Empreendedor 094

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Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Marketing e Comercialização José Lamonica [joselamonica@uol.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexandre Gonçalves [alex@empreendedor.com.br] Editores: Carlos Castilho e Lúcio Lambranho (interino) Repórteres: Fábio Mayer, Sara Caprario e André Jockyman Editor de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Fábio Salles e Arquivo Empreendedor Produção e Arquivo: Ivone Zanatta Ilustrações: Clóvis Geyer Revisão: José Renato de Faria/Ponto Final Coordenador de Web: Flaviano da Cunha Júnior Sedes São Paulo Diretor de Marketing e Comercialização: José Lamonica Executivos de Contas: Paula Araújo Speda, Ariovaldo Florian e Edson Ramão de Souza Rua Sabará, 566, 9º andar, cj. 92 Fones: (11) 3214-5938/3257-4667/3214-6093 01239-010 - São Paulo - SP [empreendedorsp@uol.com.br] Florianópolis Gerente de Contas: Patrícia Iervolino Filippi Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss Av. Osmar Cunha, 183, Ceisa Center, bl. C, 9º andar - Fone: (48) 224-4441 88015-900 - Florianópolis - SC Representante Dinâmica Promoções e Eventos Carlos Hamilton Martins Feltrin Rua Turiassu, 127, cj. 12/13 - Perdizes Fone/Fax: (11) 3822-0412 05005-001 - São Paulo - SP [dinapro@terra.com.br] Escritórios regionais Rio de Janeiro [triunvirato@triunvirato.com.br] Milla de Souza Rua México, 31, grupo 1404 - Centro Fone/fax: (21) 2533-3121/2524-2757/2533-1601 20031-144 - Rio de Janeiro - RJ Brasília [jczcom@br.inter.net] Ulysses C. B. Cava SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial Bloco C, cj. 330 Fone: (61) 314-1541 70140-907 - Brasília - DF Paraná [merconet@onda.com.br] Ricardo Takiguti Rua Joaquim da Costa Ribeiro, 507 A - Atuba Fone: (41) 367-4388 82840-190 - Curitiba - PR Rio Grande do Sul [marcelo@midiamais.com.br] Marcelo Guedes Av. Iguaçu, 525, cj. 305 - Petrópolis Fone: (51) 3334-4054 - Fax: (51) 3334-2317 90470-430 - Porto Alegre - RS Minas Gerais [empreendedorsp@uol.com.br] [joselamonica@uol.com.br] José Lamônica Rua Sabará, 566, 9º andar, cj. 92 Fones: (11) 3214-5938/ 32 57-4667/3214-6093 01239-010 - São Paulo - SP Pernambuco [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem Fone: (81) 3327-3384 e 3327-9430 51021-310 - Recife - PE Assinaturas Serviço de atendimento ao assinante Diretora: Clementina P. da Silva Gerente: Luzia Correa Weiss Fone: 0800 48 0004 [assine@empreendedor.com.br] Produção gráfica Impressão e acabamento: Coan Gráfica Editora CtP Distribuição: Fernando Chinaglia S.A. (São Paulo) Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br

ANER

Nesta Agosto/2002

edição

? Capa

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Apostando no debate, fizemos a

mesma pergunta para os candidatos à Presidência da República:

De que maneira a política econômica a ser adotada pelo seu governo vai aumentar o apoio e o fortalecimento de políticas públicas para os empreendedores brasileiros e como essas ações podem ajudar no crescimento de novos negócios no Brasil? Conheça as respostas em seis artigos exclusivos de Anthony Garotinho, Ciro Gomes, José Maria de Almeida, José Serra, Luiz Inácio Lula da Silva e Rui Costa Pimenta.

Entrevista Paula Fonseca, de 34 anos, comanda a Invent, uma holding de empresas de internet, criada em fevereiro de 2000, através do aporte de R$ 40 milhões do IP.com, primeiro fundo do mercado virtual brasileiro negociado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A executiva conta como a operação sobreviveu à chamada bolha dos negócios da grande rede e ainda mantém a confiança no mercado, projetando um investimento de mais R$ 10 milhões até 2005.

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FÁBIO SALLES

A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor


A reportagem de capa mostra como o Bob’s, o McDonald’s e o Habib’s lutam para ampliar sua fatia de mercado e fidelizar seus clientes, fazendo promoções e reduzindo preços. Eduardo Morita, da Jin Jin, fala sobre supervisão de campo.

Mercado

TECNOLOGIA

Suplemento

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MARKETING

O mercado de segurança privada cresce no Brasil mas ainda luta para ganhar qualidade e combater empresas “aventureiras”. Conheça os números do mercado e as possibilidades de investimento. A reportagem também mostra como montar um plano de segurança para sua empresa.

GUIA DO EMPREENDEDOR

A volta à economia real As turbulências na economia norteamericana podem sinalizar uma lenta revalorização da economia real depois de quase uma década de especulação financeira.

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Produtos e Serviços ................... 68

INFORMAÇÃO

FRANQUIA TOTAL

Do Lado da Lei ........................... 74

Aquecedores para esquimós Durante décadas, vender geladeiras para esquimós foi uma das máximas usadas para definir o bom vendedor. Hoje, a frase tornou-se maldita.

A narcointeligência Os cartéis da cocaína na Colômbia já incorporaram os mais sofisticados recursos de inteligência empresarial na administração dos seus negócios.

Leitura ........................................ 76 Análise Setorial ......................... 80

LEIA TAMBÉM Cartas ................................. 6 Empreendedores ........................ 14 Não Durma no Ponto ..................... 18 Sua Opinião ............................ 64

RECURSOS HUMANOS

Indicadores ................................. 81 Agenda ....................................... 82

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À procura do clone Quase todo dono de empresa procura alguém que seja uma cópia quase perfeita na hora de escolher um subordinado imediato.

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2002

do

Editor

Cartas É

quase uma mania do brasileiro deixar tudo para a última hora. O problema é que se tem esse tipo de atitude não só para pagar uma conta ou enviar a declaração de Imposto de Renda no horário de maior movimento na internet, a poucas horas do prazo final. A decisão do voto, que neste ano decide quem será o novo presidente do país, também é deixada para o último momento. É o que desmonstra uma pesquisa realizada pela Boucinhas & Campos Consultores, em que 43% dos empresários se consideram mal-informados sobre as prospostas dos candidatos à Presidência da República a respeito de quatro questões: política de privatização, posicionamento em relação à Alca, controle da inflação e política de juros. Por isso, esta edição traz na sua matéria de capa, além de todos os dados dessa pesquisa, seis artigos dos presidenciáveis para aumentar o nível de informação dos nossos leitores e manter a tradição do bom jornalismo praticado pela revista Empreendedor. Nesses textos, os autores fazem as conexões entre as suas propostas de política econômica e o dia-a-dia dos empreendedores brasileiros. Acreditamos que nada é mais democrático do que um bom debate e que é importante a livre iniciativa no Brasil também estar por dentro do que pode acontecer com a posse do novo presidente. Se o empreendedor agir com essa consciência, estará fazendo o mesmo que faz quando atualiza seu plano de negócios cada vez que algo muda na economia ou alguma coisa sai errado nas suas metas de faturamento. E para manter nosso empenho em publicar as últimas novidades sobre o mercado de franquias, a matéria de capa do suplemento Franquia Total mostra como o Bob’s, o McDonald’s e o Habib’s lutam para ampliar sua fatia de mercado fazendo promoções e tentando fidelizar seus clientes. Um boa leitura e um bom voto! Agosto – Empreendedor

TDS Gostamos muito da sua revista, que é muito informativa e tem colaborado muito com o nosso trabalho. Na edição de fevereiro de 2002, existe uma matéria sobre software mídia, da empresa TDS, do senhor diretor Paulo Roberto Velloso. Queremos entrar em contato e não temos nenhum endereço. Gostaríamos dessa informação urgente. Jane Wilma

São Paulo – SP Cara Jane, Os contatos com o empresário Paulo Roberto Velloso são os seguintes: telefone (48) 239-2337, e-mail paulo@adeptsystems.com.br e site www.tds.com.br

Marketing Estou desenvolvendo minha tese de especialização em Marketing na área de pequenos negócios. O que podemos fazer pelos pequenos empresários? Por isso, gostaria de contar com o apoio da revista Empreendedor, informando-me sobre edições, artigos e textos que possam me ajudar nessa jornada. Certa de seu apoio, agradeço. Kelly Naiara Gollo Marques Carvalho

kellyngm@zipmail.com.br

Cara Kelly, Para saber melhor quando o tema “marketing” foi tratado nas edições da revista entre no Site do Empreendedor (www.empreendedor.com.br) e use o nosso mecanismo de busca. Vale destacar a matéria “Superpoderes – como as empresas investem na integração do marketing com a logística para fazer a diferença e vencer os concorrentes”, que foi a matéria de capa da nossa edição de abril de 2001. Além disso, devemos produzir uma matéria específica sobre marketing para pequenas empresas e com baixo investimento até o final deste ano. Aguarde!

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Site do Empreendedor Gostaria de saber se o conteúdo do Site do Empreendedor é integral, ou seja, se possui todos os textos contidos nas edições da revista. Desde já agradeço. Murillo Bahia

murillobahia@yahoo.com.br Caro Murillo, Todos os textos veiculados na edição impressa da revista Empreendedor são publicados na íntegra no Site do Empreendedor.

Comprometimento Estou desenvolvendo um trabalho de Empreendedorismo e estou com algumas dificuldades no que se refere ao “comprometimento” do empreendedor. Gostaria de saber se a revista pode me ajudar a desenvolver essa característica no trabalho indicando algum texto como referência. Agradeço antecipadamente. Wilson Correr Custodio

wilsoncorrerc@uol.com.br

Caro Wilson, Para Renato Bernhoeft, presidente da Bernhoeft Consultoria e membro da Family Business Network (FBN), o empreendedor precisa estar preparado para ser ao mesmo tempo office-boy e presidente da empresa quando o negócio está começando a ser estruturado. Para ter mais informações sobre o tema, leia nossa reportagem da capa da edição de julho: “Sem medo de ousar”.


de Empreendedor para Empreendedor

Assinaturas

Aparelhos ortodônticos Estou interessado em abrir uma empresa de prestação de serviços para confecção de aparelhos ortodônticos mas tenho receio deste mercado, principalmente aqui na Paraíba. Por favor, se vocês tiverem alguma informação sobre este mercado aqui no Nordeste eu ficaria muito grato de recebê-la, pois iria me ajudar bastante.

Negócio em Alagoas Gostaria que vocês me ajudassem em todos os passos para abrir um negócio pioneiro aqui no estado de Alagoas. A idéia eu já tenho, só está faltando por onde começar. Aguardo respostas. Fernanda Fernandes da Costa Cavalcante

fernandafcc@bol.com.br

Jansen Alves Tibúrcio

João Pessoa – PB mbbald@hotmail.com

Novo negócio Gostaria de alguma sugestão quanto ao investimento em um novo negócio. Sou técnico na área de informática (hardware e redes) e gostaria de saber qual a melhor forma de divulgar, administrar, além de dicas de primeiros passos. Estou no mercado há três anos, como profissional informal. Tenho levado a serio, porém sinto que posso melhorar mais minha estrutura de trabalho mas não sei como. Ricardo Ferreira

ricardferreira@hotmail.com

Caros Jansen, Fernanda e Ricardo, Abrir um novo negócio leva tempo e trabalho árduo por parte do empreendedor. Para começar bem, sugerimos que vocês tentem colocar suas idéias no papel, através da construção de um plano de negócios. No site www.planodenegocios.com.br é possível ter todas as informações sobre como montar um bom plano e ir em busca de uma pesquisa de mercado sobre o negócio específico que está sendo pensado. Recomendamos também que os novos empreendedores façam uma busca de informações sobre como abrir uma empresa nas sedes do Sebrae da sua região.

Para assinar a revista Empreendedor ou solicitar os serviços ao assinante, ligue 0800 48 0004. O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 60. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 20%, pagando somente R$ 48. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8 às 19 horas. Se preferir, faça sua solicitação de assinatura pela internet. O endereço é assine@empreendedor.com.br.

Correspondência As cartas para as revistas Empreendedor, Jovem Empreendedor, Dirigente Lojista e Guia de Franquias, publicações da Editora Empreendedor, podem ser enviadas para qualquer um dos endereços abaixo: São Paulo: Rua Sabará, 566 - cj. 92 CEP 01239-010 - São Paulo - SP Rio de Janeiro: Rua México, 31 - cj.1404 CEP 20031-144 - Rio de Janeiro - RJ Brasília: SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial - Bloco C - cj. 330 CEP 70140-907 - Brasília - DF Rio Grande do Sul: Av. Iguaçu, 525/305 - CEP 90470-430 - Porto Alegre - RS Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 - Bloco C - cj. 902 CEP 88015-900 - Florianópolis - SC Paraná: Rua Joaquim da Costa Ribeiro, 507 A, Atuba CEP 82840-190 - Curitiba - PR Minas Gerais: Av. Pasteur, 89/1208, São Lucas CEP 30150-290 - Belo Horizonte - MG Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111, cj. 507 - Boa Viagem CEP 51021-310 - Recife - PE Os artigos deverão conter nome completo, assinatura, telefone e RG do autor, e estarão sujeitos, em função do espaço, aos ajustes que os editores julgarem necessários.

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CEDOC

Entrevista A clareza de postura e sobretudo a visão de futuro demonstrada pelo Eng.º Luiz Vilar de Carvalho, na matéria “Desafios e visões” da edição de maio deste ano, constituem-se em estímulo e alento para a classe empresarial brasileira. Horácio Guimarães

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Reprints editoriais É possível solicitar reimpressões de reportagens das revistas da Editora Empreendedor (mínimo de 1.000 unidades)

Internet Anote nossos endereços na grande rede: http://www.empreendedor.com.br redacao@empreendedor.com.br

Empreendedor – Agosto

2002

Diretor de Produção Ferropar – Ferrovia Paraná S.A.

Já está em funcionamento o Centro de Documentação (CEDOC) da Editora Empreendedor, que disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato com Ivone Zanatta, pelos telefones (48) 224-4441 e 0800 48 0004, ou por e-mail [redacao@empreendedor.com.br].

Para anunciar em qualquer publicação da Editora Empreendedor ligue: São Paulo: (11) 3214-5938/3822-0412 Rio de Janeiro: (21) 2533-3121/2524-2757 Brasília: (61) 314-1541 Curitiba: (41)356-8139/merconet@onda.com.br Porto Alegre: (51) 3334-4054 Florianópolis: (48) 224-4441 Belo Horizonte: (31) 3226-2816 Recife: (81) 3327-9430




Entr vist por

André Jockyman

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Paula Fonseca

com

Internet

pé-no-chão

2002

LINHA DIRETA: www.invent.com.br

Paula Fonseca, presidente da Invent, mostra que para investir capital de risco em negócios da grande rede é preciso ter calma e paciência A Invent é uma holding de empresas de internet, criada em fevereiro de 2000, através do aporte de R$ 40 milhões do IP.com, primeiro fundo do mercado virtual brasileiro negociado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Comandando essa operação que mantém sete sites está a jovem empreendedora Paula Guimarães Fonseca, de 34 anos. Paula é uma das sobreviventes da chamada bolha dos negócios da internet e mantém a confiança no mercado, projetando um investimento de mais R$ 10 milhões até 2005. “O comércio eletrônico vai crescer e explodir, por isso queremos estar perto dele”, afirma a presidente da Invent. Ela apóia sua crença nos resultados da quarta edição da pesquisa Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo. O estudo constatou que a internet movimentou US$ 2,1 bilhões em 2001, sendo US$ 1,6 bilhão proveniente das transações entre empresas (B2B) e US$ 500 milhões da venda para consumidores (B2C). Conquistar um público calculado pelo Ibope eRatings em 14 milhões de internautas e que, segundo Paula Agosto – Empreendedor

Fonseca, passa mais tempo na frente do computador do que vendo televisão é seu objetivo. As operações do Invent começaram com investimento em apenas três sites da internet no início de 2000, e hoje a holding controla o Via Global, a Central de Desejos, o Carteiro, o Mundo Media, o Comunique-se, o Elefante e o Orelha Digital. A confiança no mercado ficou mais clara com a compra, em novembro do 2001, do site Elefante e com o investimento em abril deste ano no desenvolvimento do Orelha Digital. Descobrir, investir e acelerar o desenvolvimento de empresas brasileiras com grande potencial de valorização não é tarefa fácil, principalmente no Brasil. Paula Fonseca revela, nesta entrevista, sua estratégia empreendedora, afirmando que “calma e paciência são coisas bem próprias do capital de risco”. Emprendedor – A Invent nasceu no início da crise das empresas de internet. Como foi possível passar por esse período e continuar crescendo?

Paula – A primeira razão pela qual conseguimos crescer num momento de

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crise no mercado como um todo, e especialmente no segmento da internet, foi termos nos preparado para essa situação. É como aquela história da cigarra e da formiga. Enquanto todo mundo gastava muito dinheiro e queria crescer muito rápido no ano 2000, fomos bastante conservadores em nossos investimentos, seguramos bastante dinheiro em caixa e nos preparamos para crescer num momento posterior. Quando o mercado se retraiu no ano de 2001, estávamos com fôlego para enfrentá-lo. O segundo motivo foi termos encarado a internet como uma ferramenta, e não como um fim em si mesmo. A tendência é que cada vez mais as empresas que vivem exclusivamente de internet tenham maior relevância. Mas hoje a internet ainda não tem tamanho que sustente a empresa, e muita gente com potencial de botar dinheiro ainda não coloca porque não acredita no desempenho comercial. A maior parte do mercado ainda não consegue entender a internet como mídia. Por isso é que se está procurando cada vez mais produtos do mundo real que sejam facilmente compreendidos pelas empresas do mundo real.


( ) Presidente do Invent

Paula – Por que a gente deu certo? Porque do ponto-de-vista estratégico nós fomos calmos. Identificou-se que o mercado não iria girar muito rápido e não estaria muito favorável à internet tão cedo, por isso controlamos nossos investimentos, mantendo a nossa sustentação financeira. Por outro lado, estamos sempre procurando fazer alguma coisa tangível no mundo real e a custo baixo. Empreendedor – Como evoluíram, de fevereiro de 2000 até agora, os investimentos nos sites?

Paula – Começamos investindo em três sites no primeiro ano e hoje são sete. A única aquisição que fizemos foi do Elefante, por ser uma marca muito forte, pois desenvolvemos todos os demais. Este ano lançamos o Orelha Digital em abril. Via Global, Carteiro e Central de Desejos já estão no ar.

Top of Mind das marcas mais lembradas pelas pessoas. O Elefante era de longe a agenda líder, distante da segunda colocada MSN. Não podemos revelar o valor do negócio. Empreendedor – Vocês investiram em 2000, no início do projeto, R$ 40 milhões. Quanto foi até agora o total investido no desenvolvimento dos sites?

Paula – Nós não revelamos quanto investimos, mas temos revelado quanto vamos estar investindo nos próximos anos. Vamos

investir até 2005 R$ 10 milhões na CentralCom, que reúne a Central de Desejos, o Elefante e a Orelha Digital. Empreendedor – Como a empresa está integrando o virtual com o real?

Paula – O Via Global tem um informativo impresso mensal, que manda para todos os estabelecimentos comentados. São 2.500 exemplares, distribuídos mensalmente, e estamos conseguindo vender cotas de patrocínio para esse informativo. Os fornecedores dos estabelecimentos, especialmente fabricanFÀBIO SALLES

Empreendedor – Qual estratégia foi seguida para obter resultados?

“O comércio eletrônico vai crescer e explodir, por isso queremos estar perto dele”

Empreendedor – Como foi a avaliação de compra do Elefante, uma vez que o mercado em geral vive um clima de crise econômica?

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Paula – A avaliação foi pela comparação do fazer ou comprar. O preço pago foi muito menor do que se gastaria para desenvolver a ferramenta, comprar as máquinas e, especialmente, criar a marca, que era muito boa. Era um site muito conhecido e o líder da categoria à venda. Saiu na InfoExame em setembro de 2001 um ranking do

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Empreendedor – Agosto


Entr vist por

André Jockyman

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Paula Fonseca

com

“Tem gente estressando a sua relação com os usuários, enviando informação demais, mais do que a pessoa gostaria de receber”

tes de bebidas e de equipamentos para bares e restaurantes, querem anunciar para seus clientes.

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Empreendedor – O mercado publicitário assimilou a idéia de o e-mail ser um marketing direto. Como a Invent trabalha com a publicidade nos seus sites?

Paula – Não. Por um lado, o mercado publicitário não tem idéia do que isso representa e, por outro, tem muita gente fazendo mal feito. Tem gente estressando a sua relação com os usuários, enviando informação demais, mais do que a pessoa gostaria de receber. Daí a grande oportunidade do Elefante. Isso porque estou mandando para ela exatamente a informação que pediu. Vai receber o e-mail na periodicidade que solicitou: no dia com ofertas nos cadernos especiais; ou no dia de aniversário de algum amigo. Como se trata de um lembrete pedido, há a oportunidade de usar isso como mídia, porque certamente a pessoa vai abrir. É um conteúdo colocado pelo usuário, porque pediu para ser lembrado. É uma mídia muito relevante e muito barata, porque está fazendo o marketing direto sem o custo da mala direta off-line. Agosto – Empreendedor

Empreendedor – Com exceção do Comunique-se, que é uma novidade voltada para um público específico, os demais sites do grupo são voltados para áreas de comprovada aceitação na internet.

Paula – Sim, mas até o Comunique-se atende a uma característica que todos os nossos sites têm: o conteúdo é muito barato, por ser feito pela própria comunidade. O Elefante é alavancado pelo conteúdo do aniversário do seu amigo que o usuário colocou lá. O ViaGlobal tem o comentário do próprio usuário. O grande chamariz do Comunique-se é o comentário do jornalista sobre as matérias, pois não tem a intenção de concorrer com os grandes órgãos de imprensa. Nossa preocupação não é o furo, mas a comunidade de jornalistas. Todos os sites têm comentários. A minoria comenta, mas a maioria adora ver o comentário que os outros fizeram. É a notícia que o jornal não publica. Como não somos dependentes de grandes grupos, temos uma informação independente. Empreendedor – O alvo principal da empresa é o comércio eletrônico?

Paula – O comércio eletrônico vai crescer e explodir, por isso queremos estar perto dele. Mas no estágio atual não fazemos a operação do comércio eletrônico. Qualificamos o usuário, para transferi-lo para algum site de varejo. Não temos infra-estrutura para fazer logística. A Central de Desejos, por exemplo, é um site baseado em listas de presentes que o usuário tem vontade de ter. Os cadastrados fazem as listas de desejos deles. Como fornecem seus dados, têm o benefício de facilitar a escolha de um presente. Com base no banco de dados, o usuário pode fornecer o perfil de uma pessoa e receber uma sugestão de pre-

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sente baseada no banco de dados existente. Há 220 mil listas cadastradas. Podemos, por exemplo, informar ao comércio uma lista das pessoas que nos últimos seis meses compraram um DVD, dado riquíssimo para o varejo. Você consegue de maneira barata na internet coisas que seriam muito caras ou impossíveis de serem obtidas no comércio normal. Empreendedor – O que seria impossível off-line e viável online na sua opinião?

Paula – Um exemplo seria um carrinho abandonado nas Lojas Americanas. É impossível a empresa localizar ou saber o perfil de quem o abandonou para vender o que foi deixado nele. Na internet, a informação fica armazenada e é possível recuperar o contato com a pessoa. Outra coisa é a comunicação com o cliente. Uma vez perguntei ao presidente das Lojas Renner como fazia a comunicação com os clientes do cartão de crédito da empresa. São 4 milhões de pessoas que o possuem. Ele me respondeu que nunca tinham feito uma ação de marketing com essas pessoas porque, no momento em que se fizer uma, terá que se continuar fazendo sempre, e o custo de uma mala direta para esse número de pessoas não sai por menos de R$ 1,8 milhão. Na internet, isso é um custo marginal, porque posso fazer uma comunicação para esse número de pessoas. O Elefante tem capacidade para mandar até 5 milhões de emails por dia. As empresas precisariam cadastrar os e-mails dos clientes, para definir melhor seu público. O Elefante tem uma parceria com o site ClimaTempo, e por isso pedimos às pessoas o CEP para mandar o clima da sua cidade, surgindo assim mais uma oportunidade para ações segmentadas num determinado raio de abrangência.


( ) Presidente do Invent

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“Um dos maiores mitos a respeito de novas idéias de negócios é que ” elas devam ser únicas” (José Carlos As sis Dornelas) Assis

Raquel e Luiz Renato Roble

SofHar Luís Mário Luchetta

Parceria de peso

A Datamaker Designers, especializada em design de varejo, está concorrendo com três projetos ao Prêmio POPAI Brasil 2002, filiado ao Pointof-Purchase Advertising International, principal entidade mundial dedicada ao desenvolvimento da atividade do merchandising no ponto-de-venda. A empresa concorre com três trabalhos em duas categorias: Projetos Especiais (displays para os perfumes da Chlorophylla e webquiosques do Banco HSBC) e Store Design (projeto das lojas da rede Chlorophylla). A votação e a apuração do Prêmio POPAI Brasil 2002 acontecem no Amcham Business Center, em São Paulo, entre os dias 6 e 8 de agosto, e as empresas premiadas terão suas peças expostas durante os três dias do evento. Em 1995, a Datamaker Designers recebeu o Troféu de Bronze no OMA, promovido pelo POPAI, em Nova York, com o desenvolvimento do display para o perfume Floratta, de O Boticário. A Datamaker Designers atua desde 1986 desenvolvendo projetos em design de ambientes, gráfico, e de produto. Com sede em Curitiba, a empresa tem como diretora-executiva a engenheira civil Raquel Roble, e como diretor de Criação o designer Luiz Renato Roble. Entre os principais clientes da Datamaker Designers estão: Athletic Way, Bergerson Joalheiros, Ceopar, Chlorophylla, Círculo, Correios, Furukawa, Global Telecom, HSBS, Livrarias Curitiba e Lojas Renner. www.datamaker.com.br

A SofHar Tecnologia em Telemática, empresa do Paraná que projeta e desenvolve soluções de automação para o mundo corporativo, foi reconhecida pela Microsoft Corporation como finalista do quinto prêmio anual de parceiros certificados nas categorias Packeged Application of the Year e Business Intelligence Solution of the Year, representando a América Latina. Quase 900 inscrições foram avaliadas para o prêmio em nove diferentes categorias. “Ser finalista pelo terceiro ano consecutivo nos fortalece cada vez mais, mostrando que estamos no caminho certo, e é um reconhecimento da liderança da SofHar em produto (pacote de aplicativo) e em solução de Business Intelligence”, diz Luís Mário Luchetta, diretor-presidente da SofHar. O SmartBuy, produto premiado, é utilizado, por exemplo, pela Electrolux, AGCO e Prefeitura de Curitiba. A outra premiação foi para o Projeto SGS, desenvolvimento de data warehouse implantado na Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), que pela segunda vez proporciona à SofHar o título de melhor solução de Business Intelligence.

2002

Design premiado

Agosto – Empreendedor

BRINDES EM ALTA No auge das campanhas eleitorais realizou-se, em São Paulo, uma das maiores feiras de brindes do Brasil, a Expo Bríndice 2002. A nona edição da Feira de Brindes, Produtos Promocionais, Presentes Corporativos & Mídia Extensiva é dirigida a políticos e empresários, e este ano contou com cerca de cem expositores. Luiz Roberto Salvador, diretor da Bríndice e organizador da feira, afirma que, entre fabricantes e distribuidores, o setor oferece mais de 4 mil itens diferentes de brindes e cresce em média 10% ao ano, tendo movimentando em 2001 cerca de R$ 1,5 bilhão.

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AUMENTANDO A OFERTA O Sebrae lançou mais um edital para selecionar 240 projetos destinados à formação e consolidação de micro e pequenas empresas. Este ano, os 240 projetos contemplados irão receber financiamento de R$ 14 milhões, um aumento de 150% em relação ao ano passado. Poderão candidatar-se ao financiamento do Sebrae novas incubadoras e as que já recebem verbas da entidade. O edital completo está disponível no site do Sebrae (www.sebrae.com.br). A divulgação dos projetos selecionados ocorrerá no XII Seminário Nacional de Incubadoras, a ser realizado pela Anprotec, em São Paulo, durante o período de 16 a 20 de setembro.

DIVULGAÇÃO

Datamaker


“Não existe uma definição comum para gestão do conhecimento. É algo mais ou menos como fazer tudo o que for possível de modo que você ” só precise inventar a roda uma vez” (W all Bock) (Wall

Mario Matesco

Criando um novo pólo A Intersix Technologies, empresa do mercado nacional de fornecimento e integração de sistemas complexos para segurança de informação, irá participar do projeto Tecnopólo 1, o primeiro condomínio inteligente construído na cidade de Petrópolis, na região serrana do estado do Rio, com o objetivo de reunir empresas de alta tecnologia. A empresa está finalizando o planejamento para inaugurar naquela cidade, nos próximos dois ou três meses, uma fábrica de software de segurança – a primeira do gênero na América Latina, que irá desenvolver software sob medida para atender à demanda por soluções de segurança personalizadas. Com isso, a Intersix entra no programa de transformação de Petrópolis em um importante pólo de desenvolvimento tecnológico, por meio do projeto Petrópolis–Tecnópolis. “Para a Intersix, é uma grande oportunidade de participar da criação de um novo pólo de tecnologia. Vamos instalar em Petrópolis um moderno centro de desenvolvimento de soluções de segurança, contando com a proximidade de um centro de tecnologia de ponta como o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), que tem sua sede naquela cidade”, afirma Mario Matesco, presidente da Intersix Technologies. A Intersix possui, entre outras, parcerias com a Datum, a Netegrity, a Baltimore, a CheckPoint, a Cisco, a Nokia, a Aladdin e a Security Focus. www.intersix.com.br

HISTÓRIA DO EMPREENDEDOR

O Grupo Gerdau montou uma nova estrutura de governança corporativa, formada por um conselho de administração e um comitê executivo. “Esse modelo de gestão tem como principais objetivos atender às demandas resultantes da expansão do grupo e ampliar a transparência com o mercado de capitais”, afirma Jorge Gerdau Johannpeter, presidente desde 1983. Anteriormente, o conselho-diretor acumulava ambas as funções. No início da década de 80, o grupo produzia um milhão de toneladas de aço em cinco usinas siderúrgicas. Em 22 anos, sua produção cresceu em cerca de 800%, devendo alcançar um ritmo de 9 milhões de toneladas em 2002.

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João Aguiar

Bolsa on-line A SolutionTech, empresa especializada em tecnologia de computação, desenvolve sistemas como o Home Broker, onde o cliente pode operar na Bolsa de Valores pela internet sem a interferência do operador, dando a decisão de quando e como operar para o próprio cliente. O Home Broker é um recurso disponibilizado pela Bovespa (Bolsa de Valores do Estado de São Paulo) para as corretoras com a finalidade de difundir o mercado de ações pela internet. Os clientes (investidores) se cadastram na corretora que dispõe desse sistema e têm acesso, por meio de um site, a informações do mercado de valores em tempo real. “Qualquer pessoa que tenha um computador conectado à internet poderá cadastrar-se e operar diretamente na Bovespa, acompanhando as cotações e ofertas, comprando e vendendo ações, verificando os melhores negócios”, explica João Aguiar, um dos sócios empreendedores da SolutionTech. A empresa também cria sites dinâmicos (que atualizam suas informações em tempo real) e sistemas de suporte ao Home Broker. Esses sistemas são compostos de programas de administração de conteúdo e banco de dados. Entre seus principais clientes na área de mercado financeiro estão os bancos BBM, Opportunity, Brascan e BVA, além das corretoras Equity, BES Securities e Ágora Sênior. www.solutiontech.com.br Empreendedor – Agosto

2002

A Universidade de Maryland (www.umd.edu) e o Webmergers.com estão reunindo documentos para criar o Business Plan Archive, que pretende ser a memória do período conhecido como ‘febre das pontocoms’. O projeto está aceitando documentos relacionados ao boom da internet como business plans e planos de marketing. Segundo David Kirsch, professor que coordena o trabalho, a idéia é criar “um arquivo sobre a era do empreendedorismo”. Além de documentos, Kirsch também recolhe depoimentos de profissionais que trabalharam em empresas pontocom. Todo o material será mantido no departamento de arquivos e manuscritos da biblioteca da universidade.

NOVA GOVERNANÇA

SolutionTech

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

intersix


Jovem S.A. por Lúcio Lambranho

ejovem@empreendedor.com.br

2002

Crescendo nos EUA

Agosto – Empreendedor

serviços prestados por empresas de fora”, explica. Hoje aos 31 anos, ele mantém empresas no Brasil e dirige a holding nos EUA, a Shelter Enterprises Corp., que exerce as atividades de importação e exportação, atrav é s d e e - c o m m e rc e c o m o a Askby.com. A lista não acaba aí e ele ainda gerencia uma agência de viagens, a Shelter Tour & Travel, uma agência de empregos e serviços (Brazilian Services) e ainda sobra tempo para tocar uma loja de computadores, a Alltech-On

Computers. “Percebo que os brasileiros ainda têm em mente que o ‘falir’ significa fracasso total, sem proveito nenhum e um exemplo a não seguir. Quando na verdade é parte de uma experiência que pode ser necessária para se alcançar o sucesso”, diz. Para o jovem empreendedor, o brasileiro ainda não domina a inteligência emocional e não consegue extrair de um fracasso, ou seja, de uma tentativa de sucesso, a sua essência. www.askby.com DIVULGAÇÃO

Silvio Schwamborn começou a trabalhar aos 17 anos como programador de automação industrial. Teve nessa época a oportunidade de conhecer e estudar diferentes processos industriais. Tal experiência fez com que aos 22 anos ele criasse a sua primeira empresa, uma consultoria industrial em sociedade com o pai e o irmão, de 25 anos. Paralelamente a esse negócio em família, montou uma agência de viagens. Já com 29 anos abriu nos Estados Unidos uma operadora turística de importação e exportação. Buscando seu espaço na terra do Tio Sam, Schwamborn acredita que a instabilidade da economia brasileira e a falta de confiança na equipe econômica são os fatores que mais inibem o ímpeto dos empreendedores no Brasil. Segundo ele, há muitas empresas estrangeiras no país que influenciam o mercado interno brasileiro e que dependem diretamente do mercado internacional, levando a insegurança gerada pela instabilidade econômica mundial, interferindo mesmo nos pequenos empreendimentos. “Isso porque esses negócios necessitam de financiamentos ou

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Formação empreendedora A Junior Achievement chegou a Santa Catarina em maio de 1997 pela iniciativa de um grupo de empresários locais preocupados com o sistema formal de educação. Hoje já são mais de 14 mil estudantes formados nos projetos da Junior Achievement em todo o estado. A instituição “forma” anualmente cerca de 6 milhões de jovens em 112 países. Segundo Evandro Badin, não basta estar pronto para ser um bom profissional. É preciso ter visão empreendedora, e a Junior Achievement ajuda a despertar essa qualidade no jovens que passam por seus projetos.

“Acreditamos no potencial dos jovens e esperamos um dia poder proporcionar essa experiência para um número cada vez maior de catarinenses”, diz Badin. Atualmente um grupo de 21 empresas ajuda a manter os projetos da instituição no estado. A RBS, o Angeloni, a Softway Telemarketing, a Unimed, a Intelbras e a Makenji são algumas das empresas que fazem parte do grupo de empresas mantenedoras da Junior Achievement Santa Catarina. (48) 224-8388 jasc@brturbo.com DIVULGAÇÃO

Em cinco anos a Junior Achievement de Santa Catarina já orientou e preparou mais de 14 mil jovens para o ingresso no mercado de trabalho. Foram no total 50 escolas tendo acesso aos projetos nas cidades onde são desenvolvidas atividades. Para atender e orientar os jovens, uma equipe de cerca de 600 executivos voluntários orientaram os estudantes. Para 2002 a meta é atingir, além das cidades de Blumenau, Criciúma, Florianópolis, Gaspar e São José, também as cidades de Jaraguá do Sul e Joinville, formando pelo menos 8 mil estudantes em todo o estado. “Devemos hoje estruturar a educação com a finalidade de desenvolver a capacidade de raciocínio dos alunos”, defende Evandro Badin, diretor-executivo da Junior Achievement Santa Catarina.

Três anos de Empreendedorismo em obras, empregando cerca de 60 trabalhadores da construção civil. A previsão é de mais empresas para este ano. A Altus Sistemas de Informática e a Digistar Telecomunicações, de Porto Alegre, serão as próximas a irem para São Leopoldo, em outubro e setembro, respectivamente. Além disso, a ampliação do Parque Tecnológico está em andamento. A Polotec Investimentos e Negócios está realizando a terraplenagem da área de 30 mil m 2 , que foi declarada Zona Industrial Espe-

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cial e poderá abrigar somente empresas desenvolvedores de produtos e serviços de informática e de telecomunicações. A empresa construirá um complexo empresarial em torno de 80 mil m 2 de área construída. Haverá módulos para locação e toda a infra-estrutura necessária para empresas que utilizam e desenvolvem alta tecnologia. A Polotec pretende fazer o lançamento oficial do empreendimento até o final do ano. (51) 590-8603 Empreendedor – Agosto

2002

O Pólo de Informática de São Leopoldo (RS), um celeiro de jovens empreendedores no Sul do país, completou três anos com 17 empresas instaladas. O pólo tem sete empresas do Parque Tecnológico e dez da Unidade de Desenvolvimento Tecnológico da Unisinos (Unitec), sendo nove da incubadora de empresas e uma do condomínio. Um total de 400 profissionais atuam hoje no empreendimento. No parque, três empresas estão com suas sedes próprias


por Roberto Adami Tranjan

Nãono durma ponto

Educador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial

DIVULGAÇÃO

Fábrica de limões

2002

LINHA DIRETA: (11) 3873-1953 • www.cempre.net • roberto.tranjan@cempre.net

O

sonho da independência financeira e de ter o próprio negócio pode se transformar em uma fábrica de limões. Enfim, uma empresa é isso: uma fábrica de limões. Entenda, aqui, limão como um punhado de problemas que precisa ser resolvido diariamente. E não são poucos. São dezenas, centenas deles. Ácidos e ásperos, azedos e amargos. Dependendo de como o leitor pode estar entendendo a situação, parece o pior dos mundos. Mas não se trata de um artigo pessimista. Trata-se de compreender a realidade nua e crua: problemas fazem parte de todos os empreendimentos, sem exceção. Quanto mais evolui uma empresa, maior a complexidade dos problemas. Desanimado? A forma como os problemas são encarados faz toda a diferença. É por isso que existem empreendedores e líderes aparentemente alheios aos problemas e dificuldades. É isso mesmo, pura aparência. A questão é que o líder empreendedor eficaz sabe fazer do limão uma boa limonada, aí está o seu segredo! Para ele, problemas não são problemas mas apenas uma boa alavanca para impulsionar a sua empresa. A queixa de um cliente pode ser considerada um grande problema mas, para o líder empreendedor, trata-se de uma grande oportunidade de aprimoramento dos produtos e serviços, de conquistar os clientes queixosos e fidelizar outros que não externaram suas Agosto – Empreendedor

queixas. Os líderes empreendedores gostam de saber das queixas dos clientes, querem estar próximos a eles e incentivam suas equipes a lidarem com elas de forma aberta e inteligente. Nada de varrer tapete abaixo com medo de represália e punição. O baixo comprometimento de um funcionário pode ser considerado um problema mas não para um líder empreendedor. Tensões no ambiente de trabalho são decorrentes de neces-

“É claro que um prejuízo financeiro não é desejável, mas até aí o líder empreendedor sabe fazer do limão uma limonada”

sidades não satisfeitas ou de frustrações por desejos não realizados. Mais uma vez, do limão uma limonada. Diante dessa tensão, o líder empreendedor vê uma excelente oportunidade de compatibilizar os objetivos do negócio com os objetivos pessoais do funcionário. Aproveita a chance para esclarecer a congruência que existe entre os desejos organizacionais e os desejos pessoais. O conflito entre os membros de

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uma equipe pode ser considerado um grande problema. Não para o líder empreendedor que vê no conflito a oportunidade de tornar comuns os objetivos e compartilhar valores e condutas. Para ele, uma situação de conflito é uma excelente ocasião de fortalecer o elo entre todos os membros e aguçar ainda mais o espírito de equipe. O conflito oferece a oportunidade de fortalecer as relações na medida que permite a expressão de pensamentos e sentimentos represados e mágoas mal resolvidas. É claro que a perda de um cliente pode ser um grande problema mas deve ser encarada como repetir o ano na escola. Em vez de mergulhar em lamúrias, o líder empreendedor aceita como desafio estudar mais, compreender melhor o cliente, preparar-se melhor para manter os atuais e conquistar novos clientes. É claro que um prejuízo financeiro não é desejável, mas até aí o líder empreendedor sabe fazer do limão uma limonada. Aproveita o problema para rever junto à equipe a estrutura de custos, a composição dos preços e as alternativas para buscar uma situação de lucratividade. É possível que, depois do problema, a empresa se situe em uma condição mais favorável de obtenção de resultados. O líder empreendedor sabe também que um problema não se resolve em compasso de espera. Exige decisão e ação! A indignação faz parte do seu


jeito de ser, daí a sua incessante busca por soluções e inovações. É esse exercício que o faz empreendedor e genial na criação de novos negócios, produtos e serviços. O líder empreendedor também sabe distinguir com muita clareza pessoas de problemas. Reconhece que ser duro com as pessoas não resolve os problemas. Em vez disso, prefere ser implacável com os problemas, no sentido de exterminálos. Por isso, transforma os problemas em recursos de aprendizagem para que as pessoas ampliem suas competências. É claro que diante dessas posturas existe muito otimismo e fé. O líder empreendedor prevê e espera o melhor, pensa em possibilidades e não em probabilidades. Provavelmente, tudo dará errado mas, possivelmente, tudo pode dar certo. O otimismo é uma condição para a criatividade, e a criatividade é a condição para criar alternativas inteligentes para a solução de problemas. As pessoas de comportamentos mais reativistas acreditam que “os problemas não têm solução”, que nada adianta fazer porque “o tempo dará conta de resolvê-los” e que ainda “o que não tem solução, solucionado está”. Trata-se de pessoas pessimistas, cujo pessimismo é e será a grande névoa que as impedem de enxergar soluções reais e factíveis. O mundo dos negócios e das empresas caminha em alta velocidade. A busca da competitividade revolu-

ciona a cada dia os modelos de liderança e de obtenção de resultados. Acreditar que o tempo dará conta por si só de resolver problemas é o mesmo que caminhar para trás, ir contra a rotação normal no sentido de um futuro melhor. Uma das maiores riquezas do ser humano consiste na capacidade de pensar e de criar. Muitas pessoas acham que a criatividade é um dom

“O líder empreendedor também sabe distinguir com muita clareza pessoas de problemas. Reconhece que ser duro com as pessoas não resolve os problemas”

raro com que poucas pessoas foram abençoadas ao nascer, o que seria o mesmo que acreditar que o nosso Criador tivesse sido tendencioso ao escolher pessoas. A verdade é que, na sua benevolência, o Criador proporcionou potencial criativo para todas as pessoas. E também a genial capacidade de fazer dos muitos limões deliciosas limonadas.


2002

(Capa

Agosto – Empreendedor

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Eleições 2002

?

De que maneira a política

econômica do seu governo vai aumentar o apoio aos

empreendedores brasileiros

e como essas ações podem ajudar no crescimento de

novos negócios no Brasil?

Conheça as idéias dos seis candidatos à Presidência da República para colocar a economia a favor dos empreendedores. Pesquisa revela que 43% dos empresários se consideram mal-informados sobre as propostas dos presidenciáveis para a área econômica

FOTOS DIVULGAÇÃO

(Capa

2002

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Empreendedor – Agosto


%

A pesquisa

(Capa

Política de Juros

As respostas aos

quatro itens

apontam que, na

Bem informado Informado Pouco informado Totalmente desinformado Sem resposta

26% 30% 33% 7% 4%

média, 43% dos

empresários se

consideram malinformados.

Foram ouvidos 221 empresários de

Setor das empresas

todo o país

Indústria Serviços Comércio

73% 15% 12%

Fábio Mayer Lúcio Lambranho

Produção

2002

Texto

Da dona de casa acostumada a lidar com o orçamento doméstico ao empreendedor com seu plano de negócios embaixo do braço cada um conhece um pouco de economia no Brasil. Isso se contarmos todas as trocas de moedas e as crises que o país enfrentou. Mas quando o assunto é política o voto sempre acaba sendo decidido nas vésperas da eleição. É o que mostra a última pesquisa realizada pela Boucinhas & Campos Consultores. O trabalho revela, em quatro itens, qual é o nível de informação dos empresários brasileiros sobre o programa de governo dos candidatos à Presidência da República: política de privatizaAgosto – Empreendedor

ções, posicionamento em relação à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), controle da inflação e política de juros. As respostas aos quatro temas apontam que, na média, 43% dos empresários se consideram mal-informados (veja gráficos acima). O item da pesquisa que mais chama a atenção é política de privatizações: 59% dizem estar pouco ou nada informados sobre isso. Quando o assunto é a Alca, 12% se declararam totalmente desinformados. Sobre o controle da inflação os empresários garantem ter mais informação: 63%, dos quais 26% bem informados e 37% informados. E quando se trata

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da proposta dos presidenciáveis para a política de juros, 7% estão totalmente desinformados. Em todas as questões, o percentual dos que não responderam foi o mesmo: 4%. Foram ouvidos 221 empresários de todo o país, sendo 73% da indústria, 12% do comércio e 15% do setor de serviços. Para Paulo Niccoli, diretor comercial da Boucinhas & Campos e responsável pela pesquisa, o resultado não causa muita surpresa. Segundo ele, os empresários vivem dentro de uma situação econômica complicada e o empreendedor está sempre mais preocupado com o diaa-dia da sua empresa ou do seu


Política de Priv a tizações Priva Bem informado Informado Pouco informado Totalmente desinformado Sem resposta

Posicionamento em relação à ALCA 11% 26% 44% 15% 4%

Bem informado Informado Pouco informado Totalmente desinformado Sem resposta

20% 36% 28% 12% 4%

Bem informado Informado Pouco informado Totalmente desinformado Sem resposta

26% 37% 26% 7% 4%

Número de funcionários

Fatur amento anual Até US$ 10 milhões Entre US$ 10 milhões e US$ 50 milhões Entre US$ 50 milhões e US$ 200 milhões Superior a US$ 200 milhões

20% 42% 21% 17%

Até 100 funcionários Entre 101 e 500 Entre 501 e 1.000 Entre 1.001 e 2.000 Mais de 2.001

índice considera que valores menores que 50 pontos mostram desconfiança dos industriais. Esse é quase o mesmo patamar de desconfiança registrado em julho do ano passado, durante o auge do racionamento de energia elétrica, com 48 pontos. Mas passada a euforia da Copa do Mundo essa é a hora de decidir quem vai comandar o Brasil por mais quatro anos. Os candidatos à Presidência falam sempre sobre a macroeconomia. Ao mesmo tempo, muito pouco se tem falado em políticas de estímulo ao empreendedorismo e que tragam benefícios diretos para as empresas e a livre

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18% 33% 18% 18% 13%

iniciativa brasileira. De uma maneira geral, os candidatos resumem suas principais metas para a política industrial. É claro que o superávit primário, os juros e a condução das dívidas interna e externa terão conseqüências nos negócios do empreendedor brasileiro. Mas para os nossos leitores é preciso fazer as conexões entre esses temas e mostrar seu reflexo na vontade empreendedora do país. Por isso, a revista Empreendedor abre o debate com os candidatos à Presidência da República. Conheça as respostas dos seis presidenciáveis em artigos exclusivos, a partir da página 24, e exerça sua cidadania. Empreendedor – Agosto

2002

negócio. “O tempo dado para os candidatos na imprensa em geral é considerado pequeno pelos empresários e o sobe-e-desce nas pesquisas transformaram as informações dos programas de governo nesse caos que estamos vendo neste momento”, avalia. Outra questão que mostra a temperatura deste ano eleitoral é o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), que caiu 17,7% neste mês, para 48,5 pontos. Isso significa, segundo a metodologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que o empresariado brasileiro não acredita na recuperação econômica do país. O cálculo do

Controle da inflação


(Capa Crédito barato e sem burocracia A capacidade de abrir caminhos e de vencer desafios é mérito individual que deve ser correspondido com apoio do poder público. Para isso, são necessárias ações de estímulo ao empreendedorismo, lastreadas em políticas para toda a economia. Quando proponho a volta do crescimento econômico com a manutenção da estabilidade, tenho como objetivo a retomada da atividade produtiva, para gerarmos empregos e mais renda nacional. É esta a base para a viabilização do espírito empreendedor. Nosso compromisso com o crescimento está associado a medidas que, voltadas para as micro, pequenas e médias empresas, contemplam necessidades dos empreendedores, dos que estão no mercado e daqueles que nele querem ingressar. As dificuldades que o empreendedorismo encontra no país são derivadas da falta de políticas de apoio, que agrava os problemas da economia no governo FHC. A reversão deste quadro pressupõe três medidas de alcance macroeconômico: a reforma tributária, para desonerar a produção e estimular as exportações; a redução das taxas de juros; e o aumento da oferta de crédito, tanto para

empreendimentos quanto para o consumo. Medidas específicas se tornam necessárias para o segmento das micro, pequenas e médias empresas – unidades em que se assenta o empreendedorismo. Uma de nossas propostas é utilizar as instituições financeiras oficiais para oferecer crédito barato e desburocratizado à abertura e à ampliação de novos negócios. Outra iniciativa será a redução do ônus tributário e a simplificação das obrigações a que estão sujeitas as empresas. O apoio à formação de consórcios empresariais, para viabilizar a exportação, terá tratamento prioritário do novo Ministério do Comércio Exterior. O aumento das oportunidades de formação profissional, incluídos o treinamento e o aprimoramento empresarial, também é indispensável. É necessário espalharmos pelo país o ensino técnico e termos um Sebrae mais atuante. Além de buscar a otimização do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o atendimento dos brasileiros desempregados, queremos que as universidades participem de pro-

2002

“Redução do ônus tributário e apoio à formação de consórcios empresariais para viabilizar a exportação”

Agosto – Empreendedor

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Anthony Garotinho é candidato a presidente da República pela Frente Brasil Esperança (PSBPGT-PTC)

gramas de capacitação. Com a retomada do crescimento, as ações econômicas voltadas para os pequenos negócios e o investimento na formação profissional-empresarial, acreditamos que o empreendedorismo ganhará novo impulso. Cada vez mais, ele poderá contribuir para a dinamização da economia, com sua vocação nata para a criação de novos processos técnicos e o lançamento de inovações.


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Empreendedor – Agosto


(Capa Apoio à pequena empresa Crises econômicas como as representadas pelo longo período de semi-estagnação da economia brasileira têm o aspecto positivo de nos obrigar a repensar os rumos do país. Esse é o momento de se lançar em inovações institucionais dentro do quadro de um experimentalismo prático. Na realidade presente do país, são as pequenas e médias empresas que oferecem a mais significativa oportunidade. Não se trata de abandonar as empresas maiores mas simplesmente corrigir o viés atual de economia voltada exclusivamente para seu atendimento. O mundo encontra-se hoje diante de importante mutação no que se refere às unidades produtivas de pequeno porte. Estas não apenas constituíram a base do grande sucesso exportador de Taiwan, como vêm revelando grande vitalidade e obtendo excelentes resultados na região italiana da Emilia Romagna e no Silicon Valley da Califórnia. Nesses casos estamos, todavia, diante de ilhas isoladas. O que se pretende é generalizar essa experiência de sucesso no âmbito de novo modelo de desenvolvimento que enfatizará o apoio às unidades produtivas de pequeno e médio porte. E a tarefa será grandemente facilitada pelo elevado grau de

informalidade da atual economia brasileira, situação gerada por duas décadas de semi-estagnação. Condicionante básica do programa é a mobilização de recursos financeiros de dimensão adequada. Atualmente, presenciamos no Brasil a ciranda financeira da sociedade moderna, onde as instituições bancárias sobrevivem e prosperam desligadas da economia real. Dentro do programa aqui proposto isso será corrigido. Patrocinaremos, para apoio da pequena empresa, a criação de instituições financiadoras, combinando as características de cooperativas de crédito com as de bancos públicos de desenvolvimento. A premissa básica deste processo é garantir a democratização do acesso ao crédito, à tecnologia e ao conhecimento. Em termos práticos, objetiva-se construir, a partir dos bancos oficiais, das entidades públicas de fomento e do Sebrae, uma política de democratização das oportunidades da produção calcada na atuação de três conjuntos distintos de entidades: (a) entidades de financiamento, que devem incluir fundos públicos (porém administrados de maneira profissional, independente e competitiva) que recebam poupança

2002

“A premissa básica deste processo é garantir a democratização do acesso ao crédito”

Agosto – Empreendedor

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Ciro Gomes é candidato a presidente da República pela Frente Trabalhista (PTB-PDT-PPS)

previdenciária e a invistam em empreendimentos emergentes; (b) entidades técnicas de apoio tecnológico e informativo que identifiquem as melhores práticas e as inovações mais promissoras em cada cadeia produtiva e ajudem a promovê-las e propagá-las; (c) apoio à formação de redes de concorrência cooperativa entre as pequenas e médias empresas. Tais empresas farão mutirão de certos recursos, ao mesmo tempo em que continuarão a competir entre si. Com isso, alcançarão economias de escala sem sacrificar a flexibilidade estratégica. A política de descentralização do acesso às oportunidades e aos recursos da produção, calcada na atuação conjunta desses três tipos de entidades, não hesitará em recorrer à ação do Estado. A iniciativa pública, porém, será sempre supletiva e estimuladora da ação privada. Fazer do Brasil um país de inovadores será a preocupação central.


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Empreendedor – Agosto


(Capa Romper com o FMI e não pagar a dívida O PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) e a candidatura de José Maria de Almeida defendem a ruptura com os chamados “contratos” com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com todos os organismos financeiros internacionais subordinados aos interesses das grandes potências econômicas do planeta. O cumprimento destes contratos, que buscam atender os interesses dos grandes bancos e multinacionais dos países ricos, é a principal causa da atual crise econômica e social por que passa nosso país. Da mesma forma, somos contra o pagamento da dívida externa e interna aos grandes bancos privados e especuladores nacionais e estrangeiros. Hoje, estas dívidas são equivalentes a quase 60% do Produto Interno Bruto (PIB) e representam uma sangria de recursos públicos para os grandes bancos nacionais e estrangeiros à custa dos cortes de verbas para as áreas sociais e da destruição da saúde e da educação públicas. Com os recursos oriundos do não-pagamento destas dívidas po-

deriam ser investidas dezenas de bilhões de reais por ano na geração de emprego, em saúde, educação, moradia popular, etc. Defendemos que o Brasil não deve aderir à Alca (Área de Livre Comércio das Américas), que vem sendo imposta pelos Estados Unidos a todos os países da América Latina. A Alca levaria à total subordinação de nosso país aos interesses das grandes multinacionais norte-americanas e à perda total da soberania nacional. Defendemos que uma parte importante dos recursos públicos, destinados hoje para o pagamento das dívidas externa e interna, seja voltada para financiar um plano de obras públicas para construção de casas populares, escolas, hospitais, áreas de lazer, etc. Propomos a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais sem redução dos salários. A redução da jornada de trabalho de imediato criaria milhões de novos postos de trabalho. Por outro lado, é preciso repor o poder de compra dos salários dos tra-

2002

“Reduzir a jornada de trabalho sem redução de salário para criar mais empregos”

Agosto – Empreendedor

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José Maria de Almeida é candidato a presidente da República pelo PSTU

balhadores, garantindo a reposição integral das perdas com a inflação e o aumento progressivo do salário mínimo. Defendemos também crédito barato, com taxa não superior a 6% ao ano, para os pequenos empresários e agricultores. Somos contrários aos subsídios, isenção de impostos e crédito barato para as grandes indústrias, redes comerciais, bancos privados e latifúndios, pois tais empresas se beneficiam destas vantagens concedidas pelo Estado para aumentar a sua taxa de lucro e não para produzir mercadorias mais baratas e acessíveis à população.


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Empreendedor – Agosto


(Capa Educação e crescimento econômico O Brasil precisa dos empreendedores. Em tempos de progresso tecnológico acelerado, de globalização e competição acirrada, e de consumidores conscientes e reivindicativos, é fundamental perceber oportunidades, enfrentar desafios e espantar ameaças. Mais do que nunca é vital usar a criatividade, ao lado de gerência responsável, para garantir o sucesso das iniciativas. Mais do que nunca, é necessário contar com empreendedores. Elemento-chave para o florescimento do empreendedorismo é o crescimento da economia. Junto, crescem o emprego e a renda. Criam-se oportunidades, instala-se um ambiente de esperanças e de otimismo, fundamentais para o surgimento de novos negócios. A retomada do crescimento econômico é prioridade maior do nosso programa de governo. Considerando que o maior gargalo para o crescimento do PIB reside no desequilíbrio e x t e r n o , d a r e mos prioridade à expansão das exportações e à substituição de importações. O empreendedor, grande ou pequeno, deve se engajar no esforço exportador, descobrindo e explorando as oportunidades no mercado externo.

O aumento nas exportações passa pela criação do Ministério do Comércio Exterior, pela expansão do crédito destinado à atividade exportadora e pela reforma tributária, que assegure competitividade dos bens e serviços brasileiros, nos mercados interno e externo, dentre outras. Exportações maiores trarão mais dólares, reduzirão a vulnerabilidade externa e permitirão baixar os juros internos. Juros menores são fundamentais para incentivar novos negócios e impulsionar os já existentes. Afinal, o empreendedor precisa de financiamento. Medidas pontuais igualmente importantes são um programa radical de desburocratização e o aperfeiçoamento do tratamento tributário das micro e pequenas empresas. Mas, ainda, é preciso estimular a cultura empreendedora, sobretudo dos jovens. O governo pretende, em articulação com o Sebrae, incluir o empreendedorismo no conteúdo programático das escolas do ensino médio, em geral, e, sobretudo, nos cursos de formação profissional. O empreendedorismo não deve se limitar ao setor privado e nem

2002

“Usar o Sebrae para incluir a educação empreendedora no conteúdo programático das escolas”

Agosto – Empreendedor

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José Serra é senador e candidato a presidente da República pela coligação entre o PSDB e o PMDB

apenas aos negócios. Em um país onde os recursos são escassos e as necessidades básicas abundantes, mostra-se fundamental ousar, inovar, empreender, tanto no setor público quanto no chamado terceiro setor – é o empreendedorismo social. Nesse sentido, o governo deve estimular e apoiar pessoas e entidades que desenvolvam, com criatividade, dinamismo e melhor relação custo–benefício, ações em áreas como educação, saúde, assistência social, capacitação profissional e outras de interesse estratégico para o país.


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Empreendedor – Agosto


(Capa Distribuição de renda e inovação tecnológica O eixo principal da nossa política é o da retomada do desenvolvimento econômico com distribuição de renda. Nós vamos ampliar mercado, incorporando milhões de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza. Algumas metas deixam isso mais claro: acabar com a fome de cerca de 44 milhões de brasileiros, por exemplo, como está planejado no “Projeto Fome Zero”. Ou resolver a questão da moradia, com a construção de centenas de milhares de novas casas por ano. Dá para imaginar quantos novos empreendedores surgirão e quantos outros terão suas empresas fortalecidas com projetos como esses? Nos últimos anos, o empreendedor brasileiro foi desestimulado e castigado por um conjunto de políticas públicas que o colocou na defensiva diante do cenário interno e externo. Nos anos 90, o empreendedor brasileiro se defrontou com uma das taxas de juros mais altas do planeta e com a concorrência desleal de produtos importados barateados pela sobrevalorização cambial da nossa moeda. Do ponto de vista do desenvolvimento tecnológico, o investidor se viu privado de políticas públicas de pesquisa e desenvolvimento de projetos que poderiam ter estimulado a sofisticação tecnológica e o design

dos produtos brasileiros. Atualmente, o Brasil gasta apenas 0,9% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, menos da metade do que gastam os países concorrentes. A integração entre inovação tecnológica e o processo de produção é quase inexistente. O novo governo poderá fazer muito pelo empreendedor brasileiro. Criaremos as condições para que a nossa criatividade tome a forma ofensiva e permita que os produtos brasileiros se destaquem no circuito internacional. Isso pode ser feito a partir de políticas industrial, tecnológica e de comércio exterior que dêem ao empreendedor os instrumentos para desenvolver tecnologias mais sofisticadas, métodos de venda e aperfeiçoamento do produto. Esses mecanismos darão aos produtos brasileiros o padrão de qualidade exigido na dura competição internacional. Será preciso baixar o custo do crédito, realizar uma reforma tributária que diminua o peso fiscal sobre a produção, criar uma infraestrutura para baratear e facilitar o embarque das mercadorias e o transporte até o mercado de consumo, qualificar a mão-de-obra para que ela possa operar com as novas tecnologias e investir mais em pesquisa.

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“Desenvolver tecnologias mais sofisticadas, métodos de venda e aperfeiçoamento do produto”

Agosto – Empreendedor

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Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, conselheiro do Instituto Cidadania e candidato a presidente da República pela coligação PT, PL, PC do B, PMN e PCB

O BNDES, por exemplo, deve criar linhas de crédito especiais para o pequeno e o médio empreendedor, segmento muito importante na geração de empregos e no aumento de nossas exportações. O empresário brasileiro é muito eficiente, pois ele consegue sobreviver mesmo em condições adversas. No ano passado, viu a crise energética emergir, se adaptou, racionalizou seus gastos de energia e conseguiu sobreviver ao apagão. O empresariado também sobreviveu aos juros exorbitantes e a uma política fiscal injusta. Portanto, se o governo der as condições necessárias ao crescimento, ele será um vencedor. O Brasil já é muito competitivo em vários segmentos agrícolas e industriais. O que falta é criar o ambiente favorável para colocarmos em prática nossas virtudes e capacidades.


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Empreendedor – Agosto


(Capa Organizar o trabalho informal O PCO é um partido operário e socialista e volta os seus principais esforços para a defesa dos interesses dos operários e dos trabalhadores assalariados da cidade e do campo. No entanto, um programa socialista da classe trabalhadora não se opõe aos interesses das camadas intermediárias da sociedade. Antes, entendemos que este é o único programa para a defesa verdadeira dos seus interesses e que o governo dos trabalhadores da cidade e do campo é o único governo capaz de atender a estas necessidades. Para o PCO, há dois tipos distintos de empreendedores no país. No primeiro tipo, estão os grandes capitalistas (empresários, banqueiros, comerciantes, latifundiários), que vivem da exploração dos trabalhadores e, via de regra, do parasitismo sobre o Estado. Formam um setor que, em grande medida, beneficiou-se do Plano Real, através de subsídios estat a i s ( v i d e P r o e r, perdão da dívida de usineiros, financiamentos a fundo perdido através do BNDES, etc.). Para estes, o PCO propõe: fim de qualquer subsídio estatal, controle dos trabalhadores sobre a produção, estatização do sistema finan-

ceiro, pagamento de um salário mínimo real (nos nossos cálculos, R$ 1.500), redução da jornada para 35 horas semanais (para reduzir o desemprego), entre outras propostas. Em resumo, o PCO defende que os grandes capitalistas e o governo arquem com o ônus da crise que eles próprios criaram. Que a população laboriosa não pague pela crise capitalista. No outro tipo de empreendedor, estão os pequenos proprietários (da cidade e do campo), que tocam seu empreendimento com enormes dificuldades. Assim como o conjunto dos trabalhadores, são constantemente chamados a se sacrificar em nome dos lucros e privilégios dos grandes capitalistas. Para este setor, o PCO defende que o governo forneça crédito barato e toda a infra-estrutura necessária. No caso específico dos trabalhadores rurais e camponeses sem terra, a proposta do PCO é a realização de uma ampla reforma agrária no país, com o confisco do latifúndio e distribuição da terra para quem nela deseja trabalhar e viver. Somos particularmente contrários aos obstáculos colocados no

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“Somos contra os obstáculos colocados no caminho dos que trabalham por conta própria”

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Rui Costa Pimenta, candidato a presidente da República pelo PCO

caminho dos que trabalham por conta própria, como os camelôs e os perueiros. Exigimos toda a facilidade de autorização para trabalhar, ajuda pública, crédito, assistência técnica e, particularmente, o fim da repressão pelo poder público. Para finalizar, a posição do PCO sobre a dívida externa: somos a favor da utilização dos recursos nacionais para o desenvolvimento do próprio país (saúde, educação, moradia...). A dívida já foi paga várias vezes, através dos estratosféricos juros; portanto, nenhum centavo deve mais sair do país para regar os bolsos dos grandes bancos estrangeiros.


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Empreendedor – Agosto




Franquia

Total Mais e mais lojas

Comida chinesa no México A rede de comida chinesa China in Box vai se instalar no México em outubro. Uma unidade ficará em Guadalajara, considerada cidade-teste para lançamento de produtos, e outra na Cidade do México, no segundo semestre do ano que vem. A meta é abrir 60 unidades no país nos próximos cinco anos. O franqueador Robinson Shi-

ba diz que a estratégia é servir de ponto de partida para entrar nos Estados Unidos. No Brasil, a rede continua a crescer em número de franqueados e em volume de pedidos. No ano passado, o faturamento chegou a R$ 25 milhões, resultado 5% superior ao de 2000. Para este ano a perspectiva é crescer no mesmo ritmo. (11) 5084-0020

Após consolidar sua marca no eixo Rio–São Paulo, a rede de massas Spoleto foi para outros estados e obteve êxito. A expansão continua e hoje são 44 lojas assinadas e 37 em funcionamento. Mario Chady e Eduardo Ourivio, sócios-fundadores da rede onde o cliente monta o próprio prato, estimam fechar o ano com 60 unidades em todo o país. Atualmente a marca está presente também no Pará, Distrito Federal, Espírito Santo e na cidade de Volta Redonda (RJ), e até julho chegará a Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul. Os planos para o segundo semestre são abrir mais duas lojas no Espírito Santo, uma em Belém e outra em Recife. Os sócios já estudam o perfil de alguns candidatos para prosseguir em Brasília e para estrear no Sul do Brasil, nas capitais Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis. No último mês de janeiro, o restaurante atingiu a marca de 10 mil pratos de massas vendidos por dia. A rede fechou 2001 comemorando o faturamento de R$ 12,98 milhões, o que equivale a um crescimento de aproximadamente 270% por ano. Para 2002, a projeção da empresa é chegar à casa dos R$ 30 milhões, obtendo assim um crescimento de cerca de 235%. (21) 2494-7006

Crescimento no Nordeste A rede Boby Blues de confecções é um exemplo de sucesso do empreendedorismo no mercado da moda nacional. Sob o comando da estilista e administradora Lígia Ramos, a empresa de Santa Catarina iniciou as atividades com uma produção mensal de 380 peças. Depois de nove anos no mercado, a Boby Blues produz 17 mil peças de roupas todo mês, que são vendidas através de franquias e de lojas multimarcas. No Nordeste brasileiro está o principal mercado da Boby Blues fora de Santa Catarina. A meta agora é, até o final do ano, a empresa abrir seis novas lojas no sistema de franquia, passando para um total de 18 unidades. Os números confirmam a expectativa de crescimento de 70%, desempenho que vem se repetindo há dois anos. A inspiração para as coleções a estilista busca nas viagens que faz constantemente aos Estados Unidos e países da Europa. (48) 246-0080

REDES NA

REDE

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Bob’s on-line Bateu a fome e você está diante do computador? Acesse a página do Bob’s (www.bobs.com.br) e peça o seu lanche pela internet. Por enquanto, apenas algumas lojas das cidades do Rio de Janeiro, Niterói e Florianópolis estão com o serviço. Através do site é possível escolher os tipos de molho, o refrigerante, enfim, todas as opções apenas clicando em cima do cardápio. Agosto – Empreendedor

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Frente SUPERVISÃO Eduardo Morita, diretor de Marketing da rede de restaurantes fast food de comida chinesa Jin Jin

“Desde que foi fundada, há dez anos, a rede Jin Jin mantém um trabalho intensivo de controle da qualidade nas unidades através de uma equipe de campo formada por nutricionistas e consultores. Os produtos estocados, os uniformes e a aparência dos funcionários, a matéria-prima que está in natura, o atendimento e a própria aparência da loja, tudo é revisado pela equipe que pode marcar a visita ou chegar de surpresa na franquia para fiscalizar todos os itens operacionais. Há uns sete anos essa supervisão era vista como incômodo para os franqueados, mas hoje eles chegam a solicitar para poder aprimorar seus serviços e manter a competividade no mercado. A partir de 1996, os restaurantes Jin Jin passaram a trabalhar com o conceito de cozinha aberta, onde apenas um vidro a separa do balcão de atendimento, permitindo ao cliente verificar como é preparada a comida.”

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Frente DE CAMPO José Luiz Cruvinel, franqueado de duas unidades Jin Jin no estado de São Paulo “Considero fantástico esse trabalho de supervisão de campo. A vistoria facilita o dia-a-dia do franqueado, afinal muitas vezes não percebemos os erros que estão na nossa frente por conta de estarmos cuidando de outros problemas. Vejo a assessoria técnica das nutricionistas como algo essencial para nosso desenvolvimento, apesar de alguns franqueados ainda reclamarem um pouco das exigências. Seguimos um esquema de pontuação que inicia no 100, e a partir daí são descontados pontos a cada erro e acrescidos pontos com os acertos. Esse placar é divulgado internamente e serve como motivação. O controle do franqueador nos ajuda também a lidar com os nossos colaboradores, além de contribuir na própria formação de mãode-obra, já que, quando são detectadas sucessivas falhas, é feita uma sindicância por um laboratório externo e essa mesma empresa oferece qualificação aos funcionários.”

McDia Feliz

DIVULGAÇÃO

A

CIRCULAR

TOMA LÁ, DÁ CÁ

O dia 17 de agosto é o sábado escolhido para o McDia Feliz, a tradicional campanha da rede McDonald’s em que toda a renda da venda daquele dia do sanduíche Big Mac é revertida para tratamento do câncer infantil. Em todo o país serão beneficiadas 69 instituições que atuam na prevenção e no apoio a crianças e adolescentes com câncer. A atriz Malu Mader e o músico Tony Bellotto serão os padrinhos da ação nacional voluntariamente. “Realizamos o primeiro McDia Feliz há 14 anos, como uma ação pioneira

de responsabilidade social”, afirma Marcel Fleischmann, presidente do McDonald’s Brasil. “Hoje, depois de conquistar em definitivo a adesão da so-

ciedade, sabemos que temos de trabalhar 365 dias por ano para levar os benefícios dessa iniciativa a um número cada vez maior de crianças.” (11) 4196-9800

Limpeza sem confusão

Expansão de aniversário

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mite a absorção de sujeiras, manchas, agentes alergênicos e fontes de odores. O serviço está sendo incluído nos contratos regulares ou executado separadamente. Segundo estudos realizados, somados aos resultados obtidos em algumas empresas, a técnica prolonga a vida do carpete e elimina ácaros, germes e bactérias. (11) 3845-8894 www.limpidus.com.br

Rumo ao Sul Com 24 pontos espalhados nas principais capitais do país, a Chamma Franquias, braço da empresa de produtos amazônicos Chamma da Amazônia, completa seis anos com pontos em Belém, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Vitória, Salvador, Manaus, entre outras cidades. Intensificando a presença no Sul do país, a rede inaugura dois pontos em Curitiba ainda este ano. Para melhorar a comunicação com seu cliente, a Chamma implementou o seu Serviço de Assessoria ao Cliente (SAC) através do telefone 0800 707 2818. www.chamma.com.br/institucional Empreendedor – Agosto

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O Kumon Instituto de Educação comemora 25 anos de atuação no Brasil e na América do Sul, anunciando a meta de expandir 15% neste ano. Atualmente com 1.550 franquias em cerca de 600 cidades brasileiras, a rede atende mais de 80 mil alunos com orientação individualizada de estudo, criando assim o hábito de aprender e preparando essas pessoas para enfrentar dificuldades futuras com mais tranqüilidade através da técnica de autoaprendizagem. “Os profissionais do Kumon estão preparados para conduzir o aluno ao objetivo de 100% de acerto dos exercícios”, comenta Débora Azevedo, assessora pedagógica do Instituto. (11) 3059-3700

A rede de empresas de serviços de limpeza Limpidus, com mais de cem franqueados, disponibilizou o sistema da Millicare para a higienização e conservação dos carpetes a seco. A grande vantagem, já sentida pelos clientes, é o fato de não ser preciso interditar a área e nem esperar secar o ambiente antes de usá-lo. Essa tecnologia está baseada na escovação que per-


Franquia

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Guerra pelo menor preço Na sua maioria, as redes não sentiram a crise chegar e por isso não mudaram estratégias. Apenas lançaram mão de promoções especiais para garantir a fidelização do cliente A temida instabilidade econômica brasileira que transparece para a população na alta do dólar, na tentativa do Banco Central de segurar as taxas de juros e nos anúncios das indústrias de demissões em massa ainda não é vista como causadora de mudanças estratégicas pelas redes de franquias espalhadas pelo país. Por outro lado, diz a consultora Cláudia Bittencourt, da Bittencourt Consultoria Empresarial e Franchising, o setor está investindo cada vez mais em treinamento e em marketing. “A tendência é criar um diferencial e garantir a fidelização do cliente, sob pena de ficar para trás e aí sim sucumbir aos percalços de uma crise”, conta. Apesar de os planejamentos estarem sendo seguidos num ritmo normal, algumas Agosto – Empreendedor

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LINHA DIRETA: MCDONALD’S (11) 4196-9800 . BOB’S (21) 2598-5759 . LIVRARIAS NOBEL (11) 5188-4600 . HABIB’S (11) 5633-2600 . BITTENCOURT CONSULTORIA (11) 3673-9401

Total

HABIB’S USA BAIXO PREÇO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO

tem demonstrado preocupação com as vendas desde que fechou cerca de 20 unidades no Brasil e freou os investimentos para a abertura de novas por conta das dificuldades em oferecer financiamentos aos futuros franqueados. Há oito anos as esfihas do Habib’s, carro-chefe do fast food criado pelo empresário Alberto Saraiva em 1988, custam ao seu consumidor R$ 0,39. Os outros 55 itens do cardápio seguem a mesma linha. Uma pizza não custa mais do que R$ 5,00, por exemplo, o que revela que preço é um assunto prioritário na franquia e tornouse diferencial competitivo. A orientação do franqueador é manter a lucratividade da empresa em torno dos 20% sem mexer nos preços.

redes geraram desestabilidade no mercado, especialmente no de alimentação, ao lançarem preços promocionais muito abaixo dos normais. A rede de lanchonetes McDonald’s foi o estopim desse duelo ao anunciar hambúrgueres e cheeseburgueres a preços de R$ 0,79 e R$ 0,99 respectivamente, em dias alternados da semana. O preço normal é de R$ 1,50 e R$ 1,85. Até mesmo as lanchonetes que não são franquias e sempre estiveram abaixo do preço da rede multinacional tiveram que entrar na disputa. Alguns especialistas da área de franchising dizem nos bastidores que essa tentativa de atrair as classes C e D faz frente aos preços abaixo de um real que o Habib’s sempre manteve e que servem de chamariz para o público. A rede McDonald’s

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EM DESTAQUE

Outra característica do Habib’s é verticalizar a produção quando necessário, como o caso do queijo, fabricado pela própria franquia depois que a demanda alcançou um consumo de 4 mil toneladas por ano. As esfihas chegaram ao número de 400 milhões vendidas em 2001 nas mais de 120 unidades. O faturamento da rede alcançou números expressivos: R$ 600 milhões em 2001 e com um crescimento médio de 25% a cada ano. Para o fundador, a viabilidade de um negócio focado em alimentação só é possível se o produto ofertado tiver o preço

acessível ao seu público. Por isso, em tempo de contração do mercado o Habib’s sai beneficiado. “As crises econômicas ajudam a rede, pois clientes de outras redes migram para a nossa cadeia”, diz Saraiva. Em outro balcão, o do Bob’s, a história tem sido um pouco diferente. A segunda maior rede de venda de hambúrguer no país teve um prejuízo operacional líquido de R$ 1,6 milhão nos primeiros nove meses de 2001, e este ano, no balanço do primeiro trimestre, foi registrado prejuízo de R$ 1,52 milhão. Os números são apontados pela empresa como

PARA ENTRAR NA REDE Habib’s Faturamento médio por unidade: R$ 120 mil/mês Prazo de retorno: 24 meses Taxa de publicidade: 3% sobre faturamento Investimento inicial: R$ 450 a R$ 700 mil de instalação + R$ 75 mil de taxa de franquia Bob’s Prazo de retorno: 36 a 48 meses Taxa de publicidade: 4% sobre faturamento bruto Investimento inicial: R$ 136 a R$ 257 mil de instalação + R$ 30 mil de taxa de franquia McDonald’s Faturamento médio por unidade: R$ 200 mil/mês Prazo de retorno: 48 a 60 meses Taxa de publicidade: 5% sobre faturamento líquido Investimento inicial: US$ 500 mil de instalação + US$ 60 mil de taxa de franquia

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Franquia

Total

resultado do momento macroeconômico e perda do poder aquisitivo do consumidor. Peter van Voorst Vader, presidente e CEO da Brazil Fast Food Corporation, que detém a marca Bob’s, comentou que foi mantido o crescimento da rede de franquias e o cronograma de abertura de novas

DIVULGAÇÃO

lojas durante os anos de 2001 e 2002. Apesar dos números do balanço, a rede apresentou incremento de cerca de 20% nas vendas e investiu bastante em marketing com a comemoração dos 50 anos de fundação, além de ter atravessado o Oceano e aberto uma unidade em Lisboa, Portugal.

MCDONALD’S ESQUENTOU A DISPUTA COM HAMBÚRGUERES POR MENOS DE UM REAL

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Mais fidelização e marketing Em outros setores a crise estimulou investimentos na gestão das franquias. Para a consultora Cláudia Bittencourt há uma preocupação entre investidores, mas para as empresas do sistema de franchising o momento não interfere na expansão, nem nos investimentos para aumentar a visibilidade. “Estamos vendo que as empresas estão intensificando treinamentos motivacionais entre colaboradores, melhorando as áreas de atendimento e criando atrativos segmentados, como para crianças, jovens, executivos, mas sem alterar os rumos macros da rede.” Um exemplo é a Teletal, empresa de lojas de multisserviços equipadas com cabines telefônicas individuais e microcomputadores com acesso à internet. A rede está se expandindo aceleradamente e os interessados lotam as palestras oferecidas pela Bittencourt Consultoria. “São de 20 a 25 pessoas toda semana querendo saber mais do negócio”, revela a consultora. Ela diz ainda que é natural em tempo eleitoral haver uma retração na formulação do planejamento estratégico, no Agosto – Empreendedor

com a distribuidora para repasse de condições comerciais de medicamentos e perfumaria em condições competitivas, além de promoções e premiações para atendentes das lojas. O cartão de fidelidade do cliente lançado no ano passado, o Card Farmais, ganhou mais vantagens ao ser estendido para uso em supermercados de algumas regiões e com modalidades de pagamento em três vezes sem juros para compras a partir de R$ 30,00. Uma das preocupações é a adequação das campanhas de mídia em níveis regionais, a chamada micromídia, que ganhou atenção desde o início deste ano. As equipes de atendimento, incluindo franqueados e gerentes, estão passando por treinamentos para garantir qualidade no balcão. Campanhas institucionais e promocionais também fazem parte das estratégias que estão sendo intensificadas para buscar visibilidade e maiores vendas. Além disso, a rede Farmais continua em expansão até mesmo em novos mercados, como Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

entanto é apenas uma situação passageira. É o que decidiu a direção da Nobel Livrarias, uma rede com 105 lojas franqueadas e duas próprias. Mas a preocupação com o momento atual pára por aí. “O mercado de livros sempre foi mais elitizado, por isso não sofremos com essas dificuldades que atingem as classes D e E”, diz José Nivaldo Cordeiro, diretor de operações da empresa. Ele conta que não houve mudanças de estratégia e cerca de 60 novas lojas estarão abertas até o final do ano. “Nosso nicho de mercado não foi afetado, já que o que está ocorrendo é um contraponto da prosperidade do Plano Real, quando as classes mais baixas foram beneficiadas. Hoje são elas novamente que estão sujeitas a esta instabilidade e não as classes A, B e C.” [Com mais marketing] A maior rede de farmácias do Brasil, a Farmais, com 650 unidades no país, está intensificando as ações de marketing para manter e aumentar a clientela. Pode-se destacar as parcerias com laboratórios e

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Franquia

ABF

O franchising em Convenção Abrindo novos horizontes O franchising brasileiro terá uma boa oportunidade de discutir importantes questões referentes à prática do sistema no país. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) realizará a 2ª Convenção ABF do Franchising, de 30 de outubro a 3 de novembro, no Hotel Transamérica, em Comandatuba (BA), um encontro que vem sendo aguardado com muita expectativa por franqueadores e profissionais do setor. O evento contará com a presença de especialistas nacionais e internacionais. A Convenção é uma oportunidade única aos empresários e profis-

sionais de franchising de participarem desfrutarão de inúmeras surpresas de fóruns que se destinam a discutir especialmente preparadas pela ABF. prioritariamente questões Os interessados de seus interesses. Com em participar podem A 2ª o objetivo de encontrar inscrever-se junto aos Convenção soluções para as prinDepartamentos de cipais exigências do Marketing e Eventos ABF do mercado, o encontro a A B F. R e s e r v a s Franchising já dantecipadas apresentará as novas contam tem diversos tendências do franchising com descontos espee, principalmente, as ciais (confira na inscritos. perspectivas que se Participe você tabela abaixo). abrem para a sua ação. Garanta já sua também! Além das múltiplas participação, pois o opções de lazer que o número de vagas é Hotel Transamérica oferece, os limitado. Mais informações pelo telefone participantes da Convenção ainda (11) 3814-4200, nos ramais 13, 23 e 24.

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LINHA DIRETA: ABF www.abf.com.br – abf@abf.com.br

Programe seu investimento Inscrição por pessoa Associado Desconto Não-associado Inscrições até 31/08 .......................................................................... 810,00 ............................ -10% .......................... 1.053,00 Inscrições a partir de 01/09 ............................................................ 900,00 .................................................................. 1.170,00 Hospedagem por pessoa no Hotel Transamérica Associado Não-associado Em apartamento triplo ..................................................................... 765,00 ..................................................................... 765,00 Em apartamento duplo ..................................................................... 840,00 ..................................................................... 840,00 Em apartamento single ................................................................. 1.420,00 .................................................................. 1.420,00 Condições especiais para crianças Crianças de 0 a 2 anos ................................................................... Cortesia ................................................................... Cortesia 1 Criança de 2 a 11 anos ................................................................. 445,00 ..................................................................... 445,00 2 Crianças de 2 a 11 anos (por criança) ........................................ 328,00 ..................................................................... 328,00 Pacote Empresa Desconto para cada participante (*) Associado Não-associado 2 ou 3 inscrições da mesma empresa ................................................. 20% .......................................................................... 20% 4 ou mais inscrições da mesma empresa ........................................... 25% .......................................................................... 25% (*) Desconto sobre o valor das inscrições Formas de Pagamento Em até 4 vezes (*) Desconto especial para pagamento à vista até o dia 20 de Julho (inscrição e hospedagem) ............. (*) 3% Hospedagem Estendida Valor adicional % Pgto. à vista Valor à vista Pacote de domingo a domingo (+ 3 noites) Triplo/Pessoa ...................................................................................... 573,75 ................................ 8% ........................... 527,85 Duplo/Pessoa ..................................................................................... 630,00 ................................ 8% ........................... 579,60 Single/Pessoa .................................................................................. 1.065,00 ................................ 8% ........................... 979,80 Obs: Em breve divulgaremos o valor do transporte aéreo.

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FRANQUIAS EM EXPANSÃO Estética Onodera Negócio: estética facial e corporal Tel: (11) 3846-0604/Fax: (11) 3044-1835 www.onodera.com.br

Quality Cleaners Negócio: lavanderia expressa Tel: (11) 3253-0555 www.qualitycleaners.com.br

Uma beleza lucrativa

Lavanderia expressa

A Estética Onodera, maior rede de Centros Estéticos do Brasil, conta atualmente com 24 unidades em São Paulo, sendo que quatro ficam no interior desse estado. A empresa iniciou seu processo de expansão por meio do sistema de franquias em 2000 e, em apenas um ano e meio, aumentou o volume de negócios em mais de 200%. Essa visão empreendedora permitiu que a Onodera se tornasse a maior franquia a operar no mercado estético brasileiro. A rede presta, entre outros serviços em estética: tratamentos para celulite, flacidez, gordura localizada, estrias, mesoterapia e estética facial.

Seja mais um empreendedor de sucesso! Faça parte de uma rede mundial de lavanderias! Um mercado com grande potencial e em constante crescimento! A rede de lavanderias expressas Quality Cleaners atua no Brasil desde 1999 e, após um período de aprendizado no mercado brasileiro, estruturou seu processo de expansão pelo sistema de franquias e já conta com mais de16 lojas no país. A Quality Cleaners oferece a seus franqueados um suporte de primeira linha, incluindo treinamento técnico operacional, acompanhamento na implantação da franquia, assessoria mercadológica e um vasto know-how adquirido por sua experiência internacional, em mais de 300 lojas e oito países, Nº unidades: 4 próprias/16 franqueadas Área de interesse: Brasil adaptada às caracApoio: PA, PM, MP, PO, PP, OM,TR, EI, SP terísticas nacionais. Taxas: R$ 30.000 (franquia), 5% (royalties) Entre em contato e 2% (publicidade) com nossa Área de Instalação: R$ 210.000 a R$ 260.000 (inclusos taxa de franquia, capital de giro e estoque inicial) Franquias e faça Prazo de retorno: 24 a 36 meses parte deste time Contato: Ventura vencedor!

Nº de unidades: 24 Áreas de interesse: regiões Sul e Sudeste Apoio: PA, MP, PP, PO, OM, TR, EL, PN Taxas: R$ 25.000 a R$ 32.000 (franquia), 6% (royalties) e 4 % (publicidade) Instalação: R$ 80.000 a R$ 200.000 Prazo de retorno: 18 a 24 meses Contato: Empresa Francap

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China House Delivery

Negócio: transporte e logística Tel: (11) 3897-7033/3897-7440 www.variglog.com

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Liderança em logística A VARIG LOGÍSTICA S.A – VARIG LOG surge no mercado como a maior empresa de logística da América latina, resultado da soma de uma larga experiência com novo conceito tecnológico. Essa experiência vem da VARIG CARGO, então Unidade de Negócios de Cargas da VARIG BRASIL. Direcionando suas atividades para o mundo globalizado, ela está totalmente preparada para atender às necessidades da nova economia e pronta para gerenciar todo processo logístico de armazenamento, estocagem, embalagem, transporte e distribuição de mercadorias. Hoje são 151 aeronaves, milhares de veículos e as melhores alianças estratégicas em todos os meios de transporte, garantindo mais agilidade, segurança, pontualidade e regularidade nas entregas. Por trás de tudo isto, conta com uma estrutura de unidades próprias e franqueadas no Brasil e no exterior, formando uma ampla rede de coleta e distribuição que abrange todo o território nacional e 350 cidades no Mercosul. A VARIG LOG chega ao mercado reconhecida como sinônimo de Nº de unidades: 211 Áreas de interesse: Brasil, América do Sul e Europa qualidade, certifiApoio: PA, MP, PP, PO, OM, TR, PF, EI, PN, SP cada pela ISO Taxas: R$ 5.000 a R$ 40.000 (franquia Brasil), 5% FB 9002. E isso signi(royalties) e 1% FB (propaganda) fica garantia de Instalação da empresa: a partir de R$ 750 m2 tranqüilidade para Prazo de retorno: acima de 18 meses seus clientes. Contato: Roberto Gomes

Faça parte desse sucesso A China House é uma franquia de delivery de comida chinesa com sete anos de tradição. Tem como diferenciais a qualidade e forma de preparo dos alimentos e uma ótima prestação de serviço aos seus clientes, que garantem o seu sucesso e aceitação no mercado. Vantagens: baixo investimento; negociação coorporativa com fornecedores (venda direta de fornecedor para franqueado, menores custos e maiores margens); excelente mix de produtos com ótima aceitação; projeto arquitetônico incluso na taxa de franquia; assessoria na localização do ponto, nas obras e na inauguração da loja; treinamento inicial, consultoria e visitas periódicas. Um dos setores que N° de unidades: 4 mais se mantiveram Áreas de interesse: regiões Sul, Sudeste e estáveis (alimentaCentro-Oeste ção), aliado a prestaApoio: PA, PP, PO, OM, TR, EI, PN, SP Taxas: R$ 15.000,00 (franquia), ção de serviços (deli5% (royalties) e 2% (publicidade) very), dentro de um Obra Civil/Equip.: A partir de R$ 65.000,00 único negócio. Só falta Estoque Inicial/Capital de Giro: R$ 20.000,00 você. Contato: Jorge Luiz Torres

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto


FRANQUIAS EM EXPANSÃO Golden Services

Negócio: pretação de serviços do futuro Tel: 0800 12 7286 / Fax: (11) 374-3 2734 E-mail:franquia@goldenservice.com.br www.goldenservices.com.br

O futuro é aqui

Alps Negócio: escola de idiomas Tel: (19) 3296-0600 www.alpsschool.com.br

Nova oportunidade de negócios

SERVIÇOS DO FUTURO é um conceito de unidades de prestação de serviços de alta qualidade, instaladas estrategicamente para atender um público que busca praticidade, qualidade e preços justos. Em cada uma de nossas lojas encontramos o máximo em tecnologia e atendimento profissional para consertos de sapatos, bolsas e tênis, serviços de costura, além da mais moderna lavanderia do mercado. Nosso suporte é completo para o franqueado, desde a localização e negociação do ponto comercial até a implantação da loja. As franquias que hoje fazem parte do GOLDEN SERVICES são: SAPATARIA DO FUTURO (a sua loja de serviços com mais de 130 lojas em todo Brasil); COSTURA DO FUTURO (a única e mais completa rede nacional de serviços de reforma de roupas em geral); LAVANDERIA DO FUTURO (a lavanderia mais moderna do Nº de unidades próprias e franqueadas: 130 Brasil). Venha fazer parte Área de interesse: Brasil desse sucesso! Seja um Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF. FI. franqueado do futuro! EL, PN, SP Informações para Taxa: variáveis (ver site) franquias: 0800 12 7286 e Instalação da empresa: variável (ver site) Capital de giro: variável www.goldenservices.com.br. Prazo de retorno: 24 a 36 meses

A ALPS é a rede de franquias de idiomas que mais cresce no Brasil. Lançada no mercado em 2001, já conta com mais de 100 franquias espalhadas por todo o país, sendo que pretendemos fechar este ano com cerca de 250 unidades. O método Alps foi desenvolvido nos Estados Unidos seguindo as mais modernas técnicas de neurolingüística, possibilitando um aprendizado rápido e permanente do inglês. Alguns alunos que já estudaram em outros métodos e depois vieram para a ALPS chegam a afirmar que falaram mais inglês em 20 horas em nossas escolas que em toda a sua experiência anterior. Essa é a grande oportunidade para você poder ter seu próprio negócio e fazer parte de uma empresa com know-how administrativo e comercial, e um sistema exclusivo de ensino. A Alps dá assessoria na seleção do ponto comercial, na adequação do imóvel e na implantação e operação da escola, treinamento pedagógico, comercial, além de todo o suporte de uma equipe de profissionais especializados que vão assessorá-lo no seu empreendimento. Esta é sua grande oportunidade de sucesso em uma rede em ampla expansão! Existem várias Nº de unidades próp. e franq.: 150 cidades disponíveis para a imÁreas de interesse: Brasil plantação de uma unidade Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI, PN, SP Alps. Consulte nossa home Taxas: R$ 10 mil (franquia), 7% sobre compage (www.alpschool.com.br) pras (royalties) e R$ 12,0 p/ material didático e contate nosso Depto. de Instalação da empresa: R$ 30 mil a R$ 50 mil Franchising através do telefoPrazo de retorno: 12 a 18 meses ne (19) 3296-0600. Contato: Artur José Hipólito

Vicio

Livraria Modelo

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Negócio: livraria Tel: (81) 3338-8019 Fax: (81) 3338-8069 www.modelo-online.com.br

Qualidade e diferenciação Criada em 1985 por Cláudio Fernandes, a VICIO traz desde o seu início produtos que vão ao encontro das necessidades e desejos dos consumidores mais exigentes. Masculino e feminino, básico e fashion, além dos acessórios, fazem da VICIO uma coleção completa com uma série de itens exclusivos. Atualmente a VICIO aposta na qualidade e diferenciação de seus produtos. Para isso investimentos constantes são feitos em pesquisas, não somente em tendências como também em novas matérias-primas e técnicas avançadas de produção e industrialização. Tudo isso levou à consolidação da marca no mercado nacional. Prova disso é a distribuição feita por mais de 500 pontos-de-venda que vão do extremo sul ao extremo norte do Nº de unidades: 4 próprias país. Com uma equipe forÁreas de interesse: Norte, Nordeste, mada por profissionais de Centro-Oeste, Sul e Sudeste ponta sempre atentos às Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, EL, PN, SP. Taxas: R$ 30.000 a R$ 50.000 (taxa de constantes mudanças que franquia), 5% (royalties) e 2% ocorrem neste mercado, (publicidade) a VICIO certamente conInstalação da empresa: 600 a 1.000 m² tinuará sua constante Prazo de retorno: 18 a 24 meses busca!! Contato: Fernanda B. Dittmers

Abra um verdadeiro modelo de franquia Se você tem visão de mercado e quer ser bem-sucedido, este é o seu negócio. Abrir uma franquia Modelo é poder contar com toda a estrutura de uma empresa que dispõe de vasta experiência e de uma equipe especializada na venda a varejo, há mais de 15 anos. Além disso, a TWM Administradora de Franchising, empresa que é responsável pelo sistema de franquias da Modelo, fornece todo o suporte técnico e operacional aos franqueados com apoio mercadológico e treinamento para implementação, estruturação e gestão de sua loja. A diversidade e o suprimento dos produtos oferecidos ainda contam com a retaguarda da DPM, que é a maior distribuidora de material de escritório, escolar e suprimento para informática do Norte/NE. A marca Modelo por quatro anos consecutivos detém o maior share of mind no segmento de livrarias do GranNº de unidades: 6 de Recife, de acordo Área de interesse: Brasil com pesquisa do InsApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, EI, PN, SP Taxas: de R$ 15.000,00 a R$ 35.000,00 tituto Harrop. Livra(franquia), 3% (royalties) e 2% (propaganda) ria Modelo. Venha faInstalação: R$ 1,5 mil por m2 construído zer parte desta históPrazo de retorno: 24 a 36 meses ria de sucesso. Contato: Joaquim Bezerra

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TRTreinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto


Union Service

Fun Languages – The Kids Club

Negócio: recursos humanos Tel/Fax: (11) 3644-3351 mkt@unionservice.com.br

Negócio: inglês para crianças Tel: 0800 55 3565 www.funlanguages.com.br

Inglês com selo de qualidade

Recursos humanos

A Fun Languages – The Kids Club é a única franquia de curso de inglês para crianças premiada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) com o Selo de Qualidade. De origem inglesa e com metodologia própria, a rede está presente em mais de dez países com cerca de 60 mil alunos pelo mundo. Só no Brasil, possui mais de cem unidades franqueadas, 10 mil alunos e está presente em 300 das melhores escolas. Com um pequeno investimento você abre uma franquia FUN LANGUAGES – THE KIDS CLUB e leva todo o nosso know-how até o aluno, esteja ele na escola, na academia, no clube ou em condomínios, sem a necessidade de iniciar seu negócio investindo em um ponto. Oferecemos total apoio, workshops regionais e convenções anuais e reciclagem de treinamento, gratuitamente, para franqueados e seus professoNº de unidades: 110 res. Se você fala inglês fluente, Áreas de interesse: Sul e Sudeste adora crianças e Apoio: total Taxas: R$ 5.000 (franquia), quer ter um negóNC (publicidade) e 12,5% (royalties) cio próprio, venha Capital de giro: R$ 2.000 conversar conosco! Prazo de retorno: 6 a 12 meses

A Union Service é a franquia de Recursos Humanos que há mais de dez anos vem se destacando no mercado de terceirização de serviços, recrutamento e seleção, e treinamento de pessoal efetivo e temporário, desenvolvendo soluções e parcerias. Devido ao seu pioneirismo no setor, a Union Service foi a primeira empresa do ramo a distribuir seu know-how pelo território brasileiro, através do sistema de franchising. As franquias levam o mesmo conhecimento e técnicas desenvolvidas, além de contar com um processo impecável de reciclagem e atualização de sistemas, assessoria jurídica e trabalhista e suporte de marketing. As premiações da ABF, Nº de unidades: 8 Área de interesse: Brasil Sindeprestem/Assertem, Apoio: MP, PP, PO, OM, TR, PF, EI, PN International Exporter’s SerTaxas: R$ 15.000 (franquia unitária) vice e a Certificação ISO 9002 e R$ 25.000 (franquia master) comprovam a qualidade dos Instalação da empresa: R$ 17.000 serviços e do sistema da Capital de giro: R$ 18.000 Prazo de retorno: 18 a 36 meses franquia da Union Service.

Contato: Shirleine Diniz

Contato: Eladio Cezar Toledo

Planet Idiomas Negócio: ensino de idiomas Tel: (19) 3254-3744 www.planet-idiomas.com.br

Sucesso comprovado em todo o país Com moderna e atualizada metodologia de ensino, a PLANET Idiomas vem se destacando como uma das melhores escolas de idiomas do país. Escolha o tipo de franquia que mais se identifica com você e faça parte deste sucesso! 1. FRANQUIA COMPACTA: Com investimento total de 04 X R$ 3.880 você tem uma escola totalmente montada. Franquia exclusiva para professores de idiomas e para cidades de até 50 mil habitantes ou pequenos bairros. 2. FRANQUIA PLENA: Com investimento total de R$ 60.000 você terá uma Escola PLANET com todos os diferenciais de sucesso. Franquia voltada para Nº de unidades: 1 própria / 54 empresários e para grandes franqueadas cidades ou grandes bairros. Área de interesse: Brasil 3. FRANQUIA DE Apoio: PA,MP, PP, OM, TR, EI, SP CONVERSÃO: Sob consulta. Taxas: R$ 6.000 a R$12.000 Instalação: R$ 20.000 a R$ 60.000 Damos carência para a paCapital de giro: R$ 12.000 dronização de sua escola. Prazo de retorno: 12 a 18 meses Contato: Cristhina Ventorino

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TRTreinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto


Franquia

FRANCO FRANQUIA

Total

Especialista em dizer o que pensa e lembrar os cuidados que se deve ter antes de entrar no mundo das franquias.

Franco Franquia

EU pergunto

Responde

TENHO CAPITAL E EXPERIÊNCIA ADMINISTRATIVA, MAS SERÁ QUE CONHEÇO BEM O RAMO EM QUE PRETENDO ATUAR?

2002

Incluir um produto diferente do mix-padrão oferecido pela rede pode descaracterizar o conceito da franquia? Caro leitor, optar por oferecer um produto diferente pode, sim, descaracterizar o conceito de uma franquia. É isso o que eu penso, certo? (que fique claro!!!). Acompanhe comigo: faz parte da relação consumidor–franquia a idéia de que as redes trabalham com negócios padronizados. Logo, sempre que for a uma franquia, o consumidor vai esperar encontrar aquilo com que já está acostumado. Por isso mesmo, avalio que, entre uma franquia e uma loja convencional, a fidelização da clientela pode se tornar mais tranqüila para a franquia. E penso também que em algumas situações a novidade pode trazer consigo uma conotação pejorativa. Ou seja, há quem associe a descaracterização, vamos chamar assim, a uma atitude desesperada de uma marca que não mede suas ações mercadológicas para impulsionar os negócios. E nisso consumidor algum é bobo e logo percebe do que se trata. Se o que é incluído for muito diferente, o desespero fica evidente e, certamente, “queima o filme”. Por conta disso, é preciso traçar muito bem a estratégia de inclusão de um novo produto. Nas redes sérias e criteriosas, isso não ocorre por acaso. É um jogo de xadrez, onde cada movimento pode ser fatal. E Agosto – Empreendedor

uma coisa que é fundamental, nesse caso, é conhecer muito bem o público da franquia. Como disse antes, franquias em geral têm um público muito fiel, e por isso mesmo deve-se ter cautela com o que se vai oferecer. Se a rede conhece bem o público, as coisas se tornam mais fáceis e as mudanças ganham maior flexibilidade. Pegue o público jovem, por exemplo. Adolescente vive de novidades. E até se a franquia oferece uma novidade“nada a ver” com o mix original da marca, as chances de uma boa aceitação são grandes. Uma boa estratégia utilizada pelas redes são as inclusões temporárias de novos produtos. Isso chama a atenção e, normalmente, deixa o consumidor com gostinho de “quero mais”. É o caso, por exemplo, de uma famosa rede de sanduíches que resolveu incluir sopas no seu cardápio. Pela fama e pelo perfil da rede, isso é uma estratégia “nada a ver”, porém, como é temporária e tem um apelo forte em termos de propaganda, tem tudo para funcionar. Mas, francamente, na verdade, o cuidado maior que se deve ter é com o limite a que a inclusão de novos produtos deve obedecer. Sabendo disso e traçando uma boa estratégia para não confudir o cliente, vale tudo. Ou quase tudo.

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(Se responder a essa pergunta – pode enviar para o meu email – você não irá ganhar nenhum prêmio. Nem mesmo um email automático agradecendo sua participação. Mas tenha certeza de que fará algo muito importante para o sucesso do seu negócio: refletir e analisar as novas estratégias que você pode desenvolver para obter melhores resultados.)

Franqueza Total “A melhor maneira de vencer as estatísticas mais pessimistas é crer no planejamento como o abrigo natural em qualquer tempestade” (Franco Franquia)

EU leio

MARKETING EM AÇÃO (Philip Kotler)

Não sou muito de ficar “babando ovo” para esse ou aquele autor, mas não dá para negar que tudo o que Kotler escreve deve ser lido com atenção redobrada. Seu mais recente livro é uma aula para quem quer compreender os rumos que os negócios vêm tomando, segundo a ótica desse papa do marketing.

Minha agenda Procurar calendário de eventos ligados a franchising no Brasil e em outros países. Conversar com franqueados e franqueadores sobre a regionalização do franchising. Estudar o trabalho das master-franqueadoras regionais.

Escreva para Franco Franquia: francofranquia@hotmail.com


ARTIGO

A evolução do franchising Exigências maiores garantem melhores resultados

N

dor–franqueado deve ser encarada como uma via de mão dupla. O franqueador – na mesma medida e intensidade das exigências do franqueado – deve ser exigente na concessão de sua franquia. Para tomar uma decisão consciente, o franqueador faz diversas entrevistas com o candidato, tenta conhecer seus recursos materiais e, fundamentalmente, suas condições psicológicas. Alguns franqueadores chegam a propor ao candidato um período-teste de trabalho em uma franquia existente. Este período, conhecido como “test drive”, dá, além de segurança para ambas as partes, uma pequena idéia de como o candidato se comportaria à frente do futuro negócio. Uma vez que os mecanismos de mútuo conhecimento são efetivos e previstos em lei, se as avaliações forem seguidas com toda a transparência necessária por ambas as partes, o sucesso da parceria é previsível. O que, pergunto eu, o franqueado deseja ao aderir a uma marca? Acredito que ele deseja fazer parte de um negócio com uma marca superconsagrada, que disponha de um sistema operacional eficiente e moderno. Conseqüentemente, anseia que esta franquia tenha de fato um know-how a transferir. O futuro franqueado deseja o sucesso; na realidade, quer minimizar as chances de insucesso. Seu potencial franqueador – sério e responsável – já deve ter adiantado que uma franquia é um negócio de risco no mundo da livre concorrência. Não é garantia de sucesso, mas garantia de menor índice de fracasso. E o franqueador, o que quer? Todo franqueador quer, no mínimo, que seu franqueado venda muito e ganhe muito dinheiro. Pois se a sua remuneração for baseada em royalties sobre as vendas, quanto mais o franqueado vender, mais o franqueador ganhará. E se o franqueado obtiver lucros crescentes em seu negócio, a probabilidade de ele

se manter no negócio é bem grande, o que representaria um fluxo constante de ganhos ao franqueador. Saindo do óbvio, o que cada vez mais os franqueadores estão demandando de seus franqueados é algo, infelizmente, não muito fácil de se encontrar. A exigência repousa na característica de empreendedor, necessária ao dono de qualquer negócio. A franquia – e aí reside a magnitude do sistema – é um negócio independente a ser gerido por um franqueado/empreendedor. O franqueado não gere uma filial do franqueador. O franqueado não é empregado nem sócio do franqueador. Não se pode admitir, na atual conjuntura, que um franqueado a se estabelecer esteja no fundo desejando “comprar um salário” ou um “emprego”. Esse foi um engano muito comum nos primórdios do modelo de franchising no Brasil, quando inúmeras pessoas imaginavam aplicar o dinheiro de suas indenizações trabalhistas em um negócio sem qualquer risco. Ilusões do tipo “capitalismo sem risco” são muito prejudiciais ao franqueado. Elas levam com freqüência ao fracasso da unidade, o que arranha a marca. Daí o aumento das exigências de qualidade por parte do franqueador. Estes são elementos da equação que não podem ser suprimidos. Um amigo sempre me diz que o sucesso não é o que se faz e sim como se faz. Uma das mais eficientes maneiras de fazer é ser extremamente exigente com os processos e com as pessoas, já que é pela exigência que nos aprimoramos sempre. E o aumento dos níveis de exigência, beneficiando a todos os participantes de nosso sistema, é um dos grandes legados que o franchising pode oferecer ao conjunto da economia brasileira. *Presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF) Empreendedor – Agosto

2002

esses tempos de turbulência política e de incertezas no panorama econômico, o negócio do franchising tem motivos de sobra para comemorar. Feito o balanço da ABF Franchising Expo 2002, que atraiu mais de 20 mil interessados, em junho, esperamos um crescimento de 15% este ano, com a abertura de até 2 mil novas unidades de franquias. E um dos motivos dessa tendência positiva é o aumento da profissionalização e das exigências de qualidade do sistema de franchising. É clara a necessidade e mesmo a obrigatoriedade de um candidato a franqueado pesquisar, analisar e avaliar muitas franquias antes de assinar qualquer contrato. A Lei 8.955/94, que regulamenta o franchising no país, adota um dos mais modernos e eficientes procedimentos do mundo. A exemplo do que determina a legislação norteamericana, a lei exige que o franqueador – antes de receber qualquer recurso financeiro por parte do franqueado – forneça ao franqueado a Circular de Oferta de Franquia. Nesse documento, o franqueador revela a essência de seu negócio ao potencial interessado. Todos os aspectos jurídicos, comerciais, operacionais e mercadológicos estão contidos na Circular. Assim, o candidato à compra de uma franquia pode conhecer a fundo o negócio em que se está envolvendo. A lei exige que o potencial investidor não faça nada emocionalmente, uma vez que estabelece um prazo mínimo de entrega da Circular, de dez dias antes da realização de qualquer pagamento ao franqueador. Estudar a fundo o negócio que se está comprando, conhecer os demais franqueados da rede, bem como os franqueados que saíram do sistema, e, fundamentalmente, não decidir nada por impulso são orientações determinadas pela própria lei. Afinal, o sistema de franquia funciona como uma parceria. E, assim, a relação franquea-

Gerson Keila*


(Mercado

2002

segura

Mercado de segurança eletrônica cresce no país, mas ainda precisa de mais qualidade para superar empresas “aventureiras” Como em um deserto, onde o ambiente não propicia o desenvolvimento das espécies, a falta de segurança é um dos itens que não estimulam investimentos produtivos nem o surgimento de novos negócios. Atualmente, a aridez que assola o país é provocada pela má distribuição de renda, exclusão social, valorização do consumo e tráfico de drogas, motivos que geram o aumento da criminalidade. Dessa forma, uma das maneiras encontradas pelas empresas de todos os setores da produção brasileira para apaziguar essa situação é procurar proteção profissional fornecida por companhias especializadas em segurança. Esse fato está alavancando esse setor no Brasil, principalmente o ramo da segurança eletrônica, que movimenta em média no país cerca de US$ 750 milhões por ano. Esse nicho do mercado vem se expandindo desde 1998 não só no Brasil, mas em todo o mundo. As vendas de equipamentos na área de segurança aumentaram em torno de cinco vezes, principalmente nos EUA após os atentados de 11 de setembro. Um dos fatores determinantes para esse avanço, segundo Fabrício de Araújo Sacchi, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), é que os produtos, bens e serviços oferecidos por esses empreendedores são considerados Agosto – Empreendedor

de primeira necessidade. Enquanto o Governo Federal investiu R$ 1,1 bilhão em segurança no país, somente o comércio gastou R$ 3,8 bilhões. As joalherias investem em média 12% do faturamento em proteção. No Brasil, as regiões que mais consomem sistemas eletrônicos são a Sudeste e a Sul com um total de 77%. Em seguida vem a Nordeste (16%), a Centro-Oeste (5%) e a Norte (2%). Atualmente, existem no país em torno de 2,7 mil empresas que trabalham na área de segurança, filiadas aos sindica-

tos regionais. O estado de São Paulo é o que possui o maior número de empresas sindicalizadas, cerca de 500 (20% do total nacional), com um contingente de 140 mil pessoas, ou seja, com 42% do efetivo brasileiro. Outro fator associado ao crescimento do setor é a concorrência estrangeira. Da mesma maneira que em todos os segmentos da economia, ela também chegou para disputar o mercado brasileiro, que apesar de promissor é considerado por especialistas ainda em fase de amadurecimento. ARQUIVO EMPREENDEDOR

LINHA DIRETA: FABRÍCIO DE ARAÚJO SACCHI (11) 4229-5573 . ANTONIO CELSO RIBEIRO BRASILIANO (11) 9296-4922 . MARCELO ABDO (11) 6601-0052

Oportunidade

COMÉRCIO GASTA QUASE TRÊS VEZES MAIS EM SEGURANÇA QUE O GOVERNO FEDERAL

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sonalizados), treinamento (com a realização de cursos e seminários) e fornece soluções completas em segurança. A companhia atende clientes das mais variadas áreas como bancos, indústrias, shoppings, condomínios de alto padrão, escolas, faculdades, hidrelétricas, distribuidoras e transportadoras.

DIVULGAÇÃO

[Qualidade] Segundo Antonio Celso Ribeiro Brasiliano, superintendente de Marketing da Brasiliano & Associados, primeiramente, a intenção era de prestar serviços para as empresas de vigilância. Mas ele conta que a demanda para prestação de serviços foi o principal motivo que levou a empresa a entrar nesse ramo do negócio. “Empresas multinacionais aqui no Brasil começaram a nos procurar, pois queriam companhias de consultoria em segurança com expertise do mercado local. Foi aí nosso começo”, diz. “A imagem que havia da área de segurança no Brasil era só de custo, não de investimento, além de ser considerada como operacional”, afirma. Para mudar esse perfil e ainda com o objetivo de dotar o mercado de cursos de extensão e especialização universitária, a empresa criou a Universidade da Segurança Empresarial (USE), que é um núcleo de formação, informação, pesquisa, aprimoramento e qualificação profissional. O avanço da área de segurança, no

PARA SACCHI, A VANTAGEM É QUE OS PRODUTOS DO SETOR SÃO DE PRIMEIRA NECESSIDADE

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)

NÚMEROS DO MERCADO DE SEGURANÇA Movimenta US$ 750 milhões por ano Consumo por região: Sudeste e Sul (77%) Nordeste (16%) Centro-Oeste (5%) Norte (2%) Investimentos: R$ 1,1 bilhão do Governo Federal R$ 3,8 bilhões do comércio (joalherias – 12% do faturamento) Número de empresas: 2,7 mil Estado com o maior número de empresas: São Paulo, com 500 (20% do total nacional) Maior contingente: estado de São Paulo, com 140 mil pessoas (42% do efetivo brasileiro) Vigilantes privados: 1,2 milhão Fontes: Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ), Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist) e Brasiliano & Associados

entanto, também proporciona o aparecimento de empresas inabilitadas, as chamadas “aventureiras”, que prestam serviços e oferecem produtos que não atendem à necessidade do cliente. Em geral, os consumidores não conhecem muito sobre segurança, então acabam investindo em soluções e instalando equipamentos que não são apropriados. “O consumidor brasileiro desconhece os serviços e produtos, até por uma falha das empresas que não possuem uma política de marketing agressiva”, afirma Brasiliano. Observando essa necessidade, a Abese está lançando um Selo de Qualidade, para servir de parâmetro e orientação ao consumidor. Outro problema de se trabalhar nessa área, apontado por Brasiliano, é a falta de integração entre a segurança pública e a segurança privada. “No Brasil não existe uma cultura de cooperação, Empreendedor – Agosto

2002

As grandes empresas estrangeiras estão fazendo com que todos os proprietários de centrais de monitoramento nacionais revejam suas estratégias, tornando o fornecimento de soluções para o mercado cada vez mais profissional. Além disso, essas companhias utilizam marketing de massa agressivo para conquistar clientes, recurso que as empresas nacionais até o momento não utilizavam ou em que investiram muito pouco. E a constante evolução da tecnologia faz com que as soluções em segurança sejam cada vez mais especializadas, tornando prósperas as perspectivas para esse ramo de atividade. O mercado é exigente quando se trata de segurança com maior qualidade e eficiência. Traduzindo, o cenário é ainda melhor para as empresas que fornecem soluções adequadas ao que o consumidor realmente precisa. Logo, para atingir os objetivos, o empresário desse mercado precisa ter a satisfação do cliente como ferramenta vital, para que a empresa possa se manter apta a sobreviver no mundo globalizado. Dessa forma também deve agir o empreendedor que deseja investir no ramo da indústria da segurança. “É preciso ter comprometimento com a qualidade, a eficiência e eficácia para trabalhar no fornecimento das soluções, e ainda ter conhecimento sobre o tema”, afirma Sacchi. Deve também tomar alguns cuidados como em qualquer negócio: é necessário fazer uma pesquisa de mercado, conhecer as necessidades técnicas, operacionais e de conhecimento necessárias para a consolidação do empreendimento, estabelecer metas para seu projeto e buscar informações específicas junto às entidades de classe do segmento. Por fim, segundo ele, é necessário também estar disposto a correr os riscos, ainda que calculados, inerentes ao negócio. Uma das empresas já consolidadas na área é a Brasiliano & Associados, que está no mercado há 14 anos e presta serviços de consultoria (para o desenvolvimento de projetos de segurança e programas per-

Fábio Mayer

LINHA DIRETA: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE SISTEMAS ELETRÔNICOS DE SEGURANÇA (ABESE) www.abese.org.br . BRASILIANO & ASSOCIADOS www.brasiliano.com.br . PICTURE www.picture.com.br

por


PROJETO DE SEGURANÇA Para implantar o projeto é necessário verificar informações como: bens a serem protegidos; áreas de influência; planos de contingências; rotas de fuga e evasão; características físicas e arquitetônicas do imóvel; níveis de autorização operacional e de conhecimento das pessoas envolvidas no processo; compatibilidades de recursos disponíveis; adequação econômicofinanceira; planejamento de implantação; treinamento operacional.

por um sistema de segurança é muito difícil. Isso porque, segundo o presidente da Abese, se trata de hipóteses ou estimativas sobre o que poderia acontecer. Portanto, antes de contratar uma empresa de segurança não basta apenas ter informações a respeito dela através de amigos ou parentes; é preciso se certificar sobre essas informações. Também é fundamental o usuário ter confiança na companhia prestadora do serviço, para que possa constatar e valorizar todos os benefícios que os equipamentos e os serviços lhe oferecem. De acordo com Sacchi, a relação entre a empresa contratante e a contratada para prestar a segurança deve ser como a de um paciente e um médico. “Com muita credibilidade e comprometimento de ambos os lados”, afirma. Para Sacchi, não basta que uma companhia forneça os melhores equipamentos e serviços em segurança eletrônica se não alcançar o almejado, que é a satisfação do cliente, ou seja, a segurança que ele precisa. É necessário ainda, segundo ele, ter um compromisso por parte do usuário em operar de maneira correta e adequada esses produtos, ou todo um projeto de proteção pode ficar comprometido. Dessa maneira, para se ter uma proteção que supra as necessidades, com

qualidade e eficiência, maximizando os níveis de proteção e minimizando os riscos, é fundamental elaborar primeiro um Projeto de Segurança (veja quadro). Então, deve-se levar em conta o que se pretende proteger, qual o valor real, recursos e disponibilidade financeira para concretizar o projeto. Com as devidas precauções tomadas, pode-se considerar que existem oásis, cercados por equipamentos de segurança, é verdade, nesse deserto. Mas para que a aridez das desigualdades, dos crimes e da violência retroceda é preciso fazer muito mais do que se proteger, para tornar possível o desenvolvimento do país.

instituto de análises Gartner Group, as companhias brasileiras investem menos de 2% do orçamento destinado à tecnologia em segurança de rede, enquanto fora do país essa despesa gira em torno de 4%. Portanto, a perspectiva desse mercado no país é ainda mais promissora. Atualmente, uma das soluções adotadas pelas corporações para a segurança dos dados é a rede VPN (Virtual Private Network), que permite a criação de uma rede virtual privada nas empresas, conectando escritórios

espalhados por todo o país. Para Marcelo Abdo, diretor de Marketing da Picture, a tendência é que as VPNs passem, cada vez mais, a fazer parte de uma política geral de segurança e gerenciamento corporativo. De acordo com o diretor, a empresa desenvolveu a VPN Picture, que oferece segurança às redes das empresas, disponibilizando as informações com a garantia de que só serão acessadas pelas pessoas ou grupos escolhidos.

DIVULGAÇÃO

mas sim de uma concorrência entre setor público e o privado. Isso não acontece nos Estados Unidos e na Europa”, compara. Além disso, a dificuldade em se calcular os benefícios que a utilização de sistemas eletrônicos de segurança proporcionam é passível de desconfiança por parte do cliente. Mesmo se os equipamentos forem adequados e instalados de forma correta, medir o número de ocorrências delituosas evitadas

BRASILIANO CRITICA A FALTA DE INTEGRAÇÃO ENTRE A SEGURANÇA PÚBLICA E A PRIVADA

Proteção para redes Segundo especialistas, os ataques de hackers chegam a ser tão devastadores quanto atos terroristas. Dessa forma, a segurança das redes de computadores de muitas empresas tem sido prioridade, o que está alavancando esse nicho do mercado em todo o mundo. Somente no Brasil, de acordo com o instituto de pesquisa IDC Brasil, o setor movimentou cerca de US$ 75 milhões em 2001, e a estimativa é de que esse número ultrapasse os US$ 100 milhões neste ano. Segundo o

2002

LINHA DIRETA: FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS DO RIO DE JANEIRO (FGV-RJ) www.fgv.br . FEDERAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE SEGURANÇA E TRANSPORTE DE VALORES (FENAVIST) www.fenavist.com.br

(Mercado

Agosto – Empreendedor

52


por

Fábio Mayer

)

2002

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Empreendedor – Agosto




TECNOLOGIA 2002

A volta à economia real As turbulências na economia norte-americana podem sinalizar uma lenta revalorização da economia real depois de quase uma década de especulação financeira

Os rumores envolvendo possíveis problemas financeiros entre grandes empresas norte-americanas não são novos. Há pelo menos dois anos o noticiário econômico volta e meia vem mencionando as agruras de alguns ícones do capitalismo mundial, mas desde a divulgação do caso WorldCom a questão saltou para as manchetes de primeira página e tornou-se item obrigatório na agenda da Casa Branca, em Washington. O problema deixou de ser uma sucessão de casos isolados para configurar um processo através do qual a maquilagem e manipulação dos balanços de empresas cotadas em bolsa alimentava a ciranda da especulação financeira. Quanto mais positivos os números, mais os investidores compravam ações. O fenômeno tornou-se tão generalizado e lucrativo que um número cada vez maior de pessoas começou a identificar a oscilação dos índices Dow Jones, Nasdaq e das bolsas nacionais como os principais termômetros da economia mundial. A expressão “o mercado acha que” ou “o mercado não gostou” ganhou ares de sentença definitiva nas decisões governamentais em matéria econômica apesar do caráter enigmático dessa entidade chamada mercado. A descoberta da maquilagem generalizada na contabilidade das grandes Agosto – Empreendedor

empresas norte-americanas teve duas conseqüências: mostrou aos acionistas e negociantes em bolsa a enorme vulnerabilidade de seus investimentos e comprometeu gravemente a credibilidade das empresas de auditoria contábil, que deveriam zelar pela honestidade dos balanços para garantir a transparência na negociação de ações. O abalo na credibilidade de instituições-chave na economia globalizada provocou uma espécie de ressaca nas bolsas de valores. Nem mesmo o presidente George W. Bush e o todo poderoso Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) conseguiram injetar otimismo em Wall Street, num momento em que os economistas começam a revisar todo o modelo de capitalismo financeiro surgido nos anos 70. Esse tipo de capitalismo cresceu paralelamente à chamada economia real, aquela formada por fábricas, fazendas, lojas e empresas de serviço. A enorme visibilidade conquistada pela especulação em bolsa e no câmbio, que muitos compararam a um cassino financeiro, ofuscou a economia real, que continuou crescendo, apesar da implosão ocorrida nos negócios na internet, no início de 2000. Hoje, o comércio eletrônico e as maravilhas da cibernética deixaram de exercer um efeito hipnótico sobre os empreendedores. Os escândalos contá-

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beis abalaram a credibilidade nas bolsas de valores e principalmente nas informações corporativas. A soma de todos esses fatores está gerando um clima de catastrofismo nos principais centros financeiros do planeta. Alguns jornais falam em crise e outros advertem para um efeito dominó entre as grandes corporações, que criaram artificialmente lucros enormes para esconder a dificuldade em passar da economia analógica para a digital e também para ocultar prejuízos gerados pelo gigantismo das megafusões e incorporações bilionárias. Mas apesar do nervosismo atual, economistas como Paul Krugman, o influente colunista do The New York Times, afirmam que começa a surgir um lento retorno à economia real e aos seus indicadores. Krugman garante que não se trata de uma volta ao passado, por empresários e banqueiros assustados com o futuro. “Está baixando a poeira levantada pela internet e pela ciranda financeira. Agora a gente começa a ver que a produção cresceu com mudanças, é verdade, pois tornou-se mais eficiente graças às novas tecnologias”, disse ele numa conferência pronunciada em meados de julho em Boston. A revalorização da produção real, dizem outros especialistas, pode mini-


Editado por

Carlos Castilho castilho@matrix.com.br

O fim de uma era O fim de uma era

mizar os efeitos dos chamados “ataques especulativos”, verdadeiros fantasmas do mercado financeiro internacional, capazes de pulverizar em horas economias frágeis de países em desenvolvimento. As turbulências recentes no sistema financeiro brasileiro resultaram de um ataque especulativo brando, provocado por incertezas de investidores estrangeiros sobre o futuro do país depois das eleições presidenciais de outubro. Esse tipo de instabilidade gerada por agentes pouco transparentes, como a famosa entidade chamada “mercado”, ou por especuladores individuais assusta hoje até quem no passado acreditava incondicionalmente nas virtudes do capitalismo financeiro. A moeda brasileira, o real, sofreu os efeitos da ciranda financeira porque em Wall Street os operadores não sabem quem ocupará a cadeira de Fernando Henrique Cardoso. Na dúvida, apostaram no pior, sem levar em conta a situação real (não a da moeda) da produção industrial, agrícola e de serviços no país. Fontes mencionadas no texto:

negócios on-line. A AOL apoiava-se no seu prestígio nos pregões conquistado graças à expectativa dos investidores de que a empresa dominaria o sistema mundial de correio eletrônico e de provedoria de acesso à internet. A Time/Warner adotou um baixo perfil porque era vista como uma empresa da velha economia tentando agarrar-se a um parceiro mais promissor. Pouco tempo depois da bilionária fusão estimada em US$ 116 bilhões, o cenário econômico começou a mudar rapidamente com a explosão da bolha especulativa gerada pela expectativa de negócios na internet. A AOL perdeu dinamismo, e sua liderança no negócio com a Time/ Warner foi seriamente abalada. O golpe fatal aconteceu agora em julho quando a empresa admitiu que maquilou suas contas, a exemplo do que fizeram a Enron e a WorldCom. Foi a hora da vingança dos executivos da Time/Warner, que poucos meses depois da fusão com a OAL já haviam se dado conta de que haviam feito um mau negócio. Bastava ter esperado um pouco mais para ter feito a transação em termos mais vantajosos. O mais espetacular casamento entre empresas da velha e da nova economia pode não ter acabado, mas quem está agora por cima é justamente a Time/Warner, ou seja, aquela que foi para o altar da Nasdaq (bolsa de empresas eletrônicas), representando um tipo de capitalista considerado moribundo pelos jovens empreendedores da internet. 2002

Paul Krugman www.nytimes.com/ref/opinion/ KRUGMAN-BIO.html

O casamento entre duas das maiores empresas da nova e da velha economia chega a um impasse. A megafusão da AOL com a Time/ Warner, concretizada em janeiro de 2000, enfrenta agora um período crítico depois de ter sido considerada um caso exemplar na transição da chamada velha economia para a nova economia capitalista, baseada na informática e na internet. A renúncia, no dia 18 de junho, de Robert Pittman, principal executivo da AOL no conglomerado formado com a Time/Warner, pôs em evidência uma reviravolta na cúpula da maior corporação de entretenimento do mundo, e também uma radical reversão de expectativas no mundo empresarial contemporâneo. Há dois anos e meio, a American Online (AOL) liderava folgadamente o mercado de provedores de acesso à internet e de correio eletrônico nos Estados Unidos, e seu valor na bolsa de Nova York era de US$ 200 bilhões, embora seus ativos fossem mínimos. Era a época áurea da especulação com ações de empresas da nova economia, e nesse ambiente foi anunciada a fusão da AOL com a Time/Warner, que valia na época cerca de US$ 100 bilhões, tudo em ativos no setor de revistas, indústria cinematográfica e fonográfica, TV a cabo e shows. Na época os especialistas econômicos afirmaram que na verdade não era bem uma fusão, porque a AOL dava as cartas no novo conglomerado, pois era considerada a empresa mais dinâmica e mais adaptada aos novos tempos dos

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Empreendedor – Agosto


MARKETING

Aquecedores para esquimós

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Durante décadas, vender geladeiras para esquimós foi uma das máximas usadas para definir o bom vendedor. Hoje, a frase tornou-se maldita Convencer o cliente a comprar o que ele não quer sempre foi considerado uma virtude-chave no comércio. Qualquer candidato à balconista ouviu isso pelo menos uma vez da boca de um chefe de vendas, como símbolo máximo da eficiência. Foi a época em que mentir para o cliente não era considerado pecado e qualquer recurso era válido desde que conduzisse a uma venda. Havia um certo orgulho disfarçado dos vendedores quando comentavam sua performance no balcão, principalmente quando conseguiam empurrar “geladeiras para esquimós”. Os especialistas contemporâneos de marketing quase entram em estado de choque quando recordam as conseqüências desse tipo de venda classificada como predatória. Ela institucionalizou a desconfiança entre comprador e vendedor, criando barreiras enormes para a fidelização da clientela. Hoje a “venda de geladeiras para esquimós” é considerada um pecado mortal em marketing. Principalmente se for levado em conta o fato de que o retorno do freguês, a chamada “segunda compra”, passou a ser um objetivo estratégico, porque só através dela é que o comerciante pode realmente obter lucro. Os especialistas afirmam que o custo operacional das lojas cresceu Agosto – Empreendedor

tanto que o retorno do investimento só começa depois da segunda venda. E para que isso aconteça a fidelização é essencial. Para conquistar a confiança do cliente, a única estratégia realmente eficiente é saber o que ele deseja ou necessita. Segundo o guru do marketing moderno, Peter Drucker, existe um divórcio quase total entre vendedor e cliente no que se refere às concepções que cada um tem sobre o comportamento do outro. “Os motivos que levam uma pessoa a se interessar por um determinado produto raríssimas vezes são conhecidos pelo vendedor. Cada lado está totalmente envolvido em sua própria realidade. Mas cabe ao vendedor entender o comprador, porque assim ele pode vender e garantir sua sobrevivência”, filosofa Drucker. Conhecer o que o cliente deseja não significa apenas perguntar o que ele quer comprar. “Quando uma mulher entra numa de minhas lojas, ela não está procurando apenas batons, perfumes ou produtos de maquilagem. Ela está procurando beleza e auto-estima”, garante Mary Kay Ash, diretora e fundadora da Mary Kay Produtos de Beleza, uma das maiores empresas do ramo nos Estados Unidos. Beleza e auto-estima na verdade não são produtos de prateleira mas

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conceitos e estilos de vida adotados pelos consumidores. Assim, para poder dar ao cliente o que ele realmente procura, o vendedor deve entender o estado de espírito do comprador, compreender suas necessidades, criar um clima de confiança e só depois fazer a venda, garante Mary, que adotou em sua empresa as seis regras básicas para conquistar fregueses, criadas pelo consultor Robert Bradford: 1) O significado real de uma venda não está no produto mas na cabeça do cliente. Quem vende normalmente usa justificativas que não interessam ao comprador, que quase sempre tem outras preocupações. Se não tentar entendê-las, o vendedor pode acabar irritando o cliente, garante Bradford. 2) A argumentação do vendedor tem que ser diferenciada e apoiada em fatos reais. É importante apresentar argumentos originais. Repetir o que todo mundo diz não impressiona o cliente e pode até gerar desconfiança. É necessário apresentar argumentos sólidos, de preferência apoiados em dados de fontes confiáveis e imparciais. Sem isso o comprador continuará em dúvida e dificilmente fechará o negócio. 3) Tudo o que for usado na publicidade deve ser praticado ao pé da letra. Bradford cita o caso de um


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A narcointeligência Os cartéis da cocaína na Colômbia já incorporaram os mais sofisticados recursos de inteligência empresarial na administração dos seus negócios

Robert Bradford rbradford@cssp.com

É o que revelam informes da Agência Central de Combate às Drogas (DEA) dos Estados Unidos, cedidos a repórteres da revista econômica Business 2.0. O material publicado na edição de julho mostra como o Cartel do Vale Norte da Colômbia criou uma infra-estrutura moderna para armazenar e analisar informações não apenas sobre questões de segurança. A rede administrada pelo narcotraficante Archangel Henao comprou equipamento de última geração avaliado em quase US$ 2 milhões, formado por computadores mainframe da IBM tipo AS 400, bem como um sistema de comunicações a larga distância fabricado pela Motorola. O sistema de comunicações permite a transferência de dados em tempo real para computadores instalados clandestinamente no norte da América do Sul, Colômbia, Caribe e sul dos Estados Unidos. A rede usa um sistema próprio de comunicações composto de 12 estações fixas de rádio, 16 estações móveis, 50 rádio-telefones que operam através de circuitos codificados via satélite, e oito

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Fontes mencionadas no texto: Peter Drucker www.peter-drucker.com Mary Kay www.marykay.com 2002

INFORMAÇÃO

armazém familiar, perto da casa dele, que apresentava preços mais altos que um concorrente maior, situado a uma quadra de distância, mas mesmo assim tinha uma clientela mais numerosa. O segredo era que o armazém familiar garantia que nenhum cliente esperaria em filas, e a promessa era mantida a ferro e fogo. 4) Crie diferenciais difíceis de serem copiados. Hoje quando algum estabelecimento consegue ser criativo, as novas soluções não demoram a ser copiadas pela concorrência. Não adianta protestar; é uma lei do mercado. O jeito é inovar de um jeito que o concorrente tenha que fazer força. Quem copia geralmente é preguiçoso e desiste facilmente de imitar se for complicado. 5) A inovação deve estar intimamente associada à cultura interna da empresa. Esta associação garantirá que o diferencial inovador resista ao tempo. Quando não há uma identificação com a cultura e a missão da empresa, a inovação dura pouco e não produz os resultados desejados. 6) A imagem de uma empresa é difícil de ser criada e mais difícil ainda de ser apagada. A imagem é a forma pela qual os clientes percebem uma empresa; é o que acham dela. Para que uma empresa se torne confiável para um cliente, é necessário um árduo trabalho antes de fechar uma venda. Esse esforço é recompensado com a fidelidade, que pode durar a vida inteira e resistir a contratempos, imprevistos e acidentes.

estações repetidoras de sinais via rádio. Com isso, o cartel do Vale do Norte consegue transmitir cerca de 100 mil mensagens e documentos por via eletrônica diariamente, entre os fornecedores, a administração central e os distribuidores. Até hoje as autoridades norte-americanas não conseguiram interceptar nenhuma mensagem dos subordinados de Henao. Segundo a DEA, todas essas informações foram obtidas a partir da captura de um computador mainframe num escritório do cartel em Bogotá há oito anos. Durante todo


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Fontes mencionadas no texto:

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Exemplar de julho 2002 da revista Business 2.0 www.business2.com/articles/ mag/current/ 0,1639,,00.html?ref=t_mag Miami Herald www.miami.com/mld/miamiherald Agosto – Empreendedor

RECURSOS HUMANOS

esse tempo a apreensão foi mantida em segredo para permitir a análise do material obtido e a identificação dos principais agentes do cartel. Um operador da rede de computadores do cartel, que depois passou a trabalhar como informante da DEA, garante que Henao controla hoje todas as operações no porto colombiano de Buaneventura, no Pacífico, depois de usar programas de inteligência corporativa para neutralizar a ação da polícia local e de concorrentes tanto legais como clandestinos. O narcotraficante tem uma rede de empresas de exportação e importação, perfeitamente legais e que operam a partir de escritórios em Buenaventura. Foi nessas empresas que ele testou o funcionamento do sistema de inteligência empresarial e de transmissão de dados, para depois transferi-lo para a rede subterrânea de comércio da cocaína. O caso do Cartel do Vale Norte não é o único no chamado submundo da droga. Os especialistas da DEA admitiram que seu trabalho torna-se cada dia mais complexo porque os agentes estão lidando, cada vez mais, com delinqüentes tecnologicamente preparados. “A captura de um computador significa para nós muitíssimo mais do que apanhar uma dúzia de chefes do narcotráfico”, admitiu um agente americano em entrevista ao jornal Miami Herald, no início de junho.

À procura do clone Quase todo dono de empresa procura alguém que seja uma cópia quase perfeita na hora de escolher um subordinado imediato

Mas os especialistas em recursos humanos condenam esta atitude afirmando que a segunda pessoa em importância na empresa ou no departamento deve complementar o trabalho do seu chefe, logo não pode ser igual a ele. A diversificação atrai sangue novo para a empresa, incorpora novas experiências e novos conhecimentos. Inicie a busca pelo número dois dentro e fora de sua empresa. Preocupe-se em espalhar a notícia de que você está procurando um auxiliar direto. Os especialistas dizem que só vale a pena contratar um caçador de talentos (headhunter) caso você estiver procurando uma pessoa com características muito especiais. Quando os candidatos aparecerem em número suficiente, comece a chamá-los para entrevistas. Nessa primeira entrevista fale pouco, não dê muitos detalhes do emprego e deixe toda a iniciativa para o candidato. Faça apenas perguntas amplas. Se possível esteja acompanhado de outro funcionário ou pessoa de confiança

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para poder trocar idéias. Selecione os dez candidatos que mais lhe impressionaram, faça uma pasta para cada um deles e os convoque para uma segunda entrevista, pedindo que tragam exemplos de trabalhos já realizados. Nesse novo encontro você já pode falar um pouco mais sobre os detalhes do emprego. Depois disso escolha os dois que melhor se saíram na segunda entrevista e os convide, separadamente, para um almoço ou jantar, onde será possível testar a capacidade do candidato de relacionar-se socialmente. Antes de tomar a decisão final, mostre a seus colegas de trabalho as pastas contendo os resultados e observações das entrevistas com os dois candidatos. É sempre muito bom ter outras opiniões, porque o índice de fracassos é alto. Nada menos que metade dos profissionais qualificados desiste do novo emprego 18 meses depois de contratado.


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Empreendedor – Agosto


Por F ernando Fernando Camargo L uiz Luiz

Sua opinião

Autor do livro Impacto Digital e sócio da Saga Investimentos

DIVULGAÇÃO

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LINHA DIRETA: FERNANDO LUIZ CAMARGO www.sagainvestimentos.com.br

Visão romântica De volta às manchetes de jornal, os fundos de capital de risco reaparecem na cena econômica do país despontando como uma possibilidade real de desenvolvimento sustentado. Enquanto o ano de 2001 terminou no dia 11 de setembro, o ano de 2002 foi aberto com chave de ouro por uma recuperação da economia americana, voltando assim a apresentar as incríveis possibilidades trazidas pelo investimento de risco. Sem dúvida nenhuma este mercado é benéfico à economia de qualquer país. Pobre, rico, grande ou pequeno, a alavancagem gerada por recursos desta magnitude melhora o ambiente empresarial em todos os sentidos e, quanto mais desenvolvidos estiverem, mais líquido e certo será, e mais empresas nascentes terão acesso a ele. O que vem acontecendo, porém, foge um pouco das tendências mundiais sobre este mercado. De tempos para cá, os gestores de fundos de venture capital tornaram-se sumidades na administração de negócios. Sabem de cor como estruturar uma empresa de forma a dar lucro rápido e certo e, melhor, são claros ao estipular as variáveis, geralmente binárias, que definem a sorte de um projeto receber ou não investimento. O único problema desta visão é que este processo não é binário. Para falar a verdade, ele não está sendo tratado nem como um processo, e sim como um evento, independente da história da empresa, dos gestores e, acima de tudo, da baixa escalabilidade imposta pela economia brasileira às pequenas e médias empresas. Variáveis complexas sendo analisadas isoladamente, ou o fato de haver no mercado outras empresas que prestam o mesmo serviço, são eliminatórios em alguns Agosto – Empreendedor

processos, sem antes ao menos os empre- visão comercial coerente de distribuição, endedores serem consultados. Na grande e mesmo que saibam construir um plano maioria dos processos de análise, os de negócios nos padrões que os fundos empreendedores só são chamados para querem ter. O que não dá para entender é um uma reunião depois de análises severas em cima do plano de negócios e das projeções mercado onde investidores classificados financeiras, e mesmo somente pinçando recebem recursos de órgãos de fomento alguns dados esporádicos que se encaixam como Finep, Sebrae e mesmo Bndes, num carimbo burocrático de “não com objetivo único de desenvolver o mercado de empresas nascentes que, ao viabilidade”. Pelo fato de receberem muitos proje- invés de saírem a campo e procurarem tos, os analistas não podem perder tem- por diamantes brutos que precisam de po analisando profundamente tudo que fato serem lapidados, ficam claramente chega, e por isso criam métodos, proces- esperando pela jóia rara, lapidada e pronsos e formas de corte que facilitam seu ta para receber seu investimento e crescer 50% ao ano. trabalho. A questão é Acredito que uma que muitos estão le“Se o dinheiro forma de analisar a pervando “este processo” formance aplicada desmuito ao pé da letra e está vindo para tes gestores – que, se isso os está levando a empresas startnão fizerem nada, já sérias distorções. Não ups, a condição ganharam sua taxa de é possível que um básica é que estes administração – seria fundo especializado analisar não os projetos em empresas nascengestores conheçam em que eles investiram, tes, também chamacomo elas e sim aqueles em que das de start-ups, recefuncionam, desde deixaram de investir e ba 700 planos de nesua criação” quais os motivos. Sem gócios por ano e condúvida nenhuma, insiga entender somente vestir em empresas já 10% dos projetos que chegam. São categóricos em afirmar que estabelecidas, com faturamento e os empreendedores mandam análises ab- processos operacionais profissionalizasurdas, planejamentos estratégicos sem dos, tem um risco menor. Mas este não fundamento e análises de concorrência é ponto. Se o dinheiro está vindo para sem as premissas básicas de Porter. Mas é empresas start-ups, a condição básica é justamente aí que está a visão romântica que estes gestores conheçam como elas funcionam, desde sua criação, em unido mercado. Empresas nascentes, com necessida- versidade e laboratórios, até sua gestão. de baixa de capital e alto risco intrínseco Caso contrário, continuaremos a ver envolvido na operação, sofrem de um mal fundos de investimento com recursos do básico e conhecido: geralmente são geri- governo a não investirem em empresas das por pessoas extremamente técnicas. De nascentes pela única razão forte de serem fato, é muito raro encontrar uma equipe empresas nascentes e de não serem com boa capacidade estratégica, com uma profissionais. Um absoluto contra-senso.

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Empreendedor – Agosto



Guiado

Empreendedor

Pr odutos e Ser viços (pág. 68) Produtos Serviços MBA – Conhecimento capital Do LLado ado da Lei (pág. 74) Ainda a discussão sobre o FGTS Leitura (pág. 76) Mark eting Marketing de A a Z Análise Setorial (pág. 80) A diferença entre o chefe e o líder Indicadores (pág. 81) Agenda (pág. 82)


MBA

Guia do Empreendedor Pr odutos & Ser viços Produtos Serviços

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Para o empreendedor que deseja abrir seu próprio negócio e o profissional que almeja um cargo melhor em uma empresa, é uma boa alavanca ter um curso de Master of Business Administration (MBA). Atualmente cada vez mais procurado, o curso de MBA é um programa educacional voltado para profissionais de qualquer área de formação, que per-

Com o curso de MBA, o empresário pode adquirir informações suficientes para capacitá-lo a gerenciar corretamente de seu negócio mite desenvolver conhecimentos, valores, habilidades e atitudes para exercer função gerencial, através de treinamento, tanto teórico quanto prático, na área de Administração de Empresas e Negócios. Isso significa ter conhecimento suficiente para gerenciar o empreendimento, contatos internacionais e um importante diferencial para se destacar no mercado. Na hora de abrir o próprio negócio, é necessário que o empreendedor não só entenda do mercado em que vai atuar, mas também que tenha bons conhecimentos gerenciais para administrar de forma adequada seu empreendimento. Com o curso de MBA, ele pode adquirir informações suficientes para capacitá-lo a fazer um gerenciamento correto de seu negócio. Alguns programas de MBA têm módulos específicos orientados para o empreendedorismo e a criação de novos negócios. “O MBA pode ser a melhor formação para quem está pensando em abrir o seu próprio negócio a partir da disponibilidade de um capital financeiro ou de um conhecimento específico soDIVULGAÇÃO

LINHA DIRETA: FREDERICO LUSTOSA (21) 2559-5740 • RICARDO BETTI (11) 5051-9684 • MBA EMPRESARIAL www.mba-empresarial.com.br

Conhecimento capital

LUSTOSA DIZ QUE O MBA AUMENTA A CAPACIDADE GERENCIAL DO EMPREENDEDOR

Agosto – Empreendedor

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bre uma tecnologia ou um mercado”, afirma Frederico Lustosa, diretorchefe do Centro de Pós-Graduação Lato Sensu da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Da mesma maneira, o profissional que tem um curso de MBA está melhor preparado para o mercado. Segundo Lustosa, com a massifica-

Parceria internacional Segundo Lustosa, uma importante iniciativa na área é a parceria com países como Portugal, Espanha, França, Inglaterra e EUA, o que permite dois tipos de intercâmbio. O primeiro refere-se às chamadas semanas residenciais, em que o aluno participa de um programa de uma semana em Lisboa (também pode ser em Barcelona, Paris, Londres ou nos EUA), tendo contato com o universo empresarial e a cultura de gestão do país, através de palestras e visitas a empresas. O outro é a complementação de estudos de MBA em Portugal para obter o título de Mestre, um diploma reconhecido em toda a Europa.


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Brasil X Exterior O boom de cursos de MBA no país, com grande oferta e competição entre escolas de Administração, também traz o questionamento sobre a qualidade e o peso deles no mercado internacional. Segundo o diretorchefe do Centro de PósGraduação Lato Sensu da FGV, em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, MBA é um grau equivalente, no Brasil, ao título de Mestre. “Já os nacionais são cursos de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização, que, quando bem conduzidos, podem ser uma excelente experiência de ensino-aprendizagem, mas não são MBAs”, enfatiza Lustosa. De acordo com ele, poucas escolas brasileiras têm verdadeiros programas de MBA que, por conta da regulamentação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), são reconhecidos como mestrados profissionalizantes.

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BETTI APOSTA NOS EXUCTIVOS COM MBA PARA AUMENTAR O CAPITAL SOCIAL NAS EMPRESAS

assumindo postos de comando tenha MBA e, de preferência, fora do Brasil”, salienta Ricardo Betti, sócio-diretor da MBA Empresarial. De acordo com Betti, é importante uma empresa contratar um profissional que tenha o MBA no currículo, porque para fazer esse curso ele já passou um processo de seleção natural. “Quando se contrata alguém com MBA sabe-se que ele possui Q.I. alto, tem potencial e passou por um processo de aprendizagem moderno, globalizado e atual.” Além de ser uma oportunidade de se expor em um ambiente internacional, o curso também possibilita ter acesso a diversas informações e diferentes literaturas, pois é preciso ler muito, fazer estudos de casos e realizar debates freqüentes. Outro benefício é a ampliação do capital social, já que o processo de aprendizagem exercita a flexibilidade e capacidade de adaptação e de relacionamento. “É uma garantia de que se está trazendo um talento para a empresa, alguém que já foi selecionado e treinado e tem uma rede de contatos”, conta Betti.

LINHA DIRETA: FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV) www.fgv.br • COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES) www.capes.gov.br

ARQUIVO EMPREENDEDOR DIVULGAÇÃO

ção do ensino superior, não basta ter o curso de graduação para se credenciar ao mercado de trabalho. Então, o MBA pode ser uma opção para o profissional garantir a empregabilidade no médio e no longo prazos, principalmente, se almeja ter uma carreira gerencial dentro das empresas. “É um diferencial importante, algo que pode pesar muito para quem está recrutando”, diz Lustosa. “A maioria das organizações, hoje, quer que esse pessoal jovem que está

Empreendedor – Agosto


Guia do Empreendedor Pr odutos & Ser viços Produtos Serviços A Busscar Ônibus desenvolveu o Urbanuss Pluss Tour. Trata-se de um ônibus de dois andares, com piso superior totalmente aberto. Com o novo veículo é possível o transporte de 84 passageiros distribuídos em dois pavimentos – 53 lugares no andar superior e 31 no piso inferior. O Urbanuss tem cerca de 12 m de comprimento e dispõe de alguns itens diferenciais como duas escadas de acesso ao piso superior, microcâmeras,

Selo de qualidade Para garantir competitividade no mercado de telecomunicações, as empresas criaram selos de qualidade de serviços. O objetivo é garantir a melhoria dos serviços oferecidos por representantes autorizados de grandes companhias como Cisco, Telefonica, CPM e Damovo. “Essas empresas estão criando suas certificações porque a qualidade do serviço oferecido passou a ser o principal fator-chave de sucesso daqui para frente”, explica Flávio Murollo, diretor-geral da Telecon. Essa qualidade também faz parte da estratégia de marketing para conquistar o usuário final. www.telecon.com.br

DIVULGAÇÃO

Urbanuss Pluss Tour

rádio transmissor e rádio com CD player, poltronas com áudio e alto falantes do piso superior à prova de água. www.busscar.com.br

Desenvolvimento sustentável Dez dos maiores produtores mundiais de cimento, entre eles a empresa brasileira Votorantim, publicaram o “Programa de Ação para o Desenvolvimento Sustentável”. O programa, elaborado pela Iniciativa de Sustentabilidade da Indústria Cimenteira (CSI) em parceria com o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), sediado em Genebra, promove ações para acelerar o progresso rumo ao desenvolvimento sustentável, visando seis áreas prioritárias: proteção climática, combustíveis e matériasprimas, saúde e segurança dos colaboradores, redução das emissões, impactos locais e sistemas e procedimentos internos de gestão. www.wbcsdcement.org

2002

Aulas on-line Apostando no treinamento à distância, a rede de ensino de idiomas Yázigi Internexus investe em teleaulas para empresas com a utilização do potencial de suporte da internet. De acordo com Francisco Ferreira, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da rede, a interatividade potencializa aprenAgosto – Empreendedor

dizado. “A televisão permite motivação e organização do aprendizado, a internet oferece suporte individualizado e as aulas presenciais contemplam o aspecto da conversação”, afirma. O programa é estruturado em seis módulos de instrução, que vai do nível básico ao intermediário. www.yazigi.com

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Gestão do conhecimento A Quadricom está lançando um programa sobre gestão do conhecimento para a área de Recursos Humanos. Trata-se do sistema Programa de Habilidades e Competências (Prhacom), que enfoca as competências do profissional no contexto em que ele trabalha, levando em conta as características dos indivíduos com as estratégias estabelecidas pela empresa. “Menos de 10% das empresas brasileiras remunera por habilidades e competências, mantendo ainda o sistema de cargos e salários”, afirma o consultor da companhia, Eurípedes Afini Neto. Por isso, segundo a companhia, a metodologia do sistema é uma inovação para o mercado. www.quadricom.com.br

Cartão inteligente A Tesa Esi Brasil criou a Fechadura HT28 Smart, que substitui os cartões magnéticos por smart cards, ou cartões inteligentes. O novo cartão possui um chip microprocessador, em vez da tarja magnética, que é capaz de armazenar várias informações para a segurança e o controle de acesso. Segundo a empresa, a vantagem do smart card é que são mais difíceis de serem copiados, garantindo um maior controle de entrada, permanência e saída das pessoas nos empreendimentos. O smart card também agrega múltiplas funções, por exemplo a de reunir em um só cartão as informações de outros cartões como de banco, de crédito e de documentos, devido à grande capacidade de armazenamento do chip. www.tesalocks.com


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Empreendedor – Agosto




Guia do Empreendedor Do LLado ado da Lei

Ainda a discussão sobre o FGTS

2002

LINHA DIRETA: (11) 3871-0269

DIVULGAÇÃO

As discussões sobre o FGTS parecem não ter fim. Depois de uma longa jornada dos empregados na busca por uma decisão judicial para corrigir monetariamente o saldo das contas vinculadas, em razão das perdas com planos econômicos, agora é a vez de os empresários receberem uma bola dividida na interpretação jurídica sobre o adicional criado em 2001. Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) reconhecendo o direito à reposição das perdas em decorrência dos planos econômicos, o governo resolveu repassar a conta para os empresários. Não bastasse tal atitude em não arcar com suas despesas, que, digase, surgiu em decorrência da má administração do Fundo, ainda acabou por chamar isso de “O maior acordo do mundo”. Assim, como já havíamos abordado em outro artigo na Empreendedor, o governo criou duas novas contribuições: toda vez que houver demissão sem justa causa do empregado, o empregador deverá reAgosto – Empreendedor

Depois do acor do pr oposto pelo acordo proposto governo, empresários contestam as duas novas contribuições colher 10% sobre os valores depositados na conta do FGTS do demitido e, ainda, 0,5% sobre a remuneração devida no mês anterior dos empregados. Diante disso, ações em torno do FGTS passaram a fervilhar novamente. E não foram poucas. Muitos empresários, já insatisfeitos com a enorme carga tributária, passaram a contestar as novas contribuições. Também, a Confederação Nacional da Indústria e o Partido Liberal Social ajuizaram duas ações diretas de inconstitucionalidade junto ao STF contra a lei complementar que instituiu as contribuições. Porém, por duas vezes o julgamento dessas ações foi adiado. O principal argumento da tese dos tributaristas é que elas não se enquadram em nenhum tipo tributário, principalmente por se tratar de cobrança para custear recursos que deveriam ter sido pagos pelo governo, que não o fez em época certa pela má administração do Fundo. Do outro lado, a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho, órgãos encarregados da arrecadação e fiscalização

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das contribuições, alegam que se trata de contribuição de intervenção ao domínio econômico, constitucionalmente permitida. Algumas sentenças já foram prolatadas, e o que se verifica da análise dessas decisões é que o Judiciário está dividido: em muitos casos foi a favor do contribuinte, abraçando por completo a sua tese, e em outras foi a favor do fisco. Porém, um argumento tem sido unânime: segundo o entendimento dos juízes, tais contribuições somente poderiam ter sido cobradas a partir de janeiro de 2002. Isso porque, por não se tratar de contribuições destinadas à Previdência Social, há a necessidade de respeitar o princípio da anterioridade, segundo o qual um tributo somente pode ser exigido no ano seguinte à sua instituição. Assim, as ações seguem de tribunal a tribunal até chegarem novamente ao STF, onde a questão será analisada e julgada em definitivo.

Mar cos Sant’Anna Bitelli Marcos Advogado


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Guia do Empreendedor Leitura Por Fábio Mayer

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Marketing de A a Z

Agosto – Empreendedor

O foco do livro é dirigido, principalmente, às técnicas de branding, que é o conjunto das atividades ligadas à gestão das marcas de uma determinada empresa. A obra ensina três itens essenciais na arte do branding: é preciso definir o foco, selecionar o alvo e concentrar forças, estabelecendo o nicho e analisando as perspectivas do mercado. O livro apresenta sete pontos para encontrar o melhor posicionamento das marcas: relevância, competitividade, singularidade, defensabilidade, rentabilidade, expansão da franquia da marca e susten tabilidade. O autor analisa as marcas, nos nove capítulos da obra, através de suas características estruturais e mostra os principais aspectos ligados à criação e suporte de marcas fortes, enfatizando o uso da comunicação de marketing. Além disso, traz conceitos como posicio namento competitivo, sigma curve, agregação, CRM e tecnologia aplicada. E ainda apresenta no Apêndice A uma relação de outros 180 livros que estão relacionados à obra para quem quer saber mais sobre o tema e um glossário com todos os termos específicos do mundo das marcas.

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FICHA TÉCNICA

Para que uma empresa alcance o tão almejado sucesso nos negócios é necessário ter no mercado uma marca forte. No livro Marcas de A a Z, o escritor, publicitário e jornalista Rafael Sampaio mostra como construir, manter e fortalecer uma marca, seja ela de uma pequena companhia ou de um conglomerado global. A proposta da obra é servir como um guia de trabalho para avaliar se todos os aspectos ligados à marca estão sendo devidamente considerados em sua criação. De acordo com o autor, as rápidas e constantes mudanças do mercado globalizado tornam os produtos e serviços muito parecidos. Por isso, a marca é um importante diferencial para conquistar os consumidores, cada vez mais críticos, e vencer a concorrência, sempre mais acirrada. Segundo Rafael Sampaio, as grandes marcas são o resultado de implementações de estratégias de negócios, de empresa, marketing e comunicação. Para ele, não existem marcas fortes sem que elas estejam ligadas à companhia que lhe dá suporte e à estrutura do mercado em que atuam, isto é, a construção de uma marca bem-sucedida começa na organização da empresa e da sua estrutura administrativa, produtiva e de marketing. De acordo com o autor, marcas que são construídas sem esse fundamento estão fadadas ao fracasso.

FICHA TÉCNICA Marcas de A a Z Rafael Sampaio Editora Campus (www.campus.com.br) 212 páginas R$ 36,00

IDÉIAS EM EM DEST DEST AQUE DESTAQUE AQUE DESTAQUE IDÉIAS “Cada pedaço do mundo tem a sua própria dinâmica e tanto pode aceitar como rejeitar as influências externas.” “O networking é uma vantagem e uma solução para empresas de pequeno a grande porte, locais a globais, que vendem produtos ou prestam serviços, no campo do mercado de massa ou no B2B.” “A história das grandes marcas, dos grandes casos de marketing e das maiores sacadas de negócios é feita mais por empreendedores de feeling excepcional do que por profissionais de gestão e marketing cheios de títulos acadêmicos.” “As marcas têm que ser imaginadas, construídas e mantidas pensando-se na eternidade.” “A realidade é sempre antecedida pelo sonho e a ação do consumidor é precedida pelas decisões de sua mente.”


Novos Títulos AV irada nas Empr esas, Virada Empresas, vários autor es, autores, Editora Campus (www .campus.com.br), (www.campus.com.br), 176 págs., R$ 39,00

Coaching, Germaine PPor or ché orché e Jed Nieder er Niederer er,, Editora Campus (www .campus.com.br), (www.campus.com.br), 256 págs., R$ 39,00

Um dos caminhos para o sucesso, segundo os autores do livro Coaching, é buscar os ideais e seguir a trilha dos objetivos pessoais. No entanto, nem sempre as pessoas seguem o rumo certo. Por isso, a obra visa oferecer orientação e treinamento em qualquer situação, mostrando como motivar, gerenciar e dar condições individuais ou às equipes para obter êxitos pessoais e empresariais. Os autores também mostram métodos que aumentam a capacidade do orientador, exercícios e processos que auxiliam a implementar o coaching. O livro é voltado tanto para leigos quanto para orientadores profissionais, CEOs, empreendedores, gerentes de motivação e profissionais de RH.

O livro A Virada nas Empresas trata da gestão da mudança, tema importante hoje no mundo dos negócios para que as organizações se tornem ágeis e enfrentem os desafios de forma adequada. Por isso, é necessário mudar processos e funções, o que origina uma transformação radical ou uma verdadeira virada nas empresas. Mas nem sempre os executivos conseguem identificar os fatores que produzem a mudança. Esta obra, que é uma coletânea de artigos de autores como Jim Collins, Gary Hamel, Nitin Nohria, Hollis Heimbouch, Bill Parcells e Rich Teerlink, apresenta maneiras de como lidar com essa transformação na própria companhia.

Análise de Investimentos, Alfr ed Rappaport e Alfred Michael J. Mauboussin, Editora Campus .campus.com.br), (www (www.campus.com.br), 288 págs., R$ 49,00

Criando o PPróprio róprio FFutur utur o, uturo, Simon FFranco, ranco, Editora FFutura utura (www .edfutura.com.br), (www.edfutura.com.br), 216 págs., R$ 25,00

O segredo de um investimento de sucesso em uma empresa de capital aberto pode ser medido pelo preço das ações. No livro Análise de Investimentos, os autores mostram como interpretar corretamente o preço das ações e transformar incertezas em oportunidades lucrativas. De acordo com eles, para melhorar o desempenho de um investimento é necessário identificar as expectativas do mercado, já que o preço atual da ação não reflete a posição competitiva da empresa. Com isso, os investidores podem antecipar as mudanças e tomar decisões de compra, manutenção ou venda, saindo à frente dos demais.

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Empreendedor – Agosto

2002

O impacto provocado pelo avanço das tecnologias de informação e comunicação modificou os métodos de contratação. Por isso, para o profissional enfrentar os desafios de um mundo em permanente revolução, é preciso ter um perfil competitivo. Em Criando o Próprio Futuro, o autor explica que ser hoje um profissional bemsucedido é diferente do que há dez anos. Diz também que não basta adquirir conhecimentos e habilidades práticas, mas saber montar estratégias pessoais de marketing e beneficiar-se disso.


Informação e Crédito

Serasa vai emitir todos

Victoria Iturrieta

1

A

Serasa, maior empresa do Brasil em informações e análises econômico-financeiras para apoiar decisões de crédito e negócios e referência mundial no segmento, é a primeira empresa a ser credenciada pelo Governo Federal para emitir todos os tipos de certificados digitais previstos na legislação pátria. O credenciamento permite que a Serasa, que em abril já havia sido homologada para lançar certificados digitais para o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), emita certificados para todos os usuários, pessoas físicas ou jurídicas, com a garantia da validade jurídica dos documentos eletrônicos assinados com tais certificados, como por exemplo contratos ou simples emails. “A Serasa adotou uma estrutura de certificação digital única, que aumenta a segurança e confiabilidade de seus certificados. A Serasa tem a preocupação constante de criar serviços que tornem os negócios mais seguros, econômicos e rápidos”, afirma Elcio Anibal de Lucca, presidente da empresa. Logo abaixo da Serasa Autoridade Certificadora Principal foram criadas duas autoridades certificadoras, a Serasa Autoridade Certificadora, que emite certificados para o SPB, e a Serasa Certificadora Digital (Serasa CD), que foi agora credenciada para emitir certificados para a sociedade em geral.

DIVULGAÇÃO

Depois de ser credenciada para lançar os certificados digitais do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), a Serasa é a única empresa autorizada pelo Governo Federal a emitir certificados para pessoas físicas e jurídicas

Elcio de Lucca, presidente da Serasa, destaca a preocupação da empresa em criar novos serviços para tornar os negócios mais seguros

A homologação foi realizada junto ao Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), para a emissão de certificados digitais no âmbito da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), e seguiu especificações e regras internacionais para documentos eletrônicos e registros criptografados, com o objetivo de dar o máximo de segurança ao sistema. A ICP-Brasil é o conjunto de normas técnicas e legais que possibilitam a utilização da certificação digital no país com a presunção de validade jurídica do artigo 131 do Código Civil. A Serasa fez grandes investimentos para trazer a mais avançada tecnologia e adaptar sua infra-estrutura para a certificação, expandiu


DIVULGAÇÃO

os certificados digitais

Tácito Nobre, diretor de Novas Tecnologias da Serasa, diz que a segurança dos certificados segue as mais rígidas normas internacionais

seus serviços pela internet e mantém acordos operacionais com as principais empresas de informações de todos os continentes. A empresa, que tem o maior banco de dados sobre pessoas, empresas e grupos econômicos do país, apóia hoje mais de 2,5 milhões de negócios por dia.

Credenciamento O credenciamento permitirá que a Serasa Certificadora Digital lance oito tipos de certificados digitais: os de assinatura A1, A2, A3 e A4, e os de sigilo S1, S2, S3 e S4. Esses certificados têm características únicas, que permitem sua utilização por todos os usuários, pessoas físicas ou jurídicas, segundo as necessidades de cada um. Assim, no

certificado, é possível constar, além do nome do seu titular, informações como o nome da empresa a que está eventualmente associado o certificado, qualquer nome fantasia, a identificação da unidade (por exemplo, grupo, área, divisão, seção ou qualquer outra identificação semelhante), um número de referência (por exemplo de registro na empresa ou em órgão de classe), um código, o escopo de utilização do certificado, etc. De acordo com Tácito Pereira Nobre, diretor de Novas Tecnologias de Telemática da Serasa, as chaves vão permitir que o texto enviado navegue totalmente cifrado, através de método de criptografia. “Só o destinatário vai conseguir decifrar com sua chave própria e secreta. Cada entidade que se utilizar do sistema terá um par de chaves casadas, geradas matematicamente, uma que será de conhecimento exclusivo dele (a chave privada) e outra que será de conhecimento público (a chave pública)”, explica Tácito. A mensagem que for encriptada com a chave privada só poderá ser decriptada com a chave pública e vice-versa. O certificado digital conterá a chave pública necessária à decriptação da mensagem enviada, e terá sua autenticidade garantida pela Serasa Autoridade Certificadora. “A Serasa estuda a tecnologia de certificação digital e suas implicações há vários anos. A empresa fez todos os esforços para viabilizar esta solução, utilizando o que há de mais moderno

em tecnologias de infra-estrutura de ambientes computacionais, infraestrutura de redes, segurança, diskarrays, servidores e softwares em uma solução de alta disponibilidade”, afirma o diretor de Novas Tecnologias de Telemática da Serasa. Segundo Tácito, a questão de segurança foi uma das mais estudadas. “Nosso ambiente de segurança física foi elaborado de acordo com normas internacionais, que a ICP-Brasil teve como referência ao definir os requisitos a serem atendidos. Ele é composto por níveis encapsulados, onde, a cada nível, se incluem características mais refinadas de controle de acesso”, diz. A Serasa foi criada em 1968 pelos bancos para centralizar informações, com o objetivo de racionalizar custos administrativos e obter incrementos qualitativos de especialização. A empresa, principalmente nesta última década, estendeu sua atuação para todos os setores da economia. A Serasa atua no mercado nacional e internacional mantendo acordos operacionais com as principais congêneres de todos os continentes. O Banco de Dados da Serasa é o maior da América Latina, dispondo de registros de todas as empresas legalmente constituídas no Brasil, cerca de 8,9 milhões, entre as quais 5,3 milhões em atividade, e sobre todos os consumidores do Brasil com alguma atividade econômica.

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Guia do Empreendedor Análise Setorial

A diferença entre o chefe e o líder

2002

DIVULGAÇÃO

Ser chefe não significa necessariamente saber liderar. Existem outros fatores que possibilitam às pessoas atingirem os cargos administrativos desejados, como parentesco, amizade, tempo de serviço ou habilidades políticas. Como conseqüência, muitos líderes natos não possuem cargos de chefia, também por uma série de variáveis. Mas qual é a diferença entre essas posições? O chefe é aquele que possui autoridade formal num cargo que esteja previsto na estrutura organizacional, cujas atribuições lhe concedem capacidade para deliberar e decidir dentro das limitações de sua área/competência. Pode usar dos poderes a ele conferidos por estatutos, manuais, procedimentos ou rotinas para delegar atividades, empreender ações e motivar os subordinados a atingir os objetivos da organização. Na realidade, a palavra “chefe” identifica aquele que manda, que possui poder, que cumpre e faz cumprir. Chefiar, portanto, é transformar em ações as idéias aprovadas, impulsionar e orientar as pessoas responsáveis por tarefas necessárias à consecução dos objetivos da organização. Já o líder é aquele que é seguido, mesmo que não seja formalmente indicado, porque consegue ser aceito, respeitado e admirado pelo grupo, uma vez que une e representa os anseios comuns. Possui grande identificação com os colegas e um relaAgosto – Empreendedor

Para conseguir a liderança é preciso ter visão de futur o futuro cionamento baseado na consciência de que somente unidos formarão um grupo coeso e forte. Deve ter personalidade marcante e capaz de constituir fatores aglutinantes. O líder, portanto, é aquele que é obedecido sem contestação, sem medo, porque conduz os companheiros e o grupo à consecução de algum objetivo de interesse comum. É certo que os líderes buscam sempre alguma forma de poder e sabem usá-lo para manter a liderança. O poder fascina homens e mulheres, que anseiam conquistá-lo de alguma forma. A mais inteligente é realizar os seus próprios desígnios através dos esforços dos outros. Existe farta biografia que tenta delinear modelos de liderança. É certo que existem muitos estilos que refletem a biografia dos homens que fizeram ou escreveram a história. Mas se transportarmos esses conceitos para a realidade atual veremos que é no líder que se concentram as grandes realizações e conquistas. Nas grandes entidades de classe, como associações e sindicatos, já existiram lideranças fortes, mas os seus anseios por posições de maior destaque na política ficaram acima das ações como líderes. Mesmo na política, diversos candidatos a presidente do Brasil, de esquerda ou de direita, não passam nem perto de serem líderes. E nessa situação fica cada vez mais difícil escolher um candidato, sem nem conhecermos seus projetos e planos de governo. Nossa sorte – ou azar, depen-

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dendo do ponto de vista – é que hoje ninguém governa sozinho. Se o eleito, seja ele quem for, não tiver apoio do Congresso Nacional para aprovar suas medidas, não fará nada para piorar ou melhorar a situação atual. Não tem jeito, precisa ter maioria na Câmara e no Senado. Mesmo se o novo presidente quiser romper com a comunidade internacional, fechar nosso mercado, não pagar a dívida, vai ficar só no “desejo”. Sem o apoio do Congresso, não conseguirá adotar nenhuma medida mais forte. E para conseguir esse apoio só sendo um grande líder. Como indivíduos nós também podemos e devemos tentar encontrar nosso estilo próprio de liderança, nossas afinidades com a função que desempenhamos. Fazemos realmente o que gostamos, com alegria, competência, dedicação e acima de tudo com amor? Se sua resposta for positiva você tem grandes chances de se tornar um líder. Fazer bem feito é o primeiro passo para conquistar a admiração e influenciar as ações dos que estão à nossa volta. Para continuar seguindo o caminho da liderança, é preciso ser perseverante e ter uma visão de futuro. A humildade é fator fundamental: faça auto-análise, aprenda a confiar e, principalmente, enxergue sob o ponto de vista dos outros.

Ivan W agner de Souza Wagner

Diretor da Leme Investimentos


Indicadores Carteira teórica Ibovespa NOME/TIPO AÇÃO

VARIAÇÃO % ANO (ATÉ JULHO)

0,662 1,987 0,747 4,954 0,712 0,322 1,434 0,678 3,269 3,014 0,643 0,192 2,808 0,652 0,422 1,133 0,362 1,12 1,226 2,963 0,747 1,574 3,479 0,512 1,413 1,001 100 0,131 0,178 3,241 1,502 0,217 0,302 1,525 0,53 2,9 9,04 0,647 1,421 0,529 0,808 0,497 1,506 1,745 0,569 2,033 0,131 2,028 1,127 14,652 2,131 4,173 1,044 0,343 0,692 1,404 4,371 0,531

-11,59 -9,69 41,30 -24,38 -36,71 -9,12 -17,38 -25,48 -17,09 -21,89 15,22 -8,39 -13,72 -50,67 -43,28 -38,27 -17,06 -21,24 -26,60 -22,78 -53,48 17,88 25,11 -72,48 -83,03 43,27 -28,81 -78,92 -3,41 -23,85 -20,40 -12,84 -39,18 -87,16 12,63 -14,04 -17,43 -18,28 37,16 31,98 16,14 -19,41 -18,20 -25,22 -56,80 -19,59 -34,45 -32,34 -37,92 -34,80 -30,19 -58,76 9,86 10,31 -4,12 -6,82 26,26 19,07

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Inflação Índice IGP-M IGP-DI IPCA IPC - Fipe SP

(%)

Junho 1,54 1,74 0,42 0,31

Ano 12 Meses 3,48 9,48 4,08 9,70 2,94 7,66 1,34 5,75

Juros/Aplicação CDI Selic Poupança Maio CDB pré 30 Our Ouroo BM&F

(%)

Junho Ano 12 Meses 1,31 8,64 18,50 1,33 8,68 18,46 0,66 4,23 8,95 1,18 7,78 16,61 9,02 34,88 38,10

Indicadores imobiliários CUB SP TR

Junho 0,44 0,216

Ano 5,14 1,43

(em %) 12 Meses 8,9 -

Juros/Crédito Julho 19/jul Desconto 2,81 a 4,72 Factoring 4,05 a 4,09 HotMoney 2,10 a 6,90 GiroPré* 36,64 a 96,71

Julho 25/jul 2,82 a 4,66 4,05 a 4,08 2,10 a 6,89 36,53 a 96,70

(em % mês) Julho 26/jul 2,84 a 4,66 4,05 a 4,08 2,10 a 6,89 36,80 a 96,70

(*= taxa ano)

Câmbio (em 29/07/2002) Cotação Dólar Comercial Euro Iene

R$ 2,9822 US$ 0,9889 US$ 118,99

Mer cados futur os Mercados futuros Setembro Dólar R$2,96869 Juros DI 18,78% Ibovespa – Café (NY) US$48,4000

(em 29/07/2002) Outubro Novembro R$2,96273 R$2,96716 19,40% 20,57% 9.529 – – –

Empreendedor – Agosto

2002

Acesita PN Ambev PN Aracruz PNB Bradesco PN Bradespar PN Brasil ON Brasil PN Brasil T Par ON Brasil T Par PN Brasil Telecom PN Celesc PNB Cemig ON Cemig PN Cesp PN Comgas PNA Copel PNB Copene PNA CRT Celular PNA Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo Metropo PN Embraer ON Embraer PN Embratel Part ON Embratel Part PN Gerdau PN Ibovespa Inepar Construcoes PN Ipiranga Pet PN Itaubanco PN Itausa PN Klabin PN Light ON Net PN Petrobras Distrib PN Petrobras ON Petrobras PN Sabesp ON Sid Nacional ON Sid Tubarao PN Souza Cruz ON Tele Celular Sul ON Tele Celular Sul PN Tele Centroeste Cel PN Tele Leste Celular PN Tele Nordeste Celul PN Telefonica Data Hld PN Telemar Norte Leste PNA Telemar ON Telemar PN Telemig Celul Part PN Telesp Cel Part PN Telesp Operac PN Tractebel ON Transmissao Paulist PN Usiminas PNA Vale Rio Doce PNA Votorantim C P PN

PARTICIPAÇÃO IBOVESPA


Guia do Empreendedor Agenda De 02/09 a 04/09/2002

FI – FOOD INGREDIENTS SOUTH AMERICA

MULTIMINAS BRASIL

Exposição Internacional de Ingredientes Alimentícios, Desenvolvimento de Produtos e Controle de Qualidade na América Latina Transamérica Expo Center São Paulo – SP Fone: (11) 3873-0081

4º Fórum Internacional de Vitivinicultura e Enologia Fundaparque Expo Bento Gonçalves – RS Fone: (11) 5572-1221

IV Feira de Turismo Expominas – Centro de Feiras e Exposições de MG Belo Horizonte – MG Fone: (31) 3261-3870

De 02/09 a 04/09/2002

TECNOBEBIDA Exposição Internacional de Tecnologia para a Indústria de Bebidas na América Latina Transamérica Expo Center São Paulo – SP Fone: (11) 3873-0081 De 02/09 a 05/09/2002

RIO OIL & GAS EXPO’2002 11ª Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos de Petróleo Pavilhão de Exposição do Riocentro Rio de Janeiro Fone: (21) 2532-1610

De 10/09 a 14/09/2002

De 12/09 a 22/09/2002

FEMADE 2002

17ª FEIRA DO LIVRO DE FLORIANÓPOLIS

Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Produtos para a Extração e Industrialização da Madeira e do Móvel Expo Trade Pinhais – PR Fone: (11) 3662-4692

Beiramar Shopping Florianópolis – SC Fone: (48) 224-5135

De 10/09 a 14/09/2002

EXPOCON V Feira de Fornecedores da Construção Civil Centro de Exposições de Curitiba Parque Barigüi Curitiba – PR Fone: (41) 335-3377

De 13/09 a 16/09/2002

COSMOPROF / COSMÉTICA Feira Internacional da Beleza Pavilhão de Expos. do Parque Anhembi São Paulo – SP Fone: (11) 3826-9111 De 14/09 a 16/09/2002

5ª HOUSEWARES & GIFT FAIR SUL CEPC – Centro de Eventos da PUC Por to Alegre – RS Fone: (11) 3826-0201 De 14/09 a 16/09/2002

De 10/09 a 14/09/2002

De 03/09 a 06/09/2002

ESCOLAR 2002

EXPO CIMENTO

EXPO COMM

16ª Feira Internacional de Produtos para a Escola, Papelaria, Escritório e Informática Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo –SP Fone: (11) 4191-8188

Feira Nacional de Produtos de Cimento Expo Center Nor te São Paulo – SP Fone: (11) 4688-6000

Expo Comm Wireless Brasil 2002 Transamérica Expo Center São Paulo – SP Fone: (11) 5505-7272

De 04/09 a 08/09/2002

FICAM 9ª Feira da Indústria, Comércio, Cultura e Arte de Marabá Estádio Zinho de Oliveira Marabá – PA Fone: (91) 321-1020 De 06/09 a 15/09/2002

PRODUSUL 13ª Feira de Produtos da Região Sul Centro de Exposições do Aeropor to Municipal Tubarão – SC Fone: (11) 626-8701 De 10/09 a 14/09/2002

2002

De 12/09 a 15/09/2002

De 10/09 a 14/09/2002

FEAVIN

VINO BRASIL’ 2002 4º Salão Internacional do Vinho Fundaparque Expo Bento Gonçalves – RS Fone: (11) 5572-1221 Agosto – Empreendedor

De 10/09 a 14/09/2002

FEHAB Feira Internacional de Materiais para Construção São Paulo – SP Fone: (11) 4688-6000

De 17/09 a 19/09/2002

TELEXPO WIRELESS 2002 2º Congresso e Exposição Internacionais sobre M-Business Hotel Gran Meliá São Paulo – SP Fone: (11) 3170-7000

De 10/09 a 14/09/2002

FISST Feira Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho Expo Center Nor te São Paulo – SP Fone: (11) 4688-6000

De 17/09 a 19/09/2002

DOMÓTICA 2002 3º Salão Internacional de Tecnologias para a Habitação Pavilhão da Bienal do Ibirapuera São Paulo – SP Fone: (11) 3151-6444

De 11/09 a 15/09/2002

INFOTECH’2002 10ª Feira de Tecnologia, Informática e Telecomunicações Centro de Eventos do Catuaí Shopping Londrina – PR Fone: (43) 339-9977

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De 24/09 a 26/09/2002

CNASI’2002 11ª Exposição Nacional de Auditoria de Sistemas e Segurança em Informática Frei Caneca & Convention Center São Paulo – SP Fone: (11) 4689-6490


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