2º Semestre • 2014 | 14ª edição
CURIOSIDADE
Games podem ser fortes aliados no desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e adolescentes, basta usá-los da forma adequada.
DIA A DIA
Saiba como as aulas imersivas transformam teoria em prática, potencializando o aprendizado do aluno.
BAGAGEM CHEIA A um passo da universidade e do mercado de trabalho, Ensino Médio Marista foca nos processos seletivos e na formação do cidadão.
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Combinação O Grupo Marista conta com milhares educação, da escola à universidade, com iniciativas alinhadas ao posicioúnica de bons de pessoas que, diariamente, viven- formamos pessoas e trazemos resul- namento institucional, mas também valores e ciam e disseminam importantes va- tados comprovados. Em atividades atuamos diretamente, por meio de humanos e cristãos com o com- nas áreas de saúde e comunicação, uma ampla rede de solidariedade. excelência. lores promisso de promover e defender os levamos sempre a melhor qualidade Bons valores e excelência. direitos das crianças e dos jovens. para públicos de diferentes condi- Nossa missão é proporcionar essa Faz parte do jeito Marista a busca ções e necessidades. Em todas essas combinação única para a construção constante por excelência. Na área da áreas, a ação social está presente de um mundo melhor.
BRASÍLIA Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
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14ª Edição | 2º Semestre 2014 Periodicidade Semestral EDIÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa e Vivian Lemos REDAÇÃO Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646 Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação) Edição de arte: Julyana Werneck PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê | semduble.com
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Capa Débora Gouveia, estudante
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FOTO DE CAPA Gilberto do Rosário
do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)
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índice
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nos Colégios Maristas os alunos recebem, além do preparo para o vestibular, subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento crítico.
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dia a dia
entrevista
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Atenta aos novos anseios e pensamentos dos jovens de hoje, a educação Marista foca em formação integral, de forma a contribuir para as futuras decisões dessa geração.
Conheça algumas iniciativas de atividades práticas que enriquecem a construção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula.
essência
solidariedade
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Irmãos Maristas comentam sobre a formação integral, cujo objetivo é formar cidadãos preparados para todas as provas da vida.
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Na tentativa de assegurar os direitos da criança, Rede Marista de Solidariedade assume creche da Penitenciária Feminina do Paraná.
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Saiba o que fazer quando o temido vilão bullying está à nossa volta.
Além de muito divertida, a arte circense pode proporcionar aos alunos o desenvolvimento motor, a convivência e o trabalho em equipe.
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Fabio Viviurka Correia nos conta como o Circuito Projeto de Vida está acontecendo nos Colégios Maristas e quais são os benefícios que o projeto pode trazer aos alunos envolvidos.
Confira dicas de sites, revistas, filmes e programas de TV indicados pelos professores dos Colégios Maristas.
A psicóloga Marina Vasconcellos propõe a reflexão de um assunto polêmico. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?
seu colégio
Confira as matérias elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.
Antes considerados ameaçadores e perigosos, games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidades.
1ª impressão
Educação Marista, formação integral
para a vida
atividades que contribuam com a formação acadêmica, mas também humanista, social e transcendental. No Ensino Médio, esse trabalho continua. A excelência na aprendizagem, que iniciou na Educação Infantil e prolongou-se no Ensino Fundamental, é continuada nesse segmento. A preparação dos alunos para os testes e as provas que precisarão enfrentar, já iniciada nas séries anteriores, agora recebe novos contornos, sem que, no entanto, se deixe de lado o justo equilíbrio entre excelência acadêmica e formação de valores. Essas duas tarefas tão importantes são o tema de capa desta edição da revista Em Família Marista. As boas notas obtidas por nossos alunos anualmente no Exame Nacional do Ensino Médio e os altos índices de aprovação nos principais vestibulares mostram que estamos estruturados para prepará-los para esses desafios. Porém, prepará-los para obter o sucesso almejado somente nessa fase não representaria nosso jeito Marista de educar. O que esperamos é formar cidadãos éticos e íntegros que alcancem seus objetivos por toda a vida. E nessa perspectiva de formação integral, estamos cada vez mais preocupados em trabalhar com nossos alunos não somente a profissão que querem seguir, mas ajudá-los na construção de um projeto maior. Um meio para isso, é “Circuito Projeto de Vida”. No site circuitoprojetodevida.com.br, os estudantes encontram um conteúdo com a linguagem deles, que tem o objetivo de
ajudar os jovens a descobrir o que eles realmente esperam da vida e como podem caminhar rumo à conquista de seus objetivos. Ao pensar o estudante na sua inteireza e propor aprendizagens conectadas com a vida, a Educação Marista quer formar cidadãos éticos, justos e solidários para a transformação da sociedade, por meio de processos educacionais fundamentados nos valores do Evangelho.
[...] é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas.
ir. vanderlei Siqueira dos Santos Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios
© Foto: João Borges
Quem nunca perguntou a uma criança o que ela quer ser quando crescer? Muitas, espontaneamente, nos falam sobre as diversas possibilidades que surgem em suas mentes criativas: bailarinas, bombeiros, mágicos, astronautas e tudo mais que a imaginação fértil permitir. Quando nossos jovens entram no Ensino Médio, talvez um pouco antes, a mesma pergunta ganha uma roupagem mais adulta: “Você já escolheu a profissão que vai seguir?”. É nessa fase que uma grande responsabilidade recai sobre os ombros dos estudantes – a escolha da carreira. Como se não bastasse essa dúvida, ainda acumula-se a pressão pelos bons resultados em provas como Enem e aprovação nos vestibulares mais concorridos. O que por si só já parecia complicado, agora ganha novos elementos com a mudança de perfil das novas gerações. Os nascidos a partir da década de 1990 não enxergam o futuro como um cenário de escolhas únicas, em que precisam se decidir entre uma profissão ou outra. A lógica mudou e, agora, eles pensam em atividades paralelas, em fazer uma coisa e muitas outras simultaneamente. Com esse novo comportamento, é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas. Os professores e gestores dos Colégios Maristas têm essa preocupação em todas as fases da educação, promovendo
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dia a dia
visita à cidade de Santos preparou os alunos da 3ª série do ensino Médio do Marista nossa Senhora da Glória para o vestibular.
alunos do Marista Paranaense têm diversas aulas com atividades práticas e tarefas nada convencionais.
Mão na massa Atividades práticas auxiliam o aprendizado e oferecem diversas vantagens para as mais variadas faixas etárias de estudantes Por Mahani Siqueira
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Qual é o aluno que não gosta de sair de sala por algumas horas e participar de atividades práticas em ambientes diferentes daquele em que passa a maior parte do tempo? No entanto, mais do que simplesmente oferecer novos ares e – muitas vezes – oportunidades de relaxar um pouco do conteúdo das disciplinas, as aulas externas e atividades práticas são uma excelente forma de reforçar o aprendizado e proporcionar novas experiências aos estudantes das mais variadas faixas etárias. Na Rede Marista, são várias as iniciativas que propõem tirar os alunos da sala de aula sem afastá-los dos conteúdos previstos. O Colégio Marista Glória, de São Paulo (SP), organiza um projeto que envolve quase todas as turmas – até a 3ª série do Ensino Médio –, e levando os alunos para saídas pedagógicas com atividades interdisciplinares relacionadas aos assuntos abordados dentro de sala. Cada turma (à exceção do Infantil 3 e da 3ª série do Ensino Médio, que fazem apenas uma saída) vai a dois locais por ano e nenhuma série repete o destino visitado. Em 2014, alguns dos roteiros envolveram o Museu da Língua Portuguesa, o Instituto Butantan, o Teatro Municipal de São Paulo, o MASP e a fábrica da Volkswagen, entre vários outros.
Batizado de Estudo do Meio, o projeto passa por três etapas. Primeiro, os alunos são contextualizados sobre o local que será visitado. Depois, já no destino, eles recebem uma aula prática e, para finalizar, preparam um trabalho apostilado sobre o conteúdo aprendido na visita, sendo que o tema também pode ser utilizado em questões de provas. Segundo Keila Castro, coordenadora do Núcleo Cultural do Marista Glória, a vivência é o principal ponto positivo ofertado pelas atividades práticas. “Ver, ouvir e presenciar fixa muito mais o conteúdo do que somente ler sobre aquilo. As experiências vividas nas aulas práticas, fora da sala de aula, são momentos de grande aprendizado e que os alunos poderão levar para a vida inteira. Essas aulas práticas não são apenas passeios, mas sim parte fundamental do aprendizado, em que são cobradas até presença e nota. Mas o mais importante é que os estudantes têm uma grande oportunidade de enriquecimento cultural em cada uma dessas saídas”, opina Keila. A declaração da coordenadora é validada pelos alunos da 3ª série do Marista Glória. Mariana Alves Dainese e os irmãos gêmeos Eduardo e Fábio Rodrigues Murad Cassiano se preparam para o vestibular no fim do ano e
© Fotos: Acervo dos Colégios
Viagens ao litoral são alguns dos programas mais aguardados pelos estudantes do Marista Paranaense.
asseguram que a experiência de ter visitado a cidade de Santos fez muita diferença na hora dos estudos e, principalmente, caso o assunto esteja presente nas temidas provas. “Eu acho importante sair um pouco de sala para poder ver de perto tudo aquilo que os professores e os livros nos contam. Em Santos, fomos a museus, conhecemos o bondinho da cidade e pudemos presenciar vários detalhes de um assunto que estávamos estudando no Colégio”, comenta Mariana, seguida por Fábio, que não hesita quando perguntado sobre a confiança no tema para o vestibular. “Se cair algo relacionado a Santos, eu já tenho grandes chances de acertar, porque vou me lembrar da viagem e de tudo que aprendemos”, completa o estudante. Coordenadora pedagógica do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS), Marta Gonzatto vê as experiências práticas como fundamentais no processo educacional. Segundo ela, as atividades enriquecem a construção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula. Ela reforça, ainda, que a compreensão de diferentes temas pode ser facilitada com a elaboração de aulas que não se limitam às salas e aos quadros negros. “O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhecer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendi-
O Museu da Língua Portuguesa foi o destino escolhido para as atividades da 2ª série do Ensino Médio do Marista Nossa Senhora da Glória.
mento. O professor pode estimular a curiosidade proporcionando a construção do conhecimento de maneira descontraída e momentos de socialização. Assim, a compreensão e o estabelecimento de relações são potencializados”, afirma Marta. A coordenadora pedagógica ressalta, no entanto, que o professor deve ter bem definido o objetivo e o planejamento pedagógico para que qualquer atividade prática seja coerente com os estudos que pretende desenvolver. Ela também indica que é importante preparar experiências condizentes com as habilidades exigidas na disciplina e que estejam de acordo com a faixa etária dos estudantes. “É importante que o professor conheça o espaço e as possibilidades que ele pode gerar, levando em consideração o fator segurança. Esses cuidados poderão permitir que a prática faça maior sentido e traga resultados mais significativos para os estudantes”, completa. No Colégio Marista Paranaense, de Curitiba (PR), são várias as atividades práticas oferecidas aos alunos, tanto dentro quanto fora da escola. Além de visitas a museus, usinas de reciclagem, aterros sanitários e cidades do litoral paranaense e catarinense, os estudantes podem fabricar sabonetes, vivenciar experiências sensoriais de degustação e manipulação de alimentos e até participar da produção de queijo e achocolatados. Para a coordenadora psicopedagógica do Colégio, Neiva Pinel, as práticas só têm vantagens a oferecer.
“São experiências muito significativas para os alunos. Nelas, além de aprenderem conteúdos acadêmicos e de terem acesso à tecnologia de última geração, eles interagem com o meio, atuam com mais autonomia e responsabilidade, amadurecem as relações sociais, aprendem a fazer uma leitura mais ampla dos contextos culturais e, por meio da observação, constroem conhecimento, senso crítico e posicionamento político diante das realidades encontradas”, finaliza Neiva.
O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhecer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendimento. Marta Gonzatto Coordenadora pedagógica do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS)
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Eu me vejo como uma cidadã que se preocupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas. débora Gouveia Aluna da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)
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Ensino Médio focado nas provas da vida Mais que preparar o jovem para o vestibular, é preciso ampará-lo para a escolha certa da carreira e lhe dar subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento crítico
© Foto: Gilberto do Rosário
Por Michele Bravos
Até parece que o cérebro dos jovens nascidos na década de 1990 funciona de um jeito diferente dos demais. E talvez seja isso mesmo. Essa geração, chamada de Geração Z, nasceu conectada e sua consciência foi influenciada, desde a maternidade, pela velocidade da tecnologia. Segundo dados do Ibope, para a maioria dos jovens Z, o estudo é prioridade e sete em cada dez deles desejam ingressar em uma universidade. O desafio atual da educação, principalmente nos anos do Ensino Médio – fase de transição –, é como trabalhar o ensino-aprendizagem em novos formatos, atendendo às expectativas desses jovens e do mercado de trabalho que os espera. Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), faz parte desse núcleo de pessoas multitarefas, questionadoras, curiosas, ávidas por tecnologia. Ele sonha em ser professor e atribui a vontade aos exemplos que teve. “Essa convicção nasceu da grande admiração que tenho pelo papel fundamental do professor na sociedade e dos ótimos exemplos que vejo no Colégio e na minha família”. Em um mundo que não é cartesiano, Flávio Sandi, diretor-educacional da Rede de Colégios Maristas, lembra que preparar essa e as gerações futuras para a vida não é treiná-las para uma prova de vestibular. O foco deve estar além. “Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência, desenvolvendo sensibilidade estética, olhando o mundo por meio da dança, por exemplo, trabalhando as dimensões espiritual, corporal e social de forma interligada”.
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Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), e a mãe Carla Domingues.
Para a fisioterapeuta Carla Domingues, 42 anos, mãe de Lucca, a partir do momento em que a escola se propõe a formar um cidadão, ela, junto com a família, deve ter como objetivo a busca pela plenitude da realização pessoal tanto na sua individualidade quanto como parte da sociedade. A consciência de que ter uma formação cidadã caminha paralelamente ao sonho de ser biomédica da aluna Débora Figueiredo, da 2ª série do Ensino Médio, do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF). “Eu me vejo como uma cidadã que se preocupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas”. Os sonhos profissionais não ficam tão distantes das carreiras já conhecidas. O que muda é a forma como tudo tem se desenrolado. No artigo A chegada da Geração Z no mercado de trabalho, de Caio Lauer, o autor reforça que esses jovens esperam que o mundo ao seu redor – aí se inclui o mercado de trabalho – seja
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semelhante ao seu próprio mundo: “conectado, aberto ao diálogo, veloz e global”. Diante dos muitos anseios e sonhos, como os de Lucca e Débora, é preciso um esforço em torno dos Zs, lembrando-os de que é necessário ter foco para atingir o que se almeja. Os caminhos, mesmo que múltiplos, devem ter um objetivo. A diretora educacional Márcia Rosa, do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), afirma que as formas de se relacionar, de socializar, estudar e aprender mudaram e que o Ensino Médio (período em que essa geração se encontra no momento) deve proporcionar “vivências favoráveis ao espírito decidido e questionador da idade como caminho à composição de diferentes olhares sobre o mundo”. Foram esses aspectos, que vão além de ensinar um conteúdo, que fizeram com que a pesquisadora associada da Universidade de Brasília Adelaide Figueiredo, 57 anos, e mãe de Débora, escolhesse o Colégio Marista para a filha. “Sei que ela não está só aprendendo o conteúdo necessário para seu acesso à universidade, mas também está valorizando o respeito pelas diferenças e pelas pessoas, o esporte, os conceitos de disciplina e de ordem. Tudo isso em um ambiente saudável”. Os novos formatos de socialização mostram jovens que interagem com tudo e com todos muito bem intermediados pela tecnologia, mas que se subestimam nas relações presenciais. O diretor-educacional Flávio Sandi pontua o quanto é importante que o jovem seja instigado sobre as relações pessoais e a sua presença no meio, para que tenha sucesso no mercado de trabalho. “No mercado de trabalho, certamente contratamos pela competência do indivíduo, mas demitimos pelo relacional”.
A proposta Marista é mediar todas essas facetas com plataformas digitais, que instigam o aprendizado dessa geração por meio da linguagem que mais faz sentido para ela, mas também desafiando o aluno a vivências que desenvolvam outras habilidades e formas de relacionamento. “Olhar o mundo sob a ótica das relações, das conexões e das interações de fato permite aos jovens novas possibilidades de inclusão e desenvolvimento integral”, afirma Márcia. A diretora ainda complementa que reconhecer a diversidade como campo de atuação e de identificação é fundamental. “É importante permitir aos jovens experiências colaborativas, inovadoras, o reconhecimento dos resultados e seu valor. Os alunos devem ser entendidos como fundamentos da autonomia e da criticidade”.
Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência. Flávio Sandi Diretor-educacional da Rede Marista de Colégios © Foto: Gilberto do Rosário
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© Foto: Gilberto do Rosário
PreParaÇÃo Lucca entende que os processos seletivos representam uma pequena fração do que os exames, de fato, significam. Ele ainda afirma que o cotidiano da vida escolar Marista compreende uma verdadeira gama de valores sendo transmitidos, auxiliando na formação do caráter. O professor diz que a 3ª série Marista não é um cursinho, uma vez que mantém seu foco no aprendizado, mas os professores empenham seus esforços para garantir que o aluno ingresse em uma universidade e possa fazer valer o conhecimento adquirido durante os anos no Colégio. “Quero ser lembrado como o professor que contribuiu para que essa nova fase fosse possível”. Pipoca, professor no Colégio Marista arquidiocesano, em São Paulo (SP).
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A construção de um raciocínio crítico passa pelo aprendizado individual. “Aprender é internalizar algo, é atribuir significado pessoal ao externo”, diz Sandi. Esse processo se inicia nas séries do Fundamental e segue até o Ensino Médio. O diretor questiona a postura de pais que ainda acham que os filhos precisam de respostas prontas para perguntas prontas. “Isso é cópia e não ensinar a aprender. Quem acerta mais respostas em uma prova não é aquele que aprendeu mais. Memorizar fórmulas não é aprender, uma vez que esse ato exige construir caminhos”. É o aprendizado que vai tornar esse jovem um cidadão transformador. O professor Celso de Miranda Junior, conhecido entre os alunos como Pipoca, estudou dez anos em Colégios Maristas – Santa Maria, em Curitiba (PR), e Arquidiocesano, em São Paulo (SP). Depois, ingressou como professor no Colégio paulista. Entre idas e vindas, como estudante e professor, são mais de 40 anos de envolvimento com a Instituição. Formado em Física e Engenharia Eletrônica e com passagem pelo cursinho mais visado de São Paulo, ele garante que sua especialidade é o vestibular e a revisão de conteúdos. “Por tudo o que já vivi, percebo que a pessoa que faz cursinho tem foco em acertar questões de uma prova. Normalmente, ela já fez o Terceirão e agora precisa revisar alguns pontos”. Achar que a 3ª série pode ser substituída por um cursinho é um engano. “Toda a diferença está no desenvolvimento do aluno ao longo dos anos anteriores. A parte conceitual é a mais importante de todas e isso é a base. Na fase de vestibular, a decoreba, com músicas e esquemas, só fará sentido se houver embasamento”. O professor lembra que mais importante que saber uma fórmula é saber utilizá-la e entender o sentido dela aplicada no mundo.
No Colégio Marista de Brasília, o projeto Conexão Universidade apresenta o conteúdo do Enem e do vestibular da Universidade de Brasília em aulas preparatórias que têm como objetivo trazer mais clareza para o estudante, além de capacitá-lo para a tomada de decisões.
eSCoLha CerTa A fase que sucede o Ensino Médio é a preparação mais avançada para o mercado de trabalho. A orientação para essas novas fases faz parte da formação do jovem e também
deve ser amparada pelo Colégio. No Colégio Marista São Francisco (SC), durante a disciplina de Orientação Profissional, os jovens discutem suas afinidades e seus interesses, conhecendo um pouco mais sobre os desafios de diferentes profissões. A farmacêutica Yara Battazza, 48 anos, mãe de Bianca Batazza, da 3ª série do Colégio Marista Arquidiocesano, acredita que esse formato de educação influencia na busca da carreira a ser seguida. “Acho que com essa formação, o aluno busca uma profissão em que possa ser importante e útil na vida de alguém, de maneira justa”. Outra ação implantada em todos os Colégios e que contribui para as escolhas nessa fase é o Circuito Projeto de Vida, lançado neste ano (saiba mais sobre o projeto na página 14). Por meio de várias linguagens, entre elas a tecnológica, com uso de aplicativos, os alunos são incentivados a pensar sobre seus interesses e suas escolhas. A diretora Márcia explica que o projeto propõe temáticas como solidariedade, protagonismo, amizade, afeto entre outros que sugerem aos jovens analisar suas relações e seus sentimentos, suas inquietações e aspirações.
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ConheCiMenTo na PrÁTiCa A dinâmica em tempos atuais é de mesclar o saber com o fazer, a reflexão com a prática. “A memorização nesse contexto é substituída pelas memórias; a decoreba, por reflexões e repertórios de conhecimentos assegurados no domínio de habilidades e competências”, diz Márcia. Adelaide acredita que, hoje, conteúdo já não é “o mais relevante”, por-
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que isso está disponível facilmente na internet, por exemplo. “Analisar e criticar esse conteúdo é que é o grande desafio do professor atual. Por isso, acho que o diferencial do Marista está em contribuir com a educação continuada de um estudante, mostrando-lhe como aprender a aprender e não apenas como passar no vestibular”. A diretora afirma que o próprio Enem aponta para esse caminho de compreensão conceitual e técnica aplicada à prática da realidade. “É sabido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados”, diz. Nesse contexto, potencializam-se as diversas formas de aprendizado e a visão ampla sobre o ensino e a formação do jovem. O professor Junior enfatiza: “Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade”. Ele, que também é pai Marista, conta que estava ciente de que se os filhos não passassem no vestibular mais concorrido do país, isso não os diminuiria. “A minha filha escolheu uma profissão para ajudar as pessoas, ela é terapeuta ocupacional em uma comunidade vulnerável. O meu filho tem um derança, de articulação espírito de liderança,
de pessoas muito forte. Eles são cidadãos e muito disso é por conta do Marista”.
É sabido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados. Márcia Maria rosa Diretora educacional do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC)
© Foto: Gilberto do Rosário
Débora conta que o Colégio teve papel fundamental na escolha do curso de Biomedicina. “Ele me deu várias oportunidades, como palestras e semanas vocacionais, para eu chegar a essa conclusão do curso”. “Sabemos que é um momento de dúvidas e que elas são naturais. Nosso maior desafio está em auxiliar os jovens a se reconhecer nos processos e desafios vividos. A disciplina de Orientação Profissional, juntamente com a equipe de Pastoral e o Núcleo Psicopedagógico, faz o acompanhamento das reflexões com estudos dirigidos, palestras com diferentes profissionais, teste vocacionais, entre outras atividades. Esse trabalho contribui no processo de amadurecimento dos jovens e na compreensão das suas escolhas, minimizando a ansiedade e estabelecendo uma relação mais segura de expectativas sobre os desafios da vida profissional e do futuro”, afirma Márcia. A professora universitária Maria Teresa Trevisol, mãe de Gabriel Trevisol, da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), analisa que com um conjunto de conhecimentos e competências construídos, o aluno terá melhores condições de se posicionar diante das inquietações e dos desafios do cotidiano, seja na opção pelo curso superior ou nos encaminhamentos do cotidiano profissional.
o TerCeirÃo MariSTa A 3ª série Marista está envolta por muitas emoções, que nem as fórmulas explicam. O professor Junior lembra que o perfil do aluno Marista dessa etapa é majoritariamente de jovens que estudaram anos no Colégio. Portanto, esse é um ano de passagem, de despedida. Quem pratica dança ou esporte sabe que é o último ano que fará aquilo pelo Colégio. Dessa forma, o ritmo de aula também precisa estar adequado a esse momento. “Isso precisa ser respeitado e vivido por eles”, diz o professor. Já se o aluno tem expectativa de entrar em uma universidade extremamente concorrida, é preciso estar ciente de que o ritmo nos estudos deve ser mais puxado.
UMa vaGa na USP À procura de emprego, certa vez o pai de Allan Deusdará, 24 anos, deixou seu currículo no Colégio Arquidiocesano. “Eu me lembro de estar andando com o meu pai pela cidade, entregando currículos. Lembro quando passamos no Arqui”. Nem pai nem filho poderiam imaginar o que esse currículo renderia no futuro. O pai de Allan foi chamado para trabalhar na portaria do Colégio. Tempos depois, Allan conseguiu uma bolsa integral para estudar o Ensino Médio no Marista. “Eu estudei toda a minha vida em escola pública. Quando comecei a estudar no Arqui, foi bem puxado. Eu não tinha base e alguns assuntos do 7º ou 8º ano eu nunca nem tinha visto”. Allan conta que foi só na 2ª série que ele conseguiu acompanhar melhor o ensino. Nesses três anos de Ensino Médio, ele conta que se dedicou bastante aos estudos e quando decidiu prestar vestibular somente na USP e na Unicamp, os esforços redobraram. “Eu dedicava boa parte do meu tempo para os estudos. Fazia simulados, revia o conteúdo nos fins de semana”. O esforço não foi em vão. Allan passou nos dois vestibulares que prestou e, hoje, exerce a profissão de engenheiro químico em uma empresa do segmento, em São Paulo. O legado Marista que ele traz consigo até hoje é o valor da amizade. “Eu me tornei amigo de muitos professores do Arqui. Foram eles que me ajudaram a superar as falhas que eu tinha, devido ao ensino público. Percebia que eles ficavam felizes em ver o meu progresso. Quando disse que queria fazer USP ou Unicamp, muitos me alertaram que seria difícil, mas me apoiaram dizendo que se era o que eu queria, eu deveria me esforçar e eu poderia conseguir”.
Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade. Celso de Miranda Jr. Professor do Terceirão do Colégio Marista Arquidiocesano, de São Paulo (SP)
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entrevista
Projeto de vida
baseado em
valores Por Janaína Fogaça
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nessa nova época, torna-se cada vez mais difícil escolher uma coisa só ou assumir um compromisso para a vida toda. O projeto é pessoal e intransferível e tem como base o registro das memórias vividas com base em pequenas experiências que são fundamentais para cultivar as lembranças do ser humano. Por isso, vale a pena registrar cada momento, pensando nos próximos passos. Importa mais a
O Circuito é um instrumento para que os jovens se permitam projetar sua vida de forma não-linear, descolada e com propósito. Em um mundo com tantas possibilidades e escolhas diárias, é necessário ir além do vestibular, da profissão e do senso comum. Acreditamos que pensar continuamente nas escolhas que vão sendo feitas ao longo do caminho contribui para a formação dos nossos jovens. Nos Colégios Maristas, além de preparar os alunos para os conteúdos curriculares, preparamos para a vida. E a vida é a referência. Como diz Sêneca, "para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve". Dessa forma, o conceito principal do projeto é: conecte-se com sua memória histórica e pense nos próximos passos. O Grupo Marista ajuda! Resumidamente, o Circuito Projeto de Vida propõe aos jovens e adolescentes a construção de projetos pessoais de vida.
Para quem o projeto é direcionado?
A princípio, ele é direcionado aos jovens em geral. Qualquer pessoa pode acessar o aplicativo do Circuito. Nos Colégios e nas Unidades Sociais Maristas, estão sendo realizados pilotos que envolvem os alunos do Ensino Médio e a comunidade educativa. Serão dedicados tempo, espaço e subsídios para inspirar os jovens a construir seu projeto de vida.
Onde o projeto já foi implantado e está acontecendo efetivamente?
O piloto do Circuito está acontecendo em três Colégios, quatro Unidades Sociais, no TECPUC e na PUCPR. Estima-se que 5 mil pessoas sejam atingidas diretamente nesse primeiro ano, sem contar as que terão acesso pela web. O público-alvo são jovens de 15 a 18 anos.
© Foto: Gilberto do Rosário
O que é o Circuito Projeto de Vida e a que ele se propõe?
distância percorrida em direção aos nossos sonhos do que o próprio destino de chegada. Afinal, projetar a vida é uma arte. Em entrevista para a revista Em Família Marista, Fabio Viviurka Correia, um dos responsáveis pela implantação do projeto, falou sobre como ele está acontecendo na prática nos Colégios do Grupo Marista e os benefícios que ele pode trazer aos envolvidos.
© Foto: Elaine Cezaro | Colégio Marista São Francisco
Ter um projeto de vida e mantê-lo a longo prazo não é tão simples, mas quando uma reflexão mais ampla é proposta, o que era um projeto torna-se rotina. E é dessa forma que o Circuito Projeto de Vida, lançado pelo Grupo Marista, propõe uma reflexão acerca de questões sobre o que as pessoas estão vivenciando, norteada por “o que quero ser aqui e agora”. Diante de tantas possibilidades oferecidas
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© Foto: Gilberto do Rosário
entrevista
Como o projeto funciona na prática?
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Na prática, o site (aplicativo) está no ar: circuitoprojetodevida.com.br. Nas unidades Maristas, os Núcleos Pedagógicos e professores estão sendo capacitados e instrumentalizados para aplicar o projeto em sala de aula. Cada aluno receberá um kit com uma caixa de memórias, adesivos, um livreto impresso chamado scrapbook com inspirações, revistas didáticas e brindes. Com esse material, vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos. Ao receber o kit, os alunos receberão também uma tarefa que deverá ser cumprida em 24 horas. Essas tarefas foram batizadas de “nanoatitudes”, que são ações para tornar a sociedade melhor. Entre as nanoatitudes incentivadas estão: ficar 24 horas sem celular, para fortalecer as relações off-line; elogiar uma pessoa em público; e pagar um lanche para um colega. No total, são 31 nanoatitudes. Com isso, queremos estimular comportamentos positivos entre nossos alunos. Em seguida, o professor motiva um bate-papo sobre temas específicos e, depois, indica o site para que os alunos compartilhem as nanoatitudes nas redes sociais, por meio de hashtags, e continuem suas reflexões durante o ano. A Pastoral retomará as reflexões em momentos específicos.
Vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos. Quais as temáticas abrangidas como projetos de vida?
O Circuito Projeto de Vida propõe reflexões aos educandos em 16 temáticas, chamadas de “inspirações”, entre elas o afeto, a amizade, a carreira, o consumo, a família, o futuro, o protagonismo, a solidariedade e os sonhos. Em sala de aula, o professor titular de cada turma apresentará os conteúdos relacionados à temática escolhida pelos alunos e, por meio do aplicativo, eles continuarão a refletir a respeito do tema e a trocar experiências.
De que forma o aplicativo está dividido?
O aplicativo possui uma área para que o usuário crie listas por tema. Entre os temas estão: profissional, afeto, interrogações, sonho de consumo, sonho coletivo, super-sonho, futuro, entre outros. Nesse espaço, o usuário vai anotando seus sentimentos mais significativos, criando, assim, a sua memória histórica. O aplicativo traz, ainda, testes vocacionais e uma área dedicada a compartilhar histórias de pessoas que, com seus projetos de vida, fazem a diferença na sociedade.
índice
POR danieLa noGUeira
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Colégio Marista Glória revela novos talentos do esporte.
destaque
com a palavra
ed. infantil
ens. fundamental
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O que pensa a Diretora Geral.
Por meio de brincadeiras e experimentações na prática, crianças são levadas a pensar no que elas querem ser quando crescerem.
Estudos apontam que quem sabe mais de uma língua tem vantagens no aprendizado.
ens. médio
diz aí
caleidoscópio
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Prática social norteia todo processo de ensinoaprendizagem do Colégio.
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“O que eu quero ser quando crescer?”. Saiba o que seu filho pensa sobre isso.
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você sabia?
ser melhor
gente nossa
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Confira algumas curiosidades do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória.
Conheça algumas ações da Pastoral.
Relembre os principais acontecimentos do Colégio.
Ex-aluno Marista e hoje goleiro do Corinthians levanta a torcida com a bola nas mãos.
com a palavra
U o caminho dos sentidos
m novo espaço no Marista Glória,
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Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
Situado ao lado do ginásio, o corredor, outrora apenas um lugar de passagem, ganhou vida como um convite à exploração dos sentidos.
Miriam Bevilacqua Diretora do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
© Foto: Keila Dias
Anualmente, os espaços do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória são remodelados, sempre visando, além do bem-estar de nossos alunos, a atender ao objetivo de que espaços também podem ser inspiradores do conhecimento. Foi buscando oportunidades de aprendizagem que, nos últimos anos, construímos a cozinha para aulas de culinária e experimentação, a horta para ensinarmos todo o processo de crescimento dos vegetais, o pátio das jabuticabeiras e, recentemente, a nova Casinha de Bonecas e o Caminho dos Sentidos. Situado ao lado do ginásio, o corredor, outrora apenas um lugar de passagem, ganhou vida como um convite à exploração dos sentidos. O primeiro impacto é o da visão. Um cenário de cor e de detalhes para a criança observar demoradamente. A preocupação foi a de construir um ambiente que primasse pela beleza com muitas flores e objetos diversos para serem explorados também com o olhar. Logo que a criança entra no Caminho dos Sentidos, ela é convidada a ficar descalça e vivenciar os diferentes tipos de piso, reforçando as sensações advindas pelo tato. A fonte de água permite que ela molhe as mãos e perceba sua temperatura, brincando e sentindo ao mesmo tempo. Ao longo do Caminho dos Sentidos, há móbiles que fazem barulhos tanto pela ação da criança como pelo vento. Além disso, a preocupação com o sentido da audição também aparece nos apitos dos pássaros, que as crianças são estimuladas a experimentar. Cada apito emite um som, que reproduz o canto de um pássaro diferente. Em toda lateral direita, as mais diferentes ervas aromáticas, como alfazema, patchouli, alecrim e hortelã, estão presentes em inúmeros vasos, o que permite estimular o olfato em um festival de cheiros e sensações. Os alunos podem arrancar algumas folhas, sentir sua textura e até mesmo, em alguns casos, experimentar seu gosto. Do Caminho dos Sentidos, as ervas são levadas para Projetos de Investigação a fim de descobrir, com a ajuda das crianças, tudo que pode ser feito, por exemplo, com a folha da alfazema, ou elaborar receitas com hortelã, o que as levará para a cozinha experimental, outro espaço de aprendizagem em que, mais uma vez, o conhecimento poderá ser explorado. Nesse momento, o gosto da erva recém-arrancada da terra pela própria criança completa o círculo dos sentidos, tudo isso de uma maneira lúdica e extremamente prazerosa.
ENGENHARIA ELÉTRICA ADMINISTRAÇÃO ENGENHARIA MECÂNICA ARQUITETURA E URBANISMO ENGENHARIAELÉTRICA ELÉTRICA JORNALISMO ADMINISTRAÇÃO ARTES VISUAIS ENGENHARIA ELÉTRICA ADMINISTRAÇÃO ENGENHARIAMECÂNICA MECÂNICAMODA ARQUITETURA CINEMA ENGENHARIA URBANISMO MECÂNICA ARQUITETURAEEURBANISMO URBANISMO JORNALISMO ARTES VISUAIS PRODUÇÃO CULTURAL ARTES VISUAIS DESIGN DEJORNALISMO INTERIORES MODA CINEMA MODA CINEMA DESIGN GRÁFICO E DE PRODUTO PUBLICIDADE E PROPAGANDA INTERIORES PRODUÇÃOCULTURAL CULTURAL RÁDIO E TV CULTURAL DESIGN DESIGNDEDEINTERIORES INTERIORES DIREITO PRODUÇÃO GRÁFICO EEDE PROPAGANDA DESIGNGRÁFICO DE PRODUTO PUBLICIDADEEEPROPAGANDA PROPAGANDA DESIGN PRODUTO RELAÇÕES INTERNACIONAIS ECONOMIAPUBLICIDADE RÁDIO DIREITO RÁDIO DIREITO RELAÇÕES PÚBLICAS ENGENHARIA CIVILEETVTV INTERNACIONAIS RELAÇÕES INTERNACIONAIS ECONOMIA RELAÇÕES INTERNACIONAIS ECONOMIA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PÚBLICAS CIVIL RELAÇÕES PÚBLICAS ENGENHARIA RELAÇÕES PÚBLICAS ENGENHARIA CIVIL DE PRODUÇÃO ENGENHARIA PRODUÇÃO Locais de prova (16/11) : ENGENHARIA DE PRODUÇÃO São Paulo, São José dos Campos, Ribeirão Preto prova (16/11) ::: Locais de (16/11) Locais de prova (16/11) (para graduação no campus de SP) SãoJosé José dos dos Campos, SãoPaulo, Paulo,São Ribeirão Preto São Campos,Ribeirão RibeirãoPreto Preto (para graduação no campus de SP) (11) 3662-7208 (para graduação no campus de SP)
vestibular@faap.br (11) 3662-7208 (11)vestibular 3662-7208 @faap.br vestibular@faap.br vestibular@faap.br
© Fotos: Keila Dias
ed. infantil
Profissões dos sonhos Os modelos apresentados na mídia, a profissão dos pais e de outras pessoas que elas admiram inspiram a curiosidade infantil
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A maioria dos adultos, em algum momento na infância, já desejou ser bombeiro, bailarina, astronauta ou pegou um pedaço de tecido e colocou nas costas para fingir ser um super-herói. Nesse mundo fascinante da fantasia, as crianças são convidadas a brincar, a se divertir e a sair do mundo concreto, desenvolvendo sua criatividade e começando a construir sua identidade. “O faz de conta é um momento de desenvolvimento rico, por meio do qual os pequenos exercitam sua imaginação, a capacidade de planejar, de criar e recriar situações e de organizar regras de convívio. As brincadeiras de jogo simbólico permitem à criança projetar e vivenciar papéis que admira ou com os quais se identifica”, explica a professora Janaína Esteves. Como é por meio da brincadeira que a criança se comunica, é necessário que os pais criem ambientes com materiais e brinquedos que favoreçam a vivência de papéis. “O faz de conta é o melhor aliado no processo de apresentação das diversas profissões, é por
Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
meio dele que as crianças entram no mundo fascinante da imaginação e materializam situações cotidianas. No Marista Glória, temos, em nossa brinquedoteca e nas salas de aula, ambientes com diferentes brinquedos, onde as crianças são convidadas a exercerem diferentes papéis, como: médicos, dentistas, engenheiros, feirantes, balconistas, cozinheiros, entre outros”, conta a professora.
ProFiSSõeS na eSCoLa Ao abordar o tema, as educadoras do Infantil apresentam para as crianças diferentes profissões e a sua importância na sociedade. “Acreditamos que essa discussão é importante porque vivemos em coletividade, em uma cidade em que cada um desempenha um trabalho importante e necessário para o funcionamento das organizações sociais. Sendo assim, quando a criança pode vivenciar na escola, que é como uma sociedade em miniatura, a importância das profissões, a dependência que as pessoas têm do trabalho umas
das outras para que os projetos e as ações se realizem da melhor forma, ela começa a entender as relações de interdependência, a respeitar e valorizar cada um em seus talentos e habilidades”, explica Janaína. No 1º ano, por exemplo, as professoras realizaram atividade com o livro “O Menino que Aprendeu a Ver”, de Ruth Rocha, que conta a história de um garoto que começa a descobrir o mundo por meio dos símbolos e códigos. “Por meio dessa leitura, os alunos começaram a analisar as sinalizações presentes no entorno do Colégio e no próprio Colégio. A partir delas, passaram a discutir sobre as profissões exercidas em estabelecimentos próximos à Escola (cabelereiro, eletricista, professores, policiais, etc.), assim como outras exercidas no próprio Marista. Em consequência dessa análise, os alunos confeccionam o álbum dos funcionários, recortando e colando fotos de pessoas que estão em seu convívio diário. Após esse trabalho, os estudantes elegeram alguns funcionários para responder a uma entrevista com perguntas relacionadas à sua profissão. Ao final, eles compartilharam, em roda, as informações coletadas nas diferentes entrevistas”, destaca a educadora.
Profissões dos sonhos As crianças sonham com a profissão que vão seguir no futuro. Isso faz parte do seu desenvolvimento pessoal. Os modelos apresentados na mídia, a profissão dos pais e de outras pessoas que elas admiram inspiram a curiosidade infantil. “Atualmente, a profissão mais escolhida entre os meninos é de jogador de futebol; depois, podemos citar médico e advogado. Entre as meninas, encontramos diferentes profissões, como: modelo, artista de TV, bailarina, arquiteta, decoradora, veterinária e professora”, diz Janaína. No entanto, cabe aos pais e educadores ensinarem a valorizar e respeitar todas as profissões. “Pelo exemplo, é possível mostrar como os adultos se
posicionam frente aos diversos profissionais existentes no ambiente escolar, reforçando que cada profissão contribui com algo diferente e imprescindível para o bom andamento do Colégio. As entrevistas que os alunos fazem com os profissionais da Escola e com seus pais também ajudam a ampliar seu universo sobre esse assunto. Em cima dessas conversas, discutimos a questão da escolha profissional como ferramenta para melhorar a vida, incentivando as crianças a realizarem atividades que desenvolvam as próprias potencialidades, pois estarão trabalhando mais felizes e, assim, o resultado será melhor”, recomenda a educadora. Os pais também podem auxiliar seus filhos incentivando-os à experimentação concreta, como visitas a teatros, cursos de culinária e academias de dança, deixando-os à vontade para fazerem perguntas quando forem ao dentista, ao pediatra e, se possível, podem até mesmo levar as crianças para conhecer seu ambiente de trabalho.
As brincadeiras de jogo simbólico permitem à criança projetar e vivenciar papéis que admira ou com os quais se identifica. Janaína Esteves Professora
Tudo no seu tempo Algumas vezes, as famílias investem desde cedo no encaminhamento dos filhos para uma determinada profissão. “Às vezes, isso acontece por considerarem que a criança já demonstra um talento para aquela área de atuação, ou por ser uma profissão da moda, ou, aparentemente, mais lucrativa. Além disso, por diversas vezes, projetam nos filhos um sonho não realizado. Acredito que essas sejam situações a se evitar. Na infância, as crianças estão se abrindo para o mundo, se conhecendo. As habilidades e aptidões de uma pessoa são desenvolvidas por meio de suas experiências. É importante que os pais incentivem os interesses de seus filhos, possibilitem a eles diversas vivências e tenham uma escuta muito atenta aos interesses e às preferências que as crianças demonstram”, orienta Janaína.
Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
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ens. fundamental
Do you speak English? ¿Hablas español? Estudos apontam que quem sabe mais de uma língua tem vantagens no aprendizado
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O domínio de línguas estrangeiras, em especial o inglês e o espanhol, é uma exigência cada vez mais frequente em um mundo globalizado. Além de ajudar no crescimento profissional, pesquisas mostram que os bilíngues ou trilíngues aprendem com mais facilidade, estão mais protegidos contra o envelhecimento e podem raciocinar de forma diferente em cada idioma. Um estudo feito pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, concluiu que falar uma segunda língua aumenta o poder intelectual do cérebro, aumentando também as fluências verbal e de leitura. Os estudos apontam ainda que os benefícios independem da idade, ou seja, as pessoas podem aprender uma segunda língua depois de adultas e, mesmo assim, se beneficiarem disso.
Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
Quando o aprendizado é introduzido no Ensino Fundamental, após o processo de alfabetização, os resultados são melhores que na fase adulta. “Nesse período, o aprendizado se dá de uma maneira mais fácil e rápida. A criança consegue estabelecer relações entre a sua língua materna e a língua estrangeira com mais facilidade que um adulto.”, aponta Camilla Cafuoco, professora de Espanhol. No Colégio Marista Nossa Senhora da Glória, os alunos dispõem, na grade curricular, do estudo de inglês e de espanhol. “O espanhol é apresentado aos alunos no 6º ano. Nesse momento, eles entram em contato com alfabeto, vocabulário e algumas estruturas gramaticais. A partir do 2º semestre daquele ano, já conseguem perceber a estrutura da língua estrangeira se
áveis, induzindo, assim, o aluno ao erro. Por outro lado, há materiais muito interessantes que auxiliam no processo de ensino-aprendizagem, como, por exemplo, vídeos, músicas, seriados, filmes, entre outros. O importante é saber se a fonte buscada é legítima”, orienta a educadora. AS mais faladas no mundo
© Foto: Keila Dias
Apesar de o inglês ser a língua mais conhecida ao redor do mundo, perde para o mandarim – o idioma oficial da China – em número de falantes.
formando e constituindo um todo, assim como a própria língua materna. Sempre é transmitido a eles que o momento inicial é muito importante, pois se aproxima do processo de alfabetização, embora com menor intensidade, já que eles têm somente uma aula semanal”, explica a professora. Ao introduzir um novo idioma nessa fase, novas possibilidades de aprendizados são abertas, já que a criança passa a compreender que os objetos podem ter mais que um nome. Dessa forma, os estudantes são estimulados logo cedo a aprender para aumentar a bagagem cultural. “É mostrada aos alunos a importância de se aprender um novo idioma, uma vez que ele vem, implicitamente, carregado de aspectos culturais. Aos alunos que estão no Ensino Médio, o fator da procura de profissionais que dominem uma
segunda língua é cotidianamente enfatizado, mostrando, assim, a necessidade de aprender não somente o inglês, mas também o espanhol”, conta Camilla.
língua
falantes
Mandarim
1.052.000.000
Inglês
508.000.000
Hindi
487.000.000
Espanhol
417.000.000
Russo
277.000.000
Bengali
211.000.000
Português
191.000.000
Indonésio
140.000.000
Alemão
128.000.000
Francês
128.000.000
Fontes: Revista Galileu e Pam Echerd, do instituto de pesquisas linguísticas SIL International
Influência da mídia Que o inglês está em todo lugar, já não é novidade. Está em nomes de lojas, nas músicas, no cinema, em programas de televisão e, claro, na internet. Todos estão conectados por meio da língua inglesa e saber se comunicar nesse idioma é decisivo para o futuro. No entanto, é preciso ter cuidado com a forma com que as crianças recebem os conteúdos. “A internet desempenha dois papéis no aprendizado de um idioma. Ela possui um lado negativo, pois muitos trabalhos são copiados da rede e, muitas vezes, o material disponível, bem como os dicionários on-line, não provêm de fontes confi-
É mostrada aos alunos a importância de se aprender um novo idioma, uma vez que ele vem implicitamente carregado de aspectos culturais. Camilla Cafuoco Professora de Espanhol
Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
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ens. médio © Foto: Keila Dias
Aprender a ser a ser
solidário Prática social norteia todo processo de ensino-aprendizagem do Colégio Marista Glória A solidariedade é um dos pilares mais importantes trabalhados pelo Colégio Marista Nossa Senhora da Glória. Durante a sua caminhada escolar diária, os alunos são convidados a colocar em prática os valores aprendidos em aulas ou palestras, a participar de iniciativas solidárias, como arrecadação de roupas e brinquedos, a ter uma atitude proativa na comunidade, além de serem estimulados a participar de atividades como o Festival Champagnat. Com o apoio da Pastoral (PJM), os jovens também são convidados a fazerem parte de um projeto que inclui visitas e intervenções em várias entidades de assistência parceiras do Colégio Glória. “As virtudes Maristas e as práticas sociais são incorporadas à vida dos estudantes, sendo levadas para além dos muros da Escola. O carinho e o reconhecimento do outro se tornam parte importante de suas caminhadas individuais. É comum vermos ex-alunos colocando seus filhos e netos no Glória, reconhecendo a importância dessa formação”, afirma a educadora Regina Umaras. O Colégio trabalha com vários projetos interdisciplinares, desde o Infantil até o Ensino Médio, mostrando o quanto é recompensador ajudar
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e também receber apoio quando necessário. “Os livros escolhidos pelos professores podem se transformar em temas para discussões mais aprofundadas sobre questões sociais, além da Sessão Pipoca, que conta com uma reflexão ativa, em todos os níveis, após a exibição de filmes marcantes. Vale também destacar o trabalho do Grupo de Solidariedade, formado por mães de alunos e parceiros, que mostra aos jovens a importância de ajudar a quem precisa”, destaca Regina. O Ensino Médio, fase em que os jovens focalizam o futuro e a carreira, é o momento ideal para a discussão desse tema. “É consenso que a nossa sociedade necessita mudar: os valores humanos têm sido esquecidos ou relegados a um segundo plano. Nada melhor que esse tema seja discutido nesse momento para que, na fase adulta, a solidariedade e o respeito sejam as tônicas em suas escolhas. As reflexões sobre o assunto podem mudar o curso de seus objetivos, formando cidadãos conscientes e capazes de mudar os destinos da nação. São passos pequenos, mas quando dados em conjunto, podem se transformar em saltos gigantescos”, acredita a educadora. Os resultados da prática social são
Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
percebidos por todos. “Creio que o 'ouvir' seja o principal. Quando ouvimos o colega, o professor, o colaborador e também somos ouvidos, a rede finalmente se entrelaça, unindo todos em um mesmo ideal. A longo prazo, o reconhecimento e a mudança da sociedade tornam-se objetivos desse entrelaçamento, mas, a curto prazo, queremos e percebemos alunos sentindo-se parte de uma família e gostando de ficar na Escola. É muito bom vê-los se ajudando, seja na preparação para uma prova, ou oferecendo um ombro amigo diante de um problema pessoal”, orgulha-se Regina. Por isso, a educadora recomenda que a mesma atitude seja seguida em casa. “Pare alguns instantes para ouvir. O exercício parece tolo, mas não é. Ouvir filhos, familiares, colegas de trabalho e, especialmente, a nós mesmos nos faz refletir, reconhecer nossos erros, celebrar nossos acertos e perceber que podemos ajudar sempre mais. Solidariedade significa participar de uma causa; abrace a sua! Lembre-se de que nem sempre problemas e guerras resolvem-se com dinheiro, mas um sorriso e um aperto de mão podem mudar o mundo. Afinal, flores já pararam canhões! Pensem nisso!”, orienta Regina.
diz aí
?
Qual é a
profissão dos seus
© Fotos: Keila Dias
sonhos
Mariana STorTi 8º B – EF
LUiZa CaPiLLa 2ª B – EM
Caio BonaTo 9º B – EFII
“Sempre quis ser médica, pois gosto de cuidar das pessoas e ver que estou fazendo o bem. Até cheguei a pensar em fazer Veterinária, quando era pequena, mas percebi que gosto mesmo é de cuidar de pessoas.”
“O meu maior sonho é ser atriz e trabalhar em grandes teatros e, algum dia, chegar à Broadway. Sempre fui muito chegada à arte; desde os meus cinco anos, já dançava e sempre gostei muito. Um pouco mais tarde, comecei a fazer teatro e aulas de canto. Foi aí que encontrei a minha vocação e o que eu realmente queria fazer; atuar é algo que me faz muito feliz, é por isso que eu quero seguir esse caminho.”
“É uma pergunta complicada de responder, pois são inúmeras as opções e os meus interesses no mercado de trabalho. Uma das profissões que mais me interessam é a medicina, mais especificamente a área da neurobiologia, pois ela lida com o sistema nervoso, uma das partes mais misteriosas e complexas do corpo humano.”
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Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
Leonardo Papa 1ª A – EM
Stephanie Urayama 2ª A – EM
Austin Christopher 9º A - EFII
“Na sociedade atual, pensar sobre profissões ideais é complicado; afinal, as pessoas não procuram mais a realização de sonhos e, sim, o que é melhor no aspecto econômico. O ideal seria encontrar um meio termo entre o agradável e, ao mesmo tempo, rentável. No meu caso, seria designer digital, profissional que utiliza da criatividade e visão artística para influenciar na decisão e opinião pública, seja para oferecer um produto ou passar uma iniciativa.”
“Ainda tenho dúvidas em relação ao que desejo seguir profissionalmente. Meu grande sonho desde pequena é fazer Design Gráfico, pois sempre gostei de artes e desenho e, ao pesquisar mais sobre a profissão, me identifiquei com várias técnicas trabalhadas nessa área, como o estimulo à criatividade e a possibilidade de passar aos outros uma visão mais colorida e bonita do mundo. Porém, devido à minha afinidade com a matemática e à curiosidade em relação à concepção e à construção do ambiente, surgiu a vontade de fazer Engenharia Civil.”
“Desde pequeno, sonho com o que queria ser quando crescesse, cheguei até a pensar em ser taxista, quando tinha sete anos. Mas hoje percebo que sou ligado à área de humanas, por ser muito comunicativo e criativo. Sendo assim, gostaria de atuar em uma profissão que me permita falar e expressar meu modo de pensar, agir e mostrar o que sei e posso fazer.”
Opinião dO Educador “A escolha profissional é algo de extrema importância porque não atinge somente a pessoa envolvida em tal decisão, é uma escolha que ecoa positiva ou negativamente sobre toda a sociedade em que esse indivíduo está inserido. Percebe-se facilmente no cotidiano a diferença entre trabalhadores da mesma área de atuação cujas opções profissionais foram pautadas pela aptidão e pelo talento natural e aqueles que escolheram a área por motivos alheios às predisposições individuais inatas. Cada profissional satisfeito com sua atividade será sempre um profissional melhor: um engenheiro que ama o que faz e que percebe a impor-
tância social do que faz será mais consciente e proativo para com o meio ambiente; um profissional da saúde satisfeito com o seu trabalho atenderá melhor e mais humanamente seus pacientes; uma secretária trabalhará com mais dedicação e afinco; um jardineiro cuidará das plantas com mais esmero e paciência, etc. É como se cada pessoa satisfeita com seu trabalho tivesse o poder de irradiar fluidos positivos às pessoas em sua volta.”
Nedilson Cesar Rodrigues dos Santos Professor de Literatura
Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
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caleidoscópio
Alunos dão show musical na hora do intervalo.
A aula de balé também é uma atividade do período integral.
2014
Alunos participando de uma atividade do Festival Champagnat.
ACONTECE
Ginástica animou a comemoração do dia dos pais.
A aluna Beatriz Goulart e a ex-aluna Beatriz Cerrato participaram da abertura da Copa do Mundo.
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Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
© Fotos: Keila Dias
Crianças do curso de férias em julho, no Caminho dos Sentidos.
FÉRIAS
SOLIDARIEDADE
Colégio arrecadou mais de 6 toneladas de mantimentos no Festival Champagnat.
TROTE A hora do intervalo, às sextas-feiras, ficou mais animada para a turma do Terceirão: o tema desta vez foi “Anos 60”.
Nossos alunos foram selecionados para a segunda fase das olimpíadas de matemática e física.
Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
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destaque
Celeiro de
talentos do
esporte Colégio Marista Glória revela novos atletas
As quadras Maristas são um importante celeiro de novos talentos do esporte. Foi em uma delas que o goleiro do Corinthians, Matheus Vidotto Caldeira, começou a mostrar sua habilidade no futebol (ver na seção Gente Nossa). Vários alunos que passaram pelo Glória são hoje atletas de destaque no cenário nacional em esportes como polo aquático, handebol e futebol. Alguns, inclusive, já tiveram suas conquistas reveladas na revista Em Família. Mas, muitos deles estão apenas começando uma jornada de muitas vitórias, como é o caso de Pedro Henrique Moreira Bergantin, da 2ª série do Ensino Médio, e de Giulia Rodrigues Hortelan, do 8º ano do Ensino Fundamental. Isso porque os alunos são incentivados pelo Colégio a participar de torneios, campeonatos e eventos, desenvolvendo, assim, o gosto pelo esporte e aprendendo a respeitar regras, conviver em grupo, conhecer os limites do corpo e a ter hábitos mais saudáveis.
TaLenTo Para deCidir UMa ParTida
© Fotos: Keila Dias
Assim como o goleiro Matheus Vidotto, que teve seu talento revelado nas quadras do Glória, Pedro Henrique vem se destacando no Clube Atlético Ypiranga, onde joga há oito anos. A inspiração do aluno veio do pai, que sempre foi ligado ao esporte, com quem aprendeu a amar o futebol e respeitar a camisa. “O futebol já me mostrou muita coisa aos 16 anos. Sou goleiro, portanto, preciso acertar quando o time todo já errou. Ficar calmo sob pressão, ter espírito de time, de equipe, doação, respeito, dedicação total a uma coisa de cada vez, aceitar as vitórias e as derrotas no esporte e na vida, amizades, conquistas, risos, frustrações, intimidações, alegria e sofrimento. Já passei e aprendi tudo isso, e viveria por tudo de novo. E tudo isso
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Colégio Marista Nossa Senhora da Glória
que aprendi e que sei foi o futebol que me ensinou”, orgulha-se. Mesmo com uma rotina pesada de treinos, quatro vezes por semana, Pedro Henrique não abre mão dos estudos. “O Colégio Marista me dá a estrutura para estudar e tirar dúvidas. Sou eternamente grato por jogar e ter jogado pelo time do Colégio”, conta. Cada vitória, para ele, tem um gosto especial. “Jogar em clube nenhum traz a felicidade e a emoção de jogar pela escola. Hoje, jogo no Ypiranga, já joguei na Portuguesa e em outros times, mas nada se compara ao time do Colégio. Nele, todo mundo está junto todos os dias, se vendo no corredor, brincando e assistindo aos jogos – o que raramente se vê em clubes de renome. E esse gosto especial é por sempre jogar um pelo outro”, conta o goleiro.
Jogar em clube nenhum traz a felicidade e a emoção de jogar pela escola. Hoje, jogo no Ypiranga, já joguei na Portuguesa e em outros times, mas nada se compara ao time do Colégio. Pedro Henrique M. Bergantin Aluno da 2ª série do Ensino Médio
O momento mais marcante para ele foi em uma semifinal de um cobiçado campeonato interno. “O melhor treinador que já tive foi do Marista, ele me disse uma coisa que
ficou marcada para sempre: ‘Somos menores fisicamente e em idade do que quem vai jogar contra nós, porém, qualidade não nos falta, nós somos uma família que se doou e se ajudou o ano todo. O ginásio está lotado, pois pessoas que gostam de vocês vieram ver o jogo, vieram nos apoiar e nos ver ganhar. A partir do momento em que colocarmos tudo o que mais amamos na ponta da chuteira, venceremos, pois raça e vontade não faltará, e a qualidade de vocês fará o resto’”, recorda-se. Nessa partida, Pedro Henrique rompeu o ligamento do tornozelo e ficou fora da final. “Se eu não estivesse tão determinado a vencer, se tivesse rejeitado os verdadeiros valores que o futebol me ensinou, não teria saído na bola com a mesma vontade, não teria me machucado, teria tomado gol e meu time teria sido desclassificado. Mas eu fui a favor dos valores. Fomos à final e fui recompensado: fomos campeões!”, orgulha-se o aluno.
e, até o momento neste ano, não fiquei abaixo da média em nenhuma matéria”, orgulha-se a aluna. Mesmo tão nova, Giulia já passou por momentos tão emocionantes como se fosse uma atleta veterana. “Lembro-me da disputa acirrada que tivemos com o Sport Clube Corinthians Paulista, que já havia ganhado um jogo em cima de nós, e ninguém tinha expectativas de nosso time ganhar. Mas isso não impediu de fazermos o nosso melhor e levantar a taça de campeãs”. Além de aprender a ganhar e perder, com o esporte Giulia descobriu como trabalhar em equipe, lidar com erros e, principalmente, nunca desistir. “Meu maior sonho sempre foi e sempre vai ser me tornar uma jogadora de vôlei profissional, jogar pelo meu país, assim como meus maiores ídolos, Fofão e Jaqueline”.
Talento com as mãos Incentivada pela mãe, técnica de vôlei, Giulia Rodrigues Hortelan tinha apenas nove anos quando foi fazer um teste no Clube Atlético Ypiranga. Hoje, com 13 anos, ela já foi campeã da Copa Sindi-Clube Metropolitana de Voleibol e da Olimpíada de Colégios Maristas (Olimar), representando o Glória. “Eu optei por jogar vôlei, pois desde sempre assistia aos jogos da minha irmã, que jogava, e da minha mãe, que é técnica, e acabei me interessando e gostando muito do esporte”, conta. Atualmente, ela treina quatro vezes por semana no clube e no Colégio, mas não descuida dos estudos. “Eu uso meu tempo livre em casa ou os finais de semana em que não tenho jogos para estudar e fazer minhas obrigações da escola. Meu desempenho como estudante é satisfatório, nunca peguei recuperações
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você sabia?
© Fotos: Keila Dias
Curiosidades que você só vê aqui FeSTivaL ChaMPaGnaT Talentos também são revelados no aguardado momento do Show Musical. Revelam-se instrumentistas, atores, dançarinos e humoristas, enriquecendo nosso casting de talentos e, com muito orgulho, projetando futuros profissionais na área artística.
oLiGLÓria Na edição deste ano, realizada no mês de maio, a Oliglória apresentou-se como mais um evento de grande porte do Colégio Marista Glória, revelando talentos nas diferentes modalidades esportivas, como ocorreu com o nosso ex-aluno Lucas Vinícius, hoje no futsal no Sport Club Corinthians, que prestigiou a abertura do Oliglória 2014.
eSTUdoS do Meio Os alunos mergulharam na história do Brasil em visita aos principais monumentos da cidade de São Paulo. Os 7os anos visitaram, em maio, o Teatro Municipal. Os alunos dos 8os anos foram ao MASP e os dos 9os anos conheceram a complexa articulação financeira da Bovespa, além do Mercadão Municipal. Também valorosos foram os estudos envolvendo as 1as séries do Ensino Médio, ao visitarem o Complexo Júlio Prestes/Pinacoteca e as 3as séries do Ensino Médio ao ultrapassarem os limites da cidade, viajando até a Serra do Mar e visitando o centro histórico de Santos.
MoSTra CienTÍFiCo-CULTUraL Você sabia que sem o espírito da curiosidade não existiria ciência? A curiosidade é aquilo que nos move a produzir o conhecimento científico. Certa vez, perguntaram a Albert Einstein o que é que o distinguia das outras pessoas. Ele respondeu que era uma pessoa comum, como qualquer outra e que, talvez, a única coisa que tinha de diferente era precisamente uma "curiosidade apaixonada” por buscar respostas para as questões que ele mesmo formulava. No Glória, os alunos fazem ciência e expõem resultados utilizando maquetes, instalações, equipamentos laboratoriais, instrumentos físicos/mecânicos, modelos matemáticos e soluções práticas para as questões contemporâneas. Durante a Mostra Cultural, o Colégio transforma-se em um grande laboratório, resultado da curiosidade e da criatividade dos alunos.
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© Fotos: Keila Dias
ser melhor
Projeto resgata a
importância dos valores Um jeito prático de amar e fazer o bem é ensinado aos alunos do Infantil ao Fundamental 34
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Marcelino Champagnat, fundador do Instituto Marista, nos deixou um ensinamento prático de como amar e fazer o bem por meio de 12 virtudes: compreensão, discrição, compaixão, paciência, polidez, solicitude, afabilidade, flexibilidade, poder-serviço, solidariedade, caráter e alegria. Quase 200 anos se passaram e as virtudes e os valores Maristas se mantêm vivos. Prova disso foi o projeto Escola de Valores, promovido pelo Núcleo da Pastoral e desenvolvido junto à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental, para despertar a consciência nos alunos para a construção de uma sociedade mais justa, na qual todos pratiquem o bem, o respeito ao próximo, a solidariedade, o trabalho em equipe e outros aspectos virtuosos. O projeto foi lançado em 15 de agosto, Dia do Marista, e envolveu toda a comunidade escolar ao longo do ano de 2014. Para a Educação Infantil, coube o trabalho de sensibilização sobre a vida e a obra de
Champagnat, em que as professoras levantaram aspectos sobre o fundador, suas características e a importância e a história do Instituto Marista.
O pano de fundo para todas as ações foi a polidez: demonstrar educação e delicadeza no trato das palavras e ações. Cumprimentar, desculpar-se e agradecer. Já os alunos do 1º ao 8º anos do Ensino Fundamental trabalharam as pequenas virtudes em sala de aula, visando a aprofundar ainda mais o carisma Marista. Para tanto, cada turma recebeu uma ou duas das pequenas virtudes como linha de reflexão. Que tal relembrá-las?
1º ano – Alegria: a força que contagia as pessoas e melhora o ambiente de trabalho. O bom humor valoriza as maravilhas da criação e da cultura humana, exaltando os acontecimentos que aquecem o coração e conduzem à paz. A alegria torna o ambiente compartilhado um lugar de aconchego, ternura e carinho. 2º ano – Paciência: ser capaz de persistir mesmo diante das dificuldades, manter-se calmo diante de situações adversas e resultados tardios. Aceitar adiar em vista do bem maior. Amar sem esperar nada em troca. Nunca deixar de fazer o bem, mesmo para os ingratos. Ter esperança no ser humano. Compreensão: desculpar as falhas do outro, perdoar sem ressentimento e reconhecer que o erro é condição humana. Como Jesus, não aceitar a hipocrisia e nem o que é conivente, mas perdoar e usar de misericórdia com aqueles que erram por ignorância e ajudá-los a reconhecer as implicações de seus erros. 3º ano – Afabilidade: escutar sem demonstrar cansaço e ser sempre um ombro amigo nos momentos difíceis. Permitir que as pessoas se aproximem sem melindre. Instruir com paciência os que buscam o conhecimento. 4º ano – Flexibilidade: não impor as suas razões sem antes ouvir e compreender as razões alheias. Ser flexível, acolher a diversidade, estimular a liberdade, não ser intransigente. Ser resiliente.
5º ano – Solicitude: prevenir as necessidades do outro e evitar o constrangimento de pedir ajuda, antecipando-se. Ter bondade desinteressada, sempre atenta e prestativa. Demonstrar interesse e dedicar-se ao voluntariado que promove a dignidade humana. Solidariedade: Abominar o individualismo e o egoísmo. Acreditar nos sonhos coletivos e esforçar-se para edificá-los. Trabalhar em prol do bem e da felicidade de todos, proporcionando benefícios sociais e planetários. 6º ano – Discrição: suportar e suavizar, parecer não perceber as falhas do outro, evitando constrangimentos públicos. Agir com reserva e, se convir, repreender, comunicar fraternalmente no momento oportuno. Compaixão: é a comunhão com o sofrimento do ser humano e com a natureza. Não se alegrar com a dor ou o fracasso do outro. Sentir desejo de minorar a infelicidade alheia e se desdobrar para aliviá-la. Um coração que sente compaixão sai da indiferença e se oferece para promover os excluídos. 7º ano – Poder-serviço: Não ser arrogante, ser altruísta na medida em que se presta às necessidades do outro e da comunidade. Ser atencioso e modesto. Usar a autoridade do poder para servir e não em proveito próprio. “Lavar os pés dos discípulos”, como Jesus. Visar à justiça e à Glória de Deus. 8º ano – Caráter: ser porto seguro nos momentos difíceis, dar um sorriso sincero nos momentos felizes, ter autenticidade. Não permitir a dissimulação, ser prudente e moderado nas ações e no falar, buscar promover a paz em todos os ambientes sociais.
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gente nossa © Foto: Acervo pessoal
Ex-aluno Marista levanta a torcida com a bola nos pés
Fome de bola Com 21 anos de idade, o quarto goleiro do Corinthians Matheus Vidotto Caldeira coleciona títulos de um veterano. Ele dominou a camisa 1 do time na categoria 93 e conseguiu a consagração na Copa São Paulo de 2012. Mas o maior desafio veio com a convocação pelo técnico Luis Felipe Scolari para disputar um amistoso da Seleção. O que começou como hobby no Colégio Marista Glória tornou-se profissão e a maior paixão da sua vida.
Por quanto tempo você estudou no Glória? Quais são as lembranças que você guarda? Comecei na Educação Infantil e permaneci até o 4º ano do EF. Gostava tanto da Escola que me lembro da minha mãe esperando uma hora no portão para me levar embora e eu nunca queria ir. São tantas lembranças que eu precisaria de um livro pra contar todas. De que forma o Colégio contribuiu com sua história no futebol? A maior contribuição foi de ter começado a brincar de futebol nas quadras do Colégio. Lembro que ganhamos um campeonato interno que eu joguei doente. Foi o empurrão inicial para eu ir jogar no Clube Atlético Ypiranga, meu primeiro time. Quais foram os principais aprendizados que você leva do Marista? Tudo que eu aprendi na minha infância foi graças ao Glória. Convivi com muita gente, aprendi desde a amarrar meus tênis, até escrever e jogar futebol. O Colégio foi muito importante, e sempre vou me lembrar de tudo que vivi ali.
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Como foi sua trajetória até chegar ao elenco profissional do Corinthians? Depois de treinar no Glória, fui para o Clube Atletico Ypiranga, onde comecei a jogar campeonatos da Federação Paulista de Futebol. Depois, fui para o São Paulo, fiquei dois anos lá, até, finalmente, entrar no Corinthians, que é onde jogo até hoje. Quais foram os principais desafios que você precisou superar para chegar onde chegou? Sonhar e lutar para ser um jogador de futebol foi uma escolha que eu fiz quando ainda era uma criança. Eu decidi que iria abdicar de tudo que as pessoas "normais" faziam para lutar pelo meu sonho. Meus amigos saíam da escola e iam se divertir enquanto eu treinava. Tive que estudar à noite, aguentar pressão, trocar a minha infância pelo futebol. Comecei essa luta com mais ou menos dez anos; hoje, tenho 21 e minha carreira está só começando. As recompensas são enormes, mas o caminho é muito difícil. Qual foi sua principal conquista como jogador? A que mais me marcou foi a Copa São Paulo de 2012, que ganhamos de
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virada em um Pacaembu com 38 mil pessoas. Qual foi o momento mais marcante na sua carreira? Com certeza a minha convocação pra Seleção Brasileira. Estava vendo um jogo da Champions League quando o Galvão Bueno anunciou os convocados para um amistoso na Bolívia e falou meu nome. Totalmente inesperado, uma emoção única pra mim e pra minha família. O que o Corinthians representa hoje para você? Tudo. Se não fosse pelo Corinthians, eu nunca teria sido convocado para as seleções de base e profissional, não teria a experiência que eu tenho, não teria vivido tudo que vivi. Sou muito grato ao clube. Quais são seus principais sonhos como atleta? Meu grande sonho no momento é estrear pelo time profissional e voltar a jogar pela Seleção Brasileira para a disputa das Olimpíadas 2016.
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essência
Formar jovens atuantes e comprometidos com o
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conhecimento e o cultivo de valores fazem parte da vida do estudante em nossos Colégios. E, assim, formamos cidadãos comprometidos com o presente e o futuro. Isso tudo é um compromisso de nossa visão e resultado de um processo contínuo de educação cristã e Marista, que vê o indivíduo de forma integral, cuja experiência ele carregará para toda a vida. Igualmente, ao olharmos para a história da educação Marista, encontramos o mesmo amor e empenho educativo. Na própria memória do caro leitor devem haver diversas experiências inesquecíveis envolvendo estudantes e familiares nas escolas Maristas. São muitos os Irmãos e professores que têm orientado e desafiado os jovens a superar as próprias metas e a construir com dignidade a vida profissional e vocacional.
Acima de tudo, como repetia São Marcelino Champagnat aos primeiros Irmãos: “Para bem educar uma criança é preciso antes de tudo amá-la!” – princípio este que precisa se tornar prática em cada época. Assim, continuamos hoje partícipes com a família, primeira educadora, na formação integral das crianças e dos jovens a nós confiados. Por isso, convido todos a repensarem, contarem e escreverem sua própria experiência de formação integral e seu significado para a vida.
irmão onorino Moresco Diretor do Colégio Marista Rosário (RS)
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© Foto: Acervo pessoal
Num certo dia, há um ano e meio, entrou pela portaria do Colégio Marista Rosário um senhor de cabelos brancos. O ex-aluno foi recebido e acolhido como de costume. Aproximo-me, dizendo meu nome, e, com singeleza, ele me pede permissão para ver o pátio do Colégio. Eu o acompanho e quando chegamos ao destino, com um olhar longínquo, ele demonstra querer ficar só. Meia hora mais tarde, passo pelo local e o vejo sereno. Eis que o visitante diz: “Obrigado, Irmão, revivi a vida de estudante neste pátio pelo qual passei”. Em sua sabedoria e agradecido, foi saindo de mansinho após contemplar parte de sua trajetória. Esse e tantos outros relatos e vivências com que nos deparamos diariamente remetem à riqueza do jovem como protagonista de sua história. Os desafios em diferentes áreas do
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um novo começo
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Crianças encarceradas
© Fotos: João Borges
e uma casa de direitos
Na tentativa de assegurar os direitos da criança, Rede Marista de Solidariedade assume creche da Penitenciária Feminina do Paraná. Formação pautada em valores e amor é o foco dessa mudança Por Michele Bravos
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Atrás do portão verde de ferro da Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, uma das penitenciárias estaduais de segurança máxima do país, estão em clausura, além de pouco mais de 400 presas, cerca de 40 crianças entre zero e 3 anos de idade. Em casos em que a mulher é presa grávida, seu bebê nasce em cárcere e, por lei, lá ele pode permanecer até os 6 anos de idade. A mesma justiça também prevê, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas”, compreendendo-se que liberdade é poder ir e vir, conviver em ambiente familiar e comunitário sem discriminação, brincar, praticar esportes e se divertir.
Com o objetivo de assegurar os direitos da criança, a Rede Marista de Solidariedade (RMS) assumiu, no segundo semestre de 2014, o espaço Cantinho Feliz, uma creche localizada dentro da penitenciária e que, até então, era mantida pelo Estado. Com a mudança, o espaço passa a se chamar Centro Social Marista Estação Casa. Viviane da Silva, gerente educacional das unidades da RMS, destaca a importância de projetos pautados em valores e, principalmente, no amor em locais de extrema vulnerabilidade, como é o caso da creche na penitenciária. Lá, a urgência é ainda maior por se tratarem de crianças na fase da primeira infância – período determinante para o desenvolvimento cognitivo e social do indi-
víduo. É nessa fase também que a criança passa a ter consciência de sua existência. O novo nome do espaço não é à toa e faz jus ao que ele se propõe a ser: um espaço acolhedor, que promove o fortalecimento de vínculos entre mãe, criança e família, respeitando as culturas infantis e proporcionando às crianças acesso ao mundo que está além-muros. “É um espaço que se diferencia da instituição prisional, com dinâmicas e processos que respeitam as culturas infantis e a maternagem, garantindo a dignidade e promovendo a efetivação de direitos”, afirma Viviane.
Parceria O projeto da RMS é uma consequência de um trabalho que já vem sendo realizado na penitenciária por meio do programa Ciência e Transcendência: Educação, Profissionalização e Inserção Social, idealizado por Fernando Arns e em execução desde 2012. O programa é coordenado pela Pastoral da PUCPR e está sob a coordenação de Cristiane Arns. Até o primeiro semestre de 2014, um dos projetos do programa era aplicado na creche, com foco no resgate do vínculo mãe e bebê, por se entender que uma educação com raízes no amor pode trazer transformações futuras. Cristiane conta o quanto é admirável presenciar a mudança de comportamento das mães com seus filhos. Antes do programa, não havia delicadeza no cuidado com o bebê. Hoje, ouve-se até música de ninar pelos corredores frios e cinzentos. A maioria das detentas mães verbaliza o quanto esse novo olhar para os filhos as fez ver uma nova perspectiva de futuro para elas próprias e poder sonhar um caminho diferente para seus filhos. Em um primeiro momento, atuarão na Estação Casa dois técnicos, sendo um coordenador e um assistente social, além de dois educado-
res. Por ser uma iniciativa inovadora no país, Viviane ressalta a importância de um planejamento que pondera os riscos e desafios de tanta mudança. “É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no contexto complexo de uma penitenciária. Outro ponto de atenção é ampliar as ações que visam humanizar as relações com esse espaço, inclusive extrapolando o tempo da criança na penitenciária. Há de se pensar na saída da criança e na continuidade desse vínculo”, explica a gerente educacional. Segundo Viviane, “as crianças que nascem na penitenciária estão na fronteira da invisibilidade das políticas públicas, fragilizadas pela realidade do cárcere”, por isso, é também desafio para a RMS levar para discussão nacional políticas públicas que assistam às crianças em contexto prisional. Todo o planejamento do Centro Social foi respaldado pela experiência da equipe do Programa e da própria direção do presídio e contou com o auxílio de uma consultoria social.
É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no contexto complexo de uma penitenciária. Viviane da Silva Gerente educacional das unidades da RMS
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como fazer
De olho no
Apesar de relativamente novo, o termo “bullying” apenas define uma série de comportamentos bem mais antigos. O que fazer quando esse temido vilão está à nossa volta? Por Mahani Siqueira
Não faz muito tempo que o termo "bullying" ganhou os holofotes e passou a ser alvo de frequentes e intermináveis discussões por parte de professores, psicólogos e pais. Atos de agressão física ou verbal no ambiente escolar, no entanto, existem há muito mais tempo do que se possa calcular, ainda que sem uma denominação específica. Foi apenas no começo da década passada que a palavra originada de bully (valentão, em inglês) incorporou-se ao vocabulário de verbetes comuns nas conversas de educadores e definiu um nome para a preocupação de inúmeros pais em relação ao comportamento de seus filhos na escola. Muitas vezes, descobrir que as crianças estão praticando ou sendo vítimas de bullying é uma tarefa complicada e que exige atenção detalhada das pessoas à sua volta. Segundo a psicóloga clínica Juliana Potter, especializada em terapia familiar e parceira dos Colégios Maristas, são vários os sinais que os
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filhos podem dar para demonstrar que estão sofrendo provocações ou algum tipo de agressão na escola ou em atividades paralelas. Em todos os casos, de acordo com a psicóloga, é fundamental que os adultos estejam com o radar em pleno funcionamento. “A criança pode se manifestar de diversas maneiras: por meio de dores psicossomáticas (sempre ter dor de barriga na hora de ir para a escola, por exemplo), evitando atividades relacionadas à escola (medo de pegar a van, medo de ser assaltado perto da escola, perder os trabalhos da escola e objetos importantes), diminuição do contato com os amigos, irritação, tristeza, pesadelos, choro frequente, cansaço extremo, abatimento, alterações de apetite, entre outros. É importante dizer que nenhum desses sintomas de forma isolada caracteriza o bullying. Por isso, os pais devem estar atentos sempre para agir com rapidez e de maneira assertiva”, avalia Juliana.
Marilisa Fraga, psicóloga e psicanalista infantil, entende que é importante os pais prestarem atenção para não interpretarem os sinais dos filhos de maneira errada e, na pressa, já definir como bullying um comportamento que, se avaliado com mais calma e cuidado, pode se revelar apenas um episódio isolado ou até mesmo um apelo por mais carinho. Segundo Marilisa, a generalização é um perigo constante quando se trata desse tema. “Os pais devem tomar cuidado para não serem seduzidos pelos afetos direcionados aos filhos e ter a tendência natural de generalizar e tomar o bullying como verdade absoluta antes de uma investigação mais profunda. Uma queixa que o filho chama de bullying pode ter sido apenas uma crítica mais dura de um amigo irritado ou pode estar sendo hiperdimensionada pelo jovem. Outra possibilidade é que se trate de um pedido de atenção fraterna, que acaba simplesmente sendo nomea-
Existem muitas maneiras de lidar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a criança agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas.
bullying Juliana Potter Psicóloga
É importante manter um bom contato com a escola para compreender o que acontece e buscar a melhor atitude a ser tomada de maneira conjunta”, comenta a psicóloga. De acordo com Marilisa, a investigação detalhada e a identificação precisa do que acontece com a criança ou com o jovem é o primeiro passo antes de definir qual a atitude mais correta a se tomar. “Nesses casos, os pais devem procurar a coordenação da escola e checar informações do atual comportamento e das atitudes do filho naquele ambiente. Essa é primeira providência a ser tomada pelos pais, pois determina muitas vezes se há ou não reais necessidades de encaminhamento terapêutico para o psicólogo”, complementa. Outra preocupação que deve ser levada em conta pelos responsáveis é saber que o filho pode ser, na verdade, o autor de atitudes consideradas bullying. Nesses casos, o diálogo também se faz fundamental, assim como a
aceitação do fato e seu enfrentamento. É o que garante Juliana. “É importante não negar a situação ou tapar o sol com a peneira. Conversar com o filho sobre a responsabilidade e o impacto das atitudes na vida do agredido pode ser um bom começo. Se a agressão acontece pela internet, os pais devem estar mais atentos e supervisionar as ações do filho de perto. Buscar maneiras de reparação junto ao agredido e atividades que desenvolvam comportamentos mais empáticos. A ajuda de um profissional também pode ser muito importante”, finaliza a psicóloga. © Foto: Acervo pessoal
do com clichês pela criança. É preciso ter muita atenção flutuante para captar o que está sendo dito e o que ele quer dizer simbolicamente com aquela queixa”, opina Marilisa. A partir do momento em que o bullying é constatado, a conversa torna-se uma ferramenta imprescindível para evitar maiores danos e prevenir que os temidos episódios voltem a acontecer. A psicóloga Juliana defende que qualquer solução ou resposta a agressões deve ser buscada em conjunto entre todas as partes envolvidas. Ela garante, ainda, que a comunicação, quando frequente no dia a dia, pode ser um excelente instrumento contra o bullying. “Existem muitas maneiras de lidar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a criança agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas.
Marilisa Fraga, psicóliga e psicanalista infantil.
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CoMPanheiroS de viaGeM No livro “Pais e Filhos – Companheiros de Viagem, uma Educação Para a Felicidade”, Roberto Shinyashiki nos presenteia com um conselho ímpar: devemos, como professores e pais, ajudar nossos alunos e filhos a realizar suas próprias vocações, libertando-os de um sonho ou projeto de vida que não lhes pertença. É um livro para a família e os alunos, principalmente para aqueles que estão prestes a encarar os vestibulares e, consequentemente, para a família que vive tudo isso junto. Somos educados para o sucesso ou para a felicidade? Um problema filosófico bem pertinente para o momento de nossos alunos e filhos. Marciel Colonetti, professor de Filosofia no Ensino Médio do Colégio Marista Paranaense - Curitiba (PR)
o QUe QUero Ser QUando CreSCer? A incômoda pergunta "o que quero ser quando crescer?" requer a busca constante pelo autoconhecimento e por informações sobre cursos e carreiras. A família tem papel importante no envolvimento, na preparação e na execução das atividades da escola e de exames externos. O Maristão oferece ações como Orientação de Estudos, Feira de Profissões e Conexão Universidade e demais projetos que buscam orientar a caminhada. Uma boa dica é o Guia do Estudante Abril, que traz sempre conteúdos atuais, que podem ser úteis nos concursos vestibulares de todo o país.
© Fotos: Divulgação
Matheus kaiser Cabral Brandão, assistente psicopedagógico do Colégio Marista de Brasília - EM (DF)
CanaL do enSino Vivenciamos e demonstramos o nosso jeito Marista de ser e de educar por meio da autonomia no desenvolvimento acadêmico de cada estudante, enfatizando a pluralidade de conhecimentos e investindo na capacitação dos nossos jovens de maneira significativa e produtiva. É nossa missão cotidiana fazer com que eles desenvolvam habilidades e competências que os realizem plenamente. O portal Canal do Ensino é uma ótima ferramenta, que pode auxiliar os jovens na busca por capacitação e conteúdos relevantes, tendo a internet como aliada. Maira Bachmann Wroblewski, coordenadora psicopedagógica do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio do Colégio Marista São Luís - Jaraguá (SC)
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o eSTUdo e aS MÍdiaS diGiTaiS Com a liberação da rede wireless na escola, vários professores estão repensando suas aulas e projetos, integrando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em suas práticas docentes para facilitar o processo de ensino-aprendizagem e a avaliação por meio de aulas criativas, interativas e inovadoras. Por exemplo, produção de texto no Whatsapp, Plataforma Oxford para prática em Língua Inglesa, EDMODO para uma maior interação entre professor e aluno, ferramentas de autoria, dentre outros. nelson Luiz Felipe Coelho, coordenador psicopedagógico do Colégio Marista Londrina (PR)
Treino Para a vida O filme “Coach Carter - Treino Para a Vida” traz a história de um treinador que decide mostrar os diversos aspectos dos valores de uma vida ao suspender seu time campeão por causa do desempenho acadêmico dos atletas. Dessa forma, Ken Carter recebe elogios e críticas, além de muita pressão para levar o time de volta às quadras. A história leva à reflexão além das quatro linhas e pode perfeitamente ser utilizada como suporte de orientação em busca do sucesso ou do acerto em decisões. Fábio acencio, professor do Colégio Marista de Maringá (PR)
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diversão
Arte circense que se aprende na escola Atividade extracurricular privilegia o contato com a arte do circo, proporcionado aos alunos o desenvolvimento motor, a convivência e o trabalho em equipe Por Janaína Fogaça
Tatames, bolas, pratos de plástico, malabares, tecido. Os itens descritos bem podiam representar um legítimo picadeiro, e é exatamente isso que acontece no ginásio de esportes do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR): aulas de circo. Há cerca de 3 anos, a unidade oferece aos seus alunos a modalidade como atividade extracurricular. "A aposta nas
aulas de circo deu tão certo que, atualmente, além dos 45 alunos matriculados, temos outros 20 em fila de espera", diz o supervisor do Núcleo de Atividades Complementares, Anderson Retechuki. Atualmente, 45 alunos entre 7 e 17 anos participam das aulas que acontecem no contraturno escolar uma vez por semana, durante 50 minutos.
a neCeSSidade de Ser CriaTivo Tudo começou em 2010, quando a professora Patrícia Dal Molin apresentou o projeto para a direção do Colégio. "Queria apresentar uma proposta nova, de algo que fosse criativo, interativo e diferente. Então, aliei duas paixões: o circo e as aulas", conta a professora, que traz consigo uma bagagem circense, pois a sua avó fazia apresentações no picadeiro quando jovem. Em 2001, Patrícia engravidou, e a rotina das aulas de Educação Física ficou comprometida. "Eu não podia mais exercer as atividades que exercia anteriormente, como a ginástica e a capoeira, foi um momento de adaptação para mim, então, aproveitei os sábados para praticar as atividades circenses e aos poucos ir retomando a rotina", diz a professora, que se orgulha ao mencionar que o filho, de apenas 3 anos, já está iniciando nas atividades circenses. Oferecida como opção de atividade extracurricular, as aulas circenses vêm ganhando espaço por engajarem crianças e adolescentes em exercícios físicos de forma lúdica e estimularem a concentração, a disciplina, a expressão corporal e o trabalho em equipe, incluindo a confiança em si mesmos e nos colegas. Em Curitiba, além do Colégio Santa Maria, o Marista Paranaense também oferece a atividade.
A técnica circense trabalhada pela professora Patrícia durante as aulas foca a coordenação motora para crianças de 5 a 7 anos. A partir dos 10 anos, as crianças começam a ter um contato mais amplo com as técnicas. "Procuro trabalhar com as crianças menores os malabares, a cama elástica e o slackline, pois eles ajudam a desenvolver o equilíbrio, a coordenação motora e psicomotora, além da autoconfiança. Com os maiores, conseguimos ousar um pouco mais nas acrobacias em tecido", afirma Patrícia. Dentre os benefícios oferecidos pela prática estão o favorecimento da força e a valorização do trabalho em equipe, fazendo com que alguns alunos que antes eram tímidos comecem a se "soltar". "Temos relatos de pais e professores que dizem que o aluno era tímido, retraído, e que com as aulas de circo, começou a socializar mais com os colegas e também em casa", conta a professora.
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© Fotos: Gilberto do Rosário
FoCo no deSenvoLviMenTo
Companheiras de acrobacia A estudante do 8º ano do Ensino Fundamental Larissa Serbena estava em busca de uma atividade complementar diferente quando soube das aulas de circo oferecidas pela Escola. "Eu quis saber o que exatamente a atividade oferecia. No início, achei que era mais voltada para a parte de clown (palhaços), mas quando eu vi que tinha atividades em tecido, eu achei muito legal e quis me inscrever", conta a estudante. Em seguida, Larissa convidou a melhor amiga e colega de classe, Giulia Pizzatto, a se inscrever. A relação de amizade e companheirismo entre as duas é nítida e fica mais evidente quando elas desenvolvem atividades juntas. O tecido é a paixão de ambas, e para chegar lá no alto, Larissa conta com a ajuda de Giulia e vice-versa. "Nós nos conhecemos desde os 3 anos de idade, e de um ano para cá, somos amigas inseparáveis. A atividade de circo é algo de que nós duas gostamos muito e costumamos nos ajudar nas acrobacias. Acho fundamental poder ter com quem contar na hora em que estamos desenvolvendo essas atividades", diz Giulia. Além do gosto pela atividade, as duas têm em comum a vontade de ir cada vez mais longe: "Cada vez que a gente consegue se sair bem em um exercício e consegue dominá-lo, tem vontade de partir para outros mais difíceis – inclusive, pesquisamos na internet exercícios que ainda não tenhamos feito e trazemos para a professora nos auxiliar", afirma Giulia. A disposição e o interesse das meninas chamou a atenção da professora. Patrícia conta que Giulia e Larissa pedem para treinar até mesmo depois que aulas acabam. "Normalmente, a aula delas acaba por volta de duas horas da tarde, mas elas pedem para ficar um pouco mais. É gratificante saber que consegui despertar nelas essa vontade e a paixão por esse esporte", conta, emocionada, a professora. No início, os pais ficaram um pouco preocupados com a ousadia das meninas e a vontade de ir cada vez mais fundo no esporte. "Meus pais achavam perigoso, mas hoje já estão mais confiantes. Toda vez que conto para a minha mãe que aprendi um exercício diferente, que envolve acrobacias no tecido, ela fica apreensiva", conta, entre risos, Giulia. Quando perguntadas se pretendem seguir carreira na ginástica ou em atividades relacionadas ao circo, as duas garotas são enfáticas: "Talvez como uma atividade paralela, mas meu sonho é ser médica", diz Giulia. "E o meu é ser arquiteta", completa Larissa.
Investimento A modalidade tem custo simbólico para os participantes. O investimento maior se dá pela Instituição ao adquirir os equipamentos, mas para quem pratica a modalidade, além do interesse e da força de vontade, são necessários os seguintes itens: l l l l
Calça legging Camiseta Colant para apresentações Sapatilha de ginástica rítmica desportiva
Quanto aos acessórios a serem adquiridos pelas Instituições, são necessários malabares, que custam por volta de R$ 200; tecido, R$ 250; trapézio, R$ 600; e lira, R$ 250.
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Questionamentos sobre a © Fotos: Divulgação
Lei da Palmada
Assunto polêmico esse. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?
Em primeiro lugar, temos que definir o que vem a ser uma palmada: como o próprio nome sugere, é o bater com a palma da mão. Quem já levou uma palmada quando criança de seus pais por algo de errado que tenha feito e sente-se “traumatizado” por isso? Difícil encontrar um exemplo. Estamos falando aqui daquela “palmada corretiva”, quando os argumentos verbais já foram explorados e esgotados sem efeito e os pais sentem-se “obrigados” a partir para uma intervenção física para que a criança entenda de uma vez por todas o que está sendo pedido ou ordenado. Existe sempre a “tática do 1... 2... 3!” antes de bater, que consiste em dizer para a criança que ela está fazendo algo errado e deve parar imediatamente. Você contará até três pausadamente: caso ela não tenha parado no três, levará uma palmada. Dessa forma, está sendo advertida verbalmente e tem a chance de evitar um possível castigo mais severo se não obedecer, tendo a escolha de parar o que está fazendo para não apanhar. Geralmente, elas param antes do três e não é preciso bater. Mas nem todas são tão fáceis de lidar. Há aquelas que insistem em provocar e testar os limites dos pais achando que não acontecerá nada demais, e quando levam a palmada, param instantaneamente, como se a ficha da autoridade dos pais caísse naquele momento, forçando-as a obedecê-los. Estamos falando, aqui, de crianças pequenas, até seus 5 ou 6 anos, algumas um pouco mais. E a palmada é pontual, funcionando como um “basta” ao comportamento a ser corrigido. Nada que deixe marcas no corpo, ou que seja humilhante (como tapa no rosto, inadmissível). Totalmente diferente de surras, em que os pais muitas vezes utilizam objetos para bater nos filhos, deixando, aí sim, marcas visíveis da violência empregada. O Estatuto da Criança e do Adolescente condena o
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uso de maus tratos contra tais vítimas em sua educação, apenas não definindo se são físicos ou morais. A nova lei deixa expresso que não se pode usar “castigo corporal” contra crianças e adolescentes, embora a “palmada corretiva” ainda seja permitida, ao contrário da “palmada agressiva”. Mas quem definirá o limite entre o corretivo e o agressivo? Esse critério é extremamente subjetivo, o que, certamente, dará brecha para inúmeras interpretações. Aí pergunto: como ficam os maus tratos verbais e emocionais contra os menores, que podem ser de longe mais traumatizantes para os futuros adultos, que provavelmente crescerão com marcas psíquicas profundas e, por vezes, incuráveis? Quanto aos aspectos práticos e à eficácia, como prevenir os maus tratos ou o tratamento degradante e cruel quando a lei não prevê sequer pena ao infrator? Talvez essa lei seja útil apenas para trazer o assunto à baila e provocar discussões, forçando-nos a olhar para os inúmeros casos de violência doméstica que acontecem rotineiramente em grande parte das famílias brasileiras. Marina vasconcellos é psicóloga pela PUCSP; especialista em Psicodrama Terapêutico pelo Instituto Sedes Sapientiae; psicodramatista didata pela Federação Brasileira de Psicodrama (FEBRAP); e terapeuta familiar e de casais pela Unifesp.
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Aprendizado
virtual
Antes considerados ameaçadores e perigosos, games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidades Por Mahani Siqueira
Por muito tempo, eles foram vistos como inimigos da saúde, causadores de episódios frequentes de mau comportamento, incitadores de atos violentos e perigosos para a formação de qualquer criança ou adolescente. Hoje, os games assumiram um novo papel e, embora ainda despertem alguma desconfiança aqui ou ali, podem ser poderosos instrumentos no processo educativo. A NeuroGames é uma iniciativa que comprova as inúmeras utilidades que os jogos virtuais podem ter para trazer diferentes benefícios. A empresa, que tem como principal área de atuação o desenvolvimento de ferramentas para saúde com foco na educação, já elaborou jogos em parceria com universidades federais e internacionais e, atualmente, cria games capazes de detectar precocemente habilidades cognitivas e socioemocionais de crianças e adolescentes. Segundo Thiago Rivero, neuropsicólogo e um dos fundadores do projeto, são várias as habilidades necessárias na hora de comandar o joystick. “Todos os games exigem o desempenho de habilidades cognitivas e socioemocionais. Quando jogamos,
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atenção, memória, controle do impulso, tomada de decisão, gerenciamento de habilidades sociais e outras tantas são requisitados. Por meio dos jogos, provocamos o uso dessas funções e, assim, podemos construir ferramentas de avaliação e estimulação das habilidades cognitivas. Com isso, podemos conhecer melhor as habilidades dos jogadores e, desse modo, construir, por meio da nossa plataforma e de nossa metodologia, intervenções que sejam ‘adaptadas’ e costuradas para as dificuldades e características individuais de cada um”, comenta Rivero. “Crianças e adolescentes entendem a linguagem simbólica e profunda dos games. Isso nos permite falar diretamente e, principalmente, negociar e explicar o que queremos. Com games, não é possível ser indulgente com as crianças. Elas sabem jogar e jogam bem; portanto, precisamos criar desafios e formas de avaliá-las que sejam motivadores e que tenham sentido. Os games são máquinas eficazes de aprendizado, e quando as crianças decifram seus códigos e suas formas de atuação, elas aprendem”, complementa o psicólogo da NeuroGames.
Para a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUCSP, a interação com os games pode despertar nas crianças uma série de habilidades, desde que sejam escolhidas as opções corretas e que os pais acompanhem o que os filhos têm em mãos. “Todos os games podem ser positivos de alguma maneira. As opções de guerra, por exemplo, exigem muita estratégia. Mas é importante ter sempre em mente qual é o interesse do jovem naquele jogo e saber como ele vê essa diversão”, analisa Luciana. Gerente de inovação e novas mídias da Editora FTD, Fernando Fonseca revela que a empresa já enxerga as plataformas digitais e os momentos de lazer como potenciais ferramentas de aprendizado que podem ser integradas com os livros. Segundo ele, assim também é possível fazer com que o estudo seja mais divertido e prazeroso. “Não há dúvida de que os jogos permitem criar uma experiência de ensino e de aprendizagem mais motivadora para todos, capaz de obter resultados superiores ao que, em geral, o professor consegue com outras estratégias”, finaliza Fonseca.
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O I C U L U E C L A O I G É L O C O D , L A LE A PARANAENSE, T S I R A M M 0 5 1 U E R R CO . S 1 , 1 2 EM E AÍ, QUE TAL SUPERAR ESSA CONQUISTA NO MARISTA DE LONDRINA? A OLIMAR 2015 ESTÁ CHEGANDO.
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