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Edição
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2015
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o sul celebra a
cerveja artesanal e mais:
Receitas milenares são recriadas A harmonização ideal entre cerveja e gastronomia
FALTAVA A GENTE PARA A MESA FICAR COMPLETA.
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estúdio lúpulo
univers o cervejeiro
gastro n
omia
Edição bimestral // Gratuita contato@revistaeinbier.com.br @revistaeinbier
47 9998 00 52 // Blumenau/SC www.revistaeinbier.com.br /revistaeinbier
DEZEMBRO // JANEIRO SUMÁRIO
06 // [EDITORIAL] 08 // O SUL CELEBRA A CERVEJA ARTESANAL 10 // A HISTÓRIA DA CERVEJA 12 // RECEITAS MILENARES 14 // [cervejaria] amiga inglesa 16 // [legislação] 18 // guia de degustação de cerveja 24 // [tecnologia]
25 // [aplicativo] bier tab 26 // [cervejaria] cervejas premiadas 28 // harmonização de cerveja 30 // [coluna] mondial de la bière 31 // [inovação] rio de cerveja 32 // [entrevista] sommelier douglas merlo 34 // [coluna] cerveja artesanal não é moda, é estilo
fale com a gente [47] 9998 0052 contato@revistaeinbier.com.br
----------EDITORIAL
a i s t r e v
O DESAFIO É O QUE NOS MOVE Quando decidimos projetar uma nova revista em nível nacional que fosse segmentada no ramo cervejeiro, gastronômico e turístico pensamos: loucura? Jamais! O desafio é o que nos move e a minuciosidade que engloba as ferramentas necessárias para extrair o melhor repertório do nosso trabalho é a nossa fonte de inspiração. O foco central da revista será, primordialmente, levar ao conhecimento do público nativo e turístico do Vale Europeu, os melhores lugares de visitação, podendo apreciar um bom conteúdo, ótima culinária e, acima de tudo, cervejas incomparáveis. Apaixonadas pelo universo cervejeiro e pelo espírito contagiante
6 EIN BIER
desta região germânica, trazemos para edição inaugural da revista Ein Bier uma combinação de bebida e gastronomia recheada das melhores informações e direcionadas aos mais diversificados paladares, filtrando somente o melhor em conteúdo, tradição e público. Já dizia Carlos Seabra: ‘‘Cerveja gelada, amigos no boteco, palavras molhadas!” Sejam todos muito bem-vindos! É uma honra tê-los conosco nesta caminhada.
EIN PROSIT!
BRUNA LONGEN // REDAÇÃO
PURO
Diretora GERAL Lívia Vieira
CONTE
ÚDO
Mil ideias e cerveja
livia@editoracrie.com.br
redação Bruna Longen
Instagram e panetone
brunalongen@editoracrie.com.br
editora Aline Araújo
Chocolate e filmes clássicos
crie@editoracrie.com.br
design gráfico Estúdio Lúpulo estudiolupulo@gmail.com
COLABORADORES Bierland Container Douglas Merlo Gabriel Menezes Goronah Escola de Cerveja e Malte Vila Germânica CAPA Joshua Resnick
A revista ein bier é uma publicação bimestral da crie editora. a reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada pela editora, com crédito da fonte. revista ein bier rua netuno, 85 - blumenau/sc cep: 89037-526 // tel.: 47 9998 0052
-------cenário
Foto: Daniel Zimmermann
BLUMENAU (SC)
O SUL CELEBRA A CERVEJA ARTESANAL Todos os anos Blumenau/SC é o foco de mais de 500 mil pessoas apaixonadas pela cultura germânica.
8 EIN BIER
>> santa catarina
Em outubro, Blumenau (SC) entra em festa. Conhecida internacionalmente por sediar a maior festa alemã da América Latina, a cidade traduz seu amor em um dos mais conceituados eventos cervejeiros do país: a Oktoberfest! A Oktoberfest de Blumenau, que em apenas uma década se tornou uma das festas mais populares do Brasil, foi inspirada na festa alemã, que teve origem em 1810, na cidade de Munique. E a cerveja, claro, é a bebida oficial dos brindes que acontecem nos dias de folia. O evento que engloba o universo cervejeiro, gourmet, folclore e tradição, preservando os costumes dos antepassados vindos da Alemanha para formar colônias na região Sul, tornou Blumenau o principal destino turístico de Santa Catarina no mês de outubro.
Mas se engana quem pensa que a Oktoberfest é a única a fazer sucesso por aqui. Desde que o Festival Brasileiro da Cerveja entrou para o calendário dos grandes eventos cervejeiros do país, março também é mês de voltar às atenções para a cidade.
O festival é a reunião das principais cervejarias do país, dos melhores sabores, aromas e harmonizações. Cervejeiros, especialistas e consumidores degustam mais de 600 rótulos e aproveitam uma rica programação artística, envolta de palestras de suma importância e, Os eventos claro, uma ótima gastronomia.
O primeiro evento aconteceu cervejeiros em 2005 contemplando a parcontemplam TRADIÇÃO ALEMÃ a característicipação das grandes certica marcante Às margens do Rio Itajaí-Açu, vejarias do Vale do Itajaí. O de Blumenau: Blumenau é o centro econômico e projeto foi descontinuado até a alegria. turístico do Vale Europeu, localique, em 2010, os órgãos zado no coração da terra catarigovernamentais em parceria nense. A cidade guarda um com a iniciativa privada, unipassado de luta e determinação. ram-se para realizar um evenLiderado pelo farmacêutico e filósofo to de abrangência nacional, focado Hermann Bruno Otto Blumenau, 17 no consumo consciente da bebida. imigrantes alemães aqui desembarSurgia, então, o Festival Brasileiro caram no dia 2 de setembro de 1850 da Cerveja. para dar início à colonização do município. Foto: Rafael Althoff
CAPITAL NACIONAL
DA CERVEJA A cultura cervejeira de Blumenau, seu histórico de sucesso e seus eventos cervejeiros, sua vasta contribuição para a disseminação das cervejas artesanais no Brasil, apontam uma cidade digna de ser considerada a Capital Nacional da Cerveja.
A edição de 2013 do Festival Brasileiro da Cerveja, marcou a consolidação do evento. Além de atingir um público com mais de 27 mil pessoas, 500 rótulos e um cardápio com cerca de 40 opções gastronômicas, a ocasião fez com que
as mais de 70 cervejarias trouxessem 20 lançamentos de novos rótulos para Blumenau (SC). A expectativa para os próximos anos não poderia ser melhor: fazer do evento um dos mais importantes do mundo no segmento.
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---------HISTÓRIA
a HISTÓRIA DA CERVEJA A origem da bebida que já foi considerada divina, sagrada, e que hoje é sinônimo de um encontro entre bons amigos, por ser tão antiga, possui inúmeras versões. A importância da cerveja é tão evidente na história que até mesmo os faraós, em suas pirâmides mortuárias, eram acompanhados pelo líquido dourado.
OS SUMÉRIOS
O NOME
São considerados os inventores da cerveja. Há indícios de que a cerveja surgiu 9 mil anos atrás, na Mesopotâmia, região no Oriente Médio entre os rios Tigres e Eufrates.
Ao que tudo indica, ‘cerveja’ veio do latim ‘cervesia’, que por sua vez derivou da fonte gaulesa ‘cerevisia’, possivelmente uma referência à Ceres, deusa da fertilidade e das boas colheitas.
HAMURABI
CURIOSIDADE
Segundo o Código de Hamurabi, o cervejeiro que fizesse uma cerveja ruim seria afogado no próprio barril.
Na Babilônia, o Código de Hamurabi, o mais antigo código de leis, já continha orientações específicas para a fabricação, venda e o consumo de cerveja. Fonte: Vivah Gastronomia
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FARAÓ CERVEJEIRO Ramsés II ficou conhecido como “faraó cervejeiro”, depois de doar aos sacerdotes do templo 1 milhão de litros da bebida!
LEI DA PUREZA Em 1516, o duque Guilherme IV da Baviera, na Alemanha, criou a Lei da Pureza, determinando que cerveja de verdade era só aquela produzida com malte de cevada, lúpulo e água, sem nada de ervas aromáticas, frutas e outros condimentos.
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OS MONGES
INGREDIENTES
Na Idade Média, os monges que residiam nos conventos da Europa possuíam talento para produzir cerveja bem melhor do que a que era oferecida pelas tavernas e cervejarias da época.
Na fórmula da fabricação, muitos ingredientes foram utilizados no decorrer dos anos, dentre eles: milho, aveia, mandioca e arroz. As variações eram de acordo com a tradição do local.
HISTÓRIA
NO BRASIL Em 1808, a cerveja foi trazida pela Família Real. Com a abertura dos portos, a Inglaterra foi a primeira a introduzir a cerveja na Colônia. Estima-se que em 1836 tenha surgido a primeira fabricação comercial da bebida no Brasil.
IDADE MÉDIA
OSIDAD I R U
ES
C
Fonte: Sociedade da Cerveja
DOSES RECOMENDADAS
HOMENS
Durante a Idade Média era mais recomendável beber cerveja do que água, já que esta última não era filtrada e podia levar à morte .
710 ml POR DIA
ANOS PASSADOS
MULHERES
Nos anos 20, era comum recomendar cerveja escura a pacientes pós operatórios, grávidas e doadores de sangue para combater a anemia.
350 ml POR DIA
Doses recomendadas para pessoas saudáveis, que praticam exercícios físicos regularmente.
Fonte: pontoeletronico.me
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---------RECEITA
Patrick McGovern ARQUEÓLOGO
Retirou de escavações arqueológicas as receitas das cervejas
RECEITAS MILENARES SÃO RECRIADAS Durante duas décadas, o arqueólogo Patrick McGovern rodou o mundo em busca de cálices sagrados, e encontrou. Receitas de até 9 mil anos foram resgatadas de recipientes usados por civilizações antigas para guardar suas cervejas. Desde 1999, esse Indiana Jones cervejeiro passou a usar o que aprendeu analisando os vestígios das bebidas ancestrais para reconstituí-las com tecnologia moderna preservando os ingredientes e fermentação à moda antiga. Dos dados que colheu em escavações surgiram edições limitadas de cinco cervejas fabricadas por civilizações antigas:
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CHINA
EGITO
Possuindo a fórmula mais antiga já conhecida, tirada dos resquícios potes de argila de 7.000 a.C, a Chateau Jiahu é uma belíssima combinação de malte, arroz, mel e uva, contendo 10% de álcool.
Com 5% de álcool, a Ta Henket possui o pão como principal ingrediente, combinado com camomila, frutos de palmeira africana, trigo e o condimento zatar.
TURQUIA O arqueólogo encontrou 157 taças de bronze com PERU A Chicha era o orgulho resíduos de uma bebida dos Incas.A transformação amarela de 2 mil anos, feita do milho vermelho em de mel, açafrão, cevadas e cerveja, morango e pimenta uvas moscatel, no túmulo resulta em uma bebida única. do Rei Midas. A cerveja Possui 6% de álcool. Midas Touch, na releitura, ficou com 9% de álcool.
HONDURAS A Theobroma possui o cacau como ingrediente chave, que harmonizado com mel, sementes de urucum e chili, transformam essa bebida surpreendentemente genial, carregando mais de 3 mil anos de história e graduação alcoólica de 9%.
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Como diretor científico do Laboratório Arqueológico Biomolecular do Museu da Universidade da Pensilvânia, Patrick firmou um acordo com a cervejaria Dogfish para criar a linha Ancient Ales, só de cervejas milenares. Entre uma descoberta e outra, ele experimenta as diversas receitas até encontrar a fórmula mais fiel às tradições. Copos do ofício! "Cada bebida é diferente. É preciso experimentar e fazer muitos ajustes, especialmente naquelas
com muitos ingredientes distintos. E degustar nunca é demais”, diz McGovern. "Talvez, os mais profundos e marcantes efeitos do álcool repercutam nos pontos mais misteriosos e místicos do cérebro humano. Seja nas civilizações antigas ou nas modernas, as melhores formas de estabelecer contato com os deuses ou nossos antepassados é por meio da ingestão de bebidas", complementa.
RECEITA
Foto: University of Pennsylvania Museum
Caldeirões de bronze encontrados no túmulo do Rei Midas, Turquia. Foto: University of Pennsylvania Museum
Arqueólogo Patrick McGovern, Laboratório Arqueológico Biomolecular do Museu da Universidade da Pensilvânia (EUA).
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-------------cervejaria
Amiga inglesa Como a Container uniu amizade, cultura e amor pela arte cervejeira
A
dedicação de um grupo de amigos e o amor pela arte da cervejaria artesanal foi a gênese histórica da cervejaria Container. Zezzo Mais, Ike Ferreira, Daniel Reginatto e Renan Lindner encontravam-se semanalmente em um pub de Blumenau. De conversa em conversa de “mesa de bar”, somadas ao entusiasmo de Zezzo - o estudioso quando o assunto é cerveja -, o novo empreendimento foi surgindo com a vibração de todos. Zezzo sempre foi um cervejeiro caseiro, daqueles que gostam de fazer uma cerveja especial para os amigos apreciarem. Levava aos encontros as cervejas produzidas com esmero, mas não descuidava do aprofundamento teórico no assunto: concluiu a pós-graduação e se tornou Mestre Cervejeiro. Entre 2011 e 2012, a dedicação ao
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projeto foi total. Optaram pela cultura inglesa, apelo iconográfico, notas especiais. Para Zezzo, além de todas essas considerações, existem outros aspectos pela escolha. ‘‘Comercialmente o inglês tem uma força muito grande, nada contra as escolas belgas, alemãs, americanas, mas a identidade inglesa que assumimos pretende ser o diferencial”.
pojada, um pub em que as pessoas sentissem a atmosfera de ícones culturais. A Inglaterra na sua essência! Mais: música, arquitetura e artes gráficas acompanhadas de uma gastronomia que se harmoniza com os três tipos produzidas pela Container: a Bakerloo (Pale Ale), Joke (Pilsen) e Wembley (Blonde Ale).
INGLÊS EM TERRA DE ALEMÃO
INSPIRAÇÕES E AMIZADES
Os ingredientes desta cultura foram sendo adotados pela Container: rock and roll, anos 70, cultura underground e cores vibrantes. Filosofia e planejamento: a partir de 2013 todo o projeto foi reformatado e ideias incríveis surgiram para a Container: 550 metros de área construída, uma geladeira em formato de cabine telefônica Londrina, uma loja temática, logomarca des-
Para a efetivação da cervejaria, os sócios saíram à procura dos melhores ingredientes e parceiros que pudessem ajudar a fabricar uma cerveja inglesa de ótima qualidade. Visitaram campos de cevada, encantaram-se, sorriram e se divertiram na busca do que precisavam. Foram inúmeras visitas a cervejarias da região de North Yorkshire, um condado onde encontra-se Skipton,
>> CERVEJARIA
uma cidade de mais de 900 anos, fundada em 1086, que estende-se ao longo do rio Aire e dos canais de Leeds e Liverpool. Outra etapa foi mergulhar no estilo de cerveja londrino, vivido no Sul de Londres, em Windsor, nas terras do castelo da Rainha, onde os amigos e sócios buscaram o sabor, o espírito, a seriedade e o método de fazer esta cerveja. Acima de uma história de empreendedorismo criativo está o sentimento oferecido a cada apreciador da Container: suas notas, memórias, aromas das terras londrinas, com seus ícones culturais inesquecíveis.
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Site com tecnologia de destaque
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O site da Cervejaria Container traz uma novidade de destaque: para sua construção foi utilizada uma tecnologia chamada ScrollPath, que coloca todo o seu conteúdo – e sua navegação – margeando uma linha-guia, que, no caso, é uma linha do metrô de Londres, em uma analogia clara ao conceito da cerveja. É uma tecnologia inovadora e ainda pouco utilizada, justamente pela complexidade de desenvolvimento. “Mas a empresa parceira CMM Interativa topou este desafio de criar um site em que informações e conteúdo convivem harmoniosamente com a iconografia britânica”, explica Ike Ferreira, um dos fundadores da Container. Conheça mais: cervejariacontainer.com.br
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-------------LEGISLAÇÃO
BLUMENAU (sc) PODERÁ SER RECONHECIDA como a Capital Nacional da Cerveja
E
m novembro deste ano, a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados aprovou o parecer da deputada federal Cida Borghetti ao Projeto de Lei n. 7313/14, criada pelo deputado blumenauense Décio Lima, que transformará Blumenau na Capital Nacional da Cerveja. Ao saber da aprovação da Comissão de Cultura, o deputado comentou que “Além da Oktoberfest, a maior festa da cerveja e do chope no país, Blumenau já despontava, no século XIX, na fabricação da bebida, por isso, nada mais justo do que conferir ao município o título de Capital Nacional da Cerveja”.
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No mesmo sentido, a deputada Cida Borghetti comentou que pesquisas relacionam a história da cidade com o surgimento de diversas cervejarias, destacando, ainda, que o maior encontro de cervejeiros do Brasil acontece no Festival de Cerveja, em Blumenau (SC). No momento, o projeto segue em regime de tramitação ordinária para apreciação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados. Se aprovado, seguirá direto para o Senado, onde o título poderá, de fato, ser concedido à cidade catarinense.
-----------especial
Por Gabriel Menezes Soares Maciel 22 anos, cursa Design na Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), Niterói (RJ). Apaixonado pelo mundo cervejeiro e gastronômico, cozinha quase todos os dias e procura unir as duas paixões através da harmonização de pratos. Pretende montar a sua própria cerveja até 2015.
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ESPECIAL
GUIA BÁSICO DE DEGUSTAÇÃO DE CERVEJA
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-----------especial
GUIA BÁSICO DE DEGUSTAÇÃO DE CERVEJA
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ESPECIAL
GUIA BÁSICO DE DEGUSTAÇÃO DE CERVEJA
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GUIA BÁSICO DE DEGUSTAÇÃO DE CERVEJA
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ESPECIAL
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-------------tecnologia
O USO DA TECNOLOGIA PARA LUPULAR CERVEJAS Aparelho criado pela empresa Cambridge Consultants cria um ‘expresso de cerveja’
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a série “Como ninguém pensou nisso antes?”, a empresa de design de produtos Cambridge Consultants desenvolveu um objeto chamado Hoppier que lembra muito uma cafeteira, mas em vez de um café expresso, ela deixa a sua cerveja mais lupulada, com sabor e aroma diferenciados. A Hoppier consiste em colocar lúpulo na pressão, fazendo com que a cerveja passe por ele antes de chegar ao copo. De acordo com o gerente da empresa, Edward Brunner, o que ela faz é, essencialmente, um expresso de cerveja.‘“Nós usamos nossa exper-
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tise em tecnologia de sistemas de bebidas e nos inspiramos em alguns segredos de cafeteiras de sucesso para criar um sistema que deixa a sua cerveja personalizada, fresca e natural”, comenta Brunner. ‘’Sabemos, por exemplo, que a pressão é fundamental para extrair sabores nas máquinas de espresso. Então, parte da nossa pesquisa foi pra ver se o princípio também se aplicava à cerveja. O resultado é que a técnica acelera o processo de dryhopping, deixando os aromas voláteis do lúpulo mais frescos e intensos. Além disso, o aroma da cerveja pode ser ajustada ao servir,
O LÚPULO É UMA PLANTA EUROPEIA DA ESPÉCIE HUMULUS LUPULUS, TRADICIONALMENTE USADA, JUNTO COM O MALTE, A ÁGUA E O LEVEDO, NA FABRICAÇÃO DE CERVEJA. AINDA, É UM EXCELENTE CONSERVANTE NATURAL, SENDO ESSA UMA DAS PRINCIPAIS RAZÕES PARA SER ADOTADO NA PRODUÇÃO DA BEBIDA.
aumentando ou diminuindo a quantidade de lúpulo, ou mudando a varietal usada”, ele continua. E a novidade não para por aí! A empresa afirma que a tecnologia pode ser usada com outros ingredientes, como frutas ou e demais especiarias. “Esse equipamento confere às marcas uma oportunidade única de se diferenciar num mercado muito competitivo. É uma maneira de personalizar o produto e criar novas experiências, agregando valor”, complementa Brunner. E então, qual será o primeiro lugar que vai aparecer com uma dessas no Brasil?
>> APLICATIVO
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O aplicativo tornou-se a rede social da cerveja no Brasil! Informações como: teor alcoólico, família, tipo, cor, aroma e sabor ajudam e tanto na decisão de escolher uma boa cerveja. Portanto, quando você achar que uma cerveja é boa, basta preencher os copinhos! Isto serve para seu uso pessoal ou para comparar com a votação de outros usuários. As notas que são lançadas para os rótulos, comentários e fotos ajudam ainda mais os usuários a conhecerem novos sabores e marcas. Beber cerveja é um ato social, mesmo que você esteja sozinho. Compartilhe com os amigos este momento. Diga o que está bebendo, dê sua nota, deixe sua opinião.
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DESENVOLVIDO EM BLUMENAU/SC, A TERRA DA OKTOBERFEST, E UM DOS PRINCIPAIS REDUTOS DA CERVEJA ARTESANAL BRASILEIRA, É FEITO POR QUEM AMA CERVEJA, PARA QUE TODOS COMPARTILHEM ESTA PAIXÃO.
busca, facilitando seu manuseio. O aplicativo tornou-se a rede social da cerveja no Brasil! Informações como: teor alcoólico, família, tipo, cor, aroma e sabor ajudam e tanto na decisão de escolher uma boa cerveja. Portanto, quando você achar que uma cerveja é boa, basta preencher os copinhos! Isto serve para seu uso pessoal ou para comparar com a votação de outros usuários. As notas que são lançadas para os rótulos, comentários e fotos ajudam ainda mais os usuários a conhecerem novos sabores e marcas.
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-------------CERVEJARIA
CERVEJAS PREMIADAS Como funcionam os campeonatos de cerveja e como uma cervejaria de Blumenau se destaca neste universo. O mundo cervejeiro tem suas peculiaridades, entre elas destacam-se as competições nacionais e internacionais de cerveja. Nesse aspecto, a Cervejaria Bierland, de Blumenau (SC), já possui bastante experiência e acumula grandes conquistas. Com mais de 70 premiações, é hoje uma das cervejarias mais premiadas do Brasil. Mas, você sabe como funcionam estes concursos? O sommelier de cervejas da Bierland, Rubens Deeke, contou à Ein Bier um pouco sobre esse universo. O especialista explica que estes campeonatos, apesar do formato próprio de cada um, também possuem características em comum, que garantem sua credibilidade e avaliações isentas de qualquer tipo de interferência. ‘’A avaliação é feita às cegas, ou seja, os juízes avaliam as amostras sem saber quais são e de onde vem cada cerveja, sempre baseados em critérios técnicos internacionais”, esclarece Deeke. 26 EIN BIER
Além disso, os maiores concursos do Brasil e do mundo têm comissões de avaliação formadas por entendedores do mundo inteiro. Podem ser desde especialistas por formação, como mestres cervejeiros e sommeliers de cerveja, bem como jornalistas e blogueiros que possuam profundo conhecimento na área. A participação dos juízes acontece por convite e de maneira voluntária, sem receberem qualquer valor para isso. Para a Bierland, o World Beer Cup, que ocorre a cada dois anos nos Estados Unidos, e o European Beer Star, que acontece anualmente na Alemanha, estão entre os maiores e mais significativos campeonatos internacionais, sendo que no segundo a Bierland já conquistou algumas medalhas. Outros campeonatos importantes são: o World Beer Awards, na Inglaterra; o International Beer Challenge, também
na Inglaterra; e o Australian International Beer Awards, na Austrália. Na América do Sul, destacam-se o South Beer Cup, alternado entre Argentina e Brasil; a Copa Cervezas de América, no Chile; e o Concurso Brasileiro de Cervejas, no Brasil. Segundo Deeke, existe um trabalho interno de logística para garantir que as cervejas cheguem intactas e nas melhores condições possíveis ao seu destino. ‘“Do lado da cervejaria, existe um esforço especial para essas participações. Embalar as cervejas com segurança, de maneira que suportem bem a viagem até chegarem à mesa dos juízes é um deles”, conta o sommelier de cervejas da Bierland. Selecionar as cervejas, escolhendo os estilos mais adequados para participar, é outra questão fundamental que fica sob a responsabilidade da cervejaria e pode fazer toda a diferença para que ela seja bem avaliada e tenha maiores chances de premiação no campeonato. Para a Bierland, participar dessas competições é uma forma de atestar a qualidade dos produtos. ‘“Por isso, insistimos em inscrever nossa marca ano após ano, mesmo que já tenhamos sido premiados, pois é uma maneira isenta de atestar o nível de excelência de nossas cervejas e da cervejaria, a partir da avaliação de pessoas capacitadas no assunto. A participação, mesmo quando não ganhamos, é sempre positiva, pois recebemos um feedback fundamental para algum ajuste ou evolução do produto”, finaliza Deeke.
Algumas das 74 premiações da Bierland: - World Beer Awards 2014 (Inglaterra), Bierland Vienna, tricampeã, com ouro na categoria World's Best Amber/Vienna Lager. - International Beer Challenge 2014 (Inglaterra) Bierland Belgian Blond Ale, troféu de 1º lugar na categoria Best Ale Above 5%. - South Beer Cup2014 (Brasil), Bierland Pilsen, eleita melhor Pilsen da América Latina com ouro na categoria American-Style Lager.
-------------HARMONIZAÇÃO
Foto: fresnobeehive.com
Harmon açã
]
d Cervej
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Você sabia que determinados tipos de cervejas combinam muito bem com comida oriental? E cerveja que substitui o típico cafezinho, existe?
O
primeiro passo para tirar maior proveito da cerveja harmonizada com o prato da vez, é identificar os ingredientes e características básicas da bebida, de modo que nenhum sobreponha o outro. Confira as dicas da Ein Bier para harmonizar sua cerveja e conquistar seu paladar.
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>> harmonização
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Cervejas leves acompanham comidas leves, enquanto cervejas fortes, intensas e encorpadas harmonizam melhor com comidas mais pesadas e gordurosas; .........................
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Quanto mais escura a cerveja, mais escura deve ser a comida da harmonização. Cervejas escuras recebem essa cor dos maltes escuros, que normalmente tem um sabor mais tostado e algumas vezes mais adocicado. Combina bem com os sabores das comidas bem assadas ou grelhadas;
Quanto mais picante for a comida, mais lupulada e amarga deve ser a cerveja. O lúpulo consegue cortar o efeito das pimentas, permitindo que você consiga sentir melhor os sabores tanto do prato, quanto da cerveja
WEIZEN Ao degustá-la, tem-se a sensação de ter a boca preenchida por sua cremosidade seguida de nuances de banana e cravo, provenientes do processo de fermentação. Combina com pratos leves, como os da cozinha japonesa, peixes, saladas e frutos do mar.
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SCHWARZBIER A famosa cerveja preta combina com pratos elaborados à base de carnes, frangos, porcos ou cordeiros; também pode ser consumida após as refeições substituindo o tradicional cafezinho.
COLUNA
Mondial de la Bière movimenta o Rio de Janeiro No fim do último novembro, a cidade do Rio de Janeiro recebeu mais uma edição do Mondial de La Bière. O festival, que teve início na cidade de Montreal e uma edição na França, chegou ao Brasil no ano passado, quando atraiu mais de 30 mil pessoas em seus quatro dias de atração, no badalado Terreirão do Samba, centro da cidade. Diferente de outros festivais que temos contato, o Mondial não tem por foco atrair o público que já conhece e gosta das cervejas artesanais. Por influência da Copa do Mundo, acabou dividindo o mesmo feriadão com o IX Concurso Nacional das Acervas, que aconteceu em Salvador (BA), mas isso não afetou a presença do público, lotando o espaço nos dias 20, feriado do Dia da Consciência Negra, e 22, um sábado. Os demais dias também contaram com uma presença forte do público. O formato do evento é bem similar ao já encontrado pelo Brasil. As cervejarias alugam um local onde poderão comercializar seus produtos, pagando uma taxa à administração do evento. Mesmo sendo considerado mais caro em relação a outros festivais, seu apelo popular faz que muitas das cervejarias marquem presença, o que nos proporciona a experiência de degustar novidades de medalhões nacionais como a Bodebrown,
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Way Beer, Cervejaria Wäls e até mesmo a Bohemia, marca da gigante Ambev. Não podemos considerar as cervejas como provas, pois a porção padrão do evento, de 200ml, é suficiente para embebedar os mais fracos muito rápido, dependendo das cervejas escolhidas. Considerando algumas amostras, como a Wee Heavy Barrel Aged Amburana, com seus 8% ABV, ou mesmo a Double Perigosa Barrel Aged Borbon, com incríveis 15%, era muito fácil errar a mão e beber mais do que queria. Para ajudar a emplacar o peso do álcool, a praça de alimentação era um refúgio seguro. Restaurantes e lanchonetes conhecidos pelos cervejeiros do Rio de Janeiro marcavam presença, como o Hell's Burguer, o Caverna e a Adega do Pimenta. Só assim para aguentar a porrada de certas cervejas. Outro destaque é o concurso que acontece em paralelo ao evento, o MBeer Contest Brazil. Não contando com categorias para inscrição dos candidatos a melhor cerveja do evento, os critérios de avaliação das cervejarias são bem distintos dos demais concursos. Em primeiro lugar, a avaliação é feita em um copo preto, de forma que a aparência da cerveja não seja um critério tão decisivo. Dessa forma, cervejas filtradas ou refermentadas na garrafa possuem
Nicholas Bittencourt Sommelier de cervejas formado pelo SENAC/Doemens e editor do blog Goronah. condição de igualdade ao disputar um lugar no pódio. Os demais critérios, normalmente classificados em avaliação de aromas, sabor e defeitos da cerveja, são avaliados apenas após o jurado conseguir enquadrá-la em que um determinado estilo. Isso faz com que algumas cervejas sejam reafirmadas como grandes rótulos na sua categoria, agradando ao júri em geral, e também que novidades, como a 3 Cariocas Session IPA Nema, sejam reconhecidas com uma medalha de platina. O público também participa com seus votos em um concurso a parte. A vencedora, pelo segundo ano consecutivo, foi a carioca Jefrey, com a Nina, uma witbier. Em segundo lugar, surpreendendo muitos, veio a Bela Rosa, outra witbier, esta da ambeviana Bohemia. O terceiro lugar ficou com a curitibana Bodebrown, com sua sempre ótima Wee Heavy. Dado o sucesso, o Mondial deve retornar ao Rio de Janeiro no próximo ano. Enquanto isso, se você ficou com vontade de aproveitar o clima de festival, acontece em março de 2015, na cidade de Blumenau, o Festival Brasileiro das Cervejas, este palco de lançamentos das principais cervejarias do Brasil.
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INOVAÇÃO
UM “RIO DE CERVEJA” será CONSTRUÍDO POR CERVEJARIA BELGA A expressão "rio de cerveja" pode deixar de ser uma metáfora. Isto porque a cervejaria De Halve Maan, de Bruges, na Bélgica, conseguiu a autorização para construir um protótipo de 'oleoduto', que ao invés de transportar óleo ou gás por tubos subterrâneos, levará cerveja. A medida foi tomada com o intuito de levar a bebida da fábrica - que fica no centro histórico da cidade - para uma indústria de engarrafamento, na periferia de Bruxelas, deixando de utilizar os 500 caminhões para o transporte. Essa grande tubulação passará a quilômetros dos célebres canais da
cidade que é considerada a 'Veneza do Norte' e que desde 2000 é Patrimônio Mundial da Unesco. Ao fim da obra, os canos transportarão cerca de quatro milhões de litros de cerveja entre a sede da De Halve Maan até a zona industrial onde será filtrada, produzida e despachada. "Este investimento não foi decidido por motivos econômicos, mas por causa das considerações ambientais e da qualidade de vida", disse Xavier Vanneste, diretor-geral da empresa, ao afirmar que as centenas de caminhões que percorrem o centro histórico podem estragar as casas
feitas ao estilo gótico. "O 'cervejaduto' permitirá a diminuição de 85% no número de caminhões na cidade", disse o responsável pelo planejamento do projeto, Franky Demone. "Em termos concretos, essa obra permitirá também salvar os nossos velhos paralelepípedos do centro histórico, mantendo-os na melhor condição possível", ressaltou. A cervejaria produz uma das cervejas mais icônicas de Bruges, a BrugseZot, que é feita no mesmo local há mais de cinco séculos. O centro de produção da bebida recebe cerca de 100 mil turistas por ano.
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----------ENTREVISTA
SOMMELIER E MIXOLOGISTA
DouglaS Merlo
Nascido em Blumenau (SC), morou oito anos na Europa, onde se diplomou Sommelier pela Associação Italiana de Degustadores de Cerveja (ADB) e Mixologista pela Associação Italiana de Barmans e Sustentadores (Aibes). Professor da Escola Superior de Cerveja e Malte e do Instituto da Cerveja Brasil (ICB). Juiz de concursos nacionais e internacionais, assessor para importação de cervejas italianas no mercado brasileiro e representante da ADB no Brasil, também é premiado coautor de receita de cerveja, como é o caso de uma Witbier, a Schornstein “Blanche de Maison”, vencedora do 2º Concurso Estadual da Acerva Catarinense e medalha de prata no Festival Brasileiro da Cerveja 2014.
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>> ENTREVISTA
EIN BIER Como começou o seu contato com o mundo cervejeiro? Douglas M.: Como nasci em Blumenau, sempre fui apaixonado por cerveja. Em 2005, fui morar em Milão, na Itália, e comecei a trabalhar como Bartender em alguns locais. Logo comecei a estudar Mixologia, para me aprimorar no setor de beverage. Depois de algum tempo, pensei em aperfeiçoar ainda mais meu conhecimento. Inicialmente fiquei em dúvida sobre estudar vinho ou cerveja, devido ao fato de estar morando e trabalhando em um dos maiores países produtores de vinho do mundo. A paixão por cerveja falou mais alto. Procurei a Associação Italiana de Degustadores de Cerveja (ADB), pela qual me formei como Sommelier de Cervejas. Mais tarde me tornei professor da ADB, juiz do Concurso Italiano de Cervejas Artesanais (CIBA) e auxiliei por três anos a organização do Italia Beer Festival, o mais importante festival cervejeiro da Itália. EIN BIER O mercado cervejeiro brasileiro cresceu consideravelmente nos últimos anos. Qual a sua visão sobre este movimento no mercado? Douglas M.: É um dos únicos setores do Brasil que tem um crescimento exponencial. O aumento médio do poder de compra do brasileiro fez com que as cervejas artesanais (que tem um preço um pouco mais elevado) fossem compradas e degustadas com mais frequência. Este fator, juntamente com a curiosidade por novos sabores, a difusão na mídia, a qualidade dos produtos e o aumento da importação de cervejas artesanais no mercado nacional, aumentou a demanda por esse tipo de produto. Fator fundamental para o crescimento e inovação no mercado cervejeiro artesanal, ajudando não somente no aumento de rótulos, mas também na abertura de novas cervejarias. EIN BIER Você morou oito anos na Europa. Qual a sua avaliação das cervejas brasileiras? Douglas M.: A qualidade das cervejas brasileiras está em constante evolução. O maior problema da cerveja brasileira é a disponibilidade de insumos, desde ingredientes da receita (lúpulo fresco, variedade abundante de fermentos, maltes especiais) até outros, como por exemplo, variedades de garrafas. Isto faz com que as cervejas sejam muito parecidas de uma cervejaria para outra. Outro fator negativo é o uso da filtração e pasteurização no processo de produção. Estes dois processos diminuem sensivelmente a qualidade organoléptica da cerveja. Diferentemente da Europa, onde cerveja artesanal é sinônimo de não filtração e não pasteurização, o Brasil é um país tropical, com temperaturas quentes na maior parte do ano, o que
poderia comprometer a qualidade do produto ao longo do tempo. Logo, é compreensível que as cervejarias artesanais usem estes dois processos para estabilizar o produto. Porém, na minha opinião, o futuro do mercado de cerveja artesanal por aqui, é a exclusão destes dois processos. Já acontece, por exemplo, em cervejarias do RS e PR. Cito também a legislação brasileira para a produção de cerveja. Um exemplo clássico: a lei brasileira não permite o uso de matéria-prima de proveniência animal, na receita da cerveja (mel, lactose, ostras). Tal restrição limita a criatividade e a reprodução de algumas cervejas clássicas do mundo cervejeiro. O fator mais intrigante disto é que a lei brasileira permite a importação de cervejas de outros países que fazem o uso. EIN BIER Você é um homebrewer associado ao American Homebrewers Association. Você considera importante a experiência como homebrewer antes de abrir uma cervejaria? Douglas M.: Eu considero fundamental. Os homebrewers são os cervejeiros ‘fora da lei’, porque a legislação brasileira para a produção de cerveja não se aplica a esta categoria. Ou seja, o homebrewer pode fazer a cerveja com qualquer especificação e matéria-prima. Obviamente existem algumas restrições, como por exemplo, não é permitida a comercialização desta cerveja, devendo ser somente para consumo próprio do cervejeiro. Acerva Catarinense é uma associação que apoia essa categoria. EIN BIER Você fará um mochilão cervejeiro, em fevereiro, para a Bélgica. Como você observa essa experiência para o seu conhecimento? Douglas M.: Já viajei muitas vezes para a Bélgica, porém esse tour será diferente. Estou indo com profissionais do mercado cervejeiro nacional. Estão previstas 2 cidades no roteiro, Bruges e Bruxelas, com visitação nos mais importantes produtores de cervejas de fermentação espontânea (Lambic), a participação do Bruges Beer Festival e outras grandes visitações. EIN BIER Para finalizar, como você imagina o cenário cervejeiro brasileiro daqui dez anos? Douglas M.: Vejo um mercado desenvolvido e maduro, com uma importação de matérias-primas frescas e de qualidade. Uma legislação para a produção de cerveja em sincronia com o mix de inovação/tradição que as cervejarias nacionais estão vivendo. Outro fator determinante: a inclusão das microcervejarias no sistema Simples Nacional, para redução de impostos. E acredito, vivamente, que o Festival Brasileiro de Cerveja, em Blumenau (SC), se tornará um dos três maiores festivais cervejeiros do mundo. VAGAS PARA MOCHILÃO NA BÉLGICA: mochilao@bierlabs.com.br dougbiersommelier@hotmail.com
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COLUNA
CERVEJA ARTESANAL Cerveja Artesanal está na moda? Seguramente sim. É uma moda passageira? Com certeza não. Na Europa, principalmente na Alemanha, Bélgica e Inglaterra, esta moda já dura mil anos. Da mesma forma que a moda é feita de estilos, a cerveja também. Pale Ale, Bock, Weizen, Pilsen, Stout, Strong Ale, são estilos de cerveja que carregam história, e suas características refletem a personalidade de seus criadores. Mas de onde veio esta moda? Até bem pouco tempo atrás, tínhamos o hábito de comprar cerveja "pilsen" e estávamos satisfeitos com isso. Buscávamos diferença entre as marcas existentes, mas não percebíamos que experimentávamos praticamente um só estilo, como se todo mundo usasse roupas muito parecidas. Há duas décadas o mercado começou a mudar com o nascimento das cervejarias artesanais. Em um primeiro momento tímidas, restritas ao local de origem, na forma de chopp - cerveja não pasteurizada -, estas microcervejarias foram se espalhando pelo território nacional. Nos últimos anos vemos uma aceleração desta tendência, principalmente nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e a na nossa Santa Catarina.
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Como não poderia deixar de ser, há outras forças que se juntam à esse movimento. As grandes cervejarias, sentindo-se ameaçadas pelas cervejarias artesanais, começaram a importar marcas famosas e diferentes estilos de cervejas especiais de países com muita tradição cervejeira. Também compraram algumas cervejarias artesanais e tem começado a fabricar cervejas especiais. E, não menos importante, há pouco mais de uma década, se inicia a revolução do homebrew - fazer cerveja em casa - no Brasil. Cada dia mais pessoas produzem a sua própria cerveja, conhecendo desta forma a apaixonante diversidade por trás desta bebida. Estas pessoas influenciam suas famílias, amigos e conhecidos. É um caminho sem volta. A junção destas três forças tem impactado de forma positiva o mercado de cerveja impulsionando a experimentação e a busca por diferentes cores, sabores, aromas e texturas. Temos a impressão que está na moda, mas estas opções vieram para ficar, com cada dia mais estilos. Um brinde à diversidade! Um viva às cervejas!
CARLO ENRICO BRESSIANI Diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte, Blumenau/SC Doutor em Administração e Direção de Empresas, na Faculdade de Economia, Espanha
Cada dia mais pessoas ‘‘produzem a sua própria cerveja, conhecendo desta forma a apaixonante diversidade por trás desta bebida.
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NÃO É MODA, É ESTILO
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