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BIOGRAFIA
A história de D. Pedro II
Conheça um pouco da jornada de um dos grandes apoiadores da Homeopatia e último imperador do Brasil
A Homeopatia chegou às terras brasileiras em 1840 com a vinda de Bento Mure, ou Benoit Jules Mure (ver 2ª edição da Revista de Estudos Homeopáticos), discípulo direto de Hahnemann, o criador da nova medicina, mas só foi implantada e propagada em território nacional graças ao apoio do governo brasileiro de D. Pedro II.
Pedro II aos 10 meses. Autor incerto. Museu da República.
Filho de D. Pedro I e da imperatriz Maria Leopoldina, Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, ou apenas D. Pedro II, nasceu no Brasil em 2 de dezembro de 1825 e foi o primeiro imperador de nacionalidade brasileira. Um ano depois, ele perdeu a mãe para uma infecção grave – que até hoje não se sabe como foi causada. Em 1831, quando tinha apenas cinco anos de idade, seu pai abdicou do trono, colocando-o na posição de príncipe regente e, quando completou nove anos, recebeu a notícia de que ele também falecera, vítima de uma tuberculose. Até que D. Pedro II atingisse a maioridade, que foi antecipada em 1840, o país foi governado pelas regências Trina e Una e, assim que foi coroado, o filho de D. Pedro I se tornou o segundo e último imperador do Brasil.
Como passou boa parte de sua infância e pré-adolescência sendo preparado para assumir o trono, D. Pedro II logo adquiriu o hábito da leitura e do estudo, e recebeu uma educação exemplar da condessa de Belmonte, D. Mariana Carlota Magalhães Coutinho, e de grandes mestres da época, que incluía matérias como música, literatura, artes, história, geografia, letras, ciências naturais, equitação, esgrima e línguas estrangeiras. Com o tempo, ele passou a ser conhecido como grande investidor da ciência e das artes, o que inspirou a fundação de instituições como o Colégio Dom Pedro II e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, além de ter ganhado o reconhecimento de pensadores como Darwin e Graham Bell.
Casou-se na década de 1840 com a princesa Teresa Cristina Maria de Bourbon e teve quatro filhos, Afonso, Isabel, Leopoldina e Pedro, mas apenas as duas meninas chegaram à vida adulta.
No ano de 1845, o imperador autorizou a fundação e inauguração da primeira escola de formação homeopática do país, a Escola Homeopática do Brasil – baseada no artigo nº 33 da lei de 3/10/1832, que considerava livre o ensino da medicina através de cursos particulares sobre os diversos ramos das ciências médicas, tanto por brasileiros quanto por estrangeiros –, contudo, sem permitir que seus diplomados exercessem a clínica. Já em 1846, D. Pedro II chegou a reconhecer a legalidade da Homeopatia, admitindo a formação de médicos homeopatas, mas não reconheceu sua prática e estabeleceu que médicos homeopatas deveriam se submeter a exames específicos em instituições oficiais.
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O Imperador Menino aos 12 anos. Émile Taunay. Museu Imperial.
Prédio onde funcionou a Escola Homeopática do Brasil, Rua São José, número 59, Rio de Janeiro
Segundo pesquisadores e historiadores, além de ser um intelectual, D. Pedro II era republicano, abolicionista e conciliador, tendo buscado a pacificação do país ao contornar diversas revoltas, como a dos Liberais, em Minas Gerais e São Paulo, a Guerra dos Farrapos e a Insurreição Praieira, em Pernambuco. Entre 1864 e 1870, período em que o Brasil se envolveu na guerra contra o Paraguai, o imperador chegou a ser incorporado ao exército nacional e foi até o local do conflito, onde ficou por seis meses.
Registros deixados pelo imperador em cartas e também em seu diário pessoal evidenciaram sua preocupação com a educação pública, que ele acreditava ser a base do desenvolvimento de qualquer sociedade.
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Após a Guerra do Paraguai, em 1870, divergências políticas se intensificaram no Brasil e o surgimento do Partido Republicano deu início ao fim do Império. Em 15 de novembro de 1889, com a proclamação da República, D. Pedro II foi preso ao tentar acabar com o movimento e, depois da decretação de que deveria sair do país, ele partiu para a Europa com sua família, onde faleceu dois anos depois. Em 1920, seus restos mortais vieram para o Brasil e foram depositados na catedral do Rio de Janeiro, antes de serem transferidos para a catedral de Petrópolis, onde se encontram sepultados.
O reinado de D. Pedro II foi marcado pelo incentivo à expansão da homeopatia, que continuou recebendo apoio durante parte do período republicano, além do fim do tráfico negreiro, da libertação dos escravos sexagenários e da Lei Áurea, sancionada pela princesa Isabel, sua filha, que, na época, ocupava a regência.
Reprodução da assinatura de D. Pedro II. Biblioteca do Congresso Nacional.