MICROCRÉDITO: Gestoras MANDIC: “Brasileiro tem FRANQUIA: Mobilização contestam pacote do BNDES vocação para informática” contra novos impostos
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Inovação e Valor aos Negócios www.empreendedor.com.br
Ano 9 • Nº 107 • Setembro 2003
Luís Mário Luchetta e Flávio Miashiro, da Sofhar, empresa fundada há 17 anos em uma garagem e que hoje recebe prêmios de gigantes como a Intel
GARAGEM Os segredos dos negócios que começam na garagem e se tornam grandes empreendimentos
ISSN 1414-0152
NASCIDOS NA
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Setembro – Empreendedor
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Empreendedor – Setembro
Redação Editor-Executivo: Alexandre Gonçalves [alex@empreendedor.com.br] Editor: Carlos Castilho Repórteres: Lúcio Lambranho, Fábio Mayer e Sara Caprario Editor de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Cristina Gallo, Lauro Maeda e Arquivo Empreendedor Produção e Arquivo: Ivone Zanatta Ilustrações: Clóvis Geyer Foto de capa: Glaicon Covre Revisão: José Renato de Faria Coordenador de Web: Flaviano da Cunha Júnior Sedes São Paulo Diretor de Marketing e Comercialização: José Lamônica Executivos de Contas: Paula Araújo Speda, Ariovaldo Florian e Edson Ramão Rua Sabará, 566, 9º andar, cj. 92 01239-010 - São Paulo - SP Fones: (11) 3214-5938/3214-6093 [empreendedorsp@uol.com.br] Florianópolis Executivo de Contas: Waldyr de Souza Junior [wsouza@empreendedor.com.br] Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss Av. Osmar Cunha, 183, Ceisa Center, bl. C, 9º andar 88015-900 - Florianópolis - SC Fone: (48) 224-4441 Representante Dinâmica Promoções e Eventos Carlos Hamilton Martins Feltrin Rua Turiassu, 127, cj. 12/13 - Perdizes 05005-001 - São Paulo - SP Fone/Fax: (11) 3822-0412 [dinapro@terra.com.br] Escritórios regionais Rio de Janeiro [triunvirato@triunvirato.com.br] Milla de Souza Rua México, 31, grupo 1404 - Centro 20031-144 - Rio de Janeiro - RJ Fone/Fax: (21) 2533-3121/2524-2757/2533-1601 Brasília [jcz@forumci.com.br] Ulysses C. B. Cava SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial Bloco C, cj. 330 70140-907 - Brasília - DF Fone: (61) 426-7315 Paraná [merconet@merconet.srv.br] Ricardo Takiguti Rua Joaquim da Costa Ribeiro, 507 A - Atuba 82840-190 - Curitiba - PR Fone: (41) 367-4388 Rio Grande do Sul [hermano@hrmmultimidia.com.br] HRM Representações Ltda./Hermano Thaddeu Filho Rua Saldanha Marinho, 33 - sala 608 - Menino Deus 90240-160 - Porto Alegre - RS Fone/Fax: (51) 3231-6287 Ceará [dilerportela@wettor.com.br] Dilermando Portela Av. Luciano Carneiro, 99 - Bairro Fátima 60410-690 - Fortaleza - CE Fones: (85) 433-3989/9969-7312 Pernambuco [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem 51021-310 - Recife - PE Fone: (81) 3327-3384/3327-9430 Minas Gerais [comercial@sbfpublicidade.com.br] SBF Representações/Sérgio Bernardes de Faria Av. Getúlio Vargas, 1300, 17º andar, cj. 1704 30112-021 - Belo Horizonte - MG Fone: (31) 3261-2700 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante Diretora: Clementina P. da Silva Gerente: Luzia Correa Weiss Fone: 0800 48 0004 [assine@empreendedor.com.br] Produção gráfica Impressão e Acabamento: Prol Editora Gráfica Distribuição: Fernando Chinaglia S.A. (São Paulo)
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Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br
ANER Setembro – Empreendedor
Setembro/2003
edição
Entrevista
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Aleksandar Mandic, um dos precursores da internet brasileira, afirma que o país já venceu alguns obstáculos e que por isso vem se destacando na área. “O brasileiro não tem medo de informática e hoje o mercado nacional é um dos que mais crescem no mundo”, garante. Além de analisar o mercado de internet, o empreendedor Mandic também revela seus planos e perspectivas no segmento de e-mail corporativo.
Capa Exemplos de empresas, como a HP e a Apple, que começaram em garagens, cresceram e se tornaram grandes ainda hoje servem de inspiração para novos empreendedores. Mas por trás desses empreendimentos, há todo um modelo de negócio e uma filosofia de gestão, em casos como o da Sofhar, empresa de Curitiba, que começou há 17 anos numa garagem e hoje coleciona prêmios de parceiros como Microsoft e Intel. Além de essa reportagem apresentar a trajetória premiada da Sofhar, especialistas mostram as vantagens de iniciar o negócio na garagem e de que forma os empreendedores devem preparar a mudança para uma “sede de verdade”.
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GLAICON COVRE
Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Marketing e Comercialização José Lamonica [joselamonica@uol.com.br]
Nesta
DIVULGAÇÃO
A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor
Empresa Ágil RECURSOS HUMANOS
O preço da rotatividade de mão-de-obra
Suplemento
A substituição constante de empregados pode ter um custo devastador para as pequenas e microempresas. Como evitá-lo?
FRANQUIA TOTAL As redes e a ABF estão se mobilizando contra uma nova lei que prevê a cobrança de impostos sobre o licenciamento de marcas e sobre a prática de assessoria ao franqueado. Confira também as notícias sobre o mercado, e na seção Franco Franquia a resposta para quem tem dúvida a respeito do apoio oferecido pelas redes aos franqueados. Veja ainda as informações do espaço da ABF.
MARKETING
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Brasil
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Cinco erros capitais
O impasse em torno do modelo de microcrédito prossegue, envolvendo, de um lado, o BNDES e, de outro, as entidades gestoras desse tipo de recurso. O “choque de idéias” tem como principais motivações a fixação da taxa de juros para os empréstimos e a definição do que pode ou não ser chamado de microcrédito.
GRUPO KEYSTONE
As soluções dos especialistas para os erros mais comuns no marketing corporativo.
LEIA TAMBÉM Cartas .................................................................... 6 Empreendedores ................................................. 12 Não Durma no Ponto ........................................... 16 Via Digital ............................................................. 24
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Produtos e Serviços ....................................... Leitura ............................................................. Do Lado da Lei................................................ Análise Setorial .............................................. Indicadores ..................................................... Agenda .............................................................
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Empresas voltam a valorizar uma das mais eficientes ferramentas de vendas.
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COMUNICAÇÃO
Transparência empresarial Aos poucos vão caindo as resistências contra a livre circulação de informações no ambiente corporativo. Mas os obstáculos ainda são grandes.
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ESTRATÉGIAS
Continuidade ou ruptura? O clássico dilema está novamente diante dos empreendedores, quando surgem indícios de uma recuperação da economia mundial a partir de meados de 2004.
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GUIA DO EMPREENDEDOR
O poder do boca-a-boca
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Empreendedor Empreendedor –– Setembro Setembro
do
Editor
Cartas A
reportagem de capa desta edição aborda um tema que consideramos muito especial: o início de um novo negócio. Para a revista Empreendedor, é sempre um assunto fascinante e empolgante, pois trata da “essência” do ato de empreender. Desta vez, focalizamos a abertura de negócios na garagem. Poderíamos ter escolhido negócios iniciados em qualquer outro cômodo da casa ou em algum dormitório de alguma faculdade. Mas optamos pela garagem pelo significado que esse local tem no universo do empreendedorismo, com destaque para a trajetória de gigantes como a HP e a Apple. Ambas iniciaram seus negócios na garagem e hoje estão aí, com as dimensões que todos bem conhecem. E para desmistificar o tema a Empreendedor apresenta exemplos e conta com a palavra de especialistas em empreendedorismo que mostram o quanto a decisão de iniciar na
Meu Negócio garagem pode ajudar um novo empreendedor a transformar o seu negócio num grande empreendedimento. É significativo para um novo empreendedor ser “lembrado” de que, antes de pensar numa superinfra-estrutura, ele deve se preocupar, sim, com a viabilidade do seu negócio e com as perspectivas de rentabilidade e crescimento. Confira a partir da página 18. Nesta edição, ainda contemplando temas para novos empreendedores, a partir da página 42, trazemos mais uma reportagem tratando da situação do microcrédito. Mais uma vez, o repórter Lúcio Lambranho ouviu representantes do BNDES e das entidades gestoras do microcrédito e constatou que ainda há muita divergência em torno da utilidade desse tipo de recurso.
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Assinaturas Para assinar a revista Empreendedor ou solicitar os serviços ao assinante, ligue 0800 48 0004. O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 72. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 16,7%, pagando somente R$ 60. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h30min. Se preferir, faça sua solicitação de assinatura pela internet. O endereço é www.empreendedor.com.br ou pelo e-mail assine@empreendedor.com.br.
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Correspondência As cartas para as revistas Empreendedor, Jovem Empreendedor, Dirigente Lojista, Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de Franquias, publicações da Editora Empreendedor, podem ser enviadas para qualquer um dos endereços abaixo: São Paulo: Rua Sabará, 566 - cj. 92 CEP 01239-010 - São Paulo - SP Rio de Janeiro: Rua México, 31 - cj.1404 CEP 20031-144 - Rio de Janeiro - RJ
Setembro – Empreendedor
Lúcia Figueiredo
luciamcz@hotmail.com Maceió – AL
Empreendedor
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Sou assinante da revista há cerca de sete meses e estou muito satisfeita com as matérias publicadas, pois atendem minhas necessidades de atualização profissional. Sou administradora de empresas e desenvolvo trabalhos relacionados a plano de negócios. Parabenizo a revista por estar constantemente publicando matérias relacionadas ao tema, como no encarte Meu Negócio. Tenho percebido que esse assunto está cada vez mais se tornando familiar entre os empreendedores e isso é muito bom. O livro citado por vocês do professor Cesar Simões Salim (Construindo Plano de Negócios) é ótimo e de fácil compreensão, assim como O Segredo de Luísa, do professor Fernando Dolabela.
para
Empreendedor
Anúncios Para anunciar em qualquer publicação da Editora Empreendedor ligue: São Paulo: (11) 3214-5938/3822-0412 Rio de Janeiro: (21) 2533-3121/2524-2757 Brasília: (61) 314-1541 Curitiba: (41)356-8139/merconet@onda.com.br Porto Alegre: (51) 3235-3239 Florianópolis: (48) 224-4441 Fortaleza: (85) 433-3989 Recife: (81) 3327-9430
Reprints editoriais É possível solicitar reimpressões de reportagens das revistas da Editora Empreendedor (mínimo de 1.000 unidades)
Internet Anote nossos endereços na grande rede: http://www.empreendedor.com.br redacao@empreendedor.com.br
Financiamento Na revista número 104, de junho deste ano, li uma matéria que falava sobre um financiamento ou empréstimo que o governo faria a universitários que quisessem montar seu próprio negócio. Na referida matéria estava escrito que para mais informações era necessário acessar o site www.mte.gov.br. Eu o acessei, mas não encontrei nada sobre o assunto. Vocês poderiam me dar mais informações? Edson S. Martins
Capivari – SP
Gostaria de saber mais informações sobre a matéria publicada na página 16 da revista número 104, de junho deste ano, intitulada “Financiamento para jovens empreendedores”. Ao interessar-me pelo programa, indo buscar informações no site indicado na matéria, para a minha surpresa, não existem informações a respeito. Será que vocês podem me informar mais sobre o assunto? Luciano Luft
On-line Gostaríamos de saber se os arquivos da revista Empreendedor estão disponíveis via internet, e a partir de que data. Também gostaríamos de saber se esses arquivos estão catalogados e indexados. Valentina Manfredi
Faculdade Integração Zona Oeste Osasco - SP Valentina, Os arquivos da Empreendedor estão disponíveis desde a edição nº 72, mas os mesmos não estão catalogados nem indexados.
Mais varejo Gostaria de sugerir que a revista Empreendedor publicasse mais informações para quem atua no varejo. Seria de grande utilidade. Djalma Antunes
Rio de Janeiro – RJ Djalma, Anotamos sua sugestão e aguarde para breve reportagens tratando de assuntos ligados ao varejo. Enquanto isso, sugerimos a você que acesse o nosso site (www.empreendedor.com.br)
para conferir as reportagens da revista Dirigente Lojista, editada pela Editora Empreendedor, em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.
Promoção de eventos A cidade em que moro tem sediado muitos eventos profissionais, como feiras e congressos. Ainda não sou uma empreendedora, mas estou interessada em conhecer melhor esse mercado de prestação de serviços para eventos (quais os serviços mais solicitados, investimentos iniciais, etc.). Vocês já publicaram alguma reportagem sobre esse assunto? Luciana Barbosa
Florianópolis – SC Luciana, Ainda não produzimos uma reportagem específica sobre o tema. De todo modo, você pode utilizar o serviço de busca do nosso site (www.empreendedor.com.br) e procurar cases de empresas que atuam no segmento de eventos. Anotamos sua sugestão e em breve poderemos produzir uma reportagem sobre o assunto.
Florianópolis – SC
CARTAS PARA A REDAÇÃO Correspondências por e-mail devem ser enviadas para alexandre@empreendedor.com.br, aos cuidados do editor Alexandre Gonçalves. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do estado de onde está escrevendo.
CEDOC O Centro de Documentação (CEDOC) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar contato com Ivone Zanatta, pelos telefones (48) 224-4441 e 0800 48 0004, ou por e-mail (ivone@empreendedor.com.br).
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Prezados leitores, Atendendo à solicitação sobre a nota “Financiamento para jovens empreendedores”, publicada na coluna Jovem S/A, informamos que esses créditos fazem parte do Programa Primeiro Emprego, anunciado recentemente pelo governo Lula. Assim, as informações podem ser encontradas no site do Ministério do Trabalho (www.mte.gov.br) ou através do Alô Trabalho (0800 61 0101).
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com Aleksandar Mandic por
Fábio Mayer
“Temos vocação para a informática”
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Pioneiro da internet no Brasil, Aleksandar Mandic tem opiniões abalizadas sobre o universo pontocom. Ele acredita que o país deu um salto importante contra a falta de informação com a democratização do acesso à rede mundial de computadores
“O Brasil deu certo com a internet”, afirma Aleksandar Mandic, um dos precursores no assunto no país. De acordo com ele, o Brasil vem se destacando na área e hoje o mercado nacional é um dos que mais crescem no mundo. “No geral o povo brasileiro tem vocação para a informática.” Mas isso nem sempre foi assim. Houve um momento em que os empresários brasileiros andavam desacreditados com a internet. Esse período de grande instabilidade do mercado, que ficou conhecido como a “bolha”, afetou empresas em todo o planeta. Segundo Mandic, esse foi o pior momento, “porque não havia profissionalismo no negócio e a grande maioria das empresas perdeu dinheiro”. Nesta entrevista, ele conta sobre a oportunidade lucrativa de ter vendido um dos primeiros provedores de internet do país antes de a “bolha” estourar. Também fala sobre a criação da Mandic Mail, prestadora de serviço de e-mail pago e de terceirização de e-mails para o setor corporativo. Setembro – Empreendedor
De acordo com Mandic, atualmente a empresa pode permanecer nesse mercado com um atendimento personalizado de um nicho específico. Além disso, ele relata como é trabalhar com internet no país e analisa as principais mudanças ocorridas com a implantação da rede no Brasil e as expectativas desse ramo de atividade. “Tudo evoluiu, desde o conteúdo, o número de pessoas com acesso à internet, até as formas de conexão”, diz. Empreendedor – Como é trabalhar com internet no Brasil, já que o senhor é um dos precursores no assunto?
Aleksandar Mandic – Na fase pré-bolha não havia especialistas, tudo era difícil e funcionava de forma incipiente. As poucas empresas que atuavam nesse mercado, de certa maneira, eram rentáveis e absorviam todo o público, ainda pequeno na época. Depois houve a fase da bolha, do furacão... Considero o pior momento, porque não havia profissionalismo no negócio e qualquer
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projeto custava R$ 1 milhão, no mínimo, mesmo os extremamente simples com apenas quatro fotos, por exemplo. A grande maioria das empresas perdeu dinheiro. Foi uma fase de grande instabilidade, e do dia para a noite a empresa podia não valer mais nada. No pós-bolha, o mercado se firmou, mas ainda falta muito para a internet fazer parte do cotidiano de todos. De qualquer forma, a internet deu certo. Atualmente, é mais fácil dar um foco para o negócio, pois é possível saber quem são os concorrentes e que estratégias podem ser utilizadas para ser competitivo no mercado. Vai vencer a concorrência quem entregar o mesmo produto economizando o máximo possível. E hoje o ganho no produto está em como a empresa consegue produzi-lo mais barato. A internet segue por esse caminho. Muitos profissionais vão ficar e novas idéias surgirão, mas também algumas empresas vão quebrar, ficando apenas as mais competentes. Hoje nos EUA existem apenas três mon-
Diretor-presidente da Mandik Mail (11) 5505-8900
tadoras de automóveis, e no Brasil isso já vem acontecendo com os bancos. Na internet é igual. Empreendedor – Atualmente estaria havendo uma tendência maior de fusões?
Mandic – Hoje as fusões estão acabando. No caso da Mandic é trabalhar com uma grife. Muitas são pequenas, conhecem todos os clientes e mesmo com dinheiro não há como competir com elas. É nesse ponto que a Mandic se firma, é como ela sobrevive nesse mercado. Para ser o maior preciso concorrer com outras empresas grandes e isso é muito fácil, basta ter dinheiro. Mas também é muito perigoso, porque pode vir uma empresa maior que a minha, pois dinheiro não falta no mundo. Quando o Brasil está em crise, outros países lá fora não estão. Dinheiro tem sobrando para bons projetos.
“Mesmo o e-mail, tratado como ovelha negra por causa do custo para o provedor, de um ano e meio para cá tem sido tratado como diferencial para atrair clientes”
a internet. Algumas empresas tiveram grande participação por ter democratizado a internet no Brasil, dando acesso à informação para o mercado e para o povo. Graças à revolução que houve com a internet, o país se vacinou contra a falta de informação que pode ser crucial nos negócios. Não que a pessoa seja enganada, mas às vezes ela não tem acesso às informações necessárias. O país que tem mais acesso à informação compete melhor com outros. Hoje o Brasil é um país que se destaca em internet em termos mundiais. No geral o povo brasileiro tem vocação para a informática. Somos o melhor do mundo em automação bancária. Mesmo nos EUA, onde tudo é automático, leva-se três meses para saber quem é o presidente. Aqui, 25 horas. Empreendedor – A criatividade do brasileiro o ajuda a se destacar nesse mercado?
Empreendedor – Então, a permanência da empresa nesse mercado pode ocorrer com um atendimento personalizado de um nicho específico?
Mandic – Acredito que o brasileiro tem criatividade, faz boa propaganda, gosta de automação e realizou o Imposto de Renda via internet. No entanto, criatividade às vezes não é bom. Nos EUA, se você pede algo fora do comum para um profissional, ele não sabe o que fazer. Aqui o brasileiro faz, mas às vezes faz errado porque inventou.
Mandic – Claro, atendendo com maior qualidade e sendo conhecido pelo boca-a-boca, sem precisar fazer propaganda. E só se consegue isso com público pequeno. Agora, no caso da Mandic sai do popular. Não é uma coisa para estudantes. Para eles, uma quantia a mais por mês no orçamento faz diferença, mas um profissional cuja caixa de e-mails nunca pode lotar só ganha com isso.
Empreendedor – Quais as principais mudanças ocorridas com a internet desde a sua implantação no país?
Empreendedor – Qual sua avaliação sobre a internet no país?
Mandic – O Brasil deu certo com
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Mandic – Tudo evoluiu, desde o conteúdo, o número de pessoas com acesso à internet, até as formas de conexão. Graças à privatização das telecomunicações, a linha telefônica passou de US$ 3 mil para R$ 30. Há linhas digitais que são
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mais rápidas, e o acesso com banda larga já acessível. Mesmo o e-mail, que sempre foi tratado como ovelha negra porque tem um custo para o provedor, de um ano e meio para cá tem sido tratado no mercado como um diferencial para atrair clientes. Empreendedor – Nesse contexto, quais as principais dificuldades para atuar nesse mercado?
Mandic – Tudo é difícil, não tem nada fácil. A dificuldade está em todo lugar e em quem é menos persistente. O empreendedor tem que ter idéias diferentes, mas poucos conseguem tê-las, ou porque tinham uma idéia errada ou porque desistiram. Na internet é igual, deve ter pessoas especializadas que saibam o que querem fazer e que sejam persistentes. De vez em quando aparecem no mercado pessoas com boas idéias, mas depois de um ano desistem. Outro problema é que às vezes as pessoas têm boas idéias, mas que não são rentáveis. A idéia tem que ser boa e rentável.
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Empreendedor – Além disso, a falta de investimento atrapalha?
Mandic – Não há empreendedor em famílias ricas, mas nas pobres, porque elas têm necessidade. Havia uma ilusão no mundo da internet de que o investimento era barato. O dinheiro mais caro do mundo é o do investidor, porque ele procura retorno. O dinheiro é da empresa e, se ela der certo, o investidor será dono da metade dela. É uma falsa ilusão ir atrás de investidor, porque ele é esperto. O empreendedor vende a empresa uma vez na vida; o investidor compra uma por semana. Quem tem mais experiência? Se o empreendedor tem uma idéia boa mesmo, pega um empréstimo. Se a idéia é boa, ela vai dar certo; você paga o empréstiSetembro – Empreendedor
“De vez em quando aparecem pessoas com boas idéias no mercado, mas depois de um ano desistem. Outro problema é que às vezes as pessoas têm boas idéias, mas que não são rentáveis. A idéia tem que ser boa e rentável”
mo e continua dono da empresa. Todo mundo nasceu do zero; é apenas uma questão de tempo. Empreendedor – A Mandic é uma das principais prestadoras de serviços de internet do país. Como a empresa iniciou a trajetória nesse mercado e por que, atualmente, decidiu oferecer um serviço de e-mail pago?
Mandic – A Mandic começou de um hobby que depois foi levado a sério. A internet pegou várias empresas e profissionais desprevenidos. Na época, houve um furor e, apesar de haver muitos provedores, apenas três ou quatro empreendedores ficaram ricos. Quem tinha um provedor e não negociou perdeu a oportunidade. Hoje ninguém mais quer comprar. Isso é saber pegar a oportunidade no tempo certo. Quando vendi a firma, disseram que era um cara de visão, mas vendi porque não enxergava mais nada. Acreditava que aquilo não era mais meu caminho. Agora, quando comecei com o mandic
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mail foi justamente porque ninguém oferecia esse serviço no país, e o que servia para mim poderia servir para o mercado. Deu certo e acabei construindo o mercado onde ele não existia. É preciso pensar onde é possível se agarrar. Empreendedor – E a terceirização de e-mails para o setor corporativo também é uma inovação? Como funciona?
Mandic – É uma inovação que se fixa no futuro. Um dono de restaurante não pode querer ter uma central telefônica própria, distribuição com motos, etc. Cada um tem que ser especialista naquilo que faz, porque o outro tem economia de escala. Essa é a lógica da terceirização. Se tenho um técnico que atende 20 empresas e sabe um pouco de cada uma delas, ele é melhor que qualquer técnico que trabalhe somente em uma. Empreendedor – Hoje, a empresa tem uma grande carteira de clientes?
Mandic – Não. Nossa carteira de clientes não é e nunca vai ser grande. Não é esse o propósito da firma. Por exemplo, a Ferrari não espera vender milhares de carros; espera vender três. Nosso negócio é semelhante, e só assim vou poder vender com qualidade e conhecer cada um dos meus clientes. Claro que vou cobrar mais caro, mas não há meta de ser o maior do mercado. Quero obter o melhor lucro pelo talento que temos para fazer isso. Empreendedor – Quais as expectativas para a internet no Brasil e no mundo?
Mandic – A internet não vai substituir o rádio, a televisão e o jornal. Ela é um outro tipo de meio de comunicação de massa. Todo mundo achava que seria uma panacéia. Agora acredito que a tendência da internet é estabilizar-se e cada vez mais ir-se aperfeiçoando...
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Mosarte Marco Aurélio Sedrez
Pesquisa afinada
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Diminuir os riscos e conquistar credibilidade. O empresário Marco Aurélio Sedrez apostou nessa estratégia para lançar a Mosarte Collection 2003, que chega este mês às lojas de todo o país. Trata-se de um conceito inédito, com o voto de arquitetos, clientes, revendedores, decoradores, jornalistas e designers. Em março, um seleto grupo de cerca de 70 profissionais da empresa, de diversos estados brasileiros, passou um dia inteiro na sede em Tijucas (SC), avaliando as peças propostas pela Mosarte – responsável por 70% da produção nacional de mosaicos. O resultado foi a seleção de centenas de criações da empresa. As mais votadas foram selecionadas e passaram a compor a nova coleção, que traz cerca de 700 peças classificadas em 12 linhas. Com essa iniciativa, a Mosarte potencializa a aceitação do mercado, principalmente, dos lançamentos. A grande novidade da Mosarte Collection 2003 é a mistura de matérias-primas, acrescentando vidro, metal e aço escovado às peças, 95% delas confeccionadas à base de pedras e mármores naturais europeus. A Mosarte é, hoje, a empresa mais bem equipada da América Latina para a produção de mosaicos – é pioneira em utilizar a tecnologia de corte com jato d’água (water jet), que permite os mais variados tipos de corte, inclusive o de peças curvas. Em menos de oito anos de existência, a capacidade produtiva da empresa já ultrapassa a marca das DIVULGAÇÃO 500 mil peças por mês, fabricadas por uma equipe de 230 profissionais e distribuídas por mais de 150 revendas em todo o Brasil. (48) 263-0846 Setembro – Empreendedor
Microsiga e FastTraining Wilson de Godoy
Pacote educacional
DIVULGAÇÃO
A FastTraining, centro de treinamento em tecnologia da América Latina, acaba de fechar uma importante parceria com a Microsiga Software, empresa especializada no desenvolvimento de tecnologia e sistemas de gestão empresarial focada no setor corporativo. Trata-se de um relacionamento para a realização de cursos que visa à utilização de infra-estrutura e serviços da FastTraining por parte da Microsiga e à divulgação e comercialização dos produtos de educação por ambas as partes. “Assim, o cliente sentirá que está recebendo o melhor neste campo”, explica Wilson de Godoy, vice-presidente de Tecnologia e Sistemas da Microsiga. A principal vantagem, segundo o executivo, é o oferecimento de soluções completas de educação, as quais podem ser focadas no assunto de interesse e necessidade do cliente. O objetivo é personalizar cada vez mais os treinamentos, ressaltando o caráter puramente educacional. Para Enilson Pestana, presidente da FastTraining, o acordo aumenta a capacidade de entrega nos serviços educacionais da empresa e permite a entrada em um novo segmento de educação corporativa, a área de ERP e CRM. “Iniciaremos nossa parceria em São Paulo e pretendemos levá-la, muito em breve, para outras cidades”, afirma Pestana. (11) 3891-7000
ACIMA DO BREAK EVEN Na contramão de uma crise que abalou dezenas de empresas da internet, o Planeta Imóvel projeta para 2003 um faturamento de R$ 5 milhões, 50% maior do que em 2002. Essa performance se deve principalmente ao mercado de lançamentos imobiliários, que representam mais de 70% dos negócios do portal. Em apenas três anos o Planeta Imóvel cresceu 250% e hoje reúne a maior audiência da internet brasileira de pessoas interessadas em comprar, alugar ou vender imóveis nos diversos padrões oferecidos pelo mercado. O Planeta Imóvel disponibiliza em seu banco de dados cerca de 300 mil imóveis em todo o Brasil. O número de usuários cadastrados é expressivo: 180 mil pessoas. As visitas diárias chegam a 40 mil e, mensalmente, são mais de 9 milhões de pageviews e cerca de 500 mil usuários únicos. www.planetaimovel.com.br
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Alcatel
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Lúcio Fialho
Gestão de pessoas
Controle de projetos
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O namoro entre o terceiro setor e os membros das organizações governamentais é antigo. Mas poucas instituições conseguem angariar tanta simpatia de políticos e diretores de estatais como o Instituto Brasileiro de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (IBDD). Fazem parte do conselho consultivo da instituição que acaba de tomar posse: José Sarney, presidente do Senado; José Pedro Rodrigues de Oliveira, presidente de Furnas Centrais Elétricas; Carlos Lessa, presidente do BNDES; e Ricardo Henriques, secretário-executivo do Ministério da Assistência e Promoção Social, entre outros. Além disso, a Petrobras é mantenedora permanente da instituição, que inaugurou um centro desportivo no início deste ano. Mesmo com toda essa força, a ONG luta para conseguir mais apoio das empresas privadas no seu trabalho de recolocação profissional das pessoas habilitadas portadoras de deficiência. É que muitas empresas não sabem que precisam preencher uma cota de 2% a 5% com esse tipo de profissional quando têm mais de cem funcionários. O IBDD trabalha desde 1998 com o objetivo de participar na construção e defesa dos direitos de cidadania das pessoas portadoras de deficiência. O Instituto atua nas áreas de direito, trabalho e esportes, com escritório de advocacia e consultoria para empresas. (21) 2557-6990/www.ibdd.org.br
O sistema Tasker, carro-chefe da Solucionar Engenharia de Sistemas, é uma ferramenta que permite o total gerenciamento de projetos com alto grau de controle e detalhamento. Além disso, com o Tasker, é possível uma efetiva implementação de processos. A idéia foi do analista de sistemas Lúcio Fialho, o principal diretor da empresa, que detectou a necessidade de melhorias no processo interno de coordenação de trabalho em equipe na maioria das empresas, principalmente naquelas que têm um número enorme de projetos em andamento ao mesmo tempo. O sucesso do produto, que só tem concorrentes no mercado internacional, levou-o a ser adotado em empresas e instituições do Rio e de São Paulo, como Petrobras, Susep e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). A Solucionar, empresa da área de Engenharia de Sistemas, nasceu na Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ e graduou-se em janeiro de 2003, com faturamento anual de R$ 1 milhão em 2002. A empresa carioca planeja para este ano um crescimento da ordem de 60%, a partir do aumento da base de seu principal produto, o Tasker. O sucesso da empresa, que apresentou crescimento de 45% e de 95% nos anos de 2001 e 2002, respectivamente, garantiu sua graduação precoce, em apenas dois anos, quando em geral as empresas ficam de três a cinco na Incubadora. Para 2003, há previsão também de aumento de mais de 30% no quadro de colaboradores. “Pretendemos chegar a uma equipe de 40 colaboradores fixos, dez a mais do que hoje”, diz Lúcio Fialho. (21) 2507-6370 DIVULGAÇÃO
A Alcatel University, universidade corporativa da Alcatel Telecomunicações, e o Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (CEFET/CE) estabeleceram uma parceria para o desenvolvimento técnico e a formação de profissionais qualificados em telecomunicações nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Com isso, a Alcatel University e o CEFET/CE passam a desenvolver em conjunto cursos para a operação e manutenção de redes (qualificação técnica, em serviços e ambiente de negócio), buscando a formação de mão-deobra qualificada para atender às necessidades dos negócios de telecomunicações. “Desse modo, a Alcatel reforça sua preocupação com a criação de competências para as telecomunicações no Brasil”, argumenta Rafael Fernandez, gerente da Alcatel University. O CEFET/CE já oferecia para os alunos do ensino médio um curso técnico em telecomunicações. Com a parceria, poderá aprimorar o conteúdo ministrado, garantindo que esteja alinhado com as tendências tecnológicas e que os alunos sejam treinados de acordo com as necessidades reais do mercado. A parceria com a Alcatel tornou possível a readequação e atualização do curso, ajustando as informações e o conteúdo didático. “Vamos orientar professores e atualizá-los para que possam preparar os alunos para o mercado de telecom”, complementa Rafael. (11) 6947-8133
Empreendedor – Setembro
Jovem S.A. por Lúcio Lambranho
lucio@empreendedor.com.br
Talento emancipado O empreendedorismo aplicado pelo colégio Anglo-Americano, no Rio de Janeiro, vem alcançando, na prática, bons resultados. Em maio, com apenas 15 anos, o aluno Bernardo de Lucia abriu seu próprio negócio: a agência de viagens TravelZone, num shopping da Barra da Tijuca. Apesar do pequeno porte e do pouco tempo de funcionamen-
Engana-se quem pensa que a TravelZone é um passatempo para o jovem. Agora que completou 16 anos, ele será emancipado e receberá uma procuração de sua mãe para ter o direito de responder pela empresa. Por enquanto, 95% da agência está no nome da mãe e os outros 5% no nome de uma prima de Bernardo, de 23 anos, responsável pelo setor financeiro.
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DIVULGAÇÃO
to, a agência já conta com duas empresas do setor de combustível como clientes fixos, além de fechar negócios para Bariloche e Nova York. A TravelZone recebe apoio técnico de uma operadora de Belo Horizonte, onde Bernardo adquiriu experiência na área. “Trabalhei um ano com eles, como acompanhante de viagem, durante o período de férias e feriados”, explica Bernardo, que desde os 12 anos já era cliente dessa operadora. Setembro – Empreendedor
Por enquanto, o único problema que o jovem vem enfrentando por causa da idade é o fato de ele não poder ser guia, já que é menor. Mas com a emancipação isso logo será resolvido. E o futuro da TravelZone é promissor, diz Bernardo, pois em três meses a empresa está, aos poucos, conseguindo cobrir o capital inicial investido pela família. A história da descoberta dessa veia empreendedora precoce faz parte de uma parceria entre a escola de Bernardo e o programa Miniempresa, da
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fundação Junior Achievement. Nesse projeto os estudantes são incentivados a montar sua própria empresa. “É um projeto que estimula o empreendedorismo. Com o método ‘aprender fazendo’, eles passam por todas as etapas de quem abre seu próprio negócio”, diz Angélica Mereb, coordenadora pedagógica do Ensino Médio. No colégio AngloAmericano, alunos do segundo ano do Ensino Médio já vivenciam o mundo dos negócios na prática. O Anglo Botafogo criou a empresa Em Foco, que produz porta-retratos, e o Anglo Barra está vendendo bijuterias através da Treko’s. Participando do projeto, em reuniões semanais, há cerca de 30 jovens de cada unidade. O primeiro passo é assistir às palestras da equipe da Junior Achievement sobre organização e operação de uma empresa. Os produtos a serem vendidos só são definidos depois de uma pesquisa de mercado feita pelos alunos. “Foi um grande desafio ter aceitado fazer essa empresa e, agora, o desafio maior é fazê-la dar certo”, garante Joseneide Marcela, de 15 anos, presidente da Em Foco. Mark Lage, presidente da Treko’s, também aprendeu novas lições: “Nunca imaginei que fosse necessário fazer pesquisa de mercado para vender bijuterias. Achava que fosse só chegar e vender”. O programa tem a duração de um semestre. Participante do programa há quatro anos, o Anglo já ganhou em três anos consecutivos prêmios de maior rentabilidade e maior faturamento e, em 2002, levou também o prêmio de melhor vendedor. (21) 3154-6880
Maestros do Equador
Parceria gastronômica A gastronomia é uma área em que muitos aventureiros apostam, mas acabam se firmando no mercado apenas os bons profissionais. É o caso dos jovens Zeca Caputo e Rica Cubas Moura, que se conhecem há mais de 20 anos. Há quatro anos decidiram unir os talentos e inaugurar o Restaurante da Harmonia Lyra, em Joinville (SC). A parceria deu certo e desde 1998 os dois só vêm colhendo os frutos, resultado de muito trabalho. No norte do estado de Santa Catarina, a dupla já atende os melhores endereços e é fornecedora de grandes empresas. Em 2000, os dois decidiram ampli-
ar mercado: foram para Florianópolis e assumiram o Restaurante Bragança, no então recém-inaugurado Hotel Blue Tree Towers. Em junho do mesmo ano assumiram também o Restaurante Anhatomirim, no Centro de Convenções de Florianópolis, e conquistaram os principais eventos que acontecem na Ilha de Santa Catarina. Zeca Caputo e Rica Cubas Moura apostaram também na praia de Jurerê Internacional, e em dezembro de 2001 colocaram em funcionamento o Cyber Café e os Restaurantes Z Perry e Boulevard, todos no Jurerê Beach Village. Formaram assim a Rede Bragança de Gastronomia. (48) 251-5548
TRAJETÓRIA DIVULGAÇÃO
Conheça um pouco mais sobre esses jovens empreendedores
Rica Cubas Moura não concluiu o curso de Direito e não se arrepende. Ainda na faculdade teve a oportunidade de ir para a Inglaterra e voltou de lá craque na cozinha. Abriu, em 1987, o Bar, Choperia e Restaurante Neu Fiedler, que durante anos foi ponto de encontro das pessoas mais badaladas de Joinville. O fechamento do local foi marcado por uma grande festa, uma semana antes da abertura do Restaurante da Harmonia Lyra com Zeca Caputo.
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Com informações de Javier Noriega – Jornal La Hora (www.lahora.com.ec) Para quem quiser conhecer de perto esse projeto de empreendedorismo no Equador basta entrar no site www.micip.gov.ec e pr ocurar pelo projeto “Plan Nacional Jóvenes Empresarios”. Empreendedor – Setembro
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Zeca Caputo é advogado, mas há 12 anos decidiu ir para trás de um balcão e estreitar a relação com o público joinvillense, quando deu o primeiro passo no mercado gastronômico abrindo as portas do Bar Expresso, bem no centro de Joinville. Logo em seguida, Zeca Caputo abriu o Restaurante Queen’s, no Hotel Prinz, um dos pontos mais requintados da chamada Cidade dos Príncipes.
Em cinco dias de trabalho cerca de 200 professores equatorianos e jovens empresários de quase toda a América Latina puderam conhecer novas alternativas de desenvolvimento comunitário e sustentável. O evento, que teve como tema “competir e triunfar”, foi um seminário de capacitação denominado “Jovens empresários”, que aconteceu na cidade de Tena, província de Napo, Equador. O trabalho, apoiado pelo Banco Mundial (BM), pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e pelo governo de Israel, teve o objetivo de mostrar para os professores do ensino público do país andino como é possível iniciar e manter uma microempresa. “O objetivo não é fazer dos professores empresários. A idéia é capacitar os mestres com ferramentas que possam ser repassadas aos estudantes que precisam enfrentar o mundo real”, explica Héctor Villagrán, gerente-geral do Projeto Equatoriano de Jovens Empresários. Segundo Villagrán, essa iniciativa, que pretende ser feita em todos os estabelecimentos educativos do país, começou com um plano piloto en Manabí (na costa centro-sul equatoriana), nas comunidades de Calceta, Santa Ana, Jipijapa, Chone, Portoviejo, Manta e San Vicente. “Nesses lugares, hoje em dia já existem jovens estudantes que têm empresas dentro dos seus colégios”, acrescenta. Para dar continuidade ao trabalho, os professores que participaram dessa capacitação se comprometem a dar treinamento a mais 50 professores em suas regiões de origem.
Nãono Durma Ponto
por Roberto Adami Tranjan Educador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953 • www.cempre.net • roberto.tranjan@cempre.net
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Qual é o seu mercado?
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Como sugere o físico Amit Goswami, as famosas palavras de Descartes “penso, logo existo” poderiam ser pronunciadas com maior precisão como “escolho, logo existo”. A maneira como escolhemos olhar para o mundo ao redor molda tanto a nossa mente como o nosso coração. O mesmo vale para as empresas: a maneira como seus dirigentes escolhem olhar para o mercado e, a partir daí, atuar determina o seu destino de sucesso ou fracasso. Assim como as pessoas, as empresas escolhem o mundo em que querem viver. E esse mundo está diretamente relacionado à forma como compreendem o mercado. O mercado como uma arena de guerra O que fazer diante de uma ambiente de guerra? Lutar ou fugir. É isso que as empresas fazem quando enxergam o mercado como um ambiente perigoso. Envoltas em ameaças, sobreviver e buscar proteção são os seus principais objetivos. O dia-a-dia dessas empresas é como de países em guerra, ou seja, sonos com sobressaltos, bombardeios inesperados, sangue, suor e lágrimas. Resta esquivar-se das batalhas ou partir para um combate sem trégua e sem ética na busca dos recursos necessários que assegurem a sobrevivência. Nessas empresas, o medo influencia as decisões e orienta as ações. Setembro – Empreendedor
Tudo é feito para sobreviver, proteger e manter. Para sobreviver nesse mercado, é preciso armas e munição. O mercado como uma mina de recursos esgotáveis A situação, agora, é de precariedade. Os recursos são escassos e não há para todos. O que fazer? Competir com unhas e dentes! “Mais para mim” é o lema de morte. E é preciso extrair e acumular para garantir os períodos de entressafra. A competição gera a lei do mais forte, e a disputa predatória traz a exibição de poder e força da autoridade em detrimento e menosprezo das necessidades alheias. Nesse duelo vale tudo: desonestidade, corrupção, manipulação. Para sobreviver nesse mercado, é preciso manhas e artimanhas. O mercado como um oásis no deserto O mercado é visto como um lugar a ser conquistado. Para chegar lá, é preciso descobrir os caminhos, aprender sobre os novos ambientes, buscar aliados. A curiosidade toma o lugar do medo. É grande a vontade de desvendar mistérios e descobrir segredos. O mercado fascina e provoca, mas para conquistá-lo é preciso lucidez, serenidade e autonomia. É preciso compreendê-lo como dunas de areia cuja topologia muda a cada instante. E isso aumen-
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ta seu encanto e desafio. Para viver nesse mercado, é preciso uma bússola e um sonho. O mercado como um ponto de conexão Uma empresa é um organismo que abriga um conjunto de competências, e o mercado é o lugar ideal para testar essas competências. O desafio está em conectar, com estratégia e inteligência, as competências do negócio com as demandas do mercado. Para conectar-se com o mercado é preciso compreendê-lo e compreender-se, ou seja, reconhecer os recursos e potenciais internos capazes de prover o mercado das suas necessidades. Para viver nesse mercado é preciso ideal e competência. O mercado como uma tela de pintura Pintar o sete! Eis a vontade da empresa que melhor compreende o mercado como uma tela a ser pintada. “Tudo está para ser feito”, esta é a frase de entusiasmo das empresas que querem expressar toda a sua criatividade por meio de produtos e serviços. Esse tipo de empresa recusa o passado e a imitação. Quer adaptarse rapidamente aos novos tempos e gosta da aventura e do risco. Acredita na sua capacidade de imaginar e inovar. O mercado é visto como
Nossa meta é garantir a tranquilidade do cliente.
“A maneira como escolhemos olhar para o mundo ao redor molda tanto a nossa mente como o nosso coração. O mesmo vale para as empresas: a maneira como seus dirigentes escolhem olhar para o mercado e, a partir daí, atuar determina o seu destino de sucesso ou fracasso.” um mundo recreativo, e a capacidade de brincar nele é ilimitada. Para contar a sua história, esse tipo de empresa precisa de fé e inspiração. O mercado como um lugar de serviço e ajuda O mercado é composto por al-
mas com necessidades, vontades, desejos e problemas de todos os tipos a serem resolvidos. As empresas, por sua vez, são formadas por almas dispostas e comprometidas a fazê-las felizes. Tais empresas possuem luz própria e querem colocá-la a serviço das pessoas que dela mais necessitam. A vocação para servir e o amor às pessoas fazem com que essas empresas não meçam esforços em prol dos seus clientes. Para contar a sua história, esse tipo de empresa precisa de luz e paixão. “Escolho, logo existo!” Cada tipo de mercado determina a maneira como uma empresa é moldada: sua organização, produtos, estratégias, equipe, estilo de liderança, cultura, etc. O tamanho da crise, com seus obstáculos e problemas, tem relação direta com o mercado escolhido para atuar. Se Goswami parodiou Descartes, vou tomar a liberdade de fazer o mesmo com o grande filósofo Jean Paul Sartre. “O homem nada mais é do que aquilo que ele fez de si mesmo”, disse Sartre. Nessa linha é possível afirmar que “uma empresa nada mais é do que aquilo que ela fez de si mesma”.
O comprometimento com a responsabilidade, a ética e o profissionalismo, nos permite alcançar ótimos resultados na defesa dos interesses de nossos clientes. Advocacia Luciana Marques de Paula, há mais de 20 anos no contencioso e, afinada com a evolução da sociedade, tem empenhado esforços para o aprimoramento na área de consultoria, evitando o litígio, com o foco para a solução amigável de conflitos.
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Da garagem para o sucesso
INSPIRAÇÃO: FOTO HISTÓRICA DA GARAGEM ONDE NASCEU A HOJE GIGANTE HP, LÍDER MUNDIAL EM IMPRESSORAS
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Começar um negócio na garagem ainda é uma alternativa viável para novos empreendedores. Mas para garantir a longevidade da empresa é preciso muito mais do que sorte por
Alexandre Gonçalves
colaborou Fábio Mayer
Setembro – Empreendedor
Por maior que seja a capacidade de enfrentar riscos, todo empreendedor sempre procura uma maneira de iniciar seu negócio com segurança. Para muitos, como os jovens recém-saídos das universidades, existem as incubadoras, onde permanecem protegidos durante os primeiros passos da empresa. Mas para quem não pode ter acesso a uma incubadora resta uma alternativa: começar em casa, mais precisamente na garagem de casa. “Muitos empreendedores fracassam porque iniciam seus empreendimentos pela empresa, quando na
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realidade o início é pelo negócio”, afirma o consultor e professor Rogério Chèr. “Depois de identificadas e formatadas as necessidades de mercado a serem atendidas por seus produtos e seus serviços, aí sim é o momento de conceber o conjunto de recursos humanos, físicos e financeiros necessários para viabilizar aquele negócio”, sugere Chèr. Não é por acaso que começar um negócio na garagem é algo comum e sempre destacado na história de gigantes como HP e Apple, o que serve para dar a dimensão do crescimento dessas
Gestão na garagem zedor – o motor do empreendedor”, defende. “Quando olhado por este ângulo, o ‘empreendedor garageiro’ é o tipo ideal, já que ele planeja relativamente pouco e age muito”, aponta. Mas João Barroso adverte que há um problema para o empreendedor de garagem: “Uma vez iniciado seu empreendimento, o empreendedor então caminha em uma floresta desconhecida sem mapa na mão. As surpresas que encontra pela frente (problemas de administração financeira, de gestão de pessoas, de prospecção e até de gerenciamento do tempo e da rotina) são geralmente os problemas que matam os empreendimentos. Neste sentido seria ideal que o empreendedor tivesse uma energia gigante para iniciar o empreendimento e que na subida do vôo procurasse entender um pouco melhor dos problemas de administração citados”. Quanto ao preconceito contra os empreendedores de garagem, Barroso avalia que isso existe porque a maioria das pessoas acredita que ganhar dinheiro é bom, mas trabalhar tem que ser “coisa limpa”, sem “graxa”. “A maior parte dos empreendedores garageiros não vê o mundo por essas lentes. Para eles, a vida é dura e o pão é ganho na labuta com as próprias mãos”, aponta. Espírito garageiro Existem negócios criados em garagens para suprir uma necessidade momentânea. É por conta dessa motivação que muitos brasileiros transformam suas garagens em bares, bazares, lojinhas de 1,99, distribuidoras de água e gás ou centrais de prestação de serviços. A longevidade de negócios surgidos dessa forma, atestam consultores, nem sempre é garantida. O mesmo não se pode dizer dos casos de empresas que começam na garagem explorando um determinado nicho de mercado não por necessidade, mas por opção e crença de seus empreendedores, que acabam consolidando sua posição, crescendo e alçando seus empreendimentos a vôos muito mais altos. “No nosso caso,
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Sete dicas sobre como administrar um “negócio garageiro”: Preocupe-se com questões legais, 1 como lei de zoneamento. Avalie sua necessidade de receber 2 clientes, fornecedores e outros. Crie um ambiente de trabalho 3 com um mínimo de conforto. Procure dispor móveis e equipamentos de maneira 4 inteligente, se possível de acordo com critérios ergonômicos. Analise se sua capacidade de 5 produção é compatível com suas instalações. Verifique a proximidade logística com seus fornecedores e clientes 6 e de que forma isso afeta os custos e a dinâmica de trabalho. Separe os afazeres domésticos 7 das atividades de gestão do seu negócio.
o motivo de a gente começar foi principalmente porque estávamos mais motivos a começar uma empresa. Metemos a cara e começamos na garagem”, conta John Lima, que ao lado de Daniel Dalarossa criou a Cyclades, em 1989, em São Paulo. “Não tínhamos dinheiro e era um aluguel mais barato. Na realidade o investimento inicial da empresa foi de US$ 3 mil, e depois que saímos da garagem fomos para uma casa com mais funcionários”, recorda-se Lima, citando que a transição entre a garagem e a casa levou cerca de seis meses. Com previsão de faturamento para 2003 em torno de US$ 35 milhões, a Cyclades, que atua com tecnologia Linux, posiciona-se como uma empresa global, com presença em 12 países. O seu quartel-general encontra-se na Califórnia, onde são definidas estratégias e tecnologias para novos produtos para data-centers. “Também temos filiais na Alemanha, no Japão e na Austrália e mais três centros de desenvolvimento: um nos Estados Unidos, um no Brasil e um na Alemanha”, explica Lima. “O posicionamento global, hoje, da Cyclades é que Empreendedor – Setembro
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empresas. Para muitos, mais do que um mito, isso é uma grande motivação para os que optam por ocupar a garagem de casa com seu próprio negócio. “Creio que a primeira influência positiva que isso tem na mente dos novos empreendedores é mostrar que é possível empreender com poucos recursos e muita criatividade”, avalia o consultor Mário Persona. “Não importa o tamanho da empresa; saber que ela nasceu numa garagem cria uma proximidade maior com seu público”, garante. Para Rogério Chèr, a inspiração que os novos empreendedores encontram em empresas que nasceram literalmente na garagem os ajuda a vencer o primeiro obstáculo do preconceito, que o próprio empreendedor carrega, de que o dinheiro seja condição essencial para a vitória. “Nem sempre é. Estamos assistindo todos os dias à morte de grandes empresas cujos problemas não estavam, a princípio, na falta de dinheiro, mas na falta de criatividade e velocidade de mudança”, analisa Persona. “Lamentavelmente empreendedorismo tem sido confundido com ‘empregadorismo’. Empreender não guarda semelhança com auto-emprego. Empreender enseja quebrar uma lógica de mercado, modificar uma dinâmica até então válida e oferecer ao mercado um negócio realmente novo. Não é por outro motivo que inovação e criatividade andam de braços dados com o empreendedorismo”, concorda Chèr. Já o professor João Barroso, especialista em empreendedorismo, o que está em jogo não é a forma ou local em que alguém inicia um empreendimento. Autores diversos, segundo Barroso, têm apontado para um fato curioso: quem pensa muito, analisa, estuda, planeja raramente inicia o empreendimento. “Esse paradoxo vai se dar pelo fato de que há algo de ímpeto no ato de empreender. Ao que tudo indica, é preciso estudar, sim, mas há um momento, divisor de águas, em que é preciso parar de pensar e agir ou corre-se o risco de se perder uma espécie de força ou instinto fa-
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Trajetória premiada
somos uma empresa que fornece soluções de gerenciamento de data-centers para servidores e redes de computadores em grandes empresas”, esclarece. O maior cliente da Cyclades é o Yahoo, Depois de iniciar em uma garagem, a Sofhar soube para quem executa o gerenciamento de 32 mil equipamentos em todo o mundo. aproveitar as oportunidades e agora, com 17 anos de A lista de clientes inclui ainda Merce- mercado, festeja o reconhecimento do seu trabalho des-Benz, Daymler Crysler, BMW, Deutsch Bank, HSBC, Telefonica, en- por parte de gigantes como a Microsoft e a Intel tre outros. John Lima contabiliza fatores positiAtuando no mercado de serviços e so- iniciou sua trajetória de sucesso em 1986. vos dos tempos de garagem para a ges- luções tecnológicas integradas, a Sofhar, Naquele ano, Luchetta fundou a empresa tão atual da empresa. “Os benefícios que de Curitiba, é mais um exemplo de em- juntamente com seu cunhado Flávio Miashieu vejo é que você passa por um pro- presa nascida na garagem que cresce e se ro, mas atendendo um outro ramo de necesso de aprendizagem ferrenha. Você transforma em um grande empreendimen- gócios: o de telecomunicações. Na época acaba virando um generalista e resolven- to. Tanto é assim que, se ainda funcionasse Miashiro trabalhava como técnico na área do um monte de problemas, queima eta- em uma garagem, a Sofhar teria um sério de reparos da antiga Telepar (hoje incorpas e acaba passando por tudo e tem problema de espaço para colocar todos porada à Brasil Telecom). Conversa vai, os certificados e prêmios que já conquis- conversa vem, eles acabaram identificando bastante controle sobre a empresa.” Da tou. O último, recebido em agosto, desta- que havia uma demanda muito grande na mesma forma, junto a todo o aprendicou a Sofhar como uma das empresas na área de prestação de serviços para as opezado acumulado, John Lima acredita América Latina que mais replicaram solu- radoras de telecomunicações. E como já que o espírito empreendedor dos tem- ções da Intel. “O segredo de tudo é muito estavam atuando no segmento, decidiram pos de garagem ainda permanece na planejamento, mas principalmente muito atender também o mercado privado. cultura da Cyclades. Esse espírito se investimento. Tudo o que se ganhava era De 1986 a 1989, ficaram na garagem manifesta em duas coisas. Uma é a pre- reinvestido na empresa. Uma por acredi- fazendo manutenção de equipamentos. Na ocupação com custos, ao passo que tar no mercado e outra por não ter como seqüência, mais uma vez de olho na demuitas empresas que possuem um bom fazer diferente. Se não reinvestir, fecha no manda, partiram para o varejo a fim de plano de negócios têm tudo para dar dia seguinte”, afirma Luís Mário Luchetta, atender o mercado de telefonia celular, que engatinhava na época. Com uma boa precerto, mas não têm uma cultura de to- diretor-geral. Com uma carteira de clientes com mais sença de mercado, Luchetta e Miashiro, mar cuidado com o dinheiro. “Outra é de 5 mil empresas privadas e públicas e um aproveitando-se das boas relações que a experiência de ter vencido muitas ditime de cerca de 150 funcionários, a Sofhar mantinham com a Motorola, agregaram ficuldades, o que dá um um novo produto ao perfil pouco de autoconfiança”, da empresa: a informática. GLAICON COVRE analisa o empreendedor. “Sempre tivemos uma parCom uma trajetória mais ceria muito forte com a modesta, mas não menos Motorola e, quando eles vitoriosa, o empreendedor lançaram servidores de alta perfomance em 1994, Waldick Tavares de Souza precisaram de revendedoe sua empresa, a Tecnosol res e aí entramos nesse Aquecedores e Hidráulica, segmento de distribuição”, têm muito em comum com esclarece Luchetta. a Cyclades. “Começar denNo final de 1995, Luchettro de uma garagem alugata e Miashiro já vendiam da mostra que, mesmo sem softwares, notebooks e minenhum capital, mas com crocomputadores na loja muita determinação e vonque, não por acaso, tinha tade de crescer, podemos Telemática na razão social. alcançar grande sucesso”, “Ficamos no varejo de ceconta Souza. Segundo ele, lular de 1992 a 1998 e não tem um cliente que ficou depois de oito meses, a em- RECONHECIMENTO: PARA MIASHIRO E LUCHETTA, OS PRÊMIOS para trás. Tanto que até presa saiu da garagem para VALORIZAM A FILOSOFIA DE TRABALHO DA SOFHAR Setembro – Empreendedor
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GLAICON COVRE
A dinâmica Sofhar Para seguir seu slogan Gestão, Integração e Resultado, a Sofhar divide sua estrutura em dois tipos de unidade. UNIDADES DE NEGÓCIO
PATRIMÔNIO: EMPRESA PREOCUPA-SE EM MANTER “TIME” SEMPRE ATUALIZADO
hoje nosso nome ainda está vinculado ao mercado de telefonia. Deixamos uma marca enorme”, orgulha-se.
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UNIDADES DE SERVIÇO Administrativo/Financeiro Editais e RFP Marketing SAC Call Center Relacionamento – Governo e Corporações
com toda a gestão do cliente. A preocupação em manter o nível de atualização dos profissionais da Sofhar faz com que a empresa mantenha um determinado número de colaboradores fora do país aprendendo, estudando e conhecendo novas tecnologias. “O nosso grande patrimônio é o nosso time. Tem concorrente com muito mais ‘bala’ para investimentos, mas a Sofhar está sempre firme. Isso é resultado da sinergia de um time que acredita no que faz”, justifica Luís Mário Luchetta. Para os próximos anos, a perspectiva da Sofhar, de acordo com ele, é melhorar a cobertura das atuais sedes de Curitiba, São Paulo, Joinville e Florianópolis, estabelecendo-se em Brasília e Porto Alegre. “Enquanto não tiver um negócio que sustente uma estrutura, fica-se atendendo aqui de Curitiba ou das três filiais”, aponta Luchetta, lembrando mais uma vez que a empresa cresce e investe conforme a demanda. E quando perguntado se seria possível começar a empresa da mesma forma, é enfático: “Sem dúvida. Qualquer coisa que você se propõe a fazer, bem feito, tem espaço”. Empreendedor – Setembro
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Filosofia e demanda A transição para o atual perfil da empresa, voltado para as soluções tecnológicas, não chegou a ser turbulenta. “Sempre tivemos em mente que deveríamos ter know-how, domínio de alguma coisa. É por isso que a gente entrou no mix de telecomunicações e informática”, explica Luchetta, hoje diretor-geral da empresa, enquanto Flávio Miashiro cuida das finanças. Luchetta conta que a dupla seguiu a filosofia de desenvolver a empresa sempre com base em tecnologia na área técnica. Por isso, quando a convergência entre telecomunicações e tecnologia abriu uma nova demanda no mercado, Luchetta e Miashiro, antes de partir para trabalhar com a Microsoft, há cerca de dez anos, optaram por, mais uma vez, adotar a velha filosofia. “A gente pensou e decidiu: vamos montar um time com certificado Microsoft, e daí um dia eles vão enxergar a gente”, lembra Luchetta. Não é por acaso que as premiações da Microsoft estão em grande maioria nas paredes da empresa. A estratégia dos dois teve ainda uma observação precisa do mercado, a fim de oferecer um diferencial capaz de atrair clientes, mas também de agradar à empresa de Bill Gates. “Não basta ser representante. Aí quando vem uma pergunta técnica de um cliente você não tem o que responder. Vai ligar para a Microsoft. E aí morreu a representação”, diz Luchetta. “E como a Sofhar poderia representar e ter essas respostas técnicas, isso se tornou e sempre foi o nosso gran-
de atrativo”, garante. Segundo Wilmar Prochmann, diretorsuperintendente, o que mantém a Sofhar bem no mercado é que a empresa nunca perdeu a visibilidade, nunca deixou de estar antenada 25 horas por dia. “Isso faz a diferença”, atesta. “Hoje, quando você fala em tecnologia, tem de pensar em negócios, regras, processos, soluções, cultura, pessoas”, analisa Prochmann, justificando a importância dessa visão no trabalho da Sofhar. “Por isso que nosso slogan é Gestão, Integração e Resultado”, diz. Essa filosofia explica boa parte do sucesso das soluções SmartBuy, Compras Gov e Quali. As duas primeiras são soluções para gerenciamento de compras e a terceira para implementação e manutenção de programas de qualidade. Outro fator determinante é que a empresa procura firmar parcerias com empresas de ponta, como a Intel e a própria Microsoft, não por mera vaidade. “Alianças estratégicas com parceiros fortes, agregando valor na visibilidade, mas principalmente na competência, no know-how”, afirma Prochmann. O diretor-superintendente costuma dizer que qualquer relacionamento com o cliente começa com uma folha em branco. “Enquanto eu não entender suas dores, como é que eu posso propor qualquer tecnologia”, explica. “A gente investe um tempo no processo de relacionamento e de diagnóstico. Aí sim vamos discutir tecnologia.” Como a sua carteira de clientes é formada por empresas do setor público e do setor privado, a Sofhar mantém equipes especializadas para atender cada um dos setores, o que já é um facilitador no processo de interação
Tecnologia e Projetos TI Serviços GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos Treinamento Consultoria Infra-Estrutura Licenciamento Alianças Estratégicas Lojas
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um ponto comercial alugado. “Um dos obstáculos que enfrentamos foi conseguir sair da garagem para um ponto maior onde poderíamos crescer. A diferença é que pude desenvolver mais amor por aquilo que decidi começar, pois você se esforça ao máximo para alcançar seus objetivos. Isto hoje me traz muita alegria: poder olhar para trás e ver o quanto temos crescido desde a fundação da empresa”, festeja Waldick de Souza. “É o que me dá motivação para continuar a lutar e investir no meu sonho”, garante. Assim como John Lima, da Cyclades, Waldick de Souza também faz questão de manter o espírito garageiro na cultura da Tecnosol. “Com certeza, ainda hoje faço questão de ter contato com os clientes para sanar quaisquer dúvidas em relação aos nossos aquecedores solares, reforçando um dos pontos principais para o crescimento de nossa empresa, que é o pós-venda”, afirma Souza. A Tecnosol atua há 14 anos no mercado de energia solar, com dezenas de revendas em todo o Brasil. “O mercado está em pleno crescimento, e estamos trocando para uma sede própria bem maior para atender à demanda”, comemora.
PERSONA: TERCEIRIZAÇÃO AJUDA A CRESCER NA GARAGEM
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Custo é o benefício O simples fato de começar na garagem não é a garantia de sucesso. Exemplos como os citados acima não aconteceram por acaso nem foram resultado de um golpe de sorte. É preciso um processo de maturação para saber se vale mesmo a pena investir no próprio negócio. E começar na garagem é uma maneira de evitar grandes investimentos com a instalação física da empresa, eliminando custos e direcionando recursos para outras prioridades. “Num país sem crédito e com altas taxas de juros, é sempre uma atitude prudente evitar custos fixos, despesas com instalações físicas, etc.”, aponta Chèr. “Assim, iniciar seu negócio na garagem ou em casa pode realmente ser útil na maior absorção de custos”, ensina. E quando o risco é pequeno fica mais fácil ousar, restando ao empreendedor aproveitar-se de sua condição de empreendedor garageiro e saber explorar as vantagens que isso pode trazer para o presente e o futuro do seu negócio. “É a velha história do empreendedor que fez porque não sabia que era impossível fazer”, avalia Mário Persona. “A vantagem que o novo empreendedor tem hoje é que, embora ainda não encontre dinheiro crescendo em árvores, pode achar muita informação de marketing e estratégia de negócios em livros, revistas ou na internet”, atesta. “Eu não diria que um pequeno profissional liberal ou empreendedor esteja no ramo certo se começar seu negócio comprando ou alugando um espaço físico”, desafia Persona. “A menos que seu negócio dependa disso e não exista alternativa, ele deve começar pensando em conquistar clientes, em vender primeiro para entregar depois. Diria que ele deve fugir dos custos a todo custo”, aconselha. Para ele, o problema é o apego que alguns novos empreendedores têm ao que ele chama de “sistema arcaico de empresa”. “Eles pegam o pouco capital que possuem e saem logo gastando em instalações físicas, esto-
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ques, máquinas e funcionários, para depois ficarem na porta do estabelecimento esperando por algum cliente que nem sempre vem.” Nesse sentido, o consultor Luiz Fernando Garcia lista uma série de vantagens que um empreendedor possui ao iniciar o negócio na garagem, entre as quais ele destaca a capacidade de percepção. “Uma empresa mais modesta percebe demandas no meio ambiente com mais facilidade e agilidade”, afirma Garcia. “Esses empreendedores têm uma condição de superar desafios e de visualizar oportunidades com muito mais rapidez. E ainda se arriscam com mais agilidade”, aponta. “Se o negócio tiver investimento modesto, a maior vantagem competitiva do novo empreendedor é levantar barreiras de entrada (dificultar a entrada de outros) via laços de relacionamento.” A frase do professor João Barroso sugere a postura que o novo empreendedor deve ter ao entrar no mercado e indica a importância de se buscar um foco de atuação e explorar todas as possibilidades que isso gerar. “É importante lembrar que em mercados imaturos, em que a concorrência se dá pelo preço, não é a qualidade a maior vantagem competitiva, mas sim a força emocional dos relacionamentos”, ensina. Barroso explica que, se o empreendedor tiver um produto de qualidade, deverá, nesse mercado imaturo, proteger seu produto ou serviço para que ninguém o copie e concorra com ele. A proteção deve durar algum tempo até que o empreendedor possa abandonar essa barreira e criar outras de tal modo a galgar fatias cada vez maiores do mercado. Ele deve fazer isso até que se estabeleça no mercado. Garagem apertada Pelos depoimentos dos consultores, fica claro que sair da garagem para uma sede “de verdade” não deve ser, necessariamente, a prioridade do empreendedor ao iniciar o negócio. Essa mudança deve estar entre as metas da empresa, mas é preciso administrar com cautela a transi-
De saída um apartamento luxuoso e depois não conseguir pagar o condomínio”, compara. “O empreendedor só deve investir em sede (ou seja, sair da garagem) quando o negócio estiver altamente consolidado, com retornos infinitamente superiores ao esperado e com demanda crescente. Se a demanda ficar estável durante a fase da garagem, é melhor continuar na garagem até que sinais de crescimento da demanda surjam”, aconselha. Outro aspecto destacado por Barroso é que um negócio de garagem não deve ser iniciado apenas porque o empreendedor tem três ou quatro amigos que comprariam dele. É preciso, sim, usar os amigos, parentes e conhecidos para se sustentar nos primeiros passos, mas o negócio precisa ter potencial de mercado, e a estratégia de busca de novos clientes tem que ser pensada antes de se jogar com tudo no empreendimento. “É importante que o empreendedor pense, antes de mais nada, quem serão os clientes, onde eles estão, como chegar a eles, como vender a eles, se eles têm dinheiro, como se fazer conhecer de modo a trazer mais e mais clientes, como economizar para divulgar o negócio, como fazer com que a transação completa custe pouco”, afirma. Em resumo, o que se pode dizer é que começar na garagem e focar sua atuação no negócio e não no tamanho físico da empresa abre possibilidades mais amplas de que novos empreendedores possam seguir em frente, dando um passo de cada vez. “Se puder começar apenas com o cérebro, melhor. Se for necessário cérebro e outras pessoas se relacionando dentro de um ambiente virtual, comece assim”, sugere Mário Persona. “Terceirizar aquilo que não é o cerne do negócio deve ser uma decisão vital para o sucesso em alguns casos”, explica. Há algo, porém, ressalta o consultor, que deve estar presente em todo o processo de criação e manutenção de um empreendimento, seja ele de garagem ou não: a criatividade, que é elemento es-
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O que fazer quando chegar a hora de decidir sair da garagem para uma “sede de verdade”: Administre a transição com 1 cautela para que não ocorra de forma preciptada. Tenha a certeza de que o negócio 2 está consolidado o suficiente para justificar a mudança. Avalie até que ponto a mudança é 3 uma necessidade real ou se não é simplesmente uma vaidade sua. Cuide para não fazer um 4 investimento indevido a ponto de colocar seu negócio a perder. Comente sobre a mudança com 5 seus clientes e fornecedores e capte a opinião deles a respeito. Compare sua posição com seus concorrentes para ter uma idéia 6 do tipo de nova sede de que sua empresa necessita e que seu bolso comporta.
sencial para se criar um negócio diferente e sair na frente dos competidores. “Depois, se o sucesso teve origem em uma garagem, a empresa terá algo mais para explorar. Falo do emocional, excelente campo a ser explorado principalmente numa época em que o ‘feito em casa’ ou ‘sob medida’ volta ser valorizado”, conclui Persona. E nesse ponto o negócio de garagem tem tudo para ser um negócio de futuro.
Linha Direta Cyclades www.cyclades.com.br João Barroso jrbst85+@pitt.edu Luiz Fernando Garcia rendercapacitação@uol.com.br Mário Persona www.mariopersona.com.br Rogério Chèr www.empreender.com.br Sofhar www.sofhar.com.br Tecnosol www.tecnosolaquecedores.com.br Empreendedor – Setembro
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ção para que não ocorra de forma precipitada num momento em que o negócio ainda não está consolidado. “Uma empresa incubada na sua garagem pode, depois de algum tempo, ser transferida para uma sede externa. A variávelchave para essa decisão é o mercado”, afirma Rogério Chèr. Segundo o professor, tudo dependerá do seu maior ou menor êxito diante do mercado-alvo. Se as respostas à sua ação empreendedora forem positivas, é sinal de que o empreendedor acertou na formatação do negócio. “Se as respostas vierem, pode ser que o empreendedor tenha o excelente problema de rever sua estrutura de espaço e recursos humanos, momento em que a garagem começa a ficar apertada”, atesta. Ao ser questionado sobre como e quando ocorre a transição da empresa para uma sede “de verdade”, o consultor Luiz Fernando Garcia é categórico em afirmar que quase a totalidade é “empurrada” para fora da garagem. “Diferente do que aquele que idealiza, pensa, monta e prepara tudo antes de ganhar, o outro – da garagem – vai ganhando e sendo pressionado a se preparar melhor. O caminho é inverso”, ressalta. Quanto à possibilidade de ocorrer algum tipo de precipitação nesse processo de transição, Garcia avalia que o que conta é o perfil empreendedor do indivíduo. Se for baixo, diz Garcia, ele se precipita mais do que os demais, idealiza mais e gasta antes de ter. Do contrário, se o empreendedor for, antes de tudo, um “brigador”, ele aceita se sentir pressionado para depois crescer, garante o consultor. “O ideal seria que a chamada sede de verdade viesse a existir muito tardiamente. Muitos empreendedores constroem ou compram sua sede pela sede de aparecer”, ironiza Barroso. Ele diz que o empreendedor que toma esse caminho não percebe que, muitas vezes, está fazendo um investimento indevido, que está com uma sede maior do que o tamanho do retorno do seu negócio. “É como você comprar
VIA digital por
Flaviano da Cunha Júnior
Trabalhando com o inimigo CLÓVIS GEYER
isso pode custar caro, pois 65% dos entrevistados admitiram que venderiam informações sensíveis do trabalho anterior se isso ajudasse no novo emprego. Portanto, quem trabalha com dados sensíveis, principalmente de cli-
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A segurança digital moderna conta com uma diversidade de sistemas e equipamentos que garantem que quem deveria ficar do lado de fora fica do lado de fora. Entretanto, de nada adianta o mais poderoso firewall protegendo a empresa se o inimigo já estiver do lado de dentro. É isso que revelou a mais recente pesquisa feita nas empresas de tecnologia do Reino Unido, demonstrando que ex-funcionários e outros colaboradores cientes das falhas de segurança são o maior risco para a integridade dos sistemas corporativos. Segundo dados levantados pela Novell, conhecida revendedora de softwares de segurança, metade dos trabalhadores em tecnologia ouvidos admitiu estar disposta a usar brechas de segurança contra os próprios patrões, caso percam o emprego ou sejam de outra maneira injustiçados. Pior que isso, 6% admitiram que apagariam arquivos importantes, e 4% disseram que soltariam vírus nos sistemas dos ex-empregadores. A natureza humana vingativa não é um assunto novo ou que cause mais espanto. O que realmente impressiona é que a maioria das empresas que de alguma forma utilizam softwares de rede não tem uma política bem estabelecida sobre o fim do uso do acesso por ex-funcionários. E
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entes, deve ter uma política bem definida sobre restrições de acesso a antigos funcionários. Se não, correrá o risco de responder legalmente pela falha na segurança, simplesmente porque não cancelou um antigo login.
O Site do Empreendedor (www.empreendedor.com.br) contém a edição mensal completa da revista Empreendedor e um serviço de busca a edições anteriores. No site, o internauta também acessa as demais publicações da Editora Empreendedor, além de serviços como o de notícias on-line com atualização instantânea.
Tecnologia anti-spam
A solução pode virar problema da não estão claros. Juridicamente, os advogados dos provedores já esperam encrencas. “Se eu impedir um negócio de ser realizado porque acreditei que uma mensagem de confirmação destinada ao meu cliente era um spam, então eu sou responsável pelos prejuízos surgidos na perda do negócio”, diz George Schütter, advogado da Califórnia. Outros críticos advertem que algumas práticas que a nova lei vai considerar criminosas são necessárias por alguns usuários da rede. Por exemplo, utilizar um disfarce para a rota de origem do e-mail, ou utilizar e-mails anônimos, poderá mandar os “fraudadores” para a cadeia. Entretanto, em muitos países onde há restrição no uso da internet ou até mesmo punição pela palavra contrária ao governo, o anonimato garante o fluxo de idéias e opiniões. Outra solução que até então era considerada boa começa a apresentar problemas. Muitos programas comercialmente disponíveis para filtrar caixas de mensagens e retirar e-mails indesejados baseiam-se em listas de “spammers” conhecidos. A prática está demonstrando, entretanto, que aquilo que é spam para um pode não ser para outro. Assim, usuários estavam deixando de receber mensagens de listas de discussão que assinavam porque alguém disse que aquela lista enviava spams, ou então porque em algum momento alguma mensagem da lista continha palavras classificadas como abusivas, lançando o endereço da lista de discussão no “rol dos spammers”.
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Falhas em arquivos de mídia Duas novas falhas foram descobertas no DirectShow, parte do pacote DirectX que permite ao Windows exibir arquivos de vídeo e áudio. Através delas, um arquivo de áudio do tipo MIDI (uma seqüência de notas para tocar músicas simples) pode ser infectado e anexado a um e-mail ou página da Web, permitindo o acesso por um hacker assim que “tocado” na máquina do usuário. O grande perigo dessa falha é que os arquivos de áudio não são considerados hostis como os executáveis (.exe, por exemplo), enganando o usuário final e até os sistemas anti-vírus, o que facilita a invasão. A Microsoft anunciou que uma correção para a falha já está disponível na área de downloads de seu site (www.microsoft.com/downloads), e deve ser utilizada em todas as versões do Windows para computadores pessoais. Empreendedor – Setembro
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O envio de e-mails indesejados, os chamados spams, que assolam a internet já ganhou uma importância tal que até o Congresso Norte-Americano busca uma solução para o problema. A saída mais provável será uma lei federal, que já começa a tomar forma, que proibirá a disseminação de mensagens eletrônicas não desejadas pelos destinatários. Especialistas da área, entretanto, acreditam que a forma como o governo está encarando o problema poderá ser mais prejudicial para a internet do que os spams em si. Cindy Cohn, conselheira da Electronic Frontier Foundation (www.eff.org) lembra que a “abertura” da internet e o fluxo livre das informações são dois princípios basilares da grande rede que a tornam ampla e popular do jeito que é. Ela adverte que o e-mail é uma ferramenta para entregar uma mensagem, e “não há como garantir que os e-mails desejados sejam fielmente separados dos spams. É como o juramento de Hipócrates, em que o médico jura não fazer o mal. O mesmo deveria acontecer com que usa a internet de maneira desvirtuada.” O grande alvoroço dessa discussão atualmente é que o governo norte-americano quer obrigar os provedores de internet a utilizar serviços de filtros e barreiras passivas contra spams (selecionando as mensagens que chegam para seus clientes), mas os critérios de “separação do joio do trigo”, e mesmo que tipo de proteção deverá ser utilizada, ain-
Enquanto as discussões legais e filosóficas se arrastam, a tecnologia avança significativamente nessa área. A última novidade são algoritmos que “aprendem” o que é um spam. Quando o usuário lança numa pasta própria uma mensagem indesejada que recebeu, o programa interpreta a mesma e avalia pontos-chave em busca de semelhanças com outras mensagens recebidas no futuro. Quanto mais interpreta, mais o programa aprende a identificar spams dos mais variados tipos.
Informação e Crédito
Serasa inaugura Com a criação de um espaço cultural para marcar seus 35 anos de atividades, a Serasa expande sua responsabilidade social Daniela Santucci
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omo parte das comemorações de seus 35 anos, a Serasa inaugurou em sua sede o Espaço Cultural Serasa, que já foi ocupado por três importantes exposições. O Espaço Cultural Serasa visa a promover as artes dentro do espaço corporativo, melhorar a qualidade de vida dos profissionais de empresa e se somar ao processo de responsabilidade social na difusão da cultura e do saber. Na segunda quinzena de setembro, o espaço vai receber os trabalhos inscritos para o 5º Concurso Serasa de Fotografia, que ficarão expostos para votação do público interno. O Espaço Cultural entrou setembro com “Mente Aberta”, uma mostra de artesanato dos alunos da artista plástica Rita Mello Cruz, do
Projeto Oficina, um Centro de Reabilitação e Integração, sem fins lucrativos, voltado a jovens a partir dos 14 anos de idade, com deficiência mental, física e sensorial. Em agosto, a Serasa apresentou a exposição “Olhos da Alma”, da artista plástica Cristina Portella, que recebeu a visita de estudantes cegos da 6ª série do Instituto Padre Chico. Trata-se de uma exposição sensorial produzida a partir de materiais da floresta amazônica, coletados pela própria artista, com o objetivo de proporcionar o estímulo de vários sentidos. Foi realizada em parceria com a IBM, e as obras já haviam ficado expostas na sede da IBM Brasil e no Centro Cultural São Paulo, em São Paulo. Para Jacob Klintowitz, autor de 80 livros sobre teoria da arte brasileira, “Olhos da Alma” é resultado de uma “pesquisa interessante de transformar cores e desenhos em formas tácteis, enunciadas em braille e escrita cursiva, em percursos nos quais a mão pode transmitir sensações e emoções”. “O valor da mostra foi maior do que o de proporcionar aos profissionais portadores de deficiência visual da empresa e às crianças de escolas especiais para cegos o contato com as obras. Foi um exercício de sensibilidade e imaginação que amplia o universo de todos nós, não só pela beleza dos quadros, mas, sobretudo, pela dedicação e pela preocupação da artista em incluir os deficientes visuais entre os apreciadores da arte”, afirma Márcia Tedesco, gerente corporativa social da Serasa. A primeira mostra a ocupar o Espaço Cultural Serasa, em julho, foi “Vida”, da artista plástica Rosina D’Angina, que, por meio de uma inovadora técnica mista de pintura, utilizando tinta acrílica e a óleo sobre texturas de materiais diversos, explorou o
tema, mostrando o início do ser e seu desenvolvimento, em um espaço abstracionista e universal. Neste semestre, também será lançada a sexta publicação da Série Serasa Cidadania. O projeto, criado em 2000, tem como objetivo promover a orientação social, contribuindo para a melhoria de vida dos brasileiros. “O livro terá como tema o idoso e apresentará pesquisas e estudos relacionados a este segmento da população”, adianta Elcio Anibal de Lucca, presidente da Serasa. Ele acrescenta ainda que, “por meio desta iniciativa, a Serasa ampliou seu conceito de responsabilidade social para áreas como meio ambiente, cultura, esporte, lazer e conscientização cívica”. “Tanto o cidadão quanto as empresas precisam contar com uma organização confiável e ética, que respeite a privacidade e as leis, oferecendo ao mercado informações seguras e com custo acessível para suas decisões de crédito”, afirma Elcio Anibal de Lucca, explicando o porquê da ênfase social nas atividades comemorativas. Os últimos números da empresa, que faturou R$ 330 milhões em 2002, revelam que há motivos para comemoração. Nos últimos dez anos, o número de clientes saltou de 300 para 300 mil, e o número de consultas saiu da marca de FÁBIO MOREIRA SALLES 1 milhão por mês para registrar 2,5 milhões por dia.
espaço cultural CENTRO DE CONHECIMENT O HOMENA GEIA DR. JOÃO NICOLA U CONHECIMENTO HOMENAGEIA NICOLAU Em homenagem a um dos mais respeitados advogados do país, a Serasa inaugurou, em 17 de julho, o Centro de Conhecimento Dr. João Nicolau. Consultor jurídico da empresa por 20 anos, Dr. João Nicolau faleceu em janeiro de 2002, aos 72 anos. O Centro de Conhecimento Dr. João Nicolau foi criado para centralizar, classificar, codificar, armazenar e compartilhar informações geradoras de conhecimento para os profissionais da Serasa, e que contribuam para a inovação tecnológica em produtos e serviços da empresa. “A Serasa S.A. presta home-
nagem ao Dr. João Nicolau, um homem sábio, capaz de dizer coisas importantes de maneira simples e aliar lições de vida às tarefas do dia-a-dia. Sua contribuição ao progresso da Serasa é incontestável, assim como o seu legado inestimável, de conhecimento técnico e de amizade.” Esses são os dizeres inscritos em uma placa entregue à viúva do Dr. João Nicolau, Dona Vera Maria Munari Nicolau, durante a solenidade de inauguração, ocasião em que saudade, admiração, carinho e gratidão deram o tom a todos os discursos. Para Fernanda Perez, advo-
Da esquerda para a direita: Ivo Pegoretti, advogado da Serasa; Dona Vera, viúva do Dr. João Nicolau; Laércio de Oliveira, diretor da Serasa; Ana Lúcia, filha do Dr. João Nicolau; e Fernanda Perez, advogada da Serasa
gada da Serasa, “o Dr. João Nicolau foi uma pessoa muito importante na vida daqueles que tiveram o privilégio de com ele trabalhar. Despertava curiosidade e paixão pelo Direito. Demonstrava um grande amor pelo que fazia. Ensinava com a clareza e a objetividade de um verdadeiro mestre. Era uma pessoa muito dedicada e comprometida, sempre foi o exemplo.” Fernanda também ressaltou o tratamento que ele dava aos colegas. “Proporcionava um ambiente de trabalho agradável e tranqüilo, tratava os colegas como membros de uma grande família. Além de ter sido um excelente profissional, foi também um homem íntegro e ético. Hoje, é lembrado com muito carinho e saudade.” Dr. João Nicolau, pioneiro na elaboração de teses jurídicas concernentes à atividade de empresa de banco de dados cadastrais, era considerado um paradigma de segurança nas soluções de questões jurídicas durante as duas décadas em que atuou na Serasa. Veio para a empresa em 1982, trazido pelo amigo Max Sender, então presidente da Serasa. Para Sender, o Dr. João destacava-se, profissionalmente, pelo dinamismo. “Ele sempre estava pronto e disposto a estudar e trabalhar em qualquer assunto e em grandes desafios. Ele era mais do que excelente”, afirmou.
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Novas redes no mercado
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Consultoria
Ao completar dez anos de criação, a rede de restaurantes Café Cancun atinge sua meta de abrir três unidades com a abertura dos empreendimentos em Niterói e Cuiabá, nos meses de novembro e dezembro, respectivamente, e com investimentos totais que variam entre R$ 800 mil e R$ 1,3 milhão para os franqueados. Outra loja já foi aberta em Goiânia, a segunda da cidade, completando o número de dez unidades no país. A previsão de retorno de investimento gira em torno de 28 meses. Estão em estudo propostas para aberturas em Curitiba, Cidade do México e Osaka, no Japão. O Café Cancun reúne, em um só local, restaurante, pista de dança e bar, o que foi batizado de entertainment house. Com capacidade para aproximadamente 500 pessoas, as casas do Café Cancun dispõem de arquitetura e design próprios, que já renderam prêmio ao seu criador, Luiz Henrique Marcondes. Idealizado pela Gama-Forte, empresa de São Paulo especializada na área da indústria hoteleira, a rede Café Cancun conta com cerca de 600 funcionários. O seu público está focado em pessoas entre 18 e 81 anos e pertencentes às classes sociais média e média alta. (11) 3044-4297
A Addexo, consultoria empresarial com sede no Canadá e braço de empresa no Brasil, pretende licenciar sua marca e expandir seus negócios no país, abrindo novas unidades. “Nosso objetivo é abrir nove escritórios nos próximos meses nas cidades de Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Campinas (SP)”, diz André Nudelman, presidente da empresa e que foi eleito, pelo segundo ano consecutivo, Líder Empresarial pela Gazeta Mercantil. Os planos de expansão da Addexo para este ano incluem, também, a abertura de dois escritórios nos Estados Unidos e dois na Europa. Em 2004, a empresa planeja abrir mais seis escritórios nos melhores mercados mundiais, afirma Nudelman, que acumula mais de 23 anos de atuação como empreendedor e consultor em franchising e vendas a varejo. (11) 5536-3434
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Conhecidas no estado do Mato Grosso, as lojas Geometria do Pastel (foto) inauguraram a primeira unidade franqueada em Taguatinga, Brasília (DF). Até o final do ano mais seis unidades franqueadas serão abertas em São Paulo. Com seis unidades próprias, a empresa tem seu diferencial ao apresentar formatos geométricos de pastel, além de uma variedade de sabores que permite mais de 50 formas de combinação. A Geometria do Pastel está há três anos no mercado, mantendo uma central de produção e abastecimento das unidades localizada em Cuiabá e uma logística de baixo custo favorecida pela parceria com a distribuidora Coca-Cola. O custo de uma franquia varia de R$ 70 mil a R$ 80 mil, com um retorno estimado em 18 meses e um faturamento médio de R$ 20 mil ao mês. (65) 322-3469
Visitas técnicas O Instituto Franchising está organizando as chamadas visitas de benchmarking em algumas redes para que os empreendedores interessados possam conhecer de perto as operações do sistema. Em agosto foi promovido em Belo Horizonte um programa dentro da Localiza, a oitava maior locadora de automóveis do mundo e líder latino-americana no segmento. A empresa tem mais de 400 franquias no país e franqueados em 12 países. Na visita são abordados os principais aspectos de uma rede de franquias, como prospecção e seleção de franqueados, treinamento, gestão da rede através de sistemas de informações gerenciais, programas motivacionais e até a expansão internacional. Segundo Marcelo Cherto, presidente do Instituto Franchising, “a visita é uma ótima oportunidade para aprofundar os conhecimentos em franchising e negócios, além da troca de experiência entre todos os executivos que participam da visita”. (11) 3171-0040 ou atendimento@institutofranchising.com.br
Edição: Alexandre Gonçalves • Reportagem e Redação: Sara Caprario E-mail: franquiatotal@empreendedor.com.br
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Contra o desperdício A rede de ensino de idiomas Yázigi Internexus e o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente lançaram uma cartilha bilíngue com orientações gerais sobre a melhor utilização dos alimentos, para evitar desperdícios. O material será utilizado dentro da sala de aula com o intuito de promover a conscientização sobre o tema. A iniciativa leva em conta dados alarmantes que colocam o Brasil como campeão mundial de desperdício de alimentos. Por ano, são mais de 14 milhões de toneladas de comida perdidas. Paradoxalmente, 1,2 bilhão de pessoas em todo o planeta vivem em situação de subnutrição, ou seja, 19,3% da população mundial. A cartilha Consumo Consciente está sendo distribuída através da rede Yázigi, além de colégios de ensino médio e fundamental e de universidades. O livreto bilíngüe (português/inglês e português/ espanhol), com uma tiragem de 90 mil exemplares, é uma das ações de uma campanha que envolve ainda atividades pedagógicas específicas para crianças, adolescentes e adultos. “É preciso despertar a percepção de que o impacto causado pelas ações individuais cotidianas ao longo de uma vida tem igual poder de transformação que o conjunto de ações de consumo de toda uma população, em um curto espaço de tempo”, explica Cláudio Tieghi, coordenador de Marketing e Projetos Sociais do Yázigi Internexus. (11) 3884-9600
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Foco nos hotéis Em tempos de instabilidade, ao buscar alternativas que viabilizam redução de custos para o cliente, a Jani King criou o sistema Pay-PerUse, mais voltado para o segmento de hotéis. A idéia é que o cliente pague apenas pelo serviço que contrata, uma formatação inédita no Brasil no setor de limpeza comercial. Esse sistema promove redução de gastos com limpeza em até 15%, operando segundo a demanda de ocupação do hotel. Se a ocupação, em um determinado momento, representar somente 40% do total, o serviço prestado e cobrado será sobre essa porcentagem. Já utilizada com sucesso em todo o mundo, a iniciativa oferece economia significativa. Outra inovação da Jani King para o setor hoteleiro é o cross-training, treinamento de funcionários em todos os setores, que visa à formação de um profissional multi-funcional, apto a assumir qualquer tarefa quando solicitado. Dessa maneira, um especialista em limpeza poderá, se necessário, atuar na governança ou mesmo assumir as funções na área de segurança. (11) 5501-4401 Setembro – Empreendedor
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Serviços e produtos O site da rede Fotoptica – www.fotoptica.com.br – oferece uma variedade de recursos para os internautas e interessados em testar os produtos antes de ir à loja. Dividido nas seções de fotografia e ótica, o site permite ao usuário que simule a utilização de uma armação de óculos em um rosto que mais se pareça com o seu. Há ainda dicas de como fotografar, qual a melhor câmera para cada tipo de situação, enfim, conteúdo que serve para diversos públicos, além das possibilidades de compras pela internet, claro. 0800 14 2711
Concurso de redação Uma promoção para mobilizar toda a rede de franqueados. Essa é a proposta da Skill Inglês e Espanhol com o Concurso de Redação que vai premiar os 30 melhores textos com bolsas de estudos integrais. O tema da redação é “Você ou alguém que conhece já passou por uma situação inusitada por não saber falar inglês ou espanhol?”. Cada um dos autores escolhidos receberão uma bolsa de um módulo de Inglês ou Espanhol, excetuando o material didático. As aulas poderão ser cursadas em qualquer das 320 unidades da Skill no país até julho de 2004. Os 50 melhores textos serão divulgados no site www.skill.com.br, onde aliás podem ser feitas as inscrições. O concurso é aberto ao público. O texto deverá ser redigido em português, e os quesitos criatividade e originalidade terão peso de 60% na avaliação das redações. Os outros 40% ficarão por conta da correção gramatical. (11) 5583-4900
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Redes iniciam mobilização para enfrentar taxação sobre o licenciamento de marca e a prática de assessoria ao franqueado
Apesar das discussões e votações da reforma tributária, alguns impostos foram sendo alterados separadamente, sem muito alarde mas com mudanças significativas para setores específicos do mercado, como é o caso das redes de franquias. No dia 31 de julho o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei Complementar que dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Algumas das alterações nesta Lei (nº 161, de 1989) afetam diretamente o sistema de franchising ao tributá-lo em dois momentos distintos: quando licencia os direitos do uso de uma marca e quando pratica as atividades próprias de uma franquia, como apoio técnico e assessoria jurídica, administrativa ou contábil. A nova legislação, que entra em vigor no ano que vem, com a taxação desses dois itens, dará margem a dezenas de processos que discutirão a tributação, a exemplo do que já vem ocorrendo (o sistema já é tributado pela lista do ISS em outros itens, motivo pelo qual muitas ações de empresas franqueadoras ainda tramitam na Justiça contra essa taxação). A Setembro – Empreendedor
Associação Brasileira de Franchising (ABF) também está estudando todas as possibilidades para questionar a constitucionalidade da nova legislação, promovendo inclusive reuniões para discutir o assunto. Para o advogado especializado Flávio Menezes, a inclusão do franchising na lista de serviços tributados pelo ISS significa um retrocesso para o desenvolvimento da economia do Brasil, além de ser um erro de entendimento do tributo e do que é franquia, já que muitas de suas atividades não caracterizam “serviços” e portanto não podem ser tributadas. “As empresas serão obrigadas a pagar o imposto sobre os royalties que receberem, já tributados como receita, o que dará ensejo a uma avalanche de processos judiciais que discutirão a tributação”, pondera Menezes. “As franquias não irão agüentar mais essa taxação sobre suas operações, representadas pelo pagamento de royalties por parte dos franqueados”, afirma, advertindo que um mercado que tem tudo para continuar se desenvolvendo poderá estagnar e até deixar de gerar empregos. Para entender melhor As explicações do advogado Flávio Menezes elucidam melhor a sistemática de uma rede e o porquê da polêmica. Segundo ele, um empreendedor, quando adquire uma franquia, efetua dois pagamentos principais ao franqueador: taxa de franquia e royalties. Com isso, passa a receber da empresa franqueadora a cessão de
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uso da marca e todo o know-how do negócio, que envolve a transferência de tecnologia e metodologia para o desenvolvimento da operação. “É com o pagamento dos royalties que ambas as pontas dessa cadeia produtiva sobrevivem”, expõe Menezes. Com esse dinheiro, que gira em torno de 6% do faturamento de uma unidade, o franqueador oferece uma gama de serviços como implementação de métodos, treinamento de pessoal, técnicas de venda, marketing, etc. “Tais serviços fazem parte da atividade-meio do negócio. A mecânica de cobrança do ISS é tributar a atividade-fim de uma empresa prestadora de serviço. Daí a cobrança ser totalmente descabida”, garante o advogado. Alguns empresários, que preferiram não se manifestar enquanto não avaliarem todas as incorrências possíveis com a nova legislação, revelaram que tomarão medidas imediatas se for preciso para não ver onerado mais uma vez o setor produtivo e que gera empregos. Para isso eles têm números favoráveis dentro de uma economia que prometeu mas não efetivou o crescimento contínuo. O franchising, ao contrário, cresce ano a ano, tendo faturado mais de R$ 25 bilhões com as cerca de 800 empresas franqueadoras que empregam 350 mil pessoas. A franqueadora O Boticário, rede de cosméticos e perfumes que tem mais de mil unidades no país e no exterior, teme pela generalização com que ficou tributado o franchising. O advogado do Departamento Jurídico da empresa, Natan Baril, que também faz parte do
COMO É HOJE... Hoje as franquias seguem as decisões do Superior Tribunal de Justiça (de 1999 e de 2000), as quais compreendem que os contratos de franquias são de natureza complexa, formados por três tipos de relações jurídicas: licença de uso da marca, assistência técnica e a promessa e as condições de fornecimento dos bens que serão comercializados. Portanto, afasta-se da caracterização de prestação de serviço. Em um dos recursos, o relator é claro: “O contrato de franquia é de natureza híbrida, em face de ser formado por vários elementos circunstanciais, pelo que não caracteriza para o mundo jurídico uma simples prestação de serviço, não incidindo sobre ele o ISS. Por não ser serviço, não consta, de modo identificado, no rol das atividades especificadas pela Lei nº 8.955/94, para fins de tributação do ISS”. O ISS pago, portanto, incide em atividades consideradas serviços dentro das operações realizadas com franqueados, ou seja, em alguns itens, dependendo de cada tipo de negócio, da assistência técnica oferecida e de que maneira isso está no contrato.
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COMO VAI FICAR...
A redação final da Lei Complementar 161 inseriu a cessão de direito de uso da marca na Lista de Serviços (item 3.02) e estabelece a tributação nos serviços de apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil comercial e congêneres prestados por uma franquia (item 17.08). Dessa forma, a essência do sistema de franchising, de maneira generalizada, é tributada como um todo, sendo, por exemplo, o faturamento de uma unidade tributado na ponta do franqueado e depois taxado como pagamento de royalties ao franqueador.
Fora o aumento da carga tributária, o advogado ressalta que a ABF está se movimentando junto com franqueadores e franqueados para analisar os outros prejuízos que a inclusão da licença da marca na lista do ISS pode acarretar para o mercado. A Associação deve defender a jurisprudência de entendimento do Superior Tribunal de Justiça de que a franquia em si não é um serviço, e portanto não pode se sujeitar à tributação do ISS.
Linha Direta ABF (11) 3814-4200 Menezes e Lopes Advogados Associados (11) 3673-7600 O Boticário (41) 381-7520
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2003
Comitê Jurídico da ABF, conta que, quanto mais complexo for o sistema de uma rede, pior será para o franqueador a alteração na Lei Complementar. Esse é o caso da prórpia rede O Boticário, que divide suas atividades em transferência de know-how, licenciamento da marca e assistência mercadológica que possui variados tipos dependendo de cada região, unidade, etc. “A nova Lei incorre em abuso de arrecadação, afinal estará tributando o negócio de franquia em duplicidade. Nosso receio é de que, se antes cada serviço tinha um imposto individualizado, agora o “pacote” de franquia foi tributado como um todo e isso deve gerar muita confusão até mesmo em momentos como a fiscalização”, afirma Baril. Para ele, as discussões a respeito da constitucionalidade estão apenas começando.
Empreendedor – Setembro
Franquia
ABF em audiência na Vice-Presidência da República
ABF
2003
LINHA DIRETA: ABF www.abf.com.br – abf@abf.com.br
O Banco do Brasil acaba de fazer algumas alterações na linha de financiamento do BB Franquia, para micro e pequenas empresas. Destinado a apoiar novos empreendimentos e reformas que necessitem de linhas de investimento com prazo de cinco anos e com carência de até um ano, o BB Franquia estendeu o público-alvo para empresas que faturam até R$ 5 milhões por ano e o valor de financiamento para até R$ 400 mil. As alterações visam a proporcionar, além do apoio financeiro, maior agilidade no processo de concessão do crédito aos franqueados e reafirmam o compromisso do Banco do Brasil como Banco do Franchising, através de medidas efetivas que beneficiam essa forma de negócio. Mais informações podem ser obtidas nas agências do Banco do Brasil, ou pelo telefone (11) 6845-8360, com Wendel.
No último dia 20 de agosto, o vice-presidente da República, José Alencar, recebeu em audiência no Palácio do Planalto a Associação Brasileira de Franchising (ABF), representada pelo seu diretor-presidente, Gerson Keila, e pela presidente da Seccional Minas, Beth Pimenta. Gerson Keila fez uma apresentação sobre o franchising no Brasil, a ABF e seus associados, e levou ao conhecimento de José Alencar a contribuição do franchising para a geração de empregos e para a economia do país. Como empresários, Beth Pimenta e Gerson Keila aproveitaram a ocasião para discutir ainda as perspectivas econômicas e assuntos como taxas de juros e mecanismos de financiamento. A ABF foi portadora ao vice-presidente das preocupações dos empresários do sistema sobre as conseqüências danosas da taxação do ISS na cobrança de royalties. Por ocasião dessa reunião, Gerson Keila convidou o vice-presidente da República a fazer a abertura da 3ª Convenção ABF do Franchising, que acontecerá no período de 5 a 9 de novembro, em Angra dos Reis.
DIVULGAÇÃO
BB Franquia aumenta valor de financiamento
Especialize-se em franchising O CAF é um programa completo de formação para o franchising A ABF já definiu o calendário do CAF – Conhecimento Avançado de Franchising para o segundo semestre. O curso acaba de passar por uma série de reformulações e está com a didática e o conteúdo dos seus nove módulos totalmente aperfeiçoados (confira a programação ao lado). A proposta do CAF é fornecer técnicas para a estruturação e expansão das redes de franquia, incluindo orientação para a formatação do negócio e aspectos do relacionamento com a rede. Inscrições e informações sobre o conteúdo de cada módulo, com Aline, pelo telefone (11) 38144200, ramal 24, ou pelo e-mail eventos@abf.com.br. Setembro – Empreendedor
MÓDULOS
DATAS
1º Avaliação de Franqueabilidade
01/09/2003
2º Plano de Expansão
08/09/2003
3º Venda de Franquia – Prospecção e Seleção
15/09/2003
4º Suporte Operacional
22/09/2003
5º Manuais
29/09/2003
6º Programa de Treinamento
06/10/2003
7º Analisando os Aspectos Jurídicos
13/10/2003
8º Administrando o Relacionamento com a Rede
20/10/2003
9º Case: Praticando Seus Conhecimentos de Franchising 27/10/2003 CURSO COMPLETO
Associado: R$ 1.300 ou 3 x R$ 470 Não Associado: R$ 1.700 à vista ou 3 x R$ 600
MÓDULOS AVULSOS
Associado: R$ 180 Não Associado: R$ 250
DURAÇÃO: 8 horas por módulo Inclui: coffee- break, apostila e certificado/diploma
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FRANQUIAS EM EXPANSÃO Cacau Show
Negócio: Chocolates Finos Tel: 11.3959.2800 Fax: 11.3959.2812 E-mail: vendas@cacaushow.com.br Home page: www.cacaushow.com.br
Segurança e Competitividade A Cacau Show é hoje a maior indústria de chocolates finos do Brasil. Fundada há 15 anos, ganhou em 2002 o prêmio “Excelência – Categoria Chocolates” da ABICAB. As lojas padronizadas vieram como consequência do crescimento e solidez conquistados em mais de uma década de trabalho. Temos hoje 28 unidades, todas com excelentes resultados e disponíveis para análise. Não cobramos taxas de adesão, royalties ou semelhantes: Acreditamos que o nosso lucro deve vir unicamente do fornecimento do nosso produto, e por isso não objetivamos ganhar nas instalações, na concessão da marca ou no apoio. Oferecemos a melhor relação de custo X benefício do mercado de chocolates finos, tanto para o parceiro de negócios como também para o consumidor. Hoje os nossos chocolates são em média 50% mais baratos que os da concorrência, mas com uma qualidade equivalente. Também destacamos que nas lojas Cacau Show existem 03 possibilidades de trabalho: 1) Fazer a venda para o consumidor na loja; 2) comercializar ativamente no atacado, para diversos estabelecimentos da região; 3) formar equipes de revendedoras autônomas por catálogo. Para o aproveitamento desse 03 canais, onde a venda não é apeN.º de unidades Próprias e Franqueadas: 28 nas passiva mas Áreas de interesse: Brasil também ativa, a Apoio: PA, PM, MP, PO, OM, TR, PF, EL, PN, SP. Cacau Show forTaxas: Nenhuma nece todos os insInstalação da Empresa: $ 24.000,00 trumentos, apoio e Capital de giro: $ 10.000,00 Know How necesPrazo de retorno: 12 a 18 meses sários.
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FRANQUIAS EM EXPANSÃO Golden Services
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Lavanderia expressa Seja mais um empreendedor de sucesso! Faça parte de uma rede mundial de lavanderias! Um mercado com grande potencial e em constante crescimento! A rede de lavanderias expressas Quality Cleaners atua no Brasil desde 1999 e, após um período de aprendizado no mercado brasileiro, estruturou seu processo de expansão pelo sistema de franquias e já conta com mais de16 lojas no país. A Quality Cleaners oferece a seus franqueados um suporte de primeira linha, incluindo treinamento técnico operacional, acompanhamento na implantação da franquia, assessoria mercadológica e um vasto know-how adquirido por sua experiência internacional, em mais de 300 lojas e oito países, Nº unidades: 4 próprias/16 franqueadas Área de interesse: Brasil adaptada às caracApoio: PA, PM, MP, PO, PP, OM,TR, EI, SP terísticas nacionais. Taxas: R$ 30.000 (franquia), 5% (royalties) Entre em contato e 2% (publicidade) Instalação: R$ 210.000 a R$ 260.000 (inclusos com nossa Área de taxa de franquia, capital de giro e estoque inicial) Franquias e faça Prazo de retorno: 24 a 36 meses parte deste time Contato: Ventura vencedor!
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Fisk Negócio: Educação/Ensino de Idiomas Tel: (11) 5573-7000/Fax: ramal 251/255 franchising@fisk.com.br/www.fisk.com.br
A mídia exterior é o segmento que mais cresceu nos últimos anos. Atuando no mercado desde 1980, a Shempo tem desenvolvido e implantado diversos equipamentos e mobiliários urbanos: luminosos em topo de edíficios, paredes laterais, front-light, relógios urbanos, identificadores de vias e logadouros públicos, além de projetos inovadores para áreas de shoppings, aeroportos e outros locais de segmentação expressiva. Com tecnologia de ponta, a Shempo tem corrigido desvios, criando normas e procedimentos que garantam a permanência de padrão visual. Com mix diversificado de produtos do Mobiliário Urbano, a Shempo se destaca e sai na frente como a primeira empresa nacional em seu segmento, a oferecer franquia para exploração da mídia exterior.
O seu sucesso é a nossa história! Faça parte de uma rede de escolas de idiomas com mais de 40 anos de experiência e tradição em ser sucesso. A empresa atua no Brasil desde 1958, transferindo seu know-how aos franqueados distribuídos por todo o Brasil, América Latina e Japão. A FISK oferece um suporte de primeira linha incluindo treinamento em 11 áreas distintas para que o franqueado faça uma ótima administração em sua escola. O método de ensino exclusivo é constantemente atualizado por uma equipe pedagógica altamente qualificada e esse é o nosso ponto mais forte. Com um pequeno Nº de unidades: 40 próprias e 667 franqueadas investimento você Áreas de interesse: Todo o Brasil abre uma franquia Apoio: PA, PO, TR, PF, EL, SP, MP, PM, PO, OM FISK e constrói Taxas: 30% pool propaganda sobre compra de livro também a sua hisInstalação da empresa: a partir de R$ 40 mil tória de sucesso Capital de giro: R$ 10 mil num mercado em Prazo de retorno: 18 a 24 meses Contato: Christian Alberto Ambros franca expansão.
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Franquia
Total Especialista em dizer o que pensa e lembrar os cuidados que se deve ter antes de entrar no mundo das franquias.
APOIO
Minha maior dúvida em relação a ingressar no franchising é saber se quando me tornar um franqueado receberei mesmo todo o apoio técnico de que irei precisar. Posso confiar?
Caro leitor, se há uma coisa que as redes de franquias fazem questão de destacar é o apoio que oferecem aos seus franqueados. Essa é uma moeda forte no franchising e faz muita diferença no momento em que um interessado inicia as conversações com uma rede. Diria que tem um peso equivalente às taxas de investimento e ao próprio retorno previsto. Por isso mesmo, pelos apoios oferecidos, é onde se pode medir o custo–benefício que o ingresso no sistema é capaz de proporcionar. Por maior que seja o conhecimento de um novo franqueado a respeito de como se deve administrar um negócio, é indispensável que ele receba o apoio necessário para encarar a abertura de uma unidade de franquia. É dessa forma que ele irá compreender e aplicar de forma adequada as estratégias da rede. Sem o apoio, eu diria até que é impossível que uma
unidade de franquia tenha sucesso. Aliás, iria mais longe: se uma franquia não se preocupa com os apoios, duvido muito que tenha chances de competir no mercado. Esse é um recado que vale tanto para o franqueado quanto para o franqueador. No caso do franqueado, se a rede não deixar claro que tipo de apoio oferece (nem quais são a forma e a garantia de que os apoios serão oferecidos), o melhor que o futuro franqueado tem a fazer é partir para uma outra escolha. É como aquela música do Vinícius e do Toquinho: “não tinha teto, não tinha nada”. Já para o franqueador, a preocupação com o apoio ao franqueado tem que estar entre suas prioridades. Até porque, se partirmos da premissa de que o principal mote do franchising é
O que você anda lendo? Quem acompanha minha coluna aqui no Franquia Total, da revista Empreendedor, deve ter percebido que a leitura é uma das minhas atividades mais freqüentes e que também faço questão de “espalhar” para todo mundo o que leio. Aqui no Mural você deve ter lido muitos comentários e dicas a respeito de livros que li. Agora, proponho uma troca: é você, leitor, que vai “enfeitar” o Mural da minha coluna com dicas de livros. Para participar, escreva para o meu e-mail: francofranquia@empreendedor.com.br. Aguardo sua participação.
2003
a transferência de know-how, nada mais adequado que os “canais” dessa transferência sejam os apoios da rede ao novo franqueado. Dessa forma, a rede terá maior certeza de que seu know-how, sua marca, estará mesmo em boas mãos. Nesse contexto, aconselho as redes a desenvolver um apoio real ao novo franqueado. E como fazer isso? Bom, ouvir seus atuais franqueados já é um bom começo. E por que não ouvir também os candidatos a franqueado? Que tal saber deles que tipo de apoio eles esperam de uma rede de franquia? Por tudo o que escrevi, francamente, é possível ter a dimensão do quanto o tipo de apoio oferecido pode influenciar na decisão de um candidato pela rede A ou B. Resta colocar tudo na balança e fazer a melhor escolha.
Escreva para Franco Franquia: francofranquia@empreendedor.com.br
MURAL
Taxando o franchising Você já leu a reportagem de capa desta edição do Franquia Total? Pois é, essas questões jurídicas e tributárias são sempre muito complexas. Por isso, se você é franqueado, o que deve fazer é conversar com a direção da rede, buscar orientação e procurar ficar sempre bem informado sobre o tema, sem pânico nem desespero, ok? Setembro – Empreendedor
FRANCO FRANQUIA
Franqueza Total “Tudo é uma questão de manter a espinha ereta, a mente quieta e o coração tranqüilo” (Walter Franco*, músico) *Nenhum parentesco com o colunista
Meu Grupo Quer trocar idéias sobre franchising? Entre para a lista do Franco Franquia. Para se inscrever, mande um e-mail para francofranquia-subscribe@yahoogrupos.com.br
2003
Empreendedor – Setembro
(Brasil
Choque de idéias Como e por que as regras estabelecidas pelo BNDES para o Programa de Microcrédito do Governo Federal ainda batem de frente com a visão e a forma de atuação das entidades gestoras de recursos para pequenos empreendedores
2003
por
Lúcio Lambranho
A fixação da taxa de juros para os empréstimos e a definição do que pode ou não ser chamado de microcrédito. Essas são as duas principais fontes da briga entre o Governo Federal, especialmente centrado nas regras definidas pelo BNDES no seu novo Programa de Microcrédito, e a Associação Brasileira dos Dirigentes de Entidades Gestoras e Operadoras de Microcrédito, Crédito Popular Solidário e Entidades Similares (Abcred). Com a munição de R$ 1 bilhão na carteira para os próximos quatro anos, o banco estatal decidiu investir a maior parte desse dinheiro no chamado financiamento para a inclusão social. Além de novas instituições poderem fazer parte do projeto (prefeituras, sindicatos e bancos públiSetembro – Empreendedor
cos federais e até comerciais), a taxa de juros cobrada ao tomador final não poderá passar de 2% ao mês. Nessa modalidade, o financiamento só é possível até R$ 1 mil, sendo dispensada a apresentação de garantia real. Para as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) e as Sociedades de Crédito ao Microempreendedor (SCMs), representadas pela Abcred, que não quiserem operar nessa faixa de crédito, o BNDES deu apenas uma opção: juros de até 5% ao mês e limite de financiamento de R$ 10 mil. “A flexibilização é positiva, mas ainda está em um nível proibitivo para as entidades sem fins lucrativos participarem”, define José Caetano Lavorato, presidente da Abcred.
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Mas o descontentamento da maior parte do setor de microfinanças, que nos últimos sete anos viveu dos repasses do BNDES, ganhou mais força na Carta de Blumenau, manifesto feito durante o Congresso Latino-Americano de Microcrédito no final de julho. Conforme o documento, “hoje, de forma equivocada, está se divulgando como microcrédito medidas de bancarização e de criação de novas linhas de crédito para consumo, que não são microcrédito, confundindo a opinião pública. O microcrédito caracteriza-se pela geração de trabalho e renda, financiando atividades produtivas que propiciam desenvolvimento sustentável”. A principal bronca das entidades da sociedade civil envolvidas com o microcrédito é que no atual governo o BNDES suspendeu e desativou as operações pendentes, causando inédita paralisação no setor. Mas o pior, segundo as reivindicações feitas em Blumenau (SC), é que as novas linhas de crédito anunciadas pelo banco não alcançarão ONGs, Oscips ou programas governamentais de microcrédito, “por imporem limites de juros na ponta, com evidente desrespeito às cul-
GRUPO KEYSTONE
turas e necessidades locais, e por não contemplarem a cobertura dos seus custos de infra-estrutura e operação”. Segundo Fabiana Cavalcanti Ricci, diretora-geral do Banco do Povo do Mato Grosso do Sul, que também é coordenadora da Abcred no Centro-Oeste e chegou a ser recebida pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva para discutir o problema em abril, a maioria das afiliadas estão em situação muito complicada. “Aqui no Banco do Povo não estamos sentido as mudanças porque o governo do estado fez os repasses para os financiamentos através do Fundo de Inclusão Social (FIS)”, explica. Com quatro anos de atuação, a instituição comandada por Fabiana salvou-se da dependência do BNDES recebendo cerca de R$ 150 mil por mês do governo estadual. Nesse período, o Banco do Povo do Mato Grosso do Sul fez 6 mil opera-
ções num valor médio de R$ 8 milhões e possui atualmente uma carteira ativa de 5.461 clientes em 12 cidades. A raiz desse impasse, que pode gerar a perda do crédito para os micro e pequenos empreendedores atendidos pelas 46 instituições em 19 estados filiados à Abcred, é que o banco estatal fazia repasses para microcrédito aplicando apenas a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 12% ao ano, e não fixava o limite de crédito ou de taxa de juros. Só que, depois de suspender em janeiro todos os financiamentos às entidades que oferecem microcrédito ao consumidor final, o banco federal passou a exigir, na sua primeira proposta no início de junho, que os empréstimos se restrinjam a R$ 1 mil e as taxas de juros sejam de até 2% ao mês. As instituições que pretendessem oferecer créditos maiores aos cli-
entes teriam de tomar o empréstimo do BNDES pela TJLP mais 8% ao ano. Os juros ao cliente final teriam de ser de, no máximo, de 5%. As associadas da Abcred atualmente cobram de 0,48% a 5% ao mês conforme a linha de crédito. Na Blusol, Oscip da cidade de Blumenau, os executivos estão negociando com o Badesc – Agência Catarinense de Fomento S.A. e com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) uma saída para continuar operando sem os financiamentos do BNDES. O principal argumento da Blusol, segundo Amadeu Trentini, diretor-executivo da Oscip catarinense, é que essas entidades nasceram com apoio do setor público, mas tiveram de ser auto-suficientes desde então. “Não fomos comunicados oficialmente sobre essa nova proposta e estamos aguardando uma definição do BNDES”, afirma.
Novo programa de microcrédito do BNDES Modalidades
I
Clientes
Municípios Sindicatos
Remuneração do BNDES
TJLP
II
III
SCMs OSCIPs Bancos comerciais Cooperativas de crédito
Instituições financeiras federais Agências de fomento
TJLP
TJLP
IV SCMs OSCIPs Bancos comerciais Cooperativas de crédito TJLP acrescida de um spread: – de 2% a.a. para operações até R$ 5 mil; – de 8% a.a. para operações entre R$ 5 mil e R$ 10 mil
Taxa de juros a ser repassada ao tomador final
Média de 2% a.m.
Média de 2% a.m.
Média de 2% a.m.
Média de 5% a.m.
Valor do crédito a ser concedido ao tomador final
Média de R$ 1 mil
Média de R$ 1 mil
Média de R$ 1 mil
Até R$ 10 mil
Microempreendedores, formais ou informais Cooperativas de produção ou de serviços Microempresas
Prazo total de amortização
8 (oito) anos, em parcelas trimestrais, com vencimento no 15º dia do primeiro mês de cada trimestre civil, incluída carência de 2 (dois) anos
Prazo de pagamento para o tomador final
Capital de giro: até 6 meses Investimento fixo: até 12 meses
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Público-alvo
Empreendedor – Setembro
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(Brasil Rabo balançando o cachorro Para Mário Guedes de Mello Neto, superintendente da Área de Inclusão Social do BNDES, a falta de entendimento entre o banco e as Ocipis e SCMs não é nenhum problema. O problema, diz Guedes, é que em sete anos de atuação nessa área o BNDES aplicou apenas R$ 43 milhões. “Esse valor beira o ridículo e esse dinheiro não chegou nas camadas mais necessitadas da população”, dispara. A outra questão, segundo ele, foi o custo médio a que o microcrédito chegou na ponta da cadeia. “Queremos fazer microcrédito para chegar aos trabalhadores informais e isso foi feito com juros de 4,6% ao mês, o que significa 72% ao ano. Apenas atividades ilegais têm essa taxa de retorno, pagando juros nesse valor”, avisa. Guedes vai além e diz que seu objetivo não é fazer com que determinadas instituições participem do Programa de Microcrédito. “Meu trabalho é fazer que o crédito barato chegue ao público que precisa. Porque senão teremos a clássica figura do rabo balançando o cachorro.” Questionado sobre se essa missão não tem sido feita pelas Ocips e SCMs, Guedes é ainda mais taxativo. “Se você vê os dados a resposta fica eloqüente. Eu diria que esse modelo se mostrou insuficiente para atingir a demanda que esse país precisa”, define. Para Mário Guedes, também não existe a possibilidade de ser criado um viés político com o ingresso das prefeituras no programa. Isso porque, argumenta, só poderão atuar as prefeituras que estejam em situação de equilíbrio fiscal e que tenham capacidade de pagamento. Os valores dos financiamentos para essas prefeituras serão proporcionais à quantidade de microempreendedores existente nas localidades e à capacidade de contrapartida a ser feita por cada uma. Será considerado também o limite de endividamento desses municípios, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal. As prefeituras deverão instalar postos de atendimento e constituir um fundo para operacionalizar o programa. “Além disso, temos um Programa de Desenvolvimento Institucional (PDI) com Setembro – Empreendedor
GUEDES: MICROCRÉDITO PARA CHEGAR AO TRABALHADOR INFORMAL
recursos do Banco Mundial (BIRD) que estamos tentando adaptar a essas novas ações para aumentar gestão de microcrédito nas prefeituras, entidades patronais e sindicatos”, explica. Na sua avaliação, os 500 maiores municípios brasileiros, onde se concentram 70% da população brasileira têm total capacidade de pegar empréstimo junto ao BNDES. Segundo Guedes, o Programa de Modernização de Administração Tributária, através do qual o banco desenvolve uma carteira de 400 clientes municípios, está aumentando suas receitas próprias porque antes eles não eram capazes de cobrar nem seu IPTU. “Esses desempregados surgiram pela globalização e pela reestruturação do nosso aparelho produtivo. Essas pessoas precisam ter alternativas, mas nosso objetivo é que elas tenham carteira assinada no futuro.” “O Governo Federal precisa resistir à tentação de submeter esse segmento, tão importante no combate às desigualdades, a excessivas regulamentações. Não faz nenhum sentido que uma miríade de instituições espalhadas por todo o Brasil, com carteiras que, em sua maioria, nem chegam a 500 clientes, sejam colocadas sob regulamentação do Banco Central”, acredita Idalvo Toscano, economista e consultor de microfinanças. Toscano, que é funcionário licenciado do Banco Central e trabalhou para o Banco Popular de Belo Horizonte (Banpop), acha necessária a constituição de um “marco legal” próprio que confira às instituições de microcrédito o status de bancos populares de desenvolvimento local. Essas instituições, segundo ele, deveriam intermediar as pequenas
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poupanças locais, operar cartões de crédito, trabalhar com moedas locais e financiar, além das atividades produtivas, o pequeno consumo local, a melhoria das moradias e situações de emergência familiar. Atuando de forma diferente, mas em sintonia com a decisão do governo Lula de fortalecer os pequenos empreendimentos, o Sebrae vai aplicar mais R$ 7,4 milhões em microcrédito. Os recursos serão repassados a um custo para o tomador de 12% ao ano, que é a TJLP. A aplicação, segundo Eli Moreno, coordenador do Programa de Microcrédito do Sebrae, será viabilizada pela criação do Fundo Sebrae de Investimento Financeiro (FS), por meio de convênio com o Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob). Esse fundo repassará os recursos disponíveis para 27 Oscips. O repasse máximo individual para essas organizações, controladas pelas comunidades onde estão localizadas, será de R$ 300 mil. O FS é um novo passo do Programa de Microcrédito do Sebrae, que em dois anos já liberou R$ 23 milhões. Esse fundo terá, na largada, o Sebrae como único cotista. Mas a expectativa da instituição e do Bancoob é que, em breve, outras organizações, incluindo o BNDES, o BIRD e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), apóiem a iniciativa do FS, para que um volume maior de recursos amplie significativamente o número de organizações atendidas. No meio dessa briga, e sem saber exatamente o que é microcrédito, estão os pequenos empreendedores. Pelo jeito em que a discussão caminha, vão ficar sem saber se compram uma geladeira ou um carrinho de milho verde.
Linha Direta Banco do Povo – MS www.bancodopovoms.org.br Blusol www.blusol.com.br BNDES www.bndes.gov.br Idalvo Toscano itoscano2@uol.com.br Sebrae www.sebrae.com.br
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Empreendedor – Setembro
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RECURSOS HUMANOS
Editado por Carlos Castilho
O preço da rotatividade de mão-de-obra
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A substituição constante de empregados pode ter um custo devastador para as pequenas e microempresas. Como evitá-lo? Pesquisas feitas em vários países indicam que entre 10% e 15% dos funcionários de pequenas e microempresas trocam de emprego anualmenUm dos mais completos te. Os estudos mostram tamestudos sobre rotatividabém que 75% das novas conde de mão-de-obra no tratações nas empresas têm mundo foi feito pela Unicomo objetivo substituir pessoversidade de Wisconsin, as que trocaram de emprego. Estados Unidos. Um reUma estimativa feita por sumo pode ser lido em www.uwex.edu/ces/cced/ pesquisadores da Universidade publicat/turn.html. de Wisconsin, nos Estados Unidos, mostrou que o custo médio da substituição de um emprego numa pequena empresa pode chegar a quase US$ 2,3 mil, ou seja, quase uma vez e meia o salário do funcionário. Aqui no Brasil, só os custos trabalhistas podem chegar a quase três vezes o valor do salário do empregado demissionário. Numa empresa com dez funcionários, o gerente deve estar preparado para substituir pelo menos um empregado por ano, no mínimo. Nessa estimativa não estão incluídos os custos dos chamados fatores intangíveis, como quantidade de informação em poder do demissionário ou o desestímulo que a saída do funcionário geralmente gera entre os seus colegas. A rotatividade de mão-de-obra, e conseqüentemente o seu custo, é maior entre os funcionários mais jovens, que tendem a trocar de emprego 3,5 vezes mais que os acima de 40 anos. A rotatividade também varia conforme a atividade econômica e o tipo de empresa. Quando a economia está em recessão ou estagnação, o índice de troca de empregos despenca, em comparação aos períodos de expansão da atividade produtiva. Da mesma forma, ramos como da alimentação e do comércio varejista têm uma rotatividade média duas vezes superior à das indústrias metalúrgicas, por exemplo. No setor dos restauSetembro – Empreendedor
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rantes os empregados ficam em média apenas um ano no mesmo emprego, enquanto no serviço público a média é de 11 anos. Os pequenos e microempresários são os que pagam o maior preço pela rotatividade da mão-de-obra. Por isso, são os maiores interessados na permanência dos funcionários Criadora do premiado site mais eficientes e que dispõem Business Know How de maior conhecimento sobre ( w w w. b u s i n e s s k n o w o funcionamento da firma. how.com) e consultora esA consultora norte-ameripecializada em Recursos cana Janet Attard elaborou Humanos (attard@businessknowhow.com). uma lista dos principais atrativos para uma pequena empresa evitar a evasão de funcionários para as grandes empresas: 1) Contrate trabalhadores mais maduros porque estes têm uma rotatividade bem menor; 2) Ofereça horários mais flexíveis; 3) Solicite e valorize muito as sugestões de funcionários; 4) Ofereça treinamento; 5) Dê autonomia para os funcionários mais experientes tomarem decisões; 6) Crie um ambiente de trabalho agradável e ergonômico; 7) Transmita permanentemente a idéia da importância do funcionário para a empresa; 8) Preocupe-se com seus problemas particulares.
Empresa Ágil Ágil Empresa
MARKETING
Cinco erros capitais As soluções dos especialistas para os erros mais comuns no marketing corporativo Currículo e obras públicas
A norte-americana Debbie na página www.debbieAllen resolveu transformar-se allen.com/OneSheet.htm. numa espécie de missionária do marketing entre pequenos e microempreendedores assustados com as incertezas da economia mundial. Ela levou dois anos fazendo uma pesquisa sobre os principais erros cometidos na hora de planejar e executar iniciativas de promoção de vendas e desenvolveu a sua versão dos cinco pecados capitais do marketing. Esta é a lista organizada por Debbie dos erros que um empresário não deveria cometer nunca: 1) Cortar verbas em tempo de crise – É o que quase todo mundo faz, mais por medo e inércia do que por precaução. É um erro grave porque você está eliminando justamente a ferramenta que pode recuperar o seu faturamento. Sem essa alavanca você vai ficar atrás dos concorrentes quando a tempestade passar. 2) Não avaliar os resultados do marketing – Outro erro capital porque você acaba jogando fora o filé mignon da campanha. Avaliar e analisar os resultados de uma campanha permite tirar lições indispensáveis para aumentar a eficiência de esforços futuros. Evita também cometer o mesmo erro duas ou mais vezes. Todos os funcionários da empresa devem ser envolvidos nesse trabalho de avaliação e análise.
3) Concentrar os gastos com marketing numa área só – Isso pode ser perigosíssimo porque qualquer erro ou imprevisto pode anular todo o esforço feito. Às vezes isso acontece sem que o empreendedor tenha culpa alguma. Procure diversificar o seu orçamento de marketing para evitar surpresas desagradáveis. 4) Cuidado com o ego pessoal – Muitos empreendedores acham que eles são a figura central em qualquer esforço de marketing. Que eles sabem melhor do que ninguém o que é bom e o que é mau para o seu negócio, porque têm mais experiência e conhecimento. Desconfie dessa atitude. Você pode efetivamente ter mais experiência e conhecer melhor o seu negócio, mas a realidade externa pode ter mudado sem que você tenha percebido. 5) Desprezar a ajuda especializada – Outro erro muito comum apesar de suas conseqüências funestas. Quando você achar que a administração de iniciativas de marketing ficar muito complexa, peça ajuda, porque assim serão evitadas algumas frustrações futuras. Se você está em dúvida sobre o que fazer, contrate um consultor free lancer ou procure organizações de apoio como o Sebrae. Se a estratégia já tiver sido traçada, mas está tomando tempo demais na agenda, o melhor é contratar um funcionário part-time só para tomar conta da parte operacional ou burocrática do marketing.
O poder do boca-a-boca Empresas voltam a valorizar uma das mais eficientes ferramentas de vendas
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mundial nessa modalidade de propaganda, afirma que existem dois tipos de personagem no boca-a-boca: os criadores de novas tendências ou modismos, que ela chama de alphas, e as abelhas, que espalham as novidades. Cada personagem tem características próprias. Segundo Marian, os alphas são introspectivos e geralmente fogem da visibilidade. Já as abelhas são a peça essencial no boca-aboca, mas dificilmente conseguem criar alguma coisa nova. A propaganda de boca não tem praticamente custo financeiro, mas em compensação exige muita inteligênDiretora de Assuntos Escia, estudo e pesquisa. Quem tratégicos da empresa de pesquisas Euro RSCG. estiver decidido a usá-la deve Mais detalhes em www. diferenciar claramente os aleurorscg.com/pdf/ phas das abelhas e dar a cada MarianSalzman.pdf. um a atenção necessária. Empreendedor – Setembro
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Uma pesquisa feita pela empresa norte-americana McKinsey & Co, em 2001, rewww.mckinsey.com velou que, em média, 67% do Empresa de consultoria insfaturamento do comércio vatalada em 44 países com 88 escritórios, inclusive São rejista é influenciado fortemenPaulo e Rio de Janeiro. te pela propaganda boca a boca. A informação ganhou uma nova relevância agora que a economia enfrenta um novo período de vacas magras, especialmente aqui no Brasil. Quando são pressionadas pela queda no faturamento, as empresas geralmente apelam para cortes de gastos na área do marketing. Para defender seus empregos, os marqueteiros saem catando todas as alternativas possíveis e é nesse momento que redescobrem a velha estratégia do boca-a-boca. Marian Salzman, considerada a maior especialista
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COMUNICAÇÃO
Transparência empresarial
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Aos poucos vão caindo as resistências contra a livre circulação de informações no ambiente corporativo. Mas os obstáculos ainda são grandes A JungleScam organiza um ranking junglescan.com de vendagem dos livros comercializados pela Amazon e o oferece gratuitamente a clientes em geral. A princípio, a maior livraria virtual do mundo achou que era ilegal o serviço da Jungle, mas depois o tolerou para evitar uma batalha legal que poderia manchar a sua imagem. Hoje, a convivência entre as duas empresas é harmoniosa, pois ambas descobriram que poderiam ganhar com o uso livre de informações. O Google, que hoje monopoliza cerca de 70% das buscas na internet, quase partiu para a guerra contra a página Googlism.com, uma microemwww.googlism.com presa que localiza pessoas na Web usando robôs de outros mecanismos de procura. A diferença de tamanho entre as duas empresas levou o Google a ser mais tolerante, mas depois a empresa se deu conta de que a colaboração era realmente mais interessante do que a confrontação. Hoje ambas trocam figurinhas o tempo todo. Aqui no Brasil, a transparência corporativa está engatinhando, mas já tem alguns resultados palpáveis. Uma pesquisa feita pela empresa Selulloid Ag, www.selulloid.com.br citada pelo site do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa www.ibgc.org.br (IBGC), mostrou que 83% das empresas cotadas na Bovespa e que aderiram à transparência corporativa apresentaram desempenho superior às demais em matéria de confiabilidade por investidores. Segundo o consultor Marcio Debellian, da Selulloid, as empresas familiares são as que oferecem maior resistência à transparência em negócios. “No Brasil ainda prevalece o modelo de empresas controladas por famílias e que resistem em compartilhar com os minoritários a gestão e os direitos”, disse ele ao jornal Valor Econômico. www.ibgc.org.br/ A tendência à livre troca de infor- ibConteudo.asp?IDp mações entre as empresas parece ir- =128&IDArea=584 reversível. O problema são as resistências existentes e que são geradas por hábitos e valores arraigados já há algum tempo entre executivos e donos de negócios. As mudanças de hábitos e valores geralmente tomam mais tempo. Por isso, a adesão aos princípios da transparência foi mais lenta nos primeiros anos, mas agora está ganhando velocidade, na medida em que as vantagens se tornam mais visíveis e os resultados mais convincentes.
As desconfianças dos empresários em relação à livre circulação de informações já foram praticamente unânimes. Ninguém admitia abrir a contabilidade, revelar processos de produção ou trocar informações sobre mercados e clientes. Mas a própria dinâmica dos negócios está mudando esse quadro rapidamente. Os agentes da mudança são de ordem ética e agora também financeira. A ética ganhou inicialmente maior visibilidade por conta dos escândalos de corrupção envolvendo empresas e governos. Surgiram organizações internacionais interessadas em promover a idéia de transparência corporativa, ao mesmo tempo em que organismos multinacionais passaram a adotar um código de ética para conduzir negócios. Mas a grande mudança começou a ganhar corpo mais recentemente quando muitas empresas começaram a descobrir que o livre fluxo de informações, além de não afetar a produção e os negócios, poderia gerar lucros. A convivência harmoniosa com concorrentes poderia ser mutuamente proveitosa. Entre as primeiras empresas a descobrir as vantagens financeiras da transparência encontram-se gigantes como as norte-americanas Fedex e Amawww.fedex.com zon Books. www.amazon.com A Fedex, equivalente ao nosso Sedex, só que privada, é uma das três maiores empresas de transporte de encomendas nos Estados Unidos. Ela decidiu abrir a caixa preta do gerenciamento de encomendas há mais ou menos três anos. Agora o interessado pode monitorar o deslocamento do seu pacote, e descobrir por que e quando ele atrasa. A transparência já levou muitos clientes a processar a Fedex por entregas fora do prazo, reforçando a oposição de alguns setores da empresa ao novo sistema. Mas o amadurecimento da experiência acabou gerando uma grande surpresa. O faturamento cresceu 20% depois da introdução da transparência total na administração do trânsito de encomendas. A liberdade de informações gera situações curiosas como as enfrentadas pelas empresas Amazon Books e Google (buscas na internet). Ambas www.google.com assistiram ao surgimento de pequenas empresas que exploravam nichos dentro das suas respectivas áreas de trabalho. Setembro – Empreendedor
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ESTRATÉGIAS
Continuidade ou ruptura?
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O clássico dilema está novamente diante dos empreendedores quando surgem indícios de uma recuperação da economia mundial a partir de meados de 2004 O estudo consegue separar as empresas em dois grupos, conforme a técnica usada na aplicação das estratégias produtivas. Um primeiro grupo deu mais importância ao marketing das novidades do que à sua aplicação. Já o segundo grupo, formado por empresas administradas por executivos mais tradicionalistas, conseguiu melhores resultados porque se preocupou mais com o trabalho silencioso de execução do que em divulgar a sua adesão aos modismos da época. O artigo What Really Works sinaliza um retorno às estratégias mais conservadoras O artigo da The Economist em matéria de negócios, mas está em www.econoas aparências podem enganar, mist.com/business/ segundo afirma a revista The displayStory.cfm?story Economist, num artigo publi_id=1907893. cado em julho, em que ela analisa quais as empresas que sobreviverão e as que serão fechadas ou vendidas antes que a economia mundial volte a navegar em mares mais tranqüilos. A revista inglesa cita várias outras pesquisas que reforçam alguns valores tradicionais, no entanto ressalta que estratégias conservadoras podem resolver problemas pontuais mas deixam de produzir resultados quando se trata de atender demandas do mercado. Executivos convencionais funcionam muito bem em tempos tumultuados ou de vacas magras porque eles geram segurança e estabilidade. Mas quando eles tentam eternizar esses valores o efeito é desastroso, porque eles não conseguem identificar novas oportunidades numa realidade extremamente mutável. A resposta à pergunta feita no título ainda não pode ser definitiva. Talvez ela nunca seja respondida na base do “ou uma ou outra coisa”. Mas uma coisa parece clara segundo os artigos publicados recentemente na imprensa econômica mundial sobre a retomada econômica. Continuidade e ruptura serão dois ingredientes indispensáveis na determinação das estratégias que garantirão a sobrevivência das empresas até o novo período de bonança econômica. O problema é que ninguém sabe até agora qual a proporção de um e de outro ingrediente na receita final.
Desde maio passado, as bolsas de Nova York e Londres foram agitadas com a volta dos especuladores financeiros especializados na compra e fusões de empresas. Esses investidores de altíssimo risco, que muitos consideram verdadeiros “urubus das bolsas”, estavam em hibernação desde o ano 2000, quando explodiu a bolha especulativa na bolsa de ações de empresas de alta tecnologia. O retorno dos especuladores coincidiu com a publicação de um estudo sobre estraUm resumo do artigo tégias corporativas na edição de (em inglês) pode ser objulho da Harvard Business Retido em harvardbusiness view. O artigo chamado O que online.hbsp.harvard.edu/ realmente funciona (What Reb02/en/common/view ally Works) reproduz os resulFileNavBean.jhtml. tados de uma pesquisa que durou dez anos e envolveu a avaliação de 200 estratégias corporativas diferentes adotadas em 160 empresas multinacionais. Os autores são os ecoOs autores do trabalho nomistas: Nitin Nohria, afirmam terem chegado a uma William Joyce e Bruce surpreendente conclusão: a Roberson. grande maioria das estratégias aplicadas teve pouca ou nenhuma influência na performance real das empresas pesquisadas. O que deu resultado, na maioria dos casos, foi a habilidade e experiência dos donos ou executivos chefes. Resumindo: os modismos e novidades deram poucos resultados, enquanto os velhos conceitos de persistência e perfeccionismo conseguiram aumentar a produtividade. O trabalho publicado pela Harvard Business Review preconiza a fórmula 4X2 como a receita ideal para conseguir alavancar os negócios de uma empresa, visando à esperada retomada da economia no ano que vem. O empreendedor melhor preparado para a entrada no novo período de vacas gordas deveria estar ultra-atualizado e treinado em quatro áreas-chave: estratégia de negócios, execução operacional, cultura corporativa e estrutura produtiva. Além disso, ele deveria usar as mais recentes técnicas em pelo menos duas das seguintes áreas: talentos, liderança, inovação e parcerias. Setembro – Empreendedor
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meu Como Empreender Melhor
NEGÓCIO UMA
PRODUÇÃO
DA
EDITORA
EMPREENDEDOR
.
Nº
2 .
SETEMBRO
200 20033 .
Turismo desponta como oportunidade Plano de Marketing ajuda a conquistar mercado
Apoio Institucional
Empreendedor ou Auto-Empregado:
faça sua escolha!
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Questão Pessoal
Muito mais que um simples emprego Dependendo da maneira como conduz o negócio, o empreendedor pode transformar o sonho da própria empresa em um auto-emprego Sempre que decide abrir a própria empresa, o empreendedor costumeiramente é alertado para a possibilidade de se tornar um “auto-empregado”, questão que somada a outros fatores, como mostra o quadro abaixo, é vital para o sucesso ou para o fracasso de um empreendimento. Na avaliação do professor Fernando Dolabela, o autoempregado é também um empreendedor. “A ampliação do negócio dependerá da natureza do sonho e da visão de cada indivíduo, que define a natureza do seu empreendimento, o tamanho, a forma de atuação”, aponta. Segundo ele, o negócio deve ter elevada congruência entre o ego e o sonho do indivíduo, ao mesmo tempo que a
Fatores de sucesso 1. Fatores externos à empresa São fatores macroeconômicos e do ambiente que afetam a vida da empresa, que não pode atuar sobre eles. No entanto, é preciso observar como esses fatores exercem influência sobre o negócio, a par tir de um estudo de localização das atividades produtivas da empresa, enfocando: Demanda (dados demográficos, setoriais e de mercado); Oferta (insumos utilizados, relações inter-empresariais);
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rede de relações, tanto internas como externas, que ele é capaz de estabelecer influi fundamentalmente no tamanho e na abrangência do seu empreendimento. “Muitos não conseguem expandir o seu negócio por não conseguir ampliar a sua rede de relações, elemento fundamental no empreendedorismo”, instrui Dolabela. “O auto-empregado não necessariamente possui características empreendedoras em quantidade suficiente para ser bem-sucedi-
do”, analisa o consultor e professor Álvaro Mello. “Daí a importância de se avaliar o perfil empreendedor para detectar os pontos fortes e fracos das atitudes empreendedoras”, sugere. Ao decidir abrir seu próprio negócio, o empreendedor tem consciência de que ter a própria empresa é muito mais do que um simples emprego. “Se ele não tiver essa consciência, está fadado a quebrar, pois o sucesso do negócio, principalmente nos cinco primeiros anos, depende da dedicação exclusiva do empreendedor. Logo, não poderá limitar sua atuação a, por exemplo, horários de trabalho, como é o caso de um empregado”, ensina. O professor Rogério Chér aponta dois caminhos quando o assunto é empreendedor versus auto-empregado.
Primeiro Seu negócio deve ser expressão da sua visão de futuro.
Segundo Você deve começar sempre um negócio “de trás para frente”, ou “de fora para dentro”. “Existe lá fora uma necessidade de mercado que, uma vez atendida
Estudos mostram que três fatores são fundamentais para a trajetória de sucesso de um novo negócio e quase todos estão ligados diretamente à figura do empreendedor. São eles: Fatores de produção (recursos naturais, humanos e técnicos, capital, infra-estrutura); Outras características regionais (impostos, aspectos legais, culturais e educacionais, clima, facilidades comunitárias).
2. Fatores internos à empresa São fatores que intervêm diretamente no funcionamento da organização e que podem ser modificados: Direção e gestão (formas de organização, direção, planejamento e controle empresarial);
Produção (sistemas de produção, tecnologia, qualidade, fornecimento, engenharia, projeto de produtos e processos, gama de produtos, etc.); Recursos Humanos (qualificação da mão-de-obra, sistemas de remuneração, sistemas de recrutamento e seleção, sistemas de formação internos, etc.); Finanças (estrutura financeira, origem dos recursos, administração financeira, sistemas de controle); Comercial (sistemas de comercialização, preços, distribuição, assistência técnica, estudos de mercado, níveis de exportação, etc.). Setembro 2003 . Meu Negócio
Cá Entre Nós por seus produtos e serviços, justificará a própria existência do seu negócio”, ensina o professor. O caminho incorreto, na avaliação de Chér, é começar pela empresa, ou seja, pela estrutura administrativa, comercial e operacional. Começar pelas instalações, pelos equipamentos e pela contratação de pessoal, para só então imaginar o que produzir e para que segmento de mercado. “Esse é o caminho certo para a direção errada”, brinca. “Os empreendedores de sucesso, por outro lado, sabem que o início é o negócio, e não a empresa. O início é a identificação de necessidades de mercado a serem atendidas de forma diferenciada e competitiva pelos seus produtos e serviços que, a rigor, devem ser formatados em função dessas necessidades do mercado-alvo.” Em seguida, sugere o professor, é preciso saber a dimensão da demanda desse mercado-alvo e a expectativa de venda, por exemplo. Estimada a demanda, o passo seguinte é dimensionar as estruturas operacional, comercial e administrativa para viabilizar o atendimento daquela demanda. Por último, Chér alerta: “Não esqueça que algo será uma oportunidade para você se tiver relação com sua visão de futuro, com suas habilidades, seus gostos e sua experiência. Fora disso, você abrirá apenas um emprego.”
3. Fatores relacionados ao empreendedor São as características do empreendedor que intervêm diretamente no processo de criação e desenvolvimento do negócio, com destaque para as habilidades habilidades, as necessidades necessidades, o conhecimento e os valores valores, que são consideradas as mais importantes.
Fonte: Empreender – Identificando, Avaliando e Planejando um Novo Negócio , de Flávio de Mori (Organizador). Projeto Empreender, Escola de Novos Empreendedores da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998
Meu Negócio . 2003 Setembro
Encontre seu nicho A opção de focar o negócio em um nicho de mercado pode garantir o sucesso do empreendedor, desde que ele saiba exatamente como encontrá-lo Atuar em um nicho de mercado significa atender a públicos específicos e, dessa forma, se diferenciar de concorrentes. Em linhas gerais, o nicho é a demanda por alguma necessidade ainda não devidamente atendida, e para chegar até um novo nicho é preciso descobrir algo que ainda não existe e que o mercado irá valorizar. A busca por um nicho é a saída para aqueles que disputam o mercado e desejam competir com alguma vantagem. Quando empresas concorrem no mesmo segmento, existem três formas de uma ter um melhor desempenho que a outra: através de promoções, de reduções de preços e de um melhor atendimento. Mas quando parte de um segmento para um nicho que ainda é pouco explorado, o empreendedor passa a contar com um outro diferencial:
o público consumidor mais definido e mais propenso a fidelização. O caminho até um novo nicho de mercado passa por uma análise do ambiente e pela construção de “cenários”, que nada mais é do que a simulação do possível desempenho da empresa. Isso, somado a fatores pessoais, pode garantir uma entrada mais segura da empresa no seu mercado de atuação. Vale ressaltar que nicho de mercado não é a mesma coisa que segmentação de mercado. Embora haja um “grau de parentesco” entre os termos, autores afirmam que o nicho, em geral, surge de maneira espontânea e pode se fechar de modo tão rápido quanto como surgiu. Já o segmento é um conceito estratégico, resultado de um decisão previamente planejada.
País empreendedor Para facilitar a tarefa de empreender um novo negócio, surge como um ingrediente importante o fato de que o empreendedorismo tem sido cada mais estudado e decifrado nas escolas e universidades brasileiras. Isso é comprovado pela expressiva participação de pesquisadores em eventos como os Encontros Nacionais de Empreendedorismo. Segundo pesquisa elaborada em 37 países, os quais, juntos, representavam quase 2/3 da população mundial, em 2002 o Brasil figurava em sétimo lugar no ranking dos países com maior nível geral de empreendedorismo. A taxa brasileira de atividade empreendedora total, que indica a proporção de empreendedores na população de 18 a 64 anos de idade, foi de 13,5%, estimando-se em 14,4 milhões o número de empreendedores no País, dos quais 42% eram mulheres. Além disso, o Brasil apresentou a maior taxa de empreendedorismo por necessidade, 7,5% do total, enquanto a média foi inferior a 2%. Isto é, 55,4% dos que abriram um negócio próprio em 2002 o fizeram por dificuldade em encontrar trabalho, de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor, projeto criado pela London Business School (GEM), projeto criado pela London Business School (GB) e pela Babson School (EUA) e coordenado no Brasil pelo IBQP/PR em parceria com o Sebrae.
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Mapa das Oportunidades
Turismo com destino certo
Tendências para o setor Aumento no número de pousadas temáticas.
Apesar de contar com inúmeros investimentos, turismo ainda é uma área com muitas oportunidades ainda pouco exploradas, à espera de novos empreendedores Para o empreendedor que ainda não sabe para aonde ir, investir em um negócio na área do turismo pode ser a melhor alternativa. Não que seja mais fácil. Mas certamente, no Brasil, o turismo é um dos setores em que o leque de oportunidades é um dos mais amplos. Prova disso é a variedade de tipos de turismo praticados no país, entre os quais destacam-se: Rural. Cultural . Educacional . Social e Familiar. Histórico Internacional. Negócios. Saúde. Ecológico e Ambiental. Recreativo e de Entretenimento. Urbano. Fins de Semana. Esportivo. Dentro de cada um desses tipos de turismo, existe também uma infinidade de negócios que podem ser abertos, desde
agências especializadas até serviços de hospedagem (hotéis e pousadas). Um fator muito importante no desenvolvimento dos negócios na área de turismo é a parceria entre a iniciativa privada e as administrações públicas de todas as esferas, mas principalmente no âmbito municipal. É assim, por exemplo, que proliferam negócios ligados aos chamados esportes radicais em cidades que cultivam e valorizam aspectos ambientais como rios e cachoeiras. Seja como for, com parceria ou não, independentemente do ramo, o empreendedor que tomar o caminho do turismo precisa saber que não há espaço para amadorismo nem improviso. Profissionalismo é a palavra-chave no competitivo setor do turismo. Especialmente porque o empreendedor precisará saber contornar desafios como o da sazonalidade. Tocar um negócio de verão ou um negócio de inverno e ter bons rendimentos necessita de uma atenção especial do empreendedor para garantir a própria sobrevivência do empreendimento.
R$ 1,2
milhões
número estimado de turistas estrangeiros no Brasil
5,3
número de pessoas empregadas no setor
US$ 4,3
milhões
4
bilhão/ano
b i l h õ e s
Sistemática recuperação de obras históricas do país hoje abandonadas. Essas obras serão gerenciadas e reconstruídas com apoio de escolas e centros de estudos, envolvendo assim a comunidade ao redor. Velhas fazendas abrem a abrirão mais suas portas para visitantes, estimulando a economia de regiões próximas através do turismo rural e do turismo histórico. Expansão e modernização de aeroportos pelo país para incremento do turismo. SPAs para pessoas de todas as idades e gostos. Hotéis e pousadas serão mais e mais avaliados em sua qualidade e limpeza. Processo de profissionalização e gestão só tende a aumentar.
Fique de olho no mercado
6,5
A solidão, a meditação e a necessidade de quietude permitirão a abertura de locais com estilo “eco-turístico-místico” para casais e indivíduos isolados.
total de investimentos estimado pelo governo
montante de receitas geradas pelo turismo no Brasil em 2000
A profissão de guia de turismo será regulamentada em definitivo, aumentando assim a capacitação de uma nova geração que buscará a ética nas informações e o cuidado com o público. Fonte: Cenários XXI – Novos Negócios, Oportunidades e Desafios na Gestão do Futuro , Editora Qualitymark, 2001
Setembro 2003 . Meu Negócio
Base Legal
Ficou mais simples A questão tributária é uma das mais complexas e por isso mesmo uma das que mais requerem atenção e cuidado por parte do novo empreendedor, que pode ingressar no Simples
O empreendedor que decide montar seu próprio negócio pode ter a certeza de que está para entrar em um labirinto formado por tributos e encargos de toda sorte. Não há como fugir, pois é preciso enfrentálos, em que pese toda a pressão de diversos setores da sociedade que cobram uma reforma tributária que beneficie, dentro da lei, as micro e pequenas empresas. A reforma ainda não saiu do papel, mas a implementação do Simples já serve de alen-
to aos anseios dos micro e pequenos empresários, como mostra o quadro abaixo. Vale lembrar que, diante de tantas taxas e impostos, muitos empreendedores optam pela informalidade. Mas um dos inconvenientes disso é que, por exemplo, no caso de uma licitação pública, sua “empresa” não poderá participar. Sem contar o fato de que nos últimos anos a pessoa jurídica (mesmo que seja uma empresa de um homem só) tem se tornado um forte sinônimo para profissionalismo.
o que é?
Por dentro do Simples Instituído em 1996, o Simples é um novo sistema de tributação para micro e pequenas empresas, substituindo os impostos e contribuições.
Abrangência A pessoa jurídica, enquadrada na condição de microempresa e empresa de pequeno porte, poderá optar pela inscrição no Simples. Isso implica o pagamento mensal unificado dos seguintes impostos e contribuições: Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ). Contribuição para os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP). Contribuição Social sobre o Lucro Líqüido (CSLL). Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica. Meu Negócio . 2003 Setembro
Define microempresa como pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário, receita brutal ou interior a R$ 120.000. E empresa de pequeno por t e como pessoa juríport dica que tenha auferido, no anocalendário, receita bruta superior a R$ 120.000 e igual ou inferior a R$ 720.000.
Impostos que ficam de fora Impostos sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativos a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF). Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros (II). Imposto sobre Exportação de Produtos Nacionais ou Nacionalizados (IE). Imposto de Renda Retido na Fonte, relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica, assim como aos rendimentos ou ganhos líqüidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável. Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR). Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF). Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Contribuição para a Seguridade Social, relativa ao empregado.
Impostos estaduais e municipais O Simples poderá incluir o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal (ICMS) ou o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) devido por microempresa e empresa de pequeno porte, desde que o estado ou o município em que esteja estabelecida venha a ele aderir mediante convênio.
Quem pode participar Todas as micro e pequenas empresas registradas, que estejam dentro do limite de faturamento estabelecido e que não estejam em débito com a Fazenda Nacional e nem com a Seguridade Social.
Como ingressar no Simples A opção pelo Simples ocorrerá mediante a inscrição de pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa ou empresa de pequena porte no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas). Fonte: Administração Básica para Pequenas Empresas, Sebrae/ PR e Banco do Brasil, 1997
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Planejar é Preciso
Guia para conquistar mercado O Plano de Marketing é a ferramenta que ajuda a empresa a conhecer o mercado que pretende atingir e estabelece as estratégias que vão ser adotadas para conquistar o cliente Se o Plano de Negócios é a bússola para encaminhar o nascimento e o futuro de um novo negócio, o Plano de Marketing é o guia para a empresa saber exatamente o mercado em que quer atuar. Em linhas gerais, como mostra o roteiro no quadro ao lado, serve para estabelecer objetivos, metas e estratégias envolvendo Produto, Preço, Promoção e Pontode-Venda, que formam o composto de marketing (4 Ps). O Plano de Marketing faz parte do plano estratégico de uma empresa e mostra – quando bem executado – a relação entre o produto e o mercado. Tem a finalidade de orientar as estratégias das empresas interessadas em obter eficiência, eficácia e efetividade nas atividades orientadas para o marketing. Os consultores costumam dizer que o Plano agrega subplanos, que tratam de atividades importantes do marketing, conforme a seqüência: Plano de Vendas + Plano de Propaganda + Plano de Novos Produtos + Plano de Merchandising = Plano de Marketing Dizem que um bom plano não valida uma idéia de marketing, mas uma boa idéia de marketing é validada com um bom plano, conforme aponta o consultor e professor Alexandre Las Casas, autor do livro Plano de Marketing para a Pequena Empresa . Afirma ele em seu livro que o plano é usado para concretizar a criatividade, a
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imaginação e a inovação. “Elaborar Planos de Marketing contrapõe-se ao improviso, situação que pode prejudicar o andamento dos negócios. Exige sintonia com o mercado e constante adaptação”, escreve. Em geral, costuma-se dizer que o ponto de partida do Plano de Marketing é a coleta de informações, o que é atestado pela maior autoridade mundial do marketing, o guru Philip Kotler. Para ele, “o marketing está se tornando mais uma batalha baseada em informações do que uma batalha no poder das vendas”. Ou seja, para elaborar um Plano que atinja plenamente seus objetivos, o empreendedor deve cuidar para absorver informações de qualida-
Pont os ffor or Pontos orttes
de e de utilidade para seu negócio. Para que dúvida da importância do Plano de Marketing, o escritor norte-americano Victor H. Prusham, autor do livro Marketing – 101 Segredos do Marketing para Conquistar e Manter Clientes , lembra que, se não estiver no papel, não é um plano, é um sonho. “Sonhar é ótimo, mas para a maioria dos mortais a realidade é que paga as contas. Quando se trata de negócio, transformar sonhos em realidade envolve estabelecer metas e implementar ações capazes de alcançar essas metas“, detalha. Ele aconselha definir metas e ações por escrito, pois compartilhá-las com o restante de sua equipe gerencial será um grande passo para transformar seus sonhos em realidade. “Todo o processo é chamado de planejamento, e o plano de marketing por escrito é o produto final desse processo”, atesta.
&
Pontos fracos
Para identificá-los, você deve analisar: organização interna habilidade técnica pesquisa e desenvolvimento atendimento ao cliente reputação acordos trabalhistas capacidades de produção saúde financeira eficácia na promoção
habilidades gerenciais sistemas de informação força de vendas escopo da linha de produtos posição no mercado qualidade rede de distribuição política de preços fábricas e instalações
Fonte: Marketing – 101 Segredos do Marketing para Conquistar e Manter Clientes, de Victor H. Prusham (Editora Futura)
Opor tunidades Oportunidades
&
Ameaças
Para identificá-las, você deve analisar: estado da economia concorrência tendências demográficas crescimento ou retração do mercado mudanças na oferta de mãode-obra
novas tecnologias legislação pendente mudanças sociais questões políticas materiais e suprimentos essenciais
Fonte: Marketing – 101 Segredos do Marketing para Conquistar e Manter Clientes, de Victor H. Prusham (Editora Futura)
Setembro 2003 . Meu Negócio
Planejar é preciso
Roteiro de um Plano de Marketing 1
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Introdução
2 – Objetivos 2.1 – Geral 2.2 – Específicos 3 – Finalidades e Abrangências 4 – Pesquisa de Mercado 5 – Diagnóstico da Situação Interna 5.1 – Histórico 5.2 – Estrutura 5.3 – Estratégias atuais e indicadores de desempenho 5.4 – Composto de Marketing 5.4.1 Produto 5.4.2 Preço 5.4.3 Distribuição 5.4.4 Composto Promocional 5.4.4.1 Propaganda 5.4.4.2 Promoção de Vendas 5.4.4.3 Força de Vendas 5.4.4.4 Relações Públicas 5.4.5 Pontos Fortes e Pontos Fracos 6
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Diagnóstico da Situação Externa 6.1 – Estudo do Macroambiente 6.1.2 Fatores Econômicos 6.1.3 Fatores Tecnológicos 6.1.4 Fatores Político-Legais 6.1.5 Fatores Culturais 6.2 – Considerações sobre o mercado 6.3 – Análise de Ameaças e Oportunidades
7 – Definições Estratégicas 7.1 – Definição da Missão, Visão e Valores 7.2 – Definição dos Objetivos 7.2.1 Estabelecimento das Metas 7.3 – Definição de Estratégias 7.4 – Definição do Plano de Ação 7.5 – Definição do Plano de Resultados 7.6 – Métodos de Avaliação e Controle Fonte: Marketing – 101 Segredos do Marketing para Conquistar e Manter Clientes, de Victor H. Prusham (Editora Futura)
Meu Negócio . 2003 Setembro
O que você precisa saber antes de... Escolh er o Escolher banco • Essa etapa vai exigir muita cautela por parte do empreendedor, sobretudo para aquele que ainda não está devidamente acostumado à gestão financeira da empresa. Para facilitar, a maioria doa bancos oferece tratamento especial para empresas. E a escolha ficará na base do cálculo e das vantagens que cada um tem a oferecer. Se você é cliente de um banco há muito tempo, são grandes as possibilidades de conseguir com esse banco um tratamento diferenciado para a movimentação financeira da sua empresa, desde que seja um bom cliente.
Informatizar a empresa • Aqui o empreendedor corre o risco de jogar dinheiro pela janela, investindo em equipamentos e acessórios de pouca utilidade no dia-a-dia do negócio. O processo de informatização da empresa passa pelo tipo de negócio e pelo setor em que a mesma atua. Vale lembrar também que aspectos legais, como a obrigatoriedade de emissão do cupom fiscal, por exemplo, também devem ser levados em conta. Mas o fundamental é saber quais são as suas necessidades mais imediatas, buscando sempre que possível o auxílio de consultores especializados no assunto.
Par ticipar de feiras • Como os custos para a participação em eventos desse tipo nem sempre são compatíveis com os recursos disponíveis, procure selecionar muito bem as feiras que pretende visitar. Uma boa alternativa é manter contato freqüente com associações de classe e entidades como o Sebrae para, quem sabe, participar das chamadas missões empresariais, o que abre o leque de eventos para o empreendedor a um custo mais acessível. Não esqueça também que feira também é prospecção e contato e não deixe de levar folders e cartões de visita.
Montar um site • Não subestime o poder da internet como canal de divulgação de sua empresa. Mas também não é preciso, logo de cara, fazer grandes investimentos, desenvolver estruturas complexas e, em geral, de alto custo. De início, você pode fazer do seu site uma espécie de “panfleto eletrônico”, utilizando também o e-mail, com informações essenciais sobre a empresa e os produtos e serviços oferecidos. Com o tempo, você pode expandir sua atuação no mundo virtual. Atue com profissionalismo na internet, contratando as pessoas certas para executar o serviço.
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Ponto de Referência –
w w w.embr atur .go .embratur atur.go .govv.br
No site da empresa oficial do turismo no Brasil, o empreendedor encontra notícias sobre eventos, incluindo também informações a respeito de legislação e das perpectivas econômicas para o segmento.
sites
Embr atur Embratur
Por Portt al do Mar Markk eting w w w. p o r t a l d o m a r k e t i n g . c o m . b r O destaque desse site vai para a variedade de artigos de marketing disponibilizados gratuitamente. Oferece ainda links para sites nacionais sobre marketing, além de dicas de livros sobre o assunto.
Você
Fernando Dolabela w w w. d o l a b e l a . c o m . b r
Site com informações a respeito do trabalho do professor Fernando Dolabela, um dos principais incentivadores do ensino do empreendedorismo no Brasil. Destaque também para os artigos publicados pelo professor, bem como para os links para sites que tratam de empreendedorismo.
Receita Federal w w w. r e c e i t a . f a z e n d a . g o v. b r
Essa é uma consulta que o empreendedor não pode deixar de fazer. É a fonte de informação principal para aprender um pouco (ou pelo menos ficar ciente) dos impostos que uma empresa precisa pagar quando é aberta.
Por t al do Micr Microcrédit ocrédito ocrédit o w w w. p o r t a l d o m i c r o c r é d i t o . c o m . b r
livros
O objetivo do portal é servir de ponto de referência para os interessados em conhecer tudo a respeito do microcrédito. E faz isso disponibilizando uma série de informações sobre o assunto, além de oferecer também listas de endereços de instituições que atuam, apóiam ou estudam o microcrédito.
Encontrando Seu Nicho (Laurence J. Pino – Best-Seller)
Dominando os Desafios do Empreendedor (Financial Times – Makron Books)
Plano de Marketing Para Micro e Pequenas Empresas (Alexandre Luzzi Las Casas)
sabia...
... que o projeto “Contabilizando o sucesso”, desenvolvido pelo Sebrae e pelo Conselho Federal de Contabilidade, vai preparar os contadores por meio de cursos de capacitação em gestão empresarial, para atuar na assessoria gerencial das micro e pequenas empresas? A meta em dois anos envolve 50 mil palestras e a capacitação de 7.250 profissionais para atender 376 mil micro e pequenas empresas atendidas. ... que nos últimos anos instituições e organizações não-governamentais vêm difundindo o microcrédito como uma forma alternativa de concessão de crédito especialmente para empreendedores de pequeno porte, que em geral não têm acesso aos financiamentos concedidos pelos bancos? Para saber como ter acesso ao microcrédito, basta procurar o Sebrae da sua cidade ou o Agente de Crédito credenciado. ... que há 15 anos surgia no Brasil a Associação de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (Anprotec), que desde então passou a ser o ponto de referência e incentivo para o crescimento das incubadoras de empresas? Prova do trabalho desenvolvido pela Anprotec é o fato de o Brasil contar atualmente com uma rede de mais de 200 incubadoras servindo de base para o nascimento e crescimento de inúmeras empresas.
meu Como Empreender Melhor
NEGÓCIO
UMA
PRODUÇÃO DA EDITORA EMPREENDEDOR SETEMBRO 2003 DIRETOR - EDITOR : ACARI AMORIM DIRETOR DE MARKETING E COMERCIALIZAÇÃO : JOSÉ LAMONICA
Administração de Marketing (Philip Kotler – Prentice Hall)
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Marketing Turístico e de Hospitalidade (Edmir Kuazaqui – Makron Books)
EDIÇÃO E TEXTOS : ALEXANDRE GONÇALVES PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: ANGELITA CORRÊA REVISÃO : JOSÉ RENATO DE FARIA CAPA: SUPERSTOCK ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA : AV. OSMAR CUNHA, 183 - BL. C 9º ANDAR - CEP 88015-900 FLORIANÓPOLIS - SC
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Setembro 2003 . Meu Negócio
meunegocio@empreendedor.com.br
Guiado
Empreendedor
Pr odutos e Ser viços (pág. 60) Produtos Serviços
Leitura (pág. 62) Roteir o Roteiro completo Do LLado ado da Lei (pág. 63) Lei mais forte contra os piratas! Análise Setorial (pág. 64) O alto preço da credibilidade Indicadores (pág. 65) Agenda (pág. 66)
Guia do Empreendedor Pr odutos & Ser viços Produtos Serviços Lâmpadas fluorescentes Ampliando a linha de produtos, a Sylvania Iluminação apresenta os novos modelos de lâmpadas fluorescentes compactas, que se destacam pelo tamanho diferenciado e design decorativo. Os produtos foram desenvolvidos para incrementar a arte de decorar ambientes e atender a um público cada vez mais preocupado com os detalhes que determinam o diferencial. “As lâmpa-
2003
Multicam Digital Um sistema distribuído no Brasil pela Kronix permite o controle de produtividade e segurança à distância e ainda oferece aos clientes a visualização do serviço e do produto encomendado. Trata-se do Multicam Digital, tecnologia que proporciona o monitoramento, gravação e transmissão de imagens pela internet. “Empresários de pequeno e médio portes que utilizam a solução Multicam estão obtendo os resultados esperados, muito além das expectativas de controle e segurança dos sistemas de circuito de TV”, diz Charles Kropp, diretor comercial da Kronix. www.multicam.com.br Setembro – Empreendedor
das são menores do que as tradicionais, no entanto também possuem alta eficiência luminosa”, explica Eduardo Leonelo, gerente de Produtos da empresa. Além disso, as embalagens indicam a aparência de cor da luz emitida pela lâmpada, o que proporciona uma melhor escolha do produto em função da harmonia de tonalidades do ambiente que será iluminado. www.sylvania.com.br
Criatividade e empreendedorismo Com a meta de preparar profissionais mais criativos e de maior valor para as empresas, a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) inaugurou recentemente o Centro de Criatividade e Empreendedorismo. Criado especialmente para concentrar as aulas da disciplina de Criatividade presente em todos os currículos dos cursos de graduação e pós-graduação, o espaço também será utilizado para a realização de cursos, seminários e workshops específicos para o desenvolvimento das habilidades do empreendedor. www.faap.br
Pólo calçadista
Sob medida
Implantado recentemente, o Pólo Calçadista já é uma realidade na cidade catarinense de São João Batista e região. O pólo recebeu o aporte de R$ 1,8 milhão do Sebrae/SC e do Sindicato da Indústria Calçadista para o desenvolvimento, capacitação e qualificação de 18 indústrias locais e 250 ateliês. Além disso, vai proporcionar cem novos empregos que, integrados em uma cooperativa, irão produzir artesanato a partir dos resíduos das indústrias. “A participação do Sebrae é de suma importância para o nosso desenvolvimento”, ressalta Jair Sebastião de Amorin, prefeito do município. (48) 265-0195
A Cinex, indústria de portas para móveis e divisórias de alumínio e vidro, desenvolveu um software próprio para estruturar produtos sob medida. Batizado de Estruturador, o programa guia o usuário através de perguntas, cujas respostas levam a outras questões, montando-se, dessa forma, o produto desejado. Segundo César Cini, diretor da Cinex, a cada pedido, alteramse dimensões, vidros aplicados, número de furos e travessas divisórias, sistemas deslizantes, entre outros componentes. “O software apresenta restrições, para que o usuário não peça algo impossível de produzir”, explica Cini. www.cinex.com.br
Suvinil Construções Preocupada em desenvolver produtos diferenciados, a Suvinil Indústria e Comércio de Tintas criou uma linha voltada para construção civil. Trata-se da Suvinil Construções, que atende às necessidades específicas desse mercado. Entre as principais características dos sete produtos que fazem parte da nova linha estão o poder de retoque, cobertura e rendimento, o que facilita a aplicação pelo profissional. www.suvinil.com.br
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PUBLIEDITORIAL
Aprenda inglês sem medo A English Island oferece um método diferenciado para ensinar inglês de uma forma interessante e estimulante
Imersão total Para melhorar o aprendizado dos executivos, a English Island utiliza os cursos por imersão total, nos quais executivos e empresários ficam isolados em um hotel de categoria quatro estrelas, em Florianópolis, durante cinco dias, período no qual é obrigatório o uso do idioma 24 horas por dia. As aulas são ministradas em um ambiente calmo e aconchegante, combinando situações acadêmicas com atividades sociais, através de um programa intensivo. São seis horas diárias de aulas tradicionais em sala e oito horas de vivência do idioma extraclasse, quando o aluno tem a oportunidade de reforçar e exercitar a conversação do idioma. Segundo Nogueira, outro diferencial é o tamanho da formação dos grupos, compostos de até cinco alunos classificados previamente através de uma avaliação escrita e oral nos níveis pré-intermediário, intermediário e avançado. “Foi feito todo um trabalho de pesquisa de mercado em nível de Brasil e verificamos que havia poucas empresas que ofereciam cursos com esse perfil. Além disso, é o primeiro a ser realizado em cidade com praia”, completa. Entre os clientes da English Island estão empresas como Volkswagen Caminhões, Volvo, Souza Cruz, Ernst & Young, Metisa, Bradesco e Telesp Celular. O preço do curso completo, com acomodações (apartamento individual), três refeições e dois coffee break por dia, material didático e translado do aeroporto para o hotel, custa em torno de R$ 1.770. Agora, falta de tempo não é mais motivo para não estudar inglês, principalmente de forma descontinuada. “Com essa forma de aprendizado descontraída, o aluno aprende muito melhor. O grande trunfo é perder o receio de errar.”
English Island – Fone: (48) 234-8000 – englishisland@iaccess.com.br – www.englishisland.com.br
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Empreendedor – Setembro
2003
Nem precisa ser especialista para saber que o idioma inglês é peça-chave nas negociações entre empresas de diferentes países. Atualmente, o inglês já é adotado como oficial por cerca de 85% das companhias mundiais. Por isso, ter uma boa fluência e domínio da língua é fundamental para estabelecer uma comunicação precisa e efetuar negócios promissores. De qualquer maneira, não é todo empreendedor que está determinado a priorizar o aprendizado do idioma, mesmo sabendo que ele é cada vez mais necessário. Um dos motivos alegados pelos executivos é a falta de tempo para freqüentar as aulas. Foi pensando neles que a English Island, empresa catarinense especializada em ministrar cursos de idiomas, criou uma maneira diferenciada de ensinar o inglês, tratando de tópicos que interessem e estimulem os alunos. “Utilizamos material na área de business, no qual são abordados temas de interesse de quem trabalha em uma empresa. Dessa forma, a própria experiência no trabalho já motiva ao debate”, afirma Glafir Otávio Nogueira, proprietário da empresa. O objetivo do curso é atender ao empresário que estuda inglês, mas que não consegue ter uma maior dedicação ao estudo do idioma. Segundo Nogueira, a grande vantagem do curso é que o aluno melhora a fluência e adquire autoconfiança na conversação, perdendo a inibição e o receio de falar. “As pessoas lêem, redigem e estudam inglês há algum tempo, mas não têm a fluência da língua”, diz. Ele salienta que muitas vezes o executivo também tem medo de falar e errar, tropeçando nas palavras. “Com o curso ele acaba adquirindo maior confiança em falar, mesmo que fale errado, e o erro vai sendo corrigido aos poucos, dando lugar à fluência.”
Guia do Empreendedor Leitura
2003
Roteiro completo Abrangendo desde a idéia inicial do investidor até a fase de execução e controle de um negócio, a meta do livro Gerenciamento de Empreendimentos, de Sylvio Pessoa, é nortear empreendedores e executivos na realização de um empreendimento. “Por mais de 30 anos venho observando a fraqueza de conhecimentos para a realização de empreendimentos, identificada nos contatos que tive com empresários que desejavam desenvolvê-los”, afirma Pessoa. Além de definir conceitos, o autor apresenta na obra todos os passos e aspectos que determinam o sucesso de um empreendimento. Segundo Pessoa, um gerente precisa conhecer como se integrar com as pessoas, integrá-las no conjunto (equipe) e saber motivá-las. “O líder motiva pessoas para a realização de uma tarefa, no sentido de satisfação de necessidades pessoais, enquanto que o gerente é mais do que um líder de pessoas.” Para o autor, o gerente ainda necessita planejar, organizar e contratar as atividades a serem cumpridas, funções que considera igualmente fundamentais para que o alvo do gerenciamento seja atingido e a empresa bem-sucedida. O livro é uma espécie de manual que auxilia o leitor a identifiSetembro – Empreendedor
car os objetivos do empreendimento e a montar estratégias e táticas para alcançá-los. A obra também engloba pontos comuns de importantes etapas do gerenciamento de um negócio como a idéia, a concepção, a viabilidade, o planejamento, a construção da obra e o comissionamento. “Não só aborda os assuntos nos textos como apresenta padrões e gráficos orientadores para atividades operacionais pertinentes a cada especialidade”, completa o autor. O livro é dividido em dez capítulos, entre eles “O Empreendimento”, “Gerenciamento e o Gerente”, “Planejamento do Empreendimento”, “Custos e Preços do Empreendimento”, “Projeto Executivo Detalhado” e “Construção e Montagem”. Recomendado para empreendedores, executivos, profissionais, professores, estudantes e técnicos de nível médio como projetistas, supervisores, administradores, almoxarifes, conferentes, auxiliares de planejamento e verificadores de qualidade. Sylvio Pessoa é engenheiro civil, formado em 1948, e trabalhou durante 30 anos como profissional em empresas de consultoria de engenharia como Kaiser Engineers, Promon Engenharia e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
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FICHA TÉCNICA Gerenciamento de Empreendimentos, Sylvio Pessoa, Editora Insular (www.insular.com.br), 392 págs., R$ 59,00
TRECHOS “Empreender é qualquer ato de realizar fisicamente alguma coisa que se deseja pôr em prática para um determinado fim.” “O planejamento é o principal instrumento de trabalho do Gerente do Empreendimento, face suas responsabilidades para com o Proprietário.” “O setor de planejamento são os olhos, pernas, braços e ouvidos do Gerente do Empreendimento, retendo este a capacidade de análise e ações conseqüentes. Abrange todas as áreas do Empreendimento e em todas elas deverá estar presente.” “Informação não flui de sua própria vontade. Se não for completamente planejada e programada, o fluxo de informações será, usualmente, pouco adequado.” “O objetivo formal do gerenciamento de valores imputáveis ao Empreendimento é seguir a regra áurea de obter-se o Empreendimento na qualidade desejada, pelo menor preço, no tempo planejado.” “As altas tecnologias de ponta surgidas na década de 50-70 requerem – em face de sua importância econômica, bem como da necessidade de segurança total – novas políticas de gerenciamento, desde a elaboração de projetos até sua execução final.” “Nem sempre os números e índices de um Relatório de Progresso de um Empreendimento são os melhores indicadores da situação real de seu progresso.”
Do Lado da Lei
Lei mais forte contra os piratas! Para dar maior pr oteção ao direito proteção autoral, nova lei prevê penas mais pesadas para os vilões da pirataria DIVULGAÇÃO
com intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no país, adquire, oculta, tem em depósito original ou cópia de obra reproduzida em violação do direito de autor ou ainda aluga original ou cópia, sem autorização expressa do produtor ou de quem o represente. O parágrafo 3º. vem como novidade, mais do que necessária, para resolver a lacuna da criminalização da pirataria via internet de obras audiovisuais individuais, bem como a de sinais de televisão a cabo, quando a programação inteira de canais é “roubada” para redistribuição desautorizada. Essa modificação também legitima as programadoras e as operadoras como vítimas da falta de autorização e não somente o produtor, mesmo estrangeiro. A pena aqui também é de dois a quatro anos de reclusão e multa. O Código Penal criou uma não-criminalização, com exceção para os casos do art. 46 da Lei Autoral, as licenças legais como: reprodução pela imprensa (diários e periódicos) de retratos, quando realizada pelo proprietário; reprodução das obras para o braille; citação em livros, jornais e revistas; lições de ensino; execução para demonstração do produto, fins didáticos, prova judiciária, entre outras. Além disso,
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liberou de crime a cópia privada integral para uso do copista, o que é vedado pelo art. 46, II, da Lei Autoral, que somente permite a cópia privada parcial. Como a Lei 10.965/2003 não disse expressamente ter revogado o art. 46, II, da Lei 9.610/1998, fica a dúvida se a cópia integral de um filme para uso privado não continua sendo infração civil de direito autoral. A nova lei revoga o art. 185 do Código Penal, que considerava crime a violação do direito moral de autor de autoria, isto é, quando alguém declarava falsamente ser outro o autor da obra. Na verdade, esse artigo não tinha grande utilidade. O novo artigo 186 agora deixa claro que a simples “violação de um direito autoral” depende, para iniciar o processo, de queixa do prejudicado (queixa crime). Os crimes de pirataria de que tratam os parágrafos 1º. e 2º. não dependem de queixa. Já a pirataria eletrônica do parágrafo 3º. precisa de apenas uma representação e, daí para frente, o processo segue seu curso automaticamente. A lei está valendo a partir de 1.º de agosto de 2003.
Mar cos Sant’Anna Bitelli Marcos Advogado (11) 3871-0269 Empreendedor – Setembro
2003
No dia 1º de julho de 2003 foi sancionada a Lei n.º 10.695, que alterou a redação dos artigos 184 e 186 do Código Penal que cuidam dos crimes de violação aos direitos autorais. Como se sabe, as receitas econômicas de conteúdos ou obras protegidas são cada vez mais um negócio importante para as empresas. Por isso, o país está cada vez mais se aparelhando para fornecer instrumentos de proteção aos empreendedores, produtores, criadores, licenciadores e licenciantes desses tipos de produtos. A alteração legal manteve a característica de que a tipificação penal prevista como crime, ou seja, “violar direito autoral”, é uma norma penal em branco. A definição do que é direito autoral e sua violação decorre da interpretação da Lei de Direito de Autor (Lei n.º 9.610/1998). A regra geral ficou mantida, assim como a pena, que é de três meses a um ano ou multa. Todavia, no parágrafo 1º. do artigo 184, agora, a pena mínima para o crime de pirataria (reprodução com intuito de lucro, por qualquer meio, sem autorização) foi elevada para dois anos, mantido o limite de quatro anos de reclusão. O novo parágrafo 2º. do artigo 184 mantém na maior parte a redação do antigo, considerando criminoso quem,
Guia do Empreendedor Análise Econômica
O alto preço da credibilidade
2003
O contr ole da inflação não se traduziu controle em redução de jur os, que evitaria muitos juros, custos governamentais e sociais Os últimos dez anos foram marcados por contínuas reclamações sobre as elevadas taxas reais de juros praticadas na economia brasileira, tanto no período de alta taxa de inflação anterior ao Plano Real como posteriormente, quando a inflação está baixa para os nossos padrões históricos. Nos primeiros meses do governo Lula as reclamações estão atingindo níveis de estridência poucas vezes vistos, vindas dos mais diferentes segmentos da sociedade. Um fato pitoresco nesta constatação é que muitos dos setores que temiam uma política econômica frouxa do governo de esquerda, com expansão monetária e aumentos de gastos, estão agora reclamando do conservadorismo que se manifesta nas taxas de juros definidas pelo Banco Central. Há que se analisar, então, por que se está adotando uma política impopular em um governo que se temia populista. O Banco Central consegue determinar as taxas de juros de curto prazo, embora esta não seja a variável mais importante da política monetária. Para a tomada de decisão de famílias e empresas, é mais importante a taxa real de juros, porque em um contexto de inflação, mesmo que baixa, há uma tendência de que os preços e salários sejam aumentados, emSetembro – Empreendedor
bora não em valores idênticos. A estratégia adotada na condução da política monetária é olhar o comportamento da inflação e a partir dela definir a taxa nominal de juros, buscando uma taxa real mais alta em períodos em que se busca frear a demanda e mais baixa quando se quer estimular a demanda da economia. A motivação para este movimento é clara: demanda mais baixa impede aumentos de preços e repasse total de aumentos de custos, enquanto a demanda mais elevada estimula a produção. Percebe-se, portanto, o dilema que aflige os governos: controlar a inflação ao custo de menor produção ou permitir aumentos de demanda que podem gerar aumento ou persistência (inércia) da inflação. O caso do governo brasileiro no primeiro semestre de 2003 não foi diferente, mas com um complicador adicional: a inflação elevada gerada pela crise cambial de 2002. A opção a ser feita pelo governo envolvia admitir a convivência com uma taxa de inflação permanentemente mais elevada e procurar um maior crescimento econômico em relação aos fracos 2001 e 2002; ou combater a inflação através de políticas restritivas. A escolha foi claramente por debelar a inflação, possivelmente por causa do histórico de
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altas taxas e facilidade de aceleração da inflação brasileira. A reação ao fraco desempenho produtivo da economia brasileira foi, e ainda é, o clamor por juros mais baixos que possam estimular a demanda e, com isso, a produção. O Banco Central, entretanto, tem procurado mostrar a sua independência em relação às pressões e sua prioridade em controlar os preços, reduzindo as taxas de juros em ritmo mais lento que a expectativa de inflação. Isto gera taxas de juros reais muito elevadas, inibindo ainda mais a demanda, favorecendo os recebedores de juros e aumentando a dívida pública. O Banco Central consegue mostrar sua intenção de não permitir descontrole de preços, mas passa a permitir a manutenção de taxas reais de juros descabidamente elevadas. Em outras palavras, o custo da credibilidade está se tornando muito elevado, porque o controle da inflação que se conseguiu não se traduziu na correspondente redução dos juros, a qual nada teria de irresponsável, mas evitaria muitos custos governamentais e sociais.
Roberto Meurer
Professor de Economia da UFSC e consultor da Leme Investimentos
Indicadores
Carteira teórica Ibovespa NOME/TIPO AÇÃO
VARIAÇÃO % ANO (ATÉ AGOSTO)
0,63 1,52 0,82 3,84 5,59 0,54 1,83 0,42 2,26 2,14 0,42 0,39 0,10 2,34 0,36 0,34 1,13 0,66 0,96 3,25 0,60 0,79 3,07 0,89 5,87 2,09 100,00 0,21 1,63 0,30 0,13 1,17 2,97 9,13 1,38 3,16 1,00 0,94 0,29 0,94 1,92 0,38 0,95 1,59 1,02 13,04 1,31 4,59 0,64 0,38 0,49 2,30 1,53 3,03 0,73
55,43 23,52 26,13 36,54 24,13 31,03 68,36 26,67 27,14 21,45 175,00 -14,81 4,26 22,46 9,94 64,07 -17,00 42,45 -4,62 15,68 13,54 -7,31 9,09 51,67 62,57 81,02 34,66 53,87 56,35 204,85 -37,45 -14,29 28,45 35,67 47,94 132,34 77,57 49,96 16,75 -3,83 30,43 0,00 -4,03 8,77 52,09 48,61 15,31 12,24 4,68 142,14 66,92 166,29 11,71 8,12 32,70
65
Inflação
(%)
Índice -M IGP-M IGP IGP -DI (julho) IGP-DI IPCA (julho) IPC - Fipe (julho)
Agosto 0,38 -0,20 0,20 -0,08
Juros/Aplicação
(%)
Agosto 1,69 1,69 0,91 1,52 6,41
(até 29/08/03) CDI Selic Poupança CDB pré 30 Ouro BM&F
Ano 5,85 4,31 6,85 5,20
Ano 16,03 16,08 7,90 14,43 -8,23
Indicadores imobiliários (%) Agosto 1,51 0,36
CUB SP TR
Ano 12,96 3,70
Juros/Crédito Agosto 28/agosto Desconto 3,05 Factoring 4,39 Hot Money 3,60 Giro Pré 3,60
(em % mês) Agosto 29/agosto 2,80 4,39 3,60 3,50
(*= taxa ano)
Câmbio (até 25/07/2003) Cotação Dólar Comercial Ptax R$ 2,9665 US$ 1,0992 Euro Iene US$ 117,05
Mercados futuros Setembro Dólar R$ 2,967 Juros DI 21,07%
Ibovespa Futuro
(em 29/08/2003) Outubro Novembro R$ 3,027 R$ 3,074 20,50% 20,12%
(em 25/07/2003) Outubro Dezembro 15.497
15.996
Empreendedor – Setembro
2003
Acesita PN Ambev PN Aracruz PNB Bco Itau Hold Finan PN Bradesco PN Bradespar PN Brasil ON Brasil T Par ON Brasil T Par PN Brasil Telecom PN Braskem PNA Celesc PNB Cemig ON Cemig PN Cesp PN Comgas PNA Copel PNB CRT Celular PNA Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo Metropo PN Embraer ON Embraer PN Embratel Part ON Embratel Part PN Gerdau PN Ibovespa Ipiranga Pet PN Itausa PN Klabin PN Light ON Net PN Petrobras ON Petrobras PN Sabesp ON Sid Nacional ON Sid Tubarao PN Souza Cruz ON Tele Celular Sul ON Tele Celular Sul PN Tele Centroeste Cel PN Tele Leste Celular PN Tele Nordeste Celul PN Telemar Norte Leste PNA Telemar ON Telemar PN Telemig Celul Part PN Telesp Cel Part PN Telesp Operac PN Tractebel ON Transmissao Paulist PN Usiminas PNA Vale Rio Doce ON Vale Rio Doce PNA Votorantim C P PN
PARTICIPAÇÃO IBOVESPA
Guia do Empreendedor Agenda De 12/09 a 14/09/2003
De 04/09 a 14/09/2003
18ª FEIRA DO LIVRO DE FLORIANÓPOLIS Beiramar Shopping Florianópolis – SC Fone: (48) 224-5135 De 08/09 a 12/09/2003
6ª HOUSEWARES & GIFT FAIR SUL Centro de Convenções da Bahia CEPUC – Centro de Eventos da PUC Porto Alegre – RS Fone: (11) 3896-0200
TECNOHAB
De 12/09 a 15/09/2003
Salão de Tecnologia e Qualidade na Construção Civil Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 4688-6000 De 08/09 a 12/09/2003
FEHAB
Feira Internacional da Beleza Pavilhão de Exposições do Anehmbi São Paulo – SP Fone: (11) 3829-9111
VI Feira de Fornecedores da Construção Civil Centro de Exposições de Curitiba/Parque Barigüi Curitiba – PR Fone: (41) 335-3377 De 09/09 a 13/09/2003
INTERMEC 2003 4ª Feira Internacional de Tecnologia, Máquinas, Equipamentos e Serviços para Indústria Metalmecânica Parque de Exposições da Expoville Joinville – SC Fone: (47) 422-7309 De 09/09 a 13/09/2003
VINO BRASIL´2003 5º Salão Brasileiro do Vinho Fundaparque Expo Bento Gonçalves – RS Fone: (11) 5572-1221 De 11/09 14/09/2003
2003
MULTIMINAS BRASIL V Feira Nacional do Turismo Centro de Feiras e Exposições de Minas Gerais Belo Horizonte – MG Fone: (31) 3261-3870 Setembro – Empreendedor
Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP Fone: (11) 3829-9111 De 23/09 a 26/09/2003
COUROMODAS ORIENTE MÉDIO Pavilhão Brasileiro na Feira Al Hida’a 2003 Sharjah Expo Centre Sharjah – Emirados Árabes Fone: (11) 3897-6100 De 23/09 a 26/09/2003
FECIT IX Feira Comercial e Industrial de Ituiutaba Parque de Exposições JK Ituiutaba – MG Fone: (34) 3431-2973
De 09/09 a 13/09/2003
EXPOCON
5ª FEIRA INTERNACIONAL DE EQUIPAMENTOS PARA CONSTRUÇÃO/3ª FEIRA INTERNACIONAL DE EQUIPAMENTOS PARA MINERAÇÃO
COSMOPROF COSMÉTICA
De 13/09 a 21/09/2003
Feira Internacional da Indústria da Construção Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 4688-6000
De 16/09 a 20/09/2003
De 13/09 a 22/09/2003
FEIMODA 3ª Feira da Confecção, Calçados e Acessórios Parque de Exposições Agropecuária Cachoeira do Itapemirim – ES Fone: (27) 336-6864 De 14/09 a 17/09/2003
FITABES´2003 5ª Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental Complexo Centreventos Cau Hansen Joinville – SC Fone: (21) 2537-4338 De 15/09 a 18/09/2003
EQUIPOTEL 2003 41ª Feira Internacional de Equipamentos, Produtos e Serviços para Hotéis Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo – SP Fone: (11) 5574-5166 De 23/09 a 26/09/2003
FENAF 10ª Feira de Fundição, Insumos e Equipamentos Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 3266-7331 De 24/09 a 28/09/2003
EXPOMUSIC´2003 20ª Feira Internacional da Música Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 4191-8188 De 25/09 a 27/09/2003
EXPO ABRAS´2003 33ª Feira Internacional de Produtos e Serviços para Supermercados Pavilhão de Exposições do Riocentro Rio de Janeiro – RJ Fone: (11) 3837-4500 De 16/09 a 19/09/2003
FENASUCRO´2003 11ª Feira Internacional de Sucroalcooleira Pavilhão de Exposições Paulo Merlin Sertãozinho – SP Fone: (16) 623-8936
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AJORSUL 14ª Feira de Jóias, Relógios, Óptica e Afins Sierra Park Gramado – RS Fone: (51) 3221-5259 De 30/09 a 03/10/2003
FEBRAVA
Feira Internacional de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação, Aquecimento e Tratamento do Ar Centro de Exposições Imigrantes Holambra – SP Fone: (19) 3802-1421
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