EDIÇÃO NÚMERO 100
Ano 9 • Nº 100 Fevereiro 2003 R$ 6,00
Inovação e Valor aos Negócios
www.empreendedor.com.br
ISSN 1414-0152
Depois de marcar presença na área tecnológica, JOVENS EMPREENDEDORES buscam novas oportunidades de negócios
TERRITÓRIO
JOVEM
Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Marketing e Comercialização José Lamonica [joselamonica@uol.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexandre Gonçalves [alex@empreendedor.com.br] Editor: Carlos Castilho Repórteres: Lúcio Lambranho, Fábio Mayer e Sara Caprario Editor de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Arquivo Empreendedor Produção e Arquivo: Ivone Zanatta Ilustrações: Clóvis Geyer Capa: Superstock Revisão: José Renato de Faria/Ponto Final Coordenador de Web: Flaviano da Cunha Júnior Sedes
Nesta Fevereiro/2003
Juarez Miguel Rossetim, contador e consultor de empresas, explica o que muda na vida das empresas com a entrada em vigor do Novo Código Civil. As alterações mais significativas dizem respeito às formas de sociedade.
Capa
Produção gráfica Impressão e acabamento: Coan Gráfica Editora CtP Distribuição: Fernando Chinaglia S.A. (São Paulo) Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br
ANER
SUPERSTOCK
Dinâmica Promoções e Eventos Carlos Hamilton Martins Feltrin Rua Turiassu, 127, cj. 12/13 - Perdizes Fone/Fax: (11) 3822-0412 05005-001 - São Paulo - SP [dinapro@terra.com.br] Escritórios regionais
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Entrevista
São Paulo Diretor de Marketing e Comercialização: José Lamonica Executivos de Contas: Paula Araújo Speda, Ariovaldo Florian e Edson Ramão Rua Sabará, 566, 9º andar, cj. 92 Fones: (11) 3214-5938/ 32 57-4667/3214-6093 01239-010 - São Paulo - SP [empreendedorsp@uol.com.br] Florianópolis Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss Av. Osmar Cunha, 183, Ceisa Center, bl. C, 9º andar - Fone: (48) 224-4441 88015-900 - Florianópolis - SC Representante
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edição
18 Mantendo uma posição de destaque nos negócios da área tecnológica, os jovens empreendedores buscam formas de conquistar espaço também em outros segmentos. E, para decifrar o mapa que leva os jovens a novas conquistas, professores e especialistas em empreendedorismo destacam o que pode e o que deve ser feito para que novas oportunidades sejam exploradas pelos novos empreendedores.
GUIA DO EMPREENDEDOR
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Produtos e Serviços ................... 56 Do Lado da Lei ........................... 58 Leitura ........................................ 60 Análise Setorial ......................... 64 Indicadores ................................. 65 Agenda ....................................... 66
DIVULGAÇÃO
A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor
Investindo no atendimento de novos nichos de mercado, a indústria da beleza vive um dos seus melhores momentos. E já desponta com novas ações para incrementar ainda mais seus resultados.
CONHECIMENTO
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Mercado
ATENDIMENTO AO CLIENTE
Concorrentes atuando juntos com um mesmo objetivo. O associativismo, que já é comum em vários setores, pode ser aproveitado também por franquias, como mostra a reportagem de Franquia Total. Também nesta edição, as notícias do mundo do franchising. E na seção Franco Franquia um franqueador quer saber o que fazer com o franqueado que não atinge as metas, mas ajuda na administração da rede. Confira ainda o espaço da ABF.
Os três inimigos
A grande contradição
INFORMAÇÃO
Suplemento
Notícias no trabalho
Colaboração, adoção e compartilhamento são as palavras que despertam as maiores desconfianças dentro da maioria das empresas.
As empresas elevam em 34% as verbas para atenção ao cliente, mas 46% dos consumidores interrompem compras por mau atendimento.
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Cresce aceleradamente o número de empresas que toleram e até incentivam seus funcionários a ler jornal através da internet corporativa no horário de trabalho.
49 LEIA TAMBÉM Cartas ................................. Empreendedores ........................ Não Durma no Ponto ..................... Via Digital ............................ Idéias .................................
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TENDÊNCIAS
SUPERSTOCK
FRANQUIA TOTAL
Tirando leite de pedra Os empreendedores terão tempos difíceis pela frente caso a economia mundial continue sob o impacto da desaceleração norte-americana.
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Editor
Cartas C
om esta edição, a revista Empreendedor chega a 100 números publicados. É uma marca que muito nos orgulha e nos envaidece porque comprova, sobretudo, a vitalidade de um projeto inovador, que faz jus ao seu nome e que procura cumprir com competência sua posição de apoiar os empreendedores em transformar seus sonhos em negócios de sucesso. Da primeira edição, publicada em agosto de 1994, até esta de número 100 muita coisa mudou. E não apenas na revista, mas também no Brasil e no mundo. Em agosto de 1994, o Brasil já havia conquistado o Tetra e os primeiros reflexos do Plano Real já eram sentidos no bolso dos brasileiros. Uma das maiores provas das mudanças ocorridas é que, naquela época, a internet ainda parecia coisa do outro mundo, bem diferente do que se vê hoje, quando a rede se tornou ferramenta fundamental na vida das pessoas (aliás, paralelamente ao crescimento da revista impressa, a Empreendedor tornou-se a primeira revista de economia a ter uma versão on-line, em abril de 1996). Em termos de mudanças, a Empreendedor já passou por muitas alterações em seu projeto gráfico. O que nunca mudou foi o compromisso da revista com as premissas básicas quanto ao desenvolvimento dos empreendedores, mostrando desde a descoberta de novas oportunidades até a melhor forma de administrar, passando pelas ferramentas de inovação e de valorização dos negócios, como bem prega nosso slogan. Essa é uma postura que sempre esteve muito clara, desde o começo. Basta ver a pauta da primeira edição para comprovar: qualidade total nas micro e pequenas empresas, oportunidades no franchising e no mercado de panificadoras, histórias de grandes empreendedores.
Fevereiro – Empreendedor
Para marcar esta edição especial, decidimos produzir uma reportagem dedicada especialmente aos jovens empreendedores, que têm espaço cativo na revista, por reconhecermos neles personagens fundamentais na consolidação do empreendedorismo no Brasil. A reportagem de capa trata justamente dos espaços que os jovens empreendedores já ocupam e também aponta outros que estão sendo ou que podem ser ocupados. O repórter Lúcio Lambranho, que tem acompanhado de perto o movimento da chamada Geração-E, colheu depoimentos importantes de diversos especialistas e com eles mapeou o território onde a presença dos jovens empreendedores é marcante. A reportagem também cumpre outra função: mostra o quanto o trabalho do jovem empreendedor deve ser respeitado no Brasil, seja por sua capacidade de gerar negócios, seja por sua disposição de inovar e apostar no novo. É um recado àqueles que ainda hoje pouco valorizam os jovens empresários, sobretudo por conta de sua idade e de sua suposta inexperiência. Temos orgulho de contar com uma importante parcela de nosso público leitor formada por jovens. E mais orgulho ainda de abrir espaço para que eles possam mostrar suas capacidades empreendedoras e, assim, também aprender um pouco mais sobre o mundo dos negócios. Nesse contexto, vale ressaltar também nesta edição especial a entrevista sobre o que muda nas empresas com o Novo Código Civil, que entrou em vigor no mês de janeiro. O contador Juarez Miguel Rossetim, com clareza e num tom bastante didático, mostra quais são as principais alterações e como lidar com elas. Boa leitura e parabéns a todos nós.
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Artigos Sou administrador de empresas, professor universitário na cadeira de Gestão Empreendedora e assinante desta revista. Gostaria de saber como proceder para encaminhar um artigo de minha autoria para análise e avaliação de conteúdo visando a sua publicação. No caso de aceitação, estarei aguardando uma resposta para o envio do mesmo. Marcelo Abi-Saber
mabisaber@ig.com.br
Marcelo, Publicamos artigos de opinião na revista Empreendedor, na seção Sua Opinião. Esses artigos, além, é claro, de estarem relacionados à temática Economia e Negócios, devem respeitar um tamanho-padrão (em torno de 3.500 caracteres). Os textos devem ser enviados para o e-mail alexandre@empreendedor.com.br, aos cuidados do editor-executivo Alexandre Gonçalves.
Reciclagem Solicito informações referentes à reportagem publicada na revista Empreendedor nº 46, de agosto de 1998, que trata de reciclagem. Interessei-me sobre alguns tópicos que se encontram na mesma e, por isso, desejo mais informações sobre o assunto, principalmente saber como entrar em contato com o empresário Jorge Marinho, citado na reportagem. Hoje tenho uma pequena empresa de captação de produtos recicláveis, mas como o mercado é muito interessante gostaria de criar peças com o vidro que recolho. Milton Palacio
Campo Grande – MS Milton, O telefone de contato com o empresário Jorge Marinho é (48) 222-2086.
de Empreendedor para
Empreendedor Assinaturas
CARTAS PARA A REDAÇÃO Correspondências por e-mail devem ser enviadas para alexandre@empreendedor.com.br, aos cuidados do editor Alexandre Gonçalves. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do estado de onde está escrevendo.
CEDOC O Centro de Documentação (CEDOC) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato com Ivone Zanatta, pelos telefones (48) 224-4441 e 0800 48 0004, ou por e-mail (redacao@empreendedor.com.br).
Marketing e vendas
Sugestão
Tenho acompanhado com interesse redobrado as últimas edições da revista Empreendedor, em especial as que trataram de marketing (“Chega de miopia”) e capacidade de venda (“No alvo”). Quero parabenizar toda a equipe da revista pela escolha e pela forma com que esses dois temas foram abordados. Fico no aguardo de que novas reportagens sobre marketing e vendas sejam feitas por vocês.
Há muito tempo leio a revista Empreendedor. É uma leitura que me agrada muito. Estou escrevendo para fazer um elogio e uma solicitação. O elogio é para o encarte Meu Negócio, publicado nas edições de outubro e novembro de 2002. Muito bem produzido e com uma linguagem muita boa para quem está querendo abrir o próprio negócio. Já a minha solicitação é para que a revista mantenha uma seção que tenha o mesmo objetivo do encarte Meu Negócio. Ou seja, orientar os novos empreendedores, mesmo que o assunto empreendedorismo seja uma constante nas páginas da revista.
Roberto Marcondes
Porto Alegre – RS
Michael Ricardo da Nóbrega
Medianeira – PR
Michael, Anotamos sua sugestão e em breve veremos a melhor forma de atendê-lo. Enquanto isso, continue prestigiando a revista Empreendedor.
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Correspondência As cartas para as revistas Empreendedor, Jovem Empreendedor, Dirigente Lojista, Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de Franquias, publicações da Editora Empreendedor, podem ser enviadas para qualquer um dos endereços abaixo: São Paulo: Rua Sabará, 566 - cj. 92 CEP 01239-010 - São Paulo - SP Rio de Janeiro: Rua México, 31 - cj.1404 CEP 20031-144 - Rio de Janeiro - RJ Brasília: SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial - Bloco C - cj. 330 CEP 70140-907 - Brasília - DF Rio Grande do Sul: Rua Correa Lima, 1488 Sala 502 - Santa Tereza CEP 90850-250 - Porto Alegre - RS Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 Bloco C - cj. 902 CEP 88015-900 - Florianópolis - SC Paraná: Rua Joaquim da Costa Ribeiro, 507 A, Atuba CEP 82840-190 - Curitiba - PR Ceará: Av. Luciano Carneiro, 99 - Bairro Fátima - 60410-690 - Fortaleza - CE Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem CEP 51021-310 - Recife - PE Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300, 17º andar, cj. 1704 CEP 30112-021 - Belo Horizonte- MG Os artigos deverão conter nome completo, assinatura, telefone e RG do autor, e estarão sujeitos, em função do espaço, aos ajustes que os editores julgarem necessários.
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Reprints editoriais É possível solicitar reimpressões de reportagens das revistas da Editora Empreendedor (mínimo de 1.000 unidades)
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Empreendedor – Fevereiro
2003
Roberto, Agradecemos suas palavras e destacamos que brevemente produziremos novas reportagens sobre os dois temas citados por você, pois temos consciência de que são importantes no desenvolvimento de uma carreira empreendedora.
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a última década, a construção civil conseguiu superar definitivamente a sofrida estagnação nos anos 1980 e 1990. As condições econômicas favoráveis do País – especialmente o baixo índice de desemprego e o aumento da renda da população – e a disponibilidade de crédito imobiliário, com prazos mais longos e juros menores, além de programas públicos como o “Minha Casa Minha Vida” permitiram que muitos brasileiros realizassem o sonho da casa própria. Em 2011, o volume dos financiamentos para aquisição e construção de imóveis cresceu 42%, índice que representa novo recorde histórico. São milhões de unidades residenciais e comerciais entregues e em construção, que consolidam o crescimento do setor. Tudo isso fez com que o número de trabalhadores com carteira assinada na construção civil dobrasse nos últimos cinco anos. No desempenho geral, o incremento foi de 11,6% em 2010 – ano excepcional, marco da recuperação – e de cerca de 5% em 2011, o que demonstra não um arrefecimento simples do ritmo, mas sim uma acomodação natural das atividades para se chegar a um ponto de equilíbrio sustentável do crescimento setorial. E o bom momento deve durar, pois o déficit habitacional no País ainda é alto – superior a 8 milhões de moradias, segundo a Abecip – e a aquisição de imóveis tem se mostrado um excelente investimento. Com crescimento acima da média mundial, os preços mais do que dobraram nos últimos cinco anos, atingindo valorização de 24,7% em 2011, índice superado apenas pela Índia. Além disso, há uma larga margem para o crédito imobiliário crescer. Hoje ele representa 4,7% do PIB total do País e a perspectiva é de que essa participação atinja 6% em 2012 e chegue a 10% em 2014. Com o mercado aquecido, as empresas da área têm se utilizado de diferentes estratégias para conquistar clientes. Entre as principais tendências estão a transformação de condomínios em verdadeiros complexos de lazer, a adoção de tecnologias sustentáveis, a aquisição e fusão de empresas para aumentar a presença no território nacional, a utilização da internet como ferramenta de vendas e inovação, além de projetos especialmente criados para atender públicos específicos. Não deixe de conferir as oportunidades na matéria de capa e demais reportagens desta edição. Alexsandro Vanin
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Juarez Miguel Rossetim
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“As mudanças são notórias”
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O consultor Juarez Rossetim explica o que muda nas empresas com a entrada em vigor do Novo Código Civil e de que forma os empreendedores devem se adaptar ao que prevê a nova legislação As mudanças trazidas pelo Novo Código Civil, que acaba de entrar em vigência no país, atingem em cheio as empresas de sociedade limitada, atualmente 95% das companhias brasileiras. Muitas delas serão afetadas, principalmente as micro e pequenas empresas, devido à complexidade da estrutura da nova legislação e aos quóruns mínimos criados por ela, o que pode até inviabilizar o uso desse tipo de sociedade no Brasil. É possível que essas companhias mudem para o regime das Sociedades Anônimas. Mas para Juarez Miguel Rossetim, sócio-diretor da Sprada & Rossetim Contadores Associados, o problema é o custo de organização e manutenção de uma S.A. De acordo com Rossetim, o Novo Código Civil regula questões pontuais e compatíveis com o atual momento. “Uma norma de 1916 e 1850 não poderia suprir as necessidade de um povo que vive em 2003. São notórias as mudanças ocorridas”, afirma. Mas mesmo assim, segundo ele, o Novo Código Civil deixa de tratar de alguns pontos controversos relacionados à atualidade que não eram previstos em 1969, quando foi iniciado seu trâmite. Nesta entrevista, o sócio-diretor da Sprada & Rossetim, formado em contabilidade pela FAE Fevereiro – Empreendedor
Business School, com pós-graduação em Engenharia Econômica e de Produção também pela FAE, esclarece de que forma as sociedades limitadas serão afetadas com o Novo Código Civil, quais as alterações que terão implicações sobre os procedimentos contábeis e quais as principais etapas para a adequação de uma empresa. Empreendedor – De que forma o Novo Código Civil atinge as empresas de sociedade limitada?
Juarez Miguel Rossetim – De forma geral todas as sociedades limitadas serão afetadas. Desde as grandes empresas até as micro e pequenas. As grandes empresas terão mais condições para se adequar à gama de mudanças ocorridas, seja se adequando dentro do próprio regime das sociedades limitadas ou mediante alteração para o regime das Sociedades Anônimas. O principal motivo que levará a isso são as determinações quanto aos quóruns mínimos criados pela nova legislação. Empreendedor – O que pode ser feito para minimizar isso? Quais as alternativas?
Rossetim – Em resumo, as pequenas empresas terão que lidar com a
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questão dos quóruns mínimos, exigência quanto à realização de assembléias, convocações, publicações, regime de casamento em caso de sócios cônjuges, etc. Para tanto, devem buscar urgente assessoramento que comumente para essas pequenas empresas se inicia com seu contador. Por fim, faço uma ressalva quanto à questão do regime de casamento. Não poderá constituir sociedade o casal cujo regime de casamento tenha sido o da Comunhão Universal de Bens ou o da Separação Obrigatória. Empreendedor – Quais as novidades em relação à estrutura societária de uma Sociedade Limitada?
Rossetim – O que vemos com o Novo Código Civil é que a simplicidade das antigas Sociedades por Quotas de Responsabilidade Limitada estão dando vez a uma estrutura mais complexa. Entendo até que essa estrutura que está sendo requerida poderá até inviabilizar o uso desse tipo de sociedade, devendo migrar para outros tipos. Acredito que a principal mudança quanto à estrutura societária de uma sociedade limitada diz respeito ao quórum de deliberação. Há uma nítida tentativa de proteger os só-
( ) sócio-diretor da Sprada & Rossetim Contadores Associados
Empreendedor – O que isso representa na prática?
quar às regras da sociedade limitada, arcando com os custos correspondentes e com o engessamento provocado pelas mudanças. Esses são apenas alguns dos aspectos. Empreendedor – Quais as alterações do Novo Código Civil que têm implicações sobre os procedimentos contábeis das empresas de sociedade limitada?
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Rossetim – Atualmente há o enRossetim – Anteriormente, 50 mais tendimento equivocado de alguns ditos 1 dava a maioria e a decisão poderia profissionais da área contábil de que ser tomada. Agora não. Para determi- empresas de determinado tipo, em funnados atos, como destituição de um ção do regime tributário por qual tenha administrador, será necessário um quó- optado, estariam desobrigadas de exerum de 66% ou de 75% quando cor- cutar a escrituração contábil. Do ponto responder a uma modificação no contrato social ou ainda implicar “O Novo Código fusão ou incorporação. mostra que a Já numa Sociedade Anônima poderá consimplicidade tinuar com proporção 50 mais 1. Outras das antigas empresas poderão apeSociedades por nas estabelecer em seus instrumentos contraQuotas está tuais que poderão ser, para alguns casos, redando vez a gidas segundo o regime das Sociedades Anôniuma estrutura mas. O que deve ser mais complexa” considerado é que o custo de organização e manutenção de uma S.A., mesmo que de capital fechado, é muito superior ao de uma limitada, pela quantidade de obrigações que deverá cumprir, entre as quais a publicação de balanços, atas, constituição dos conselhos, etc. Para aquelas sociedades limitadas de menor porte, a dificuldade será maior. Elas não têm a flexibilidade e o respaldo financeiro para realizar modificações ou alterações do porte de uma S.A. Acabarão, sim, tendo que se ade-
de vista tributário, já é uma aberração esse entendimento. A própria norma tributária exige a escrituração do livro caixa. Do ponto de vista gerencial, não há nem o que falar. Imagine gerir um empreendimento sem poder contar com instrumentos que permitam uma avaliação básica mais precisa. Além do mais, não efetuar a contabilidade acaba por trazer transtornos nos relacionamentos das sociedades junto a bancos, fornecedores, clientes, etc. O Novo Código Civil acaba com essa equivocada interpretação, estabelecendo que ao final de cada exercício social a sociedade limitada procederá à elaboração do inventário, do balanço patrimonial e do balanço de resultado econômico. TamDIVULGAÇÃO
cios minoritários ao estabelecer quóruns mínimos de 66%, indo até para quóruns de 75%. A maioria simples deixa de existir para esse tipo de sociedade, e a mudança engessa a sociedade. A identificação de um adequado modelo, que atenda às necessidades particulares, deverá passar necessariamente por um minucioso planejamento societário.
Empreendedor – Fevereiro
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“A exigência dos quóruns mínimos é a evidência concreta da busca do equilíbrio entre o sócio mais forte e o mais fraco”
bém deixa clara a obrigatoriedade de os administradores prestarem contas dos atos da administração. Prevê de forma muito cristalina a obrigatoriedade de se elaborar balanço. Estabelece ainda que os lançamentos nos livros contábeis tornam os contadores responsáveis pelos atos praticados, passando a ser tão responsáveis quanto o próprio empresário que praticou tais atos comerciais. O contador deverá zelar ainda mais quanto à fidedignidade das demonstrações financeiras que estiverem sob sua responsabilidade, sob pena de ter que ressarcir prejuízos causados. Jamais o contador deveria ceder a pressões para executar uma “contabilidade” fraudulenta. Esse “profissional”, carente de qualquer proporção mínima de princípios éticos e morais, deverá sofrer na pele as conseqüências por seus atos.
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Empreendedor – Na sua opinião, com o Novo Código há um maior equilíbrio contratual entre as partes: contratante e contratada? Por quê?
Rossetim – Sim. O sócio minoritário é o foco central do novo ordenamento jurídico. A exigência dos quóruns mínimos é a evidência concreta da busca do equilíbrio entre o mais forte e o mais fraco. Fevereiro – Empreendedor
Empreendedor – O Novo Código faz distinção entre sociedades nacionais e estrangeiras. Qual o propósito?
Rossetim – O Novo Código Nacional estabelece uma distinção entre “sociedade nacional” e “sociedade estrangeira”. Ele trouxe muitas mudanças quanto aos termos empregados, praticamente forçando que somente especialistas dominem atualmente as normas. “É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no país a sede de sua administração.” É feita essa distinção para deixar claro que é nacional aquela que seja organizada segundo as leis brasileiras, independentemente de os sócios residirem no Brasil ou no exterior. Por exemplo, uma multinacional, constituída segundo as leis brasileiras, é considerada uma sociedade nacional. Por outro lado, conforme estabelece a Constituição, poderá ser exigido que para alguns ramos de atividade deva ser observada regra de composição societária específica. É o caso, por exemplo, de empresas que atuam no ramo jornalístico ou de radiodifusão, onde é exigida a participação mínima de capital nacional. Para finalizar esse ponto, sociedade estrangeira é aquela constituída de acordo com as leis do seu país de origem. Pode, no entanto, uma sociedade estrangeira atuar no Brasil, devendo obviamente requerer autorização para funcionamento. Empreendedor – Isso vai fomentar o crescimento das empresas brasileiras?
Rossetim – Não entendo que o fato de haver definição quanto ao termo “sociedade nacional” venha a incrementar ou diminuir o número do que chamávamos anteriormente de empresa. As atividades sofrerão incremento se houver uma política orientada para isso, com taxas de juros compatíveis, uma reforma tributária efetiva que desonere a produção, uma reforma previdenciária que acabe com as benesses
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concedidas ao funcionalismo público em detrimento dos trabalhadores da iniciativa privada, uma reforma trabalhista que traga para a realidade a ficção do passado. Empreendedor – O prazo para as empresas se adaptarem ao Novo Código é o dia 11 de janeiro de 2004. Quais são as principais etapas que devem ser seguidas para a adequação de uma empresa?
Rossetim – O que temos é que as sociedades terão um ano para se adaptar ao Novo Código Civil. É claro que aquelas sociedades que tenham que realizar algum ato societário provavelmente terão que se adequar já por ocasião da sua formalização e registro. O próprio Departamento Nacional de Registro do Comércio tem editado normas já adaptadas ao novo ordenamento. Entendo também que alguns outros fatores poderão antecipar os processos de adequação. Organismos de financiamento, por exemplo, poderão estabelecer regras para contratação de operações em função da situação societária. Entendo ainda que as etapas a serem seguidas dependerão de cada caso, da conveniência e da interpretação jurídica. Muitas sociedades, mediante pareceres jurídicos, estarão se adequando já, como forma de se proteger quanto a eventuais riscos dessa não-definição. Por exemplo, sobre os quóruns mínimos exigidos, tanto para uma sociedade limitada quanto para uma Sociedade Anônima, já está convencionado que devem ser de 50 mais 1. Outro exemplo é o de que uma sociedade limitada, constituída por um casal casado segundo o regime de Comunhão Universal ou Separação Obrigatória, agora proibida, poderá receber a interpretação de que não necessita ser alterada ou modificada. Outras, por sua vez, poderão concluir pela adequação.
Linha Direta Juarez Miguel Rossetim (41) 343-3856
( ) sĂłcio-diretor da Sprada & Rossetim Contadores Associados
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“Costumo vol tar a trás, sim; volt atrás, não tenho compromis so compromisso com o erro” (Juscelino K ubitscheck ) Kubitscheck
Next
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Neissan Monadjem
Flow Pack Marco Mammana
Ataque em grupo
Expansão do sachê
Para aquecer a venda de softwares brasileiros para os Estados Unidos, um grupo de 14 empresas nacionais decidiu criar o Núcleo de Exportação de Tecnologia (Next). O núcleo vai fundar uma empresa em Dellaware (EUA), com capital totalmente brasileiro e participação acionária mista (empresas de software, governo e investidores). “Acreditamos que teremos condições de enfrentar a concorrência da Índia, Irlanda e Israel e também vencer o desconhecimento e a falta de referências que existe em relação ao software brasileiro nos EUA”, explica Neissan Monadjem, CEO da ESafetransfer, que faz parte do Next. A idéia de criar o núcleo surgiu em setembro de 2002. O executivo da E-Safetransfer conta que a nova empresa terá um presidente norte-americano e os produtos não terão as marcas brasileiras, por ainda serem pouco conhecidas nos EUA. “Abrir simplesmente um escritório não daria o reDIVULGAÇÃO sultado que queremos atingir. O software brasileiro é muito bom, principalmente nos segmentos bancário e financeiro, que são inicialmente os pontos de convergência estratégica deste grupo de empresas”, diz. Segundo Monadjem, essas empresas estão acostumadas a enfrentar seguidas mudanças de regras no mercado financeiro e sabem se adaptar a alterações drásticas. O cronograma do Next indica um prazo mínimo de seis a 12 meses para o início das atividades nos EUA. (11) 3071-4555
A Flow Pack, empresa paulista que lidera o mercado nacional de sachês para café expresso, fechou 2002 com um faturamento de R$ 2 milhões e um crescimento de 41% na produção em relação ao ano anterior. “Nossa média mensal em 2002 foi de 458 mil doses, diante de 325 mil em 2001”, afirma Marco Mammana, diretor-presidente da Flow Pack. “Pretendemos fechar 2003 produzindo 1,7 milhão de doses ao mês, com um faturamento de R$ 8 milhões, o que representaria 18% do mercado brasileiro”, completa. No mercado há apenas dois anos, a Flow Pack é responsável pelas marcas Brik e CafeSachê. A primeira marca se destina às máquinas de café expresso instaladas em pontos-de-venda. Já o CafeSachê é voltada para as máquinas menores, instaladas em escritórios e pequenas empresas, onde o consumidor se serve diretamente. O conceito de café em sachê nasceu na Itália e, embora ainda seja recente no Brasil, já começa a conquistar o consumidor. O café em sachê vem moído, prensado e dosado, embalado em papel filtro, nas opções Tradicional, Suave, Orgânico e Descafeinado. O produto atende os usuários que procuram qualidade, higiene, economia e praticidade; não são necessários operadores especializados. Marco Mammana tem sua história intimamente ligada à chegada do café expresso no Brasil. Na década de 70 trabalhou no desenvolvimento de máquinas nacionais, a partir de tecnologia adquirida junto a empresas estrangeiras. Depois foi também um dos responsáveis pela proliferação das máquinas em redes de franquias, como a Casa do Pão de Queijo. Também esteve à frente da Italian Coffee, principal importadora e distribuidora de máquinas de café expresso no Brasil. (11) 3266-6609
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FUSÕES EM BAIXA
CARGA PESADA
O relatório anual da Thomson Financial sobre fusões e aquisições na América Latina mostra valor total de negócios de US$ 37,6 bilhões em 2002 – uma queda de 24,3% em relação aos US$ 49,7 bilhões do ano anterior. A queda nas fusões e aquisições na América Latina não foi tão grande como a retração nos EUA (-40%) e em todo o mundo (-28%), sendo que os EUA continuaram a ser o maior comprador na América Latina, com cem negócios no valor de US$ 5,5 bilhões, embora o valor tenha caído 67% em relação a 2001.
A atividade econômica mostrou crescimento no ano de 2002 em relação a 2001. É o que mostra o Índice ABCR de Atividade, produzido pela Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias, em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada. O Índice ABCR é baseado no fluxo de veículos nas rodovias concedidas localizadas nas regiões Sul e Sudeste do país. No ano de 2002 o índice mostrou crescimento de 1,7%, sendo composto por uma elevação de 0,4% no fluxo de veículos leves e de 5,1% no fluxo de veículos pesados.
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“O que as vitórias têm de mau é que não são definitiv as. O que as derrot as definitivas. derrotas têm de bom é que t ambém não são definitiv as” também definitivas” (José Saramago, escritor )
Dürr Luiz Cosceli
gruponet Jefferson Penteado
Inovação automotiva A Dürr, tradicional empresa líder no mercado em tecnologia e soluções para o setor automotivo, desenvolveu o projeto para a fábrica da Peugeot em Porto Real (RJ) e entregou recentemente a nova linha de portas para a empresa. Nesse empreendimento, está previsto não só o aumento da produtividade, como também a flexibilização da linha de produção, já que o projeto torna possível que diferentes modelos de carros e de marcas diferentes – Peugeot e Citröen – possam ser fabricados na mesma linha. A unidade de negócio da Dürr Automotion, um projeto desenvolvido inteiramente no Brasil, demonstra a capacidade da indústria local em prover soluções globais. Luiz Cosceli, presidente da Dürr, reafirma a importância das modificações da linha atual da fábrica em Porto Real. Ele argumenta que ao retirar as portas no início da linha de montagem final,
Projeto Miami
para que sejam montadas numa linha à parte com sua montagem posterior no veículo, já no final da linha de montagem, torna-se possível uma maior velocidade nas operações, com manuseio mais racional de materiais, atendendo não só às questões de velocidade de operação, bem como a flexibilidade de trabalho seqüencial com vários modelos. (11) 5633-3585 www.dürr.com.br
FESTA DOS VINHOS Eventos, enquanto a organização operacional e a divulgação internacional do evento caberão à Exponor Brasil. A Exponor Brasil, empresa do grupo Exponor – Feira Internacional do Porto, instituição com sede em Portugal que atua desde 1856 em organização de eventos e na realização de feiras internacionais. Possui delegações em diferentes pontos do globo e realiza mais de 50 feiras anuais de diferentes setores de atividade na Europa, África e América do Sul. A partir desta edição o maior encontro latino-americano direcionado ao mundo do vinho passa a se chamar Vivavinho ExpoVinis Brasil 2003 e acontecerá entre os próximos dias 6 e 8 de maio, no ITM Expo, em São Paulo.
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A MP Eventos, empresa do grupo Market Press, fechou parceria com a Exponor Brasil para a realização da oitava edição do Vivavinho, o maior evento enogastronômico da América Latina, que movimentou aproximadamente R$ 1 milhão em negócios em sua última versão, realizada em maio de 2002. Segundo Zoraida Lobato Viotti, diretora da MP Eventos, “com a experiência da MP Eventos no setor de vinhos e da Exponor na organização de grandes feiras e eventos, o Vivavinho ganhará mais profissionalismo e representatividade internacional.” A parceria entre as empresas estabelece que a comercialização e a divulgação do Vivavinho 2003 ficarão sob a responsabilidade da MP
A Gruponet Tecnologia (desenvolvedora de soluções e fabricante de servidores Web) está expandindo os seus negócios no Brasil e no exterior. Em 2002, a empresa se empenhou para atender a todas as necessidades para viabilizar a abertura de sua filial em Miami, nos Estados Unidos, já no primeiro semestre de 2003. “A demanda pela tecnologia que dominamos tem crescido nos EUA, e com a instalação de uma base neste país acredito que conseguiremos crescer no mercado exterior”, afirma Jefferson Penteado, diretor da Gruponet. O ano de 2002 foi muito positivo para a empresa, que atingiu um crescimento no faturamento de 30%, número muito bom, segundo Penteado, levando em consideração o ano atípico que o mercado brasileiro de TI enfrentou, principalmente por causa da alta desvalorização do real e das incertezas políticas. “Temos 10% das empresas de telecomunicações como nossos clientes”, garante Penteado. A Gruponet Tecnologia tem como principal investidor o GnPAR Capital. A empresa conta com base instalada de 500 equipamentos em mais de 300 empresas, incluindo 10% dos 1,5 mil provedores de acesso Web no Brasil. O faturamento de 2001 foi de R$ 1 milhão, acusando crescimento anual de 300%. Para este ano, o crescimento previsto é de 30%. (11) 3862-0110
Nãono Durma Ponto
por Roberto Adami Tranjan Educador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial
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A exuberante arte de negociar
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LINHA DIRETA: (11) 3873-1953 • www.cempre.net • roberto.tranjan@cempre.net
O
presidente Lula sempre é citado como um bom negociador. Habilidade essa desenvolvida no tempo em que era líder sindical. E que também é uma habilidade importante para um presidente da República, que pretende governar um país tão diverso em suas necessidades e capacidades. Sem dúvida alguma, o atual presidente terá que colocar toda a sua verve de bom negociador para conciliar os mais diversos interesses da nação. Negociar não é, no entanto, competência importante apenas para um chefe de nação. Todos nós negociamos muito e quase o tempo todo: com a esposa, com o marido, com os filhos, com os pais... Negociar é uma habilidade política da qual nenhum de nós está isento. Negociamos na família, no grupo de amigos, na igreja, no clube e, é claro, na empresa. Aliás, uma empresa pode ser compreendida como uma arena de negociações. Em uma organização, as negociações não se limitam apenas às relações comerciais com clientes e fornecedores. Negociase o tempo todo: com o chefe, com o empregado, com o gerente de outro departamento, com o contador, com o advogado, com o concorrente e até com os inimigos. O fato é que negociar é um misto de ciência e arte, e são poucos aqueles que podem se gabar de serem bons
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negociadores. Existem algumas crenças típicas dos negociadores inábeis. Espero que você não esteja entre eles, mas vale a pena verificar:
“O fato é que negociar é um misto de ciência e arte, e são poucos aqueles que podem se gabar de serem bons negociadores” 1) Resolver problemas é coisa de mau negociador. Saber negociar é saber lidar com interesses. Nesse sentido, estar atento aos interesses das partes é fundamental para que se obtenha um bom resultado do processo de negociação. Entendase por bom resultado a satisfação final mútua das partes envolvidas. Essa satisfação não é difícil de se obter quando os interesses são convergentes. Mas o mundo não vive em luade-mel e é comum ter que lidar com
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interesses antagônicos. E o desafio do bom negociador é conseguir resultados satisfatórios em situações de divergências. Um erro comum nas negociações está em dar uma importância demasiada para o problema, motivo da negociação, e subestimar a importância dos interesses das pessoas envolvidas, tais como os desejos, os resultados e os receios. Aliás, o negociador inábil conduz o processo sem saber ao certo quais os interesses envolvidos. Ao contrário, o bom negociador sabe fazer uma boa leitura dos interesses envolvidos e isso requer uma certa dose de psicologia, já que nem sempre são declarados ou colocados com clareza. A rigidez e a teimosia geralmente ocorrem devido ao desconhecimento dos interesses envolvidos. Uma vez conhecidos, as posições podem ser flexibilizadas e o bom negociador pode recorrer às rotas alternativas nas situações em que os argumentos se polarizaram. Nos impasses, é importante tentar olhar de cima e de fora, e voltar a orientar-se pelos interesses e não pelos problemas apresentados. O bom negociador tenta desvencilhar-se dos pontos de discórdia e substituí-los por pontos de conexão. Por mais inacreditável que seja, os pontos de conexão sempre existem e é a partir deles que o negociador constrói uma ter-
Nossa meta é garantir a tranquilidade do cliente. ceira história, favorável para ambas as partes. 2) Sair vitorioso é coisa de mau negociador. Vencedores de algumas batalhas não são necessariamente bons negociadores. Ao contrário, podem ser os melhores exemplos de negociadores inábeis. São lutadores e vêem a arena de negociação como um campo de batalha, em que se travam duelos de titãs, e que prevalece a força do mais forte. Temos exemplos de empresas que esmagam clientes e consumidores com o seu poder econômico através de processos predatórios de negociação e de preservação unilateral de seus interesses. Mas a história tem demonstrado o que geralmente acontece com esses titãs episódicos. Negociadores inábeis querem se sentir vitoriosos. Sentem êxtase apenas de imaginar o oponente despencando abismo abaixo enquanto brada o grito de vitória. São craques em ganhar o jogo e desastrosos na conquista do campeonato. Ora! Negociar é conciliar interesses e o resultado final deve ser satisfatório para ambas as partes. De que vale ganhar apenas a batalha e viver no sobressalto da revanche? Negociar não é um duelo cujo resultado final está no sucesso de um e no fracasso do outro. Os bons negociadores querem o sabor da vitória, mas no paladar do oponente querem que eles se sintam ganhadores e vitoriosos. Aí está o seu melhor talento na habilidade de nego-
ciador e de conquistador. Com isso, mantém a porta sempre aberta para futuras negociações. Reconhece que portas abertas dão livre acesso às oportunidades e que o sucesso é construído ao longo do tempo. 3) Ser esperto é coisa de mau negociador. Cheio de prosa, falastrão, coberto de inteligência por todos os lados, amicíssimo de todo mundo, cara-de-pau, obstinado em levar vantagem sobre tudo e sobre todos. É a figura do esperto, aquele que nunca perde (ou nunca declara que perde). De olho vivo e de faro fino, sabe onde estão as melhores oportunidades. Possui todos esses admiráveis atributos valorizados pela sociedade capitalista, mas os seus negócios são como castelos de cartas. Faltalhe o principal: valores éticos. Para ele, um bom negócio varia entre o mínimo legal e o máximo moral conforme a elasticidade da sua consciência. O bom negociador sabe que a ética é o principal pano de fundo de todas as negociações. Por conta da ética, é possível ter que abdicar de ganhos de curto prazo e vantagens imediatas, mas é ela que atrai os melhores parceiros, os melhores projetos e o melhor futuro. Negociar é talento de alguns mas que pode ser aprendida por todos. Felizes das empresas cujos líderes são bons negociadores. Todos ganharão com isso. Sorte da nação cujo principal líder é considerado um exímio negociador. Todos ganharemos com isso. Oxalá!
O comprometimento com a responsabilidade, a ética e o profissionalismo, nos permite alcançar ótimos resultados na defesa dos interesses de nossos clientes. Advocacia Luciana Marques de Paula, há mais de 20 anos no contencioso e, afinada com a evolução da sociedade, tem empenhado esforços para o aprimoramento na área de consultoria, evitando o litígio, com o foco para a solução amigável de conflitos.
Áreas de atuação: Direito Empresarial Franchising Direito imobiliário Responsabilidade Civil e Sucessões Mediação e Arbitragem
Rua Barros Brotero, 56 Parque Jabaquara 04343-020 – São Paulo – SP 11 578-2769/3893 fax 11 5584-8653 lmpaula@uol.com.br Associado ABF e IMAB
(Capa
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Ă€ procura de novas conquistas
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O TERRITÓRIO JOVEM
Os jovens empreendedores mantêm a preferência pelos negócios ligados à tecnologia. Mas para muitos especialistas a hora é de expandir o território para ganhar espaço também em outras áreas de atuação por
Lúcio Lambranho
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Tecnologia Telecomunicações Microeletrônica Telemática Informática Desenvolvimento de software Biotecnologia Internet Web design Outras áreas Gastronomia Cultura Diversão Esporte & Lazer Promoção de eventos Design
ligados à gastronomia, também atraem bastante”, aponta. Para o coordenador do programa, é preciso desenvolver os celeiros de futuros empreendedores não só nas universidades. Ele lembra que existem alguns trabalhos interessantes, como o da Junior Achievement, e boas tentativas em escolas particulares e a do próprio Iniciativa Jovem, que investe principalmente no jovem de baixa renda, que às vezes não está fazendo nem o segundo grau. “Se não incentivarmos e trabalharmos a carreira de jovens, desde o primeiro grau de escolas públicas, continuaremos a deixar à margem ótimos empreendedores”, acredita. As características desses empreendedores, segundo Barbosa, são ousadia, criatividade, inovação e ambição, mas tudo isso ainda combinado com pouca disciplina. “O jovem empresário, além de tudo, precisa provar que é confiável. Ainda há muita desconfiança ou inveja do mercado com relação ao jovem”, diz. Mas as piores dificuldades apontadas pelo coordenador do projeto são dificuldade de crédito, fôlego para sustentar o negócio e prazo para alavancagem. “Isso acontece com todo empreendedor, mas aumenta quando falamos de jovens.” Empreendedor – Fevereiro
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Não é de hoje que os jovens são atraídos pelo mundo dos negócios. Algumas iniciativas ainda recentes no Brasil têm fomentado esse comportamento, principalmente entre os estudantes universitários. O primeiro passo foi a importação do conceito de empresa júnior, que surgiu na França em 1967. Em 1988 houve a criação das empresas juniores da Escola Politécnica da USP, da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e da Universidade Mackenzie. Depois, o movimento de incubadoras de empresas se expandiu pelo país e deu abrigo a projetos e novos negócios de jovens com alta qualificação, geralmente saídos de mestrados ou doutorados. Tentar delimitar um “território” de atuação dos novos empreendedores do Brasil não é tarefa fácil. Mas mesmo sem haver pesquisas mais detalhadas sobre seus mercados preferenciais e perfis, existe uma única certeza para os especialistas em empreendedorismo: a maioria dos jovens ainda procura negócios na área tecnológica. Além disso,
eles são uma boa fatia do bolo de 14,4 milhões de brasileiros empreendedores. Desse total, 27% estão na faixa etária entre os 25 e os 34 anos. Esse dado faz parte da última pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), instituição criada pela London Business School e pelo Babson College de Boston (EUA). Como foram conseguidos avanços em pouco tempo, o grande desafio é incluir, ainda de forma precoce no segundo grau, o tema para a grande massa de jovens que acabam ficando de fora das universidades. Celso Leonardo Barbosa, gerente do programa Iniciativa Jovem, acredita que os jovens empreendedores estão em maior número e muito centralizados no Sudeste, onde existe uma concentração maior de universitários. De acordo com Barbosa, a universidade ainda é uma das principais instituições a estimular o empreendedorismo. “Por outro lado, temos a maior concentração de incubadoras de empresas no Sul do país, e estas estão repletas de jovens empreendedores”, acrescenta. Segundo ele, começa a haver um bom desenvolvimento do Nordeste, área estratégica para investimento do Sebrae, e algumas boas notícias do CentroOeste, “mas ainda é pouco”. Graças ao programa coordenado por ele, criado pela Shell e desenvolvido pela organização sem fins lucrativos Dialog, pessoas de 18 a 30 anos têm a chance de abrir o seu próprio negócio através da consultoria de profissionais. Para Celso Leonardo, o jovem brasileiro é muito criativo e tem olhado para novos mercados e novas oportunidades. Ele diz ter visto um bom movimento na exportação de produtos brasileiros, como móveis, produtos orgânicos e até pranchas de surfe. “Temos incentivado muito o desenvolvimento de empreendimentos sociais e culturais. A resposta tem sido muito boa. Existem muitos empreendedores sociais e culturais entre os jovens. Estabelecimentos comerciais, principalmente aqueles
Áreas que mais atraem os jovens empreendedores
(Capa A incubadora do Iniciativa Jovem, de acordo com o coordenador, tem a tecnologia como uma das opções de seu portfólio, desde que isso se encaixe na comunidade onde está sediada e que contribua para seu desenvolvimento local. “Junto com a tecnologia está a cultura e o social, ou serviços tradicionais e o desenvolvimento da carreira empreendedora. Estes são muito mais procurados. Com certeza ainda existe pouco apoio e pouco foco além de tecnologia, mas esta diversidade, a pluralidade de opções e oportunidades nas diversas áreas, é que mudará o perfil de nosso país”, acredita. José Alberto Aranha, coordenador do Instituto Gênesis, a incubadora de base tecnológica da PUC-RJ, rejeita a idéia de que jovens estão cada vez mais atraídos pela possibilidade de ser dono do próprio nariz. “Acho que é ser dono do plano de sua carreira, de sua vida, e poder dirigir seus passos para o trabalho que mais lhe satisfaz.” Segundo Aranha, o “território” mais procurado pelos jovens é mesmo a informática. Ele baseia sua resposta no Panorama 2002 da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de
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Para suprir essa lacuna, Celso Leonardo aposta em projetos como o que desenvolve em parceria com a Caixa Econômica Federal. A idéia é criar um novo modelo para o microcrédito, tendo como prioridade o desenvolvimento local e sustentável. O projeto deve facilitar a formação de cadeias produtivas, em que empresas e fornecedores coexistam e tenham total sinergia, o que, segundo ele, facilita a alavancagem e aumenta o fôlego. “Aumenta a geração de receita entre elas e há, também, o aumento de poder de compra para a comunidade local. O jovem já está sendo e será fundamental nesse processo de mudança”, destaca. Seguindo esse raciocínio, ele defende, mesmo que ainda sejam grandes o número de incubadoras tecnológicas e o incentivo à tecnologia, que esse mercado seja ampliado e envolva conhecimento, desenvolvendo processos, produtos e serviços.
ENTRE 14,4 MILHÕES DE EMPREENDEDORES, 27% ESTÃO ENTRE 25 E 34 ANOS
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Tecnologias Avançadas (Anprotec). Pela pesquisa, 74% das incubadoras setoriais se concentram nas áreas de software e informática. No Rio de Janeiro, ele lembra que há um grande estímulo para projetos nas áreas de petróleo, informática e biotecnologia. Mesmo com essas certezas, Aranha diz que qualquer carreira pode ser estimulada, desde que o jovem tenha oportunidade de exercitar uma ação empreendedora. Os jovens, na sua opinião, deveriam receber a orientação necessária para elaborar um plano de carreira desde o ensino médio. “Se a escola tiver cursos de empreendedorismo, o resultado será melhor. A idéia é criar um ambiente propício desde a infância até a adolescência. Se isso acontecer, o jovem poderá ter também o DNA para empreender”, aponta. O coordenador do Gênesis afirma que os jovens empresários são entusiastas, técnicos, criativos e com muita autoconfiança. Para ele, não existe mais preconceito de idade. “As pontocom ajudaram a diminuir esse preconceito. As principais dificuldades enfrentadas pelos jovens são a inexperiência em gestão e a pequena rede de relacionamento que possuem”, garante. José Alberto Aranha também tem recebido muitos jovens com idéias de projetos na área social e cultural, fato que mostra o interesse por áreas não tecnológicas. [Empreendedorismo técnico] Para Marcio Bittencourt, pesquisador do Núcleo de Estudos Estratégicos (Nest/UFSC) e consultor associado do Instituto de Estudos Avançados (IEA), as áreas onde existe inovação tecnológica são as mais procuradas pelos jovens. Ele destaca a preferência por soluções para os mercados de telecomunicações, microeletrônica, mecatrônica, telemática, todas criadas pelas empresas de base tecnológica, nascidas nas incubadoras e incentivadas por
UM MAPA DE CONTRASTES Confira no mapa abaixo as diferenças existentes entre as cinco regiões brasileiras quando o assunto é incentivo e oportunidades para os jovens empreendedores NORTE: tem como principal destaque o empenho da Anprotec em incentivar a criação de incubadoras com o foco voltado para a biotecnologia, aproveitando a biodiversidade da região amazônica.
CENTRO-OESTE: conta com poucas iniciativas de destaque.
SUDESTE: possui uma concentração maior de universitários que, dentro da universidade, recebem maiores incentivos para se tornarem donos do próprio negócio.
SUL: possui a maior concentração de incubadoras de empresas (a maioria de base tecnológica), onde predominam negócios comandados por jovens empreendedores.
mente, estavam associados a uma característica comum aos projetos. Todos davam ênfase aos aspectos comportamentais do empreendedorismo. Faltou a todos os projetos uma preocupação maior com o que podemos chamar de empreendedorismo técnico”, explica. O consultor do IEA acredita que a falta de disciplinas como finanças, por exemplo, acaba sendo a causa mortis de muitas empresas. “Na maioria das vezes, isso é representado pela falta de habilidades de gestão dos empreendedores”, diz. Para o pesquisador, no mundo dos negócios o “pé-atrás” ficou marcado para as empresas pontocom e não para os jovens. Segundo ele, muitas delas têm e tiveram problemas de modelagem, ou seja, possuíam boas idéias, porém não apresentavam uma forma de negócio. “Os que investiram em empresas pontocom correram riscos como em qualquer negócio. Eles tiveram
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sua chance de avaliar, questionar o plano de negócios.” Bittencourt afirma que nos planejamentos de carreira poucos jovens ainda pensam no empreendedorismo ou no self employ como uma alternativa a ser considerada. “Mas cada vez mais os jovens, por uma questão do valor, que é característica da independência, buscam outras alternativas de trabalho e sobrevivência.” [Comportamento] Marcus Ronsoni, consultor da Universidade Sebrae de Negócios (Usen), acredita que a aceleração do desenvolvimento do espírito empreendedor nos jovens passa obrigatoriamente pela identificação de suas fraquezas e de suas potencialidades. Ele defende que todas as formações e experiências na área de gestão empresarial contribuem para a diminuição de riscos de ter um negócio. Mas, segundo ele, é necessário que esse conhecimento seja colocado em prática, Empreendedor – Fevereiro
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ações como o Programa Softex e Midi/ Sebrae. “As empresas de base tecnológica e as empresas pontocom ainda são as preferidas. Mesmo assim temos o jovem empreendedor que segue os passos de negócios já consolidados, em termos de produto ou em termos de mercado”, acrescenta o pesquisador. Bittencourt conheceu de perto os projetos de empreendedorismo de três universidades da região Sul. Ele resume essas experiências com as seguintes características: modificação da matriz curricular incluindo disciplinas de empreendedorismo, criação de um núcleo de desenvolvimento de tecnologias de ensino de empreendedorismo e introdução do empreendedorismo como conteúdo transversal em sua matriz. Os resultados percebidos, segundo ele, foram desastrosos em alguns casos e em outros não responderam às expectativas de seus patrocinadores. “Percebi na época que os resultados, principal-
NORDESTE: começa a apresentar sinais de apoio ao empreendedorismo, tendo como principal incentivo o trabalho estratégico desenvolvido na região pelo Sebrae.
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(Capa o que depende do comportamento do empresário. Para Ronsoni, tão importante quanto buscar conhecimento técnico e experiência profissional é buscar autoconhecimento e mudança de comportamento. “Se apenas conhecimento fosse suficiente, todos os bacharéis, mestres e doutores em administração seriam empresários de sucesso ou estariam à frente de empresas vencedoras. A prática nos mostra que a realidade não é essa”, explica. O consultor chegou a essa conclusão depois de atuar em projetos da área financeira nas empresas. Ele observou que aqueles empresários que não tinham o comportamento de planejar, por mais que fossem fornecidas ferramentas de gestão financeira (fluxos de caixa, indicadores de resultado e planilhas de formação de preço), e mesmo convencidos da sua eficácia e soubessem utilizá-las, em um curto espaço de tempo, quase que na totalidade dos casos, voltavam a ter descontrole financeiro. “As pessoas que não têm o comportamento de planejar normalmente gastam mais do que poderiam. Do outro lado, as pessoas que têm esse comportamento dificilmente se encontram em situações de dificuldade financeira. Essas pessoas tendem a levar a mesma forma de agir para dentro de suas empresas”, analisa. Como acredita que o determinante de sucesso nos negócios é o comportamento, o consultor prega a necessidade de trabalhar o empreendedorismo dentro da escola, partindo do preparo dos próprios professores. Mesmo sem saber onde está concentrado o maior número de jovens empreendedores, Ronsoni afirma que o preconceito em relação à idade depende do ramo de atuação. Segundo ele, nas áreas de tecFevereiro – Empreendedor
nologia e de criação o preconceito tende a ser menor, e nas áreas mais tradicionais, ou em áreas onde a responsabilidade “tende a ser maior”, o jovem ainda é muito discriminado. “Acho que as empresas pontocom contribuíram para a diminuição desse preconceito, mas infelizmente não vejo que isso irá acabar tão cedo. Mesmo porque este mesmo jovem, anos mais tarde, tende a fazer a mesma coisa em relação aos outros. O negócio é encarar isso como um desafio e mostrar ao mercado a que veio.” [Caminho natural] Para Tamiko Yamada, coordenadora da área de empreendedorismo do Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina (IEL/SC), os jovens empreendedores estão em maior número nas regiões Sul e Sudeste, principalmente em São Paulo e no Rio Grande do Sul, levando-se em consideração o número de incubadoras instaladas nesses estados. Yamada lembra que, independentemente da área de atuação, o Brasil é um país onde o esforço para o empreendedorismo é fonte de sobrevivên-
AS DIFICULDADES DO JOVEM EMPREENDEDOR Precisa provar que é confiável. Preconceito por causa da idade (enfrentado em alguns ramos de negócio) Barreiras para conseguir crédito maiores que as enfrentadas por empreendedores “seniors”. Pouco apoio e pouco foco para desenvolvimento de negócios em outras áreas que não a de tecnologia. Inexperiência em gestão e em finanças. Pequena rede de relacionamentos (networking)
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cia, dentro das oportunidades identificadas em todos os nichos de mercado. Por isso, segundo a especialista, existem crianças, jovens, analfabetos, semi-analfabetos e diplomados que seguem o caminho empreendedor em várias áreas, generalizando esse conceito. Tamiko, que também foi gerente de Tecnologia da Incubadora Empresarial Celta, em Florianópolis, acredita no trabalho das instituições governamentais e não-governamentais que discutem o tema junto às comunidades, mas lamenta que o assunto ainda esteja restrito aos negócios ligados à tecnologia. “Falta muito para chegarmos a um ponto em que o empreendedorismo seja um tema do cotidiano e não uma ‘grife para atuação exclusiva’. O empreendedorismo parece ser uma marca do empreendedor bemsucedido nesta era da Tecnologia da Informação, o que não é bem por aí”, ressalta. Tamiko também não acha que os negócios na área de tecnologia sejam a primeira opção dos jovens. Segundo ela, existem graduados na área que nem sequer atuam com o conhecimento absorvido nos quatro ou cinco anos de um curso superior. “As universidades têm uma matéria-prima de alto valor agregado, que são os alunos, que ainda não foram descobertos como um fator para alavancar o desenvolvimento do empreendedorismo. Na educação falta muito por se fazer para instruir desenvolvimento”, diz. Para a especialista do IEL/SC, a ousadia está presente nessa juventude, mas é necessário dar oportunidades e estimular o desenvolvimento intelectual, operacional e logístico para que os jovens errem menos. Alexandre Moraes Ramos, professor do curso de Ciência da Computação da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), acompanha de perto a criação de empresas e negócios por jovens em Santa Catarina. Segundo Ramos, o segmento de tecnologia de
dos os cursos, para que o aluno saia da universidade com um plano de negócios viável. “Neste contexto, em dez anos nós mudaremos o Brasil.” Para Severo Júnior, o perfil dos jovens empresários está concentrado nos sucessores de empresas familiares ou ligado ao mercado de consultoria. “A informalidade é que forma o jovem empresário na maioria das vezes, salvo os negócios de família. Não há mais preconceito; o que vale é a qualidade e a capacidade de fazer.” [Familiar] Já Vandermir Francesconi Júnior faz parte do grupo de jovens que resolveram continuar o trabalho dos pais. Formado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Vandermir diz ter vindo de uma família de empreendedores. Seu pai montou sua primeira empresa tão jovem quanto o filho, aos 28 anos. Hoje, os Francesconi têm empresas nos setores sucro-alcooleiro, plástico, médico, comércio e agropecuário. Júnior é o caçula e tem duas irmãs que também trabalham nas empresas. Segundo o empresário, a ges-
PREFERÊNCIA: JOVENS MARCAM PRESENÇA NOS NEGÓCIOS TECNOLÓGICOS
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[Suor e imaginação] Antonio Túlio Severo Júnior, um empresário gaúcho que atualmente tem empresa no Rio de Janeiro, faz parte do maior grupo organizado de jovens empresários do país. Na Federação dos Jovens Empresários do Rio Grande do Sul (www.fajers.com. br), com mais de dez anos de atuação, estão agrupadas 35 associações. Nesse estado encontra-se a primeira e maior Junior Achievement do Brasil, com o mesmo tempo de atuação, e que forma mais de 30 mil jovens por ano. Criado dentro desse contexto, Severo Júnior
afirma que não existe uma área de preferência para os jovens empreenderem, mas os mercados de serviços e a internet são os mais atrativos devido ao baixo custo inicial de implantação. “Está em baixa tudo que diz respeito a investir mais do que apenas suor e imaginação. Está em alta a área de eventos, design, publicidade e Web design”, compara. O empresário não acredita numa formação específica para fomentar o empreendedorismo, mas aposta no marketing e na comunicação “como as áreas de maior valor”. Segundo Severo Júnior, o mais importante é identificar os jovens com iniciativa para gerar riqueza, e então dar a eles ferramentas de trabalho. “Em geral eles se aproximam das incubadoras, das empresas juniores e dos grupos de Junior Achievement nas escolas. A procura é natural para saciar sua vontade de vencer”, acrescenta. O empreendedor lamenta a formação dada nas universidades, que, segundo ele, educam jovens para serem empregados. Na sua opinião, é urgente a criação de um programa de capacitação empreendedora, como cadeira eletiva para to-
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hardware e software é muito forte, principalmente no Sul do país, devido à infra-estrutura de baixo custo necessária para empreender: conhecimento, acesso à internet e um PC. Os mercados em alta na preferência dos jovens empreendedores, diz o professor, são a tecnologia em informática (hardware e software) e a prestação de serviços. A baixa procura estaria centrada na formação em engenharia. “Este é o caminho mais natural e simples, à medida que a tecnologia passa a fazer parte da vida do cidadão comum”, afirma. Ele acredita numa formação mesclada que inclua a parte financeira e gerencial com as carreiras tecnológicas. Isso porque as principais dificuldades desses empreendedores, de acordo com o professor, estão localizadas nas áreas gerencial, financeira e contábil. Para Alexandre Ramos, o meio onde o indivíduo é formado (casa, escola, os amigos e a universidade) é a base para a formação de um empreendedor e, por isso, o ensino do empreendedorismo (disciplinas de Finanças, Gerência, Direito, Contabilidade) deveria ser inserido ainda no segundo grau. “A principal característica desses jovens são a garra e a capacidade de trabalhar com criatividade as adversidades de um país de Terceiro Mundo.”
(Capa tão faz cada um se responsabilizar por um setor e a prestar suas contas aos outros. “Fui educado desde pequeno para ajudar a dirigir os negócios de minha família. Meus pais sempre me estimularam a entrar nas tomadas de decisão de negócios, primeiro como ouvinte, depois com poder de voto”, explica. Mesmo com esse incentivo, sua vida de empresário começou para valer quando voltou dos Estados Unidos, em 1996, com a pós-graduação em Administração de Empresas pela Universidade de Harvard na bagagem.
Depois disso, Vandermir já ajudou a montar duas novas empresas para a família. Com a experiência de quem começou a participar de trabalhos voluntários como membro do Grupo de Jovens Empresários do Ciesp de Jundiaí (SP), Vandermir mostra onde os jovens estão em maior número: no setor terciário (serviços para a indústria, comércio ou bancos). De acordo com ele, essa preferência se deve, em média, a uma menor necessidade de investimento inicial e à possibilidade de aplicação de conhecimentos próprios, adquiridos em universidades, cursos técnicos ou até mesmo na prática. “É bastante peculiar do jovem experimentar e descobrir. Isso leva o empreendedorismo dos jovens a estar mais presente em segmentos de mercado volta-
dos para as empresas de base tecnológica, onde a criatividade e a inovação são marcantes”, afirma. Desde o final de 2001, Francesconi é coordenador estadual dos grupos de jovens empresários da Fiesp/Ciesp. Nesse período, deu aulas de como ser empresário para crianças de 13 a 14 anos no Senai de Jundiaí. Como presidente da Comissão Municipal de Emprego de Jundiaí, ele implantou o Banco do Povo e o Posto de Atendimento ao Trabalhador, além de cursos de qualificação e re-qualificação para mais de 2 mil desempregados de Jundiaí. Nesse trabalho, o empresário percebeu que a ligação entre o mundo acadêmico e o empresarial é muito tênue e que o ensino do empreendedorismo precisa ser reavaliado. “Algumas universidades estão incluindo nos seus currículos a dis-
Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo; Faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma tarefa.
Age de maneira a fazer as coisas que satisfaçam ou excedam padrões de excelência; Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda aos padrões de qualidade previamente combinados.
CAMINHO DAS PEDRAS Se você é jovem e não sabe se pode ser mais um empreendedor, conheça as características empreendedoras utilizadas pelas Nações Unidas, em parceria com o Sebrae, para desenvolvimento de novos empreendedores. Conjunto de Realização Busca de oportunidades e iniciativa: Faz as coisas antes do solicitado, ou antes, se forçado pelas circunstâncias; Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços; Aproveitam oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência.
Exigência de qualidade e eficiência: Encontra maneiras melhores, mais rápidas ou mais baratas, de fazer as coisas;
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Persistência: Age diante de um obstáculo significativo;
Comprometimento: Atribui a si mesmo e a seu comportamento as causas de seus sucessos e fracassos e assume a responsabilidade pessoal pelos resultados obtidos; Colabora com os seus empregados ou coloca-se no lugar deles, se necessário, para terminar uma tarefa; Esforça-se para manter os clientes satisfeitos e coloca a boa vontade em longo prazo acima do lucro em curto prazo.
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Correr riscos calculados: Avalia alternativa e calcula riscos deliberadamente; Age para reduzir riscos ou controlar resultados; Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.
Conjunto do Planejamento Estabelecimento de metas: Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal;
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ciplina Empreendedorismo e Gestão de Negócios, o que representa um grande avanço na formação do jovem empreendedor. Porém, não é o suficiente”, avalia. O principal problema, segundo Francesconi, é ensinar alguém a ser empresário pelo modelo didático convencional utilizado nas universidades, em que o professor fala e o aluno ouve. Ele defende palestras com empresários de sucesso, visitas às empresas, que complementam o desenvolvimento prático e comportamental do jovem empreendedor. De acordo o empresário, esse processo deveria começar mais cedo: as escolas de ensino fundamental poderiam introduzir nos seus currículos aulas básicas do que é ser empresário, como vender e comprar, a exemplo do que é feito no projeto Junior Achievement.
Tem visão clara e específica de longo prazo; Estabelece objetivos mensuráveis de curto prazo. Busca de informações: Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores ou concorrentes; Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço; Consulta especialista para obter assessoria técnica ou comercial. Planejamento e monitoramento sistemáticos: Planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos; Constantemente revisa seus planos levando em conta os resultados obtidos e mudanças circunstanciais; Mantém registros financeiros e utilizaos para tomar decisões.
FRANCESCONI JÚNIOR CONSIDERA QUE O EMPREENDEDORISMO PRECISA SER REAVALIADO
Conjunto do Poder Persuasão e rede de contatos: Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros; Utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos; Age para desenvolver e manter relações comerciais. Independência e autoconfiança: Busca autonomia em relação às normas e controle dos outros; Mantém seu ponto de vista mesmo diante da oposição ou de resultados desanimadores; Expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio.
Fonte: Marcus Ronsoni, consultor da Universidade Sebrae de Negócios (Usen).
Linha Direta Alexandre Moraes Ramos amr@sj.univali.br Antonio Túlio Lima Severo Jr tuliojr@sabemi.com.br Celso Leonardo Barbosa – Iniciativa Jovem/Assessoria (21) 2553-92017 Instituto Gênesis – PUC-Rio www.genesis.puc-rio.br Márcio Bittencourt bitt@floripa.com.br Marcus Ronsoni marcus@colegioafranio.com.br Tamiko Yamada tamiko@softpolis.softex.br Vandermir Francesconi Junior vfjunior@terra.com.br Empreendedor – Fevereiro
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Ousadia e capacidade de atuar em cenários permeados por dificuldades provocadas pela falta de crédito e por constantes mudanças de ordem político-econômica são as principais características dos jovens empreendedores na avaliação de Francesconi. Para ele, independentemente de sua origem sócio-econômica, percebe-se que os jovens empresários são menos individualistas, unem-se mais, são mais disponíveis ao voluntariado, preocupados com questões éticas e sociais e começam a ter visão internacional de negócios. Mas na sua opinião nem tudo são flores. “Há também falta de informação e conhecimento de gestão empresarial. O preconceito com relação à idade vem diminuindo muito, mas ainda existe em alguns setores”, avalia. Ao que tudo indica, o Brasil pode deixar de se preocupar com a criação de empregos tanto para jovens recém-saídos de um mestrado quanto para os que tenham acabado de terminar o ensino médio se investir pesado na Geração-E. “E” de empreendedores.
VIA digital por
Flaviano da Cunha Júnior
Faça net, não faça guerra Não é de hoje que conflitos e guerras geram protestos de grupos pacifistas. O que se viu nos dias 19 e 20 de janeiro, nos Estados Unidos da América, entretanto, foi, pela primeira vez que se tem notícia, um protesto ocorrer antes do conflito. Isso graças ao uso da internet, que, através de sites e grupos de discussão antiguerra, em poucas semanas permitiu a mobilização de centenas de milhares de americanos, em diversas cidades, para protestar contra a possibilidade de uma guerra no Iraque. Ativistas dos movimentos pacifistas vêem com bons olhos o uso da grande rede na divulgação de suas mensagens e comemoram também a grande diversidade de “culturas” que participam dos movimentos atualmente, demonstrando que a luta pela paz não pertence, como no passado, a grupos específicos da sociedade. “Nunca antes na história humana um movimento antiguerra cresceu tão rapidamente e se espalhou tão depressa. Ainda mais interes-
sante é que a guerra está para começar. Difundido pelo cyberespaço, o movimento antiguerra deixou para trás suas raízes setoriais e entrou na cultura das massas”, escreveu a jornalista Ruth Rosen em sua coluna no jornal San Franciso Chronicle. Apesar de todos concordarem que a internet desempenhou um papel vital no movimento, especialistas alertam que outros fatores contribuíram para o sucesso do evento. Peter Rothberg, publisher associado do The Nation,
hesita em dar todo o crédito à mídia. “Acredito que a própria mensagem e o fato real de que muitas pessoas se opõem à invasão do Iraque foram os fatores que levaram multidões às ruas.” A contribuição da rede, entretanto, é inegável. Milhares de sites sobre movimentos pacifistas possuem as mais diversas informações aos interessados, como notícias, opiniões, fóruns e debates, bem como fornecem folhetos e banners prontos para impressão. Permitem que grupos com idéias afins encontrem-se rapidamente e se comuniquem livremente, em qualquer lugar do mundo, o que acelera muito as mobilizações. “Antes da internet, as pessoas se sentiam abandonadas pela mídia”, diz Andrea Buffa, porta-voz da organização United for Peace. “Agora, com a rede, sentem-se parte de um movimento, de algo maior, e não mais insoladas. Isso ajuda a mobilizá-las, colocá-las em ação”. É a tecnologia a serviço da paz.
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Chatos, mas funcionam tipo de propaganda on-line uma chateação, recente pesquisa da Nielsen NetRatings indica que o retorno desse tipo de anúncio (os cliques de usuários interessados no conteúdo anunciado) subiu de 1,2 bilhão para 4,9 bilhões no ano passado.
Já ouviu falar em pop-up? Se não, ao menos já viu algum. São aqueles odiosos anúncios que se abrem em uma janela nova (e causam um monte de processamentos desnecessários) quando entramos ou saímos de um site. Apesar de quase 80% dos usuários considerarem esse Fevereiro – Empreendedor
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O Site do Empreendedor (www.empreendedor.com.br) contém a edição mensal completa da revista Empreendedor e um serviço de busca a edições anteriores. No site, o internauta também acessa as demais publicações da Editora Empreendedor, além de serviços como o de notícias on-line com atualização instantânea.
Novas medidas Está em estudo uma proposta da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para alterar as regras da prestação de serviços de fornecimento de internet para o Brasil. Pela proposta, ao discar para um provedor de acesso, o usuário usaria um número especial com tarifação única (sem importar o tempo de conexão), que poderia ser ligado de qualquer lugar do país sem custo de ligação à longa distância. Através da medida, os grandes provedores ganhariam muito,
porque passariam a atender todas as cidades do Brasil sem precisar investir em infra-estrutura. Mas, em contrapartida, os pequenos perderiam, porque deixariam de ter a vantagem de oferecer um atendimento regionalizado. Caso seja aprovada, a proposta contribuirá, segundo especialistas, para o aumento de acessos residenciais à internet em cerca de 25%, o que resultará em 18 milhões de usuários navegando a rede em casa. É esperar para ver.
Micros fofoqueiros Além de fazer todos gastarem horrores com upgrades, a obsolência dos computadores pessoais – palavra estranha que significa que o computador top-de-linha que você tem hoje será uma calculadora “metida” no ano que vem – move também uma grande indústria de micros usados, que ganhou mais impulso com os sites de leilão virtual. O que muitos usuários não sabem é que, na hora de vender um computador “médio” antes que ele se torne “sucata”, dados preciosos estão indo junto, sem o conhecimento do vendedor. Pesquisa do Massachusetts Institute of Techno-
logy (MIT) constatou que, num lote de 158 computadores usados colocados à venda pela internet, apenas 9% estavam corretamente limpos. No restante, foram encontrados dados pessoais dos usuários, balanços financeiros de empresas, cartas de amor, e-mails, pornografia, e até sistemas operacionais completos e funcionando. Por isso, antes de colocar um computador à venda, aconselha-se proceder a uma limpeza com um técnico especializado. Uma simples formatação pode deixar passar segredos que os fofoqueiros de plantão adorariam descobrir.
Após fechar o balanço de 2002, a Yahoo! Brasil divulgou que sua receita aumentou 152% em relação a 2001. O aumento dos lucros foi obtido pela conjugação de diversos fatores, como o incremento de serviços pagos e serviços corporativos, que passaram a representar 28,5% das receitas do grupo, contra os 9,7% que representavam antes. A implementação de novos serviços também ajudou, como o Link Patrocinado, opção em que certos links são exibidos preferencialmente quando encontrados por uma busca do usuário. Essa modalidade, lançada em 2002, já ocupa uma fatia de 7,5% no faturamento do portal. Outro ponto decisivo no aumento das receitas foi a aquisição do portal de buscas Cadê?, consolidando as metas da Yahoo! Brasil a longo prazo e contribuindo para melhorar o relacionamento com anunciantes e usuários. Tudo isso contribuiu também para o aumento do tráfego no portal durante o ano de 2002, que subiu 41% em comparação a 2001. Empreendedor – Fevereiro
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Lucro à brasileira
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Por conta própria mesmo A franquia por conta própria é a novidade que o empresário Lito Rodrigues, dono da rede DryWash, de lavagem de automóveis a seco, quer lançar no mercado de franchising. Por enquanto o projeto está sendo testado em sua empresa. Seria um novo formato que se adapta bem ao negócio da DryWash. Voltada a qualquer tipo de pessoa, mesmo aquelas sem capital expressivo para investir, a franquia exploraria o serviço de lavagem de carro em locais pequenos, sem a necessidade de um ponto comercial – apenas pagaria pelo espaço de instalação, como uma empresa ou condomínio –, e dispensaria a montagem de equipe. Nesse formato, a figura jurídica do franqueado seria a de empresa individual e teria de estar próximo a unidades tradicionais da DryWash para compra dos insumos necessários. A idéia, diz o empresário, tem cunho social. Seu objetivo é dar oportunidade de ocupação a uma vasta mão-de-obra não-qualificada. Para viabilizar isso, seriam necessários convênios com empresas ou os chamados bancos do povo, que fariam o empréstimo para o investimento inicial. Ele já testou preliminarmente o modelo com quatro funcionários das unidades. (11) 6954-8688 ou www.drywash.com.br
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NÚMEROS NÚMEROS NÚMEROS NÚMEROS
Beleza pura O mercado de venda de cosméticos e produtos de beleza movimenta mais de R$ 2 bilhões ao ano no Brasil e a disputa por espaço não é das mais simples. O sistema de franquias ainda é o menor diante das vendas diretas e das lojas a varejo. As gigantes do varejo, em sua maioria multinacionais – como a Unilever, líder absoluta no mercado de higiene, perfumaria e cosméticos, Nívea e L’Oreal –, têm optado por ações de marketing direto, em pontos-de-venda como supermercados e shoppings, na tentativa de aproximar-se de uma nova e vaidosa consumidora. A rede de franquias O Boticário, a maior do sistema com 2.142 unidades pelo país e faturamento total de R$ 1,3 bilhão, também desenvolve ações nesse sentido, com a montagem esporádica de estandes em shopping centers, onde as consumidoras também entram em contato direto com os produtos, especialmente lançamentos. O Boticário (41) 381-7000
Fonte: Grupo Cherto
das empresas que adotam o sistema de franchising ultrapassam a barreira de três anos de vida das pequenas empresas independentes.
REDES NA REDE Serviço on-line A rede de lavanderias Sol & Sabão mantém um serviço de pedido de entrega de roupas através da internet. Diretamente de um computador em casa, no trabalho ou em qualquer lugar, o cliente pode solicitar os serviços das unidades. No site há também todas as informações da empresa, notícias, promoções do mês e dados de como usar o celular para enviar mensagens e pedir a retirada de roupas. A idéia é que tudo seja feito de forma rápida e prática. É testar para ver...
Novos mundos à vista Empreendedores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil têm uma oportunidade para ter o próprio negócio investindo R$ 25 mil. A rede The Nutty Bavarian, quiosques de vendas de doces no estilo norte-americano, está promovendo a expansão nesses locais, com a vantagem de o futuro franqueado poder ainda parcelar o pagamento em quatro vezes. O quiosque com o equipamento, desenvolvido com a mesma tecnologia utilizada nos foquetes da Nasa, estará nessa promoção até o final deste mês. O maior garoto propaganda da grife era o expresidente norte-americano Bill Clinton, que costumava servir as deliciosas amêndoas, nozes e amendoins caramelizados com o exclusivo xarope na Casa Branca. Com seis anos no mercado nacional, a empresa possui cerca de 70 pontos-de-venda distribuídos em todo o Brasil. www.nuttybavarian.com.br
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CIRCULAR
A febre das lan houses As lan houses continuam atraindo clientes no mesmo ritmo do ano passado. O conceito das casas de computadores em rede, que oferecem aluguel de máquinas e acesso à internet rápida, sobretudo para jogos eletrônicos, foi trazida para o Brasil pelo presidente da Monkey, Sunami Chun, de 26 anos, descendente de coreanos. Foi na Coréia do Sul que se iniciou esse tipo de negócio. O termômetro de crescimento pode ser medido pela própria Monkey, que abrirá 12 novas franquias, somadas às 34 já em funcionamento, até o final deste mês. A
Lançamento para o verão partir daí, a previsão é que duas novas lojas devem se integrar à rede mensalmente. “A lan house não é um negócio passageiro”, acredita Frank Onishi, vicepresidente da Monkey. Ele completa: “Os games é que são”. A Monkey garante ao franqueado uma consultoria para abertura da loja. Cabe à Monkey também a decisão sobre o imóvel que receberá a franquia: uma área nobre, de preferência, para atender o público das classes A e B. (11) 5579-1399 ou www.monkey.com.br
Refeições aos milhões O ano de 2002 foi de sucesso para a rede de fast food à base de grelhados Bon Grillê. Com um crescimento de 28% sobre 2001 no faturamento, a franqueadora investiu na abertura de novas lojas e no incremento de seus produtos e de seu cardápio. Foram mais de 3 milhões de refeições no ano. A escolha do foco no atendimento aos clientes e investimentos constantes em mídia fizeram com que o conhecimento espontâneo da rede Bon Grillê junto ao público crescesse 12% em re-
lação à mesma pesquisa de marca feita em 2001. A rentabilidade média por franquia cresceu 25%. “Em 2003, a Bon Grillê intensificará seus investimentos em treinamentos das equipes das lojas e na adequação do seu CPA (Centro de Processamento de Alimentos) à demanda de produtos gerada pelo crescimento da rede”, afirma Alberto Bonfiglioli Neto, diretor comercial. A meta para este ano é chegar a 60 estabelecimentos. (11) 5098-9245 ou www.bongrille.com.br DIVULGAÇÃO
Devagar, devagarinho...
Uma unidade Someday requer investimento em torno de R$ 50 mil. A Someday iniciou suas atividades em 1997 e sempre manteve coleções compostas por peças despojadas em jeans, complementadas por outras linhas e por acessórios exclusivos como bolsas, cintos e bijuterias.
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A grife de moda feminina Someday, de Florianópolis, entrou em novembro do ano passado no sistema de franchising e resolveu ir devagar com a expansão. Foram abertas três novas franquias, sendo uma na mesma cidade e outras duas em cidades vizinhas. Em janeiro a empresa inaugurou um show room onde estão em exposição peças para revendedores e franqueados. Antes da franquia, a marca já possuía revendedores autorizados em várias cidades de Santa Catarina e também no Rio Grande do Sul, mas aos poucos vai migrar toda a rede para o franchising.
Com investimento de R$ 1 milhão a empresa Água de Cheiro lançou produtos para o corpo e cabelos em três linhas destinadas aos cuidados com o sol e para a hora do banho. A linha Biocomplex foi incrementada com três novidades: o gel esfoliante com camomila e semente de apricot e as loções cremosas Pêssego e Semente de Uva. “Todos os nossos produtos são lançados com base em pesquisas feitas junto aos consumidores. Além disso, nossa marca está em sintonia com as inovações e tendências internacionais”, explica Arthur Fish, diretor-executivo de Marketing da Água de Cheiro. Outro lançamento é a linha para banho SBA, composta por três produtos que possuem notas de verbena, gerânio e artemísia e componentes que relaxam e hidratam o corpo, além de estimular os sentidos e renovar a energia. São os Sais de Banho, o Óleo Bifásico e o Banho de Espuma. A Água de Cheiro lança dois produtos que complementam a linha de bronzeadores Top Sun: o Leite Pós Sol Top Sun, que proporciona frescor e hidratação, e a Máscara Capilar Top Sun, com proteção UVA e UVB, que evita o ressecamento dos fios. (31) 3689-9333 ou www.aguadecheiro.com.br
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Franquia
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Quando o concorrente vira bom companheiro SUPERSTOCK
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O associativismo praticado entre franquias do mesmo segmento é uma alternativa para enfrentar diversidades do mercado e garantir bons negócios Nem sempre um concorrente pode ser visto como uma ameaça ao negócio. A experiência de um empresário que atua no mesmo ramo de atividade pode servir como informação importante para o desenvolvimento conjunto de todo o setor, e esse intercâmbio de dados pode ser concretizado através da criação de associações, grupos ou redes de negócios. Crescente na economia em geral, o associativismo expandese também de variadas formas no ramo de franchising. O consultor Carlos Roberto Romeu, experiente em planejar a formação de redes setoriais, diz que normalmente a união de empresas tem, no início, intenção de conseguir melhores preços com a realização de compras conjuntas, porém, com o tempo, outras vantagens são percebidas. “Ao alcançar novas conquistas, os empresários crescem profissionalmente, gerando reflexos em suas empresas, que se tornam competitivas e experimentam considerável aumento em seus lucros”, diz. É o caso das empresas que compõem a Associação Brasileira de Mercado ImoFevereiro – Empreendedor
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EM DESTAQUE
No ano passado a Tok abriu duas unidades franqueadas em bairros paulistas e atualmente prepara a abertura da terceira em Uberaba (MG). No entanto, a próxima loja será uma unidade própria, também em São Paulo. “Precisamos ter uma loja ligada à franqueadora para podermos estruturar a expansão daqui para a frente”, explica Marcos Reis. Ele afirma que ainda é preciso aperfeiçoar os sistemas de armazenagem, logística e até criar um Centro de Distribuição. A tendência é que depois dessa estruturação o negócio cresça [União vira empresa] Encontrar uma alternativa de canal rapidamente – ainda este ano outras de venda a varejo foi a grande motiva- duas unidades devem ser inauguradas. “O foco não é competir com as ção para que outro grupo, dessa vez do setor de materiais de construção, se grandes redes que vendem materiais de unisse em prol do desenvolvimento con- construção, mas sim conseguir ser uma junto. Idealizado por um fabricante que alternativa para os empreendedores que convidou os demais a fazer parte do ne- podem abrir negócio em cidades megócio, o projeto da Tok Construção & nores, assim como é uma boa alternaAcabamento já previa iniciar-se dentro tiva para o grupo de fabricantes que do sistema de franchising. Marcos Reis, garante uma rede de distribuição mais um dos sócios-diretores, conta que em facilitada”, comenta Cláudia Bitten2001 foram realizados os estudos para court, que também participou da conscriação de uma loja que não concorres- trução da franquia. Reis esclarece que a alternativa das se com os grandes home-centers de materiais de construção e pudesse atender 25 empresas fabricantes de materiais era justamente criar canais diretos de as cidades de menor porte. venda, sendo que, além dessas marcas, outras foram contactadas para ampliar a oferta de produtos O que é associativismo? menores para os consumidores. O tamanho das unidades pode variar Associativismo pode ser definido, num entre 350 e 800 m2, e o investimensentido amplo, como qualquer iniciativa to com as instalações gira em torno formal ou informal que reúne um grupo de de R$ 194 mil. A taxa de franquia é empresas ou pessoas com o objetivo de R$ 30 mil, e os royalties são de principal de superar dificuldades e gerar 4% sobre o valor da compra dos benefícios econômicos, sociais ou produtos, mesmo tipo de indexador políticos. do Fundo de Publicidade, que é de O associativismo se dá através de entidades como associações comerciais, 2% sobre o valor comprado. Cada industriais e rurais; sindicatos; loja precisa de no mínimo seis funcooperativas; parcerias ou associações de cionários, e o faturamento médio interesse econômico, social ou político. mensal é de cerca de R$ 150 mil. com 25 anos de existência. Uma das metas é conseguir em breve abranger imobiliárias de todas as regiões do país. A Associação está realizando intercâmbio com outros países, tanto que a próxima reunião será realizada em Punta Del Este, no Uruguai, para tratar de aluguéis de temporada. Algumas imobiliárias de Portugal também já estão no rol de parceiros da ABMI, ampliando o leque de possibilidades das empresas brasileiras.
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biliário (ABMI), em que, entre as 13 associadas, encontram-se três redes de franquias – Apolar Imóveis, de Curitiba (PR), Camargo Dias, de São Paulo (SP) e Conectiva Imóveis, de São Paulo (SP). A consultora Cláudia Bittencourt, responsável pela formatação de todo o projeto da entidade e que atualmente acompanha as ações, conta que a idéia surgiu de um grupo de empresas que trocavam experiências em reuniões nacionais do setor, “mas isso se dava de maneira esporádica e sem regularidade”. Há cerca de seis anos, o grupo criou a ABMI com o princípio fundamental de que os associados não poderiam ser concorrentes entre si e tendo como objetivo principal a profissionalização do mercado imobiliário. Para isso são realizadas reuniões a cada dois meses em regiões diferentes, como palestras profissionalizantes para corretores ou mesmo para os empresários, sempre com o intuito de definição de ações conjuntas, assim como decisões de reivindicações políticas e institucionais. Os resultados concretos, diz Cláudia, podem ser revelados pelo crescimento do faturamento dos participantes. “Alguns chegaram a ter 40% de aumento nas vendas.” O mais interessante do grupo é a diversidade entre empresas que estão há décadas no mercado e algumas que estão há cinco anos no ramo. “O importante é ter algo a acrescentar ao grupo, como a idéia da criação do fiador interestadual, ou seja, um cliente que procura um imóvel fora da sua região pode conseguir um fiador através da parceria das imobiliárias que fazem parte da ABMI”, explica Cláudia. Paulo Roberto Costa, o atual presidente, eleito no final do ano passado, é de Goiânia (GO) e dirige a Tropical Imóveis,
Franquia
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[Networking] Outra modalidade crescente no ramo associativista é a de networking, ou redes de negócios que funcionam através da união de profissionais que prestam serviços para grandes empresas e corporações em áreas que necessitam de atualização constante, como a do marketing. Desde a última década as agências de propaganda vêm sendo sobrecarregadas com solicitações de serviços de marketing ou vendo seus clientes comprar no mercado serviços específicos mas não integrados, como pesquisa, estratégia de distribuição, programas de treinamento de vendas, inteligência para database management e planejamento estratégico, de marketing ou de comunicação, entre tantas outras demandas. Para eliminar os fatores que têm limitado o crescimento das empresas sem obrigá-las a arcar com custos de estruturas internas de marketing, está surgindo uma tendência dominante na área de prestação de serviços. É a operação por meio de redes de especialistas de alto nível, cujas especialidades se complementam, com a finalidade de oferecer a empresas médias ou grandes, profissionalizadas ou em fase de profissionalização (como as familiares), soluções integradas de problemas de marketing, de modo focado e com qualidade a baixos custos. “Esse é o conceito da empresa contemporânea, que antecipa a tendência de trabalhar em rede com profissionais estabelecidos no Brasil e no Exterior”, afirma o empresário Guilherme Sztutman, que acaba de estruturar a empresa Agência de Marketing. Aos moldes de uma networking, sua empresa detecta necessidades, planeja a solução integraFevereiro – Empreendedor
O melhor do associativismo UNIÃO – A rede associativista proporciona uma união capaz de fazer os empresários pensar coletivamente e permite uma troca de experiências que os faz crescer no conjunto. COMPRAS CONJUNTAS – A realização de compras conjuntas em grandes quantidades proporciona aos empresários maior poder de barganha e acesso a grandes fornecedores, disponíveis, até então, através de empresas atacadistas. CAPACITAÇÃO – Os empresários e seus funcionários atendem ao apelo para se capacitar, a fim de enfrentar a concorrência impiedosa das grandes empresas. LUCRATIVIDADE – O aumento no faturamento, graças aos benefícios proporcionados pela rede e à aplicação de melhores margens de comercialização, faz com que as empresas apresentem um aumento considerável de sua lucratividade. COMPETITIVADE – Comprando bem e barato, melhorando seu mix de produtos, capacitando-se gerencialmente e treinando sua equipe, os empresários de uma rede associativista tornam-se mais competitivos.
da e integra os fornecedores de serviços de marketing para empresas industriais, comerciais ou prestadoras de serviços, assumindo a supervisão de seu desenvolvimento e monitorando resultados. “Identifiquei a inexistência de serviços que efetivamente apoiassem os principais desafios do composto de marketing das empresas”, conta ele, provando as vantagens de atuar lado a lado, mesmo que seja com um concorrente.
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O pior do associativismo ANSIEDADE – Os empresários querem ver os resultados imediatamente. É necessário um tempo de maturação para a consolidação do grupo. Deter essa ansiedade é uma tarefa importante para o sucesso da rede. QUALIDADE DOS ASSOCIADOS – As redes que privilegiam a quantidade em vez da qualidade na seleção de seus associados vão se ressentir, no futuro, de que a participação desses não é tão intensa quanto se desejava. DISPARIDADE DE FATURAMENTO – A existência de grandes, médios e pequenos estabelecimentos em uma mesma rede tem dificultado as ações conjuntas, principalmente quando existe rateio dos custos. RECURSOS FINANCEIROS ESCASSOS – Muitos associados ressentem-se da falta de recursos financeiros e, por essa razão, não conseguem investir em sua loja e acompanhar a evolução do grupo associativista, causando, conseqüentemente, um desgaste na imagem da rede. Fonte: Carlos Roberto Romeu, diretor da Clalemar Assessoria Empresarial S/C Ltda.
Linha Direta ABMI (11) 3679-9258 Agência de Marketing (11) 3167-1883 Bittencourt Consultoria (11) 3673-9401 ou www.suafranquia.com Carlos Romeu (11) 3662-5120 Tok Construção e Acabamento www.lojastok.com.br
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Empreendedor – Novembro
Franquia
ABF ARTIGO
ABF abre temporada de cursos para 2003
Para o franchising brasileiro, o torno de um projeto de retomada do ano de 2003 começa com grandes desenvolvimento econômico. Mesmo perspectivas, mas também com uma assim, o franchising passa por mocerta dose de ansiedade e dúvida. O mentos de ansiedade e dúvida. Isso otimismo se justifica tanto pelo bom porque não existem, ainda, elementos momento que o Brasil que nos permitam saDIVULGAÇÃO atravessa, como pelas ber ao certo se superatendências positivas deseremos alguns problenhadas no ano passado mas graves – e histópara o negócio do franricos. Refiro-me espechising. Afinal, fechamos cificamente à questão 2002 com um crescimendo crédito para novos to de 7%, cinco vezes suempreendedores. perior ao do conjunto da A equação é simeconomia brasileira. Tamples: se o Poder Públibém projetamos um cresco reconhece na pecimento de 10% para Gerson Keila* quena e média empre2003, que deverá superar sa um instrumento poo desempenho econômico do país. deroso de geração de emprego e riMas nosso maior êxito em 2002 queza, então deve agir em coerência certamente foi o amadurecimento do com essa compreensão. Isso quer disistema, em todos os seus setores. zer garantir um ambiente favorável Franqueadores e franqueados estão, ao florescimento de novos negócios, ao certo, mais conscientes sobre seu incluído aí o franchising. papel e, acima de tudo, sobre a Se tivermos reconhecida a nossa absoluta necessidade de trabalhar importância para a sociedade, certajuntos, como peças diferentes da mente poderemos retribuir ainda mais, mesma engrenagem. Não por acaso, em prol do bem comum. Sim, porque o sistema brasileiro de franchising – o franchising já demonstrou ser capaz formado, em 94%, por empresas na- de manter o ritmo de crescimento cionais – já é o terceiro em todo o mesmo quando o cenário econômico mundo e não deixa nada a desejar em não é dos mais favoráveis. Com algum relação a países mais desenvolvidos. apoio – sem que se veja aí qualquer O otimismo se justifica também paternalismo – poderemos fazer ainda pelo espírito que parece tomar conta muito mais pelo país. do país, de uma ampla união de se- *Presidente da Associação tores, classes e segmentos sociais em Brasileira de Franchising (ABF)
2003
LINHA DIRETA: ABF www.abf.com.br – abf@abf.com.br
Perspectivas (e ansiedades) para 2003
Fevereiro – Empreendedor
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Os profissionais das redes de franquia e potenciais franqueados já podem se programar para reciclar seus conhecimentos. A ABF já fechou o calendário de cursos deste primeiro semestre. Para 20 de fevereiro, está prevista a primeira turma do Entendendo Franchising, indicado a potenciais franqueados e pessoas que querem conhecer um pouco mais o sistema. O curso é realizado às quintas-feiras, das 9 às 17 horas, a cada quinze dias. No dia 24 de março, tem início o Curso Avançado de Franchising, direcionado aos profissionais das franquias e demais interessados na formatação de uma rede. Com duração de três meses, o programa é constituído por 12 módulos distintos, que acontecem uma vez por semana e que abordam cada um dos aspectos da operação de uma franquia. “Analisando a viabilidade e definindo o planejamento da formatação do seu negócio” é o tema do 1º módulo do CAF, que dará uma visão geral do franchising. Aqui, o participante receberá informações para diagnosticar a viabilidade e implementar o projeto da rede e da unidade piloto. Em segunda instância, entenderá como elaborar análises financeiras de seu negócio sob a ótica das duas partes envolvidas: franqueado e franqueador. Quem quiser inscrever-se nos cursos da ABF deve entrar em contato com Aline, do Departamento de Cursos e Eventos, pelo telefone (11) 38144200, ramal 24, ou através do e-mail eventos@abf.com.br.
FRANQUIAS EM EXPANSÃO Quality Cleaners
Estética Onodera
Negócio: lavanderia expressa Tel: (11) 3253-0555 www.qualitycleaners.com.br
Negócio: estética facial e corporal Tel: (11) 3846-0604/Fax: (11) 30441835 www.onodera.com.br
Uma beleza lucrativa
Lavanderia expressa
A Estética Onodera, maior rede de Centros Estéticos do Brasil, conta atualmente com 24 unidades em São Paulo, sendo que quatro ficam no interior desse estado. A empresa iniciou seu processo de expansão por meio do sistema de franquias em 2000 e, em apenas um ano e meio, aumentou o volume de negócios em mais de 200%. Essa visão empreendedora permitiu que a Onodera se tornasse a maior franquia a operar no mercado estético brasileiro. A rede presta, entre outros serviços em estética: tratamentos para celulite, flacidez, gordura localizada, estrias, mesoterapia e estética facial.
Seja mais um empreendedor de sucesso! Faça parte de uma rede mundial de lavanderias! Um mercado com grande potencial e em constante crescimento! A rede de lavanderias expressas Quality Cleaners atua no Brasil desde 1999 e, após um período de aprendizado no mercado brasileiro, estruturou seu processo de expansão pelo sistema de franquias e já conta com mais de16 lojas no país. A Quality Cleaners oferece a seus franqueados um suporte de primeira linha, incluindo treinamento técnico operacional, acompanhamento na implantação da franquia, assessoria mercadológica e um vasto know-how adquirido por sua experiência internacional, em mais de 300 lojas e oito países, Nº unidades: 4 próprias/16 franqueadas Área de interesse: Brasil adaptada às caracApoio: PA, PM, MP, PO, PP, OM,TR, EI, SP terísticas nacionais. Taxas: R$ 30.000 (franquia), 5% (royalties) Entre em contato e 2% (publicidade) com nossa Área de Instalação: R$ 210.000 a R$ 260.000 (inclusos taxa de franquia, capital de giro e estoque inicial) Franquias e faça Prazo de retorno: 24 a 36 meses parte deste time Contato: Ventura vencedor!
Nº de unidades: 24 Áreas de interesse: regiões Sul e Sudeste Apoio: PA, MP, PP, PO, OM, TR, EL, PN Taxas: R$ 25.000 a R$ 32.000 (franquia), 6% (royalties) e 4 % (publicidade) Instalação: R$ 80.000 a R$ 200.000 Prazo de retorno: 18 a 24 meses Contato: Empresa Francap
Varig Log Negócio: transporte e logística Tel: (11) 3897-7033/3897-7440 www.variglog.com
PBF Inglês e Espanhol Negócio: Educação/Ensino de Idiomas Tel: (11) 5084-1924/Fax: (11) 5084-8882 franchising@pbf.com.br/www.pbf.com.br
Liderança em logística A VARIG LOGÍSTICA S.A – VARIG LOG surge no mercado como a maior empresa de logística da América latina, resultado da soma de uma larga experiência com novo conceito tecnológico. Essa experiência vem da VARIG CARGO, então Unidade de Negócios de Cargas da VARIG BRASIL. Direcionando suas atividades para o mundo globalizado, ela está totalmente preparada para atender às necessidades da nova economia e pronta para gerenciar todo processo logístico de armazenamento, estocagem, embalagem, transporte e distribuição de mercadorias. Hoje são 151 aeronaves, milhares de veículos e as melhores alianças estratégicas em todos os meios de transporte, garantindo mais agilidade, segurança, pontualidade e regularidade nas entregas. Por trás de tudo isto, conta com uma estrutura de unidades próprias e franqueadas no Brasil e no exterior, formando uma ampla rede de coleta e distribuição que abrange todo o território nacional e 350 cidades no Mercosul. A VARIG LOG chega ao mercado reconhecida como sinônimo de Nº de unidades: 211 Áreas de interesse: Brasil, América do Sul e Europa qualidade, certifiApoio: PA, MP, PP, PO, OM, TR, PF, EI, PN, SP cada pela ISO Taxas: R$ 5.000 a R$ 40.000 (franquia Brasil), 5% FB 9002. E isso signi(royalties) e 1% FB (propaganda) fica garantia de Instalação da empresa: a partir de R$ 750 m2 tranqüilidade para Prazo de retorno: acima de 18 meses seus clientes. Contato: Roberto Gomes
Cinco razões para você investir em uma franquia de sucesso! 1. A PBF exige pequeno investimento e não cobra royalties. 2. A PBF é uma rede de escolas de idioma com mais de 30 anos de experiência e tradição. 3. A PBF possui um método de ensino exclusivo e próprio, totalmente atual e comunicativo. 4. A PBF forneNº de unidades: 0 próprias e 201 franqueadas ce suporte em Áreas de interesse: Todo o Brasil todas as áreas, da Apoio: PA, PO, TR, PF, EL, SP, MP, PM, PO, OM Taxas: 30% pool propaganda sobre compra de livro administrativa à pedagógica. Instalação da empresa: a partir de R$ 40 mil 5. A PBF traba(dependendo do tamanho da cidade) Capital de giro: R$ 10 mil lha para você cresPrazo de retorno: 18 a 24 meses cer sem parar! Contato: Christian Santos Franco
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FRANQUIAS EM EXPANSÃO Golden Services
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A ALPS é a rede de franquias de idiomas que mais cresce no Brasil. Lançada no mercado em 2001, já conta com mais de 100 franquias espalhadas por todo o país, sendo que pretendemos fechar este ano com cerca de 250 unidades. O método Alps foi desenvolvido nos Estados Unidos seguindo as mais modernas técnicas de neurolingüística, possibilitando um aprendizado rápido e permanente do inglês. Alguns alunos que já estudaram em outros métodos e depois vieram para a ALPS chegam a afirmar que falaram mais inglês em 20 horas em nossas escolas que em toda a sua experiência anterior. Essa é a grande oportunidade para você poder ter seu próprio negócio e fazer parte de uma empresa com know-how administrativo e comercial, e um sistema exclusivo de ensino. A Alps dá assessoria na seleção do ponto comercial, na adequação do imóvel e na implantação e operação da escola, treinamento pedagógico, comercial, além de todo o suporte de uma equipe de profissionais especializados que vão assessorá-lo no seu empreendimento. Esta é sua grande oportunidade de sucesso em uma rede em ampla expansão! Existem várias Nº de unidades próp. e franq.: 150 cidades disponíveis para a imÁreas de interesse: Brasil plantação de uma unidade Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI, PN, SP Alps. Consulte nossa home Taxas: R$ 10 mil (franquia), 7% sobre compage (www.alpschool.com.br) pras (royalties) e R$ 12,0 p/ material didático e contate nosso Depto. de Instalação da empresa: R$ 30 mil a R$ 50 mil Franchising através do telefoPrazo de retorno: 12 a 18 meses ne (19) 3296-0600. Contato: Artur José Hipólito
Vicio
Livraria Modelo
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Negócio: livraria Tel: (81) 3338-8019 Fax: (81) 3338-8069 www.modelo-online.com.br
Qualidade e diferenciação Criada em 1985 por Cláudio Fernandes, a VICIO traz desde o seu início produtos que vão ao encontro das necessidades e desejos dos consumidores mais exigentes. Masculino e feminino, básico e fashion, além dos acessórios, fazem da VICIO uma coleção completa com uma série de itens exclusivos. Atualmente a VICIO aposta na qualidade e diferenciação de seus produtos. Para isso investimentos constantes são feitos em pesquisas, não somente em tendências como também em novas matérias-primas e técnicas avançadas de produção e industrialização. Tudo isso levou à consolidação da marca no mercado nacional. Prova disso é a distribuição feita por mais de 500 pontos-de-venda que vão do extremo sul ao extremo norte do Nº de unidades: 4 próprias país. Com uma equipe forÁreas de interesse: Norte, Nordeste, mada por profissionais de Centro-Oeste, Sul e Sudeste ponta sempre atentos às Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, EL, PN, SP. Taxas: R$ 30.000 a R$ 50.000 (taxa de constantes mudanças que franquia), 5% (royalties) e 2% ocorrem neste mercado, (publicidade) a VICIO certamente conInstalação da empresa: 600 a 1.000 m² tinuará sua constante Prazo de retorno: 18 a 24 meses busca!! Contato: Fernanda B. Dittmers
Abra um verdadeiro modelo de franquia Se você tem visão de mercado e quer ser bem-sucedido, este é o seu negócio. Abrir uma franquia Modelo é poder contar com toda a estrutura de uma empresa que dispõe de vasta experiência e de uma equipe especializada na venda a varejo, há mais de 15 anos. Além disso, a TWM Administradora de Franchising, empresa que é responsável pelo sistema de franquias da Modelo, fornece todo o suporte técnico e operacional aos franqueados com apoio mercadológico e treinamento para implementação, estruturação e gestão de sua loja. A diversidade e o suprimento dos produtos oferecidos ainda contam com a retaguarda da DPM, que é a maior distribuidora de material de escritório, escolar e suprimento para informática do Norte/NE. A marca Modelo por quatro anos consecutivos detém o maior share of mind no segmento de livrarias do GranNº de unidades: 6 de Recife, de acordo Área de interesse: Brasil com pesquisa do InsApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, EI, PN, SP Taxas: de R$ 15.000,00 a R$ 35.000,00 tituto Harrop. Livra(franquia), 3% (royalties) e 2% (propaganda) ria Modelo. Venha faInstalação: R$ 1,5 mil por m2 construído zer parte desta históPrazo de retorno: 24 a 36 meses ria de sucesso. Contato: Joaquim Bezerra
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Fun Languages – The Kids Club Negócio: inglês para crianças Tel: 0800 55 3565 www.funlanguages.com.br
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O seu sucesso é a nossa história!
Inglês com selo de qualidade A Fun Languages – The Kids Club é a única franquia de curso de inglês para crianças premiada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) com o Selo de Qualidade. De origem inglesa e com metodologia própria, a rede está presente em mais de dez países com cerca de 60 mil alunos pelo mundo. Só no Brasil, possui mais de cem unidades franqueadas, 10 mil alunos e está presente em 300 das melhores escolas. Com um pequeno investimento você abre uma franquia FUN LANGUAGES – THE KIDS CLUB e leva todo o nosso know-how até o aluno, esteja ele na escola, na academia, no clube ou em condomínios, sem a necessidade de iniciar seu negócio investindo em um ponto. Oferecemos total apoio, workshops regionais e convenções anuais e reciclagem de treinamento, gratuitamente, para franqueados e seus professoNº de unidades: 110 res. Se você fala inglês fluente, Áreas de interesse: Sul e Sudeste adora crianças e Apoio: total Taxas: R$ 5.000 (franquia), quer ter um negóNC (publicidade) e 12,5% (royalties) cio próprio, venha Capital de giro: R$ 2.000 conversar conosco! Prazo de retorno: 6 a 12 meses Contato: Shirleine Diniz
Faça parte de uma rede de escolas de idiomas com mais de 40 anos de experiência e tradição em ser sucesso. A empresa atua no Brasil desde 1958, transferindo seu know-how aos franqueados distribuídos por todo o Brasil, América Latina e Japão. A FISK oferece um suporte de primeira linha incluindo treinamento em 11 áreas distintas para que o franqueado faça uma ótima administração em sua escola. O método de ensino exclusivo é constantemente atualizado por uma equipe pedagógica altamente qualificada e esse é o nosso ponto mais forte. Com um pequeno Nº de unidades: 40 próprias e 667 franqueadas investimento você Áreas de interesse: Todo o Brasil abre uma franquia Apoio: PA, PO, TR, PF, EL, SP, MP, PM, PO, OM FISK e constrói Taxas: 30% pool propaganda sobre compra de livro também a sua hisInstalação da empresa: a partir de R$ 40 mil tória de sucesso Capital de giro: R$ 10 mil num mercado em Prazo de retorno: 18 a 24 meses Contato: Christian Alberto Ambros franca expansão.
Planet Idiomas Negócio: ensino de idiomas Tel: (19) 3254-3744 www.planet-idiomas.com.br
Sucesso comprovado em todo o país Com moderna e atualizada metodologia de ensino, a PLANET Idiomas vem se destacando como uma das melhores escolas de idiomas do país. Escolha o tipo de franquia que mais se identifica com você e faça parte deste sucesso! 1. FRANQUIA COMPACTA: Com investimento total de 04 X R$ 3.880 você tem uma escola totalmente montada. Franquia exclusiva para professores de idiomas e para cidades de até 50 mil habitantes ou pequenos bairros. 2. FRANQUIA PLENA: Com investimento total de R$ 60.000 você terá uma Escola PLANET com todos os diferenciais de sucesso. Franquia voltada para Nº de unidades: 1 própria / 54 empresários e para grandes franqueadas cidades ou grandes bairros. Área de interesse: Brasil 3. FRANQUIA DE Apoio: PA,MP, PP, OM, TR, EI, SP CONVERSÃO: Sob consulta. Taxas: R$ 6.000 a R$12.000 Instalação: R$ 20.000 a R$ 60.000 Damos carência para a paCapital de giro: R$ 12.000 dronização de sua escola. Prazo de retorno: 12 a 18 meses Contato: Cristhina Ventorino
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Franquia
Total
Franco Franquia
FRANCO FRANQUIA
Responde
Especialista em dizer o que pensa e lembrar os cuidados que se deve ter antes de entrar no mundo das franquias.
MURAL
Há um bom tempo, um dos meus franqueados mais atuantes enfrenta dificuldades para atingir as metas. O que devo fazer: apostar na sua capacidade ou excluí-lo da rede?
2003
Caro leitor, sendo esse seu franqueado um dos mais atuantes, suponho que não deve faltar diálogo entre você e ele. Pois bem, como bem diz aquela velha máxima do “conversando a gente se entende”, chame-o para uma conversa franca. Na minha avaliação, pela forma como você relatou o problema, o franqueado em questão parece ser uma pessoa que tem contribuído no contexto geral da rede, apesar de capengar no que se refere aos resultados. Por isso, acredito que não vale a pena simplesmente romper a relação. Converse e, principalmente, ouça. Se ele é assim tão participativo, certamente saberá explicar (ou ao menos relatar com franqueza) os problemas, as dificuldades que vem enfrentando. Como você pode notar, minha posição é sempre pelo entendimento, sobretudo quando a situação envolve elementos como os apresentados por você. Daí, a minha sugestão é você encampar uma espécie de “operação resgate” desse franqueado, destrinchando o problema e propondo soluções que possam reverter o atual quadro da franquia. Obviamente, para tudo há limite. E certamente você deverá estipular um prazo para que o franqueado recupere
sua rentabilidade. Você não deve bancar esse processo ad aeternum. Por isso, dê ao franqueado um prazo para que as (prováveis) mudanças possam surtir o efeito desejado. Outro detalhe importante: não trate essa situação como uma “missão secreta” em que somente você e o franqueado sabem o que está sendo feito. Jogue aberto com outros diretores e também com o Conselho de Franqueados. Se a sua rede ainda não conta com um Conselho, converse com seus franqueados mais antigos. Peça a opinião deles e conte o que você pretende fazer. Justifique sua disposição e seu interesse em recuperar essa franquia. Bom, mas se todos os esforços não resultarem em nada, aí, francamente, o jeito é partir para uma mudança mais radical: a mudança de franqueado. E aí, além de agir com o ex-franqueado de acordo com o contrato, preocupe-se também com quem assumirá o comando dessa franquia. Essa é uma medida preventiva. Verifique como anda a receptividade da sua marca no local e como a concorrência tem se comportado. Assim, as chances de que a franquia enfrente novas dificuldades não estarão descartadas, mas serão muito menores.
Escreva para Franco Franquia: francofranquia@empreendedor.com.br Fevereiro – Empreendedor
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Esse período entre dezembro e fevereiro, quando a maioria das pessoas aproveita para tirar férias, é recomendado para momentos de descanso, mas também de muita reflexão e leitura. Eu, por exemplo, já coloquei minhas leituras em dia e atualmente estou lendo O Poder das Mentes em Ação. Não, não é um livro para quem quer aprender a entortar garfos. Mas sim um tratado sobre o desenvolvimento e a gestão da inteligência nas empresas. Daquilo do que eu já li do livro, me passou a sensação de que a estupidez predomina ainda em muitas empresas e que há um enorme desperdício de inteligência, que poderia ser melhor aproveitada e canalizada em prol do sucesso da empresa. Ler O Poder das Mentes em Ação me fez lembrar das tirinhas e dos livros de Dilbert, em que o lado estúpido é ridicularizado ao extremo, mas ainda assim ficando muito próximo à realidade.
Franqueza Total “O medo do fracasso espanta qualquer chance de chegar ao sucesso” (Franco Franquia)
Meu Grupo Já está no ar a lista de discussão do Franco Franquia. Agora os leitores têm um espaço ainda maior para debater os principais temas do franchising. Basta se inscrever no grupo para participar. Para se inscrever, mande um e-mail para francofranquia-subscribe@yahoogrupos.com.br
SE... ... meus clientes reclamam dos preços que pratico na minha franquia, preciso analisar se minhas ações de marketing estão voltadas para o público certo ou se estão equivocadas.
F da questão Será que você, como franqueado, deve aceitar, sem contestação, todas as decisões do franqueador?
2003
Empreendedor – Fevereiro
(Mercado
Rindo à toa Com números cada vez mais positivos, a indústria da beleza investe na criação de produtos para atingir novos nichos de mercado
2003
por
Fábio Mayer
Criatividade e êxito são duas palavras que definem bem a indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Apostar nesse atraente mercado é sinônimo de criar novos nichos e produtos diferenciados para driblar a forte concorrência, mas também de clientela garantida e lucro, já que o número de consumidores e da produção do segmento vem crescendo a cada dia nos últimos seis anos. Atualmente o Brasil é o quarto maior consumidor, e o mercado nacional cresce na mesma proporção que o mundial, em média 8% ao ano. De acordo com estatísticas da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o faturamento líquido de impostos sobre vendas aumentou de R$ 5,5 bilhões em 1997 para R$ 8,3 bilhões em 2001. Em 2003, a estimativa é ampliar ainda mais esse número. O mercado de cosméticos no país tem um grande potencial. “Se as pessoas tivessem um poder aquisitivo maior, as empresas não dariam conta de suprir a demanda do mercado nacional. Não precisariam nem exportar Fevereiro – Empreendedor
seus produtos”, afirma Carlos Alberto Trevisan, presidente da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC). Prova disso é que os brasileiros foram considerados um dos povos mais vaidosos do mundo. Uma recente pesquisa realizada pelo Instituto Gallup mostra que 61% dos brasileiros consideram a aparência física como o fator mais importante para o sucesso social. O estudo foi realizado com 5 mil pessoas na faixa etária entre 18 e 64 anos simultaneamente na Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos e França. Por outro lado, o sucesso nesse negócio também depende de outros fatores. A concorrência é um deles. Segundo relatório da Abihpec, existem no Brasil cerca de 1.020 empresas que atuam no mercado de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Entre elas, 14 são de grande porte e detêm 73% do faturamento total desse segmento. Para que as micro e pequenas empresas possam aumentar a participação nesse mercado, é preciso manter o foco do negócio em novos nichos e em produtos diferenciados. “A única
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chance de crescer é apostar no mercado segmentado”, diz Trevisan. Também é nisso em que acredita Renata Ashcar, consultora especializada em perfumaria e cosméticos e autora do livro Brasilessência: A Cultura do Perfume. “A saída é investir em nichos de mercados específicos, com produtos distintos e bem conceituados, pois as grandes empresas não têm a mesma mobilidade que uma empresa média ou pequena”, salienta. Quanto aos produtos, ela sugere o lançamento de alguns produtos inovadores além dos que darão o giro ao investimento. “Dessa forma aconteceram grandes sucessos desse mercado.” Para isso, não é necessário ir muito longe; basta aproveitar a própria biodiversidade natural do país. “Vale lembrar que estão no Brasil 23% das espécies do mundo vegetal, e apenas 5% disso foi pesquisado, ou seja, temos matérias-primas bastante especiais para inspirar a criação de novos produtos diferenciados”, diz a consultora. Esse é o caso da Mistérios d’Amazônia, que criou um novo nicho tranformando re-
Segmentação do mercado
síduos orgânicos em produtos. A empresa fabrica perfumes e aromatizadores de ambiente à base de raízes, folhas, sementes e madeiras da floresta e também produz cosméticos à base de frutos regionais como buriti, açaí, cupuaçu e castanha-do-pará. “Nosso maior diferencial é a matéria-prima, que garante às linhas uma personalidade própria bem recebida tanto no mercado interno como no externo”, afirma Ivaldo Barreto, presidente da companhia.
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tre de 2002 as vendas para o exterior cresceram 38,18%. Os principais responsáveis por esse aumento foram os produtos para cabelo, que registraram alta de 122,82%, trazendo um número maior de divisas para o Brasil e contribuindo para ampliar o número de vagas de trabalho no país. [Empregos e empreendedores] A indústria da beleza apresenta importantes resultados referentes à criação de empregos. Segundo um estudo realizado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), esse segmento obteve o melhor índice (108,15, contra 73,56 da média geral da indústria paulista) entre 47 setores analisados. Ivaldo Barreto, presidente da Mistérios d’Amazônia, conta que decidiu investir nesse ramo de atividade para aproveitar melhor a riqueza aromática da floresta e sua biodiversidade. Ele também teve o intuito de mostrar o talento e a criatividade dos nativos reunidos em comunidades carentes. Atualmente, a empresa tem 25 colaboradores diretos e 440 indiretos, e ainda compra o trabalho de 380 indígenas, 40 pessoas das populações ribeirinhas e 20 meninas em situação social de risco, que produzem as embalagens artesanais dos produtos. “Nossa relação é de respeito e comprometimento, valorizando a cultura dessas populações e garantindo sua subsistência de maneira criativa e proEmpreendedor – Fevereiro
2003
[Mercado externo] Outro exemplo de empresa que resolveu apostar em produtos típicos brasileiros, desde o início das suas atividades na área, no final da década de 70, é O Boticário. Na época a companhia, uma farmácia de manipulação que fabricava produtos com princípios ativos dermatológicos, passou a desenvolver linhas especiais para a indústria cosmética que atendessem à demanda de consumo das brasileiras. Segundo Miguel Krigsner, presidente da empresa, as fragrâncias nesse período eram extremamente fortes, voltadas ao
gosto europeu e norte-americano. “Percebemos que tínhamos um nicho de mercado: fazer um produto de alta qualidade, voltado para a mulher brasileira, para as suas necessidades”, afirma. Sempre diversificando sua linha de produtos O Boticário produz, hoje, aproximadamente 600 itens, divididos entre cuidados para o corpo, cuidados faciais, protetores solares, maquiagem, deo-colônias, desodorantes, sabonetes e shampoos. A empresa fechou 2001 com um faturamento de R$ 377 milhões (indústria) e R$ 985 milhões (rede de franquias), produzindo 59,4 milhões de unidades. No ano passado teve um crescimento de cerca de 26% no faturamento. As vendas de produtos para o mercado exterior representam menos de 2% do faturamento, e a meta da empresa é de ampliar para 6% esse número nos próximos cinco anos. Outra empresa que segue o mesmo caminho, pretendendo se consolidar no mercado externo, é a Yamá Cosméticos, que produz mensalmente 3 milhões de unidades dos 150 itens do leque de produtos à base de buriti, cupuaçu e copaíba, extraídos de frutos da Amazônia. Para isso, pretende reformular e agregar valor aos produtos tradicionais com embalagens mais atraentes e preços competitivos, sem deixar de lado a qualidade. No ano passado, as vendas externas da empresa chegaram a 200 mil unidades. Atualmente, a Yamá exporta para o Paraguai e a Bolívia, e fechou recentemente um acordo para vender os produtos no mercado português. O objetivo é conquistar também os mercados do Panamá, Equador, Colômbia e Espanha. Em se tratando de exportações, esse mercado registrou um crescimento de 108,7% no acumulado de 1997 a 2001, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Até o primeiro semes-
Novos transmissores – substâncias ou essências que tenham maior permanência na pele Produtos contra radiação UV e protetores solares Produtos para diferentes tipos de pele Produtos afro-étnicos Produtos para pessoas com idade acima de 60 anos Adolescentes Consumidores masculinos
fissional”, diz Simone Lucke, responsável pela área comercial da empresa. Da mesma maneira, cresce o número de empreendedores no país que atuam nesse ramo de atividade. Em sua grande maioria são mulheres que procuram não só gerenciar as horas de trabalho e complementar sua renda, mas também gerir seu negócio próprio. E isso está sendo feito principalmente através das vendas diretas. Um exemplo de empresa que investe no potencial empreendedor das mulheres nesse mercado é a Jafra, que fabrica produtos de tratamento de pele e cuidado do corpo, maquiagem e cuidado pessoal. “Muitas delas, no universo privado de suas atividades domésticas, já vêm exercitando a administração da casa como se estivesse gerenciando uma miniempresa”, afirma Ademar Serodio, presidente da Jafra para a América do Sul. Serodio conta que muitas já têm se fortalecido, exercitando a liderança, saindo de seu universo doméstico e ob-
Fatores que contribuem para o crescimento do setor Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho. Aumento de produtividade da indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, tornando seus produtos mais competitivos, com preços menores e capacidade de lançar e atualizar seus produtos conforme as mais recentes técnicas a partir da utilização de tecnologia de ponta.
2003
Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade de conservar uma impressão de juventude. Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Fevereiro – Empreendedor
DIVULGAÇÃO
(Mercado tendo rendimentos. Atualmente o canal de vendas da Jafra no Brasil conta com 32 mil consultoras ativas. Segundo Anna Paula Serodio, diretora de Marketing da Jafra para a América do Sul, esse resultado provém do sistema que a companhia adota para as vendas diretas, chamado de multilevel, que estabelece uma remuneração extra sobre o percentual de faturamento de toda a força de vendas. “A empresa que deseja permanecer rentável no futuro será aquela que irá ganhar quando todos ganharem”, afirma. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd), no Brasil as vendas diretas cresceram cerca de 11,8% no primeiro semestre de 2002 em comparação com o mesmo período de 2001. Além disso, o segmento de cuidados pessoais (cosméticos, perfumes, bijouterias e vestuário) foi o que mais faturou, quase R$ 3 bilhões, com 86% de participação no mercado, e teve um aumento de 9,7% no número de revendedores, que comercializaram cerca de 390 milhões de itens. Segundo a Abevd, nos últimos anos essa área tem apresentado um resultado acima da média de mercado, devido à cordialidade e à valorização do relacionamento entre as pessoas, o que é considerado por muitos uma tradição cultural dos brasileiros. Logo, o cenário é positivo para a indústria brasileira de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos também para os próximos anos. “Como apenas 30% da nossa população é economicamente ativa, ainda faltam muitos brasileiros para entrar no mercado de consumo e acreditamos que isso vai ocorrer”, enfatiza o presidente da Jafra para a América do Sul. Para Renata Ashcar, o Brasil deve se posicionar fortemente no mercado internacional nos próximos anos. “Espero que as indústrias nacionais enxerguem em nossas riquezas na-
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SERODIO: VENDEDORAS DOS PRODUTOS DA JAFRA DESENVOLVEM CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS
turais não só matérias-primas para a formulação de novos produtos como também inspiração para muitas e diferenciadas criações”, completa. Isto é, muita criatividade para ter êxito.
Linha Direta Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC) www.abc-cosmetologia.org.br Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) www.abevd.org.br Jafra Mundial www.jafra.com José Carlos Cicarelli jc.cicarelli@terra.com.br Mistérios d’Amazônia/Mariana Piovesan mariana@d-aonline.com.br O Boticário www.boticario.com.br Renata Ashcar renata@brasilessencia.com.br Rosa Alegria alegria@uol.com.br Thais Aguiar thais@cdicom.com.br Yamá Cosméticos www.yama.com.br
2003
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Empreendedor – Fevereiro
Editado por
Carlos Castilho
2003
CONHECIMENTO
castilho@brturbo.com
Os três inimigos Colaboração, adoção e compartilhamento são as palavras que despertam maiores desconfianças dentro da maioria das empresas Ao mesmo tempo, essas palavras fazem parte obrigatória do discurso de quase todos os gerentes e consultores especializados em gerência do conhecimento. Elas simbolizam os três principais obstáculos normalmente enfrentados por aqueles gerentes que pretendem incorporar todos os funcionários num processo de troca de conhecimentos e informações, visando incentivar a criatividade e a inovação. A resistência dos funcionários à troca de informações e experiências é natural e compreensível à luz do processo de globalização da economia. A maioria dos assalariados associa a modernização industrial às demissões e desemprego. Por isso, quando alguém surge com a proposta de compartilhamento de conhecimentos, a reação imediata é o temor de perda do emprego, o que imediatamente provoca a reação contrária, ou seja, todo mundo passa a sonegar informações, numa resistência surda à mudança. Na verdade, as iniciativas de compartilhamento de informação, colaboração estreita entre os membros de uma equipe de trabalho e adesão aos projetos inovadores não têm nada a ver com desemprego. Mas acontece que essas novas propostas de reforma das técnicas de produção coincidiram com o surgimento da globalização e com a crise no moFevereiro – Empreendedor
delo industrial provocada pela revolução tecnológica. Assim, dois fenômenos que não estão ligados acabaram sendo vistos pelos assalariados como causa e efeito. Essa forma de perceber a realidade, mesmo que equivocada, tem que ser levada em conta na implementação de projetos de compartilhamento e colaboração informativa, porque, sem a adesão franca e aberta dos assalariados, nada será alcançado e o prejuízo financeiro será total. Esta é a teoria defendida por especialistas na chamada economia da informação, como os norte-americanos Paul F. Kocourek, Walter J. Mancini e Matthew Calderone, da empresa de consultoria Booz Allen Hamilton. Num artigo recente publicado pelo The Wall Street Journal e reproduzido pela revista Strategy & Business, eles sugeriram seis condições básicas para que as empresas consigam romper as resistências naturais a um processo de compartilhamento e colaboração informativa: 1) Os gerentes devem identificar quais os setores da força de trabalho de uma fábrica que trabalham em áreas críticas na produção de informações e conhecimentos. As idéias básicas vêm do chão-de-fábrica, mas são os executivos que organizam a coleta e processamento de informações. 2) É simplesmente fundamental gerar muito debate entre os funcio-
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ILUSTRAÇÕES CLÓVIS GEYER
nários. Organize reuniões entre integrantes de setores diferentes para evitar o efeito panelinha. 3) Crie incentivos à troca de idéias e os divulgue o máximo possível, desde o início do projeto. Os melhores incentivos são os que não envolvem dinheiro. 4) Escolha líderes naturais e influentes para conduzir o processo. Os funcionários que estão mais envolvidos em tarefas executivas são os mais adequados porque eles serão depois os responsáveis pela implantação das inovações desenvolvidas no projeto. 5) Deixe muito claro o empenho e envolvimento total da empresa com a aplicação das propostas sugeridas durante o projeto. Se os funcionários não se convencerem de que a iniciativa é para valer, eles não abrirão as suas “caixas pretas” de idéias e conhecimentos. 6) Procure combinar propostas com resultados imediatos com as que têm
A “caixa preta” da BPM
maturação mais lenta. Isso faz com que os funcionários vejam de imediato os resultados de sua adesão e participem mais ainda no projeto.
Pessoas e empresas mencionadas no texto: Paul F. Kocourek kocourek_paul@bah.com Walter J. Mancini mancini_walter@bah.com Matthew Calderone calderone_matthew@bah.com Booz Allen Hamilton www.boozallen.com The Wall Street Journal www.wsj.com
do uso intensivo da informação. Quase todas as grandes empresas produtoras de softwares oferecem pelo menos um programa de BPM. Mas todas elas estão enfrentando uma enorme desconfiança dos compradores. Segundo um consultor especializado, os interessados devem fazer seis perguntas-chave antes de tomar uma decisão de compra: 1) Posso fazer o treinamento antes de fechar a compra? 2) Qual a política de atualizações do equipamento? São gratuitas e com que periodicidade? 3) Qual o prazo para a correção de eventuais bugs ou defeitos de fábrica? 4) O comprador tem direito a uma versão customizada grátis? 5) Posso testar o programa com meus clientes antes de fechar a compra? 6) Onde e como o programa não deu certo (casos de insucesso)? Para a maioria dos executivos os programas de BPM ou GPC ainda são uma grande caixa preta, que eles esperam abrir lentamente para evitar a repetição de surpresas desagradáveis. 2003
Strategy & Business www.strategy-business.com
A mais nova sigla cabalística da revolução tecnológica chama-se BPM (Business Performance Management) ou em português GPC (Gerenciamento de Performance Corporativa) . Trata-se nada mais nada menos que um software que recolhe os dados-chave de uma empresa e os compara com um modelo, indicando onde as coisas vão bem e onde vão mal. É o sonho dourado de todo executivo contemporâneo, pois o programa permite um controle em tempo real de todas as atividades de uma empresa. Os funcionários também podem acompanhar a evolução do seu trabalho e o cumprimento de metas preestabelecidas. Em teoria, o sistema oferece transparência total. Mas apesar dos irresistíveis atrativos dos programas de BPM ou GPC, as empresas não estão com pressa em adquiri-los. Elas estão escaldadas pelas decepções colhidas na corrida pela incorporação de softwares para relacionamento com clientes (CRM), inteligência empresarial (BI) e gerenciamento do conhecimento (KM), só para mencionar os mais badalados. Todos eles prometiam agilizar a produção através
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Empreendedor – Fevereiro
ATENDIMENTO AO CLIENTE 2003
A grande contribuição As empresas elevam em 34% as verbas para atenção ao cliente, mas 46% dos consumidores interrompem compras por mau atendimento Esse paradoxo detectado por pesquisas sobre relações com a clientela indica que algo de muito errado está acontecendo no setor. Parte do mistério foi desvendada pela revista norte-americana Business 2.0, segundo a qual as empresas estão apostando em alta tecnologia, quando na verdade deveriam cuidar do fator humano. Uma pesquisa feita em novembro passado pelo Pew Center, uma organização norte-americana especializada em pesquisas qualitativas de opinião pública, revelou que 46% dos consumidores dos Estados Unidos ficaram tão irritados com o atendimento que simplesmente abandonaram compras em andamento. A pesquisa procurou identificar percepções dos compradores e constatou que 86% deles culparam os cortes de pessoal pelas falhas no atendimento. O conceito de percepção não implica que o fenômeno esteja ocorrendo de fato, mas sim que as pessoas estão convencidas de que ele acontece. Para efeitos práticos, uma percepção, mesmo falsa, funciona como se fosse verdadeira, porque os seus efeitos são reais. Por outro lado, as empresas resolveram atacar o problema do atendimento através de investimentos maciços em softwares de CRM (Customer Relations Management – Gerência das Relações com a Clientela). Segundo a Fevereiro – Empreendedor
consultoria norteamericana AMR Research, nada menos que US$ 38 bilhões, em todo o mundo, serão queimados na compra de softwares para atendimento do cliente. É muito dinheiro numa época de vacas magras para a economia norte-americana em especial. Para Jeffrey Pfeffer, especialista da Business 2.0, as empresas estão jogando dólares pela janela porque tentam gerenciar o relacionamento com os consumidores antes de criá-lo. Na verdade os programas de CRM inundaram o mercado corporativo por volta do ano 2001, quando as empresas de software os apresentaram como a solução milagrosa na corrida pela clientela. Foi uma operação de marketing muito bem-sucedida, mas cujos resultados práticos, em termos de satisfação do cliente, ainda estão longe do que foi prometido. Apesar disso, as empresas continuam apostando na automação do relacionamento com o consumidor por acreditar que ele substitui o treinamento de pessoal e elimina as dores de cabeça com mão-de-obra.
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O problema é que os clientes ainda preferem tratar com pessoas de carne e osso do que com gravações ou atendentes virtuais. Dentro de alguns anos todos nós talvez já estejamos perfeitamente acostumados com robôs e consultas usando o teclado do telefone. Mas por enquanto um vendedor solícito ainda faz a diferença.
Pessoas e empresas mencionadas no texto: Business 2.0 www.business2.com Pew Center www.pew.org AMR Research www.amrresearch.com
INFORMAÇÃO
Notícias no trabalho Cresce aceleradamente o número de empresas que toleram e até incentivam seus funcionários a ler jornal através da internet corporativa no horário de trabalho
Segundo a empresa de pesquisas Market Facts, o segmento dos leitores corporativos é o que mais cresce entre os visitantes de sites de notícias em toda a Web mundial. Nada menos que 35% dos funcionários ouvidos na pesquisa da Market Facts disseram que acessam páginas de informação jornalística durante o expediente. O que antes era visto como sinônimo de vagabundagem hoje passou a ser considerado uma iniciativa louvável. O número de usuários de páginas noticiosas na Web supera o dos leitores de jornais impressos (25%), de revistas
(21%) , ouvintes de rádios (6%) e expectadores de televisão (5%), segundo dados da Market Facts. A mudança de comportamentos aconteceu depois que as empresas passaram a valorizar os funcionários bem informados, especialmente em empresas cujos negócios são regionalizados e dependem do conhecimento da clientela. Essa nova tendência corporativa animou os provedores de informação a criar sistemas personalizados de informação para inserção dentro das páginas de intranet de empresas. Mas empresas e provedores estão
em desacordo sobre a política de custos. As empresas resistem ao pagamento do noticiário destinado a seus funcionários, enquanto os sites provedores de informação dizem que não podem fornecer o material sem custos, especialmente o noticiário local. As notícias locais são as preferidas dos usuários, mas acontece que a produção de noticiário regionalizado e segmentado é mais cara porque se destina a um público mais limitado que o das notícias nacionais e internacionais. Ainda não existe um consenso sobre a cobrança ou não de serviços de noticiário para páginas Web. Aqui no Brasil o site da UOL cobra uma assinatura pelo acesso à Folha de São Paulo e às revistas da editora Abril, como Veja e Exame. Em compensação, todos os demais veículos da imprensa nacional não cobram nada para acessar o seu material on-line. Os especialistas acreditam que no futuro a informação para grandes mercados consumidores será gratuita na internet, enquanto o noticiário local e a informação com alto valor agregado serão pagos.
Empresa mencionada no texto:
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Empreendedor – Fevereiro
2003
Market Facts www.marketfacts.com (a empresa foi comprada pelo Synovate)
TENDÊNCIAS 2003
Tirando leite de pedra Os empreendedores terão tempos difíceis pela frente caso a economia mundial continue sob o impacto da desaceleração norte-americana
Por isso não são poucos os consultores especializados que sugerem aos executivos e donos de empresas que passem a agir com cautela redobrada e tentem principalmente motivar seus funcionários para enfrentar possíveis dificuldades futuras. O consultor norte-americano John Izzo, um ex-pastor presbiteriano, dá as seguintes dicas sobre como impedir que o desânimo tome conta dos funcionários de sua empresa, caso ela venha a enfrentar um período de “vacas magras”: 1) Não use linguagem alarmista para explicar a adoção de medidas de austeridade. Em vez disso, enfatize a solidariedade, o esforço conjunto, a participação e a troca de idéias. Não tente amenizar a crise mas também não se deixe contaminar pelo pessimismo. 2) Celebre até as pequenas vitórias para mostrar aos funcionários que nem tudo é derrota. Organize pequenas festas, premie os responsáveis pelas conquistas alcançadas. Procure destacar sempre um fato positivo, mesmo que ele seja, aparentemente, pouco relevante. 3) Crie um sistema de incentivos que não necessariamente tenha a ver com recompensas em dinheiro. Benefícios não monetários, como dias extras de férias, redução da jornada de trabalho sem corte de salário. Isso vai mostrar a seus empregados que você os valoriza mesmo não podendo dar aumentos salariais como no passado. 4) Apóie iniciativas de seus funFevereiro – Empreendedor
cionários, mesmo que algumas delas não estejam diretamente ligadas ao tipo de função que eles executam na linha de produção. A satisfação do funcionário em sentir-se valorizado vale como uma bonificação em dinheiro. Na empresa americana 3M os empregados podem dedicar até 15% de sua jornada de trabalho para projetos pessoais. A empresa admitiu que a maioria desses projetos acaba beneficiando-a. 5) Prepare-se para conversar muito com seus funcionários nos momentos de maior dificuldade para a empresa. Convide subordinados para almoçar ou então traga comida e vá ao
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refeitório da empresa. Organize reuniões informais para ouvir sugestões e reclamações de empregados. John Izzo destaca que todo o esforço de motivação depende de uma só pessoa, o gerente ou dono da empresa. “A pior coisa nessas circunstâncias é fechar-se na sala, fugir dos contatos pessoais, irritar-se com cobranças e reclamações. Isso não adianta nada e só azeda ainda mais o ambiente.” Pessoa mencionada no texto: John Izzo www.izzoconsulting.com/
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Empreendedor – Novembro
I déias
Miguel Abuhab
Fundador e Presidente do Conselho da Datasul
Poluição da humanidade
2003
Nos últimos anos presenciamos o processo de globalização, e a maioria das pessoas, não podendo agir de alguma forma, passa a assistir-lhe passivamente Absolutamente, não sou contra esse processo. Não sou contra o lucro das empresas. Todas as empresas estão absolutamente certas em procurar crescer e aumentar o lucro para seus acionistas. Isso é o que move nosso mundo. Eu pessoalmente tenho contribuído para esse processo. Cada um de nós é envolvido nele. Já nas faculdades, seja de engenharia, de administração de empresas e tantas outras, somos ensinados a procurar a redução de custos para melhor servir as empresas onde trabalhamos e, conseqüentemente, os seus clientes. O processo de globalização teve início quando os países desenvolvidos perceberam que seus mercados internos estavam próximos da saturação e com um crescimento muito pequeno, se comparado às possibilidades de crescimento nos países emergentes. Foi daí que as empresas, com base nesses países desenvolvidos, decidiram ter participação em outros mercados com grande potencial de crescimento. E a forma mais rápida de crescimento é através de aquisições. Assim, nos últimos anos vimos uma avalanche de fusões e aquisições. Umas empresas passam a adquirir o controle Fevereiro – Empreendedor
de outras em outros países e procuram reduzir os custos, com o objetivo de serem mais competitivas no país e com isso oferecer produtos melhores e mais SUPERSTOCK
baratos ao consumidor, aumentando evidentemente a sua participação no mercado. De maneira geral, as áreas mais atingidas são as de pesquisa e desen-
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volvimento, administração e finanças. Com uma grande estrutura de marketing e ainda recursos de capital a um preço muito baixo, se comparado com a taxa de juros nos países em desenvolvimento, fazem investimentos maciços para distribuição e automação da produção. Logicamente as empresas locais, tendo que competir com as multinacionais, acabam lançando mão de todos os recursos possíveis para reduzir os custos. Até aí tudo bem, não fossem os milhares de postos de trabalho eliminados nesse processo. Vamos ao exemplo A: uma empresa opera com 50 operários e sabe da existência de uma máquina que ao mesmo custo pode substituí-los. A empresa imediatamente faz a substituição, pois, ainda assim, estará economizando outras despesas indiretas, tais como: refeitório, vestiários, custos no departamento pessoal, treinamento. E ainda há o argumento de que a máquina não falta e não entra em greve. Vamos ao exemplo B: uma empresa tem um processo de limpeza de seus produtos com materiais naturais, mas sabe de um produto químico que faz essa limpeza muito mais rapidamente a um custo menor. A empresa não tem dúvida e passa a adotar o produto químico,
Se o objetivo das empresas é aumentar a sua participação no mercado, então devemos trabalhar para aumentar o mercado consumidor e não destruir os consumidores como estamos fazendo ao longo dos anos. Devemos girar a roda para o outro lado. Tudo que fizemos nestes últimos anos, e eu me incluo neste grupo, foi fazer uma análise de curto prazo dos benefícios para as empresas que trabalhamos. Não pensamos de uma maneira holística. Não pensamos no sistema como um todo, mas apenas parte do sistema; apenas parte da humanidade. Ainda que pensássemos apenas em lucros, porém, no longo prazo, deveríamos estar criando novos consu-
“Se o objetivo das empresas é aumentar a sua participação no mercado, então devemos trabalhar para aumentar o mercado consumidor e não destruir os consumidores como estamos fazendo ao longo dos anos” midores ou novos postos de trabalho. O fato é que cada posto de trabalho eliminado é um consumidor eliminado na humanidade. No exemplo da empresa A, antes de substituir os operários pela máquina, deveríamos fazer um estudo de quanto custaria essa operação feita por 50 homens em outro país menos desenvolvido. Muito provavelmente veríamos que seria possível fazer tal operação em outro país com uma redução de custo, mas certamente preva-
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lecendo o posto de trabalho. Segundo dados do Banco Mundial 1,2 bilhão de pessoas vivem com menos de um dólar por dia. Vejam bem, essa é a população que de certa forma “vive” com um dólar por dia, pois aquelas que já morreram não entram nessa estatística. O mundo gasta bilhões de dólares com pesquisas sobre as doenças que mais matam segundo as estatísticas. Entretanto, não vemos nas estatísticas a fome como uma das causas de morte. Será que não percebemos que o uso indiscriminado de tecnologia mata mais que câncer? Todos temos que acordar e perceber que o uso indiscriminado de tecnologia mata mais que a poluição. A isso chamo de “Poluição da Humanidade”. O desemprego gera fome e as pessoas morrem de inanição. Será que, ao invés de automatizar o plantio e a colheita do café, não teríamos na Colômbia mais agricultores de café e menos plantadores de coca? Será que, ao invés de automatizar o processo de algodão, fiação e tecelagem, não teríamos nos países subdesenvolvidos mais empregos e menos desnutrição? Será que, ao invés de automatizar os processos de fabricação de tapetes, não teríamos nos países do Oriente Médio mais ocupação nos trabalhos artesanais e menos radicalismo? Será que, ao invés de automatizar tantos e tantos processos no mundo, não teríamos mais pessoas dedicandose a processos produtivos e menos pessoas dedicando-se ao terrorismo? Certamente a falta de uma atividade básica para as pessoas de baixa renda faz com que pensem em novas formas de vida, independentemente se isso é aceito pela sociedade como algo digno e justo ou não. Drogas, prostituição, violência e terrorismo são fugas para quem não consegue ter uma vida dignificada. Empreendedor – Fevereiro
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embora este possa trazer uma poluição ambiental. Vimos os casos dos exemplos acima ocorrendo quase que diariamente nos últimos 20 anos. No caso do exemplo B não haveria problema ambiental se fosse apenas uma empresa a poluir o rio, pois esse produto químico acabaria de alguma forma sendo diluído na grande massa ambiental. E de fato não tivemos problemas durante muitos anos, até que o número de empresas a adotar processos químicos e sujar os rios foi tão grande que os países desenvolvidos sentiram uma grande ameaça para o ambiente e para a humanidade. Tiveram que se unir formando organizações que passaram a estudar os problemas ambientais e adotar leis para que ninguém mais viesse a causar poluição. Assim, todas as empresas que adotaram processos químicos e que no passado poluíam o ambiente tiveram que rever seus processos e adotar estações de tratamento de esgoto, evitando assim a poluição dos rios. O custo de tratamento de esgoto certamente elevou o custo operacional dessas empresas, mas, como todas tiveram que adotar processos semelhantes, isso não favoreceu umas em detrimento de outras. Voltemos ao exemplo A: se fosse apenas uma empresa que estivesse substituindo os 50 operários por uma máquina, não teríamos maiores problemas, pois o mercado de trabalho absorveria esses operários; mas não é esse o caso. São milhares de empresas que fazem isso todos os dias. Imaginem se as montadoras de automóveis chegassem ao ponto de substituir todos os seus operários por robôs. Com isso estariam dispensando milhares de trabalhadores e poderiam oferecer seus automóveis a preços muito baixos, digamos mil reais. Muito provavelmente não haveria consumidores para comprar esses carros por mil reais, pois os robôs não consomem os produtos que fabricam.
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I déias E agora? O que temos ainda por vir? Agora são as colheitadeiras de cana de açúcar que irão ceifar milhares de postos de trabalho. O que irá acontecer com aquele que, como último recurso para subsistência de sua família, decidiu ser cortador de cana? Será que ele terá um novo emprego, ou teremos mais violência? Esse processo é como a poluição de um rio. Cada um acha que o seu lixo não irá poluir o rio, mas, quando milhares de pessoas passam a jogar seus lixos no rio, temos uma poluição incontrolável e devastadora. Todos nós entendemos que mata, que devemos fazer alguma coisa, mas nenhuma empresa isoladamente começará esse processo se os seus concorrentes não fizerem o mesmo. Estamos todos passivos assistindo à destruição do nosso mundo, enquanto aqueles que determinam o destino da humanidade, envolvidos no dia-a-dia, pensam apenas no curto prazo. A forma de como estamos conduzindo a economia pode ser o ótimo local para uma empresa, e para o seu país, mas não é nem mesmo razoável para a humanidade. É preciso que os países desenvolvidos, a exemplo do problema do meio ambiente, unam-se e percebam que o terrível episódio do dia 11 de setembro é uma das conseqüências dessa “Poluição da Humanidade” e entendam que ela tem que ser controlada. Da mesma forma que existem tratados de não-proliferação de armas nucleares, deveria haver tratados de nãoproliferação de tecnologia, pois esta também mata, mas só que em longo prazo. De que adianta canalizar as riquezas do mundo para poucos países, se esses recursos têm que voltar aos países subdesenvolvidos como dinheiro do FMI? Ou como ajuda humanitária? Ou como combate às drogas? Ou, pior ainda, em guerra? Não seria melhor destinar esses Fevereiro – Empreendedor
recursos aos países subdesenvolvidos na forma de importação de fios de algodão, cana de açúcar ou produtos agrícolas em geral? Sem dúvida estaríamos gerando trabalho e uma massa de consumo, que inicialmente seria de alimentos, mas em poucas décadas seria consumo de outros produtos que iriam impulsionar a economia mundial. Há necessidade de criação de órgãos governamentais que determinem quais
“Certamente a tecnologia trouxe grandes benefícios ao nosso mundo. Trouxe a cura de muitas doenças, permitiu a agilidade dos processos, trouxe o grande avanço das comunicações, da pesquisa espacial e da internet” são as tecnologias que podem ser usadas e para quê. Lamentavelmente, já poluímos demais essa nossa humanidade e agora, para limpar esse nosso rio muitas ações devem ser tomadas. Para despoluir o rio será preciso primeiro deixar de poluir. Se esses órgãos vierem a decidir que não serão mais fabricadas as colheitadeiras de cana de açúcar, ou outras máquinas que substituem grande número de trabalhadores, então todos os produtores estarão novamente com as mesmas ferramentas para seus processos produtivos. A exemplo do que é feito com a importação dos produtos agrícolas, quanto ao uso indiscriminado de defensivos, não seria mais econômico para
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os países ricos pagar um preço mais alto para comprar café da Colômbia sem o “agrotóxico” da tecnologia e reduzir o problema de drogas no mundo? Se para importar produtos as empresas nos países desenvolvidos exigem ISO 9000 para certificação do processo da qualidade e ISO 14000 para proteção do meio ambiente, por que não criamos uma ISO 19000 para proteção contra a “Poluição da Humanidade”? Da mesma forma que a empresa que polui um rio deve limpá-lo; da mesma forma que uma empresa que produz baterias é responsável por reciclar seus produtos, poderíamos então pensar que aquela empresa que reduz um posto de trabalho deveria gerar outro automaticamente, ainda que em outro país a um custo menor. Essa seria a forma correta de globalização, pensando de uma maneira holística. Não quero dizer com isso que os empresários são os causadores de todos os problemas do mundo, mas quero dizer que todos nós, empresários, inconscientemente contribuímos para esta “Poluição da Humanidade”. Certamente a tecnologia trouxe grandes benefícios ao nosso mundo. Trouxe a cura de muitas doenças, permitiu a agilidade dos processos, trouxe o grande avanço das comunicações, da pesquisa espacial e da internet. Porém, o uso de tecnologia para substituir postos de trabalho daqueles que não têm outras alternativas como forma de vida é prejudicial à humanidade. O que fizemos até aqui está feito, mas, agora que temos uma consciência maior de nosso papel na humanidade, temos que levar essa consciência aos países que determinam o destino do mundo, para que no futuro estes sejam mais ricos. Não importa! O que importa é que os pobres sejam menos pobres! Afinal, a tecnologia é necessária, e muitas vezes é mais que suficiente.
Linha Direta Miguel Abuhad miguel_abuhab@datasul.com.br
Guiado
Empreendedor
Pr odutos e Ser viços (pág. 56) Produtos Serviços O importante é ter saúde Do LLado ado da Lei (pág. 58) Atenção aos novos encar gos em 2003 encargos Leitura (pág. 60) Disciplina para fazer acontecer Análise Setorial (pág. 64) O segredo do planejamento Indicadores (pág. 65) 55
Empreendedor – Fevereiro
2003
Agenda (pág. 66)
Guia do Empreendedor Pr odutos & Ser viços Produtos Serviços
O importante é ter saúde
2003
A empresa que oferece convênio médico para seus funcionários tem a certeza de que está investindo em uma eficiente ferramenta de motivação Como regra, motivar os colaboradores é fundamental para qualquer empresa que deseja ter uma maior eficiência na produção. Uma das maneiras de atingir esse objetivo é investir em benefícios para os funcionários, principalmente quando se trata de planos de saúde. De acordo com uma pesquisa feita pela Associação Brasileira das Autogestões em Saúde Patrocinadas pelas Empresas (Abraspe), cerca de 73,1% da população utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto 26,9% servem-se do Mercado Supletivo de Saúde. “Cada cliente atendido pelo sistema suplementar de saúde abre mais espaço para o atendimento da população carente pelo SUS”, afirma João Batista Caetano, diretor de Integração Cooperativista da Unimed Brasil. Por isso, o número de empresas que estão investindo em responsabilidade social interna, favorecendo seus funcionários com o financiamento parcial ou integral de planos de saúde, vem crescendo cada vez mais. Além de servirem como um amparo para os colaboradores, os planos de saúde garantem até mesmo a permanência de talentos e também podem ser abatidos do Imposto de Renda. Por outro lado, os planos de saúde podem se tornar, em vez de um estímulo aos colaboradores, uma tremenda dor Fevereiro – Empreendedor
Beneficiários por tipo de contratação Coletivo
70,2%
Individual
29,8%
Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Ministério da Saúde
de cabeça para o dono da empresa. Para evitar que isso aconteça, primeiro, é preciso avaliar qual plano será implantado e se realmente atende às necessidades da companhia. Antes de escolher um plano de saúde o empreendedor deve observar alguns itens, como a qualidade do atendimento da rede credenciada (médicos, laboratórios e hospitais), a facilidade de acesso para futuras negociações e resolução de problemas, o custo–benefício e a estabilidade dos credenciados. Além disso, ve-
rificar o alcance da rede de atendimento, caso a empresa tenha escritórios ou filiais em diversas cidades, e a capacidade de cobertura, ou seja, se a seguradora realmente pode arcar com as despesas. Hoje, no mercado estão disponíveis quatro tipos de operadoras de planos de saúde: medicina de grupo (por exemplo GreenLine), seguradoras (Sul América), cooperativas (Unimed) e planos administrados pelas próprias companhias, também chamados de autogestão, que correspondem a cerca de 19% das operadoras. Esse último tipo, segundo a Abraspe, tem algumas vantagens sobre os outros, como a eliminação dos intermediários entre o usuário e o prestador de serviços de saúde. Assim, a empresa passa a pagar apenas os serviços médicos e hospitalares que foram utilizados e pode implantar programas de medicina preventiva, o que
Distribuição por tipo de operadora Tipo Número de operadoras e associados/segurados Medicina de grupo 730 17.800.000 42,3% Autogestão/Planos administrados 280 8.000.000 19,0% Seguradoras 30 5.300.000 12,5% Cooperativas 386 11.000.000 26,2% Fonte: Associação Brasileira das Autogestões em Saúde Patrocinadas pelas Empresas (Abraspe) (www.abraspe.org.br)
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DIVULGAÇÃO
Cuidados no contrato 1. Condição de admissão. 2. Início de vigência. 3. Carências a serem cumpridas. 4. Faixas etárias e percentuais de variação do reajuste entre faixas. 5. Condições para rescisão ou perda da qualidade do beneficiário.
CAETANO: TRABALHO DE ENTIDADES COMO A UNIMED ABRE ESPAÇO PARA QUE POPULAÇÃO MAIS CARENTE RECEBA ATENDIMENTO DO SUS
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Empreendedor – Fevereiro
2003
significa diminuir a ocorrência de doenças relativas ao trabalho. Os diferenciais entre os tipos de planos são muitos. A GreenLine fornece às empresas um controle de custos e utilização da assistência médica, auxiliando nos controles gerenciais e na tomada de decisões estratégicas para o controle de saúde e produtividade. Também oferece check-ups periódicos, palestras e serviços de medicina preventiva, odontologia emergencial e ambulatórios médicos em empresas. Já a Sul América Saúde Empresa possui planos exclusivos para pequenas e médias empresas e, ainda, oferece como vantagens a isenção total de carência, a abrangência geográfica e as várias opções de planos, inclusive com co-participação, ou seja, os funcionários pagam uma quantia simbólica dos eventos médicos para não prejudicar os que usam pouco o plano de saúde. Por fim, a Unimed, que é um dos maiores sistemas cooperativos de tra-
6. Coberturas, exclusões e restrições em destaque. balho médico do mundo, oferece assistência completa ao 7. Eventuais franquias, limites ou percentual cliente com várias opções para de desembolso, esses itens implicam custos pelo uso do serviço. a empresa contratante, através do plano Unimed Uniflex. “Po8. Bônus, descontos, condições de de-se optar por abrangências alteração dos planos e conseqüente geográficas distintas – naciomudança da mensalidade. nal, estadual e local (área de co9. Abrangência da cobertura (local, bertura da Unimed Local) – e regional, nacional e, ou internacional). também pelo sistema de co10. Condições e critérios de reajuste e participações”, afirma o direrevisão de valores de mensalidade. tor da Unimed Brasil. Segundo 11. Número de certificado de registro da ele, o plano concede ainda desoperadora, emitido pela Agência contos de acordo com o núNacional de Saúde Suplementar (ANS). mero de clientes beneficiados. Fonte: ePlanosDeSaúde (www.eplanosdesaude.com.br) Quanto maior o número de funcionários vinculados ao plano, menor será o preço per caLinha Direta pita. “Entre os seus principais beneAgência Nacional de Saúde fícios do Unimed Uniflex, vale destaSuplementar (ANS) car o Fundo de Extensão Assistencial www.ans.gov.br (FEA), que permite ao dependente utiAssociação Brasileira das lizar gratuitamente o plano durante Autogestões em Saúde cinco anos em caso do falecimento do Patrocinadas pelas Empresas titular, sem custo adicional na mensa(Abraspe) www.abraspe.org.br lidade”, salienta. ePlanosDeSaúde Para Caetano, as perspectivas dos www.eplanosdesaude.com.br planos de saúde no Brasil são boas, GreenLine principalmente para o sistema coopewww.greenline.com.br rativo. “O incentivo e apoio ao coopeJoão Batista Caetano rativismo foi um dos compromissos (31) 3227-0969 de campanha do presidente Lula”, diz. Ministério da Saúde De acordo com ele, a Unimed tem muiwww.saude.gov.br to a contribuir para o desenvolvimento Sul América social do país. “Queremos ser aliados www.sulamerica.com.br e participar do pacto social que vem Unimed sendo proposto pelo governo”, comwww.unimed.com.br pleta.
Guia do Empreendedor Do Lado da Lei
Atenção aos novos encargos em 2003
2003
DIVULGAÇÃO
Nos finais de ano, os contribuintes são surpreendidos com pacotes tributários instituindo novos tributos ou majorando alíquotas, gerando, enfim, aumento na carga tributária. Isso ocorre porque o direito tributário se rege pelo princípio da anterioridade, que diz que o aumento ou criação de tributos somente pode ser cobrado no exercício seguinte ao da publicação da lei que determinou a mudança. O objetivo desse princípio é proporcionar aos contribuintes um período de tempo para que estes se programem. No entanto, o ano fiscal inicia-se em janeiro, e os tributos são criados ou aumentados até 31 de dezembro. Assim, a obrigação de recolhê-los já se inicia no dia seguinte, 1º de janeiro, desvirtuando completamente o sentido desse princípio. São exceções a esse princípio os impostos que não têm como característica principal a arrecadação de receita, como é o caso do imposto de importação e de exportação, em que o objetivo principal é equilibrar a balança comercial. Diz-se que são tributos extra-fiscais. Também são exceções a esse princípio as contribuições sociais, em que o intervalo entre a instituição ou majoração e a cobrança é de 90 dias, Fevereiro – Empreendedor
2002 terminou sem que novos encargos fossem criados às vésperas do fim do ano ano.. Mas fique atento para o que deve vir pela frente em 2003 independentemente do exercício fiscal. Fato é que os governos fazem de tudo para que as leis instituindo novos tributos, modificando alíquotas ou bases de cálculo sejam publicadas até o dia 31 de dezembro, a fim de que possam cobrá-los logo no primeiro dia do ano seguinte. Não sendo publicado até aquele prazo, tal tributo somente poderá ser cobrado no ano seguinte. Menos mal que, ao contrário dos anos anteriores, o dia 31 de dezembro de 2002 pôde ser comemorado com mais tranqüilidade pelos empresários e contribuintes. Isso porque, seja pelas várias instituições de tributos durante o ano de 2002, como as CIDEs, seja pela mudança de governo, não foi publicado nenhum pacote tributário. No âmbito federal, verificou-se a revogação do decreto que obrigava as instituições financeiras a enviar informações para a Secretaria da Receita Federal sobre a movimentação financeira de seus clientes. Tal decreto foi publicado em 27 de dezembro. Em contrapartida, em 30 de dezembro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso vetou artigos da MP 66/ 2002, que estabeleceu a minirreforma tributária, quando da sua conversão em lei. Entre os artigos vetados estão o da
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reabertura do prazo de adesão ao Refis (programa de refinanciamento fiscal ) e a ampliação das categorias que podem aderir ao Simples (sistema simplificado de pagamento de tributos). Ainda na esfera federal, foi aprovada no mês de dezembro pela Câmara dos Deputados a alíquota máxima de 27,5% para o Imposto de Renda Pessoa Jurídica em 2003. É importante que os empreendedores pesquisem em cada um dos seus estados e municípios se pequenas ou grandes modificações não ocorreram na parte tributária e fiscal que afetem seus negócios. No âmbito federal, alterações maiores devem ocorrer em 2003, principalmente em relação à Previdência Social, como já vem sendo anunciadas pelo novo governo, e uma eventual reforma tributária. Embora as mudanças previstas sejam em relação à Previdência, é bom que os empresários fiquem atentos, pois, caso o Poder Público não encontre uma saída da salvar a Previdência Social, não restará dúvida de que este “abacaxi” será repassado para o setor privado.
Mar cos Sant’Anna Bitelli Marcos Advogado (11) 3871-0269
Guia do Empreendedor Leitura
Por Fábio Mayer
FICHA TÉCNICA
2003
Disciplina para fazer acontecer Vencer a concorrência e atingir os resultados esperados nos negócios significa não só ter um bom planejamento, mas também saber de que maneira executar. Isso está cada vez mais se tornando um diferencial entre empresas. Para Larry Bossidy e Ram Charan, autores do livro Desafio: Fazer Acontecer, atualmente, executar é unir pessoas, estratégias e operações. Esses itens são considerados, na obra, como os três processos-chave de cada negócio. Executar esses processos é o verdadeiro trabalho de gestão de uma empresa. Segundo Bossidy e Charan, é fácil ter uma idéia, mas colocá-la em prática é difícil; da mesma forma, estabelecer e manter uma cultura voltada para a execução dentro de uma empresa. No livro, os autores mostram que a capacidade de executar bem os planos ajuda os líderes a escolher uma estratégia mais consistente, sobreviver a épocas difíceis ou se adaptar a mudanças. Para eles, o trabalho de um líder nunca deve ser delegado. É importante que ele se mantenha sempre à frente de sua equipe e motivá-la para que todos estejam comprometidos em cumprir as metas e objetivos traçados. Também é necessário que o líder veja as referências dos principais contratados para melhor designar as funções inerentes a cada um. Com as pessoas certas nos lugares certos é possível se obter um ganho Fevereiro – Empreendedor
na liderança, que concebe e seleciona as estratégias a serem executadas em sincronia com a realidade do mercado, da economia e da concorrência. Em se tratando de estratégias, a obra revela de que maneira é possível traçar uma direção para o negócio, ganhando a preferência do consumidor e criando uma vantagem competitiva sustentável. Bossidy e Charan escrevem que uma estratégia consistente não é apenas uma compilação de números, mas também é calcada nos “comos”. De acordo com eles, esta é uma questão-chave: “Como sua empresa está posicionada no contexto do ambiente empresarial, incluindo suas oportunidades e ameaças do mercado, e suas vantagens e desvantagens competitivas?”. Para os autores, se uma estratégia não abordar os “comos”, é candidata ao fracasso. Logo, sem planejamento é impossível ser bem-sucedido nos negócios. Mas também os melhores planos elaborados não valem nada se não forem colocados em prática. É preciso alinhavar ambos e fundamentá-los nos três processos-chave, unindo pessoas, estratégias e operações. Essa é a receita para desenvolver a habilidade de executar.
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Desafio: Fazer Acontecer, Larry Bossidy e Ram Charan, Editora Negócio Editora (www.negocioeditora.com.br), 264 págs., R$ 45,00
TRECHOS “As mudanças chegam mais rápido do que nunca.” “As pessoas acham que executar é o lado tático do negócio. Esse é o primeiro grande erro. As táticas são a parte central da execução, mas executar não é tática.” “Nenhuma estratégia que valha a pena pode ser planejada sem levar em conta a habilidade da organização em executá-la.” “O relacionamento pessoal é particularmente importante quando um líder começa uma nova iniciativa.” “Muitas estratégias fracassam porque as questões críticas corretas não são levantadas.” “Como o Seis Sigma, a disciplina de execução não funciona, a menos que as pessoas sejam treinadas nela e a pratiquem continuamente.” “A execução tem de estar na cultura da empresa.” “A chave é avaliar a viabilidade de uma meta ambiciosa, e existe uma metodologia para isso.” “Se você não atingir sua meta, se você não fizer aquilo que disse que faria, você está prejudicando a si mesmo e a seus colegas de equipe.”
Novos Títulos Agências Reguladoras, Vários autores, Editora Atlas (www .edatlas.com.br), (www.edatlas.com.br), 176 págs., R$ 28,00
Ação e Visão, Peter N. Golder e Gerar ellis, Gerardd J. TTellis, Editora Campus (www .campus.com.br), (www.campus.com.br), 400 págs., R$ 69,00
Preocupados com a privatização dos principais serviços públicos brasileiros, os autores da obra Agências Reguladoras mostram a importância dessas agências para fiscalizar e evitar a formação de monopólios privados. Segundo eles, o Estado deixa de ser a principal entidade fomentadora, para fiscalizar a iniciativa privada, à qual compete a execução dos serviços. O livro revela os limites e os poderes desse novo Estado sob a ótica judicial, reunindo textos de diversos juristas como Alexandre de Moraes, Edmir Netto de Arauto, Lucas de Souza Lehfeld e Sebastião Botto de Barros Tojal.
O livro Ação e Visão, de Gerard Tellis e Peter Golder, eleito um dos dez melhores sobre negócios pela Harvard Business Review, mostra como entrar em mercados e dominá-los, vencendo os concorrentes que já atuavam neles. São citados os exemplos da Gilette, da Microsoft e da Amazon, que atualmente lideram seus respectivos ramos de atividades, sem que tivessem de desbravá-los. A obra revela que o pioneirismo no mercado não é garantia de nada. Também apresenta os princípios básicos que impulsionam a liderança duradoura nos mercados, como visão do mercado de massa, persistência gerencial e inovação.
Por Que Eu Não Pensei Nisso Antes?, Paulo Angelim, Editora Casa da Qualidade (www .casadaqualidade.com.br), (www.casadaqualidade.com.br), 128 págs., R$ 24,00
O Novo Jogo dos Negócios, Shoshana Zuboff e James Maxmin, Editora Campus (www .campus.com.br), (www.campus.com.br), 520 págs, R$ 95,00
Shoshana Zuboff e James Maxmin fazem uma análise crítica sobre a próxima etapa do capitalismo no livro O Novo Jogo dos Negócios. A obra mostra, através da visão empresarial, da história, da psicologia social e da economia, que o capitalismo gerencial atingiu a eficiência na produção de bens e mercadoria, mas está causando a insatisfação das pessoas, que querem assumir o controle de suas próprias vidas. O livro é uma espécie de manifesto para a nova ordem nos negócios e na sociedade. Segundo os autores, o próximo passo será o “capitalismo distribuído”, capaz de suprir as necessidades dos indivíduos.
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Empreendedor – Fevereiro
2003
O consultor de marketing Paulo Angelim reúne em seu livro Por Que Eu Não Pensei Nisso Antes? uma série de artigos sobre gestão administrativa aliada a motivação, ética e qualidade de vida. De acordo com o autor, as pessoas são constantemente cobradas em relação a produtividade, resultados e sucesso. Por isso, através de reflexões, idéias e provocações, a obra tem como objetivo servir de referência para importantes questões pessoais e profissionais na construção de relações saudáveis para uma carreira bem-sucedida. Mas, segundo Angelim, não basta apenas pensar; também é necessário agir.
Informação e Crédito
Serasa aponta De janeiro a setembro de 2002, as vendas caíram 2,6%. Nos últimos dez anos, no entanto, as vendas cresceram 89% Victoria Iturrieta
U
m estudo da Serasa, maior empresa do Brasil em análises econômico-financeiras para apoiar decisões de crédito e negócios e referência mundial no segmento, revelou um recuo de 2,6% nas vendas do comércio e a segunda pior rentabilidade do segmento desde dezembro de 1992, com 0,8%. O estudo examinou os balanços de mil empresas do setor comercial – pequenas, médias e grandes – desde 1992 até setembro de 2002. A pesquisa da Serasa indicou também que o perfil de endividamento bancário do comércio continuou concentrado no curto prazo, com aumento de três pontos percentuais. “O comércio sofreu com a queda da renda do consumidor, com a evolução real do crédito em razão inferior ao ano passado e com a combinação da taxa de câmbio e de juros em níveis elevados”, afirma Elcio Anibal de
PERFIL DA AMOSTRA
Lucca, presidente da Serasa, apontando os fatores que contribuíram para a queda no setor comercial. O comportamento das vendas em 2002 de alguns segmentos do comércio mostraram os seguintes índices: Exportação de Produtos Agrícolas – crescimento de 20,8% em 2002, impulsionado pelo câmbio elevado e melhores cotações das commodities, notadamente a soja. Combustíveis – queda de 0,7% em 2002, pois houve queda no volume vendido em decorrência da retração da economia, embora tenha havido elevação nos preços depois de setembro. Alimentos – queda de 6,5% em 2002, causado pela queda do poder aquisitivo, aumento do desemprego e dificuldade para repassar os aumentos de preços do atacado. Veículos e Peças – queda de 10,6% em 2002, em função das incertezas causadas pela retração da economia, além da elevação dos juros. Elétricos e Eletrônicos – queda de 12,9% em 2002, causada pelo racionamento de energia elétrica até março, retração do poder de compra da população e elevadas taxas de juros, apesar da reação positiva por ocasião da Copa do Mundo.
1
queda nas vendas EVOLUÇÃO DE VENDAS – COMÉRCIO
Em %
COMÉRCIO
Evolução PIB
2002
-2,6
1,5
2001
6,6
1,5
2000
8,2
4,5
1999
7,1
0,8
1998
-1,0
-0,1
1997
8,0
3,6
1996
-5,8
2,7
1995
11,0
4,2
1994
31,0
5,9
1993
7,1
4,9
Base Dez/92=100 Variação Real
A rentabilidade das vendas em 2002 é menor (0,8%) que a média dos dez anos anteriores (1,6%), porém mantém a característica de manter-se positiva. Os segmentos também mantiveram rentabilidade positiva em 2002 com os seguintes índices: Exportação de Produtos Agrícolas – 2,0%; Elétricos e Eletrônicos – 1,2%; Alimentos – 1,2%; Combustíveis – 0,6%; e Veículos e Peças – com 0,4%
O endividamento bancário apresentou crescimento em 2002, atingindo o patamar de 50%, superando os 42% de 2001 e modificando muito a média dos dez anos, situada em 32%. O segmento com maior endividamento é Exportação de Produtos Agrícolas, que, em conseqüência do maior volume de exportações, utilizouse mais intensamente da modalidade Adiantamento de Câmbio, natural para a atividade. Para os demais segmen-
tos, o endividamento em 2002 foi de 79% para Alimentos, 69% para Elétrico e Eletrônicos, 39% para Veículos e Peças e 12% para os Combustíveis. O estudo da Serasa apontou ainda um crescimento acumulado nas vendas do comércio de 89% nos últimos dez anos. Tomandose o crescimento do PIB brasileiro como referência, a evolução no período foi de 33%. 2
Guia do Empreendedor Análise Econômica
O segredo do planejamento
2003
DIVULGAÇÃO
Até pode parecer complexo o que chamamos de “Segredo do Planejamento Financeiro Pessoal”, mas o princípio básico está relacionado à necessidade de formar reservas. E quanto mais melhor, para enfrentar os momentos mais difíceis com os quais, em menor ou maior grau, nos deparamos. Recentemente assistimos na TV o caso de um senhor que, isolado dos acontecimentos do mundo, guardou uma certa quantia de dinheiro que julgava o bastante para garantir o futuro da sua família. Não sabia ele que a inflação e as inúmeras modificações da nossa moeda acabaram por desvalorizar completamente sua “fortuna”. Mas mesmo assim o exemplo é válido, porque aquele senhor, dentro da sua simplicidade, já sabia que era preciso poupar para enfrentar possíveis dificuldades futuras. Quando analisamos o perfil de pessoas bem sucedidas financeiramente e de outras nem tanto, podemos observar que normalmente o bem sucedido sempre se preocupou em ter reservas, seja em caderneta de poupança, fundos de investimentos, cdb’s, ou qualquer outro Fevereiro – Empreendedor
Saber como gastar e, ao mesmo tempo, guar dar dinheir o, é guardar dinheiro, fundamental para estar previnido em casos de emergência meio disponível para arrumar recursos quando necessário. Já os desprevenidos ficam em situação difícil diante de imprevistos, pois não estão preparados para enfrentá-los, e aí buscam recursos como podem – empréstimos com juros elevados, cheque especial ou agiotas. O ato de guardar dinheiro para imprevistos e emergências é de fundamental importância se desejarmos diminuir ou mesmo evitar os empréstimos com juros elevados do cheque especial ou o grande perigo dos agiotas. No momento em que este conceito for praticado, teremos então desenvolvido um hábito muito positivo, do qual jamais nos arrependeremos. Inicialmente seria interessante analisar nosso perfil, principalmente nossos pontos fracos que, se identificados, podem nos auxiliar a tomar decisões corretas. Se tivermos dificuldade deveremos procurar pessoas de nossa confiança que poderão nos ajudar a superar esses tais pontos fracos. Nessa mesma fase deveremos tentar identificar nosso perfil: sou arrojado, conservador ou equilibrado? O arrojado é aquele tipo que gosta de experimentar idéias ino-
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vadoras, assume maiores riscos. Tem maior chance de atingir os objetivos em prazos menores. Em compensação pode perder mais que o conservador e o equilibrado, pois suas decisões, na maioria das vezes, são tomadas sem uma análise mais profunda do negócio. Já o conservador não é muito favorável à mudança de hábito, não gosta de idéias novas, prefere pisar sempre em terreno firme, é alheio ao risco. Por último, o equilibrado, que possui simultaneamente uma parte do arrojado e outra do conservador. Pessoas enquadradas nesse perfil têm maiores chances de sucesso, pois conseguem analisar melhor as oportunidades, suas vantagens e desvantagens, possibilitando assim maior grau de acerto na tomada de decisões. Se não possuímos tal perfil, seria interessante procurar desenvolvê-lo, pois isso ampliará nossa capacidade de análise. Assim teremos maior domínio das tomadas de decisões, as quais terão maiores probabilidades de sucesso.
Ivan W agner de Souza Wagner
Diretor da Leme Investimentos
Indicadores Carteira teórica Ibovespa NOME/TIPO AÇÃO
VARIAÇÃO % ANO (ATÉ DEZEMBRO)
0,519 1,598 0,681 5,866 0,554 1,937 0,516 2,637 2,22 0,302 0,524 0,128 2,929 0,532 0,274 1,375 0,732 1,068 3,451 1,052 0,667 2,33 0,993 5,173 1,31 100 0,203 3,702 1,491 0,2 0,188 2,076 0,55 3,148 9,34 1,232 1,734 0,56 0,732 0,352 1,09 1,964 0,553 1,282 2,024 1,117 14,339 1,317 4,373 0,819 0,285 0,446 1,43 1,062 2,413 0,583
2,17 -12,24 1,04 -3,6 5,17 0,1 -4,64 -4,01 -7,92 -4,55 -1,85 -1,83 2,23 -1,4 -0,19 -7,7 14,04 -13,09 -8,7 11,92 -8,75 -7,71 9,33 4,28 -3,26 -0,94 -4,73 -9,53 -1,06 1,94 -10,53 0 4,85 -0,97 2,2 -0,54 6 -7,73 0,45 -0,02 -4,1 5,73 4,55 -1,11 4,4 6,61 5,06 -2,68 -7,53 -3,76 -2 -0,36 16,16 -10,25 -9,38 4,58
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Inflação
(%)
Índice Dezembro -M IGP-M 3,750 IGP IGP -DI (Novembr o) 5,840 IGP-DI (Novembro) IPCA (Novembro) 3,020 IPC-Fipe 1,830
Ano 25,310 23,090 10,220 9,910
(%)
Juros/Aplicação Janeiro 1,329 1,332 1,196 5,913
(em 24/01/2003)
CDI Selic CDB pré 30 Ouro BM&F
Ano 1,329 1,332 1,196 5,913
Indicadores imobiliários (em %) Ano 12,120 0,467
Dezembro 0,780 0,467
CUB SP TR
Câmbio (em 23/01/2003)
Cotação
Dólar Comercial Euro Iene
R$ 3,4901 US$ 1,0779 US$ 117,94
Mer cados futur os Mercados futuros (em 29/11/2002)
Dólar Juros DI Ibovespa
Fevereiro/03 R$3,538 25,40% 11.239
Março/03 R$ 3,569 25,51% –
Abril/03 R$ 3,592 25,76% –
2003
Acesita PN Ambev PN Aracruz PNB Bradesco PN Bradespar PN Brasil ON Brasil T Par ON Brasil T Par PN Brasil Telecom PN Braskem PNA Celesc PNB Cemig ON Cemig PN Cesp PN Comgas PNA Copel PNB CRT Celular PNA Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo Metropo PN Embraer ON Embraer PN Embratel Part ON Embratel Part PN Gerdau PN Ibovespa Ipiranga Pet PN Itaubanco PN Itausa PN Klabin PN Light ON Net PN Petrobras Distrib PN Petrobras ON Petrobras PN Sabesp ON Sid Nacional ON Sid Tubarao PN Souza Cruz ON Tele Celular Sul ON Tele Celular Sul PN Tele Centroeste Cel PN Tele Leste Celular PN Tele Nordeste Celul PN Telemar Norte Leste PNA Telemar ON Telemar PN Telemig Celul Part PN Telesp Cel Part PN Telesp Operac PN Tractebel ON Transmissao Paulist PN Usiminas PNA Vale Rio Doce ON Vale Rio Doce PNA Votorantim C P PN
PARTICIPAÇÃO IBOVESPA
Empreendedor – Fevereiro
Guia do Empreendedor Agenda De 11/03 a 14/03/2003
De 17/02 a 21/02/2003
De 25/03 a 28/03/2003
MOVELPAR’2003
MAQUINTEX
FERRAMENTARIA + MODELAÇÃO
4ª Feira de Móveis do Estado do Paraná Centro de Eventos Expoara Arapongas – PR Fone: (43) 252-5252
1ª Feira de Máquinas, Equipamentos, Serviços e Química para a Indústria Têxtil Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (51) 3338-0800
1ª Feira de Soluções e Tecnologia para o Setor Metalmecânico Pavilhão da Expoville Joinville – SC Fone: (47) 425-0002
De 19/02 a 22/02/2003
15ª FEIRA INTERNACIONAL DO MÁRMORE E GRANITO Parque Agropecuário Floriano Varejão Serra – ES Fone: (27) 3337-6855
MÍDIA‘2003
TELEXPO‘2003
4ª Feira da Comunicação e seus Fornecedores Centro de Exposições do Parque Barigüi Curitiba – PR Fone: (41) 335-3377
13ª Feira Internacional de Telecomunicações e Redes Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 3170-7000
De 07/03 a 16/03/2003
XXXII EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA E INDUSTRIAL DE PARANAVAÍ Parque de Exposições Presidente Arthur da Costa e Silva Paranavaí – PR Fone: (44) 424-2020
De 15/03 a 23/03/2003
EXPORÃ
6º Salão das Empresas de Utilidades e Presentes Frei Caneca Convention Center São Paulo – SP Fone: (11) 3167-2330 De 11/03 a 14/03/2003
De 25/03 a 29/03/2003
XXIX Exposição Agropecuária e Industrial de Ponta Porã Parque de Exposições Alcindo Pereira Ponta Porã – MS Fone: (67) 433-3044 De 18/03 a 23/03/2003
De 08/03 a 12/03/2003
ABUP SHOW
De 25/03 a 28/03/2003
De 11/03 a 14/03/2003
XVIII EXPOSIÇÃO NACIONAL DE EQUIPAMENTOS PORTUÁRIOS ENEP – XVIII Encontro Nacional de Entidades Portuárias Blue Tree Park – Beach Resort Suape – PE Fone: (13) 3222-8844
FIEPAG 17ª Feira Internacional de Papel e Indústria Gráfica Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi São Paulo - SP Fone: ( 11) 3829-9111 De 25/03 a 29/03/2003
CONVERFLEX LATIN AMERICA 3ª Feira Internacional de Máquinas para Impressão de Embalagens, Convertedores e Materiais Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi São Paulo – SP Fone: ( 11) 3829-9111
De 22/03 a 24/03/2003
SWEET BRAZIL 6ª Feira Internacional de Chocolates, Cacau, Balas e Derivados Transamérica Expo Center São Paulo – SP Fone: (41) 3027-6707 De 11/03 a 14/03/2003
GIFT–2 & SOUVENIR 2ª Feira de Produtos para Presentes Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 4446-6800 De 11/03 a 14/03/2003
FEMUC VIII Feira Multissetorial de Caçador Pavilhão de Eventos do Parque Araucária Caçador – SC Fone: (49) 563-1743 De 22/03 a 25/03/2003
De 26/03 a 28/03/2003
FEILIMP‘2003 2ª Feira Internacional de Limpeza Pública e Resíduos Sólidos Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP Fone: (11) 3151-6444
HAIR BRASIL
De 26/03 a 28/03/2003
2ª Feira Internacional de Beleza, Estética e Negócios Transamérica Expo Center São Paulo – SP Fone: (11) 3063-2911
MINASEG X Mostra Mineira de Segurança Pavilhão de Exposições do Minascentro Belo Horizonte – MG Fone: (11) 577- 4355
De 24/03 a 27/03/2003
De 27/03 a 29/03/2003
TEXBRASIL FENATEC
6º Salão Internacional de Decoração, Arquitetura e Design Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 4446-6800
SIOR‘2003
49ª Feira Internacional de Teceleagem – Primavera/Verão Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi São Paulo – SP Fone: (11) 3829-9111
5º Salão Internacional de Joalheria e Relojoaria Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo – SP Fone: (11) 3151-6444
2003
DAD
Janeiro – Empreendedor
66
( ) Presidente da ONG Parceiros da Vida
2002
13
Empreendedor – Dezembro