A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Marketing e Comercialização José Lamônica [lamonica@empreendedor .com.br] Redação Editor-Executivo: Nei Duclós [redacao@empreendedor.com.br] Repórteres: Alexsandro Vanin, Carol Herling, Fábio Mayer e Sara Caprario Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Lauro Maeda e Arquivo Empreendedor Foto da capa: Grupo Keystone Revisão: José Renato de Faria Sedes São Paulo Diretor de Marketing e Comercialização: José Lamônica Executivo de Contas: Edson Ramão Rua Sabará, 566, 9º andar, cj. 92 01239-010 - São Paulo - SP Fones: (11) 3214-5938/3214-6093 [empreendedorsp@uol.com.br] Florianópolis Executivo de Contas: Waldyr de Souza Junior [wsouza@empreendedor.com.br] Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss Av. Osmar Cunha, 183, Ceisa Center, bl. C, 9º andar 88015-900 - Florianópolis - SC Fone: (48) 224-4441 Escritórios Regionais Rio de Janeiro Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] Rua da Quitanda, 20, grupo 401 - Centro 20011-030 - Rio de Janeiro - RJ Fone/Fax: (21) 2252-5788 Brasília [jcz@forumci.com.br] Ulysses C. B. Cava SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial Bloco C, cj. 330 70140-907 - Brasília - DF Fone: (61) 426-7315 Paraná [comercial@merconet.srv.br] Ricardo Takiguti Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - cj. 01 - Boa Vista 82560-460 - Curitiba - PR Fone/Fax: (41) 257-9053 Rio Grande do Sul Alberto Gomes Camargo Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itú 91380-010 - Porto Alegre - RS Fone: (51) 3340-9116/9918-4604 Pernambuco [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem 51021-310 - Recife - PE Fone: (81) 3327-3384/3327-9430 Minas Gerais [comercial@sbfpublicidade.com.br] SBF Representações/Sérgio Bernardes de Faria Av. Getúlio Vargas, 1300, 17º andar, cj. 1704 30112-021 - Belo Horizonte - MG Fone: (31) 3261-2700
Nesta Outubro/2004
edição
Edição especial de 10 anos A solução para o impasse
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A revista Empreendedor é criada em 1994, num momento difícil da vida brasileira, depois do fracasso de alguns caminhos para solucionar a crise. Como a estabilização da moeda era uma experiênica recente e não foi suficiente para gerar um ambiente favorável aos negócios, o empreendedorismo inaugurou uma cultura inovadora na gestão, trazendo mais valor aos produtos e serviços das empresas nascentes. Na reportagem que faz o balanço da década vencedora, um alerta sobre a sobrevivência de muitos entraves e o reconhecimento de conquistas irreversíveis.
Onde fica o futuro?
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Muitos nichos promissores estimulam a imaginação de quem pretende abrir novos negócios. Eles estão tanto em atividades tradicionais, como a construção civil, como nas emergentes, como a internet de banda larga. Mas o importante é a postura diante do desafio e o preparo de quem inaugura o seu sonho.
A garra de quem acredita
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Dez exemplos de negócios bem-sucedidos e que foram abertos nesta década vencedora, graças à ousadia e à criatividade de quem apostou no mercado, no apoio existente em entidades públicas e privadas e nas próprias idéias.
Faria tudo de novo
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Os grandes empreendedores já provaram sua garra e construíram obras duradouras, que cruzam o tempo. Mas a vocação continua forte e, quando há tempo e vontade, eles voltam à ativa, com mais experiência do que antes, mas ainda com o mesmo espírito criador de sempre.
Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante Diretora: Clementina P. da Silva Gerente: Luzia Correa Weiss Fone: 0800 48 0004 [assine@empreendedor.com.br] Produção gráfica Impressão e Acabamento: Prol Editora Gráfica Distribuição: Fernando Chinaglia S.A. (São Paulo) Empreendedor.com
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http://www.empreendedor.com.br
ANER Outubro – Empreendedor
A revista que veio para ficar
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A Empreendedor completa dez anos fazendo parte da cultura que a gerou, pois compartilha os mesmos objetivos dos cidadãos que optaram pela geração dos empregos por meio da fé, da formação adequada e da capacidade própria. E continua na ativa para provar que é possível vencer, desde que haja persistência e sintonia com a força de um dos países mais empreendedores do mundo.
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Entrevista
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Lula e os empreendedores do Brasil Uma entrevista exclusiva com o presidente Lula, destacando seus compromissos com o empreendedorismo no Brasil e as ações do governo para tornar essa atividade mais promissora e mais aliada da necessidade de chegarmos ao crescimento sustentável. DIVULGAÇÃO MARCELLO CASAL JR./ABR
LEIA TAMBÉM Cartas ......................................... 8 Empreendedores ..................... 14 Jovem S.A. ................................. 16 Não Durma no Ponto ................ 18
Uma lei para todos
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Fórum Setorial propõe a inclusão na Lei Geral de Franquia, de dezembro de 1994, de um artigo que permite uma ampla inclusão ao sistema: empresas públicas, sociedades de economia mista e entidades controladas diretamente ou indiretamente pelos governos federal, estaduais e municipais. Isso poderá incentivar a expansão da economia formal, o fomento às oportunidades de geração de emprego e renda, além da desoneração de recursos públicos e redução de gastos.
GUIA DO EMPREENDEDOR 69 Produtos e Serviços ..................................... 70 Do Lado da Lei.............................................. 74 Leitura ........................................................... 76 Análise Econômica ....................................... 80 Indicadores ................................................... 81 Agenda ........................................................... 82
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Empreendedor – Outubro
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Pequenas Notáveis .................. 66
Franquia Total
Editorial
de Empreendedor para Empreendedor
Assinaturas Para assinar a revista Empreendedor ou solicitar os serviços ao assinante, ligue 0800 48 0004. O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 72. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 16,7%, pagando somente R$ 60. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30min. Se preferir, faça sua solicitação de assinatura pela internet (www.empreendedor.com.br) ou pelo e-mail assine@empreendedor.com.br.
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Reprints editoriais É possível solicitar reimpressões de reportagens das revistas da Editora Empreendedor (mínimo de 1.000 unidades)
Internet Anote nossos endereços na grande rede: http://www.empreendedor.com.br redacao@empreendedor.com.br
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Correspondência As cartas para as revistas Empreendedor, Jovem Empreendedor, Revista do Varejo, Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de Franquias, publicações da Editora Empreendedor, podem ser enviadas para qualquer um dos endereços abaixo: São Paulo: Rua Sabará, 566 - cj. 92 CEP 01239-010 - São Paulo - SP Rio de Janeiro: Rua da Quitanda, 20, gp. 401 - Centro - 20011-030 - Rio de Janeiro - RJ Brasília: SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial - Bloco C - cj. 330 - CEP 70140-907 - Brasília - DF Rio Grande do Sul: Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itú - 91380-010 - Porto Alegre - RS Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 - Bloco C - cj. 902 - CEP 88015-900 Florianópolis - SC Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - Cj. 01 - Boa Vista 82560-460 - Curitiba - PR Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem - CEP 51021-310 - Recife - PE Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300, 17º andar, cj. 1704 CEP 30112-021 - Belo Horizonte- MG Os artigos deverão conter nome completo, assinatura, telefone e RG do autor, e estarão sujeitos, em função do espaço, aos ajustes que os editores julgarem necessários.
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écada vencedora não quer dizer plenamente vitoriosa. Vencer num empreendimento não significa consagrar-se para sempre. As vitórias, quando existem, costumam ser provisórias, pois é de limitações que se alimenta a ação empreendedora. Gerar um negócio está diretamente ligado com essa idéia, pois implica atender a uma demanda, cobrir uma falha, produzir o que falta. Tudo estava por fazer em 1994, quando o Brasil amargava a ressaca da década perdida e tinha cansado de soluções mágicas, de planos mirabolantes, de decisões radicais que desestruturaram o país no intuito de salvá-lo. A saída teve de ser criada dentro do quintal de cada um, a vida pessoal e profissional colocada no meio do turbilhão. Foi preciso aproveitar a estabilização da moeda, mas ela não foi suficiente, pois apresentou furos e continua na camisa-de-força do arrocho financeiro e do crescimento sob pressão para evitar a ameaça inflacionária . O que aconteceu é que todos os planos adiados, os sonhos sucessivos, o medo de criar enfrentaram uma situação favorável para deslanchar: a própria crise. De costas para a parede, o empre-
endedorismo por necessidade deu um salto, a partir do que existe no país há séculos, pois de invenções é feito o Brasil, terra que se transformou numa nação construída por todos os povos do mundo. Esse pulo para um número maior de pessoas envolvidas em negócios próprios gerou um mercado, pois a gestão, a inovação e o valor, escassos nos empreendimentos, exigiam apoio das entidades públicas e privadas. Nasce então uma cultura (mas ainda não um ambiente) favorável aos negócios, para que os brasileiros pudessem enfrentar as dificuldades. Desse caldo surge, ao mesmo tempo, o empreendedorismo por oportunidade, com gente qualificada para conseguir implantar suas idéias sem sentir-se acossada pela escassez, apesar de manter-se atenta, já que toda experiência funciona como um alerta. Esta revista nasceu junto com todos esses movimentos e completa dez anos totalmente identificada com quem arrisca para vencer sempre. Por isso compartilhamos com esse sentimento vencedor, que não se deita sobre vitórias, mas faz delas inspiração para o próximo passo.
CARTAS PARA A REDAÇÃO Correspondências por e-mail devem ser enviadas para redacao@empreendedor.com.br. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do estado de onde está escrevendo.
CEDOC O Centro de Documentação (CEDOC) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar contato pelo telefone (48) 224-4441 ou por e-mail (imagem@empreendedor.com.br).
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Cartas Destilados A força da cachaça brasileira no exterior, que foi tema de reportagem desta revista, destaca uma luta cada vez mais intensa no Brasil, que é o esforço pelo reconhecimento internacional das marcas brasileiras. Não fossem nossos especialistas nessa área, nossa bebida típica iria ser confundida com um rum caribenho qualquer, como queriam os concorrentes. Plácido Antunes Barbieri
Rio de Janeiro – RJ
Esclarecimento A Bosch esclarece que as informações passadas na entrevista com o Sr. Edson Grottoli, para a reportagem “Sol entre nuvens”, referem-se ao desempenho da Bosch como um todo no mercado argentino e não da unidade de ferramentas elétricas, como foi citado na matéria; pois neste ramo específico de negócio a empresa obteve um crescimento expressivo naquele mercado. Alessandra Nascimento In Press Porter Novelli
Campinas – SP
NOTA DA REDAÇÃO: Lamentamos o ocorrido, mas esclarecemos também que nossa reportagem teve o cuidado de publicar, na edição 116 da revista Empreendedor, as palavras do sr. Grottoli, diretor de Relações Corporativas da Bosch, gravadas em entrevista por telefone.
Benefícios Esclarecedora a reportagem de capa sobre marketing esportivo publicada na edição 119. Confio que o principal recado contido nela, a de que investir em esportes a longo prazo só traz benefícios para todos, seja plenamente entendido pelos responsáveis por empresas de qualquer porte, especialmente as pequenas. João Alencastro Vidigal
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Empreendedor – Outubro
Entrevista
Lula: o fim das amarras Tributos, crédito, burocracia: tudo vai mudar mudar. Palavra de presidente
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por
Nei Duclós
Nesta entrevista exclusiva concedida para a Edição Especial de Dez Anos da revista Empreendedor, o presidente Lula deixa claro seus compromissos com o empreendedorismo, dando ênfase à capacidade empreendedora do trabalhador brasileiro: “É nesse sentido que as ações do governo no campo da desburocratização e da redução dos encargos tributários foram tomadas: como estímulos ao investimento, à geração de empregos e à melhoria das condições de vida no Brasil”, disse ele. Três vetores principais definem as ações do governo para resolver os impasses da criação, manutenção e desenvolvimento das empresas no Brasil: * reduzir a carga tributária, especialmente a das pequenas empresas; * implantar um sistema informatizado de apoio ao empresário, que vai permitir o pagamento unificado de impostos e contribuições; * facilitar o acesso das empresas ao crédito em condições mais favoráveis, estimulando a produção e o investimento. Lula acredita que “o brasileiro é um empreendedor nato”, e suas respostas Outubro – Empreendedor
devem ser anotadas por todos os que assumem riscos nos negócios e há muito tempo aguardam um novo comportamento por parte do Executivo em relação às atividades produtivas.
Empreendedor – Um dos grandes problemas que afetam o empreendedorismo no Brasil é a excessiva burocracia para abrir ou fechar empresas. Existe disposição do governo para mudar isso?
Empreendedor – A criação de novas empresas no Brasil ainda enfrenta dificuldades, pois mais da metade costuma fechar antes dos dois anos de vida, segundo pesquisa do Sebrae. O que o Governo Federal está fazendo para mudar esse quadro?
Lula – Esse projeto enviado ao Congresso visa, entre outras facilidades, reduzir o peso da burocracia por meio da construção de um sistema informatizado de apoio ao empresário, que vai permitir o pagamento unificado de impostos e contribuições. Ao acessar o sistema, nas agências bancárias dos bancos oficiais, postos de atendimento do Sebrae, Prefeituras, etc., o empresário só terá que informar seu faturamento e as informações relativas ao pagamento de salários aos empregados. A partir disso, o sistema calcula na hora os impostos e contribuições devidos e faz a emissão dos boletos para pagamento. Esse recurso vai permitir também que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados e a Relação Anual de Informações Sociais – ambos fornecidos ao Ministério do Trabalho –, assim como a declaração anual à Receita Federal, sejam gerados automaticamente, reduzindo a burocracia para o empresário.
Luís Inácio Lula da Silva – A primeira coisa que eu gostaria de dizer é que considero o brasileiro um empreendedor nato, com grande iniciativa, disposição e competência. Apesar disso, as empresas brasileiras, especialmente as mais novas, vêm sendo obrigadas a enfrentar duas grandes dificuldades para sobreviver, além do desafio de um ambiente mundial cada vez mais competitivo: a instabilidade macroeconômica e as dificuldades com a burocracia e os impostos. Esse quadro está mudando, e rapidamente. A instabilidade macroeconômica foi combatida pelas políticas econômicas do nosso governo e, hoje em dia, com a volta do crescimento, o ambiente de negócios é favorável à abertura de novas empresas. No que se refere aos entraves burocráticos e ao peso dos impostos, o Governo Federal vem tomando medidas importantes para melhorar essa situação. Recentemente enviamos ao Congresso Nacional um projeto de lei complementar que introduz regime tributário, previdenciário e trabalhista simplificado.
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Empreendedor – A carga tributária que incide sobre as atividades empreendedoras é considerada uma das mais altas do mundo. V. Excia. acha esse diagnóstico correto?
Lula – Acho que é preciso diminuí-la. E o Governo Federal já vem atuando na linha da redução da carga tri-
EXCLUSIVO butária que incide sobre a produção, como foi o caso da desoneração das exportações, da redução de incidência em cascata de PIS e Cofins e da redução progressiva da cobrança de IPI sobre bens de capital. No caso das pequenas empresas, o governo compreende que a carga tributária deve e pode ser menor para incentivar a formalização de empresas que hoje estão na informalidade. O projeto de lei complementar recentemente enviado ao Congresso prevê que o Governo Federal abrirá mão da arrecadação de impostos como a Cofins e o IRPJ. Haverá uma alíquota única de 1,5% sobre faturamento a título de contribuição previdenciária patronal. O projeto fixa tam-
bém um teto para as alíquotas de ICMS e ISS a serem cobradas, respectivamente, por estados e municípios, com o objetivo de assegurar o princípio da desoneração para o empresário. Empreendedor – Na sua visão, qual é o futuro do empreendedorismo no Brasil? O que os empreendedores podem esperar do governo Lula para os próximos anos?
Lula – Os empreendedores podem esperar uma trajetória de crescimento econômico sustentado e continuado. E não vamos nos contentar com o sucesso conseguido até agora com a política econômica: temos a firme determinação de implementar políticas que
visem ao desenvolvimento. Quanto às medidas de redução da carga tributária incidente sobre a produção e de alívio dos entraves burocráticos, os empreendedores podem estar certos de que haverá contínuos aperfeiçoamentos no arcabouço institucional. Isso vai contribuir ainda mais para a ampliação das oportunidades de negócios. Empreendedor – No caso de serem adotadas as PPPs, Parcerias Público-Privadas, haveria incentivo para a criação de novas empresas no Brasil? Já existe um prognóstico de quantas novas empresas serão geradas?
Lula – As PPPs são parte do esforDIVULGAÇÃO MARCELLO CASAL JR./ABR
“Vamos facilitar o acesso das empresas ao crédito, expandindo as operações nos bancos de fomento e a legislação que obriga os bancos a destinarem parte de seus depósitos para o microcrédito. Vamos também intensificar a redução dos spreads bancários”
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Empreendedor – Outubro
Entrevista
DIVULGAÇÃO MARCELLO CASAL JR./ABR
ço do nosso governo para recuperar a infra-estrutura, evitando que ela se transforme num gargalo ao crescimento que vem nos próximos anos. Elas vão incentivar o investimento privado, contribuindo para a sustentabilidade do crescimento e expandindo o emprego. E, na medida em que se asseguram melhores perspectivas de crescimento, as oportunidades do exercício bemsucedido do empreendedorismo. Empreendedor – Uma política econômica mais sintonizada com a criação de novos empregos significaria uma redução maior dos juros. Há possibilidade de os juros baixarem em função das atividades empreendedoras?
Lula – A determinação da taxa de juros é parte da tarefa do Banco Central do Brasil de garantir a estabilidade macroeconômica do país. Na medida em que se afasta o risco de retomada da inflação e em que a relação dívida–PIB prossegue em sua trajetória descendente, é natural que os juros diminuam progressivamente. No entanto, é preciso reafirmar que a economia brasileira já se encontra em fase de expansão e que há, crescentemente, abertura de novas oportunidades de negócios.
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Empreendedor – A escassez de crédito e de liquidez tem entravado o empreendedorismo. Há decisões federais no sentido de distribuir mais os investimentos para incrementar os negócios, especialmente os de pequeno porte?
Lula – Temos tomado uma série de medidas para facilitar o acesso das empresas ao crédito em condições mais favoráveis, estimulando a produção e o investimento. Dentre elas, posso citar a expansão das operações de crédito dos bancos de fomento, a legislação que obriga os bancos a destinarem parte de seus depósitos para o microcrédito e as medidas voltadas para a redução dos spreads bancários. Mas a oferta de Outubro – Empreendedor
“O governo vai reduzir a carga tributária sobre a produção, desonerar as exportações e reduzir o PIS, a Cofins e o IPI sobre bens de capital” crédito não é o único problema. O acesso ao crédito é dificultado, também, porque muitas empresas, principalmente as pequenas, convivem na informalidade. E, nessa condição, a análise de crédito e de garantias fica seriamente prejudicada, além do que a inexistência de personalidade jurídica dificulta a cobrança. Nenhum banco aceita fazer empréstimos nessas condições. Nesse sentido, o Projeto de Lei para estimular a formalização das pequenas empresas, pode, se aprovado, desempenhar um papel importante no acesso ao crédito. Empreendedor – Uma das vocações do brasileiro que não desiste nunca é o empreendedorismo. V. Excia. acha que, no seu governo, essa vocação está sendo incentivada?
Lula – Estou convencido de que
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meu governo não será bem-sucedido sem a ação dos empresários, na medida em que são eles que organizam a maior parte da atividade econômica do país e respondem pela maior parte dos empregos. Mas é preciso destacar também a capacidade emprendedora do trabalhador brasileiro. É nesse sentido que as ações do governo no campo da desburocratização e da redução dos encargos tributários foram tomadas: como estímulos ao investimento, à geração de empregos e à melhoria das condições de vida no Brasil. Empreendedor – A participação dos pequenos negócios nas exportações brasileiras é ainda muito pequena, na base de 2%. Bem ao contrário de outros países, como a Alemanha, onde a participação é significativa. Essa tendência poderá mudar no Brasil?
Lula – Durante muitos anos no Brasil, com exceção de atividades tradicionalmente voltadas para o comércio exterior, os empresários olhavam para o mercado internacional como um escoadouro temporário de sua produção excedente, não absorvida pelo mercado interno. Atualmente, as empresas brasileiras adquiriram a mentalidade exportadora. As pequenas empresas enfrentavam entraves burocráticos que as afastavam das exportações. Para elas, o atendimento a todas as exigências burocráticas representava um custo muitas vezes instransponível. O Programa Brasil Exportador, constituído de 45 programas, em execução desde novembro de 2003, substituiu 83 atos de comércio por apenas um documento – apostando na simplificação de normas e procedimentos de exportação para extinguir os atos que imobilizavam as empresas. Esse é um incentivo importante para as pequenas empresas explorarem as possibilidades no comércio exterior. Com a iniciativa conjunta de empreendedores e trabalhadores brasileiros, acredito firmemente num futuro melhor e mais justo para o país.
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Teltec Networks
Sensória
Soluções sob medida
Cheiro de novo
explica Brites. A política da empresa levou à conquista de clientes como a Syngenta, Eletrosul, Celesc, Tractebel, Correios, Sebrae/SC e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Uma das principais soluções da Teltec é o MSP (sigla em inglês para provedor de serviços de gerenciamento – management service provider). Por meio dessa tecnologia, a empresa monitora e gerencia, de forma remota e pró-ativa, a infra-estrutura de tecnologia da informação de seus clientes. Estes, por sua vez, têm o custo opeacional reduzido e podem concentrar seu foco e energia em atividades exclusivas de seus negócios. A Teltec Networks, além de fornecer equipamentos, é especializada em soluções completas de infra-estrutura de rede: internet, roteadores, switches, firewall, VPN, wireless, VoIP, telefonia IP e storage. Na área de serviços atua em consultoria, projeto, manutenção, suporte e gerenciamento de rede (outsourcing). Apenas sete empresas do país estão autorizadas pela Cisco a vender seus produtos e soluções. www.teltec.com.br
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DIVULGAÇÃO
O bom relacionamento com os clientes, vistos como parceiros, é a chave da estratégia da Teltec Networks, empresa de Tecnologia da Informação, com sede em Florianópolis, certificada recentemente pela Cisco System em Routing & Switching. E como parceira ela procura sempre a solução mais vantajosa, em termos técnicos e econômicos, para resolver problemas e atender às necessidades do usuário. “Além de nos preocuparmos com o processo de pré-venda, onde enxergamos a real necessidade do cliente, também buscamos a excelência no pósvenda, através de um suporte técnico dedicado”, complementa Diego Brites, sócio e gerente de Negócios. É comum os clientes terem as suas previsões iniciais de custo substancialmente reduzidas. Isso acontece porque os equipamentos desejados em geral possuem características técnicas muito além das necessidades reais. “Na falta de uma orientação especializada, paga-se muito por recursos técnicos que nunca serão aproveitados ou que não agregam valor para o processo produtivo da empresa”,
Outubro – Empreendedor
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A marca de cosméticos Olfateria está de cara nova. E nome também. A empresa investiu R$ 700 mil na modificação de seu conceito e nome, que desde setembro passou a ser Sensória. Com a mudança, que inclui transformações na identidade visual (embalagens, rótulos e design de lojas), a expectativa é um incremento de 60% no faturamento até 2005 – quando todas as modificações estarão implementadas. Mas, ainda neste ano, a marca pretende se tornar líder de mercado no segmento de cosméticos com ênfase em óleos essenciais e extratos vegetais no Brasil. A estratégia inclui a continuidade dos investimentos no modelo de franquias. “Acreditamos que o sistema de franquias seja o futuro do varejo. Podemos ter a força das grandes corporações e o atendimento das ‘antigas lojinhas de bairro’”, diz Eduardo Gazineu, sócio-proprietário da Sensória. Atualmente são 13 lojas, e mais sete serão abertas até o fim de 2004. Outra vantagem competitiva ressaltada por Gazineu é que a Sensória é a única marca do segmento integralmente brasileira. Mais de 500 novos produtos, à base de insumos naturais do Brasil e desenvolvidos por uma equipe especializada em aromaterapia, estética e química, serão lançados a partir de outubro. Esse diferencial também conta pontos lá fora. Ainda este ano será inaugurada uma loja em Portugal, e no início de 2005 nos Estados Unidos e na Alemanha. www.sensoria.com.br
Orsi & Barreto Consultoria Apresentar soluções e implementálas, assumindo a administração do negócio, é a receita da Orsi & Barreto Consultoria. A metodologia vem sendo aplicada há mais de cinco anos em empresas de serviços, como seguradoras e indústrias de diversos ramos, como siderúrgico e ótico, para aumentar a produtividade, melhorar o desempenho financeiro e preparar a empresa para busca de financiamento nacional e internacional, entre outros objetivos. Os consultores fazem um mapeamento completo das atividades das empresas, seus processos de produção e gestão (financeira, comercial, marketing e recursos humanos), para levantar as dificuldades enfrentadas. A partir desse diagnóstico é apresentada uma proposta para resolver os problemas e, caso ela seja aceita, contratado um executivo para gerir a empresa durante essa transição. Durante esse período, o gestor da empresa se ausenta da administração do dia-a-dia do negócio, restringindose ao conselho de administração. A remuneração da Orsi & Barreto Consultoria é estabelecida sobre um per-
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Gestão compartilhada
centual da melhora da receita e da rentabilidade. Caso o cliente não contrate a implementação da idéia, é cobrado pela apresentação das soluções. Já o executivo contratado passa a fazer parte do quadro funcional da empresa e de sua folha de pagamento. “Os resultados da
metodologia de gestão compartilhada têm sido surpreendentes. Entre os clientes atendidos, tivemos um na área de metalurgia que obteve 25% de retorno em 12 meses”, conta Gilberto Orsi Machado Júnior, sócio-diretor. (11) 287-7333
Senior Sistemas
Capacitar hoje para empregar amanhã participantes das duas edições anteriores em seu quadro de pessoal. “É um orgulho para nós contribuirmos para a formação das novas gerações. O empresariado brasileiro deve cada vez mais investir em programas para possibilitar o fim da injustiça social”, diz Jorge Cenci, presidente da Senior. Três turmas já concluíram o curso, com duração de três meses (320 horas-aula). O projeto é promovido pelo Blusoft – Blumenau Pólo de Software, em parceria com a prefeitura do município e o Centro de Educação Pro-
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fissional Hermann Hering (Cedup). A Senior, que promove ou patrocina outras atividades sociais, é uma das seis maiores empresas brasileiras de desenvolvimento de sistemas na área de ERP (Enterprise Resouce Planning). Cerca de 9 mil clientes são atendidos por uma rede de 1,2 mil consultores credenciados em todo o país. Entre os 320 funcionários diretos, uma divisão especial cuida exclusivamente da consultoria e assessoria para implementação de soluções de monitoramento e gerenciamento. www.senior.com.br Empreendedor – Outubro
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Em Blumenau, um dos três principais pólos tecnológicos de Santa Catarina, jovens de 16 a 19 anos têm a oportunidade de apreender os conhecimentos necessários para atuar na área de Tecnologia da Informação. Mais de cem adolescentes já foram qualificados e passaram a ter como possibilidade uma carreira entre as diversas empresas da região. Somente a Senior Sistemas, idealizadora do projeto “Programando o futuro”, contratou 10 dos 28 alunos da turma formada em setembro e mantém outros oito
DIVULGAÇÃO
Jovem S.A. por Alexsandro Vanin vanin@empreendedor.com.br
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Campanhas publicitárias bem direcionadas e segmentadas destacam-se pela irreverência e surpresa “Dificuldades para levantar seu negócio? Não sabe para onde olhar? Olhe para seu dinheiro.” Frases como essas podem ser vistas em banheiros masculinos das três capitais do Sul do país, mas não foram pichadas por nenhum vândalo. A última pergunta é uma peça publicitária de uma instituição financeira, e a primeira da Enox Mixed Media, empresa de mídia interna que explora esse nicho. “A propaganda em banheiros é a única forma que permite 100% de segmentação entre o público masculino e o feminino, com custo inferior ao de anúncios em mídia tradicional ou externa e recall maior”, diz Rafael Cordeiro, 23 anos, sócio-diretor da Enox. Pesquisas indicam que o índice de recall da mídia de banheiro chega a 85%. Em parte, isso se deve ao fato de as pessoas terem de 30 segundos a 4 minutos para ler a mensagem. “Sem contar que em bares e boates as pessoas vão três ou mais vezes ao banheiro, e sempre descontraídas”, ressalta Radamés Martini, 22 anos, sócio-diretor. E as agências de publicidade podem soltar a criatividade e fazer criações personalizadas para cada público e para aquele momento, o que abre espaço para brincadeiras e trocadilhos que prendem a atenção, como “Lembre-se: morar bem também é necessidade básica”, ou “Se essa é sua única experiência em dirigir um jato, experimente dirigir um BMW”. “A irreverência e o inusitado prendem a atenção da pessoa, tanto que é comum a pessoa voltar para a mesa ou grupo de amigos e contar o que viu, gerando um boca-a-boca”, comenta Cordeiro. A idéia tem dado tão certo que a Enox, criada há um ano em Curitiba por um grupo de jovens (o mais velho Outubro – Empreendedor
Do banheiro para a cabeça tem 28 anos), já está presente em Florianópolis desde maio e inaugura uma unidade em Porto Alegre em outubro, além de manter uma parceria que permite a realização de campanhas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e, em breve, Salvador, Recife e Fortaleza. Nas três cidades do Sul do país o número de casas parceiras já passa de 300, sendo 100 delas na capital gaúcha, onde a empresa começa com um anúncio da Ambev. Agora a Enox procura expandir sua atuação dentro do conceito de mídia indoor. “Queremos explorar todo o ambiente interno de nossos parceiros de forma interativa, e o banheiro foi apenas uma porta de entrada para formarmos nossa rede”, diz Cordeiro. Isso inclui ações promocionais e de merchandising com os clientes, e novos displays com áudio, cheiro, amostras grátis e backlight. Um exemplo é o projeto Ludh Floripa Loft (Ludh é uma casa noturna de Florianópolis e Floripa Loft uma marca registrada de um cliente Enox), em que é explorado o conceito loft – imóvel sem divisões, destinado a um público jovem. Além de a área vip da casa passar a ter esse nome, foram personalizados porta-copos com mensagens relacionadas à liberdade e independência (os clientes podem colecionar 15 diferentes modelos), guardanapos, cinzeiros, cardápios, uniformes, luminoso, etc.
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Enox: Rafael Cordeiro, 23 anos, e Radamés Martini, 22 anos, sócios
A rede de parceiros é formada por restaurantes, bares e casas noturnas, academias, salões de beleza, bingos, shopping centers, estádios de futebol e agências de publicidade. “É só dizer o público a ser atingido que nós vamos atrás do local ideal. Nós trabalhamos com foco por projeto”, explica Cordeiro. Entre os clientes, figuram o Paraná Banco, a Prefeitura de Curitiba, concessionárias de veículos importados e nacionais, instituições educacionais e de intercâmbio cultural, grifes de calçados e vestuário, imóveis, empresas de entretenimento e gastronomia, de mobiliário e o Ministério da Saúde – a primeira campanha nacional. Quando não há anunciantes para determinados lugares, o espaço é ocupado gratuitamente com material de entidades sociais, como Pastoral da Criança e Voluntários em Ação. Segundo Martini, no início há uma certa resistência das empresas, mas a maioria dos contratos, válidos por um mês, é renovada. “Algumas pessoas – em geral as mais velhas – acham que associar a marca a um banheiro vai depreciá-la, mas, pelo contrário, naquele momento toda a atenção do público é captada com bom humor.” Afinal de contas, quem passar por ali – e todo mundo passa – vai conhecer a marca, cara a cara. www.enox.com.br
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Empreendedor – Outubro
Não Durma no Ponto
2004
Alta performance Você tem idéia de quanto a sua empresa desperdiça de resultados todos os meses? Ao avaliá-los no final do mês, aposto que sempre fica aquele sentimento de que poderia ter sido melhor, considerado o tanto de esforço despendido. A mesma sensação aparece quando é analisado o desempenho da equipe, no confronto com o empenho individual de cada participante. Arrisco ir mais longe: cada um de nós guarda um sentimento íntimo de não estar rendendo tudo o que pode ou é capaz. Estou certo? Se você está de acordo, podemos ir mais adiante, na seqüência do raciocínio: a alta performance não é uma questão de circunstância ou conjuntura favorável. Alta performance é o principal trabalho do líder, portanto, uma disciplina da liderança. Desempenho organizacional é decorrente do desempenho humano. Algumas empresas se destacam por seus resultados eficientes advindos de equipes eficientes. Nada mais que isso. Para produzir alta performance é necessário pessoas de alta peformance. Pessoas de alta performance, quando juntas, constituem equipes de alta performance. Para início de conversa, vamos ver se a sua empresa possui uma equipe de alta performance. Confira, então, se a sua apresenta este perfil: 1) Mais de um terço dos funcionários surpreendem diariamente as expectativas dos líderes e clientes. 2) O desempenho de um funcionário médio é superior ao do funcionário médio das empresas concorrentes. 3) Os funcionários estão emocional e fortemente comprometidos a atingir as metas de resultados. 4) O desempenho da equipe resulta em uma competência difícil de ser copiada por outras empresas. Se a sua resposta é sim para todos esses quesitos, parabéns. Você conduz Outubro – Empreendedor
ou participa de uma equipe de alta performance. Mas, se você está na ala do desempenho apenas eficiente, venha comigo. Tenho boas sugestões para aumentar a performance de sua equipe e, por conseguinte, da sua empresa.
“O desempenho humano é fruto da atuação do líder e da química que produz no ambiente de trabalho. Sua atuação pode impulsionar ou restringir o desempenho pessoal e organizacional” Desafios de desempenho Se puder, suspenda a leitura e faça um pequeno exercício. Descreva três objetivos de desempenho que a sua empresa pretende atingir nos próximos três meses. Papel e caneta em mãos! E aí? Sempre que lanço esse desafio aos líderes de empresas, na maioria das vezes os objetivos descritos não estão baseados em desempenho, mas em tarefas. Isso significa que se descreve algo a ser feito e não a ser atingido. Talvez seja esse um dos motivos pelos quais a maioria dos líderes cria mais trabalho do que resultados em suas empresas. “Crescer a participação no mercado”, “ter uma equipe de alta performance”, “satisfazer o cliente nas suas necessidades” são objetivos baseados em tarefas, não em desempenho. Sempre que definir um objetivo, indague: “como saberemos se fomos bem-sucedidos?” Se não for possível averiguar, você está diante de um objetivo baseado em tarefas. Objetivos de
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desempenho definem os resultados almejados. São, portanto, mensuráveis e realizáveis. Está aí a primeira lição: alta performance não é uma questão de intenção, mas da clareza na definição dos objetivos de desempenho. A química do desempenho Pois bem! Se o desempenho da empresa é decorrência do desempenho humano, o líder precisa conhecer o que impulsiona ou restringe o desempenho humano. O desempenho humano, por sua vez, decorre das necessidades humanas. Em suma, um líder de uma equipe de alta performance é aquele que sabe alinhar desempenho organizacional com realização pessoal. Conhece os objetivos organizacionais e pessoais. Sabe que o seu trabalho é torná-los compatíveis. O desempenho humano é fruto da atuação do líder e da química que produz no ambiente de trabalho. Sua atuação pode impulsionar ou restringir o desempenho pessoal e organizacional. As empresas com equipes de alta performance possuem alguns fatores em comum: 1) Confiança é palavra-chave. Os líderes acreditam firmemente em cada colaborador, tanto na sua idoneidade como na sua capacidade. Por isso, dão a cada colaborador, principalmente aos que estão na linha de frente, um alto grau de autonomia. 2) Os colaboradores são conquistados na mente e no coração. Os mecanismos de estímulos vão além dos aspectos racionais. Na realidade, o compromisso emocional é o diferencial mais visível nas pessoas de alto desempenho. 3) Tais empresas se preocupam com os próprios resultados, mas também com a realização dos colaboradores. E aí está o principal segredo da química geradora da alta performance: buscar um equilíbrio dinâmico entre desem-
por Roberto Adami Tranjan Educador da Cempre Conhecimento & Educação Empresarial
penho da empresa e realização dos funcionários. Mas, para isso, é necessário saber o que as pessoas buscam.
As fontes de energia Necessidades de realização são os ingredientes que os funcionários trazem para o local de trabalho todos os dias. Maus líderes não apenas as desperdiçam como tentam combatê-las. Bons líderes utilizam tais necessidades para criar a equipe de alta performance. E isso se dá a partir de cinco fontes de energia. 1) Propósito (para onde vamos?) Nos ambientes organizacionais, um propósito é também conhecido como uma visão. É o objetivo-maior que justifica a existência da empresa. É o que dá significado para o trabalho das pessoas. Definir um propósito que seja grandioso e contagiante é uma potente fonte de energia. 2) Indicadores (como saberemos se estamos na direção certa?) Os indicadores funcionam como uma bússola. Os membros de uma equipe querem saber se estão na direção certa. É importante o sentimento de participar de uma equipe que define e atinge os seus objetivos. E que suas recompensas, monetárias ou não, estão atreladas a esses indicadores. Indicadores de desempenho desafiadores formam também outra importante fonte de energia. 3) Comportamento empreendedor (qual é o nosso poder?) Ceder espaço para o uso da liberdade e da autonomia é a melhor maneira de as pessoas se sentirem incentivadas e livres para usar seus talentos e se empenhar na busca de resultados no mercado. É a terceira fonte de energia. 4) Conquistas (nossos progressos) Conquistar, superar desafios, expandir os limites, estes são alguns desejos de muitas pessoas. Experimentar novas funções, lidar com novos desafios, par-
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ticipar de projetos, ascender nos níveis de responsabilidades permite que as pessoas construam uma trajetória ascendente em seus trabalhos. Elas querem descobrir e fazer uso dos seus talentos. Essa é uma crucial fonte de energia. 5) Reconhecimento (feedback) É importante reforçar a cultura de resultados. Celebrações, portanto, fazem parte do modelo de liderança criador da equipe de alta performance e são fundamentais para fortalecer a crença em que as pessoas fazem os resultados. É importante não perder de vista a finalidade desta quinta e última fonte de energia: enaltecer os esforços e o desempenho. Todas essas fontes, aplicadas de maneira isolada ou, preferencialmente, em conjunto, contribuem para a criação da melhor energia e do compromisso emocional imprescindíveis à geração da alta performance. O melhor caldo O melhor caldo advém do uso dos melhores ingredientes. As necessidades de realização são atendidas pelas fontes de energia. Fazer as melhores escolhas é um fator crucial que integra a maestria do líder. Não é necessário nem recomendável que se utilizem todas as fontes de energia. Cada uma produz impactos diferentes na equipe. O que realmente conta e faz diferença é escolher as fontes de energia que mais se aproximam das necessidades de realização dos funcionários. A combinação entre elas deve ser feita com cuidado e zelo. Isso vai lhe dar trabalho, pode ter certeza, mas lembrese: o seu trabalho é conseguir resultados. E que sejam de alta performance!
Linha Direta Roberto Adami Tranjan (11) 3873-1953 www.cempre.net roberto.tranjan@cempre.net Empreendedor – Outubro
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Os ingredientes do desempenho humano Muitos estudos foram feitos na tentativa de descobrir o que as pessoas querem no trabalho. Quando o assunto é realização pessoal, Maslow é sempre lembrado. Afinal, é dele o termo auto-realização, para definir o estágio máximo que uma pessoa pode atingir no ambiente de trabalho. Nesse estágio, o indivíduo estará pleno, feliz e, portanto, na sua melhor condição de empenho e desempenho. Embora as necessidades de realização variem de indivíduo para indivíduo, algumas são comuns, principalmente aos participantes de equipes de alta performance. Verifique o que pessoas de alto desempenho buscam no ambiente de trabalho: Q Ter voz ativa sobre o seu próprio destino. Q Saber por que e como as coisas acontecem. Q Destacar-se no trabalho. Q Sentir-se influentes. Q Sentir orgulho de suas aptidões e contribuições. Q Fazer parte de um time de primeira. Q Sentir-se parte de algo especial. Q Crescer como pessoas. Q Enfrentar desafios que expandam seus limites. Q Tentar algo novo e diferente. Q Sentir-se capazes e com poder sobre o ambiente onde atuam. Q Contar uma história. Certamente você encontrará entre os funcionários de sua empresa muitas dessas necessidades. Se você vê-las como obstáculos, estará perdendo uma grande oportunidade de canalizá-las para o alto desempenho. As necessidades são excelentes ingredientes para se obter uma equipe de alta performance. Em si mesmas, cada uma delas ou mesmo seu
conjunto constitui demandas humanas. Quando orientadas para algumas fontes de energia, transformam-se em desempenhos de alta voltagem.
10 anos
BALANÇO
Em dez anos de aprendizado, os brasileiros precisaram escapar das ciladas e praticar os segredos mais básicos
As chaves do negócio Fábio Mayer
2004
GRUPO KEYSTONE
por
Outubro – Empreendedor
20
Por que as empresas fecham Categorias
Ranking
Dificuldades / Razões
Percentual
1º
Falta de capital de giro
42%
FALHAS
3
º
Problemas financeiros
21%
GERENCIAIS
8
º
Ponto/local inadequado
8%
9
º
Falta de conhecimentos gerenciais
7%
CAUSAS
2º
Falta de clientes
25%
ECONÔMICAS
4
º
Maus pagadores
16%
CONJUNTURAIS
6
º
Recessão econômica no país
14%
LOGÍSTICA
12º
Instalações inadequadas
3%
OPERACIONAL
11
Falta de mão-de-obra qualificada
5%
POLÍTICAS
5º
Falta de crédito bancário
PÚBLICAS
10º
Problemas com a fiscalização
6%
E ARCABOUÇO
13º
Carga tributária elevada
1%
LEGAL
7º
Outra razão
º
14%
14%
Fontes: Sebrae e Fubra
Mesmo assim a prática empreendedora precisa se difundir ainda mais e ser aperfeiçoada, por meio de treinamento e formação, em todos os aspectos da atividade empresarial como finanças, marketing e produção. “Se a pessoa quer ser empregado, ela se prepara. Faz um curso de engenharia, de comunicação social, por exemplo. Para ser empresário, atividade eminentemente de risco, a necessidade de preparação é ainda maior”, diz Silvano Gianni, presidente do Sebrae. O brasileiro tem no perfil a maioria das características necessárias para abrir um negócio: coragem, disposição, persistência e dinamismo. Mas falta a ele desenvolver capacidades que são importantes como liderança da equipe, planejamento, capacidade de controle, de avaliação, de tomada de decisão, quando as coi-
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sas estão complicadas ou problemáticas, e de inovação, de pensar novas soluções e estratégias para surpreender mercados. O aprendizado formal é necessário, ainda, para despertar os talentos que muitas vezes o empreendedor tem incorporado e não aplica. A maneira como o empreendedor tem iniciado uma nova empresa no Brasil também preocupa: não é só por oportunidade de mercado, mas principalmente pela falta de perspectiva em arranjar trabalho. O brasileiro desempregado vê na abertura de um negócio próprio a solução dos problemas para sair da situação em que se encontra. Hoje, cerca de quatro em cada dez empresas são criadas dessa forma, ou seja, 43% são empreendedores por necessidade. Às vezes aplicam recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço Empreendedor – Outubro
2004
Nos últimos dez anos, o empreendedorismo tem sido uma forma utilizada pela sociedade para construir o próprio desenvolvimento e crescimento sustentável. É o motor da economia do município, do estado e da nação e não apenas um modismo, pois se tornou tendência em todo o mundo para garantir a sobrevivência, gerar emprego e renda, abastecer o sistema de impostos, criar funções novas de trabalho, garantir maior qualificação profissional e ampliar as exportações. Com 14 milhões de empreendedores, o Brasil ocupa a sexta posição de um ranking de mais de 30 países, de todos os continentes, que utilizam essa prática. É o que revelou a pesquisa realizada pela Global Enterpreneurship Monitor (GEM) em 2003. Ao todo são 4,63 milhões de empresas nacionais, distribuídas na indústria, no comércio e no setor de serviços, e as micro e pequenas representam 99,2% desse total. Por ano são criados 470 mil novos negócios. Em cada dez empregos que surgem no país, seis vêm de novos empreendimentos. Esses números só não são maiores devido à informalidade. Um estudo feito pelo IBGE, em 1997, constatou que, já na época, existiam 9,4 milhões de pequenos negócios informais nas áreas urbanas. Hoje, estima-se que alcancem os 20 milhões. A disseminação da cultura empreendedora no país vem aumentando a partir da década de 90 com ações promovidas por diversas entidades e instituições privadas, como o Sebrae, a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e a Associação Brasileira de Franchising (ABF). O ensino é uma dessas ações e faz parte do receituário mundial para estimular e desenvolver essa prática. Escolas e universidades no Brasil já estão incluindo nos currículos disciplinas voltadas para o tema.
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BALANÇO
(FGTS), vendem algum tipo de bem, carro e casa, por exemplo, ou fazem empréstimos em bancos, mas em pouco tempo acabam enfrentando a dura realidade. Como tem acontecido com 60% das micro e pequenas empresas, em média, não sobrevivem aos primeiros quatro anos. “Faz parte do processo econômico ter empresas que morrem, mas esse volume no Brasil é muito grande, gerando problemas sociais muito fortes. As pessoas vão ter que trabalhar para readquirir um patrimônio e muitas vezes para conseguir pagar as dívidas que fizeram”, diz José Eduardo Fiates, presidente da Anprotec.
2004
ARQUIVO EMPREENDEDOR
Dificuldades à vista Com o fechamento prematuro das empresas são desperdiçados R$ 6 bilhões. O valor é ainda maior, R$ 19,8 bilhões, se forem considerados os investimentos feitos em máquinas, equipamentos, mobiliários e capital de giro. Um dos principais motivos da elevada taxa de mortalidade das empresas no país nos últimos anos, apontado por uma pesquisa realizada pelo Sebrae e pela Fundação Univer-
sitária de Brasília (Fubra) nos 26 estados e no Distrito Federal, está associado às falhas gerenciais na condução dos negócios. Muitos empreendedores iniciam um novo negócio sem nenhuma experiência ou mesmo conhecimento no ramo em que pretendem atuar. O que mais sobressai é o despreparo em relação ao planejamento inicial. A falta de capital de giro é uma prova disso, sendo apontada pela pesquisa como a primeira causa do fechamento prematuro. Caso o controle do fluxo de caixa seja feito previamente de forma equivocada, isso gera problemas financeiros e, conseqüentemente, dívidas. As falhas gerenciais fazem com que o empreendedor não perceba e deixe de lado aspectos importantes. É preciso, por exemplo, encontrar um local adequado (ponto) e saber o mínimo necessário que deve faturar para que o negócio continue em funcionamento. Às vezes o micro e pequeno empreendedor vende mais do que a concorrência, mas as contas ficam sempre no vermelho, sinal cla-
José Fiates: volume da mortalidade empresarial gera fortes problemas sociais
Outubro – Empreendedor
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ro de que o preço está abaixo do custo do produto, sem a margem de lucro necessária. Os empreendedores também pecam na política de recursos humanos, por não colocarem o funcionário na função correta ou por contratarem pessoas erradas para os cargos. Cerca de 97% das micro e pequenas empresas não têm qualquer atividade de gestão de pessoas e menos de 2% delas possuem o hábito efetivo de treinar os funcionários. Isso ao longo de um determinado tempo contribui para elevar a taxa de mortalidade empresarial no país. Ocorrem também dificuldades na identificação do público-alvo. Os empreendedores acabam se atrapalhando para expor e divulgar os produtos, porque não sabem quem é o cliente a ser atendido, nem como atingi-lo. Vários nem sequer procuram conhecer os concorrentes para evitar nichos de mercado que já estão sobrecarregados. Não sabem também como trabalhar aspectos administrativos, organizacionais e financeiros. Como são erros básicos, para qualquer administrador de empresas ou consultor fica clara a solução dos problemas. Mas poucos procuram assessoria e orientação para esses problemas. “É sintomático que, das empresas que fecharam nos dois primeiros anos de vida, apenas 8% procuraram o Sebrae”, diz o presidente Silvano Gianni. Isso só vai mudar por meio do ensino e capacitação. “Temos 550 pontos de atendimento no país inteiro e uma experiência de mais de 30 anos em pequena empresa. Existimos justamente para capacitar o empreendedor. É nossa obrigação e dever.” Mecanismos de apoio adotados por incubadoras e parques tecnológicos também têm garantido a sobrevida de empreendimentos brasileiros, por capacitar o empreende-
2004
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Empreendedor – Outubro
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BALANÇO
dor e proporcionar ambientes favoráveis à criação, ao desenvolvimento e à consolidação das empresas. Dados da Anprotec mostram que 82% das incubadas são bem-sucedidas. A meta da Associação é oferecer suporte para permitir a evolução do trabalho, identificada com novos conhecimentos, maior controle, resolução de problemas prioritários, montagem e atualização do planejamento. O empreendedor aprende a ampliar as capacidades de liderança e de gestão de equipes, a convencer os investidores e a ser inovador. Assim, ele acaba se acostumando a novas formas de aperfeiçoar o produto, a atender melhor os clientes e a conseguir resultados melhores. Em 2003, o número de incubadoras no Brasil chegou a 207, gerando 18 mil empregos.
Entraves conjunturais Existem fatores que influenciam e dificultam o desenvolvimento de negócios no país, mas que não dependem do empreendedor. “Em uma incubadora não é possível criar um ambiente favorável que proteja um empreendimento das intempéries que estão fora do controle, como taxa de juros”, diz Fiates. Algumas questões são imprevisíveis, mas outras podem ser enfrentadas, desde que existam alguns diferenciais. É o caso das franquias, que é um caminho testado e conhecido para empreender. Isso se reflete na longevidade empresarial, pois nesse ramo o índice de mortalidade é totalmente diferente, como nota Gerson Keila, presidente da ABF. Os gargalos são os mesmos,
mas existem mais chances. “Não significa uma garantia de sucesso, mas evita os rotundos fracassos que ocorrem em uma atividade individual”, afirma. O relatório “Fazendo negócios em 2005: removendo obstáculos ao crescimento” (Doing Business in 2005: Removing Obstacles to Growth) do Banco Mundial mostra que o Brasil é um dos cinco piores países para se empreender, se comparado com o desempenho entre 145 nações. A falta de acesso ao crédito, maus pagadores, excesso de burocracia e de impostos são exemplos de condições desfavoráveis. “Os empreendedores não vão investir em um negócio para ter dor de cabeça burocrática e pagar a quantidade de impostos que há no país. Vão colocar dinheiro onde
Portas abertas para as soluções GASTANÇA MENOR O corte de gastos governamentais é o caminho para impedir a volta da inflação. É muito mais importante do que a elevada taxa de juros, que é a justificativa usada pelo governo. LEIS TRABALHISTAS Um novo contrato social, com leis mais flexíveis, incentivaria o empreendedor a contratar mais.
2004
INFRA-ESTRUTURA Investimentos em energia e transporte para agilizar o empreendedorismo e as exportações. PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA Maior participação da iniciativa privada no desenvolvimento, devido à incapacidade do estado de municiar e oferecer capital para investimentos na economia. Outubro – Empreendedor
EXPORTAÇÕES As empresas brasileira de base tecnológica, especialmente as de software, possuem condições de competitividade internacional, já que dependem da criatividade humana e não apenas do avanço dos equipamentos. Nesse tipo de nicho devese concentrar os esforços para o país deslanchar, desde que existam condições de enfrentar barreiras impostas por normas técnicas de certificação, usadas apenas como barreiras não alfandegárias. CRÉDITO E FINANCIAMENTO Mais crédito eliminaria o principal entrave das empresas de tecnologia. As linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiam mediante uma garantia real. “No caso de softwares a capacidade intelectual não é mensurável, não tem como dar garantia”, diz Alexandre D’Ávila da Cunha, presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate). Para a captação de recursos é necessário conhecer e fazer o plano exigido pelas instituições financiadoras.
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MÃO-DE-OBRA Há demanda por profissionais cada vez mais qualificados. Muitas empresas estão investindo na capacitação dos próprios funcionários. EMPRESA LEGAL A informalidade traz “vantagens” tributárias, mas gera dificuldades de organização, tornando mais difícil o crescimento. Há sinais do governo para eliminar a burocracia e facilitar a legalização. PODER DE COMPRA Unir esforços é a saída para as micro e pequenas empresas comprar melhor e aumentar seu poder de barganha diante das empresas de grande porte. CONCILIAR PARA CRESCER A conciliação que evite os processos judiciais é uma solução para evitar custos financeiros, demora e desgaste emocional na resolução de problemas entre empresas, empregados e clientes.
DIVULGAÇÃO
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A pesquisa “Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil”, realizada pelo Sebrae e pela Fubra, mostra que o contador é a pessoa mais procurada por quem está iniciando um negócio. “Para utilizar o potencial do contador como uma espécie de consultor, estamos executando o projeto “Contabilizando o sucesso”, presente por enquanto em 14 estados, capacitando o contador a dar assessoria na condução do negócio”, afirma Silvano Gianni, presidente do Sebrae. A maioria das empresas precisa de um profissional para analisar as contas e cuidar das obrigações contábeis. Funções como prestar assessoria e orientar os clientes (principalmente os micro e pequenos empreendedores) vêm ganhando força e espaço no meio e se tornando importantes para dar maior sobrevida aos negócios. “A capacitação das empresas contábeis é um ganho de qualidade nos serviços prestados e até uma nova fonte de renda para elas, e uma ajuda inestimável para os micro e pequenos empresários”, diz Stewalter Moraes, diretor da Flaumar, especializada em assessoria contábil e recursos humanos.
Stewalter: consultoria dos contadores Empreendedor – Outubro
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dá mais lucro, como em qualquer aplicação financeira, e ficar na praia tomando caipirinha. Infelizmente a pessoa fica balançada”, diz Keila. Na avaliação de Fernando Dolabella, especialista em empreendedorismo e autor de nove livros sobre o tema, a dificuldade mais acentuada, a partir de 1994, é a carga tributária que amortece o dinamismo das empresas brasileiras. Desde essa época, ele diz que o governo poderia ter implantado medidas específicas na política econômica para criar um ambiente mais favorável. Uma delas é a isenção total de impostos para as novas empresas, já adotada há tempo por vários países. “A empresa nascente é frágil, precisa de proteção, e isso acontece no mundo todo. Nos Estados Unidos a legislação obriga o Estado a comprar das micros e pequenas empresas. Aqui não, porque o Estado exige tanto que só a gran-
O potencial da contabilidade
DIVULGAÇÃO
Gerson Keila: excessos burocráticos afastam empreendedores do risco
de empresa tem capacidade de vender.” Para atenuar a alta carga tributária, o governo criou em dezembro de 1996 o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples), instituído pela Lei nº 9.317. O Simples unificou seis tipos de impostos e contribuições federais como a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), para reduzir a carga tributária das micro e pequenas empresas, respectivamente com receita bruta anual de até R$ 120 mil e até R$ 1,2 milhão. Atualmente, beneficia 2,2 milhões de empreendimentos no Brasil. Mas o Simples impôs limites de crescimento, pois se a empresa aumentar a receita vai ter de pagar mais impostos. Então, o empresário sonega ou abre outra microempresa, em nome de uma pessoa diferente, para não faturar acima de um determinado valor. “O Simples facilita o aspecto burocrático, mas a carga tributária ainda é um fardo difícil de carregar. Essa posição do governo acaba até estimulando a informalidade, porque ser um empresário formalmente reconhecido acaba tendo um custo alto e muitas vezes até inviabiliza a própria atividade empreendedora”, diz Evaldo Alves, membro do Comitê Diretivo do GVConsult. A burocracia também atrapalha tanto para abrir quanto fechar uma empresa. Com a meta de facilitar o início de um novo negócio na cidade, a Prefeitura de Petrópolis, no Rio de Janeiro, implantou, através de um Decreto de Lei Municipal, um programa inédito no Brasil. Trata-se do Alvará Online, obtido via internet e com validade de 30 dias, que reduz
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BALANÇO Custo socioeconômico da taxa de mortalidade empresarial no Brasil Ano
Empresas encerradas
Perdas de ocupações
Desperdícios econômicos
2000
275.900
882.880
R$ 6,6 bilhões
2001
276.874
885.996
R$ 6,7 bilhões
2002
219.905
703.696
R$ 6,5 bilhões
Total
772.679
2,4 milhões
R$ 19,8 bilhões
Fontes: Sebrae e Fubra
cado para micro e pequenas empresas com até dois empregados e faturamento bruto anual de até R$ 36 mil, diminuindo a burocracia e a carga tributária. Ao invés de pagar Imposto de Renda, Pis/Pasep, Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, Cofins e IPI, a empresa contribui com uma taxa única de 1,5% so-
DIVULGAÇÃO
o tempo para a abertura de empresa, de seis meses a um ano, em média, para 48 horas, e reduz também a exigência de 15 documentos para apenas três. A Consulta Prévia é feita em um dia e o empreendedor tem um mês para formalizar o pedido, fornecendo os dois documentos: Ato Constitutivo e Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Desde que foi criado, em julho deste ano, já são 70 novas empresas que se beneficiaram com o serviço. Para melhorar a resolução dos problemas que não dependem do empreendedor, é necessário modificar a legislação. “Os entraves são fruto de uma legislação pouco inteligente, que trata da mesma forma o grande conglomerado e a lojinha do chaveiro da esquina. Isso é inconcebível. Deve haver tratamento desigual para os desiguais”, diz Gianni. É o caso do projeto de lei pré-empresa, em trâmite no Congresso Nacional, que cria um sistema tributário simplifi-
bre o faturamento mensal, destinado ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Também é necessária uma política econômica mais estável, que propicie as condições para o desenvolvimento econômico sustentável no país. “O importante é que a cada alternância de poder não se deixe tudo que se estava fazendo, não se abandonem todos os projetos antigos e se comecem outros novos. Essa descontinuidade já custou muito para o Brasil”, diz Alves.
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Linha Direta
Gianni: deve haver tratamento desigual para desiguais Outubro – Empreendedor
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Alexandre D’Ávila da Cunha (48) 3028-2808 Evaldo Alves (11) 3281-3328 Fernando Dolabela (31) 3281-3591 Gerson Keila (11) 5505-8922 José Eduardo Fiates (48) 234-7453 Prefeitura de Petrópolis (RJ) (24) 2246-8528 Silvano Gianni (61) 9985-1943 Stewalter Soares Moraes (11) 5062-0303
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Empreendedor – Agosto
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PROJEÇÃO
Os nichos do futuro
Dos jogos eletrônicos à construção civil, da telefonia à internet de banda larga, os cenários de crescimento sustentado estimulam a imaginação dos empreendedores para os próximo dez anos por
Alexsandro Vanin
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Nos 10 anos em que a Empreendedor tem acompanhado a economia brasileira e a luta de empresários para sobreviver a choques financeiros e driblar a falta de recursos, este é um dos cenários macroeconômicos mais promissores do período, conforme especialistas. Na opinião deles, os fundamentos da economia estão melhores do que em qualquer outro momento em que o Brasil começou a crescer, como no Plano Real, por exemplo. “O país está consolidando as bases para o crescimento sustentado, seja por meio da manutenção da estabilidade econômica, seja por meio da realização de reformas cujo objetivo final é aumentar a eficiência da economia, os incentivos ao investimento e obter como conseqüência uma maior eqüidade social com a inclusão de grupos atualmente excluídos”, afirma Paulo Levy, diretor de Macroeconomia do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea). Mas o atual processo de retomada do crescimento da economia tem como principal característica a utilização da capacidade instalada já existente nas empresas, sem que haja investimentos na sua ampliação. “A retomada com base no aumento da capacidade produtiva é o que dá auto-sustentação para o crescimento da economia Outubro – Empreendedor
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grande superĂĄvit brasileiro reflete uma polĂtica de contenção fiscal e monetĂĄria que contĂŠm a absorção de bens e serviços no mercado domĂŠsticoâ€?.
Bens intermediĂĄrios Bens de capital Bens durĂĄveis de consumo Bens nĂŁo-durĂĄveis de consumo Entretenimento Telecomunicaçþes, em especial telefonia mĂłvel e conexĂŁo banda larga PetrĂłleo Construção LogĂstica Segmentos voltados ao mercado externo
cuperação; depois aqueles que jĂĄ estĂŁo dando certo, focados no mercado externoâ€?, diz Eduardo Bom Ă‚ngelo, professor do Ibmec SĂŁo Paulo e presidente da BrasilPrev. Segmentos ligados a bens de capital (mĂĄquinas e equipamentos) e bens intermediĂĄrios, como celulose, minĂŠrios e siderurgia, sĂŁo animadores porque fornecem as condiçþes para uma produção maior e DIVULGAĂ‡ĂƒO
Livre comĂŠrcio A conclusĂŁo bem-sucedida das negociaçþes em torno da Ă rea de Livre ComĂŠrcio das AmĂŠricas (Alca) ou de um acordo de livre comĂŠrcio com a UniĂŁo EuropĂŠia – ou os dois acordos – daria um novo impulso Ă economia brasileira. “O setor externo receberia um novo gĂĄs e terĂamos margem para uma expansĂŁo econĂ´mica nos prĂłximos trĂŞs a quatro anos, deixando os problemas estruturais de molhoâ€?, afirma Bender. E com a melhora das exportaçþes e a obtenção de maiores superĂĄvits em transaçþes correntes, hĂĄ uma menor necessidade de financiamento externo e o risco Brasil diminui. Nesse cenĂĄrio, os segmentos exportadores e os de serviços ligados a eles continuam promissores. “Entre os segmentos mais favorĂĄveis, primeiro citaria aqueles que estiveram menos ativos nos anos anteriores, como bens de consumo e insumos industriais, que jĂĄ apresentam re-
AgronegĂłcios
Meurer: capacidade produtiva de alguns setores pode se esgotar atĂŠ 2006
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por um perĂodo mais longoâ€?, alerta Paulo Roberto Arantes do Valle, tĂŠcnico do Departamento Intersindical de EstatĂsticas e Estudos SĂłcio-EconĂ´micos (Dieese). Alguns setores, como o de bens intermediĂĄrios, podem sofrer esgotamento da capacidade produtiva. Segundo Roberto Meurer, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), atĂŠ 2006 isso nĂŁo vai trazer prejuĂzos Ă s empresas, no entanto ĂŠ preciso que elas tomem decisĂľes agora para que a capacidade instalada seja suficiente a partir de 2007. Para Siegfried Bender, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de SĂŁo Paulo (FEA-USP), o nĂvel de investimentos no Brasil – cerca de 18% do Produto Interno Bruto (PIB) – estĂĄ muito baixo em relação ao tamanho da economia do paĂs e de suas necessidades – o ideal seria um Ăndice entre 23% e 24% do PIB. Isso ocorre devido Ă s incertezas e riscos da economia brasileira e Ă elevada taxa de juros. Valle ressalta que o recente aumento na taxa de juros nĂŁo pode inverter a trajetĂłria de queda, pois uma tendĂŞncia de alta inibiria investimentos na ampliação da capacidade produtiva e da infra-estrutura do paĂs – esta um dos maiores obstĂĄculos Ă continuidade do crescimento. “Aparentemente a economia jĂĄ encontrou o seu ponto de equilĂbrio novamente, o Brasil possui muitos Ăłbices a um verdadeiro crescimentoâ€?, contrapĂľe-se Bender. Segundo ele, o que ocorre ĂŠ apenas uma recuperação do nĂvel de atividade em relação a 2003, quando esse Ăndice estava bem abaixo do normal, e nĂŁo se caracteriza propriamente um crescimento econĂ´mico. Outra observação do professor da USP ĂŠ que o cenĂĄrio externo esteve bem favorĂĄvel nesse perĂodo, com a recuperação do crescimento do comĂŠrcio internacional a partir de 2003, baixa taxa externa de juros e alta liquidez no mercado financeiro. “O
Segmentos promissores
PROJEĂ‡ĂƒO
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mais eficiente, assim como a ĂĄrea de tecnologia da informação. Isso darĂĄ fĂ´lego para a expansĂŁo de empresas de bens de consumo durĂĄveis (automĂłveis, linha branca e eletrodomĂŠsticos) e nĂŁo-durĂĄveis, como roupas, um segmento relativamente atrasado nessa recuperação. Fernando Wagner da Silva, coordenador-executivo do consĂłrcio TecGames do Instituto GĂŞnesis da PontifĂcia Universidade CatĂłlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), aponta ainda as ĂĄreas de telefonia, especialmente a mĂłvel, de conexĂŁo a internet de banda larga e de entretenimento, principalmente jogos eletrĂ´nicos, alĂŠm de petrĂłleo e construção civil. Mas o que deve continuar a crescer em ritmo acelerado, puxando a expansĂŁo do PIB, ĂŠ o agronegĂłcio, na avaliação de Fernando Camargo Luiz, diretor da Orbe Investimentos. Essa ĂĄrea possui grandes vantagens competitivas em relação aos outros paĂses, o que aquece cada vez mais o setor, como mostra o PIB agrĂcola, que mesmo nos anos de estagnação econĂ´mica apresentou crescimento. Esse ĂŠ um dos motivos que levaram a Orbe a criar e administrar o fundo de capital de risco Agrotech VC, focado em investimentos de US$ 250 mil a US$ 650 mil em empresas de tecnologia para agronegĂłcios ou de agronegĂłcios com relevantes inovaçþes tecnolĂłgicas. Brincadeira sĂŠria Nos Ăşltimos trĂŞs anos o segmento de jogos eletrĂ´nicos tem revertido a imagem de brincadeira, de que nĂŁo ĂŠ coisa sĂŠria e profissional, alĂŠm de encontrar formas de driblar a pirataria. Segundo Wagner da Silva, o prĂłprio governo, que pretende firmar o Brasil como um pĂłlo de tecnologia de ponta, começou a financiar programas de desenvolvimento e suporte a empresas nascentes na ĂĄrea de desenvolvimento de games. “Desenvolver games ĂŠ um negĂłcio que gera empregos qualificados, e Outubro – Empreendedor
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Wagner da Silva: telefonia mĂłvel estĂĄ entre as estrelas do ranking
nos Estados Unidos e Europa esse segmento movimenta mais do que os de cinema e mĂşsica juntosâ€?, ressalta. Quanto Ă pirataria, por um lado o governo tem acirrado o seu combate, e por outro as empresas vĂŞm procurando novos modelos de negĂłcio, como assinatura mensal para jogar pela internet e utilização do celular, e nĂŁo apenas a comercialização por meio de CDs. Existem trĂŞs grandes centros de excelĂŞncia no paĂs: no Sul, em Curitiba e Porto Alegre, com foco em jogos para PCs; no eixo Rio–SĂŁo Paulo, com foco bem diversificado (jogos para celulares, PCs e internet); e no Nordeste, em Recife, que ĂŠ um pĂłlo mais focado na ĂĄrea de celular. O mercado interno tem se ampliado, mas ainda nĂŁo dĂĄ sustentabilidade ao segmento, voltado para exportaçþes. Segundo Fernando da Silva, o Brasil possui uma vantagem muito grande – a relação cambial – e a competĂŞncia aqui ĂŠ tĂŁo grande ou maior do que nos paĂses concorrentes (RĂşssia, China, CorĂŠia do Sul e Ă?ndia). “Desenvolver um jogo no Brasil ĂŠ quase dez vezes mais barato do que nos Estados Unidos. AlĂŠm disso, hĂĄ um tempero nacional que ĂŠ a criatividade, e os programadores
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O que levou Ă recuperação do crescimento BONS FUNDAMENTOS Setor pĂşblico com superĂĄvit primĂĄrio e resultado nominal em queda Estabilização da dĂvida pĂşblica Aumento das exportaçþes e superĂĄvit em transaçþes correntes Inflação sob controle FATORES EXTERNOS POSITIVOS Baixa taxa externa de juros Alta liquidez no mercado financeiro internacional Preços de commodities favorĂĄveis
O que pode impedir o crescimento GARGALOS Capacidade produtiva no limite Infra-estrutura (energia, logĂstica, telecomunicaçþes, etc.) Setor pĂşblico superdimensionado Alto nĂvel de endividamento Juros reais altos FATORES EXTERNOS NEGATIVOS TendĂŞncia de alta do preço do petrĂłleo PossĂvel arrefecimento da economia internacional PossĂvel alta da taxa externa de juros
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PROJEÇÃO
Fôlego para crescer Maior oferta de crédito e juros menores são necessários para as empresas investirem na expansão dos negócios te no Brasil é referente a crédito, enquanto nos Estados Unidos essa taxa é de 120%. “A base de crédito do país vai crescer muito em médio prazo.” Um sinal são as inúmeras lojas de varejo que já começam a criar suas próprias financeiras, e o aumento do superávit primário dá força para a diminuição dos juros. O problema é que a taxa de juros no Brasil é elevadíssima, já que o país precisa captar dinheiro lá fora por causa do nosso elevado endividamento doméstico. Então, nossa taxa real de juros tem de ser a taxa nominal internacional, mais a diferença entre a nossa inflação e a externa, mais os riscos (risco país, risco câmbio, etc.), explica Siegfried Bender, professor de Economia da FEA-USP. No entanto, para Paulo Roberto Arantes do Valle, técnico do Dieese, o peso cada vez maior das exportações garante melhores indicadores externos para o país, inclusive sobre a percepção de risco, o que contribui para a queda dos juros reais. “Assim como outros indicadores, a perspectiva em relação aos juros é favorável, de declínio ao longo do tempo, alinhando-se a outros países da América Latina, como Chile e México, que têm passado por um processo contínuo de ajuste econômico positivo”, afirma Eduardo Bom Ângelo, professor do Ibmec São Paulo e presidente da BrasilPrev.
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Um grande entrave para o crescimento da economia é a falta de crédito – e a juros baixos – para o setor privado investir na expansão da capacidade produtiva e na conquista de novos mercados. A expectativa dos especialistas é que essa oferta tenda a aumentar com a consolidação do processo de ajuste fiscal e redução da dívida pública, diminuindo assim o peso do setor público na utilização da poupança disponível. “Neste caso você pode imaginar que o peso do setor público, que hoje absorve uma parcela bastante expressiva da poupança disponível, tende a ficar menor, abrindo mais espaço para empréstimos para o setor privado”, diz Paulo Levy, do Ipea. Em geral, com a economia em expansão, é mais fácil obter crédito, porque o risco de inadimplência para o setor financeiro é menor, pois as empresas vendem mais. “E se a economia continuar andando bem, a taxa real de juros tende a cair, o que estimula mais ainda a demanda por crédito e obriga os bancos a emprestar para seus clientes e não mais para o governo”, afirma Roberto Meurer, professor de Economia da UFSC. E se os juros caírem o spread bancário deve seguir na mesma direção. Outra referência é a base de crédito nacional. Segundo Fernando Camargo Luiz, diretor da Orbe Investimentos, hoje nem 20% do dinheiro corren-
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brasileiros conseguem desenvolver soluções inovadoras com baixo custo.” Muitas fichas são apostadas na área de telefonia móvel. Quem também investe nesse nicho é a M4U – Mobile For You, empresa incubada no Instituto Gênesis da PUC-Rio. E não sem razões. Segundo Clécio Guaranys, sócio-diretor da M4U, o principal indicador de que a área é muito promissora é a ampla base potencial de usuários (número de telefones celulares) e que apresenta ainda crescimento numa curva bastante acentuada, acima do esperado. Além disso, trata-se de um dispositivo barato, que fica o tempo todo com o usuário e permite conexão durante praticamente todo esse período. Por isso, alguns segmentos do mercado já começaram a usar e vão usar ainda mais fortemente esse novo canal para prestar serviços e se relacionar. “Se for olhar pela perspectiva do marketing, que diz que o ideal seria o marketing one-to-one, acessar determinada pessoa e fazer uma oferta só para ela, essa perspectiva é possível com celulares, numa abrangência muito maior do que na internet, a um custo muito menor.” Mobilidade Essa é uma base que tem como revolucionar muitos setores, garante Guaranys, mas por enquanto o foco da M4U está voltado para a área financeira. Como no Brasil essa área é muito forte e tem um grande volume de giro financeiro, a empresa desenvolveu o Mobile Banking, sistema que permite ao usuário acessar e interagir com seu banco por meio do telefone celular, de forma mais segura do que pela internet. Segundo Guaranys, isso acontece por causa da concepção pública do ambiente internet, em que as páginas dos bancos e o envio de dados podem ser seguros, mas não há como controlar fraudes por e-mail, por exemplo. Já o celular é mais seguro por questões técnicas (chip GSM, por exemplo, dispositivo eleito pelas insti-
DIVULGAÇÃO
tuições financeiras) e pela concepção do ambiente, que passa obrigatoriamente por operadoras, independentemente do protocolo. A M4U ainda desenvolve aplicativos para o mercado das próprias operadoras de telefonia móvel e até o final deste ano fornecerá soluções de mobilidade para a área de logística, que envolve 12% do PIB. A área de mobilidade e mídia também é de interesse da empresa, que já experimenta algumas formas de convergência, previstas para entrar em operação no início de 2005, para aumentar a interatividade em programas de TV aberta e fechada. O mercado atual da M4U é o interno, mas a empresa deve iniciar as operações externas no início de 2005. Segundo Guaranys, há negociações com clientes de países da América Latina. “Esse vai ser o primeiro passo, queremos verificar como é essa operação, quais são os custos, que tipo de modelos (parceria com empresas locais ou multinacionais), etc.” Tradicionalmente, as soluções financeiras desenvolvidas no Brasil são indiscutivelmente competitivas no mercado externo, muito mais pela qualidade do que pelo preço.
A tecnologia de medição por fibra ótica tem como vantagens permitir que as operações sejam feitas a grande distância e que diversos pontos de pressão, de temperatura e posição de válvulas, por exemplo, sejam medidos com o uso apenas de um cabo. Além disso, é mais segura, pois, como a medição é feita por luz e não por sinal elétrico, não há risco de explosão dentro do poço, e menos sujeita a defeitos, por não ser necessária uma eletrônica embarcada (circuitos eletrônicos instalados no interior do poço). A aplicação dessa tecnologia se estende à construção civil (grandes obras, como barragens e pontes) e à eletricidade. A Gávea Sensors, criada há um ano por pesquisadores da PUC-Rio, pretende consolidar a sua rotina de vendas no mercado interno e dentro de um ano iniciar a procura de clientes no exterior, informa Guedes. O técnico do Dieese Arantes do Valle lembra que para o pequeno e médio empreendedor não há um segmento em si que seja melhor do que outro. Para ele, o importante é que se identifique um nicho de atuação, um espaço de sobrevivência, onde ele possa ter diferenciais – construídos constantemente – em seu produto ou serviço e aproveitar os benefícios da recuperação econômica. “Como executivo da área fi-
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nanceira tenho uma visão bastante sensível do que ocorre no dia-a-dia, e senti uma melhora em todos os sentidos, contratação, geração de negócios, disposição de as empresas investirem em pesquisa e tecnologia e em novos serviços”, diz Fernando da Silva. Eduardo Bom Ângelo confirma que esses são sinais positivos de que nos próximos três anos o Brasil possa crescer, se não a taxas brilhantes, pelo menos mais razoáveis.
Linha Direta Clécio Guaranys (21) 2239-0439 Eduardo Bom Ângelo (11) 3253-0344 Fernando Camargo Luiz (11) 3819 1828 Fernando Wagner da Silva (21) 3974-5607 Luis Guedes (21) 3114-1786 Paulo Levy (21) 3804-8168 Paulo Roberto Arantes do Valle (11) 3874-5373 Roberto Meurer (48) 331-9889 Siegfried Bender (11) 3091-6071 Empreendedor – Outubro
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Poços inteligentes O Brasil possui soluções competitivas e com grandes perspectivas de crescimento na medição por fibra ótica, em especial para o segmento petrolífero. Segundo Luis Guedes, sócio-diretor da Gávea Sensors, empresa incubada no Instituto Gênesis da PUC-Rio, a indicação é que a Petrobras deve investir dezenas de bilhões de reais em tecnologia nos próximos dez anos, pois existe petróleo no país, mas ele é difícil de ser explorado. Por isso é necessário um instrumental muito sofisticado, tanto para perfuração quanto para exploração. “Hoje a tendência é o que se chama de “poço inteligente”, com o máximo de automação e segurança possível.”
Luis Guedes: bilhões em tecnologia para explorar melhor o petróleo
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Estratégias de sucesso O principal resultado desta década de empreendedorismo é a capacitação brasileira para descobrir, criar, manter e fazer crescer negócios que nem eram cogitados em épocas anteriores. Pelo menos, não nos termos em que estão postos agora, quando conta a originalidade (motivada pela excessiva concorrência), o planejamento (devido às armadilhas macroeconômicas), o fôlego (persistência temperada pela criatividade) e a formação (saber fazer para evitar dificuldades extras). Os exemplos a seguir dão um painel seletivo sobre o que foi preciso empreender para garantir o sucesso. São pessoas que não só acreditaram no salto que estavam dando, mas também tiveram o cuidado de apoiar-se em ferramentas específicas e variadas, algumas novas, outras clássicas, todas voltadas para estratégias de resultados. Uma novidade é o papel assumido pelas mulheres, que saíram da condição de coadjuvantes para garantir o pódio de suas ações, gerando assim uma inovação em todos os setores, já que introduziram um diferencial de percepção e sensibilidade no jogo considerado bruto do mundo empresarial. Saber mudar, entender a tendência dominante no seu nicho de mercado e transformar o que era nuvem de sonho numa arquitetura visível de realizações são características comuns a todos esses empreendedores que, isolados ou em grupo, conseguiram vencer as barreiras e colocar em prática o que foi cevado anteriormente em limitados territórios pessoais e profissionais. Usar uma carreira para GRUPO KEYSTONE
cruzar o abismo, acreditar numa idéia que estaria fora de cogitação, caminhar por uma trilha inexplorada são as atitudes de quem fez da década do empreendedorismo a base para um crescimento maior, não só de sua vida, como também da co-
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munidade onde atua e da nação à qual pertence.
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Os quatro sócios da Electrocell se reúnem a cada dez dias para atualizar o plano de negócio. Para Gerhard Ett, Volkmar Ett, Angelo Ebesui e Gilberto Janóli, planejar é um hábito desde 1998, três anos antes da criação da empresa. “É como um livro de consultas para a busca de metas. Estamos sempre refazendo porque a cada dia surgem novos concorrentes nacionais e internacionais na área em que estamos atuando”, diz Ett. Com os objetivos iniciais detalhados, em 2001, conseguiram o apoio do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec). Isso foi decisivo na criação de diferenciais tecnológicos para desenvolver uma fonte de energia limpa, a célula a combustível – espécie de pilha, que pode ser aplicada em automóveis, residências, indústrias e suprimento de eletricidade, produzindo como resíduo apenas vapor de água. O projeto, fruto das formações complementares dos sócios, tornou-se viável graças às decisões conjuntas dos quatro empreendedores. “O ponto principal da criação da Electrocell foi a cooperação dos sócios. Todos aqui dentro participam da gestão, mas, é claro, alguns têm uma responsabilidade maior. Com isso, a resolução dos problemas é mais rápida”, diz Ett. A constante capacitação dos profissionais que trabalham na empresa foi também fundamental para o processo de desenvolvimento e adequação dos produtos às normas internacionais para exportação. Investir em treinamento, curso de pós-graduação e participação em congressos no Brasil e no exterior faz parte dos hábitos da empresa desde a fundação. Apostar na formação dos funcionários era o único caminho, pois não havia mão-de-obra especializada numa área nova no mercado nacional. Hoje a Outubro – Empreendedor
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O plano mutante
Sócios e colaboradores da Electrocell: objetivos detalhados, reavaliação permanente e decisões conjuntas
empresa tem 12 funcionários e faz a contratação de serviço e mão-de-obra conforme a demanda, compondo um total de 26 empregos indiretos. A maior dificuldade foi a conexão com a liquidez financeira. Investimentos freqüentes são parte do dinâmico processo de inovação tecnológica, o que também se constitui num grande problema enfrentado pelos empreendedores da Electrocell. Mas eles conseguiram reverter a situação com o apoio de instituições como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que foram fonte de recursos. A Electrocell também firmou parcerias com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), a USP São Carlos e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que faz testes com a célula a combustível que produzem. Essas parcerias vão contribuir para a entrada da empresa no mercado internacional, no qual estão os maiores consumidores. Para Gerhard Ett, a tendência é de exportação. “Atualmente já estamos construindo os produtos dentro das normas européias e americanas e entrando com um processo de obtenção de um certificado para a norma americana.” O reconhecimento dessas ações em-
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preendedoras veio já no ano em que a empresa foi criada. Eles receberam Menção Honrosa, pelo melhor trabalho técnico realizado em 2001, da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), associação sem fins lucrativos filiada à SAE International, que divulga técnicas e conhecimentos relacionados à tecnologia da mobilidade – terrestre, marítima e aeroespacial.
PERFIL Nome e formação: Gerhard Ett, engenheiro químico, químico e doutor em Eletroquímica; Volkmar Ett, doutor honoris causa em Tratamento de Superfície; Angelo Massatoshi Ebesui, engenheiro eletrônico; Gilberto Janóli, engenheiro elétrico e pós-graduado em Dimensionamento de Baterias Ações: atualização freqüente do plano de negócio, decisões conjuntas, formações complementares e capacitação dos colaboadores Empresa: Electrocell Indústria e Comércio Ramo de atuação: célula a combustível Ano de fundação da empresa: 2001 Cidade-sede: São Paulo (SP) Faturamento: Não divulgado Número de funcionários: 12 diretos e 26 indiretos www.electrocell.com.br
A logística do pioneirismo Uma tendência desta década de empreendedorismo, a de se apoiar em ferramentas tecnológicas de telecomunicação, é um avanço que pode tropeçar nas falhas de infraestrutura. Principalmente se o negócio montado pagar o tributo do pioneirismo, como aconteceu com a Disk Cook, fundanda em 1997 por Daniela Klabin e Patrick Eberhardt. Eles enxergaram a oportunidade de trabalhar na área de logística, entregando em domicílio refeições feitas por diversos tipos de restaurantes, dos quais cobram uma taxa percentual do valor da comida pedida pelo cliente. Daniela decidiu apostar na utilização de ferramentas tecnológicas para organizar e melhorar a logística de entrega e controle da gestão. Investiu em um sistema de informa-
ções, que permite saber com precisão qualquer dado relacionado com o processo de pedidos, como a disponibilidade dos entregadores no momento. A ferramenta permitiu uma maior rapidez na entrega das refeições, em menos de uma hora, ajudando a conquistar e manter os clientes. Determinada a ganhar a confiança dos consumidores, Daniela passou a fornecer uma ampla variedade de produtos para a entrega, como comida japonesa, francesa, portuguesa e italiana, em um serviço chamado de multidelivery. “O ponto fundamental é a parceria que temos com os restaurantes das cidades nas quais atuamos.” Atualmente, Daniela atende cerca de 3 milhões de pessoas que moram ou trabalham nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Ela também procura incentivar os funcionários, passando a eles algumas características que considera importantes, como o comprometimen-
to com os clientes. A idéia de criar a empresa surgiu em 1995, quando Daniela morava em Boston, nos Estados Unidos, e utilizava um serviço similar oferecido por uma empresa americana. Mesmo montando um negócio já consagrado lá fora, foi a forma de conduzir a gestão da companhia o segredo para ser bem-sucedida no mercado nacional. O trabalho realizado e a inovação do negócio lhe trouxeram méritos e reconhecimento. Um deles foi ser escolhida para fazer parte do seleto grupo do Instituto Empreender Endeavor, organização sem fins lucrativos que apóia o empreendedorismo inovador como forma de desenvolvimento sócioeconômico. Através da entidade ela recebe apoio administrativo e orientação de especialistas de vários setores do mercado. A Disk Cook hoje emprega 32 funcionários diretos e 102 indiretos, e a previsão de faturamento para 2004 é de aproximadamente R$ 9,5 milhões, com uma perspectiva de crescimento de 8% em relação ao ano passado.
PERFIL
Daniela Klabin: sistema de dados detecta situação da entrega das refeições
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Nome e formação: Daniela Klabin e Patrick Eberhardt Ações: visão da oportunidade de negócio, investimentos em ferramentas tecnológicas para organizar e melhorar a logística de entrega e controle da gestão e ampla variedade de produtos Empresa: Disk Cook Ramo de atuação: logística e entrega de refeições Ano de fundação da empresa: 1995 Cidade-sede: São Paulo (SP) Faturamento: R$ 9,5 milhões (previsão para 2004) Número de funcionários: 32 diretos e 102 indiretos www.diskcook.com.br
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Vínculo com a inteligência Planejamento, busca de informações, noção do mercado e capacitação profissional, características comuns dos demais empreendimentos de sucesso nos últimos dez anos, foram os pontos-chave para Deosimar Damasio, Silvone Assis e Marcos Gonçalves criarem a MSD Tecnologia Educacional. Os três empreendedores amadureceram a idéia de montar um negócio próprio, discutindo, fazendo cursos e elaborando um plano de negócio. Depois de oito meses, o projeto foi aprovado pelo criterioso processo de seleção da incubadora da Universidade de Brasília (Centro de Desenvolvimento Tecnológico da UnB), em 1993. O apoio da incubadora, que forneceu toda a infra-estrutura necessária, e do Sebrae, prestando consultorias para organização empresarial, facilitaram o crescimento da companhia. O envolvimento dos três com o meio científico da universidade, no qual pesquisavam soluções de tecnologia vol-
tadas para o ensino interativo, também foi decisivo na abertura da empresa. Nesse ambiente, os sócios encontraram as condições técnicas para conhecer o mercado em que atuam e adquirir o domínio da tecnologia e do processo para desenvolver produtos multimídia voltados para a educação. “A empresa nasceu de uma conjunção de forças. Acredito que, se não fosse isso, ela poderia não ter sido muito bem-sucedida”, diz Damasio. Durante esse tempo os três empreendedores não perderam o vínculo com a universidade, onde desenvolveram projetos. A dedicação constante em pesquisas foi importante para criar diferenciais e novidades, mas eles não deixaram de prestar atenção ao mercado. Em 1997 transformaram a empresa em uma rede de franquias em educação e tecnologia, hoje a quinta maior do país, com faturamento de R$ 30 milhões em 2003. “Apostamos em trazer empreendedores homens e ao longo dos anos temos visto que a mai-
oria de nossos empreendedores tem sido mulheres. Se você não estiver atento, não vê a oportunidade passar e nem se dá conta disso.” É preciso, ainda, ter persistência, testar e aprimorar o produto, reduzindo os riscos de ele não ser aceito no mercado, naquele momento, ou de não ser viável economicamente. Um exemplo citado por Damasio foi o produto que eles lançaram há três anos, que ainda não se pagou, mas que precisou ser duas vezes modificado devido a alterações na legislação. “Isso é uma aposta no futuro, mas pouquíssimas empresas fazem isso. É uma ação de pioneirismo, mas de risco”, afirma. Conhecer bem o negócio e fazer análises constantes do mercado também diminui a margem de erro. “O que falta para muitos empreendedores é antes saber calcular o risco, pesquisar e estudar, acompanhar os concorrentes. Quem não faz isso fica o tempo todo apagando incêndio e não consegue levar a empresa para a frente.”
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PERFIL Nome e formação: Deosimar Damasio, licenciado em Física e mestre em Educação; Silvone Assis, mestre em Engenharia Elétrica; e Marcos Gonçalves, mestre em Ciência da Computação Ações: planejamento, busca de informações, noção do mercado, capacitação profissional e teste e aprimoramento do produto Empresa: MSD Tecnologia Educacional Ramo de atuação: rede de franquia em educação e tecnologia Ano de fundação da empresa: 2001 Cidade-sede: Brasília (DF) Faturamento: US$ 2 milhões, e a rede de franquias R$ 30 milhões em 2003 Número de funcionários: 52 www.msd.com.br Outubro – Empreendedor
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Marcos, Deosimar e Silvone: desenvolvimento de produtos voltados para a educação
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cíficos para encontrar um nicho de mercado, aliando estratégias da pedagogia com interatividade de tecnologias como internet e CD-ROM. Em seguida, abandonaram as carreiras como funcionárias. “A empresa também se torna arrojada e inovadora. Acredito que, se não for assim, pelo menos na área de capacitação profissional através de novas mídias, não dá certo”, afirma Andréa. No início, as duas tiveram de se dedicar exclusivamente à ID, contando com a ajuda de apenas um estagiário e, como acontece com a maioria dos empreendedores, abdicando muitas vezes da vida pessoal, como tempo livre e final de semana. Desde a fundação até agora a empresa tem crescido no mínimo 100% em relação ao ano anterior. Hoje, a empresa emprega dez pessoas e possui uma rede de parceiros, contratados conforme a demanda e produção do curso em questão. Em média, são 50 colaboradores, que vão desde teóricos e consultores técnicos até profissionais liberais para serem autores de conteúdo.
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Andréa executa os projetos e Silvina cuida da parte comercial e do marketing
PERFIL Nome e formação: Andréa Ramal, doutorada em Educação; e Silvina Ramal, mestre em Estratégia Empresarial e pós-graduada em Marketing Ações: conhecimento adquirido como funcionárias, inovação com suporte e infra-estrutura da Incubadora Tecnológica Gênesis da PUC-Rio e investimento na formação profissional dos colaboradores Empresa: Instructional Design (ID) Ramo de atuação: capacitação profissional através de novas mídias (internet, intranet e CD-ROM) Ano de fundação da empresa: 2001 Cidade-sede: Rio de Janeiro (RJ) Faturamento: Não divulgado Número de funcionários: 10 diretos e 50 indiretos www.instructionaldesign.com.br Empreendedor – Outubro
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A formação complementar entre as duas irmãs e sócias, Andréa e Silvina Ramal, permite que dividam as funções gerenciais da Instructional Design (ID) com sintonia fina. Enquanto a primeira cuida da execução dos projetos, a outra administra a parte comercial e o marketing. Há três anos, elas abriram a empresa inspiradas na tese de doutorado em Educação que Andréa fazia. “Estudava como as pessoas aprendem a tecnologia e como elas estão entrando nos processos de formação, tanto das empresas como das universidades e escolas.” Partiram para desenvolver projetos em várias áreas, contando com uma equipe multidisciplinar, e centraram os investimentos na formação dos funcionários. Na época, essa foi uma das maiores dificuldades enfrentadas, até porque era uma atividade ainda recente no país, não havendo profissionais qualificados para a função. “Precisávamos de pessoas da área de educação que tivessem familiaridade com computador e internet, conhecessem as potencialidades dessas ferramentas, mas esse profissional era muito raro no mercado”, afirma Silvina. Outro problema que tiveram de solucionar foi como tornar a empresa conhecida e construir uma imagem de confiança no mercado. “Tivemos de enfrentar isso com uma grande qualificação da própria equipe e investimento na produção de conhecimento, publicando artigos e livros que nos tornaram referência nessa área”, diz Andréa. Buscaram também o apoio de entidades como a Incubadora Tecnológica Gênesis da PUC-Rio, recebendo suporte, utilizando a infra-estrutura e participando de programas de formação em negócios e em empreendedorismo para aprimorarem a forma de gerir e planejar a empresa. Aproveitaram o fato de cada uma possuir conhecimentos técnicos espe-
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Duas faces da mesma idéia
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A invenção do colaborador
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padrões químicos”, afirma. O conhecimento técnico e científico e a dedicação profissional dele também o ajudaram a orientar o rumo da empresa em um nicho de mercado recente no Brasil. Alves começou a desenvolver e a produzir padrões
PERFIL Nome e formação: Nilton Pereira Alves, químico e mestre em Química Orgânica Ações: conhecimento técnico e científico adquirido como funcionário, investimento na compra de máquinas e equipamentos de precisão e na capacitação e qualificação profissional dos funcionários Empresa: Quimlab – Química e Metrologia Ramo de atuação: metrologia em química Ano de fundação da empresa: 1997 Cidade-sede: São José dos Campos (SP) Faturamento: R$ 1,4 milhão (previsão para 2004) Número de funcionários: 15 www.quimlab.com.br
químicos, substâncias usadas para calibrar equipamentos e medir, por exemplo, a quantidade ou a qualidade de um determinado produto, antes mesmo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O pioneirismo foi reconhecido com o Prêmio Anprotec 2003, concedido pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (Anprotec), entidade sem fins lucrativos que promove o apoio às incubadoras de empresas, parques tecnológicos, pólos e tecnópolis para fomentar a capacidade empreendedora e a inovação. Concorrendo com mais de mil empresas, a Quimlab foi considerada a melhor empresa incubada no ano passado. Para 2004, a previsão de faturamento da empresa é de alcançar R$ 1,4 milhão.
Nilton Alves: o difícil foi achar gente qualificada para desenvolver projetos inéditos
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Apostando na experiência profissional, Nilton Pereira Alves montou o próprio negócio, a exemplo de muitos empreendedores na última década. Ele deixou o emprego de químico em uma multinacional para criar a Quimlab, em 1997, e uma das primeiras ações no comando da empresa foi procurar no Brasil mão-de-obra especializada em Metrologia e Química Analítica. Mas não encontrou ninguém com o perfil que queria, até porque esse era um nicho novo no país. Mesmo com o tempo necessário para a formação de recursos humanos na área, ele ficou sem alternativa. Contratou e depois investiu na capacitação e na qualificação profissional dos funcionários, realizadas na Universidade de São Paulo (USP) e em instituições internacionais como o National Institute of Standards and Technology, nos Estados Unidos. O alto custo e risco na fase de desenvolvimento de um produto ou serviço tecnológico foi outra dificuldade enfrentada por Alves. Antes de fazer uma prospecção do mercado, ele já sabia que teria dificuldades para conseguir matéria-prima no mercado nacional. Teve que importá-la. “Há pouco interesse dos investidores de capital de risco em participar das empresas durante a fase de desenvolvimento de produtos e pesquisas”, diz. O apoio financeiro da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) possibilitou a aquisição de máquinas e equipamentos de precisão. Nilton Alves ambém contou com a infra-estrutura e suporte técnico da Incubadora Tecnológica da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), em São José dos Campos (SP). “Saliento que vim para a incubadora iniciar um negócio que tinha pleno conhecimento e que já realizava dentro de uma empresa multinacional, que era o desenvolvimento e produção de
O salto alto da ousadia e atendesse os consumidores. Hoje, o Grupo Givit emprega 230 pessoas. Dando liberdade para inovar, Telma conseguiu a motivação necessária para que a equipe fosse ao mesmo tempo dedicada e criativa. Com a contribuição da equipe, desenvolveu programas que auxiliaram a conquistar e manter os clientes. Isso foi, ainda, uma forma de selecionar e reunir a sua volta profissionais gabaritados. Já para a produção de sapatos, ela direciona as coleções através de pesquisas de tendência de moda. E participando de feiras e desfiles no exterior, busca inspiração para criar os modelos de calçados femininos e antecipar as necessidades das clientes. A ousadia na busca de novos mercados é uma marca dessa empreendedora. Com uma receita ensinada pelo pai, que contabilizava o lucro diminuindo as despesas do faturamento, Telma se tornou referência na área em que
atua. Formada em Enfermagem, ela trabalhava em um hospital em São José do Rio Preto (São Paulo), época em que já vendia sapatos para as colegas de trabalho para complementar o orçamento. Um desentendimento com o chefe foi a gota d’água para deixar o posto de enfermeira e abrir uma loja de calçados de apenas 7 m², com a aplicação do fundo de garantia. Nem mesmo a alta carga tributária e a competição desleal por parte das empresas que sonegam impostos impediram a trajetória vitoriosa. “No setor calçadista, existem muitas empresas que sonegam os impostos, tornando seus produtos muito mais baratos do que os das empresas que vivem na legalidade”, afirma Telma. Dos 36 pares de sapato fabricados por dia, a produção saltou para 1.200. A previsão de faturamento do Grupo para 2004 é de R$ 12 milhões.
PERFIL Nome e formação: Telma Maia Pólo, formada em Enfermagem; e Eduardo Pólo, administrador de empresas Ações: integração da cadeia produtiva e gestão empresarial, ousadia na busca de novos mercados e dar liberdade e motivar a equipe a inovar Empresa: Grupo Givit Ramo de atuação: calçados Ano de fundação da empresa: 1996 Cidade-sede: Franca (SP) Faturamento: R$ 12 milhões (previsão para 2004) Número de funcionários: 230 www.givit.com.br
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Empreendedor – Outubro
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Telma do Amaral: briga com o chefe antes, e oito lojas e duas fábricas próprias de calçados depois
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A trajetória empreendedora de Telma do Amaral Maia Pólo iniciou-se há 20 anos, mas foi na última década que o trabalho realizado ao longo desse tempo trouxe os melhores resultados, com a criação do Grupo Givit. Em 1996, ela e o marido, Eduardo Pólo, integraram a gestão empresarial e a cadeia produtiva das oito lojas e duas fábricas próprias de calçados. O processo todo levou quatro anos para ser consolidado, com a ampliação do controle das empresas e a agilização das tomadas de decisão. O planejamento estratégico sempre foi um diferencial da gestão de Telma. Ela participou de diversos cursos promovidos por instituições de ensino, por exemplo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), e entidades como o Sebrae. Também investiu no treinamento constante dos funcionários, garantindo que a empresa pudesse suprir a falta de mão-deobra qualificada para o setor de vendas
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EXEMPLOS
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Um olhar além do muro
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mulações, resultam em produtos inovadores, de qualidade e com um histórico que hoje é o grande marketing da empresa.” Driblando os principais entraves ao empreendedorismo no país, que incluem o excesso de burocracia e de tributos, a desinformação e a alta taxa de juros, Fátima projeta um crescimento para empresa em torno de 15% no mercado interno. “Além da gradual entrada no mercado externo, com expectativa de atingir 10% de crescimento até o final deste ano.” Atualmente, a Chamma da Amazônia emprega 240 funcionários diretos e 320 indiretos.
PERFIL Nome e formação: Fátima Chamma, formada em Direito e Gestão Empresarial Ações: participação em feiras, atuação no sistema de franchising, teste da aceitação e da viabilidade econômica dos produtos, parcerias com instituições públicas e privadas Empresa: Chamma da Amazônia Ramo de atuação: franquia de cosméticos Ano de fundação da empresa: 1996 Cidade-sede: Belém (PA) Faturamento: Não divulgado Número de funcionários: 240 diretos e 320 indiretos www.chammadaamazonia.com.br DIVULGAÇÃO
Aproveitando o bom momento de expansão de franquias no país, na última década, Fátima Chamma começou a atuar no sistema de franchising em 1999. Ela havia reativado, três anos antes, a empresa de cosméticos e perfumaria do pai, fechada depois de um incêndio em 1985, já planejando dar a ela um rumo diferenciado. Através de pesquisas e um pouco de intuição, ela percebeu que o mercado mais promissor para os produtos da empresa era fora da região. Para testar a aceitação e a viabilidade econômica da linha de produtos que criava, Fátima participava de feiras. Aos poucos, começou a modificar os produtos, usando cascas, madeira, folhas, raízes, sementes, flores e frutos coletados da Floresta Amazônica. Agregou valor às embalagens com artesanato feito por comunidades ribeirinhas, utilizando palha e miriti (espécie de isopor natural) como matéria-prima. Supriu as deficiências que tinha de gerenciar a empresa, por ser advogada, formando-se em Gestão Empresarial pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e fazendo cursos sob orientação do Sebrae. Também contou com o apoio de instituições como o Programa de Incubação de Empresas de Base Tecnológica (Piebt), da UFPA, e recebeu recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Isso garantiu à empreendedora condições financeiras e infra-estrutura necessárias para que tivesse maior possibilidade de inovar. Durante os três primeiros anos, ela priorizou parcerias com empresas que tivessem como projeto o desenvolvimento sustentável, apresentando os produtos da marca Chamma da Amazônia no mercado. “O intuito era dar continuidade ao belo trabalho desenvolvido, agregando espécies e insumos amazônicos que, somados às matérias-primas de mercado nas for-
Fátima Chamma combina matéria-prima fora do circuito tradicional e arte popular
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Lucros sólidos plantados, como o que determina uma destinação mais adequada ao lixo que não seja os aterros sanitários, devem ampliar a conscientização ambiental e a participação das empresas nesse ramo de atividade. Percebendo que a reciclagem começa a ser levada mais a sério no país, eles se anteciparam. Foram integrando uma série de serviços, até chegar à gestão ambiental para empresas e indústrias. Por mês a empresa coleta 530 t de papel, 100 t de plástico, 20 t de alumínio, 7 t de vidro, faz o gerenciamento e destinação de resíduos químicos, e realiza trabalhos de conscientização, marketing e consultoria ambiental. “Nos próximos dois anos, muita coisa ainda vai acontecer e esperamos estar crescendo junto com esse mercado, que na minha opinião é irreversível. Uma hora as pessoas vão ter que entrar no eixo, se não haverá multas e problemas”, diz Queiroz. Os três empreendedores também enfrentam dificuldades, como o alto
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Os jovens empreendedores Caio Pereira de Queiroz, Eduardo Conde Filho e Felipe Christiansen estudaram o mercado de gestão ambiental durante quatro anos. Mesmo depois de abrir a Reclicagem, em 2001, com investimento próprio, eles continuaram a rever e atualizar o plano de negócio ao enxergarem novas oportunidades de atuação. “Fizemos um planejamento administrativo e financeiro, traçando uma metodologia de trabalho para começar com uma determinada ação e depois ir expandindo o serviço e as ferramentas”, afirma Queiroz. Como o mercado de reciclagem ainda é recente no país, os sócios tiveram de reestruturar várias vezes o plano de negócio. “Por mais que se pesquise não há como fazer um planejamento fixo e perfeito”, diz Queiroz. Um dos motivos dessa reestruturação foi a mudança da legislação ou mesmo a implantação de novas normas ambientais. Hoje, a legislação vigente e os novos projetos que estão em estudo para serem im-
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Nome e formação: Caio Pereira de Queiroz, graduado em Desenho Industrial; Eduardo Conde Filho, em Administração de Empresas; e Felipe Christiansen, em Direito com especialização na área ambiental Ações: pesquisa de mercado freqüente, atualização constante do plano de negócio e metodologia de trabalho para expansão de serviços e ferramentas Empresa: Reclicagem Ramo de atuação: gestão ambiental Ano de fundação da empresa: 2001 Cidade-sede: São Paulo (SP) Faturamento: Não divulgado Número de funcionários: 18 diretos e 45 indiretos www.reclicagem.com.br
custo operacional e de logística, a carga tributária e o baixo valor agregado desse mercado. A falta de uma legislação ainda mais adequada, de uma fiscalização das empresas que se desfazem dos resíduos de qualquer forma e de uma conscientização das pessoas também inviabiliza parte do trabalho que realizam. Mas não inviabiliza, segundo Queiroz, a vontade e determinação mesmo quando para aprender tinham que “dar a cara para bater”, como ele diz, referindo-se à ausência de projetos bem-sucedidos no Brasil que poderiam servir de modelo. A proposta inicial do empreendimento era apenas a coleta seletiva. Queiroz teve a idéia de montar a empresa depois de participar de um concurso que tinha como tema o meio ambiente e, por acaso, fez um trabalho sobre reciclagem. Começou a se interessar por essa área e foi atrás de mais informações, descobrindo que existia uma boa oportunidade para trabalhar com resíduos sólidos na cidade de São Paulo e em todo o Brasil. Atualmente, a empresa tem 18 funcionários próprios e conta com mais 45 colaboradores terceirizados e parceiros. Empreendedor – Outubro
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Caio, Felipe e Eduardo: gestão ambiental gera oportunidades irreversíveis
PERFIL
10 anos
EXEMPLOS
O cliente faz a cabeça
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PERFIL Nome e formação: Márcia Delatorre, Maria Amélia Delatorre e Ricardo Donner (todos com terceiro grau incompleto) Ações: priorizar as relações interpessoais, investir na compra de equipamentos e individualizar o trabalho para ter maior controle Empresa: 1001 Recargas e Cartuchos para Impressoras Ramo de atuação: reciclagem de cartuchos de tintas para impressão Ano de fundação da empresa: 1996 Cidade-sede: Porto Alegre (RS) Faturamento: Não divulgado Número de funcionários: 50 funcionários diretos e indiretos www.1001.com.br
Márcia Delatorre: gente é o que pega, dentro e fora da empresa Outubro – Empreendedor
As relações interpessoais no trabalho são prioridade para Márcia Delatorre, Maria Amélia Delatorre e Ricardo Donner. Os três sócios analisaram o mercado para conhecer os consumidores, saber exatamente o que pensam e como preferem ser atendidos, e encontrar a melhor forma de interagir com eles. Também procuram sempre motivar os funcionários, uma das ações implementadas desde o início da 1001 Recargas e Cartuchos para Impressoras, em 1996. “É o colaborador que vai determinar o sucesso ou o fracasso da empresa”, afirma Márcia. Com investimentos próprios compraram equipamentos de recarga. “Começamos a fazer isso para nós, depois para amigos, parentes e vizinhos. Foram aparecendo alguns clientes, o negócio tomou uma proporção diferente e resolvemos profissionalizar”, afirma Márcia. Em 2002 tiveram de ampliar a sede para dar conta de atender à crescente demanda. No ano seguinte inauguraram duas filiais. Atualmente, a empresa possui quatro lojas na capital gaúcha e atende em todo o Brasil. “Aprendemos trabalhando ou, como se diz, ‘no grito’.” Ao todo são recondicionados cerca de 350 cartuchos por dia, mas cada operação é realizada individualmente. “É tratar o cartucho do cliente como único. Fazemos um trabalho individualizado, não temos uma linha de produção”, afirma Márcia. É essa a forma que os três empreendedores encontraram para ter um maior controle dos car-
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tuchos que chegavam. Aproveitaram a estratégia para utilizá-la como marketing da empresa, diferenciando o serviço. “Procuramos fazer que o cliente entenda esse processo. Na verdade, a idéia é a reutilização do próprio lixo, do próprio cartucho vazio.” No começo, a empresa funcionava como um bazar, batizado de 1001 Opções, oferecendo serviços de fotocópias e encadernações. Depois de alguns meses, os sócios acabaram mudando o rumo do negócio após uma tentativa frustrada para reduzir os custos de impressão. O casal Maria Amélia e Ricardo tinham de entregar uma certa quantidade de impressos, mas a tinta da impressora tinha acabado. Com uma seringa, tentaram, sem sucesso, tirar a tinta de um cartucho para colocar em outro. “Naquele dia não deu certo, mas resolvemos ir atrás de como fazer isso e descobrimos que, na época, nenhuma empresa trabalhava com recarga em Porto Alegre, só em São Paulo”, conta Márcia. O mérito das suas ações veio com o Prêmio Balanço Social em 2003 na categoria Micro, Pequena e Média Empresa. Organizada por instituições como o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (Fides) e Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), essa iniciativa seleciona as empresas que melhor prestam contas à sociedade, dialogam com seus públicos de interesse e se comprometem com o desenvolvimento sustentável. Os três sócios também ganharam por duas vezes seguidas o Prêmio Responsabilidade Social no Rio Grande do Sul pelo trabalho realizado.
Renato Hauptmann: produtos sem agrotóxicos atraíram a atenção do grande varejo
com certificação orgânica para atender a Fazenda Santo Onofre. Apostando na melhoria do negócio e numa maior rentabilidade, ele também investiu em uma unidade de processamento e de empacotamento, oferecendo legumes e verduras embaladas e prontas para o consumo. Com uma uma área de plantio de cerca de 50 hectares a Fazenda é certificada pela Associação de Agricultura Orgânica (AAO) e pelo Instituto Biodinâmico (IBD) e atende 450 clientes. Hauptmann é presidente da Associação do Agronegócio Certificado Orgânico (AECO). “Na década de 90 crescemos a uma taxa média de 35% ao ano e agora esse percentual é menor mas continuamos crescendo em torno de 15% ao ano”, afirma.
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PERFIL Nome e formação: Renato Hauptmann, graduado em Administração de Empresas e com MBA em Marketing e Finanças na Michigan State University Ações: estudos de viabilidade econômica, planejamento prévio, observação de empreendedores do ramo, parcerias para atender a demanda e investimentos em equipamentos Empresa: Fazenda Santo Onofre Ramo de atuação: agronegócio Ano de fundação da empresa: 1993 Cidade-sede: Morungaba (SP) Faturamento: Não divulgado Número de funcionários: 130 colaboradores e 25 fornecedores e produtores Empreendedor – Outubro
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Após vários estudos de viabilidade econômica e de quase 30 anos trabalhando como administrador para diversas empresas, Renato Hauptmann iniciou o próprio negócio. Colocou em prática o planejamento que fez ao enxergar uma oportunidade no mercado de produtos orgânicos. Em 1993, mudou-se para a propriedade rural que possui em Morungaba (SP), a Fazenda Santo Onofre, e passou a fornecer legumes e verduras cultivados sem agrotóxicos. Hauptmann viajou para outros países que já tinham esse nicho bem desenvolvido, vendo de perto como plantavam, colhiam e distribuíam os produtos. Observar foi importante para saber de que forma poderia inovar. Fez parcerias com fornecedores de sementes de produtos que não eram comuns no Brasil na época. “Começamos a procurar os chefes de cozinha em São Paulo e a entregar produtos diferenciados: temperos frescos (hortelã, manjericão, sálvia e tomilho), alfaces coloridas, chicória e radiche, que eram importadas.” Em 1997, mais uma oportunidade bateu à porta: a participação em eventos do ramo. Ele participou pela primeira vez da Boa Mesa, tradicional feira gastronômica realizada em São Paulo, que reúne gourmets brasileiros e estrangeiros. No seu estande, ele recebeu a visita de representantes do Grupo Pão de Açúcar, que o convidaram a ser fornecedor de produtos orgânicos dos supermercados. A partir disso ele ingressou no varejo. “Iniciamos com duas lojas e hoje estamos distribuindo para todo o estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Espiríto Santo e outras regiões do país”, diz. Foi preciso muita determinação e perseverança para conseguir atender toda a clientela. Hauptmann fechou acordo com quem produz alimentos
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A natureza da qualidade
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PIONEIROS
Quem é bem-sucedido não perde a embocadura e está sempre aberto a novas oportunidades
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por
Alexsandro Vanin
Uma vez empreendedor, sempre empreendedor. Pessoas que começaram seus negócios ainda na primeira metade do século passado, como Antônio Ermírio de Moraes, Norberto Odebrecht, Raul Random e Jorge Gerdau Johannpeter, entre muitos outros, expandiram suas empresas durante os dez anos em que a revista Empreendedor acompanha o cenário nacional e mantêm-se atentos a novas oportunidades. É claro, em cada época, em cada lugar, existem diferentes nichos promissores, diferentes dificuldades e facilidades. O que se mantém igual é a importância de ter a idéia certa (inovadora), saber como colocá-la em prática e obter recursos para isso. “No passado, o Brasil dependia de muitos produtos importados, o que aumentava as oportunidades que já existiam”, afirma Raul Randon, fundador da Randon S.A. – Implementos e Participações, grupo originado de uma pequena oficina mecânica aberta em Caxias do Sul (RS) em 1948. Em um Brasil que ainda dava os primeiros passos na era industrial, a substituição de importações era uma vantagem para o país e um leque de oportunidades para os empreendedores. Com os conhecimentos de serralheria e mecânica de Raul, a oficina começou a prosperar em meio a uma indústria automobilística nascente, a partir da faOutubro – Empreendedor
bricação de freios a ar comprimido para caminhões, e logo depois para ônibus. Em 1961 a empresa se expande e ingressa no mercado de reboques e semi-reboques para caminhões pesados. Pioneiro, Raul fabrica o primeiro veículo automotor do Sul do país, um caminhão forade-estrada, em 1973. Com o tempo, expandiu e aumentou seus negócios, que atualmente abrangem as áreas de implementos rodoviários, veículos especiais, autopeças e sistemas automotivos e serviços (consórcios), empregam 5,2 mil pessoas e geram um faturamento de R$ 1,5 bilhão. “Hoje, com a globalização, devemos procurar negócios em que possamos ser competitivos internacionalmente. Isso requer um bom trabalho de pesquisa e estudos de viabilidade”, diz Raul Randon. Segundo ele, duas áreas promissoras são transporte e agricultura. “Com o crescimento da economia, o transporte terá sempre uma necessidade crescente.” Fomentar negócios inovadores e que possam trazer benefícios para outras companhias do grupo faz parte da estratégia da gigante Votorantin, grupo presidido por Antônio Ermírio de Moraes. Esses negócios vão em direção à alta tecnologia, mas alguns deles estão relacionados ao agronegócio. Uma das oito empresas em que a holding tem participação por meio de um fundo próprio de capital de risco, a Alellyx Applied Genomics, identificou em outubro de 2003 o vírus “Morte Súbita” e neste ano descobriu qual inseto transmite a doença das laranjeiras. O segmento de suco de laranja, que no Brasil movimenta cerca de US$ 5 bilhões, é apenas uma das áreas exploradas pela
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Quem sabe faz de novo Johannpeter: obsessão pela melhoria da qualidade de vida no país
Ermírio de Moraes: tempo para os novos negócios e para o teatro
Odebrecht: cedo, aprendeu ofícios de pedreiro, serralheiro e ferreiro
e força para trabalhar. Acima de tudo foram tempos em que não era fácil estudar, conhecer as coisas. O principal era intuição e bom senso.” Hugo não pôde ir além do quarto ano primário por precisar ajudar a mãe nas tarefas da casa desde os seis anos, pois o pai havia ficado completamente cego anos antes e os irmãos mais velhos o ajudavam na administração de um armazém de secos e molhados. Em 1941, já proprietários de dois armazéns, Hugo e seus irmãos compram um caminhão para agilizar o abastecimento de seus negócios. Para ocupar os espaços vazios na carroceria, eles passam a trazer de São Paulo, além de alimentos e outros itens de armazém, matéria-prima para a promissora indústria têxtil da cidade. Novas oportunidades foram surgindo com o tempo e atualmente a holding envolve ainda a TA Logística, a TA Express (divisão de carga aérea nacional e internacional, em parceria com a FedEx), a TA Bens e a Universidade do Transporte (projeto de formação profissional e aperfeiçoamento empresarial), gerando 2,5 mil empregos e um faturamento de R$ 105 milhões. A base escolar “Hoje é bem diferente. Vejo isso pelos meus filhos, que participam da administração de empresas do grupo. O bom profissional não seria nada se não fossem os estudos. Só escola e faculdade não formam um bom profissional – estes são os alicerces e precisam ser bem fortes.” Hugo ressalta que é preciso continuar aprendendo sempre, e que hoje, além dos livros, existe a facilidade de encontrar informação na internet e na televisão. A trajetória de Paulo Bellini, fundador da Marcopolo S.A., traz alguns traços semelhantes com a história de Hugo. Bellini começou a trabalhar numa empresa atacadista no ramo de comércio de armarinhos e, em 1949, participou da constituição da Carrocerias Nicola e Cia., em Caxias do Sul (RS). Desde o início procurou criar condições para que os colaboradores participassem de cursos de qualificação, até que na década de 60 adotou o lema “A organização é antes de
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tudo o homem”. Cerca de 20 anos depois adotava o sistema de administração participativa, o que acabou levando a Marcopolo ao posto de referência internacional, já na década de 90. Ele sempre se manteve como principal executivo do grupo, e hoje conta ainda com o apoio dos dois filhos na administração. A gestão inovadora também é uma marca de Luiza Trajano na sua trajetória no Magazine Luiza, rede de lojas fundada por seus tios. Depois de atuar em todas as funções, de vendedora a diretora comercial, ela assumiu o cargo de superintende em 1991. Assim que tomou posse, trocou a administração fiscalizadora pela liberdade acompanhada, ganhando agilidade e o alinhamento dos colaboradores aos propósitos da empresa. Regras como a comissão por vendas foram eliminadas e outras novas se sintonizaram com o resultado global da empresa. Os funcionários ganharam um plano de carreira e foram esclarecidos sobre responsabilidades. “Eles têm noção de que o profissional precisa ser um empreendedor e ter conhecimento global para crescer.” Foi por ações como essas que Luiza recebeu neste ano o Prêmio de Administrador Emérito, oferecido pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo. Ela foi a primeira mulher a receber esse prêmio, e também foi a primeira mulher selecionada entre os dez finalistas do Prêmio Personalidade de Vendas. Apontada como uma das mulheres de negócios mais atuantes e competentes do Brasil, Luzia credita seu sucesso à grande vivência do varejo (começou a ajudar os tios aos 12 anos, durante as férias escolares) e a uma visão simples que tem do consumidor. Norberto Odebrecht também começou cedo. Aos 15 anos, iniciou a vida profissional pelas mãos dos mestres-deobras da empresa do pai, quando aprendeu os ofícios de pedreiro, serralheiro, ferreiro e armador. Foi também chefe de almoxarifado e apontador, na época em que recebeu lições práticas de administração e gerência. Depois de se formar engenheiro civil, fundou sua firma individual, que viria a dar origem à ConstruEmpreendedor – Outubro
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Votorantin, que também atua nas áreas de metais, cimento, papel, química, eletricidade, financeira e várias outras. Antônio Ermírio de Moraes, que preside o Conselho de Administração do Grupo, e não deixa de participar ativamente dos movimentos de desenvolvimento e democratização do Brasil, encontra tempo para presidir o Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo (SP) e escrever periodicamente artigos para jornais e revistas. Duas peças surgiram de sua paixão pelo teatro, Brasil S.A. e SOS Brasil, ambas focando problemas brasileiros. A melhoria da qualidade de vida no país também é a obsessão de Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo Gerdau. Ele coordena a Ação Empresarial, movimento pela execução de obras estruturais necessárias para o crescimento brasileiro; lidera o Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade; integra o Movimento Brasil Competitivo, articulação de empresas e do governo para o aumento da competitividade pública e privada, e o Conselho da Fundação para o Prêmio Nacional de Qualidade. Isso tudo não o impediu de, nos últimos 21 anos, período em que esteve à frente do conglomerado, ampliar a produção de aço de 1,3 milhão de toneladas para 12,3 milhões de toneladas, passando de seis usinas siderúrgicas (cinco no Brasil e uma no Uruguai) para 22 unidades, presentes também nos Estados Unidos, Canadá e Chile, além de participações societárias na Argentina e Estados Unidos, gerando um faturamento de US$ 5,5 bilhões e mais de 20 mil empregos. É também no segmento de transportes – e com muito conhecimento de causa – as apostas de Hugo Luchiari. “Não trocaria de área. Foi no transporte que eu comecei. Com ele eu vivi e vivo até hoje. Dificuldade a gente encontra em qualquer área, e acredito que meu dom é trabalhar nisso e não seria feliz em outro ramo.” Ele é fundador da Transportadora Americana Holding, iniciada em 1941, na cidade de Americana (SP), com apenas um caminhão Chevrolet Gigante. “Antigamente tínhamos que ter coragem
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tora Norberto Odebrecht S.A., responsável por grandes obras no Brasil e na América do Sul. Em 1979 começou a diversificar os negócios, com a realização de investimentos na indústria petroquímica e o ingresso na área de perfuração de petróleo. Dois anos depois, com a aquisição de outras empresas, foi estabelecida a holding Odebrecht S.A., da qual ele presidiu o conselho de administração até 1997. Presidente de honra Mas Norberto não deixou de trabalhar nem de desenvolver projetos. Ele lidera as Fazendas Reunidas Vale Juliana, empresa-modelo no cultivo de cacau, na Bahia, e também a Kieppe Patrimonial, holding que controla a Odebrecht S.A., além de ser o presidente de honra do grupo. Criou ainda o Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul (Ides) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Litoral Norte (Indes), ambos na Bahia, e preside o Conselho de Curadores da Fundação Odebrecht. Quem também começou lá embaixo, passando por vários setores da empresa, inclusive pela gerência comercial em São Paulo, até chegar ao posto de presidente, foi Clóvis Tramontina, neto do fundador da Tramontina, uma pequena ferraria gaúcha fundada em 1911. Hoje o grupo é composto por dez unidades de cinco linhas básicas (utilidades domésticas, ferramentas, materiais elétricos, artefatos de madeira e mesas e cadeiras de plástico), que produzem mais de 16 mil diferentes itens, presentes em mais de cem países. “Antes as coisas eram mais sonhadoras. Você tinha uma verba e fazia o que você queria. Isso mudou completamente, e hoje você não pode se permitir a erros. Você tem que ser profissional, não dá para amadorismo”, afirma Aroldo Araújo, fundador da Aroldo Araújo Comunicação, agência criada no Rio de Janeiro (RJ) em 1964. E ao longo de sua história, o economista e advogado Aroldo ajudou a estabelecer no Brasil fundamentos como o do marketing. “Sou um homem que há 40 anos fundou uma empresa e me sinto feliz e realizado até hoje. Outubro – Empreendedor
Acredito que sou um felizardo. Quantas pessoas passam a vida toda sem descobrir o que fazer?” Quando Aroldo começou, a comunicação empresarial não era associada ao marketing. Então, ele estabeleceu o conceito de que anúncio não é finalidade, e sim a conseqüência de um planejamento geral para o aumento de vendas ou melhora da imagem, a partir da utilização de diversos instrumentais. A sua estratégia sempre foi fazer coisas criativas e diferentes, quando não inéditas. De seu esforço surgiu o 1º Seminário Internacional de Marketing no Brasil, o que acabou levando a agência a ser escolhida pela Series & Marketing Executive de Nova York como uma das empresas mais criativas do mundo, ao lado da alemã Lufthansa e da americana Pirelli. Tudo isso rendeu clientes como Rolls Royce, South African Airways e Rede Multi Market. “Apesar das dificuldades, eu acho que há muitas oportunidades hoje”, diz Aroldo. Entre elas, cita as áreas de alimentos, de atendimento e de serviços. Mas o turismo é sua grande aposta, até mesmo pela experiência adquirida em 15 anos prestando serviços para a South African Airways. “O Brasil, em particular locais como Rio de Janeiro e Santa Catarina, tem um potencial inegável.”
Linha Direta Antônio Ermírio de Moraes 11) 3224-7000 Aroldo Araújo (21) 2221-6455 Clóvis Tramontina (54) 461-8000 Hugo Luchiari (19) 3471-9000 Jorge Gerdau Johannpeter (51) 3323-2170 Luiza Trajano (16) 610-0697 Norberto Odebrecht (11) 3343-9181 Paulo Bellini (54) 209-4000 Raul Randon (54) 209-2109
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Randon aposta nas oportunidades geradas pelo transporte
Clóvis Tramontina: da gerência comercial para a presidência
Luiza: liberdade acompanhada em vez de administração fiscalizadora
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O empreendedor Desde que sua primeira edição circulou, em 1994, a Empreendedor tem contribuído para uma nova visão a respeito do que é ser dono do próprio negócio. Naquela edição, que tratava da busca da qualidade total como uma meta viável para micro e pequenas empresas, a Empreendedor já indicava o caminho que iria percorrer ao longo da última década: mostrar e valorizar o empreendedor brasileiro e, sempre que possível, servir de suporte para aqueles que já são ou querem ser seus próprios patrões. É esse vínculo com o empreendedorismo no Brasil que a Empreendedor tratou de cultivar nesses primeiros dez anos de existência que devem ser festejados agora. Em cada uma dessas 120 edições, o leitor encontrou informações relevantes que o ajudaram a formar seu know-how para comandar suas empresas e, mais do que isso, a desenvolver suas idéias com praticidade e eficiência. Longe de ser uma revista de receitas, a Empreendedor é antes de tudo uma revista de reflexão e prospecção. Dentro desse contexto, os profissionais que trabalharam e trabalham na Empreendedor se orgulham de ter aberto espaço para tratar de temas que no decorrer dos anos foram se tornando populares entre os brasileiros e que hoje estão consolidados também como uma porta a ser explorada pelos empreendedores. O franchising, por exemplo, é um desses segmentos que recebem atenção especial da Empreendedor, o que resultou na criação do caderno especial Franquia Total e na parceria com a Associação Brasileira de Franchising (ABF) para a produção do Guia Oficial de Franquias, parceria que está indo para o seu sétimo ano. Da mesma forma, os assuntos ligados à inovação, especialmente aqueles mostrando o trabalho desenvolvido pelas incubadoras tecnológicas na gestaOutubro – Empreendedor
ção, consolidação e crescimento de novas empresas, é prova do quanto a Empreendedor acompanhou a evolução do empreendedorismo no Brasil. Ainda em 1994, a revista publicou uma reportagem em seu terceiro número que mostrava as incubadoras como alternativa para novos empreendedores na área tecnológica. No decorrer dos anos a Empreendedor voltou ao tema diversas vezes, e cada uma dessas reportagens indicava uma nova característica das incubadoras: do maior rigor nos critérios de entrada e permanência das empresas até a criação de incubadoras mais abrangentes e não apenas tecnológicas. Isso sem contar o papel desempenhado por entidades como o Sebrae e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadoras (Anprotec) e o crescimento do chamado “capital de risco” como suporte para o sucesso de novos negócios. Outro aspecto importante que deve ser levado em conta nesse balanço de dez anos da Empreendedor é que a revista sempre procurou dosar “novidade” com experiência. Ou seja, sempre houve uma preocupação muito clara em atender o público jovem, o chamado jovem empreendedor, mas nunca deixando de lado os mais experientes. No fim das contas, jovens e veteranos aparecem na revista tanto como público-alvo quanto como fonte para que ambos possam aprender um com o outro. E a Empreendedor se orgulha muito em continuar fazendo esse “meio-campo”, com cada vez mais inovação, gestão e valor aos negócios por muitos e muitos anos. Alexandre Gonçalves foi secretário de redação, chefe de redação e editorexecutivo da revista Empreendedor. Atualmente é editor-geral de Conteúdo do novo site Empreendedor (www.empreendedor.com.br)
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na pauta
por
Alexandre Gonçalves
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1998
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Da primeira capa, em 1994, à capa desta edição, um panorama dos temas destacados em dez anos pela revista Empreendedor
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Empreendedor – Outubro
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Maio – Empreendedor
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Todos na mesma lei
Gerson Keila: entidades podem expandir sua atuação
Furlan: uso da marca e transferência de know-how
Fernando Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a intenção é possibilitar que tais entidades possam expandir sua atuação através de recursos de pequenos e médios empresários, saindo da dependência da disponibilidade dos recursos públicos e mantendo um padrão de funcionamento predefinido com a preservação do direito de propriedade sobre a marca
e o serviço. Na prática algumas empresas utilizam as normas de licenciamento de marca, transferência de know-how, padronização do estabelecimento e concessão na prestação de serviços, como os Correios, a Caixa Econômica Federal e a BR Distribuidora. No caso mais específico das lojas de conveniência BR Mania, a Petrobras Distribuidora trabalha com licença
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Empreendedor – Outubro
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Incentivo à expansão da economia formal, fomento a oportunidades de geração de emprego e renda, além da desoneração de recursos próprios governamentais e redução de despesas, são alguns dos motivos listados pelo Fórum Setorial de Franquia para que se inclua na Lei Geral de Franquia, de dezembro de 1994, um artigo que permita a inclusão no sistema das empresas públicas, sociedades de economia mista e entidades controladas diretamente ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Segundo o documento entregue por Gerson Keila, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), em nome do Fórum, a Luiz
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Muitas entidades públicas de administração indireta já praticam o franchising mas utilizam outras leis para se adequarem às regras. Fórum Setorial propõe a inclusão para que essas empresas se tornem grandes franqueadoras
Franquia
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O que é o Fórum Setorial de Franquia Criado em 1997, o Fórum Setorial de Franquia foi reinstalado no último mês de agosto como mais uma medida da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento. Na outra época em que esteve ativo, até 2000, foram conseguidas linhas de financiamento, e agora o Ministério pretende fortalecer e conduzir uma política nacional para o setor. Os participantes dessa iniciativa são Associação Brasileira de Franchising (ABF), franqueadores do setor privado, associações de franqueados do setor privado, franqueadores e franqueados do setor público, empresas de economia mista, órgãos governamentais de algum modo ligado ao setor, acadêmicos, consultores de expressão nacional especializados em franquia, entidades empresariais e de fomento da pequena e média empresa.
de uso de marca, mas o contrato principal é de franquia baseado na Lei 8.955/94, inclusive com a utilização da Circular de Oferta de Franquia. Segundo Francisco Lavrador, gerente de Marketing de Conveniências e Serviços da empresa, normalmente a operação da pista e da loja é feita pela mesma pessoa. “As lojas não são ofertadas. São feitos estudos de avaliação do potencial do ponto para que possamos empreender as negociações com os operadores dos postos”, explica. Algumas ferramentas do franchising são utilizadas no dia-a-dia, como o fato de a operação ser padronizada e manualizada, e ainda os licenciados também passam por treinamento e capacitação. Na interação entre franqueador e franqueado, Francisco Lavrador conta que está funcionando desde 1999 o Conselho Consultivo BR Mania. Já no caso dos Correios, uma rede de 5.550 agências próprias, a forma de expandir os serviços através de empreendedores privados é chamada de rede terceirizada, mas está parado
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BR Mania: conveniência atrairá mais empreendedores Outubro – Empreendedor
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o processo de abertura de novas unidades desde julho de 2002, quando foi editada Instrução Normativa para suspensão de novas licitações. As concessões foram iniciadas em 1990, e em 1993 se adequaram à Lei 866, das licitações. Existem dois tipos de unidades além das próprias: Agências de Correios Franqueadas (ACF), que somam 1.469 no país, e Agências de Correios de Conveniência (ACC1), com 292 unidades abertas. Cabe ressaltar que do primeiro modelo, com esse nome, mantiveram-se apenas as que já estavam abertas. Essas podem negociar grandes volumes de serviços, como contratos com empresas. O segundo modelo, de Conveniência 1, possui contrato de faturamento limitado e trabalha apenas com varejo, ou seja, os chamados serviços de balcão. “A remuneração dos serviços é paga através de comissões sobre os serviços”, explica Ayser Fernandes Régis, coordenador regional das unidades terceirizadas em Santa Catarina. As unidades chamadas de ACF seriam substituídas pelas ACC2, que permitiriam a prestação de serviços no varejo e no atacado, mas com a Instrução Normativa de 2002 não chegou a ser aberta nenhuma unidade desse tipo. Ayser esclarece ainda que a possibilidade de compra e venda das unidades já abertas existe, desde que haja anuência dos Correios sobre o processo. Apesar de ser empresa pública do Governo Federal, os Correios contratam funcionários em regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Isso significa que, mesmo com concurso, esses funcionários não possuem estabilidade ou gratificações próprias do servidor público regido por estatuto. Em outro exemplo, o da Caixa Econômica Federal, revelam-se ainda mais aspectos do sistema de fran-
Dez anos de evolução Promulgada em dezembro de 1994, a Lei de Franquia precisava de ajustes e complementações para acompanhar a evolução ocorrida no país em relação ao sistema de franchising. Hoje ocupando o terceiro lugar no ranking mundial em número de franquias, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão, o sistema brasileiro passou por uma revisão geral e o resultado de estudos apareceu em forma de sugestões de mudanças na legislação, organização do setor e até mesmo exportação de marcas brasileiras. Foram dez anos em que o sistema ganhou muito em quantidade e qualidade. Segundo Gerson Keila, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), numa década é possível mesmo que inúmeras transformações ocorram em qualquer setor. “Há dez anos, por exemplo, não ha-
via internet como ferramenta comum.” Com rápidas mudanças na economia, as relações precisaram acompanhar esse ritmo e Keila acredita que nesse amadurecimento foram sendo consolidadas as relações de profissionalismo. “No início do franchising a vontade de expandir era grande e o franqueador é que coordenava as necessidades do negócio, oferecia o saber fazer e todas as ferramentas. O franqueado entrava com o sonho e esperava resolver todos os seus problemas tendo o próprio negócio com uma marca reconhecida”. Para Keila, foi nesse ponto que mais evoluiu o sistema de franchising. A franquia, antes vista como a mina de ouro, continua sendo um atalho para se alcançar o mercado de maneira mais certeira, mas com os cuidados e o trabalho que toda empresa exige do proprietário. “O franqueado passou a se
profissionalizar e ganhou mais qualidade. Assim, os franqueadores também se aprimoraram e, quanto maior a exigência, maior a probabilidade de oferecer bons produtos e serviços no sistema”, diz. A consultora Cláudia Bittencourt diz que aos poucos os empresários foram conscientizando-se de que crescer utilizando o sistema de franquias faz parte de um processo de aprendizado e de avaliação permanente de sua estrutura organizacional. “O mais importante nessa evolução tem sido a conscientização do nível de responsabilidade e a percepção de que o compromisso do empresário com a continuidade de seu negócio no mercado, de forma inovadora e competitiva, é potencializado, uma vez que terá parceiros/franqueados que apostaram ou apostarão no seu negócio.”
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Empreendedor – Outubro
Franquia
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chising. A “rede” da Caixa compreende, além das 1.950 Agências Bancárias, 9 mil Casas Lotéricas e 2,1 mil Correspondentes Bancários, estes identificados pela marca CAIXA Aqui. As Unidades Lotéricas são classificadas em Casa Lotérica, instalada em qualquer município, Unidade Simplificada de Loterias (USL), instalada apenas nos municípios onde não existe outra Unidade Lotérica. Só é possível abrir uma unidade mediante licitação, porém, caso algum empresário lotérico já estabelecido tenha interesse em se transferir, isso é legalmente possível, desde que haja anuência da Caixa. Como a exploração das loterias federais é um serviço público da União, delegado à Caixa
Loja dos Correios: investimento maior nos serviços Outubro – Empreendedor
Econômica Federal pelo Decreto-Lei 759, de 12/08/1969, a expansão ocorre no sistema de concessão através de licitações. Para escolha do local, a Caixa identifica áreas através do estudo de mercado. Em sua proposta o candidato indica o local para instalação, e a empresa avalia a indicação de acordo com os critérios preestabelecidos no edital. O valor do investimento estimado é de no mínimo R$ 5 mil para a Unidade Simplificada, já incluídos os valores de Tarifa de Permissão, padronização e demais despesas referentes à instalação da Unidade. No caso de Casa Lotérica, a última licitação foi do tipo técnica e preço, em que o menor valor para a tarifa de permissão é de R$ 10 mil. Dessa maneira, o valor mínimo estimado é de R$ 30 mil, já incluídas as despesas com padronização, Tarifa de Permissão e demais investimentos com instalação. Os equipamentos são fornecidos pela Caixa, sob regime de comodato, sem ônus para o empresário. A remuneração é feita pela comercialização dos produtos lotéricos, em que é paga comissão variável conforme o produto. Pela prestação de serviços são pagas tarifas, cujos valores variam conforme tabela vigente. Nas informações fornecidas sobre o processo, a Caixa esclarece que os critérios de seleção podem variar de acordo com o edital. Na última licitação foram levados em conta a localização da loja, quantidade de bilhetes da loteria instantânea a ser comercializada, grau de instrução dos sócios, participação em treinamentos e experiência de trabalho anterior.
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Algumas propostas de inclusões na legislação Art. 9º – As empresas públicas, as sociedades de economia mista e entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios poderão adotar o sistema de franquia, observado o disposto nesta Lei. §1º – A adoção do sistema de franquia pelas entidades citadas no caput deverá ser precedida de oferta pública, mediante a publicação, pelo menos anualmente, em um jornal diário de grande circulação no Estado onde será oferecida a franquia. §2º – A Circular de Oferta de Franquia adotada pelas entidades mencionadas no caput deverá indicar, além dos requisitos previstos no artigo 3º desta Lei, os critérios objetivos de seleção do franqueado, definidos pelo franqueador. Art. 11 – A aplicação desta Lei observará o disposto na legislação de propriedade intelectual vigente no país.
Linha Direta ABF (11) 3814-4200 BR Distribuidora (21) 3876-4477 Caixa Econômica Federal 0800 57 47 474 Correios 0800 57 00 100 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (61) 2109-7000
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Empreendedor – Agosto
Franquia
NOVAS REDES Chances na moda masculina
Total
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A rede de lojas de moda masculina Aramis Menswear escolheu o franchising para se expandir depois de três anos de estudos. Hoje são três unidades franqueadas, em Recife, Curitiba e Belém. A proposta é abrir seis novas unidades até o final de 2005, principalmente nas grandes capitais, onde já existe a necessidade de mudança de lojas multimarcas para franquias. Os candidatos a franqueados devem ter alguma experiência nas áreas de confecção, familiaridade com o varejo e, se possível, ser co-
nhecedor do mercado masculino. Além do ponto, que pode variar entre R$ 200 e R$ 500 mil dependendo do shopping e da região, será necessário desembolsar R$ 2 mil por metro quadrado da loja e mais R$ 250 mil para um estoque inicial de 3 mil peças. “A meta é chegar a um total de 20 franquias em todo o Brasil, num prazo de 30 meses”, afirma o executivo Paulo Cortez, responsável pela área de franchising. O retorno do investimento pode variar entre 24 e 36 meses. (11) 3611-5141 ou www.aramis.com.br
Comida chinesa no México
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Corte de calorias Preocupada com a imagem aliada a refeições calóricas, a rede McDonald’s, precursora do sistema organizado em todo o mundo, incluiu a indicação dos valores nutricionais das refeições nas embalagens. Além disso, incluiu alimentos mais saudáveis, como saladas, e diversificou o menu. Tudo isso faz parte da estratégia de revitalização, implementada pelo presidente, Jim Cantalupo, e Charlie Bell, seu braço direito, desde 2002. Os números deste ano consagraram a operação de resgate da maior rede de fast food do mundo. São os melhores resultados em 17 anos do grupo em termos de crescimento nas vendas, considerando os mesmos restaurantes em operação há mais de um ano. O lucro do McDonald’s cresceu 27%, totalizando US$ 590,7 milhões no segundo trimestre. Em agosto último, as vendas nas mesmas lojas aumentaram 7,2% nos Estados Unidos e 3,9% mundialmente. (11) 4196-9757 Outubro – Empreendedor
Ao desistir do consultório para apostar no ramo alimentício, o dentista Robinson Shiba talvez não imaginasse que 12 anos depois estaria inaugurando a quarta unidade da China In Box no México. Presente naquele país desde 2002, a rede de franquias de comida chinesa iniciou por Guadalajara e agora chegou à capital Cidade do Mé-
xico. No Brasil são 120 lojas, sendo 11 próprias. As franquias mexicanas empregam em média 20 pessoas por loja. Como novidade, além do delivery, todas possuem mesas para degustação no próprio local. O objetivo de Robinson Shiba é abrir ainda mais lojas no México e também em outros países. (11) 5185-7200
Carro bonito com retorno A ProntoWash, franquia especializada em lavagem e embelezamento automotivo, começou a internacionalização por Portugal, em maio, e mais recentemente abriu master franquias em outros cinco países: Espanha, Guatemala, Peru, Panamá e Costa Rica. Mas segundo Alan Packer, presidente da rede no Brasil, embora dedicada à expansão mundial, a ProntoWash não descuida do mercado brasileiro. Neste mês, inaugurou em São Paulo uma nova sede no bairro do Paraíso. “A unidade dispõe de um centro de treinamento para franqueados”, avisa Packer. O investimento em uma franquia é de cerca de R$ 7 mil por carrinho, já incluindo R$ 3,5 mil de taxa de franquia. O retorno é em torno de 14 a 18 meses. (11) 3884-0045
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Reportagem e Redação: Sara 5 8 Caprario E-mail: franquiatotal@empreendedor.com.br
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Prêmio no varejo
Chope rentável Mesmo com pouco tempo de atuação no mercado de franquias, a Chopp Germânia está se expandindo como experiente franqueadora. A empresa pretende até o fim do ano inaugurar mais 15 lojas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. “A qualidade de nossos produtos, aliada à boa rentabilidade do negócio, são os maiores atrativos para o sistema de franquias da empresa”, diz
Wadi Nussalah, diretor comercial da Chopp Germânia. Todas as lojas do padrão Lig-Chopp Germânia reúnem um mix de produtos pronto para ser entregue em domicílio, que inclui barris de chope e cervejas, nas versões claro e escuro, refrigerantes, carnes, gelo, carvão, vinhos, sobremesas, sorvetes, bem como chopeiras, churrasqueiras e seus acessórios, também disponíveis para locação. (11) 5042-2696
Costura personalizada A Costura do Futuro, franquia especializada em serviços de renovação de roupas, está implantando nas suas unidades o conceito de customização e personalização de peças. A iniciativa proporciona aos consumidores o aproveitamento e adaptação do guarda-roupa de uma estação para outra com criatividade e economia significativa. Um exemplo são as calças corsário e capri. Para se obter o modelo basta levar uma calça comum a uma unidade
da Costura do Futuro para que a peça passe pelo processo de transformação. Segundo Patrícia Russo, gerente de Marketing da Golden Services, rede detentora da Costura do Futuro, “as costureiras fazem uma avaliação, trocam idéias e depois sugerem o que pode ser feito: acrescentar acessórios, mudar o corte ou até mesmo transformar a peça em outra, como no caso de calças que viram saias”. www.goldenservices.com.br ou 0800 127286
A rede de culinária italiana Spoleto acaba de ganhar a primeira versão do Prêmio Abrasce 2004 como a melhor operação no varejo nacional na categoria fast food. Concedido pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o prêmio foi entregue pela primeira vez a lojistas, selecionados em nove categorias. Os outros ganhadores foram Zara (âncora); Le Lis Blanc (moda); Arezzo (calçado); Track & Field (artigos diversos); Cinemark (entretenimento); Rascal (restaurante); Sapataria do Futuro (serviços) e Camicado (artigos para o lar). O diferencial da rede Spoleto é que 88% das unidades – são 92 restaurantes em 16 estados – estão localizadas em shopping centers. Seu modelo foi projetado para iniciar a operação em praças de alimentação e, posteriormente, lojas de salão e de rua. Com previsão de fechar o ano com cem unidades, a rede pretende chegar a 2007 com um total de 175, chegando a novos estados, como Alagoas, Amazonas e Maranhão, e intensificar a atuação no interior do Rio de Janeiro e de São Paulo e nas regiões Sul e CentroOeste. Há planos também para exportação da marca para Europa e México. A meta é faturar R$ 100 milhões em 2004, registrando um aumento de 53%. (21) 2494-7006
Lanches em Floripa
nia e Florianópolis, a rede vai desembarcar em Belo Horizonte e Brasília. A Subway está em 73 países, com 21.873 lojas. Com um cardápio que oferece 21 opções de sanduíches quentes
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ou frios e saladas com molhos variados, a franquia surgiu em 1965, nos Estados Unidos, onde ficou conhecida pelo sucesso do seu primeiro sanduíche, o submarino, o clássico do cardápio em todas as lojas. Em 2003, o faturamento foi de US$ 5,9 bilhões. A meta para os próximos dez anos é ter 300 unidades brasileiras da Subway. (71) 8802-6350 Empreendedor – Outubro
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A rede de lanches Subway quer somar até dezembro mais 10 lojas às 14 já existentes no país. O primeiro ponto-de-venda aberto nesta nova arrancada foi em Florianópolis. A rede retomou suas atividades no Brasil há cerca de três anos. Segundo Frederico Lanat Pereira, gerente de Desenvolvimento da rede no Brasil, além de São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba, Goiâ-
FRANQUIAS EM EXPANSÃO
Livros CDs DVDs Papelaria Revistas Fundada em 1943 e com mais de 10 anos de know-how em sistemas de franquias, a Nobel é hoje a maior rede de livrarias do Brasil com mais de 120 franquias espalhadas pelo país. Confira algumas vantagens da franquia Nobel: consignação de grande parte do estoque inicial, com condições comerciais melhores do que as de uma livraria independente; suporte operacional e para escolha, análise e negociação do ponto comercial; abertura para a implantação de negócios complementares como café e internet; modelos de franquia de acordo com o potencial de cada região do Brasil: livraria, megastore e express (quiosques e lojas compactas); plano de expanNº de unidades próprias e franqueadas: 131 são definido para o Áreas de interesse: Brasil mercado brasileiro Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EL, PN, SP Taxas: de R$ 15 mil a R$ 30 mil (franquia) com oportunidades Royalties: de R$ 500 a R$ 5 mil especiais para noFPP (Fundo de Promoção e Propaganda): de R$ 100 a R$ 1 mil vos franqueados. Instalação da empresa: a partir de R$ 37.450 Faça parte desse suCapital de giro: variável cesso! Entre agora Prazo de retorno: de 24 a 36 meses (estimativa) em contato! Contato: Depto. de expansão 11-3706-1491/1493
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Oportunidade de sucesso Rede em ampla expansão Lançada em maio de 2001, a Alps faz parte do grupo ProAcademix, também detentor das marcas Wizard e Worktek. Atualmente, ela é a rede de franquias de idiomas que mais cresce no Brasil, com 101 unidades espalhadas por todo o país. O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvida nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolingüística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatro habilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa: conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, o aprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente. A Alps conta com know-how administrativo e comercial, através de um sistema Nº de unidades próp. e franq.: 101 exclusivo de ensino, Áreas de interesse: América Latina, Estados e dá assessoria na seUnidos, Japão, Europa leção do ponto coApoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PN mercial, na adequação Taxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 por kit (publicidade) do imóvel e na imInstalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 mil plantação e operação Capital de giro: R$ 5 mil da escola. Prazo de retorno: 12 a 18 meses Contato: Ivan Cardoso
Zets Negócio: telefonia celular e aparelhos eletrônicos Tel: (011) 3871-8550/Fax: (011) 3871-8556 franquia@zets.com.br www.zets.com.br
Tenha uma loja em sua mão A Ezconet S.A. detentora da marca Zets é uma empresa de tecnologia e distribuição de telefonia celular e aparelhos eletrônicos que, através de um sistema revolucionário denominado “BBC” (business to business to consummer) agrega novos serviços e valores a cadeia de distribuição. Realiza a integração entre o comércio tradicional e o comércio virtual, fornecendo soluções completas de e-commerce e logística para seus parceiros. Franquia Zets: Foi criada com a finalidade de disponibilizar para pessoas empreendedoras a oportunidade de ter um negócio próprio com pequeno investimento, sem custos de estoque, sem riscos de crédito, sem custos e preocupação com logística. Como Funciona: O Franqueado tem a sua disposição uma loja virtual Zets/Seu Nome, para divulgação na internet, vendas direta, catalogo, montar uma equipe de vendas, eventos, grêmio. Quais Produtos são comercializados: Celulares e acessórios para celulares, calculadoras, telefones fixos, Nº de unidades próp. e franquiadas: 9 centrais telefônicas, acessórios Áreas de interesse: Brasil para informática, baterias para Apoio: PP, TR, OM, FI, MP filmadoras, baterias para noteTaxa de Franquia: R$ 5 mil book e câmeras digitais, pilhas, Instalação da empresa: R$ 1.500,00 lanternas, filmes para maquina Capital de giro: R$ 5 mil fotográfica, cartuchos para imPrazo de retorno: 6 a 12 meses pressoras, etc. A franquia estuContato: Helio Alberini da a inclusão de novos produtos. PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto
Zelo Serviços
Wizard
Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2098 franchising@wizard.com.br www.wizard.com.br
Negócio: Prestação de serviços de terceirização Tel/Fax: (11) 5505-9050 E-mail: zelo@zelo.srv.br Home page: www.zelo.srv.br
Prosperidade certa
Nº de unidades próprias e franquadas: 35 Áreas de interesse: Estado de São Paulo e Rio de Janeiro Apoio: MP, PP, PO, OM, TR, EL, PN, SP Taxa de Franquia: R$ 20 mil Instalação da empresa: R$ 10 mil Capital de giro: R$ 20 mil Prazo de retorno: 18 a 24 meses Contato: Sr. Eladio Cesar Toledo
A Zelo é uma empresa brasileira destinada a solucionar e integrar os diversos serviços de terceirização prestados ao patrimônio de uma escola, shopping, hotel, hospital, indústria, condomínio, ou residência. Através de um projeto baseado na experiência de mais de 20 anos de seu corpo técnico, pioneiro na implantação do conceito de performance em serviços de limpeza e na implantação de franquia de serviços no Brasil. A Zelo busca a melhor mão de obra, capacitando-a com o treinamento mais adequado a necessidade da cada cliente seu.
Fisk Negócio: Educação/Ensino de Idiomas Tel: (11) 5573-7000/Fax: ramal 251/255 franchising@fisk.com.br/www.fisk.com.br
O seu sucesso é a nossa história! Faça parte de uma rede de escolas de idiomas com mais de 40 anos de experiência e tradição em ser sucesso. A empresa atua no Brasil desde 1958, transferindo seu know-how aos franqueados distribuídos por todo o Brasil, América Latina e Japão. A FISK oferece um suporte de primeira linha incluindo treinamento em 11 áreas distintas para que o franqueado faça uma ótima administração em sua escola. O método de ensino exclusivo é constantemente atualizado por uma equipe pedagógica altamente qualificada e esse é o nosso ponto mais forte. Com um pequeno investimento você abre uma franNº de unidades: 40 próprias e 667 franqueadas quia FISK e consÁreas de interesse: Todo o Brasil trói também a Apoio: PA, PO, TR, PF, EL, SP, MP, PM, PO, OM sua história de Taxas: 20% pool propaganda sobre compra de livro sucesso num Instalação da empresa: a partir de R$ 40 mil mercado em franCapital de giro: R$ 10 mil ca expansão. Prazo de retorno: 18 a 24 meses Contato: Christian Alberto Ambros
Sucesso educacional e empresarial A Wizard Idiomas é a maior rede de franquias no segmento de ensino de idiomas* do país. Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior que geram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio milhão de alunos por ano. A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamente didático com proposta pedagógica para atender alunos da educação infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira idade. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e português para estranNº de unidades: 1.221 franqueadas geiros. A Wizard é Áreas de interesse: América Latina, EUA e também pioneira no Europa ensino de inglês em Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, Braille. EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FM Taxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 mil Instalação da empresa: a partir de R$ 50 mil Capital de giro: R$ 15 mil Prazo de retorno: 24 a 36 meses Contato: Alberto Campos
* Fonte: Associação Brasileira de Franchising e Instituto Franchising.
People Negócio: Educação Profissional e Tecnológica Tel: (19) 3253-0199 www.people.com.br / franquias@people.com.br
A Franquia que dá retorno! Os cursos People já foram testados e aprovado por mais de 1 milhão de alunos em todo o Brasil. Pessoas que, graças ao aprendizado na People, conseguiram transformar oportunidades de emprego em sucesso profissional, trabalhando hoje em empresas e instituições dos mais variados segmentos de mercado. A People possui a maior e mais completa linha de cursos que permite ao franqueado obter maiores vantagens competitivas no mercado. A People é pioneira em Educação Profissional e Tecnológica. Desde 1979 tem se destacado pela inovação e qualidade de seu trabalho como também pelos valores que tem adotado em seu dia-a-dia. Valores como respeito aos princípios mercadológicos, à ética e ao relacionamento com seus parceiros e clientes. Nosso padrão de Nº de unidades: 3 próprias e 28 franqueadas relacionamento coÁreas de interesse: Todo o Brasil Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, mercial tem como regra de jogo o “gaEI, PN, SP nha-ganha”. Afinal Taxa de Royalties: 7% Taxa de Franquia: R$ 20 mil a R$ 50 mil um bom negócio Instalação da empresa: R$ 45 mil a R$ 150 mil tem que ser bom Capital de giro: R$ 35 mil para todos. Prazo de retorno: 18 a 28 meses
PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto
Franquia
ABF
A ABF preparou uma programação especial para o evento
4ª Convenção ABF do Franchising A ABF já definiu os temas que serão abordados na Convenção, que ocorrerá de 20 a 24 de outubro no Hotel Sofitel – Costa do Sauípe – BA. Estão confirmadas as palestras dos conceituados Marcos Gouvêa de Souza, com o tema “Criando vantagem competitiva através da marca e da distribuição”, Aprígio Rello Junior, apresentando o case Wal-Mart “Pessoas como base do diferencial competitivo do seu negócio”, e Luciano Pires, com a palestra “Brasileiros Pocotó”.
Quatro painéis paralelos abordarão os seguintes assuntos: 1. Franquia Pública 2. Recompra de Franquias pelo Franqueador. Vantagens e Desvantagens 3. Tendências Atuais do Varejo 4. Painel Jurídico: Update legal
Além disso, teremos as mesas-redondas em que serão debatidos os seguintes temas: J Tendências para Expansão; J Exportação de Franquias e Projeto APEX – Ministério do Desenvolvimento; J Como Lidar com Franqueados Difíceis; J Franquia Pública; J Tecnologia para Definir Mercado; J Questões de Sucessão e Tranferência em Franquias Unitárias; J Como Reduzir o Impacto da Proximidade de Território; J Troca de Bandeira; J Uso da Internet na Gestão da Franquia e Suporte a Rede; J Motivando seus Franqueados; J Responsabilidade Social: As Franquias e o Terceiro Setor; J Atualização dos Aspectos Legais do Franchising; J Supervisão de Campo; J Programa de Treinamento; J Compartilhamento de Informações entre Redes. Informações pelo telefone (11) 3814-4200, nos ramais 15, 17 e 20.
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Gestão do conflito no franchising A ABF realizou com sucesso, no dia 21 de setembro, o seminário Gestão do Conflito no Franchising. O evento, sediado no auditório do CNA, contou com a participação de cerca de 50 pessoas. Sob a coordenação da Dra. Melitha Prado, da Novoa Prado Consultoria Jurídica, o seminário foi conduzido pelo Dr. Adolfo Braga Neto, presidente do Instituto de Mediação e Arbitragem do Brasil (IMAB), e pelo Dr. Cássio Telles Ferreira Neto, presidente do Conselho Arbitral do Estado de São Paulo (CAESP). O seminário apresentou aos participantes caminhos alternativos para a diminuição/prevenção de conflitos e técnicas para melhorar o relacionamento entre franqueados e fraqueadores. Segundo a Dra. Melitha, dentre os principais conflitos neste tipo de relação esOutubro – Empreendedor
tão a omissão de informações, ausência de lucro na operação, invasão territorial, aplicação e destinação do fundo de propaganda, falta de interação franqueado/ franqueador, ausência do franqueado na operação da franquia e rentabilidade baixa da unidade franqueada. “É importante investigar as causas dos conflitos e atacar os problemas preservando as pessoas”, acrescenta. Durante o encontro o Dr. Adolfo Braga apresentou aos presentes os benefícios da Mediação. “Trata-se de uma técnica não adversarial de resolução de conflitos, em que um terceiro imparcial auxilia as partes a entenderem seus reais conflitos, buscarem seus verdadeiros interesses, através de uma negociação cooperativa, a fim de alcançar as melhores e mais criativas soluções”, explica Braga. “A Mediação é
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voluntária, mas o acordo tem valor legal”, conclui. Outra técnica que oferece diversas vantagens na solução de conflitos no franchising é a Arbitragem. Segundo o Dr. Cássio Telles, todas as questões que envolvem valores podem ser solucionadas pela Arbitragem e a opção por esta técnica deve constar do contrato. “As partes podem eleger como árbitro um especialista no problema reclamado. No entanto, a sentença da Arbitragem não pode ser revogada”, alerta. A ABF incentiva e promove essas duas ferramentas de gestão do conflito no franchising. Além de serem mais ágeis, elas ajudam a investigar necessidades e interesses reais e melhoram a comunicação e as formas de negociação, buscando soluções e não culpados.
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Empreendedor – Junho
Pequenas Notáveis por Alexandre Gonçalves alexandre@empreendedor.com.br
FINANCIAMENTO
MERCADO EXTERNO
Crédito para quem inova
Pequenas empresas exportam mais
A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) lança lança neste mês de outubro o Juro Zero, programa de financiamento que oferece condições especiais para pequenas e médias empresas inovadoras e que pretende beneficiar cerca de 2.500 empreendimentos nos próximos 30 meses. Nesse período, a Finep espera liberar R$ 21 milhões (recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT). Uma dos diferenciais do Juro Zero é a redução drástica de burocracia. Para começar, os projetos serão apresentados por meio de um formulário padrão disponível no site da Finep. Até mesmo a assinatura dos contratos será digital. A Finep vai ainda firmar convênios locais com parceiros estratégicos, que podem ser Sebraes regionais, federações de indústria, secretarias de desenvolvimento, entre outros, que serão responsáveis por uma primeira análise das propostas. Vencida essa etapa, o projeto será então encaminhado à Finep, que em 30 dias decide sobre a aprovação, contrata e libera a primeira parcela do empréstimo, equivalente a 60% do valor total. Os outros 40% estarão disponíveis em um ano.
Programa Juro Zero Quem participa? Empresas inovadoras com faturamento anual de até R$ 10,5 milhões O que oferece? Financiamentos que variam de R$ 100 mil a R$ 900 mil, corrigidos apenas pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM)
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Há carência? Não. O empresário começa a pagar no mês seguinte à liberação do empréstimo. Por isso, o pagamento é facilitado em 100 (cem) parcelas. Para saber mais sobre o Programa Juro Zero, acesse www.finep.org.br. Outubro – Empreendedor
Pesquisa inédita encomendada pelo Sebrae e realizada pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) indicou que, entre 1998 e 2003, o número de pequenas empresas exportadoras aumentou em 21%, saltando de 5.778 para 7.002 estabelecimentos. No mesmo período, as vendas externas cresceram em 39,1%, passando de US$ 1,086 bilhão para US$ 1,515 bilhão, enquanto que a participação dos pequenos negócios no valor das exportações sofreu uma leve queda, de 2,5% para 2,4%. A pesquisa ouviu todas as 11.271 exportadoras industriais do país, das quais 62,1% são formadas por micro e pequenas empresas, e apontou, por exemplo, que o valor médio exportado pela microempresa é de US$ 50,4 mil, enquanto o da pequena empresa
chega a US$ 316,1 mil. Por sua vez, a média empresa responde por US$ 3,2 milhões e a grande, por US$ 47,8 milhões. Entre os produtos mais exportados em 2003 pelas micro e pequenas empresas, a pesquisa Sebrae-Funcex destaca a madeira serrada ou fendida longitudinalmente (responsável por US$ 9,4 milhões em volume de vendas, apesar de sua participação no segmento, no total das exportações desse produto, não passar de 1,4%). Em seguida, aparece o segmento das pedras preciosas ou semipreciosas, que responde por US$ 5,8 milhões e é o mais expressivo em participação no total das vendas externas brasileira com 8%. Os calçados ocupam o terceiro lugar em vendas (US$ 4,9 milhões), mas com apenas 0,4% do total exportado.
Origem e destino No levantamento feito pelo Sebrae, as regiões Sul e Sudeste confirmam suas posições como centro exportador do país. Entre as microempresas, São Paulo atua com 35,12% dos valores exportados, enquanto o Rio Grande do Sul é responsável por 15,94%. Em terceiro lugar vem Santa Catarina, com 12,0%, seguida de Minas Gerais (8,08%) e Paraná (7,25%). No segmento de pequenas empresas, aparecem os mesmos estados, com posições alteradas. São Paulo lidera com 33,45%, Santa Catarina aparece em segundo lugar (12,50%), e o Rio Grande do Sul em terceiro (12,35%). Paraná ocupa a quarta
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posição (11%) e Minas Gerais, a quinta (5,95%). Sobre o destino das exportações, a pesquisa constatou que a preferência é pelos negócios com países da América Latina, especialmente os vizinhos do Mercosul. Em 2003, só o mercado latino-americano comprou 36,8% das exportações das microempresas e 27% dos pequenos negócios. No segundo lugar, estão os Estados Unidos e o Canadá, que juntos compraram o equivalente a 21,7% das microempresas brasileiras, e 27,8% das pequenas, em 2003. A União Européia, que vem logo a seguir, absorveu 20,9% dos produtos exportados pelas micro e 25,5% das pequenas.
O espaço da micro e pequena empresa
ELEIÇÕES MUNICIPAIS
lideranças apontaram como um dos diferencias do Guia o fato de as propostas serem apresentadas com base em experiências de sucesso já desenvolvidas em municípios brasileiros, a partir das informações coletadas pelo Prêmio Prefeito Empreendedor. O trabalho de distribuição do Guia do Candidato Empreendedor, que envolveu as equipes das Unidades de Políticas Públicas, inclui também a visita a lideranças políticas, reuniões e debates. Paulo Okamotto, diretor de Administração e Finanças do Sebrae, afirma que o objetivo do Guia foi alcançado. “Se os prefeitos e vereadores entenderem que os empresários de pequenos negócios é que geram renda e empregos e resolverem apoiá-los, essa poderá ser a grande diferença para buscar o desenvolvimento sustentável nas suas cidades”, aponta. Além dos partidos, o Guia também foi entregue a institutos políticos e fundações partidárias.
Lideranças como os presidentes do PMDB, Michel Temmer (acima), e do PT, José Genoíno (abaixo), receberam o Guia do Candidato Empreendedor das mãos de diretores do Sebrae
Varejo competitivo – Cerca de cem micro e pequenos varejistas de Fortaleza serão beneficiados pelo projeto Varejo Competitivo, desenvolvido pelo Sebrae e pela Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD) e lançado em setembro no Ceará. Através de atividades como consultorias, palestras, oficinas e seminários, o projeto pretende ajudar os participantes a incrementar as vendas, estimular a cooperação, fornecer aprendizagem e modernidade aos processos operacionais, orientar na gestão eficaz do estoque, reduzir custos e desperdícios, organizar o layout da loja, qualificar os colaboradores, ajudar a empresa na fidelização do seu cliente e melhorar os serviços e o atendimento.
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TOME NOTA
Um total de 60 mil exemplares do Guia do Candidato Empreendedor foi distribuído pelo Sebrae aos 27 partidos políticos que disputaram os cargos de prefeito e de vereador nas eleições municipais deste ano. Para Silvano Gianni, diretor-presidente do Sebrae, o Guia teve grande receptividade entre as lideranças políticas, especialmente sobre a necessidade de assegurar um ambiente favorável aos pequenos negócios como forma de garantir melhorias para os municípios. “Já é uma vitória dos eleitores. A próxima será a execução das iniciativas apontadas no Guia como resposta aos votos”, destaca, ressaltando o objetivo da publicação de incentivar os candidatos a incluírem o apoio aos pequenos negócios em seus planos de ação. A maioria das lideranças partidárias que receberam o Guia do Candidato Empreendedor destacou a iniciativa especialmente por conter propostas que podem subsidiar os futuros prefeitos em ações de apoio às pequenas empresas. Nesse sentido, as
DIVULGAÇÃO/SEBRAE
Sebrae distribui 60 mil exemplares do Guia do Candidato Empreendedor
Guiado
Empreendedor
Em busca do equilíbrio caz do relacionamento com clientes e colaboradores. “No atual cenário competitivo, descobrimos a grande e estratégica importância das associações de valor de uma marca. Porém, para que o cliente as perceba, é essencial que a cultura da empresa também esteja voltada para a construção dessas associações. O novo sistema auxilia a companhia a exatamente buscar esse equilíbrio”, diz Clóvis Lumertz, diretor da empresa. As informações a respeito da performance da empresa no mercado são inseridas, juntamente com as de satisfação dos funcionários e dos clientes,
DIVULGAÇÃO
Agilidade, monitoramento permanente e redução de custos são alguns dos benefícios que podem ser alcançados pela organização com o sistema de Gestão das Percepções, criado pela Allcon Consultoria de Resultados, empresa localizada em Porto Alegre e especializada em desenvolvimento mercadológico e de recursos humanos. Trata-se de uma inovadora ferramenta no ramo empresarial que permite, através de um software batizado de Delta Sys, à empresa correlacionar dados sobre a satisfação desses públicos com os seus resultados, proporcionando um controle preciso e efi-
Clóvis Lumertz: controle de relacionamento com clientes e fornecedores
no banco de dados do software. O sistema correlaciona os dados levantados entre os públicos com os resultados da organização e gera um relatório, mostrando os pontos fortes e fracos que precisam de um plano de ação e alinhamento da cultura da organização com as exigências e necessidades do mercado. “É nessa fase que ocorre a localização dos pontos críticos. A empresa fica sabendo, por exemplo, quais eram os problemas nas percepções de funcionários e clientes em um período de declínio nas vendas”, afirma Lumertz. De acordo com o diretor, a nova ferramenta permite que a empresa realize até quatro pesquisas por ano, relacionando os dados acumulados e sua evolução no mercado. O sistema é diferente das pesquisas convencionais que não apresentam um panorama completo, por serem muito pontuais, e nem acompanham as constantes mudanças da companhia. Pode avaliar também os resultados dos planos de ação, como trabalhos específicos de endomarketing ou campanhas publicitárias. Outra vantagem da Gestão das Percepções é a independência de terceiros. É oferecido treinamento para a administração do programa e a empresa passa a operar o software em uma semana depois da implantação. (51) 3029-7471
Guia do Empreendedor Pr odutos & Ser viços Produtos Serviços Pão sem colesterol Uma novidade em Santa Catarina promete deixar mais saborosa a alimentação das pessoas portadoras de colesterol alto. O Hippo Supermercados é a primeira empresa a produzir, em escala comercial, o pão de amaranto, que ajuda a reduzir o LDL no organismo. Estudos realizados pela Universidade de São Paulo (USP) com coelhos comprovaram que a substância reduz em até 55% os níveis do “mau colesterol” graças à alta concentração de nutrientes.
“O amaranto fornece aminoácidos que raramente são encontrados em outros vegetais e tem boas concentrações de cálcio, ferro, potássio, zinco, vitamina E e vitaminas do complexo B”, enumera a nutricionista Fabiana Botelho. Responsável pelo setor de nutrição do Hippo, Fabiana também desenvolveu linhas completas de massas para celíacos e diabéticos, que incluem pães, pizzas, bolos e biscoitos. www.hippo.com.br
Novidade de plástico Utilizado em larga escala pela indústria automotiva na fabricação de pára-lamas e revestimentos de portas, o plástico de engenharia também ganha espaço na construção civil. A empresa catarinense Víqua, que desenvolve equipamentos hidráulicos, lançou uma linha completa de torneiras fabricadas com o material. Entre as vantagens do produto, até então inédito no mercado brasileiro, estão a melhor resistência ao impacto e à temperatura, além de não sofrer ataques corrosivos e não enferrujar. Nas torneiras versão luxo foi utilizado um aerador que contribui para uma economia de até 50% de água, proporcionando um jato suave e dirigido. Com 12 anos de garantia, as peças estão sendo anunciadas a um custo um terço menor que as fabricadas pelas marcas líderes. www.viqua.com.br
Investimento em reciclagem tos, numa estação completa de reciclagem. O equipamento cabe em uma área de apenas 1,5 m² e recondiciona cartuchos a um custo de R$ 25,00 (preto) e R$ 30,00 (colorido). O investimento para os interessados em adquirir o equipamento varia de R$ 15 mil (versão econômica) a R$ 20 mil (versão full). A empresa, que oferece treinamento completo para os novos usuários, está exportando a tecnologia para países como França, Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra e Estados Unidos. www.tbacessorios.com.br
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A comercialização de cartuchos reciclados para impressoras, que custam ao consumidor final até 50% mais barato que os produtos originais de fábrica, pode ser uma boa alternativa para quem quer iniciar seu próprio negócio. Apostando no “ecologicamente correto”, a TB Acessórios do Brasil lançou no mercado nacional um armário que se transforma, em poucos minu-
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Taxi aéreo Seguindo na contramão da crise que afeta as companhias aéreas, a aviação executiva ganha força com a grande procura pelos serviços de taxi aéreo. Por ano, o setor, que movimenta US$ 300 milhões apenas na comercialização de aeronaves, cresce a uma taxa de 5%. Com as inovações tecnológicas, é possível fazer desde viagens curtas de 30 minutos até vôos internacionais. Os empresários que decidiram apostar na aviação executiva beneficiam-se do fato de que apenas 2% dos municípios brasileiros são atendidos pela aviação comercial, além da redução no tempo gasto com procedimentos como check-in e embarque. “Empresas e artistas nos procuram porque precisam estar em cidades onde a aviação comercial não chega”, afirma o comandante Custódio Pinto Sampaio Junior, presidente da TL Táxi Aéreo. www.haviacao.com.br
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Guia do Empreendedor Pr odutos & Ser viços Produtos Serviços
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Guia do Empreendedor Pr odutos & Ser viços Produtos Serviços Mosaico com selo de qualidade
Delivery inteligente
empresa é hoje a mais bem equipada da América Latina em seu segmento e a primeira a usar a tecnologia de corte water jet, que possibilita a fabricação de peças nos mais variados formatos – inclusive peças curvas. www.mosarte.com.br
Higiene infantil Especialista em produtos para cuidados corporais destinados às crianças de 2 a 10 anos, a Phisalia traça estratégias para consolidar sua linha de oral care. Após lançar o creme dental Trá Lá Lá Kids no sabor morango, a indústria coloca no mercado o enxagüante bucal da mesma linha. “Estamos estudando a possibilidade de lançar escovas de dente, fio dental e também novos sabores de pasta”, comen-
ta Eduardo Amiralian, presidente da empresa. Os produtos foram exportados para a Bolívia, Colômbia e Guiana e contam com boa aceitação. A expectativa da Phisalia para 2004 é atingir 1% de participação no mercado nacional de oral care para crianças. www.phisalia.com.br
CD-R com tecnologia nacional Os usuários de computador do Brasil passam a contar com uma opção mais barata no armazenamento de dados. Chega às lojas o Migra, o primeiro CD-R desenvolvido com tecnologia 100% nacional. Fabricado no Pólo Industrial de Manaus, o Migra possibilita 80 minutos de gravação (700 MB) em uma velocidade de até 48X. A NovoDisc Mídia Digital, que lançou a novidade, acredita no potencial do mercado brasileiro, que chega a consumir 12 milhões de CD-Rs a cada mês (dos quais 75% importados). “Além de con-
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tribuir para a redução das importações, vamos dar oportunidade à indústria nacional gerando novos empregos e produzindo uma mídia de alta qualidade”, diz Lucas Sacay, diretor geral da NovoDisc. www.novodisc.com.br
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Destinado às empresas de alimentação que oferecem o serviço de entrega em domicílio, chega ao mercado o SnackControl, um software de automação e gestão que possibilita maior agilidade e eficiência no registro e entrega dos pedidos. O programa interliga uma ou mais empresas de uma determinada região à central telefônica onde são feitas as encomendas. Ao contrário do sistema tradicional (em que o atendente anota os pedidos), o SnackControl permite o registro no próprio sistema e o encaminha, via internet, para a lanchonete mais próxima do cliente. “Além de permitir que tudo seja feito dentro do tempo, ainda impede os erros decorrentes das falhas de comunicação e oferece a possibilidade de monitoramento do pedido”, explica Marcio Blak, consultor em automação comercial. O diferencial da novidade é o uso da tecnologia CRM (Customer Relationship Management), que armazena todos os pedidos do cliente. Através do histórico de solicitações anteriores, o sistema identifica, além dos dados cadastrais, as preferências da pessoa, permitindo ao atendente oferecer sugestões, combinações e novidades do cardápio. O SnackControl já foi adotado por algumas redes de fast food de grande atuação nacional, como Bob’s, Spoleto, Rei do Mate, Bonaparte e Gordão Burgers, que consideram o serviço de tele-entrega estratégico para aumentar o faturamento. www.snackcontrol.com.br
A Mosarte, indústria catarinense de mosaicos artesanais em mármore, cerâmica, vidro e aço, é a primeira empresa do segmento no mundo a receber a certificação ISO 9001-2000. Pioneira na fabricação de mosaicos artesanais em escala industrial, a Mosarte produz um volume mensal superior a 500 mil peças e é reconhecida no setor como líder em design e inovação. A
Guia do Empreendedor Do Lado da Lei
Uma decisão polêmica
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DIVULGAÇÃO
O risco de um tratamento desigual aos fornecedores nacionais e estrangeir os da Zona FFranca ranca de Manaus estrangeiros Com a edição da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, que trata das alíquotas do PIS/ Pasep (Contribuições para o Programa de Integração Social e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), as empresas localizadas na Zona Franca de Manaus foram novamente agraciadas com incentivos fiscais concedidos pelo Governo Federal. Ao contrário do disciplinado no “revogado” art. 14, § 1º, da Lei 10.865, de 30 de abril de 2004, em que as referidas empresas eram obrigadas a pagar as contribuições citadas acima, a nova norma prevê, em seu art. 14-A, a suspensão da exigibilidade das contribuições do PIS/Pasep e da Cofins, nas importações de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem para emprego em processo de industrialização e consoante projetos aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A Medida Provisória nº 202, Outubro – Empreendedor
de 23 de julho de 2004, em seu art. 2º, reduziu a zero as alíquotas das contribuições para PIS/ Pasep e Cofins, incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus, por pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM. Tal norma foi editada com a finalidade de manter o tratamento isonômico tributário entre as empresas nacionais e estrangeiras fornecedoras das empresas estabelecidas dentro da Zona Franca de Manaus. Assim, a não-impactação das contribuições citadas se reflete em resultado igual para ambas. Percebe-se a intenção do Governo Federal, ao editar as aludidas normas, de dar continuidade aos incentivos fiscais aos estabelecimentos industriais instalados naquela região. Vale lembrar que houve polêmica à época da edição da Lei 10.865, pois muito se questionou quanto à inconstitucionalidade das bases de cálculo das contribuições sob comento, uma vez que muitos consideravam que a lei ampliava as hipóteses de bases de cálculo
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para as contribuições permitidas pela Constituição Federal. As contribuições sociais ou de intervenção no domínio econômico, por força do art. 149, no caso de importação, devem se limitar ao “valor aduaneiro” nos termos do parágrafo segundo, inciso III, letra “a”. Desta forma, há de se considerar que essas alterações na legislação tributária, de um lado, vieram a incentivar ainda mais a Zona Franca, evitando que ela “importasse” tributos e, ao mesmo tempo, vem conferir em favor das empresas brasileiras a competitividade com o fornecedor estrangeiro. A Medida Provisória teve a votação prorrogada para o final de novembro de 2004 e, caso ela não venha a ser confirmada, seria consumado um tratamento desigual aos fornecedores nacionais e estrangeiros da Zona Franca de Manaus.
Mar cos Sant’Anna Bitelli Marcos Advogado (11) 3871-0269
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Guia do Empreendedor Leitura
Algumas armadilhas nos livros de negócios
2004
por
Nei Duclós
Livros de aconselhamentos aos empreendedores enfrentam uma contradição: são explicitamente didáticos, portanto, sucintos, e por isso correm o risco de ser superficiais, já que temem ser evitados pelos leitores; mas ao mesmo tempo mexem com o destino das pessoas, pois orientam sobre como proceder na dura vida dos negócios. O livro então funciona como um manual, que precisa gerar uma atividade extra, a das palestras, cursos e parcerias com empresas que precisam – como definiu Ricardo Semler no seu best-seller seminal – virar a própria mesa. O empresário palestrante e consultor César Souza, que obteve sucesso com o livro Você é do Tamanho dos Seus Sonhos, lança agora um título sob medida para esse nicho de mercado: O Momento da Sua Virada – Estratégias que definem o sucesso de pessoas e empresas. Podemos destacar alguns vetores no livro. Primeiro, utilizar eventos passados para definir algumas regras de conduta nos negócios. Um exemplo usado, o grupo Votorontim, que conseguiu crescer e libertar-se da situação de imobilidade em que se encontrava, encerra lições valiosas, mas não é levada em consideração a especificidade da corporação, que estava à vontade em mercados consagrados, ao contrário de outras, consideradas dinossauros pelo tamanho e falta de visão, como a Mesbla, que enfrentavam acirrada concorrência. Segundo, deslocar a atenção para o chamado pulo do Outubro – Empreendedor
gato, o insight, o diferencial que se oporia ao lugar comum. Essa sacada é definida por palavras como invisível, intrínseco, um modelo mental e assim por diante. Trata-se de aliar deduções seguras, já comprovadas na prática, com a indefinição de conceitos apresentados como novos e que fariam parte do segredo de sucesso. Para que isso não se transforme em mero truque de linguagem, o autor consegue se estender com desenvoltura com uma série de cases, o que salva o conteúdo desse tipo de armadilha. O que deve ser evitado é emprestar majestade às deduções tentando enquadrá-las em algum parâmetro histórico. O que o autor chama de revolução invisível, um novo modelo mental, é comparado à época do Renascimento. É uma maneira de soprar alma imortal à argumentação, sem levar em conta um dos maiores cuidados da moderna historiografia, o anacronismo, que é ver o passado com os olhos do presente. Essa técnica de convencimento poderia fazer do livro mais um exemplar de ilusionismo aplicado aos negócios. Mas como o autor é um especialista no seu ramo de atividades, esse tipo de tropeço não é hegemônico na sua obra. O cruzamento com Drucker e outros papas, que são convocados como testemunhas das suas deduções, também deveria ser feito com
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FICHA TÉCNICA O Momento da Sua Virada – Estratégias que definem o sucesso de pessoas e empresas César Souza Editora Gente 171 págs. R$ 33,90
mais cuidado, mas isso também não diminui o valor do conteúdo. O que o leitor deve ter presente é passar por cima de algumas pressas para evitar uma leitura de elevador, que abastece a língua com tiradas consideradas inteligentes para alguma reunião de emergência. Entender os negócios num país complicado como o Brasil depende de amparos sólidos e mergulhos profundos. Quem quiser montar uma empresa não pode sobreviver de ar. É preciso procurar saber mais do que as aparências de livros de auto-ajuda para os negócios conseguem sugerir. Mas ao mesmo tempo a proliferação de títulos cria um ambiente favorável para que obras consistentes surjam, e assim todos saiam ganhando.
Novos Títulos DESTAQUES “O segredo não é fazer tudo bem-feito. É fazer o que deve ser feito” (pág. 32) A aparente singularidade do pensamento acima pode batizar como equívoco uma evidência: que costuma-se fazer o necessário da melhor maneira possível. Uma coisa não exclui a outra. Se fosse assim, fazer o que é preciso significaria também fazer de qualquer jeito. “O que cria as oportunidades é a forma de pensar e agir” (pág. 35) Isso significa que a ação e o pensamento são autóctenes, prescindem do ambiente em que são criados e desenvolvidos. Não levar em consideração a complexidade do ambiente onde as oportunidades surgem, o que é matéria da História, da Economia ou da Política, ou passar por cima de conceitos como classe social, poderiam fazer com que muitos anos de pensamento erudito fossem jogados fora numa só frase. “O mundo real não aceita a gaiola da estratégia racional que a empresa tenta impor” (pág. 43) Frases como esta são destacadas ao longo do livro. Não se pode definir o que é realidade e o que é racionalidade para fazer o que se quiser com elas. Já que se sabe que a realidade é uma representação e que a racionalidade não é uma panacéia. Mas jogados assim os conceitos, parece que a razão duela contra as evidências, o que contraria noções básicas de criação de pensamento.
Rumo a um Novo Paradigma em Economia Monetária Joseph Stiglitz com Bruce Greenwald Francis/W11 Editores, 430 páginas, R$ Stiglitz é Prêmio Nobel em Economia e traz neste livro importante uma inovação: a de que o crédito é muito diferente de outras commodities, no sentido de que se baseia na informação e no risco da inadimplência. O novo paradigma proposto por ele destaca a demanda e a oferta de fundos de empréstimo, que exige, por sua vez, a compreensão das imperfeições da informação e do papel dos bancos. A idéia ocupa o lugar oposto da teoria monetária vigente, pois se concentra não no papel da moeda como facilitador das transações, mas no papel do crédito como facilitador de atividades econômicas de maneira
geral. Há uma parte do livro mais pesada, que o transforma em livro-texto de estudos monetários. Mas a linguagem enxuta e objetiva da maioria dos capítulos, sobre um assunto que interessa a todos os empresários, define o interesse por este livro fundamental, que ganha uma edição primorosa, com prefácio didático do professor Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos mais importantes pensadores brasileiros da complexa economia da nossa época. Um livro que lava a alma de quem procura algo mais do que textos superficiais nas estantes das livrarias.
Mais Ânimo nas Vendas Adube sua carreira – Algo mais para renovar sua relação com o cliente Alan Vengel e Greg Wright Editora Gente, 150 páginas R$ 31,90 Os consultores americanos Ven- satisfação no trabalho e os lucros. O gel e Wright apontam um caminho livro promete repassar técnicas de gratificante para quem vende, a ativi- métodos para estabelecer relações dade mais solicitada do mundo dos duradouras com os clientes por meio negócios. Trata-se de limpar o peso de uma metáfora: o do cultivo eficidesnecessário do stress e injetar mais ente, baseado na persistência e no coânimo na profissão, para aumentar a nhecimento do potencial comprador. Negociação para Compradores e Vendedores Também AJ Limão Ervilha CLA Editora, 125 páginas Especialista em técnicas de negociação, o autor explica que essa é a arte de resolver um conflito de interesses. Ao definir o foco do assunto, o livro usa exemplos aparentemente simples que encerram vasta complexidade de relações humanas.Um dos diferenciais
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é que o texto aborda os dois lados da questão: para quem precisa vender e para quem não deve cair na lábia do vendedor. Empreendedor – Outubro
2004
“É preciso fazer acontecer o que deve acontecer” (pág. 66) É preciso evitar a tautologia guindada ao status de clarividência. Frases assim podem nos fazer repensar o mercado editorial de livros para negócios. Ou os editores não conhecem de fato o preparo dos seus leitores, ou os autores precisam abandonar a certeza de que um manual seja obrigatoriamente um livro digestivo. Complicar um pouco, para que haja mais consistência, significa apostar alto no próprio ofício e na missão a que ele se destina.
O Desafio do Crédito
Pequenas e médias empresas
Faturamento recorde com lucro Um raio X inédito feito pela Serasa com base nos demonstrativos contábeis de 32 mil pequenas e médias empresas mostra faturamento em fase de crescimento, mas lucro baixo travando investimentos. O estudo completa a análise do desempenho das empresas brasileiras, iniciada com o levantamento das grandes empresas, nos três setores, na última década.
N
os últimos dez anos, período do estudo realizado pela Serasa, houve fortalecimento financeiro das pequenas e médias empresas, expresso na melhoria da capacidade de geração de caixa. O faturamento, por sua vez, mesmo tendo crescido acima da inflação, estacionou nos últimos 3 anos. Porém, para 2004, verifica-se uma alteração do cenário com a retomada do crescimento, o que poderá ter reflexo positivo no desempenho das pequenas e médias empresas. O faturamento líquido das empresas do comércio, da indústria e de serviços registrou crescimento real de 49,5% entre 1994 e 2003. Segundo a pesquisa da Serasa, a expansão do faturamento foi impulsionada pelo comércio e pelos serviços, com evolução de 64,9% e 54,1%, respectivamente. O segmento industrial registrou 34,6% de variação no período. Os técnicos da Serasa observaram que a menor utilização de recursos do sistema financeiro por causa dos juros
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elevados, que inibiram as pequenas e médias empresas a tomar crédito, provocou uma desvantagem quando comparadas às grandes empresas que, por terem maior facilidade de acesso a crédito, puderam investir em automação para permitir controle mais eficaz dos estoques, melhora dos processos de qualidade, padronização das operações entre clientes e fornecedores e agilidade nos processos de logística. Por força dessa circunstância, as pequenas e médias tiveram menor despesa financeira e puderam operar com lucro ao longo de toda a década, embora apresentando estreita rentabilidade das vendas. Já as grandes empresas oscilaram momentos de alta lucratividade com outros de prejuízo. Os lucros contínuos ao longo da década garantiram para as pequenas e médias empresas maior cobertura de dívidas pela geração de caixa, medida pelo Ebitda: em 2001 elas precisariam de 8 anos para pagar suas dívidas e fecharam a década necessitando de 5,9 anos. Três ciclos O estudo da Serasa identificou três importantes ciclos no período de 1994 a 2004: o primeiro ciclo, denominado Estabilidade Monetária, começa em 1994 e vai até 1996; o segundo, de 1997 a 1999, foi chamado de Crises Internacionais; e o terceiro ciclo, de 2001 até 2003, intitulado Crises Internas. O ano de 2000 foi tratado isoladamente pelo fato de a economia ter apresentado desempenho ímpar em relação aos demais ciclos. O primeiro ciclo teve dois fatores principais. Um deles foi o processo de estabilização da moeda, que eliminou o imposto inflacionário e inseriu um maior número de consumidores no mercado, causando uma alavancagem no faturamento das empresas e elevando o patamar de toda a economia. O outro foi
a ampliação do processo de abertura da economia, iniciado no governo Collor, que fez com que as empresas brasileiras fossem submetidas a uma concorrência mais intensa. O faturamento do comércio e dos serviços foi favorecido no primeiro ciclo do Plano Real; situação contrária à verificada na indústria, penalizada pelo grande volume de importações de produtos manufaturados, devido à redução das taxas alfandegárias e à apreciação cambial. De 1994 a 1996 as vendas dos três setores analisados cresceram 35,6% e foi o período de maior crescimento dos 10 anos do Plano Real. Neste período a geração de caixa das empresas, medida pelo Ebitda, apresentou queda causada principalmente pela redução da inflação, que camuflava a ineficiência da gestão. Observando a lucratividade, nota-se um grande crescimento em 1994, em função dos aumentos nos preços; forte queda em 1995, em função da elevada inadimplência; e retorno do lucro em 1996, embora em patamares bem menores. O segundo ciclo (1997-1999) foi caracterizado pelas crises financeiras dos países do Sudeste asiático, pela moratória da Rússia, elevação das taxas de juros, agravamento das contas externas, obrigando o país a fazer o Acordo Preventivo com o FMI, e pela mudança do regime cambial, com adoção do câmbio flutuante. Este cenário adverso prejudicou o faturamento das pequenas e médias empresas, que cresceu 5,4% no período, ante os 35,6% do ciclo anterior. O comércio e a indústria cresceram, respectivamente, somente 3,5% e 3,4% nos 3 anos deste ciclo, ante 48% e 21,5% do ciclo anterior. O setor de serviços, mesmo tendo crescido 10,1% nesse ciclo, ainda ficou muito abaixo dos 40,9% do ciclo anterior. Em 1997 e 1998 o setor cresceu 8,8%
baixo e 8,5%, respectivamente, puxado principalmente pelo segmento da construção civil. Em 1999, com queda de 6,7%, a paralisação de inúmeras obras públicas e a elevação das taxas de juros neutralizaram parte do crescimento obtido nos anos anteriores, contribuindo para a obtenção deste resultado menor no ciclo. O ano 2000 foi marcado pela excelente dinâmica da economia brasileira, caracterizada pelo bom desempenho das exportações, continuidade das expectativas positivas dos consumidores, melhora do nível de emprego, redução das taxas de juros, queda da inadimplência e maior volume de crédito concedido, fatores que garantiram o aumento dos negócios nos três setores. O impacto no desempenho das pequenas e médias empresas foi direto, refletindo-se em crescimento do faturamento (3,7% no ano), na geração de caixa, medida pelo Ebitda, e no maior patamar da lucratividade, que passou de 1,5% para 2% do faturamento. Impulsionado pelo maior volume de negócios, o endividamento passou do patamar de 100% para 124% em relação do patrimônio líquido. O terceiro ciclo (2001-2003) foi caracterizado pela menor taxa de crescimento no faturamento das pequenas e médias empresas, quando comparada aos outros ciclos, tendo evoluído 1,4% no período, em razão dos seguintes fatores: racionamento de energia elétrica, crise financeira da Argentina, elevação da taxa de câmbio, desaceleração da economia mundial, menor nível de atividade econômica, perda de poder aquisitivo da população, alto índice de desemprego, restrições creditícias, incertezas geradas pela eleição presidencial e altas taxas de juros. No que se refere a resultados, o melhor controle dos custos e despesas operacionais contribuiu para uma
discreta elevação no nível da geração de caixa, medida pelo Ebitda, que se refletiu numa elevação da rentabilidade das pequenas e médias empresas. Esta rentabilidade de 3,3% do faturamento, obtida em 2003, só é menor que os 5% obtidos em 1994 no início do Plano Real. A elevação dos níveis de endividamento bancário, que passou do patamar de 31% para 39% do patrimônio líquido, não impactou os resultados, em função da redução das taxas de juros no ano. Para os técnicos da Serasa, a menor utilização de recursos do sistema financeiro pelas pequenas e médias
empresas foi um dos fatores importantes que contribuíram para a limitação dos negócios nos últimos 10 anos. O fato de o desempenho das maiores empresas ter sido melhor, em grande parte, pode ser explicado pela sua estrutura de capitais, cuja maior alavancagem, fruto do acesso a linhas de crédito com custos mais acessíveis, é a base para expandir negócios. O grande desafio é encontrar caminhos para que as pequenas e médias empresas, responsáveis pela maior parte dos empregos gerados no Brasil, possam ter acesso a linhas de crédito com custos mais acessíveis.
Guia do Empreendedor Análise Econômica
Ajuste moderado
2004
DIVULGAÇÃO
A atual política monetária do Banco Central vem gerando debates na sociedade. O Comitê de Política Monetária (Copom) opta por uma condução dos juros para o desenvolvimento sustentado, através de um rígido controle inflacionário. Essa política é utilizada pelas principais autoridades monetárias, como os Estados Unidos e a Europa e, no Brasil, vem sendo praticada desde a implantação do Plano Real, em 1994. Na última reunião do Copom, realizada em meados de setembro, optou-se em elevar a taxa Selic (juros básicos da economia) em 0,25 ponto percentual, colocando a taxa em 16,25% a.a. Muitos analistas já colocam altas graduais de 0,25 ponto percentual até o final do ano, ou seja, fecharíamos com uma taxa de 17% a.a. em dezembro. Mas, para combater essa tese, os índices de inflação voltaram a registrar números abaixo das expectativas. A idéia do Copom, segundo suas próprias informações divulgadas na ata da última reunião, é promover um “ajuste moderado” na condução da política monetária. Essa medida, porém, gera algumas dúvidas, já que o próprio Banco Central admite não estarmos presenciando uma pressão por demanda. O tão comentado Outubro – Empreendedor
O crescimento do país não é obra exclusiva do Banco Central, pois depende do trabalho dos políticos e da melhoria das questões estruturais “ajuste moderado”, então, pode cessar mais rapidamente do que o mercado financeiro vem projetando. Ainda para completar essa possibilidade de manutenção da taxa Selic no atual nível no último trimestre, a taxa de câmbio deverá permanecer em um patamar favorável. Para que tivéssemos um repique inflacionário, precisaríamos de um repasse dos preços no atacado para o varejo, e não estamos vendo isso. Estaria então o Banco Central se precavendo de uma situação futura incômoda? A economia vem em uma recuperação forte e o preço do petróleo no mercado internacional continua preocupando. Além disso os preços da Petrobras estão defasados e após as eleições poderemos ter um aumento dos combustíveis. Mesmo assim, um aumento de 10% na gasolina teria um impacto de 0,30% na inflação, o que não é nada trágico. Combater a inflação continuará sendo o foco do Banco Central, pois a política monetária precisar ser sempre ativa e, para isso, é necessário agir antes dos movimentos dos preços. Em setembro o governo anunciou que vai perseguir uma inflação de 5,1% no próximo ano, e não mais 4,5%, como fora estipulado na reunião do Conselho Monetário Nacio-
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nal em junho. O BC projeta uma inflação por inércia em 2005 de 0,9%, porém, anunciou que vai combater somente um terço dessa alta, por isso o acréscimo de 0,6% na meta anterior. O aumento de superávit primário de 4,25% do PIB para 4,50% também merece destaque. Essa medida, mesmo assim, é complementar à política monetária no combate à inflação, não devendo ser interpretada como solução ou de sinalização de que os juros não vão subir mais neste ano. Mas seria incoerente cobrar exclusivamente do Banco Central o nível de crescimento do país. O Brasil precisa avançar em questões estruturais, como na aprovação das Parcerias Público-Privadas e na regulamentação setorial que leve benefício para a sociedade e credibilidade frente ao investidor estrangeiro, caso contrário o capital será sempre de curto prazo, ou melhor, especulativo, o que gera a tão falada vulnerabilidade externa. Dessa forma, é necessária uma maior maturidade política e que as autoridades, realmente, pensem no avanço do país.
A driano Mar ques de Sousa Marques Analista de mercado da Leme Investimentos
Indicadores
Carteira teórica Ibovespa NOME/TIPO AÇÃO
VARIAÇÃO % ANO (ATÉ 31/07/2004)
1,44 2,60 0,86 2,70 3,42 0,53 0,85 0,41 1,63 2,44 1,45 1,40 0,94 0,19 3,28 0,65 0,48 1,71 0,82 1,45 3,58 0,96 0,60 1,58 1,13 3,36 2,39 100,00 0,36 1,13 0,60 0,27 2,07 2,83 9,68 0,99 2,96 1,26 0,62 0,39 1,11 1,90 0,32 1,06 1,35 1,17 11,17 1,11 3,29 0,63 0,165 0,40 3,68 1,33 4,18 1,14
104,29 -10,23 -7,39 14,57 0,46 32,54 10,75 13,29 -13,60 -23,14 42,41 41,73 29,63 40,70 20,04 -2,93 30,13 -23,56 8,10 -4,86 1,71 4,40 -25,76 -24,63 5,96 -33,88 61,16 4,54 26,64 14,23 36,80 -24,72 -36,26 26,35 26,23 -13,75 21,52 26,99 10,43 12,37 0,52 4,61 9,88 -9,16 -4,74 7,84 -12,61 -13,94 -8,06 15,00 18,43 -11,07 34,26 15,20 13,48 11,39
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Inflação
(%)
Índice IGP -M IGP-M IGP -DI IGP-DI IPCA (agosto) IPC - Fipe
Setembro Ano 0,69 10,25 0,48 10,06 0,69 5,14 0,21 4,62
Juros/Aplicação Outubro 1,24 1,25 0,67 1,12 0,26
CDI Selic Poupança CDB pré 30 Ouro BM&F
(%)
Ano 11,72 11,78 6,00 10,55 -0,26
Indicadores imobiliários (%) CUB SP TR
Setembro 0,61 0,17
Ano 7,18 1,35
Juros/Crédito Outubro 06/out Desconto 2,40 Factoring 4,50 Hot Money 3,50 Giro Pré (*) 3,00
(em % mês) Outubro 05/out 2,40 4,51 3,50 3,00
(*= taxa ano)
Câmbio (em 06/10/2004) Cotação Dólar Comercial Ptax R$ 2,8410 US$ 1,2277 Euro Iene US$ 111,35
Mercados futuros (em 06/10/2004) Novembro Dezembro Janeiro Dólar R$ 2,867 R$ 2,900 R$ 2,938 Juros DI 16,29% 16,49% 16,71% (em 13/07/2004) Outubro Ibovespa Futuro 24.033
Dezembro Fevereiro 24.623
25.302
Empreendedor – Outubro
2004
Acesita PN Ambev PN Aracruz PNB Bco Itau Hold Finan PN Bradesco PN Bradespar PN Brasil ON Brasil T Par ON Brasil T Par PN Brasil Telecom PN Braskem PNA Caemi PN Celesc PNB Cemig ON Cemig PN Cesp PN Comgas PNA Copel PNB CRT Celular PNA Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo Metropo PN Embraer ON Embraer PN Embratel Part ON Embratel Part PN Gerdau PN Ibovespa Ipiranga Pet PN Itausa PN Klabin PN Light ON Net PN Petrobras ON Petrobras PN Sabesp ON Sid Nacional ON Sid Tubarao PN Souza Cruz ON Tele Celular Sul ON Tele Celular Sul PN Tele Centroeste Cel PN Tele Leste Celular PN Tele Nordeste Celul PN Telemar Norte Leste PNA Telemar-Tele NL Par ON Telemar-Tele NL Par PN Telemig Celul Part PN Telesp Cel Part PN Telesp Operac PN Tractebel ON Transmissao Paulist PN Usiminas PNA Vale Rio Doce ON Vale Rio Doce PNA Votorantim C P PN
PARTICIPAÇÃO IBOVESPA
Guia do Empreendedor Agenda DE 21/10 A 23/10/2004
DE 06/10 A 17/10/2004
FEIRASUL’2004 11ª Feira Industrial, Comercial e Agropecuária & 20ª Oktoberfest Parque da Oktoberfest Santa Cruz do Sul – RS Fone: (51) 3715-6844
PREDIAL – FEIRA DO SÍNDICO
4ª Feira da Segurança, da Automação e da Manutenção Predial Frei Caneca Shopping & Convention Center São Paulo – SP Fone: (11) 5585-4355 DE 21/10 A 23/10/2004
DE 09/10 A 17/10/2004
EXPOTOLEDO
XXIV Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial de Toledo Centro de Eventos Ismael Sperafico Toledo – PR Fone: (45) 278-5252
INTERGIFT PRESENTES E BENS DE CONSUMO 10ª Feira de Presentes Nacionais e Importados Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 4446-7700
DE 14/10 A 24/10/2004
23º SALÃO INTERNACIONAL DO AUTOMÓVEL
FENART
Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi São Paulo – SP Fone: (11) 3826-9111
XXXI Feira Nacional de Artesanato Pavilhão de Promoções Presidente Juscelino Kubitschek Miguel Pereira – RJ Fone: (24) 2484-1234
DE 20/10 A 22/10/2004
III SINTAG Simpósio Internacional sobre Técnicas de Aplicação de Agrotóxicos Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp Botucatu – SP Fone: (11) 4582-8155 DE 20/10 A 22/10/2004
COUROVISÃO 2004 Feira Internacional de Couros, Químicos, Componentes e Acessórios para Calçados e Artefatos Parque de Exposições Fenac Novo Hamburgo – RS Fone: (51) 587-3366 DE 20/10 A 22/10/2004
PORK EXPO 2004 & II CONGRESSO LATINO AMERICANO DE SUINOCULTURA Hotel Mabu Thermas & Resort Foz do Iguaçu – PR Fone: (19) 3269-0111 DE 21/10 A 23/10/2004
ABAV’2004
2004
DE 23/10 A 03/11/2004
32ª Exposição de Turismo XXXII Congresso Brasileiro de Agências de Viagens Pavilhão de Exposições do Riocentro Rio de Janeiro – RJ Fone: (11) 3231-3077 Outubro – Empreendedor
DE 25/10 A 28/10/2004
FUTURECOM’2004
6ª Exposição de Produtos e Serviços de Telecomunicações Centro de Convenções de Florianópolis Florianópolis – SC Fone: (41) 329-2237 DE 26/10 A 30/10/2004
DE 29/10 A 31/11/2004
FIMAI’2004 & SIMAI’2004
5ª Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial e V Seminário Internacional de Meio Ambiente Industrial Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 3917-2878 DE 29/10 A 01/11/2004
15ª EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS PARA A INDÚSTRIA QUÍMICA, FARMACÊUTICA E COSMÉTICA Centro de Convenções de Fortaleza Fortaleza – CE Fone: (85) 268-3426
DE 30/10 A 02/11/2004
3ª FEIRA BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA & XXXVI CONGRESSO BRASILEIRO DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA Pavilhão de Exposições do Riocentro Rio de Janeiro – RJ Fone: (11) 3887-7772
DE 30/10 A 02/11/2004
FEISMA
XIX Feira Industrial de Santa Maria Centro Desportivo Municipal Santa Maria – RS Fone: (55) 222-7600
EXPOMILK
Exposição Nacional da Pecuária Leiteira e Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP Fone: (11) 5073-7799 DE 27/10 A 29/10/2004
2ª FEIRA BRASILEIRA DE PRÁTICAS CORPORATIVAS, GOVERNAMENTAIS E NÃO-GOVERNAMENTAIS ITM Expo São Paulo – SP Fone: (51) 594-6300
DE 27/10 A 29/10/2004
FIECOTUR 2004
Feira Internacional de Ecoturismo Pavilhão Verde do Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 3864-3749
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DE 02/11 A 06/11/2004
CONSTRUIR
9ª Feira Internacional da Construção, Engenharia e Arquitetura Pavilhão de Exposições do Riocentro Rio de Janeiro – RJ Fone: (21) 2495-1301 DE 05/11 A 14/11/2004
MOBILIAR’2004
9ª Feira de Móveis do Paraná Centro de Exposições de Curitiba Curitiba – PR Fone: (41) 335-3377 DE 09/11 A 11/11/2004
FEPAL
6ª Feira de Equipamentos e Produtos para Alimentação Centro de Exposições da Fiergs Porto Alegre – RS Fone: (51) 582-4921