Em Família | Marista Londrina

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1º Semestre • 2015 | 15ª edição

Corrente do bem

Em todo tempo, somos convidados a praticar atos de solidariedade e fazer parte dessa corrente do bem. Mas, será que ser solidário é algo que se aprende?

SOLIDARIEDADE

Unidade Propulsão, uma proposta Marista inovadora, acolhe jovens que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas.

DIA A DIA

Já pensou em receber um intercambista em casa? Confira dicas e embarque nessa aventura cultural.



Combinação única de bons valores e excelência.

O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos com o compromisso de promover e defender os direitos das crianças e dos jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da

educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente

BRASÍLIA Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400

Superior Provincial Ir. Joaquim Sperandio Presidente do Grupo Marista Ir. Delcio Afonso Balestrin Superintendente Executivo do Grupo Marista Paulo Serino Diretor da Rede de Colégios Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos Diretor de Marketing E COMUNICAÇÃO Stephan Younes

Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR 8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500

www.colegiosmaristas.com.br

Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-750 | (61) 3445-6900 Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400 SÃO PAULO Colégio Marista de Ribeirão Preto Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400 Colégio Marista Arquidiocesano Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana São Paulo-SP - CEP 04035-000 | (11) 5081-8444 Colégio Marista Nossa Senhora da Glória Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo-SP CEP 01518-000 | (11) 3207-5866 PARANÁ Colégio Marista Paranaense Rua Bispo Dom José, 2674 - Seminário - Curitiba-PR (41) 3016-2552 Colégio Marista Santa Maria Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - São Lourenço Curitiba-PR CEP 82200-210 | (41) 3074-2500

15ª Edição | 1º Semestre 2015 Periodicidade Semestral

com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.

Colégio Marista de Cascavel Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel-PR CEP 85812-011 | (45) 3036-6000 Colégio Marista de Londrina Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina-PR CEP 86060-000 | (43) 3374-3600 Colégio Marista de Maringá Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro Maringá-PR - CEP 87010-430 | (44) 3220-4224 Colégio Marista Pio XII Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho Ponta Grossa-PR - CEP 84015-440 | (42) 3224-0374 SANTA CATARINA Colégio Marista São Francisco Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó- SC CEP 89801-500 | (49) 3322-3332 Colégio Marista de Criciúma Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma-SC CEP 88811-503 | (48) 3437-9122 Colégio Marista São Luís Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 - Centro Jaraguá do Sul-SC - CEP 89251-700 | (47) 3371-0313 Colégio Marista Frei Rogério Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba-SC - CEP 89600-000 (49) 3522-1144 GOIÂNIA Colégio Marista de Goiânia Avenida Oitenta e Cinco, 1440 - Santa Marista Goiânia-GO - CEP 74.160-010 | (62) 4009-5875

Revisão Lumos | Bureau de Traduções

EDIÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa e Vivian Lemos

Envie comentários, críticas e sugestões sobre a revista para o email conteudo@grupomarista.org.br

REDAÇÃO

PUBLICIDADE R. Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho Curitiba-PR – CEP: 82120-000 Para anunciar, ligue: (41) 3271-4700 www.grupolumen.com.br

Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646 Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação) Edição de arte: Julyana Werneck PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê | semduble.com

Capa Fernando Pereira,

estudante do Colégio Marista Santa Maria, de Curitiba (PR), sua mãe Patrícia, Goivana Ohta, do 3º ano, e o monitor de alunos Luciano Silva.

FOTO DE CAPA Gilberto do Rosário © Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

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índice

capa

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Que fatores influenciam na prática da solidariedade? Afinal, ser solidário é algo que se aprende?

1ª impressão

dia a dia

entrevista

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A história do Instituto Marista nasce de um ato de solidariedade, o qual, até hoje, é um convite a sociedade para agir com compaixão.

Acolher um intercambista em casa é uma experiência enriquecedora. Confira dicas de uma boa convivência e conheça a história da família Javorski, que está recebendo o neo-zeolandês Jacob Pritchard.

essência

solidariedade

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como fazer

compartilhar

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diversão

olhar

curiosidade

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O Irmão Alvanei Finamor relembra os primórdios do Instituto Marista e reforça a importância de se doar ao próximo nos dias atuais.

Veja de que forma a juventude Marista se organiza e defende suas ideias por meio das Comissões da Juventude.

Conhecer mais de perto a cultura indígena é se aproximar da nossa origem. Descubra roteiros em aldeias e reservas que, além de divertidos, são uma verdadeira aula de História.

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Conheça a Unidade Propulsão, uma proposta que contribui para que adolescentes que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas ressignifiquem suas vidas.

Confira dicas de livros, filmes e aplicativos indicados pelos professores dos Colégios Maristas.

O sociólogo Eurico Cursino, da Universidade de Brasília, comenta sobre fatores que podem levar jovens a se envolver em lutas radicais, como as propostas pelo Estado Islâmico.

César Ribeiro, coordenador de Pastoral do Colégio Marista de Maringá (PR), traz uma reflexão sobre os fatores que influenciam as práticas de solidariedade e os novos posicionamentos Maristas sobre o tema.

índice

seu colégio

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Confira as matérias elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.

Pesquisa internacional traça panorama de solidariedade no mundo. Confira o ranking de países mais solidários.


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1ª impressão

or uma compreensão mais ampla da solidariedade apostólico é bicentenário nas suas realizações por muitos países do mundo. No Brasil, ele começou em 1897, em Minas Gerais. Em 2017, o Instituto Marista completa 200 anos. O Ir. Emile Turú, Superior Geral, comenta, na carta Montagne, a importância dessa missão: hoje, há tantos jovens que vivem sem a força, sem a luz e sem o conhecimento aprofundado de Jesus Cristo – conhecimento que leva ao consolo e à amizade de Jesus – que importa comprometermo-nos como apóstolos, catequistas e educadores. Diante de uma sociedade de pouca fé, sem o correto sentido da existência, não se pode ficar indiferente. São os novos e numerosos Montagnes de hoje, cuja realidade nos provoca e nos convida a sermos generosos. Montagne tem, hoje, milhares de rostos diferentes e vive em realidades que reclamam generosa compreensão e pronta ajuda. O Irmão Turú alarga o entendimento do desafio, na perspectiva a que o Papa Francisco se refere quando nos convida a sair de nós mesmos para as periferias existenciais, entrando em contato com a vida concreta dos muitos outros empobrecidos e expostos a tantos perigos. A solidariedade volta-se à promoção e à defesa dos direitos de crianças, adolescentes e jovens e à para a nova evangelização e inclusão social. A solidariedade pode e deve ser aprendida e desenvolvida; o seu itinerário abrange processos e práticas que visam à caridade em obras e ações de verdadeiro melhoramento da pessoa e do grupo desajustado e empobrecido. Visa-se, pois, a melhores níveis de interação e ao oportuno

comprometimento apostólico, dentro das suas circunstâncias e realidades. Ser solidário implica grande compaixão, mas, acima de tudo, o reconhecimento do outro como pessoa necessitada. Champagnat não foi visitar o jovem Montagne para julgá-lo. Foi ao encontro de alguém que tinha a sua identidade e a sua história. Por isso, os dois saíram modificados. Champagnat ensinou-lhe, na urgência do momento, as coisas de Deus e, do seu lado, entendeu que não há mais tempo para perder. O convite é feito a mim e a você, atual leitor desta edição da revista Em Família. Devemos cultivar um coração solidário na nossa vida pessoal, familiar, social e eclesial. Que significa, então, para cada um de nós, o contexto em que a solidariedade é citada como a grande virtude do nosso tempo? Por certo significa colocar-nos na posição de partida, como interpela o Papa Francisco. Cumpre entender bem o sentido da expressão periferias existenciais. Todos somos chamados a uma conversão pastoral e missionária, porque as coisas não podem ficar como estão (EG 25). A que tipo de conversão me sinto convidado? A resposta constitui o atendimento da nossa consciência e do nosso coração solidário e comprometido.

Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos diretor-executivo da Rede Marista de Colégios

© Foto: João Borges

Em 1816, o Pe. Champagnat foi chamado para atender a um jovem carpinteiro de 17 anos, gravemente enfermo, em uma aldeia próxima a Le Bessat, no sul da França. Após ouvi-lo em confissão e prepará-lo para a morte, o padre regressou a La Valla, pensativo. O encontro com o jovem Montagne marcou profundamente a vida de Marcelino Champagnat; nesse acontecimento, percebeu o chamado interior da graça de Deus. Ele iria fundar um instituto dedicado à educação cristã de crianças, adolescentes e jovens, em especial das vilas e dos povoados pobres. Ele levaria a bom termo tal empreendimento. O entendimento de que essa missão era obra de Deus foi basilar para a sua perseverança no projeto da fundação de uma congregação de religiosos dedicados à educação cristã e ao ensino básico da França de então. Nenhuma dificuldade bloquearia o seu projeto. Esta edição da revista Em Família estuda, em particular, a solidariedade. Esse termo evoca as mais diferentes emoções, interpretações e questionamentos. O encontro de Champagnat com Montagne nos revela que a Instituição Marista nasceu de uma experiência de solidariedade em relação de óbvia e grave necessidade. Apresenta-nos alguns referenciais, como a atenção que cumpre dar à realidade e à situação dolorosa do outro, isto é, o nosso próximo. A convicção profunda desperta não apenas a compaixão e a indignação; mas o essencial é a ação para minorar o sofrimento e o estado de abandono dos empobrecidos, sem a luz do bom ensino e, especialmente, sem a luz espiritual da instrução religiosa e cristã. Esse curso e discurso

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dia a dia

© Foto: Fabio Melo

Um intercambista

em minha

casa

Acolher o intercambista como um filho e deixar claras as regras da casa são fundamentais para uma experiência bem sucedida. Ser uma família hospedeira é culturalmente enriquecedor Por Michele Bravos

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Já pensou em adotar um filho estrangeiro? Calma, a gente explica. É comum e bastante incentivado por agências de intercâmbio que os adolescentes intercambistas se hospedem em casas de família para que a imersão na cultura do país para onde estão indo seja mais intensa e significativa. Abrir as portas de casa para um intercambista é como adotar um filho – mesmo que temporariamente. Para Celso Javorski, acolher o jovem Jacob Pritchard, 17 anos, da Nova Zelândia e que está estudando no Colégio Marista de Ribeirão Preto (SP), está sendo uma experiência enriquecedora. “É a primeira vez que estamos recebendo um intercambista e a troca cultural é muito rica. Temos dois filhos e um deles está fora do país, em intercâmbio também. Então, o Jacob, literalmente, está sendo tratado como um filho”. Para Guilherme Reischl, diretor comercial da Egali Intercâmbio, a consideração mais importante de um programa de intercâmbio em casa de família é que a família hospedeira acolha o estrangeiro como um membro da família. “O intercambista tem que usufruir da mesma estrutura de um filho. Ele tem que se sentir integrado, acolhido. As atividades diárias têm que ser realizadas com o intercambista. No começo,


isso pode significar sair da rotina – e a família precisa estar ciente disso –, mas, aos poucos, todos se adaptam”. Jacob afirma que um ponto positivo dessa experiência tem sido passar tempo com sua família brasileira. “Eles são pessoas muito legais, que fazem eu me sentir bem-vindo na casa deles”. Uma boa adaptação depende bastante de regras claras. Reischl lembra que toda casa tem normas que, naturalmente, são cumpridas pelos membros da família. O intercambista precisa ser inserido nesse contexto também. “Ele precisa saber o que pode fazer na cozinha, o que deve fazer com as roupas sujas – se ele irá lavá-las ou se alguém fará isso para ele –, se existe um horário para o banho, se o secador é de uso comum...”. O diretor comercial complementa que isso tudo deve ficar claro já no primeiro dia. “Assim que o intercambista chegar, dê as boas-vindas, faça ele se sentir em casa. Em seguida, de forma gentil, apresente as regras do lar”. Javorski conta que Jacob respeita inclusive as normas de comportamento – por exemplo, com relação a sair para festas e dar satisfação quanto a para onde está indo e com quem. “Tínhamos muita expectativa com relação a essa convivência. É também nossa responsabilidade zelar pela segurança dele”.

Integrando Integrar não quer dizer fazer as vontades do intercambista. Ele precisa conhecer e se adaptar aos costumes do país em que está. Uma boa forma de integrar o jovem à cultura e à nova família é na hora das refeições. “O momento das refeições é muito importante para a integração. Por isso, pelo menos algumas devem ser feitas com a família reunida”. Javorski afirma que os hábitos alimentares certamente são muito diferentes e isso sempre rende bastante conversa. Outra forma de integrar é convidar o intercambista para passear. “É importante que a família esteja prepara-

da para fazer 'programas de turista', mesmo na sua cidade natal. É preciso lembrar que o intercambista também está interessado em conhecer lugares típicos e diferentes dos que ele está habituado a ver”.

Comunicação Na casa da família Javorski, apenas a filha fala inglês. Então, foi preciso desenvolver formas de comunicação até Jacob estar mais fluente no português. “Às vezes, o Google tradutor nos ajuda. A gente acaba tendo que ser criativo”, diz Javorski. Reischl aponta que é ideal que pelo menos um membro da família compartilhe de um idioma em comum com o intercambista. “Caso contrário, a comunicação fica nula e pode gerar desconfortos, como prejudicar a compreensão das regras da casa. Uma família monoglota poderia ser um problema”. As barreiras de comunicação na casa de Javorski têm sido vencidas com bom humor. “Nós falamos português e inglês em casa. Eu imagino que deve ser um quebra-cabeça para eles entenderem o que eu falo, às vezes, mas nós rimos disso”, diz Jacob. O quesito “comunicação” também deve se estender para a família no exterior, pois isso gera maior confiança para o intercambista. “A família que está recebendo deve fazer contato com a família do outro país, mesmo que não falem a mesma língua. Por meio de uma conversa por chamada de voz e vídeo, as famílias podem se ver, sorrir uns para os outros e dar um ‘tchauzinho’. Isso já faz diferença”, afirma Reischl.

Atenção! Não existe idade limite para os membros de uma família receberem alguém. No entanto, recomenda-se que a pessoa que vai ser acolhida seja adolescente ou jovem. Segundo Guilherme Reischl, diretor comercial da Egali Intercâmbio, depois dos 25 anos, a pessoa já tem uma independência que poderia dificultar a interação. A família hospedeira deve avaliar isso.

dicas Seguindo essas dicas, a família hospedeira terá uma grande experiência de vida recebendo um intercambista. l Tenha certeza de que sua casa tem condições de receber mais um membro. Pode ser que ele tenha que dividir o quarto com os seus filhos, mas é importante que o intercambista tenha um espaço que ele sabe que é dele. l Conheça o intercambista antes de ele chegar à sua casa. Pode ser por e-mail, por chamada de voz e vídeo, etc. l Trate-o como um filho, tanto para as coisas legais, como passear em família, quanto para as regras. l Apresente as regras da casa. Elas precisam estar claras para o intercambista. l Pergunte o que ele gosta de fazer ou o que tem curiosidade em conhecer. Seja solícito, simpático, mas não extrapole, impondo a sua programação. l Tenha disposição para conviver com as diferenças – elas são enriquecedoras – e dialogue sempre!

Na foto: Maria Eduarda, Jacob, Anaisa e Celso Javorski.

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© Foto: Gilberto do Rosário

capa

Atitudes solidárias podem aparecer em diversos contextos. Mas elas são aprendidas ou as pessoas nascem assim? Por Michele Bravos

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Solidariedade se aprende? Falar de solidariedade no Brasil atual é um desafio, diante de tantos fatos de corrupção, de violência gratuita, de discriminação. Mas, para Viviane Silva, assessora da Rede Marista de Solidariedade (RMS), o desafio não é impossível. "Há um provérbio popular que explica bem o ensino da solidariedade: se a palavra convence, o exemplo arrasta. Portanto, é preciso bons pais, bons educadores, bons exemplos inspiradores do que é viver em sociedade". Ela complementa que é importante transmitir a ideia de "eu preciso do outro para viver". Dessa forma, tem-se uma melhor compreensão de senso de justiça e solidariedade. Entendendo a solidariedade como uma virtude, a pedagoga Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Genebra, acredita que ela precisa ser vivida para ser assimilada. “Eu entendo virtude como uma disposição para fazer o bem, como afirma Comte-Sponville, e o bem não é para se contemplar, é para ser feito. Em momentos de crise, por exemplo, podemos indagar crianças e adolescentes sobre os sentimentos do outro. Só assim eles podem construir instrumentos psicológicos que os tornam capazes de solidarizar”. Na família de Fernando Pereira, 17 anos, aluno da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Marista Santa Maria, de Curitiba (PR), as práticas solidárias estão presentes nas pequenas atitudes, como conta sua mãe, Patrícia Pereira. “Uma atitude solidária pode ser dar ouvidos a alguém que está precisando desabafar. Pode ser ajudar alguém a empurrar um carro na rua – coisa que eu já fiz, inclusive. É importante que a família dê esse exemplo e incentivo aos filhos”. Patrícia ainda afirma a importância de as ideias da família estarem alinhadas com as ideias do colégio. “Quando estava buscando uma escola para o Fernando, eu priorizei os valores que a instituição passaria, pois é isso que será lembrado para sempre”. Luciene lembra que a solidariedade é um valor que precisa ser buscado como outros valores morais. "Não nascemos solidários, mas nos tornamos solidários quando conseguimos reconhecer nossas próprias dores, quando temos a experiência de compartilhar as dores dos outros. Pessoas solidárias o são porque desejam ser”, diz. Fernando conta que vive essa constante busca para ser uma pessoa solidária e que tem aprendido a valorizar o que realmente importa. “Desde que comecei a participar da Pastoral da Juventude Marista (PJM), eu me tornei uma pessoa diferente. Sou mais calmo e me preocupo mais com a minha família e meus amigos. Na PJM, não aprendemos só a ser solidários, mas a ser pessoas melhores para o mundo, aprendemos a respeitar mais as diferenças, a dispor do nosso tempo para o outro – como nas missões Maristas – e a ter autonomia”. A pedagoga destaca que a solidariedade se faz presente já na infância. “Do ponto de vista psicológico, a solidariedade é uma das primeiras virtudes que as crianças apresentam e o fazem espontaneamente porque independe de uma construção cognitiva mais evoluída. Depende, na verdade, da sensibilidade com o outro, coisa que criança desenvolve desde bem cedo pela empatia”.

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© Fotos: João Borges

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Curiosidade

Patrícia complementa, expondo que, por vezes, percebe que os adultos não são solidários por medo: “Eles têm medo de ajudar um estranho e ele ser um ladrão, por exemplo. Mas acredito que o medo está relacionado à ausência de fé e as pessoas precisam crer mais, pois penso que, naturalmente, o ser humano é, sim, solidário”.

Ressignificando Por muito tempo, a ideia de assistencialismo, de dependência, esteve associada à solidariedade.

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No livro “O Ensaio sobre a Dádiva”, do sociólogo Marcel Mauss, o autor conta a história do Rei Artur e sua Távola Redonda para concluir seus pensamentos sobre os conceitos de dar, receber e retribuir – presentes ao longo do material: “Sobre a história do Rei Artur e a Távola Redonda. Disse o carpinteiro a Artur: ‘Far-te-ei uma mesa muito bela, onde poderão sentar-se seiscentos e mais, e andar em volta, e de onde ninguém será excluído... Nenhum cavaleiro poderá travar combate, pois ali o de maior destaque estará no mesmo nível que o de menor destaque’. Não mais houve lugar de honra e, por conseguinte, não mais houve querelas. “Os povos podem enriquecer, mas só serão felizes quando souberem sentar-se, tal como cavaleiros, à volta da riqueza comum. É inútil ir procurar longe o bem e a felicidade, pois ele está ali, na paz imposta, no trabalho bem ritmado, comum e solitário alternativamente, na riqueza acumulada e depois redistribuída no respeito mútuo e na generosidade recíproca que a educação ensina”.

Entre os povos ditos primitivos já se faziam presentes atos de dar, receber e retribuir como formas necessárias para uma vida em comunidade, mesmo que, muito atreladas a relações de poder. De acordo com o que explica o sociólogo Marcel Mauss, em seu livro “O Ensaio Sobre a Dádiva”, para que um rei pudesse continuar sendo superior, ele precisava ofertar aos pobres, colocando-os em uma

posição de inferioridade. Mas, recusar não era possível, pois esse ato era o mesmo que dizer que se tinha medo de retribuir. “Ao aceitar uma dádiva, aceita-se um desafio e ele pode ser aceito porque se tem a certeza de retribuir, de provar que não se é desigual”, expõe o autor. Diante disso, existe a necessidade de ressignificar conceitos. Viviane afirma que é preciso um ou-


tro modelo de sociedade, colocando a solidariedade na contramão da visão assistencialista que marcou a história. "Necessitamos de uma sociedade em que o direito seja garantido para todos, sem exceção, onde nenhum tipo de privilégio é aceito, já que fere o princípio comum de justiça. Nesse sentido, o que se discute é uma sociedade onde se aprende, desde criança, a não levar vantagem, nem dar o jeitinho brasileiro, mas que há regras e responsabilidades a serem cumpridas. Essa é uma nova forma de entender solidariedade. Essa posição coloca em relevo a defesa de direitos humanos e a justiça social que precisam ser assumidos por todos".

Relações solidárias hoje Os caminhos da solidariedade são uma trama entre a existência de cada indivíduo e as relações em que se encontram. É preciso se perceber além de si para ser solidário. “Gosto de uma expressão de uma escritora de livros infantis, Adriana Falcão: ‘Solidariedade é quando a gente se empresta pro outro’”, diz Luciene. Fernando relata que uma das experiências mais marcantes que teve na vida foi ter participado da Missão Solidária Marista 2015, em Pouso Redondo (SC), cuja premissa era justamente o contato com o próximo. “Nós ficamos hospedados na casa de pessoas que nem conhecíamos, fazíamos visitas a famílias mais vulneráveis e estávamos o tempo todo em contato com a população durante as atividades. Para mim, isso foi exercer a solidariedade na prática”. Para Patrícia, pensar em solidariedade é pensar em “dispor o seu tempo para o outro”. “Se nos perguntarmos qual o contrário de solidariedade eu diria ‘individualidade’. Acho que, assim, esse conceito fica mais claro”, diz.

As atuais formas de comunicação, sobretudo as que se efetivam em redes, podem incentivar a construção de comunidades e, consequentemente, a prática da solidariedade, pois partem dos princípios de reconhecimento e aceitação do outro como membro da rede, bem como do desenvolvimento de respeito mútuo e de interesse pelo próximo.

dos princípios de reconhecimento e aceitação do outro como membro da rede, bem como do desenvolvimento de respeito mútuo e de interesse pelo próximo”. Viviane complementa: "Podemos entender que a solidariedade está nessas relações com o outro que nos completa, que nos constitui. O contrário disso nos desumaniza, segrega e isola. Por gerar um comportamento coletivo de corresponsabilidade, é um dos principais valores que temos". Para Danielle, a possibilidade de constituição de comunidades nesses espaços virtuais intensifica as práticas solidárias. Ela frisa que o ponto mais importante nesse contexto é o conteúdo gerado pelos membros das redes. “As tecnologias e as redes sociais não promovem solidariedade por si só, mas pelo referencial de valores que os membros dessa comunidade possuem e que se revelam nas suas relações.

Danielle Pamplona Professora da Universidade de Brasília (UnB)

O estabelecimento dessas relações de responsabilidade recíproca está diretamente ligado à comunicação, possibilitando a interação e a colaboração. Traçando um pensamento para o contexto atual, em que o mundo virtual está muito presente, a professora Danielle Pamplona, da Universidade de Brasília (UnB), afirma que “as atuais formas de comunicação, sobretudo as que se efetivam em redes, podem incentivar a construção de comunidades e, consequentemente, a prática da solidariedade, pois partem

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capa

O campo fértil para a solidariedade é regado por valores de amor ao próximo, respeito às diferenças, justiça e ética. Cabe, portanto, aos membros dessas redes incentivar práticas que levem à formação de indivíduos comprometidos com o outro, que priorizem a dimensão humana, a valorização do outro e o fortalecimento dos laços solidários”.

Solidariedade x classes sociais Tendo esse conceito como norte, a solidariedade pode se fazer presente inclusive em ambientes menos favorecidos. "Ainda que o meio seja desfavorável, as dificuldades vividas podem ser superadas. Aliás, é de ambientes vulneráveis que surgem bons exemplos de partilha e solidariedade", diz Luciene. Viviane vivencia isso na prática por meio da RMS, que atua na criação de uma nova mentalidade nos contextos em que está presente. "Não fazemos atos pontuais de generosidade

Não nascemos solidários, mas nos tornamos solidários quando conseguimos reconhecer nossas próprias dores, quando temos a experiência de compartilhar as dores dos outros. Pessoas solidárias o são porque desejam ser. Luciene Tognetta Pedagoga e doutora em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Genebra

nos locais vulneráveis em que estamos, mas temos a solidariedade como valor e comprometimento em defesa da vida em todas suas formas, contribuindo assim para a superação da pobreza e da desigualdade, e pela defesa e promoção dos direitos das crianças e jovens". Conheça o Projeto Propulsão, na editoria Solidariedade desta edição, e saiba como a solidariedade é desenvolvida com

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jovens em situação de vulnerabilidade social.

Por que se faz o bem? Para alguns, ser solidário e fazer o bem são sinônimos. Já, para Viviane, entendendo solidariedade como uma oposição ao individualismo, ela considera que ser solidário é mais que fazer o bem. "A solidariedade supera a busca individual, levando-nos a uma busca

coletiva para encontrarmos soluções para problemas comuns". No fim, praticar a solidariedade e fazer o bem têm como finalidade promover algo de bom, em que todos, tanto quem ajudou, quanto quem foi ajudado, saem ganhando. Luciene afirma que esse jogo de interesse existe – mesmo que no âmbito psicológico – uma vez que “o desejo de ser reconhecido como alguém do bem é o que leva


© Fotos: João Borges

© Foto: Gilberto do Rosário

Fernando Pereira, 17 anos, aluno da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Marista Santa Maria, de Curitiba (PR), e sua mãe Patrícia Pereira.

Da comunidade para a comunidade A origem atrelada a espaços populares motivou um grupo de pesquisadores a criar o Observatório de Favelas, “uma organização social de pesquisa, consultoria e ação pública dedicada à produção do conhecimento e de proposições políticas sobre as favelas e fenômenos urbanos”, como a própria organização se define. O Observatório existe desde 2001 e conta com atividades em diversas áreas de atuação: educação, políticas urbanas, comunicação, cultura, direitos humanos. Por meio das ações realizadas, a comunidade é instigada a se conhecer, a se desenvolver pessoalmente e a voltar o seu olhar e atenção para o meio em que estão, assim como para as pessoas ao seu redor. Para mais informações, acesse o site através do link: observatoriodefavelas.org.br

uma pessoa a agir bem. Queremos nos ver como solidários e detestamos nos ver como egoístas”. Fernando conclui que, independente do que move as pessoas a fazerem o bem, ser solidário contagia quem está ao redor e isso gera um efeito de causa e consequência positivo. “Quando você quer ser mais solidário e faz isso, você está servindo de exemplo para as pessoas e, consequentemente, influencia a todos”.

A solidariedade supera a busca individual, levando-nos a uma busca coletiva para encontrarmos soluções para problemas comuns. Viviane Silva Assessora da Rede Marista de Solidariedade (RMS)

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© Fotos: Acervo do Colégio

entrevista

Todos podem ser solidários O despertar da solidariedade é possível e depende de um compilado de fatores externos e pessoais. Apostas do Grupo Marista nessa área visam promover uma consciência crítica sobre o tema Por Michele Bravos

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A expressão da solidariedade se dá de formas distintas em cada meio e para cada pessoa. Para refletir sobre o assunto e apresentar de que forma o Grupo Marista pretende potencializar o despertar dessa prática nos Colégios, César Augusto Ribeiro é o entrevis-

Sem ignorar o fato de que a solidariedade pode ser ensinada e aprendida, na sua opinião, há pessoas que simplesmente nascem solidárias?

É uma questão difícil. Do ponto de vista biológico, há instintos de preservação que podem ser vistos como solidários – como, por exemplo, uma mulher que acolhe e cuida de uma criança em situação de risco de vida. Porém, entendendo a solidariedade como algo mais dinâmico, que ganha níveis e significados distintos ao longo do tempo e na diversidade de culturas, é difícil concluir que alguém já nasça solidário. É preferível afirmar que todos nascem com a possibilidade de desenvolver esse valor.

A solidariedade está na essência Marista. Por que investir no desenvolvimento de um ser humano mais solidário?

A educação Marista se pauta em vários princípios que apontam para a solidariedade como uma das virtudes de nosso tempo: a formação integral, o desenvolvimento da alteridade e da paz, o protagonismo das infâncias e juventudes, a cidadania planetária e outros que emanam da ética cristã.

Entendendo a solidariedade como algo mais dinâmico, que ganha níveis e significados distintos ao longo do tempo e na diversidade de culturas, é difícil concluir que alguém já nasça solidário.

tado desta edição da Em Família. Ribeiro tem uma longa caminhada no Grupo Marista, já tendo colaborado diretamente com a Rede de Solidariedade Marista. Atualmente, ele é coordenador de Pastoral do Colégio Marista de Maringá (PR).

Quais as apostas para este ano nas unidades pastorais dos Colégios?

A missão Marista no mundo é a educação de crianças e jovens, com um grande foco na defesa e na promoção da vida. Já há algum tempo, as Diretrizes da Ação Evangelizadora do Grupo Marista apontam para a solidariedade socioambiental como um elemento inculturador do Evangelho. A Rede Marista de Solidariedade avançou muito e tem um belíssimo trabalho no campo da defesa e da promoção dos direitos das infâncias e juventudes em situação de vulnerabilidade, pois amplia a ação social em rede, participa de espaços de construção e controle social das políticas públicas e motiva o Grupo Marista a avançar na educação para a solidariedade. Em sintonia com essa caminhada, em 2015, a Pastoral da Rede de Colégios assumiu a promoção e a defesa das infâncias e juventudes como um de seus eixos de análise e estruturação. O objetivo desse eixo é consolidar o posicionamento da comunidade educativa frente à defesa e à promoção dos direitos das infâncias e juventudes em sintonia com os direcionamentos da Rede Marista de Solidariedade (boas práticas de gestão, projetos de solidariedade, mobilização e comunicação) para que a vivência da fraternidade e da caridade cristã abra caminhos e estabeleça pontes para uma cidadania solidária. A aposta está em programas, projetos e ações estratégicos e inovadores que colaborem para que os diversos interlocutores – alunos, famílias, educadores, colaboradores, parceiros – desenvolvam a consciência crítica, ampliem seu olhar sobre a solidariedade, atribuam novos sentidos e colaborem para a transformação positiva do mundo.

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entrevista Para algumas pessoas, solidarizar-se com o outro, colaborar para essa transformação positiva é um verdadeiro exercício. Por que, às vezes, pode parecer difícil se doar ao próximo?

Não é fácil controlar os instintos egoístas e a tendência à acomodação. Nesse sentido, é difícil superar paradigmas anacrônicos, estruturas obsoletas e preconceitos em favor do bem comum. Dá trabalho sair de si, estimular a consciência crítica, reconhecer incoerências pessoais, desenvolver a alteridade, buscar coletivamente soluções assertivas com foco no grupo. Porém, a maior parte dos que começaram a desenvolver sua dimensão solidária encontrou um caminho de realização, ampliou o sentido de sua existência e tornou sua vida mais dinâmica.

Dá trabalho sair de si, estimular a consciência crítica, reconhecer incoerências pessoais, desenvolver a alteridade, buscar coletivamente soluções assertivas com foco no grupo.

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Ser solidário e fazer o bem são a mesma coisa?

Há diferentes níveis de solidariedade. De maneira simplificada, poderíamos destacar três. O primeiro é o assistencialismo. Muitas pessoas se comovem com o sofrimento alheio e se dispõem a ajudar, mas não necessariamente colaboram para que as raízes do sofrimento sejam superadas. O segundo é a fraternidade. Há pessoas que se dispõem a superar preconceitos e conviver com quem sofre. Aprendem que a solidariedade é um “caminho de mão dupla”, de interlocução que promove o crescimento de todos os envolvidos. O terceiro é a defesa e a promoção dos direitos e a emancipação dos sujeitos. Quem está nesse nível assume direta e indiretamente o acompanhamento das políticas públicas que incidem na vida de todos e o apoio às iniciativas que buscam superar as causas da vulnerabilidade social e econômica. Pensando assim, podemos afirmar que ser solidário e fazer o bem podem ser sinônimos, mas têm formas e impactos distintos. César Augusto Ribeiro, coordenador de Pastoral do Colégio Marista de Maringá (PR).


índice

Por Samara Rosenberger

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destaque

Projeto de língua portuguesa incentiva uso do WhatsApp para troca de opiniões e elaboração de artigos.

com a palavra

ser melhor

ed. infantil

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O que pensa a Diretoria-Geral.

Conheça algumas ações da Pastoral.

Crianças vivenciam os valores da Páscoa e dividem o pão com os amiguinhos.

ens. fundamental

ens. médio

você sabia?

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diz aí

caleidoscópio

gente nossa

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Alunos aprendem a estabelecer uma rotina diária de estudos com o acompanhamento dos pais.

O que você aprendeu depois de ler o livro “Um nó na cabeça"? Saiba o que os alunos disseram.

Processo de Avaliação Seriada (PAS) é composto por avaliações feitas ao final de cada ano do Ensino Médio.

Relembre os principais acontecimentos do Colégio.

Conheça a história do casal argentino que desembarcou em Londrina e matriculou os três filhos no Colégio.

Após formar-se em Engenharia Química e estagiar fora do país, Luciana Mangieri voltou para Londrina e começou a dar aulas no Colégio e na PUCPR.


com a palavra

S

eis décadas de

Missão Educativa em Londrina

"Todas as Dioceses do mundo entram em nossos planos." (Marcelino Champagnat)

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Colégio Marista Londrina

Impregnados de um Carisma especial e uma proposta pedagógica focada na formação integral dos seus alunos, os Irmãos Maristas foram encantando a todos e fazendo a diferença na vida dos alunos.

Acádio João Heck Diretor-Geral

© Foto: Acervo do Colégio

Fiéis ao legado de Marcelino Champagnat, fundador da Congregação Marista, os Irmãos Maristas abriram a sua primeira comunidade educativa em terras brasileiras em 1897, na cidade de Congonhas do Campo, em Minas Gerais. Depois de muitas outras comunidades, no ano de 1955, atendendo ao convite da Igreja e da comunidade local, iniciaram a Missão Educativa em Londrina. Impregnados de um Carisma especial e uma proposta pedagógica focada na formação integral dos seus alunos, os Irmãos Maristas foram encantando a todos e fazendo a diferença na vida dos alunos. Primando pela pedagogia da presença, pelo cultivo da espiritualidade, do espírito de família, da justiça, da simplicidade e do amor ao trabalho, desenvolveram a formação integral das crianças e jovens. Sendo assim, junto com os leigos que foram integrados ao quadro de educadores, construíram a grande família Marista de Londrina. Transcorridas seis décadas e já sem a presença dos Irmãos Maristas, percebemos que o Carisma, valores e princípios seguem fundamentando o Projeto Educativo, embora as mudanças no contexto social e os avanços tecnológicos demandem constantes atualizações. Esse feito só é viável devido ao forte investimento nas instâncias superiores da organização, que conduzem toda a ação desenvolvida nos Colégios das Mantenedoras do Brasil Marista. Equipes de Irmãos, educadores, administradores e especialistas convidados dedicam parte ou todo o seu tempo para promover a formação das equipes dos Colégios, que orientam e incentivam a busca pelas melhores práticas pedagógicas, no intuito de aprimorar e qualificar o serviço educacional oferecido pela Instituição. Essa linha de ação dá espaço para avanços, inovações, protagonismos e preserva características próprias, que sustentam a nossa prática pedagógica desde a fundação do Instituto Marista, no dia 2 de janeiro de 1817, na França. Comemoramos os 60 anos do Colégio Marista de Londrina, agradecendo a Deus pela doação dos Irmãos e leigos, que deram e dão sua vida na formação dos nossos alunos. Agradecemos, também, às famílias que confiaram e confiam os seus filhos à formação e educação Marista. Que possamos sempre contar com as bênçãos de Deus, a intercessão de São Marcelino Champagnat e a proteção de nossa Boa Mãe.


16 anos de Solidariedade

ser melhor

Aprender significa muito mais do que sentar-se a uma carteira e prestar atenção ao conteúdo repassado em sala de aula. É compreender o mundo ao redor e assimilar novos conhecimentos por meio de vivências. Por isso, o Colégio Marista é muito mais do que uma Escola. É uma filosofia de ensino, formada por profissionais capacitados que trabalham em equipe, a fim de proporcionar experiências inesquecíveis. Criada há 16 anos, a Páscoa Missão é um projeto que proporciona o exercício da solidariedade, da compaixão, do amor ao próximo e do voluntariado. Neste ano, a atividade foi realizada no distrito de Guairacá, zona rural de Londrina, entre os dias 27 e 29 de março. Alojados na igreja e escola locais, alunos do Ensino Médio, ex-alunos, funcionários e professores da Instituição vestiram a camisa e interagiram com os moradores durante um fim de semana. No primeiro dia, as crianças da Escola Municipal Vitório Libardi ganharam momentos de diversão e brincadeiras, além de um teatro so-

bre a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. No dia seguinte, cerca de uma tonelada de alimentos não perecíveis foi distribuída às famílias. Mas a visita não passou em branco para as crianças, que ganharam quase 4 mil bombons, mais de 40 quilos de balas, além de muita paçoca, geleia e doce de leite. Os produtos foram arrecadados por toda a família Marista. “Os alunos se organizaram em turmas e fizeram a coleta dos mantimentos meses antes”, detalha o coordenador da Pastoral do Colégio Marista, Anderson Luiz Ferreira. Por fim, no domingo, o cronograma incluiu uma missa com celebração da Eucaristia. Depois, os mais de 30 missionários se retiraram para refletir sobre as ações realizadas. O momento, de acordo com Ferreira, é uma ótima oportunidade de entrar em contato com uma realidade desconhecida pela maioria dos alunos. Por mais que a atividade seja realizada ano após ano, a experiência é sempre diferente. Segundo o coordenador, os missionários voltam transformados para casa. “Eles nun-

© Fotos: Acervo do Colégio

Tradicional vivência do Colégio Marista, Páscoa Missão levou alegria, alimentos e assistência social ao distrito de Guairacá, zona rural de Londrina

ca vão embora da mesma forma que chegam. Essas atividades os deixam emocionados”, revela. Com os moradores não é diferente. O responsável da Pastoral diz que a comunidade se sente muito abandonada pelo poder público e valoriza a assistência prestada. “Lá, o acesso é complicado. Há uma estrada de terra de 9 km que já deveria estar pavimentada”, diz. Os bancos da praça principal e o meio-fio da calçada, no entanto, já têm reforma garantida. “Missionários retornarão depois de um mês, para deixar a pintura novinha em folha”.

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© Fotos: Acervo do Colégio

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ed. infantil

Páscoa é...

partilha e Vida Alunos do Infantil V aprendem o significado dos símbolos da Páscoa e dividem o pão com os amiguinhos

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Transmitir valores é uma das premissas da filosofia Marista. Quando o assunto é abordar uma celebração cristã, a responsabilidade é maior ainda. Passar o significado da Páscoa para crianças exige cuidado, tato e criatividade. As crianças da Educação Infantil passam por vivências lúdicas e extremamente enriquecedoras. Por meio da fantasia, elas aprendem, criam e se desenvolvem, descobrindo e compreendendo o mundo. Foi o que aconteceu durante o mês de março ao celebrarem a festa da Páscoa e se apropriarem de todo o seu significado. De acordo com a coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil, Leliane de Souza Nogueira, a fantasia colabora diretamente na formação da identidade das crianças, auxiliando-as no estabelecimento de formas próprias para lidar com a vida. Para ensinar o significado dessa festa cristã de forma prazerosa, as professoras trabalharam os símbolos, a fim de despertar o encantamento e curiosidade nas crianças. “Elas escrevem, coletivamente, uma carta para o coelho, preparam um ninho para recebê-lo, empenham-se na caçada a ele e ficam atentas a cada pegada e pista para, por fim, receber ansiosamente a visita tão especial”, diz.


do pelo coelho” e partilhado entre as crianças. “Os pequenos se surpreendem quando encontram o ovo. Eles o repartem com alegria e encantamento”, acrescenta. A vivência lúdica fortalece o desenvolvimento cognitivo, emocional, motor e social da criança. Esses fatores reunidos contribuem na formação de um caráter sólido e rendem bons frutos no futuro. A celebração da Páscoa é o ponto de partida para outras pequenas e grandes ações do aluno Marista. Ainda pequeno, ele já aprende valores importantes deixados por Jesus Cristo e pelo fundador Marcelino Champagnat, tais como disseminar o amor, o respeito, a partilha e a solidariedade.

O apelo à fantasia se dá a fim de facilitar a compreensão da simbologia que envolve a dimensão religiosa da Páscoa. “As crianças ouviram as histórias de Jesus, assistiram aos vídeos sobre a Páscoa, cantaram músicas, visitaram a capela e apreciaram a obra ‘Santa Ceia’, de Leonardo da Vinci”, exemplifica a professora Lourdes Montes Cardina. A partir de então, elas fizeram releituras da obra utilizando diversas linguagens, como pintura, desenho, modelagem, fotografia, entre outras – tudo com muita criatividade, inspiração e dedicação. “Após isso, os pequenos colocaram a mão na massa e prepararam pão e suco de uva”, explica Lourdes. Aliado ao preparo desses alimentos, os pequenos organizaram todo o ambiente para o momento especial da partilha. “Eles realmente percebem a importância daquele momento e dizem ‘Vamos partilhar o pão com nossos amigos, assim como Jesus fez com os amigos dele’”, conta. Depois da representação da Santa Ceia, a fantasia e os valores enfim se misturam. Segundo a coordenadora, um único ovo de chocolate é “deixa-

[As crianças] escrevem, coletivamente, uma carta para o coelho, preparam um ninho para recebê-lo [...] e, por fim, esperam ansiosamente pela visita tão especial. Leliane de Souza Nogueira Coordenadora Psicopedagógica do Ensino Infantil

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ens. fundamental

Rotina para

Alunos do Fundamental aprendem a estabelecer uma rotina diária de estudos com o acompanhamento dos pais

© Foto: Acervo do Colégio

crescer

Anotar os pontos relevantes de uma aula e participar das discussões em sala são, sem dúvida, atitudes importantes para a aprendizagem. Mas deixar o caderno fechado dentro da mochila, na volta para casa é um hábito que os alunos Maristas aprendem a não fazer mais. Na disciplina Desenvolvimento Acadêmico Pessoal e Social (DAPS), a professora Claudia Zaninelli ensina a criar uma rotina de estudos em

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casa. O trabalho é feito em parceria com a psicóloga Daniela Barone e aplicado, durante todo o ano letivo, entre alunos de 12 a 14 anos. Durante as aulas, eles são estimulados a se organizar e planejar o que irão estudar no contraturno. “Nossos alunos aprendem a fazer uma agenda e um mapa de estudos e palestras”, conta a professora Claudia. Esse processo é realizado dentro da sala de aula e, ao final do projeto,

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os alunos montam uma apresentação com técnicas e dicas de como estudar melhor. O projeto nasceu há cerca de cinco anos, com a aplicação de um questionário realizado pela psicóloga Daniela. “Nele, havia várias questões sobre uso de álcool, drogas, conflitos de adolescência e relacionamento com os pais”, conta. Após a análise, a equipe Marista detectou que os alunos apresentavam difi-


culdade nos deveres e estudos em casa, bem como no hábito de leitura. “Nós, professores, percebemos a necessidade de organizar uma rotina e surgiu a ideia de trabalhar com um planejamento de estudos e chamar as famílias para acompanharem os filhos”, explica Daniela. Os primeiros a vivenciarem novas formas de estudos foram alunos do 8º ano. “Percebemos excelentes resultados. Muitos deles já estão na universidade”, comemora a psicóloga. A partir de então, o programa passou a ser aplicado em todas as turmas dos 7º e 8º anos. Daniela complementa que “crianças que estavam com notas baixas passaram a apresentar melhor rendimento nas provas, maior disciplina nas tarefas e ampla participação”, diz. Em sala de aula, a professora de DAPS estabelece um planejamento de estudos e exige o visto dos pais nas tarefas. A partir do segundo semestre, a psicóloga passa a aplicar dinâmicas em grupo, nas quais os alunos são incentivados a falar sobre sua vida. Planejamento e disciplina passam a fazer parte do dia a dia dos alunos. Ainda segundo Claudia, o aluno aprende a valorizar a importância de ter um horário fixo para realizar as tarefas, verificar se tem dúvidas e anotá-las para saná-las no dia seguinte. “Também incentivamos a participação em grupos de estudo e verificamos que houve visíveis melhoras na organização da agenda e do material didático”, enfatiza. “A leitura dos materiais paradidáticos também está sempre em dia”. Nos encontros de interação no final de cada ano, os pais têm admitido a melhora nos hábitos de estudo dos filhos. “Alguns deles notam que há mudanças de postura”.

Importância de um psicólogo Daniela explica que a presença de um psicólogo especializado é essencial em projetos que envolvem comportamento humano. Nesse caso, é im-

portante que os pais acompanhem o desenvolvimento educacional de seus filhos. “Vejo que muitos pais precisam de ajuda ao lidar com os filhos que não se interessam muito pelos estudos. Nessa idade, existem coisas mais atraentes, como a internet e diversos produtos que envolvem tecnologia”, diz. O profissional tem a incumbência de encontrar saídas para unir o

útil ao agradável. “Os pais precisam mostrar que é importante e possível estudar e usar a tecnologia para o bem deles”, assinala. Por isso, o envolvimento da família na escola é essencial e indispensável. “Quando uma criança aparece com alguma necessidade, em geral, o problema também abrange toda a família”, finaliza a psicóloga.

Aplicação conforme a necessidade Apesar de, na maioria das vezes, ser aplicado nos últimos anos do Fundamental II, o projeto também será adequado ao 5º ano, prova de que o cuidado com o aluno Marista não se restringe a apenas uma faixa etária, mas amplia o leque conforme as necessidades.

Palavra do aluno Qual lição você aprendeu com o projeto?

“Isso tudo refletirá no futuro.” Andrei Oliveira Paiva – 8º ano B

“É melhor estudar todos os dias do que estudar o dia todo.” Mateus Francescon Ferreira de Mello – 8º ano B

“A organização ajuda muito na hora de estudar.” Maria Fernanda Carbelo Santos – 8º ano A

“Não deixe para estudar na última hora.” Amanda Mariko Haida – 8º ano B

“Prepare-se, pois o que você fizer agora será multiplicado no futuro.” Fábio Miguel Pineda de Rossi – 8º ano A

Crianças que estavam com notas baixas passam a apresentar melhor rendimento nas provas, maior disciplina nas tarefas e ampla participação. Daniela Barone Psicóloga

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ens. médio

Mais uma porta para a universidade Adolescentes que ingressam no Ensino Médio logo começam a ficar preocupados com a escolha da carreira. Biológicas, Humanas ou Exatas? Independentemente da área e do curso escolhido, é importante estar preparado para o momento do vestibular. Além do meio tradicional, entretanto, existe, atualmente, outra porta de entrada para a universidade: Processo de Avaliação Seriada, conhecido como PAS. O aluno inscrito realiza provas de conhecimentos gerais ao final de cada série do Ensino Médio. Somente na última prova, o estudante assinala o curso desejado. O coordenador psicopedagógico do Ensino Médio, Nelson Coelho, diz que a escolha pelo PAS é facultativa. “Mesmo assim, incentivamos os estudantes a passarem pelo processo. No ano passado, quase 70% dos alunos da turma da 1ª série foram aprovados e irão para a segunda fase no fim deste ano”, comemora. Em 2015, 21 adolescentes da 3ª série terão a chance de conseguir a cobiçada vaga na universidade por meio do PAS. O processo é aceito pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual de Ponta Grossa (Uepg), Universidade de Brasília (UNB) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). “Temos material de todas as instituições, mas a procura maior é pela UEM, principalmente, por causa da localidade”, explica Coelho. Em 2014, quatro alunos foram aprovados pelo PAS. São eles: Leonardo Bortura Testa, Engenharia Química (UEM); Natália de Anjos Mello, Engenharia Civil (UEM); Gilio Natan Dal Pont Sirtoli, Engenharia Química (UEM); Fabiana Shizuka Haida, Engenharia Civil (UEM).

O que você achou de participar do PAS? “Foi bastante vantajoso e a concorrência cai muito nesse processo. Lembro que o Marista colocou cartazes no Colégio e acabei me interessando. No primeiro ano, não estava muito focado nos estudos, mas depois de me inscrever no PAS comecei a estudar com amigos. No último ano, eu já sabia o que queria e escolhi Engenharia Química. Já estou fazendo o curso e estou muito feliz.” Leonardo Bortura Testa

“Eu não acreditava que passaria. Acabei fazendo o PAS por incentivo do meu pai. Também passei na UEL, pelo vestibular tradicional, e achei melhor ficar por aqui. Para quem vai tentar entrar na universidade, aconselho a não desistir. Um pouco que você estuda a mais, mesmo quando está cansada, fará diferença na hora da prova.” Natália de Anjos Mello

“Considero o PAS menos pesado para o aluno. É melhor para estudar, pois não é uma única prova com o conteúdo de todo o Ensino Médio. Com isso, consegui me concentrar em assuntos específicos. Além disso, na última etapa, a concorrência cai muito, facilitando o ingresso na universidade.” Gilio Natan Dal Pont Sirtoli

“As questões são mais difíceis e aprofundadas, com detalhes que normalmente a gente não vê em sala de aula. Isso acontece, talvez, porque cada prova tem apenas o conteúdo do ano em que o aluno está. Buscar esse modelo foi positivo porque me fez pesquisar e estudar mais.” Fabiana Shizuka Haida

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© Fotos: Acervo do Colégio

Processo de Avaliação Seriada (PAS) é composto por avaliações feitas ao final de cada ano do Ensino Médio


© Foto: Sxc.hu

você sabia?

"Los hermanos" são bem-vindos no Marista

Casal argentino matriculou os três filhos no colégio em 2012 respectivamente, tiveram dificuldades naturais de transição, principalmente para aprender o novo idioma. Entretanto, as crianças logo fizeram amigos e estavam totalmente integradas ao conteúdo das disciplinas depois de três meses de convivência. “A adaptação, em geral, foi tranquila. Devido à dificuldade com o português, minha esposa e filhos fizeram aulas particulares do idioma, o que ajudou muito”, conta. A tradição do Marista e o ensino transmitido aos filhos renderão futuras recomendações a outros conterrâneos, segundo Dankert. “Estamos bem satisfeitos com o Colégio”, diz. “Nossos filhos têm muitas tarefas para fazer em casa, atividades que os mantêm ocupados. A metodologia de ensino é firme e percebo que há muito trabalho durante as aulas e também no contraturno”, completa. E a famosa rivalidade entre brasileiros e argentinos? Dankert garante que o patriotismo nunca teve má influência. “Faz parte da história, da cultura. Não é uma competição que faz mal, é algo amistoso”, garante. “Fomos muito bem recebidos e estamos felizes aqui. Eu brinco que, entre brasileiros e argentinos, não é permitido falar de apenas duas coisas: churrasco e futebol”, finaliza, aos risos.

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© Fotos: Acervo pessoal

Acolhedor e caloroso. Define-se bem o povo de Londrina com esses dois adjetivos. O segundo maior município do Paraná recebe gente de todo o canto do Brasil e também do mundo. O Colégio Marista, inclusive, sente-se honrado em participar da educação de estrangeiros que escolheram Londrina para viver. É o caso da família argentina de Marcelo Martín Dankert. Ele e sua esposa, Alejandra Victoria Argiró, vieram para o Brasil com seus três filhos em 2012. “Surgiu um convite da empresa na qual trabalho e resolvemos vir para cá”, conta. Já devidamente instalado, o casal começou a analisar os colégios locais e decidir qual deles seria o ideal para contribuir na educação de seus filhos. Marcelo conta que levou em consideração as recomendações de amigos e a formação de profissionais de sucesso, com os quais convive e trabalha. “Já conhecíamos a metodologia Marista na Argentina e algumas pessoas formadas. Optamos pelo Colégio porque tinha boas referências. Isso acabou ajudando na escolha daquilo de que já tínhamos conhecimento prévio”, diz. Ainda segundo Marcelo, a combinação da metodologia de ensino com os valores cristãos fortaleceu a decisão. Catalina, Marcelo e Margarita, hoje com 11, nove e quatro anos,

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diz aí

O que você aprendeu depois de ler o livro

? © Fotos: Acervo do Colégio

"Um nó na cabeça"

Ana Clara Fazinga P. Lima 4º ano C

João Pedro Rossafa Santos 4º ano D

Laura Bernardi Carocia 4º ano D

“A mensagem do livro é: todos são iguais. Escolhi uma pessoa doente para o mundo com nó e uma pessoa saudável para o sem ‘nó’. Decidi pelo tema porque acho muito ruim ficar doente, perco aula, festas e coisas legais.”

“O autor quis dizer que cada pessoa tem seu jeito. Os outros personagens não respeitavam o jeito do Tico, porque ele era diferente. O meu trabalho falava do lixo na rua: ele é um ‘nó’ porque traz cheiro ruim, muitas bactérias e faz mal à saúde.”

“O livro é bem legal e mostrou coisas que eu nunca tinha pensado, como, por exemplo, que alguém pudesse ter problemas para dormir. Eu não gosto de acordar muito cedo, por isso esse foi o meu ‘nó’. A solução para o meu ‘nó’ é dormir até tarde nos dias disponíveis.”

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João Gabriel B. Brancalhão 4º ano B

Mariana Moraes Bertin 4º ano A

Marcelo Augusto Dankert 4º ano A

“O que eu aprendi com o livro foi que nem sempre você precisa seguir o seu destino. Você pode mudar para outra coisa.”

“Para representar o ‘nó’, escolhi a foto da Dilma e do Lula. Acho que a Dilma aumenta o preço dos produtos e não governa bem. No mundo sem ‘nó’, todos ficariam felizes, a Dilma poderia dar um jeito, ver o outro lado e mudar as coisas”.

“Eu escolhi o tráfico humano porque ele dá um ‘nó’, é ilegal. As pessoas que são traficadas não têm liberdade, não têm vida boa e ficam longe da família. Eu as desenhei vivendo em paz e tendo mais amor, solidariedade e respeito."

OPINIÃO DAS PROFESSORAS do 4º ano

Da esquerda para a direita: Daniela Lago Vieira, Ione Santos Vasconcellos, Ana Cristina Guimarães e Deyse Murari Professoras

“Com o intuito de desenvolver o prazer pela leitura, os alunos do 4º ano leram o livro ‘Um nó na cabeça’, de Rosa Amanda Strausz, que conta a história de Tico, um carneirinho que vê o mundo de modo diferente, devido a um nó literal em sua cabeça. Após a leitura, foram promovidas discussões em sala de aula sobre coisas que poderiam dar um ‘nó’ na cabeça das pessoas, figurativamente falando. A conclusão do trabalho se deu através de uma exposição de imagens escolhidas e/ou elaboradas pelos alunos, que retratavam dois mundos diferentes: o mundo ‘com nó’ e o mundo ‘sem nó’. As imagens expostas no mundo com nó referiam-se às diversas situações das quais eles não gostam. Para que esses ‘nós’ fossem desatados, os alunos fizeram uma representação da imagem selecionada, transformando a situação desagradável em algo prazeroso. Dessa forma, construíram o mundo sem nó. Foi um trabalho muito enriquecedor para os alunos, pois puderam refletir sobre os problemas que permeiam a vida, nos âmbitos particular, político e social.”

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caleidoscópio

2015

FORMATURA E ENCERRAMENTO

© Fotos: Acervo do Colégio

Nos meses de novembro e dezembro de 2014, foram realizadas as festas de encerramento dos três segmentos escolares: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Os alunos do Infantil V comemoraram, no Teatro Marista, com direito a apresentações de danças, a entrega dos certificados e assistiram a um vídeo com uma retrospectiva do que realizaram nesse período. O 9º ano teve sua festa no Buffet Planalto, onde os alunos puderam confraternizar com amigos, familiares e professores. Já os formandos do Terceirão colaram grau no Teatro Marista e depois foram festejar juntamente com seus familiares no Buffet Planalto, com muita alegria.

ACOLHIDA

CALOUROS

Os novos integrantes da família Marista foram recepcionados de modo especial. Realizado em fevereiro de 2015, o evento contou com a presença da banda Chorus. Houve apresentação dos projetos pedagógicos e pastorais, com a presença de nossos parceiros, e um delicioso coquetel à disposição.

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No mês de fevereiro de 2015, aconteceu a comemoração dos alunos do Terceirão 2014 aprovados nos vestibulares. O evento foi realizado no Striker Casual Bowling e contou com a presença da equipe do programa Guest, que registrou esse momento tão importante para os nossos alunos.

FESTA DOS APROVADOS

AÇÃO DE GRAÇAS

Novembro de 2014 foi o momento de agradecer a Deus por mais uma etapa escolar concluída e pelo sucesso das atividades desenvolvidas no decorrer do ano. A missa aconteceu na Catedral de Londrina.

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De vilão a

mocinho... Projeto de língua portuguesa incentiva uso do WhatsApp para troca de opiniões e elaboração de artigos

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Colégio Marista Londrina

Estudar ou navegar pela internet? Fazer uma redação ou conversar pelo WhatsApp? A maioria dos estudantes prefere, obviamente, as segundas alternativas. Com a inclusão digital e o fácil acesso aos smartphones, as crianças estão cada vez mais dependentes desse universo tecnológico. Curtem postagens nas redes sociais, compartilham vídeos e, claro, colocam o papo em dia. O segredo, no entanto, é utilizar as ferramentas tecnológicas a favor da criança e do adolescente, quando o assunto é o processo de aprendizagem. Por que não aliar um aplicativo que virou fenômeno e trazê-lo para dentro da sala de aula? Foi o que fez o professor de Língua Portuguesa e Oficina de Redação, Nilson Douglas Castilho, em parceria com a analista de tecnologia, Alessandra Garcia. “Percebi a necessidade dos alunos de produzir textos de opinião. Além disso, eles não tinham prazer em fazê-los”, explica o docente. “Por isso, pensei em introduzir a tec-

© Foto: Acervo do Colégio

destaque


nologia para que o processo se tornasse mais dinâmico e interativo”. Na prática, alunos das turmas de 8º e de 9º ano participavam de um grupo no aplicativo de mensagens com o objetivo de promover debates. O professor lançava um tema na conversa e, em seguida, interagia com os alunos, que respondiam e expressavam suas ideias. “Eles escreviam pequenos comentários e davam sugestões de argumentos para defender determinadas opiniões”, conta o professor. “Trabalhamos assuntos importantes que estavam em evidência na mídia, como agressões verbais e práticas de racismo durante uma partida de futebol”. Além da discussão fora da Escola, a ferramenta era usada durante as aulas. “Quando o debate começava, eu os convidava para ler algum comentário no aplicativo”, diz Castilho. Os adolescentes de 13 e 14 anos conheceram um jeito inovador de aprender, formar opinião e praticar a escrita. A vontade de escrever, segundo o professor, aumentou entre os alunos. O número de estudantes em recuperação na Oficina de Redação sofreu redução de mais de 50%. “Houve progressos significativos. Percebi que eles começaram a se posicionar na redação”, comemora. Mas os benefícios não pararam por aí. O professor ainda conta que o conteúdo dos textos melhorou significativamente. “No final do projeto, as redações estavam bem estruturadas”. Com a discussão de temas no aplicativo, os alunos apresentaram maior repertório de informações. “Posso dizer que houve melhora de quase 100%”. Depois de três meses de trabalho, os textos dos alunos, por fim, foram publicados em uma plataforma virtual do Colégio, onde puderam ser avaliados. “Considero um projeto de sucesso, o qual desejo retomar no segundo semestre deste ano”, adianta.

Aproveitando a febre Mensagem daqui, mensagem dali. É quase impossível encontrar alguém que não tem WhatsApp. Pensando nisso, o professor Castilho uniu o útil ao agradável. “Como os alunos já tinham celulares e faziam o uso constante do aplicativo, aproveitamos a oportunidade e criamos o grupo de discussão”, detalha. Vale ressaltar que, em nenhum momento, o aluno foi obrigado a adquirir o aparelho ou fazer o download do aplicativo. “Quando o estudante não tinha o aplicativo ele se sentava ao lado de um colega para acompanhar a discussão. Eles expressavam suas opiniões da mesma forma que os outros, escrevendo seus nomes no fim das mensagens”, acrescenta. O uso do celular em sala de aula é permitido apenas quando o mesmo se torna uma ferramenta de aprendizado ou em casos de urgência.

É novidade!

Como os alunos já tinham celulares e faziam o uso constante do aplicativo, aproveitamos a oportunidade e criamos o grupo de discussão. Nilson Douglas Castilho Professor de Língua Portuguesa

Entre os alunos, a opinião é unânime: tem novidade na sala de aula! Além de tornar o aprendizado mais agradável e divertido, eles tiveram maior facilidade na hora de escrever os textos. “Os alunos ficaram mais motivados a participar. É algo que você pode fazer em casa. Quando a mensagem chegava, eu lia e via que já tinha um texto para fazer. Assim, a preguiça ia embora. Também acredito que ficou mais fácil para elaborar a redação, porque conheci outras opiniões.” – Vinicius Guerra, 14 anos, 9º ano do Ensino Fundamental II. “Eu gostei porque foi algo que ninguém esperava. Achei interessante a interação entre os alunos, pois podíamos discutir os temas juntos. Na hora de fazer um texto, geralmente, eu tinha que pensar sozinha. Com o grupo, percebi que existiam pontos de vista diferentes.” – Lara Rossetto, 15 anos, 1ª série do Ensino Médio. “Eu achei interessante porque fugiu do padrão de outros trabalhos. Todo mundo ficou mais animado com o uso do celular. O aparelho também serve como ferramenta de pesquisa. Quando estávamos discutindo os temas no grupo, podíamos abrir um site de busca e procurar dados e imagens para completar as informações.” – Yunes Ahmed Kohtso Geha, 13 anos, 9º ano do Ensino Fundamental II.

Colégio Marista Londrina

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De aluna à

professora Marista

Após formar-se em Engenharia Química e estagiar fora do país, Luciana Mangieri voltou para Londrina e começou a ministrar aulas no Colégio Marista e PUCPR

Formar profissionais competentes e cidadãos comprometidos com a sociedade são propósitos primordiais do Marista. Depois de anos de muito estudo e dedicação, é motivo de orgulho encontrar ex-alunos bem empregados no mercado de trabalho. O sentimento de satisfação é ainda maior quando esses antigos estudantes optam por construir uma carreira de sucesso no universo Marista. É o caso de Luciana Mangieri, engenheira química e professora no Colégio e na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, (PUCPR) câmpus Londrina.

Como você começou a estudar no Marista? Iniciei os estudos no Marista de Ribeirão Preto (SP), onde fiquei por dois anos. Depois, vim com minha família para Londrina e continuei no Marista, do 4º ano do Ensino Fundamental até a 3ª série do Ensino Médio.

Por que seus pais optaram pelo Marista? Primeiro, pela formação católica. Segundo, pela tradição. Quando chegamos à cidade, minha família fez questão de efetuar minha matrícula e a do meu irmão no Marista.

Depois da conclusão dos estudos, você passou em Engenharia Química na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Como foi o começo da sua trajetória profissional? Sim, me mudei para Curitiba e fiquei lá por seis anos. Depois da graduação, fiz estágio na Turquia. Quando voltei para o Brasil, comecei a trabalhar com pesquisa e passei no Mestrado da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC). Em 1999, comecei a dar aula pelo Estado do Paraná e, em 2003, entrei para o rol de professores do Marista, em Londrina. Também sou docente há sete anos na PUC.

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Colégio Marista Londrina

Como você se vê no papel de professora, depois de tantos anos como aluna Marista? É muito gratificante! Na verdade, um filme passa pela minha cabeça. Foi lá que eu brinquei por anos da minha vida, convivi com amigos, cultivei valores, participei de gincanas... Eu sei, por exemplo, o lugar de cada árvore onde eu brincava. É um sentimento de gratidão.

Atualmente, quais diferenças você enxerga em relação à sua época de estudante? Considero que o Marista teve grandes avanços ao longo do tempo. Além das ferramentas tecnológicas, às quais não tínhamos acesso na época, a fluidez e a velocidade são bem maiores. Hoje, o afeto é cultivado na relação aluno-professor pois, assim, conquistamos os alunos e estimulamos o desejo por aprender sobre o que está sendo ensinado.

Acredita que a educação recebida influenciou na sua formação como profissional? Com certeza! O Marista tem programas fantásticos, como a Páscoa Missão, o Dia de Convivência e a Gincana. Neles, os alunos são incentivados a ajudar o próximo, a abrir novos horizontes e oportunidades. Eu cresci com esses valores e tenho propriedade para repassá-los.

© Fotos: Acervo pessoal

gente nossa


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NA OLIMAR TEM UMA COISA QUE TODOS VÃO COMEMORAR: A AMIZADE.

A Olimar é um evento que celebra o espírito esportivo e a amizade entre os alunos dos Colégios Maristas. Venha participar. De 4 a 8 de setembro, no Colégio Marista de Londrina. VINÍCIUS SAMPAIO | ISABELA GOMES Atletas de futsal da 3ª e 2ª Série Acesse fb.com/olimpiadamarista e saiba mais.

Colégios Maristas. Preparação para todas as provas da vida.


© Foto: João Borges

essência

Ir. Alvanei Finamor Diretor Interino da Diretoria Executiva de Ação Social (DEAS)

O Instituto Marista nasceu de uma experiência de solidariedade na prática e prática da solidariedade! Quem conhece a história bem sabe. Marcelino Champagnat, ao visitar o jovem Montagne – doente, analfabeto e completamente alheio sobre quem era Deus –, teve ali o impulso que faltava para iniciar um movimento de transformação da sociedade da sua época: a fundação do Instituto Marista, com a missão de educar e evangelizar crianças e jovens, inicialmente no interior da França e, hoje, em mais de 80 países pelo mundo. “A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana”, disse Franz Kafka, escritor tcheco de língua alemã – um dos principais nomes da literatura. Para o Instituto Marista, a educação, a evangelização, a solidariedade e o voluntariado são valores evangélicos e instâncias que ajudam as pessoas na sensibilização para com as necessidades e mazelas do outro, diante de situações que precisam ser assumidas nos âmbitos pessoal, fraternal, coletivo e social por todos nós, enquanto cidadãos e membros da Igreja. "Criamos oportunidades para projetos de convivência, de solidariedade e de voluntariado entre crianças, jovens e adultos de diferentes classes sociais, culturais e estilos de vida. Assim, desenvolvemos sua abertura de espírito e os iniciamos no hábito de partilhar tempo, talentos e habilidades no serviço do próximo", como citado no documento Missão Educativa Marista.

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Solidariedade na prática e prática da solidariedade Na esteira de São Marcelino Champagnat, a vida Marista tem me oportunizado trilhar caminhos de solidariedade na prática e prática da solidariedade. No fundo, a gente acaba fazendo a experiência de se tornar um ser humano cada vez melhor ao interagir com tanta diversidade e beleza, mas também ao lidar com um universo de contradições sociais e adversidades mil por esse mundo de Deus. Isso me faz lembrar de José Saramago, escritor e gajo poeta, que afirmou: "Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo” e de tantas pessoas que Deus tem colocado na estrada da minha vida. E, de fato, as experiências profundamente humanas são "realidades que exigem de nós a capacidade de ir além das aparências para atingir a essência e adquirir posturas sempre novas: ver o invisível, escutar o silêncio, adivinhar a angústia e sondar o mistério", como afirmou, sábia e profeticamente, Dom Helder Câmara. “Não são os pobres que devem compartilhar a nossa esperança; nós é que devemos compartilhar a deles. Eu aprendi muito com aqueles que são chamados pobres, mas que são ricos do espírito do Senhor”, disse o saudoso pastor. Ele avançou ao dizer que "quando os problemas se tornam absurdos, os desafios se tornam apaixonantes", e recomendou: "Se as pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros, leve-as no coração".

Solidariedade na prática e prática da solidariedade requer estar atento, sentir a injustiça do ser humano e reagir, trabalhando, partilhando e criando soluções para que se viva em paz e com dignidade. Dessa forma, ela se torna o eixo que orienta toda a vida, as opções e ações de cada um. O meio mais adequado para se percorrer o caminho até Deus é o amor e as formas mais coerentes de amor no plano social são o exercício e o aprendizado da solidariedade. De fato, não existe outra via para a solidariedade humana senão a procura e o respeito pela dignidade de cada pessoa. “Eu não acredito em caridade. Eu acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical: vai de cima para baixo. Solidariedade é horizontal: respeita a outra pessoa e aprende com o outro. A maioria de nós tem muito o que aprender com as outras pessoas”, asseverou Eduardo Galeano, escritor uruguaio.

CHAMPAGNAT

ensina a Montagne

as coisas de Deus

E MONTAGNE lhe ensina que não

HÁ MAIS TEMPO A PERDER.


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Nada mais atual do que um novo jeito de aprender inglês: o jeito Marista.

A Rede Marista de Colégios, buscando proporcionar um ensino diferenciado de Língua Inglesa, implantou neste ano o Marista Idiomas, que utiliza a metodologia do Red Balloon, totalmente alinhada à proposta pedagógica e aos Valores Maristas. Com 45 anos de tradição, o Red Balloon é pioneiro no ensino exclusivo de crianças e jovens, respeitando as características de cada faixa etária e atendendo alunos a partir dos 3 anos.

Santa Maria: 41 3074 2543 :: Pio XII: 42 3224 0374 :: Champagnat: 16 3238 4800 Maringá: 44 3220 4224 :: Londrina: 43 3374 3600

Colégios Maristas. Preparação para todas as provas da vida.


© Ilustração: Rabisko

solidariedade

Ressignificando a liberdade Proposta inovadora Marista contribui para que adolescentes que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas criem novos repertórios para suas vidas e construam seus espaços na sociedade Por Michele Bravos

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Ela buscava liberdade quando passou a consumir drogas frequentemente. A procura não foi bem sucedida e Carolina Machado, então com 16 anos, precisou de ajuda para sair do uso abusivo. “Eu morava com meu pai e não tínhamos uma boa relação. Eu queria fugir, ter liberdade e experimentar algo novo”, relata Carolina durante uma conversa na varanda do espaço onde está localizado o Centro Social Marista Propulsão, um projeto inovador no Brasil dedicado à inserção social de adolescentes em tratamento devido ao consumo abusivo de álcool e outras drogas. É nesse local que histórias como a de Carolina são ressignificadas pelos próprios jovens, com o auxílio de uma equipe multidisciplinar – que conta, atualmente, com um coordenador pedagógico, três educadores sociais, um assistente social e um psicólogo. Em comum acordo, jovens e profissionais desenvolvem atividades que promovem a criação de novos repertórios aos atendidos. De acordo com Altieres Frei, diretor do Centro Social, para que isso seja possível, o Propulsão se dedica de forma singular aos adolescentes. “Estamos pensando em qualidade, por isso, temos apenas 24 vagas. Quando o adolescente adere ao atendimento, sugerimos que ele proponha uma atividade para que possamos ajudá-lo a desenvolver. Nós perguntamos a ele: ‘O que você quer fazer?’”. Tanta liberdade foi vista até com estranheza por Carolina, em um primeiro momento. “Isso era muito diferente dos lugares que eu conhecia. O modo como sou tratada é acolhedor”. Apontando para algumas redes instaladas no gramado, ela continua: “Está vendo ali, aqueles adolescentes conversando com um educador? É assim sempre. Comigo também era assim. Às vezes, eu chegava e só queria ficar ali, conversando, batendo um papo cabeça”.


© Fotos: Gilberto do Rosário

As paredes grafitadas, a cozinha bem espaçosa e convidativa, o barulhinho baixo de um filme passando na sala mostram que são muitas as atividades que acontecem no Propulsão. O coordenador pedagógico Rudinei Nicola explica que todas elas possuem um propósito. “Após uma sessão de cinema, por exemplo, os adolescentes conversam e discutem sobre a temática vista na tela. Nas atividades na cozinha, trabalhamos os vínculos. Uma vez por semana, nós almoçamos juntos e são eles mesmos que cozinham. Em geral, uma receita da família de algum deles. Chamamos isso de ‘ocupação afetiva da cozinha’”. Além das atividades internas, os adolescentes também são convidados a ocupar outros territórios, como museus, cinemas, ruas e ciclovias. “Quando vamos a algum lugar, vamos de bicicleta ou de transporte público. Isso também proporciona uma inserção na cidade”, diz o coordenador.

Ocupando os espaços O diretor do Propulsão ressalta que pensar em inserção social é buscar a redução de danos. O termo, utilizado pela Política Nacional de Atenção Integral ao Usuário de Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde, designa um método em que o sujeito vá gradativamente se distanciando das drogas – tanto do uso, quanto dos rótulos que esse envolvimento lhe conferiu. “É por isso que, quando percebemos que é propício, incentivamos o adolescente a participar de atividades externas, como aulas de teatro”. Isso contribui para que ele deixe de ser visto como 'o ex-usuário de cocaína' e passe a ser percebido como 'o jovem que faz teatro'”. Dentre as muitas definições de Carolina, hoje ela também é re-

conhecida como jovem aprendiz. “Conforme foram fazendo tanta coisa por mim, eu fui tendo vontade de ser diferente e fazer algo. Hoje, eu também quero ajudar os outros”. Cabe ao Propulsão fornecer subsídios para que o jovem busque essas possibilidades. “Propomos que o adolescente procure o que o município ou outras instituições oferecem para ele de forma acessível em termos de profissionalização, atividades culturais e esportivas. Lembramos que ele é cidadão tanto quanto qualquer outro, por isso, pode – e deve – usufruir de propostas públicas. Em caso de atividades específicas, intervimos, buscando parcerias privadas, mas isso são exceções”, explica Frei. Conforme as percepções de mundo vão se transformando, os adolescentes vão aprendendo a ressignificar, de fato, a si próprios e tudo ao seu redor. “Minha definição de liberdade mudou. Antes, eu achava que liberdade era sair da realidade, fazer alguma coisa errada. Hoje, eu sei que liberdade é poder expressar as minhas ideias. Essa liberdade que eu achei é muito melhor do que a que eu estava buscando”, conclui Carolina.

© Estêncil: Carolina Machado

Atividades diferenciadas

As três etapas do Propulsão O atendimento no Propulsão se dá em três níveis. Saiba quais são eles: T1 – Este é o momento da adesão, em que o adolescente precisa criar vínculos com o projeto, para que o atendimento seja efetivo. T2 – Nesta fase, o jovem tem condições de desenvolver atividades dentro e fora do Centro Social, fazendo cursos com o acompanhamento da equipe, por exemplo. T3 – Esta etapa se refere ao momento em que o jovem está apto para a inserção de fato, assumindo um trabalho, por exemplo. Ainda assim, segue com o acompanhamento do projeto.

O que define o uso abusivo?

Isso era muito diferente dos lugares que eu conhecia. O modo como sou tratada é acolhedor. Carolina Machado

Segundo informações da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, o uso abusivo ou nocivo define o consumo de álcool e outras drogas que colocam a pessoa em uma situação vulnerável. De acordo com Altieres Frei, diretor do Centro Social Marista Propulsão, o termo “uso abusivo ou nocivo” não está necessariamente vinculado à dependência química, mas aos riscos a que a pessoa está exposta. Por exemplo, um adolescente que compra fiado alguma droga, está em risco – está, portanto, fazendo uso abusivo ou nocivo.

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© Foto: Renata Salles

como fazer

Eles são a voz da juventude Marista Integrantes das Comissões de Juventude levam à frente ideias dos jovens Maristas, mostrando o protagonismo juvenil Por Michele Bravos

Diante de um conflito entre alunos e gestão escolar, por exemplo, os integrantes da Comissão da Juventude têm o papel de mediar a situação e defender aquilo que os alunos estão apontando como importante. Lançando um olhar ampliado sobre esse contexto, entende-se que as Comissões de Juventude permitem que os alunos desenvolvam uma responsabilidade sobre direitos e deveres do cidadão. Para Francine dos Santos, 22 anos, participante da Comissão Provincial de Juventude, integrar essa equipe é defender não somente a própria opinião, mas a de toda juventude Marista. “Temos que ter uma visão estratégica, lembrando

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sempre que estamos representando todas as juventudes presentes nos espaços Maristas”. Segundo o setor de Solidariedade do Grupo Marista, as Comissões de Juventude – presentes, atualmente, em 40 espaços Maristas que trabalham com jovens – “têm como principal desejo contribuir com a ação evangelizadora Marista nas dimensões eclesiais, sociais, políticas, culturais e institucionais”, representando os diferentes grupos juvenis Maristas (alunos dos Colégios, das unidades sociais e dos ensinos universitário e técnico). A coordenadora de Pastoral do Colégio Marista de Brasília (DF) Flaviane Leite destaca que o aluno, ao

participar da Comissão, tem envolvimento, inclusive, com questões relacionadas a políticas públicas. “O aluno precisa dialogar e argumentar em defesa dos demais alunos, por exemplo. Ele também vivencia a luta pelo protagonismo juvenil”. Francine considera que, de certa forma, o que os jovens desenvolvem no universo Marista reflete na sociedade. “Sinto-me útil quando vejo que a minha opinião é importante e que pode mudar o rumo de uma conversa. Acredito que, dentro da sociedade em que vivemos, esses espaços são muito importantes, pois nos incentivam a ser pessoas melhores e a pensar mais no todo”. Futuramente, esse engajamento


© Foto: Acervo Comissão da Juventude

atividades; consultiva, à medida que a unidade ou níveis superiores vão até esses jovens para consultá-los; colaborativa, pois, também, ajudam nos eventos Maristas como equipes de organização; e representativa, uma vez que representam todos os jovens Maristas”. Entenda como essas Comissões se organizam e atuam.

Encontrando tempo

continuará gerando impactos positivos, por exemplo, na vida profissional do aluno, uma vez que na rotina da Comissão, o jovem desenvolve a liderança, o trabalho em equipe, a solidariedade e a capacidade de servir em favor do outro. “Esse trabalho bem realizado hoje o preparará para o mercado de trabalho, com uma visão mais humanizada da sociedade diante de seus desafios”, afirma Flaviane.

Formas de trabalho As Comissões da Juventude estão firmadas em quatro atribuições que guiam suas atividades. Bruno Socher e Ana Dias, do setor de Solidariedade do Grupo Marista, explicam cada uma: “Propositiva, pois as comissões levam os anseios dos jovens que representam às instâncias de que participam, além de proporem

Mesmo com uma rotina atribulada, Francine faz questão de participar da Comissão. “Tenho que admitir que nem sempre é fácil. Curso Agronomia em tempo integral, faço estágio, entre outras atividades. Mas acredito que a vontade de ser Marista como Champagnat é o que me move a cada dia”. Nesse cenário de agenda lotada, Flaviane aponta para a importância de pais e professores apoiarem o envolvimento dos filhos e alunos nesse trabalho. “É preciso existir uma parceria diante da caminhada realizada, proporcionando ao aluno a segurança de que ele está desenvolvendo um trabalho sério”.

Temos que ter uma visão estratégica, lembrando sempre que estamos representando todas as juventudes presentes nos espaços Maristas. Francine dos Santos 22 anos, participante da Comissão Provincial de Juventude

Organização das Comissões de Juventude As Comissões de Juventude se organizam em dois níveis de atuação: provincial e local.

Comissão Provincial Formada por jovens Maristas eleitos em assembleia, com a participação de representantes das Comissões Locais. Sua vigência é de dois anos. Responsabilidades - Estabelecer diálogos com as Comissões Locais, pastoralistas, Irmãos e outras lideranças juvenis, realizando uma escuta atenta. - Elaborar, junto ao Setor de Pastoral, reflexões, andamento de projetos, metodologias e linguagens que o Grupo Marista empreende no trabalho com as juventudes de todas as unidades. - Participar de diálogos externos ao Grupo Marista, representando os jovens da Instituição.

Comissão Local Formada por jovens Maristas que sejam atuantes no âmbito local, ou seja, nos Colégios, nas unidades sociais e nos ensinos universitário e técnico. Sua vigência também é de dois anos. Responsabilidades - Garantir que as atribuições estabelecidas em nível provincial sejam efetivas nas unidades em que atuam. - Agir de forma democrática, sempre em diálogo com os jovens, os pastoralistas e os gestores locais.

Para mais informações sobre como integrar esses grupos, faça uma visita ao seu Núcleo de Pastoral.

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compartilhar

“Virunga” Indicado ao Oscar 2015 na categoria de Melhor Documentário, “Virunga” conta a história de pessoas que lutam pela vida de gorilas quase em extinção e pela preservação do Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo. Os ativistas retratados são o diretor do parque, um guardaflorestal, um cuidador dos gorilas e uma jornalista francesa. A união dos esforços individuais em prol de uma causa comum reforça a ideia de que o bem se constrói em rede. O filme está disponível no serviço on-line Netflix. Redação Em Família Marista

IOS: goo.gl/MWhRdj ANDROID: goo.gl/h6Ggfo

Internet para ajudar O aplicativo Chance, disponível na Apple Store e na Play Store, tem como objetivo incentivar a prática da solidariedade. O usuário, ao se conectar, divulga seu pedido de ajuda. Aquele que pode auxiliá-lo responde. Em seguida, eles combinam como isso será feito. Algumas ajudas que podem ser solicitadas são: revisão de conteúdo de uma matéria, passeio com cachorro, indicação de uma vaga de emprego, entre outras. Felipe da Rocha, Coordenador de Pastoral do Colégio Marista Santa Maria (PR).

A solidariedade de Papa Francisco Neste livro, um diálogo entre o Papa Francisco, o rabino Abraham Skorka e o membro da Igreja Presbiteriana Marcelo Figueroa conduz a uma reflexão sobre a prática da solidariedade no dia a dia, transpondo a religião. O livro deixa claro que é preciso ter cuidado com falsas ideologias que podem levar para o lado oposto ao da solidariedade. Colégio Pio XII, de Ponta Grossa (PR)

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Como estrelas na Terra Essa produção indiana, dirigida por Aamir Khan, retrata a vida de Ishaan Awasthi, uma criança de nove anos que tem dislexia. O filme mostra como o desconhecimento dessa dificuldade, por parte da família e da escola, pode trazer grandes sofrimentos à criança. A vida do garoto é transformada quando ele encontra um professor que passou pelo mesmo problema em sua infância. É possível assistir no YouTube. Flávio Sandi, diretor executivo da Rede de Colégios

O FAZEDOR DE VELHOS

© Imagens: Divulgação

de Rodrigo Lacerda Na trajetória para o amadurecimento, Pedro irá encontrar pessoas que o farão perceber o sentido de sua existência. O professor Nabuco é peçachave para auxiliar o jovem na tarefa de se colocar no mundo. Colégio Marista Glória, de São Paulo (SP)

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diversão

Dia de índio

Vivenciar a cultura indígena pode ser um momento divertido em família e também de aprendizado e valorização da história do Brasil

© Fotos: Divulgação | Pataxó Turismo

Por Michele Bravos

Já houve um tempo em que os povos indígenas eram os únicos por este gigante território brasileiro. Hoje, eles são menos de 1% da população total do país, cerca de 820 mil indivíduos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com a miscigenação étnica, todo brasileiro tem, em alguma instância, um vínculo com os nativos desta terra. Para que a cultura indígena seja difundida, espaços de preservação ambiental e reservas indígenas, que ainda são morada para os índios, recebem visitantes. A ideia é manter viva a história do Brasil.

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Em Santa Catarina, por exemplo, a Reserva Volta Velha, um espaço de preservação ambiental, proporciona aos interessados visita a uma oca, oficina de arco e flecha, caminhada pela Mata Atlântica, canoagem e o mais interessante: uma vivência com o índio Yawaritsawa Trumai Waurá, o Yawa. Seu povo é do Alto Xingu, mas, atualmente, ele é diretor cultural da Reserva Volta Velha. “Todo diálogo com um verdadeiro nativo é de extrema importância para que se corrijam alguns erros cometidos durante a colonização, em que a história é contada de um lado só”, diz Yawa.

Para aqueles que estão dispostos a imergir a fundo na cultura, é possível percorrer cinco das 29 aldeias do povo Pataxó, localizadas no sul da Bahia, na Costa do Descobrimento. O roteiro é organizado pela Pataxó Turismo. Em qualquer uma delas a conversa com um representante indígena é um ponto alto do passeio, pois apresenta ao público a verdadeira cultura indígena. Na Reserva Volta Velha, Yawa gosta de contar sobre as histórias do seu povo e o dia a dia no Alto Xingu, ensinar as danças tradicionais e algumas palavras na sua língua. “Conhecer e entender o outro lado faz com que as pessoas pen-


sem e reflitam antes julgar um índio e sua cultura. Existem muitos conflitos entre homem branco e índio, por um não conhecer a realidade e o costume do outro. Acredito que, nas escolas, não se discuta ou estude a verdadeira raiz e quem de fato construiu a primeira história dessa terra, antes da descoberta pelos portugueses”, afirma Yawa.

Ponto alto É em semanas de lua cheia ou lua nova que as expedições para as aldeias Pataxós partem. A saída é de Porto Seguro, em direção ao sul. Dormir em redes, dentro de uma oca, faz parte da aventura – assim como comer bem. Durante os dias de percurso pelas aldeias, os visitantes degustam as comidas típicas da culinária Pataxó, como peixe na folha de patioba (uma espécie de palmeira) com farinha de puba (derivada da mandioca). Já na Reserva Volta Velha, Yawa afirma, convicto, que um dos momentos mais emblemáticos para os visitantes é quando todos estão na oca e ele se veste com enfeites indígenas, pinta-se com urucum e começa a falar na língua de seu povo. Apesar de toda a experiência que se oferece para os visitantes e da importância que isso tem, Yawa garante que ele também aprende com a vivência. “Aprendemos com nossos avós que os não índios vinham apenas para destruir e matar. Poucos para ajudar. Com esses encontros culturais, isso também muda”.

Agenda Tanto a visita à Reserva Volta Velha quanto o circuito pelas aldeais Pataxós precisam ser agendados com antecedência. Na Reserva Volta Velha, a vivência de um dia acontece de segunda a sexta, entre março e outubro, para grupos de 20 pessoas. Está tudo detalhado aqui: www.reservavoltavelha.com. br, na aba “Ecoturismo”. A rota das aldeias deve ser programada com 30 dias de antecedência e acontece o ano todo, em grupos pequenos. Mais informações no site: www.pataxoturismo.com.br.

Para saber mais sobre a cultura dos nativos do nosso país, acesse Povos Indígenas no Brasil: migre.me/pckLc

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olhar

Crise de sentido em um mar de

© Fotos: Shutterstock | Acervo do Colégio

{des}informação

O crescente envolvimento de jovens ocidentais em movimentos radicais gera questionamentos sobre qual o propósito de vida da atual juventude 44

Em março deste ano, o governo brasileiro detectou intervenções do Estado Islâmico (EI) para aliciar jovens brasileiros à causa, por exemplo. Também, neste semestre, presenciou-se expressões de radicalismos por parte de jovens cristãos diante de fatos considerados por eles uma afronta às Escrituras Sagradas. Para refletir sobre o que leva um jovem a acreditar que vale a pena se envolver em um movimento radical, que, por vezes, propaga morte e destruição, o doutor em Sociologia Eurico Gonzalez propõe uma discussão sobre o sentido da vida nos dias de hoje.


Nosso tema é complexo, ou seja, tem muitas causas simultâneas, de modo que podemos nos concentrar apenas em algumas delas. Sugiro que reflitamos sobre duas coisas: o império da inteligência eletrônica e a crise de sentido pela qual passa hoje o Ocidente, em geral, e o Brasil, em particular. O que chamo de “império da inteligência eletrônica” significa o fato de que as ideias que hoje estão à disposição na sociedade não possuem critérios institucionalizados de filtragem, mas deveriam ter. Quando Lutero traduziu a Bíblia, no século XVI, ocorreu algo semelhante: de uma hora para outra, um acervo completamente novo de pensamentos se distribuiu horizontalmente pela sociedade, podendo suas verdades ser interpretadas por cada um livremente, gerando, no curto prazo, crise de ordem e, no longo, ideias novas que originaram a modernidade. Vivemos, hoje, uma situação semelhante. Há enorme afluência de adventícios à sociedade e a internet faz com que cada um tenha o direito de dizer como acha que o mundo deve ser. Acrescente a isso o poder de sedução da publicidade, que produz e inculca ideias afirmativas sobre o mundo, nas quais, secretamente, a sociedade não acredita, pois sabe que sua finalidade é a de apenas seduzir a mente para que adquira esse ou aquele bem. Assim, temos uma situação cultural em que as ideias antigas são desacreditadas e novas não surgem com autoridade, muito menos por consenso. Além disso, como uma miríade de vozes – umas roucas, outras possantes –, cada um tenta resolver sozinho (inclusive por solidão de sentido) os difíceis problemas da vida. Não devemos ficar apreensivos demais. O número dos que seguem procurando uma vida normal ainda é amplamente majoritário, mas as exceções de que tratamos aqui apontam para direções potencial-

mente perigosas que, se não forem contrabalanceadas com inteligência e amor, podem aumentar. A sociologia sabe que a consciência do sujeito é produzida pela sociedade – e sabe, então, que quando a sociedade se desorganiza, a consciência individual se ressente paralelamente, em uma relação causal forte. Como especificidade de nossa época, porém, há a crise de sentido que mencionei anteriormente. Os principais referenciais coletivos de sentido estão dessacralizados em nossa sociedade: religião, ideais morais e políticos, ideais estéticos ligados à beleza e o próprio e prosaico valor da vida. Nada mais deixa de poder se submeter ao cálculo dos prazeres e das vantagens, está livre o caminho para que os humanos adorem as coisas materiais. Mas quem dera a vida fosse assim fácil de resolver... O cálculo dos prazeres e das vantagens ignora o problema do sentido interior da vida de cada um – mas este não deixa de existir. Impedida publicamente de se manifestar, a demanda por sentido da vida segue pulsando, vindo a se manifestar de formas bizarras e, frequentemente, destrutivas. Na medida em que a sociedade tomou por saber o que era, na verdade, sua ignorância e omissão quanto ao problema do sentido, foram se desenvolvendo

Facilmente vê-se na destruição alguma espécie de prenúncio do novo e do bom [...], quando não se espera mais nada do mundo real, quando não se sabe gostar da vida real, presente.

respostas cegas, raivosas (pudera!), ilhadas e não compartilhadas ao problema do sentido interior. Assim, chegamos a algum lugar: se somarmos o império da inteligência eletrônica à crise de sentido, perceberemos que as respostas às mais difíceis questões, que dizem respeito a todos os seres humanos, estão sendo dadas de modo confuso e fraco, incapaz de fazer face à imensidão dos problemas da interioridade. Quando se tem condições excelentes, já é muito difícil atinar uma resposta às grandes questões; quando se fazem tais perguntas à internet, obtém-se como resposta algo que não é uma resposta, mas uma incrível zoeira. Alguns jovens estão se deixando seduzir pela violência porque ela gera certo simulacro de sentido. Facilmente vê-se na destruição alguma espécie de prenúncio do novo e do bom (como as ideias sacrificiais sugerem), quando não se espera mais nada do mundo real, quando não se sabe gostar da vida real, presente. Essa é uma síntese do que penso sobre as condições interiores da vida da juventude hodierna. Para um exame completo do assunto, que não pode ser feito aqui, deveríamos observar também as “condições exteriores” da adesão de jovens ao terrorismo internacional – facilidades de trânsito de pessoas e de informações, etc. Eurico Gonzalez Cursino é doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília e consultor legislativo do Senado Federal, onde responde pela área de Direitos Humanos e Cidadania. Cursino também tem realizado estudos em sociologia da religião e em sociologia política e do direito, bem como na intersecção desses temas.

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© Foto: Sxc.hu

Voluntários da pátria Tempo dedicado ao voluntariado no Brasil cresceu no último ano e isso nos coloca entre os top 10 países nessa prática. Em todo o mundo, ser voluntário e ajudar um estranho figuram como ações mais recorrentes Por Michele Bravos

Ainda que fatores políticos, econômicos e sociais estejam abalando o país, o Brasil mostra que atitudes solidárias são necessárias – principalmente nesses momentos. Segundo a ONG Charities Aid Foundation, o Brasil figura entre os top 10 países no quesito “doação de tempo”, considerando o número de voluntários. Junto com o Brasil, Rússia, Índia e China tiveram um aumento na quantidade de tempo dedicada a ações voluntárias. Apesar de essa ser uma boa notícia, a ONG aponta que também é esperada desses países – considerados economias prósperas – uma maior contribuição financeira, ainda que tenha ocorrido uma diminuição de doações em dinheiro no mundo todo. Esses aspectos apontados acima – tempo dedicado ao voluntariado e doações financeiras – são dois dos fatores avaliados pela Charities Aid Foundation para identificar o índice de solidariedade dos países, o qual vem sendo medido desde 2008. Outro fator analisado é o ato de ajudar um estranho, o qual se faz muito presente em países abalados por desastres naturais ou conflitos civis. A exemplo, o Iraque. O país tem sofrido com violências brutais e isso desperta nas pessoas a necessidade de ajudar o ou-

tro. Isso fez com que o país saísse da 90ª posição nesse quesito no relatório da ONG de 2013 para a segunda no último relatório.

Invertendo a ajuda O crescimento do índice de solidariedade da Ásia vem aumentando e isso faz com que a ONG afirme que o mundo deve repensar o modelo de solidariedade conhecido, o qual consiste “em uma transação que flui do Ocidente para o Oriente e do Norte para o Sul”. O relatório Future World Giving, da mesma ONG, afirma que há mais milionários no sul da Ásia (18 mil) do que no norte da América (17 mil) ou na Europa Ocidental (14 mil). A ONG aponta que é necessário que os novos-super-ricos sejam encorajados a serem solidários e, no caso deles, ajudem financeiramente – inclusive outros países. Paralelamente, apesar do potencial dessa parcela da população mundial, o grande pedido da Charities Aid Foundation para que a filantropia cresça no mundo e mais pessoas possam ser ajudadas – e aí a ONG coloca como meta a erradicação da extrema pobreza (pessoas que vivem com menos de US$ 1,25 por dia, segundo o Banco Mundial) – é para que a classe média seja convocada a ajudar.

Os relatórios podem ser lidos na íntegra nos seguintes links: l www.cafonline.org/pdf/CAF_WGI2014_Report_1555AWEBFinal.pdf l www.cafonline.org/pdf/Future_World_Giving_Report_250212.pdf. Ambos disponíveis em inglês.

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O número de pessoas consideradas de classe média deve crescer 165% até 2030, de acordo com dados da OECD (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Considerando que a maior concentração está nos países em desenvolvimento. Estima-se que se a classe média doar 0,4% de sua renda, eles podem contribuir com US$ 224 bilhões por ano. Segundo Jeffrey Sachs, autor do livro “O fim da pobreza”, US$ 175 bilhões anuais seriam suficientes para acabar com a pobreza extrema. A ONG alerta para que os governos de economias emergentes criem e apliquem desde já medidas que incentivem a filantropia, assim como a cultura da doação, apresentando novas formas de exercer esse ato na sociedade. Os meios de comunicação são apontados como fundamentais nesse processo que envolve mudança de pensamento.

Igualdade entre gêneros Homens e mulheres exercem a solidariedade de forma igual, não havendo diferenças significativas mundialmente. Apenas quando se observa a realidade de cada país isso se faz mais perceptível. Por exemplo, no Canadá, 75% das mulheres doaram dinheiro para caridade, contra 53% dos homens. Já no Afeganistão, 42% dos homens afirmam ter essa prática, enquanto apenas 24% das mulheres dizem o mesmo. Nesse exemplo de análise por país, fica claro o quanto as diferenças culturais influenciam nos resultados.



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