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O valor da experiência!
Para se ter uma boa experiência, é preciso desenvolver a sensibilidade. Tomemos como exemplo o vinho, uma bebida alcoólica. Início compartilhando uma garrafa comum em uma conversa com um amigo, no entanto, para mim, o vinho em questão não é mais do que um pretexto para me dopar com um pouco de álcool. Em certo dia, dou-me conta de que entre a conversa com o amigo e os efeitos do álcool, não senti as tão faladas qualidades do vinho, então passo a utilizar os meus sentidos e direciono o meu foco para a cor, sua intensidade, brilho, para os aromas e sabores do vinho. Fecho os meus olhos, sorvo cada aroma e me concentro em cada sabor (analiticamente), buscando compreender o que dizem aquelas sensações. Alguns meses depois, abandono os rótulos mais comuns e comerciais que vinha bebendo e invisto um pouco mais em vinhos de melhor qualidade técnica (melhor elaborados). Deixo de conferir importância à quantidade e concentrome na qualidade. Nessa trilha, vejo-me fazendo experiências com diversos tipos de vinhos, de diferentes castas, regiões e países produtores. A partir daí começo, a perceber que eles são diferentes, não necessariamente melhores ou piores, porém diferentes, que têm cores, brilhos, aromas e sabores singulares e deliciosos. E isso tende a me enriquecer de forma sensorial.
Ao passar do tempo, com grau de conhecimento técnico melhor, gradativamente, vou aprendendo a transformar as sensações (de natureza subjetiva), causadas pelo vinho, em percepções (de natureza objetiva). E tudo começa a ganhar significado para mim.
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A tendência, agora, é que fique com os meus sentidos mais apurados e que queira fazer descobertas, compreendê-las e interpretá-las, desenvolvendo cada vez mais um gosto especial pela bebida.
Se nos meus primeiros tempos de bebedor, você me servisse um dos vinhos incríveis que estou apreciando agora, em uma taça austríaca de Cristal Ridel Fatto a Mano, eu não o apreciaria mais do que o faria com um vinho comum em um copo americano. Não se pode experimentar algo quando não se tem a sensibilidade necessária, e tampouco se pode desenvolver a sensibilidade senão passando por uma longa sequência de experiências.