Em Família | Marista Goiânia

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1º Semestre • 2015 | 15ª edição

Corrente do bem

Em todo tempo, somos convidados a praticar atos de solidariedade e fazer parte dessa corrente do bem. Mas, será que ser solidário é algo que se aprende?

SOLIDARIEDADE

Unidade Propulsão, uma proposta Marista inovadora, acolhe jovens que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas.

DIA A DIA

Já pensou em receber um intercambista em casa? Confira dicas e embarque nessa aventura cultural.



Combinação única de bons valores e excelência.

O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos com o compromisso de promover e defender os direitos das crianças e dos jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da

educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente

BRASÍLIA Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400

Superior Provincial Ir. Joaquim Sperandio Presidente do Grupo Marista Ir. Delcio Afonso Balestrin Superintendente Executivo do Grupo Marista Paulo Serino Diretor da Rede de Colégios Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos Diretor de Marketing E COMUNICAÇÃO Stephan Younes

Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR 8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500

www.colegiosmaristas.com.br

Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-750 | (61) 3445-6900 Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400 SÃO PAULO Colégio Marista de Ribeirão Preto Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400 Colégio Marista Arquidiocesano Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana São Paulo-SP - CEP 04035-000 | (11) 5081-8444 Colégio Marista Nossa Senhora da Glória Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo-SP CEP 01518-000 | (11) 3207-5866 PARANÁ Colégio Marista Paranaense Rua Bispo Dom José, 2674 - Seminário - Curitiba-PR (41) 3016-2552 Colégio Marista Santa Maria Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - São Lourenço Curitiba-PR CEP 82200-210 | (41) 3074-2500

15ª Edição | 1º Semestre 2015 Periodicidade Semestral

com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.

Colégio Marista de Cascavel Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel-PR CEP 85812-011 | (45) 3036-6000 Colégio Marista de Londrina Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina-PR CEP 86060-000 | (43) 3374-3600 Colégio Marista de Maringá Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro Maringá-PR - CEP 87010-430 | (44) 3220-4224 Colégio Marista Pio XII Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho Ponta Grossa-PR - CEP 84015-440 | (42) 3224-0374 SANTA CATARINA Colégio Marista São Francisco Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó- SC CEP 89801-500 | (49) 3322-3332 Colégio Marista de Criciúma Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma-SC CEP 88811-503 | (48) 3437-9122 Colégio Marista São Luís Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 - Centro Jaraguá do Sul-SC - CEP 89251-700 | (47) 3371-0313 Colégio Marista Frei Rogério Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba-SC - CEP 89600-000 (49) 3522-1144 GOIÂNIA Colégio Marista de Goiânia Avenida Oitenta e Cinco, 1440 - Santa Marista Goiânia-GO - CEP 74.160-010 | (62) 4009-5875

Revisão Lumos | Bureau de Traduções

EDIÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa e Vivian Lemos

Envie comentários, críticas e sugestões sobre a revista para o email conteudo@grupomarista.org.br

REDAÇÃO

PUBLICIDADE R. Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho Curitiba-PR – CEP: 82120-000 Para anunciar, ligue: (41) 3271-4700 www.grupolumen.com.br

Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646 Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação) Edição de arte: Julyana Werneck PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê | semduble.com

Capa Fernando Pereira,

estudante do Colégio Marista Santa Maria, de Curitiba (PR), sua mãe Patrícia, Goivana Ohta, do 3º ano, e o monitor de alunos Luciano Silva.

FOTO DE CAPA Gilberto do Rosário © Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

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índice

capa

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Que fatores influenciam na prática da solidariedade? Afinal, ser solidário é algo que se aprende?

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dia a dia

entrevista

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A história do Instituto Marista nasce de um ato de solidariedade, o qual, até hoje, é um convite a sociedade para agir com compaixão.

Acolher um intercambista em casa é uma experiência enriquecedora. Confira dicas de uma boa convivência e conheça a história da família Javorski, que está recebendo o neo-zeolandês Jacob Pritchard.

essência

solidariedade

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O Irmão Alvanei Finamor relembra os primórdios do Instituto Marista e reforça a importância de se doar ao próximo nos dias atuais.

Conheça a Unidade Propulsão, uma proposta que contribui para que adolescentes que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas ressignifiquem suas vidas.

como fazer

compartilhar

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diversão

olhar

curiosidade

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Veja de que forma a juventude Marista se organiza e defende suas ideias por meio das Comissões da Juventude.

Conhecer mais de perto a cultura indígena é se aproximar da nossa origem. Descubra roteiros em aldeias e reservas que, além de divertidos, são uma verdadeira aula de História.

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César Ribeiro, coordenador de Pastoral do Colégio Marista de Maringá (PR), traz uma reflexão sobre os fatores que influenciam as práticas de solidariedade e os novos posicionamentos Maristas sobre o tema.

Confira dicas de livros, filmes e aplicativos indicados pelos professores dos Colégios Maristas.

O sociólogo Eurico Cursino, da Universidade de Brasília, comenta sobre fatores que podem levar jovens a se envolver em lutas radicais, como as propostas pelo Estado Islâmico.

índice

seu colégio

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Confira as matérias elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.

Pesquisa internacional traça panorama de solidariedade no mundo. Confira o ranking de países mais solidários.


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1ª impressão

or uma compreensão mais ampla da solidariedade apostólico é bicentenário nas suas realizações por muitos países do mundo. No Brasil, ele começou em 1897, em Minas Gerais. Em 2017, o Instituto Marista completa 200 anos. O Ir. Emile Turú, Superior Geral, comenta, na carta Montagne, a importância dessa missão: hoje, há tantos jovens que vivem sem a força, sem a luz e sem o conhecimento aprofundado de Jesus Cristo – conhecimento que leva ao consolo e à amizade de Jesus – que importa comprometermo-nos como apóstolos, catequistas e educadores. Diante de uma sociedade de pouca fé, sem o correto sentido da existência, não se pode ficar indiferente. São os novos e numerosos Montagnes de hoje, cuja realidade nos provoca e nos convida a sermos generosos. Montagne tem, hoje, milhares de rostos diferentes e vive em realidades que reclamam generosa compreensão e pronta ajuda. O Irmão Turú alarga o entendimento do desafio, na perspectiva a que o Papa Francisco se refere quando nos convida a sair de nós mesmos para as periferias existenciais, entrando em contato com a vida concreta dos muitos outros empobrecidos e expostos a tantos perigos. A solidariedade volta-se à promoção e à defesa dos direitos de crianças, adolescentes e jovens e à para a nova evangelização e inclusão social. A solidariedade pode e deve ser aprendida e desenvolvida; o seu itinerário abrange processos e práticas que visam à caridade em obras e ações de verdadeiro melhoramento da pessoa e do grupo desajustado e empobrecido. Visa-se, pois, a melhores níveis de interação e ao oportuno

comprometimento apostólico, dentro das suas circunstâncias e realidades. Ser solidário implica grande compaixão, mas, acima de tudo, o reconhecimento do outro como pessoa necessitada. Champagnat não foi visitar o jovem Montagne para julgá-lo. Foi ao encontro de alguém que tinha a sua identidade e a sua história. Por isso, os dois saíram modificados. Champagnat ensinou-lhe, na urgência do momento, as coisas de Deus e, do seu lado, entendeu que não há mais tempo para perder. O convite é feito a mim e a você, atual leitor desta edição da revista Em Família. Devemos cultivar um coração solidário na nossa vida pessoal, familiar, social e eclesial. Que significa, então, para cada um de nós, o contexto em que a solidariedade é citada como a grande virtude do nosso tempo? Por certo significa colocar-nos na posição de partida, como interpela o Papa Francisco. Cumpre entender bem o sentido da expressão periferias existenciais. Todos somos chamados a uma conversão pastoral e missionária, porque as coisas não podem ficar como estão (EG 25). A que tipo de conversão me sinto convidado? A resposta constitui o atendimento da nossa consciência e do nosso coração solidário e comprometido.

Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos diretor-executivo da Rede Marista de Colégios

© Foto: João Borges

Em 1816, o Pe. Champagnat foi chamado para atender a um jovem carpinteiro de 17 anos, gravemente enfermo, em uma aldeia próxima a Le Bessat, no sul da França. Após ouvi-lo em confissão e prepará-lo para a morte, o padre regressou a La Valla, pensativo. O encontro com o jovem Montagne marcou profundamente a vida de Marcelino Champagnat; nesse acontecimento, percebeu o chamado interior da graça de Deus. Ele iria fundar um instituto dedicado à educação cristã de crianças, adolescentes e jovens, em especial das vilas e dos povoados pobres. Ele levaria a bom termo tal empreendimento. O entendimento de que essa missão era obra de Deus foi basilar para a sua perseverança no projeto da fundação de uma congregação de religiosos dedicados à educação cristã e ao ensino básico da França de então. Nenhuma dificuldade bloquearia o seu projeto. Esta edição da revista Em Família estuda, em particular, a solidariedade. Esse termo evoca as mais diferentes emoções, interpretações e questionamentos. O encontro de Champagnat com Montagne nos revela que a Instituição Marista nasceu de uma experiência de solidariedade em relação de óbvia e grave necessidade. Apresenta-nos alguns referenciais, como a atenção que cumpre dar à realidade e à situação dolorosa do outro, isto é, o nosso próximo. A convicção profunda desperta não apenas a compaixão e a indignação; mas o essencial é a ação para minorar o sofrimento e o estado de abandono dos empobrecidos, sem a luz do bom ensino e, especialmente, sem a luz espiritual da instrução religiosa e cristã. Esse curso e discurso

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dia a dia

© Foto: Fabio Melo

Um intercambista

em minha

casa

Acolher o intercambista como um filho e deixar claras as regras da casa são fundamentais para uma experiência bem sucedida. Ser uma família hospedeira é culturalmente enriquecedor Por Michele Bravos

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Já pensou em adotar um filho estrangeiro? Calma, a gente explica. É comum e bastante incentivado por agências de intercâmbio que os adolescentes intercambistas se hospedem em casas de família para que a imersão na cultura do país para onde estão indo seja mais intensa e significativa. Abrir as portas de casa para um intercambista é como adotar um filho – mesmo que temporariamente. Para Celso Javorski, acolher o jovem Jacob Pritchard, 17 anos, da Nova Zelândia e que está estudando no Colégio Marista de Ribeirão Preto (SP), está sendo uma experiência enriquecedora. “É a primeira vez que estamos recebendo um intercambista e a troca cultural é muito rica. Temos dois filhos e um deles está fora do país, em intercâmbio também. Então, o Jacob, literalmente, está sendo tratado como um filho”. Para Guilherme Reischl, diretor comercial da Egali Intercâmbio, a consideração mais importante de um programa de intercâmbio em casa de família é que a família hospedeira acolha o estrangeiro como um membro da família. “O intercambista tem que usufruir da mesma estrutura de um filho. Ele tem que se sentir integrado, acolhido. As atividades diárias têm que ser realizadas com o intercambista. No começo,


isso pode significar sair da rotina – e a família precisa estar ciente disso –, mas, aos poucos, todos se adaptam”. Jacob afirma que um ponto positivo dessa experiência tem sido passar tempo com sua família brasileira. “Eles são pessoas muito legais, que fazem eu me sentir bem-vindo na casa deles”. Uma boa adaptação depende bastante de regras claras. Reischl lembra que toda casa tem normas que, naturalmente, são cumpridas pelos membros da família. O intercambista precisa ser inserido nesse contexto também. “Ele precisa saber o que pode fazer na cozinha, o que deve fazer com as roupas sujas – se ele irá lavá-las ou se alguém fará isso para ele –, se existe um horário para o banho, se o secador é de uso comum...”. O diretor comercial complementa que isso tudo deve ficar claro já no primeiro dia. “Assim que o intercambista chegar, dê as boas-vindas, faça ele se sentir em casa. Em seguida, de forma gentil, apresente as regras do lar”. Javorski conta que Jacob respeita inclusive as normas de comportamento – por exemplo, com relação a sair para festas e dar satisfação quanto a para onde está indo e com quem. “Tínhamos muita expectativa com relação a essa convivência. É também nossa responsabilidade zelar pela segurança dele”.

Integrando Integrar não quer dizer fazer as vontades do intercambista. Ele precisa conhecer e se adaptar aos costumes do país em que está. Uma boa forma de integrar o jovem à cultura e à nova família é na hora das refeições. “O momento das refeições é muito importante para a integração. Por isso, pelo menos algumas devem ser feitas com a família reunida”. Javorski afirma que os hábitos alimentares certamente são muito diferentes e isso sempre rende bastante conversa. Outra forma de integrar é convidar o intercambista para passear. “É importante que a família esteja prepara-

da para fazer 'programas de turista', mesmo na sua cidade natal. É preciso lembrar que o intercambista também está interessado em conhecer lugares típicos e diferentes dos que ele está habituado a ver”.

Comunicação Na casa da família Javorski, apenas a filha fala inglês. Então, foi preciso desenvolver formas de comunicação até Jacob estar mais fluente no português. “Às vezes, o Google tradutor nos ajuda. A gente acaba tendo que ser criativo”, diz Javorski. Reischl aponta que é ideal que pelo menos um membro da família compartilhe de um idioma em comum com o intercambista. “Caso contrário, a comunicação fica nula e pode gerar desconfortos, como prejudicar a compreensão das regras da casa. Uma família monoglota poderia ser um problema”. As barreiras de comunicação na casa de Javorski têm sido vencidas com bom humor. “Nós falamos português e inglês em casa. Eu imagino que deve ser um quebra-cabeça para eles entenderem o que eu falo, às vezes, mas nós rimos disso”, diz Jacob. O quesito “comunicação” também deve se estender para a família no exterior, pois isso gera maior confiança para o intercambista. “A família que está recebendo deve fazer contato com a família do outro país, mesmo que não falem a mesma língua. Por meio de uma conversa por chamada de voz e vídeo, as famílias podem se ver, sorrir uns para os outros e dar um ‘tchauzinho’. Isso já faz diferença”, afirma Reischl.

Atenção! Não existe idade limite para os membros de uma família receberem alguém. No entanto, recomenda-se que a pessoa que vai ser acolhida seja adolescente ou jovem. Segundo Guilherme Reischl, diretor comercial da Egali Intercâmbio, depois dos 25 anos, a pessoa já tem uma independência que poderia dificultar a interação. A família hospedeira deve avaliar isso.

dicas Seguindo essas dicas, a família hospedeira terá uma grande experiência de vida recebendo um intercambista. l Tenha certeza de que sua casa tem condições de receber mais um membro. Pode ser que ele tenha que dividir o quarto com os seus filhos, mas é importante que o intercambista tenha um espaço que ele sabe que é dele. l Conheça o intercambista antes de ele chegar à sua casa. Pode ser por e-mail, por chamada de voz e vídeo, etc. l Trate-o como um filho, tanto para as coisas legais, como passear em família, quanto para as regras. l Apresente as regras da casa. Elas precisam estar claras para o intercambista. l Pergunte o que ele gosta de fazer ou o que tem curiosidade em conhecer. Seja solícito, simpático, mas não extrapole, impondo a sua programação. l Tenha disposição para conviver com as diferenças – elas são enriquecedoras – e dialogue sempre!

Na foto: Maria Eduarda, Jacob, Anaisa e Celso Javorski.

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© Foto: Gilberto do Rosário

capa

Atitudes solidárias podem aparecer em diversos contextos. Mas elas são aprendidas ou as pessoas nascem assim? Por Michele Bravos

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Solidariedade se aprende? Falar de solidariedade no Brasil atual é um desafio, diante de tantos fatos de corrupção, de violência gratuita, de discriminação. Mas, para Viviane Silva, assessora da Rede Marista de Solidariedade (RMS), o desafio não é impossível. "Há um provérbio popular que explica bem o ensino da solidariedade: se a palavra convence, o exemplo arrasta. Portanto, é preciso bons pais, bons educadores, bons exemplos inspiradores do que é viver em sociedade". Ela complementa que é importante transmitir a ideia de "eu preciso do outro para viver". Dessa forma, tem-se uma melhor compreensão de senso de justiça e solidariedade. Entendendo a solidariedade como uma virtude, a pedagoga Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Genebra, acredita que ela precisa ser vivida para ser assimilada. “Eu entendo virtude como uma disposição para fazer o bem, como afirma Comte-Sponville, e o bem não é para se contemplar, é para ser feito. Em momentos de crise, por exemplo, podemos indagar crianças e adolescentes sobre os sentimentos do outro. Só assim eles podem construir instrumentos psicológicos que os tornam capazes de solidarizar”. Na família de Fernando Pereira, 17 anos, aluno da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Marista Santa Maria, de Curitiba (PR), as práticas solidárias estão presentes nas pequenas atitudes, como conta sua mãe, Patrícia Pereira. “Uma atitude solidária pode ser dar ouvidos a alguém que está precisando desabafar. Pode ser ajudar alguém a empurrar um carro na rua – coisa que eu já fiz, inclusive. É importante que a família dê esse exemplo e incentivo aos filhos”. Patrícia ainda afirma a importância de as ideias da família estarem alinhadas com as ideias do colégio. “Quando estava buscando uma escola para o Fernando, eu priorizei os valores que a instituição passaria, pois é isso que será lembrado para sempre”. Luciene lembra que a solidariedade é um valor que precisa ser buscado como outros valores morais. "Não nascemos solidários, mas nos tornamos solidários quando conseguimos reconhecer nossas próprias dores, quando temos a experiência de compartilhar as dores dos outros. Pessoas solidárias o são porque desejam ser”, diz. Fernando conta que vive essa constante busca para ser uma pessoa solidária e que tem aprendido a valorizar o que realmente importa. “Desde que comecei a participar da Pastoral da Juventude Marista (PJM), eu me tornei uma pessoa diferente. Sou mais calmo e me preocupo mais com a minha família e meus amigos. Na PJM, não aprendemos só a ser solidários, mas a ser pessoas melhores para o mundo, aprendemos a respeitar mais as diferenças, a dispor do nosso tempo para o outro – como nas missões Maristas – e a ter autonomia”. A pedagoga destaca que a solidariedade se faz presente já na infância. “Do ponto de vista psicológico, a solidariedade é uma das primeiras virtudes que as crianças apresentam e o fazem espontaneamente porque independe de uma construção cognitiva mais evoluída. Depende, na verdade, da sensibilidade com o outro, coisa que criança desenvolve desde bem cedo pela empatia”.

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© Fotos: João Borges

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Curiosidade

Patrícia complementa, expondo que, por vezes, percebe que os adultos não são solidários por medo: “Eles têm medo de ajudar um estranho e ele ser um ladrão, por exemplo. Mas acredito que o medo está relacionado à ausência de fé e as pessoas precisam crer mais, pois penso que, naturalmente, o ser humano é, sim, solidário”.

Ressignificando Por muito tempo, a ideia de assistencialismo, de dependência, esteve associada à solidariedade.

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No livro “O Ensaio sobre a Dádiva”, do sociólogo Marcel Mauss, o autor conta a história do Rei Artur e sua Távola Redonda para concluir seus pensamentos sobre os conceitos de dar, receber e retribuir – presentes ao longo do material: “Sobre a história do Rei Artur e a Távola Redonda. Disse o carpinteiro a Artur: ‘Far-te-ei uma mesa muito bela, onde poderão sentar-se seiscentos e mais, e andar em volta, e de onde ninguém será excluído... Nenhum cavaleiro poderá travar combate, pois ali o de maior destaque estará no mesmo nível que o de menor destaque’. Não mais houve lugar de honra e, por conseguinte, não mais houve querelas. “Os povos podem enriquecer, mas só serão felizes quando souberem sentar-se, tal como cavaleiros, à volta da riqueza comum. É inútil ir procurar longe o bem e a felicidade, pois ele está ali, na paz imposta, no trabalho bem ritmado, comum e solitário alternativamente, na riqueza acumulada e depois redistribuída no respeito mútuo e na generosidade recíproca que a educação ensina”.

Entre os povos ditos primitivos já se faziam presentes atos de dar, receber e retribuir como formas necessárias para uma vida em comunidade, mesmo que, muito atreladas a relações de poder. De acordo com o que explica o sociólogo Marcel Mauss, em seu livro “O Ensaio Sobre a Dádiva”, para que um rei pudesse continuar sendo superior, ele precisava ofertar aos pobres, colocando-os em uma

posição de inferioridade. Mas, recusar não era possível, pois esse ato era o mesmo que dizer que se tinha medo de retribuir. “Ao aceitar uma dádiva, aceita-se um desafio e ele pode ser aceito porque se tem a certeza de retribuir, de provar que não se é desigual”, expõe o autor. Diante disso, existe a necessidade de ressignificar conceitos. Viviane afirma que é preciso um ou-


tro modelo de sociedade, colocando a solidariedade na contramão da visão assistencialista que marcou a história. "Necessitamos de uma sociedade em que o direito seja garantido para todos, sem exceção, onde nenhum tipo de privilégio é aceito, já que fere o princípio comum de justiça. Nesse sentido, o que se discute é uma sociedade onde se aprende, desde criança, a não levar vantagem, nem dar o jeitinho brasileiro, mas que há regras e responsabilidades a serem cumpridas. Essa é uma nova forma de entender solidariedade. Essa posição coloca em relevo a defesa de direitos humanos e a justiça social que precisam ser assumidos por todos".

Relações solidárias hoje Os caminhos da solidariedade são uma trama entre a existência de cada indivíduo e as relações em que se encontram. É preciso se perceber além de si para ser solidário. “Gosto de uma expressão de uma escritora de livros infantis, Adriana Falcão: ‘Solidariedade é quando a gente se empresta pro outro’”, diz Luciene. Fernando relata que uma das experiências mais marcantes que teve na vida foi ter participado da Missão Solidária Marista 2015, em Pouso Redondo (SC), cuja premissa era justamente o contato com o próximo. “Nós ficamos hospedados na casa de pessoas que nem conhecíamos, fazíamos visitas a famílias mais vulneráveis e estávamos o tempo todo em contato com a população durante as atividades. Para mim, isso foi exercer a solidariedade na prática”. Para Patrícia, pensar em solidariedade é pensar em “dispor o seu tempo para o outro”. “Se nos perguntarmos qual o contrário de solidariedade eu diria ‘individualidade’. Acho que, assim, esse conceito fica mais claro”, diz.

As atuais formas de comunicação, sobretudo as que se efetivam em redes, podem incentivar a construção de comunidades e, consequentemente, a prática da solidariedade, pois partem dos princípios de reconhecimento e aceitação do outro como membro da rede, bem como do desenvolvimento de respeito mútuo e de interesse pelo próximo.

dos princípios de reconhecimento e aceitação do outro como membro da rede, bem como do desenvolvimento de respeito mútuo e de interesse pelo próximo”. Viviane complementa: "Podemos entender que a solidariedade está nessas relações com o outro que nos completa, que nos constitui. O contrário disso nos desumaniza, segrega e isola. Por gerar um comportamento coletivo de corresponsabilidade, é um dos principais valores que temos". Para Danielle, a possibilidade de constituição de comunidades nesses espaços virtuais intensifica as práticas solidárias. Ela frisa que o ponto mais importante nesse contexto é o conteúdo gerado pelos membros das redes. “As tecnologias e as redes sociais não promovem solidariedade por si só, mas pelo referencial de valores que os membros dessa comunidade possuem e que se revelam nas suas relações.

Danielle Pamplona Professora da Universidade de Brasília (UnB)

O estabelecimento dessas relações de responsabilidade recíproca está diretamente ligado à comunicação, possibilitando a interação e a colaboração. Traçando um pensamento para o contexto atual, em que o mundo virtual está muito presente, a professora Danielle Pamplona, da Universidade de Brasília (UnB), afirma que “as atuais formas de comunicação, sobretudo as que se efetivam em redes, podem incentivar a construção de comunidades e, consequentemente, a prática da solidariedade, pois partem

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capa

O campo fértil para a solidariedade é regado por valores de amor ao próximo, respeito às diferenças, justiça e ética. Cabe, portanto, aos membros dessas redes incentivar práticas que levem à formação de indivíduos comprometidos com o outro, que priorizem a dimensão humana, a valorização do outro e o fortalecimento dos laços solidários”.

Solidariedade x classes sociais Tendo esse conceito como norte, a solidariedade pode se fazer presente inclusive em ambientes menos favorecidos. "Ainda que o meio seja desfavorável, as dificuldades vividas podem ser superadas. Aliás, é de ambientes vulneráveis que surgem bons exemplos de partilha e solidariedade", diz Luciene. Viviane vivencia isso na prática por meio da RMS, que atua na criação de uma nova mentalidade nos contextos em que está presente. "Não fazemos atos pontuais de generosidade

Não nascemos solidários, mas nos tornamos solidários quando conseguimos reconhecer nossas próprias dores, quando temos a experiência de compartilhar as dores dos outros. Pessoas solidárias o são porque desejam ser. Luciene Tognetta Pedagoga e doutora em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Genebra

nos locais vulneráveis em que estamos, mas temos a solidariedade como valor e comprometimento em defesa da vida em todas suas formas, contribuindo assim para a superação da pobreza e da desigualdade, e pela defesa e promoção dos direitos das crianças e jovens". Conheça o Projeto Propulsão, na editoria Solidariedade desta edição, e saiba como a solidariedade é desenvolvida com

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jovens em situação de vulnerabilidade social.

Por que se faz o bem? Para alguns, ser solidário e fazer o bem são sinônimos. Já, para Viviane, entendendo solidariedade como uma oposição ao individualismo, ela considera que ser solidário é mais que fazer o bem. "A solidariedade supera a busca individual, levando-nos a uma busca

coletiva para encontrarmos soluções para problemas comuns". No fim, praticar a solidariedade e fazer o bem têm como finalidade promover algo de bom, em que todos, tanto quem ajudou, quanto quem foi ajudado, saem ganhando. Luciene afirma que esse jogo de interesse existe – mesmo que no âmbito psicológico – uma vez que “o desejo de ser reconhecido como alguém do bem é o que leva


© Fotos: João Borges

© Foto: Gilberto do Rosário

Fernando Pereira, 17 anos, aluno da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Marista Santa Maria, de Curitiba (PR), e sua mãe Patrícia Pereira.

Da comunidade para a comunidade A origem atrelada a espaços populares motivou um grupo de pesquisadores a criar o Observatório de Favelas, “uma organização social de pesquisa, consultoria e ação pública dedicada à produção do conhecimento e de proposições políticas sobre as favelas e fenômenos urbanos”, como a própria organização se define. O Observatório existe desde 2001 e conta com atividades em diversas áreas de atuação: educação, políticas urbanas, comunicação, cultura, direitos humanos. Por meio das ações realizadas, a comunidade é instigada a se conhecer, a se desenvolver pessoalmente e a voltar o seu olhar e atenção para o meio em que estão, assim como para as pessoas ao seu redor. Para mais informações, acesse o site através do link: observatoriodefavelas.org.br

uma pessoa a agir bem. Queremos nos ver como solidários e detestamos nos ver como egoístas”. Fernando conclui que, independente do que move as pessoas a fazerem o bem, ser solidário contagia quem está ao redor e isso gera um efeito de causa e consequência positivo. “Quando você quer ser mais solidário e faz isso, você está servindo de exemplo para as pessoas e, consequentemente, influencia a todos”.

A solidariedade supera a busca individual, levando-nos a uma busca coletiva para encontrarmos soluções para problemas comuns. Viviane Silva Assessora da Rede Marista de Solidariedade (RMS)

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© Fotos: Acervo do Colégio

entrevista

Todos podem ser solidários O despertar da solidariedade é possível e depende de um compilado de fatores externos e pessoais. Apostas do Grupo Marista nessa área visam promover uma consciência crítica sobre o tema Por Michele Bravos

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A expressão da solidariedade se dá de formas distintas em cada meio e para cada pessoa. Para refletir sobre o assunto e apresentar de que forma o Grupo Marista pretende potencializar o despertar dessa prática nos Colégios, César Augusto Ribeiro é o entrevis-

Sem ignorar o fato de que a solidariedade pode ser ensinada e aprendida, na sua opinião, há pessoas que simplesmente nascem solidárias?

É uma questão difícil. Do ponto de vista biológico, há instintos de preservação que podem ser vistos como solidários – como, por exemplo, uma mulher que acolhe e cuida de uma criança em situação de risco de vida. Porém, entendendo a solidariedade como algo mais dinâmico, que ganha níveis e significados distintos ao longo do tempo e na diversidade de culturas, é difícil concluir que alguém já nasça solidário. É preferível afirmar que todos nascem com a possibilidade de desenvolver esse valor.

A solidariedade está na essência Marista. Por que investir no desenvolvimento de um ser humano mais solidário?

A educação Marista se pauta em vários princípios que apontam para a solidariedade como uma das virtudes de nosso tempo: a formação integral, o desenvolvimento da alteridade e da paz, o protagonismo das infâncias e juventudes, a cidadania planetária e outros que emanam da ética cristã.

Entendendo a solidariedade como algo mais dinâmico, que ganha níveis e significados distintos ao longo do tempo e na diversidade de culturas, é difícil concluir que alguém já nasça solidário.

tado desta edição da Em Família. Ribeiro tem uma longa caminhada no Grupo Marista, já tendo colaborado diretamente com a Rede de Solidariedade Marista. Atualmente, ele é coordenador de Pastoral do Colégio Marista de Maringá (PR).

Quais as apostas para este ano nas unidades pastorais dos Colégios?

A missão Marista no mundo é a educação de crianças e jovens, com um grande foco na defesa e na promoção da vida. Já há algum tempo, as Diretrizes da Ação Evangelizadora do Grupo Marista apontam para a solidariedade socioambiental como um elemento inculturador do Evangelho. A Rede Marista de Solidariedade avançou muito e tem um belíssimo trabalho no campo da defesa e da promoção dos direitos das infâncias e juventudes em situação de vulnerabilidade, pois amplia a ação social em rede, participa de espaços de construção e controle social das políticas públicas e motiva o Grupo Marista a avançar na educação para a solidariedade. Em sintonia com essa caminhada, em 2015, a Pastoral da Rede de Colégios assumiu a promoção e a defesa das infâncias e juventudes como um de seus eixos de análise e estruturação. O objetivo desse eixo é consolidar o posicionamento da comunidade educativa frente à defesa e à promoção dos direitos das infâncias e juventudes em sintonia com os direcionamentos da Rede Marista de Solidariedade (boas práticas de gestão, projetos de solidariedade, mobilização e comunicação) para que a vivência da fraternidade e da caridade cristã abra caminhos e estabeleça pontes para uma cidadania solidária. A aposta está em programas, projetos e ações estratégicos e inovadores que colaborem para que os diversos interlocutores – alunos, famílias, educadores, colaboradores, parceiros – desenvolvam a consciência crítica, ampliem seu olhar sobre a solidariedade, atribuam novos sentidos e colaborem para a transformação positiva do mundo.

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entrevista Para algumas pessoas, solidarizar-se com o outro, colaborar para essa transformação positiva é um verdadeiro exercício. Por que, às vezes, pode parecer difícil se doar ao próximo?

Não é fácil controlar os instintos egoístas e a tendência à acomodação. Nesse sentido, é difícil superar paradigmas anacrônicos, estruturas obsoletas e preconceitos em favor do bem comum. Dá trabalho sair de si, estimular a consciência crítica, reconhecer incoerências pessoais, desenvolver a alteridade, buscar coletivamente soluções assertivas com foco no grupo. Porém, a maior parte dos que começaram a desenvolver sua dimensão solidária encontrou um caminho de realização, ampliou o sentido de sua existência e tornou sua vida mais dinâmica.

Dá trabalho sair de si, estimular a consciência crítica, reconhecer incoerências pessoais, desenvolver a alteridade, buscar coletivamente soluções assertivas com foco no grupo.

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Ser solidário e fazer o bem são a mesma coisa?

Há diferentes níveis de solidariedade. De maneira simplificada, poderíamos destacar três. O primeiro é o assistencialismo. Muitas pessoas se comovem com o sofrimento alheio e se dispõem a ajudar, mas não necessariamente colaboram para que as raízes do sofrimento sejam superadas. O segundo é a fraternidade. Há pessoas que se dispõem a superar preconceitos e conviver com quem sofre. Aprendem que a solidariedade é um “caminho de mão dupla”, de interlocução que promove o crescimento de todos os envolvidos. O terceiro é a defesa e a promoção dos direitos e a emancipação dos sujeitos. Quem está nesse nível assume direta e indiretamente o acompanhamento das políticas públicas que incidem na vida de todos e o apoio às iniciativas que buscam superar as causas da vulnerabilidade social e econômica. Pensando assim, podemos afirmar que ser solidário e fazer o bem podem ser sinônimos, mas têm formas e impactos distintos. César Augusto Ribeiro, coordenador de Pastoral do Colégio Marista de Maringá (PR).


índice

Por Aline Mil

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Alunos do Fundamental I desenvolvem série de habilidades nas aulas de Educação Musical.

destaque

com a palavra

ed. infantil

ens. fundamental

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Conheça a proposta pedagógica que oferece espaços criativos, materiais diversificados e tempo para aguçar a criatividade dos pequenos.

Um supermercado criado pelas próprias crianças estimula o interesse pela Matemática e pelo consumo consciente.

caleidoscópio

diz aí

você sabia?

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O que pensa a Diretoria-Geral.

Relembre os principais acontecimentos do Colégio.

Por que as pessoas são diferentes umas das outras? Saiba o que pensam os alunos e o educador.

gente nossa

ser melhor

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Para a família Fernandes, o Colégio é mais que a extensão da própria casa: é um segundo lar.

Conheça algumas ações da Pastoral.

Vindo de Lisboa, o aluno Lucas França Trindade contou com a ajuda dos colegas e professores para sentir-se em casa em Goiânia.


com a palavra

Valores para

a vida

“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. Essa frase, atribuída ao escritor e humorista norte-americano Mark Twain (1835-1910), e, com mais frequência, ao poeta e dramaturgo francês Jean Cocteau (18891963), pode servir de introdução ao texto de apresentação desta edição da revista Em Família no recorte de Goiânia. Claro que não podemos entender como absoluto o significado da frase, concluindo que nada é impossível, que tudo é possível; se assim fosse, correríamos o risco de encaminhar nossas crianças e jovens, às vezes, por caminhos perigosos e fatais. Quero enfatizar, da frase, o que ela nos oferece de incentivo às possibilidades que nos apresenta a vida e que, por vezes, por falta de ânimo, de crença em nós mesmos, de perseverança, de vontade forte, de princípios norteadores, de sentido de vida, deixamos de aproveitar. A história da humanidade está repleta de homens e mulheres que, cada um à sua época e no seu contexto, fizeram a diferença – tanto para o bem como, infelizmente, para o mal. As oportunidades podem surgir para todos e, tendo tido a pessoa uma boa formação, ela aproveitará e seguirá aquelas que, ao tempo em que contemplam seu projeto de vida, sejam corretamente éticas e promovam qualidade de vida para si e para os outros. Estou falando de “gente do bem”. A nossa sociedade tem muitas pessoas do bem, com certeza em número muito maior do que as do mal. Felizmente. Há, portanto, esperança. A formação das pessoas do bem se faz através de um processo educacional baseado em valores, na escola, na família, na Igreja e na sociedade em geral. Os valores constituem o lastro sobre o qual se constroem significados de vida saudáveis, permanentes e contagiantes. É especialmente gratificante, para nós, educadores Maristas, ver registrados, no conteúdo desta revista, depoimentos de alunos, de familiares e de educadores, todos falando, direta ou indiretamente, da importância que os valores Maristas têm tido em suas vidas e nas de suas famílias. O espírito de família, o amor ao trabalho, a justiça, a simplicidade, a presença significativa e a espiritualidade são valores dos quais não abrimos mão – tudo isso baseado no princípio universal da valorização da vida, em todas as suas manifestações, preconizado por Jesus Cristo. Um mundo novo não é impossível. Vamos lá e façamos a nossa parte!

Boa leitura!

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Colégio Marista Goiânia

As oportunidades podem surgir para todos e, tendo tido a pessoa uma boa formação, ela aproveitará e seguirá aquelas que, ao tempo em que contemplam seu projeto de vida, sejam corretamente éticas e promovam qualidade de vida para si e para os outros.

Prof. MSc. Roberto Gameiro Diretor-Geral

© Foto: Acervo do Colégio



© Fotos: Acervo do Colégio

ed. infantil

A escola necessita proporcionar às crianças oportunidades de usar a sua criatividade para experimentar e assumir responsabilidades, realizar escolhas com relação à sua vida e ao seu futuro

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Do encantamento e sensibilidade aos processos de criação. Uma proposta pedagógica que valoriza a criatividade e oferece espaços criativos, materiais diversificados e tempo para aguçar a criação. É isso que acontece na Educação Infantil do Colégio Marista de Goiânia. É possível criar contextos e condições para promover o desenvolvimento da criatividade e estímulo à imaginação? O mundo hoje é das pessoas criativas. A criança é um ser criativo e singular que, por meio das brincadeiras e da fantasia, manifesta um rico potencial criador. Ela vê as novidades e os acontecimentos com olhos sensíveis. Estudos sobre como estimular a criatividade infantil concluíram que o afeto, o calor, a atenção, a disponibilidade, a ausência de esquemas preconcebidos, a qualidade e a quantidade de interações da criança com seu ambiente encorajam significativamente a criação e isso tudo acontece com o trabalho realizado com as múltiplas linguagens na Educação Infantil – Linguagens Artísticas (arte visual, cênica, dança, música), Linguagem Corporal, Linguagem do Espaço Social e Natural, Linguagem da Matemática, Linguagem Oral e Escrita e Linguagem da Religiosidade – que oferecem recursos importantes e interessantes para

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ressignificar as situações de letramento/ alfabetização, constituindo um modo de falar, de ver, de ouvir, de dizer, de interpretar/representar o mundo, de entender e acontecer aprendizagem. É por meio da linguagem que as crianças constroem o pensamento, a capacidade de decodificar e interpretar suas experiências, ou seja, a capacidade de aprender. As aulas das diferentes linguagens aguçam a curiosidade, provocam sensações que exercitam o contato com o diferente, com o lúdico. Ampliam a sensibilidade, a reflexão, a percepção e tentam imaginar o inimaginável, proporcionando um ambiente criativo. É nesse contexto contagiante que o professor de Arte Carlos Henrique de Souza Lima (Kim) trabalha com os alunos das turmas de Infantil 4 e 5 e apresenta algumas de suas experiências desenvolvidas no primeiro trimestre.

A prática Na primeira experiência, criou-se um diálogo sobre os elementos da linguagem visual: cor, linha, ponto e formas. A partir de imagens da obra de Wassily Kandinsky (“Composition VIII”, 1923), os alunos utilizaram em seus trabalhos diversas formas geométricas básicas – triângulos, quadrados, círculos e retângulos – de for-


ma a desenvolver a sua produção a partir da experiência visual do artista trabalhado. A atividade desdobrou-se em desenhos pequenos e em grandes formatos, colagens com papéis coloridos e pintura com tinta guache, o que deu origem a vários móbiles com rico visual de cores. A segunda experiência foi uma exploração sensorial que teve início com uma conversa sobre os cinco sentidos do corpo humano que dialogam com a arte. A vivência desenvolveu-se a partir do tato, quando foi proposto que os alunos tocassem, sem o contato visual, objetos que estavam dentro de uma sacola e depois imaginassem como eles eram em sua textura, forma, tamanho e cor, e como fariam a representação dos objetos no papel a partir do tato aliado ao que já possuíam como registro de forma em suas memórias. Ao final, com os desenhos construídos individualmente, os objetos foram apresentados e eles puderam constatar o real formato. Foi uma euforia geral poder comparar os objetos às sensações táteis e uma grande surpresa quando alguns alunos acertaram até a cor do objeto. Valoriza-se a produção do aluno porque ela significa a expressão de sua criatividade. Cada criança é motivada a expressar-se e sentir satisfação com o seu processo. A liberdade para experimentar é essencial para a criatividade.

As crianças precisam ser estimuladas a usar os múltiplos sentidos em todas as faixas etárias do período educacional para que, no futuro, sejam pessoas apreciadoras, sensíveis, reflexivas e críticas das imagens que vão se descortinando no seu espaço-tempo. Carlos Henrique S. Lima (Kim) Professor de Arte

Em outro momento, a partir da leitura e apreciação visual da obra “O quarto em Arles”, de Vincent Van Gogh, foi proposto que os alunos fechassem os olhos, “viajassem” aos seus quartos e tentassem lembrar o que havia lá, a posição dos móveis, os objetos que estavam dispostos pelo quarto, as cores das paredes, dos móveis. Depois disso, o desafio foi desenhar os quartos a partir de sua memória.

Estimulando a criatividade Experimentamos uma época na qual a criatividade é a grande estrela que brilha nos inusitados universos que se descortinam a cada dia. E, nesse cenário, a escola se abre para novas possibilidades. Assim, a dimensão da criação é entendida como mais um elemento da infância e da produção de significados pelas crianças. A criatividade é indispensável para a solução de problemas de qualquer espécie: ecológicos, filosóficos, físicos, entre tantos outros. Assim, a dimensão da criação no processo de aprendizagem das crianças, permeando e entrelaçando as áreas do conhecimento, é imprescindível para a abertura de novas possibilidades de relacionamentos e de oportunidades para compreender a si e o mundo de outras maneiras, criando assim diferente paisagem na sociedade. O professor Kim enfatiza que o objetivo desses trabalhos que vem desenvolvendo com os alunos em aulas de arte é despertar a percepção visual para as novas formas de letramento, leitura de mundo e inventividade, alinhando essas leituras ao desenvolvimento da criação de novos elementos visuais para o despertar para a criatividade. “As habilidades sensoriais e imagéticas que as crianças possuem nessa faixa etária são enormes e precisam ser continuamente estimuladas e trabalhadas pois, do contrário, vão se perdendo ao longo dos anos, a ponto de, na adolescência e na fase adulta, esse indivíduo ficar limitado ou não

conseguir criar soluções a partir do sentido, fechando-se para a criatividade. As crianças precisam ser estimuladas a usar os múltiplos sentidos em todas as faixas etárias do período educacional para que, no futuro, sejam pessoas apreciadoras, sensíveis, reflexivas e críticas das imagens que vão se descortinando no seu espaço-tempo”. A criança vai expressando na arte e na fala (corporal, oral e escrita) as suas experiências de mundo, formando sua personalidade e se realizando como pessoa, fortalecendo a autoconfiança e autoconhecimento positivo. Portanto, podemos dizer que a criatividade é um ponto não só de partida, mas de chegada e de novas partidas, além de ser terapêutica, divertida, rebelde e alegre. É necessária e universal, pois dá vida e significado a tudo, permeando todas as proporções humanas, pertencendo a todos. É transcendental, porque ultrapassa limites, o que a torna imprevisível e infinita. Preparar as futuras gerações de maneira social, cultural e cognitiva para o diálogo e para a construção de uma sociedade mais democrática é tarefa fundamental da educação escolar. Um dos caminhos para tal propósito é transformar a sala de aula em uma comunidade de investigação, valorizando a ação dos alunos, abrindo espaços para exercitarem suas habilidades mentais por meio de questionamentos, pesquisas, criação e verificação de hipóteses.

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© Fotos: Acervo do Colégio

ens. fundamental

Vamos às compras ! Um supermercado criado pelas próprias crianças estimula alunos do 1º ano a se interessarem pela Matemática e pelo consumo consciente

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“As relações estabelecidas no espaço que educa são marcadas pela qualidade e intensidade. Essas características são determinadas pela capacidade de o espaço incitar e alimentar a sensibilidade, as percepções que favorecem a exploração, descoberta, a interpretação e representação por meio de linguagens que dialoguem e construam a aprendizagem em rede, na qual a criança é a protagonista”. (Projeto Marista para a Educação Infantil – PMEI, p. 139) Assim é que o Projeto Supermercado, desenvolvido pelo 1º ano do Ensino Fundamental I, vem propor um trabalho voltado para a aprendizagem significativa. Esse projeto foi tema de uma reportagem na TV PUC-Goiás sobre a importância da Educação Financeira, bem como a matéria veiculada pelo jornal “O Popular”, que também versou sobre o assunto, destacando o Projeto Supermercado Marista.

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Uma situação cotidiana que pode auxiliar as crianças a se familiarizarem com a matemática e, ainda, trabalhar o conceito de consumo consciente. É esse o principal objetivo do Projeto Supermercado desenvolvido pelas professoras do 1º ano do Ensino Fundamental I do Marista de Goiânia. “No 1º ano, as crianças, em processo de alfabetização, vivenciam intensamente situações em que são chamadas a perceber o mundo pela palavra escrita, entram em contato com diferentes gêneros textuais e seus suportes, colaborando, assim, para a construção da capacidade de ler e escrever”, explica a coordenadora psicopedagógica Andréa Prado R. S. de Azevedo. “O Projeto Supermercado, espaçotempo de aprendizagens, vai além da alfabetização, evocando o processo de Letramento que resulta da prática da leitura e da escrita com uma função social, num contexto


real, com significado, ou seja, é a condição de saber ler o mundo e se expressar nele fazendo uso de habilidades e conhecimentos para responder às demandas do contexto social”. O projeto é “um espaço rico em estímulos e incita a curiosidade, fator que desencadeia o desejo de aprender e o aprimoramento das habilidades”, conforme propõe o Projeto Marista para Educação Infantil, completa a coordenadora. A Educação Financeira está em alta no conceito escolar e o projeto vem ao encontro dessa proposta não só desenvolvendo conceitos e operações matemáticos mas também, ao trabalhar com as múltiplas linguagens, promove a interdisciplinaridade. Língua Portuguesa, Ciências, Geografia, História, Ensino Religioso são componentes curriculares pelos quais o projeto perpassa e vai acontecendo, reforçando a ideia de como ocorre na vida – nada é estanque. Tudo se entrelaça num movimento contínuo de aprendizagens infinitas.

Montando a brincadeira Tudo começa quando a professora pede que os alunos tragam de casa embalagens vazias de produtos.

Depois, as crianças aprendem a separar e a classificar as embalagens, dando forma às prateleiras do centro de compras. Em seguida, é hora de verificar os preços, confeccionar etiquetas, cartazes e encartes. O passo seguinte é o mais impressionante: os pequenos criam o próprio banco. “Eles se divertem muito nessa etapa porque confeccionam as notas de dinheiro e os cartões de crédito que vão ser usados no caixa do supermercado”, conta a professora Cristina Porto, uma das idealizadoras do projeto. No início, os alunos são instigados a dizer tudo o que já sabem sobre um supermercado e também a desenvolverem as dúvidas que têm sobre como funciona o centro de compras. Afinal, por que as pessoas estão sempre correndo nos supermercados? Por que tem gente que anda de patins lá dentro? E o que tem por trás daquela portinha que abre e fecha? As respostas se transformam em bons debates e desenvolvem a percepção do aluno. A professora Cristina Porto afirma que se surpreende com a evolução e interação durante a aula prática: “Sempre fico surpresa com as crianças! Elas pensam nos mínimos detalhes, como a separação dos

produtos secos e molhados, sabem passar cartão e levam as discussões desse ambiente para casa”. Vitória Gardner já está no 2º ano, mas lembra com empolgação do projeto do qual participou no ano passado. “Eu gostava de ficar no caixa porque dava para somar”, diz a pequena de sete anos. Já Luiza Setubal, de seis anos, está cursando o 1º ano e afirma que sua principal lição tem sido ficar atenta às embalagens. “Aprendi que elas não podem estar amassadas e que é preciso ficar atenta à validade e também pesquisar bastante os preços”, pontua a aluna.

Sempre fico surpresa com as crianças! Elas pensam nos mínimos detalhes, como a separação dos produtos secos e molhados, sabem passar cartão e levam as discussões desse ambiente para casa. Cristina Porto Professora

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ens. fundamental Está caro ou barato? Durante a atividade, os alunos se deparam com questionamentos que já são comuns dentro de casa e, a partir de então, passam a prestar mais atenção no que, futuramente, vão chamar de orçamento familiar. “Este produto está caro ou barato? Quanto tenho para gastar? É esse o tipo de pergunta que as crianças fazem enquanto estão observando os rótulos e conversando com os colegas entre as prateleiras”, explica a professora. O desperdício e a alimentação saudável também estão na pauta das aulas durante a brincadeira. Enquanto elas leem as embalagens, as professoras também chamam atenção para o valor nutricional dos alimentos, mostrando às crianças que é preciso comer de tudo para ser saudável. “O aprendizado acontece com mais intensidade quando vivenciamos na prática aquela situação. Por isso, quando simulamos a situação real, as crianças conseguem assimilar os conceitos com mais facilidade”, justifica Cristina. E os alunos acabam levando para casa o que aprenderam no Colégio. Os pais são convidados a conhecer o supermercado criado pelos filhos e também se surpreendem com a evolução das crianças, que agora estão mais atentas ao que consomem. “Fazemos questão que os pais se envolvam com o projeto. É algo essencial para que tenhamos bons resultados”, ressalta Cristina. O Projeto Supermercado é um espaço de aprendizagem construído pelas crianças dentro de outro espaço de aprendizagem, o Laboratório de Matemática. Ao apresentarmos o projeto para os outros Colégios do Grupo Marista em recente videoconferência, Danielle Barriquelo, assessora do Ensino Fundamental I, e Denize Munhoz, assessora da Educação Infantil da Rede de Colégios, fizeram importantes reflexões sobre a proposta, enfatizando a riqueza do

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trabalho e o que emerge dele, como “o fato de trazer a Cidade para a Escola e a percepção das relações de poder que emanam dessa representação da realidade, pois trata-se de um jogo da vida real que mostra quem são os sujeitos que participam dele, propiciando, assim, muito mais que a própria Matemática, a prática do Letramento e o uso das múltiplas linguagens, relacionando-as à função social”. “O espaço traduz os princípios e valores guiadores da proposta pedagógica que dão corpo à aprendizagem das crianças, aprendizagem esta que é aprofundada e ampliada continuamente, fazendo com que seu desenho não se destine exclusivamente à fruição imediata”.

O aprendizado acontece com mais intensidade quando vivenciamos na prática aquela situação. Por isso, quando simulamos a situação real, as crianças conseguem assimilar os conceitos com mais facilidade. Cristina Porto Professora

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caleidoscópio Na Educação Infantil, as crianças dos turnos matutino e vespertino celebraram a Páscoa de forma significativa representando passagens bíblicas, como a cerimônia do lava-pés.

DIVERSÃO

Alegria, brilhos, cores e muito talento. Assim foi o Espetáculo de final de ano do NAC.

© Fotos: Acervo do Colégio

2015

Para iniciar o ano letivo na Ed. Infantil os(as) Professores(as) de E. Física, Música, Arte, Língua Inglesa receberam as crianças com o espetáculo “Deu a louca nos contos de fadas”.

O NAC (Núcleo de Atividades Complementares) comemorou o Dia do Circo surpreendendo as crianças em sala com uma performance protagonizada por palhaços e perna de pau.

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caleidoscópio PJM tem um novo espaço para desenvolver as atividades. Os integrantes da Pastoral Juvenil Marista e da Pejotinha vivenciaram um momento mais que especial na inauguração da nova sala.

2015

O Ensino Fundamental I preparou uma acolhida superespecial para celebrar com as mães, as professoras e funcionárias, bem como alunas, o Dia Internacional da Mulher.

NA PRÁTICA

pastoral

NAC (Núcleo de Atividades Complementares) e Pastoral em parceria, dão um verdadeiro show de alegria e diversão com atividades esportivas e pastorais no Sabadão Interativo.

Um dos espaços de aprendizagem bastante significativo para todos os segmentos do Colégio é o Laboratório de Matemática. Vejam só como os alunos do 1º anos se mostraram dispostos à interação em grupos! Quantas aprendizagens!

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No Colégio Marista de Goiânia, a terça-feira é da Língua Portuguesa. Nesse espaçotempo, os(as) alunos(as) vivenciam a leitura e a produção de texto de forma significativa e diferenciada.

Os(as) Docentes e Equipes Pedagógica e Pastoral iniciaram este semestre com a presença significativa do Ir. Antônio Quintiliano, que conduziu os trabalhos desse dia.

Uma equipe do Colégio Marista de Goiânia participou de uma formação em Curitiba, destinada ao E. Fundamental 2 e E. Médio. Estiveram presentes no evento os coordenadores de Área: Professores(as), Jean, Ivan e Regina, além da Coord. Psicopedagógica Maria Cristina e Profa. Aldi, Diretora Educacional, na foto, com o Diretor Educacional da Rede de Colégios Prof. Flávio Sandi.

© Fotos: Acervo do Colégio

FORMAÇÃO

Auditório cheio: A primeira edição do Projeto Inter-Ação espaço aberto família-escola contou com a palestra da psicóloga Victória Giacomet que desenvolveu o tema “Limites: Meu filho cresceu...e agora?”.

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diz aí

Por que as pessoas são diferentes

?

© Fotos: Acervo do Colégio

umas das outras

AMANDA PINHEIRO 6º ano 11 anos

STÉFANI CASARIN 6º ano 11 anos

LAÍS GUIMARÃES 6º ano 11 anos

“Se as pessoas fossem iguais, não faria sentido. Não iria existir o que a gente chama de cultura. Seríamos todos iguais e não saberíamos distinguir uns dos outros, as pessoas não se reconheceriam.”

“A diferença existe para que haja um complemento entre o pensamento das pessoas e para que a personalidade de cada um exista. São as diferenças que enriquecem a nossa convivência porque a convergência de ideias nem sempre é ideal. A diferença é o que faz a gente evoluir.”

“É bom que exista diferença porque senão todo mundo teria um ponto de vista igual. Todo mundo tem um jeito de ser, a gente vai pegando o jeito do outro, vai juntando o que há de melhor em cada um. E é preciso respeitar os colegas que são diferentes e aprender com eles.”

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MARIANA ABRHÃO 6º ano 11 anos

MARISA DE PAIVA 6º ano 11 anos

ADALBERTO CORREIA 6º ano 11 anos

“A diferença existe para que a gente possa ter ideias melhores e assim é que a gente consegue resolver os problemas. Cada pessoa tem um modo de agir, de pensar, de aprender e isso é o que torna cada um único. Se todo mundo fosse igual, não seria bom.”

“Acho que as pessoas são diferentes porque são influenciadas por suas famílias e pelo lugar onde nascem. Se as pessoas pensassem do mesmo jeito, não haveria evolução, não haveria interação das ideias. A gente aprende com a diferença do outro, com a personalidade do outro, e isso também é o que gera amizade.”

“As pessoas têm que ter pensamentos diferentes. Já pensou se todo mundo pensasse coisas ruins e todos ao redor também pensassem igual? Cada um tem suas características e o seu pensamento e isso é muito importante para que a sociedade encontre respostas para os problemas.”

Opinião da Educadora "As diferenças são tratadas pelas crianças com muita naturalidade, desde que tenham bons exemplos em casa e na escola. Para que haja respeito é necessário que as crianças convivam com a diversidade, fazendo o exercício de colocar-se no lugar do outro. As crianças aprendem a respeitar e a valorizar as diferenças no dia a dia, observando as atitudes dos familiares, dos professores e refletindo sobre alguns acontecimentos.

A escola pode contribuir muito, incentivando o trabalho colaborativo entre os alunos e mostrando que a diversidade pode ser aproveitada em benefício de todos; que a capacidade de amar também consiste em se aceitar e aceitar o outro, apesar das diferenças."

Maria Cristina de Castro Borges Coordenadora Psicopedagógica

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destaque

A música como

ferramenta social

© Fotos: Acervo pessoal

Crianças do Fundamental I desenvolvem diversas habilidades nas aulas de Música

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“A linguagem é uma invenção humana que constrói mundos, pois quando linguajamos algo, como, por exemplo, um poema sobre a lua, diferenciamos esse algo do restante que o cerca, colocando-o em destaque e o compreendendo melhor”. A Arte é uma das formas de linguagem pela qual o homem se expressa e se comunica produzindo artefatos... Linguagem “das notas musicais: gráfica, do silêncio, dos instrumentos, dos movimentos”... como propõe o documento Projeto Marista para Educação Infantil (PMEI). Discos de vinil, instrumentos, espelhos, brinquedos, datashow, fotografias. A sala de música comandada pelo professor André Luiz Rocha no Marista de Goiânia é uma verdadeira explosão de estímulos. “A cada início de ano, escolho uma temática diferente na decoração da sala. Elementos que tragam um ambiente propício para trabalhar a Educação Musical”. Lá os alunos das turmas do 1º ao 5º ano saem do ambiente comum da sala de aula para que haja uma imersão no mundo da música. “Acredito que a música precisa ser expressada pelo corpo, o legal é vivenciá-la. Assim temos o pleno desenvolvimento da criança”, completa o professor.


“Sendo linguagem, a Arte pressupõe experiências sensíveis. Lida com identidades culturais, revela modos de ser e pensar”, de acordo com a Matriz Curricular Marista. O objeto de estudo da Matriz Curricular Marista é a linguagem artística como produtora de sentidos e propõe a Sensibilidade Estética (fruição, percepção, compreensão da arte com base na indagação ou interação entre sujeito e criação artística) e a Inventividade (capacidade de perceber, imaginar, inventar, criar) como eixos estruturantes para o ensino da Arte. tir da apreciação musical e também da utilização de movimentos corporais. Me baseio muito nisso”.

Acredito que a música precisa ser expressada pelo corpo, o legal é vivenciá- -la. Assim temos o desenvolvimento completo da criança. André Luiz Rocha Professor

O professor conta que, além dos diversos elementos, o ambiente também conta com as carteiras para as atividades teóricas e um espaço livre para os momentos de percepção rítmica. “O conteúdo é dividido a partir da matriz e em seguida penso em como posso trazer aquela teoria para a realidade da criança, fazendo com que a aula seja divertida e animada”. Para isso, o professor pesquisa bastante. “Um dos meus teóricos favoritos, Jaques-Dalcroze, apontou, no início dos anos 1900, que a audição interior se desenvolve melhor a par-

Trabalho de equipe Segundo o professor André Luiz, tudo que é trabalhado no início e no meio do ano em sala é aproveitado pensando em facilitar um projeto musical que a turma vai realizar no fim de ano. “O livro que escolhemos para a apresentação já é um texto que as crianças vão conhecendo ao longo dos meses, as músicas também. Escolho o movimento que mais deu certo em sala de aula e conto também com o trabalho dos outros professores”. A interdisciplinaridade é um dos pontos mais interessantes trabalhados nos espetáculos. “Todos os professores são envolvidos. Faço um projeto, o qual é validado pela coordenadora do segmento, professora Andréa Prado R. S. de Azevedo, e então distribuímos as tarefas entre as disciplinas”, explica André Luiz. O trabalho em equipe colabora para que o resultado final seja emocionante. Na Educação Física, por exemplo, o professor André Luiz encontra apoio dos colegas docentes para aprimorar movimentos de palco. Na Língua Portuguesa e no Inglês, a ajuda nos textos e nas leituras. O cenário e as fantasias? Feitos em parceria com as próprias crianças nas aulas de Artes. E os valores trabalhados em

cada apresentação são usados como reflexão nas aulas de Ensino Religioso. “Sempre passamos uma mensagem, ressaltamos valores, é o mais importante”, diz André Luiz. Assim, é realizado um trabalho interdisciplinar. “Esses temas, por conta da abrangência, possibilitam as passagens e os fluxos de uma disciplina para outra, de um componente curricular para outro, atravessando o currículo, cruzando as possibilidades de narrar o mundo e a vida, conforme enuncia o documento 'projeto Marista para Planejamento e Avaliação'”, finaliza o professor.

Aprender se divertindo Um dos projetos musicais trabalhados no ano passado pelos alunos do 3º ano foi a densa história de Flicts, do livro homônimo. O personagem, criado pelo autor brasileiro Ziraldo, é uma cor que não tem graça, que se sente excluída das outras. “Não existia um lugar pra Flicts no arco-íris, nem uma bandeira. Quando Flicts cansou de procurar seu lugar, ele foi subindo, subindo e se encontrou com a lua. Flicts é a cor da lua. A partir desse dia, todas as cores entenderam o lugar de Flicts e o aceitaram. A partir desse enredo, fizemos uma adaptação e refletimos com as crianças”, conta o professor. “As crianças necessitam de espaços de diálogo, de trocas de experiências, de questionamentos, de dúvi-

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destaque

das, cuja essência seja o diálogo, a fim de que possam expressar ideias e pensamentos de várias maneiras”, exercendo a pedagogia da escuta, desenvolvendo a habilidade de saber ouvir, de acordo com o PMEI. Pedro Guimarães Jácomo, de nove anos, teve a responsabilidade de interpretar Flicts no palco do Colégio no ano passado. “Gostei muito da oportunidade. Aprendi que todos devem ser tratados igualmente. Em várias ocasiões, acontece como aconteceu com o Flicts, um novato pode chegar e sofrer bullying. Acho que a apresentação ajuda porque aí as pessoas aprendem o que é o certo”. Questionado sobre o que mais gosta durante as aulas de música, Pedro não titubeou: “Adoro cantar!” André Luiz Rocha, que também é cantor profissional, se sente realizado ao ver os pequenos tendo prazer pela atividade. “Quando vejo todas as 470 crianças cantando juntas em um evento, é de arrepiar. Os pais, a equipe do Colégio, todo mundo se emociona”. A afinação dos alunos é o que mais surpreende o professor: “Às vezes, a criança tem um pouco mais de dificuldade, mas, com o grupo, ela consegue afinar”. Ele conta ainda que, no início do ano, faz uma audição com os alunos e vai descobrindo e identificando as vozes. Se uma criança tem mais dificuldade para alcançar o tom, ele a insere em um grupo afinado. “Em questão de

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minutos, todos alcançam a nota que eu preciso”, comemora o professor.

Compartilhar a cativar A cumplicidade entre as crianças impressiona. “Um aluno decora o texto do outro com a intenção de ser solidário. E é legal como eles se alegram e estimulam o sucesso do outro, dizem ‘meu colega canta bem’ e não se importam quando o outro está em um papel de maior destaque”, conta o professor André Luiz. Victor Martins, de sete anos, era novato no Colégio no ano passado e acabou sendo o personagem principal no espetáculo “O peixe arco-íris”, realizado no fim do ano passado com as turmas de 2º ano. O musical foi baseado no premiado texto do autor suíço Marcus Pfister sobre um peixe que aprende a fazer amigos compartilhando com eles suas preciosas escamas coloridas. “Foi tudo bem legal. Fiquei com um pouco de vergonha no começo, mas depois passou. Só achei um pouco difícil decorar as falas,” lembra. Victor contou com a ajuda dos colegas de turma, em especial do amigo Guilherme Piffer, de 8 anos. “Decorei rapidão as minhas falas e as do Victor! Um ajudava o outro e aprendi que é necessário dividir. Foi bem divertido”. Guilherme, que interpretou um polvo no espetáculo, lembra até hoje de um dos trechos do texto mais marcantes para ele: “Tudo que você preci-

Colégio Marista Goiânia

sa aprender se resume a sete letrinhas: c-a-t-i-v-a-r”. E o professor André Luiz completa: “Cativar é uma palavra muito presente nas nossas aulas. A necessidade de afeição, atenção, de estar presente. Essa é a maior evangelização que há”. O trabalho por meio de projetos tem grande importância na proposta Marista, além de desenvolver diversas habilidades nas crianças, de forma lúdica, prazerosa e, acima de tudo, uma aprendizagem que se torna significativa, pois “as atividades são organizadas com o intuito de ressituar a concepção e as práticas educativas na escola, buscando compreender e construir respostas possíveis diante do conhecimento e das mudanças sociais”.

Quando vejo todas as 470 crianças cantando juntas em um evento, é de arrepiar. Os pais, a equipe do Colégio, todo mundo se emociona. André Luiz Rocha Professor


você sabia?

© Foto: Sxc.hu

Um "portuga" pra lá de brasileiro Nascido em Lisboa, o aluno Lucas França Trindade contou com a ajuda dos colegas e professores do Marista para se sentir em casa em Goiânia

© Foto: Acervo pessoal

amigos e dos professores para melhorar, tanto na fala como na produção de textos”. Lucas se diverte porque ainda não consegue pronunciar o som de “s” como os goianos. "Os meninos brincam porque eu falo 'paxxxtel'. É engraçado”, conta ele. O estudo da língua brasileira tem, inclusive, incentivado Lucas a escrever. "Desde criança, eu queria ser futebolista, mas eu tenho gostado muito de escrever, minha professora aqui me incentiva. Tenho vontade de ser escritor, escrever poemas e livros!". Lucas e seus pais.

© Foto: Acervo do Colégio

A história de Lucas França Trindade, de 13 anos, começou quando os pais dele se conheceram em Lisboa. A mãe é do interior de Goiás e o pai nasceu em Porto Alegre (RS). Ambos foram para Portugal ainda jovens para fazer faculdade e trabalhar. "Meu pai viveu 22 anos lá e minha mãe, 12. Nasci em Lisboa, mas sempre vim muito para Goiânia. Fui batizado aqui", conta ele. Quando Lucas estava quase completando dez anos, a família resolveu voltar a morar no Brasil. A escolha do colégio em que ele seguiria os estudos foi decisiva para que o garoto se adaptasse bem à nova rotina. Além da qualidade do ensino, era importante que a instituição tivesse a mesma doutrina católica ensinada na escola lusitana. "Em Lisboa, eu estudava em uma escola católica. Aqui, minha mãe ouviu falar muito bem do Marista e resolveu me matricular". Logo no primeiro dia no Colégio, Lucas afirma que foi bem recebido pelos colegas. As boas-vindas aconteceram durante uma aula de futebol, na Educação Física. “Todo mundo achou que eu seria ruim por ser de fora, mas futebol é meu esporte favorito. Meu sonho é ser futebolista. Joguei bem e aí todo mundo começou a me chamar de Portuga e querer ser meu amigo”, sorri o aluno, aliviado. A primeira coisa que chamou atenção de Lucas na comparação entre a escola que frequentava em Portugal e o Marista em Goiânia foi a estrutura do colégio brasileiro. "Na minha antiga escola, não tinha biblioteca e tinha pouco espaço para o recreio. Quando cheguei aqui, até me assustei com o tamanho do Marista. Sem falar que os amigos são animados, têm raça, gostam de correr. Lá todo mundo é meio ‘paradão’, são mais tranquilos. Eu adoro correr!" Hoje no 8º ano, Lucas afirma que o Colégio o ajudou muito com a língua. De início, os colegas se assustavam com o sotaque e com o vocabulário do amigo. "Todo mundo reclama que os portugueses falam rápido, no começo eu repetia as mesmas palavras várias vezes e ninguém entendia nada (risos). No Marista, tive ajuda dos

Colégio Marista Goiânia

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© Fotos: Acervo pessoal

gente nossa

Uma família Marista Aluno do Colégio nos anos 70, o médico Ly de Freitas Fernandes e sua família se sentem em casa por aqui Já se passaram quase 40 anos desde que Ly de Freitas Fernandes terminou sua etapa de estudos no Marista. Mas agora, aos 52 anos, o envolvimento do médico angiologista e professor universitário com o Colégio não poderia ser maior. Ao lado da esposa Izilda e das três filhas, Ana Paula (20), Ana Elisa (14) e Ana Julia (11), Ly e sua família se sentem à vontade para dizer que o Marista é mais que a extensão da própria casa: é um segundo lar. Nascido em Uberlândia (MG) e crescido em Goiânia, Fernandes conta que estudou no Marista nos anos 70, quando fez as séries que correspondem hoje ao período do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. “O Colégio era menor, mas me lembro que mesmo assim tinha muito espaço físico. Havia vários campos de futebol, um bosque de eucaliptos e mesinhas redondas ao redor das árvores. Ali a gente fazia as tarefas de grupo. Me recordo de um lugar muito gostoso de estudar”. Ainda que cultivasse boas lembranças, a escolha de colocar as duas filhas mais novas no Marista veio após algumas decepções. “De início, quando as meninas eram pequenas, procuramos escolas menores, achamos que assim estaríamos mais perto”. No entanto, as escolas não preencheram a expectativa do médico e de sua esposa. Um episódio de bullying sofrido pela filha do meio há cerca de três anos

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Colégio Marista Goiânia

colocou os pais em alerta. “A Ana Elisa sempre foi muito dedicada e não estava querendo mais ir à escola. O antigo colégio não soube lidar com o problema. Conseguimos a vaga no Marista depois de uma avaliação e ela entrou no meio do semestre”, explica a arquiteta e urbanista Izilda. Alegre, a filha conta que se sentiu acolhida com a mudança. “No antigo colégio me escreviam bilhetinhos, me atrapalhavam durante as provas. No Marista, logo no primeiro dia de aula, eu fiquei feliz ao ver como não há separação de gênero, as classes se misturam, ninguém se coloca como melhor que o outro”. Além da boa recepção, Ana Elisa também elogia a didática dos professores. “Eles sabem dar o conteúdo, aprendi a estudar diariamente e não só para as provas. Isso está me ajudando muito no Ensino Médio”. A mãe gostou tanto do resultado positivo das filhas no Marista que hoje é professora de Catequese, coordenadora do Movimento Champagnat e ministra da eucaristia ao lado do marido nas missas do Colégio. “No Marista, conheço todos os pais e alunos. Como religiosos, procuramos Deus, a vida eterna, e a gente faz questão de se misturar e de ser iguais”, ressalta Izilda. “Foi no Marista que aprendemos o significado e a prática da palavra fraternidade”, completa Fernandes.


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Solidariedade

itinerante

Desprendimento Na MSM, os participantes são acolhidos em casas de famílias e conhecem de perto suas rotinas e dificuldades. Atividades com crianças, visitas solidárias, mutirões de construção e a convivência com os jovens de outros Estados também fazem parte da Missão. “É impressionante a energia e o desprendimento de todos em participar desse encontro com o próximo, sempre muito atentos e com vontade

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de ajudar”, conta Silva. Para o agente, o contato com os outros jovens é, sem dúvida, uma das experiências mais enriquecedoras. Para o coordenador da Pastoral em Goiânia, Valdeci Vieira, a MSM colabora para que os jovens sejam protagonistas na construção de uma sociedade mais justa, ética e amorosa. “Sinto que os nossos participantes da Missão Solidária tiveram um aprofundamento espiritual e social. Ao colocar em prática tudo aquilo que aprenderam durante a evangelização, eles são beneficiados pela convivência profunda com realidades diferentes em todos os aspectos, exercitando a cidadania”, avalia o coordenador. “Formamos e desejamos adolescentes e jovens com engajamento social. Como São Marcelino Champagnat, queremos uma juventude bem preparada, assistida e solidária”, completa Vieira. Nossos trabalhos são pautados nas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Província Marista Brasil Centro-Sul. É onde encontramos os Elementos Inculturadores prioritários para a dinamização da ação evangelizadora no mundo atual. Temos como Elementos Inculturadores: a dignidade humana; a educação emancipadora; a espiritualidade; a alteridade; a solidariedade socioambiental; a catequese; as infâncias e juventudes; e os valores maristas.

Colégio Marista Goiânia

© Fotos: Murillo Vieira

Na noite do dia 22 de fevereiro deste ano, caía uma forte chuva na cidade litorânea de Santos (SP). A enxurrada chegou a inundar a residência de alguns moradores do morro Monte Serrat, um dos mais altos da cidade. E foi um mutirão de jovens missionários Maristas que arregaçou as mangas e ajudou a limpar toda a lama que havia invadido as casas. Entre eles, estava Murillo Vieira e Silva, de 24 anos, agente de Pastoral do Colégio Marista de Goiânia. “Um senhor mais velho nos perguntou quanto custaria aquela ajuda e, quando dissemos que não estávamos fazendo em troca de dinheiro, ele chorou. Foi maravilhoso sentir a presença de Deus naquele momento!” A experiência que Silva descreve com gratidão aconteceu durante a Missão Solidária Marista (MSM) 2015. Ele e três ex-alunos do Colégio que integram a Pastoral Juvenil Marista (PJM) foram a terceira delegação goiana a participar da experiência, que coloca jovens em contato direto com a rotina de moradores em situação de vulnerabilidade. Neste ano, além de Santos, Ponta Grossa (PR), Jaraguá do Sul (SC) e Pouso Redondo (SC) também receberam missionários.

Missão Solidária Marista inspira os jovens e promove a esperança de que um mundo mais humano é possível


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NA OLIMAR TEM UMA COISA QUE TODOS VÃO COMEMORAR: A AMIZADE.

A Olimar é um evento que celebra o espírito esportivo e a amizade entre os alunos dos Colégios Maristas. Venha participar. De 4 a 8 de setembro, no Colégio Marista de Londrina. VINÍCIUS SAMPAIO | ISABELA GOMES Atletas de futsal da 3ª e 2ª Série Acesse fb.com/olimpiadamarista e saiba mais.

Colégios Maristas. Preparação para todas as provas da vida.


© Foto: João Borges

essência

Ir. Alvanei Finamor Diretor Interino da Diretoria Executiva de Ação Social (DEAS)

O Instituto Marista nasceu de uma experiência de solidariedade na prática e prática da solidariedade! Quem conhece a história bem sabe. Marcelino Champagnat, ao visitar o jovem Montagne – doente, analfabeto e completamente alheio sobre quem era Deus –, teve ali o impulso que faltava para iniciar um movimento de transformação da sociedade da sua época: a fundação do Instituto Marista, com a missão de educar e evangelizar crianças e jovens, inicialmente no interior da França e, hoje, em mais de 80 países pelo mundo. “A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana”, disse Franz Kafka, escritor tcheco de língua alemã – um dos principais nomes da literatura. Para o Instituto Marista, a educação, a evangelização, a solidariedade e o voluntariado são valores evangélicos e instâncias que ajudam as pessoas na sensibilização para com as necessidades e mazelas do outro, diante de situações que precisam ser assumidas nos âmbitos pessoal, fraternal, coletivo e social por todos nós, enquanto cidadãos e membros da Igreja. "Criamos oportunidades para projetos de convivência, de solidariedade e de voluntariado entre crianças, jovens e adultos de diferentes classes sociais, culturais e estilos de vida. Assim, desenvolvemos sua abertura de espírito e os iniciamos no hábito de partilhar tempo, talentos e habilidades no serviço do próximo", como citado no documento Missão Educativa Marista.

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Solidariedade na prática e prática da solidariedade Na esteira de São Marcelino Champagnat, a vida Marista tem me oportunizado trilhar caminhos de solidariedade na prática e prática da solidariedade. No fundo, a gente acaba fazendo a experiência de se tornar um ser humano cada vez melhor ao interagir com tanta diversidade e beleza, mas também ao lidar com um universo de contradições sociais e adversidades mil por esse mundo de Deus. Isso me faz lembrar de José Saramago, escritor e gajo poeta, que afirmou: "Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo” e de tantas pessoas que Deus tem colocado na estrada da minha vida. E, de fato, as experiências profundamente humanas são "realidades que exigem de nós a capacidade de ir além das aparências para atingir a essência e adquirir posturas sempre novas: ver o invisível, escutar o silêncio, adivinhar a angústia e sondar o mistério", como afirmou, sábia e profeticamente, Dom Helder Câmara. “Não são os pobres que devem compartilhar a nossa esperança; nós é que devemos compartilhar a deles. Eu aprendi muito com aqueles que são chamados pobres, mas que são ricos do espírito do Senhor”, disse o saudoso pastor. Ele avançou ao dizer que "quando os problemas se tornam absurdos, os desafios se tornam apaixonantes", e recomendou: "Se as pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros, leve-as no coração".

Solidariedade na prática e prática da solidariedade requer estar atento, sentir a injustiça do ser humano e reagir, trabalhando, partilhando e criando soluções para que se viva em paz e com dignidade. Dessa forma, ela se torna o eixo que orienta toda a vida, as opções e ações de cada um. O meio mais adequado para se percorrer o caminho até Deus é o amor e as formas mais coerentes de amor no plano social são o exercício e o aprendizado da solidariedade. De fato, não existe outra via para a solidariedade humana senão a procura e o respeito pela dignidade de cada pessoa. “Eu não acredito em caridade. Eu acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical: vai de cima para baixo. Solidariedade é horizontal: respeita a outra pessoa e aprende com o outro. A maioria de nós tem muito o que aprender com as outras pessoas”, asseverou Eduardo Galeano, escritor uruguaio.

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© Ilustração: Rabisko

solidariedade

Ressignificando a liberdade Proposta inovadora Marista contribui para que adolescentes que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas criem novos repertórios para suas vidas e construam seus espaços na sociedade Por Michele Bravos

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Ela buscava liberdade quando passou a consumir drogas frequentemente. A procura não foi bem sucedida e Carolina Machado, então com 16 anos, precisou de ajuda para sair do uso abusivo. “Eu morava com meu pai e não tínhamos uma boa relação. Eu queria fugir, ter liberdade e experimentar algo novo”, relata Carolina durante uma conversa na varanda do espaço onde está localizado o Centro Social Marista Propulsão, um projeto inovador no Brasil dedicado à inserção social de adolescentes em tratamento devido ao consumo abusivo de álcool e outras drogas. É nesse local que histórias como a de Carolina são ressignificadas pelos próprios jovens, com o auxílio de uma equipe multidisciplinar – que conta, atualmente, com um coordenador pedagógico, três educadores sociais, um assistente social e um psicólogo. Em comum acordo, jovens e profissionais desenvolvem atividades que promovem a criação de novos repertórios aos atendidos. De acordo com Altieres Frei, diretor do Centro Social, para que isso seja possível, o Propulsão se dedica de forma singular aos adolescentes. “Estamos pensando em qualidade, por isso, temos apenas 24 vagas. Quando o adolescente adere ao atendimento, sugerimos que ele proponha uma atividade para que possamos ajudá-lo a desenvolver. Nós perguntamos a ele: ‘O que você quer fazer?’”. Tanta liberdade foi vista até com estranheza por Carolina, em um primeiro momento. “Isso era muito diferente dos lugares que eu conhecia. O modo como sou tratada é acolhedor”. Apontando para algumas redes instaladas no gramado, ela continua: “Está vendo ali, aqueles adolescentes conversando com um educador? É assim sempre. Comigo também era assim. Às vezes, eu chegava e só queria ficar ali, conversando, batendo um papo cabeça”.


© Fotos: Gilberto do Rosário

As paredes grafitadas, a cozinha bem espaçosa e convidativa, o barulhinho baixo de um filme passando na sala mostram que são muitas as atividades que acontecem no Propulsão. O coordenador pedagógico Rudinei Nicola explica que todas elas possuem um propósito. “Após uma sessão de cinema, por exemplo, os adolescentes conversam e discutem sobre a temática vista na tela. Nas atividades na cozinha, trabalhamos os vínculos. Uma vez por semana, nós almoçamos juntos e são eles mesmos que cozinham. Em geral, uma receita da família de algum deles. Chamamos isso de ‘ocupação afetiva da cozinha’”. Além das atividades internas, os adolescentes também são convidados a ocupar outros territórios, como museus, cinemas, ruas e ciclovias. “Quando vamos a algum lugar, vamos de bicicleta ou de transporte público. Isso também proporciona uma inserção na cidade”, diz o coordenador.

Ocupando os espaços O diretor do Propulsão ressalta que pensar em inserção social é buscar a redução de danos. O termo, utilizado pela Política Nacional de Atenção Integral ao Usuário de Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde, designa um método em que o sujeito vá gradativamente se distanciando das drogas – tanto do uso, quanto dos rótulos que esse envolvimento lhe conferiu. “É por isso que, quando percebemos que é propício, incentivamos o adolescente a participar de atividades externas, como aulas de teatro”. Isso contribui para que ele deixe de ser visto como 'o ex-usuário de cocaína' e passe a ser percebido como 'o jovem que faz teatro'”. Dentre as muitas definições de Carolina, hoje ela também é re-

conhecida como jovem aprendiz. “Conforme foram fazendo tanta coisa por mim, eu fui tendo vontade de ser diferente e fazer algo. Hoje, eu também quero ajudar os outros”. Cabe ao Propulsão fornecer subsídios para que o jovem busque essas possibilidades. “Propomos que o adolescente procure o que o município ou outras instituições oferecem para ele de forma acessível em termos de profissionalização, atividades culturais e esportivas. Lembramos que ele é cidadão tanto quanto qualquer outro, por isso, pode – e deve – usufruir de propostas públicas. Em caso de atividades específicas, intervimos, buscando parcerias privadas, mas isso são exceções”, explica Frei. Conforme as percepções de mundo vão se transformando, os adolescentes vão aprendendo a ressignificar, de fato, a si próprios e tudo ao seu redor. “Minha definição de liberdade mudou. Antes, eu achava que liberdade era sair da realidade, fazer alguma coisa errada. Hoje, eu sei que liberdade é poder expressar as minhas ideias. Essa liberdade que eu achei é muito melhor do que a que eu estava buscando”, conclui Carolina.

© Estêncil: Carolina Machado

Atividades diferenciadas

As três etapas do Propulsão O atendimento no Propulsão se dá em três níveis. Saiba quais são eles: T1 – Este é o momento da adesão, em que o adolescente precisa criar vínculos com o projeto, para que o atendimento seja efetivo. T2 – Nesta fase, o jovem tem condições de desenvolver atividades dentro e fora do Centro Social, fazendo cursos com o acompanhamento da equipe, por exemplo. T3 – Esta etapa se refere ao momento em que o jovem está apto para a inserção de fato, assumindo um trabalho, por exemplo. Ainda assim, segue com o acompanhamento do projeto.

O que define o uso abusivo?

Isso era muito diferente dos lugares que eu conhecia. O modo como sou tratada é acolhedor. Carolina Machado

Segundo informações da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, o uso abusivo ou nocivo define o consumo de álcool e outras drogas que colocam a pessoa em uma situação vulnerável. De acordo com Altieres Frei, diretor do Centro Social Marista Propulsão, o termo “uso abusivo ou nocivo” não está necessariamente vinculado à dependência química, mas aos riscos a que a pessoa está exposta. Por exemplo, um adolescente que compra fiado alguma droga, está em risco – está, portanto, fazendo uso abusivo ou nocivo.

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© Foto: Renata Salles

como fazer

Eles são a voz da juventude Marista Integrantes das Comissões de Juventude levam à frente ideias dos jovens Maristas, mostrando o protagonismo juvenil Por Michele Bravos

Diante de um conflito entre alunos e gestão escolar, por exemplo, os integrantes da Comissão da Juventude têm o papel de mediar a situação e defender aquilo que os alunos estão apontando como importante. Lançando um olhar ampliado sobre esse contexto, entende-se que as Comissões de Juventude permitem que os alunos desenvolvam uma responsabilidade sobre direitos e deveres do cidadão. Para Francine dos Santos, 22 anos, participante da Comissão Provincial de Juventude, integrar essa equipe é defender não somente a própria opinião, mas a de toda juventude Marista. “Temos que ter uma visão estratégica, lembrando

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sempre que estamos representando todas as juventudes presentes nos espaços Maristas”. Segundo o setor de Solidariedade do Grupo Marista, as Comissões de Juventude – presentes, atualmente, em 40 espaços Maristas que trabalham com jovens – “têm como principal desejo contribuir com a ação evangelizadora Marista nas dimensões eclesiais, sociais, políticas, culturais e institucionais”, representando os diferentes grupos juvenis Maristas (alunos dos Colégios, das unidades sociais e dos ensinos universitário e técnico). A coordenadora de Pastoral do Colégio Marista de Brasília (DF) Flaviane Leite destaca que o aluno, ao

participar da Comissão, tem envolvimento, inclusive, com questões relacionadas a políticas públicas. “O aluno precisa dialogar e argumentar em defesa dos demais alunos, por exemplo. Ele também vivencia a luta pelo protagonismo juvenil”. Francine considera que, de certa forma, o que os jovens desenvolvem no universo Marista reflete na sociedade. “Sinto-me útil quando vejo que a minha opinião é importante e que pode mudar o rumo de uma conversa. Acredito que, dentro da sociedade em que vivemos, esses espaços são muito importantes, pois nos incentivam a ser pessoas melhores e a pensar mais no todo”. Futuramente, esse engajamento


© Foto: Acervo Comissão da Juventude

atividades; consultiva, à medida que a unidade ou níveis superiores vão até esses jovens para consultá-los; colaborativa, pois, também, ajudam nos eventos Maristas como equipes de organização; e representativa, uma vez que representam todos os jovens Maristas”. Entenda como essas Comissões se organizam e atuam.

Encontrando tempo

continuará gerando impactos positivos, por exemplo, na vida profissional do aluno, uma vez que na rotina da Comissão, o jovem desenvolve a liderança, o trabalho em equipe, a solidariedade e a capacidade de servir em favor do outro. “Esse trabalho bem realizado hoje o preparará para o mercado de trabalho, com uma visão mais humanizada da sociedade diante de seus desafios”, afirma Flaviane.

Formas de trabalho As Comissões da Juventude estão firmadas em quatro atribuições que guiam suas atividades. Bruno Socher e Ana Dias, do setor de Solidariedade do Grupo Marista, explicam cada uma: “Propositiva, pois as comissões levam os anseios dos jovens que representam às instâncias de que participam, além de proporem

Mesmo com uma rotina atribulada, Francine faz questão de participar da Comissão. “Tenho que admitir que nem sempre é fácil. Curso Agronomia em tempo integral, faço estágio, entre outras atividades. Mas acredito que a vontade de ser Marista como Champagnat é o que me move a cada dia”. Nesse cenário de agenda lotada, Flaviane aponta para a importância de pais e professores apoiarem o envolvimento dos filhos e alunos nesse trabalho. “É preciso existir uma parceria diante da caminhada realizada, proporcionando ao aluno a segurança de que ele está desenvolvendo um trabalho sério”.

Temos que ter uma visão estratégica, lembrando sempre que estamos representando todas as juventudes presentes nos espaços Maristas. Francine dos Santos 22 anos, participante da Comissão Provincial de Juventude

Organização das Comissões de Juventude As Comissões de Juventude se organizam em dois níveis de atuação: provincial e local.

Comissão Provincial Formada por jovens Maristas eleitos em assembleia, com a participação de representantes das Comissões Locais. Sua vigência é de dois anos. Responsabilidades - Estabelecer diálogos com as Comissões Locais, pastoralistas, Irmãos e outras lideranças juvenis, realizando uma escuta atenta. - Elaborar, junto ao Setor de Pastoral, reflexões, andamento de projetos, metodologias e linguagens que o Grupo Marista empreende no trabalho com as juventudes de todas as unidades. - Participar de diálogos externos ao Grupo Marista, representando os jovens da Instituição.

Comissão Local Formada por jovens Maristas que sejam atuantes no âmbito local, ou seja, nos Colégios, nas unidades sociais e nos ensinos universitário e técnico. Sua vigência também é de dois anos. Responsabilidades - Garantir que as atribuições estabelecidas em nível provincial sejam efetivas nas unidades em que atuam. - Agir de forma democrática, sempre em diálogo com os jovens, os pastoralistas e os gestores locais.

Para mais informações sobre como integrar esses grupos, faça uma visita ao seu Núcleo de Pastoral.

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compartilhar

“Virunga” Indicado ao Oscar 2015 na categoria de Melhor Documentário, “Virunga” conta a história de pessoas que lutam pela vida de gorilas quase em extinção e pela preservação do Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo. Os ativistas retratados são o diretor do parque, um guardaflorestal, um cuidador dos gorilas e uma jornalista francesa. A união dos esforços individuais em prol de uma causa comum reforça a ideia de que o bem se constrói em rede. O filme está disponível no serviço on-line Netflix. Redação Em Família Marista

IOS: goo.gl/MWhRdj ANDROID: goo.gl/h6Ggfo

Internet para ajudar O aplicativo Chance, disponível na Apple Store e na Play Store, tem como objetivo incentivar a prática da solidariedade. O usuário, ao se conectar, divulga seu pedido de ajuda. Aquele que pode auxiliá-lo responde. Em seguida, eles combinam como isso será feito. Algumas ajudas que podem ser solicitadas são: revisão de conteúdo de uma matéria, passeio com cachorro, indicação de uma vaga de emprego, entre outras. Felipe da Rocha, Coordenador de Pastoral do Colégio Marista Santa Maria (PR).

A solidariedade de Papa Francisco Neste livro, um diálogo entre o Papa Francisco, o rabino Abraham Skorka e o membro da Igreja Presbiteriana Marcelo Figueroa conduz a uma reflexão sobre a prática da solidariedade no dia a dia, transpondo a religião. O livro deixa claro que é preciso ter cuidado com falsas ideologias que podem levar para o lado oposto ao da solidariedade. Colégio Pio XII, de Ponta Grossa (PR)

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Como estrelas na Terra Essa produção indiana, dirigida por Aamir Khan, retrata a vida de Ishaan Awasthi, uma criança de nove anos que tem dislexia. O filme mostra como o desconhecimento dessa dificuldade, por parte da família e da escola, pode trazer grandes sofrimentos à criança. A vida do garoto é transformada quando ele encontra um professor que passou pelo mesmo problema em sua infância. É possível assistir no YouTube. Flávio Sandi, diretor executivo da Rede de Colégios

O FAZEDOR DE VELHOS

© Imagens: Divulgação

de Rodrigo Lacerda Na trajetória para o amadurecimento, Pedro irá encontrar pessoas que o farão perceber o sentido de sua existência. O professor Nabuco é peçachave para auxiliar o jovem na tarefa de se colocar no mundo. Colégio Marista Glória, de São Paulo (SP)

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diversão

Dia de índio

Vivenciar a cultura indígena pode ser um momento divertido em família e também de aprendizado e valorização da história do Brasil

© Fotos: Divulgação | Pataxó Turismo

Por Michele Bravos

Já houve um tempo em que os povos indígenas eram os únicos por este gigante território brasileiro. Hoje, eles são menos de 1% da população total do país, cerca de 820 mil indivíduos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com a miscigenação étnica, todo brasileiro tem, em alguma instância, um vínculo com os nativos desta terra. Para que a cultura indígena seja difundida, espaços de preservação ambiental e reservas indígenas, que ainda são morada para os índios, recebem visitantes. A ideia é manter viva a história do Brasil.

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Em Santa Catarina, por exemplo, a Reserva Volta Velha, um espaço de preservação ambiental, proporciona aos interessados visita a uma oca, oficina de arco e flecha, caminhada pela Mata Atlântica, canoagem e o mais interessante: uma vivência com o índio Yawaritsawa Trumai Waurá, o Yawa. Seu povo é do Alto Xingu, mas, atualmente, ele é diretor cultural da Reserva Volta Velha. “Todo diálogo com um verdadeiro nativo é de extrema importância para que se corrijam alguns erros cometidos durante a colonização, em que a história é contada de um lado só”, diz Yawa.

Para aqueles que estão dispostos a imergir a fundo na cultura, é possível percorrer cinco das 29 aldeias do povo Pataxó, localizadas no sul da Bahia, na Costa do Descobrimento. O roteiro é organizado pela Pataxó Turismo. Em qualquer uma delas a conversa com um representante indígena é um ponto alto do passeio, pois apresenta ao público a verdadeira cultura indígena. Na Reserva Volta Velha, Yawa gosta de contar sobre as histórias do seu povo e o dia a dia no Alto Xingu, ensinar as danças tradicionais e algumas palavras na sua língua. “Conhecer e entender o outro lado faz com que as pessoas pen-


sem e reflitam antes julgar um índio e sua cultura. Existem muitos conflitos entre homem branco e índio, por um não conhecer a realidade e o costume do outro. Acredito que, nas escolas, não se discuta ou estude a verdadeira raiz e quem de fato construiu a primeira história dessa terra, antes da descoberta pelos portugueses”, afirma Yawa.

Ponto alto É em semanas de lua cheia ou lua nova que as expedições para as aldeias Pataxós partem. A saída é de Porto Seguro, em direção ao sul. Dormir em redes, dentro de uma oca, faz parte da aventura – assim como comer bem. Durante os dias de percurso pelas aldeias, os visitantes degustam as comidas típicas da culinária Pataxó, como peixe na folha de patioba (uma espécie de palmeira) com farinha de puba (derivada da mandioca). Já na Reserva Volta Velha, Yawa afirma, convicto, que um dos momentos mais emblemáticos para os visitantes é quando todos estão na oca e ele se veste com enfeites indígenas, pinta-se com urucum e começa a falar na língua de seu povo. Apesar de toda a experiência que se oferece para os visitantes e da importância que isso tem, Yawa garante que ele também aprende com a vivência. “Aprendemos com nossos avós que os não índios vinham apenas para destruir e matar. Poucos para ajudar. Com esses encontros culturais, isso também muda”.

Agenda Tanto a visita à Reserva Volta Velha quanto o circuito pelas aldeais Pataxós precisam ser agendados com antecedência. Na Reserva Volta Velha, a vivência de um dia acontece de segunda a sexta, entre março e outubro, para grupos de 20 pessoas. Está tudo detalhado aqui: www.reservavoltavelha.com. br, na aba “Ecoturismo”. A rota das aldeias deve ser programada com 30 dias de antecedência e acontece o ano todo, em grupos pequenos. Mais informações no site: www.pataxoturismo.com.br.

Para saber mais sobre a cultura dos nativos do nosso país, acesse Povos Indígenas no Brasil: migre.me/pckLc

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olhar

Crise de sentido em um mar de

© Fotos: Shutterstock | Acervo do Colégio

{des}informação

O crescente envolvimento de jovens ocidentais em movimentos radicais gera questionamentos sobre qual o propósito de vida da atual juventude 48

Em março deste ano, o governo brasileiro detectou intervenções do Estado Islâmico (EI) para aliciar jovens brasileiros à causa, por exemplo. Também, neste semestre, presenciou-se expressões de radicalismos por parte de jovens cristãos diante de fatos considerados por eles uma afronta às Escrituras Sagradas. Para refletir sobre o que leva um jovem a acreditar que vale a pena se envolver em um movimento radical, que, por vezes, propaga morte e destruição, o doutor em Sociologia Eurico Gonzalez propõe uma discussão sobre o sentido da vida nos dias de hoje.


Nosso tema é complexo, ou seja, tem muitas causas simultâneas, de modo que podemos nos concentrar apenas em algumas delas. Sugiro que reflitamos sobre duas coisas: o império da inteligência eletrônica e a crise de sentido pela qual passa hoje o Ocidente, em geral, e o Brasil, em particular. O que chamo de “império da inteligência eletrônica” significa o fato de que as ideias que hoje estão à disposição na sociedade não possuem critérios institucionalizados de filtragem, mas deveriam ter. Quando Lutero traduziu a Bíblia, no século XVI, ocorreu algo semelhante: de uma hora para outra, um acervo completamente novo de pensamentos se distribuiu horizontalmente pela sociedade, podendo suas verdades ser interpretadas por cada um livremente, gerando, no curto prazo, crise de ordem e, no longo, ideias novas que originaram a modernidade. Vivemos, hoje, uma situação semelhante. Há enorme afluência de adventícios à sociedade e a internet faz com que cada um tenha o direito de dizer como acha que o mundo deve ser. Acrescente a isso o poder de sedução da publicidade, que produz e inculca ideias afirmativas sobre o mundo, nas quais, secretamente, a sociedade não acredita, pois sabe que sua finalidade é a de apenas seduzir a mente para que adquira esse ou aquele bem. Assim, temos uma situação cultural em que as ideias antigas são desacreditadas e novas não surgem com autoridade, muito menos por consenso. Além disso, como uma miríade de vozes – umas roucas, outras possantes –, cada um tenta resolver sozinho (inclusive por solidão de sentido) os difíceis problemas da vida. Não devemos ficar apreensivos demais. O número dos que seguem procurando uma vida normal ainda é amplamente majoritário, mas as exceções de que tratamos aqui apontam para direções potencial-

mente perigosas que, se não forem contrabalanceadas com inteligência e amor, podem aumentar. A sociologia sabe que a consciência do sujeito é produzida pela sociedade – e sabe, então, que quando a sociedade se desorganiza, a consciência individual se ressente paralelamente, em uma relação causal forte. Como especificidade de nossa época, porém, há a crise de sentido que mencionei anteriormente. Os principais referenciais coletivos de sentido estão dessacralizados em nossa sociedade: religião, ideais morais e políticos, ideais estéticos ligados à beleza e o próprio e prosaico valor da vida. Nada mais deixa de poder se submeter ao cálculo dos prazeres e das vantagens, está livre o caminho para que os humanos adorem as coisas materiais. Mas quem dera a vida fosse assim fácil de resolver... O cálculo dos prazeres e das vantagens ignora o problema do sentido interior da vida de cada um – mas este não deixa de existir. Impedida publicamente de se manifestar, a demanda por sentido da vida segue pulsando, vindo a se manifestar de formas bizarras e, frequentemente, destrutivas. Na medida em que a sociedade tomou por saber o que era, na verdade, sua ignorância e omissão quanto ao problema do sentido, foram se desenvolvendo

Facilmente vê-se na destruição alguma espécie de prenúncio do novo e do bom [...], quando não se espera mais nada do mundo real, quando não se sabe gostar da vida real, presente.

respostas cegas, raivosas (pudera!), ilhadas e não compartilhadas ao problema do sentido interior. Assim, chegamos a algum lugar: se somarmos o império da inteligência eletrônica à crise de sentido, perceberemos que as respostas às mais difíceis questões, que dizem respeito a todos os seres humanos, estão sendo dadas de modo confuso e fraco, incapaz de fazer face à imensidão dos problemas da interioridade. Quando se tem condições excelentes, já é muito difícil atinar uma resposta às grandes questões; quando se fazem tais perguntas à internet, obtém-se como resposta algo que não é uma resposta, mas uma incrível zoeira. Alguns jovens estão se deixando seduzir pela violência porque ela gera certo simulacro de sentido. Facilmente vê-se na destruição alguma espécie de prenúncio do novo e do bom (como as ideias sacrificiais sugerem), quando não se espera mais nada do mundo real, quando não se sabe gostar da vida real, presente. Essa é uma síntese do que penso sobre as condições interiores da vida da juventude hodierna. Para um exame completo do assunto, que não pode ser feito aqui, deveríamos observar também as “condições exteriores” da adesão de jovens ao terrorismo internacional – facilidades de trânsito de pessoas e de informações, etc. Eurico Gonzalez Cursino é doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília e consultor legislativo do Senado Federal, onde responde pela área de Direitos Humanos e Cidadania. Cursino também tem realizado estudos em sociologia da religião e em sociologia política e do direito, bem como na intersecção desses temas.

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© Foto: Sxc.hu

Voluntários da pátria Tempo dedicado ao voluntariado no Brasil cresceu no último ano e isso nos coloca entre os top 10 países nessa prática. Em todo o mundo, ser voluntário e ajudar um estranho figuram como ações mais recorrentes Por Michele Bravos

Ainda que fatores políticos, econômicos e sociais estejam abalando o país, o Brasil mostra que atitudes solidárias são necessárias – principalmente nesses momentos. Segundo a ONG Charities Aid Foundation, o Brasil figura entre os top 10 países no quesito “doação de tempo”, considerando o número de voluntários. Junto com o Brasil, Rússia, Índia e China tiveram um aumento na quantidade de tempo dedicada a ações voluntárias. Apesar de essa ser uma boa notícia, a ONG aponta que também é esperada desses países – considerados economias prósperas – uma maior contribuição financeira, ainda que tenha ocorrido uma diminuição de doações em dinheiro no mundo todo. Esses aspectos apontados acima – tempo dedicado ao voluntariado e doações financeiras – são dois dos fatores avaliados pela Charities Aid Foundation para identificar o índice de solidariedade dos países, o qual vem sendo medido desde 2008. Outro fator analisado é o ato de ajudar um estranho, o qual se faz muito presente em países abalados por desastres naturais ou conflitos civis. A exemplo, o Iraque. O país tem sofrido com violências brutais e isso desperta nas pessoas a necessidade de ajudar o ou-

tro. Isso fez com que o país saísse da 90ª posição nesse quesito no relatório da ONG de 2013 para a segunda no último relatório.

Invertendo a ajuda O crescimento do índice de solidariedade da Ásia vem aumentando e isso faz com que a ONG afirme que o mundo deve repensar o modelo de solidariedade conhecido, o qual consiste “em uma transação que flui do Ocidente para o Oriente e do Norte para o Sul”. O relatório Future World Giving, da mesma ONG, afirma que há mais milionários no sul da Ásia (18 mil) do que no norte da América (17 mil) ou na Europa Ocidental (14 mil). A ONG aponta que é necessário que os novos-super-ricos sejam encorajados a serem solidários e, no caso deles, ajudem financeiramente – inclusive outros países. Paralelamente, apesar do potencial dessa parcela da população mundial, o grande pedido da Charities Aid Foundation para que a filantropia cresça no mundo e mais pessoas possam ser ajudadas – e aí a ONG coloca como meta a erradicação da extrema pobreza (pessoas que vivem com menos de US$ 1,25 por dia, segundo o Banco Mundial) – é para que a classe média seja convocada a ajudar.

Os relatórios podem ser lidos na íntegra nos seguintes links: l www.cafonline.org/pdf/CAF_WGI2014_Report_1555AWEBFinal.pdf l www.cafonline.org/pdf/Future_World_Giving_Report_250212.pdf. Ambos disponíveis em inglês.

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O número de pessoas consideradas de classe média deve crescer 165% até 2030, de acordo com dados da OECD (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Considerando que a maior concentração está nos países em desenvolvimento. Estima-se que se a classe média doar 0,4% de sua renda, eles podem contribuir com US$ 224 bilhões por ano. Segundo Jeffrey Sachs, autor do livro “O fim da pobreza”, US$ 175 bilhões anuais seriam suficientes para acabar com a pobreza extrema. A ONG alerta para que os governos de economias emergentes criem e apliquem desde já medidas que incentivem a filantropia, assim como a cultura da doação, apresentando novas formas de exercer esse ato na sociedade. Os meios de comunicação são apontados como fundamentais nesse processo que envolve mudança de pensamento.

Igualdade entre gêneros Homens e mulheres exercem a solidariedade de forma igual, não havendo diferenças significativas mundialmente. Apenas quando se observa a realidade de cada país isso se faz mais perceptível. Por exemplo, no Canadá, 75% das mulheres doaram dinheiro para caridade, contra 53% dos homens. Já no Afeganistão, 42% dos homens afirmam ter essa prática, enquanto apenas 24% das mulheres dizem o mesmo. Nesse exemplo de análise por país, fica claro o quanto as diferenças culturais influenciam nos resultados.



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