PRÉ-FABRICADOS
SINERGIA
Ano 11 • Nº 128 • junho 2005
AGILIDADE PARA NEGÓCIOS RENTÁVEIS
ISSN 1414-0152
FRANQUIA: A FORÇA DA MARCA
Empreendedor
R$ 6,00
Inovação, Gestão e Valor aos Negócios www.empreendedor.com.br
Ano 11 • Nº 128 • Junho 2005
A INOVAÇÃO ENTRE PARCEIROS
A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Marketing e Comercialização José Lamônica [lamonica@empreendedor .com.br]
Nesta edição
Franquias
Redação
Sedes São Paulo Diretor de Marketing e Comercialização: José Lamônica Executivos de Contas: Dervail Cabral e Miriam Rose Rua Sabará, 566, 9º andar, cj. 92 01239-010 - São Paulo - SP Fones: (11) 3214-5938/3214-6093 [empreendedorsp@uol.com.br] Florianópolis Executivo de Contas: Waldyr de Souza Junior [wsouza@empreendedor.com.br] Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss Av. Osmar Cunha, 183, Ceisa Center, bl. C, 9º andar 88015-900 - Florianópolis - SC Fone: (48) 224-4441 Escritórios Regionais Rio de Janeiro Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] Rua da Quitanda, 20, grupo 401 - Centro 20011-030 - Rio de Janeiro - RJ Fone/Fax: (21) 2252-5788 Brasília [jcz@forumci.com.br] Ulysses C. B. Cava SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial Bloco C, cj. 330 70140-907 - Brasília - DF Fone: (61) 426-7315 Paraná [comercial@merconet.srv.br] Ricardo Takiguti Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - cj. 01 - Boa Vista 82560-460 - Curitiba - PR Fone/Fax: (41) 257-9053 Rio Grande do Sul [ag_camargo@terra.com.br] Alberto Gomes Camargo Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu 91380-010 - Porto Alegre - RS Fone: (51) 3340-9116/9918-4604 Pernambuco [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem 51021-310 - Recife - PE Fone: (81) 3327-3384/3327-9430 Minas Gerais [comercial@sbfpublicidade.com.br] SBF Representações/Sérgio Bernardes de Faria Av. Getúlio Vargas, 1300, 17º andar, cj. 1704 30112-021 - Belo Horizonte - MG Fone: (31) 2125-2900 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante Diretora: Clementina P. da Silva Gerente: Luzia Correa Weiss Fone: 0800 48 0004 [assine@empreendedor.com.br] Produção gráfica Impressão e Acabamento: Prol Edit. Graf. Ltda. Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda. Empreendedor.com
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http://www.empreendedor.com.br
ANER Junho – Empreendedor
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O maior patrimônio A marca é o maior patrimônio de uma franquia e onde ela está deve ser fortalecida. Por isso o foco voltase à qualidade e não tanto à quantidade. Muitas empresas estão revendo políticas de expansão e centrando o foco na excelência do atendimento, na lucratividade, na seleção dos franqueados, para evitar que a marca perca pontos no ranking geral de credibilidade que o consumidor vai criando.
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Em busca do padrão
Os destaques da ABF
Para grande parte da população, franquia é sinônimo de padrão. Depois de mais de duas décadas de implantação do sistema no Brasil, esse conceito foi sendo aperfeiçoado e atualmente respeitam-se muito as preferências regionais, o gosto deste ou daquele consumidor, sem deixar, claro, de seguir as regras essenciais determinadas por uma franquia. Essa chamada padronização concentra-se hoje preferencialmente no layout das unidades e no treinamento dos colaboradores que vão estar cara a cara com o cliente.
A lista completa, com detalhes sobre cada franquia, dos ganhadores do Selo de Excelência da Associação Brasileira de Franchising.
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A estratégia correta Perfil e segredos de oito exemplos de franquias bem-sucedidas, que sintetizam o salto dado no setor em faturamento, criação de postos de trabalho e expansão consolidada no cuidado com as marcas.
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Entrevista A imagem como patrimônio Fernando Jucá Vieira de Campos, especialista em propriedade intelectual e industrial, destaca um dos diferenciais de cada empresa: a própria marca. E alerta para a necessidade de tratá-la como um ativo, como acontece nos Estados Unidos, protegendo-a contra o desgaste e a voracidade do mercado.
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DIVULGAÇÃO
Editor-Executivo: Nei Duclós [nei@empreendedor.com.br] Repórteres: Alexsandro Vanin, Carol Herling, Fábio Mayer, Sara Caprario e Wendel Martins Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Arquivo Empreendedor, Fábio Salles e Carlos Pereira Ilustração da Capa: Leandro Reis Produção e Arquivo: Carol Herling Revisão: José Renato de Faria
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Inovação Parcerias tecnológicas
DIVULGAÇÃO
Sinergia é a ação conjunta de elementos na busca de um objetivo comum. Para que uma idéia chegue ao mercado com sucesso, é preciso que a empresa tenha todos os departamentos e colaboradores internos, fornecedores, distribuidores e clientes envolvidos no processo de inovação. Isso exige planejamento tecnológico e uma cultura pró-inovação em toda essa cadeia
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Valor Pré-fabricados em alta Dos três setores que mais geram emprego no Brasil – agricultura, têxtil e construção civil – o terceiro é o que menos se modernizou. O segmento dos pré-fabricados ocupa a vanguarda desse processo, agregando valor a empresários e clientes, evitando desperdício e aumentando a rentabilidade dos negócios.
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GUIA DO EMPREENDEDOR
Produtos e Serviços ....................................................... 66 Do Lado da Lei................................................................ 70 Leitura ............................................................................. 72 Análise Econômica ......................................................... 76 Indicadores ..................................................................... 77 Agenda ............................................................................. 78
LEIA TAMBÉM Cartas ..................................................................................... 7 Empreendedores ................................................................... 12 Não Durma no Ponto ............................................................ 16 Pequenas Notáveis .............................................................. 56
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Empreendedor na Internet .................................................. 82 Empreendedor – Junho
Editorial
de Empreendedor para Empreendedor
Assinaturas Para assinar a revista Empreendedor ou solicitar os serviços ao assinante, ligue 0800 48 0004. O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 72. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 16,7%, pagando somente R$ 60. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30min. Se preferir, faça sua solicitação de assinatura pela internet (www.empreendedor.com.br) ou pelo e-mail assine@empreendedor.com.br.
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Correspondência As cartas para as revistas Empreendedor, Jovem Empreendedor, Revista do Varejo, Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de Franquias, publicações da Editora Empreendedor, podem ser enviadas para qualquer um dos endereços abaixo: São Paulo: Rua Sabará, 566 - cj. 92 CEP 01239-010 - São Paulo - SP Rio de Janeiro: Rua da Quitanda, 20, gp. 401 - Centro - 20011-030 - Rio de Janeiro - RJ Brasília: SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial - bloco C - cj. 330 - CEP 70140-907 - Brasília - DF Rio Grande do Sul: Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu - 91380-010 - Porto Alegre - RS Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 - bloco C - cj. 902 - CEP 88015-900 Florianópolis - SC Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - cj. 01 - Boa Vista 82560-460 - Curitiba - PR Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111, cj. 605 - Boa Viagem - CEP 51021-310 - Recife - PE Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300, 17º andar, cj. 1704 CEP 30112-021 - Belo Horizonte- MG Os artigos deverão conter nome completo, assinatura, telefone e RG do autor, e estarão sujeitos, em função do espaço, aos ajustes que os editores julgarem necessários.
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ara justificar nosso assunto de capa desta edição, basta comparar duas pesquisas, uma da ABF sobre o desempenho das franquias e outra do IBGE sobre os empreendedores informais. Os resultados dos dois nichos se opõem em tudo, com exceção do crescimento (e nem é preciso dizer o quanto um significa uma boa notícia e o outro significa exatamente o contrário). Por exemplo: só em 2004 o faturamento das franquias cresceu 9%, enquanto a queda no faturamento dos informais empregadores (com até cinco empregados) encolheu na mesma proporção (de R$ 6,6 mil para 6 mil), só que num período maior, entre 1997 e 2004. No Brasil existem 10,3 milhões de empresas informais, que geram empregos para mais de 13,8 milhões de pessoas, enquanto as franquias empregam 531 mil pessoas, tendo gerado o ano passado mais 31 mil novos postos de trabalho. Enquanto a informalidade cresce e fatura cada vez menos, driblando a tributação e engolfando um contingente cada vez maior de trabalhadores e empregadores sem o amparo da lei, as 678 redes de franquias também crescem e aumentam seus rendimentos, empregando mais pessoas, movimentando, só no ano passado, R$
31,6 bilhões, contra R$ 29 bilhões em 2003. É um desequilíbrio evidente entre os empreendedores que contam e todos aqueles que são empurrados para atividades geradas pelos altos índices de desemprego. As franquias são, portanto, uma solução decisiva para o Brasil encontrar seu caminho do desenvolvimento sustentável, beneficiando não apenas os diretamente envolvidos, franqueadores e franqueados, como também a multidão de trabalhadores que se abrigam nelas. Além disso, oferecem aos consumidores uma série de alternativas trabalhadas estrategicamente dentro dos princípios da qualidade. Não é pouco, se somarmos a isso o enriquecimento do saber e da eficácia no mundo dos negócios, que difunde princípios por toda a sociedade e gera frutos para mais de uma geração. Diante da riqueza de abordagens oferecidas pelas franquias, optamos pelo fortalecimento da marca, um aspecto importante que virou tendência, pois é preciso crescer com segurança. A marca que se impõe no mercado pela qualidade é um patrimônio que sintetiza os acertos do empreendedorismo no instável território da economia brasileira.
CARTAS PARA A REDAÇÃO Correspondências por e-mail devem ser enviadas para redacao@empreendedor.com.br. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do estado de onde está escrevendo.
CEDOC O Centro de Documentação (CEDOC) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar contato pelo telefone (48) 224-4441 ou por e-mail (imagem@empreendedor.com.br).
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Cartas COMÉRCIO EXTERIOR
ABRACEX
Agradeço as dicas da Empreendedor, que na edição 127 abordou as exportações brasileiras. Descobri nas reportagens que existem vários caminhos para colocar produtos no Exterior e que o assunto não é apenas comércio, mas relações internacionais. Falta apenas a política econômica ajudar um pouco e o governo parar de tributar tanto. Assim poderemos deslanchar nessa área e aumentar a participação dos pequenos empreendimentos na nossa pauta de exportação.
É um privilégio encontrar nesta revista a palavra dessa personalidade que é o sr. Benedicto de Santis, da Abracex. Homem de grande conhecimento e experiência em comércio exterior, um dos pioneiros na implantação da cultura exportadora no Brasil, o sr. de Santis honra o país e é uma de suas personalidades mais marcantes.
Vasco Almeida Tiresia
São Paulo – SP
Paulo Daniel de Souza Mayer
Porto Alegre – RS
Parabéns pela série de reportagens sobre as relações brasileiras com seus parceiros comerciais. Mas ainda não engoli o tratamento que estamos dando para a China, país que tem um regime fechado, remunera muito mal seus trabalhadores e fornece subsídios para seus produtos. Carlos José Manelgman
Belo Horizonte – Minas Gerais
COLUNA A coluna Não Durma no Ponto da edição 128 está ótima. O comunicado da empresa super-atrasada, que tenta manipular seus colaboradores é uma aula de como não devemos agir. E as lições e conclusões do autor da coluna, sr. Roberto Adami Tranjam, merecem aplausos.
Errata A ilustração da capa da edição de maio de 2005 da revista Empreendedor é de autoria do artista gráfico Sérgio Bonson.
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Entrevista
Fernando Jucá Vieira de Campos
A multiplicação da imagem Expandir os negócios com investimento alheio significa repassar com consciência e responsabilidade a eficácia da marca
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por
Alexsandro Vanin
As marcas são sinais com os quais o mercado identifica e reconhece uma empresa ou produto e, quanto mais tempo passa, mais essa relação se aprofunda. Essa estreita ligação com as pessoas transforma a marca num dos principais ativos de uma empresa, algumas vezes com valor superior à soma de todos os bens tangíveis. “Daí a importância de se defender tanto quanto possível esse diferencial. É fundamental proteger a propriedade intelectual”, diz Fernando Jucá Vieira de Campos, da Veirano Advogados e membro da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI). No sistema de franchising, a marca é essencial para a continuidade de um negócio, e cada vez mais os envolvidos estão cientes da importância da consolidação dela diante de uma expansão desenfreada da rede. Campos, que também é membro da Associação Brasileira de Franquias (ABF), diz que é muito importante que se tenha uma ingerência maior sobre a atuação dos franqueados, como forma de preservar a marca e seus valores. “O franqueador tem que preservar sua identidade, e ele só consegue isso se manJunho – Empreendedor
ter a mesma qualidade em todos os estabelecimentos. E os valores daquela marca têm que estar presentes em cada um deles, até mesmo nos funcionários”, diz. A marca é uma propriedade industrial, assim como patentes e desenhos industriais. Como propriedade intelectual, pode e deve ser protegida contra o uso indevido, tendo seu criador exclusividade de uso. “O tempo que se pode permanecer com exclusividade no mercado é a remuneração que se tem pelo esforço de criação e a forma de recuperar o investimento efetuado no processo”, diz Campos, que aprofunda esse assunto na entrevista a seguir. Empreendedor – No contexto do franchising, qual a importância da marca e como preservá-la, se o proprietário praticamente a terceiriza?
Fernando Jucá Vieira de Campos – Franchising é a transferência de uma marca, um serviço, que deu certo, e de todo o know-how referente a ele, para terceiros. É uma forma de multiplicar seu negócio com investimento alheio. Evidentemente isso só funciona se o
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franqueador, dono da marca e do método, tiver plena consciência e responsabilidade sobre a funcionalidade daquilo que ele tem e conseguir passar isso para seus associados. Na verdade, são como células de multiplicação da imagem, por isso é muito importante que se tenha uma ingerência maior sobre a atuação dos franqueados. A franquia permite isso, inclusive no tocante a fontes para aquisição de matérias-primas e produtos. O franqueador tem que preservar sua identidade, e ele só consegue isso se manter a mesma qualidade em todos os estabelecimentos, e os valores daquela marca têm que estar presentes em cada um deles, até mesmo nos funcionários. A franquia é uma atividade bastante interessante, uma forma de ampliar a receita sem multiplicar custos, e ao mesmo tempo facilitando o ganho dos outros, que já embarcam em uma coisa já conhecida. Mas ela só vai funcionar quando existir responsabilidade, quando o criador tiver capacidade para transferir o negócio com a mesma identidade, com a mesma qualidade, para terceiros, e exercer o controle.
DIVULGAÇÃO
Empreendedor – Mais do que um valor econômico, muitas marcas possuem valor cultural. Marcas como Coca-Cola e McDonald’s, por exemplo, foram sinais do fim do comunismo em muitos países, como Rússia, Alemanha Oriental e China. Que marcas representam a cultura do Brasil?
Fernando Campos – Marcas representam valores, inclusive culturais, formas de tratamento, sensações, etc. Coca-Cola, além de transmitir sensação de refrescância, é um símbolo da cultura americana, assim como M&Ms – na Guerra do Vietnan soldados americanos recebiam M&Ms na sua ração de suprimentos. O Brasil também tem marcas muito importantes. A Companhia Vale do Rio Doce, por exemplo, é conhecida em todos os continentes, e ligada ao Brasil. A Natura é outra marca forte, vem ganhando bastante espaço entre consumidores estrangeiros, cada vez mais zelosos, e Natura evoca natureza, coisas saudáveis, e também está bem ligada ao Brasil. O Brasil também está indo para o exterior, está achando seus nichos no exterior, e cada vez mais é importante proteger a marca, registrá-la lá fora. E o empresariado brasileiro tem tirado e precisa cada vez mais tirar proveito da Marca Brasil. Ela tem um significado intrínseco, passa uma idéia de desconcentração, de calor, ela tem toda uma conotação positiva, por pior que sejam nossas dificuldades internas. Empreendedor – Uma marca pode ser considerada um ativo?
Empreendedor – O que é marca e o que pode ser registrado como tal? A lei nacional é similar a de outros países?
Fernando Campos – A marca pode se constituir numa expressão, numa palavra ou frase (nominativa), numa figura, como um logo (figurativa) ou a comunhão das duas (mista). No Brasil é permitido proteger e registrar como marca somente aquilo que é visivelmente perceptivo. Então não é possível registrar marcas olfativas, nem mesmo sons, como ocorre na União Européia e nos Estados Unidos. São cheiros de perfumes, odores característicos, que identificam um produto, da mesma forma que certos barulhos, como o som do motor da Harley-Davidson. Existe também um rol de proibições, como emblemas oficiais, a bandeira nacional, cores, nomes civis, etc.
“Nos Estados Unidos, mesmo que a marca não esteja listada entre os ativos da empresa, um credor pode penhorar a marca”
Empreendedor – O Brasil possui uma legislação moderna de proteção à propriedade intelectual? Ela tem sido aplicada com eficiência?
mais importantes que uma empresa pode ter, como é o caso da Coca-Cola, em que a marca está avaliada nos balanços da empresa com um valor que ultrapassa o somatório dos bens tangíveis da empresa. Infelizmente no Brasil não temos ainda essa cultura do empresariado de valorizar como ativo a propriedade intelectual. Mas isso está mudando, as empresas começam a se preocupar com isso, pois valoriza a empresa, e se presta a constituir garantias. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde a marca realmente é considerada um ativo, é possível dar uma marca como garantia de um empréstimo, chamado de brand bond. Além disso, mesmo que a marca não esteja listada entre os ativos da empresa, um cre-
Fernando Campos – Sim, a nova lei, datada de 1996, incorporou uma série de alterações, fruto de jurisprudências e conceitos modernos discutidos internacionalmente, em acordos e convenções. A questão das marcas sonoras e olfativas não implica atraso ou falta de modernidade, já que a maioria dos países não aceita esses formatos. No entanto, a tendência é caminharmos para a liberação desses formatos. Ela tem sido aplicada com eficiência. O problema no Brasil é o atraso nas decisões judiciais, devido ao acúmulo de processos, especialmente nos tribunais. É bem verdade que a demora no julgamento de uma ação pode torná-la inócua. O próprio INPI tem um acúmulo muito grande de processos. O tempo que se leva atualmente para registrar uma marca não condiz com a rapidez que se espera
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Fernando Campos – Com certeza, ela é um ativo, considerada por lei um bem móvel. Marca é o nome, o sinal distintivo pelo qual uma empresa, um produto ou serviço se identifica e é reconhecido no comércio. Quanto mais tempo se passa, mais essa identificação se solidifica. Ela garante a perpetuidade da empresa. Muitas vezes a marca é um dos ativos
dor pode penhorar a marca.
Entrevista de um órgão que atende o setor privado, que apresenta um dinamismo muito grande. Essas instituições precisam ser modernizadas e capitalizadas para dar a resposta adequada à sociedade. Talvez falte ainda um pouco de divulgação, um pouco de conhecimento por parte dos juízes dessa matéria. No Rio de Janeiro já existem algumas varas especializadas, e isso facilita a apresentação de uma causa. Apesar de tudo isso, nunca me vi impedido de fazer valer o direito de propriedade de um cliente meu, as vias judiciais são várias e se a matéria for bem apresentada não há problema.
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Empreendedor – Micros e pequenos empresários, por desconhecimento ou descaso, costumam utilizar e explorar continuamente uma marca, sem registrá-la, mas criando uma identificação com o consumidor. Então, eles podem se opor ao uso de marca igual ou semelhante por concorrente, mesmo que este venha a registrá-la?
Fernando Campos – É preciso analisar caso a caso, mas o que posso dizer é o seguinte: o reconhecimento da propriedade por parte do Estado demanda que você registre, mas também se adquire direitos sobre determinada marca pelo uso. Nesse caso, como não se tem o direito de propriedade, mas o direito de posse, não é possível entrar com uma ação com base no direito de propriedade industrial, mas sim no sentido de reprimir um ato de concorrência desleal. Por exemplo, você está há anos no mercado, é reconhecido por aquele nome, vende produtos e serviços com aquele nome, mas não registrou por achar que isso é um formalismo. Daí vem um concorrente, registra aquele nome e começa a usar. Essa é uma prática desonesta, é concorrência desleal, e a Justiça não dá Junho – Empreendedor
Tempo de exclusividade Patentes: 20 anos e depois cai no domínio público. Desenho industrial: 10 anos, mais três prorrogações de cinco anos. Marca: 10 anos, prorrogáveis indefinidamente. Direito autoral: vida do criador, mais 70 anos após morte do autor.
guarida para esse comportamento. Empreendedor – Em nível internacional, é possível contestar o uso indevido de uma marca? Existe algum exemplo recente?
Fernando Campos – No Brasil é possível contestar o uso indevido de uma marca que seja notoriamente reconhecida, mesmo que ela não seja comercializada no Brasil. Essa possibilidade está prevista em nossa lei, e tem sua base na Convenção de Paris. O mesmo vale para nomes de empresas. Recentemente ocorreu um caso inverso. Uma empresa japonesa registrou no Japão a marca Capuaçu, o nome da fruta, agindo de má-fé – isso não pode ser atribuído às autoridades japonesas. Essa é uma das exceções para registro de marca, no caso o nome do próprio produto. Isso não pode ser exclusivo de ninguém. Portanto, essa vitória do Brasil na Justiça do Japão está calcada nos acordos internacionais. Empreendedor – Como o senhor define propriedade intelectual?
Fernando Campos – Propriedade intelectual é toda criação do intelecto humano voltada para o preenchimento de uma necessidade artística ou prática. Divide-se basicamente em dois institutos. O primeiro é o direito autoral, que compreende criações artísticas, que nascem independentemente de qualquer finalidade co-
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mercial ou industrial. É o que o artista faz quando pinta um quadro, é a manifestação pura do espírito artístico. O outro instituto seria a propriedade industrial, que engloba as marcas, patentes, desenho industrial e questões envolvendo concorrência desleal. Propriedade industrial é o conjunto dessas criações do intelecto, mas já voltadas para uma aplicação no âmbito comercial ou industrial. Empreendedor – Qual é a importância de se defender criações intelectuais?
Fernando Campos – Hoje em dia, o mundo é controlado cada vez mais por aqueles que detêm os conhecimentos, aqueles que detêm as idéias inovadoras. O empreendedorismo basicamente é isto: a atividade empreendedora é a atividade inovadora; espírito empreendedor é estar sempre buscando oportunidades de negócios diferentes daquelas que já existem, ou pelo menos de uma forma diferente que já é organizada e apresentada hoje, é estar constantemente inovando. Portanto, o empreendedor está sempre criando, e criando um diferencial ao que já existe no mercado. Daí a importância de se defender tanto quanto possível esse diferencial. A proteção atribui ao criador uma exclusividade de uso, que pode ser temporário ou em alguns casos eternos (veja quadro). Essa exclusividade de uso vai recompensar a atividade criativa; o tempo que se pode permanecer com exclusividade no mercado é a remuneração que se tem pelo esforço de criação e a forma de recuperar o investimento efetuado no processo. É fundamental proteger a propriedade intelectual porque somente a proteção assegura um direito de uso exclusivo para aquela criação.
Linha Direta Fernando Jucá Vieira de Campos (11) 5503-3743
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Por Carol Herling carol@empreendedor.com.br DIVULGAÇÃO JULIA SALCE
Cláudio Haas
Mudança radical A vontade de ter o próprio negócio e de expandir sua idéia para todo o país fez com que o empresário Cláudio Haas, que atua na cidade de Campinas (SP), deixasse a profissão de preparador físico de times de futebol e montasse a pastelaria Ô Pastel. Cláudio, que chegou a atuar no Guarani Futebol Clube, criou um cardápio com mais de 40 sugestões para os clientes – algumas bem exóticas, como os pastéis de morango e de mortadela com queijo – e transformou seu negócio em um dos locais mais freqüentados da cidade. A idéia do empreendedor é transformar a Ô Pastel, num futuro próximo, em uma franquia, e para isso pretende participar dos cursos promovidos pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). www.opastel.com.br
Carlos Diaulas Serpa
Andrea e Silvina Ramal
Consciência ecológica Manter um padrão de qualidade na fabricação de seus produtos sem deteriorar o meio ambiente é uma das diretrizes de trabalho do engenheiro Carlos Diaulas Serpa, presidente da Empambox. Para viabilizar ações de preservação ambiental e adequar o parque fabril da empresa à lesgilação vigente, o empresário investiu US$ 1 milhão em projetos que refletem sua consciência ecológica. Além da purificação e reaproveitamento da água utilizada na linha de produção, Serpa construiu uma estação de tratamento de água residual para o tratamento de efluentes e instalou um sistema que recolhe resíduos tóxicos do ar. Atualmente, a Expambox é uma das poucas empresas do segmento, no interior de São Paulo, a adotar esse critério de proteção ao meio ambiente. www.empambox.com.br
Philippe Vancayseele
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Chocolate como tema O chef belga Philippe Vancayseele, pioneiro na arte de fazer esculturas em chocolate, é uma das presenças mais aguardadas na Fispal 2005, a maior feira de alimentação da América Latina. Diretor da Callebaut Chocolat Academy e professor da escola profissional Coovi-pivit em Bruxelas, Vancayseele é considerado o grande mestre na arte do chocolate no mundo e viaja para diversos países para ensinar a manipular o produto. Em sua passagem no Brasil, o chef fará demonstrações de receitas e pratos inusitados que levam o chocolate como ingrediente principal. www.ecallebaut.com DIVULGAÇÃO ANGELICA DELAYE
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Aprendizado com tecnologia Após três anos de fundação da ID-Projetos Educacionais, as irmãs Andrea e Silvina Ramal comemoram o sucesso do empreendimento e o reconhecimento no mercado de e-learning (ensino a distância por meios eletrônicos) da América do Sul. Especialistas em educação, as empresárias atendem grandes corporações, como Companhia Vale do Rio Doce, Petrobras, Fundação Roberto Marinho e Senai, e exportaram seus cursos para o Chile, Paraguai, Colômbia e Venezuela. Além de ser integrada por comunicadores, desenhistas e roteiristas, a empresa conta com uma equipe de pedagogos com experiência nas principais ferramentas de software e ambientes de educação a distância disponíveis no mercado. Os projetos oferecidos são resultado de vários anos de pesquisa e produção de conhecimento sobre Educação, Novas Linguagens e Tecnologias (tema da tese de doutorado defendida por Andrea Ramal). www.instructionaldesign.com.br
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Carlos Sacco
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Para exportação Líder no fornecimento de acessórios para Fisioterapia, o empresário Orlando de Carvalho lança mais dois produtos desenvolvidos pela Carci – os assentos sanitários SIT I e SIT II. Pioneira na produção e exportação de equipamentos para reabilitação física, a Carci detém hoje cerca de 60% do mercado nacional e mantém parcerias com companhias líderes em outros países, como a Biodex Medical, Enraf Nonius e Axelgaard. Atualmente, o empresário exporta seus produtos para países da América Latina, Europa, Ásia e África. www.carci.com.br
O empresário Carlos Sacco, da Multimidia Brasil, planeja para este mês o lançamento do Devicewall. O software, que será comercializado com exclusividade em todo o país, é direcionado aos empreendedores que trabalham com dispositivos móveis e que não abrem mão da segurança nas conexões. Pioneiro na comercialização de artigos de informática no Brasil, Carlos Sacco é considerado um especialista no assunto e faz parte das principais associações profissionais do ramo, inclusive da ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software), da qual é sócio-fundador. www.mmbrasil.com.br
Merav Mayo
Dante Ramenzoni
Expansão via franchising
Entre o campo e a indústria
coração, transformou-se em seis anos na maior rede de lojas do setor no país, com mais de 7 mil produtos em seu catálogo. Merav Mayo também investiu na criação de cursos exclusivos para seus clientes, que buscam no artesanato um hobby ou a chance de montar seu próprio negócio. www.africanart.com.br
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Merav Mayo, da African Artesanato, elegeu o ano de 2005 para investir no sistema de franquias de sua marca. Com 16 lojas próprias e atendimento através de televendas e loja virtual, a empresária quer expandir seu negócio para todo o Brasil. A empresa, que começou suas atividades em 1999 comercializando velas artesanais para de-
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Após entregar a gestão da Papirus para uma equipe de profissionais, Dante Ramenzoni vem dividindo seu tempo entre a presidência da empresa e a criação e desenvolvimento genético de reprodutores bovinos. O empresário, que já é considerado um dos principais criadores da raça Guzerá no Brasil, participa regularmente de leilões e eventos agropecuários, supervisiona de perto as atividades na Fazenda Alvorada em Pirajuí/SP e dá a palavra final nas decisões relacionadas a Papirus. A empresa, que é referência na fabricação de papel cartão na América Latina, projeta um faturamento superior da R$ 200 milhões em 2005 e atualmente exporta 35% de sua produção. www.papirus-e.com.br
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Orlando de Carvalho
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Não Durma no Ponto Sobre mares e oceanos
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Você já ouviu muitas vezes a frase “O mar não está para peixe”. Significa que as coisas estão difíceis. No mundo dos negócios, quer dizer que a crise está à espreita. Isso geralmente acontece quando o mercado é definido e aceito como um mar sem peixes. Num mar sem peixes, as regras competitivas e o jogo do mercado são muito conhecidos e aceitos. O desafio é superar os rivais, ampliando sua própria fatia de mercado à custa deles. Nessa guerra, o mercado vai se estreitando e as perspectivas de crescimento e lucro ficam cada vez menores. Os produtos são transformados em commodities e a “briga de foice” ensangüenta as águas desse mar que realmente não está mesmo para peixes. Mas o que faz escassear os peixes do mar? Nesses mercados, as empresas se esforçam para ficar parecidas umas com as outras. Analisam o negócio sob a ótica dos segmentos de mercados e focam sempre o mesmo grupo de clientes, seja ele o de compradores, influenciadores ou consumidores finais. Criam um mesmo portfólio de produtos e serviços e desenvolvem sempre os mesmos diferenciais. Apostam sempre no mesmo cenário e acreditam nas mesmas tendências. Imagine o planejamento estratégico típico. O ponto de partida é a análise dos pontos fortes e fracos do setor e das ameaças e oportunidades do ambiente. Em seguida, avalia-se como aumentar a participação no mercado, conquistar novos segmentos ou reduzir custos. Depois, enumeram-se os objetivos e planos de ação conseqüentes. Ao final, acrescenta-se um orçamento repleto de gráficos e planilhas eletrônicas. Tudo isso para mergulhar mais fundo num mar sem peixes. Junho – Empreendedor
Os líderes investem um tempo danado (e precioso!) preenchendo planilhas e processando números em vez de pensar de forma mais ampla e criativa em como buscar um mar que dê bons peixes. Não é de se estranhar que muitos ficam ainda mais encalhados nas águas rasas dos mares sem peixes. Quando muito, o que conseguem é tecer uma colcha de retalhos de táticas que individualmente fazem algum sentido, mas que, no conjunto, não resultam em uma estratégia bem definida e compreendida pelo conjunto de seus colaboradores, de maneira a criar diferenciais que a destaquem da mes-
“Os líderes investem um tempo danado (e precioso!) preenchendo planilhas em vez de pensar de forma mais ampla e criativa” mice como identidade única. É muito difícil livrar-se dos mares sem peixes do dia para a noite. É preciso conviver com eles e, mais ainda, destacar-se, apesar das fronteiras marcadas. Sempre haverá mares sem peixes, uma realidade inevitável no mundo dos negócios. Mas não se engane: a situação é grave e essa atitude não vai gerar altos níveis de desempenho, em um quadro de oferta superior à demanda e tendência à retração. Para realmente ter alguma chance é preciso ir muito além da competição, nos mares sem peixes. Para conquistar novas oportunidades de crescimento e de
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lucro, é preciso descobrir os oceanos de possibilidades. Oceano de possibilidades Existem mares nunca dantes navegados, como diria o poeta português Luís de Camões. Esses são os oceanos de possibilidades – espaços de mercado inexplorados, onde há farta demanda e, claro, potencial de lucro. São territórios onde a competição não faz diferença, pois nem sequer existem regras do jogo. Tudo está aberto à criatividade. Desde que se chegue ali... Os oceanos de possibilidades estão aí esperando ser descobertos. Os planejamentos estratégicos dos últimos 25 anos se concentraram nos mares sem peixes da competição acirrada. O foco esteve nas ameaças e oportunidades do ambiente e nos pontos fortes e fracos da concorrência, na busca da imitação do líder, no benchmarking. A razão disso está no modelo mental de ver o mercado como uma arena de guerra e na forte influência da estratégia militar por conquista de terreno. A própria linguagem de gestão está profundamente impregnada de referências militares. Descrita dessa maneira, estratégia se resume a liquidar um adversário em troca da conquista de um espaço limitado, imutável. Para descobrir oceanos de possibilidades, é preciso reconhecer que as limitações do mercado existem apenas na cabeça dos líderes. Acredita nos oceanos de possibilidades quem aprendeu a “crer para ver” e não acredita em crise econômica. Para estes sempre existe demanda latente, à espera de ser descoberta. Nesse caso o desafio é transformar o potencial em realidade. Para que isso aconteça, é preciso descolar a atenção do lado da oferta para o lado da demanda. Do foco na concorrência para o foco na
por Roberto Adami Tranjan Educador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953 – www.cempre.net – roberto.tranjan@cempre.net
gico, que do modelo mental na forma de enxergar o mercado. Embora seja muito comum por aí, a imitação não é tarefa fácil. Tantas empresas chafurdam nesse ambiente, sem tomar consciência de que ficarão ali, patinando, sem chances de realmente decolar. Por isso é fundamental não morder a isca dos concorrentes imitadores. Se isso acontecer, o oceano de possibilidades se transformará num mar sem peixes. A grande competência estratégica de uma empresa única é aprender a navegar à sua própria, inconfundível maneira. Isso implica afastar-se o
“Ao se concentrar no lado da demanda, surgem novos tipos de problemas que sugerem estratégias inovadoras na criação de valor” máximo possível da costa, mantendo-se o tempo todo em movimento e mudando a toda hora o rumo. Isso, sempre com o foco ajustado no cliente, impedirá que se transforme em alvo fixo para eventuais concorrentes que sempre serão mantidos à distância. Desnorteados pela vivacidade dos desbravadores, esses espelhos de vida curta logo tratam de copiar modelos que dão menos trabalho. Navegar, por isso mesmo e como diria Fernando Pessoa, continua sendo muito preciso, ainda que descobrir oceanos de possibilidades não seja preciso.
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criação de valor para o cliente. Ao se concentrar no lado da oferta, as estratégias tendem a buscar soluções para os problemas existentes. Essas soluções são quase sempre internas, calcadas na tecnologia e nos métodos de produção. Ao se concentrar no lado da demanda, surgem novos tipos de problemas que sugerem estratégias inovadoras na criação de valor. Quando o problema é redefinido, surgem novos mercados e novos negócios. Para os adeptos do oceano de possibilidades não existe setor atraente ou não atraente em si. O grau de atratividade depende da forma como se reconstrói esse mercado. Nesse refazer, as regras também se alteram. Assim, a competição nos moldes do velho jogo se torna irrelevante. Ao estimular uma nova demanda, até então inexplorada, os mercados se expandem e surgem novos mercados. E isso é abundância e geração de riquezas. Não pense, no entanto, que é preciso cruzar os sete mares para encontrar oceanos de possibilidades. Embora alguns oceanos de possibilidades sejam desbravados bem longe dos mares sem peixes, a maioria está aí mesmo, onde o pessoal acha que não existe nada. À superfície, parece mesmo um mundão de água onde não vale lançar a rede. Mas quem procura, diz o ditado popular, acha... Vale aqui um questionamento: será que compensa o esforço de descobrir novos oceanos, sabendo que a concorrência logo virá atrás? É claro que a descoberta de novas e poderosas regiões de lucro sempre atrairá imitadores. Mas será que eles saberão navegar nesses novos mares sem regras definidas? Prospectar esses novos oceanos é uma competência que, por si só, levanta uma poderosa barreira à imitação. Isso porque depende menos de ferramentas de planejamento estraté-
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Franquia
ILUSTRAÇÃO LEANDRO REIS
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A marca tem a força
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Expansão é o objetivo das redes, mas cada vez mais o foco volta-se à qualidade e não tanto à quantidade. A marca é o maior patrimônio e onde ela está deve ser fortalecida
por
Sara Caprario
radores insatisfeitos. Nada como franqueados satisfeitos para atrair novos franqueados com o perfil adequado”, comenta. O Grupo Cherto desenvolveu até mesmo uma metodologia específica que permite identificar claramente as áreas da operação de franchising em que residem os maiores problemas e desenvolver soluções para sanar esses problemas de um jeito que resolva o que deve ser resolvido, sem desperdício de tempo nem de energia. “Temos trabalhado com muitas redes, dos mais diversos portes e dos mais variados segmentos de atuação, para redesenhar suas operações de franchising. E não nos limitamos a dar palpites. Colocamos a mão na massa e resolvemos os problemas de uma forma que deixe satisfeitos tanto o nosso cliente, que é a empresa franqueadora, como sua rede de franqueados”, explica Marcelo Cherto. Rédea curta A rede China in Box é um bom exemplo de quem soube aproveitar o momento de expansão, mas agora coloca rédea curta para continuar traçando o caminho do sucesso. “Tivemos uma estratégia bastante ousada no início da expansão através de franquias, saltando de dez lojas em 1994 para 45 em 1995 e para 78 em 1996. Esta estratégia inicial foi fundamental para o fortalecimento da marca, já que o pioneirismo é um fator determinante em nosso mercado”, afirma Márcia Shiba, responsável pela área de marketing da empresa.
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Ela conta que após essa forte expansão inicial foi necessário adotar em seguida um ritmo mais lento, para ser possível estruturar internamente a rede, uma vez que a marca já apresentava sinais de fortalecimento, com vendas crescentes a cada ano. Com a estruturação da rede, foi possível voltar a crescer e inclusive expandirse para o mercado internacional, pois no mercado interno a rede já estava presente nas pricipais cidades do país. Atualmente a rede conta com 120 lojas em operação, sendo 115 no Brasil e cinco no México. “No Brasil temos 74 franqueados diferentes e 23 deles com mais de uma loja, com até quatro lojas, sendo que alguns não abriram mais unidades por falta de disponibilidade de área com potencial de venda”, comenta. Na visão da empresa, a conquista de novos mercados depende da obtenção do maior número possível de informações – tais como número de habitantes total, por faixa etária e por renda, e cálculo de índice de potencial de consumo –, da busca de dados sobre hábitos de consumo e da realização de pesquisas de mercado e sobre concorrentes. “Atualmente, no Brasil, nós só buscamos entrar nos mercados cujas projeções de vendas sejam favoráveis para que a chance do franqueado ter sucesso seja grande”, esclarece Márcia, reforçando a idéia de que não basta a quantidade de unidades abertas para consolidar a marca. Para atender alguns mercados menores, a rede China in Box criou um novo formato de loja chamado de Empreendedor – Junho
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A escolha pelo sistema de franchising sempre é motivada pela busca de expansão da marca em vários lugares do país e também no exterior. Toda a estruturação para criar uma rede leva em conta as necessidades para atender cada franqueado e manter a marca com a força que já possuía quando nasceu. Os cuidados para manter essa estrutura bem afinada, garantindo os resultados em todas as unidades, como se cada uma fosse um modelo, são muitos e variados. Por isso é que muitas empresas estão revendo políticas de expansão e centrando foco na qualidade do atendimento, na lucratividade e na consolidação da marca como principal patrimônio de uma franquia. As unidades já em funcionamento continuam merecendo atenção e cada nova loja deve ter local, empreendedor e região muito bem selecionados, sob pena de a marca perder pontos no ranking geral de credibilidade que o consumidor vai criando cada vez que é atendido em uma franquia, seja ela em Manaus, Campo Grande, Ilha do Governador ou Sertãozinho. O consultor Marcelo Cherto, que atua no setor desde que o sistema foi iniciado no Brasil, revela que conhece muitas empresas franqueadoras que estancaram sua expansão para concentrar todos os esforços na melhoria dos resultados das unidades que já se encontravam em funcionamento. “Até porque fica muito difícil vender novas franquias de uma rede cujas unidades atuais passam por problemas que deixam seus donos e ope-
Márcia Shiba: serviço sem similares encontra dificuldades de implantação
mento. Quando a franqueadora oferece um treinamento para os funcionários de um franqueado, este percebe que faz parte de uma rede importante e valoriza ainda mais o seu trabalho, tendo resultados diretos na motivação da equipe. “Sendo assim, este ano toda a equipe de operações está preparada para ministrar diversos programas de treinamento. Em março tivemos um workshop apresentado em forma de
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mini-loja, que possibilita a entrada da marca em cidades com menos população. No exterior, a conquista de novos mercados é um pouco mais lenta, uma vez que a marca não é tão conhecida e muitas vezes o próprio serviço não tem similares, que é a entrega de comida chinesa em caixinhas. “Precisamos fazer uma série de adaptações, tanto no produto quanto na forma de operação, a fim de nos adequar aos hábitos alimentares bem como às legislações desses países”, salienta. Para essa rede de 120 lojas, a principal ferramenta para administrar e controlar o desempenho tem sido o acompanhamento de indicadores, através dos quais é possível detectar possíveis falhas na operação, no atendimento aos clientes, na qualidade do produto final, bem como no desempenho do próprio franqueado. A prioridade atual, definida por meio de indicadores tais como pesquisa de satisfação de franqueados, é o treina-
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Franquia
Unidade em Belém: treinamento da franqueadora valoriza parceria Junho – Empreendedor
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teatro empresarial que foi bastante elogiado pelos franqueados e seus funcionários. Estamos também reforçando bastante a publicidade e temos atualmente a apresentadora Adriane Galisteu como nossa garota-propaganda”, conta Márcia Shiba. Reformatação Assim como a China in Box, a rede de escolas de idiomas PBF também passou a se preocupar com a adaptação das unidades para cidades menores, garantindo a mesma qualidade com maior possibilidade de lucratividade. Exigindo menos investimento, a PBF isenta do pagamento de taxa de franquia e está atingindo outras regiões, mas tudo de maneira programada. O diretor geral da rede, Valter Bresolin, conta que a atenção máxima tem sempre sido a de manter o respaldo de uma estrutura que ofereça tudo que o franqueado precisa para obter sucesso. Entre as prioridades ele destaca a padronização visual e o forte programa de treinamento, que atende a parte administrativa e a pedagógica. “Nosso objetivo final é a qualidade do aprendizado do aluno e para isso a metodologia deve ser aplicada com o mesmo empenho em todas as unidades, já que o trabalho do departamento pedagógico é constante e está sempre se aperfeiçoando”, conta Bresolin. Duas vezes por ano, nos períodos de férias, os professores passam por treinamento com a utilização de linguagem dinâmica e atividades lúdicas e no qual são incrementadas as possibilidades de ensino que o professor pode desenvolver dentro da sala. “Nosso sistema educacional não está apenas presente nas 156 unidades que temos franqueadas no Brasil, mas também em outras 40 escolas da Argentina que utilizam nossa metodologia, comprovando a eficácia da nossa atividade-fim, que é o ensino de idiomas”, diz o diretor. Outra demonstração de que há uma grande preocupação em oferecer um bom serviço, e não apenas abrir portas de novas es-
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colas, são os franqueados que possuem mais de uma unidade. “Temos vários casos de empresários com duas, três ou quatro escolas, ampliando a rede com responsabilidade e cuidado”, exemplifica Bresolin. A rede de restaurantes de massas Spoleto também tem esse exemplo. A diretora de Franquias, Tânia Nahuys, conta que aproximadamente 15% dos franqueados da rede possuem dois ou mais restaurantes. Mesmo com o crescimento médio de 25 restaurantes por ano, a rede mantém uma estratégia de marketing agressiva nos pontos-de-venda para consolidar a marca e procura expandir-se nos mercados onde ainda não está presente, como por exemplo no litoral paulista, Mato Grosso, Maranhão, interior do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, evitando o chamado canibalismo da rede. Para interligação das lojas, a Spoleto está implantando um sistema de gestão interna, além de ter acabado
Tânia Nahuys: 15% dos fraqueados possuem dois ou mais restaurantes
de implementar outra ferramenta que é a consultoria de campo e negócios. A diretora diz que a estrutura para a rede é priorizada nas áreas de marketing, consultoria de campo, treinamento, tecnologia de informação, avaliação e negociação do ponto. “Graças a estas ferramentas conse-
guimos o chancelamento do selo de qualidade da ABF, Prêmio Alshop de Melhor Culinária Rápida em 2004 através de júri popular e Prêmio Abrasce na categoria Melhor Operação de Food Service”, diz Tânia. O consultor Marcelo Cherto alerta sobre alguns pontos que geralmente
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Franquia treinamento e reciclagens de franqueados e equipe da franqueadora, por demonstrar quais competências devem ser trabalhadas. Nesta época em que se ampliam os cadastros de interessados, pela realização da ABF Expo Franchising, o sistema estará em alta, e mesmo aqueles que não estiverem expondo na Feira terão um aumento de interesse por parte de investidores. Seleção A rede de locação de veículos Master Rental, por exemplo, se preparou para essa enxurrada de interessados ampliando ainda mais a oferta de benefícios. Isso por acreditar que está lidando diretamente com o público-alvo. “Durante a Feira falamos diretamente com empreendedores que têm o perfil desejado pela rede. Temos a expectativa de que sejam concretizados até 15 novos negócios decorrentes dela”, afirma Renato Fraga, diretor da Master Rental Franchising. Os benefícios serão descontos
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podem prejudicar o sucesso do sistema e destaca o processo deficiente para o recrutamento, classificação e seleção de franqueados. Essa etapa deve ser muito bem trabalhada para que a rede inteira mantenha a marca com credibilidade. Um grande aliado nos processos de seleção, adequação à função, padronização de equipes e auto-desenvolvimento tem sido a APCP – Análise do Perfil Comportamental Profissional –, uma ferramenta que permite, com respostas imediatas, a análise de 12 competências profissionais, comparadas ao perfil ideal predefinido para a rede, e a determinação do estilo gerencial predominante do analisado. Desenvolvida com a colaboração dos consultores da Vecchi & Ancona Consulting, a APCP subsidia decisões, acelera processos e reduz custos, além de direcionar melhor os programas de
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ou parcelamento da taxa de franquia para negócios fechados em decorrência da ABF Expo. A rede possui atualmente 33 unidades, sendo 20 próprias e 13 franqueadas, e tem a meta de chegar ao final de 2008 com 60 unidades. “Elaboramos um plano de expansão e estamos identificando candidatos para mais de cem cidades brasileiras”, diz Fraga. Para o diretor da Master, a expansão por meio do sistema de franquias dá maior segurança ao franqueado. “Tudo o que aprendemos em 17 anos de existência é repassado ao franqueado, para que o risco seja minimizado”, explica. Além do interior de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Master oferece oportunidades em outros estados. “Para mapear os locais mais prósperos, buscamos macroinformações e as específicas do local a ser franqueado. Identificamos 101 cidades viáveis para a implantação de uma franquia da Master”, afirma Fraga.
ARQUIVO EMPREENDEDOR
Os interessados em abrir uma franquia da rede devem investir entre R$ 25 mil e R$ 35 mil inicialmente, mais taxa de franquia (R$ 60 mil). Para começar a operação, a Master indica aos franqueados a compra, com recursos próprios ou via leasing, de 10 a 15 automóveis, dependendo da cidade. A área física para a instalação da unidade é de no mínimo 150 m2. A margem de lucro estimada é de 15% a 20% sobre o faturamento, com retorno do investimento em 24 meses, em média. Os cuidados com a expansão muitas vezes exigem a terceirização para a seleção. A Global Franchise Net foi escolhida pela rede Golden Services para cuidar de sua expansão no Brasil. Entre as primeiras tarefas está a captação de desenvolvedores de área para representar a holding, detentora das bandeiras Costura do Futuro, Sapataria do Futuro, Lavanderia do Futuro, Bordados do Futuro, Engraxataria do Futuro e Tinturaria do Futu-
Marcelo Cherto: mão na massa e soluções para deixar todos satisfeitos
ro, em diversas regiões do país. De acordo com o diretor comercial da Global, Fernando Guimarães, coube à empresa a missão de expandir o crescimento da rede, que conta atualmente com 350 lojas especializadas em serviços de renovação, com a in-
trodução dos representantes à frente das operações regionais. “O papel do desenvolvedor será representar a franqueadora, gerenciar as ações e proporcionar aos empreendedores interessados em investir no negócio a oportunidade de travar contato com uma operação consolidada pela excelência na prestação de serviços”, explica Guimarães. Ainda segundo o executivo, o desenvolvedor não precisa comprar o direito de explorar a região. Basta fechar um contrato com a Golden Services para que, automaticamente, passe a atuar. “Dessa forma, a operação ganha viabilidade imediata”, diz Guimarães. “Assim é possível gerar negócios e colher os resultados de forma simplificada.” Focada na prestação de serviços especializados e comercialização de produtos para manutenção de roupas, sapatos e acessórios e para o lar em geral, a Golden Services destaca-se pela estrutura oferecida aos franque-
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Como obter satisfação geral
Franquia ados. Com investimento inicial a partir de R$ 36 mil para uma unidade da bandeira Costura do Futuro, a holding permite que os investidores optem pela composição de uma ou mais operações funcionando simultaneamente.
Um franqueado satisfeito é o melhor argumento que um franqueador pode ter para comprovar que sua franquia é um bom negócio. Os franqueadores responsáveis, assim que se tornam conscientes de seus pontos fracos, agem rapidamente para cuidar do que costuma dar errado numa operação de franchising. Por isso é importante destacar o que pode prejudicar a rede: 1) processo deficiente para o recrutamento, classificação e seleção de franqueados; 2) falta de capacitação e instrumentalização adequada dos franqueados, inclusive sem Indicadores e Índices de Desempenho que lhes permitam controlar de perto e com freqüência as variáveis do negócio que mais impactam seus resultados; 3) má qualidade do suporte aos franqueados; 4) falta de comunicação/integração franqueador–franqueados e franqueados– franqueados. Fonte: Marcelo Cherto, do Grupo Cherto
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Suporte Outro aspecto importante detectado pelo consultor Marcelo Cherto é o suporte ao franqueado. Esse respaldo é fundamental e muitas vezes é o ponto fraco que os franqueadores mais precisam trabalhar. No caso da rede de agências de viagens Flytour esse é o ponto forte. Ao receber o prêmio de Franqueadora do Ano pelas ações de 2004, Elói D’Ávila de Oliveira, presidente da Flytour, disse que isso “reflete o empenho da equipe em oferecer serviços de qualidade, dando ple-
no suporte para o sucesso do franqueado”. A Flytour possui 142 unidades de negócios distribuídas em todo o país, sendo 44 franquias. O franqueado recebe toda a orientação da empresa, desde auxílio na escolha do ponto e avaliação técnica do potencial de vendas, passando pelo treinamento em marketing, produtos, operações e administração da franquia, até os projetos de arquitetura envolvendo decoração e instalação de equipamentos. Por meio de uma franquia Flytour, as empresas e consumidores em geral têm à disposição todos os serviços oferecidos pela corporação, tais como venda de passagens aéreas nacionais e internacionais; pacotes de turismo; organização de eventos corporativos; reservas de hotéis nacionais e internacionais; atendimento 7/ 24 (atendimento emergencial sete dias por semana, 24 horas por dia, inclusive feriados); flytour.com, um portal de negócios de turismo em que é
Flytour: 44 franquias que recebem avaliação técnica do potencial de vendas, entre outras vantagens Junho – Empreendedor
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possível o gerenciamento completo da viagem da reserva à emissão de passagens aéreas, entre outros serviços. Empresa nacional, a Flytour possui quatro divisões empresariais: Business Travel, Viagens e Turismo, Franchising e Travel Operator. É a maior rede de agências de viagens do Brasil, com atuação destacada no gerenciamento de viagens de negócios e de lazer. Há 30 anos no mercado, a empresa lidera o ranking de emissão de bilhetes aéreos na América Latina. Na opinião de Cherto as redes devem equilibrar muito bem a estrutura com o tamanho da rede, porque uma rede que prioriza a expansão sem cuidar do suporte – e dos demais pontos levantados – “pode até sobreviver por um tempo, em decorrência da própria inércia e do fato de que, durante um certo período, ainda haverá incautos dispostos e investir nela seus recursos, seu tempo e suas esperanças”. No entanto, segundo ele, mais cedo ou mais tarde a verdade transparece. “Ainda mais nos tempos de hoje, em que as pessoas têm cada vez mais acesso à informação em real time, permitindo que os dados transcorram com uma rapidez e uma efetividade nunca vistas.”
Linha Direta
Treinar franqueados, gerentes e colaboradores em geral significa estar em constante aperfeiçoamento da rede, gerando satisfação para todos Para grande parte da população, franquia é sinônimo de padrão, ou seja, não importa se estou em Brasília, Maceió ou Porto Alegre, ou ainda em outro país, o atendimento e os produtos oferecidos na unidade de uma rede de franquia devem ser muito parecidos. Depois de mais de duas décadas de implantação do sistema no Brasil, esse conceito foi sendo aperfeiçoado e atualmente respeita-se muito as preferências regionais, o gosto deste ou daquele consumidor, sem deixar, claro, de seguir as regras essenciais determinadas por uma franquia. Essa chamada padronização concentra-se hoje preferencialmente no layout das unidades e no treinamento dos colaboradores que vão estar cara a cara com o cliente. Por isso as redes vêm investindo muito em novas ferramentas de treinamento e capacitação para que a qualidade esteja presente em todas as unidades franqueadas. A Bittencourt Consultoria Empresarial e Franchising criou a Academia do Franchising, direcionada para fornecer programas, ferramentas, produtos e serviços educacionais, para utilização dos profissionais que utilizam o sistema de franquias, licenciamento ou outro sistema de expansão. A idéia é agregar valor a essas operações, complementando todo o trabalho realizado pelos profissionais da consultoria, para tornar o projeto realizado com maiores chances de sucesso. Tanto o plano de marketing quanto a seleção de franqueados, a supervisão de campo e até a avaliação de perfor-
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mance são serviços que respaldam a atividade do franqueador por meio dessa academia. O objetivo é gerar satisfação em toda a rede, o que significa clientes motivados. Na rede de refeições rápidas Giraffa’s o treinamento é levado muito a sério, desde o trabalho inicial de seleção de franqueados até a manutenção de programas de formação durante o ano inteiro. A gerente nacional de Treinamento da rede, Maria do Socorro de Sá Barreto, conta que a estrutura de escritórios regionais da rede em três capitais (São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia), além da matriz que é em Brasília, foi pensada também para garantir a transferência de conhecimento de maneira eficaz para todas as unidades. “A parte prática é repassada ao franqueado já no começo, com 15 dias, para que entenda todos os procedimentos. Depois os colaboradores passam 21 dias com os treinadores de loja, fazendo rodízio de atividades, entendendo o que são as Boas Práticas de Fabricação”, diz Maria do Socorro. A rede Giraffa’s oferece ainda um amplo portifólio de treinamentos específicos que são realizados depois de testes de clima dentro das unidades. Detectadas as dificuldades, os cursos são feitos nas unidades. Além de tudo isso ainda há o Programa de Desenvolvimento Gerencial do Giraffa’s, formatado para atender os gerentes e dar a visão global dos processos internos, e o concurso “Talentos que brilham”. Esse conEmpreendedor – Junho
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China in Box (11) 5185-7200 Flytour (11) 4502-2571 Global Franchise (11) 3749-3305 Golden Services (11) 3742-4095 Grupo Cherto (11) 3171-0008 Master Rental (11) 3352-8897 PBF (11) 5084-1924 Spoleto (21) 2494-7006 Vecchi & Ancona Consulting (11) 3841-9676
Padrão mantido e bem treinado
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curso é uma promoção interna que acaba motivando os colaboradores e franqueados para buscar aperfeiçoamento e concorrer ao prêmio em dinheiro. São quatro categorias, divididas em Melhor Loja, Melhor Franqueado, Categoria Operacional (em que são premiados os cinco melhores funcionários) e Categoria Gerencial, em que os gerentes e encarregados de equipes concorrem. Isso tudo acontece em todo o país, dividido em três regiões. O resultado pode ser medido por meio de pesquisas. Na mais recente, da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a Giraffa’s foi apontada como uma empresa que oferece um dos mais altos índices de satisfação a seus franqueados. Dos 118 franqueados da rede, 65 foram ouvidos. O resultado foi que 88,5% se consideram satisfeitos com a aquisição do negócio e 89,6% se mostraram contentes com a imagem da marca no mercado. Giraffa’s cresceu 30% no último ano e fechou 2004 com um faturamento de R$ 140 milhões. Para 2005 a expectativa de crescimento é maior. Com um investimento de R$ 8 milhões em marketing, oito vezes maior que a verba do ano anterior, o Giraffa’s espera faturar aproximadamente R$ 190 milhões e se posicionar cada vez melhor no ranking nacional da alimentação em fast food. A previsão é de um incremento de 35% no faturamento. Prática e teoria Equilibrar o conhecimento teórico com o prático é o enfoque do trabalho de treinamento oferecido pela rede de ensino de idiomas CNA. Desde o módulo inicial, voltado para o futuro franqueado até o Programa de Formação Continuada, a preocupação é resolver todas as dúvidas e esclarecer os pontos que mantenham a identidade do negócio em cada Junho – Empreendedor
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Franquia
Giraffa’s: R$ 8 milhões para o marketing e faturamento de R$ 190 milhões
unidade. Isso vale para as áreas pedagógica, comercial e administrativo-financeira. O gerente de Treinamento da CNA, Sérgio Monteiro, explica que, assim como a escola se propõe a educar também para a vida, e não o idioma separado do resto, os treinamentos para colaboradores e franqueados refletem isso através da vivência do que ocorre em cada unidade. “Levamos para os cursos de qualificação das equipes as necessidades do dia-a-dia, em relação à convivência, aos temas atuais. É um trabalho holístico onde tudo deve estar integrado”, diz Sérgio. Depois de duas semanas do preparo inicial ao franqueado, vem o módulo 2, que consiste na seleção das equipes que irão atuar naquela unidade CNA. “A franquia faz um relatório com pareceres sobre cada colaborador. Temos um perfil específico para os colaboradores e é isso que mantém a nossa identidade, nossa qualidade”, diz o gerente. No terceiro módulo o trabalho volta a ser feito com o franqueado e também com os coordenadores das três áreas da escola (pedagógica, comercial e administrativo-financeira). Nessa
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etapa são criadas situações que possibilitem o trabalho em conjunto dessas áreas, ou seja, que a interação ocorra para satisfazer a necessidade e expectativa do cliente, o aluno. Além dessas etapas, a CNA mantém o Programa de Formação Continuada, que envolve, além dos cursos, palestras especiais, workshops e seminários. “O mais interessante é que estamos sempre levantando informações em todas as áreas, por isso conseguimos manter um aperfeiçoamento contínuo que detecta dificuldades e tenta superá-las. É este respaldo que o franqueado quer sentir e, como é o nosso primeiro cliente, é para ele que trabalhamos, oferecendo sustentação para o seu negócio. O sucesso é fundamental para todos que estão na rede”, diz Sérgio Monteiro.
Linha Direta Bittencourt Consultoria Empresarial e Franchising (11) 3673-9401 Giraffa’s 61) 2103-6889 CNA (11) 3053-3858
Suporte para integração Informações cruzadas, sugestões e reclamações que se perdem são problemas comuns no trabalho em rede e as soluções podem ser simples mas exigem acompanhamento constante negócios e sua atualização, entre outros. Na opinião de Luiz Henrique, os Conselhos de Franqueados servem como representação nessa troca de dados com o franqueador apenas nos assuntos de interesse geral da rede. As sugestões, reclamações, boas ou más notícias são informações repassadas entre toda a rede através de um jornal interno, extranet, consultores de campo, convenções e reuniões regionais. Consultorias A rede de cosméticos Água de Cheiro tem um planejamento baseado num mapeamento de expansão que busca os proponentes e não fica na espera. Jussara Magalhães, gerente de Franquias da rede, diz que espera abrir mais 35 lojas ainda este ano. E para mantê-la em atividade com a qualidade necessária, a franquia conta com consultor de campo que auxilia as loDIVULGAÇÃO
ção às outras unidades. Uma das decisões tomadas em 1999 pela franqueadora revela essa importância dada a cada franqueado. “As lojas próprias foram vendidas por uma questão de filosofia, tornando a rede igual por inteiro, ou seja, evitando comparações e sugestões de que as unidades próprias seriam mais bem tratadas que as outras”, explica Carlos Augusto. Apenas uma loja-escola será aberta para treinamentos permanentes dos funcionários, gerentes e franqueados. O responsável pela área de franquias da Multicoisas, Luiz Henrique Stockler destaca que, além do sistema próprio de gestão de lojas, equipes de consultores visitam as unidades a cada dois meses. Nestas visitas são abordados todos os pontos da gestão do negócio, ou seja, gestão de estoque, financeira e econômica, equipe, visual merchandising, acompanhamento do plano de
Lojas da Água de Cheiro recebem auxílio de consultor de campo
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Sistemas de gestão, softwares de relacionamento, intra ou extranet, publicidade, promoções, conselhos, convenções ou encontros regionais. As ferramentas são variadas para o trabalho diário de uma rede de franquias que precisa estar se comunicando de diversas maneiras, seja entre franqueador e franqueado ou vice-versa, conversas entre franqueados ou ainda entre franqueado e consumidor ou franqueador e consumidor. Os consultores do setor são unânimes em apontar essa integração como essencial para que a rede mantenha a motivação em alta e possa ter a qualidade em todos os pontos de atendimento, principal objetivo para uma rede que quer continuar crescendo de maneira consolidada e eficaz. Participação é a palavra que a rede de videolocadoras 100% Vídeo gosta de destacar como a principal ferramenta para manter as unidades em sintonia. “Temos uma gestão participativa que ocorre através de comitês formados pela franqueadora e que têm como integrantes os franqueados que mais se adequam a cada área de conhecimento”, conta Carlos Augusto, diretor de franchising da 100% Vídeo. Esses integrantes são eleitos pelos outros franqueados e decidem questões de marketing, informática, compras de produto e gestão. “Os franqueados participam de todas as decisões, até mesmo do projeto de expansão. A rede deve se desenvolver como um todo”, reitera o diretor. Outra ferramenta que vem ajudando a 100% Vídeo nessa integração das lojas é o software Cine Master, já que cada unidade pode checar como está sua situação de lucratividade, gestão ou outros assuntos em rela-
Franquia integrada, que irá unir todas as escolas em rede, e na construção de um prédio-matriz com seis andares em Curitiba, onde funcionará o Centro de Treinamento para franqueados, gerentes, coordenadores e professores. A Wise Up investe continuamente em Pesquisa e Desenvolvimento e começa nos próximos dias a gravar um sitcom que será utilizado como material didático em sala de aula. O projeto, orçado em R$ 800 mil, é pioneiro no ensino de uma língua estrangeira. São mais de 50 pessoas envolvidas, entre diretores, atores brasileiros e de outras nacionalidades. Será uma comédia de costumes no estilo da série americana Friends. A metodologia, aliás, é o grande diferencial da rede, dando fluência em 18 meses e tendo como público-alvo executivos entre 25 e 40 anos. A primeira escola, no centro do Rio, em 1995, foi o pontapé para as atuais 106 filiais no Brasil e uma em Dallas,
nos Estados Unidos, destinada basicamente a latinos que vivem no local. No próximo mês, serão inauguradas duas filiais no Chile e uma na Argentina. O processo de seleção Wise Up envolve um curso e estágio prático de cinco semanas para os candidatos a franqueados, diretamente supervisionado pelos diretores da empresa. Nesse formato, o futuro franqueado conhece de perto e na prática o dia-a-dia operacional e de marketing da Wise Up.
Linha Direta 100% Vídeo (19) 3252-9452 Água de Cheiro (31) 3689-9305 Multicoisas (11) 2131-8788 ou www.multicoisas.com.br Wise Up 0800 602 8002
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FÁBIO SALLES
jas, sistema de informática e a intranet. As consultorias nas unidades são realizadas atrávés de visitas roteirizadas dentro da necessidade da rede com um trabalho do planejamento de ações de marketing, gestão do negócio e treinamento das vendedoras. Mesmo não tendo o tempo de franquia da Água de Cheiro, que atua no sistema desde 1981, a rede de ensino de idiomas Wise Up já está alcançando excelentes resultados estando há cinco anos expandindo-se através do franchising. São dez escolas próprias e 97 franquias, e a rede tem planos de abrir mais 60 unidades este ano. A rede está consolidando a estrutura de suporte aos franqueados. O diretor-presidente da rede, o empresário Flavio Augusto da Silva, atualmente investe na criação de um software de gestão
Wise Up: gravação de sitcom especial para ser utilizado como material didático em sala de aula Junho – Empreendedor
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A eficácia reconhecida O Selo de Excelência em Franchising 2004, da Associação Brasileira de Franquia (ABF), foi outorgado para 55 franquias, que estão elencadas a seguir
100% VÍDEO
CASA DO CONSTRUTOR
Locação e Distribuição de Filmes Gravados em Fitas VHS e DVD – Taxa de Franquia (R$): A partir de 29.000 – Instalação (R$): A partir de 211.000 – Capital de Giro (R$): NF – Contato: (19) 3252-9452 – franchising@100video.com.br – www.100video.com.br
Aluguel, Venda e Manut. de Equip. para Construção Civil – Taxa de Franquia (R$): 8.000 a 15.000 – Instalação (R$): 100.000 a 200.000 – Capital de Giro (R$): 20.000 a 30.000 – Contato: (19) 3532-5877 – rioclaro@casadoconstrutor.com.br – www.casadoconstrutor.com.br
ALL –
ALTERNATIVE LANGUAGE LEARNING
CENTRO CULTURAL AMERICANO
Ensino de Idiomas – Taxa de Franquia (R$): NC – Instalação (R$): 38.000 a 100.000 – Capital de Giro (R$): 10.000 – Contato: (21) 2501-6145 – all@redeall.com.br – www.allonline.com.br
Ensino de Idiomas – Taxa de Franquia (R$): 10.000 a 28.000 – Instalação (R$): 25.000 a 75.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 20.000 – Contato: (19) 3251-9991 – franchising@centroculturalamericano.com.br – www.centroculturalamericano.com.br
AREZZO Calçados e Acessórios Femininos – Taxa de Franquia (R$): A partir de 50 mil – Instalação (R$): 100 .000 a 267.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 40.000 – Contato: (11) 2132-4300 – franquias@arezzo.com.br – www.arezzo.com.br
CHINA IN BOX Delivery de Comida Chinesa – Taxa de Franquia (R$): 10.000 a 20.000 – Instalação (R$): 140.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 20.000 – Contato: (11) 5185-7200 – info@chinainbox.com.br – www.chinainbox.com.br
BIT COMPANY Cursos Técnicos e Qualificação Profissional – Taxa de Franquia (R$): 12.000 a 36.000 – Instalação (R$): 20.000 a 100.000 – Capital de Giro (R$): 15.000 a 30.000 – Contato: (11) 5908-4321 – franchising@bitcompany.com.br – www.bitcompany.com.br
CNA Ensino de Idiomas (Inglês e Espanhol) – Taxa de Franquia (R$): 10.000 a 45.000 – Instalação (R$): 45.000 a 150.000 – Capital de Giro (R$): 10.000 a 60.000 – Contato: (11) 3884-3727 – franchising@cna.com.br – www.cna.com.br
BOB’S Comércio de Sanduíches, Sorvetes, Refeições Rápidas e Outros Produtos Assemelhados – Taxa de Franquia (R$): A partir de 90.000 – Instalação (R$): 275.000 a 1.000.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 40.000 – Contato: (21) 25367500 – franquia@bobs.com.br – www.bobs.com.br
DATA BYTE Cursos de Computação e Capacitação – Taxa de Franquia (R$): 20.000 a 30.000 – Instalação (R$): 50.000 a 120.000 – Capital de Giro (R$): 30.000 a 40.000 – Contato: (11) 3071-2451 – expansao@databytevpn.com.br – www.databyte.com.br
BON GRILLÊ Fast Food – Taxa de Franquia (R$): A partir de 40.000 – Instalação (R$): A partir de 210.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 10.000 – Contato: (11) 5098-9225 – franquia@bongrille.com.br – www.bongrille.com.br
ESCOLAS FISK Ensino de Idiomas – Taxa de Franquia (R$): NC – Instalação (R$): 40.000 e 150.000 – Capital de Giro (R$): 10.000 a 30.000 – Contato: (11) 5573-7000 – franchising@fisk.com.br – www.fisk.com.br
BONAPARTE Culinária Internacional, Fast Food, Express (Delivery) e à La Carta – Taxa de Franquia (R$): A partir de 35.000 – Instalação (R$): 250.000 a 450.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 15.000 – Contato: (81) 2126-1145 – franquia@bonaparte.com.br – www.bonaparte.com.br
FASTSIGNS
CAMARÃO & CIA
FLYTOUR FRANCHISING
Fast Food de Frutos do Mar – Taxa de Franquia (R$): A partir de 40.000 – Instalação (R$): 160.000 a 260.000 – Capital de Giro (R$): 30.000 a 40.000 – Contato: (81) 3465-6668 – franquia@camaraocia.com.br – www.camaraocia.com.br
Agência de Viagens e Turismo – Taxa de Franquia (R$): 10.000 a 15.000 – Instalação (R$): 15.000 a 85.000 – Capital de Giro (R$): 30.000 a 50.000 – Contato: (11) 4502-2520 – redebrasil@flytour.com.br – www.flytour.com
Comunicação Visual – Taxa de Franquia (R$): 12.000 a 30.000 – Instalação (R$): 43.000 a 95.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 15.000 – Contato: (11) 4133-2501 – franquia@fastsigns.com.br – www.fastsigns.com.br
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Franquia GASCLUB
LIG LIG DELIVERY
Loja Multimarca das Marcas Gasoline Blue Jeans e Gasometro Radical Jeans – Taxa de Franquia (R$): A partir de 23.000 – Instalação (R$): 50.000 a 80.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 30.000 – Contato: (51) 589-9700 R. 733 – falarcom@gastotal.com.br – www.gasclub.com.br
Delivery de Comida Chinesa – Taxa de Franquia (R$): A partir de 18.000 – Instalação (R$): 132.000 a 135.000 – Capital de Giro (R$): NF – Contato: (11) 5571-5666 – novafranquia@liglig.com.br – www.liglig.com.br
GASOLINE BLUE JEANS Roupas e Acessórios de Moda Jovem Feminina – Taxa de Franquia (R$): 32.000 a 50.000 – Instalação (R$): 60.000 a 90.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 20.000 – Contato: (51) 589-9700 – falarcom@gasoline.com.br – www.gasoline.com.br
GASOMETRO RADICAL JEANS Roupas e Acessórios de Moda Jovem Masculina – Taxa de Franquia (R$): A partir de 28.000 – Instalação (R$): 50.000 a 70.000 – Capital de Giro (R$): 20.000 a 50.000 – Contato: (51) 589-9700 – falarcom@gasometro.com.br – www.gasometro.com.br
GIRAFFA’S Fast Food Especializado em Sanduíches e Grelhados – Taxa de Franquia (R$): 40.000 a 50.000 – Instalação (R$): 249.000 a 417.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 15.000 – Contato: (61) 2103-1800 – franquia@giraffas.com – www.giraffas.com
HABIB’S Fast Food de Comida Árabe – Taxa de Franquia (R$): 37.500 a 75.000 – Instalação (R$): 67.000 a 800.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 15.000 – Contato: (11) 5633-2600 – franquias@habibs.com – www.habibs.com
HERING STORE Vestuário e Acessórios Pessoais – Taxa de Franquia (R$): 25.000 a 35.000 – Instalação (R$): 248.000 a 418.000 – Capital de Giro (R$): 30.000 a 70.000 – Contato: (11) 3371-4800 – hstore@hering.com.br – www.ciahering.com.br
IMAGINARIUM Artigos para Presentes e Decoração – Taxa de Franquia (R$): A partir de 25.000 – Instalação (R$): A partir de 125.000 – Capital de Giro (R$): NE – Contato: (21) 27427214 – imaginarium@imaginarium.com.br – www.imaginarium.com.br
LINCES VISTORIAS Vistorias Prévias em Autos e Imóveis – Taxa de Franquia (R$): 13.500 a 150.000 – Instalação (R$): 30.000 a 120.000 – Capital de Giro (R$): NF – Contato: (11) 6451-9421 – vistoria_previa@linces.com.br – www.linces.com.br
MCDONALD’S Fast Food de Hambúrgueres – Taxa de Franquia (R$): NF – Instalação (R$): NE – Capital de Giro (R$): NE – Contato: (11) 4196-9757 – carlos.angelo@br.mcd.com – www.mcdonalds.com.br
MICROCAMP
INTERNACIONAL
Cursos de Informática e Idiomas – Taxa de Franquia (R$): 15.000 a 30.000 – Instalação (R$): 35.000 a 90.000 – Capital de Giro (R$): 15.000 a 30.000 – Contato: (19) 3235-2500 – franquia@microcamp.com.br – www.microcamp.com.br
MICROLINS Escola de Profissões (Informática, Turismo, Idiomas e Outras) – Taxa de Franquia (R$): 15.000 a 55.000 – Instalação (R$): 40.000 a 150.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 10.000 – Contato: (17) 3216-8700 – presidencia@microlins.com.br – www.microlins.com.br
MONTANA GRILL EXPRESS Fast Food de Grelhados – Taxa de Franquia (R$): A partir de 35.000 – Instalação (R$): 230.000 a 280.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 10.000 – Contato: (11) 37093709 – montanagrill@montanagrill.com.br – www.montanagrill.com.br
MORANA Acessórios Femininos (Bijuterias, Cintos, Bolsas, Colares, etc.) – Taxa de Franquia (R$): 15.000 a 25.000 – Instalação (R$): 20.000 a 70.000 – Capital de Giro (R$): 20.000 a 60.000 – Contato: (11) 4208-6200 – franquia@morana.com.br – www.morana.com.br
MR. PRETZELS INTEGRAL – CURSO E COLÉGIO Ensino Regular (Fundamental e Médio) e Pré-Vestibular – Taxa de Franquia (R$): 30.000 a 45.000 – Instalação (R$): 200.000 a 350.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 50.000 – Contato: (19) 3795 4460 – dimas@integral.br – www.integralfranquia.com.br
JANI-KING Serviços Comerciais de Limpeza e Consevação – Taxa de Franquia (R$): 20.000 a 40.000 – Instalação (R$): 4.000 a 8.000 – Capital de Giro (R$): 5.000 a 10.000 – Contato: (11) 3709-5111 – franquia@janiking.com.br – www.janiking.com.br
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JIN JIN Restaurante e Delivery de Comida Chinesa – Taxa de Franquia (R$): A partir de 25.000 – Instalação (R$): 120.000 a 150.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 8.000 – Contato: (11) 5549-4965 – jinjin@jinjin.com.br – www.jinjin.com.br
Junho – Empreendedor
Venda de Pretzels – Taxa de Franquia (R$): 20.000 a 28.000 – Instalação (R$): 35.000 a 45.000 – Capital de Giro (R$): 4.000 a 6.000 – Contato: (11) 5182-8971 – mrpretzels@terra.com.br – www.mrpretzels.com.br
MULTICOISAS Loja de Conveniência de Reparos e Acess. Domést. e Prediais – Taxa de Franquia (R$): A partir de 40.000 – Instalação (R$): 250.000 a 300.000 – Capital de Giro (R$): 50.000 a 80.000 – Contato: (11) 2131-8788 – franquia@multicoisas.com.br – www.multicoisas.com.br
MUNDO VERDE Loja de Conveniência em Produtos Naturais / Loja de Produtos Naturais – Taxa de Franquia (R$): 40.000 – Instalação (R$): 227.000 a 287.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 30.000 – Contato: (24) 2237-2528 – expansao@mundoverde.com.br – www.mundoverde.com.br
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NUMBER ONE IDIOMAS
SKILL INGLÊS ESPANHOL
Ensino de Inglês – Taxa de Franquia (R$): A partir de 15.000 – Instalação (R$): 30.000 a 70.000 – Capital de Giro (R$): 15.000 a 20.000 – Contato: (31) 3213-2324 – sfranchising@numberone.com.br – www.numberone.com.br
Escola de Idiomas – Taxa de Franquia (R$): 4.000 a 38.000 – Instalação (R$): 25.000 a 90.000 – Capital de Giro (R$): 12.000 a 20.000 – Contato: (11) 5583-4900 – expansao@skill.com.br – www.skill.com.br
O BOTICÁRIO
SPOLETO
Comércio de Cosméticos e Perfumaria – Taxa de Franquia (R$): NC – Instalação (R$): A partir de 130.000 – Capital de Giro (R$): NE – Contato: (41) 381-7000 – boticario@boticario.com.br – www.boticario.com
Culinária Italiana – Taxa de Franquia (R$): 40.000 a 60.000 – Instalação (R$): 250.000 a 500.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 10.000 – Contato: (21) 21878600 – spoleto@spoleto.com.br– www.spoleto.com.br
OFICINA BRASIL
THE KIDS CLUB
Serviços Automotivos Undercar – Taxa de Franquia (R$): 50.000 a 120.000 – Instalação (R$): 222.700 a 390.000 – Capital de Giro (R$): 30.000 a 45.000 – franquia@oficinabrasil.net – www.oficinabrasil.net
Curso de Inglês só para Crianças – Taxa de Franquia (R$): A partir de 10.000 – Instalação (R$): 5.000 a 50.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 3.000 – franquias@thekidsclub.com.br – www.thekidsclub.com.br
PBF – PINK AND BLUE FREEDOM Curso de Inglês e Espanhol – Taxa de Franquia (R$): NC – Instalação (R$): A partir de 30.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 10.000 – Contato: (11) 5084-1924 – franchising@pbf.com.br – www.pbf.com.br/franquia
TOTALINE Ar-Condicionado, Aquecimento, etc. – Taxa de Franquia (R$): A partir de 3.000 – Instalação (R$): 35.000 a 80.000– Capital de Giro (R$): 40.000 a 120.000 – Contato: (11) 5585-2199 – roberta.pinto@carrier.utc.com – www.totaline.com.br
PHARMAPELE Saúde, Cosmética e Perfumaria – Taxa de Franquia (R$): A partir de 30.000 – Instalação (R$): 150.000 a 170.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 30.000 – Contato: (81) 3421-9486 – rosileneaguiar@pharmapele.com.br – www.pharmapele.com.br
VIA DIRETA Loja de Confecções e Comércio Varejista – Taxa de Franquia (R$): A partir de 15.000 – Instalação (R$): 60.000 a 80.000 – Capital de Giro (R$): 30.000 a 60.000 – franquia@viadireta.com.br – www.viadireta.com.br
PIZZA HUT Alimentação / Restaurantes – Taxa de Franquia (R$): NF – Instalação (R$): NE – Capital de Giro (R$): NF – Contato: (11) 3061-9767 – franchising.br@yum.com – www.pizzahut.com.br
VICO FARMA Farmácia e Manipulação Alopática de Fórmulas Magistrais e Oficinais – Taxa de Franquia (R$): 45.000 a 70.000 – Instalação (R$): A partir de 176.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 15.000 – Contato: (11) 5087-8845 – everson@vicofarma.com.br – www.vicofarma.com.br
PUC Vestuário e Acessórios Pessoais Infantis – Taxa de Franquia (R$): A partir de 25.000 – Instalação (R$): 243.000 a 283.000 – Capital de Giro (R$): 30.000 a 70.000 – Contato: (11) 3371-4800 – hstore@heringnet.com.br – www.ciahering.com.br
VIVENDA DO CAMARÃO Fast Food de Frutos do Mar – Taxa de Franquia (R$): 30.000 a 40.000 – Instalação (R$): 170.000 a 190.000 – Capital de Giro (R$): 25.000 a 30.000 – Contato: (11) 4612-9077 – franquia@vivendadocamarao.com.br – www.vivendadocamarao.com.br
REI DO MATE Casa de Chás Gelados, Café, Pão de Queijo e Salgados – Taxa de Franquia (R$): 12.500 a 17.500 – Instalação (R$): 70.000 a 120.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 10.000 – Contato: (11) 3081-9335 – reidomate@reidomate.com.br – www.reidomate.com.br
WORLD TENNIS Venda de Tênis e Acessórios Esportivos – Taxa de Franquia (R$): A partir 50.000 – Instalação (R$): 80.000 a 150.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 130.000 – Contato: (11) 3104-9272 R. 212 – eugenio@wtennis.com.br – www.wtennis.com.br
RESTAURA JEANS Tingimento de Roupas, Consertos, Renovação de Roupas de Couro e Lavanderia – Taxa de Franquia (R$): 6.500 a 10.500 – Instalação (R$): 23.000 a 40.000 – Capital de Giro (R$): A partir de 8.000 – Contato: (51) 3719-1908 – restaurajeans@restaurajeans.com.br – www.restaurajeans.com.br
YÁZIGI INTERNEXUS Educação – Taxa de Franquia (R$): A partir de 15.000 – Instalação (R$): 50.000 a 95.000 – Capital de Giro (R$): 20.000 a 40.000 – Contato: (11) 2132-9600 – expansao@yazigi.com – www.yazigi.com
S.O.S COMPUTADORES
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Cursos de Informática – Taxa de Franquia (R$): 15.000 a 30.000 – Instalação (R$): 70.000 a 200.000 – Capital de Giro (R$): NE – Contato: (11) 5017-1885 – franchising@soscomputadores.com.br – www.soscomputadores.com.br
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Empreendedor – Junho
Franquias
Aluno de si mesmo Na S.O.S Computadores, um dos segredos do método criado é tornar-se um franqueado da própria marca Como consolidar o empreendimento e disseminar de maneira convincente a marca no mercado? Luiz Carlos Izzo, fundador e diretor da rede de ensino de informática S.O.S Computadores, adotou a expansão lenta e gradual para errar o mínimo possível. Definiu essa prioridade ao optar pelo crescimento com os pés no chão, pois, segundo suas palavras, “não basta apenas tornar a franquia conhecida, é preciso zelar para que ela se mantenha forte”. Sua prudência é fruto de uma descoberta: a de quanto pode ser perigosa a multiplicação sem que haja planejamento e análise dos riscos. Duas medidas contribuem para essa estratégia. Primeiro: antes de abrir uma nova unidade, os potenciais franquea-
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FOTOS DIVULGAÇÃO
Quem: Luiz Carlos Izzo, 64 anos, nascido em São Paulo (SP), formado em Administração de Empresas pela Mackenzie. Empresa: S.O.S Computadores, fundada em 1983, com sede em São Paulo (SP), atua no ramo de treinamento e capacitação em informática. Tem 2.500 funcionários e faturou R$ 90 milhões (rede de franquias) em 2004. Junho – Empreendedor
dos passam por uma rigorosa avaliação e seleção. Segundo: ele mesmo se submete ao próprio método de gerenciamento na ponta do processo, assumindo algumas unidades para ter clareza sobre os problemas: “Sinto o efeito do outro lado como franqueado. Tenho retorno das dificuldades e atitudes como se fosse, ao mesmo tempo, professor e aluno”. Os fundamentos de sua atitude nasceram junto com a empresa, em 1984, em São Paulo. Ou seja, não foi uma avaliação tardia, quando o trabalho feito se cristaliza e emperra diante da necessidade de mudanças. “No início, fizemos ao contrário. Uma franquia às avessas”, diz. Ele explica: durante três anos, fornecia toda a estrutura necessária para a abertura da franquia, desde treinamento até material didático e equipamentos. O franqueado tinha a missão de gerenciar a unidade, recebendo 10% do faturamento. Somente em 1987, quando houve uma reestruturação societária da empresa, ele adotou o modelo atual e, mais tarde, passou a contar com o apoio da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Hoje, a empresa tem 125 unidades franqueadas em 12 estados brasileiros, e mais de 70 mil alunos matriculados. Até o final de 2005, ele planeja abrir mais 25 unidades. Este ano recebeu o selo da ABF como reconhecimento do trabalho realizado. “É necessário antes de tudo ser otimista, ter fé, confiança e dar o melhor de si.” Reconhecido pelo que fez, ele abre mais alguns dos seus segredos. Um deles é diversificar os recursos para priorizar a meta. Por isso implantou ferramentas que contribuem para a avaliação e controle, como investir numa intranet, batizada de SOSNet, na qual cada franqueado tem informações so-
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Empresa foi pioneira na implantação de cursos práticos
bre o ranking das matrículas de alunos e de vendas de todas as unidades. Outra medida foi a criação do Instituto de Educação Profissional, que oferece cursos técnicos. Além disso, fez parcerias com fabricantes de softwares e desenvolveu metodologia de ensino e material de didático. Antes de abrir a S.O.S Computadores em 1983, Izzo trabalhou como funcionário de empresas de informática. Observou que essa área do mercado tinha uma grande deficiência, na época, de mão-de-obra qualificada. Fez uma pesquisa com várias empresas de treinamento e verificou que as aulas eram 100% teóricas. “O aluno não tinha contato com o computador. Ele aprendia a fazer a programação no papel (mais tarde transcrita e compilada) e depois recebia a listagem de erros para consertar.” Seu diferencial foi colocar o aluno em contato com o computador. “No começo, eram três alunos por micro. As aulas eram um terço práticas e dois terços teóricas. Um avanço para a época.” A idéia deu certo. Os cursos de informática oferecidos pela S.O.S passaram a ser tão procurados que ele abriu uma filial, também em São Paulo. Um ano após a fundação, Izzo adotou o sistema de franchising, quando não era comum existirem redes de treinamento em informática. “Criamos um contrato, mas era muito caseiro. Não havia um modelo para servir de exemplo.”
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Balcão sofisticado A Vivenda do Camarão é para poucos, que se submetem ao rigor de qualidade imposto pelos franqueadores A melhor forma de definir a Vivenda do Camarão é a fábrica que insiste na sofisticação. É uma rede de fast food com jeito de boutique, que conquista a clientela com um cardápio à base de frutos do mar e pescados assinados por chefs de renome nacional. Produz cerca de 7 mil refeições ao dia, já exporta para os Estados Unidos no atacado e quer colocar nas gôndolas européias pratos prontos congelados, seduzindo gigantes como Wal-Mart e Pão de Açúcar. Fatura R$ 30 milhões, mas exige a presença do franqueado na loja. Cresce vertiginosamente, cerca de 30% em 2005, porém é a única empresa do Hemisfério Sul a atender a normas sanitárias dos Estados Unidos e Europa. “Nós temos poucas franquias, pois somos muito seletivos, nossos parceiros devem ter um perfil específico. Percebemos que o nosso público não quer um lugar para beliscar petiscos e tomar chopes, querem um conforto bem próximo do restaurante tradicional. Nossos pratos, por exemplo, são de cerâmica”, diz Fernan-
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Quem: Diego Perri, 27 anos, nascido em São Paulo (SP), graduado em Administração e pós-graduado em Comércio Exterior, com MBA em Negócios Internacionais. Empresa: Vivenda do Camarão, fundada em 1984, com sede em Cotia (SP), atua no ramo de alimentação. Tem 450 funcionários e faturou R$ 30 milhões em 2004.
permite fabricar os alimentos mais rapidamente e manter a qualidade, o sabor e a textura. A reestruturação custou R$ 4 milhões e aumentou em oito vezes a capacidade da CPA. A tecnologia aliada à tradição marca a história de uma das pioneiras no conceito do fast food no Brasil, com cerca de 20 anos de mercado. A Vivenda se tornou um modelo até para os concorrentes. Tanto que a companhia dispensa a publicidade, preferindo o boca-a-boca. O primeiro investimento em marketing foi uma faixa na rua anunciando “camarão de qualidade a preço justo”, o suficiente para fazer fila de clientes. Fernando Perri também intuiu que a reputação depende de o empreendedor saber enfrentar os contratempos, além de enxergar as boas oportunidades. “A inauguração de nosso primeiro restaurante foi de amargar. Era dia dos namorados e esperávamos poucos casais, mas logo tínhamos cerca de mil pessoas. O transformador do poste derreteu, ficamos no escuro. Muitos teriam desistido, mas eu percebi um grande mercado para explorar”. Empreendedor – Junho
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Os restaurantes passam por uma avaliação geral, sem data marcada
do Perri, sócio-fundador. A Vivenda do Camarão, que conta com 46 unidades no Brasil e três em Portugal, leva tão a sério o controle de qualidade que todo mês os restaurantes passam por uma avaliação geral, sem data marcada. “Desenvolvemos uma política que beneficia quem segue nosso padrão com um desconto de 20%. O destaque do ano ganha uma viagem para qualquer lugar do Brasil”, diz Diego Perri, diretor de Franquia e Exportação, que gosta de zelar por uma política amistosa, ao invés de vigilante, com a rede. Para isso, conta com uma experiência incomum a executivos de empresas familiares: ingressou na Vivenda do Camarão em 1996 como estagiário e já atuou na cozinha, na fritura e no balcão. “Precisava entender as necessidades do cliente, do funcionário, do franqueado, e isso não se faz atrás de uma mesa.” A estratégia adotada para agradar a todos foi uma estrutura verticalizada. Até este ano, a empresa era dona de uma moderna fazenda de camarão, no interior da Bahia, que produz 120 toneladas da espécie por mês. O motivo da aquisição foi a pesca predatória, que tornou quase inviável encontrar um produto de qualidade no país. “Tanto que fomos o primeiro importador de camarão do Brasil, comprando do Equador e do Peru”, diz Fernando Perri. Aos poucos, a carcinicultura se tornou um nicho de mercado e a fazenda deixou de ser estratégica. A Vivenda vendeu sua participação e passou a concentrar esforços na Central de Processamento de Alimentos (CPA), responsável por toda a linha de produtos. A adoção da tecnologia Cook Chill, uma espécie de pasteurização do camarão,
Franquias
Velocidade digital A GasTotal ainda faz contato direto com os lojistas, mas aos poucos implanta a cultura dos negócios on-line O modelo de negócios da GasTotal é baseado na velocidade da internet: a empresa lança cerca de 40 produtos por semana, em cada uma das três marcas de moda que a rede administra. A grande façanha foi integrar digitalmente todos à mesma cadeia, desde a franqueadora, passando por franqueados e licenciados, até os fornecedores. A venda de roupas personalizadas para os lojistas nas cores e tamanhos desejados, sem imposição de quotas mínimas, é a maior vantagem competitiva da empresa, que faturou R$ 32 milhões em 2004 e projeta um crescimento em torno de 9% para este ano. “Com isso o nosso franqueado tem um modelo de gestão de compras muito mais eficiente, que possibilita levar ao varejo
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Quem: Domingos Muller, 44 anos, nascido em Sapucaia do Sul (RS), graduado em Ciências Contábeis e Administração e pós-graduado em Marketing. Empresa: Gastotal Franquias S.A., fundada em 1991, com sede em São Leopoldo (RS), atua no setor têxtil e cosméticos. Tem 35 funcionários. Linha direta: (51) 589-9700, 0300 789 1881, www.gastotal.com.br Junho – Empreendedor
uma vitrine nova toda semana”, diz Domingos Muller, presidente da Gastotal Franquias. Para implementar o conceito de Rede de Valor, um sistema adotado por gigantes como Dell e GM, o primeiro passo foi a construção do My Fashion Club, um portal B2B criado há quatro anos, que já vendeu mais de 3 milhões de peças de roupas para as 66 lojas franqueadas. A Gastotal também precisou converter os fornecedores, que geralmente têm uma estrutura de confecção semestral, à sua filosofia de negócio – tarefa árdua para quem gerencia a produção semanal de cerca de 50 fabricantes, numa linha muito ampla de produtos. “Por isso, preferimos contratos de cinco a dez anos. Não se monta uma rede de valor trocando de fabricante todo semestre”, diz Muller. O empreendedor relata que um dos desafios para a expansão da companhia é a cultura do lojista, que ainda não enxerga a Web como uma ferramenta de gerenciamento do negócio. “A compra de moda pela internet é meio utópica. Tanto que vamos atender o comércio multimarcas com uma mala, um mostruário, levando o produto fisicamente.” A idéia é incentivar o varejista a adotar o comércio eletrônico aos poucos e “levar o portal até o lojista”. Outra estratégia de expansão é a Gasclub Moda Mix, uma rede de franquias para cidades com até 150 mil habitantes, que vende produtos das marcas Gasoline Blue Jeans e Gasometro Radical Jeans. “É uma espécie de boutique para cidades do interior, que aproveita a ascensão do agronegócio.” A empresa também pretende reposicionar o seu carro-chefe, a Gasoline Blue Jeans, voltada para a moda feminina. A reestruturação prevê um investimento em cenografia para montar não
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Objetivo é recriar o mesmo ambiente da festa ou do quarto
uma loja, mas sim um point, com disc jóqueis, tapetes coloridos, camarins no lugar dos provadores. “O nosso objetivo é recriar um ambiente envolvente semelhante ao lugar da festa ou do quarto.” A tática de fidelização do público também é o mote do fashion card, um cartão de crédito que lançou o conceito de vendedora virtual. A cliente cadastra suas amigas e, quanto mais esse grupo compra, mais descontos ganha. “Numa festa de aniversário, uma amiga pode deixar uma lista de suas preferências na loja.” Para Muller, o segredo do negócio é saber agradar às diferentes tribos, em vez de focar classes econômicas ou faixas etárias. “Temos que atender desde a turma da rave, a patricinha da escola, o homem moderno. É ao mesmo tempo prazeroso, difícil e desafiador.” Para não ficar para trás no competitivo setor de modas, a companhia – que é a quinta maior rede de franquias de vestuário do Brasil e a primeira em moda feminina – conta com a disposição e a experiência de um empresário que está há cerca de 20 anos no mercado. “Como todo negócio, quem vende moda tem que ter a paixão de se relacionar com diversidade de pessoas e mercados, lidar com culturas e origens diferentes, sem nenhum preconceito. Eu adoro fazer isso.”
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A chave do sucesso A Bit Company aposta na capacitação contínua para manter a qualidade dos seus cursos Para crescer cerca de 40% no faturamento em 2004, a Bit Company, especializada em cursos técnicos e de informática, consolidou a qualidade dos cursos oferecidos e a atenção no atendimento, com um rigoroso padrão que inclui microcomputadores de última geração, professores treinados, laboratórios modernos e equipados. “Sem consolidação da marca não se faz expansão. Trata-se de um ciclo, como um cachorro tentando pegar o próprio rabo. Envolvemos as pessoas da rede dentro de um objetivo comum. Desde a faxineira até o diretor, todos têm que saber tratar bem o aluno”, diz Walmir Frare, diretor de Negócios. Frare sabe que garantir a qualidade dos serviços é a maneira mais rápida, não a mais fácil, de manter a ascensão da empresa e fortalecer a marca na memória do cliente. Ele conhece a dificuldade de conciliar a rentabilidade do franqueado sem perder o foco no consumidor, mas acima de tudo acredita que o
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Quem: Walmir Frare, 49 anos, nascido em São Paulo, graduado em Engenharia e com pós-graduação em Finanças e Marketing pela FGV. Empresa: Bit Company, fundada em 1993, com sede em São Paulo (SP), atua no ramo de Educação e Treinamento e faturou R$ 54,6 milhões em 2004. Linha direta: (11) 5908-4321, franchising@bitcompany.com.br, www.bitcompany.com.br
permite uma socialização da capitalização e do trabalho. Se tivesse optado por abrir filiais, hoje teria uma rede razoável, mas sem projeção nacional.” Frare diagnostica que o fortalecimento da marca não se dá somente através do dispendioso investimento em propaganda na televisão. Medidas simples e de grande retorno social podem ser mais eficientes, tanto que a empresa está fomentando o projeto Profissional do Futuro. Após um curso de qualificação na Bit Company, os alunos trabalham como voluntários por seis meses numa escola pública ou ONG, e depois vão conseguir o primeiro emprego em empresas parceiras. A idéia, que partiu de um franqueado, deve ser implantada em toda a rede até 2008, podendo gerar cerca de 32 mil voluntários por ano. “Nós temos unidades em regiões de periferia, pois queremos atender todos os públicos, sem distinção. Entendemos nossa função social. Se a economia vai bem, nossos clientes buscam o aperfeiçoamento. Se vai mal, eles querem se diferenciar.” Empreendedor – Junho
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O aluno é bem tratado por todos, desde a faxineira até o diretor
treinamento é a palavra-chave nesse processo. Os professores da Bit Company passam por avaliações técnicas e pedagógicas, por uma capacitação contínua, através de seminários e cursos on-line, e assimilam uma metodologia de ensino que induz um aprendizado mais rápido. “Cada professor é um showman, mas o conteúdo e a dinâmica da aula são semelhantes por causa do planejamento das aulas.” A empresa ostenta baixos índices de desistência ou casos de reclamação. Mas o empresário entende que não é possível fazer tudo sozinho. “Em vez de reinar absoluto, prefiro dividir os problemas, uma democracia sem perder a ordem.” A Bit Company instituiu a Circular de Oferta e o Conselho de Franquia antes da exigência do mercado. “O Conselho é uma contribuição visceral, pois o franqueado é um parceiro e não podemos virar a costas para as suas necessidades e idéias.” Também oferece um estudo, que permite indicar qual a melhor região para posicionar o franqueado, prescrever o imóvel adequado, auxiliar no projeto arquitetônico e evitar o canibalismo – situação em que dois franqueados disputam o mesmo espaço. Em contrapartida, fixa uma série de metas para vendas, atendimento e cancelamento, além das visitas operacionais. “É uma marcação homem a homem.” A empresa também presta assistência na abertura de novas unidades, quando uma equipe da matriz gerencia a franquia para dar mais tranqüilidade ao franqueado. Frare diz que a solução é menos administrativa e mais psicológica. “Todo empresário sente uma certa ansiedade quando abre a sua porta para o primeiro cliente. Quando a minha primeira cliente assinou a matrícula senti um frio na espinha.” A Bit Company possui 170 unidades e almeja estar presente em todos os estados ainda em 2005. “A franquia
Franquias
A eficiência do ensino lúdico Uma das providências da Number One para tornar mais amigável o ensino do inglês é deixar para o aluno a decisão de passar de ano Construir uma escola com qualidade e seriedade, aliada à diversão e à cidadania, é a síntese do pensamento de Márcio Mascarenhas, presidente da Number One Systems, especializada em cursos de inglês que conta com 108 unidades em 15 estados brasileiros. A preocupação com o aprendizado sem cobranças surgiu quando o empresário ainda era um professor; insatisfeito com a ineficiência da metodologia utilizada nos diversos cursos tradicionais de idiomas. Ele então criou os métodos Dynamic e Wave, especialmente para ensinar inglês a estudantes brasileiros. “Muitos conceitos eram dados rapidinho, pois já existiam em outras línguas. Percebi que tudo podia ser diferente”, diz. Em 1972 ele fundou a Number One Systems, que, ao contrário dos con-
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Quem: Márcio Mascarenhas, 61 anos, nascido em Belo Horizonte (MG) , graduado em Letras. Empresa: Number One Systems Tecnologia Educacional, fundada em 1973, com sede em Belo Horizonte (MG), atua no ramo da educação. Tem 38 funcionários. Linha direta: (31) 3213-2324, 32246616, www.numberone.com.br Junho – Empreendedor
correntes da época, investia na capacidade de raciocínio associativo do aluno, longe da decoreba. “Para isso, fomos os pioneiros em expor a realidade concreta, trabalhar a vida dele na sala de aula.” O sucesso foi imediato, a ponto de Mascarenhas licenciar o seu know-how na área. “A grande novidade era um método de ensino desenvolvido por um brasileiro para brasileiros.” Em 1986 ele deixou de ter escolas e no início da década passada partiu para o sistema de franquias. “Fui levado a isso, pois meu método começou a ter muito sucesso em volta de Belo Horizonte. No primeiro ano tivemos cerca de 36 franqueados. Em dois anos, dobramos esse número.” Mas não bastava só expandir, ainda mais no ramo educacional, em que é necessário ter total atenção para o aluno. O empreendedor investiu esforços no treinamento de funcionários, seja do atendimento, seja do corpo docente. Instituiu congressos e acompanhamento pedagógico, e também a consultoria de campo, para orientar o franqueado, que considera uma grande família. “Não vejo como um policiamento, mas um agente que oferece ajuda no que não é eficaz.” Para atender ao seu padrão de eficiência e privilegiar os associados, Mascarenhas adota um Conselho de Franqueados rotativo: a cada ano metade dos componentes tem que ser de estados diferentes. “Não podemos tomar decisões que priorizem determinada região.” Outra preocupação é preparar o franqueado para se tornar um profissional administrativo financeiro. “Muitos são voltados para a parte filosófica. Meus primeiros franqueados eram professores, sem uma visão empresarial.” A empresa também investe em tecnologia para melhorar a experiência de ensino de seus alunos. “Temos um vasto ar-
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Ensino procura aliar seriedade à diversão e à cidadania
quivo de CD-ROMs e computadores interligados em rede, que possibilitam as turmas de lugares diferentes conversarem entre si. Uma sala de Belo Horizonte pode interagir com outra em Aracaju.” Outra novidade é a personalização na grade de cursos, com ensino em função da faixa etária, incluindo aulas voltadas para a terceira idade, para crianças de três a cinco anos, para empresários que querem expandir seus negócios. A customização também atinge o local da aula, que pode ser terceirizado, numa escola normal ou em uma empresa, com turmas pequenas ou até aulas individuais. “Já tive um caso de uma aluna que queria um intensivão, aulas de dez horas, nos cinco dias da semana, durante três meses.” Mas para Mascarenhas, independentemente do nível do esforço do estudante, aprender outra língua nunca pode ser associado a uma tarefa burocrática ou chata. Tanto que na Number One são os alunos que decidem se vão passar de ano. “Os professores revelam a aquisição do que foi aprendido, mas são os alunos que decidem. Nossa escola é para fazer amigos, como se fosse um clube, para se divertir. A minha bandeira é a liberdade do aprendizado, alegremente.”
O padrão que multiplica O restaurante Bonaparte virou uma rede depois de uma pesquisa de mercado e decisões tomadas com ajuda de especialistas A estratégia para transformar o restaurante Bonaparte numa grande rede de alimentação foi definir um padrão para preparar, manter a temperatura adequada e estocar os alimentos. Junto com o sócio Roberto Lafayete, e com a ajuda de consultores especialistas em nutrição, o empreendedor Leonardo Lamartine passou também a oferecer um cardápio variado de alimentos, permitindo a combinação das opções de acompanhamento. Essas decisões foram tomadas a partir de um minucioso estudo realizado previamente, que contribuiu para a escolha adequada do mercado, dos parceiros e do ponto comercial, tornando seu empreendimento conhecido no país. De posse das informações Lamartine conseguiu identificar as principais necessidades dos clientes de fast food. “E até rejeições formais por parte de uma parcela da população que ainda não havia sido satisfatoriamente respondida”, diz. Em segui-
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Quem: Leonardo Lamartine, 35 anos, natural de Recife (PE), graduado em Financial & Business (Inglaterra) e Turismo pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Empresa: Bonaparte, fundada em 1998, com sede em Recife (PE), atua no ramo de alimentação. Tem 904 funcionários e faturou R$ 32 milhões em 2004.
qualidade de nossa rede.” O empreendedor pretende fazer maiores investimentos para informatizar todas as unidades do Bonaparte. O objetivo é interligar as lojas para melhorar o gerenciamento e o controle de custos, estoque, faturamento e quantidade de refeições vendidas. A intenção dele também é incentivar ainda mais a troca de informações e o relacionamento entre os franqueados, que já se comunicam por meio da internet. “No nosso caso, onde fazemos a transferência completa do know-how ao franqueado, torna-se mais focado o trabalho de gestão e supervisão da rede.” O trabalho realizado recebeu o Selo da ABF em 2005. Empreendedor – Junho
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Um cardápio variado de alimentos permite a combinação das opções de acompanhamento
da pôs em prática diversas ações que atendessem aos pedidos feitos pelos consumidores. Criado em março de 1998, o Bonaparte hoje está presente em dez estados brasileiros. “O desenvolvimento sustentável de uma rede depende da qualidade do atendimento e do produto e da relação com seus franqueados. Só aceitamos crescer com esses ingredientes.” Antes de abrir o próprio negócio, Lamartine já tinha trabalhado como funcionário em empresas da área de alimentação e numa consultoria financeira. A formação em administração financeira, feita na Inglaterra, também ajudou a adquirir experiência no ramo. Hoje, ele avalia sem grandes dificuldades o potencial e o risco do investimento de uma unidade franqueada através dos custos, ponto de equilíbrio e faturamento. “Num período de cinco anos, a empresa pretende ampliar franquias e desenvolver atividades que tenham o objetivo de maximizar a operacionalização de todas as redes que pertencem ao Grupo Bonaparte, com especial atenção às necessidades específicas de cada uma de suas marcas.” Lamartine acredita que um planejamento detalhado do negócio pode fazer a diferença. Alguns itens ele considera fundamentais, como a preocupação com a qualidade do produto, atendimento, higiene e limpeza e ambiente do restaurante. A qualificação dos funcionários também está na pauta e contribui para o atendimento. São oferecidos treinamentos e reciclagens freqüentes. “Temos uma equipe treinada e mais volumosa envolvendo chefs de cozinha e especialistas em gastronomia para não perdemos a
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Movido a sonhos A Microlins aposta na persistência dos objetivos e na agilidade das tomadas de decisão
2005
Crescer de forma ordenada sem descuidar da imagem da marca Microlins é a estratégia do proprietário José Carlos Semenzato. “Não é possível expandir a rede sem consolidar a marca, nem consolidar a marca sem expandir a rede.” Quanto mais franqueados existem, maior é a divisão de custos e maior é a verba para divulgar a marca que, quanto mais conhecida for, mais alunos atrai e assim mais atraente fica para investidores. “É um ciclo virtuoso.” O objetivo da Microlins Franchising é abrir 500 escolas, nos próximos cinco anos, em municípios com menos de 50 mil habitantes. São locais onde o acesso à formação profissionalizante é difícil, e os professores são poucos, o que torna as unidades pouco rentáveis. Em parceria com a ComSat, dos Estados Unidos, a Microlins vai oferecer, via satélite, aulas ao vivo, com professores qualificados – muitos deles pós-graduados. Segundo Semenzato, o investimento no projeto gira em torno de R$ 1,5 milhão. Aos 14 anos de idade, a Microlins atende mais de 250 mil alunos em todo o país, por meio de 650 unidades. Semenzato, que começou o negócio aos 23 anos, utilizando toda a poupança feita
enquanto programador de sistemas de uma construtora na compra de microcomputadores e carteiras usados, credita o sucesso à persistência em perseguir os objetivos. “Tinha o sonho de construir uma rede, e vi em uma lacuna existente no mercado a oportunidade.” Com o ensino de programas de informática (Word e Excel, por exemplo), em três anos Semenzato já possuía 17 escolas próprias. Nessa época abriu a rede de franquias, inicialmente para conseguir saldar dívidas que se tornaram impagáveis por causa de mudanças bruscas na economia. Dois anos depois a rede já era composta de 150 unidades. No fim dos anos 90, uma crise no mercado de aulas de informática levou à diversificação dos cursos oferecidos. O foco, desde então, passou a ser a formação profissional. De acordo com Semenzato, a partir de 2001 o crescimento foi acelerado, aliando o bom suporte às franquias e a força da marca à forte divulgação na mídia, em programas líderes de audiência entre o público-alvo. O crescimento da rede veio acompanhado de um rígido controle do padrão de qualidade das franquias. Para se fazer
Em cinco anos, mais 500 escolas em municípios com menos de 50 mil habitantes Junho – Empreendedor
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Quem: José Carlos Semenzato, 37 anos, nascido em Cafelândia (SP), analista de sistemas. Empresa: Microlins Franchising, fundada em 1991, com sede em São José do Rio Preto (SP), atua no ramo de ensino profissionalizante. Tem 15 mil funcionários e faturou R$ 180 milhões em 2004.
mais presente nas unidades, Semenzato valeu-se de master franqueados, atualmente em número de 127. São eles que levam treinamentos e campanhas aos franqueados de seu estado. Além disso, 15% do faturamento é investido em treinamento e reciclagem, realizados há três anos na Universidade Corporativa Microlins, em São José do Rio Preto (SP), cidade-sede da empresa. A visão de mercado de Semenzato o levou a investir em dois novos negócios. Um deles é o Instituto Embelleze, criado em parceria com a Embelleze Cosméticos, destinado ao ensino de atividades ligadas a salões de beleza, como maquiagem e corte de cabelo. Em um ano já foram abertas 85 unidades, mais de 20 na Grande São Paulo. O outro, ainda em fase piloto – mas com resultados animadores –, é o Multicursos, com aulas de moda, economia e culinária, entre outras, para donas-de-casa. Mas foi a Microlins a responsável pela melhora na vida de Semenzato, que desde os 13 anos vendia na rua salgados feitos pela sua mãe. “Espero ainda mudar a vida de muitas pessoas, dando uma formação profissional que permita conquistar uma vaga no mercado de trabalho.”
Unidades em todo lugar O Rei do Mate escolhe o ponto certo para difundir produtos diferenciados que caem no agrado popular DIVULGAÇÃO
Nasraui (de barba): previsão de crescimento de 20% e 200 lojas em 2006
cer conforme o esperado se explica, primeiro, pela quantidade de gente em determinadas empresas e ambientes, e segundo pela redução do custo com aluguel, que costuma ser mais baixo do que o de uma loja comercial no shopping center. “Continuamos nos expandindo para shoppings. A franquia está aberta para todo o Brasil. Fizemos testes para encontrarmos novos caminhos de crescimento.” Nasraui também fez parcerias com empresas fornecedoras de café e de manteiga, por exemplo, que têm marcas conhecidas pelos consumidores. Outra iniciativa é realizar treinamentos freqüentes com todos os franqueados. Em 1990, quando assumiu a empresa, fundada pelo pai, Kalil, na década de 70, o executivo tinha acabado de se formar. O trabalho de conclusão da faculdade na área de franquias serviu de inspiração e tam-
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Quem: Antônio Carlos Nasraui, 38 anos, nascido em São Paulo (SP), graduado em Economia e Direito. Empresa: Rei do Mate, fundada em 1978, com sede em São Paulo (SP), atua no ramo de alimentos. Gera 1.200 empregos diretos e indiretos.
bém como saída para atender o crescente público e aumentar o número de lojas. “Abrimos a terceira loja já no novo modelo e com mais variedade de produtos. Diferente das duas lojas que tínhamos há muitos anos”, diz. Atualmente a Rei do Mate tem 184 lojas, sendo seis próprias e 178 franqueadas em 15 estados brasileiros. A previsão de crescimento da rede para este ano é de 20% e a meta é 200 lojas até o primeiro semestre de 2006. Empreendedor – Junho
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A localização do primeiro ponto comercial da Rei do Mate foi decisivo: em plena avenida São João, próximo à avenida Ipiranga, em São Paulo. A empresa beneficiou-se do grande fluxo de pessoas no local e só com o tempo a marca se tornou conhecida também pelos produtos, todos combinados com erva-mate. Expandir foi o passo seguinte e a estratégia que Antônio Carlos Nasraui, diretor comercial e de marketing, mantém desde 1990. “A prioridade foi a expansão porque a marca já estava consolidada. O que queríamos era expandir horizonte, pois sabíamos de nosso potencial.” Com o sistema de franquias implementado dois anos mais tarde, a rede cresceu. Foram abertas 56 lojas de rua e 73 em shopping centers. Mas com o tempo Nasraui precisou encontrar alternativas para continuar a expansão no mesmo ritmo. Ele começou a fazer parcerias com várias empresas de diferentes áreas do mercado para implantar loja dentro de loja (store in store). “Percebemos que havia um campo para isso. Analisamos vários segmentos em que tínhamos interesse de entrar e fizemos testes.” Hoje são 55 unidades da Rei do Mate que estão instaladas dentro de lojas de material de construção, de faculdade, de rodoviária, de um terminal de ferry-boat e hospitais. Esse último local passou a ser o enfoque da empresa para este ano, já que a maioria dos hospitais possui pelo menos uma lanchonete para atender os acompanhantes dos pacientes. “Abrimos duas lojas dentro de hospitais para tirar esse estigma de que as lanchonetes nesses locais são caras ou ruins, e deu certo.” O caminho encontrado para cres-
Franquias
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Limpeza crescente A porção brasileira da Jani-King espalha-se pelo país apostando na rigorosa seleção e nas parcerias
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Tomás Carlos Crhak, quando se tornou master franqueado da Jani-King, empresa americana de serviços de limpeza comercial, em 1991, expandiu a rede no Brasil. Hoje, são cem unidades sob seu comando em 11 estados e é a terceira maior franquia americana em território brasileiro. No estágio atual ele quer fortalecer a marca e a rede. “Tivemos um crescimento substancial no passado. Agora estamos depurando as participações e adequando os processos com o objetivo de melhorar nosso suporte”, diz. Para isso, Crhak faz investimentos constantes no controle gerencial das franquias. São realizadas pesquisas de satisfação entre parceiros e clientes para manter um padrão de atendimento. Ele considera importante contratar consultores para fazer avaliações de qualidade. Também costuma analisar a posição financeira dos interessados, por meio de uma auditoria financeira. A rede brasileira conta com suporte e knowhow internacional da empresa. “Em três anos com esse trabalho o faturamento
médio nas unidades cresceu mais de 100%. E apenas duas franquias novas foram vendidas.” A meta do empreendedor é oferecer um modelo de negócio, buscando sempre realizar as operações em conjunto com todos os franqueados. Estabeleceu recentemente parcerias com o Senac/SP e com a Unidade de Formação de Profissional da Associação Brasileira do Mercado Institucional de Limpeza (Abralimp), para desenvolver programas de capacitação e aperfeiçoamento através de cursos e treinamentos. Formalizou e adotou o conceito de franqueado especialista, voltado para os que oferecem os serviços da franquia, mas com algum grau de especialização em um deles. Por exemplo, serviços de apoio como recepcionista, secretária e copeira, de manutenção em pisos frios, carpetes e fachadas. Essa diversificação também ajudou no fortalecimento da Jani-King, passando a ser uma única fornecedora para os clientes. Outra iniciativa para aumentar a visibilidade da marca é o apoio a eventos esportivos,
A rede brasileira conta com suporte e know-how internacional Junho – Empreendedor
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Quem: Tomás Carlos Crhak, 50 anos, nascido em São Paulo (SP), formado em Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP. Empresa: Jani-King, fundada em 1991, com sede em São Paulo (SP), atua no ramo de serviços de limpeza comercial. Tem 3.500 franqueados e faturou R$ 45 milhões (rede de franquias) em 2004.
plano de marketing tradicionalmente adotado pela Jani-King americana, que patrocina o automobilismo. A independência profissional deixou de ser apenas um sonho para Crhak na primeira feira de franquias americanas realizada no Brasil, quando fechou negócio com a empresa criada pelo americano Jim Cavanaugh, em 1968. Antes ele trabalhou como diretor de investimentos de um grande banco inglês e consultor empresarial. Como já demonstrava interesse em montar o próprio negócio, procurou mais informações sobre a rede. O crescimento acelerado da JaniKing no mercado mundial foi o que chamou sua atenção. Na década de 70, a empresa começou a expansão. Nos anos 90 investiu na internacionalização e hoje tem 9 mil franqueados em 16 países. Crhak percebeu também que a área de atuação da empresa era um nicho de mercado ainda inexplorado no Brasil. “As perspectivas para o futuro são excelentes tendo em vista o crescimento da economia e da terceirização da área de limpeza e serviços correlatos”, diz.
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Empreendedor – Junho
Inovação
Sinergia total Inovar exige planejamento tecnológico e cultura que leve ao envolvimento de toda a empresa e parceiros
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por
Alexsandro Vanin
Sinergia é a ação conjunta de elementos na busca de um objetivo comum, com desempenho melhor do que aquele demonstrado isoladamente. É uma forte parceria, em que cada membro move-se em sintonia com os demais. Para que uma idéia chegue ao mercado com sucesso, é preciso que a empresa tenha todos os departamentos e colaboradores internos, fornecedores, distribuidores, comerciantes, parceiros tecnológicos e estratégicos, e até mesmo os clientes, envolvidos no processo de inovação. Isso exige planejamento – tecnológico – e, mais do que isso, uma cultura pró-inovação em toda essa cadeia, além de um ambiente favorável criado pelo governo. Mais do que nunca a inovação é imprescindível para não ficar estagnado e perder mercado. Com a competição crescente ao redor do mundo, as empresas brasileiras precisam deixar de ser meras seguidoras de inovações oriundas do Hemisfério Norte e passar a ser líderes em inovação tecnológica. Coréia do Sul, Cingapura, Taiwan e China seguiram esse caminho e abraçaram a inovação como forma de quebrar a “comoditização”, construir marcas, competir e alcançar a liderança global, segundo Hitendra Patel, consultor do Monitor Group na Ásia. “O Brasil está numa encruzilhada, e as empresas precisam encarar essa nova realidade: a inovação proporciona competitividade, crescimento, redução de custos, ganho de consumidores e melhoria da imagem”, diz. Mas inovar não é simples, pois existem muitos riscos. Ronald Martin DausJunho – Empreendedor
cha, presidente da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei) e diretor de Corporate Technology da Siemens, explica que o investimento é alto, o processo é longo e há uma possibilidade de fracasso industrial ou comercial. Conforme uma pesquisa da PDMA (organização americana sem fins lucrativos dedicada ao estudo e incentivo à gestão da inovação e desenvolvimento de novos produtos e serviços), de cada sete novas idéias, quatro são desenvolvidas, 1,5 lançada e apenas uma tem sucesso. Entre as causas levantadas, estão análise de mercado inadequada (45% dos casos), problemas ou defeitos (29%), falta de marketing (25%), custos mais altos do DIVULGAÇÃO
Hitendra Patel: construir marcas, competir e atingir a liderança global
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que os planejados (19%) e introdução do produto na hora errada (14%). Coragem “É preciso coragem para assumir riscos, lançar-se no mercado internacional e inovar continuamente”, diz Moacyr Sens, diretor-superintendente da Weg, multinacional brasileira. E para reduzir esses riscos é preciso estratégia e gestão de todas as atividades, seqüenciais ou paralelas, que integram o processo de inovação. As principais fases são planejamento tecnológico; geração e transferência de conhecimento; estudo da viabilidade econômica; desenvolvimento do conceito pelo departamento de pesquisa e desenvolvimento (P&D); e industrialização do resultado e sua colocação no mercado. Segundo Carlos Schneider, superintendente geral da Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi), esse processo, que envolve toda a empresa e parceiros, precisa ser gerido, e o foco da gestão da inovação deve apresentar rapidez máxima, custo mínimo e qualidade adequada, tendo como pilares estratégias corporativas de novos produtos, qualidade do processo e desenvolvimento, e comprometimento dos recursos. A base de tudo é o planejamento tecnológico, que deve estar aliado ao planejamento estratégico da empresa. Na Petrobras o planejamento tecnológico tem um horizonte de 30 anos, e na Weg a estratégia tecnológica é traçada por um comitê científico e tecnológico, formado por membros da empresa e de uni-
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versidade brasileiras e internacionais. Além disso, para Sens, é preciso ter flexibilidade, saber a hora de dar um passo atrás e de dar um passo à frente. Seguindo esse raciocínio, a Certi criou um modelo de desenvolvimento rápido e seguro de produtos, o Sistema de Desenvolvimento de Soluções (SDS), dividido em cinco etapas. A primeira é a análise de oportunidades, que engloba o mapeamento do ambiente interno e externo, a partir de tendências, características do mercado, soluções atuais, tecnologias, competências, parcerias, legislação e regulamentação, e a análise e seleção da solução, baseada na capacidade de geração de valor para clientes, na capacidade de captação de valor e na capacidade de fornecimento desse valor. Tudo isso culmina em um macroplano de negócios, que leva à segunda etapa, o desenvolvimento da solução conceitual, finalizado por um plano de negócios detalhado. O próximo passo é o desenvolvimento da solução, o que leva à implementação e por fim ao monitoramento e validação.
Moacir Sens: coragem para assumir riscos e inovar sempre
Outro instrumento importante é o benchmarking. Isso não significa simplesmente copiar processos e estratégias, mas sim analisar os resultados e avançar na aplicação das conclusões. Segundo Patel, na Coréia do Sul, empresas como Sansung e LG tem como estratégia de diferenciação fazer o benchmarking dos produtos e,
então, inovar por meio da resposta a algumas questões: quais características devem ser melhoradas para deixar o cliente realmente satisfeito; que pontos relacionados com o desempenho do produto podem ser minimizados sem diminuir a satisfação do cliente; que novas características podem ser adicionadas ao produto para verdadeiramente diferenciá-lo; e quais itens relacionados ao produto que não são utilizados pelo cliente e dos quais este não sentirá falta caso sejam removidos. Uma vez ciente da importância da inovação, e conhecedora dos riscos e cuidados para evitá-los, a empresa deve envolver todo o quadro pessoal, fornecedores, distribuidores, comerciantes, parceiros tecnológicos (universidades, institutos de pesquisa e outras empresas), governo e também os clientes, na busca desse fim. “É preciso que exista uma cultura da inovação para que todos estejam inseridos num ecossistema de inovação. É preciso ser aberto a novas idéias e encorajar aqueles que têm boas idéias a divulgá-las”, diz Patel. Internamen-
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te, é necessário que os departamentos de planejamento estratégico, finanças, marketing e P&D trabalhem juntos. Nas grandes empresas, inclusive, surge uma nova figura, responsável pela coordenação dessa interação sinérgica: o CIO (Chief of Innovation Office). A vantagem de agir em uma cadeia sinérgica é que as parcerias com outras empresas, universidades e institutos de pesquisa ajudam a reduzir riscos e custos, acelerando o impacto da inovação. Segundo Patel, isso elimina deficiências isoladas, soma forças e amplia o acesso a novas tecnologias e consumidores. No Brasil, corporações como Embraer, Braskem, Petrobras, Embraco, Weg, Vale do Rio Doce e Tigre, entre outras, movem-se na direção de líderes inovadores e levam consigo a cadeia formada em torno de si. Uma das principais parceiras na busca de inovação são as universidades. “Cada vez se precisa mais da ciência para se avançar tecnologicamente”, diz Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). No entanto, segundo ele, a base e o motor da inovação tecnológica devem estar nos laboratórios industriais. “A interação só dá bons resultados quando a empresa
Brito Cruz: mais pesquisadores geram bons resultados Junho – Empreendedor
possui P&D.” O problema é que no Brasil poucos cientistas e engenheiros estão nas empresas – apenas 23%, enquanto na Coréia do Sul esse índice chega a 54% e nos Estados Unidos a 80%. Carlos Ganem, diretor da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (Finep/MCT), informa que a instituição vai reduzir 2% sobre a TJLP nos financiamentos a empresas que ampliarem suas equipes de pesquisadores pósgraduados em pelo menos 10%. Bons frutos Para que uma interação gere bons frutos, cada parte deve saber quais são os requisitos e benefícios. É preciso que a universidade trabalhe e tenha muitos estudantes envolvidos com pesquisa avançada, e a empresa, além de ter uma atividade interna de P&D, deve valorizar a educação e cultura de seus colaboradores. Segundo Cruz, a interação proporciona à universidade uma educação melhor para os estudantes e novos temas para pesquisas e divulgação, mas não uma alternativa para gerar receitas. Já as empresas encontram na interação apoio à P&D existente, contato com fronteiras do conhecimento (novas idéias), consultoria para inovação tecnológica e educação continuada para seus funcionários. As universidades também são peçaschave na capacitação dos colaboradores. A Embraer, por exemplo, investiu nos últimos três anos R$ 27 milhões em um programa montado em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Segundo Sidney Lage, gerente do Programa de Especialização de Engenheiros (PEE), o investimento na capacitação de novos funcionários é muito menor do que se especialistas internacionais fossem contratados para suprir essas deficiências. A Motorola do Brasil, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), montou a “Residência em softwares”, programa de capacitação focado na engenharia de testes em softwares. De acordo com Roberto Soboll, diretor de Desenvolvimento da empresa, o programa levou à concepção e
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desenvolvimento de ferramentas de teste e à melhoria daquelas já existentes. Se parcerias são importantes para grandes empresas, são ainda mais para médias e muito mais para as pequenas, segundo Schneider. As micro e pequenas empresas (MPE) são as mais distantes do processo de inovação, o que explica em parte a alta taxa de mortalidade (cerca de 60% até o quinto ano) e a pequena participação nas exportações (2,4% do total). De acordo com Luiz Carlos Barbosa, diretor técnico do Sebrae, a entidade procura fomentar a geração de P&D nas MPEs de forma coletiva, por meio de arranjos produtivos locais (APL) e clusters, com a participação de alunos de universidades. “O resultado obtido até agora é o incremento do faturamento, a manutenção e geração de empregos e a redução da taxa de mortalidade.” Para José Eduardo Fiates, presidente da Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), incubadoras, parques tecnológicos, APLs, pólos e clusters são ambientes favoráveis à inovação. Segundo ele, a incubação de empreendimentos é uma forma de transferência de conhecimentos da universidade para o setor empresarial, e uma start up torna-se um híbrido desses ambientes, com qualidades de cada um deles. Um ambiente favorável é essencial para que haja inovação nas empresas. “O governo precisa criar esse ambiente, com políticas industriais e tecnológicas, fomentos e incentivos. Já o setor privado precisa aceitar o desafio e apostar nesta estratégia de crescimento e competitividade”, diz Dauscha, presidente da Anpei, que vê uma melhoria significativa na atuação do governo. Segundo Roberto Jaguaribe, secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a inovação é a essência da política industrial, com o objetivo de induzir as empresas ao aumento da competitividade e às exportações. Os principais instrumentos dessa política são a Lei da Inovação (aprovada, mas ainda não regulamentada); a lei de incentivos fiscais à inovação (em fase final para apresenta-
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Linha Direta Carlos Ganem (21) 2555-0555 Carlos Henrique de Brito Cruz (11) 3838-4000 Carlos Schneider (48) 239 2000 Hitendra Patel (847) 806-6590 José Eduardo Fiates (48) 239-2000 Luiz Carlos Barbosa (61) 348-7398 Moacyr Rogério Sens (47) 372-4000 Roberto Jaguaribe (61) 2109-7000 Roberto Soboll (11) 5501-4655 Ronald Martin Dauscha (11) 8117-3954 Sidney Lage (12) 3927-1000 Junho – Empreendedor
Parcerias estratégicas Um caminho para somar somam competências e eliminar deficiências individuais Empresas firmam parcerias estra- com preços atrativos. “Esta parceria tégicas para eliminar deficiências in- é muito importante para as duas emdividuais e somar competências, e presas, pois reforça nossa estratégia com isso reduzir custos, agregar va- de crescimento no segmento de crélor a produtos e serviços e conquis- dito ao consumo e consolida o positar novos clientes. O varejo e o setor cionamento do Makro de expandir financeiro estão atentos à intensifi- suas atividades no país”, diz Raphael cação dessas associações – que che- de Carvalho, diretor-executivo de gam à casa dos bilhões de reais – na Empresas de Consumo do Unibanco. O pioneirismo também está preárea de crédito direto ao consumidor (CDC). O mercado publicitário segue sente na associação com o Empório a tendência mundial de agências mai- Santa Maria, com o primeiro cartão ores e com maior raio de ação alia- private label voltado ao público VIP. rem-se a agências menores, focadas Também sem taxa de anuidade e com em locais determinados. E já na área limite pré-aprovado, o cartão permide tecnologia parcerias chegam a ser tirá o parcelamento das compras (o que só ocorria na loja no período de um lugar-comum. O Unibanco é uma das instituições final de ano) e benefícios exclusivos, financeiras que tem demonstrado ape- como palestras sobre vinhos e detite no fechamento de parcerias. So- gustações. “Nossa perspectiva é enmente em maio três acordos foram cantar esse cliente, oferecendo beanunciados: Makro, Empório Santa nefícios únicos e exclusivos com a Maria e Artefacto. Desde 2003 a ins- utilização de nosso cartão”, diz Cartituição atua no financiamento de com- valho. Com a Artefacto, a parceria pras nas 48 lojas do Makro, e a partir de agora também com cartão de private label, o primeiro oferecido para pessoas jurídicas, batizado de Pague & Leve. Gratuito, o cartão permite o parcelamento das compras em até 12 vezes – antes o pagamento era necessariamente à vista. A meta inicial do banco é atingir 500 mil clientes ainda neste ano, de um universo de 1,4 milhão de clientes cadastrados e portadores do passaporte Makro. Para a rede, a parceria permite oferecer uma nova modalidade de pagamento, sem a necessidade de composição própria Daniel Araújo e João Muniz: de funding, e continuar a uma empresa é extensão da outra
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ção); a reestruturação do Instituto Nacional de Patentes Industriais (INPI); os fundos setoriais; o Fundo Tecnológico do BNDES (Funtec); o Decreto 4.928, que trata de incentivos à certificação; as compras governamentais (em análise); a melhoria da infra-estrutura e gestão eficaz da política pública. Para Cruz, é fundamental ainda que o governo subvencione a P&D nas micro e pequenas empresas. Inovar não é trivial, nem para qualquer empresa. Por isso a importância da interação com universidades e outras empresas, de uma cultura favorável ao desafio do conhecido, ao risco, à aprendizagem e à abertura a novas idéias, e de um ambiente favorável. É preciso comprometer-se com uma estratégia formal de inovação relacionada ao crescimento, estabelecer objetivos claros e métricas de inovação, e mudar a atitude da corporação, evoluindo da simples procura da inovação e da replicação do benchmarking para uma postura de interpretação de dados para o desenvolvimento de soluções únicas. “Empresas de outras partes do mundo já estão fazendo isso, por isso as brasileiras têm que mudar mais rápido do que seus competidores regionais e globais”, diz Patel.
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inclui até mesmo o patrocínio da 14ª Mostra Artefacto. A briga pelo CDC de redes de varejo é grande. O Bradesco assumiu a oferta na Casas Bahia, Salfer e Colombo. Para conquistar os 11 milhões de clientes da Casas Bahia, o banco investiu R$ 3 bilhões no negócio. O Itaú detém a carteira de CDC da Lojas Americanas e do Centro Brasileiro de Distribuição, que controla hipermercados como Pão de Açúcar e Extra. Já o Banco do Brasil, por meio do Banco Popular, oferece microcrédito aos clientes da Casas Bahia pertencentes às classes C e D, grupo estimado em 25 milhões de pessoas. Agir localmente Segundo Daniel Araújo, diretorpresidente da D/Araújo Loducca, de Florianópolis, no mercado publicitário existe uma tendência mundial de incorporações e parcerias, em que multinacionais associam-se a nacionais, e nacionais associam-se a regionais, o que permite uma ação localizada. A agência catarinense, como o próprio nome deixa explícito, é parceira da Loducca 22 na região Sul. O mesmo acontece com a OM.Loducca, em Brasília, e com a Lo.V (Loducca Virtual), responsável por projetos de comunicação interativa. “Funciona como se fosse uma extensão da Loducca 22, é como uma agência só”, diz João Muniz, presidente do Grupo Loducca. Todo o trabalho é feito em conjunto: a detecção de oportunidades, prospecção, suporte de planejamento estratégico, mídia e criação. A parceria surgiu da percepção da Loducca de que existem empresas fortes em Santa Catarina, principalmente nas áreas têxtil, cerâmica e de agronegócios. Havia duas opções: abrir uma filial na região ou firmar uma parceria com uma agência local. Do lado da então D/Araújo, procurava-se uma parceira de peso nacional, uma marca que agregada trouxesse notoriedade, que atestasse a qualidade dos serviços. Segundo Araújo, na época a agência foi Junho – Empreendedor
FÁBIO SALLES
Inovação
Fujimoto: união entre as soluções completas e interesse em entrar no mercado
procurada pela Thompson e pela McKan, mas esses grandes players não tinham o estilo adequado. Surgiu então, em 2002, uma parceria para a D/Araújo representar a Loducca 22 em Santa Catarina, área de atuação agora estendida à região Sul. “Eles conhecem bem o mercado regional, sabem qual é a melhor forma de negociar e se relacionar com as empresas locais”, diz Muniz. Ganha também o cliente, que passa a ter um atendimento próximo, dia-a-dia, com a estrutura, base de informações e tecnologia de uma grande agência. No caso da Dígitro Tecnologia e da B4 Business, o que motivou a criação da parceria foi a possibilidade de somar competências para conquistar novos clientes. A primeira é fabricante de soluções de telecomunicações para o ambiente corporativo, inclusive centrais telefônicas digitais para call centers e contact centers; e a segunda é provedora de softwares de relacionamento. A partir de um cliente comum, foi constatado que cerca de 40% do mercado de call centers é composto por pequenas estruturas, com no máximo 30 pontos de atendimento (PA), e que não havia sistemas de CRM voltados para esse nicho. Segundo Rodrigo Luckow, diretor comercial da B4 Business, os programas existentes são robustos e caros, superiores às necessidades de pequenas estruturas, por serem direciona-
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dos a grandes call centers. “Com a união de soluções, temos uma oferta mais completa e competitiva”, diz Marcos Lange, gerente de parcerias e alianças da Dígitro. Essa é a estratégia da empresa para agregar valor aos produtos e atender necessidades específicas de clientes. Atualmente a Dígitro tem alianças com mais de 30 empresas. Mão dupla “Parcerias estratégicas são vias de mão dupla”, diz Lange. Com um melhor produto, serviço ou processo, busca-se sempre um incremento de receita. A Tecnoworld, fabricante de thin clients (estação para trabalho em rede de baixo custo e boa performance), espera alavancar as vendas em 20% neste ano, a partir de uma parceria com a Agis Distribuição. Esta, por sua vez, diversifica seu portfólio e passa a ter nas mãos mais uma boa oportunidade de vendas. Há 11 anos no mercado, a Tecnoworld sempre operou com parceiros OEM e VAR (integradores), e somente neste ano passou a trabalhar com uma distribuidora. “Com isso temos um ganho em volume de vendas e conseguimos expor nossa marca de forma mais marcante, além de impor agilidade à entrega”, diz Cândido Guedes, gerente de Canais da Tecnoworld. Já a Agis, segundo o gerente de Marketing da distribuidora, Edson Bucci, atraiu a fabricante por contar com uma divisão exclusiva para atendimento ao
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setor corporativo e uma equipe técnica especializada em desenvolvimento de projetos thin client. Impulsionar novos negócios também é a expectativa da YKP, integradora de sistemas de gestão corporativa, e da Mastersaf, especializada em soluções fiscais e tributárias. Pelo acordo, as duas empresas passam a trabalhar em conjunto para oferecer projetos integrados de soluções de ERP com sistemas de atendimento ao Fisco, o que atende a necessidades específicas de um grupo de clientes. Segundo Francisco Fujimoto, gerente de Canais e Parcerias da YKP, a parceria surgiu do interesse de a YKP oferecer soluções mais completas e de a Mastersaf entrar em um novo mercado, formado pelos clientes da integradora. A solução integrada resulta numa redução de custos para os clientes, que passam a contar com uma ferramenta de Business Inteligence, capaz
Business Objects e a Avaya, entre outras. Quando empresas unem forças para desenvolver soluções específicas, todos ganham: empresas, clientes e a sociedade.
Linha Direta
Marcos Lange: mais receita com melhor processo
de auxiliar na extração de informações que dêem apoio na economia tributária. Além disso, o cliente não precisa mais negociar com dois fornecedores. A YKP possui ainda parcerias, em outras áreas, com a Oracle, a IBM, a
Cândido Guedes (11) 5501-3896 Daniel Araújo (48) 234-8844 Edson Bucci (19) 3756-4653 Francisco Fujimoto (11) 2165-6931 João Muniz (11) 6011-8000 Marcos Lange 48)281-7302 Rodrigo Heinzelmann Luckow (47) 3028-1209 Raphael de Carvalho (11) 3097-1050
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Valor
Linha de montagem
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Os pré-fabricados significam industrialização e ganhos de produtividade da construção civil, nicho empregador por excelência Wendel Martins
Até uma década atrás, os três setores que mais empregam no país, a agricultura, o têxtil e a construção civil, resistiam à modernização. A agricultura se modernizou, e hoje é responsável pelo superávit da balança comercial brasileira; o setor têxtil deu a volta por cima, conseguiu preços internacionalmente competitivos e exporta. Já a construção civil – que responde por uma fatia expressiva do PIB brasileiro, cerca de 16% – ainda não se industrializou o suficiente para superar-se. Um pequeno, mas pujante segmento de mercado se destaca pela alta tecnologia, velocidade na execução de obras e pelo uso de mão-de-obra qualificada. São os pré-fabricados que fazem do canteiro de obras um local de montagem, não um lugar de manufatura. A resistência à industrialização é um obstáculo ao desenvolvimento do setor. Entre 2001 e 2003, o PIB da construção civil acumulou queda de 12,7%; em 2004, teve desempenho positivo de 5,9%, semelhante ao crescimento da economia nacional. Se a construção civil brasileira adotasse a tecnologia em grande escala, poderia liderar o processo de aumento da produtividade brasileira. “Nunca houve uma política ou Junho – Empreendedor
incentivo para a modernização, pois o setor é o berço do emprego”, diz Paulo Sérgio Cordeiro, presidente da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic) e diretor de Marketing e Vendas da Munte Construções Industrializadas. Mas a construção civil brasileira já tem acesso a produtos e sistemas construtivos com tecnologia tão avançada quanto em qualquer outro país. Os materiais podem ser os mais variados – concreto, madeira, gesso ou aço –, assim como as técnicas disponíveis. Existem desde fábricas de fachadas de edifícios até cozinhas ou banheiros prontos, sem contar blocos de gesso acartonado e placas cimentícias, que permitem construir mais rapidamente paredes e divisórias. Os pré-fabricados agregam ganhos de produtividade e qualidade ao projeto, têm maior durabilidade, reduzem o número de patologias na obra e também os custos de manutenção. As novas versões garantem uma resistência ao fogo e o desenvolvimento sustentável, quando os materiais e componentes podem ser facilmente reutilizados e reciclados. O mercado do concreto é o maior entre os pré-fabricados, e está avalia-
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do em R$ 4 bilhões, muito pouco perto dos quase R$ 160 bilhões que o setor inteiro rendeu no ano passado. A alta competitividade faz com que diversas construtoras briguem por um número reduzido de obras, porém, mesmo diante desse quadro adverso, a Munte Construções Industrializadas mantevese na liderança de mercado no estado de São Paulo e fechou 2004 com vendas em torno de R$ 70 milhões. A companhia espera faturar 10% a mais este ano. O crescimento da Munte é impulsionado por uma linha de negócios baseados nos pré-fabricados em canteiro, que respondem por 30% dos negócios da empresa – há dois anos as cifras giravam em torno de 3%. Entre as vantagens que essa modalidade apresenta é que a companhia pode ampliar sua área de atuação para outros estados brasileiros. Antes a empresa contava exclusivamente com a produção na fábrica de Itapevi. A Munte é uma referência em qualidade, contando com um laboratório próprio e sistemas de produção automatizada de concreto, com controle eletrônico da dosagem, incluindo calibragem por computador, através de sensores de microondas. “É uma central automati-
zada, que não tem interferência de mãode-obra. É muito precisa.” A empresa também investiu no modelo Toyota, e as etapas de transporte e montagem são planejadas e executadas no sistema just in time, sem estoque intermediário na obra. “Quando essa técnica foi implantada, tivemos que fazer uma aculturação dos profissionais e até algumas mudanças de layout, construindo uma área nova.” O investimento de R$ 5 milhões em uma nova planta industrial visa a reduzir o tempo de produção e aprimorar a qualidade. Aguinaldo Mafra Júnior, diretor comercial da Cassol, grupo que tem cerca de mil funcionários e que pretende faturar cerca de R$ 100 milhões este ano, também aposta no crescimento. “Sob o ponto de vista dos quatro primeiros meses existe um aumento da nossa demanda. A tecnologia está se consolidando.” A empresa tem duas décadas de experiência com os sistemas construtivos
pré-fabricados de concreto e trabalha com uma gama grande de soluções na área. “Fazemos desde a estaca até a fundação e vendemos para qualquer pessoa, desde microempresário que quer ampliar a sua farmácia até uma estrutura de shopping ou de industria.” Apesar de altamente verticalizada, “a Cassol é focada em ser um fornecedor, apesar de também ser uma construtora, e atualmente prefere as parcerias”. Tanto que 40% do concreto produzido nas quatro fábricas da companhia é vendido sem montagem. A estratégia da empresa é consolidar o mercado do Sul e Sudeste, que representa cerca de 60% do mercado total de préfabricados no Brasil. “Queremos nos consolidar no mercado de São Paulo, talvez com uma fábrica. Mas antes temos que solidificar a recém-construída fábrica no Rio de Janeiro.” Para Mafra, o maior diferencial da Cassol é solidez da empresa, que também atua
em outras atividades. “Passa uma imagem de segurança num setor acostumado com quebras e falências.” Ele também relata que a empresa tem uma capacidade de produção muito rápida. “Como temos quatro fábricas, ganhamos em agilidade e logística.” Mafra afirma que o uso de pré-fabricados é a concepção do projeto. “O Brasil já domina bem a tecnologia do concreto e a cada dia que passa ele ganha mais a flexibilidade de solução.” Um dos exemplos dessa versatilidade foi construir um supermercado em 35 dias em Gramado (RS). “O cliente queria uma montagem rápida para inaugurar no início do Festival de Cinema.” Os projetos em pré-fabricados conciliam as necessidades específicas de cada cliente com alta velocidade de execução da obra. “O tempo médio do mercado é de 90 dias, o que gera alguns problemas: as empresas do setor têm uma carteira de apenas três meses.”
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Aço contra a marreta Falta de planejamento empurra a atividade para o improviso volvimento da Perfilor, uma das líderes do segmento de fachadas e coberturas de metal, que não acredita em improvisos na obra. “O Brasil ainda é filho do concreto, do tijolo e cimento. Ainda tem muito do jeitinho, nada é muito pensado. Se algo der errado, bate com uma marreta, quebra e faz tudo de novo.” Subsidiária do grupo europeu Arcelor, criada em 2003 a partir da fusão da Haironville e da Perkrom, a Perfilor faturou cerca de R$ 50 milhões e pretende crescer 6,7% neste ano. A condenação do amianto em unidades fabris é uma das razões que justificam a ascensão do mercado de telhas e coberturas de aço. Um dos diferenciais da empresa é o acesso à tecnologia internacional que permite
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Mais do que mero capricho dos arquitetos nas últimas décadas, a construção civil vem passando por uma revolução, com projetos que necessitam de grandes vãos e estruturas esguias, do desenvolvimento de materiais ao mesmo tempo leves e resistentes, de uma fábrica de insumos dentro do canteiro. O aço, símbolo da indústria pesada, foi adotado como vantagem nesse setor em transformação, por atender esses pré-requisitos e apresentar outros inúmeros diferenciais positivos, entre os quais a precisão, que é sinônimo de qualidade. “No sistema convencional, o engenheiro pensa em centímetros. Com o aço, nós projetamos em milímetros”, diz Mauro Cruz, gerente de Mercado e Desen-
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combinar chapas de metal com pinturas sintéticas e materiais orgânicos. “Temos a capacidade de desenvolver junto a fabricantes de resinas novos produtos para atender às exigências do mercado.” Para se obter o máximo de conforto térmico e acústico, a empresa utiliza mantas de lãs minerais e espumas de plásticos, utilizando as pesquisas da Haironville, que mantém na França um centro de excelência no estudo do som. “O Credicard Hall necessitava de um sistema acústico muito forte para que o som de um show não vazasse e nem o barulho do trânsito não entrasse na sala de espetáculo. Não houve nenhuma obra parecida no Brasil.” Por enquanto, Cruz trabalha para
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quebrar a resistência e falta de conhecimento em relação ao metal. “Ainda acreditam que o aço enferruja ou deteriora. Mas a manutenção é mais barata do que cuidar da pintura de um carro. Não tem que fazer nada, basta desentupir os dutos para não formar poças que corroam o telhado.” O manejo com o aço atingiu um nível de desenvolvimento em que já possível construir telhas de até 60 metros de comprimento sem nenhuma emenda – o material chega numa bobina pintada e é cortada e moldada nas dimensões e formatos da telha definidos pela construtora. A empresa promove testes em laboratórios que comprovam a durabilidade dos aços pré-pintados, que excluem a necessidade de uma repintura. “Trabalhamos de acordo com as características ambientais e de manutenção, e damos uma garantia de até 30 anos.”
Materiais testados fazem parte do planejamento da obra e favorecem os lucros de quem cria e de quem usa
A estrutura de aço reduz a carga das fundações, pois é cerca de seis vezes mais leve do que o concreto e torna possível reduzir em até 30% o custo dessa etapa. Entretanto, com os recentes aumentos nos preços da matéria-prima, é imprescindível estudar a viabilidade do seu uso com muito cuidado. “Essa tecnologia é fácil de montar, de rápida aplicação,
e vai se desenvolver muito mais em residências. Ainda é muito acanhada, uma tecnologia cara para a casa popular”. Um dos grandes enigmas é isolar o barulho da chuva, aceitável dentro de uma fábrica ou supermercado, mas que pode incomodar um eventual morador. Mas Cruz acredita que esses problemas podem ser sanados em uma década. “Todos os dias temos uma pergunta nova que não sabemos responder.”
Linha Direta Aguinaldo Mafra Júnior (41) 2141-5925 Mauro Cruz (11) 3065-3400 Paulo Sérgio Cordeiro (11) 4143-8000 Piero Picco (11) 4602-8100
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Fim do desperdício
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Entregar um banheiro pronto elimina a perda de tempo e outros incômodos
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bamentos internos, ficando a critério do cliente a especificação de tamanho, materiais, modelos e cores.” O banheiro pronto é colocado na obra através do içamento da unidade com um guindaste – a empresa garante que o transporte não causa nenhum problema ao produto, já que o banheiro pronto é uma célula rígida, de concreto de altíssima resistência. “Mas é necessário que a estrutura seja projetada para o banheiro pronto.” A companhia também tem a opção do sistema dry wall, uma estrutura em aço galvanizado e placas de gesso acartonado que permite obter peças com peso reduzido. Para todos os modelos, Picco garante a instalação de até 25 unidades por dia. “Nós fabricamos até 400 banheiros prontos por mês. Pelos métodos convencionais, um empreiteiro levaria até um ano para construir a mesma quantidade”. O banheiro pronto permite uma redução no tempo de realização e de
entrega, e conseqüentemente nos custos operacionais das construtoras. Em comparação com os banheiros feitos tradicionalmente na obra, o ganho médio é de 33%. O sistema também reduz os custos da infra-estrutura necessária na obra e o espaço de almoxarifado. Para manter a qualidade e atender a demanda, a Rivolitecna importou uma fábrica de concreto da Itália. Com o autofornecimento, é possível realizar testes diários, acompanhados por um engenheiro químico. Mas Picco ambiciona que o Brasil, assim como a Europa, estabeleça um padrão modular que estimule a produção em série e permita uma rápida difusão da tecnologia. “Para compensar, hoje nós escutamos o arquiteto, o engenheiro, a construtora.” Mas Picco é um otimista em relação ao futuro dos pré-fabricados. “O melhor momento da construção civil deve ser todos os anos.” DIVULGAÇÃO
A Rivolitecna do Brasil fabrica uma das mais inovadoras soluções na área de pré-fabricados: um banheiro montado na fábrica, que pode ser conectado às redes elétrica e hidráulica em meia hora. Eliminar o desperdício de materiais, simplificar a contabilidade na obra e sintetizar em um único fornecedor a administração de 230 itens são algumas das vantagens do sistema. O presidente da empresa, Piero Picco, italiano radicando no Brasil há cerca de um ano, afirma que essa solução já existe há cerca de três décadas na Europa, e gradualmente vem ganhando espaço no mercado brasileiro. “A adoção dessa tecnologia é lenta no Brasil, ainda estamos longe de ter uma massa que utilize os novos recursos.” Picco diz que um dos obstáculos para a implementação é a mentalidade do construtor, que pensa mais nos gastos e não nas vantagens que o sistema oferece, já que o banheiro pronto evita atrasos no cronograma. “Ele não vê o custo indireto, o desperdício de tempo e dinheiro”. Mas a Rivolitecna não tem do que reclamar. Já foram instaladas mais de 4 mil unidades do banheiro pronto em todo o país. A empresa, de 150 funcionários, espera faturar cerca de R$ 14 milhões, 15% a mais do que em 2004, e seu principal mercado ainda é o de obras que necessitam de uma grande quantidade e repetição de unidades, como hotéis. Mas sua tecnologia também está presente em hospitais, edifícios comerciais e residenciais, motéis. A companhia oferece cinco anos de garantia e mantém uma sintonia fina com o construtor: escala uma equipe para a instalação e permite a total personalização do produto. “São ilimitadas as opções de aca-
O produto final é uma célula rígida, de concreto de altíssima resistência
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Empreendedor – Junho
Pequenas Notáveis
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Edição: Alexandre Gonçalves alexandre@empreendedor.com.br
OPINIÃO
PRÊMIO PREFEITO EMPREENDEDOR
Okamotto defende difusão do franchising
Quarta edição aumenta número de premiações
Em artigo publicado no Guia Oficial de Franquias, editado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) e pela Editora Empreendedor, o diretor-presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, faz uma análise favorável da franquia como uma alternativa para os empreendedores de pequeno porte. “Ainda bem que no mundo das franquias, no qual há treinamento, o despreparo não é acentuado, o que explica que a mortalidade no setor é 17 vezes menor do que nos outros pequenos negócios”, diz. Okamotto reforça o empenho do Sebrae na capacitação. “Queremos, por isso, difundir a atividade de franchising junto aos pequenos negócios”, garante. Nesse contexto, o dirigente anuncia no artigo que o Sebrae acaba de aprovar o programa Desenvolvimento de Franquias para as MPEs. “Voltaremos a operar no setor, como fizemos durante três anos em convênio com a atuante ABF, mas dessa vez de forma mais abrangente”, diz. Segundo ele, a metodologia do programa ainda está sendo formatada, mas as linhas básicas já foram definidas. “Temos certeza de que este novo passo do Sebrae não apenas tornará mais seguro empreender no franchising, como irá propagar um sistema que dá lucro, ocupação e renda, melhorando o Brasil”, conclui.
A quarta edição do Prêmio Prefeito Empreendedor, promovido pelo Sebrae, ainda não tem data definida para início das inscrições nem o regulamento está devidamente fechado. Mas uma coisa é certa: na edição deste ano, o prêmio trará novidades, a começar pelas premiações específicas para municípios com até 199.999 habitantes e municípios com população superior a 200.000 habitantes. Além disso, haverá prêmios para planejamento e estruturação de projetos, com a intenção de contemplar as melhores práticas de apoio e sustentabilidade dos pequenos negócios. “Consideramos o fato de que, dependendo do número de habitantes, os impactos dos projetos são diferenciados. Portanto, as avaliações também precisam ser diferenciadas”, afirma o coordenador nacional do prêmio,
Junho – Empreendedor
EUGÊNIO NOVAES/AGÊNCIA SEBRAE
Sandro Salvatore. Sobre a premiação para planejamento e estruturação de projetos, Salvatore afirma que a idéia de destacar esse quesito leva em conta a renovação de cerca de 70% do quadro de prefeitos do país e visa a dar a oportunidade para que os novos gestores possam participar com projetos próprios. Outra novidade nessa edição do prêmio são os destaques temáticos. O objetivo da criação dessa categoria, afirma Salvatore, é incentivar e fortalecer assuntos que independem de limites territoriais e que são estratégicos para os pequenos negócios. Conforme divulgado pela Agência Sebrae, os temas que vão inaugurar essa categoria da premiação ainda estão sendo definidos. As premiações continuarão estaduais e regionais, e as dos destaques temáticos terão caráter nacional.
Os cincos vencedores da etapa final do Prêmio Prefeito Empreendedor 2003, recebendo seus diplomas em evento realizado no ano passado
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O espaço da micro e pequena empresa
MICROCRÉDITO
LEI GERAL
PNMPO quer contar com cerca de cem operadoras
Em meio a toda a mobilização gerada pelas manifestações da Frente Empresarial pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, acredita que junho será um mês de grande importância para o movimento. Isso porque o dirigente prevê que o anteprojeto da Lei Geral, elaborado pelo Sebrae, estará pronto para começar a tramitar no Congresso até final de junho. “Vamos construir a proposta que será fruto de negociações com o Executivo, e a estimativa é que ela esteja pronta para ingressar no Congresso até o final de junho”, afirma. A proposta encontra-se em fase de análise técnica pelo governo e tem como grande objetivo proporcionar um tratamento diferenciado aos pequenos negócios nas áreas tributária, previdenciária, de crédito, acesso à tecnologia e nas políticas governamentais. “Será um marco amplo e vai criar um novo ambiente para
HAROLDO ABRANTES/AGÊNCIA SEBRAE
Presidente da CNI prevê que projeto chega ao Congresso em junho
Monteiro Neto acredita que a aprovação da Lei Geral será um marco para os pequenos negócios
estimular as pequenas empresas no Brasil”, diz Monteiro Neto. As entidades que participam da mobilização em torno da Lei Geral acreditam que a proposta seja encaminhada ao Congresso Nacional por meio de projeto de lei complementar.
Valdi Dantas, assessor do Ministério do Trabalho e Emprego e gestor do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), sancionado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva no mês de abril, acredita que até o fim de 2005 cerca de cem operadoras de microcrédito estarão aptas para ingressarem no programa. Assim, essas operadoras acessarão os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ou as exigibilidades bancárias para repasse a cerca de 200 mil empreendedores formais e informais. “Vamos trabalhar de forma coordenada para atingir os agentes de microcrédito da forma mais abrangente possível. Cada um fará a sua parte, mas o acompanhamento dos resultados será conjunto”, explica Dantas. Essas operações entre as instituições financeiras e as operadoras de microcrédito (Organizações Sociais de Interesse Público e Sociedades de Crédito ao Microempreendedor) poderão ser garantidas pelo Fundo de Aval da Micro e Pequena Empresa (Fampe) do Sebrae ou pelo Fundo de Aval para Geração de Emprego e Renda (Funproger), administrado pelo Banco do Brasil.
TOME NOTA Empregos I – Pesquisa Indicadores Sebrae/SP mostra que o nível de pessoal ocupado nas micro e pequenas empresas do estado de São Paulo cresceu 1,3% no mês de março em relação a fevereiro deste ano. Ao todo, foram criadas 64 mil novas vagas. Em relação aos últimos 12 meses, o crescimento de pessoal ocupado alcançou 4,2% (200 mil novas vagas), perdendo apenas para o mês de março de 2001, quando houve um crescimento de 8,8%.
Empregos II – Na avaliação do diretor-superintendente do Sebrae/SP, José Luiz Ricca, “o crescimento dos postos de trabalho em 12 meses indica que as pequenas empresas estão se beneficiando efetivamente da recuperação da economia. Já as 64 mil novas vagas criadas em março refletem a expectativa positiva dos empresários de que suas vendas vão continuar aquecidas, pelo menos até meados do ano”.
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Mais Lei Geral – Para saber mais sobre a mobilização da Frente Empresarial pela Lei Geral das MPEs, acesse o site Empreendedor (www.empreendedor.com.br). Na área de busca do site, digite “Lei Geral das MPEs”. Automaticamente, aparecerá a lista com todas as reportagens, artigos e entrevistas sobre o assunto.
Franquia ABF 14ª edição da ABF Franchising Expo deve receber 28 mil visitantes Feira reflete o amadurecimento e a profissionalização do setor, que cresceu 9% em 2004 ção de Lojistas de Shopping Centers (Alshop). As duas feiras serão realizadas nos mesmos dias e horários e no mesmo pavimento do ITM Expo. O visitante da ABF Franchising Expo terá passe livre para visitar a BrasilShop, onde poderá pesquisar o ponto comercial para a instalação da sua franquia. Haverá também a abertura de um espaço na Feira para a exposição de empresas fornecedoras do sistema de franchising. “Essa é uma iniciativa que visa oferecer cada vez mais serviços durante o evento, não só para os visitantes, mas para os próprios expositores”, comenta Ligia Amorim, diretora-superintendente da Messe Frankfurt. A ABF Franchising Expo aumentou, também, o seu tempo de visitação. A partir deste ano o público poderá percorrer a exposição até as 21 horas. Uma característica marcante este ano é a oferta crescente de franquias
fora do eixo Rio–São Paulo. Redes como a Bonaparte, de Pernambuco, e a Number One, de Minas Gerais, estão em busca de empreendedores interessados em se estabelecer em outras regiões do país. Na ABF Franchising Expo 2005 o visitante encontrará oportunidades de negócios em vários níveis de investimento. O Gosto do Franchising ganhou mais espaço e a presença de novas marcas, como Habib’s, Casa da Empada e Bob’s, entre outros. O local permite que os investidores conheçam na prática o funcionamento de franquias do setor de alimentação. Além do contato direto com o mercado, o visitante poderá conhecer mais sobre o franchising com os vários cursos que serão ministrados pela própria ABF, paralelamente à Feira. Entre os oferecidos estão: “Passos para comprar sua franquia”, “Avaliando a franquia do seu sonho”, “Como escolher e negociar pontos comerciais”, entre outros.
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O setor de franchising realiza em junho, entre os dias 8 e 11, no ITM Expo, em São Paulo, sua principal feira de negócios, a maior da América Latina. Cerca de 170 expositores estarão distribuídos nos 14 mil m2 destinados ao evento. A ABF Franchising Expo é promovida anualmente pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) e pela Messe Frankfurt Feiras, e neste ano o público encontrará oportunidades de investimento em praticamente todos os segmentos da economia nacional, da alimentação ao vestuário. A Feira chega à sua 14ª edição e reflete o amadurecimento do setor, com ofertas de franquias em todas as regiões do Brasil e também no exterior. Um dos destaques dessa edição da Feira é a presença de indústrias já consagradas no mercado que decidiram, agora, apostar em franquias. Outra novidade da ABF Franchising Expo 2005 é a simultaneidade com a Brasilshop, feira da Associa-
Data: de 8 a 11 de junho de 2005 Horário de funcionamento: 13h às 21h Local: ITM Expo (Centro Têxtil) – São Paulo Avenida Engenheiro Roberto Zuccolo, 555 Promoção: Associação Brasileira de Franchising (ABF) Organização: Messe Frankfurt Feiras Ingressos: R$ 25,00 Mais informações: www.abfexpo.com.br Junho – Empreendedor
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FRANQUIAS EM EXPANSÃO Worktek
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Oportunidade de sucesso Rede em ampla expansão Lançada em maio de 2001, a Alps faz parte do grupo ProAcademix, também detentor das marcas Wizard e Worktek. Atualmente, ela é a rede de franquias de idiomas que mais cresce no Brasil, com 101 unidades espalhadas por todo o país. O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvida nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolingüística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatro habilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa: conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, o aprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente. A Alps conta com know-how administrativo e comercial, através de um sistema Nº de unidades próp. e franq.: 101 exclusivo de ensino, Áreas de interesse: América Latina, Estados e dá assessoria na seUnidos, Japão, Europa leção do ponto coApoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PN mercial, na adequação Taxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 por kit (publicidade) do imóvel e na imInstalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 mil plantação e operação Capital de giro: R$ 5 mil da escola. Prazo de retorno: 12 a 18 meses Contato: Ivan Cardoso
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FRANQUIAS EM EXPANSÃO
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Sucesso educacional e empresarial A Wizard Idiomas é a maior rede de franquias no segmento de ensino de idiomas* do país. Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior que geram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio milhão de alunos por ano. A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamente didático com proposta pedagógica para atender alunos da educação infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira idade. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e português para estranNº de unidades: 1.221 franqueadas geiros. A Wizard é Áreas de interesse: América Latina, EUA e também pioneira no Europa ensino de inglês em Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, Braille. EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FM Taxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 mil Instalação da empresa: a partir de R$ 50 mil Capital de giro: R$ 15 mil Prazo de retorno: 24 a 36 meses Contato: Alberto Campos
* Fonte: Associação Brasileira de Franchising e Instituto Franchising.
PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto
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Guiado
Empreendedor
A saúde do ar-condicionado zação Mundial de Saúde (OMS). Para diminuir a incidência do problema no Brasil, a Anvisa e o Ministério da Saúde costumam solicitar laudos periódicos sobre as condições dos equipamentos e da qualidade do ar interno nas empresas. “Para estar em conformidade com estas exigências, é interessante que todos os proprietários, locatários e responsáveis por sistemas de climatização com capacidade acima de 5 TR (15.000 kcal/h = 60.000 BTU/h) mantenham um responsável técnico habilitado na equipe ou contrate os serviços de uma consultoria”, diz Rodovalho. Entre as empresas que se especializaram no assunto para atender aos empresários que procuram os serviços de controle de qualidade do ar, a Nalco desenvolveu o Porgrama Coliflo, que remove e controla a contaminação microbiológica do ar em ambientes fechados. “Um sistema de ar-condicionado é o ambiente perfeito para o crescimento de bactérias e fungos, que podem causar equizemas de pele, irritação nos olhos e no nariz, dor de cabeça e fadiga”, diz Marcelo Gurgel, técnico da Nalco. A lista de doenças que a falta de circulação de ar pode causar é comprovada pelo microbiologista Luiz Fernando de Góes Siqueira, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. “Se o ar deixa de circular em um lugar, o número de microrganismos cres-
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Sistema inadequado pode afetar saúde do funcionário
ce de mil para 10 mil vezes em relação ao ambiente externo”, diz. Um dos principais procedimentos para quem quer ter um controle do ar, segundo Gurgel, são as análises detalhadas através de auditorias técnicas, que ajudam a verificar se há parâmetros fora do padrão. “Deve-se registrar tudo o que se faz, porque, quanto mais registros, mais fácil de se encontrar soluções para eventuais problemas”, diz. Cabe ao empreendedor decidir a forma de acompanhamento do sistema – através de planos de rotina mensal ou por um sistema de automação e gerenciamento a distância. “O monitoramento constante permite que os equipamentos operem por mais tempo e faz com que eventuais intervenções ocorram com base em dados e informações, gerando economia ao usuário”, diz o engenheiro Eduardo Rodovalho. www.newset-ar.com.br www.nalco.com.br Empreendedor – Junho
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O empreendedor que pensa em instalar um sistema de ar-condicionado, ou mesmo ampliar a estrutura existente em sua empresa, deve observar alguns cuidados. Com as constantes mudanças climáticas e a automatização dos escritórios, ter um bom sistema de ar-condicionado deixou de ser algo supérfluo e passou a ser um dos artigos de primeira necessidade para as empresas que possuem um determinado número de funcionários e de equipamentos eletrônicos em sua estrutura. Além de proporcionar conforto no ambiente, um sistema de climatização é fundamental para o funcionamento pleno dos computadores, que necessitam de temperaturas amenas devido à fragilidade de seus componentes. É preciso prestar atenção aos critérios que as empresas do ramo têm com a escolha dos equipamentos, elaboração do projeto e instalação, e também não deixar de lado a manutenção preventiva. “O equipamento é sensível e capaz de prejudicar a saúde dos funcionários em caso de anormalidade”, diz o engenheiro Eduardo Rodovalho, diretor da Newset Ar. Segundo a American Lung Association, quando 20% dos ocupantes de um edifício apresentam problemas respiratórios decorrentes da falta de manutenção do sistema, o prédio pode ser enquadrado na Síndrome dos Edifícios Doentes, classificada como um problema de saúde pública pela Organi-
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Fazer um monitoramento permanente no sistema de climatização pode ser a saída para quem quer otimizar custos com manutenção e evitar problemas
Guia do Empreendedor
Pr odutos & Ser viços Produtos Por Carol Herling carol@empreendedor.com.br
Encontre sua turma A Equifax, fornecedora de soluções para gestão de negócios, lança no mercado brasileiro o Equifax Target, ideal para todas as empresas que pretendem aumentar sua participação no mercado brasileiro. Através da análise do perfil de carteira de clientes, o produto identifica outras empresas com perfis similares, com o objetivo de encontrar rapidamente as oportunidades mais atrativas do mercado. A solução, pioneira no segmento, gera indicadores e emite relatórios completos de porte e risco de empresas com os maiores poten-
ciais de compra no país. Segundo o fabricante, a empresa consegue um mapeamento do mercado nacional ou local, de acordo com o interesse, considerando variáveis como comportamento financeiro, porte, risco, região, penetração e especialmente potencial de consumo. O sistema opera na carteira de clientes da própria empresa e na base de dados da Equifax, que recebe atualização por mês de 22 milhões de informações sobre comportamento comercial. www.equifax.com.br
O talento certo Nem sempre o profissional escolhido é o mais adequado. Para aumentar o acerto na seleção e recrutamento de pessoal, a Senior Sistemas lançou o MAP (Mapeamento de Aptidão Profissional), uma ferramenta que demonstra o padrão de comportamento e o estado emocional de funcionários e candidatos a vagas de emprego. É um teste não psicológico composto por 92 perguntas, que pode ser comparado com 1.100 profissões catalogadas com as exigências médias do mercado (ou conforme os requisitos da empresa
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A V.Office lançou e disponibilizou em seu site o primeiro e-book em português sobre Asterisk, ferramenta que gera toda a funcionalidade de um PABX em um computador comum sem precisar de licença (o programa foi desenvolvido através da lei de software livre). São 270 páginas com os principais recursos de configuração do software, como arquitetura, canais Zapata, SIP, IAX, plano de discagem, aplicações de correio de voz e conferência. O Asterisk é um dos grandes destaques do último ano entre os softwares livres e tem despertado interesse entre os empreendedores que lidam com telecomunicações e voz sobre IP. www.voffice.com.br
Uma boa chance contratante). Também é possível fazer avaliações a partir de 16 tipos de comportamentos mapeados de acordo com o perfil populacional brasileiro. Indicado para agências de emprego e empresas com sistema de recrutamento interno. www.senior.com.br
Áudio multifuncional Quem precisa trabalhar com transcrição de áudio ou esteja aprendendo um novo idioma conta agora com o Joybee 110. Lançado pela BenQ, funciona como MP3 player, editor de CDs, gravador de voz e conversor de formatos de arquivos de áudio (de Mp3 para Wave e vice-versa). O equipamento é conectável ao computador por meio de interface USB e o usuário pode escolher sete opções de equalização pré-configuradas, conforme o estilo musical ou do arquivo de áudio que esteja ouvindo. Outro aplicativo é a repetição de determinados trechos em velocidade ajustada. www.aatbrasil.com.br Junho – Empreendedor
A voz livre
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Se você quer desenvolver uma linha de produtos e serviços de base tecnológica e não sabe ainda como realizar esse projeto, tente a oportunidade aberta pela incubadora de empresas da COPPE/UFRJ, que abriu edital de seleção para três novas vagas. Podem participar pessoas físicas e jurídicas (individualmente ou em grupo), pois o acesso é para quem tem empresa ou ainda está por constituir uma. Os selecionados recebem assessoria e treinamento em marketing, finanças, contabilidade, comunicação e imprensa e na área jurídica, além de contar com uma infra-estrutura de equipamentos e serviços. A inscrição é gratuita e as propostas poderão ser enviadas até o dia 30 de junho para a Incubadora de Empresas da COPPE. (21) 2590-3428 / 2590-4334 inc@inc.coppe.urfj.br
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Vôo executivo
Memória portátil Com velocidade de transferência de 480 Mbytes, o Cigar HD20, fabricado pela Soyo, é um dos menores dispositivos de memória portátil existentes no mercado. Com interface USB, o produto comporta até 20 gB em dados, não necessita de bateria ou eletricidade para ser utilizado e pesa 70 g. Além das pequenas dimensões, o Cigar HD20 possui um dispositivo extra de segurança – segundo o fabricante, o produto é revestido por magnésio, o que garante à cobertura a capacidade de absorção GShock em caso de quedas ou acidentes. Compatível com Macintosh e PCs com entrada USB 2.0, seu kit inclui cabo para conexão e case de proteção. www.soyola.com
Para o empreendedor que trabalha em fazendas ou em outros segmentos agropecuários, a aviação executiva pode ser uma boa ferramenta para o aumento da produtividade e otimização dos serviços prestados. Segundo a TL Táxi Aéreo, que se especializou no atendimento desse público, é possível fazer desde viagens pequenas (de meia hora de duração) até vôos internacionais com economia (o usuário não tem gastos com tripulação e combustível) e agilidade (uma vez que as viagens executivas
Inventário virtual Fazer o levantamento dos computadores de uma empresa em tempo recorde e sem alterar a rotina dos funcionários é a proposta do software Discovery, importado e comercializado no país com exclusividade pela Multimídia Brasil. Desenvolvido para empresários que têm dificuldades em controlar os ativos de TI, o programa rea-
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liza em apenas duas semanas o mapeamento completo de toda a estrutura de máquinas, hardwares e softwares de uma empresa. Entre as vantagens apontadas pelo importador estão a eliminação de auditorias fiscais em papel e o controle de uso e licenças dos softwares instalados em cada computador. www.mmbrasil.com.br
Certificação digital
Idéias na rede Em um ano de funcionamento, a Biblioteca On Line do Sebrae é um dos sites mais acessados por empreendedores que buscam na internet informações relacionadas ao agronegócio, gestão financeira e orçamentária, comércio exterior, associativismo, franquias, consultoria empresarial, crédito, marketing, políticas públicas e responsabilidade social. Além de 1.300 publicações abertas à consulta, o site disponibiliza sinopses de livros sobre empreendedorismo e estabelece canal direto de comunica-
são mais ágeis que os vôos comerciais e não contam com a burocracia no embarque e desembarque). www.tlaviacao.com.br
ção com os gestores da biblioteca em todos os estados brasileiros. Um dos próximos serviços que devem estar disponíveis é o download de vídeos do acervo do Sebrae sobre idéias para montar um negócio. www.biblioteca.sebrae.com.br
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O portal BRy Framework, desenvolvido pela BRy Tecnologia, é uma solução para quem busca certificação e segurança de sua empresa no mundo virtual. A tecnologia, segundo o fabricante, fornece a segurança necessária para que o empreendedor utilize todo o potencial dos documentos eletrônicos – que promovem o fim do uso de papel e geram economia e agilidade – de forma organizada e personalizada. O portal é aplicável para a intranet de cada empresa e reúne diversos serviços, como certificação, assinatura e protocolação digital de documentos eletrônicos, treinamento para funcionários e notícias. www.bry.com.br
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Do lado da lei
Incentivo à micro empresa e ao trabalho
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Proposta de um novo regime de tratamento tributário pode unificar impostos e beneficiar colaboradores Espera-se ainda para 2005 a aprovação do Projeto de Lei Complementar 210, que institui regime tributário, previdenciário e trabalhista especial à microempresa com receita bruta anual de até R$ 36 mil. Está em fase de apreciação pela Câmara, inclusive com audiências públicas. Aprovado este projeto, os micro-empresários poderão optar por um novo regime de tratamento tributário através de um sistema unificado de vários impostos e contribuições, tais como IRPJ, PIS/Pasep, Cofins, Contribuição Social sobre o Lucro, IPI, ISS e ICMS. A proposta é de inicialmente alíquota zero para impostos federais e alíquotas reduzidas para impostos não federais. De forma interessante e incentivadora de empregos formais, o PLP 210/ 04 institui um tratamento previdenciário e trabalhista especial como segue: I – faculdade da pessoa física correspondente ao empresário de contribuir para a Seguridade Social, em substituição à contribuição de que trata o caput do art. 21 da Lei nº 8.212, de 1991, na forma do § 2º do mesmo artigo, na redação dada por esta Lei Complementar; II – redução do depósito para o FGTS de que trata o art. 15 da Lei nº 8.036, de 1990, para cinco décimos por cento, desde que com a expressa concordância do empregado; III – dispensa do pagamento das contribuições sindicais de que trata a Seção I do Capítulo III do Título V do Junho – Empreendedor
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 – Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); IV – dispensa do pagamento das contribuições de interesse das entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de que trata o art. 240 da Constituição, denominadas “terceiros”, e da contribuição social do salário-educação prevista na Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996; V – dispensa do pagamento das contribuições sociais instituídas pelos arts. 1º e 2º da Lei Complementar nº 110, de 29 de junho de 2001; e VI – dispensa do cumprimento das obrigações acessórias a que se referem os arts. 74, 135, § 2º, 360, 429 e 628, § 1º, da CLT. Será disponibilizado à microempresa um sistema simplificado de apuração dos impostos e contribuições devidos e de cumprimento das obrigações acessórias, relativos ao regime especial de que trata a Lei Complementar, nos termos e condições a serem estabelecidos pelo Comitê Gestor. A microempresa ficará dispensada de escrituração comercial, desde que mantenha em boa ordem e guarda os documentos que fundamentaram a apuração dos impostos e contribuições devidos e o cumprimento das obrigações acessórias. A justificativa do PLP sustenta que é “importante ressaltar, ainda, a coerência da proposta com a política de
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inclusão social do atual governo, neste caso, permitindo aos servidores públicos de baixa renda vinculados a regime próprio de previdência social o acesso a empréstimos em condições mais favoráveis” e que “pretende-se que a adoção dessas medidas atue como uma ponte entre a situação de informalidade hoje experimentada por milhares de pequenos negociantes e a constituição formal de uma empresa. Os incentivos previstos nesse projeto de lei complementar deverão fornecer a oportunidade para que muitos dos pequenos empreendimentos possam crescer. Além disso, o regime previdenciário para inclusão social deverá beneficiar um enorme contingente de trabalhadores por conta própria, enquadrados como contribuintes individuais e contribuintes facultativos. Assim é importante que as entidades representativas dos setores do empreendedorismo, do empresariado e dos trabalhadores se unam em torno da aprovação de um novo modelo de formalização e incentivo à atividade formal, cuja base pode se considerar lançada pelo PLP 210/04. É bom para quem entra e bom para quem já está no mercado e sofre com a competição da informalidade.
Marcos Sant’Anna Bitelli Advogado (11) 3871- 0269
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Guia do Empreendedor
Orientações gerenciais Lançamentos lançam luzes sobre qualidade, estratégia e recursos humanos
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A Empresa Que Parou no Tempo – Uma história sobre a importância da implantação da qualidade nas empresas John Guaspari M.Books 74 págs. – R$ 29,00 Os ensinamentos e mensagens deste livro, escrito há 20 anos, são considerados atuais. Ele trata de empresas que conquistaram posição de destaque e liderança em seus segmentos e, quando menos esperavam, foram surpreendidas por novos e ágeis concorrentes, com uma qualidade de produto e serviços claramente identificados com e pelos clientes. John Guaspari é executivo, palestrante e autor de diversos livros sobre implantação de qualidade em empresas. Graduado em Engenharia Aeroespacial e Mecânica, trabalha como consultor independente na área de gerenciamento e também como vice-presidente de uma empresa de consultoria internacional.
Junho – Empreendedor
A Estratégia do Oceano Azul – Como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante W. Chan Kim Renee Mauborgne Editora Campus 268 págs. R$ 53,90 O livro apresenta uma nova maneira de pensar sobre estratégia, resultando em uma criação de novos espaços (o oceano azul) e uma separação da concorrência (o oceano vermelho). Os autores estudaram 150 ganhadores e perdedores em 30 indústrias diferentes e viram que explicações tradicionais não explicavam o método dos ganhadores. O que eles acharam é que empresas que criam novos nichos, fazendo da concorrência um fator irrelevante, encontram um outro caminho para o crescimento. O livro ensina como colocar em prática essa estratégia.
Gestão de Pessoas Antonio de Lima Ribeiro Editora Saraiva 328 págs. R$ 59,00 Combinando teoria e estudos de caso. O autor analisa as transformações na área de RH, trazendo avaliações de cenário e abordando temas específicos, como seleção de pessoal, técnicas motivacionais, avaliação de desempenho e legislação trabalhistas. Ribeiro é formado em Administração e mestre em Educação pela Universidade Católica de Petrópolis.
Recursos Humanos – Princípios e tendências Francisco lacombe Editora Saraiva 440 págs. – R$ 79,00 O livro destaca a necessária sintonia entre os planos estratégicos da organização e os planos e atividades de recursos humanos. Está dividido em três partes: a formação, a condução e o aperfeiçoamento de equipes. Há também considerações sobre as tendências atuais da administração de pessoas. Lacombe é professor da UFRJ e possui larga experiência como executivo e consultor.
Consultoria Empresarial Luciano Crocco e Erik Guttmann Editora Saraiva 152 págs. – R$ 35,00 O texto oferece, segundo os divulgadores, uma visão coordenada entre teoria e vivência prática e mostra como o consultor é visto por seus relacionamentos profissionais, princípios éticos, tipos de consultoria e métodos de administração e avaliação de serviço.
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Leitura
Informação elimina erros Alguns títulos sobre franquias podem fazer a diferença na hora de investir em determinada marca
Administração Estratégica – Da competência empreendedora á avaliação de desempenho Bruno Henrique Rocha Fernandes e Luiz Hamilton Berton Editora Saraiva 280 págs. R$ 55,00 O objetivo deste lançamento é apresentar os principais conceitos da matéria, abordando o processo em três fases: análise, formulação e implantação de estratégias. A obra se dirige não só a empresas, mas também a organizações governamentais, do terceiro setor e qualquer empreendimento que necessite de administração. Fernandes é doutor em Administração pela FEA-USP e Berton é doutor em Engenharia da Produção pela UFSC.
Franquia de A a Z – O que você precisa saber José Castro Schwartz Editora Qualitymark 76 págs. Fone: (21) 3860-8422 A publicação aborda conceitos avançados do mundo do franchising, explicando o mecanismo tarifário, a logística, o procedimento burocrático e outras dúvidas que assustam os futuros franqueados. O autor trabalha com idéias atuais, além de rever fundamentos que servem como fonte de consultas permanente.
Como Escolher a Franquia Certa – As melhores práticas Daniel Alberto Bernard Editora Atlas – 187 págs. Fone: (11) 221-9144 Guia que mostra o caminho das pedras para potenciais compradores de franquias, incluindo ferramentas para auto-avaliação de perfil pessoal, profissional, financeira e comportamental. Traz também dicas de como avaliar uma circular de oferta de franquia, um plano de negócios e um contrato de franquia. As orientações práticas estão baseadas na experiência do autor, que já atendeu 8% dos franqueadores brasileiros durante os últimos dez anos.
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Franchising Adalberto Simão Filho Editora Atlas 175 págs. Fone: (11) 221-9144 Este livro analisa tanto o sistema de franchising do ponto de vista doutrinário quanto as questões práticas que possam surgir no curso de uma operação dessa natureza. Entre as problemáticas jurídicas apresentadas, aborda também as questões relativas aos conflitos entre franqueador e franqueado, sugerindo a utilização do procedimento arbitral quando necessário.
A Nova Era do Franchising Paulo Ancona Lopez e Ana Vecchi Editora Infinito 190 págs. Fone: 0800 17 7333 Trata-se de uma obra inédita que mostra o potencial das franquias e o poder inovador do mercado no século XXI. O leitor aprenderá a aplicar a qualidade, as estratégias, os processos e o marketing, bem como a maneira certa de encantar os clientes. Para tanto, os autores demonstram a importância da sinergia entre franqueador e franqueado, realçando o planejamento e bons serviços como mola propulsora do sucesso nesse tipo de negócio. O livro mostra ainda a mudança ocorrida no sistema de franquias nos últimos anos, incluindo os conceitos de endomarketing e benchmarketing.
Solução Macro
Sob medida para as
A
Serasa tem promovido a ampliação do acesso das micro, pequenas e médias empresas ao crédito, por meio de informações e análises consistentes para os concedentes de recursos e também para seus próprios negócios, antes privilégio somente das grandes corporações. A solução da Serasa com foco em micro e pequenas empresa é o Relato, completo relatório de informações sobre o comportamento em negócios da empresa consultada. Esse relatório é composto por três grandes blocos de informações: informações cadastrais, informações comportamentais e anotações de dívidas vencidas e não pagas.
Compartilhamento de dados O grande diferencial do produto é o conceito de compartilhamento de dados, por meio do qual é montado o bloco de informações comportamentais que apresenta os hábitos de pagamento, tempo de relacionamento com os fornecedores, evolução dos seus compromissos com o mercado e alguns referenciais de negócios da empresa consultada. Trata-se de um bloco alimentado por uma base compartilhada de dados, calcada no conceito da reciprocidade, em que as empresas que contribuem para a formação dessa base com o envio das informações de relacionamento com seus clientes visualizam uma consolidação dos dados compartilhados por todo o mercado. “Vale ressaltar nesse momento a importância das informações compartilhadas para a análise das micro 1
e pequenas empresas, uma vez que essas normalmente não possuem demonstrativos econômico-financeiros e, quando os possuem, nem sempre são confiáveis. Dessa forma, as melhores informações que se pode obter sobre essas empresas são as informações de seu relacionamento/ comportamento com os fornecedores, as quais são compartilhadas pelas empresas com a Serasa”, explica Laércio de Oliveira, diretor de Produtos da Serasa. Cadeias produtivas Nesse contexto, a Serasa possui uma atuação focada na identificação de cadeias produtivas e na apresentação dos benefícios que os participantes dessa cadeia obFÁBIO MOREIRA SALLES
A empresa pode ser micro ou pequena, mas a importância do conjunto desses empreendimentos para a economia do país é inversamente proporcional ao seu tamanho
Laércio de Oliveira, da Serasa: com essa solução, procuramos extinguir a ausência de informações sobre as micro e pequenas empresas, e com isso favorecê-las em seu negócios
s
micro e pequenas têm com o compartilhamento das informações. Segundo o diretor da Serasa, as empresas que estão no início da cadeia, os grandes fornecedores do segmento, são aquelas que informam os hábitos de pagamentos de seus clientes, geralmente micro e pequenas empresas, e passam a ter o direito de visualizar a posição consolidada do mercado e do segmento, melhorando assim seu processo de crédito e, conseqüentemente, reduzindo sua inadimplência e permitindo a prática de menores taxas em suas operações a prazo. Melhores condições “As empresas do final da cadeia, por sua vez, cujas informações comportamentais são cadastradas em nosso banco de dados do Relato, conseguem mostrar de forma isenta ao mercado que são bons pagadores, gerando a percepção de um menor risco de crédito aos seus fornecedores e, conseqüentemente, conseguindo melhores condições em suas compras e financiamentos”, afirma Laércio de Oliveira. “Em um cenário de ausência de informações sobre as empresas, sobretudo sobre as micro e pequenas, o qual procuramos extinguir com essa solução, os concedentes de crédito, fornecedores e instituições financeiras acabam cobrando as taxas pelo risco médio do mercado, uma vez que não conseguem diferenciar o risco de seus clientes. Esse fato gera um grande problema para o mercado, uma vez que as empresas que poderiam pagar uma taxa mais baixa em virtude de
seu baixo risco têm o seu crédito inibido por taxas elevadas e as empresas mais arriscadas acabam pagando taxas relativamente menores do que as que deveriam”, analisa o especialista. Seleção adversa Dessa forma, o mercado de crédito sofre uma seleção adversa, em que a grande maioria dos tomadores passa a ser formada por empresas de risco elevado, gerando taxas de inadimplência maiores e forçando os concedentes a elevar ainda mais suas taxas de juros para cobrir as perdas, fechando um ciclo vicioso extremamente prejudicial à economia. Diferencial Outro diferencial importante da solução é o Credit RiskScoring®, o qual apresenta uma pontuação obtida por meio de modelagem estatística, e que aponta a probabilidade da ocorrência de determinados eventos de inadimplência em um horizonte de seis meses após a consulta. Isso permite a classificação dos clientes por faixas de risco e facilita a tomada de decisões e a implantação de políticas de crédito. Trata-se de uma ferramenta muito utilizada para a concessão de crédito de massa pelas grandes corporações, contexto no qual certamente as micro e pequenas empresas estão incluídas. Além das informações comportamentais citadas e da classificação de risco, o Relato apresenta também as informações cadastrais da empresa consultada, tais como sua identificação, localização, data de funda-
Serviço Serasa A solução da Serasa com foco em micro e pequenas empresa é disponibilizada com abrangência nacional e pode ser acessada por diversos meios, com destaque para a internet, comunicação computador a computador e fax, entre outros. O preço da solução varia conforme o volume de consultas mensal do cliente, ou seja, quanto maior o consumo do cliente, menor será o preço unitário pago. A consulta pode ser feita pelo CNPJ ou por meio de uma busca por nome da empresa consultada e apresenta como retorno as informações acima descritas com um tempo de resposta imediato. Mais informações, podem ser obtidas por meio do telefone (11) 5591-0137
ção e ramo de atividade, além do quadro societário e administradores da empresa, importante informação para a análise das micro e pequenas empresas, uma vez que no Brasil muitas vezes a pessoa jurídica de uma empresa se confunde muito com a pessoa física de seus sócios e administradores. Outras informações apresentadas no relatório, não menos importantes que as já citadas, são as informações de anotações de dívidas vencidas e não pagas, tanto com empresas quanto com instituições financeiras, e a indicação de participações da empresa, de seus sócios e administradores em outras empresas.
Guia do Empreendedor
Eleições 2006 e os mercados
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DIVULGAÇÃO
Desde o início das eleições para presidente da República no Brasil, em 1989, os mercados experimentaram invariavelmente a “tpm” das urnas. A preocupação com as mudanças sempre trouxe, nesses períodos de maior cidadania, volatilidade adicional para o mercado financeiro. O ano de 2002 não traz lembranças muito agradáveis. A disputa das urnas dividia opiniões e o mercado. O medo do desconhecido imperava, e existia um discurso de esquerda de um passado recente que ainda ecoava. Nesse clima o dólar atingiu níveis recordes de alta, a bolsa foi ladeira abaixo, os juros subiram e o risco Brasil mostrou um vigor só comparável ao de países em situação de dívida. Está claro, pela imensa maioria das nações, que a maneira mais justa ou funcional de escolhermos os nossos governantes é pela democracia, através do voto livre, apesar dos erros históricos que não são poucos. Já o processo democrático, por questões óbvias, interfere nas expectativas futuras que são a Junho – Empreendedor
A falta de potenciais agentes políticos desestabilizadores aponta para uma eleição presidencial tranqüila, sem a tradicional instabilidade antes da votação base para as variações de preço dos ativos financeiros. Bolsa, juros, dólar, imóveis, tudo isso é influenciado diretamente pelas expectativas dos agentes econômicos. No próximo ano teremos uma nova safra de candidatos, de promessas e de expectativas, e tudo isso deverá de alguma maneira mexer com os ativos financeiros. O fato mais importante, no entanto, é o de que desta vez, e após uma série de turbulências eleitorais, o país não viverá o temor de uma esquerda ameaçadora. Em resumo, o bicho-papão não existe mais. Ele, que no passado se chamava PT, hoje responde pelo nome de “situação”, que, diga-se de passagem, pode ser classificada como ultraortodoxa. A distância entre o discurso e a prática é estratosférica. Se procurarmos algum radical para as eleições 2006, fica difícil achar algum entre os possíveis candidatos. Até Garotinho, agora inelegível por três anos (mas ainda cabe recurso...), deixa de ser um candidato ao posto, pelo menos por enquanto.
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Essa é a base que temos para as próximas eleições, e que deverá trazer uma certa tranqüilidade para os agentes econômicos no próximo ano, felizmente. Ficaremos, portanto, com um mercado voltado mais aos fundamentos e à evolução da economia. Resultados de empresas, números do PIB, produção industrial, emprego e renda deverão ter os seus espaços garantidos. O excesso de volatilidade, baseado geralmente em um número maior de variáveis que agregam risco, é nocivo ao mercado, afastando muitas vezes investimentos importantes tanto para os ativos financeiros quanto para a economia do dia-a-dia. Então sobre esse ponto de vista podemos considerar que teremos um horizonte sem nuvens negras no ano que vem, desde que, evidente, não surjam “novidades” do tipo atentados à Nova York, caso Waldomiro, ou um novo apagão.
André Hahn Diretor-Presidente da Leme Investimentos
Análise Econômica Carteira teórica Ibovespa NOME/TIPO AÇÃO
VARIAÇÃO % ANO (ATÉ 12/05/2005)
1,246 1,72 1,11 2,686 3,081 0,801 0,96 0,569 1,387 2,478 1,938 3,166 0,972 0,199 2,566 0,504 0,439 1,25 0,556 1,436 3,133 0,691 0,562 1,344 3,192 1,063 3,842 100 0,545 1,309 0,626 0,216 1,759 2,445 8,521 1,052 4,006 1,392 0,57 0,912 0,244 1,183 1,304 10,282 0,819 2,359 0,616 0,363 1,241 0,14 0,444 1,051 4,995 1,638 5,819 1,23
-17,55 -3,47 -23,59 4,22 24,26 -11,32 -7,25 -13,66 -15,09 -27,11 -32,44 -14,18 -15,55 1,02 8,75 -25,64 0,42 9,47 -4,41 -14,28 -14,67 15,41 -13,12 -17,38 -0,53 -25,38 -25,96 -7,94 -1,63 5,1 -24,75 -20,82 44,63 2,39 -0,61 -13,16 -2,83 -18,16 -18,82 -0,97 -41,94 -17,63 7,05 -14,99 3,78 -30,79 0,01 3,95 -3,15 26,57 35,27 -1,95 -12,42 -13,1 -11,89 -32,08
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Inflação
(%)
Índice IGP-M IGP-DI IPCA IPC-Fipe
Abril 0,86 0,51 0,87 0,83
Juros/Aplicação Abril 1,41 1,41 0,70 1,27 -4,34
CDI Selic Poupança CDB pré 30 Ouro BM&F
Ano 2,42 2,25 2,68 2,56
(%)
Ano 5,64 5,66 2,78 5,08 -5,87
Indicadores imobiliários (%) Abril 0,32 0,20
CUB SP TR
Ano 1,84 0,75
Juros/Crédito (em % mês) Maio 11/maio 2,70 4,71 2,90 3,50
Maio 12/maio Desconto 2,90 Factoring 4,71 Hot Money 2,90 Giro Pré (*) 3,50 (*= taxa ano)
Câmbio (em 12/05/2005) Cotação Dólar Comercial Ptax R$ 2,4710 Euro US$ 1,2688 Iene US$ 106,79
Mercados futuros (em 12/05/2005)
Junho
Julho
Agosto
R$ 2,485 R$ 2,518 R$ 2,549 Dólar Juros DI 19,59% 19,67% 19,72% (em 12/05/2005)
Junho Ibovespa Futuro 24.278
Agosto
Outubro
24.918
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Acesita PN Ambev PN Aracruz PNB Bco Itau Hold Finan PN Bradesco PN Bradespar PN Brasil ON Brasil T Par ON Brasil T Par PN Brasil Telecom PN Braskem PNA Caemi PN Celesc PNB Cemig ON Cemig PN Cesp PN Comgas PNA Copel PNB CRT Celular PNA Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo Metropo PN Embraer ON Embraer PN Embratel Part PN Gerdau Met PN Gerdau PN Ibovespa Ipiranga Pet PN Itausa PN Klabin PN Light ON Net PN Petrobras ON Petrobras PN Sabesp ON Sid Nacional ON Sid Tubarao PN Souza Cruz ON Tele Centroeste Cel PN Tele Leste Celular PN Telemar Norte Leste PNA Telemar-Tele NL Par ON Telemar-Tele NL Par PN Telemig Celul Part PN Telesp Cel Part PN Telesp Operac PN Tim Participacoes ON Tim Participacoes PN Tractebel ON Transmissao Paulist PN Unibanco UnN1 Usiminas PNA Vale Rio Doce ON Vale Rio Doce PNA Votorantim C P PN
PARTICIPAÇÃO I B OV E S PA
Guia do Empreendedor
21ª Feira Internacional de Produtos e Serviços para Alimentação Parque Anhembi – São Paulo/SP Telefone: (11) 5694-2666 Site: www.fispal.com.br e-mail: telemarketing@fispal.com 8/6 a 11/6/2005
ABF FRANCHISING EXPO 2005 Feira Internacional de Negócios de Franquias ITM Expo – São Paulo/SP Telefone: (11) 4688-6050 Site: www.abfexpo.com.br e-mail: abfexpo@guazzelli.com.br 8/6 a 11/6/2005
BRASILSHOP ITM Expo – São Paulo/SP Telefone: (11) 5080-0505 Site: www.brasilshop2005.com.br 9/6 a 11/6/2005
HOBBYART RIO 2005 2ª Feira Internacional das Indústrias e Fornecedores de Produtos para Hobby Criativo, Artes e Artesanato Marina da Glória Rio de Janeiro/RJ Telefone: (11) 5687-8522 Site: www.hpbbyart.com.br 14/6 a 17/6/2005
DIAGNÓSTICA 2005 7ª Feira Internacional de Produtos, Serviços e Equipamentos para Análises Clínicas e Patologia Expo Center Norte São Paulo/SP Telefone: (11) 3897-6199 Site: www.hospitalar.com 14/6 a 17/6/2005
2005
ODONTOBRASIL 1ª Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Odontologia, Laboratórios, Clínicas e Consultórios Expo Center Norte São Paulo/SP Telefone: (11) 3897-6199 Site: www.hospitalar.com
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Em destaque
7/6 a 10/6/2005
FISPAL ALIMENTOS 2005
Agenda
23/6 a 26/6/2005
PAINEL TELEBRASIL 2005 Hotel Sofitel – Costa do Sauípe/BA Telefone: (21) 2266-9150 Site: www.scae.com.br/telebrasil e-mail: telebrasil@jz.com.br Um novo modelo nas telecomunicações no país é o tema de debate, para elaboração de propostas, da 49ª edição do Painel Telebrasil, que vai reunir as operadoras de telefonia, fornecedores de tecnologia e de serviços, órgãos governamentais (Anatel e Ministério das Comunicações), associações do setor, legisladores e mercado. Serão discutidos os principais fatores que provocam mudanças no setor, como tecnologia, serviços, demandas do mercado, modelos de negócio, tributação, demandas sociais, legislação e regulamentação. Na pauta, a análise de modelos internacionais, além de temas que envolvem a continuidade de investimentos no setor e o panorama econômico nacional. 14/6 a 18/6/2005
18/6 a 30/6/2005
FEICORTE
EXPO POSTOS & CONVENIÊNCIA
XI Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne e XI Exposição Nacional das Raças Bovinas de Corte Centro de Exposições Imigrantes São Paulo/SP Telefone: (11) 5073-7799 Site: www.feicorte.com.br e-mail: info@feicorte.com.br
III Feira Internacional de Postos de Serviços, Lojas de Conveniência, Food & Service Expo Center Norte São Paulo (SP) Telefone: (21) 2537-4338 Site: www.expopostos.com.br e-mail: expopostos@fagga.com.br
15/6 a 17/6/2005
20/6 a 23/6/2005
BRASIL BRAU
FENIT (PRIMAVERA/VERÃO)
VIII Feira Internacional de Tecnologia em Bebidas ITM Expo São Paulo/SP Telefone: (21) 2537-4338 Site: www.brasilbrau.com.br e-mail: brasilbrau@fagga.com.br
Feira Internacional da Ind. Têxtil Pavilhão de Exposições Anhembi São Paulo (SP) Telefone: (11) 3291-9111 Site: www.fenit.com.br e-mail: info@fenit.com.br
15/6 a 17/6/2005
28/6 a 30/6/2005
GESP 2005
2ª GLOBALSHOP
2ª Feira Internacional de Gestão de Pessoas Frei Caneca Convention Center São Paulo/SP Telefone: (11) 5585-4355 Site: www.cipanet.com.br/feiras/gesp e-mail: feira@cipanet.com.br
Feira Internacional de Merchandising no PDV, Equip. e Serviços para o Varejo Transamérica Expo Center São Paulo (SP) Telefone: (11) 4229-0112 Site: www.globalshopexpo.com.br e-mail: vnu@vnu.com.br
Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor (www.empreendedor.com.br)
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Empreendedor na internet www.empreendedor.com.br
Página Inicial
Enquete
Nova área destaca conteúdo para quem quer investir no mercado de franquias
Entre a punição e o incentivo
Com conteúdo produzido pela equipe do Guia Oficial de Franquias, publicação editada em parceria pela Associação Brasileira de Franchising e pela Editora Empreendedor, o site Empreendedor passa a contar com uma área exclusiva para informações sobre o mercado de franquias. Em destaque, uma reportagem que mostra os requisitos que as redes de franquias utilizam para a escolha de seus futuros franqueados. “O franqueado deve ter habilidade em negociação, vendas, deve saber atuar no gerenciamento de conflitos e trabalhar em equipe”, diz Ana Vecchi, uma das consultoras entrevistadas. A segunda reportagem mostra o outro lado da moeda, ou seja, ensina ao candidato a franqueado quais in-
formações ele deve buscar antes de decidir em qual rede ingressar. “O interessado deve procurar a transparência na relação da franquia, clareza nas informações e tirar todas as suas dúvidas antes de fechar o negócio”, ensina a consultora Flávia Amaral. “Quanto mais o interessado conhecer o sistema de franchising e mais investigar a respeito das particulares do segmento, das marcas e das operações, mais critérios ele terá para fazer sua escolha”, completa a também consultora Melitha Prado. Além do conteúdo didático, a área também traz informações cadastrais das redes que atuam no Brasil e um link atualizado automaticamente com todas as notícias sobre franchising publicadas no site Empreendedor.
Newsletter e-Empreendedor
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Site desenvolve estudos para aumentar interatividade Além do canal aberto pelo uso do MSN Messenger, programa de troca de mensagens instantâneas, a equipe do site Empreendedor vem desenvolvendo estudos para criar novas formas de interagir com o internauta, que devem ser disponibilizadas brevemente. Uma dessas formas é a colocação de uma área para comentários no final de cada notícia publicada no site, a exemplo do que ocorre nos blogs. Outra ferramenta em estudo é a criação de fóruns de discussão, moderados pela equipe e que serviria para o debate de temas relacionados ao dia-adia do empreendedor brasileiro.
Espaço para a sua opinião
Receba a newsletter e-Empreendedor com as novidades do site Empreendedor. Você pode se inscrever de duas formas: 1) Acessar o site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) e na página inicial clicar em “Cadastra-se”, no alto da coluna à esquerda. Em seguida, preencher o cadastro e assinalar a opção “Quero receber a newsletter eEmpreendedor”.
A nova enquete do site Empreendedor que ficará no ar até o final do mês de junho quer saber a opinião sobre uma questão crucial na gestão da equipe de funcionários: diante de um erro ou de um baixo rendimento, é melhor punir ou incentivar o funcionário? Participe. Entre no site Empreendedor e dê seu voto na área de Enquete.
2) Enviar um e-mail para newsletter@empreendedor.com.br, colocando no espaço “Assunto” (ou “Subject”) a palavra “receber”. Automaticamente, o internauta recebe uma mensagem automática com o link de acesso ao cadastro para confirmar o recebimento da newsletter.
Se você escreve artigos, crônicas e comentários relacionados aos temas tratados no site, envie o seu texto para alexandre@empreendedor.com.br. Todos os textos serão avaliados e os que estiverem dentro da linha editorial, publicados. Ao enviar o e-mail, coloque na área “Assunto” a palavra “opinião”.
Fale com o site Empreendedor pelo MSN Messenger: empreendedor_aovivo@hotmail.com Junho – Empreendedor
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