrofes e nas pandemias. Tais cenários realmente promovem extremas mudanças em diversos segmentos de nossa vidas. Mudanças econômicas, mudanças financeiras, mudanças de hábitos, de comportamento, etc. De “uma hora para outra” somos praticamente obrigados a viver uma nova realidade, que na maioria das vezes não é aquela que desejamos ou ansiavamos. Com as mudanças, surgem as incertezas, o medo do novo, sentimentos confusos e momentos a desesperança.
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No entanto, podemos SIM, fazer algo para atenuar as circunstâncias, para esperançar, para voltar a acreditar e para nos reiventar. Para isso, precisamos que nossos vasos voltem a ter flores, que nossas frases tenham cores; E, em nossos sentimentos e ações, mais amores. Sejamos mais humanos e menos seres, tenhamos todos mais empatia, mais amor ao próximo e mais respeito pelas pessoas. Só assim, poderemos atravessar esse difícil momento e voltarmos a mostrar nossos sorrisos escondidos por “máscaras”. Lembre-se sempre, “A dor é inevitável, já o sofrimento é opcional”.
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Grandes pensadores, historiadores e cientistas, afirmam que o Mundo sofre severas mudanças em 4 cenários: Nas guerras, nas revoluções, nas grandes catástrofes e nas pandemias.”
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Hambúrguer
A versatilidade do prato
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ão, carne, queijo. Esses ingredientes fazem parte de uma paixão gastronômica que já tomou conta de todo o mundo e conquistou um lugar especial no estômago dos brasileiros. Estamos falando do w Esta clássica receita foi trazida para os Estados Unidos por imigrantes alemães na segunda metade do século XIX, de lá para cá, a comida se popularizou e hoje, o hambúrguer é considerado um verdadeiro sinônimo da gastronomia americana. Aqui no Brasil, é fácil encontrar um mix de X burguer, salada, frango, bacon e o que mais sua imaginação permitir, mas foi com a populari-
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zação dos foodtrucks – as cozinhas sobre rodas que geralmente preparam lanches rápidos – que o hambúrguer conquistou de vez seu lugar no paladar e no estômago dos brasileiros. E se antes, os hambúrgueres que encontrávamos por aqui eram processados e industrializados, hoje, o cenário é completamente diferente. Com a chegada dos hambúrgueres artesanais, a receita que era vista apenas como uma opção rápida para quem não podia perder tempo, passou a ser o carro-chefe de muitos restaurantes, bares e lanchonetes. A versatilidade do prato permite também adicionar vários acompanhamentos, o hambúrguer ainda é servido com batatas e uma saladinha.
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CONVIDADO RODRIGO TAVANO
Vice Presidente Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de SP Diretor Social da Associação de Hotéis e Pousadas de Caraguatatuba Proprietário do Hotel Pousada Vivendas do Sol e Mar
TURISMO 2020,
ADIE NÃO CANCELE
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quem diria hein !! 2020 tinha tudo para ser o ano do Turismo no Litoral Norte de São Paulo , e pq ? simples ! as ações realizadas nos últimos anos estavam começando a surtir efeito , o Circuito Litoral norte estava com uma sequência encantadora de ações para fomentar a região, em Caraguatatuba teríamos a inauguração de diversos equipamentos turísticos para incrementar a vinda de turistas , diversas ações para potencializar outros segmentos Turísticos e por fim e o mais importante a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo através do mais competente Secretário da História, nosso Eterno Ministro do Turismo Vinícius Lummertz que enxergou o Litoral norte como o grande atrativo para fomentar a vinda de turistas estrangeiros no Estado , inclusive estávamos á dias do lançamento da Campanha NorthShore SP que seria realizada na Feira BTL de Lisboa em Portugal. Mais aí a Pandemia chegou e com ela tudo parou , o medo do desconhecido e a certeza de que o correto era o isolamento social fez com que o turismo fosse impactado em todo o planeta. Com ele uma avalanche de cancelamentos de viagens, passagens aéreas, reservas em hotéis, pacotes turísticos e passeios. No primeiro momento grande parte dos viajantes solicitaram devoluções dos valores pagos, causando uma avalanche de discussões e desentendimentos. Rapidamente o Ministério do Turismo
e as entidades ligadas ao Trade criaram campanhas como (Adie, não cancele ou Remarque não cancele). Juntamente com destinos turísticos consolidados espalhados por todo o Brasil, ampliaram a divulgação de apoio ao Turismo que sofreria o maior baque da história desde a 2°guerra mundial. Foi de extrema importância a campanha o que ajudou que os clientes refletissem em apenas adiar para um momento futuro Viajar. Cada viagem mantida e sem ser cancelada ajudou na manutenção dos empregos. Na Sequência as Entidades representativas de São Paulo se reuniram com o Procon e criaram algumas regras dentre elas a possibilidade da devolução de valores em até 12x, campanha essa que depois acabou chegando ao Ministério do Turismo e sancionada pelo Presidente. O Litoral Norte com toda a beleza de nossas praias , gastronomia, estrutura e mata atlântica terá a oportunidade de se reerguer antes do que outros
destinos visto que estamos a apenas 180km do maior pólo emissor de turistas do Brasil que é a Capital, para isso é necessário ações conjuntas da iniciativa privada e poder público muita união em busca de inovação, critérios, regras, marketing e principalmente conscientização. Afinal a experiência de viajar é um conjunto que daqui pra frente a maior preocupação será a segurança que o destino pode oferecer ao viajante. Confiante de dias excepcionais em breve #usemascara
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Luiza Palmeira Diretora Comercial e Marketing da Revista da Cidade blogluizapalmeira@gmail.com @palmeiraluiza
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Como será a nova era?
om toda essa situação da pandemia que estamos vivendo, uma pergunta muito frequente nos dias de hoje é: quando as coisas irão voltar ao “normal”? E como será depois? Acreditamos que o mundo não voltará a ser mais como era antes, e entendemos que não podemos lutar contra isso. A situação do Covid 19 acelerou algumas tendências, além de ocasionar diversas mudanças no funcionamento das nossas vidas. Na Evolução Digital o trabalho remoto já era uma realidade, mas para uma minoria. Com o avanço da pandemia, muitas pessoas que nunca haviam trabalhado de casa experimentam essa nova modalidade. Empresas e profissões mais conservadoras mudaram o formato de trabalho, algo que pode se tornar permanente em um futuro próximo para mais pessoas. Ser digital virou obrigatório. Quem não tinha site/e-commerce/ redes sociais, precisou acelerar esse movimento, que tende a aumentar daqui pra frente. Em tempos de crise, mudamos o consumo diante das incertezas. Muitas pessoas perderam seus empregos ou reduziram a sua renda. O consumo passa ser direcionado ao que é estritamente necessário. Paramos de viajar, jantar fora, ir a shows e festas, sair de carro a todo momento. Iniciamos uma jornada (forçada) de volta à simplicidade: estar junto da família, cozinhar a própria comida, consumir menos, brincar, reaproveitar o que já temos, observar a natureza e valorizar o comércio local. Veremos um retorno com escolhas mais calmas e conscientes. Todos fomos impactados das mais diversas formas por essa pandemia. No entanto, a indústria do turismo e hotelaria é uma das mais fragilizadas. Passada a crise, ao invés de fazer uma longa viagem até a
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Europa, talvez seja mais viável explorar as belezas do próprio país, ou dos nossos vizinhos mais próximos. Hoje, o Coronavírus é um problema urgente e mundial compartilhado por todos nós. Muitas atividades foram congeladas durante esse período de pandemia. Com isso, demos um respiro para a natureza, e conseguimos ver claramente o impacto que as nossas vidas diárias e aceleradas causam no funcionamento do nosso planeta. Com a queda da poluição, a qualidade do ar está melhorando e animais estão circulando livremente. É o caminho para a conscientização ambiental e do impacto do nosso consumo. Ultimamente temos passado bastante tempo em casa, tendo mais flexibilidade. E em um cenário como este que estamos atravessando devemos agradecer e valorizar a cada dia por estarmos vivos e com saúde. Vamos nos conscientizar em pensar no todo, usando máscara e álcool gel, evitando aglomerações, assim preservaremos o que há de mais sagrado a vida!
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Empresas e profissões mais conservadoras mudaram o formato de trabalho, algo que pode se tornar permanente em um futuro próximo para mais pessoas.
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