Em Família | Marista Glória

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2º Semestre • 2013 | 12ª edição

ENTREVISTA

Hélio Mattar fala sobre a urgência da mudança para um mundo sustentável

COMO FAZER

Férias: bom momento para os filhos aprenderem o valor do dinheiro

O exemplo vem de casa

Atitudes diárias praticadas pelos pais contribuem para a formação dos filhos sobre o consumo consciente


Um amplo conceito de educação para alunos, famílias, professores e escolas crescerem juntos.

AMPLIANDO FUTUROS O FTD Sistema de Ensino trabalha para ampliar as perspectivas do futuro para todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, oferecendo soluções educacionais inovadoras e diferenciadas: • Plano de ação em gestão escolar. • Avaliação e diagnóstico educacional e institucional. • Consultoria educacional e formação continuada – PUC. • Conteúdo impresso e digital integrado e disponível em multiplataforma (PC, notebook, tablet etc.). • Material didático com abordagem metodológica totalmente alinhada – da Educação Infantil ao Ensino Médio. • Plataforma digital que integra usuários e disponibiliza ferramentas e conteúdos específicos para alunos, família, professores, coordenadores e direção. Para conhecer os diferenciais e soluções do FTD Sistema de Ensino, solicite a visita de um consultor comercial:

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Ampliando Futuros


Combinação única de bons valores e excelência.

O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos com o compromisso de promover e defender os direitos das crianças e dos jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da

Presidente do grupo marista Ir. Délcio Afonso Balestrin Superior Provincial Ir. Joaquim Sperandio Superintendente Executivo do grupo marista Marco Antônio B. Cândido Superintendente Executivo da Área de Educação Paulo Serino Diretor-executivo da Rede de Colégios Ir. Paulinho Vogel Assessoria de Comunicação Camila Matta, Danielle Sasaki, Fabiana Ferreira, Fernanda Jacometti, Irene Simões, Karen Fukushima, Leandro Martins e Vivian Lemos Comunicação e Marketing Colégios Ana Carolina J. Ranocchi, Camilla Stivelberg, Carlos Eduardo Cruz, Elaine dos Santos Cezaro, Eziquiel M. Ramos, Fábio S. Aparício, Fernando C. Domanski, Guilherme F. Neto, Keila R. D. de Castro, Kely C. de Souza, Luiza B. Fleury, Mayara A. Haudicho, Mayara Gutjahr, Natália S. C. Raso, Natália V. de Souza, Raquel A. Bortoloso, Tamiris Domingos, Tatiane Pereira, Yolanda Drumon, Washington M. Silva. Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR 8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500

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educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente

BRASÍLIA Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400 Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-750 | (61) 3445-6900 Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e 1º Ano do Ensino Fundamental SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400 SÃO PAULO Colégio Marista de Ribeirão Preto Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400 Colégio Marista Arquidiocesano Rua Domingos de Moraes, 2565 - Vila Mariana São Paulo-SP - CEP 04035-000 | (11) 5081-8444 Colégio Marista Nossa Senhora da Glória Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci - São Paulo-SP CEP 01518-000 | (11) 3207-5866 PARANÁ Colégio Marista Paranaense Rua Bispo Dom José, 2674 - Seminário - Curitiba-PR (41) 3016-2552 Colégio Marista Santa Maria Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - São Lourenço Curitiba-PR CEP 82200-210 | (41) 3074-2500

com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.

Colégio Marista de Cascavel Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel-PR CEP 85812-011 | (45) 3036-6000 Colégio Marista de Londrina Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina-PR CEP 86060-000 | (43) 3374-3600 Colégio Marista de Maringá Rua São Marcelino Champagnat, 130 - Centro Maringá-PR - CEP 87010-430 | (44) 3220-4224 Colégio Marista Pio XII Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho Ponta Grossa-PR - CEP 84015-440 | (42) 3224-0374 SANTA CATARINA Colégio Marista São Francisco Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó- SC CEP 89801-500 | (49) 3322-3332 Colégio Marista de Criciúma Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma-SC CEP 88811-503 | (48) 3437-9122 Colégio Marista São Luís Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 - Centro Jaraguá do Sul-SC - CEP 89251-700 | (47) 3371-0313 Colégio Marista Frei Rogério Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba-SC - CEP 89600-000 (49) 3522-1144 GOIÂNIA Colégio Marista de Goiânia Avenida Oitenta e Cinco, 1440 - Santa Marista Goiânia-GO - CEP 74.160-010 | (62) 4009-5875

Projeto gráfico Estúdio Sem Dublê DIAGRAMAÇÃO Julyana Werneck Foto DE CAPA Letícia Akemi 12ª Edição | 2º Semestre 2013 Periodicidade Semestral

Revisão Lumos | Bureau de Traduções

Jornalista Responsável Rulian Maftum / DRT Nº 4646 Supervisão Danielle Sasaki (Grupo Marista) e Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação) Redação rede Michele Bravos, Julio Cesar Glodzienski, Elizangela Jubanski Redação Local Aline Andres (Joaçaba), Andressa Ferreira (Goiânia), Camilla Stivelberg (Brasília), Daniela Nogueira (São Paulo e Ribeirão Preto), Erika Gonçalves (Cascavel, Londrina e Maringá), Janaína Mônego (Chapecó), Kelly Erdmann (Jaraguá do Sul e Criciúma), Mahani Siqueira (Curitiba e Ponta Grossa), Yolanda Drumon (Colégio Marista Arquidiocesano).

R. Amauri Lange Silvério, 270 Pilarzinho Curitiba-PR – CEP: 82120-000 Tel.: (41) 3271-4700

Capa Márcia Yamada e Camila

Ayumi Honda do Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS)

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Locação Hotel Deville

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© Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

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índice

capa

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Educação vem de casa. Quando o assunto é consumismo, os pequenos seguem os passos dos pais.

1ª impressão

dia a dia

entrevista

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Baseada nos princípios e valores herdados por Marcelino Champagnat, a Rede Marista de Colégios propõe aos seus alunos uma existência que não seja pautada pelo ritmo ou poder de consumo.

Afim de evitar o desperdício de alimentos, Colégios Maristas investem na formação dos pequenos como agentes disseminadores do consumo consciente.

essência

solidariedade

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Irmãos Maristas falam sobre o voto de pobreza e a presença Marista entre os indígenas.

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Saiba como as Unidades Sociais Maristas aderem a práticas mais conscientes de consumo.

índice

como fazer

compartilhar

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diversão

olhar

curiosidade

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Férias é sinônimo de lazer e experiências de valor. Com uma programação bem feita, é possível fazer sobrar diversão e não faltar dinheiro.

Reúna toda a família e relembrem antigas brincadeiras. Para se divertir, basta imaginação!

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A preocupação com o futuro do planeta começa agora. Em entrevista, Hélio Mattar, diretorpresidente do Instituto Akatu, fala sobre as mudanças necessárias no modo de vida das pessoas.

Alunos e professores dão dicas de livros, músicas, sites, programas de TV, entre outros, relacionada ao tema central desta edição.

Ademar Batista Pereira traz uma reflexão sobre hábitos consumistas que vão contra a sustentabilidade.

seu colégio

Confira as matérias elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.

Mito ou verdade? Descubra se comprar alivia ou não o estresse do dia a dia.


Consumo,

1ª impressão

logo existo! A edição da Em Família deste semestre aborda o tema do consumismo – aquele ato desenfreado que, sem necessidade, nos leva a querer cada vez mais e cada vez melhor, em busca do preenchimento de uma lacuna. Sabemos quão difícil é a tarefa de saciar essa sede. Somemos a isso os milhões de seres que compõem o planeta. Quanto isso representa em termos de meio ambiente, da destruição que causa, do insuficiente poder de reposição da natureza frente ao ritmo, quase que incontrolável, de retirada de recursos do seu meio?! A educação, segundo os princípios e valores Maristas, herdados de Champagnat, que compõem a proposta pedagógica e educacional dos Colégios Maristas, assim como das demais instituições que fazem parte do Grupo Marista, propõe que a existência das pessoas não está pautada pelo ritmo ou pelo poder com que consomem. Fazemos, portanto, o possível para que os alunos Maristas e suas famílias encontrem em nossos espaços educativos as condições e os princípios que os fazem “existir”, não a partir do que consomem, mas a partir de valores sólidos, capazes de lhes preencher as lacunas existenciais inerentes a todos os seres humanos. Oxalá tenhamos em nossa sociedade, em nosso país, em nossa cidade pessoas cada vez mais livres e conscientes de sua cidadania, pautadas por valores humanos e cristãos para respaldar suas ações e preencher a lacuna de seus corações. Quem sabe não venhamos a ter uma sociedade constituída de pessoas que trabalham, amam, sejam felizes e, logo, existam.

Deixo ao leitor, na liberdade de sua consciência e de sua cidadania, a tarefa de concluir a frase: só faço parte da existência pelo fato de estar...

A educação, segundo os princípios e valores Maristas, herdados de Champagnat, que compõem a proposta pedagógica e educacional dos Colégios Maristas, assim como das demais instituições que fazem parte do Grupo Marista, propõe que a existência das pessoas não está pautada pelo ritmo ou pelo poder com que consomem.

Ir. Paulinho Vogel Diretor-Executivo da Rede Marista de Colégios

© Foto: João Borges

Quem ler o título acima certamente se lembrará da célebre frase “penso, logo existo”, do filósofo francês René Descartes (1569-1650), ao estabelecer o primeiro princípio de sua filosofia. Descartes cunhou sua curta oração quando, ao imaginar que tudo era ilusão e, ao mesmo tempo, perceber que ele próprio existia enquanto matéria, então ele mesmo não era ilusão e, uma vez que estava pensando em tudo isso, concluiu que existia, daí: penso, logo existo. Para Descartes, pensar é condição para existir. Fazer parte da existência material é consequência da sua faculdade humana de pensar, estar incluído, sentir-se membro de uma comunidade de seres pensantes. Assim, conclui-se: só faço parte da existência pelo fato de estar pensando. Outro dia, andando pelo shopping center, vi quantas coisas existem das quais não preciso para ser feliz. Fiquei contente por isso. Ainda andando pelo mesmo espaço, vi como foi difícil para uma mãe convencer o filho sobre algo de que ele não precisava. Mas me assustei também quando percebi o quanto nos identificamos com os outros a partir daquilo que consumimos. Parece que se não o fizermos, não nos sentiremos incluídos. Vestir a marca X, Y ou Z nos permite sentir que existimos. Talvez seja isso. O ato de consumir nos preenche uma lacuna importante da vida, fazendo-nos sentir pertencentes, incluídos, membros, enfim, existentes. É um círculo vicioso ao qual nos prendemos. Assim, conclui-se: só faço parte da existência pelo fato de estar consumindo.

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© Foto: Sxc.hu

dia a dia

Muito além do

prato de

comida Preocupados com o desperdício de alimentos e cientes da necessidade de desenvolver ações para a conscientização do consumo adequado de alimentos, os Colégios Maristas desenvolvem várias ações para trabalhar com os pequenos Por Julio Glodzienski

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Um rejeito no café da manhã ou no almoço, no lanche ou no jantar e o desperdício de alimentos acaba se tornando uma rotina no dia a dia. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), um terço dos alimentos produzidos é desperdiçado por ano no mundo todo. Isso significa que 1,3 bilhão de toneladas de comida têm como destino a lixeira. Pode-se dizer que esse comportamento tornou-se um hábito que passa despercebido aos nossos olhos. Peguemos como exemplo um pacote de bolacha. Por qual motivo você jogaria um terço desse pacote no lixo? A coordenadora psicopedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Marista Cascavel (PR), Marcia Ionara Eichstadt Piovezani, explica que o desperdício “é questão de educação alimentar, tem a ver com excesso de compra, má gestão dos alimentos em casa e não aproveitamento integral de talos, cascas, entre outros”. Desenvolver com as crianças uma cultura de reaproveitamento as torna professores e agentes de incentivo à importância do melhor aproveitamento de alimentos. Ações que representam um mundo saudável e mais comprometido. “É através de atitudes como essas que elas passam a orientar suas famílias sobre os cuidados para um consumo consciente”, explica Ana Paula Teixeira da Rosa, educadora de culinária e de letramento do Centro Social Marista (Cesmar) do Rio Grande do Sul. É pensando nesse mundo mais consciente que os Colégios Maristas estão comprometidos e preocupados com o desenvolvimento desse pensamento nos seus alunos. Para isso, promovem, com as crianças e os adolescentes, atividades capazes de desenvolver a consciência dos alunos em relação ao consumo.


© Fotos: Acervo dos Colégios

De olho no cardápio

Cultivando o próprio alimento

Pequenos cozinheiros

Um exemplo das ações dos Colégios Maristas é o trabalho desenvolvido no Colégio Maristinha Pio XII, de Brasília (DF), como conta a assistente psicopedagógica Sara Cristina da Costa: “Temos trabalhado a consciência no momento do lanche e estimulado o consumo de frutas, além de repassar mensalmente às famílias um cardápio com sugestão de lanches saudáveis elaborados por uma nutricionista.” No Ateliê do Gosto, um espaço dentro do Colégio, as crianças, juntamente com os professores, criam receitas saudáveis que incluem o reaproveitamento de folhas e cascas dos alimentos – muitos produzidos na própria horta. Depois, os alunos são convidados a experimentar a receita, comprovando essa divertida experiência. “Entendemos que, quando a criança faz parte e se sente inserida no processo, ela demonstra facilidade para provar o que elabora junto com os colegas”, completa Sara. São nessas pequenas ações que as crianças começam a perceber que existem outras soluções para aqueles alimentos que não agradam tanto e também aprendem a utilizar o que tem disponível nos armários de casa. Esse é um trabalho contínuo. “Quando falamos da formação das crianças, entendemos que, a cada dia, temos que fortalecer os conceitos que queremos que levem como aprendizado. Eles são a ponte entre escola e família. Por meio do que aprendem aqui, entendemos que relatam e cobram posturas de seus pais e familiares”, analisa a assistente.

O Colégio Marista de Cascavel (PR) promove atividades de culinária em que trabalham com as crianças os processos de produção dos alimentos, bem como o uso de alimentos naturais e industrializados. As crianças cultivam nos canteiros, participando desde a preparação do solo, semeadura, transplantes das mudas e colheita até a utilização dos alimentos ali cultivados na realização de receitas. “Os alunos podem perceber, mediante essas atividades, a importância de consumir alimentos nutritivos e naturais, em detrimento dos industrializados”, conta Marcia Ionara, coordenadora psicopedagógica. É por meio dessas ações que as crianças percebem todo o processo de cultivo do alimento até que ele chegue à mesa ou às prateleiras dos supermercados. “Os alunos passam a relacionar um planeta sustentável com a diminuição do consumo de alimentos industrializados, que possuem embalagens que irão poluir o meio ambiente”, completa a coordenadora. Os projetos pedagógicos, destinados a cada faixa etária, buscam estimular o consumo adequado. “Sempre que possível, as crianças são incentivadas a consumir alimentos nutritivos essenciais para manter a saúde do corpo”, diz Marcia.

Com a ideia de estimular o consumo consciente e fomentar uma mudança na postura das pessoas, ainda que por pequenos gestos, o Centro Social Marista (Cesmar), do Rio Grande do Sul, desenvolve um projeto de culinária. Para Ana Paula Teixeira da Rosa, educadora de culinária e de letramento, as pessoas, por vezes, não se dão conta do desperdício que realizam. “Acredito no efeito multiplicador. Se cada um dos receptores adotar uma pequena mudança em seu cotidiano para reduzir o desperdício ou estimular sua família e seus amigos nessa linha, haverá uma grande diferença”, explica. Na cozinha, eles aprendem a ser criativos e a buscar alternativas alimentares, além de aprender inúmeras formas para preparar e consumir um mesmo alimento. “Esse projeto tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância do reaproveitamento de alimentos que geralmente são descartados – e, junto a eles, vários nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento do organismo humano”, completa Ana. As hortas, de onde os alunos colhem os alimentos para a produção das receitas, também foram criadas para promover qualidade de vida. O foco está em estimular boas práticas ambientais e mostrar aos alunos algo muito além de valores nutricionais.

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capa

Pais que dão

exemplo responsável

Atitudes diárias podem auxiliar os filhos na prática do consumo consciente. São exemplos corriqueiros que tornam o ‘ter’ uma atitude responsável

© Foto: Letícia Akemi

Por Elizangela Jubanski

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A rotina da casa é naturalmente absorvida pelas crianças. O que os pais consomem, como gastam e de que forma descartam são ações que integram o dia a dia da família. Essas atitudes acabam se tornando perceptíveis aos pequenos, que incorporam cada detalhe e costume da família. Nessa perspectiva, é cada vez mais importante discutir a real necessidade do consumo e, além disso, como fazê-lo de forma consciente. Em época de tecnologia de ponta e acesso ao crédito fácil, consumir demasiadamente é quase um convite irrecusável. Saber mediar e decidir o que realmente se embrulha para levar para casa é o mais sensato quando se tem crianças observando toda atitude dos pais. A educadora e professora Ana Cristina Malacrida, do Colégio Marista Maringá (PR), acredita que a prática do bom exemplo é o método mais eficaz para orientar os filhos. “Levar os filhos, quando crianças, para comprar roupas e permitir que participem de todo o processo de procurar pelo artigo de melhor qualidade, antes de simplesmente sair comprando, cria a cultura de consumo responsável. Não ceder a todo e qualquer desejo material dos filhos também contribui para essa mesma formação, contrariando o consumo impulsivo”, descreve a educadora, que ainda defende que o valor dos brinquedos e de qualquer objeto devem ser colocado em xeque a cada oportunidade. “Não se deve repor, de pronto, artigos estragados por falta de zelo dos filhos. Isso reforça a importância de valorizar e cuidar do que se tem, já que a tendência entre as crianças e os jovens é de descaso com suas posses, justamente por não as terem adquirido com o salário do próprio trabalho”, reforça.

Exemplos, sim Camila Ayumi Honda, 7 anos, estuda no Colégio Marista Assunção, de Porto Alegre (RS), e sabe bem o que são exemplos do dia a dia. A família mora em uma casa com regras de consumo responsável e reaproveitamento de recursos. Os pais da estudante acreditam que a forma de-

sencanada que Camila tem com relação às compras é reflexo da educação com limites financeiros. “Ela tem consciência do que é esbanjar alguma coisa. Não pode ver uma torneira pingando que sai correndo para fechar. Ela não se interessa pelas roupas e calçados da moda, ela é muito tranquila quanto a isso”, revela a mãe, Márcia Yamada, 37 anos, que é engenheira agrônoma. Sem problemas com pedidos de "eu quero" em passeios, a mãe recorda um episódio na aula de patinação em que outras garotas estavam com calças e blusas especiais para o momento. “Não vi problema algum em levar Camila com uniforme e camiseta da escola. Não acredito que esse consumismo seja essencial durante essa fase da vida”, completa. No entanto, a mãe enxerga que na adolescência a filha pode querer desfrutar de algum tipo de exagero. “Pode até ser normal nessa fase. Ir a uma festa e querer um vestido novo, por exemplo. Não vejo problemas, mas aí entra a questão da política. Você está merecendo? Está tendo um bom comportamento? Espero que ela continue aceitando essa forma que nossa família tem e valorize cada conquista”, aponta Márcia.

Não ceder a todo e qualquer desejo material dos filhos também contribui para essa mesma formação, contrariando o consumo impulsivo. Ana Cristina Malacrida, professora do Colégio Marista Maringá (PR)

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© Foto: Arquivo pessoal

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Família Grochowicz: quatro filhos e muito diálogo.

Família Honda na prática As lâmpadas da casa foram totalmente substituídas por fluorescentes. “Duram mais e consomem menos”, defende a mãe. Três recipientes de lixo fazem a separação: o reciclável, o convencional e os restos de comida. O último vai para as galinhas. “Temos cachorros, galinhas, árvores e muito verde. Pensamos que estar próximo à natureza é dar qualidade de vida à família”, conta Márcia. Outro recurso importante para a consciência do que se consome é a cisterna construída no terraço da casa. “Toda a água da chuva vai para essa cisterna. A gente usa a água para molhar a horta e as outras árvores frutíferas”, finaliza.

Participantes do processo Para criar o vínculo sobre a importância do que se compra, o médico veterinário Eduardo Grochowicz, pai de quatro alunos do Colégio Marista Pio XII, de Ponta Grossa (PR), acostumou a prole a participar do processo de compra. “Nas compras do dia a dia, em supermercados e shoppings, eles sempre estão presentes e são muito conscientes

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com aquilo que nos pedem. Aqueles itens que nós consideramos supérfluos, deixamos que eles comprem com seu próprio dinheiro, ganhado com afazeres domésticos ou de presentes dos tios e avós”. Os trigêmeos Guilherme, Giovana e Gabriela têm 10 anos e, segundo o pai, acostumaram-se com o revezamento de brinquedos, roupas e até mesmo com o tempo que os pais se dedicam a eles. Já a mais nova, Luiza, que está com 6 anos, precisa de um "empurrãozinho" dos pais na hora da partilha. “Por ter nascido anos depois, tivemos que trabalhar mais nessas questões de ter e compartilhar. Mas sempre procuramos dar aos quatro aquilo que é razoável, sem exageros e sempre de maneira equilibrada para todos”, conta Eduardo.

A família Grochowicz na prática Mesmo com muito diálogo, Eduardo e a esposa Fernanda sabem que, o que vale mesmo são exemplos práticos dentro de casa. “Valorizamos as coisas, não deixamos nada pelo chão e, depois de usar, guardamos. Com os brinquedos,

pedimos que façam igual. Quando estamos com roupas novas, procuramos não nos sujar, para que percebam o cuidado com objetos que acabaram de ser comprados. Também ensinamos o valor do trabalho e de quanto dinheiro é necessário para termos aquilo de que precisamos”, detalha Eduardo. Para os pais, o conceito mais importante é que eles valorizem as pessoas pelo que são e nunca pelo que possuem.

Ensinamos o valor do trabalho e de quanto dinheiro é necessário para termos aquilo que precisamos. Eduardo Grochowicz, pai de Guilherme, Giovana, Gabriela e Luiza.


O papel da escola

A prática do consumo consciente é um assunto sempre em pauta dentro das salas de aula. O diretor-educacional da Rede de Colégios Maristas, Flávio Sandi, alerta para as inúmeras frentes em que esse tema pode ser trabalhado. “Podem ser realizadas oficinas para reflexão e prática do reaproveitamento de materiais para criação de brinquedos, fantasias e produções artísticas. Também há possibilidade de os alunos calcularem a quantidade de folhas que gastam por dia e criação de soluções para combater o uso excessivo de papéis; medição da água utilizada nos banheiros e proposição de estratégias para evitar desperdício da água; comemoração dos aniversários com simplicidade, substituindo presentes de pela presença significativa na vida do aniversariante; debates em aula a respeito de propagandas que veiculadas na mídia; além de projetos que nascem dos próprios estudantes, imprimindo o sentido de buscar nos caminhos da ação, a criação da cultura do consumo consciente”. O diretor-educacional também evidencia que essa educação deve acontecer em parceria entre escola e família. “A relação entre escola e família é importante para práticas educativas de qualquer natureza. Exemplos que testemunhem consciência planetária, provenientes tanto da escola como da família, correspondem ao modo mais coerente de educar”, finaliza Sandi.

Abastecer a despensa está mais caro, este ano, no Brasil. Com a alta da inflação, os brasileiros estão mais responsáveis na hora de consumir. É o que aponta a pesquisa nacional Consumo Consciente, elaborada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) em parceria com o Instituto Ipsos, em junho desse ano. Na maioria das questões levantadas pela pesquisa – preservação do meio ambiente, uso de sobras nas refeições, análise do produto antes de comprar e uso de sacolas plásticas –, o percentual de importância desses aspectos cresceu, pelo menos, 2%. Ainda que historicamente privados de uma série de bens de consumo, produtos de ponta e supérfluos, os brasileiros estão se tornando cada vez mais responsáveis na hora de adquirir.

Sumaya viveu no país do consumo e soube administrar a compra consciente.

É o caso de Sumaya Costa, 40 anos, fonoaudióloga e mãe das alunas Laura e Ana Luiza, do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR), que morou durante cinco anos nos Estados Unidos para acompanhar o doutorado do marido. Ela não se deixou levar pelo consumo desenfreado dos norte-americanos e aproveitou a estadia na terra do Tio Sam para descobrir a importância do consumo consciente. “Lá, eles induzem a compra em quantidade, nos dando a falsa impressão de que quanto mais você comprasse daquele produto, mais você economizaria. Mas, na prática, isso não era verdade. Quanto mais você tinha em casa, mais rapidamente você consumia o produto e logo precisava comprá-lo novamente”, lembra.

© Foto: Arquivo pessoal

© Foto: Sxc.hu

A gente consome?


capa A família Costa na prática “Em casa, nós só descartamos produtos como eletrodomésticos e móveis se não existir conserto ou se for muito ultrapassado. Quanto a brinquedos e roupas, tudo que não é usado é doado. Se for necessário reutilizar ou reaproveitar alguma coisa, isso é feito sem dificuldades. Nós sempre primamos por qualidade, entendendo que o mais caro não é sempre o melhor ou o necessário”, descreve Sumaya.

A influência da propaganda

das, de uma maneira geral, refletem um cenário de magia, felicidade e prazer que nem sempre se torna real após a aquisição dos produtos que foram anunciados. As crianças esperam ter o que viram no comercial. Por sua vez, brinquedos que se movem sozinhos inibem o jogo simbólico, tão importante para as crianças”, acredita Sabrina. Pensar sobre o consumo é pensar sobre os valores que organizam a família e a sociedade em que se vive. “Podemos refletir acerca do tema, concluir que o consumo exacerbado é prejudicial para a formação de indivíduos mais solidários e fraternos, mas se não praticarmos o exercício da escolha e da necessidade, não teremos argumentos e exemplos para que as crianças se inspirem e possam replicar”, finaliza a educadora.

© Fotos: Letícia Akemi

Até mesmo em canais direcionados às crianças, com programação especial e infantil, as propagandas fazem parte da grade de exibição. Sempre muito coloridas, elas soam como um convite irrecusável à compra. O que acontece é que os pequenos ainda não possuem discernimento

com atos de manipulação e, principalmente, midiática. Eles acabam seduzidos pelo consumo, sem fazer ideia de como avaliar a informação recebida por meio da propaganda. Para a pedagoga Sabrina Souza, professora do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), os pais devem auxiliar a criança a ter discernimento sobre propagandas e mensagens publicitárias. “Não há como promover uma reflexão sem o diálogo e o acompanhamento dos responsáveis, principalmente se esse for um fator de preocupação. É necessário coerência entre o discurso e a prática de consumo da família”, explica. Outro fator que a pedagoga aponta é justamente a magia que esses anúncios publicitários levam aos olhos dos pequenos. “As propagan-

A vida de publicitário e o exemplo como pai: Guilherme e Betina.


Em casa, é outra coisa O publicitário Guilherme Gomide é um dos fundadores da Agência Casa, uma das maiores agências de publicidade de Curitiba (PR). Responsável por traçar boas estratégias para que propagandas ganhem destaques nas programações, Gomide é pai de duas crianças e se vê entre dois fatores importantes: a influência capitalista que a profissão traz e a responsabilidade de ensinar o consumo consciente. Com 3 anos de idade, Betina – a primogênita do publicitário – passa mais tempo vendo vídeos direcionados em canais na internet do que na televisão. “Ironicamente, ela passa mais tempo no You Tube. Mas quando está na sala ou em qualquer ambiente que tenha televisão, me preocupo com o que está vendo e que programação é aquela”, afirma

Gomide. O mais novo, Lorenzo, com três meses, ainda é isento do mundo da publicidade. Apesar disso, Betina adora um vestido novo. “Ela é extremamente vaidosa, gosta de maquiagem e quando vamos ao shopping é um terror. Tenho um lado consumista pelo meio em que vivo e quando saímos acabo extrapolando. Ainda bem que minha esposa faz um ótimo contrapeso”, explica.

não é consumista e é adepta ao "viver mais e comprar menos". “Pouco antes do nascimento de Lorenzo, comprei uma fantasia e um daqueles estojos enormes de lápis de cor, giz de cera, canetinhas e tudo mais. Ela me fez guardar o kit de cores para entregá-lo somente quando comemorássemos outra coisa. Está guardado ainda. Ela põe o freio lá em casa”, conta.

A família Gomide na prática Para que exista equilíbrio na família Gomide o papel da mãe é fundamental, segundo o publicitário. “Esse gosto por compras que a Betina tem é impacto da minha profissão e do ambiente, porque o exemplo da mãe é bastante consciente”. De acordo com Gomide, a esposa

Comece hoje mesmo

Atitudes simples e responsáveis podem ajudar as crianças a ter uma visão mais reaproveitável dos objetos e menos deslumbrada do mundo consumista. Reutilize Nem sempre aquilo que quebrou ou estragou deve ser jogado fora. Explique que há outras funcionalidades e até mesmo o conserto para determinados objetos. Desperdício Comidas, água, luz, entre outros. Esbanjar alguns recursos faz com que a criança não dê valor às facilidades que tem em casa. Mostre o quanto são importantes e o porquê de não desperdiçá-los.

As propagandas, de uma maneira geral, refletem um cenário de magia, felicidade e prazer que nem sempre se torna real após a aquisição dos produtos que foram anunciados. Sabrina Souza, professora do Colégio Marista Rosário, em Porto Alegre (RS)

Preço No mercado, no shopping, na feira. Pesquise preço e pergunte quanto custa. É importante a criança ter a noção do dinheiro e quanto determinadas coisas custam. Roupas Não ceda de imediato a um pedido de roupa nova. Argumente e pergunte a necessidade daquela peça para o momento. Doe roupas antigas e evite o acúmulo desnecessário. Lixo A separação do lixo reciclável é uma das formas mais importantes de mostrar à criança para onde vão os descartes de casa, o que pode ser reaproveitado e o que farão com o lixo convencional. Planejamento É importante que as crianças entendam que há um planejamento financeiro com os gastos da família. Qualquer aquisição de bens materiais deve ser explicada à criança com justificativas orçamentárias.

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© Fotos: Bio Barreira

entrevista

Por uma sociedade do

bem-estar Menos trabalho e mais tempo com a família. Celulares atualizados, mas sem ser preciso adquirir um novo aparelho. As medidas podem parecer utópicas, mas fazem parte de um novo modelo de civilização – o nosso, em breve. Confira o que Hélio Mattar, diretorpresidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, tem a dizer sobre esse futuro

Por Michele Bravos

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Para que daqui a 40 anos exista um planeta Terra que supra as necessidades dos seus futuros 9 bilhões de habitantes, é preciso que as mudanças comecem já. Em entrevista à revista Em Família, o diretor-presidente do

O que o brasileiro faz que, na sua opinião, figura na lista de práticas de consumo irresponsáveis?

Levantar a bandeira do anti-consumismo não é a saída. Como encontrar o equilíbrio adequado para quem produz e para quem consome?

Os brasileiros não são diferentes de outras populações deste mundo fortemente consumista. Genericamente, o brasileiro peca no desperdício: de alimentos, de roupas e de tecnologia. Desperdiçamos cerca de 50% dos alimentos perecíveis e parte disso se dá porque se uma fruta ou verdura está um pouco machucada, a gente não considera alimento. Se há uma pequena sobra de um almoço ou de um jantar, ela não é utilizada em outra refeição. Não usamos os talos, as cascas e as sementes como parte das nossas receitas. As pessoas tendem a ter mais roupas do que elas precisam, subutilizando-as. No Brasil, há também um grande descarte de telefones celulares. Esses rejeitos vão para o lixão, causando poluição. Mais importante do que isso é as pessoas se perguntarem se precisam de todas as funcionalidades de um novo aparelho.

Em primeiro lugar, é importante dizer que consumo consciente não é deixar de consumir. A causa do consumo consciente é a favor de um consumo diferente, em que os impactos sociais, ambientais, econômicos e individuais sejam menores. Hoje, se todos os habitantes do planeta viessem a consumir dentro do modelo de produção e consumo atual, precisaríamos de cinco planetas Terra. É preciso sair de um modelo de produção de alta obsolescência e ir na direção de produtos mais duráveis. Aí entra a questão econômica. É preciso passar de uma economia fortemente industrial para uma de serviços. Desmaterializar é central em um novo modelo de consumo.

Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Hélio Mattar, fala sobre medidas necessárias para a conscientização da população, a urgência da mudança e como seria esse novo modo de viver.

Que medidas são necessárias para que a prática do consumo consciente seja implantada em um Brasil em que “poder comprar” está associado ao desenvolvimento econômico do país?

Precisamos de uma educação que forme crianças e jovens dentro de valores civilizacionais diferentes dos de hoje. Os impactos gerados pelo consumo precisam ser colocados como um elemento importante na tomada de decisão sobre o que comprar, como usar e como descartar. Nessa formação de novos hábitos, as empresas desempenham papel importante. Se a empresa não oferecer outro conjunto de produtos e serviços menos demandantes de recursos naturais, não teremos a possibilidade de seguir na direção de uma sociedade do bem-estar – mesmo que os consumidores tenham consciência de que isso é preciso. Mas as empresas não farão isso sozinhas. Aí é essencial que o governo tenha uma atuação forte, na direção de campanhas de conscientização para os consumidores (crianças e adultos).

Por vezes, o processo de conscientização ocorre lentamente. Quando falamos em consumismo e suas interferências globais, há tempo hábil para essa mudança gradativa?

A nova sociedade precisará mais de cooperação que de competição para atender ao tempo curto que temos pela frente para mudar de um sistema insustentável para um sustentável. Se começássemos hoje, precisaríamos de uma geração para fazer essa mudança completamente. Mas mais importante que fazer a mudança rapidamente é fazer a mudança seguramente. É mudar a tendência do sistema, fazer com que consumidores e produtores passem a trabalhar para essa sociedade sustentável.

Precisamos de uma educação que forme crianças e jovens dentro de valores civilizacionais diferentes dos de hoje.

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entrevista Para acelerar esse processo, algumas condições são essenciais. A principal condição é que os formadores de opinião passem a mostrar, publicamente, qual é esse novo modelo de consumo e de produção. Temos também que sair de uma publicidade consumista e ir para uma publicidade mais sustentável. Nesse processo de mudança de consciência, é importante que todas as mídias sejam intensamente utilizadas. Aí vem o otimismo do Akatu com relação às mudanças que vão acontecer. Nunca, em nenhum outro momento da história, as pessoas tiveram tanta possibilidade de se comunicar e de serem impactadas pela mídia. Quando falo em mídia, falo em televisão, rádio, jornal, revista e redes sociais.

De que forma o Akatu pretende superar esse desafio?

Nas redes sociais, podemos ganhar maior velocidade para essa mudança. Os grupos que se formam nas redes sociais podem não apenas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas. Essas referências podem fortalecer novos valores, que passarão a ser reconhecidos pela sociedade. As pessoas só vão manter os novos hábitos se eles forem reconhecidos pela sociedade como um modelo que todos valorizam e reconhecem. O ser humano é suscetível a esse reconhecimento, especialmente porque o consumo faz parte da forma como as pessoas estabelecem a sua identidade. Isso desde sempre. A mídia tem o papel de fortalecer esse novo modelo de consumo a tal ponto que todos queiram fazer e se sentir parte da nova sociedade.

Falamos aqui de uma mudança na forma como consumimos, o que geraria uma mudança na civilização. Na prática, como seria essa nova civilização?

Os grupos que se formam nas redes sociais podem não apenas criar novos valores, mas criar referências para as pessoas.

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As pessoas pensam que, nesse novo modelo, serão chamadas a se sacrificar. Elas precisam entender que, na nova sociedade, as pessoas não vivem para trabalhar, mas trabalham para viver. As relações, os afetos, as amizades e os amores são centrais na vida de cada um. Atualmente, dos 25 aos 65 anos, as pessoas estão integralmente devotadas ao trabalho. Trabalhando menos, haveria mais empregos, por exemplo. No novo modelo, saímos da sociedade do desperdício, do descartável e de uma produção fortemente globalizada e vamos para a sociedade do aproveitamento integral, do durável e de uma produção mais local. Os produtos serão totalmente diferentes. O produto material passa a ser virtual, como já tem acontecido com a música e a literatura, que chegam sem o uso de recursos naturais. O foco sai do tangível e vai para a experiência, para a emoção. O produto durável é um produto que vai precisar de assistência técnica, no caso de um eletroeletrônico ou automóvel, para funcionar durante anos e ser atualizado seguindo as últimas tecnologias disponíveis. Na sociedade sustentável, o uso de costureiras e brechós vai se multiplicar, assim como a doação e as trocas de roupas, em que eu disponibilizo o que não estou mais usando e recebo aquilo que está mais de acordo com o que quero no momento. Medidas que promovem bem-estar sem desperdício de recursos naturais.

© Foto: Bio Barreira

De que forma essa conscientização pode ser mais acelerada, com mais impacto na população e repercussão efetiva?


índice

destaque

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Alunos refletem sobre diferentes realidades, desenvolvem ações às instituições carentes e colhem bons frutos do trabalho voluntário.

com a palavra

ed. infantil

ens. fundamental

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O que pensa a DiretoriaGeral.

Família e escola se unem para estimular o consumo sustentável.

Mesmo com a padronização dos uniformes, alunos não deixam de imprimir sua personalidade com acessórios da moda.

ens. médio

diz aí

caleidoscópio

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Quem são e o que pensam os nativos digitais e como orientá-los a fazer um uso consciente da tecnologia.

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Um motivo para não ser consumista? Veja o que pensam os alunos e o educador.

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você sabia?

gente nossa

ser melhor

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34

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Conheça algumas curiosidades a respeito do Colégio.

Ex-aluna Marista está revolucionando a blogosfera mobilizando pais e mães por uma infância livre do consumo.

Relembre os principais acontecimentos do Colégio.

Conheça algumas ações da Pastoral.


com a palavra

A hora de dizer

não

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de que não precisamos, sem utilidade, simplesmente por comprar. O ter pelo ter. E o pior é que esse hábito não se restringe apenas a adultos, mas está cada vez mais presente no universo infantil e adolescente. Na ânsia de querer dar o melhor para seus filhos, muitos pais exageram e estimulam o consumismo. Temos que criar uma postura consciente nos nossos filhos e isso pode ser feito fazendo-os pensar com perguntas simples como: você realmente precisa disso? Quando ou quantas vezes você vai usar? Com esse dinheiro você não poderia comprar outras coisas mais necessárias? Dê exemplos. Sabe aquilo que, com certeza, seu filho tem em casa e nem sabe direito por que comprou? Mostre a ele que foi uma compra inútil, mas diga também que não tem problema porque, da próxima vez, ele ou ela vai realizar uma compra mais consciente. Desse modo, os pais estão criando uma expectativa positiva à qual o filho tentará corresponder. Porém, se ele não conseguir entender – em razão da pouca idade –, não podemos ter medo de dizer não a uma compra indevida. A frustração não faz mal a ninguém, pelo contrário, ela é necessária na formação de qualquer indivíduo. É superando frustrações que nos tornamos mais fortes.

Colégio Marista Nossa Senhora da Glória

Na ânsia de querer dar o melhor para seus filhos, muitos pais exageram e estimulam o consumismo.

Miriam Bevilacqua Diretora e professora do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória

© Foto: Acervo do Colégio

Muitas vezes vemos crianças e jovens com celulares de última geração que custaram caro e que eles largam em qualquer lugar, simplesmente porque são pequenos demais para ter consciência do valor daquele bem. Também é comum vermos crianças e jovens mais preocupados com a marca do tênis ou da roupa do que com valores que realmente importam, como solidariedade, ética e amizade. A publicidade já aprendeu, há muitos anos, que não basta apenas vender o produto em seus anúncios, por isso recorre a atributos que não são verdadeiros. Ninguém se torna mais seguro, bonito ou inteligente porque está com uma calça X ou um tênis Y. Isso é o que a publicidade quer nos fazer acreditar para diferenciar um produto de outro. Quantas vezes, ao compararmos o preço de uma peça de vestuário tida como “de grife” e percebermos que ela é inferior à outra em questão de tecido e de acabamento, simplesmente não entendemos como o produto “de grife” pode custar tão mais caro? É simples: o produtor quer que paguemos pela marca. Mas o que é a marca? Absolutamente nada se ela não se refletir em qualidade! Então, por que hoje em dia se paga tanto dinheiro por nada? Além de pagar mais caro, também é comum comprarmos coisas



© Fotos: Banco de imagem

ed. infantil

Mãe,Você eu quero. compra! Escola e família sem unem para estimular o consumo sustentável

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Quantas vezes as mães são surpreendidas com esse pedido em casa, na rua, no shopping ou no supermercado? As crianças querem o que veem na televisão, nas vitrines e nas mãos dos amigos. Elas já são o alvo preferencial das campanhas de marketing e chegam a participar do processo decisório de 80% das compras da casa, segundo pesquisas recentes. Para a Diretora Educacional do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória, a professora Márcia Regina Savioli, o sucesso da publicidade está justamente na exacerbação do consumo, e a criança é alvo privilegiado, já que está excessivamente exposta a esses estímulos e passa a maior parte do tempo em frente à tevê – em média, mais de cinco horas por dia, segundo levantamento do Ibope. “A mensagem mais perigosa da publicidade é aquela que desloca a essência do SER para o TER, ou seja, aquela que condiciona a aceitação da criança por si mesma e por seu

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grupo ao que ela pode ostentar”, opina a educadora.

Discutindo limites Com apelos comerciais por todos os lados, os pais se veem no grande desafio de discutir limites. “Ainda mais vivendo em uma sociedade na qual o consumo é consolo para as angústias, as necessidades e a falta de afeto. As crianças foram geradas nesse meio e já trazem em si a vontade de ter”, comenta a professora Gabriella Fernandes. Diante dessa realidade, o Colégio Marista Glória, em parceira com as famílias, trata o consumo irresponsável e sem limites como objeto de crítica. “Especialmente porque é oposto ao cultivo da simplicidade, um dos mais caros valores Maristas”, revela a diretora educacional. Como forma de coibir o consumismo dentro da escola, o Colégio estabelece algumas normas para as comemorações de aniversários. As festas ocorrem na própria sala de aula, com a participação apenas de


crianças da turma e das professoras. “Dessa maneira, pretende-se celebrar a vida junto aos amigos mais próximos. Não há distribuição de convites antecipados, pois todos estão convidados e, dessa forma, não há a cultura de troca de presentes. O presente está na alegria da partilha e no afeto manifestado na convivência”, explica a diretora. Os materiais escolares também não passam despercebidos aos olhares do Colégio. “Propomos o uso coletivo na Educação Infantil, sempre valorizando sua conservação e seu uso responsável, preparando as crianças para que levem esses comportamentos para sua vida escolar”, conta Márcia. Para a diretora, essas ações não se tratam apenas de imposições de

regras. “Discutimos ‘combinados’ e estabelecemos limites no âmbito de nossas ações. A educação é uma tarefa social e jamais fruto de ações isoladas. A família e a escola são as agências educativas mais importantes na formação das crianças”, revela. Todas as ações são aprovadas por pais e alunos. “Como espaço educativo, oferecemos às crianças a oportunidade de participar da construção de regras ou ‘combinados’, trazendo maior significado à mudança de suas atitudes. Às famílias, são apresentadas normas necessárias para o bom desenvolvimento de nossas ações, unidas à aprendizagem adquirida pelos alunos no âmbito escolar. Dessa forma, conseguimos caminhar em parceria”, explica Gabriella.

Exemplo que vem de casa

A família tem um importante papel nesse processo de minimizar o consumismo na infância. “O meio mais eficaz é o comportamento modelar, a mais antiga e valiosa metodologia de ensino que o mundo conhece”, afirma Márcia. Na casa de Celina Antunes Vasques Balarin, o controle do consumismo é levado a sério. Mãe de cinco filhos, sendo quatro deles estudantes do Colégio Marista Glória, ela consegue protegê-los dos apelos consumistas, ensinando o valor da conquista e da espera. “Conversamos bastante sobre a importância das coisas e principalmente sobre o porquê precisamos dar valor ao que temos”, conta. O planeta também agradece. “Afinal, a conservação da vida nos foi confiada pelo Criador”, finaliza Márcia Regina Savioli, Diretora Educacional.

Como espaço educativo, oferecemos às crianças a oportunidade de participar da construção de regras ou ‘combinados’, trazendo maior significado à mudança de suas atitudes. Gabriella Fernandes professora

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ens. fundamental

estilo

© Foto: Sxc.hu

Cheios de

Mesmo com a padronização dos uniformes, alunos não deixam de imprimir sua personalidade com acessórios da moda

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Escola é lugar para estudar e aprender. Mas é também o espaço para descobrir a conviver em sociedade e fazer amizades. E para despertar a atenção dos colegas, mesmo com o uniforme, os alunos não abrem mão de expor seu estilo. "Gosto sempre de me vestir bem, mas se eu estou muito feliz no dia, sou capaz de vestir minhas melhores roupas até para ir à padaria. Roupa não é documento, mas também expressa sentimentos e estilo", afirma Fausto Neto, aluno da 9ª série A. Já o aluno Vinicius Manoel Lopez, da 2ª série A do Ensino Médio, acredita que

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a padronização do uniforme não o impede de usar seus próprios meios para se diferenciar e criar um estilo próprio. “O uniforme escolar nos torna parte de um mesmo grupo, representando nosso Colégio Marista, porém não somos proibidos de ter nossas diferenças e nossos gostos dentro desse grupo. Afinal, é de pessoas que nós, Maristas, somos feitos e é a partir da personalidade de cada um que criamos um grupo melhor”, afirma. Para ele, os alunos Maristas representam muito bem a liberdade de expressão dos jovens, seja com o uso de um estilo de tênis ou até mesmo com


um esmalte diferente por parte das alunas. Manter o estilo e a personalidade do aluno é fundamental, mas é preciso estar atento aos excessos, principalmente aos que levam ao consumismo. “Na condição de educadores, estamos atentos aos denominados ‘modismos’, comportamento social particularmente disseminado entre crianças e jovens, inerente à construção da identidade do grupo e ao consumismo”, revela o assistente do Núcleo Psicopedagógico José Roberto Lopez. O tema está presente no cotidiano escolar, em especial na grade dos componentes da área de Humanidades e em projetos de grande porte, como, por exemplo, a Campanha da Fraternidade e palestras dirigidas aos pais e educadores do Colégio. “As discussões são mediadas pelos palestrantes e educadores, a partir de uma visão pós-crítica do sistema capitalista e dos excessos característicos da prática do consumismo”, explica Lopez.

Papel dos pais Em uma sociedade de alto consumo e, principalmente, de abundância de informação, impor limites aos

filhos é um desafio para os pais. “Os pais são referências e exemplos de valores, posturas e comportamento social. Como exemplo, citamos o hábito da leitura no ambiente familiar. Filhos de pais leitores e com uma visão crítica de mundo desenvolvem naturalmente essas habilidades, inserindo-as nos hábitos de estudo, na vida escolar, acadêmica e profissional”, conta Lopez.

Apelos comerciais Mesmo diante de tantos apelos, principalmente em datas comerciais, é possível proteger crianças e jovens da prática do consumismo. “As datas ditas ‘comerciais’ devem ser pensadas no sentido dos seus valores familiares, emocionais ou religiosos. A sugestão é solidificar esses valores (imateriais), e não os objetos de consumo (materiais)”, orienta o coordenador. No Colégio Marista Glória, os eventos vinculados a datas como Dia das Mães e Dia dos Pais são planejados e desenvolvidos como momentos de integração, partilha e oportunidade de demonstrações do afeto e do carinho que permeiam as relações pessoais, especialmente as familiares.

Fausto Neto, 9ª série A do EF

© Fotos: Acervo do Colégio

O uniforme escolar nos torna parte de um mesmo grupo, representando nosso Colégio Marista, porém não somos proibidos de ter nossas diferenças e nossos gostos dentro desse grupo. Afinal, é de pessoas que nós, Maristas, somos feitos e é a partir da personalidade de cada um que criamos um grupo melhor. Vinicius Manoel Lopez, 2ª série A do EM

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ens. médio

Eles preferem computador à televisão, não largam o celular por nada e aposentaram de vez o e-mail e o telefone. São altamente comunicativos e estão o tempo todo online, clicando, postando e compartilhando nas redes sociais. Entender o que pensa essa geração conectada ainda é um desafio para os educadores, principalmente porque os jovens em idade escolar possuem hábitos bem diferentes das gerações anteriores. As diferenças são percebidas na forma como lidam com a tecnologia e utilizam a internet para manter contato com os amigos, aprender e se divertir. Para se aproximar dessa geração multitarefa, o Colégio Marista Glória procura ajudar os jovens a se sentirem estimulados no ambiente de aprendizagem, orientando sobre as novas tecnologias e como melhor aproveitá-las. “O Colégio mostra aos jovens que cada equipamento possui uma finalidade específica e, portanto, devemos utilizá-los para tal. Quando o tópico é telefone celular, a discussão se inverte, pois os alunos entendem que esse aparelho móvel deixou de ser somente telefone e virou multimídia. Nesse caso, os aparelhos são modificados conforme a tecnologia avança e seus sistemas melhoram”, comenta o coordenador do Ensino Médio Ricardo Junqueira.

EDUCAÇÃO PARA O CONSUMO

pais, principalmente quando levam à busca desenfreada do jovem pelo último lançamento do mercado. “Os pais poderiam começar não comprando o aparelho eletrônico toda vez que o filho pedir, mostrando, com isso, que o equipamento é funcional para aquilo que se pretende. Depois, criando a relação de valor do bem de consumo com os filhos. Se os mais jovens souberem quanto custa e o que poderia ser comprado com o valor, talvez começassem a entender a questão do custo e a priorização das necessidades”, orienta o coordenador. Para auxiliar os pais nesse sentido, o Colégio procura mostrar aos alunos como funciona o sistema econômico, a matemática financeira e a relação do cotidiano com os conteúdos das disciplinas. “A Escola ensina e orienta, em diversas disciplinas, a ter e conhecer o consumo feito pelo homem, porém nada adianta falar em sala de aula e não ter a prática ou o exemplo em outras situações”, afirma Junqueira. Para ele, deve-se ensinar o consumo consciente desde cedo, assim que a criança começar a entender o que é valor monetário. “Vamos ensinar e aprender a ter educação financeira, pois ela nos ajuda a viver bem, a não fazer dívidas e a ter um futuro sem dor de cabeça com as contas financeiras. O dinheiro pode trabalhar por você, assim como a tecnologia”, recomenda.

Todos esses avanços tecnológicos podem trazer preocupações aos

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© Foto: Acervo do Colégio

Geração conectada

Quem são e o que pensam esses nativos digitais, e como orientá-los a fazer um uso consciente da tecnologia



diz aí

Um motivo para NÃO ser

? © Fotos: Acervo do Colégio

consumista

Ariadne Rosa Santos 3ºB – EM

Gabriela Santos 9ºB – EF 2

Rodrigo Evangelista Aguiar 2°B – EM

“Desde sempre, meus pais me mostraram como ter um olhar crítico a respeito das coisas. ‘Qual o real motivo?’, ‘O que isso vai acrescentar na minha vida?’, ‘Preciso mesmo agora?’ são algumas perguntas que sempre faço no momento de comprar. Sendo assim, nem posso ser consumista, porque percebo que a vida tem muito mais pra me oferecer do que o prazer momentâneo de consumir.”

“Aprendi, ao lado da minha família, sempre que possível, a fazer algumas trocas benéficas quando o assunto era consumo. Ao invés de uma ida ao shopping, o passeio ao parque era muito mais agradável e divertido. Morar próximo ao centro nos favorece andar de ônibus, metrô e, nos finais de semana, a bicicleta é muito útil. Com algumas trocas, é possível, por exemplo, fazer viagens nos finais de ano e estudar em uma boa escola. Ou seja, o consumo inadequado nos leva a gastar sem necessidade.”

“Não ser consumista envolve algo além de não comprar. Grande parte dos problemas econômicos do mundo está associada diretamente ao consumo em massa. A população deve se conscientizar, uma vez que problemas econômicos e situações inesperadas se dão pelo consumo exagerado ou desnecessário de muitos desses produtos, tornando cada vez mais evidentes os índices de desigualdade social e econômica que atingem muitas áreas do planeta.”

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Luciana Barros Camargo 2°B – EM

Marjorie Antoniazzi 2ºA – EM

Gisele Catelli D'Agostino 3ºB – EM

“Bom, o motivo pelo qual não sou consumista é que este mundo em que vivemos não é apenas material, pois nós sabemos que há coisas que são muito mais importantes do que o que possuímos. Acredito que podemos buscar, muitas vezes, a felicidade nos lugares errados, pois quando se tem amor de nossos amigos e familiares, nós já temos tudo!”

“O motivo mais forte para evitarmos o consumismo é para que as pessoas possam ser percebidas por aquilo que são e não pelo que possuem. Cada vez mais, percebo que uma grande maioria procura os jovens pelo status, aqueles que têm roupas de grife, eletroeletrônicos de última geração e que frequentam os locais mais sofisticados. É preciso valorizar as boas atitudes, o caráter e a verdadeira amizade. É tudo de que realmente precisamos para uma vida feliz.”

“Um motivo para eu não ser consumista é que prefiro fazer outras coisas a comprar, como sair e praticar esportes. É claro que eu também gosto de me vestir bem, de me maquiar, mas não sou muito de aparecer, sou mais discreta, então eu não me preocupo muito em ter muitas roupas, ou vários perfumes e sapatos. Também não costumo comprar muitos filmes, nem eletrônicos. Como disse, prefiro me distrair fora de casa. Os meus maiores gastos são com viagens, ou passeios, por exemplo.”

Opinião dO Educador “Vivemos um tempo em que o consumo parece ser sinônimo de felicidade. Para muitos, 'ter' é mais importante do que 'ser'. No entanto, é necessário tomar cuidado para não se deixar manipular por ideias vazias, o que só é possível se tornarmos real e frequente o contato com cultura e se passarmos a valorizar as relações humanas. Olhar o outro e perceber nele sentimentos, carinho e sensibilidade faz qualquer pessoa

realizar a pura existência da racionalidade. Consumir é necessário, sempre foi. Entretanto, só há sabedoria se o consumo for consciente.”

Luciana Cannizza Santos Carrieri

Professora de Língua Portuguesa para as turmas de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental II e para as 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio.

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caleidoscópio

NATUREZA Em visita ao Jardim Botânico, a turma do Infantil 5, em seu Estudo do Meio, conheceu um pouco da vegetação nativa em nossa cidade. Foi muito enriquecedor e divertido!

ESTUDO DO MEIO

2013

Alunos do Ensino Médio em uma aula multidisciplinar no Centro Histórico de Santos.

oliglória Alunos de futebol, judô e ginástica reunidos na abertura da Oliglória 2013 (Olimpíada do Glória) com alguns atletas de futsal do Corinthians.

ENCONTRO

EVENTO

ex-alunos O encontro dos ex-alunos da turma de 2012 teve um diferencial: corte de alguns fios de cabelo para a confecção de um diamante.

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FESTA JUNINA A tradicional festa junina do Colégio Marista Glória contou com a participação dos alunos que dançaram quadrilha e interagiram com o público. As turmas apresentaram-se durante a festa, intercalando os horários das apresentações.

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FESTIVAL CHAMPAGNAT O Festival Champagnat é uma experiência marcante na vida dos alunos. Da Educação Infantil até o Ensino Médio, eles participam de atividades culturais, esportivas e solidárias, como a arrecadação de alimentos.


TEATRO Turma de teatro do Glória representando a coroação de Nossa Senhora no encerramento do mês mariano.

JORNALISMO A turma da 3º série do Ensino Médio participou de uma orientação profissional com o jornalista e diretor da TV Globo, Marco Antonio Rodrigues.

atuantes

NOVIDADES CORAL

RECANTO GLÓRIA O Marista Glória propõe aos alunos um dia de formação e integração na chácara Recanto Glória, em Santa Isabel. As turmas participam de jogos corporativos que afinam o trabalho em equipe.

O núcleo cultural do Marista Glória inseriu uma nova atividade em 2013: o coral. Com ele, os alunos exercitam a técnica vocal e aprofundam seus conhecimentos musicais.

© Fotos: Acervo do Colégio

DIA DAS MÃES Uma verdadeira cantina italiana foi preparada pelas crianças no Colégio, com direito a uma típica macarronada, para homenagear o Dia das Mães.

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destaque

Solidariedade na prática

Alunos refletiram sobre diferentes realidades, desenvolveram ações às instituições carentes e colheram bons frutos com o trabalho voluntário

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Foram seis meses intensos de trabalhos em prol do exercício da solidariedade e do amor ao próximo. Os alunos da 1ª série do Ensino Médio tiveram a oportunidade de conhecer de perto diferentes realidades e colocar em prática ações sociais nas instituições Nosso Lar, Centro de Convivência Início de Luz e Instituto Flos Carnelli, localizadas no entorno do Colégio Marista Glória. Os grupos revezaram-se para acompanhar, interagir e vivenciar diferentes realidades encontradas nessas casas que cuidam de crianças carentes. Guilherme Figueiredo foi

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um dos participantes do projeto Prática Solidária: “Aprendemos muitas coisas – melhor dizendo, as crianças nos ensinaram muito. Elas nos mostraram que todos nós somos iguais. Mesmo com todos os problemas da vida, temos que ter esperança, fé, humildade, alegria e confiança. Às vezes, nos ligamos tanto a certas coisas materiais e superficiais que nos esquecemos do verdadeiro sentido da vida. Com as crianças, pudemos ver esse sentido, ou seja, a alegria, a ingenuidade que nos deixam livres e em paz, com simplicidade e amor no coração”, conta o aluno.


© Fotos: Acervo do Colégio

Para ele, participar do projeto Prática Solidária foi como voltar à infância. “Relembramos músicas que cantávamos quando éramos pequenos, jogamos futebol e nos divertimos muito com atividades recreativas como ‘corre, cotia’, pular corda e esconde-esconde”, recorda-se. Eles ainda desenvolveram um pequeno salão de cabeleireiro para fazer penteados estilo Neymar nos meninos e manicure para as meninas.

Reflexão, ação e reflexão Em sua sexta edição, o projeto buscou, por meio de estratégias significativas, permitir que os alunos refletissem sobre a realidade, planejassem ações às instituições carentes, atuassem solidariamente e, novamente, refletissem sobre as ações realizadas. Durante as visitas, os jovens tiveram a oportunidade de ouvir as propostas e histórias de cada instituição, visitar as instalações e propor ações

que, em geral, eram voltadas à rotina de cada casa, como auxílio às educadoras e, na hora do lanche, brincadeiras de roda, cantigas, teatro, entre outras. “Neste ano, a proposta de trabalho teve ligação com os temas tratados em sala de aula, nos componentes de Sociologia e Dimensão Acadêmica, Pessoal e Social”, explica o coordenador da Pastoral Wagner Botello. O projeto está baseado no documento da Província “Ofício de Aluno”. “Percebemos que cultura e solidariedade estão em profunda relação, na medida em que compreendemos a cultura como o conjunto de traços, valores, ideias e modos que marcam o trabalho e o relacionamento das pessoas entre si, com o mundo e com a natureza. Ou seja, é a união entre a teoria e a prática.”

Colhendo os frutos Os resultados foram inúmeros: o engajamento dos jovens e das crianças, o fortalecimento do voluntariado, a melhora no relacionamento com as instituições do entorno e no relacionamento da Equipe de Solidariedade com os alunos. Mas o melhor resultado mesmo é a solidariedade. "Recebemos muito mais do que doamos a es-

sas pessoas. O contato com o outro, em especial crianças, nos possibilita uma infinidade de trocas e partilhas. Essas são marcas para a vida toda”, orgulha-se Botello.

Aprendemos muitas coisas – melhor dizendo, as crianças nos ensinaram muito. Elas nos mostraram que todos nós somos iguais. Mesmo com todos os problemas da vida, temos que ter esperança, fé, humildade, alegria e confiança.

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você sabia?

Tecnologia com

responsabilidade e economia LIGADO NA ENERGIA O seu computador pode consumir energia igual à de uma lâmpada de 150 W. Isso significa que a energia gasta pelo seu computador ligado é igual à de cinco lâmpadas fluorescentes ou duas lâmpadas incandescentes.

E na escola...

Pequenos gestos, grandes soluções

No laboratório de informática, o simples processo de desligar o monitor pode economizar mais ou menos 0,1 kWh por dia, se este for de LCD 17 polegadas. E você pode manter o computador em modo econômico simplesmente programando-o.

É possível diminuir o consumo com pequenos gestos. Nos computadores residenciais, você pode: l Programar o computador para desligar o monitor quando este ficar inativo. l Programar o computador para se autodesligar, caso fique ligado por um período maior que o período do monitor.

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Colégio Marista Nossa Senhora da Glória

Todo equipamento eletrônico mais novo não apresenta botão de cortar energia, e sim um botão para entrar no modo stand by (modo de espera), o que significa ficar ligado com um consumo mínimo possível, de modo que qualquer botão retoma o funcionamento normal do aparelho. Portanto, o melhor modo de economizar, sem gastar nada de energia, é retirar o aparelho da tomada.

© Ilustração: Nome do ilustrador

Por outro lado, se você utilizar um tablet cuja bateria tem autonomia de até 10 horas de uso contínuo, você não estará consumindo energia diretamente. Consequentemente, ele terá que ficar carregando por mais oito horas até reestabelecer a carga completa.

Stand by me

© Fotos: Divulgação

A vez dos tablets


O FTD Digital Arena é a primeira plataforma tecnológica de imersão multicultural do Brasil, que reúne características de um planetário digital e uma sala de projeção com tecnologia 3D de alta definição. Um espaço tecnológico e multidisciplinar inédito que oferece propostas educacionais, culturais e entretenimento às escolas, universidades e público em geral. Confira a programação completa no site.

O Reino da Luz

Seleção Natural

As Fronteiras do Sistema Solar

O Recife Encantado

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Câmpus da PUCPR, rua imaculada conceição, 1155. acesso pelo portão 1 – (41) 3271-6322.


gente nossa

Por uma infância livre do

consumismo

© Foto: Sxc.hu

Ex-aluna Marista está revolucionando a blogosfera mobilizando pais e mães pela internet

Artista plástica de formação, essa ex-aluna Marista era interessada em causas sociais desde os tempos de Colégio e descobriu, após as delícias da maternidade, seu grande poder mobilizador na internet. Autora de blogs de conteúdo materno, co-criadora do site Mamatraca e ativista do movimento Infância Livre de Consumismo, Anne Rammi integra hoje uma rede com mais de 50 mil pessoas que lutam pela regulamentação da publicidade dirigida à criança no Brasil. O movimento

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começou com apenas 30 mães e ganhou tanta força e representatividade que levou o ponto de vista da maternidade para a esfera política. O que move essa defensora de uma infância livre de consumismo a lutar por essas causas são os filhos Joaquim e Tomás. Mas o que poucos sabem é que o Colégio Marista Glória deu o primeiro “empurrão” em sua trajetória de mãe ativista. Foi lá que ela conheceu e namorou Pedro Borelli, hoje pai dessas duas fofuras. Confira a entrevista:

Colégio Marista Nossa Senhora da Glória

Como você era na época de Colégio? Já fazia parte de algum movimento? Sempre fui interessada em causas sociais, na história da humanidade e nas relações de poder que os humanos construíram através dos tempos. Um dos professores de quem mais recebia influência na época se chamava Alfeu, ensinava História de um jeito dinâmico e cheio de energia. No geral, eu era pacata, mas sempre fui uma pessoa engajada.


Estudei no Colégio da quinta à oitava série, entre os anos de 91 e 94.

Quando você começou a se envolver com a blogosfera? Desde que o meu primeiro filho nasceu tenho me envolvido em questões relacionadas à maternidade ativa, pensando em uma forma de adequar os papéis de mãe, mulher e profissional sem terceirizar a educação dos meus filhos, entre outras coisas. Nessa pesquisa diária, encontrei grupos de mães igualmente interessadas na proteção da infância, nos direitos das mulheres na hora do parto e na amamentação. Faço parte, hoje, de movimentos ativistas que tangenciam essas questões. Avaliamos que, sob uma ótica generalista, todos os problemas sociais que hoje vivemos estão arraigados no consumismo – e agora, em especial, na superexposição das crianças em fase inicial de formação de caráter, personalidade e cidadania à esfera do consumo.

Como e quando foi criado o movimento Infância Livre de Consumismo? Em 2011, um grupo de mães se reuniu via internet para discutir os caminhos da regulamentação da publicidade dirigida para crianças no Brasil. Vivíamos um momento em que não havia nenhum interesse governamental de se dirigir para essa questão. Já há grupos trabalhando com essa causa há muitos anos e um projeto de lei está empacado há 12. Nossa intenção era trazer esse debate à tona, mostrando como as famílias, e em especial as crianças, são prejudicadas pela falta de regulamentação nesse setor. Hoje, são mais de 50 mil pessoas em rede, na internet, levantando o debate. O movimento esteve em Brasília para levar o ponto de vista da maternidade para a esfera política.

Por quais causas vocês lutam? Pela regulamentação da publicidade dirigida à criança no Brasil de forma que a sociedade seja parte absoluta das consequências. Seja proibir com veemência a criança como alvo, coisa que acontece na Suécia, por exemplo, até fazer algum tipo de regulação mais branda, como é o caso da França. Não importa; o que queremos é que a sociedade esteja dentro do debate e não somente os lobistas das empresas que lucram em cima da inocência das crianças, fazendo anúncios dentro das programações, merchandising, licenciando produtos, anunciando diretamente entre conteúdos infantis, fazendo venda casada de brinquedo com comida que faz mal para a saúde, sem nenhuma lei ou contrato que regule isso.

© Arquivo pessoal pessoal © Fotos: Foto: Arquivo

Por quanto tempo você estudou no Marista da Glória?

Qual é o papel dos pais para conscientizar o consumismo em casa? Em casa, não há melhor forma de trazer boas práticas de consumo do que simplesmente adotando-as aos olhos das crianças. Criança aprende por modelo e não por lição. Agora, é muito importante falar que entender que a responsabilidade primeira (ou mais importante, mais fundamental) é a dos pais é tudo que as grandes corporações querem para manter o sistema desregulado: colocam toda a responsabilidade nos pais e isentam-se de qualquer uma. As crianças pertencem à sociedade. E é dela, como um todo, a responsabilidade de olhar para essa questão.

Que recado você deixaria para os pais protegerem os filhos dos apelos consumistas? Informem-se e compartilhem a responsabilidade de proteger seus filhos com a escola, os governos e as corporações. Pressionem esses grupos para adotarem práticas que sejam de fato em proteção da infância. O papel dos pais é esse: cobrarem as instituições e se mostrarem presentes, sendo eles também fortes exemplos.

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Em casa, não há melhor forma de trazer boas práticas de consumo do que simplesmente adotando-as aos olhos das crianças. Criança aprende por modelo e não por lição.

Colégio Marista Nossa Senhora da Glória

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ser melhor

Corrente do

Equipe de Solidariedade atendeu mais de 500 crianças e jovens carentes da região

© Fotos: Acervo do Colégio

Pais e funcionários do Marista Glória uniram-se para transformar a realidade de muitas famílias. Juntos, formam a Equipe de Solidariedade, que, em 14 anos de trabalho, vem atendendo crianças e jovens de oito instituições assistidas pelo Colégio. Em parceria com a Pastoral e a Direção do Colégio, a equipe reúne voluntários com o propósito de orientar práticas solidárias internas e externas, visando à conscientização e ao protagonismo frente às realidades das obras sociais atendidas pelo Colégio. “Busca-se o trabalho, além do mero assistencialismo. Focamos em maneiras de minimizar os problemas vivenciados pelas crianças e famílias que convivem diariamente nas obras sociais do entorno do Colégio”, explica o coordenador da Pastoral Wagner Botelho dos Santos.

Bem

assistidas. Durante as visitas, são realizados momentos de integração, de conhecimento do histórico da entidade, auxílio às necessidades locais e troca de experiências entre os jovens e as crianças da instituição. “Tendo como base a filosofia Marista, as ações são pautadas em pilares que têm como propósito desenvolver nos estudantes o conhecimento e a vivência, além das dimensões acadêmicas e de espiritualidade, mas principalmente para as causas sociais e solidárias. O retorno se dá por meio das manifestações de carinho, de reconhecimento e de satisfação geradas pela presença dos estudantes que se colocam à frente do processo, sempre com o coração aberto”, conta Santos.

Encontros Prática Solidária Há três anos, a Equipe desenvolve com os estudantes do Ensino Médio a atividade Prática Solidária, em que os jovens protagonizam importantes ações humanitárias. Os educandos são auxiliados e supervisionados por mães voluntárias que realizam o contato e a parceria com as instituições

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A Equipe de Solidariedade desenvolve e participa de todos os eventos realizados no Colégio. Durante as reuniões pedagógicas, apresentam e convidam as famílias para fazerem parte do grupo e das festas institucionais e comemorativas, como o Festival Champagnat e a Mostra Cultural. Além disso, realizam bazares beneficentes, festas religiosas como Páscoa e Natal e colaboram com as

Colégio Marista Nossa Senhora da Glória

atividades desenvolvidas pela Pastoral Juvenil Marista.

Bazar beneficente São promovidos dois bazares beneficentes ao longo do ano letivo, em parceria com as atividades do Núcleo Cultural. Os bazares têm a duração de três dias (quinta-feira, sexta-feira e sábado), coincidindo, no 1º semestre, com o Dia das mães, e, no 2º, com a acolhida às novas famílias. O propósito do bazar é acolher, aproximadamente, 30 expositores externos e internos, priorizando as obras sociais que desejem apresentar as respectivas ações e, ao mesmo tempo, comercializar seus produtos. Angela Herbst, mãe da aluna Daniela Herbst, do 9º ano, está na equipe há dez anos doando seu trabalho na produção de doces e salgados. Satisfeita, reforça que a prática solidária fortalece o vínculo entre o colégio e a comunidade: “Todos participam e o resultado é sempre positivo”. O valor arrecadado no bazar é encaminhado para a Equipe de Solidariedade do Colégio, que se encarrega de atender às necessidades de cada obra social assistida.



© Fotos: Arquivo pessoal

essência

Ir. Nilvo Luiz Favretto Irmão Marista da Província Rio Grande do Sul e pedagogo

Missão Marista

entre os indígenas Ao fundar o Instituto Marista, São Marcelino Champagnat deu prioridade à educação como espaço privilegiado de evangelização no ambiente escolar, fazendo a catequese e despertando a devoção à Maria e o amor a Jesus. Os povos indígenas também merecem a nossa atenção. Desde 2002, marcamos presença significativa entre os indígenas na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru. A educação escolar indígena tem um caráter peculiar e específico: deve valorizar sua cultura, seus mitos, suas crenças, sua tradição e sua língua – o que está garantido na Constituição Federal, no artigo 210. Por isso, catequizar esse povo passa a ser um desafio muito grande, pois devemos respeitar as suas peculiaridades. Em nossa região, existem muitos povos indígenas com diferentes línguas e costumes. Podemos citar Ticunas, Matis, Matsés, Marubo, Kanamary, Kulina, entre outros. A partir do contato com pessoas de fora, esses povos passaram a sentir a necessidade de ter acesso à educação para poder se relacionar com a sociedade, estabelecer um mínimo de igualdade de condições e não serem “enrolados” ou “enganados” pelos “brancos”. Atualmente, a nossa presença se dá no Vale do Javari por meio do acompanhamento pedagógico de professores indígenas, com visitas às

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comunidades-escolas. Acompanhamos de perto e in loco o trabalho educativo de cada professor, ajudando-os em suas dúvidas, necessidades e sua metodologia a fim de garantir uma educação diferenciada e de qualidade. Assim, surgiu a necessidade da construção do Projeto Político Pedagógico (PPP) de cada povo. A Secretaria Municipal criou uma Coordenação Pedagógica, da qual faço parte. O trabalho é desafiador. Considero que o mais difícil é “respeitar” a diversidade sem ferir os seus costumes. O tempo desses povos é bem diferente do nosso. Tem outra lógica, outro tempo.

Há etnias que já elaboraram o seu PPP com a assessoria de ONGs. Apesar de nem sempre se levar em conta a qualidade, as diferenças e as especificidades de cada povo e sua cultura são respeitadas – e muito. Acreditamos que para esse trabalho há sempre espaço para algum voluntário que se sinta chamado a colaborar conosco, tais como profissionais da área da Pedagogia, linguistas para estruturação da língua materna, elaboração de gramáticas, cartilhas, livros de literatura e dicionários. Juntos, podemos continuar o sonho de Champagnat e partir para a construção do bem-viver.


O voto de pobreza perante o

do mundo atual

A vida religiosa tem seu sentido profundo no seguimento de Cristo: pobre, casto e obediente. Ele nasceu pobre, em um presépio. Morreu na cruz, despojado de tudo. Recebeu sepultura em uma tumba emprestada por um amigo. Tendo essa história como exemplo, os Irmãos fazem o voto de pobreza, depois de 6 a 8 anos de formação, e se empenham em ter o coração desapegado dos bens deste mundo e entregá-lo unicamente a Deus e a serviço do próximo. Nosso espelho fundamental é Cristo, em sua pobreza e em sua confiança no Pai do Céu. Depois, Nossa Senhora, Champagnat e os primeiros Irmãos. A vivência de cada um se traduz em diversas manifestações que vão nos fazendo entender o que é ser "pobre", no sentido evangélico do termo. Não é um voto fácil de viver e, muitas vezes, ele corre o risco de ser tratado como um conjunto de palavras que traduzem uma mentira. Por isso mesmo, nós, Irmãos Maristas, estamos continuamente nos examinando a respeito das exigências desse voto. Todos esses e outros pensamentos vêm traduzidos para nós em nossas Constituições. O número 29 das Constituições do Instituto reza: “O conselho evangélico de pobreza implica uma vida pobre de fato e de espírito1. Renunciamos a dispor de qualquer dinheiro ou outro bem material de algum valor2, sem autorização. Para usar dinheiro, o Irmão age sob a dependência de seu superior imediato. Presta-lhe contas

regularmente das quantias postas a seu dispor. Tudo quanto o Irmão adquirir por seu trabalho ou por ser membro do Instituto, e o que receber a título de aposentadoria, subvenções, seguros, salários ou benefícios sociais, pertence ao Instituto” (C. 668, c).

Nosso modo de vida, nosso voto de pobreza Uma das características da vida religiosa é a comunidade, na qual colocamos em comum tudo o que temos. Tudo o que existe na comunidade – moradia, móveis, bibliotecas, conduções, dinheiro, pertence à comunidade e está apenas a serviço dos Irmãos. Assim, podemos cumprir nossa missão: a santificação pessoal, da comunidade, e levar o bem ao povo de Deus – de modo especial às crianças e aos jovens menos favorecidos. Pessoalmente, cada Irmão não é dono de nada. Ao falecer, um Irmão pode deixar uma grande herança espiritual, mas nenhuma herança material para distribuir entre seus parentes.

Como se vive o voto de pobreza? Há muitas demonstrações da vivência do voto: vestir-se bem, mas sem exibicionismo; alimentar-se bem, mas sem excessos; ter uma moradia simples da qual se cuida como se fosse sua; ter o necessário para bem cumprir a missão; ter um grande espírito de família; dar a contribuição do próprio trabalho, sem perder tempo. Os superiores

têm a obrigação de cuidar para que nada falte aos Irmãos de sua comunidade, como alojamento, alimentação, cuidados com a saúde, roupas, livros, meios didáticos, estudos, viagens, férias, e o que mais signifique de gastos indispensáveis. Nossa pobreza se reflete também nas nossas obras. Nelas nada deve faltar do que é necessário ao seu bom funcionamento. Essa é uma lição que aprendemos com Champagnat e os primeiros Irmãos: “Melhor não construir do que construir mal”. Naturalmente, quando nos encontramos com este nosso mundo do consumismo, nosso voto de pobreza e, sobretudo, o “espírito de pobreza” sofre sérios desafios. Por isso mesmo, somos chamados a prestar atenção sobre como viver a pobreza religiosa neste mundo. Todos os bens de que dispomos têm um modo de serem usados e têm uma finalidade: levar os ensinamentos de Deus para todo o mundo.

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“Perfectae Caritatis”= “A caridade perfeita”

(Documento do Concílio Vaticano II), 13, 2 2

c. 600

© Foto: Divulgação

consumismo

Ir. Cláudio Girardi Irmão Marista do Grupo Marista

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© Fotos: Letícia Akemi

solidariedade

Dois pesos, duas medidas,

um mundo É dever de todos aderir a práticas mais conscientes de consumo, independentemente da classe social. Unidades Sociais Maristas também contribuem no diálogo por um mundo mais sustentável Por Michele Bravos

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As consequências negativas de um consumo desenfreado não escolhem classe social. No entanto, são as atitudes do coletivo – independente de sua condição social – que têm interferido no planeta e interferirão no futuro. Para a construção de um modelo civilizacional diferente do atual, em que as pessoas consumirão o necessário e valorizarão mais as relações interpessoais, é necessário que as transformações se iniciem nos níveis básicos da educação – tanto pública quanto particular. A coordenadora pedagógica Gillys Vieira da Silva, do Centro Social Marista Ecológica, localizado em Almirante Tamandaré (região metropolitana de Curitiba), afirma que “se os alunos aprendem boas práticas dentro da escola, eles levarão esses ensinamentos para a vida lá fora”. Práticas de consumo consciente estão no escopo da educação Marista, sendo aplicadas tanto nos Colégios como nas Unidades Sociais, espaços educativos que atendem


comunidades menos favorecidas socioeconomicamente. No Centro Social Marista Ecológica (PR), inúmeras ações são desempenhadas junto aos alunos, de modo a incentivá-los a práticas conscientes de consumo. Entre elas: assembleias, para discutir temas relacionados à cidadania: aulas de robótica, com reutilização de materiais eletrônicos e conscientização alimentar para uma alimentação saudável e evitar desperdícios. A aluna Dayane Choinski Nascimento, 13 anos, do 8º ano do Centro Social Marista Ecológica, afirma que a educação que tem recebido tem lhe ajudado a construir novos hábitos – mais sustentáveis. “O ensino aqui mudou a minha vida, a minha forma de pensar. Tenho mais consciência sobre o mundo.” Ela ainda conta que tem aderido a práticas que representam economias para o bolso dos pais. “Sou preocupada com o desperdício de água e de dinheiro. Tento reaproveitar o material escolar, pois é uma economia para a minha família e, assim, também ajudo a não gerar tanto lixo para o mundo.” No Centro-Oeste do país, os esforços também caminham na direção de um mundo mais consciente. É no Mato Grosso do Sul que o Centro Social de Dourados realiza o projeto Maristeca. “O projeto é desenvolvido junto aos educandos nas oficinas de educomunicação e educação ambiental e visa a abordagem do consumo consciente, trocas solidárias e criação de uma moeda social: a Maristeca”, explica Roselâine Godinho, assistente social da Unidade. A ideia tem como inspiração um modelo bem-sucedido da região, a moeda social Pira-Pirê, a qual tem contribuído para o fortalecimento da economia na comunidade.

BOAS IDEIAS Conheça mais sobre as práticas desenvolvidas no Centro Social Marista Ecológica Exercendo cidadania São momentos que ocorrem periodicamente, dentro da sala de aula e intermediados por um professor, em que os alunos são instruídos sobre algum tema relacionado à cidadania. Nessa ocasião, eles também são convidados a dialogar sobre os assuntos apresentados e buscar soluções viáveis para a realidade da comunidade. Consumismo já foi tema de conversa. Agora, estão na fase de sugerir o que fazer com os excessos. Peças antigas, novas funções É na aula de robótica que os alunos colocam a criatividade para funcionar e descobrem novas funções para chips, monitores de computador, placas de memórias e tantas outras peças. “Eu acho bom aprender a reutilizar esses materiais. Faço coisas que nem imaginava”, diz o aluno Paulo Henrique Assis, 13 anos, do 8º ano do Centro Social Marista Ecológica. O que nós queremos Para evitar o desperdício de alimentos, algumas práticas foram adotadas pelo Centro Social. A primeira foi realizar um diálogo sobre o cardápio disponível e as possibilidades de alteração, tendo em vista o custo e a questão nutricional. Paralelo a isso, também foi feito um trabalho de conscientização sobre o senso de coletivo, “assim prevalece um olhar do grupo e não para as necessidades individuais, fortalecendo a construção coletiva, explica Gillys. Ovelhas bem alimentadas Outra ação implantada foi a destinação das sobras de frutas, verduras e legumes para as ovelhas que fazem parte do espaçotempo da Unidade. Os alimentos deixaram de ser temperados na hora do preparo, pois, assim, suas sobras poderiam complementar a alimentação dos animais. Os alunos participam efetivamente, ajudando na pesagem dos restos e alimentando as ovelhas. Vale destacar que este ano houve uma redução no orçamento para compra de ração, sendo o recurso utilizado para o desenvolvimento de outras ações.

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© Foto: Divulgação - Turismo e Negócios

como fazer

Sobra

diversão e não falta dinheiro Vai chegando o período de férias e a criançada só pensa em uma coisa: qual será a programação? Por eles, não passam nem um dia em casa. A tarefa a ser empreendida pelos pais é conciliar lazer com gastos conscientes e experiências de valor. Para que o discurso do consumo sem exageros não vá embora no primeiro dia de férias, a psicóloga Renata Kreutz, mãe de Maria Eduarda, 11 anos, aluna do Colégio Marista Rosário, do Rio Grande do Sul (RS), conta que a conversa com os filhos é muito clara. “Férias é momento de curtir em família, de descobertas. Não significa poder gastar mais. Afinal, os compromissos financeiros continuam os mesmos na volta.” Explicar aos filhos o propósito do passeio ou viagem previamente também é eficaz. A psicopedagoga Adriana Torres, assessora pedagógica da agência de viagens Meeting Way, especializada em viagens focadas no enriquecimento cultural e nas experiências diferenciadas, explica que o segredo está muito mais na frequência com que essas práticas são vivenciadas pela família do que propriamente em uma organização pontual. “Uma simples saída para

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São Paulo guarda passeios enriquecedores, dentre eles: o Museu da Língua Portuguesa, o planetário do Parque Ibirapuera, o Aquário de São Paulo e o local onde Dom Pedro I deu o grito da independência.

Férias é sinônimo de lazer e experiências de valor. Deixe as compras para outra hora e aproveite o tempo em família Por Michele Bravos

um cinema tende a ser um sucesso, desde que planejada de uma forma calma e amistosa com foco no tema tratado e não na aquisição de brinquedos e pipoca.” A advogada Eliane Massari, mãe de Victoria, 15 anos, e Igor, 11, ambos alunos do Colégio Marista Nossa Senhora da Glória, de São Paulo (SP), exemplifica que se os pais focam a viagem para o consumo, as crianças, naturalmente, já saem de casa com a proposta clara de que “vamos viajar para comprar e gastar”. Além disso, ela reforça que a conduta dos pais precisa ser condizente com o que pregam. “Tudo depende do planejamento inicial da viagem. É preciso mostrar que a viagem por si trará valor ao conhecimento deles, pois cada local tem características valiosas que podem ficar esquecidas se a finalidade for só comprar.”

Decisões conjuntas O planejamento da viagem pode e deve ser compartilhado com os filhos. Aos pais cabem as escolhas de período, local e realização da viagem, já os filhos podem decidir algumas opções do roteiro, como lugares para visitar ou almoçar. “Es-


sas decisões dentro do percurso são essenciais para que os filhos se sintam atuantes e participantes no contexto familiar”, diz Adriana. A psicopedagoga orienta que o diálogo com os filhos deve ser bem aberto, informando, inclusive quanto poderão gastar por dia. “O hábito do planejamento financeiro é uma dificuldade para muitos pais, mas compartilhá-lo com as crianças traz segurança, domínio e comprometimento com a situação.”

Mesada para viagem Se a mesada já faz parte da rotina dos filhos, essa é uma prática que pode ser mantida para a viagem. A quantia dada ao filho não deve ser muito além do que se dá normalmente e, em uma viagem, esse valor deve estar de acordo com o planejamento da família. Mas se a mesada não faz parte do dia a dia dos filhos, as férias não são um bom momento para iniciar essa ação. Pensando no consumo consciente nesse período, uma possibilidade é incentivar os pequenos a economizar para a viagem, por exemplo: “Em vez de comprar isto hoje, vamos guardar este tanto para você usar na viagem”, diz Adriana. Essa regra vale para viagens nacionais e internacionais. “Em uma viagem para o exterior, procuramos mos-

trar aos nossos filhos o valor da nossa moeda em relação à moeda de outros países. Eles entendem muito bem e fazem suas próprias conversões, porque também economizam as mesadas para comprar lembrancinhas”, conta Renata.

Compras que cabem na mala Viajar e não trazer nenhum souvenir do lugar visitado é quase impossível. “Sempre compramos algo que represente e simbolize nossa passagem pelo local. Algo que dure a vida toda, servindo de ícone e símbolo: toda vez que olharmos, vamos nos lembrar dos momentos vividos”, diz Eliane. E não há problema nisso. É importante que mesmo na hora das lembrancinhas os pais prefiram optar por presentes que valorizem os momentos vividos. O ponto chave é: atribuir significado à determinada compra. Eliane conta que, certa vez em uma viagem, uma colega, que vivia em um momento de economias apertadas, tirava fotos de tudo, até de objetos que não ia comprar. “Ela dizia: ‘Não comprei, mas estou levando a recordação de outro jeito. E esse jeito que levo vai ficar para sempre, pois vai ficar na minha lembrança’. Achei show o que ela falou e fez sentido para mim. São lembranças que não se estragam com o tempo.”

Dicas

Idade certa para viajar A partir de 3 anos Nessa fase, as crianças já adquirem um aproveitamento maior das aprendizagens. Começa a fazer sentido para elas a construção entre o pessoal e o meio, que deve ser valorizada. São indicadas atividades de percepções permanentes e descobertas enriquecedoras, em contato com a natureza, por exemplo. Vale ressaltar que a saída antes dos 3 anos também é funcional e possível, mas nem sempre adequada pela logística das necessidades desta faixa etária. A partir dos 5 anos A criança já tem certa autonomia. A proposta estende-se para locais que valorizem o desdobramento da ação individual em valorização das percepções do meio. As opções já são bem maiores, bem como o tempo e as intenções de cada proposta.

Em Minas Gerais, as crianças podem se encantar ao conhecer de perto as histórias aprendidas na escola, passeando pelas cidades de Tiradentes, Ouro Preto e Diamantina. O complexo Inhotim também pode fazer parte do roteiro, com mais de 500 obras de artes (na foto, a obra Troca-Troca, de Jarbas Borges), algumas expostas a céu aberto, envoltas por um Jardim Botânico de 97 hectares. Não vai faltar espaço para a criançada se divertir!

Pais, sejam menos ansiosos! Muitas vezes os pais querem rodar horas no shopping, ir ao cinema, fazer compras. Tudo no mesmo dia. Excesso de propostas desfoca o aproveitamento e a criança não consegue dar o devido valor ao passeio.

l Programa cultural na rotina das crianças. Uma boa opção é idealizar um teatro ou uma ida ao museu com uma conversação anterior sobre o tema da peça ou da exposição escolhida, seguida de um lanche posterior, em que todos se dispõem a verbalizar o que acharam e sentiram. É uma atitude que valoriza a saída, de forma focada e não consumista.

Mesada para as férias. Incentive os filhos a direcionarem as economias da mesada para as férias.

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l Lembrancinhas que cabem no bolso. Opte por lembranças que realmente tenham relação com a experiência vivida na viagem. Não precisam ser presentes caros. Fotos são sempre boas opções!

© Fotos: Divulgação

l Viagem programada em conjunto. Exponha para os filhos o propósito e o orçamento da viagem. Convide-os para tomar algumas decisões sobre as férias.

© Fotos: Divulgação

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compartilhar

Moda Para as meninas, a dica vai para a página do Facebook Cabide Novo. Lá, elas podem fazer trocas de peças de roupas que não usam mais ou até mesmo vender. Vale a pena, pois o preço é bem mais em conta. Na página, as pessoas combinam os valores, o que trocar, e depois compartilham para mostrar que deu certo. O grupo funciona bem e é importante contra o consumismo exagerado e o apego às coisas materiais. Isadora Iladi de Liz, 10 anos, 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Marista Criciúma (SC)

Você já ouviu falar de consumo consciente? Nos tempos atuais, a humanidade sente na pele as consequências de centenas de anos de consumo desenfreado e irresponsável. Assim, é necessário pensar em uma nova forma de consumo, que não ignore o impacto ambiental e que tenha como objetivo o bem-estar social. Esses e outros aspectos são abordados no livro Inteligência Ecológica, de Daniel Goleman, lançado em 2009. Michel Goulart, professor de História e Filosofia no Colégio Marista Criciúma (SC)

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© Fotos: Divulgação

LIVRO


Leitura Você sabia que o consumo exagerado acarreta em uma demanda muito grande de energia, minérios e água? Por isso, necessitamos de um modelo de desenvolvimento econômico, que não comprometa o meio ambiente e a sociedade. É como relata o pesquisador austríaco Gerard Gilnreiner, da Universidade de Cracóvia, em seu texto Estratégias de minimização de lixo e reciclagem e suas chances de sucesso, publicado em 1992. A leitura vale a pena para despertar a reflexão. Beatriz Santana, professora de Geografia no Colégio Marista de Goiânia (GO)

internet

Livro O livro que indico é intitulado Vida para consumo – A transformação das pessoas em mercadoria (2008), de Zygmunt Bauman. Neste livro, o sociólogo polonês analisa como a sociedade moderna de produtores foi gradualmente se transformando em uma sociedade de consumidores. Na nova organização social, os indivíduos se tornam, ao mesmo tempo, promotores de mercadorias e também as próprias mercadorias que promovem. Bauman examina o impacto das atitudes e dos padrões consumistas em diversos aspectos aparentemente desconexos da vida social, política e democrática, como estratificação e divisão social, comunidades e parcerias, construção de identidade, produção e uso de conhecimento, adoção e propagação de valores.

Uma boa dica para não exagerar no consumo de jogos eletrônicos, mas se divertir com algo novo, é a troca de games. No Facebook, há um grupo criado pela loja Oops Store para promover a troca de jogos que não são mais usados. A ideia funciona. Lá, o pessoal pode postar o que não quer mais. Quem se interessar, precisa ter algo em troca para dar. Então, é só combinar o escambo. Além disso, há também o Dia da Troca, que acontece na própria loja. Fica a dica para um reaproveitamento mais divertido. Acesse: www.facebook.com/oopsstorecco João Victor Santin Carraro, 15 anos, 1ª série do Ensino Médio do Colégio Marista São Francisco (SC)

Liane Pascoali Danieli, Diretora Educacional no Colégio Marista São Francisco (SC)

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diversão

Nada além da imaginação

Depois de reservar uma brecha diária para curtir os filhos em casa, é hora de aprender a brincar apenas com um elemento essencial: a família! Tão importante quanto compreender o que é ter responsabilidade de consumo é saber driblar os diversos brinquedos nada sustentáveis, coloridos, que piscam o todo tempo e deixam a garotada extasiada. Para isso, apresentamos (ou melhor, relembramos) brincadeiras muito divertidas que unem oportunidades

Por Elizangela Jubanski

importantes: a percepção de que, na verdade, para brincar, a criança só precisa de imaginação. Para o filósofo francês Gilles Brougére, especialista em Educação Infantil, “a criança não brinca em uma ilha deserta, ela brinca com as substâncias materiais e imateriais que lhe são propostas. Ela brinca com o que tem na mão e com o que tem na cabeça”. Diante disso, prepare-se para uma imersão nas brincadeiras que nunca se desgastam.

Pedra, papel ou tesoura Pedra: mão fechada. Papel: mãe aberta. Tesoura: dedo indicador e médio. Os participantes escondem as mãos atrás das costas e escolhem um deles. Ao dizer "pedra, papel ou tesoura", todos mostram a mão. Pedra ganha da tesoura; tesoura ganha do papel e papel ganha de pedra.

Todos formam um círculo. Na brincadeira, um escolhido para começar o "telefone sem fio" diz uma frase com pelo menos cinco palavras no ouvido de quem estiver sentado à sua direita. Esse que ouviu a frase deve repassar àquele ao lado, que deve dizer ao próximo e assim sucessivamente. O último conta, em voz alta, a frase que ouviu e todos comparam se ela chegou em sua forma original ao participante. Sai cada coisa, acredite!

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© Fotos: Letícia Akemi

Telefone sem fio


Sombras chinesas

Essa brincadeira é imaginação pura. Consiste em compor figuras com as mãos diante de uma lâmpada, projetando a sombra na parede de forma que sejamos capazes de imitar os movimentos do animal ou do que quisermos.

Pique-esconde Uma pessoa é escolhida para vendar os olhos ou fechá-los para que não veja o restante das pessoas se esconder. Ela conta até o número 31 e depois sai pela casa ou quintal à procura dos que estão camuflados pelos esconderijos do local. Na medida em que encontra os participantes, aquele que está à procura de todos corre para o ponto inicial para "bater" a descoberta do participante. Não esqueça que o último participante que consegue se manter escondido pode apelar para o clássico: "31 salva todos".

Adoleta

Nessa brincadeira, a criatividade é a cantoria, já que nada, além das mãos, será preciso. Os participantes recitam ou cantam versos e seguem o que está proposto na letra: mãos para cima, mãos ao lado, tocam o amigo, imitam bichos, viram de costas e tudo mais o que o verso mandar. Para brincar, é preciso ao menos dois participantes, mas é possível bater palmas em grupo ou em rodas.

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O desperdício e a

sustentabilidade Por Ademar Batista Pereira, presidente da Federação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sul (Fepesul)

É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repensar sobre o desperdício.

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O mundo em que vivemos está focado na produção e no comércio de produtos cada vez mais descartáveis e mais baratos, fabricados em maior escala – visando baixar o custo unitário. Com isso, acontece um consumo desenfreado de coisas supérfluas, como flores, perfumes, presentes e brinquedos – em sua maioria, pequenas coisas bem embaladas em frascos ou caixas bonitas e coloridas. Na hora da compra, o comércio também dá a "pitada" no pacote de presente com outra embalagem, que, para finalizar, coloca em outra bela sacola. Ou seja, compramos uma coisa supérflua para presentear, gastamos três ou quatros embalagens para embelezar ainda mais o presente ou apenas para mostrar que aquilo foi comprado na loja tal. Essas embalagens serão jogadas no lixo, em sua grande maioria. Algumas pessoas podem até amenizar e separar como resíduos sólidos para reciclagem na ideia de proteger o meio ambiente. No entanto, essa consciência também deveria ser ativada antes, já que para produzir essas embalagens são necessários muitos recursos naturais e químicos. Além de gerar uma grande quantidade de poluição no

seu processo de fabricação, quando separamos para reciclagem são necessários novos recursos para reciclar, como combustível, água, energia e mais poluição no processo de reciclagem. Em Curitiba (PR), o projeto Lixo Que Não É Lixo, que existe há mais de 20 anos com cooperativas de reciclados, separa apenas 20% dos resíduos sólidos. No Brasil, menos de 10% são reaproveitados. Mesmo que separássemos tudo e reciclássemos estaríamos fazendo pouco para a sustentabilidade. Precisamos urgentemente rever nossos hábitos, evitar comprar tantos supérfluos e, ao comprar, procurar adquirir coisas mais úteis e, principalmente, não utilizar tantas embalagens. É preciso políticas concretas que levem a sociedade a repensar sobre o desperdício. No Brasil, temos uma noção de que devemos taxar ou penalizar a indústria ou quem produz o resíduo, mas enquanto o consumidor não for levado a essa consciência do consumo exacerbado e de compras que destroem o mundo, penas também deveriam ser estudadas. Não teremos sustentabilidade e, sem uma vida mais sustentável os problemas que enfrentaremos serão imprevisíveis. Vale a reflexão.

© Foto: Arquivo pessoal

olhar


A história do seu filho merece cuidado.

Alunos do Colégio Marista Pio XII.

Atual desde sempre. Marista. Desde o início nos dedicamos a uma formação de valores. Ser ético, por exemplo, é algo fundamental ontem, hoje, amanhã e sempre. Nada mais atual do que ser tradicional. Assim pretendemos dar continuidade à formação integral do seu filho. Afinal, os valores que passamos aqui possuem propósitos. O que ele aprende no Marista interfere em sua vida e na sociedade.

Programe-se para o período de rematrículas dos Colégios Maristas.


curiosidade

Comprar

alivia o estresse?

Mito ou verdade? Será que as pessoas fazem compras como uma forma de aliviar o estresse? Por que ele pode ser um incentivador do consumismo? Diante das várias cobranças que recebemos de todos os lados, por vezes criamos mecanismos para aliviar a tensão, como comprar. O problema é que esse alívio imediato pode se tornar mais um motivo estressante.

Sim, comprar alivia mesmo o estresse! Segundo a professora da PUCPR Fernanda Renata Mendonça, também consultora em psicologia organizacional e do trabalho, indo ao shopping ou ao mercado, a pessoa sai do ambiente e da situação que a estressa e distrai a mente com estímulos atrativos.

É nessa frustração que o consumidor compulsivo não se satisfaz com a compra de um objeto (bem ou serviço). Para a consultora, “ele tem um alívio pequeno na tensão, mas esta logo se eleva novamente, pois o estímulo não é percebido como suficiente. Assim, a pessoa volta a comprar um produto mais inovador ou outro produto, pois emerge uma nova necessidade.”

Outra questão que pode se apresentar é o sentimento de culpa que surge após adquirir algo. Isso ocorre porque a pessoa, ao realizar a comprar, sai da situação estressante e passa a analisar os fatos mais racionalmente, identificando que, por vezes, não havia necessidade de adquirir determinando produto/serviço. Além disso, há, ainda, a possibilidade de a pessoa se transformar em um consumidor compulsivo, comprando por impulso e deixando a razão de lado.

Comprar é bom. Quem não gosta de adquirir novidades que atire a primeira pedra! Mas consumir em excesso tem seus aspectos negativos. Quando as compras começam a exceder o orçamento financeiro pessoal, é hora de se monitorar, pois um novo estresse pode ser desenvolvido diante de resultados negativos no saldo bancário.

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O consumismo acaba se tornando uma “válvula de escape” para aliviar o estresse. O que se passa é que, ao consumir, tira-se o foco do problema e da tensão. A energia psíquica é deslocada para objetos de consumo, visando a uma satisfação imediata.

Por Julio Glodzienski

Mas, afinal, o que é estresse? Do inglês stress, o termo significa pressão, influência ou tensão. No dicionário, encontra-se a seguinte definição: “conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica e outras capazes de perturbar-lhe a homeostase (equilíbrio)”. Suas manifestações variam positiva ou negativamente de pessoa para pessoa.

Mas cuidado! Algumas vezes sua tensão pode não ser totalmente suprida após algumas compras, como afirma a professora Fernanda. Se o desejo continua não satisfeito, o indivíduo volta a consumir ou se frustra.

Busque outras formas de aliviar as tensões causadas pelo dia a dia. Praticar esportes, fazer massagens, ler, manter uma vida organizada e dormir bem são formas que podem melhorar a qualidade de vida. Dessa forma, você não estará sendo um consumista desenfreado, e, sim, consciente de suas necessidades. O planeta agradece!


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