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5. A HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR
HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR
Tratamento homeopático para infertilidade
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a infertilidade é uma doença que afeta cerca de 80 milhões de pessoas no mundo e, no Brasil, esse número chega a 8 milhões. Ainda segundo a organização, a infertilidade é caracterizada como tentativas consecutivas para fertilização durante o prazo de um ano, sem uso de métodos contraceptivos, em mulheres na idade reprodutiva e sexualmente ativa, sem resultados positivos.
Para o ginecologista obstetra Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi, responsável técnico do Centro de Reprodução Humana do Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (IPGO), existem alguns sinais de alerta que podem indicar problemas de infertilidade tanto em homens quanto em mulheres. “No caso masculino, pode ser um histórico de adolescência, de trauma, um histórico de que os testículos não cresceram, e até um histórico de caxumba. [...] Na mulher tudo começa com a menstruação irregular e a cólica exagerada. Uma mulher menstrua a cada 28-30 dias. Se ela não menstruar adequadamente, ela pode ter um fator ovulatório, por exemplo, ovários policísticos. Outra causa é a endometriose, e se suspeita disso pela dor pélvica”, aponta Cambiaghi.
Segundo a professora e pesquisadora em Homeopatia da Universidade de Brasília (UnB) Danielle da Silva Barbas, as causas de infertilidade podem ser múltiplas e podem ou não estar integradas a irregularidades nos sistemas reprodutores masculinos ou femininos.
“Na maioria dos casos, ambos podem contribuir para essa condição”, explica Barbas. “Pressupõe‐se que a infertilidade conjugal alcance, na população mundial, de 10% a 15% dos casais em idade fértil, com uma crescente incidência em função da idade. Esse percentual tem aumentado nos últimos anos devido a diversas causas em potencial, como o adiamento da maternidade, o aumento da prevalência das infecções de transmissão sexual, o sedentarismo, a obesidade, o consumo de tabaco e do álcool, e a poluição urbana”.
Barbas também aponta que o estresse pode ser um fator complicador em casos de infertilidade:
Foto: Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi/Reprodução
“Além de afetar a relação do casal, as ocorrências de estresse estão repetidamente relacionadas com diminuição da libido, das relações sexuais e com a disfunção eréctil”, ressalta a especialista.
Ainda de acordo com Barbas, de modo geral, um a cada seis casais tem problemas de infertilidade, e a infertilidade masculina ocorre em 50% desses casos.
“A infertilidade pode sofrer outras influências, como a idade da mulher, uma vez que o aumento da idade acarreta o declínio reprodutivo a partir dos 30 anos e, após os 40 anos, caem para metade as taxas de gestação, bem como a frequência de relação sexual, do peso corporal da mulher, do tabagismo, entre outros fatores associados. Em relação à infertilidade masculina [...], ao longo da vida os homens podem ter sua eficiência reprodutiva diminuída devido [...] a distúrbios na ejaculação ou penetração, deficiência nos hormônios folículo estimulante, luteinizante e testosterona, anomalias urogenitais congênitas ou adquiridas, infecções do trato urogenital, aumento da temperatura escrotal, uso de finasterida, anomalias genéticas, fatores imunológicos e abuso de álcool, fumo, drogas e exposição ocupacional a substâncias químicas, como pesticidas, metais e compostos de cloro”. Para a Dra. Ana Paula Macedo, especialista em Homeopatia Clássica pela pela “International Academy of Classical Homeopathy”, sediada na Grécia, e em Farmácia Clínica pelo Centro Universitário São Camilo, o tratamento homeopático pode ser um aliado confiável no tratamento da infertilidade.
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Foto: Ana Paula Macedo/Arquivo pessoal
“A Homeopatia enquanto terapêutica da semelhança irá atuar na modulação das causas existenciais do adoecimento, elencando os sintomas e sinais físicos, emocionais e mentais”, assinala. “A modulação da Força Vital é o principal foco da estratégia terapêutica da Homeopatia. Para cada caso particular e individual se faz necessário um levantamento de sintomas e sinais modalizados, que será utilizado para a repertorização homeopática, gerando assim um filtro para escolha do medicamento homeopático ideal para cada caso”, observa Macedo, que também afirma que os preparados homeopáticos agem no organismo feminino e masculino por meio da modulação de resposta da Força Vital, potencializando os resultados do tratamento e auxiliando “no processo de fecundação e estruturação dos mecanismos da gestação”.
No entanto, é importante ressaltar que o tratamento homeopático não é sempre o mesmo para todas as pessoas, mesmo que elas apresentem o mesmo problema de saúde:
“A resposta à terapêutica homeopática é muito individual e devem ser sempre respeitados os seguintes aspectos para identificar o processo de saúde do paciente: tempo do adoecimento, caracterização dos processos reversíveis ou não reversíveis da enfermidade, tempo reacional do paciente, adesão ao tratamento, neutralização dos obstáculos à vida, adequação das rotinas de vida. Todos estes fatores terão relevância para determinar ou não o processo de saúde”, adverte a Dra. Ana Paula Macedo. Tenho alguns casos que chegam a mim no consultório, principalmente os relacionados as doenças femininas, que podem ser fato geradores de infertilidade, como a endometriose e SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos), e tenho tido ótimos resultados, inclusive auxiliando na gestação. O caso que mais me chamou atenção e com o qual pude contribuir foi de uma paciente que já estava na terceira tentativa de FIV (fertilização in vitro) sem sucesso. Ela entrou em contato comigo na quarta tentativa e iniciamos a estratégia terapêutica homeopática, acompanhando cada etapa, cada processo, e hoje, ela foi brindada como uma menina linda e saudável”, comemora.
Segundo o ginecologista Arnaldo Schizzi Cambiaghi, o tratamento homeopático é
bem-vindo em casos de infertilidade, contudo, de forma complementária:
“A Homeopatia é um tratamento excelente, mas é considerado complementar. Da mesma forma que a acupuntura, por exemplo, também é um tratamento complementar que tem o seu valor, e uma boa alimentação com um nutrólogo também é um tratamento complementar. Tudo isso deve ser adicionado e deve ser respeitado, complementando o tratamento de fertilidade existente”, opina o médico.
A especialista Ana Paula Macedo concorda:
“A Homeopatia faz parte das PIC´s – Práticas Integrativas e Complementares, por isso, pode ser utilizada em concomitância com outras técnicas. A depender do caso, principalmente nas esferas de irreversibilidade orgânica, se faz necessário lançar mão do uso em conjunto de outras terapêuticas”, esclarece.
Assim como a pesquisadora Danielle da Silva Barbas, que diz: “A Homeopatia é um tratamento curativo que pode e deve ser complementado por terapêuticas paliativas como a Alopatia, indispensável para manter a vida do paciente enquanto ele é tratado homeopaticamente.”
Outra vantagem de contar com o tratamento homeopático em quadros de infertilidade é que não há efeitos colaterais ou contraindicações, pois, de acordo com Barbas, a Homeopatia “não age contrariamente ao organismo”.
“A Homeopatia é um tratamento sistêmico e complexo, assim como o organismo e suas inter-relações. Nenhuma doença tem causa única, e a infertilidade é um sintoma de toda uma instabilidade, que precisa ser olhada por muitos aspectos. Não é algo a ser extirpado”, assinala a professora. “A doença não está fora do organismo, não sendo um mal em si, mas um estímulo para a capacidade de adaptação do ser biológico, e, portanto, algo a ser monitorado e direcionado para o aprendizado de um novo sistema de cura. A Homeopatia vem cognitivamente ajudar o organismo e não ir contra seus mecanismos de cura”, conclui