Empreendedor 139

CADERNO DE TI

INSTRUMENTOS MUSICAIS

CARLOS ROBERTO SCHNEIDER, DA CISER

SEGURANÇA DIGITAL PARA TODOS

NO TOM DO MERCADO

Ano 12 • Nº 139 • maio 2006

PERFIL

MAR DE OPORTUNIDADES

ISSN 1414-0152

www.empreendedor.com.br

Ano 12 • Nº 139 Maio 2006 • R$ 8,90

Empreendedor

Cultivo de camarões: o lucro vem das águas

2 – Empreendedor – Maio 2006

Maio 2006 – Empreendedor – 3

Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Marketing e Comercialização José Lamônica [lamonica@empreendedor.com.br]

Nesta Edição PG. 16 CARLOS PEREIRA

A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor

Redação Editor-Executivo: Nei Duclós [nei@empreendedor.com.br] Repórteres: Alexsandro Vanin, Carol Herling, Fábio Mayer, Sara Caprario e Wendel Martins Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira, Casa da Photo, Lio Simas e Index Open Foto da Capa: Carlos Pereira Produção e Arquivo: Carol Herling Revisão: Carla Kempinski Sedes São Paulo Diretor de Marketing e Comercialização: José Lamônica Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba Executivos de Contas: Alessandra G. Alexandre e Vanderleia Eloy de Oliveira Rua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis 01239-010 - São Paulo - SP Fone: (11) 3214-5938 [empreendedorsp@empreendedor.com.br] Florianópolis Executivo de Contas: Waldyr de Souza Junior [wsouza@empreendedor.com.br] Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss [cleiton@empreendedor.com.br] Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C 9º andar - 88015-900 - Centro - Florianópolis - SC Fone: (48) 3224-4441 Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Comunicação Ltda.

Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] Rua da Quitanda, 20 - conjunto 401 - Centro 20011-030 - Rio de Janeiro - RJ Fone: (21) 2221-0088 Brasília JCZ Comunicação Ltda.

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Ricardo Takiguti [comercial@merconet.srv.br] Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - conjunto 01 Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR Fone: (41) 3257-9053 Rio Grande do Sul Alberto Gomes Camargo [ag_camargo@terra.com.br] Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu 91380-010 - Porto Alegre - RS Fone: (51) 3340-9116 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda.

Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Rua Ribeiro de Brito, 1111 - conjunto 605 - Boa Viagem 51021-310 - Recife - PE Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações Sérgio Bernardes de Faria [comercial@sbfpublicidade.com.br] Av. Getúlio Vargas, 1300 - 17º andar - conjunto 1704 30112-021 - Belo Horizonte - MG Fone: (31) 2125-2900

O cultivo das águas Águas do mar e dos rios são um convite para os empreendimentos.

Atualmente a produção de pescados cultivados em águas marinhas (especialmente camarões, ostras e mexilhões) e continentais (piscicultura de água doce) é de 269,7 mil toneladas por ano. A aqüicultura vem crescendo acima de 20% ao ano nesta década, muito acima dos 7% da média mundial. Uma das principais estratégias do Governo Federal é a desburocratização das águas da União – 5 milhões de hectares de reservatórios de usinas hidrelétricas – para cultivo em tanques-rede.

PG. 30

Afinação com o mercado Fabricantes de instrumentos musicais acompanham o ritmo do mercado para crescer. A perspectiva para este ano é superar os R$ 380 milhões de faturamento em 2005, de acordo com dados da Associação Brasileira da Música (Abemúsica). Apesar da baixa da moeda estrangeira também deve haver um crescimento das exportações.

Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante Diretora: Luzia Correa Weiss Fone: 0800-48-0004 [assine@empreendedor.com.br] Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan. Gráfica. Editora . Ctp Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda.

Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br

ANER 4 – Empreendedor – Maio 2006

PG. 38

Da escola para os negócios O convívio ao redor de temas que são aprofundados nos estudos gera empreendimentos inovadores. É o caso da BSP e da Kognitus, empresas que nascem em conversas de sala de aulas e trabalhos acadêmicos.

Maio/2006

PG. 36

Caderno de TI

No embalo da Copa Na véspera da Copa do Mundo, produtos, serviços e promoções brasileiros aproveitam o evento para conquistar mercado em setores tão diversos como moda infantil, roupa para cães, refrigerantes e óleos combustíveis.

O FIM DAS SENHAS ......................................... 49 Biometria se populariza e se torna alternativa

PG. 10

O ex-diretor-executivo da Anpei (Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresa Inovadoras) e consultor em competitividade empresarial alerta que a falta de competitividade do Brasil está diretamente relacionada à falta de inovação. Faltam políticas públicas e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Mas grande parte do problema é a falta de conhecimento, principalmente entre micro e pequenos empresários.

INOVAÇÃO NO ESTOQUE ................................. 52 CARLOS PEREIRA

Entrevista: José Miguel Chaddad Criar ou perder

mais segura para identificação de usuários

Para concorrer no setor detransporte e armazenamento com peso-pesados estrangeiros, só investindo em novas aplicações tecnológicas O PONTO CERTO .............................................. 54 Adequar a tecnologia às necessidades da empresa não significa seguir os modismos da inovação GUINCHO GPS .................................................. 55 Assistência Audi diminuiu o tempo médio de chegada do reboque de 40 para 21 minutos

LEIA TAMBÉM PG. 40

O presidente da Ciser, de Joinville (SC), maior fabricante de parafusos da América Latina, trabalha internamente em um conceito que lhe é muito caro e que adotou como lema, a confiabilidade, ou seja, “mostrar ao mercado que pode ser uma empresa confiável”. Ele acredita que a qualidade não é mais um diferencial e sim uma condição sine qua non para qualquer empresa e já posiciona a Ciser para a futura competição em escala mundial.

Empreendedores ..................................... 8 LIO SIMAS

Perfil: Carlos Roberto Schneider A prática da qualidade

Cartas ..................................................... 7

Não Durma no Ponto ............................ 14 Pequenas Notáveis ............................... 46 Empreendedor na Internet .................. 82

GUIA DO EMPREENDEDOR .... 69 Produtos e Serviços ............................ 70 Leitura ................................................... 72 Análise Econômica ............................... 76 Indicadores ........................................... 77 Agenda .................................................. 78

Maio 2006 – Empreendedor – 5

Editorial

de Empreendedor para Empreendedor

Assinaturas Para assinar a revista Empreendedor ou solicitar os serviços ao assinante, ligue 0800-48-0004. O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 106,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 20%, pagando somente R$ 85,44. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30. Se preferir, faça sua solicitação

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composição entre criatividade e pragmatismo define o perfil desta edição. Na entrevista, o destaque é a necessidade de inovação, no que ela tem de mais precioso no Brasil – a grande quantidade de soluções encontradas na pesquisa – e de mais precário – a falta de políticas públicas e investimentos para que não fiquemos apenas nas idéias. Encontrar a saída e não levar o crédito, ou não chegar ao produto final é o caminho mais curto para a frustração, já que outras nações aproveitam esse potencial para levar ao mercado produtos que faturam bilhões de dólares. Temos exemplo de sobra desse meio caminho andado e do quanto perdemos ao não levar o processo até o fim.

No outro lado da mesma moeda, o pragmatismo se impõe como a forma de o Brasil não ficar apenas nessa força criativa e transformar as ações numa conseqüente sucessão de conquistas. A seção Perfil, com um empresário de um setor tradicional, aponta para esse caráter de ética e austeridade necessárias não só para a indústria, mas para a nação que precisa ser identificada no mercado internacional com sua força competitiva.

A

Esse compromisso entre invenção e seriedade já faz parte do esforço dos empreendedores brasileiros que se decidiram pelas águas do mar e dos rios para extrair delas os lucros de um nicho de atividades que mudou profundamente nos últimos anos. Privilegiado pela oferta da natureza, o Brasil agora se concentra nas necessidades de um mercado que se expande na demanda e se contrai na oferta. Nossa reportagem de capa aborda as iniciativas e as personagens dessa onda que enche de esperança milhares de pessoas envolvidas com os frutos das águas.

O desafio não é apenas impulsionar o que está sendo feito, mas resgatar a força de trabalhos que acompanham a nação desde sua descoberta, como é o caso da pesca tradicional. Cultivar ostras exige uma atenção constante em inovação e pragmatismo, e dessa regra não poderá fugir a pesca pelos métodos mais conhecidos, pois é preciso que todos os vetores confluam para o mesmo objetivo: o de incentivar as pessoas a empreenderem cada vez mais, para que haja renda, emprego e sucesso.

Nei Duclós

70140-907 - Brasília - DF Rio Grande do Sul: Rua Arnaldo Balvê, 210 Jardim Itu - 91380-010 - Porto Alegre - RS Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C - conjunto 902 88015-900 - Centro - Florianópolis - SC Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 conjunto 01 - Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR

Cedoc O Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 3224-4441 ou pelo email imagem@empreendedor.com.br.

Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111 - conjunto 605 - Boa Viagem - 51021-310 - Recife - PE Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300 17º andar - conjunto 1704 - 30112-021 Belo Horizonte - MG Os artigos deverão conter nome completo, assinatura, telefone e RG do autor e estarão sujeitos, de acordo com o espaço, aos ajustes que os editores julgarem necessários.

6 – Empreendedor – Maio 2006

Cartas para a redação Correspondências por e-mail devem ser enviadas para redacao@empreendedor.com.br. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do Estado de onde estão escrevendo.

Cartas

Minipetrolíferas

Crédito zero Para o repórter Fábio Mayer: (...) A verdade é que neste país maravilhoso em que vivemos não existe nenhuma facilidade para quem quer abrir sua empresa e a situação fica muito pior quando se fala em Crédito.

Mesmo existindo ferramentas que visam analisar e detalhar as fases do negócio e apontar todas as informações precisas, tais como receita, lucro, plano de marketing, etc, como é o caso do PN (Plano de Negócio), demonstrando a viabilidade real, as instituições de crédito não conseguem enxergar a importância desta ferramenta, descartando o crédito muito mais seguro a empreendedores de potencial.

Há anos tenho um Plano de Negócio muito bem elaborado contando com ajuda de grandes profissionais da área de administração, marketing, economia e professores mestrados nos mesmos segmentos, mas enquanto nossos políticos e defensores da “palavra do povo” conversam entre si, nós que constituímos o povo deste Brasil sofremos as conseqüências e o país também.

Fiquei muito emocionada com a saga de Verinaldo de Almeida, tema da matéria de capa da edição 138. O sergipano que lutou com dificuldades e hoje é um empreendedor bem sucedido é um exemplo para todos nós.

Parabéns à repórter Carol Herling e a esses heróis que conseguem vencer depois de tanta luta.

Teresa Sterling Brites

Porto Alegre – RS

Mercado de adaptação Para o repórter Fábio Mayer: Nós vimos a matéria sobre adaptação na Empreendedor 138. Ficou muito boa, parabéns! A Monica Cavenaghi gostou muito também... obrigada!

Miriam Matos

São Paulo – SP

Mensagens instantâneas Para o repórter Wendel Martins: Obrigado, a matéria sobre Mensagens Instantâneas (Empreendedor 138) ficou ótima, parabéns. Abraços.

Flávio Zarur Lucarelli –

LucaNet Sistemas Ltda Rio de Janeiro – RJ

Ricardo Zilz

Maio 2006 – Empreendedor – 7

DIVULGAÇÃO CÉSAR MOTTA

Empreendedores

Ricardo Kothe, Nelson Luiz Vieira e Sandro Granemann

Barcos para a Europa De olho no mercado naval europeu, os empresários Ricardo Kothe, Nelson Luiz Vieira e Sandro Granemann, da Evolution Boats, desenvolveram a lancha Evolution 325 Express Cruiser, criada a partir das exigências da Comunidade Européia. Eles se preparam para apresentar a novidade na Rio Boat Show 2006, um dos principais eventos do setor na América Latina. A embarcação, que está para receber o selo CE de excelência – que torna o produto apto para

ser comercializado no velho continente – tem 32,5 pés (cerca de 9,90m de comprimento), dois motores de 400 a 900 hp e capacidade para 14 passageiros.

Além do design, a segurança também foi priorizada no projeto, que recebeu um sistema de extinção de incêndio totalmente automático a base de gases especiais. Ao todo, o trio já comercializou seis embarcações, e espera aumentar as vendas após o evento carioca. www.evolutionboats.com.br

Ideroni Alves de Oliveira

De olho nas exportações A NS Aparelhos Médicos, que fabrica e comercializa inaladores, quer expandir sua atuação no mercado internacional e conquistar os públicos latino-americano, norte-americano e europeu. Para alcançar a meta, que é aumentar de 2% para 10% os resultados das exportações, a empresa focou suas ações na ampliação da fábrica e firmou uma parceria com a Microban Internacional para introduzir em sua linha a tecnologia antimicrobiana. “Temos preocupação de buscar soluções diferenciadas para valorizar o consumidor final como estratégia de cresci-

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mento”, diz Ideroni Alves de Oliveira, gerente da NS. Com mais de três décadas de atuação, a NS detém hoje 85% de alcance em seu setor e é responsável pela introdução no país do primeiro inalador de uso doméstico portátil acionado por compressor, além dos inaladores ultra-sônicos portáteis, utilizados em terapia intensiva. Entre os últimos lançamentos estão o vaporizador Umid Vap 3.3 (indicado para utilização em ambientes onde a umidade do ar é reduzida) e do aspirador cirúrgico Aspira Max 12 V, que funciona com baterias. www.nsam.com.br

Giuseppe Gerundino

Sabor da Itália Encantado com a diversidade de culturas que encontrou na cidade de São Paulo, o chef Giuseppe Gerundino aproveitou sua experiência de seis anos na escola La Cucina Italiana (mantida pela principal revista da Itália) para abrir a Accademia Gastronomica. O local, segundo o próprio Giuseppe, oferece um “cardápio de cursos”. Os alunos podem fazer aulas monotemáticas (workshops de um dia sobre temas específicos), cursos de especialização (com quatro aulas cada e abordagem de um único tema), e cursos extensivos (com aulas semanais que vão de culinária básica ou intermediária até alta gastronomia). “O espaço é bem prático, com bancadas individuais de trabalho para o aluno fazer as receitas, e depois das aulas reunimos todo o grupo para saborear os pratos preparados e tomar um vinho”, diz. Outros atrativos da escola são as aulas especiais com chefs convidados e a equipe de professores, formada por cozinheiros de diferentes especialidades e supervisionados diretamente por Giuseppe. www.agastronomica.com.br

Juliana Biagi Carvalho

Chocolate à francesa

Marília Gruber e Ronaldo Zanellato

Em dia com as tendências Apesar da pouca idade, 21 anos, o empresário Ronaldo Zanellato já acumula experiência no mercado de moda e firma-se aos poucos como um dos principais comerciantes do segmento em Santa Catarina. Proprietário de uma das maiores lojas da Colcci, localizada na cidade de Criciúma, o jovem agora quer trabalhar grandes marcas em cidades com potencial de consumo.

Numa primeira etapa, Ronaldo – em parceria com a sócia Marilía Gruber –

inaugurou em Florianópolis a loja Hora H, que vai comercializar as griffes Sommer e Coca-Cola, até então inéditas para o público. Investir em outras franquias também está em seus planos.

“A Sommer tem planos de abrir lojas nesse sistema, e eu quero ter a minha”.

Enquanto isso, Ronaldo concilia as viagens em busca de novas tendências com as aulas nas faculdades de Direito e Administração, que cursa simultaneamente. ronaldo@zanellato.com.br

Depois de dez anos de sucesso na cidade de Ribeirão Preto, a empresária Juliana Biagi Carvalho inaugura a primeira unidade da Chocolateria Le Bonbon na capital paulista.

“Saborear um chocolate é sentir seu aroma, degustar sua textura, apreciar seu sabor e, principalmente, identificar sua personalidade”, diz Juliana, que se inspirou nos franceses para se aperfeiçoar na arte dos chocolates finos. A decisão de abrir uma filial em São Paulo é fruto de uma estratégia de crescimento, já que a empresa participou de diversos eventos e também entregou muitas encomendas na cidade em 2005. Na nova loja, os clientes poderão encontrar toda a linha desenvolvida pela Le Bonbon, com chocolates em diversas versões (desde as receitas clássicas até os produtos exclusivos) além de trufas, tabletes, bombons, biscoitos e pães de mel. “Nossos produtos não são industrializados.

Tudo é artesanal e feito semanalmente, com matéria-prima escolhida a partir de cuidadosas seleções”, diz.

Os detalhes se estendem às embalagens, que seguem um padrão de qualidade, criatividade e sofisticação exclusivos. www.lebonbon.com.br

Rodrigo Carnevali e Cíntia Goldenberg

Entre tapas e pinchos A tradição espanhola de saborear diferentes tipos de tapas e pinchos pode ser vivenciada em São Paulo no bar Três, dos empresários Rodrigo Carnevali e Cintia Goldenberg. As tapas (que podem ser qualquer prato em pequenas porções) e os pinchos (tipos de tapas que vêm com uma fatia de pão em sua base) são uma mania secular na Espanha e as receitas variam de acordo com a região. “Quando se trata de tapas e pinchos, você pode colocar a criatividade para funcionar. Por isso, algumas receitas são criações minhas e exclusivas do Três”, diz Rodrigo. A casa, localizada no bairro de Pinheiros, traz mais de 30 opções de petiscos quentes e frios, em receitas clássicas e contemporâneas. “Os clientes podem saborear os aperitivos como um sistema de desfile, no qual os pratos vão passando e cada um escolhe o que quer provar”, diz Cintia. www.trestyp.com.br Maio 2006 – Empreendedor – 9

Entrevista

José Miguel Chaddad

O barco da inovação Alerta para a importância de competir por meio da criatividade e assim evitar o excesso de pagamento de royalties para o exterior por

Alexsandro Vanin

Atenção, senhores passageiros: o barco da inovação, com destino à competitividade, está de partida. As acomodações ainda não são ideais, mas apresentam condições de cumprir seu objetivo. Estamos falando de instrumentos como a Lei da Inovação e a Lei do Bem, além de linhas de financiamento e subvenção da Finep e BNDES. O alerta é de José Miguel Chaddad, ex-diretor-executivo da Anpei (Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras), consultor em competitividade empresarial. “Quem não inovar, mais cedo ou mais tarde vai desaparecer”.

A falta de competitividade do Brasil está diretamente relacionada à falta de inovação. O problema decorre da inexistência de políticas públicas para a área e de investimentos do Governo em pesquisa e desenvolvimento no setor privado. A descontinuidade de programas e projetos é outro entrave para a evolução de áreas de longa maturação, como inovação e educação.

Mas grande parte do problema também vem da falta de conhecimento, por parte do empresariado nacional, dos instrumentos existentes e até mesmo da importância da inovação em seus negócios, falha presente em todos os níveis, mas principalmente enCARLOS PEREIRA

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tre micro e pequenos empresários.

Chaddad, em parceria com a Anpei, percorre o Brasil na tentativa de abrir a cabeça de empresários e assessores do Sebrae para a necessidade de inovar.

Ex-diretor de P&D da Pirelli Cabos e membro da Anpei desde 1996, ele aponta as formas e caminhos para se obter competitividade.

Empreendedor – É possível contabilizar as perdas do Brasil com a falta de inovação?

José Miguel Chaddad – Só de royalties, por assistência técnica e compra de tecnologia, o Brasil pagou em 2004 US$ 3,5 milhões – valor bem acima do orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia em 2005 –, dinheiro que foi para o exterior. Por falta de interesse do setor privado e de políticas públicas de preservação de tecnologia sensível (os resultados de pesquisa pura considerados estratégicos tornamse confidenciais em outros países), deixamos de desenvolver um medicamento para controle da hipertensão a partir de uma substância encontrada no veneno da jararaca, identificada pelo Instituto Butantã. Depois da descoberta ser publicada pelos pesquisadores brasileiros, a substância foi sintetizada pelo laboratório Bristol Myers-Squibb, e hoje tem um valor de mercado na ordem de US$ 2,5 bilhões. O extrato de andiroba, planta usada na Amazônia como repelente de insetos, foi patenteado pela Roche Yves Vegetable para produção de sabonetes, cosméticos e remédios.

Outros casos não são contabilizáveis, mas veja que toda vez que uma empresa brasileira tenta colocar o produto dela no mercado e não consegue, seja porque ela não tem preço, não tem agilidade, ou porque o produto não atende a uma determinada norma internacional ou do país de destino, há uma perda. Se uma empresa não é competitiva internacionalmente, qual é a razão?

Exatamente a falta de inovação tecnológica. Se ela inovasse, teria as mes-

mas condições de seus concorrentes.

Porque a inovação traz custo baixo, agilidade, flexibilidade e atendimento às normas. Países com pouco investimento em inovação têm suas pautas de importação baseadas em recursos naturais, o que está diretamente ligado ao baixo poder de compra da população.

Metaforicamente, trocamos um navio de minério de ferro por um container de microcomputadores.

O extrato de andiroba, planta usada na Amazônia como repelente de insetos, foi patenteado pela Roche Yves Vegetable

Empreendedor – O Brasil tem já estabelecida a base científica – 1% da produção científica mundial origina-se no país – para evoluir em pesquisa e desenvolvimento, mas na prática essa inovação não ocorre. Onde está o problema? Na falta de incentivos e políticas públicas ou na falta de interesse e conhecimento dos empresários?

Chaddad – Está em ambos os lados, não existe uma causa só. Os empresários desconhecem os instrumentos de fomento à inovação e até mesmo a importância dela para o bem-es-

tar de seus negócios. As políticas são inexistentes ou descontinuadas, a estrutura tributária não é racional, a legislação é atrasada e o investimento dos governos em inovação no setor privado é muito pequeno. Subsídios e subvenções à inovação nas empresas são aceitos pela OMC, por serem efetuados no início da cadeia. Com a Lei da Inovação e a Lei do Bem, queremos crer que os empresários vão ter mais condições de procurar e utilizar instrumentos para inovar. As universidades, que dão apoio na parte de geração de conhecimento, têm uma série de entraves e dificuldades que esperamos que também sejam superados com a nova legislação. A Lei da Inovação seguramente veio flexibilizar a universidade, agilizar, esclarecer e regulamentar, ligando assim a geração de conhecimento com a produção de inovação. Eu diria que hoje o Brasil tem as condições, não diria ideais, mas razoáveis para isso começar a funcionar.

Empreendedor – Onde está a origem dessa falta de cultura pró-inovação?

Chaddad – Em parte, nas origens do empresariado brasileiro, que nasceu numa época de industrialização tardia, por volta de 1950. Foi protegido por causa disso e ainda tem vícios de um paternalismo do Estado. Melhorou muito, mas ainda existe esse pensamento. Segundo, as nossas instituições de apoio também não estavam acostumadas a lidar com esse tipo de atividade. Elas são burocratizadas e lentas. Melhoraram muito, mas ainda são assim. As universidades também são recentes, sendo que a primeira delas voltada para pesquisas foi criada na década de 30, e a formação de doutores foi iniciada apenas na segunda metade do século passado. Essencialmente, é uma questão de cultura, que tem sua raiz na herança latina, fundamentada na religião católica, que era contra o lucro e a manufatura.

Maio 2006 – Empreendedor – 11

Entrevista

José Miguel Chaddad CARLOS PEREIRA

Empreendedor – O modelo, o exemplo mais citado quando se fala em inovação, é sempre a Coréia do Sul e outros países asiáticos. No entanto, alguns críticos argumentam que a Coréia não seria o parâmetro ideal porque tem muitas diferenças em relação ao Brasil. Como o senhor avalia isso?

Chaddad – Eu concordo em parte. Eu acho que nós não devemos copiar exatamente o que a Coréia fez.

O que nós devemos fazer é conhecer o programa que a Coréia implantou e traçar um plano baseado nisso. Ela estava numa situação econômica muito inferior ao Brasil, com problemas que nós já tínhamos e continuamos a ter, como: excesso de doutores na academia e poucos na indústria, poucos centros de pesquisa nas empresas e poucas patentes, apesar da boa geração de conhecimento nas universidades e nos institutos. Através de políticas públicas ela mudou isso. Então, a Coréia vale para nós como um exemplo de país que mudou, transformou esse quadro para melhor. Eles adotaram a educação como alicerce, focaram o ensino superior nas ciências exatas e se comprometeram por meio de políticas públicas de Estado.

Devemos conhecer o exemplo e adaptar muita coisa aqui, eu acho que esse é o caminho.

Empreendedor – A inovação, assim como o próprio empreendedorismo, exige uma cultura favorável. Esses conceitos não deveriam ser trabalhados nas escolas, desde o ensino fundamental?

Chaddad – Eu não tenho dúvidas.

Isso tem que vir do jardim de infância, do maternal. As crianças devem ter uma noção básica do que é ser empreendedor e do que é inovar. No entanto, estamos ensinando e trabalhando esses conceitos em cursos para adultos, fora dos currículos escolares.

Hoje, uma pessoa se torna empresária e depois vai fazer curso de empreen-

12 – Empreendedor – Maio 2006

O ideal é desenvolver você mesmo aquilo que é considerado sigiloso ou estratégico.

Outras coisas você pode terceirizar

dedorismo. Não há dúvidas que isso tem que começar pela raiz.

Empreendedor – Como criar uma ponte entre a ciência fundamental, praticada em institutos de pesquisas e universidades, e a inovação, desenvolvida em centros de pesquisa e desenvolvimento das empresas?

Chaddad – Isso já ocorre, mas não

é prática comum. Em geral, aquelas poucas empresas que têm centro de pesquisa e desenvolvimento buscam normalmente as universidades. Tecnologia, inovação tecnológica e conhecimento não precisam ser obrigatoriamente desenvolvidos em casa. O ideal é desenvolver você mesmo aquilo que é considerado sigiloso ou estratégico, outras coisas você pode terceirizar, porque já existe um local ideal para a tarefa. Existem muitas universidades boas no Brasil, bons centros de conhecimento que são especialistas em muitas áreas. Nesses casos, não vale a pena implantar uma estrutura para isso, será preciso formar alguém, o que leva muito tempo. É muito mais fácil ir direto na universidade buscar esse conhecimento. Com a Lei da Inovação, esse intercâmbio ficará ainda mais fácil, menos burocratizado e com vantagens financeiras paras os pesquisadores e instituições.

Essa ponte entre universidades e centros de pesquisa já existe, mas pode ser melhor explorada. Santa Catarina possui exemplos emblemáticos. A Embraco, apesar de ter um centro de pesquisas próprio e contar com um grupo de pesquisadores muito importantes, tem vários convênios com várias universidades, inclusive do exterior. Ela iniciou suas parcerias com a UFSC, depois foi pra Unicamp, USP, Coppe/ UFRJ e agora se relaciona com instituições internacionais.

Empreendedor – Já existem instrumentos de fomento à inovação, mas muitos não deslancham. Qual o problema?

Chaddad – Muitos não deslancham porque às vezes os empresários não têm conhecimento deles, há uma certa ignorância quanto a isso. Em segundo lugar, porque às vezes as empresas têm que cumprir muitas exigências burocráticas, e nem todas estão completamente aptas a atendê-las. Você tem que estar com tudo zerado, não pode dever pro INSS, e às vezes foge alguma coi-

CARLOS PEREIRA

acessíveis e de alimentos mais baratos, entre outras coisas. Definitivamente, inovação e qualidade de vida estão absolutamente ligados.

sa no controle contábil que compromete todo o processo. A gente vê que toda vez que é lançado algum instrumento, as empresas levam algum tempo para se adaptar às exigências. Mas eu quero crer que isso seja uma questão de tempo.

Empreendedor – Como garantir que os recursos públicos aplicados em ciência fundamental e mesmo em inovação nas empresas revertam em benefícios reais para a sociedade, transformando o processo de inovação em um círculo virtuoso?

Empreendedor – As micro e pequenas empresas, apesar de serem a maioria dos estabelecimentos no país e de empregarem a maior parte das pessoas, têm uma participação muito pequena em inovação.

Como reverter isso?

Chaddad – É um pouco da cultura desse meio. Para reverter é preciso fazer um sistema de divulgação dos programas de fomento à inovação e depois estimular os micro e pequenos empresários a buscarem apoio no Sebrae.

Em terceiro lugar, é preciso promover cursos de capacitação e de sensibilização para o microempresário ter uma sensibilidade maior para essa questão da inovação tecnológica. O microempresário brasileiro é uma pessoa que perdeu o emprego, pega o fundo de garantia e investe em alguma coisa. Muitas vezes ele vai despreparado pro mercado. Sem noção de plano de negócios, sem noção de custos, apesar do Sebrae disponibilizar informações e instrumentos para isso. Eu acho que para reverter esse quadro é preciso fazer um trabalho muito mais forte em cima dos micro e pequenos empresários.

É uma função do Governo fazer funcionar uma espiral virtuosa, que consiste na injeção de recursos na geração de conhecimento

Empreendedor – Existe relação entre inovação e qualidade de vida?

Chaddad – Se você pegar os números do relatório da Unesco, é possível encontrar características comuns a todos aqueles países que investiram e investem em inovação tecnológica, que têm um percentual de investimento em inovação, pesquisa e desenvolvimento alto em relação ao PIB, como Japão, EUA, França, Coréia e Suécia.

Uma das características é a boa qualidade de vida dos cidadãos. Qual a razão? Países que investem em inova-

ção são mais competitivos, e à medida que se exporta mais, entra mais dinheiro no país, recursos que podem ser aplicados no desenvolvimento de projetos e programas sociais. Isso pode ser verificado no baixo nível de analfabetismo e na alta expectativa de vida desses países. Além do aumento de oportunidades de exportação, a inovação favorece a geração de empregos, a oferta de medicamentos mais

Chaddad – Depende da administração, da gestão de todo o processo.

Cabe ao Governo gerenciar a cadeia de maneira que ela funcione harmonicamente e que sejam superados entraves e obstáculos em algum ponto desse circuito, fazendo com que esse dinheiro retorne cada vez mais e realimente o sistema. É uma função do Governo fazer funcionar corretamente a tal espiral virtuosa, que consiste na injeção de recursos na geração de conhecimento em universidades e institutos de pesquisa e na realização de tecnologias e implementação de inovação nas empresas, de forma a gerar riquezas que se convertam em melhoria da qualidade de vida por meio de programas sociais e em recursos para realimentar a espiral.

Empreendedor – O empresário interessado em investir em inovação deve procurar quem? Como a Anpei pode ajudá-lo?

Chaddad – Eu recomendo que o micro e pequeno empresário procure o Sebrae. Já os médios e grandes – em geral os últimos já têm esse contato – devem procurar a Fundação de Amparo à Pesquisa e seu Estado, a Finep e o BNDES. A Anpei pode ajudar orientando, ela está sempre aberta a retirar dúvidas e a indicar os caminhos.

Linha Direta José Miguel Chaddad (11) 3842-3533 chaddad@anpei.prg.br Maio 2006 – Empreendedor – 13

Não Durma no Ponto As quatro camadas da cebola Ao aproximar-se de um cliente, aja como se o encontrasse pela primeira vez. Você não o conhece! E não se trata apenas de um artifício.

Você não o conhece, de verdade!

Essa é a hora de vê-lo como um cliente de verdade, não como um mero comprador, um freguês que troca mercadoria ou um serviço por dinheiro, ou ainda um paciente quase anônimo, não fossem os dados de que você necessita para emitir a fatura.

O cliente tem uma quantidade incrível de informações sobre si mesmo às quais você não tem acesso. Ele sabe o que o constrange, você não. Ele conhece suas expectativas, seus sonhos e medos, você não. Você, porém, costuma agir como se soubesse tudo o que é relevante a respeito dele. Ignora completamente as experiências internas que ele vivencia, provavelmente muito mais complexas do que se possa imaginar. Existe aí um mundo de oportunidades.

Quando estiver diante do cliente, faça-o como se estivesse com ele pela primeira vez. Aborde cada cliente como se fosse uma pessoa totalmente nova. Não caia na armadilha de despejar sobre ele o velho e surrado discurso de vendas habitual e rotineiro, com ênfase nas características dos produtos. Transforme essa experiência corriqueira em algo novo e criativo.

Comece com boas intenções Para isso, a intenção conta muito. Qual é a sua intenção ao aproximar-se de um cliente? Você pensa mais nas suas metas e no seu fluxo de caixa ou coloca todas as suas atenções nas necessidades e problemas dele? Qual é a sua intenção?

A curiosidade é a mola propulso-

14 – Empreendedor – Maio 2006

ra para descobrir oportunidades no cliente, mas é preciso concentrar a atenção nele, em suas necessidades, desejos e problemas. Só assim você terá respostas e soluções capazes de, realmente, preencher lacunas com rara habilidade.

Boas intenções levam você a querer compreender o cliente, descobrir

Quanto maior for a sua habilidade de fazer perguntas (e, claro, registrar com atenção as respostas), maior será sua chance de êxito

o que ele quer, as recompensas que almeja, o seu estilo de comportamento, o que o deixará feliz.

Talvez não tenha se dado conta, mas você é um resolvedor de problemas. Portanto, como pessoa de negócio, você é um especialista nos problemas dos seus clientes. E que bom que eles têm problemas!

Isso significa trabalho para uma vida inteira.

Para ser um bom resolvedor de problemas, aprenda a fazer perguntas. Deixe de lado sua própria necessidade de exibir-se e de dominar

a conversa e procure saber o que pensam as pessoas. Quanto maior for a sua habilidade de fazer perguntas (e, claro, registrar com atenção as respostas), maior será sua chance de êxito.

Crie imagens de como você gostaria de ser visto pelo seu cliente após o relacionamento ou negociação. O que você gostaria que ele pensasse a seu respeito? Qual o sentimento depois de findada a conversa? Se você tiver essas imagens em mente, provavelmente suas perguntas irão além dos aspectos da transação comercial. Essa é a chave para ultrapassar as camadas externas da cebola, atingindo seu âmago.

Primeira camada da cebola: os fatos e os dados Neste nível, você pode obter informações dos clientes em relação aos problemas que pretenda resolver, as soluções que esteja buscando, os objetivos que tenha em vista, as necessidades a serem satisfeitas, as dúvidas ainda não respondidas, os benefícios a serem desfrutados, as gratificações almejadas, o tratamento que gostaria de receber. É comum que comecemos numa conversa mais objetiva e direta, tratando mais diretamente das necessidades lógicas, tais como: resolver problemas, contar com os produtos e serviços certos, receber o valor esperado na quantidade almejada, ser exato e pontual, evitar ou diminuir riscos.

Segunda camada da cebola: os interesses Se você mantiver a atenção e o interesse no cliente, é possível que consiga penetrar na segunda cama-

por Roberto Adami Tranjan Educador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953 – www.cempre.net – roberto.tranjan@cempre.net

da da cebola. Isso implica reconhecer outro conjunto de necessidades, nem sempre ligadas às questões dos produtos e serviços oferecidos, mas que, em muitas situações, são mais determinantes para o cliente do que as demandas da primeira camada da cebola.

As perguntas que ajudarão a identificar esse novo conjunto de necessidades giram ao redor dos seguintes interesses e expectativas: determinada recompensa, reconhecimento pelos seus méritos, mostrar-se responsável, progredir profissionalmente, economizar ou poupar dinheiro, adquirir ou possuir algo, evitar perdas.

As duas primeiras camadas da cebola são fundamentais, mas não essenciais. Reflita sobre a seguinte constatação: somos 15% lógicos e 85% emocionais em nossas compras e interações com os outros.

Se esta afirmação coincide com o seu estilo de decisão, então creia: o mesmo acontece com o cliente. É disso que tratam as próximas camadas da cebola.

os outros ou não causar má impressão; de desenvolver bons relacionamentos; de sentir-se seguro; de sentir-se bem consigo; de sentir-se gratificado emocionalmente; de expressar sentimentos.

Um relacionamento, qualquer que seja sua natureza ou finalidade, envolve sentimentos. Os relacionamen-

Quarta camada da cebola: os valores

Os clientes procuram produtos e serviços com os valores que eles buscam. As pessoas compram os valores de uma empresa e não os seus produtos

Aprender a fazer perguntas nos torna capazes de mergulhar na camada mais decisiva da cebola. Nela se encontram as motivações mais profundas, muitas vezes ocultas, que impulsionam as decisões: ser valorizado, ouvido e compreendido; ser reconhecido e aceito pelo que é; ser saudável; ser íntegro; desfrutar paz de espírito. É nos valores que você encontra a bússola moral do cliente. Ela lhe dará o norte para onde ambos devem caminhar juntos, respaldados na confiança e na integridade.

Os segredos da fidelização

Terceira camada da cebola: os sentimentos Os sentimentos determinam as necessidades emocionais. Elas vão além dos aspectos mercantis e dos interesses subjacentes às relações comerciais. Nessa camada da cebola, o papel desempenhado pelo cliente dá espaço ao humano que reside nele. Alguém com desejos de aceitação e compreensão e com medo da rejeição e inadequação. Que possui ambição e sentimentos de vaidade ou vontade de acertar e simplicidade.

Alguém com sentimentos de amor e ódio, serenidade e raiva. E com anseios de causar boa impressão para

amam, o que odeiam, o que necessitam e desejam, o que as incomoda, o que tem significado para elas.

Quanto mais bem sucedidos nessa aproximação com o cliente, maior a nossa capacidade de mergulhar nos recônditos da quarta camada da cebola.

tos são, na essência, sentimentos.

Sem tratar dos sentimentos e dos medos neles contidos, um relacionamento sempre será parcial. Pular ou evitar esse amplo espaço de vivência talvez inspire uma sensação de economia de tempo, redução de ansiedade e riscos evitados, mas sempre nos escapará algo muito precioso e útil na conquista da fidelização do cliente.

Para fazer as melhores perguntas, precisamos considerar a vida das pessoas como um todo: suas esperanças e sonhos, seus medos, o que

Engana-se quem pensa que pode fidelizar um cliente por meio de produtos e serviços. Inútil querer torná-lo fiel argumentando sobre os atributos do produto ou oferecendo condições comerciais favoráveis.

Esses diferenciais nunca produziram vínculos profundos.

Os clientes procuram produtos e serviços com os valores que eles buscam. Eles querem se reconhecer no que compram. Em última análise, as pessoas compram os valores de uma empresa e não os seus produtos.

Cada vez mais os clientes desejarão se relacionar com empresas que tenham consciência e coração.

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Valor

Empreendedores

CARLOS PEREIRA

Em um mercado onde a procura é muito maior que a oferta, a aqüicultura apresenta as melhores oportunidades para o Brasil

16 – Empreendedor – Maio 2006

por

das águas

Alexsandro Vanin

O Brasil sempre é tachado de país do futuro, por um motivo ou outro.

Desta vez a previsão é da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, sigla de Food and Agriculture Organization), que estima o potencial brasileiro para produção de pescados em 10 milhões de toneladas para 2010, quando o cenário mundial deve apresentar um déficit entre a produção e a demanda de cerca de 25 milhões de toneladas. Atualmente as exportações mundiais desses produtos somam por volta de US$ 55 bilhões por ano, o maior mercado internacional na área do agronegócio – aproximadamente 11% do total. “É praticamente impossível chegar a esse número, mas o Brasil é o país que mais possui recursos hídricos disponíveis e estão sendo estabelecidas condições de crescimento rápido”, diz Altemir Gregolin, ministro da Aqüicultura e Pesca. Hoje a produção nacional é de pouco mais de um milhão de toneladas.

A aqüicultura apresenta o maior potencial de crescimento, segundo Gregolin. O segmento vem crescendo mais de 20% ao ano nesta década, índice bem acima da média mundial, em torno de 7% ao ano. Os expoentes são a maricultura, especialmente camarões, ostras e mexilhões, e a piscicultura de água doce, e há grandes expectativas quanto aos projetos de piscicultura marinha em São Paulo e Bahia. A criação de tilápias, por exemplo, vem se desenvolvendo com vigor no Noroeste paulista e no Nordeste do país – há 10 anos a produção estava concentrada na região Sul, praticada como atividade secundária por criadores integrados de frango. O sistema também foi adotado pelas indústrias de beneficiamento de tilápia: das 6 toneladas de peixe bruto que a paulista Geneseas Aquacultura processa diariamente, 60% vem de produtores integrados, mas que agora têm o foco principal na piscicultura.

Uma das principais estratégias do Governo Federal é a desburocratização das águas da União, cinco milhões de Maio 2006 – Empreendedor – 17

Valor Programas Públicos Federais RADIOGRAFIA DO SETOR Recadastramento – A Seap promoveu e está finalizando o recadastramento dos pescadores profissionais de todo o país. O objetivo principal é reduzir as fraudes e eliminar do cadastro os falsos pescadores, que recebiam benefícios sociais (como o seguro-desemprego) mesmo sem trabalhar na pesca. Os fraudadores estão sendo investigados.

Censo – identificação, qualificação e quantificação da cadeia de valor (frota, indústrias, etc).

INCLUSÃO SOCIAL Benefícios sociais – A nova Carteira do Pescador (que começa a ser distribuída nos próximos meses, após o fim do recadastramento) garante o acesso dos pescadores profissionais à assistência social.

Alfabetização – Para reduzir o analfabetismo entre os pescadores e suas famílias, a Seap criou o programa Pescando Letras. Desde 2003, foram alfabetizados 100 mil alunos e há outras 100 mil vagas para este ano. A pesca era uma das categorias com maior índice de analfabetismo no país.

COMPETITIVIDADE DO SETOR Frota pesqueira – Para aumentar a frota pesqueira nacional, foi criado o Profrota, programa que financia a construção e reforma de barcos para pesca industrial no Brasil. Além de fomentar o desenvolvimento da tecnologia nacional no setor, o programa reduz a necessidade brasileira de arrendar barcos de bandeira estrangeira. Óleo diesel – A subvenção de óleo diesel para a pesca (que era de 25 milhões de litros ao ano em 2003) chegou a 90 milhões de litros em 2005 e, a partir deste ano, chega, também efetivamente, aos pescadores artesanais.

Crédito – Criação e ampliação de linhas de crédito específicas para o setor; Infra-estrutura – Recuperação de terminais pesqueiros públicos (TPPs) que estavam sucateados. Hoje há 19 TPPs construídos, em construção ou processo de licitação em todo o país;

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Parques agrícolas – A Secretaria está implantando os primeiros parques aqüícolas, que permitirão o aproveitamento, para a aqüicultura, das águas de grandes reservatórios de hidrelétricas como a de Itaipu. Com caráter social, o programa concederá o uso dos lagos a pescadores e pequenos produtores da região; Gelo – A Seap também investiu na construção de fábricas de gelo para comunidades e cooperativas de pescadores, para que eles possam conservar o pescado por mais tempo; Consumo – Programas de estímulo ao consumo de peixe conseguiram aumentar a venda de pescado em 16% nos supermercados, em 2005; Assistência técnica – A Seap tem em andamento mais de 40 projetos de assistência técnica e extensão pesqueira.

Fonte: Seap

hectares de reservatórios de usinas hidrelétricas para cultivo em tanquesrede. Além da cessão do espaço por dez anos, o produtor terá acesso facilitado ao crédito. A primeira cessão ocorreu no final do ano passado, em Serra da Mesa, Goiás, onde funciona uma unidade demonstrativa. Nos próximos 60 dias deve ser concedida outra em águas do reservatório de Itaipu. A produção atual de pescados cultivados em águas marinhas e continentais é de 269,7 mil toneladas por ano.

Já a pesca tem crescido muito pouco. Segundo Gregolin, os estoques sofreram esgotamento e se encontram em recuperação pelo estabelecimento de períodos de defeso maiores e para mais espécies. Há potencial em pesca de águas de profundidade (alto mar) e, principalmente, de atuns, espécie altamente migratória (transoceânica). Uma comissão internacional estabelece para cada país integrante uma cota de cap-

Gregolin: programas de estímulo ao consumo e definição de períodos de defeso

tura – o Brasil não atinge seu limite atualmente – e ainda há possibilidade de compra de parcelas de outros países ou parte delas. “O aumento da captura não será viável. É necessário um esforço na recuperação de estoques e uma melhoria no aproveitamento dos pescados, que hoje têm pouco valor agregado”, diz José Angel Alvares Perez, oceanógrafo e coordenador do Grupo de Estudos Pesqueiros da Universidade do Vale do Itajaí (GEP/Univali). Atualmente são pescadas 746,2 mil toneladas por ano em estuários e no mar.

Exportação As exportações brasileiras de pescado, principalmente camarão, lagosta e atum, vêm crescendo nos últimos 10 anos. Em 1996, as vendas externas foram de US$ 133,3 milhões e, em 2004, o valor foi de US$ 436,4 milhões.

A balança passou de um déficit de US$ 58 milhões em 2000 para um superávit de US$ 183,9 milhões em 2004. Segundo Sergio Seide, gerente operacional da Femepe, de Itajaí (SC), problemas fitosanitários – como aftosa, vaca louca e gripe aviária – impulsionam as vendas de peixe. Além disso, há uma procura cada vez maior por alimentos saudáveis e de baixo colesterol, e o pescado é uma proteína nobre e de fácil digestão. Cerca de 3% da produção da Femepe é destinada ao mercado externo, principalmente para países do Mercosul, percentual que vem aumentando ano a ano.

Um sinal positivo vem dos Estados Unidos: as compras americanas de filé fresco de tilápia vêm crescendo a uma média de 25% ao ano nesta década.

Segundo Tito Livio Capobianco Jr., presidente da Associação Brasileira da Indústria de Processamento de Tilápias (AB-Tilápia) e diretor da Geneseas Aquacultura, a procura vem aumentando significativamente pelo fato da espécie ter carne branca e gosto suave, cujo filé se bem processado não fica com nenhuma espinha, substituindo perfeitamente o linguado, a pescada e o

O mapa do peixe Região Norte Os principais recursos explorados comercialmente são a piramutaba (de carne gordurosa, cor cinza azulado e que alcança em média um 1,20 m), o pargo (de dorso avermelhado e que chega a 70 cm) camarões, tanto pela pesca artesanal (principalmente) quanto industrial.

Aparecem na região, como recursos potenciais, as recentes detecções de camarões de profundidade (camarão carabineiro, royal shrimp), em profundidades maiores que 600 m, e a presença de estoques sazonais de grandes peixes pelágicos (que vivem em alto mar e só vêm à costa para reproduzir).

Criação de peixes de água doce (tambaqui, tambatinga, pacu e outros) e crustáceos (marinhos e de água doce), e produção isolada de rãs.

Região Nordeste A produção de pescado de estuários e de mar no Nordeste brasileiro é majoritariamente oriunda da pesca artesanal (cerca de 75% das capturas regionais). Os principais recursos explorados comercialmente são lagostas, pargo e atuns. Merecem destaque, ainda, recursos demersais (espécies que põem ovos não-flutuantes) , como é o caso do batata (namorado), dos serranídeos (garoupas e chernes, que chegam a atingir 2,5 m), dos cações e dos caranguejos de profundidade.

Cultivo de camarões e crustáceos de água doce, peixes de água doce (tambatinga, tambaqui, tilápia e outros), e produção isolada de rãs.

Região Sudeste A produção de pescado na região é predominantemente industrial (70% das capturas regionais). As espécies tradicionalmente capturadas são os peixes demersais (serranídeos e lutjanídeos), os camarões e a sardinha-verdadeira. A possibilidade de expansão da produção sustentável para a região pode depender de espécies emergentes como o peixesapo ou tamboril, a anchoíta e o caranguejo de profundidade.

Criação de crustáceos (marinhos e de água doce), rãs, peixes de água doce (tilápia, carpa, truta, piauçu e outros) e moluscos marinhos.

Região Sul A pesca industrial domina a Região Sul, com 80% da captura regional, destacando-se as pescarias de sardinha-verdadeira, bonito-listrado, camarões e peixes demersais. Merecem destaque as pescarias dos últimos anos, direcionadas para o tamboril ou peixe-sapo e para o caranguejo de profundidade, recursos considerados do alto valor econômico, mas extremamente frágeis, não agüentando uma elevada pressão em seus estoques. Nessa região, alguns recursos emergentes podem ser alvo de capturas industriais, tais como cefalópodes, abrótea, anchoíta e outros peixes forrageiros.

Criação de moluscos marinhos, camarões e peixes de água doce (tilápia, carpa, trutas e outros).

Região Centro-Oeste Pesca artesanal, com pouca expressividade na produção nacional, mesmo se restringida a comparação à pesca em águas continentais.

Criação de peixes de água doce (tilápia, tambacu, pacu, tambaqui e outros) e rãs.

Fonte: Seap e Ibama.

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Valor

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A logística do produto fresco O grande lance no mercado de pescados é colocar as iguarias vivas ou recém-abatidas na mesa do consumidor Sul da Ilha de Santa Catarina, Florianópolis, 10 horas da manhã. No escritório da Fazenda Marinha Atlântico Sul, toca o telefone e o funcionário anota o pedido: um restaurante carioca precisa de 30 dúzias de ostras. Imediatamente a unidade de cultivo é acionada, retira os moluscos do mar e, depois de laválos e classificá-los, envia para o entreposto comercial. Lá o pedido é acondicionado em caixas especiais com gelo e despachado via transporte aéreo para o seu destino. À noite, o cliente daquele restaurante que pedir uma porção de ostras in natura vai comer uma iguaria ainda viva, produzida a mais de 1 mil quilômetros dali.

“O diferencial da Atlântico Sul é a logística, toda uma estratégia montada para colocar o produto ainda vivo na mesa dos consumidores”, diz Mauro César Campos de Almeida, diretor comercial. As ostras permanecem vivas por até três dias se acondicionadas adequadamente, mas um pedido feito até às 10 horas chega ao cliente ainda no mesmo dia na maior parte das regiões do Brasil (atendida por vôos comerci-

ais). O principal mercado é o Rio de Janeiro, onde são atendidos os estabelecimentos da rede Mario’s, Copacabana Palace, Rede Barra Brasa, Hotel Excelsior, Família Paludo e Restaurante Fazano. Também são bons compradores Belo Horizonte e Curitiba. O único inconveniente é o alto custo do transporte, que corresponde a 25% do faturamento. Hoje os moluscos respondem por mais da metade da movimentação de cargas aéreas a partir de Florianópolis, município responsável por 70% da produção nacional de ostras.

A Batávia Fazenda Marinha bem que tentou, mas o retorno do camarão congelado é muito inferior. Para entregar os animais frescos, a empresa passou a acondicioná-los com gelo em caixas térmicas lacradas, o que permite o transporte por veículos não-refrigerados, como furgões, caminhões ou ônibus. O planejamento é abrir em cada Estado onde opera um centro de distribuição – o primeiro já foi implantado, em Curitiba. A partir de cada centro, a entrega ao consumidor será feita através de transportadoras. Isso CARLOS PEREIRA

robalo. A criação de tilápias foi intensificada há três anos e hoje o país já é o quarto maior exportador de filé fresco para os Estados Unidos, atrás apenas do Equador, da Costa Rica e de Honduras. Em 2002, quando esse mercado começou a ser explorado, o Brasil respondeu por apenas 0,2% das importações americanas, o que correspondeu a US$ 650 mil. Em 2005, a participação brasileira já foi de 5%, resultando em US$ 6,6 milhões. Para 2006, a instituição espera que as exportações atinjam 2,1 mil toneladas, o que pode render de US$ 12 milhões a US$ 15 milhões.

O mercado mundial tem uma demanda altíssima para ostras. “Nosso preço no mercado externo é fantástico, a cadeia nacional de ostreicultura vai explodir”, diz Mauro César Campos de Almeida, diretor comercial da Fazenda Marinha Atlântico Sul, de Florianópolis. Tanto que há interesse de empresas estrangeiras em investir na atividade, comenta o ministro Gregolin. Mas a venda de moluscos para o exterior ainda não é permitida devido à falta de regulamentação oficial, conforme normas internacionais – o que depende de uma série de processos em andamento, entre eles o monitoramento de água. Almeida calcula que as exportações sejam liberadas dentro de três a quatro anos.

O mercado interno também não deixa a desejar. O Pão-de-Açucar e o Extra começaram a vender filés de tilápia em suas unidades, mas grande parte das 130 mil toneladas produzidas por ano é transacionada fora da rede comercial formal. As ex-unidades da Sonae no Brasil, atualmente de propriedade da Wal-Mart (um total de 77 lojas), comercializam camarões produzidos pela Batávia Fazenda Marinha, de Biguaçu, município da Grande Florianópolis. A empresa, que vende 40 toneladas por mês, também atende restaurantes e mercados do litoral de Santa Catarina, Porto Alegre, Curitiba e, conforme o comportamento do mercado, de São Paulo.

Camarão vivo: a idéia é abrir um centro de distribuição em cada Estado

CARLOS PEREIRA

Ostras: estratégia oferece o produto in natura na mesa dos consumidores

vai permitir que, a partir de julho, estabelecimentos de Foz do Iguaçu, no interior do Paraná, também sejam atendidos com produtos recém-abatidos. Os camarões duram de cinco a seis dias no gelo, mas para ter um crustáceo ainda mais fresco do que a concorrência, eles são retirados dos tanques a cada dois dias.

O custo de uma logística bem afinada pode ser alto, mas compensa pelo retorno e competitividade proporcionados. No caso do filé de tilápia, o preço no mercado americano cai pela metade se congelado e é preciso disputar com criadores da Ásia, onde a espécie é produzida em grande escala. Para entregar o produto fresco, os peixes são transportados em caminhões tanques até as indústrias, onde são abatidos.

Deste ponto até a mesa de um restaurante dos Estados Unidos não são gastas mais do que 48 horas. O retorno só não tem sido melhor porque a margem de lucro está muito estreita, devido ao câmbio baixo, e pela escala de produção ainda pequena. Outro problema é o custo do transporte aéreo, praticamente duas vezes maior do que o de seus concorrentes latinos, segundo Tito Livio Capobianco Jr., presidente da Associação Brasileira da Indústria de Processamento de Tilápias (AB-Tilápia) e diretor da Geneseas Aquacultura.

Mas todos os gastos com logística e processos de produção podem ser desperdiçados se não houver uma fiscalização eficiente, segundo Max Kroon, proprietário da Batávia. Além de absorver uma parte do mercado, os produtores informais põem em risco toda a cadeia, pois a falta de condições de produção e de transporte adequadas podem causar problemas de saúde e manchar o segmento. “Nosso produto é certificado, tem laudos que comprovam a sua qualidade, mas se algum problema ocorrer por causa de produtores informais, não é feito diferenciação e todo e qualquer molusco será taxado de problema de saúde pública”, diz Almeida. Neste ponto, o pior lugar para se trabalhar é São Paulo.

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Rumo à soberania Projetos do Governo buscam a organização e aumento da competitividade do setor

FOTOS INDEX OPEN

Até a década passada, o Brasil corria riscos de perder seus direitos sobre a Zona de Exploração Exclusiva (ZEE, área compreendida entre a faixa de 18 a 200 milhas náuticas a partir da costa). Pescadores artesanais e piscicultores familiares ficavam à margem dos poucos programas e investimentos realizados. Mas a partir de 2000 o Governo abriu os olhos para essa vocação nacional desperdiçada e, em 2003, foi criada a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) para concentrar os esforços e recursos antes dispersos entre várias pastas. “A Secretaria trouxe avanços para o setor, mas ainda há muito para se fazer”, diz Tito Livio Capobianco Jr., presidente da Associação Brasileira da Indústria de Processamento de Tilápias (AB-Tilápia). Um dos passos a seguir poderia ser até mesmo a transformação da Secretaria Especial em Ministério, o que lhe garantiria mais autonomia e agilidade, como sugeriram

22 – Empreendedor – Maio 2006

milhares de representantes presentes na 2ª Conferência Nacional de Aqüicultura e Pesca.

“A Seap tem como objetivo o estabelecimento de um conjunto de medidas e de uma política nacional para o desenvolvimento do setor de forma sustentável e com inclusão social”, diz Altemir Gregolin, que assumiu o comando da Secretaria neste ano, após coordenar áreas técnicas.

São quase 20 programas que visam organizar e aumentar a competitividade do setor. Os trabalhos foram iniciados com uma verdadeira radiografia do setor, que serviu de base para a formulação de políticas: o recadastramento de pescadores (500 mil em todo o Brasil) e o censo pesqueiro (frota, terminais, indústrias, produção, processos, etc.), além de vários projetos de pesquisa e estatística em convênio com universidades.

“Há um grande esforço em levantar e divulgar informações, porque sem elas ninguém faz nada”, diz José

Angel Alvares Perez, oceanógrafo e coordenador do Grupo de Estudos Pesqueiros da Universidade do Vale do Itajaí (GEP/Univali). O GEP concentra suas atividades no monitoramento contínuo do setor, avaliando a pressão exercida sobre os estoques naturais e calculando os níveis de pesca para que a atividade seja sustentável, o que também exige o estudo sobre o ciclo de vida das diferentes espécies. O trabalho está focado na pesca industrial, especialmente a de águas profundas e de atum, atividade mais recente no Brasil. Esses recursos são mais sensíveis e as embarcações, na maior parte arrendada de estrangeiros, são mais eficientes.

A coleta de dados nesse nicho se dá pelos programas Observadores de bordo na frota arrendada e Rastreamento de embarcações arrendadas.

As informações colhidas são processadas pelo grupo e se tornam base para o estabelecimento de regulamentações, instruções normativas e políticas públicas, como foi o caso do peixe-sapo e do caranguejo de profundidade. Em parceria com o Laboratório de Computação Aplicada (LCA) da Univali, foi desenvolvido um programa para monitorar e

visualizar em tempo real todas as quase 70 embarcações rastreadas. O GEP foi criado em 1995, mas segundo Perez deslanchou apenas em 2000, a partir do primeiro convênio com o Governo Federal. Nos últimos anos, após a criação da SEAP, as atividades foram intensificadas.

Frota nacional O trabalho de pesquisadores e observadores é complementado pela política de construção da frota pesqueira nacional, o ProFrota. São R$ 1,2 bilhão em recursos para financiar a construção de embarcações, conversão de barcos e adoção de tecnologias para pesca em águas profundas. “É um programa estratégico para o país, essencial para a soberania nacional. Queremos uma frota completa para exploração de nossa Zona de Exploração Exclusiva e principalmente de recursos de águas oceânicas”, diz Gregolin. Em 2005 foram disponibilizados R$ 40 milhões e neste ano a meta é chegar a R$ 200 milhões, sendo o restante aplicado nos próximos três anos.

A infra-estrutura em terra também está sendo erguida. Em três anos, foram investidos R$ 37 mi-

lhões na construção e reforma de terminais públicos – que se encontravam sucateados em sua maioria – e fábricas de gelo (insumo básico para a preservação do pescado), além de unidades de beneficiamento no litoral e interior. Outras importantes medidas, voltadas à geração de renda, foram o aumento das linhas e dos recursos destinados ao crédito (Pronaf e programas de bancos públicos), subvenção de óleo diesel (R$ 7 milhões por ano, para equiparar o preço interno ao internacional), inclusive para pescadores artesanais, e assistência técnica, por meio de parcerias com órgãos estaduais.

E o mercado está sendo preparado através de programas de estímulo ao consumo. Estima-se que o consumo no Brasil seja de aproximadamente 8 kg/hab/ano, enquanto a média recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 12 kg/hab/ano. O consumo mundial, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), é de 16 kg/hab/ano. Segundo Gregolin, além do aspecto cultural (o brasileiro prefere carnes vermelhas), há o problema do preço relativamente

alto do produto devido à longa cadeia de intermediação. Para contornar o problema, a Seap promove, duas vezes por ano, em parceria com redes comerciais, a Semana do Peixe, e distribui aos pescadores artesanais kits para venda direta ao consumidor (feiras). “As feiras permitem que o pescador ganhe até o dobro e o consumidor pague de 30% a 40% menos”, diz o ministro.

Fora do país também são implantadas medidas para impulsionar a área. Em parceria com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), tem sido intensificada a participação em feiras internacionais. Em 2004, por exemplo, foram apresentadas no mercado europeu espécies brasileiras, como o tambaqui, peixe muito apreciado e criado em diversas regiões do país. No campo político, foi apresentado na Organização Mundial do Comércio (OMC) uma proposta de subsídios para o setor pesqueiro feitos por países em desenvolvimento.

“O mercado lá fora está muito aberto e receptivo. O que temos a fazer é organizar o setor, aumentar a qualidade do pescado e melhorar os mecanismos de comercialização e exportação”, diz Gregolin.

Produção total de Pesca e Aqüicultura (em 1.000 toneladas) 1.200.000,00 1.000.000,00 800.000,00 600.000,00 400.000,00 200.000,00 – 1996

1997 1998

1999 2000 2001

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A pioneira Femepe Orlando Ferreira revendia tainha e em 40 anos criou uma poderosa indústria pesqueira Em sua mesa, nada de computa- faz parte do planejamento de invesdor. Pilhas de papéis dividem espaço timentos para 2006 e 2007, um total com latas de sardinha de vários paí- de R$ 20 milhões. A meta é duplicar ses, cores e formatos. Nenhuma, tal- a produção, hoje de 400 mil latas de vez, é páreo às embalagens que Or- sardinha e 220 mil de atum por dia. lando Ferreira coloca no mercado ao Além disso, a Femepe – que produz comemorar os 40 anos de fundação ela mesma os recipientes batizados da Femepe, a terceira maior indústria de “alu-lata” – pode lucrar com a pesqueira do país, que detém 15% do venda do material a concorrentes e mercado interno e exporta 3% de sua empresas de outros setores, como o produção para países do Mercosul, de alimentação para animais. detentora das marcas Pescador e AlFerreira, hoje com 74 anos, comecyon. A partir de maio, toda a linha de çou tudo na praia da Enseada, em São pescados em conserva da empresa Francisco do Sul (SC). Mais velho de passou a ser envasada em recipientes cinco irmãos, comprava peixe para rede alumínio, material que começou a vender. Com os lucros da venda de uma ser adotado, com exclusividade no boa safra de tainha, montou uma salBrasil, no fim do ano passado. ga. Em 1954, adquiriu seu primeiro veíO material, mais leve culo, aos poucos sucedo que o aço utilizado andido por cinco camiteriormente – e ainda em nhões e um pequeno friuso nos produtos da margorífico. Oito anos deca Navegantes, destinada pois, outra safra generoa outro público – e passa lhe permitiu a realizasível de reciclagem, não ção de um antigo sonho. altera o sabor, nem oxi“Resolvi fazer um barda. Outra vantagem para co”, diz. Esse foi o emo consumidor é o sistebrião de uma companhia ma abre-fácil das embaque controla e domina lagens, que dispensa o todas as etapas da cadeia abridor e não tem risco produtiva, da captura do de corte. O projeto, depescado à distribuição senvolvido em conjunto Ferreira: R$ 2,5 do produto industrializacom a Novelis (maior milhões aplicados na do no varejo, passando produtora mundial de la- construção da 26ª pela construção do barminados de alumínio), embarcação co. “Do contrário, seria

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impossível alcançar boa rentabilidade.

Dá mais trabalho, mas reduz custos”, diz Ferreira. Atualmente estão sendo aplicados R$ 2,5 milhões na construção da 26ª embarcação da frota da empresa, composta por atuneiros, traineiras, longlines e parelhas.

A fundação da Femepe (Ferreira Mercado de Pescados) aconteceu em 1966. Ao longo da década de 1970, a empresa ampliou suas instalações, incorporou a santista Alcyon e inaugurou sua fábrica de conservas de pescados em um pedaço dos 30 mil m2 de área que ocupa atualmente. Já naquela época as latas eram feitas pela própria companhia. Em 1980, a Femepe inaugurou uma fábrica de conservas de pescados em Navegantes (SC), que se tornou a matriz da empresa. Seis anos depois, o grupo fundou a Ipê Indústria de Comércio e Captura de Pescados Ltda. Em 1988, a expansão da Femepe exigiu a implantação da Metalgráfica, responsável pelas embalagens de todos os produtos da companhia.

Os produtos da Femepe incluem conservas de pescados de atum, sardinhas, cavalinhas, filés de sardinhas, pescados congelados e farinha de peixe, comercializados também nas marcas Costa Brava e Mar Azul. Segundo Sergio Seide, gerente operacional, um diferencial da empresa é trabalhar com peixes frescos, pescados na costa entre o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, enquanto muitos concorrentes trabalham com matéria-prima importada. Já a pesca do atum ocorre no Sul do Brasil, a cerca de 100 quilômetros do litoral, com vara e anzol, para preservar outras espécies, especialmente os golfinhos.

Femepe em números

Unidade industrial da Femepe em Navegantes (SC)

Unidades industriais: 2, em Navegantes (SC) e Santos (SP )

Golfinhos a salvo A Femepe pretende duplicar sua produção diária de atum, hoje de 220 mil latas, nos próximos dois anos. Toda a matéria-prima é pescada no Sul do Brasil, cerca de 100 quilômetros o litoral, de forma artesanal, com vara e anzol. A técnica evita a captura acidental das demais espécies marinhas que vivem junto dos cardumes – golfinhos são as maiores vítimas da pesca predatória.

Após a captura, o atum é armazenado em temperatura inferior a 4º C em refrigeradores nas próprias embarcações e transportados até a fábrica, onde são retiradas as vísceras. Depois de cozido, são retirados a pele, o sangue e as espinhas dos peixes para então separar os lombos para o corte final. Os pedaços de peixe entram no maquinário que enlata o produto, adicio-

na o líquido de cobertura (água e um grama de sal, na versão ao natural (light), ou óleo vegetal na versão com óleo). O produto entra então na fase de recravação, quando se coloca o tampo e se lacra a embalagem para esterilização.

A adoção do alumínio na produção de embalagens e de técnicas ecologicamente corretas na pesca do atum é apenas uma das medidas que a Femepe toma para preservar o meio-ambiente. Em busca da máxima racionalização dos recursos naturais, a empresa processa todos os seus resíduos industriais, grande parte transformada em farinha de peixe, utilizada posteriormente para produção de rações e fertilizantes. Toda água utilizada nos processos industriais é encaminhada a uma moderna estação de tratamento de efluentes própria.

Centro de distribuição: 1, em Maceió Funcionários: 1,2 mil Empregos indiretos: 6 mil Caminhões: 50 Produção: 400 mil latas de sardinha produzidas por dia 220 mil latas de atum produzidas por dia Mercado interno: 15% de participação no mercado nacional (2004) Mercado externo: 3% da produção destinada à exportação (2004)

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Camarão express Fazenda marinha implanta centros de distribuição para entregar seus produtos sempre frescos primeiros camarões começaram a ser retirados dos tanques, produção que em 2005 chegou a 64 toneladas. Ao nome da fazenda, que fazia referência à terra de origem da família, a Batávia, foi apenas adicionado o termo “marinha”.

A Fazenda Marinha Batávia conta com 14,8 hectares divididos entre quatro tanques de criação e um de reservatório, além da área de reserva legal. Nes-

CARLOS PEREIRA

A família Kroon possui um terreno em Biguaçu, às margens da baía norte de Florianópolis (SC), desde a década de 50. Ali criou uma pequena quantidade de gado – o tamanho da propriedade não permitia escala comercial à bovinocultura – até que um dos integrantes das novas gerações, Max, vislumbrou a possibilidade de criar camarões no local, em 2001. No ano seguinte, os

Kroon: quem se manteve no mercado conseguiu aumentar a rentabilidade

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te ano, a produção prevista é de 50 toneladas. A redução no volume é uma medida para evitar a incidência da doença da mancha branca, provocada por um vírus que quase extingüiu a carcinicultura em Santa Catarina – o número de fazendas marinhas dedicadas à atividade foi reduzido de 108 para 20 no período de um ano e toda a cadeia foi afetada – e trouxe prejuízos a criadores de todo o mundo. Com uma densidade menor de animais por tanque, o risco é menor. Outra medida, em conjunto com outros seis produtores da região, foi a implantação de um laboratório para análise da água e dos animais. “Quem se manteve no mercado acabou se beneficiando com um aumento de 30% a 40% dos preços”, diz Max Kroon.

A espécie adotada para criação foi o camarão branco do Pacífico. A produção em cativeiro salva o mercado da sazonalidade e o tamanho dos animais é padrão, mas o gosto do camarão depende da salinidade da água, dos materiais orgânicos dispostos nela e da ração utilizada. Na Batávia a salinidade é alta, o que deixa o gosto parecido com o do camarão pescado no mar ou nas lagoas.

Mas o forte da empresa é a comercialização, que chega a 40 toneladas por mês.

Ela revende camarões de outros produtores do Estado e de fora, principalmente da Bahia. Para aumentar o mercado e manter a competitividade, a Batávia passou a utilizar embalagens térmicas lacradas e iniciou a implantação de centros de distribuição nos Estados onde atua, o que permite entregar crustáceos frescos até mesmo no interior do continente, fora das capitais, via transportadoras. “A embalagem especial, somada ao frete, deixa o custo do transporte mais alto, mas em compensação o produto é entregue fresco, o que representa um ganho ainda maior de competitividade”.

FOTOS CARLOS PEREIRA

Almeida: Atlântico Sul, a maior produtora do país, comercializa 15 mil dúzias de ostras do Pacífico por mês

O vôo das ostras Organização racional transformou pequenos maricultores na maior empresa de ostras do país Biólogo, Mauro César Campos de Almeida trabalhou com moluscos na década de 70 em experiências pioneiras no Brasil, no litoral do Sudeste, e depois enveredou para a apicultura, área na qual manteve uma empresa por 16 anos. Em 1999, a atividade deixou de ser rentável e ele voltou a se dedicar à maricultura, desta vez com intenções comerciais. “Olhei para o mar e vi que o entendia. Mas o que me valeu foi a experiência administrativa, o setor era deficiente em logística e atendimento. Eles sabiam produzir, mas não sabiam vender”, diz o diretor comercial da Fazenda Marinha Atlântico Sul. Almeida viu que pequenos produtores do Ribeirão da Ilha, no Sul da Ilha de Santa Catarina (parte insular de Florianópolis) faziam todos a mesma coisa, esbarrando-se. Cada um colhia seus moluscos e levava até o centro da cidade (cerca de 30 quilômetros de distância), nos pontos-de-

venda. Ele reuniu um grupo de produtores e passou a fazer a distribuição e comercialização conjunta. No ano seguinte, em 2000, fundiram os negócios em uma única empresa. A união, transformada no case “Quando o concorrente é a solução”, rendeu ao grupo o prêmio Talentos Empreendedores, realizado pelo Sebrae/ SC. Hoje eles empregam 25 funcionários, com uma receita de R$ 1,2 milhão em 2005 e projeção de R$ 1,6 milhão para 2006.

A Atlântico Sul produz 15 mil dúzias por mês de ostras do Pacífico, item que tem o melhor preço e traz o melhor retorno. Ela é a maior produtora do país e ainda possui área ociosa para ampliar a criação quando a demanda for maior. De mexilhões, são 5 toneladas por mês. Há um projeto para aumentar a produção para 20 toneladas por mês, atrelado à implantação do beneficiamento para driblar a margem de lucro pequena do

mexilhão in natura. Também são produzidos 800 quilos de molusco vôngole (berbigão) por mês e, ainda em fase de testes, vieiras. Outro projeto, de piscicultura, encontra-se em desenvolvimento. Os animais são retirados diariamente da água, conforme a demanda, e entregues via aérea ainda no mesmo dia, vivos, em praticamente todas as regiões do Brasil.

O mercado interno tende a estabilização do consumo de produtos in natura, segundo Almeida. A saída seria a exportação, mas o processo de regulamentação e vistoria internacional do parque produtor ainda não foi finalizado, o que deve ocorrer dentro de três ou quatro anos e é esperado com ansiedade pelos proprietários da empresa. “Se dependesse apenas das nossas próprias condições, já poderíamos estar exportando; somos o parâmetro para o estabelecimento da regulamentação nacional”. Outra alternativa, a ser colocada em prática ainda neste ano, é a fabricação de pratos prontos. A medida está em testes há dois anos, mas a terceirização do serviço de beneficiamento não se mostrou viável. O retorno é menor, pois o preço cai em relação ao molusco vivo, mas atinge outro público.

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O templo dos mares Univali inicia construção do maior museu oceanográfico do mundo, uma referência em turismo, educação e pesquisa Quase 15 anos de planejamento foram brindados em março com o lançamento da pedra fundamental do Museu Oceanográfico Univali, em Itajaí (SC). Ele contará com diversos aquários para visitação e o maior deles será visualizado a partir de vários pavimentos do edifício por meio de uma rampa de acesso. A área total construída será de 13 mil m 2, cerca de 50% maior do que o de Mônaco, atualmente o maior do mundo. Além de reunir um grande acervo que inclui espécies raras, livros, documentos e imagens, terá áreas exclusivas para o desenvolvimento de estudos científicos. A expectativa é que o lugar se transforme em um importante ponto turístico internacional e referência em educação e pesquisa dos oceanos.

O oceanário, de 1,5 mil m2, reunirá os mais diversos ecossistemas aquáticos em ambientes que reproduzirão as condições naturais. Serão duas seções principais: uma abrigará aquários de médio porte, levando os visitantes a variados ambientes mari-

nhos – costões rochosos, recifes de corais, ambientes de mar profundo, mangues e praias – e outra, com aproximadamente 900 mil litros, abrigará grandes peixes pelágicos, tubarões e raias. O acervo de mais de 70 mil peças inclui a maior coleção de tubarões da América Latina – 5 mil espécimes – e a maior coleção de mamíferos marinhos do Brasil – 600 espécimes. A maior atração, no entanto, deverá ficar por conta do túnel que leva ao domo central e possibilita aos visitantes uma visão de 360° do tanque principal.

As obras de construção civil serão iniciadas em julho e a previsão é de que o Museu esteja aberto à visitação completa entre dois e três anos. São obras complexas, principalmente o oceanário. O projeto arquitetônico do Museu é inspirado nas ondas do mar e apresenta uma torre de 40 m de altura que lembra os faróis de orientação de embarcações. A torre contará com elevador panorâmico e possibilitará uma visão de 360º da cidade de Itajaí e

Projeto do Museu Oceanográfico Univali (à direita): área total construída será de 13 mil m2, cerca de 50% maior do que o de Mônaco, atualmente o maior do mundo

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municípios vizinhos.

O projeto começou a ser discutido em 1993 e foi lançado em 1998.

Entre esse ano e 2001 foram realizados estudos de mercado que apontaram a viabilidade comercial do empreendimento. A expectativa é de que 500 mil pessoas por ano visitem o local. “Em todo o mundo, os museus têm sido determinantes para a transformação não só de cidades, mas de regiões. Veja o caso de Barcelona e Miami, entre muitos outros”, diz Jules Soto, coordenador do projeto e curador do Museu Oceanográfico Univali.

O valor total do investimento é de R$ 60 milhões e foi viabilizado em função da parceria com a Usiminas Mecânica, além do Prodetur Sul (programa federal de incentivo ao turismo). “O Museu vem coroar os oceanos, a quem a história da humanidade está ligada. Até a Segunda Guerra Mundial, o mar sustentava as populações, tanto pela pesca quanto pelo transporte, determinando a estrutura política do planeta”.

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Regência estratégica Fabricantes de instrumentos musicais acompanham o ritmo do mercado para crescer por

Fábio Mayer

A regência estratégica utilizada pelos empreendedores na gestão da indústria brasileira de instrumentos musicais varia conforme o ritmo, muitas vezes cadenciado pelo momento econômico em que o país se encontra. Um dos principais metrônomos, que dita o andamento das empresas dessa área, é a cotação do câmbio. Por exemplo, com o dólar em alta a decisão é por exportar, quando está em queda, situação que facilita as importações, as opções se voltam mais para as vendas no mercado interno. Há também quem aposte, ao mesmo tempo, nas duas formas de compor a orquestra indepen-

Trompete fabricado pela Weril e guitarras da Marutec: modelos para o mundo

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dente da conjuntura. Essa flexibilização na área comercial é uma das tendências desse mercado. Mas é certo que nos dois casos o som tem que estar muito bem afinado.

Uma das indústrias nacionais que emprega essa tática à risca é a Marutec, fábrica de guitarras que detém as marcas Tagima e Memphis. Mas a aposta é apenas no mercado interno.

A estratégia é adotada em relação ao local onde vão ser produzidos os instrumentos, ou no país ou lá fora, para depois serem importados. “Não adianta querer produzir somente no Brasil e forçar uma situação, quer dizer, o produto ficou caro. Tivemos que mudar a estratégia, senão ficaríamos

só reclamando da vida”, diz Ney Nakamura, sócio-proprietário e diretor da empresa.

A vantagem está associada ao custo de fabricação, que é menor. Com a valorização da moeda brasileira, situação atual e da época da implantação do plano real (em 1994, no governo de Itamar Franco) até 1999, o foco é mais voltado para a importação. Os instrumentos são especialmente produzidos lá fora com as mesmas especificações e qualidade do que os feitos pela empresa aqui no país. No intervalo, quando o dólar subiu, foi feito um trabalho forte na produção no Brasil. “Fizemos isso para ampliar nosso mercado, seguindo a mesma estratégia utilizada

pelas grandes marcas internacionais.”

A meta até o final deste ano é crescer em torno de 20%. Mesmo com o dólar baixo, a Marutec também realiza exportações pontuais, mas consistentes.

“Conseguimos vender uma quantidade pequena com valor agregado muito grande para o Japão, Alemanha, EUA e China”, diz Nakamura.

Devido à cotação, a perspectiva da indústria nacional de instrumentos musicais para este ano é de melhorar as vendas no mercado interno em relação ao ano passado, que atingiu R$ 380 milhões, de acordo com dados da Associação Brasileira da Música (Abemúsica). Apesar da baixa da moeda estrangeira, também deve haver um crescimento das exportações. “A quantidade e volume exportados devem ser ampliados, embora não vá aumentar em nada a rentabilidade das empresas”, diz Alberto Bertolazzi, presidente da Hering Harmônicas e da Associação Nacional dos Fabricantes de Instrumentos Musicais (Anafim).

O que não pode, conforme o presidente da Anafim, é de uma hora para outra dizer que não vai exportar mais.

“Tem que apertar o cinto, economizar daqui e de lá para continuar atendendo

Negócios sonoros A participação em feiras setoriais tem sido destacada pelos empreendedores dessa área como fundamental para a consolidação no mercado externo. O mundo da música, hoje, está dividido em duas grandes feiras: a de Namm (Los Angeles) e a de Musikmesse (Frankfurt).

“A primeira atende o continente americano e a Ásia e a segunda o continente europeu, África e Oriente Médio.

Está começando a ganhar espaço também uma feira realizada em Shangai, que em função da participação atual dos chineses no mercado, tende a se Feira de Musikmesse, em Frankfurt: tornar muito participação de doze empresas brasileiras importante”, diz Alberto Bertolazzi, presidente da Hering Harmônicas e da Associação Nacional dos Fabricantes de Instrumentos Musicais (Anafim). Na sua avaliação, as feiras são importantes para se mostrar os produtos fabricados no país ao mercado internacional.

A Apex e a Anafim promoveram a participação de doze empresas brasileiras na Musikmesse, realizada em abril. “Os resultados foram muito bons, tanto de negócios quanto de visibilidade de produto”, diz.

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Valor o cliente. As empresas também não podem jogar a força de trabalho pela janela.” Em 2005, as vendas externas atingiram cerca de US$ 18,6 milhões. Mas em quatro anos a meta é alcançar US$ 30 milhões. Mesmo assim, isso vai representar muito pouco em relação às vendas mundiais, 0,1% do total.

Na avaliação de Bertolazzi, o Brasil perdeu duas oportunidades de ouro para emplacar com os instrumentos musicais e conquistar uma porção maior no mercado internacional. A primeira foi na década de 40 com Carmem Miranda, até hoje uma forte representante da música brasileira no exterior, e depois com a bossa nova. Foram momentos em que a indústria nacional perdeu o compasso por falta de incentivo do Governo às exportações e até mesmo pela falta de visão da importância da abertura de novos negócios com outros países. “Hoje, temos uma nova chance. A Apex, por meio de um convênio assinado com a Anafim, ajuda os fabricantes a participarem de feiras no exterior e de exposições públicas para conhecerem de perto a qualidade dos produtos brasileiros”, diz.

A qualidade do instrumento musical é exigência, principalmente nas vendas externas. Tem de ser impecável. Nesse mercado existe a máxima de que o instrumento musical é feito para durar anos, até séculos.

“Uma das piores coisas é o pai comprar um bem baratinho para o filho, prometendo dar a ele um melhor quando aprender a tocar”, diz Bertolazzi. Se for um violão, por exemplo, pode apresentar deformidades, como empenar ou entortar o braço e ter problemas com a afinação, prejudicando o desenvolvimento auditivo-musical da criança. “Depois de seis meses vira um arco e flecha. O consumidor deveria se conscientizar um pouco de que o barato sai caro. Instrumento musical é um instrumento de precisão.”

Esse quesito, a qualidade, já está incorporado na fabricação de instru-

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mentos e é tratado como prioridade pela maioria dos empreendedores brasileiros da área. O que falta é a divulgação da virtude em outros países, para que os produtos sejam mais valorizados no mercado externo, bem vistos e recebidos. A partir dessa necessidade é que foram definidas as metas para as ações promovidas pelas entidades setoriais e pelo Governo, no caso com a Apex no fomento às exportações. “Temos uma qualidade que chega muito perto e em alguns casos ultrapassa as melhores marcas internacionais do mercado”, diz o presidente da associação.

Acentuar as iniciativas de divulgação é o objetivo da Anafim, que vai lançar até o final deste ano um selo de qualidade Brasil para os instrumentos musicais produzidos aqui. “Nosso produto é mais caro devido ao custo de produção, mas tem qualidade e uma matéria-prima fantástica, que o chinês, por exemplo, não tem”, diz Bertolazzi.

O Governo também pode contribuir para estimular esse mercado no país.

“Primeiro com a volta da música nas

Nakamura: mudança de estratégia fura bloqueio do mercado interno

escolas, pois ajuda no desenvolvimento intelectual da criança. Seria muito bem-vinda a redução dos impostos, partindo do princípio que instrumento musical é cultura.”

Outra ação que está sendo adotada é o uso da madeira certificada na fabricação de instrumentos, nos quais vão grandes quantidades do material como violão, guitarra, baixo, piano, bateria, percussão e violino. É um adicional produtivo que permite um ganho de valor no mercado, seja no financeiro ou no fortalecimento da marca, com maior apreço e identificação por parte do consumidor. “É um aspecto de consciência e bom senso, pois a música desperta e incentiva poesia, sensibilidade e arte e não a destruição das florestas. É preciso fazer um bom instrumento preservando a natureza.”

Parte dos investimentos feitos pela indústria é destinada para a P&D. Cultura imposta pela concorrência internacional desde o início da década de 90, época em o Governo brasileiro (Collor) determinou a abertura do mercado nacional para os produtos estrangeiros. A partir daí, a inovação ganhou prioridade no negócio e passou a fazer parte, com maior ênfase, do planejamento e da gestão empresarial. O que era motivo de preocupação, hoje é de orgulho pelos resultados obtidos.

Existem diversas marcas que são reconhecidas no mercado internacional pela qualidade. A gaitas Hering é uma delas. Exportada para mais de 65 países, ela está entre as mais conceituadas no mercado externo. Outro exemplo é a Weril, maior fabricante da América Latina que ocupa o quinto lugar entre todos os países produtores de instrumentos musicais de sopro como trombones, clarinetas, saxofones, trompetes e tubas. Em 2004, o trombone produzido pela empresa foi eleito o melhor do mundo, em teste cego, realizado nos Estados Unidos pela International Trombone Association.

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Compartilhar as partituras Eventos ajudam a afinar as ações em favor de mais conquista de mercado A Weril Instrumentos Musicais, fundada em 1909 e hoje presente em mais de 40 países, enfrenta as dificuldades do mercado (como os juros altos e a pesada carga tributária), tomando decisões estratégicas de maneira uníssona. No dia-a-dia, Nelson Eduardo Weingrill, presidente mundial da empresa, costuma fazer reuniões constantes entre os gerentes. Na sua opinião, elas são realizadas para compor e aprimorar as decisões, definindo em conjunto ações específicas sobre cada tema.

Nessa hora é importante escolher as notas musicais certas para a harmonia e planejamento da gestão. É constante a preocupação em formar, capacitar e motivar a equipe de vendas para que fique sempre no mesmo ritmo e alinhadas com as táticas do negócio. A empresa criou um programa de parceria com as principais revendas, que possui uma política de desconto especial, ações de marketing cooperado e campanhas de incentivo e fidelidade com os vende-

dores. “Realizamos treinamentos que chamamos de bate-papo com o vendedor. Levamos um músico profissional para dizer aos vendedores da loja o que importa para um cliente saber quando busca um instrumento de sopro”, diz Weingrill.

A empresa, situada em Franco da Rocha (SP), trabalha em conjunto para aumentar a participação no exterior ainda neste ano, principalmente nos EUA. Já em 2007, a aposta é na maior divulgação e reconhecimento dos produtos na Europa. A meta pretende ser alcançada pelo presidente da empresa com a implantação de iniciativas como os eventos itinerantes (roadshows). “A grande estratégia é colocar o instrumento na mão do músico para que ele experimente, só assim esse tipo de produto pode ser reconhecido.”

Como a ação já ajudou a promover a marca em outros países no ano anterior, a proposta é continuar com esses eventos. Em outubro, está previsto a realização de roadshows com três músicos na Alemanha, Áustria,

Planta industrial da Weril, em Franco da Rocha: mais presença no Exterior

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França, Suíça, Espanha e Portugal.

“Fazemos esses eventos em conjunto com a principal revenda local, apresentamos um show-room (mostruário) de instrumentos para que todos possam experimentar os lançamentos, promovendo assim a integração dos músicos”, diz Weingrill.

A Weril também investe na diversificação. Recentemente lançou dois novos modelos de instrumentos, clarineta e flauta, aumentando o portfolio de produtos profissionais. Essa estratégia é utilizada pela maioria dos fabricantes nacionais. Por exemplo, a Di Giorgio, que é centenária na produção de violões, faz o mesmo toda vez que precisa ganhar um fôlego extra para estar à frente da concorrência, principalmente a dos instrumentos importados. “Há alguns anos temos como meta lançar novos produtos pelo menos uma vez por ano, por isso nossos esforços de investimentos estão direcionados para P&D e divulgação”, diz Vera Machado, gerente comercial da Di Giorgio.

Mas é claro que isso não é tão simples e requer diversas outras ações complementares para que a solução tenha o êxito esperado. “É muito importante o relacionamento com os clientes, ouvir e saber o que o mercado está solicitando e necessitando”, diz a gerente. “Mantemos contato diário com nossos representantes em todo Brasil, que nos informam a real situação de sua região em relação macro e mais precisamente em relação aos nossos produtos.”

Desde as primeiras notas, a afinada orquestra brasileira de empreendedores da música já recebe os aplausos, seja pela regência estratégica dos negócios ou pela qualidade dos instrumentos produzidos.

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Copa da Alemanha

O jogo das promoções Empresas de variadas áreas aproveitam o clima de competição para lançar produtos ou ampliar as vendas por

Alexsandro Vanin

O clima de Copa do Mundo contamina todo o país. E a euforia dos torcedores pode render lucros aos empreendedores. O maior evento desportivo mundial movimenta diversos

Fidelidade na hora do jogo: produtos vestem todo tipo de torcedor

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elos da cadeia de comércio e serviços, como turismo, aluguel de trios elétricos e telões, agências de publicidade, gráficas, produção de brindes, bares e restaurantes, lojas de material esportivo e de eletrodomésticos. Além disso, é mote para todo e

qualquer tipo de coleção e promoção.

Os designers da Imaginarium, empresa de Florianópolis que cria, desenvolve, produz e comercializa objetos de fundesign pelo sistema de franquia, apostaram no bom-humor. Para evitar “pés-frios”, o meião Pé Quente. A aposta no bolão entre amigos pode ser estampada na camiseta Placar, por meio de caracteres (guardados em um bolsinho embutido) fixados em uma faixa de velcro no peito da camisa. Os

mais ousados e ousadas podem preferir a cueca Atacante Matador, na cor azul e com o número nove estampado, ou a calcinha Campo da Sorte, na cor verde e com o desenho de um gramado de futebol e talismãs nas alcinhas laterais. A Imaginarium possui atualmente 67 lojas em todo o Brasil, de Porto Alegre (RS) a Manaus (AM), além da nova loja virtual.

A Malwee Malhas, de Jaraguá do Sul (SC), criou oito modelos para toda a família assistir os jogos com conforto alinhada com a bandeira nacional e suas cores. São camisetas de meia malha e de cotton e blusões de moleton flanelado, com aplicação de bordado, strass colorido, estampas em relevo e com foil, confeccionados do tamanho 4 ao GG. Alguns itens, voltados para o público infantil, contam com a torcida dos famosos personagens Taz, Piu Piu, Betty Boop, Mickey, Minie e Pateta.

Nem mesmo os membros da família com quatro patas foram deixados de fora da torcida. A Pet Society, de São Paulo (SP), lançou uma linha de esmaltes e mechas coloridas para que cães e gatos de estimação possam assistir aos jogos junto de seus donos, sem destoar do grupo. Os produtos vêm nas opções verde e amarelo, garantindo um charme todo especial.

Há também aquelas empresas que lançam promoções relacionadas à Copa do Mundo. A ExxonMobil premiará os proprietários de veículos que optarem pelos produtos da marca na hora da troca de óleo com bolas de futebol de couro e camisetas verde-amarelas. Segundo Sandro Brito, coordenador de marketing da ExxonMobil Lubricants & Spe-

cialties, a campanha Super Troca Show de Bola deve elevar as vendas de lubrificantes em 30%, atingindo a meta de 10 mil trocas por mês.

A Fotoptica, de São Paulo, incluiu novos brindes para os consumidores que adquirirem pacotes de revelação de foto digital. Além de celulares e câmeras digitais, camisas oficiais da seleção brasileira enquanto ou o evento não é encerrado ou os estoques durarem. Na compra de cartão para impressão de 1.900 fotos, o cliente ganha na hora um kit familiar composto por quatro camisas. Pacotes de 900, 500 e 300 fotos digitais oferecem camisas oficiais da Nike da seleção brasileira no modelo torcedor. A empresa tem 75 lojas, localizadas nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina.

Uma das maiores campanhas – e talvez a mais cara – foi lançada pela multinacional Coca-Cola. A Copaloucos Coca-Cola distribuirá 50 mil réplicas, em miniatura, da Taça da Copa do Mundo da Fifa 2006, banhada a ouro e com certificado de autenticidade. Para participar basta juntar cinco pontos em provas de compra – todas as embalagens valem um ponto – mais R$ 1,00 e trocar por um envelope com locks Coca-Cola (peças modulares nas cores preta, vermelha, amarela, verde, com glitter e metalizado combináveis em diversas maneiras, criando acessórios diferentes e peças para decoração), que pode trazer um cupom premiado. Os envelopes ainda trazem amuletos, como peças em formato de trevo, ferradura, garrafinha de Coca-Cola, coração,

mosquetão e outros. A promoção é nacional e vai até o dia 23 de junho, ou enquanto durarem os estoques.

Outras empresas preferem estimular seus colaboradores.

Aproveitando o clima, a Indiana Seguros lançou a campanha Bola na Rede. Os corretores de seguro que trabalham com a companhia e alcançarem as metas receberão pontos – ou gols, conforme a promoção – que serão trocados por prêmios como aparelhos de fax, impressoras, microcomputador e palm top. Segundo Marcos Machini, diretor comercial, foram os profissionais que manifestaram o interesse, por meio de pesquisas internas, em ganhar bens de consumo, premiações que os ajudassem no dia-a-dia. Os corretores premiados ainda concorrerão a sorteios de camisetas oficiais da Seleção Brasileira e TVs de 29 polegadas ao final da campanha. A expectativa é ampliar em 36% a comercialização de apólices dos segmentos de Riscos Patrimoniais (Residência, Condomínio e Empresa) e em 21% os seguros de Vida e Educação.

O Grupo VR, de São Paulo, em parceria com a Philips e a Eletrodireto, lançou uma promoção exclusiva para estabelecimentos conveniados. Por apenas R$ 12,50 por dia, eles têm a oportunidade de comprar uma TV de plasma Philips de 42 polegadas e colocá-la à disposição dos clientes. São oferecidos cinco modelos de televisores, desde 26 até 50 polegadas, vendidos em condições especiais. Segundo Carlos César Coutinho, diretor do Grupo VR, os parceiros ganham ao oferecer diversão e conforto a seus clientes, entre eles os usuários de benefícios VR. Depois da venda de televisores, o Grupo lançará outras ações que também oferecerão benefícios exclusivos, com promoções e descontos em produtos e atividades variadas.

A companhia atende 20 mil empresas em todo o país, com um total de 2,2 milhões de usuários, e tem uma rede de 220 mil estabelecimentos.

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Valor

Parcerias escolares Encontros em salas de aula ou laboratórios de pesquisa rendem contratações e novos negócios los Thomé. O apoio veio do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Nas faculdades não se aprende ape- Janeiro (Detran-RJ), que forneceu danas uma profissão. O ambiente edu- dos e recursos financeiros a fim de decacional proporciona uma forte inte- senvolver uma solução para reconheração entre pessoas com interesses cimento de placas de veículos. Segunafins, seja em sala de aula ou em labo- do Suelaine dos Santos Diniz, gerente ratórios, e muitos desses relaciona- administrativa e financeira, a consolimentos acadêmicos desdobram-se em dação da equipe e da tecnologia moticontratações, parcerias empresariais e vou a abertura da empresa em dezemnovas empresas. “Essas relações ge- bro de 2005, instalada na Incubadora ram não apenas negócios, é muito de Empresas de Base Tecnológica da comum a contratação de colegas, e até Coppe/UFRJ. Atualmente o sistema está instalado mesmo casamentos, como estamos em Bragança Paulista (SP), onde as plaacostumados a ver aqui na instituição”, diz Heitor Penteado, presidente da Bu- cas de todos os veículos que entram e saem da cidade são capturadas no porsiness School São Paulo (BSP).

Programas mais longos, tanto de tal de acesso. O software faz o recograduação quanto de pós-graduação, nhecimento e identifica aqueles em sinos quais o vínculo criado entre os alu- tuação irregular, como roubados ou com IPVA, licenciamennos é mais intenso, são to ou multas atrasados. mais favoráveis à geração No Rio de Janeiro, outra de novos empreendimensolução foi instalada em tos. A Kognitus, empresa um condomínio para carioca de soluções avancontrole de trânsito, por çadas em processamento e meio de impressão digireconhecimento de patal. Outro nicho, em nedrões em imagens digitais, gociação avançada com por exemplo, originou-se algumas empresas, é o de um grupo de pesquisa de estacionamentos em formado em 2000 a partir shopping center. Segunda dissertação de mestrado Suelaine, a tecnologia do de Bruno Guingo, deé adaptável a qualquer senvolvida na Universidanecessidade na área de de Federal do Rio de JaPenteado: convívio reconhecimento de paneiro (UFRJ) e orientada gera até casamento drões, como controle de por seu sócio Antônio Car-

por

Alexsandro Vanin

38 – Empreendedor – Maio 2006

qualidade e de processos industriais, com a vantagem de atender linhas de produção de alta velocidade com medições rápidas e precisas.

Não apenas os relacionamentos, mas também os conhecimentos adquiridos no ambiente educacional podem ser o ponto de partida de um empreendimento. Rui Vieira, de Blumenau (SC), aliou a experiência profissional de 20 anos na área de controle de pragas com o que aprende no curso de Biologia da Universidade Regional de Blumenau (Furb). Ele desenvolve um solvente atóxico e não-inflamável, além de mais barato do que o convencional (derivado de petróleo). O projeto será seu trabalho de conclusão de graduação, que ocorre apenas no final deste ano, mas a invenção já lhe rendeu o Prêmio Santander Banespa de Empreendedorismo, na categoria Indústria e como o melhor entre todas as áreas, além de um passaporte para a instalação de uma empresa na Incubadora da Furb, em março de 2007.

A premiação de R$ 100 mil, entregue em novembro de 2005, foi investida na entrada do pedido de patente e no aperfeiçoamento do processo, desenvolvido em parceria com Rosângela e Dilma Vieira, mulher e filha, respectivamente, também alunas da Furb. Nas pesquisas de cam-

BSP: módulo intensivo promove o conhecimento mútuo e a interação

po, Rui contou com o apoio de duas empresas catarinenses, a Germany Biocontrol, de Joinville, e a Blumen, de Blumenau. Na fase atual, o empreendedor busca investidores para financiar a comercialização do produto no mercado. Ele já tem condições de fazer mil litros de solvente por dia, mas pretende chegar a 10 mil dentro de seis meses. Além deste, outros dois solventes para a área agrícola serão colocados em escala comercial: um para pesticidas utilizados em silos, câmaras frias e frigoríficos; e outro para limpeza metal-mecânica.

Empresas geradas em ambientes educacionais tendem a ter maiores probabilidades de sucesso. “Não é possível afirmar isso, não temos nenhuma pesquisa sobre o assunto. Mas o bom senso diz que sim”, diz Penteado. Segundo ele, se já há um vínculo forte entre os alunos, já se está lidando com um aspecto importante dentro de uma organização, que é o relacionamento entre os sócios. “Uma coisa é você estabelecer uma sociedade com alguém que você já tem uma relação consistente, outra é abrir um negócio com alguém que você não conhece ou pouco conhece”. Outro bom sinal é que se os dois estão estudando é porque se preocupam com a qualificação profissional. A própria BSP é um desses ca-

sos: Penteado e seu sócio se conheceram numa sala de aula e em 1995 fundaram a instituição.

Trabalho em equipe A interação produtiva pode ser estimulada por meio de eventos que favoreçam a sintonia entre alunos, como ciclos de palestras, seminários e workshops, e também por metodologias de ensino que privilegiem trabalhos em equipe e discussões de casos. “O que realmente torna esse relacionamento forte é o convívio em sala de aula, por um longo período de tempo”, diz Penteado. Na BSP, por exemplo, os programas de MBA são iniciados com um módulo intensivo, que varia de três dias a uma semana, para promover o conhecimento mútuo e a interação entre eles.

Uma falha comum é pensar no networking apenas nos momentos de necessidade. No dia-a-dia, as pessoas fazem o que é mais urgente e relegam atividades de enriquecimento da rede de relacionamentos para segundo plano. De repente é despedido ou a empresa fecha, daí a pessoa procura ativar o networking, justamente quando não é o momento mais adequado. “O networking tem que ser constantemente ativado”, alerta Pen-

teado. É importante que os estudantes participem ativamente dos eventos de sua instituição e criem laços não apenas com os integrantes de sua turma, mas também com pessoas de outras fases e outros cursos.

No Brasil, é comum os ex-alunos abandonarem o networking formado nas faculdades ou deixarem em segundo plano. Em escolas americanas e européias são comuns as associações de egressos, o que ajuda a manter forte o vínculo entre eles e também com a instituição e seus novos estudantes. Um ex-aluno da BSP, por exemplo, participou de uma palestra no ano passado e, durante uma conversa ocasional com Penteado, foi comentado sobre a procura de um profissional para o cargo de diretor de operações. “Ele se ofereceu para mandar o currículo e, quando fomos analisar, verificamos que ele tinha exatamente o perfil que procurávamos”, diz Penteado.

Linha Direta Heitor Penteado (11) 5185-5555 Rui Duarte (47) 9136-9133 rui.bio@ig.com.br Suelaine Diniz (21) 2590-3428 suelaine.diniz@kognitus.com.br Maio 2006 – Empreendedor – 39

Carlos Roberto Schneider

LIO SIMAS

Perfil

40 – Empreendedor – Maio 2006

O pragmático confiável por

LIO SIMAS

Schneider, da Ciser, quer mudar a imagem do Brasil para o país que investe em qualidade Wendel Martins

A criatividade parece ser o chavão do momento do setor produtivo e de parte da mídia para definir os brasileiros. É fácil falar até porque exemplos não faltam. Sobram aplausos para a seleção de futebol.

O jeitinho brasileiro se firmou como uma alternativa para a adversidade de orçamentos limitados. Além disso, o país está impregnado da cultura do profissional-faz-tudo, que planeja, cria, produz e tem uma visão do conjunto. Até o astronauta que foi ao espaço é considerado mais criativo que seus pares. Essa versatilidade criativa é o espelho do país na sociedade global, em contraponto a valores como ética, compromisso e austeridade. Mas não são poucos os empreendedores que buscam mudar a decoração dessa vitrine e vender o país como uma fortaleza do pragmatismo. Carlos Roberto Schneider é um deles.

Na estante de sua sala, a presidência da Ciser, maior fabricante de parafusos da América Latina, amontoam-se livros de gestão, em destaque para governança corporativa (conceito baseado na separação entre propriedade e gestão), matéria em que se aprofundou quando foi presidente da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina). Ele sabe que as companhias familiares em todo mun-

A Ciser é a maior fabricante de parafusos da América Latina

do estão se modernizando para planejar o futuro e liderar o mercado.

Em busca de uma gestão mais profissional na Ciser, adota informalmente conceitos de governança, embora ainda não tenha estruturado um programa definido, somente ações pontuais. Isso porque é um administrador por formação e aparenta ser um devorador de teorias de administração, afirmação que refuta com cultivada humildade.

Schneider gosta de estar sempre atualizado com as tendências do mundo dos negócios. Aproveita o que há de melhor em cada nova teoria sem reinventar a roda. Entende ser fundamental ter informação para organizar a produção e agilidade para transpor suas leituras para a prática.

Isso sem incorrer no erro de seguir os modismo da auto-ajuda corpora-

tiva e mudar a forma de administrar a empresa a cada estação. Ou importar soluções estrangeiras, sem nenhuma adaptação à realidade da companhia.

Quando ingressou na Ciser há 25 anos, percorreu todas as áreas da companhia, do comercial ao financeiro, passando pela produção, apesar de não ter formação em engenharia, até os recursos humanos. Depois desse raio-x, já tinha em mente uma série de diagnósticos para ajudar o pai, Carlos Frederico Adolfo Schneider, a tocar a empresa.

O sucessor recém-formado trabalhara numa construtora em São Paulo, ainda estava impregnado por uma forte carga acadêmica da faculdade e se deparou com processos no chão de fábrica e nas áreas administrativas que não estavam de acordo com o que tinha aprendido. Sabia que era preciso mudar, mas aprendeu, com o tempo, a frear os imMaio 2006 – Empreendedor – 41

Perfil

Carlos Roberto Schneider

pulsos da mocidade e ter paciência para demonstrar que o segundo passo pode ser mais importante que o primeiro. “O processo de mudança foi muito lento, até pelo conservadorismo da geração anterior, o que é comum. Esse conflito de culturas e de gerações reduz muito o ritmo de mudanças, às vezes até atrapalha”.

Na década de 80, ele assistiu a um novo fenômeno na economia brasileira, a estagflação, ou seja, inflação sem crescimento econômico. Em tempos de crise, o comportamento empresarial é sempre defensivo, que naquela época significava não mexer em time que está ganhando. Mas Schneider resolveu essa questão através de um trabalho de inclusão, usou o diálogo como ferramenta para desenvolvimento, aproximou aos poucos os colaboradores de suas idéias e demonstrou que o aprendizado entre gerações sempre deve ser mútuo. Hoje ele analisa que o saldo foi positivo, pois a empresa combinou crescimento sem abalar a área financeira. “Tivemos prejuízo por um lado, por não fazer essa mudança mais rapidamente, mas demos grande ênfase à segurança”.

Hoje ele não precisa mais esperar pelas mudanças e substitui a fleuma

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pela agressividade calculada, quando se estabelece objetivos e uma política para lidar com as conseqüências.

A Ciser fechou 2005 com uma receita de R$ 236 milhões e espera crescer cerca de 20% este ano com foco especial no mercado interno. “Não que o mercado esteja em alta, pelo contrário, mas vamos ganhar esse mercado”. A empresa também exporta para países da América Latina, mas Schneider fala que o câmbio atrapalha muito as pretensões de expansão mundial, principalmente para “empresas que vendem commodities num mercado globalizado onde o preço é fundamental” Ele ainda analisa o ingresso nos Estados Unidos, o maior e mais competitivo mercado do mundo, e no momento está desenhando um sistema de distribuição e logística. Ele tem duas alternativas: a mais fácil é trabalhar com um grande importador; a que dá mais trabalho é entrar diretamente no varejo, o que exige tempo e conhecimento e a mesma paciência para saber esperar por resultados.

“Estamos avaliando diversos canais para ver qual é o melhor e tomar a decisão. Vamos nos estruturar um pouco mais para entrar com força no

mercado americano”. Ele sabe que a principal dificuldade para alçar um vôo no exterior é manter os compromissos a longo prazo.

Trabalha internamente em um conceito que lhe é muito caro e que adotou como lema, a confiabilidade, ou seja, “mostrar ao mercado que pode ser uma empresa confiável”. Acredita que a qualidade não é mais um diferencial e sim uma condição sine qua non para qualquer empresa e posiciona a Ciser para a futura competição em escala mundial. Seduzido pelas manchetes favoráveis vindas da China, viajou recentemente para ver como funciona o sistema de produção de lá. Voltou impressionado com as fábricas que escrevem na fachada em letras garrafais quantas certificações ISO conquistaram, em oposição ao já velho mito de que os produtos chineses são de qualidade inferior. Para ele, os avanços dos orientais em qualidade são muito rápidos, um processo que já aconteceu com o Japão, a Coréia e Taiwan e agora chega com força total na China, Tailândia, Malásia, Indonésia. No futuro até o Vietnam vai ingressar nesse clube e entrar em outro patamar de produção. “Temos que nos acostumar com a idéia de

ve na visão de Schneider, é enviar funcionários em postos-chave para visitar o cliente, idéia simples para uma companhia que investe num projeto de qualidade baseado na ISO 9002 há uma década. “Uma pessoa que está na área de controle de qualidade ou de produção não tem muita idéia do que acontece quando o cliente recebe um produto com atraso ou com um pequeno problema”.

Esse tipo de intercâmbio permite conhecer melhor os clientes, medir o seu grau de satisfação e colher sugestões para a melhoria dos produtos e serviços da companhia. “É algo que fica gravado na mente do empregado e por isso mostra resultados efetivos”. A Ciser também criou um programa de relacionamento com o cliente que integra as ações realizadas por todos os departamentos. Schneider diz que o foco no cliente só tem sentido quando o comprador confia na empresa, não só pela qualidade do produto ou atendimento, mas porque sabe que a companhia tem atenção para resolver seus problemas. “É melhor dizer que não pode cumprir um pedido do que prometer e não cumprir. Tem gente que promete para não perder o pedido e depois vai en-

rolando. Isso a gente não aceita aqui”.

Para manter elevado o clima interno, a empresa mantém um programa de participação nos resultados – “onde participam não só gerentes, mas também algumas chefias e queremos expandir para incorporar todos os funcionários”. A companhia também realiza outras ações para a fidelizar o público interno como prêmios, gincanas e atividades socialmente responsáveis como distribuir 500 mudas da área de preservação ambiental da empresa para serem plantadas no Dia da Árvore. Embora Schneider não conheça o nome de todos os funcionários, são cerca de 890 em toda a empresa, sua administração dá abertura para sugestões de todos. Foi um segurança que veio com a idéia de um projeto de captação de água da chuva, que pode gerar uma economia de quase 300 mil litros. A empresa também patrocinou uma peça de teatro para tratar de dependência química e uma semana des-

Ciser fechou 2005 com uma receita de R$ 236 milhões de reais e espera crescer cerca de 20% este ano com foco especial no mercado interno FOTOS LIO SIMAS

competir com concorrentes que produzem a custos baixos e com qualidade. Quem não dispor dessa premissa, não vai sobreviver”.

Muitos empresários preferem comprar tecnologia para se sentirem up-to-date. Schneider prega que a inovação tecnológica é uma ferramenta para buscar modernidade – processos mais ágeis, por exemplo – mas sozinha não traz a qualidade.

Ele acredita que o conceito tem que estar implícito nas ações do dia-adia e se esmera para difundir esse princípio a todos os públicos. “Seja no cuidado com as operações, na limpeza dentro da empresa ou na atenção aos detalhes que fazem a diferença. A consciência da qualidade é que traz qualidade”.

O que não quer dizer que a empresa não invista em inovação tecnológica: gestão moderna não combina com práticas antigas. A área de compras, por exemplo, substituiu o fax/telefone por um sistema pela internet que reduziu o tempo para compras em 30%. A empresa ganhou com a redução do retrabalho e erros provocados por informações não padronizadas. Outro exemplo para buscar a confiabilidade, palavra-cha-

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Perfil

Carlos Roberto Schneider

1881

Karl Schneider, 27 anos, deixou a Alemanha e se instalou no município de Joinville (SC). Descendente de uma família de negociantes de ferragens, abriu um pequeno comércio, chamado Casa do Aço.

1953

Nasce Carlos Roberto Schneider

1959

Carlos Frederico Adolfo Schneider fundou a Cia. Industrial H. Carlos Schneider, conhecida pela marca Ciser – Parafusos e Porcas. Seguiu os passos do pai, Hans Emílio Carlos Schneider, formado em comércio na Alemanha e que levou os produtos da Casa do Aço a todo o interior de Santa Catarina e aos Estados vizinhos, além de incrementar a exportação de produtos nativos.

1981

Carlos Roberto Schneider ingressa na companhia, que já era a mais importante indústria em seu segmento.

2006

Produz e vende 4 mil toneladas por mês de parafusos e porcas para o Brasil e exterior. Faturou aproximadamente R$ 236 milhões em 2005 e conta com aproximadamente 980 colaboradores. Para atender seu processo produtivo, possui uma equipe de compras formada por sete especialistas que negociam aproximadamente 2.800 ordens de compras, com mais de 3.000 fornecedores ativos.

tinada para aos colaboradores realizarem avaliações físicas e receber orientações nutricionais Hoje o principal concorrente da Ciser no mercado de fixadores – onde detém um market share de 31% – é a concorrência desleal da informalidade, que beira aos 20% e “é uma realidade que vem mudando pouco”. Crítico severo das mazelas brasileiras, Schneider credita a competição desleal à ineficácia das instituições em autuar os infratores. Mais do que isso, à falta de uma política para melhorar os gastos do Governo. Para ele, apenas a defesa do equilíbrio fiscal não é suficiente. O empresário faz parte dos empreendedores brasileiros que clamam por uma política tributária menos onerosa aos industriais. “O Brasil está parado, não faz a lição de casa, que são as reformas estruturais”. Essa desobediência civil, empresários que sonegam tributos por-

LIO SIMAS

A foto do pai, Karl Schneider, na parede: lição de pioneirismo

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que são elevados, gera o pior dos mundos. “A empresa que paga imposto tem dificuldade de competir e aqueles que conseguem competir são os que não pagam”.

Sua teoria é de que países que fizeram as reformas econômicas antes da abertura política, como o Chile e a China, estão melhores do que o Brasil, que conquistou a democracia sem grandes mudanças estruturais na forma de gerenciar o país. “Quando se abre a política não se consegue fazer reforma estrutural. O Congresso, o Executivo e o Judiciário não estão dispostos a fazer sacrifícios. A imagem do Brasil lá fora está desgastada no momento em virtude dos escândalos que atingiram o Congresso e o Palácio do Planalto”. São palavras duras que mostram a percepção da realidade de Schneider. Seu livro de cabeceira é “Como fazer uma empresa dar certo em um país incerto”, uma coletânea de cases feita pelo Instituto Endeavor.

Mesmo assim ele discorda de qualquer mudança na política industrial que preze pela proteção de mercado. “Isso é empurrar com a barriga e transferir o problema para frente. O país que se fecha não evolui e temos que transformar o Brasil num concorrente competitivo”. Ele mesmo busca a produtividade: apesar da planta siderúrgica instalada no país, compra aço, o principal insumo da companhia, da Ásia.

Também vai mudar de casa – a velha fábrica da família está com um layout desatualizado e os níveis de ruídos estão acima do permitido pelas regras municipais. A Ciser assinou um termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público se comprometendo a fazer a mudança. Decisão coerente para uma companhia que exige dos seus fornecedores práticas socialmente responsáveis como não ter trabalho infantil e não agredir o meio ambiente.

A mudança significará desativação total da unidade localizada às margens do Rio Cachoeira, no centro de Joinville, até 2009. Ele também pretende

erguer mais um centro de distribuição – sem lugar ou data de construção definida ainda – para dinamizar os serviços de logística através de um fornecimento rápido e eficiente.

Mudar a fábrica de lugar é uma experiência tão radical quanto a sua passagem pela Celesc, quando deixou a administração da Ciser e foi comandar a geradora e distribuidora de energia de Santa Catarina. “A gestão de uma empresa privada é mais simples, e isso é uma informação importante para a gente usar no dia-a-dia. A empresa pública sempre anda com o freio de mão puxado”. A diferença é tão gritante que ele afirma que hoje só sobrevive a empresa pública que tem proteção de mercado. “Se for competir, não sobrevive, até porque as empresas públicas têm entraves legais, que na melhor das hipóteses tira a agilidade”. Ele se refere a restrições como a legislação de licitações que está desatualizada, a necessidade de ter que fazer concurso para contratar, não se pode escolher um profissional no mercado e principalmente a interferência política. “Algumas companhias são totalmente dirigidas com interesse político, outras conseguem ter uma autonomia. Como não existe continuidade política, de projeto de Estado e não de Governo, não existe a preocupação a longo prazo com a empresa”.

Crescer continuamente, gerenciar investimentos, buscar mercados com agressividade são algumas das questões que são perenes na agenda de Schneider. Mas para ele, conservar os ideais familiares e ao mesmo tempo manter a companhia atualizada é seu maior feito. Uma máxima do mundo corporativo diz que as companhias familiares, quando capitaneadas pelo fundador vão bem, mas à medida que as outras gerações assumem, a visão do fundador é diluída e perde-se algo. Nesse caso, diz Schneider, é preciso ter bom senso para não descartar valores, mas sim avaliá-los em função da realidade. “Te-

mos pontos que estarão sempre presentes como austeridade, busca de produtividade, preocupação com o patrimônio. Outros valores estão sendo inseridos como confiabilidade, agilidade e inovação”.

Tarefa difícil, além de fabricar parafusos, o grupo Ciser atua em empreendimentos imobiliários, incluindo participação em vários shoppings centers no país, possui fazendas de criação de búfalos e javalis e empresa de transportes rodoviários de carga. Seu pai amealhou uma fortuna e também foi um dos primeiros a investir em ecologia, antes mesmo do termo virar moda e ditar mudanças em políticas públicas. Schneider comprou terrenos na Serra do Quiriri e é dono de mais de metade das nascentes dos rios que cortam Joinville. Para se tornar a maior e mais industrializada cidade do Estado de Santa Catarina. Joinville pagou um alto custo ambiental. Manter a tradição e enxergar antes o que precisa ser feito é talvez o grande desafio de Schneider. Ele se sente pronto e a fórmula está na ponta da língua.

“Acho que toda empresa precisa evoluir, ser transformada, estar preparada para um novo mundo e para que consiga avançar num mundo que está em evolução. Mudar pelo menos no ritmo do ambiente e o desafio de mudar mais rapidamente, para aproveitar as oportunidades”.

CARLOS ROBERTO SCHNEIDER Idade: 53 Local de nascimento: Joinville (SC) Formação: graduação em administração de Empresas e mestrado pela Fundação Getulio Vargas Empresa: Ciser Ramo de atuação: Fixadores Ano de fundação da empresa: 1959 Cidade-sede: Joinville (SC) Faturamento: R$ 236 milhões Número de funcionários: 980 Maio 2006 – Empreendedor – 45

Pequenas Notáveis Editado por Alexandre Gonçalves

DE OLHO NAS OPORTUNIDADES

Como lucrar mais em ano de Copa do Mundo e Eleições Mesmo as pequenas e micro empresas podem tirar proveito da Copa do Mundo e das Eleições para aumentar seus resultados. Para isso, basta uma boa dose de criatividade e percepção de mercado. E nesse embalo, praticamente todos os segmentos econômicos podem ser beneficiados com boas oportunidades geradas, tanto pelo futebol quanto pela política. A gerente da Unidade de Acesso a Mercados do Sebrae, Raissa Rossiter, ressalta que além da empolgação em lucrar mais,

as empresas precisam se programar para atender a pedidos nessas datas, de forma a não deixar de lado os clientes costumeiros. “Campeonatos mundiais e eleições abrem janelas de negócios, mas é preciso atenção para não descuidar dos clientes do dia-adia”, aconselha.

O “time” da Unidade de Acesso a Mercados do Sebrae elaborou algumas dicas para os empreendedores que pretende oferecer produtos e serviços relacionados com a Copa e as Eleições:

– Lembrar que as demandas de Copa do Mundo e de Eleições são sazonais. Daí a importância em não descuidar dos clientes atuais diante da possibilidade de um faturamento maior, mas passageiro.

– Planejar linhas de produtos e serviços, condições de entrega, preços, concorrência, distribuição e logística.

– Aproveitar as oportunidades no ponto-de-venda com valorização e diferenciação na parte visual para chamar a atenção dos clientes.

A Copa do Mundo coloca o verde e amarelo da Seleção Brasileira em evidência. É assim não apenas em território nacional, mas também em outros países. Produtos que fazem alusão ao “escrete canarinho” têm grande aceitação. Prova disso é o consórcio de exportação de moda praia Flor Brasil, formado por 12 microempresas do Distrito Federal. Com uma linha de produtos com o verde-amarelo predominando e cheio de detalhes em crochê e artesanato como diferencial da coleção, no fim de janeiro o consórcio já havia recebido as primeiras encomendas da Inglaterra.

Como se não bastasse investir nas cores da seleção pentacampeã do mundo, a Flor Brasil resolveu ir além e incluiu em sua coleção modelos com as cores de outros países para os quais já exporta e que também estarão na disputa do Mundial, como Alemanha, Itália, Portugal, México, além da própria Inglaterra. “Apesar de o verdeamarelo ser a cor que faz mais sucesso até mesmo entre os europeus, optamos por fazer biquínis com as cores de outros países, aproveitando o fato de ser verão na Europa”, explica a presidente do Flor Brasil, Walkí-

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MÁRCIA GOUTHIER/AGÊNCIA SEBRAE

Consórcio exporta produtos com as cores do Brasil

ria Pereira Aires.

Para atingir o mercado europeu, o consórcio estava com toda a coleção pronta já no segundo semestre de 2005.

No início de setembro, começou a enviar para os representantes e clientes europeus as primeiras amostras da coleção de maiôs, biquínis e saídas de praia com motivos do Brasil e do Mundial 2006. “Planejar, se antecipar, nesse caso, é a diferença entre o sucesso e o fracasso. Isso porque é preciso saber exatamente qual a capacidade de hon-

rar compromissos e prazos para evitar qualquer arranhão na imagem do consórcio”, diz Walkíria Aires.

Mesmo adotando uma atitude um pouco mais conservadora, as vendas da coleção devem representar um acréscimo de 15% a 20% no faturamento de 2006. “É preciso fazer as coisas sem alarde, pensando sempre no futuro, sem ir com muita sede ao pote”, avalia a presidente do consórcio. (Com informações de Rodrigo Rievers/Agência Sebrae)

RIO GRANDE DO SUL

Indústrias recebem aporte de R$ 49,3 mi Mais do que uma ação econômica, um fato histórico para o Rio Grande do Sul: pela primeira vez, as entidades que contribuem para o desenvolvimento das indústrias do Estado se reuniram para assinar um termo de compromisso que prevê investimentos de R$ 49,3 milhões, somente em 2006, nas cadeias da Indústria da Moda (couro e calçados, gemas e jóias, têxtil e confecções), Intensivas de Conhecimento (software, eletroeletrônicos, incubadoras de empresas), Madeira e Móveis e Metalmecânico (implementos agrícolas, automotivo e metalmecânico em geral).

O termo de compromisso beneficiará micro e pequenos empreendimentos que atuam em ações continuadas nos projetos com duração prevista de até três anos. Além disso, também terão ações mobilizadoras, com o objetivo de levar conhecimento e informação a todas as micro e pequenas empresas do setor da indústria, que totalizam 29.676 empreendimentos. Assinaram o termo de compromisso os representantes do Sistema Fecomércio, Sebrae, Sistema Fiergs, Federasul, FCDL, Famurs, Sedai, Secretaria Estadual da Ciência e Tecnologia, Caixa RS, Banco do Brasil, e Universidade de Caxias do Sul.

MÁRCIA GOUTHIER/AGÊNCIA SEBRAE

O espaço da micro e pequena empresa

RECONHECIMENTO

Sebrae entrega prêmio Prefeito Empreendedor Uma platéia formada por cerca de 1.500 pessoas lotou o salão do Marina Hall em Brasília, na último dia 25, para prestigiar a entrega do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor 2005. Trata-se de um reconhecimento ao trabalho dos prefeitos que mais contribuíram para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas e estimularam o empreendedorismo local. O evento contou com a participação de autoridades como o vice-presidente da República, José Alencar, e do ministro de Desenvolvimento Social, Patrus Ananias. Durante a solenidade também aconteceu o lançameto do livro O Jeito Empreendedor de Governar, de André Carvalho, que traz o relato de cinco projetos premiados por região nas três edições anteriores do Prêmio do Sebrae, e que tiveram continuidade nos respectivos municípios. Confira a lista dos vencedores.

Região Sul: João Rodrigues (Chapecó, SC) Região Sudeste: Itamar Francisco Machado Borges (Santa Fé do Sul, SP) Região Centro-Oeste: José Aparecido dos Santos (Nova Marilândia, MT) Região Nordeste: Antônio Lages Alves (Batalha, PI).

Região Norte: Gilvan Geraldo de Aquino Seixas (Barreirinha, AM).

Outros vencedores Destaques Temáticos: Geraldo Leite da Cruz, de Embu das Artes (SP) Tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas: Rubens José França Bomtempo, de Petrópolis (RJ).

Promoção do turismo de excelência: Arquimedes Guedes Valença, de Buíque (PE) Planejamento, estruturação e governança local para o desenvolvimento: Nelson Manchini Nicolau, de São João da Boa Vista (SP).

Utilização de royalties e compensações financeiras na promoção do desenvolvimento local: Manoel Adail Amaral Pinheiro, de Coari (AM)

BALANÇO

Resultados positivos em três anos de parceria Há três anos, o ministro do Turismo e o Sebrae desenvolvem uma parceria em prol do crescimento do chamado trade turístico brasileiro. E nesse tempo de parceria, o balanço não poderia ser mais positivo. O diretortécnico da Instituição, Luiz Carlos Barboza (foto), afirmou que o trabalho conjunto Sebrae/Mtur pode ser um exemplo para o estabelecimento de parcerias com outros ministérios.

A prova disso são os resultados que vêm sendo obtidos nos seis projetos desenvolvidos.

Um deles, o Portal de Hospedagem, que promove a inclusão digital de empresas de hospedagem, conta atualmente com 1.350 empresas cadastradas nas 27 unidades da Federação. Outro projeto, a Rede de Cooperação Técnica para Roteirização, já capacitou 100 técnicos e está formando 30 multiplicadores, enquanto que o Cadastro Único de Operadores, outra iniciativa da parceria, foi implantado e está organizando dados qualitativos sobre os principais operadores turísticos internacionais, que emitem turistas ao Brasil e também dos agentes brasileiros de turismo receptivo internacional. Já estão cadastradas 450 empresas de receptivo internacional e 350 empresas internacionais de emissivo ao Brasil.

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Caderno de Nº 7

O fim das

senhas

Biometria se populariza e vira alternativa mais segura para identificação de usuários Em um universo de logins e senhas, muitos usuários esperam avidamente pela popularização de outros sistemas de segurança. Na vida digital, nossa memória tem que se acostumar com dígitos e mais dígitos: CPF, RG, datas de aniversário, endereço de casa e do escritório, senha do cartão de crédito e do banco, das transações financeiras on-line, da conexão à internet em casa, de acesso ao computador no trabalho, do telefone PABX, do cartão de fidelidade do supermercado ou da farmácia, do e-mail pessoal e corporativo, do programa de mensagem instantânea.

Aqueles que escolhem seqüências simples como 1234 correm riscos com os hackers. Então, qual é a solução? A biometria, conjunto de procedimentos que permite distinguir um indivíduo do outro através das suas características físicas.

O conceito é antigo, mas combinado com sofisticados banco de dados e softwares cada vez mais poderosos, tornou-se uma das tecnologias que tem tudo para emplacar. Até porque as técnicas são disseminadas em todo mundo, os padrões para os desenvolvedores já estão definidos e até o preço vem caindo dramaticamente. Um ponto eletrônico com biometria mais barato no início da década custava cerca de US$ 5 mil, hoje existem sensores sendo vendidos por R$ 500. O que falta é a biometria ser adotada em escala, apesar de muitos empreendedores ainda a verem como um luxo de ficção científica.

Mas essa forma de autentificação não é mais exclusividade de com-

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TI panhias dispostas a investir grandes somas, como explica Fabio Perissinotti, da FingerSec do Brasil, especializada na comercialização e desenvolvimento de sistemas e equipamentos de segurança biométricos. “A tecnologia está mais difundida, usada por grandes, médias e até pequenas empresas. O futuro é substituir os cartões magnéticos por biometria”.

A forma mais usada para identificação por meio da biometria é a impressão digital: cerca de metade dos dispositivos biométricos vendidos no mundo usam essa técnica. As vantagens é que além de ser barata e menos invasiva (basta colocar os dedos perto de um sensor para ser identificado), a impressão digital é uma das mais seguras. Mesmo inventada no início do século passado pela Scotland Yard, existe uma chance, em cem bilhões, de uma pessoa ter a mesma digital que a outra. O reconhecimento é feito com base nas centenas de linhas da pele, que um programa de computador converte para um logaritmo. Esse número (e não a imagem da digital) é armazenado num banco de dados, o que torna as buscas mais rápidas. A solução da FingerSec permite identificar uma pessoa no universo de 60 mil em um segundo.

Perissinotti explica a diferença entre verificação (em que o usuário confirma que é o dono da digital, normalmente associado a uma senha ou cartão) e a identificação, quando não se precisa confirmar quem é, mas simplesmente colocar o dedo e deixar o sistema fazer a busca. A verificação tem a vantagem de ser mais rápida, a identificação mais prática. “Quando o sistema não detém tecnologia para dizer, num curto espaço de tempo, que é a pessoa, então se opta pela verificação, que associa

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Perissinotti: novos tipos de identificação podem substituir impressão digital

a digital com uma seqüência numérica. Mas se o dedo não funcionar, como fica o usuário se ele esquecer o cartão? É necessário mais dois anos para os nossos concorrentes chegarem no nosso nível”, diz Perissinotti.

A FingerSeC do Brasil, que aposta forte na impressão digital, pretende crescer cerca de 25% e fechar o ano com um faturamento de US$ 2 milhões. A companhia divide a sua gama de produtos em três grandes eixos. O primeiro é o controle de acesso físico, que inclui catraca, fechadura de porta e cancela para estacionamento. Já o controle de acesso lógico é um forte candidato para substituir os logins e senhas e agradar os usuários cansados de memorizar muitos dígitos. O registro de presença é atualmente o mais vendido da companhia, que funciona como um cartão de ponto do futuro: marca o horário de chegada e de saída. “Uma das vantagens desse sistema é que não tem mais essa de o funcionário chegar atrasado e pedir para o amigo passar o cartão para ele”, diz Perissinotti.

Outra área mais restrita é a forense, com foco em soluções para a polícia, um nicho de mercado em crescimento. A empresa já equipa as secretarias de segurança de São Pau-

lo, Brasília e Rio de Janeiro. O executivo cita a Unimed de São José do Rio Preto (SP), onde foram instalados cerca de 900 pontos, em grandes e pequenos consultórios da cidade. Cerca de 60 mil clientes da Unimed são identificados com um dedo e as soluções da FingerSec. “A imprensa especializada americana considerou o acontecimento como o primeiro case de planos de saúde nas Américas”.

Se a impressão digital ainda é líder, várias empresas trabalham em sistemas de identificação alternativos. Perissinotti também acredita que o futuro da biometria pode estar em outras formas de autentificação. “Nós já investimos em outras soluções, como um sistema de identificação facial, que num futuro pode substituir a impressão digital”. Ele diz que a missão da companhia é atuar como distribuidora de tecnologia de equipamento e não atuar direto no mercado. “Contatar uma fábrica de software especializada em segurança ou de relógios-ponto e prover ferramentas. Nossa missão não é trabalhar o usuário final, porque quem faz tudo não faz nada. Queremos fazer bem feito”.

Já a japonesa Fujitsu tenta uma solução que parece seguir uma trilha cigana: um dispositivo para autenticação biométrica por meio das veias da palma da mão. O PalmSecure está na segunda geração e vem

segurança Tipos de biometria

sendo desenvolvido rapidamente: o novo sensor é mais compacto, tem um quarto do tamanho do modelo anterior e é mais rápido, faz o mesmo trabalho em metade do tempo. “O sensor pequeno é facilmente integrado a qualquer tipo de equipamento, desde um caixa bancário e uma catraca, até um carro de luxo ou mesmo um telefone celular”, diz Nelson Ofanai, diretor comercial da empresa no Brasil.

Ele diz que a sua tecnologia é mais difícil de falsificar, porque as veias da palma da mão encontram-se sob a superfície do corpo, seus padrões são mais complexos do que os presentes nos dedos ou nas costas da mão. Ao contrário dos métodos de autenticação de impressão digital, nos quais o registro e a verificação de dados biométricos não podem ser concluídos com êxito se a superfície da pele estiver afetada por abrasão ou secura, a autenticação das veias da palma da mão é praticamente imune a esses fatores. Além disso, também dispensa o contato direto com um scanner, tornando o processo menos invasivo e minimizando uma possível resistência psicológica em relação à higiene ou dificuldade de uso.

“Essa tecnologia se mostrou bastante precisa, o que é o fator principal. Aqui no Brasil, se um usuário tentar passar três vezes por uma catraca e não conseguir, já vai chutar o equipamento. E se ver o entregador de pizza passando normalmente vai ficar com a sensação de insegurança”. Os índices de falsa aceitação no PalmSecure são inferiores a 0,00008% e de falsa rejeição de 0,01%. Outra vantagem que ele aponta é que a Fujitsu migrou de um kit de desenvolvimento de software proprietário para um baseado em padrões abertos.

Impressão digital - É o sistema mais utilizado e oferece a melhor relação entre preço, aceitabilidade e precisão. Contudo, o seu desempenho dependente muito da qualidade das imagens adquiridas. Se for boa, o usuário pode estar com o dedo sujo que ainda será reconhecido.

Iris - É o preferido dos filmes de ação norte-americanos e um dos mais confiáveis, apesar do alto custo.

Criado na década de 60 é considerado seis vezes mais seguro que a impressão digital, já que a íris é o único padrão individual que permanece inalterado por toda a vida do indivíduo. Pode ser usado com lentes de contato ou óculos.

Retina - É muito confiável, mas de leitura difícil e incômoda na medida em que exige que a pessoa olhe fixamente para um ponto de luz. Outro inconveniente é o alto custo.

Pesquisada desde 1935, a retina encobre 900 pontos distintos que prometem uma precisão maior que dos sistemas concorrentes.

Palma da mão - É menos confiável e pode ter problemas com anéis, já que o usuário precisa encaixar a mão na posição correta. É indicado para locais aonde se tem uma movimentação de usuários muito grande, pois é muito rápido.

Tem um dos menores custos do mercado atual.

Reconhecimento de voz - Seu baixo custo também o canditata a ser um dos prováveis sucessores dos leitores de impressão digital. Um dos seus principais pontos negativos, a demora no processo de cadastramento da voz no sistema, já foi resolvido, mas enfrenta a poluição sonora das grandes cidades, ruídos em ambiente fechados ou até mesmo uma mudança na voz do usuário devido a gripes ou estresse.

Assinatura - Ainda usada na comprovação de documentos, como cheques, é o sistema menos confiável, pois algumas assinaturas mudam com o passar do tempo. Também há problemas na velocidade e pressão na hora da escrita, além do alto custo para o reconhecimento.

Reconhecimento da face - É de menor confiabilidade, exige mais tempo para leitura e pesquisa e ainda tem alto custo. Mesmo assim é apontado como um dos sucessores da impressão digital. Os sistemas funcionam mal quando existem variações na orientação da face e nas condições de iluminação, mas tem a vantagem de serem adaptados a qualquer câmera digital. Para evitar que um rosto falso ou mesmo um molde seja apresentado diante do sensor, alguns sistemas requerem que o indivíduo sorria, pisque ou se mova.

FOTOS INDEX OPEN

Tecnologias futuras - Estão sendo pesquisados odores e salinidade do corpo humano, padrões das veias por imagens térmicas do rosto ou punho e análise de DNA. Maio 2006 – Empreendedor – 51

TI

logística

Inovação no estoque Para concorrer no setor de transporte e armazenamento com peso-pesados estrangeiros, só investindo em novas aplicações tecnológicas As aplicações tecnológicas se consolidam como uma das principais e eficazes ferramentas na diminuição de custos e no aumento da lucratividade nas operações de logística, transporte e armazenamento. Os investimentos nessa área são mais que uma questão de permanência no mercado. Devem ser avaliados como um dos pilares de sustentação do plano de negócio, viabilizando economicamente um empreendimento, ou não. Além de ser uma condição essencial antes de abrir uma empresa nesse mercado. Só assim é possível medir força com os concorrentes brasileiros ou de fora do país.

Essa é uma estratégia da DGT, especializada em Logística de Material Promocional, de Malotes e de Transporte, desde sua fundação, em 1996.

Para se fortalecer nesse nicho, a empresa implantou dois sistemas constantemente aperfeiçoados, um que gerencia transporte e outro armazenagem. Esse último, utilizado com o objetivo de melhorar a gestão de entradas e saídas dos produtos. São utilizadas etiquetas com có-

FOTOS CASA DA PHOTO

DGT: sistemas permitem gestão completa de toda a operação, desde armazenagem, manuseio, transporte e até a entrega

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digos de barras que indicam recebimento e conferência de produtos, armazenagem, processamento de pedidos, montagem de kits promocionais e distribuição. Elas são necessárias para garantir a segurança de toda a operação com um maior controle do sistema de gerenciamento que, se preciso, permite rastrear cada uma das entregas. Com a implantação na frota de um sistema de rastreamento via satélite é possível, por exemplo, localizar com precisão a carga transportada. “Os sistemas permitem uma gestão completa de toda a operação, desde armazenagem, manuseio, transporte e a entrega no destinatário final”, diz Carlos Teixeira, diretor da DGT. “São controles adicionados na operação para facilitar o dia-a-dia do gestor.”

Os processos das aplicações funcionam sempre com o acompanhamento do cliente, que pode visualizar e gerir todas as etapas por meio da internet. Ao receber o produto, a empresa faz primeiro o seu cadastramento. Faz uma descrição completa do material e o fotografa antes da armazenagem, colocando todos os dados em uma área reservada e de acesso restrito no site.

“O cliente tem todas as informações

disponíveis e a partir desse momento é possível escolher os produtos que serão enviados, solicitar as quantidades e definir o local de entrega”, diz Teixeira.

A empresa também envia relatórios constantes de armazenagem, movimentação e entrega. De posse dessas informações fornecidas via relatório e consultas on-line, o cliente pode gerenciar o estoque disponível, por exemplo. Se precisar fazer uma compra para aumentar o número de produtos, pode pedir que o fornecedor faça a entrega diretamente na DGT. O sistema também permite o gerenciamento de produtos de consumo interno da empresa. “É definido junto com o cliente qual é o estoque mínimo e de segurança desse produto de primeira necessidade para o funcionamento da empresa”, diz o diretor.

“Habilitamos a aplicação para informar toda vez que chegar no estoque de segurança, enviando junto os dados da última compra, como fornecedor, quantidade e preço.” Com uma área construída de 7.500m², a empresa tem filiais no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo e atende a todo o país por meio de representantes em todas as capitais e principais cidades brasileiras.

O investimento em aplicações tecnológicas nesse mercado não é apenas uma tendência para a Confederação Nacional das Revendas AmBev e das Empresas de Logística da Distribuição (Confenar), que representa todas as revendedoras dos produtos da AmBev. Na opinião de Hamilton Picolloti, vice-presidente da distribuidora, essa é uma realidade para tornar a área de transporte uma fonte de lucros e não um centro de gastos. Essa política corporativa, implantada junto com sua fundação em 2003, tem o objetivo de identificar oportunidades para modernizar as revendas sempre que possível. A entidade destina recursos anuais na ordem de R$ 2 bilhões em insumos como caminhões, autopeças, softwares, seguros, mobiliário e treinamento.

A iniciativa visa assessorar a aquisição de veículos certos para cada atividade e realizar compras compartilhadas para obter descontos mais vantajosos às associadas. “A idéia é adequar as novas tecnologias ao nosso segmento e desempenhar o papel de ponte entre a modernidade nos transportes e as revendas”, diz. A Confenar tem mais de mil empreendedores que atuam nessa ati-

vidade, 250 revendas afiliadas e atende cerca de um milhão de pontosde-venda em todo o país.

ESPAÇO VIRTUAL Consolidar dados, garantir sua segurança, transportá-los com facilidade ou tornar acessível uma operação.

O serviço conhecido como storage (armazenamento, traduzido) atende das necessidades corporativas de alta performance ao simples transporte de músicas e fotos pelo usuário doméstico. Para diminuir gastos e transtornos, a dica de Julio Cezar Esteves, gerente de marketing da Controle Net, é analisar previamente quais as reais necessidades da empresa. “O comprador precisa transportar os dados armazenados ou eles somente ficarão guardados? Portabilidade é uma questão importante? Existe a possibilidade de expandir a solução de storage à medida que as necessidades cresçam, preservando o investimento inicial?”, diz. Sediada em São Paulo, a empresa comercializa produtos de armazenamento de dados, interfaces de captura de imagens para criação de vídeo digital, soluções de segurança e aplicações de compartilhamento de acesso internet.

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TI

O ponto certo Adequar a tecnologia às necessidades da empresa não significa seguir os modismos da inovação Somente com o uso racional da tecnologia é possível alcançar melhores resultados em um negócio. Esse é um dos critérios que deve ser priorizado ao destinar recursos para essa área em uma empresa. Mas nem todos os empreendedores têm consciência de quanto e de que forma investir em tecnologia. Na maioria das vezes, eles se pautam ou por uma exigência do mercado ou porque a concorrência implantou determinada ferramenta. São levados principalmente por modismos, o que os impossibilita de visualizar os retornos esperados a partir das aplicações financeiras feitas. O alerta de especialistas é que os investimentos têm que ser feitos de forma racional para gerar um ganho de produtividade, eficiência e um melhor custo–benefício. Às vezes não é preciso nenhum produto de TI para solucionar o problema da empresa e melhorar a eficácia do negócio. Na avaliação de Fernando José Barbin Laurindo, professor de engenharia de produção da USP e autor do livro Tecnologia da Informação: Eficácia nas Empresas (Editora Futura), a falta de planejamento é uma das causas do desperdício tecnológico. Para ele, isso costuma acontecer porque grande parte dos empreendedores não consegue mensurar os objetivos previstos com a tecnologia, se ela pode ou não ajudar a empresa.

Hoje há maior proximidade com a

tecnologia e isso faz com que exista uma maior percepção de que não é possível viver sem ela. Mesmo assim, as pessoas, de maneira geral, adotam posturas ambíguas e erradas.

Algumas acham que a TI pode e deve resolver todos os problemas na empresa e outras a vêem como um enorme sorvedouro de recursos financeiros. É um misto de encantamento e questionamento. “Ver a tecnologia não como um fardo a ser carregado, um custo, mas um investimento ao qual o empreendedor tem a oportunidade de melhorar o negócio”, diz Fernando José Barbin Laurindo.

A carência e o desperdício nessa área ocorrem, na maioria das vezes, por não se entender o que é possível obter com ela. O mais importante, na opinião de Laurindo, é saber onde, no seu negócio em particular, seria necessário utilizar a ferramenta. Definir o que é estratégico, crítico e importante para a empresa. Normalmente, é preciso dois indicadores de produtividade para ter certeza que o empreendedor está tirando o máximo proveito: a eficiência, usar bem o recurso, e a eficácia, atingir resultados.

Em uma empresa onde o atendimento ao cliente é considerado o mais crítico, deve-se investir em um sistema de relacionamento ao consumidor, ao invés de uma ferramenta sofisticada de programação que será usado na produção, por exemplo.

Para manter os custos baixos, é mais

Dicas para evitar desperdício Ter uma estratégia e objetivos bem definidos (planejamento)

Conhecer a tecnologia que será implantada

Decidir o que é mais adequado para as necessidades do negócio

Saber onde, dentro da empresa, favorece maior eficiência e eficácia

Ser resistente aos modismos

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Lopez: “É comum empresas que possuem área de tecnologia investirem muito dinheiro e terem pouco resultado” adequado implantar uma aplicação que permita apontar e controlar de maneira mais próxima as operações.

“Os empreendedores delegam as questões de TI somente aos técnicos. É claro que eles precisam de profissionais que entendem, mas é preciso ter uma visão de como usar a tecnologia para tornar a empresa mais competitiva.”

Outro problema antigo, mas que persiste, é o alinhamento estratégico de tecnologia e de negócio. Para Laurindo, a única solução é estreitar o relacionamento entre os profissionais que trabalham em TI com os que atuam em outros ramos da empresa. “Como alguém vai explorar uma tecnologia se não sabe o que ela é capaz de fazer? É fundamental que haja contatos e reuniões periódicas para trocar informações, tanto sobre o quê o negócio está precisando quanto sobre o quê a ferramenta pode oferecer.”

FUSCA EM MONZA Nem sempre os empreendedores conseguem utilizar todo o potencial da tecnologia instalada. Compram um software com o qual se maravilharam pela variedade e quantidade de funcionalidades oferecidas, mas

serviços

gestão no dia-a-dia acabam utilizando apenas uma pequena parte de sua capacidade. É algo como ter uma Ferrari e andar a uma velocidade de 20 km/ h. Sem uma estrutura adequada para utilizar a tecnologia, a empresa não terá um benefício suficiente para justificar o investimento.

O contrário também ocorre. Devido a uma noção equivocada do uso racional da tecnologia, ao final do processo de implantação percebem que investiram em uma ferramenta inadequada, que não supre as reais necessidades da empresa. “É comum empresas que possuem área de tecnologia investirem muito dinheiro e terem de fato pouco resultado”, diz Luis Carlos Ballespin Lopez, presidente e sócio da Sinapse Tecnologia & Negócios (STN), empresa que presta serviços na área de tecnologia de informação.

As próprias empresas de TI passaram a conscientizar o mercado de que passou o tempo em que grandes investimentos em tecnologia eram feitos simplesmente porque precisavam acompanhar as tendências. A STN definiu sua estratégia de atuação com base nessa realidade e passou a oferecer consultoria e a desenvolver projetos e aplicativos moldados com a necessidade de cada cliente. ”A tecnologia tem que ser utilizada a favor da empresa, como uma ferramenta que viabiliza a melhoria da performance dos processos e tem que ser avaliada caso a caso”, diz Lopez.

A idéia de oferecer uma solução que, ao mesmo tempo, ajuda a tirar melhor proveito da inovação e a ampliar a produtividade, valorizando o que foi investido, deu certo. Formada por um grupo de consultores que trabalhavam com ERP, a empresa fundada em 2003 tem dobrado a sua receita a cada ano. A previsão para 2006 é que o faturamento alcance R$ 8 milhões. “O objetivo da STN é que cada parceiro utilize a tecnologia com inteligência. Buscamos entregar uma solução que seja possível, para que quem vai comprar possa medir isso, validar e perceber o retorno”, diz.

Guincho GPS Assistência Audi diminuiu o tempo médio de chegada do reboque de 40 para 21 minutos Os proprietários de veículos Audi que se encontrarem em apuros em grandes centros urbanos, como acidente, quebra e pane do automóvel, contam agora com um serviço pioneiro no Brasil. A montadora, em parceria com a Mondial Assistance Brasil, criou guinchos equipados com localizadores GPS (Sistema de Posicionamento Global). Quando um cliente aciona o Audi Class Service (serviço de assistência 24 horas), imediatamente os operadores localizam o reboque disponível mais próximo do carro parado.

Graças ao novo serviço, que começou a ser implantado em abril,

o tempo médio para a chegada do socorro foi reduzido de 40 para 21 minutos.

Após o motorista do guincho ser acionado pela central de assistência, o usuário recebe pelo celular uma mensagem SMS informando a placa do veículo que irá prestar socorro, sua localização original e o tempo previsto para atendimento. Um ganho em segurança, além da agilidade proporcionada pelo sistema. Caso queira acompanhar todo o trajeto do reboque até o local, o cliente Audi responde a mensagem com a letra “A” e, a cada cinco minutos, recebe uma nova mensagem com o posicionamento atual do veículo. Todas as mensagens vêm com assinatura da Audi.

O sistema GPS foi instalado em mais de 200 guinchos parceiros de São Paulo, Campinas (SP), Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Porto Alegre. O serviço pode ser usado pelos proprietários de veículos Audi que estejam no período de garantia ou que a tenham estendido com cobertura de assistência 24 horas incluída. Segundo Leandro Radomile, diretor de pósvenda da Audi Brasil Distribuidora, a montadora procura oferecer serviços modernos e de alta tecnologia para garantir o máximo de conforto e agilidade aos clientes da marca.

A empresa parceira da Audi é a líder mundial em assistência 24 horas e atende um cliente a cada 20 segundos no Brasil.

São 14 milhões de usuários no país ou cerca de 8% da população brasileira.

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TI Crédito para pequenos A Cisco Systems do Brasil lançou uma linha de crédito de US$ 5 milhões para pequenas e médias empresas que planejam investir em suas tecnologias avançadas. Através da parceria entre a Cisco Capital e o ABN AMRO Bank, empresários que se enquadram no perfil SMB podem financiar até R$ 100 mil com taxas de 1,6% a.m. e 2,1% a.m., para parcelamento em seis e doze vezes, respectivamente, na compra de equipamentos e serviços. O objetivo, segundo a Cisco, é proporcionar a essas empresas melhorias em produtividade e competitividade. www.cisco.com/br

Garçom eletrônico Luis Carlos Ballespin Lopez, diretor de marketing da STN, foi nomeado presidente da empresa e deverá acumular as duas funções pelos próximos meses. Ballespin, que está há dois anos na STN, pretende tornar as três áreas da empresa (Consultoria, Projetos e Produtos) independentes. “A STN cresceu muito rapidamente e é preciso estruturar as áreas e descentralizar a tomada de decisões para não perdermos a agilidade”, diz. A empresa, em apenas três anos de mercado, vem dobrando de faturamento a cada ano e a expectativa para 2006 é de R$ 8 milhões. Entre os clientes estão Siciliano, Cynthron, Ipiranga, NET e Cargill.

Um dos produtos lançados recentemente é o Market Atende, um sistema de micros de mão (PDA’s) para o atendimento de bares e restaurantes. Ele realiza, entre outras funções, a distribuição de pedidos para os diversos pontos do estabelecimento, confere as contas e identifica o atendente (número da mesa, posição dos clientes). O objetivo, segundo a STN, é proporcionar agilidade no atendimento e reduzir os erros causados por digitação ou má compreensão. Desenvolvido em Java, o Market Atende pode ser utilizado em diversos modelos de PDA e será comercializado no modelo de assinatura de serviço (o que reduz o investimento inicial apenas aos equipamentos). www.stn.com.br

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produtos Virtualização A Microsoft anunciou vários desenvolvimentos na área de virtualização, uma tecnologia emergente que pode ajudar a reduzir custos de infra-estrutura de tecnologia da informação (TI). A virtualização, segundo a Microsoft, permite às organizações reduzir custos operacionais de TI por meio da consolidação de servidores, recuperação de ambientes em casos de desastres, re-hospedagem de aplicações legadas e avaliação e desenvolvimento de software.

Para conhecer as ofertas de licenciamento flexíveis de virtualização, o internauta pode fazer o download gratuito do Virtual Server 2005 R2 no site www.microsoft.com/virtualserver e testar os aplicativos desenvolvidos pela empresa.

Ligação sem limites A Edge-Core lança no Brasil o VM1185T, primeiro telefone wireless com o software Skype embutido. Com o produto, o usuário pode realizar chamadas telefônicas em qualquer local e a qualquer hora, sem a necessidade de ter um computador com software instalado, desde que possua um ambiente de rede wireless com acesso permitido. O VM1185T possui praticamente todas as funções do Skype, como conference call, caixa postal e agenda telefônica. O dispositivo pode ser usado por longos períodos de tempo, seja em standby (80 horas) ou em conversação (4 horas).

O VM1185T pesa 200g e a expectativa é que esteja disponível nas revendas e integradores da Network1 – distribuidora da Edge-Core em todo o Brasil – a partir deste mês. www.edge-core.com

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Franquia Total

Suplemento Especial da Revista Empreendedor – Ano V – Nº 57

Marcas correm o mundo O maior evento do setor de franquias no Brasil terá participação de estandes internacionais e mostrará porque aumenta o intercâmbio das redes As novidades sempre esperadas para a maior feira do sistema de franchising realizada no Brasil revelam a maturidade do setor no próximo mês de junho.

As redes estão presentes nos mercados financeiramente interessantes dentro do território nacional e agora partem com mais força para o exterior. Elas sentiram que para crescer é necessário abrir unidades franqueadas em outros países.

O inverso também continua ocorrendo.

Desde que as primeiras unidades no sistema se instalaram por aqui a vinda de marcas estrangeiras reconhecem no Brasil um excelente mercado consumidor e com o respaldo da organização do setor de franquias.

Todas essas tendências estarão sendo apresentadas na ABF Expo 2006, de 07 a 10 de junho, em São Paulo. Em dois grandes estandes, delegações de Portugal e da Espanha apresentarão algumas redes ibéricas aos investidores do Brasil. A presença estrangeira e os novos negócios mostram a importância do mercado brasileiro de franquias.

Segundo dados da própria Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento do sistema cresceu 13% em 2005 em relação ao ano anterior, chegando aos R$ 35,8 bilhões. São 971

redes e 61,5 mil unidades no país. Os brasileiros estão entre os maiores empreendedores do mundo.

Para o consultor Roberto Cintra Leite, especializado em sistemas de franquia internacional e autor do livro “Franchising na Criação de Novos Negócios”, a manutenção deste otimismo depende da maturidade do sistema e da qualificação de funcionários para operar no exterior, isto é, falar a língua do local e ter contatos no país hospedeiro que possam abrir os caminhos e facilitar a entrada da marca.

“O inverso também é verdadeiro. Se olharmos as franquias estrangeiras no Brasil, veremos que embora os investimentos sejam altos demais para os franqueados brasileiros, os preços dos produtos têm que ser divididos em função do câmbio desvalorizado do real frente ao dólar americano ou ao euro. Mais da metade deles sofreu dificuldades, por vezes contundentes, embora os seus sistemas estivessem maduros e testados exaustivamente. Ainda assim necessitavam de adaptações ao mercado brasileiro”, diz o consultor.

Várias marcas brasileiras que participam do convênio entre a ABF e a APEX-Brasil (veja matéria sobre Amé-

Missão Empresarial à América Central Empresários do franchising poderão se inscrever e participar da Missão Empresarial à América Central, promovida pelos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Minas e Energia, em parceria com a APEX-Brasil (Agência de Promoção da Exportação) , que acontecerá de 28 de maio a 3 de junho de 2006.

Para Fernando Perri, diretor de Internacionalização da ABF, essa é uma excelente oportunidade para as redes que desejam não apenas ingressar nesses mercados, mas também utilizar os países da América Central como porta de entrada para os Estados Unidos. “Os países centro-americanos oferecem ambientes propícios para investimentos e mantêm relações comerciais maduras com a América do Norte”, afirmou o diretor durante o lançamento oficial da Missão, em São Paulo.

Durante o evento de lançamento, o Ministro Luiz Fernando Furlan e o presidente da APEX-Brasil, Juan Quirós, ressaltaram os objetivos da comitiva: aumentar os fluxos de comércio bilaterais, identificar oportunidades de investimentos e desenvolver opções de negócios entre empresários brasileiros e empresas do Panamá, Costa Rica, Guatemala, El Salvador e Honduras.

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Franquia Total rica Central) iniciaram a expansão sozinhas e não se arrependeram. Redes de ensino de idiomas, como Fisk e Wizard estão nos Estados Unidos há bastante tempo. A presença da Wizard pelo mundo faz com que a marca se fortaleça e seja reconhecida internacionalmente. Os alunos sentem os benefícios que esta expansão proporciona. A aluna Fátima Takahashi é um exemplo disso. Ela é ex-aluna da Wizard Águas de Lindóia (SP) e se mudou para o Japão. Mesmo em terras nipônicas Fátima pôde continuar seu curso normalmente, já que há várias unidades naquele país. A maior preocupação dela era que houvesse uma mudança no método de ensino, porém mesmo do outro lado do mundo, a metodologia e o padrão pedagógico na Wizard continuam exatamente os mesmos. Nos EUA já são 15 unidades que atendem a comunidade brasileira.

Para quem está iniciando no mercado estrangeiro, o consultor Roberto Cintra Leite orienta que a forma de efetivar um negócio, seja de fast-food, serviços, moda, automotivos e outros, em países continentais como os Estados Unidos, Rússia, China, Índia, será a cessão de franquias indiretamente, isto é, adota-se uma das três modalidades: Franquia-Mestre (Master Franchise), ou Desenvolvedor de Área (Área Development) ou Controlador de Área (Area Controlership).

Costuma-se então subdividir geo-

Mult Idiomas: objetivo é tornar a marca rapidamente conhecida

graficamente os territórios (em países) as regiões (em Estados) e as áreas (em municípios ou bairros) para poder melhor administrar as franquias, utilizando-se de empresa intermediária local que faz o papel de sub-franqueador.

“Chamamos de franquia indireta, pois o franqueador original brasileiro cede à outra empresa estrangeira, previamente selecionada, o direito de repassar o uso da sua marca e o seu know-how para uso próprio ou para terceiros”, afirma Cintra Leite.

Nos países menores, mas com um alto índice populacional, grande potencial de consumo e capacidade financeira, talvez possa ser adotado o conceito de franquia direta, pois, no mínimo, a prestação de contas e os demonstrativos financeiros serão em uma só moeda (o euro), embora os sistemas contábeis sejam diferentes.

A complexidade do sistema de franquia em outros países permite somen-

Na Argentina Em mais uma investida no comércio internacional, houve participação dos brasileiros na Franquicias Y Negócios 2006, feira do setor organizada pela Associação Argentina de Franquias (AAF). A ABF participou com um estande institucional para promover o sistema de franchising brasileiro aos empresários locais. Algumas empresas nacionais também estiveram no evento a fim de prospectar o mercado argentino. Foram elas: Livraria Nobel, Bit Company, Wizard, Global Franchise Net e Bob’s. De acordo com o diretor executivo da ABF, Ricardo Camargo, que ministrou uma palestra durante a mostra, a feira contou com representantes da Espanha, México, Chile, países da América Central e demais membros da FIAF (Federação Ibero-Americana de Franquias). “As empresas brasileiras fizeram excelentes contatos. O interesse por franquias do Brasil é evidente no mercado argentino”, afirmou.

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te que franqueadores muito bem organizados consigam implantar o sistema com sucesso.

Além das marcas consolidadas, algumas novas redes, como a Mult Idiomas e o Clube do Empreendedor, estarão expostas no estande da BIT Company. Franquias como o Clube do Empreendedor, que requer baixíssimos investimentos, e a Mult Idiomas, que entra com força e know-how de franqueados de outra marca conhecida e bem sucedida, devem fazer o sistema crescer mais ainda. “Muitos franqueados da BIT Company já manifestaram interesse em abrir unidades da Mult Idiomas.

Isso deve fazer com que sejam abertas muitas unidades da nova rede em um período bastante curto, tornando a marca rapidamente conhecida no mercado”, diz a diretora executiva da Mult Idiomas, Alessandra Luchi.

Já o Clube do Empreendedor tem vantagem de exigir baixíssimo investimento. “Nosso negócio é formatado para que o franqueado tenha apenas que fazer o contato com empresários que precisem de apoio para tocar seu negócio.

Não é preciso estrutura e equipamentos próprios. Tudo pode ser terceirizado”, diz o presidente Wilson Trevisan, que montou o Clube há quatro anos e agora decidiu aderir ao sistema de franquias.

No total serão doze segmentos diferentes na feira da ABF. É a grande chance de conhecer os detalhes de cada um deles e ter contato direto e pessoal com os franqueadores para tirar todas as dúvidas.

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Franquia Total Verde e amarelo O clima em torno da Copa do Mundo inspirou os designers da rede de lojas Imaginarium a criar uma coleção bem-humorada. Um dos produtos é a camiseta Placar.

Com ela é possível arriscar o placar pelo qual se está torcendo, por exemplo: Brasil 5 X Austrália 0. Para isso, a camiseta inova com um bolsinho embutido só para guardar os caracteres que serão fixados na faixa de velcro no peito da camiseta. Até mesmo as roupas íntimas ganharam as cores da Seleção. A brincadeira se completa com o jogo de cama Caiu na Área, composto por um lençol com o desenho de uma grande área de futebol, e fronhas com a torcida desenhada vibran-

Público jovem A S.O.S Computadores, rede de treinamento e informática, definiu seus planos de expansão para 2006 com a projeção de 30 novas unidades em todo o Brasil e um aumento de 12% em seu faturamento. A marca faturou no ano passado R$ 83 milhões nas suas mais de 130 unidades espalhadas por 17 Estados brasileiros.

“Estamos otimistas em relação ao fechamento de novos negócios em 2006. O setor de educação e treinamento vem crescendo cada vez mais, não somente nas capitais, mas também no interior e em regiões metropolitanas. Dessa forma, estamos com nossos esforços voltados para praças com cerca de 80 mil habitantes”, afirma Palmiro Ramos Filippini Jr., diretor-executivo da S.O.S Computadores. A empresa vai investir R$ 4 milhões em marketing durante o ano e a comunicação estará focada no público jovem, tendo como tema a empregabilidade. O primeiro passo dado nesse sentido foi o lançamento da inovadora campanha institucional com a utilização da linguagem dos mangás animados (histórias em quadrinhos de origem japonesa) que posicionaram o conhecimento em informática como fundamental para a carreira e o cotidiano das pessoas.

Para abrir uma unidade, o investimento inicial varia entre R$ 70 mil e R$ 200 mil, com taxa de franquia a partir de R$ 15 mil. O novo franqueado obterá o retorno dos recursos aplicados entre 18 e 24 meses e, dependendo da região em que está instalado, alcançará um faturamento médio mensal de R$ 60 mil.

(11) 5017-1885

62 – Empreendedor – Maio 2006

do com a mensagem “Caiu na área é pênalti”. Ainda tem o caneco de chope Campeão, de vidro com grafismo impresso, e o modelo Vamos levantar o caneco, inspirado nos clássicos canecos de chope de louça, com grafismo da taça levantada sob o escudo da Seleção. A rede de franquias Imaginarium cria, desenvolve, produz e comercializa objetos em 67 lojas no Brasil, além da nova loja virtual que disponibiliza os produtos no site oficial da marca: www.imaginarium.com.br.

(21) 2742-7214

REDES NA REDE www.restaurajeans.com.br

Consumo consciente A rede de lojas de produtos naturais Mundo Verde participou da Feira Viver Zen, no Rio de Janeiro. O objetivo era levar para o consumidor o conceito do Mundo Consciente, que valoriza as coisas simples e naturais, pregando o consumo responsável. O símbolo da campanha é uma bolsa feita de juta (planta de fibra têxtil), que custa R$ 10. Assim, a rede incentiva a diminuição do uso das sacolas plásticas nas compras realizadas nas lojas Mundo Verde, evitando o despejo de resíduos tóxicos nos rios. Por

isso, quando o cliente utiliza a bolsa ecologicamente correta para fazer compras, tudo que estiver dentro dela terá 1% do valor revertido para o projeto eco-social Recicla Três Rios no ano de 2006. A gerente de marketing da rede, Ingrid Lagrotta, destaca ainda que a consciência se manifesta em diversos níveis e na forma como as pessoas se relacionam com o universo. Na Feira, a rede avaliou o nível de stress dos visitantes e ofereceu conselhos sobre alimentação natural.

(24) 2237-2528

Parceria para viagens

CASA DA PHOTO

As redes de idiomas CNA e de agências de viagens Flytour acertaram parceria para oferecer vantagens e serviços exclusivos aos alunos CNA que optarem por vivenciar o inglês e o espanhol em terras estrangeiras. “É uma forma de facilitar aos alunos a prática de tudo o que aprendem em nossas salas de aula”, conta Frederico Anacleto, diretor comercial e de marketing da rede. Para atender a demanda do CNA, a Flytour criou dentro da operadora um atendimento exclusivo,

com pessoal treinado especialmente para receber os pedidos das escolas CNA em todo país. Além disso, a grande vantagem desta parceria para os alunos da rede de idiomas está nos pacotes oferecidos com preço, programação e estrutura exclusivos, que não podem ser encontrados no mercado. “Comercialmente este trabalho também é positivo para a Flytour." declara Paulo Battiestini, supervisor de atendimento da rede de agências.

CNA (11) 3884-3727

Dicas para renovar O site da Restaura Jeans, rede de prestação de serviços de costura, lavanderia e customização de roupas, é um misto de dicas com dados da empresa. Além de atender o público externo, que quer entender um pouco mais sobre o que é possível fazer nas lojas da rede, utiliza a internet para interagir com os franqueados.

São mais de 200 unidades no país e através do site é possível repassar informações e trocar idéias com quem está na rede.

www.lojavitaetpax.com.br

Moda branca Depois de atuar 14 anos no mercado de moda branca com lojas físicas distribuídas pelos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Rondônia, a Vita et Pax criou sua loja virtual. O portal foi criado para atender clientes que não estão na cidade de São Paulo, onde é a sede da Vita et Pax. Sem prejudicar as lojas físicas, a rede amplia seu atendimento e já tem clientes cadastrados em diversos Estados onde não há unidades.

Maio 2006 – Empreendedor – 63

F ranquia ABF ABF entrega o Prêmio ABF Destaque e Selo de Excelência em Franchising com grande festa Quase 600 pessoas prestigiaram os ganhadores do Prêmio ABF Destaque e do Selo de Excelência em Franchising durante jantar promovido pela ABF, no dia 27 de abril, em São Paulo.

Durante o evento, subiram ao palco os vencedores das seis categorias do Prêmio ABF Destaque e 61 franqueadores chancelados com o Selo de Excelência.

A World Tennis ganhou o reconhecimento mais esperado da noite, o de Franqueador do Ano. Eugênio Ferreira, diretor da rede, recebeu o prêmio das mãos do Ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.

6º Convenção ABF do Franchising A ABF lançou oficialmente a 6º Convenção ABF do Franchising durante a entrega do Prêmio ABF Destaque Franchising e do Selo de Excelência em Franchising. Com o tema Crescendo no Brasil, Conquistando o Mundo, o evento acontecerá de 4 a 8 de outubro, no hotel Sofitel Costa do Sauípe, Bahia.

Um dos destaques da convenção é a participação do especialista internacional em estratégias de consumo Shaun Smith, que apresentará a palestra “Construção de Marcas”.

Também está programado um painel com a consultora de carreiras Mariá Giuliese, da Lens & Minarelli, empresa especializada em outplacement e aconselhamento de carreiras.

Além disso, a convenção promove a oportunidade de discussão de temas do dia-a-dia das franquias em workshops e plenárias. O evento contará ainda com mais uma edição da ABF Expo Service, onde fornecedores do sistema apresentam novas soluções e serviços específicos para o seu negócio.

64 – Empreendedor – Maio 2006

Na categoria Franqueado, o vencedor foi Luis do Amaral Figueiredo, franqueado da rede Golden Services.

Em sua primeira edição, o prêmio ABF e Afras de Responsabilidade Social homenageou o franqueado da rede Mundo Verde, Victor Manuel do Vale Pereira.

Na categoria Jornalismo, os profissionais premiados foram Luciana Calaza (O Globo) e Ricardo Osman (Pequenas Empresas & Grandes Negócios).

Na categoria Trabalhos Acadêmicos o vencedor foi o professor Dr. Luiz Felizardo Barroso, com a tese de doutorado Franquia Público Social, e pela

Eugênio Ferreira, da World Tennis, recebe do Ministro Luiz Fernando Furlan e do presidente da ABF. Artur Grynbaum o Prêmio de Franqueador do Ano

categoria Parceiro do Franchising, o homenageado foi Luciano Altoé, da Caixa Econômica Federal.

ABF entregou o Selo de Excelência em Franchising para 61 empresas Esse ano, a associação registrou um aumento de 20% no número de franquias interessadas em obter a chancela.

O Selo de Excelência em Franchising representa o reconhecimento da qualidade e excelência da empresa em relação a sua atuação como franqueadora e tem como objetivo estimular a melhoria do nível de atuação das empresas.

De acordo com Ricardo Camargo,

diretor executivo da ABF, o mercado já reconhece a importância do Selo.

“Não apenas o prêmio da ABF, mas o levantamento feito em conjunto pela editora Globo e Fundação Getúlio Vargas também encara o Selo de Excelência em Franchising como um atributo.

Até as instituições financeiras que operam no sistema consideram o selo um diferencial de credibilidade para as redes”, afirma.

Redes chanceladas com o Selo 2005 100% Vídeo ABC Água Doce Cachaçaria ALL Amor aos Pedaços Arezzo Astral Bit Company Bob’s Bon Grillê Bonaparte Camarão & Cia Carol Casa do Construtor CCAA China in Box

CNA Data Byte Doctor Feet Escolas Fisk Eurodata Expand Wine Store Flytour Giraffas Gordão Lanches Habib’s Jani-King Jin Jin Kopenhagen Learning Fun Lig Lig Linces Vistorias

Mc Donald’s MCM Center Odonto Megamil Vídeo Microcamp Microlins Montana Grill Morana Mr. Pretzels Multicoisas Mundo Verde Number One Idiomas O Boticário Oficina Brasil Patroni Pizza PBK Pharmapele

Rei do Mate Restaura Jeans S.O.S. Computadores São Paulo I Skill Spoleto Star Bit Totaline Via Direta Vivenda do Camarão World Tennis Yázigi Internexus Yesky Idiomas

FRANQUIAS EM EXPANSÃO Wizard Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2098 franchising@wizard.com.br www.wizard.com.br

Sucesso educacional e empresarial A Wizard Idiomas é a maior rede de franquias no segmento de ensino de idiomas* do país.

Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior que geram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio milhão de alunos por ano.

A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamente didático com proposta pedagógica para atender alunos da educação infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira idade. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e português para estrangeiros. A Wizard é Nº de unidades: 1.221 franqueadas também pioneira no Áreas de interesse: América Latina, EUA e ensino de inglês em Europa Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI, Braille.

PN, AJ, FB, FL, CP, FM Taxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 mil Instalação da empresa: a partir de R$ 50 mil Capital de giro: R$ 15 mil Prazo de retorno: 24 a 36 meses

* Fonte: Associação Brasileira de Franchising e Instituto Franchising.

Zets Negócio: telefonia celular e aparelhos eletrônicos Tel: (011) 3871-8550/Fax: (011) 3871-8556 franquia@zets.com.br www.zets.com.br

Tenha uma loja em sua mão A Ezconet S.A. detentora da marca Zets é uma empresa de tecnologia e distribuição de telefonia celular e aparelhos eletrônicos que, através de um sistema revolucionário denominado “BBC” (business to business to consummer) agrega novos serviços e valores a cadeia de distribuição. Realiza a integração entre o comércio tradicional e o comércio virtual, fornecendo soluções completas de e-commerce e logística para seus parceiros.

Franquia Zets: Foi criada com a finalidade de disponibilizar para pessoas empreendedoras a oportunidade de ter um negócio próprio com pequeno investimento, sem custos de estoque, sem riscos de crédito, sem custos e preocupação com logística. Como Funciona: O Franqueado tem a sua disposição uma loja virtual Zets/Seu Nome, para divulgação na internet, vendas direta, catalogo, montar uma equipe de vendas, eventos, grêmio. Quais Produtos são comercializados: Celulares e acessórios para celulares, calculadoras, telefoNº de unidades próp. e franq.: 20 nes fixos, centrais telefônicas, Áreas de interesse: Brasil acessórios para informática, baApoio: PP, TR, OM, FI, MP terias para filmadoras, baterias Taxa de Franquia: R$ 5 mil para note-book e câmeras digiInstalação da empresa: R$ tais, pilhas, lanternas, filmes 1.500,00 para maquina fotográfica, cartuchos para impressoras, etc.

Capital de giro: R$ 5 mil A franquia estuda a inclusão de Prazo de retorno: 6 a 12 meses novos produtos.

Contato: Shlomo Revi PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre2006 Métodos Trabalho, TR- Treina- – Maio – deEmpreendedor mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

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FRANQUIAS EM EXPANSÃO Alps Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2000 franchising@alpschool.com.br www.alpschool.com.br

Oportunidade de sucesso Rede em ampla expansão Lançada em maio de 2001, a Alps faz parte do grupo ProAcademix, também detentor das marcas Wizard e Worktek. Atualmente, ela é a rede de franquias de idiomas que mais cresce no Brasil, com 101 unidades espalhadas por todo o país.

O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvida nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolingüística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatro habilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa: conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, o aprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente.

A Alps conta com know-how administrativo e comercial, através de um sisteNº de unidades próp. e franq.: 101 ma exclusivo de enÁreas de interesse: América Latina, Estados sino, e dá assessoria Unidos, Japão, Europa na seleção do ponto Apoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PN comercial, na adequaTaxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 por kit (publicidade) ção do imóvel e na Instalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 mil implantação e operaCapital de giro: R$ 5 mil ção da escola.

Prazo de retorno: 12 a 18 meses Contato: Ivan Cardoso

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

Worktek Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2000 franchising@worktek.com.br www.worktek.com.br

Conquiste sua independência financeira!

A Worktek Formação Profissional faz parte do ProAcademix, maior grupo educacional do Brasil detentor das marcas Wizard, Alps e Proativo. Tratase de uma nova modalidade de franquias com o objetivo de preparar o jovem para o primeiro emprego ou adultos que buscam uma recolocação no mercado de trabalho.

São mais de 30 cursos, entre eles, Office XP, Web Designer, Digitação, Curso Técnico Administrativo (C.T.A.), Montagem e Manutenção de Computadores, Secretariado, Operador de Telemarketing, Turismo e Hotelaria, Recepcionista e Telefonista, Marketing e Atendimento ao Nº de unidades próprias e franqueadas: Cliente.

70 Entre os diferenciais da Áreas de interesse:: Brasil Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, Worktek está a qualidade do material e do método de enFI, EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FM sino, além do comprometiTaxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 25 mil mento com a recolocação que Instalação da empresa: a partir de vai além das salas de aula atraR$ 30 mil vés do POP, Programa de Capital de giro: R$ 15 mil Orientação Profissional.

Prazo de retorno: 36 meses

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

68 – Empreendedor – Maio 2006

INDEX OPEN

Guia do Empreendedor

Uma ISO para inovação A norma ISO 20000 garante melhores práticas no gerenciamento de serviços de tecnologia da informação A Brunise Informática, empresa que implementa processos para gestão em TI e Telecom, realizou na última semana de abril, em São Paulo, o V Command Center Meeting, um dos maiores eventos de Gerenciamento da América Latina. No fórum, que tem o objetivo de apresentar as melhores iniciativas de empresas brasileiras na implementação de processos de governança e gestão de serviços, foi discutido o lançamento da ISO 20000.

Publicada no início deste ano, a norma ISO 20000 garante melhores práticas no gerenciamento de serviços de tecnologia da informação. O modelo evoluiu da BS 15000, tornando-se assim a primeira norma com um conjunto de requisitos certificáveis voltados especialmente para essa área. “A nova certificação define uma abordagem de processo integrada para a entrega de serviços gerenciada e oferece valor agregado à implementação”, diz Ellie Borges, líder da British Standards

Institution (BSI) no Brasil, empresa de origem inglesa que escreve as normas BS e também atua como qualificadora e certificadora.

Conforme Ellie, a norma tem potencial para ser a mais adotada no mundo, podendo até ultrapassar a ISO 9000 em termos de popularidade. A nova ISO segue as recomendações do IT Service Management Forum (itSMF), organização sem fins lucrativos dedicada à gestão de serviços de TI, e está alinhada com o IT Infrastructure Library (ITIL), conjunto de livros de melhores práticas para o gerenciamento de serviços em TI mais difundido atualmente. “O Brasil não pode se dar ao luxo de esperar para implementar esta norma, pois ela garante a sobrevivência das companhias de outsourcing mundialmente, incluindo no nosso próprio mercado”, diz. “É só uma questão de tempo para esta norma se tornar obrigatória em termos de trabalho em mercados globalizados.”

Processo de certificação Os passos para certificação, segundo Ellie, são os mesmos que os de outros sistemas de gestão, como as normas ISO 9001 e ISO 14001: “Conseguir com que todos os processos de relacionamento sejam estabelecidos, identificados, analisados e modificados (se necessário), sem custos ou punições adicionais para nenhuma das partes”, diz.

Documentação do sistema incluindo fluxogramas de processos; Treinamento do pessoal envolvido no escopo; Conseguir o compromisso de funcionários chaves que possam estar resistindo a mudanças, colocando-os como aliados; Alinhar um comitê de implementação multidisciplinar unido e motivado; Manter o passo durante a implementação, aumentando o nível de motivação conforme chegam ao final; Manter apoio da alta administração durante todo o tempo de implementação do projeto; Qualificar seu pessoal; Conduzir e analisar resultados de auditorias internas e formular novos planos para o futuro.

Fonte: Brunise Informática (www.brunise.com.br)

Maio 2006 – Empreendedor – 69

Guia do Empreendedor

Saúde on-line O projeto do Sistema Brasileiro de Telemedicina (SBTM), desenvolvido pelo Laboratório de Telemedicina da Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com o Ministério da Saúde, foi apresentado no 1º Workshop da Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) que aconteceu em abril no Rio de Janeiro. O sistema foi um dos três projetos apresentados durante o evento, que teve a presença de pesquisadores de todo o país que atuam no estudo e desenvolvimento de soluções em telemedicina. O SBTM irá auxiliar o trabalho dos profissionais de estabelecimentos de saúde e também o atendimento

de pacientes que moram em regiões distantes, isoladas ou de fronteira, com pouca ou nenhuma infra-estrutura médica, que terão a um clique do mouse o que antes percorriam quilômetros para alcançar. Com o SBTM, exames médicos poderão ser realizados por telediagnóstico e seus resultados serem enviados pela Internet. Assim, os profissionais que emitem laudos, como cardiologistas e radiologistas, poderão acessar de qualquer lugar os exames pelo portal de telemedicina e expedir os pareceres da própria casa ou do trânsito. O projeto do SBTM é um dos pioneiros no mundo. www.telemedicina.ufsc.br

Imprima seu cupom fiscal A Epson lançou na Autocom, realizada em abril, sua nova linha de impressoras matriciais e térmicas.

Entre os modelos apresentados, dois são específicos para a emissão de cupom fiscal (ECF), com tecnologia totalmente desenvolvida pela empresa. O modelo ECF TM H6000FB tem memória de fita detalhe (MFD) de 128MB, utiliza duas tecnologias simultâneas (térmica para emissão de cupons fiscais e matricial para o preenchimento de cheques), possui guilhotina para corte de papel, espaço para bobina com até 83mm de diâmetro e alta taxa de compactação.

Já o modelo ECF TM T88FB é usado para impressão térmica de cupons com memória de fita detalhe (MFD) de 128MB e possui guilhotina para corte de papel térmico e sistema de troca de bobina Dropin. www.epson.com.br

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Lavagem especializada A unidade de Caruaru (PE) da Hi-Tech, empresa especializada em processos químicos para lavanderias industriais, colocou à disposição dos clientes da região Nordeste o Centro de Treinamento em Tecnologia de Lavagens. Trata-se de um espaço onde as lavanderias poderão encaminhar gratuitamente os funcionários interessados em atualizar conhecimentos de efeitos químicos e técnicas de puídos, lixados, tingimentos, entre outros.

“Os participantes dos treinamentos poderão adquirir os kits dos novos produtos lançados regularmente”, diz Adriano Gonçalves, responsável pela unidade de Caruaru. A iniciativa, segundo ele, é reconhecida pela clientela nacional e internacional como um instrumento para garantia da qualidade final dos produtos. www.hi-techquimica.com.br

Produtos & Serviços

A empresa européia BitDefender, que trabalha com segurança de redes, acrescentou em todas as suas soluções desktop – BitDefender 9 Standard, Professional Plus e Internet Security – a proteção anti-spyware. Atualmente, os produtos desenvolvidos pela BitDefender são usados por 41 milhões de pessoas em mais de 100 países e fazem a análise e o bloqueio das ameaças spyware em tempo real, verificando todas as pastas acessadas (incluindo as recebidas via internet, e-mail ou por transferências P2P) para manter os usuários livres dos transtornos causados pelo spyware. “Oferecendo esta atualização gratuitamente, as novas características colocam o BitDefender Standard e o Professional em um patamar praticamente próprio em termos de preço/funcionalidade”, diz Nicolae Simon, gerente de marketing de produto da BitDefender. www.bitdefender.com.br

INDEX OPEN

Proteção reforçada

Seguro para pequenos As pequenas e médias empresas têm recorrido aos benefícios do seguro empresarial para proteger seu patrimônio. Em 2005, a Indiana Seguros registrou um crescimento de 15% na procura, principalmente no segmento de comércio e prestação de serviços. O aumento deve-se principalmente à cobertura destinada aos equipamentos eletroeletrônicos, responsáveis pela maioria dos sinistros de danos elétricos. “As empresas têm equipamentos de informática e aparelhos eletrônicos, e não podem

correr o risco de assumir reposição imediata em caso de acidentes”, explica Claudio Afif Domingos, diretor vice-presidente da Indiana Seguros, que possui 11 mil empresas em sua carteira de segurados. As contratações de coberturas mais freqüentes no mercado brasileiro, atualmente, são contra incêndios, raios, explosões, quedas de aeronaves, danos elétricos, vendavais, pagamentos de aluguel, despesas fixas, roubo de bens e responsabilidade civil. www.indiana.com.br

Promtheam no Brasil A multinacional inglesa Promethean, que desenvolve soluções colaborativas para salas de aula e atua em mais de 60 países, acaba de nomear a editora de softwares Divertire como sua representante oficial no Brasil. Com o acordo, a Divertire passa a distribuir, comercializar e dar suporte à família de soluções interativas de aprendizado da Promethean, composta pelo quadro interativo (ou lousa digital) Activboard e seus acessórios Activpen, Activote, Activpanel, Activtablet, todos para aplicação em escolas. Os novos produtos criados pela Prometheam começaram a ser conhecidos, via Divertire, a partir da Feira Internacional de Educação – Educar, realizada no início de maio em São Paulo. A tecnologia é utilizada por 1,5 milhão de pessoas em todo o mundo. www.prometheanworld.com/uk www.divertire.com.br

Comece certo Já existe na Biblioteca Online do Sebrae a nova versão da série Comece Certo, uma das coleções mais procuradas por empreendedores interessados em abrir novos negócios, mudar de ramo ou aprofundar seus conhecimentos na atividade escolhida. Nas publicações da coleção, desenvolvida pelo Sebrae de São Paulo, há dicas sobre como iniciar 88 tipos diferentes de negócios. Cada exemplar

apresenta a estrutura legal e tributária da atividade empresarial escolhida, demonstrando custos típicos e formatos de gestão apropriados. A série Comece Certo é um dos instrumentos usados pelo Sebrae para reduzir a mortalidade empresarial – estatísticas apontam que metade das empresas “morre” até os dois anos de atividades. www.biblioteca.sebrae.com.br www.sebraesp.com.br

Maio 2006 – Empreendedor – 71

Guia do Empreendedor

A receita da criatividade Precisamos saber como funciona o processo de geração de idéias e aceitar o fato de que ela existe no Brasil por

Nei Duclós

O autor de Raízes do Brasil, Sergio Buarque de Holanda, escreveu num texto da juventude que nossa grande marca era a capacidade e a disposição para imitar os outros.

Quando vemos hoje mais de um século de criatividade na música brasileira sendo deixada de lado em favor de uma imitação tosca da música mexicana, que ganhou roupagem country e é chamada de sertaneja, caímos na tentação de dar razão ao grande historiador. Pois não é que nos falte criatividade, simplesmente não sabemos o que fazer com ela. E talvez não saibamos o que ela significa e qual a sua origem.

Já ouvi dono de empresa dizer: nós criamos este produto! Perguntei como aconteceu e ele explicou: meu filho foi para o Japão e enviou o desenho por fax. Nesse exemplo, que não é muito incomum, criar é sinônimo de copiar. O esforço que os idealistas do design empreendem há décadas para que as empresas adotem a criação nos seus processos e produtos ainda não deu os frutos esperados. Ao mesmo tempo, continuamos convivendo com verdadeiras tragédias, como inventos de brasileiros sendo apropriados por estrangeiros (ver entrevista pg. 10), como aconteceu com o avião (de Santos Dumont, apropriado pelos irmãos Wrigh), a máquina de escrever (do Paraibano Padre Francisco João apropriado pela Remington, que antes desse invento só fabricava armas), o rádio (do Pa-

72 – Empreendedor – Maio 2006

dre Landell de Mouro, apropriado por Marconi) e o Bina (de Nélio José Nicolai, que briga contra quem usa o invento sem lhe pagar royalties). É preciso não só saber que a criação existe e pode estar em você ou ao seu lado (para que não desprezemos nossos criadores), mas entender como funciona.

Como informa a editora, o livro “A Viagem das Idéias”, de Roberto Panzaran, aborda a criatividade como força motriz das empresas. Como nascem as idéias inovadoras que geram as mudanças mais importantes?

Como as empresas devem encarar o desafio da criatividade para o terceiro milênio? O que leva as pessoas, de modo geral, a pensarem grande ou pequeno? Qual é, afinal de contas, a receita para a inovação? O autor discute a novidade – não a tecnológica, mas a “forma mental”, ou seja, a estrutura de pensamento de uma novidade – e de como é possível torná-la realidade. Quais seriam os recursos, sejam eles atingíveis ou não, passíveis de desencadear mudanças e inovações? Ou ainda: como tornar o ambiente propício à novidade?

No livro, Panzarani se ocupa de questões pertinentes ao universo do gerenciamento sem perder de vista a dimensão psicológica dos fatos. De leitura fluente e fácil compreensão, “A Viagem das Idéias” ensina o leitor sobre a organização de empresas, economia de países emergentes, conceito de economia intangível, mercado, regras e democracia, além de esclarecer a importância de uma pos-

A Viagem das Idéias Roberto Panzarani Editora Gente 176 páginas – R$ 29,00

tura dinâmica e inovadora diante do terceiro milênio.

O italiano Roberto Panzarani é professor de Processos de Inovação nas Organizações na Faculdade de Psicologia da Università La Sapienza, em Roma. Trabalha há muitos anos na Itália na área de educação. Foi responsável pela formação da Alitalia e fundou a Alitalia Business School. Foi também presidente da Associação Italiana de Formadores (AIF) e atualmente é presidente de governança da Associação para a Promoção do Conhecimento e das Competências para o Exercício das Responsabilidades de Direção. Especialista em Business Innovation, atualmente dedica-se ao desenvolvimento de programas de formação gerencial para o top management das principais empresas italianas.

Seu último livro publicado na Itália foi Gestione e Sviluppo del Capitale Umano: le persone nel bilancio dell’intangibile di una organizzazione (Gestão e Desenvolvimento do Capital Humano: as Pessoas na Balança do Intangível de uma Organização).

Leitura

Vender para pobre A maioria ganha pouco, mas soma grande massa de recursos que devem ser disputados pelas empresas “A solução dos 86%”, dos indianos Vijay Mahajan e Kamini Banga, aborda um tema muito discutido na atualidade: o que as empresas podem fazer para crescer e aumentar o seu faturamento vendendo para a grande maioria da população que vive com renda anual inferior a US$ 10 mil. No Brasil, os números são mais estarrecedores ainda e têm piorado ante o baixo nível de crescimento da economia. Pelo menos 35 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza.

Segundo os autores, a maioria das corporações, porém, está focada em vender para o mundo rico e não percebe que esses mercados estão saturados. O livro busca mostrar como as empresas podem crescer e ter lucro servindo a todos os demais. “Atender ao mercado em desenvolvimento é decisivo para o crescimento sustentado das empresas, uma vez que o mundo desenvolvido está ficando velho, saturado e é palco de alta competição”, afirma Mahajan e Banga.

Com base em dezenas de exemplos de mercados emergentes de todo o mundo, a obra oferece táticas executáveis para o design e preço de produtos, embalagem e distribuição, publicidade e muito mais. Isso porque,

para os autores, as estratégias de mercado conhecidas e utilizadas até hoje não se aplicam a esse mercado e soluções inovadoras devem ser desenvolvidas, como os processos logísticos diferenciados e a produção em doses unitárias.

“A solução dos 86%” é destinada a líderes políticos, formadores de opinião, empresários, executivos, gerentes e todos os profissionais das áreas pública e privada interessados em conhecer e principalmente se adequar à realidade dos mercados mundiais. O leitor vai descobrir as radicalmente diferentes “regras de engajamento” dos mercados emergentes e como algumas empresas estão faturando milhões de dólares com isso. Além disso, segundo os autores, produzir para essa população é contribuir para o progresso das sociedades. “Atender ao mercado dos 86% com tecnologia e produtos é uma forma de levar progresso até eles”, dizem.

Vijay Mahajan é ex-reitor da Indian School of Business e professor da McCombs School for Business na Universidade do Texas em Austin.

Kamini Banga é consultora de marketing e diretora da Dimensions Consultancy Pvt. Ltd.

A Solução dos 86% Como ter sucesso na maior oportunidade de mercado dos próximos 50 anos Vijay Mahajan e Kamini Banga Artmed Editora S.A. 226 páginas – R$ 44,00

Guia para vencedores O livro traz um novo conceito de planejamento, organização e conclusão de vendas: o WinnersMap. O autor, que atua na área comercial há quinze anos e na área de tecnologia há sete, trabalhou em grandes empresas como O Estado de S. Paulo, Enterasys, Microsiga e atualmente na Compuware. Dominik fez um guia onde o leitor aprende os passos para planejar a venda e concluí-la com sucesso.

O método ensina que o vendedor deve transformar o produto ou serviço a ser vendido em algo concreto para o cliente, mostrar o motivo pelo qual o produto deve ser adquirido e fazer todo o acompanhamento da venda, auxiliando o comprador. É um guia prático, simples e envolvente, fácil de ser seguido e de resultados rápidos. Dominic desmistifica o mito de que vender é nato do vendedor, que isso nasce com a pessoa. Ele mostra que seguindo o método WinnersMap qualquer um pode concluir uma venda de forma bem sucedida e se tornar um bom vendedor.

Como Vender Seu Produto ou Serviço Como Algo Concreto Dominic de Souza Editora STS 74 páginas – R$ 22,00

Maio 2006 – Empreendedor – 73

Informação e Crédito

Crédito bem gerenciado O Gerencie Carteira, da Serasa, integra monitoramento de clientes e administração da carteira

O

teira. Enquanto o primeiro módulo acompanha as mudanças ocorridas no perfil de risco de cada cliente, o segundo permite uma visão completa da carteira, com segmentações por região, porte, ramo de atividade, filiais, entre outras.

Em 2005, ano em que foi lançado, o Gerencie Carteira conquistou o Marketing Best, prêmio concedido pela Editora Referência, pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas e

ROSANA MOMI

Gerencie Carteira, solução inovadora desenvolvida pela Serasa que visa a reduzir o risco na concessão de crédito e alavancar os negócios das empresas, completa um ano em maio e já conquistou a confiança do mercado.

Destinado ao gerenciamento e análise do risco de crédito, o Gerencie Carteira é composto por dois módulos integrados: o monitoramento de clientes e a administração da car-

Equipe da Serasa comemora a conquista do Marketing Best 2005, conferido ao Gerencie Carteira: reconhecimento à estratégia inovadora e consistente 1

pela Madia Mundo Marketing, como reconhecimento à sua concepção inovadora e ao seu destacado desempenho. A solução também conquistou o Top de Marketing ADVB 2006, prêmio entregue pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil às empresas que adotam estratégias inovadoras e consistentes na criação de seus produtos.

Entre os benefícios do Gerencie Carteira estão a ampliação de negócios com os clientes de maior potencial, o acesso a informações que permitem monitorar mudanças no perfil de risco dos clientes, a atualização em tempo real, o aviso auto-

Inadimplência reduzida

Ezequiel Persiotto, da SMS Tecnologia Eletrônica: mais controle e redução da inadimplência

Roseli Martins, do grupo Tenda Atacado: uma gama de novas informações

mático sobre as alterações nas informações monitoradas e a redução de risco pela manutenção da diversificação da carteira.

No ano passado, a SMS Tecnologia Eletrônica, fabricante de no-breaks e estabilizadores para o setor eletroeletrônico, adotou o Gerencie Carteira. A solução otimizou o processo interno da empresa, tornando possível uma análise mais refinada de sua carteira de clientes. “Anteriormente, cada CNPJ (de uma base de quatro mil) era consultado uma vez a cada dois ou três meses. Agora, com o acompanhamento diário e o monitoramento de alterações, as consultas são realizadas de forma contínua e os avisos são recebidos automaticamente. Dessa forma, temos maior controle da inadimplência, dados cadastrais e a classificação de risco de nossa carteira de crédito”, afirma Ezequiel Persiotto, supervisor de Crédito e Cobrança da SMS. “Por meio do monitoramento de clientes é possível acompanhar de

forma automática cada um dos clientes da carteira, identificando, em tempo real, alterações nas anotações de inadimplência e nos dados cadastrais dos clientes”, afirma Láercio de Oliveira, diretor da Serasa. “A administração da carteira, por sua vez, é uma combinação das mais importantes variáveis para análise da concentração de risco em cada um dos níveis de segmentação (região geográfica, setor de atividade, porte da empresa, classes de riscos e unidades de negócios)”, complementa o especialista.

O grupo Tenda Atacado, empresa com mais de 40 anos de experiência e tradição na comercialização de produtos e prestações de serviços a pequenos, médios e grandes varejistas, utiliza a solução há seis meses e já registrou um crescimento nos negócios da empresa.

“O Gerencie Carteira trouxe uma gama de novas informações com as quais não contávamos e que favoreceram nosso negócio”, afirma Ro-

Um dos pontos fortes do Gerencie Carteira é a possibilidade de identificar modificações no perfil de risco das empresas após a concessão do crédito, reduzindo o risco da carteira e a inadimplência nos negócios.

Segundo Persiotto, da SMS, em 70% dos casos, o Gerencie Carteira contribuiu para o direcionamento das estratégias da empresa.

“Sem a informação proveniente da Serasa era muito difícil tomar decisões de crédito. Nossa taxa de inadimplência tem diminuído entre 1% e 1,5% ao mês e caído gradualmente com o uso da Solução Serasa. As informações da Serasa são muito precisas, consistentes e superam os dados fornecidos por outras empresas do ramo”, afirma o supervisor de Crédito e Cobrança da SMS. A inadimplência no grupo Tenda Atacado também não vem interferindo nos negócios da empresa. De acordo com a gerente de Crédito e Cobrança do grupo, o Tenda possui um nível muito baixo de inadimplência e a solução Gerencie Carteira, além de ajudar a prover mais crédito aos clientes, contribuiu para estabelecer uma melhor relação com eles.

seli Martins do Nascimento, gerente de Crédito e Cobrança do grupo.

Segundo a gerente, a solução contribuiu para aumentar a concessão de crédito para empresas de médio e grande porte, sendo que “a contribuição na reavaliação do crédito foi fundamental para a alavancagem dos negócios”.

Guia do Empreendedor

A crise moral e a economia Se o nosso país perdeu a corrida do desenvolvimento econômico nos últimos anos para inúmeros países, não foi o destino A história da humanidade é repleta de exemplos de falhas morais graves. Desde o surgimento do homem na Terra até os nossos dias, em diferentes civilizações, a questão moral sempre existiu. Nos primórdios o homem matava o seu semelhante pela sobrevivência, medo do desconhecido, guerra de clãs, e isso era considerado normal.

Não vivemos mais no tempo das cavernas nem na Roma antiga. Os costumes são outros e algumas coisas que eram tidas como admissíveis são hoje classificadas como criminosas.

O império romano viveu da guerra, serviu-se dela para crescer e enriquecer, e foi por ela tragado. Aqui temos uma ligação entre a moral e a questão econômica de uma maneira clara. A decadência dos romanos teve como base uma degradação dos seus princípios, do que era correto e do que não era. Isso acabou minando toda uma estrutura montada em alguns séculos de história.

Em que pese o quanto evolui o poder de destruição do homem, através da tecnologia voltada para esse fim, o mundo hoje não vive mais tantos períodos de guerra como antigamente, e aí está uma evolução, mesmo que lenta.

No mundo atual temos um grande polarizador econômico que é obviamente os Estados Unidos, concen-

76 – Empreendedor – Maio 2006

trando a maior fatia da riqueza e da produção mundial. Essa hegemonia tem algumas décadas e não séculos como o império romano chegou a ter.

Mas a velocidade das mudanças hoje é infinitamente maior do que há dois mil anos, e novos ventos virão.

Focando um pouco mais para o Sul temos o nosso Brasil, que parece hoje depauperado como nunca na questão ética e moral. Não adianta simplesmente mostrar, através de um trabalho fundamental e importantíssimo da imprensa, a nossa parte podre. O problema é que não temos leitores suficientes do outro lado. A justiça é lenta, a impunidade é grande..., aquela conversa que já estamos cansados de escutar. Também no caso do Brasil os reflexos da imoralidade, baseada em uma educação deficiente, traduzem-se no campo financeiro.

Se o nosso país perdeu a corrida do desenvolvimento econômico nos últimos anos para inúmeros países, isso tem um porquê, não foi o destino, azar. Em breve a China se tornará a maior potência econômica mundial, a Índia está famosa hoje por exportar inteligência, produzir softwares, e o Chile dos últimos anos nos causa inveja. Será que ainda dá pra ficar só no discurso de que o Brasil é o país do futuro, mantendo o comportamento atual, a educação atual? Todos sabemos

essa resposta, mas quantos terão a coragem de mudar, de fazer a sua parte para virar a página?

Como já escutei de um grande locutor, todos são honestos, idôneos, até terem a primeira oportunidade do deslize. É a partir daí que se verá efetivamente quem é e quem não é. Essa é a prova que mostra a nossa verdade oculta; e é preciso que o país esteja muito, mas muito melhor preparado para enfrentar as provações.

A reedição mais avançada da disciplina de moral e cívica seria fundamental para tentar imunizar as novas gerações quanto aos diabinhos que ficam nos soprando idéias do mal. O que não queremos reconhecer, na imensa maioria das vezes, é que o diabinho somos nós mesmos. Temos o livre arbítrio, a possibilidade da escolha. Um pau que nasce torto não precisa obrigatoriamente morrer torto. Essa é a desculpa do comodista.

Mudar e ampliar a educação, a moral do povo, a ética, e a melhora econômica, conjuntural – porque não é só a questão financeira que torna nossa vida melhor ou pior – nos será dada como acréscimo. Aí, nesse futuro, não teremos tantos políticos podres que envergonham um país como o nosso.

André Hahn Diretor-presidente da Leme Investimentos

Análise Econômica Carteira teórica Ibovespa NOME AÇÃO

Acesita Ambev Aracruz Arcelor BR Bco Itau Hold Finan Bradesco Bradespar Brasil T Par Brasil T Par Brasil Telecom Brasil Braskem Caemi CCR Rodovias Celesc Cemig Cemig Cesp Comgas Contax Contax Contax Copel Eletrobras Eletrobras Eletropaulo Metropo Embraer Embraer Embratel Part Gerdau Met Gerdau Ibovespa Ipiranga Pet Itausa Klabin Light Net Perdigao Petrobras Petrobras Sabesp Sadia SA Sid Nacional Souza Cruz Telemar Norte Leste Telemar-Tele NL Par Telemar-Tele NL Par Telemig Celul Part Telesp Tim Participacoes Tim Participacoes Transmissao Paulist Unibanco Usiminas Vale Rio Doce Vale Rio Doce Vivo Part Votorantim C P

TIPO AÇÃO

PN PN PNB ON PN PN PN ON PN PN ON PNA PN ON PNB ON PN PN PNA – ON PN PNB ON PNB PN ON PN PN PN PN – PN PN PN ON PN ON ON PN ON PN ON ON PNA ON PN PN PN ON PN PN UnN1 PNA ON PNA PN PN

PA R T I C I PA Ç Ã O I B OV E S PA

0,51 1,23 0,93 1,72 2,83 4,26 1,25 0,59 0,78 1,80 0,94 2,94 3,62 0,82 0,77 0,19 2,18 0,43 0,38 0,03 0,036 0,20 1,38 1,26 2,46 0,46 0,39 0,80 2,13 1,16 3,16 100,00 0,59 1,61 0,56 0,61 2,26 0,76 2,12 11,28 0,78 1,24 3,66 0,57 0,99 1,16 6,57 0,56 0,46 0,33 1,04 0,50 1,62 5,22 2,26 8,40 2,27 1,00

VARIAÇÃO % ANO (ATÉ 29/03/2006)

35,25 7,64 24,11 41,4 18,44 18,27 40,39 34,26 -2,79 9,45 49,07 -18,66 14,04 0,12 19,67 12,01 12,18 91,34 19,62 -6,58 5,98 -13,38 29,93 58,56 45,33 3,5 8,33 -12,2 -13,48 34,24 38,87 20,65 28,92 29,48 31,09 4,36 17,76 -5,77 26,67 27,74 29,94 -11,25 54,16 41,81 -5,97 63,84 -5,08 8,57 5,42 51,54 37,65 -10,41 14,13 49,16 13,33 11,85 -2,37 16,38

Inflação (%) Índice IGP-M (abril) IGP-DI IPCA IPC - Fipe

Março -0,42 -0,45 0,43 0,14

Juros/Aplicação

(%)

Abril 1,08 1,08 0,59 0,97 9,18

CDI Selic Poupança CDB pré 30 Ouro BM&F

Ano 0,27 0,21 1,44 0,61

Ano 5,16 5,17 2,69 4,64 13,99

Indicadores imobiliários Abril -0,18 0,12

CUB SP * TR

(%)

Ano 0,30 0,57

* Março

Juros/Crédito Março 2/maio

(em % mês) Março 28/abril

2,30 4,46 3,35 2,90

2,40 4,45 3,35 3,00

Desconto Factoring Hot Money Giro Pré * * taxa mês

Câmbio (em 2/5/2006)

Cotação R$ 2,0625 US$ 1,2614 US$ 113,39

Dólar Comercial Ptax Euro Iene

Mercados futuros (em 2/5/2006)

Junho

Julho

Agosto

Dólar R$ 2,077 R$ 2,093 R$ 2,110 Juros DI 15,67% 15,37% 15,23% (em 2/5/2006)

Junho

Ibovespa Futuro

41.450 Maio 2006 – Empreendedor – 77

Guia do Empreendedor

Agenda Em destaque

5/5 a 14/5/2006

Feiarte 2006 Centro de Exposições de Curitiba Parque Barigüi Curitiba (PR) Telefone: (41) 3335-3377

1/6 a 3/6/2006

Painel Telebrasil 2006 Village Rio das Pedras Mangaratiba (RJ) (11) 3525-7500 www.telebrasil2006.com.br

www.diretriz.com.br 6/5 e 14/5/2006

Rio Boat Show 2006 Marina da Glória Rio de Janeiro (RJ) Telefone: (21) 2205-6716 www.marinadagloria.com.br 9/5 a 12/5/2006

Feira Internacional de Tecnologia, Máquinas e Artefatos de Borracha

O tema do 50° Painel TELEBRASIL 2006 – Telecomunicações para Inclusão Social – foi escolhido pelos organizadores para demonstrar que as soluções integradas com as tecnologias convergentes da informação e comunicação (TIC) podem ser a solução para a Inclusão Digital do Estado brasileiro. O objetivo do evento é impulsionar a criação de um novo mercado a ser atendido pelas empresas, promovendo o crescimento da cadeia de valor dos serviços TIC. O encontro vai reunir os principais representantes das prestadoras de serviços convergentes de informação e comunicação, empresas de telecomunicações, Ministério das Comunicações, a Presidência da ANATEL e membros da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados.

Expo Center Norte São Paulo (SP)

15/5 a 19/5/2006

21/5 a 23/5/2006

www.francal.com.br

Femur'2006 – Feira de Móveis de Minas Gerais

Saneamento Bahia'2006

9/5 a 12/5/2006

São Paulo/SP

Pavilhão de Exposições Irineu Gomes Filho Juíz de Fora (MG) Fone: (32) 3541-1377 www.movimentoempresarial.com.br

Fone: (11) 4689-3100

16/5 a 18/5/2006

Telefone: (11) 4613-7000

Feira Internacional de Reparação Automotiva Expo Center Norte

www.francal.com.br 9/5 a 13/5/2006

Posto & Facilidades 2006 Parque Anhembi São Paulo (SP) Telefone: (11) 6224-0400 www.alcantara.com.br

Blintech'2006 – Feira Internacional de Tecnologia de Blindagens Transamérica Expo Center São Paulo/SP Fone: (11) 5585-4355 www.cipanet.com.br

Feilimp'2006 Expo Center Norte São Paulo/SP Fone: (11) 3151-6444 www.exponor.com.br

78 – Empreendedor – Maio 2006

23/5 a 27/5/2006

Mecânica/2006 Parque Anhembi São Paulo/SP Fone: (11) 4191-4324 www.mecanica.com.br 24/5 a 26/5/2005

Seafood Expo Latin America'2006

Toys, Parties & Christmas Fair'2006

Expo Center Norte São Paulo/SP Fone: (11) 4613-2000 www.seafood.com.br

ITM Expo São Paulo/SP Fone: (11) 3896-0202 Site: www.grafitefeiras.com.br

Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor (www.empreendedor.com.br)

20/5 a 23/5/2006 10/5 a 12/5/2006

Bahia Othon Palace Salvador/BA Fone: (21) 2537-4338 www.fagga.com.br

Maio 2006 – Empreendedor – 79

80 – Empreendedor – Maio 2006

Maio 2006 – Empreendedor – 81

Empreendedor na Internet

www.empreendedor.com.br

Página inicial

Site destaca novas tendências O site Empreendedor produziu e publicou a primeira série de reportagens sobre novas tendências de negócios. Com reportagem de Kátia Negreiros, o site destacou as boas oportunidades que podem surgir em cinco segmentos: design de jóias, esporte e fitness, beleza e estética, biotecnologia e home office (veja no quadro ao lado o título e um resumo das reportagens).

O objetivo é ampliar o leque de possibilidades do empreendedor que busca uma boa oportunidade. Por isso, em cada reportagem o leitor encontra dados e opiniões de especialistas e de empreendedores que já atuam no segmento.

Obviamente, a leitura é o pontapé inicial no processo de identificação e de investimento em um novo negócio. E aí, numa visita ao site Empreendedor, além das novas tendências, o internauta pode também navegar pela área Meu Negócio, onde há uma série de conteúdos direcionados para a decisão de empreender e para o planejamento do novo negócio.

Tanto as tendências quanto as dicas sobre como empreender e planejar são parte do objetivo do site Empreendedor em contribuir para a formação dos empreendedores brasileiros, gerando um valor indispensável nos dias de hoje: o conhecimento através da informação.

Como acessar No site Empreendedor, vá até a área Categorias na página inicial e clique em “tendências”. Nesta página você encontra as cincos reportagens exclusivas do site (procure pelo título), além de todo o conteúdo das publicações da Editora Empreendedor e das agências que tratam de tendências.

Fonte de oportunidades Essa tendência é jóia As exportações de pedras, jóias e bijouterias têm crescido anualmente no país, o que se deve em grande parte ao reconhecimento mundial da qualidade do design de jóias brasileiro.

A indústria da saúde A busca pela qualidade de vida e saúde é apontada como a principal responsável pelo grande crescimento da indústria do esporte e fitness no Brasil.

O poder da beleza O crescimento da indústria estética exige profissionais mais preparados e cria novos nichos de mercado.

A ciência revolucionária A biotecnologia cresceu muito no Brasil e está presente nos mais diversos setores, mas o desenvolvimento desta ciência para os pequenos empreendedores esbarra, principalmente, na questão financeira.

A opção pelo home office Abrir um negócio e gerenciá-lo de casa ajuda a baratear custos e economizar tempo com deslocamentos.

Cobertura especial Confira os preparativos e as novidades da ABF Expo A ABF Expo Franchising acontece somente em junho, do dia 7 ao dia 10, mas desde o começo de maio, o internauta do site Empreendedor já está por dentro dos preparativos e das novidades deste que é o principal evento sobre franquia da América Latina. A equipe de produção de conteúdo do site criou uma categoria ABF Expo Franchising, onde irão ser publicadas informações sobre as franquias que participarão da feira, além de reportagens, entrevistas e artigos sobre o mercado de franquias. Para acessar a categoria ABF Expo Franchising clique no banner sobre a cobertura que aparece na página inicial do site, logo abaixo do espaço De Empreendedor para Empreendedor.

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Franquia na enquete Aproveitando a cobertura especial sobre os preparativos para a ABF Expo, a enquete do mês de maio do site Empreendedor tem o franchising como tema. Não é uma pergunta, mas uma consulta sobre a relação que o internauta tem com o sistema de franquias (se já é franqueado, se pensa em abrir uma franquia ou se pensa em franquear seu negócio).

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