Elphie ANO 1, PRIMEIRA EDIÇÃO, JUNHO 2017.
Amém, Skam! A série norueguesa se despede depois do grande sucesso.
E MAIS: MERGULHE DE VEZ NA CULTURA ORIENTAL.
Ano 1, edição 1 A revista Elphie é uma publicação online voltada para o público jovem interessado em assuntos nerds diversos. Nosso objetivo é criar um conteúdo fora do padrão que te atenda com qualidade. É muito fácil encontrar informações online. Hoje se você quiser aprender algo novo, com certeza encontrará um vídeo tutorial no youtube. Com esse volume de conteúdo, é fácil se perder e difícil ser encontrado. Por isso essa revista existe, para compartilhar o trabalho de pessoas legais, que falam sobre assuntos diferentes e que talvez estejam ofuscadas sem ter o espaço que merecem. Nós amamos entretenimento americano, como todo bom brasileiro, mas queremos ir além do padrão cultural Hollywood. Queremos falar sobre séries maravilhosas e quase
desconhecidas vindas do velho mundo. Queremos compartilhar paisagens de tirar o folego lá da Ásia. Nosso desejo é ressaltar o quanto o mundo pode ser interessante quando exploramos diferentes abordagens. Por fim, você também vai encontrar por aqui um espaço especial para quem sonha em compartilhar seu olhar sobre a vida com suas próprias palavras. Com um cantinho dedicado a publicação de contos e crônicas, você pode ser um membro honorário da equipe Elphie enviando seu texto para revistaelphie@ outlook.com. Os textos aqui são apenas o início de um diálogo que queremos continuar pelas redes sociais. Então curta facebook. com/revistaelphie e nos acompanhe nesta aventura!
Sumário Conto
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Paraísos Asiáticos
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CJ E&M e seu excelente desempenho na área de entretenimento
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Como o dia dos namorados é celebrado no Japão e na Coreia do Sul?
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Amém, Skam!
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Crônica
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Organização Ana Marques Júnio Moreira
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Autores Jesianne Delfino Letícia Ribeiro Stefany Christina
Imagens freepik
Sujeito indefinido Eu senti uma angústia quando abri a porta de casa e a escada que levava para o segundo andar estava completamente silenciosa, vazia. Doía-me a visão daqueles degraus. O corredor do segundo andar era a mesma coisa. Rodeado de porta-retratos das pessoas que supostamente nos amavam. Nosso quarto, uma mesmice. Repleto de livros comprados por puro capricho. A luz do sol caia sobre os móveis empoeirados. A cama, um caos. Olhando aquele quarto a impressão que me invadia era a de que a vida havia saído pela janela e não mais voltado. Mas há um livro. Um único livro. O único que vale a pena ser lido. O seu favorito. Sob a janela está uma mesa. E nela, há um caderno. Um caderno cheio de nomes. Ao lado do caderno, há um porta retrato. O único não empoeirado. Sua foto ainda está lá. Sempre esteve. Lembro-me daqueles verões em que a casa estava cheia de vida. Aqueles em que eu sempre tirava uma centena de fotografias. Eu abria a janela para ouvir a música que você colocava para tocar no jardim. Eu olho para este chão destruído e lembro-me que dançávamos sobre este piso cor de areia. Você se lembra de quando tentou me ensinar a dançar?! Foi quase tão desastroso quanto aquela vez que decidimos pintar nosso quarto. O cheiro era insuportável e parecia inundar minha cabeça. Dormimos no quintal, sob as estrelas. Foi uma de nossas melhores madrugadas. Bem, temos sorte. Tínhamos! Eu sempre te disse para não tentar compreender o tempo. E agora, sou eu quem está tentando compreendê-lo. Você se lembra de como passávamos horas fazendo coisas estúpidas? Horas falando sobre assuntos completamente desconexos, falando sobre a vida. Em minhas lembranças, vejo duas pessoas felizes sonhando com um futuro eterno. Mas éramos realmente felizes? O que realmente significa felicidade? A gente sempre espiava a velhinha da casa ao lado fazer quase malabares com o lixo enquanto seu marido aplaudia. E quando ele se foi, perguntei a ela como se sentia. “Fomos felizes, criança. Isso é o que importa.”, ela disse. Quando a questionei sobre como tinha certeza daquilo, respondeu: “Felicidade é um dia, um momento, uma coisa. Felicidade é algo que, quando acontece, a gente não compreende o que é. Felicidade é uma lembrança boa.”. Você guarda alguma boa lembrança de mim? Escrito por: Ana Marques e F. V. Reis 3
PARAÍSOS
asiáticos
A Ilha de Jeju e seus encantos A Ilha de Jeju tornou-se em 2011 uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo, dividindo espaço no hall da beleza com a Amazônia e Cataratas do Iguaçú. No mês dos namorados, trazemos um destino que encanta pela beleza natural, eleita como um dos destinos preferidos pelos casais coreanos, a Ilha de Jeju, local de encantos naturais e obras cheias de luxúria. A ilha de Jeju é a província coreana especial autónoma, estando a 130km da costa sul, sendo a maior ilha do país. O local traz em seu território a maior montanha da Coreia do Sul, Halla-san, e um vulcão adormecido, com mais de 360 vulcões satélites próximos. A importância histórica desta região e seu valor cientifico, rendeu a ilha, o tombamento1 oficial pela UNESCO como Patrimônio Mundial, isto é, um local que é considerado de extremo valor para a história da humanidade e por isto deve ser preservado para as futuras gerações. TUBO DE LAVA - CAVERNA DE MANJANGGUL A atividade vulcânica rendeu a Ilha de Jeju um dos pontos de maior potencial turístico da província. Imagine uma trilha onde a lava percorreu há centenas de anos, sobrando apenas caminhos vazios, quilômetros e quilômetros abaixo pelo caminho, tornando-se um dos maiores túneis do mundo. Este é o Manjanggul. O caminho foi muito bem preparado para que os turistas possam aproveitar a região, com uma ótima sinalização e direito a show de luzes, que tornam a experiência mais inesquecível. MONTANHA HALLASAN Localizada no centro de Jeju, a maior montanha da Coréia
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do Sul é o destino preferido para os amantes de trilhas e escaladas. A caminhada é recompensada com uma belíssima imagem panorâmica da ilha. Além da contemplação do lugar, são cerca de 6000 espécies e plantas, algumas típicas, outras trazidas de diferentes áreas do país. Por se tratar de uma região montanhosa, é recomendada a visita em condições climáticas favoráveis, assim você não perderá nada! PARQUE DO AMOR – LOVELAND Jeju possui inúmeros atrativos turísticos, para todos os públicos e gostos, além da exuberância natural, a ilha conta com um museu ao ar livre para adultos. O Jeju Loveland possui ao todo 140 estátuas, de todos os biótipos, que remetem a poses românticas e/ou eróticas espalhadas pelo parque. São obras de arte extremamente criativas que atraem curiosos de todo o mundo. O clima é completado por adereços temáticos, tais como portas, maçanetas, entre outros itens com formatos eróticos que remetem a órgãos sexuais. TEDDY BEAR MUSEUM Procurando algo mais suave? O Complexo de Turismo Jungmun possui um museu dedicado a diversos pontos da história coreana e mundial, você pode ver desde um retrato dos tempos antigos, até figuras ilustres da atualidade. O detalhe está no fato de que todo o museu é caracterizado com ursos de pelúcias. Impossível não se apaixonar e querer levar um para casa.
O museu conta desde a presença do Teddybear Style, uma pelúcia em homenagem ao icônico cantor PSY, até referencias internacionais como Marilyn Monroe, o Papa ou o primeiro contato do homem na lua. É uma aula completa de história e conhecimento, mas com muita fofura e criatividade.
Coréia do sul
CACHOEIRA CHEONJEYEON E A PONTE SEONIMGYO Um conjunto de três cachoeiras de tirar o fôlego e surpreender amantes da natureza. Sobre a cachoeira Cheonjeyeon você pode conferir a íngreme ponte Seonimgyo com 7 ninfas encravadas em ambos os lados.
Na cultura coreana, o número 7 é sinal de boa sorte, e em maio os turistas têm a oportunidade de se banhar na cachoeira durante o Festival Chilseonyeo, o qual celebra a vinda das sete belas ninfas que descem dos céus a noite. O PARQUE LABIRINTO GIMNYEONG - Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui? - Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Jinyoung, JB e Bambam fizeram um Tour Curativo organizado por Jinyoung e conheceram o Labirinto Gimnyeong.
Ilha Jeju
O trajeto pelo labirinto pode ser feito facilmente em cinco minutos, caso você utilize o mapa, porém se você preferir um pouco mais de aventura, é possível fazer o caminho sem o auxílio. É claro, não precisa se preocupar em ficar perdido, você recebe instruções claras de como proceder caso desista de procurar a saída. Que tal uma competição com amigos em busca da saída. Você arriscaria sem o mapa? https://www.youtube.com/watch?v=B-YPOLa4oqM
- Eu não sei. - O gato, então, respondeu sabiamente:
INTERLIGANDO FICÇÃO E REALIDADE
- Sendo assim, qualquer caminho serve.
O Drama Coreano Lie to Me (estrelado por Yoon Eun Hye e Kang Ji Hwan), traz em alguns episódios a ilha como cenário, no mesmo período em que Jeju estava concorrendo como uma das Sete Maravilhas Naturais. A votação subiu com a divulgação muito bem-feita pela mídia coreana.
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Um dos pontos turísticos que mais me atraem em Jeju, não se destaca por ser o mais belo ou importante historicamente, mas traz em sua significação muitas nuances, e um conceito diferenciado de diversão. O Parque Labirinto Gimnyeong é um caminho arborizado localizado entre as cavernas Gimnyeongsagul e Manjanggul, foi fundado por Frederic H. Dustin3 e elaborado por uma das empresas mais reconhecidas mundialmente no ramo, a Adrian Fisher Minotaur Maze Designs.
Além disso, vários dramas famosos como Fated to Love you, Boys Over Flowers (entre outros) trazem a Ilha como
O labirinto possui o formato da ilha de Jeju, com folhagens originadas de toda a Ásia, com três passarelas aéreas os quais é possível ter uma visão geral do labirinto e um observatório perfeito para registrar o momento com uma foto. Além disso, é possível vislumbrar sete figuras (número da sorte) incorporadas ao labirinto. Algumas são bem visíveis como uma serpente, cavalos nativos e um navio, outras nem tanto, você consegue encontra-las? O boygroup sul-coreano GOT7, em seu reality show Hard Carry, esteve em Jeju e experimentou alguns atrativos desta bela ilha, entre eles,
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destino de férias e romance. O drama Goong (Princess Hours) estrelado por Yoon Eun-hye, Ju Ji-hoon, Kim Jeong-hoon e Song Ji-hyo, tem a sua ambientação na ilha de Jeju e inclusive foi homenageado no Teddy Bear Museum com pelúcias em miniatura. A ilha possui muitos complexos hoteleiros, resorts e hotéis de luxo, todavia com paciência, você também encontrará pousadas e hostels com valores que caibam no seu bolso. Para se deslocar até Jeju você terá algumas opções. É possível voar diretamente, algumas companhias aéreas fazem o trecho Seoul/Jeju, com um voo diário saindo de manhã, e retornando à noite. Ou se preferir, também há a opção de balsas que saem de Busan, Chuja, Mokpo, Nokdong e Wando. Todavia, o transporte aéreo continua sendo a melhor opção e você pode encontrar bons valores se planejar com antecedência. Jeju é apenas um pedacinho da Coréia do Sul de muitos outros que podem ser incluídos em sua viagem dos sonhos. Aos amantes da cultura oriental, é um prato cheio de experimentações gastronômicas e visuais, sensações de deixar qualquer um estupefato só de olhar!
9. J e j u Folk Village (제주민속촌) 10. Jeju Trick Eye Museum (제주 놀라운 트릭아이미 술관) 11. Jeju Glass Museum (제주유리박물관) 12. Jeju Folklore & Natural History Museum (제주도민 속자연사박물관) 13. Jeju World Natural Heritage Center (제주 세계자 연유산센터)
A cada edição traremos curiosidades e informações sobre as mais variadas cidades e regiões asiáticas, aliando o prazer em conhecer o novo, com um olhar que busca trazer uma experimentação diferenciada sobre a cultura oriental.
14. Jeju Dongmun Traditional Market (동문재래시장)
Caso tenha sugestões de lugares, envie-nos um e-mail para: revistaelphie@outlook.com
17. Bultapsa Temple - Jeju (불탑사 (제주))
15. Jeju Sculpture Park (제주조각공원) 16. Jeju Island Special Tourist Zone (제주도 관광특구) 18. Gwaneumsa Temple (Jeju) (관음사(제주))
TAMBÉM VALE A PENA:
19. Jeju National Museum (국립제주박물관)
Existem tantas atrações em Jeju que é necessário alguns dias e muita vontade para conhecer todos, entre os pontos que valem a pena conferir, cito os principais:
20. Jeju Haenyeo Museum (해녀박물관)
NATURE: 1. Seongsan Ilchulbong (성산일출봉) 2. Jungmun Saekdal Beach (중문·색달 해변) 3. Daepo Jusangjeolli Cliff (주상절리(대포동지삿개) 4. Jeju Stone Park (제주돌문화공원) FOR FUN: 5. Jeju Waterworld (제주워터월드)
21. Jeju Museum of Art (제주도립미술관) FESTIVAIS: 22. Jeju Olle Walking Festival (제주올레걷기축제) 23. Jeju Fire Festival (제주 들불축제) 24. Jeju Cherry Blossom Festival (제주 왕벚꽃축제) 25. Jeju Udo Seashell Festival (제주우도소라축제) 26. Jeju Hueree Apricot Flower Festival (휴애리 매화 축제) 27. Jeju Canola Flower Festival (제주 유채꽃축제)
6. Jeju Glass Castle (제주유리의성) 7. Jeju Mini Land (제주미니랜드) CULTURE: 8. O’sulloc Museum (오설록티뮤지엄)
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Escrito por: Jesianne Delfino (Musa-sama)
Imagens: expedia.com.br 1 Tombamento é um termo para informar que um patrimônio teve registro em um órgão competente, possuindo valor para uma comunidade e sendo protegido por meio de legislação específica. 2 Trecho de Alice no País das Maravilhas (1965), de Lewis Carroll 3 Professor Americano na Universidade Nacional de Cheju
CJ E&M e seu excelente desempenho na área de entretenimento A Coreia do Sul é um país pequeno, mas que, em termos de entretenimento, possuí uma massiva e gigantesca indústria. Existem várias empresas voltadas para esse tópico por lá e, mesmo considerando oferta e procura, nenhuma deixa a desejar em suas produções.
A CJ E&M (CJ Entertainment and Media) é uma companhia sul-coreana voltada para a área de entretenimento, sendo parte do CJ Group, um conglomerado voltado, também, para as áreas de alimentos e farmacêutica. Criada em 2010, CJ E&M é ligada as áreas de musica, televisão e cinema, contendo quatro divisões: - CJ E&M Broadcasting Division: responsável pelos canais de TV a cabo; - CJ E&M Film Division: responsável pela produção e distribuição de filmes e alguns dramas; - CJ E&M Music Performance Division: responsável pela produção e distribuição de musicas, e também pelas agencias musicais e atores; - CJ E&M Smart Media Division: responsável pela media online. Na área de TV e dramas, algumas de suas subsidiarias são os canais OnStyle, OCN e TvN. OnStyle é um canal no qual os temas principais são beleza e moda, mas que também já transmitiu showcases de artistas. Alguns de seus programas são: Get it Beauty, Lipstick Prince e The Face Korea. Alguns exemplos de showcases temos: Jessica & Kristal, Channel Girl’s Generation e Channel AOA. OCN (Orion Cinema Network) é outro canal CJ E&M, esse voltado mais para filmes. Nos anos 2000 se tornou o mais assistido na Coreia do Sul, o que originou seu slogan “South Korea’s Number 1 Movie Channel”. Atualmente o canal também transmite alguns dramas
como Voice (2017) e My Secret Romance (2017).
TvN é um dos canais de TV a cabo mais famosos da Coreia do Sul. Possuindo vários programas de entretenimento como Saturday Night Live Korea e Three Meals a Day, o canal é mais famoso por seus dramas, grandes produções que cativam o coração dos telespectadores. Incluindo em sua lista sucessos como Oh My Ghostess e The K2, o canal foi responsável pela produção da serie Reply e Goblin: The Great and Lonely God, esses dois últimos ocupando o topo da lista de drama mais assistidos em TV a cabo, conseguindo mais de 18% de audiência em seu ultimo episodio. No quesito música, as produções também são massivas, contendo como subsidiarias agências como AOMG, criada por Jay Park e Simon Dominic, e FNC Entertainment, que traz em sua grade grupos como AOA, CNBLUE e FT Island. O sucesso é certo! Também pertencente à companhia CJ E&M temos o canal de música MNET, responsável por vários programas famosos como MCoutdown, Superstar K e Show Me The Money. Foi também responsável por programas que criaram vários grupos famosos como I.O.I (Produce 101), Twice (Sixteen), Winner e Ikon (Who Is Next?). Conta também, na sua programação, com um dos maiores prêmios de música na Coreia do Sul, MAMA (Mnet Asian Music Awards). Essa é apenas uma introdução de todo o trabalho produzido por essa empresa que, como várias outras, representa apenas parte do poder do entretenimento sul-coreano que vem conquistando o mundo. Continue acompanhando para se manter atualizado com a terra do kpop. Escrito por: Letícia Ribeiro
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Como o dia dos namorados é celebrado no
Japão e na Coreia do Sul?
Mês dos namorados chegando ao fim, para a alegria dos solteiros de plantão mas, para não deixar essa data batida, que tal conhecer um pouco como é a festa do outro lado mundo?
Para quem estava viajando por uma galáxia diferente, no último dia 12 aqui nas terras tupiniquins foi comemorado entre os casais o Dia dos Namorados, que diferente do resto mundo comemora a data em 14 de fevereiro, enchendo as ruas e redes sociais de amor, com declarações de diversas formas. Idealizado pelas lojas Clipper juntamente com o João Dória em 1948, aqui no Brasil a data é comemorada em junho para aquecer o mercado que nessa época do ano possui poucas datas comerciais o que fazia as lojas terem quedas nas vendas. O dia doze foi escolhido por que o dia seguinte, 13, é o dia de ninguém mais que o santo dos casamentos, o coitadinho do Santo Antônio. Mas como será no Japão e na Coreia do Sul? HISTÓRIA Antes de efetivamente falar como acontece o Valentine’s Day nos outros países é interessante conhecer como surgiu a data, não é mesmo? A história de São Valentim provavelmente surgiu, visto que nem a própria Igreja Católica não sabe ao certo, no século III a. C. em Roma. Na época, o imperador Cláudio II proibia o casamento entre seus soldados, porque acreditava que os solteiros eram melhores e se dedicavam mais. Mas Valentim, um jovem ligado à igreja, discordava disso e, por isso, realizava casamentos entre as pessoas do local escondido. No entanto, após um tempo, suas celebrações foram descobertas e Valentim foi preso. Na prisão ele conhece uma garota, filha de um dos carcereiros, acaba se apaixonando por ela e os dois passam a se relacionar secretamente, até que são descobertos e Valentim é condenado à morte. Quando seus dias já estavam quase esgotados ele envia à sua amada uma carta e assina “de seu Valentim”, se tornando a primeira carta do dia dos namorados da história. NO JAPÃO Como o Japão e também a Coreia do Sul não têm uma grande parcela de cristãos em sua população, sendo em torno de 3% e 29% respectivamente, vocês devem estar se perguntando o pessoal do outro lado mundo comemora essa data, que de certa forma ligada à Igreja Católica? A resposta é sim, porém a comemoração deles não está ligada à igreja e sim ao comércio. No Japão a data foi levada pela confeitaria Mozoroff em 1936 que estava precisando expandir suas vendas, mas a data só se tornou popular no país com as lojas Isetan em 1958. E aqui acabam as semelhanças com o dia dos
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namorados brasileiro. Diferente dos diversos tipos de presentes que os amantes brasileiros trocam entre si na data, lá no Japão o principal presente é o chocolate e quem presenteia são as mulheres, que podem dar chocolate para todos os homens que conhecem, se quiserem, é claro. Lá os chocolates até ganham nomes diferentes para não confundir as pessoas e para as mulheres puderem, também, demonstrar ou confessar seu sentimento a quem elas realmente amam. Dentre eles, há o Giri Choco (ぎりチョコ, o chocolate “obrigatório”) que é o chocolate entregue a todos os homens que as garotas conhecem; o Family Choco (ファミリチョコ, o chocolate da família) que é dado a todos os homens da família da mulher; e Honmei Choco (おんめいチョコ, o chocolate do amor verdadeiro) o oferecido pelas garotas aos garotos que elas estão apaixonadas e para torná-lo mais especial, muitas vezes elas mesmas produzem os chocolates. Se você é um amante de animações japonesas, principalmente shoujos (animes voltados para garotas adolescentes), com certeza já se deparou com algum episódio que aborda essa data e, por isso, já deve ter uma noção de como tudo funciona. E se pensa que a comemoração acabou por aqui está enganado, pois depois do Valentine’s Day com as meninas entregando chocolates é a vez dos garotos retribuírem os presentes, mais precisamente um mês depois, 14 de março, onde ocorre o White Day. A data recebe esse nome por que geralmente as mulheres são presenteadas com chocolate branco. E se uma garota que entregou um Honmei Choco receber chocolate do garoto que presenteou isso quer dizer que ele aceita os sentimentos dela, se estão entendendo... COREIA DO SUL Na Coreia do Sul não é muito diferente do Japão. Lá há também o esquema de
as mulheres presentearem no Valentine’s Day e os homens no White Day. No entanto os coreanos não presenteiam somente chocolates, eles também costumam comprar outras lembranças, bem parecidas com as ocidentais, como flores e bichinhos de pelúcia, e também ir a encontros românticos, como jantares em restaurantes ou passeios por parques. Outra diferença entre os países asiáticos é que na Coreia do Sul todos os décimos quartos dias do mês é um dia especial para os casais onde eles demonstram seu amor de formas bem diferenciadas. E no dia 14 de abril, um mês após o White Day, ocorre o Black Day (블랙데이), um dia dedicado aos solteiros e aos que não receberam chocolates nas datas anteriores. Geralmente nessa data os amigos solteiros se encontram em restaurantes ou lanchonetes para comerem o Jajangmyeong (자장면 ou 짜장면/ jjajangmyeon), um prato de macarrão típico que possui uma cor escura por conta do molho de soja que é colocado no mesmo, e por isso a cor do dia. Nesse dia eles costumam se vestir com roupas escuras para comemorar com seus amigos com muita diversão, comidas de cores escuras e soju (bebida típica coreana feita de arroz, batata ou batata-doce). Muitos ainda se juntam ao grupo para ir ao cinema assistir algum filme e não se sentirem solitários, o que aconteceria se fossem sozinhos. Agora que conheceram um pouco dessas culturas e como elas comemoram essa data, vocês puderam perceber que eles não excluem ninguém e sempre arranja algum jeito para incluir todo mundo. Portanto, quem ainda não encontrou a tampa de sua panela pode ficar tranquilo, pois tanto no Japão quanto na Coreia do Sul você pode aproveitar essas datas sem estar em um relacionamento sério, só precisa ter amigos que topariam fazer esses programas ou então dar chocolates para demonstrar o quanto o ama. Escrito por: Stefany Christina 9
Você não está sozinho 10
“Todo mundo que você conhece está enfrentando uma batalha da qual você não sabe nada sobre. Seja gentil. Sempre.” “Caras não saem por aí chamando outros caras de vagabundos, então se você pensa que isso é injusto, você precisa parar de chamar outras garotas de vadias.” “O ódio não vem da religião. Vem do medo.”
Skam se despede depois do surpreendente sucesso no mundo todo. A série muito conhecida como “Skins da Noruega”, retrata a vida de um grupo de adolescentes sem evitar temas tabus, como sexualidade ou religião. Já podemos começar desconstruindo este comparativo com a tão famosa série britânica. Skins foi um grande sucesso, que até hoje coleciona fãs no mundo todo, revelando nomes como Kaya Scodelario e Dev Patel. A série trouxe na época uma visão diferente daquele padrão da vida norte-americana adolescente, que estamos tão acostumados. Os europeus possuem uma linguagem diferente. Isso aproxima Skins e Skam, mas não é o bastante para colocar ambas no mesmo patamar. Skam tem vida própria. Enquanto em Skins os personagens parecem destinados a se autodestruírem, a trama norueguesa é mais otimista e talvez até mais realista. Não existem muitas Effy Stonem por aí, mas por outro lado, todo mundo já conheceu uma Eva Kviig Mohn. Com o foco principal na dramaticidade dos relacionamentos nesta fase da vida, Skam, diferente de Skins, finaliza sua jornada deixando saudades e uma certeza de que o adeus foi digno e condizente com as temporadas anteriores. É difícil enumerar todos os méritos que levaram essa pequena série ao sucesso. Um ponto a se destacar é a forma como ela conversa com a nova geração. Um exemplo disso são postagens dos próprios personagens em tempo real nas redes sociais, a série dialoga com o público com uma proximidade assustadora. Como a maioria das produções bem sucedidas, Skam já teve seus direitos comprados para uma adaptação norte-americana, mas é seguro dizer que será difícil conquistarem com tanta sinceridade o coração do público. Sem
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se importar com a barreira do idioma, a base de fãs só cresce, fazendo do show norueguês assunto mais comentado nas redes sociais. Em um mundo globalizado, multicultural, é difícil para o indivíduo regular lidar com as diferenças. O que fazer quando você se apaixona pelo namorado da sua melhor amiga? Como lidar com o seu melhor amigo que se assume homossexual? Como equilibrar seus princípios morais e religiosos com as reivindicações de uma sociedade cada vez mais inclusiva e liberal? Skam trata do agora e de como precisamos nos adaptar as revoluções cotidianas. A série se encerra com quatro temporadas bem sucedidas, deixando clara a mensagem principal que permeia desde o episódio piloto: somos todos humanos e devemos lutar e sempre sonhar com a igualdade. O que resta é a esperança de que outras obras tão especiais sejam descobertas e que, seguindo este exemplo, conquistem o mundo.
“E se tudo parecer sem esperança, viva um dia de cada vez.” “Supere isso e passe a tratar os outros como humanos. Pare de andar por aí como um clichê de merda.” “Vivemos em uma sociedade porque precisamos um dos outros. Pessoas precisam de pessoas.”
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SOBRE HOJE E CHRISTOPHER MCCANDLESS A minha lista de tarefas só parece aumentar. Estou muito confusa quanto a isso, concluo algo e logo já tenho mais dez problemas me esperando. São os prazos finais me tirando o sono, trazendo essa dor de cabeça.
da. Quero ser como o McCandless e ter coragem para desbravar a vida que ainda pulsa, com bravura, sem a nossa interferência. Quero sentir o cheiro de orvalho, o progresso do sol. Quero sentar com os meus livros e deixar minha mente livre para E são tempos difíceis. A dengue, a acreditar novamente no amor. política, a economia, a gente não tem mesmo a quem recorrer. É fácil “Agora eu caminho na natureza selnotar o nosso desamparo quando o vagem”, era o que deveríamos fazer seu pai fica doente no corredor de de vez em quando. A gente devia um hospital. É fácil notar nossa falta olhar mais para o que é nosso pasde esperança quando a deposita- sado e nosso futuro. Devíamos nos mos em mais um corrupto que não salvar compreendendo que matanliga para as necessidades da popu- do o mundo a gente se mata. lação. É fácil torcer para que o cartão seja aprovado, mas quem vai pagar Mas, pelo contrário, agora camiisso tudo mês que vem? nhamos de forma selvagem. Irmão contra irmão, cada um segura uma O que mais me dói nesse cenário é bandeira. O ódio é em nome de para intolerância. A jovem Ana de anos tidos, crenças, religiões, justiças paratrás acreditava com o coração no ciais. A nossa selvageria vai acabar amor, no bem individual que molda nos matando. De uma forma não uma sociedade saudável. Mas, como poética. continuar se apegando a isso quando aqueles que levantam a bandeira “Um reino dividido não subsiste.” do amor a usa para matar, roubar, Resta saber se vamos nos lembrar destruir? Às vezes penso que as que estamos do mesmo lado. Resta pessoas se tornam os monstros que saber quando vamos perceber que mais temem. toda essa história de lados é a maior idiotice que já inventamos (e olha Mas, eu não quero fazer parte dis- que idiotice é nossa especialidade). so. Quero me desligar de todo esse barulho que entra pela minha sacaEscrito por: Ana Marques
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