Revista da cidade - Caragua

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Nossa Palavra

E DEUS

CRIOU

CARAGUÁ! Só quem mora, viveu ou costuma visitar Caraguatatuba com freqüência poderá entender esta afirmação, que busca revelar o quanto este pedaço de chão, incrustado entre o mar e a montanha, é uma bênção Divina. Até onde a vista alcança, é tudo poesia e encantamento. O mar infinito, quebrando nas praias e nos rochedos ou de uma mansidão repousante, serve de fundo para tudo que foi sendo construído pelo homem na superfície, em contraponto com a montanha recoberta de vegetação, rica em vida selvagem, berço em que a Mãe Natureza preserva a continuação das espécies. No princípio, até onde se têm registros, Tupinambás e Guaianases habitavam a região, construindo aldeias nas margens do Juqueriquerê, rico em pesca e terras para o cultivo de subsistência. O homem branco colonizador foi chegando, se apossando de tudo, impondo sua cultura e religião, escravizando e dizimando os indígenas. Mas, por ser obra de Deus, o amor entre os homens sobreviveu à devastação da raça e o caiçara foi ocupando os espaços, herdando hábitos e cultura de seus antepassados que ainda permanecem vivos em nossos dias. A esta gente humilde, simplória, acolhedora, mas de uma dignidade, bravura e tenacidade sem precedentes, foi se agregando outras “gentes”, atraídas não pelas belezas, mas em busca de terras

e oportunidades. Vieram os habitantes do Vale, os negros escravos, colonos japoneses, mineiros, nordestinos, gentes destes “brasis” de norte a sul, que estão criando novos hábitos, adotando novos valores, formando um todo social que se constituirá na Caraguatatuba do amanhã. É bem verdade que a pesca já não é tão abundante. Que a invasão de espaços que deveriam ser preservados está ocorrendo. Que os serviços públicos, por vezes, já não conseguem atender a contento a todos. Mas este é o preço que se paga e que só pode ser minimizado com a educação e cultura do povo na preservação do meio ambiente, e o despertar da consciência política para a escolha de administradores comprometidos com as causas públicas e não apenas com seus interesses pessoais. Mas... a beleza da flora que nos cerca. Os rios, riachos e cachoeiras que se espalham por todo o município. Os pássaros, que ornamentam os espaços, dando vida ao que poderia ser apenas um cartão postal. A gente bonita e desinibida que, beijada pelo sol, se aquece na areia, banha-se no mar ou diverte-se nos quiosques, muitas vezes despertando desejos incontidos à sua volta, compensam e fazem-nos vencer as dificuldades. Superar os aborrecimentos, Lutar para conquistar o melhor, na certeza de que aqui é o nosso lugar. Esta é a Caraguatatuba que, mais uma vez, vamos tentar mostrar nesta edição.

Roberto Espíndola Revista da Cidade 5 Caraguatatuba


Um dos mais importantes personagens da história recente de Caraguatatuba, o doutor Pedro Norberto, médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro, chegou a Caraguatatuba em 1977 para iniciar sua vida profissional. Idealista, com os olhos voltados para o futuro, sempre em constante atividade e movido por idéias inovadoras, foi um dos fundadores da Policlínica de São Sebastião e do Centro Médico São Camilo, duas referências para o atendimento médico no Litoral Norte/SP. Apaixonado pelas artes e em particular pelo teatro, ao seu trabalho político, embora não seja político, deve-se a criação da Fundação Cultural de Caraguatatuba – Fundacc, que depois de muitas articulações foi inserida no art. 158 da Lei Orgânica do Município, promulgada em abril de 1990, regulamentada pelo então prefeito José Dias e aprovada pela Câmara no último dia daquela legislatura em 30 de dezembro de 1992, criando também o Museu Municipal de Caraguatatuba. Para quem conhece política, estas datas são importantes para se aquilatar o grau de dificuldades a serem vencidas, conseguindo-se a aprovação ao apagar das luzes dos trabalhos legislativos. O doutor Pedro Norberto foi o primeiro presidente da Fundação Cultural de Caraguatatuba e secretário municipal da Saúde em duas gestões anteriores do prefeito Antonio Carlos. Atualmente, além de professor do Centro Universitário Módulo, quando necessário dá plantão como clínico geral no Centro Médico São Camilo e atende em seu consultório de pediatria.

A

DENGUE

TOMOU CONTA DA

A

saúde pública no Brasil é um problema difícil de ser solucionado a contento, de forma a atender às necessidades da população. Os meios de comunicação divulgam, quase que diariamente, situações que chegam a ser dramáticas, não raro ocasionando óbitos pela deficiência do atendimento e muito sofrimento para os que dependem dos centros de saúde e hospitais públicos. Para agravar a situação, os surtos da dengue se tornam a cada ano mais freqüentes em várias regiões e de maior intensidade, atingindo milhares de pessoas. As autoridades tentam transferir a responsabilidade do problema para a população, através de campanhas que incentivam a eliminação dos focos reprodutores do mosquito Aedes aegypti, sem contudo adotar medidas mais efetivas para o controle da situação. Caraguatatuba não foge à regra e estamos tendo um dos maiores surtos de dengue ocorridos no município. Os meios disponíveis são insuficientes para atender à população e na Santa Casa uma tenda de campanha do tipo emergencial, utilizada em grandes tragédias, foi montada para atender os pacientes, com sensível demora no atendimento, ocasionando muitas reclamações, e até atritos entre atendentes, médicos e usuários do sistema. Nesta entrevista, o doutor Pedro Norberto, exsecretário da Saúde do município, fala sobre o assunto.

da Cidade 6 Revista Caraguatatuba

CIDADE

RC – Qual a sua avaliação do atendimento público e privado à saúde neste momento? PN – Considerando que nos últimos 15 anos nosso município teve um crescimento vertiginoso em torno de 85%, superando em muito o crescimento do Estado de São Paulo e do Cone Leste Paulista, e que nossos equipamentos tanto em recursos humanos quanto em recursos físicos não cresceram suficientemente na mesma proporção, é evidente que os entes políticos e a iniciativa privada devem à população uma resposta à altura desse desenvolvimento. RC – Estamos tendo o maior surto de dengue ocorrido no município. Existe uma razão específica para esta epidemia? Há possibilidade de uma reversão em anos futuros ou a tendência é o agravamento? PN – Existem razões evidentes de um crescimento assustador dos casos de dengue. Mas existem possibilidades de revertermos ou mesmo estabilizar o atual problema. Moramos em uma região que além das variações climáticas contém habitações que vão do morador fixo ao morador transitório. Habitações, ditas de veraneio, que deixam de ser


utilizadas por longos períodos, esquecidas e sem cuidados de manutenção e preservação. A isso se somam as características de um mosquito cujos ovos conseguem sobreviver 450 dias, em regimes até adversos, gosta de águas limpas e paradas, capacidade de sobrevida de 45 dias onde na busca de sangue pode contaminar até 300 pessoas e que cada pessoa contaminada pode transmitir o vírus para outro mosquito durante até cinco dias. Algumas regiões do país, como Cuiabá, só conseguiram diminuir e estabilizar os casos da doença com um trabalho intensivo, educativo e de inspeção dos imóveis durante todo o ano. Acreditamos também que uma lei rigorosa que penalize os donos e moradores de imóveis com focos do mosquito e inacessíveis aos agentes de saúde para a inspeção, será de importância fundamental no controle da doença. Se estas ações não forem implementadas acredito que os casos da doença só diminuirão quando toda a população estiver naturalmente vacinada com a própria doença pelos três tipos que assolam a nossa região, com os possíveis riscos das complicações hemorrágicas características deste tipo de situação. Se a população, o comércio e o poder público fizerem as contas dos custos que implicam em várias pessoas com dengue vão sentir no bolso a necessidade urgente de uma atitude mais enérgica e consciente de todos.

própria dengue. RC – Anunciam-se várias obras para o setor de Saúde: ampliação e modernização das instalações da Santa Casa e construção do Pronto-Socorro, entre outras. Isso resolverá o problema de falta de leitos e atendimento à população? PN – Acredito que as obras anunciadas demonstram por parte do poder público uma preocupação e vontade política na solução do grave problema do atendimento. A falta de leitos pode ser até atenuada, mas devido ao aumento populacional da última década não cobrirá com certeza as necessidades atuais. Em relação ao Pronto-Socorro, sempre acreditei na capacidade do município em assumir e gerenciar esta unidade em sistema de terceirização, fato bastante questionado pelos Legislativos e Conselhos Municipais de Saúde. Esta experiência, quando bem fiscalizada, vem gerando bons resultados em economia e bom atendimento à população em vários outros serviços prestados pelo Estado.

“OS DADOS DIVULGADOS PELAS AUTORIDADES SÃO, COM CERTEZA, SUBESTIMADOS”

RC – Inúmeras especialidades médicas não têm profissionais para dar atendimento à população, mesmo no setor privado. Como resolver este problema?

PN – Nossa cidade tem um grande número de especialistas, RC – Os dados estatísticos divulgados pelas o que não acontece com outras cidades do Litoral Norte. Há autoridades de saúde com relação aos casos de dengue o lado bom e o perverso para esta realidade. O lado bom é são confiáveis? que o fluxo de pacientes tende a se direcionar para a cidade que, além desta particularidade, é o centro geográfico da PN – Os dados divulgados pelas autoridades são, com região. O lado perverso é que, pelo grande aumento do certeza, subestimados. Os casos de dengue são no mínimo fluxo de pacientes, o nosso número de profissionais se torna o dobro ou o triplo, visto que muitos doentes não procuram insuficiente para a demanda, tanto no setor público quanto os serviços de saúde, e quando procuram, os mesmos podem privado, gerando insatisfação da população. Caraguatatuba não ser notificados, além dos casos em que os sintomas tem hoje em torno de 130 profissionais médicos, mas em parecem uma gripe comum. relação a algumas especialidades temos necessidade crescente da fixação de profissionais, o que vem sendo dificultado de RC – As tendas instaladas na Santa Casa podem ser certa maneira em função do fator financeiro. consideradas um atestado de falência dos serviços Entretanto, acredito que mais cedo ou mais tarde, grupos de de saúde em casos de epidemia? fora em associações poderão se fixar na cidade e dominar o mercado, o que será injusto para com os profissionais que aqui PN – Achei por parte do poder público uma solução criativa, trabalham e que durante tanto tempo foram os pioneiros nesta para dar aos pacientes um conforto maior do que ficar nos jornada. Porém, o mercado é daqueles que pensam ousada e corredores do Pronto Socorro. Mas o fato demonstra que arrojadamente. alguma coisa fugiu ao controle. RC – Os médicos que estão fixados na cidade RC – Afinal, o “carro fumacê” usado para matar o atendem as necessidades da população? mosquito funciona mesmo ou significa um risco à PN – Hoje o setor público está sobrecarregado e apesar de saúde? “malhado” pela população é o que mais realiza em termos PN – O inseticida através do “fumacê” só deve ser aplicado de atendimento. O setor complementar nem sempre cumpre em casos de epidemia. Ele só atinge o mosquito adulto, não com o prometido, restando a saúde pública como solução para interferindo nos criadouros. O inseticida é prejudicial a outros atender ao cidadão. O excesso de atendimentos com plantões insetos e animais e ao próprio ser humano, e seu uso contínuo exaustivos, muitas vezes contínuos, levam o profissional de pode criar resistência e potencializar a ação do mosquito da saúde a uma sobrecarga de trabalho inconcebível em sua

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Caraguatatuba

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profissão, cuja maior virtude é o relacionamento com o paciente. Condições de trabalho, falta de cobertura adequadas de retaguarda, remuneração nem sempre compatíveis, são fardos que repercutem agudamente na saúde do cidadão e no custo da saúde. Exames solicitados em demasia, que muitas vezes se perdem sem que nem o médico e o paciente tomem conhecimento de seus resultados. São milhares de exames que vão para o lixo ou se perdem na burocracia. O sistema de saúde preventiva e primário de atendimento deixa muito a desejar, exceto no tocante à vacinação, onde o Brasil é referência internacional. Falta às ações primárias de saúde uma logística que ainda não saiu dos planos, muitas vezes bem elaborados por especialistas e técnicos das áreas, como é o caso do Programa de Saúde da Família, para a prática do dia-a-dia. RC – Já que o senhor falou no PSF, tido como uma ação governamental modelar para atender aos problemas de saúde das famílias, ele vem cumprindo com sua finalidade?

e outros problemas são decorrentes da falta de verbas ou deficiência na logística(*) adotada para administrar o setor? PN – Caraguatatuba, entre os municípios do Litoral Norte, é o que se apresenta com melhor estrutura física e de distribuição de unidades de saúde, além de ter uma população concentrada, o que na prática deveria ser muito mais fácil de determinar uma ação logística eficiente. É necessário que se faça um levantamento de cada área de abrangência da Unidade: número de moradores, necessidades e deficiências, número de filhos por família, renda familiar e dificuldades de mercado de trabalho, entre outros dados. Só assim seria possível a elaboração de uma estratégia eficiente de abordagem para cada comunidade. A demora na marcação de exames e cirurgias podem estar talvez na falta de conhecimento. RC – Hospital Regional, é chegada a hora de sua implantação?

“PLANTÕES EXAUSTIVOS PN – A construção de um LEVAM O PROFISSIONAL hospital não é tão custosa para o poder público, mesmo equipado PN – O Programa de Saúde da DA SAÚDE A UMA com a mais moderna tecnologia. Família, sem dúvidas uma solução SOBRECARGA DE O que preocupa é a manutenção e inovadora e revolucionária, não atualização constante desta estrutura passou de boa vontade política, TRABALHO INCOMPATÍVEL e sua operacionalização. Por este de uma mudança de conceitos motivo acredito que a saída para de atendimento preventivo em COM SUA PROFISSÃO” o sucesso deste empreendimento saúde, com raras exceções. É um programa que ainda tem tempo de mudar e se adequar às necessidades de um sistema em constantes mutações. Ele tem que se transformar realmente num programa de SAÚDE DA FAMÍLIA, pautado em qualidade e não em quantidade. Deixar de ter critérios políticos e passar a ter critérios exclusivamente técnicos, na contratação, na formação, atualização e capacitação de todos os profissionais envolvidos. Nem todo médico, enfermeiro, agente de saúde, ou outro profissional da equipe tem perfil para o programa. Não é preencher a vaga apenas para cumprir a agenda ou estatística do Ministério que é importante, mas executar com maestria e eficiência um programa que tem tudo para dar certo. Os agentes políticos têm que parar de pensar que o médico do Programa tem que ficar “dando consulta”, “engolindo filas” nas Unidades Básicas. O papel do profissional é muito mais amplo, sua ação é na rua, é no corpo a corpo com a comunidade, assim como a enfermagem e os outros profissionais das equipes. Por este motivo é preciso ter paixão pela causa, porque é um trabalho árduo e obstinado por mudanças. É aceitar e provocar mudança de hábitos, tanto para a comunidade como para a própria equipe. É trabalho de GIGANTES. RC – Comenta-se que existe deficiência na infraestrutura de atendimento aos doentes, com demora para a realização de exames e cirurgias. Estes

está na logística de implantação, que poderia ser: a construção fica a cargo do Estado e da União e a administração, operacionalização e manutenção, a cargo de um consórcio formado pelas cidades do Litoral Norte, Estado e União, vinculado a instituições de apoio ao ensino das áreas da saúde, como faculdades de medicina, enfermagem, fisioterapia, odontologia e outras áreas afins de instituições reconhecidas no meio acadêmico. Hoje, estes profissionais têm dificuldades para complementar sua formação profissional por falta de serviços de alto padrão para suas fases de residência e internato. Um corpo clínico aberto e voltado para o desenvolvimento técnico-científico será um grande investimento na saúde das populações de nossa região vinculadas ao SUS; a Saúde Complementar em forma de convênios firmados como em qualquer empresa prestadora de serviços e ao paciente privado. Assim, teríamos um empreendimento com várias fontes de financiamento e com um potencial de atendimento diferenciado e de alta complexidade em todas as áreas. O Pronto-Socorro Municipal poderia também estar anexado ao hospital regional como forma de racionalização de serviço, porém como unidade independente, terceirizada e fiscalizada pelo poder público. São idéias para serem analisadas e discutidas porque, na verdade, face ao desenvolvimento acelerado previsto para o Litoral Norte/SP, a implantação de um Hospital Regional até que já passou da hora. • (*) NR – Logística é a área de gestão responsável por prover recursos, equipamentos e informações para a execução de todas as atividades de uma empresa ou órgão público.



A ALEGRIA VIROU TRISTEZA Zacarias se foi para o infinito e com ele um pouco da tradição caiçara. O Massaguaçu ficou de luto ao perder um de seus mais antigos moradores que, ao longo das últimas décadas, ajudou a construir a história do bairro. Durante o carnaval, o Bloco da Cheirosa já não será mais o mesmo. Vai faltar a alegria do Zacarias. Fica a saudade de um personagem que soube marcar sua presença e será lembrado pelo muito que representou para a comunidade.

Os fatos que marcaram a vida da cidade MISSA DE AÇÃO DE GRAÇAS NOITE AFRO-BRASILEIRA

Com decoração estilizada e a alegria de seus associados e convidados, a CCTI Estrela do Mar promoveu mais uma de suas festas temáticas – A Noite Afro-brasileira, muito animada, contando com a participação do conjunto Som do Terra, apresentação de show de dança com facões pelos integrantes da Escola de Capoeira Angola Rei Zumbi e jantar com pratos inspirados na culinária africana. da Cidade 10 Revista Caraguatatuba

Foi c e l e b r a d a p o r Dom Antonio Carlos Altieri, Bispo de Caraguatatuba, na Catedral do Divino Espírito Santo, Missa de Ação de Graças, comemorativa dos 11 anos de criação da Diocese, da qual estiveram participando mais de mil fiéis e todo o clero diocesano.

VIRADA CULTURAL Com mais de 40 atrações numa programação que se estendeu por 24 horas, a Virada Cultural Paulista, uma promoção da secretaria estadual da Cultura em parceria com a Fundacc, movimentou a cidade reunindo um público de mais de 30 mil pessoas, que acompanharam as apresentações em diversos locais da cidade, com shows, peças teatrais, espetáculos de dança e intervenções circenses.


CIDADÃO CARAGUATATUBENSE Oscar de Oliveira, um dos mais populares comunicadores de nossa cidade, foi homenageado, em sessão solene na Câmara Municipal, com o título de “Cidadão Caraguatatubense”, pelos relevantes serviços prestados ao município, por indicação do vereador Baduca Filho. Autoridades, amigos e parentes compareceram à solenidade para cumprimentar o radialista.

O FESTIVAL DO CAMARÃO Em sua 13ª edição, o Festival do Camarão, atração do calendário da cidade e promovido pela Fundacc, realizado este ano na Praça de Eventos, superou o sucesso das edições anteriores, reunindo durante os quatro dias de sua realização mais de 40 mil pessoas, que compareceram para saborear as delícias da cozinha caiçara, tendo o camarão como principal ingrediente, destacando-se os bolinhos de mandioca com recheio de camarão e assistir aos shows com jovens artistas da música brasileira que estão despontando na mídia.

FESTA DO DIVINO

Como sempre acontece durante o mês de maio, foi realizada na Catedral, a Festa do Divino, de especial significado para os católicos do Litoral Norte/SP por ser em homenagem ao padroeiro da Diocese. Além das celebrações religiosas, aconteceu no período o tradicional bingo beneficente que ao final ofereceu um automóvel como prêmio aos participantes.


CORPUS CHRISTI Diferente de anos anteriores, a solenidade de Corpus Christi não ficou concentrada no centro da cidade a partir da Igreja Matriz de Santo Antonio. Todas as paróquias celebraram a festa do “Corpo e Sangue de Cristo”, origem da instituição da Eucaristia.

CRUZADA EVANGÉLICA

LITORAL EM DANÇA A 13ª edição do Litoral em Dança reuniu os melhores grupos de dança de diversos municípios em apresentações no Teatro Mário Covas. O evento, com a participação de 1.107 bailarinos integrantes de 70 grupos, apresentaram 183 coreografias, reunindo um público de mais de cinco mil pessoas.

FORÇA TAREFA CONTRA A DENGUE Entrou em ação uma Força Tarefa, composta pelas secretarias municipais Serviços Públicos, Saúde, Educação, Trânsito, Defesa Civil e também voluntários do GAC – Grupo de Auxílio Civil , numa verdadeira operação de guerra para eliminar os focos de criadouros dos mosquitos da dengue. A operação pretende alcançar todos os bairros da cidade, num trabalho amplo de capina, varrição e pintura de guias, bem como coleta de objetos em desuso que possam servir de criadouro para mosquitos, no que foi denominado “operação bota-fora”. Agentes de saúde estão visitando as residências, inspecionando focos e orientando sobre os cuidados a serem tomados. O maior problemas são as residências que se encontram sem moradores fixos.

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Pela primeira vez em Caraguá, a 22ª. Cruzada Evangélica de Impacto e Ação – CREIA, que aconteceu na Praça de Eventos, reuniu mais de dois mil participantes. O evento contou com a apresentação de coral, percussão, pirofagia e um programa especial de evangelização. Foi ainda realizado um culto evangélico pregando a palavra de Jesus.

MÃE PRESENTE NA COPA

Para estimular as vendas do comércio, a Associação Comercial e Empresarial de Caraguatatuba promoveu a campanha “Mãe presente na copa”, quando foram sorteados 3 TVs LCD 32” para os clientes que consumiram no comércio local. Os ganhadores fizeram suas compras nas Casas Pernambucanas, Supermercado Shibata e Supermercado Cruzero.



E

DEUS

Caraguá CRIOU

Ela já foi chamada de “Princesinha do Litoral”. Hoje, Caraguatatuba é uma das mais dinâmicas cidades do Estado de São Paulo, em acelerado desenvolvimento, considerada por muitos como a Capital do Litoral Norte, centro de comércio e de negócios que se expande visivelmente, inclusive com a implantação de filiais de grandes empresas do comércio varejista, de serviços, do ramo imobiliário, e já se fala na criação de um pólo para a indústria naval.

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M

as a cidade, como um diamante lapidado, tem múltiplas facetas. Suas belezas naturais, obra do Criador, encantam e vêm despertando a admiração do homem no decorrer dos séculos, desde os indígenas, que a denominaram Caraguatatuba, ou seja, terra de muitos Caraguatás, até o tempo presente, quando turistas de várias partes da terra vêm desfrutar de seus atrativos naturais, composto de praias, acidentes geográficos e pela mata atlântica que a circunda. Seu povo, afável e acolhedor, integrado por gente vinda de todo o Brasil em busca de uma nova vida, construiu uma sociedade onde se mesclam costumes, crenças, valores e interesses, formando bairros onde se unem de acordo com suas origens e condição social, cultuando suas tradições, desenvolvendo nos últimos anos uma rica vida cultural. Esta riqueza de hábitos se consolida em festas e eventos que vão acontecendo no decorrer do ano. Maio e junho são exemplos. Em maio, a Fe sta do Divino, padroeiro da Diocese, reúne os católicos não só em atos religiosos como em reuniões sociais.

A natureza revelou-se generosa neste pedaço do Paraíso, e continua sendo a grande atração, desde os acidentes geográficos como a Pedra da Freira, a Pedra do Jacaré, a Lagoa Azul e as praias que se estendem de norte a sul, com configurações e atrativos diferentes, até a região montanhosa que abriga a Mata Atlântica”

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Foi-se o tempo em que diversão e lazer estavam confinados às praias. Hoje as opções são muitas, entre bares, casas noturnas, danceterias e espetáculos, com destaque para o Teatro Mário Covas, e a vida cultural é intensa.”

Em junho, os tradicionais festejos de Santo Antonio, promovidos pela Igreja Matriz, no centro da cidade, são o ponto de atração para quem deseja desfrutar de momentos agradáveis e demonstrar sua fé no santo casamenteiro. Também em junho acontece o Festival do Camarão, que, assim como o Festival da Tainha e do Mexilhão, dá destaque à culinária local. Caraguá guarda tradições de quando era uma pacata cidade praiana. No Coreto situado na Praça Cândido Mota, bem no centro da cidade, junto à Igreja Matriz, marco inicial de sua fundação, nos finais de semana o povo ainda se reúne para assistir às apresentações da Banda Carlos Gomes, hoje não mais uma “bandinha”, mas uma corporação musical que reúne jovens talentos em apresentações primorosas de variado repertório. Estes pontos de reunião da população vão se multiplicando pelos bairros, em praças, que servem para o encontro de jovens amigos, apresentação de espetáculos e realização de eventos. A natureza revelou-se generosa neste pedaço do Paraíso, e continua sendo a grande atração, desde os acidentes geográficos como a Pedra da Freira, a Pedra do Jacaré, a Lagoa Azul, e as praias que se estendem de norte a sul, com configurações e atrativos diferentes, até a região montanhosa que abriga a Mata Atlântica, prenhe de vida de múltiplas espécies, além de rios e cachoeiras que podem ser observados numa visita ao Parque Ecológico. Mas o homem, na medida em que se apossou desta terra, foi criando condições de conforto para o seu viver e hoje a cidade oferece aos seus habitantes e visitantes uma excelente qualidade de vida. As escolas se multiplicam tanto na rede pública quanto as da iniciativa privada, possuindo a cidade um Centro Universitário e o ensino profissionalizante se diversifica em várias áreas. O atendimento à saúde, além dos Postos de Saúde e de várias clínicas, conta com a Casa de Saúde Stella Maris – Santa Casa e com cerca de 130 médicos para dar assistência à população, em diversas especialidades médicas, alem de laboratórios de análises clínicas e serviços especializados.

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Pescadores no Camaroeiro

Calçadão da Santa Cruz

O comércio é diversificado e se amplia aceleradamente em sintonia com os grandes centros, para atender a um público cada vez mais exigente. A gastronomia recebe atenção especial e os bons restaurantes se multiplicam, oferecendo pratos cada vez mais elaborados. Para os idosos, a cidade tem muito a oferecer, desde centros de convivência até eventos específicos, sem contar o planejamento urbano destinado a facilitar a locomoção. Foi-se o tempo em que diversão e lazer estavam confinados às praias. Hoje as opções são muitas, entre bares, casas noturnas, danceterias e espetáculos, com destaque para o Teatro Mário Covas, e a vida cultural é intensa. Impossível revelar Caraguatatuba por inteiro. É preciso conhecê-la para entender por que o poeta, em seus versos constantes do hino da cidade, proclamou: “Sois obra de Deus, pelos homens polida”. •





GENTE Caraguatatuba desperta a atenção por seu desenvolvimento. A cidade se transforma a olhos vistos. Mas este crescimento não é fruto, como em outras regiões, de um grande empreendimento ou de um pequeno número de empresas que escolheram o lugar para construir um pólo específico. Caraguá é fruto do trabalho de sua gente, que acreditou, investiu aqui seu talento empresarial e solidamente cresceu com a cidade, criando, ao longo dos anos, a base para a atual fase desenvolvimentista. Vamos conhecer mais alguns personagens deste trabalho.

CAIÇARA COM MUITA

E

HONR A

le é gente nossa nascido aqui mesmo, nesta nossa terra de Caraguatás, e se orgulha de ser caiçara. Mas quando alguém lhe pergunta, em tom de brincadeira diz que é inglês. É que Alfredo Mendonça Simões, o Alfredo, da Simões Contabilidade, nasceu na Fazenda dos Ingleses, daí a sua “cidadania inglesa”. Mas, brincadeiras à parte, Alfredo Simões é um exemplo de que Caraguatatuba é a terra das oportunidades, também para seus filhos, que querem trabalhar com seriedade. De família humilde, seu pai era motorista de trator da fazenda e lá morava com a família, quando Alfredo nasceu 53 anos atrás. Sua formação foi igual à de todos os jovens do lugar à sua época. Estudou no Adaly Coelho Passos, no Thomaz Ribeiro de Lima, então as duas únicas escolas de Caraguá, e foi estudar contabilidade em Ubatuba, única cidade do Litoral Norte/SP que mantinha este curso. Em Caraguatatuba iniciou sua vida profissional trabalhando no escritório de contabilidade de Walter Brillinger, um dos pioneiros desta atividade, depois com Jorge Nakano, até montar em 1981 o seu próprio escritório, a que denominou de Simões Contabilidade. Alfredo é casado com Mariolga Eliza, tendo dois filhos, Amanda e Murilo. Detalhe: toda a família trabalha na Simões Contabilidade. Amante da bola, em sua juventude foi um craque no futebol amador, jogando no São José da Praia, na equipe da Sudelpa e no Ipiranga. Discreto em suas ações, poucos conhecem seu trabalho de cunho social. Alfredo, por duas vezes, foi presidente da Sociedade de Proteção e Amparo a Criança – Soaproc, uma entidade caraguatatubense, fundada, mantida e dirigida por integrantes da sociedade local, que desenvolve um trabalho social de amparo à criança, não apenas através da Creche Santo Antonio, mas também com ações de cunho muito mais amplo.

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<< Equipe Simões Contabilidade Em seu escritório Alfredo Simões coordena uma equipe afinada que interage para garantir tranqüilidade a seus clientes. Poucos têm idéia da complexidade de um escritório de contabilidade. Amanda Simões, técnica em contabilidade, cursando o 4º ano de direito, é a responsável pelo setor de constituição de empresas, orientando e assessorando os clientes na observação de detalhes importantes que evitam ou miniminizam problemas legais. Já Mariolga Simões é a conferente de todo o serviço em seus mínimos detalhes, procurando evitar erros e enganos que comprometam o trabalho. Murilo Simões cursando o 4º ano de ciências contábeis, é o responsável pelo setor de contabilidade, assessorado pelo Haroldo e a Natalia. Para os assuntos trabalhistas existe uma equipe que tem à frente o Luiz Antonio, há 16 anos trabalhando no escritório, contando com a colaboração de Edmar Rodrigo e Victor. Da escrita fiscal encarrega-se a Betty, que há 6 anos trabalha na empresa, juntamente com a Silvana, a Andressa e a Larissa. Para a coleta de documentos, João Vitor é o especialista. São profissionais treinados e capacitados em suas funções, a maioria com tempo de serviço na Simões Contabilidade, garantindo um atendimento que transmite aos clientes segurança e tranqüilidade.


O MENINO QUE VEIO DA ROÇA

Ele veio de São Luiz do Paraitinga/SP, uma das mais importantes cidades do Vale Histórico por seu patrimônio arquitetônico, símbolo de um passado de prosperidade, onde Daniel da Silva Rangel nasceu há 42 anos. De família humilde, morando na roça, veio para Caraguatatuba aos 17 anos em busca de uma oportunidade, indo trabalhar com o irmão numa fábrica de blocos, fazendo serviço braçal. Com talento e muita força de vontade, Daniel foi à luta. Aproveitando o seu bom porte físico foi trabalhar como segurança – era melhor do que ser braçal. Fez amizades e um colega que trabalhava no ramo de pneus o chamou para fazer um teste. Foi aprovado, ingressando na Rede Zacarias de Pneus, que à época possuía uma loja na avenida da praia, onde permaneceu por mais de quatro anos, chegando a chefe de montagem. Já um profissional competente e com a desativação da loja da Rede Zacarias em Caraguá, foi para o Manga Larga Pneus, ali trabalhando por 11 anos. Em constante contato com o público, Daniel fez muitas amizades e planos para o seu futuro, compondo então com o Juru, distribuidor de

ELE É O REI

Nossa história começa em 1982, quando “seu” Júlio Vieira, que era gerente de uma empresa de transportes em São Paulo, decidiu vir viver em Caraguatatuba, comprou uma loja de artesanato – o Bazar São Pedro, trazendo para cá a família, inclusive seu filho Julinho, então com 22 anos, que deixou seu emprego na Eletropaulo para vir ajudar o pai na loja. Era o início de uma nova vida. O jovem, que havia cursado administração de empresas na Faculdade São Judas Tadeu, em São Paulo, ia se tornar comerciante. Quatro anos depois Julinho comprou um mercadinho – o MiniMercado Ipiranga, situado na rua Aparecida do Norte, esquina com Avenida Brasil. Prosperou! Naquela época Caraguá possuía carência de supermercados e muitos moradores iam fazer compras em outras cidades e os mini-mercados atendiam os bairros. E para ampliar seu comércio Julinho comprou um terreno na mesma rua Aparecida do Norte nº 110 e começou a construir um prédio para abrigar as novas instalações do mínimercado, que ficou pronto de 1989. Mas Caraguatatuba já começava a acelerar o seu crescimento. Grandes supermercados estavam se instalando na cidade. Para os mercadinhos o movimento já não era o mesmo. Um detalhe: ao cair da tarde um grupo de amigos do bairro iam jogar truco nos fundos do mercadinho e surgiu a idéia: montar um barzinho, o que ocorreu em 1997. Foi o caminho. Em 1999 o Míni-Mercado Ipiranga foi desativado dando lugar ao Restaurante Bar do Julinho – O Rei da Chuleta e do Caldinho.

RRO ENOSSO

jornais na região, uma sociedade para a montagem de uma loja do ramo de pneus. Nascia assim a Tamoios Auto Center, há seis anos especializada em troca de pneus, alinhamento, suspensão, rodas, balanceamento e freios, sendo a única no Litoral Norte/SP capacitada para desempenar o eixo traseiro de autos. Casado duas vezes, pai de quatro filhos, Daniel continua sendo uma criatura simples, voltado para o seu trabalho e para a família, e o grande “xodó” de sua vida é o caçula Daniel Junior, que o acompanha sempre na loja e com muita vivacidade toma conta de tudo a sua volta. Daniel faz parte desta gente que está construindo esta cidade.

Mas, qual a razão do sucesso para o Restaurante Bar do Julinho, que por sua qualidade já foi chamado de bar dos ricos? O próprio Julinho. “Os homens de minha família sempre gostaram de ir para a cozinha. Foi uma opção natural”, conta ele que é o “chapeiro” que prepara as chuletas, os filés e a picanha que tanto sucesso fazem, por puro prazer. Uma curiosidade. Para trabalhar em seu míni-mercado, Julinho aprendeu a profissão de açougueiro e hoje cuida do corte da carne que serve. Até o cardápio é diferenciado. No principio era só Tibone Steak, mas os nomes foram surgindo para as chuletas, bistecas e filés com o nome das preferências de seus fregueses. Antonio Carlos, é o filé mignon com alho frito. Chuleta Pan é bem alta e mal passada. Mignon a João Boca, acompanha palmito e cebolinha puxada na manteiga. Mignon a Cleuza Maciel, acompanha legumes puxados na manteiga, explica Julinho, com uma pontinha de orgulho pelos seus dotes culinários. Da mesma forma os caldinhos foram uma opção dos fregueses. Em 2000, um grupo de moradores da cidade que voltava de São Paulo, onde foram assistir ao programa da Hebe, passando por São José, foi tomar o Caldinho da Joana.No dia seguinte começaram a comentar o fato e a pedir um caldinho. Julinho foi ver como era, fez as adaptações e hoje é o Rei das Chuletas e dos Caldinhos. Casado com a Cida, sua grande companheira, pai de duas meninas, Julinho vive de bem com a vida fazendo aquilo que gosta de fazer: cozinhar e administrar o seu “barzinho”, que é o mais conhecido da cidade.

Em nossa última edição trocamos o nome do nosso amigo Fábio por Flávio, na matéria sobre a equipe da Nelplac. Cochilo da revisão. Revista da Cidade 21 Caraguatatuba



Oe Mar seus f rutos

Saborosos, de grande valor nutritivo, fontes de energia e, dizem, até afrodisíacos, os frutos do mar são a base ou complementam pratos deliciosos que podem ser requintados e altamente decorativos Mas, afinal, o que são frutos do mar?

P

or definição, tudo aquilo que o mar produz. Mas no uso corrente, em linguagem culinária, frutos do mar indicam peixes, moluscos e crustáceos comestíveis, utilizados no preparo de pratos variados, geralmente de sabor inconfundível. Em nossa região, quando se anuncia algum prato à base de frutos do mar, normalmente ele contém peixe, camarão, lulas e mariscos. No âmbito deste uso restrito, existem outros frutos do mar que são consumidos regionalmente ou pelos caiçaras e habitantes do litoral que se adaptaram aos costumes existentes. Camarão – É a designação comum a diversos crustáceos, podendo ser marinhos ou de água doce, sendo o mais consumido e de maior valor comercial. De acordo com dados disponíveis, a captura mundial de camarões é de três milhões de toneladas/ano e a produção por aquacultura é de um milhão e meio de toneladas. No Brasil, os preferidos são camarões rosa, branco e pistola. No Litoral Norte/SP, o camarão sete-barbas é abundante. Como o camarão é considerado um produto de luxo para a alimentação, sua captura é uma atividade econômica importante para o pescador e devido ao seu elevado valor comercial pode-se dizer que em nossa região seu preço é acessível, principalmente nesta época do ano, quando se intensifica a pesca.

Lula – Ainda pouco difundida no Brasil como alimento, ao contrário do que ocorre na Europa, é um molusco de excelente sabor, preparado de várias formas, muito consumida no litoral como aperitivo (tira-gosto), cortadas em anéis, que são fritos depois de polvilhados com farinha de trigo. Fazem parte também das caldeiradas e dos pratos que contêm frutos do mar. Conhecidas na Espanha como calamares, são servidas naquele país cozidas na tinta (calamares en sú tinta), líquido que possuem para expelir como resposta a uma ameaça. Uma dica culinária: a lula não pode ser temperada com sal ou limão para não endurecer. Estes ingredientes devem ser adicionados ao prato já pronto. Polvo – Embora sua captura possa ocorrer em todo o litoral brasileiro, o polvo é pouco consumido pela população, principalmente pelo desconhecimento e pouca oferta, mas presta-se ao preparo de pratos sofisticados e de excelente sabor. É provável que o baixo consumo se deva à sua aparência e pela divulgação negativa do cinema, que geralmente o apresenta como um monstro marinho. Nos bons restaurantes, é agregado às caldeiradas e faz parte dos pratos à base de frutos do mar. Revista da Cidade 23 Caraguatatuba


Lagostas e Lagostins – Só capturados ocasionalmente no Litoral Norte/SP, já que sua ocorrência maior acontece do Amapá ao Espírito Santo. Molusco muito apreciado e valorizado, é utilizado no preparo de pratos que, além de saborosos, são altamente decorativos, agradando à visão e ao paladar. O Brasil é um importante exportador de caudas de lagosta, que chegam a duas mil toneladas/ano. Mexilhões ou Mariscos – Encontrados com facilidade em Caraguatatuba, já que são produzidos nas Fazendas Marinhas da Cocanha, os mexilhões enriquecem o sabor e aparência de diversos pratos da culinária internacional. São muito consumidos também cozidos (no bafo), com arroz (lambe-lambe) ou a vinagrete.

O Guaruçá Em Caraguatatuba, Guaruçá é sinônimo de boa comida, já que o Restaurante Guaruçá situado na avenida da praia transformouse numa referência para a cidade, com cardápio variado, onde se destacam os pratos à base de frutos do mar. Mas, afinal, o que é guaruçá? Simplesmente um caranguejo que habita as praias da Costa Leste dos Estados Unidos até o Brasil, onde vive em buracos, que cava na areia para se proteger, de até um metro de profundidade, sempre acima da linha da maré alta. Criatura frágil, sua única proteção é a cor esbranquiçada que o confunde com a areia, daí a ser chamado na Costa Rica de Caranguejo-Fantasma. A espécie recebe popularmente outras denominações como Maria Farinha, Aguaruçá, Cabeleireiro, Espia-Maré, Grauçá, Guiriçá, CercaMaré e Vaza-Maré. É comum as crianças o chamarem de siri-louco. Estando em praias arenosas procure conhecer o Guaruçá, junto ao mar, logo acima da linha da maré alta. Vale a pena apreciar o seu “louco” vai e vem.


A Cozinha Caiçara

C

omo não poderia deixar de ser, a culinária típica de Caraguatatuba é predominantemente caiçara, adotada em quase todo o litoral do Estado de São Paulo. Sua base são os frutos do mar e nela se destacam o azul-marinho, a tainha na brasa com farofa de ovas e o lambe-lambe , sendo que o peixe, quando ensopado, é sempre acompanhado de pirão com farinha de mandioca. Vale destacar que o Saquaritá e o Preguaí são iguarias pouco conhecidas de quem não é da terra, mas muito apreciadas pelos pescadores e famílias caiçaras. O Saquaritá é um molusco encontrado nas pedras junto com os mexilhões, e o Preguari nas praias trazidos pela maré. Normalmente são apenas cozidos para ser retirados da casca e consumidos em seguida. Com o passar do tempo, os cozinheiros e cozinheiras têm aprimorado a sua elaboração, refogando o molusco com cebola e pimentão ou produzindo conservas tipo vinagrete.

O Saquaritá tem sabor exótico que se assemelha ao de fígado de galinha. O Preguari (caiçara: Preguaí) lembra o polvo em função de sua textura. Existe ainda o Tatuí (ou tatuzinho, tatuíra) que vem trazido pela maré alta e se enterra na areia das praias. O Tatuí, servido como aperitivo para acompanhar a cerveja, é apenas torrado na panela. Como refeição é cozido com arroz, proporcionando um sabor especial. Pela inexistência da captura desses moluscos eles não são encontrados em bares e restaurantes. Esporadicamente, as barracas que se instalam nas praias mais afastadas dispõem da iguaria para oferecer aos seus fregueses. Além destes, existem em nossa região outros frutos do mar, que são apreciadas pelos mais exigentes gourmet. Entre eles destacamos o Sarnabim, o Berbigão (conhecido internacionalmente como Vôngole; caiçara: Bibigão), a Tarioba, o Dedo de Velho o Seçudo, o Pindá, muito apreciado pelo seu sabor adocicado e também o Guaiamu, um caranguejo que habita os mangues.

A Nova atração Culinária

O

prato à base de frutos do mar que está em alta é o ceviche que, por melhor se adaptar ao nosso paladar, é tido por muitos apreciadores como o primo latino do sashimi. Possuindo sabor agradável e inconfundível, agrada sempre que é servido como entrada ou prato principal. Herança da cultura Inca, o ceviche é muito apreciado no Peru e no Equador, trazido pelo Tóti, do Guaruçá, que está sempre em busca de novidades gastronômicas para a nossa região, onde está sendo servido com sucesso. Peixes brancos como o robalo, o linguado, o badejo, e outros como a pescada branca, pargo, atum e olhode-boi, cortados em tiras ou pequenos cubos, tradicionalmente são a base do ceviche, marinados no suco de limão, com cebola, pimenta vermelha, coentro e sal, que “cozinham” o peixe, deixando a carne firme e opaca com agradável e característico sabor.

O Tóti está entusiasmado com a novidade, que será lançada como prato-aperitivo do Guaruçá, para concorrer no “Caraguá a Gosto”. Realmente, vale a pena experimentar. Revista da Cidade 25 Caraguatatuba


Queijos & Vinhos

O SABOR DO

INVERNO

N

o inverno, nada melhor que queijos e vinhos para complementar momentos agradáveis, que podem ser para reunir amigos ou intimistas para estreitar o relacionamento, sem falar nas noites de queijos e vinhos, que tanto sucesso fazem. Néctar dos deuses da mitologia, o vinho embala qualquer tipo de encontro que fica melhor acompanhado de queijos. Para você, que pela praticidade deseja realizar uma reunião à base de queijos e vinhos, algumas dicas importantes. Meia garrafa de vinho e 300 gramas de queijo por convidado são suficientes para garantir a animação da noite. A temperatura dos tintos deve ficar entre 14º e 18ºC, enquanto a dos brancos varia entre 8º e 12ºC. Vinhos brancos, ácidos, elaborados com uvas como Sauvignon Blanc e Riesling, requerem queijos leves, como os brancos e frescos. Caso prefira um de massa mais firme, escolha a versão curada. Outra boa pedida são a ricota e a mussarela de búfala. Mas pode servir também os gordurosos gouda e estepe, capazes de ressaltar o sabor destes vinhos.

Revista da da Cidade Cidade Caraguatatuba 26 Revista Caraguatatuba


Vinhos brancos encorpados. Dessa

família fazem parte os vinhos de alto teor alcoólico e acidez bem pronunciada, como os da uva Chardonay. Cheios de personalidade, pedem queijos de paladar acentuado, a exemplo do brie, camembert e cheddar. Vinhos Tintos potentes e leves. Os vinhos robustos elaborados com uvas Shiraz, além do Chianti e do Barolo, se casam com queijos duros e de aroma forte como o parmesão e pecorino. Adocicados, os queijos gruyére e emmental combinam com os tintos Bardolino e Barbera. Com menos tanino, os vinhos derivados da uva Pinot Noir acompanham com maestria o queijo estepe. Vinhos adocicados fazem sucesso quando associados ao queijo roquefort. Os contrastes valorizam as misturas e equilibram as texturas: o salgado de um se contrapõe ao doce do outro, e a acidez da bebida evidencia a cremosidade dos queijos.•

Noite de Queijos e Vinhos Uma informação. Em Caraguatatuba a melhor pedida no inverno é a Noite de Queijos e Vinhos promovida, desde 2005, por Ricardo Mazzei da Caraguá FM, sempre com a animação do italianíssimo Tony Ângelo. Este ano a Noite de Queijos e Vinhos acontece dia 26 de junho, no Ilha Morena. A venda de convites é antecipada e costuma se esgotar rapidamente.

Ricardo Mazzei e Gleici na Noite de Queijos e Vinhos Revista da Cidade 27 Caraguatatuba


É hora de pedalar

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Apesar do inverno, o andar de bicicleta, além de ser um excelente exercício, permite passeios e programas que além de saudáveis proporcionam muito prazer e até emoção

araguatatuba é uma cidade que oferece com três rodas, oferecendo mais estabilidade, para o uso características especiais para a prática do ciclismo. de pessoas idosas, ou não, e que permitem o transporte Ruas e avenidas planas, a maioria pavimentada, de passageiros, geralmente crianças ou pequenas cargas, extensas ciclovias pela orla marítima e interbairros, como as compras do supermercado. Apesar de já ter aumentado significativamente, no Brasil, locais seguros e reservados para o estacionamento de bikes, permitem o uso de bicicletas como esporte, lazer e meio de o uso de bicicletas ainda é limitado por causa do preconceito transporte. – bicicleta é veículo de pobre –, mas em Em muitos países, muitos países até altos executivos vão para Apesar da indisciplina dos usuários, que não respeitam as leis até altos executivos o trabalho pedalando suas bikes, cujos modelos mais sofisticados não são assim de trânsito e não raro trafegam na vão para o trabalho tão baratos. contramão e sobre as calçadas, o Com o desenvolvimento da atual cuidado e atenção dos motoristas pedalando suas bikes” permite um convívio pacífico, com consciência ecológica, o aumento assustador a ocorrência de poucos acidentes. do número de veículos automotivos que congestionam o trânsito, Os equipamentos que estão sendo disponibilizados, e até pela dificuldade e elevado custo do estacionamento, é mais bonitos, leves e confortáveis, com variedade de possível que num futuro não muito distante as bicicletas modelos, podem ser usados com dois ou mais ciclistas venham a ocupar um lugar de destaque maior como em uma só bicicleta. Da mesma forma existem modelos meio de transporte.

da Cidade Caraguatatuba 30 Revista


O

J

pinião

SANTO ANTÔNIO, O PADROEIRO DE CARAGUATATUBA

unho é o mês da Festa de Santo Antônio, padroeiro de nossa querida Caraguatatuba, e como filho desta cidade, não posso deixar de escrever este artigo. Quando disse que iria escrevê-lo, um amigo logo observou: - Ninguém liga pra esta festa, Álvaro. O povo perdeu o interesse pelos santos.... - Você se engana, meu caro! Santo Antônio desperta interesse sempre, há mais de 600 anos, no mundo inteiro. De fato, talvez não haja em todo o calendário litúrgico um Santo tão popular, tão querido, tão invocado pelos fiéis de todos os tempos e lugares. Chamava-se Fernando de Bulhões, e só mais tarde, na vida religiosa, adotou o nome de Frei Antônio, por devoção a Santo Antônio (ou Antão) do Deserto, anacoreta dos primeiros séculos da Era Cristã. Ingressou muito jovem na vida religiosa, inicialmente como agostiniano, mais tarde passando para a Ordem Franciscana, que então dava seus primeiros passos na história da Igreja. Transcrevo, do livro “Cada dia tem seu Santo”, de A. de França Andrade, os dados essenciais, muito resumidos, de sua vida: “13 de Junho - Santo Antônio de Lisboa, Confessor e Doutor da Igreja”(* Arcela, Itália, 1231) - Também é conhecido como Santo Antônio de Pádua, por ter vivido nessa cidade italiana. É um dos santos mais populares em todo o mundo. Nasceu em Lisboa, e depois de ser algum tempo agostiniano ingressou na Ordem Franciscana, da qual foi um dos maiores expoentes. Pregou na Itália e no sul da França, conseguindo muitos milhares de conversões. Combateu arduamente a heresia dos cátaros e patarinos, dominante no seu tempo, pelo que o chamavam de “incansável martelo dos hereges”. Não apenas os combatia no púlpito, pela pregação, mas também por meio de milagres espantosos. Sabia de cor quase todas as Escrituras e tinha um dom especial para explicar e aplicar as mais difíceis passagens. Faleceu em 1231, com apenas 36 anos de idade. Sua língua, que tanto pregara a palavra divina, foi preservada da corrupção e até hoje é venerada num relicário, em Pádua. Foi cognominado o Doutor Evangélico” (Editora Artpress, São Paulo, 2000, pg. 66). Esses são, como disse, os dados muito resumidos de sua vida, que foi curta, mas muito intensa, repleta de conteúdo espiritual, de santidade, de ciência e, também, de milagres espantosos. Falei em ciência. Realmente, nos anos em que passou no convento agostiniano de Coimbra, em vida recolhida e entregue aos estudos e exercícios de piedade, acumulou colossal cultura teológica e bíblica. Comentava-se que, se por um acaso se perdesse o texto integral da Bíblia Sagrada, bastaria consultar a memória prodigiosa de Frei Antônio de Lisboa e ele

a reescreveria palavra por palavra, sem erro algum. Foi, por isso, cognominado “Arca do Testamento Divino”. Quando chegou à Itália, os franciscanos estavam realizando o seu Capítulo Geral - uma espécie de grande reunião internacional - na presença do fundador São Francisco de Assis. Humilde, o jovem religioso português ficou num cantinho, sem chamar a atenção sobre si e sem dar a entender que possuía uma cultura extraordinária. No final do Capítulo, quando as delegações das várias nações e províncias já se punham a caminho de retorno, Antônio ficou sozinho, à espera de que alguém o chamasse. Um dos superiores provinciais se aproximou dele e perguntou se, por acaso, ele já era sacerdote. Diante da resposta afirmativa, levou-o consigo, pois em seu convento havia necessidade de um religioso que tivesse poderes para celebrar a Missa. E lá se foi Antônio, sem que ninguém suspeitasse seu imenso saber... Algum tempo depois, os viajantes pararam num local onde se haviam reunido numerosos teólogos e doutores eminentes, todos hospedados na residência de um bispo. À hora do jantar, era preciso que um dos hóspedes fizesse uma pregação para os outros. Esse era o costume, era preciso obedecer a ele. Mas, aí começou o empurra-empurra. Todos os convidados, sem exceção, se escusaram, aparentemente por modéstia, mas na realidade por medo. Como o auditório era muito seleto, todos receavam aceitar a incumbência. Qualquer pequeno deslize, qualquer pequeno erro, seria logo notado por aquele público tão exigente. No impasse, alguém lembrou do humilde freizinho português. Se ele se saísse mal, todos o desculpariam, pois era evidente que se tratava de um simplório e ignorante... O superior chegou então a Frei Antônio e lhe deu ordem, em nome da obediência, de dirigir uma alocução aos presentes. E o Santo, com a maior simplicidade, obedeceu, pronunciando um sermão belíssimo, cheio de conteúdo doutrinário e de citações bíblicas, mas ao mesmo tempo simples, fácil, acessível, capaz de tocar o coração de todos os presentes, desde os mais eruditos e sábios, até os mais ignorantes. Todos, sem exceção, ouviram maravilhados aquelas palavras que pareciam descidas do Céu. E foi assim que, pela primeira vez, se revelou na Itália a prodigiosa sabedoria do grande Santo franciscano. Esse foi o comecinho de uma carreira triunfal que, em poucos anos, o elevou à maior glória. Eu poderia contar numerosos episódios de sua vida maravilhosa... mas o espaço deste artigo é limitado e já o esgotei. Prometo voltar ao assunto noutro artigo.

Álvaro Alencar Trindade Advogado






T

Tipicamente Árabe

rabalhosa, sofisticada, exigindo atenção para os detalhes que lhe conferem o sabor inconfundível e de alto valor nutritivo, além, é claro, da qualidade dos ingredientes, muitos dos quais elaborados através de técnicas milenares, a cozinha árabe exige dedicação em seu preparo e conhecimento de suas características que vêm sendo transmitidas através das gerações. No Brasil, para onde imigraram famílias de várias nações árabes, com predominância para a Síria e o Líbano, a cozinha árabe tornou-se popular, com preferência para os kibes e as esfihas, entre outras especialidades. Como tantos outros casais que foram “enfeitiçados” pelas belezas naturais de Caraguá, além de sua qualidade de vida e desenvolvimento acelerado, Omar e Mônica, vindos de São Paulo, decidiram fixar-se na cidade. Árabe, apreciador da boa comida de sua gente,

empreendedores por natureza e para atender a uma carência da cidade, decidiram montar um restaurante tipicamente especializado na autêntica cozinha árabe, onde a comida fosse preparada de forma artesanal, de acordo com as tradições de seu povo e principalmente de sua família. Nascia assim O Khalifa Restaurante, dirigido pessoalmente por Omar, Mônica e seu filho Mounir, situado no Centro, com o inconfundível atendimento e hospitalidade árabe, cujo cardápio inclui, além dos Kibes e Esfihas, o Trio do Khalifa (Babaghanuch, Homus e Coalhada Seca), Kibe Cru, Tabule e especialidades como Cordeiro fatiado com arroz Marroquino, Charutinho de folha de uva ou repolho, Kebab, o preferido no momento, o tradicional Falafell e muitas outras delícias que você pode conferir no cardápio. Especial atenção à infinita variedade de doces árabes e produtos especializados.




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