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NARRATIVAS TERAPÊUTICAS

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CURANDO COM

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Estudo de Caso

Estudo de Caso: Idosa com intoxicação e confusão mental Terapeuta: Cássia Regina da Silva Luz Atendida: Mulher, doméstica, 74 anos, Goiânia, Go.

Sintomas iniciais Físicos: intoxicação por antibiótico cloridrado de ciprofloxacino. Este remédio tem registros de causar sintomas de tontura e desequilíbrio no sistema nervoso, porque atinge o cerebelo, principalmente em pessoas com mais 70 anos, e foi receitado para infecção de urina leve. Ela perdeu totalmente o apetite, reclamava da língua grossa e áspera. Não dormia, levantava várias vezes à noite. O descontrole dos nervos fazia tremer a musculatura das mãos e pernas ao ponto de ter que dar a comida na boca e, para se levantar e andar, precisava de auxílio.

Mentais: alto grau de ansiedade, pânico de ficar sozinha, medo de morrer, falando muito a mesma coisa, com confusão mental, extremamente apavorada. 1

Há algum tempo, principalmente depois que os filhos saíram de casa e ela passou a morar só com o marido, já vinham se apresentando esses sintomas. Ciúme do marido, pois fica muito chateada quando ele vai ao boteco e bebe cerveja (o que ocorre sempre no final de semana).Tem medo de ficar sozinha. Depressão. Tem mania de organização e limpeza. Servir os outros sempre é um dever. Foi criada com a madrinha desde os 9 anos, quando saiu da casa dos pais, e treminou vivendo uma rotina de trabalho escravo em casa de família militar super exigente. Sua mãe faleceu quando tinha 15 anos, foi um momento muito marcante e é uma memória que sempre vem à tona. Na casa da madrinha tinha que dar conta de todo o serviço da casa e da cozinha, com severa exigência e organização, sem nenhum salário. Esse método nunca saiu do seu jeito de conduzir a vida. Se transformou numa pessoa que exige muito de si. Tem cistite duas vezes ao ano. Eternamente resfriada, qualquer vento escorre o nariz, apresenta sinusite quase sempre. Com 42 anos retirou um nódulo benigno do seio e parou de menstruar. Com 51 anos co-

meçou um processo de perda de cartilagem do fêmur que se asseverou, chegando a endurecer o quadril e encurtar a perna. Tem dores fortes. Depois apresentou também bursite no braço, e artrose no joelho. Com 73 anos apresentou câncer de pele que foi retirado no rosto e pescoço.

Em agosto e setembro de 2017, tomou Thuya 5CH e Carcinosinum 12CH, amenizando alguns dos aspectos, mas levemente.

Para o quadro atual, após examinar as sugestões dos colegas, usei: nux vômica 5CH, 5 gotas 3 vezes ao dia, por 7 dias. Este remédio foi ministrado junto com uma fitoterapia, para fazer uma desintoxicação: chá de carvão vegetal, erva-doce, melissa e gervão.

Após uma semana com este tratamento, ela estava dormindo um pouco melhor, mas ainda bastante ansiosa, com medo da morte, não dava conta de ficar em pé sozinha, somente apoiada. Falando muito, e com um certo nível de confusão mental.

Então foi ministrado o seguinte: Floral Rescue Remedy, com 20% de brandy, 12 gotas 4 vezes ao dia, para tomar sem interrupção por uns dois meses. Homeopatia Aconitum Napellus 12CH, junto com Passiflora 5CH, 10 gotas 3 vezes ao dia, e Natrum Muriaticum, 12CH, 10 gotas na hora de dormir.

No primeiro dia, já dormiu melhor.

No segundo dia, ficou mais calma, falando menos, a ansiedade diminuiu, o olhar perdido começou a voltar o brilho da vida, relembrou algumas memorias da infância, dormiu melhor.

No terceiro dia, apresentou-se bem mais tranquila, falando com mais equilíbrio e lógica, o olhar melhorou e ficou mais vivo, o apetite voltou, o equilíbrio do sistema nervoso melhorou muito, começou a ter coragem de ficar em pé sozinha.

No quarto dia, já se levantava sozinha, tinha vontade de comer e o fazia sozinha, sorriu, sorriu alto e contou muitos casos da infância e adolescência.

No quinto dia, tomou banho sozinha e sentiu-se bem.

Após uma semana, queria fazer sua propria comida.

Após 26 dias, os copos do lanche ficaram na pia por horas, porque ela estava vendo televisão, o que seria inadmissível para ela antes!

Agradeço muito todo o carinho e a ajuda do grupo de colegas homeopatas que nos orientou nessas medicações. Continuarei fazendo o acompanhamento grupal, por ver que me ajudou a perceber novas possibilidades e também fez com que ela melhorasse bem rapidamente.

Este caso foi submetido ao WhatsApp do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste, e as sugestões coletivas foram organizadas e administradas pela terapeuta Cássia Regina da Silva Luz, que acompanhou e registrou o caso. Como se tratava de sua mãe, ela prudentemente pediu auxílio de outros, para evitar a “cegueira relativa” que nos acomete quando cuidamos de parentes e amigos.

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