Elphie #3

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Esse nosso clubinho <3 Querido leitor, hoje podemos começar dividindo um segredo: todo mundo nessa revista é meio nerd. Hoje em dia as coisas são tão fáceis para gente. Veja bem, até criamos uma revista para compartilhar nossas paixões com o mundo! Mas nem sempre foi assim. Como a maioria das pessoas que se diferenciam um pouco de certo grupo, muitos de nós já foram, excluídos ou taxados com adjetivos que deveriam ser positivos, mas que vinham carregados com ofensas. Caramba! Eu amo ler e isso enche minha vida de alegria, mas na escola ser tratada como “C.D.F.” não era divertido. Mas hoje, boa sorte para quem tentar me ofender baseando-se nos meus gostos. Nós curtimos cultura asiática mesmo! Passamos mais tempo lendo do que dormindo. Nosso sonho de viagem não é a Disney, mas sim

Busan. Tudo bem ser parte de um grupo, por isso Elphie existe, para pessoas como nós encontrarem pessoas como você leitor, criando assim um diálogo coerente em que ambas as partes participem sem que ninguém saia ofendido. Caso você ainda esteja naquela terrível fase incerta que chamamos de colegial, nosso “que a sorte esteja sempre ao seu favor”. Coragem, pequeno gafanhoto! Não desista de quem você é só porque as pessoas não te entendem. E nunca se esqueça que em facebook. com/revistaelphie esse diálogo pode ser mais interativo. Queremos sempre saber sua opinião e conhecer mais sobre essa pessoa especial que sabemos que você é. Nosso agradecimento pela leitura e que além da sorte a força esteja com você.

Sumário Conto

3

Paraísos Asiáticos

4

Diário de Otaku

7

Mangás e Animês

8

Capa

10

Literatura

12

Dramas

13

Organização Ana Marques Júnio Moreira

Autores Jesiane Delfino Letícia Ribeiro Saylon Sousa Stefany Christina

Imagens Freepik Capa Júnio Moreira


Verão Hollywoodiano

Escrito por F. V. Reis

Verão hollywoodiano, o que mais eu preciso suportar? Eu estou implorando pelo fim do calor As mangas compridas entraram em hiato Mas eu me recuso a parar de dançar k-pop O outono é um sonho de quando eu era criança Bolsas, vaga-lumes, passeios e brisas Cigarras e o perfume da dama da noite Uma caixa de papelão sobre a minha cama Se eu pudesse ter de volta apenas uma coisa Eu escolheria o último dia de primavera Nós fechamos os olhos e sentimos o vento Admiramos o horizonte até o anoitecer Você me deu um novo livro para ler Eu espero que você encontre o que deseja Nós colecionamos corações partidos Assim como estocamos comida para as férias E o gramado virou areia O céu nublado ficou azul Nós desejávamos liberdade Mas ganhamos estes dias de cão Nossos corações solitários são preguiçosos Um estranho nos chama de delícia Arrastamos nossos corpos Nós fazemos o que podemos Fim de um dia de trabalho; não sei quantos graus Um copo de limonada entre minhas mãos Cansaço, suspiro, subir a calçada Nós somos do tipo que dança na sacada Do tipo que conta o dinheiro que não nos pertence Mas que sonha escrever livros famosos Eu estou cansado de fazer faxina toda quinta Quando é que a farra vai começar?! Nossas mãos começam a ficar calejadas Nossos olhos castanhos transbordam monotonia Talvez seja a desidratação dizendo que precisamos comprar um filtro E nossos cabelos ficam emaranhados A gente sempre entra e sai Nós quase somos atropelados E morremos de calor novamente Eu fico furioso quando você me deixa Eu amo o fato de eles não me amarem Eu só preciso de um picolé Eu estou pegando fogo! Minha frustração será eterna Eu odeio o ar desta cidade Meu apartamento está em chamas E eu não consigo me refrescar Verão hollywoodiano, o que mais eu preciso suportar? Eu estou implorando... Pelo fim do calor


Paraísos Asiáticos BUSAN

C i d a d e p o r t u á r i a d a C o ré i a d o S u l Busan é conhecido pelo sotaque característico de seu povo, mas há muito mais para ver e conhecer nesta bela cidade portuária.

todavia ainda é possível se deslocar para a cidade através do Aeroporto Internacional de Gimhae, caso prefira as nuvens.

Principais Atrações Na terceira edição da Elphie, nos aventuramos na cidade metropolitana de Busan, uma cidade que mistura incríveis paisagens marítimas com a contempo- Estamos em Busan! Para onde você deve ir primeiro? Um dos melhores e mais divertidos modos de se coraneidade de suas construções. nhecer uma cidade é através da Linha Turismo, caso O ator Gong Yoo, que recentemente protagonizou a você tenha esta oportunidade na sua própria cidade, série dramática sul-coreana Goblin, ganhou destaque sugiro que experimente e redescubra o local onde também nos cinemas devido a sua interpretação no mora, pois se buscar olhar com verdadeira curiosifilme Train to Busan (2016), no Brasil, o filme foi tra- dade, conhecerá histórias que jamais suspeitou que duzido como Invasão Zumbi, e retrata alguns passa- existiam. geiros que tentam sobreviver a um vírus zumbi, enquanto se deslocam para Busan, a única cidade que Felizmente Busan também possui o ônibus de Linha Turismo, facilitando a sua visita nos pontos turísticos ainda não foi infectada. da cidade. O serviço funciona de terça-feira a dominA linha do trem-bala mostrado no filme, KTX, sai de go (em feriados públicos funciona na segunda-feira Seoul para Busan, e é o meio mais rápido de se des- também). Para utilizá-los, você deve comprar um paslocar para Busan, e também o mais recomendado, se de um dia inteiro e poderá utilizar os ônibus para


conhecer os pontos que se deslocam em três linhas: vermelha, azul e verde. Cemitério Memorial da ONU: A Guerra Coreana (1950-1953) é uma das mais sofridas e lembradas pelo país, este memorial com cerca de 135,000m² homenageia os soldados desta guerra de cinco países: África do Sul, Austrália, Canadá, Grã-Bretanha e Nova Zelândia. Neste espaço verde e calmo, os nomes dos 2300 soldados estão marcados. O local possui ainda alguns memoriais específicos como monumentos turcos, australianos e gregos, e dois belos lagos que completam o ambiente de paz. Próximo ao Cemitério temos o Espaço Cultural de Busan, o Museu Municipal de Busan, o Monastério Budista Tongmyeong Pulwon, a praia Gwangalli e o Centro de Cultura e Arte Karam. A Ilha Dongbaekseom Island e a Praia Haeundae: Tal como o título desta edição sugere, Busan possui um cenário marítimo de encher os olhos dos turistas apaixonados pelo mar, um dos principais pontos para se maravilhar é a Ilha Dongbaekseom, o significado do nome é Ilha das Camélias, e durante a estação a ilha fica repleta dessas flores, completando o visual exuberante.

Coréia do Sul

Busan

visitados da Coréia do Sul. Centro de Cinema de Busan: Busan é uma cidade que mistura o clássico com o moderno. Ao mesmo tempo em que temos paraísos naturais como Haeundae e Dongbaekseom, também temos estruturas arquitetônicas realmente admiráveis.

O Busan Cinema Center é composto por três prédios Inicialmente o local realmente era uma ilha afastada (Cine Mountain, BIFF Hill e Cone Duplo), e é responda costa, porém os anos de sedimentação do solo co- sável por receber anualmente um dos mais prestigianectou a ilha à terra. Você encontrará diversos pontos dos festivais de filme da Ásia, o Busan International interessantes, um dos destaques é o monumento da Film Festival (Festival Internacional de Filmes de Busereia que possui gravado o poema de Choi Chi-won, san - BIFF). Devido a sua inovação, ele é considerado o primeiro complexo cultural no mundo que trouxe o e é baseado na lenda da Princesa Hwagok. cinema e o teatro em um só espaço. Há muito tempo atrás, existia o reino de Naranda, um reino próprio de sereias e tritões, que fica escondido O prédio principal, Cine Mountain, possui três salas entre os mares, longe dos olhos humanos. A princesa de cinema e uma sala para performances teatrais deste reino, Hwangok, casou-se com o rei Eunhye do (Haneulyeon). reino Mugung, e mudou-se para a costa banhada por O edifício foi projeto pelo escritório austríaco Coop raios de sol e chuvas intensas. Himmelb(l)au e dentro da área da arquitetura é rePorém a princesa sentia falta do seu povo e do seu conhecido por profissionais e estudado, um dos prinreino, ela sentia tanta saudade! Por isso em noites de cipais motivos é o fato de ser considerado o telhado lua cheia, reza a lenda que ela saía para contemplar o mais longo do mundo. O Big Roof é suspenso por uma mar aberto, de um local aonde ela poderia ver a sua viga em aço como apoio, com dois cones conectados que proporciona um efeito ilusório de estar flutuanterra natal refletida na luz do luar. do, tendo 163 metros de comprimento e 60 metros A estátua da princesa na beira da praia em homena- de largura. Comparando didaticamente, ele é 2,6 vegem a esta lenda, traz ao local significação e aproxi- zes maior do que um campo de futebol oficial. mação às histórias do povo. Agora imagine este telhado com um show de luzes E você ainda poderá aproveitar vistas fantásticas da exuberante, a estrutura possui ao total 42.600 luzes costa, contemplando pontos como Mipo, a ilha Oryuk- de LED, criando um espetáculo noturno de luzes e do, a ponte Gwangangdaegyo e a colina Dalmaji. Não harmonia com o parque Naru e o Rio Suyeong. É uma esqueça a sua câmera, para não se arrepender! visão a parte e considero as fotos tiradas neste local as mais bonitas da Coréia do Sul. Para chegar até Dongbaekseom, você deve seguir até o final da praia Haeundae. Esta praia é considerada a Dalmaji-gil: mais famosa de Busan, não perca a oportunidade de conhecê-la também. Com águas cristalinas, espaços A Estrada Dalmaji-gil é famosa por suas belas vistas, de lazer e até fontes termais, é um dos lugares mais são cenários distintos para agradar todo o perfil de vi-


sitante. Se for do tipo amante da praia, temos a visão de um mar azul com areia límpida e branca. Se preferir algo mais verde, você pode conhecer a floresta de Camélias ou uma floresta de pinheiros. Ao todo são oito cenários naturais para você contemplar e admirar, incluindo a Colina Haeundae Dalmaji e Cheongsapo. Mas o que você encontrará lá? A colina Dalmaji é uma pequena estrada em um canto da praia Songjeong, em um caminho de 8km você terá aquele clima de praia e pinheiros. Ao topo, temos a torre do relógio que representa Busan como a cidade marítima e o pavilhão Haewoljeong, construído em 1997, que possui várias atividades de lazer como spa e espaços de relaxamento. Apesar de um pouco afastado, Dalmaji Hill é um ótimo lugar para um momento de descanso para o corpo e para a alma. Já o porto em Cheongsapo possui um ar bucólico, e se difere do ritmo agitado do restante da cidade. Aproveite para conhecer o farol e degustar o marisco cozido, tão conhecido na região. Praia Songjeong e o Templo Haedong Yonggungsa: A praia Songjeong é o local ideal para um pouco de diversão, repleto de atividades como esportes aquáticos ou pescaria, você poderá adentrar um pouco nas praias coreanas, mas que possuem um contraste com o cotidiano que estamos acostumados nas praias brasileiras. E para os amantes de fotografia, a praia possui o Songiljeong, um espaço onde você poderá registrar belíssimas cenas do pôr-do-sol. Infelizmente Songjeong fica um pouco afastado de região central da cidade, mas ainda compensa a visita se estiver com tempo, principalmente no período de férias e durante os festivais que ocorrem no local. Ao pesquisar sobre Busan o lugar que mais me chamou a atenção por sua grandiosidade é o Haedong Yonggungsa, um templo budista situado na costa nordeste da cidade. O templo impressiona pelo seu tamanho e estrutura, construído em 1376, nas montanhas, pelo mestre budista Naong, durante a Dinastia Goryeo. Como o templo está estrategicamente construído próximo ao mar, alguns de seus monumentos e santuários podem ser vistos ao longe no mar.

paço para renovar os votos e promessas de ano e em abril, onde as flores de cerejeira emolduram a beleza natural do local. A Linha Verde tem como principal ponto a Ilha Oryukdo Island, conhecida como herança cultural de Busan, Oryukdo dependendo o nível do mar, pode dar a impressão de ser divida em cinco ou seis ilhas diferentes, por isso ganhou o nome de Oryukdo (오륙 도), “o” (오) em coreano é o número 5, e “yuk” (육) o número 6. De constituição rochosa, é composta pelas ilhotas Usakdo, Surido, Gonggotdo, Guldo e Deungdaedo, onde está localizado o farol da ilha, exceto por este último, todas as ilhas estão inabitáveis. Algumas décadas após a criação do Porto Busanhang, o farol de Oryukdo foi construído (1937) para guiar os barcos próximos a ilha, inicialmente com 6,2m de altura, atualmente mantém uma altura de 27,5m e possui uma galeria com fotos dos maiores faróis da Coréia, além de uma vista estupenda e inesquecível. Oryukdo é um destino com uma beleza natural e selvagem de encher os olhos e se maravilhar, e se você decidir ir até Busan, não pode deixar de estender a sua viagem até esta ilha. Caso procure um destino que você pode sentir o cheiro da água salgada a distância, sem perder a expectativa de um local animado culturalmente e rico em sua religião e espiritualidade, Busan é o local ideal para você, pois consegue transformar aquele típico jeito de cidade marítima em uma potência modernizada, que não perde a essência que faz Busan ser um ponto turístico reconhecido mundialmente. Você ainda poderá encontrar muitos outros locais incríveis que não pudemos citar nesta edição, por isso continuem acompanhando a Elphie e os próximos destinos da Paraísos Asiáticos.

Andando entre os santuários, você contemplará estátuas em um ambiente de paz que condiz com a filosofia budista, adentrando em um dos templos que se situa dentro de uma caverna, descer os 108 degraus com lanternas de pedra, aproveitando cada vista espetacular. Ilha Oryukdo: O conjunto das rochas e do mar, com a estrutura antiga e tradicional do templo é um tesouro único e uma experiência imperdível, as melhores épocas são durante o Ano Novo, no qual todos procuram um es-

Escrito por Jesianne Delfino (Musa-sama)


Diário Otaku: Como aprender japonês através da internet? Veja como você pode aprender a língua através de pequenas dicas Um fator que muitos fãs de produções asiáticas sofrem é o da linguagem que à primeira vista parece superdifícil com aquele monte de ideogramas e algumas pronuncias diferentes do português. Mas, muitos procuram superar essas primeiras barreiras e buscam aprender as línguas para que, além de se tornar bilíngue, possa assistir suas produções favoritas com o áudio original e sem precisar ficar esperando dias para ter as legendas em nossa língua mãe. Então pensando nisso, venho nesta matéria auxiliar as pessoas que buscam esses objetivos, mas que ainda não sabem por onde começar ou como. Antes de a lista começar, é bom frisar que ao planejar seus estudos, você deve saber de qual forma você aprende mais facilmente. Sabemos que há diversos tipos de inteligência e, por isso, determinado método de ensino pode não dar certo para todas as pessoas. Agora estão preparados? Vamos lá? 1. Procure sites que possam te ajudar Eu comecei a estudar japonês recentemente e um lugar que tem me ajudado muito a aprender a língua japonesa é o site da NHK World. Para quem ainda não conhece, a NHK é uma rádio japonesa que possui “pólos” em diversos países e há algum tempo ela desenvolveu um projeto que visava ajudar pessoas de outros lugares do mundo a aprenderem japonês. No site do curso, há o material que pode ser impresso, um material que fica no próprio site e podcasts que ensinam através do áudio os materiais que estão nas outras duas mídias. E é muito fácil assimilar os textos quando você escuta o áudio. Há outros lugares que também podem ajudar como O Desafio de Erin, Ganbarou Ze, Guide to Japonese (apesar de estar um pouco incompleto), Passei Direto e J-Learning (caso você saiba inglês). A maioria deles ensina tanto a parte gramatical quanto a escrita e fala da língua nipônica e alguns ainda possuem alguns testes para você ver como está indo nos “cursos”. 2. Procure YouTubers que mostram como é a cultura ou ensinem a língua japonesa Atualmente o YouTube tem se mostrado um ótimo meio de ensinar diversos temas na internet e com o japonês não é diferente. Por serem “aulas” mais dinâmicas, muitos YouTubers têm atraído pessoas ensinando a língua e mostrando que ela não é esse Godzilla todo. Um dos melhores que eu posso citar é o Ricardo do NihonGo, que possui um curso, bem básico por sinal, mas que ajuda a aprender o hiragana e o katakana, em um canal no YouTube que possui algumas entrevistas e dicas para aprender a língua. Outro que descobri recentemente, e que também é ótimo, é o Fale em Japonês da Sarah Fuidio. No canal, ela ensina diversas coisas em torno tema, principalmente pronuncia gramática e kanji, além de algumas frases e palavras japonesas úteis caso você for para o país do sol nascente.

Há também o Programa Japonês Online, o Japão Nosso de Cada Dia, Camila Pipoca e o Aqui Pode. Estes três últimos não ensinam muito a língua, mas são uma ótima forma de entender como é a cultura de lá. Então vale a pena conferir. 3. Consuma muitas produções em japonês Você gosta de animes, mangás, filmes ou da música de lá? Pois então consuma o dobro do que você costuma consumir. Isso porque facilita a sua convivência com a língua e ajuda, e muito, a aprender. Procure saber como são as romanizações e como é escrito os kanjis, hiraganas e katakanas das palavras e procure também as traduções, tente imitar os atores, cantores e dubladores, procure mangás em japonês e o traduza, assim você dá um grande passo para aprender. 4. Estude, e muito! Se você procurar, você vai achar diversas apostilas, cursos gratuitos, grupos de estudo e se você se empenhar, consegue aprender, mesmo que tenha dificuldade. O japonês é uma língua que a primeira vista é muito difícil, mas quando você começa a estudar, passa a perceber que ela não é tão difícil assim. A única coisa que pode atrapalhar é a memória. Ter que lembrar de milhares de caracteres pode dificultar a aprendizagem, mas se você for persistente e não desistir vai conseguir aprender a língua com essas pequenas dicas.

LINKS NHK World - https://www.nhk.or.jp/lesson/portuguese/ O Desafio de Erin - https://www.erin.ne.jp/pt/ Ganbarou Ze - http://ganbarouze.blogspot.com.br/2014/05/ indice.html#comment-form Guide to Japonese - http://www.guidetojapanese.org/portuguese/index.html#contents Passei Direto - https://www.passeidireto.com/disciplina/japones J-Learning - http://nihongo.fr/main.cgi?lang=en&page=index NihonGo - https://www.youtube.com/watch?v=PsJwRmYd9kU Fale em Japonês - https://www.youtube.com/channel/UCM5-Ro3IFg9EKFUMqKBKDug Programa Japonês Online - https://www.youtube.com/watch?v=VVC5DldtOf4 Japão Nosso de Cada Dia - https://www.youtube.com/playlist?list=PLec2r0je5nrP0aKMs5XH6hZfBS0SzCAtr Camila Pipoka - https://www.youtube.com/user/pipoka8 Aqui Pode - https://www.youtube.com/watch?v=oHDUIBS8ccQ


NO GAME NO LIFE E A DINÂMICA DE RUPTURA DO

ESTILO LIGHT NOVEL DE YUU KAMIYA

Em agosto chegou às bancas japonesas o 10° volume da light novel shonnen No Game No Life, que desde 2012 vem conquistando o público de lá e desde 2015 o público aqui do Brasil. Sendo a primeira light novel de longa duração a ser publicada no país, NGNL – como costumeiramente é chamada pelos fãs – vem agradando os leitores mais ávidos inseridos na Cultura Otaku por ter um ritmo narrativo bem peculiar se comparado com outras leituras do gênero lançadas tanto no Japão quanto por aqui. De autoria do nipo-brasileiro Thiago Furukawa Lucas, o Yuu Kamiya, a light novel é a obra-prima de seu trabalho e segue ganhando o público fora do arquipélago nipônico graças ao seu dinamismo incomum. Mas que tipo de dinamismo é esse? Bom, geralmente as light novel – assim como diz no nome – são romances luz, romances de rápida leitura. Suas características mais marcantes são os números de páginas (em média 300 páginas), a presença de artes com cenas destaques do volume (o que não é obrigatório) e a escrita em hiragana (ひらがな) e katakana (カタカな)1 que facilitam a leitura do japonês quanto ao uso dos ideogramas. Yuu Kamiya segue todos esses padrões em suas light novels, o que muda é a narrativa que não é apenas rápida, mas sim complexa com muitos elementos linguísticos e expressivos que requerem uma grande atenção do leitor. Isso por si só se mostraria como um ponto negativo para a proposta da light novel, que deve ser de fácil compreensão, mas em No Game No Life é o que torna sua trama tão viva. Em resumo NGNL conta a história de dois irmãos, Sora e Shiro, que são NEET2 e hikikomoris – termo japonês usado para definir pessoas que não saem de casa e em sua maioria são antissociais – que dedicam suas miseráveis vidas ao mundo dos jogos até que um dia são desafiados por um suposto deus dos jogos que, após ser derrotado por eles, os leva para Disboard, o mundo onde tudo é resolvido com jogos. De começo a premissa parece ser bem simples, mas a trama se aprofunda ao descobrirmos que Disboard é um cenário pós-guerra que se reconstruiu sobre a égide dos 10 Mandamentos, leis que impedem que conflitos sejam resolvidos por guerra e somente por jogos. Isso cria um ambiente de segregação entre as dezesseis raças existentes no mundo. Os Imanities (a humanidade) é a mais prejudicada por não ter poderes sobre-humanos e nem saber usar a magia. Sora e Shiro tomam para si a incumbência de fazer aquele mundo divertido não só para os imanities, mas para todas as raças. Em cada novo volume temos os irmãos – que se autodenomi-

nam como Kuuhaku (que quer dizer vazio) – participando das mais insanas disputas contra membros de outras raças e mostrando seu grande intelecto e habilidades como jogadores para vencer e alcançar seus objetivos. Tudo isso com diversos conceitos da Física, Astrofísica, Engenharia Militar, Economia, Política, Filosofia, Psicologia, Comunicação, Relações Internacionais e Literatura sendo evocados pelo Kuuhaku e seus companheiros na hora de justificar ações tomadas dentro e fora dos jogos por eles desfrutados. Isso acaba pedindo aos leitores um nível maior de atenção e conhecimento para poder compreender as piadas, mensagens em entrelinhas e discursos abertos dos protagonistas, antagonistas e coadjuvantes ao longo de descrições exaustivas e aceleradas de cenários, movimentação e peculiaridades do mundo de Disboard forçando o leitor a se concentrar na hora de visualizar o que leu. Graças ao animê baseado na light novel, que estreou em 2014 com 13 episódios adaptando os volumes 01, 02 e 03 da trama, é bem mais fácil se aventurar pela leitura já conhecendo de forma mais concreta o cenário visual de Disboard. A leitura se torna menos confusa e mais atraente no decorrer dos novos volumes. Aqui no Brasil, deve-se considerar que a obra passa por um processo de adaptação e tradução para o português e que por isso muitas expressões e estilos linguísticos originais sofrem alterações que podem vir a comprometer o entendimento da obra. Contudo isso pouco ocorre devido ao trabalho atento da editora NewPOP – que licencia a obra por aqui – que se preocupa em manter o padrão dos diálogos o mais próximo do original, mesmo que nem sempre entregue um produto exatamente perfeito, já que um ou outro volume apresenta erros bobos de ortografia e pontuação. Mas dá para relevar. O dinamismo de NGNL é tão intenso que permite a Yuu Kamiya inserir em suas páginas o fanservice erótico. Kamiya já deixou evidente em entrevistas e comentários nas próprias light novels que é um fã de doujinshis3 dedicados ao tema. Ele apela na sensualização (e porque não sexualização) de suas personagens ao retratá-las sempre em poses e com vestes que insinuem situações eróticas. Seu apelo maior fica na protagonista Shiro, uma criança de 11 anos que é alvo frequente das mãos de Kamiya ao retratá-la em situações constrangedoras que lhe renderam até mesmo a alcunha de lolicon4. Por falar em lolicon, o protagonista Sora, um jovem de 18 anos, é um virgem que sofre de complexo pela irmã e que não tem pudores ao se referir sexualmente a ela ou suas amigas Stephanie Dola, Djibril, Fiel Nirvalen etc. Kamiya também aborda a androginia em seu trabalho ao apresentar personagens como Plam e Tet, que à primeira vista são femininos, mas na verdade são garotos. Essa pluralidade de gêneros e situações faz de No Game No Life uma obra polêmica por provocar os mais diversos comentários.


Mesmo assim é inegável seu sucesso ao longo destes últimos cinco anos, tanto que no mês de julho estreou nos cinemas japoneses o primeiro filme ligado à franquia: No Game No Life Zero, que é a adaptação do volume 06 da light novel. Esse volume é especial por ser o primeiro a fazer uma quebra na dinâmica da trama e viajar temporalmente no universo de Disboard, nos levando há 6000 mil anos no passado para conhecer Riku e Shuvi, versões de Sora e Shiro pertencente àquele mundo que são fundamentais para entender o fim da Grande Guerra e como o mundo chegou ao modelo de hoje com tudo sendo regido pelos 10 Mandamentos. Aqui no Brasil a editora NewPOP já lançou oito volumes desde 2015 e sempre contando com a boa recepção do público e o apoio do próprio Yuu Kamiya, que esteve no evento de lançamento na época. Mais japonês que brasileiro, mesmo tendo nascido em Uberlândia-MG, fez vida e carreira no Japão e se apresenta hoje como um modelo para todos os escritores e ilustradores que sonham em um dia serem sucesso com seus trabalhos em estilo mangá. Vale destacar que antes do sucesso de NGNL ele já tinha outras light novels e mangás assinadas com seu nome tanto como escritor ou apenas como ilustrador. Entre os trabalhos destaques entre as light novels estão: EArTH e EARTH∞, suas primeiras light novels solo; Itsuka Tenma no Kuro Usagi de Takaya Kagami, que apresentou seu trabalho de ilustração para o Japão; Yamahime Antimonics de Em Mikami; Irregular Paradise de Shiki Ueda; Clockwork Planet escrita em conjunto com Tsubaki Himana e ilustrada por Shino; e No Game No Life Gaiden – Pratical War Game. Já entre os mangás estão: Greed Pocket Unlimited e Greed Pocket∞, spin-offs de EArTH; A Dark Rabbit Has Seven Lives ilustrado por Shina Shiori; Clockwork Planet com ilustração de Kuro; No Game No Life, Desu! com roteiro de Yuizaki Kazuya; e No Game No Life ilustrado por Mashiro Hiiragi (a esposa de Yuu Kamiya), que está em hiato desde o lançamento do volume 01. O sucesso de Yuu Kamiya é impressionante, como já foi dito, mas não custa destacar mais uma vez. Isso porque querendo ou não ele é a referência brasileira mais proeminente desses últimos anos no que tange ao universo dos mangás e da Cultura Pop Japonesa. Se você ainda não teve a oportunidade de conhecer No Game No Life e o trabalho de Yuu Kamiya essa pode ser a oportunidade perfeita para ler um material divertido e de boa qualidade. Escrito por Saylon Sousa*

* Radialista e pesquisador voltado para a temática de Mídia e Cultura Pop 1. Hiragana (ひらがな) e Katakana (カタカな) são dois dos três alfabetos oficiais usados pelo Japão. O primeiro é o mais comum para a escrita de palavras nativas em relação à pronúncia. O segundo é referente a escrita de palavras estrangeiras quanto à pronúncia. O terceiro alfabeto original é o Kanji (漢字), conjunto de ideogramas chineses introduzidos no cotidiano japonês usados para escrever em companhia dos outros dois formando o estilo furigana (振り仮名) que permite ao leitor identificar a palavra escrita a partir da pronúncia. 2. Sigla em inglês para a expressão “not in education, employment, or training”, algo como “fora da educação, emprego e formação profissional”. 3. Termo japonês para publicações independentes, geralmente revistas, mangás ou romances. Em sua maioria são histórias e ilustrações eróticas orientados para o público adulto. 4. O termo “Lolicon” é nada mais nada menos que uma abreviatura do termo “Lolita complex”, Lolicon no Japão é usado para crimes como pedofilia e efebofilia. Fora do Japão esse termo refere-se a pessoas, na maioria das vezes homens, que sentem forte atração por garotas jovens. Também é usado quando menores de idade são retratadas em animês ou mangás de forma erótica ou em situações sexuais.



O retrô está na moda. De Guardiões da Galáxia a Stranger Things. A nostalgia tomou o mundo do design e do entretenimento. Nesta onda, muitas músicas, filmes e séries que passaram despercebidos voltam à memória do público com novos ares. Freaks and Geeks é um exemplo perfeito deste fenômeno. A série exibida entre 1999 e 2000, com apenas 18 episódios, foi considerada um fracasso de público na época. Quase vinte anos depois, o catálogo da Netflix facilita o acesso, tanto para antigos, quanto para novos fãs. A comédia dramática gira em torno da vida de Lindsay Weir (Linda Cardellini) e seu irmão mais novo Sam Weir (John Francis Daley). Ambos frequentam a McKinley High School. Sam é parte do grupo dos geeks. Lindsay, depois da morte de sua avó passa a questionar suas prioridades na vida, juntando-se assim ao grupo dos freaks. Os geeks também contam com Neal Schweiber (Samm Levine) e Bill Haverchuck (Martin Starr), formando com Sam um trio propenso para desastres. As situações tão banais e comuns a qualquer pré-adolescente rende muitas risadas. É impossível não se identificar com esses garotos que representam o ser nerd em sua essência. Já os freaks são representados por Daniel Desario (James Franco) e sua namorada Kim Kelly (Busy Philipps), Nick Andopolis (Jason Segel) e Ken Miller (Seth Rogen). Este grupo representa muito as revoltas típicas da adolescência. Se tornar amiga desses estranhos é para Lindsay uma quebra de paradigmas e a descoberta de um novo mundo. Muitos envolvidos também com a música da época, a trama nos conta um pouco sobre como o rock dos anos 80 era recebido nos corredores das escolas. Nos últimos anos percebemos um grande esforço da grande indústria do entretenimento para conversar com os jovens. Tentativas que muitas vezes falham, levando parte do público a buscar alternativas mais interessantes, que de fato conversem com sua realidade. Freaks and Geeks é aquela boa ideia que foi executada, mas que as pessoas descobriram tarde demais. Com tanto potencial para tratar temas hoje imensamente relevantes, infelizmente nos deparamos com uma quantidade muito pequena de episódios. Mas, o cancelamento prematuro não afeta a boa trama que nos é entregue. Transitando de piadas simples a desenvolvimento de temas sérios, a série não pode ser ignorada. Aqui vemos com muita sinceridade a verdadeira face do bullying, os efeitos que o comportamento autodestrutivo pode acarretar em quem está ao redor e, especialmente, a força e a importância que as amizades possuem no nosso mundo no qual famílias e pessoas perfeitas não existem. Os personagens são carismáticos e o talento do elenco se destaca, vários já dando indícios do sucesso que viria posteriormente. Grande parte do orçamento foi investido na trilha sonora, que sobressaí dando o tom perfeito para a série. Freaks and Geeks virou um clássico teen ao lado de filmes como O Clube dos cinco e Curtindo a vida adoidado (talvez a única obra norte americana dos anos 2000 a alcançar este feito). Sem dúvidas é um enredo inteligente e envolvente, que termina muito rápido, mas que sem dúvidas vale muito a pena conferir.


em um caos tão grande, que o governo autoritário quase não sofre resistência.

Esse mês em nossa coluna literária vamos falar sobre uma autora que nos trouxe uma grande novidade: Tahereh Mafi, autora da trilogia Estilhaça-me. Tahereh Mafi tem 29 anos e nasceu em Connecticut nos Estados Unidos. A trilogia é sua obra de estreia no mundo literário, que já foi publicado em mais de vinte países e teve seus direitos vendidos para a indústria cinematográfica. Mas a carreira de Tahereh não foi assim tão simples. Antes da publicação de Estilhaça-me, ela teve cinco livros rejeitados pelas editoras.

Tahereh

Mafi

O foco principal de Juliette é controlar seus poderes e lutar contra o governo que a oprime e tenta usá-la como arma, e isso lhe dá espaço para um crescimento bastante significativo, e tanto Adam quanto Warner, possui bastante participação nisso.

A trilogia é composta pelos livros Estilhaça-me, Liberta-me e Incendeia-me e conta também com dois spin-offs: Destrua-me que é contado do ponto de vista de Warner e se passa no intervalo de tempo entre Estilhaça-me e Liberta-me; e Fragmenta-me que é contado do ponto de vista de Adam e se passa entre Liberta-me e Incendeia-me.

“Passei minha vida dobrada

entre as páginas dos livros.”

Estilhaça-me conta a história de Juliette Ferrars, uma adolescente bastante peculiar pois não pode tocar em ninguém sem machucar ou matar. Juliette sofre por muito tempo devido a essa sua característica, é maltratada por todos ao seu redor incluindo seus pais. Após acidentalmente matar uma criança, ela é presa em um manicômio. Juliette passa muito tempo sozinha, remoendo seus medos e se tornando bastante insegura, até que em certo momento ela recebe um companheiro de cela. Seu colega de cela é Adam Kent, um garoto que Juliette reconhece como tendo sido um de seus colegas enquanto estava no colégio, mas Adam parece não se lembra dela. Os dois convivem por pouco tempo na cela, pois Juliette é libertada por Warner Anderson, comandante do Setor 45, que soube de suas habilidades e desenvolve planos de fazer uso delas. Adam e Warner vão se envolver com Juliette nos dando um novo tipo de triangulo amoroso. A personalidade que nos é apresentada de Adam é a de homem sério que cumpre com seus deveres. Ele também é bem preocupado com o bem estar de Juliette fazendo tudo ao seu alcance para ajuda-la.

Já Warner nos aparece como sendo cruel e arrogante, além de chefe e comandante do Setor 45 ele também é filho do líder do Reestabelecimento. Mas à medida que a história vai se desenvolvendo, percebemos que talvez Warner não seja de todo mal. O Reestabelecimento tomou para si o poder, instalando certo tipo de militarismo, forçando a população a cumprir suas regras. A ambientação do livro é uma distopia que se passa em uma época em que o mundo está mergulhado

A série não deixa nada a desejar, contando com aventura, mistério, muita ação e muito romance, possuí também personagens bem desenvolvidos e os acontecimentos só te deixam com vontade de ler cada vez mais. Tahereh também está escrevendo uma nova série chamada Futhermore, o primeiro livro foi lançado em 2016, mas ainda não foi traduzido no Brasil. O segundo livro, Whichwood, será lançado este ano. “É tipo um conto de fadas, uma história onde a mágica é um dever, a aventura é inevitável e a amizade pode ser encontrada nos lugares mais inesperados” contou Tahereh sobre Futhermore. E como para nós fãs nunca é o suficiente, recentemente ela nos fez uma surpresa maravilhosa: anunciou no último mês de abril mais três livros para a série Estilhaça-me. O quarto livro será lançado em 2018 e o título é “Restore Me” que será contado do ponto de vista de Juliette e Warner. A notícia, obviamente, foi recebida de forma muito positiva pelo fandom. “Conheço pessoas que têm o sonho de ser escritoras. Mas por causa de alguns ‘nãos’, desistiram de realizá-lo. Quando tudo parece que não tem solução, que nada vai dar certo e que o fim está próximo, acredite: é nessas horas que você tem que se esforçar mais e mais”. Mafi, Tahereh. Estou mais que ansiosa para os próximos livros de Tahereh. Vamos continuar oferecendo bastante apoio aos seus projetos futuros. Até a próxima.


KDRAMAS KDRAMAS KDRAMAS

Vamos fazer uma pausa para apreciar uma das melhores coisas que a Coreia do Sul já nos proporcionou: os Doramas! Dramas muito bem produzidos, com personagens, ambientação, plots e trilhas sonoras maravilhosas. Este mês, para representar este universo tão rico, vamos falar de um drama específico que se destacou em todas as categorias citadas acima. A excelente trama que têm como protagonistas nossa querida Ji Eun Tak e nosso amado general amaldiçoado Kim Shin. Goblin, The Lonely and Great God. Goblin foi um drama coreano transmitido pela emissora de TV a cabo TVn, com 16 episódios exibidos entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017. O drama conta a história do general Kim Shin (Gong Yoo), que na época Goryeo foi morto por sua própria espada pelas ordens de um rei que sentia inveja de sua reputação. Por sua arma ter matado várias pessoas ao longo do tempo, ele é amaldiçoado e se torna um goblin, passando a viver observando todos que ama morrerem. Sua noiva seria a única capaz de retirar sua espada e devolve-lo às cinzas, e ele precisa viver ano após ano esperando encontra-la. Ji Eun Tak (Kim Go Eun) é uma órfã que pode ver fantasmas e passou toda sua vida escutando que é a noiva do Goblin. Certo dia após soprar uma vela, ela finalmente conhece Kim Shin e a vida dos dois passa a se conectar. O titulo do drama não faz jus a sua caracterização. O nome em coreano, “Dokkaebi”, uma criatura folclórica que gosta de pregar peças e conceder desejos, diferente do goblin que conhecemos, traduz melhor o sentimento do enredo, o que leva a pensar que talvez manter o título original fosse mais interessante. A química de Gong Yoo e Kim Go Eun é imensa neste drama. Os dois formam um par romântico um tanto peculiar, pois o Goblin têm 900 anos e sua noiva 19. Esse fato deixou muitos espectadores apreensivos sobre o andamento do drama, mas enquanto a história se desenvolve percebemos que o relacionamento deles não é muito físico, mas sim emocional, como o cuidado e a preocupação que Kim Shin tem com Eun Tak. Nossos dois atores retratam esse relacionamento muito bem.

Escrito por Letícia Ribeiro

Kim Go Eun nos apresenta uma atuação que merece reconhecimento, sendo uma atriz nova e com pouco tempo de carreira, ela nos entregou uma personagem com características reais. Ji Eun Tak é uma adolescente que já passou por muitas coisas, sendo forçada a ter certo amadurecimento. Quanto a Gong Yoo, não há muito a co-

mentar, sua carreira e seus trabalhos anteriores já nos dizem que não temos com o que nos preocupar. Sua competência e talento são inegáveis. Nesse drama temos três casais importantes, o primeiro nós já falamos, que são nossos protagonistas, o segundo é o Grim Reaper (Ceifador) e Sunny. Grim Reaper (Lee Dong Wook) é realmente um ceifador que guia as almas dos mortos. Ele é um personagem introvertido e bastante sério, o que condiz com sua “profissão”. Depois de alguns acontecimentos, ele termina por dividir a casa com o Goblin. Sunny (Yoo In Na) é dona de um restaurante e contrata Ji Eun Tak para trabalhar. Assim a vida dessas quatro pessoas passa a se conectar. Com o decorrer dos episódios percebemos que Sunny e Grim Reaper estão conectados por vidas passadas e acontecimentos trágicos. O relacionamento entre os dois se torna tão complexo que, às vezes, ofusca o casal principal e acabamos nos preocupando apenas com eles. E nosso terceiro casal, o mais importante, é Kim Shin e Grim Reaper. Não de uma forma romântica, mas a amizade que os dois desenvolvem é perfeita. Quando Deok Hwa (Yook Sung Jae) coloca a casa de Kim Shin a venda sem sua permissão é Grim Reaper quem a compra e após nosso general descobrir isso, os três, de certa forma, passam a viver juntos. No inicio eles não se dão muito bem, mas vários acontecimentos os fazem desenvolverem certa parceria. Por serem dois seres antigos e “velhos”, eles se identificam e nos dão cenas bastante cômicas. Deok Hwa também tem sua parcela de importância, pois desde gerações passadas sua família é encarregada de cuidar do Goblin. Todas as relações dos personagens desse drama são importantes. Kim Shin, Ji Eun Tak, Grim Reaper, Sunny, Deok Hwa, nos presenteia com uma gama enorme de emoções. Você ri, você fica aflito, você passa raiva, você sofre e você chora com eles. A ambientação do drama não deixa nada a desejar, são cenários e paisagens lindas, figurinos, maquiagens, efeitos especiais, tudo muito bem produzido. A trilha sonora é algo a se destacar, com músicas feitas apenas para o drama, que fazem tudo ficar ainda mais mágico. Duas em especial que recomendo: Stay With Me – Chanyeol, Punch e Round and Round – Heize, Han Suji. Evitando os spoilers, apenas reitero: Goblin não decepciona. Diferente e intrigante, este drama sem dúvidas também irá te conquistar.


Elphie


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