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Eficiência para continuar crescendo
N
ovamente as exportações de produtos de base florestal mostram uma reação positiva. Em 2018 o volume exportado superou a US$ 14 bilhões. Um recorde com incremento de 14,5% em relação ao ano anterior. Esta é uma tendência que deverá
se manter para este e próximos anos. Mas para isso o empresário tem que estar atento ao mercado. Cada vez mais exigente e competitivo, que busca qualidade e preço, que só se consegue com eficiência e tecnologia. Clóvis Rech Editor Responsável/ Publisher
Expediente Editor: Clóvis Rech Capa: Ronaldo L. Cruz Edição de Arte e Produção www.crdesign.com.br crdesign@terra.com.br
A Revista da Madeira é uma publicação da Porthus Comunicação Ltda., que também publica outras publicações. A reprodução total ou parcial de artigos ou matérias citados nesta edição é proibida, exceto em caso de autorização do editor. Obter maiores informações consulte-nos: To subscribe to Wood Magazine or obtain more information, please contact us by e-mail at: remade@remade.com.br Phone: RS: 55-54 3226-4113 ou/or PR: 55-41 3434-3611
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Edição 158
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Sumário 6
Exportações crescem 14,5% em 2018
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Evolução do mercado de painéis MDF E MDP
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Mercado brasileiro para painéis LVL
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Pinus e eucalipto para construções Wood frame
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Importância da madeira de eucalipto para a indústria de base florestal
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Normas regulam durabilidade de portas de madeira
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Aumenta custo da atividade florestal no Brasil
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Construção com madeira são mais leves e limpas
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Como a Finlândia fabrica roupa com madeira usada
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Cresce mercado de construção para pequenas casas
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Sistemas de plantio
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Brasil já desmatou “duas Alemanhas” de Floresta Amazônica
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Especial Biomassa & Pellets Special Biomass & Pellets
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Cultivo do eucalipto é cercado de mitos
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Interferência das árvores na lavoura em sistemas ILPF
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Exportações crescem 14,5% em 2018
A
s exportações tem mostrado resultados muito positivos e em 2018 consolidou-se como o melhor dos últimos oito anos. Em 2018, apesar de algumas turbulências na área política-econômica nacional, as vendas externas cresceram 22,8% para os setores de madeira, móveis, papel e celulose, totalizando em conjunto US$ 14,19 bilhões. No ano ante-
rior fecharam em US$ 11,55 bilhões. O setor como um todo ainda é muito expressivo. No Brasil o setor de base florestal é responsável por cerca de 3,5 milhões de empregos de forma direta e indireta. As florestas plantadas ocupam 7,8 milhões de hectares, menos de 1% da área produtiva do país. As exportações de produtos de madeira chegaram a US$ 3,18 bilhões em 2018, volume 14,5% superior ao mesmo período de 2017. Os itens de móveis bém t a m -
mostraram resultado positivo, com crescimento de 13%. Em 2018 totalizaram US$ 579 milhões. Entretanto o setor de papel e celulose é o que continua apresentando os valores mais expressivos. No ano passado totalizou US$ 10,4 bilhões o que representou um incremento de 26%. Em especial no setor de madeira alguns itens se destacaram. O principal item na pauta de exportação brasileira de produtos de madeira foi o compensado, com US$ 774 milhões um crescimento de 24,8% em relação ao ano anterior. No caso da madeira serrada, o pinus é o destaque. No ano passado as vendas externas totalizaram US$
771,5 milhões, valor 15,9% maior que ano anterior A madeira perfilada é outro item importante. No último ano chegou a US$ 495 milhões. Já o item de portas, as vendas chegaram a US$ 356 milhões. No conjunto, o principal mercado comprador continua sendo
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os Estados Unidos, que importa 40% de valor total de nossas vendas externas de produtos do item madeira. O México passou a ser o nosso segundo maior importador, com US$ 225 milhões. E a China se mantém como importante comprador internacional, com US$ 160 milhões em 2018.
Com destaque também estão os países da Europa, que na sua maioria aumentam bem o volume de compras do Brasil. Na sequencia vem o Reino Unido (US$ 126 milhões ), a Bélgica (US$ 102 milhões), a Alemanha (US$ 102 milhões), e o Japão (US$ 91 milhões). RM
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Evolução do mercado de painéis MDF E MDP
A
tualmente, observa-se a crescente demanda por painéis de madeira reconstituída, os quais vêm substituindo gradativamente a madeira maciça em diversos usos e aplicações. Os painéis de madeira reconstituída ganharam certo destaque em relação à madeira maciça. As vantagens destes painéis se deram devido à capacidade de aproveitamento praticamente integral das toras; possibilidade de trabalhar com resíduos; permite a produção de painéis de grandes dimensões, em que o fator limitador consiste nas dimensões das prensas e não das árvores; além de ter mais facilidade de impregnação com produtos repelentes a insetos. Além disso, tem-se a possibilidade de eliminação dos defeitos provenientes da anatomia da árvore (nós, medulas e desvio de grã). No Brasil, dentre os painéis de madeira reconstituída disponível no mercado, tem-se o medium density fibreboard - MDF e o medium density particleboard – MDP. A diferença básica entre ambos é a matéria prima, o MDF é produzido com fibras, enquanto o MDP origina-se de par10
tículas de madeira, fator que atribuem diferenças entre suas propriedades físicas e mecânicas, direcionando assim, usos mais específicos a cada material. Devido às características do MDF, principalmente de fácil usinabilidade, este se tornou muito desejado pela indústria moveleira, em razão da sua versatilidade e do melhor acabamento que propicia aos móveis e utensílios de madeira em geral. Contudo, o MDP também é destinado à indústria moveleira, porém para a fabricação de móveis retilíneos. O segmento brasileiro de painéis de
madeira e pisos laminados ocupou o 8º lugar no ranking mundial dos maiores produtores, com produção de 7,5 milhões (m³). Para tal produção, o Brasil conta atualmente com 18 unidades produtoras de painéis de madeira reconstituída, concentradas principalmente no Sul e Sudeste. A principal característica do MDF é sua excepcional estabilidade dimensional e capacidade de usinagem, tanto nas bordas, quanto nas faces . Dentre outras particularidades, o MDF é considerado um produto homogêneo, uniforme, estável, de superfície plana e lisa que oferece boa trabalha24 12
bilidade; alta usinabilidade para encaixar, entalhar, cortar, parafusar, perfurar e moldurar; economia quanto à redução no uso de tintas, tingidores, laca e vernizes; economia no consumo de adesivo por metro quadrado e apresenta ótima aceitação para receber revestimentos com diversos acabamentos . Por sua vez, no MDP as partículas de madeira são ligadas entre si por resinas sintéticas, sob ação de pressão e temperatura, sendo formadas por três camadas, onde as partículas mais finas são depositadas na superfície, enquanto que aquelas
de maiores dimensões são depositadas na camada interna. Pode ser utilizada em sua confecção qualquer parte da árvore ou da madeira que seria desprezada, isso é um atrativo grande na área de industrialização, solucionando, em parte, o problema ambiental causado pelos resíduos, além de agregar valor ao produto final. RM
Elesandra da Silva Araujo Diego Rodrigues Viégas Thaís Brito Sousa Sebastião Gabriel Souza Joyce Christina da Silva, Verena de Nazaré de Oliveira Reis, Iêda Alana Leite de Sousa, Fábio Akira Mori, UFLA,
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Evolution of the national market of MDF and MDP panels
C
urrently, there is a growing demand for reconstituted wood panels. Among the panels available in the Brazilian market, it has been medium density fibreboard– MDF and themedium density particleboard – MDP, as the most requested in the furniture and planned sectors. The study aimed to analyze the evolution in production and
consumption of MDF and MDP panels in the Brazilian market from 2007 to 2016. The research was carried out based on production, import and export, available on the website of Food and Agriculture Organization of the United Nations - FAO. The Brazilian production of MDF, from 2007 to 2016, increased from 1.9 million m³ to 4.2 million m³, increasing 121%. The largest production occurred in 2014, with 4.4 million m³ of MDF panels produced, representing 13.3% of total production. National consumption of MDF in the same period increased from 2.0 million m³ in 2006 to 3.8 million m³ in 26 14
2016, an increase of 84.8%. For MDP panels, there was a decrease of 9.7% in production during the period, from 7.6 million m³ in 2006 to 6.9 million m³ in 2016. The peak of MDP production occurred in 2008, where it reached 7.7 million m³, representing 11.2% of the total produced during the
period. The internal consumption of MDP increased from 1.9 million m³ in 2007 to 1.3 million m³ in 2016. The reconstituted MDF and MDP panels are highly demanded in the Brazilian market, but MDF domestic demand surpassed that of MDP during the period studied. RM
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Mercado brasileiro para painéis LVL
A
atual demanda de madeira no mercado mundial e a baixa oferta de madeira serrada proveniente de árvores de grandes diâmetros no pais implica na procura por materiais alternativos que possam desempenhar o mesmo papel, com qualidade. Dentro dos diversos tipos de produtos de madeira reconstituída estão os painéis laminados, como o compensado, já consagrado e o LVL (laminated veneer lumber), que vem crescendo em todo o mundo. É um produto de alta resistência, muito usado na construção civil, como em vigas de grandes dimensões e tende a substituir alguns produtos de madeira serrada e painéis à base de madeira, tais como: OSB, MDF e compensados. 16
Amplie suas possibilidades de negócios na FIMMA BRASIL 2019 A base florestal é o primeiro elo da cadeia produtiva de madeira e móveis. A FIMMA Brasil convida o setor florestal a participar da 5ª maior feira do segmento moveleiro no mundo.
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P o r outro lado, com o início dos plantios comerciais de paricá (Schizolobium amazonicum) na região norte, o mercado de compensado tropical tem apresentado acenos positivos no sentido de buscar novas alternativas de matéria-prima para a produção de compensados leves para uso na construção civil, confecção de móveis e lâminas para revestimentos de paredes internas de casas de madeira. Essa espécie é do mesmo gênero que o guapuruvu, apresentando características semelhantes, A espécie Schizolobium parayba conhecida como guapuruvu, vem sendo usada em plantios de regeneração natural para efeito ecológico. Entretanto é reconhecida entre os pesquisadores como uma espécie de rápido desenvolvimento e boa produtividade. Em plantios experimentais, o guapuruvu impressiona pelo rápido crescimento inicial, forma das plantas e principalmente por seu alto incremento médio anual. O LVL é um painel engenheirado, composto de lâminas de madeira orientadas na mesma direção e unidas por adesivo, utilizado com grande versatilidade em soluções, principalmente estruturais e industriais onde uma boa resistência à flexão é requerida. Comparado com a madeira serrada, o LVL pode oferecer um espectro maior 18
de dimensões, com espessuras médias variando de 21 mm a 150 mm, larguras de 100 mm a 1800 mm e comprimentos de 2500 mm a 25000 mm, quando montados de forma contínua. É fabricado principalmente a partir de madeiras de coníferas, com predominância de pinus. Hoje, com a diminuição a nível mundial da oferta de madeira de grandes diâmetros vinda de florestas nativas, seja por razões ecológicas ou pelo esgotamento devido à exploração indiscriminada, as indústrias de laminados têm optado por espécies oriundas de reflorestamentos, como pinus, eucaliptos e populus. Os processos de produção de LVL utilizam procedimentos semelhantes àqueles da manufatura de compensado, com lâminas de espessuras entre 2,5 mm e 3,5 mm obtidas em torno desfolhador que depois de secas recebem a aplicação de adesivo. Os LVL são montados na espessura desejada e consolidados em prensa quente. O processo de produção descontínua (convencional) possui a vantagem de poder facilmente ser implantado nas fábricas de compensados normais já instaladas, necessitando-se, para isso, de pequenas alterações em sua estrutura original. Portanto, o conhecimento das propriedades básicas (físicas e mecânicas) de produtos à base de madeira, faz-se indispensável, visando principalmente um subsídio a potenciais usuários de produtos laminados, para seu emprego correto em diferentes soluções estruturais ou não estruturais. RM
Julia Carolina Athanázio-Heliodoro, Hernando Alphonso Lara Palma, Adriano Wagner Ballarin, FCA – UNESP,
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Production of LVL panels
The high demand in the market for large diameters logs and the difficulty in obtaining quality raw material of tropical forests from legal origins, has motivated the search for alternative material to the traditional ones. Among the native species, Schizolobium parahyba (Vell.) Blake - guapuruvu reveals its potential. Due to the low density of this species, the rational use of this wood offers a greater range of potential uses, such as production of veneers and reconstituted products. The objective of this work was to evaluate the technical feasibility of the production of LVL panels, in commercial dimensions, with guapuruvu wood, from the determination of the mechanical and physical properties of the panels. The veneers used came from forest recovery areas of the Atlantic Forest, in the region of 20
Botucatu-SP with 16 years old. Were manufactured LVL panels with 17 veneers with nominal thickness of 2.5 mm. The nominal dimensions of the panels were 42.5 mm thickness, 1200 mm wide and 2400 mm length. The tests followed the recommendations of ASTM standards. The average humidity of the panels was 10% and the specific gravity of 411 kg.m-³, 41.8% higher than the same parameter evaluated for the original veneers (290 kg.m-³), indicating densification of the panels. The mean values of MOE and MOR of the static bending for the higher and lower inertia tests were 8988 MPa and 52.66 MPa and 6402 MPa and 62.57 MPa, respectively. The density showed low coefficient of variation indicating good homogeneity of the panels. The results showed that these panels fall under the quality category 1.5E-2250F suggested by APA EWS PRL-50 and close to LVLs manufactured with Southern pine, Douglas-fir, Pinus taeda, Pinus radiata and Schizolobium amazonicum. Despite the low apparent density of guapuruvu wood, the production of LVL panels is technically feasible, since its performance achieved results similar to those of paricá and pinus LVLs. RM 21
Pinus e eucalipto para construções Wood frame
A
s construções leves em madeira no Brasil como o sistema wood frame tem ganhado espaço na indústria da construção e o emprego de madeiras de florestas plantadas mostra-se como alternativa viável para esse tipo de construção. A demanda crescente por construções leves no país reforça o estudo das potencialidades do Pinus e do Eucalyptus. Em especial o Eucalipto que apresenta ótimas características mecânicas para a construção. A produção de floresta plantada no Brasil, segundo a IBÁ (2017), vem crescendo nas últimas décadas e, em 2016, o país atingiu cerca de 7,84 milhões de hectares em área de florestas plantadas, sendo 72,3% de Eucalipto (cerca de 5,67 milhões de hectares), 20,2% de Pinus (1,58 milhões de hectares) e 7,5% de culturas de outras espécies (0,59 milhões de hectares). O wood frame é um sistema construtivo que usa montantes leves em madeira para construção de quadros estruturais que atuam em conjunto como elemento estruturante de uma edificação. Pode ser montado no sistema balão ou plataforma, sendo o último o mais difundido e também permite tanto a autoconstrução quanto a pré-fabricação. Na América do Sul esse sistema 22
está aos poucos começando a ser mais conhecido e utilizado por causa de suas inúmeras vantagens e como alternativa a sistemas tradicionais de construção mais demorados e que geram mais resíduos. Na experiência argentina de wood frame se utiliza o Eucalyptus grandis ou E. saligna na estrutura. Admitem-se defeitos, porém sempre levando em consideração a classificação das madeiras de acordo com os defeitos apresentados e os usos a que são destinadas. No Chile, este se assemelha ao sistema alemão, tendo o máximo possível da montagem industrializada e depois transportada para a obra. Já no Brasil, a trajetória do sistema wood frame se deu paulatinamente, desde a década de 70 , usando prioritariamente o Pinus como montantes estruturais. O sistema wood frame não tem norma técnica no Brasil e uma das contribuições, partindo desta comissão foi a publicação da Diretriz SINAT nº 005 / 2011 com referências e diretrizes técnicas para o wood frame aqui produzido. No Brasil o sistema wood frame atualmente é produzido tanto para habitações de alto padrão, quanto para habitações de interesse social. A madeira de Pinus é a mais utilizada para os sistemas wood frame no Brasil, mas o eucalipto também já foi empregado
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a exemplo do protótipo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas IPT, em São Paulo, O eucalipto tem um potencial mecânico superior ao do pinus e pode ser pensado para compor montantes estruturais com dimensões específicas e diferenciadas das utilizadas com pinus; Entre as constatações deste tecnologia observa-se que precisa-se produzir normas de construções leves para pinus e eucalipto e não só considerar as coníferas como espécies adequadas ao sistema wood frame como o faz a SINAT em sua mais recente versão. Sublinha-se que a formulação de um sistema wood frame adaptado para as características do Eucalipto constituem um trabalho mais longo e especifico. Mirna Mota Martins, Júlia Cruz da Silva, Matheus Fernandes Lima, Rita Dione Araújo Cunha, Sandro Fábio César, UFBA,
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Pine and Eucalyptus for wood frame construction This article discusses the possibilities of the use of Eucalyptus and Pinus in lightweight wood frame construction in relation to the scenario of the wood sector in Brazil and the growing demand for this material in civil construction. The use of these wood genres as structure for this type of construction is approached, through a bibliographical review, observing the advantages of this material and the technological difficulties and gaps of
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its application from the perspective of wood frame systems. The local panorama of the Eucalyptus and Pinus industry as well as the civil construction in wood is also pointed out, emphasizing the prospects of the use of Eucalyptus as an alternative for light wood systems. As results Pinus and Eucalyptus are compared, aiming to launch a reflection on the feasibility of using the latter in the wood frame system, once detected a greater use of Pinus in this type of system in relation to eucalyptus in Brazil. Mirna Mota Martins, Júlia Cruz da Silva, Matheus Fernandes Lima, Rita Dione Araújo Cunha, Sandro Fábio César, UFBA,
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Importância da madeira de eucalipto para a indústria de base florestal
N
ativo da Austrália, o gênero Eucalyptus foi descrito pela primeira vez pelo botânico francês Charles Louis L’Héritier de Brutelle, em 1788. Pertencente à família Myrtaceae, conta com mais de 700 espécies já catalogadas, além de muitas variedades e alguns híbridos. O primeiro cientista brasileiro a estudar e cultivar o eucalipto foi Edmundo Navarro de Andrade, em 1904 que ao trabalhar para o setor ferroviário objetivava utilizar as árvores plantadas para abastecer as caldeiras das locomotivas, bem como para a produção de moirões e postes. Apesar de um começo tímido e com poucas aplicações, algumas espécies do gênero Eucalyptus passaram a apresentar grande potencial produtivo devido ao incentivo à pesquisa e à necessidade de abastecimento de alguns setores de base florestal brasileiros durante as décadas de 1970 e 1980. A madeira de espécies de Eucalyptus é utilizada pelos setores de celulose e papel, energia (lenha indus28
trial e carvão vegetal) e para produção de madeira maciça e madeira industrializada. Dentre as espécies florestais cultivadas no Brasil, o eucalipto se destaca perante o pinus e a teca, enquanto a região Sudeste se destaca como a principal produtora dessa essência, devido à maior concentração de empresas dos setores de celulose e papel e energia, com 59,3%. Dentre os fatores que conferem destaque aos eucaliptos brasileiros entre as matérias-primas, pode-se citar a alta produtividade das florestas atribuída ao clima tropical ou subtropical na maioria do território, o que permite um crescimento ininterrupto e, consequentemente, um rápido acúmulo de biomassa. Destacam-se também as condições de solo favoráveis, além dos diversos programas de melhoramento genético, que contribuem para o fornecimento de material superior para os plantios. Como reflexo dessa alta produtividade, a idade de rotação dos plantios de eucalipto no Brasil varia entre cinco e sete anos, com produtividade de aproximadamente 44 m³ há/ano, ao 30
passo que em países de clima temperado como Portugal e Espanha varia entre doze e quinze anos com produtividade média de 11 m³ há/ano. O Brasil possui atualmente cerca de 7,9 milhões de hectares em área com florestas plantadas, sendo 69,6% ocupada com eucalipto e 23,4% com pinus. Ainda existem plantios de teca (1%) e de outras espécies de menor expressão (6%) como acácia, araucária, pópulus, seringueira, paricá, entre outras. Dentre as espécies de eucalipto mais cultivadas podem-se destacar o Eucalyptus grandis, Eucalyptus saligna, Eucalyptus camaldulensis, Eucalyptus urophylla, Eucalyptus viminalis, Eucalyptus dunnii, Eucalyptus pellita, bem como diversos outros
híbridos. Estima-se que a área de plantio mundial em eucalipto seja hoje em torno de 20 milhões de hectares, estando mais de 20% destas áreas localizadas no Brasil. Apesar da grande vocação florestal, o Brasil ainda não explora todo seu potencial produtivo, tanto para o cultivo quanto para a geração de produtos derivados de madeira. Apesar de ser considerado um país de dimensões continentais, o Brasil possui percentualmente menos áreas com florestas plantadas que outros pequenos países como a Finlândia e o Japão. Dalton Longue Júnior, e Jorge Luiz Colodette Universidade Federal de Viçosa, Laboratório de Celulose e Papel,
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Importance of eucalypt wood to forest-based industries
D
iversified wood uses are getting more importance in the world, due to the use of wood as substitute of non-renewable resource products as fuels and plastics, derived mostly from petroleum. Materials from renewable natural resources as planted forests are relevant to minimize the pressure on native forests and contribute to maintain the life quality in the planet. The eucalypt plantation supply a significant amount of the national forest 32
products market, including wood solid products, as lumber, charcoal, and pulp and paper. The search for a more efficient use of eucalypt wood compounds has getting attention, focusing on biofuel and byproducts. The isolation and conversion of wood lignin and hemicellulose in products of high added value as chemicals and bio-products have been largely studied in association with eucalypt wood. The objective of this study was to show the importance and versatility of the eucalypt wood use on forest-based industries. RM 33
Normas regulam durabilidade de portas de madeira
A
s portas de madeira possuem algumas normas que regulam aspectos sob as seguintes condições: ações higroscópicas, esforços mecânicos e ações de trafego, que definem a durabilidade do produto. Por meio de ensaios em laboratórios são avaliadas a ação higroscópica da porta, já que a madeira tem a propriedade de absorver água. As condições ambientais (temperatura e umidade relativa) do local onde a porta será instalada podem afetar as variações dimensionais considerando o tempo de exposição. Já nos ensaios para esforços mecânicos, que têm por objetivo avaliar a funcionalidade da porta em condições normais e anormais de uso, são verificados os requisitos de carregamento vertical, torção estática, impactos de corpo duro, impactos de corpo mole, fechamento com presença de obstrução e fechamento brusco. Por fim, os esforços de ações de tráfego avaliam a durabilidade da porta por meio da verificação dos ciclos de abertura e fechamento e esforços de manuseio. Nesses ensaios, a porta será avaliada como um todo: folha, marco, dobradiças, fechaduras e amortecedores. 34
A norma técnica de portas de madeira estabelece a partir desses requisitos classes de desempenho por localização de uso. Confira a seguir: PIM – Porta interna de madeira São portas com perfil de desempenho para uso em áreas secas, internas à edificação, como passagens, closets, dormitórios e salas internas. PIM RU – Porta interna de madeira resistente à umidade São portas com perfil de desempenho para uso em ambientes internos à edificação com ao menos um dos ambientes molháveis ou molhados, como banheiros, cozinhas e lavanderias. PEM – Porta de entrada de madeira São portas com perfil de desempenho para uso entre a área privada e a área comum de circulação de uma edificação, como entrada de unidades autônomas e de compartimentos específicos de edifícios , abrigadas da radiação solar direta e da chuva. PEM RU – Porta de entrada de madeira resistente à umidade São portas com perfil de desempenho para uso como uma PEM, porém com especificações de resistência à umidade, como em entrada de serviço, desde que protegidas da radiação solar direta e da chuva. PXM – Porta externa de madeira São portas com perfil de desempenho para uso em entradas de unidades/edificações expostas à radiação solar direta, a chuvas e ao vento. RM
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Aumenta custo da atividade florestal no Brasil
A
variação do Índice Nacional de Custos da Atividade Florestal (INCAF) no quarto trimestre de 2018 foi de 0,8%, duas vezes acima da inflação no período, medida pelo IPCA . No ano, o INCAF acumulou alta de 7,2%, para uma inflação de 3,7%. Calculado pela Pöyry, o INCAF monitora a evolução dos custos da atividade florestal no Brasil e é divulgado trimestralmente. A variação do INCAF acima da inflação em 2018 é resultado do aumento dos preços do óleo diesel e dos fertilizantes importados, devido à valorização do preço internacional do barril de petróleo e do dólar. No quarto trimestre, a variação aconteceu graças ao aumento do custo do óleo diesel, observado principalmente nos meses de outubro e novembro. No curto prazo, a evolução do INCAF nem sempre repercute nos preços de madeira pagos pelas indústrias, que dependem muito mais do balanço entre a oferta e a demanda ou de alguns fatores exógenos, como o dinamismo do mercado de construção americano. Contudo, é um importante termômetro que possibilita avaliar a rentabilidade dos produtores de madeira. RM
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Construção com madeira são mais leves e limpas
O
arquiteto inglês Andrew Waugh, especializado na construção com madeira e responsável por projetos de edifícios com este tipo de material, defende que os prédios construídos com madeira são mais leves, possuem um sistema de construção mais limpo, emitem menos carbono e propiciam conforto térmico, pois esquentam menos no período de calor. O arquiteto acredita que concreto e aço, matérias-primas comumente utilizadas nas estruturas de edifícios, devem se tornar exceção, sendo encarados como materiais alternativos, usados apenas quando necessários. Ele defende a madeira como protagonista da construção civil. O arquiteto inglês, sócio do escritório Waugh Thistleton, afirma que a principal vantagem desta tecnologia é o método de produção. Materiais como a Madeira Laminada Cruzada (CLT), que está sendo amplamente empregada nos novos edifícios de madeira, são fabricados separadamente, para serem depois montadas no canteiro de obras. O sistema está permitindo a construção de prédios de madeira cada vez mais altos. Waugh lembra que alguns países da Europa, além do Canadá, Cingapura, 38
Coreia e Japão, estão incentivando a construção de edifícios de madeira. Ele cita como exemplo o Japão, que vai arcar com 50% do investimento em uma fábrica de CLT. “Eles mudaram as regras para autorizar a construção de prédios de madeira, antes mesmo de o mercado demandar. O Brasil tem um enorme potencial neste setor, podendo chegar à liderança no mercado, por possuir dois fatores necessários para esta expansão: a base florestal e um bom sistema de educação superior. A CLT é mais resistente ao fogo do que um edifício de concreto, pois a proteção usada nas placas de madeira repele as chamas, além da própria celulose sem um bom isolante térmico. Ele salienta que fez uma experiência para corroborar isto: foi provocado um incêndio em um prédio de madeira, cuja estrutura se manteve íntegra por 72 horas. De acordo com Waugh, um edifício de concreto colapsa antes deste período. RM
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Como a Finlândia fabrica roupa com madeira usada
N
um baile de gala recente, a primeira-dama usou um vestido feito de bétula, um tipo de árvore. Não foi uma escolha feita por acaso: ela usou-o para apoiar uma nova tecnologia que pode reduzir o dano ambiental provocado pela indústria da moda. O vestido escolhido por Jenni Haukio, poeta e mulher do presidente, foi criado por acadêmicos da Universidade Aalto, na Finlândia, usando uma nova tecnologia sustentável chamada Ioncell. Seus criadores dizem que o processo é mais respeitoso com o meio ambiente do que usar algodão ou fibras sintéticas e aproveita uma madeira que, do contrário, seria desperdiçada. O processo cria fibras têxteis a partir de materiais como madeira, jornais, papelão e algodão e os converte em vestidos, cachecóis e pastas para
laptop. Há uma demanda crescente para que a indústria da moda reduza urgentemente seus impactos danosos ao meio ambiente. A indústria da moda produz 10% das emissões de carbono globais e usa quase 70 milhões de barris de petróleo a cada ano para fabricar fibras de poliéster que podem levar mais de 200 anos para se decompor. RM
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Cresce mercado de construção para pequenas casas
A
s “tiny houses”, ou pequenas casas, começam a constar nos portfólios de empresas do setor de construção com madeira no Brasil, que oferecem esta solução para os clientes em busca de facilidade, rapidez e um bom produto. Por aqui, são residências projetadas no sistema modular, permitindo adaptação à demanda do proprietário juntamente com o design desejado. A praticidade se torna a palavra-chave, tanto para a construção quanto para o dia a dia de quem opta por uma “mini casa”. Os ambientes são pensados para facilitar este
fluxo para os moradores. As tiny houses, como o próprio nome diz, têm dimensões pequenas, mas se tornam viáveis para diferentes situações. Elas podem ser montadas em condomínios, pousadas e chácaras, por exemplo. Isto acontece tanto para o aproveitamento de espaços reduzidos quanto pelas vantagens da construção. Por ter o conceito modular, com peças previamente fabricadas, elas podem ser transportadas de um local para outro, sendo montadas ou instaladas de forma rápida no local indicado pelo cliente. Lá fora, as tiny houses deixaram de ser uma tendência e já são adota42
das principalmente por quem opta por um estilo de vida mais minimalista, ou seja: viver com menos, de forma simples e com liberdade. A escolha faz parte tanto de solteiros e casais, mas também de pequenas famílias.
Existem diferentes tipos de arquitetura para as tiny houses. Apesar do tamanho, quem decide morar em uma residência como esta não precisa se adaptar a um determinado padrão. Parte das mini casas é construída como um trailer, facilitando o transporte e a instalação conforme a necessidade do morador no momento.
As tiny houses ainda abrigam várias possibilidades de design interno, que levam mais facilidade ao dia a dia dos moradores. Artigos internacionais revelam os segredos para otimizar os espaços, como camas em deck superior, embutidas ou que são montadas em sistemas de roldanas, podendo ser puxadas apenas quando o morador quer. Assim, o ambiente se torna multiuso: em determinado momento do dia é uma sala; em outro, se transforma em um quarto. Nos Estados Unidos, onde existe um movimento mais consolidado das tiny houses, uma grande gama de empresas especializadas oferta os modelos das residências e as soluções internas para os interessados neste estilo de moradia. RM Por Joyce Carvalho para o Portal Madeira e Construção
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Sistemas de plantio
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tualmente, há cerca de 1,79 milhão de hectares de pinus plantados no Brasil, com produtividade média variando de 18 a 37,6 m³ ha-1ano-1, havendo, porém, sítios e manejos em que esta produtividade ultrapassa os 40 m³ ha-1ano-1. Esta grande
nies e clones, e expandindo suas áreas de plantio, formas de manejo (preparo de solo, adubação, espaçamento e desbastes). Mais do que nunca, os plantios de pinus são efetivamente fonte de multiprodutos, como a produção de madeira para fibras (celulose, chapas e MDF), para madeira serrada (diferentes bitolas), produtos sólidos, resina e resíduos, que vêm sendo utilizados como biomassa ou substratos orgânicos. O plantio de pinus é formado por várias ações e constitui-se numa das etapas mais importantes para o sucesso do estabelecimento de florestas plantadas. O sistema de plantio mais adequado é definido com base no objetivo do empreendimento e no uso final da floresta. O sucesso depende de decisões e ações cuidadosas nas diversas etapas de sua implementação, como a escolha e a limpeza da área, o espaçamento, o controle de pragas e doenças, a definição do método de
variabilidade já sinaliza um potencial de ganho de produtividade, desde que se identifiquem os fatores que a restringe, que podem ser de caráter técnico (genótipos e ambiente) ou operacional (qualidade de preparo de solo e nutrição, plantio e tratos culturais). Além disso, a cultura do pinus vem sendo diversificada em termos de espécies, procedências, progê44
plantio e os tratos culturais. O plantio de pinus pode ser manual, mecanizado ou semi-mecanizado. O método de plantio a adotar dependerá da topografia da área, bem como da disponibilidade de recursos financeiros, mão de obra e de equipamentos disponíveis. Os métodos mecanizado e o semi-mecanizado são aplicados em
em si é manual. O plantio manual é recomendado para áreas declivosas ou nas situações onde, mesmo em áreas planas, não é viável o uso de máquinas agrícolas, devido à presença de obstáculos como rochas superficiais, tocos ou outras culturas. Operação de plantio O estabelecimento de um plantio florestal inicia-se com o preparo do solo. Porém, esta operação deve ser precedida de definições como o espaçamento a ser adotado, os tipos e a frequência das operações de manejo, os tratos culturais e a adubação a ser aplicada. Com base nessas decisões, passa-se às seguintes ações: 1) Planejamento – 2) Vias de acesso 3) Aceiros 4) Limpeza 5) Preparo de solo 6) Plantio 7) Operações do manejo
locais com topografia plana, onde se possam usar plantadoras tracionadas por tratores. As plantadoras, normalmente, fazem o sulcamento, a distribuição do adubo e efetivam o plantio. No sistema semimecanizado, somente as operações de preparo de solo e os tratos culturais são mecanizados e o plantio
BELLOTE, A. F. J.; NEVES E. J. M.. Calagem e adubação em espécies florestais plantadas na propriedade rural. 1ª edição. Colombo: Embrapa Florestas, 2001. 6p.
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Brasil já desmatou “duas Alemanhas” de Floresta Amazônica
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m 2018, taxa de desmatamento da Amazônia foi a mais alta da última década: 7,9 mil km² Numa região do Maranhão onde a Floresta Amazônica começa a dominar a paisagem, uma área de mata nativa acaba de ser destruída. O solo – agora exposto – aparece na tela de um dos computadores da equipe que monitora o desmatamento da maior floresta tropical do mundo, espalhada por nove estados brasileiros. O dano ambiental é revelado nas imagens de satélite, interpretadas por profissionais que estão a mais de 2 mil quilômetros da mata recém-cortada. O trabalho de análise minucioso é feito em São José dos Campos, interior de São Paulo, de onde o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) acompanha há 30 anos a taxa anual de desmatamento da Amazônia. O sistema de monitoramento do Inpe revelou que o Brasil já desmatou um total de 783 mil quilômetros quadrados de Floresta Amazônica – área que equivale a mais de duas vezes o território da Alemanha. Desse total, 436 mil quilômetros quadrados foram desmatados após 1988, quando o Inpe passou a monitorar a floresta anualmente. Atualmente, dados de três satélites são usados pelos pesquisadores: Landsat8, dos Estados Unidos; Liss3, da Índia; e Cbers4, resultado de uma parceria entre Brasil e China. Nos últimos quatro anos, por outro lado, os números voltaram a subir. 46
O mercado está rejeitando cada vez mais produtos que vêm de áreas de desmatamento, forçando a legalidade. Também precisamos trabalhar mais em incentivos econômicos para quem conserva e punições severas para quem desmata. RM
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Sistema busca controle do desmatamento ilegal
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ma ferramenta lançada em Brasília permitirá aos órgãos de controle ambiental ter informações mais precisas dos alertas de desmatamento para apoiar a autuação de infratores. O sistema, desenvolvido numa parceria entre o Ibama e a Rede MapBiomas, integrará informações de vários sistemas diferentes de alertas de desmatamento existentes hoje no Brasil, validando-os com imagens de alta resolução. Todos os biomas do Brasil estarão cobertos. O território brasileiro é observado por mais de uma dezena de sistemas de alerta de desmatamento por satélite, que permitem detectar a destruição da vegetação nativa em tempo quase real. Na primeira fase da iniciativa serão utilizados três sistemas como base para identificar as áreas de desmatamento Todos esses sistemas usam imagens de satélite de média resolução, ou seja, cujo ponto mínimo (pixel) vai de 20m x 20m a 60m x 60m. Essas imagens são muito úteis para saber o que está acontecendo na floresta, mas dependem na maior parte das vezes de validações demoradas. A nova ferramenta, batizada MapBiomas Alerta, ajudará a fiscalização a ser mais eficaz porque usará imagens de satélite de alta resolução – de 3m x 3m – da área onde o alerta foi gerado pelos sistemas de monitoramento em tempo real. RM
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AQUECIMENTO DE AVIÁRIOS COM PELLETS É UMA REVOLUÇÃO
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indústria 4.0 chegou para o aquecimento de aviário. As transformações proporcionadas por essa 4ª revolução industrial englobam as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufatura, objetivando torná-los cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis. Por isso, diversas mudanças ocorrerão na forma em que os produtos serão manufaturados, causando impactos em diversos setores. É o que está acontecendo com os aviários!! Equipamentos automatizados e programáveis (de queima dos biocombustíveis pellets) estão gerando mudanças positivas na produção de frangos e trazendo maior produtividade para este setor. A lenha ainda é o principal recurso energético utilizado no aquecimento de aviário. Mas é um trabalho braçal pesado, que exige intensa mão-de-obra para realizar as movimentações e abastecimentos que a lenha exige. Estima-se que 80% dos recintos utilizados para confinar aves ainda gerem calor com a lenha, mas a mudança para sistemas tecnológicos modernos, movidos à pellets, deve inverter essa proporção em breve. A facilidade de automatização do sistema de queima à pellets traz conforto ao avicultor, pois evita o monitoramento constante do aquecedor e a necessidade de 50
abastecimentos noturnos dos fornos, uma vez que um silo com pellets pode durar até 12h. Os pellets possuem diversas características que são superiores às da lenha: (a) o formato uniforme cilíndrico interfere na combustão proporcionando estabilidade na queima do biocombustível; (b) a alta densidade energética proporciona ganhos logísticos no transporte dos pellets porque é possível transportar/guardar maior quantidade de energia em um menor volume de carga; (c) os baixos teores de umidade nos pellets são necessários para se obter maior eficiência na combustão, com queima estável, temperatura uniforme, baixas emissões de fumaça além de prolongar o tempo de estocagem do produto, minimizando a proliferação de fungos. Dorival Pinheiro Garcia Professor, Dr. Industrial Engineer, Specialist in Pellets and President of ABIPEL
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Caracterização energética de pellets produzidos com Pinus
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matriz energética mundial ainda se encontra baseada nos combustíveis fósseis, sendo este considerado um dos principais fatores responsáveis pelo aquecimento global, devido a grande quantidade de gases poluentes emitidos após a combustão. Atualmente, a busca por fontes renováveis de energia tem despertado o interesse de vários países e é uma tendência que deve ser fortalecida, principalmente por questões ambientais e econômicas. No cenário brasileiro, a dependência de fontes não renováveis para geração de energia está mudando. Atualmente há uma participação de 41% de fontes renováveis na oferta interna de energia. Nesse contexto, a biomassa vegetal tem sido considerada energia renovável de grande potencialidade, que pode contribuir consideravelmente para a redução do consumo dos combustíveis não renováveis. Perante a significativa participação da biomassa florestal para produção bioenergética, destacam-se os mais diversos usos 52
da madeira para este fim, por exemplo, a lenha in natura, a transformação em carvão vegetal e o processamento da madeira para produção de cavacos e/ou para produção de briquetes e pellets. Os pellets e briquetes são oriundos do processo de densificação da biomassa, ou seja, transformação física do material lignocelulósico particulado em um biocombustível sólido. Ao longo do desenvolvimento da biomassa compactada, os briquetes antecedem aos pellets. Estes últimos foram criados em função da demanda por um novo tipo de combustível compactado com alta densidade energética, para o transporte a maiores distâncias, otimização do armazenamento e principalmente para o uso em equipamentos de queima mais modernos. Além da densificação para melhoria nas propriedades energéticas da biomassa, o processo de torrefação tem o mesmo objetivo. Este tratamento térmico consiste em submeter o material lignocelulósico a baixas temperaturas com ausência de oxigênio, onde o processo termoquímico resulta na degradação de parte das hemiceluloses e permite a concentração do carbono, aumentando, assim, o poder calorífico do combustível. Portanto, a peletização aliada ao tratamento térmico da biomassa visa aumentar a densidade energética da biocombustível sólido, gerar um 54
combustível mais homogêneo e com menor umidade e melhorar a eficiência de queima dos pellets em equipamentos industriais. Sendo assim, unir os dois processos de transformação de resíduos em energia pode ser uma vantagem para que o biocombustível sólido produzido seja altamente competitivo frente aos combustíveis não renováveis que atualmente têm maior participação no setor industrial. O Brasil é um dos poucos países que apresenta grande potencial de expansão de uso e produção de biomassa para fins bioenergéticos, devido a grande disponibilidade de áreas de cultivo e a intensa geração de resíduos lignocelulósicos. No entanto, ainda são escassos os trabalhos disponíveis na literatura sobre pellets de madeira e o potencial brasileiro para produção desses biocombustíveis sólidos para uso interno ou mesmo para exportação de energia renovável e limpa, especialmente para os países membros da comunidade europeia, que são os principais consumidores. RM Thiago de Paula Protásio, Humberto Fauller de Siqueira, Carlos Rogério Andrade, José Benedito Guimarães Junior; Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí;
Isabel Cristina Nogueira Alves de Melo, e Paulo Fernando Trugilho,
Universidade Federal de Lavras
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Research evaluates torrified and fresh pellets produced from Pinus T he objective of this research was to evaluate torrified and fresh pellets produced from Pinus waste wood, used for direct generation of thermal energy. The compaction of Pinus sp. waste wood from lumbermill was performed in a pelletizer with a planar array of 8 mm. Roastings were performed in an electric furnace, type muffle, stabilized at final temperatures of 220 °C and 250 °C for 30 min. The following pellets properties were determined: apparent and unit energy density, bulk density, energy bulk density, immediate chemical composition (volatile materials, ash and fixed carbon), high heating value and moisture.
It was observed an increase in high heating value and reduction of moisture content of torrified pellets. However, the gain in calorific value was less than the mass loss of the pellets after roasting, reducing the energy densities of the pellets. The pellets raw have marketing potential in European countries such as Germany, Austria and Sweden. The methodology used for roasting is not suitable for pellets heat treatment. However, further research on pellet roasting in a wider temperature and residence time range is recommended, in order to define parameters that optimize their energetic properties.
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América Latina e África se beneficiam com bioenergia da cana
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pesar de ser a energia renovável mais consumida no mundo, a bioenergia ainda é produzida de forma limitada frente ao potencial existente. O Brasil e os Estados Unidos, por exemplo, respondem juntos por mais de 80% da produção atual de biocombustíveis líquidos. O potencial da bioenergia da cana como uma estratégia para o desenvolvimento sustentável de países da América Latina e da África é muito grande. As duas regiões foram escolhidas porque apresentam condições muito favoráveis para produção e são estratégicas para a expansão da bioenergia no mundo. Um estudo feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou que cerca de 440 milhões de hectares de terra estariam disponíveis globalmente para serem usados para produção de bioenergia até 2050. 58
Mais de 80% dessas terras estariam localizadas justamente na África e na América do Sul e Central, sendo que cerca de 50% delas em apenas sete países: Angola, República Democrática do Congo e Sudão, na África, e Argentina, Bolívia, Colômbia e, em maior parte, no Brasil, na América Latina. O Brasil é, de longe, o país com maior disponibilidade de terra para plantio de cana para produção de bioenergia. O país é um exemplo raro, caso atípico, de produção de bioenergia a partir da cana com alta produtividade. De acordo com estudos, além do Brasil, outros países da América Latina que tiveram sucesso no cultivo da cana foram a Colômbia, a Argentina e a Guatemala. A exemplo do Brasil, a Colômbia pro-
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duz cana e etanol com alta produtividade. Por sua vez, a Argentina iniciou recentemente um programa de geração de bioenergia a partir da cana e do milho e tem atingido níveis de mistura de etanol na gasolina próximos aos do Brasil. E, paradoxalmente, a Guatemala é um grande produtor de açúcar da cana, produz e exporta etanol para os Estados Unidos e importa toda a gasolina de que necessita. Já na África, as experiências mais bem-sucedidas ocorreram na África do Sul – que hoje é o maior produtor de açúcar da cana do continente africano –, além das Ilhas Maurício, Malawi e, mais recentemente, Moçambique. Em comum nas duas regiões uma parcela expressiva de suas populações ainda não tem acesso à eletricidade e energia limpa para cocção de alimentos. Na África Austral, por exemplo, estima-se que 59 milhões de pessoas utilizem carvão para cozinhar – o que gera sérios problemas de saúde e ambientais, como o desmatamento. A energia limpa para cocção na África pode ser a bioenergia.
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Biomassa florestal: base para transição energética Javier Díaz Presidente da Associação Espanhola de Valorização Energética da Biomassa
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muito fácil falar sobre economia circular em relação à biomassa, e não acho que existem muitas tecnologias de energia que estejam em conformidade com os seus princípios como a biomassa das florestas. E vamos além com recuperação de alguns subprodutos da agricultura e indústria alimentar , que são usados para produzir tanto energia elétrica como térmica, uma vez que depois disso as cinzas podem ser utilizadas para a produção de fertilizantes, ou CO2 que sai das chaminés, para produzir alimentos e até gases medicinais, fechando o círculo. As montanhas cobertas de biomassa representam em muitas vezes um perigo devido a abundância de biomassa, que a princípio pode parecer bom, mas possui potencial para risco de incêndio, devido ao excesso de biomassa, além de também reduzir a capacidade de desenvolvimento das árvores, porque a competição por “comida” é enorme e o solo, em muitos casos, não fornece nutrientes suficientes para tanta demanda. Quando um raio ou a mão de um incendiário iniciam um incêndio, a diferença para apagar rapidamente ou não, é a quantidade de biomassa que se acumula. E é por isso que é tão necessário agir, de um lado para manter seu crescimento de maneira ordenada, com densidades adequadas e, por outro lado, gerar riquezas e empregos para 62
que a sociedade enxergue um modo de vida na floresta e se preocupe em cuidar e vigiar sua “fábrica”. Nos últimos anos, vem ocorrendo em países como a Espanha, um aumento progressivo na exploração florestal relacionada com a biomassa. E isso está sendo bom para a saúde das florestas, para a extração de biomassa florestal que oferece várias vantagens. Mas em relação à economia circular, isso faz com que o ciclo de regeneração seja ativado e tenhamos nossas montanhas “em forma”, crescendo de maneira uniforme e saudável. Para nós, utilizar a biomassa a partir de diferentes processos de produção de indústrias florestais, processamento de resíduos agrícolas ou outros como resíduos de gado para a produção de biogás, que nos coloca em uma posição privilegiada, porque não somos gestores de “resíduos” ao contrário, somos subprodutores valorizados de outras atividades industriais ou pecuárias. E isso faz com que a cadeia de valor seja fechada e os objetivos de resíduo zero sejam atendidos em todas essas indústrias ou atividades, o que é um avanço para minimizar as descargas e, por outro lado, para a plena utilização da matéria-prima. Não há dúvida de que, se quisermos atingir os objetivos de redução de emissões com economias e eficiência energética, a biomassa representa um ativo muito importante. E não apenas por causa do seu uso, mas também porque cria emprego e riqueza em áreas onde é produzido e consumido, facilitando o desenvolvimento de uma nova economia em torno dessa fonte renovável de energia. RM
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Empresa inova usando pellets para gerar calor
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mpresa em Curitiba (PR) aposta no mercado de aquecimento de água e geração de energia usando processo que integra um moderno sistema próprio de automação com a geração de calor pela queima de pellet., A Igni, criada há pouco mais de um ano pelos irmãos Rafael e Lucas Mocelin, identificou um nicho novo. “Tivemos a encomenda de um equipamento industrial com o uso de pellets para aquecer uma caldeira industrial de desengraxe de peças, deu tão certo que resolvemos apostar nessa tecnologia”, comenta Rafael. Um dos primeiros grandes projetos implantados foi na cristaleira Raiar da Aurora, empresa que produz objetos de vidro há mais de 80 anos e até então usava fornos à lenha para parte do processo de produção. A empresa adotou o sistema desenvolvido pela Igni. Com a
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substituição dos fornos à lenha para os queimadores de pellet reduziu a sujeira na fábrica e nos produtos finais, a fumaça, que agora é quase inexistente, e os resíduos da queima. Além da redução na sujeira e na produção de fumaça, o principal fator que vem chamando atenção para essa tecnologia é a redução no custo com matéria prima. “No comparativo com o gás GLP utilizado nas caldeiras e aquecedores residenciais, o uso do pellet representa hoje uma economia de 50% no custo da matéria prima, além de ser ecologicamente sustentável por se tratar de serragem de madeira reflorestada que ia para o lixo”, comenta Rafael. A Igni já atende grandes indústrias de Curitiba e Região Metropolitana e agora também projeta equipamentos para uso residencial com a mesma dinâmica dos equipamentos industriais: “Estamos fazendo uma lareira de pellet, com temperatura e funções controladas wi-fi pelo smartphone e que aquece toda a água da casa por um custo de aquisição 30% menor que o mesmo equipamento importado”, destaca. RM
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Ecoperativa lança usinas a biomassa
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Ecoperativa, criadora da Cooperativa de Energia Paraná I, primeira cooperativa de energia em geração distribuída do estado, está fazendo o pré-lançamento de mais 4 usinas de produção de energia elétrica, utilizando como insumo biomassa de fontes renováveis. Estas usinas utilizarão biomassa provenientes de podas de árvores de ruas e praças da região metropolitana de Curitiba. As usinas terão potência de geração na ordem de 1MW cada, suficientes para abastecer no final do projeto, mais de 10.000 residências. As plantas serão instaladas no município de Fazenda Rio Grande (PR), e a energia injetada na rede poderá ser compensada nas contas dos futuros cooperados em toda região do Paraná que são atendidas pela Copel. Neste plano de negócios, a Ecoperativa está possibilitando pessoas físicas e/ou jurídicas, inclusive outras cooperativas, em investirem neste
mercado de energia. O investimento na área de energia renovável é uma tendência mundial. O Brasil, com a expectativa de retorno de crescimento, demandará cada vez mais energia elétrica para as residências, empresas e indústrias e a Geração Distribuída poderá contribuir enormemente neste cenário, possibilitando os próprios usuários a gerarem sua energia, de forma limpa e sustentável. Cada nova usina demandará investimentos da ordem de R$ 8 milhões cujo valor será dividido em cotas entre os investidores, permitindo a entrada neste mercado desde o pequeno investidor até os investidores de maior porte. Todo o modelo de negócio está baseado nas resoluções da 482/2012 e 687/15 da Aneel e na lei 5.764/71 das cooperativas, tornando o investimento seguro, rentável e socio-ambientalmente responsável. RM
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Cultivo do eucalipto é cercado de mitos
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plantação de eucaliptos é bastante comum ao redor do mundo, mas vem cercada de alguns mitos que se mantém forte mesmo com a bum da tecnologia invadindo as produções. O eucalipto muitas vezes é tido como inimigo, mas pode auxiliar bastante o ambiente ao redor, desde que cultivado da maneira correta. Diferentes investigações chegaram à conclusão de que o eucalipto não produz esgotamento no solo nem tem qualquer perigo para a produtividade futura. Pelo contrário, o eucalipto consegue manter uma microflora abundante e variada que ajuda a decompor o lixo e incorporá-lo ao sistema nutritivo. Está provado que cem anos de cultivo de eucaliptos não produziram efeitos nocivos no solo. As raízes do eucalipto penetram profundamente na terra para absorver nutrientes que nenhuma outra espécie alcança, não competindo com outras plantas.
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Outro mito citado pelo texto foi de que o eucalipto tem uma certa incompatibilidade com outras espécies nativas, o que não procede. Isso porque estudos comprovaram que em locais onde os eucaliptos haviam sido plantados anteriormente, outras espécies cresceram tão bem quanto em lugares onde eucaliptos nunca foram cultivados antes. O eucalipto pode ajudar a manter a integridade da terra. O cultivo de eucalipto permite recuperar montanhas degradadas e formar solos. Eles estão entre as poucas árvores que podem sobreviver em solos erodidos, além de contribuir para sua recuperação. O eucalipto tem sido usado como um fixador para terrenos instáveis e soltos, como quebra-mares, aterros ou terraplenagem. Para finalizar, o mito mais conhecido de que o eucalipto consome muita água e acaba prejudicando o meio ambiente não acontece como a maioria das pessoas imagina. Na Austrália, as bacias que abastecem grandes cidades, no caso de Canberra, são povoadas de eucaliptos. O eucalipto consome menos água do que é falado, pois tem a faculdade de fechar as folhas, de modo que, durante as secas, sua evaporação é radicalmente reduzida. RM 69
Interferência das árvores na lavoura em sistemas ILPF
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soja é mais tolerante à sombra das árvores em um sistema de integração lavoura-pecuáriafloresta (ILPF) do que o milho. Essa é uma das conclusões da avaliação de cinco anos de diferentes configurações de sistemas integrados realizada no maior experimento de ILPF conduzido pela Embrapa, em Sinop (MT). De acordo com pesquisa, a lavoura de soja só apresentou redução na produtividade devido à menor incidência de sol a partir do quarto ano de implantação dos sistemas. Já o milho, cultivado em segunda safra, apresentou queda da produtividade desde o terceiro ano agrícola. A pesquisa foi feita em um experimento de 72 hectares, em que sistemas
de produção de soja/milho, pecuária de corte e eucalipto são comparados com todas as combinações possíveis de integração: ILP, ILF, IPF e ILPF. As áreas com componente arbóreo são formadas por renques triplos de eucaliptos, com espaçamento de 30 metros entre eles, plantados em sentido leste-oeste. No caso da soja, embora não houvesse diferença no tamanho e porte das plantas até o quarto ano, a produtividade do sistema ILF teve uma queda de 18,4% quando comparada com a lavoura solteira na safra 2014/2015, a quarta do sistema. Nos demais sistemas com árvores não houve diferença estatística. RM
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F.V. de Araujo is in the timber business for over 100 years, leading in reforestation and industrial wood products. We are able to supply customer requirements in timber or panel products in various different qualities, sizes and specifications, adopting ecological and sustainable practices.
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Plantas Um grupo de pesquisadores da Kew Gardens, publicou a sua seleção das 13 espécies mais espetaculares descobertas em 2018 e afirmaram que, ao todo, foram descobertas 120 novas espécies de plantas neste último ano. Além disso, 44 novos tipos de fungos foram descobertos em 2018.
Eucaliptos Uma equipe de pesquisadores realizou um estudo que detalha a forma como as plantações de eucaliptos afetam os riachos em diversas partes do mundo. O eucalipto é nativo da Austrália, mas as plantações dessa espécie ocupam atualmente mais de 20 milhões de hectares no mundo.
Portugal Desde 1 de janeiro de 2018 é proibido plantar eucaliptos nas áreas onde este não existia. Depois dos incêndios de 2017, em Pedrogão Grande e Góis, o Governo preparou a primeira alteração nas regras das ações de arborização e rearborização.
Mudanças climáticas A melhor tecnologia para combater as mudanças climáticas são as florestas e não há melhor sistema de captura de carbono em todo o planeta do que eles. Foi isso que indicou um artigo, que disse também que uma ação antecipada é necessária para evitar uma catástrofe climática. 72
Lápis Um lápis de maquiagem que vira manjericão. Um lápis de maquiagem que vira girassol. A empresa norte-americana Sprout, criou um lápis de maquiagem somente com ingredientes naturais, que pode ser plantado no fim de seu ciclo de uso.
Pontes Pelo menos 50 pontes foram construídas na Amazônia com madeira apreendida em operações de fiscalização realizadas pelo Ibama em Mato Grosso no ano passado. Prefeituras e instituições de educação receberam mais de 3 mil metros cúbicos de madeira, que também foi aproveitada em escolas, creches e na construção de mesas e cadeiras.
Degradação Pesquisadores do Ipam mostram que matas amazônicas queimadas ficam mais vulneráveis a fenômenos naturais, como ventanias .As tempestades de vento são distúrbios que ocorrem naturalmente na Amazônia, porém podem amplificar os impactos na floresta do desmatamento e o fogo.
Toques A universidade australiana de La Trobe revelou recentemente que as plantas são senvíveis ao toque e que esse ato pode prejudicar seu crescimento. Esses vegetais foram submetidos a vários estímulos de toque e mesmo os mais leves desencadearam uma grande resposta genética nesses seres vivos.
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Pequenos insetos que devastam florestas
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m inseto de 1 a 3 cm de comprimento seria capaz de matar árvores de até 25 metros de altura? Pode parecer uma cena improvável, mas determinados insetos são pragas com potencial devastador, destruindo centenas de hectares de plantios florestais. A vespa-da-madeira (Sirex noctilio), natural da Europa, Ásia e Norte da África, foi registrada pela primeira vez no País em 1988 e rapidamente se instalou em plantios de pinus na região Sul, causando grandes prejuízos. O desafio da pesquisa era entender a ecologia da praga, seus hábitos, forma de ação para, então, propor uma forma de controle. Pesquisas realizadas na Austrália apontavam um nematoide e três parasitoides como possíveis inimigos naturais da vespa-da-madeira, mas era necessário testar sua adaptação e efetividade para as condições brasileiras. A Embrapa Florestas trabalhou, então, em estreita parceria com órgãos internacionais. Se a pequena vespa pode acabar com um plantio inteiro de pinus, por sua vez o microscópico nematoide Deladenus (=Beddingia) siricidicola conseguiu se mostrar eficiente no controle do inseto. RM 74
Amplie suas possibilidades de negócios na FIMMA BRASIL 2019 A base florestal é o primeiro elo da cadeia produtiva de madeira e móveis. A FIMMA Brasil convida o setor florestal a participar da 5ª maior feira do segmento moveleiro no mundo.
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