Empreendedor 108

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MERCADO

Quem ganha com a expansão hoteleira

ISSN 1414-0152

www.empreendedor.com.br

Ano 9 • Nº 108 • Outubro 2003 • R$ 6,00

CRISTIANA ARCANGELI

A paixão que gera negócios

FRANQUIA

As vantagens das boas parcerias

Inovação e Valor aos Negócios


2003

Outubro – Empreendedor

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Empreendedor – Outubro


Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Marketing e Comercialização José Lamonica [joselamonica@uol.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexandre Gonçalves [alex@empreendedor.com.br] Editor: Carlos Castilho Repórteres: Lúcio Lambranho, Fábio Mayer e Sara Caprario Editor de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Glaicon Covre e Arquivo Empreendedor Produção e Arquivo: Ivone Zanatta Ilustrações: Clóvis Geyer Ilustração da capa: Luimar Revisão: José Renato de Faria Coordenador de Web: Flaviano da Cunha Júnior Sedes São Paulo Diretor de Marketing e Comercialização: José Lamônica Executivos de Contas: Paula Araújo Speda, Ariovaldo Florian e Edson Ramão Rua Sabará, 566, 9º andar, cj. 92 01239-010 - São Paulo - SP Fones: (11) 3214-5938/3214-6093 [empreendedorsp@uol.com.br] Florianópolis Executivo de Contas: Waldyr de Souza Junior [wsouza@empreendedor.com.br] Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss Av. Osmar Cunha, 183, Ceisa Center, bl. C, 9º andar 88015-900 - Florianópolis - SC Fone: (48) 224-4441 Representante Dinâmica Promoções e Eventos Carlos Hamilton Martins Feltrin Rua Turiassu, 127, cj. 12/13 - Perdizes 05005-001 - São Paulo - SP Fone/Fax: (11) 3822-0412 [dinapro@terra.com.br] Escritórios regionais

Nesta Outubro/2003

edição

Apaixonada por comésticos. Assim se autodefine Cristiana Arcangeli, um ícone na indústria brasileira de cosméticos desde que fundou a Phytoervas. Em entrevista exclusiva, a empresária analisa os pontos-chave de sua trajetória e também o atual momento da indústria da beleza.

Capa

Rio de Janeiro [triunvirato@triunvirato.com.br] Milla de Souza Rua México, 31, grupo 1404 - Centro 20031-144 - Rio de Janeiro - RJ Fone/Fax: (21) 2533-3121/2524-2757/2533-1601 Brasília [jcz@forumci.com.br] Ulysses C. B. Cava SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial Bloco C, cj. 330 70140-907 - Brasília - DF Fone: (61) 426-7315 Paraná [merconet@merconet.srv.br] Ricardo Takiguti Rua Joaquim da Costa Ribeiro, 507 A - Atuba 82840-190 - Curitiba - PR Fone: (41) 367-4388 Rio Grande do Sul [hermano@hrmmultimidia.com.br] HRM Representações Ltda./Hermano Thaddeu Filho Rua Saldanha Marinho, 33 - sala 608 - Menino Deus 90240-160 - Porto Alegre - RS Fone/Fax: (51) 3231-6287 Ceará [dilerportela@wettor.com.br] Dilermando Portela Av. Luciano Carneiro, 99 - Bairro Fátima 60410-690 - Fortaleza - CE Fones: (85) 433-3989/9969-7312 Pernambuco [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem 51021-310 - Recife - PE Fone: (81) 3327-3384/3327-9430 Minas Gerais [comercial@sbfpublicidade.com.br] SBF Representações/Sérgio Bernardes de Faria Av. Getúlio Vargas, 1300, 17º andar, cj. 1704 30112-021 - Belo Horizonte - MG Fone: (31) 3261-2700

Produção gráfica Impressão e Acabamento: Prol Editora Gráfica Distribuição: Fernando Chinaglia S.A. (São Paulo)

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Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br

Empreendedor Setembro Outubro –– Empreendedor

18 Responsabilidade Social é um assunto que entrou definitivamente na ordem do dia do empresariado brasileiro. Mas ainda há muito a ser feito, como por exemplo estimular mais as micro e pequenas empresas rumo a uma gestão que tenha a Responsabilidade Social incorporada em todos os níveis e em que ser responsável é muito mais do que promover ações filantrópicas. Saiba quais são os passos para as micro e pequenas empresas se tornarem responsáveis com “R” maiúsculo.

Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante Diretora: Clementina P. da Silva Gerente: Luzia Correa Weiss Fone: 0800 48 0004 [assine@empreendedor.com.br]

ANER

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Entrevista

DIVULGAÇÃO

A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor

ILUSTRAÇÃO LUIMAR

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Empresa Ágil Suplemento FRANQUIA TOTAL Redes investem cada vez mais em parcerias com empresas de fora do franchising e com isso conseguem uma alternativa para expandir sua atuação. Confira também as notícias sobre o mercado, e na seção Franco Franquia a resposta para quem anda meio desmotivado com sua franquia. Veja ainda as informações do espaço da ABF.

INTERNET

Uma praga chamada SPAM Estas quatro letras tiram o sono da maior parte dos gerentes e diretores de marketing on-line de empresas privadas e públicas.

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VENDAS

Vencendo obstáculos 42

Mercado

As boas perspectivas do ramo hoteleiro estão animando também os fornecedores de equipamentos, produtos e serviços para hotéis. Nesse embalo tais fornecedores estão se superando para atender às necessidades dos hotéis em proporcionar o melhor para satisfazer os clientes cada vez mais exigentes.

LEIA TAMBÉM Cartas .................................................................... 6 Empreendedores ................................................. 14 Não Durma no Ponto ........................................... 18 Via Digital ............................................................. 46

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Produtos e Serviços ....................................... Do Lado da Lei................................................ Leitura ............................................................. Análise Setorial .............................................. Indicadores ..................................................... Agenda .............................................................

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RESPONSABILIDADE SOCIAL

As vantagens de não ter lucro O título acima é um jogo de palavras, mas você pode ter bons resultados ao envolver sua empresa em atividades que não produzem lucro.

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INFORMAÇÃO

As lições corporativas da guerra no Iraque A invasão do Iraque mostrou aos executivos de empresas como lidar com mudanças radicais no fluxo de informações públicas.

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GUIA DO EMPREENDEDOR

Quando um cliente mencionar alguma objeção à compra ou negócio, fique de olho, pois é um sinal de que você pode estar cometendo um erro.

Empreendedor Empreendedor –– Setembro Outubro


do

Editor

Cartas R

esponsabilidade Social é um assunto que já foi enfocado pela revista Empreendedor em outras edições. Mas a reportagem que publicamos como destaque desta edição certamente irá surpreender você, leitor. A razão para a surpresa é o próprio enfoque dado à reportagem produzida pelo repórter Lúcio Lambranho. Inicialmente, partimos da idéia de que as micro e pequenas empresas têm um papel fundamental na difusão dos conceitos relativos à Responsabilidade Social. Mas ainda assim permanecem meio que à margem de todo o processo. Por isso, construímos a pauta a partir da relação que as micro e pequenas empresas têm com a Responsabilidade Social. Depois, com base nas informações coletadas por Lambranho, optamos por valorizar uma visão diferente da que geralmente é mostrada quando se trata de Responsabilidade Social.

Jovem S. A.

Em vez de destacar as ações sociais que as empresas adotam, a reportagem apresenta uma nova abordagem do conceito como parte integrante da gestão da empresa. Ou seja, não se pode ter Responsabilidade Social só do lado de fora da empresa. É preciso que haja uma coerência nas atitudes para que essa responsabilidade seja para valer – dentro e fora da empresa – e não um mero apelo de marketing. Esperamos que a leitura dessa reportagem estimule a adoção de uma nova consciência por parte das micro e pequenas empresas (e das empresas em geral, por que não?). E que, assim, a Responsabilidade Social esteja cada vez mais presente no diaa-dia das empresas e de todos os brasileiros. Confira a reportagem a partir da página 20. Boa leitura.

Ao ler o artigo (edição de setembro) sobre jovens no comando de empresas como Bernardo de Lucia me deparei com um assunto que há tempo tenho curiosidade em saber. Se puder me orientar, gostaria de saber onde posso buscar informações sobre como trabalhar como guia de turismo em operadoras que levam turistas brasileiros para países da Europa. Sou formado em Relações Internacionais e pós-graduado em Ecoturismo e gostaria muito de ter a oportunidade de trabalhar nesta área. Elian Passos e Silva

Por e-mail Prezado Elian, Casos como o de Bernardo de Lucia mostram como é possível ser empreendedor desde cedo quando se recebe informação sobre Empreendedorismo. Por esse motivo, pense sobre suas características pessoais e tente perceber se você tem ou não vocação para gerenciar um negócio, que pressupõe riscos, antes de procurar um emprego. Essa alternativa pode ser buscada nas empresas juniores dentro das universidades onde você concluiu sua formação profissional. Se tiver alguma idéia de um empreendimento em Ecoturismo, por exemplo, tente formular um plano de negócios. Uma boa dica é o site www.planodenegócio.com.br. Além disso, você também pode entrar em contato com o Bernardo pelo fone (21) 3154-6880. de

Assinaturas Para assinar a revista Empreendedor ou solicitar os serviços ao assinante, ligue 0800 48 0004. O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 72. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 16,7%, pagando somente R$ 60. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h30min. Se preferir, faça sua solicitação de assinatura pela internet. O endereço é www.empreendedor.com.br ou pelo e-mail assine@empreendedor.com.br.

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Correspondência As cartas para as revistas Empreendedor, Jovem Empreendedor, Dirigente Lojista, Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de Franquias, publicações da Editora Empreendedor, podem ser enviadas para qualquer um dos endereços abaixo: São Paulo: Rua Sabará, 566 - cj. 92 CEP 01239-010 - São Paulo - SP Rio de Janeiro: Rua México, 31 - cj.1404 CEP 20031-144 - Rio de Janeiro - RJ

Outubro – Empreendedor

Empreendedor

Brasília: SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial - Bloco C - cj. 330 CEP 70140-907 - Brasília - DF Rio Grande do Sul: Rua Saldanha Marinho, 33 - sala 608 - Menino Deus 90240-160 - Porto Alegre - RS Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 Bloco C - cj. 902 CEP 88015-900 - Florianópolis - SC Paraná: Rua Joaquim da Costa Ribeiro, 507 A, Atuba CEP 82840-190 - Curitiba - PR Ceará: Av. Luciano Carneiro, 99 - Bairro Fátima - 60410-690 - Fortaleza - CE Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem CEP 51021-310 - Recife - PE Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300, 17º andar, cj. 1704 CEP 30112-021 - Belo Horizonte- MG Os artigos deverão conter nome completo, assinatura, telefone e RG do autor, e estarão sujeitos, em função do espaço, aos ajustes que os editores julgarem necessários.

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para

Empreendedor

Anúncios Para anunciar em qualquer publicação da Editora Empreendedor ligue: São Paulo: (11) 3214-5938/3822-0412 Rio de Janeiro: (21) 2533-3121/2524-2757 Brasília: (61) 314-1541 Curitiba: (41)356-8139/merconet@onda.com.br Porto Alegre: (51) 3235-3239 Florianópolis: (48) 224-4441 Fortaleza: (85) 433-3989 Recife: (81) 3327-9430

Reprints editoriais É possível solicitar reimpressões de reportagens das revistas da Editora Empreendedor (mínimo de 1.000 unidades)

Internet Anote nossos endereços na grande rede: http://www.empreendedor.com.br redacao@empreendedor.com.br


Iniciativa empreendedora A força que empurra o empreendedor para o sucesso é a vontade de enfrentar o desafio de abrir o próprio negócio. Somada a essa vontade tem que haver a disposição para adquirir conhecimentos e para desenvolver comportamentos adequados a empreendedores bem-sucedidos. O Curso de Empreendedorismo da Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch – FAETEC, com duração de três anos, trabalha com jovens entre 15 a 21 anos e pretende colaborar para a formação de empreendimentos mais eficazes e eficientes, através do repasse de conteúdos técnicos necessários para identificar, avaliar e desenvolver um novo negócio, contextualizado-o em cenários mais produtivos, modernos e competitivos. Procura-se algo bem diferente do espírito de aventura. O Curso aborda questões importantes para o desenvolvimento de um negócio, enfocando a análise de viabilidade de um Plano de Negócio. O Curso existe desde 1999 e tem inúmeras dificuldades na obtenção de recursos que, como todos sabem, per-

Parabéns Quero parabenizar toda a equipe pela belíssima revista Empreendedor. As reportagens são muito interessantes e bem cuidadas. A revista tem um colorido legal, isso incentiva mais a leitura. Adriana Daniela Julio Advogada da Associação dos Fabricantes e Revendedores de Equipamentes para Automação Comercial

São Paulo – SP

Correção

leiros, suas dificuldades e sucessos. Assim, gostaríamos de saber se há possibilidade de passarmos a recebê-la gratuitamente para que nossos alunos possam estar em contato com notícias importantes que dizem respeito a sua profissão. Eduardo C. Barbosa Coordenador de Empreendedorismo da ETEAB–FAETEC

Rio de Janeiro -–RJ Eduardo, Inicialmente, a equipe da Empreendedor cumprimenta a iniciativa e o esforço em ajudar os jovens a desenvolver seu espírito empreendedor. Quanto a sua solicitação de envio da revista, já encaminhamos ao nosso departamento de circulação. E gostaríamos, professor Eduardo, de divulgar o seu e-mail para quem (especialistas, consultores e empreendedores) desejar contribuir com seu know-how para a formação dos jovens no curso de Empreendedorismo da Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch: educb@ibest.com.br.

CEDOC

Correios

O Centro de Documentação (CEDOC) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar contato com Ivone Zanatta, pelos telefones (48) 224-4441 e 0800 48 0004, ou por e-mail (redacao@empreendedor.com.br).

Sou aluna do último ano de Administração da Faculdade Unimonte, na cidade de Santos, e estou preparando a minha monografia – trabalho de conclusão de curso. O meu tema é franquia e a empresa escolhida foi os Correios. Preciso de qualquer informação sobre a história da empresa, o início da atuação com franquias, regras e limites, etc., e em geral material sobre franchising.

CARTAS PARA A REDAÇÃO Correspondências por e-mail devem ser enviadas para alexandre@empreendedor.com.br, aos cuidados do editor Alexandre Gonçalves. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocar em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do estado de onde está escrevendo.

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Fulvia Carolinne N. da Gama

fulvia.karol@bol.com.br

Fulvia As informações de que você precisa estão no site oficial dos Correios: www.correios.com.br. Empreendedor – Outubro

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Diferentemente do que foi publicado na seção Entrevista da edição nº 107, o nome correto da empresa de Aleksandar Mandic é Mandic Mail.

meiam o ensino público em nosso país. Mesmo assim, não desanimamos e, dentro de nossas possibilidades, implementamos diversos projetos que buscam desenvolver o “espírito empreendedor” nos alunos. Dessa forma, em julho de 2002, foi constituído o Clube Técnico do Empreendedor, uma organização estudantil sem fins lucrativos, com finalidade educativa, que tem entres seus objetivos estimular o aprimoramento técnico dos alunos regularmente matriculados no Curso e promover o intercâmbio de caráter técnicocientífico com entidades congêneres. Face ao exposto acima, buscamos parceiros que possam contribuir para a disseminação do Empreendedorismo no ambiente escolar. O respeito e a competência conquistados pela revista Empreendedor, desde o seu primeiro exemplar, são devidos à seriedade e ao profissionalismo com que os assuntos são tratados. Não são assuntos teóricos e sem relação com o cotidiano do micro ou pequeno empreendedor. São abordados temas que retratam o dia-adia da vida dos empreendedores brasi-


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com Cristiana Arcangeli por

Lúcio Lambranho

“Sou apaixonada por cosméticos”

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Cristiana Arcangeli é um ícone na indústria brasileira de cosméticos desde que fundou a Phytoervas. Hoje, mesmo depois de vender sua marca, ela mostra que a paixão pelo ramo que motivou o começo de sua trajetória empreendedora está longe de acabar Num país cada vez mais dominado pela força das mulheres no mercado de trabalho, Cristiana Arcangeli pode ser considerada um ícone feminino do empreendedorismo em nosso país. Desde que deixou, há 17 anos, a odontologia com especialização em endodontia para criar a marca de cosméticos Phytoervas, Cristiana não parou mais. Atualmente, além de comandar a PH Arcangeli, que distribui marcas internacionais como Donna Karan e Chanel através de uma rede de oito lojas próprias, e a Phytá Cosméticos, a empresária se tornou fenômeno multimídia. Há quase dez anos tem um programa na Rádio Eldorado em São Paulo, escreve para a revista Vogue e mais recentemente criou o Manual, um programa de TV dirigido por Nilton Travesso na Rede TV. Antes disso tudo, Cristiana também inovou para promover sua marca e criou o Phytoervas Fashion, um dos eventos mais consagrados da moda brasileira, que teve a função de descobrir novos talentos no cenário nacional. Nesta entrevista, a empreendedora diz que está arrependida de ter vendido a marca Phytoervas em 1998 para o grupo americano BristolMyers Squibb e conta como foi sua Outubro – Empreendedor

trajetória num período de grandes transformações econômicas no país e de que maneira ela conseguiu superar isso sem grandes turbulências na sua empresa. Um dos motivos desse sucesso, segundo ela, foi o fato de ser pioneira no Brasil, principalmente por não utilizar animais em seus estudos, e também por produzir xampu sem sal e lançar a primeira linha de produtos naturais no canal tradicional de vendas, tornando-se logo em seguida líder no seu segmento. Empreendedor – Por que você decidiu vender a marca Phytoervas?

Cristiana Arcangeli – Vendi a marca Phytoervas há cinco anos e durante três anos eles tentaram fazer propostas. Financeiramente foi bom, mas para a marca não. Isso porque a marca realmente estacionou depois da venda e não foi feito nada. Hoje eu acho que não venderia e teria feito diferente. Mas não dava para continuar tocando a marca sem ser a dona. Isso porque cada um é cada um e tem seu estilo de gerenciar o negócio. Hoje tenho a distribuição de oito marcas importadas, com exclusividade no Brasil. Empreendedor – Que fatos motiva-

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ram a criação da Phytoervas? Como tudo começou, desde a formação da idéia original até a fundação da empresa propriamente dita?

Cristiana – O que motivou a criação da empresa foi minha grande paixão por cosméticos. Eu tinha parado de trabalhar no consultório de odontologia quando nasceu minha filha. Nesse momento eu também já tinha conseguido superar todos os desafios que eu tinha me proposto, pois subi muito rápido na carreira de dentista. Sempre gostei de cosméticos e resolvi que tinha de fazer outras coisas. Foi então que comecei a trabalhar uma linha de forma caseira e artesanal. Eu contratei uma química e iniciei com esses estudos num laboratório montado dentro da concessionária que o meu ex-marido tinha. Nesse local começou tudo. Depois achei uma antiga fábrica de cosméticos inoperante que um pai tinha montado para sua filha. Eles tinham os registros no Ministério da Saúde, mas a fábrica estava sem produtos à venda ainda. Eu comprei deles essas autorizações e assim começou o Phytoervas. Empreendedor – Quais foram as principais dificuldades encontra-


das para montar a empresa naquela época?

Cristiana – Definitivamente a instabilidade econômica do país. Passei por cinco planos econômicas e várias mudanças de moeda. Mas depois disso conseguimos resolver os problemas e as coisas começaram a andar. Em julho de 1986 o trabalho começou de verdade, e em outubro conseguimos lançar a primeira linha de produtos chamada de Solar. Tinha um hidratante, um clareador de cabelos e um bronzeador com fator dois. A primeira linha completa de xampus foi lançada no ano seguinte em 1987.

as informações colocadas na caixa e nas bulas. Acabou dando certo e os clientes começaram a entender aos poucos a nossa intenção. Trabalhamos em situação bem complicada. O líder de mercado, a Colorama, tinha mais de 50% do mercado, um xampu com PVC e nada natural. Empreendedor – Na sua opinião, o que pode motivar um empreendedor para decidir entrar no mercado de beleza atualmente?

Cristiana – A principal motivação é que esse mercado cresceu muito,

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Empresária, proprietária da PH Arcangeli e da Phytá Cosméticos cristianaarcangeli@ph-arcangeli.com.br

mesmo com toda a recessão dos últimos cinco anos. Poucos mercados cresceram tanto como o nosso mercado de beleza. Empreendedor – O que é preciso para se diferenciar no mundo dos cosméticos? Qual seria a melhor maneira de criar planos de marketing nessa área?

Cristiana – Minha receita é que isso pode ser feito com o lançamento de produtos criativos e inovadores e com conceitos modernos com novas tecnologias. Eu particularmente usei a DIVULGAÇÃO

“Nunca achei que as pessoas não quisessem pagar por um produto diferenciado de qualidade. Sempre acreditei que o consumidor entenderia as informações colocadas nas caixas e nas bulas”

Empreendedor – Como surgiu a idéia que levou a empresa a focar seus produtos em matérias-primas naturais?

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Cristiana – Sempre gostei de produtos naturais e isso faz parte da minha filosofia de vida. Minha especialização em endodontia foi ligada à homeopatia. Quanto aos produtos eu nunca achei que as pessoas não quisessem pagar por um produto diferenciado de qualidade e é isso em que acredito quando faço meu programa na TV. Sempre acreditei que o consumidor entenderia

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criação de eventos como estratégia para divulgar minha marca. Na verdade o Phytoervas não foi criado para vender produtos, mas o evento foi um institucional muito forte que vendeu a marca. Isso porque os produtos não estavam diretamente vinculados com a proposta do evento, que era descobrir novos talentos no mercado nacional de moda. As ações de marketing e promocionais são sempre um bom caminho para divulgar marcas. É preciso apenas achar o timing certo e a ação certa. Empreendedor – O conceito de beleza e de moda mudou muito desde que você criou seu primeiro negócio? Quanto desse conceito deve ser observado por quem quer abrir uma empresa nesse mercado?

Cristiana – Não acredito que o conceito tenha mudado. As pessoas é que estão mais preocupadas e interessadas em se informar mais a respeito do assunto. Hoje todo mundo está mais consciente de que precisa ter qualidade de vida e de cuidados com a saúde. Meu conceito de beleza segue essa linha. É ser natural e ser o que você é realmente. Usar só aquilo que fica bem no seu corpo.

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Empreendedor – Qual seria a melhor estratégia para vender produtos nacionais de beleza no mercado externo? Isso é possível? A melhor maneira de atingir esse objetivo é se associar a empresas de fora ou ainda se pode ousar andar com as próprias pernas?

Cristiana – É extremamente difícil vender no mercado externo apesar de termos um preço competitivo. Nos mercados de prestígio existe a defasaOutubro – Empreendedor

GLAICON COVRE

Entr vist

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tão abrindo suas próprias lojas no exterior e suas grifes estão à venda nas grandes redes de departamentos nos EUA e no mundo.

“O mercado de moda do Brasil está se internacionalizando. Nossos estilistas são reconhecidos no exterior e nas grandes metrópoles da moda internacional” gem de embalagens; no mercado tradicional, popular, existe a defasagem de volume, que às vezes nos dificulta competir no preço. Empreendedor – Do tempo do Phytoervas Fashion até hoje quais foram as principais virtudes da indústria têxtil brasileira e do mercado de moda no Brasil?

Cristiana – A indústria têxtil cresceu impressionantemente na última década. Diversificação de tecidos foi um ponto. A entrada de tecidos tecnológicos foi uma das grandes mudanças que ocorreram nessa indústria. Já o mercado de moda do Brasil está se internacionalizando. Nossos estilistas são reconhecidos no exterior e nas grandes metrópoles da moda internacional. Es-

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Empreendedor – Já existem mais de 30 opções de MBAs de moda no país. Cursos, treinamentos e consultorias podem ser um novo nicho de mercado para empreendedores ou essa é mais uma onda passageira?

Cristiana – Na minha opinião, isso é sinal de que o mercado da moda está se profissionalizando. Sem dúvida nenhuma a tendência do mercado e seus profissionais é crescer e se desenvolver cada vez mais. Empreendedor – Como é jogar em todas as “posições” à frente da PH Arcangeli e das lojas Phytá?

Cristiana – Se fosse somente essas duas tarefas estaria fácil. Mas tenho também colunas em diversas revistas, como a Vogue, o programa Manual na TV e o Rádio Fashion na Eldorado, que tem quase dez anos. É sim complicado, mas é uma questão de administrar o tempo e tudo acaba dando certo. Empreendedor – O que motivou sua entrada no mercado editorial e na produção de um programa de TV?

Cristiana – Foi por convite tanto da emissora de TV quanto da Editora Senac. É uma loucura controlar esse tempo, e trabalhar na TV era uma coisa que eu nunca quis fazer. Eu achava que não era minha praia e que não tinha nada a ver comigo. Mas depois tinha tanta gente que queria e por força do Nilton Travesso resolvi encarar. Daí eu disse que iria fazer um piloto. Depois, como ficou bom mesmo, começamos o programa para valer.


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Cafeína

GoDigital

Maria Esposa do Espirito Santo

José Cesar Martins

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Inserida em um cenário repleto de players internacionais, a GoDigital é uma empresa brasileira que desenvolve soluções únicas em CRM (Customer Relationship Management) e Marketing de Precisão. Fundada em abril de 2000, a partir da fusão de três empresas complementares (uma desenvolvedora de softwares de inteligência artificial, uma empresa de marketing e uma integradora), a GoDigital se especializou no desenvolvimento de soluções ponta-aponta em cruzamento de dados. A GoDigital reúne talentos vindos das áreas de ciências da computação, marketing e estratégia de negócios capazes de orquestrar a utilização de softwares próprios de data quality e data mining, e a personalização e gerenciamento de campanhas, com serviços world class aplicados em soluções de inteligência de marketing. A proposta de valor da empresa é respaldada por profissionais que utilizam sua experiência para agregar valor a clientes como Americanas.com, Amazônia Celular, Brasil Telecom, Honda Brasil e Natura. “Queremos ajudar a expandir a fronteira da inteligência aplicada pelas empresas nos relacionamentos com seus consumidores. Para isso, fechamos o foco em marketing de precisão e promovemos a união entre estratégia, serviços e tecnologia de ponta. Por fim, geramos valor a um custo competitivo e através de métricas claras”, afirma José Cesar Martins, presidente da GoDigital. Atualmente, a GoDigital possui unidades em São Paulo, Brasília e Porto Alegre, de onde atende corporações de grande porte, especialmente nas áreas de varejo, telecomunicações e finanças. www.godigital.com.br Outubro – Empreendedor

Movida por negócios Muitas mulheres, ao se aposentarem em seus empregos, resolvem curtir a família, viajar, descansar, enfim, curtir a vida depois de tanto trabalho. Outras, quando chega a tão esperada aposentadoria, passam por uma grande euforia, uma sensação de liberdade fascinante. Mas na hora em que “cai a ficha” elas sentem falta do trabalho e quando vêem já estão às voltas com mil planos. Esse é o caso de Maria Esposa do Espirito Santo (56), uma das sócias do Cafeína, que trabalhou durante 27 anos em multinacionais até se aposentar, aos 42 anos, pela Gillette. Ao se aposentar, morou por cinco anos no México. Lá, ela conheceu o Café El Globo e começou a alimentar a idéia de ter o seu próprio café, só que no Brasil. Desde a adolescência ela fugiu da sina da família, que era toda de comerciantes. Mas não teve jeito: em 1990 abriu o seu primeiro restaurante, o Papo de Anjo. Depois o Caçarola de Barro, que já tem duas lojas, e em 2000 abriu o seu primeiro café, o Cafeína. “O Cafeína é o meu verdadeiro xodó, desde o México, e hoje já temos uma filial em Ipanema. É uma maratona”, diz. Com 13 anos no ramo, ela já está à frente de cinco restaurantes, todos na Zona Sul do Rio, e não pensa em se aposentar. (21) 3231-2659

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Foco no consumidor

MUNIÇÃO PARA PLANOS NA INTERNET A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net) e a E-Consulting anunciaram o índice do business-to-business on-line (B2BOL) referente ao segundo trimestre de 2003 no país. O B2BOL mede, a cada três meses, os volumes transacionados digitalmente entre empresas, seja por meio de portais proprietários (B2B Companies), seja através de e-marketplaces independentes (B2B e-markets). O B2B Companies, praticado entre as 30 maiores empresas do país, que representa cerca de 90% de toda a movimentação brasileira, alcançou R$ 30,3 bilhões de abril a junho de 2003, registrando uma leve queda de 0,2% em relação ao trimestre anterior. Já o B2B realizado entre e-marketplaces independentes, os chamados mercados digitais, atingiu R$ 4,5 bilhões no mesmo período, apresentando um crescimento de 24% em relação aos três meses anteriores. O B2B total registrado de abril a junho deste ano chegou, portanto, a R$ 34,8 bilhões, valor 2,3% superior ao trimestre anterior. Para Gastão Mattos, presidente da Camarae.net, a iniciativa cumpre papel essencial ao incorporar informação consistente e relevante sobre o desempenho do negócio B2B no Brasil.

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Ray & Berndtson Winston Pleger Carmem Maria Peters

Aporte hoteleiro

DIVULGAÇÃO

Best Western Baía Norte

A americana Best Western é a nova bandeira internacional atuante em Santa Catarina. A bandeira se instalou na capital do estado, um dos 4 mil pontos que possui a marca no mundo, em frente ao cartão-postal mais cobiçado da cidade, a Ponte Hercílio Luz. A rede Best Western é a maior associação mundial de hotéis independentes, presente em 80 países. A mudança, segundo a proprietária do hotel, Carmem Maria Peters, é para atender ao alto grau de exigência dos turistas que chegam à cidade principalmente com fins de realizar negócios. “Com o crescimento do turismo de negócios em Florianópolis, o perfil dos turistas ocupantes de hotéis mudou consideravelmente”, explica. As reformulações para se adequar ao padrão internacional estão sendo feitas. Segundo Carmem, dentro do padrão Best Western, o primeiro piso oferece business center room (local exclusivo com serviço de fax, computador, impressora e internet), apartamentos para executivos com sala de reuniões anexas. “De cada dois quartos faremos um”, explica a empresária. Hoje o hotel possui 108 quartos (todos com ar-condicionado, televisão a cabo, telefone, frigobar, cofre individual e acesso à internet), um espaço nobre para eventos e recepções em geral e um restaurante com padrão internacional e o “sabor da Ilha”. De imediato, o investimento em melhorias é de R$ 500 mil. “Já refizemos todo o quarto andar; o segundo e o terceiro estão em obras e o primeiro será reformulado no próximo ano”, diz Carmem. O público-alvo do Baía Norte é o corporativo (80%), depois famílias que vêm passear nos fins de semana e no verão. “Como a oferta de leitos é grande nas praias, a temporada não é muito relevante para nós”, comenta. www.baianorte.com.br

DEVO, NÃO NEGO...

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Na contramão do mercado, que aponta movimentos lentos, a Ray & Berndtson investe na formação de um time invejável e tem como meta repetir o crescimento de 30% registrado em 2002. Para este ano, a empresa proteja crescer 44%. A Ray & Berndtson acaba de anunciar a compra da BW Gestão de Talentos, de Francisco Britto e Luiz Wever, que passam a integrar seu time de sócios-diretores ao lado de outros executivos. Outra novidade é a contratação de Airton Zanini, que deixou recentemente a Alexander Hughes, de Londres, para também assumir uma diretoria na Ray & Berndtson no Brasil. “Os novos talentos vêm reforçar nossa estratégia de atuar como uma empresa focada na inteligência de negócios”, afirma Winston Pleger, presidente da Ray & Berndtson no Brasil e também para a América Latina. Os novos executivos da empresa também apostam nesse caminho como forma de diferenciar-se no mercado. “A BW Gestão de Talentos foi criada com a proposta de ofertar soluções mais consultivas, mais densas e integradas ao DIVULGAÇÃO dia-a-dia das empresas no tocante a capital humano”, afirma Francisco Britto. (11) 5506-0166 e www.rayeb.com.br Empreendedor – Outubro

2003

A maioria das adesões ao Refis é de micro e pequenas empresas. É o que informa Leonardo Couto, secretário adjunto da Receita Federal, ao fazer um balanço da adesão ao programa. A Secretaria da Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional registraram 455.871 adesões ao Paes (Parcelamento Especial de Débitos), o novo Refis, sendo 114.828 pessoas físicas e 341.043 empresas, das quais pelo menos dois terços são micro e pequenas, conforme avaliação de Leonardo Couto. A análise tem como referência dados obtidos até 31 de julho, quando foram registradas 361.893 adesões, sendo 275.922 empresas, das quais 70% eram micro e pequenas empresas, 47% micro e 26% pequenas. “Isso é o reflexo da economia brasileira, em que a grande parte das empresas é de micro e pequenas”, afirma o secretário adjunto. O novo Refis permite o parcelamento, em até 180 meses, de débitos tributários de empresas, pessoas físicas e entidades. O prazo de adesão ao programa terminou no último dia 2 de agosto.

Reforçando o time


Jovem S.A. por Lúcio Lambranho

lucio@empreendedor.com.br

Juventude e experiência Com apenas 31 anos de idade, Cristiane Martins já possuiu um currículo invejável. É engenheira civil formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, com MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e diversos cursos que fazem dela um diferencial no mercado de turismo de negócios em Santa Catarina. Cristiane apostou nesse mercado quando no estado o turismo de eventos ainda não era uma realidade. Deu os primeiros passos nessa área em 1994 quando participou da construção e implantação hoteleira do Hotel Marathon, em Florianópolis. Foi esta primeira experiência que a fez mostrar toda a sua competência. Cristiane foi responsável por todas as compras para instalação do hotel, do ar-condicionado aos talheres, passando pela

roupa de cama e móveis. Em seguida veio o convite para implantar também o Hotel Coral Plaza. Com essas experiências, foi chamada para coordenar a implantação do Centro de Convenções de Florianópolis/CentroSul – empreendimento voltado exclusivamente para o turismo de negócios – e do Hotel Blue Tree Towers, estrategicamente instalado em área nobre da cidade. Com muita competência vem abrindo as portas, e parece que o entrosamento com a rede hoteleira ainda vai lhe render bons frutos. Cristiane Martins criou a CRM Organizações e Eventos para atender à administração dos hotéis da Rede Monte Claro Empreendimentos Turísticos, a gerência do Centro de Convenções de Florianópolis (CentroSul) e a implantação de novos empreendimentos turísticos. Além disso, Cristiane já está à frente do mais novo hotel que será instalado na Ilha, o Sofitel, da rede Accor, primeiro hotel cinco estrelas da Rede Internacional em Santa Catarina, que deve ser inaugurado em dezembro de 2005, na Avenida Beira-Mar Norte. Planejamento e organização fazem parte do cotidiano dessa engenheira, que parece ser incansável quando o assunto é desafios. Com a onda de shoppings que estão aportando na Ilha de Santa Catarina, Cristiane já foi escalada pelo

Grupo do Shopping Ilha Terceira para coordenar a obra. E os números positivos alçam vôos junto com a empreendedora. Segundo o balanço do Centro de Convenções de Florianópolis, nesses cinco anos de funcionamento, o empreendimento registrou um milhão e quinhentas mil pessoas visitantes de eventos no local. A performance foi tão positiva que o Banco Interamericano de Desenvolvimento convidou o CentroSul para mostrar para o mundo, numa convenção em Washington, os resultados estratégicos de um empreendimento privado. Hoje, Florianópolis já é sede anualmente de eventos como o Futurecom, a Exposuper (Exposição de Equipamentos e Produtos para Supermercados) e o AveSui (Feira da Indústria LatinoAmericana de Aves e Suínos). O Futurecom, por exemplo, ainda nem realizou sua edição de 2003, marcada para o final de outubro, e a organização do evento já assinou o contrato para a edição 2004 no CentroSul. Só o Futurecom, no ano passado, contratou uma média de 1,3 mil pessoas num período de sete dias. Segundo os organizadores do evento, cada um dos 5 mil participantes gastou uma média de R$ 2 mil. Se multiplicarmos os valores, chega a uma quantia de R$ 10 milhões por uma semana de evento. (48) 251-4004

LIO SIMAS

2003

Acordos latinos O intercâmbio entre entidades representativas de jovens empresários está em expansão. A Comissão de Jovens Empresários de Tijuana, no México, firmou acordos de colaboracão com cinco outras redes, três delas brasileiras: Confederação Nacional de Jovens Empresários do Brasil, Associação Comercial do Rio de Janeiro, Confederação de Associações Comerciais do Brasil, Associação de Empresários Jovens de Lima e Associação de Jovens Empresários da Nicarágua. Os acordos de colaboração, segundo os jovens empresários de Tijuana, além de estender os benefíOutubro – Empreendedor

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cios a todas as associações de jovens empreendedores no México, têm a missão de aumentar o intercâmbio, o comércio e a troca de informações sobre os negócios entre os países. Esses convênios foram firmados durante a II Reunião do Fundo de Empresários Jovens das Américas, realizada em Cancún, em março deste ano. O fundo é um organismo adjunto à Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), com sede em Washington. www.coparmex.org.mx


DIVULGAÇÃO

Talentos cariocas

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Unidos pela inovação A Cespro (Consultoria e Projetos Especiais Ltda.), uma das novas residentes na Incubadora de Empresas de Teleinformática do CEFET/RJ (IETICEFETRJ), que desenvolve projetos eletrônicos – além de serviços e treinamento em Engenharia Elétrica –, está atuando no desenvolvimento de uma placa controladora programável, em princípio, para o ensino de automação e controle. Esse sistema (hardware + software) é uma criação dos professores Jesse Werner Costa e Lourival José Passos Moreira, junto com alunos do CEFET/RJ. DIVULGAÇÃO A placa controladora é reprogramável e tem a sua função definida (controlar a aplicação da energia elétrica de maneira racional e econômica) a partir de um computador pessoal – através de recursos de comunicação – que atende a protocolos internacionais padronizados. Depois de programada eletronicamente, a placa opera de modo independente, não mais necessitando da conexão ao computador. O sistema, que possui autonomia, pode ser programado para controle de consumo de energia em escala doméstica, comercial ou industrial. Nas suas portas de comunicação, a placa pode receber dados de medidores e controlar o acionamento de letreiros luminosos, aparelhos de ar-condicionado e conjuntos ordenados de iluminação. A Placa Controladora Reprogramável possui uma versão acadêmica que é acompanhada por um manual de experiências e de um CD-ROM. Um dos experimentos que acompanha a placa é o sistema de descarte de cargas, com aplicação em conservação de energia. Nessa aplicação um limite de consumo é definido, e um conjunto de lâmpadas é usado, então, para simular a demanda de energia. Cada lâmpada pode ser acionada, individualmente, através de um controlador automático, que avalia a informação de potência recebida de um medidor, decidindo que cargas irão ser descartadas, caso o consumo exceda o limite previamente estabelecido. As lâmpadas, assim, serão apagadas pelo sistema, obedecendo a uma ordem de prioridade, definida pelo usuário na lógica da placa controladora. (21) 2567-2464

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Jovens, empreendedores e talentosos, eles nem terminaram a faculdade e já trilham caminhos promissores com seus próprios negócios. A dupla Márcio Cohen, 22 anos, e Rodrigo Villard, 20, é desses exemplos. Acabam de trazer da Romênia as primeiras medalhas (de prata) brasileiras na Competição Internacional de Matemática. Ex-alunos do colégio e curso Ponto de Ensino, os “meninos”, com o seu brilhantismo e a sua maturidade, foram convidados pelos donos para a sociedade. “Já somos professores da matriz, na Tijuca, e a sociedade na filial de Niterói, que abre em 2004, é um passo importante”, diz Márcio. Rodrigo Villard é um caso raro: está cursando, paralelamente, graduação e mestrado em Matemática, na UFRJ. Mas o estudo não ocupa todo o seu tempo. “Concilio o lado acadêmico com o lado empresarial”, explica. “Vamos continuar dando aula”, completa Márcio, aluno do Instituto Militar de Engenharia (IME), certo de que o contato com os alunos também vai ajudar na administração do novo Ponto de Ensino. Outra dupla de sucesso precoce é formada por Rafael Gasparian e Pedro Salomão, sócios da produtora de áudio Tá Surdo?, aberta em abril, em Ipanema. Eles já eram sócios na Rádio A e, para o novo projeto, contaram com o apoio da sócia Luciana Carvalho, que entrou com o investimento financeiro. “Ela apostou no nosso talento. No início, lutamos muito para enfrentar problemas burocráticos. Fizemos um planejamento estratégico levando em conta todas as adversidades. Hoje estamos crescendo muito e rápido”, conta Pedro, de 23 anos, que se formou em Administração e faz pós-graduação em Sociologia Política na PUC-Rio. Gasparian começou a trabalhar cedo, o que o levou a trancar a faculdade de Marketing. Seu negócio é, realmente, o áudio: além da produtora, é DJ da boate Nuth, na Barra da Tijuca, aos domingos. “Ser DJ é um hobby que curto muito e que me possibilitou investir num grande sonho, que é a produtora. É legal que, hoje, a Tá Surdo? já me sustenta”, diz. Gabriel Torres, filho do escritor Antônio Torres, é outro empreendedor. Aos três anos, já mostrava fascínio por aparelhos eletrônicos. Não fez faculdade mas desde cedo começou a se destacar como profissional da informática. Aos 28 anos, trabalha no Instituto de Tecnologia ORT, lidera um projeto social que leva a informática à comunidade do Morro Dona Marta e tem 18 livros técnicos publicados. Como se vê, o sucesso profissional cedo não é privilégio de profissionais de uma área específica. Márcio e Rodrigo, Rafael e Pedro, e Gabriel têm vocações diferentes. Mas alguma coisa em comum. (21) 3231-2657

Empreendedor – Outubro


Nãono Durma Ponto

por Roberto Adami Tranjan Educador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953 • www.cempre.net • roberto.tranjan@cempre.net

DIVULGAÇÃO

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Solte as amarras! Não existe limitação de mercado. O que existe é falta de imaginação. Duvida? Então olhe para os lados e constate: empresas imitando outras empresas, pessoas se repetindo a cada novo dia. Parece que a falta de criatividade tomou conta dos ambientes de trabalho. Pare para pensar: as empresas parecem mais com oficinas de reparos do que com usinas de idéias. Responda: quando foi a última vez que você se reuniu com a sua equipe para produzir novas idéias, novas formas de atender o cliente, novas abordagens comerciais, pensar novos produtos e serviços, novas maneiras de realizar o trabalho? Aposto que na maior parte do tempo você e a sua equipe estão envolvidos na tentativa de resolver problemas (e alguns muito antigos). Desculpas não faltam: crise diária, busca de faturamento, contas a pagar, alcance das metas, etc. O fato é que as empresas estão deixando de sonhar, de desbravar novos mundos, de descobrir novas oportunidades. E não se trata de ausência de criatividade: trata-se de excesso de amarras. As empresas estão organizadas para a repetição e não para a inovação. É só observar: parecem mais com gaiolas do que com asas. Veja abaixo as amarras que as empresas arranjaram para si próprias: 1) O organograma é do século passado mas continua sendo a peça organizacional que determina as linhas de comando, de poder e de controle. Atenua o ímpeto criativo ao enviar a menOutubro – Empreendedor

sagem subliminar de que a fonte do poder e do conhecimento está lá fora e acima. Junto com o organograma vêm a descrição de cargos e o plano de carreira: todos conceitualmente lineares e quadrados.

“As empresas estão deixando de sonhar, de desbravar novos mundos, de descobrir novas oportunidades. E não se trata de ausência de criatividade: trata-se de excesso de amarras.” 2) O cargo diminui o tamanho de uma pessoa. Todos são maiores do que o cargo que ocupam mas insistem em levá-lo a sério demais (alguns não largam seus cargos nem nos fins de semana com a família). O cargo é uma pequena parte de um todo e, sem a compreensão desse todo, resta um conjunto de tarefas repetitivas e enfadonhas. O organograma e o cargo são geradores de omissão (“esse não é o meu departamento” ou “essa não é a minha responsabilidade”) e de competição (“só vou ocupar o cargo aci-

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ma quando meu chefe se aposentar ou morrer”). 3) A burocracia é um artifício de poder e domínio, também do século passado. Funciona como um narcótico: nada mais poderoso para gerar impotência e mentes adormecidas. Não é sem motivo que boa parte das empresas são formadas por legiões de zumbis e autômatos. A norma, filha dileta da burocracia, sugere o seguinte comportamento: “Você está aqui para seguir as normas e não para inventar modas. Trabalhe e não crie aborrecimentos”. Daí a normose, doença causada pelo excesso de normas e que possui o poder de cortar as nossas asas. 4) Organogramas, cargos, burocracias, normas: tudo isso leva à rotina, e a rotina é carregada de desencantos. A rotina é contrária à imaginação e capaz de anestesiar a mente humana. É preciso muita transgressão para vencer os efeitos entorpecentes da rotina, mas os líderes autoritários das organizações burocráticas não olham com bons olhos os transgressores. E aí está dado o recado: “Se você quer promoção, então nada de invenção”. Essas são as amarras do ambiente de trabalho. Existem outras amarras, também cerceadoras da criatividade. Sejamos justos: nessas, o inimigo não está lá fora. 1) “Não nasci com esse dom.” Muitas pessoas acreditam que a criatividade é como acidente: só acontece com os outros ou que é coisa de gênios. Ora! Criar faz parte da natureza humana. É tão natural quanto brin-


Nossa meta é garantir a tranquilidade do cliente. car e respirar. Os gênios produziram mais, erraram e acertaram mais. Michelângelo dizia que “se soubessem o quanto eu me esforço não me chamariam de gênio”. 2) “Algumas pessoas são criativas, outras não.” Um grupo de psicólogos foi contratados por uma editora norte-americana para descobrir por que algumas pessoas eram mais criativas do que outras. Depois de muitos testes, pesquisas, entrevistas com pessoas consideradas criativas e não-criativas, concluíram o seguinte: “As pessoas criativas são criativas porque se acham criativas; as pessoas não-criativas são não-criativas porque se acham não-criativas”. É isso! 3) “Brincar é pura falta de seriedade.” Fatores como aqueles citados acima e outros aprendidos durante a formação tornaram a vida de uma pessoa séria demais. É só observar um grupo de executivos conversando animadamente antes de uma reunião enquanto tomam café. Riem, brincam, conversam desarmados. Quando se sentam à mesa, mudam de cor e de tom. A conversa agora é séria. Uma pena! O melhor deles, para produzir idéias e resolver problemas, estava há pouco tomando café, contando anedotas e conversando com descontração. 4) “Essa não é a resposta certa.” É uma pena, mas os chefes valorizam a resposta certa, ou seja, aquela que eles esperam e gostam de ouvir. Com isso, criam funcionários com vontade de agradar e com medo de desa-

gradar. Não há oposição e diversidade. Todos estão de acordo, e o melhor é continuar a dar as mesmas respostas para os novos e velhos problemas. 5) “É proibido errar.” É só ver aqueles painéis nas fábricas que medem os índices de perdas e refugos. Os operários aprendem logo o que é erro mas continuam sem saber o que é acerto. O recado que fica é: “Você não está aqui para errar”. Mas esse recado pode ser também entendido como: “Você não está aqui para ousar, fazer diferente, inovar”. 6) “Criatividade é coisa para quem não tem compromisso com a realidade.” Todos sabemos o quanto são mal vistos aqueles que pretendem um pensamento divergente. São rotulados como sonhadores e que viajam na maionese. As empresas valorizam os certinhos, mas os certinhos não criam nada, não tentam, não ousam, não assumem riscos. 7) “Criatividade é coisa de artista.” É isso mesmo! Criatividade é coisa de artista e aí está o desafio: as pessoas de negócio precisam se transformar em artistas, trabalhar como os artistas, se preparar como os artistas, ensaiar como os artistas. Esse é o futuro mundo dos negócios: trocar a manufatura pela mentefatura; a rotina pela imaginação; as probabilidades finitas pelas possibilidades infinitas. Para finalizar, lembre-se: sempre haverá mercado para empresa única e para a idéia brilhante. Solte as amarras da sua empresa e deixe que as pessoas dêem asas à imaginação.

O comprometimento com a responsabilidade, a ética e o profissionalismo, nos permite alcançar ótimos resultados na defesa dos interesses de nossos clientes. Advocacia Luciana Marques de Paula, há mais de 20 anos no contencioso e, afinada com a evolução da sociedade, tem empenhado esforços para o aprimoramento na área de consultoria, evitando o litígio, com o foco para a solução amigável de conflitos.

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(Capa

É de

pequeno

que se aprende Micro e pequenas empresas têm a faca e o queijo na mão para incorporar a responsabilidade social à sua gestão. Para isso, basta compreender que ser responsável é muito mais do que promover ações filantrópicas

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por

mo e as condições de higiene deixavam a desejar. De uma semana para outra, a notícia se espalhou e as vendas caíram. Sem saber o que fazer, o dono levou 20 cestas básicas no mês seguinte, e pediu a Deus que também lhe desse em dobro. Como sempre atrasou os pagamentos ao fornecedor de farinha, e agora mais ainda sem caixa para pagar à vista, a padaria fechou no mês seguinte. Essa história mostra os dois lados da questão social brasileira dentro das pequenas empresas. A primeira é que, desde o início dos anos 90, as campanhas contra a fome lideradas por Betinho aumentaram a conscientização e a filantropia. A má notícia é que as micro e pequenas empresas ainda não sabem o que é ser socialmente responsável. É exatamente o que mostra a pesquisa Ação Social das Empresas, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), entre 2000 e 2002, e que ouviu 9.140 empresas. O estudo projeta que 59% das empresas com um ou mais empregados realizam algum tipo de ação social voluntária. A participação das micro e pequenas empresas é a maior parte desse bolo. Entre as microempresas, 54% contribuem de alguma forma com suas comunidades, e nas pequenas o

Lúcio Lambranho

Todos os meses, o dono de uma padaria entregava dez cestas básicas para os moradores de uma favela vizinha ao seu pequeno negócio. Entre os seus clientes, esse gesto, contado para uma das freguesas mais antigas, acabou reforçando sua imagem através do boca-a-boca. Tudo ia muito bem até que um funcionário desabafou com outro cliente: ele e os ajudantes ganhavam menos do que um salário míniOutubro – Empreendedor

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Responsabilidade em números

Entre as microempresas, 54% contribuem de alguma forma com suas comunidades. Nas pequenas, o índice é de 69%. Do total de empresas ouvidas, 62% estão trabalhando ou auxiliando atividades voltadas para crianças carentes. 20% afirmam que apóiam iniciativas educacionais. 40% dos empresários dizem que atuam por meio de ajuda alimentar. Fonte: Pesquisa Ação Social das Empresas – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), entre 2000 e 2002. Obs: A pesquisa ouviu 9.140 empresas. Ao final do estudo, os resultados obtidos foram expandidos (projetados), por meio de tratamentos estatísticos, para o universo das 782 mil empresas brasileiras com um ou mais empregados.

to de capital. “As pequenas empresas são privilegiadas porque, ao se tratar de uma organização menor, com um pequeno número de agentes internos e também externos, é mais fácil exercer o controle”, explica. Pensando de dentro para fora e partindo da mudança de comportamento do dono, a pesquisadora sugere uma metodologia prática em oito passos (veja quadro nas páginas 23 e 24 ) para mudar a forma de agir desses pequenos empreendedores. Mudança de atitude O caminho que leva as pequenas empresas a uma nova forma de atuação passa por uma série de questionamentos e obstáculos. O primeiro é fazer com que as pequenas empresas atuem de forma responsável inseridas em mercados competitivos e com dificuldades na gestão devido à falta de uma educação corporativa de qualidade a que a maioria não tem acesso. A idéia central do trabalho da especialista parte da constatação de que muitas organizações adotam creches e jardins públicos, e engajam-se em programas contra fome ou campanhas como a do agasalho. Esses fatores são importantes, diz Lilian Aligleri, mas isolados não fazem uma empresa socialmente responsável. No seu trabalho ela verifi-

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cou que não adianta desenvolver uma série de projetos sociais, sejam eles ligados ao esporte, educação, cultura ou saúde, se na realização de suas atividades a empresa polui mananciais, submete funcionários a situações inseguras de trabalho, mantém contrato com fornecedores que utilizam mãode-obra infantil, não paga os impostos devidos ou envolve-se em processos corruptos. “A atuação socialmente responsável perpassa a forma de conduzir os negócios e os relacionamentos com os funcionários, clientes, fornecedores, governo, meio ambiente e até mesmo concorrentes”, diz. Pensada dessa forma, segundo Lilian, a responsabilidade social se configura na própria gestão e nas atividades inerentes ao negócio. Os exemplos práticos não faltam: redução do consumo de papel, compra de produtos reciclados, promoção de descarte seguro de produtos tóxicos, exame do design da embalagem de produtos, incorporação da diversidade como um valor essencial, estabelecimento de diretrizes contra o assédio, promoção do uso do produto com segurança e responsabilidade. “É interessante observar que a atuação socialmente responsável dentro da gestão nem sempre envolve investimentos financeiros, mas sim uma mudança de atitude frente a uma situaEmpreendedor – Outubro

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índice é de 69%. Mas o dado mais contundente é que, do total de empresas ouvidas, 62% estão trabalhando ou auxiliando atividades voltadas para crianças carentes. Mas só 20% afirmam que apóiam iniciativas educacionais, e 40% dos empresários dizem que atuam por meio de ajuda alimentar. Nada mais natural nesse tipo de atitude, já que no Brasil 53 milhões de pessoas (34% da população) vivem abaixo da linha da pobreza e 22,6 milhões são indigentes (14,5% da população). Enquanto na pequena empresa o importante é dar o peixe e não ensinar a pescar, em uma grande empresa entender a questão é bem mais fácil. Uma boa parte delas precisa ter governança corporativa para entrar no mercado de capitais e comitês de ética para regular sua atuação com seus públicos interno e externo. Sem essas ferramentas de gestão, os pequenos empresários ainda têm dificuldade de visualizar que a empresa precisa ser responsável também com o meio ambiente e nas suas relações com seus empregados, fornecedores e principalmente com o consumidor, o público mais próximo no caso de um pequeno empreendimento. O que esses empreendedores não entenderam ainda é que fazer uma ação humanitária não significa ter responsabilidade social. Por isso, a maioria ainda acredita que precisa mexer no caixa e muitos deixam de fazer projetos sociais justamente porque não têm dinheiro. Dentro desse quadro, por sua condição específica, as pequenas empresas têm maiores oportunidades de envolvimento com a questão social. Essa é a visão de Lilian Aligleri, co-autora do livro Ética e Responsabilidade Social nos Negócios (Editora Saraiva, 2002). Para Lilian, uma empresa socialmente responsável deverá gerir as decisões e atividades internas, com foco na melhoria da qualidade de vida e no bemestar comum, não sendo obrigatoriamente necessário grande investimen-

59% das empresas brasileiras com um empregado ou mais realizam algum tipo de ação social voluntária.


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DIVULGAÇÃO

(Capa ção organizacional”, define. A principal dificuldade para a aplicação dessa metodologia proposta pela pesquisadora, que foi finalista na categoria Pós-Graduação do Prêmio EthosValor em 2002, é a conscientização do empreendedor de que adotar uma postura de preocupação e envolvimento social é válido e gera vantagem competitiva diante dos concorrentes. “Muitas vezes eles percebem a questão apenas como parte de uma sensibilidade social e ética, esquecendo-se de que esse envolvimento também é parte de uma preocupação institucional e mercadológica. Atrelar a marca a uma imagem socialmente responsável é fator estratégico de competitividade moderna”, acrescenta. Outros dois problemas, segundo Lilian Aglieri, são a necessidade de mudança na cultura organizacional, tornando-a mais transparente, e a preocupante falta de instituições com capacitação técnica para auxiliar os empreendedores na adoção dessa nova forma de gestão.“No Brasil, apenas o Instituto Ethos vem desenvolvendo metodologias voltadas para uma atuação socialmente responsável das organizações, contudo estas parecem estar, na grande maioria dos casos, moldadas para as grandes empresas”, revela. Mas segundo o diretor-executivo do Ethos, Paulo Itacarambi, durante evento em São Paulo, a nova fase da entidade tem como um dos primeiros pilares a ampliação das práticas socialmente responsáveis a pequenas e microempresas. Além de todo esse processo de mudança, Lilian também defende a tese de que é necessário, no primeiro momento, uma “revolução” moral da empresa. A especialista diz que o empreendedor brasileiro parece estar ainda pouco maduro para entender tal processo e gerenciar sobre esse novo enOutubro – Empreendedor

foque. “Princípios como honestidade, integridade, justiça, lealdade, solidariedade, respeito ao próximo e compromisso ainda são pouco valorizados nas transações e negócios das organizações brasileiras”, acredita. Ela também conta que a preocupação com questões sociais, quando acontece, parece não estar ainda inserida nas crenças, no plano de negócio e na visão de futuro da organização, mas sim presente apenas nas convicções pessoais do empreendedor. Mesmo fazendo essa “receita” de forma completa e estruturada, a pequena empresa corre o risco de não ser reconhecida pela sociedade ou pelo público externo em geral. Isso acontece, de acordo com a visão de Lilian Aglieri, porque a responsabilidade empresarial vem sendo divulgada na mídia como o envolvimento da empresa em ações para a comunidade externa. Na medida em que a empresa restringe esse tipo de atuação e dirige sua atenção para decisões e políticas inerentes ao seu processo de gestão, explica Lilian, os resultados são pouco perceptíveis para o público em geral, embora proporcione maior sustentabilidade ao negócio. “É muito mais fácil a sociedade legitimar como socialmente responsável uma empresa que apóia uma ONG de combate ao câncer do que uma organização que estabelece princípios ambientais, contrata deficientes físicos, ou oferece segurança e bem-estar aos trabalhadores”, afirma. Condenadas ao fracasso Existe também a visão comum de que esse tipo de prática chamada de marketing social sirva apenas para melhorar a imagem ou encobrir práticas fraudulentas. “É ingênuo pensar que a realização desse marketing possa aco-

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PERAZZO: SEM PARTICIPAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS, QUALQUER AÇÃO SOCIAL FICA INVIABILIZADA

bertar envolvimentos socialmente abomináveis. Se os investimentos em comunicação forem maiores do que aqueles apropriados diretamente aos programas sociais, a reação da comunidade pode ser inversa ao esperado, gerando perda de credibilidade”, explica Lilian Aglieri. A pesquisadora acrescenta que a comunicação das práticas sociais deve funcionar como um componente da identidade organizacional, contribuindo para consolidá-la, e não como um braço independente dos valores e crenças da empresa. Alberto Augusto Perazzo, presidente-executivo da Fundação Instituto Desenvolvimento Empresarial e Social (Fides), também acredita que ações que dispensam a mobilização interna da empresa e que apostam no marketing estão condenadas ao fracasso. “Nossas experiências indicam que essas ações duram muito pouco tempo”, afirma. A boa notícia, segundo Perazzo, é que os dirigentes estão também mais conscientes do risco de utilizar o “apelo” social para criar uma imagem mercadológica. “Cada vez é mais claro que os erros neste campo são muito caros para resolver”, diz. Pensando justamente na questão e sabendo que a pequena empresa não dispõe de uma estrutura de marketing, a Fides se juntou com outras quatro entidades para organizar o Prêmio Balanço Social, que neste ano chega à sua segunda edição e tem uma categoria dedicada às pequenas empre-


A 8 passos da responsabilidade Saiba quais sĂŁo as etapas que o empreendedor deve seguir para desenvolver uma proposta de engajamento das pequenas empresas em uma gestĂŁo de Responsabilidade Social

Esta reflexĂŁo tem como principal objetivo repensar como tudo tem sido feito e decidido de forma a conceber e decretar uma “revoluçãoâ€? moral dentro da empresa. Nesse sentido, as principais questĂľes a serem pensadas pelo empreendedor sĂŁo: Qual a missĂŁo, os valores e a visĂŁo que norteiam a atuação da empresa? A empresa promove alguma atividade que seja danosa Ă s pessoas e ao meio ambiente? Quais sĂŁo as açþes de responsabilidade social que a empresa realiza? A empresa ĂŠ considerada sĂŠria e Ă­ntegra?

Construir um novo referencial organizacional.

Para isso, o empreendedor deverĂĄ elaborar uma nova missĂŁo e assimilar uma nova visĂŁo para o empreendimento – um novo perfil ideolĂłgico, o que ĂŠ importante em qualquer organização. A forma como o empreendedor vĂŞ o negĂłcio e se posiciona perante ele tende a disseminar-se por toda a organização. Algumas das principais questĂľes a serem discutidas nesta etapa sĂŁo: a) Qual a missĂŁo, os valores e a visĂŁo que deveriam nortear a atuação da empresa? b) Que objetivos ou prioridades institucionais a empresa pretende alcançar ao implementar uma gestĂŁo voltada para a responsabilidade social?

Identificar e articular os principais valores Êticos a serem instituídos na organização.

O conjunto de valores Êticos torna-se uma ferramenta indispensåvel para que o empreendedor e seus funcionårios tomem decisþes condizentes com as metas e convicçþes traçadas. Quando bem alinhavada, uma declaração de valores Êticos especifica a forma pela qual a empresa administra o negócio, e pode ser utilizada como um valioso indicador de atuação empresarial para solucionar situaçþes de conflitos entre fornecedores, clientes, funcionårios ou outros parceiros, e tambÊm para tomar decisþes difíceis que envolvam dilemas Êticos. Nesse momento, princípios como honestidade, integridade, justiça, lealdade, solidariedade, respeito ao próximo, compaixão e compromisso devem ser considerados para fins de implementação do processo.

Conquistar os funcionĂĄrios e compartilhar com eles esta nova visĂŁo do negĂłcio, permitindo que eles se apropriem da iniciativa para que comecem a adotar um posicionamento condizente com tal proposta.

Escolher de forma cuidadosa as políticas de ação, o que se caracteriza como um profundo trabalho de planejamento.

A conversão da empresa, mesmo que pequena, em uma organização socialmente responsåvel não Ê tarefa de um só gestor. Assim, a participação dos funcionårios Ê vital para a continuidade do processo e do sucesso do modelo de gestão proposto pelo empreendedor. Esse engajamento pode ser obtido a partir de estratÊgias, como a inserção de material e artigos sobre o tema no mural da empresa, o fomento de discussþes informais nos horårios de intervalo, ou mesmo atravÊs da introdução de temas em reuniþes rotineiras.

A exemplo de qualquer iniciativa que parte do zero, o programa sĂł evoluirĂĄ se houver o envolvimento e o esforço de toda a empresa. Dessa maneira, a proposta ĂŠ que o empreendedor e os funcionĂĄrios atuem em conjunto para definir tipos de açþes a serem implementadas nas diversas ĂĄreas da empresa. É importante, desde o inĂ­cio, ter em mente as estratĂŠgias e atĂŠ mesmo os recursos que a empresa deverĂĄ dispor para permitir a estruturação e a sustentação de tais açþes, o que possibilitarĂĄ o desenvolvimento de atividades, metas e objetivos realistas.

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2003

1 2 3 4 5

Refletir sobre a missão, as orientaçþes e os valores praticados pela empresa.

Empreendedor – Outubro CONTINUA


(Capa

Para eleger as políticas de ação, o empreendedor deve partir da avaliação de diretrizes envolvendo o público interno, o mercado consumidor e o meio ambiente, a exemplo dos tópicos listados abaixo:

PÚBLICO INTERNO

MERCADO

DIRETRIZ DE EMPREGO política de diversidade política de redução de quadro e demissão política de treinamento e desenvolvimento de talentos

DIRETRIZ DE QUALIDADE DOS PRODUTOS/SERVIÇOS política de durabilidade e segurança política de garantia e reposição política de assistência técnica

DIRETRIZ DE REMUNERAÇÃO política de participação nos resultados política de incentivos

DIRETRIZ DE RELAÇÃO COM OS CLIENTES política de cumprimento dos contratos política de proibição do uso de marketing e técnicas comerciais antiéticas

DIRETRIZ DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO política de segurança e higiene política de estímulo à prática esportiva política de inserção das famílias

FORNECEDOR política de desenvolvimento de fornecedores política de disseminação de valores éticos política de exigência de padrões de conduta

MEIO AMBIENTE DIRETRIZ DE QUALIDADE DO AMBIENTE política de manutenção da qualidade elevada do ar política de prevenção de novas formas de poluição política de descarte de produtos tóxicos DIRETRIZ DE PREVENÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS política de redução de consumos de papel, energia e água política de separação de materiais recicláveis política de redução do uso de descartáveis

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Implementar as ações delineadas.

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CONCORRÊNCIA política de honestidade para com a concorrência política de antipráticas monopolistas do mercado GOVERNO política de práticas de anticorrupção e propina política de honestidade nas informações tributárias

Neste momento, é importante que o empreendedor conduza as ações de forma séria e com segurança. Caso contrário, não terá proporcionado condições para que o programa se desenvolva.

Reforçar as práticas implementadas, tendo como base a própria postura do empreendedor frente às atividades e decisões rotineiras da empresa, bem como o reconhecimento e a valorização pessoal da atuação dos empregados.

Estabelecer mecanismos de controle para avaliar regularmente a empresa.

Outubro – Empreendedor

COMUNIDADE política de apoio e reconhecimento ao trabalho voluntário dos funcionários política de doação de produtos/serviços política de mobilização/empréstimo de materiais e instalações para ONGs política de gerenciamento do impacto da empresa junto à comunidade

O sucesso da política de valorização e reconhecimento consiste em descobrir qual a maneira adequada de homenagear os funcionários, sobretudo aqueles que se destacaram para que as ações fossem realizadas com sucesso. É essencial que a valorização das ações da empresa para com o público interno esteja acontecendo rotineiramente bem antes que a organização dispare ações de comunicação voltadas para o público externo. Caso contrário, poderá perder a credibilidade tanto dos funcionários como dos demais públicos.

Esta avaliação poderá ser tão informal quanto à seguinte pergunta: “Como estamos nos saindo?” Talvez seja necessário contemplar objetivos, como a avaliação da situação atual da empresa em relação à missão e às metas e também o modo como a empresa vem respondendo às novas iniciativas. É importante lembrar que existe um tempo de aprendizagem organizacional, que difere de empresa para empresa, em que os novos valores e ações vão sendo assimilados, sobretudo quando 2 4 as atividades escolhidas não são familiares.


É simples ser responsável

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fazendo determinado projeto.“Dessa forma, os clientes ficam convidados a participar e a internet também pode ajudar nessa tarefa”, explica. Com a sua experiência de trabalho na Apimec, que em1992 criou a Comissão Balanço Social para estimular as companhias abertas a publicar relatório de suas atividades sociais e ambientais, Gonzales diz que ainda existem empresas que fazem ações para encobrir atos fraudulentos, mas atualmente em menor escala. “As entidades do terceiro setor estão cada vez mais fortes e fiscalizam de perto o balanço de pequenas empresas”, afirma. Isso porque, ele explica, não adianta penalizar apenas a grande empresa enquanto quem está diretamente ligado com a comunidade, e é um potencial fornecedor de empreendimentos maiores, está agindo de maneira errada. “É difícil dizer isso, mas o simples fato de a empresa estar dentro da lei já é um grande avanço”, completa. A questão social, de acordo com Gonzales, deve chegar em curto prazo à indústria de capital de risco, que ainda está em fase de expansão no país. Ele acredita que serão criados fundos, como já acontece na Inglaterra e nos Estados Unidos, em que só são aportados recursos em pequenas empresas na área tecnológica ou com grande potencial de crescimento com uma gestão de boas práticas sociais. “Os critérios ainda são econômicos, mas os parâmetros vão mudar rapidamente”, adverte. Para confirmar sua tese, ele cita o caso Fundo Ethical, lançado em 2001 pelo ABN AMRO Asset Management. O fundo de ações composto por organizações listadas nas Bolsas de Valores tem papéis escolhidos em função da responsabilidade das empresas para com todos os seus acionistas, credores, funcionários, clientes, fornecedores, governo, comunidade e sociedade. “Estatísticas internacionais dizem que essas empresas têm maior rentabilidade”, completa. Empreendedor – Outubro

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sas. “Esses empresários têm um conA responsabilidade social empresatato muito perto do consumidor, e isso rial no Brasil ainda é um assunto novo, lhes permite sentir melhor as necessimas a assimilação do conceito por dades de sua comunidade”, avalia. parte de grandes corporações está auUm dos exemplos desse tipo de mentando a pressão nos pequenos necomportamento vem da Editora Palagócios. Isso porque, se o empreendevra Mágica, vencedora na primeira edidor não tem gestão social, fatalmente ção do Prêmio Balanço Social, categodeixará de ser fornecedor de uma granria-destaque Micro e Pequena Emprede empresa que pretende ser socialsa. Nesse caso, a empresa oferece apoio mente justa. No entanto, com projea entidades do terceiro setor, com petos simples, sem que se perca o foco quenas quantias em dinheiro e, princido negócio ou que se quebre o caixa, palmente, com produtos e serviços. A as pequenas empresas podem garanentidade O Cantinho do Céu, que abritir sua permanência no mercado. Roga crianças portadoras de deficiência berto Gonzales, considerado um dos mental em São Paulo, recebe uma pemaiores especialistas em responsabiquena verba mensal. O Sanatório São lidade social no país, também acrediVicente de Paula e a Creche-Escola ta no poder que as pequenas empreObreiros do Bem, instituição que sesas possam ter ao mudar seus conceigue a linha antroposófica e atende 150 tos olhando primeiro para o próprio crianças e adolescentes, são apoiados negócio. Segundo ele, uma lanchonete através de serviços que vão desde aspode, por exemplo, ter uma política sessoria de imprensa gratuita até apoio de contratar funcionários da raça nepara campanha de marketing e produgra e de seleção ética dos seus fornetos gráficos. cedores e não precisa de ações sociA empresa implantou, em outubro ais como as feitas por grandes cadeide 1999, em parceria com a Crecheas de fast food. Escola Obreiros do Bem, uma oficina “O pequeno empresário também de reciclagem de papel, oferecendo a deve se perguntar se o layout da sua 11 adolescentes a possibilidade de loja facilita o trânsito dos clientes e das aprender a reutilizar o papel, estimupessoas que passam lando a criatividade DIVULGAÇÃO pela rua. Tudo isso e o respeito ao meio pode ser feito usanambiente. A oficina do-se critérios sociproduz cartões, craais e em qualquer chás e blocos de panegócio”, afirma. pel. As entidades Para Gonzales, que parceiras são estirepresenta a Associmuladas a apresenação dos Analistas e tar propostas dentro Profissionais de Indo planejamento esvestimento do Mertratégico e missão da cado de Capitais fundação mantida (Apimec), não impela empresa. Esses porta se o empresáprojetos fazem parrio não tem dinheiro te do banco de prápara divulgar essa ticas do Instituto ação. A solução seEthos. As ações, seria fazer isso dentro gundo Galeano da sua própria loja e Amorim, diretor da GONZALES: SEM PERDER O FOCO mostrar para os seus editora, surgiram NEM QUEBRAR O CAIXA, EMPRESAS clientes que ele está desde a sua criação. PODEM MUDAR SEUS CONCEITOS


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(Capa Ele diz que o próprio nicho – a edição de livros infantis que abordassem temas de cidadania – já era um indicativo desse perfil. Amorim explica que ter uma postura socialmente responsável é, sobretudo, uma questão de atitude. “Para estimular e, principalmente, mostrar aos micro e pequenos empresários esse caminho, é imprescindível estabelecer parcerias estratégicas com organismos que atuam diretamente com esse universo no diaa-dia, como é o caso do Sebrae e de instituições financeiras como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil”, acredita. Galeano propõe que, da mesma forma que são oferecidos cursos de gestão e finanças, por exemplo, aos atuais e aos futuros pequenos empreendedores, é preciso criar um programa de educação continuada de responsabilidade social empresarial. O empresário não acredita que exista a necessidade de uma revolução moral nas pequenas empresas, já que um grande contingente de pequenos empresários tem espírito fraterno e solidário. Falando de sua empresa, Galeano diz que, ao adotar políticas internas socialmente responsáveis, a editora deu sua inestimável contribuição à sociedade e, além disso, ganhou uma equipe mais capacitada e motivada, o que se traduziu em melhor desempenho no seu negócio. “Só por isso já teria valido a pena a decisão de ser uma empresa cidadã e começar pela primeira tarefa, que é dentro de casa”, conta. Sem investir em marketing, a sua empresa ganhou o público externo porque seus projetos começaram a repercutir entre fornecedores, parceiros e clientes e, quando menos se esperava, ganhou o reconhecimento social. “Todos os nossos Outubro – Empreendedor

projetos são administrados, executados e monitorados através do nosso sistema de gerenciamento por projeto, o que garante o acompanhamento sistemático e a avaliação dos resultados das práticas”, acrescenta. Mais um segredo da sua receita para monitorar seu desempenho nessa área são os balanços sociais periódicos e as avaliações feitas pelo Ministério Público desde que foi criada a fundação pela empresa, que também são ferramentas importantes para medir os resultados. Em algumas empresas as práticas sociais são feitas de maneira informal, mas incorporar essas ações na gestão pode ter baixo custo e bons resultados. Foi o que aconteceu com a Usina Bigger Comunicação, pequena agência de comunicação de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul. O fato que melhorou a atitude da empresa foi uma campanha feita, em 2000, para arrecadar recursos para o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Com o slogan “Seu peixe é muito bem-vindo. Mas a idéia é ensinar a pescar”, a empresa acabou criando uma Divisão de Projetos Sociais. Com essa estratégia, a agência se firmou como uma referência no tema em campanhas desse tipo para além da região central do Rio Grande do Sul. “Fazíamos trabalhos voluntários sem planejamento ou propósitos definidos. Com o tempo, passamos a realizar trabalhos dentro de focos específicos e com uma visão mais abrangente das necessidades e oportunidades sociais”, lembra Tarcio Lopes, diretor administrativo da Usina Bigger. Ele acredita que, à medida que um empreendimento comprometido com as causas sociais cresce, seus compromissos com a comuni-

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dade que proporcionou esse crescimento se fortalecem, transformandose em novas políticas e estratégias que possam acompanhar o desenvolvimento sustentável do negócio. O empreendedor conta que a empresa dispõe de projetos em diversas áreas, e por isso adotou, para cada um deles, indicadores e metodologias diferentes. “O importante é ter um mecanismo eficiente, claro e que atenda à necessidade de reavaliar constantemente a prática na busca dos resultados pretendidos”, ensina. Para Lopes, o reconhecimento externo pode ser alcançado de diversas formas, dependendo da estratégia de cada empresa. O que importa, segundo ele, é dar os primeiros passos. Ou seja, o reconhecimento deve começar internamente e evoluir conforme o nível da cultura socialmente responsável nos públicos atingidos pela organização. “Não é qualquer empresa que tem ousadia suficiente para dizer: ‘eu sou responsável’. Isso requer a tomada de uma decisão radical de transparência. O efeito negativo de uma empresa dizer-se socialmente responsável sem que isso seja verdade pode ser catastrófico e irreversível.” Os exemplos mostram que entrar para o “caminho do bem” é quase que uma conversão para quem pretende criar e manter bons negócios.

Linha Direta Alberto Augusto Perazzo www.fides.org.br Editora Palavra Mágica www.palavramagica.com.br Ipea www.ipea.gov.br Lilian Aligleri aligleri@rla01.pucpr.br Roberto Gonzalez www.apimec.com.br Usina Bigger Comunicação usinabigger@usinabigger.com.br


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Empreendedor – Setembro




DIVULGAÇÃO

Franquia

Versão compacta

Total

Posto avançado Para ampliar o mercado, a rede de ensino de idiomas Skill implementou o projeto Posto Avançado, que prevê a comercialização de unidades em cidades com até 30 mil habitantes. O custo de padronização para o novo negócio é 70% mais barato do que o valor cobrado numa unidade convencional, sendo a taxa de franquia menor e as taxas administrativas e do fundo de propaganda também. Os franqueados de um Posto Avançado recebem o mesmo serviço, treinamento e suporte oferecido aos demais franqueados. O projeto foi baseado num estudo que revelou que apenas 4% dos municípios desse porte são atendidos por uma escola de idiomas. (11) 5583-4900 ou www.skill.com.br

O Bob’s abriu sua primeira loja em versão compacta, dentro do supermercado Giassi, no município de São José (SC), na Grande Florianópolis. Com 15 m2 de área total e capacidade para produzir todos os produtos do cardápio, a unidade faz parte do planejamento para o futuro da rede. “Hoje a média das lojas é de 50 m2, mas a tendência é fazermos lojas cada vez menores e que possam atender da mesma maneira os clientes”, afirma Adilson José de Mello, franqueado da loja. A região foi escolhida para testar o novo formato pelos números expressivos que as seis lojas têm apresentado. Somente o sistema de tele-entrega, no primeiro semestre, teve um crescimento de 56%, em relação ao mesmo período do ano

passado. Em Florianópolis é adotada uma estratégia permanente de preços, em que o objetivo principal é conseguir uma maior adaptação a todas as faixas de público. Outra iniciativa adotada é a de repasse dos ganhos para os clientes. “Conseguimos praticar preços abaixo da rede, já que repassamos todos os ganhos para o consumidor. Na verdade, os custos locais são mais baratos em relação a São Paulo, por exemplo”, diz o franqueado Célio Philippi. (21) 2598-5730

Decisão do franqueado A rede de lojas Guaraná Brasil, do segmento de roupas femininas, está em plena fase de expansão no Sul do país e conta com um importante diferencial na conquista de franqueados. A liberdade de escolha na hora de encomendar as peças da coleção permite ao franqueado adequar-se à realidade do público da sua região. “Há muita diferença entre os consumidores de Recife, São Paulo ou Florianópolis”, ressalta Eduardo Kleinubing, proprietário da recém-inaugurada unidade em Florianópolis. A marca já apresenta nas vitrines a coleção primavera–verão, com jeans, camisetas, acessórios e bijuterias, além da linha de vestidos e saias floridos e coloridos, em tecidos leves. Tendo como perfil de consumidora a mulher jovem, o catálogo da coleção tem como modelo a atriz Flávia Alessandra. “Ela simboliza o nosso conceito de moda para esta estação, uma mulher que tem uma atitude equilibrada, chique e decidida da menina, mas que nos transporta à alegria e sensualidade de um comportamento completamente moderno e descolado”, define Anna Bassi, a estilista da marca. www.grupoguaranabrasil.com.br DIVULGAÇÃO

Na mira do imposto

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A discussão em torno da Lei Complementar nº116 (matéria publicada na edição de setembro do Franquia Total), relativa à inclusão das atividades de franchising como contribuintes do ISS, gerou a criação de uma comissão especial da Associação Brasileira de Franchising (ABF) para tratar do assunto. Durante um workshop realizado no dia 10 de setembro, a ABF reuniu cerca de 80 associados interessados em saber de que forma seria encarada a

questão e quais os procedimentos corretos que deverão ser adotados pelas redes. A partir daí formou-se um grupo de trabalho com especialistas da área jurídica, tendo como coordenador Natan Baril, da rede O Boticário. Entre as decisões do grupo ficou acertado que seriam obtidos pareceres de juristas a respeito da possibilidade de entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). Paralelamente, a ABF está fazendo um levantamento em algumas

cidades, para detectar se há movimento para a regulamentação municipal da nova legislação, e também está preparando uma cartilha voltada aos associados sobre a questão do ISS, sobre como proceder passo a passo nas ações junto ao Poder Público e sobre os termos que devem utilizar em seus contratos de franquia (royalties, taxa de adesão, prestação de serviços), para que não se sujeitem a esses tipos de impostos. (11) 3814-4200

Edição: Alexandre Gonçalves • Reportagem e Redação: Sara Caprario E-mail: franquiatotal@empreendedor.com.br

Outubro – Empreendedor

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expressas Casual Dinning é a nova modalidade de franquia lançada pela rede de fast food de comida chinesa Jin Jin. A loja concilia o conceito de restaurante com o delivery, proporcionando mais potencial de faturamento ao franqueado. A rede tem 32 unidades em operação e a meta é fechar o ano com 40 lojas. (11) 5549-4965 Entre os pratos especiais que a rede Bon Grillê Alimentos incluiu no cardápio neste segundo semestre destaca-se a lingüiça de picanha. Desenvolvida pelo Centro de Processamento de Alimentos da rede, a iguaria é composta de corte bovino nobre e picanha, o que resultou numa lingüiça defundada do tipo calabresa. A escolha não foi à toa: a picanha é um dos grelhados mais vendidos pelas 45 lojas em todo o país. (11) 5098-9224 Ao comemorar 75 anos de existência, a rede Chocolates Kopenhagen deve completar até o final do ano a inauguração de dez novas unidades para se somar às 146 em todo o país. Com fábrica na região metropolitana de São Paulo, a empresa tem mais de 300 itens de venda. Os franqueados podem optar em ter uma loja ou um quiosque, e o investimento varia entre R$ 50 mil e R$ 150 mil. (11) 3055-1033 A rede de lavanderias Sol & Sabão está atraindo interessados em possuir uma master-franquia, especialmente nas capitais brasileiras. O masterfranqueado deve implantar uma usina e pontos de captação na região de abrangência. (11) 241-8859

Mais um parceiro se junta ao Projeto Mundo Verde Casazul, que atende cerca de 60 crianças e jovens das comunidades da favela Bairro Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro (RJ). Trata-se do Laboratório Bronstein, que vai cuidar de toda a parte de análises clínicas. O projeto oferece gratuitamente assistência médica, educacional e cultural. A Casazul é uma associação sem fins lucrativos mantida pelo Instituto Cultural Elza Pires (ISEP), cuja presidente de honra é a atriz Glória Pires. A parceria do ISEP com a rede de lojas de produtos naturais

Na rua A Imaginarium, rede de comércio de presentes e objetos de decoração, inaugura duas novas lojas, desta vez fora do shopping center: uma em Teresópolis (RJ) e outra no bairro Vila Nova Conceição, em São Paulo. Os novos endereços trazem renovação à marca. Cada uma das lojas tem 120 m2 e o maior diferencial será o Espaço Substância, onde vão estar expostos os objetos da segunda marca da empresa, dentro de uma decoração própria e com ênfase em outro público. Para Luiz Sebastião Rosa, franqueador das duas marcas, público e empresa só têm a ganhar: “A maneira como os objetos estarão dispostos preserva a identidade de cada marca mas amplia a cobertura do público”, lembra ele. A loja de Teresópolis terá outro diferencial: será uma loja-escola, onde serão treinados novos franqueados e gerentes e formados grupos de trabalho com experiência de loja. Também serão servidos café e bolos de cortesia, em mesinhas no interior da loja ou no jardim. “A idéia é oferecer um ambiente agradável, que permita ao cliente passar mais tempo dentro da loja”, explica Sebastião Rosa. www.imaginarium.com.br

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DIVULGAÇÃO

Mundo Verde possibilitou ampliar o trabalho da entidade. No plano social, além dessa parceria, a rede realiza um trabalho com a APAE no projeto Inclusão pelo Trabalho, que visa a inserir os portadores de necessidade especiais no mercado. A meta, a médio prazo, é que todas as lojas tenham pelo menos um desses funcionários. (24) 2237-2528 ou www.mundoverde.com.br

REDES

NA REDE

Cidadão Solidário Aproveitando as facilidades de comunicação via internet, a rede de treinamento em informática SOS Computadores criou há dois anos o projeto SOS Cidadão Solidário e tem conseguido colaborar com entidades beneficentes de todo o Brasil. As 115 unidades espalhadas pelo país realizam campanhas para arrecadar agasalhos, alimentos ou brinquedos que depois são encaminhados para as instituições. Um site foi criado para dar suporte ao projeto – www.soscidadaosolidario.com.br –, onde são divulgados os contatos e as necessidades das entidades de vários estados. Cada uma dessas entidades tem uma página na internet com o link no site da campanha. E para manter aquecida essa rede de solidariedade, os próprios alunos da SOS pesquisam em suas cidades as entidades beneficentes e as inserem no site, colocando em prática o que aprendem na sala de aula. (11) 5017-1885 Empreendedor – Outubro

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Oferecer produtos que custem menos de R$ 1,00 é o diferencial da rede de fast food Habib’s, que superou todas as expectativas com o lançamento do Pastelzinho de Belém, um doce de origem portuguesa vendido a R$ 0,79. Foi implantada uma central de produção exclusiva para esse item e o investimento deu certo: em apenas dois meses foram vendidos na rede 6 milhões de unidades do doce. (11) 5633-2600

Parceria social


Franquia

Total

Expansão via parceria

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As redes buscam parceiros de fora do franchising para incrementar sua atuação e garantir um aumento na sua clientela Em qualquer rede de franquias a palavra “parceria” já é por si só a chave para que o negócio dê certo, afinal a troca é mútua entre as partes e precisa de sintonia. Mas em muitas empresas a parceria vai além da própria rede, para garantir a profissionalização e a qualidade do serviço ou do produto da franquia. A congregação de empresas ocorre quando há vantagens para os dois lados, claro. Isso ocorre, por exemplo, nas redes de ensino de idiomas, que encontraram nas escolas de ensino fundamental e médio a necessidade de implantar unidades para atendimento dos alunos. A chamada terceirização do ensino de idiomas nos colégios é uma realidade cada vez mais crescente devido às exigências do mercado de trabalho por conhecimento de uma segunda língua. O Centro Cultural Americano encontrou nesse nicho a oportunidade de expandir sua rede. A franquia oferece dois tipos de produtos nesse sentido: o Projeto Parceria, que é a terceirização através da disponibilização de professores, material e laboratório dentro do colégio, e o Posto Avançado, que vai além, transferindo a franquia para o dono do colégio, que pode abrir vagas para o público em geral. “Nós conseguimos atingir um maior número de alunos e posicionar nossa marca como um prestador de qualidade. O franqueado Outubro – Empreendedor

mais grandes redes de ensino de idiomas, como Wizard, Yázigi, CCAA, entre outras, também terceirizam o ensino de idiomas e vão além dos colégios, entrando em clubes, associações e universidades.

obtém maior lucratividade, o colégio vê diminuída a evasão de alunos com a satisfação pelo ensino completo e os pais diminuem seus custos de cursos extras e deslocamentos”, enumera Igor Trafane, presidente da empresa. Ele conta que foi realizada uma pesquisa entre os alunos dos colégios parceiros e 96% aprovaram o fato de poder ter aulas de inglês com a metodologia do Centro Cultural Americano dentro da própria escola. O Centro tem 35 escolas parceiras, num total de 30 mil alunos. Entre essas escolas estão várias unidades da Rede Adventista de Ensino. No total, a rede tem 70 unidades espalhadas pelo Brasil, com cerca de 60 mil alunos. A difusão do Projeto Parceria, destaca o presidente, depende muito da região onde a franquia está instalada e do seu público-alvo, mas hoje já está entre os três produtos mais procurados dentro das unidades. De-

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Store-in-store Uma outra maneira de realizar parcerias que já é comum no mundo do franchising é o chamado store-in-store, ou seja, uma loja dentro de outra loja. Aquelas redes que oferecem unidades em formato de quiosques possibilitam essa parceria com outras redes e oportunizam aos empreendedores com menos recursos uma maneira mais rápida de iniciar o próprio negócio. A rede de locadoras de CDs e DVDs 100% Vídeo agrega valor ao seu serviço colocando dentro das suas unidades quiosques da Casa do Pão de Queijo e da Livrarias Nobel. O público selecionado consumidor de filmes e música encontra ainda no local livros e acessórios de papelaria ou pode fazer um lanche e tomar um cafezinho. A rede Fran’s Café investiu, por exemplo, na formatação da Fran’s Station, ou estação móvel, voltada principalmente para condomínios comerciais. Em nove metros quadrados o franqueado pode oferecer refeições rápidas em locais com público determinado, além de ter a segurança de estar em um estabeleci-


DIVULGAÇÃO

FUNDAMENTAL: CENTRO CULTURAL AMERICANO FORMATOU DUAS MODALIDADES PARA FACILITAR PARCERIAS COM ESCOLAS

DICAS DE CONSULTOR Para fechar uma parceria é preciso checar todos os detalhes antes de assinar um contrato. Veja as principais dicas a respeito: Condições comerciais – defina antes quem paga o que, isto é, a responsabilidade de cada rede com a parte financeira envolvida. Coloque no papel as porcentagens de valores envolvidos, os tipos de controles e a necessidade de uma prestação de contas se for o caso. Responsabilidades – é preciso que fique por escrito quais as responsabilidades de cada uma das partes, seja com publicidade, com atração de clientes, com segurança, etc. Aspectos contratuais – o ideal é que tudo seja discutido com transparência entre ambas as partes, envolvendo franqueadores e franqueados. O contrato deve ter cláusulas claras, bem definidas, incluindo a vigência de contrato, a necessidade de multas no caso de desacertos, entre outras cláusulas que vão depender de cada caso e tipo de parceria. Fonte: consultora Ana Vecchi, da Vecchi e Ancona Consulting

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Estados Unidos cerca de 80% faz uso do serviço. Daí a necessidade de estar mais próximo do consumidor. As empresas de lavação de veículos são outro setor que utiliza pontos de outros estabelecimentos para oferecer seu serviço. A Pronto Wash trabalha com carrinhos de limpeza que podem estar em qualquer lugar onde seja possível lavar um carro. Estacionamentos de shoppings, supermercados ou mesmo estacionamentos pagos abrigam o negócio, sendo que o ponto sempre é escolhido pelo franqueador. A parceria permite que o estabelecimento agregue valor, e a Pronto Wash ganha com a mobilidade de poder estar onde o cliente está. Como mostram os exemplos citados, a expansão das redes passa pela parceria. É só saber por onde começar.

Linha Direta 5 à Sec 0800 10 5005 100% Vídeo (19) 3234-7444 Centro Cultural Americano (19) 3251-9991 Fran’s Café (11) 5056-0043 Pronto Wash (11) 3371-5777 Empreendedor – Outubro

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mento fechado. Todas as partes envolvidas nas mais variadas modalidades de parceria desembolsam recursos para que a parceria ocorra, mas os ganhos também beneficiam a todos. O alerta nesse tipo de trabalho em conjunto é que todos os acertos estejam bem definidos em contrato, tornando o negócio o mais transparente possível. Além dos próprios quiosques, que fazem parcerias com shoppings e supermercados, a utilização de espaços de outras empresas por parte de unidades franqueadas é muito comum na área de lavanderia. As redes deste setor estão investindo em pontos de captação para facilitar a vida do cliente e tornar o serviço mais acessível. Para isso utilizam-se de espaços em centros comerciais de variados tipos ou mesmo lojas maiores para instalar pequenas unidades ou quiosques, como faz a Qualittà Lavanderia. É o que começou também a fazer este ano a rede 5 à Sec com a abertura das chamadas lojas satélites, onde pode ser realizada toda a operação da recepção de roupas à entrega ao cliente, com exceção da limpeza a seco. Essa etapa é feita na loja principal, que fica próxima da loja satélite. Silvia Amaral, diretora de Marketing da 5 à Sec, lembra que apenas 3% da população brasileira utiliza as lavanderias, enquanto nos


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Franquia

ABF

ABF conduz discussão sobre lei do ISS Em um workshop realizado no dia 10 de setembro de 2003, a ABF e seus Associados discutiram os efeitos da promulgação da Lei Complementar nº116, relativa à inclusão das atividades de franchising como contribuintes do ISS. O evento, realizado em São Paulo, contou com a presença de cerca de 80 pessoas interessadas em saber de que forma a ABF está tomando a frente dessa questão e quais os procedimentos corretos que deverão ser adotados pelas redes. A Comissão de Estudos Jurídicos da entidade se reuniu antes do encontro para discutir os diversos pareceres dos advogados presentes e avaliar as implicações da incidência do tributo, a fim de poder orientar os demais Associados.

A ABF já definiu os temas que serão abordados na Convenção, que ocorrerá de 5 a 9 de novembro no Blue Tree Park, em Angra dos Reis (RJ). Estão confirmadas as palestras dos conceituados Dr. Ewaldo Russo apresentando o “Case Fleury – Excelência no Atendimento ao Cliente” e Moises Sznifer com os temas “Transformação e Centralização no Cliente” e “O Futuro do Franchising: como gerar resultados”. Sete painéis paralelos abordarão os seguintes assuntos: J O Empreendedorismo

Outubro – Empreendedor

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DIVULGAÇÃO

1 Com objetivo de tratar especificamente das questões do ISS, um novo grupo de trabalho foi formado. Seus membros são: Natan Baril (O Boticário), José Carlos Vaz e Dias (Di Blasi, Parente, Soerensen Garcia e Associados), Gustavo Bichara (Bichara, Barata, Costa e Rocha Advogados Associados), Luiz Henrique do Amaral (Dannemann), Flávio Menezes (Menezes e Lopes Advogados Associados), Maurício Gomm (Gomm, Santos Advogados Associados), Andrea Oricchio (Viseu, Castro, Cunha e Oricchio) e Pedro Amaral (Monsen, Leonardos e Cia). 2 Foi sugerido que o franchising deveria obter pareceres de tributaristas renomados, antes de interpor qualquer ação de inconstitucionalidade. A própria Comissão ficou de levantar orçamentos e opções de custeio para a ABF discutir na sua Diretoria ou em AGE (Assembléia Geral Extraordinária), se necessário. 3 Neste ínterim, a ABF e a Comissão realizarão um levantamento da situação nas principais cidades onde atuam as redes franqueadoras, já que a lei depende de regulamentação municipal. 4 Além disso, uma cartilha será preparada para informar os Associados a respeito da questão do ISS, e os termos que deverão utilizar em seus contratos de franquia (royalties, taxa de adesão, prestação de serviços). A ABF manterá seus associados informados através da edição de boletins do ABF em Ação.

As principais conclusões advindas das reuniões foram:

LINHA DIRETA: ABF www.abf.com.br – abf@abf.com.br

A ABF preparou uma programação especial para o evento

que dá certo Coordenador: Carlos E. C. Pessoa Filho (Endeavor ) Debatedores: Lito Rodrigues ( DryWash) Eduardo Ourivio ( Spoleto ) J Expansão internacional do franchising brasileiro Coordenador: Paulo César Mauro (Golden Services ) Debatedores: Robinson Shiba ( China in box ) Fernando L. Perri ( Vivenda do Camarão ) J Shopping centers: a realidade e o desafio deste relacionamento Coordenador: Superintendente / empreendedor de shopping center Debatedores: Arnoldo Leite Moura ( Bon Grillê ) Juarez Leão ( Arezzo ) J Novos mecanismos de consultoria de campo Coordenador: Eva Abramovay (Amor aos Pedaços ) Debatedores: Christian Alberto Ambros (Escolas Fisk) A definir J Update legal/jurídico Debatedores: Andréa Oricchio ( Viseu, Castro, Cunha e Oricchio Advogados) Luiz Henrique do Amaral (Dannemann ) J Gerando resultados: lucratividade e metas Coordenador: Alberto Carneiro

Da esquerda para a direita: Natan Baril (O Boticário), Luiz Henrique do Amaral (Diretor de Relações Institucionais da ABF), Gerson Keila (Diretor Presidente da ABF) e Andrea Oricchio (Diretora Jurídica da ABF).

2003

3ª Convenção ABF do Franchising

Neto (Casa do Pão de Queijo ) Debatedores: Tomás Carlos Crhak ( Jani King ) Mario Gasperini (CNA ) J Responsabilidade Social: cases práticos Ricardo Young (Yázigi ) Jorge Antunes (Projeto Mundo Verde Casazul ) Paulo Metello (Mc Donald´s ) Francisco Neves (Instituto Ronald Mc Donald´s) Artur Grynbaum (Fundação O Boticário de Proteção à Natureza ) Além disso, ainda teremos as mesas redondas que debaterão os seguintes temas: Conselho de Franqueados; Treinamento à distância; Estudo de viabilidade; Consultoria de campo; Exportação de franquias; Empreendedorismo / Endeavor; O relacionamento com shopping centers; Atualização dos aspectos legais do franchising; Como gerar resultados; Franqueando no nordeste; Mediação e solução de conflitos. Garanta já sua participação. Vagas limitadas! Informações pelo telefone (11) 38144200 ramais 15,17 e 24.


FRANQUIAS EM EXPANSÃO Cacau Show

Negócio: Chocolates Finos Tel: 11.3959.2800 Fax: 11.3959.2812 E-mail: vendas@cacaushow.com.br Home page: www.cacaushow.com.br

Segurança e Competitividade A Cacau Show é hoje a maior indústria de chocolates finos do Brasil. Fundada há 15 anos, ganhou em 2002 o prêmio “Excelência – Categoria Chocolates” da ABICAB. As lojas padronizadas vieram como consequência do crescimento e solidez conquistados em mais de uma década de trabalho. Temos hoje 28 unidades, todas com excelentes resultados e disponíveis para análise. Não cobramos taxas de adesão, royalties ou semelhantes: Acreditamos que o nosso lucro deve vir unicamente do fornecimento do nosso produto, e por isso não objetivamos ganhar nas instalações, na concessão da marca ou no apoio. Oferecemos a melhor relação de custo X benefício do mercado de chocolates finos, tanto para o parceiro de negócios como também para o consumidor. Hoje os nossos chocolates são em média 50% mais baratos que os da concorrência, mas com uma qualidade equivalente. Também destacamos que nas lojas Cacau Show existem 03 possibilidades de trabalho: 1) Fazer a venda para o consumidor na loja; 2) comercializar ativamente no atacado, para diversos estabelecimentos da região; 3) formar equipes de revendedoras autônomas por catálogo. Para o aproveitamento desse 03 canais, onde a venda não é apeN.º de unidades Próprias e Franqueadas: 28 nas passiva mas Áreas de interesse: Brasil também ativa, a Apoio: PA, PM, MP, PO, OM, TR, PF, EL, PN, SP. Cacau Show forTaxas: Nenhuma nece todos os insInstalação da Empresa: $ 24.000,00 trumentos, apoio e Capital de giro: $ 10.000,00 Know How necesPrazo de retorno: 12 a 18 meses sários.

Contato: Stefenson Soalheiro

Livros CDs DVDs Papelaria Revistas Fundada em 1943 e com mais de 10 anos de know-how em sistemas de franquias, a Nobel é hoje a maior rede de livrarias do Brasil com mais de 100 franquias espalhadas pelo país. Confira algumas vantagens da franquia Nobel: consignação de grande parte do estoque inicial, com condições comerciais melhores do que as de uma livraria independente; suporte operacional e para escolha, análise e negociação do ponto comercial; abertura para a implantação de negócios complementares como café e internet; modelos de franquia de acordo com o potencial de cada região do Brasil: livraria, megastore e express (quiosques e lojas compactas); plano de expanNº de unidades próprias e franqueadas: 121 são definido para o Áreas de interesse: Brasil mercado brasileiro Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EL, PN, SP Taxas: de R$ 10 mil a R$ 25 mil (franquia) com oportunidades Royalties: de R$ 500 a R$ 5 mil especiais para noFPP (Fundo de Promoção e Propaganda): de R$ 100 a R$ 1 mil vos franqueados. Instalação da empresa: a partir de R$ 29.950 Faça parte desse suCapital de giro: variável cesso! Entre agora Prazo de retorno: de 24 a 36 meses (estimativa) em contato! Contato: Depto. de expansão 11-3706-1491/1493

PBF Inglês e Espanhol Negócio: Educação/Ensino de Idiomas Tel: (11) 5084-1924/Fax: (11) 5084-8882 franchising@pbf.com.br/www.pbf.com.br

Cinco razões para você investir em uma franquia de sucesso! 1. A PBF exige pequeno investimento e não cobra royalties. 2. A PBF é uma rede de escolas de idioma com mais de 30 anos de experiência e tradição. 3. A PBF possui um método de ensino exclusivo e próprio, totalmente atual e comunicativo. 4. A PBF forneNº de unidades: 0 próprias e 201 franqueadas ce suporte em Áreas de interesse: Todo o Brasil todas as áreas, da Apoio: PA, PO, TR, PF, EL, SP, MP, PM, PO, OM Taxas: 30% pool propaganda sobre compra de livro administrativa à pedagógica. Instalação da empresa: a partir de R$ 40 mil 5. A PBF traba(dependendo do tamanho da cidade) Capital de giro: R$ 10 mil lha para você cresPrazo de retorno: 18 a 24 meses cer sem parar! Contato: Christian Santos Franco

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto


FRANQUIAS EM EXPANSÃO Golden Services

Negócio: prestação de serviços do futuro Tel: 0800 12 7286 / Fax: (11) 374-3 2734 E-mail:franquia@goldenservice.com.br www.goldenservices.com.br

O futuro é aqui

Alps Negócio: escola de idiomas Tel: (19) 3296-0600 www.alpsschool.com.br

Nova oportunidade de negócios

SERVIÇOS DO FUTURO é um conceito de unidades de prestação de serviços de alta qualidade, instaladas estrategicamente para atender um público que busca praticidade, qualidade e preços justos. Em cada uma de nossas lojas encontramos o máximo em tecnologia e atendimento profissional para consertos de sapatos, bolsas e tênis, serviços de costura, além da mais moderna lavanderia do mercado. Nosso suporte é completo para o franqueado, desde a localização e negociação do ponto comercial até a implantação da loja. As franquias que hoje fazem parte do GOLDEN SERVICES são: SAPATARIA DO FUTURO (a sua loja de serviços com mais de 130 lojas em todo Brasil); COSTURA DO FUTURO (a única e mais completa rede nacional de serviços de reforma de roupas em geral); LAVANDERIA DO FUTURO (a lavanderia mais moderna do Nº de unidades próprias e franqueadas: 130 Brasil). Venha fazer parte Área de interesse: Brasil desse sucesso! Seja um Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF. FI. franqueado do futuro! EL, PN, SP Informações para Taxa: variáveis (ver site) franquias: 0800 12 7286 e Instalação da empresa: variável (ver site) Capital de giro: variável www.goldenservices.com.br. Prazo de retorno: 24 a 36 meses

A ALPS é a rede de franquias de idiomas que mais cresce no Brasil. Lançada no mercado em 2001, já conta com mais de 100 franquias espalhadas por todo o país, sendo que pretendemos fechar este ano com cerca de 250 unidades. O método Alps foi desenvolvido nos Estados Unidos seguindo as mais modernas técnicas de neurolingüística, possibilitando um aprendizado rápido e permanente do inglês. Alguns alunos que já estudaram em outros métodos e depois vieram para a ALPS chegam a afirmar que falaram mais inglês em 20 horas em nossas escolas que em toda a sua experiência anterior. Essa é a grande oportunidade para você poder ter seu próprio negócio e fazer parte de uma empresa com know-how administrativo e comercial, e um sistema exclusivo de ensino. A Alps dá assessoria na seleção do ponto comercial, na adequação do imóvel e na implantação e operação da escola, treinamento pedagógico, comercial, além de todo o suporte de uma equipe de profissionais especializados que vão assessorá-lo no seu empreendimento. Esta é sua grande oportunidade de sucesso em uma rede em ampla expansão! Existem várias Nº de unidades próp. e franq.: 150 cidades disponíveis para a imÁreas de interesse: Brasil plantação de uma unidade Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI, PN, SP Alps. Consulte nossa home Taxas: R$ 10 mil (franquia), 7% sobre compage (www.alpschool.com.br) pras (royalties) e R$ 12,0 p/ material didático e contate nosso Depto. de Instalação da empresa: R$ 30 mil a R$ 50 mil Franchising através do telefoPrazo de retorno: 12 a 18 meses ne (19) 3296-0600. Contato: Artur José Hipólito

Quality Cleaners Negócio: lavanderia expressa Tel: (11) 3253-0555 www.qualitycleaners.com.br

Lavanderia expressa Seja mais um empreendedor de sucesso! Faça parte de uma rede mundial de lavanderias! Um mercado com grande potencial e em constante crescimento! A rede de lavanderias expressas Quality Cleaners atua no Brasil desde 1999 e, após um período de aprendizado no mercado brasileiro, estruturou seu processo de expansão pelo sistema de franquias e já conta com mais de16 lojas no país. A Quality Cleaners oferece a seus franqueados um suporte de primeira linha, incluindo treinamento técnico operacional, acompanhamento na implantação da franquia, assessoria mercadológica e um vasto know-how adquirido por sua experiência internacional, em mais de 300 lojas e oito países, Nº unidades: 4 próprias/16 franqueadas Área de interesse: Brasil adaptada às caracApoio: PA, PM, MP, PO, PP, OM,TR, EI, SP terísticas nacionais. Taxas: R$ 30.000 (franquia), 5% (royalties) Entre em contato e 2% (publicidade) Instalação: R$ 210.000 a R$ 260.000 (inclusos com nossa Área de taxa de franquia, capital de giro e estoque inicial) Franquias e faça Prazo de retorno: 24 a 36 meses parte deste time Contato: Ventura vencedor!

Livraria Modelo Negócio: livraria Tel: (81) 3338-8019 Fax: (81) 3338-8069 www.modelo-online.com.br

Abra um verdadeiro modelo de franquia Se você tem visão de mercado e quer ser bem-sucedido, este é o seu negócio. Abrir uma franquia Modelo é poder contar com toda a estrutura de uma empresa que dispõe de vasta experiência e de uma equipe especializada na venda a varejo, há mais de 15 anos. Além disso, a TWM Administradora de Franchising, empresa que é responsável pelo sistema de franquias da Modelo, fornece todo o suporte técnico e operacional aos franqueados com apoio mercadológico e treinamento para implementação, estruturação e gestão de sua loja. A diversidade e o suprimento dos produtos oferecidos ainda contam com a retaguarda da DPM, que é a maior distribuidora de material de escritório, escolar e suprimento para informática do Norte/NE. A marca Modelo por quatro anos consecutivos detém o maior share of mind no segmento de livrarias do GranNº de unidades: 6 de Recife, de acordo Área de interesse: Brasil com pesquisa do InsApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, EI, PN, SP Taxas: de R$ 15.000,00 a R$ 35.000,00 tituto Harrop. Livra(franquia), 3% (royalties) e 2% (propaganda) ria Modelo. Venha faInstalação: R$ 1,5 mil por m2 construído zer parte desta históPrazo de retorno: 24 a 36 meses ria de sucesso. Contato: Joaquim Bezerra

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto


Fisk Negócio: Educação/Ensino de Idiomas Tel: (11) 5573-7000/Fax: ramal 251/255 franchising@fisk.com.br/www.fisk.com.br

A mídia exterior é o segmento que mais cresceu nos últimos anos. Atuando no mercado desde 1980, a Shempo tem desenvolvido e implantado diversos equipamentos e mobiliários urbanos: luminosos em topo de edíficios, paredes laterais, front-light, relógios urbanos, identificadores de vias e logadouros públicos, além de projetos inovadores para áreas de shoppings, aeroportos e outros locais de segmentação expressiva. Com tecnologia de ponta, a Shempo tem corrigido desvios, criando normas e procedimentos que garantam a permanência de padrão visual. Com mix diversificado de produtos do Mobiliário Urbano, a Shempo se destaca e sai na frente como a primeira empresa nacional em seu segmento, a oferecer franquia para exploração da mídia exterior.

O seu sucesso é a nossa história! Faça parte de uma rede de escolas de idiomas com mais de 40 anos de experiência e tradição em ser sucesso. A empresa atua no Brasil desde 1958, transferindo seu know-how aos franqueados distribuídos por todo o Brasil, América Latina e Japão. A FISK oferece um suporte de primeira linha incluindo treinamento em 11 áreas distintas para que o franqueado faça uma ótima administração em sua escola. O método de ensino exclusivo é constantemente atualizado por uma equipe pedagógica altamente qualificada e esse é o nosso ponto mais forte. Com um pequeno Nº de unidades: 40 próprias e 667 franqueadas investimento você Áreas de interesse: Todo o Brasil abre uma franquia Apoio: PA, PO, TR, PF, EL, SP, MP, PM, PO, OM FISK e constrói Taxas: 30% pool propaganda sobre compra de livro também a sua hisInstalação da empresa: a partir de R$ 40 mil tória de sucesso Capital de giro: R$ 10 mil num mercado em Prazo de retorno: 18 a 24 meses Contato: Christian Alberto Ambros franca expansão.

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto


Franquia

Total Especialista em dizer o que pensa e lembrar os cuidados que se deve ter antes de entrar no mundo das franquias

MOTIVAÇÃO Caro leitor, a motivação é uma peça indispensável na vida de qualquer pessoa. Eu, por exemplo, preciso estar motivado para escrever minha coluna. Do contrário, meu esforço terá de ser ainda maior e, com certeza, o resultado final não me trará a mesma satisfação. É mais ou menos por aí: a motivação leva à satisfação. Obviamente, estar motivado é uma das condições básicas da vida. Mas não há como negar que é muito, muito difícil mesmo, manter o nível motivacional lá no alto, 24 horas por dia, 365 dias por ano. Há momentos em que a bola fica murcha. E aí não dá para jogar. O jeito é ter consciência ou, como dizem os jovens, ter a manha de saber como retomar o pico ou pelo menos a média do nível de motivação. É aquela velha história da eterna montanha-russa: uma hora sobe; outra, desce.

Tenho me sentido um pouco desmotivado com minha franquia e não quero passar isso para meus funcionários. O que posso fazer?

Por isso mesmo, esteja certo de que o que você está sentindo no momento é perfeitamente normal e não é nenhum fim-do-mundo. É ruim, atrapalha, mas não é nada que você não possa superar. Basta você querer superar e ter a certeza de que o problema não é com a franquia. De repente, você cansou de atuar nesse mercado ou está descobrindo assim (via desmotivação) que não é nada disso que você quer e que seu tino empresarial não serve mais para a sua franquia. Já parou para pensar nessa possibilidade? De qualquer forma, a situação relatada por você precisa de alguns elementos para uma análise mais profunda. Por exemplo, você já se perguntou por que está se sentindo desmotivado? Já teve essa sensação outras vezes? E como foi? Como superou isso? Essa

MURAL

2003

auto-avaliação é essencial. E confesso que acredito muito mais na automotivação do que em qualquer outro tipo de “ensinamento motivacional”. Não adianta eu ou qualquer outro consultor lhe entregar uma receita pronta de motivação, mas, se você não estiver a fim, não vai funcionar. Portanto, o que você deve fazer é avaliar sua desmotivação. Pergunte-se! De posse dessa avaliação, você terá argumentos para rever sua motivação e impedir que seus funcionários sejam influenciados pelo seu atual momento. Aliás, parabéns por ter essa preocupação com seus funcionários. Os riscos de “contaminação” são grandes. Com todos desmotivados, sua franquia pode acabar entrando em colapso. E aí, francamente, já era.

Escreva para Franco Franquia: francofranquia@empreendedor.com.br

Franqueza Total

Tá pensando o quê? Você que é franqueado deve estar sempre atento a tudo o que acontece na sua cidade quando o assunto é franchising. Saber que abriu uma nova franquia aqui, outra acolá. Se for do mesmo ramo que o seu, com certeza, sua atenção deve ser redobrada. Mas, sendo sincero: quantas vezes você, vendo uma nova franquia abrindo, já pensou em trocar de marca e ingressar naquela recém-chegada? E mais: você está na rede dos seus sonhos? Ou há aquela rede que você mais admira, mas que, por circunstância (leia-se oportunidade mais recursos financeiros), você não pôde aderir à ela? Já pensou a respeito? Estou fazendo essa pequena provocação porque, tratando do tema motivação, me peguei pensando nisto: quantos franqueados estão frustrados com sua escolha? Quantos não puderam integrar a rede daquela marca que tanto admiram? Deve ser uma situação muito ruim. A motivação, certamente, tem de ser em dobro. E quem passa por essa situação e tira a frustração de letra merece uma salva de palmas. Clap!Clap!Clap! E mais sucesso. Outubro – Empreendedor

FRANCO FRANQUIA

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“Favor não confundir: motivação não é sinômino de deslumbramento” (Franco Franquia)

Meu Grupo Quer trocar idéias sobre franchising? Entre para a lista do Franco Franquia. Para se inscrever, mande um e-mail para francofranquia-subscribe@yahoogrupos.com.br


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Empreendedor – Outubro


(Mercado

Diferenciais em oferta De olho naquele hóspede mais exigente, os hotéis investem em produtos e serviços que agregam valor e, com isso, estimulam o crescimento do mercado de fornecedores para o ramo hoteleiro por

Fábio Mayer

2003

Na disputa por uma fatia maior do mercado as redes hoteleiras investem cada vez mais em diferenciais para atrair e fidelizar um número maior de usuários, alavancando o mercado de equipamentos, produtos e serviços voltados para hotéis. A regra é satisfazer as exigências dos hóspedes, que procuram não só um lugar para hospedagem, mas também um ambiente que proporcione comodidade, qualidade e uma certa independência em relação a terceiros. Por isso, diversas empresas já descobriram o potencial desse ramo de atividade e diversificaram o negócio para suprir a demanda que vai desde atender à expansão dos meios de hospedagem no Brasil até reformar, manter e automatizar o parque hoteleiro. Mesmo com a atual crise de superoferta de leitos nas principais cidades brasileiras, Eraldo Alvez da Cruz, vicepresidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-Nacional) garante que ainda há muito espaço para crescer no país, tanto no setor hoteleiro quanto no de equipamentos, produtos e serviços voltados para hotéis. “Não quer dizer necessariamente que o país todo está em crise. Existem cidades que necessitam de novos empreendimenOutubro – Empreendedor

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tos”, afirma. Em cinco anos deverão ser investidos em torno de R$ 5 bilhões na construção de cerca de 450 novos empreendimentos hoteleiros no país. Isso de acordo com dados coletados pela Equipotel, feira internacional de equipamentos, produtos e serviços para hospedagem, restaurantes e similares, em 36 redes hoteleiras nacionais e internacionais. Decorar e equipar os novos empreendimentos em todo o Brasil vai gerar 30 mil empregos diretos e movimentar 52 setores da economia, que representam cerca de 25% do PIB brasileiro. Segundo dados da Equipotel, a indústria moveleira deverá fornecer cerca de 860 mil peças de mobiliário (entre camas, mesas e cadeiras), e a indústria têxtil e de produtos para cama, mesa, banho e vestuário irá prover em torno de 4,2 milhões de metros quadrados de tecidos para leitos (110 mil colchões e 250 mil travesseiros), cortinas e estofados. A indústria de máquinas, equipamentos e sistemas de informática implantará 1,3 mil elevadores e 20 mil sistemas de redes de informática. Além disso, esses estabelecimentos vão necessitar de 120 mil louças sanitárias e 520 mil peças de metais para banheiros. E também de


DIVULGAÇÃO

mais 350 mil unidades de jogos de pratos e 1,1 milhão de unidades de talheres, 55 mil aparelhos de ar-condicionado, 60 mil telefones, 55 mil frigobares e aparelhos de som, 60 mil televisores e 13,5 milhões de conjuntos de sabonetes e shampoos. Para Kátia Castro, diretora-superintendente da Equipotel, o mercado de equipamentos, produtos e serviços voltados para hotéis tem um grande potencial. Segundo ela, cerca de 50% dos 18 mil meios de hospedagem brasileiros precisam promover, anualmente, algum tipo de reforma, principalmente devido ao uso intensivo do empreendimento durante as altas temporadas. De acordo com Kátia, empreendimentos do setor hoteleiro possuem uma taxa de reformas, aquisições, manutenções e automatizações de 15% ao ano e o patrimônio instalado no país é de cerca de R$ 30 bilhões. Logo, esse mercado tem capacidade para movimentar R$ 4,5 bilhões por ano.

KÁTIA: NECESSIDADE DE RENOVAÇÃO EM HOTÉIS FAVORECE CRESCIMENTO DO MERCADO PARA FORNECEDORES

Apostando no mercado Para melhor atender o setor hoteleiro e conseqüentemente satisfazer as exigências dos hóspedes, muitas empresas estão segmentando a fabricação de seus produtos e a prestação de serviços. Uma delas, a Saccaro Móveis,

localizada na cidade gaúcha de Caxias do Sul, atua há mais de 50 anos no mercado de móveis e aproximadamente há uma década vende produtos para as redes de hotéis. De acordo com Silvana Stock, supervisora de Empreendimentos da empresa, a companhia produz cerca de mil peças por mês para o setor hoteleiro, correspondendo a 25% do faturamento. Ela acredita que esse mercado é bastante promissor, mas também muito competitivo. “O mercado está cada vez mais exigente. Os empreendimentos estão sempre em busca de produtos com qualidade e preços acessíveis”, afirma. Para superar as dificuldades, a Saccaro busca atender às reais necessidades do cliente oferecendo um amplo mix de produtos. A empresa possui 680 itens em linhas de móveis de madeira e fibras naturais como cadeiras, poltronas, mesas, conjuntos, complementos e estofados. Da mesma forma, Udo Döhler, pre-

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Empreendedor – Outubro


2003

(Mercado

Panorama do mercado

sidente da Döhler, conta que o mercado de equipamentos, produtos e serviços voltados para hotéis é bastante competitivo. “Com a chegada de redes internacionais para competir no setor de hotelaria, as exigências de qualidade para todos os fornecedores de produtos de ponta tendem a se acirrar”, avalia. Por isso, a companhia catarinense, criada em 1881 e sediada em Joinville, também adotou a estratégia de segmentar os produtos para atender com mais ênfase o setor hoteleiro. A Döhler vem atuando nesse mercado desde 2001 e a expectativa da empresa é ampliar para 10% a produção de artigos de cama, mesa, banho e decoração nos próximos anos. Com 3.400 funcionários e três fábricas, a empresa produz toalhas, lençóis, fronhas, colchas, tecidos e roupões, que são distribuídos em todo o Brasil e exportados para quarenta países. No caso da Walita, a empresa detectou uma oportunidade de inserir seus produtos para atender a demanda do setor hoteleiro. Para Roberto Holzheim, gerente geral da Philips do Brasil – Divisão Walita, o segmento de equipamentos, produtos e serviços voltados para hotéis tem uma enorme perspectiva de crescimento. “O hóspede quer ter no seu próprio quarto a possibilidade de executar as atividades básicas do seu cotidiano sem depender de terceiros, como fazer um café, um sanduíche, passar roupas e secar o cabelo.” Outra empresa que ganha força com o setor hoteleiro, a Futura Tech, especializada em executar projetos de tematização, resolveu disponibilizar serviços para atender esse mercado em razão da parceria com fornecedores internacionais como Treadway, Rock & Waterscape e Futura Coatings, que fazem a decoração de hotéis de Las Vegas e parques da Disney. “A Futura Tech comprou e implantou no Brasil tecnologias dos Estados Unidos que incluem fazer pedras artificiais, concreto em fibra, cascatas em concretos, adequações temáticas e fachadas”, afir-

Estimativa para os próximos cinco anos do ramo de equipamentos, produtos e serviços voltados para hotéis. Indústria moveleira: 860 mil peças de mobiliário (entre camas, mesas e cadeiras). Indústria têxtil e de produtos para cama, mesa, banho e vestuário: 4,2 milhões de metros quadrados de tecidos para leitos (110 mil colchões e 250 mil travesseiros), cortinas e estofados. Indústria de máquinas, equipamentos e sistemas de informática: 1,3 mil elevadores e 20 mil sistemas de redes de informática. Indústria de linha branca: 55 mil aparelhos de ar-condicionado, 60 mil telefones, 55 mil frigobares e aparelhos de som e 60 mil televisores.

Outubro – Empreendedor

Fonte: Equipotel – feira internacional de equipamentos, produtos e serviços para hospedagem, restaurantes e similares

ma Steven Kahn, proprietário da empresa. De acordo com ele, os hotéis brasileiros deveriam valorizar mais esse serviço, uma vez que amplia e fideliza o número de clientes. Kahn enfatiza que diversas pesquisas realizadas nos Estados Unidos mostram um aumento de 30% na permanência e no retorno dos clientes aos hotéis que possuem ambientes e fachadas tematizadas. De maneira semelhante, a empresa paranaense Realgem’s, que atua no mercado de cosméticos e perfumaria desde 1989, percebeu a necessidade de personalização de produtos exclusivos para o mercado hoteleiro. “Para a Realgem’s é muito prazeroso trabalhar nesse ramo de atividade, porém a margem de lucratividade é extremamente pequena”, salienta Renata Korobinski, assessora de imprensa da Realgem’s. A companhia fabrica kits cosméticos de cortesia e produtos de amenities como sabonetes, shampoos, banhos de espuma, condicionadores, hidratantes e loções pós-barba. As perspectivas atraem empresas de outros países como a coreana Security of Millenium & Integration of Te-

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chnology (SMIT), especializada em produtos para monitoramento e segurança digital e sistemas de videoconferência. A companhia vem atuando há dois anos no Brasil e já faturou cerca de R$ 1 milhão com equipamentos voltados para esse segmento em 2002. Segundo Alvaro Kim, diretor de Marketing da empresa, o ano passado foi positivo para a consolidação da marca SMIT no mercado nacional. Para 2003, Kim afirma que a empresa deve acompanhar o crescimento desse mercado no Brasil. “Nossa expectativa é de uma expansão acentuada em todos os nossos negócios e a previsão de faturamento gira em torno de US$ 10 milhões.” Nesse contexto, a disputa está acirrada não só para o setor hoteleiro, mas também para o mercado de equipamentos, produtos e serviços voltados para esse segmento. Prova disso é que empresas estrangeiras também estão de olho nesse ramo de atividade no país. Competição à parte, quem ganha com isso com certeza é o cliente, que cada vez mais é bem tratado e tem suas exigências atendidas.

Linha Direta Alvaro Kim (11) 3888 8056 www.smit.com.br Eraldo Alvez da Cruz (11) 3608 0207 www.abih.com.br Kátia Castro (11) 3816 1230 www.equipotel.com.br Renata Korobinski (41) 363 6211 www.realgems.com.br Roberto Holzheim (11) 3258 4780 www.walita.com.br Silvana Stock (54) 223 3197 www.saccaro.com.br Steven Kahn (11) 4224 6063 Udo Döhler (47) 455 1395 www.dohler.com.br


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VIA digital por

Flaviano da Cunha Júnior

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Quem procura... Muitos milhares de servidores hospedando bilhões de páginas, que juntas disponibilizam trilhões de dados aos usuários, tudo linkado entre si e ao alcance de um clique do mouse – desde que se saiba o endereço certo. Em resumo, essa é a estrutura da internet hoje em dia, e a selva de informações precisa cada vez mais de um guia que conheça bem o caminho até aquilo que se deseja localizar na grande rede. Quem percebeu isso a tempo não fez só dinheiro, fez história. É o caso do Google (www.google.com), líder absoluto dos search engines de outrora, agora verdadeiras ferramentas de indexação do conteúdo geral da internet, e sem as quais nenhum internauta consegue viver. Além de lançar uma tecnologia inédita, versátil e eficiente, o Google criou um novo padrão publicitário para a internet, que devagarinho vai substituindo os onipresentes banners, os irritantes pop-ups e outras peças publicitárias mais ou menos amistosas. Essa foi a conclusão a que chegaram os participantes do mais recente fórum de anunciantes realizado na cidade de Nova York. Os links patrocinados estão se apresentando como uma ferramenta publicitária com retorno muito maior em relação ao investimento aplicado, e grandes sites, como o Ask Jeeves (www.askjeeves.com), estão anunciando que passarão a trabalhar somente com links patrocinados, deixando de lado outras formas tradicionais de publicidade on-line. Estima-se que essa modalidade já responda por 20% (cerOutubro – Empreendedor

ca de US$ 1,6 bilhão) da verba de publicidade on-line dos EUA, e está crescendo cada vez mais. O sucesso da “busca lucrativa” está gerando dois fenômenos: o primeiro é o receio da perda de receita pelos serviços “internéticos” que não se baseiam em busca. Para as agências brasileiras que trabalham nessa área, a adoção dos links patrocinados por seus clientes pode representar um retrocesso, pois neles não há criação publicitária alguma e nem a fixação de marcas. Há apenas um acerto na exposição do produto a um já potencial cliente. No fundo, no fundo, as agências estão com medo de um by pass coletivo, pois com os links não há a necessidade do agenciador publicitário, bastando um acerto por telefone entre anunciante e mecanismo de busca para que a divulgação comece imediatamente.

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O segundo fenômeno é que grandes corporações estão de olho nesse ramo, e começam a ensaiar seus primeiros passos. A todo-poderosa Microsoft anunciou que está em fase de testes a nova tecnologia de indexação do portal MSN (www.msn.com), bastante parecida com a do Google, mas ainda sem data oficial de lançamento. A Amazon, dona do portal de comércio eletrônico mais famoso do mundo, o Amazon.com (www.amazon.com), criou uma nova empresa, a A9, justamente para elaborar um mecanismo de busca voltado para o comércio e para os negócios on-line em geral. Correndo por fora, temos projetos “direto da garagem”, de investimento modesto, que prometem revolucionar esse mercado, como o All The Web (www.alltheweb.com), que já conta com 3,2 bilhões de documentos inde-


ILUSTRAÇÃO CLÓVIS GEYER

O Site do Empreendedor (www.empreendedor.com.br) contém a edição mensal completa da revista Empreendedor e um serviço de busca a edições anteriores. No site, o internauta também acessa as demais publicações da Editora Empreendedor, além de serviços como o de notícias on-line com atualização instantânea.

A guerra da Associação das Gravadoras Norte-Americanas (RIAA) contra os softwares de distribuição de arquivos (Kazaa, Morpheus, E-donkey entre outros) está cada vez mais acirrada. Recentemente o senador norte-americano Sam Brownback entrou com um projeto de lei no Senado que reacendeu a discussão sobre a privacidade na internet. Visando a proteger a identidade dos internautas (e de passagem arrefecer o ímpeto da RIAA), a nova lei proposta por Brownback dificulta a obtenção dos dados de qualquer usuário sob a alegação de pirataria (atualmente basta um requerimento de uma página ao provedor de acesso), dando a chance de defesa ao “pirata” antes que o caso de torne público. Mas o fato mais marcante dos últimos desdobramentos foi a impetração de processos legais por desrespeito a direitos autorais contra pessoas que mal sabem operar um computador, que dirá baixar e

disponibilizar músicas pela internet. É o caso da escultora Sarah Seabury Ward, de 66 anos, moradora do estado de Massachusetts, que foi processada pela RIAA por dividir músicas no formato mp3 de bandas como Incubus e do rapper Eminem. Pior ainda, o computador da família Ward (de onde o vovô e a vovó mandam e-mails para os netos) é um Macintosh, plataforma em que o KaZaa não é suportado. Ao perceber o erro, o processo foi retirado, mas a porta-voz da RIAA, Amy Weiss, não deixou por menos: “Fizemos um gesto de boavontade, mas nos reservamos o direito de reingressar com a queixa se for necessário”. Nem a RIAA e nem o provedor da família Ward sabem dizer ao certo por que o IP da vovó Sarah foi parar na lista de suspeitos de pirataria, mas erros similares já são esperados e a RIAA diz que não vai desistir da perseguição aos compartilhadores de arquivos. É esperar para ver.

Boca do lixo A empresa norte-americana N2H2 (www.n2h2.com), especializada em softwares de filtragem de conteúdo on-line, acaba de divulgar que existem cerca de 260 milhões de páginas pornográficas na internet. Considerando-se o número estimado de 3 bilhões de páginas disponíveis online, isso significa que quase 9% de todo o conteúdo digital é dedicado à

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pornografia, o que é uma fatia bem considerável. Outro dado interessante divulgado pela N2H2 é que a maioria dos acessos a esse tipo de “serviço” ocorre a partir de máquinas em ambientes de trabalho, de escolas e de agências governamentais. Pelo visto, os internautas adoram se “divertir” em lugares indevidos. Empreendedor – Outubro

2003

xados, mas nem de perto tem a fama do líder Google. E falando no rei, como ele está? Muito bem, obrigado. Ainda na liderança inabalável, o Google recentemente expandiu seus poderes digitais para buscar também weblogs, e em breve vai oferecer um serviço de busca local a partir do CEP (Zip Code, em inglês), permitindo encontrar restaurantes e lojas, entre outros negócios, próximos ao local geográfico onde se encontra o internauta. A briga é de “cachorro grande”, e vai esquentar bastante nos próximos anos, principalmente se a migração da verba publicitária para o mercado dos links patrocinados se confirmar. E quem mais ganha com isso? O usuário da internet, é claro, que vai ter mecanismos de busca cada vez mais eficientes, e publicidade digital cada vez menos irritante.

Vítimas inocentes


Empresa Ágil Ágil Empresa

INTERNET

Editado por Carlos Castilho

Uma praga chamada SPAM

2003

Estas quatro letras tiram o sono da maior parte dos gerentes e diretores de marketing on-line de empresas privadas e públicas

Quando todo mundo achava que a internet conseguiria o milagre de colocar os vendedores em contato direto com os seus clientes, surge um fenômeno que está ameaçando transformar um sonho em pesadelo. O SPAM, mensagens indesejáveis e não solicitadas, já são um dilema corporativo. Elas estão ocupando em média 6,5 minutos diários de todos os empregados com acesso à internet dentro de uma empresa. Esse tempo é gasto na eliminação de mensagens indesejadas, um procedimento que pode tomar até uma hora em casos extremos. Tomando o valor médio de minutos perdidos por dia, os pesquisadores chegaram à conclusão de que se perde 1,4% de todo o horário de trabalho do funcionário, o que gera um prejuízo que nos Estados Unidos é estimado em US$ 874 por ano e por empregado. As estatísticas mostram ainda que em 2003, nos Estados Unidos, de cada 72 empregados de empresas privadas, um deles terá produtividade nula por causa do spam. A empresa de pesquisas Nucleous Research calculou www.nucleusresearch.com em US$ 87 bilhões o prejuízo global anual causado pelas mensagens SPAM só nos Estados Unidos. Outras empresas fizeram estimativas mais conservadoras. A Ferris Research avaliou em US$ 10 www.ferris.com bilhões e a Radicati Group em US$ 20,5 bilhões as perdas anuais globais na economia norte-americana por causa das mensagens não solicitadas. Em todo o mundo calcula-se que metade das cerca de 350 bilhões de mensagens que circularam na Web em 2002 eram indesejadas e não solicitadas. Noutras palaOutubro – Empreendedor

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vras, puro spam, segundo a empresa BrightMail. www.brightmail.com Os números tornaram-se tão assustadores que as emDetalhes da pesquisa sobre presas aderiram em massa ao os efeitos do spam podem ser obtidos (em inglês) na uso de filtros contra o spam. página www.nucleusreSão softwares inteligentes search.com/research/ que examinam cada mensad85.pdf. Outros dados sogem recebida por uma emprebre estatísticas e tráfego sa e tentam identificar quais na Web em www.nua.ie/ são as desejadas e quais são surveys. as indesejáveis. As pesquisas da Nucleous indicaram que o uso de filtros reduz em 26% o número de mensagens spam recebidas pelos funcionários de empresas. A proteção total ainda não foi obtida e talvez demore mais algum tempo, dada a constante alteração dos padrões e técnicas usadas pelos produtores de mensagens não solicitadas. Mas existe um outro problema que está tirando o sono dos executivos. A maioria das médias e grandes empresas aderiu incondicionalmente ao marketing eletrônico, utilizando mensagens enviadas por e-mail como uma ferramenta barata e eficiente para manter contato com clientes. Acontece que os filtros de proteção anti-spam estão bloqueando também as mensagens de marketing e quase metade delas acaba nunca chegando ao destinatário, para desespero de 95% das empresas que no ano passado


Uso médio da internet por usuário JULHO

JUNHO

VARIAÇÃO

Número de sessões por mês

22

21

+3,51%

Endereços visitados por mês

55

54

+3,40%

Páginas visitadas por mês

923

882

+4,67%

Páginas visitadas por sessão

42

41

+1,12%

Tempo gasto na Web por mês

12hrs01mi

11hrs34mi

+4,02%

Duração média de cada visita

32mi33se

32mi24se

+0,50%

Duração da visita a cada página

47seg

47seg

0,00%

Paginas ativas na Web

251.999.634

249.370.636

+1,05%

Total de páginas na Web

413.961.746

408.001.157

+1,46%

Fonte: CyberAtlas, citando a Nielsen Net Ratings (cyberatlas.internet.com/big_picture/traffic_patterns/article/ 0,,5931_3071091,00.html)

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Sempre às segundas Os produtores de mensagens spam preferem trabalhar domingo de noite ou segunda de madrugada, geralmente nos primeiros dias do mês. Essa é a conclusão a que chegaram os técnicos de empresas de vigilância da Web, após quase dois anos de pesquisas. Isso porque a segunda-feira é o dia que registra o maior tráfego de internautas, seguida pela terça e pela quarta-feira em ritmo decrescente. Sábados e domingos são os dias com menor tráfego médio. Os piratas do spam sabem que a melhor maneira de chegar até os empresários é enviando mensagens entre 11 horas da manhã e meio-dia, de terça a quinta-feira. Na segunda a agenda corporativa geralmente está carregada de reuniões e na sexta-feira todo mundo quer ir embora mais cedo. A empresa norte-americana de marketing on-line que atende pelo esdrúxulo O endereço da Great Big nome de Great Big Noise Noise é www.greatbignoi(Barulho muito grande) se.com. descobriu também que o spam destinado a consumidores geralmente é enviado entre 5 da tarde e 8 da noite, preferencialmente nos fins de semana. 2003

decidiram apostar fundo no marketing on-line. As razões por trás dessa tendência são ultraconvincentes. O marketing on-line custa menos de 10% do sistema de mala direta postal ou do telemarketing. Além disso, ele vai direto ao usuário, sem passar por intermediários. Nos Estados Unidos o custo de envio de uma mensagem é estimado em US$ 0,025, o que em moeda brasileira seria pouco menos de dez centavos de real por e-mail. A ofensiva mundial contra o spam conta com o apoio dos grandes provedores de serviços de correio eletrônico, que adotaram procedimentos cada vez mais sofisti- Você pode obter notícias e cados para filtrar as mensa- informações sobre o fenômeno spam no Brasil no gens. site www.antispam.org.br. O problema é que a seve- Filtros anti-spam grátis ou ridade do controle provoca shareware podem ser entambém um aumento no nú- contrados nos sites Tucomero de mensagens bloque- ws (search.tucows.com). adas sem serem spam. Segundo a Ferris Research, o não-recebimento dessas mensagens legítimas custa aproximadamente US$ 3 bilhões, tanto para quem envia como para quem deveria recebê-las. O provedor American Online (AOL) criou um departamento especial para lidar com o spam onde trabalham 189 engenheiros. Eles têm trabalhado tanto que hoje a AOL bloqueia 80% das 2,5 bilhões de mensagens enviadas para seus assinantes, diariamente.

Empreendedor – Outubro


Empresa Ágil Ágil Empresa

VENDAS

Vencendo obstáculos

2003

Quando um cliente mencionar alguma objeção a compra ou negócio, fique de olho, pois é um sinal de que você pode estar cometendo um erro existe um motivo real e que cabe ao vendedor tentar descobrilo se quiser ter sucesso na carreira. As objeções levantadas por compradores em dúvida são quase tão antigas quanto o comércio. Apenas uma delas é mais recente: “tem mais barato na internet”. Todas as objeções escondem, na verdade, algumas razões comuns: 1) Na maioria das vezes o vendedor não conseguiu esclarecer as dúvidas do comprador potencial. Às vezes são dúvidas que nem o próprio cliente consegue expressar; por isso, recorre às desculpas que ele já conhece. 2) Às vezes o comprador, por não estar suficientemente convicto, decide retardar a compra para procurar a opinião de uma terceira pessoa, mas usa uma desculpa para justificar o adiamento. Isso não quer dizer que ele desistiu da compra, mas a maioria dos vendedores acha que perdeu o negócio por culpa de alguém mais. Se você é um chefe de vendas e quer ajudar os seus vendedores a neutralizar objeções de compradores, Jeffrey Gitomer oferece uma receita simples, que vale a pena experimentar para ver se funciona: Pegue uma folha de papel tamanho grande (pode ser tamanho ofício); Divida a folha em duas partes no sentido vertical; No lado esquerdo anote as alegações levantadas pelos clientes e os obstáculos criados pela sua empresa para a concretização das vendas; No lado direito, faça uma lista dos objetivos que o cliente queria alcançar com o produto cuja venda não aconteceu. Esses objetivos podem não ter nada a ver com o produto, mas liste-os de qualquer maneira; Depois disso, olhe os dois lados da folha e veja se a sua estratégia de vendas ajudou ou não o cliente a entender que o produto o levaria a atingir o objetivo procurado. Avalie se você o ajudou a resolver um problema ou se estava apenas preocupado no faturamento? O importante é que cada vendedor faça a sua lista para cada venda frustrada e depois compartilhe os dados recolhidos e as conclusões com os colegas, porque assim todos aprendem com a experiência de cada um.

Todo vendedor tende a culpar o cliente quando este menciona alguns dos seis “poréns” mais comuns no comércio varejista para não fechar um negócio. São objeções que, em vez de se tornarem obstáculos intransponíveis, devem ser encaradas como barreiras a serem ultrapassadas. As seis objeções mais comuns no comércio são usadas com tanta freqüência pelos consumidores que já entraram para o anedotário do varejo. Se você está curioso, lá vão elas: Eu posso comprar mais barato noutro lugar; Seu preço está muito alto; Estou satisfeito com o que tenho; Nosso orçamento está estourado; Os negócios estão difíceis; Não faz o meu estilo. Todos nós, provavelmente, já usamos dezenas de vezes algum desses argumentos para desestimular um vendedor e na maioria delas tivemos êxito. Isso ocorre porque a pessoa do outro lado do balcão (ou do telefone) não se deu conta de que, na verdade, a razão era outra para não fechar a compra. Mais detalhes sobre o Segundo o consultor norte-ametema podem ser obtiricano Jeffrey Gitomer, a maioria dos no endereço das objeções não passam de menwww.bizjournals.com/ extraedge/consultiras bem educadas. Na verdade, tants/sales_moves/ quando alguém alega que “pode 2003/09/08/ comprar mais barato noutro lugar”, column364.html ou no o que ele está querendo dizer é que site pessoal do autor você não o convenceu a mudar de (www.gitomer.com). loja ou produto. Se você olhar o obstáculo por esse ângulo, a desculpa do cliente deixa de ser um argumento definitivo para ser um desafio à capacidade do vendedor. Algo que pode ser vencido, exigindo apenas mais empenho e estudo. Quando alguém, por exemplo, alega que o preço do produto que você está oferecendo é muito alto, na verdade o possível comprador está usando uma forma polida para dizer que você não conseguiu convencê-lo do valor real do produto ou serviço em oferta. Ou ainda, que ele não está convencido de que o valor do produto que você está oferecendo é maior do que o de um outro vendedor que oferece um produto diferente mais barato. Jeffrey e outros consultores especializados em varejo garantem que, por trás de cada uma das alegações, sempre Outubro – Empreendedor

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2003

Empreendedor – Outubro


Empresa Ágil Ágil Empresa

RESPONSABILIDADE SOCIAL

As vantagens de não ter lucro

2003

O título acima é um jogo de palavras, mas você pode ter bons resultados ao envolver sua empresa em atividades que não produzem lucro ra da rede Body Shop, de loO endereço da Body jas de cosméticos. Anita transShop na Web é www.thebodyshop.com. formou as suas quase 2 mil lojas espalhadas pelo mundo em verdadeiros comitês de ativismo social. Até hoje não se sabe ao certo quanto a Body Shop lucrou com suas campanhas sociais, mas uma coisa é certa: sua participação no mercado cresceu, e muito. O efeito imediato da adesão de uma empresa a causas e campanhas sociais é o aumento de sua visibilidade pública, praticamente sem custo. Dependendo da causa e da intensidade do envolvimento, ocorre uma transferência de confiabilidade por parte dos consumidores, com um aumento médio de até 20% no faturamento, conforme revelaram pesquisas feitas pela empresa norte-americana Cone, O endereço da Cone é especializada em consultoria w w w. c o n e i n c . c o m / sobre responsabilidade social. index.html. Segundo a Cone, a fidelidade dos empregados à empresa aumenta em média 80% quando eles participam de campanhas sociais organizadas por seus empregadores. Além disso, 53% dos funcionários norte-americanos pesquisados admitiram que a preocupação com a filantropia foi o elemento determinante na hora de escolher onde trabalhar. Para os estrategistas corporativos, a responsabilidade social é o substituto ideal para os gastos, cada vez maiores, com marketing e campanhas de visibilidade, num mercado cada vez mais saturado por mensagens publicitárias. Carol Cone, dona da empresa que leva seu nome, adverte que é indispensável uma mudança radical dos valores adotados pela empresa em sua missão e em seu plano de negócios. A adoção de novos valores socialmente responsáveis é muito mais complexa do que o desenvolvimento de projetos de filantropia ou o ativismo comunitário, pois mexe com a cultura de donos, chefes e subordinados. Sem isso, a responsabilidade social volta a ser um penduricalho de luxo.

Talvez a maior inovação surgida no meio empresarial nos últimos 50 anos, além da informatização, seja a descoberta de que a associação entre atividades lucrativas e não lucrativas pode ser boa para ambas as partes. É uma relação que ainda enfrenta muitas resistências por parte de empreendedores e executivos, mas ela já deixou o limbo das idéias utópicas para conquistar um lugar de honra no vocabulário corporativo, com o nome de responsabilidade social. As empresas socialmente responsáveis já não se limitam mais a usar as causas sem fins lucrativos apenas para fazer marketing ou ganhar descontos generosos no Imposto de Renda. Já se foi o tempo em que uma empresa recorria a donativos, por exemplo, para corrigir alguma falta grave provocada por dano ambiental. A tendência moderna é inserir a responsabilidade social como elemento indispensável e permanente na estratégia empresarial. A filantropia deixou de ser um penduricalho para disfarçar situações difíceis e mascarar erros corporativos. Os fatores intangíveis inA importância das causas cluem inteligência, inforsociais na performance de mação, criatividade, capauma empresa ganhou força cidade analítica, lideranquando os chamados fatores ça, etc., capazes de difeintangíveis tornaram-se um renciar uma empresa e item obrigatório no orçamentorná-la mais atrativa aos investidores. to corporativo. Nesse sentido, a filantropia empresarial foi de alguma forma beneficiada pela febre da internet, no final dos anos 90 nos EUA, quando era comum uma empresa não ter lucro, mas suas ações dispararem na bolsa de Conheça quem é Anita valores. Rodick no livro Meu Jeito Foi nessa época que gade Fazer Negócios, escrito por ela em 2002 e tranharam visibilidade os esforduzido no Brasil pela ços de alguns visionários, Negócio Editora (www. como a mítica empresária brinegocioeditora.com.br). tânica Anita Rodick, criadoOutubro – Empreendedor

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Empresa Ágil Ágil Empresa

INFORMAÇÃO

As lições corporativas da guerra no Iraque A invasão do Iraque mostrou aos executivos de empresas como lidar com mudanças radicais no fluxo de informações públicas

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so a material muito sensível. Mas tanto no exército como nas empresas o sistema do jornalista incorporado não funcionou a contento porque a informação que ele produz é obviamente unilateral, ou seja, não leva em conta todos os lados do problema e com isso deixa de merecer a devida credibilidade pelos leitores comuns. Na invasão do Iraque, o comando militar norte-americano dedicou atenção máxima à informação porque sabia que ela poderia neutralizar todos os avanços no front de combates. Todas as unidades passaram a contar com um oficial encarregado de contatos com a imprensa, já que os militares assumiram que ninguém poderia prever quando e como seriam abordados por jornalistas. Além disso, os generais do Pentágono se deram conta de que, na impossiblidade de controlar o fluxo de informação bruta, a melhor alternativa seria Mais informações sobre dar a máxima importância posesse assunto num artigo (em inglês) publicado sível à contextualização da inpela revista Strategy + formação, através de briefings Business (www.strategyexaustivos e freqüentes. business.com/press/artiCom a avalancha informacle/03312?pg=all&tid tiva, o problema deixou de ser =230). quantidade para ser qualidade, ou seja, interpretação, avaliação de causas e conseqüências. A lição aprendida pelos militares cai como uma luva para os empreendedores. Diante da incapacidade de controlar a circulação de notícias e de rumores, as empresas podem influir na opinião pública através da contextualização da informação. Mostrando o quadro mais amplo – as causas e conseqüências de um determinado fato ou fenômeno –, o porta-voz de uma empresa cria um contexto informativo no qual é possível, com mais facilidade, separar o joio do trigo no noticiário. Empreendedor – Outubro

2003

O ataque contra Saddam Hussein em março deste ano mostrou aos generais norte-americanos que eles perderam a capacidade de controlar o fluxo de informações, como faziam os antigos censores militares. O máximo que o alto comando podia fazer era reagir aos acontecimentos e versões. Isso em grande parte é uma conseqüência do papel desempenhado pela internet como ferramenta de horizontalização dos fluxos de informação, que até agora eram verticalizados ao extremo, especialmente em situações bélicas, como no Iraque. O mesmo fenômeno ocorre no ambiente corporativo, onde os executivos e seus relações públicas já não têm mais o poder de controlar tudo o que sai publicado sobre a empresa onde trabalham. O máximo que podem fazer é reagir ao que já é de domínio comum. Tanto na guerra como na economia, a horizontalização da informação gerou uma série de problemas, entre eles a fácil disseminação de rumores e boatos sem fundamento. É impossível impedir que isso aconteça, porque não há mais meios legais e repressivos capazes de fiscalizar todos os sites da internet para impedir que num deles algum inescrupuloso faça mau uso da liberdade de informação. Menos ainda de monitorar o trabalho dos profissionais e amadores que buscam e distribuem notícias através da Web. Para tentar controlar o fluxo de informação, o exército americano criou uma nova modalidade de correspondente de guerra, chamada de jornalismo incorporado (embedded journalism). Os repórteres e cinegrafistas eram incorporados a uma unidade militar e passavam a seguir as mesmas normas dos soldados em matéria de informação. As empresas, há tempos, já vêm usando o sistema de jornalista incorporado ao conceder facilidades informativas a profissionais considerados confiáveis e que, pela proximidade com os tomadores de decisões, podem ter aces-



Guiado

Empreendedor

Pr odutos e Ser viços (pág. 60) Produtos Serviços

Leitura (pág. 62) As melhores e as piores práticas Do LLado ado da Lei (pág. 63) Quem deve limpar o nome do cliente devedor? Análise Setorial (pág. 64) O subjetivo na Bolsa de V alores Valores Indicadores (pág. 65) Agenda (pág. 66)


Guia do Empreendedor Pr odutos & Ser viços Produtos Serviços Divulgação do potencial Dentro da estratégia para incrementar as relações comerciais entre o Brasil e os países árabes, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) inaugurou a Agência de Notícias Brasil– Árabe (ANBA). O objetivo da ANBA é divulgar notícias sobre economia e oportunidades de negócios no Brasil entre as nações árabes, contribuindo

para aumentar as exportações brasileiras para a região. Ao mesmo tempo, também divulgará no Brasil conteúdo vindo diretamente de órgãos noticiosos dos 22 países árabes representados pela CCAB, por meio de acordos entre a agência brasileira e veículos de comunicação

Parceria selada

Expo Money

Com a iniciativa de ampliar o conhecimento de todos os funcionários da empresa sobre a atividade de produção gráfica, a Grey Brasil fechou um acordo com a Pancrom, um dos principais fornecedores gráficos do mercado publicitário, para oferecer gratuitamente um programa de cursos, batizado de “O Passado, o Presente e o Futuro da Produção Gráfica no Brasil”. “A idéia é mostrar aos funcionários um pouco do atual contexto da indústria gráfica. Novas soluções e técnicas de trabalho estão surgindo graças ao avanço das tecnologias digitais, processo de impressão e digitalização de imagens, que permitirão melhor qualidade do produto final”, destaca Valdir Cássio Lucas, diretor de Produção Gráfica da Grey. www.greybr.com.br

Evento pioneiro no país voltado a aproximar e desmistificar as formas de investimento disponíveis no país, a Expo Money, vai acontecer de 16 a 17 de outubro, das 14h às 21h30, e em 18 de outubro das 10h às 18h30, no Centro de Convenções Frei Caneca (Shopping Frei Caneca – São Paulo). A estimativa da TradeNetwork Participações é atrair cerca de 10 mil visitantes. O público-alvo será formado por investidores (pessoas físicas e jurídicas), profissionais liberais, executivos, diretores, gerentes e sócios de empresas, além de universitários e estudantes de MBA das áreas de finanças e administração. A entrada é franca para a exposição, e a participação nos três dias de palestras custa R$ 130. As inscrições podem ser feitas pelo site www.expomoney.com.br ou pelo telefone (11) 3055-1310.

Empresa associada Para oferecer tecnologia para rastreamento, a Eccelera, companhia de gestão de capital de desenvolvimento, lançou mais uma empresa associada. Trata-se da Rotanet, que possibilita a localização de veículos e cargas. Entre os clientes que utilizam a nova tecnologia no mercado de logística estão a transportadora Gafor e a TNT. www.eccelera.com.br

DIVULGAÇÃO

CPD no TecnoPUC

2003

daquele bloco. “O aumento das relações econômicas bilaterais entre o Brasil e os países árabes depende, além do empenho político e diplomático, de maior comunicação entre os dois lados”, afirma Paulo Atallah, presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. www.ccab.com.br

A HP Brasil inaugurou recentemente o seu maior Centro de Pesquisa e Desenvolvimento na América Latina, localizado no Parque Tecnológico da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (TecnoPUC). As novas instalações ocupam uma área superior a 3 mil m2, empregam 80 profissionais. Assim, a HP Brasil dá continuidade e consolida as suas atividades em P&D realizadas em seus laboratórios de SoOutubro – Empreendedor

luções Integradas (Campinas), de Imagem e Impressão e de Computação (os dois últimos em Porto Alegre, no cam-

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pus da PUC-RS) e também as suas atividades em parceria com instituições de pesquisa brasileiras e internacionais. “A criação do Centro de P&D é mais uma demonstração do compromisso da HP com o Brasil. O Centro foi construído no TecnoPUC, integrando a competência de P&D da HP Brasil ao corpo docente, pesquisadores e laboratórios da universidade”, afirma Carlos Ribeiro, presidente da HP Brasil. www.hp.com.br


Gerenciamento de aplicativos Apostando no mercado de gerenciamento de aplicativos, a Extend Software, especializada em aplicativos de Business Intelligence, lançou a solução Managesoft. A solução tem por objetivo aumentar a eficiência no controle do ativo de produtos existentes nos computadores da companhia, gerenciando o número de cópias e evitando instalações ilegais ou não contratadas. Além disso, possui um módulo de gestão dotado de alertas e

relatórios sobre o volume de programas implantados. “A solução Managesoft vem atender às áreas de suporte das empresas, reduzindo drasticamente o custo para manutenção e automatizando quase todos os processos relativos à instalação, controle de ativos, gerenciamento de cópias e atualização de versões nas empresas”, garante Ricardo Marques, diretor da Extend. www.extend.com.br

Nova filial

Universidade corporativa

Para atender às companhias sediadas no interior paulista, a consultoria Gennari & Peartree, especializada em projetos e sistemas, inaugurou uma nova filial na Região Metropolitana de Campinas, aproximando-se de 2.500 empresas de pequeno, médio e grande portes estabelecidas no país. A unidade instalada na cidade de Americana (SP) oferecerá vários serviços na área de Tecnologia da Informação (TI) como os de Engenharia Operacional de Negócios. “O porte das companhias instaladas na região e o patamar de investimentos por elas realizados exigem um fornecedor de serviços à altura”, observa Márcia Campos, diretora de Negócios Regionais da G&P. www.gpnet.com.br

A Bematech iniciou as atividades de sua universidade corporativa, possibilitando aos funcionários, Redes de Assistência Técnica (RATs), fornecedores, parceiros comerciais e revendas a oportunidade da formação específica e/ ou aperfeiçoamento nas diversas áreas de atuação. “A empresa elevará o nível de preparo de seu pessoal com formação específica. Ao mesmo tempo, os funcionários poderão atualizar seus conhecimentos e crescer dentro da própria empresa, tornando-a ainda mais competitiva”, afirma Marlyse Di Donato Matheus, gerente de Recursos Humanos da Bematech. www.bematech.com.br

Descentralização de RH ções de RH a todos na organização, com a vantagem de os funcionários que tocam os negócios conhecerem as suas necessidades. “Ninguém melhor do que um gerente sabe as necessidades de desenvolvimento e performance para os seus funcionários, e ninguém melhor dos que os funcionários sabe as suas expectativas em relação à carreira e à empresa”, explica. www.mtbassessoria.com.br

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A Alcatel University, universidade corporativa da Alcatel Telecomunicações, e a Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) oferecem curso de Gestão de Inteligência em Telecomunicações. A pós-graduação lato sensu oferece base técnica e amplo conhecimento sobre o setor de telecomunicações, com ênfase na situação mercadológica e na área de atuação da Alcatel. “O curso Gestão de Inteligência em Telecomunicações é destinado principalmente àqueles que buscam se tornar profissionais mais competitivos no mercado de telecomunicações”, comenta Luciano Sathler Rosa Guimarães, coordenador do Centro de Educação Continuada e a Distância (CEAD) da Umesp. www.metodista.br/alcatel

Única agência Presente em 96 países, a DDB Worldwide foi escolhida como a única agência de propaganda da Philips do Brasil. O propósito da Philips é o fortalecimento e a revisão constante da marca e de sua estratégia de marketing. “A marca Philips é um dos maiores e mais importantes bens dessa empresa e representa um valor pouco explorado com ótimo posicionamento. Juntos com a DDB iremos aproveitar ainda mais este potencial”, afirma Ken Kaess, presidente e CEO da DDB Worldwide. www.ddb.com Empreendedor – Outubro

2003

A tendência de descentralização das funções do Departamento de Recursos Humanos no mundo empresarial tem como objetivo permitir que os funcionários tenham controle sobre as suas próprias carreiras e desenvolvimento. É nisso em que acredita Egberto Prado Lopes Bastos, consultor da MTB Assessoria Organizacional. Segundo ele, essa descentralização nada mais é do que a transferência de algumas das fun-

Gestão de Inteligência


Guia do Empreendedor Do Lado da Lei

Quem deve limpar o nome do cliente devedor? As empresas devem se prevenir dos clientes que se sentem prejudicados quando pagam suas dívidas mas permanecem com o nome sujo na praça

2003

DIVULGAÇÃO

Tem causado grande discussão no Judiciário a questão de saber de quem é a obrigação de ter de “limpar o nome” de clientes inadimplentes. A situação piora quando esse cliente é um consumidor final protegido pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). Recentemente opinamos sobre duas decisões importantes do Superior Tribunal de Justiça, que estabeleciam o dever dos fornecedores de cancelar os apontamentos ou registro. Parece-nos que a melhor solução é aquela que não use equivocadamente o CDC para casos que não tenham relação de consumo. Um outro ponto é avaliar as situações nas quais o fornecedor não tenha realizado ou concorrido diretamente para a inserção de informações negativas de seus clientes ou consumidores em banco de dados e serviços de proteção ao crédito. Nessas situações, os fornecedores que não agiram com abuso de seus direitos podem estar indevidamente figurando como réus de ações que têm por pedido a correção das informações (positivação do devedor) e a respectiva indenização decorrente da omissão de “limpar o nome”. Ora, não é pelo fato de alguém figurar como fornecedor, inclusive em relação de consumo em que haja o nãoOutubro – Empreendedor

pagamento e cobrança em face do cliente/consumidor, que lhe será imposta a obrigação de retirar um apontamento inserido num banco de dados de restrição ao crédito. Somente quando o fornecedor tenha participado diretamente e de forma voluntária desse procedimento, isso em tese poderia ser exigido. Essa situação (obrigar a desfazer) tem de se tratar como exceção às regras de responsabilidade objetiva do sistema de proteção ao consumidor. A aferição da culpa do fornecedor é necessária. O exercício regular do direito de cobrança pelo protesto de títulos ou ajuizamento de ação não implica direta inserção pelo credor de dados negativos do cliente devedor e muito menos cria uma responsabilidade pelos resultados dessa publicidade. Trata-se de exercício regular de um direito que, não sendo abusivo, não poderá acarretar sanções civis e, muito menos, obrigações de fazer alterações em banco de dados sobre os quais o fornecedor não tem gestão. O protesto previsto nas Leis 8.935/94 e 9.492/97, bem como no artigo 236 da Constituição Federal, pode gerar responsabilidade civil do tabelião ou de seu oficial, independentemente de comprova-

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ção de culpa, se for indevido. Nos casos em que a anotação não é formulada diretamente pelo fornecedor, mas obtida pelo serviço de proteção ao crédito através de convênio firmado com os distribuidores cíveis e de protesto, em virtude da disposição do parágrafo único do artigo 7° do Código de Defesa do Consumidor, estes tornam-se solidários aos administradores de bancos de dados e aos arquivistas, existindo, no caso específico do convênio firmado pelo tabelião de protesto, as disposições expressas sobre a sua responsabilidade no parágrafo 1° do artigo 236 da Constituição Federal, juntamente com os artigos 22, 23 e 24 da Lei 8.935/94 e 38 da Lei 9.492/97. Por isso, é bom que as empresas passem a adequadamente se defender contra ações de devedores que se sentem moralmente prejudicados pelos efeitos negativos dos apontamentos corretamente surgidos sem responsabilidade direta dos fornecedores credores, para que a verdadeira vítima não vá para o banco dos réus.

Mar cos Sant’Anna Bitelli Marcos Advogado (11) 3871-0269


2003

11

Empreendedor – Setembro


Guia do Empreendedor Leitura FICHA TÉCNICA

2003

As melhores e as piores práticas Com foco nas organizações brasileiras, o livro A Dimensão Humana da Governança Corporativa mostra os efeitos da prática da governança corporativa sobre as finanças das empresas e como seu progresso depende da atitude dos dirigentes. Segundo o autor, Herbert Steinberg, o alvo principal de todo o plano de progresso em governança deve ser o de atrair sócios, ganhar confiança e credibilidade. O desafio está na escolha de um conjunto de ações e relacionamentos entre acionistas e cotistas, conselho de administração, diretoria-executiva, auditoria independente e conselho fiscal, de forma a aprimorar o desempenho da empresa e facilitar o acesso ao capital. Em outras palavras, trata-se de garantir transparência, eqüidade, prestação de contas e o cumprimento de leis e normas éticas, identificando os reais desejos de quem dirige as organizações. A obra apresenta um panorama do que vem acontecendo com a governança corporativa nas nações mais desenvolvidas e analisa casos como o da empresa norte-americana Enron e do banco Barings. Também traz o avanço dessa prática no Brasil, ilustrado por depoiOutubro – Empreendedor

mentos de alguns convidados, representantes do pequeno time que lidera a governança no país. Além disso, o ser humano é encarado como fator fundamental da governança, alinhando-se com os conceitos da gestão empresarial. Uma das dicas do autor é a de que sócios-controladores ou presidentesexecutivos que detêm grande poder devem rever suas condutas. De acordo com os conceitos apresentados, esses profissionais precisarão exercer o mínimo de influência pessoal e abrir espaços de poder para outros, permitindo uma gestão profissional e confiável. Para Steinberg, a recusa em aceitar essas condições pode resultar em atraso tecnológico, avanço da concorrência e desvalorização do capital da empresa. Por outro lado, empresas que aplicam a governança corporativa também podem levar vantagem na hora de solicitar financiamentos e captar recursos. Isso porque investidores e banqueiros brasileiros já estão mais exigentes e preocupados com a questão ética e as garantias de cobertura dos riscos do crédito. Na obra, o autor deixa claro que o governo corporativo é uma nova fonte de vantagens competitivas.

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A Dimensão Humana da Governança Corporativa, Herbert Steinberg, Editora Gente (www.editoragente.com.br), 232 págs., R$ 44,00

TRECHOS “A governança corporativa está crescendo no mundo e no Brasil. Como é natural em qualquer processo evolutivo, é irregular e inconstante.” “Pessoas criam as melhores e as piores práticas. Essa pequena frase, aplicada na capa deste livro, logo abaixo do título, foi cunhada para sintetizar a idéia de que, por trás de todo o procedimento jurídico e financeiro, estão a vontade e o sentimento do ser humano – de quem emana tudo o que é enaltecedor e tudo o que é condenável.” “Os acionistas precisam de CEOs, diretores e conselheiros íntegros e éticos, capazes de desenhar projetos para suas carreiras e para os empreendimentos com os quais se envolvem.” “O relatório anual é a mais importante e a mais abrangente informação da companhia, e por isso mesmo não deve se limitar às informações exigidas por lei. Envolve todos os aspectos da atividade empresarial em um exercício completo, comparativamente a exercícios anteriores, ressalvados os assuntos de justificada confidencialidade, e destina-se a um público diversificado.” “A premissa básica do Novo Mercado é de que boas práticas de GC têm valor para os investidores, pois os direitos concedidos aos acionistas e a qualidade das informações prestadas reduzem as incertezas no processo de avaliação e, conseqüentemente, o risco.”


Novos Títulos Peixe! Vivo, Stephen C. Lundin, John Christensen e Harry Paul, Editora Campus (www.campus.com.br), 136 págs., R$ 29,50

Princípios de Marketing, Philip Kotler e Gary Armstrong, Editora Pearson Education do Brasil (www.pearsonedbrasil.com), 608 págs., R$ 79,00

Muitas organizações que implementam mudanças, principalmente em equipes, acabam investindo em programas estratégicos para garantir a motivação dos funcionários. No entanto, enfrentam dificuldades para manter a mesma motivação ao longo do tempo. Por isso, os autores, Stephen C. Lundin, John Christensen e Harry Paul, de Peixe! Vivo apresentam no livro técnicas de motivação utilizando histórias e personagens. O objetivo da obra é mostrar como sustentar um ambiente de trabalho em constante treinamento e inovação, mesmo nos momentos de estresse, alta rotatividade e dificuldades financeiras.

Referência mundial em marketing para empresários, profissionais e estudantes, o livro Princípios de Marketing, escrito pelos gurus Philip Kotler e Gary Armstrong, chega a sua nona edição pela Pearson Education do Brasil. A obra foi totalmente reformulada para acompanhar as alterações que estão influenciando o marketing moderno. Uma delas é a revolução digital. O tema ganhou um capítulo inteiro sobre a crescente utilização da internet e traz desde aplicações de realidade virtual até opções de banco de dados para comércio eletrônico. Além disso, a obra contém as recentes tendências em gerenciamento de clientes.

Vencendo com as Melhores Idéias, Thomas H. Davenport, Laurence Prusak e H. James Wilson, Editora Campus (www.campus.com.br), 256 págs., R$ 54,00

Gestão Criativa, Victor Mirshawka Jr. e Victor Mirshawka, Editora DVS (www.dvseditora.com.br), 358 págs., R$ 49,00

Trabalhando os conceitos dos seis Cs (convergência, complementaridade, companheirismo, confiança, compreensão e circunstância), Gestão Criativa – Aprendendo com os mais bem-sucedidos empreendedores do mundo é um guia para quem deseja abrir o próprio negócio. A proposta da obra é incentivar o empreendedorismo, a partir de orientações sobre a escolha do local ideal para cada negócio, legislação trabalhista, marketing e controle financeiro e através de dicas de empreendedores. O livro mostra também questões relacionadas às principais preocupações de um empreendedor, como estar atento às boas oportunidades de negócio.

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Empreendedor – Outubro

2003

Mesmo uma idéia genial precisa ser avaliada, definindo-se qual é a melhor forma de aplicá-la e torná-la eficiente na empresa. Em Vencendo com as Melhores Idéias os autores, Thomas H. Davenport, Laurence Prusak e H. James Wilson, apresentam dois grupos de pessoas: os pensadores ou “gurus” e os realizadores de idéias, indivíduos que fazem o verdadeiro trabalho de importar e executar novas idéias nos negócios e que na maioria das vezes não são reconhecidos. Além disso, a obra oferece ferramentas e estruturas práticas para compreender de onde as novas idéias vêm e ensina como avaliar as que valem a pena perseguir e implementar.


Informação e Crédito

Um prêmio ao jeito Tratamento aos seus profissionais coloca a Serasa, pela quinta vez consecutiva, entre as melhores empresas para se trabalhar

P

elo quinto ano consecutivo, a Serasa consta do Guia Exame como uma das “100 Melhores Empresas para Você Trabalhar” do ranking da revista Exame. E foi premiada também como uma das “40 Melhores Empresas para a Mulher Trabalhar no Brasil”. Para figurar no ranking, a Serasa competiu com centenas de empresas e ultrapassou com sucesso quatro etapas de avaliação técnica e jornalística de seus processos e práticas de gestão de pessoas, o que incluiu pesquisa qualitativa realizada com uma amostra significativa de seus profissionais. A seleção para “As 40 Melhores Empresas para a Mulher Trabalhar no Brasil” foi feita dentre 431 empresas

inscritas para a pesquisa do Guia 2003. Foram levados em consideração, entre outros aspectos, a satisfação das profissionais com o ambiente de trabalho, as oportunidade de carreira oferecidas e o percentual de mulheres em relação ao total de profissionais da empresa. O Guia Exame – As Melhores Empresas para Você Trabalhar surgiu em 1997, inspirado no livro do consultor norte-americano Robert Levering, The 100 Best Companies to Work for in America. Para a Serasa, o bem-estar de seus profissionais é prioridade. Por isso, em 1994, a empresa implantou o conceito de Ser Serasa: “Eu não estou aqui, eu sou parte daqui”. Ser Serasa passou, assim, a ser a denominação das pessoas que trabalham na empresa.

Eldi Willms

Magia do Riso Um dos diferenciais da Serasa na atuação social é o Magia do Riso, como é chamado o time de voluntários da empresa que leva a arte do circo às organizações sociais. O Magia do Riso foi desenvolvido em julho de 2001 como um curso de iniciação em artes circenses com a finalidade de formar um grupo de voluntários para levar às organizações sociais a alegria do circo. As aulas do Magia do Riso têm como objetivo desenvolver em cada voluntário o espírito e a linguagem dos palhaços por meio de técnicas, como malabares, truques de mágica e acrobacias, para que cada um possa Time de voluntários diverte com a magia da arte circense 1


Serasa de ser A empresa adota uma política de investimento na qualidade de vida que atinge a todos os Ser Serasa por meio da Promoção da Saúde, com medicina alternativa (com acupuntura, shiatsu, RPG, fonoaudiologia, psicoterapia); ginecologia com acompanhamento de TPM e prevenção ao câncer de mama; serviço odontológico; vacinação contra a gripe; controle do colesterol, pressão e osteoporose; programa antitabagismo; programa Vigilantes do Peso; ginástica laboral e realização de jogos e olimpíadas. Estimula o crescimento profissional de seus integrantes subsidiando cursos de pós-graduação e de idiomas para pessoas que ocupam cargos estratégicos, além da prática do voluntariado como forma de realização pessoal. Oferece treinamentos, pales-

tras e encontros anuais de gerentes e coordenadores. “O Serasa Social é um projeto voltado para a realização de trabalhos voluntários que visa a apoiar a comunidade pela assistência social e conta com a participação direita de mais de 700 voluntários em 84 instituições. A atividade tem grande importância na Serasa. Oferece cursos como o de técnicas circenses com ênfase na linguagem do palhaço, o que resultou na formação de um time de voluntários conhecido como Magia do Riso”, conta Milton Luís Pereira, diretor de Desenvolvimento Humano da Serasa. Todos os Ser Serasa recebem uma participação anual nos resultados da empresa de mais de um salário nominal extra. Em caso de neces-

sidade há empréstimos de emergência sem juros. O presidente da Serasa, Elcio Anibal de Lucca, enfatiza bem a importância do Ser Serasa. “Na Serasa, há uma conscientização de que Qualidade de Vida é um direito de todos. É por ter nas pessoas um dos principais focos de gestão que a Serasa figura pela quinta vez consecutiva na lista das Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil”, diz ele. Para Elcio Anibal de Lucca, a prática da Cidadania começa no espaço corporativo. “Os Valores Compartilhados, que definem nossa Filosofia, partem dos princípios éticos e cristãos. Essa mesma Filosofia guia nossa atividade e nosso compromisso com a Nação”, conclui o presidente.

Florzinha e Chapeuzinho Vermelho. Além disso, os palhaços do Magia do Riso realizam números circenses de malabarismo com bolas, claves e argolas, andam de monociclo e de perna de pau, e brincam com as crianças colorindo seus rostos com pinturas de animais e flores. O trabalho com o time de voluntários Magia do Riso é realizado pelo ator e diretor de teatro José Antônio do Carmo, o palhaço Mezeca, que ensina técnicas circenses a crianças e adultos desde 1995. Os integrantes do time ensaiam uma vez por semana durante duas horas na Sede da Serasa para aperfeiçoar as peças teatrais e os números circenses de suas apresentações que acontecem todos os meses.

O Magia do Riso faz parte do Processo Serasa Social – voltado para a realização de trabalhos voluntários que visam a dar apoio à comunidade pela assistência social – e agrega os princípios de ética e valorização do próximo praticados pela filosofia Serasa. “Muitas vezes, nós não sabíamos como brincar com uma criança ou como ouvir um idoso. O Magia do Riso trouxe subsídios para que o Ser Serasa atue melhor em uma instituição”, afirma o presidente da Serasa, Elcio Anibal de Lucca. A Serasa foi a primeira empresa privada a realizar um curso de habilidades circenses voltado à formação de recreadores que trabalham em atividades voluntárias.

encanta criar seu próprio personagem. A primeira turma de voluntários do Magia do Riso nasceu há dois anos e hoje o time conta com cerca de 30 Ser Serasa (como são chamados os profissionais da empresa), que atuam levando às crianças e idosos de instituições, creches, asilos e casas de caridade assistidas pela Serasa as brincadeiras e o humor do circo. O grupo também participa das atividades sociais desenvolvidas pela empresa para todos os Ser Serasa como o Dia da Criança Serasa e o Dia do Voluntário Serasa. Desde sua formação, o Magia do Riso já realizou mais de 20 apresentações. São peças teatrais criadas pelo próprio grupo e dentre as mais divertidas estão O Domador de Pulgas, O Bar, Ton Kon Dô,


Guia do Empreendedor Análise Econômica

O subjetivo na Bolsa de Valores

2003

DIVULGAÇÃO RÔ REITZ/LEME

A decisão sobre que investimento fazer leva em conta dados da conjuntura econômica, mas também está sujeita a um certo grau de subjetividade Muito se fala entre os analistas de investimentos, em especial aqueles ligados à renda variável, sobre as formas de se avaliar uma ação para compor um determinado conjunto de ativos. A forma mais habitual, até o momento, é inserir a empresa dentro da atual conjuntura econômica, como forma de definir as premissas para o cálculo de preço justo da ação através de um fluxo de caixa descontado. A questão é que a decisão do investidor está sujeita a um certo grau de subjetividade em cada análise, como por exemplo a taxa de câmbio e de juros a serem utilizadas nos cálculos; afinal, podemos observar alguns casos em que um analista está recomendando compra e outro a venda. Se olharmos tão-somente para os fundamentos da empresa e do setor, será que alguém seria capaz de recomendar as ações da Net Serviços ou da Eletropaulo no início do ano? Pois é, essas ações valorizaram em média 45% em 2003, estando inclusive com um desempenho acima do Ibovespa. O fato é que o desempenho de um setor na economia real pode não ser o mesmo na bolsa, em função do efeito temporal entre a expectativa do mercado, no qual os agentes financeiros antecipam os resultados, e a confirmação dos dados, quando os reflexos já estão embutidos no preço das ações. O Outubro – Empreendedor

velho ditado de mercado então prevalece: “Sobe no boato e cai no fato, e vice-versa”. Tudo isso ocorre porque o mercado opera sob expectativas, sempre buscando antecipar os fatos para poder maximizar lucros, e essa é a lógica de uma economia capitalista. Comprar na mínima e vender na máxima é o desejo de qualquer gestor de carteira de investimentos. Na atual situação, o movimento de negócios na bolsa fortalece essa idéia. A cada momento surge um setor mais atrativo no mercado acionário. Primeiro foram as ações do setor de papel e celulose, em função da melhora na expectativa de recuperação das economias norte-americana e interna, além, é claro, do aumento no preço dessas mercadorias no mercado internacional. Posteriormente, as atenções voltaramse aos papéis de siderurgia, com muitas empresas já tendo mais de 70% de valorização na bolsa. O motivo principal foi a expectativa de queda na taxa básica de juros (Selic). Como os produtos siderúrgicos são utilizados na sua maioria em bens duráveis, a expectativa é que as empresas na última escala da cadeia produtiva aumentem seus pedidos, já que grande parte do produto final (automóveis, linha branca, linha marrom, construção civil) precisa de financiamentos quase que em sua

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totalidade para serem vendidos. Com os juros mais baixos, a tendência é que o consumo e os investimentos aumentem, e esse ponto é preponderante para a recuperação da economia brasileira. Recentemente a “bola da vez” foram as ações do setor elétrico, que também subiram por causa de expectativas. Prova disso está na regulamentação do setor, que nem ao menos está definida e ainda assim criou um otimismo momentâneo bastante forte. É preciso então uma visão mais angular na formulação das análises. Modelos econométricos são bem-vindos para tentar quantificar movimentos futuros, porém não são a única solução. Atualmente as notícias se propagam de maneira mais rápida; logo, o tempo para avaliar seus reflexos é menor, o que dá espaço para exageros. Isso é uma característica da “era da informação”. Podemos definir então que o mercado é um mau avaliador do preço das ações no curto prazo, porém o único; e a informação assimétrica permanece como uma das formas mais eficazes para obter lucros ou evitar prejuízos. Estar bem informado é a chave do sucesso, e isso não tem preço.

Adriano Mar ques de Souza Marques Analista de Investimentos da Leme Investimentos


Indicadores

Carteira teórica Ibovespa NOME/TIPO AÇÃO

VARIAÇÃO % ANO (ATÉ AGOSTO)

0,71 1,55 0,72 3,24 4,94 0,47 1,36 0,39 2,00 2,07 0,36 0,55 0,10 3,04 0,49 0,34 1,83 0,69 1,10 3,45 0,92 0,65 2,43 0,99 6,46 1,60 100,00 0,26 1,20 0,33 0,28 2,19 2,48 8,72 1,24 2,07 0,89 0,78 0,34 1,07 2,08 0,41 0,99 2,01 1,07 13,68 1,27 5,50 0,82 0,27 0,42 1,91 1,41 3,11 0,75

42,39 19,77 21,77 26,57 13,25 32,76 74,92 22,23 24,37 15,57 222,73 7,41 10,94 29,87 34,45 120,38 -9,30 52,05 4,92 27,20 42,73 -10,07 8,09 70,57 100,53 66,66 42,08 79,17 42,27 203,63 -4,57 42,86 28,74 35,34 43,86 140,98 84,50 57,92 16,22 2,21 50,36 18,18 10,88 21,84 66,07 56,35 29,08 25,41 12,52 121,70 90,55 205,45 17,97 11,31 30,56

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Inflação

(%)

Índice -M IGP-M IGP IGP -DI (agosto) IGP-DI IPCA (agosto) IPC - Fipe (agosto)

Setembro 1,18 0,62 0,34 0,63

Juros/Aplicação

(%)

Setembro 1,67 1,68 0,84 1,50 0,42

(até 30/09/03) CDI Selic Poupança CDB pré 30 Ouro BM&F

Ano 7,11 4,96 7,22 5,86

Ano 18,05 18,12 8,81 16,25 -7,84

Indicadores imobiliários (%) CUB SP TR

Setembro 0,34 0,30

Ano 13,34 4,04

Juros/Crédito Outubro 01/Outubro Desconto 2,65 Factoring 4,36 Hot Money 3,60 Giro Pré * 3,25

(em % mês) Outubro 02/Outubro 2,85 4,35 3,60 3,50

(*= taxa ano)

Câmbio (até 02/10/2003) Cotação Dólar Comercial Ptax R$ 2,8989 US$ 1,1689 Euro Iene US$ 110,76

Mercados futuros

(em 02/10/2003) Novembro Dezembro Janeiro/04 Dólar R$ 2,923 R$ 2,968 R$ 3,006 Juros DI 19,36% 18,94% 18,58% (em 25/07/2003) Outubro Dezembro Ibovespa Futuro 16.977 17.407 Empreendedor – Outubro

2003

Acesita PN Ambev PN Aracruz PNB Bco Itau Hold Finan PN Bradesco PN Bradespar PN Brasil ON Brasil T Par ON Brasil T Par PN Brasil Telecom PN Braskem PNA Celesc PNB Cemig ON Cemig PN Cesp PN Comgas PNA Copel PNB CRT Celular PNA Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo Metropo PN Embraer ON Embraer PN Embratel Part ON Embratel Part PN Gerdau PN Ibovespa Ipiranga Pet PN Itausa PN Klabin PN Light ON Net PN Petrobras ON Petrobras PN Sabesp ON Sid Nacional ON Sid Tubarao PN Souza Cruz ON Tele Celular Sul ON Tele Celular Sul PN Tele Centroeste Cel PN Tele Leste Celular PN Tele Nordeste Celul PN Telemar Norte Leste PNA Telemar ON Telemar PN Telemig Celul Part PN Telesp Cel Part PN Telesp Operac PN Tractebel ON Transmissao Paulist PN Usiminas PNA Vale Rio Doce ON Vale Rio Doce PNA Votorantim C P PN

PARTICIPAÇÃO IBOVESPA


Guia do Empreendedor Agenda De 20/10 a 22/10/2003

De 09/10 a 13/10/2003

INFONORDESTE’2003 12ª Feira da Informática e Telecomunicações do Nordeste Centro de Convenções de Pernambuco Olinda – PE Fone: (81) 3445-2352

SUPERMINAS’2003 17ª Feira de Produtos e Serviços para Supermercados Expominas Belo Horizonte – MG Fone: (31)291-5022

De 13/10 a 16/10/2003

ABTCP – TAPPI’2003 36ª Exposição de Produtos e Equipamentos para a Indústria de Celulose e Papel Transamércia Expo Center São Paulo – SP Fone: (11) 3874-2700 De 14/10 a 16/10/2003

TEXBRASIL FENATEC – OUTONO/INVERNO Feira Internacional de Tecelagem Outono/Inverno ITM – International Trade Mart São Paulo – SP Fone: (11) 3829-9111 De 14/10 a 17/10/2003

De 20/10 a 24/10/2003

FEIMMEPE/MECÂNICA NE 8ª Feira da Indústria Mecânica, Metalúrgica e de Materiais Elétricos de Pernambuco Centro de Convenções de Pernambuco Olinda – PE Fone: (81) 3423-8444 De 20/10 a 24/10/2003

FENATRAN 14º Salão Internacional do Transporte Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi São Paulo – SP Fone: (11) 3829-9111

HPA SHOW’2003

4ª Exposição de Hidráulica, Pneumática e Automação Industrial Centro de Convenções de Indianópolis São Paulo – SP Fone: (11) 5582-6420 De 15/10 a 17/10/2003

COUROVISÃO’2003 4ª Mostra de Produtos para Moda em Couro, Sintéticos e Componentes Pavilhão de Exposições da FENAC Novo Hamburgo – RS Fone: (51) 587-3366

De 20/10 a 25/10/2003

AUTONOR’2003 II Feira de Tecnologia Automotiva Centro de Convenções de Pernambuco Olinda – PE Fone: (81) 3301-4141 De 22/10 a 25/10/2003

MEDTEC 2ª Feira de Medicina e Saúde Centro de Convenções do Ceará Fortaleza – CE Fone: (85) 264-9466

De 16/10 a 18/10/2003

FEIMED’2003 3ª Feira de Produtos e Serviços Médico-Hospitalares do Amazonas Centro de Convenções Manaus – AM Fone: (92) 216-3517 De 18/10 a 27/10/2003

2003

DULAR /AL IX Feira das Indústrias de Móveis, Decorações, Eletrodomésticos e Utilidades para o Lar Pavilhão do SESI Maceió – AL Fone: (27) 3361-6864 Outubro – Empreendedor

De 23/10 a 25/10/2003

INTER GIFT 9ª Feira de Presentes e Bens de Consumo International Trade Mart São Paulo – SP Fone: (11) 4466-6800 De 23/10 a 25/10/2003

FENERCSUL 16ª Feira de Negócios da Região Centro-Sul Palácio da Microempresa Iguatu – CE Fone: (85) 255-6600

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De 23/10 a 25/10/2003

FOLHEXPO BRASIL 4ª Feira Nacional da Indústria de Folheados e Acessórios de Moda Frei Caneca Shopping & Convention Center São Paulo – SP Fone: (11) 3284-1061 De 25/10 a 09/11/2003

FENART XXX Feira Nacional de Artesanato Pavilhão de Promoções Presidente Juscelino Kubitschek Miguel Pereira – RJ Fone: (24) 2184-1616 De 27/10 a 31/10/2003

FUTURECOM’2003

5ª Exposição de Produtos e Serviços de Telecomunicações Centro de Convenções de Florianópolis Florianópolis – SC Fone: (41) 329-2237 De 28/10 a 31/10/2003

FFATIA’2003 2ª Feira de Fornecedores e Atualização Tecnológica da Indústria de Alimentação Centro de Cultura e Convenções de Goiânia Goiânia – GO Fone: (16) 623-8936

TECNOGRAF

De 28/10 a 01/11/2003

2ª Feira de Tecnologia para a Indústria Gráfica Centro de Exposições do Parque Barigüi Curitiba – PR Fone: (41) 335-3377 De 28/10 a 02/11/2003

FEIPANMS 4ª Feira Industrial do Pantanal Centro de Exposições Albano Franco Campo Grande – MS Fone: (67) 389-9083 De 31/10 a 03/11/2003

COSMÉTICA NORDESTE’2003 XIV Exposição de Produtos para as Indústrias Química, Farmacêutica e Cosmética Centro de Convenções de Fortaleza Fortaleza – CE Fone: (85) 268-3426


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2004

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Empreendedor – Fevereiro


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