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TIM Business tem a solução para a comunicação da sua empresa, seja ela grande, média ou pequena.
Comunicar-se bem e com economia é, hoje em dia, a chave para a rentabilidade. TIM Business faz exatamente isso através de serviços que permitem o controle de gastos, tarifas interurbanas vantajosas, ramais móveis e muito mais. Além disso, sua empresa também conta com a maior e melhor cobertura. TIM Business convida você a conhecer tudo o que é possível fazer com as soluções em planos e serviços oferecidos. Ligue e agende uma visita com o consultor TIM Business pelo telefone 0800 417727 ou através do site www.timbusiness.com.br
Controle de gastos Tarifas de interurbanos vantajosas Ramais móveis Tarifa zero entre celulares da empresa Consulta a banco de dados via celular Mensagens para grupos de pessoas Transmissão de dados
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TIM Business tem a solução para a comunicação da sua empresa, seja ela grande, média ou pequena.
Comunicar-se bem e com economia é, hoje em dia, a chave para a rentabilidade. TIM Business faz exatamente isso através de serviços que permitem o controle de gastos, tarifas interurbanas vantajosas, ramais móveis e muito mais. Além disso, sua empresa também conta com a maior e melhor cobertura. TIM Business convida você a conhecer tudo o que é possível fazer com as soluções em planos e serviços oferecidos. Ligue e agende uma visita com o consultor TIM Business pelo telefone 0800 417727 ou através do site www.timbusiness.com.br
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A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Marketing e Comercialização José Lamonica [joselamonica@uol.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexandre Gonçalves [alex@empreendedor.com.br] Editor: Carlos Castilho Repórteres: Lúcio Lambranho, Fábio Mayer e Sara Caprario Editor de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Lauro Maeda/Week, Fábio Sales e Arquivo Empreendedor Produção e Arquivo: Ivone Zanatta Ilustrações: Clóvis Geyer Revisão: José Renato de Faria/Ponto Final Coordenador de Web: Flaviano da Cunha Júnior Sedes São Paulo Diretor de Marketing e Comercialização: José Lamonica Executivos de Contas: Paula Araújo Speda e Ariovaldo Florian Rua Sabará, 566, 9º andar, cj. 92 Fones: (11) 3214-5938/3257-4667/3214-6093 01239-010 - São Paulo - SP [empreendedorsp@uol.com.br] Florianópolis Gerente de Contas: Sergio Luiz Alves Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss Av. Osmar Cunha, 183, Ceisa Center, bl. C, 9º andar - Fone: (48) 224-4441 88015-900 - Florianópolis - SC Representante Dinâmica Promoções e Eventos Carlos Hamilton Martins Feltrin Rua Turiassu, 127, cj. 12/13 - Perdizes Fone/Fax: (11) 3822-0412 05005-001 - São Paulo - SP [dinapro@terra.com.br] Escritórios regionais Rio de Janeiro [triunvirato@triunvirato.com.br] Milla de Souza Rua México, 31, grupo 1404 - Centro Fone/fax: (21) 2533-3121/2524-2757/2533-1601 20031-144 - Rio de Janeiro - RJ Brasília [jczcom@br.inter.net] Ulysses C. B. Cava SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial Bloco C, cj. 330 Fone: (61) 314-1541 70140-907 - Brasília - DF Paraná [merconet@onda.com.br] Ricardo Takiguti Rua Joaquim da Costa Ribeiro, 507 A - Atuba Fone: (41) 367-4388 82840-190 - Curitiba - PR Rio Grande do Sul [marcelo@midiamais.com.br] Marcelo Guedes Av. Iguaçu, 525, cj. 305 - Petrópolis Fone: (51) 3334-4054 - Fax: (51) 3334-2317 90470-430 - Porto Alegre - RS Minas Gerais [fmfranchising@task.com.br] [rodrigoop@gcsnet.com.br] Flávio Lúcio das Neves de Miranda Av. Pasteur, 89/1208 Fone/fax: (31) 3226-2816 - 9993-2196 30150-290 - Belo Horizonte - MG Pernambuco [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111, cj. 507 - Boa Viagem Fone: (81) 3327-3384 e 3327-9430 51021-310 - Recife - PE Assinaturas Serviço de atendimento ao assinante Diretora: Clementina P. da Silva Gerente: Luzia Correa Weiss Fone: 0800 48 0004 [assine@empreendedor.com.br] Produção gráfica Impressão e acabamento: Coan Gráfica Editora CtP Distribuição: Fernando Chinaglia S.A. (São Paulo) Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br
ANER
Nesta
edição
Julho/2002 DIVULGAÇÃO
Entrevista
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Em entrevista exclusiva, o presidente do Sebrae, Sérgio Moreira, explica quais são as novas prioridades da instituição em defesa da micro e pequena empresa. Moreira também analisa questões como microcrédito e incentivos fiscais, além de detalhar o apoio do Sebrae ao governo da Argentina.
Capa
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Para o sucesso de toda empresa e de todo negócio, o empreendedor precisa necessariamente de uma boa dose de ousadia. Mas para isso é necessário superar alguns fatores que muitas vezes inibem a adoção de uma atitude mais ousada. Confira na reportagem as dicas dos principais especialistas em Empreendedorismo no Brasil, para que a ousadia passe a ser um ingrediente sempre presente na estratégia da empresa. Veja também exemplos de empresas marcadas pela ousadia.
TECNOLOGIA
FRANQUIA TOTAL Suplemento O segmento de franquias de entretenimento oferece boas oportunidades de negócios. E mais: Franco Franquia escreve sobre a abertura de franquias em shopping centers. Confira as notícias do mercado e a opinião de quem entende de franchising. E na seção da ABF um balanço da ABF Franchising Expo.
concorrência
Sua empresa decidiu monitorar os concorrentes, e para que a iniciativa dê resultados você precisa desenvolver um plano de quatro etapas.
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GUIA DO EMPREENDEDOR
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Produtos e Serviços .................... 70 Do Lado da Lei ............................ 74 Leitura ........................................ 76 Análise Setorial .......................... 80 Indicadores .................................. 81
RECURSOS HUMANOS
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Depois de um ano de retração, as empresas de automação comercial procuram novas estratégias para reaquecer seu desempenho.
Conflito de gerações Os investidores começam a valorizar empresas que buscam uma transição suave dos executivos mais experientes para os mais jovens.
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TECNOLOGIA
Mercado
Monitoramento da
SAI 3G, entra WI-FI
Mais uma sigla cabalística da alta tecnologia encaminha-se para a aposentadoria precoce, antes mesmo de chegar ao mercado.
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LEIA TAMBÉM Cartas ................................. Empreendedores ........................ Não Durma no Ponto ..................... Estratégia ............................. Via Digital ............................ Sua Opinião ............................
6 14 18 32 56 66
INFORMAÇÃO
Agenda ........................................ 82
Avalancha atualizada A população mundial produzirá até o final de 2004 um volume de documentos equivalente a 12 exabytes, ou seja, o mesmo volume de material acumulado pelo homem desde o seu surgimento na Terra.
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2002
do
Editor
Cartas A
reportagem de capa desta edição aborda um assunto essencial no caminho de todo sonho empreendedor: o poder da ousadia. Essa pauta nasceu de uma discussão aqui na redação sobre cases de empreendedores de sucesso. Acabamos escolhendo o assunto ousadia porque concluímos que este é um dos ingredientes mais emblemáticos na receita do empreendedor de sucesso. E por que isso? Bom, concluímos que há muita confusão entre ousadia e inovação. Da mesma forma, há quem veja nos ousados meros lunáticos (para não dizer loucos de pedra!). E outro aspecto que consideramos curioso é que, na maior parte das teorias sobre empreendedorismo, a criação de um novo negócio está sempre vinculada à máxima de que há uma necessidade a ser preenchida. Avaliamos que, nesse caso, ousadia é o que menos conta. Vale mais a percepção de uma boa oportunidade de negócio. Bem, mas o que mais importa é que os elementos levantados pela equipe da Empreendedor acabaram gerando análises interessantes de consultores reconhecidamente estudiosos do empreendedorismo no Brasil, como José Carlos Dornelas e Fernando Dolabela. De quebra, ao longo da reportagem, o leitor conhecerá também alguns exemplos de empreendedores verdadeiramente ousados que servem de inspiração a qualquer um que sonha em um dia ter seu próprio negócio ou, ao menos, surpreender clientes e concorrentes. Boa leitura e boa dose de ousadia! Julho – Empreendedor
Plano de negócios Estou desenvolvendo um trabalho onde meu objetivo é montar um plano de negócios. O caso a ser estudado é um supermercado em uma área de 300 m 2. Devo prever instalações, produtos, capital de giro, investimento inicial, despesas fixas, tempo de retorno. Seria possível receber um exemplo de plano de negócios de um supermercado para servir de base. Domingos Rugolo
Escolas de idiomas Sou professor de inglês e pretendo abrir minha própria escola. Dessa forma, eu preciso das dicas do mercado para este setor que se encontram na revista n.º 91 do mês de abril, que fala sobre o mercado de escolas de idiomas. É possível eu obtê-la? Jansen Alves João Pessoa – PB
rugolo@uol.com.br Domingos, Sugerimos que você visite o site www.planodenegocios.com.br.
Jansen, Seu pedido já foi encaminhado ao nosso Departamento de Circulação.
Seguro-Acidente de Trabalho Recebo a Empreendedor e na edição de maio li uma matéria do colunista Marcos Sant’Ana Bitelli que me despertou uma curiosidade. O artigo abordava a questão do SAT (SeguroAcidente do Trabalho), o qual as empresas vêm contestando na Justiça. Gostaria de saber qual é o beneficiário deste seguro e em que ocasiões ele tem direito a recebê-lo? Elaine Restier São Paulo – SP
wagner.fernandes@unifenas.br Elaine, Atendendo a sua solicitação, nosso colunista Marcos Bitelli enviou a seguinte resposta: A contribuição previdenciária para o Seguro-Acidente do Trabalho (SAT) custeia benefícios concedidos pelo INSS aos segurados, empregados e avulsos, relacionados à incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do trabalho.Tais benefícios são: a) aposentadoria especial, concedida ao segurado que tiver trabalhado sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Por
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exemplo, os petroleiros. Tal benefício é concedido quando da aposentadoria, obedecidos certos requisitos como tempo de serviço, carência, trabalho ininterrupto nas condições acima descritas, entre outros; b) aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de trabalho. Tal benefício é concedido quando da aposentadoria, obedecidos certos requisitos como realização de perícia que ateste incapacidade laborativa decorrente de acidente de trabalho; c) auxílio-doença acidente. Tal benefício é concedido ao segurado que se encontre impossibilitado de exercer sua atividade habitual pela ocorrência de acidente de trabalho; d) auxílio-acidente do trabalho. Tal benefício é concedido quando constatado, através de perícia, que houve diminuição da capacidade laborativa decorrente de acidente de trabalho. Mais detalhes podem ser verificados no Plano de Custeio e de Benefício do INSS, Leis 8.212/91 e 8.213/91 respectivamente. Tais leis e suas alterações podem ser encontradas no site do Senado Federal (www.senado.gov.br). Atenciosamente, Marcos Bitelli
de Empreendedor para Empreendedor
Assinaturas
Desafios e visões Na qualidade de consultor organizacional e headhunter, penso que o principal desafio que um executivo (presidente, diretor-geral, superintendente) enfrenta é o de ter que se tornar um autêntico estadista. Detalhe: não basta se comportar ou parecer-se com um estadista. O sujeito precisa operar mudanças profundas na maneira de trabalhar e conviver com as pessoas. Em outras palavras, se o principal executivo de um empreendimento não reunir algumas características pessoais, além de uma bateria de qualificações, não conseguirá obter pleno êxito nas suas intervenções. Que características são essas? Empreendedorismo. O cenário quer contar com pessoas que sejam, antes de tudo, motivadas para a ação e pró-ativas diante das tranformações do mundo, das empresas e, sobretudo, do trabalho. Em primeiro lugar, o empreendedor deve primar pela autoconfiança, capacidade de captar o que acontece ao seu redor e prever o que está por acontecer. O mundo dos
Desafios e visões 2 Cumprimento-o pela excelente entrevista com o Eng.º Luiz Vilar de Carvalho, a quem conheci pessoalmente durante um seminário realizado pela Votorantim Cimentos em sua fábrica de Rio Branco do Sul. A entrevista vem reforçar um conceito que dele tive à época: um empreendedor interessado em desbravar novos mercados e, ao mesmo
negócios quer indivíduos que sejam visionários e, sobretudo, automotivados e capazes de desenvolver o poder de liderança a partir da transparência ética e do engajamento. E, principalmente, gostar do que faz. Creio que o Eng.º Vilar é daqueles que acreditam que o maior investimento que um profissional pode fazer é em si mesmo. Embora possa ter, eventualmente, alguma dificuldade para equilibrar o sucesso (de ter chegado e se manter ao topo) com qualidade de vida e convívio com a família. Isso faz parte do mundo dos negócios. Finalizando, nenhum segmento empresarial está a salvo de turbulências típicas das economias globalizadas. Nem mesmo segmentos em que o produto é commodity, como é o caso do cimento. Afinal, apenas reagir às mudanças não significa mudar, mas adaptar-se a elas. Mudar é antecipar-se às mudanças. Hamilton Fonseca Consultor Organizacional e Headhunter Curitiba – PR
tempo, um intelectual e humanista, preocupado em lidar com a natureza humana. O Brasil e o Paraná necessitam de mais pessoas como ele, se quiserem figurar no elenco das nações do Primeiro Mundo. Parabéns! Atenciosamente, Emilia Belinati Vice-Governadora do Estado do Paraná
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Empreendedor – Julho
2002
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É possível solicitar reimpressões de reportagens das revistas da Editora Empreendedor (mínimo de 1.000 unidades)
Entr vist por
Lúcio Lambranho
E
A
Sérgio Moreira
com
Basta cumprir
a lei
O presidente do Sebrae, Sérgio Moreira, acredita que é preciso fazer valer a Constituição e garantir aos micro e pequenos empresários o tratamento diferenciado que, na prática, é dado às grandes empresas
2002
LINHA DIRETA: joice@hartz.com.br
Mesmo enfrentando dificuldades para dar vida longa para as micro e pequenas empresas brasileiras, Sérgio Moreira, presidente do Sebrae Nacional, estendeu a mão para nossos hermanos argentinos. Em maio, Moreira foi até a Argentina para um encontro com o presidente Eduardo Duhalde e fechou um acordo para dar todo o suporte à criação de uma instituição semelhante ao Sebrae no país vizinho. “Vamos exportar, digamos assim, gratuitamente, toda a tecnologia que acumulamos em 30 anos no trato com os pequenos negócios”, revela o presidente do Sebrae. Nesta entrevista, ele também antecipa como pretende incluir a grande massa de pequenos empreendedores na pauta do dia no Brasil. Empreendedor – Como o senhor avalia a capacidade empreendedora do brasileiro mesmo em tempo de crise econômica?
Sérgio Moreira – É verdade que é grande o número de pequena empresa que fecha até o terceiro ano, mas também é verdade ser enorme o número de empresas que são criadas. O que é vital, para a pequena produção, é fazer valer na plenitude os artigos 170 e 179 Julho – Empreendedor
da Constituição, que estabelecem tratamento diferenciado para as micro e pequenas empresas. É preciso tratar desigualmente os desiguais, sem paternalismo, sem assistencialismo. Veja a indústria automobilística. Os governos estaduais fazem guerra entre si, dão incentivos fiscais, realizam uma gigantesca renúncia fiscal, dão terreno de graça, treinam a mão-de-obra para as montadoras com recursos públicos, às vezes até participam do capital delas. Nada contra a indústria automobilística, que introduz inovação tecnológica e cria emprego, pouco, está certo, mas de qualidade. Quem, na prática, contudo, tem o tratamento diferenciado? É ela, é a grande empresa. Empreendedor – O senhor disse que o Brasil passa por um momento similar ao vivido pela Itália há 30 anos, com a necessidade de criar um ambiente favorável para o desenvolvimento da micro e pequena empresa. De que maneira o Brasil pode aprender com a experiência italiana nesse sentido?
Moreira – Podemos aprender muito e já estamos fazendo isso. Como na Itália do pós-guerra, queremos estimular o ca-
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pital social, isto é, a soma de confiança, cooperação, organização e participação social. Foram estes os fatores preponderantes que elevaram a chamada Terceira Itália de região deprimida, econômica e socialmente, de grande migração, inclusive para o Brasil, numa das mais ricas do mundo, hoje. É o que estamos vendo acontecer, para citar só um exemplo, em Santa Cruz do Capibaribe, no semi-árido pernambucano, onde a ausência do Estado fez surgir um vigoroso pólo de confecções, irradiado para dois outros municípios próximos, Caruaru e Toritama. Em Santa Cruz, o desemprego é praticamente zero. As três cidades geram 180 mil vagas, das quais 30 mil diretas, faturando cerca de R$ 25 milhões mensais com confecções. O Sebrae está lá, ajudando a melhorar a qualidade da produção e preparando os empreendedores locais para começar a exportar. Em convênio com a Promos, Agência Internacional da Câmara de Comércio de Milão, buscamos a experiência italiana em distritos industriais de pequenas empresas e, com o apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), estamos atuando, os três, num projeto piloto em arranjos produtivos importantes – couro e calçados, em Campina Grande, na
( ) Presidente do Sebrae
Empreendedor – Nesse contexto, quais são as principais metas do Sebrae para 2002?
caminho, na sua opinião, para desenvolver o microcrédito no Brasil, uma questão fundamental para os pequenos empreendedores?
Moreira – No Brasil, banco não opera com o pequeno. Para se ter uma idéia da pouca participação do sistema bancário no processo de desenvolvimento do país, basta lembrar que menos de 30% do nosso PIB está alavancado no crédito, quando na Tailândia essa relação é de 115%, na Coréia do Sul é de quase 75%, no Japão é de 116%. Uma das opções inteligentes e factíveis para dar à pequena produção
Moreira – Elegemos sete prioridades, que na verdade são a sistematização e o aprofundamento do que já vínhamos operando desde 1999. Uma delas é desenvolver arranjos produtivos em todo o país, ou seja, atuar em aglomerados localizados em um mesmo território, de atividades correlatas, que se articulem e cooperem entre si. A experiência tem mostrado que os arranjos produtivos geram vantagens competitivas duradouras nas micro e pequenas empresas. Queremos também potencializar e difundir experiências de sucesso, “No Brasil, banco de forma a transformálas em referência para não opera com o multiplicação no país. pequeno. Basta Uma terceira prioridade é a educação empreenlembrar que menos dedora para milhões, universalizando-a, para de 30% do nosso que atinja os segmentos mais excluídos da soPIB está ciedade. Vamos disseminar a cultura de cooalavancado no peração, contribuindo, assim, para ampliar a crédito” competitividade da pequena produção. Universalizar o crédito e a capitalização é outra meta fundamental, assim como propor políticas e mecanismos de redução e racionalização da carga tributária e da burocracia. Vamos, ainda, articular uma robusta e vasta rede de apoio às micro e pequenas empresas, de modo a ampliar a contribuição dos pequenos negócios no desenvolvimento sustentável do país.
acesso ao crédito é disseminar o microcrédito. O Sebrae acabou de selecionar, por edital, entre 98 propostas, os primeiros 30 projetos de instituições de microcrédito que terão nosso apoio técnico e financeiro. As instituições que terão apoio financeiro, até o limite de R$ 300 mil, para formarem suas carteiras, são as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs). O Sebrae não é instituição financeira, mas obteve autorização legal exclusivamente para constituição dessas carteiras, por meio de empréstimos com prazo de oito anos, três de carência e encargos da TJLP. DIVULGAÇÃO
Paraíba; moda íntima em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro; movelaria em Paragominas, no Pará.
2002
Empreendedor – Qual é o
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Empreendedor – Julho
Entr vist por
Lúcio Lambranho
E
A
Sérgio Moreira
com
“Ao contrário do que reza a lenda, o brasileiro é um dos povos mais empreendedores do mundo. E isso independe de região; é no país inteiro”
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Empreendedor – E o apoio ao governo argentino, como está sendo desenvolvido?
Moreira – Há algum tempo mantemos acordos e contatos com entidades e o governo argentinos. E fechamos um acerto para dar todo o suporte à criação, na Argentina, de uma instituição semelhante ao Sebrae, de apoio e fortalecimento das pequenas empresas do país vizinho. Vamos exportar, digamos assim, gratuitamente, toda a tecnologia que acumulamos em 30 anos no trato com os pequenos negócios. Em princípio, as áreas de interesse envolvem as metodologias do Brasil Empreendedor, que ensinou 2 milhões de brasileiros a gerir um pequeno negócio e forneceu crédito; do Empretec, curso de 80 horas; e do Desafio Sebrae, jogo de empresas por computador destinado a universitários. A metodologia do Líder Cidadão, curso que forma lideranças no segmento de empreendedores de baixa renda, também interessa aos argentinos. Está sendo montado um grupo de trabalho permanente na Embaixada em Buenos Aires e levaremos à Argentina, periodicamente, consultores do Sebrae para realizar seminários. Torcemos para que a Argentina consiga superar em breve tempo as dificuldades econômicas e sociais por que vem passando. Julho – Empreendedor
Empreendedor – Na sua opinião, o que precisa ser feito para que as micro e pequenas empresas tenham uma representação maior nas exportações brasileiras?
Moreira – O último dado de que dispomos, da Fundação de Comércio Exterior (Funcex), indica que, por número de empregados, as micro e pequenas empresas participam com quase 12,5% das exportações brasileiras. Estamos falando em exportações diretas, não levando em conta a participação delas como fornecedores das grandes empresas e em cadeias produtivas. Em 2000, segundo a Funcex, exportaram US$ 6,8 bilhões. É uma presença tímida. Nos Estados Unidos, a pequena empresa participa com mais de 50% das vendas externas, índice que é de 50% na Itália e na Coréia do Sul e de 45% na Alemanha. A ampliação da presença das pequenas empresas não é processo imediato, mas de longo prazo. A regra para exportar vale para todo mundo, pequena e grande empresa: é preciso ter qualidade. No caso da pequena produção, é fundamental, além disso, desenvolver o associativismo, que reduz custos, eleva a competitividade, cria escala e logística, vitais para as vendas externas. O Sebrae tem apoiado e patrocinado a formação de consórcios de pequenas empresas, de diversos setores, para exportar. Empreendedor – Oito fundos de capital de risco com participação do Sebrae já investem em 17 empresas, e até o final do semestre 23 empresas receberão capital para o seu desenvolvimento e expansão. Além do capital, que tipo de apoio gerencial o Sebrae oferece para essas empresas? Na sua avaliação, quais são as principais dificuldades das pequenas empresas de base tecnológica?
Moreira – Um dos principais problemas das pequenas empresas de base tec-
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nológica está no gerenciamento do negócio e no desconhecimento do mercado. Para superar dificuldades como essas, existe o Programa Sebrae de Incubadoras de Empresas, que fornece toda a infraestrutura, como instalações físicas, equipamentos, laboratórios, capacitação, orientação gerencial e pesquisas de mercado. A maioria das empresas incubadas é de base tecnológica. A disseminação e fortalecimento da incubação de empresas, a propósito, é uma das prioridades do Sebrae. Temos orgulho de haver contribuído fortemente para que o Brasil seja o terceiro ou quarto país do mundo em número de incubadoras. Lançamos, recentemente, nosso quarto edital para selecionar projetos de incubadoras, beneficiando, desta vez, um número recorde, de 240 projetos, dos quais 110 novos. Aumentamos em 150% os recursos aplicados no programa. O Sebrae estará patrocinando 400 incubadoras até 2003. Empreendedor – De que maneira o Sebrae atua para estimular o crescimento regional? Existe uma região do país com maior força empreendedora ou líder na abertura de pequenas empresas?
Moreira – Ao contrário do que reza a lenda, do que diz o mito, que somos indolentes tropicais, um bando de macunaímas, o brasileiro é um dos povos que mais empreendem no mundo. E o empreendedorismo independe de região, está presente no país inteiro. Apesar disso, temos, infelizmente, graves desigualdades regionais, temos a Belíndia, o Brasil Bélgica e o Brasil Índia imaginados pelo economista Edmar Bacha. Diminuir essas desigualdades regionais é outra prioridade do Sebrae. Estabelecer uma espécie de reserva de mercado para o Norte, Nordeste e Centro-Oeste, no apoio a novas incubadoras de empresas a que acabamos de nos referir, é, por exemplo, uma medida de redução das desigualdades regionais.
( ) Presidente do Sebrae
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Empreendedor – Julho
“O preço da grandeza é a ” responsabilidade” hurchill (W Churchill hurchill) Winston C
Eduardo Bassi
Com o apoio do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), situado no campus da Universidade de São Paulo, a Plug In Soluções Integradas desenvolveu e está lançando no mercado o sistema Concessionárias On-Line, uma solução capaz de prestar um atendimento completo aos clientes de concessionárias através da internet. Graças a uma integração entre os recursos da informática e os da internet, o sistema desenvolvido pela Plug In permite a realização on-line de todos os procedimentos feitos da maneira tradicional. A Plug In foi desenvolvida pelo empresá rio Eduardo Bassi – autor dos livros Globalização de Negócios e Empresas Locais e Globalização – com o objetivo de desenvolver soluções que atendam a necessidades comuns de segmentos de mercado com grande potencial de crescimento, utilizando a internet como ferramenta. “Isso é possível devido à rapidez, baixo custo e alta conectividade da internet, que permite agregar serviços eficientes a preços acessíveis”, afirma o empreendedor. www.plugin.com.br
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Carro on-line
Julho – Empreendedor
spi
DO
bRASIL
Ian Pacey
Brinquedo rentável A SPI do Brasil é uma multinacional canadense que atua há 25 anos no mercado de lazer, e está presente em mais de 70 países. Instalada no Brasil há cinco anos pelo empreendedor Ian Pacey, a empresa se destaca por oferecer novidade em playgrouds e brinquedos infantis. A empresa é responsável, segundo Pacey, por cerca de 80% dos playgrouds comerciais do país. A SPI do Brasil conseguiu grande parte desse mercado sendo a fornecedora exclusiva da rede Mc Donald’s em todo o Brasil. Outra grande preocupação do empresário é com a questão ecológica. A madeira utilizada é de reflorestamento e possui certificado de origem internacional. Para vender seus produtos e permitir a construção de projetos de áreas de lazer em CAD, a empresa criou o site www.playgrouds.com.br.
ANIVERSÁRIO A Transportadora Cometa S.A. está completando 60 anos de fundação. A empresa é a primeira de transportes nas regiões Norte e Nordeste e a segunda maior do país, com previsão de faturamento para 2002 de R$ 200 milhões. Sediada em Recife, atualmente a empresa oferece serviços nas áreas de transporte, logística e armazenamento. Em 1995, o Rapidão Cometa estabeleceu um acordo operacional com a gigante mundial Federal Express (EUA). Nesse acordo, o Rapidão Cometa operacionaliza todos os pacotes de origem internacional para todo o Brasil.
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LEI DE LICITAÇÕES O projeto que altera a Lei de Licitações e que deve chegar ao Congresso até o final do próximo mês deverá ser altamente favorável para as microempresas. O Sebrae Nacional sugere que, nas licitações públicas, os contratos até R$ 50 mil sejam reservados para as micro e pequenas empresas. Ao fazer a sugestão, o Sebrae se inspirou nos Estados Unidos, onde todas as licitações até US$ 100 mil (cerca de R$ 250 mil) são reservadas para as pequenas e micro empresas.
DIVULGAÇÃO
Plug-in
“Onde existe uma empresa de sucesso, alguém tomou alguma ” vez uma decisão valente” rucker (P Drucker rucker) Peter D
aQUATOP
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Raquel Lobo e Késia Medeiros
José Eduardo Rocha
Energia com baixo custo
A Consolidadora Flytour, em parceria com a Tam, lançou o sistema de emissão eletrônica pelo site www.e-flytour.com.br, que amplia o mercado de vendas de bilhetes aéreos. Atualmente, a Flytour é a primeira agência que também disponibiliza os bilhetes eletrônicos com o Grupo Varig, assumindo mais uma inovação no setor turístico. “Com essa nova forma de emitir o bilhete eletrônico, o agente de viagem faz sua reserva com apenas três cliques. Além da agilidade, há a redução de custos de entrega e o fim da burocracia”, afirma Carlos Vazquez, diretor comercial da Divisão de Distribuição da Flytour.
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Kodak, Fujifilm, Canon Internacional e Noritsu. Estas quatro grandes indústrias do setor fotográfico já confirmaram presença na PhotoImageBrazil de 2002, que acontece entre os dias 13 e 16 de agosto no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. Segundo Edmundo Salgado, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Material Fotográfico e Imagem (Abimfi), em 2001 foram consumidos 89 milhões de rolos de filmes no Brasil. Em 2000, este número chegou a 84 milhões. O faturamento do setor fotográfico brasileiro no ano passado foi de R$ 3,5 bilhões, registrando crescimento de 5%.
REDUZINDO CUSTOS
Em 1994, Raquel Lobo e Késia Medeiros eram funcionárias da área de fitness de um clube do Rio de Janeiro. As duas haviam se conhecido na faculdade de Educação Física e alimentavam o sonho comum de abrir o próprio negócio. Depois de quatro anos de planejamento, elas conseguiram juntar o suficiente para dar largada no projeto que hoje se tornou a Aquatop, uma academia especializada em atividades aquáticas. Com investimento de R$ 200 mil, as empreendedores conseguiram, em menos de um semestre, recuperar o valor inicial e já se preparavam para o segundo passo: a ampliação da sede. “Quando nós abrimos, a recepção ainda não estava totalmente pronta. Então nós colocamos uma mesa e uma cadeira e nessa semana mesmo conseguimos 700 clientes”, conta Késia. DIVULGAÇÃO
BEM NA FOTO
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A Fluid Brasil, empresa paulista que implanta sistemas de tratamento, purificação e movimentação de água para abastecimento industrial, está crescendo, mesmo diante da demora do governo em fixar normas claras para o mercado de energia. A empresa implanta sistemas que garantem água desmineralizada para alimentação de caldeiras de alta pressão, necessárias às usinas dispostas a entrar no mercado de geração de energia. Na primeira semana de junho a empresa já havia atingido a meta de vendas de R$ 15 milhões, prevista para o término deste ano. “As usinas estão dispostas a entrar no mercado de geração de energia de forma competitiva e sabem que investir no tratamento de água é investir em maior segurança”, afirma José Eduardo Rocha, gerente geral da Fluid. Em maio, por conta do mercado de energia, a Fluid Brasil fechou contratos com a Usina da Pedra, do Grupo Biaggi, com a Termo Pernambuco, da espanhola Iberdrola, e com a Termo Norte Fluminense, do grupo francês EDF, totalizando quase R$ 6 milhões. www.fluidbrasil.com.br – (11) 4521-7266
Negócios da água
Empreendedor – Julho
Jovem S.A. por Lúcio Lambranho
ejovem@empreendedor.com.br
2002
Idéia de utilidade
Julho – Empreendedor
ambulatório do Hospital Universitário. Observando os procedimentos de médico e enfermeiros, Heller concluiu sobre a necessidade de um equipamento que acabasse com os altos riscos de contaminação por seringas, principalmente por funcionários que prestavam serviços terceirizados. O resultado de suas buscas por uma solução foi a invenção, registrada no Instituto Nacional de Patentes Industrial (INPI) no dia 3 de maio. “Por mais simples que seja, a idéia é inédita no mundo e poderá salvar muitas vidas”, prevê o técnico. O Reencapsulador é uma peça única, ou seja, não precisa ser montada. Se utilizado plástico injetado em um molde, pode ser produzida em grande escala. “O custo seria baixo, em torno de dois dólares por peça”, afirma Heller. Segundo ele, o aparelho pode ser adotado em qualquer posto de saúde, clínica, hospital ou laboratório. “Até um dependente químico poderá ter acesso ao produto, quando ele passar a ser comercializado”, diz. Por enquanto não houve nenhuma proposta oficial para comercialização do invento, mas uma empresa americana está mantendo contatos com a direção do CEFET/SC. www.cefetsc.rct-sc.br DIVULGAÇÃO
Materiais cortantes são responsáveis por 90% dos acidentes de trabalho que ocorrem em postos de saúde, hospitais e laboratórios de todo o mundo. Desses, 70% são causados por perfurações com seringas contaminadas. Graças a um aparelho recém-inventado, esse número poderá diminuir drasticamente. Leonardo Heller (foto), formado no curso de Segurança do Trabalho do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Santa Catarina, é o responsável pelo Reencapsulador de Seringas, um aparelho simples, com baixo custo, fácil de ser fabricado e utilizado. “O aparelho reduz a zero o risco de perfurações com a agulha, que pode estar com sangue contaminado”, explica Heller, de 30 anos. Normalmente, após o uso da seringa, é necessário que a tampa seja colocada novamente na agulha antes de rejeitar o utensílio. Heller criou uma peça na qual a seringa é colocada para ser encapada sem o risco de ferimentos nos dedos. A mão, que antes segurava a tampa e podia ser perfurada pela agulha, agora está protegida por uma espécie de funil de plástico ou PVC. “Neste ato, realizado rotineiramente e sem cuidado, a possibilidade de perfurar os dedos era enorme”, explica o inventor. A idéia surgiu durante um estágio no
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Ajuda digital O Porto Digital, condomínio que reúne 33 empresas de tecnologia formadas por 90% de empreendedores jovens de idades entre 18 e 35 anos, criou o Instituto Porto Digital (IPD) para Inclusão Social. A organização sem fins lucrativos tem por objetivo a promoção da qualidade de vida e o bem-estar social através da utilização das tecnologias da informação e comunicação. Para isso, a instituição promove a alfabetização digital e a formação de capital humano em comunidades de baixa renda. O IPD conta com uma biblioteca e um infocentro (com computadores para acesso à rede) para uso gratuito da população de Recife. No site do instituto (www. portodigital.org/instituto ), empresas e pessoas físicas que querem ajudar a democratizar o acesso à informática a populações carentes ficam sabendo como auxíliar esse trabalho. Os empresários podem participar do projeto com ajuda financeira a ser descontada no Imposto de Renda, doação de livros e materiais e até participação voluntária nas oficinas de leitura.
Alavanca para empr eendedor es empreendedor eendedores A Fundação Estudar, instituição de capital privado que concede ajuda financeira a estudantes, mantém hoje cerca de 150 bolsistas em todo o país. Dos 500 candidatos que iniciaram o processo de seleção de 2002, nove foram para a final. Cauê Costa Amaral (foto), estudante de Administração e gerente de Planejamento da Empresa Júnior PUC-Rio, participou de todas as etapas e foi um dos oito selecionados. A parceria existente entre a PUC/ RJ e a Fundação, segundo Amaral, ajudarão a aprimorar seu perfil empreendedor. Segundo Andrea Farah, analista de Recursos Humanos da PUC-Rio, todos os envolvidos se beneficiam com a parceria. “É bom para a PUC porque ela amplia a concessão de bolsas aos estudantes. A Fundação Estudar consegue divulgar seu processo de seleção a um baixo custo, e o estudante selecionado, ao final da faculdade, terá um caso para abrir seu próprio negócio. O Instituto Gênesis, por sua vez, estará cumprindo seu papel de desenvolver novos empreendedores”, explica.
Através de uma pré-seleção realizada por ela, com auxílio da Vice-Reitoria Comunitária, alunos da graduação com perfil empreendedor, nos primeiros períodos dos cursos de Administração, Economia e Engenharia, receberam material de divulgação para participar do processo de seleção. “No processo de triagem, relacionamos todos aqueles que tinham de 50% a 100% de bolsas dos cursos solicitados, ou seja, os que foram escolhidos já passaram pelos critérios de seleção da própria PUC”, explica Clara Milman, a coordenadora de bolsas e auxílios da Vice-Reitoria Comunitária. Há um ano e meio trabalhando na Empresa Júnior PUC-Rio, Cauê é gerente do Grupo de Planejamento e trabalha no desenvolvimento de planos de negócios. “Acredito que a experiência obtida na Empresa Júnior é um grande diferencial na minha carreira”, diz. No futuro, ele pretende conseguir uma bolsa para pósgraduação através da Fundação, que em dez anos já concedeu mais de US$ 3,2 milhões em bolsas de estudo. 2002
Começa neste mês a reta final para o Desafio Sebrae, uma olimpíada virtual de administração de empresas destinada a estudantes universitários. As inscrições vão até o dia 14 de julho e devem atingir 50 mil estudantes. Já estão inscritos 6 mil universitários de todo o país para disputar uma viagem ao pólo de informática do Vale do Silício, nos Estados Unidos, computadores e cursos sobre negócios. Os estudantes já inscritos formam 1,2 mil equipes, cada uma composta em média por cinco jogadores. São Paulo é o estado que apresenta o maior número de equipes inscritas, com 242, seguido pelo Rio de Janeiro, com 129 grupos. No desafio os participantes competem entre si, mas não se conhecem. Atuam como empresários à frente de seus negócios. Os jogos representam uma simulação do dia-a-dia de uma empresa, formatados em CD-ROM, para ser usados com auxílio da internet. A matrícula custa R$ 25 por equipe (entre três e cinco componentes). Depois da inscrição, o participante deve se dirigir ao balcão de atendimento do Sebrae de sua cidade e retirar o kit, com o CD-ROM e o manual do jogo. Até 14 de julho é possível fazer inscrição, pelo site www.sebrae.com.br. O prérequisito para participar é ser estudante de ensino superior de graduação, de qualquer faculdade credenciada pelo Ministério da Educação. A versão 2002 do Desafio Sebrae tem novidades. Além de triplicar o número de participantes, com relação ao ano anterior, passando para 50 mil vagas, a versão atual permite finais estaduais. O novo jogo vai simular uma empresa de cosméticos, baseada na franquia paraense Chamma da Amazônia. Essa marca foi desenvolvida em uma incubadora de empresas montada na Universidade Federal do Pará com o apoio do Sebrae.
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Aprendendo a jogar
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Empreendedor – Julho
por Roberto Adami Tranjan
Nãono durma ponto
Educador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial
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As barreiras da mudança
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LINHA DIRETA: (11) 3873-1953 • www.cempre.net • roberto.tranjan@cempre.net
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udar é preciso! Até aí nada de novo. As empresas necessitam mudar por vários motivos. Quer seja pelos baixos resultados, quer seja para um melhor posicionamento no mercado, quer seja para lançar desafios à equipe. Se as coisas vão mal, é preciso mudar. Se bem, ainda assim é preciso mudar. O contrário da mudança é a estagnação. Impossível criar uma imagem bemsucedida do futuro de um empreendimento quando a situação é de estagnação. Nessa altura, o leitor deve estar questionando para onde vai toda essa conversa sobre mudança que, aliás, trata-se de uma velha cantilena nos meios organizacionais. Pois bem! Quero convidá-lo a uma reflexão sobre um aspecto pouco considerado e que talvez explique as dificuldades enfrentadas em processos atuais de mudanças. Antes, porém, gostaria de compartilhar a fria e dura realidade: a maioria das iniciativas de mudança fracassa. Estatísticas demonstram que mais de dois terços dos programas de Gestão da Qualidade Total são suspensos porque deixam de produzir os resultados esperados; 70% dos processos de reengenharia fracassam; mais da metade de processos de transformação empresarial conduzidos pela alta administração não sobreviveu às fases iniciais. Julho – Empreendedor
O padrão é quase sempre o mesmo: os processos de mudança crescem de forma mais acelerada no seu início, desaceleram-se gradualmente depois de algum tempo e recuam caso nada mais seja feito. É assim nas organizações; é assim na própria natureza. Todo crescimento na natureza advém de uma interação entre processos que reforçam o crescimento e outros que o inibem. Daí uma constatação importante: geral-
“Todo crescimento na natureza advém de uma intenção entre processos que reforçam o crescimento e outros que o inibem. Mas pouca atenção é dada aos fatores limitantes” mente, muita atenção é dada aos fatores impulsionadores do crescimento; pouca atenção é despendida aos fatores limitantes. Vamos examinar as barreiras que existem por trás dos processos de mudança: 1) O líder sensibiliza os seus colaboradores para um processo de mudança. Todos aceitam e acolhem. Compreendem a necessidade de
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efetivá-lo. Tudo corre bem, o líder é o principal entusiasta... até que a mudança o atinja diretamente. A partir daí o próprio líder atua como fator limitante. As pessoas continuam despendendo esforços para que a mudança aconteça mas o poder de veto do líder é maior, ainda que o seu discurso continue pró-mudança. Nada acontecerá, para a frustração de todos. 2) Uma mudança é proposta almejando-se sempre o melhor. É comum, e até salutar, pensar nos ganhos decorrentes da mudança. É ingênuo, no entanto, acreditar que não haverá perdas. Está aí mais um fator limitante: querer ganhar sem querer perder. Toda mudança exige renúncia! É difícil aceitar mas é assim que funciona. 3) Existem mudanças e mudanças. Se desejarmos, podemos classificar da seguinte maneira: existem mudanças e transformações. Mudanças estão direcionadas mais para as melhorias e reprodução do passado; transformações estão relacionadas mais com rupturas e prospecções futuras. Mudanças, na linha da melhoria, podem ser feitas sem precisar mexer no sótão da empresa. Basta fazer alterações nos processos e sistemas de trabalho. Transforma ções exigem lidar com velhos tabus e assuntos tacitamente excluídos nas conversas do dia-a-dia. Velhos tabus são fatores limitantes e podem explicar uma série de iniciativas malsucedidas de mudanças em várias empresas.
4) Uma empresa pode mudar os seus processos e sistemas de trabalho e fazer variações sobre os mesmos temas mas, para que haja uma transformação, é preciso que haja mudanças na maneira de pensar. Einstein dizia que é “difícil resolver um problema com o mesmo modelo mental que o criou”. Nesse caso, as verdades são os principais fatores limitantes e inibidores da mudança. 5) Um legítimo processo de mudança altera o status quo e estremece as zonas de conforto das pessoas envolvidas. Ao sair da zona de conforto, o sentimento é de confusão (e, evidentemente, de desconforto). Alguns teimam em retornar para um porto seguro. Outros se deixam naufragar. Na verdade, se boa parte não estiver fula da vida, é bem provável que se está diante de uma mudança cosmética e de pouco poder transformador. Uma mudança para valer estabelece um desafio em que todos possam estender os seus limites. As zonas de conforto funcionam como fator limitante. 6) Mudança implica conhecimento. Muito pouco pode ser feito se o capital intelectual na empresa não muda de tamanho. Todo o processo de mudança inicia-se em uma tomada de consciência, e isso requer conhecimento. Mas essa é uma das facetas do processo de mudança. A outra é a competência
para mudar, que também implica novos conhecimentos. O desconhecimento e a ignorância são fatores limitantes da mudança. Outras barreiras existem mas essas são as mais comuns e que costumam passar despercebidas pelos seus protagonistas. Portanto, ficam aqui dois lembretes importantes: · Não basta querer mudar. Toda a mudança está fadada ao fracasso des-
“Uma empresa pode mudar os seus processos e sistemas de trabalho e fazer variações sobre o mesmo tema, mas é preciso que haja mudança na maneira de pensar” de o seu início a não ser que os fatores limitantes sejam combatidos. · Mudanças exigem monitoramento constante, diagnóstico permanente e apurado das causas e efeitos, curiosidade na compreensão da dinâmica, perseverança e paciência sem abrir mão da urgência. Diante disso tudo, conclui-se que mudar não é preciso.
(Capa
O sucesso de um negócio passa pela capacidade do empreendedor de buscar o diferente, o quase-impossível. E só quem supera o medo de ousar é capaz de conseguir isso.
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O brilho da
ousadia Julho – Empreendedor
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por Lúcio Lambranho
DORNELAS: MUITOS FATORES INIBEM A CAPACIDADE DE OUSAR DO EMPREENDEDOR BRASILEIRO
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O que é ousadia “A ousadia é irmã da adversidade, assim como a necessidade é mãe da criatividade, e por isso vivemos em uma família muito profícua chamada Brasil.” (Mário Persona) “Ousadia e arrojo não são modismos, são características do brasileiro.” (Laércio Cosentino) “O empreendedor brasileiro é tão ousado como qualquer outro no mundo. Isso porque empreender no Brasil é lutar contra tudo e contra todos.” (Fernando Dolabela)
são verdadeiros heróis, já que apesar disso tudo conseguem vencer e atingir seus objetivos”, resume. Para o especialista em Empreendedorismo, a ousadia e o arrojo empresarial não estão fora de moda no Brasil. Mas, segundo ele, grande parte dos empreendedores está tentando sobreviver primeiro e depois competir, ousar e crescer. Mesmo assim, diz Dornelas, nossa produção científica tem crescido muito nos últimos anos e temos desenvolvido inovações de benchmarking mundial. Ele cita os exemplos do mapeamento do Genoma da cana-de-açúcar, da extração de petróleo em alto mar e da aviação de médio porte realizada pela Embraer. “Temos empresas genuinamente nacionais despontando como grandes players no mercado, como a Natura, por exemplo, que tem focado na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e vem se destacando”, lembra. Outro exemplo de ousadia na área tecnológica é a urna eletrônica, produto que foi estimulado por um edital do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que empresas e institutos de tecnologia tiveram que ser empreendedores para desenvolver o conceito e o produto. Isso porque não havia solução disponível no mercado que Empreendedor – Julho
LINHA DIRETA: JOSÉ CARLOS DORNELAS jdornelas@babson.edu . FUNDAÇÃO CERTI/URNA ELETRÔNICA www.certi.org.br
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acredita que 85% dos novos negócios são réplicas de negócios já existentes, e apenas 15% dos novos negócios criam novos mercados. Dornelas aponta cinco fatores que inibem a ousadia dos empreendedores brasileiros. O primeiro é que existe um grande gap no Brasil quando falamos de inovação e transferência de tecnologia. A outra questão central é que nosso empreendedor, infelizmente, ainda carece de capacitação empreendedora de qualidade, que lhe forneça o skill necessário para identificar oportunidades, criar a empresa e gerenciála de maneira eficaz. “Muitos acreditam que pelo simples fato de terem criado uma empresa são empreendedores. Isso nem sempre é verdade”, diz o especialista. Os outros três pontos citados por Dornelas são a falta de uma estrutura tributária e trabalhista mais adequada aos pequenos e novos negócios; a desburocratização da criação de empresas; e a necessidade de mais opções de financiamento e capitalização, como capital de risco, e a cultura do angel investor. Nesse caso, as pessoas físicas deveriam investir mais em negócios como capitalistas. “Temos muito a fazer e isso mostra que nossos empreendedores de sucesso
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Quanto mais difícil, melhor. O ditado mostra que, quando o brasileiro sonha em montar um novo negócio ou quer criar um mercado, a fé e a vontade são, na maioria das vezes, suas únicas armas para vencer. Mas isso já não é novidade e o Brasil está entre os países mais empreendedores do mundo. Pelo menos é o que mostra a pesquisa da London Business School e da Babson College (EUA), a GEM Global 2001, em que o país aparece em quinto lugar entre 29 países analisados. Mas será que empresários brasileiros têm mesmo ousadia para criar novos negócios, produtos ou serviços que não existem no mercado? Até que ponto o empreendedor nacional está disposto a correr riscos? Em algum momento de sua história o verdadeiro empreendedor precisa ter pelo menos um minuto de ímpeto nas suas decisões? Para responder a essas perguntas, a revista Empreendedor foi ouvir os especialistas mais experientes em Empreendedorismo do país e descobriu duas questões centrais sobre a amplitude da coragem nacional: muitos de nossos empreendedores criam negócios por falta de oportunidade de trabalho, os chamados empreendedores por necessidade; mas, apesar de esta parcela ser alta, o brasileiro tem um alto grau de ousadia, aceita assumir riscos e tem a pró-atividade para criar novas empresas. Para José Carlos Dornelas, especialista nacional em Empreendedorismo e atualmente professor visitante na Babson College, o problema está centrado na inovação, ou seja, o produto da ousadia empresarial. “Quando falamos em inovação em termos mundiais, ainda estamos bem atrás de nações desenvolvidas. O empreendedor na América Latina e, em particular, no Brasil inovam. Na verdade, a inovação em termos de produto e processos é mais comum que inovação em termos de criar novos mercados”, acredita Dornelas. Para o autor do best seller Empreendedorismo – Transformando Idéias em Negócios, essa, sim, é a grande inovação e a mais difícil de ocorrer. Ele
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LINHA DIRETA: RENATO BERNHOEFT renato@bernhoeft.com
(Capa atendesse a essa demanda da sociedade brasileira. Marcelo Ferreira Guimarães, superintendente de Tecnologia da Fundação Certi (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras), entidade responsável pela criação da urna e ligada à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), conta que os principais desafios eram os prazos muito apertados e o desenvolvimento de tecnologias robustas para a urna. Isso devido à necessidade de otimização do consumo de energia elétrica e de um sistema de bateria para que a urna tivesse autonomia para funcionar em locais onde não há energia elétrica, durante todo o dia da votação. Segundo ele, para que projetos como esse se multipliquem no país, ainda falta uma integração maior e rotineira entre os sistemas de Ciência & Tecnologia e os setores produtivos e financeiros do país. “Já existem vários exemplos no Brasil onde há essa integração e os resultados de sucesso são concretos, como nas regiões de Florianópolis e de Recife, por exemplo, onde se tem uma forte interação entre universidades, institutos de tecnologia, empresas e investidores”, afirma. Pensando nessa distância, a questão cultural também é destacada por Dornelas. Segundo ele, o brasileiro despreza a teoria da destruição criativa formulada pelo economista Joseph Schumpeter. A idéia central dessa tese é que os empreendedores contribuem para a formação de riqueza do país usando esse processo sem medo de fechar portas ou falir. “O brasileiro ainda considera que quem faliu é incompetente. Para mudar isso, precisamos construir estudos de casos com empreendedores brasileiros reais e usá-los como exemplos nas salas de aula. Muitos dos empreendedores de sucesso já faliram nas primeiras tentativas mais de uma vez”, garante. Ele também destaca que o foco é essencial, mas não se pode confundir foco com teimosia. “Tenha foco naquilo que você já Julho – Empreendedor
analisou e em que viu reais possibilidades de êxito”, recomenda. [Pioneiros] Fazendo uma análise da origem e da própria história empresarial brasileira, podemos verificar que o perfil do empreendedor nacional surgiu sempre de alguém que veio de uma situação adversa e de extrema ousadia. A maioria das empresas brasileiras nasceu de imigrantes ou de filhos de imigrantes: primeiro os italianos e depois os alemães, durante e depois da Segunda Guerra Mundial. Eles é que construíram a indústria brasileira. Hoje, isso acontece com imigrantes asiáticos que daqui a trinta anos serão os novos empreendedores de ponta do país – é o que pensa Renato Bernhoeft, consultor de empresas, presidente da Bernhoeft Consultoria e membro do Family Business Network (FBN). A história do gás engarrafado do Brasil, segundo Bernhoeft, tem uma história curiosa de arrojo empresarial. Ernesto Igel, pioneiro do que se tranformou mais tarde no Grupo Ultra, estava no Brasil quando o dirigível Zeppelin pegou fogo e suas operações foram suspensas. Sobrou uma base em Natal com depósitos de gás e ninguém sabia o que fazer com isso. Igel então resolveu, mesmo sendo taxado de insano, comprar toda a mercadoria e a partir desse momento começou a comercializar gás engarrafado para fogões. Antes disso, só existia o fogão a lenha. “Na cabeça das pessoas isso era a mesma coisa que botar uma bomba dentro de casa. Para driblar essa resistência, a empresa dava o fogão de graça para os seus clientes no início das suas operações há quarenta anos”, destaca o consultor. Bernhoeft lembra outras histórias do ímpeto empresarial de pioneiros ligados aos imigrantes alemães que formaram o parque industrial do Vale do Itajaí e da cidade de Joinville, ambas regiões de Santa
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Catarina. Uma delas é a trajetória da Tigre, que teve no seu empreendedor, João Hansen Júnior, um dos casos mais eloqüentes de ousadia. Isso porque transformar o PVC rígido em tubos e conexões para sistemas hidráulicos era considerado coisa de maluco no final da década de 50. Naquela época, Hansen teve que vencer uma resistência parecida com a luta travada pelo fundador do Grupo Ultra. No início os consumidores, quando se iniciava o processo de urbanização das grandes cidades brasileiras, não acreditam que o PVC pudesse substituir o ferro usado nos canos. Foi nesse momento que o empreendedor resolveu ir até a Feira do Plástico,
O que inibe a ousadia no Brasil Confira os fatores que inibem a ousadia dos empreendedores brasileiros, segundo os especialistas ouvidos pela revista Empreendedor. Existe um grande gap quando o assunto é inovação e transferência de tecnologia. Falta de capacidade empreendedora de qualidade. Falta de estrutura tributária e trabalhista para pequenos e novos negócios. Necessidade de mais opções de financiamento e capitalização como o capital de risco. A família, que ainda mantém uma ilusão de segurança de uma vida de trabalhador assalariado. A escola, que não educa para formar empreendedores, mas sim empregados. A falta do capital social, em que a carência de educação inibe a criação de negócios ou associações que resolveriam os problemas mais graves de uma determinada comunidade.
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(Capa em Hannover, na Alemanha, e investiu 160 mil marcos na compra de equipamentos que deram credibilidade e confiança para seu produto. Depois desse ato de coragem, a Tigre foi responsável pelo saneamento básico de 90% dos municípios brasileiros. Outra questão curiosa, segundo o consultor, é que raramente a pessoa é empreendedora na sua terra natal ou no seu país. Isso porque ela tem medo da comunidade onde está inserida, principalmente se precisar varrer uma calçada ou fazer serviços pesados no começo. Um exemplo bem representativo, de acordo com ele, é o atual mercado de churrascarias em São Paulo. “A maioria dos donos vem do Sul do país e no seu começo pegou no pesado. Foi garçom e lavou muito prato antes de ter seu negócio”, explica. Dentro desse processo, Bernhoeft entende que hoje os dois maiores inibidores do ousado espírito empreendedor no Brasil são a família e a escola. A família de classe média pensa que o filho pode ficar melhor se ele fizer um concurso para o Banco do Brasil, mantendo ainda uma ilusão de segurança quanto a isso. E a escola não educa para empreendimento, mas sim para que os alunos se tornem empregados. “Algumas coisas estão mudando nesse sentido, mas ainda tudo é muito recente. A questão cultural é um fator inibidor muito maior que a situação macroeconômica. Essas duas instituições precisam rever seus conceitos para dar fôlego ao espírito empreendedor do brasileiro”, acredita. O consultor diz que muitos executivos se aposentam e buscam sua ajuda para montar um negócio. A primeira pergunta a ser feita por ele é se o empreendedor está ou não disposto a ser presidente da empresa e office-boy ao mesmo tempo. A maioria, de acordo com Bernhoeft, acha que vai sentar atrás de uma mesa em uma sala na avenida Faria Lima e o telefone vai tocar. “Nada disso é possível e ele deve estar preparado para ter o escritório na garagem de casa, servir e fazer o cafezinho, botar uma gravata e sair na rua para vender. Além disso, precisa saber viver Julho – Empreendedor
Exemplos de ousadia Grupo Ultra Produção do gás engarrafado para uso doméstico pelo pioneiro da empresa, Ernesto Igel. Luiz Otávio Pôssas Gonçalves Único empreendedor no mundo que conseguiu convencer a CocaCola a entrar no negócio de bebibas alcoólicas, com a cerveja Kaiser. Dono de uma engarrafadora Coca-Cola, em Minas Gerais, Pôssas aprendeu tudo sobre cerveja, conseguiu um empréstimo para iniciar a produção, fechou a parceria com a Coca-Cola e acabou vendendo a Kaiser para a canadense Molson por US$ 765 milhões. Embraer Conquista do mercado mundial de aviões de médio porte, competindo com empresas mundias como a canadense Bombardier. TAM O Comandante Rolim da TAM fez de uma companhia regional uma organização internacional no mercado de aviação comercial.
Urna Eletrônica/Fundação Certi Criação de um novo produto, superando desafios tecnológicos. Otimização do consumo de energia elétrica e de um sistema de bateria para que a urna tivesse autonomia para funcionar em locais onde não há energia elétrica, durante todo o dia da votação.
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Bradesco Teve seu momento de ousadia quando resolveu atrair correntistas com pouco dinheiro, como funcionários públicos e pequenos comerciantes, adotando o chamado banco de varejo no Brasil.
Tigre João Hansen Júnior (foto) transformou o PVC rígido em tubos e conexões para sistemas hidráulicos, atitude considerada “coisa de maluco” no final da década de 50. Natura Sucesso internacional com investimento em pesquisa tecnológica e através de uma estratégia diferenciada de distribuição dos seus produtos. Microsiga Em 1983, quando pouco se falava em microinformática, a empresa decidiu converter o sistema usado nos mainframes da SIGA – bureau de serviços de processamento para microcomputadores. Gol Criação da primeira empresa aérea brasileira a operar no conceito low cost, low fare (baixo custo, baixo preço).
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LINHA DIRETA: FERNANDO DOLABELA dolabela@dolabela.com.br (31) 3284-9457 . ROBERTO ADAMI TRAJAN roberto.trajan@cempre.net . MÁRIO PERSONA mario@persona.com.br
com o salário oscilante e pagar os custos de sua operação”, explica. [Capital social] “O empreendedor brasileiro é tão ousado como qualquer outro no mundo. Isso porque empreender no Brasil é lutar contra tudo e contra todos. Ninguém gosta de microempresa e pequena empresa no Brasil. Nosso empreendedor é extremamente mais audacioso do que qualquer outro”, destaca Fernando Dolabela, consultor mineiro que tem seu método de ensino de Empreendedorismo usado em mais de 250 instituições de ensino do Brasil. Para Dolabela, o governo não gosta porque não existe um sistema de compras públicas voltado para essas empresas, o empregado gosta de trabalhar numa grande empresa e até as mães preferem ver seus filhos trabalhando num emprego estável. Dolabela acredita que o Brasil encontra obstáculos para empreender porque tudo depende muito do capital social localizado no lugar onde as pessoas se reúnem para resolver seus problemas. Sem isso, diz ele, sem democracia e sem um foco nas redes, não existe empreendedorismo. “Os projetos feitos no Brasil têm fluxos de poder dentro de uma hierarquia muito definida. O problema é da estrutura social e não basta investir dinheiro. O capital de risco, por exemplo, só vai pegar quem está no topo da pirâmide”, afirma. Segundo Dolabela, nenhum empreendedor em todo o mundo gosta de assumir riscos. Para ele, a questão é mal colocada, já que o empreendedor é aquela pessoa que sabe que existe risco em cada ação humana e tenta reduzi-lo criando mecanismos como o plano de negócios para aliviar os perigos. Para ilustrar seu pensamento ele cita o exemplo dos produtores do perímetro irrigado pelo Rio São Francisco, em Petrolina (PE). Nessa região, pequenos proprietários produzem uvas sem caroço de alta qualidade para exportação. Mas apenas dois produtores conseguem exportar e ainda precisam utilizar os serviços de uma cooperativa de outra região Julho – Empreendedor
próxima. Um desses exportadores disse para o consultor que os outros 50 produtores da sua área não compareceram às reuniões para formação de uma outra cooperativa mais próxima. E acrescentou que eles também não conseguem a mesma produtividade porque não contratam um engenheiro agrônomo, por não confiar nesse tipo de profissional. Dolabela perguntou para esse agricultor em quem eles confiam. A resposta é ainda mais cruel: “Só acreditam no que chamam de ‘painho’, ou seja, no coronel da região”. Para o consultor, essas pessoas ainda estão vivendo com relações verticais e os iguais não se juntam para resolver o problema, o que é comum em várias regiões do país. “Isso porque são cinco séculos de relações sociais dessa maneira. Essas pessoas têm espírito empreendedor, mas não conseguem ousar porque ainda não se livraram desse tipo de amarra”, diz. [Teimosia] Roberto Adami Tranjan, diretor da Cempe Educação Empresarial e colunista da Empreendedor, acredita que os brasileiros nunca vão deixar de ousar. “Sempre teremos aqueles que erram 100% dos chutes que dão, mas há aqueles que são arrojados como empresários, quer por necessidade de sobrevivência, quer pelo desejo de realizar, quer pelo instinto de empreender”, aponta. Segundo Tranjan, o dirigente da empresa brasileira aprendeu a unir ciência e arte no seu modelo de gestão. Ele quer dizer que as velhas práticas da administração são misturadas no país com os clássicos malabarismos de ter que lidar com uma economia ainda em desenvolvimento e com vários desequilíbrios. Tranjan cita dois casos de ousadia empresarial: o caso do Comandante Rolim da TAM, que transformou uma companhia regional em uma organização internacional, e também o da Natura, que soube conquistar o sucesso através de uma
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estratégia diferenciada de distribuição dos seus produtos. O empreendedor visionário, diz Tranjan, é aquele apaixonado pela sua idéia e acaba sendo tanto ousado como teimoso. “Vários tentaram tirar da cabeça de Disney aquela idéia do ratinho. Argumentavam que ninguém se ligaria em um animalzinho tão repugnante, mas Disney insistiu no Mickey e o resto da história todos conhecem. Também vários tentaram dissuadir Howard Schultz de vender café nos EUA, mas a ousadia e a teimosia de Howard criaram a Starbucks”, lembra. De acordo com Mário Persona, palestrante, escritor e estrategista de negócios na internet, “a ousadia sempre esteve em voga no Brasil”. Para o autor de Crônicas de uma Internet de Verão e Receitas de Grandes Negócios, o brasileiro é ousado por natureza. “Não aquele ousado metido a valente, truculento, mas o ousado ladino, manhoso. Não falo do ousado esperto, pois esta palavra pode caracterizar uma postura antiética, mas do ousado sedutor, que é seduzido pela própria ousadia que o move. É por isso que ele consegue ser ousado até nas condições mais imprevisíveis de mercado”, explica. Segundo Persona, se considerarmos que a ousadia é irmã da adversidade, assim como a necessidade é mãe da criatividade, vivemos em uma família muito profícua chamada Brasil. Mário Persona conta que um amigo narrou para ele a história de um jardineiro que teve como empregado há poucos anos. O ex-jardineiro hoje está milionário, não por ter ganhado na loteria ou coisa assim. Ele começou uma pequena indústria que deu certo, e num curto espaço de tempo saiu do nada para um patrimônio considerável. Mas o que ele fez com a crise? Como conseguiu driblar taxas de juros, desemprego. “Provavelmente ele nem sabia que essas coisas existiam, de tão iletrado que era. Simplesmente empreendeu
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LINHA DIRETA: LAÉRCIO CONSENTINO www.microsiga.com.br . GOL www.voegol.com.br
com o que tinha e nas condições em que vivia. Nem para sua condição de pobre e sem estudos ele olhou, o que dirá para as condições políticas e financeiras do Brasil ou do mundo”, explica Persona. A história do consultor faz sentido. Uma pesquisa recente feita nos Estados Unidos pela U. S. Trust Corp, citada pelo consultor Renato Bernhoeft, com uma amostragem de 1% dos empresários de maior sucesso, indica que apenas 46% concluiu um curso superior. Na amostragem, 29% jamais freqüentaram uma universidade e 27% abandonaram seus estudos superiores no primeiro ano. Mas assim mesmo os que concluíram seus estudos superiores não consideram este o fator determinante para seu sucesso. Apenas 33% desse grupo atribuem à educação uma razoável contribuição para seu êxito financeiro. O que foi considerado como fator-chave para seu sucesso, por 95% dos pesquisados, é o fato de terem começado a trabalhar muito cedo. A grande maioria obteve o primeiro trabalho remunerado aos 10 anos. Dedicaram-se ao emprego de forma integral aos 18 e tiveram seu primeiro negócio aos 29 anos. Essa amostragem refere-se a empresários com negócios que envolvem faturamento anual entre US$ 6 milhões e US$ 40 milhões. Mas ao mesmo tempo esses empreendedores (81%) esperam ser sucedidos por seus filhos e para isso os mandaram para as universidades. Porém estes, segundo os pesquisadores que realizaram o estudo, não serão empreendedores, mas sim darão continuidade a um modelo criado pelos pais empreendedores. [Low cost, low fare] Ousadia e arrojo não são modismos; são características do brasileiro. Para empreender num país como o Brasil e concorrer de igual para igual com um mundo globalizado é necessária muita ousadia. É nisso que acredita Laércio Cosentino, presidente da Microsiga e um dos autores do livro Genoma Empresarial. Para ele, os períodos de instabilidade e crise acentuam as características empreenJulho – Empreendedor
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(Capa
PERSONA: OUSADIA É IRMÃ DA ADVERSIDADE E SEMPRE ESTEVE EM VOGA NA ECONOMIA DO BRASIL
dedoras do brasileiro. “Somos capazes de enxergar oportunidades em meio à crise, ou melhor, aprendemos a conviver com todo um cenário mutante nos últimos anos”, acrescenta. Para Cosentino, decisões ousadas dentro das empresas ocorrem devido a oportunidades que surgem no mercado ou por necessidade de sobrevivência. “Decisões ousadas podem ocorrer nos dois casos, mas também podem ser importantes para que uma empresa continue a crescer e a demonstrar sua capacidade de inovação. No Brasil, as decisões ousadas são fruto da sobrevivência para um grande número de empresas”, garante o presidente da Microsiga. A história da sua empresa tem momentos ousados, principalmente na sua trajetória de crescimento. Segundo o empresário, a ação mais importante talvez tenha sido a que deu origem à empresa. Em 1983, pouco se falava em microinformática quando ele decidiu converter o sistema usado nos mainframes da Siga – bureau de serviços de processamento para microcomputadores. “Criamos a Microsiga para atuar neste novo negócio, e com o passar dos anos a microinformática se consolidou e a Siga foi absorvida pela Microsiga”, lembra.
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Além de lembrar da atitude ousada na sua própria empresa, Cosentino cita a trajetória recente da Gol Transportes Aéreos como um bom exemplo de ímpeto empresarial. Tarcísio Gargioni, vice-presidente de Marketing e Serviços da Gol, acredita que existe uma linha fina entre ousadia e teimosia e diz que o processo de criação de novos negócios sofre, no Brasil, com o conservadorismo das empresas familiares e a burocracia das estatais. Num ato de extrema ousadia mas pensado em um mercado que não existia, a Gol resolveu eliminar o bilhete e o serviço de bordo. Assim nasceu a primeira empresa aérea brasileira a operar no conceito low cost, low fare (baixo custo, baixo preço). No seu primeiro aniversário, a empresa chegou à marca de 2.250.000 passageiros transportados, uma média de 90 passageiros por vôo. A companhia conquistou mais de 8% do mercado doméstico, e já é a sexta maior do Brasil. “Batemos alguns recordes na história da aviação brasileira. Não existe nenhuma companhia que tenha atingido estas marcas em tão pouco tempo”, comemora Gargioni. A Gol fecha o balanço do primeiro ano com 24 mil operações de pouso e decolagem, e quase 26 mil horas voadas. Já são 14 horas de vôo por avião a cada dia, nos 130 trechos diários. Com um quadro de 930 funcionários, 93 por aeronave, a empresa acumulou altos índices de pontualidade e regularidade ao longo dos 12 últimos meses. Segundo uma pesquisa encomendada à Mattar e Associados, 99% dos passageiros transportados pela Gol disseram que voltariam a voar pela companhia. No peito e na raça, como mostra a história empresarial brasileira, nossos empreendedores têm assumido todos os riscos de criar novos negócios em um país ainda sem capital social, mas com toda a vontade de vencer. Só que no mundo de hoje é necessário muito mais do que a força dos pioneiros para eliminar as dificuldades, e o brilho da ousadia e da fé no sucesso do brasileiro precisa ser sempre exaltado.
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Empreendedor – Julho
(Estratégia
Uma nova
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empreitada Reconhecida no segmento de lavadoras de roupa semi-automáticas, a Mueller direciona seus investimentos também para marcar presença no mercado de fogões
EXPANSÃO: INVESTIMENTO PARA AMPLIAR A CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DA EMPRESA
Julho – Empreendedor
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Consolidar ou ampliar a atuação de uma empresa no mercado é uma batalha diária. Nessa luta, é fundamental utilizar como ferramenta o planejamento estratégico, aliado, principalmente, ao marketing, para ganhar a confiança dos consumidores e fidelizar os já conquistados. No caso da Mueller Eletrodomésticos, líder na região Sul no mercado de lavadoras de roupa semi-automáticas, isso não é diferente. Aproveitando-se de que a marca da empresa já está incorporada na mente dos clientes, a companhia aposta agora no segmento de fogões a gás. Dessa forma, a abertura de um novo campo de atividade da companhia, com a criação da Mueller Fogões, propicia que a empresa amplie a liderança no mercado popular da linha branca. Mas também aumenta os investimentos, sejam eles em produtividade e competitividade para atender à demanda, sejam no reforço da marca. Somente em marketing, a Mueller pretende gastar em torno de R$ 1
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KNIEST: CRESCIMENTO LINEAR NA PRODUÇÃO, DE ACORDO COM A DEMANDA DO MERCADO PELOS NOVOS PRODUTOS DA MULLER
Já para o final do próximo ano o objetivo é dobrar a produção, ou seja, produzir 30 mil fogões por mês, com a aquisição de novos equipamentos. Num prazo de cinco anos, a Mueller planeja produzir 80 mil unidades/mês, o que será possível sem grandes investimentos no projeto arquitetônico, já que a planta
da nova fábrica foi concebida de forma modular, o que facilitará a ampliação das instalações. [Atendendo à demanda] A capacidade produtiva tem influência direta nos locais que a empresa planeja atuar. “Estamos abrindo o mercado à
Carro-chefe
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milhão, em 2002, na tentativa de alavancar as vendas tanto de fogões como de outros produtos já consagrados (veja quadro abaixo). Para a nova unidade industrial foram aplicadas divisas que alcançaram a cifra de R$ 20 milhões. Do total, 80% dos recursos utilizados são da própria empresa, e os outros 20% vêm do Financiamento à Aquisição de Máquinas e Equipamentos (Finame). No ano passado a empresa faturou cerca de R$ 75 milhões e para 2002 estima um faturamento de R$ 100 milhões, sendo que os fogões devem representar em torno de R$ 20 milhões. Com isso, a companhia espera fabricar 15 mil fogões por mês, até o final de 2002. “É uma rampa de produção, que vai em uma crescente linear”, afirma Rodrigo Rihl Kniest, diretor-superintendente da Unidade de Fogões. A empresa começou produzindo 1,5 mil unidades, em abril; passou para 5 mil, em maio; e até dezembro pretende alcançar a marca estabelecida.
Fábio Mayer
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por
Desde a fundação da Mueller Eletrodomésticos, em 1949, as lavadoras de roupa (foto) são a força motriz da empresa. Motivo de orgulho para a família Mueller, a primeira lavadora produzida no Brasil foi desenvolvida artesanalmente em uma oficina mecânica por Walter Mueller, filho de imigrantes alemães e fundador da empresa. A máquina foi criada com o objetivo de suprir as necessidades das famílias brasileiras que não tinham recursos para importar o produto, nessa época somente produzido em outros países, como a Alemanha. Atualmente, a companhia possui uma gama variada de produtos populares da linha branca, como lavadoras de roupa semiautomáticas e os tradicionais “tanquinhos”, centrífugas, fornos elétricos e agora fogões. 2002
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Empreendedor – Julho
medida que nossa capacidade produtiva consegue atender à demanda”, afirma Kniest. No início, a empresa definiu como estratégia atender a toda a região Sul e exportar 20% dos fogões produzidos. Mas até o final do ano pretende ampliar a atuação no mercado nacional. “Estamos abrindo o mercado no interior do Rio de Janeiro e no estado de Mato Grosso, além das regiões Norte e Nordeste”, diz. Individualmente o maior mercado, São Paulo também receberá em breve os fogões Mueller. O ingresso na empresa neste mercado será através de uma grande rede varejista, e as negociações já estão em curso. “A Mueller Eletrodomésticos já atinge todo o país”, salienta Amos José Packer, diretor comercial da Mueller Eletrodomésticos. E a meta, de acordo com ele, é a Unidade de Fogões seguir o mesmo caminho. Além disso, o per-
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(Estratégia
PACKER: UNIDADE DE FOGÕES PRETENDE ATINGIR TODO O PAÍS E TAMBÉM O MERCADO EXTERNO
centual de exportação dos fogões será maior, porque os produtos fabricados pela empresa, como as lavadoras de roupa, têm valor agregado mais baixo. “Estamos começando nos mercados que nós conhecemos, países do Mer-
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Apostando nos diferenciais Além do sistema de queima com fileira dupla de orifícios, outro diferencial é o pegador da tampa de vidro em termoplástico (plástico que agüenta altas temperaturas). Segundo Kniest, o formatopadrão utilizado no mercado é de metal. “No caso desse projeto não se criou uma peça, mas foi feita uma modificação simples que trouxe várias vantagens”, diz o diretorsuperintendente da Unidade de Fogões Mueller. A primeira é que a peça não esquenta, por ser em plástico com isolante térmico, e também por uma questão de segurança. “Se a tampa está de pé e, por exemplo, uma criança mexe ou sacode o fogão, a tampa tem a tendência – em qualquer fogão isso acontece – de cair. Se ela for de plástico, o dano é muito menor do Julho – Empreendedor
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que com uma peça de metal”, enfatiza. A segunda é em relação à ergonomia do puxador: como é feito em plástico pode ter qualquer formato. Mais uma vantagem é que essa peça amortece a queda da tampa, e a chance de estourar o vidro é menor. “Alguns concorrentes até usam batentes de borracha, mas com o tempo eles acabam queimando, por causa do calor, ou então se soltam, porque a cola não dura para sempre.”
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cosul. Mas já temos o propósito de exportar, por exemplo, para a África e América Central”, conta. Dentro desse contexto, para ganhar o mercado a companhia tem a estratégia de atender a um nicho de consumo diferenciado. “Na verdade existem fogões mais simples, com a vantagem de preço final para o cliente, e há aqueles que são mais sofisticados”, explica Kniest. O objetivo é atingir as classes média e baixa, com um produto mais simples, mas com diferenciais que o tornam também dirigido para a classe B. “Então, a grande estratégia de fazer a divulgação de nossa marca é através do produto em si, no ponto-de-venda. Ou seja, que ele esteja lado a lado com produtos que estão objetivando a classe C.” Além disso, para manter a confiabilidade e a força do nome no mercado, os produtos fabricados pela Mueller Fogões trazem diferenciais. Uma das inovações oferecidas pela empresa é o sistema de queima utilizado nos queimadores, tanto da mesa quanto do forno. Em linhas gerais, ele tem uma fileira dupla de orifícios, onde um deles é a chama em si e o outro que funciona como uma chama piloto. A intenção é ter queimadores mais rápidos. “Com a primeira centelha já há a queima de toda a auréola. Isso serve também como prevenção contra o vento, com uma resistência ao apagamento muito mais alta”, afirma Kniest. Segundo ele, caso o vento apague a chama principal, a secundária, que possui uma espécie de névoa de gás permanente em volta, faz com que ela reacenda imediatamente. Seguindo o exemplo da Mueller, os diferenciais são decisivos na hora da compra, da mesma maneira que a capacidade produtiva é importante para atuação da empresa diante da demanda. No entanto, como citado, o planejamento estratégico e o marketing são ferramentas mais do que necessárias para consolidar o produto e a marca no mercado, norteando o rumo de qualquer companhia ao sucesso.
por
Fábio Mayer
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Empreendedor – Julho
Franquia
Total Serviço para condomínios
Rumo à capital A recém-criada rede Fotoptica inicia sua atuação na capital paulista com a assinatura do contrato da loja no bairro de Itaim. Lançado em junho do ano passado para o interior do estado, o Plano de Franquias da empresa conseguiu, em apenas seis meses, concluir o ano de 2001 com 20 unidades franqueadas. Para Michell Brull, presidente da Fotoptica, “a introdução da rede no segmento de franchising faz parte de um plano de expansão nacional para aumentar, de forma estruturada, a participação no
A rede Jani-King está lançando um conceito revolucionário de limpeza para condomínios. Através do sistema Pague Quanto Usa, o condomínio entrega a limpeza de suas áreas comuns à empresa e obtém descontos progressivos, na medida em que os condôminos contratam os serviços para as suas próprias unidades. Especialmente indicado para prédios comerciais e flats, o novo serviço apresenta uma vantagem concreta em economia de mãode-obra e otimização de recursos, especialmente no
mercado brasileiro”. Hoje são 90 pontos-de-venda, concentrando 34 lojas próprias na cidade de São Paulo. Atuando no mercado nacional desde 1920, ela era uma empresa familiar quando foi adquirida pelo fundo de investimento Brazil Private Equity Fund, em 1997. O investimento médio para a aquisição de uma franquia da Fotoptica em uma loja de aproximadamente 80 m2, varia entre R$ 120 e R$ 150 mil, com previsão de retorno para o investimento em um prazo de 30 meses. www.fotoptica.com.br
Pão de queijo e café A Casa do Pão de Queijo, rede de cafeterias, deverá gerar, até o fim deste ano, cerca de 500 empregos diretos em todo o país. A marca vai atrair investimentos de seus franqueados de cerca de R$ 7 milhões. A meta da empresa é encerrar 2002 com mais cem novos pontos-de-venda entre lojas e corners (unidades localizadas em postos de gasolina).
Plano em prática
O custo para se criar cada unidade de trabalho está avaliado em R$ 14 mil, em média, um valor considerado pequeno para os padrões nacionais. Há mais de 650 pontos-de-venda em operação. A idéia agora é priorizar a abertura de lojas no Nordeste e Norte do país, mas sem deixar de lado as outras regiões. (11) 3897-4700
Após 17 anos de uma presença marcante no mercado de moda, a grife Vicio coloca em prática seu projeto de expansão no segmento de varejo por meio de franquias. Com o apoio da consultoria M. Quintanilha, a empresa parte para esta nova fase com a solidez necessária para garantir credibilidade e segurança aos seus novos parceiros. Criada em 1985 por
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Sem taxas Um bureau (ou birô) de gráfica rápida para uso próprio ou para aumentar a renda da família. Essas são as propostas da empresa Jet Card ao licenciar o negócio de impressão eletrônica e instantânea de cartões de visita, convites, certificados e diplomas, oferecendo suporte técnico e a matéria-prima, composta de kits impressos semiprontos com a marca Jet Card. O futuro franqueado não paga royalties nem qualquer outra taxa. O proprietário da empresa, Luiz Cypriano, batizou o negócio de “franquia light”. www.jetcard.com.br Julho – Empreendedor
caso dos flats, onde a administração pagará somente pela limpeza feita nos quartos realmente ocupados. Em prédios de escritórios as unidades que contratam o serviço podem receber a cobrança anexa ao condomínio, e um percentual do total arrecadado é repassado à administração para abatimento nas suas despesas. O novo serviço já é sucesso em São Paulo, onde a Jani-King opera mais de cem condomínios e deverá passar a operar mais 200 a partir do próximo ano. (11) 5505-5426
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Cláudio Fernandes, a Vicio iniciou sua trajetória com peças direcionadas ao público masculino. Com o crescimento e desenvolvimento da marca, as roupas femininas também foram incorporadas às coleções. Hoje, básico, fashion e acessórios fazem da Vicio uma grife completa. Mais de 500 pontos-devenda multimarcas e três lojas próprias distribuem a marca Vicio, de norte a sul do país. O plano de franchising prevê lojas com área variando entre 50 e 120 m². Além do projeto arquitetônico, a franquia também oferece apoio mercadológico, material promocional e treinamento de funcionários. A previsão de retorno para os investimentos está entre 18 e 24 meses. (11) 5562-3158
CIRCULAR
Estratégia da China Uma campanha publicitária da China in Box, empresa pioneira no Brasil em comida oriental delivery, com dez anos no mercado, está nas emissoras de rádio e na internet enfatizando como a cultura oriental pode se aliar ao espírito brasileiro que quer conforto e agilidade no atendimento. A campanha, criada pela Adag, fica até outubro em diversas emissoras de todo o país. Na internet os banners ficam até o final do ano. Dentro desse espírito, a rede de 101 lojas no país distribuirá ao consumidor um cardápio de cara nova, que traz um texto lembrando a tradição da comida chinesa. “Em cada caixinha China in Box tem muito mais que comida chinesa. Tem 5 mil anos de história de uma das civilizações mais ricas do planeta”, diz o primeiro parágrafo. (11) 5084-0020
LÁ, FalandoTOMA à vontade DÁ telefônicos CÁ em posOferecer serviços tos de atendimento já é uma prática comum na Europa, Estados Unidos e Argentina e agora ganha força no Brasil com a Teletal. A empresa lançou em São Paulo, capital, o conceito de lojas de multiserviço, que incluem, além das cabines telefônicas individuais climatizadas, central de cópias, impressão de arquivos, serviço de envio e recebimento de fax, computadores com acesso à internet, remessa internacional de encomendas, casa de câmbio e crédito pessoal, habilitação de linha telefônica fixa e venda de celulares e acessórios. Os interessados no negócio podem optar por postos de 100, 220 ou 500 m2, dependendo da demanda dos serviços em cada região. O investimento médio é de R$ 200 mil, sendo o prazo de retorno do capital investido de 14 meses . A previsão de faturamento mensal gira em torno de R$ 80 mil. (11) 3068-1600
Muito para comemorar
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Nos quatro anos de existência, a DryWash, rede de lavação de carros sem água, tem muito o que comemorar. Nesse período, foram efetuados serviços em 2 milhões de automóveis, o que significou uma economia de aproximadamente 700 milhões de litros de água. Em meados de 1998, eram apenas dois franqueados, o que representava um faturamento mensal que não passava dos R$ 15 mil. Atualmente, a rede de franquias DryWash conta com 120 parceiros, totalizando 180 unidades instaladas nos principais shoppings, hipermercados e estacionamentos do país. Os rendimentos em 2001 chegaram a R$ 17 milhões. Para se tornar um franqueado DryWash, basta que o interessado opte por modelos de franquias de R$ 3,5 mil a R$ 50 mil. Há uma taxa fixa mensal cobrada por unidade franqueada que varia de R$ 70 a R$ 220 (royalties) e outra de R$ 100 a 200 (fundo de propaganda e marketing). (11) 6954-8688 Empreendedor – Julho
Franquia
Total
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LINHA DIRETA: CAFÉ CANCUN – CENTRAL DE FRANQUIAS (11) 3044-4297 . FLYTOUR (11) 3256-7100 . STELA BARROS (11) 3147-4782 . 100% VÍDEO (19) 3234-7444
Diversão é negócio Ter um negócio na área de entretenimento não é brincadeira. Dependendo do ramo de atuação, como o turismo, corre-se o risco das oscilações na economia Mês de julho é tipicamente o mês de férias, em especial para as famílias que seguem as agendas dos filhos pequenos ou adolescentes. Ganhos extras são esperados pelas franquias ligadas à área de lazer, mas, dizem os consultores em franchising, o negócio que parece divertido até para o dono deve ser analisado com a atenção dispensada para qualquer ramo. É o caso da rede de restaurantes de entretenimento Café Cancun, uma empresa destinada a aliar diversão e boa gastronomia. “O nosso franqueado precisa estar à frente da unidade, portanto a dedicação é total”, explicam os irmãos Luiz Henrique e Eduardo Marcondes, da empresa Gama Forte, detentora da marca. Esse empenho é cobrado através de uma supervisão de campo realizada, aproximadamente, de três em três meses. Além disso, os próprios franqueados passam por um treinamento administrativo-financeiro e seguem um plano de contas-padrão que Julho – Empreendedor
tem como parâmetro a média de custos e faturamento de toda a rede. Apesar de todos esses cuidados, os franqueadores dizem que “o retorno está ligado à administração do próprio franqueado”. O respaldo da rede vem também através de treinamentos freqüentes, desenvolvimento de novos cardápios e planejamento detalhado para abertura de novas unidades. Isso fortalece a marca pela qualidade no atendimento e pela diferenciação no mercado de entretenimento e restaurantes voltado ao público jovem. “O mercado de lazer sofre com a sazonalidade e com as dificuldades financeiras que surgem nas crises econômicas, mas o Café Cancun consegue atrair o ano inteiro pelo lado gastronômico e isso ajuda na perenização do negócio”, conta Eduardo. A rede, criada há sete anos, está presente nas cidades de Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia e Florianópolis, e também no estado de São Pau-
CANCUN: IRMÃOS E SÓCIOS LUIZ HENRIQUE E EDUARDO PREGAM DEDICAÇÃO TOTAL AO NEGÓCIO
lo, em Campinas, Araraquara, São Carlos e São José dos Campos. “Este ano ainda devemos abrir duas unidades no Nordeste, mas não estipulamos metas de expansão porque queremos crescer estruturadamente e em conjunto. Cada novo restaurante é precedido de uma análise minuciosa de mercado na praça e planejamento”, revela Eduardo. [Viagens] Para as agências de turismo as crises que afetam
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o bolso do consumidor são muito mais sentidas. Mas como essas empresas mantêm departamentos específicos para a área de viagens de negócios, o resultado final fica equilibrado. Na rede Flytour Viagens e Turismo, por exemplo, as viagens a lazer são o forte da empresa, mas os franqueados possuem condições e liberdade suficientes para atrair clientela durante o ano todo, a trabalho ou de férias. Carlos Panini, diretor da Divisão Franchising da Flytour, é quem ex-
EM DESTAQUE
para as grandes empresas oferecerem como prêmios aos colaboradores. Essa divisão é a que menos sente as oscilações econômicas”.
nhados viajam em julho, e no verão são as famílias reunidas que buscam o lazer. Nas baixas estações atendemos vários nichos, em especial casais sem filhos ou com filhos adultos”, conta Melo. Ele acrescenta que “vender turismo não é nada fácil, mas existem meios de se adequar ao mercado, como o nosso programa Incentive Travel que monta pacotes especiais
[Variedade] Outro segmento de franquia de entretenimento é a grande sacada para não sofrer com os percalços inflacionários e taxas cambiais. É o que propõe a 100% Vídeo, uma empresa que reuniu no
Números para se divertir Café Cancun Investimento mínimo – R$ 1,3 milhão Taxa de franquia – R$ 48 mil Taxa de royalties – 3,75% do faturamento bruto Área mínima – 750 m2 Retorno médio – 21 meses Não cobra taxa de publicidade Flytour Instalação – R$ 60 a R$ 80 mil Taxa de franquia – R$ 12 mil Taxa de royalties – 1% do faturamento bruto Taxa de publicidade – 0,3% do faturamento bruto Área – de 60 a 150 m2 Retorno médio – 36 a 40 meses 100% Vídeo Instalação – R$ 130 a R$ 260 mil Taxa de franquia – R$ 19,8 mil Taxa de royalties – 6% do faturamento bruto Taxa de publicidade – 2% do faturamento bruto Área – de 180 a 500m2 Retorno médio – 18 a 30 meses Stella Barros Instalação – R$ 15 a R$ 25 mil Taxa de franquia – R$ 25 mil Taxa de royalties – 1,25 % do faturamento bruto Taxa de publicidade – 0,25% do faturamento bruto Área – 90 m2 Retorno médio – 24 a 30 meses
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mesmo lugar locadora de vídeos e DVDs, venda de livros, CDs e revistas, e que ainda oferece uma cafeteria para manter o cliente por mais tempo dentro da loja. A rede tem 53 unidades e todas estão passando por uma reformulação para atender a esse novo conceito inaugurado há um ano e meio na unidade de Granja Viena, em São Paulo. “Nosso cliente vem na crise para se informar ou para viajar através de um filme, e vem quando sobra dinheiro para manter um padrão de qualidade de lazer doméstico”, afirma Carlos Augusto, proprietário da franquia. Para o negócio dar certo, ele fez parcerias com a Livrarias Nobel e a Casa do Pão de Queijo, marcas presentes dentro das unidades que já atendem ao conceito de variedade de produtos. “Aos interessados em ter uma franquia, posso dizer que a área de entretenimento é a que mais cresce no país e a que tem as melhores projeções para o futuro. Apostando nisso, já lançamos nosso projeto para 2006, que é ter 200 unidades espalhadas pelo país”, revela Carlos Augusto. Em julho, a rede passará a ter um novo portal na internet para atender os franqueados com uma intranet e para oferecer aos consumidores em geral a lista completa de filmes, entrevistas com pessoas do meio artístico e uma gama de notícias a respeito dos setores que a empresa engloba. Empreendedor – Julho
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plica: “Com produtos diversificados é possível manter o movimento da agência. Oferecemos às unidades vantagens como hotéis com tarifas negociadas, uma central telefônica funcionando 24 horas por dia e sete dias da semana, e várias operadoras parceiras que permitem agilidade ao franqueado. Essa estrutura garante o movimento mesmo em momentos como os atuais, quando o mercado de viagens internacionais está desaquecido mas o interno está compensando”. Hoje a rede Flytour é composta por 43 unidades, sendo 36 franqueadas e sete próprias. Em outra rede de agências, a Stella Barros, o lema é não deixar o cliente sair sem a solução para a viagem escolhida. “Se não atendemos Tahiti, não interessa, temos 25 fornecedores credenciados para realizar o pedido, além de vários parceiros homologados, garantindo a clientela em baixa e em alta estação”, conta Marcelo Melo, gerente de Franquias da empresa. Com 30 unidades franqueadas e duas próprias, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, a Stella Barros projeta dobrar a rede de tamanho nos próximos dois anos. O foco da empresa são viagens para fora do país, e nos dois períodos de alta estação – julho e dezembro – a clientela mantém o mesmo perfil há anos. “Os adolescentes desacompa-
Franquia
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Feira do franchising supera expectativas e atrai 20.300 visitantes A 11ª ABF Franchising Expo, maior feira de franquias da América Latina, superou todas as expectativas. Nos quatro dias do evento, que ocorreu no ITM Expo (SP) entre 5 e 8 de junho, 20.300 pessoas percorreram os 11 mil m2 em que 150 expositores mostraram suas marcas. O movimento registrado na bilheteria foi 50% superior ao do ano passado. De acordo com uma pesquisa realizada pela ABF junto aos expositores durante o evento, apurou-se que cerca de 2 mil novos negócios serão concretizados como resultado único e exclusivo da Feira. “A satisfação por parte dos expositores é constatada pelo interesse em renovar sua participação na próxima ABF Franchising Expo, que acontecerá entre 4 e 7 de junho de 2003”, diz Peter Thomaschewski, diretor-superintendente da Guazzelli Messe Frankfurt. “Muitos expositores já deixa-
ram claro que aumentarão seus estandes, indicando que haverá um crescimento da área total do evento”, conclui. Segundo Anette Trompeter, diretora-executiva da ABF, “a feira de franquias deste ano superou a do ano anterior em vários pontos. Os cursos rápidos oferecidos pela ABF durante a Feira estiveram sempre lotados e a venda do Guia Oficial de Franquias, bem como dos livros de orientação em franchising, bateu recordes de venda”. Para a diretora, hoje os candidatos a empreendedores cercam-se de muita informação antes de investir no negócio – o que tem refletido no crescimento qualitativo e quantitativo do sistema. Treze setores econômicos estiveram presentes na ABF Franchising Expo 2002: decoração; utilidades e construção; educação e treinamento; esporte,
saúde e beleza; impressão, sinalização e fotografia; informática e eletrônica; lazer, turismo e hotelaria; limpeza e conservação; locação de veículos; perfumaria e cosméticos; produtos e serviços para veículos; vestuário, calçados e acessórios; e diversos. “Mesmo em meio às crises socioeconômicas, o franchising está crescendo e solidificando-se, sendo considerado como um dos melhores modelos de expansão nos negócios”, afirma Gerson Keila, presidente da ABF. “Em 2001, o sistema de franchising faturou R$ 25 bilhões no Brasil, gerando 350 mil empregos diretos em cerca de 53 mil unidades de franquia”, contabiliza Keila. Reserve já o seu espaço para a ABF Franchising Expo de 2003. Não fique de fora! Informações com a Guazzelli Messe Frankfurt, pelo telefone (11) 4688-4600.
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Ganhos de quem esteve lá Os participantes da ABF Franchising Expo levaram para o evento promoções especiais para atrair novos franqueados. Foi o caso da rede de escolas de idiomas Skill, que ofereceu desconto de até 20% nas taxas para os negócios fechados durante os dias da feira. Outra novidade da emapresa apresentada na Feira foi o projeto para venda de franquias em cidades com menos de 200 mil habitantes. “Apresentamos um projeto que atende às necessidades dessas praças, em relação à estrutura física e suporte ao franqueado”, afirma João Augusto Bueno, gerente de Expansão e Desenvolvimento da Skill. A loja de moda infantil Kidgas foi o destaque no estande da Gastotal Franquias S.A., uma espécie de reconhecimento ao sucesso da Feira de
Julho – Empreendedor
2001, já que a marca foi lançada durante o evento e hoje, um ano depois, possui 34 franquias pelo Brasil. As lojas da rede Kidgas têm decoração temática que reproduz um hangar, cenário ideal para brincadeiras. No chão das lojas há marcação de pista de pouso, e o acesso ao mezanino é feito por uma escada de avião. “Temos o objetivo de implantar, no primeiro semestre de 2003, outras dez franquias da Kidgas apenas na cidade de São Paulo”, adianta Domingos Muller, presidente da Gastotal Franquias, detentora da marca. Entre as novas empresas que aderiram ao sistema de franchising, participou do evento a Master Auto Rental, locadora de veículos presente em quatro estados, com uma frota de 1,5 mil veículos e dez lojas. “Pretendemos duplicar o número de
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unidades”, afirma Eduardo Vannuchi, diretor-executivo da Master. Das empresas internacionais, a Pronto Wash, nascida na Argentina e já presente nos Estados Unidos, foi destaque na Feira com um carrinho especial, que garante alta qualidade de lavagem com baixo consumo de água. Os serviços serão oferecidos nos principais estacionamentos das grandes cidades, incluindo shopping centers e supermercados. Por não exigir imóvel próprio, o custo acaba sendo baixo – o investimento médio é de R$ 15 mil. Outras novidades estavam no setor de franquias de alimentação, uma das áreas que não param de crescer no franchising. Destaque para as novas marcas The Waffle Factory, de origem belga, e para a brasileira Crêpe de Paris.
Salão de Franquias na Feira do Empreendedor A Associação Brasileira de Franchising (ABF) firmou parceria com o Sebrae e participará do Circuito 2002 de Feiras do Empreendedor. Promovida pelo Sebrae, a feira é um evento nacional que tem por objetivo incentivar a atividade econômica nas diversas regiões do Brasil, dando à população a oportunidade de manter contato direto com os mais variados expositores de produtos e serviços de baixo custo, que possam ser adquiridos por quem pensa em montar seu próprio negócio ou fazer novos investimentos. A Feira do Empreendedor colocará à disposição de franqueadores e colaboradores do sistema de franchising o espaço Salão de Franquias. É uma excelente oportunidade para o associado INFORMAÇÕES www.sebrae.com.br ou feiradoempreendedor@sebrae.com.br
prospectar negócios em diversas regiões do país, além de reciclar conhecimentos e valores que serão aplicados posteriormente na gestão de seu negócio. A ABF estará presente em todas as edições da feira 10e organizará cursos e palestras ao público visitante (confira a programação abaixo). Em seu estande, o interessado encontrará uma grande variedade de publicações sobre o sistema no Brasil, podendo consultar e adquirir livros e o Guia Oficial de Franquias 2002. O visitante contará com a presença de profissionais da
entidade, que estarão à disposição para esclarecer dúvidas e dar orientações sobre franchising. As feiras têm uma média de 600 expositores e recebe cerca de 4 mil visitantes por dia. As empresas expositoras recebem em seus estandes milhares de pessoas que sonham em montar uma pequena empresa. Participe da Feira do Empreendedor 2002, do Salão de Franquias e de cursos, e não perca a oportunidade de conhecer potenciais empreendedores que querem fazer negócios com você.
Calendário – Circuito de Feiras do Empreendedor 2002 Edições Região Nordeste Região Sul Região Centro-Oeste Região Nordeste Região Sudeste Região Norte
Estado Promotor/Cidade Bahia/Salvador Santa Catarina/Florianópolis Mato Grosso/Cuiabá Pernambuco/ Recife Rio de Janeiro/Rio de Janeiro Amazonas/Manaus
Data 04/07 a 07/07 29/08 a 01/09 26 a 29/09 15 a 19/10 07 a 10/11 27 a 30/11
Horário 16h às 22h 15h às 22h 14h às 22h 16h às 22h 14h às 22h 16h às 22h
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Empreendedor – Julho
FRANQUIAS EM EXPANSÃO Union Service
Fun Languages – The Kids Club
Negócio: recursos humanos Tel/Fax: (11) 3644-3351 mkt@unionservice.com.br
Negócio: inglês para crianças Tel: 0800 55 3565 www.funlanguages.com.br
Inglês com selo de qualidade
Recursos humanos
A Fun Languages – The Kids Club é a única franquia de curso de inglês para crianças premiada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) com o Selo de Qualidade. De origem inglesa e com metodologia própria, a rede está presente em mais de dez países com cerca de 60 mil alunos pelo mundo. Só no Brasil, possui mais de cem unidades franqueadas, 10 mil alunos e está presente em 300 das melhores escolas. Com um pequeno investimento você abre uma franquia FUN LANGUAGES – THE KIDS CLUB e leva todo o nosso knowhow até o aluno, esteja ele na escola, na academia, no clube ou em condomínios, sem a necessidade de iniciar seu negócio investindo em um ponto. Oferecemos total apoio, workshops regionais e convenções anuais e reciclagem de treinamento, gratuitamente, para franqueados e seus professoNº de unidades: 110 res. Se você fala inglês fluente, Área de interesse: Sul e Sudeste adora crianças e Apoio: Total Taxas: R$ 5.000 (franquia), quer ter um negóNC (publicidade), 12,5% (royalties) cio próprio, venha Capital de giro: R$ 2.000 conversar conosco! Prazo de retorno: 6 a 12 meses
A Union Service é a franquia de Recursos Humanos que há mais de dez anos vem se destacando no mercado de terceirização de serviços, recrutamento e seleção, e treinamento de pessoal efetivo e temporário, desenvolvendo soluções e parcerias. Devido ao seu pioneirismo no setor, a Union Service foi a primeira empresa do ramo a distribuir seu know-how pelo território brasileiro, através do sistema de franchising. As franquias levam o mesmo conhecimento e técnicas desenvolvidas, além de contar com um processo impecável de reciclagem e atualização de sistemas, assessoria jurídica e trabalhista e suporte de marketing. As premiações da ABF, Nº de unidades: 8 Áreas de interesse: Brasil Sindeprestem/Assertem, Apoio:MP-PP-PO-OM-TR-PF-EI-PN International Exporter ’s Taxas: R$ 15.000 (franquia unitária), Service e a Certificação ISO R$ 25.000 (franquia master) 9002 comprovam a qualidade Instalação da empresa: R$ 17.000 dos serviços e do sistema da Capital de giro: R$ 18.000 Prazo de retorno: 18 a 36 meses franquia da Union Service.
Contato: Shirleine Diniz
Contato: Eladio Cezar Toledo
Planet Idiomas Negócio: ensino de idiomas Tel: (19) 3254-3744 www.planet-idiomas.com.br
Sucesso comprovado em todo o país Com moderna e atualizada metodologia de ensino, a PLANET Idiomas vem se destacando como uma das melhores escolas de idiomas do país. Escolha o tipo de franquia que mais se identifica com você e faça parte deste sucesso! 1. FRANQUIA COMPACTA: Com investimento total de 04 X R$ 3.880 você tem uma escola totalmente montada. Franquia exclusiva para professores de idiomas e para cidades de até 50 mil habitantes ou pequenos bairros. 2. FRANQUIA PLENA: Com investimento total de R$ 60.000 você terá uma Escola PLANET com todos os diferenciais de sucesso. Franquia voltada para Nº de unidades: 1 própria / 54 empresários e para grandes franqueadas cidades ou grandes bairros. Área de interesse: Brasil 3. FRANQUIA DE Apoio: PA,MP, PP, OM, TR, EI, SP CONVERSÃO: Sob consulta. Taxas: R$ 6.000 a R$12.000 Instalação: R$ 20.000 a R$ 60.000 Damos carência para a paCapital de giro: R$ 12.000 dronização de sua escola. Prazo de retorno: 12 a 18 meses Contato: Cristhina Ventorino
PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto
FRANQUIAS EM EXPANSÃO Estética Onodera Negócio: estética facial e corporal Tel: (11) 3846-0604/Fax: (11) 3044-1835 www.onodera.com.br
Quality Cleaners Negócio: lavanderia expressa Tel: (11) 3253-0555 www.qualitycleaners.com.br
Uma beleza lucrativa
Lavanderia expressa
A Estética Onodera, maior rede de Centros Estéticos do Brasil, conta atualmente com 24 unidades em São Paulo, sendo que quatro ficam no interior deste estado. A empresa iniciou seu processo de expansão por meio do sistema de franquias em 2000 e, em apenas um ano e meio, aumentou o volume de negócios em mais de 200%. Essa visão empreendedora permitiu que a Onodera se tornasse a maior franquia a operar no mercado estético brasileiro. A rede presta, entre outros serviços em estética: tratamentos para celulite, flacidez, gordura localizada, estrias, mesoterapia e estética facial.
Seja mais um empreendedor de sucesso! Faça parte de uma rede mundial de lavanderias! Um mercado com grande potencial e em constante crescimento! A rede de lavanderias expressas Quality Cleaners atua no Brasil desde 1999 e, após um período de aprendizado no mercado brasileiro, estruturou seu processo de expansão pelo sistema de franquias e já conta com mais de16 lojas no país. A Quality Cleaners oferece a seus franqueados um suporte de primeira linha incluindo treinamento técnico operacional, acompanhamento na implantação da franquia, assessoria mercadológica e um vasto know-how adquirido por sua experiência internacional, em mais de 300 Nº unidades: 4 próprias/16 franqueadas Área de interesse: Brasil lojas e oito países, Apoio: PA, PM, MP, PO, PP, OM,TR, EI, SP adaptada às caracTaxas: R$ 30.000 (franquia), 5% (royalties) terísticas nacionais. e 2% (publicidade) Entre em contato Instalação: R$ 210.000 a 260.000 (inclusos com nossa Área de taxa de franquia, capital de giro e estoque inicial) Prazo de retorno: 24 a 36 meses Franquias e faça parte Contato: Ventura deste time vencedor!
Nº de unidades: 24 Áreas de interesse: região Sul e Sudeste Apoio: PA-MP-PP-PO-OM-TR-EL-PN Taxas: R$ 25.000 a R$ 32.000 (franquia), 6% (royalties) e 4 % (publicidade) Instalação: R$ 80.000 a R$ 200.000 Prazo de retorno: 18 a 24 meses Contato: Empresa Francap
Varig Log
China House Delivery
Negócio: transporte e logística Tel: (11) 3897-7033/3897-7440 www.variglog.com
Negócio: Delivery de Comida Chinesa Tel: (0xx11) 6239.9900 – Fax: (0xx11) 6238.7733 www.chinahouse.com.br
Liderança em logística A VARIG LOGÍSTICA S.A – VARIG LOG surge no mercado como a maior empresa de logística da América latina, resultado da soma de uma larga experiência com novo conceito tecnológico. Essa experiência vem da VARIG CARGO, então Unidade de Negócios de Cargas da VARIG BRASIL. Direcionando suas atividades para o mundo globalizado, ela está totalmente preparada para atender às necessidades da nova economia e pronta para gerenciar todo processo logístico de armazenamento, estocagem, embalagem, transporte e distribuição de mercadorias. Hoje são 151 aeronaves, milhares de veículos e as melhores alianças estratégicas em todos os meios de transporte, garantindo mais agilidade, segurança, pontualidade e regularidade nas entregas. Por trás de tudo isto, conta com uma estrutura de unidades próprias e franqueadas no Brasil e no Exterior, formando uma ampla rede de coleta e distribuição que abrange todo o território nacional e 350 cidades no mercosul. A VARIG LOG chega ao mercado reconhecida como sinônimo de Nº de unidades: 211 Áreas de interesse: Brasil, América do Sul e Europa qualidade, certificada pela ISO Apoio: PA-MP-PP-PO-OM-TR-PF-EI-PN-SP Taxas: R$ 5.000 a R$ 40.000 (franquia Brasil), 5% FB 9002. E isso signi(royalties) e 1% FB (propaganda) fica garantia de Instalação da empresa: a partir de R$ 750 m2 tranqüilidade para Prazo de retorno: acima de 18 meses seus clientes. Contato: Roberto Gomes
Faça parte desse Sucesso A China House é uma franquia de delivery de Comida Chinesa com sete anos de tradição. Tem como diferenciais a qualidade e forma de preparo dos alimentos e uma ótima prestação de serviço aos seus clientes, que garantem o seu sucesso e aceitação no mercado. Vantagens: baixo investimento; negociação coorporativa com fornecedores (venda direta de fornecedor para franqueado menores custos e maiores margens); excelente mix de produtos com ótima aceitação ; projeto arquitetônico incluso na taxa de franquia; assessoria na localização do ponto, nas obras e na inauguração da loja; treinamento inicial, consultoria e visitas periódicas. Um dos setores que N° de unidades: 4 mais se mantiveram Áreas de interesse: regiões Sul, Sudeste, estáveis (alimentaCentro-Oeste ção), aliada a prestaApoio: PA, PP, PO, OM, TR, EI, PN, SP Taxas: R$ 15.000,00 (franquia), ção de serviços (deli5% (royaltes) e 2% (publicidade) very), dentro de um Obra Civil/Equip.: A partir de R$ 65.000,00 único negócio, só falta Estoque Inicial/Capital de Giro: R$ 20.000,00 você. Contato: Jorge Luiz Torres
PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto
Golden Services
Alpes
Negócio: Pretação de Serviços do Futuro Tel: 0800 127286 / Fax: (11) 3743 2734 E-mail: franquia@goldenservice.com.br www.goldenservices.com.br
O futuro é aqui
Negócio: escola de idiomas Tel: (19) 3296-0600 www.alpsschool.com.br
Nova oportunidade de negócios
SERVIÇOS DO FUTURO é um conceito de unidades de prestação de serviços de alta qualidade, instaladas estrategicamente para atender um público que busca praticidade, qualidade e preços justos. Em cada uma de nossas lojas encontramos o máximo em tecnologia e atendimento profissional para consertos de sapatos, bolsas e tênis, serviços de costura, além da mais moderna lavanderia do mercado. Nosso suporte é completo para o franqueado, desde a localização e negociação do ponto comercial até a implantação da loja. As franquias que hoje fazem parte do GOLDEN SERVICES são: SAPATARIA DO FUTURO (a sua loja de serviços com mais de 130 lojas em todo Brasil); COSTURA DO FUTURO (a única e mais completa rede nacional de serviços de reforma de roupas em geral); LAVANDERIA DO FUTURO (a lavanderia mais moderna do Nº de unidades Próprias e Franqueadas: 130 Brasil). Venha fazer parte Áreas de Interesse: Brasil desse sucesso! Seja um Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF. FI. franqueado do futuro! EL, PN, SP Informações para Taxa: Variáveis (ver site) franquias: 0800 12 7286 e Instalação da Empresa: variável (ver site) Capital de giro: variável www.goldenservices.com.br Prazo de retorno: 24 a 36 meses
A ALPS é a rede de franquias de idiomas que mais cresce no Brasil. Lançada no mercado em 2001, já conta com mais de 100 franquias espalhadas por todo o país, sendo que pretendemos fechar este ano com cerca de 250 unidades. O método Alps foi desenvolvido nos Estados Unidos seguindo as mais modernas técnicas de neurolingüística, possibilitando um aprendizado rápido e permanente do inglês. Alguns alunos que já estudaram em outros métodos e depois vieram para a ALPS chegam a afirmar que falaram mais inglês em 20 horas em nossas escolas que em toda a sua experiência anterior. Essa é a grande oportunidade para você poder ter seu próprio negócio e fazer parte de uma empresa com know-how administrativo e comercial, e um sistema exclusivo de ensino. A Alps dá assessoria na seleção do ponto comercial, na adequação do imóvel e na implantação e operação da escola, treinamento pedagógico, comercial, além de todo o suporte de uma equipe de profissionais especializados que vão assessorá-lo no seu empreendimento. Esta é sua grande oportunidade de sucesso em uma rede em ampla expansão! Existem várias Nº de unidades próp. e franq.: 150 cidades disponíveis para a imÁreas de interesse: Brasil plantação de uma unidade Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI, PN, SP Alps. Consulte nossa home Taxas: R$ 10 mil (franquia), 7% sobre compage www.alpschool.com.br pras (royalties) e R$ 12,0 p/ material didático e contate nosso depto. de Instalação da empresa: R$ 30 mil a R$ 50 mil Franchising através do telefoPrazo de retorno: 12 a 18 meses ne (19) 3296-0600. Contato: Artur José Hipólito
Vicio
Livraria Modelo
Negócio:Vestuário Tel/fax: (11)3333.3322 franquia@vicio.com.br – www.vicio.com.br
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Qualidade e diferenciação Criada em 1985 por Cláudio Fernandes, a VICIO traz desde o seu início produtos que vão de encontro das necessidades e desejos dos consumidores mais exigentes. Masculino e feminino, básico e fashion, além dos acessórios, fazem da VICIO uma coleção completa com uma série de itens exclusivos. Atualmente a VICIO aposta na qualidade e diferenciação de seus produtos. Para isso investimentos constantes são feitos em pesquisas, não somente em tendências como também em novas matérias-primas e técnicas avançadas de produção e industrialização. Tudo isso levou à consolidação da marca no mercado nacional. Prova disso é a distribuição feita por mais de 500 pontos-de-venda que vão do extremo sul ao extremo norte do N.º de unidades: 4 próprias país. Com uma equipe forÁreas de interesse: Norte, Nordeste, mada por profissionais de Centro-Oeste, Sul e Sudeste ponta sempre atentos às Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, EL, PN, SP. constantes mudanças que Taxas: 30.000 a 50.000 (taxa de franquia); ocorrem neste mercado, 5% (royalties); 2% (publicidade). a VICIO certamente conInstalação da Empresa: 600 a 1.000 m² tinuará sua constante Prazo de retorno: 18 a 24 meses busca!! Contato: Fernanda B. Dittmers
Abra um verdadeiro modelo de franquia Se você tem visão de mercado e quer ser bem sucedido, este é o seu negócio. Abrir uma franquia Modelo é poder contar com toda estrutura de uma empresa que dispõe de vasta experiência e de uma equipe especializada na venda a varejo, há mais de 15 anos. Além disso, a TWM Administradora de Franchising, empresa que é responsável pelo sistema de franquias da Modelo, fornece todo o suporte técnico e operacional aos franqueados com apoio mercadológico e treinamento para implementação, estruturação e gestão de sua loja. A diversidade e o suprimento dos produtos oferecidos ainda contam com a retaguarda da DPM que é a maior distribuidora de material de escritório, escolar e suprimento para informática do Norte/NE. A marca Modelo por quatro anos consecutivos detém o maior share of mind no segmento de livrarias do Grande Recife, de Nº de unidades: 06 acordo com pesquisa Áreas de interesse: Brasil do Instituto Harrop. Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, EI, PN, SP Taxas: de R$ 15.000,00 a R$35.000,00 (franquia), Livraria Modelo. Ve3% (royalties) e 2% (propaganda) nha fazer parte desta Instalação: R$ 1,5 mil por m2 construído história de sucesso. Prazo de retorno: 24 a 36 meses Contato: Joaquim Bezerra
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Franquia
FRANCO FRANQUIA
Total
Especialista em dizer o que pensa e lembrar os cuidados que se deve ter antes de entrar no mundo das franquias.
Franco Franquia
EU pergunto
Responde
SERÁ QUE MEUS FUNCIONÁRIOS ESTÃO CONSCIENTES DA IMPORTÂNCIA DO PRIMEIRO CONTATO COM O CONSUMIDOR?
2002
Estou pensando em comprar uma franquia na área de confecção, mas todo mundo me diz que se não for para abrir a loja em shopping é dinheiro jogado fora. Você concorda com isso? Caro leitor, franquia e shopping são unha e carne. Para comprovar, basta dar um giro pelos corredores. Há até quem diga que os shoppings são o paraíso das franquias. Obviamente, uma explicação para isso está no fato de que o número de shoppings cresceu muito nos últimos anos em todo o Brasil e, por conta de suas vantagens (segurança, estacionamento, comodidade, etc.), atraiu muitos empreendedores de olho nas oportunidades que esse potencial oferece. É, portanto, um ótimo lugar para se abrir um negócio porque pode-se ganhar direta e indiretamente diante de tantos atrativos concentrados em único lugar. Agora, o erro que se pode cometer é imaginar que abrir loja em shopping é certeza de retorno garantido. Ledo engano. Da mesma forma que você encontra lojas lotadas, você também se depara com lojas vazias e, pior, com cartazes anunciando liquidações com o cartazes do tipo “vai fechar”. Será que as pessoas que incentivam você a abrir a loja no shopping se lembram desse detalhe? Outra coisa que é preciso considerar são os custos para abrir uma loja em shopping, o que envolve um risco muito bem calculado. Sabe aquele Julho – Empreendedor
(Se responder a essa pergunta – pode enviar para o meu e-mail – você não irá ganhar nenhum prêmio. Nem mesmo concorrer a um divertido vídeo com os vexames dos franceses e argentinos na Copa do Mundo. Mas tenha certeza de que fará algo muito importante para o sucesso do seu negócio: refletir e analisar novas estratégias que você pode desenvolver para obter melhores resultados).
ditado: “Tudo na vida tem um preço”? Pois é, às vezes o preço é alto demais. Bom, se você decidir mesmo encarar o desafio, vá em frente. Como já escrevi em outras ocasiões, analise sua potencialidade como empreendedor e capriche na escolha da franquia – essa pode ser a mola para o sucesso da sua loja em shopping. Eu até quero me deter um pouco nesse tema, reforçando o aspecto que deve ser observado quando for abrir as portas da loja. Você quer uma franquia que “dá certo”. A sugestão que faço é que você primeiro escolha o shopping que você considere ideal. Procure saber números sobre o movimento de pessoas e também visite o shopping em horários diferenciados para verificar in loco o movimento nas lojas (especialmente no segmento que você pretende atuar). Depois disso, inicie a busca pela sua franquia. Procure obter junto ao franqueador alguma orientação sobre como a loja deve funcionar no shopping. Aliás, é bem provável que você irá encontrar redes que só vendem franquias para funcionamento em shopping center. E, francamente, isso é sinal de que essa escolha pode ser um grande negócio.
Franqueza Total “O caminho do sucesso é longo, mas recompensador. Por isso, não desanime. Ignore a distância e concentre-se nas atitudes!” (Franco
Franquia)
EU leio
PAZ, AMOR E SERGEANT PEPPER (George Martin) Mergulhando no universo dos Beatles durante a gravação do disco Sergeant Pepper, você pode não encontrar nada sobre franquia. Mas vai aprender muito sobre ousadia, criatividade e dedicação. Escrito pelo produtor do disco, George Martin.
Minha agenda Será que os presidenciáveis sabem da importância do franchising para a economia brasileira? (até agora não vi ninguém tocar no assunto...). Avaliar negócios que podem ser explorados durante o inverno (focar nas regiões de Campos de Jordão, Serra Gaúcha e Planalto Catarinense). Convidar meus amigos consultores para uma rodada de idéias, nem que seja virtual.
Escreva para Franco Franquia: francofranquia@hotmail.com 12
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Empreendedor – Julho
(Mercado
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reiniciar
A indústria da automação comercial ainda sente os reflexos da retração sofrida ao longo de 2001, mas quem atua no setor já prevê melhores resultados nos próximos anos A competitividade de uma empresa no mercado depende de diversos fatores, entre eles a adaptação às novas tecnologias. Nesse contexto, a automação é uma importante ferramenta para otimizar a produção e a qualidade dos serviços, possibilitando o maior controle e a melhor gestão do negócio. Ainda mais depois que o código de barras, uma espécie de selo de identidade dos produtos, tornou-se uma ferramenta prática e útil para varejistas e consumidores. Somada a isso, a obrigatoriedade do uso do Emissor de Cupom Fiscal (ECF) nos estabelecimentos comerciais também ajudou a alavancar o setor. Para o futuro as estimativas são promissoras, embora a falta de fiscalização junto às companhias que não se adequaram à realidade fiscal está sendo apontada por especialistas como o principal entrave da venda desse tipo de equipamento, causando uma retração do mercado de automação, especificamente a comercial. Em relação a 1999, prazo final instituído pelo governo (veja quadro na página 52) para que estabelecimentos implantassem o ECF e conseqüentemente época em que ocorreu um boom nas vendas desse tipo de equipamento, o mercado de Automação Comercial no Brasil sofreu uma grande retração, que começou no final de 2000 e durou todo o ano 2001. “Os motivos que provocaram esta queda têm várias origens, Julho – Empreendedor
mas é fácil destacar as duas principais: a crise energética e a falta de pressão por parte dos governos para a obrigatoriedade do ECF”, afirma Wilson Antunes, gerente de Marketing da Bematech. Segundo ele, ainda existe um enorme número de pessoas jurídicas, principalmente do pequeno varejo, que não aderiram à legislação do fisco, ou seja, não estão usando o ECF. Outro motivo citado pelo gerente da empresa é que este é um ano de eleição, em que “os esforços governamentais estão focados nas campanhas de seus
candidatos e não no combate à sonegação”. Por isso, em 2002 a venda de ECFs terá um crescimento, mas ele será pequeno. Já para os próximos anos a perspectiva desse mercado é ter uma retomada nas vendas. “Infelizmente o governo ainda está tratando a reforma tributária sem a devida atenção. Nossos impostos são confusos e em quantidades absurdas. Somos um dos únicos países que exportam impostos”, enfatiza. Para Antunes, o ECF é um equipamento importante para criar um equiARQUIVO EMPREENDEDOR
LINHA DIRETA: WILSON ANTUNES emissor@uol.com.br . BEMATECH www.bematech.com.br . ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AUTOMAÇÃO (EAN BRASIL) www.eanbrasil.org.br
Reset para
REALIDADE: SUPERMERCADOS DESPONTAM NO MERCADO DE AUTOMAÇÃO POR CAUSA DO USO DAS CHAMADAS LEITORAS DE CÓDIGO DE BARRAS
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líbrio na arrecadação e para evitar a sonegação, mas somente terá eficiência com a reforma tributária. “O mercado ainda é muito dependente das ações do governo em forçar o uso do ECF, o que cria instabilidade na demanda.” Além disso, existe muita indeterminação referente à criação de convênios estaduais
acerca do uso de equipamentos fiscais, o que acaba atrasando, segundo ele, as inovações tecnológicas. “A Bematech já investiu milhões em projetos que ainda não foram a campo porque não houve este consenso.” Mesmo assim, o gerente da empresa mantém uma visão otimista em relação
Fábio Mayer
)
a este ramo do mercado. “A automação comercial no Brasil é fantástica pelas perspectivas. Os desafios são diários e crescentes, além de ser um ambiente muito competitivo.” A Bematech, uma das maiores companhias do setor, faturou R$ 57 milhões em 2001 e a previsão para este ano é atingir R$ 80
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LINHA DIRETA: ROBERTO MATSUBAYASHI silvia.godoy@viveiros.com.br . ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS (ABRAS) www.abrasnet.com.br
milhões, através da linha completa de CPUs, da BSIC, da linha de produtos Yanco e de projetos de automação bancária tanto no Brasil quanto no exterior. A área da automação comercial que mais cresce atualmente é a do médio varejista. “Trata-se daquele comerciante que comprou um ECF quando se sentiu obrigado e verificou que pode usar o sistema de automação para ganhar dinheiro, tornando-se mais competitivo para brigar com a concorrência regional”, afirma Antunes. De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), cerca de 40% dos supermercados possuem pelo menos um leitor óptico no check-out (caixa) e 38% têm o ECF implantado. Já 30% das lojas, em geral, segundo a Associação Brasileira de Automação (EAN Brasil), estão automatizadas com o equipamento. Em seguida vêm os restaurantes, as farmácias, os postos de combustíveis e as padarias. Atualmente, a região Sudeste é onde se concentra o maior número de associados da EAN Brasil, cerca de 55%. Na seqüência estão a região Sul
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(Mercado (26%), a Nordeste (10%), a CentroOeste (5%) e a Norte (3%). [Soluções de automação] “Informação e agilidade são condições fundamentais para a sobrevivência das empresas no século 21, e a automação é a ferramenta que possibilita registro, controle e extração de dados precisos, que permitirão real competitividade e maior rentabilidade no negócio”, explica Roberto Matsubayashi, gerente técnico da EAN Brasil. Entre outras vantagens da ferramenta está a informatização que substitui procedimentos manuais, diminuindo erros, a melhora na qualidade do atendimento ao cliente e a rapidez nas operações e nas tomadas de decisões. Por esse motivo a Bematech aposta no fornecimento de soluções de automação, e não apenas do ECF. “As pessoas estão procurando melhorar seus processos internos, diminuir seus custos administrativos e aumentar a lucratividade de seus negócios”, diz Antunes. Uma das novidades que a empresa está trazendo para o mercado é a unidade de negócio, denominada Bematech Soluções e Identificação
e Coleta de Dados (BSIC). O objetivo é implementar, junto a seu canal de distribuição, produtos e soluções (softwares aplicativos e serviços) de Identificação Automática da Coleta de Dados (AIDC), como terminais coletores de dados, leitores de códigos de barras, impressoras de códigos de barras e seus suprimentos, impressoras portáteis fiscais e não-fiscais e soluções em softwares, serviços e equipamentos.
PDV (Ponto De Venda), que calcula o imposto para cada produto e pode operar integrado ao sistema de processamento de dados da empresa. Além desses modelos, existe um mais sofisticado, o ECF-IF, que é composto de um computador com uma configuração adequada para o funcionamento do software; um programa, chamado de frente de caixa, que executará, através de um código, uma ordem de pedido para a impressão; e a impressora fiscal, que vai emitir o cupom fiscal e deve ter o lacre da Fazenda Estadual. O processo todo funciona da seguinte maneira: para cada tipo de venda, o operador do ECF digitará no computador um código, já estabelecido
para o programa, para discriminar um determinado produto. Assim, na hora de receber, o operador mandará o computador imprimir o cupom emitido pela impressora fiscal. É importante citar que o lacre da impressora fiscal só pode ser rompido pela fiscalização. Ela tem que estar lacrada, para que não possibilite o acesso à memória, onde fica armazenada toda a movimentação de venda para o pagamento do imposto. Caso a impressora precise de conserto, ela poderá ser desmontada para que as peças possam ser trocadas sem nenhum problema, porque só a parte inferior, onde fica a memória, é lacrada e não pode ser violada.
ANTUNES: MUITOS DESAFIOS AINDA PRECISAM SER ENFRENTADOS PARA QUE O MERCADO DE RECUPERE E SE FORTALEÇA
Exigência legal O ECF é obrigatório desde o dia 1º de janeiro de 2000 para todas as empresas comerciais que têm um lucro bruto acima de R$ 120 mil ao ano, mesmo as que estão iniciando suas atividades, de acordo com a Lei Federal n.° 9.532/97. Já o prazo para os estabelecimentos prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal de passageiros se adequarem à realidade fiscal vai até 31 de dezembro de 2002, como consta no inciso IV da lei. Para atender às exigências do fisco é necessário implantar o equipamento, do qual existem no mercado três tipos. O modelo mais simples é o ECF-MR (Máquina Registradora). Também há o ECFJulho – Empreendedor
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VIA digital inb
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Riscos leg ais do mau uso do e-mail legais Embora, em grande parte, a alta direção das empresas não saiba, existem novos riscos – para as empresas, os empregados e os empregadores – associados ao mau uso do e-mail corporativo. Em tempos passados um empregado não teria tempo para enviar uma carta ou mesmo um fax para 300 amigos num só dia de trabalho. Na era do e-mail, porém, com apenas um clique no mouse, qualquer tipo de mensagem pode chegar a milhares de pessoas, e o risco potencial de uma ação desse tipo é enorme. Sempre que nos deparamos com um problema desses, devemos traçar um paralelo com a vida real e as leis que nos regem. Recentemente, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence, apresentou sua decisão como relator em um caso polêmico, envolvendo o entendimento acerca do que é ou não pornografia infantil na internet. Segundo ele, o fato de o meio utilizado para cometer um crime ou conduta ilícita ser totalmente novo, como é o caso da internet, não significa que as leis preexistentes não devam se aplicar a tal crime. Na definição do eminente Ministro, a invenção da pólvora não reclamou que se redefinisse o que era homicídio. Para analisar apenas esse exemplo do e-mail para 300 amigos, tracemos o paralelo com uma correspondência no mundo real. Imaginemos que o referido funcionário fosse enviar 300 cartas para os amigos. E que para tanto utilizasse o papel timbrado da empresa. Absurdo, não? Pois é exatamente isso que ele faz ao enviar o e-mail para 300 amigos. Sim, porque esse e-mail quando enviado representa fulano@empresa. Dessa forma, é como se fosse uma correspondência ofiJulho Abril – Empreendedor
cial da empresa. E como tal pode ser interpretada. Há ainda que se levar em conta aspectos do código civil e da jurisprudência, onde há o entendimento de culpa concorrente do empregador em relação aos atos praticados por seus empregados ou prepostos. Dentro desse entendimento, não se estende à empresa os aspectos de condenação criminal, que é pessoal, mas pode se impor à empregadora sanções econômicas e pecuniárias (inclusive com indenizações). Aqui mesmo no Brasil, temos o caso recente de uma multinacional do ramo alimentício que está respondendo a processo em virtude de um funcionário ter enviado um e-mail contendo uma piada de cunho racista para um grupo de destinatários. Uma pessoa negra, que recebeu uma cópia desse e-mail, vinda de outras pessoas, resolveu processar não as pessoas intermediárias ou mesmo o missivista, mas sim a empresa. Assim, uma simples piada do funcionário pode associar a imagem da empresa a crimes que vão da difamação e calúnia até estelionato (imagine um funcionário iniciando uma “corrente” utilizando o e-mail do escritório ou ainda vendendo um produto com “propaganda enganosa”). E a lista de potenciais problemas é longa! Para evitar estragos desse tipo, a resposta da tecnologia são ferramentas de análise de conteúdo, que permitem moni-
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torar o que está sendo enviado, além de gerar registros que permitem a identificação do(s) autor(es) de toda e qualquer mensagem gerada na empresa. Outra regra que começa a ser seguida é a da utilização dos chamados “Legal Disclaimers” – ou Avisos de Isenção de Responsabilidade (AIR) – que estabelecem claramente que o conteúdo de todos os emails enviados pela empresa não expressam – de forma alguma – a opinião oficial da mesma, sendo o remetente o único responsável pelo conteúdo do e-mail. Embora não resolvam todas as pendências, essas medidas devem estar contidas – e definidas claramente – em um documento que deve ser assinado por todos os funcionários: “Política de Utilização de Correio Eletrônico”, em que a empresa define as regras, limites e responsabilidades de uso da ferramenta de e-mail. Esse documento deve ser arquivado na pasta do funcionário e é peça fundamental para a isenção da responsabilidade da empresa. Hoje, as empresas especia lizadas no assunto já dispõem de tecnologia e experiência em ações preventivas desse tipo. Mas mesmo nas grandes empresas, ainda há muita negligência quanto à gravidade da matéria. Há de se agir de forma preventiva. A correção de problemas – quando possível – é muito custosa. Da indústria de laticínios vem a máxima: “Não adianta chorar sobre o e-mail enviado”.
box inbox inbo Ouvidos digit ais digitais
Imag em inf ect ada? Imagem infect ectada?
Gravadoras de um lado, Napster, Kazaa, Morpheus e cia. do outro. Após meses e meses da batalha judicial pelos direitos de propagar arquivos de áudio pela internet, o formato mp3 está dando a volta por cima. É o que revela recente pesquisa da Market Analysis Brasil [www.marketanalysis.com.br]. Segundo ela, 43% dos internautas brasileiros baixam ou já baixaram músicas pela rede. Outro dado apresentado na pesquisa é que o número de usuários que têm como atividade habitual escutar música através da internet aumentou, em média, 5% ao mês no começo deste ano. Quem não gosta (leia-se as grandes gravadoras) pode espernear, mas, ao que parece, o formato mp3 chegou para ficar!
A última onda que abalou o mercado de segurança digital foi a possibilidade de existência de um vírus chamado W32/ Perrun, que infectaria arquivos de imagem no formato jpeg (de longe o mais popular no arquivamento de fotos e imagens na internet). A McAfee, famosa empresa produtora de vacinas anti-vírus, anunciou a existência da praga e a atualização de suas vacinas para contê-la. Outras empresas do setor (como a Sophos PLC), entretanto, contestam a possibilidade de um código malicioso ser inserido num arquivo de imagem e duvidam de seu “conceito” de funcionamento, simples-
mente porque um arquivo de imagem existe para ser lido por outro programa, e não para ser executado. Vicent Gullotto, um dos diretores da McAfee, explicou que o alerta da empresa foi causado não porque o Perrun cause danos agora, mas pela possibilidade de no futuro, com a evolução dos formatos de compactação de imagem (como o jpeg), arquivos maliciosos serem inseridos em imagens e aguardando o momento certo de agirem quando descompactados. Enquanto não se descobre se o vírus realmente existe, fica a dúvida: onde mais falta aparecer vírus digitais? Hmmm... relógios de pulso, talvez.
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INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
Monitoramento da
concorrência Sua empresa decidiu monitorar os concorrentes, e para que a iniciativa dê resultados você precisa desenvolver um plano de quatro etapas sta preocupação é essencial para racionalizar o máximo possível a coleta de dados, o que acabará facilitando enormemente a interpretação dos mesmos e sua posterior transformação em informação e conhecimento. Para desenvolver um projeto de inteligência competitiva, independentemente do tamanho da empresa, os especialistas da empresa norte-americana Burkhardt Research Services sugerem os seguintes passos: 1) Determine, com a maior precisão possível, o que sua empresa necessita conhecer sobre os concorrentes ou um concorrente específico. Se você deseja saber mais sobre a margem de lucro, então a busca de dados deve se concentrar em itens como volume de vendas, faturamento bruto, encomendas a fornecedores, etc. Outras áreas onde você pode estar interessado em obter informações são, por exemplo, mercados atendidos pelos concorrentes, grau de satisfação de seus clientes ou ainda sistemas de incentivos que ele adota. Quanto mais precisa for a definição das metas da busca de informações, mais fácil fica a elaboração das perguntas, o que aumenta a objetividade das respostas e conseqüentemente também a da interpretação dos resultados.
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2) Depois é indispensável decidir como os objetivos fixados no item um serão alcançados. Noutras palavras, é a elaboração da estratégia da busca. O pessoal da Burkhardt sugere uma comparação entre o que a sua empresa faz e o que possivelmente o concorrente esteja fazendo na mesma área definida como objetivo principal, conforme o item anterior. Esse exercício seguramente vai lhe provocar curiosidades e interrogações que servirão como fio condutor das buscas. Outra sugestão é tomar o produto final do concorrente e fazer o caminho inverso, procurando identificar como ele é comercializado, divulgado e produzido. 3) Em seguida é necessário identificar as fontes onde será possível obter os dados procurados. Algumas fontes são quase óbvias, como balancetes, material institucional ou relatórios setoriais divulgados por publicações econômicas. Outra possibilidade é a utilização da criatividade para identificar fontes. Um exemplo é obter dados com os parceiros do concorrente nas áreas de produção, vendas ou administração que você escolheu no item um. A conversa com os parceiros pode fornecer dados valiosos, mas cuidado para evitar a tentação de modificar uma procura legítima com recursos ilegais ou antiéticos. Quem apelar para a chamada espionagem deve preparar-se para ser
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também espionado, quando for descoberto pelo concorrente. 4) O último passo é o uso dos dados obtidos para transformá-los em informação e posteriormente em conhecimento a ser distribuído entre os funcionários de sua empresa. Alguns dados são fáceis de interpretar, mas é quase certo que haverá muitos outros que parecem perdidos ou incompletos. Nesses casos, pode-se usar a chamada “engenharia reversa”, ou seja, partir do que se descobriu sobre o concorrente e tentar reconstituir como ele chegou a produzir o número ou estatística que não foi possível interpretar. Todos esses passos visam ajudar o responsável pelo monitoramento das empresas concorrentes a criar um banco de dados onde todo o material ficará arquivado, podendo ser consultado a qualquer momento. As interpretações feitas a partir dos
Editado por
Carlos Castilho
RECUROSO HUMANOS
castilho@matrix.com.br
Conflito de
gerações
Os investidores começam a valorizar empresas que buscam uma transição suave dos executivos mais experientes para os mais jovens
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dados do monitoramento devem ser compartilhadas entre os responsáveis por setores-chave da empresa para permitir uma circulação de conhecimentos que aumentará ainda mais a profundidade da análise, garantem os especialistas da Burkhardt Research Services. Expressões e empresas mencionadas no texto: Informação e conhecimento Um número simples ou estatística é definido como um dado pelos especialistas em inteligência competitiva. Uma informação é um dado contextualizado, e conhecimento é um conjunto de informações combinadas e interpretadas durante um determinado período. Burkhardt Research Services www.burkhardtresearch.com
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de 45 anos ainda são maioria na direção das empresas. Nos Estados Unidos, origem de quase todos os modismos e grandes inovações em matéria de administração empresarial, os boomers (geração com mais de 45 anos) dominam a força total de trabalho numa proporção de 61% contra 39% dos mais jovens. No Brasil, não existem dados tão precisos, mas a proporção de executivos maduros é seguramente bem maior. Foram esses executivos, hoje grisalhos, os responsáveis pelo início da revolução tecnológica que atualmente serve de trampolim para os mais jovens na carreira corporativa. Apesar de serem os criadores e, por enquanto, seus condutores, os mais velhos sentem cada vez mais a sua dificuldade em manter-se no comando de um processo cuja velocidade e complexidade já não cabem mais dentro dos limites da cultura empresarial tradicional. A geração que hoje ocupa os cargos de comando subiu na vida tentando mudar o mundo. Em grande parte ela conseguiu isso, ao acabar com a Guerra Fria, reduzir a desigualdade entre sexos, transformar o racismo num delito, o autoritarismo num pecado mortal e criar a preocupação com a ecologia. Para os mais novos, nenhuma dessas questões é problema. Eles não querem mais mudar o mundo. Querem mudar apenas as suas vidas, ganhando mais dinheiro para Empreendedor – Julho
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epois de gastar 45 minutos detalhando para seus subordinados as minúcias de um arrojado plano de reestruturação empresarial, o gerente-geral queixou-se a um amigo: “Enquanto eu suava em bicas para explicar como a sobrevivência da empresa dependia do sucesso do plano, o pessoal rabiscava no papel, bocejava ou cochichava no ouvido do vizinho”. A poucos passos dali, um jovem engenheiro eletrônico também se queixava a um colega: “O cara gastou 45 minutos para dizer algo que nós descobrimos em 10 minutos. Será que ele não imagina quanto custa o nosso tempo?”. A história real aconteceu numa empresa paulista do ramo de comunicações mas poderia ter ocorrido em qualquer outra parte do Brasil. Até mesmo em Silicon Valley, a badalada meca da informática nos Estados Unidos, o choque de gerações passou a ser o grande quebra-cabeças dos especialistas em recursos humanos. “Não existe uma guerra entre gerações, mas as diferenças entre os que têm mais de 40 anos e os que estão entrando no mercado de trabalho, aos 23 anos, começam a ser vistas como um freio na dinâmica empresarial”, afirma Aryae Coopersmith, um especialista californiano em relações humanas dentro de empresas. Os executivos e gerentes com mais
Pessoas e empresas mencionadas no texto: Aryae Coopersmith aryae@hrforums.com Fortune www.fortune.com
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Los Angeles Times www.latimes.com Headhunters: expressão inglesa que define os caçadores (identificadores) de novos talentos no ambiente empresarial. Julho – Empreendedor
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poderem consumir mais, conforme revelou uma pesquisa feita, nos Estados Unidos, pela revista Fortune . “Não existe uma guerra entre gerações porque os mais jovens resolveram ser tolerantes, mais por comodismo do que por princípio”, diz Coopersmith num artigo publicado no jornal Los Angeles Times. Enquanto os novos se mostram condescendentes com seus superiores, estes ainda estão tentando entender o que está acontecendo. O que mais preocupa os gerentes de recursos humanos é o enorme individualismo dos novos gênios. Os mais novos tendem a trabalhar isolados apesar de a lucratividade na internet estar diretamente associada à circulação de informações ou conhecimentos e ao trabalho em equipes cada vez mais diversificadas. Por isso é que muitas empresas passaram a se preocupar com a harmonização de diferenças etárias e culturais, para que os negócios não sejam afetados. A expressão-chave passou a ser a palavra “transição”. Parece um exagero, mas os investidores nas bolsas de valores dos Estados Unidos já estão pagando mais por ações de empresas que adotaram programas para administrar a transição entre a geração que queria mudar o mundo e os gênios da era cibernética.
Sai 3G, entra WI-FI Mais uma sigla cabalística da alta tecnologia encaminha-se para a aposentadoria precoce, antes mesmo de chegar ao mercado
e você não tem a mínima idéia do que seja 3G, não precisa sentir-se envergonhado. Bilhões de outros seres humanos nunca ouviram falar dessa maravilha da tecnologia de telecomunicações e provavelmente jamais chegarão a usufruí-la no quotidiano. A 3G é a tecnologia que transforma um telefone celular num complexo terminal de internet, permitindo ao usuário navegar pela Web, trocar mensagens eletrônicas, fazer compras e realizar operações de comando à distância. Tantos atributos transformaram a engenhoca no sonho de consumo dos fanáticos por tecnologia, que aguardavam ansiosos o início das vendas, esperando transformações fantásticas no universo corporativo, graças à possibilidade de os celulares usarem a
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banda larga da internet. Só que a enorme expectativa de novos negócios sofreu um banho de água fria com o surgimento do sistema Wi-Fi, cujo nome lembra sistemas de som ou coquetéis à base de vodca, mas que tem a enorme vantagem de baratear consideravelmente o custo das conexões sem
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fios de alta velocidade pra a Web em computadores laptop e PDAs. O sistema Wi-Fi usa minirredes de banda larga em espaços limitados, como por exemplo aeroportos, estações ferroviárias ou rodoviárias, salões de exposições ou grandes convenções, hotéis, grandes restaurantes e instalações esportivas. Isso atende às necessidades de empresários e profissionais liberais, que são os principais usuários de computadores portáteis e formam quase 90% da clientela de acesso móvel à internet via banda larga. O sistema já está em uso em alguns aeroportos, parques de exposições e hotéis da Finlândia, Estados Unidos, Japão e Inglaterra, com enorme sucesso porque o custo é até dez vezes menor do que o do sistema 3G. A cadeia MacDonald’s planeja introduzir o sistema Wi-Fi em 4 mil lanchonetes no Japão. O sistema também é conhecido pelo número 802.11b, que identifica o padrão de comunicações desenvolvido pelas indústrias que comercializam o Wi-Fi nos Estados Unidos. Ele permite conexões de banda larga em velocidades de até 5 megabits por segundo (equivalente a 20 vezes a velocidade da ADSL e 90 vezes a de uma conexão por telefone). Na verdade o Wi-Fi não substitui integralmente o 3G, mas o debilita bastante porque os usuários corporativos deixaram de considerá-lo atrativo por questões de custo. Além do preço, a outra grande desvantagem dos celulares 3G Julho – Empreendedor
está na dificuldade de operação (teclado e monitor extremamente pequenos). O uso do Wi-Fi está crescendo tanto que os últimos modelos de laptops já incorporam um sistema de comunicação à distância para conexão com redes locais. As empresas de telecom também começaram a oferecer serviços de Wi-Fi para aeroportos e cadeias de hotéis. O usuário paga uma taxa, do tipo assinatura, e pode conectar-se toda vez que ingressar na área de alcance de uma rede local de Wi-Fi. A intensificação do uso do novo
sistema de banda larga sem fio foi considerada irreversível por Gerald Faulhaber, professor e especialista em telecomunicações da escola Wharton de Administração Pública nos Estados Unidos. Ele acha que devem ser resolvidas rapidamente as dificuldades atuais causadas por desentendimentos entre empresas de telecom sobre a forma de padronizar o acesso. Até os europeus, que estavam mais reticentes sobre o Wi-Fi, mudaram de atitude e planejam instalar pelo menos 12 mil redes locais de banda larga sem fio até 2004.
Expressões e empresas mencionadas no texto: 3G – Significa terceira geração de telefones celulares. A primeira geração foi a dos aparelhos analógicos, e a segunda, dos digitais. A principal diferença do sistema 3G em relação aos telefones digitais é a capacidade de receber imagens da internet. Banda larga – Expressão usada para identificar conexões de alta velocidade com a internet, através de cabo, radio ou linha telefônica pelo sistema ADSL. A banda larga permite baixar imagens em movimento, músicas e documentos longos em até 20 vezes menos tempo que nas conexões via linha telefônica comum.
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Wi-Fi – Abreviação para Wireless Fidelity, equivale a uma rede local sem fio, com alcance trerritorial limitado. PDA – Personal Digital Assistant (Assistente Digital Pessoal). Esta categoria de computador inclui os palm tops, computadores de mão que geralmente incorporam funções de caderno de endereços, agenda, fax e telefone celular. Não usam teclado e sim uma espécie de caneta. Gerald Faulhaber www.wharton.upenn.edu/ faculty/faulhabe.html Wharton School www.wharton.upenn.edu
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TABELA DE EQUIVALÊNCIAS
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ATUALIZADA A população mundial produzirá até o final de 2004 um volume de documentos equivalente a 12 exabytes, ou seja, o mesmo volume de material acumulado pelo homem desde o seu surgimento na Terra
sucessão de números impressionantes faz parte do trabalho apresentado pela pesquisadora norteamericana Clare Hart, presidente e CEO da empresa Factiva, controlada pelo grupo Dow Jones/Reuters, e uma das mais importantes do mundo no ramo da inteligência empresarial. Clare mostrou aos assustados participantes da reunião mundial sobre buscas na internet (Search Engine Meeting), realizada em abril, que a progressão é espantosa e citou o caso dos documentos arquivados em discos óticos (CDs e DVDs) que estão se multiplicando a um ritmo de 70% ao ano, 35 vezes mais rápido que o material impresso. A executiva integrou a comissão de sábios reunida pela Escola de Gerência e Sistemas da Informação, da Universidade Berkeley, da Califórnia, com o ambicioso objetivo de tentar medir o volume de informação existente no mundo. O estudo levou cerca de dois anos para ser realizado, e suas conclusões começaram a ser divulgadas no final de 2000. Só os jornais e revistas publicados em todos os países do mundo acumu-
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8 bits um caractere como a letra A 1 kilobyte mil bytes (este texto tem 27,5 kilobytes) 1 megabyte um milhão de bytes um conto literário curto 1 gigabyte um bilhão de bytes um filme longa metragem na TV 1 terabyte um trilhão de bytes equivalente à digitalização de todas as chapas de raio X de um grande hospital durante um ano 1 petabyte um quatrilhão de bytes todo o acervo de todas as universidades norte-americanas alcança 2 petabytes 1 exabyte um quintilhão de bytes (um número seguido de 21 zeros)
lam por ano cerca de 35 terabytes de dados. Um terabyte equivale a um trilhão de bytes, a unidade de arquivamento de dados em sistemas digitais. Para se ter uma idéia, todos os documentos impressos (livros e periódicos) guardados na Biblioteca do Congresso dos EUA, uma das maiores do mundo, não passam de 10 terabytes. A incrível massa de dados produzida pelos jornalistas e editores da mídia impressa é quase nada perto do que é escrito nos escritórios de empresas em todo o mundo, totalizando o equivalente a 195 terabytes por ano, que em papel corresponderia à derrubada de quase 10 milhões de árvores. O relatório chamado Quanta Informação? (How Much Information?) estimou também em cerca de 610 bilhões de mensagens (aproximadamente 11 terabytes de dados) o tráfego mundial anual de correio eletrônico. O que mais impressionou os participantes do encontro foi o avassalador crescimento dos dados em sistemas digitais, especialmente em DVD, segmento que registra um aumento anual de 100% nos últimos cinco anos. Taxa idêntica de crescimento é apresentada pelos bancos de dados
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corporativos e pelos documentos arquivados em discos duros de funcionários de empresas privadas. Em compensação, os jornais estão produzindo menos 2% de material a cada ano que passa. Todo o material impresso produzido no mundo durante um ano equivale a 0,003% do que é arquivado em sistemas digitais. Parece pouco, mas segundo Clare Hart revela a enorme eficiência ainda registrada pela veiculação de informações através do papel. Pessoas, empresas e documentos mencionados no texto: Clare Hart www.factiva.com/about/ keypeople/ch.asp?node=aboutlink2 Factiva www.factiva.com Search Engine Meeting www.infotoday.com/it/jun02/ hawkins.htm Relatório da Pesquisa sobre Volume de informação www.sims.berkeley.edu/ research/projects/how-muchinfo/summary.html
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Por Moacir Mour a Moura
Sua opinião
consultor de varejo, especialista em treinamento empresarial e organizador de eventos
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MOACIR MOURA mmoura@b.com.br
O que os bancos ensinam? Empresarialmente quase tudo. Começando pelo seu sistema de gestão, com contabilidade diária que disponibiliza as informações gerenciais na mesa da diretoria logo pela manhã, detalhando as operações do dia anterior e até a data, o que possibilita uma ampla e segura análise dos resultados do banco de 12 em 12 horas. As questões operacionais, aquelas comandadas pelos escalões gerenciais, são decididas diariamente e/ou quase em tempo real, porque os bancos são as organizações que mais usam a tecnologia da informação em todos os níveis. São exemplo de venda de serviço, mas não são os melhores modelos de prestação de serviço. Gerenciar, gerir os destinos de uma empresa é um constante transformar informação em decisão. Trabalhar os dados internos e externos para que as pessoas tenham um direcionamento certeiro. Daí a importância de um sistema monitor inteligente no qual as empresas podem se basear para avançar com mais segurança em direção ao futuro, como fazem as embarcações marítimas que usam um aparelho GPS orientado por satélite para guiar o seu curso. Quando as informações estão dispersas e não ordenadas num determinado sistema, além de dificultar o acesso a elas, a empresa perde agilidade e se distancia cada vez mais da realidade do mercado. Por outro lado, arsenais de dados não-confiáveis e baseados em premissas erradas possibilitam decisões rápidas, sim, mas erradas. Não havendo confiança, quanto maior o número de informações, maior será também a dúvida de quem tem por objetivo tomar decisões precisas. Portanto, nessa área, o segredo está na qualidade total, em dados que atendam quantidade, segurança, disponibilidade, atualização e a importância da informação. Cumpridas essas etapas, o passo seJulho – Empreendedor
guinte é saber interpretar e usar trabalho de venda não se limita a uma boa corretamente essa matéria-prima essencial exposição em displays espalhados em para o sucesso de qualquer negócio. Nessa lugares estratégicos da agência. Ao contrário particularidade, mais uma vez os bancos do varejo tradicional, que muitas vezes ainda dão um banho nas demais empresas. conserva o vício de esperar o cliente na loja, Enquanto as organizações não-bancárias os bancos procuram realizar uma venda prósão eficientes em buscar volume de venda ativa, usando telemarketing de apoio e e conquistar maior fatia de mercado, a visitando o cliente em seu domicílio reeficiência dos bancos está nos resultados. sidencial ou comercial. Os bancos demonstram grande coCom firme determinação e rígidos sistemas de acompanhamento, direcionam nhecimento em venda. Mas até nisso são todo o trabalho para lucratividade, cujos diferentes. Procuram vender através de um balanços comprovam essa prática a cada envolvimento maior com o cliente, detrimestre. Os lucros são tão exagerados senvolvendo produtos que se encaixam que os seus diretores se sentem cons- direitinho no imaginário ou no sonho de consumo das pessoas. trangidos em explicar Seguros de bens, de como conseguiram “Os bancos pessoas e diversas outras tanto em tão pouco demonstram grande modalidades, incluindo o tempo. conhecimento em titular e o cônjuge. CapiDinheiro é uma venda. Mas até talização, aposentadoria mercadoria fácil de se complementar, sorteios, trabalhar. Basta ser nisso são roletas, aplicações com habilidoso nas portas e diferentes. nomes americanizados, janelas de entrada e Procuram um verdadeiro cassino onde rigoroso na saída, que envolvimento o cliente ganha pontos e tudo dá certo. Entretanto, não é só no prestígio à medida que maior com o compra as fichas no campo da engenharia cliente” caixa. São especialistas financeira e do driving em inventar produtos para no lucro que o setor bancário serve de modelo para o varejo, in- faturar e engordar ainda mais seus lucros. Tem banco que já inventou uma conta dústria e demais setores de serviço. O setor é tão bom em marketing a ponto de poder corrente diferenciada, onde cobra uma ensinar a empresários e profissionais mensalidade de R$ 14. Como um milhão de interessados em aprender algo mais na arte clientes para um banco médio não é um de vender e aproveitar melhor os pontos-de- número exagerado, somente nesse produtinho pode arrecadar R$ 170 milhões por ano. venda, também conhecidos por agências. Na verdade, são lojas que seguem todos Imagine o quanto os outros 999 produtinhos os rituais do melhor merchandising que uma grande equipe motivada e comercial, com um mix de serviços de dar devidamente azeitada com prêmios, inveja aos melhores supermercados. Tratam incentivos e valorização profissional podem cada um desses criativos serviços como render para os cofres desse negócio chamado “produto” e se empenham em encontrar banco? Excelente fonte de inspiração para nichos de mercado para colocá-los, cujo qualquer atividade comercial.
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Guiado
Empreendedor Pr odutos e Ser viços (pág. 70) Produtos Serviços Made in Brazil para o mundo Do LLado ado da Lei (pág. 74) Emenda gera oportunidades Leitura (pág. 76) Per guntar erguntar não ofende Análise Setorial (pág. 80) As variáveis do dólar Indicadores (pág. 81) Agenda (pág. 82)
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Ao contrário do que muitos pensam, para buscar mercados externos e vender produtos no mundo globalizado não é necessário ter um “espírito aventureiro”, como o que os colonizadores da Idade Média empregaram em suas expedições marítimas na conquista do Novo Mundo. No entanto, as expedições realizadas naquela época eram norteadas por bússolas, mapas e contavam com a experiência dos navegadores. Da mesma forma, exportar requer planejamento e profissionalismo para atender a demanda de forma qualificada, tornando o negócio lucrativo, de vento em popa e evitando o perigo de um naufrágio. Além disso, é fundamental para o Brasil conquistar seu espaço no mercado globalizado. Um dos motivos é que, hoje, a competitividade de uma nação diante do mercado mundial pode ser avaliada através da capacidade de exportar. O que significa que, quanto mais o país vender lá fora o seu produto, maiores chances ele terá de sobreviver no mercado, seja ele externo ou interno. De acordo com João José Gallotti Peixoto, diretor-presidente da Portrade Assessoria de Comércio Exterior, a exportação é importante para o país principalmente porque está ligada com a balança comercial, ajuda a Julho – Empreendedor
manter as contas equilibradas e ainda favorece o relacionamento com outros países. Outro motivo é que a exportação funciona como uma espécie de medida preventiva para garantir o mercado interno, já que cada vez mais todos estão sujeitos à concorrência externa. Caso isso não ocorra haverá reflexos diretos na economia do país, o que pode afetar a taxa de empregos e a renda, e trazer complicações no processo de transferência de tecnologia, pois o vínculo com as demais nações não será efetuado de maneira eficiente.
Conseqüentemente, é preciso ampliar as exportações – atualmente, apenas um pequeno número de empresas de grande porte vende seus produtos no mercado externo. Também é importante aumentar o volume dos produtos que já estão sendo vendidos lá fora, principalmente os de maiores valores agregados, e estimular as pequenas e médias empresas a exportarem. Isso, além de trazer benefícios para o país e para o exportador, não é nenhum “bicho-de-setecabeças” como os que povoavam a crença dos desbravadores na Idade Média (veja quadro na página ao lado). Mas a venda de mercadorias para fora deve ser feita com “muito trabalho e acompanhamento de como o produto está sendo colocado no exterior”, afirma Gallotti. LAURO MAEDA/WEEK
AGÊNCIA DE PROMOÇÃO DE EXPORTAÇÕES (APEX) www.apexbrasil.com.br • PORTOTRADE (48) 222-9251
Made in Brazil para o mundo
ARQUIVO EMPREENDEDOR
Guia do Empreendedor Pr odutos & Ser viços Produtos Serviços
PEIXOTO: EXPORTAÇÃO FORTALECE EQUILÍBRIO NA BALANÇA COMERCIAL
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Passo a passo da exportação 1º Fazer o registro de exportador na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC) ou na Delegacia da Receita Federal mais próxima. 2º Selecionar um canal para a exportação dos produtos, como consórcios de exportação, tradings companies, agentes de comércio exterior e empresas comerciais exportadoras ou através de exportação direta. 3º Estabelecer contato com compradores no exterior e fornecer informações da mercadoria. 4º Analisar o mercado para avaliar a viabilidade da exportação, verificando preços praticados no país, diferenças cambiais, nível de demanda, custo de transporte e exigências técnicas e sanitárias. 5º Enviar o maior número de informações ao cliente sobre o produto. Pode-se utilizar catálogo, lista de preços e amostra. 6º Formalizar a negociação com o envio de uma fatura pró-forma, onde devem constar informações sobre o importador e o exportador, descrição da mercadoria, peso líquido e bruto, quantidade e preço unitário e total, condição de venda e modalidade de pagamento, meio de transporte e tipo de embalagem. 7º Ter mercadoria para atender a demanda.
Documentos necessários para o embarque ao exterior: romaneio de embarque, nota fiscal, registro de exportação, certificados e conhecimento de embarque (emitido após o embarque). 10º Negociar com a instituição financeira autorizada o pagamento em reais ou a conversão da moeda estrangeira recebida pela aquisição das mercadorias exportadas. 11º Embarque da mercadoria e despacho aduaneiro. A liberação da mercadoria para embarque é feita mediante a verificação física e a documental realizadas por agentes da Receita Federal nos terminais aduaneiros. 12º Preparação dos documentos pós-embarque. Documentos para negociação junto ao banco (pagamento): fatura comercial, conhecimento de embarque, letra cambial ou saque, carta de crédito (original), fatura e/ou visto consular, certificados adicionais (quando necessário), apólice ou certificado de seguro (caso a condição seja CIF) e borderô ou carta de entrega. Documentos contábeis (arquivamento): fatura comercial, conhecimento de embarque, nota fiscal, apólice ou certificado de seguro e contrato de câmbio.
8º O exportador deverá pedir ao importador a abertura da carta de crédito. Ao final do processo, o banco enviará cópia ao exportador.
13º Apresentar ao banco indicado pelo importador os documentos que comprovem que a transação foi efetuada conforme o combinado.
9º O exportador deverá providenciar a emissão dos documentos de exportação ou embarque.
14º Após a transferência para o banco do exportador, deverá ser feita a liquidação do câmbio conforme as condições descritas no contrato de câmbio.
Documentos necessários para circulação da mercadoria no país de origem: romaneio de embarque, nota fiscal e certificados adicionais.
Fonte: Agência de Promoção de Exportações (APEX) – www.apexbrasil.com.br 2002
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Guia do Empreendedor Pr odutos & Ser viços Produtos Serviços Mobilidade total O Ramal Celular, lançado pela Damovo, é uma nova solução de telecomunicação, que permite o uso do celular como uma extensão do ramal do PABX. “O telefone celular do usuário passa a funcionar como qualquer outro ramal da empresa”, afirma Renato Ferreira (foto), gerente de Mobilidade
Curso on-line sobre SPB A Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) está ministrando um curso on-line sobre o novo Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB). O objetivo é capacitar mais de três mil alunos, professores, funcionários e ex-alunos das Faculdades de Administração e Economia. Em se tratando de ensino à distância, o curso é considerado uma inovação entre as instituições de ensino superior brasileiras, já que a avalição fará parte de uma disciplina do Departamento de Economia e Finanças, completando a carga horária da matéria. O curso é gratuito. www.faap.br
da Damovo do Brasil. Algumas vantagens do sistema são a redução nas despesas via os planos corporativos das operadoras, diminuição da perda de tempo para acesso aos funcionários, maior eficiência para o usuário e garantia de que mensagens não serão perdidas. www.damovo.com.br
Filtro de spams O mau uso do e-mail atrapalha o desempenho das redes e prejudica a produtividade da empresa, principalmente devido ao tempo gasto com a leitura de mensagens que chegam sem autorização, os spams. Por isso, a busca por soluções para essa questão está levando muitas empresas a adotar sistemas que impedem a circulação de mensagens indesejadas, como os módulos securiQ.WatchDog e securiQ.Wall, fabricados pela Group Technologies e distribuídos no país pela Gaia Informática. “Ao barrar essas mensagens desnecessárias, ganha-se também velocidade e disponibilidade na conexão”, afirma Fernando Neves, diretor da empresa. www.gaia.inf.br
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Economia e prevenção A gripe causa um prejuízo de US$ 3,5 bilhões anuais para as empresas, devido às ausências e internações dos funcionários. Por outro lado, a prevenção da doença resulta em uma economia de cerca de US$ 50 por funcionário ao ano. Com isso, as comJulho – Empreendedor
panhias estão promovendo a vacinação contra a gripe dos empregados e, até mesmo, de seus familiares. Uma das empresas que realizam esse serviço é a JHM Saúde, que presta consultoria em saúde e segurança no trabalho. O custo médio é de aproximadamente R$ 20 por pessoa e a vacina tem validade de um ano. www.jhsaude.com.br
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Ferramenta Para direcionar investimentos, minimizar riscos, estruturar equipes de vendas e avaliar o desempenho, empresas de diversos setores estão utilizando o geomarketing, uma das aplicações da geoinformação. A ferramenta usa informações demográficas, econômicas, geográficas e o levantamento de concorrência. “A escolha do local adequado ao perfil do negócio e ao públicoalvo é um dos itens fundamentais para o sucesso de um empreendimento”, diz Susana Julia Figoli, diretora da Ion Information Network, consultoria em geomarketing. www.ion.com.br
Novas filiais Com o objetivo de ampliar a estrutura na região Sul do país, a Transportadora Americana (TA) inaugurou recentemente três novas filiais nas cidades catarinenses de Blumenau, Joinville e Criciúma. A empresa faz a entrega de documentos, pacotes, embalagens pesadas e cargas de exportação porta-aporta para 210 destinos internacionais, incluindo rastreamento de cargas pela internet, controle em tempo real sobre as operações e segurança monitorada via satélite. O plano de expansão de negócios para todo o país faz parte da estratégia da empresa, iniciado em 1999. www.tanet.com.br
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Guia do Empreendedor Do LLado ado da Lei
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LINHA DIRETA: (11) 3871-0269
Emenda gera oportunidades DIVULGAÇÃO
A entrada de capital estrangeir o em estrangeiro empresas jornalísticas abre um leque para novos e bons negócios na área
A Câmara e o Senado promulgam a emenda ao texto constitucional nº 36, que modifica a redação do artigo 222 da Constituição Federal, permitindo, assim, que empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens possam ter a participação de estrangeiros e de pessoas jurídicas. Mas essas empresas permanecem privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no país. Anteriormente, o parágrafo primeiro do artigo 222 vedava a participação de pessoa jurídica no capital social de empresa jornalística ou de radiodifusão, com exceção feita a partidos políticos e sociedades cujo capital pertença exclusiva e nominalmente a brasileiros. A participação nesse tipo de empresas, de acordo com o parágrafo segundo ora revogado, somente de efetuava através de capital sem direito a voto e limitado a 30% do capital social. A partir de 28 de maio passado, com essa alteração, tornou-se interessante para brasileiros e estrangeiros participarem como sócios reais e com voz ativa
em empresas de mídia. A Constituição com a nova redação, contudo, ainda limita, em qualquer caso, que pelo menos 70% do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. Além disso, a responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação social. Contudo, trata-se de um grande avanço que permitirá a capitalização pelas empresas do setor, alavancando-se aqui mesmo no Brasil, ou com abertura de capital ou participação de grupos econômicos ou empresas que antes não demonstravam interesse mais sólido pela velha obstrução de exercer direitos mais efetivos dentro da empresa. Além disto, parcerias com estrangeiros poderão elevar o patamar de investimentos no setor de mídia, o que
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sempre provoca um movimento positivo colateral nas empresas que se relacionam com o setor. O novo artigo 222, também, traz como novidade a regulação do que chamou de meios de comunicação social eletrônica, que, independentemente da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, que implica atender princípios mais rígidos de preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, promover a cultura nacional e regional, bem assim o estímulo à produção independente. Terão, ainda, que respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família. Resta apenas definir o que é precisamente este meio citado. A possibilidade de empreendedores brasileiros participarem das empresas de mídia é imediata. Ao capital estrangeiro resta esperar o cumprimento do artigo 4.º do artigo 222, que determina que a Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro.
Mar cos Sant’Anna Bitelli Marcos Advogado
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Guia do Empreendedor Leitura Por Fábio Mayer
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Perguntar não ofende
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seja, exemplos de perguntas que podem ser feitas em qualquer situação profissional. Além disso, apresenta uma ampla abordagem filosófica e prática para se criar um plano de questionamento. A obra ensina, ainda, como elevar o Quociente de Questionamento Inteligente (QQI), que representa a capacidade de identificar idéias e estabelecer conexões entre conceitos, apoiando todas as formas de descrição da inteligência no questionamento e na necessidade de resposta. Em outras palavras: como fazer perguntas inteligentes. O processo se dá em sete etapas: conscientização, habilidade, atmosfera, atitude, resposta, valorização e ação. Mas o autor adverte que não basta apenas perguntar; é preciso também saber ouvir. Essa etapa é uma das mais importantes, no entanto é sempre a primeira a ser deixada de lado. Muitas vezes a pessoa faz perguntas inteligentes, porém não presta atenção na resposta e isso prejudica a busca da informação. De acordo com o autor, uma maneira de resolver o problema é resumir o que a pessoa acabou de dizer. Para aprender a apresentar melhor as perguntas é preciso ouvir o que as pessoas perguntam, aprendendo com elas.
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FICHA TÉCNICA
Da mesma forma que a menor distância entre dois pontos é uma linha reta, fazer a pergunta certa é o caminho mais rápido para se obter uma informação. Em Perguntas que Resolvem, o autor Andrew Finlayson mostra que as vantagens e os bons resultados serão sempre melhores para quem domina a arte de fazer perguntas inteligentes e significativas. O objetivo da obra é estimular o questionamento, a consciência e a ação em um mundo onde a informação assume um papel cada vez mais importante na vida das pessoas e nos negócios. Partindo de que perguntar é inerente ao ser humano, o autor mostra como a capacidade de questionar é uma importante ferramenta na busca da informação no mundo de hoje. Por isso, a qualidade das perguntas e a atitude de questionamento podem determinar o sucesso das empresas e das pessoas. Para ele, fazendo as perguntas certas é possível, por exemplo, conseguir um emprego, negociar um salário melhor, transformar idéias em inovações, causar a impressão correta e inspirar futuros alternativos. “Quem não sabe fazer perguntas fundamentais para tomar decisões na empresa e sobre sua carreira pode colocar em risco seu futuro”, diz Finlayson. O livro é uma espécie de guia sobre a arte de perguntar, oferecendo insights específicos aplicáveis à vida profissional, ou
FICHA TÉCNICA Perguntas que Resolvem Andrew Finlayson Editora Campus (www.campus.com.br) 256 páginas R$ 39,00
IDÉIAS IDÉIAS EM DEST AQUE DESTAQUE “Um bom líder define o caminho a ser seguido com outros, obtendo suas idéias e opiniões.” “Ouvir é querer escutar, é capturar ativamente as idéias.” “A vida é uma série de perguntas.” “Não espere sucesso de vendas sem inspecionar o que está acontecendo com os clientes.” “Muitos funcionários não questionam abertamente o processo de avaliação do desempenho nem o seu resultado.” “Os médicos fazem perguntas em seus consultórios e os gerentes que buscam a espontaneidade devem se lembrar de conversar a portas fechadas.” “É difícil questionar uma pessoa de maneira ética desprezando-a verbalmente.”
Novos Títulos Sobr eviver Não É o Bastante, Sobreviver Seth Godin, Editora Campus (www .campus.com.br), (www.campus.com.br), 288 págs., R$ 49,00
Estratégia em PPerspectiva, erspectiva, Carl W W.. Stern e Geor ge Stalk Jr ., George Jr., Editora Campus (www .campus.com.br), (www.campus.com.br), 448 págs., R$ 75,00
Em Estratégia em Perspectiva, os autores Carl W. Stern e George Stalk Jr. reuniram as principais idéias do The Boston Consulting Group sobre teoria, desenvolvimento e prática da estratégia de negócios. A obra é uma coletânea de 75 artigos que abordam temas como concorrência, setores estratégicos, mudança e liderança – alguns publicados pela Harvard Business Review. O BCG é considerado por especialistas como uma das empresas de maior renome mundial, em se tratando de inovação de conceitos. Por isso, o livro é importante fonte de novas idéias, visões e lições práticas para gerentes, executivos e empreendedores.
As constantes mudanças na forma de fazer negócios podem sucumbir empresas que não se adaptarem a essa realidade. Com idéias pioneiras e arrojadas, Seth Godin faz uma analogia, em seu livro Sobreviver Não É o Bastante, entre a teoria evolutiva das espécies, do naturalista inglês Charles Darwin, e a evolução das empresas. Dessa forma, a obra tem como objetivo apresentar ferramentas que aumentem a capacidade de organização de uma empresa, para que ela prospere em um mercado em permanente evolução, tornando-a lucrativa. O livro traz ainda um glossário e um capítulo de perguntas importantes para implantar as idéias do autor.
Pesquisa Operacional na Tomada de Decisões, Gerson Lachtermacher Lachtermacher,, Editora Campus (www .campus.com.br), (www.campus.com.br), 336 págs., R$ 45,00
Propaganda e PPrromoção, Ter ence A. Shimp, erence Editora Bookman (www .bookman.com.br), (www.bookman.com.br), 540 págs., R$ 94,00
Como diz o ditado, “A propaganda é a alma do negócio”. Em Propaganda e Promoção – Aspectos Complementares da Comunicação Integrada de Marketing, o autor mostra a importância da comunicação integrada de marketing e dos conceitos relacionados para aumentar o valor de marcas e fornecer uma cobertura completa de todos os aspectos de um programa na área de propaganda. O objetivo da obra é apresentar a evolução da área de marketing e relacionar a prática, em suas variadas formas, com pesquisa e teoria.
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A tomada de decisão no mundo corporativo necessita sempre de um bom embasamento, planejamento e estratégia. Por isso, o livro Pesquisa Operacional na Tomada de Decisões, de Gerson Lachtermacher, mostra como o Excel pode ser utilizado no processo de tomada de decisão em uma companhia. A obra apresenta exercícios práticos que auxiliam a implementar o uso de planilhas eletrônicas da ferramenta nas áreas de logística, recursos humanos, finanças e vendas. O livro é dirigido, principalmente, a estudantes e profissionais de Administração, Economia, Contabilidade e Engenharia de Produção.
Informação e Crédito
Parceria Serasa/Acrefi O cadastro positivo tem por objetivo aperfeiçoar a análise de concessão de crédito nas instituições financeiras, identificando o histórico dos clientes que pagam sua contas em dia
A Victoria Iturrieta
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sem fundos ou protestos. “A utilização do cadastro fará com que os riscos na concessão de crédito e a inadimplência nessa modalidade diminuam. Por conta disso, os bons pagadores encontrarão empréstimos a juros menores”, afirma. O presidente da Serasa ressalta que, com base nos cadastros negativos, as instituições financeiras limitavam-se a conceder, ou não, empréstimo se não constasse anotação do cliente. “O cadastro positivo, já adotado em países da Europa e nos EUA, fornecerá às
DIVULGAÇÃO
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Serasa, uma das maiores empresas do mundo em informações e análises econômico-financeiras para apoiar decisões de crédito e negócios, e a Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento) lançaram em junho o Acrefi Positivo, um sistema que vai utilizar informações do Credit Bureau, um cadastro de informações positivas autorizadas pelo próprio consumidor e referentes ao seu comportamento no pagamento de compromissos financeiros, assumidos na contratação de crédito ou em compras a prazo. O novo produto, disponível apenas aos associados da Acrefi, tem a meta de aperfeiçoar a análise na concessão de crédito, aumentar sua oferta, reduzir a inadimplência, baixar as taxas de juros ao tomador final, diminuir o custo do processo e agilizar sua aprovação. De acordo com Elcio Anibal de Lucca, Presidente da Serasa, o Acrefi Positivo permitirá que as financeiras conheçam os dados positivos do consumidor e não apenas eventuais informações negativas, como cheques
instituições financeiras informações mais abrangentes sobre os clientes, apontando suas qualidades de bons pagadores. Isso fará com que se pratiquem taxas de juros diferenciadas, e o consumidor que tem acesso ao crédito deixará de bancar o risco do mau pagador”, diz. Segundo Elcio Anibal de Lucca, historicamente no Brasil, um único registro de inadimplência, por menor que fosse, podia impedir o crédito junto ao comércio e a instituições financeiras. “Muitas vezes, por um deslize, ou algum problema pessoal, o cidadão deixava de arcar com suas obrigações e tinha seu nome nos cadastros negativos. Hoje, com a nova cultura de informações positivas introduzida pela Serasa, quem concede crédito ou vende a prazo vai considerar o hábito de pagamento do consumidor para avaliar o risco”, afirma. Para Ricardo Malcon, presidente da Acrefi, o Acrefi Positivo poderá aumentar o número de concessões de crédito para os clientes que pagam suas contas. “O cliente que tem um bom histórico vai
Da esquerda para a direita, Líbio Seixas Jr., diretor da Serasa; Elcio Anibal de Lucca, presidente da Serasa; Ricardo Malcon, presidente da Acrefi; e Leonardo Marcos Benvenuto, diretor da Acrefi
beneficiará consumidor poder negociar taxas de juros menores do que os clientes que estão com restrições de crédito. Atualmente, o bom pagador paga juros altos, devido ao alto índice de inadimplência”, avalia Malcon. A estimativa da Acrefi é de que 65% das instituições financeiras que realizam operações de crédito direto ao consumidor vão utilizar o produto para analisar o perfil de seus clientes. O produto será constituído por um banco de dados formado pela Acrefi com base em informações repassadas pelas instituições que aderirem ao produto. A Serasa será responsável pela parte operacional do Acrefi Positivo. Atualmente, as instituições financeiras já utilizam taxas de juros diferenciadas para determinados perfis de clientes. Segundo o presidente da Acrefi, os dados do Acrefi Positivo possibilitam conceder empréstimos a juros mais acessíveis, mesmo que o crédito seja destinado a um consumidor que não seja cliente da instituição. Ele acredita que os juros do crédito pessoal podem baixar pela metade. A taxa média atual desse tipo de operação é de 6% ao mês. Ricardo Malcon destaca, no entanto, que cada banco ou financeira vai reduzir seus juros conforme seus produtos. “A redução deve acontecer, mas as porcentagens vão depender da instituição. Cada banco ou financeira deve definir como utilizar as informações do cadastro para influenciar nas suas taxas de juros”, afirma. Ele acredita que, a partir de setembro, o produto já dará um retorno ao consumidor. “Bancos e financeiras já estarão negociando juros mais baixos para bons pagadores, a partir do segundo semestre deste ano”, avalia.
Bom pagador tem tratamento diferenciado O mercado financeiro se ressentia até meados de 1997 de um instrumento mais completo e eficaz para liberar crédito para as pessoas físicas. Nesse ano, após intensas pesquisas e desenvolvimentos, o Cadastro Positivo foi criado pela Serasa com o objetivo de permitir que os bons pagadores, a grande maioria dos brasileiros, possam ter tratamento diferenciado e maior acesso ao crédito com juros mais baixos. Em economias mais avançadas, como as dos EUA e da Europa, o consumidor não tem acesso a qualquer modalidade de crédito se não estiver cadastrado em um serviço de Credit Bureau. Tal como ocorre nesses países, o Credit Bureau é um cadastro de informações positivas autorizadas pelo próprio consumidor e referentes ao seu comportamento no pagamento de compromissos financeiros, assumidos na contratação de crédito ou compras a prazo. Para fazer parte do Cadastro Positivo da Serasa, basta o cidadão solicitar e autorizar formalmente a abertura de cadastro com dados referentes à ficha cadastral e a hábitos de pagamen-
tos quando fizer uma operação de crédito ou compra a prazo. Esse cadastramento só favorece o consumidor no acesso ao crédito, que passa a ser rápido, facilitado e com custos menores. O processo de crediário fica simplificado, dispensando o preenchimento de extensos formulários cada vez que se faz um financiamento, ou compra a prazo, agilizando o atendimento e poupando tempo do solicitante. A legislação brasileira no Código de Defesa do Consumidor dispensa a necessidade de se obter autorização do consumidor para que informações negativas sejam cadastradas nos Serviços de Proteção ao Crédito. As positivas, entretanto, exigem autorização do consumidor para que façam parte de bancos de dados, ao contrário do que acontece em muitos países, onde a legislação, além de garantir os direitos individuais do cidadão, permite que os mesmos, enquanto consumidores, tenham acesso facilitado à aquisição de bens e serviços a partir da valorização de seu comportamento de bom pagador.
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Guia do Empreendedor Análise Setorial
As variáveis do dólar Além da mudança no sistema cambial, outr os fatores podem eexplicar xplicar as outros oscilações da moeda norte-americana
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Estamos assistindo este ano, como no ano passado, a uma maior oscilação do preço do dólar no Brasil. E isso é muito normal já que, em janeiro de 1999, passamos de um sistema de bandas para o de flutuação livre do câmbio. Em que pese aí a mudança no sistema cambial, algumas variáveis podem explicar o comportamento da moeda. Podemos citar, entre as principais, a balança comercial, o ingresso de investimentos estrangeiros no país para o setor produtivo e a confiança dos investidores externos que movimentam grandes somas em aplicações financeiras. Assistimos, periodicamente, a comentários sobre o dólar que abordam principalmente esses pontos. Temos, no entanto, algumas outras variáveis que influenciam o preço do dólar, entre as quais destacamos o hedge. O termo, cada vez mais conhecido, traduz a busca por proteção contra a variação da moeda. Como exemplo: uma empresa compra US$ 5 milhões em contratos de dólar futuro (BMF) para equilibrar a sua exposição, em função de uma dívida que ela tem no mesmo tamanho. Com a alta do dólar, esta empresa irá ter um aumento da sua dívida em reais, mas terá um ganho financeiro com a valorização dos seus contratos. Julho – Empreendedor
Até pouco tempo limitado a algumas poucas e grandes empresas, a operação vem se tornando mais comum, em boa parte por conta de consideráveis perdas sofridas pelas empresas que tinham dívidas em dólar em um passado recente. E a dinâmica da disseminação das operações deve aumentar ainda mais, já que é enorme o número de empresas que poderiam estar fazendo hedge – muitas vezes maior do que as que o fazem – mas não realizam a operação por desconhecimento. Lembro de quando o seguro de automóveis começou a se popularizar. Hoje dificilmente alguém não faz seguro para o seu carro. Só que um maior volume de operações não depende exclusivamente do fator necessidade, mas muito também do fator profissional. O profissional da área financeira das empresas, responsável pelos seus ativos e passivos. E a ligação aqui é direta: mais profissionais capacitados, mais operações de hedge, mercado mais sensível, maior volatilidade. Quanto à volatilidade, resultante do processo, devemos entendê-la como normal, cumprindo o papel de descompressão momentânea de um desequilíbrio entre oferta e procura que é provocado, em
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determinados momentos, pelo famoso “instinto de manada” que leva as pessoas a agirem contra o que seria tecnicamente mais correto. Então, entendendo que o hedge é uma variável com um peso maior do que o imaginado pela maioria, que o potencial de crescimento desse mercado é enorme, e que o aumento da procura pelo hedge trará o efeito colateral de uma maior volatilidade, podemos esperar que essas oscilações fortes, vistas ultimamente, tenderão naturalmente a aumentar (sem considerarmos aqui uma mudança no cenário político/ econômico). Mas novamente é importante observarmos que a volatilidade tem o seu papel a cumprir. Ela é como o amortecedor do carro. Com o amortecedor você pode até reclamar dos solavancos, mas se você passar por uma estrada ruim sem ele poderá ter sérios problemas. E o que aconteceu com a economia de muitos países que procuraram o câmbio fixo ou o sistema de bandas foi exatamente isso: entraram em uma estrada esburacada sem amortecedor.
André Hahn
Estrategista-Chefe da Leme Investimentos
Indicadores Carteira teórica Ibovespa NOME/TIPO AÇÃO
VARIAÇÃO % ANO (ATÉ MAIO)
0,622 1,875 0,749 4,57 0,728 0,274 1,248 0,668 2,885 2,785 0,626 0,199 2,902 0,691 0,462 1,087 0,335 1,061 1,267 3,048 0,691 1,366 2,98 0,782 2,649 0,911 100 0,19 0,171 3,061 1,395 0,223 0,305 2,248 0,548 3,241 9,311 0,623 1,042 0,479 0,612 0,505 1,343 1,621 0,757 1,894 0,127 2,116 1,232 14,988 1,765 4,933 0,962 0,303 0,674 1,394 3,928 0,519
-14,50 -7,40 47,40 -10,00 -35,40 -17,60 -21,40 -16,00 -11,60 -16,50 26,10 -3,30 1,50 -41,30 -36,00 -31,00 -13,00 -18,80 -4,40 -4,10 -41,00 28,20 34,50 -71,60 -81,90 50,10 -19,80 -71,70 -5,60 -8,90 -7,80 -6,50 -31,10 -78,90 29,50 4,20 -2,50 -14,70 31,10 37,60 14,50 -19,10 -14,80 -23,90 -36,30 -17,00 -30,00 -19,00 -24,10 -23,60 -31,20 -54,60 10,80 10,00 -4,40 3,80 35,00 32,30
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(%)
Inflação Índice IGP-M* IGP-DI IPCA IPC - Fipe SP * Ref. junho
Maio 1,54 1,11 0,21 0,06
Ano 12 Meses 3,48 9,48 2,31 7,83 2,51 7,77 1,02 6,32
Juros/Aplicação CDI Selic Poupança Maio CDB pré 30 Our Ouroo BM&F
(%)
Junho Ano 12 Meses 1,31 8,64 18,50 1,33 8,68 18,46 0,66 4,23 8,95 1,18 7,78 16,61 9,02 34,88 38,10
Indicadores imobiliários CUB SP TR
Junho 0,44 0,1582
(em %) Ano 12 Meses 5,14 8,9 1,15 -
Juros/Crédito Junho 24/jun Desconto 2,95 a 4,66 Factoring 4,30 a 4,35 Hot Money2,16 a 6,94 Giro Pré* 39,00 a 96,71
Junho 28/jun 2,83 a 4,66 4,10 a 4,14 2,16 a 6,94 36,68 a 96,71
(em % mês) Julho 01/jul 2,84 a 4,66 4,12 a 4,15 2,16 a 6,94 36,85 a 96,71
(*= taxa ano)
Câmbio (em 01/07/2002) Cotação Dólar Comer cial Comercial Eur Euroo Iene
R$ 2,8595 US$ 0,9936 US$ 119,84
Mer cados futur os Mercados futuros (em 01/07/2002) Agosto Setembro Outubro Dólar R$2,89800 R$2,92300 R$2,94200 Jur os DI 18,94% Juros 19,95% 21,20% Ibovespa 10,937 – 13.364 – US$50,05 Café (NY) US$47,80 Empreendedor – Julho
2002
Acesita PN Ambev PN Aracruz PNB Bradesco PN Bradespar PN Brasil ON Brasil PN Brasil T Par ON Brasil T Par PN Brasil Telecom PN Celesc PNB Cemig ON Cemig PN Cesp PN Comgas PNA Copel PNB Copene PNA CRT Celular PNA Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo Metropo PN Embraer ON Embraer PN Embratel Part ON Embratel Part PN Gerdau PN Ibovespa Inepar Construcoes PN Ipiranga Pet PN Itaubanco PN Itausa PN Klabin PN Light ON Net PN Petrobras Distrib PN Petrobras ON Petrobras PN Sabesp ON Sid Nacional ON Sid Tubarao PN Souza Cruz ON Tele Celular Sul ON Tele Celular Sul PN Tele Centroeste Cel PN Tele Leste Celular PN Tele Nordeste Celul PN Telefonica Data Hld PN Telemar Norte Leste PNA Telemar ON Telemar PN Telemig Celul Part PN Telesp Cel Part PN Telesp Operac PN Tractebel ON Transmissao Paulist PN Usiminas PNA Vale Rio Doce PNA Votorantim C P PN
PARTICIPAÇÃO IBOVESPA
Guia do Empreendedor Agenda De 30/07 a 02/08/2002
CURITIBA FASHION VERÃO
ÍMTIMA INTIMATEX
NETWORLD + INTEROP
III Feira da Indústria de Confecção Curitiba Centro de Exposições – Parque Barigüi Curitiba – PR Fone: (41) 335-3377
Salão Internacional de Moda Íntima e Matéria-Prima ITM Expo São Paulo – SP Fone: (11) 4688-6000
Feira e Congresso Internacional de Redes e Interoperabilidade Pavilhão Exposições do Anhembi São Paulo – SP Fone: (11) 4688-6000
De 30/07 a 03/08/2002
11º SALÃO INTERNACIONAL DE NOVOS NEGÓCIOS Expo Center Nor te São Paulo – SP Fone: (11) 253-2133 De 30/07 a 03/08/2002
6º SALÃO E SEMINÁRIO QUALIDADE BRASIL 6º Salão e Seminário de Metrologia – Peso Certo – Medida Exata Expo Center Nor te São Paulo – SP Fone: (11) 253-2133 De 31/07 a 02/08/2002
SET 2002 – BROADCAST & CABLE Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP Fone: (21) 3974-2000 De 31/07 a 02/08/2002
ANALÍTICA LATIN AMERICA Exposição Internacional de Tecnologia para Laboratórios, Análises, Biotecnologia e Metrologia Expo Center Norte – Pavilhão Branco I e II São Paulo – SP – Fone: (11) 3873-0081 De 31/07 a 02/08/2002
FCE PHARMA 7ª Exposição Internacional de Produtos e Equipamentos para a Indústria Farmacêutica Transamérica Expo Center São Paulo – SP Fone: (11) 3873-00811 De 31/07 a 02/08/2002
HBA SOUTH AMERICA Exposição Internacional de Fornecedores para a Indústria Cosmética Transamérica Expo Center São Paulo – SP Fone: (11) 3873-0081 De 01/08 a 30/08/2002
2002
De 20/08 a 23/08/2002
De 04/08 a 07/08/2002
De 13/08 a 16/08/2002
MERCOFRIO 2002
Feira Internacional da Imagem Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP Fone: (11) 3826-9111
Feira e Congresso de Ar-Cond., Refrig., Aquecimentos e Ventilação do Mercosul Centro Sul Florianópolis – SC Fone: (11) 3662-4692
De 13/08 a 17/08/2002
EXPOMAC
De 21/08 a 24/08/2002
XIV Feira Sul-Brasileira da Indústria MetalMecânica Curitiba Centro de Exposições – Parque Barigüi Curitiba – PR Fone: (41) 335-3377
ELETRON SUL Feira da Indústria Eletro-Eletrônica CEPUC Por to Alegre – RS Fone: (41) 335-3377
De 14/08 a 16/08/2002
De 26/08 a 28/08/2002
FEILIMP 2002
EXPO LOGÍSTICA 2002
2ª Feira Internacional de Limpeza Pública e Resíduos Sólidos Bienal do Ibirapuera São Paulo – SP Fone: (11) 3151-6444
Feira de Produtos, Serviços e Soluções para Logística e VIII Fórum & Seminário Internacional de Logística Hotel Inter-Continental Rio Rio de Janeiro – RJ Fone: (21) 2537-4338
De 14/08 a 18/08/2002
ELETRON
De 27/08 a 30/08/2002
Feira Sul-Brasileira da Indústria Eletro– Eletrônica Curitiba Centro de Exposições - Parque Barigüi Curitiba – PR Fone: (41) 335-3377
MOVIMAT 2002 Feira de Logística, Movimentação, Armazenagem e Transporte de Materiais Expo Center Norte – Pavilhões Verde e Verm. São Paulo – SP – Fone: (11) 5575-1400
De 14/08 a 18/08/2002
De 28/08 a 30/08/2002
EXPO CARNAVAL
BRASIL EXPOGAS
Feira Internacional de Carnaval Expo Mar t São Paulo – SP Fone: (11) 4688-6000
Feira e Conf. Intern. do Uso e Aplicações do Gás Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP Fone: (11) 3815-9900
De 17/08 a 20/08/2002
De 28/08 a 30/08/2002
25º HOUSEWARES & GIFT FAIR SOUTH AMERICA
FIRE SHOW
ITM Expo São Paulo – SP Fone: (11) 3896-0200
International Fire Fair Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP Fone: (11) 577-4239
De 20/08 a 23/08/2002
FITMA AQUATECH BRAZIL 2002
COMDEX SUCESSU SP BRASIL 2002
Feira Internacional de Tecnologias para o Meio Ambiente International Trade Mar t São Paulo – SP Fone: (21) 2537-4338
Feira e Congresso Internacional de Informática e Telecomunicações Pavilhão da Bienal do Ibirapuera São Paulo – SP Fone: (11) 4688-6000
Julho – Empreendedor
De 20/08 a 23/08/2002
PHOTO IMAGE BRAZIL
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De 28/08 a 30/08/2002
FISP Feira Internacional de Segurança e Proteção Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP Fone: (11) 577-4355
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