Revista da Cidade - Edição 42

Page 1

Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 1


2 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 3


indice

7

12

Nossa Palavra

08 19 31 44 51 56 60

4 |

Previsões

21

Vamos Festejar

28

Presépios no MACC

62

Ponto Final

Preto no Branco “ O Natal é a Festa da Esperança e da Ternura ”

Fatos&Fotos

Retrospectiva cultural

Cidade das Artes Caraguá das artes

Gastronomia A ceia de Natal e suas tradições

Turismo em Caraguá

Atrás de um turista satisfeito, vem sempre outro turista

Arte & Decoração Natal com Criatividade

Vida Real

Me apaixonei pela namorada do meu filho

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014

EXPEDIENTE

Revista da Cidade - Caraguatatuba Ano VII - Número 42 - Dezembro 2014 / Janeiro 2015 Jornalista Responsável Roberto Espíndola - Mtb 6308

Departamento Comercial Luiza Garcez

Colaboradores Jordelino de Paula Roger Naccache Zéca Mário Bertô Curare Percival Rangel

Publicação e Impressão Digital Graf Press Ltda., CNPJ 05.95.821/0001-72 Rua Mario Valério Camargo, 127 Cep: 12230-089, São José dos Campos/ SP

Fotos Gianni D’Angelo Luiz Gava J.C.Curtis Bento Costa Maurílio Alves Lú Palmeira Arquivo Público Municipal Arte & Diagramação R. Espíndola & Associados Produção Gráfica Fabiola L. Espindola

Escritório em Caraguatatuba Av. Synésio Marcondes, 341 – loja 2 Fone: (12) 3883-7586 e-mail: revistacaraguatatuba@gmail.com Site: www.revistadacidadecaragua.com.br facebook.com/revistacaraguatatuba Para receber uma assinatura online da Revista da Cidade - Caraguatatuba mande uma mensagem para: revistacaraguatatuba@ gmail.com


Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 5


6 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


. Nossa Palavra

Ano Novo. Vida Nova

E

mbora um pouco desgastada, a frase ainda faz sentido. Não que a simples mudança do calendário possa alterar substancialmente nossa vida, mas é sempre uma oportunidade para revermos o passado e formularmos planos para o futuro. E como o dinamismo da vida nos leva a passar de um provisório para outro provisório, pois nada é eterno, temos que ser suficientemente livres, para aceitar aquilo que não nos foi possível mudar. É este dinamismo que faz com que a vida renasça diariamente para cada um de nós, independente da mudança do calendário. Para nós, neste ano que vai terminando, a mudança do calendário coincidiu com mudanças substanciais. Novas ações, novos projetos, mudança de endereço de nosso escritório, agora no centro da cidade, e muito planejamento para consolidar nossa posição como principal revista da cidade, ampliando nosso trabalho com novas publicações, para continuar lutando por uma Caraguatatuba cada vez melhor. Luta e desafios que prometem ser cada vez maiores no ano que se inicia, já que as previsões quanto à economia e desenvolvimento do País são no mínimo preocupantes

para não dizer pessimistas. Com o avanço da comunicação em tempo real, conflitos localizados já estão acontecendo, o desejo de mudanças é grande e a insatisfação popular pode tomar rumos imprevisíveis, principalmente pelo nível de corrupção que vem sendo revelado praticamente em todos os poderes da administração pública. Mas... há sempre uma esperança. É Natal. É tempo de festas, de alegria, de confraternização, de união entre os homens. Festeja-se o nascimento d’Aquele que veio para promover a união e libertar a humanidade através do amor. É isto que dá o grande sentido a esta data porque, quando as relações com o outro se degradam no conflito das contradições internas, na impossibilidade da comunicação, temos a certeza que existe algo além da aridez , e que através d’Ele, um dia, alcançaremos a plenitude de suas palavras: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Que o Natal traga a você esta possibilidade: “Amar ao próximo como a si mesmo”, e que na mudança do calendário no Ano Novo haja a possibilidade de uma revisão de todo o passado, para que o futuro seja repleto de alegria, paz e felicidade.

Roberto Espíndola

Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 7


Seu nome Alessandro, mas todos o chamam de Padre Alessandro Henrique Coelho, caiçara de coração e por adoção, já que recebeu o título de “Cidadão Caraguatatubense”. Natural de Franca –SP, aos 12 anos veio com a família para Caraguatatuba, aqui cursando o Colégio Adaly Coelhos Passos e Thomaz Ribeiro de Lima, integrando-se plenamente à vida da cidade, conquistando amigos, participando de entidades, e até namorando uma jovem. Desde criança a Igreja Católica foi uma referência em sua vida participando da catequese, missa para crianças e encontros vocacionais, travando conhecimento com alguns padres que o orientaram sobre sua vocação sacerdotal. Entrou para o Seminário São José em Santos.ordenou-se padre, e depois de uma trajetória em que buscou sempre seu aprimoramento sacerdotal, optou por Caraguatatuba, pelos desafios que teria que enfrentar. Seu trabalho na Diocese é pautado pelo resgate dos aspectos culturais das celebrações religiosas, embora Alessandro não esconda sua vocação missionária tendo como base um evangelho social.

É

“ O Natal é a Festa da Esperança e da Ternura. ”

Natal, talvez o mais importante momento do cristianismo, quando se comemora o nascimento de Jesus. Festejos tradicionais que há séculos se espalham pelo mundo cristão, aos poucos vão perdendo o seu sentido pela exploração comercial da data.

8 || 8

REVISTA DA CIDADE REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014 | Dezembro 2014

Mudanças vão acontecendo alterando substancialmente o espiritualismo que é atribuído a data, momento para uma reflexão sobre o sentido do amor e da solidariedade entre os homens. Nesta entrevista, com o Padre Alessandro, Pároco da Catedral do Divino Espírito Santo, abordamos o assunto.


Revista da Cidade – Em face das mudan- não celebramos Jesus. O nosso desafio está em ças sociais que vêm ocorrendo ao longo associar que fazemos tudo isso porque o amor de dos séculos, qual é atualmente o verda- Cristo me faz realizar esta scoisas, porque Jesus deiro sentido do Natal para os católicos? já realizou tudo isso primeiro. Padre Alessandro - Os bispos da América Latina Vivemos numa sociedade consumista e o Capitareunidos com o Papa Bento XVI em 2007 em Apa- lismo desperta desejos até então desnecessários, recida/SP reconheceu que o mundo não só vive precisamos sempre avaliar nossas atitudes, por uma “época de mudanças mas uma mudança de isso a Igreja propõe o período do advento, quatro época”. Apesar de toda esta mudança o sentido do semanas que antecedem o dia 25 de dezembro Natal permanece o mesmo, é o encontro de Deus para que eu busque o essencial do Natal.É grande com seu povo, é o encontro com Jesus, o Menino o prejuízo quando entramos no mundo do consuDeus que revela o rosto humano e o rosto Divino mo e abandonamos a prática da fé. do homem. Deus sempre procurou seu povo, tomou conta e prometeu estar RC – Por que a tradiciosempre perto. O livro do Deunal e milenar “Missa do teronômio diz que Deus anda Galo”, celebrada à meia conosco. Ele nos pega pela noite do dia 24 de demão como um pai faz com O risco está em celebrar zembro, vem sendo suseu filho. “O Natal é a festa o aniversário e ignorar o primida em muitas pada esperança e da ternura” róquias? aniversariante. diz Papa Francisco “Assim, PA - Penso que a “Missa do o Natal nos revela o amor Galo” conhecida por ser ceimenso de Deus pela humalebrada desde o século IV à nidade. Daqui deriva a nossa esperança. Na nossa meia noite fazendo menção ao galo que anuncia o fragilidade, sabemos que somos amados e acom- novo dia na hora do primeiro canto, e o galo menpanhados por Deus. Com o nascimento de Jesus, cionado por Jesus na traição de Pedro (Mt. 26,34 nasceu uma nova promessa, um mundo novo, um e Mc 14,68.72) deu origem a esta Missa com este mundo que pode ser sempre renovado. Nós é que nome. Com isso o galo na tradição cristã passou hoje precisamos sempre recuperar este sentido do a simbolizar vigilância, fidelidade e testemunho Natal, senão fica tudo reduzido ao consumismo. cristão. Por isso, no século IX a ave foi parar no campanário de muitas igrejas; é só reparar na MaRC – As festividades sociais que ocorrem triz de São Sebastião que temos um galo em sua nesta época do ano, não desvirtuam a torre. Essa Missa não vem sendo suprimida, ela espiritualidade do Natal? O Natal não se vem sendo adaptada aos horários e costumes do transformou mais num evento comercial nosso tempo. Em muitos lugares ela não acontece para ampliar as vendas nas lojas? mais a meia noite pela questão da violência. Assim PA - O que precisamos aprender é que depois do as pessoas celebram mais cedo na Igreja e depois nascimento de Jesus todos os valores humanos se junto com a família a Ceia de Natal,fazendo deste tornaram valores cristãos, mesmo que as pessoas momento uma “Igreja doméstica”. A Missa do Galo nem falem de Jesus na noite de Natal, mas fazem não deixa de ser realizada, ela apenas acontece questão de se reunirem, reencontrar a família, tro- mais cedo. Na Catedral Divino Espírito Santo ela car presentes, ser solidário com os mais pobres, já acontecerá às 20h presidida pelo nosso Bispo Dioestão vivendo o espírito do Natal de Jesus mesmo cesano, Dom José Carlos Chacoroswki. que ainda não O reconheça. O risco está em ce- RC – As manifestações públicas de fé, lebrar o aniversário e ignorar o aniversariante, e é como as procissões, estão se tornando isso que fazemos quando celebramos o Natal mas raras. Por quê?

Dezembro 2014 | Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE REVISTA DA CIDADE

| 9 | 9


PA- As procissões religiosas continuam sendo realizadas, elas podem não estar mais tão presentes nos meios de comunicação de massa, mas movimentam muito as paróquias e cidades. O que dizer da maior procissão mariana do mundo em Belém no Círio de Nazaré com mais de 2milhões de peregrinos? Festas dos Padroeiros,Corpus Christi, Sexta-feira da Paixão, são manifestações religiosas ainda muito presentes na tradição católica além das carreatas como adaptação às mudanças do nosso tempo. Aqui no litoral temos a procissão de Santo Antonio, São Sebastião, do Divino Espírito Santo a fluvial de Nossa Senhora D’Ajuda, São Pedro.O desafio está em vencer a cultura individualista do nosso tempo e se inserir numa comunidade de fé, mais do que buscar o “bem-estar” precisamos buscar o “estarmos bem”.

os grandes problemas da família no último Sínodo, a reforma da Cúria Romana com a inserção de casais e leigos nas estruturas da Santa Sé, o diálogo inter-religioso e Ecumênico, as denúncias dos problemas sociais na Europa e no mundo. A Igreja tem uma Tradição que precisa ser respeitada, o que é circunstancial se adapta, o essencial se mantém. Os paradigmas mudam mas os valores e virtudes não podem ser relativizados. Há 50 anos a Igreja deu uma grande guinada pastoral com o Concílio Vaticano II, o Papa Francisco está tentando dar continuidade à mudança iniciada. O próprio documento de Aparecida que convida a Igreja se tornar discípulo-missionária buscando uma conversão pastoral das suas estruturas. Muitas vezes precisamos mudar também a concepção equivocada que temos da Igreja, pois muitas A Igreja tem uma travezes julgamos sem fazer RC– Nota-se a presença parte dela. Estamos vivendição que precisa ser do um tempo de renovação, de um número menor de respeitada. uma Igreja em saída na linjovens nas igrejas e celebrações. Por quê? guagem de Papa Francisco. PA - Sabemos do desafio de evangelizar o jovem Só que esta renovação passa por nós também. hoje; precisamos usar novas roupagens, lingua- Como respondeu uma vez a Beata Madre Tereza gens para atraí-lo, mas tivemos uma linda demons- de Calcutá a uma jornalista que dizia que muita tração desta vitalidade na Igreja com a Jornada coisa precisava mudar na Igreja e ela respondeu “é Mundial da Juventude. O trabalho vem sendo re- verdade, a começar por mim e por você”. alizado e ainda estamos colhendo os frutos deste evento. Temos em Caraguatatuba o Jovens Sa- RC – A erotização livre nos meios de corados na Paróquia São João Batista, os Jovens municação e na sociedade em geral, que Divino na Catedral além dos jovens inseridos em consequências poderão trazer para a sonossas comunidades e grupos, cada um com seus ciedade num futuro próximo? carismas e propostas. Cada Paróquia tem seu gru- PA – Nós hoje já colhemos os frutos amargos despo de jovem ou alguma ação a seu favor. Hoje o ta erotização: gravidez na adolescência,crescente jovem é bombardeado por todos os lados com mui- número de abusos sexuais, violência contra a mutas propostas, temos o desafio de chegar primeiro, lher, pedofilia, traição matrimonial, divórcio. Creio anunciar a Cristo, antes que cheguem as drogas e que por trás deste processo existe um interesse a violência. comercial. A maioria dos produtos hoje vendidos são associados à questão erótica-sexual e à insRC – Algumas posições conservadoras trumentalização do homem e da mulher; ganha-se da Hierarquia dificultam o trabalho pas- muito dinheiro com isso. Mais uma vez a Igreja nos toral? Por quê? convida à reflexão e à consciência crítica dos mePA - Acredito que deveríamos nos perguntar o que canismos que hoje estamos inseridos. Vemos muideveria ser conservado entre nós e o que deveria ta contradição. Um exemplo: incentiva-se muito as ser mudado. Penso que o Papa Francisco está ten- relações sexuais livres e depois vemos programas tando fazer isso. Abriu para o debate e discussões questionando por que nossas adolescentes estão

10 || 10

REVISTA DA CIDADE REVISTA DA CIDADE

Dezembro 2014 || Dezembro 2014


grávidas. Temos um longo caminho pela frente, tenho esperança, começa por nós, em nossas famílias, escolas e igrejas apresentar um processo de humanização do ser humano, que passa impreterivelmente pela educação.

solidariedade, as confraternizações, os amigos secretos, são expressões do sonho de fraternidade que o Natal nos inspira. O desafio está em deixar claro que o Natal é a comemoração do nascimento de uma pessoa, Jesus Cristo. Ele é o centro e não Papai Noel; que Ele é o grande e mais especial presente que recebemos de Deus e que por causa d’Ele tudo se ilumina e se transforma. Caraguá tem mais uma vez a oportunidade de bem viver esse tempo.

RC – Cristo não expulsaria os vendilhões do templo pelo mercantilismo presente nas igrejas de hoje? PA - Precisamos entender o porque Jesus expulsou os vendilhões do Templo. No tempo de Jesus pra se ter acesso a Deus e ter os seus pecados ex- RC - Qual o verdadeiro significado dos piados tinha que sacrificar animais, os mais pobres símbolos de Natal? sacrificavam as pombinhas e rolinhas e os mais ri- Gostaria de falar de alguns. O próprio Papai Noel cos ovelhas e bois. “Tendo feito um chicote de tem sua origem no catolicismo, ele é o protótipo cordas, lançou a todos fora do templo, bem como do símbolo que se transformou no ícone do consumo, mas sua origem era ouos bois e as ovelhas; espalhou o dinheiro dos cambistra, um santo bispo da Igreja, tas, derrubou as mesas, chamado Nicolau, que viveu “e disse aos que vende 271 a 341, dividia os seus Ele é o grande e o diam pombas: Tirai dabens com pessoas pobres, qui estas coisas! Como mais especial presente sem se identificar. Assim nasceu a tradição do bom velinho ousais transformar a que recebemos de Deus. que dá presente. O presépio: casa de meu Pai em a palavra presépio vem do mercado!” latim e significa curral, estreSe ainda hoje continuar com a exploração aos mais pobres e baria. É a representação do lugar em que Jesus continuar pagando pra ter acesso a Deus, nasceu, segundo as narrações da Sagrada Escrituele continuaria expulsando sim. O dízimo ra; foi idealizado por São Francisco de Assis no sée a oferta são frutos da conversão para a culo XIII, como uma forma de explicar às crianças partilha, generosidade e responsabilida- como havia sido o nascimento de Jesus. As luzes de para com a comunidade que se con- representam Aquele que é o sol da justiça, a luz grega. Agora colocar isso como condição que ilumina nas trevas, representa a Luz de Cristo para receber as bênçãos de Deus já é co- e até mesmo a estrela que indicou o caminho aos mercialização da fé. três Reis Magos até Belém onde estava Jesus. A árvore de Natal: uma única árvore resistia ao inverRC – Que considerações o senhor faria no rigoroso na Europa; essa árvore foi usada para sobre as comemorações natalinas em enfeitar as casas, e de lá o costume se espalhou para todo o mundo. A sua resistência passou a simCaraguá? PA - Apesar da invasão cultural que sofremos todo bolizar a presença de Deus na história da humanifinal de ano , correndo o risco das tradições pró- dade. Pode representar também a “árvore da Vida” prias do nosso povo ficarem diluídas , creio que as enfeitada com bolas coloridas pra expressar a aleigrejas com as novenas de Natal,as celebrações do gria que devia ter todo aquele que se encontrou advento,os mutirões de confissão,as folias de reis, com Cristo. Só o ser humano pode dar sentido às as famílias e até alguns comércios que preparam coisas. Faço este convite para resignificar os símo presépio, a cidade com sua decoração natalina, bolos do Natal. Todos eles têm sentido por causa a FUNDACC com o “Natal de Paz” o espírito de do aniversariante deste dia, o Menino Jesus.

Dezembro 2014 | Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE REVISTA DA CIDADE

| 11 | 11


2015 Previsões

E

m nossa cultura, já se transformou em hábito fazerem-se previsões para o ano que se inicia. Afinal, a curiosidade humana é grande e o maior mistério de nossa existência é o amanhã, impossível de ser desvendado até quanto ao próximo segundo. É fascinante tentar desvendar ou avançar no tempo. Por conta disso, algumas pessoas, em várias partes do mundo, por envolvimento religioso ou por entenderem serem portadores de dons especiais, através da meditação, leitura de cartas ou bolas de cristal, rituais cabalísticos ou

12 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014

mesmo invocação dos espíritos, fazem previsões sobre o que vai acontecer. Outras interpretam a numerologia ou os horóscopos, para alcançar os mesmos objetivos. Se conseguem? Há controvérsias. É sempre possível “adivinhar” algumas coisas por mero palpite e simples cálculo de probabilidades. Isso foi o que fizemos em nossas “previsões realistas”. No mais, para matar a curiosidade de nossos leitores transcrevemos trechos do Horóscopo Chinês, interpretações da Numerologia e algumas outras informações dos adivinhadores de plantão.


Horóscopo chinês

O Ano da Cabra

As atividades envolvendo o meio ambiente, relacionamento familiar, estética e as artes poderão ganhar destaque em 2015

P

eríodo de paz e harmonia entre as pessoas, favorecendo o relacionamento e todos os laços afetivos, 2015 deverá ser um ano tranquilo e de muito amor entre a humanidade. Sob a influência da Cabra, o ano favorecerá a compreensão e o humanismo, além de estimular para que todos coloquem seus projetos em prática. Nesse ponto, o sucesso dependerá da autodisciplina e as decisões deverão ser tomadas com responsabilidade. Este será um ano calmo depois do ano energético do Cavalo. Um ano para relaxar e fazer as pazes com tudo e com todos. Patrono das artes, a Cabra despertará toda criatividade que existe em nós. Seremos produtivos e imaginativos quer no campo artístico ou estético.

Será um tempo para analisar seus desejos e fantasias, mas mantenha o controle de suas finanças, pois poderá haver problemas causados por gastos excessivos. No cenário mundial, as coisas serão mais tranquilas. As guerras e os conflitos internacionais geralmente terminam no ano da Cabra. Este não é um ano para atividades agitadas – é um ano voltado para a introspecção. As ovelhas precisam de muito amor, apoio e declarações de afeto, por isso, este será um ano para relacionamentos amorosos intensos, já que a Cabra tem um lado de luxúria que sente prazer em atender os desejos dos amantes. Mas, atenção. Vibrações pessimistas farão com que sejamos mais sensíveis aos pequenos problemas. Nos empreendimentos poderemos desanimar facilmente quando as coisas não ocorrerem ao nosso agrado. Dezembro 2014 | REVISTA DA CIDADE | 13


Numerologia

2+0+1+5=8 O número 8 representará 2015 O que foi plantado será colhido. Ano para ter muita responsabilidade sobre as decisões tomadas. A força de construir ou destruir. O maior potencial de realizações da Numerologia. Grandes riscos financeiros.

O

btido pela soma dos algarismos que compõem o ano universal: 2+0+1+5=8, esta simbologia irá mostrar as forças que irão influenciar os acontecimentos no decorrer do ano que se inicia. O 8 é considerado um número cármico (de carma), não no sentido negativo ou religioso que comumente esta palavra é usada, referindo-se a algo ruim que temos que “suportar e sofrer até pagar”. Carma é simplesmente a Lei da Ação e Reação. Coloca-se um pensamento, uma emoção e uma ação em movimento. Como consequência natural, recebemos um efeito. Nada mais justo. Aquilo que plantamos, colhemos.

14 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014

A sociedade brasileira vem colhendo os frutos do que plantou em seus programas administrativos. Por isso, 2015 é um ano em que precisamos ter muita responsabilidade sobre as decisões a serem tomadas. É a oportunidade para estabelecer metas que se fazem necessárias para alcançar os objetivos de volta ao crescimento econômico. É um ano propício ao planejamento das ações a serem implementadas, para alcançar resultados em um prazo realista. Enfim, é um ano próprio a se estabelecer uma engenharia administrativa para vencer os desafios, superar as dificuldades existentes, inclusive quanto à ameaça inflacionária, para voltar ao desenvolvimento econômico, sem endividamento excessivo.


C

Poder e Violência

ada número é um símbolo. E o 8 associado ao Poder tem em si a força de construir ou destruir. Ironicamente vivemos um período de destruição, pela insatisfação popular que tem provocado protestos para exigir mudanças. 2015 poderá ser um ano violento Infelizmente o 8 aponta – em sua polaridade negativa – para uma faceta bem cruel.

Na natureza humana existe uma energia poderosa que pode descambar para a crueldade, como a vontade de brigar e de vingança. É preciso exercer controle, sem excessos, sobre aqueles que querem dar vazão aos seus instintos agressivos. Esta é uma forma de se alcançar a maturidade social, outro atributo do simbolismo do número 8.

Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 15


8

Força

Empreendedora

O 8 é o número que representa o maior potencial de realização na Numerologia. Seu poder de concretizar o que se ambiciona conquistar é magnífico, portanto é uma ótima oportunidade para se realizarem as mudanças econômicas necessárias para que o Pais volte a crescer. Para isso, entretanto, será essencial desenvolver um novo nível de

16 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014

habilidade administrativa. Enfim, planejar melhor, lidar com burocracias e adotar estratégias bem consistentes rumo aos alvos dos objetivos a serem alcançados. E claro, ser bem persistente diante dos desafios, porque a simbologia do 8 mostra que o caminho não é fácil. É preciso ter muita disposição e autocontrole para não se sentir derrotado logo diante dos primeiros obstáculos. Será preciso valorizar o processo de cumprir meta por meta, executando cada etapa do plano elaborado.


Finanças: Ascensão ou Ruína?

Q

uem estuda numerologia sabe que falar o Numero 8 também tem relação com dinheiro. Ele é bastante voltado para as questões financeiras. Por isso 2015 poderá ser um ano de grandes riscos nessa área, com muitos investimentos arriscados sendo feitos, empresas tradicionais falindo, impérios sendo construídos, bancos quebrando. E as moedas das na-

ções também poderão passar por uma época bem desafiante. Mais do que nunca, os governantes de cidades, estados e países precisarão dominar habilidade executiva para dar mais atenção a este setor em suas respectivas administrações, porque o perigo das dívidas rondará com mais intensidade. Decidir pelo melhor plano financeiro será uma estratégia muito apropriada para 2015.

Previões para um futuro realista Prepare-se para o que vai acontecer no ano que se inicia

N

ão precisa ser Futurólogo, Pai de Santo ou Vidente para prever o que vai acontecer no ano que se inicia. Pessoas famosas vão morrer. Desastres ecológicos vão acontecer. O Planeta terra, em mutação, reserva-nos surpresas em relação ao tempo e à temperatura. Quem semeia ventos colhe tempestades, e quem construiu em encostas, beiras de rios, caudalosos ou não, ou em outras áreas consideradas de risco, está se candidatando a viver momentos trágicos.

O mundo não vai acabar, uma previsão recorrente de alguns “iluminados”, adeptos deste ou daquele segmento religioso. Podem crer! O carnaval vai continuar alimentando as vaidades, as fantasias e as noitadas de sexo livre. Muita gente ainda pensa que “cachaça é água”. No futebol, vamos continuar exportando nossos melhores jogadores, que só voltarão a jogar no Brasil quando estiverem em final de carreira. Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 17


No mais, as traições vão se suceder, as jovens adolescentes vão continuar engravidando, as separações conjugais arruinando uns e fazendo a festa para outros, assunto de muitas conversas. Os crimes se sucederão, as falcatruas e a corrupção também, e a violência imperando, principalmente motivada pela impunidade. Os escândalos, que não duram mais do que 15 dias, caindo no esquecimento, permanecerão alimentando a imprensa sensacionalista. Os políticos vão continuar se agredindo com acusações abrangentes. Quem vai ganhar as próximas eleições municipais? Quem tiver mais dinheiro para bancar a campanha e criatividade para criar fatos que aumentem sua credibilidade junto ao eleitorado. De um modo geral os políticos vão continuar enganando o povo com falsas promessas, enquanto aumentam seu patrimônio com verbas de origem inconfessável. Os “caciques” de sempre vão continuar no poder; afinal, o “coronelismo” é um traço marcante de nossa cultura. As Igrejas Evangélicas vão continuar se multiplicando sob as mais variadas denominações. O novo Papa, simpático ao extremo, vai tentar reverter a situação com medidas menos conservadoras. Não vai ser fácil diante de um clero que se julga dono da verdade e arauto do Senhor Deus do Universo. A ciência vai avançar com novas descobertas que irão contribuir para o prolongamento da vida, melhora da saúde e aumento considerável das receitas dos laboratórios, clínicas e médicos. As pessoas vão continuar a fazer tratamentos para emagrecer e regimes milagrosos, e vão continuar engordando. A obesidade é o flagelo da humanidade, até que se convençam que não existem milagres, basta apenas força de vontade para fechar a boca e fazer exercícios Como de ilusão também se vive, a Megasena e demais loterias vão continuar batendo recordes de apostas. Esta é a dinâmica do mundo e de suas “civilizações”. Afinal, somos humanos. Feliz Ano Novo no mundo do “faz de conta”.

18 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Retrospectiva Cultural

Festival Internacional de Música de Caraguatatuba

E

m comemoração ao mês do Músico, o evento proveu uma extensa programação em vários pontos do município, tendo como objetivo contribuir com a difusão e o fomento da música instrumental, coral e de concerto na região. Um dos destaques foi a apresentação da Companhia Maribel, da França, que apresentou música e danças folclóricas típicas da região do Perpignon.

Festival de Jazz

F

oram dois dias do evento onde o público pode conferir gratuitamente as apresentações da Orquestra Popular de Ilhabela, Trio 3 Pontos, de Tatuí, Caraguá Jazz Big Band e Marcelo Catarelli Quarteto, de São Paulo.

Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 19


Retrospectiva Cultural

Virada Cultural

C

om 24 horas de programação cultural gratuita de altíssima qualidade, em diversos pontos da cidade, a Virada Cultural Paulista, com atrações nas mais diferentes linguagens artísticas, como dança, música, teatro, circo, cinema, artes visuais e cultura popular, o evento atraiu um público de todas as idades. Presente, entre outros artistas de renome, a grande musa da jovem guarda Wanderléa.

O humor de Tom Cavalcanti

E

m espetáculo realizado no Teatro Mário Covas, o humorista Tom Cavalcanti apresentou o seu “No Tom do Tom”, que acrescenta ao humor e talento do artista uma inédita produção em apresentações desse gênero, com arranjos musicais. No palco Tom executou imitações de grandes nomes da música e piadas baseadas em assuntos atuais do Brasil.

Encenação da Paixão de Cristo

C

onsiderado o maior espetáculo ao ar livre do Litoral Norte Paulista, contou com um elenco de cerca de 120 pessoas. Para um público de aproximadamente 10 mil expectadores, a encenação reproduziu em cinco palcos os últimos cinco dias de Jesus Cristo na Terra. Foi mais uma realização da Fundacc – Fundação Cultural e Educacional de Caraguatatuba.

20 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 21


Vamos Festejar!

A

s comemorações do Natal são os festejos mais tradicionais do povo brasileiro, que permanecem presentes, apesar das modificações sociais que vão acontecendo com o decorrer dos anos. A singeleza da Árvore de Natal, a alegria do Papai Noel, o bom velhinho que personifica a bondade e a alegria com a distribuição de presentes, as luzes tremulantes que enfeitam e transformam o ambiente, as comidas típicas, tradição européia que são uma herança da culinária portuguesa, compõem o cenário para a confraternização entre amigos e familiares, sem contar, é claro, com os presépios que simbolizam o nascimento de Jesus. O mais fica por conta da criatividade do grupo familiar ou dos amigos. Comemorar o Natal é uma excelente oportunidade para se expandir o afeto, consolidar amizades, reatar relacionamentos, esquecendo o passado para melhor viver o presente e o futuro. Festeje o Natal, organize uma ampla confraternização onde cada um compartilhe um pouco de si para alegria e felicidade de todos. Você vai se sentir muito mais feliz com muito pouco.

22 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Os símbolos do Natal Qual a origem da Ceia de Natal

C

eia é uma reunião festiva entre familiares e amigos para se comemorar algum evento importante. A ceia natalina é uma reunião ainda mais familiar, íntima e carinhosa, quando afloram nos corações das pessoas os sentimentos

A

mais variados. Haverá a alegria do encontro, a saudade de quem partiu, a presença de um novo membro, mesclando emoções diversas. A tradição nos conta que após a Missa do Galo, celebrada à meia noite do dia 24, era servida uma refeição simples aos presentes. Com o passar dos tempos essa refeição foi transferida para a casa dos fiéis e tornou-se mais sofisticada. Iguarias deliciosas, assados, bolos, pudins, passas, nozes, castanhas, frutas cristalizadas, se tornaram indispensáveis.

A origem do Natal

Natal é uma data em que se comemora o nascimento de Jesus Cristo. Na antiguidade, o Natal era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foi exatamente no século IV que 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial da comemoração. Na Roma antiga, o 25 de dezembro era a data em que os romanos comemoravam o início do inverno. Acreditase que haja uma relação deste fato com a oficialização da comemoração do Natal. As antigas comemorações do Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o

tempo que levaram os três reis Magos para chegarem até a cidade de Belém e entregar os presentes – ouro, mirra e incenso, ao menino Jesus. Atualmente as pessoas costumam montar as árvores e outras decorações natalinas no começo de dezembro e desmontá-las até 12 dias após a Natal.

A árvore de Natal e o Presépio

E

m quase todos os países cristãos do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período.

Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, caminhando pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvores em sua casa. Alem das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta. Esta tradição Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 23


foi prazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram morar na América durante o período colonial. No Brasil, as árvores de

A origem do Papai Noel

A

popularização da imagem de Papai Noel aconteceu a partir da América, impulsionada por interesses comerciais. Esta lenda, cercada de mistérios e magia chamada nos Estados Unidos de Santa Clauss, segundo alguns estudiosos, foi inspirada na figura de um bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia no ano de 280, homem de bom coração, que costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos de moeda próximos as chaminés das casas. A fama da generosidade do bispo, que foi considerado santo pela Igreja Católica, ultrapassou a sua região e as pessoas começaram a atribuir a ele todo tipo de milagres e lendas. Em meados do século XIII, a comemoração do dia de São Nicolau passou da primavera para o dia 6 de dezembro e sua figura foi relacionada com as crianças a quem deixava presentes vestido de bispo e montado num burro. Na época da contrarreforma, a Igreja Católica propôs que São Nicolau passasse a entregar os presentes no dia 25 de dezembro. Os holandeses, no século XVII, levaram para os Estados Unidos a tradição de presentear as crianças usando a lenda de São Nicolau – a quem eles chamavam de Santa Clauss. Os verdadeiros propagadores do mito de Santa Clauss foram dois escritores americanos. Em 1809 escreveram um livro

24 |

Natal estão presentes em diversos lugares, pois além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança. O presépio também representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com Francisco de Assis, no século XIII. As músicas de Natal também fazem parte dos festejos.

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014

em que São Nicolau já não usava a vestimenta de bispo, transformando-o em um personagem bonachão e bondoso, que montava em um cavalo voador e jogava presentes pelas chaminés. Em 1823, um poema de um professor universitário, enalteceu a aura mágica criada anteriormente, trocando o cavalo branco por renas que puxavam um trenó. Ao longo do século XIX, Santa Clauss foi representado de muitas maneiras. Teve diferentes tamanhos, vestimentas e expressões, desde um gnomo jovial até um homem maduro de aspecto severo. Em 1862 foi realizada a primeira ilustração de Papai Noel descendo por uma chaminé, embora ainda tivesse o tamanho de um duende. Pouco a pouco ele começa a ficar mais alto e barrigudo, ganha barba e bigode brancos e a aparecer no Polo Norte. O símbolo de Santa Clauss foi logo utilizado pela publicidade comercial. Em 1931, a CocaCola encomendou a remodelação do Papai Noel para torná-lo ainda mais próximo. Numa propaganda da Coca-Cola, de um vendedor aposentado, nasceu a figura do Papai Noel que conhecemos hoje.


Acontecimentos que marcaram o ano

Festa de Natal para 400 famílias

4

00 famílias assistidas pelos Centros de Referência de Assistência Social participaram de uma Festa de Natal, no Clube Ilha Morena. Aproximadamente 800 pessoas estiveram do evento, que teve início com a entrega de certificados dos cursos do projeto “Arte e Renda Caiçara”. No total, 240 alunos se formaram nas oficinas de Artesanato em Feltro e Sustentável, Pintura em Telha, Panificação, Manicure e Pedicure, Técnicas de Papietagem,

Designer de Sobrancelhas, Depilação e Escola de Moda, em parceria com o Fundo Social de Solidariedade. Na festa teve almoço e distribuição de sorvete. A alegria da criançada ficou evidente com a chegada do bom velhinho. Houve sessão de fotos com Papai Noel e até pedidos natalinos. As crianças e adolescentes ganharam um kit contendo minigame e doces. Cada família levou para casa um panetone. Dezembro 2014 | REVISTA DA CIDADE | 25


Peru de Natal O hábito de comer peru no Natal surgiu nos Estados Unidos, em 1621. Neste ano, no dia de Ação de Graças, serviu-se peru selvagem, criado pelos índios mexicanos, como prato principal. Os espanhóis o levaram para a Europa por volta do século XVI. Nessa época eram servidos gansos, cisnes e pavões, aves nobres. Cristóvão Colombo conheceu o peru quando chegou à América. Ele acreditava estar chegando às Índias por um novo caminho. Por isso o peru ficou conhecido como galo da Índia. Por seu excelente sabor, foi logo aceito na Europa. De tanto sucesso, em 1549 foi oferecido à rainha Catarina de Médici, em Paris. No banquete foram servidas 100 aves – 70 galinhas e 30 galos da Índia. De tão apreciado, tornou-se símbolo de alimento das grandes ocasiões, o que em parte acontece até hoje. No Brasil, o peru é apreciado como alimento nobre desde a época colonial.

26 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Champagne O seu brinde de Festas

O

champagne é um vinho branco, espumante preferido dos amantes, das festas e comemorações, praticamente indispensável nas ocasiões de celebrações, (em nosso meio, confundido com outras bebidas de consumo popular, como a sidra, muito mais suave e de custo bem menor). Segundo a tradição, o brinde com este tipo de vinho atrai sorte, por se tratar de uma bebida refinada, elegante e festiva, que não se parece com nenhuma outra. É originária de uma região específica da França, embora seja fabricada em outros países, que usam indevidamente o nome de champagne para seus espumantes. Sua característica marcante é o perlage, designação daquelas borbulhas que o champagne produz. Descoberta por acaso pelo monge beneditino Dom Pérignon, nome que hoje identifica a mais célebre e uma das melhores champagnes fabricadas no mundo, a bebida tornou-se conhecida no mundo inteiro, presença constante em comemorações de toda espécie, desde festas familiares até lançamento de navios, sem contar os rituais de vitória das corridas de Fórmula 1.

Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 27


Presépios no Macc

O

Presépio é o mais singelo símbolo do Natal, que além de celebrar o nascimento do Menino Jesus, tras uma mensagem da humildade necessária para o viver feliz. Celebrando o Natal, o Museu de Arte e Cultura está apresentando a exposição “Presépios”, composta pelo acervo particular do colecionador Valter Polettini, com peças confeccionadas nas mais diferentes técnicas e com materiais inusitados, como tecido, palha, fibra e madeira, entre outros.

28 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 29


30 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Sara Belz

Antônio Carelli

Gianni Parziale

Caraguá das artes

O

desenvolvimento Cultural de Caraguatatuba foi significativo. O que não existia transformou-se em atração para a cidade, revelando talentos, produzindo artesanato e arte em todos os segmentos culturais. Nas artes plásticas, artistas internacionalmente conhecidos como Antonio Carelli, Sandra Mendes, Gianni Parziale e Sara Bells, fixaram-se na cidade, promovendo ações que contribuíram não só para despertar o interesse da população pelas artes, como também para formar toda uma geração de valores que vem se revelando.

Na música o desenvolvimento não foi menor. Inúmeras bandas foram constituídas e vêm se apresentado com sucesso em muitas cidades, o mesmo acontecendo com o balé, o canto e o teatro. O artesanato, primeiro pela influência do ceramista Ben-Hur Vernizzi e posteriormente pelo trabalho de inúmeros artesãos de muito talento e criatividade, adquiriu força e transformou-se numa referência artística, atraindo apreciadores de várias cidades brasileiras e de outros países. Esta é a Caraguá das Artes, que vai se firmando como maior centro cultural da região.

Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 31


Amplitude Valvulada

32 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014 2014

Orquestra de viola

Caraguรก jazz big band


d

Camerata

Banda Bienal

Dezembro 2014 Dezembro 2014 ||

coral รกguรก viva

REVISTA REVISTA DA DA CIDADE CIDADE

|| 33 33


Sirley ordons - Fibra de pneu

malú modesto - arte em conchas

boneca - maria caiçara

Ceramista - ben-hur

eusébio - presépio artesanal

art. plástica - zandona

Caraguá das artes

34 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 35


36 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 37


38 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Um bolo diferente para festejar Eles foram chegando...chegando... e de repente se transformaram em presença obrigatória nas festas de fim de ano dos brasileiros. A variedade de fabricantes é grande, sem falar nos “caseiros” e de pequenas confeitarias e padarias, já que existem tipos para todos os gostos e bolsos. Claro que estamos falando dos Panetones, aquele bolo inventado pelos italianos, com muitas histórias sobre sua origem que se perde no tempo. A verdade é que não tem quem resista a este conquistador de paladares que já ganhou cidadania ítalo-brasileira.

Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 39


As rabanadas

H

erança da cultura culinária portuguesa, a rabanada, também conhecida em Portugal como “fatia da parida”, em razão de facilitar a produção do leite materno, é um doce que há muitos e muitos anos, faz parte da mesa de Natal dos brasileiros, embora venha perdendo espaço para os panetones. Basicamente uma fatia de pão amanhecido, embebido em leite, passada em ovos batidos, frita em óleo bem quente e para finalizar polvilhada com açúcar e canela, sabe-se que foi criada pela necessidade de aproveitamento do pão, um alimento considerado pelos mais antigos como sagrado, por representar o corpo de cristo no ritual cristão. Usada algumas vezes em festas fora do período natalino, mesmo sendo considerada muito calórica atrai por seu paladar característico diferenciado, o que não permite que cáia no esquecimento e conquista novos apreciadores quando a conhecem.

40 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Os bolinhos de bacalhau Tradição Portuguesa

T

ambém nas comemorações do Natal a culinária portuguesa tem presença de destaque em nosso meio. Herança do tempo em que o bacalhau era o principal alimento dos lusitanos, os bolinhos de bacalhau sempre tiveram presença obrigatória entre os pratos servidos. Simples de preparar e saborosos, os bolinhos de bacalhau, que já se constituem em atração gastronômica de alguns bares e restaurantes, conquistaram o paladar de um grande número de apreciadores, sendo servidos o ano todo como acompanhamento para bebidas, principalmente as cervejas. Sua popularidade é tão grande que podem ser encontrados, semiprontos nos bons supermercados.

Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 41


Boas Festas! Comemore com Alegria e Prazer E como fica o Natal da melhor idade? É possível comemorar com todas as tentações gastronômicas que são servidas?

C

omer com prazer, vagarosamente e com moderação são atitudes mágicas para uma comemoração feliz! Exceto em casos especiais de alimentos que causam reações adversas, o idoso não precisa se privar de desfrutar daquela mesa, cheia de pratos apetitosos que compõem a Ceia de Natal. A alimentação dos idosos tem características especiais do ponto de vista nutricional, devido às mudanças provocadas pelo envelhecimento. Portanto não é mais possível fazer as extravagâncias alimentares que eram praticadas em nossa juventude e durante nosso viver até os 40 anos, principalmente o excesso na ingestão de alimentos em uma só refeição e

42 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014

de bebidas, alcoólicas ou não. Desde que moderadamente, em alguns casos, muito moderadamente, não é necessário ao idoso se privar de nenhum alimento exceto, é claro, aqueles que agravam alguma patologia pré-existente. Um diabético não deve jamais consumir açúcar. Não podemos esquecer também que cada pessoa é um ser diferente em suas necessidades nutricionais e energéticas. Estar atento às reações do organismo como hiperacidez, má digestão, prisão de ventre, diarréia é uma forma inteligente de prevenir complicações intestinais. Fique esperto e desfrute com todo prazer deste momento que é único, comemorando com seus familiares e amigos.


Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 43


A CEIA DE NATAL

A

Ceia de Natal é uma tradição das famílias brasileiras. Na grande maioria das residências ela acontece a partir das 22:00 horas do dia 24, para que à meia noite possa haver a tradicional troca de presentes, com a chegada simbólica de Papai Noel. Algumas famílias, porém, preferem reunir parentes e amigos para um almoço de confraternização no dia de Natal – 25 de dezembro. São refeições fartas e variadas onde não pode faltar o peru assado ou o Chester. No

44 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014

mais, a variedade gastronômica se altera de acordo com os costumes familiares: pernil de porco, leitoas, tender, arroz de forno à grega, por vezes farofa, compõem a mesa. Uma herança portuguesa, os bolinhos de bacalhau, assim como as rabanadas, têm presença garantida para muitos apreciadores. Embora se tornem cada vez mais raros, as castanhas, nozes, avelãs e amêndoas, assim como uvas passa, figos secos e tâmaras podem ser encontrados. Em muitas casas a ornamentação com frutas da época é obrigatórias.


TRADIÇÕE DAS CEIAS DE NATAL A Ceia de Natal é tradicional em vários países do mundo, com costumes diferentes no preparo das refeições, que geralmente são fartas em alimentos e bebidas. Não existem restrições quanto ao que deva ser servido, exceto na Rússia, o que permite aos amantes da gastronomia fazer experiências com pratos diversificados. Nota-se entretanto que as aves são quase uma unanimidade para compor a mesa. Chile – Neste país a ceia é servida as 22:00 horas e o peru e o frango recheado são os destaques que não podem faltar. Argentina –

É muito comum na Argentina servir as ceias em pátios ou jardins. Comem pernil, empanadas e o peru, mas o que não pode faltar mesmo é o famoso alfajor de sobremesa.

Estados Unidos –

Por ser o pais dos perus, que inclusive são presença obrigatória nas comemorações do Dia de Ação de Graças, também no Natal a ave está presente. No mais, dependendo da região, incluem o bacalhau, rabanadas, rosbife, bolinhos assados, purê de batatas, e legumes. De sobremesa, a torta de abóbora é uma tradição.

Portugal – Em Portugal, quando se fala de culinária, lembramos logo do baca-

lhau. E, lógico, ele não fica fora da Ceia de Natal, que também possui batatas e o tradicional peru, além das castanhas. É claro, e do bom vinho verde.

França – Conhecida em todo o mundo por sua culinária sofisticada, a ceia natalina faz jus à fama do país. Comem lagosta, ostra, caramujos, patê de fígado de ganso e o peru. Peru – No Peru, os principais pra-

tos são o leitão e pavão ao forno. Chocolate quente, panetone e purê de maçã também fazem parte do momento.

Itália – Assim como em Portugal, na

Itália não pode faltar o bacalhau, e as massas que são presença obrigatória em todas as ceias. O vinho tinto também está presente, acompanhando a região em que a ceia é servida. Dezembro 2014 | REVISTA DA CIDADE | 45


Ano Novo tempo de planos, sonhos e fantasias O início de um novo ano desperta sempre o desejo de mudanças, de planos para o futuro, de metas a serem alcançadas, de desejos para realizar aquilo com que sempre sonhamos e nunca conseguimos, por isso o Ano Novo é cercado de mistérios, superstições e crendices em várias partes do mundo. Afinal, não custa nada fazer uma fezinha nas forças ocultas, porque de repente tudo pode acontecer. Confira e boa sorte.

E de repente o céu se transforma comemorando a chegada do Ano Novo

N

ão restam dúvidas de que a queima de fogos é um espetáculo deslumbrante e atrai sempre uma multidão de apreciadores, mas existem muitos segredos para se conseguir os efeitos coloridos e multiformes no céu. Segredos que são mantidos a sete chaves e transmitidos de geração a geração pelos fogueteiros, alguns dos quais se tornaram famosos como Biagino Chieffi, fundador da Fábrica de Fogos Caramuru, que por sua parceria com Francisco Monter, um dos mais antigos empresário de Caraguá, manteve estreito relacionamento com nossa cidade. Tudo começou há mais de mil anos quando os chineses, inventores da pólvora, começaram a utilizar tiros coloridos de morteiros,

46 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014

para anunciar as vitórias na guerra. Mas só recentemente, através dos avanços da chamada pirotecnia, os cientistas começaram a se interessar e desvendar o esplendor desta antiga forma de comemoração. Este interesse dos pesquisadores não é gratuito. Na verdade os princípios dos fogos de artifício valem para desenvolver desde sinalizadores de emergência mais eficientes até propulsores para modernos ônibus espaciais. Assim,quando no Ano Novo ou em qualquer comemoração importante, você assistir a um espetáculo multicolorido, saiba que embora de forma artesanal trata-se de uma maravilhosa questão de Química.


Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 47


Che Salut ers e Prost Santè i a p m a K Cansou de comemorar o Réveillon sempre do mesmo jeito? Inspire-se nas tradições internacionais para começar 2015 com o pé direito e boa sorte Áustria

Está chegando a hora da virada? Use uma vela para derreter chumbo numa colher e veja a imagem formada pelo calor.Os austríacos atribuem significado aos desenhos: Sapo indica dinheiro, maçã, traição e caneca, saúde.

Itália Altas emoções a caminho. Em cidades do sul da Itália, como Nápoles, o pessoal atira pratos pela janela na última noite do ano. Para eles é como se estivessem atirando fora as coisas ruins que aconteceram no ano que termina. Japão Os budistas, que são 71% dos

japoneses, vão aos templos na noite do Réveillon para ouvir os 108 toques de um sino. Eles acreditam que o homem está suscetível a 108 pecados, a cada badalada seria capaz de expurgar um deles.

Dinamarca Suba em uma cadeira. À meia noite em ponto, dê um pulo para o alto. A tradição dinamarquesa diz que, dessa forma, você se desprenderá dos dilemas passados, e se preparará para os obstáculos que estiverem pela frente. Hungria Coloque o leitão no forno. O bi-

cho e a iguaria oficial das ceias húngaras ( o que

48 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014

simboliza nossa vontade de olhar para o futuro). E nem pense em pedir um franguinho, viu? Frangos ciscam para trás.

Irlanda Fuja das ruivas. Se uma delas for a primeira pessoa a entrar em sua casa depois da meia-noite, é sinal de má sorte em 2015. A culpa é de uma lenda: a deusa ruiva Macha teria amaldiçoado os irlandeses com dores terríveis por nove gerações. Peru Prepare as malas e dê uma voltinha

pelo quarteirão de sua casa. A tradição peruana serve para trazer boa sorte e para realizar o sonho de uma grande viagem.

Panamá Faça duas listas com resoluções para 2015. Perto da meia-noite queime uma delas, para que os desejos se concretizem mais rapidamente. Guarde a outra até o próximo Réveillon, para conferir o que saiu do papel. Brasil Não quer abrir mão da tradição nacional? Vista uma roupa branca, que é um costume de origem religiosa, já que o branco é a cor do batismo entre católicos e de luz entre umbandistas, e vá para o mar pular ondas, para renovar as energias.

Feliz 2015!


Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 49


Acontecimentos que marcaram o ano Homenageados pela Câmara

Foi extensa a lista de homenageados pela Câmara Municipal com os títulos de “Cidadão Caraguatatubense” e “Gratidão Caiçara”

Novos “Cidadãos Caraguatatubenses”

Wilney Shmidt Cardoso, Flávio Alencar, Ivy Monteiro Malerba, José Ferreira de Jesus, César Vieira Bisetto, Luiz Colucci, Leoclides Domingos Gallina, Antonia Aparecida Decanini, José Ferreira de Jesus, Fávio Alencar.

Taller Gastronomia ampliou seu espaço

Conhecido pela sua tradicional culinária italiana, agora também com mais uma novidade, novo espaço no terraço do Caraguá Praia Shopping , servindo o melhor da culinária saudável no sistema self-service.

50 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Turismo

*Rogerio Naccache

Atrás de um turista satisfeito, vem sempre outro turista. Hoje, com a facilidade de comunicação, a satisfação, ou insatisfação, de um turista é imediatamente compartilhada por milhares de pessoas praticamente em todo o planeta

E

m Caraguá e em todo o Litoral Norte o turismo pode ser dividido em três fases distintas. Com a abertura da estrada dos Tamoios na metade dos anos 40, chegaram os primeiros ‘’aventureiros’’ vindos de São Paulo e de várias regiões do estado, principalmente do Vale do Paraíba. E era mesmo uma aventura. Relatos familiares dão conta de que uma viagem entre a capital e o litoral durava até 10 horas. E o que se encontrava ao final de uma jornada penosa era uma pequena Caraguatatuba e seus pouco mais de 2 mil habitantes. Ruas de terra ou areia, um centro tímido sem iluminação, praias deslumbrantes e praticamente desertas e a hospitalidade do “cortês e gentil caiçara”. Nessa fase foram construídas as primeiras casas de veraneio , mas a exploração do turismo se limitava a uns poucos restaurantes e não mais do que meia dúzia de pensões. Essa realidade se estendeu até os anos 60 com poucas novidades. O Praia Hotel instalado na rua Santa Cruz onde hoje estão lojas

de varejo, era o máximo em luxo e conforto. Alguns restaurantes ampliaram as instalações para receber a crescente onda de turistas que desciam a serra que, nessa época já contava com uma estrada asfaltada e o tempo de viagem havia sido reduzido a incríveis “apenas 5 horas”. Algumas ruas foram calçadas, havia iluminação pública mesmo com um sistema pouco confiável de energia elétrica que castigava a população com blackouts dia sim dia não e o tímido comércio dava lugar a lojas mais abastecidas, mercados e até mesmo um bom cinema. Mas Caraguá ainda era pouco mais que uma vila de pescadores que recebia poucos turistas durante o verão. Quase no final dos anos 60, o deslizamento das encostas que ficou conhecido como “a catástrofe”, levou a vida de algumas centenas de pessoas e junto, a esperança de que a cidade poderia ter seu desenvolvimento atrelado ao turismo. Parte da cidade estava destruída, serviços básicos como água, luz e até o abastecimento de alimentos ficou bastante

Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 51


Praia Martin de Sá decada de 50

Av. Altino Arantes decada de 70

debilitado. Até a chegada da década de 70. Nesse período houve um grande desenvolvimento e vários loteamentos foram abertos em todas as regiões da cidade. Houve um boom na construção de casas de veraneio e consequentemente uma invasão de turistas e veranistas. Nessa época a vida da cidade fora da alta temporada de verão ainda era tranquila. Mas na alta temporada, os turistas os carros e alguns problemas se multiplicavam. Não havia um sistema de coleta de esgoto ou de distribuição de água que suportasse a multidão de pessoas que vinham desfrutar das ainda semidesertas praias da região. A energia elétrica continuava a pregar peças na população com apagões frequentes,

52 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014

Praça Diogines Ribeiro de Lima decada de 70

principalmente quando a cidade estava cheia de turistas. Os primeiros hotéis com instalações mais eficientes começaram a surgir e já havia uma pequena estrutura de serviços à disposição de turistas como algumas redes de lojas, bancos e clínicas médicas. A cidade havia se reerguido da catástrofe e impulsionada pela ampliação e modernização das estradas nos anos 70 a viagem de São Paulo até o litoral havia sido reduzida a apenas duas horas e meia começava a desfrutar das vantagens da indústria do turismo. A partir dos anos 80 começava a fase mais brilhante de Caraguá. Após algumas desastrosas administrações municipais e em alguns casos, administrações honestas porém tímidas no que


diz respeito à estrutura turística, a cidade viu o turismo ser impulsionado por uma sequência de boas e eficientes gestões municipais. A cidade que contava com lindas praias e a hospitalidade caiçara ganhou em urbanização, sistema de coleta de esgoto, ampliação na distribuição de água e luz, prestação de serviços e sobretudo, limpeza pública. São poucas as cidades brasileiras do porte de Caraguá que contam com um sistema tão eficiente de limpeza e gerenciamento urbano como o que se vê por aqui. E isso atrai mais turistas e veranistas. Mas e o futuro? Qual a direção que a cidade e a região devem tomar? Observando exemplos ao redor do mundo podemos ter algumas pistas. A prática de esportes ao ar livre ou como é chamado em alguns casos, esportes radicais, é hoje um fator importante na exploração consciente do turismo. E Caraguá tem cenários de

sobra pra isso. A começar pela espetacular faixa de mata atlântica que “abraça” a cidade. O “tracking” como é conhecida a modalidade de caminhadas ao ar livre ainda é timidamente explorado. A observação de pássaros que hoje é uma realidade na vizinha Ubatuba atraindo milhares de turistas estrangeiros, não tem equivalência em Caraguá. E vamos combinar, os pássaros de Ubatuba são os mesmos de Caraguá já que a distância de apenas 50 quilometros não são suficientes para que fossem em menor quantidade ou menos espécies. Caraguá não tem tantas praias adequadas para a prática do surfe como nossas vizinhas mas o mar não oferece só o surfe como opção. Há o “kite surfe”, esportes a vela, nado oceânico e muito mais. E praticamente todos os dias tem algum maluco pulando de asa delta ou paraglider do morro do Santo Antonio, reconhecidamente um dos melhores

Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 53


locais para a prática desse esporte no Brasil. Mas aparentemente a cidade ainda não se posicionou estrategicamente para desfrutar da enorme demanda dessas atividades que poderiam garantir um ganho extra na baixa temporada. Frequentemente observo turistas parando o carro para tirar fotos que você já sabe, vão direto para as redes sociais, numa pequena e simpática ponte que atravessa um canal na avenida. E fico pensando que se isso satisfaz tanto um turista, imagine se houvesse mais cenários preparados para as fotos. Estive recentemente em Montevideo no Uruguai e me surpreendi com um recurso simples mas extremamente eficiente de ferramenta de divulgação. Na praia de Pocitos, uma linda enseada no Rio da Prata mas que nem de longe supera a beleza de nossa “praia da frente” em Caraguá, existe um monumento com a palavra MONTEVIDEO construída em concreto com aproximadamente 20 metros de comprimento e pouco mais de 2 metros de altura. Pintada em azul celeste, a cor oficial do Uruguai, o monumento chega a apresentar filas de espera de turistas encantados com a possibilidade de um belo “click”. Simples, barato e eficiente. A natureza deu uma grande colher de chá para Caraguá, basta olhar para frente e deslumbrar o mar mais azul do mundo ou para trás, com o verde praticamente intocável da mata Atlântica para ter certeza de que basta que façamos a nossa parte para desfrutar, o ano inteiro, das vantagens da indústria do turismo. * Rogerio Naccache, Publicitário e produtor de anúncios para rádio e tv.

54 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 55


Natal com

Criatividade

56 |

REVISTA DA CIDADE

2014 | Dezembro 2014


E

ste é um período para você soltar a imaginação. As ofertas de enfeites são muitas, os motivos também e a decoração é provisória, uma vez que no início de janeiro terá que ser removida, ficando apenas as imagens fotográficas para recordações futuras. É a magia do Natal e Ano Novo que se renova a cada 12 meses. Mas você não precisa ficar na mesmice anual, no tradicional, no que se repete. Tente, invente novos arranjos, procure novas cores que se destaquem no ambiente, novas soluções para os seus espaços, afinal, este é o tempo que marca a renovação da vida. Feliz Novidad – etc...etc...etc. Viu como é fácil encontrar novas expressões para desejar um Feliz Natal?

Dezembro 2014 2014 ||

REVISTA REVISTA DA DA CIDADE CIDADE

|| 57 57


despedida de Solteiro

T

udo aconteceu no último dia do ano. O clima era de festa e a alegria tomava conta de todos. Fogos de artifício, muita gente nas ruas, devoções a Iemanjá, e eu a tudo assistia como que hipnotizado pelo que via acontecer. Vindo do interior, tudo era novidade, tudo muito atraente, principalmente as mulheres, elegantes, descontraídas, com vestidos decotados, bebendo champanhe, confraternizando com os amigos. De repente, ela se aproximou de mim. Talvez tenha notado minha surpresa e encantamento por tudo que estava vendo Perguntou se eu estava gostando, e me convidou para fazer parte do seu grupo. Me apresentou aos amigos e amigas e começamos a conversar com indagações recíprocas para que pudéssemos nos conhecer melhor. Doces, salgadinhos e muita

58 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014

champanhe ajudavam a manter o clima. Em pouco tempo estávamos trocando carinhos e beijos. Foi então que ela me disse que queria passar a noite comigo, que na verdade já era o amanhecer. Fomos para o meu apartamento. Foi tudo muito emocionante. Era como se fosse a primeira noite de uma lua de mel. Na verdade estava surpreso com tudo aquilo. Ao acordar continuamos a trocar carícias e passamos a fazer confidências. Descobrimos que tínhamos muita coisa em comum. Passagens de nossas vidas que nos levavam a crer que havíamos sido feitos um para o outro. E assim foi o dia. Ela, que era de outro Estado, havia vindo passar férias na casa de uma amiga, disse que queria ficar um pouco mais comigo. Aceitei, já que na cidade grande estava me sentindo solitário. Não tinha problemas financeiros, pois havia herdado propriedades que me garantiam uma boa renda. E ela foi ficando... ficando... ficando e passamos a conviver como um casal. Fui conhecer sua família. Eram pobres mas respeitados em sua cidade.Não comentaram nada sobre nosso relacionamento. Minha mãe não gostou muito, já que possuía outros planos para minha vida, mas acabou aceitando minha decisão morar com a minha namorada. Curtimos a vida, é claro que com alguns desentendimentos, coisas banais, sem importância que não afetam nosso relacionamento. E já lá se vão cinco anos e ainda estamos juntos.Até quando? Não sei. Sou feliz e quero me manter assim. Agora estamos pensando em nos casar, em ter filhos e outras coisas mais, comuns em nossa sociedade. Uma coisa ,porem devo confessar. Nunca pensei que aquela noitada de Ano Novo fosse ser a minha despedida de solteiro.


Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 59


HISTÓRIASDAVIDAREAL

|

História da vida real vividas por personagens que moram em Caraguatatuba. Os nomes são fictícios

a l e p i e u n e o m x i o a d p a A d e a r M o o h l m fi na

60 60 | REVISTA | REVISTA DA CIDADE DA CIDADE | Dezembro | Dezembro 20142014


N

inguém pode imaginar o drama encontros passaram a acontecer com maior que estou vivendo, e eu mesma frequência, até que nosso relacionamento jamais imaginei que fosse passar em família, a troca de olhares e os carinhos, por isso em minha vida. passaram a despertar suspeitas e ciúmes de É bem verdade que, desde adomeu marido. lescente, sentia grande atração por algumas Como tenho uma boa situação financeira, alude minhas amigas, principalmente quando as guei um apartamento para nossos encontros, podia dominar impondo minha vontade. e o relacionamento íntimo com meu marido Embora sem maldade, algumas me acariciafoi se tornando insuportável. Por fim, resolvevam, por vezes mexendo em meus cabelos, mos assumir meu relacionamento com a naelogiando-me dizendo que eu era muito atramorada de meu filho. Por parte de Catia, este ente e isso me agradava muito, a ponto de alé o nome do amor de minha vida, não houve gumas vezes chegar ao orgasmo, imaginado problemas, pois sua família é de Santa Catafantasias com as que mais me agradavam. rina, sem contatos mais frequentes com ela. Sentia também atração por alguns rapazes. Mas, quando conversei com meu marido, diNamorei, casei, tive filhos e constitui uma fazendo que ia sair de casa, nosso mundo desmília feliz. Esta épomoronou. O preconceito ca do ano era muito social não entende que especial, pois semafetividade e atração pre comemoramos o carnal não têm sexo. A Natal com os filhos, situação ficou tão tensa parentes e alguns que meu filho tentou me Vou viver minha vida e amigos reunidos, agredir fisicamente, já ser feliz. Que se dane o conversávamos, riaque com palavras não mos, cantávamos, mediu as ofensas que preconceito social... trocávamos presenproferiu aos gritos. tes escolhidos com Enfrentei a situação. Esmuito carinho para tou morando no apartaatender ao gosto de cada um. Hoje, relemmento que aluguei com Catia. Um advogado brando o passado, minha tristeza é muito está cuidando da parte legal de nossa sepamaior. ração. Estou pensando em mudar de cidade, Tudo começou quando meu filho mais velho, indo talvez para outro Estado. Meus parentes já com 20 anos, passou a namorar uma joe até alguns amigos deixaram de falar comigo vem bonita, atraente, sempre alegre, meiga e simplesmente me ignoram, evitando quale submissa, que já nos primeiros momentos quer contato comigo como se fosse portadode nossa convivência tornou-se minha amiga, ra de alguma doença contagiosa. Apesar de cercando-me de atenções. Saíamos sempre tudo o que estou passando, sinto-me feliz ao para passear, fazer compras, ir ao shopping e lado de Catia pois, como já disse, encontrei às lojas, até que um dia, não sei como acono amor de minha vida e descobri o caráter teceu. Ao nos despedirmos trocamos um beidas pessoas que sempre me cercaram. Cajo na boca. Senti como se um vulcão estivestia, bem mais jovem do que eu, meiga e carise dentro de mim. Não consegui esquecer a nhosa, me satisfaz plenamente e me declara cena. Voltamos a nos encontrar e os beijos amor com frequência. Vou viver minha vida e e as carícias aumentavam de frequência até ser feliz. Que se dane o preconceito social. que um dia, depois de uma bebida, resolveStela Maria, 42 anos, comerciante, morando mos ir a um motel. Foi uma loucura. Perdi em Caraguatatuba há 25 anos. completamente qualquer inibição e nossos

Dezembro 2014 2014 || Dezembro

REVISTA DA DA CIDADE CIDADE REVISTA

61 || 61


Agradecimento pelo ano que passou Bel. Jordelino

Olimpio de Paula

F

inal de ano, momento de refletir sobre o que foi feito para aprimorar o que deu certo e repensar o que talvez não tenha saído a contento. Com esse pensamento e certos de que a sociedade é resultado do trabalho de todos, sendo o benefício geral fruto da contribuição de cada um, vemos com satisfação que, nesse aspecto, nossa cidade tem se destacado pelo progresso, qualidade de vida, pujança, como poucas em nosso país. Resultado do empenho de nossas autoridades e dos responsáveis pela administração pública, mas também e principalmente, pelo labor de todos os cidadãos que aqui residem ou têm em nossa cidade seu investimento em lazer. Como TABELIÃO DE NOTAS E PROTESTO DE LETRAS E TÍTULOS E OFICIAL DE REGISTRO DE TITULOS E DOCUMENTOS E REGISTRO CIVIL DE PESSOAS JURJÍDICAS, atuando por delegação do Estado na regularização de documentos necessários à publicidade, transparência e segurança jurídica dos negócios, procuramos dar nossa contribuição prestando tais serviços de forma eficiente, melhorando sempre e, para tanto, transferimos o Cartório para novo prédio, onde em um local mais amplo, confortável, seguro,

com amplo estacionamento, procuramos dar à nossa cidade um serviço de qualidade com a utilização de moderna tecnologia da área da informática, aplicada na documentação de negócios imobiliários, no protesto de letras e títulos, no registro de documentos e registro civil das pessoas jurídicas, no reconhecimento de firmas e autenticação de documentos, na elaboração de atas notariais e testamentos, na expedição de CERTIFICADO DIGITAL e também nos procedimentos extrajudiciais de INVENTÁRIOS, SEPARAÇÕES, DIVÓRCIOS e UNIÃO ESTÁVEL. Para o ano novo que se avizinha reforçamos o compromisso de continuar buscando sempre o melhor atendimento, atentos aos princípios que norteiam os serviços públicos, quais sejam, da moralidade, da impessoalidade, da regularidade, da eficiência, da continuidade, da generalidade, da atualidade, da segurança e, principalmente, da cortesia. Não poderíamos deixar de renovar nossos agradecimentos a todos que contribuíram com nossa atividade, sejam como usuários, fornecedores, consultores e também nossos auxiliares diretos, desejando a todos um FELIZ NATAL e um ANO NOVO de grandes realizações.

Estaremos aceitando sugestões sobre assuntos a serem abordados, desde que pertinentes a nossos serviços, o que poderá ser feito pelo correio eletrônico (tabeliaocaragua@terra.com.br), ou pessoalmente no cartório, situado na Avenida Presidente Campos Salles, 114, bairro Ponte Seca. Bacharel Jordelino Olimpio de Paula – Tabelião de Notas de Caraguatatuba Av. Presidente Campos Salles, 114, Ponte Seca, Fone/Fax (12) 3886.4381 – Caraguatatuba/SP tabeliaocaragua@terra.com.br | www.tabeliaocaragua.com.br

62 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


to

Dezembro 2014 |

REVISTA DA CIDADE

| 63


64 |

REVISTA DA CIDADE

| Dezembro 2014


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.