Revista Ein Bier - 2ª edição

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de 2015 o e Março ir re e v e F / Edição 02 ITA! O É GRATU ESTA EDIÇÃ

DA

CERVEJA

bate RECORDE

de inscritos

mais GUIA ~ DE COPOS PARA DEGUSTACAO de CERVEJAS

~

ENTREVISTA COM A SOMMELIER DE CERVEJAS Cilene Saorin


VOCÊ SÓ TERÁ QUE NOS ENCAMINHAR UM E-MAIL COBRANDO. LOCALIZE NOSSO ENDEREÇO NA PRÓXIMA PÁGINA.


SE VOCÊ NÃO ACHOU FACILMENTE, É SINAL QUE JÁ EXPERIMENTOU MUITOS RÓTULOS POR HOJE. MAS CALMA, NÓS ENTENDEMOS!

contato@revistaeinbier.com.br /revistaeinbier @revistaeinbier


SORTEIO

O casal do @brejame não abre mão de uma boa cerveja e muito amor!

preserve a natureza

E A felicidade:

COMPRE CERVEJA, ANDE A PÉ E TIRE UMAS FOTOS PELA CIDADE!

A Dona Janildes comemorou seu aniversário em grande estilo!

D

ia 8 de janeiro foi um dia especial, dia do fotógrafo, e a Revista Ein Bier não poderia deixar de homenagear estas pessoas que possuem tamanha sensibilidade no olhar, eternizando momentos incríveis. Deste modo, através do instagram oficial da revista (@revistaeinbier) realizamos um sorteio e selecionamos duas fotos criativas dos seguidores participantes que são apaixonados por uma boa cerveja.

Um brinde a todos os fotografos e cervejeiros deste país!

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FEVEREIRO // MARÇO SUMÁRIO

06 // [EDITORIAL] 08 // a nova gastronomia da oktoberfest 10 // CERVEJA TRAZ BENEFÍCIOS PARA SAÚDE 12 // LEGISLAÇÃO: ALTOS IMPOSTOS 14 // [o caneco] cerveja artesanal catarinense 15 // [cervejaria] tradição europeia na mesa 16 // [cervejaria] incentivo a cultura cervejeira 18 // [especial] guia de copos para degustação

22 // [curiosidade] diferença entre chope e cerveja 24 // [cervejaria] embarque na magia inglesa 26 // [entrevista] sommelier de cervejas: cilene saorin 30 // [coluna] nem tudo que reluz é cerveja pilsen 31 // [concurso] festival brasileiro da cerveja 32 // [coluna] a harmonia entre cerveja e redes sociais 34 // [noite] fique a vontade: bom som, luz e cerveja

fale com a gente [47] 9998 0052 contato@revistaeinbier.com.br



----------EDITORIAL

a i s t r e v

SIM,

“(...) porque uma pessoa possuidora de coragem vai mais além”.

CORAGEM! A

conversa é assim: numa mesa de bar, numa prosa descontraída entre um petisco e outro, com uma bela cervejinha para acompanhar. Dentre grandes eventos, lugares fantásticos e brilhantes entrevistas, além de dialogar sobre o que mais nos agrada (cerveja), iremos conversar sobre coragem. Sim, coragem! A entrevistada deste mês, a admirável Sommelier de Cervejas Cilene Saorin diretora de educação da secular Doemens Academy no Brasil -, possui interpretação ímpar e certeira sobre a garra que os iniciantes - e iniciados precisam possuir no mercado de trabalho cervejeiro. E, mais que isso, coragem para ultrapassar tabus que a sociedade impõe, principalmente, às mulheres. Lembrando: “Nenhum trabalho, nenhum mesmo, tem o seu bônus sem o ônus”. Trouxemos também algumas informações sobre o maior encontro cervejeiro do país, o Festival Brasileiro

da Cerveja, com objetivo de disseminar o conhecimento sobre o universo da cerveja na terra catarinense, em Blumenau/SC. Ah, sim. Não poderia deixar de falar da novidade! A partir desta edição as capas da revista receberão um toque especial. Apresentaremos capas ilustrativas que envolverão mês a mês o melhor que o Estúdio Lúpulo de Criação tem a oferecer. O Estúdio Lúpulo de Criação é a base de toda 'pegada' criativa que possuímos na Editora, buscando diariamente tendências do mercado publicitário a fim de aliar conceitos à criatividade. A segunda edição da revista Ein Bier é especial para nós, e esperamos que seja para você também! BOA LEITURA!

BRUNA LONGEN // REDAÇÃO

PURO

Diretora GERAL Lívia Vieira

ÚDO

Mil ideias e cerveja

livia@editoracrie.com.br

redação Bruna Longen

Instagram e panetone

brunalongen@editoracrie.com.br

editora Aline Araújo

Chocolate e filmes clássicos

crie@editoracrie.com.br

design gráfico Estúdio Lúpulo lupulo@revistaeinbier.com.br comercial contato@revistaeinbier.com.br COLABORADORES Bierland Cilene Saorin Douglas Guardia Escola de Cerveja e Malte Goronah Marina Melz Vila Germânica CAPA Estúdio Lúpulo lupulo@revistaeinbier.com.br

A revista ein bier é uma publicação bimestral da EDITORA LÚPULO. a reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada pela editora, com crédito da fonte. revista ein bier rua netuno, 85 - blumenau/sc cep: 89037-526 // tel.: 47 9998 0052 18

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CONTE



-------EVENTO

Foto: Arquivo/Oktoberfest

BLUMENAU (SC)

A NOVA GASTRONOMIA

da Oktoberfest A grande novidade é a inclusão de novos pratos na festa, como é o caso do peixe, que será servido na Fisch Haus.

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>> santa catarina

Além do chope gelado, da música e Os nomes foram pensados e escodos trajes típicos, a grande atração lhidos de acordo com o cardápio que da Oktoberfest é a gastronomia, que será oferecido aos visitantes. Serão 19 pontos gastronômicos. São eles a todos os anos atraem turistas do Schweine Haus (Casa do Porco), Brasil e do exterior interessados em Schnitzel Haus (Casa do Escalope), provar a culinária típica da nossa Fisch Haus (Casa do Peixe), Geflügel região. Para valorizar e fortalecer Haus (Casa das Aves), Kebab Haus ainda mais a produção gastronô(Casa do Kebab), Spätzle Haus mica local, o Parque Vila (Casa do Spätzle), Enten Haus Germânica e a Secretaria de (Casa do Pato), Kartoffeln Haus Turismo vão promover muSerão (Casa da Batata), Wurst Haus danças nos pontos de ali19 pontos mentação para as próximas gastronômicos (Casa da Linguiça), Nuss Haus no evento. (Casa das Nozes), Bretzel Haus edições da festa. A identidade (Casa do Bretzel), Eis Haus (Casa visual e os nomes de todos os do Sorvete), Spiess Haus (Casa postos de venda licitados do Espetinho), Kuchen Haus foram reformulados, de acordo (Casa da Cuca), Waffel Haus (Casa do com a tradição alemã presente na Waffel), Buffet Haus (Casa do Buffet), cidade. Desde o início da atual Oktober Haus (Casa da Oktober), Bistro gestão, a organização do evento Enten Haus (Casa Bistrô do Pato) e tem uma grande preocupação em Offenkartoffeln Haus (Casa da Batata fazer da gastronomia mais um Recheada). diferencial de Blumenau.

DICA

Comum na nossa culinária, o peixe está presente nos cardápios do mundo inteiro e na nossa história, já que muitos imigrantes pescavam o próprio alimento. Na festa, será servido um sanduíche com hambúrguer de peixe empanado e também o tradicional Fisch & Chips (peixe empanado com batata frita). Outra novidade é o Schnitzel, que quer dizer escalope. A tradicional carne de porco possui uma variedade muito grande, de diversos tamanhos e na sua maioria são servidos fritos. "Nosso principal objetivo com essa reformulação dos pratos na Oktoberfest é resgatar a culinária dos imigrantes com criatividade e inovação baseandose na gastronomia atual germânica”, explica o presidente do Parque Vila Germânica e Secretário de Turismo Ricardo Stodieck.

Foto: Arquivo/Oktoberfest

CERVEJAS &

HARMONIZAÇÃO As salsichas típicas alemãs combinam com estilos Pilsen, Weizen, Vienna, Black, American Red Ale, Dunkel, Natural, Schwarzbier, Vienna Lager, Bohemia Imperial e Spaten.

PARCERIA Com o objetivo de qualificar ainda mais a gastronomia na Oktoberfest, a organização fechou a parceria com o Senac e um dos seus principais parceiros, o renomado chef Heiko Grabolle,

que ficará responsável por desenvolver o cardápio da festa e atuará como consultor na elaboração dos pratos. Heiko é alemão radicado no Brasil. É chef de cozinha do Senac (Blumenau) e dono da empresa Heiko Grabolle Gastronomia.

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-------SAÚDE

Cerveja

traz benefícios à saúde Além de ser uma opção para driblar o calor, a cerveja, quando consumida moderadamente, possui ótimos benefícios para a saúde. O responsável pelos efeitos positivos da bebida é o lúpulo, planta utilizada para lhe conferir amargor. Ele ambém é utilizado como composto medicinal no tratamento de insônia, nervosismo, dor de cabeça, falta de apetite e até mesmo ação anti-inflamatória.

C

onforme uma pesquisa publicada na revista Chemistry & Biodiversity, durante o estudo, os pesquisadores isolaram 13 compostos da planta que foram aplicados em ratos de laboratório para a comparação com um medicamento anti-inflamatório comercializado atualmente (indometacina). Depois das análises, ficou comprovado que 11 dos 13 compos-

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tos analisados apresentavam ação anti-inflamatória semelhante à do remédio. Outros dois compostos foram capazes de retardar a formação de tumores de pele, reduzir sua quantidade e até diminuir a incidência em ratos. Outra pesquisa avaliou o efeito do lúpulo na prevenção do desenvolvimento do câncer de mama. Através da aplicação do extrato de

lúpulo em uma linhagem de células mamárias, cultivadas em laboratório, que estão mais propensas a desenvolver esse tipo de câncer, foi mostrado que ele é capaz de inibir a formação de algumas substâncias que favorecem o aparecimento de tumores, além de dificultar a transformação das células em ameaças cancerígenas.


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E não para por aí! Outro benefício comprovado do lúpulo é sua ação neuroprotetora. Ela encontra-se no xanthohumol, principal flavonóide presente na planta e que, em testes com ratos, mostrou-se capaz de melhorar o fluxo sanguíneo cerebral, inibir respostas inflamatórias, morte celular programada e formação de coágulos. Segundo a ciência, o lúpulo teria até efeito antiobesidade, já que o

extrato da planta inibiu o aumento tanto do peso corporal, quanto do peso do tecido adiposo em ratos com uma dieta rica em gorduras. A experiência, que durou 20 semanas, mostrou que o lúpulo foi capaz, ainda, de reduzir o tamanho das células gordurosas e do acúmulo de gordura no fígado, e seu extrato também melhorou a intolerância à glicose, contribuindo para evitar o desenvolvimento de diabetes.

Lúpulo (Humulus lupulus)

SAÚDE


------------LEGISLAÇÃO

CERVEJARIAS ARTESANAIS

FRENTE À FALTA DE APOIO

GOVERNAMENTAL

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>> LEGISLAÇÃO

Há muito tempo as cervejarias artesanais brigam para que os impostos que incidem sobre sua produção sejam calculados de forma justa e proporcional. Proprietários de renomadas cervejarias artesanais no sul brasileiro revelam o descaso governamental, argumentando a falta de incentivo em relação ao produto. Atualmente, elas pagam altos impostos, tais quais as cervejarias de grande porte, apesar de serem artesanais e envolverem um custo elevado de produção, até mesmo pela qualidade da matériaprima. Ocorre que o setor, apesar da inovação de produtos, caiu no descaso da ajuda governamental, onde se é amplamente debatido temas como a capital nacional da cerveja, eventos cervejeiros, bem como variados concursos do segmento e esquecido o custo gerado desde o processo de fabricação até o produto final estar nas prateleiras. Sobre este setor recai uma carga tributária surreal, beirando o absurdo, o que está inviabilizando economicamente as micro cervejarias.

RIO DE JANEIRO É EXEMPLO O estado carioca é exemplo no cenário. A Assembléia Legislativa aprovou o projeto de lei que reduz a alíquota do ICMS sobre a cerveja artesanal para 13%. De acordo com registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento enquadram-se as cervejarias artesanais que produzem até 6 milhões de litros por ano e usam no mínimo 80% de malte de cevada, trigo ou centeio em seus produtos. Até então, essa classe era tributada como as grandes cervejarias, pagando a mesma alíquota sobre o preço final do produto comercializado. É necessário o apoio dos estados e municípios brasileiros para expansão do cenário cervejeiro artesanal em nosso país. Tal apoio tributário para as micro cervejarias, como o exemplo do Rio de Janeiro, é uma reforma necessária para a expansão econômica do setor e deveria ser considerada nos demais estados brasileiros, principalmente naqueles que já possuem em sua bagagem uma listagem delas, crescentes ano a ano, visível a olho nu e que merece a devida atenção.

ONDE ESTÃO OS INCENTIVOS FISCAIS DAS CIDADES E ESTADOS BRASILEIROS QUE SÃO ÍCONES DA CERVEJA ARTESANAL?

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loja virtual

CERVEJA ARTESANAL CATARINENSE TEM LUGAR CERTO: o caneco A paixão por cerveja artesanal, uma amizade de mais de 30 anos e a curiosidade por novas culturas fez com que dois amigos criassem uma empresa inovadora

O

Caneco é um e-commerce de comercialização de cervejas artesanais com sede em Blumenau, a terra da cerveja, e possui exclusividade no seu modelo de negócio: cervejas artesanais produzidas em Santa Catarina. Muito além da paixão por cervejas catarinenses, a empresa prioriza a confiança que seus clientes o depositam, resultando em um trabalho rápido, eficaz e de qualidade. Para isso, os fundadores entendem que tamanha confiança pode ser demonstrada através da humanização do portal da empresa, onde o cliente consiga saber quem está do outro lado da tela, atuando no negócio: “Precisamos ser pessoais no tratamento com o público, respeitando cada cliente que nos procura através de um bom trabalho”, salienta Silvano Spiess, um dos 14 EIN BIER

sócios da empresa. Em entrevista ao site E-commerce News, um dos principais sites do gênero no país, Silvano explica que nos dias atuais existem diversas lojas online de cervejas no Brasil, motivo pelo qual a empresa decidiu focar em um nicho específico: “Nosso portal se destina a todos os apreciadores de boas cervejas e também a quem visita nosso estado, degusta nossas cervejas e tem dificuldade em encontrá-las em suas cidades de origem”. O executivo destaca que a cultura cervejeira da região é um dos diferenciais que traz credibilidade ao site: “Em Blumenau temos uma grande tradição germânica, como a Oktoberfest, o Festival Brasileiro da Cerveja e a Escola Superior de Cerveja e Malte, que possui vínculo com a sólida Doemens Academy”.

Os produtos são dispostos no site por categorias como tipos de cerveja, cervejarias e graduação alcoólica. Ou, se o cliente preferir, estão também disponíveis interessantes Kits para Degustação. A compra na loja virtual é simples de ser realizada e a distribuição é nacional através dos Correios ou Jad Log: “Nossas cervejas são despachadas em embalagens especiais para conservação, e chegam na casa do cliente em tempo médio de 5 dias”, comenta Spiess.

ACESSE: www.ocaneco.com.br


>> CERVEJARIA

Foto: Angelo Virgilio

Batat r t Ingrediente

Tradiçã EUROPEIA NA MESA Cervejaria Bier Vila serve a tradicional batata rosti, prato que tem origem na Suíça A gastronomia europeia é cheia de surpresas. E um dos ingredientes mais utilizados nos pratos naquela região é a batata. Os suíços, por exemplo, criaram uma receita que alia o sabor desta iguaria – no Brasil geralmente utilizada como um acompanhamento – a diversos recheios. A novidade conquistou a Europa e chegou ao Brasil. Em Blumenau (SC), quem visita o Parque Vila Germânica não pode perder a chance de provar a batata rosti, uma das especialidades da Cervejaria Bier Vila. A casa prepara oito sabores da iguaria. Entre eles, a tradicional linguiça

Blumenau ou então com champignons (que é a opção perfeita para vegetarianos). Com toda essa variedade de sabores, as harmonizações também variam. Na casa há 400 rótulos nacionais e internacionais de cervejas, além de 12 opções de chope. A Cervejaria Bier Vila funciona todos os dias (inclusive aos domingos e feriados), das 10h às 23h e fica no Empório Vila Germânica, junto ao Parque onde ocorre a Oktoberfest. Para reservas entre em contato pelo (47) 3329-0808.

400g de batata ralada 100g de queijo mussarela 100g de carne seca desfiada óleo ou margarina sal a gosto salsinha para decorar

Ingrediente Pré-cozinhe a batata por 10 minutos e, em seguida, rale no formato mais grosso que o seu ralador tiver. Tempera a batata com um pouco da sal. Forre uma frigideira com a batata, como se fosse formar uma cama para o recheio. Insira o queijo e a carne seca. Cubra com a batata ralada no mesmo formato da cama onde o recheio foi colocado. Coloque no fogo médio e, pelas laterais da panela, coloque um pouco de óleo para dar crocância à batata. Quando dourar, pegue outra frigideira do mesmo tamanho e vire a batata. Regue novamente com óleo para que o sabor fique uniforme.

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-------------cervejaria

Bierland incentiva a cultura cervejeira com concurso anual O Concurso Cervejeiro Caseiro Bierland é sucesso desde 2012 e terá mais uma edição neste ano. Realizado anualmente pela Cervejaria Bierland, de Blumenau (SC), o Concurso Cervejeiro Caseiro Bierland ocorre desde 2012, e convida os cervejeiros caseiros de todo Brasil a apresentarem suas melhores cervejas, dentro de estilos pré-definidos pela organização. O principal objetivo da iniciativa é contribuir para o fortalecimento do vínculo entre a cervejaria artesanal e os cervejeiros caseiros, por meio da colaboração e da troca de informações entre as pessoas que participam destes dois universos, unidas especialmente pela mesma paixão: o fazer cerveja! “Para nós, o concurso é uma forma de estar perto dos cervejeiros caseiros e também oxigenar nossa produção; é uma excelente troca para ambos os lados”, destaca um dos sócios da Bierland, Eduardo Krueger. Ele reforça que a edição deste ano já foi lançada e os detalhes podem ser obtidos no site www.bierland.com.br. 16 EIN BIER

O grande diferencial do concurso é a produção e o engarrafamento da receita vencedora pela Bierland e os ganhadores acompanham todo o processo. Este é o sonho de muitos cervejeiros caseiros, como Carlos Henrique Menezes e Silva e Alessandro Pereira Lins, ambos bioquímicos e microbiologistas. Eles venceram o Concurso Cervejeiro Caseiro Bierland 2014, que tinha como desafio desenvolver uma cerveja no estilo Strong Scotch Ale, também conhecido por Wee Heavy. No mês de dezembro, Silva representou a dupla vencedora e acompanhou a produção do primeiro lote da Bierland Wee Heavy, na fábrica em Blumenau (SC), feita a partir da receita campeã. Nesta etapa foram produzidos 1.000 litros da bebida. “É um sonho que está se realizando. Quem não quer ter sua cerveja caseira produzida em escala industrial por uma cervejaria de alta qualidade como a Bierland? É um

reconhecimento muito bom”, compartilha Silva. Rubens Deeke, sommelier de cerveja da Bierland, conta que a nova cerveja será lançada no Festival Brasileiro da Cerveja, em março de 2015, e se diz satisfeito com os resultados obtidos com o projeto do Concurso Cervejeiro Caseiro Bierland. “O concurso sempre proporciona uma troca incrível entre o cervejeiro e a cervejaria. O momento de produzir a receita campeã é um trabalho a quatro mãos, onde todo mundo ganha”, relata. Deeke é o principal organizador da competição e complementa que o estilo definido para a edição deste ano é o American Barleywine (BJCP 2008 19C). Silva ressalta o respeito da Bierland com a receita original, inscrita no concurso. “É muito bom esse sentimento. Quando a nossa cerveja começa a ser produzida, a receita é elaborada o mais próximo da original possível. Claro que alguns ajustes são feitos, mas não há mudanças drásticas e tudo é discutido conosco e decidido em conjunto, o que nos deixa muito felizes”, explica.

Na primeira edição do Concurso Cervejeiro Caseiro Bierland, em 2012, 60 cervejeiros caseiros de Santa Catarina participaram. O estilo de cerveja definido para guiar a competição foi o Belgian Blond Ale. O sucesso da primeira edição resultou na incorporação da competição no calendário anual de atividades e eventos da Bierland, consolidando-o como um dos principais canais de relacionamento da cervejaria com os cervejeiros caseiros, juntamente com o apoio permanente ao movimento organizado das ACervAs – Associações de Cervejeiros Artesanais de todo o país. No ano seguinte, o concurso passou a ser oficialmente homologado através do AHA/BJCP Sanctioned Competition Program (SCP), atendendo às mesmas diretrizes que orientam a organização dos maiores e mais importantes concursos de cerveja caseira no mundo inteiro.



-----------especial

GUIA

ESPECIAL

PARA ASSINANTES

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ESPECIAL

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PARA ASSINANTES

GUIA DE COPOS PARA DEGUSTAÇÃO DE CERVEJA

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ESPECIAL

GUIA

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GUIA DE COPOS PARA DEGUSTAÇÃO DE CERVEJA

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--------------CURIOSIDADE

Os ingredientes são os mesmos. No entanto, a cerveja passa pelo processo de pasteurização para que seja conservada por mais tempo. O chope é uma derivação do termo alemão “schopp”, que não determina um tipo específico de bebida, mas, sim, uma quantidade de líquido equivalente a 300 ml. No Brasil, a palavra já virou sinônimo para aquela cerveja cremosa, tirada na hora do barril, mas se você for a um bar na Alemanha e pedir um chopp, o garçom certamente irá se confudir. Respondemos algumas dúvidas sobre a temática 22 EIN BIER

Foto: Sociedade da Cerveja

Quanto mais gelado, melhor o chope? Não. Chope muito gelado pode diminuir a capacidade sensorial das papilas gustativas, inibe a liberação de aromas e a percepção de sabores. Então, qual a temperatura ideal? A temperatura ideal varia de acordo com o estilo do chope. O mais comum é que sejam servidos entre 4º e 6º C. Chope estraga? Sim. A bebida oxida muito facilmente. Um barril de chope de estilo delicado tem prazo de validade de 10 dias, quando corretamente armazenado em câmara fria. Já uma garrafa, por ser pasteurizada, dura aproximadamente de 6 meses a 1 ano.

Porém também existem estilos que possuem validade indeterminada . Qual o tamanho ideal do colarinho? Cada estilo de cerveja possui formação característica de creme. Em geral, pode-se considerar cerca de 2 a 3 cm como suficientes. Por que se deve beber com colarinho? A espuma do colarinho é essencial para manter a carbonatação (gás). Ela protege a bebida do contato com o oxigênio, que pode fazer perdê-lo suas características.



-------------CERVEJARIA

a s e l g in ia g a m a n e u q r a b em ao som de um bom

O

Container Pub é mais do que uma homenagem ao espírito inglês. É a real atmosfera do Reino Unido na cidade blumenauense, com seus símbolos imortais nas paredes, no estilo, nos móveis e todos os demais conceitos por trás de uma cerveja. Cada detalhe do pub que fica dentro da cervejaria foi pensado para chamar de seu. Charme, classe e refinamento juntos em um ambiente absolutamente diferenciado. No balcão ou na mesa, ao som de rock'n'roll selecionado por especialistas, desenha-se um contra-

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ponto a tudo que se conhece em termos de cerveja na região. Atualmente, a cervejaria oferece três grandes rótulos para os amantes da cerveja artesanal e trará novidades para o Festival Brasileiro da Cerveja em março. Produzem uma Pilsen, uma Blond e uma Pale Ale.


COLUNA

CERVEJAria

cigana

registro da cerveja no Ministério da Agricultura e Pecuária - MAPA. Este último só pode ser realizado pela cervejaria detentora da fábrica. Caso a empreitada ande bem, logo a cervejaria hospedeira deve ficar sem espaço para expansão, limitando o crescimento. Olhando desde o ponto de vista de gestão, o modelo é extremamente inteligente. O detentor da marca e da receita pode trabalhar as questões de marketing - comunicação, comercialização e distribuição - sem se preocupar tanto com a produção e com os vultuosos investimentos em tecnologia que são necessários para uma planta industrial. Já o proprietário da fábrica pode se centrar em temas referentes à produção e qualidade. Ao que parece pode nascer daqui um novo mercado. Já existem estudos sobre a criação de cervejarias que não tenham marca própria, apenas criam a planta industrial e locam os equipamentos e mão de obra para várias cervejarias ciganas. Quem ganha com isso? O consumidor que cada vez tem mais opções à sua escolha. Um brinde ao recém começado 2015.

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Normalmente o cigano experimenta suas receitas em casa, na panela.

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Para quem se interessa pelo mercado cervejeiro, ouvir falar de cervejarias ciganas já se tornou comum. O método cigano de produção é utilizado por pequenos produtores que pretendem introduzir seus rótulos artesanais no mercado, mas ainda não têm capital inicial para ter a própria fábrica. A solução é "alugar" a estrutura de cervejarias para produzir as receitas. O nome cigano vem da possibilidade de migração para outras fábricas. Normalmente o cigano experimenta suas receitas em casa, na panela. Ele costuma ser um homebrew por definição. Em algum momento ele quer empreender, mas o capital para montar uma cervejaria facilmente passa de um milhão de reais. Como nem todo mundo tem um milhão no bolso, esta opção de negócio tem atraído olhares. Então temos possibilidade de comercializar a nossa própria cerveja sem necessitar tanto capital? Parece tudo ótimo, mas há alguns entraves. O primeiro e mais complicado de superar é encontrar um cervejaria disposta a locar espaço para a produção da cerveja cigana. Nem todas as cervejarias vem com bons olhos a troca de experiência. Também há questões de ordem burocrática, como o registro de marca e o

CARLO ENRICO BRESSIANI Diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte, Blumenau/SC Doutor em Administração e Direção de Empresas, na Faculdade de Economia, Espanha

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----------ENTREVISTA

MESTRE CERVEJEIRA E SOMMELIER DE CERVEJAS

CILENE SAORIN

Mestre-cervejeira pela Universidad Politécnica de Madrid, sommelier de cervejas e diretora de educação da secular Doemens Academy, Cilene Saorin, acumula mais de 20 anos de experiência no universo cervejeiro. Com vasta vivência prossional, de quem passou pelas maiores companhias cervejeiras do mundo e referência no segmento, Cilene assinou convênio com a Escola Superior de Cerveja e Malte, em Blumenau, e ministrou aulas da 1ª turma de Sommelier de Cervejas de Doemens Academy no sul do país. Além de contar um pouco sobre sua brilhante caminhada, a sommelier falou sobre o espaço da mulher no cenário cervejeiro, sobre o mercado de cervejas no Brasil e sobre aspectos importantes deste universo.

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Foto: Arquivo pessoal


>> ENTREVISTA

CILENE S. – Eu cursava o 4º ano da faculdade de Engenharia de Alimentos e já possuía um especial interesse em tecnologia de fermentações. A cerveja poderia ser, afinal de contas, um dos interesses, mas poderiam existir outras possibilidades na indústria alimentícia. Eu fiz parte de um processo de seleção na Companhia Brahma, em São Paulo. Era um processo grande, com muitas pessoas, e recebi este presente. Entrei na Brahma como estagiária em 1992. Tomei gosto por este trabalho com o estágio, pela bebida em si, pelo processo produtivo e pelo encantamento que a bebida traz para as pessoas. Desde o início da carreira, despertou muito minha atenção a alegria das pessoas ao me perguntarem com o que trabalho e receberem como resposta “cervejas”. Imediatamente se lança um sorriso, se troca uma ideia de forma muito fácil. Esse nível de sociabilidade logo me fez pensar ‘’Poxa! Esse negócio é legal, as pessoas se interessam pelo meu trabalho”. Por fim, também assumi um desafio particular ao enfrentar o preconceito que existia de que mulher em fábrica não era bem-vinda. Muitas portas foram fechadas explicitamente por esta razão. Hoje em dia, o mercado está diferente, porque muitas pessoas pensam diferente e evoluíram neste período e eu, assim como muitas outras meninas, sofro bem menos com este impacto "mulher e cerveja". Mas acredite: ainda existem muitas aberrações neste sentido! (risos)

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EIN BIER O mercado de cervejas no Brasil cresceu consideravelmente nos últimos anos. Qual a sua visão sobre este movimento de mercado? Existem três aspectos importantes que precisam ser analisados: econômico, demográfico e cultural. Do ponto de vista econômico, nos últimos 10 anos, nosso país evoluiu, ganhou poder aquisitivo, distribuiu renda e eu não estou falando do ponto de vista político, agora mesmo sem a intenção de discutir as estratégias politicamente – mas o fato é que políticas econômicas foram aplicadas, na estabilização da economia e na distribuição de renda, e isso fez com que as pessoas passassem a deslocar uma parte de seus recursos para itens de consumo que não são considerados básicos e então não são colocados como prioridade. Cerveja é um deles! Cerveja é um elemento da cozinha, da gastronomia, que não é prioridade número um. Se você tem dinheiro contado no bolso, você não compra cerveja. Agora, se você tem algum dinheiro sobrando no bolso, você passa a comprar cada vez mais e diferente na medida da sua idade. Por isso, o aspecto demográfico é

também muito importante. Você precisa ter renda disponível para compra de cervejas, mas você também precisa ter certa idade (tempo de vida) para entender seus próprios mecanismos de consumo. E eu não estou falando da maioridade, 18 anos, estou falando da mudança de hábito de consumo no decorrer da vida. Quando temos 20 anos, temos um hábito de consumo de bebidas alcoólicas diferente daquele aos 30, e bem diferente daquele aos 40 e muitos adiante que esperamos viver. O Brasil já não mais é um país jovem, envelheceu e tem muito contigente nestas faixas etárias médias. Por fim, o aspecto cultural, que não necessariamente corres-ponde à educação formal, mas sim à vivência das pessoas - o lugar onde elas moram, o que elas comem e bebem no dia-a-dia, o que elas ouvem e ou lêem. Com isso se constrói uma memória sensorial muito particular, de variável maturidade gastronômica. Nos últimos anos, vivemos em plena revolução da informação. Telefones, computadores, tablets, smartphones (...) Tudo isso traz a chance das pessoas receberem informações mais facilmente. A maturidade gastronômica - ou a maturidade de uma maneira geral - se dá com o poder que temos de transformar estas informações recebidas em conhecimento, e até mesmo, mais adiante, desenvolver sabedoria. Conclusão: O Brasil é um país que tem fatores climáticos e gastronômicos que naturalmente favorecem o consumo de cervejas. Consumo este sobretudo no âmbito popularesco, como a gente vê Brasil afora, com os rótulos mais produzidos e consumidos no país. A gente tem visto esse crescimento do mercado de cervejas, porque estes aspectos comentados anteriormente ainda correm a nosso favor. A economia não anda exatamente da forma como deveria, mas ainda não é negativa. O bônus demográfico, que reflete o crescimento da faixa populacional economicamente ativa, ainda existe, mas tem data para acabar. E essa vivência bombástica de informação, que sabe lá por quais caminhos ainda vai, deve colaborar na propagação da cultura das cervejas e fazer com que o consumo de cervejas com apelo gastronômico se amplie.

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O Brasil é um país que tem fatores ‘‘ climáticos e gastronômicos que naturalmente favorecem o consumo de cervejas.

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EIN BIER Como surgiu seu interesse por cerveja e o contato com o mundo cervejeiro?

Cilene Saorin

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----------ENTREVISTA

EIN BIER Atualmente, no cenário cervejeiro, há também o crescimento significativo das mulheres. Você já sofreu algum tipo de preconceito, sabendo que este cenário é praticamente composto por homens? CILENE S. - Sim. No começo de carreira, nos anos 90, era muito incomum ter mulheres no meio cervejeiro. Ainda mais em fábrica, justamente onde comecei. Eu encarei esse obstáculo como um grande desafio, que realmente me tomou de assalto pela vontade de desbravá-lo e de neutralizá-lo. Talvez, se não houvesse este preconceito, eu não teria sido tão impetuosa na vontade de fazer acontecer. Na medida em que o tempo passou, eu fui conseguindo conquistar um espaço, mostrar meu trabalho e minha garra. De uma maneira geral, as mulheres precisam ter postura ética profissional e dedicação muito intensas a fim de mostrar que não há qualquer diferença de gênero quando o assunto é competência. Antes, ser mulher na cena cervejeira era uma desvantagem. Hoje, parece fazer a diferença. Nada como o tempo e o trabalho árduo.

EIN BIER Cilene, que dica você daria para quem quer começar uma carreira como Sommelier de Cervejas? CILENE S. - Nenhum trabalho tem bônus, sem ônus. Trabalhar com cervejas é uma maravilha quando você está apaixonado pela bebida e imagina que esse seja o caminho do prazer no trabalho. De fato, ter paixão por este tema talvez seja o primeiro grande ponto. Mas sem esquecer que existe o trabalho árduo, longe de altas cifras e holofotes. Isso vem naturalmente com o tempo e é o bônus da história, basta fazer um bom trabalho. O que quero dizer com isso é que paciência e preparação são fundamentais para conquistar a exposição, o reconhecimento, a reputação, o poder da palavra. Na vida, um incessante empenho ético e técnico. No universo, a lúcida noção do 'inatropelável' tempo. EIN BIER Para finalizar: O que uma boa cerveja deve ter?

]Um sorriso no rosto, como resposta de quem a bebe.] Foto: Escola Superior de Cerveja e Malte

Cilene Saorin, da Doemens Academy, aproveita passagem pela Escola Superior de Cerveja e Malte para ministrar o curso de Sommelier de Cervejas e falar sobre o mercado cervejeiro.

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LÚPULO ESTÚDIO

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COLUNA

NEM TUDO QUE RELUZ é cerveja pilsen Chegou o verão e, com ele, as temperaturas insuportáveis que parecem aumentar a cada dia, à medida que afugentam as chuvas que São Pedro tanto quer enviar. Enquanto acendemos velas em agradecimento a “São” Willis Carrier, o inventor do ar condicionado, em alguns momentos a céu aberto não nos resta alternativa a não ser recorrer a ela, dourada, gelada e com dois dedos de colarinho. Aquela que chamamos de cerveja pilsen. O estilo pilsen é relativamente novo no mundo da cerveja, com a sua primeira produção sendo realizada no ano de 1842, pelo bávaro Josef Groll, na cidade que batiza o estilo da cerveja, situada na República Tcheca. Na época, a cidade passava por alguns problemas na produção de suas cervejas, o que forçou alguns cervejeiros e descartar mais de 30 mil litros de cerveja que não atendiam os padrões de qualidade. Groll tinha conhecimento de novas técnicas de malteação onde, ao contrário das tradicionais para a época, não caramelizava os grãos e permitia a produção de uma cerveja mais clara, com o que passou a ser chamado de malte pilsen. Além disso, diferente de outras regiões produtoras de cerveja, a pilsen possui o que chamamos de água mole, ou seja, uma água com baixa incidência de sais minerais. Essa combinação de fatores possibilitou a criação de um novo estilo de cerveja, aproveitando o que há de melhor no local.

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O local onde essa produção foi realizada persiste até hoje e é ponto de parada obrigatório para os cervejeiros que visitam a República Tcheca. A cervejaria PilsnerUrquell, que significa “cerveja original de Pilsner”, produz até hoje o rótulo que serve de inspiração a todos os cervejeiros que desejam consumir uma pilsen exemplar. As condições climáticas no Brasil são bem diferentes da República Tcheca bem como a disponibilidade de ingredientes. O lúpulo era praticamente impossível de ser produzido no Brasil em escala industrial, o que demandava importações de Saaz ou outras variedades disponíveis. Mesmo hoje, ainda temos produções tímidas feitas apenas para cervejas em série limitada. Outro fator crítico é o paladar do brasileiro. Se avaliarmos nossa dieta, o que temos de alimentos com características amargas? Um prato típico associado ao brasileiro é o feijão, arroz, bife e salada de alface e tomate. Não estamos acostumados a consumir alimentos amargos. Juntando a preferência do público com a necessidade de importar menor lúpulo, os níveis de amargor foram diminuindo cada vez mais na cerveja, fugindo ao estilo proposto inicialmente e criando um novo, chamado de American Standard lager. Outra diferença entre o standard lager para o pilsen é no uso de adjuntos cervejeiros. A pilsen tradicionalmente é produzida com malte pilsen ou outros

Nicholas Bittencourt Sommelier de cervejas formado pelo SENAC/Doemens e editor do blog Goronah. maltes de cevada para ajuste de cor. Já a standard lager, para proporcionar um preço mais baixo e mais acessível ao consumidor, pode utilizar milho ou extrato de malte. Hoje o Standard Lager é o estilo mais consumido no Brasil, mas infelizmente algumas cervejarias ainda insistem em comercializá-lo como pilsen, gerando desinformação em um mercado em crescimento. Colocando os dois estilos lado a lado é fácil perceber a diferença, que começa pela aparência. A pilsen, de cor dourada, contrasta fortemente com a cor pálida, quase transparente, das standardlager. No aroma, percebemos a complexidade do malte e o floral do Saaz, enquanto estes são sutis demais no segundo estilo. Se quiser conhecer a diferença entre os estilos na prática, alguns exemplares da pilsen que podem ser encontrados no mercado nacional são a PilsnerUrquell, a 1795 e a Czechvar, todas importadas. De produção nacional, temos as cervejas Bamberg Camila Camila, de Votorantim, São Paulo; e a WälsPilsner, de Belo Horizonte, Minas Gerais. Já as cervejas standard lager dispensam apresentação, mas uma lista de exemplares que temos no Brasil inclui a Brahma, Antárctica, Skol e Budweiser, produzidas pela Ambev; Itaipava, produzida pelo Grupo Petrópolis; e Schin, produzida pela Brasil Kirin.


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Foto: Arquivo/Vila Germânica

Concurso Brasileiro de Cervejas terá o triplo de participantes

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Festival Brasileiro da Cerveja se tornou uma referência para o setor na América do Sul, prova disso foi a grande adesão de inscrições para o 3º Concurso Brasileiro de Cervejas, que acontece entre os dias 8 e 10 de março no Parque Vila Germânica, na terra da cerveja, Blumenau (SC). Ao todo, serão 874 rótulos participantes, um acréscimo de 111% se comparado ao ano passado, quando 414 se inscreveram. Os números são ainda mais expressivos se relacionarmos com 2013, quanto 215 concorreram. A quantidade de cervejarias participantes também triplicou. Este ano, 136 marcas se inscreveram, en-

quanto que em 2013, apenas 42 marcaram presença. Serão 117 estilos diferentes de cerveja, 41 a mais que em 2014. Entre os mais populares a American-Style India Pale Ale aparece como sendo a preferida das marcas para o concurso. São 62 cervejas desse tipo. Depois, aparece a South GermanStyle Hafeweizen/Hafeweissbier, com 56 inscrições. Na sequência vem a Belgian Style White (or Wit) (35), American-Style Pale Ale (31), American Style Lager (30), Herb and Spice Beer (23), German-Style Pilsener (22), English-Style India Pale Ale (20), Imperial or Double India Pale Ale (17), Irish-Style Red Ale (17) e a Wood-and

EVENTO

Barrel-Aged Strong Beer (17). Para o presidente da Comissão Organizadora do Festival Brasileiro da Cerveja, Ricardo Stodieck, a quantidade de rótulos e cervejarias inscritos não é uma surpresa e esse número já era esperado. “O Concurso e o Festival são marcas registradas do Parque Vila Germânica e seguramente estão entre os melhores produtos que a cidade tem”, destaca Ricardo. A coordenadora técnica do Concurso, Amanda Reitenbach, também comemora a grande participação. Ela acredita que o aumento das inscrições se deve a grande quantidade de pessoas que estão consumindo e gostando de novas cervejas. “O aumento de rótulos e cervejarias inscritas é muito expressivo e importante não só para o concurso, mas também para o cenário cervejeiro brasileiro, pois mostra o crescimento do setor e a entrada de novos estilos no mercado nacional”, conta Amanda. Diferentemente das outras edições, o Concurso terminará antes do início do Festival. A ideia é promover um evento festivo para que os participantes e jurados possam interagir e confraternizar entre si. Na ocasião, a escolhida como melhor cerveja do Concurso receberá um troféu que será desenhado exclusivamente para o evento

A organização também já confirmou a presença de 36 jurados. Destes, 11 são do exterior, de países como Suécia, Bélgica, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Inglaterra e Chile. “O grupo de jurados foi selecionado de acordo com a disponibilidade de agenda e experiência. Sem dúvida, eles estão entre os melhores especialistas do mundo”, destaca o coordenador do Concurso Brasileiro de Cervejas, Valmir Zanetti.

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COLUNA

A HARMONIA

ENTRE CERVEJA E REDES SOCIAIS Nos dias atuais, não é surpresa que o método mais fácil e utilizado para trocar informações se faz por meio das redes sociais, tornando-se algo ágil, simples e que está ao alcance de boa parte da população brasileira. Em nenhum outro país as redes sociais possuem alcance tão grande quanto no Brasil, com uma audiência mensal de 29 milhões de pessoas. Nada menos que oito, em cada dez pessoas conectadas em nosso país, tem o seu perfil estampado em algum site de relacionamentos. E nós, que amamos uma boa cerveja e estamos sempre à procura de novos rótulos, aromas e sabores que emanam de uma garrafa desconhecida, muitas vezes recorremos a um, dois ou três amigos, blogs, sites e páginas que contemplem este universo incrível, buscando informações que nos façam ter a cerveja desejada em nosso bar particular. Mas o que tem chamado mesmo a atenção é a popularidade das fotos de cervejas que encontramos nas redes sociais, contendo informações preciosas para quem procura maior segurança em suas escolhas. A demanda das cervejas artesanais no cenário gourmet vem crescendo significadamente ao logo dos anos, e com esse sucesso, os adeptos aos sites de relacionamentos não perdem tempo

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para registrar suas degustações e disseminar a cultura cervejeira através de suas páginas na web. Além daqueles que publicam fotos por estarem em um momento de confraternização ou até mesmo descobrindo uma nova cerveja, há uma gama de perfis online que se dedicam a publicar fotos de inúmeros rótulos com o intuito de repassar informações de suma importância para quem busca detalhes sobre o produto, despertando curiosidade para novos sabores. Estas informações consistem desde dados básicos que acompanham em seus rótulos até uma avaliação sensorial da cerveja em questão, trazendo detalhes como: formação de espuma e sua persistência, coloração, carbonatação (gás), aromas e suas peculiaridades, sabor, sensação no paladar, retrogosto, dentre outros detalhes técnicos. Por definição, uma rede social online é uma página na rede em que se possa publicar um perfil público – com fotos e dados – e montar uma lista de amigos que integrem o mesmo site. Como em uma praça, um clube ou um bar, esse é o espaço no qual as pessoas trocam informações sobre as novidades cotidianas de suas vidas, mostram as fotos, comentam vídeos, compartilham ideias

Douglas Guardia Sommelier de Cervejas, possui o perfil @cerveja_o_liquido_sagrado com mais de 26 mil seguidores, no Instagram

e até descobrem novas oportunidades. O Instagram, aplicativo que permite aplicar filtros às fotos e compartilhá-las em redes sociais, já ultrapassou dos 100 milhões de downloads, e conquistou uma marca forte: é o aplicativo de fotos mais relevante do mundo. Mas o que isso tem a ver com o universo cervejeiro? Tudo! O instagram é um ótimo local para se ter experiências brilhantes no conhecimento de inúmeras cervejas, o que possibilita aos apaixonados pela bebida saber o que estão comprando dentre as variedades do mercado atual. Hoje, facilmente encontram-se perfis que trazem informações básicas das cervejas em suas publicações diárias, disponibilizando dicas de cervejas nacionais e importadas, que estão ao alcance do público nas gôndolas de supermercados, empórios e eventos no Brasil. Se você está buscando um novo rótulo para degustação, aí vai uma dica: siga as redes sociais de perfis cervejeiros, escolha a cerveja que caia no seu gosto e desfrute um belo brinde com seus amigos!


DELIVERY (47) 3326.1335 - 3035.6126 // Segunda a Sรกbado, a partir das 18h


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NOITE

Foto: Arquivo/Beer Rock

Fique a Vontade: bom som, luz baixa e cerveja!

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sonho de inaugurar um pub que tivesse suas características originais sempre foi o sonho de Alan Lach, um dos sócios do Pub Beer Rock, localizado no Alto Vale Catarinense, na cidade de Presidente Getúlio. Por ser entretido na organização de eventos, não demorou muito a convencer seu irmão, Anderlee Lach, a embarcar no mundo dos negócios noturnos e hoje formam a linha de frente de um dos pubs mais comentados da região. Foram meses de preparação e planejamento até encontrarem o local ideal que se encaixasse na visão do empreendimento. Foi em uma

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antiga estrutura, onde funcionava uma malharia, mas que por ocasião do destino, em meados dos anos 50, havia sido construída para ser uma fábrica de bebidas (a qual operou por alguns anos) que o sonho se concretizou. Quanto à parte arquitetônica, bom... Todas as idéias de reforma, temática e decoração foram originadas pelos próprios irmãos, mantendo o lugar ainda mais primário, insólito e criativo. Com mais de 40 opções de cervejas, incluindo renomadas e premiadas cervejas artesanais brasileiras e estrangeiras, o Pub Beer Rock tornou-se o lugar ideal para quem

gosta de apreciar uma boa bebida em um círculo de amigos ao som do bom e velho rock and roll. Ambiente agradável e que desperta também o paladar gastronômico dos visitantes com seus deliciosos petiscos para harmonização. O brasileiro nunca se interessou tanto por cerveja artesanal e não é à toa que cerveja é a bebida alcoólica mais consumida no país. Para alegria de muitos, a cultura cervejeira está em expansão. Aliar esta cultura a lugares como o Beer Rock é um dos objetivos primordiais dos proprietários do estabelecimento. Contudo, recepcionar os clientes com satisfação é um dos ingredientes sólidos do pub: ‘‘Você deve abrir um pub como se fosse dar uma festa na sua casa. O segredo de um pub é a recepção, a educação em servir bem quem vai até seu estabelecimento. É preciso trabalhar para agradar o seu público”, argumenta Alan.




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