Revista da Madeira - Edição nº 156

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Editorial Um novo conceito em informação e negócios A Revista da Madeira completa 28 anos de circulação e se mantém fiel aos seus princípios de qualidade e informação. Agora está sendo acelerada pela edição digital, disponível na Internet 24 horas por dia, sete dias por semana.

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s últimos dois anos têm sido marcados por muitas incertezas na economia brasileira. A crise, que atingiu todos os setores, provocou estragos que levarão anos para recompor. Além do fechamento de muitas empresas, aumento no endividamento, retração do mercado interno e queda nos investimentos, o país ainda sofreu com o desemprego, que reduziu 13 milhões de postos de trabalho.

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Envio por e-mail para 18.000 leitores validados Relatório de visualizações por edição Divulgação semanal por news-letter Inclusão em redes sociais (facebook, instagram, twiter ) Divulgação por grupos de whatsapp Inclusão no Portal Remade (quase 100 mil acessos mensais) Acesso por celular e tablets

Muitos setores ainda enfrentam forte retração e a expectativa de recuperação pode ainda demorar. Outros segmentos como a indústria de base florestal, que inclui madeira, sofrem retração interna, mas as exportações garantem a retomada e permitem novos investimentos e expansão. No ano passado o valor total de exportações do setor chegou a US$ 11,5 bilhões, contra US$ 10,2 no ano anterior. Somente o item madeira atingiu em 2017 US$ 2,77 bilhões, e no ano anterior foram US$ 2,36. Em 2018 o segmento madeira já atingiu US$ 1,44, nos primeiros cinco meses do ano, confirmando a projeção de crescimento. A competitividade no mercado internacional é intensa, mas os produtos brasileiros tem qualidade, a produção já atingiu um alto grau de tecnologia e o consumo é muito forte em muitos países. Alguns limitantes, entretanto ainda tornam nossos produtos menos presentes. Um deles é a própria passividade do empresário brasileiro na busca de novos mercados ou no desenvolvimento de novos produtos para mercados específicos. Temos que estar na frente. Os atuais problemas políticos, sociais ou econômicos do País são transitórios e devemos estar adiante. Clóvis Rech Editor Responsável/ Publisher

Expediente Editor: Clóvis Rech Capa: Conceyção Rodriguez Edição de Arte e Produção www.crdesign.com.br crdesign@terra.com.br

A Revista da Madeira é uma publicação da Porthus Comunicação Ltda., que também publica outras publicações. A reprodução total ou parcial de artigos ou matérias citados nesta edição é proibida, exceto em caso de autorização do editor. Obter maiores informações consulte-nos: To subscribe to Wood Magazine or obtain more information, please contact us by e-mail at: remade@remade.com.br Phone: RS: 55-54 3226-4113 ou/or PR: 55-41 3434-3611

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Sumรกrio 6

Desmatamento /Deforestation

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Madeira Laminada /Cross Laminated Timber

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Bambu /Bamboo

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Pisos /Flooring

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Sistemas construtivos / Building System

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Colheita florestal Mechanized Forest Harvesting

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Anatomia da Madeira / Anatomy of the Wood

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Poda Florestal / Forest Cut

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Portas / Doors

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Especial Biomassa & Pellets Special Biomass & Pellets

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Mercado / Market

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Pellets / Pellets

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Geração de Energia / Generation of Energy

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Artigo Pellets / Article Pellets

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Biomassa na Europa / Biomass - Europa

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Energia da Biomassa / Biomass Energy

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Carvão x Pellets / Coal x Pellets

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Biomassa de Cana / Biomass of Sugar Cane

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Plantios Florestais / Forest Planting 05


Desmatamento continua no mundo

A

América Latina é uma das três regiões onde o desmatamento continua, de acordo com O Estado das Florestas no Mundo de 2018, publicado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO. O relatório da FAO indica que, entre 1990 e 2015, a área florestal mundial diminuiu de 31,6% da área terrestre do mundo para 30,6%. A maior parte desta perda ocorreu principalmente nos países em desenvolvimento, particularmente na África subsaariana, na América Latina e no sudeste da Ásia. O desmatamento é tido como a segunda principal causa das mudanças climáticas – depois da queima de combustíveis fósseis - e representa quase 20% de todas as emissões de gases de efeito estufa. Isso é mais do que todo o setor de transporte do mundo. Entre 24% e 30% do potencial total de mitigação pode ser obtido por meio da interrupção e redução do desmatamento tropical. Nos lugares em que a demanda de carvão vegetal é alta, sobretudo na África Subsaariana, sudeste da Ásia e América do Sul, sua produção exerce pressão nos 06



recursos florestais e contribui para a degradação e desmatamento. Segundo o estudo da FAO, a proporção de pessoas que dependem de lenha varia de 63% na África a 38% na Ásia, e 16% na América Latina. As florestas manejadas para a conservação dos solos e das águas têm aumentado em todo o mundo nos últimos 25 anos, com exceção da África e da América do Sul. Apenas 9% da área florestal da América do Sul é manejada com o objetivo de proteger o solo e a água, bem abaixo da média global de 25%.

Na América Latina, 8 milhões de pessoas sobrevivem com menos de 1,25 dólares por dia nas florestas tropicais, savanas e seus arredores. Mundialmente, mais de 250 milhões vivem abaixo da linha de pobreza extrema nessas áreas: 63% estão na África, 34% na Ásia e apenas 3% na América Latina. Um total de 85 milhões de pessoas vivem em florestas tropicais, savanas e em seus arredores na América Latina, Na Guatemala – país onde 70% das terras florestais estão sob algum tipo de proteção - as empresas 08


florestais comunitárias gerenciam mais de 420 mil hectares dentro da Reserva da Biosfera Maia. No México, a partir de 1997, foi dado início a um importante programa para ajudar as comunidades a criar empresa florestais. Hoje, mais de 2.300 grupos comunitários manejam suas florestas para a extração de madeira, o que gera importantes rendas para as comunidades e as famílias. O Parque Nacional da Tijuca, localizado no Rio de Janeiro, tem uma superfície de 4 mil hectares e foi declarado paisagem cultural Patrimônio da Humanidade pelo Unesco em 2012. Para enfrentar a proliferação de

espécies exóticas e a expansão urbana, o parque foi reflorestado com árvores nativas e foram construídas infraestruturas recreativas para envolver a comunidade local e aumentar a conscientização sobre a importância da proteção das florestas urbanas. Costa Rica é um dos principais destinos eco turísticos do mundo: em 2016, 2,9 milhões de turistas estrangeiros visitaram o país e 66% deles afirmaram que o ecoturismo era um dos seus principais motivos da visita. RM Leia matéria Completa

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Forest land continues to decrease

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atin America is one of three regions where deforestation continues, according to The State of the World’s Forests 2018, published by the Food and Agriculture Organization of the United Nations, FAO. The FAO report indicates that between 1990 and 2015 the world’s forests decreased from 31.6% of the world’s land areas to 30.6%. This loss occurred mainly in developing countries, particularly in sub-Saharan Africa, Latin America and Southeast Asia. Deforestation is regarded to be the second leading cause of climate change – after the burning of fossil fuels – and accounts for almost 20% of all greenhouse gas emissions. This is more than the entire transport sector. Between 24% and 30% of the total mitigation potential can be obtained by stopping and reducing tropical deforestation. In places where the demand for charcoal is high, especially in sub-Saharan Africa, South-East Asia and South America, its production puts pressure on forest resources and contributes to degradation and deforestation. According to the FAO report, the proportion of people who depend on firewood varies from 63% in Africa to 38% in Asia, and 16% in Latin America. The forests managed for soil and water conservation have increased worldwide in the last 25 years, with the exception of Africa and South America. Only 9% of the forest area of South America is managed with the objective of protecting soil and water, well below the global average of 25%. In Latin America, 8 million people subsist on less than USD$ 1,25 a day in tropical forests, savannas and their surroundings. Globally, more than 250 10


million people live below the extreme poverty line in these areas: 63 % in Africa, 34 % in Asia, and only 3% in Latin America, with a total of 85 million people living in tropical forests, savannas and in their surroundings. In Guatemala -where 70% of the forest land is under some kind of protection- community forestry companies manage more than 420,000 hectares within the Maya Biosphere Reserve. In Mexico, starting in 1997, an important program was launched to help communities create forestry companies. Today, more than 2,300 community groups manage their forests for timber extraction, generating significant income for communities and households. The Tijuca National Park, located in Rio de Janeiro, has an area of 4 thousand hectares and was declared a cultural landscape world heritage site by UNESCO in 2012. In order to confront the proliferation of exotic species and urban expansion, the park has been reforested with native trees and recreational infrastructures have been built to involve the local community and raise awareness about the importance of protecting urban forests. Costa Rica is one of the main ecotourism destinations in the world: in 2016, 2.9 million foreign tourists visited the country and 66% of them said that ecotourism was one of their main reasons for visiting. RM 11


Madeira Laminada Colada Cruzada: Produção e Desenvolvimento

A

Madeira Laminada Colada Cruzada – Cross Laminated Timber (CLT) vem se transformando num material versátil para construção civil e conhecido no mundo inteiro. De fato, a produção de CLT no mundo vêm crescendo nos últimos 10 anos, e aos poucos está substituindo a construção que antes era feita apenas com materiais minerais. Tudo isso graças à sua estrutura colada em lamelas dispostas à 90 graus, o que faz com que os painéis possuam alta resistência. A tecnologia do CLT foi desenvolvida na Europa no início da década de 1990, onde se tornou um material bastante utilizado. Na Europa o CLT concorre de igual para igual com sucesso contra o concreto armado, aço e tijolos num segmento de mercado específico de edifícios multifamiliares. O CLT é um produto de madeira engenheirada pré-fabricada feito de pelo menos 3 camadas ortogonais de madeira laminada serrada que são coladas com adesivos estruturais para formar um sólido retangular, moldado para aplicações em telhados, pisos ou paredes. Os painéis de CLT são pré-fabricados já com aberturas para portas, janelas e dutos cortados com alta precisão por roteadores em CNC. Depois de prontos, os painéis são 12



transportados para o canteiro de obras e montados com guindastes e uma pequena equipe de construção. As paredes e os pisos são unidos usando conectores de metal. Camadas de isolamento podem ser adicionadas aos painéis nas paredes e tetos, ou as superfícies podem ser deixadas à mostra para aproveitar o calor e a estética da madeira. A atratividade do CLT como um sistema de construção se deve ao fato da alta velocidade de montagem que o sistema proporciona, resultando em economias consideráveis em mãode-obra e mínima perturbação nos arredores locais. Desde a sua introdução no mercado, a produção de CLT cresceu rapidamente. A maioria das estimativas coloca a produção anual global de CLT em mais de 600.000 m3 para o ano de 2014, número que deverá ultrapassar um milhão de m3 em 2018, com operações na Finlândia, Letônia, Japão e EUA em operação total. As estimativas globais projetam que em 10 anos a produção global do CLT deve atingir 3 milhões de m3, com a maior parte do crescimento previsto para ocorrer fora da Europa, inclusive no Brasil. A sua estrutura básica é comparável à placas já existentes de compensados, por exemplo. A colagem de painéis de madeira faz com que se minimize os efeitos de retração e se tenha uma maior 14


estabilidade dimensional. As principais vantagens do painel de CLT são praticamente o incomparável grau de préfabricação das placas na fábrica, a construção limpa e seca na obra e o tempo de montagem mínimo com poucos trabalhadores. Como resistência, permite que a madeira seja usada em prédios nunca vistos antes, de até 30 andares. O desempenho de incêndio do CLT é melhor do que qualquer outro sistema de construção de madeira, concreto ou aço. Outra vantagem. Combinação de força, ductilidade e peso leve formam o sistema ideal à prova de terremotos. Painéis de madeira massiva dão excelente isolamento acústico. O design de vibração pode satisfazer os códigos de construção mais rigorosos. Com relação ao isolamento térmico pode capturar 90% do ar aquecido que escapa das casas normais. Alta massa térmica de madeira mantém a casa quente no inverno e fresco no verão. Com design e manutenção adequados, as estruturas de madeira podem proporcionar uma vida útil longa e equivalente a outros materiais de construção. RM Engenheiro Alan Dias Carpinteria Estruturas de Madeira Leia matéria Completa

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Cross Laminated Timber (CLT): production and development Cross Laminated Timber (CLT) is gaining popularity worldwide as a versatile material in civil construction. CLT technology was developed in Europe in the early 1990s, where it became a widely used building material. In Europe, the CLT successfully competes with reinforced concrete, steel and brick in selected market segments, such as multi-family buildings. CLT panels are pre-fabricated, with openings for doors, windows, and ducts precision-cut by CNC routers. The prefinished panels are transported to the construction site and put into place with cranes and a small construction crew. Walls and floor systems are joined using metal connectors. Additional insulation layers can be applied to CLT walls and ceilings, or the surfaces can be left bare to take advantage of the warmth and aesthetics of wood. CLT’s attractiveness as a

building system originates in part from the speed with which CLT buildings can be raised, resulting in considerable savings in labor and minimal disturbance to the site’s surroundings. Also, part of the attention given to CLT is due to its potential use in tall buildings; 8and 12-story buildings have been erected, and taller buildings are in preparation. Since its market introduction in the early 1990s, production of CLT has grown at a rapid rate. Most estimates put global annual production of CLT at over 600,000 m3 for 2014, a number that is expected to reach one million m3 by 2018, as operations in Finland, Latvia, Japan, and the U.S. come on line. It is estimated that CLT production will potentially reach 3 million m3 within the next 10 years, with most of the growth expected to occur outside Europe, including Brazil. 16


The development of CLT in the 1990s was motivated by the need for the sawmill industry to add higher value use for the side boards. The large dimensions of CLT and its applicability in engineering made the product to become a real option in a market that had been reserved for mineral-based materials. LCT allows wood to be used in never before seen buildings like 30-story high rises. CLT fire performance is better than any other construction system of wood, concrete or steel. Also, the combination of strength, ductility and light weight form the ideal earthquake-proof system. Solid wood panels give excellent acoustic insulation, while vibration design can satisfy the strictest building codes. As for thermal insulation, it is an ideal building system for Passive Homes - that do not require heating systems. LCT can trap 90% of the heated air that escapes from normal homes. High thermal mass of wood keeps the house warm in winter and cool in summer. CLT does not compete with the pillarbeam system, which is already known for its wood structures, but with mineral-based materials such as reinforced concrete and steel. This is due to the fact that it is possible to use local species for its manufacture, in a sustainable way, benefiting different regions of the world, even Brazil. RM

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Propriedades mecânicas do bambu

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istoricamente, o bambu tem fornecido alimento, abrigo, ferramentas, utensílios, e uma infinidade de outros itens. Atualmente estima-se que ele contribui para a subsistência de mais de um bilhão de pessoas. Igualmente importante, ao lado dos usos tradicionais, tem sido o desenvolvimento de usos industriais do bambu. O bambu pertence à família das gramíneas e possui mais de mil espécies espalhadas por todo o globo. É uma planta predominantemente tropical e que cresce mais rapidamente do que qualquer outra planta do planeta, necessitando, em média, de três a seis meses para que um broto atinja sua altura máxima, de até 30 m, para as espécies denominadas gigantes. A maioria dessas espécies se encontra nos continentes asiático e americano. Aliado a essas qualidades, o bambu possui boa resistência a diferentes esforços e um baixo peso específico, o que reduz o custo de seu manuseio e transporte. A fabricação de materiais construtivos convencionais mobiliza consideráveis recursos financeiros, consome muita energia e requer processos centralizados de produção. A necessidade de se repensar o consumo de materiais na construção civil, 18


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para torná-la mais sustentável também do ponto de vista ambiental, atrai olhares para a exploração de novas alternativas para materiais ecológicos de baixo custo e com reduzido consumo de energia em sua produção, minimizando a poluição, garantindo a conservação dos recursos não renováveis, a manutenção de um ambiente saudável e que não favoreça a proliferação de doenças. O desenvolvimento de materiais de baixo custo na construção civil tornase uma exigência atual básica. Devido à sua grande abundância, às suas várias aplicações e pela facilidade de seu plantio, o bambu é uma matéria-prima disponível, renovável e de uso ecologicamente sustentável a ser explorada. Sua reprodução é rápida, pode ser cortado anualmente sem a necessidade de replantio, apresentando um grande potencial agrícola. Ele apresenta uma das estruturas mais perfeitas da natureza, pois combina flexibilidade com leveza. Pela grande quantidade de bambu existente na Ásia e clima favorável, os orientais não só desenvolveram técnicas para a sua utilização na construção civil, como também na área de irrigação, móveis, instrumentos mecânicos para a locomoção, 20


entre outros. Outros países da América Latina, como Colômbia, Venezuela e Peru seguem desenvolvendo novas tecnologias de construção com bambu em conjunto com outros materiais como o concreto, o aço e a madeira, possibilitando a construção de estruturas imponentes, belas e resistentes. Entretanto, para que isso seja viabilizado também no Brasil, é necessário determinar parâmetros mecânicos representativos confiáveis. Por meio de um estudo comprovou-se que o bambu é um material extremamente eficiente, com baixo peso e altas resistências, tanto à tração quanto à compressão, porém com uma deficiência natural em seu módulo de elasticidade à flexão. RM Leia matéria Completa

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Mechanical Properties of Bamboo

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hroughout history bamboo has provided food, shelter, tools, utensils, and an infinite number of other items. Presently, it is estimated to contribute to the subsistence of over a billion people. In addition to its traditional uses, the bamboo industry has developed important products. With more than a thousand species found worldwide, it is a predominantly tropical plant that belongs to the grass family. It grows faster than any other plant on the planet, requiring, on average, three to six months for the maximum height of 30 meters. Giant bamboo species are found in the Asian and American continents. Bamboo has

good resistance to different stresses and a low specific weight, which reduces handling and transport costs. The manufacturing of conventional building materials requires substantial financial resources, a lot of energy, and centralized production processes. The need to rethink the consumption of materials in civil construction, in order to make it more environmentally sustainable, leads to the consideration of new alternatives for low-cost ecological materials with reduced consumption of energy in its production, thus minimizing pollution, guaranteeing the conservation of non-renewable resources, and maintaining a healthy environment that prevents the proliferation of diseases. Presently, the development of low-cost building materials has become a basic requirement. The abundance, various applications and easy planting of 22


bamboo has made it a raw material that is available, renewable, and ecologically sustainable. As bamboo grows fast, it can be cut annually without the need of replanting, thus proving to have a great agricultural potential. Also, bamboo presents one of the most perfect structures in nature, as it combines flexibility with lightness. Due to the large number of bamboo plants found in Asia and a favorable climate, the Orientals not only developed techniques for their use in construction, but irrigation, furniture, mechanical instruments for locomotion, among other areas. In Latin America, countries such as Colombia, Venezuela, and Peru continue to develop new bamboo construction technologies along with other materials such as concrete, steel and wood, enabling the construction of imposing, beautiful and resistant structures.

Favorable climate conditions and the large amount of bamboo found in Asia led to the development of techniques for its use in construction, irrigation, furniture, mechanical instruments for locomotion, among others. Other countries in Latin America, such as Colombia, Venezuela and Peru, continue to develop new construction technologies with bamboo, and concrete, steel and wood, making it possible to build imposing, beautiful and resistant structures. For this to be feasible in Brazil, it is necessary to determine reliable representative mechanical parameters. A study showed that bamboo is an extremely efficient material, with low weight and high resistance both to traction and contraction, but with a natural deficiency in its flexural modulus of elasticity.RM 23


Madeira utilizadas na produção dos pisos

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ão diversas as espécies utilizadas para a fabricação de pisos de madeira maciça. As variações de cores, dimensões e formatos permitem a concepção de uma ampla gama de padrões de revestimento. Para selecionar uma espécie como adequada à fabricação de pisos de madeira, devem ser consideradas, principalmente, as propriedades físico-mecânicas como massa específica, dureza Janka e retrabilidade. Adicionalmente, a escolha do piso de madeira pelo comprador está relacionada com aspectos estéticos e as tendências da moda e do mercado no momento. Massa específica (Me): É uma das principais propriedades físicas da madeira e é também erroneamente conhecida como densidade. É a relação entre sua massa e o seu volume, a um mesmo teor de umidade. No caso dos pisos de madeira, por exigir grande resistência, geralmente são indicadas madeiras pesadas. Atualmente, algumas madeiras médias também estão sendo utilizadas para pisos. Dureza Janka: A dureza é um parâmetro importante para a caracterização e utilização da madeira. Existe uma correlação bem fundamentada entre a dureza e outras propriedades da madeira tais como massa específica, resistência à compressão, flexão, cisalhamento e rigidez. Os resultados da dureza devem ser utilizados na seleção de madeira para produtos como pisos, dormentes, cruzetas, postes e estruturas. Retrabilidade: É o conjunto das características de retração e inchamento da madeira. A variação dimensional em qualquer uma das três direções estruturais da madeira, é calculada como 24


porcentagem de variação em relação à dimensão inicial. Na prática, pode-se dizer que, em situações normais de uso, a variação entre a retração e o inchamento de uma peça de madeira tende a ser muito pequena em relação às variações climáticas. A variação dimensional também pode ser medida em relação às direções estruturais da madeira, ou seja, nos sentidos longitudinal, radial e tangencial. Nesse caso, são denominadas de variações lineares e pode-se assumir que a variação volumétrica é igual ao somatório das variações lineares. Existem no mercado outras espécies que estão sendo utilizadas para pisos que apresentam propriedades físico-mecânicas inferiores em relação às espécies mais tradicionais. O uso destas espécies pode resultar em defeitos ou problemas indesejados no piso acabado. Do ponto de vista ecológico e atendendo os princípios da sustentabilidade, é interessante a utilização de maior diversidade de espécies para pisos, pois diminui a pressão da exploração florestal em poucas espécies e proporciona mais eficiência e aproveitamento de espécies no manejo florestal. RM Leia matéria Completa

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Wood used in flooring

T

here are several species used for the manufacture of solid wood floors. A wide range of coating standards is possible due to the variations of colors, sizes and formats. Physical-mechanical properties such as specific mass, Janka hardness, and retractability are the main features taken into account for the manufacture of wood flooring. In addition, the buyer chooses the wood floor considering aesthetic aspects, as well as fashion and market trends. Specific mass (SM): it is one of the main physical properties of wood, mistakenly known as density. It is the relationship between its mass and its volume, to the same moisture content. In the case of wooden floors, since they have to be highly resistant, heavy wood is generally used. However, some medium weight wood is also used for flooring. Janka Hardness: hardness is an important parameter for the characterization and use of the wood. There is a well-founded correlation between hardness and other properties of wood such as specific mass, compressive strength, flexure, shearing and stiffness. Hardness results should be used in the selection of wood for products such as floors, crossheads, posts, and structures. Retractability: it is the set of retraction 26


and swelling characteristics of the wood. The dimensional variation in any of the three structural directions of the wood, (longitudinal, radial and tangential, shown in the Figure), is calculated as a percentage of variation in relation to the initial dimension. The retraction and swelling characteristics of the wood is directly related to its moisture content. In practice, under normal circumstances, the variation between the retraction and the swelling of a piece of wood tends to be very small in relation to climatic variations (wood with balanced moisture content), where there will be both loss and gain of moisture throughout the year. The dimensional variation can also be measured considering structural directions of the wood, that is, the longitudinal, radial and tangential directions, known as linear variations. The volumetric variation is equal to the sum of the linear variations. Other species in the market are being used for flooring. They generally present lower physical-mechanical properties in relation to the more traditional species. Their use may result in undesired defects or problems in the finished floor. From the ecological and sustainable viewpoint, the use a diversity of wood species for floors is important because it reduces the pressure on the exploitation of few forest species and provides more efficiency in the use of species and in forest management. RM 27


Sistemas construtivos pré-fabricados em madeira

S

istema construtivo é um conjunto de métodos utilizados na construção da estrutura e das vedações de uma edificação. Em concordância com essa definição, uma edificação que emprega prioritariamente a madeira como componente estrutural, pode utilizar esse material também como vedação. Existe uma grande distinção dos critérios de classificação dos sistemas construtivos em madeira de acordo com a tradição construtiva de cada país. Uma primeira sistematização de sistemas construtivos em madeira no Brasil, classificando-os a partir de um enfoque estrutural, definiu dois grupos: pilar e viga e painéis. Foi verificado o baixo nível de pré-fabricação de sistemas construtivos de madeira em painéis, onde a maioria desses produtos denominados pré-fabricados, na realidade consistem de em um sistema estrutural de pilar e viga (“casas pré-cortadas”). Foi realizada uma coleta de sistemas construtivos em madeira no país, e então, considerando o repertório nacional de construções em madeira, ampliou-se a classificação de 28



sistemas construtivos em madeira sob o enfoque estrutural para quatro grupos: (a) Sistema Pilar-Viga; (b) Sistema Entramado; (c) Sistema Painel Pré-Fabricado; (d) Sistema Troncos Encaixados. Sistema Pilar-Viga Esse sistema é constituído

por pilares e vigas que se dispõem em forma de pórticos. Trata-se de um sistema autoportante e independente de outros sistemas, vedação vertical, por exemplo, onde a distribuição de cargas é concentrada, das vigas aos pilares e desses para as fundações. Neste sistema é preciso atenção especial às cargas de vento e, consequentemente, ao contraventamento das vedações verticais e horizontais. Sistema Entramado No sistema entramado a estrutura é constituída por elementos de seção transversal de pequenas dimensões, esbeltos e espaçamentos curtos entre si. Essas tramas são então revestidas de diversas maneiras (chapas, tábuas, etc.), proporcionando rigidez ao conjunto. Com essa configuração, as cargas transmitem-se de forma distribuída pelos elementos estruturais. Sistema Painel Pré-Fabricado Neste sistema construtivo as paredes, os pisos e as coberturas são formados por painéis, constituídos por ossatura e fechamentos. Os sistemas em painéis não possuem estrutura principal, trata-se de um sistema construtivo onde as cargas 30


são transferidas para as fundações pelos painéis verticais. A fabricação dos painéis é feita em uma oficina, e somente a montagem da estrutura é realizada no canteiro, dessa forma, sendo menos dependente das condições meteorológicas. Sistema Troncos Encaixados O sistema é composto por peças de madeira roliça ou serrada empilhadas, com comprimento do ambiente, ou da fachada inteira. Neste sistema a correta execução dos encontros entre as peças nos cantos das paredes e, o contato horizontal e longitudinal entre cada camada de peça, são fatores críticos na obtenção de qualidade

construtiva. Ambos os detalhes estão relacionados à: amarração entre as peças, desempenho estrutural, estanqueidade contra ventos e chuvas e o isolamento térmico. Temosaindatrêstiposdesistemas construtivos em madeira sob enfoque produtivo, e os agrupa conforme seu grau de industrialização: (a) Sistemas construtivos não industrializados; (b) Sistemas construtivos semiindustrializado; (c) Sistemas construtivos industrializados. RM AYURI ENDO KOKUBUN Leia matéria Completa

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Prefabricated wood construction systems A building system is a set of methods used in the construction of the structure and the enclosure of a building. A building that uses wood as a principal structural component can also use it as enclosure. The criteria for the classification of wood construction systems vary according to the construction tradition of each country. An early systematization of wood building systems in Brazil, classified from a structural approach, defined two groups: pillar and beam and panels. The low level of prefabrication of wood building systems in panels was noted. Most of the so-called prefabricated products consisted of a pillar and beam structural system (pre-cut houses). A later assessment on the country’s wood building systems was made, resulting in a new classification: (a) Pillar-Beam System; (b) Framing System; (c) Pre-Fabricated Panel System; (d) Stacked-Board System Pillar-Beam System This system is made up of pillars and beams that lay in the form of porticoes. It is a self-supporting and independent system, different from systems such as the vertical closure, in which the distribution of loads goes from the beams to the pillars and from these to the foundations. In this system, special attention must be paid to wind loads and, consequently, to the wind-bracing of vertical and horizontal closures. Framing System The structure is made up of crosssectional elements of small, dimensions and short space. These frames are then covered in

different ways (plates, boards, etc.), providing rigidity to the set. With this configuration, the loads are distributed among the structural elements. Pre-Fabricated Panel System In this construction system the walls, floors and roofs are made up of panels, which are in turn made up of framework and closure. The panel system does not have a main structure. It is a construction system in which the loads are transferred to the foundations by the vertical panels. The manufacture of the panels is done in a workshop, and the structure is assembled in the construction site, so they are less dependent on the weather conditions. Stacked-Board System The system is made up of pieces of staked round or sawn wood, with compression of the environment, or of the entire façade. The correct execution of the encounters between the pieces in the edges of the walls and the horizontal and longitudinal contact between each layer of piece, are critical factors for construction quality. Both details are related to: fastening among the pieces, structural performance, air- and watertightness against winds and rain, and thermal insulation. There are three other types of wood construction systems under the productive approach. They are grouped according to their industrialization degree: (a) Nonindustrialized construction systems; (b) Semi-industrialized construction systems; (c) Industrialized construction systems. RM

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Mecanização na colheita florestal

“Todo o segmento florestal vêm aderindo à colheita mecanizada.”

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rodutividade, segurança e economia: são essas as três características marcantes dos sistemas mecanizados de colheita. Se nas décadas anteriores os sistemas mecanizados eram exclusividade de grandes empresas, hoje o cenário mudou: até pequenos produtores já podem fazer uso da colheita mecanizada. São várias as razões para a adoção de máquinas florestais pesadas na colheita, dentre elas a redução de acidentes de trabalho, aumento da produtividade, ergonomia para o operador, agilidade e diminuição dos custos de produção. A própria estrutura demográfica brasileira exige que as atividades sejam cada vez mais mecanizadas – o País está envelhecendo rapidamente e gerando forte declínio da oferta de mão de obra. Para escolher a máquina ideal para a colheita é preciso levar em consideração a topografia do terreno, o volume do povoamento, o tipo de floresta e o uso final que a madeira terá. Para sistemas de toras curtas, o Harvester já é bastante comum no Sul e Sudeste do Brasil, estando cada vez mais presente em outras regiões. Com este equipamento é possível cortar e processar as árvores no campo, substituindo a força de trabalho de até 25 operadores de motosserra. Um harvester corta, desgalha, descasca, secciona as toras no tamanho desejado e as 34


empilha, gastando para isso apenas alguns segundos. Como o processamento da árvore ocorre em campo, há vantagens ambientais e logísticas: as cascas e galhos, ao ficarem na propriedade, acabam garantindo boa parte da ciclagem de nutrientes e reduzindo o peso e o volume de madeira a ser transportada. Depois de cortada e processada, a madeira precisa deixar o campo. Entram em ação as máquinas florestais do tipo Forwarder. Essas máquinas fazem o baldeio das toras, levando-as para os pátios intermediários. São capazes de transportar até 25 toneladas de madeira numa única viagem. Forwarder e Harvester formam uma dupla afinada quando o assunto é colheita de toras curtas. Mas, para toras classificadas como longas indica-se o uso do Feller Buncher (em substituição ao Harvester) acompanhado do Skidder (no lugar do Forwarder). O FellerBuncher é conhecido como cortador acumulador, pois o cabeçote utilizado é capaz de cortar e acumular vários indivíduos antes de tombar as toras no solo. Não ocorre o processamento como no Harvester, há apenas o destopamento (que é o corte da porção superior da árvore) e o seccionamento em toras com mais de seis metros de comprimento. Este maquinário chega a colher até 200 árvores por hora e é bastante eficiente quando as árvores apresentam mais do que meio metro cúbico de volume individual. Para fazer o baldeio de árvores colhidas pelo FellerBuncher, o Skidder tem sido uma excelente opção. As toras são acumuladas em feixes e arrastadas pelo Skidder por meio de uma pinça traseira ou por cabos de aço. Leia matéria Completa

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“As principais máquinas usadas no corte e na extração são: Feller Bunchers, Shovel Loggers, Skidders.”


Mechanized Forest Harvesting The three main characteristics of mechanized harvesting systems are productivity, safety, and economy. In the past, mechanized systems were exclusive to large companies. Today, however, small

producers also use mechanized harvesting. The entire forestry sector (paper and cellulose industry, wood panel factories, biomass for energy producers, sawmills, post and woodworking companies, and independent owners) is equipped with mechanized harvesting. Some of the benefits of the use of heavy forestry machines are the reduction of work accidents, the increase of productivity, ergonomics for the operator, and the agility and reduction of production costs. Brazil’s demographic structure demands that activities be increasingly mechanized, since the population is rapidly aging and generating a strong decline in the supply of labor. To choose the ideal harvesting machine, it is necessary to take into consideration the topography of the land, the volume of the population, 36


the type of forest and the final use that the wood will have. For systems of short logs, the harvester is already quite common in the South and Southeast of Brazil, and is increasingly present in other regions. It is used to cut and process trees in the field, replacing the workforce of up to 25 chainsaw operators. A single harvester debranches, debarks, and cuts the logs to the desired size (in an automated way) and stacks them in just a few seconds. As the processing of the trees takes place in the field, there are environmental and logistical advantages: the bark and branches, as they remain on the property, end up guaranteeing a good part of the nutrient cycling, and reducing the weight and the volume of the wood to be transported. After being cut and processed, forestry machines of the Forwarder type enter into action. These machines transport the logs to intermediate areas or to the

roadside landing. They are capable of transporting up to 25 tons of wood in a single journey. The Forwarder and Harvester machines are used in the harvesting of short logs. For long logs, the Feller Buncher is used, in substitution to the Harvester, together with the Skidder, in substitution of the Forwarder. The Feller Buncher has a head that is capable of cutting and gathering several trees before felling. It does not perform the same process as the Harvester as it only cuts off the top of the tree and sections logs that are more than six meters long. This machine gathers up to 200 trees per hour and is quite efficient when the trees are more than half a cubic meter of individual volume. After trees are collected by Feller Buncher, the Skidder is excellent choice for transportation, which gathers and drags the logs by means of a back clamp or by steel cables. RM 37


Anatomia da Madeira Bamboo

Identificação anatômica da madeira

O

s vegetais produtores de madeira são classificados no contexto da botânica, em Angiospermas Dicotiledôneas e Gimnospermas. Ambas recebem respectivamente, as denominações de hardwoods e softwoods Enquanto as Angiospermas dicotiledôneas recebem de forma mais generalizada a denominação de folhosas, as Gimnospermas são referidas como coníferas. Comparativamente às coníferas, as folhosas por serem mais evoluídas, apresentam uma estrutura anatômica mais complexa, dado à maior diversidade

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de células. Por essa razão elas apresentam uma maior variedade de padrões, o que torna as suas respectivas identificações um grande desafio Mas por outro lado, a proporção, o arranjo, a estrutura, a distribuição e a combinação desses diferentes tipos de células, se refletem nas suas respectivas aparências e grã, evidenciando de forma mais significativa o seu valor estético Existem inúmeras características que permitem diferenciar uma folhosa de uma conífera. Essas concernem tanto aos aspectos externos da árvore quanto àqueles associados à suas respectivas estruturas anatômicas e nesse contexto, os vasos tecido prosenquimatoso das folhosas responsáveis pelo transporte da seiva bruta das raízes até às folhas e constituem a principal característica anatômica que diferencia ambos os lenhos. Um vaso é formado pela associação de inúmeros elementos de vasos, que se ligam entre si pelas suas extremidades, formando uma estrutura tubular alinhando-se na direção de grã da madeira. A identificação anatômica das espécies lenhosas não é um processo simples. Ela engloba uma série de procedimentos dentro de uma sequência lógica. Esses procedimentos incluem as características organolépticas, macroscopicas e a microscopia ótica, ainda que existam procedimentos mais sofisticados tais como o infravermelho médio, próximo, Raman, fluorescência e outros associados a espectrometria, os quais nem sempre estarão disponíveis para os usuários. Do ponto de vista prático principalmente para os profissionais dos Órgãos Ambientais, responsáveis para coibir o comercio ilegal de madeiras, é a macroscopia a ferramenta mais importante não só 40


pela sua simplicidade e ainda por requerer um instrumental simples como, uma lupa contafios com poder de resolução de 10-20x e uma navalha ou um estilete. Todavia, a utilização desse método requer que o profissional tenha um conhecimento mínimo da anatomia da madeira, principalmente concernente à macroscopia, bem como, dispor de um banco de dados das seções transversais das espécies de maior valor comercial na sua região de atuação. No seu conjunto formam um tecido que, na árvore, é o responsável pela condução da seiva bruta. Todavia, eles por outro lado são de extrema importância para permitir, por exemplo, ao profissional ligado à fiscalização no comércio ilegal de madeira, dirimir dúvidas e até mesmo identificar espécies lenhosas. Assim, o objetivo principal deste artigo é o de disponibilizar uma ferramenta adicional ao público em geral e também àqueles diretamente envolvidos no processo de identificação macroscópica da madeira, não importando a sua área de atuação. Luiz C)arlos Couto Coutoluizc@yahoo.com.br DEF/UFVJM-Ph.D. Fernando Paiva Scárdua fscardua@unb.br –Dr. UnB Rodolfo Campolina rodolfocampola@hotmail.com Acadêmico Eng. Florestal DEF/UFVJM Leia matéria Completa

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Efeito da poda sobre a qualidade da madeira

A

s florestas plantadas, que tem como objetivo a produção de madeira sólida, de alto valor agregado, devem ser conduzidas para que tenham características desejáveis, assim, tratamentos silviculturais adicionais são necessários na condução destas florestas. Atrelado à qualidade dos plantios florestais e ao produto final de interesse, há a necessidade do desenvolvimento de estratégias do manejo florestal e das práticas silviculturais a serem adotadas, principalmente nas empresas que têm como objetivo a produção de madeira serrada ou laminadas. A prática da poda para as espécies do gênero Eucalyptus, no Brasil, é um tratamento relativamente recente. O regime de poda quando efetuado de maneira organizada e correta, contribui, principalmente, para a formação e aumento de uawqma madeira limpa, redução do núcleo nodoso, evitando a descontinuidade das fibras, consequentemente, reduz também o desperdício durante os processos de produção e aumenta o aproveitamento de produtos de madeira de alta qualidade. A perda dos galhos é um processo natural durante a vida das árvores, mas em muitas espécies do gênero Eucalyptus

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isso ocorre de forma indesejada em relação as expectativas de qualidade, assim torna-se necessária a prática da poda bem-sucedida com intuito de proporcionar uma maior extensão da madeira limpa, reduzindo os defeitos provenientes dos nós bem como a sua oclusão. Dessa forma, a madeira será melhor empregada como produto sólido, com aspectos econômicos positivos, elevando o volume da madeira livre de defeitos. A classificação da madeira serrada tem como um dos critérios de avaliação da qualidade a presença de nós, quanto à posição, distribuição e tamanho, o que influi, diretamente na qualidade da madeira, limitando o seu uso para fins nobres e desqualificando-a. A existência de um mercado para madeira de qualidade, equipamentos

necessários, técnicas de poda e mão de obra disponível para o trabalho correto, além do conhecimento fisiológico das plantas são fatores de suma importância que contribuem para a aplicação de um sistema de poda eficiente. As árvores, quando podadas tendem a reduzir o núcleo nodoso, principalmente em toras com maiores diâmetros, porque proporcionam maior área de madeira limpa, livre de defeitos, resultando em melhor aproveitamento da madeira serrada. A atividade de poda deve ser considerada uma operação integrante com outras práticas silviculturais. A poda limita a presença de nós à zona central do fuste, aumentando a proporção da extensão da madeira limpa, livre de defeitos. RM Leia matéria Completa

Rafael Leite Braz; Leif Nutto; Jorge Luis Monteiro de Matos Scientia_Forestalis Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais

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Effects of pruning on the quality of Eucalyptus wood The main objective of planted forests is the production of solid wood with high added value. To do so, silvicultural treatments need to be part of their management. The quality of forest plantations and the final product is linked to the need to develop and put in place forest management strategies and silvicultural practices, mainly in sawn or laminated wood companies. Pruning of Eucalyptus species in Brazil is a relatively recent treatment. An organized and correct implementation of the pruning regime leads to the formation of clear wood and the reduction of the knotty core, thus avoiding the discontinuity of the fiber, reducing waste during the production processes, and increasing the use of high quality wood products. The loss of the branches is a natural process during the life of trees. But when it comes to the quality expectations of many species of Eucalyptus, it occurs in an undesirable manner. It is therefore necessary to carry out a good pruning job in order to obtain greater proportion of clear wood, reducing the defects coming from the

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knots as well as its occlusion. This way, the wood will be better used as a solid product, with positive economic aspects, increasing the volume of the wood free of defects. One of the criteria for evaluating the quality of sawn wood is the presence of knots in terms of position, distribution and size. This directly influences its use for or noble or common purposes. The existence of a market for quality wood, the necessary equipment, pruning techniques, and workmanship, in addition to the physiological knowledge of the plants, is a factor of great importance that contributes to the application of an efficient pruning system. In this context, a study assessed the effect of pruning on the quality of the wood of three Eucalyptus species (Eucalyptus dunnii, Eucalyptus grandis and Eucalyptus saligna) by means of an analysis of the scarring of internal wounds caused by knots. When trees are pruned, they tend to reduce the knotty core, mainly in logs with larger diameters,

because they provide a larger area of clear wood, free from defects, resulting in a better use of sawn wood. The pruning activity should be considered part of other silvicultural practices such as thinning, with development of growth models that incorporate pruning in different intensities. Pruning limits the presence of knots in core of the stem, increasing the proportion of the extension of the clear wood, free from defects. The E. dunnii was the one that presented the best response to the pruning system, resulting in a smaller knotty core and a greater production of clear wood. RM

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Normas técnicas direcionam produção de portas de madeira

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s indústrias fabricantes de portas de madeira estão migrando sua matéria prima. A escassez das espécies nativas, o incentivo à exploração racional e sustentável e os custos de transporte e de licenças ambientais, estão contribuindo para o uso crescente de pinus e eucalipto. A normalização vigente não apresenta indicações ou restrições quanto às espécies para construção de uma porta. A eventual seleção das espécies fica por conta do desempenho do produto final. No mercado encontramos portas com emprego de pinus e eucalipto em enchimento sarrafeado, semioco e maciço, quadros e requadros, montantes e travessas, revestimento de perfis e capas. A norma NBR 15930, sob o título geral “Portas de madeira para edificações’, tem previsão de conter 46



as seguintes partes: • Parte 1: Terminologia e simbologia; • Parte 2: Requisitos; • Parte 3: Requisitos de desempenho adicionais; • Parte 4: Instalação e manutenção. Em seus requisitos gerais a norma descreve o dimensionamento e as tolerâncias para as portas e seus respectivos vãos, os padrões dimensionais das folhas, ferragens e marcos de madeira, bem como define os padrões de aspecto visual para as portas de madeira. Anormaincluiemsuapartetabelas mostrando o dimensionamento e os padrões das portas de madeira, além de incluir a verificação do aspecto visual, das variações dimensionais e desvios de forma. No mercado, existem as portas para uso interno e externo. As usadas no interior são as portas de

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quarto, sala ou banheiro ou mesmo as de entrada de um apartamento ou escritório. Já as externas são aquelas submetidas às intempéries como as portas de entrada de uma casa ou as que ficam no térreo de um edifício, por exemplo, e dão acesso a depósitos, banheiros ou áreas de piscinas, onde há exposição ao sol e chuva. De maneira geral, as portas de madeira para edificações são classificadas por desempenho, de acordo com a ocupação e uso, tráfego e tipo de projeto – residencial, comercial, hotelaria, hospital. O importante é que o consumidor está começando a entender a importância de as portas de madeira seguir os critérios da norma e a usálos no momento de especificar o produto. RM Leia matéria Completa

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O mundo usando mais pellets de madeira

N

o Brasil e no resto do mundo os mercados globais de pellets de madeira aumentaram significativamente nos últimos anos. O aquecimento residencial na Europa é um mercado consistente e estável (Pellets A1 Premiun), consumindo 35% de toda produção mundial. Mas, é surpreendente a grande procura por pellets industriais, que também cresceram exponencialmente nesse período. Um indicador dessa evolução do mercado (residencial e industrial) está na quantidade de indústrias no mundo que produzem esse biocombustível sólido, que apresentaram crescimento de 20% ao ano.

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O mercado industrial de pellets de madeira está sendo impulsionado pelas políticas de mitigação de emissões de gases do efeito estufa e por ser um combustível renovável, que facilmente substitui o carvão mineral, sobretudo em grandes usinas termoelétricas. Muitos países (Reino Unido, União Europeia, Japão, Coréia do Sul) estão substituindo o poluente carvão mineral (apesar de ser mais barato) por pellets de madeira. Só para esta finalidade há uma demanda estimada em 16 milhões de toneladas, em 2019. Nesse mercado internacional, os Estados Unidos nunca

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perderam o posto de maior produtor de pellets do mundo. Em 2017, o mundo produziu cerca de 39,2 milhões de toneladas desse precioso biocombustível e só os norte americanos produziram 20% desse volume. O Brasil entra nessas

estatísticas internacionais pela primeira vez. A produção brasileira de pellets de madeira aumentou seis vezes, nos últimos dois anos, e agora detém 1,2% da produção mundial. Ainda é pouco, mas entre os países produtores é o que tem maior potencial de crescimento. Nesse momento de crescimento do mercado, há um consenso da necessidade de uma Associação de Produtores de Pellets representativa para fortalecer este setor. Dorival Pinheiro Garcia Engenheiro industrial, professor,especialista em pellets de madeira e presidente da ABIPEL Leia matéria Completa

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Qualidade dos pellets de biomassas brasileiras

O

s pellets são biocombustíveis sólidos densificados negociados internacionalmente. O Brasil é apontado como um futuro exportador desse produto. Para isso, precisa atender rígidos padrões de qualidades exigidos pela norma ISO 17225. No entanto, poucos estudos abordam a qualidade dos pellets em relação aos parâmetros dessa normativa internacional de 2014. Este trabalho analisou as características físicas, químicas e térmicas de três tipos de pellets produzidos no Brasil, classificando e comparando-os com os requerimentos dessa normativa europeia. Os pellets de pinus, madeira nativa e bagaço de cana foram examinados por um laboratório europeu especializado nesses biocombustíveis sólidos. Os resultados mostraram que o teor de cinzas é a principal característica qualitativa negativa desses produtos. Em relação à norma, somente os pellets de pinus atenderam todos os critérios de qualidade e alcançaram padrão A1 Premium, podendo ser utilizado em aplicações nobres como o aquecimento residencial. Durante os últimos sete anos, os pellets se transformaram em um importante recurso energético mundial, especialmente para o continente europeu, onde seu mercado é estável e passa por rápido desenvolvimento. Por ser um combustível renovável e menos poluente que os derivados do petróleo, os pellets são utilizados por países que precisam diminuir suas emissões poluentes para atendera os

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acordos firmados no Protocolo de Kyoto e ratificados na Conferência do Clima (COP21). O consumo de pellets pelos europeus foi de 9,2, 14,4 e 26 milhões de toneladas em 2009, 2011 e 2015 respectivamente e espera-se um consumo de 50,0 milhões de toneladas para 2020. Os pellets se tornarão um dos principais produtos de biomassa sólida comercializados globalmente e o Brasil pode ser um importante exportador. O Brasil produziu 49.390 e 75.000 toneladas em 2014 e 2015, respectivamente, e pulou para 135.000 toneladas em 2016, mas tem capacidade produtiva instalada para produzir quatro vezes mais, além dos novos projetos que estão sendo anunciados para os próximos anos. Diante desse novo cenário que se apresenta para os pellets, é importante que as empresas atestem a qualidade de seus produtos para alcançar o mercado de exportação. Não há norma brasileira que regulamente a qualidade dos pellets, mas muitos países europeus (Itália, Alemanha, Áustria e Suécia) desenvolveram seus próprios padrões de qualidade para a combustão, armazenamento e transporte desses biocombustíveis. Há três anos, com objetivo de unificar a certificação nestes mercados, 58


lançou-se o conjunto de normas internacionais ISO 17225 (2014), partes de 1 a 8. Essa nova legislação fornece os padrões de qualidade limites para os produtos densificados produzidos por qualquer biomassa vegetal. Os pellets são classificados em comerciais (A1, A2, B), industriais (I1, I2, I3) e não lenhosos(A, B) de acordo com o seu teor de cinzas . Como resultado de estudo, os pellets de pinus cumpriram todos os padrões de qualidade exigidos e têm classificação A1 Premium, certificados e indicados para uso residencial. Os pellets de madeira nativa não atendem aos padrões de qualidade para exportação, podem ser classificados como A2, sobretudo por conterem elevados teores de cinzas; Os pellets de bagaço de cana-deaçúcar, classificados na norma como não-lenhosos, são recomendados para uso industrial e têm classificação A. Leia matéria Completa

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Dorival Pinheiro Garcia Depto. Tecnologia da Madeira, Fac. de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva, Itapeva – SP. José Cláudio Caraschi Gustavo Ventorim Glaucia Aparecida Prates Curso de Eng. Industrial Madeireira Universidade Estadual Paulista, Itapeva – SP. Thiago De Paula Protásio Depto. Ciências Florestais Universidade Federal de Lavras Lavras – MG.


Cresce geração de energia da biomassa

A

capacidade instalada de geração de energia a partir da biomassa chegou a 14.630 MW, no último ano superando a geração de Itaipu e o equivalente à 9% do parque elétrico do Brasil. No ano passado as empresas que usaram a biomassa como fonte de energia produziram mais de 25 mil Gwh para o SIN - Sistema Interligado Nacional, o que já representou um avanço de 7% sobre o ano anterior. O diretor de bioeletricidade da Única - União da Indústria de Cana de Açúcar, Zilmar José de Souza, observa que o potencial da biomassa, além das outras fontes de energia renovável, no Brasil, precisa ser melhor explorado ao longo dos anos. A maior parte (77%) da bioeletricidade no país tem como fonte geradora

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as usinas de açúcar e álcool, que aproveitam o bagaço da cana. Já as florestas plantadas respondem por 22% da energia elétrica produzida pela biomassa. O País possui hoje 378 usinas de açúcar instaladas que usaram o bagaço e a palha da cana como fonte de energia e se tornaram autossuficientes. Deste total, 44% delas começaram a comercializar o excedente para o SIN. O diretor da Única destaca que dentro dessa conjuntura, a geração da bioeletricidade no Brasil tem um ambiente favorável para o crescimento. Mas, para que isso ocorra, é preciso implementação de uma política crível e estimulante. A estimativa é que até 2022 ocorra aumento de consumo de energia no país da ordem de 4%. E se espera que esse crescimento possa continuar nos anos seguintes, favorecendo toda cadeira de biomassa. RM

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Joel Rosa Eng. Produçãol Mecânica e Gerente Operacional GELL – Gaboardi Energia Limpa Ltda

Origem dos pellets de biomassa

A

primeira presença dos pellets de madeira no cenário mundial ocorreu para solucionar a crise do petróleo no final da década de 70 na América do Norte. A alta nos preços do combustível fóssil forçou a busca por um combustível alternativo para ser usado no aquecimento industrial e comercial . Na Europa, a indústria dos pellets surgiu na cidade de Mora, na Suécia, onde a primeira indústria iniciou sua produção em novembro de 1982. Neste período, o governo investiu na descoberta de novas fontes de energia para substituir o petróleo e diminuir a dependência do país neste combustível fóssil. Mas a indústria de base florestal estava protegida por muitas leis que determinavam, por exemplo, somente o uso de cascas ou resíduos florestais para sua produção. Em 1986, quase todas as plantas de pellets da Suécia fecharam devido a fatores como o alto custo de produção (bem acima do que foi calculado no início), falta de tecnologia de produção, baixa qualidade do produto e, principalmente, uso de eletricidade gerada a partir de usinas nucleares. Com isso, somente uma indústria no sul do país sobreviveu graças a um contrato de longo prazo que mantinha com uma grande termoelétrica de Gotemburgo. Em 1988, uma nova indústria foi criada na cidade de Kil, com produção de três mil toneladas por ano, que ainda 62


está em operação, sendo considerada uma das mais antigas daquele país . Em 1992, o governo sueco iniciou uma forte taxação de 59% sobre todos os combustíveis fósseis viabilizando, novamente, o aquecimento residencial e o uso dos pellets. A venda de fogões e sistemas de aquecimento aumentou surpre-endentemente e a demanda pelo combustível t a m b é m , possibilitando a entrada de novos produtores no mercado. Consequentemente a produção anual saltou de cento e oitenta mil toneladas em 1995, para mais de um milhão em 2000. Este ponto marca a grande virada para o mercado dos pellets que cresceu muito rapidamente naquele país e em toda a Europa . A Suécia, em 2009, foi o maior produtor europeu de pellets com produção estimada em mais de 1,8 milhões de toneladas por ano. Sua rede de distribuição e logística utiliza caminhões tanques para pequenas distâncias e os navios cargueiros para viagens além mar. No entanto, mesmo com esse grande volume de produção, o país não produz o suficiente para

seu consumo, necessitando importar (principalmente do Canadá e Estados Unidos) grandes quantidades para suprir sua demanda interna . Em 2004, havia em toda a Europa apenas 195 plantas industriais de pellets de madeira. Com o aquecimento do mercado, vem crescendo ano a ano, o número de novas indústrias, já em 2010 com 594 empresas fabricantes deste biocombustível. A busca por fontes renováveis de energia é uma tendência global que tem se fortalecido nos últimos anos de acordo com a Bioenergy Internacional . Considerando todos os fatores que tornam viável a utilização dos pellets como fonte alternativa de energia (como a variação do preço do petróleo) as inovações tecnológicas dos equipamentos, baixas emissões de poluentes e até subsídios governamentais, podemos esperar que a história dos combustíveis de madeira compactada continue em crescimento, oferecendo oportunidades de negócios para o setor de base florestal. RM 63


Biomassa é energia renovável mais usada na Europa

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s 28 países-membros da União Europeia projetam que a bioenergia contribua com à metade do objetivo da União Europeia de alcançar 20% da produção de energia a partir de renováveis. Um relatório da União Europeia da Associação Europeia de Biomassa (Aebiom) confirma que no ano passado a biomassa representou mais de 61% da energia renovável consumida nestes 28 países e 7% de seu consumo final bruto Segundo relatório, o consumo de bioenergia na UE aumentou em 6,53% no ultimo ano, o que se supõe um incremento recorde e 1,7 ponto acima do crescimento médio anual (4,8%) registrado desde o ano 2000. Mesmo assim, a bioenergia é líder entre as renováveis para uso térmico com 88% dos usos de calefação e refrigeração, o que 64


representa 10% da energia térmica primária consumida na Europa. No entanto, a geração elétrica é a “principal tarefa pendente para o setor na Espanha”, segundo assinala o presidente da Aebiom, Javier Díaz. Neste caso, a bioenergia se mantém com 6% do total europeu de geração elétrica, e a biomassa é o combustível mais empregado (51%), seguido do biogás (34%). O presidente da Aebiom observa que a geração elétrica a partir da biomassa se paralisou a partir entrada em vigor do Decreto 1/2012. Por isso, considera “fundamental” a modificação do marco regulatório atual de maneira que toda a cadeia de valor receba uma compensação justa e facilite o retorno dos investimentos. A bioenergia é um setor econômico que gera um negócio anual de mais de 56 bilhões de euros, com quase meio milhão de empregos diretos e indiretos. A biomassa representa a maior parte do volume do negócio, com um faturamento anual de 36 bilhões de euros, mais de 64% do total. RM

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Energia a partir da biomassa é viável

O

cavaco de madeira, resíduo de serrarias e ponteiras de árvores de eucalipto e pinus, principalmente no sudeste do Brasil, é um recurso renovável que pode ser destinado à produção de energia em fornos e caldeiras por ser abundante e apresentar alto poder calorífico. Nos dias atuais, são gerados anualmente cerca de 41 milhões de toneladas de resíduos madeireiros provindos da indústria de processamento de madeira e da colheita florestal, que seria capaz de gerar energia equivalente a 1,7 GW/ano. Como esse potencial ainda é subutilizado, investimentos nessa área são sempre desejáveis. O Brasil possui hoje mais de 7 milhões de hectares de florestas plantadas , principalmente com as espécies dos gêneros Eucalyptus e Pinus, sendo que as regiões Sul e Sudeste possuem a maior potencialidade de geração de energia. Com duas fontes potenciais geradoras de energia, tanto o cavaco de madeira quanto a palha de cana podem se transformar, gerar e exportar 66


energia elétrica. Em um primeiro momento com a implantando de pequenas centrais termoelétricas. A ideia está alinhada com a tendência mundial de investir em geração de energia elétrica distribuída. Este conceito se opõe ao modelo tradicional que depende de grandes usinas e extensas linhas de transmissão. Entre as vantagens de se gerar energia em pequenas centrais termoelétricas, pode-se destacar que o modelo é economicamente atraente na medida em que reduz os custos e investimentos em subestações de transformação e em capacidade adicional para transmissão, além de reduzir perdas nas linhas de transmissão e distribuição. Para que sejam economicamente atrativas, as pequenas Centrais Termoelétricas devem ter o conceito baseado na utilização de equipamentos de alto rendimento, que apresentem baixo custo de implantação e de operação. Estas plantas devem ser estrategicamente posicionadas em relação às fontes de biomassa e ao acesso à rede elétrica. RM Leia matéria Completa

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Uso do pellets para substituir carvão

A

maior usina de energia da Europa Ocidental, chamada Drax, irá, até 2023, parar de queimar carvão completamente. No seu lugar a usina irá consumir apenas pellets. A União Europeia tem alguns alvos para reduzir a poluição nas próximas décadas. As usinas à carvão serão fechadas em muitos países na busca destes objetivos. No Reino

Unido, os planos do governo são extinguir a geração de eletricidade à carvão até 2025. Uma história semelhante está se desdobrando em outras partes do mundo. Muitas nações, incluindo os EUA, estão se afastando do carvão à medida que outras energias se tornam mais baratas. No último século, essas instalações foram implementadas no

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mercado de energia do mundo. As fábricas possuem complexas e custosas conexões com as redes nacionais – o que significa que simplesmente retirá-las pode não ser tão inteligente. Substituir o carvão não é fácil. Isso porque a biomassa é um material muito menos tolerante do que o carvão, Muitas pequenas instalações de carvão nos EUA tem recentemente convertido para queima por gás – uma forma de transição mais barata. Existe também outras ideias para reinventar antigas instalações de queima de carvão. Em 2016, a

China anunciou que planeja converter algumas de suas usinas de carvão em usinas nucleares. Na Dinamarca, uma usina de carvão em Copenhague será transformada em uma instalação 100% por biomassa. Um novo incinerador nas proximidades irá contar com uma pista de esqui no telhado. Nem todas as conversões de usinas à carvão são empreendimentos de produção de energia. A Google está transformando uma antiga instalação no Alabama em um centro de processamento de dados. RM Leia matéria Completa

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Bagaço de cana transforma biomassa em energia

O

Brasil é o maior produtor mundial de canade-açúcar, com cerca de 641 milhões de toneladas processadas na safra 2017/2018. A Região Centro-Sul (que agrega os Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste) responde por 90% deste volume, enquanto os 10% restantes cabem aos Estados da região NorteNordeste, de acordo com dados divulgados pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). O Mato Grosso do Sul, ocupa a o 4º lugar em termos de produção de cana-de-açúcar, com uma colheita de 49,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2018. No Brasil, 64% da energia é gerada por meio das hidroelétricas. Quando se pensa em fontes de energia renováveis, a cana-de-açúcar ocupa um lugar de destaque. Lenha e carvão vegetal, também são consideradas outras fontes importantes de biomassa. De maneira geral, em termos de bioeconomia existe muito potencial para o Brasil, que gera grande quantidade de resíduos ricos em biomassa energética, por se tratar de um país com ampla produção agropecuária. 70


Em outro elo da cadeia sucroenergética, a Embrapa atua no desenvolvimento de sistemas de produção que possibilitem a intensificação da produção de biomassa, através do desenvolvimento de cultivares de sorgo-biomassa, capim-elefante e outras espécies com grande potencial de produção. Pesquisadores tem se dedicado a avaliar a viabilidade e o impacto do recolhimento total ou parcial da palha residual da colheita mecanizada de cana crua, com o objetivo de cogeração de energia elétrica ou produção de etanol 2G. O uso residual da biomassa beneficia tanto as agroindústrias quanto a sociedade, pois o custo das matérias primas de alguns produtos, com o uso da tecnologia, poderá reduzir e os consumidores são beneficiados. RM Leia matéria Completa

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Casas emergenciais As casas emergenciais, feitas com madeira, estão entre os focos do trabalho da ONG Teto, que atua no Brasil desde 2006. As construções são erguidas em locais de alta vulnerabilidade social, com o objetivo de superar a pobreza, lidando diretamente com o grave problema do déficit habitacional no País. Celulose O mercado global de celulose deve continuar apertado, diante da entrada de novas unidade na China e em outras partes do mundo. A capacidade de produção global de papel deve subir em 5,1 milhão de toneladas e seguirá avançando no próximo ano. Pando Pando é um bosque composto por árvores de álamo perto do lago Fish, em Utah, nos Estados Unidos. É considerado o maior e mais pesado organismo vivo do mundo com 43 hectares e 13 milhões de toneladas. “Na realidade, todas as árvores são apenas uma”. Bacon A madeiras de reflorestamento pode ser usada no processo para fabricação de bacon. Um trabalho observou benefícios ao usar diferentes madeiras de reflorestamento na etapa de defumação do bacon, derivado da carne suína. Asa de águia O edifício comunitário Bunjil Place é o grande vencedor do Australian Timber Design Award 2018. Tem 24,5 mil metros quadrados e valoriza a madeira na sua construção. É um edifício multiuso, com foco na cultura e no entretenimento. 72


Biomassa Em nove meses a produção de bioeletricidade no país foi quase duas vezes o consumo energético do Paraguai no ano passado. A geração por biomassa comercializou 20.488 GWh no Sistema Interligado Nacional Níquel A espécie de árvore Pycnandra acuminata consegue absorver o metal níquel ao seu látex e usá-lo posteriormente como inseticida. Essas árvores que acumulam metais altamente tóxicos em seus caules, folhas ou sementes são chamadas de hiperacumuladores. Mogno africano Roraima desponta com potencial para a maior floresta de mogno africano do mundo. Com um investimento de quase R$ 500 milhões, um projeto prevê o plantio de mais de 19 milhões de árvores em 24 mil hectares nos próximos 10 anos. “Förster” É uma profissão com raízes na Idade Média, que define o cuidador das florestas alemãs. Especialista em regeneração, conhece cada espécie.Com um spray, identifica árvores em risco de queda, que precisam ser derrubadas, e as que devem permanecer Áreas úmidas Esses hábitats reúnem 3.615 espécies de árvores conhecidas, número três vezes maior que o previsto e que configura a maior diversidade em áreas úmidas no mundo. Se houvesse mais inventários o número de espécies poderia triplicar de novo rapidamente. Leia matéria Completa

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Um novo perfil para os plantios florestais

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esmo com números bilionários a silvicultura brasileira puxada pela indústria de papel e celulose, não vem apresentando a rentabilidade que outros segmentos do agronegócios estão proporcionando. A área de plantio está estabilizada nos últimos anos em alguns estados. No início do ano 2000, o risco de apagão florestal impulsionou plantio de florestas com rentabilidade superior ao das lavouras. Porém, 18 anos depois os preços da madeira estão no mesmo patamar daquela época, enquanto a soja duplicou. Nos últimos anos, a madeira não tem sido competitiva. O produtor que apostou lá atrás e esperava esse retorno econômico, acabou desestimulado. Com a retirada das florestas antes do tempo, a indústria, principalmente serrarias, vão ficar com falta de matéria-prima, já que não se espera a floresta chegar ao ponto de corte. O setor florestal está buscando alternativas para incentivar o produtor a manter a produção por mais tempo. No futuro especialistas observam uma tendência dos maciços florestais darem espaço para o sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta. Leia matéria Completa

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