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DE OLHO NA PESQUISA

REPERTORIZAÇÃO: UMA TECNICA-ARTE TERAPÊUTICA E INTERPRETATIVA José Maria Alves, Anna Kossak-Romanach32

Resumo Este trabalho apresenta, por meio de compilação de documentos qualificados, o conceito de repertorização, o histórico dessa prática homeopática, alguns dos repertórios mais importantes para os estudos homeopáticos e um exemplo prático de repertorização. Elaborado adaptando textos de dois grandes estudiosos de homeopatia, com os devidos créditos, o estudo pode auxiliar na compreensão da técnica e da arte de interpretar sinais e sintomas com o fim de descobrir uma boa abordagem terapêutica de acordo com a ciência da Homeopatia. Na parte referente ao texto de José Maria Alves, manteve-se a grafia original em portugês de Portugal.

Palavras-chave: Repertorização homeopática. Hahnemann. Kent. Boenninghausen.

“Um terapeuta que se satisfaça com indicações vagas do Repertório para a selecção do medicamento, e rapidamente atende um paciente atrás de outro, é apenas um charlatão e não merece o honrado título de Homeopata.” (José Maria Alves)

2 Os direitos de autor são propriedade de José Maria Alves. No entanto, considerando o objectivo de divulgação das matérias constantes do site, nomeadamente da Homeopatia, podem as mesmas ser utilizadas da forma julgada conveniente, por quem quer que seja, desde que não envolvam fins lucrativos.Levemente adpatado por Sheila da Costa Oliveira com base no conteúdo disponível em: https://homeoesp. org/artigos/homeopatia/repertorizacao. 3 Repertórios de Sintomas. Ana Kossach-Romanach. Adpatado por Sheila da Costa Oliveira com base no conteúdo disponível em: www. homeopatiaexplicada.com.br/index.php?option.

A repertorização é o modo pelo qual o homeopata, transformando a linguagem do paciente em linguagem repertorial (ou lista de sinais e sintomas), obtém um maior ou menor número de medicamentos ordenados por cobertura ou pontuação. Esse tipo de estudo/publicação é necessário porque, desde a descoberta da lei da semelhança e a conseqüente necessidade de experimentação no homem são, foram sendo registradas novas patogenesias, reunidas como Matéria Médica Homeopática. À proporção que esta foi se avolumando, tornou-se impossível memorizá-la. Esta dificuldade obrigou à catalogação dos sintomas à maneira de índice, e o próprio HAHNEMANN elaborou pequeno manuscrito neste sentido, impresso em latim no ano 1817. GROSS e RÜCKERT, seus discípulos, se incumbiram da compilação dos sintomas até então assinalados e foi este último que, com base na obra Doenças Crônicas, organizou um repertório que não chegou a ser impresso. Pierre Schmidt escreveu que o repertorio feito por Rückert, a pedido de Hahnemann, alcançou 4.239 páginas, em 4 volumes.4

Publicação do primeiro repertório e a “doutrina dos concomitantes”

HAHNEMANN memorizava e individualizava mentalmente os pacientes e drogas segundo a totalidade dos sintomas, e enfatizou pela primeira vez que o médico deve tratar do doente que ele conhece e não da doença que ele não conhece, mas da qual o doente sofre.

BOENNINGHAUSEN conciliou as partes num total único, admitindo que um sintoma se torna totalizado - como expressão da personalidade do doente - ao ser completado por detalhes de localização, por sensações e pelas modalidades, extrapolando as qualificações, igualmente quanto aos sintomas concomitantes àquele sintoma considerado central; este último aspecto motivou a designação do seu repertório como “doutrina dos concomitantes”. Coube-lhe a primeira publicação no gênero. Concomitante significa algo que existe ou ocorre simultaneamente. Sintomas concomitantes incluem o comportamento psíquico e as reações orgânicas globais.

Nem HAHNEMANN nem BOENNINGHAUSEN deram prioridade absoluta aos sintomas mentais sobre os físicos e basearam a individualização do remédio na totalidade de sintomas. Não praticavam a hierarquização.

Visões do doente a ser curado 1. A objetivação realística de Hahnemann considerava todos sinais e sintomas. 2. A ordem na desordem

4 SCHMIDT, Pierre – Homeopathic Repertories. JAIH, 48:199. Jul.1955 II=c, VII. de Boenninghausen vislumbra a interdependência de fatores ao modo de sistemas complexos, abrindo caminho às especialidades. 3. O iluminismo de Kent confere prioridade às manifestações psíquicas. 4. A obra de Boenninghausen estudou as condições-doença sob o ponto de vista hahnemanniano, que aceitava a totalidade dos sintomas diretamente senso-perceptíveis como representativa da doença. Transformou o conceito de totalidade de sintomas em sintoma na totalidade, numa retratação peculiar individual. Para ele, tal como a manifestação mental, cada parte do organismo não tem a individualidade de um sofrimento separado, sendo cada indivíduo único em suas reações, variando a força-doença em cada organismo, a qual pode ser estudada tanto na totalidade quanto em suas parcialidades. BOENNINGHAUSEN publicou um repertório de antipsóricos em 1830. Em 1846 editou o seu livro mais importante: Therapeutic Pocket Book, reeditado por ALLEN. As suas idéias são de grande valia no enfoque homeopático dentro das especialidades. A utilização ambulatorial do repertório deste autor é limitada pela prolixidade das rubricas, com número excessivo de medicamentos; contudo, encontrou adaptação nos computadores e seus programas de busca.

5. George Heinrich Gottlieb JAHR (18041875), em 1850, publicou a obra “Traitement Homeopathique des MALADIES DE LA PEAU et des LESIONS EXTÉRIEURS EN GÉNÉRAL”, 608p., obra pioneira, considerando que a Dermatologia se definiu como especialidade somente a partir de 1920. O texto-modelo tornou-se válido para todas as especialidades. Parte I: Ocupa-se da patologia, etiologia, classificação e diagnóstico clínico das dermatoses em geral. Parte II – Apresenta Patogenesias de A a Z com enfoque dermatológico, referenciando sinais, sintomas e topografia. Parte III – Répertoire Symptomatologique des Maladies de la Peau et des Lésions Extérieures”. Esta secção está subdividida em 3 capítulos: I) Dermatoses propriamente ditas; II) Diversos estados mórbidos da pele; III) Sintomas dos anexos cutâneos, dos gânglios, dos ossos, das mucosas e diversos fenômenos externos.

6. O Plano repertorial de Kent entrosou nos seus estudos as personalidades da doença, da droga e do doente, formulando nova técnica de avaliação dos sintomas. A individualização do doente e do medicamento constitui a meta do seu repertório, que procede do geral ao local ou particular, numa seqüência anatômica em toda obra, precedida por uma seção inicial dedicada à mente, seguida pelas manifestações parcializadas, e finalizando pela seção generalidades. O seu método repertorial consiste na exclusão gradativa daquelas drogas que não condizem com as manifestações do doente, encurtando caminho na busca do simillimum, conferindo prioridade aos sintomas mentais e físicos gerais e suplementando cada qual por sintomas peculiares. As manifestações particulares são modalizadas, sendo relegadas as modalidades atinentes aos sintomas menores quando os gerais as possuem. O sintoma peculiar de KENT substitui aquele concomitante de BOENNINGHAUSEN. Em 1995, após uma década de trabalho exaustivo, veio a público a primeira edição brasileira, em

português, do Repertório de Sintomas Homeopáticos, elaborada por Ariovaldo Ribeiro Filho. A obra é vinculada a KENT-KÜNZLI-BARTHEL-SYNTHESIS. O autor acrescenta 150.000 novas referências a rubricas e a medicamentos ligados a rubricas. Em 1996, na segunda edição, incorpora os resultados de novas patogenesias, brasileiras. O texto obedece à estrutura básica de KENT; insere notas explicativas e referências cruzadas.

7. Paralelamente, ARIOVALDO RIBEIRO FILHO elaborou o Repertório homeopático digital, contendo o texto completo e atualizado em versão bilingüe e que, além de possibilitar repertorizações múltiplas, permite ao computador o arquivamento direto e simplificado das repertorizações elaboradas pelo clínico no atendimento diário.

Entretanto, apesar de todos esses esforços, a repertorização é meramente sugestiva. Ela indica-nos um conjunto de substâncias que se podem assumir potencialmente como semelhantes do caso. Mas a decisão caberá sempre, em última instância, à comparação por diferencial, da totalidade sintomática com as patogenesias descritas nas Matérias Médicas.

É fundamental entender-se que a prescrição só será correcta e coroada de sucesso se o homeopata estiver habilitado a destrinçar os sentidos de rubricas similares ou quase similares. Para tal, deve ler amiúde as rubricas do Repertó33

rio, percorrendo-o sem qualquer outra intenção que não seja conhecê-lo. Este manuseio atento permitir-lhe-á, em inúmeras situações, realizar uma cuidada repertorização, com sintomas bem definidos e modalizados, preservando a linguagem empregada pelo paciente, limitando a utilização de sinónimos repertoriais, que se susceptibilizem de alterar o sentido ao relato que o paciente fez durante a anamnese.

Devemos sempre procurar certificar-nos de que a expressão utilizada pelo doente tem integral correspondência com os termos repertoriais. As rubricas demasiadamente genéricas, com um número muito elevado de medicamentos – ex. Falta de apetite – 207 medicamentos; Medo, apreensão, pavor – 238 medicamentos; Dor de cabeça – 273 medicamentos – ou aquelas que apresentam muito poucos – ex.: Medo de aranhas – 1 medicamento; Medo de sair fora de casa – 2 medicamentos. Como já se disse, no artigo referente aos sintomas é desaconselhável a prescrição baseada em Keynotes, cuja função deve ser meramente indicativa e (ou) sugestiva – devem ser evitadas, dado poderem, respectivamente, exacerbar ou restringir a amplitude da pesquisa. O ideal será a utilização de rubricas com um número médio de medicamentos, não se ultrapassando os oitenta – é evidente que este número é susceptível de adequação, tendo em conta a fi losofia e estrutura do Repertório utilizado. Atente-se que, nas doenças agudas, havemos de valorizar primordialmente os sintomas mais recentes, enquanto que nas crónicas são valorizados os mais antigos e repetitivos, sem olvidar, obviamente, o critério da peculiaridade dos sintomas.

As patologias agudas facilmente vicariam, progressivamente tornando-se crónicas. Cremos que na coexistência de um quadro com queixas de carácter agudo e crónico, poderá dar-se primazia à cura dos sintomas agudos, já que o que importa em primeira mão é o bem estar imediato do doente. De qualquer modo, a cura “a longo prazo” não deve ser ignorada, e a acção medicamentosa escolhida pelo homeopata deve ser dirigida igualmente para o tratamento da enfermidade crónica.

Apontamos de seguida, sumariamente, os métodos de repertorização mais utilizados em homeopatia: • Repertorização Mecânica ou por Extenso; • Repertorização com Sintoma Director; • Repertorização fundamentada na Síndrome Mínima de Valor Máximo.

1. Repertorização Mecânica ou por Extenso

Neste método, identificam-se todos os sintomas do paciente – tabulação completa da totalidade sintomática como preconizava Boenninghausen –, sem que se recorra a qualquer valoração ou hierarquização. Repertorizam-se os sintomas e no final procedem

para o diferencial na Matéria Médica os dez ou doze primeiros medicamentos que resultaram da actividade repertorial – estes podem ter sido obtidos por cobertura e/ou pontuação. Os medicamentos resultantes da repertorização podem ser traduzidos quer por “cobertura” quer por “pontuação”. Cobertura significa que determinado medicamento engloba um número específico de sintomas que o homeopata repertorizou – o número de sintomas cobertos pelo medicamento determinam a sua importância –. Pontuação refere os pontos acumulados pelo medicamento, atendendo ao “Grau de pontuação” que este possui face a determinado sintoma repertorizado – v.g. Boca, Calor – Belladona (Grau I) / Aconitum (Grau II) / Mercurius Solubilis (Grau III) –. Quantos mais pontos forem atribuíveis ao medicamento, mais importante ele será.

De qualquer modo, para efeitos de diagnóstico diferencial, não devem ser descurados os sintomas característicos, peculiares, raros e raríssimos.

Este é considerado por muitos o método de repertorização mais falível, por beneficiar os medicamentos policrestos.

2. Repertorização com “Sintoma Director”

Considera-se como Sintoma Director aquele que é o principal de um caso e que limita a pesquisa repertorial dos restantes sintomas aos medicamentos que o englobam nas suas patogenesias. Este método compreende duas fases: a) A primeira implica que se escolha um sintoma bastante característico e marcante ou chamativo do caso clínico. Como já foi mencionado, a rubrica referente ao sintoma não deve ultrapassar os oitenta nem possuir poucos medicamentos. Referimos ainda a constituição do Sintoma Director através de dois outros métodos para além daquele em que se emprega o sintoma simples. O primeiro refere-se à elaboração do Sintoma Director mediante a soma de dois ou três sintomas marcantes do caso – “... como no caso de rubricas afins importantes e que possuam poucos medicamentos” –. No segundo método, já não são sintomas que se somam, mas sim rubricas marcantes e indubitáveis que se cruzam, geralmente duas ou três. Estas possuem um número razoável de medicamentos (mais de 50) e são: “... todas igualmente importantes, indispensáveis, sem relação directa de afinidade e que seriam utilizadas 5 em algum momento da repertorização.” A repertorização cingir-se-á aos medicamentos apresentados pelo Sintoma Director. Destes medicamentos escolhem-se os de maior pontuação.

b) Numa segunda fase, procede-se à repertorização de outros sintomas marcantes que dependerão directamente dos resultados obtidos da análise do S.D. A escolha destes sintomas não depende de qualquer pressuposto hierárquico. Neste momento da actividade repertorial, o critério de selecção do medicamento deixará de ser exclusivamente a pontuação passando a ser também a cobertura, já que se incluíram vários novos sintomas. Na fase final da repertorização, serão levados ao diferencial da Matéria Médica os dez ou doze medicamentos que tenham tido maior pontuação.

3. Repertorização Fundamentada na Síndrome Mínima de Valor Máximo

É denominado como método artístico, no qual escolhem-se de 3 a 5 sintomas, devidamente hierarquizados, caracterizadores da individualidade do paciente, em rubricas com um número médio de medicamentos. Neste tipo de repertorização não se atende à pontuação, mas sim à cobertura efectuada pelos medicamentos. O medicamento seleccionado é aquele que, por cobertura, engloba a totalidade ou a maior quantidade dos sintomas seleccionados. A parte consideravelmente mais difícil deste método é a fi xação da S.M.V.M. –selecção dos sintomas mais individualizantes e representativos do caso.

Pode-se efectuar uma variação sobre este método, que compreende a utilização dos medicamentos resultantes da repertorização como sintomas directores aos quais vão ser aditados outros sintomas apresentados pelo paciente para ulterior análise repertorial. Trata-se nada mais do que a combinação do método de Repertorização pela S.M.V.M 6 com o método de Repertoriza34

4. Uma aplicação da S.M. V.M: o tripé de Hering

Constantin Hering, eminente homeopata americano, legou-nos, entre outras, a denominada “teoria do tripé” – The three legged stool –.

A repertorização foi desde sempre um procedimento que não primava pela simplicidade, e que desmotivou muitos estudantes e práticos homeopáticos, conduzindo-os a métodos simplificados de prescrição, como a utilização de Receituários e Guias, elaborados sistematicamente com recurso aos conceitos estruturantes da alopatia.

É evidente que o Unicismo pode não ser viável em determinadas zonas de intervenção, muito especialmente nas mais carenciadas e que apresentam características culturais específicas, quer pela deficiente formação dos terapeutas quer pela inadequação dos repertórios elaborados em função de valores distintos. Aí, justifica-se de pleno a utilização de tais Guias de Prescrição, atenta a impossibilidade de exercício da homeopatia hahnemanniana – a um mal maior, o menor –, e como compreenderemos melhor infra, o recurso à regra do tripé, em virtude da sua eficiência se restringir quase que integralmente ao domínio do agudo e do Hering teorizou que, se encontrarmos no enfermo três sintomas característicos de um remédio, poderemos proceder à sua prescrição com êxito praticamente assegurado. Se um banco tem apenas dois pés, não se mantém erecto. São necessários pelo menos três para que o apoio seja consistente e não caia desamparadamente. Do mesmo modo, quando em Homeopatia prescrevemos estribados num ou dois sintomas, estaremos em regra votados ao insucesso, o que não ocorre quando escolhemos três sintomas característicos.

São vários os autores e investigadores que consideram a teoria de Hering absolutamente válida. Mas, para a sua real eficiência, o terapeuta não pode olvidar, quer uma boa valorização dos sintomas quer a sua hierarquização. É fundamental que recorra aos sintomas característicos – ver artigo relativo aos Sintomas – e não aos comuns. Por outro lado, um Repertório completo e de confiança – v.g. Kent, Ariovaldo, Sihore –. Por último, a prática diz-nos que nos casos crónicos os resultados são extremamente falíveis. Por este motivo, o estabelecimento da Síndrome Mínima de Valor Máximo, com apenas três sintomas é de evitar –devemos isolar um mínimo de quatro bons sintomas –.

5. Um exemplo prático

O paciente A queixou-se de ter todos os anos, duas ou mais vezes, “ataques de sinusite”. Descreveu-os da seguinte forma: “Começo por ter a sensação de que a cabeça está cheia, ouço a minha voz dentro dela e isso provoca-me um mal estar tremendo. Ao mesmo tempo, o ranho escorre-me do nariz, parecendo água. Não pára de correr. Passados que estejam alguns dias, a sensação de cabeça cheia continua, o ranho também, mas passa a ter uma cor verde clara. Aparece-me então, uma expectoração também verde clara.”

Repertorizamos a primeira fase tal como narrada, utilizando o Repertório Digital de Ariovaldo Ribeiro Filho:

1 – NARIZ E OLFACTO – SECREÇÃO – AQUOSA

2 – NARIZ E OLFACTO – SECREÇÃO – COPIOSA

3 – NARIZ E OLFACTO – SECREÇÃO – COPIOSA – com enchimento(entupimento) da cabeça.

Os medicamentos que cobriram os três sintomas, ordenados por pontuação, foram:

kali-i (8); nit-ac (7); arum-t (6); nux-v (6); calc (5); acon (5); phos

5 Ariovaldo Ribeiro Filho, Conhecendo o Repertório & Praticando a Repertorização, Editora Organon, páginas 165 a 167. 6 Ver Conhecendo o Repertório & Praticando a Repertorização, de Ariovaldo Ribeiro Filho, página 157 .

Repertorizamos a fase actual da enfermidade, com recurso ao mesmo Repertório:

1 – NARIZ E OLFACTO – SECREÇÃO – COPIOSA – com enchimento (entupimento) da cabeça.

2 – NARIZ E OLFACTO – SECREÇÃO – ESVERDEADA]

3 – EXPECTORAÇÃO – ESVERDEADA

Os medicamentos que cobriram os três sintomas, ordenados por pontuação, foram:

Kali-i (9); phos (6); nit-ac (5); calc (5); nux-v (4).

Após o exame cuidadoso dos sintomas e sinais do paciente, tanto anteriormente quanto no estado atual, não tivemos dúvidas quanto ao medicamento a ministrar: Kalium Iodatum, que aliviou em um primeiro momento e depois fez sumir completamente os incómodos.

Por isso, quanto mais estudarmos os princípios da homeopatia, as personalidades homeopáticas, as matérias médicas, os repertórios e a arte da interpretação, com mais segurança indicaremos os remédios adequados ao alívio e à cura dos que nos procurarem para tratar seus males.

Referências

HAHNEMANN. Samuel. Organon da arte de curar. Tradução: David Castro, Rezende Filho, Kamil Curi | - São Paulo: GEHSP “Benoit Mure”, 2013.

https://homeoesp.org/artigos/homeopatia/repertorizacao. Acesso em 23/01/2018

www.homeopatiaexplicada.com.br/index.php?option. Acesso em 26/01/2018

DE OLHO NA PESQUISA

Monografia: HOMEOPATIA NO TRATAMENTO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO ESTUDO DE CASO 1

ELISANGELA PEREIRA DE ALBUQUERQUE 2

RESUMO

Este estudo aborda o tema Infecção do Trato Urinário (ITU), uma das doenças mais comuns entre as mulheres. Foi realizado um estudo de caso de uma pessoa com infecções urinárias reincidentes, durante o qual foram identificados os sintomas, esclarecidas as causas e indicados medicamentos de acordo com as similitudes. A proposta de tratamento teve como base a Homeopatia. Utilizou-se uma abordagem integral da pessoa, analisando não somente os problemas físicos, mas também os desequilíbrios mentais/emocionais. Assim, a partir de uma análise das causas, a terapia teve como objetivo, além da cura da infecção, principalmente o reequilíbrio da parte mental/emocional, aliando a Homeopatia ao uso do Cranberry para a melhora da resposta imunológica no organismo.

PALAVRAS-CHAVE: homeopatia, cantharis, staphysagria, infecção urinária.

ABSTRACT

This study addresses the topic Urinary Tract Infection (UTI), one of the most common diseases among women. A case study of a person with recurrent urinary infections was carried out, during which the symptoms were identified, the causes explained and the medications indicated according to the similarities. The treatment proposal was based on Homeopathy. An integral approach of the person was used, analyzing not only the physical problems, but also the mental / emotional imbalances. Thus, from an analysis of the causes, the therapy has as an objective, besides the cure of infection, mainly the rebalancing of the mental / emotional part, combining Homeopathy with the use of Cranberry for the improvement of the immune response in the organism.

KEY-WORDS: Homeopathy, cantharis, staphysagria, cranberry, urinary infection.

1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Homeopatia da Faculdade Inspirar, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Ciência da Homeopatia.

2 Terapeuta holística pós-graduada em Homeopatia pela Faculdade Inspirar, de Minas Gerais. Atende atualmente em Harmony Homeopatia e Terapias Holísticas, e voluntarimente no Abrigo de Excepcionais da Ceilândia, pelo Projeto Metamorfose, Brasília - DF. 37

O que precisamos fazer para ter qualidade de vida? Qual o nosso bem mais precioso? Certamente essas perguntas nos levarão a uma profunda reflexão e surgirão muitas alternativas em nossa mente. Mas, muito provavelmente, a “saúde” constará na primeira colocação.

Entretanto, apesar de a grande maioria identificar a saúde como ponto fundamental para a qualidade de vida, infelizmente muitos ignoram os cuidados necessários para se conseguir uma vida plena e saudável.

As decisões adotadas e os caminhos escolhidos geralmente contrariam as regras básicas do bem viver. Mesmo sabendo das consequências, muitos ignoram as alternativas mais salutares e insistem em comportamentos altamente prejudiciais ao equilíbrio pleno do corpo.

Buscar a qualidade de vida, e isso envolve necessariamente uma vida saudável, deve ser um dos nossos principais objetivos. Precisamos ter sempre presente que uma saúde debilitada afetará, além da parte física, nosso equilíbrio mental, espiritual e psíquico.

A “Organização Mundial de Saúde” (OMS) defi ne a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afeções e enfermidades”. Apesar de existirem algumas críticas em relação ao conceito adotado pela OMS/WHO, é importante destacar que a saúde não se restringe à ausência de doença, mas a um equilíbrio dos vários fatores que compõem a nossa vida.

As tribulações do dia-a-dia, a falta de exercícios regulares, os péssimos hábitos alimentares adotados atualmente, a busca do “corpo perfeito” por meio de soluções milagrosas e rápidas trazem sérias consequências para a nossa saúde. Percorrendo esse tortuoso caminho, o ser humano não consegue manter sua saúde em equilíbrio e a atividade global do organismo em pleno funcionamento e desenvolvimento.

Como resultado disso tudo, o sobrepeso, obesidade, hipertensão, diabetes, problemas cardíacos, entre outras doenças, têm presença cada vez mais preocupante na vida moderna. E quando a enfermidade ou o desequilíbrio chegam, percebemos o quanto a saúde é realmente o “bem mais precioso”. Ser e estar saudável são condições essenciais para o homem viver em plena disposição, seja ela física ou mental. Neste sentido, a Homeopatia assume papel de grande importância, pois, diferentemente dos métodos tradicionais, busca analisar o indivíduo como um todo. Não foca no problema e sim nas causas, sinais e sintomas.

A Homeopatia busca os sinais das doenças, partindo do princípio de que ela existe devido a um desequilíbrio do organismo, influenciada pela falta de energia vital. Quando a pessoa está em desequilíbrio, as defesas naturais não funcionam adequadamente, facilitando o surgimento de doenças, sejam elas físicas ou psíquicas.

Apesar de muitas pessoas acharem que os remédios Homeopáticos funcionam apenas em longo prazo, isso não é verdade. Dependendo do tipo de tratamento, muitos remédios já começam a funcionar de maneira imediata, ampliando o resultado com o tempo. Sempre é bom ressaltar que o principal objetivo da Homeopatia não é atacar o sintoma, mas alcançar o equilíbrio do cliente.

Além do mais, a Homeopatia é um tratamento totalmente natural e é considerada como uma “terapia sem efeitos colaterais”, isso porque cada medicamento é prescrito exclusivamente para determinado cliente. Por isso os casos de efeitos adversos são raros.

Um de seus elementos primordiais é o fortalecimento da relação entre o especialista e cliente, estimulando a humanização e a individualização do atendimento. Em relação à individualidade de cada pessoa, José Alberto Moreno (2011) destaca:

Agora, nós nem podemos enumerar todas as agregações possíveis de sintomas de todas as situações de doenças que podem ocorrer, nem indicar, a priori, os medicamentos homeopáticos para estas (a priori indetermináveis) possibilidades. Para cada caso individual proposto (e cada caso é uma individualidade, diferindo de todas as demais) o praticante médico homeopata deve, por si mesmo, encontrá-los, e para este fim, deve estar familiarizado com os medicamentos que têm sido até agora investigados a respeito de suas ações positivas, ou consultá-los para cada ocorrência de doença.

Com isso, a Homeopatia tem alcançado resultados expressivos e tornou-se uma excelente alternativa para a melhoria da saúde no País.

1.1. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

Apesar da busca incansável pela cura da infecção urinária pelos meios tradicionais (medicina alopática), infelizmente as medidas adotadas não surtiram o efeito desejado, não conseguindo a recuperação plena da saúde do cliente. Nas diversas tentativas de solução para o problema, a despeito da “cura” momentânea, os sintomas voltaram com maior intensidade, ocasionando crises de dores agudas.

Assim, o propósito deste estudo é identificar os motivos do surgimento da infecção urinária e da sua recorrência e propor tratamento que visa combater as causas profundas da doença.

O problema pode, portanto, ser dividido em três partes: a) como identificar os motivos das infecções urinárias; b) como identificar os medicamentos de fundo e, c) como tratar a doença.

1.2. OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo geral identificação e análise das causas do surgimento da infecção urinária, especialmente, as causa emocionais, e proposição de tratamento por meio de medicamentos homeopáticos.

1.3. JUSTIFICATIVA

Apesar do grande avanço da medicina tradicional e do tratamento de algumas doenças, infelizmente nem sempre as medidas adotadas têm garantido os melhores resultados para a saúde das pessoas.

Em muitas ocasiões os sintomas geralmente voltam, algumas vezes, com maior intensidade. Dessa forma, a Homeopatia pode suprir essa lacuna e auxiliar de forma efetiva no reequilíbrio do cliente e na cura definitiva de muitas doenças, inclusive 39 3 Hahnemann é considerado o criador da homeopatia.

1.4. HIPÓTESES

Os desequilíbrios energéticos que se originam dos problemas emocionais impactam diretamente na constituição física, influenciando no surgimento de várias doenças. Assim, a infecção urinária, após ser diagnosticada por especialista, se não for proveniente de algum outro problema físico, como por exemplo, cálculo renal, Litíase e Candidíase, muito provavelmente terá sua origem numa questão emocional.

A identificação das causas do surgimento da doença, partindo do princípio de que ela existe devido a um desequilíbrio energético do organismo, impactando, assim, na diminuição da imunidade, pode ser um excelente caminho a ser seguido. Quando a pessoa está em equilíbrio, principalmente no aspecto emocional, as defesas do corpo funcionam adequadamente, inibindo o surgimento de doenças.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. SURGIMENTO DA HOMEOPATIA

A Homeopatia fundamenta-se em estudos de natureza científica com cerca de dois séculos, tendo sido criada no final do século XVIII, por Samuel Hahnemann, um médico alemão . Considerando 3 inadequados os métodos e os resultados da medicina clínica, começou a fazer alguns experimentos. Dessa forma, passou a tomar diariamente uma certa dose de quinina e apresentou os sintomas característicos de febres intermitentes. Solicitou que outras pessoas tomassem a substância e eles também apresentaram as mesmas manifestações. Hahnemann identificou que a Quinina era capaz de causar determinados sintomas numa pessoa saudável, sendo assim, era capaz de curar um doente que apresentasse os mesmos sintomas. A conclusão foi a de que os semelhantes são tratados pelos semelhantes, e essa conclusão ficou conhecida como o princípio da semelhança ou

similitude, que é o fundamento da Homeopatia. Em relação a esse tema, José Maria Alves (2004) explicita:

A homeopatia fundamenta-se num trabalho de natureza científica com cerca de dois séculos, consequência das investigações efetuadas por inúmeros experimentadores que ingeriram substâncias em dose não letal e registaram meticulosamente os sintomas produzidos, e ainda de registos toxicológicos – quadros sintomáticos obtidos pela ingestão voluntária ou involuntária de substâncias, como o arsénico – e observação de curas clínicas. Nascem assim as Matérias Médicas, que são numa definição simplista, registos de sintomas.

Assim, determinadas substâncias são ingeridas por pessoas saudáveis, chamadas experimentadores, que registram todas as manifestações, físicas e emocionais. Os resultados são analisados e compilados, identificando quais as substâncias são capazes de curar certas doenças. Esse processo é realizado até hoje, possibilitando o surgimento de novos medicamentos homeopáticos.

Por meio da Homeopatia podemos tratar qualquer doença curável ou reduzir os efeitos colaterais dos tratamentos convencionais, especialmente os referentes ao câncer, como a quimioterapia e a radioterapia. É um tratamento que pode ser aplicado em pessoas de qualquer idade, inclusive recém-nascidos e idosos, pela baixíssima ocorrência de efeitos adversos.

2.2. PROCESSO DOENÇA – SAÚDE

A palavra doença procede do latim dolentia, de 4 dolens, entis, particípio presente do verbo doleo, dolere, que significa “sentir ou causar dor, afligir-se, amargurar-se”.

As definições para a palavra doença são muitas, mas muitos especialistas consideram as doenças como manifestações patológicas que se apresentam em nosso organismo.

Segundo o conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde é definida como: “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. Inclusive, no que se refere à doença, elaborou uma Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, designada pela sigla CID.

Já o Ministério da Saúde, de forma simplificada, conceitua doença como uma alteração ou desvio do estado de equilíbrio de um indivíduo com o meio ambiente (MS, 1987).

Ainda analisando o processo saúde-doença, o médico francês Canguilhem (2000), num estudo sobre “o normal e o patológico”, afirma que “a doença não é uma variação da dimensão da saúde, ela é uma nova dimensão da vida”.

Para Canguilhem e Caponi (apud BRÊTAS e GAMBA, 2006), a doença não pode ser compreendida apenas por meio da fisiopatologia, ou seja, estudo das funções anormais ou patológicas dos vários órgãos e aparelhos do organismo, pois o que define o estado da doença é o sofrimento, a dor, enfim as questões expressas pelo corpo subjetivo que adoece.

Ainda segundo Canguilhem e Caponi (apud BRÊTAS e GAMBA, 2006), para analisarmos a saúde, se faz necessário partir da dimensão do ser, pois é aí que ocorrem as definições do normal ou patológico. Até porque, não temos como trabalhar com um processo rígido quando avaliamos o que é considerado ou não normal. Mesmo quando são identificados quadros clínicos semelhantes, as manifestações dos sintomas, o mal-estar e desconforto podem afetar cada pessoa de forma distinta e única. Nesse sentido, o ser humano precisa conhecer-se e acompanhar as transformações ocorridas no seu físico e na sua forma de pensar para, de forma clara, identificar quais são os sinais transmitidos pelo corpo.

Segundo Brêtas e Gamba (2006) a saúde e o adoecer são experiências subjetivas e individuais. É na lógica relacional que se devem tratar essas questões, isso porque o corpo humano não é um produto isolado, pois existe em relação aos outros seres e num contexto social.

A partir de uma análise dos conceitos vistos anteriormente, se torna uma tarefa bastante difícil definir se uma pessoa está saudável ou doente, até porque a quantidade de variáveis envolvidas nesse processo é significativa e não podemos deixar de lado a dificuldade de qualquer análise que leva em conta fatores que de certa forma são subjetivos.

Levando-se em consideração a formação tradicional e ainda cartesiana da maioria dos profissionais de saúde, o “doente” não é visto e nem tratado como um todo e nem numa visão sistêmica e integral. Nesse sentido, a busca da cura de uma doença, necessariamente, vai depender de uma série de aspectos que devem ser analisados de forma contextualizada e harmônica.

Em relação a esse aspecto, Eliete Fagundes (2013) esclarece que

A arte de curar estende-se muito além do mero decorar sintomas e características inerentes a um determinado remédio homeopático e aplicá-lo simplesmente, mas é, principalmente, a arte de raciocinar, sintetizar, avaliar, inter-relacionar, sentir, explorar, deduzir e correlacionar de uma forma clara e objetiva as informações para chegar a uma conclusão. Esta conclusão deve ser coerente e estar de acordo com aquela realidade a ser tratada de forma individualizada.

2.3. INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

A Infecção do Trato Urinário (ITU), também conhecida como infecção urinária, é um quadro infeccioso que pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário, e ocorre quando uma bactéria entra no sistema urinário por meio da uretra e começa a se multiplicar na bexiga. Algumas vezes, 41

as defesas do organismo falham e a bactéria passa a crescer dentro do trato urinário, dando início a uma infecção.

Os tipos das infecções urinárias variam de acordo com o local da infecção, conforme a seguir: Cistite (infecção na bexiga) Infecção nos ureteres. Pielonefrite (infecção nos rins) Uretrite (infecção na uretra)

Os tipos mais comuns de infecção urinária são a cistite e a uretrite, que acometem a bexiga e a uretra, respectivamente.

Os sintomas mais comuns da infecção urinária são a ardência forte ao urinar, urina escura e com cheiro forte, dor pélvica e aumento da frequência de micções. Logicamente, os sintomas podem variar de acordo com o paciente e com o tipo de infecção. Entretanto, algumas vezes pode ser assintomática, recebendo na ausência de sintomas a denominação de bacteriúria assintomática.

Fernando C. Vilar et.al., em artigo científico publicado na Revista da Universidade de São Paulo, no resumo do trabalho aborda a infecção urinária da seguinte forma:

A infecção do trato urinário (ITU) é uma das causas mais comuns de infecção na população geral. É mais prevalente no sexo feminino, mas também acomete pacientes do sexo masculino principalmente quando associada à manipulação do trato urinário e à doença prostática. A ITU pode ser classificada quanto à localização em ITU baixa (cistite) e ITU alta (pielonefrite) e quanto à presença de fatores complicadores em ITU não complicada e ITU complicada. A ITU é complicada quando estão presentes alterações estruturais ou funcionais do trato urinário ou quando se desenvolve em ambiente hospitalar. Na ITU não complicada a Escherichia coli é a bactéria responsável pela maioria das infecções.

O tratamento da infecção urinária na medicina alopática varia de acordo com o tipo e gravidade de cada infeção. Normalmente, o tratamento é realizado com antibióticos. Em alguns casos onde a dor é mais forte, também são receitados analgésicos. Já na Homeopatia, segundo Moreno e Boerick, existe uma variedade de medicamentos para tratamento dos casos agudos, conforme quadro a seguir:

Possibilidades de Medicamentos homeopáticos para infecção do trato urinário – caso agudos Aconitum; Antimonium tartaricum; Apis; Arsenicum; Asparagus; Belladonna; Benzoic acidum; Berberis; , Camporicum acidum; Cannabis; Cantharis; Capsicum; Chimaphila umbellata; Conium; Copaiba; Cubeba officinalis; Digitalis; Dulcamara; Equisetum hyemale; Erigeron canadensis; Eucalyptus globulus; Eupatorium purpureum; Fabiana imbricata; Ferrum aceticum; Ferrum phosphoricum; Gelsemium; Helleborus; Hydrangea; Hyoscyamus; Lachesis; Mercurius; Methylenum bichloratum; Nitricum acidum; Nux vomica; Oleum santali; Parreira brava; Petroselinum sativum; Piper methysticum; Prunus spinosa; Pulsatilla; Sabal; Sabina; Sarssaparrila; Saururus cernuus; Sepia; Stigmata maydis; Sulphur; Terebinthinum; Triticum repens; Uva Ursi; Vesicaria communis

Moreno (2011), a respeito dos sintomas para uso ocorrência da infecção e, consequentemente, no

do medicamento Cantharis Vesicatória, esclarece o seguinte:

1. Dores intensas e queimantes na bexiga. 2. Não pode suportar a urina na bexiga ainda que em pequena quantidade. Por isso, tem necessidades urgentes e frequentes de urinar, apesar de a micção ser constituída apenas por algumas dade, frustração, indignação, humilhação e vexavazia.

gotas, por vezes contaminadas por sangue, que acarretam dores. 3. Dores queimantes e dilacerantes na uretra, que ocorrem antes, durante e após a micção. 4. Há uma intolerável necessidade de urinar, antes, durante e depois da micção.

Já em relação aos sintomas para uso do medicamento Parreira Brava, Moreno destaca:

1. O doente tem necessidade de se agachar para urinar, as suas dores melhoram quando in2. Vontade constante e ineficaz de urinar e necessidade de fazer esforços para esvaziar a bexiga. Como a homeopatia trata a pessoa de forma integral, existem outros fatores que influenciam na seu tratamento. Nesse sentido, destacam-se dois outros medicamentos, Staphysagria e Valeriana, que segundo Moreno, tratam os seguintes sintomas:

Staphysagria: 1. As dores são contusas, vivas e queimantes, não importando a parte do corpo em que aparecem, quer no seu interior quer no exterior. 2. Cistite após relação sexual. 3. Fúria interiorizada, agressividade, ansieme. 4. Como se a bexiga não estivesse totalmente clina para frente, com a cabeça contra o chão.

5. Emoções contidas ou reprimidas, sentimentos e tristezas suprimidos.

Valeriana: 1. Insônia de adormecimento, nervosismo, sono agitado dos sujeitos nervosos, esgotados, es42

tressados. 2. Mulheres vivendo com dificuldades um período de mudança de vida.

Ainda nessa visão integral, existe outro fator relevante que impacta no sucesso do tratamento, que é conhecido como Sicose. Este termo, em grego “sycos”, significa o figo, em Latim, “ficus”. Segundo Moreno (2011), Sicose:

Exprime o resultado desta intoxicação do organismo, que é o aparecimento destas excrecências, figos, papilomas, pólipos etc. análogos pelo seu aspecto ao fruto da figueira. Estas excrecências são devidas à degeneração das células intoxicadas e também a uma reação de neutralização das toxinas, que decantam nestas formações.

Nesse caso, um dos medicamentos propostos por Moreno (20011) é a Thuya:

Thuya é o remédio que corresponde a sintomatologia e a evolução geral, sendo assim essencialmente “o grande sicótico na lei de semelhança”. Quando pudermos, pela etiologia ou pelos sintomas e sobretudo pelos dois ao mesmo tempo, determinar o estado sicótico em nosso doente, obteremos com Thuya curas supreendentes.

2.4. IMPORTÂNCIA DO CRANBERRY

O Cramberry desde o início do século XXI é considerada uma superfruta pelos excelentes benefícios a saúde. No Brasil, também é conhecida como Oxicoco. Ela tem um efeito preventivo sobre infecções uri primárias e de repetição, agindo contra diversas bactérias como a Escherichia Coli, eliminando-as da região do trato urinário. Rica em Proantocianidina, substância apontada como sendo 15 a 25 vezes mais eficaz que a vitamina E para inibir a aderência e a saída de bactérias do Estudos mostraram também benefícios em outras partes do corpo, além de agir como antioxidante natural, ajudando a aumentar as defesas do organismo contra os danos dos radicais livres que podem contribuir para o aparecimento de doenças crônicas, incluindo as cardíacas.

As Proantocianidinas são capazes também de impedir a fixação da bactéria Helicobacter Pylori na mucosa estomacal e que é capaz de barrar a colonização de bactérias causadoras da placa bacteriana.

Segundo o Prof. Dr. Mário Maciel de Lima Junior: 5

Estudos publicados na literatura especializada desde 1933, com o suco de Cranberry, demonstraram os seus efeitos de acidificação da urina, diminuindo a presença de bactérias e por sua vez a própria infecção. As pesquisas demonstram e certificam a hipótese de que as infecções urinárias, após a ingestão de Cranberry, podem ser prevenidas pela diminuição da aderência bacteriana às células do trato urinário.

Atualmente, já podemos encontrar inúmeros estudos sobre o Cranberry. Em 2014, Ana Carolina Yoshida, Vanessa Gomes Coutinho e Maria Cláudia Spexoto publicaram um artigo na revista Ensaios e ciência abordando o efeito da suplementação do Cranberry nas doenças inflamatórias, como infecção urinária.

No artigo, foi realizada revisão de literatura de estudos abordando o tema, nacional e internacional, produzidos a partir do ano de 2000. Destacamos no quadro a seguir, os estudos de Valentovaã e Stothers, explicitando as ações e benefícios encontrados com uso do Cranberry, de acordo com a população, dosagem e forma de administração:

Autores e ano de publicação População Quantidade dose do Cranberry

Valentovaã et al. Mulheres entre 19 2007 e 28 anos de idade 400 à 1200mg de extrato de Cranberry Período

8 semanas

Stothers, 2002 Mulheres entre 21 e 72 anos de idade 250ml de suco de Cranberry ou 1 cápsula de extrato de Cranberry 12 meses

Ações e Benefícios Houve redução da oxidação proteica e da aderência da bactéria no tecido

Houve redução da incidência do quadro de infecção urinária

Da mesma forma, a nutricionista Barbara Candeias, no seu site , traz algumas reportagens sobre 6 os benefícios do Cranberry, transcritas a seguir:

1. Março de 2003 - American Journal of Clinical Nutrition. A pesquisa da University of Oulu, Finlândia, descobriu que o consumo freqüente de sucos frescos de cranberry está associado com o risco reduzido de recorrência das Infecções do Trato Urinário. Os hábitos alimentares parecem ser um importante fator de risco para as recorrências das Infecções do Trato Urinário nas mulheres, e a orientação alimentar poderia ser um primeiro passo em relação à prevenção. Kontiokari T, Laitinen J, Jarvi L, Pokka T, Sundqvist K, Uhari M. Dietary factors protecting women from urinary tract infection. American Journal of Clinical Nutrition 2003; 77:600-604. J. Cranberries for preventing urinary tract infections. Cochrane Library 2004; 1:1-19.

3. Setembro de 2005 - Phytochemistry. Os pesquisadores da Rutgers e da University of Wiscosin investigaram os efeitos antiadesão do suco de cranberry versus outros alimentos que contêm proantocianidinas (PACs). Nesse estudo com humanos, eles descobriram que apenas o consumo do suco de cranberry resultava na urina uma atividade antiadesão microbiana. Os pesquisadores descobriram que as proantocianidinas do cranberry continham uma característica estrutural única que pode justificar sua propriedade antiadesão microbiana. Howell AB, Reed JD, McEniry B, Krueger CG, Cunningham DG. A-type cranberry proanthocyanidins and uropathogenic bacterial anti-adhesion activity, Phytochemistry 2005; 66: 2281-91.

2. Janeiro de 2004 - Análises Sistemáticas do Banco de Dados da Cochrane. A Cochrane Collaboration publicou uma análise de pesquisa concluindo que há algumas evidências de que o suco de cranberry pode reduzir o número de Infecções sintomáticas do Trato Urinário nas mulheres. A Cochrane Collaboration é uma organização sem fins lucrativos estabelecida no Reino Unido, cuja missão consiste em ajudar as pessoas a tomarem decisões bem conscientes sobre sua saúde através do desenvolvimento de análises sistemáticas sobre os efeitos das intervenções à saúde. Jepson RG, Mihaljevic L, Craig 4. Outubro de 2005 - Journal of Alternative and Complementary Medicine. Os pesquisadores da Brigham e Women's Hospital descobriram que os cranberries secos podem oferecer um mecanismo antiadesão que pode proteger o corpo das bactérias que causam infecções do trato urinário (ITUs). Greenberg JA, Newmann SJ, Howell AB. Consumuption of sweetened dried cranberries versus unsweetened raisins for inhibition of uropathogenic Escherichia coli adhesion in human urine: a pilot study. Journal of Alternative and Complementary Medicine 2005; 11: 875-878.

Destaca-se que, apesar dos inúmeros estudos e casos de sucesso demonstrando os benefícios do Cranberry à saúde, devido às suas propriedades antioxidantes, principalmente no quadro de Infecção do trato urinário, ainda são necessárias novas pesquisas para aprofundar o conhecimento sobre essa fruta.

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Segundo a conceituação de Fachin (1993), método pode ser definido como um instrumento do conhecimento que proporciona, aos pesquisadores, a orientação geral que facilita o planejamento de uma pesquisa, a formulação de hipóteses, a coordenação das investigações, a realização de experiências e a interpretação dos resultados. Assim, de acordo com a natureza específica de cada problema investigado, estabelecem-se os métodos considerados apropriados para atingir determinado fim.

3.2. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

No presente trabalho, o tipo de pesquisa utilizada se caracteriza como descritiva, sob a forma de estudo exploratório. A pesquisa descritiva, segundo Cervo (1996) “busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento humano [...]”. Esclarece ainda Cervo (op. cit.) que “Os estudos exploratórios têm por objetivo familiarizar-se com o fenômeno ou obter nova percepção do mesmo e descobrir novas idéias”.

Segundo Gil (1991), as pesquisas exploratórias objetivam facilitar familiaridade com o problema, para permitir a construção de hipóteses ou tornar a questão mais clara. Temos como exemplo a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. quado aos objetivos, em consonância com o pensamento de Gil (1996), o qual considera que a pesquisa de natureza exploratória concede ao pesquisador a possibilidade de ampliar seus conhecimentos em relação a um determinado problema, com vistas a torná-lo mais explícito. O estudo de caso realizado envolveu uma análise aprofundada e exaustiva do objeto de pesquisa, de maneira a permitir o seu amplo e detalhado conhecimento.

A metodologia adotada também abrangeu a realização de pesquisa bibliográfica com a finalidade de levantar informações e conceitos sobre homeopatia, doença, saúde, infecção do trato urinário, influência da emoção nas nossas vidas e a importância do Cramberry. Dessa forma, livros, revistas, dissertações, documentos impressos ou inseridos em meios eletrônicos, entre outros, relativos ao tema, foram revisados, fornecendo os fundamentos teóricos do estudo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. DESCRIÇÃO DO CASO

Cliente com 43 anos, sexo feminino, cor branca, casada, dois filhos. Em um período de 9 meses, teve sete crises de Infecção do Trato Urinário. Nas seis primeiras, recorreu ao Pronto Socorro de hospitais particulares, onde foram feitas coletas de urina para realização dos exames de EAS e Urocultura . Os resultados dos exames deram 7 sempre positivos para Infecção do Trato Urinário no EAS e sempre negativos para Escherichia coli 8 nas Uroculturas.

4.1.1. SINTOMAS FÍSICOS

Os sintomas físicos apresentados foram: - Ardência forte ao urinar - Urina com cheiro forte - Disúria (dor pélvica) - Aumento da frequência das micções - Hematúria (sangue na urina)

O método de estudo exploratório escolhido para Em sua penúltima crise, relatou que a dor era exo desenvolvimento do trabalho mostra-se ade- tremamente forte, que a fazia curvar-se para fren7 EAS: É o exame de urina mais simples. É uma avaliação qualitativa de alguns constituintes químicos do sedimento urinário. É um exame complementar a um diagnóstico, indolor e muito importante para avaliar a função dos rins.

Urocultura: Exame de urina que identifica a presença de bactérias. Como os rins e a bexiga são locais estéreis, ou seja, sem micróbios presentes, a identificação de uma bactéria na urina costuma ser um forte indicador de uma infecção urinária. 8 Bactéria bacilar Gram-negativa que se encontra normalmente no trato gastrointestinal inferior dos organismos de sangue quente (endotérmicos) 45

te ou querer ficar de cócoras no chão. Neste episódio além dos exames de urina, pela intensidade da dor, também foi feita uma Tomografia Computadorizada dos rins e vias urinárias para verificação de possível cálculo renal, tendo seu resultado sido negativo.

Após ter sido medicada, tendo alívio dos sintomas, o profissional que a atendeu, aconselhou que procurasse um bom Ginecologista ou Urologista para uma investigação mais profunda sobre o seu caso. Medicamentos utilizados via intravenosa durante os atendimentos no Pronto Socorro: - Nas primeiras cinco crises, Buscopan e Dipirona. - Na sexta crise, Buscopan e Tramal. Também foram receitados e usados antibióticos nas seis crises, conforme quadro a seguir:

Quadro 3 – antibióticos receitados

CRISE 1 2 3 4 5 6 ANTIBIÓTICOS RECEITADOS Quinoflox 500 mg e Buscopan Duo Proflox 500 mg e Pyridium 200 mg Norfloxacino 400 mg Ciprofloxacino 500 mg Cefalexina 500 mg e Sepurin Fosfomicina Trometamol 8 gr - Dose única (usou duas doses)

4.2. A BUSCA DA CURA

4.2.1. CONSULTA COM PROFISSIONAL GINECOLOGISTA

Após alguns dias, a paciente fez uma consulta ambulatorial com uma Ginecologista, pois ainda sentia alguma ardência, onde foi diagnosticada com Candidíase. Foi medicada com Fluconazol 150 mg, em dose única e Vagicand (Nitrato de Feticonazol) creme ginecológico.

Após esta consulta e o uso dos medicamentos receitados, a paciente retornou mais algumas vezes à mesma profissional, sempre com a mesma queixa, e esta sempre lhe prescrevia outras pomadas, diagnosticando sempre Candidíase de repetição.

Os medicamentos receitados foram: - Tinidazol + Nitrato de Miconazol - Metronidazol + Nitrato de Miconazol - Cetoconazol + Diproprionato de Betametasona - Cetoconazol + Diproprionato de Betametasona + Sulfato de Neomicina

Após este período, finalmente relatou alívio nos sintomas da ardência.

4.2.2. CONSULTA COM PROFISSIONAL UROLOGISTA

A cliente se consultou com um Urologista, que sugeriu três tipos de tratamento para evitar novas crises de infecção urinária de repetição: 1 – Antibióticoterapia com Macrodantina – por 3 meses, usando a dose mínima por dia (Macrodantina: agente antibacteriano indicado no tratamento de infecções urinárias agudas e crônicas, tais como cistites, pielites, pielocistites e pielonefrites causadas por bactérias sensíveis à nitrofurantoína) 2 – Urovaxon – por 3 meses, 1 comprimido por dia (Urovaxon: vacina para infecção urinária, em forma de comprimidos, composta por componentes extraídos de Escherichia coli, que atua estimulando as defesas naturais do organismo) 3 – Cystistat (Medicamento em solução injetável estéril para uso intravesical, destinado para substituir temporariamente a camada de glicosaminoglicanos (GAG) na bexiga. Seu uso é indicado nas condições em que a camada de GAG está alterada, como na cistite intersticial, na cistite induzida por radiação, na cistite causada por infecção, trauma, urolítiase, retenção urinária e neoplasia). 46Optou pelo tratamento com Urovaxon e durante

No retorno, após os três meses de tratamento, reclamou ao Urologista que voltou a sentir ardência constante, mas que esta não estava vinculada a dor ao urinar. Foi orientada então, a opção da antibióticoterapia ou que procurasse tratamentos alternativos como a Homeopatia.

4.2.3. A BUSCA PELO TRATAMENTO HOMEOPÁTICO

No início do ano de 2016, a cliente me procurou em busca do tratamento homeopático, reclamando que estava novamente com Infecção Urinária, sendo que esta era a sua sétima crise. Relatou a quantidade de vezes que já havia tratado em hospitais, os medicamentos alopáticos que havia usado e que procurou a Homeopatia por indicação de um Urologista.

Sintomas apresentados no ato da consulta homeopática: - Ardência forte ao urinar - Dor pélvica violenta que a fazia se contorcer para frente e querer ficar em posição abaixada (dizia ser a “dor do fim do mundo”) - Aumento da frequência das micções - Urina com cheiro forte de amônia

A partir das possibilidades de medicamentos homeopáticos para infecção urinária indicados por Moreno e Boerick, a indicação terapêutica se deu conforme a seguir: Cantharis Vesicatória CH 6 e Parreira Brava CH 6 - Solução Alcoólica 5%. Usar de quinze em quinze minutos durante as duas primeiras horas. Após esse período, usar de uma em uma hora até completar vinte e quatro horas do início do tratamento. No dia seguinte, entrar em contato para nova avaliação.

No dia seguinte, a cliente entrou em contato informando que todos os sintomas tinham sido aliviados após algumas horas do início do uso da medicação, mas não conseguiu dormir à noite, pois estava tensa e com muito receio de a dor voltar. a medicação até o final do vidro e retornar para nova avaliação. Após o término da medicação a cliente retornou para ser reavaliada e continuar o tratamento.

Relatou que, apesar de não estar mais sentindo os sintomas, não se sente completamente segura, tem a sensação que a qualquer momento a infecção pode reaparecer. Às vezes entra em pânico quando tem que ir ao banheiro. Não dorme direito com medo de acordar de madrugada com a mesma dor.

Comentou que em algumas vezes em que teve as crises de infecção urinária teria sido após relação sexual ou em períodos estressantes em que se sentia muito irritada, raivosa ou com medo, mas não deixava estes sentimentos transparecerem. Guardava-os para si e disse estar sofrendo por não conseguir controlá-los.

Está sem trabalhar há mais de um ano e pensa que o motivo do medo era de não conseguir mais arrumar emprego, pois já está com mais de 40 anos, e trata isso como um empecilho por achar que ninguém mais lhe “abrirá as portas”.

A Indicação Terapêutica para a situação relatada foi: Staphysagria CH 12, CH 13, CH 14, CH 15 e CH 16 - Solução Alcoólica 5% – 20 ml – Tomar 5 gotas 2 vezes ao dia e Valeriana CH 12, CH 13, CH 14, CH 15 e CH 16, - Solução Alcoólica 5% – 20 ml – Tomar 5 gotas 2 vezes ao dia. As medicações foram feitas em vidros separados (cada uma das dinamizações foi tomada por 30 dias).

Os resultados obtidos com o uso das medicações foram excelentes. Já nos primeiros dias do uso, sentiu a diferença no sono. Passou a dormir melhor, apesar de ainda acordar de madrugada assustada com medo de voltar a sentir dor.

Nos dois primeiros meses ficava tensa e ansiosa ao ir ao banheiro, pensando na possibilidade de haver uma recorrência.

Após cinco meses de uso relatou estar dormindo bem, sem acordar à noite.

com a Valeriana, senti que ela estava bem mais equilibrada, então decidi iniciar o tratamento do miasma, para melhorar a Sicose em que ela se encontrava. Nesse sentido, a indicação terapêutica foi a seguinte: Thuya Occidentalis CH 5, CH 6 - Solução Alcoólica 5% – 20 ml – Tomar 5 gotas duas vezes ao dia.

Durante o uso no primeiro mês, relatou que teve muitos sonhos ruins e que pequenas verrugas apareceram no pescoço. Agora está no segundo mês de uso da medicação. Relatou que às vezes parece não conseguir “segurar as palavras dentro da boca”, fala o que vem a cabeça. Comentou também que algumas pintas pelo corpo estavam incomodando, como se tivessem ficado inflamadas e que uma delas, localizada no rosto, começou a se desprender e que em poucos dias não havia mais vestígio dela no local. O tratamento miasmático deve durar por mais alguns meses, objetivando a tentativa de retirá-la da Sicose, para que tenha uma melhor qualidade de vida.

4.2.4. INDICAÇÃO DO USO DO CRANBERRY

Desde o início do tratamento homeopático foi sugerido à cliente que incluísse em sua alimentação o suco de Cranberry, pois já existem muitas evidências científicas de sua eficácia na prevenção e tratamento de infecções do trato urinário e melhora na imunidade, dentre outros benefícios para a saúde. Como o tratamento está sendo exitoso até o momento, optou-se pela continuidade do uso do suco diariamente, por mais um tempo.

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Após nove meses de tratamento homeopático, verificou-se a eficácia do uso das medicações propostas. A cliente não teve mais crises de Infecção do Trato Urinário. Mostra-se menos ansiosa, mais feliz, menos insegura e já não guarda mais os seus sentimentos, sentindo-se mais animada para a realização de novos projetos.

Nesse tipo de caso, uma importante recomendação é a persistência no uso da medicação, pois, apesar de apresentar resultados imediatos, se caracteriza como um tratamento de médio a longo prazo.

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