Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Marketing e Comercialização José Lamônica [lamonica@empreendedor .com.br]
Nesta Novembro/2004
Redação Editor-Executivo: Nei Duclós [redacao@empreendedor.com.br] Repórteres: Alexsandro Vanin, Carol Herling, Fábio Mayer e Sara Caprario Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Lauro Maeda e Arquivo Empreendedor Produção e Arquivo: Carol Herling Foto da capa: Grupo Keystone Revisão: José Renato de Faria
Valor Paixão de resultados
São Paulo Diretor de Marketing e Comercialização: José Lamônica Executivo de Contas: Edson Ramão Rua Sabará, 566, 9º andar, cj. 92 01239-010 - São Paulo - SP Fones: (11) 3214-5938/3214-6093 [empreendedorsp@uol.com.br]
GRUPO KEYSTONE
Escritórios Regionais
Trabalhar com gosto
Rio de Janeiro Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] Rua da Quitanda, 20, grupo 401 - Centro 20011-030 - Rio de Janeiro - RJ Fone/Fax: (21) 2252-5788
Paraná [comercial@merconet.srv.br] Ricardo Takiguti Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - cj. 01 - Boa Vista 82560-460 - Curitiba - PR Fone/Fax: (41) 257-9053 Rio Grande do Sul [camargo_ag@terra.com.br] Alberto Gomes Camargo Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu 91380-010 - Porto Alegre - RS Fone: (51) 3340-9116/9918-4604 Pernambuco [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem 51021-310 - Recife - PE Fone: (81) 3327-3384/3327-9430 Minas Gerais [comercial@sbfpublicidade.com.br] SBF Representações/Sérgio Bernardes de Faria Av. Getúlio Vargas, 1300, 17º andar, cj. 1704 30112-021 - Belo Horizonte - MG Fone: (31) 3261-2700
Produção gráfica Impressão e Acabamento: Coan Indústria Gráfica Distribuição: Fernando Chinaglia S.A. (São Paulo) Empreendedor.com
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http://www.empreendedor.com.br
ANER Novembro – Empreendedor
Gestão Entrevista DIVULGAÇÃO
Serviço de Atendimento ao Assinante Diretora: Clementina P. da Silva Gerente: Luzia Correa Weiss Fone: 0800 48 0004 [assine@empreendedor.com.br]
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Há todo tipo de empreendedor apaixonado pelo que faz. Nos exemplos selecionados, há os que acreditam que qualidade de vida é trabalhar muito, como é o caso do Raul Anselmo Randon, que optou por fabricar queijo depois de uma longa lista de negócios bem-sucedidos.
Brasília [jcz@forumci.com.br] Ulysses C. B. Cava SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial Bloco C, cj. 330 70140-907 - Brasília - DF Fone: (61) 426-7315
Assinaturas
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Vida melhor e mais saudável é o primeiro resultado de uma opção pelo empreendimento que se sintoniza com o gosto, a paixão e o prazer de quem abre um negócio por conta própria. E há ainda o lucro, pois a paixão é percebida quase que imediatamente pelos clientes e é capaz de transformar idéias e projetos numa realidade prazerosa. Isso contribui para conseguir mais resultados favoráveis e nortear a empresa para um rumo vitorioso.
Sedes
Florianópolis Executivo de Contas: Waldyr de Souza Junior [wsouza@empreendedor.com.br] Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss Av. Osmar Cunha, 183, Ceisa Center, bl. C, 9º andar 88015-900 - Florianópolis - SC Fone: (48) 224-4441
edição
DIVULGAÇÃO
A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor
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Paulo Veras , fundador da Tesla, uma das maiores empresas brasileiras prestadoras de serviço para e-business, e do GuiaSP, site de entretenimento, além de autor do livro Por Dentro da Bolha, fala nesta entrevista sobre a importância de empreender por oportunidade, opção e gosto. Mostra como fomentar a cultura empreendedora no país e diz qual é o papel das escolas e do Instituto Empreender Endeavor, do qual é diretor de Operações desde outubro, para incentivar essa prática no Brasil.
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Inovação
Franquia Total
A multiplicação das ofertas
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As telecomunicações oferecem oportunidades tanto para grandes operadoras quanto para pequenas a grandes empresas. As maiores, como Siemens e Qualcomm, ocupam-se de aparelhos e tecnologias de transmissão, e as menores, como Compera, Sascar e WIZ Technologies, desenvolvem aplicativos úteis para operadoras expandirem a atuação na área corporativa e de entretenimento, que oferecem maior potencial de crescimento e retorno.
Visão prudente do futuro
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A Nexxera investe 15% do faturamento em P&D e compromete-se com o resultado do cliente. Os recursos são aplicados em pesquisas de mercado (perfil e tendências) e no desenvolvimento de projetos de novas soluções de transporte eletrônico de dados (EDI) e de tecnologia de informação (TI) na área financeira que contribuem para a redução de custos, melhoria e aumento da performance de processos e incremento da rentabilidade. Atualmente ela possui seis projetos em fase embrionária e dez prontos para serem lançados até 2007.
GUIA DO EMPREENDEDOR
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Rede de estímulos Motivar os franqueados é uma preocupação das franquias, que estabelecem algumas ações a favor do trabalho em equipe e o estímulo do uso de novas ferramentas para alcançar resultados. A base desse trabalho é o estudo dos diferenciais para propor alternativas, a coordenação pedagógica para a orientação eficaz e a interação rápida no trabalho administrativo. Consultores especializados garantem que a construção da confiança e a do clima amigável são fatores que se refletem no aumento da auto-estima e garantem o prazer nas realizações. A apresentação de novidades, as discussões sobre procedimentos e as sugestões para o desenvolvimento das unidades fazem parte desse processo de crescimento mútuo.
LEIA TAMBÉM Cartas ................................ 7 Empreendedores ............. 10 Não Durma no Ponto ....... 14 Pequenas Notáveis ......... 56 Empreendedor – Novembro
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Produtos e Serviços ..................................................... 72 Do Lado da Lei.............................................................. 75 Leitura ........................................................................... 76 Análise Econômica ....................................................... 80 Indicadores ................................................................... 81 Agenda ........................................................................... 82
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Editorial
de Empreendedor para Empreendedor
Assinaturas Para assinar a revista Empreendedor ou solicitar os serviços ao assinante, ligue 0800 48 0004. O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 72. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 16,7%, pagando somente R$ 60. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30min. Se preferir, faça sua solicitação de assinatura pela internet (www.empreendedor.com.br) ou pelo e-mail assine@empreendedor.com.br.
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Reprints editoriais É possível solicitar reimpressões de reportagens das revistas da Editora Empreendedor (mínimo de 1.000 unidades)
Internet Anote nossos endereços na grande rede: http://www.empreendedor.com.br redacao@empreendedor.com.br
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Correspondência As cartas para as revistas Empreendedor, Jovem Empreendedor, Revista do Varejo, Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de Franquias, publicações da Editora Empreendedor, podem ser enviadas para qualquer um dos endereços abaixo: São Paulo: Rua Sabará, 566 - cj. 92 CEP 01239-010 - São Paulo - SP Rio de Janeiro: Rua da Quitanda, 20, gp. 401 - Centro - 20011-030 - Rio de Janeiro - RJ Brasília: SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial - Bloco C - cj. 330 - CEP 70140-907 - Brasília - DF Rio Grande do Sul: Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itú - 91380-010 - Porto Alegre - RS Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 - Bloco C - cj. 902 - CEP 88015-900 Florianópolis - SC Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - Cj. 01 - Boa Vista 82560-460 - Curitiba - PR Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem - CEP 51021-310 - Recife - PE Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300, 17º andar, cj. 1704 CEP 30112-021 - Belo Horizonte- MG Os artigos deverão conter nome completo, assinatura, telefone e RG do autor, e estarão sujeitos, em função do espaço, aos ajustes que os editores julgarem necessários.
Novembro – Empreendedor
A
s atividades profissionais são, tradicionalmente, vinculadas ao sacrifício. Isso tem mudado, mas não de maneira satisfatória. O gosto de fazer continua ainda sendo ligado ao hobby, ao lazer, à superficialidade. E fazer com gosto enfrenta algumas ameaças, como se o prazer, a paixão, a conexão com o sonho fossem fatores perigosos, alienantes. Acertar na escolha do negócio pode, como provamos nesta edição, ser um fator de sucesso profissional, desde que o gosto continue sendo identificado com a seriedade, o esforço, a vontade. E, o que é mais importante, seja vinculado às estratégias empresariais. Não se trata, portanto, de deixar-se enganar pelo sonho, mas fazer dele o insumo, o impulso para uma vida melhor, mais prazerosa, e igualmente produtiva. Trata-se de uma escolha difícil, não pela identificação do que cada um sabe fazer melhor, pois isso costuma ficar claro para a maioria das pessoas. Mas por apostar que aquele é o caminho certo. O que se perde com isso? Pelos vários exemplos que apresentamos aqui, perde-se princi-
palmente uma vida monótona, burocrática, sem perspectivas. A falta de gosto pelas atividades às quais nos dedicamos a maior parte do dia é, sim, um fator potencial de insucesso. O contrário serve como estímulo: no momento em que o advogado deixou de submeter-se aos meandros dos processos para ir plantar melão no Nordeste, ou em que a executiva abandou uma carreira para abraçar uma empresa familiar, houve um salto na vida pessoal desses corajosos empreendedores e suas opções criativas. Dedicar-se ao que mais gosta significa eliminar aquela barreira comum existente entre vida pessoal e profissional. É repetir o que Nilton Santos, o célebre craque da seleção brasileira campeã do mundo, dizia: “E ainda nos pagam para fazer isso!” Some no ar, assim, o conceito de alienação, tão caro às pessoas que sempre quiseram mudar o mundo, e que compreende o trabalho sem sintonia com a pessoa que o exerce. Romper com essa dissociação significa abraçar o que há de mais precioso na vida dos empreendedores.
CARTAS PARA A REDAÇÃO Correspondências por e-mail devem ser enviadas para redacao@empreendedor.com.br. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do estado de onde está escrevendo.
CEDOC O Centro de Documentação (CEDOC) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar contato pelo telefone (48) 224-4441 ou por e-mail (imagem@empreendedor.com.br).
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Cartas Dez anos Parabéns pelos dez anos da Empreendedor. Faço votos para que a revista continue prestando os bons serviços a todos aqueles que, como eu, tomaram coragem de abrir um negócio próprio. Vemos na Empreendedor uma aliada e uma companheira desta viagem. Luciana Antares Botelho
São Paulo – SP
Burocracia Na entrevista exclusiva que o presidente Lula deu para esta revista na edição 120, ele comprometeu-se a desatar o nó da burocracia que atrapalha as atividades produtivas no Brasil. Não será uma tarefa fácil, pois as dificuldades existem porque devem agradar a alguns grupos. Como enfrentar altos interesses e ajudar a sociedade a gerar seus próprios empregos? Antonio Espíndola Gomes
Porto Alegre – RS
Revelações Gosto da aposta que a Empreendedor faz em pessoas pouco conhecidas fora do seu círculo pessoal e profissional. Revelar novos talentos nos negócios é um incentivo para quem ainda está em dúvida se abraça ou não uma nova vida. Martha Jandira Ferreira
Rio de Janeiro – RJ
Futuro Na reportagem “ Os nichos do futuro”, fiquei surpreso com a longevidade antevista pelos entrevistados em relação às atividades tradicionais. Sinal de que, por mais bits e bytes que movimentem o mundo, uma boa obra de construção civil ainda faz a diferença. João Silvano Artigas
Belo Horizonte – MG
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Empreendedor – Novembro
Entrevista
Com o brilho nos olhos Empreender por oportunidade, opção e gosto significa trabalhar com ousadia e apostar com mais certeza nos resultados Fábio Mayer
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DIVULGAÇÃO
por
Novembro – Empreendedor
Fundador da Tesla, uma das maiores empresas brasileiras prestadoras de serviço para e-business, e do GuiaSP, site de entretenimento, além de autor do livro Por Dentro da Bolha, Paulo Veras fala nesta entrevista sobre a importância de empreender por oportunidade, opção e gosto. Mostra como fomentar a cultura empreendedora no país e diz qual é o papel das escolas e do Instituto Empreender Endeavor, do qual é diretor de Operações desde outubro, para incentivar essa prática no Brasil. Ele é graduado em Engenharia Mecatrônica pela Escola Politécnica da USP e cursou o MBA do European Institute of Business Administration (Insead), na França. A Endeavor é uma organização sem fins lucrativos que apóia o empreendedorismo inovador como forma de desenvolvimento sócio-econômico. Para Veras, o “brilho nos olhos” significa ousadia e mais comprometimento com o próprio negócio. O empreendedor se dedica e aprende com mais vontade e facilidade quando se trata de assuntos de seu interesse. “Esses empreendedores conseguem montar e incentivar um grande time de colaboradores, viabilizar parcerias e investimentos e, claro, conseguir clientes”, diz nesta entrevista em que dá o roteiro de quem opta por mais qualidade de vida ao atender a voz interna da vocação.
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Empreendedor – No Brasil, 54% dos empreendedores começam um novo negócio porque enxergam uma oportunidade no mercado, conforme dados da Global Enterpreneurship Monitor (GEM). Como o empreendedor pode identificar uma oportunidade de negócio?
Paulo Veras – As oportunidades podem ser identificadas no dia-a-dia, vivenciando negócios e trocando idéias com muitas pessoas. Boas oportunidades dificilmente caem no colo de pessoas despreparadas. Há um ditado em inglês que traduz isso: a sorte vem para quem está preparado (chance comes to the prepared mind). Em geral, quem identifica uma oportunidade conhece muito bem um mercado ou uma tecnologia e percebe uma lacuna que pode ser explorada. A identificação de boas oportunidades exige esforço e muita pesquisa, para entender os pontos atrativos e os obstáculos e avaliar o potencial de sucesso. Empreendedor – De que forma a identificação de uma oportunidade de negócio pode ajudar na taxa de sobrevivência das empresas no Brasil?
Veras – Pode ajudar muito. Acreditamos que a oportunidade deve ser real e promissora para que os recursos investidos (seja em tempo, dinheiro ou qualquer outra forma) tenham uma melhor chance de retorno. Uma oportunidade ruim na base acaba sempre levando à mortalidade das empresas. Não adianta começar com uma base falha, pois a empresa não irá prosperar. Empreendedor – O que é neces-
“O comprometimento sário priorizar no planejamento de uma empresa para que o negócio seja bem-sucedido?
Veras – É necessário um conhecimento do negócio em seus aspectos práticos, mas também na parte financeira básica. Nenhum negócio funciona sem gerar as receitas que justifiquem as despesas. O exercício de escrever um plano de negócios completo é importante para explorar todas as facetas, como fluxo de caixa, mercado, concorrência e estratégias de crescimento. Muitas pessoas planejam bem a produção, mas não consideram o tempo necessário até levar um produto ou serviço ao mercado, e acabam sem caixa antes mesmo de iniciar as vendas. Empreendedor – Mas em um país que está entre os cinco piores para se empreender, em comparação com o desempenho de 145 nações, de acordo com o relatório Fazendo Negócios 2005: Removendo Obstáculos ao Crescimento (Doing Business in 2005: Removing Obstacles to Growth), do Banco Mundial, como superar as dificuldades e ser bem-sucedido?
Veras – A chave para ser bem-sucedido é entender bem os lados positivos e negativos do negócio, e planejar de acordo com eles para que a execução tenha sucesso. Além disso, sempre é importante ter flexibilidade para adaptar os planos ao longo do caminho, já que sempre aprendemos mais sobre as oportunidades quando começamos a trabalhar com elas. É preciso tomar cuidado, entretanto, para não ficar planejando demais e executando de menos. É importante equilibrar muito bem as duas situações, já que a combinação de ambas é fundamental ao sucesso. Empreendedor – A relação entre empreender por oportunidade e ao mesmo tempo gostar do que se faz é a chave para o sucesso?
também passa uma sensação de segurança aos clientes”
do com muito mais profundidade sobre os assuntos de interesse. Isso torna muito mais fácil a identificação de boas oportunidades dentro do campo de interesse, o que resulta em chance de sucesso muito maior. Empreendedor – Até que ponto ter comprometimento com o próprio negócio e transparecer aos clientes o “brilho nos olhos”, características inerentes de quem gosta do que faz, é importante?
Veras – É fundamental, e vai muito além dos clientes. Os empreendedores com “o brilho nos olhos” conseguem trazer e contagiar um grande time de colaboradores, viabilizar parcerias e investimentos e, claro, conseguir clientes. Quem não gosta de conversar com alguém apaixonado pelo que faz? O comprometimento do empreendedor também passa uma sensação de segurança aos clientes, pois acreditam que mesmo que haja problemas ele se empenhará pessoalmente na solução satisfatória. Empreendedor – Na sua avaliação, qual o perfil do empreendedor de sucesso?
Veras – O perfil ideal soma atitude e técnica. Atitude é necessária para construir e motivar pessoas, além de fazer as coisas acontecerem. A técnica também é fundamental, pois não adianta nada ter muita vontade, mas não saber fazer. Tendo estes dois ingredientes fundamentais, o resto geralmente se acerta. Os perfis de vários empreendedores de sucesso apresentam grandes diferenças entre si, e não
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dá para apontar o ideal. Mas estas duas características são fundamentais. Empreendedor – Esse empreendedor busca a realização pessoal?
Veras – Em geral essa busca motiva a ação empreendedora. Dinheiro é muito importante, mas mesmo quem já fez fortuna continua no jogo, indicando claramente que a realização pessoal é um grande motor do empreendedorismo. Empreendedor – Essa é a melhor forma de fomentar a cultura empreendedora no país?
Veras – A Endeavor acredita em duas formas muito importantes: exemplos e disseminação de conhecimento. Elas compõem uma fórmula poderosa para fomentar a cultura empreendedora no país. Empreendedor – E as escolas podem ajudar nesse processo?
Veras – As escolas têm um papel muito importante para trazer uma série de recursos técnicos aos empreendedores, a exemplo dos conhecimentos de finanças e marketing. Cursos podem trazer um grande auxílio para suprir características menos desenvolvidas dos empreendedores. Ainda assim, é importante lembrar que os empreendedores de sucesso precisam de atitude e técnica para colher resultados positivos. Podemos traçar um paralelo com qualquer atividade esportiva: um piloto de automóveis pode ter boas qualidades para a profissão, mas precisa aprender sobre técnicas de pilotagem, mecânica e regras da competição. Todos têm que estudar para se aperfeiçoar e tirar o melhor de si. E as escolas são fundamentais neste processo. Além dos recursos técnicos, as escolas têm também um papel de disseminar uma atitude empreendedora. O mesmo conteúdo pode ser transmitido de forma puramente técnica ou de uma forma mais prática considerando aspectos de custos ou recursos para implantação, por exemplo. Isso pode ser abordado de certa maneira por todo o corpo docente durante as aulas. Empreendedor – Novembro
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Veras – Quem gosta do que faz se dedica muito mais, e acaba aprenden-
do empreendedor
Vera Bernardes de Moura
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Transformar idéias em realidade “A meta da Endereço Certo é analisar os projetos de marketing dos clientes e transformá-los em realidade”, diz Vera Bernardes de Moura, diretora de Operações da agência. A análise envolve inclusive a questão do orçamento, com a proposição de soluções para viabilizar a campanha dentro da verba disponível. Entre as atividades realizadas pela Endereço Certo estão sorteios (assessoria jurídica, coleta e armazenagem de cupons, telegramas aos contemplados e transferência de carros para os premiados), separação e distribuição de material promocional de clientes, pesquisa com coleta de dados e tabulação e cadastramento de clientes em banco de dados, entre outros serviços. Para isso a empresa conta com 300 funcionários e uma rede de fornecedores cadastrados para serviços avulsos, além de depósitos e estrutura de transportes. A Endereço Certo atua desde 2000 na área de operação logística nos três estados do Sul do país, atendendo empresas como Vonpar, Sonae, TIM, Fininvest e Paquetá. Vera trabalha há anos na área de marketing, principalmente no desenvolvimento de ações de lançamento de produtos de várias empresas do país. Ela é pós-graduada em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e marketing (ESPM) e em Administração de Recursos Humanos pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). www.enderecocerto.com.br Novembro – Empreendedor
Gerson Appel
DIVULGAÇÃO SIMONE RABUSKE
Remédio faz mal? Informe-se Os problemas causados pelo uso de mais de um remédio ao mesmo tempo atingem cerca de 20% dos brasileiros, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A múltipla prescrição médica pode provocar as chamadas interações medicamentosas, que tanto podem ser um simples malestar até crises alérgicas e intoxicações. Para prevenir esse tipo de problema, um serviço gratuito de grande impacto na saúde foi desenvolvido pelo farmacêutico Gerson Appel, fundador da Farmácia Dermus (pioneira no ramo de manipulação de remédios em Santa Catarina). Trata-se do Projeto AFIM (Assistência Farmacêutica de Interações Medicamentosas), que auxilia gratuitamente médicos e dentistas na hora de receitar medicamentos. A iniciativa, inédita no país, funciona como uma rede de informações. Os dados sobre milhares de medicamentos estão armazenados em um software, que é acessado pelos atendentes no momento da consulta telefônica. “O profissional que tem dúvidas na hora de indicar uma medicação para um paciente que utilize outros remédios tem uma resposta imediata, o que dá segurança ao médico e ao paciente”, diz Gerson Appel. Grande parte das dúvidas relatadas por profissionais da saúde é relacionada à indicação de remédios para diabéticos, hipertensos e cardíacos – pessoas que dependem de remédios de uso contínuo e, portanto, com mais chances de sofrerem uma interação medicamentosa. “Por isso, é importante conhecer os hábitos do paciente e estar informado sobre outros remédios que ele esteja tomando. Isso reduz conside-
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ravelmente as chances de uma intoxicação”, afirma Gerson. Para consolidar o projeto, a Farmácia Dermus busca apoio de patrocinadores para transformar o serviço em um 0800, o que reduziria os custos para os médicos e dentistas – que por enquanto pagam a ligação. “A idéia é expandir o serviço, para que mais profissionais possam ter acesso”, diz Gerson. O atendimento é prestado por uma equipe de farmacêuticos, que recebe treinamentos periódicos, e o programa é atualizado cada vez que um novo remédio é lançado, o que facilita a consulta. Para evitar casos de automedicação e intoxicações, o Projeto AFIM não é direcionado à população. “Apenas um médico sabe qual o remédio mais indicado para um determinado tratamento e, quando uma pessoa comum entra em contato conosco, sempre aconselhamos a buscar atendimento especializado”, diz Gerson. (48) 322-1029
Jorge Hassen
Internet sem fio no escritório caseiro Jorge Hassen, presidente da Telsinc, empresa especialista em tecnologia da informação, oferece uma nova solução para os internautas. Agora, acessar a internet com recursos de última geração e dispensando cabos não é mais privilégio de grandes corporações. A Telsinc passa a oferecer para micro e pequenas empresas, profissionais liberais e os chamados “usuários caseiros” a tecnologia Wireless, com equipamentos fabricados pela Linksys (divisão da Cisco Systems). “Com a simples instalação de access points (antenas) e cartões Wireless no computador, a pessoa pode navegar como, onde e quando quiser”, diz Hassen. O sistema permite, além da co-
nexão à internet sem cabos, acesso à rede local com compartilhamento e segurança dos dados, com rápida instalação e configuração do sistema. A troca de dados é feita em tempo real e o sistema funciona em qualquer lugar que possua antenas de cobertura para acesso à internet, permitindo a navegação em locais que já implementaram a tecnologia. “O acesso sem fio à internet e à própria rede local traz vantagens na agilidade de tráfego de informações. Em um futuro próximo, a comunicação sem fio poderá ser feita em todos os lugares”, diz Hassen. O preço médio do equipamento (antena Access Point WAP11 e o cartão Wireless WPC11) é de R$ 1.000, valor que a empresa afirma ser compatível com
a realidade do internauta brasileiro. A tecnologia também é indicada para pessoas e empresas que precisam montar redes de computadores com várias máquinas, mas que não podem perfurar as paredes ou instalar canaletas (como em prédios tombados pelo Patrimônio Histórico), e para quem viaja constantemente. O público-alvo da Telsinc é o profissional que trabalha em casa e que precisa da rede para desenvolver suas atividades. “O Home Office já é uma realidade para o mercado corporativo e, com as ferramentas disponíveis, os usuários domésticos já podem utilizar esses recursos de modo confiável e com aumento na produtividade”, afirma Hassen. (11) 5081-9640 www.telsinc.com.br
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Empreendedor – Novembro
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Carla Lannes
A grife criativa da economista Não adiantou Carla Lannes, 28 anos, procurar sua realização profissional por dez anos no mercado financeiro, divididos entre a graduação em Economia, o MBA em Finanças e o trabalho nos bancos. O divisor de águas foi um MBA em Negócios da Moda. E justamente no terreno explorado por sua família, de avô alfaiate e mãe proprietária de butique em Natividade, cidade do interior do Rio de Janeiro, é que a jovem resolveu empreender. Usando de criatividade nas coleções e na administração da empresa, integrante da Incubadora Cultural da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Carla criou a grife Antenada, dirigida ao público jovem. “Não tenho capital de giro, é preciso driblar a falta de dinheiro”, diz Carla. Além de proprietária e gestora do negócio, ela também é estilista – autodidata – e prepara-se para fazer um curso de modelagem, o que permitirá que os cortes sejam feitos por ela mesma. Com isso, ela diminui o custo e garante a qualidade do produto, pois uma de suas reclamações é a dificuldade de encontrar mão-de-obra especializada e qualificada. Restaria apenas a produção das peças, encaminhadas para uma facção.
O lançamento das coleções é um dos momentos mais importantes para uma grife, seja ela clássica, seja alternativa, como a Antenada. O custo, normalmente, é alto, pois é preciso contratar diversos profissionais, como modelos e produtores, e locar um espaço. A saída encontrada por Carla tem sido a realização dos desfiles no Baixo-Gávea, onde há uma grande concentração de jovens na rua nos domingos e feriados. Em outubro, quando foi lançada a coleção primaveraverão, malabaristas abriram espaço na multidão para que as modelos, que chegaram ao local em uma van, apresentassem as roupas. Todas as meninas eram de comunidades carentes – Cantagalo e Rocinha – e participaram de um curso ministrado por Luiza Brunet, em parceria com o Viva Rio e o Criança Esperança. “Tudo o que eu faço é alternativo”, diz Carla. A manutenção de um showroom também é onerosa, mas essencial para que lojistas possam conhecer de perto as peças da coleção – nesta estação com um tom romântico e delicado, com mistura de cores e de-
sign diferenciado. Nesse caso, Carla mantém as roupas de sua grife em exposição no Galeria Café, ambiente que agrega os conceitos de bazar, galeria e bar. Outra providência adotada desde que a primeira produção ficou pronta, no final de 2003, é a participação em feiras. “A Antenada serve como exemplo para outros empreendimentos, já que nos mostra como é possível consolidar uma marca mesmo com pouca infra-estrutura”, diz Julia Zardo, gerente da Incubadora Cultural. (21) 2274-6434
José Eduardo Fiates
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Incubadoras proliferam pelo país O número de incubadoras de empresas em atividade no país continua a crescer, a um índice de 37% em relação a 2003, conforme o Panorama das Incubadoras de Empresas e Parques Temáticos do Brasil, produzido pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), presidida por José Eduardo Fiates. O levantamento indica 280 incubadoras em operação, que mantêm Novembro – Empreendedor
sob seus cuidados 1,7 mil empreendimentos e já lançaram outras 1,4 mil empresas no mercado, gerando 28 mil postos de trabalho. A maior expansão ocorreu no Nordeste, onde o número de instituições passou de 24 em 2003 para 37 em 2004, uma variação de 55%. A razão do crescimento, segundo Fiates, devese à política adotada por entidades de incentivo ao empreendedorismo e ino-
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vação, como o Sebrae e a Finep, de privilegiar regiões menos desenvolvidas por meio de editais de financiamento. De acordo com o panorama , as incubadoras de base tecnológica representam praticamente a metade das instituições em funcionamento. As tradicionais (agroindústria, couro, calçados e têxtil, entre outros ramos) compõem 24% e as mistas, 21%. www.anprotec.org.br/(61) 3202-1555
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Empreendedor – Outubro
Não Durma no Ponto
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Tortura nunca mais! Você já deve ter participado daquelas sonolentas reuniões de resultados em que os relatórios econômico-financeiros são distribuídos para os participantes. Um relator narra os dados e a platéia apenas permanece no recinto, anestesiada. Cada participante luta bravamente contra o sono. E alguns nem sempre vencem o desafio. Sucumbem. Está certo que a tecnologia oferece recursos para manter as atenções acesas, mas não há antídoto ideal contra relatórios em projeção. Nem mesmo o datashow segura os bocejos. Ninguém se comunica. Catatônicos, todos fixam seus olhares vazios para o telão à sua frente. Números se embaralham num palheiro sem fim, sem sabor e nem significado. Quatro horas vazias. Sem uma só discussão construtiva! Nem mesmo sobre ações capazes de fazer o negócio progredir. Nada de idéias. Aprendizado zero. Os relatórios são distribuídos, mas seu destino é o ostracismo imediato em algum armário, de onde só devem sair como lixo durante a impiedosa limpeza do final do ano. Em síntese: puro desperdício de tempo e recursos. Uma avaliação de resultados precisa ser interativa, não pode ser uma sessão de tortura. Deve contemplar os fatos e sua versão, ou seja, o que cada um deduz e conclui das informações quantitativas e qualitativas que recebe. Uma boa avaliação de resultados deve provocar debate consistente, Novembro – Empreendedor
com a participação de todos, dispostos a dizer o que pensam e sentem, certos de que suas opiniões serão consideradas. É, sobretudo, um exercício de compartilhamento de percepções, de aprendizado, de aumento de compromisso e de criatividade. Existem mais informações nas mentes e nos sentimentos das pes-
“O objetivo não é trabalhar pelo dinheiro, mas fazer o dinheiro trabalhar para a empresa” soas que fazem os resultados do que nos números que tentam expressálos. Os números não traduzem toda a experiência, não identificam os bloqueios, não declaram as intuições, não denunciam as sensações subliminares, mas fundamentais para completar o quadro. O que se espera de uma avaliação de resultados é que os desafios sejam renovados, as prioridades, reforçadas ou revistas e as responsabilidades, claras e definidas. Algumas das questões abaixo não podem ser respondidas apenas com base nos números. É necessário contar com a percepção, os pensamentos, os sentimentos e a intuição daqueles que fazem
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os resultados. J Escolhemos as prioridades corretas? J Como o mercado reage? J O que o cliente acha disso tudo? J Como está o empenho da equipe de trabalho? J Os fornecedores estão alinhados com as nossas prioridades? J Nossos desafios são muito ambiciosos? Há que redefini-los? J Nossa estratégia nos fará ganhar dinheiro? J Quais são os nossos problemas-chave? J Os prazos estão adequados? Essa avaliação é mais um espaço importante de educação para o negócio e para os resultados. A hora dos números Os números são importantes, mas não devem ser o único foco em uma reunião de avaliação de resultados. O orçamento é uma ferramenta que pode (e deve) ser bem utilizada para que se chegue aos resultados pretendidos. Seu uso mais corrente é para fixar os custos e despesas. É comum ocupar-se mais tempo discutindo as despesas do que as receitas. Quem se atém aos gastos geralmente conclui que “não dá para comprar isso”. Utilize o orçamento para discutir as receitas por clientes, conjunto de clientes, mix de produtos, margens de contribuição e de cobertura. Quem se restringe às receitas indaga “o que posso fazer para comprar isso?”. No primeiro caso temos uma afirmação que elimina qualquer possibilidade, no segundo uma questão que estimula o
por Roberto Adami Tranjan Educador da Cempre Conhecimento & Educação Empresarial
pensamento e a criatividade. A discussão dos rateios das despesas é também uma sessão de tortura em muitas empresas. Alguns dirigentes até incentivam esse debate, dizendo que alguns departamentos possuem objetivos antagônicos por sua própria natureza. Galhofa! O que falta é visão de negócios. O orçamento elaborado de forma descentralizada e participativa proporciona sincronia entre as várias áreas e unidades de negócio da empresa. Todos compreendem que são dedos de uma mesma mão. O problema mais uma vez é que as pessoas querem ir cedo demais aos números ou mesmo fiquem fixadas apenas neles. Comece com algumas idéias de negócios, de vendas e lucro. Busque os pontos de congruência e os fatores geradores de riqueza. Desligue, momentaneamente, os microcomputadores. As planilhas eletrônicas ficam para o final, assim como as projeções econômico-financeiras. Lembre-se: o objetivo não é trabalhar pelo dinheiro, mas fazer o dinheiro trabalhar para a empresa.
A hora da comemoração Faça da sessão de avaliação dos resultados um momento de aprendizado e motivação, em vez de uma sessão de tortura. Evite que essa reunião seja um enfadonho rosário de cobranças pelos erros e pelos resultados não atingidos. Realce, sobretudo, os avanços e progressos, por menores que sejam. Lembre-se de que o desempenho organizacional é decorrente do desempenho humano. Este, por sua vez, resulta dos sentimentos de estima, motivação, confiança e competência no grupo. Esses são os ingredientes geradores de resultados. Produza essa infalível mescla, em reuniões educativas e estimulantes.
Linha Direta Roberto Adami Tranjan (11) 3873-1953 www.cempre.net roberto.tranjan@cempre.net
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A hora da recompensa É importante elogiar os bons desempenhos e comemorar os progressos. Se você quer que as pessoas produzam resultados específicos, relacione o desempenho à recompensa. Um bom sistema de recompensa é aquele que diz às pessoas o que é valorizado e reconhecido e é onde cada um deve se concentrar. Quando uma empresa premia sua equipe pelo desempenho, for-
talece a cultura voltada aos resultados. Isso funciona bem, principalmente quando a equipe possui uma boa educação para o negócio e para os resultados. A remuneração variável é uma ótima alternativa para correlacionar empenho/desempenho/recompensa. Ninguém se iluda, porém: todo o sistema de remuneração é imperfeito. A melhor forma de torná-lo mais justo é construí-lo de forma participativa. Sem a tentação de torná-lo definitivo. Recomenda-se que seja revisto a cada semestre e sempre que os objetivos estratégicos sejam reformulados.
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Empreendedor – Janeiro
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Apaixonados pelo que fazem O caminho mais gratificante para a realização pessoal e a qualidade de vida é concretizar um sonho acalentado pela vocação, pelo gosto de fazer bem feito. Esse é um apelo muito maior do que a pura necessidade de sobrevivência ou de aumento do patrimônio. É o que promove o sucesso de maneira mais completa e duradoura e que acaba envolvendo clientes e fornecedores, pois o entusiasmo não fica limitado às fronteiras da empresa e se espalha, como uma boa notícia sempre aguardada. por
Fábio Mayer Alexsandro Vanin e Carol Herling
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colaboraram
Novembro – Empreendedor
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Empreender com satisfação é o caminho mais curto para alcançar a qualidade de vida. A paixão pelo negócio é percebida quase que imediatamente pelos clientes e é capaz de transformar idéias e projetos numa realidade prazerosa. Contribui para conseguir resultados favoráveis e nortear a empresa para um rumo vitorioso. Traz o incentivo necessário para superar as dificuldades e progredir, ampliar a dedicação e comprometimento com o próprio negócio e transformar a busca pela informação e conhecimento sobre o mercado em anseio e realização pessoal. “É preciso que o empreendedor tenha o desejo e a vontade para sustentar o propósito”, afirma Luiz Fernando Garcia, consultor da ONU e autor do livro Pessoas de Resultado. Na visão de quem compra, ser atendido por alguém que gosta do que faz passa a percepção de que o atendimento será diferenciado, a qualidade garantida e as condições de preço e prazo se-
Qualidade de vida é... Gostar do que se faz Dedicar-se e comprometerse com o próprio negócio Trabalhar com vontade Atender com brilho nos olhos Buscar informações e coletar dados Planejar e conhecer o mercado Apostar em uma oportunidade viável Saber a hora de recuar
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Garcia: é preciso evitar a armadilha de trocar tudo por algo sem importância
Mas nem sempre a tentativa de guinada na vida dá o resultado esperado. Aqueles que empreenderam por necessidade não passaram de mera aventura, frustração ou mesmo foram um desastre. No Brasil, esse é um dos índices mais altos do mundo. Por estarem desempregados, vêem no empreendedorismo a solução dos problemas e nesse caso são pequenas as chances de o negócio dar certo. A maioria fecha em pouco mais de dois anos, principalmente porque não tem conhecimento do mercado em que atua. É comum também no país as pessoas virarem a mesa e depois de alguns anos terem que voltar atrás para retomar a vida de outra forma. Isso acontece, por exemplo, com quem acredita que ser dono de uma empresa é se livrar do patrão e do cartão-ponto, podendo ter liberdade e flexibilidade de horário. “A grande maioria cai na armadilha de trocar tudo por algo que não tem pertinência”, diz Garcia. Em vez de apenas um patrão, o empreendedor vai ter milhares muito mais severos no lugar, que são os clientes. Vai ser preciso tratá-los com muito mais respeito e dar-lhes sempre a razão, já que hoje eles têm muito mais opções de escolha de atendimento e de produto. “O Empreendedor – Novembro
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Seguir exemplos consagrados
rão os melhores possíveis. Funciona também como um exemplo a ser seguido e um incentivo que acaba contagiando todos os colaboradores. Sem essa sintonia fica mais difícil se destacar da concorrência. Atualmente, os produtos apresentam praticamente os mesmos processos de fabricação e as pessoas estão alinhadas em termos de formação. “O sorriso que não seja industrializado, o tapinha nas costas que não seja mecanizado e o brilho no olhar que não seja artificial serão seguramente percebidos como autênticos. E cativantes. E, quando se cativa alguém, não se perde mais”, diz Tom Coelho, economista especializado em Marketing e em Qualidade de Vida no Trabalho. Mas, cuidado, porque gostar do que se faz é diferente de fazer o que se tem vontade. Empreender não é fácil, principalmente no Brasil. Em certos momentos a empresa pode passar por dificuldades e virar um fardo difícil de carregar. “Somos incutidos a acreditar que a felicidade está em ‘fazer o que se gosta’. Mas é mais importante ‘gostar do que se faz’ porque, quando você procura apenas fazer o que gosta, logo perde o entusiasmo e o prazer por sua atividade”, afirma Tom Coelho. Também não basta só ter vontade; o empreendedor deve ter um planejamento e saber se o negócio realmente tem viabilidade. O grande problema das pessoas que pretendem unir qualidade de vida e trabalho é dar asas ao desejo e acabam perdendo a noção dos percalços do caminho a ser trilhado. Para ampliar o discernimento, a coleta de dados deve ser constante e o plano de negócio atualizado com freqüência. Deve ser essa a estratégia priorizada pelo empreendedor. Muitos deles fazem a opção de ir atrás da qualidade de vida, buscando o que gostam de fazer. Abrem mão de algumas coisas que vinham dando certo como deixar o emprego e montam a própria empresa, procurando alinhar a vontade à realidade objetiva da nova escolha. Ou seja, apoiar a realização pessoal em possibilidades que podem dar certo.
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empreendedor vai acordar e dormir com o próprio negócio, não vai ter descanso semanal remunerado, nem férias e nem décimo terceiro. Cuidado para não se iludir com aspirações falsas como essas”, afirma Rogério Chér, consultor e professor de cursos sobre empreendedorismo e administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Já a pretensão financeira é tida como normal e salutar. Para Chér, o empreendedor de sucesso é aquele que tem um forte desejo de realização, é autor da própria biografia e tem como desafio disputar, conquistar e reter a atenção para o produto e serviço. “Encara o dinheiro como uma medida desse sucesso que ele vai encontrar em decorrência dessas realizações.” Mas não é nenhuma regra ter essa aspiração e muito menos um quesito essencial para abrir um novo negócio. É preciso muito mais do que dinheiro, na opinião de Paulo Angelim, consultor de marketing e crescimento pessoal, para empreender com qualidade de vida. “Ousadia e obstinação são importantes, mas conhecimento e imaginação são dois componentes indispensáveis. O conhecimento para gerenciar o hoje, e a imaginação para construir o amanhã.” Também é necessário identificar uma oportunidade de mercado. Pouco mais da metade dos empreendedores brasileiros inicia um novo ne-
Tom Coelho: fazer o que gosta é diferente de gostar do que faz Novembro – Empreendedor
gócio por descobrir uma oportunidade de mercado. Muitas vezes elas passam desapercebidas, outras parecem cair no colo do empreendedor como a maçã de Newton. Pode ser que ela seja apenas uma fruta ou uma fabulosa teoria. Vai do olho de quem vê e isso exige dedicação, esforço e muita pesquisa. Os que possuem melhor preparo e conhecimento sobre o ramo de atuação, satisfação em empreender e necessidade de realização pessoal podem entender com maior clareza quais as vantagens e dificuldades do negócio. Da maçã é possível avaliar, por exemplo, se ela terá mais sucesso sendo vendida ao natural ou se transformada em doce e suco. Identificar uma oportunidade é fruto principalmente da curiosidade. Os empreendedores lêem tudo o que se relaciona com o tema que gostam e procuram sempre encontrar brechas deixadas no mercado. A criatividade e a iniciativa também são importantes para criar alternativas e desenvolver um novo mercado ou produto, encontrando formas diferentes de fazer algo mais simples, eficiente e com um custo menor. Mesmo nos países mais estruturados as oportunidades não são tão visíveis. A diferença com os que estão em desenvolvimento está na velocidade em alcançar os resultados de empreender com qualidade de vida. No Brasil é preciso atenção redobrada na flexibilização da empresa e ter capacidade de mudar as estratégias várias vezes, até pela economia fragilizada e menos estável. Ou seja, é necessário muito mais persistência, manter os pés no chão e dar um passo de cada vez, pois os negócios demandam um tempo maior para serem construídos e terem êxito. Ir atrás de uma melhor qualidade de vida implica também saber a hora de dar um passo atrás. Quando o negócio começa a dar prejuízos seguidos e o desgaste emocional é muito grande, é preciso avaliar a possibilidade de adotar medidas mais drásticas. Um exemplo é o de um empresário paulista, que pediu para não ser identificado, franqueado de uma grande rede de calçados no Brasil.
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Chér: não se iluda com aspirações falsas e seja autor da própria biografia
Ele considerava importante duas de suas lojas em um shopping, mas elas estavam sempre no vermelho. Apesar da vontade de mantê-las, decidiu recuar e fechar as portas. A atitude aumentou, segundo ele, a qualidade de vida porque teve mais tempo para cuidar das unidades que tinham rentabilidade. Há também os que acreditam que qualidade de vida é trabalhar muito. Caso de Raul Anselmo Randon, que mesmo aos 75 anos continua empreendendo. Mesmo depois de tornar a holding Randon Participações em uma das maiores fabricantes mundiais de implementos rodoviários, autopeças e serviços, ele também realiza o desejo de produzir um tipo diferenciado de queijo (Gran Formaggio) em sua fazenda na cidade de Vacaria, Rio Grande do Sul. A história dele, a seguir, inaugura alguns exemplos consagrados, que orientam como é possível, a partir de um gosto, conseguir fazer sucesso.
Linha Direta Luiz Fernando Garcia (11) 5055-3090 Paulo Angelim (85) 3264-0066 Rogério Chér (11) 5501-1852 Tom Coelho (11) 4152-3444
O stress da vida saudável Para o empreendedor bem-sucedido, trabalhar muito dá prazer
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A vida pode ser boa e estressante ao mesmo tempo, aos 75 anos de idade. É o que acontece com Raul Anselmo Randon, que decidiu fabricar um queijo crocante e refinado depois de ter construído um empreendimento muito bem-sucedido, só pelo prazer de abraçar um projeto novo e ver como ele pode render excelentes resultados. Seu
segredo é uma receita que pode ser considerada o avesso do lugar-comum: para empreender com qualidade de vida é preciso trabalhar muito. “Não acredito que exista stress, pois o trabalho faz parte da vida”, diz Random. “É preciso procurar o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal.” Dono de uma das cinco maiores fabricantes mundiais de implementos rodoviários, autopeças e serviços, a holding Randon Participações encontrou assim uma nova oportunidade no agronegócio. “Tudo é mercado, basta ter bom senso e estar atento às oportuni-
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Randon: trabalhar faz parte do equilíbrio entre vida pessoal e profissional
dades e às conseqüências”, diz. Randon já vinha se destacando como empreendedor rural na década de 70, quando criou a Rasip Agro Pastoril. Aproveitando o incentivo fiscal concedido para empresas na área de reflorestamento, o qual incluía o cultivo de frutas, ele iniciou um projeto de pomares de maçãs do tipo Royal Gala e Fuji. Hoje ele faz o cultivo das mudas de maçã em viveiros próprios e atualiza com freqüência a tecnologia empregada nos pomares, que têm uma área total de 850 hectares, para aumentar a produção e qualidade das frutas. Nesta safra, a produção de maçãs foi de 40 mil toneladas, sendo que cerca de 12 mil toneladas foram vendidas para diversos países, principalmente dos continentes europeu e asiático. Além da produção de maçã, a Rasip Agro Pastoril S.A. controla a Random Agropecuária Ltda., a qual se destina à fabricação de queijos nobres, sendo a primeira empresa a fabricar a variedade italiana Tipo Grana. Planejando e buscando informações sobre o mercado, Randon foi o pioneiro na fabricação desse tipo de queijo no Brasil e na América Latina, criando a marca Gran Formaggio, em 1996. Segundo as especialistas Cássia Aparecida Pasqual e Edna Menegaz, de Passo Fundo, o queijo do tipo Grana faz parte da cultura européia há mais de 2 mil anos. Produzido na Itália há mais de nove séculos, o queijo Grana ainda mantém sua antiga e tradicional receita, diferenciando-se dos demais por apresentar um aspecto crocante e um refinado paladar. A produção desse queijo teve seu início por volta do ano de 1.100 na Itália, sendo os mais peculiares o Parmaggiano Reggiano, produzido em Parma e Reggio, na região sul, e o Grana Padano, produzido na Pada-
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nia, localizada na região norte da Itália. Todo o processo de fabricação que Randon implantou em sua fazenda, na cidade de Vacaria, no Rio Grande do Sul, segue à risca a tradicional receita italiana com mais de nove séculos. Tamanho é o envolvimento de Randon com o negócio que ele adotou um rígido controle para garantir a qualidade. Os cuidados começam desde a alimentação dos animais, gado da raça holandesa. A ração passou a ser feita na propriedade, com a certeza de estar livre de agrotóxicos e de manipulação genética, e é sempre dada na mesma quantidade, para não alterar o sabor do leite e do queijo. Ele também criou um sistema de canalizações da ordenha até os tanques refrigerados, para que o leite não tenha contato com o meio externo. Em seguida, é feito o desnate para reduzir os índices de colesterol e gordura saturada e, então, o leite é levado para os tanques de produção, nos quais recebe os ingredientes para formar a coalhada. A massa de cada queijo recebe uma identificação, o que permite a rastreabilidade, e vai para tanques de água e sal a uma temperatura controlada automaticamente. Depois de retirados e secos, os queijos são enviados para a câmara de maturação durante 12 meses para atingir cor, sabor e aroma ideais e adquirir a textura granulada e o aspecto crocante. Ao todo, a Rasip Agro Pastoril fabrica cerca de 30 toneladas de queijo por mês. Com a grande demanda e aceitação no país pelo Gran Formaggio, Randon optou por direcionar as vendas para o mercado interno. Em anos anteriores o queijo foi exportado para o Uruguai, sendo também enviadas amostras para os Estados Unidos, Chile e Bolívia. O faturamento da Rasip em 2004 deve atingir US$ 5,3 milhões. Leia artigo técnico das pesquisadoras Cássia Aparecida Pasqual e Edna Menegaz no site Empreendedor (www.empreendedor.com.br).
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Linha Direta Raul Randon (54) 231-4750 Novembro – Empreendedor
Café nas veias Economista larga a agitação do mercado financeiro para abrir a mais movimentada rede de cafeterias gourmet do Rio Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade foram debatidos exaustivamente pelos iluministas em luxuosas casas de bebidas da Europa – algumas existentes até hoje –, onde se tomava o “vinho da Arábia”, estimulante que elimina o sono e o cansaço. Elas foram inspiradas nas suntuosas cafeterias do Oriente, como as pioneiras Kaveh Kanes, em Meca, na Arábia Saudita, que atraíam pessoas para discussões de negócios e reuniões de lazer desde o século 15. É o que se pode fazer atualmente no Rio de Janeiro (RJ), em uma das seis lojas do Armazém do Café, ambiente requintado que oferece os melhores blends de café do mercado, alguns preparados especialmente para a casa, um sucesso desde que foi aberta há sete anos. “Só deu certo porque eu gosto disso, porque me dá prazer”, diz Marcos Modiano, proprietário da rede. Modiano largou o mercado financeiro para abraçar uma idéia inédita no Brasil: uma cafeteria gourmet, no estilo das famosas casas de café européias e americanas. “Rico ou pobre, você sai morto do mercado financeiro, e eu não queria deixar minha família passando necessidade, nem ser o homem mais rico do cemitério.” A oportunidade de sobreviver à especulação financeira sur-
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giu no início dos anos 90, quando o então presidente Fernando Collor de Mello liberou o mercado interno de café. Da década de 30 até essa época, o café era considerado um produto de economia popular, com preços controlados pelo Estado. Isso fazia com que os bons grãos fossem exportados e restasse apenas o café de baixa qualidade para o consumidor nacional, o que impediu o desenvolvimento de um costume de tomar essa bebida por simples prazer, como um vinho, por exemplo. Com uma oferta maior de variedades, o consumo interno passou de 9 milhões de sacas para 14 milhões de sacas nos últimos 15 anos. A vida de Modiano, no entanto, sempre esteve ligada à cultura do café. Oriundo de uma tradicional família exportadora do grão, ele começou a trabalhar como classificador de café no escritório do tio aos 16 anos, na oca-
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ele se dedicar à criação de drinques e pratos à base da bebida, e de um ambiente temático, que remete à história do café no mundo e no Brasil (o maior produtor do mundo), onde também é possível comprar grãos selecionados e utensílios. No cardápio, acepipes como Café Brasil (expresso com cachaça, chantily e um pingo de chocolate), o tricolor Condensaccino (expresso, leite condensado, canela e espuma do leite), e o flamejante Café Romano (expresso e licor de sambuca flambado com grãos de café), além de sorvete e milk-shake de café. Entre as variedades de grãos, destaca-se o café orgânico produzido em Pernambuco, cultivado em uma região a mil metros de altitude e sem nenhum adubo ou defensivo, vendido por quase R$ 50 o quilo. A possibilidade de usufruir do estabelecimento ainda é um privilégio dos cariocas, e deve continuar por um bom
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Modiano: adeus ao mercado financeiro e um abraço no conceito do templo do café, inspirado na tradição árabe
tempo. A expansão para outras cidades não faz parte do planejamento da empresa, e a adoção do sistema de franquias está sumariamente descartada por Modiano. A razão apontada por ele é o controle de qualidade, muito rígido em suas casas. “Sou um purista no que faço, não faço simplesmente por dinheiro. Se um dia alguém fizer uma proposta irrecusável para comprar tudo e abrir 50 franquias, vou exigir apenas uma loja para ter o que fazer, conversar com as pessoas e ficar falando de café.”
Linha Direta Marcos Modiano (21) 2522-5039 Empreendedor – Novembro
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sião de suas férias escolares. Em outras oportunidades foi enviado a regiões produtoras, como o norte do Paraná, onde passou a ter um conhecimento mais íntimo desse cultivo. Já na faculdade, na primeira turma de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), participou de um concurso do Governo Federal sobre essa planta no Brasil e obteve o primeiro lugar, o que lhe garantiu um estágio no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). Mesmo durante o período em que trabalhou no mercado de capitais, Modiano manteve relações com o segmento, seja negociando a commodity na bolsa de valores, seja prestando consultoria para produtores e exportadores. Voltar-se definitivamente para o ramo que lhe acompanhou desde adolescente foi uma opção de vida, com mais qualidade, define Modiano. Isso permitiu a
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A executiva escolhe a fazenda Voar e gerenciar uma verba milionária não foram suficientes para tirar Ligia do seu destino
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Especialista em Gestão de Vendas, Ligia Falanghi de Carvalho integrou a equipe de marketing da Vasp e era responsável pelo destino de uma verba de mais de R$ 1 milhão. Em busca de qualidade de vida, abandonou a carreira de executiva – muitas vezes pontuada pelo stress e pelas pressões co-
muns em uma grande corporação – para assumir as Diretorias de Marketing e Comercial de uma empresa familiar, a Fazenda Jaguacy, fundada pelo seu pai, Paulo Roberto Leite de Carvalho. Ligia reconhece que a mudança não foi fácil. “No início, as relações pessoais e profissionais acabaram se misturando, sem contar que eu trazia idéias de uma grande empresa para uma empresa pequena”, diz. O que facilitou foi a existência dessa opção, inventada a partir de um sonho antigo do pai. Envolvido desde o final da adolescência com o universo da agricultura, Paulo alternou períodos como
Ligia: assumir empresa familiar é melhor do que gerenciar grandes verbas Novembro – Empreendedor
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engenheiro agrônomo em fazendas e como produtor de café na cidade de Bauru (SP). Nos primeiros anos de profissão, enquanto planejava a estrutura de sua futura empresa, ele fez pesquisas sobre o processo de produção de diversas frutas. A cultura do abacate chamou a sua atenção pela possibilidade de extração de óleo, rico em nutrientes e empregado para diversos fins na Europa. Plantados os abacateiros e realizada a primeira colheita, Paulo tentou vender a produção, mas não conseguiu. Ao pensar em alternativas para salvar suas finanças, o engenheiro deu-se conta de que uma variedade parecida – e muito mais versátil – era utilizada pelos europeus para fins culinários: o avocado. De olho nesse mercado potencial, buscou informações com produtores de outros países e investiu no plantio da fruta, até então inexistente no Brasil. Para montar a estrutura da empresa, o engenheiro apostou no mercado internacional e convocou pessoas da família para os principais cargos. Essa regra, mantida até hoje, foi o passaporte para a entrada da filha. A principal tarefa de Ligia é popularizar o consumo do avocado no Brasil e consolidar a liderança no mercado interno, já que durante 23 anos a empresa dedicou-se exclusivamente às exportações. A estratégia envolve ações nas áreas de publicidade e propaganda, assessoria de imprensa e relações públicas. Tudo, no momento, é coordenado e executado por Ligia. A “sobrecarga” poderá ser resolvida no futuro caso sua irmã, que é relações-públicas de uma distribuidora de gás, ingresse na Fazenda Jaguacy. A família conta com a possibilidade, embora Ligia considere “um pouco cedo” para a irmã fazer parte da equipe. “Acho que tem muita gente [da família] no negócio. Minha irmã não tem planos de vir para cá tão cedo porque acha que tem muita gente por aqui”, afirma. Por muita gente entenda-se 30 funcionários, sendo que o comando das atividades está nas mãos da família de Ligia: o pai é o presidente, a mãe faz parte do conselho administrativo, um
irmão é engenheiro agrônomo e o outro divide com ela as responsabilidades na área comercial. Os principais mercados da Fazenda Jaguacy no exterior são a França, a Espanha e a Suíça, países onde há toda uma cultura gastronômica que envolve a utilização do avocado em pratos doces e salgados, coisa que não acontece no Brasil. Embora a culinária nacional seja bastante diversificada e os brasileiros, em geral, conhecidos pela criatividade na cozinha, há quem não goste das novidades que diferem, literalmente, do “arroz com feijão”. Para vencer essa resistência e conquistar públicos de todos os perfis, Ligia colocou em prática algumas ações – simples, mas que deram grandes resultados. Uma delas é promover degustações gratuitas do produto nos principais supermercados da cidade de São Paulo. “Assim, as pessoas conhecem de perto e se animam a consumir o produto em suas receitas”, afirma. O merchandising boca-a-boca também rendeu histórias curiosas. “Muitos jogadores de futebol que atuam nas cidades de São Paulo e Campinas procuram pelo produto por conhecerem suas propriedades energéticas e medicinais, além, é claro, de gostarem do sabor”, diz. O avocado, segundo nutricionistas, concentra grandes teores de potássio (sendo, portanto, mais eficaz que a banana no combate à cãibra), de água (cerca de cinco vezes mais que o abacate comum) e de gordura (só que uma oleosidade naturalmente saudável, seme-
lhante ao óleo de oliva). Além da polpa firme e do tamanho reduzido – que tornam a fruta prática para o consumo –, o avocado pode ser guardado em geladeira. Todas essas características foram formatadas em folders promocionais, que são distribuídos nos supermercados para quem não conhece a fruta. “Esse material explica as propriedades do produto, como ele é consumido e quais as diferenças dele em relação ao abacate, além de conter sugestões de receitas e de consumo mais próximas da realidade do brasileiro”, diz. Após popularizar o consumo da fruta no Brasil, uma das metas de Ligia é comercializar uma linha de produtos à base da fruta no mercado nacional. As pesquisas já estão em fases avançadas. “Estamos fazendo testes com a própria fruta para ver se comercializamos a polpa congelada, se desenvolvemos nosso próprio molho guacamole, se criamos sorvetes... Nossa intenção é trabalhar em parceria com universidades e empresas de produção de polpa”, afirma. As pessoas familiarizadas com a gastronomia mexicana costumam consumir o avocado não apenas em molhos e saladas, mas também em doces, vitaminas, gelatinas, mousses e até com granola e outros grãos. Mesmo com a responsabilidade de fortalecer uma marca em um mercado altamente desigual – se consi-
derarmos que em São Paulo o quilo do abacate custa pouco mais que R$ 0,55 e do avocado cerca de R$ 8,00 –, Ligia acredita na aceitação do avocado pelo consumidor brasileiro. E quando questionada se é feliz em trabalhar com a família ou mesmo se começaria tudo novamente, Ligia é categórica. “Começaria, sem dúvidas. Claro que existem dias em que eu acordo e penso que nada vai dar certo. Digo ‘não é assim’, ou ‘não era bem isso o que eu queria’. Mas vale a pena”, afirma. Entre os planos de Ligia Falanghi de Carvalho para 2005 estão a entrada nos mercados de Belo Horizonte e Florianópolis, considerados promissores e, “se tudo der certo”, seu casamento. “Mesmo casada não pretendo deixar de trabalhar. Amo o que eu faço”, diz. O noivo, curiosamente, também tem uma empresa em sociedade com os irmãos, mas Ligia não pensa na possibilidade de deixar a Fazenda Jaguacy.
Linha Direta Ligia Falanghi de Carvalho (14) 3288-9224
Curiosidades históricas la sexual masculina). Os moradores de Tenochitlan, capital do império asteca, chamavam esse prato de ahuacatl-molli, ou mistura de abacate. Os exploradores espanhóis adaptaram o nome para aguacate e, entre os ingleses, a planta acabou conhecida como avocado. Embora seja uma fruta delicada – o que demanda alguns cuidados na colheita –, chega a permanecer 16 meses preso à arvore. Só amadurece depois de colhi-
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do, processo que leva uma, duas ou mais semanas, se ocorrido em geladeira. O plantio em grande escala começou nos primeiros anos do século XX nos Estados Unidos. Atualmente, há mais de 500 tipos de avocado cultivados pelo mundo. A Fazenda Jaguacy especializou-se na produção dos tipos fuerte e hass. Empreendedor – Novembro
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O avocado é uma fruta originária do México (que é o maior produtor mundial e berço de algumas das melhores variedades) e de regiões subtropicais e tropicais do continente americano, numa faixa que vai da América Central ao norte dos Andes. Seu consumo foi introduzido pelos astecas. O nome avocado deriva da palavra ahuacatl, de origem asteca, que significa “árvore do testículo” (os astecas achavam que a fruta tinha o formato da glându-
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O advogado foi para a lavoura
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Sentindo-se preso e engaiolado, ele resolveu plantar melões no Nordeste Cansado da rotina estressante, decepcionado com a morosidade do Poder Judiciário e por não se sentir realizado naquilo que estava fazendo, o advogado Luiz Roberto Maldonado Barcelos resolveu deixar a profissão. Ele é formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e resistiu durante nove anos. Acabou comprando a Fazenda Famosa, no Nordeste, e mudando-se para lá. “Um advogado passa a maior parte do dia dentro de uma sala. Me sentia preso e engaiolado. Vim para o Nordeste há dez anos e hoje estou aliando qualidade de vida e empreendedorismo”, afirma Barcelos. A experiência adquirida na prestação de serviços para uma exportadora internacional de frutas ajudou a abrir o próprio negócio. Depois que a companhia parou suas atividades no Brasil, ele e o sócio, Carlo Porro, já conhecendo o mercado e os clientes externos, fundaram em 1995 a Agrícola Famosa na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, cerca de 200 quilômetros de Fortaleza. “Na fruticultura uma das dificuldades é justamente a comercialização. Ter a ponta de venda já feita antes da produção foi uma vantagem. Produzimos o que já está vendido.” Optaram por iniciar com o plantio do melão amarelo cantalupo (de polpa alaranjada). A fruta foi escolhida pelas condições climáticas favoráveis, por ter maior produtividade e um investimento menor se comparado, por exemplo, Novembro – Empreendedor
com os investimentos necessários para produzir laranja, manga e maçã. “Demora muito tempo para produzi-las, de três a quatro anos, e melão em 60 dias já é possível estar colhendo”, afirma o empreendedor. Também foi preciso fazer um planejamento, buscando informações sobre a atividade desde o plantio até a logística de entrega. “Adotar uma estratégia correta de ação juntamente com uma equipe bem montada é o segredo do sucesso.” Mesmo tendo nascido e crescido na área rural, no interior paulista, Barcelos não tinha conhecimento do processo produtivo de melões. “Como não tínhamos muita experiência, tivemos no começo muito problema de qualidade e produtividade. Depois com o passar do tempo isso foi se ajustando.” Em 2001 começou a diversificar, plantando uma espécie de melancia que não possui semente. Do cultivo à colheita as frutas passam por um rigoroso processo. As sementes importadas são colocadas em bandejas junto com substrato da fibra do coco e ficam por dois dias em uma sala preparada para que a planta possa germinar. Depois, as mudas vão para uma estufa e 12 dias mais tarde seguem para o campo. Após serem colhidas, a melancia e Barcelos: mais gratificação em ver a fruta crescer do que em esperar processos
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o melão são embalados e vendidos para Inglaterra, Alemanha, Holanda e Bélgica. Barcelos exporta 95% do que é produzido. Planta em torno de 850 hectares por ano e compra mais mil hectares de terceiros. Para 2004 a previsão é exportar 40 mil toneladas e alcançar um faturamento de US$ 15 milhões. “Dar emprego direto para 900 funcionários em uma região na qual o desemprego é muito grande e trabalhar com produtos de exportação, que geram divisas para o país, nos dá uma imensa satisfação de estar à frente do negócio.”
Linha Direta Luiz Maldonado Barcelos (84) 324-5038 DIVULGAÇÃO
O neto do fundador é um apaixonado confesso da bebida que recebeu como herança
de ouro no concurso La Mujer Elige, em Mendonça, na Argentina. Além de a safra 2004 do Rio Grande do Sul ser considerada uma das melhores da história, a empresa tem investido em uma série de itens nos últimos anos, a começar pelo treinamento dos recursos humanos. “Isso teve um grande refle- Flávio: terceira geração expandindo uma xo na qualidade dos produ- bebida que é parceira da gastronomia tos, da logística e do atendimento”, diz Flávio. Quando a Cia. Pi- ling e Viognier. Para 2005 está reservaagentini decidiu partir para a produção da a linha Coleções, série exclusiva de de vinhos finos, em 2000, foi contra- varietais produzidos com as uvas Pitado o enólogo uruguaio Alejandro Car- notage, Chardonnay, Merlot, Cabernet dozo, na época ligado a uma das mais Sauvignon, Tannat e Cabernet Franc. O foco da Cia. Piagentini é o merpremiadas vinícolas do Uruguai, a Varela Zarranz. A estratégia ainda contem- cado nacional, que ainda apresenta pla a seleção criteriosa de produtores muito espaço para crescimento, segunde uvas e melhorias na promoção, nos do Flávio. Mas os primeiros passos postos de vendas e nas embalagens, in- para conquistar apreciadores estrangeiclusive da linha de vinhos de mesa e ros já estão sendo dados, por meio da participação em concursos internacioIzidro (Madeira e Porto). A vinícola tem uma agenda de lan- nais e participação de degustações em çamentos cheia até o início do ano que embaixadas e consulados. Os mercavem. Agora estão sendo colocados no dos externos mais promissores são Vemercado os varietais da linha Família nezuela, Peru, Colômbia e Bolívia, além Piagentini, que inclui o branco Char- de Uruguai e Argentina no caso de sidonnay/Riesling, o tinto Cabernet Sau- dras e espumantes não-alcoólicos. No vignon/Merlot e o Cabernet Sauvignon entanto, o preço ainda é pouco compeRose. “A Piagentini é a única empresa titivo fora do país, devido ao tamanho brasileira a vinificar roses. Os demais da produção, absorvida sem dificuldasão combinações de tinto e branco”, des pelos brasileiros. ressalta Flávio. Quanto aos espumantes, desde outubro os consumidores Linha Direta têm acesso ao Prosecco, ao Asti 2004 Flávio Piagentini e aos espumantes naturais brut e demi(11) 3873-0623 sec nas variedades Chardonnay, Ries-
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Empreendedor – Novembro
2004
Um empreendimento iniciado por um imigrante italiano em 1930 e que entrou neste século em franca expansão serve de destino para mais uma geração de proprietários, a terceira, representada por Flávio Piagentini, 31 anos. Neto do fundador e atual diretor de Assuntos Corporativos da Cia. Piagentini, Flávio é o brasileiro que se sagrou o sommelier mais jovem do país quando tinha 16 anos. “Sempre lidei muito com vinhos e gastronomia, gosto muito disso, tenho uma verdadeira identidade com essa cultura”, diz. Na vinícola de Caxias do Sul (RS), adquirida em 1973, Flávio promove jantares para clientes, clubes e confrarias de apreciadores da bebida, mediante reserva antecipada, com bebidas a preços de custo. O cardápio, cuidadosamente elaborado por ele, é aberto com uma compatibilização de queijos e vinhos considerada uma das melhores da Serra Gaúcha. Na oportunidade podem ser degustados vinhos premiados como o tinto Pinotage, da linha Coleções, selecionado como representativo da safra 2004 pela Associação Brasileira de Enologia (ABE); os espumantes Asti e Brut, contemplados com medalhas de ouro em um concurso no Panamá; e o Cabernet Sauvignon Rose, da linha Família Piagentini, recebedor da medalha
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Vinho, um amor em família
QUALIDADE DE VIDA
O cobrador encontrou o caminho
2004
Ele deixou de trabalhar numa loja e foi vender cachorro-quente. Acabou dono de restaurante Trabalhar como office-boy em uma loja de eletrodomésticos parecia durar a vida inteira. Para Osmar de Matos Marques foram dez longos anos em que permaneceu na profissão até sentir a necessidade e vontade de mudar. Com “a cara e a coragem” ele deixou o emprego e, aproveitando o jeito comunicativo, abriu o próprio negócio. Incentivado apenas pela paixão, ele conseguiu transformar o pequeno trailer de lanches, que comprou em 1980 na cidade de Dourados, Mato Grosso do Sul, a 220 quilômetros de Campo Grande, no que é hoje um dos maiores restaurantes do Centro-Oeste em número de clientes, o Kikão Restaurante. “Não media esforços para ver os resultados.” Apesar das dificuldades de empreender no país, Marques começou vendendo cachorro-quente e servindo os clientes nos veículos, serviço que mais tarde se tornou popular no Brasil. “A necessidade e a vontade de atender aos inúmeros amigos que conquistei durante os anos foi o que me fez aceitar o desafio de empreender. Tinha a confiança de todos que me apoiaram e acreditaram no meu negócio.” Foi com essa certeza que ele começou a diversificar no negócio e no atendimento. Em 1987, fez uma reforma no local, alterando o foco do empreendimento para um pequeno restauNovembro – Empreendedor
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Valor
rante. Alguns anos mais tarde foi um dos pioneiros na cidade a servir alimentos no estilo self-service, no almoço, e passando a funcionar também à noite como choperia. Em seguida passou a fazer entregas em domicílio. “Hoje concluo que não consigo parar e pretendo evoluir sempre, pautado numa sistemática de trabalho na qual incluo o planejamento”, afirma. O comprometimento com o negócio impulsionou de tal forma Marques Osmar: vontade de mudar levou-o à liderança a ponto de ele querer se no setor, no Mato Grosso do Sul aprimorar e crescer a cada dia mais e a progredir com a emMarques transformou uma das papresa. “Cheguei a cometer vários erros, redes em um painel, com mais de 80 mas que, com muito trabalho e busca fotografias da cidade e informações sode conhecimento, foram superados.” bre a cultura e as tradições regionais, Tanto é que ele participou de diversos incentivando o turismo. Também criou cursos realizados pelo Sebrae para ad- um espaço cultural permanente que exquirir mais conhecimento e aplicá-lo na põe, quinzenalmente, mostras fotográfisua empresa. cas, quadros pintados por artistas locais Recentemente ampliou a estrutura e peças artesanais confeccionadas em para deixá-la mais funcional e prática à cerâmica, porcelana, madeira, tapeçaria equipe, separando em dois ambientes e tecelagem. “Não me vejo trabalhando o restaurante e criando a choperia, cha- em outro negócio, apesar de o ramo de mada Kikão Chopp Bar. “A qualidade restaurante exigir muito. Me sinto realide vida começa com o ambiente de tra- zado, embora esteja sempre à busca de balho, com a boa convivência no dia- me organizar cada vez mais”, diz. a-dia, pois é no trabalho que passamos a maior parte do nosso tempo.” ResolLinha Direta veu investir na decoração para tornar o Osmar de Matos Marques local mais atrativo e ter maior aproxi(67) 422-1618 mação com os clientes.
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O expediente é cuidar da cerveja A bebida aumentou o ânimo do ex-vendedor que deixou as tintas com os sócios
dicação e persistência superar fatores que no dia-a-dia de qualquer empreendedor causam stress e ansiedade, por exemplo, manter as contas em dia e enfrentar a concorrência. Krueger fabrica dois tipos de cerveja, a Pilsen e a Amber (escura), adotando a Reinheitsgebot, lei alemã de 1516, certificando que no processo de elaboração da bebida são utilizados apenas malte de cevada, água, lúpulo e levedura em sua composição. Para que o negócio seja rentável e ao mesmo tempo proporcione qualidade de vida, é necessário, na opinião de Krueger, unir superação no trabalho com a realização pessoal e profissional. Para ele, gostar do que se faz é fundamental para dar tudo de si e não ter preconceito de executar qualquer tarefa na empresa. “A Cervejaria Bierland não é um sonho que virou realidade, mas uma idéia que foi realizada.”
Linha Direta Eduardo Krueger (47) 337-3100
FOTOS DIVULGAÇÃO
A paixão de Eduardo Krueger pelo próprio negócio é tanta que ele nem vê a hora de chegar ao trabalho. “Antes acordava estressado e sem vontade de ir para a empresa. Hoje já levanto louco para chegar logo. Eu me sinto realizado em poder enfrentar novos desafios e vencer”, afirma. A disposição tem motivo: a Cervejaria Bierland, que abriu em 2003 junto com os sócios Antônio Luiz Gonçalves Rolão e Werner Walter Schneider, na cidade de Blumenau, Santa Catarina. Gostar do que faz é o motor do seu ânimo. Mas para atingir esse ponto Krueger primeiro teve que planejar muito. Foram dez meses de trabalho árduo atrás de informações sobre fornecedores de equipamentos e de maté-
ria-prima e coleta de dados feitas através de diversas pesquisas de mercado. Em seguida, fez um projeto da fábrica, essencial para conseguir um financiamento pelo BNDES, e realizou um planejamento operacional da empresa. Foi preciso também trilhar outros caminhos para chegar ao modelo de empresa que pretendia. A trajetória empreendedora dele teve início em abril de 1996. Depois de trabalhar alguns anos como vendedor em uma companhia da região, ele montou a Megatintas, que comercializa tintas industriais e marítimas para todo o estado catarinense. “A empresa estava sólida, com metas alcançadas e prestes a completar sete anos de fundação. Foi quando percebi que eu estava estressado e não tinha o mesmo desempenho profissional dos anos anteriores”, diz. Então, fez uma reunião com os sócios e propôs diversificar os investimentos, iniciando um negócio na área de cervejas. “Percebi que poderia ser substituído por um profissional contratado e usar todo meu potencial em um novo empreendimento. Hoje temos duas empresas, sendo que eu administro a cervejaria e meus sócios a companhia de tintas.” Agora, ele consegue com maior de-
2004
Krueger: o melhor momento é quando ele lembra de manhã que vai trabalhar no que gosta
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Empreendedor – Novembro
Inovação
TECNOLOGIA
Concorrência multiplica ofertas Mercado corporativo desperta o apetite das operadoras de telefonia e empresas de tecnologia
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DIVULGAÇÃO
O mercado de telecomunicações oferece uma série de oportunidades, sendo mais promissoras aquelas ligadas à convergência de tecnologias e à mobilidade. Nesse nicho, há espaço para operadoras e pequenas a grandes empresas. As maiores, como Siemens e Qualcomm, ocupam-se de aparelhos e tecnologias de transmissão, e as menores, como Compera, Sascar e WIZ Technologies, desenvolvem aplicativos úteis para as operadoras expandirem a atuação na área corporativa e de entre-
Aluizio Byrro: reestruturação e alinhamento de estratégias na Siemens Novembro – Empreendedor
tenimento, que oferecem maior potencial de crescimento e retorno. Enquanto a telefonia fixa tem um crescimento muito próximo do vegetativo, a telefonia móvel registra um forte incremento no segmento prépago, que tem uma grande parcela de sua base em clientes do público jovem, alvo dos aplicativos de entretenimento. Além disso, as operadoras de telefonia móvel buscam cada vez mais espaço no mercado corporativo, o que deixa a competição ainda mais acirrada, ressalta Carlos Henrique Moreira, presidente da Embratel. Isso acontece, segundo Álvaro Pereira Moraes Filho, diretor-executivo da Tim Sul, porque 10% das pequenas e médias empresas (MPEs) têm 60% de seus funcionários trabalhando externamente. Há também um forte crescimento de assinantes de banda larga residencial, mas esse dado pode mascarar uma realidade. Segundo Glauco Allem Nunes, diretor da Parks S.A. Comunicações Digitais, pequenas e médias empresas em geral utilizam a conexão domiciliar, por ser mais barata. O desafio no mercado corporativo é disponibilizar tecnologias capazes de gerar valor e diferenciais competitivos para as pequenas empresas, e em larga escala, para se tornarem acessíveis ao pequeno e médio empreendedor. Renato Von Gal Furtado, da Samello, enfatiza que o baixo custo é dramaticamente importante, pois as MPEs têm recursos escassos para investir, a taxa de juros é muito alta e há uma grande dificuldade de acesso ao crédito. As soluções devem ser simples e flexíveis, assim como o pagamento. “O consumi-
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dor quer facilidade e pagamento de acordo com o uso”, diz Humberto Cagno, executivo da Siemens Brasil. Mobilidade e produtividade A Siemens reestruturou mundialmente seu quadro operacional para garantir o alinhamento de estratégias e um melhor posicionamento no mercado, dentro da nova realidade de convergência das tecnologias de rede e da mudança das exigências dos consumidores. Aluizio Byrro, vice-presidente da Siemens Brasil, diz que a companhia oferece um portfólio completo, que atende clientes corporativos, consumidores finais e as operadoras de redes móveis e fixas. Além de equipamentos, complementa Cagno, a Siemens prepara o lançamento no Brasil de soluções de comunicação máquina-a-máquina (M2M, sigla em inglês para machine-to-machine), extremamente atra-
o sistema oferecido em parceria com a Claro também pode ser aplicado nos segmentos de telemetria e transporte público, como no rastreamento de frotas de ônibus e táxis para otimizar rotas e o planejamento logístico. As dificuldades para ficar em contato com os funcionários e o aumento no volume da comunicação e da velocidade necessária para concluir tarefas corporativas afetam diretamente a produtividade das empresas. Um exemplo de ferramenta para gerenciamento de equipes de campo é o Dispara, desenvolvido pela Compera, de Campinas (SP) e disponibilizado pela Claro, que atende atividades de entrega, manutenção, vendas, emergência e logística. Segundo Gerson Sampaio, representante da Compera, o cliente Minasgás obteve um aumento de 45% nas vendas e uma redução de 20% nos custos de comercialização e entrega de gás no Rio
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de Janeiro com a adoção do sistema móvel de envio e monitoramento das ordens de serviço. Tempo real O mesmo aplicativo está sendo implantado pela Faster Air Express, inicialmente apenas na Faster Capital, responsável por uma média de 400 entregas diárias na Grande São Paulo e 40 veículos em campo. A tecnologia permite o envio, recebimento e armazenamento de dados no rádio digital ou telefone celular, informando para as equipes em campo toda a relação de coletas e entregas a serem realizadas. Após a conclusão do serviço, o próprio motorista efetua a baixa da entrega. Por meio de uma interface Web, clientes têm acesso às informações sobre o status de sua encomenda e a central pode gerar relatórios gerenciais em tempo real. Empreendedor – Novembro
2004
entes para empresas. Um exemplo simples dessa tecnologia são as máquinas de cartão de crédito com transmissão sem fio, em que a operação é feita diante do cliente. É mais seguro e rápido para o cliente, e o custo para o proprietário é bem menor do que o de transmitir dados por ligação discada. Rastreamento e segurança são outras utilizações possíveis do sistema M2M. Os módulos de transmissão via rede celular (GSM, GPRS ou GPS) são fabricados pela Siemens e outras grandes corporações, os serviços são comercializados pelas operadoras, mas os aplicativos são desenvolvidos por empresas menores. É o caso da Sascar, de Curitiba, que desenvolveu uma tecnologia de localização de veículos e cargas via internet, anti-seqüestro e monitoramento 24 horas, com cobertura em todo o Brasil. Segundo Marcelo Yamamoto, representante da Sascar,
TECNOLOGIA
2004
A agilidade e eficiência da comunicação móvel é essencial para a BEM – Bandeirante Emergências Médicas, que utiliza o Dispara desde janeiro de 2004 para controlar as 62 ambulâncias que atendem a cidade de São Paulo 24 horas por dia. A expectativa é reduzir em um minuto o tempo de repasse da missão, o que pode ser decisivo para a recuperação do paciente. Outro objetivo é eliminar totalmente os erros de repasse da missão, originalmente feitos por voz e sujeitos a falhas de interpretação. Um dos diferenciais da Claro para o mercado corporativo é a tecnologia Edge (Enhanced Data Rates for Global Evolution), que permite o tráfego de dados a uma velocidade quatro vezes superior à disponível atualmente, chegando a 236 kbps (comparável à internet via banda larga). Já a Vivo, em parceria com a Lucent Technologies, implanta a rede de terceira geração, a CDMA 2000 1xEV-DO (Evolution Data Optimized). Clientes corporativos terão acesso a aplicações como e-mail e intranet em velocidades de até 2,4 Mbps (40 vezes superior à velocidade de acesso discado) e em ambiente seguro. A tecnologia permite ainda a utilização plena de vídeo streaming de qualidade e inclusive videoconferências. Segundo Hugo Swart, gerente de Marketing Técnico da Qualcomm, que desenvolve produtos e soluções, a tecnologia de terceira geração proporciona maior receita média por usuário. Encantar clientes “As soluções possibilitadas pelas novas tecnologias vão encantar os clientes com a oportunidade de acessar remotamente todas as aplicações utilizadas nos escritórios e serviços que exigem alta performance”, diz Francisco Padilha, presidente da Vivo. Entre as novas possibilidades, há o serviço de localização de pessoas por meio de telefones celulares, desenvolvido pela Wiz Technologies, de São Paulo (SP), sobre plataformas da Qualcomm, o gpsOne e o Brew (BiNovembro – Empreendedor
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Inovação
Yamamoto: tecnologia de localização de veículos e cargas via internet
nary Runtime Environmental for Wireless). A aplicação, que combina informações da rede de satélites com dados provenientes da rede CDMA da operadora, fornece o local com precisão de 5 a 50 metros. Outro sistema, desenvolvido pela Webraska, também permite procurar estabelecimentos comerciais por proximidade. Na área de entretenimento, a Vivo, em parceria com o portal Terra, permite que seus usuários acompanhem pelo celular os gols e os melhores momentos dos campeonatos italiano e alemão de futebol. O custo mensal do serviço é de R$ 9,90. Quem gosta de campainhas diferentes para telefones celulares tem à disposição o CrazyTones. O aplicativo abrange campainhas em que o nome do usuário é dito por um gago, paródias de vozes conhecidas, situações familiares como mulher desconfiada, sons de animais e hinos de times de futebol. A Claro traz para o mercado o Claro Idéias, conceito de serviços voltados especialmente para o público jovem, que envolve vídeo, jogos em java, foto, torpedo, imagens e notícias, com conteúdo ordenado por três temas: música (parceria com a MTV e Universal Mobile), cinema (Total Entertainment/Espaço Z) e esportes/futebol
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(UOL, revista Fluir e Canal 100). Duas exclusividades são os concursos Demo Hits e Toque de Arte. Este último é a seleção de cinco projetos de artes plásticas por mês para serem disponibilizados, como protetor de tela ou papel de parede do celular. O primeiro é a seleção mensal das dez melhores músicas inéditas enviadas por bandas de garagem, sendo que anualmente a Claro produzirá um videoclipe para a melhor banda.
Linha Direta Compera (19) 3256-3638 Embratel www.embratel.com.br Parks (11) 2135-9610 Qualcomm (11) 5503-4515 Samello (11) 3711-2400 Sascar (41) 299-6004 Siemens (11) 3908-2211 Tim Sul www.timsul.com.br Vivo www.vivo.com.br
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Empreendedor – Novembro
Inovação
TECNOLOGIA
Imposição de barreiras
2004
O Brasil não tem uma cultura voltada para a exportação de software. Em parte por causa da demanda interna, que absorve quase tudo o que é produzido. Mesmo com maiores oportunidades de negócio, se comparadas com as do país, apenas 10% das empresas nacionais vendem soluções para o mercado externo. O problema é que não é fácil mudar essa tendência. São tantas as dificuldades impostas pelos países compradores, até como barreiras não alfandegárias, que a prática acaba sendo desestimulada. O protecionismo econômico adotado por empresas dos Estados Unidos dificulta as exportações de softwares nacionais. Um exemplo é a certificação de controle de processos e de capacidade técnica exigida pelo país para o desenvolvimento e manutenção de produtos e serviços, chamada Capability Maturity Model (CMM). Ela foi criada em 1990 pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos para garantir boas práticas na engenharia de software e é concedida pelo Instituto de Engenharia de Software da Universidade Carnegie Mellon (SEI). A partir de 2005, a CMM vai dar lugar à Capability Maturity Model Integrated (CMMI), aumentando a complexidade e exigência do mercado. “Essa é uma jogada política do SEI, que quer dominar todo o processo e faturar em cima disso. Não podemos ficar Novembro – Empreendedor
na dependência de institutos americanos que estão sempre mudando, justamente para descredenciar, e impondo cada vez mais barreiras”, afirma Ernesto Haberkorn, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet (Assespro). A referência em tecnologia também é importante. Como o Brasil tem uma relação comercial recente nessa área com os Estados Unidos, essa é mais uma barreira imposta. As companhias norte-americanas costumam importar de países mundialmente conhecidos por desenvolverem softwares. É o caso de Irlanda, Índia e Israel. “Uma decisão de compra exige relacionamento de cinco ou dez anos”, afirma Neissan Monadjem, coordenador do Comitê Executivo do Next, consórcio formado por dez empresas nacionais de produtos, desenvolvimento e terceirização de serviços de software para as áreas financeira, bancária, de seguros e e-commerce, com o objetivo de exportar. Para Monadjem, depois de enfrentar seguidas mudanças de regras no mercado financeiro (cinco planos econômicos em um curto espaço de tempo), o Brasil tem conhecimento e experiência suficiente para achar soluções e se adequar em qualquer mercado. A maneira encontrada pelo Next, que vem prospectando mercado há dois anos, para furar esse bloqueio nos Estados Unidos, é estabelecer uma empresa nesse país. A companhia vai funcionar como uma espécie de matriz da holding e terá um presidente norte-americano. As deci-
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sões serão tomadas de forma independente, visando às melhores estratégias comerciais, que serão feitas nos moldes do mercado dos Estados Unidos. Já a integração das empresas e o desenvolvimento dos softwares continuarão sendo feitos no Brasil. As empresas que fazem parte do Next são: Cimcorp, CPM Tecnologia, Disoft, E-Safetransfer, Extol, Impactools, Open Concept, Politec, Stefanini e W3Pro. Ao todo faturam R$ 1,2 bilhão por ano e empregam 11 mil funcionários.
Linha Direta Ernesto Haberkorn (21) 2507-7181 Neissan Monadjem (11) 3862-0110 DIVULGAÇÃO
Sempre há um jeito novo de impedir que as empresas brasileiras de software exportem
Monadjem: exportar implica um relacionamento de mais de cinco anos com os clientes
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Empreendedor – Agosto
Inovação
TECNOLOGIA
Pés no chão, olhos no futuro Modelo que combina investimento de 15% do faturamento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), chegando a 20% em alguns meses – a média nacional de investimento em P&D gira em torno de 2% a 3% do faturamento –, e resultados atrelados ao desempenho dos clientes proporciona à Nexxera, de Florianópolis (SC), um crescimento médio acima de 100% ano. “A Nexxera sempre se caracterizou por estar à frente do mercado, por buscar se antecipar às necessidades. Nosso papel é não se
conformar com nossas próprias soluções, mesmo que elas sejam a melhor para o momento”, diz Edson Silva, presidente. O grande beneficiado por essa política é o próprio cliente. A tarifação por resultados fica dentro dos custos previsíveis de qualquer empresa, caminhando no mesmo compasso de seus ganhos. Os recursos são aplicados em pesquisas de mercado (perfil e tendências) e no desenvolvimento de projetos em novas soluções de transporte eletrônico de dados (EDI)
2004
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Empresa investe 15% do faturamento em P&D e compromete-se com o resultado do cliente
Edson Silva, da Nexxera: novas soluções para se antecipar às tendências do mercado fazem a diferença Novembro – Empreendedor
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A difícil tarefa de inovar no Brasil e de tecnologia de informação (TI) na área financeira que contribuem para a redução de custos, melhoria e aumento da performance de processos e incremento da rentabilidade. Atualmente a Nexxera possui seis projetos em fase embrionária e dez prontos para serem lançados até 2007. Todas as soluções são orientadas por pesquisas de mercado, de forma que elas possam atender às necessidades do cliente e serem replicadas para outras empresas – hoje 30 mil pontos no país utilizam a tecnologia Nexxera. Essa é uma maneira de diminuir o tempo de retorno dos investimentos em P&D, nesse caso de médio e longo prazo. Outro jeito é continuar pesquisando e desenvolvendo continuamente novas tecnologias e diferenciais. “Temos sempre que agregar valor para que nossa clientela continue ganhando dinheiro e sendo os melhores do mercado, gerando retorno para a Nexxera”, diz Silva. Essa é uma relação de comprometimento que faz com que a perda de clientes na empresa seja de 0,7%.
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Estudo da Anpei aponta causas do baixo desenvolvimento tecnológico e medidas para reverter o quadro As empresas que mais investem em tecnologia no Brasil têm na conquista, na manutenção e na ampliação de suas posições de mercado os verdadeiros motivos dessa aplicação. Quem tem esse perfil são grandes companhias, em especial aquelas de capital estrangeiro. E as pequenas e médias tendem a seguir os passos dessas corporações, líderes do segmento, por falta de conhecimento necessário do mercado. Esses dados foram levantados pela Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), no estudo Como alavancar a inovação tecnológica nas empresas, e vêm sendo discutidos no último semestre em uma série de encontros regionais. O estudo traz 37 sugestões para reverter o quadro, entre políticas de desenvolvimento tecnológico para as empresas em geral (regulação fiscal da inovação, financiamento e fomento à inovação, e mobilização empresarial) e específicas para firmas pequenas e médias. Uma dessas recomendações é o financiamento de pequenas e médias empresas na contratação de profissionais para identificação de oportunidades tecnológicas e no desenvolvimento de projetos ligados a essas oportunidades. O cenário mostrado na pesquisa comprova que pouco se fez no Brasil, nas últimas décadas, para estimular o processo de aceleração dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica. “Isso se deu na contramão do que ocorreu na maioria dos países avançados e emergentes. Essas nações conseguiram aumentar sua competitividade pela inovação tecnológica, utilizando pesados investimentos públicos e privados”, afirma Ronald Martin Dausha, presidente da Anpei e diretor de corporate technology da Siemens. www.anpei.org.br 2004
Referência internacional A rede de clientes é composta por clientes nacionais e estrangeiros, mas a operação ainda é basicamente interna. O mercado doméstico absorve toda a capacidade de produção e atendimento da empresa, e levantamentos apontam que ele não atingiu nem 10% de seu potencial. Mas o Brasil é referência quando se fala em soluções de TI para o segmento financeiro e já foram recebidas ofertas de empresas da China, Estados Unidos, Espanha e países da América Latina. “As exportações vão acontecer no momento certo, quando estivermos totalmente estruturados no mercado interno e com capacidade para atender essa demanda e as operações externas. Seria irresponsabilidade dar esse passo antes da hora, comprometeria a
imagem da empresa e do país”, diz Silva. O recurso estudado é a formação de joint ventures para dar suporte aos clientes no exterior. A Nexxera não tem um concorrente global, mas sim concorrentes por diferentes produtos. Os competidores mais declarados são aqueles que atuam na área de EDI, como a IBM, a Proceda, a Interchanges e a Embratel, e que também desenvolvem aplicações que agregam valor às operações dos clientes. A Nexxera deixou de ser uma empresa meramente transportadora de dados, como foi criada há 13 anos, para ser uma desenvolvedora de soluções para área de pagamento, cobrança, arrecadação, sistemas de fluxo de caixa, gerenciamento de recursos, complementos para ERP financeiro, boleto eletrônico, saldos eletrônicos, operações por telefonia celular (mobile), fraude, protocolos eletrônicos, integração de processos mercantis e financeiros, entre outras. O cuidado com o futuro está espelhado no trabalho de planificação das operações. Além do planejamento estratégico, que cobre um período de cinco anos, com revisões anuais e que atualmente contempla até 2007, a Nexxera conclui em novembro o plano para o biênio 2005/ 2006. Esse plano foca a organização de um corpo técnico-comercial capaz de suportar a demanda nacional, levantar o que é preciso para iniciar as exportações e discutir as tendências e mercados futuros. Métricas mais apuradas de resultados, como um sistema de balance score card integrado ao nosso sistema de gestão, também serão implementadas. “Temos que estar sempre alinhados ao presente e ao futuro do cliente, e para isso precisamos ter todas as informações possíveis para entender o segmento dele, para onde ele vai, etc.”, diz Silva. (48) 2106-5698
Empreendedor – Novembro
EXEMPLOS
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10 anos
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MATÉRIA PRINCIPAL
A ERA DO Com a previsão de crescer 12,4%, os serviços de contato com clientes se tornam cada vez mais indispensáveis pesar de depender, como outros setores, do desempenho da economia, o mercado de telemarketing vem passando por uma grande expansão e driblando com agilidade as turbulências cíclicas que agitam os negócios no Brasil. Com indicadores de crescimento em alta, as empresas do ramo navegam em águas calmas, trabalhando com uma expectativa de expansão de 12,4% este ano (contra 6,2% em 2003), de acordo com estudo da empresa E-Consulting intitulado A indústria de relacionamento no Brasil e seu papel no desenvolvimento nacional. Essa tendência vem se firmando desde 1999, um ano após o início da privatização das telecomunicações no país, que elevou para 100 milhões o número de linhas telefônicas fixas e móveis disponíveis e colocou à disposição de quem oferece produtos e serviços uma multidão de consumidores e usuários que antes estavam virtualmente fora do mercado e somente podiam ser alcançados via correio ou contato direto, no corpo-a-corpo das ruas. Com a crescente necessidade de estabelecer relacionamentos com esses
A
INFORME PUBLICITÁRIO
CONTACT CENTER consumidores, a maioria das empresas, independentemente de seu porte, vem investindo no contact center, utilizando estruturas próprias ou terceirizando os serviços. “Temos condições de crescer pelo menos 10% ao ano, até 2007”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Telemarketing (ABT), Topázio Silveira Neto. Em números de 2001, cerca de R$ 67,4 bilhões foram movimentados através de operações feitas por telefone, o que representa a participação de 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil. Em 2003, o faturamento das empresas do segmento – que têm como clientes grandes companhias telefônicas, operadoras de cartões de crédito, bancos, redes de varejo e montadoras de automóveis – chegou a R$ 2,5 bilhões, com chances de superar os R$ 3 bilhões este ano. Se o crescimento do mercado terceirizado estimado pela ABT se confirmar, além do incremento dos negócios, subirá de 500 mil para 700 mil o número de pessoas empregadas até 2007 – desempenho que nenhum outro segmento deverá ter, mesmo com a ampliação da atividade econômica e a grande recuperação das exportações. Somente este ano, 57 mil novas vagas devem ser abertas, tornando o contact center uma das principais opções de primeiro emprego para jovens de todo o país. São pessoas na faixa dos 18 aos 25 anos, que precisam comprovar apenas o ensino médio completo, ter boa fluência verbal, alguma habilidade em informática e capacidade de
se relacionar com os outros – e nada mais. Estimativas da Abrarec dão conta de que em 2010 o número de trabalhadores do setor chegará a um milhão. Que outro segmento da economia pode exibir performance tão animadora? O levantamento da E-Consulting, contratado pela Associação Brasileira das Relações Empresa-Cliente (Abrarec), mostra também que os pontos de atendimentos das empresas terceirizadas subiu de 42,9 mil no ano de 2000 para 68 mil em 2003, devendo chegar a 78 mil no final do atual exercício. Com a expectativa da ABT de inverter a relação entre operação própria (que responde hoje por 65% dos serviços) e terceirização (35%), e com a entrada de mais empresas interessadas em prospectar novos clientes ou manter os que já têm, o perfil do segmento pode estar mudan-
do definitivamente. Além disso, o conceito de call center estrito ao uso do center,, mais rrestrito telefone, está evoluindo para o de contact center mite a uticenter,, que per permite lização de outr os rrecur ecur sos par a outros a abordagem dos usuários potenciais de produtos e serviços em todos os cantos do País. Hoje a internet já é o segundo canal mais importante para o relacionamento empresa–cliente, atrás apenas do telefone. As aplicações do serviço são infinitas, mas concentramse sobretudo nas operações de venda, cobrança, fidelização de clientes, apoio a vendedores externos, Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), atualização de cadastros e campanhas promocionais. O estudo da E-Consulting também destaca que o contact center pode trans-
O TELEMARKETING OFERECE ¾Agilidade no contato com os clientes ¾Redução proporcional dos custos, em vista do grande volume de contatos realizados ¾Controle imediato dos resultados ¾Facilidade de controle e monitoramento da atividade de telemarketing ¾Seletividade do público-alvo, com maximização do retorno ¾Grande capacidade de penetração, alcançando qualquer região do país
MATÉRIA PRINCIPAL A internet já é o segundo canal mais importante para o relacionamento empresa– cliente, atrás apenas do telefone
formar o Brasil em um importante pólo exportador e forte player no mercado As m udanças de de outsourcing. “As mudanças compor tamento do consumidor estão impulsionando o setor de relacionamento relacionamento, pois ele já utiliza diversos canais de comunicação e torna-se cada vez mais exigente, pró-ativo e impaciente”, diz o presidente da Abrarec, Roberto Meir. Na outra ponta, segmentos como o bancário, por exemplo, investem muito no relacionamento com o cliente, com o objetivo de conciliar redução de custos e o aumento da satisfação dos usuários de seus serviços. Outro dado relevante é que, embora concentradas na região Sudeste, onde estão dois terços das receitas do segmento, as empresas de ponta não ope-
ram apenas nas grandes cidades. A ACS Call Center é responsável por mais de 5% da força de trabalho economicamente ativa de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Atendendo a 80 milhões de ligações ao mês, a Contax distribui suas 12,5 mil posições de atendimento e seus 28 mil funcionários também por estados considerados periféricos, como Ceará, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal. A Softway, que projeta um crescimento de 40% em 2004, tem uma unidade em São Paulo, mas a maior parte de suas PAs está nas cidades de Jundiaí (SP) e Florianópolis. Já a Atento, líder nacional no segmento, com 1,2 bilhão de contatos/ano, também está em Goiânia e em Salvador e marca presença nas principais cidades do interior
paulista. Com sede em Recife, a Provider tem planos de expansão para o Sudeste, entrando em São Paulo e consolidando sua posição no Rio de Janeiro. As tendências com que trabalham as empresas do segmento apontam para o crescimento das parcerias em alguns setores, como no caso dos serviços públicos, a expansão da internacionalização das operações e a maior ênfase dada pelas empresas à qualidade e ao Um campo ainda bom atendimento. “Um promissor é o estreitamento da r elação entr net e as cenentree a inter internet trais de relacionamento relacionamento, na medida em que a internet funciona como vetor de aproximação entre os usuários e os produtos e serviços disponíveis no mercado”, diz o presidente da Softway, Alessandro Goulart. “O contato humano tem condições de enriquecer o relacionamento entre a empresa e o consumidor internauta”, completa. A tecnologia do CRM também é um aliado poderoso das empresas, porque possibilita a mensuração das vantagens financeiras de investir na fidelização, fator que se junta à capilaridade proporcionada pelo call center nas ações de relacionamento e vendas. Além das amplas possibilidades já reconhecidas, o serviço é encarado como o principal meio de viabilização da estratégia de CRM de uma empresa. Com esse foco, para ficar apenas num exemplo, a Contax desenvolveu um extenso portfólio de soluções de atendimento, que vai do primeiro contato até a integração com sistemas de logística das empresas. Por causa das novas necessidades dos clientes, as empresas do segmento procuraram oferecer soluções mais
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completas para todas as fases de relacionamento de fornecedores, por exemplo, com seus clientes. Mais do que oferecer determinados serviços, a Atento, uma das líderes do setor, tem como expertise a operacionalização de todas as etapas do relacionamento, a começar pelo telemarketing, passando pelo incentive use pelo up selling e chegando à retenção do cliente. “Nossa proposta não é a participação pontual, e sim a atuação em todas as fases da relação dessas companhias com seus consumidores”, diz o vice-presidente comercial da Atento Brasil, Nelson Armbrust. Vê-se, portanto, que passou o tempo em que uma empresa respondia pelo telemarketing, outra pela cobrança e uma terceira pela fidelização.
Por isso, mesmo quando o PIB recua, muitas empresas exibem números animadores em seus balanços ços. Um sintoma de que o potencial do segmento contempla também as empresas que oferecem soluções para as operações de call center está na abertura de duas novas sucursais da francesa Vocalcom na América do Sul, uma em Joinville, em Santa Catarina, e outra em Buenos Aires, na Argentina. Isso ocorre após a aquisição, pela empresa sediada em Paris, da Vox-Hébergement, líder no fornecimento de soluções vocais no setor de saúde. A Vocalcom passa a oferecer ao mercado latino-americano a solução Hermès, plataforma que combina todas as funcionalidades dos contacts center
em um conceito all-in-one. A flexibilidade de suas ferramentas levou a empresa a multiplicar suas sucursais na Europa e, agora, a visualizar potenciais de comercialização no Brasil e na Argentina. “Santa Catarina dispõe de tecnologia de comunicação avançada, indústrias de porte e qualidade de vida melhor que a maioria das regiões brasileiras”, diz César Arenhart, diretor da Vocalcom no Brasil, ao explicar a decisão de instalar um escritório em Joinville. Operando desde agosto passado, a empresa tem entre suas soluções o software E-Service, que faz a gestão de e-mails, e um sistema de reconhecimento de voz que realiza o rastreamento automático, sem a participação da secretária.
ENTREVISTA
EXPANSÃO CALCULADA Topázio Silveira Neto, presidente da Associação Brasileira de Telemarketing, que reúne 380 empresas que atuam no setor, fala sobre as possibilidades de crescimento do mercado de call center no país e destaca a preocupação das empresas prestadoras de serviços com a eficiência e a qualidade do atendimento
“
Creio que nos próximos três anos temos fôlego para crescer a uma taxa anual de 10%. Isso fará com que cheguemos a 700 mil pessoas empregadas no final de 2007
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O mercado de call center passa por um período de grande expansão, colocando-se entre os que mais gger er eraa m opor tunidades de trabalho no Brasil. Como o s enho enhorr analisa esse quadro e que per specti açar spectivv as poderia tr traçar para os próximos anos? Topázio Silv eir Silveir eiraa Neto – O segmento tem se expandido na faixa dos 10% a 15% ao ano, mesmo num quadro de economia praticamente estagnada ou com crescimento anual inferior a 4%. Isso ocorre porque as empresas fazem o que podem para manter clientes que demoraram a ser conquistados e, simultaneamente, vão atrás de outros, aumentando a sua gama de relacionamentos. Nesse contexto, o call center transformou-se numa ferramenta fundamental, por permitir o aumento dos canais de comunicação das empresas, até porque é mais barato fidelizar um cliente do que perdê-lo e depois recuperar a sua confiança ou colocar outro em seu lugar. Outro fator que explica essa expansão é que o telefone se tornou uma bela arma para prospectar novos relacionamentos ou para dar voz a clientes já conquistados. Isso foi possível graças à terceirização das telecomunicações, a partir
de 1998. Hoje, o Brasil conta com mais de 100 milhões de linhas telefônicas (entre celulares e fixas), um volume estrondoso de terminais que colocou grande contingente de consumidores a um passo das empresas que oferecem produtos e serviços no país.
Na economia, é comum haver bolhas de consumo, tendências que não se confir mam mais adiante. Na sua opinião, o se gmento de call center não cor r e segmento esse risco? TSN – Não, porque esta é a base das empresas interessadas em buscar novos relacionamentos. Se imaginarmos um cenário minimamente positivo daqui para frente, com crescimento econômico em torno de 5% ao ano, exportações em alta, expansão do mercado interno e boa geração de empregos, milhões de pessoas hoje alijadas vão ser colocadas para dentro do mercado formal de consumo. Essas pessoas vão querer se relacionar com seus fornecedores, comprar produtos, tirar dúvidas – e é aí que o call center se insere com grandes possibilidades de posicionamento. A razão para esse otimismo também tem relação com as perspectivas de crescimento da terceirização dos serviços de call
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center, dos 35% atuais para 50% nos próximos três anos e para até 65% dentro de uma década. Outro grande potencial é o do offshore, o telemarketing em língua estrangeira, que tem no Brasil grandes possibilidades de expansão, graças aos custos acessíveis das ligações e da mão-de-obra e à cordialidade que caracteriza os operadores em nosso país.
É possível estimar o índice de crescimento do segmento, considerando o momento atual? TSN – Creio que nos próximos três anos temos fôlego para crescer a uma taxa anual de 10%. Isso fará com que cheguemos a 700 mil pessoas empregadas no final de 2007, agregando 200 mil postos de trabalho ao segmento. Em que áreas o call center está mais ffor or te e onde há mais possibilidades de crescer? TSN – As operações de venda representam hoje menos de 20% do montante de empregados nesta área. Os 80% restantes estão divididos entre atividades de relacionamento e cobrança, especialmente. Nesse último caso, notamos que as estruturas tradicionais de cobrança direta estão migrando para o call center, pela sua agilidade e pelas tecnologias de ponta que utiliza. É aqui que o potencial mostra-se mais promissor, porque a concorrência no mercado de telecomunicações vem diminuindo os custos de operação e há recursos técnicos para entender e identificar melhor os anseios do consumidor, aumentando a velocidade das respostas a serem dadas pelas empresas. Gr ande par te dos oper ador es de Grande operador adores call center fazem dessa atividade o seu primeiro emprego e têm pouca experiência profissional.
Como as empresas do setor vêm lidando com essa questão? TSN – Nós sabemos que, apesar das melhorias no ensino nos últimos anos, recebemos pessoas sem nenhuma experiência ou cultura organizacional. Então, o maior trabalho das empresas é pegar esse jovem e praticamente transformá-lo num cidadão corporativo, para que ele entenda o que é uma empresa e como deve se portar nela. O setor de call center, costumo dizer, talvez seja o melhor primeiro emprego que as pessoas podem ter. As pessoas costumam ter cer ta rreesistência a ligações oferecendo produtos dutos,, ser viços viços,, etc etc.. Como as empresas têm encarado a missão de nar a aatititividade vidade mais “simpática” tor tornar para o consumidor? TSN – A simpatia não é o nosso objetivo principal. Queremos ser reconhecidos como um setor profissional, socialmente responsável e alinhado com as tendências de mercado. Temos na ABT um Código de Ética, criado há 16 anos, que vem sendo aprimorado. Através dele buscamos coibir exageros, tentando dar algumas diretrizes para minimizar o problema. Também vamos fazer parte de uma comissão que, junto com o Governo Federal, tenta formalizar esse código como legislação para o setor. Nossos clientes têm hoje políticas bastante rigorosas em relação ao cumprimento do código de ética da associação. Mesmo porque, quando você liga para a casa de alguém, está falando em nome do cliente. E se houver uma perda de imagem, não será da empresa que terceiriza o serviço e sim do cliente da ponta. Por isso, o plano da associação é criar uma ouvidoria em 2005, para que os consumidores tenham a quem se dirigir para reclamar de problemas com as empresas do segmento.
concorrência “nasAtelecomunicações vem diminuindo os custos de operação e hoje há recursos técnicos para entender e identificar melhor os anseios do consumidor
“
RECURSOS HUMANOS
QUALIDADE E TREINAMENTO Para garantir a eficiência nos pontos de atendimento, as empresas de telemarketing investem na qualificação da mão-de-obra, composta em sua maioria por jovens e mulheres
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ominado por jovens de 18 a 25 anos, quase a metade deles experimentando os prazeres e agruras do primeiro emprego, o perfil da mão-de-obra no segmento do contact center é motivo de preocupação permanente para as empresas, mas não deve inibir quem quiser
apostar na força do relacionamento para manter ou conquistar novos clientes. Profissão temporária, a operação de telemar k eting per mite a pessoas com ffor or mação de nív el médio adnível quirir experiência e noções de cultura organizacional que podem ser úteis tanto para elas quanto para as em-
presas que conseguirem mantê-las por mais tempo em seus quadros. Considerando que o treinamento é uma prática comum nesse meio, o trabalhador em estado bruto em pouco tempo se transforma num cidadão corporativo, que entende o funcionamento da empresa e aprende a melhor
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maneira de se portar, a forma adequada de abordar um cliente, limites e deveres de quem lida com o público e se dirige, invariavelmente, a gente que não conhece e que costuma ser cioso de seus direitos e de sua privacidade. Pelas características da abordagem, as empresas do segmento não descuidam do treinamento do pessoal com que trabalham no dia-a-dia. Somente a Contax, que tem 32 mil funcionários distribuídos em oito capitais do país, vai investir R$ 18 milhões este ano no aprimoramento de sua equipe, superando a marca de 2 milhões de horas de treinamento ministradas em 2003. “Acreditamos em três pilares para executar nossas estratégias de venda: um bom script, capacitação intensiva dos recursos e monitoria da qualidade com o feedback a ser dado pelos operadores”, diz Miguel Cui Filho, presidente da Dedic, empresa de contact center do Grupo Portugal Telecom. Em alguns casos casos,, as empr esas estão dando ffor or maempresas endo ção em nív el superior az azendo nível superior,, ffaz convênios com faculdades para capacitar pessoas com potencial para crescer no segmento. No entanto, formar apenas nem sempre é suficiente. Acreditar no que faz, confiar no negócio, é essencial para que o operador passe credibilidade ao cliente. Na Softway, a estratégia é investir em treinamento e educação constante para que os funcionários demonstrem a cada momento o orgulho de trabalhar na empresa. Para manter a autoestima e o astral elevado, a companhia desenvolve programas internos de motivação e apoio a vendas e trabalha com projetos inovadores de recrutamento. Quando o assunto é formação, a Softway
vai fundo e também oferece a oportunidade de estudo superior subsidiado, por meio de seu Centro de Ensino Universitário. Além de treinamentos e reciclagens, a Telesoluções utiliza a tecnologia da informação para mapear, através de dados históricos, os potenciais clientes para determinados produtos, bem como o melhor horário para a sua abordagem, reduzindo eventuais sentimentos de antipatia que o canal possa causar. É nesse campo que muitas empresas concentram suas baterias, porque é comum o usuário reagir de forma negativa a qualquer tipo de abordagem, especialmente por telefone. “Independente dos recursos técnicos, todos os nossos operadores são orientados a não insistir caso não haja interesse do consumidor em determinado produto ou serviço”, afirma o presidente da Telesoluções, Paulo Moura. Já a Contax adotou um sistema de calibração tripla de qualidade, permitindo que a empresa faça o monitoramento do atendimento, o cliente moni-
PERFIL DO PROFISSIONAL ¾Faixa etária de 18 a 25 anos ¾65% são mulheres e 35% são homens
¾45% têm no call center o seu primeiro emprego
¾Os requisitos são ter ensino médio completo, boa fluência verbal, alguma habilidade com informática, boa formação e capacidade de se relacionar em grupo
tore a qualidade e a companhia, no fechamento do processo, cheque a satisfação do cliente final. Novas metodologias para o recrutamento de profissionais que viabilizem a composição agilidade X qualidade têm sido buscadas por empresas terceirizadoras preocupadas em reduzir os índices de turn over, tradicionalmente altos no segmento. Uma vez selecionado, o oper ador é tr einado de ffor or ma a operador treinado orma atender às necessidades dos clientes e per manecer no empr empree g o, incor por ando a cultur a da companhia panhia. Cada empresa, no entanto, tem uma receita para obter sucesso com os recursos humanos de que dispõe. “Mais importante que o treinamento é ter pessoas motivadas, que trabalhem em um ambiente agradável e sejam valorizadas”, diz o diretor superintendente da ACS, Divino Sebastião de Souza. Ele acredita que quando o atendente liga ou atende um cliente “com um sorriso na voz” a conversa fica muito mais fácil e agradável.
TECNOLOGIA
FERRAMENTAS MODERNAS Conheça as novas tecnologias de informática e telecomunicações que estão ampliando as possibilidades de abordagem nos serviços de contato com o consumidor
S
e o telemarketing tem pelo menos duas décadas de história e de presença crescente na vida das empresas, novas ferramentas de aproximação entre estas e seus clientes vêm sendo agregadas à rotina do contact center nesses tempos de comunicação sem fronteiras. A internet, bem mais recente que o velho telefone fixo, abriu um mundo de possibilidades de abordagem, por meio de chats, e-mail, rede de voz sobre IP e até a interação, no nível de envio de documentos, entre o operador e o cliente. Uma novidade é o Thin Client, que permite que as aplicações rodem em micros menos potentes e dispensa o uso do gabinete (desktop), o que reduz o investimento por operador e diminui os custos de manutenção e de licença dos computadores. A chamada Web Collaboration oferece, entre outras, a vantagem de identificar o perfil ideal de operador para cada tipo de atendimento. Para fazer uma abordagem via e-mail ou chat, é preciso que ele tenha maior domínio da língua escrita. Já a transmissão de voz pelo canal de distribuição IP, tendência que está chegando ao Brasil, ajuda a reduzir os custos por ligação (aumentando as chances de uso no offshore) e abre uma nova frente para o trabalho feito em casa (teletrabalho). “Assim que passar a ser empregada em larga esca-
la, a tecnologia VoIP terá um grande impacto na redução dos preços de operação de contact center, possibilitando o acesso a essa ferramenta de relacionamento a um número maior de empreendimentos”, diz o presidente da Softway, Alessandro Goulart. Nesse meio, fazem companhia ao telemarketing as atividades receptivas, como o SAC e o help desk, que oferecem ajuda aos consumidores, tiram dúvidas e resolvem problemas diversos. O mix de serviços é diversificado, indo além da simples operação de centrais de televendas, recuperação de crédito e retenção. “Com a nossa experiência, podemos propor melhorias de processos e produtividade, visando à satisfação do cliente final”, diz o diretor comercial da Contax, Paulo César Salles Vasques. Hoje, as empresas conseguem avaliar as taxas de abandono, o tempo médio de atendimento (TMA) e o tempo médio de pausa (TMP). As medições são acompanhadas em tempo real e tabuladas em relatórios diários ou mensais mensais,, per mitindo mudanças de estratégias e o estabelecimento de novas metas e processos de melhorias. Além da agilidade, o que as empresas do segmento buscam é a redução de despesas e ganhos de competitividade, especialmente porque a concorrência é acirrada e tende a aumentar daqui para
frente, com a entrada de operadoras estrangeiras. Front-ends mais flexíveis, análise de banco de dados para focar a venda de determinados produtos e novas funcionalidades na plataforma de telecom vêm sendo agregados ao cotidiano das companhias do setor. Com o avenço da tecnologia, em pouco tempo será possível definir a oferta/a bor da ta/abor borda dagg em cer ta, no momento cer to lientes to,, par paraa todos os cclientes lientes. A maior parte das empresas de telemarketing utiliza o CRM, sistema corporativo baseado em banco de dados que possibilita grande flexibilidade na geração de informações. Outras novidades são as soluções de sistemas e processos aplicadas à análise e recuperação de crédito e à análise de risco. “Essas novas tecnologias estão sendo postas em prática com muito sucesso e interessam em especial ao setor varejista”, diz o vice-presidente comercial da Atento Brasil, Nelson Armbrust. Com 31,8 mil funcionários, a Atento, subsidiária da espanhola Telefónica no setor de contact center, procura mais que uma participação pontual, atuando em todas as fases da relação das empresas com os consumidores, oferecendo soluções completas que somente os recursos técnicos mais modernos poderiam viabilizar. Entre os recursos utilizados pela Atento destaca-se o direct talk, um
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gerenciador de e-mails e chat que facilita a navegabilidade, diminui o tempo de resposta e proporciona a interação entre o internauta e a base operacional. Outra providência foi desenvolver um módulo customizado dentro do Vantive Ativo, ferramenta de CRM de larga utilização. A Telesoluções, por sua vez, optou pelo sistema de TeleTouch, que além de efetuar cobranças resgata créditos, fideliza o cliente e oferece serviços diferenciados. Entre eles está o TeleWebusiness, que tem estrutura para executar operações de e-
commerce e resposta de e-mail. A redução dos custos operacionais e os recursos tecnológicos disponíveis são vantagens que podem abrir brechas para que os empresários brasileiros passem a utilizar o contact center de forma mais efetiva. Com a necessidade de di divv er sificar seu leque de ser viços, mesmo as empresas de pequeno e médio por tes tendem a render-se às facilidades que o telemar er ece telemarkk eting of ofer erece ece. “A diversidade é interessante tanto para a empresa, que atenderá melhor o seu públi-
co, quanto para o cliente, que poderá escolher entre os serviços oferecidos", afirma Divino Sebastião de Sousa, diretor superintendente da ACS. "Independente de serem pequenas, médias ou grandes, as empresas precisam despertar para a importância de manter um relacionamento eficiente com seus clientes”, afirma. De acordo com Sousa, esse será cada vez mais um fator decisivo para que elas fidelizem seus clientes e se mantenham no mercado. E as ferramenteas da tecnologia estão aí para facilitar essa tarefa.
TENDÊNCIAS
TERCEIRIZAÇÃO De acordo com dados da ABT, há potencial para um crescimento anual de 10% na terceirização dos serviços de telemarketing, aumentando o mercado para as operadoras especializadas
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pesar do crescimento espantoso das centrais de telemarketing nos últimos anos, apenas 35% das operações de contact center no Brasil são feitas de forma terceirizada, tendo como principais clientes grandes companhias de telecomunicações, bancos, seguradoras, operadoras de cartões de crédito e indústrias de bens de consumo. Os outros 75% são operações feitas pelas próprias empresas que oferecem produtos e
serviços aos consumidores. Para atingir a meta de inverter esse índice, as operadoras vêm investindo em recursos e ferramentas que facilitem a expansão do outsorcing a custos acessíveis, já que o gerenciamento e a administração de um contact center são atividades bastante complexas. A estimativa da ABT é de que a terceirização cresça mais de 10% ao ano, de forma a dominar mais de 50% das operações até 2007. Para os especialistas, esse fenôme-
no depende do amadurecimento do setor e da percepção, pelas empresas, das vantagens de ter um parceiro especializado que ofereça serviços de qualidade, a preços convidativos. “Havendo especialistas no mercado com know-how e tecnologia para fazer isso, não faz sentido para uma grande indústria, uma instituição financeira, dispor de tempo e recursos fazendo algo que não é o seu core”, diz o vice-presidente comercial da Atento Brasil, Nelson Armbrust.
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De acordo com ele, a tendência é de que o contact center seja cada vez mais utilizado como elo da cadeia produtiva e faça a ligação entre indústrias e seus fornecedores, e também entre o varejo e seus fornecedores – o que já ocorre com alguns clientes da Atento. “O B2B, e não apenas o B2C, é um campo fértil para a aplicação do contact center”, resume o executivo. Paulo Moura, da Telesoluções, é mais otimista e acredita que a especialização cada vez maior das empresas de call center fará com que a terceirização chegue a 100% do mercado, pois ale a pena as em“certamente não vvale presas investirem em atendimento quando podem se concentrar em suas atividades-fim atividades-fim”. Ele baseia sua crença no fato de que empresas de médio porte já tiveram ótimos resultados terceirizando suas operações de relacionamento. “Entendemos que o porte das empresas contratantes importa menos que o tamanho do mercado que pretendem explorar”, diz. “Vários segmentos ainda vão descobrir as vantagens do telemarketing”, prevê Moura, informando que a Telesoluções já começou a abordar esses setores, como hotelaria, hospitais e clínicas de saúde. A terceirização, na verdade, vem ajudando a acelerar a expansão do mercado de contact center. Foi por conta disso que a ACS, por exemplo, elevou em 40% o seu faturamento em 2003 e mantém perspectivas animadoras para este ano. “Essa opção é importante para as empresas que vêem no relacionamento um elemento estratégico importante, desde que o volume de operações justifique essa decisão”, diz o presidente da ABT,
Topázio Silveira Neto. Um empreendimento pequeno, que utilize 15 ou 20 pessoas para fazer seu relacionamento, não optará pela terceirização, a não ser que faça um trabalho muito específico. A margem de expansão na prestação de serviços terceirizados tem a ver com a necessidade de transferir progressivamente as operações das próprias empresas que oferecem produtos e serviços para outras cuja especialidade é o relacionamento Hoje, a maior parte dessa atividade está nas mãos das próprias empresas que vendem, cobram, prestam serviços e se relacionam com seus clientes. “Grande parte das empresas que mantêm programas internos ainda desconhece as vantagens oferecidas por ações implementadas em empresas cuja vocação principal é o relacionamento”, diz o presidente da Softway, Alessandro Goulart. A par da redução dos custos operacionais e dos recursos tecnológicos aplicados, o investimento maciço na qualificação dos colaboradores vem mudando o perfil do serviço prestado. ePara ganhar terreno, as empr empresas terceirizadoras investem no profissionalismo, no feedback permanente, na agregação de tec-
nologias inovadoras e num atendimento que leva em conta o perfil do ccliente liente liente. Outro nicho é o serviço público, que não tem estrutura física e de pessoal para fazer comunicação de forma eficaz com a clientela que atende. É por isso que na lista de clientes das principais empresas de contact center já aparecem companhias de energia como a Cemig, a Enersul e a Escelsa, tribunais eleitorais de alguns estados, secretarias de governo que atendem um grande contingente de pessoas e até empresas de economia mista que concorrem no mercado e dependem de receita própria para se manter em atividade. Por causa dessa capilarização, alguns empresários do setor acreditam que há espaço para a expansão do contact center fora do eixo das grandes capitais, por meio de companhias menores e focadas em clientes específicos. “O mercado dos birôs voltados aos grandes clientes crescerá menos que as empresas médias, que também se especializam em consultoria e serviços diversos em centrais internalizadas”, prevê o diretor comercial da Provider, Aloysio Acioly.
USOS E APLICAÇÕES ¾ Sistemas de front office e back
¾ Serviço de gestão
office ¾ Soluções de CRM ¾ Integração internet/call center ¾ Sistema de gravação de chamadas ¾ Sistema de gerenciamento de chamadas
de reclamações ¾ Gestão de programas de fidelização ¾ Acompanhamento logístico integral ¾ Pesquisa de mercado ¾ Televendas
TENDÊNCIAS
OFFSHORE Com tarifas telefônicas mais baratas e baixo custo de mão-de-obra, o Brasil se firma como uma alternativa atraente para sediar operações de telemarketing de empresas estrangeiras
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epois que as empresas norte-americanas de telemarketing levaram parte de suas operações para a Índia, criando mais de um milhão de empregos naquele país, outras nações em desenvolvimento passaram a ser vistas como potenciais destinos de grupos interessados em trabalhar com call center ao redor do mundo, sempre buscando regiões onde os custos das telecomunicações fossem mais atrativos. Filipinas e Costa Rica se tornaram a bola da vez, após a experiência indiana, e agora China, Rússia e Brasil estão na mira das empresas que buscam em diferentes lugares operadoras que possam atender consumidores americanos em inglês a custos inferiores aos praticados nos Estados Unidos. Dados do setor indicam que, por conta do chamado atendimento offshore, os americanos devem transferir cerca de 3,3 milhões de empregos para países estrangeiros nos próximos 12 anos. Por causa desse fenômeno de interanacionalização do contact center, o Br Brasil deverá experimentar um crescimento de pelo menos 20% nas operações offshore em 2004. Diante dessa previsão, há empresas se preparando e, em alguns casos, já prestando serviços em inglês, espanhol e até em japonês para clientes de fora do país. Estima-se que os custos de operação sejam de 25% a 40% mais baratos na
América Latina e em algumas nações asiáticas. Com isso, começa uma fase de exportação de serviços – uma novidade para o Brasil, que sempre vendeu matérias-primas e produtos manufaturados. “Este não pode ser considerado um mercado explosivo, mas é bastante especializado, com potencial para crescer de forma constante, gerando divisas em moeda forte”, diz o presidente da Asso-
ciação Brasileira de Telemarketing, Topázio Silveira Neto. Outro trunfo do Brasil para atrair operações offshore são os baixos custos de mão-de-obra em relação aos praticados em outros países. Mesmo que o vencimento médio de um operador que domine outras línguas seja de R$ 1.200, bem acima do que é pago para os demais funcionários, é menos do que ganham os funcionários de empresas que operam em
território americano, por exemplo. Os especialistas têm apontado o perfil do operador brasileiro – cordial e inter essado em aagg ar r ar qualquer interessado opor tunidade – como um dif er endifer erencial positi positivvo importante. E há oferta em boa quantidade, porque milhões de jovens chegam ao mercado de trabalho todos os anos no país. Além disso, milhares de estudantes fazem intercâmbio no exterior e, ao retornar, têm poucas chances de pôr em prática a fluência do idioma que aprenderam. Também contribuem para a posição brasileira as facilidades de conectividade internacional e o fato de o país possuir um alto número de imigrantes ou descendentes, que voltam ao país dos antepassados para trabalhar e precisam estar conectados com o mundo. A proximidade geográfica com os países latinos e com os Estados Unidos e o sotaque latinizado, que é bem aceito pelos norte-americanos, também facilitam. De olho nessa nova tendência, as principais empresas brasileiras de contact center estão se preparando para fazer telemarketing em língua estrangeira. “Em 2004, conseguimos nos inserir no mercado internacional, fechando contratos de offshore e colocando o Brasil na rota dos países procurados para esse tipo de serviço”, diz o diretor superintendente da ACS, contact center do grupo Algar, Divino Sebastião de Souza.
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SERVIÇO
GUIA DE EMPRESAS Confira a listagem das principais operadoras de call center em atividade no Brasil e entre em contato com elas para escolher aquela que melhor se adapte às necessidades do seu negócio NOME
SEDE
FONE
SITE
ABS
Porto Alegre/RS
(51) 3021-7900
www.absdigital.com.br
ACS
Uberlândia/MG
(34) 3233-6500
www.acs.com.br
Actionline
São Paulo/SP
(11) 5087-2700
www.actioline.com.br
Adedo
Barueri/SP
(11) 4196-1006
www.adedo.com.br
AeC
Belo Horizonte/MG
(31) 3269-6600
www.aec.com.br
Ask!
Londrina/PR
0800 4007474
www.askcallcenter.com.br
Atendebem
Novo Hamburgo/RS
(51) 584-5000
www.atendebem.com.br
Atento
São Paulo/SP
0800 565565
www.atento.com.br
BH Telecom
Belo Horizonte/MG
(31) 3282-5151
www.bhtelecom.com.br
Brasilcenter
Juiz de Fora/MG
(21) 2121-9848
www.brasilcenter.com.br
CBCC
São Paulo/SP
0800 8880055
www.cbcc.com
Central 24 Horas
Rio de Janeiro/RJ
(21) 537-3236/3751
www.central24horas.com.br
Cia. de Telemarketing
São Paulo/SP
(11) 3159-1600
www.telemarketing.com.br
Cmagnani
São Paulo/SP
(11) 2168-3788
www.cmagnani.com.br
C.M.J.
São Paulo/SP
(11) 3106-6529
Compugraf
São Paulo/SP
0800 558810
www.compugraf.com.br
Contax
Rio de Janeiro/RJ
0800 282 0700
www.contax.net.br
Contractors
São Paulo/SP
(11) 3218-4300
www.contractors.com.br
Criativa
São Paulo/SP
(11) 3456-3401
www.criativa-tmk.com.br
CSU
São Paulo/SP
0800 159495
www.scutelesystem.com.br
Dedic
São Paulo/SP
0800 7077808
www.dedic.com.br
Divicall Tlmkt
São Paulo/SP
(11) 3788-3011
www.divicall.com.br
EBN & Associados
Rio de Janeiro/RJ
(21) 2122-8000
www.ebnassociados.com.br
SERVIÇO SEDE
FONE
EDS
São Paulo/SP
(11) 3707-4263
www.eds.com
Lebre
Salvador/BA
(71) 326-3610
www.lebre.com.br
Marketing Brasil
São Paulo/SP
(11) 3351-3100
www.marbra.com.br
Meta Soluções
São Paulo/SP
(11) 3234-5000
www.theclient.com.br
Montana
Brasília/DF
(61) 327-3740
www.montana.inf.br
Provider
Recife/PE
(81) 2122-2122
www.providerst.com.br
Proxis
São Paulo/SP
(11) 6847-1000
www.proxis.com.br
Public
São Paulo/SP
(11) 3154-0300
www.public.com.br
RedLine
São Bernardo do Campo/SP
(11) 6844-6499/6480 www.redline.com.br
Sercom
São Paulo/SP
(11) 3038-5400
Sitel
São Paulo/SP
(11) 5010-9403/9436 www.sitelbrasil.com.br
Softway
São Paulo/SP
(11) 3443-4603
www.softway.com.br
SPCom
São Paulo/SP
(11) 3273-2700
www.spcom.com.br
Telefutura
São Paulo/SP
(11) 3748-6903
www.telefutura.com.br
Teleperformance
São Paulo/SP
0800 557802
www.teleperformance.com.br
Telesoluções
Rio de Janeiro/RJ
(21) 2123-8555
www.telesolucoes.com.br
TeleTech
São Paulo/SP
(11) 3747-7966
www.teletech.com
TMS
São Paulo/SP
(11) 3188-4000
www.grupotms.com.br
TMKT
São Paulo/SP
(11) 2133-2106
www.tmktbrasil.com.br
TSA Teleserviços
São Paulo/SP
(11) 6902-3400
www.tsateleservicos.com.br
Uranet
São Paulo/SP
(11) 3242-1353
www.uranet.com.br
USS
São Bernardo do Campo/SP
0800 551057
www.uss.com.br
Vermont
São Paulo/SP
(11) 5682-6067
www.netvermont.com.br
Vision Global Marketing
Campinas/SP
(19) 273-5200
www.vision-marketing.com.br
Vocalcom
Joinville/SC
(47) 433-0022
www.vocalcom.com.br
Voicecall
São Paulo/SP
(11) 3140-3101
www.voicecall.com.br
Voxline
São Paulo/SP
(11) 5525-5555
www.voxline.com.br
Work Telemarketing
São Paulo/SP
(11) 3618-8585
www.work.srv.br
Zanc
Porto Alegre/RS
(51) 3287-4000
www.zanc.com.br
NOME
SITE
www.sercom.com.br
2004
Empreendedor – Julho
Pequenas Notáveis Edição: Alexandre Gonçalves alexandre@empreendedor.com.br
COMÉRCIO EXTERIOR
Parceria quer incrementar exportação das micro e pequenas empresas A última pesquisa sobre o número de pequenas empresas que exportam aumentou 21% entre 1998 e 2003. O índice, mesmo que possa ser considerado, precisa melhorar a partir da formalização de uma parceria do Sebrae com a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) para a promoção comercial de micro e pequenas empresas no exterior. Nesse sentido, serão aplicados US$ 40 milhões em projetos de promoção comercial. Segundo Luiz Carlos Barboza, diretor-técnico do Sebrae Nacional,
o reduzido valor médio das exportações realizadas pelas micro e pequenas empresas mostra que há um espaço grande para crescimento da participação desse segmento nas exportações brasileiras. O valor médio exportado pelas microempresas foi de US$ 50,4 mil e das pequenas empresas, US$ 316,1 mil. Participando do evento “Comércio Exterior – A Nova Abertura da Economia”, promovido pela Fundação Getúlio Vargas e pelo jornal O Globo, no Rio de Janeiro, Barboza destacou que uma das prioridades do
Sebrae é facilitar o acesso ao comércio exterior das micro e pequenas empresas. No mesmo evento, Ivan Ramalho, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, disse que os principais focos do governo são a diversificação do mercado de destino, dos produtos da pauta de exportação, e o aumento do número de empresas exportadoras. Para ele, as micro e pequenas empresas têm um papel importante para o cumprimento desses objetivos.
EVENTO
2004
Nos dias 25, 26 e 27 deste mês, Brasília sediará o X Encontro Internacional de Empreendedores, evento que irá debater as tendências de oportunidades para pequenos negócios e os melhores investimentos para a promoção do desenvolvimento das pequenas empresas. Com o tema “Empreender faz sentido”, o encontro vai relacionar os cinco sentidos humanos ao comportamento empreendedor: visão estratégica, ouvir o mercado, sabor da vitória, faro para os negócios, contatos que produzem negócios e até o sexto sentido, ou seja, a intuição para os negócios. Paulo Okamotto (foto), diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, acredita que o enconNovembro – Empreendedor
tro será um sucesso e espera que idéias criativas e inovadoras surjam desse evento, “assim como saem boas idéias de empreendedores que realizam o Empretec” (programa de capacitação do Sebrae/ONU que fortalece ou desperta nos participantes características e comportamentos empreendedores). O X Encontro Internacional de Empreendedores acontece paralelamente ao 13º Encontro Latino-Americano do Projeto Empretec, no espaço às margens do Lago Paranoá, conhecido como Pontão do Lago. A expectativa é de que 1.500 pessoas participem dos dois eventos, que contarão com a presença de especialistas empreendedores em diversos segmentos.
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SEBRAE
Brasília sedia encontro de empreendedores
O espaço da micro e pequena empresa
CRÉDITO
Microcrédito do BB vai emprestar R$ 300 milhões até o final do ano ARQUIVO EMPREENDEDOR
Quem pode usar o BB Crédito Pronto? Clientes que têm renda mensal de até R$ 1 mil ou média de aplicações somada aos depósitos à vista também inferior a R$ 1 mil. Qual a taxa de juros cobrada? A taxa é pré-fixada em 2%, com prazo de pagamento entre 4 e 14 meses. Onde buscar mais informações? Nas agências do Banco do Brasil ou nos terminais de autoatendimento, onde o correntista visualiza uma mensagem na tela com informações sobre as condições da linha de crédito. Se quiser, o cliente pode contratar automaticamente o empréstimo.
do interessado e pode variar entre R$ 100 e R$ 600. A liberação do valor solicitado é realizada na conta corrente do interessado no momento da contratação do empréstimo e a Tarifa de Abertura de Crédito (TAC) é de 2% sobre o valor solicitado.
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TICKET – Líder no mercado de alimentação e refeição-convênio, a Ticket lançou um conjunto de benefícios e serviços diferenciados para empresas com até 50 funcionários para a compra dos produtos Ticket Restaurante, Ticket Restaurante Eletrônico e Ticket Alimentação. A iniciativa faz parte da estratégia de crescer conquistando clientes de pequeno porte. Em 2003, cerca de 80% dos contratos fechados pela Ticket foram com pequenas e médias empresas. ITAÚ – Quem também lançou produto diferenciado para as micro e pequenas empresas foi o Itaú. O produto lançado, o Itaucard Mastercard Business, tem o objetivo de agregar eficiência, praticidade e segurança no pagamento das despesas das empresas, bem como oferecer uma linha de crédito adicional, que permite aumentar em até 40 dias o prazo para o pagamento das compras, e financiar até 80% do valor total da fatura. Além disto, possibilita que as empresas se beneficiem do parcelamento sem juros, hoje amplamente difundido no comércio brasileiro. ON-LINE – Já está no ar o novo site Empreendedor, com uma série de informações de interesse para os empreendedores, com destaca que também para o dono de pequeno negócio. Além do conteúdo das publicações da Editora Empreendedor, o site traz dicas sobre planejamento, crédito, novos negócios, tendências de mercado, além de um noticiário com atualização constante de tudo o que interessa o empreendedor (cursos, eventos, etc.). Para conhecer o novo site Empreendedor, acesse www.empreendedor.com.br. 2004
O Banco do Brasil está encerrando 2004 satisfeito com o resultado de uma de suas principais ações de apoio aos pequenos negócios: a linha de microcrédito BB Crédito Pronto, destinada aos clientes com renda mensal de até R$ 1 mil ou média de aplicações somada aos depósitos à vista também inferior a R$ 1 mil, e que deve emprestar cerca de R$ 300 milhões até dezembro de 2004. A estimativa é de Edson Monteiro, vice-presidente de Varejo da instituição, e tem por base o aquecimento do mercado com as vendas de final de ano. Lançado em junho deste ano, o BB Crédito Pronto emprestou cerca de R$ 150 milhões em 301 mil contratos. Só no mês de setembro foram fechadas 65 mil operações, com volume contratado de R$ 31,6 milhões. O Banco do Brasil tem público potencial de 4,3 milhões de clientes aptos a tomar o empréstimo. Ao acessar os terminais de auto-atendimento para efetuar operações de qualquer natureza, esses correntistas são abordados com mensagem na tela com informações sobre as condições da linha de crédito. Dessa forma, o cliente pode contratar no ato seu empréstimo. A taxa de juros é pré-fixada em 2% ao mês e o prazo para pagamento varia de quatro a 24 meses, com a possibilidade de agendamento da primeira prestação para até 59 dias a partir da data da contratação. O limite de crédito está vinculado à renda
TOME NOTA
Empreendedor – Novembro
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Maio – Empreendedor
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Ano IV - Nº 39
Motivação na rede O que fazem as redes para garantir clientes fiéis, equipes de funcionários motivados, franqueados satisfeitos com o negócio e franqueador sorridente com os resultados?
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“Padronização pode virar Premiação”, com o objetivo de estimular as escolas a trocarem as cores da fachada e montarem secretarias e salas de aulas padronizadas, entre outras melhorias. O prêmio, nesse caso, foi a concessão de livros, mas o principal fator motivador da rede ainda é o apoio em todas as áreas: administrativas e pedagógicas. Valter Bresolin Moraes, gerente administrativo da PBF, afirma que o importante é manter a afinidade entre as escolas e para isso todas recebem o mesmo respaldo e orientações. “Nossa preocupação com a satisfação do franqueado é algo que se inicia antes mesEmpreendedor – Novembro
2004
Se no contato com os clientes a ordem é transmitir simpatia e atenção, o que é traduzido na chamada qualidade no atendimento, em outra ponta da relação das redes de franquias a ordem é manter a satisfação em alta com atrativos que tragam prazer aos negócios. Estamos falando do relacionamento entre franqueador e franqueados, que está sempre ganhando novas ferramentas motivacionais e de estímulo ao trabalho em equipe. Na rede de escolas de idiomas PBF (Pink Blue Freedom) as campanhas com prêmios são uma das alternativas. Recentemente foi lançada a campanha
Franquia
mo de esse empreendedor virar parte integrante da rede, afinal oferecemos todo o apoio, desde a escolha do ponto até a conduta de um funcionário que está na recepção da escola”, diz ele. Participar de uma rede aumenta as probabilidades do empresário em manter-se no mercado, mas não é garantia, pelo fato em si, de cem por cento de sucesso. Sabendo disso é que os franqueadores estão sempre em busca de novidades que levem mais informações aos franqueados, seja contratando consultores, seja mantendo equipes próprias na matriz. Na PBF existem dois departamentos considerados fundamentais para o atendimento à rede: o plantão e o de franquia, onde são feitas consultorias que permitem uma radiografia do que ocorre em cada unidade. “Assim como a coordenação pedagógica, que é um setor primordial que descobre necessidades e estuda diferenciais com freqüência, os departamentos mais administrativos permitem uma interação rápida e trocas de experiências com a promoção
DIVULGAÇÃO
Total de reuniões periódicas”, conta Bresolin Moraes. A integração também ocorre em reuniões regionais por estados, onde a rede ouve as demandas e apresenta novas idéias, além de congressos nacionais de dois em dois anos para atualizar todos os envolvidos na rede, manter a integração e oferecer palestras. “Estamos sempre pesquisando, sustentados pela Fundação Richard Fisk, e repassamos o comprometimento de que a franquia é uma parceria, ou seja, queremos o melhor para os nossos parceiros, para que toBresolin: apoio total, desde a escolha do dos sejam beneficiados”, comenponto até a conduta do funcionário ta o gerente. Em 2005 a rede PBF comemora 40 anos e o congraçamento virá num con- dagógica da franquia desenvolve megresso. Os anos revelam um trabalho canismos dinâmicos que mudam a rosério, dedicado e eficaz no ensino de tina em sala de aula ou pelo menos peridiomas. E isso só é possível porque mitem ao professor liberdade para não os investimentos envolvem muito quem ficar preso ao manual. “Buscamos semestá na ponta no contato com os clien- pre motivar o professor para que ele tes finais: os professores. A parte pe- tenha prazer e transmita isso em sala.
OPINIÃO
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Treinar é oferecer prazer? O consultor Adir Ribeiro, diretor do Instituto Franchising e especialista em Franchising e Canais de Distribuição, escreve sobre treinamento nas organizações em rede destacando que a relação entre franqueador e franqueado deve ter como tônica a interdependência e o constante aprendizado. Apesar dos bons números do setor, diz ele, cabe uma profunda reflexão sobre as taxas de mortalidade desse negócio, “que é sabido também que são muito inferiores às existentes nos negócios independentes, onde podemos destacar que todo o suporte e conhecimento oriundos do Novembro – Empreendedor
franqueador (entre tantas outras coisas) ajudam de maneira fundamental na implantação de negócios franqueados com o relativo sucesso”. No entanto, o consultor acredita que “a postura de ambas as partes deve mudar para a busca de respostas em conjunto, e todas as ferramentas de gestão que devem ser disponibilizadas para a rede têm que estimular a capacidade de raciocínio dos próprios franqueados, sempre com um bom acompanhamento da equipe de suporte, principalmente dos consultores de campo, que devem parar de só ‘apontar erros’ e passarem a ter uma postura de facilitadores, gestores e consultores de ne-
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gócio, sem esquecer obviamente o seu papel de supervisor”. Ribeiro complementa: “O desafio será conseguir fazer com que os franqueados utilizem efetivamente os materiais e ferramentas desenvolvidos pelo franqueador, compartilhando os resultados positivos (e também os negativos) e estruturando, assim, um banco de informações que chamamos de ‘práticas bem-sucedidas’ ou, de maneira simples, podemos também denominar de ‘gestão do conhecimento’. Estimule sempre a sua rede a pensar como você gostaria que eles pensassem e terá resultados melhores e mais efetivos para o seu negócio!”
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São feitas duas reciclagens, uma em janeiro e outra em julho, além de treinamentos práticos quando necessário”, diz Bresolin Moraes. Nas redes de alimentação quem está diretamente em contato com o cliente também deve estar satisfeito para repassar essa sensação. Os consultores especializados em franchising dizem que a remuneração não é tudo. Às vezes, confiança, bom treinamento e clima amigável na empresa são fatores que transmitem credibilidade, estimulam a auto-estima e, por conseqüência, garantem prazer em realizar a atividade. É claro que ser lucrativo é um bom tranqüilizante para empresários que apostam nas franquias, e a rede Giraffas sabe disso. Como muitas franqueadoras, a Giraffas disponibiliza orientações sobre gestão do negócio e sobre a operação em si através de treinamentos e visitas de consultores, mas cabe ressaltar que as ações de marketing são executadas de maneira compartilhada com os franqueados. “Temos quatro associações de franquea-
Miccieli: participação direta cria a percepção de uma parceria verdadeira Novembro – Empreendedor
dos e cada presidente possui assento no Conselho de Marketing junto com representantes da franqueadora. Este Conselho é que define novas ações e planeja o setor”, conta Cláudio Miccieli, diretor-executivo da rede. Com investimentos em marketing da ordem de R$ 8 milhões, a Giraffas, que atualmente agrega 160 pontos-de-venda em oito estados brasileiros, reformulou muitas coisas nessa área este ano. Contratou a DPZ Propaganda para cuidar das campanhas publicitárias institucionais, com o desafio de levar a outros estados a confiança conquistada com o consumidor de Brasília, berço da rede, onde os pontos-de-venda ultrapassam as 60 unidades. Já havia sido contratada também uma agência especializada no segmento infantil, a Umbigo do Mundo, que delineou toda a reestruturação dos produtos e brindes oferecidos para o exigente público mirim. A cada três meses a rede realiza assembléias regionais que permitem apresentação das novidades, discussões sobre procedimentos e sugestões para o desenvolvimento das unidades. Segundo Miccieli, há outros canais de comunicação que possibilitam a troca freqüente de idéias e “é essa participação direta que faz com que o franqueado enxergue na franquia um parceiro, que lhe dá suporte e, além de toda a atenção, lhe ajuda a ganhar dinheiro”, brinca. Mas complementa com seriedade: “A rede só existe e se movimenta quando todos estão envolvidos, satisfeitos, querem melhorar e crescer”. A rede Giraffas faturou no ano passado R$ 108 milhões e espera encerrar o ano de 2004 com faturamento de R$ 142 milhões e 174 unidades espalhadas pelo Brasil. Para 2005, a previsão é de um incremento de 35% em seu faturamento.
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Marcas que transmitem prazer Algumas marcas de produtos ou serviços que utilizam o sistema de franchising baseiam suas ações de marketing e de construção da imagem justamente no fator prazer e qualidade de vida. É o caso de grande parte das redes de cosméticos e perfumes, como Água de Cheiro, O Boticário e L’Acqua di Fiori, que fazem da própria loja um local prazeroso e atrativo. Além de as vendedoras se transformarem em verdadeiras consultoras, que transmitem dados e detalhes dos produtos, os espaços padronizados das unidades ressaltam cores suaves e mobiliário clean, fazendo do ambiente um local que privilegia o bem-estar. Na área de vestuário, a marca Richard’s de roupa masculina repassa o conceito de viver bem no próprio estilo das coleções. Camisas de algodão, calças em tons pastéis e suaves, sandálias e camisetas dão o tom nas vitrines. A ordem da rede de franquias que tem cerca de 40 lojas no Brasil é estar à vontade, confortável, cômodo e bem vestido ao mesmo tempo. A marca tem como conceito esse estilo de vida e nesse contexto é que baseia seus padrões de ambientação da loja, de modelagens de roupas e até mesmo de treinamento dos funcionários.
Linha Direta Giraffas (61) 3031-1800 Grupo Cherto (11) 3171-0008 PBF (11) 5084-1924
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Do Rio para São Paulo A Amor Perfeito, tradicional loja carioca de pijamas, camisolas e robes, abriu sua primeira franquia em São Paulo, no Shopping Villa Lobos. A rede já está presente no Rio de Janeiro e em Brasília e busca expansão em todo o país. A meta é fechar 2004 com mais duas unidades franqueadas. Atualmente são cinco lojas em funcionamento. A marca iniciou suas atividades no Rio de Janeiro no final dos anos 60. Ao longo do tempo, a rede se expandiu rapi-
damente e chegou a possuir unidades em vários estados brasileiros, além de Nova York, Buenos Aires, Lisboa e Porto. Em 2001, foi adquirida pela Suave Sonho Modas Ltda. e, em 2003, reiniciou sua expansão por meio do sistema de franquias. Os interessados em abrir uma loja da Amor Perfeito devem investir aproximadamente R$ 150 mil, já inclusos o estoque, os equipamentos e a montagem da loja. www.amorperfeito.com
Expansão e conveniência
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Cada unidade da rede de lojas Multicoisas foi projetada para ser uma espécie de centro de conveniência de materiais para reparos e produtos que organizam e facilitam o dia-a-dia das pessoas nas residências ou escritórios. Com ambientes que variam de 70 a 130 m2, a loja é departamentalizada, com seções específicas para os mais de 5 mil itens de produtos, no sistema “faça você mesmo”. Neste ano a expansão ocorreu com força no estado de São Paulo, com seis unidades comercializadas, sendo uma em Campinas e as demais na capital. A
Novembro – Empreendedor
meta de expansão para 2005 é inaugurar dez unidades com foco em São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro, Belo Horizonte e nas principais capitais do país. Num prazo de cinco anos está prevista a instalação de 93 franquias da Multicoisas em 39 localidades do Brasil. Na Multicoisas podem ser encontrados desde pilhas, parafusos e prateleiras, até equipamentos para computadores, telefonia, jardinagem, utensílios de cozinha, banheiro e organizadores de espaços, gavetas, armários e geladeiras, entre outros. www.multicoisas.com.br
Garfield no kit Desde o dia 18 de setembro o Garfield, personagem de um gato preguiçoso, dorminhoco e apaixonado por lasanha, está ilustrando os brindes e a caixinha do combinado infantil da rede Habib’s em duas versões de pelúcia e quatro versões de quebracabeça. São dois preços para o kit infantil, variando de acordo com o brinde. O kit Habib’s é composto por duas esfihas, batata frita, suco natural e 1 brinde, numa caixinha decorada. “Queremos, além da variedade, dar flexibilidade no preço ao nosso cliente”, afirma Thomaz Pedroso, diretor de Marketing do Habib’s que estuda a possibilidade de o kit ganhar uma versão de Natal. A rede acredita que vai vender mais de 2 milhões de unidades, um recorde na rede. A campanha conta com um filme de 30 segundos a ser veiculado em programação infantil de várias emissoras de TV, além de outdoors e material de ponto-de-venda. Garfield é criação de Jim Davis (1978) e foi tema de filme lançado este no Brasil pela Fox. (11) 5633-2705
Reportagem e Redação: Sara 6 4 Caprario E-mail: franquiatotal@empreendedor.com.br
NOVAS REDES Lavar mais roupa suja ma Clean é que o cliente poderá deixar suas roupas para lavar, secar e passar ou somente para lavar, só para secar, só para passar, só para lavar e secar ou ainda só para secar e passar. “Além disso, os valores são cobrados por quilo de roupa seca, baixando os preços”, conta o diretor. Para o investidor interessado na franquia, essa é uma opção que exige apenas R$ 80 mil de investimento, contra os cerca de R$ 300 mil de uma lavanderia tradicional. A intenção da franqueadora é somar 460 unidades nos próximos seis anos, em todo o Brasil. Uma unidade piloto foi instalada no bairro do Campo Belo, em São Paulo (SP), em outubro. (11) 5535-4110 ou www.primaclean.com.br
DIVULGAÇÃO
No Brasil as lavanderias já não são mais sinônimo de cuidados com roupas especiais ou de festa. Cada vez mais famílias estão se acostumando com o serviço, o que ocasiona abertura de novas empresas para atender a demanda. A rede Prima Clean está sendo lançada pelo Sistema Brasileiro de Lavanderias, que já detém a marca Qualittà com 35 unidades, para atender o público C, ou seja, aquele que não tem o costume de mandar a roupa para a lavanderia por considerar o preço inacessível. Paulo Elias Ferreira, diretor de Expansão, diz que “a qualidade oferecida também garantirá ao franqueado atingir as classes A e B, certamente”. Um dos diferenciais da Pri-
Conceitos A rede de cosméticos e perfumes Julie Burk manteve seus conceitos de atendimento e desenvolvimento de produtos, mas modernizou o layout das lojas para deixar os clientes mais à vontade. A cor branca nos móveis passou a realçar mais os produtos e a cor laranja foi usada para realçar a logomarca. Outros detalhes da loja estão nas cores concreto e gelo. Com uma House Agency, a franqueadora mantém uma equipe de criação para o desenvolvimento de embalagens, produtos, materiais promocionais e de mídia. Pesquisando as tendências e necessidades de mercado, a Julie Burk Perfumes está relançando seu produto que mais vende: a famosa deo colônia Hora Íntima, há 20 anos em linha. Com uma nova roupagem baseada em ousado design e uso de cores, ficaram mantidas apenas a logomarca HI e a fragrância nota floral, levemente adocicada, com fundo amadeirado e almiscarado. (41) 366-2288
Alta no faturamento
Em Minas Gerais Savassi e Pampulha até dezembro deste ano. À frente do comando das filiais estará o franqueado Mauro Pinhel, que há dez anos trabalha no mercado de fast-food. Minas Gerais sempre esteve presente nas decisões estratégicas de crescimento do Bob’s. “O mineiro conhece, gosta da nossa marca e aprecia muito o sabor dos nossos produtos”, explica Flávio Maia, diretor de Franquias e Marketing do Bob’s. (21) 2598-5730
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O Bob’s, rede de fast-food com 368 unidades, investe na abertura de cinco lojas em Belo Horizonte até o final de 2004. A primeira loja foi inaugurada no Diamond Mall, no bairro Lourdes, uma das regiões com maior poder aquisitivo da capital mineira. A ação faz parte da estratégia de expansão da rede em Minas Gerais, uma das principais praças para a empresa. As outras unidades serão abertas nos Shoppings Cidade, Itaú Power,
A rede de qualificação profissional e ensino de informática BIT Company obteve faturamento de R$ 26,28 milhões no primeiro semestre deste ano, o que representa um crescimento de 46% em relação ao mesmo período de 2003, quando o valor chegou a R$ 18 milhões. O lucro líquido cresceu 16%. São 176 unidades em 13 estados brasileiros. “A maior divulgação de nossos cursos e a estruturação da rede estão entre as principais estratégias utilizadas para atingir esse crescimento em apenas um semestre”, afirma Moysés Naves, gerente de Marketing. A estratégia da empresa é realizar pesquisas periódicas para analisar as necessidades do mercado e atualizar a grade de cursos de acordo com a demanda. O crescimento é mais significativo em algumas escolas do que em outras, segundo o gerente da BIT Company. (11) 5908-4321
Franquia
ABF
Governo reafirma compromisso com o franchising nacional
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Aneli Dacás Franzmann, do Ministério do Desenvolvimento, ressaltou mais uma vez o interesse do Governo Federal na expansão do sistema de franquias tanto no Brasil como no exterior Aneli reforçou a importância da restauração do Fórum Setorial de Franquias como um importante espaço para o fomento dessa atividade tanto no setor público como no setor privado. Segundo ela, os principais benefícios da franquia no setor público são garantir a qualidade e a padronização dos serviços prestados pelas empresas públicas, com custos reduzidos. Além disso, a franquia é uma forma de geração de empregos e receitas, inclusão social e também uma alternativa a privatizações. A representante do governo ilustrou sua apresentação com o exemplo dos Correios, que conta hoje com cerca de 1.700 agências franqueadas para o setor privado espalhadas pelo país e que pode ser considerado um exemplo na prestação de serviços públicos no Brasil. “A franquia pública é uma excelente alternativa na busca pela eficiência e excelência na oferta de serviços públicos”, disse. Aneli Dacás Franzmann participou da 4ª Convenção ABF do Franchising como representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Novembro – Empreendedor
Convenção foi marcada pelo entusiasmo e integração dos empresários A 4ª Convenção ABF do Franchising evidenciou o amadurecimento do setor e o profissionalismo das redes que atuam no país. O evento, que contou com cerca de 250 congressistas – franqueadores, consultores, advogados e demais colaboradores do sistema –, discutiu muito a questão da eficiência operacional e da valorização das pessoas para o sucesso dos negócios. Muito preocupados com questões relacionadas às mudanças do varejo, os participantes tiveram a oportunidade de debater sobre as tendências mundiais e nacionais do segmento, apresentadas pelo consultor e especialista Marcos Gouvêa de Souza. Temas como globalização, busca pelo menor preço, fidelidade de consumo, multivarejo, marcas próprias, centros de compras, entre outros, foram discutidos com base em casos práticos de empresas líderes mundiais do setor como Wal Mart, Argus, Dixons, Tesco. Marcos Gouvêa de Souza definiu três itens-chave para o sucesso no varejo: marca, relacionamento com cliente e controle da distribuição. Outro tema presente em praticamente todas as sessões da Convenção foi a valorização dos colaboradores. Durante sua apresentação, Aprígio Rello Junior, vice-presidente do Wal Mart, ressaltou que, no mercado onde tudo está praticamente “commoditizado”, o único e poderoso diferencial das empresas são as pessoas. O executivo mostrou como o Wal Mart cresce no mundo e também no Brasil com uma estratégia de negócios baseada fundamentalmente em seus colaboradores. A rede, que recentemente adquiriu o grupo nordestino Bom Preço, tornou-se, em menos de dez anos, o terceiro maior varejista do país. De acordo com Aprígio, a missão do Wal Mart é trabalhar para diminuir o custo de vida das pessoas das comunidades onde está presente. Por isso, o slogan “Preço bai-
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xo todo dia”. Ele ressaltou que o sucesso da rede está baseado principalmente nos pilares Custo, Distribuição e Gente. Dos líderes que trabalham hoje na empresa, 80% iniciou no chão de loja. No último dia da Convenção, a valorização das pessoas foi mais uma vez discutida na plenária. Luciano Pires, que atualmente é diretor de Comunicação da Dana Autopeças, ressaltou a necessidade de criarmos uma marca Brasil mais convincente no mercado mundial e de agirmos como empresários de um país sério, capaz, preocupado com qualidade de produtos e serviços, atendimento, etc. O palestrante provocou a platéia a indignarse com o atual cenário de conformismo do Brasil, que, apesar de ter excelentes condições e exemplos práticos de empresas e setores de destaque internacional, não consegue o nível de desenvolvimento sócio-econômico desejado. Além das sessões oficiais, os empresários do setor organizaram-se em 15 grupos para trocar experiências e comparar práticas relacionadas à sucessão e transferência de unidades franqueadas, exportação de franquias, franquias públicas, troca de bandeira, uso da internet no suporte à rede, responsabilidade social, tendências para expansão, redução do impacto da proximidade de território, motivação, aspectos legais e treinamento. Ao encerrar a 4ª Convenção ABF do Franchising, Gerson Keila, presidente da ABF, anunciou oficialmente o ingresso de franquias públicas na Entidade e garantiu apoio a todas as empresas governamentais que optarem pelo sistema. O empresário enfatizou que o franchising nacional vive um momento muito especial, pois as empresas estão realmente comprometidas e unidas em prol de um sistema cada vez mais profissional e que busque novos vôos como o mercado internacional e a esfera pública.
Zelo Serviços
Wizard
Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2098 franchising@wizard.com.br www.wizard.com.br
Negócio: Prestação de serviços de terceirização Tel/Fax: (11) 5505-9050 E-mail: zelo@zelo.srv.br Home page: www.zelo.srv.br
Prosperidade certa
Nº de unidades próprias e franquadas: 35 Áreas de interesse: Estado de São Paulo e Rio de Janeiro Apoio: MP, PP, PO, OM, TR, EL, PN, SP Taxa de Franquia: R$ 20 mil Instalação da empresa: R$ 10 mil Capital de giro: R$ 20 mil Prazo de retorno: 18 a 24 meses Contato: Sr. Eladio Cesar Toledo
A Zelo é uma empresa brasileira destinada a solucionar e integrar os diversos serviços de terceirização prestados ao patrimônio de uma escola, shopping, hotel, hospital, indústria, condomínio, ou residência. Através de um projeto baseado na experiência de mais de 20 anos de seu corpo técnico, pioneiro na implantação do conceito de performance em serviços de limpeza e na implantação de franquia de serviços no Brasil. A Zelo busca a melhor mão de obra, capacitando-a com o treinamento mais adequado a necessidade da cada cliente seu.
Fisk Negócio: Educação/Ensino de Idiomas Tel: (11) 5573-7000/Fax: ramal 251/255 franchising@fisk.com.br/www.fisk.com.br
O seu sucesso é a nossa história! Faça parte de uma rede de escolas de idiomas com mais de 40 anos de experiência e tradição em ser sucesso. A empresa atua no Brasil desde 1958, transferindo seu know-how aos franqueados distribuídos por todo o Brasil, América Latina e Japão. A FISK oferece um suporte de primeira linha incluindo treinamento em 11 áreas distintas para que o franqueado faça uma ótima administração em sua escola. O método de ensino exclusivo é constantemente atualizado por uma equipe pedagógica altamente qualificada e esse é o nosso ponto mais forte. Com um pequeno investimento você abre uma franNº de unidades: 40 próprias e 667 franqueadas quia FISK e consÁreas de interesse: Todo o Brasil trói também a Apoio: PA, PO, TR, PF, EL, SP, MP, PM, PO, OM sua história de Taxas: 20% pool propaganda sobre compra de livro sucesso num Instalação da empresa: a partir de R$ 40 mil mercado em franCapital de giro: R$ 10 mil ca expansão. Prazo de retorno: 18 a 24 meses Contato: Christian Alberto Ambros
Sucesso educacional e empresarial A Wizard Idiomas é a maior rede de franquias no segmento de ensino de idiomas* do país. Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior que geram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio milhão de alunos por ano. A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamente didático com proposta pedagógica para atender alunos da educação infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira idade. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e português para estranNº de unidades: 1.221 franqueadas geiros. A Wizard é Áreas de interesse: América Latina, EUA e também pioneira no Europa ensino de inglês em Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, Braille. EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FM Taxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 mil Instalação da empresa: a partir de R$ 50 mil Capital de giro: R$ 15 mil Prazo de retorno: 24 a 36 meses Contato: Alberto Campos
* Fonte: Associação Brasileira de Franchising e Instituto Franchising.
People Negócio: Educação Profissional e Tecnológica Tel: (19) 3253-0199 www.people.com.br / franquias@people.com.br
A Franquia que dá retorno! Os cursos People já foram testados e aprovado por mais de 1 milhão de alunos em todo o Brasil. Pessoas que, graças ao aprendizado na People, conseguiram transformar oportunidades de emprego em sucesso profissional, trabalhando hoje em empresas e instituições dos mais variados segmentos de mercado. A People possui a maior e mais completa linha de cursos que permite ao franqueado obter maiores vantagens competitivas no mercado. A People é pioneira em Educação Profissional e Tecnológica. Desde 1979 tem se destacado pela inovação e qualidade de seu trabalho como também pelos valores que tem adotado em seu dia-a-dia. Valores como respeito aos princípios mercadológicos, à ética e ao relacionamento com seus parceiros e clientes. Nosso padrão de Nº de unidades: 3 próprias e 28 franqueadas relacionamento coÁreas de interesse: Todo o Brasil Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, mercial tem como regra de jogo o “gaEI, PN, SP nha-ganha”. Afinal Taxa de Royalties: 7% Taxa de Franquia: R$ 20 mil a R$ 50 mil um bom negócio Instalação da empresa: R$ 45 mil a R$ 150 mil tem que ser bom Capital de giro: R$ 35 mil para todos. Prazo de retorno: 18 a 28 meses
PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto
Worktek
Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2000 franchising@worktek.com.br www.worktek.com.br
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Star Bit Educação e Profissões
PBF Inglês e Espanhol
Negócio: Educação e treinamento Gerência de Franquias (11) 6440-4634 laudson@starbit.com.br www.starbit.com.br
Negócio: Educação/Ensino de Idiomas Tel: (11) 5084-1924/Fax: (11) 5084-8882 franchising@pbf.com.br/www.pbf.com.br
Um investimento responsável e rentável Seja um franqueado Star Bit. Você fará parte de um grupo que há quinze anos atua na área de educação, ensinando com qualidade informática e idiomas a milhares de pessoas que buscam aprimorar sua formação profissional, tudo isso com preços populares. O franqueado Star Bit tem apoio total, desde a escolha do ponto até um treinamento completo para uma melhor gestão do empreendimento. Além disso, o franqueado conta com uma Central de Compras com diversos fornecedores, todos cadastrados, testados e aptos a fornecer os materiais padronizados a serem utilizados na montagem da unidade, como apostilas, folderes e computadores – sempre a custos especiais para os fraqueados. O mercado de educação é um dos que mais cresce no Nº de unidades próprias e franq.: 33 país, e uma escola de qualidade Área de interesse: Interior do Estado é a possibilidade de um bom rede São Paulo torno, ainda mais oferecendo Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, cursos a preços populares. TR, PF, EI, PN, SP Além disso, a preocupação com Taxas: Franquia a partir de R$ 4 mil; a qualificação profissional é cada Royalties 10% FB; Publicidade 2% FB vez maior. Por isso, investir na Investimento total: R$ 100 mil Capital de giro: Variável Star Bit é investir na formação Prazo de retorno: 24 a 36 meses de profissionais qualificados Contato: Laudson Diniz para o mercado de trabalho.
1. A PBF exige pequeno investimento e não cobra royalties. 2. A PBF é uma rede de escolas de idioma com mais de 30 anos de experiência e tradição. 3. A PBF possui um método de ensino exclusivo e próprio, totalmente atual e comunicativo. 4. A PBF forneNº de unidades: 223 ce suporte em toÁreas de interesse: Todo o Brasil das as áreas, da Apoio: PA, PO, TR, PF, EL, SP, MP, PM, PO, OM administrativa à Taxas: 30% pool propaganda sobre compra de livro pedagógica. Instalação da empresa: a partir de R$ 40 mil (de5. A PBF trabapendendo do tamanho da cidade) Capital de giro: R$ 10 mil lha para você cresPrazo de retorno: 18 a 24 meses cer sem parar! Contato: Departamento de Franquias
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FRANQUIAS EM EXPANSÃO Alps Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2000 franchising@alpschool.com.br www.alpschool.com.br
Oportunidade de sucesso Rede em ampla expansão Lançada em maio de 2001, a Alps faz parte do grupo ProAcademix, também detentor das marcas Wizard e Worktek. Atualmente, ela é a rede de franquias de idiomas que mais cresce no Brasil, com 101 unidades espalhadas por todo o país. O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvida nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolingüística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatro habilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa: conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, o aprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente. A Alps conta com know-how administrativo e comercial, através de um sistema Nº de unidades próp. e franq.: 101 exclusivo de ensino, Áreas de interesse: América Latina, Estados e dá assessoria na seUnidos, Japão, Europa leção do ponto coApoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PN mercial, na adequação Taxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 por kit (publicidade) do imóvel e na imInstalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 mil plantação e operação Capital de giro: R$ 5 mil da escola. Prazo de retorno: 12 a 18 meses Contato: Ivan Cardoso
Livros CDs DVDs Papelaria Revistas Fundada em 1943 e com mais de 10 anos de know-how em sistemas de franquias, a Nobel é hoje a maior rede de livrarias do Brasil com mais de 120 franquias espalhadas pelo país. Confira algumas vantagens da franquia Nobel: consignação de grande parte do estoque inicial, com condições comerciais melhores do que as de uma livraria independente; suporte operacional e para escolha, análise e negociação do ponto comercial; abertura para a implantação de negócios complementares como café e internet; modelos de franquia de acordo com o potencial de cada região do Brasil: livraria, megastore e express (quiosques e lojas compactas); plano de expanNº de unidades próprias e franqueadas: 131 são definido para o Áreas de interesse: Brasil mercado brasileiro Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EL, PN, SP Taxas: de R$ 15 mil a R$ 30 mil (franquia) com oportunidades Royalties: de R$ 500 a R$ 5 mil especiais para noFPP (Fundo de Promoção e Propaganda): de R$ 100 a R$ 1 mil vos franqueados. Instalação da empresa: a partir de R$ 37.450 Faça parte desse suCapital de giro: variável cesso! Entre agora Prazo de retorno: de 24 a 36 meses (estimativa) em contato! Contato: Depto. de expansão 11-3706-1491/1493 PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto
Guiado
Empreendedor
Um negócio para cada perfil Curso promove reorientação profissional para quem precisa acertar em cheio
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Empreendedor – Novembro
2004
Saber identificar o negócio mais adequado ao perfil do empreendedor é uma das orientações do “Fastplacement – Em busca das melhores oportunidades”, curso criado pelo Grupo BPI do Brasil. O curso oferece um módulo específico sobre criação de empresas, ajudando no trabalho de prospectar aspirações, motivações e capacidades de cada um, além de uma análise do perfil do empreendedor, avaliação e formatação de negócio e discussão de possíveis oportunidades. O objetivo é apoiar as pessoas que estão à procura de novas perspectivas profissionais em meio a um mercado cada vez mais competitivo e restrito. A empresa, que presta consultoria na área de recursos humanos, é líder do segmento na Europa e especialista em estratégias de reorientação profissional, com 700 consultores espalhados em todo o mundo. Durante as aulas é apresentado um panorama das tendências do mercado e da evolução das empresas, ressaltando os novos perfis e competências que estão sendo
ações específicas e treinamentos, que ajudam na recolocação em novas atividades produtivas. Através de avaliações, cada profissional é conduzindo a uma solução de trabalho adaptada às suas necessidades, seja com um novo emprego, seja com a abertura de seu próprio negócio. “Para ter sucesso, o importante é poder fazer o que você gosta e sabe fazer, atuar com as competências e preferências pessoais”, diz Gilberto. Entre os temas tratados nas aulas estão: apreDIVULGAÇÃO sentação de conceitos de empregabilidade, projeto profissional, análise de tendências do mercado e evolução das empresas, desenvolvimento de auto-imagem, identificação de forças e fragilidades, definição de objetivos e metas, e preparação para entrevistas. Além das aulas em sala os alunos podem utilizar a estrutura oferecida pelo Grupo BPI, como o BPI Online (que fornece apoio via internet) e o Polinfo, no qual o aluno tem um pólo de pesquisa de informação que serve de apoio na definição dos projetos e na fase de busca de novas oportunidades. O curso tem duração de 24 horas/aula e é disponível para grupos abertos de até 30 pessoas de várias empresas ou exclusivos de Gilberto Guimarães: oportunidades uma só companhia. são criadas pela maneira de www.bpi.com.br/(11) 3814-0860 se apresentar ao mercado exigidos dos profissionais, independentemente da área de atuação. “A maneira pela qual uma pessoa administra sua carreira e se apresenta ao mercado é o que garante acesso às melhores oportunidades e a trabalhos compensadores, independente do tipo de vínculo e relações”, diz Gilberto Guimarães, diretor da empresa no Brasil e presidente do Instituto Amigos do Emprego. O curso oferece aos participantes
Guia do Empreendedor
Pr odutos & Ser viços Produtos
2004
FOTOS DIVULGAÇÃO
Mobilidade total
Pintura virtual
A empresa paulistana Cavenaghi, especialista em artigos para portadores de deficiência física, lançou no mercado o elevador Multi Lift, com tecnologia 100% nacional. Movido a eletricidade, o produto tem capacidade para 120 kg e facilita a transferência de pessoas com problemas de mobilidade para dentro ou fora de um automóvel. “Uma base fixa é instalada no veículo, sendo que o próprio usuário monta e desmonta facilmente o equipamento, que pode ser guardado em uma pequena maleta”, explica Carlos Cavenaghi, diretor técnico da empresa. O equipamento custa R$ 3.200,00 e possibilita a utilização em vários pontos do automóvel, bastando apenas instalar bases fixas extras. www.cavenaghi.com.br
Quem está pensando em dar cara nova às paredes da casa ou reformar efeitos criados pelo arquiteto ou decorador, mas não sabe quais tipos de tinta usar, pode acessar o site www.solventex.com.br. A homepage, criada pela empresa Tintas Solventex, contém dicas de pintura e mostra passo a passo como realizar os mais variados efeitos, como texturas e fundos, e dar acabamentos aos ambientes. Outras informações, como fichas técnicas, manuais de segurança e produtos da marca, também fazem parte do site, que será totalmente reformulado em 2005. 0800 55 9088
Sapato antifurto
Vassoura ecológica
Seguindo um procedimento de segurança comum nos Estados Unidos e Europa, as indústrias brasileiras de calçados estão adotando a etiquetagem dos produtos ainda no processo de fabricação. A etiqueta, geralmente colocada na parte interna da sola ou do salto dos sapatos, emite sinais detectados por sensores na saída das lojas, atrapalhando a tentação dos furtos. A medida, segundo o fabricante, pode provocar uma redução imediata de 20% nos custos operacionais dos lojistas e um aumento de 30% nas vendas. “Protegidos, os sapatos podem ser expostos em locais abertos e livremente manuseados pelos consumidores, aumentando o impulso de compra e as vendas”, explica Bruno Almeida, diretor de Mercado da Plastrom Sensormatic. www.sensorbrasil.com.br
Uma novidade made in Brazil promete invadir os lares norte-americanos. A Vassoura Ecológica, criada pelo projeto Recicla Três Rios, será exportada para os Estados Unidos pela empresa Mundo Verde (rede de lojas de produtos naturais) em parceria com a Surya Henna (fabricante de cosméticos). Fabricada com plástico de garrafas PET e madeira reciclada, as vassouras duram em média dois anos, pesam menos que as convencionais e são comercializadas no Brasil ao preço de R$ 3,50. A meta é exportar 25 mil unidades até o final deste ano. www.mundoverde.com.br/reciclatresrios
Novembro – Empreendedor
Fone fixo pré-pago Está mais fácil para uma empresa controlar os gastos telefônicos de seus funcionários. A Dígitro Tecnologia lançou, durante a Futurecom’2004, o primeiro sistema pré-pago para telefone fixo do mercado brasileiro. Semelhante ao mecanismo utilizado pelas operadoras de telefonia celular, a novidade é um recurso adicional do sistema PABX Dígitro e permite às empresas destinar uma quantidade de créditos aos empregados para telefonemas particulares. O sistema também possibi-
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lita o cadastro de 10 mil números – a chamada “lista branca” – para os quais o funcionário pode fazer ligações sem o desconto de créditos. “Ao mesmo tempo em que dá liberdade de uso, o sistema faz com que a empresa tenha um controle total dos gastos”, afirma Diego Serra, coordenador de Marketing da Dígitro. O usuário pode controlar os créditos pela internet ou pelo telefone, e a empresa pode personalizar o serviço de acordo com a meta de consumo. www.digitro.com.br
2004
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Empreendedor – Outubro
2004
Guia do Empreendedor Pr odutos & Ser viços Produtos Serviços
Outubro – Empreendedor
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Guia do Empreendedor
Do lado da lei
Transporte mais barato para empresas DIVULGAÇÃO
Pr ojeto de Lei que pr opõe deduzir do Projeto propõe IPV A os gastos em pedágios terá um impacto IPVA positivo na cir culação de mer cadorias circulação mercadorias O IPVA é cobrado anualmente pelos Estados e pelo Distrito Federal, sendo que o valor do imposto varia de Estado para Estado, conforme legislação própria, cujo cálculo é feito de acordo com os valores de mercado dos veículos. Vale lembrar que a Secretaria Estadual da Fazenda de São Paulo divulgou, em 1º de novembro de 2004, a tabela de valores de 2005 do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, que tiveram aumento médio de 7%. Do valor arrecadado do aludido imposto, 50% (cinquenta por cento) constitui receita do Estado e os demais 50% constituem receita do Município onde estiver licenciado o veículo. As alíquotas em vigor estão disciplinadas no artigo 3º da Resolução SEF nº 6.533/2002, variando de 1% a 4 %. O referido Projeto de Lei foi apresentado em 19 de outubro de 2004, estando aguardando apreciação e conclusão na Câmara até a presente data. O interessante do racional deste projeto é o fato de que muitos questionam a injustiça da cobrança do pedágio a partir do momento em que o pagamento do impostso anual sobre a proprieda-
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de dos veículos já deveria cobrir os custos com a construção e manutenção das rodovias. Assim, pelo menos nas rodovias federais os usuários seriam compensados do valor repassado às concessionárias nos pedágios. Evidentemente, quem arca com o maior custo dos pedágios são as empresas de transporte, que repassam este valor para o frete, encarecendo o serviço prestado às empresas comerciais. Certamente o maior beneficiado, portanto, seria a circulação comercial de produtos. Além do evidente impacto positivo da eventual aprovação da referida norma no bolso de cada pessoa física proprietária de veículo automotor, o que mais interessa aos empresários é a diminuição do custo de transporte das mercadorias de forma geral. Resta, agora, aguardar para que num próximo momento, diante da norma concreta e seu texto final, seja possível efetuar os cálculos do montante a ser economizado.
Mar cos Sant’Anna Bitelli Marcos Advogado (11) 3871-0269 Empreendedor – Novembro
2004
O deputado Renato Cozzolino, filiado ao PSC-RJ, apresentou na Câmara Federal um Projeto de Lei, nº 4.262/04, objetivando a dedução dos pagamentos de pedágios nas rodovias federais do Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Segundo o autor do projeto, é inexplicável que os brasileiros tenham que arcar com os altos valores dos pedágios, que ficam cada vez mais caros, uma vez que as rodovias existentes foram construídas com dinheiro público. A intenção do deputado é que as empresas concessionárias do serviço de transporte sejam obrigadas a relatarem mensalmente aos Detrans e às Secretarias da Fazenda estaduais os pagamentos de pedágio efetuados de acordo com a placa do veículo, para que os órgãos estaduais possam deduzi-los do valor do IPVA a ser pago pelo contribuinte. O projeto prevê também que as empresas concessionárias que não encaminharem os denominados “relatórios mensais” com os valores do pedágio arrecadado deverão ser penalizadas com multa a ser estabelecida pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).
Guia do Empreendedor
A paixão como estilo de vida A meteórica ascensão do garoto que gerou movimento ao assumir uma postura, transformada em marca de sucesso
2004
por
Nei Duclós
Parece a piada sobre o enriquecimento do primeiro Rockfeller, que começou dobrando a venda de bananas e acabou milionário... depois de ganhar uma herança. Mas não é. É a história do australiano Justin Herald e seu marketing vitorioso, fundado no mito de origem da sua fortuna. A descompostura que levou de uma senhora, que o acusava de não ter atitude, levou-o a criar em 1995 a Attitude Gear com o capital inicial de 50 dólares: essa história economizou milhões em publicidade, pois serviu de pauta para o jornalismo de negócios, tão carente de boas idéias que as matérias costumam cair nos lugarescomuns dos releases. Primeiro estampada em camisetas e mais tarde licenciada para mais de 60 produtos (começou sendo usada em aparelhos de som da Philips), a marca que criou alcançou irresistível sucesso em pouco tempo. Hoje, aos 31 anos, anuncia-se aposentado, o que é mais uma cravada de seu faro para apelos que caem no gosto do mundo predador da economia globalizada. Começou com a própria marca seguida de frases sobre ganhadores e perdedores (a idéia fixa da civilização anglo-saxã) e a arrogância competitiva dos egos incuráveis, como por exemplo “Não importa se você é bom, eu sou melhor”, ou “É tudo uma questão de sorte, pergunte a qualquer Novembro – Empreendedor
perdedor”. Mas seu livro de memórias precoces tem um diferencial, pois toca no núcleo da abordagem desta edição da Empreendedor: a paixão pelo negócio próprio, algo que, para Justin, nada tem a ver com as emoções. Ele avisa que as emoções não devem controlar as decisões empresariais, mas a paixão deve ser encarada como um estilo de vida e canalizada para se obter melhores resultados. Ele diz que precisou aprender tudo nos negócios, desde a necessidade de se registrar a marca até confiar desconfiando dos parceiros que começaram a aparecer. Seu processo de ascensão inclui impiedosa seleção de contatos e de metas. Assim como descarta pessoas consideradas muito negativas, deixa de lado problemas menores que podem afetar seu desempenho se atraírem atenção em demasia. Nele, a ética confinase à honestidade imprescindível aos negócios legais, e ao relacionamento com pessoas que contam, ou seja, as bem-sucedidas. Não há portanto humanidade no sentido iluminista do termo, apenas intenção direcionada para o lucro rápido. Qual o impacto desse exemplo assumido com tanto estardalhaço para o caminho escolhido por tantos empresários, especialmente no Brasil, terra de contrastes e de oportunidades perdidas? Na literatura sobre o sucesso empresarial, sobram exemplos como o de Justin, que focam numa objetividade predadora e jamais no convívio prazeroso com os semelhantes ou com a vida datada a que estamos destinados. Ao excluir grande parte da humanidade, taxada de perdedora, o autor se reserva o papel de herói do capitalismo juvenil, o que sobe rápido. É baseado mais numa idéia do que numa obra e beneficia apenas o topo da pirâmide.
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FICHA TÉCNICA Atitude! Justin Herald Editora Fundamento 120 págs. R$ 28,00
DESTAQUES “Você não pode simplesmente esperar que as coisas aconteçam ou que sua empresa se destaque; é preciso usar paixão e transformála num bem tangível.” Ele conta no livro que criou a própria demanda, pois pediu para os amigos ligarem para a loja perguntando pelas camisetas Atitude. Depois dos telefonemas, ele comparecia pessoalmente na loja, onde tirava pedidos. “Na maior parte do tempo, eu acompanhava o desenvolvimento da empresa apenas por prazer.” Isso não impediu que ele mergulhasse rapidamente no aprendizado da administração dos negócios, pois a taxa de crescimento exigia novos conhecimentos o tempo todo. O salto aconteceu quando conseguiu licenciar a marca para bicicletas, trajes femininos, calçados, mochilas, etc. “A compra de quatro camisetas básicas me deixou sem dinheiro, mas eu não permitiria que um detalhe insignificante como algo chamado falta de capital de giro impedisse tão depressa meus planos.” Para sua surpresa, uma empresa de silk-screen apostou nele e fez o primeiro estoque na base da consignação. Sua primeira exposição foi na porta da igreja onde tinha levado uma descompostura por não ter atitude. Foi quando se viu cercado pelos primeiros compradores.
Leitura
A guerra da logística Logística – O Último Rincão do Marketing Carlos Alberto Mira Editora Lettera.doc Projetos de Comunicação Ltda. 120 págs., R$ 25,00
Educação Financeira ao Alcance de Todos Professor José Pio Martins – Editora Fundamento 103 págs., R$ 24,50 Todo mundo fala em finanças, mas pouca gente entende. O autor procura destrinchar os principais mistérios para preparar o leitor pelo menos para o noticiário e o debate. O livro peca pelo didatismo excessivo, desnecessário pois quem procura um livro desses possui alfabetização suficiente para
agüentar um pouco de chuva de conceitos. Mas parece que isso não é levado em consideração, já que sobram lugares-comuns, totalmente dispensáveis já que o livro oferece algumas orientações valiosas sobre o assunto.
Cliente fiel dá trabalho Como Fidelizar Seu Cliente Willians Rezende – Axcel Books do Brasil Editora 200 págs., R$ 49,00 Esta obra é descrita como uma nova perspectiva do marketing de fidelização dos clientes para profissionais de todos os níveis. Mostra como identificar clientes, construir um bom banco de dados, mensurar níveis de satisfação e analisar com propriedade o feedback de quem escolhe o produto ou serviço. O livro, segundo informações da editora, pode ser interpretado como uma deta-
lhada introdução aos principais conceitos implementados pelo Marketing de Relacionamento, apresentando ainda um glossário detalhado e um extenso índice remissivo. Willians Rezende é especialista em Tecnologia da Informação, pósgraduado em Marketing, professor de Marketing e Recursos Humanos, consultor e palestrante da NWS Consultoria de Vitória (ES).
Uma aula de contabilidade Contabilidade Gerencial e Societária – Origens e Desenvolvimento Álvaro Ricardino – Editora Saraiva 254 págs., R$ 48,90 Teses de mestrado e doutorado têm fama de conteúdo difícil, intrincado, não acessível a leigos. Isso é apenas má vontade dos editores que apostam na superficialidade para evitar que o conhecimento chegue às livrarias. O professor, administrador, contabilista e auditor Álvaro Ricardino, da USP, com esta sua tese sobre a contabilidade gerencial e societária, prova que uma tese
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é o perfil ideal para o leitor mergulhar neste assunto de importância radical para os empreendedores que procuram ir além do óbvio no ponto mais sensível da empresa, o caixa. Saber como surgiu e se desenvolveu a teoria contábil é, neste livro, fonte daquela alegria verdadeira que tomamos contato quando lemos livros importantes. Empreendedor – Novembro
2004
Transportar para o lugar certo o número adequado de produtos em tempo hábil não é apenas uma operação de guerra, é uma operação de marketing. O autor faz um vôo rasante sobre os princípios e conceitos fundamentais dessa atividade, sendo objetivo a maior parte das vezes, mas errando quando, em algumas passagens, trata o leitor como um desinformado. É preciso insistir junto a autores e editores que as expressões “caro leitor”, ou o convite para “apertar os cintos que vamos fazer uma viagem de helicóptero” sobre o tema é pura perda de tempo. O leitor tem mais o que fazer do que aturar esse tipo de tratamento. Mira ainda tem a ousadia de peitar, ao longo de apenas três páginas, um conceito de Phillip Kotler, o pai do marketing, que defende a idéia de custo alto para a logística eficiente. Mira acha que os custos podem ser reduzidos para operações com bons resultados. Talvez seja necessário perguntar à custa de quem esse enxugamento será feito. Nem todo país encara o enxugamento de custos como uma penalização às pessoas encarregadas de fazer o trabalho pesado.
Quem entende de finanças?
Pequenas e médias empresas
Apoio para exportar O acesso ao mercado externo hoje já não é mais privilégio das grandes empresas. Pequenas e médias vêm descobrindo o caminho das pedras e contam com apoio para fazer bons negócios
A
s micro e pequenas empresas que buscam alternativas de venda no mercado internacional e decidem exportar já contam com apoio em várias frentes para facilitar a entrada, com êxito, no mercado externo. Seminário realizado na Serasa, em outubro, abordou as expectativas e desafios do comércio exterior e demonstrou que hoje as pequenas e médias empresas têm ao seu alcance financiamento, suporte técnico e ferramentas de gestão de negócios para ultrapassar as fronteiras do mercado nacional. As condições mais favoráveis ao comércio exterior criaram-se a partir da década de 90, segundo a coordenadora do Programa Exportar do Santander-Banespa, Dorothea Werneck, presente ao seminário. Ela salientou três grandes facilitadores ao comércio internacional: a abertura da economia, em 1990; a adoção do Plano Real, em 1994; e a mudança cambial, em 1999. “Todos esses acontecimentos aumentaram nossa competitividade no exterior e também o número de empresas exportadoras, que de 14 mil passou para 17 mil em 2003”, afirmou. A consultora da Agência de Pro-
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moção de Exportação do Brasil (Apex-Brasil, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Adriana Rodrigues, lembrou a criação da entidade, em 1998. “A Apex tornou viáveis missões e promoções para aumentar as exportações brasileiras de bens de consumo e serviços, além de melhorar a imagem do Brasil no exterior”, disse ela durante o seminário. A Apex dirige seu apoio principalmente às pequenas e médias empresas e a algumas companhias de grande porte que estejam iniciando sua atuação no comércio internacional, sempre por meio das entidades de classe do setor em que as empresas atuam. Segundo Adriana Rodrigues, “a Apex preza a abertura de novos mercados e a consolidação dos tradicionais”. A agência tem, hoje, mais de 200 projetos em execução, oferecidos a 45 setores. “Somente no primeiro semestre de 2004, realizamos 244 eventos e registramos um aumento de 13% nos negócios”, exemplificou a consultora. Para Laércio de Oliveira Pinto, diretor de Produtos da Serasa, as condições necessárias para vender ao mercado externo não são muito diferentes das requeridas para o mercado interno. Entretanto, as realidades são diferentes. É preciso conhecer o risco do país para qual se vai exportar, sua estrutura legal e tarifária, as peculiaridades do mercado para ajustar o produto ao perfil do consumidor local e, sobretudo, o risco da empresa para poder estruturar adequadamente a operação e reduzir as perdas de crédito. A Serasa, maior empresa de informações para gestão de crédito e apoio a negócios do Brasil, detentora do maior banco de dados da América Latina, coloca à disposição do mercado informações sobre empresas estrangeiras visando fornecer maior segurança na
tomada de decisão dos negócios do comércio exterior. “As empresas brasileiras já podem reconhecer os riscos que correm ao buscarem o mercado internacional. É possível contar com instrumentos para calcular e gerir esses riscos, que se dividem nas classificações de país, empresa e operações”, analisou Laércio de Oliveira. “Para se fazer a avaliação do risco país, toma-se por base a balança de pagamentos, política fiscal e monetária do governo e analisa-se também a capacidade de o sistema financeiro administrar riscos. Olha-se o país como se fosse uma empresa para detectar se há solidez financeira. No risco empresa são estudados o fluxo de caixa, para saber os riscos que a empresa apresenta no seu mercado de atuação, e no risco operacional são analisadas as qualidades e garantias”, explicou o diretor da Serasa. Para aumentar a segurança e controle dos riscos comerciais nas operações de comércio exterior, a gerente de Produtos da Serasa, Thaís Antoniolli, citou os Relatórios Internacionais da Serasa, elaborados por meio de acor-
ROSANA MOMI
Thaís Antoniolli e Laércio de Oliveira, da Serasa, Adriana Rodrigues, da Apex, Dorothea Werneck, em pé, e João Batista de Paula, da Sab Company, no II Seminário Serasa de Comércio Exterior, em outubro
dos com as mais importantes empresas de informações para negócios, presentes em todos os continentes. Eles fornecem informações cadastrais, pendências financeiras, hábitos de pagamento com fornecedores e avaliações econômico-financeiras sobre as principais empresas do mercado internacional, para o exportador/importador brasileiro avaliar seus prospects, clientes, parceiros e fornecedores estrangeiros, permitindo uma visão abrangente sobre o risco de crédito na operação. O presidente da empresa de trading Sab Company, João Batista de Paula, expôs no seminário o modelo de atuação de trading que integra todos os processos do comércio exterior por meio de um fornecedor único de serviços. Batista de Paula explicou que esse processo se divide em três níveis. O primeiro deles, dirigido aos iniciantes no comércio exterior, volta-se ao estudo das questões econômicas. O segundo nível, para empresas que operam no mercado internacional, compreende o trabalho de consultoria de mercados, a
detecção de adaptação final dos produtos, feiras, prospecções de mercados. No terceiro nível, após as empresas já terem passado pelos dois níveis anteriores, efetuam-se as negociações, quando então a trading atua de forma concreta no processo comercial. Desafios Os especialistas presentes ao seminário destacaram algumas dificuldades que as empresas brasileiras enfrentam ao buscar o mercado externo. Dorothea Werneck afirmou que as empresas nacionais precisam aumentar sua capacidade para atender aos pedidos dos importadores. Para ela, é necessário esse aprimoramento para que consigam incrementar a participação do Brasil no comércio mundial. “O Brasil perdeu a primeira posição de maior economia na América Latina para o México, porque, após sua integração ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), o México apresentou aumento expressivo nas exportações”, observou.
Além disso, para a consultora, as empresas exportadoras também precisam de financiamentos integrais. Outro aspecto apontado por Dorothea Werneck foi a dificuldade de comunicação. Segundo ela, é preciso que os bancos usem uma linguagem acessível ao explicar as regras para os exportadores, porque muitos desistem das linhas de crédito por não conhecerem os termos estrangeiros. O presidente da Sab Company apontou uma carência de bons profissionais na área de comércio exterior. Para suprir essa carência, o executivo disse que a sua empresa fez parcerias com entidades de ensino para capacitação de profissionais para atender às demandas do mercado. Para o diretor da Serasa, empresas que adotam o pagamento antecipado como política absoluta terão dificuldades de exportar. Segundo ele, é necessário que as empresas se cerquem de informações para aumentar as chances de negócios com riscos reduzidos e construir parcerias duradouras.
Guia do Empreendedor
Otimismo é fonte de renda e consumo
2004
DIVULGAÇÃO
Como ocorre rotineiramente, também para o próximo ano a condução da política econômica está repleta de complicadas decisões. Isso reflete, em última instância, a impossibilidade de se atingir simultaneamente todos os nobres objetivos que qualquer governo, representando a sociedade e suas contradições, se propõe a atingir. Isso se manifesta claramente na necessidade de optar entre o aumento dos gastos sociais, absolutamente necessário, já que o mercado ao longo da história brasileira não propiciou o mínimo de eqüidade, ou, por outro lado, o controle dos gastos para manter a obtenção de superávits primários no orçamento e assegurar o equilíbrio fiscal. Dada essa restrição fiscal, a opção feita pelo atual governo faz com que caiba um papel cada vez mais importante ao setor privado na execução dos investimentos produtivos. A escassa disponibilidade de recursos do governo decorre da opção de controlar o endividamento público, importante fator condicionante da taxa de juros interna. Com isso, setores que estão prestes a utilizar toda a capacidade produtiva existente vão ter de fazer investimentos mais intensamente, sob risco de perderem oportunidades de lucros com a expansão da economia, além de suprirem as lacunas deixadas Novembro – Empreendedor
Decisões difíceis na política econômica precisam manter as expectativas geradas pelo crescimento em segmentos historicamente sob responsabilidade estatal. Um outro exemplo que mostra a dificuldade das decisões a serem adotadas refere-se à política cambial. A manutenção do câmbio valorizado que se observou nos últimos meses é ótima para o controle da inflação, mas impede a intervenção do Banco Central no mercado comprando dólares para aumentar as reservas internacionais. Esse aumento das reservas seria desejável para reduzir a vulnerabilidade externa do país, o que teria como conseqüência a redução dos juros pagos pelo país nos mercados externo e interno. Mas as reservas têm de ser pagas em reais para o setor privado, porque o governo não gera divisas, o que significa que ocorrerá um aumento do volume de moeda em circulação. Isso geraria uma redução dos juros, mas estes já estão de acordo com a meta estabelecida na política monetária. Para “enxugar” a liquidez gerada pela compra de divisas será necessário, então, emitir títulos públicos, o que corresponde a um aumento da dívida pública. Na política monetária, a elevação dos juros nos últimos meses funciona como um freio na economia, confirmando o conservadorismo do Banco Central, inalterado desde a implanta-
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ção do Plano Real, há mais de dez anos. O argumento de incertezas com petróleo e demanda pode ser correto, mas o papel das expectativas do setor financeiro da economia está tendo papel importante na decisão sobre os juros. O custo de controlar a inflação dessa forma é favorecer, mais uma vez, o capital que recebe juros, à custa do principal devedor da economia, o próprio governo. A dívida pública, de certa forma, acaba sintetizando as contradições e (im)possibilidades da política econômica. A economia do país tem condições de continuar apresentando bons resultados em 2005, embora, como também é rotineiro, existam riscos. Um exemplo é a ocorrência de alguma tragédia no país ou no exterior que reverta o otimismo que se está vivendo, considerando que o país ainda é sensível a choques externos. Internamente, uma das piores coisas que poderia acontecer seria a reversão do clima otimista que hoje cerca as decisões empresariais, cujos efeitos espalhamse pela economia e propiciam o aumento de renda e consumo.
Roberto Meurer
Consultor da Leme Investimentos e professor de Economia da UFSC
Análise Econômica Carteira teórica Ibovespa NOME/TIPO AÇÃO
VARIAÇÃO % ANO (ATÉ 31/10/2004)
1,375 3,004 0,916 2,973 3,888 0,452 0,953 0,42 1,554 2,363 1,623 1,334 0,927 0,192 3,617 0,664 0,452 1,724 0,699 1,409 3,518 0,925 0,592 1,609 1,186 2,765 2,148 100 0,373 1,216 0,614 0,256 1,883 2,902 10,026 0,87 2,887 1,218 0,66 1,747 0,24 1,382 1,196 11,011 1,032 3,279 0,658 0,359 2,08 0,174 0,408 3,658 1,313 4,083 1,166
95,09 -1 -3,34 24,92 15,34 7,94 24,42 13,57 -18,22 -25,64 57,07 34,65 22,22 39,87 31,6 -3,97 22,42 -23,41 -11,2 -6,73 1,06 -1,59 -27,53 -23,83 6,81 -47,8 45,91 3,67 28,04 23,2 37,09 -28,91 -41,76 28,61 29,86 -25,35 15,34 21,13 15,21 -5,55 -19,75 -0,93 10,09 -12,84 -19,89 -10,83 15,47 4,88 -1,71 18,95 -10,26 30,41 11,86 10,36 13,24
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Inflação
(%)
Índice IGP -M (outubr o) IGP-M (outubro) IGP -DI IGP-DI IPCA IPC-Fipe
Setembro 0,39 0,48 0,69 0,21
Juros/Aplicação Outubro 1,24 1,21 0,61 1,12 1,56
CDI Selic Poupança CDB pré 30 Ouro BM&F
Ano 10,69 10,06 5,14 4,62
(%)
Ano 13,07 13,13 6,65 11,76 1,30
Indicadores imobiliários (%) CUB SP TR
Outubro 0,59 0,11
Ano 7,81 1,46
Juros/Crédito Outubro 01/nov Desconto 2,40 Factoring 4,53 Hot Money 3,50 Giro Pré (*) 3,05
(em % mês) Outubro 03/nov 2,40 4,55 3,50 3,05
(*= taxa ano)
Câmbio (em 03/11/2004) Cotação Dólar Comercial Ptax R$ 2,8290 US$ 1,2825 Euro Iene US$ 106,20
Mercados futuros (em 03/11/2004) Dezembro Janeiro Fevereiro Dólar R$ 2,858 R$ 2,898 R$ 2,935 Juros DI 16,96% 17,23% 17,45% Dezembro Ibovespa Futuro 24.050 Empreendedor – Novembro
2004
Acesita PN Ambev PN Aracruz PNB Bco Itau Hold Finan PN Bradesco PN Bradespar PN Brasil ON Brasil T Par ON Brasil T Par PN Brasil Telecom PN Braskem PNA Caemi PN Celesc PNB Cemig ON Cemig PN Cesp PN Comgas PNA Copel PNB CRT Celular PNA Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo Metropo PN Embraer ON Embraer PN Embratel Part ON Embratel Part PN Gerdau PN Ibovespa Ipiranga Pet PN Itausa PN Klabin PN Light ON Net PN Petrobras ON Petrobras PN Sabesp ON Sid Nacional ON Sid Tubarao PN Souza Cruz ON Tele Centroeste Cel PN Tele Leste Celular PN Telemar Norte Leste PNA Telemar-Tele NL Par ON Telemar-Tele NL Par PN Telemig Celul Part PN Telesp Cel Part PN Telesp Operac PN Tim Participacoes ON Tim Participacoes PN Tractebel ON Transmissao Paulist PN Usiminas PNA Vale Rio Doce ON Vale Rio Doce PNA Votorantim C P PN
PARTICIPAÇÃO IBOVESPA
Guia do Empreendedor DE 18/11 A 21/11/2004
DE 11/11 A 20/11/2004
BRASILTEC Salão e Fórum de Inovação Tecnológica Anhembi São Paulo – SP Fone: (11) 4197-9111 DE 14/11 A 16/11/2004
11º SALÃO DE NEGÓCIOS TURÍSTICOS DO MERCOSUL 16º Festival do Turismo de Gramado Sierra Park Gramado – RS Fone: (54) 286-3313
2ª FEIRA NACIONAL DA BELEZA Centro de Exposições da Bahia Salvador – BA Fone: (71) 341-3020 DE 15/11 A 18/11/2004
CHINA TRADE & TECHNOLOGY EXPOSITION Exposição de Produtos e Tecnologia da China Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 3149-5111 DE 16/11 A 18/11/2004
SAE BRASIL’2004 13ª Exposição Internacional de Tecnologia da Mobilidade XIII Congresso Internacional de Tecnologia da Mobilidade Transamérica Expo Center São Paulo – SP Fone: (11) 287-2033 DE 17/11 A 20/11/2004
Agenda
DE 21/11 A 27/11/2004
XII CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE TRABALHADORES Hotel Nacional Brasília – DF Fone: (61) 223-1683
DE 17/11 A 20/11/2004
XLI CONGRESSO BRASILEIRO DE CIRURGIA PLÁSTICA
2004
CentroSul Florianópolis – SC Fone: (11) 3826-1499 Site: www.cirurgiaplastica.org.br
MADE IN BAHIA ENTREGA DE MODA 14ª Feira de Moda em Pronta Entrega, Atacado e Varejo de Confecções, Calçados e Acessórios Centro de Convenções da Bahia Salvador – BA Fone: (71) 450-1022 DE 23/11 A 28/11/2004
V SALÃO DE PRESENTES Centro de Convenções da Bahia Salvador – BA Fone: (71) 342-5209 DE 24/11 A 28/11/2004
DE 21/11 A 27/11/2004
ISA SHOW SOUTH AMERICA’2004 Feira Sul-Americana de Automação, Sistemas e Instrumentação Expo Center Norte São Paulo – SP Fone: (11) 5524-1030 DE 23/11 A 25/11/2004
BIJÓIAS SP 27º Salão de Bijuterias, Folheados, Prata e Acessórios de Moda Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo – SP Fone: (11) 3862-2700
SALÃO DE NOVOS NEGÓCIOS 13º Salão de Novos Negócios Anhembi São Paulo – SP Fone: (11) 4197-9111
DE 23/11 A 28/11/2004
DE 23/11 A 26/11/2004
XVI SEMINÁRIO NACIONAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Brasília – DF Fone: (61) 325-1646
XV FEIRA NACIONAL DO ARTESANATO Pavilhão de Exposições do Minascentro Belo Horizonte – MG Fone: (31) 3282-8280 DE 25/11 A 28/11/2004
ELETRO & INFO’2004 6ª Feira de Produtos Eletroeletrônicos, Informática e Comunicação do Amazonas Centro de Convenções de Manaus Manaus – AM Fone: (92) 216-3513 DE 28/11 A 03/12/2004
XXX CONGRESSO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DAS AGÊNCIAS DE VIAGEM E TURISMO (APAVT) Costão do Santinho Florianópolis – SC Fone: (48) 222-4904 Site: www.apavtnet.pt DEZEMBRO
DE 23/11 A 28/11/2004
FÓRUM GOVERNANÇA CORPORATIVA E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
VI FENAOSTRA CentroSul Florianópolis – SC Fone: (48) 251-4000
Porto Alegre – RS (51) 3346-3836
Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor (www.empreendedor.com.br).
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