Revista da Madeira
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Expediente
Sumário / Summary
té a algum tempo atrás o resíduo proveniente dos processos de extração e processamento madeira era visto como um problema, mas hoje surge agora como uma grande solução para a geração de energia e receita adicional para as empresas. De acordo com levantamento de entidades, o volume de resíduos gerados na extração chega a 34 milhões de m³ por ano e no processamento supera a 50 milhões de m³. É um volume altamente significativo que pode contribuir decisiva-
mente para a redução no consumo de combustíveis não renováveis, como o petróleo. Ainda estamos longe de um aproveitamento pleno de resíduos gerados em todos os processos produtivos. Falta informação, organização setorial e sobretudo maior conhecimento sobre tecnologias disponíveis. Algumas soluções como o desenvolvimento de centros de recolhimento e processamento de biomassa são formas organizadas de dar um destino mais nobre a resíduos disponíveis em determina-
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HABITAÇÃO Estudo avalia casas de madeira
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DESMATAMENTO Aumentam perdas florestais
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Clóvis Rech Editor Responsável
BRIQUETES Lenha ecológica RESÍDUOS Maior uso na geração de energia CONSTRUÇÃO Sistema valoriza madeira
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CERTIFICAÇÃO Madeira Laminada Colada
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PELLETS Uso de resíduos de eucalipto
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COLHEITA Planejamento reduz custos
EXPEDIENTE Editor: Clóvis Rech Capa: Ronaldo L. Cruz Edição de Arte e Produção www.crdesign.com.br crdesign@crdesign.com.br
A Revista da Madeira é uma publicação da Lettech Editora e Gráfica Ltda, que também publica outras publicações. A reprodução total ou parcial de artigos ou matérias citados nesta edição é proibida, exceto em caso de autorização do editor.
das regiões. Na agregação de valor estão outras opções como a produção de briquetes e pellets, que podem utilizar inclusive resíduos agrícolas. Um mercado com consumo crescente e opção para exportação. A tecnologia disponível para produção, entretanto, ainda é limitada a poucos fabricantes nacionais, e a solução é a busca de fornecedores em outros países, especialmente Europa. A biomassa residual é o próximo ciclo que promete movimentar grandes negócios.
Novo conceito com muita informação para você Para assinar a Revista da MADEIRA ou Obter maiores informações consulte-nos: To subscribe to Wood Magazine or obtain more information, please contact us by e-mail at: remade@ remade.com.br Telefax 55-54 3226-4113 ou/or 55-41 3040-6540 Lettech Editora e Gráfica Ltda. Escritório: Curitiba PR - Fone/fax (41) 3040-6540 Escritório RS - Fone/fax (54) 3226 4113 remade@remade.com.br - www.remade.com.br
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www.remade.com.br Edição 143
Editorial
Biomassa como boa alternativa para energia
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Estudo revela realidade da indústria de habitações em madeira Revista da Madeira
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Brasil é um país com forte vocação florestal, apresentando uma cobertura florestal da ordem de 519,3 milhões de hectares, dos quais 98,6% – 512,1 milhões de hectares – são representados por florestas nativas. As florestas plantadas representam 1,4% – 7,2 milhões de hectares – da área florestal do país. As regiões Norte, Sul e Sudeste constituem-se nas regiões com maior quantidade de florestas do Brasil, sendo que a primeira resume-se exclusivamente em florestas nativas e as duas últimas possuem, notavelmente, florestas plantadas. As áreas de florestas plantadas com eucalipto e pinus são as mais representativas no Brasil. Porém, outras espécies plantadas também merecem destaque em virtude de sua importância econômica e crescimento nos últimos anos na área com florestas plantadas, como: acácia, seringueira, paricá, araucária e álamo .
Nas regiões de maior percentual de reflorestamento, Sul e Sudeste, o pinus e eucalipto se consolidam como as principais espécies comerciais direcionadas para industrialização, onde, os estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina apresentam as maiores áreas de reflorestamento. Enquanto Minas Gerais possui um total de 96,47% de sua área de reflorestamento de eucalipto destinada em grande parte para a indústria de papel e celulose, o que corresponde a 1,438 milhões de hectares, por sua vez, o Estado de São Paulo concentra 1,186 milhões de hectares de eucalipto e pinus empregados em uma cadeia diversificada de produtos industrializados. Especificamente no Estado de São Paulo, a concentração de florestas plantadas alcança um patamar de 4,78% do território paulista. Paralelamente, o Instituto Florestal assinala que as florestas nativas se espalham por 4,343 milhões de hectares, com-
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preendendo 17,5% da área estadual. Esses maciços florestais reforçam o uso industrializado da matéria-prima madeira, tanto por suas vantagens de renovação e limpeza, por sua abundancia, quanto por seu elevado potencial de geração em novas áreas de reflorestamento. A indústria paulista da madeira processada e industrializada corresponde em um nicho muito amplo do setor florestal voltado aos Produtos de Maior Valor Agregado (PMVA), tais como casas, móveis, pisos, esquadrias, embalagens, artigos decorativos, brinquedos, etc. Um dos ramos de manufatura em franca expansão atual constitui-se no de habitações em madeira, inserido no destacado setor da construção civil. Contudo, apesar da popularidade de seu setor, a produção de casas de madeira ainda enfrenta dificuldades de disseminação, perante as técnicas construtivas mais comuns como a alvenaria. A barreira apontada pelos fatores culturais brasileiros, relacionadas a má qualidade e a baixa durabilidade, reduzem a credibilidade da madeira como material construtivo estrutural, fator que dificulta a aceitação dessas tipologias em madeira por parte do consumidor final. Como consequência, a popularização das habitações em madeira ainda é incipiente e exige muitas estratégias sólidas para o seu estágio de fortalecimento, tanto em nível estadual quanto nacional. A utilização de sistemas construtivos que aliam resistência, rapidez, com diferencial competitivo técnico, mercadológico e, principalmente, comprometimento com o meio ambiente, vem ganhando cada vez mais
espaço no Brasil. Com isso, as casas pré-fabricadas em madeira vêm se tornando cada vez mais viáveis devido ao desenvolvimento de novas tecnologias e design inovador de alto padrão. São moradias para todas as classes sociais, tanto nas áreas urbanas como na praia, no campo ou mesmo para estabelecimentos comerciais. Entre as muitas vantagens das casas pré-fabricadas está a possibilidade de fazer um planejamento financeiro, já que é possível saber o custo total da obra antes de executála, o que é mais difícil em caso de obras de alvenaria . Através de um trabalho de pesquisa foi feito um levantamento da atual situação das empresas paulistas produtoras de habitações em madeira. O propósito dessa avaliação sintética se resumiu na quantificação e identificação das
empresas, apontando o nome e a localização das mesmas, bem como um breve questionamento sobre quais são as tipologias oferecidas, qual o tempo médio de fabricação para cada
uma das tipologias comercializadas e quais os padrões de acabamento oferecidos. A estratégia de pesquisa adotada
foi composta por cinco fases. A primeira etapa ocorreu através da prospecção de dados da indústria de habitações em madeira no Brasil, por meio de uma busca em livros, periódicos, anais de eventos, documentos governamentais e sites corporativos relacionados com o setor. A segunda fase resumiuse na formulação de um mini-questionário para ser aplicado pelos mesmos aos representantes/ proprietários das empresas observadas. A terceira etapa referiu-se na coleta de dados em campo, na qual foram obtidas, presencialmente, informações nas empresas para preencher o questionário. Na quarta fase, pelos dados obtidos na etapa anterior, definiu-se o melhor conceito para a averiguação, como tabelas e gráficos, visando fomentar as discussões para estimular o aprimoramento futuro da cadeia paulista de casas de madeira. E
Habitação
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Habitação a quinta fase resultou na confecção de um estudo para contextualizar a atual situação desse setor. Primeiramente, uma busca refinada por sites de internet identificou 38 empresas que produzem casas de madeira instaladas dentro do Estado de São Paulo. O setor de habitações de madeira, apesar de pouco badalado e explorado, apresenta contingente notável em relação à quantidade de empresas no Estado, visto que muito se comenta de uma eventual inexistência em termos comerciais. Isso pode ser resultado de uma desorganização dessa cadeia produtiva, a qual não possui uma associação formalizada e designada especificamente para defender e lutar pelos seus anseios e direitos, ou ainda, para identificar dados como: quais são as empresas do setor em questão; o que elas produzem; onde estão localizadas; e para quais mercados atuam. Nessa vertente, ainda nota-se a inexistência de qualquer tipo de cooperativa entre os produtores, visto que nesse ramo os fabricantes atuam de forma totalmente independente. Na maior parte, são tratados, por outros empresários, como “aventureiros” ou “corajosos”, reflexo dessa desorganização individualista por parte da classe observada. Dentre esse montante de empresas mencionadas o trabalho se enfoca nos dados obtidos através de visitas presenciais em vinte e nove fabricantes. Através de uma amostragem relevante, com mais da metade de seu público, pôde-se estimar a situação presente do setor produtivo paulista de habitações em madeira, identificando os seus participantes, seus produtos comercializados, seus padrões de acabamento e algumas de suas dificuldades enfrentadas. Em princípio, o estudo indicou que, atualmente, nove tipologias construtivas em madeira são comercializadas em São Paulo, tais como: a) Woodframe plataforma (variante mais racionalizada do entramado leve); b) Woodframe híbrido ou misto; c) Log-home (casas de toras de
madeira); d) Parede maciça de tábuas horizontais com encaixe de macho-efêmea; e) Parede maciça de tábuas verticais pregadas em ossatura de madeira; f ) Enxaimel ou columbagem (ossatura em madeira e vedação em alvenaria); g) Edificação modular; h) Tábua e mata-junta; i) Entramado pesado (ossatura de pilar-viga). Na sequência, verificou-se as possibilidades comerciais, por parte dessas 29 empresas, em relação às tipologias em madeira existentes. O levantamento indicou que, em geral, as empresas de menor porte são especializadas em somente uma tipologia construtiva, enquanto que as fabricantes mais consolidadas e de maior porte oferecem de duas a sete possibilidades construtivas a seus clientes finais. A tipologia de parede maciça de tábuas horizontais com encaixe macho-e-fêmea, apesar de seu baixo índice de racionalização de matériaprima, ainda apresenta a maior oferta entre as empresas fabricantes, popularidade resultante de sua robustez estrutural e de seus processos produtivos simplificados. As técnicas de woodframe plataforma e de pilar-viga surgem como alternativas muito populares entre as empresas, indicadas por sua versatilidade, uso racional de sua matéria-prima e rapidez de execução e montagem. No caso do pilar-viga, a possibilidade de edificação junto à alvenaria contribui para a sua proliferação, fato comprovado pela maior facilidade de obtenção de financiamentos em instituições financeiras públicas, por conta do uso misto da ossatura em madeira com vedações em alvenaria. Por sua vez, a tipologia em madeira menos popular consiste na casa de tábua e mata-junta, onde somente uma empresa, localizada no Sudoeste paulista, oferece em sua linha de produtos. Isso é resultado de sua alta popularidade no Norte do Paraná, durante a segunda metade do Século XX, por conta do Sudoeste paulista ser fronteiriço a essa região paranaense. Dessas tipologias, ainda foram avaliadas as possibilidades do padrão de acabamento das habitações co-
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mercializadas, na qual cada fabricante indicou as suas opções dentre as três variações de acabamento final: popular, intermediário e alto padrão. As fabricantes de casas de madeira, na sua maior parte, concentram no oferecimento de casas com acabamentos mais refinados, uma vez que, aproximadamente, 82% das empresas apresentam o acabamento intermediário e 86% dos fabricantes disponibilizam o acabamento de alto padrão. E por último, em torno de 27% dessas empresas mantêm o padrão de acabamento popular em sua linha de produtos. Essa situação é justificada pela grande barreira cultural existente em relação às casas de madeira, não somente em São Paulo como em todo o país, em razão de muitas empresas restringirem a oferta de acabamentos populares, visando minimizar uma visão errônea de que as habitações de madeira possuem uma qualidade inferior a alvenaria. Em contrapartida, os fabricantes se concentram na oferta de acabamentos superiores, direcionadas a muitas aplicações, como: casas de campo, casas de praia, mansões em condomínios fechados e construções comerciais. No entanto, atualmente o descrédito em relação à madeira como material construtivo está sendo reduzido pouco a pouco, uma vez que muitos dos clientes estão edificando suas primeiras moradias em madeira em zonas urbanas convencionais. Um dos problemas enfrentados no Brasil é a questão de uma boa moradia uni familiar com custo acessível, na qual diante de tal situação, levanta-
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se a hipótese de que pouco se busca e ou se conhece sobre as soluções alternativas à alvenaria, como por exemplo, a madeira. No entanto, algumas técnicas, como o woodframe, oferecem uma boa qualidade mesmo para os acabamentos populares, resultado da racionalização de sua concepção estrutural e arquitetônica. A prática do sistema woodframe no Brasil depende em grande parte do conhecimento da técnica, pois visto que, além das poucas desvantagens em relação aos demais sistemas de alvenaria e madeira de lei, trata-se de uma construção de casas de madeira de alta tecnologia, qualidade, velocidade, flexibilidade, conforto térmico e acústico e com preço competitivo. Por fim, o estudo avaliou o tempo global, indicado em dias, despendido
por cada empresa na fabricação e na montagem de seus produtos indicados pelas casas de madeira. Por convenção, se avaliou o tempo médio utilizado para edificar uma casa em cada uma das técnicas oferecidas por cada fabricante, na condição padrão de uma habitação térrea de 100 m2. O menor e o maior tempo indicam, respectivamente, as empresas com o melhor e com o pior rendimento produtivo. Além disso, calculou-se uma média e uma mediana de tempos dentre todos os resultados informados pelas empresas. A maior discrepância latente entre o menor e o maior tempo é notada na técnica modular. Refere-se aos casos isolados, em que o menor tempo utilizado é resultado da fabricação de canteiros de obra para habitações em ambientes industriais, enquanto que
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o maior tempo corresponde à fabricação de woodframes modulares de alto padrão, com duplo revestimento estrutural em OSB (camadas internas e externas). Por sua vez, as outras diferenças mais evidentes entre os menores e os maiores tempos de produção dentre as técnicas restantes, resultam no grau de industrialização da empresa, nos quais os menores tempos indicam uma produção parcial ou completamente fabril e os maiores tempos resumem-se nas manufaturas e montagens realizadas diretamente nos canteiros de obras. Em um paralelo com uma edificação do mesmo tamanho – térrea de 100 m² – feita em alvenaria de tijolos, a mesma pode demandar um tempo médio de execução de 100 a 250 dias, dependendo do tamanho da equipe de construção e do nível de industrialização empregados na obra. Assim, mesmo no nível mais eficaz de produção, a alvenaria demanda um maior tempo de execução, isso, quando se compara aos tempos médios utilizados por equipes relativamente pequenas na fabricação e montagem de qualquer uma das tipologias em madeira. Mesmo na tipologia construtiva franco-alemã de enxaimel, que emprega a alvenaria em sua vedação, o seu tempo de conclusão é muito mais curto, por conta do uso de pilares e vigas de madeira no lugar das colunas de concreto. Nos menores tempos obtidos por empresas que produzem as habitações em madeira de modo mais industrializado e mecanizado, essas soluções arquitetônicas em madeira conferem uma enorme vantagem em relação aos melhores tempos obtidos pela alvenaria. Nesse caso, geralmente as técnicas em madeira são ligeiramente mais onerosas, por sua elevada pré-fabricação, entretanto, oferecem um custo global competitivo, uma vez que demandam um menor tempo de utilização da mão-de-obra. Como uma conclusão desta pesquisa destaca-se a dificuldade de visualizar a madeira como uma solução interessante para a construção de casas. O que não deixa de ser paradoxal no Brasil . Isso é justificado pelo baixo consumo de casas de madeira no cenário nacional. Em relação a essa baixa procura por casas de madeira, uma alternativa pertinente para a sua difusão consti-
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Habitação tui-se na produção em escala de edificações padronizadas, entretanto, com a oferta de possibilidades de personalização individualizada, tal como ocorre em uma manufatura de automóveis do segmento premium ou luxo. Outra saída consiste na produção artesanal de alto padrão minuciosamente focada em exemplos inéditos ou diversificados, com projetos assinados por renomados arquitetos e engenheiros. Paralelamente, se alerta que a divulgação e a conscientização da população em relação às técnicas e aos materiais sustentáveis podem mudar a realidade brasileira em termos de habitação. Nota-se que bons exemplos construtivos e arquitetônicos em madeira encontrados na atualidade, especialmente em alto padrão, constituem-se, em geral, na segunda habitação de famílias de elevado poder aquisitivo, ou ainda nas primeiras moradias situadas em condomínios fechados. Esse fato vem modificando gradativamente a antiga visão das casas de madeira com baixa durabilidade e ineficiência do ponto de vista do conforto térmico-acústico, como por exemplo, as casas do tipo tábua e mata junta. Apesar de depender do padrão de acabamento da habitação, pode-se concluir que as construções em madeira apresentam, de um modo geral, vantagens construtivas em relação ao tempo de execução. Fato esse que representa um grande ganho financeiro frente à dificuldade atual com a mão de obra escassa no setor na construção civil. Conclui-se ainda que o menor
tempo despendido nas construções em madeira está relacionado às empresas mais mecanizadas, ou seja, com as fabricantes que possuem um maior número de etapas de manufatura em ambientes industriais e não nos próprios canteiros de obras. Nesses casos, destacam-se os fabricantes das técnicas construtivas em madeira mais eficientes, limpas e racionalizadas, como: woodframe plataforma e woodframe modular de alto padrão. Mesmo nas outras tipologias em madeira, ainda nota-se uma grande vantagem temporal em relação à alvenaria de tijolos, uma vez que demanda menos mão-de-obra no canteiro, por conta da pré-fabricação industrial de elementos e componentes construtivos. De qualquer modo, pode-se afirmar que há uma necessidade latente
em se realizar capacitações e rápidos treinamentos para se obter uma maior velocidade de produção e uma melhor qualidade no acabamento das casas de madeira. Esse importante dado foi coletado a partir de relatos unânimes nas vinte e nove empresas visitadas. Outra vantagem das tipologias construtivas em madeira, especialmente nas empresas mais industrializadas, é a menor geração de resíduos, pois há um aproveitamento maior de pequenas peças e um planejamento mais eficaz nas etapas de fabricação. Com essas contribuições, esperase que os envolvidos no setor de casas de madeira se estimulem para o seu futuro progresso, através de discussões baseadas nestes e em outros dados confiáveis, alavancando o referido setor de seu estágio inicial para um novo patamar de maior visibilidade e importância no cenário brasileiro. RM Victor A. de Araujo
Mestrando em Recursos Florestais e Engenheiro-Pesquisador do Grupo de Pesquisa LIGNO. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo (ESALQ/USP)
José N. Garcia
Professor Titular do Programa de PósGraduação em Recursos Florestais
Maristela Gava Juliana Cortez-Barbosa
Professoras Assistentes Doutoras e Professoras-Líderes do Grupo de Pesquisa LIGNO, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Campus de Itapeva-SP
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A importância de trabalhar com metas
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odo negócio, desde o dia em que é aberto, deve trabalhar com metas, seja por produto, unidade, região, valor em dinheiro. E elas devem ser comparadas, sempre com a meta do mês, para que o empresário saiba a % (porcentagem), de resultado atingido. E também ter períodos, que podem ser diários, semanais, quinzenais, mensais, trimestrais, semestrais, anuais. Todos os períodos podem acumular resultados, facilitando o controle das metas. O que é meta ? É um resultado que precisa ser atingido, envolvendo produtos, recursos e pessoas. Todos os setores de uma empresa devem ter metas, em todos os períodos que forem importantes ao tipo de negócio. Exemplos de metas ? • Vender 20% a mais de um produto qualquer. Ex: vendia 100. Quer vender 120 (100 x 1,20) (pode usar na indústria, comércio, distribuidoras). • Reduzir 50% o tempo para carregar um caminhão. Gasta 90 minutos. Quer reduzir para 45 minutos. (pode usar em transportadoras, CD´s, distribuidoras, indústrias, comércios, serviços). • Reduzir em 10% o consumo de tinta para pintar uma casa de 200m². Usa 30 latas de tintas de 20 lt, que vão dar 600 lt. Quer reduzir para 540 lt (600 x 0,9) (pode usar em construtoras, firmas de pintura próprias ou terceirizadas). • Ganhar 15% no tempo de corte, dobra, solda, revisão de um produto
industrial. Se gasta 60 minutos, quer reduzir para 51 minutos (60 x 0,85) (pode usar em indústrias de qualquer produto que tenha essas etapas na produção). • Reduzir o tempo de banho e pintura em produção de móveis metálicos em 12%. Se o lote gasta 5 h, que dariam 600 minutos, quer reduzir para 528 minutos (600 x 0,88) (pode usar em fábricas de móveis metálicos, que dão banho de proteção e depois pintam os produtos, como armários de aço para escritório) • Reduzir a zero a remessa de produtos defeituosos. Se tem 15 produtos por mês, quer zerar reduzindo 100% do volume. (pode usar em CD´s de varejistas, tanto da linha branca, como de qualquer outro produto, principalmente os que demandam montagem, eletrônicos, móveis). Dificuldade em estabelecer metas As metas movem as empresas e também as pessoas, que também devem ter suas metas pessoais, se possível alinhando com as profissionais. Uma pessoa ou negócio sem metas é como um navio sem direção, que deriva e corre o risco de afundar, em rochedos ou encalhar, em bancos de areia. As metas são o leme, a bússola e o destino, em direção ao porto ou resultado que foi determinado. Quando você diz, eu quero vender muito, é um desejo, porque não estabelece quantidade ou período. Se você disser, eu quero vender r$100.000,00 no próximo mês será uma meta, tem uma quantidade definida e um período.
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Por que meta sempre deve ser 100% ? Não adianta ter meta de 98 ou 99% por cento. Se quisermos obter um mínimo de 99% num processo de 10 etapas, obtendo-se 99% em cada etapa, teremos apenas 90% de resultado. Se você acha que isso é bom, é bom lembrar que a diferença de DNA entre um homem e um chipanzé é de apenas 1%. Imagine ter menos 1% de DNA! Alguns exemplos abaixo, aprofundam essa citação. • Imagine as enfermeiras derrubando apenas 1% dos bebês no berçario na maternidade. • Bancos extraviando apenas 1% dos cheques....contra nossas contas correntes. • Fornecedores de nossa principal matéria prima, furando entregas em 1% de nossos pedidos. • De cada 100 aviões, apenas 1% caíssem. • De cada 100 veículos que cruzassem com o nosso, apenas 1% trombasse conosco. Alguns indicadores • Vendas por vendedor (comércio, indústrias, serviços) • Vendas por unidade (redes de lojas, matriz e filiais de qualquer negócio) • Vendas por região (todo tipo de negócio e suas regiões de atuação, estado, cidade) • Vendas por m² ( muito usada em supermercados e grandes lojas de varejo) • Vendas por ticket (uma das mais usadas atualmente, tanto em supermercados, como lojas de varejo e até indústrias). • Crescimento comparativo entre
meses (jan de 2014 x jan de 2015), Ex: em jan/14: 150. Em jan/15:230. Aumento: 53,33 %. (230/150-1.x100) • Ou abr de 2015 x mar de 2015). Em abr/15:200. Em Mar/15:146. Aumento: 36,99%. (200/150-1.x100). Controle de metas De uma forma prática e rápida, você poderá controlar as vendas por vendedor (diária e acumulada), por dia (diária e acumulada) e comparar com o período em andamento (semana ou mês), apurando a % (porcenta-
gem), do resultado atingido. Exemplificando : • No dia 1, o vendedor A vendeu 150 e o vendedor B vendeu 185. A venda total foi 335. Acumulado 335. • No dia 2, o vendedor A vendeu 196 e o vendedor B vendeu 175. A venda total foi 371. Acumulado 706. Analisando, se a meta do mês inteiro for 4500. O atingimento da meta mensal no dia 1, será 7,44 ou 335/4500. No dia 2, como o acumulado já será 706, teremos 15,69% ou 706/4500. Você poderá também controlar a média/dia por vendedor ou total e comparar com a meta do mês. • O vendedor A (150 + 196 = 346/2 dias = 173 média dia. Se o mês tiver 22 dias úteis e já gastou 2, sobrarão 20 dias úteis para venda. Assim 20 x 173 = 3460. Somando com a venda realizada de 346, vai atingir 3806. Como a meta do mês é 4500, vai atingir somente 84,58% da meta. Ou seja, terá que aumentar a média da venda diária para atingir a meta. • Da mesma forma, poderão ser feitos os cálculos para o vendedor B. Isso é chamado de Projeção das Vendas, pela média diária de venda,
seja vendedor,produto, unidade do negócio (loja, filial). Você também poderá criar gráficos para analisar a performance ou resultado de cada vendedor, facilitando a visualização dos resultados. E o comportamento das vendas dia a dia, conseguindo ver os dias de semana onde a venda melhora e até os horários em que isso ocorre. Os modernos CRM ou ERP já permitem isso, mas nas falta poderá usar planilhas Excel. Um gráfico que sugerimos criar é comparar a Meta Geral com o Realizado, toda semana. E também reunir a equipe de venda semanalmente para discutir as metas, as dificuldades ou necessidade apoio que precisam para alavancar as vendas do mês. RM Prof. João Mariano de Almeida
Administrador de empresas, com pós em RH e mestrando em Gestão de Negócios, atuando desde 1981, em Projetos de Melhorias de Resultados. É autor dos áudiolivros “As 10 Dicas para Sucesso da Empresa Familiar” e “Sugestões para Solucionar Problemas na Gestão Familiar”, Cel. (17) 99702-1007 / em: pmr.mariano@bol.com.br
Artigo
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170 milhões de hectares de floresta vão desaparecer até 2030
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nze lugares do mundo – dos quais 10 estão localizados na região tropical – serão responsáveis por mais de 80% da perda mundial de florestas até 2030, de acordo com uma pesquisa divulgada hoje pela Rede WWF. Até 170 milhões de hectares de florestas poderão desaparecer entre 2010 e 2030 nessas “frentes do desmatamento”, caso se mantenha a tendência atual, segundo as descobertas reveladas no último capítulo da série Relatório Florestas Vivas, da Rede WWF. Essas frentes estão localizadas na Amazônia, na Mata Atlântica e no Grande Chaco (Bolívia, Paraguai e Argentina), em Bornéu, no Cerrado, no Choco-Darien (no Oeste do Equador), na Bacia do Congo, na África Oriental, no Leste da Austrália, no Grande Mekong, na Nova Guiné e em Sumatra. Esses locais possuem uma das maiores riquezas em termos de vida silvestre, inclusive espécies ameaçadas de extinção. E todos eles abrigam comunidades indígenas. O relatório está baseado numa análise anterior realizada pela Rede WWF, que mostra que mais de 230 milhões de hectares de florestas irão desaparecer até 2050 se não forem adotadas ações para enfrentar essa situação e, ainda, que a perda florestal precisa ser reduzida até alcançar o nível quase zero até 2020, de forma a evitar a ocorrência de mudanças climáticas perigosas e perdas econômicas. Os biomas Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado são três biomas brasileiros mencionados no relatório. O bioma Amazônia compreende 6,7 milhões de km2, uma área compartilhada por nove países: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Ve-
nezuela, Guiana, Suriname, e Guiana Francesa. Mais de 34 milhões de pessoas vivem na região Amazônica. Entre elas, incluem-se 385 grupos indígenas, 60 dos quais vivem em isolamento voluntário. A maior floresta do mundo é também o local onde são esperadas as maiores perdas. Se for mantida a recente tendência de desmatamento, até 2030 mais de uma quarta parte da Amazônica ficará sem árvores. As principais ameaças provêm dos crescentes interesses políticos e econômicos e de uma visão de curtíssimo prazo sobre como devem ser usadas as terras e as riquezas naturais da Amazônia. As ameaças variam conforme o país e mesmo dentro do mesmo país, mas elas podem ser caracterizadas como especulação e apropriação ilegal de terra (grilagem), agricultura mecanizada em grande escala, e a pecuária extensiva, infraestrutura de
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transportes e, em menor grau, agricultura de subsistência em pequena escala. Mais importante do que separar as causas, no entanto, é compreender a relação geográfica e econômica entre elas, bem como o efeito multiplicador de sua combinação. O Cerrado brasileiro é o terceiro mais ameaçado. É a segunda formação vegetal em extensão na América do Sul após a Amazônica. O Cerrado ocupa ¼ do território brasileiro, o que corresponde a uma área de mais de dois milhões de km², ligando nove estados brasileiros. Sua localização diz muito sobre sua importância, pois ele faz conexão com os com 4 dos 5 biomas do país - Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga e Pantanal -, por isso compartilha animais e plantas com estas regiões. Além de abrigar exemplares únicos da biodiversidade. Ele contém quase 5% de todas as espécies do planeta, mas menos de 3% (do bioma) está em unidades de conservação de proteção integral. As principais ameaças do Cerrado estão relacionadas à expansão de pasto para criação de gado e aos monocultivos de eucaliptos e de soja que, desde a década de 1970 geram muitos impactos ambientais, acarretando em grandes desmatamentos e conflitos socioambientais. Também se somam como fatores de risco para o bioma os incêndios florestais e a ampla demanda por produção de carvão vegetal para a indústria siderúrgica. O desmatamento e as queimadas já devastaram cem milhões de hectares do Cerrado, ou seja, metade do bioma. Tais práticas de uso do solo são as principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa no Brasil. RM
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Produção de carvão vegetal
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carbonização, ou pirólise, consiste em transformar a madeira em carvão através de tratamento térmico em fornos com reduzida quantidade de oxigênio. Dois produtos resultam desse processo: i) carvão vegetal e ii) gases de carbonização condensáveis e não condensáveis, tais como água, dióxido e monóxido de carbono, líquidos pirolenhosos (bio-óleo) e alcatrão. O objetivo da carbonização é a concentração dos teores de carbono no material, que passa de 45% na madeira para 80% no carvão. Alguns aspectos importantes da matéria-prima que influenciam no rendimento do processo e no produto final são: i) qualidade da madeira; ii) densidade; iii) homogeneidade; iv) umidade; v) contaminação; vi) qualidade dos fornos; vii) controle do processo; viii) condições climáticas. A secagem da madeira, etapa determinante no rendimento do processo, é atualmente feita no campo ou em pátios intermediários ao ar livre. Em geral, o tempo para se obter uma umidade média entre 25 e 30% é de 90 a 150 dias, não apresentando redução significativa após esse período. Os fatos apresentados acima apontam para a necessidade de se desenvolver uma análise mais criteriosa da cadeia produtiva do carvão vegetal, a saber: • aumento da eficiência e produtividade no processo de carbonização; • redução da emissão de gases não queimados; • melhoria no processo de secagem da madeira (redução do tempo de secagem e da umidade na matéria-prima). A combustão adequada e controlada dos gases de carbonização é a solução recomendada para restringir a composição dos gases emitidos para a atmosfera em gás carbônico, vapor d’água e nitrogênio, preponderantemente. A figura 1 mostra a instalação industrial de uma câmara de combustão de gases de carbonização (ou GGQ – Gerador de Gases Quentes). As reações de combustão de monóxido de carbono, hidrogênio, metano, alcatrões, metanol e ácido acético, todos na composição dos gases de escape dos fornos de carbonização, liberam uma quantidade de energia bastante relevante e que deve ser aproveitada. Em média, o carvão vegetal
A madeira proveniente do manejo de florestas de eucalipto plantadas apresenta-se como uma matéria-prima versátil, com potencial de utilização em diversos setores da indústria. Neste artigo, descrevemos a utilização da madeira para produção de carvão vegetal, como combustível alternativo em processos industriais diversos, e seu uso para geração de energia elétrica.
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Figura 1: Câmara de combustão de gases de carbonização (GGQ). mantém cerca de 55% da quantidade de energia referente ao poder calorífico inferior da madeira, o restante é transferido para os gases de carbonização. A figura 2 ilustra a energia contida nos produtos do processo de carbonização (em kcal por tonelada de madeira seca). A Combustão completa desses gases é importante para minimizar impactos negativos da prática de carbonização ao meio ambiente e também maximizar o potencial de aproveitamento térmico. Para a obtenção de melhores resultados, deve-se priorizar a qualidade da queima. Tecnologias atuais permitem a combustão completa, estável, controlada e segura dos mencionados com-
ponentes em câmaras de combustão (ou GGQ’s), minimizando os impactos e maximizando o potencial de aproveitamento térmico. Além disso, com relação à vida útil da instalação e segurança do trabalho, é fundamental que o projeto dessas câmaras empregue materiais com especificações adequadas às temperaturas e condições de operação previstas. Os produtos da combustão dos gases de carbonização representam relevante disponibilidade térmica tanto para a secagem da madeira a ser enfornada, quanto para a cogeração na unidade industrial. A seca-
termoelétrica convencional de ciclo a vapor (Rankine). Uma planta moderna de produção de carvão vegetal integra todos esses processos de aproveitamento dos gases e melhorias operacionais e ambientais, como combustão, secagem, cogeração, entre outros, como mostrado na figura 3.
gem da madeira em etapa prévia à carbonização representa, de modo geral, um potencial de redução de cerca de 10% do tempo de carbonização. Uma produção média de 5 t/h de carvão a partir de madeira seca tem potencial para a geração de 7 MW, considerando uma planta
determinada aplicação industrial, é interessante desenvolver uma avaliação das características do processo considerado. Os aspectos principais desta análise para instalações existentes são: • condições de combustão em equipamentos originalmente projetados para outro tipo de combustível e requisitos mínimos para a queima adequada da madeira; • exigências do processo relacionadas a aquecimento, características físicoquímicas da biomassa e dos produtos de combustão, presença de cinzas, etc; • impactos sobre a eficiência energética e capacidade produtiva do sistema; • layout da instalação existente e espaço disponível para instalação de equipamentos e sistemas adicionais; • comparação de custos de operação e manutenção. Em fornos industriais, como calcinadores de processo de produção de Fe-Ni, é possível uma substituição parcial de óleo combustível por madeira. Essa par cela aumenta com a redução de umidade e granulometria da biomassa, e em função da capacidade do sistema de tratamento e exaustão de gases. A combustão completa da madeira e o perfil térmico na zona de queima do
Figura 2: Distribuição de energia dos produtos do processo de carbonização.
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Combustão em processos industriais Tendo a premissa de que o custo energético da madeira é inferior ao do combustível atualmente utilizado para uma
forno são dependentes da umidade e da granulometria da madeira. Além disso, comparando-se a combustão de eucalipto e de óleo combustível com a vazão de ar estequiométrica, obtêm-se as seguintes características para os produtos de combustão: Em alguns processos industriais, a viabilidade técnica ou mesmo uma maior utilização de biomassa é alcançada com a gaseificação (biogás) ou liquefação (pirólise rápida – bio-óleo) da madeira para possibilitar condições adequadas de queima e atender as exigências do processo. Um forno de pelotização de minério
energia elétrica, uma planta de cogeração pode ser o caminho para a redução de custos operacionais nos mais diversos setores industriais que utilizam vapor em seus processos produtivos. Neste sistema, o eucalipto é um combustível interessante para a geração de vapor de alta pressão. Grande parte das usinas de açúcar e álcool em operação no Brasil possui planta de geração elétrica voltada à venda de energia às concessionárias do sistema nacional. O aproveitamento da capacidade instalada em plantas termoelétricas deste setor está relacionado à safra de cana e
plantas termoelétricas existentes e que operam com ciclo a vapor. Esta substituição é facilitada se a caldeira instalada é de leito fluidizado ou de grelha, comum em unidades que trabalham com bagaço de cana no Brasil. Ambos permitem uma substituição, ao menos parcial, do bagaço por cavaco de madeira. Considerando a implantação de uma unidade dedicada exclusivamente à geração de energia elétrica, têm-se como números preliminares que uma floresta de eucalipto com área plantada de cerca de 21.000 ha tem potencial para a geração de
de ferro, por exemplo, tem seu aporte térmico dividido entre queimadores a óleo ou gás combustível em zonas de queima, e carvão mineral ou coque de petróleo misturado ao minério alimentado. Em processos como este, há espaço para a utilização de madeira tanto para as zonas de queima como para a carga de minério. No caso das zonas de queima, pode ser utilizada madeira seca e moída, bio-óleo ou biogás, e no caso da mistura à carga de minério, carvão vegetal de alto carbono fixo. Normalmente, o retorno financeiro é mais atrativo na substituição de combustíveis das zonas de queima, em função dos preços de combustíveis utilizados. Neste caso é necessário abordar o aproveitamento de ar quente de resfriamento (impactos sobre a eficiência energética) e capacidade das máquinas de fluxo (impactos sobre a produtividade).
possível folga de projeto. Se a safra não é boa, a produção de bagaço é reduzida, e consequentemente, a capacidade instalada não é totalmente utilizada. É o que acontece em anos de seca, por exemplo. A produção de álcool de segunda geração leva a uma redução da quantidade de bagaço disponível como combustível para a planta termoelétrica, e uma vez implantada em usinas existentes, há demanda por um combustível complementar, e a madeira se apresenta como uma alternativa de grande potencial. Há ainda outros setores industriais, como o de suco de laranja, que estão equipados com plantas de cogeração a bagaço de cana. Estas unidades industriais sofrem diretamente as consequências de uma safra ruim de cana de açúcar (pouca oferta de bagaço e preço elevado), e o cavaco de madeira pode ser uma alternativa. A utilização de madeira como combustível para a geração de energia no Brasil está relacionada principalmente ao setor de papel e celulose. Em suas unidades industriais, há instalações termoelétricas e de cogeração, com base em ciclos a vapor. Em função dos avanços em tecnologias de combustão e transformação de biomassa, liquefação e gaseificação, é possível a substituição de combustíveis em
64 MWe. Esse potencial de geração termoelétrica considera uma instalação constituída basicamente de caldeira de leito fluidizado para cavaco, turbina a vapor, condensador e gerador elétrico. Para a viabilidade técnica e econômica de uma planta termoelétrica é necessária a análise de alguns fatores: • disponibilidade de água na região; • tecnologias acessíveis; • proximidade de linhas de transmis são de energia; • preços da madeira e da energia elétrica. O primeiro e o segundo itens são correlacionados, pois havendo disponibilidade de água (referência: 1,4 m³/MWh), implanta-se uma unidade termoelétrica com ciclo a vapor, com tecnologias mais consagradas no mercado. Se há carência de água, as tecnologias poderão envolver gaseificação da madeira (biogás), bio-óleo por pirólise rápida e turbinas ou grupos RM geradores especiais.
Geração de energia elétrica Em função da situação energética, industrial e econômica do Brasil, pode ser interessante a expansão da utilização de madeira como combustível para a geração de energia elétrica. Em períodos de preços elevados da
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Briquete
Briquete: lenha ecológica
Revista da Madeira
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Briquete é uma lenha ecológica (reciclada) que é resultado do processo de secagem e prensagem de serragem ou pó dos mais diversos tipos de madeira e de resíduos florestais e industriais. O Briquete é fabricado através do processo de compactação mecânica e não tem nenhum componente químico ou aglutinante no processo. Os briquetes são blocos cilíndricos ou poligonais de biomassa compactada com volumes geralmente variáveis entre 0,8 cm3 e 30 cm3 cada, e que podem substituir a lenha em instalações que utilizam esta como fonte energética (principalmente uso industrial ). O briquete é adequado para uso em caldeiras industriais e também na substituição com grande eficiência o uso da lenha comum, o óleo combustível e o gás natural. O Briquete é o combustível sólido mais limpo que existe no mercado. O Briquete é uma forma sustentável de energia. O uso da matéria-prima necessária para a produção do Briquete tem como conseqüência a limpeza dos resíduos florestais, o que, por sua vez, contribui para uma grande redução do risco de incêndios e queimadas.
dade a temperatura se eleva rapidamente, produzindo menos fumaça cinza e fuligem em relação à lenha; f ) O Briquete é vendido por peso certo.
BRIQUETAGEM
VANTAGENS DO USO DO BRIQUETE Vantagens do Uso dos Briquetes: a) São produzidos em tamanhos padrões; b) São fornecidos em embalagens padronizadas, uma tonelada de briquete substitui até 5 m3 de lenha; c) Poder calorífico de 2,5 vezes maior do que o da lenha; d) Espaço de armazenagem reduzido, possibilitando assim a manutenção de estoques reguladores e de emergência; e) Devido a baixa umi-
que a lenha; h) Maior temperatura de chama; i) Permite o aproveitamento dos resíduos das indústrias de base florestal, agro-agrícolas, agroalimentares, entre outros de origem vegetal; j) Aumento do poder calorífico líquido dos materiais por unidade de volume; k) O produto final é de fácil transporte e armazenamento; l) O processo ajuda com o manejo dos resíduos sólidos; m) O processo ajuda na redução do desmatamento, já que o briquete é um substituto da lenha e do carvão vegetal. n) Menor custo direto e indireto. Reduz o impacto negativo sobre as florestas nativas para a retirada da lenha e menor mão-de-obra no manuseio. o) Não danifica a fornalha no manuseio de abastecimento. p) É liberado pelo IBAMA dispensando licença.
Já a lenha é comercializada por m3, o que permite perdas devido aos vazios em seu empilhamento; g) Alto poder calorífico mais homogêneo
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A briquetagem consiste na aglomeração de partículas finas por meio de pressão, com auxílio ou não de um aglutinante, permitindo a obtenção de um produto não só compactado, porém com forma, tamanho e parâmetros mecânicos adequados. A redução de volume do material, em alguns casos, além dos benefícios tecnológicos, permite que materiais finos possam ser transportados e armazenados de forma mais econômica. Os briquetes, cujo processo de endurecimento foi realizado à temperatura ambiente, apresentam baixa resistência mecânica quando submetidos à temperatura elevada. O seu uso fica restrito aos processos onde se utiliza baixa pressão. O processo pode ser dividido em quatro etapas: alimentação ou preparação; mistura; compressão e tratamento térmico. RM
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Revista da Madeira
Eucaliptus de diferentes idades para uso bioenergético
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as últimas décadas, o crescimento populacional exacerbado e, consequentemente, o aumento da demanda por energia, aliado à crise dos combustíveis fósseis e a sofisticação do parque tecnológico, causaram um aumento da pressão sobre a floresta nativa de muitas regiões, em diferentes partes do mundo, incluindo o Brasil, especialmente para a produção de lenha e carvão vegetal de uso siderúrgico. A política interna brasileira pretende utilizar para a produção de carvão vegetal somente florestas plantadas, pois as mesmas proporcionam uma maior uniformidade do carvão produzido em substituição a florestas nativas e apresentam um ciclo relativamente curto, tornando-as mais sustentáveis. Estima-se que a indústria siderúrgica mineira, a maior do Brasil, apresenta um déficit de carvão vegetal oriundo da floresta plantada de 41,5% do total consumido. Sendo assim, a utilização de madeiras de florestas plantadas, tendo como seu maior representante espécies e clones do gênero Eucalyptus, contribuem para a minimização dos problemas relacionados ao uso inadequado das matas nativas. As madeiras de florestas plantadas, apesar de se ter um grande conhecimento das questões silviculturais e de
manejo, ainda não se conhece suficientemente a qualidade de suas madeiras, principalmente considerando os plantios mais jovens e com predominância de madeira juvenil. Desse modo, são necessários mais estudos relativos ao desempenho da madeira, para melhor compreender a qualidade dessa matéria-prima, que, além de possuir rápido crescimento volumétrico, deve apresentar características tecnológicas adequadas, principalmente quando seu destino for para a produção de carvão vegetal siderúrgico. Vários autores na literatura concordam que as características tecnológicas mais relevantes referentes à madeira para fins energéticos são a umidade, teor de lignina, densidade básica, densidade energética; além da estimativa de massa seca a composição química, principalmente o alto teor de lignina, aliada à elevada densidade básica da madeira, contribui de forma positiva para o rendimento em carvão vegetal e na seleção de clones de eucalipto para a produção de bioenergia. O teor de lignina total na madeira, apesar da sua importância, não pode ser utilizado isoladamente como parâmetro de classificação da madeira para fins energéticos. Dessa forma, outras características
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tecnológicas da madeira merecem atenção. Como exemplos citam-se: os teores de carbono, hidrogênio, oxigênio e cinzas, pois são fundamentais para a avaliação de combustíveis lignocelulósicos e podem ser considerados como um índice de desempenho energético. Nesse sentido, visando uma análise preliminar de vários clones de Eucalyptus spp. podem-se utilizar métodos de caráter não destrutivo. Existe uma grande gama desses ensaios que estão sendo cada vez mais utilizados no setor florestal. Métodos como o NIR, raios-X, tomografia, ultrassom, ondas de tensão, Resistograph®, Pilodyn®, entre outros, estão sendo ajustados para estimar diferentes propriedades da madeira. Nesse contexto, visando incrementar o processo de seleção de clones de Eucalyptus para a produção de bioenergia diretamente no campo, pode-se optar por utilizar métodos não destrutivos, como o Pilodyn®. Este equipamento, apesar da simplicidade, é muito útil para inferir a respeito da densidade básica e de outras características da madeira. Através de uma pesquisa foi avaliado as características químicas e físicas da madeira de clones comerciais de Eucalyptus spp. (I144 e I220), em diferentes idades (49 e 61 meses), visan-
do o seu uso bioenergético e relacionar tais características com a profundidade de penetração do pino do Pilodyn®. Estas amostrados foram coletadas no município de Bom Jardim de Minas, com espaçamento de plantio de 3,5m x 2,5m. Foram amostradas de forma casual quatro árvores de cada clone, sendo retirados discos de 2,5 cm de espessura a 2, 10, 30, 50 e 70% da altura comercial da árvore (considerada até um diâmetro mínimo de 5 cm com casca além de um disco extra a 1,30 m de altura do solo (DAP). Como resultado desta pesquisa constatou-se que o efeito da idade na qualidade da madeira para a produção de energia foi mais pronunciado do que o efeito clonal. A madeira dos clones de 61 meses mostrou-se mais indicada para a produção de carvão vegetal, pois apresentou menor conteúdo percentual e volumétrico de holocelulose e maior de lignina total. Já a madeira de 49 meses poderá ser destinada para a produção direta de energia na forma de lenha. O clone I144 apresentou menores valores para a densidade básica, para as densidades energéticas e para o estoque de carbono na madeira em relação ao clone I220. Contudo, o clone I144 se destacou quanto às características de crescimento (DAP e altura total). Esse resultado é um indicativo da necessidade de incorporar parâmetros de produtividade na avaliação da qualidade da madeira para a produção de bioenergia. Com base na análise termogravimétrica pode-se inferir que a madeira do clone I144 na idade de 61 meses é mais propícia para a produção de carvão vegetal considerando uma temperatura final de carbonização inferior a 488°C. Os ajustes obtidos entre a profundidade de penetração do pino do Pilodyn® e as variáveis dendrométricas e da madeira indicam a viabilidade de utilização desse método não destrutivo para uma avaliação rápida dos clones de Eucalyptus spp. RM Thiago de Paula Protásio depaulaprotasio@gmail.com Selma Lopes Goulart lopesgoulart@yahoo.com.br Thiago Andrade Neves thiago.neves@saint-gobain.com Maíra Reis de Assis maira1403@yahoo.com.br Paulo Fernando Trugilho trugilho@dcf.ufla.br
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Aproveitamento dos resíduos da construção civil para geração de energia
Revista da Madeira
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ser humano tem produzido grande quantidade e variabilidade de resíduos gerados através do adensamento e urbanização das cidades, em especial aquelas que crescem de forma acelerada, podendo sofrer graves problemas ambientais, sociais e sanitários. A redução e o controle destes efeitos exigem um manejo e disposição adequada na busca por um gerenciamento, tendo em vista os efeitos globais de comprometimento com o ambiente, além da possibilidade do reaproveitamento dos resíduos como fonte de energia alternativa. A indústria da construção civil é reconhecida como uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social, apesar da grande geração de resíduos. Muitas vezes por falta de políticas e fiscalização, os entulhos são lançados de forma desordenada nas ruas, praças, córregos e terrenos baldios provocando riscos ao ser humano e ao ambiente, onde proliferam vetores, animais peçonhentos e também o mosquito transmissor da dengue. Diante da situação de disposição dos resíduos nas cidades, o poder público municipal atua freqüentemente com medidas paliativas, realizando serviços de coleta e disposição em algum terreno que seja necessário o aterramento. Mas tal prática não soluciona definitivamente o problema do grande volume gerado de resíduos da construção civil e, pelo contrário, incentiva à continuidade da disposição irregular. A madeira é um elemento fundamental na construção civil, é utilizada de diversas formas e etapas de uma obra, portanto o estudo
de revisão busca informações sobre maneiras e a importância do aproveitamento dos resíduos de madeira da construção civil para geração de energia alternativa, evitando a disposição irregular como o assoreamento dos rios e queima a céu aberto, além do seu potencial e benefícios na contribuição para as necessidades de energia da sociedade moderna evitando assim futuros desmatamentos. Frente às pressões ambientais com o aquecimento global e com o aumento do CO² na atmosfera, os combustíveis fósseis são a principal fonte primária global de fornecimento de energia. As outras fontes somadas representam menos de 15%, composto por: energia nuclear, hidroelétrica e renovável (biocombustíveis, energia eólica, energia geotérmica e energia solar). A busca por fontes renováveis de energia é uma preocupação nos dias atuais em face da escassez dos com-
Frente às pressões ambientais com o aquecimento global e com o aumento do CO² na atmosfera, os combustíveis fósseis são a principal fonte primária global de fornecimento de energia. As outras fontes somadas representam menos de 15%, composto por: energia nuclear, hidroelétrica e renovável (biocombustíveis, energia eólica, energia geotérmica e energia solar).
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bustíveis fósseis e das alterações climáticas causadas pelas emissões dos gases do efeito estufa. Neste cenário, surgiram outras fontes de matérias primas para fonte de energia alternativa. No Brasil, a biomassa constitui uma das alternativas energéticas recentemente avaliadas, considerando a extensão de áreas agricultáveis no país, as características edafoclimáticas de seus ecossistemas e a sua diversidade biológica. Apesar de muito importante para a sociedade, a indústria da construção civil é uma grande geradora de resíduos. A construção civil é responsável pelo consumo de 66% de toda madeira extraída e gera 40% de todos os resíduos sólidos na zona urbana. Composto por restos de tijolos, cimento, gesso, PVC, fiação elétrica, cerâmicas e madeiras, etc, . . . O aumento da renda socioeconômica brasileira acarretou em desenvolvimento das cidades, contribuindo para um enorme aumento de construções de unidades unifamiliares e multifamiliares. Outro marco brasileiro que colabora para a elevação do número de construções é o programa do Governo Federal em parceria com a Caixa Econômica Federal, conhecido como “Minha Casa Minha Vida” que aquece o ramo da construção civil em todo território nacional. Outra afirmativa relevante é que os países em desenvolvimento se confrontam, ainda com a imposição do modelo consumista, como paradigma de crescimento econômico e modernidade e com a deterioração do ambiente causado por técnicas que tratam ou dispõem os resíduos de forma inadequada, em função das menores restrições legais e de
capacidade de controle existentes, como políticas de incentivo, normas aplicadas e fiscalização. Devido à variedade dos resíduos sólidos resultantes do processo da indústria da construção civil, estas se classificam pelas características ou propriedades identificadas. A classificação é relevante para a escolha da estratégia de gerenciamento e reaproveitamento mais viável. A norma NBR 10004/2004, trata da classificação de resíduos sólidos quanto a sua periculosidade, ou seja, características apresentadas pelo resíduo em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto- contaminantes, podendo apresentar potencial de risco a saúde pública ou ao meio ambiente. A madeira é classificada como um: Resíduos Classe II – Não Inertes, podem ter propriedades como: biodegrabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. A Resolução Federal 307/2002 do CONAMA – Resíduos da Construção Civil, estabelece uma classificação, critérios e procedimentos para a correta gestão dos resíduos, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais e no caso do classe B, incluindo a madeira, ou
seja, por esta resolução federal após sua utilização no canteiro de obras, ela deve estar separada e organizada de forma a facilitar o recolhimento no canteiro de obras para posterior reciclagem. Existe um conjunto de leis e políticas públicas, alem de normas técnicas fundamentais para a gestão de resíduos da construção civil, contribuindo para minimizar os impactos ambientais. Mais as soluções para a destinação dos resíduos devem combinar compromisso ambiental, viabilidade
econômica garantindo a sustentabilidade, condições para sua implantação e fiscalização. Assim como pesquisas e tecnologias aplicadas ao aproveitamento dos resíduos de madeira, biomassa nobre que pode servir como fonte de energia alternativa inseridose novamente em algum ciclo produtivo. Pensando no aproveitamento dos resíduos de madeira para a geração de energia alternativa é necessário que a segregação para o processo seja feita junto à fonte geradora, ou seja,
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próximo ao seu local de origem para um aproveitamento total dos rejeitos, além do cuidado, evitando umedecer excessivamente dificultando o processo de utilização para queima. Vale lembrar que antes de ser resíduo o material era matéria prima e a necessidade de percorrer grandes distâncias seria um fator de desvantagem a sustentabilidade. O uso da biomassa para geração de energia deve necessariamente levar em conta as características particulares de cada tipo de madeira, no que se refere à combustão. A biomassa adquirida pelas empresas para geração de energia geralmente apresentamse muito heterogênea, devido a diferentes tipos de madeira adquiridos. O madeiramento utilizado na construção civil esta dividido em: • Construção pesada externa como: madeira serrada, estacas, tábuas, pontes, torres de observação, etc., tendo como referência de madeira o angico-preto, pinus, melancieiro, pequiarana e cedro rosa. • Construção civil pesada interna como: vigas, caibros, pranchas para cobertura, etc., tendo como referência a madeira de peroba-rosa e algelim
Resíduos
Revista da Madeira
Revista da Madeira
Resíduos vermelho. • Construção civil leve interna como: madeira serrada beneficiada em forros, lambris e guarnições, tendo como referência de madeira o ipê. • Construção civil leve como: portas, venezianas e caixilhos, tendo como referência a madeira de pinhodo-paraná, entre outras espécies. Existe uma variabilidade grande de preferência em obras civis, podendo variar as espécies de acordo com a região do Brasil devido à disponibilidade da espécie e conseqüentemente dos seus valores para aquisição. O uso em estruturas de cobertura representa metade da madeira consumida no estado de São Paulo. Neste uso, são empregadas peças serradas como caibros, vigas, pranchas e tábuas comercializados em lojas especializadas. A biomassa é uma fonte de energia renovável e sua importância vai aumentar à medida que a política energética nacional e estratégias concentrarem-se em fontes renováveis e conservação. A utilização da energia da biomassa (Bioenergia) ganhou maior importância nos últimos anos, devido ao esgotamento progressivo dos combustíveis fósseis convencionais. A bioenergia pode ser uma alternativa importante em um futuro mais sustentável em suprimento de energia. Atualmente mais de 70% do consumo da biomassa dos EUA, cerca de 142 milhões de toneladas/ano, vem de florestas exploráveis que cobre cerca de 92 milhões de hectares. A produção de biomassa florestal depende de país para país do seu potencial e rendimento médio. Mais as pesquisas indicam que temperaturas acima de 5º C são adequadas para garantir uma boa condição de crescimento e fotossíntese em sua produção. A combustão direta é a velha maneira de usar a biomassa, mais esta desenvolvendo-se tecnologias termoquímicas ou de conversão como a pirólise, gaseificação, liquefação, extração com fluído supercrítico para maximizar os rendimentos O crescente interesse em bioener-
gia é impulsionado pelos seguintes fatores: contribui para a redução da pobreza em países em desenvolvimento, atende as necessidades de energia em momentos de baixa e alta demanda, sem dispositivos de conversão caros, pode fornecer energia em todas as formas de que necessita-se
(combustíveis líquidos, gasosos, calor e eletricidade), o dióxido de carbono (CO2) - neutral pode até mesmo agir como sumidouros de carbono, ajuda a restaurar terras improdutivas e degradadas, aumenta a biodiversidade, fertilidade do solo e retenção de água. Como fonte renovável de energia,
a biomassa proveniente da madeira é considerada de grande potencial e o conteúdo energético, nesta biomassa está associado à quantidade de celulose, lignina presentes e a baixa umidade. Neste caso, o poder calorífico é um excelente parâmetro de avaliação da potencialidade energética dos combustíveis de biomassa.
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Assim, o uso da biomassa como fonte de energia limpa vem ganhando importância ao passo que as estratégias da política nacional de energia concentram-se em fontes renováveis e de conservação . No Brasil, a utilização da biomassa proveniente da madeira pode ser cada vez mais interessante já que existe uma grande demanda de madeira, para utilização nos processos de secagem e armazenamento dos produtos de agropecuária, como o caso dos grãos, da avicultura e também nos processos de caldeiraria caso fosse reutilizada de forma natural e com vantagens, pois a queima de biomassa da madeira provoca a liberação de dióxido de carbono na atmosfera, mas como este composto havia sido previamente absorvido pelas plantas que deram origem ao combustível, o balanço de emissões de CO2 é nulo. Mesmo sendo um material orgânico, a madeira é cem por cento reciclável, seja por tecnologias ou aproveitamento para a composição de outros produtos, pois a madeira após triturada pode ter outras formas e diferentes resistências, voltando a ser tapumes, caixas de madeira ou mesmo ser utilizada na industria da celulose dependendo de que segmento industrial encontra-se perto da fonte geradora do resíduo. A biomassa é um combustível rico em voláteis, que constituem cerca de ¾ do seu peso. Isso faz com que o processo de combustão transcorra em seis etapas consecutivas bem definidas, secagem, emissão de voláteis, ignição dos voláteis, queima dos voláteis em chama, extinção da chama dos voláteis e combustão do resíduo de carbono . Para a utilização desta biomassa e necessário considerar as características físicas e químicas do material que podem influenciar no rendimento e manutenção dos equipamentos que realizam o processo de combustão. A análise e acompanhamento de variáveis como teor de umidade (TU), teor de cinzas (TC) e poder calorífico elevam a eficiência do ma-
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Revista da Madeira
Resíduos terial, tornando-o competitivo frente a outras fontes de energia. Os componentes químicos da madeira podem variar consideravelmente em diferentes espécies e isso vai afetar grandemente a utilização do recurso. A determinação das propriedades químicas, tais como teor de lignina e valor de aquecimento são importantes e geralmente, estas características são determinadas utilizando métodos químicos de laboratório, mas estes são normalmente demoradas, dispendiosas, e não são ideais para lidar com grandes quantidades de amostras de madeira. A espectroscopia de refletância de infravermelho (NIR) é uma potente, pouco dispendiosa e rápida ferramenta que pode ser utilizada para a determinação dos compostos químicos na madeira. NIR é não-destrutivo e pode, portanto, ter uma grande influência econômica em uma usina de biocombustível, uma vez que eles podem ser usados para monitoramento e calibração em tempo real da propriedades de biomassa utilizadas no processo. Todas as espécies possuem potencial como fonte bioenergética e podem ser utilizados como fonte de energia renovável, variando características físico-químicas a serem avaliadas em ensaios laboratoriais, destrutivos e não destrutivos. O melhor rendimento energético da biomassa da madeira e sua indicação dos potenciais de utilização final deste material depende de sua constituição química que deverá ser analisada como as propriedades: densidade básica, teor de lignina e carbono fixo/poder calorífico de cada espécie variando os valores encontrados, em razão dos altos teores de extrativos totais, lignina, carbono e elevada densidade básica e poder calorífico volumétrico. Por seu um material heterogêneo apresentam valores diferentes para as propriedades citadas acima nas diferentes espécies, porem a celulose é um componente uniforme da madeira, outras vantagens como possuir baixo custo já que a proposta
é o aproveitamento dos resíduos, e ser menos poluente que outras formas de energia como a obtida a partir de combustíveis fósseis ou até mesmo obtidas através de florestas plantadas, mostram que vale a pena pensar em
utilizar esta biomassa. Nesta pesquisa pôde-se perceber o potencial energético que os rejeitos de madeiras da indústria da construção civil têm para fornecer as empresas que as consomem de forma a gerar menor impacto ambiental em ambas as atividades.
Portanto pode-se considerar um estudo para várias localidades, devido à existência de resíduos de madeiras da construção civil, colaborando para a reflexão de antecipar-se a futuras problemáticas de regiões que estejam em franco crescimento econômico e populacional conseqüentemente de fornecimento de infraestrutura para que sejam pensadas em saídas sustentáveis aos grandes volumes de resíduos de madeira como fonte de energia renovável. Em face às perspectivas de crescimento da geração de resíduos de
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madeira, aliado as possibilidades de uso da biomassa para fins energéticos, cabe ao setor público, como agente regulador e promotor de desenvolvimento, a adoção de políticas públicas e a criação de mecanismos que facilitem a tarefa do setor privado, a utilizar ou viabilizar a utilização dos resíduos de madeira gerados e, quando isso ocorrer, garantir que os benefícios sejam distribuídos a toda sociedade, contribuindo para melhorias sociais, econômicas e ambientais. Por outro lado, é essencial que o setor privado, atuando como agente de transformação, seja competente no desempenho do seu papel, planejando, investindo, adotando procedimentos e tecnologias que garantam o aproveitamento dos resíduos de madeira, assim como a implementação de programas de desenvolvimento de gestão ambiental nas indústrias da construção civil, tornando cada vez mais alcançável o desperdício zero e resíduos dispostos de forma irregular desta biomassa. Embora não existam políticas públicas que tratem especificamente do fomento para valorização e utilização dos resíduos de madeira no Brasil, o assunto é abordado de forma bastante dispersa em normas, sobretudo nas áreas de meio ambiente e energia. A idéia de utilização dos resíduos de madeira da construção civil ainda não está consolidada em nossa sociedade, mas possui vantagens e merecem mais estudos sobre o aproveitamento da madeira após o processo da construção civil. A importância do estudo está relacionada com a atualidade do tema para a indústria da construção civil brasileira, que passa por profundas mudanças, tentando se adequar a um processo de produção ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. RM Fabia Melo fabiaarq@gmail.com
Construção Técnica
Tecnologia em CLT valoriza madeira
Revista da Madeira
O
s sistemas pré-fabricados em madeira são uma das alternativas de menor impacto ambiental vigentes no ramo da construção civil, porém essa técnica construtiva não é muito difundida no Brasil. Atualmente, os principais problemas encontrados no mercado da construção, são as dificuldades em gerir e reduzir os insumos na obra. A maioria dos materiais comercializados necessitam de grandes quantidades de energia para sua manufatura/aplicação. Essa matéria prima, também encontra dificuldade no manejo dos resíduos gerados, pois muitas vezes, necessitam se combinar com outro componente, o que dificulta a reciclabilidade para retornar ao meio ambiente. Ao longo do tempo, esses materiais poderão deixar de ser competitivos. Nesse sentido, a madeira se mostra como uma potencial alternativa para a quebra desse círculo de uso - descarte – reciclagem de modo a se tonar favorável ao meio ambiente. Comparada com outros materiais disponíveis, o conteúdo de energia para a fabricação da madeira (medido por kWh/kg) é menor que os apresentados pelos os outros bens de produção.
Do ponto de vista da concepção arquitetônica, o projeto elaborado fazendo uso da madeira se inclina favoravelmente para a racionalização
construtiva, flexibilidade, modulação. Embora pouco conhecido pelos projetistas, a madeira é um material que possibilita a execução de obras com grandes vãos fazendo uso de um menor volume de material, além de apresentar bons indicadores de de-
sempenho térmico e acústico. Desta forma, a elaboração e transformação da madeira com comprovado baixo consumo de energia, quando compa-
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rada aos demais materiais utilizados para construção, possui uma relação favorável entre o peso e a resistência; alta resistividade térmica somada a uma inércia térmica; variedade de espécies com cores e texturas diferenciadas entre si. Os sistemas construtivos préfabricados em madeira são utilizados em diversos países europeus e na América do Norte; no oriente, a arquitetura em madeira está associada ao conceito de uma construção leve, capaz de resistir aos terremotos. Atualmente as construções residenciais em madeira representam 10% das construções na França, 20% na Alemanha e 60% na Finlândia. Em 2001 o governo francês e as principais associações de profissionais da construção civil assinaram um protocolo em que se comprometem a aumentar em 25% o emprego da madeira na indústria da construção civil em dez anos, o que se confirmou. Passando a ocupar 12,5% do mercado da construção. A madeira contribuirá para reduzir em média 7 milhões de toneladas ao ano, à presença de gás carbônico na atmosfera. O Brasil dispõe de uma das maiores áreas de florestas nativas e de
reflorestamento da América Latina, porém a utilização desta construção é mais difundida na região sul por ter sofrido forte influência alemã e italiana. Dentro dessa contextualização inicial frente à realidade energética e a busca pela racionalização construtiva, países da América do Norte e da Europa passaram a utilizar a Madeira Laminada Colada Cruzada ou Cross Laminated Timber (MLCC ou CLT - respectivamente). Na Europa Central estima-se que a produção de CLT já é a segunda mais importante dentre os produtos beneficiados de madeira (em volume) e vem apresentado crescimento exponencial nos últimos 10 anos Estima-se que em 2015 sua produção no continente europeu alcance a marca de 1 milhão de metros cúbicos, igualando-
se ou até mesmo superando a produção de madeira laminada colada. A Madeira Laminada Colada Cru-
zada ou o Cross Laminated Timber - CLT é fabricada a partir da sobreposição das lâminas transversais em
madeira coladas perpendicularmente, por meio de um adesivo de poliuretano. Esses painéis são fabricados em indústrias e com auxílio computacional podem determinar o tamanho de peças para fabricação de elementos construtivos de piso, parede ou cobertura. Os elementos são transportados da fábrica até o canteiro com recortes de vãos (janelas e portas) e espaço para instalações já executados. Por meio da utilização de guindaste os elementos são içados e colocados em seus lugares definitivos; carpinteiros fixam esses elementos à construção com conectores metálicos e parafusos auto-atarrachantes, utilizando parafusadeiras elétricas. Assim, com pouco tempo de trabalho em canteiro é possível obter uma construção de alta qualidade com elevado isolamento térmico e fechamento hermético.
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Estudos recentes apostam em soluções estruturais híbridas que combinam a MLCC com elementos de madeira lamelada colada, concreto ou aço, de modo a atingir alturas mais arrojadas e a diminuir o número de paredes resistentes. São exemplos a Barents House e o sistema construtivo FFTT (Find the Forests Through the Trees), desenvolvido no Canadá, que pretende provar ser capaz de atingir os 30 andares utilizando uma estrutura em madeira . A MLCC para construções em altura consegue atingir vãos de laje consideráveis sem o auxílio de elementos estruturais de suporte. Nessa técnica são organizados painéis em uma estrutura celular, que dão forma a paredes e as lajes. A estabilidade estrutural é assegurada pelas paredes resistentes e por núcleos de circulação vertical, construídos com painéis mais espessos, ou com dois panos de MLCC separados por um bolsão de ar. Algumas vantagens podem ser citadas na utilização dessa técnica. O sistema construtivo reduz o tempo de construção e aumenta a segurança da obra, resultando em uma diminuição dos custos. A produção dos elementos em fábrica permite a redução dos insumos e o controle para reutilizações da madeira. Além disso, com essa pré-fabricação há uma diminuição do peso dos materiais, tornando a construção simples e rápida, o que otimiza a construção de um edifício apenas com auxílio de uma andaime, um plano de montagem e uma mão de obra especializada. A aplicabilidade do CLT ainda está pouco divulgada no Brasil, está começando a surgir algumas pesquisas e interesse na concepção das diretrizes para se construir com essa técnica.
Comparados com os sistemas leves, mais correntes, o CLT/MLCC oferece vantagens à construção em madeira em altura. No que respeita ao comportamento estrutural, a construção maciça, constituída por painéis de grande dimensão, possui um com-
portamento monolítico, semelhante às estruturas de concreto armado e alvenaria. Além disso, é também um siste-
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ma baseado na distribuição de paredes resistentes responsáveis pela distribuição das cargas através de superfícies lineares contínuas, o que resulta numa menor concentração de esforços nos seus componentes estruturais e num conjunto estrutural com maior resistência e rigidez. O ganho de peso associado a uma estrutura de madeira maciça (painel) quando comparado com uma estrutura leve é também um ponto a favor no que respeita à construção em altura, uma vez que este ganho de peso contribui para uma resistência mais eficiente aos efeitos de torção provocados pelas ações horizontais do vento. A StadHaus em Londres é um exemplo desse tipo de construção, executada pela empresa KLH UK Ltd, a edificação conta com painéis de 2,95m x 16,5m e 0,32m de espessura. O prédio é possui nove andares em que se distribuem apartamentos de 1, 2 ou 3 quartos. Na obra, houve uma preocupação em utilizar paredes e pisos dimensionados que proporcionasse uma separação acústica e desempenho térmico adequado. O edifício foi construído como um “castelo de cartas”, com as articulações feitas o mais simples possível, por meio de fixação de metais leves que possam distribuir as forças entre as peças. A construção durou cerca de 3 dias para fabricação dos painéis e a sua montagem durou 49 semanas – sendo um andar a cada três dias, tudo isso com uma equipe de quatro carpinteiros e guindastes. A fundação foi feita em concreto armado in-loco, mas os painéis de vedação foram montados por andaimes externos. Outro edificio em CLT, também localizado na Europa, é o edificio Via Cenni em Milão. Esse projeto foi ide-
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alizado pelo arquiteto Fabrizio Rossi Prodi, para ser um conjunto de quatro edificios de nove andares em madeira. Construiído em apenas 15 meses, o complexo residencial conta com 124 apartamentos com 2 a 4 quartos com área de 50m² a 100m². Em Melbourne’s Docklands na Austrália, será construída a edificação em CLT com 10 andares e 27 apartamentos denominada Forté, o tempo estimado para a construição é de 9 meses. Os projetistas estimam que o empreendimento irá reduzir as emissões de CO² em mais de 1.400 toneladas, quando comparado ao concreto e aço - o equivalente a retirar 345 carros das estradas.” Com tudo isso conclui-se que as construções em madeira tem um grande potencial de mercado para a pré-fabricação das edificações. Este
material consegue alcançar menor tempo de execução da obra, maior controle de insumos e planejamento do projeto/custos. Os exemplos citados nesse trabalho contribuem para ilustrar a aplicação arquitetônica da madeira em ambientes verticalizados, um nicho até então pouco explorado pelo material. Em nosso país, constatamos pouco aproveitamento desse material por parte do setor constru-
tivo. E uma vez empregado acaba se restringindo às tipologias de casas prontas com soluções pouco elaboradas, que não fazem uso da flexibilidade arquitetônica e projetual que a madeira pode proporcionar. Contudo, para uma aplicação da madeira com mais afinco no Brasil é importante a conscientização dos profissionais, das necessidades e potencial projetual desses sistemas no setor habitacional e comercial. Além é claro do necessário investimento em pesquisa, disseminação dos avanços tecnológicos e desenvolvimento da indústria de componentes em madeira, bem como a criação de centros de formação de profissionais, onde se
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possa treinar mão de obra e projetistas. Espera-se que uma vez garantida a durabilidade e com bons projetos arquitetônicos, a atividade construtiva em madeira se expanda conquistando maior mercado consumidor para as edificações em madeira. Por fim, o surgimento dessas novas tecnologias para aplicação da madeira e a possibilidade de novos sistemas construtivos com esse material, em especial o CLT, encaminham os arquitetos a uma nova fronteira, possibilitada pela verticalização das edificações utilizando esse material. Essa nova fronteira exige dos projetistas maior conhecimentos específicos sobre o material e suas características visando responder a um distinto resultado arquitetônico. RM
Bárbara F. Oliveira, Edna M. Pinto
Univ. Federal Rio Grande do Norte Departamento Arquitetura e Urbanismo
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BURITIZEIRO
4.048 ha, Sede, 2 Poços artesianos, Curral, Galpão com Oficina, 6 Casas de Caseiro, Pista de Pouso.
350 ha, Ideal para Reflorestamento. Plana, Vegetação Baixa.
700 ha, área pronta para plantio 220 ha. Três nascentes, doc ok.
1200 ha, aceita imóvel como parte de pagamento, documentação ok
À vista 1,05 milhões
À vista 1,4 milhões
18 milhões
JOÃO PINHEIRO 25.575,55 ha 11.647,00 ha plantados em eucalipto
250 milhões
À vista 3 milhões
MONTES CLAROS 471 ha sendo 230 ha plantados com clone de Eucalipto. Sede, 2 Galpões, Casa de Caseiro, Curral, Poço artesiano, potencial para mais 120 ha para plantio. Doc. ok.
3 milhões
MATO GROSSO
BONITO DE MINAS
MONTES CLAROS
18.134 ha, 2 Sedes, Curral, Nascente, Plana, Aptidão para reflorestamento e pecuária.
5.668 ha , Sede, Poço Artesiano com bomba, Galpão, 1.600 ha de Rebrota de Eucalipto,
18 milhões
23,5 milhões
JANUÁRIA 2.312 ha, Sede, Barracão para máquinas, Poço artesiano e represa.
6,705 milhões
REGIÃO NORTE - TOCANTINS
NORTE DE MINAS
BONITO DE MINAS
BARRA DA GARÇA
49.073 hectares, com eucalipto e pinus, plana, completa, sede, caseiro, galpões, pista pouso, máquinas.
7.343 ha, Plana, Sede, Casa de Caseiro, Barracão, Poço Artesiano, Talhões com Eucalipto de 1 - 6 anos.
10393 ha, área pronta para plantio e gado, Fazenda pronta, pista pouso. doc ok.
60 milhões
À vista 120 milhões
1,195 bilhões
REGIÃO SUL
1) Fazenda com 520 alq. Marianópolis (TO) GEO CERTIFICADO, em pasto, Casa, Curral, Energia, Boa de Água. 18,2 milhões
1) 7.727 ha, com 6.688.000 árvores de pinus velho, localizada no Oeste do PR, sendo disponível de imediato 50% do todo; área inventariada e georreferenciada; Valor 72 milhões, sendo 10% de entrada, saldo a negociar.
2) Fazenda com 1000 alq. Caseara (TO) Doc. ok, toda aberta em pasto misto, casa, curral, energia, boa de água. 40 milhões
2) 6.717,00 ha. com 1.442 ha. de pinus velho + 1.380 ha. de terras livres para plantar, localizada entre Joinville e Curitiba, imediações do Porto de Itapoá, 120 km. do Porto de Paranaguá e 200 km. do Porto de Itajaí. Área inventariada, Valor 70 milhões
3) Fazenda com 1000 alq. Divinópolis (TO) Curral, Energia, Casa, Boa de Água. 40 milhões 4) Fazenda com 3516 alq. Goiatins (TO) 2500ha para Soja 1500ha quebrado gradeado 1500ha pronto, Casa, Curral, Barracão, Argila 25% a 35%. 87 milhões 5) Fazenda com 4000 alq. Região Sul (TO) 500 alq. formado, Casa, Curral, Pista de Pouso, 70% pra soja, 4 km Beira Rio, Sede, Galpão. 40 milhões 6) Fazenda com 700 alq. Marianópolis (TO) 500 alq. aberto em pasto, plana, casa, curral, energia, córrego, represa 21 milhões
3) 2.065,00 ha. de terras com 1.418,00 ha. de reflorestamento de eucalipto, doc. 100% ok, pertence a PJ, localizada no Norte do PR, valor sob consulta à partir de Carta de intenção de visita e negócio de comprador final; 4) 750,00 ha. de terras com 240.000 arvores de eucalipto e 60.000 árvores de pinus, + área de pastagem e criação de gado, com queda d´água para pequena usina hidrelétrica, localizada em Itaiópolis, Valor 9 milhões 5) 672 ha. em dois campos com reflorestamento de eucalipto clone, dunis e grandis, 5 anos, licenciado órgão ambiental, localizado em Encruzilhada do Sul - RS, frente para BR 471 na direção do P orto de Rio Grande. Valor R$ 14 mil/ha.
7) Fazenda no Pará: 14520ha, com sede, pasto/curral, madeira nobre, galpões, represa, excel. oportunidade. 120 milhões
Pará
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Certificação de produtos em madeira laminada colada Revista da Madeira
A
indústria brasileira dos chamados Produtos de Madeira de Maior Valor Agregado – PMVA ainda é bastante incipiente, sendo necessária a adoção de estratégias e ações para o seu adequado desenvolvimento. Desse modo, a importância das indústrias de PMVA está diretamente relacionada com a maior geração de empregos, renda e, consequentemente, com o crescimento e desenvolvimento do país . Produtos como portas, molduras e pisos de madeiras (sólidos e laminados) são alguns dos poucos produtos que se enquadram na definição de PMVA. Em contrapartida, existe uma variedade de produtos que se podem agregar valor com inúmeras técnicas de processamento, diferentes níveis de tecnologia requeridos, e aproveitando o potencial madeireiro da região onde a empresa está inserida. A Madeira Laminada Colada – MLC
surge como uma das alternativas propostas para ampliar o leque dos chamados PMVA. A técnica da MLC destaca-se por agregar valor à madeira, proporcionando uma infinidade de produtos capazes de atender e criar uma nova demanda no mercado, reduzir o impacto ambiental e elevar as ações de sustentabilidade. Produtos feitos com a técnica da MLC têm um grande diferencial competitivo, por esta técnica ainda ser considerada novidade no mercado brasileiro, possuir pouca concorrência, e uma grande demanda por produtos inovadores que propiciem aos arquitetos e demais profissionais da área condições para inovação, criandose novas tendências no mercado da construção civil. Ao mesmo tempo em que se tem uma grande demanda por produtos inovadores, há uma exigência de qualidade dos produtos em madeira. O Programa Nacional de Qualidade da Madeira – PNQM teve sua aplicação pioneira com a certificação das indústrias e processos da fabricação de chapas. O PNQM é uma certificação que visa ao controle do processo produtivo, desde o recebimento da matéria-prima e insumos, até a embalagem do produto final. O objetivo desse controle é disponibilizar ao mercado produtos com especificações conhecidas, e fabricados dentro de
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parâmetros controlados ABIMCI. O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – PROCEL é um exemplo de selo de qualidade com forte reconhecimento nacional e com grande aceitação dos consumidores. O selo orienta o consumidor no ato da compra, indicando os produtos que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria, proporcionando, assim, economia no consumo de energia. Também estimula a fabricação e a comercialização de produtos mais eficientes, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e a preservação do meio ambiente. Destacam-se, no Brasil, as ações do governo federal com o objetivo de melhorar a qualidade da cadeia produtiva da construção civil, através do Ministério das Cidades, integrado a Secretaria Nacional de Habitação. O governo federal desenvolve ações através do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H visando implantar no setor da construção civil uma melhoria na qualidade das habitações e modernização da cadeia produtiva. Este atua em parceria com o setor privado estimulando programas de desenvolvimento sustentável para o habitat urbano . Dessa maneira, espera-se o aumento da competitividade no setor, a melhoria da qualidade de produtos e serviços, a redução de custos e a otimização do uso dos recursos públicos. O PBQP-H tem como meta em longo prazo, criar um ambiente de isonomia competitiva, com soluções mais baratas e de melhor qualidade para a redução do déficit habitacional aten-
dendo, em especial, a produção habitacional de interesse social . O PBQPH não é um agente financiador, mas estimula o uso dos recursos existentes por diferentes entidades como CAIXA, BNDES, FINEP, SEBRAE, SENAI, entre outros. Estes recursos são oriundos de diferentes fontes como FGTS, poupança, entre outros, contando também com grande contrapartida da iniciativa privada. Entretanto, os recursos do governo federal são destinados basicamente para custeio, estruturação de novos projetos e divulgação . Entre as prerrogativas do PBQP-H está a criação e a estruturação de um novo ambiente tecnológico e de gestão para o setor, visando à modernização (desenvolvimento ou compra de tecnologia; desenvolvimento de processos de produção ou de execução; desenvolvimento de procedimentos de controle; desenvolvimento e uso de componentes industrializados). Denota-se também as tecnologias de organização, de métodos e de gestão e organização de recursos humanos; gestão da qualidade; gestão de suprimentos; gestão das informações e dos fluxos de produção; gestão de projetos . Tendo o PBQP-H em suas premissas prezar e apoiar iniciativas que visem à modernização do setor, através do desenvolvimento ou compra de tecnologia; processos de produção, procedimentos de controle e demais práticas para melhoria da gestão visando atingir a máxima qualidade em produtos e processos na construção civil no Brasil, ressalta-se este como potencial apoiador na implantação de um programa de qualidade para a MLC. Pretende-se com esta pesquisa estimular a adoção e implantação desta proposta de programa de qualidade pelas indústrias de MLC e, consequentemente, a criação de um selo que possibilite aos consumidores terem as informações necessárias sobre sustentabilidade, preço, qualidade dos produtos em MLC, assim como já ocorre com o selo PROCEL sendo amplamente difundido, aceito e muito utilizado pelo mercado consumidor no ato da compra de produtos eletroeletrônicos. Ressalta-se que a indústria de MLC, no Brasil, tem uma grande oportunidade de conferir proteção de seu mercado, bem como aumentar o
senso de confiabilidade dos consumidores sobre a qualidade dos produtos de madeira. PESQUISA Para a elaboração da proposta do programa de qualidade foi realizada uma pesquisa com o objetivo de obter informações sobre os processos de fabricação de MLC nas empresas brasileiras. Nesta pesquisa foram identificadas oito empresas, sendo que o Estado de São Paulo sedia seis empresas, os estados de Goiás e Rio Grande do Sul sediam uma empresa cada um. Com o objetivo de melhor conhecer o processo de fabricação da MLC, foram também realizadas visitas técnicas a uma indústria que atua exclusivamente na fabricação de MLC, e a uma fábrica de portas e esquadrias, com o intuito de verificar in loco todo o processo produtivo desde a escolha das matérias-primas, lâminas (tábuas) até a expedição do produto final para o cliente. Após essa visita, foram selecionadas as normas técnicas sobre os processos de controle e qualidade, que conferem selos de garantia a produtos em madeira, merecendo destaque a Portaria INMETRO no 73/2006 Produto de Madeira Laminada Colada – MLC são peças de madeira reconstituídas a partir de lâminas de madeira (tábuas), que são de dimensões relativamente reduzidas, se comparadas às dimensões da peça final assim constituída. Essas lâminas, que são unidas por colagem, e ficam dispostas de tal maneira que as suas fibras ficam paralelas entre si. PADRÃO DE IDENTIDADE Trata-se do conjunto de informações que identificarão a MLC, e deverá conter, no mínimo, os seguintes dados: a) classe de resistência (C-20; C-30; C-40; C-60); b) classificação pela aparência superficial (1ª ou 2ª Categoria);
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c) tipo de uso (estrutural ou não estrutural); d) condições de uso (externo, externo abrigado ou interno); e) dimensões do elemento estrutural em MLC (comprimento, largura e espessura); f ) quantidade das lâminas que compõem o elemento estrutural em MLC; g) adesivo (fenólica, ureia, outras devem ser especificadas). Como uma etapa do processo de avaliação da conformidade , o fabricante deverá solicitar formalmente ao OC sua intenção de obter a certificação de MLC. Quando o fabricante utilizar serviços subcontratados, estes deverão fazer parte do processo de avaliação da conformidade da MLC. O OC realizará a análise da solicitação e da documentação recebida dando ciência ao interessado das providências e condições que deverão ser desenvolvidas posteriormente. O OC deverá agendar auditoria inicial do sistema de gestão da qualidade do fabricante e ensaios iniciais, em comum acordo com o solicitante. Os ensaios iniciais a serem realizados são: a) dimensões – AITC 113-2001; b) módulo de elasticidade na flexão e resistência à flexão (NBR 7190 – Anexo B);
Certificação
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c) qualidade da colagem; d) tração em finger-joint, tração normal e cisalhamento na linha de cola ; e) teor de umidade ; f ) massa específica aparente ; g) durabilidade – AITC 109-98; Cumpridas todas as etapas já descritas, o OC emitirá um Certificado de Conformidade, atestando que o MLC de uso estrutural ou não estrutural objeto da certificação cumpre com os requisitos estabelecidos nas normas desta proposta. Após a concessão da certificação, o controle da manutenção será realizado exclusivamente pelo OC, que planejará novas auditorias para constatar se as propriedades dos produtos, que deram origem à concessão inicial da certificação, estão sendo mantidas. Será programada e realizada, no mínimo, uma auditoria a cada seis (06) meses para cada fabricante que obtenha a certificação, podendo haver outras, desde que haja deliberação do OC, baseada em evidências que as justifiquem. O ensaio de manutenção será feito comparando-se os 30 últimos períodos de produção (e cada período individualmente) com os limites de
especificação obtidos nos Ensaios Iniciais e realizado para cada produto em separado. Os ensaios de manutenção são: a) módulo de elasticidade na flexão e resistência à flexão; b) qualidade da colagem; c) teor de umidade; d) massa específica aparente. Os ensaios iniciais não devem apresentar não conformidades. Em caso de não conformidade, um novo ensaio somente deverá ser realizado mediante apresentação, pelo fabricante, das ações corretivas e aprovação das mesmas pelo OC. Ao identificar não conformidade durante a realização dos ensaios de manutenção, o fabricante deverá rejeitar os produtos fabricados no período correspondente e tratar estas não conformidades executando ações para eliminá-las. Essas ações e sua implementações devem ser avaliadas pelo OC, que deverá fazer uma abordagem sistêmica das evidências identificadas antes de aprová-las. O Selo de Identificação da Conformidade, aposto na MLC de uso estrutural e não estrutural, deverá ser feito de forma visível, legível e indelével, aprovado pelo OC, na forma de selo
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ou carimbo. E deverá ser colocado diretamente no produto final, ou na embalagem do produto, ou através de etiqueta e ainda aplicado na documentação do produto. A suspensão ou cancelamento ocorre quando não for atendido qualquer dos requisitos desta proposta. Para a retomada da certificação todas as não conformidades que deram origem à suspensão ou cancelamento devem ser sanadas em prazo estabelecido pelo OC. Com este trabalho propôs-se um programa de qualidade inovador com base nos levantamentos realizados nas indústrias de MLC e também em outras indústrias que utilizam a madeira como matéria-prima com produtos e processos certificados. Verificou-se que no estágio atual da indústria de MLC, no Brasil, o programa de qualidade deve certificar o produto final e não todas as etapas do processo de sua produção. Isto minimiza consideravelmente os custos de implantação de um programa pioneiro, diminuindo, assim, a resistência dos empresários para a sua execução. Para a certificação de processos sugere-se a implantação de programas já consagrados, taiscomo 5S, ISO, INMETRO entre outros. A proposta de programa de qualidade descrito neste artigo promoverá maior credibilidade aos elementos estruturais em MLC, bem como, conferirá maior segurança nas construções, efetivar a participação das empresas em programas nacionais de qualidade na habitação, estimular uma proteção não tarifária às empresas, promover a proteção do meio ambiente, melhoria da qualidade do produto e majorar a lucratividade destas empresas. A aplicação deste modelo de programa de qualidade promove o emprego de estruturas em madeira com garantia, excluindo do mercado os produtos de má qualidade, que muitas vezes denigrem a imagem da madeira. RM Francisco Raphael Cabral Furtado Mestrando em Eng. Florestal, Univ. do Estado de Santa Catarina – UDESC
Rodrigo Figueiredo Terezo
Univ. do Estado de Santa Catarina UDESC – CAV, Depto. de Eng. Florestal Tecnologia da Madeira
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NOVA LINHA
Sucesso mundial, orgulho do produtor brasileiro.
T7.140 | T7.150 | T7.175 | T7.180 | T7.190 | T7.205 | T7.240 | T7.245
EM TODOS OS CAMPOS, CULTIVANDO NOVOS TEMPOS.
Revista da Madeira
O mercado do cedro australiano
A
o falar em plantio florestal de madeira “nobre”, facilmente se identificam duas maneiras de ver o negócio; a cética e a otimista. Tentando trabalhar dentro da linha que separa as duas, a Bela Vista Florestal, uma das empresas pioneiras no setor, sempre foi cautelosa em suas projeções de produtividade da floresta e de preços de madeira, mas sempre teve certeza da aceitação por parte do mercado. Afinal, é conhecida a qualidade do produto. No caso, a madeira do cedro australiano (toona ciliata). Nos primeiros 10 anos em que trabalhou com o cedro australiano, o foco da Bela Vista nunca foi o mercado, e sim o domínio da tecnologia de produção florestal. O cultivo das madeiras alternativas (cedro, mogno, guanandi, teca, e outras) é relativamente novo no Brasil e carente de informações sobre manejo, nutrição, pragas e doenças. Além de trabalhar com uma base genética sem diversidade e sem melhoramento. É por esse motivo que, desde 2006 a BV se dedica à pesquisa da espécie, baseada na importação de semen-
tes da Austrália para ampliar a base genética, focando melhoramento genético e clonagem, e também manejo florestal. Uma visita aos plantios da empresa, no município de Campo Belo, Minas Gerais, mostra que o esforço e o investimento estão valendo à pena. Os plantios mais velhos da espécie, feitos com a semente comumente encontrada no mercado, apresentam produtividade até 15m3 de madeira por hectare/ano. Enquanto isso, os novos materiais genéticos desenvolvidos pela Bela Vista Florestal, apresentam produtividade até 37m3 por hectare/ ano. Com esse novo patamar de produtividade e o conhecimento técnico de anos de prática e pesquisa, podemos falar em mais de 300 m3 por hectare aos 15 anos da floresta. A alta produtividade e segurança tecnológica alcançada permitiram que a empresa iniciasse plantios maiores em 2014, parte de um projeto muito mais ambicioso. Tendo assegurado essa meta, foi possível para parte da equipe direcionar a atenção para a venda de madeira, a partir de 2013. Mes-
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mo com uma pequena área plantada (70 hectares), naquela data os talhões mais velhos já estavam com 9 anos, e era necessário fazer o desbaste das árvores, gerando madeira para comercialização. Como toda madeira tropical de alto valor originária de floresta plantada é novidade no país, o Cedro Australiano também teve que buscar seu lugar no mercado. A Bela Vista Florestal está hoje em fase avançada de prospecção desse mercado. Nesse processo, existem algumas características a serem levadas em conta que são óbvias, mas outras nem tanto. O que todos sabem é que a madeira é estável, trabalhável, bonita, e deve ser destinada a produtos com maior valor agregado (PMVA). O que nem todo mundo sabe é como fazer isso. Muito se fala em exportação e cotação de madeira no mercado internacional, como se fosse uma transação fácil de executar e que paga mais que o mercado interno, principalmente com o dólar acima de R$ 3,00. Ao tentar exportar, o produtor florestal irá se deparar com vários problemas. Alguns
contornáveis, outros não. O resultado é a inviabilidade econômica do processo na maioria dos casos. Além da exigências de qualidade e rastreabilidade dos clientes internacionais, existem questões como a deficiência de nossa infra estrutura (rodoviária, ferroviária, alfandegária e portuária) que gera atrasos e consequente mente aumento de custos. Como quantidade de produção e escala, e a continuidade de fornecimento. Custa caro prospectar clientes no exterior e fechar um negócio, assim como todo o trâmi-
te e transporte do produto. E a cotação internacional da qual se fala, é referente ao preço CIF da madeira. Portanto, antes de pensar nos
milhares de dólares de receita que gera um contêiner de madeira, é preciso pensar no custo do mesmo para o produtor. Como tudo
em agricultura, a madeira tem seu canal próprio de exportação. E isso não é uma coincidência, mas uma imposição de logística, custos e escala. Por outro lado, o mercado brasileiro é enorme e é possível focar as vendas nele com sucesso. Apesar de uma crise econômica que ainda não mostrou toda a sua força, as perspectivas no longo prazo são encorajadoras; crescimento contínuo do consumo per capita de madeira sólida tropical, e a impro-
Cedro
Revista da Madeira
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Cedro babilidade de conseguirmos suprir essa demanda com madeira de floresta plantada. A competição com a madeira nativa não tira a viabilidade econômica do negócio. O cedro australiano tem produtividade e os plantios estão mais próximos dos centros consumidores. Com o tempo, devido às pressões ambientais, a tendência é que apenas a madeira nativa proveniente de manejo florestal legal permaneça no mercado. Processo que encarece ainda mais o produto do concorrente. A madeira de floresta nativa também é uma boa diretriz para procurar clientes. No caso do cedro australiano, pode-se vender a madeira para consumidores de cedro rosa brasileiro (cedrela fissilis). O uso para as duas espécies é muito parecido. Normalmente, a empresa que usa uma pode usar a outra, levando-se em conta que a madeira de nativa normalmente vem de plantas centenárias, o que não ocorre com florestas plantadas. Mas como colocar essa madei-
ra no mercado? O que a Bela Vista está descobrindo, é que o mercado não quer matéria prima. Quer produtos. Em vez de vender toras de cedro, vale a pena trabalhar a madeira, por menos que seja. O mercado brasileiro de madeira serrada movimenta milhões de metros cúbicos por ano. Também existe procura pelo cedro australiano para laminação,
esquadrias, acabamentos finos em construção civil; portas; janelas; molduras; forros; movelaria e outros. Fica a escolha entre trabalhar e agregar mais ou menos valor, e consequentemente ter mais o menos custos de produção. A empresa montou a primeira serraria do país especializada em cedro australiano e produz madeira serrada e seca em estufa para um grupo seleto de clientes. Num primeiro momento houve breve resistência ao novo produto, fruto do desconhecimento. Essa foi uma barreira fácil de ser rompida através de estudos técnicos e amostras. O mercado está ávido por produtos de qualidade, de origem legal e sustentável, com padrão e continuidade de fornecimento. E paga por isso valores que remuneram decentemente a atividade. Fica cada vez mais claro que a aceitação pelo mercado da madeira do cedro australiano é tudo aquilo RM que foi previsto. Ricardo Vilela Diretor da Bela Vista Florestal
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Pellets
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Avaliação de pellets produzidos com madeira de ponteira de Eucalipto Os pellets são combustíveis sólidos, granulados, cilíndricos, com 6 a 8 milímetros (mm) de diâmetro e 10 a 40 mm de comprimento. A produção de pellets envolve praticamente 4 etapas: 1) Geração da matériaprima – pode ser um subproduto do processamento da madeira ou a árvore reduzida a partículas menores; 2) Uniformização das partículas – feito por um moinho que padroniza as partículas de madeira quanto aos tamanhos, contribuindo para uma melhor qualidade do produto na compactação; 3) Secagem da matéria-prima – para que se tenha maior poder calorífico é necessário que reduza a umidade do material; 4) Peletização – ocorre a “extrusão” das partículas de madeira através de uma matriz perfurada de aço ou peletizadora levando à compactação.
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a produção de madeira a partir de florestas plantadas de Eucalipto, as cascas, galhos, ponteiras, folhas e raízes são considerados resíduos do processo de exploração. O resíduo é uma substância, material ou produto que
exploração da madeira de eucalipto seria a produção de pellets, que é um processo de trituração e compactação sobre pressão do resíduo, potencializando suas características para geração de energia. Além disto, facilita o transporte,
sobra de um processo de produção ou exploração, de transformação ou de utilização. Na maioria das vezes os resíduos não possuem um destino final e nos processos florestais são deixados no campo, prejudicando o tráfego de pessoas, máquinas, abrigando animais peçonhentos e ajudando na propagação do fogo caso ocorra algum incêndio. Além disto, são heterogêneos, o que dificulta seu aproveitamento tornando-se um problema ambiental e operacional. Portanto, é importante buscar soluções para este problema que vem crescendo com a expansão das atividades florestais. Uma alternativa para aproveitamento dos resíduos oriundos da
manuseio e armazenamento da biomassa. A utilização dos pellets na Europa e nos Estados Unidos iniciou em 1930 e foi impulsionada pela crise do petróleo em 1973-1979, tendo como principal destino residências, escolas e hospitais. Atualmente é utilizado para geração de energia em plantas industriais e no aquecimento de ambientes. Para melhor qualidade e padronização dos pellets foram criadas normas que estabelecem parâmetros a serem seguidos. No Brasil ainda não existe uma norma específica para produção dos pellets, portando nosso trabalho será comparado à norma européia DIN (2011). Dentre
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as características químicas a serem de extração da madeira), facilidade analisadas estão o poder calorífico em manuseio, transporte e armazee o teor de cinzas. Para análise das características físicas dos pellets a norma estabelece os parâmetros densidade a granel, umidade, diâmetro e comprimento, finos e durabilidade mecânica. Devido às normas, este combustível sólido possui vantagens como baixa umidade (devido ao tratamento na sua transformação), tamanho reduzido (permite dosear a quantidade de combustível necessário), pre- namento (tamanho reduzido), não ço Anu (mais barato a matérianecessidade de desmatar florestas PLM29AF1 Madeira Guia devido Biomassa.pdf 1 11/12/14 16:18 prima ser subproduto do processo para sua produção, elevado poder
calorífico quando comparados a madeira in natura, ser uma fonte de energia natural, renovável e pertencente à classe da biomassa. A biomassa tem grande importância como fonte de energia por estar disponível em base renovável, por meio de processos naturais ou como subprodutos das atividades humanas. Apesar de a biomassa vegetal ser uma das fontes de energia utilizadas no Brasil, sendo a lenha responsável por 9,1% da oferta interna de energia do País, os combustíveis fósseis dominam e respondem por cerca de 50% da matriz
Pellets
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energética, ou seja, ainda existe uma grande diferença. Segundo especialistas, os principais limitantes da energia oriunda da biomassa florestalsão a heterogeneidade do material, a umidade variável, o poder calorífico e o alto custo dos transportes, características que podem ser contornados na fabricação dos pellets. Como forma de pesquisa foi desenvolvido no Laboratório de Painéis e Energia da Madeira da Universidade Federal de Viçosa um trabalho especifico. O material foi triturado num moinho martelo e classificados
em peneira com malha de dois mm. Os pellets foram produzidos em uma peletizadora modelo 14-175, marca Amandus Kahl, com capacidade para produção de 50kg/h, e temperatura variando de 90 a 100ºC. Para atingir esta temperatura com maior rapidez, a matriz de peletização foi aquecida em óleo a 150ºC por aproximadamente 15 minutos, previamente a montagem na prensa. Foram avaliados os parâmetros densidade a granel e umidade antes e após a produção dos pellets. Foram feitas 3 amostragens para cada material (matéria-prima e pellets) e determinado o valor médio. Esta densidade considera a massa do material sobre o volume total da amostra incluindo o volume sólido e os espaços vazios entre partículas e no material. Para determinação da umidade foram realizadas 3 amostragens. O comprimento e diâmetro dos pellets foram determinados com o auxílio de um paquímetro. Foram medidos 20 pellets aleatórios e depois fez-se a média, obtendo então o valor médio para cada parâmetro. O valor percentual de finos bem como a du-
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rabilidade foram determinados pelo equipamento “Ligno-Tester”, desenvolvido de acordo com a norma DIN (2011). Este equipamento possui um reservatório para depósito do material a ser testado. Quando ligada a máquina, um jato de ar é impulsionado por um determinado tempo, movimentando os pellets uns contra os outros e contra as paredes do reservatório, resultando em uma quantidade de finos. Assim, é feita a comparação do peso de material antes e após o teste, obtendo os resultados pretendidos. A diferença para obtenção do percentual de finos e da durabilidade está no tempo em que o ar é impulsionado. O poder calorífico útil foi obtido por uma bomba calorimétrica, e o teor de cinzas foi obtido pelo equipamento Automatic Multiple Sample Thermogravimetric Analyzer TGA-1000 A verificação da adequação dos parâmetros obtidos foi feita comparando-se com a classe A2 da norma alemã EN 14961-2 (DIN, 2011) para uso não industrial de pellets, a qual
enquadra os resíduos de colheita. Como resultado, a densidade a granel da ponteira de eucalipto foi igual a 207,8kg/m³ sendo sua umidade de 10,04% (base úmida). A densidade a granel dos pellets foi igual a 632,60kg/m³, com umidade de 4,96%, sendo, portanto, a taxa de compactação de aproximadamente três vezes. Os pellets apresentaram, em média, 6,08 mm de diâmetro e 20,90 mm de comprimento. É recomendável que o comprimento não ultrapasse cinco vezes o diâmetro para que a forma do pellet não interfira em outras características como durabilidade, finos etc. e também não prejudique o manuseio do material. A umidade do material foi de 4,96% e influencia em outros parâmetros como poder calorífico útil, durabilidade e estocagem do material, sendo inversamente proporcionais.
A porcentagem de finos do material foi de 0,82% e representa a quantidade de pó gerada no manuseio dos pellets sendo desejável para este parâmetro o menor valor possível. Para o teor de cinzas também é desejável um valor baixo, pois é o material não queimado e está relacionado com a geração de resíduos após a utilização do combustível, sendo neste caso de 1,08%. O poder calorífico líquido dos pellets foi de 16,58mj/kg e representa a quantidade de energia liberada por unidade de massa, descontando-se a energia necessária para evaporação da umidade do material. Esta característica é interferida pela umidade do material e por características da matériaprima. A densidade a granel do material foi equivalente a 632,60 kg/m³ e representa a quantidade de massa por volume, sendo desejáveis altos valores, diminuindo a necessidade de manuseio e o espaço despendido para estocagem e utilização do material. A dureza dos pellets foi equivalente à 36kg, porém a norma não exige um valor mínimo para este parâmetro. Foi observado que os as parâmetros acima atenderam à norma, com exceção da durabilidade mecâni-
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ca, cujo valor foi de 82,58% sendo exigidos valores maiores ou iguais a 97,5%. A durabilidade é de grande importância na produção e utilização de pellets, pois está relacionada à formação de finos e à sua qualidade durante o transporte e manuseio. Ela representa a capacidade dos pellets em resistir à forças mecânicas ao longo do tempo e é influenciada, principalmente, pelo teor de lignina e umidade da matéria-prima. Com este trabalho pode-se concluir que a produção de pellets de ponteira de eucalipto é viável tecnicamente, uma vez que a maioria dos parâmetros atende à Norma Européia DIN EM 14961-2 e a durabilidade mecânica, que não atendeu à
norma, pode ser elevada, através da alteração da umidade da matériaprima ou adição de aglutinantes. RM Matheus Perdigão de Castro F. Pereira matheus.c@ufv.br Ana Marcia Macedo Ladeira Carvalho ana.marcia@ufv.br Bárbara Luísa Corradi Pereira babicorradi@gmail.com Aylson Costa Oliveira aylsoncosta@gmail.com Wagner Davel Canal wagner.d.canal@gmail.com Universidade Federal de Viçosa Depto. de Eng. Florestal – Viçosa, MG.
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Metade do carbono da Amazônia é capturada por 1% das árvores
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etade do carbono que árvores amazônicas capturam da atmosfera é aprisionada por apenas 1% das espécies da floresta, segundo um estudo científico internacional. A Amazônia abriga cerca de 16 mil espécies de árvores, mas apenas 182 dominam o processo de captura de gases que causam o efeito estufa, de acordo com a pesquisa, publicada na revista Nature Communications. Com 5,3 milhões de quilômetros quadrados, o ecossistema é a maior floresta tropical do mundo e essencial para o ciclo de sequestro de carbono do planeta: responde por cerca de 14% do carbono assimilado por fotossíntese e abriga 17% de todo o carbono estocado em vegetação em todo o planeta. Considerando que a Amazônia é tão importante para o ciclo de carbono e armazena tanto da biomassa do planeta, calcular exatamente quanto carbono é armazenado e produzido é importante para entender o que pode acontecer no futuro sob condições ambientais diferentes. O novo estudo toma como base as conclusões de uma outra pesquisa, de outubro de 2013, que encontrou 227 espécies “hiperdominantes” que respondem por metade dos 390 bilhões de árvores amazônicas. Dentro desse universo, árvores de grande porte, que contém mais bio-
massa e portanto mais carbono, são mais influentes no ciclo, diz a pesquisadora. E como as árvores são organismos que vivem por muito tempo, isto significa que o carbono é removido da atmosfera por décadas, se não séculos. Apesar dessa dinâmica, a cientista alertou contra a tentação de estimular a multiplicação das 182 espécies identificadas de plantas, na tentativa de capturar mais carbono da atmosfera. “Embora tenhamos um número pequeno de espécies exercendo uma influência desproporcional no ciclo de carbono, isto é apenas o que conseguimos medir hoje”, disse a co-autora do estudo, Sophie Fauset, da Universidade de Leeds, no Reino Unido. Dada a quantidade de mudanças que estão ocorrendo nas regiões tropicais, em termos de clima e uso do solo, no futuro espécies diferentes podem se tornar mais importantes. Em um estudo anterior, Fauset e uma equipe de cientistas perceberam que a capacidade de armazenamento de carbono de florestas no Oeste da África aumentaram apesar de uma seca de 40 anos na região. O estudo sugeriu que o incremento da biomassa capaz de armazenar carbono nessas florestas resultou de mudanças na composição das espécies: a seca prolongada havia beneficiado espécies que conseguiam viver nessas condições. Outro estudo sugeriu que as emissões globais de carbono da floresta podem estar sendo subestimadas, pois os cálculos não levariam em con-
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ta árvores mortas logo após o desmatamento. O dióxido de carbono é liberado por essa vegetação durante o processo de decomposição. A perda de floresta contribui por até 30% das emissões de gases que causam o efeito estufa causadas pela atividade humana, rivalizando com o setor de transporte. No Brasil, 61% das emissões são resultantes de mudanças de uso do solo e desmatamento, segundo a ONG Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia. O país está entre os cinco maiores emissores mundiais de gases de efeito estufa, de acordo com a organização. Aproximadamente 17% da floresta – uma área equivalente ao território da França ou quase duas vezes ao do Estado do Maranhão – já foram convertidos para outras atividades de uso do solo. REDUÇÃO DAS FLORESTAS Onze lugares do mundo – dos quais 10 estão localizados na região tropical – serão responsáveis por mais de 80% da perda mundial de florestas até 2030, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo WWF. Até 170 milhões de hectares de florestas poderão desaparecer entre 2010 e 2030 nessas “frentes do desmatamento”, caso se mantenha a tendência atual, segundo as descobertas reveladas no último capítulo da série Relatório Florestas Vivas, da Rede WWF. Essas frentes estão localizadas na Amazônia, na Mata Atlântica e no
Grande Chaco (Bolívia, Paraguai e Argentina), em Bornéu, no Cerrado, no Choco-Darien (no Oeste do Equador), na Bacia do Congo, na África Oriental, no Leste da Austrália, no Grande Mekong, na Nova Guiné e em Sumatra. Esses locais possuem uma das maiores riquezas em termos de vida silvestre, inclusive espécies ameaçadas de extinção. E todos eles abrigam comunidades indígenas. “Imagine uma floresta que se estende através da Alemanha, França, Espanha e Portugal, e que seja destruída em apenas 20 anos”, exemplifica Rod Taylor, diretor do Programa Mundial de Florestas da Rede WWF. “Estamos examinando como se pode salvar as comunidades e as culturas que dependem das florestas e assegurar que as florestas continuem a estocar carbono, filtrar nossa água, fornecer madeira e servir de habitat para milhões de espécies”. O relatório está baseado numa análise anterior, que mostra que mais de 230 milhões de hectares de florestas irão desaparecer até 2050 se não forem adotadas ações para enfrentar essa situação e, ainda, que a perda florestal precisa ser reduzida até alcançar o nível quase zero até 2020, de forma a evitar a ocorrência de mudanças climáticas perigosas e perdas econômicas. Os biomas Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado são três biomas brasileiros mencionados no relatório. O bioma Amazônia compreende 6,7 milhões de km2, uma área compartilhada por nove países: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela,
Guiana, Suriname, e Guiana Francesa. Mais de 34 milhões de pessoas vivem na região Amazônica. Entre elas, incluem-se 385 grupos indígenas, 60 dos quais vivem em isolamento voluntário. A maior floresta do mundo é também o local onde são esperadas as maiores perdas. Se for mantida a recente tendência de desmatamento, até 2030 mais de uma quarta parte da Amazônica ficará sem árvores. As principais ameaças provêm dos crescentes interesses políticos e econômicos e de uma visão de curtíssimo prazo sobre como devem ser usadas as terras e as riquezas naturais da Amazônia. As ameaças variam conforme o país e mesmo dentro do mesmo país, mas elas podem ser caracterizadas como especulação e apropriação ilegal de terra (grilagem), agricultura mecanizada em grande escala, e a pecuária extensiva, infraestrutura de transportes e, em menor grau, agricultura de subsistência em pequena escala. Mais importante do que separar as causas, no entanto, é compreender a relação geográfica e econômica entre elas, bem como o efeito multiplicador de sua combinação. O Cerrado brasileiro é o terceiro mais ameaçado. É a segunda formação vegetal em extensão na América do Sul após a Amazônica. O Cerrado ocupa ¼ do território brasileiro, o que corresponde a uma área de mais de dois milhões de km², ligando nove estados brasileiros. Sua localização diz muito sobre sua importância, pois ele faz conexão com os com 4 dos 5 biomas do país - Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga e Pantanal -, por isso compartilha animais e plantas com es-
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tas regiões. Além de abrigar exemplares únicos da biodiversidade. Ele contém quase 5% de todas as espécies do planeta, mas menos de 3% (do bioma) está em unidades de conservação de proteção integral. As principais ameaças do Cerrado estão relacionadas à expansão de pasto para criação de gado e aos monocultivos de eucaliptos e de soja que, desde a década de 1970 geram muitos impactos ambientais, acarretando em grandes desmatamentos e conflitos socioambientais. Também se somam como fatores de risco para o bioma os incêndios florestais e a ampla demanda por produção de carvão vegetal para a indústria siderúrgica. O desmatamento e as queimadas já devastaram cem milhões de hectares do Cerrado, ou seja, metade do bioma. Tais práticas de uso do solo são as principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa no Brasil. RM
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Planejamento na gestão de custo da colheita florestal mecanizada
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de auferida nos dois métodos. Sabe-se que os métodos mecanizados proporcionam Cop superiores em relação ao semimecanizado, porém, sua alta produtividade, acaba viabilizando o custo por unidade produzida o que, na
to operacional (COp) nesta atividade é estimado pelo somatório de custos fixos (depreciação, juros, seguros, impostos e mão de obra), variáveis (combustíveis, lubrificantes e manutenção) e administrativos. Os custos administrativos compreendem de 5 a 15 % do total de custos fixos e variáveis, dependendo da estrutura e gestão da empresa florestal. Os componentes do COp mais expressivos são a depreciação e combustível (sistemas mecanizados) e mão de obra e combustível (sistemas semimecanizados). Comparando-se a colheita semimecanizada com a mecanizada, verifica-se uma variação considerável nos valores dos Cop por hora efetiva de trabalho. O foco principal e fator decisivo consiste no entanto definir a produtivida-
maioria das circunstâncias, acaba sen-
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colheita florestal engloba as atividades de corte, extração, carregamento, transporte e descarregamento, sendo responsável por grande parte do custo final da madeira colocada no centro consumidor. O cus-
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do mais favorável, economicamente, o emprego dos métodos mecanizados. O planejamento assume um papel fundamental neste contexto, assim, a não observância de alguns fatores, tais como: processo de manutenção dos maquinários, treinamento dos operadores, produtividade das florestas ou mesmo, o regime de manejo adotado, podem impactar economicamente a gestão da colheita mecanizada. A depreciação da frota ao longo dos anos acaba por exigir maiores cuidados no processo de manutenção que, quando não observado, pode comprometer o rendimento dos maquinários, elevando o custo de produção. A falta de qualificação e treinamento de operadores também afeta a produção dos sistemas mecanizados, além de impactar a vida útil das máquinas. A baixa produtividade da floresta é outro fator que compromete o rendimento
da colheita mecanizada. Neste caso, independe da performance dos maquinários e operadores, o rendimento tende a diminuir, com reflexo no custo da colheita. O sistema de manejo também pode impactar a produtividade no processo mecanizado. Florestas conduzidas pelo regime de talha-dia devem ser manejadas com menor número de brotos, visando, futuramente, melhor eficiência durante o ciclo operacional dos maquinários. Deve-se ainda atentar para adoção de um planejamento eficiente que possa garantir uma integração compatível entre as diferentes máquinas inseridas no processo, evitando-se, por exemplo, a ocorrência de pontos de estrangulamento na cadeia produtiva da colheita florestal. Somam-se ainda os desafios impostos pela mecanização da colheita florestal referentes à carência de profissionais qualificados para operação de máquinas e equipamentos de alta tecnologia. Apesar de requererem um planejamento mais criterioso, os sistemas mecanizados apresentam grandes vantagens, além da produtividade, uma vez que facilita o processo de gestão de pessoas, em virtude da menor dependência de mão de obra, refletindo assim maior eficiência e confiabilidade
no comprimento de metas de produção e no atendimento dos aspectos logísticos. A empresa passa vislumbrar um cenário com metas de produção atendidas, minimizando inclusive os riscos de desabastecimento de madeira na fábrica. Cabe ressaltar que os sistemas semimecanizados apresentam um papel
estratégico nos casos de pequenas e médias empresas, incapacitadas de assumir altos custos referentes a aquisição de maquinários modernos e de alta tecnologia, bem como nas grandes empresas, impossibilitadas de implementar seus processos por razões de ordens técnicas (condições topográficas, edáficas, climáticas, dentre outras). Embora haja alguns entraves para o avanço da mecanização florestal, o segmento tem mostrado que este processo é dinâmico e irreversível, sendo sua velocidade de concretização determinada por diversos fatores, como política econômica e industrial, disponibilidade de mão de obra e custos dos equipamentos florestais. A gestão da colheita mecanizada configura-se no entanto como um aspecto essencial para o segmento florestal, principalmente para produção de papel e celulose, possibilitando melhor qualidade, sustentabilidade e competitividade ao setor. As grandes empresas que vivenciam o progresso tecnológico na colheita florestal devem, contudo, estar preparadas para garantir uma gestão eficiente de seus processos, buscando, portanto, nortear-se nos princípios básicos do planejamento.RM
Prof. Dr. Luís Carlos de Freitas, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB; Prof. Dr. Ângelo Márcio Pinto Leite, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM
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Colheita Florestal
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Análise comparativa da legislação trabalhista no setor florestal com o setor de construção
A
norma regulamentadora 18 trata das condições de meio ambiente de trabalho na indústria de construção, e dentro dela existem várias portarias que falam sobre as mais diversas áreas, situações e ações em que podemos nos deparar e precisaremos resolver para ter um ambiente com qualidade no trabalho visando a segurança. Nesse trabalho vamos discutir um pouco sobre essa norma que trata da segurança em alguns locais de trabalho do setor de construção e florestal, já que são dois setores da economia que o trabalho é bastante árduo e cansativo. Segundo a portaria de segurança de trabalho de número 296, falando sobre área de vivência, menciona as coisas que devem ter em todo espaço destinado a multi – uso como vivência e nele com isso deve conter: instalações sanitárias, vestiários, sanitários, alojamento, locais de refeição, que são coisas que dão qualidade de trabalho e satisfação aos funcionários que trabalham nesse setor de construção. Para uma empresa ser referencia no quesito de qualidade e segurança no que tange as questões ambientais na indústria de construção, tem que oferecer benefícios para os trabalhadores, para que eles produzam com qualidade cada vez mais.
A área de vivência deve ser mantida em perfeito estado de higiene e limpeza, visando um trabalho de qualidade para os que atuam no ramo de construção. No que tange a questão de instalação sanitária, diz que deve ser composta por um conjunto de peças que englobam lavatório, mictório e vaso sanitário, onde para ter qualidade e evitar perdas de tempo, é apropriado ter 1 para cada 20 pessoas, além do fato de que um chuveiro para 10 pessoas também é o recomendado, visando sempre oferecer condições adequadas para o trabalhador, e é bom frisar sobre a importância da higiene e limpeza do local, além de manutenção para que tudo esteje funcionando na mais perfeita ordem. O setor florestal é um setor que preocupa muito quanto a questão de segurança e ordenação, porque é um trabalho muito perigoso principalmente quando se trabalha com corte, processamento e extração de madeira. Devido a equipamentos como motosserra utilizada no sistema semimecanizado, esse setor requer atenção redobrada do trabalhador, haja vista que um descuido pode ser fatal. Em grandes empresas florestais devido a baixa produtividade das motosserras, essas empresas investem em sistemas mecanizados, onde o máquinas como feller buncher realiza o corte florestal, outras como harvester e slingshot pode realizar o processamento da madeira e outras como skidder e forwarder a extração da madeira, com isso necessita de uma mão de obra mais especializada que em contra partida oferece menos risco, pois o operador
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florestal está dentro de uma máquina protegido. No caso do setor de construção, tem certos trabalhos, como a seguir que requer mais atenção quanto a segurança e ordenação. No que tange a questão das escavações, fundações e desmonte de rocha, sempre é bom lembrar que é necessário alguém habilitado para ser o responsável técnico. A área de trabalho deve ser previamente limpa, sendo retirados entulhos, ou escorados solidamente árvores, rochas, equipamentos, ou seja, qualquer coisa que impeça e atrapalhe o trabalho, havendo risco de comprometimento de sua estabilidade durante a execução de serviços. As escadas de uso coletivo, para circulação de pessoas e materiais, devem ser construção sólida e dotadas de corrimão e rodapé, que são medidas de segurança para evitar acidentes de trabalho, dando sustentabilidade para quem está usando. Rampas e passarelas provisórias devem ser construídas e mantidas em perfeitas condições de uso e de segurança, estando sempre em manutenção para evitar o seu deterioramento e impedimento total de uso, por isso merecem certo destaque. Devido o fluxo de pessoas que transitam o tempo todo no local, as escadas provisórias devem ser dimensionadas, respeitando a largura minima mantidas e preservadas, mas isso não ocorre, pois as vezes encontramos totalmente fora dos padrões. Quanto a Medidas de Proteção contra Quedas de Altura, a referida norma cita alguns pontos que mere-
Legislação cem atenção, como: É obrigatória a instalação de proteção coletiva , onde houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção de materiais, isso é muito importante, pois afeta diretamente a produtividade e envolve custos, devido ao fato que quando ocorre acidente de trabalho, os operadores ficam com receio de certas tarefas, sem contar que a empresa perde com os gastos com o acidentado, e a produtividade cai, afetando prazos de entrega de obras, portanto toda medida de segurança como esta é bem vinda e deve ser analisada e colocada como prioridade por causa da boa qualidade do trabalho. O perímetro da construção de edifícios, deve ser fechado com tela a partir da plataforma principal de proteção, o que é interessante, pois deve ser criada uma margem de proteção que vai além da área construída, para evitar acidentes não só com quem trabalha, mas com quem trafega nas calçadas e rodovias, como citado na referida norma que tem que existir uma tela para proteger contra projeção de
materiais e ferramentas constituída por uma barreira protetora. Sobre redes de segurança, sempre vem a cabeça a consciência do trabalhador se ele usa os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e se foi orientado a usar de forma correta, isso em todos os ramos de atividades. Na construção , não poderia ser diferente, pois a norma diz que tem que existir um sistema de limitador de quedas de altura , e este deve ser composto por: Corda de sustentação ou de amarração e perimétrica da rede além de um conjunto de sustentação que deve servir para fixar, amarrar e que é composto por alguns itens como gancho para fixar e prender dando suporte e segurança, evitando acidentes ou riscos maiores. O sistema de proteção de limitação de quedas de altura deve ser submetido a uma inspeção semanal, para verificação das condições de todos os seus elementos e pontos de fixação, ou seja, mesmo porque tudo que envolve vida deve ter uma manutenção contínua e permanente, para evitar
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riscos e acidentes de trabalho, pois em toda atividade laboral. Em outro tópico demonstrando a importância de uma manutenção bem feita e contínua, diz que o programa de manutenção preventiva deve estar sempre ao lado do Livro de Inspeção do Equipamento, para que seja planejada e programada as manutenções, fazendo com que se precisar fazer uma inspeção, tem como saber como estão sendo feitas e de quanto em quanto tempo são realizadas manutenções em cada equipamento. O levantamento manual e semimecanizado de cargas, deve ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo operador, seja compatível com sua capacidade de carga, seguindo o que rege a norma regulamentadora 17, que trata da ergonomia, que é uma ciência que estuda a adaptação do trabalho as condições físicas e mentais do ser humano.. RM Elisabete da Silva Oliveira Robson José de Oliveira
Notas
Enzima extraída da folha da palmeira auxilia na quebra da biomassa para a obtenção de biocombustível
Revista da Madeira
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esquisadores do Grupo de Biotecnologia Molecular (Biotechmol), do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, têm realizado análises estruturais da peroxidase, uma enzima extraída da folha da palmeira que pode auxiliar no processo da quebra da biomassa para a obtenção de biocombustível. Ele é uma fonte de energia limpa e renovável, cujas principais matérias-primas são cana-deaçúcar, soja, resíduos agrícolas, semente de girassol, entre outras. Embora a peroxidase também possa ser encontrada em outros organismos – tais como fungos ou bactérias -, a pesquisadora Amanda Bernardes Muniz, principal autora desse estudo supervisionado pelo professor Igor Polikarpov, ambos do IFSC, diz que existem pesquisas que comprovam uma maior eficiência dessa enzima quando retirada da folha da palmeira ou de outras plantas. “A peroxidase extraída das folhas de plantas é mais estável e isso permite que consigamos trabalhar com temperaturas mais altas e pHs mais ácidos e básicos, o que é muito bom para o processo de produção de biocombustível porque facilita a quebra da biomassa”, explica. Durante o processo da quebra do material vegetal, essa enzima auxiliar, que para o estudo foi cedida por colaboradores espanhóis, é capaz de degradar a
lignina (polímero), tornando a biomassa mais acessível às outras enzimas que são capazes de transformar o açúcar em etanol. Adicionalmente, ela oxida compostos que inibem as demais enzimas. Com isso, a peroxidase, além de tornar a matériaprima mais acessível, atua em sinergismo com as enzimas catalíticas, melhorando o processo de produção de açúcares fermentescíveis. Os pesquisadores concluíram que a peroxidase é mais estável que outras enzimas por possuir diversas peculiaridades, tal como a formação de dímeros, moléculas responsáveis por ajudarem na estabilidade global da estrutura da enzima, além de outros elementos moleculares específicos. Segundo o professor João Renato Carvalho Muniz, do IFSC, coautor do artigo científico, uma das principais ideias da pesquisa e desse campo de estudo é encontrar uma solução que permita degradar a biomassa de forma eficiente, rápida e economicamente viável, para obter moléculas de glicose que podem ser fermentadas e transformadas em biocombustíveis, além da produção de outros produtos biotecnológicos. Diversas aplicações Os estudos realizados com a peroxidase também têm revelado diversas áreas em que essa enzima pode ser aplicada,
Eucaliptos atraem 90% dos investimentos em Portugal
E
ucalipto é a árvore dominante em Portugal, ocupando 812 mil hectares. Oitenta por cento das novas plantações e 94% das replantações produzidas nas florestas portuguesas ao longo dos últimos 15 meses sem recur-
so a ajudas públicas tiveram os eucaliptos como a árvore de eleição. A espécie florestal que no espaço de meio século cresceu de uma área reduzida de 50 mil hectares para se tornar na árvore dominante no país (ocupa 812
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como, por exemplo, na obtenção de etanol através do bagaço da cana, cuja porcentagem de descarte é alta, sendo que o açúcar encontrado nesse composto também pode ser transformado em etanol. A indústria de alimentos é outra beneficiada pela peroxidase. Quando os alimentos se estragam, produzem compostos fenólicos que são detectados pela enzima. Segundo Amanda Muniz, a peroxidase também pode ser utilizada no âmbito do controle e tratamento da poluição ambiental, uma vez que é capaz de indicar a presença e modificar os compostos tóxicos comumente liberados no meio ambiente, através de procedimentos industriais. Um pôster relativo à pesquisa do IFSC, baseado em artigo publicado em fevereiro deste ano na revista científica Biochimie, foi apresentado pela pesquisadora Amanda Muniz em um congresso científico que ocorreu no mês de abril, em San Diego, nos Estados Unidos. A participação comprova o reconhecimento internacional do estudo e o interesse dos especialistas nas pesquisas desenvolvidos na área de biocombustíveis. O professor João Renato ressalta a importância da pesquisa básica e o desdobramento que ela provoca, originando novas pesquisas, tanto na área em questão, como em outras vertentes, sejam elas nacionais RM ou internacionais.
mil hectares) continua a sua expansão imparável. E ao simplificar o processo de aprovação de novas plantações e ao permitir a mudança de espécie nas rearborizações de espaços florestais, o novo regime jurídico que entrou em vigor em outubro de 2013 parece favorecer essa expansão: dos 11.019 hectares arborizados ou rearborizados com capitais privados nos 15 meses de vigência da nova legislação, 10.046 receberam eucaliptos. Só o fato de os apoios à florestação da Política Agrícola Comum se dirigirem prioritariamente a espécies como o pinheiro manso ou o sobreiro evitam que a floresta nacional caminhe irreversivelmente para a monocultura. Apesar do curto prazo de aplicação do regime jurídico aplicável às ações de florestação e reflorestação (RJAAR), parece hoje evidente que a liberalização das plantações em áreas até 10 hectares (a maioria esmagadora das explorações florestais nacionais está abaixo deste limiar) está a acentuar a hegemonia do
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ma construção em madeira localizada próxima ao Arquipélago de Anavilhanas no município de Novo Airão, a 115 km de Manaus, busca aliar o desenvolvimento sustentável sem deixar de lado o conforto para atender hóspedes mais exigentes. Em uma área de quase dois hectares, um hotel todo feito com madeira de reflorestamento chama atenção pelo design arquitetônico e conceito ‘verde’ adotado. Além da utilização de madeira certificada, a instalação de placas de energia solar e fossas biodegradáveis pro-
curam reduzir os impactos ambientais do empreendimento inaugurado há poucos meses na orla do Rio Negro. Segundo o diretor de expedições, Kleber Bechara, a construção do lodge iniciou em 2011. Os profissionais de Novo Airão e de comunidades próximas, por desenvolverem atividades no setor de carpintaria, auxiliaram nas obras. Os ribeirinhos que ajudaram a erguer o hotel também compartilharam experiências adquiridas na construção de casas regionais com profissionais de outras partes do país.
O projeto, até por uma questão de responsabilidade técnica, foi dado a um engenheiro especialista na questão de madeira, mas muitos dos encaixes, dos engates [junções das peças de madeira], de como foi dada a viabilidade estrutural, foram com tecnologias daqui que nós acabamos ensinando o engenheiro. Ele se surpreendeu. Muitas das sugestões dadas para ele extrapolavam as especificações técnicas do projeto.. É uma arquitetura regional mesmo, não no design, mas no aspecto da estrutura, do edificar com segurança, nos materiais utilizados A madeira usada na obra foi manejada no Amazonas. As espécies usadas foram: Angelim Ferro, Acariquara, Louro Preto e Louro Aritu. Além das linhas curvas e uso de madeira em toda a estrutura, o projeto do hotel incluiu ainda a instalação de placas para captação de energia renovável e de fossas que diminuem os impactos ambientais. Placas de energia solar captam a luz do sol para geração de energia reserva e aquecimento da água de banheiros. São 8 placas solares que geram 140 kilowatts cada, com capacidade para iluminar o lodge num período de 5 horas. Toda água quente vem dos painéis. Eles são para água e para alimentar um banco de alimentação em caso de faltar energia. Teve essa preocupação de integrar à natureza no projeto. Está tudo integrando arquitetura com a vegetação do terreno. RM
eucalipto e a decadência do pinhal. As razões para esta dinâmica prendem-se com a maior rentabilidade do eucaliptal para os proprietários. O eucalipto começa a gerar receitas após 10 anos da primeira plantação e a sua exploração (em talhadia) permite que um mesmo povoamento dure ao longo de quatro ou cinco ciclos de corte (48 a 60 anos). Um pinhal demora 30 anos a produzir madeira capaz de ser utilizada na indústria do mobiliário. Muitos silvicultores defendem que a prioridade da fileira do eucalipto não é tanto aumentar a área, mas reconverter povoamentos existentes. Os números do RJAAR indicam que esse caminho está a ser seguido. Dos 7326 hectares rearborizados, a esmagadora maioria (79%) corresponderam a replantações de áreas já ocupadas por eucaliptos. Mas pelo caminho, outras espécies acabam por ser substituídas. Em particular o pinheiro-bravo, base de uma indústria que representa 47% do valor acrescentado bruto da
fileira florestal (812 milhões de euros em 2012). Neste processo de mudança, 1165 hectares deixaram de ser dedicados ao pinheiro bravo para passarem a ser ocupados pela espécie que alimenta a cadeia da pasta e do papel. Este sinal é apenas mais um sintoma do inexorável recuo do pinhal português, que no espaço de 50 anos se reduziu de 1,2 milhões de hectares para cerca de metade. João Gonçalves, do Centro Pinus, que agrega mais de dois terços da fileira industrial do pinho, considera que “ainda é cedo” para se poder explicar as transferências de áreas de pinhal com a nova legislação. Mas nota que “64% da área de crescimento do eucalipto se fez zonas de pinho e não em zonas de mata ou incultos”. A transformação em curso, sublinha João Gonçalves, vai agravar as dificuldades da indústria, que tem de importar todos os anos dois milhões de metros cúbicos de madeira para laborar – 36% das necessidades das empresas do Centro Pinus. Do lado da pasta e do papel, os in-
dicadores da execução do RJAAR não suscitam motivos para alarme. Armando Gois, diretor-geral da Celpa, a associação que agrega a indústria do sector, nota que o crescimento das áreas de eucalipto feito com investimento privado tem de ser balanceado com as áreas de outras espécies financiadas pelos fundos comunitários. Se este exercício se fizer, nota, “a percentagem dos eucaliptos nas arborizações e rearborizações desce para 44%” – o sobreiro surge com 31% do total e o pinheiro manso, cuja rentabilidade explodiu com o aumento da procura mundial de pinhão, 12%. De resto, “é provável que o ritmo de crescimento dos últimos tempos seja menor do que nos anos anteriores”, admite Armando Góis. Apesar do equilíbrio que os fundos estruturais vão introduzindo na diversidade florestal, o risco de a expansão do eucalipto se perpetuar é elevado e o perigo de a área de pinho continuar a regredir existe. RM
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Notas
Hotel de luxo usa energia solar e madeira de reflorestamento na selva
Notas
Moringa, a árvore que pode acabar com a fome no mundo
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moringa é uma das plantas mais generosas do planeta. Poucos brasileiros ouviram falar de uma planta chamada moringa. Originária da Ásia e da África, a árvore de até 12 metros de altura fornece abundantes galhos carregados de pequenas folhinhas verdes. Considerada como uma panaceia para muitos males – de tratamento da malária a dores de estômago – e um alimento com alto valor nutritivo e com uma excelente composição de proteínas, vitaminas e sais minerais, a moringa é uma daquelas árvore que todos habitantes dos trópicos deveriam ter no quintal de casa. Das 14 espécies identificadas, duas são as mais populares. Nativa das encostas do Himalaia, a Moringa oleifera foi reconhecida pela medicina ayurvédica como uma importante erva medicinal há quatro mil anos. A planta indiana acabou sendo disseminada por todo o mundo e chegou até o Brasil. Uma espécie próxima é a Moringa stenotepala, nativa do leste da África. Segundo pesquisadores da Universidade de Addis Ababa, da Etiópia, que pesquisam a planta há quase duas décadas, a moringa possui uma elevada capacidade para combater diferentes doenças tropicais, tais como a leishmaniose. Mas o que assombra os nutricionistas é sua composição como alimento. Pesquisadores concluíram que, comparada grama por grama com outros produtos, a moringa possui sete vezes mais vitamina C que a laranja, quatro vezes mais vitamina A que a cenoura, quatro vezes mais cálcio que o leite de vaca, três vezes mais ferro que o espinafre e três vezes mais potássio que a banana. E mais: a composição de sua proteína mostra um balanço excelente de aminoácidos essenciais (aqueles que precisamos ingerir pois o corpo humano não os produz). Em um país lembrado por imagens de subnutrição, observar que a moringa etíope – a espécie Moringa stenotepala – é fartamente plantada na zona tropical do país nos dá um
grande entusiasmo. Na estrada que sai de Arba Minch em direção ao sul, a árvore está espalhada em diversos campos de cultivo de milho, assim como ao redor das cabanas de palha dos habitantes da região. Cerca de 90 km depois, chegamos em Konso, a porta de entrada para o território nativo dos povos do vale do rio Omo. Os vilarejos tradicionais da etnia Konso foram proclamados Patrimônio Mundial pela Unesco em 2011 devido aos terraços criados para a agricultura e às muralhas de pedras que protegem os assentamentos humanos. Como se não bastasse a engenhosidade dos Konso com seus terraços, possibilitando uma agricultura sustentável nas encostas áridas das montanhas, os líderes da etnia plantam, há muitas gerações, árvores de moringa ao redor de suas casas. Assim, a folhinha verde tão nutritiva não falta a ninguém na comunidade e traz um mínimo de elementos nutritivos a toda a população, principalmente às crianças. Graças à moringa abundante e aos cereais e as leguminosas plantados nos terraços Konso, o fantasma da subnutrição afasta-se cada vez mais do sul da Etiópia. De fato, em todos os mercados semanais da região, sempre encontramos pencas e pencas de moringa fresca sendo vendidas para aqueles que não possuem uma árvore em seu quintal. Thamyres Matarozzi, uma fotó-
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grafa paulistana que viaja com nosso pequeno grupo de brasileiros, já conhecia a fama da moringa desde 2011 quando vivia em Londres. Por ser vegana e buscar uma alimentação consciente, Thamyres comprara na Europa dezenas de saquinhos de pó de moringa para complementar uma possível falta de proteínas ou vitaminas durante sua viagem à Etiópia. Qual não foi sua surpresa ao ver que quase todos os restaurantes onde comemos ofereciam moringa – ou, no idioma local, aleko – nas mais variadas formas, de sopa a refogado! A moringa oferece ainda mais um presente às comunidades rurais. Devido a uma composição particular dos óleos e das proteínas contidas nas sementes, quando trituradas e misturadas a uma água turva e não potável, uma reação extraordinária é produzida: a água fica limpa. Como isso acontece? O pó das sementes de moringa possui a propriedade de atrair argila, sedimentos e bactérias, os quais acabam indo para o fundo do recipiente e deixando a água clara e potável. Tanto as sementes da espécie etíope (Moringa stenopatala) como da asiática (Moringa oleífera) possuem as mesmas características de decantar a água. Pesquisadores do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais comprovaram, em testes de laboratório, que as sementes da moringa asiática conseguem remover 99% da turbidez da água. RM
Bambu O Acre tem 87% de seu território coberto por florestas, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Desse total, ao menos 36% é de gramíneas da espécie bambu, o que representa 600 mil hectares. Diante dessa vasta incidência da espécie, o governo vai investir em pesquisas e fomento ao beneficiamento da planta, que tem diversas utilizações na construção civil, na fabricação de móveis, utensílios de uso domésticos e até mesmo acessórios como capas de celulares. No Acre, já há edificações que fazem uso do bambu nas estruturas, como, por exemplo, os quiosques localizados no Parque Tucumã. Chip de celulose Cientistas da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo modelo de chip semicondutor utilizando madeira como base principal. O estudo pode revolucionar a forma como os chips e dispositivos são produzidos. Os chips comuns disponíveis são compostos por uma camada de suporte não-degradável, o que torna o produto agressivo ao meio ambiente devido ao descarte acumulado desses produtos ao longo dos anos. O “chip verde” substitui essa camada agressiva por uma chapa de nanofibrila de celulose (CNF), que é um material feito a partir da madeira, mais flexível e biodegradável que os materiais utilizados na indústria. O processo também envolve um tratamento na pequena chapa de celulose para evitar aumentos e reduções de tamanho, já que o material pode contrair ou expandir de acordo com a absorção de umidade do ar. O resultado é um chip mais barato e menos agressivo. Livro Livro que pode ser plantado depois de lido, onde a criança pode ver o crescimento de uma nova árvore. Para produção de papéis e livros, diversas árvores são derrubadas e muitos litros de água são gastos. Com o objetivo de incentivar a sustentabilidade e desenvolver a consciência ambiental, a editora argentina de livros infantis Pequeño Editor publicou um “livro árvore”, em parceria com a agência de publicidade FCB Buenos Aires, o primeiro livro que pode ser plantado após ser lido. Os exemplares do livro “Meu pai estava na selva” foram feitos a partir de tintas ecológicas e papel reciclado. Os livros possuem sementes de jacarandá, uma árvore ameaçada de extinção, principalmente na Argentina. Biomassa O Brasil consome hoje cerca de 179 milhões metros cúbicos de madeira por ano. Deste total, 40% é destinado para a produção de energia e carvão vegetal. A informação é diretor de Consultoria da Consufor, Marcio Funchal. Estimativas indicam que nos próximos 20 anos a demanda adicional de madeira será em torno de 117 milhões de m³/ano em âmbito nacional, sendo que 50% desse consumo será destinado à produção de energia. Para fazer frente ao crescimento da demanda, a área plantada com florestas no País deverá
aumentar cerca de 3,5 milhões hectares até 2035 (aumento de aproximadamente de 1,8% ao ano). Isso é viável pois nos últimos 20 anos o aumento médio foi de 2% anuais, baseado no pinus e eucalipto. O Mato Grosso do Sul tem um grande potencial para a expansão dos negócios envolvendo biomassa de madeira, além da celulose. El Niño O risco de queimadas para a Floresta Amazônica em 2015 vai variar muito entre as porções leste e oeste da floresta. O oeste sofre risco mais baixo de queimadas que nos anos anteriores, enquanto o leste tem risco maior este ano. De acordo com a previsão, o clima da porção oeste da Amazônia é influenciado pela temperatura das águas do oceano Atlântico tropical, enquanto a parte leste sofre influência do oceano Pacífico. Com a intensificação do fenômeno El Niño, em 2015, as águas estão mais quentes na superfície do Pacífico, levando à supressão de chuvas no leste da Amazônia e ao aumento do risco de queimadas. Maranhão, Mato Grosso e Pará são os estados brasileiros com maior risco de queimadas este ano. Reflorestamento O presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou que o país estabeleceu o recorde mundial de reflorestamento, no Livro Guinness, após plantar 647 mil plantas de mais de 200 espécies, de maneira simultânea, em todo o território. A marca Guinness foi estabelecida com o plantio de 647.250 unidades, realizado por 44.883 pessoas em 1.997 hectares do país. O governo promoveu o “mais ambicioso” projeto de replantio da história do país, para estabelecer uma marca Guinness. Adubo Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em Araras (SP) passaram a adotar um método para utilizar grama cortada e fazer adubo. Quando misturada com esterco ou restos de alimentos, a grama vira um novo composto que fortalece raízes, flores e frutos, trazendo um aumento de até 50% na produtividade. O substrato orgânico funciona como um tipo de terra vegetal e traz vantagens em relação a outros compostos. Esse material dispensa o uso de ferti-irrigação e do fertilizante adicional. Plantio O Estado de Mato Grosso do Sul vai atingir à marca de um milhão de hectares plantados até o fim de 2017. É o que garantiu o presidente da Reflore – MS, Moacir Reis. De acordo com Moacir, essa meta estava prevista – inicialmente – para 2020. No entanto, a demanda por florestas plantadas aumentou e houve uma aceleração deste plantio, o que deverá ter continuidade nos próximos anos devido ao anúncio da duplicação da Eldorado Brasil e Fibria, cujos investimentos somam quase R$ 16 bilhões, além da construção de uma fábrica de MDF no município de Água Clara e de uma terceira fábrica em Ribas do Rio Pardo.
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Exportação de energia A energia elétrica gerada a partir da produção das duas fábricas de celulose em Três Lagoas, além da Cargill – produtora de Biodiesel, que também produz energia elétrica com base em biomassa por meio de cavacos – é importantíssima para a diversificação da Matriz Energética do país. Entretanto, Mato Grosso do Sul ainda guarda na manga outras possibilidades de geração de energia elétrica com base em biomassa pautada na plantação de Eucalipto. De acordo com Jaime Verruck, secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso do Sul, a produção de eucalipto deve passar de 820 mil hectares para 1 milhão de hectares até 2017 no Estado. Mesmo com grande demanda de produção de celulose, ainda com os 820 mil hectares, há um excedente de 200 mil que deve ser usado exclusivamente para a criação de usinas para geração de energia elétrica a base de Biomassa. Pau mulato O pau mulato, árvore da Amazônia explorada para a confecção de telhados e móveis, representa 20% dos lucros em venda de madeira no Amapá, segundo a Embrapa, que realiza pesquisas para a regeneração da espécie. A expectativa é trabalhar com cerca de 50 mil mudas, por hectare, em áreas de roça abandonada. De acordo com a Embrapa, o trabalho começou em 2010, com o objetivo de desenvolver um sistema de manejo da regeneração natural da árvore e que reduza as despesas para os produtores. O manejo da regeneração natural do pau mulato rende uma madeira mais larga, indicada para produzir energia, postes e construções rústicas e na serraria. Carvalho inglês Pesquisadores franceses conseguiram decifrar o genoma de uma árvore emblemática, o carvalho Inglês, o que deve ajudar a compreender melhor os mecanismos de adaptação das árvores às mudanças climáticas. Depois de três anos de trabalho, as equipes do Inra (Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola) e do CEA (Comitê de Energia Atômica e Energias Alternativas) conseguiram sequenciar o genoma do ‘Quercus robur’, o famoso carvalho Inglês – típico das florestas temperadas da Europa. As equipes afirmam ter identificado pelo menos 50.000 genes. Setor florestal As 95 empresas de base florestal atuantes no Estado da Bahia oferecem 300 mil empregos. No quinto lugar entre os estados brasileiros produtores de florestas, com 10% da área total plantada no país, a Bahia deve registrar aumento de 15% no número de empregos relacionados ao setor até 2018. Segundo informações da Associação Baiana de Empresas de Base Florestal (Abaf), o setor registrou crescimento anual de 6,5% em 2013 em relação ao ano anterior, e a expectativa é de desenvolvimento acima deste percentual até 2018. Neste prazo, a previsão é de ampliação da área plantada. A Bahia tem a maior produtividade em metros cúbicos por hectare ao ano no mundo.
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