Empreendedor 145

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CONEXÃO SEM FIO

FRANQUIAS ESTIMULAM

DOS NEGÓCIOS

INTEGRA CIDADES

MAIS AUTONOMIA

Novembro 2006 • R$ 9,90

Armando Hess de Souza: é possível sempre melhorar

www.empreendedor.com.br

Ano 12 • Nº 145

ISSN 1414-0152

Ano 12 • Nº 145 • novembro 2006 OS NOVOS PIONEIROS

Empreendedor

ASTROLOGIA NO MUNDO


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de Empreendedor para Empreendedor

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Editorial escobrir um novo nicho, implantar uma solução inédita, abrir um novo caminho para os negócios são soluções que definem os pioneiros. Eles se destacam pela ousadia e criatividade, mas podem sucumbir diante de uma lei inexorável: a da necessidade de um processo contínuo de mudança. É fundamental que o pioneiro continue com o mesmo espírito do início e saiba da importância de inovar sempre, mesmo que isso custe, às vezes, as idéias originais que motivaram seu sucesso. Inovar diferencia o empreendedor da concorrência e o prepara para a mais importante das mudanças: a evolução. Nesta edição, abordamos essa irmandade entre pioneirismo e inovação, que consolida vocações empreendedoras e impede que as conquistas do nascimento de uma empresa sejam suplantadas pelo movimento do mercado. A surpresa das transformações desafia as empresas e exige agilidade para a mudança de rumo, o planejamento e as novas estratégias de defesa e ataque. Alguns exemplos apresentados pela reportagem mostram como é possível inaugurar negócios com projetos iné-

D

ditos e conseguir um impacto com chances de continuar definindo o perfil da empresa por um longo tempo, desde que não se descuide dessa fonte permanente de mudanças. Fazendo par com nossa matéria de capa, incluímos a reportagem sobre as empresas que, em uma situação de impasse, tiveram que se reciclar totalmente para sobreviver. Não importa o tamanho: todo empreendimento pode enfrentar essa dificuldade. O que salva é o desprendimento de abandonar o que garantia o sucesso e saltar para um patamar desconhecido, mas irreversível. Não há outra maneira de se manter na ativa. Essa realidade serve para todas as empresas, não apenas as que se dedicam à Tecnologia da Informação exclusivamente. Há um equívoco de se achar que os setores tradicionais, que deram certo por décadas, estão imunes. Hoje, ninguém passa ao largo dessa avalanche de novidades, que procuram atender consumidores exigentes e estimular o universo empresarial pautado pela inventividade. Nei Duclós

Rio Grande do Sul: Rua Arnaldo Balvê, 210 Jardim Itu - 91380-010 - Porto Alegre - RS Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C - conjunto 902 88015-900 - Centro - Florianópolis - SC Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 conjunto 01 - Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111 - conjunto

Cedoc O Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 3224-4441 ou pelo email imagem@empreendedor.com.br.

605 - Boa Viagem - 51021-310 - Recife - PE Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300 17º andar - conjunto 1704 - 30112-021 Belo Horizonte - MG Os artigos deverão conter nome completo, assinatura, telefone e RG do autor e estarão sujeitos, de acordo com o espaço, aos ajustes que os editores julgarem necessários.

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Cartas para a redação Correspondências por e-mail devem ser enviadas para redacao@empreendedor.com.br. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do Estado de onde estão escrevendo.


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A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Redação Editor-Executivo: Nei Duclós [nei@empreendedor.com.br] Repórteres: Alexsandro Vanin, Camila Stähelin, Carol Herling, Fábio Mayer, Sara Caprario e Wendel Martins Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira, Casa da Photo, Index Open e Lio Simas Foto da Capa: Index Open Produção e Arquivo: Carol Herling Revisão: Carla Kempinski Sedes São Paulo Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba Executivos de Contas: Alessandra G. Alexandre e Vanderleia Eloy de Oliveira Projetos Especiais: José Lamônica (Lamônica Associados) Rua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis 01239-010 - São Paulo - SP Fone: (11) 3214-5938 [empreendedorsp@empreendedor.com.br] Florianópolis Executiva de Contas: Vione Hartmann Corrêa [vione@empreendedor.com.br] Executivas de Atendimento: Luana Paula Lermen [luana@empreendedor.com.br] Joana da Silva Amorim [joana@empreendedor.com.br] Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C 9º andar - 88015-900 - Centro - Florianópolis - SC Fone: (48) 3224-4441 Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda. Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] Rua São José, 40 - sala 31 - 3º andar - Centro 20010-020 - Rio de Janeiro - RJ Fone: (21) 3231-9017 Brasília JCZ Comunicação Ltda. Ulysses C. B. Cava [jcz@forumci.com.br] SETVS - quadra 701 - Centro Empresarial bloco C - conjunto 330 70140-907 - Brasília - DF Fone: (61) 3322-3391 Paraná Merconet Representação de Veículos de Comunicação Ltda. Ricardo Takiguti [comercial@merconet.srv.br] Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - conjunto 01 Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR Fone: (41) 3257-9053 Rio Grande do Sul Alberto Gomes Camargo [ag_camargo@terra.com.br] Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu 91380-010 - Porto Alegre - RS Fone: (51) 3340-9116 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda. Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Rua Ribeiro de Brito, 1111 - conjunto 605 - Boa Viagem 51021-310 - Recife - PE Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações Sérgio Bernardes de Faria [comercial@sbfpublicidade.com.br] Av. Getúlio Vargas, 1300 - 17º andar - conjunto 1704 30112-021 - Belo Horizonte - MG Fone: (31) 2125-2900 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante Diretora: Luzia Correa Weiss Fone: 0800-48-0004 [assine@empreendedor.com.br] Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Gráfica Pallotti - Porto Alegre Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda.- São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br

ANER 6 – Empreendedor – Novembro 2006

Nesta Edição PG. 20

Pioneiros O impactoinovadores das supernovas

Empreendedores pioneiros apostam na inovação, Empresas gigantes surgem da noite para do o dia e que é um fator gerador de riquezas. Dados Inscausam impacto no mercado, desencadeando fortituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da ças empreendedoras para todos osque lados. Elas nasHarvard Business Review mostram as firmas que cem grandes e com visibilidade instantânea no uniinovam representam 1,7% do total de empresas do verso empreendedor. Emitem um brilho único, como Brasil. As que criam novidades e diferenciam produtos osresponsáveis provocados pela explosão de supernovas. Quando são por 13,2% de empregos gerados, 25,9% surgem, geram impacto no mercado e ajudam a do faturamento industrial e desenvolvem 2,5 vezescriar mais um ambiente propício para o desenvolvimento neprodutos, obtendo retorno dez vezes superior dedeseus gócios, atraindo empresas satélites, que atuam como investimentos em P&D. fornecedoras e parceiras na cadeia produtiva, e mão-deobra INDEX OPEN com maior qualificação.

PG. 30

Mudar para vencer O mercado exige que as empresas sejam reinventadas o tempo todo. Com a tecnologia que se modifica a toque de caixa, o surgimento de concorrentes propondo novos modelos de negócios e os consumidores cada vez mais exigentes é preciso estar sempre atento às novidades e, principalmente, ter real consciência de seu empreendimento. Em alguns casos, não identificar os momentos certos para transformações pode desencadear um processo de colapso, que culminará no fim de um negócio.

PG. 38

Novos créditos Foi pensando nos cerca de 63% de empreendedores que buscam recursos para capital de giro que o Santander Banespa criou a linha de crédito SuperGiro. Os clientes podem financiar o pagamento do 13º salário dos funcionários, fazer reformas, comprar matérias-primas, ou simplesmente, acertar o fluxo de caixa. O empréstimo pode ter prazo de até 24 meses, juros menores e carência de até 90 dias para pagar a primeira parcela.

PG. 40

Os signos dos negócios A astrologia empresarial é utilizada como ferramenta por muitos empreendedores. Acredita-se que escolher as melhores datas para empreender, lançar produtos, elaborar campanhas publicitárias e fazer investimentos podem interferir no resultado dos negócios. Uma fase lunar pode ser a mais adequada para a abertura da empresa, mas há outros fatores envolvidos, como os eclipses ou a posição dos planetas. Cada um é responsável por reger funções específicas em um nicho de mercado


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Franquias

PG. 44

União de concorrentes

Franqueados com liberdade

O plano de 15 grandes indústrias têxteis e 14 instituições de ensino que há dois anos investem no projeto Santa Catarina Moda Contemporânea (SCMC) é substituir a rivalidade pela parceria, criar um centro de referência em moda no Brasil, promover o intercâmbio de conhecimento entre universidade e empresas e centrar o foco em produtos de maior valor agregado. LIO SIMAS

Entrevista:

PG. 57

Uma das principais ferramentas que caracterizam o sistema de franchising é a padronização de várias áreas da empresa, incluindo atendimento e gestão. Mas nos últimos tempos cursos de gestão de negócios estão sendo estimulados nas redes de franquias, para que cada franqueado seja um empreendedor completo, com competência para gerir pessoas, cuidar do marketing e entender o fluxo de caixa, entre outras questões.

Caderno de TI

PG. 14 Ricardo Bellino

CONEXÃO INVISÍVEL .............. 52 Velocidade, mobilidade e segurança no envio de dados, imagens e som são algumas das vantagens do WiMax (Worldwide Interoperability for Microwave Access), acesso à internet banda larga sem fio. Em parceria com universidades, Governos e outras instituições a Intel realiza, desde 2004, testes do WiMax no Brasil. Entre as cidades que participaram desta iniciativa estão: Ouro Preto (MG), Mangaratiba (RJ) e, mais recentemente, Parintis, cidade localizada em uma ilha no Rio Amazonas.

A força do brasileiro Ricardo Bellino, fundador do Instituto do Empreendedor (Inemp), que tem o objetivo de formar e aperfeiçoar novos empreendedores e incentivar essa prática no país, fala sobre o empreendedorismo no Brasil. “É preciso fazer o povo brasileiro acreditar em sua própria força e, mais do que isso, despertar sua paixão, seu entusiasmo, para que ele possa superar situações dramáticas como a pobreza e a falta de recursos”, diz.

PG. 46

Perfil: Orlando de Carvalho

LEIA TAMBÉM

O dono da oficina

Cartas .............................................. 8

Orlando de Carvalho teve papel decisivo para o reconhecimento da Fisioterapia como profissão no Brasil, além de possibilitar a milhões de pessoas acesso a tratamentos especializados e eficazes para a recuperação de fraturas e lesões. Seu pai, Ivo de Carvalho, aproveitou a falta de materiais específicos para o setor e montou uma pequena oficina. A iniciativa deu origem alguns anos depois, em 1966, à Carci, hoje administrada por Orlando e considerada a indústria pioneira no setor.

Não Durma no Ponto ...................... 18

Empreendedores ............................. 10 Pequenas Notáveis ......................... 50 Empreendedor na Internet ............. 82 GUIA DO EMPREENDEDOR ............. 6 7 Produtos e Serviços ........................ 68 Lei ................................................... 70 Leitura ............................................. 72 Análise Econômica .......................... 76 Indicadores ..................................... 77 Agenda ............................................ 78 CASA DA PHOTO

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Cartas Sugestão

Jogos

Sugiro que façam entrevistas com pessoas jovens, pois isso nos estimula a entrar no mundo dos negócios. A partir de uma trajetória bem sucedida das pessoas que ainda não chegaram aos 30 anos, podemos ter noção do que é possível fazer quando se tem determinação e quando a falta de experiência não é um obstáculo muito grande para arriscar por conta própria. No fim, se a gente continuar procurando o emprego que não há, acaba arriscando mais ainda, pois hoje está muito difícil e há grandes chances de o sonho de uma vida estável como empregado não dar certo.

Não imaginava que minhas horas de lazer significam tanto para os negócios. Os jogos eletrônicos são fascinantes e agora mais ainda, pois representam, segundo a reportagem da edição 144 da Empreendedor, muitos milhões investidos e circulando. Como um apaixonado pelos jogos e sendo estudante de Administração, a reportagem provocou grande interesse.

Tiago Moura Asturias

Porto Alegre – RS

Marcio Diogo Molinari

São Paulo – SP

Franquia

Acompanho há anos a Empreendedor e fico muito grato com as reportagens especializadas sobre Tecnologia da Informação, que tem dado um brilho especial às edições.

Gosto das informações sobre franquias divulgadas pela Empreendedor. Tenho interesse em entrar no ramo e os exemplos e dicas fornecidas pela revista fazem com que eu me sinta cada vez mais à vontade pra dar esse passo importante na minha vida.

Antônio Dario de Albuquerque

Alessandro Pivot Cintra

TI

Belo Horizonte – MG

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Rio de Janeiro – RJ

Novo carro Fiquei orgulhoso com a reportagem sobre o Stark, o carro fabricado em Joinville. Santa Catarina dá o exemplo de auto-superação. Espero que ele seja seguido para que possamos cada vez mais nos tornar capazes de produzir o que há de mais moderno na indústria. Tarso Meneghetti Dimas

Joinville – SC


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Empreendedores Roberto Valentim Filho e Marcos Sapia

Imprimindo idéias O “fator surpresa” em um mercado onde imagem é tudo é a principal estratégia dos empresários Roberto Valentim Filho e Marcos Sapia, sócios da Artfix Print Solutions. A empresa, que teve início há 11 anos com a confecção e colocação de adesivos em carrocerias de caminhões, vans e geladeiras comerciais, deu um grande salto quando os empresários se deram conta que estavam adesivando até aviões. “Já adesivamos as aeronaves da seleção brasileira de futebol durante as últimas duas copas do mundo e também desenvolvemos e executamos um projeto para adesivar o fundo de uma piscina”, afirmam. O sucesso no mercado de decoração é a mais recente conquista da dupla. Graças a uma parceria com a EFI, a empresa teve acesso a compra do sistema VUTEk Press VU, que imprime em ultravioleta (UV) sobre todo tipo de superfície flexível e rígida, como vidro, metal, cerâmica, couro, tecido e madeira. “Produzir ambientes personalizados sempre foi um desafio para arquitetos e decoradores, e com esse novo equipamento teremos mais opções de produtos e serviços”. www.artfix.com.br

Robert Waker

Identidade estratégica A Baumhaus (“casa-da-árvore” em alemão) nasceu após um estudo de identidade, divisão e reposicionamento da agência Waker Landini. Com a proposta de acolher os clientes e centralizá-los no contato com toda a comunicação, a agência aprimorou suas três linhas de atuação (propaganda, branding e relacionamento). “Abrimos canais de comunicação que reafirmam a imagem da empresa, o que contribui para uma relação leal e de satisfação para as duas partes”, afirma Robert Waker, diretor-executivo da Baumhaus. O foco principal da Baumhaus é trabalhar a verdadeira identidade do cliente para garantir o crescimento contínuo. “Realizamos um estudo aprofundado sobre os conceitos das organizações, descobrimos a filosofia da empresa e, com esse resultado, apresentamos novas estratégias para aprimorar a comunicação”. Entre os clientes já atendidos pela agência estão: Discovery Network, Goodyear, Daimler Chrysler, Fox Latin American Channel’s, Brasil Moda Infantil, Yellow Bug e Martorano. www.bauhmaus.com.br

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HERMES BEZERRA/DIVULGAÇÃO

Nilton Felipetto

Casa das Sete Mulheres Sob a supervisão de Saviany Monteiro, uma equipe de seis arquitetas projetou o Espaço Casa Mostra, um apartamento funcional de 560m 2, totalmente decorado para uma família fictícia, que integra a loja do empresário Nilton Felipetto.

O novo ambiente da Felipetto Todeschini – a única loja do gênero com atendimento realizado exclusivamente por arquitetos – marca o seu reposicionamento no mercado brasileiro e servirá de referência para a modernização das demais lojas da marca. “O

Espaço Casa Mostra foi a idéia que tivemos para demonstrar a qualidade e beleza dos móveis Todeschini em ambientes integrados e de alto padrão para inspirar os sonhos dos clientes”, diz Felipetto. www.felipetto.com.br

Mari Moon

Do site para a loja Com um estilo inconfundível e criativo que a transformou em um fenômeno da internet brasileira, a estilista Mari Moon prepara-se para migrar sua virtual store para o mundo real. “Minha idéia é continuar com o site e manter uma loja na Galeria Ouro Fino, em São Paulo, onde terei um contato mais pessoal com meus clientes e também darei visibilidade aos meus produtos”, diz Marimoon. Além de mudar a cor dos cabelos – do vermelho, que virou moda entre os adolescentes que acessam as comunidades virtuais e sites, como o Fotolog, para o azul – a jovem empresária também participou da produção do videoclip da banda paulista Fake Number, onde atuou na captação de imagens e prestou consultoria em estilo. www.marimoon.com.br Novembro 2006 – Empreendedor – 11


Empreendedores Bruno Alves

Novidade com tempero português A Rede Angeloni e a Gallo, tradicional marca portuguesa de azeites, fecharam um acordo para comercializar no Brasil o Colheita Selecionada, produto inédito no país. “Nossa meta é vender 9 mil garrafas nos 19 supermercados da rede”, diz Bruno Alves, gerente da Gallo. O azeite que originou a parceria é uma edição especial da mundialmente famosa versão extravirgem elaborada em Portugal e que tem como matéria-prima as melhores azeitonas extraídas da Reserva Gallo. “É a primeira vez que este produto é comercializado fora de Portugal, e trouxemos a novidade para o Brasil para agradar ao paladar exigente do nosso público consumidor”. www.gallo.pt

Juliana Pelizzaro, Camila Cintra, Jenifer Rodrigues e Ana Lucia Santos

Morar na Austrália Destino preferido de quem aprecia a natureza e faz turismo de aventura, a Austrália nunca esteve tão ao alcance de quem sonha em morar e estudar inglês do outro lado do mundo. As empresárias Juliana Pelizzaro, Camila Cintra, Jenifer Rodrigues e Ana Lucia Santos, da América do Sol, representam a Ozzy Study Brazil, uma empresa fundada e gerida por brasileiros que vivem na Austrália e que se tornou um verdadeiro “QG VerdeAmarelo” para estudantes ou mesmo conterrâneos que fixaram residência naquele país. “A Ozzy é a principal referência de quem está na Austrália e precisa de informações para arranjar emprego, renovar visto, ir ao médico ou mesmo matar a saudade do Brasil”, diz Camila Cintra.

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“Existem muitas opções de cursos na Austrália, inclusive de pós-graduação, e com o respaldo da Ozzy damos toda a assessoria para quem nos procura”, diz Juliana Pelizzaro. Para Jenifer Rodrigues, que morou e trabalhou na Austrália, o país lembra o Brasil em alguns aspectos: “Além das coincidências climáticas, a receptividade dos habitantes também é muito boa, um ‘clima’ bem parecido com o nosso, isso sem contar as inúmeras belezas naturais, tal e qual o Brasil”. Ana Lucia Santos destaca a vocação esportiva do continente australiano como um diferencial. “Para quem gosta de esportes radicais, como rapel, rafting e escaladas, vai encontrar na Austrália inúmeras opções de lazer”. www.americadosol.com


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Entrevista

Ricardo Bellino

Muito além do entusiasmo É preciso criar empreendedores e não empregados, para firmar a vocação do país de gerar desenvolvimento por

Fábio Mayer

Ricardo Bellino, fundador do Instituto do Empreendedor (Inemp), que tem o objetivo de formar e aperfeiçoar novos empreendedores e incentivar essa prática no país, fala sobre o empreendedorismo no Brasil. “É preciso fazer o povo brasileiro acreditar em sua própria força e, mais do que isso, despertar sua paixão, seu entusiasmo, para que ele possa superar situações dramáticas, como a pobreza e a falta de recursos”, diz. Bellino procura traçar um perfil de quem é e quais as principais características do empreendedor brasileiro e faz uma análise com o exterior. Ele também relaciona as dificuldades (pesadas cargas tributárias e juros altos, por exemplo) e principais causas da mortalidade empresarial, como má gestão e falta de planejamento, e avalia a condução da economia em ano eleitoral. Bellino é responsável pela implantação da filial brasileira da Elite Models, a versão nacional da campanha O Câncer da Mama no Alvo da Moda e a Villa Trump, primeiro empreendimento com a assinatura do bilionário americano Donald Trump no Brasil. Também é palestrante, apresentador de um programa de rádio e escritor, pos-

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sui quatro livros publicados: PDI – O Poder das Idéias, Sopa de Pedra – Dez Ingredientes Para Você Criar Sua Receita de Sucesso, Três Minutos Para o Sucesso e Midas & Sadim. Empreendedor – Qual o impacto que o empreendedorismo pode gerar na economia de uma nação? E o que mudou em relação ao conceito de empreender nas últimas décadas?

Ricardo Bellino – O impacto é enorme. Os empreendedores são o motor da economia, são eles que fazem as nações prosperarem. Tivemos uma fase de empreendedores visionários, que provocaram grandes transformações na economia mundial. Há também aqueles que se tornam empreendedores por necessidade, como é o caso do Brasil. Basta ver o incrível crescimento da chamada economia informal no país. Mas entramos em uma nova fase, na qual os empreendedores visionários passam a liderar as mudanças sociais. Tratase de um fenômeno mundial, no qual o papel do empreendedor não se restringe mais à área econômica. Cientes de que o Estado não tem condições de

promover as mudanças necessárias, os empreendedores investem pesado no social, chegam até a destinar parte do lucro de suas empresas em projetos que não visam apenas o retorno financeiro – visam a melhoria da sociedade em que vivemos. Empreendedor – Quais as maneiras mais eficazes, em comparação com as adotadas em outros países, de desenvolver uma cultura empreendedora na população de baixa renda?

Bellino – É preciso trabalhar na base, na educação fundamental. Temos de elevar a auto-estima do brasileiro desde a infância, incutindo a crença de que ele é capaz de transformar sua vida. É preciso fazê-lo acreditar em sua própria força e, mais do que isso, despertar sua paixão, seu entusiasmo, para que ele possa superar situações dramáticas, como a pobreza e a falta de recursos. Precisamos de idéias práticas, de soluções próprias acopladas ao processo de educação dos jovens e amparadas pela iniciativa privada. Exemplo disso é a iniciativa das miniempresas do programa Junior Achievement, na qual


Temos de elevar a auto-estima do brasileiro desde a infância, incutindo a crença de que ele é capaz de transformar sua vida

alunos do ensino médio trabalham com simulações que lhes permitem viver todo o processo de estruturação e montagem de uma empresa. Mas, infelizmente, iniciativas como essa ainda são exceções. No Brasil, a educação está estruturada para criar empregados, não empreendedores. Empreendedor – Na sua opinião, o brasileiro é um bom empreendedor?

Bellino – É um dos melhores do mundo, considerando o meio ambiente hostil que ele tem de enfrentar. O brasileiro possui uma notável capacidade de gerenciar crises, de se reinventar – e essa capacidade chega a ser maior do que a de outros que vivem em qualquer ambiente mais estável, com culturas de planejamento a longo prazo. Empreendedor – Qual a importância de entidades como o Instituto do Empreendedor (Inemp) e quais as principais ações promovidas para melhorar a competência e a capacitação do empreendedor brasileiro?

Bellino – Um dos motivos que me Novembro 2006 – Empreendedor – 15


Entrevista

Ricardo Bellino

levou a fundar o Inemp foi a percepção de que a prosperidade de uma nação está diretamente ligada à capacidade empreendedora de seu povo. Mas os brasileiros ainda não se deram conta de todo o potencial empreendedor que possuem. Daí a importância de iniciativas como o Inemp, que tem como objetivo fomentar a atividade empreendedora em todas as suas manifestações. O Inemp é um fórum permanente do empreendedor. Este ano, por exemplo, estabelecemos uma parceria com a Ernst & Young para organizar e promover juntos o prêmio Empreendedor do Ano, a maior e mais prestigiosa premiação do empreendedorismo mundial. O vencedor da categoria máster do prêmio, que ocorreu agora em março, em São Paulo, vai para Monte Carlo em junho disputar a grande final internacional, ao lado de alguns dos maiores empresários do mundo. Outra importante iniciativa está ligada ao empreendedorismo social. Estamos nos preparando para lançar uma grande campanha mundial pela preservação da Floresta Amazônica. O objetivo é conscientizar os empresários da importância da preservação ambiental e engajá-los nessa luta. A campanha já tem o apoio do maestro João Carlos Martins, que vai abrir a temporada de concertos do Carnegie Hall em janeiro com uma sinfonia especialmente composta para a campanha. O símbolo da campanha, que se chama Amazon Forever, foi criado por Milton Glaser, um dos maiores designers do mundo e criador do slogan I Love NY. Empreendedor – Um empreendedor bem-sucedido tem um conjunto de características (virtudes) que lhe servem como uma espécie de bússola na hora de tomar decisões, muito mais apropriadas

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do que inadequadas, e de conduzir o negócio no rumo certo. Qual ou quais o senhor destacaria na hora de traçar o perfil de um empreendedor de sucesso no Brasil?

Bellino – Já abordei esse assunto em meus livros e poderia resumir da seguinte forma: Visão – não ver as coisas apenas como parecem ser, mas também como poderiam ou deveriam ser. Senso de oportunidade – descobrir, avaliar e explorar novos caminhos, criando oportunidades onde elas parecem não existir. Perfil de realizador – o empreendedor é movido por uma imperiosa necessidade de construir e de realizar. A sensação de “já ter feito tudo o que tinha de fazer” é incompatível com seu espírito criativo. Agente motivador – a convicção de um verdadeiro empreendedor é contagiante e tem o poder de unir os que o cercam, agregando-os em torno de um mesmo objetivo.

O sistema financeiro brasileiro está estruturado para a especulação, não para a produção

Persistência – obstáculos são desafios e fracassos são estímulos para aprender com os erros e tentar outra vez. Pioneirismo – o fato de que algo nunca foi feito antes não desestimula o empreendedor. Ao contrário, é um estímulo para tentar o que ainda não foi tentado. O empreendedor é um inovador por excelência. Empreendedor – Os empreendedores brasileiros competem de igual para igual com os do exterior? Qual o perfil deles nos dois casos?

Bellino – De igual para igual, ou até melhor. O brasileiro se destaca por sua flexibilidade, jogo de cintura, capacidade de gerenciar crises. A própria estrutura mental do brasileiro é diferente. Um americano pode planejar 20 anos, enquanto que no Brasil, dispomos no máximo de cinco anos. Se passar disso, o empreendimento não se viabiliza porque, aqui, o capital é inacessível. O sistema financeiro brasileiro está estruturado para a especulação, não para a produção. O empreendedor tem que se estabelecer com recursos próprios. Se depender dos Bancos, deverá limitar essa dependência ao menor período de tempo possível, para não comprometer a viabilidade do negócio. Num país onde o custo do capital é mais caro, os impostos são mais caros e os encargos sociais são mais caros, só mesmo fazendo milagre. Empreendedor – As pesadas cargas tributárias e juros altos dificultam o crescimento de muitos empreendimentos no país. Como mudar essa situação, em termos de políticas públicas e legislação?

Bellino – Temos que investir em um processo de mudança política. Precisamos de representantes políticos que entendam esse problema por-


transformá-la em negócio de sucesso, em determinado momento você vai se unir a pessoas que saibam o que você não sabe e que possam contribuir para o êxito do empreendimento. Você não precisa ser um chef para abrir um restaurante de sucesso, mas precisa contratar um. Quando pensei em implantar no Brasil uma filial da Elite Models e, mais tarde, criar a Villa Trump – o primeiro empreendimento imobiliário com a grife de Donald Trump no país – comecei do nada, apenas com uma idéia na cabeça. A estrutura de gerenciamento foi criada depois, e ambos os empreendimentos tornaram-se grandes sucessos.

que, se entendessem, não seriam coniventes com isso. O país não cresce por causa de nossa política, cresce apesar dela. Empreendedor – Entre as principais causas da mortalidade empresarial estão a má gestão e a falta de planejamento. O que é necessário para mudar essas características no empreendedor brasileiro?

Bellino – É preciso criar ações de conscientização. Os empreendedores – ou candidatos a empreendedores – devem entender que nem tudo é uma questão de feeling. A única pessoa que ganhou muito dinheiro com feeling foi o Morris Albert (autor da canção de mesmo nome, que se tornou sucesso internacional nos anos 70). É necessário recorrer ao Sebrae e a outras instituições que existem para transmitir esse conhecimento. No mundo globalizado não há mais espaço para improviso. A união entre capacidade de gerenciamento e oportunidade no mercado, ou seja, encontrar uma maneira de atender uma demanda existente, são importantes para o andamento de uma empresa. Empreendedor – Existe a possibilidade de se ter ou optar por dar maior relevância a um desses itens do que a outro, isto é, se a oportunidade for muito boa pode vir a suprir uma deficiência na gestão, ou ao contrário? Em caso afirmativo, poderia dar um exemplo de cada, no qual isso acontece?

Bellino – Tudo começa com uma boa idéia. Se tiver a capacidade de

Empreendedor – Em um ano de eleição, o brasileiro empreende mais? O que muda na condução da economia para facilitar o desenvolvimento do empreendedorismo?

Na prática, as eleições têm provocado cada vez menos impacto na moral e na condução dos negócios

Bellino – Não muda nada. Ao longo dos anos os empreendedores perceberam que o mundo de Brasília é um mundo à parte. Na prática, as eleições têm tido cada vez menos impacto na moral e na condução dos negócios. Há sempre uma curiosidade, uma apreensão, uma expectativa – a possibilidade de uma guinada um pouco mais à direita ou um pouco mais à esquerda. Mas nada disso se concretizou, nem para o bem, nem para o mal. São remotas as chances de que o quadro venha a mudar nas próximas eleições.

Linha Direta Ricardo Bellino elisabeth.priestley@itelefonica.com.br Novembro 2006 – Empreendedor – 17


Não Durma no Ponto Seja um líder de ação Você se reconhece como um líder que age? E os demais líderes da sua empresa? Como você os vê? Muitos passam o dia mergulhado em afazeres e não têm tempo para agir. Outros passam horas batucando teclados, e também não têm tempo para a ação. Movimentam-se muito e também aos outros, mas não agem. Sim, porque existe uma diferença importante entre movimento e ação. Na primeira situação, todos se esforçam muito, mas os resultados sempre ficam aquém do desejado. No segundo caso, existe muito trabalho, mas todos se sentem recompensados quando vêem os resultados atingidos. Um líder de ação é aquele voltado para as pessoas e para os resultados. Seja um líder em ação, mas antes, saiba quando e como agir. Faça-se presente! Como líder você tem que estar presente. Mesmo! Nada de isolar-se ou isentar-se. Alguns líderes não cumprem sua função de educadores. Acreditam que podem delegar, antes de educar. Então esperam e deixam que as pessoas se desenvolvam por conta própria, como um instrutor de natação certo de que deve simplesmente lançar os alunos na água e dar as costas, na esperança de que aprendam sozinhos. Em vez de sair nadando, é bem provável que afundem ou fiquem se debatendo, sem sair do lugar, apenas para não se afogar. Esses líderes costumam lançar desafios confusos e superficiais. E, claro, não fazem um follow-up, não acompanham o que está sendo feito. Depois se frustram e invalidam o modelo de liderança. Pois então saiba: você precisa circular, saber como as pessoas pensam. Tem de oferecer informação, orientação e direção. E falar sem rodeios, ir direto ao ponto. Sobre o doce e o amargo. E faça isso em todas as oportunidades.

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Quanto mais você se envolve e se dedica a discutir os problemas, melhor será a decisão de como resolvêlos. Veja bem: você não tem obrigação de oferecer todas as respostas. Isso é o menos importante. Faça perguntas ao invés de fornecer respostas. Fazer perguntas diretas força as pessoas a pensar, a serem curiosas, a investigar causas. O fundamental é mostrar consideração para com os problemas dos outros. E jamais termine uma conversa sem fazer um

As pessoas evitam a realidade, tanto por desejo de agradar como por receio de desagradar. O resultado é a expansão da ignorância

resumo das ações que devem ser realizadas, por quem, quando e qual o resultado esperado. Conheça a realidade da empresa Alguns líderes ficam fechados em seu ambiente restrito, sem circular pela empresa. Assim, não têm condições de observar, à sua maneira, o que se passa. Lidam, sempre, com dados de segunda mão. Recebem muita informação, mas filtrada pelas percepções e pelas lentes dos colaboradores

diretos ou pelo crivo de quem não tem acesso ao quadro completo e, então, conclui a partir de frações. Pior ainda é quando o pessoal deixa de informar ou distorce os dados verdadeiros. O problema do líder que não age é que ele desconhece a realidade da empresa. Isso significa que ele ignora tanto os problemas como as pessoas – suas características e como elas se comportam, em ação. Talvez você esteja pensando: “mas eu vou a campo, converso com as pessoas”. Conversa o quê? Se for sobre coisas fora do trabalho (futebol, família, viagens, etc.) não conta; e se for monitoramento genérico (como estamos em relação às metas?), também não conta. As pessoas ficam frustradas com o baixo envolvimento do líder. E o líder, por sua vez, nada aprende com suas “visitas” evasivas. Abra a caixa preta Alguns líderes não gostam da realidade. Preferem viver suas fantasias. Quando alguém traz alguma mensagem que contraria seus sonhos, prefere dar cabo do mensageiro. Por conta disso, muitas coisas ficam escondidas na caixa preta. As pessoas procuram evitar a realidade, tanto por desejo de agradar como por receio de desagradar. O resultado será sempre a expansão da ignorância. Líderes que não gostam da realidade criam meninos travessos que quebram a maçaneta da porta, mas tratam de encaixá-la direitinho, para dar a impressão de que ainda funciona. Simples e banal simulacro. E por que agem dessa maneira? Para evitar confrontações. É assim com o gerente da fábrica, com o responsável pelas contas a receber, pelo representante comercial. Quer ser um líder de ação? Então coma o filé e roa o osso. Empresa não é um mar de rosas. Seu papel é fazer


por Roberto Adami Tranjan Educador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953 – www.cempre.net – roberto.tranjan@cempre.net

perguntas que façam vir à tona a realidade, de forma que você possa oferecer às pessoas a ajuda essencial para a correção dos problemas. Opte pela verdade, em vez da falsa harmonia. E o quanto antes. Então, não importa o cheiro, abra a caixa preta! Não coloque muita carne no fogo Está bem! Você quer vivenciar cinco anos de história, concentrados em um só? Então, para "ganhar" tempo, definiu dez prioridades para a sua empresa. Sabe o que você consegue com isso? Apenas criar movimento e fazer barulho! Acontece que o ruído impede as pessoas de ouvir a música. Elas não conseguem acompanhar o ritmo, nem têm a menor idéia da direção para onde convergir atenções, tempo e energias. Espera-se que façam lances sem conhecer o próprio jogo. Os líderes de ação se concentram em algumas poucas metas claras (três no máximo) que todos são capazes de assimilar. Eles conseguem ser bastante específicos em relação a prioridades. E jamais têm preguiça de repetir as metas, diariamente, como um mantra, para que ninguém tenha oportunidade de se fazer de desentendido. Mostre o fim do filme A imobilidade tem como origem a falta de visão clara do conjunto. O excesso de metas e a formulação confusa, prolixa. As pessoas não agem até porque estão acostumadas a parar no meio dos processos. Sem jamais ver o final do filme. Ficam tão atordoadas, diante da quantidade de movimentos feitos pelas empresas, que não chegam a lugar nenhum. Muitos planos são interrompidos antes que todos possam comemorar e aprender alguma coisa com eles. São histórias sem fim, enredos incompreendidos. Diante disso, por que perder tempo com elas?

Alguns líderes procrastinam muito as decisões. Levam com a barriga, como se diz no popular. Ação é empenho e desempenho. Início, meio e fim. É determinação. E determinação é a habilidade de tomar decisões difíceis, de forma rápida e eficiente, com imediata tomada de providências, ou seja, ações. E, depois, acompanhá-las. O acompanhamento é um dos truques do líder que age. Faz isso até o final da história. Para finalizá-las com chave de ouro.

Líderes de egos inflados não gostam de pessoas que sejam superiores em inteligência, capacidade, realização

Saiba escalar o time Se você investe uma grande quantidade de tempo e energia em uma série de afazeres – contas, orçamentos, compras e vendas, monitoração do fluxo de caixa –, mas não se atém, com igual empenho, no reconhecimento das competências de seus colaboradores para fazer a melhor escalação do time, então você é do tipo que cria mais movimento do que ação, mais trabalho do que resultados. As pessoas estão aí, com seus conhecimentos, habilidades, talentos

e dons. Seu papel é reconhecer esse conjunto de competências, colocálo em ação e direcioná-lo para a obtenção dos melhores resultados. Saber escalar o time é uma das principais funções do líder que age. Qualquer esporte de equipe está aí, bem diante de nós, para diariamente oferecer essa lição. Contenha seu ego Você quer pessoas que massageiam seu ego ou que agem e produzam resultados? Em geral, as primeiras estão sempre concentradas em agradar seus chefes e, assim, não têm tempo, nem disposição, para fazer o que precisa ser feito. Mas lembre-se: é você quem emite as mensagens subliminares e define o que conta e o que não conta. Líderes de egos inflados não gostam de pessoas que sejam superiores em inteligência, capacidade, realização. Faltam-lhes autoconfiança, inteligência emocional e humildade. Em troca, sempre manifestam grande tolerância em relação aos colaboradores de baixo desempenho e resultados medíocres, quando se trata de bajuladores contumazes. O seu papel não é sugar a energia de quem está ao seu redor, enquanto infla o seu ego, mas gerar energia de boa qualidade que estimule as pessoas a oferecer o que elas têm de melhor. Cuide do essencial Liderança é disciplina. Exige profundidade e intensidade. Somente o líder é capaz de fazer as coisas acontecerem, através do seu próprio envolvimento no que é essencial. E está aí uma das principais características do líder que age: saber discernir o essencial do trivial. É importante que o líder esteja presente e se faça presente no que é essencial. E com toda a sua energia. Novembro 2006 – Empreendedor – 19


INDEX OPEN

Inovação

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A persistência dos pioneiros Chegar antes é importante, mas só um processo contínuo pode garantir a vocação para a mudança por

Fábio Mayer

Pioneirismo não existe sem inovação. São elos inseparáveis do crescimento e do bom desempenho de um empreendimento. Mas no mínimo é arriscado desbravar novos caminhos sem estratégias que incentivem a empresa a inovar, não uma vez, mas sempre. As vitórias são superadas e é apenas questão de tempo para ser ultrapassado pela concorrência. Adotar uma política corporativa, que fomente constantes novidades em produtos ou serviços, em processos, em sistemas de gestão e nos negócios, pode assegurar a permanência e ser decisiva na conquista e liderança de mercado. Essa é a principal tática dos pioneiros em inovação. Ser o primeiro a inovar requer do empreendedor conhecimento sobre seu negócio. Ele deve estar apto para exercer e orientar qualquer uma das funções na empresa, se necessário, ou ser flexível para mudar as estratégias e encontrar a melhor trajetória no caso de alterações de rota. Saber o que acontece à sua volta e no mercado, ter criatividade, dinamismo e habilidade gerencial. Qualidades que não podem faltar em quem pretende gerar resultados contínuos calcados em incertezas. O maior risco é não inovar. “Nas empresas não inovadoras, busca-se copiar o que é feito pela concorrência, sem o desenvolvimento de know-how interno. O grande risco é sufocar a or-

ganização, com uma eterna briga por preço e imagem ruim no mercado”, diz Valter Pieracciani, sócio diretor da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas e da Pritchett Rummler Brache do Brasil. Nos empreendimentos pioneiros a preocupação é garantir que exista a tradição de inovar o tempo todo e de não

Empresas que inovam 1,7% do total de empresas do Brasil 25% do faturamento total, 2,5 vezes mais produtos e com eles obtêm retorno dez vezes superior de seus investimentos em P&D J 13,2% do total de empregos gerados J R$ 74,1 mil / pessoa de valor adicionado na produção, 41% de acréscimo em comparação à média de R$ 44,3 mil J J

Fonte: IPEA e Harvard Business Review

Atividades inovativas Atividades internas de P&D Aquisição externa de P&D J Aquisição de outros conhecimentos externos J Aquisição de máquinas e equipamentos J Treinamento p/ realizar inovação/ atividades inovativas J Introdução das inovações tecnológicas no mercado, projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e distribuição J J

Fonte: Anpei

copiar o que já foi desenvolvido. Mas se amanhã não houver outra novidade, o negócio vai ficar para trás, porque vai ser rapidamente copiado. “Se ele for pioneiro, mas não continuar sendo inovador, não vai garantir saúde financeira”. Existem duas premissas básicas que devem ser consideradas: viabilidade econômica e potencial de melhorias do negócio. E um ponto que o empreendedor deve ter cautela é no planejamento. Partir de idéias que de fato atendam a demanda para que a novidade seja bem-sucedida e recebida. “Ouvir sempre e com muita atenção os clientes, sob pena de avaliar mal o que eles realmente valorizam”. O grande acerto da inovação é gerar riquezas. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Harvard Business Review mostram que as firmas que inovam representam 1,7% do total de empresas do Brasil. As que criam novidades e diferenciam produtos são responsáveis por 13,2% de empregos gerados, 25,9% do faturamento industrial e desenvolvem 2,5 vezes mais produtos, obtendo retorno dez vezes superior de seus investimentos em P&D. Conforme Pieracciani, o caminho para a sustentabilidade de um país é tornar-se pólo de inovação. “Daqui a alguns anos vai ser possível fabricar produtos bons e baratos em qualquer lugar do mundo. Ter qualidade não vai ser mais diferencial”, diz. “Os empreendedores que vão sobreviver vão ser aqueles que conseguem garantir valor por meio da inovação.” Outro estudo, realizado pela Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas InovadoNovembro 2006 – Empreendedor – 21


Inovação ras (Anpei), comprova que as empresas que investem em inovação tecnológica faturam mais do que as que não investem. O trabalho denominado Inovação Tecnológica no Brasil a Indústria em Busca da Competitividade Global, abrange informações sobre 84.262 empresas, distribuídas em 91 atividades industriais. No ranking dos países emergentes, o Brasil ocupa a quinta posição na aplicação de recursos para P&D: US$ 12,2 bilhões, ficando atrás da China (US$ 84,6 bi), Coréia (US$ 24,4 bilhões), Índia (US$ 20,7 bilhões) e Rússia (US$ 16,9 bilhões). Na opinião de Pieracciani, a inovação não acontece por acaso, mas é um processo gradual e freqüente, que depende de uma estrutura. Criar um ambiente favorável ao despertar de idéias não é apenas deixar uma caixa de sugestão no chão de fábrica. É preciso investir nas pessoas, peças fundamentais que participam de todas as etapas para desenvolver e desbravar novos rumos. “As marcas claras de que existem barreiras à inovação são a existência de organogramas hierarquizados – baseados no poder e na limitação de atuação como líderes centralizadores e pouco sensíveis às questões humanas –, premiações mais pelas aparências que pelos resultados de fato e predominância do medo”, diz Pieracciani. Os líderes das organizações devem funcionar como facilitadores. Muitos consultores orientam que a hierarquia corporativa não deve ser tão explícita, incluindo funcionários e descentralizando informações. A empresa passa a estimular o trabalho em equipe e a descontração, permitindo que todos dêem opiniões e sejam ouvidos, tenham acesso e contribuam para tomar decisões. “No que se refere ao estilo de liderança, os fatores que facilitam a inovação são a grande autonomia de trabalho e de decisão, o empreendedorismo premiado e exacerbado e as pessoas sendo cobradas por resultados, com grande liberdade de atuação.” Somente assim, criando condições para todos prosperarem, é que os pioneiros em inovação conseguem ter consciência da realidade ao enfrentar o imponderável, prever benefícios e percalços, dar asas aos seus sonhos e deles fazer moldes para esculpir e lapidar o futuro, fazer da inovação uma tradição.

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Domínio do diferencial Tecidos de grandes dimensões destacam o trabalho de renovação da Têxtil Renaux Acreditar que é possível sempre melhorar fez de Armando Hess de Souza, presidente da Têxtil Renaux, um exemplo de empreendedor com visão inovadora. Embora a busca por novidades no processo produtivo fosse constante na empresa há mais de oito décadas, nos últimos anos a compa-

nhia não acompanhou as mudanças nas dinâmicas de mercado. Desde que assumiu o comando da Têxtil Renaux, no início desse ano, Hess tratou de sincronizar o potencial da empresa com as demandas de mercado. Com dinamismo e capacidade de planejamento, adotou estratégias para reposicionar a


çada e Gestão Estratégica de Pessoas pela Fundação Dom Cabral e pelo The European Institute of Business Administration (Insead), na França. Também foi por 13 anos presidente da Dudalina S.A., onde trabalhou por mais de duas décadas. Pioneirismo em inovação transformou a Dudalina em referência mundial na fabricação de camisas masculinas. A mais recente novidade da Têxtil Renaux está no processo de fabricação de tecidos de grandes dimensões. A empresa é a primeira no Brasil a do-

minar a tecnologia de tecelagem em fio tinto de larguras superiores a 3 metros. Até então o mercado brasileiro só dispunha deste tipo de tecido com larguras até 1,6 metro. A novidade, conforme Hess, vai abrir caminhos no ramo têxtil, principalmente para produtores de roupas de cama (homewear). “Cada vez mais a moda está presente na vida das pessoas, não só nas roupas que elas usam na rua, mas também dentro de casa – nas roupas de dormir, nas roupas de cama, nas cortinas. Oferecemos soluções de moda também para este

Armando Hess: sincronia entre o potencial da empresa e as demandas de mercado

LIO SIMAS

empresa no mercado, adequando um novo modo de produção a um modelo de gestão mais eficiente. Com produtos de maior valor agregado, a Têxtil Renaux passou a produzir soluções de moda. “Nos negócios, inovar é questão de sobrevivência. Somente a inovação pode garantir vida longa”, diz. A experiência profissional o ajudou a aliar a tradição com pioneirismo e inovação. Hess é graduado em Administração de Empresas pela Universidade Regional de Blumenau (Furb), com especialização em Gestão Avan-

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LIO SIMAS

Inovação

LIO SIMAS

mercado de interiores”, diz. As roupas de cama de fio tinto já são uma tendência bem difundida entre marcas internacionais de homewear. Com a tecnologia de produção de tecidos largos, a Têxtil Renaux, além de oferecer esta matéria-prima diferenciada às marcas nacionais, pretende aumentar suas vendas também a marcas de outros países. Também neste segmento, a empresa resgatou sua origem voltando a produzir tecidos para forração. Acompanhando as tendências do mercado, Hess trouxe outra novidade para a empresa. Passou a utilizar fios tintos feitos a partir da fibra de bambu, que permite aplicações em moda e em homewear. O objetivo é atender a demanda por materiais orgânicos e naturais – o bambu é uma gramínea renovável e de rápido crescimento. Na prática, os tecidos ficam mais macios e leves, são quatro vezes mais absorventes que o algodão, têm proteção natural aos raios UV e possuem característica bacteriostática, que impede naturalmente a proliferação de bactérias na peça. Importado da China, o fio de bambu é tingido antes de seguir para a tecelagem. Trabalhar o fio tinto é a expertise da

Fábrica da Têxtil Renaux: fios tintos feitos a partir da fibra de bambu

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Têxtil Renaux e é o que a diferencia dos demais produtores desse mercado. O reposicionamento da empresa também passa pelo resgate e exposição desta expertise. Por duas vezes este ano a Têxtil Renaux apoiou estilistas no São Paulo Fashion Week, e atualmente é parceira de projetos desenvolvidos com estudantes de moda. A empresa também se reposiciona como provedora de soluções de moda, redesenha processos produtivos e investe na área de pesquisa e desenvolvimento. Periodicamente, profissionais da empresa participam de viagens de pesquisa e eventos internacionais de moda. “O resultado desses esforços se fez visível na surpresa positiva causada no mercado pelas duas últimas coleções, que anteciparam tendências e confirmaram as pesquisas dos próprios clientes”, diz Hess. Sediada na cidade catarinense de Brusque, a Têxtil Renaux possui 650 funcionários e um complexo industrial com tecnologia de ponta, de 47mil m ². A produção anual ultrapassa os 10 milhões de metros. É tecido suficiente para em linha reta formar um tapete que poderia facilmente cobrir a distância entre Brasil e Alemanha.

Trajetória Fundada em 1925, a empresa produziu tecidos de decoração para estofamento e cortinas durante 30 anos. Na década de 60, buscou novos mercados e passou a produzir tecidos para vestuário. Na década de 70, investimentos em novas tecnologias tornaram-se freqüentes. A partir de 1980, a Têxtil Renaux deu continuidade às transformações com a aquisição de equipamentos cada vez mais modernos. Na década de 90 a empresa aumenta os investimentos na fiação de algodão. Em 2006, depois de uma reestruturação acionária e executiva, reposicionou-se no mercado e passou a produzir soluções de moda feminina, infantil, masculina e de homewear.


Vinho com sabor oriental Produto adequado ao paladar dos mercados asiáticos enfrenta a concorrência do saquê A estratégia da Freixenet, multina- Segura Viudas, foi servida no casamencional do ramo de espumantes presen- to de Felipe de Bórbon, filho do rei Juan te em mais de 120 países, é desbravar Carlos da Espanha, em 2004. novos mercados. Com a intenção de A oportunidade de produzir o viampliar sua atuação no Oriente, a em- nho, conforme Redondo, surgiu da inpresa lançou um vinho pioneiro, elabo- teração das unidades da Freixenet esrado exclusivamente para ser degusta- palhadas pelo mundo, que costumam do com a culinária asiática. Já existem identificar tendências e trocar consvinhos que combinam com esse tipo tantemente informações. A tática fode prato gastronômico, mas a diferen- menta a inovação e o pioneirisça é que o Oroya, que significa “cesto mo e, nesse processo, começam para transportar mercadorias de um a ser desenvolvidos vários prolado a outro do rio”, percorre o cami- jetos, sendo alguns deles viabilinho contrário, ou seja, é feito para este zados e levados adiante. São remomento específico de consumo. Tan- alizados investimentos freqüento é que os seus principais concorren- tes em P&D. “Somente uma tes são produtos com origem oriental, empresa com presença mundial como o saquê e o sotchu. “Quando se e tecnologia de ponta poderia deaposta em uma inovação, o objetivo é senvolver em laboratório os estentar criar uma alternativa de produto tudos que levaram a produque venha atender de forma satisfatória ção do Oroya”, diz. as demandas do público que se dispõe a atingir”, diz Fernando Redondo, Brand Manager da Freixenet Brazil. Desde seu lançamento, em 2005, o vinho vem ganhando consumidores adeptos em todo o mundo, não só Japão, China e Coréia como se pretendia inicialmente. Nos primeiros meses, o volume de exportação atingiu cerca de 200 mil litros ao mês. No Brasil, a intenção é consolidar a marca e também fortalecer uma de suas nove regiões produtoras do vinho, localizada na Argentina. Fundada em 1928 e com sede na Espanha, a empresa é mundialmente conhecida por ser um dos maiores grupos vinícolas e também por produzir famosos espu- Redondo: longo caminho entre mantes. Uma das marcas, a uma boa idéia e um bom produto

O desenvolvimento do vinho partiu de um estudo aprofundado, com muitos testes e pesquisas realizados com centenas de combinações de uvas, até a descoberta da composição ideal, capaz de conviver de forma harmoniosa com os sabores típicos da culinária japonesa, sem perder sua personalidade. “Não é preciso ser um conhecedor de uvas e coupages para compreender a finalidade de Oroya. Sua apresentação e comunicação simplificam a escolha do consumidor, que enxerga no produto uma alternativa pertencente ao mundo da culinária oriental”, diz. Para Redondo, muitos projetos inovadores não têm se dedicado a fundo em duas etapas importantes. “Primeiro na avaliação de sua viabilidade mercadológica, isto é, no entendimento claro se realmente existe um mercado para aquele produto ou serviço. Além disso, a viabilidade de execução me parece outro ponto fundamental, se realmente é possível criar um produto que cumpra satisfatoriamente ao que se propõe”. Romper com o tradicionalismo inerente a este mercado, na opinião dele, foi o principal desafio. “Conceber a idéia de um produto como Oroya não é a parte mais complicada, difícil é criar um produto que tenha êxito em entregar o que promete. Existe um longo caminho entre uma boa idéia no papel e um bom produto nas mãos do consumidor”, diz. A expectativa para 2007 é crescer 50% no Brasil, já nos seis primeiros meses, e conquistar uma fatia cada vez maior no mundo, principalmente no mercado asiático. Novembro 2006 – Empreendedor – 25


Inovação Robótica verde-amarela Do fundo do mar ao combate de incêndios O mercado de robótica no país, na visão de Roberto Macêdo, fundador da Armtec – Tecnologia em Robótica, sempre esteve voltado para aplicações industriais ou para o ramo de brinquedos. A partir dessa percepção surgiu, em 2004, a oportunidade de desenvolver um produto pioneiro no Brasil, um submarino robô, não-tripulável. Com tecnologia 100% nacional, funciona tanto em águas marítimas quanto em fluviais, podendo ser empregado em qualquer área da indústria naval e ambiental. O objetivo é utilizá-lo para realizar o trabalho feito hoje por mergulhadores, que durante as operações correm risco de vida, como verificar vazamentos e danos na estrutura de navios e plataformas, ou mesmo fazer reparos. O protótipo, feito em parceria com a Universidade de Fortaleza, deve estar pronto até o final de 2007. Existem produtos similares no exterior, mas a principal diferença do submarino verde-amarelo é o preço final mais baixo. Enquanto que em outros países o valor varia entre R$ 400 mil e R$ 1 milhão, a versão nacional vai custar aproximadamente R$ 300 mil. Outra inovação é a possibilidade de movimentar-se em todas as direções e a sua estabilidade, graças a um sistema de posicionamento que o mantém em meio às correntes. “Para que a Armtec toRobôs desenvolvidos no Brasil pela Armtec: similares aos que existem no exterior, mas com preços competitivos

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masse a decisão de entrar neste mercado foi feito uma previsão de ações de grande porte e acordos de longo prazo com parceiros de renome nacional e internacional”, diz. Como as empresas que atuam nesse ramo, em sua maioria, são grandes multinacionais, a estratégia de Macêdo para atuar nessa área é sempre norteada pela inovação tecnológica, otimização dos custos de pesquisa e desenvolvimento e redução do investimento de aquisição dos novos produtos gerados. “A política de remuneração e treinamento da Armtec proporciona que quanto maior for o tempo de vivência na empresa, maiores são as vantagens dos seus membros. Ou seja, quanto maior for o tempo de vivência e comprometimento, maior é o retorno para sua vida”. A proposta de criar novos tipos de robôs para proteger o ser humano de situações e locais insalubres ou perigosos ganhou apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio de um financiamento aprovado de R$ 581 mil, e duas instituições parceiras: a Marinha Brasileira e a Petrobras. “Outra estratégia essencial é trazer diversos fornecedores, parceiros institucionais e parceiros de pesquisa e desenvolvimento de médio a gigante porte para seu lado, e isto é possível através de uma política de divulgação e coope-

ração contínua crescente”, diz. A empresa cearense tem 16 funcionários e faz parte da Rede Petro-CE, convênio entre Petrobras e Sebrae. Desde a faculdade, Macêdo está envolvido com robótica e já planejava atuar nesse ramo. Sua dedicação sempre o fez obter o máximo de desempenho em seus projetos. Para a sua conclusão de curso de graduação, por exemplo, ele criou um robô batizado de Sistema de Apoio ao Combate de Incidentes (Saci), utilizado pelo Corpo de Bombeiros no Estado do Ceará. O equipamento também é inovador, seu funcionamento é todo feito por controle remoto e é possível acionar dois tipos diferentes de jatos de água. Sem contar que é 20 vezes mais potente em comparação com modelos desenvolvidos em países de tradição em tecnologia, como Japão e Inglaterra. Recentemente, ele lançou a terceira versão do robô, mais aprimorada e eficiente. As qualidades de pioneiro são visíveis na cultura de inovação da empresa, que aposta no desenvolvimento de novas soluções em equipamento no país. Conforme Macêdo, para adquirir essa postura, antes foram tomadas precauções que ajudaram a minimizar ao máximo os riscos. “Para que isto fosse equalizado a níveis aceitáveis pela política de mercado, foi desenvolvido um modelo de negócios que proporciona um crescimento contínuo da força da marca da empresa e aumento da competitividade no desenvolvimento e produção de novos produtos”.


No plano de negócios, a dica dele é apresentar uma proposta bem estruturada, que apresente um retorno superior aos investimentos tradicionais ou de risco, para que o projeto tenha atrativo de mercado. “Isto quer dizer que sendo investimento governamental ou privado, reembolsável ou não-reembolsável, o resultado completo, envolvendo retornos financeiros, econômicos, sociais, culturais, ambientais, científicos e tecnológicos, deve ser consideravelmente superior aos retornos atualmente providos pelo mercado”. A Armtec possui um histórico de resultados positivos e premiações que certificam sua competência e atuação no mercado. Os principais são: o da Finep de Inovação Tecnológica, o prêmio Petrobras de Tecnologia e o prêmio CNI. Macêdo acredita que as perspectivas do negócio são boas e com muitas novidades, como a cadeira de rodas motorizada portátil que pode ser dobrada, em fase de comercialização, e o equipamento de avaliação de pavimentos asfálticos. “Este último é um interessante projeto de cooperação para desenvolvimento de novos produtos e sua primeira unidade está indo para o Laboratório de Mecânica de Pavimentos da Universidade Federal do Ceará”, diz. A missão de sempre desenvolver tecnologias inovadoras para o crescimento contínuo e sustentável de parceiros e clientes é um exemplo a ser seguido.

Gestão de vanguarda Empresa ensina como desenvolver canais de distribuição por meio de franquias A Global Franchise Net, fundada em 1987, contribuiu para implantar, desenvolver e difundir um novo sistema de gestão no país. Especializada no desenvolvimento de canais de distribuição, por meio de franquias, a empresa é pioneira na área de consultoria em franchising no mercado nacional. “Realizamos vários seminários e workshops, visando mostrar as vantagens e desvantagens do sistema e, acima de tudo, apresentar soluções personalizadas para cada empresa”, diz Wagner D’Almeida, diretor comercial da empresa. Como toda inovação, existe um processo gradual de inserção de novos conceitos junto às pessoas e empresas. Hoje, na sua avaliação, o franchising é o caminho natural para qualquer empresa crescer. “Executamos mais de 150 projetos de franquia, dentre eles: Casa do Pão de Queijo, Correios, Bon Grillé e Sapataria do Futuro. Conseguimos efetivamente difundir no Brasil o conceito de rede e incrementar negócios para a evolução saudável do varejo a nível nacional”, diz. Mesmo sendo a única empresa de consultoria do mercado no Brasil, a cultura voltada para criar novidades não foi alterada. Nesse caso, o fato de não possuir concorrentes nessa área no país a incentivou ainda mais a inovar, para continuar sendo referência na área. A Global Franchise passou a desenvolver atividades referentes a todas as etapas para a formatação da franquia, desde a comercialização de novas unidades até o apoio à supervisão na operação do negócio do cliente. Durante a década de 90, também

D’Almeida: soluções personalizadas para cada empresa

foi uma das responsáveis pela introdução de franquias estrangeiras no país. “Quando o franchising nasceu no Brasil, a Global fez um trabalho muito forte na divulgação do sistema e, a partir deste processo, outras inovações vieram. A participação na criação da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e participação na elaboração da Lei de Franquias são exemplos”, diz D’Almeida. Neste ano, a empresa se tornou pioneira na exportação de franquias brasileiras para outros países. A ini-

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Inovação ciativa tem a participação, através de um plano muito bem-sucedido de internacionalização de franquias, da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). “O mais importante é a preocupação de estarmos sempre na vanguarda, para oferecer aos nossos clientes e ao mercado soluções inovadoras”. A Global Franchise também atua como franqueadora de serviços. A experiência e conhecimento na área de consultoria respaldaram a inserção da empresa nesse mercado. Para chegar ao formato ideal, conforme D’Almeida, primeiro foi implantada a franquia da Sapataria do Futuro, que era especializada apenas no conserto de calçados. Com o tempo, o consumidor começou a solicitar novos serviços, como conserto de bolsas, malas, cintos e, principalmente, de roupas de couro, como saia, jaqueta e calças. “Nesse momento percebemos o grande nicho de mercado: reforma e ajuste de roupas em geral. Nascia aí a Costura do Futuro, hoje única rede nacional a fazer este tipo de serviço”. De carona foi criada a franquia dos Bordados do Futuro. “Como a tendência do consumidor é a praticidade, notamos que o ideal seria criar um Centro de Serviços de Renovação, de tal forma que as pessoas encontrassem, em um único local, a solução para resolverem seus problemas do lar. Criou-se o conceito Golden Services e agregou-se a franquia da Lavanderia do Futuro ao mix de serviços”, diz. A maior dificuldade para compor as estratégias de atuação foi fazer os franqueados entenderem o conceito e o implantarem em suas unidades. “Levou-se um ano para que essa inovação fosse incorporada à rede e hoje se tornou a fórmula de sucesso da franquia”.

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Vasos comunicantes Integração com centros de pesquisa promove parcerias para desenvolvimento de projetos Com investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica (P&D&I) é possível incrementar as vendas, diferenciar serviços, ganhar em lucratividade e conquistar espaço e clientes. Em muitos nichos é até questão de sobrevivência no mercado. Mas nem todos empreendedores adotam essa política em suas empresas, por vários motivos, os mais comuns são a escassez de recursos próprios e a dificuldade de acesso ao crédito. Nesse caso, a opção mais eficaz pode ser a integração com instituições de ensino, institutos e centros de pesquisa para desenvolver projetos. São parcerias para se colher bons resultados, a médio e longo prazo. A experiência em gestão de projetos contribui para promover a capacitação de recursos humanos, o desenvolvimento e a difusão de conhecimentos tecnológicos. O objetivo do Instituto de Pesquisas Eldorado, associação civil sem fins econômicos com sede em Campi-

nas, é posicionar-se como uma organização inovadora, referência na área de TI e comunicação com provedor de soluções na área. A entidade oferece serviços de ensaios e qualificação de produtos eletroeletrônicos. São realizados mais de 300 ensaios mensais de telefones móveis, computadores e modens em três áreas: compatibilidade eletromagnética, radiofreqüência e acústica. Os fabricantes podem utilizar os laboratórios antes de encaminhá-los para as certificações e comercialização no mercado nacional ou externo. O Eldorado criou para a Celestica, empresa de eletrônicos, em conjunto com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), um sistema de verificação de defeitos em circuitos de celulares, palms, microcontroladores e outros dispositivos, baseado em inteligência artificial. Já a parceria com o grupo Société Générale de Surveillance (SGS), da área de certificações e processos,

Ronald Körber: Lei do Bem estimula criação de produtos de alta tecnologia


tem a meta de fornecer aos produtores de eletroeletrônicos serviços para a implementação das diretivas européias de Descarte de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (WEEE) e de Restrição de Uso de Substâncias Nocivas (RoHS), necessárias à exportação. Fundado em 1997, o Eldorado foi escolhido Destaque do Ano na categoria Desenvolvimento de Aplicações pelo Anuário Telecom 2006. Na mesma linha de atuação, há 11 anos, o Venturus Centro de Inovação Tecnológica, que não possui fins lucrativos, tem diversos projetos com empresas privadas para P&D&I, principalmente voltados às áreas de TI, telecomunicações e automação. Desenvolve software para centrais telefônicas fixas e móveis da Ericsson Telecomunicações e soluções de hardware para fontes de potência da Emerson Network Power. Neste ano, a entidade pretende aumentar sua atuação no setor de automação, tanto no Brasil como no exterior. O Centro de Inovação também pretende firmar alianças com operadoras de telefonia para a produção de software para celulares. São clientes: Sony Ericsson, Tecpoint, Toledo Balanças, Dimep, Infolin, Trellis e Damovo.

Benefícios garantidos As alianças com instituições de ensino e institutos ajudam também no aproveitamento de recursos provenientes de incentivos à inovação, pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico. Com o objetivo de incentivar empreendedores a investirem em P&D&I, o Venturus quer tornar mais conhecido os benefícios da Lei de Informática. De acordo com dados do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) existem hoje no Brasil 302 empresas beneficiadas pela a Lei n.º 8.248, complementada pela Lei n.º 10.176 de 2001. Mesmo em vigor desde de 1991, a “Lei do Bem” ainda é desconhecida por muitos empreendedores. O propósito

Empresas pioneiras Benefícios Notoriedade – chama a atenção por ser pioneira, ganhando status de inovadora. Isso ajuda a fidelizar clientes. Posicionamento – contribui para conquistar espaço no mercado e para se distanciar dos concorrentes. Ao mesmo tempo força-os a se atualizarem. Acesso – permite criar canais estratégicos que podem garantir a continuidade das inovações. Favorece o acesso, mesmo que temporário, a recursos. Direitos – a empresa pioneira tem o direito de proteger a propriedade intelectual, impondo barreiras à imitação. Lucratividade – a inovação é a melhor maneira de gerar riquezas.

Desafios Continuidade – Não basta ser pioneiro, é necessário inovar constantemente. A descontinuidade tecnológica é a principal dificuldade. Sem continuidade, rapidamente a tecnologia se torna ultrapassada, deteriorando os investimentos realizados e o atributo de desbravar novos rumos em gestão, processo, produto e mercado. Custos – Requer investimentos maciços em P&D&I. Também implica gastos em aprovações regulatórias dos órgãos competentes relacionados com cada área de atuação, em requisição e obtenção de patentes e muitas vezes é necessário ainda mudar hábitos e ensinar os clientes. Recursos – O acesso ao crédito é questão de sobrevivência. A falta de recursos financeiros pode colocar a empresa em situação adversa, abrindo espaço para concorrentes assumirem sua posição e a desfrutar dos benefícios de pioneiro.

Riscos Descaso e desorientação – O pior risco é não inovar. Clientes – Ouvir, saber o que pensam e quais suas necessidades diminui os riscos da inovação não ser aceita ou demandar mudanças. Planejamento – É preciso conhecer bem o mercado, pois não existem fontes de estudos e base de dados relacionados, a empresa tem menos informações. Investimento – Determinadas inovações em produtos, por exemplo, podem se tornar únicas e de difícil adaptação para gerações de produtos posteriores. Pirataria – Cópias mais baratas fazem concorrência desleal.

é assegurar à empresa que ao aplicar 4% de seu faturamento em P&D&I ganha um desconto de 80% no Imposto sobre Produto Industrializado (IPI). O benefício incide sobre a fabricação de produtos enquadrados como Processo Produtivo Básico (PPB), como telefonia fixa ou móvel e automação. Conforme Ronald Körber, responsável pelo desenvolvimento de negócios

na entidade, o investimento realizado com base na lei tem retorno principalmente em forma de produtos de alta tecnologia. “Independente dos benefícios fiscais, a alta qualificação dos técnicos nos institutos sem fins lucrativos faz com que muitas vezes a opção em desenvolver projetos no terceiro setor seja mais eficaz do que se realizadas por empresas que visem lucro”, diz. Novembro 2006 – Empreendedor – 29


Inovação

Hora de mudar Empreendedores reformulam seus negócios, superam crises e dão a volta por cima Camila Stähelin

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por

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O mercado exige que as empresas sejam reinventadas o tempo todo. Diferentes são os motivos que levam os empresários a reverem suas estratégias, produtos e serviços. Com a tecnologia que se modifica a toque de caixa, o surgimento de concorrentes propondo novos modelos de negócios e os consumidores cada vez mais exigentes é preciso estar sempre atento às novidades e, principalmente, ter real consciência de seu empreendimento. Independente do ramo, não se deve arriscar todas as fichas em uma mesma partida, para não ser surpreendido por alterações nas regras do jogo. Buscar constantemente a renovação é pré-requisito de um bom empreendedor. Não existe uma receita pronta que determine qual a melhor hora para mudar e quais as mudanças que se fazem necessárias. Isso varia de uma empresa para outra. No entanto, empreendimentos com uma estrutura configurada para reformulações terão maior facilidade de enxergar oportunidades a cada crise que enfrentarem. Esses períodos revelam quais empresários estão realmente de olho no futuro e quais estão parados no tempo. Em alguns casos, não identificar os momentos certos para transformações pode desencadear um processo de colapso, que culminará no fim de um negócio. Foi isso que aconteceu com o empresário Luiz Carlos Lula Fylho, que trabalha há 20 anos nas noites maranhenses. No período de noves anos, ele abriu e fechou um bar, perdeu tudo, deu a volta por cima e hoje colhe bons frutos dos dois novos empreendimentos que administra em São Luís (MA). Aos 14 anos de idade, com a separação dos pais e sendo o filho mais velho, Lula Fylho começou a trabalhar na lanchonete da mãe para ajudar no sustento da família. Adquiriu experiência que serviu de base para anos mais tarde montar seu próprio negócio. Em julho de 1997, abriu o bar


Bar Por Acaso: depois da crise, crescimento de 196% em quatro anos

Porto Livre, na capital do Estado. O sucesso chegou repentinamente e o lugar se tornou o novo point da juventude. Já no primeiro ano de funcionamento foi considerado o Bar do Ano, em uma eleição feita pela internet junto ao público jovem da região. Façanha que se repetiu no ano seguinte. Mas o crescimento foi muito rápido e na mesma velocidade que o negócio subiu, desmoronou. Dois anos e meio depois da inauguração, o bar fechou as portas. O empresário perdeu tudo. “Deixei de administrar o negócio e comecei a administrar as dívidas”. Para ele, quatro foram as principais causas da quebra: falta de planejamento, reserva de capital insuficiente, treinamento de equipes ineficiente e ausência de planos de fidelização dos clientes. “Precisei de dois anos de reflexão para compreender porque o negócio fechou”. O Porto Livre faz parte das estatísticas do Sebrae (Serviço Brasileiro

de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). De acordo com a “Pesquisa de Mortalidade de Empresas”, realizada em 2004, no Brasil, 56,4% das empresas encerram suas atividades com até três anos de existência, 49,9% com até dois anos e 59,9% com até quatro anos. De acordo com o estudo, falta de capital de giro e de habilidades para gerenciar o negócio, assim como a alta carga tributária brasileira, são questões apontadas como fatores que influenciam no fechamento das empresas no país. Com o fim da sua empresa, gerenciou por um tempo um bar de um amigo e, em seguida, uma casa noturna de um conhecido. Ambos os negócios rederam bons frutos. Mas Lula Fylho não desistiu de seu propósito. “Quem pensa que é martelo, só enxerga prego pela frente. E eu só via bar”. Resolveu investir na abertura de um novo empreendimento. O ramo não mudou, mas a nova empre-

Luiz Carlos de Assunção Lula Fylho Idade: 34 anos Local de nascimento: Teresina/PI Formação: Administrador Empresa: Bar Por Acaso Ramo de atuação: setor de bar e restaurante Ano de fundação da empresa: 2002 Cidade-sede: São Luís/MA Número de funcionários: 41 Novembro 2006 – Empreendedor – 31


Inovação gos fornecedores, uma cervejaria, resolveu apoiá-lo. Em seguida, realizou pessoalmente uma pesquisa sobre o que faz as pessoas freqüentarem um bar. Foi a lugares onde sabia que encontraria seu público-alvo. Durante três semanas conversou com 200 pessoas e chegou ao seguinte resultado: o que todo mundo pede é atendimento de qualidade. Em maio de 2002, inaugurou o Bar e Choperia Por Acaso. Em três meses de funcionamento, conseguiu pagar os empréstimos feitos para a abertura do novo estabelecimento. Somente em 2006, conseguiu liquidar todas as dívidas do antigo negócio. Hoje, comemora o sucesso de seu bar, que teve um crescimento de 196% nos últimos quatro anos. A receita é a seguinte: “sempre tenho algo a aprender e todo mundo tem algo a me ensinar, sejam os clientes, os fornecedores ou os funcionários”. Investiu no atendimento com qualidade e na fidelização dos consumidores. “Possuímos um cadastro com mais de 800 clientes. Sabemos a freqüência com que vêm ao bar, o que

FOTOS LIO SIMAS

sa está em constante transformação, com o cuidado de não cometer os mesmos erros do passado. A oportunidade surgiu através de uma licitação pública em que adquiriu um terreno na beira da Lagoa da Jansen, também na capital maranhense. O espaço passava por um processo de urbanização feito pela prefeitura de São Luís. O lugar, apesar de rico em beleza natural, era poluído pelo mau cheiro exalado da lagoa. “Muita gente, naquela época, me dizia que um negócio ali não poderia dar certo. Mas eu via várias pessoas caminhando e pensava que se o cheiro fosse tão insuportável, elas não conseguiriam estar ali”. Decidiu arriscar. Só que precisava de alguém que, como ele, acreditasse no negócio, já que ainda tinha muitas dívidas da antiga empresa e precisava de dinheiro para investir na nova. Além de angariar recursos com pai, mãe e amigos, um de seus anti-

Liderança Serviços: capital inicial veio da venda de um outro negócio e a previsão de faturamento para este ano é de R$ 62 milhões

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consomem e suas preferências”. Mas para isso dar certo, precisou focar seu trabalho nos funcionários. “As pessoas têm que ter prazer em trabalhar aqui”. Há uma psicóloga que realiza um Plano de Ação com os colaboradores, incentivando o espírito de equipe e ajudando para que cada um melhore a cada dia. Atualmente são 15 empreendimentos instalados na beira da lagoa. Sua despoluição, apesar de prevista no edital de licitação, ainda não foi concluída. Para minimizar o mau cheiro o proprietário diz que há incensos e odorizadores espalhados por todo o bar. Além disso, três bombas de dedetizar borrifam detergente para baixo do bar, que fica em um deck. Há cerca de dois meses, motivado pelos bons lucros do Por Acaso, Lula Fylho investiu em um novo empreendimento, o bar Caso Sério. O estabelecimento está localizado em uma área nobre de São Luís. Depois de constatar que praticamente inexistiam opções de lazer no local, que conta com cerca de 15 mil residên-


cias de famílias das classes A e B, o empreendedor não teve dúvidas e arriscou. Novamente. Mas diz que ainda é cedo pra fazer qualquer tipo de avaliação. O bar Por Acaso foi considerado este ano um exemplo de “caso de sucesso” do Sebrae-MA. Em maio, Lula Fylho assumiu a presidência da Abrasael (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), seção Maranhão, no mesmo momento em que a seccional foi instalada naquele Estado.

Mudar pode não dar certo Há quem diga que não se deve trocar o certo pelo duvidoso. Se empreender consiste necessariamente em correr riscos, apostando muitas vezes em opções não muito seguras, é isso que se faz. Em determinadas situações o problema pode não estar no arriscar, mas em não conhecer minimamente o terreno. Daí sim, o negócio pode ir por água abaixo. O empresário Francisco Lopes de Aguiar, de São José (SC), trabalhou

grande parte de sua vida profissional com prestação de serviços, até que um amigo sugeriu que investisse em um outro mercado, o de medicamentos. O ramo era totalmente desconhecido para ele, mas, mesmo assim, resolveu aproveitar a oportunidade. Vendeu sua parte na empresa, que tinha há cinco anos, para o sócio e aventurou-se no novo empreendimento. Em pouco tempo, além da distribuidora de medicamentos, abriu mais três farmácias na grande Florianópolis, capital do Estado. Aparentemente a empresa ia de vento em poupa. Mas as vendas começaram a cair consideravelmente e o negócio começou a degringolar. “Quando você começa a perder competitividade, ou melhor, quando você entra na eminência de perder competitividade, é preciso mudar”. Como não conhecia suficientemente a área de medicamentos, não conseguiu encontrar saídas para solucionar os problemas. “Faltava identidade com o ramo. Não conhecia praticamente ninguém. Só tive

prejuízos”. A empresa durou três anos e quase quebrou o empreendedor. Ele considera que a mudança aconteceu no momento que era para acontecer. “Não se pode perder a hora certa de mudar. Quando se atrasa, entra em colapso”. A saída foi reinventar o seu empreendimento, voltando ao antigo ramo. As alterações atravessadas pelo mercado no momento facilitaram o processo. Em 1995 vendeu a distribuidora e as três farmácias. Naquele mesmo ano

Francisco Lopes de Aguiar Idade: 51 anos Local de nascimento: Quixadá / CE Empresa: Liderança Limpeza e Conservação LTDA Ramo de atuação: Prestação de Serviços Ano de fundação da empresa: 1995 Cidade-sede: São José/SC Faturamento: R$ 31 milhões (em 2005) Número de funcionários: 4 mil

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Inovação surgiu uma boa fatia na área de prestação de serviços, em função da quebra de uma grande empresa, a Orbram Segurança Transportes de Valores Ltda. A companhia chegou a ter mais de 160 mil funcionários nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com o dinheiro que sobrou da venda do outro negócio, inaugurou em São José (SC) a Liderança Serviços, que atua na área de limpeza hospitalar, jardinagem, copa e café, telefonia, digitação, portaria, recepção, ascensorista, garçom, zeladoria e outros serviços de apoio administrativo. “No começo não tinha estrutura alguma. Trabalhava o dia inteiro e à noite viajava para tentar implantar contas no interior do Estado”. No ano seguinte expandiu seus serviços para o Rio Grande do Sul. Dois anos depois já atuava no Paraná e em São Paulo. Em 2005 conquistou o mercado carioca. Hoje, 90% de seus clientes pertencem à iniciativa pública (federal, estadual e municipal). Há 11 anos no mercado a empresa vem crescendo constantemente e sendo reconhecida. Recebeu alguns prêmios, entre eles, o Troféu Destaque do Ano (2005) e o Top de Marcas por três vezes (2003, 2004 e 2006). Em 2005 o faturamento foi de R$ 31 milhões e a previsão para este ano é o dobro. Para atingir esse resultado, contratou os serviços de uma consultoria em 2001, que implementou uma política de qualidade na empresa. “Buscamos capacitar continuamente nossos colaboradores, para que cada um seja parceiro no crescimento da empresa. Também procuramos melhorar nossa eficiência, fazendo mais com menos”. Uma das principais metas é estar entre as três maiores prestadoras de serviços em número de colaboradores até 2009.

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O desafio da Kodak Empresa segue receita centenária para enfrentar mudanças na área da fotografia Até meados dos anos 90 a Kodak reinava absoluta no mercado fotográfico. Com o slogan “Você aperta o botão, nós fazemos o resto”, a multinacional popularizou a fotografia, lançando câmeras portáteis, fáceis de usar e baratas. Há mais de cem anos em atividade, foi líder do ramo até o aparecimento da fotografia digital. Mesmo tendo criado o primeiro protótipo de câmera digital, em 1976, resistiu em migrar dos produtos analógicos para o novo segmento. “Demoramos para nos lançar no mercado maciçamente porque tínhamos um negócio baseado no filme, que era e é altamente rentável”, diz o diretor geral da Divisão de Fotografia da Kodak Brasileira Fernando Bautista. Mas a situação mudou: “faz alguns anos que detemos a maior fatia de participação em vários países, incluído o Brasil, onde somos o primeiro há quatro semestres”. Antes do terremoto digital, a Fuji já tinha balançado as bases da Kodak, impedindo que os preços dos rolos de filme aumentassem. E a deixou mais vulnerável para a chegada da câmera digital. A empresa dependia quase que exclusivamente das atividades ligadas à fotografia convencional – a área chegou a representar 70% do faturamento mundial da companhia. As vendas desse segmento começaram a cair, chegando a menos de 17% entre 2000 e 2002, nos Estados Unidos, seu país de origem. Mesmo empresas que não tinham presença significativa no negócio fotográfico, como Sony e HP, em pouco tempo ganharam uma grande porção das vendas ligadas ao universo digital e hoje são as principais concorrentes da Kodak. A centenária multinacional não tinha outra saída, era necessária uma

reformulação de seus negócios. A reestruturação da companhia faz parte da política adotada pelo presidente da empresa, o espanhol Antonio Perez. O executivo pretende melhorar a participação de outras áreas de negócio, como por exemplo, a de desenvolvimento de softwares e a de captura e manipulação de imagens. Perez espera que a Kodak se torne uma empresa de imagens associada à tecnologia da informação. Para este novo cenário competitivo foram destacadas quatro áreas fundamentais: produtos digitais de consumo, impressão comercial, cuidados com a saúde e filmes tradicionais. Cada uma dessas unidades tem seu


Fernando Bautista: montagem local da câmera EasyShare C360, modelo voltado para iniciantes em fotografia digital

próprio balanço financeiro. Uma das estratégias adotadas pela empresa para ampliar a participação no mercado fotográfico digital foi o lançamento do Kodak Online. Através dele o cliente pode, por exemplo, optar por imprimir suas fotos pela internet, nas lojas ou em casa. Segundo dados da própria corporação no Brasil, nos próximos anos a impressão doméstica deverá crescer 27%, nas lojas 93% e on-line 74%. Contribuem para isto o aumento da resolução das máquinas fotográficas e o crescimento do varejo especializado neste serviço – através dos minilabs e quiosques de auto-atendimento –, que ampliou sua base de equipamentos, despertando nos consumidores o interesse em ter suas fotos impressas. “A nossa estratégia é simplificar continuamente os processos envolvidos para a impressão em quaisquer lugar ou condição e, assim como fizemos no passado, conseguir popularizar ainda mais a fotografia digital”, afirma Fernando Bautista. A transição das câmeras tradicionais para as digitais vem aumentando a cada ano. No Brasil, por exemplo, em 2004, foram vendidas 1 milhão de câmeras digitais, número que dobrou para 2 milhões em 2005 e que deve superar os 3 milhões este ano. Segundo Bautista, “no ano passado a venda de câmeras digitais ultrapassou a de câmeras analógicas pela primeira vez no país”.

A Kodak também pretende crescer mais na saúde. A meta é expandir sua atuação para além da radiologia, onde tem tradição de mais de 100 anos. Para isso, atualizou recentemente seus sistemas de envio de registros médicos e firmou um acordo para a integração de antivírus, aumentando a segurança. O objetivo é entrar em outras áreas, como a de informações clínicas, que envolve diferentes departamentos do hospital, incluindo registros médicos, sistema de armazenamento e transmissão de informações. A empresa também pretende investir em equipamentos para digitalização de documentos a fim de incentivar a comercialização de scanners. Atualmente, a Kodak Document Imaging trabalha com parceiros certificados por família de produtos, como as revendas digitais, que comercializam scanners de documentos e sistemas híbridos, e as tradicionais, que oferecem equipamentos e insumos de microfilmagem. Na tentativa de enxugar os gastos, desde o início de sua reorganização, no início dos anos 2000, a Kodak fechou várias fábricas pelo mundo, cortou milhares de empregos e terceirizou grande parte da sua produção. As ações da companhia no Brasil seguiram essa mesma tendência. Neste ano, por exemplo, a multinacional anunciou o encerramento das atividades da fábrica de produtos fotográficos tradicionais, de São José dos Campos (SP), inaugurada há 33 anos. Parte da pro-

dução já foi transferida para a planta de Manaus. Dos 650 funcionários, só 270 da área administrativa têm chance de permanecer na empresa. Em contrapartida, o país será a primeira filial autorizada a montar equipamentos digitais da corporação fora da China. Desde junho passado, a Kodak Brasileira iniciou na Zona Franca de Manaus a montagem local da câmera EasyShare C360, modelo voltado para iniciantes em fotografia digital. A montagem será terceirizada e a nova máquina terá como preço sugerido ao mercado R$ 899. Além disso, o consumidor que adquirir o produto ganhará, automaticamente, 70 impressões no Kodak Online, ação que faz parte da política de incentivo da empresa para a impressão de fotografias digitais. Mesmo a companhia não tendo terminado a transição da fotografia convencional para a digital, sendo difícil determinar quando isso acontecerá, a multinacional norte-americana voltou a ser líder do mercado fotográfico. No caso brasileiro, as receitas de produtos tradicionais ainda representam 60% do faturamento da companhia no país, já que 35% da população ainda possuem câmera tradicional, enquanto somente 10% têm câmera digital. Assim como no passado, em que a Kodak apostou na popularização da fotografia para expandir seus negócios, hoje, embora invista em outras áreas, acredita que este ainda seja o foco principal. Novembro 2006 – Empreendedor – 35


Inovação A reinvenção da Xerox Mudança radical tirou a empresa do vermelho e a deixou em forma para novas ondas de concorrência Orgulho ferido é o pior sentimento que pode assolar uma companhia. É quando a comemoração do sucesso é substituída pela análise dos motivos da derrota. É quando não se desenha o futuro, mas se visita o passado. A sensação de trabalho cumprido perde para a baixa estima. É preciso, então, urgentemente pavimentar um caminho de mudanças: de foco, mercado, estratégia, tecnologia. Foi o aconteceu com a Xerox, multinacional sinônimo de fotocopiadora no Brasil. Ela representa a clássica história da ascensão e da queda, da recuperação com brilho, da volta em grande estilo. Um Conde de Monte Cristo corporativo sem planos de vingança. O auge da crise se deu em 2000, quando a matriz nos Estados Unidos pediu concordata em função de fraudes contáveis de US$ 6 bilhões prati-

cadas entre os anos de 1997 a 2001. A empresa incluía como receita de um determinado período contratos de leasing de longo prazo, lançando no balanço receitas que só começariam a entrar no caixa de fato a partir de 2002. Na época, a dívida era de US$ 17 bilhões e as ações desvalorizaram mais de 90% em 12 meses. A empresa aplicou então a tradicional receita: vendeu ativos e cortou cerca de 20 mil funcionários, terceirizou a fabricação de componentes e equipamentos, entrou em novos mercado como o de impressoras de pequeno porte já dominado por concorrentes japoneses. Hoje emprega 60 mil funcionários e fatura US$ 15,7 bilhões. Obteve crescimento de receita ínfimo, cerca de 1%, mas aposta nos ganhos de margem bruta que aumentaram em 41,1% e nos investimentos de novos equipamentos, em especial as impressoras coloridas. Como em toda história de reinvenção, existe sempre um líder que ganha aura de herói. Na Xe-

Ricardo Karbage: melhorias de novas atividades

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rox, essa incumbência coube à presidente e CEO Anne Mulcahy. Ela criou uma estratégia que manteve a empresa economicamente rentável e competitiva e promoveu grandes transformações em cinco anos. A executiva manteve o foco no mercado de escritórios, responsável por 40% da receita da empresa, mas agregou clientes que necessitam de alto volume de processamento, como o setor financeiro. Recentemente conquistou grandes contas de terceirização como o HSBC. Por fim, incentivou a venda de serviços de gerenciamento de documentos, auxiliando clientes na otimização de processos de digitalização, por exemplo. No Brasil, a companhia implementou essa nova visão há pouco mais de um ano e Ricardo Karbage, diretor executivo de marketing, fala com orgulho de Mulcahy. Ele reforça que a filial brasileira sempre teve administração sólida e que não foi preciso colocar em marcha ações para recuperar o prestígio juntos aos clientes. Mas ainda disfarça quando perguntado sobre os maus momentos da empresa. “Crise, mas já faz tanto tempo!”, diz Karbage, ao citar o levantamento Best Global Brands, elaborado pela consultoria Intebrand em parceria com a revista Bu-


Sistema DocuColor iGen3: top de linha para produção gráfica digital em cores, imprime com resultado idêntico ao OffSet e com um custo menor

sinessWeek. A pesquisa mostra que a empresa está em 57º lugar entre as 100 marcas mais valiosas do mundo, valendo cerca de US$ 6 bilhões. Entre as mudanças, a maior delas está na área comercial. Karbage explica que a Xerox adotava o leasing dos equipamentos e passou a priorizar a venda através de parcerias com agentes financeiros. Antes se valia de um time de vendas considerado exemplo, hoje prioriza o relacionamento com parceiros locais para venda de produtos de escritório. As vendas indiretas representam quase 20% do faturamento nacional. “Já é um modelo consagrado, não existem motivos para não adotá-los. Nos dá maior capilaridade”. Uma das maneiras de melhorar a sintonia entre as companhias foi que os colaboradores da

empresa passaram a integrar a equipe dos parceiros, no que Karbage define como “uma transferência natural e uma redução do quadro de funcionários que nos levaram a processos de melhorias de novas atividades”. Na área de serviços, fez o caminho inverso e incorporou cerca de 2 mil terceirizados nos últimos três meses. A Xerox também investiu em um plano de treinamento batizado de Momentum, que tem meta de treinar 100% das revendas Xerox até o final do ano. Já passaram pela reciclagem mais de mil profissionais e a companhia também lançou o portal PartnerNet, uma comunidade mundial que congrega toda a sua rede de parceiros. Mas a empresa ainda mantém no acervo uma proposta de parceria mais radical: pretende manter uma incuba-

Inaugurado em maio de 2006 em Itatiaia, no Rio de Janeiro, o Centro Industrial Henrique Sérgio Gregori tem aproximadamente 1 milhão de m2

dora em sua sede no Rio de Janeiro. Vai selecionar uma dezena de empresas que complementem seus produtos e serviços, que poderão usufruir da infra-estrutura e logística e, quem sabe, até de um investimento no capital. Outra grande aposta da empresa é nos sistemas em cores, que permitiu um aumento do faturamento em 14% neste ano e já representa 34% da receita total mundial. A empresa recentemente expandiu seu portfólio em cores com cinco novos sistemas, com impressoras, copiadoras e multifuncionais destinados a escritórios de todos os tamanhos. Para alcançar índices maiores de produtividade, adotou o programa Six Sigma e hoje dedica maior atenção a fatores como a otimização do frete e da distribuição e a gestão de ativos e de processos fiscais, por exemplo. “Fazemos mais com menos e voltamos a ser fortes porque temos a maior quantidade de soluções disponíveis no mercado. Se um consumidor precisar de uma impressora com cera sólida vai nos contatar, porque só a Xerox vende”. Karbage também fala que a companhia, que atua na área de consultoria há cerca de uma década, quer intensificar as vendas de serviços “para gerenciar o ciclo de vida dos documentos, não só a sua fabricação”. Essa divisão já responde por 40% do faturamento da companhia e a Xerox promete redução de custos a longo prazo para os clientes. “Somos um sucesso por causa da capacidade das pessoas. Queremos gerenciar grandes projetos junto com nossos clientes”. Novembro 2006 – Empreendedor – 37


Inovação Crédito

Mais dinheiro na praça Bancos e financeiras se tornam aliados do empreendedorismo ao lançar novos produtos de crédito

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por

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Wendel Martins

A falta de crédito é um dos grandes empecilhos para o empreendedorismo no Brasil. Enquanto países emergentes como Índia e China têm taxas de juros de 6%, o Brasil mantém valores de 14,25 %, a maior do mundo. Enquanto países desenvolvidos emprestam valores que correspondem a 100% do Produto Interno Bruto (PIB), por aqui se empenha apenas 32% – há seis anos esse número era de apenas 23%. Há necessidade de mudar a estratégia de atuação das instituições financeiras, pois os recursos existem, mas as pequenas empresas não têm acesso ao crédito. E o mais grave é que não há vontade de entrar nesse circuito, mesmo que fosse fácil e barato captar recursos nos Bancos. Pesquisa do Sebrae com 450 micro e pequenas empresas de São Paulo revela que 43% acreditam que não conseguiriam pagar e não confiam na política econômica do Governo. A boa notícia é que essa tendência está se revertendo, existe uma abertura de crédito para a pessoa jurídica, mesmo sabendo que há muito a ser feito. Dados do Banco Central mostram que

a oferta total de crédito na economia cresceu 29%, entre dezembro de 2002 e dezembro de 2005, descontada a inflação. O crescimento foi puxado pela ampliação da oferta de crédito ao consumidor final. O saldo das operações de crédito com pessoas físicas aumentou 81% no mesmo período. A pesquisa mostra que 57% dos empreendedores desejam tomar empréstimos, mas apenas 22% buscam recursos em instituições bancárias. As reduções das taxas e das garantias são os maiores problemas, mas outra questão importante é a informação: 31% ainda usam o cheque especial, que tem juros maiores do que outras modalidades de empréstimo, o que é considerado pelo Sebrae um dado preocupante. Sérgio Guida, superintendente de análise de mercado do Santander Banespa, acredita que existe uma tendência de aproximação dos Bancos com as pequenas e médias empresas. “É um setor com grande participação na economia, um dos maiores empregadores e está se consolidando, sendo administrado por pessoas capacitadas. Acho que as grandes empresas já estão bem atendidas e o mercado financeiro está se voltando, nas pessoas jurídicas, para as pe-


PAULO URAS/DIVULGAÇÃO

liquidar um valor diferente. quenas e médias empresas”. “Queremos oferecer todas as Ele diz que foi pensando condições para que o cliente nos cerca de 63% de empreencontre sempre a forma ideendedores que buscam real de pegar o empréstimo, incursos para capital de giro clusive com juros pós-fixado, que o Santander Banespa o que pode ser um bom necriou a linha de crédito Sugócio com a tendência de queperGiro. Os clientes podem da da taxa. Existem várias forfinanciar o pagamento do 13º mas de pagamento, e ele pode salário dos funcionários, recombinar uma, duas, às veformar, comprar matériaszes três dessas condições”. primas ou simplesmente O Santander Banespa tamacertar o fluxo de caixa. O bém realizou um treinamento empréstimo pode ter prazo de intensivo de gerentes, cerca até 24 meses, juros menores de 500 para melhor atender e carência de até 90 dias para as empresas. Guida explica pagar a primeira parcela. que um cliente pode requeGuida diz que o produto foi rer um empréstimo, mas não criado agora pois, tradiciosaber direito qual é a modalinalmente, as empresas predade mais adequada. “Na pescisam de recursos no final soa física essa escolha é mais do ano. “O Santander é um Sérgio Guida: parcelas de acordo com o fluxo de caixa fácil: se quiser financiar um Banco que tem vocação para carro, o cliente vai numa loja oferecer crédito à pequena e média empresa e é muito forte nos com parcelas fixas ou flexíveis. “Po- e o gerente oferece um financiamenpaíses onde atua em relação à pes- demos combinar parcelas de acordo to. Na pessoa jurídica é mais comsoa jurídica. No Brasil ele quer ser com o fluxo de caixa da empresa e plexo, um empréstimo tem várias também forte, por isso disponibili- realizamos um cronograma para ser modalidades como CDC, conta gazou uma linha de R$ 1 bilhão, o que cumprido ao longo do ano”. Com esse rantida, leasing, cartão de crédito é um apetite bastante grande para método, é possível supor que o em- empresarial corporativo. Ele precisa nesse segmento”. preendedor não pague nada em um saber qual é a necessidade. E o nosEntre os procedimentos para pe- mês e no seguinte quite uma presta- so gerente está lá para ajudá-lo e oridir empréstimos, o empreendedor tem ção maior, sempre com a opção de entá-lo nessa decisão”. que ser correntista do Banco ou abrir uma conta para ter acesso ao crédiCrédito flexível to. O Banco exige uma documentação como informações cadastrais e As principais formas de financiamento utilizadas pelos empreendedores comprovação de faturamento. A empresa precisa estar em dia com suas Negociação de prazo com fornecedores ou crédito mercantil (43%); obrigações e vai passar por uma aná Cheque pré-datado (35%); lise de crédito. Existem dois processos de análise de crédito, um pré Cheque especial ou cartão de crédito da empresa (31%); aprovado, já utilizado por cerca de 45 mil empresas, em que basta chegar 59% das pequenas empresas buscam até R$ 20 mil; no Banco e tomar o dinheiro. “Não 67% acreditam que o prazo ideal para pagamento é de até 36 meses; tem limite mínimo nem máximo. Se o cliente achar que o valor é pouco, pode requisitar mais, se for muito, pode pegar um valor inferior”. Outra forma é o processo normal, para empresas de maior complexidade. Uma novidade é que o capital de giro pode ser pago em até 24 meses,

67% aceitariam pagar juros de até 1,99% ao mês. Intenção do empréstimo 63% buscam recursos para capital de giro; 54% para investimento em capital físico. Novembro 2006 – Empreendedor – 39


Gestão

Zodíaco corporativo A tendência de trabalhar a possível influência dos astros nas decisões empresariais por

Fábio Mayer

A astrologia empresarial não tem a pretensão de substituir métodos tradicionais ou modernos de gerenciamento, nem de oportunidades e táticas baseadas em um consistente plano de negócios. Mas é utilizada como ferramenta para somar esforços e ajudar o empreendedor em diversos níveis. Sua grande abrangência no campo corporativo permite uma correlação com fatores preponderantes para o desempenho do empreendimento. Não se trata da crença na misteriosa influência do universo, que pode interceder pelo sucesso, mas simplesmente de reforçar uma visão préexistente ou mesmo apontar alternativas, servindo para solucionar problemas e enaltecer pontos fortes em busca do desenvolvimento de uma empresa. Acredita-se que escolher as melhores datas para empreender, lançar produtos, elaborar campanhas publicitárias e fazer investimentos podem interferir no resultado dos negócios. Segundo os adeptos da astrologia, os momentos apropriados são determinados por ciclos astronômicos, períodos de tempo pré-formatados em relação às posições dos planetas, do sol e da lua. Cada um deles pode ser dividido em fases, ou subciclos, relacionados a cada mês do ano e que indicam as iniciativas tanto internas quanto mercadológicas mais ou menos favoráveis. A fé e os estudos usam conheci-

40 – Empreendedor – Novembro 2006

mentos como o ciclo da lua, que dura 28 dias, divididos em quatro fases, sete dias cada: nova, crescente, cheia e minguante. A lua nova remete à concentração e organização, época recomendada para iniciar pesquisas e parcerias. Na crescente, expansão e solidez, boa para começar novas empresas ou negócios e esclarecer pendências de qualquer natureza. A cheia é indicada para quem quer popularidade e divulgação nas iniciativas rápidas e

grandiosas, mas sem exageros. Fase na qual se tem maior facilidade em identificar problemas e obstáculos e é a mais apropriada para mudanças de endereço e viagens. Na minguante, tempo de in-


QUAL SEU TIPO PLANETÁRIO? SOLAR (Leão) Centralizador. Criativo. A empresa é ele. Valoriza com intensidade a imagem. Ele nunca está com problemas. Não aceita conselhos. Age por si mesmo. LUNAR (Câncer) Atitude de proteção. Centralizador. Valoriza os recursos humanos. Torna-se dependente. Tem uma relação emocional demais com o negócio. MERCURIAL (Gêmeos e Virgem) Flexível, astuto, forte negociador. Consegue soluções negociadas. Truques e enganação. Falsas promessas e tendências à esperteza. VENUSIANO (Touro e Libra) Forte vendedor. Atitude de compartilhar e de desenvolver-se através de parcerias. Acredita que os problemas se solucionam vendendo mais, apenas. MARCIANO (Áries e Escorpião) Pioneirismo e liderança. Agressivo mercadologicamente. Arrojado. Perde o foco do negócio e concentra-se demais na competição. JUPTERIANO (Sagitário e Peixes) Otimista e expansionista. Autoconfiante e adepto de conceitos teóricos. Oportunista. Vai além dos limites. Cresce sem estrutura. Endivida-se com projetos mal avaliados. SATURNINO (Capricórnio e Aquário) Perenizador, estruturador. Cresce com estabilidade e age somente com segurança. Muito tempo despendido e pouca produtividade. Perde oportunidades por medo. URANIANO (Aquário) Inovador. Sempre afinado com o moderno. Avança sem receio. Age antes do tempo certo e demonstra falta de ritmo mercadológico.

IND

EX

O

PEN

trospecção e análise, é ideal encerrar atividades e planejar novas ações. Dependendo da área em que se pretende atuar, há uma fase lunar mais adequada para a abertura da empresa.

NETUNIANO (Peixes) Instintivo e intuitivo. Hábil em negociações difíceis. Estratégico. Oportunista. Dificuldade em organizar e concluir. Engana-se nas avaliações. Não identifica os problemas. PLUTONIANO (Escorpião) Estratégico. Sempre esconde os objetivos. Competitivo, mas low profile. Forte para adversidades. Manipulador. Excesso de controle. Vai para o “tudo ou nada”. Fonte: AstroVirtual (www.astrovirtual.com.br)

Novembro 2006 – Empreendedor – 41


INDEX OPEN

Gestão

O feeling de Netuno PLUTÃO dá visão estratégica, a capacidade de agüentar as adversidades, de renascer e de transformar. NETUNO dá a intuição e a perspectiva de estar no lugar certo na hora certa, o chamado feeling. URANO dá a necessária liberdade e capacidade de inovação e diferenciação para o empreendedor estar sempre à frente de seu tempo, com clara antevisão do futuro. SATURNO dá a persistência e a capacidade de estruturação para construir seu negócio em bases sólidas. Ligado à longevidade. JÚPITER dá a energia de expansão e crescimento. É preciso pensar e agir com o objetivo de ampliar seus negócios. MARTE dá o arrojo e a iniciativa, fundamentais para a realização dos negócios. VÊNUS dá a capacidade de vender, a sedução empresarial, capacidade de estabelecer contratos e parcerias. MERCÚRIO dá a habilidade de negociação e de saber se comunicar com clareza e objetividade aos colaboradores, clientes e mercado em geral. LUA dá flexibilidade, famoso “jogo de cintura”, ou a capacidade de mudar, alterar e nutrir constantemente sua empresa ou negócio. SOL dá a capacidade de realização, em última análise, além de compor os valores essenciais do indivíduo. Está ligado a como o empreendedor atua ou deseja atuar. Fonte: AstroVirtual – www.astrovirtual.com.br)

42 – Empreendedor – Novembro 2006

Mas também tem que ser levado em consideração outros fatores envolvidos, como os eclipses ou a posição dos planetas e o alinhamento deles no céu. Todos têm um significado e uma influência, mas cada um é responsável por reger funções específicas em um nicho de mercado. É preciso buscar aspectos mais adequados àquela atividade para o seu bom desempenho. “Para um estabelecimento comercial, normalmente temos que escolher o dia em que Mercúrio está melhor posicionado no céu, tanto por signo quanto por aspecto. Ele não pode estar retrógrado, ou seja, movimento aparente de que está andando para trás”, diz Audrey Viudes, consultora esotérica. “Para negócios de moda ou estética, temos que avaliar Vênus, ligado à beleza. Saturno, quando bem posicionado, garante a longevidade, mas se alinhado com Marte, não é indicado para abrir a empresa”. Na astrologia, o dia e horário da inauguração da empresa são referências para o mapa astrológico corporativo. A partir do início das atividades empresariais é que são feitas as análises e determinadas as principais orientações. Também é possível aliar a posição dos astros em relação ao mapa do empreendedor, baseado no seu dia e horário de nascimento. “Se a empresa está em um mercado acirrado e de alto risco, e o principal dirigente tem perfil conservador, quer dizer, é a história de pai e filho que não se dão bem, então a tendência é não ter bom desempenho”, diz Maurício Bernis, presidente da AstroBrasil, especializada em astrologia empresarial. A empresa faz consultoria nas áreas de estratégia, organização e marketing. “Tem que contemplar a combinação do momento cósmico com o da própria pessoa”. A Dra. Maria Cecília Conti Carpini, que atua na área de odontologia há 16 anos, procura combinar razão e intuição nas ações profissionais. Sempre que pode recorre à orientação astrológica. “A astrologia nos mostra os pontos que devem ser trabalhados, e até tratados.


DIVULGAÇÃO/DIGIPRESS IMAGEM

Audrey: Vênus para negócios de moda ou estética

Ajuda também a direcionar atitudes”, diz. “Atualmente estou montando um novo ambiente de trabalho, neste local irei começar a trabalhar no dia escolhido pela astrologia, será como um bebê nascendo, na data e hora correta”. Nascida em 22 de novembro, a sagitariana, com ascendente em capricórnio, beneficia-se também da astrologia para buscar o equilíbrio na vida pessoal. “Ela tem ajudado a me conhecer melhor e a conhecer melhor as pessoas que vivem ao meu redor, desta forma procuro ajudar mais a mim e as outras pessoas, principalmente meus filhos que estão em desenvolvimento. Não sigo somente a astrologia, me oriento muito pela Cura Prânica, Feng Shui e esoterismo em geral”, diz Maria. Para o desenvolvimento saudável de um negócio também é importante a localização da empresa. Nesse caso, a astrologia auxilia na definição da região geográfica mais propícia para se atingir os objetivos. O ponto ideal pode ser encontrado procurando-se tanto globalmente quanto em um lugar específico, dentro de uma cidade ou bairro, por exemplo. No planejamento, desde finan-

Bernis: mapa astrológico orienta alianças estratégicas

ceiro, investimento, vendas e até marketing, contribui na identificação de pontos estratégicos e na tomada de decisões relacionadas às operações do dia-a-dia da empresa. Outra área de forte procura, conforme Bernis, é a orientação astrológica quando a empresa precisa diversificar no mercado. “Pelo mapa astrológico é possível verificar potenciais não só de negócios, mas também de processos produtivos e de alianças estratégicas”, diz Bernis. Antes de iniciar um negócio, os empreendedores podem verificar a viabilidade societária, se o perfil dos sócios são compatíveis, ou mesmo escolher os dirigentes mais adequados para as funções. Dentro da empresa, a astrologia pode ser utilizada para o desenvolvimento humano, aplicado a cada funcionário, do chão de fábrica à diretoria, colaborando no crescimento e carreira, na integração entre departamentos e no auxílio durante a seleção e contratação de profissionais. “De uma forma geral, a astrologia entra como uma ferramenta de suporte para a tomada de decisão, planejamento, finanças, administração e recursos huma-

nos”, diz o presidente da AstroBrasil. Na prática, é feito um estudo das possibilidades gerais de sucesso do empreendimento, fundamentadas na análise das relações com fornecedores, clientes, concorrentes, empresas emergentes e novos produtos. As forças, fraquezas, ameaças e oportunidades potenciais são abordadas no mapa astrológico em cada um dos itens citados. Também é realizado um diagnóstico da posição atual e das perspectivas do negócio no mercado, servindo de base para a formulação da estratégia corporativa. Depois são detalhados os pontos críticos, mais especificamente associados a datas, as quais são utilizadas na definição de dias mais propícios para determinadas atividades. “Avaliamos o ciclo de tendências, com visão de médio a longo prazo, e em que fase a empresa está no seu processo de desenvolvimento estrutural”, diz Bernis. Com planetas bem posicionados e alinhados, de acordo com a atividade em que o empreendedor atua, é possível tirar o melhor proveito nos negócios. Para Bernis, bom é seguir o mercado, melhor é seguir a natureza. Novembro 2006 – Empreendedor – 43


Gestão

Concorrentes pensam juntos Empresas do setor têxtil se unem para criar moda catarinense por

Wendel Martins

Substituir a rivalidade pela parceria, criar um centro de referência em moda no Brasil, promover o intercâmbio de conhecimento entre universidade e empresas, centrar o foco em produtos de maior valor agregado. Esse é o plano de 15 grandes indústrias têxteis e 14 instituições de ensino que há dois

anos investem no projeto Santa Catarina Moda Contemporânea (SCMC), que pretende ser uma revolução no setor têxtil do Estado. Santa Catarina é o segundo maior pólo têxtil da América Latina, com cerca de 6 mil fábricas e em torno de 124 mil pessoas empregadas nas mais tradicionais e respeitadas empresas do setor, como a Hering, com 126 anos, a Karsten, com 124 anos, e a Buettner, com 108 anos. A idéia é transformar o Estado de pólo produtor para lançador de tendências. “Essa é a hora dos concorrentes se aliarem, pois na era globalizada, o nosso maior rival está do outro lado do

mundo (China) e é muito feroz. Temos que trabalhar em bloco. Uma grande vitória foi o presidente da Karsten visitar, pela primeira vez em um século, a sede da Buetner”, diz Cristiano Buerger, vice-presidente do projeto e dono da Tecnoblu Label & Tags, especializada em aviamentos. Ele explica que apesar do sucesso de receita e de mídia de eventos como o São Paulo Fashion Week, a moda brasileira é jovem, tem no máximo 10 anos. “Tem gente que diz exportar para 40 países, mas na verdade vende para 40 boutiques no exterior. É necessário um movimento de vendas mais consistente e isso só se

Indústria têxtil: convivência desperta o interesse da mídia, provoca vanguarda e serve como inspiração

44 – Empreendedor – Novembro 2006


Santa Catarina Moda Contemporânea Empresas participantes consegue com marcas que têm personalidade própria”. O projeto prevê um concurso dentro das faculdades de moda, onde são escolhidos quatro alunos de cada instituição para desenvolver uma coleção conceitual, adaptada à realidade das empresas. Em contrapartida, as indústrias abrem as portas para que os estudantes conheçam todo o universo da produção, desde a fiação, modelagem, aviamentos até o acabamento. O objetivo da coleção conceitual é gerar reflexão, mostrar que é possível fazer diferente com a mesma estrutura. “Esse choque é interessante, pois abre a mente dos empresários. Colocamos quatro alunos ‘maluquinhos’ nas empresas, que podem transformar um travesseiro em pijama. Uma dessas idéias pode acabar virando um produto comercial”, diz Buerger. Armando Hess, diretor da Têxtil Renaux, confirma que a experiência

serve para oxigenar e mudar a cultura da empresa. “Convivemos com outros, trocando idéias e coleções, juntos em um espírito de cooperação”. Para ele, o SCMC desperta o interesse da mídia, provoca vanguarda e serve como fonte de inspiração. Com foco em moda, a empresa de 81 anos busca um reposicionamento no mercado, após um processo de gestão que levou a uma mudança no controle acionário. Faturando cerca de R$ 70 milhões ao ano e com 650 colaboradores, a Têxtil Renaux quer vender no exterior, mas também fortalecer o mercado interno para não ficar dependente dos compradores estrangeiros. A empresa exporta cerca de 20% da produção para países

Ana Paula Calçados Brix Jeans Buettner Colcci Dudalina

Guga Kuerten Hering Hoepcke Bordados Karsten Lancaster

Marisol Oceano Oxford Cerâmica Tecnoblu Têxtil Renaux

Instituições de Ensino Apoio Associação Educacional do Vale do Itajaí Mirim (Assevim) Q Centro Universitário de Brusque (Unifebe) Q Centro Universitário de Jaraguá do Sul (Unerj) Q Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi) Q Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb) Q Senais (em Blumenau, Criciúma, Rio do Sul, Jaraguá do Sul, Joinville e São João Batista) Q Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) Q Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac) Q Universidade do Vale do Itajaí (Univali) Q

Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc) Q Agência de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex) Q Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) Q Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) Q Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) Q Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado de Santa Catarina Q Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae-SC) Q Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Santa Catarina (Senai-SC) Q Sindicato das Indústria de Fiação, Tecelagem e Vestuário de Blumenau (Sintex) Q

como Argentina, Alemanha, Polônia e Portugal. Hess também comenta sobre a crise que se instalou no setor têxtil brasileiro, com a concorrência chinesa. “Acho que não temos o dever apenas de proteger, mas de valorizar o que se faz aqui. Temos que ter competência para nos adequar rapidamente às mudanças”. Hess aposta principalmente na agilidade no atendimento ao cliente e na pontualidade na entrega do produto. “Poucas empresas do mundo podem dar uma resposta ao mercado tão rapidamente quanto nós”. O SCMC também mantém um calendário anual com palestras e workshops com os maiores nomes da moda e do negócio, como Glória Kalil,

os Irmãos Campana e Karla Girotto. Todos os custos, tanto da produção das coleções como dos seminários, são bancados pelas empresas. O objetivo é criar nas empresas uma cultura de valor agregado, em contraponto à tradicional exportação de commoditties como lençóis, toalhas, jeans a metro e malhas a quilo. Buerger cita o exemplo da Colcci, que ao invés de exportar uma camiseta por US$ 4, vende o mesmo produto acrescido de marca e moda por 20 euros. “Somos empresas de capital nacional, já temos a maior base instalada da América Latina, vendemos para classes A e B. Precisamos agora focar em design, pois quando se vende beleza, tudo fica mais fácil”. Novembro 2006 – Empreendedor – 45


Orlando de Carvalho

CASA DA PHOTO

Perfil

46 – Empreendedor – Novembro 2006


Paixão de pai para filho Herdeiro do pioneirismo do pai, Orlando de Carvalho teve papel fundamental na regulamentação da Fisioterapia como profissão no Brasil por

Carol Herling

Em meados da década de 1950, quando os conceitos de medicina preventiva e terapia ocupacional pareciam soar como idéias de outro planeta inseridas em um futuro ainda distante, o empresário Orlando de Carvalho já fazia planos para sua vida profissional. Ao contrário dos colegas de escola – que queriam ser médicos, advogados ou engenheiros –, Orlando se espelhava no exemplo paterno e desejava, a todo custo, trabalhar na área médica, mais especificamente com materiais para reabilitação. O jovem estudante do Colégio Marechal Floriano, em São Paulo, com veia empreendedora, teve papel decisivo para o reconhecimento da Fisioterapia como profissão no Brasil, além de possibilitar a milhões de pessoas acesso a tratamentos especializados e eficazes para a recuperação de fraturas e lesões. Naquele tempo a ortopedia ainda dava seus primeiros passos, e o pai de Orlando, Ivo de Carvalho, aproveitou a falta de materiais específicos para o setor para montar uma pequena oficina. “A idéia era garantir o sustento da família e ter algo para legar futuramente aos filhos; o desejo do meu pai era um dia trabalhar com a gente”, diz Orlando de Carvalho. A iniciativa deu origem, em 1966, à Carci, hoje administrada por Orlando e considerada a indústria pioneira na fabricação, comer-

cialização e exportação de equipamentos para fisioterapia e reabilitação física no Brasil. Apesar do início despretensioso, o perfeccionista Ivo dedicou muito do seu tempo nos projetos e moldes das peças. “O fato de não possuir um curso superior na área médica não foi obstáculo, e meu pai compensava essa 'falta' assistindo cirurgias, como forma de aperfeiçoar seus conhecimentos em anatomia humana e garantir a precisão dos produtos”. A notícia de que havia no Brasil alguém capaz de produzir esse tipo de material espalhou-se rapidamente, e muitas pessoas procuravam Ivo para ter acesso às informações técnicas. Alguns desses ‘curiosos’ também ajudariam a fazer história – como Manuel Baumer, cuja empresa se transformou em uma das gigantes na fabricação de equipamentos hospitalares. Aos 8 anos de idade, Orlando – muitas vezes em companhia do irmão Abel, que hoje trabalha na parte industrial da Carci – começou a freqüentar a oficina do pai. O garoto levava o almoço e observava o trabalho; algumas vezes, tomava conta do lugar quando o sr. Ivo precisava sair. Quando não tinha condução para voltar, pegava uma carona de bicicleta com o pai. “Contando agora parece até romântico, mas na época era tudo muito difícil e só quem viveu esse tipo de coisa é que sabe o que passamos. Hoje é proibido uma criança de 8 anos trabalhar, mas

desde cedo estive aqui para ajudar”. E, de fato, ajudou. Aos 22 anos, quando Ivo fundou a Carci, Orlando tornou-se parte efetiva da empresa. “Mesmo depois de 40 anos, acho que não decepcionei”, conta Orlando, aos risos. Em 1969 assumiu a fábrica, um desafio e tanto para um jovem de 25 anos que já batalhava por uma causa que mudaria a história da Medicina no Brasil: a popularização e o reconhecimento da Fisioterapia como profissão. “Antes da regulamentação, que ocorreu em 13 de outubro de 1969, quase não existiam faculdades, e tenho satisfação em dizer que a Carci foi a única empresa a ter colaborado ativamente nesse processo. A Fisioterapia, hoje, engloba praticamente todas as especialidades médicas de reabilitação graças a nossa luta”. A ajuda decisiva para elevar o status da Fisioterapia veio dos militares, que na época governavam o país e que, segundo Orlando, “deram um impulso enorme à profissão”. “Apesar de muitos criticarem o regime militar, foram eles que tiveram a visão de que o acidente de trabalho dá muito prejuízo aos cofres públicos, principalmente na parte de Previdência, e então determinaram que a Fisioterapia era a forma mais eficaz de recuperar o trabalhador”. O Governo, então, criou centros especiais de reabilitação, e os fisioterapeutas (que atendiam nesses centros ou nas poucas clínicas particulares) precisavam de equipamentos e produtos para atender Novembro 2006 – Empreendedor – 47


Perfil 1944

Nasce, em São Paulo (SP), Orlando de Carvalho.

Anos 50

A Ortopedia dava seus primeiros passos no Brasil. Ivo de Carvalho, pai de Orlando, monta uma pequena oficina para fabricar produtos ortopédicos.

1966

É fundada, em São Paulo, a Carci. Inicialmente, a empresa se chamaria Carfi (Carvalho & Filhos), mas como já havia outra empresa com o nome, Ivo de Carvalho resolve adotar o nome Carci (Carvalho & Cirurgia). A Fisioterapia é regulamentada como profissão no Brasil. Há um “boom” em torno da especialidade graças ao apoio dado pelo governo, e a Carci torna-se, então, muito popular entre os profissionais do ramo.

1972

A empresa é convidada para participar de um consórcio que forneceu materiais para o Serviço Nacional de Saúde do Chile.

Anos 80

A Carci intensifica as exportações e trabalha para conseguir certificados internacionais de qualidade.

1996

A Carci participa pela primeira vez da Medica, maior feira internacional do setor, e ganha visibilidade mundial.

2006

A empresa completa 40 anos. Após 4 décadas de trabalho, a Carci torna-se a única do ramo no Brasil a ostentar o selo CE. Atualmente, exporta para mais de 15 países.

LINHA DO TEMPO

1969

48 – Empreendedor – Novembro 2006

Carci: 90 produtos de uma empresa que vem crescendo em um ritmo de 6% ao ano

ao público – e a Carci era a empresa que tinha condições de atender aos pedidos. “Fazíamos as peças de forma artesanal, importávamos equipamentos que não eram disponíveis no Brasil e ainda facilitávamos as condições de pagamento, mesmo com a inflação nas alturas”. O reconhecimento dos profissionais, que recomendavam o trabalho para os colegas – “Se você precisa, vai lá na Carci!” – foi para Orlando outra ajuda valiosa. “Esse ‘boca a boca’ ajudou a consolidar a empresa, tanto é que se passaram 40 anos e eis que estamos aqui”. Orlando de Carvalho reconhece que teve visão empresarial para executar, no início da década de 1970, uma idéia fixa que compartilhava com o pai: exportar os produtos que fabricava. “Lembro muito bem do dia em que meu pai conversava com uma pessoa sobre exportação, e a pessoa deu uma gargalhada: ‘Como assim, exportar? Olha só o tamanho de vocês, olha só o jeito da sua oficina, como assim, exportar... que idéia!’. Infelizmente, as pessoas medem você pelo tamanho do seu empreendimento e não pela sua capacidade, mas eu nunca deixei de acreditar no meu potencial e no potencial do Brasil. Sempre que puder eu vou levar as cores do nosso país onde eu estiver”. O desdém, que poderia ser encarado pelos Carvalho como um desestímulo, transformou-se em inspiração, e em 1972 a Carci foi convidada para participar de um consórcio que forneceu materiais ao Serviço Nacional de Saúde do Chile. “Essa idéia foi do Salvador Allende, e até hoje os pro-

dutos Carci são utilizados lá”. Outro passo importante foi a participação em eventos internacionais do setor mais uma vez a Carci se destaca pelo pioneirismo, pois foi a primeira empresa brasileira a expor em feiras realizadas na África, América Latina, Ásia e Europa. “Costumo dizer que se hoje tem uma bandeira brasileira tremulando nos mastros da Medica, feira que acontece anualmente em Düsseldorf e é a maior em nível mundial, nós fomos um dos responsáveis; no início eram apenas oito empresas, hoje são mais de 80”. Em uma das participações na Medica, Orlando vivenciou uma situação que foi fundamental para a consolidação de uma parceria. “No primeiro ano em que estivemos na Medica, levamos o nosso catálogo todo escrito em português, algo realmente maluco para os padrões alemães. Quando um senhor perguntou se os nossos produtos eram portugueses e eu disse que eram brasileiros, ele não acreditou que no Brasil fizéssemos coisas tão bacanas. Esse senhor realmente não acreditou em mim, então eu o convidei para conhecer o parque industrial brasileiro e ele ficou encantado; hoje, ele é nosso representante em Portugal”. Outra estratégia importante para consolidar o mercado externo foi a obtenção de certificados internacionais de qualidade. “Hoje vendemos para mais de 15 países, de todos os continentes, e chegamos até Taiwan”. Recentemente a Carci conquistou o selo CE, que habilita a empresa a comercializar seus produtos para os países da União Européia. “Com o


FOTOS CASA DA PHOTO

selo CE você assume uma responsabilidade muito grande, pois coloca seu produto e a sua marca lá fora, além do compromisso que você assume com o seu cliente”. Para manter o nível de qualidade conquistado, o empresário investe em treinamentos. “Costumo reunir os funcionários e estes multiplicam a informação entre os colegas”. A Carci, que possui um showroom em São Paulo, trabalha com representantes nacionais e internacionais e abastece um grande número de lojas, além de vender para grandes redes e representar outras empresas – como a holandesa Enraf-Nonius, uma das mais antigas do mundo no ramo de eletroterapia, a Biodex, da qual importa para o Brasil com exclusividade a linha de aparelhos de isocinéticos, e a NeuroCom, que fornece equipamentos para pessoas com problemas de desequilíbrio. “Além dos produtos de reabilitação propriamente ditos, eu também comercializo equipamentos para as áreas de otorrinolaringologia, psiquiatria e geriatria, que são muito procurados”. Orlando explica que busca no exterior alguns dos produtos que lhe são solicitados, e que eles são nacionalizados posteriormente. “A minha motivação é correr o risco de buscar esses produtos e inovar transformando-os em uma peça tupiniquim que realmente funciona”. Com 90 produtos e sem catálogo, Orlando estima que a Carci vem crescendo num ritmo de 6% ao ano, e diz que o crescimento só não é maior por causa da valorização do Real. “Para ter um cliente lá fora é muito difícil e se você ‘fecha a porta’, eles não entendem. Se você reajusta o produto

conforme o Dólar, eles também não aceitam, e com o Real valorizado a situação se complica, isso sem contar que eu também gero empregos e uma série de encargos que demandam sacrifício”. Um dos maiores prazeres de Orlando, que trabalha em média 12 horas por dia, é atender os clientes em sua loja aos sábados. “Gosto de trocar idéias com as pessoas e sentir o que o público tem a me dizer, mesmo que sejam respostas não tão boas. Essa parte de feedback com o público é o que mais gosto”. O fato de gerar empregos também é motivo de alegria. “Estou conversando com você entre bolas e muletas espalhadas pela minha sala e lendo um e-mail enviado por duas funcionárias, que estão agradecendo uma ação que realizamos recentemente”. Apesar de todo o destaque que tem no cenário nacional, graças ao trabalho pioneiro iniciado pelo pai, o empresário ainda considera sua empresa pequena, e a chama carinhosamente de “casa”. Para Orlando, a máxima “o segredo é a alma do negócio” não é de todo verdadeira, tanto é que segue a mesma diretriz que Ivo tinha na década de 1950 – a de compartilhar os conhecimentos. “Tenho o maior prazer em ajudar quem busca informação, mesmo que seja concorrente”. O empresário tira dúvidas, orienta e também conversa muito nas feiras que participa, porque acredita ser essa a forma que dispõe para manter o nível de qualidade dos produtos fabricados no Brasil. “Os produtos de reabilitação, hoje, são direcionados principalmente aos idosos, e trabalhar com eles é uma coisa muito séria”. A preocupação de Orlando não é infundada: em 40 anos de atividades, ele

vivenciou a transformação da população do Brasil, influenciada por vários fatores, de país de jovens a país de idosos. “A população de idosos saltou para 15 milhões, o que gera uma grande demanda, e embora as pessoas vivam mais, ainda não há uma qualidade de vida. É nesse aspecto que procuro direcionar o meu trabalho, e se trabalho corretamente eu ajudo essas pessoas a viver melhor e, quem sabe, ter sua expectativa de vida ampliada”. Outro aspecto levantado pelo empresário reflete a situação da saúde pública nacional. “Se o Governo olhasse mais para a Fisioterapia preventiva e laboral não teríamos tantas pessoas ligadas ou presas ao SUS e melhoraríamos a qualidade de vida de todos”. A paixão que Orlando herdou do pai para administrar os negócios também foi legada aos filhos, que se identificam com o setor. Mas, para o empresário, o mais importante é realmente gostar daquilo que se faz. “Minha maior felicidade é acordar todas as manhãs e saber pra onde vou, o que vou fazer, e no fim tenho tanta coisa para fazer que o dia passa e eu nem percebo”. ORLANDO DE CARVALHO Idade: 62 anos Empresa: Carci Data de fundação: 1966 Ramo de atuação: Produtos para reabilitação física e Fisioterapia Número de Funcionários: 90 Faturamento: não divulgado. Website: www.carci.com.br Novembro 2006 – Empreendedor – 49


Pequenas Notáveis Editado por Alexandre Gonçalves

DESENVOLVIMENTO

Brasil deve fortalecer potencialidades regionais

do Brasil ser um país de dimensões continentais, um modelo único jamais irá funcionar. “É preciso levantar a potencialidade de cada região, seu bioma, e trabalhar de acordo com o que for levantado”, explicou. Para o professor não é preciso contrapor o associativismo ao empreendimento individual, embora o foco seja o pequeno produtor familiar, por meio de suas cooperativas e associações. “Na

PRÊMIO CNI

Micro e pequenas se destacam Das 18 vencedoras do Prêmio CNI 2006, nove eram micro e pequenas indústrias e as outras nove médias e grandes indústrias. Durante a cerimônia, realizada no dia 31 com a presença do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro, e do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, foram homenageadas empresas das cinco regiões brasileiras. As vencedoras receberam troféu e as classificadas em segundo e terceiro lugar ganharam placas pela participação no evento.

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verdade, o importante é gerar uma sinergia entre os produtores de matériaprima e os produtores finais”. Sobre o caso específico da produção do biodiesel, Sachs alerta que esta é apenas uma parte de um conceito mais abrangente. “É preciso também produzir alimentos, ração animal, fármacos e cosmético, para uma utilização mais racional da produção”, concluiu. (Com informações de Jairo Pitolé Sant’Ana/Agência Sebrae) MÁRCIA GOUTHIER/AGÊNCIA SEBRAE

Professor honorário da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris (Sorbonne) e autor de livros como Desenvolvimento includente, sustentável e sustentado, com prefácio de Celso Furtado, Ignacy Sachs é enfático em afirmar que não se pode ter um modelo único para a produção de biodiesel para o Brasil. Por isso, ele defende a idéia de que é preciso fortalecer, consolidar e ampliar as oportunidades de negócios para o agricultor familiar para a produção, por exemplo, de biodiesel, de forma integrada, a fim de evitar a monocultura. Em sua participação no painel Ecodesenvolvimento – como crescer sem destruir, durante o XII Encontro Internacional de Empreendedores, realizado em Cuiabá (MT) e promovido pelo Sebrae, Sachs afirmou que pelo fato

RAI REIS/AGÊNCIA SEBRAE

Opinião é do professor Ignacy Sachs, um dos convidados do XII Encontro Internacional de Empreendedores


O espaço da micro e pequena empresa PESQUISA

CAPITAL

Fundo vai investir R$ 12 milhões Pequenas investem mais em pesquisa em pequenas empresas e inovação inovadoras de Santa Catarina O estudo Inovação Tecnológica no

INDEX OPEN

O Fundo SC, fundo mútuo de investimentos de Santa Catarina, foi um dos dois projetos contemplados na 1ª Chamada de Fundos do Programa Inovar Semente, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A proposta apresentada pela BZPlan tem como investidor institucional local a SC Parcerias SA, empresa criada pelo Governo de Santa Catarina com o objetivo de gerar investimentos através de participações societárias, regime de parcerias públicoprivadas ou concessão de serviços públicos. No total, serão aplicados R$ 12 milhões em pequenas empresas inovadoras, sendo que 40% foram destinados pela Finep, 40% pela SC parcerias e 20% por investidores privados. “O Fundo SC veio para preencher uma lacuna no apoio a projetos ainda em fase inicial, quando o risco é elevado, mas o potencial de ganho é muito

alto”, afirma Marcelo Ferrari Wolowski, sócio da BZPlan. O fundo poderá investir em um total de 12 empresas com faturamento de até R$ 2,1 milhões/ano, sendo que o investimento mínimo por empresa será de R$ 500 mil e o máximo de até R$ 1,8 milhão. O prazo de operação do Fundo é de sete anos e a taxa de remuneração estimada é de 36% ao ano durante o período. A iniciativa, inédita em Santa Catarina para pequenas empresas, vai priorizar negócios nas áreas de tecnologia da informação e biotecnologia. A sede do fundo estará localizada na cidade de Itajaí e vai atuar em um raio de até 100 quilômetros, abrangendo empresas do Litoral Norte, Vale do Itajaí e Grande Florianópolis. Estas regiões concentram a maior parte do PIB catarinense e, juntas, têm um PIB inferior apenas às cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O Fundo SC deverá entrar em operação em março de 2007. “Neste período estaremos cumprindo as exigências legais do processo e prospectando negócios para investir”, explica o sócio da BZPlan, José Henrique Moreira. As empresas interessadas podem se cadastrar previamente através do site: www.bzplan.bz/cadastro. (Kátia Negreiros/site Empreendedor)

Brasil – A Indústria em Busca da Competitividade Global revela que entre 1998 e 2003, as empresas de pequeno porte investiram mais em inovação tecnológica do que as grandes. Realizado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), sob encomenda da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), com o patrocínio do Sebrae e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), o estudo indica que a taxa de inovação da indústria brasileira aumentou de 31,5%, entre 1998 e 2000, para 33,3%, entre 2001 e 2003. De acordo com o levantamento, as 20 atividades mais inovadoras se encontram em mercados bastante concentrados, como fabricação de caminhões e ônibus, defensivos agrícolas, automóveis, camionetas e utilitários e cimento, que abrangem 6,3% do número total de empresas do setor industrial. Eles também representam 10,3% das empresas que introduziram pelo menos uma inovação no período de 2001 a 2003. Considerando apenas as 20 atividades industriais, a taxa média de inovação foi de 55%. Essas atividades com maior taxa de inovação alcançaram o percentual de 23,6% da receita líquida de vendas de toda a indústria brasileira em 2003, o que indica que as mais inovadoras faturaram mais que as menos inovadoras. O levantamento foi baseado nos dados da última Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec), do IBGE, e abrange 84.262 empresas, distribuídas em 91 atividades industriais. (Com informações de Regina Xeyla/Agência Sebrae) Novembro 2006 – Empreendedor – 51


TI

Conexão invisível Uma tecnologia capaz de cobrir cidades inteiras com banda larga sem fio

Vinicius Duarte dos Santos Idade: 32 Local de nascimento: Rio de Janeiro (RJ) Formação: Engenheiro elétrico-eletrônico Empresa: Global Wave Ramo de atuação: Wireless (Internet banda larga sem fio) Ano de fundação da empresa: 2006 Cidade-sede: São José (SC) Número de funcionários: 35

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Velocidade, mobilidade e segurança no envio de dados, imagens e som são algumas das vantagens do WiMax (Worldwide Interoperability for Microwave Access), acesso à internet banda larga sem fio, que elimina aquele emaranhado de cabos e ligações detrás dos computadores. Apesar da tecnologia ainda não estar muito difundida no Brasil, ela é considerada por muitos especialistas da área o carro chefe para inclusão digital no país, particularmente em regiões remotas e carentes de infra-estrutura de telecomunicações. O padrão é mais vantajoso do que qualquer outro no que se refere à acessibilidade, raio de atuação, disponibilidade e, principalmente, preço. Em parceria com universidades, Governos e outras instituições a Intel realiza, desde 2004, testes do WiMax no Brasil. Entre as cidades que participaram desta iniciativa estão: Ouro Preto (MG), Mangaratiba (RJ) e, mais recentemente, Parintis, cidade localizada em uma ilha no Rio Amazonas. De acordo com dados da companhia, 114 mil moradores do município amazonense terão melhor acesso a serviços de saúde e educação. A rede instalada em Parintins tem um alcance de 48 quilômetros e foi instalada em um centro de saúde, duas escolas públicas, um centro comunitário e na Universidade da Amazônia. A Intel também doou e instalou equipamentos para Telemedicina no centro de saúde e laboratórios de informática nas duas escolas. Um grande atrativo do WiMax é o custo para seus usuários. Embora ainda que timidamente, o serviço já é comercializado no país. O Governo, por exemplo, gasta para a aquisição desse padrão cerca de 30% a 40% menos do valor de qualquer outra tecnologia de acesso à internet. O usuário corporativo paga, em média, metade do preço e para o residencial sai até 25% mais barato. Segundo o Fórum WiMax – orga-


O que é o WiMax nização mundial sem fins lucrativos, formada por várias companhias, que define as diretrizes e discussões sobre a solução – essa tecnologia tem vocação comercial para cidades de médio porte, de 50 mil a 1 milhão de habitantes. As empresas que constituem o Fórum ganham dinheiro desenvolvendo chips e equipamentos certificados para WiMax, como no caso da Intel. Devido a esta característica o engenheiro eletro-eletrônico Vinicius dos Santos, que trabalhou em multinacionais na pesquisa e desenvolvimento deste padrão, escolheu Santa Catarina para montar seu empreendimento. A GlobalWave Telecom é a primeira empresa no Sul do país a vender essa tecnologia. Foram realizados quatro meses de testes. Operando comercialmente há cerca de dois meses, já conta com 50 clientes residenciais e 10 empresariais. A empresa é uma operadora de Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), licenciada e fiscalizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Expansão Com o nome hi!max, o serviço está disponível em algumas partes de Florianópolis (400 mil habitantes) e São José (200 mil habitantes). Cada área (ou célula) de cobertura abrange um raio de 5 quilômetros, com uma velocidade de até 70 Mbps. Atualmente existem três células cobrindo esses dois municípios. De acordo com Santos, está prevista a expansão da rede para mais pontos, inclusive de outras cidades do Estado, no próximo ano. Há planos distintos para os tipos variados de usuários: domésticos (My hi!max), profissionais liberais (hi!max SoHo) e corporativos (hi!max Corporate). “Diferente de outras operadoras que possuem pacotes prontos para os clientes corporativos, nós permitimos que a

WiMax ou Worldwide Interoperability for Microwave Access (Interoperabilidade Mundial para Acesso por Microondas), é uma solução tecnológica baseada no protocolo 802.16 do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) e do ITU (International Telecomunicattion Union) focada em prestação de serviço de conectividade IP em banda larga metropolitana sem fio. A tecnologia prevê a transmissão de voz e dados em uma ampla faixa de freqüência, entre 2 GHz e 66 GHz, e suporta o deslocamento do usuário. Seu alcance pode chegar a dezenas de quilômetros da antena receptora. Em uma linguagem menos técnica, o WiMax é a evolução do Wi-Fi (Wireless Fidelity), atual padrão de tecnologia para acesso sem fio. Enquanto este possui um alcance de 100m e uma velocidade de 11 Mbps, aquele tem um alcance de até 70 km e uma velocidade de 75 Mbps. A transmissão do sinal do WiMax é semelhante a de um celular. Uma torre central envia o sinal para várias outras torres espalhadas e, estas, enviam o sinal para os receptores, que são pequenas antenas que levam a conexão até o computador, notebook ou PDA (computador de mão) do usuário. A certificação dos equipamentos fica a cargo do WiMax Fórum, um consórcio internacional formado por dezenas de empresas. O Brasil conta com três representantes: a Global Wave Telecom, a Neovia e a Telemar.

wireless empresa faça um plano que melhor se adapte às suas necessidades”, afirma o diretor executivo da GlobalWave Vinicius Santos. Ao assinar o serviço, não é preciso dispor de provedor, linha telefônica ou acesso por cabo. O tempo de instalação leva, no máximo, 48 horas, a partir do telefonema de solicitação do cliente. “O que nós oferecemos para o usuário é um login e uma senha”, diz Santos. O cliente tem mobilidade total dentro de sua casa ou escritório. “Temos obrigação de cobrir 100% da residência ou da empresa do cliente”. Para os usuários domésticos, caso haja mais de um computador em casa, sendo necessário acesso simultâneo à internet, a empresa dispõe de um serviço que permite que o mesmo login e senha sejam usados simultaneamente. No entanto, são cobrados R$ 10 para cada acesso a mais. A tecnologia também promove a portabilidade, que permite que o usuário use a rede de alta velocidade em vários pontos da cidade, utilizando o mesmo perfil. Portando seu notebook, por exemplo, há como perceber facilmente as áreas de cobertura do serviço. Ao ligar o computador a janela de login da conexão é visualizada instantaneamente. Para isso, a empresa está em negociação com shoppings e outros locais públicos para afixar adesivos “hi!max Zone” onde há disponibilidade do serviço. Também não é necessário se preocupar com a segurança de dados, já que todas as informações são criptografadas. A tecnologia móvel muda a forma de interação social e profissional ao permitir a comunicação a qualquer momento e em qualquer lugar. O diretor-executivo da GlobalWave acredita que “mais do que a própria internet, a mobilidade no acesso à informação será a grande revolução tecnológica do século XXI”. (Camila Stähelin) Novembro 2006 – Empreendedor – 53


TI Fireman estimula Sial

Ensino corporativo

A Sial Software, especializada em soluções para help desk e suporte técnico, projeta um crescimento de 40% para este ano. O número reflete o sucesso de vendas da nova versão do Fireman, software de help desk e integração interna desenvolvido pela empresa. A nova versão apresenta melhor gestão e facilidade no desenvolvimento das atividades, com controle de suspensão de solicitações que possibilita comandar os prazos de atendimentos e interrompê-los se necessário. Entre as organizações que investiram na solução Fireman

Com foco na formação profissional de seus funcionários, a integradora de TI Telsinc lançou o projeto Academia Telsinc, com cursos que abrangem aspectos técnicos, empresariais e comportamentais. O objetivo da ação é proporcionar a evolução dos colaboradores que já fazem parte da equipe por meio de treinamentos desenvolvidos internamente pela própria empresa ou através de cursos externos contratados no formato in company. No ambiente técnico, serão ministrados os cursos de Call Manager Básico, WAFS, MetroEthernet, Pix Básico, Routing Básico, Routing Avançado I e II e Switching Básico. No segmento de gestão de pessoas serão abordados temas como Gestão de Tempo, Entrevista de Seleção, Atendimento ao Cliente e Experiência Prática Monitorada. A Academia também vai contar com convênios com instituições de ensino. “O colaborador é a empresa dentro do cliente. Para se destacar como uma prestadora de serviços, é fundamental contar com uma equipe altamente especializada, não só na parte técnica, mas também com visão de negócios”, diz Rogério Vedovato, Diretor de Marketing da Telsinc. “Futuramente, pretendemos expandir a iniciativa para o Terceiro Setor, dando oportunidade de inserção no mercado de trabalho a jovens carentes”. www.telsinc.com.br

estão instituições e multinacionais envolvidas com normas rígidas de auditoria, como Ministério Público da Bahia, Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, Perdigão AgroIndustrial, Deloitte Consultoria, Italtel, Vitopel e Banco Espírito Santo. www.sial.com.br

Escolas da New Horizons A norte-americana New Horizons, considerada pelo IDC a maior empresa independente de treinamento em TI, pretende abrir 20 escolas no Brasil nos próximos cinco anos. Com mais de 280 centros em 56 paises e 2,5 milhões de alunos por ano, a New Horizons é também a maior parceira Microsoft do mundo, com 101 dos 120 Certified Partners Learnings Gold Centers. A escola oferece mais de 6 mil cursos e-learning e mais de 1,2 mil cursos presenciais, desde Microsoft Office até programação Web, incluindo os cursos de capacitação para Certificações Técnicas. A primeira unida-

de brasileira, localizada em São Paulo, oferece aulas de treinamento em TI e cursos de inglês com uma abordagem de ensino diferenciada, baseada em cinco fases de aprendizagem (avaliação, formação, reforço, suporte e validação). O método combina a formação em sala e o e-learning com os serviços de adequação às necessidades do mercado. O aluno pode começar o curso em qualquer data e montar a grade de horários de forma flexível, com aulas no período noturno e nos fins de semana, além da opção de formação on-line. www.nhbrasil.com.br

Otimização de redes A Allot Communications, líder mundial no fornecimento de soluções para gerenciamento de banda larga, apresentou na última Futurecom as soluções NetEnforcer e NetXplorer, destinadas à otimização da performance de redes. Durante o evento, a Allot demonstrou como a tecnologia DPI (Deep Packet Inspection) pode ser aproveitada pelas empresas e provedores de serviços para otimizar o uso da largura de banda e, conseqüentemente, garantir a qualidade dos serviços. “Para combater as transformações em commodities do serviço de

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banda larga, os fornecedores de Cabo, ADSL e comunicações móveis avançadas estão se voltando para o domínio da música, jogos, IPTV, VoIP, instant messaging e outros serviços IP multimídia. Porém, para acessar este tipo de conteúdo, os fornecedores de serviços precisam de uma rede que proporcione uma maior utilização da largura de banda. As soluções baseadas na tecnologia DPI foram concebidas para proporcionar este tipo de visibilidade e controle”, diz Larry Schmidt, vice-presidente Allot para as Américas. www.allot.com


produtos Controle de acessos A Siemens Building Technologies, unidade da Siemens que atua nas áreas de segurança, automação predial e rastreamento de veículos, criou a solução Monitoramento de Acesso. Aliada a um sistema de alarme permite ao usuário controlar a entrada e saída de pessoas em locais prédeterminados. O Monitoramento de Acesso realiza o envio de relatórios de acionamentos por e-mail, informando todos as aberturas e fechamentos com datas e horários, bem como os usuários que os realizaram. Indicada para lojas, clínicas, escritórios, fábricas, farmácias, restaurantes e redes de varejo, a ferramenta identifica ocorrências que fogem da rotina padrão programada pelo proprietário ou responsável pelo estabelecimento e aciona a Central Siemens, que toma as providências previamente combinadas com o cliente. www.siemens.com.br/sbt

Proteção de redes

Parcerias regionais

Voz a custos reduzidos

Desenvolvida para instalação de pontos de redes, a linha Solução Industrial Furukawa é indicada para “ambientes agressivos” (onde há necessidade de proteger a conexão entre o cabeamento horizontal e o equipamento ethernet), como indústrias, laboratórios farmacêuticos, tornearias, indústrias de beneficiamento de madeireira e papel, mineradoras, hospitais e CPD’s. Os produtos da linha podem ser usados em ambientes com nível crítico de poeira, resíduos, umidade e que além destas condições também sofrem com interferência eletromagnética (EMI) e vibrações. “Esses novos produtos atendem desde locais que precisam ser limpos com o uso de detergentes e água até ambientes com grande interferência eletromagnética e agentes agressores externos”, diz riane Genesini, engenheira de produtos da divisão de Networking da Furukawa. www.furukawa.com.br

A AOC-Brasil, subsidiária do grupo chinês TPV, vem apostando na estratégia de parcerias com grandes distribuidoras para reforçar sua imagem e expandir as vendas de monitores de cristal líquido nos mercados regionais. Entre os acordos fechados no último mês destacam-se as parcerias com a Handytech, que atua na distribuição de produtos de informática na região Nordeste, e com a CDI Brasil, que detém boa participação de mercado na região Sudeste. Presente no Brasil desde 1997, a AOCBrasil possui uma fábrica em ManausAM, que produz monitores e televisores da marca e em regime de OEM para os principais fabricantes de computadores em operação no país. A linha de produtos inclui modelos de monitores convencionais, com sintonizadores de TV, em tela plana e cristal líquido, com produção anual acima de um milhão de unidades. www.aoc.com.br

A Diveo do Brasil, provedor de soluções locais de Telecomunicações e TI para clientes corporativos, apresentou no Futurecom 2006 a solução de voz Diveo Voice Solution. Por meio de infra-estrutura robusta e desenvolvida especialmente para troca de dados ou voz, o Diveo Voice Solution oferece serviços de voz via rede Diveo com custos reduzidos, agilidade e atendimento exclusivo ao usuário. Entre as principais vantagens estão o acesso sem fio, sistema de tarifação simples (valor fixo por minuto em qualquer horário do dia) e convergência das aplicações de dado e voz. A Diveo oferece também um gerente de contas para cada cliente, plano de descontos progressivo (quanto mais minutos o usuário consome, mais descontos são computados em sua fatura), alteração entre chamadas DDD e DDI de maneira simples e monitoramento de conta via internet. www.diveo.net.br

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F ranquia

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F ranquia

INDEX OPEN

Liberdade para decidir

Os cursos de gestão de negócios são os mais procurados pelos franqueadores para garantir uma rede de franqueados cada vez mais autônomos e empreendedores Uma das principais ferramentas que caracterizam o sistema de franchising é a padronização de várias áreas da empresa, incluindo atendimento e gestão. Por meio de cursos, treinamentos e manuais as empresas franqueadoras repassam know-how e procedimentos. Mas o que mais tem sido intensificado nos últimos anos

dentro das redes são cursos de gestão de negócios para que cada franqueado seja um empreendedor completo, com competência para gerir pessoas, cuidar do marketing e entender o fluxo de caixa, entre outras questões. O consultor Adir Ribeiro, diretor da área de educação corporativa do Gru-

po Cherto, diz que essa é a maneira mais eficaz de manter uma rede motivada e com visão de futuro. “Sempre pergunto para os alunos o que eles estão fazendo hoje em prol da empresa nos próximos seis meses”, diz. “Mas o franqueado só pode receber esse estímulo de empreendedorismo depois que houver a capacitação inNovembro 2006 – Empreendedor – 57


F ranquia terna da empresa franqueadora, ou seja, a equipe de suporte precisa estar igualmente preparada para esclarecer e oferecer o suporte ao novo perfil de franqueado”. Muitas empresas estão constatando a necessidade de criar ferramentas que incentivem a realização do plano de negócios, ou business plan, como uma das etapas importantes na gestão de uma unidade. “Os franqueados passam a pensar mais no todo, a ter uma visão de empresa. Na Flytour, por exemplo, o próprio presidente da rede vai a cada unidade para implementar o uso do plano de negócios”. Em alguns casos são preenchidos questionários que facilitam o uso deste tipo de ferramenta e os resultados estimulam os franqueados a manter o plano de negócios, que depois se transformam em vários planos de ação. No entanto, o consultor Adir Ribeiro diz que mesmo parecendo óbvia a importância desta forma de agir, muitos franqueadores não cri-

Ribeiro: os franqueados passam a pensar mais no todo, a ter uma visão de empresa

am maneiras sistemáticas para ensinar a usar o plano de negócios e mantê-lo dentro da franquia.

E-Learning Entre as várias ferramentas oferecidas pelas consultorias, a de e-learning tem sido muito procurada pela

facilidade de transmitir conceitos via internet. A NetplaN Consultoria, com sede em Curitiba (PR), oferece seis cursos virtuais, ao custo unitário de R$ 150, sendo que o mais requisitado é o de Introdução ao Franchising, seguido de Como selecionar a franquia certa, Práticas de gestão e Relacionamento franqueador–franqueado. Os cursos de consultoria empresarial e o de marketing internacional também são ofertados pela consultoria a um público mais específico. O diretor geral da NetplaN, Daniel Alberto Bernard, destaca que a plataforma de e-learning tem mais de 15 cursos gratuitos, que são acessados com bastante freqüência e vão desde a área de Empreendedorismo até Organização de Eventos. A empresa possui ainda curso em vídeo e a possibilidade de realizar um jogo, para formação e reciclagem de gestores de redes de franchising. “Os franqueadores solicitam muito dicas sobre formatação, práticas de

Manuais de sucesso Na hora de implementar os recursos de repasse de informações para toda a rede, os franqueadores utilizam intranet, aulas telepresenciais (alunos em sala com professor através de transmissão via satélite), treinamentos operacionais em unidades modelo, enfim, são muitas maneiras de atingir os objetivos. E para complementar, o mercado pode ter acesso a lançamentos freqüentes de livros e manuais que teorizam e organizam as práticas de sucesso dentro do franchising. Entre os últimos lançamentos está

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a obra “Como investir numa franquia sem entrar numa fria”, do consultor Marcelo Cherto. Ele retrata a atual conjuntura apontando para a diminuição gradativa do número de empregos e explica que investir em uma franquia desponta como uma ótima forma de criar seu próprio emprego. O livro mostra que por já ser um modelo testado e formatado e apresentar um índice de mortalidade muito inferior aos negócios que começam do zero, o franchising tem se mostrado uma opção interessante de investimento e atraído cada

vez mais empreendedores que buscam mudar o rumo de suas carreiras. Mas para isso, diz o autor, é necessário se informar e tomar alguns cuidados antes de comprar uma unidade franqueada. Cherto reuniu dicas e informações que mostram, em uma linguagem simples e acessível, tudo que é necessário saber antes de investir em uma franquia. Já o livro “Marketing para Franquias”, dos autores Filomena Garcia e Denis Santini, publicitários experientes na área do fran-


Daniel: jogo de empresas para formação e reciclagem de gestores

seleção de franqueados e de gestão de redes, além de conteúdos para convenções”, diz Daniel. A NetplaN Consultoria é especializada em desenvolvimento empresarial e expansão de negócios, por isso foca o trabalho em planejar e controlar o crescimento e desenvolvimento de redes (network planning) com ênfase na diferen-

ciação da estratégia de distribuição, por meio da estruturação de alianças e parcerias estratégicas. “Estamos há 16 anos no mercado e já prestamos serviços profissionais para mais de 125 negócios que operam em rede, empresas que atuam com o sistema de franchising, ou seja, cerca de 8% do mercado nacional”, afirma Daniel.

chising, trata especificamente de marketing nas redes de franquias. E o ponto de partida do livro é justamente mostrar as particularidades da comunicação de uma empresa franqueadora. A começar pela importância do franqueado em cada uma das ações promocionais da rede. Destinado a franqueadores, franqueados, fornecedores e quem mais se interessar pelo universo das franquias, a obra trata, de maneira prática e objetiva, de cada um dos passos que uma rede deve tomar para atrair e manter clientes.

mês pela editora Nobel em todo o Brasil. O autor, Paulo César Mauro, é uma das principais referências em franchising no país, diretor da consultoria Global Franchise e da rede de lojas Golden Services. O livro é uma análise completa do sistema de franquias brasileiro e consegue tratar profundamente, entre outros temas, de canais de distribuição de produtos e serviços, questões jurídicas e fiscais, além de detalhar e explicar a nova Lei de Franquias, em tramitação no Congresso Nacional. O livro, de 326 páginas, possui

Guia Outra obra que pode ajudar quem está no sistema é o “Guia do Franqueador – Como desenvolver marcas mundiais”, relançado no início deste

Linha Direta Golden Services (11) 3749-3300 Grupo Cherto (11) 3549-9910 NetPlaN (41) 3339-9933

prefácio assinado por Alberto Saraiva, presidente da rede de fastfood árabe Habib’s. O autor ressalta na obra o know-how de 20 anos de atuação no setor, tanto dentro quanto fora do país. Como consultor, atende redes de franquias do porte de Casa do Pão de Queijo, Jani King, Future Kids, entre outras. Como empresário, o autor dirige a Golden Services, que abrange mais de 180 lojas prestadoras de serviços, conhecidas por Sapataria do Futuro, Lavanderia do Futuro e outras.

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PALAVRA DE FRANQUEADOR

F ranquia Idéia de vendedor Luiz Nogueira da Gama Neto, presidente da Rede de Idiomas CNA

Costumo dizer que a rede surgiu da ousadia e criatividade de um vendedor de livros didáticos. Liderava uma equipe de 250 vendedores e um deles, na ânsia de fechar um negócio, prometeu a uma dona de casa 12 aulas de inglês gratuitas caso ela comprasse uma coleção de livros sobre o idioma. Tomado de surpresa pela atitude do vendedor, me ocupei rapidamente de cumprir o acordo com a nova cliente. E fui além: vislumbrei ali uma oportunidade de marketing e adotei “a promoção” como ferramenta de venda. Em seis meses, estava com uma escola com 2,4 mil alunos. A partir da experiência bemsucedida em Porto Alegre, me dediquei à abertura de escolaspiloto, primeiro em Curitiba, depois em Campinas, para então desembarcar em São Paulo no bairro da Liberdade. Eu me orgulho em dizer que somos uma empresa que tem alma; lidamos com pessoas, as valorizamos e colocamos o aluno em primeiro lugar. Até hoje, o CNA cumpre com tudo aquilo que promete. Esperamos crescer cada vez mais, sempre apoiados nas bases de um trabalho sério, ético e com total comprometimento com os alunos.

(11) 3053-3811/www.cna.com.br

60 – Empreendedor – Novembro 2006

Mate com café Iniciada no centro antigo de São Paulo, a rede Rei do Mate tem quase 30 anos de atividade e traz uma história de crescimento que se efetivou quando o modelo de franchising foi adotado, em 1992. De lá para cá, a empresa tem crescido em uma média anual de 17%. Para os franqueadores, a empresa tem alcançado bons números, porque segue a tendência mundial de consumo por produtos saudáveis e não carbonatados, como o chá mate em detrimento de refrigerantes, por exemplo. Além disso, houve ampliação do cardápio e o compromisso de oferecer ao consumidor produtos com preço justo. A expansão para ou-

tros pontos, como shoppings, aeroportos, hospitais e modelos store in store (loja dentro de loja), também foram alavancas de crescimento. Há cerca de dois anos foi incluído o café gourmet no cardápio. “Temos sentido que o mercado de café está cada vez mais aquecido com a entrada de redes internacionais e isso é bom, pois fomenta ainda mais o setor. Para garantir bom atendimento já formamos cerca de 150 pessoas”, diz Nasraui. Hoje a rede Rei do Mate vende mensalmente 300 mil xícaras de café gourmet em suas unidades. www.reidomate.com.br

Jeans no piso A rede de lojas Portobello Shop apresenta ao mercado dois novos pisos, chamados porcellanatos, inéditos. Um é a linha Ecowood, com inspiração em tábuas maciças de madeira de demolição, e o Índigo, que se aproxima da textura do jeans. Ecowood se apóia no conceito de Design Sustentável ao reproduzir fielmente pranchas de madeira de demolição e poupar a natureza. Já na linha Touch, que levou a sensação de textura do tecido aos revestimentos, a novidade é o Índigo. A estrutura da superfície do revestimento, produzida com um mix de materiais, estimula a percepção tátil. “É exatamente isso que buscamos, provocar

sensações e instigar o cliente a sentílas com o toque”, ressalta o diretor da Portobello Shop, Juarez Leão. Os produtos estão disponíveis nas 80 lojas da rede. www.portobelloshop.com.br


Expansão qualificada

Bavária no Brasil

O mercado de qualificação na área de informática é crescente em todas as regiões do país. Um exemplo disso é a expansão da rede S.O.S Computadores. Ela abriu duas unidades no mês passado, uma em Recife (PE) e outra em Santa Cruz (RJ), dentro de um plano de inaugurar 30 este ano. A perspectiva é aumentar 12% o faturamento sobre os R$ 83 milhões de 2005. Segundo dados da empresa, a S.O.S Computadores possui mais de 130 unidades em 17 Estados brasileiros, cerca de 70 mil alunos matriculados e aproximadamente 1 milhão de pessoas já fizeram um dos cursos oferecidos pela rede. (11) 2162-1500

A trajetória das frutas secas glaceadas da Nutty Bavarian originase na Alemanha, passa pelos Estados Unidos, para depois conquistar o consumidor brasileiro. No mundo, a rede tem mais de 800 pontosde-venda. O mercado brasileiro é o segundo maior, atrás somente dos Estados Unidos. São mais de 50 quiosques localizados em shopping centers, aeroportos e feiras comerciais. Representada com exclusividade no país e na América do Sul pela The Magic Nuts, a empresa investe 10% do faturamento bruto na expansão da marca, com planejamento para encerrar 2006 com 55 quiosques. Em 2007, a meta de crescimento é estimada em torno de

União de marcas As franquias de lavanderia Qualittà e Quality Cleaners se uniram e passam a se chamar Quality Lavanderia. Assim formou-se a segunda maior rede de franquias deste segmento no Brasil. São 65 lojas com estas bandeiras e ainda fazem parte da rede as marcas Prima Clean, também lavanderia, e Linha & Bainha, focada em costura e customização. A rede recebeu adaptações para unificar o padrão de layout. Também foi criado o Conselho de Franqueados Quality Lavanderia, com membros das franquias em operação, para que a gestão participativa continue sendo uma premissa no relacionamento entre franqueados e franqueador. A estimativa é de que, até o final de 2006, aproximadamente 10 a 12 lojas já se tornem Quality Lavanderia. “Demos um passo muito importante para todos. Beneficiamos nossos franqueados com ganho de escala, como na compra de insumos, além da maior visibilidade junto ao mercado consumidor”, comemora Hermínio Coimbra, diretor-geral da rede. O investimento inicial para a abertura de uma unidade da Quality Lavanderia varia entre R$ 250 mil e R$ 300 mil. (11) 5535-4110

25%, com 70 pontos-de-venda. O retorno do investimento inicial, R$ 45 mil, está estimado em até 15 meses após o início das atividades. Originalmente produzidas de forma artesanal na Alemanha, as amêndoas e nozes são glaceadas, respeitando a receita original vinda das ruas da Bavária. www.nuttybavarian.com.br

NOVA REDE

Vocação precoce A franquia da pré-escola Peixinho Feliz se propõe a educar crianças a partir de 2 anos de idade para serem empreendedoras. Com sede em Chapecó (SC), depois de 25 anos no ramo da educação, a rede tem à frente uma especialista no ramo, mestre em Ciências Humanas, a professora Damir Forner. O projeto de franquia Peixinho Feliz é resultado de pesquisas na área da psicopedagogia infantil, aplicadas na escola piloto desde 2004. Sua proposta didático-pedagógica prioriza e estimu-

la o uso do diálogo, da negociação e dos comportamentos do empreendedorismo na primeira infância. Forner acredita que educar para o empreendedorismo é uma resposta ao desejo de pais e educadores que sentem a necessidade de um novo modelo de educação, que gere um novo horizonte ao ensino pré-escolar. “Nossa proposta é nova, focada em pessoas com visão empreendedora, que desejam gerar uma nova oportunidade de futuro para seus filhos”, diz ela.

Novembro 2006 – Empreendedor – 61



FRANQUIAS EM EXPANSÃO Worktek

Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2000 franchising@worktek.com.br www.worktek.com.br

Conquiste sua independência financeira! A Worktek Formação Profissional faz parte do ProAcademix, maior grupo educacional do Brasil detentor das marcas Wizard, Alps e Proativo. Tratase de uma nova modalidade de franquias com o objetivo de preparar o jovem para o primeiro emprego ou adultos que buscam uma recolocação no mercado de trabalho. São mais de 30 cursos, entre eles, Office XP, Web Designer, Digitação, Curso Técnico Administrativo (C.T.A.), Montagem e Manutenção de Computadores, Secretariado, Operador de Telemarketing, Turismo e Hotelaria, Recepcionista e Telefonista, Marketing e Atendimento ao Nº de unidades próprias e franqueadas: Cliente. 70 Entre os diferenciais da Áreas de interesse:: Brasil Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, Worktek está a qualidade do material e do método de enFI, EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FM sino, além do comprometiTaxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 25 mil mento com a recolocação que Instalação da empresa: a partir de vai além das salas de aula atraR$ 30 mil vés do POP, Programa de Capital de giro: R$ 15 mil Orientação Profissional. Prazo de retorno: 36 meses

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto


FRANQUIAS EM EXPANSÃO Alps Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2000 franchising@alpschool.com.br www.alpschool.com.br

Oportunidade de sucesso Rede em ampla expansão Lançada em maio de 2001, a Alps faz parte do grupo ProAcademix, também detentor das marcas Wizard e Worktek. Atualmente, ela é a rede de franquias de idiomas que mais cresce no Brasil, com 101 unidades espalhadas por todo o país. O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvida nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolingüística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatro habilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa: conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, o aprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente. A Alps conta com know-how administrativo e comercial, através de um sisteNº de unidades próp. e franq.: 101 ma exclusivo de enÁreas de interesse: América Latina, Estados sino, e dá assessoria Unidos, Japão, Europa na seleção do ponto Apoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PN comercial, na adequaTaxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 por kit (publicidade) ção do imóvel e na Instalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 mil implantação e operaCapital de giro: R$ 5 mil ção da escola. Prazo de retorno: 12 a 18 meses Contato: Ivan Cardoso

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto


Wizard

Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2098 franchising@wizard.com.br www.wizard.com.br

Sucesso educacional e empresarial A Wizard Idiomas é a maior rede de franquias no segmento de ensino de idiomas* do país. Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior que geram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio milhão de alunos por ano. A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamente didático com proposta pedagógica para atender alunos da educação infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira idade. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e português para estrangeiros. A Wizard é Nº de unidades: 1.221 franqueadas também pioneira no Áreas de interesse: América Latina, EUA e ensino de inglês em Europa Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI, Braille. PN, AJ, FB, FL, CP, FM Taxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 mil Instalação da empresa: a partir de R$ 50 mil Capital de giro: R$ 15 mil Prazo de retorno: 24 a 36 meses

* Fonte: Associação Brasileira de Franchising e Instituto Franchising.

Zets Negócio: telefonia celular e aparelhos eletrônicos Tel: (011) 3871-8550/Fax: (011) 3871-8556 franquia@zets.com.br www.zets.com.br

Tenha uma loja em sua mão A Ezconet S.A. detentora da marca Zets é uma empresa de tecnologia e distribuição de telefonia celular e aparelhos eletrônicos que, através de um sistema revolucionário denominado “BBC” (business to business to consummer) agrega novos serviços e valores a cadeia de distribuição. Realiza a integração entre o comércio tradicional e o comércio virtual, fornecendo soluções completas de e-commerce e logística para seus parceiros. Franquia Zets: Foi criada com a finalidade de disponibilizar para pessoas empreendedoras a oportunidade de ter um negócio próprio com pequeno investimento, sem custos de estoque, sem riscos de crédito, sem custos e preocupação com logística. Como Funciona: O Franqueado tem a sua disposição uma loja virtual Zets/Seu Nome, para divulgação na internet, vendas direta, catalogo, montar uma equipe de vendas, eventos, grêmio. Quais Produtos são comercializados: Celulares e acessórios para celulares, calculadoras, telefoNº de unidades próp. e franq.: 20 nes fixos, centrais telefônicas, Áreas de interesse: Brasil acessórios para informática, baApoio: PP, TR, OM, FI, MP terias para filmadoras, baterias Taxa de Franquia: R$ 5 mil para note-book e câmeras digiInstalação da empresa: R$ tais, pilhas, lanternas, filmes 1.500,00 para maquina fotográfica, cartuchos para impressoras, etc. Capital de giro: R$ 5 mil A franquia estuda a inclusão de Prazo de retorno: 6 a 12 meses novos produtos. Contato: Shlomo Revi PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto


66 – Empreendedor – Novembro 2006


Guia do Empreendedor Planejamento financeiro ganha tempo e dinheiro Solução ajuda a gerenciar o valor dos negócios, tornando as ações de planejamento mais eficientes Uma das principais preocupações de quem administra um empreendimento, independente do porte, está em elaborar o planejamento financeiro. Por meio dele, pode-se quantificar o valor de possíveis estratégias da organização diante do que poderá ser o comportamento de todos os envolvidos com as atividades da empresa. A competitividade, cada vez mais acirrada, do mundo dos negócios fez com que se tornasse impossível projetar e medir o desempenho das organizações sem um planejamento – mesmo que em alguns casos seja reduzido ou confundido com o orçamento. Um dos recursos mais procurados para quem realiza a tarefa de planejar são os softwares específicos, que ao contrário do planejamento tradicional – baseado em planilhas e sistemas de gestão (ERP’s) – demanda menos tempo e ajuda a garantir a confiabilidade dos dados em auditorias. Além de não dar respaldo de reação rápida frente a eventuais mudanças. Com enfoque direcionado às empresas que demandam uma assessoria específica nos âmbitos estratégico e operacional, a Gesfin (www.gesfin.com.br) desenvolveu um conjunto de produtos direcionados ao planejamento financeiro, denominado Solução Gesfin. A idéia é oferecer ao empreendedor uma consultoria especializada em gestão e finanças, onde o cliente tem acesso a softwares próprios especializados na área financeira, consultoria técnica para implantação de soft-

wares de terceiros (desde que especializados na área financeira) e treinamentos técnicos específicos (para uso dos softwares e capacitação profissional com foco em gestão ampla de finanças). “As formas de planejamento tradicional geralmente são onerosas e ‘roubam’ tempo do empreendedor, além de apresentarem estrutura inflexível e não contarem com uma mecânica de consolidação à prova de erros”, afirma Antonio Dutra Junior, diretor comercial da Gesfin. “Nossa proposta é oferecer a possibilidade de criar um planejamento financeiro que seja eficiente e que agregue o máximo de valor possível ao trabalho do empreendedor, tornando-se uma ferramenta de criação de valores na empresa e permitindo um melhor gerenciamento do negócio”. O uso da Solução Gesfin, segundo Dutra Junior, transforma a atividade pontual e estressante do planejamento em um processo contínuo, capaz de refletir de forma imediata as mudanças do negócio. “Através da criação de cenários e simulações, o usuário aperfeiçoa a perceptividade e encara com mais facilidade os processos de tomada de decisão”. Com baixo custo de propriedade, o software proporciona um processo de consolidação simples e preciso com informações consistentes e atualizadas aos diretores, acionistas e agências reguladoras através de uma base de dados centralizada. “Todas as informações gerenciais são entregues aos

Dutra Junior: processo contínuo, capaz de refletir de forma imediata as mudanças do negócio

gestores da empresa através de um Cockpit Gerencial, em formato web, com visões particulares conforme o interesse de cada executivo e com indicadores atualizados automaticamente. Este painel de controle combina tabelas e gráficos, é totalmente parametrizável e elimina o hábito de se recorrer a todo o momento aos especialistas em tecnologia”, diz Dutra. Novembro 2006 – Empreendedor – 67


Guia do Empreendedor Banco sem fio Até o ano de 2009 cerca de dez bancos brasileiros vão possibilitar aos correntistas acesso ao sistema M-Cash, desenvolvido pela Megadata, que habilita o celular para a realização de compras de qualquer lugar, como um cartão de crédito ou de débito a distância. Ao usar o sistema, o cliente recebe uma ligação em seu celular que o orienta sobre a compra, pedindo a digitação da senha previamente cadastrada junto ao Banco. Este reconhece a senha e autoriza a transação em tempo real. Segundo a Megadata, a senha não fica gravada no telefone, o que impede que seja conhecida por terceiros, mesmo se o aparelho for roubado ou clonado. O primeiro Banco a adotar a tecnologia, ainda este ano, será o HSBC. Para 2007, a Megadata estima um volume de 20 milhões de transações e afirma que todas as operadoras de telefonia estão aptas para o sistema e oferecerão o serviço sem cobrar taxas extras do cliente. www.megadata.com.br

Telhado em curva Com 12 opções de cores e fabricada em aço galvanizado, a telha Eucadobra é indicada para projetos que contemplam curvas em coberturas e fachadas. Desenvolvida pela Eucatex, a novidade integra a linha de coberturas metálicas da marca e apresenta diversas opções de medidas, sendo que tamanhos superiores a 4 metros de comprimento devem ser solicitados diretamente à fábrica. Para a montagem da curva, as telhas recebem pequenos vincos nas partes transversais, espaçados em intervalos regulares ao longo do comprimento, para formar o desenho desejado. O número de vincos e a distância entre eles determina o raio da curva e seu ân-

gulo. O acabamento, segundo a Eucatex, deve ser feito com fixadores autoperfurantes para garantir a vedação da cobertura. www.eucatex.com.br

Parceria COM/NET A CPM, provedora de soluções de infra-estrutura em TI, firmou um acordo com a NET Serviços, operadora de TV por assinatura e provedora de banda larga via cabo, para o fornecimento de serviços gerenciados de service desk, suporte técnico, gerenciamento de redes, servidores e serviços e de um Network Operation Center (NOC). Com o acordo, a CPM também passou

a ser responsável pelo gerenciamento de todo o ambiente distribuído de TI da empresa. Atualmente, a Net é a maior operadora de TV por assinatura da América Latina, com 46 operações em todo o Brasil e rede de banda larga que cobre cerca de 36 mil quilômetros, conectando aproximadamente 6,7 milhões de lares. www.cpm.com.br

Conta na catraca O sistema PagPerto Móvel, que possibilita o pagamento de contas em ônibus circulares, passou a equipar a frota do transporte coletivo de Presidente Prudente (SP), em outubro. A tecnologia, desenvolvida pela Innovare, transforma o ônibus em um correspondente bancário móvel do Banco Santander Banespa, que aceita o pagamento de contas diversas e realiza a recarga de créditos de celulares pré-pagos. Segundo Alexandre Silva, diretor comercial da Innovare, trata-se de um serviço pioneiro

68 – Empreendedor – Novembro 2006

em todo o mundo e que pode ser implantado onde houver a lei do correspondente bancário, similar a do Brasil. A instalação do sistema no ônibus é feita a partir de outro produto da Innovare, denominado Connect Bus. Ele inclui cofre com abertura automatizada, aparelho de rastreamento por satélite (GPS), emissão de relatório de controle de tráfego e logística de operações específica para empresas de transporte coletivo. www.passepague.com.br


Produtos & Serviços

Natal virtual A agência EverMedia, que realiza ações de marketing direto através da integração de tecnologia, estratégia e design, é a responsável pela criação do hotsite da Aurora Alimentos. Pela primeira vez a companhia aposta na internet para aumentar as vendas de kits natalinos para empresas. Desenvolvido em apenas um mês, o site é totalmente interativo e seu lay-out teve inspiração em elementos natalinos. “O internauta pode escolher entre as opções de kits prontos ou montar um personalizado”, diz Heloísa Ticianelli, gerente de Marketing e Novos Negócios da EverMedia. A expectativa da Aurora é fazer do site criado pela EverMedia um novo canal de relacionamento com o consumidor e aumentar as vendas de fim de ano em 30%. www.evermedia.com.br www.auroraalimentos.com.br

Celular corporativo Com o sucesso do TIM Casa (plano que permite aos clientes da operadora economizar nas chamadas de celular para números fixos locais), a TIM aperfeiçoou o serviço e criou uma versão exclusiva para o mercado empresarial, que será lançada esse mês. Para os clientes corporativos, a principal vantagem, segundo a TIM, está na centralização das contas de telefone, além do controle de conta e também a nãoutilização de fios e cabos para a internet. O plano terá pacotes adequados ao perfil de uso do celular nas empresas, e o usuário poderá usar a internet em qualquer ponto de sua área de cobertura. Isso desde que tenha a placa Sony Ericsson GC89, específica para este tipo de acesso e que é cedida pela operadora no regime de comodato.

www.tim.com.br

Tandberg no Brasil Detentora de 40% do mercado mundial do setor de videoconferências por IP, a norueguesa Tandberg, presente em mais de 90 países, segue seu plano de expansão pela América Latina e abre um escritório no Brasil, um mercado até então atendido apenas por parceiros certificados, como a Mude e a TES. “Nossa estratégia está baseada em ações para difundir a tecnologia a partir de exemplos de sucesso no Brasil, em parcerias

estruturadas com revendedores certificados e também com integradores de TI e telecomunicações”, diz André Queiroz, gerente geral da empresa no país. No Brasil, as soluções Tandberg são utilizadas em projetos de teleaudiência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em ações de telemedicina do Hospital das Clínicas de São Paulo e também na Faculdade de Medicina da USP. www.tandberg.com.br

Lugar de negócios O Clube Americano, localizado em um ponto estratégico do Rio de Janeiro, oferece a seus associados descontos na realização de eventos ou almoços de negócios em seu restaurante. Com salão de eventos projetado em estrutura modular (que se adapta de acordo com o número de participantes), o Clube Americano é muito solicitado para a realização de workshops, seminários, palestras e

conferências e é freqüentado há 51 anos pelos principais empresários da cidade, que aproveitam o local para fechar negócios e fazer contatos. A cozinha, de nível internacional, fica a cargo do chef Sérgio, que cria cardápios personalizados para os eventos. O clube oferece serviços como café da manhã, coffee break, almoços e coquetéis e aceita reservas (mínimo de 40 pessoas). www.clubeamericano.com.br Novembro 2006 – Empreendedor – 69


DIVULGAÇÃO

Guia do Empreendedor

Do Lado da Lei

Novidades na Justiça do Trabalho Litígio é custo e por isso o entendimento deve ser a regra e não a exceção As leis trabalhistas e previdenciárias geram impacto direto e significativo no cotidiano e nos resultados das empresas. Isso não é novidade para os empresários. Entretanto, por vezes, o empresário está tão focado na complexidade de seu ramo de atividade, que se torna impossível manter-se atualizado com o andamento de processos de modernização da legislação e da jurisprudência que, por sua vez, produzem ou podem produzir resultado concreto na vida da empresa. Uma dessas novidades é o avanço refletido por decisões que adotam efetivamente a nova redação do artigo 114 da Constituição Federal, dada pela Emenda Constitucional 45 de 2004, que somente agora vem encontrando receptividade no Poder Judiciário. Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 45 de 08 de dezembro de 2004, pode-se dizer que houve grande ampliação da Competência da Justiça do Trabalho. As lides trabalhistas, até então predominantemente concentradas nas pessoas dos litigantes (empregado e empregador), têm o foco ampliado para alcançar todas controvérsias decorrentes da relação de trabalho e questões conexas. Dentre várias alterações importantes, podemos destacar, apenas para o objeto de nossa análise, a troca da expressão “julgar dissídios” por “jul-

70 – Empreendedor – Novembro 2006

gar ações”, dentre as competências da Justiça do Trabalho. No passado, o entendimento uníssono era de que somente havendo litígio a Justiça do Trabalho poderia intervir na relação entre empregador e empregado. Com a nova redação, em tese, passa a ser admissível a pretensão meramente homologatória, de acordo previamente celebrado, levada pelas partes ao Poder Judiciário. Assim, é possível que, em breve, não se veja mais as famosas “casadinhas”, o que indica um caminho de mais transparência na relação entre empregador, empregado e Poder Judiciário. A modernidade, aliás, parece não parar por aí. Embora esteja em discussão perante o Supremo Tribunal Federal, medida judicial que suspendeu a aplicação do convênio Bacenjud, que permite a realização da conhecida penhora on-line diretamente nas contas bancárias das empresas, há negociações para ampliar o instituto. Importante ressaltar, aliás, que as empresas podem cadastrar perante a Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho a conta bancária para sofrer o eventual bloqueio, o que evita, em tese, o bloqueio em multiplicidade de contas bancárias em decorrência de um mesmo débito trabalhista. Por outro lado, dentre as possíveis novidades, há discussão no Conselho Nacional de Justiça sobre a implementação da penhora on-line de

veículos, diretamente nos registros eletrônicos do Denatran. Há, ainda, estudos sobre penhora on-line de imóveis, diretamente perante os Cartórios de Registros de Imóveis. O que se faz necessário, contudo, é que o Poder Judiciário se manifeste expressamente sobre cada um dos novos institutos. Bem como sobre a aplicação da nova redação da Constituição Federal quanto à competência da Justiça do Trabalho, para que os empresários saibam exatamente a “regra do jogo”, podendo fazer um melhor planejamento de sua atividade e do cotidiano de suas relações com os empregados. A História parece insistir em comprovar a tese de Raymond Aaron, que defendia, em síntese muito simplificada, ser a guerra uma constante, enquanto a paz é uma exceção. Porém, cabe aos envolvidos em cada ramificação dos relacionamentos humanos (e a relação de trabalho está inclusa nesse rol) lutar para que a paz se torne a regra e o litígio a exceção. Afinal, olhando do ponto de vista meramente empresarial, o litígio é um custo e não há empresário que não queira reduzir custos.

Marcos Sant’Anna Bitelli Advogado (11) 3871- 0269


Novembro 2006 – Empreendedor – 71


Guia do Empreendedor

O avesso do abismo A ética de Santos Dumont, o brasileiro que empreendeu sem pedir nada em troca, a não ser a eternidade por

Nei Duclós

Dois eventos foram fundamentais para o brasileiro Santos Dumont ficar na história: US$ 5 milhões de herança familiar e Paris. O dinheiro o liberou para o estudo e as experiências e semeou nele a generosidade de quem sentia-se na obrigação de retribuir o gesto da fortuna. A cidade promoveu o ambiente adequado, cercando-o de instrumentos, recursos, estímulos. Lá, ninguém iria debochar do seu sonho nem invejar suas conquistas, como acontece em uma cultura marcada pela frustração e ceticismo. É costume lamentar o desprendimento do gênio que decifrou o enigma de fazer o mais pesado do que o ar levantar vôo. Como pôde deixar escapar o crédito de ter determinado os princípios da aviação adotados até hoje, por meio não só do 14-Bis, que saiu do chão em 1906, mas de sua extrema inovação, o levíssimo (11 quilos) Demoiselle, feito de bambu e seda japonesa? Por que abriu espaço para os Irmãos Wright, que juraram a precedência quando apenas se atiraram em queda livre com um avião de 300 quilos, que jamais teria condição de desgrudar da terra? Quando sabemos que ele liberou os detalhes técnicos do Demoiselle para que os fabricantes americanos iniciassem uma produção em série, nos perguntamos por que Santos Dumont não dispunha da visão futurista de saber que de seus inventos nasceria uma fonte poderosa de fazer dinheiro, que poderia existir até hoje? Ao abrir mão da patente, ao sonhar com um projeto de humanização do vôo, quando achou que não haveriam espertalhões para colher os frutos de suas idéias, Dumont

72 – Empreendedor – Novembro 2006

contrariou todos os princípios do empreendedorismo, prontamente assumidos pelos irmãos Wright. É risível as gambiarras teóricas feitas pelos que comentaram o centenário do pai da aviação, comemorado neste ano. Os Wright teriam sido os primeiros a voar, mas Dumont foi realmente o inventor do avião, disse uma fonte. O primeiro a voar foi Bartolomeu de Gusmão, no século 17, quando colocou um balão no ar. Nem essa precedência os americanos possuem. É fato que estes são especialistas em queda livre, tanto é que a falta de gravidade do universo astronáutico nada mais é do que o resultado de uma interminável queda livre pelo cosmo. Mas se tecnicamente os america-


Leitura

nos caíram para a glória que não mereciam, como empreendedores subiram para o Olimpo. Fizeram tudo o que manda a moderna cartilha das consultorias: patentearam o invento, que não era deles, e não intrometeram nos produtos alguns obstáculos como a ética. Pois a primeira coisa que fizeram foi colocar a invenção a serviço da guerra, exatamente o oposto de que pregava Santos Dumont. A Belle Époque, onde o brasileiro voador viveu, foi o esplendor de quase um século de paz, cortado brutalmente em 1914 com o início da Primeira Grande Guerra. Passados cem anos, em plena fase de responsabilidade social e outros exemplares da fauna do politicamente correto, é de se perguntar: Dumont estava certo? Será que seu gesto não foi muito mais profundo e inovador e garantiu-lhe a eternidade? O fato é que, com o centenário, aos poucos afrouxou-se o círculo de ferro da exclusão a que fora condenado. Figura admirada e cultivada no Brasil, deixou de ser um herói oficial desde que o país abriu mão de sua soberania econômica ao assumir uma dívida externa crescente e impagável. Ele jamais é citado como o verdadeiro inventor do avião, já que os verbetes das enciclopédias dão de barato que os dois fabricantes de

bicicletas, encerrados no ermo absoluto do interiorzão americano, é que foram os pioneiros. E sua complicada vida pessoal, depois que deixou Paris, custou-lhe o prestígio após a morte. Para isso contribuiu sua fama e sua transformação em herói nacional. Era preciso desconstruir o mito, praga que assola especialmente o Brasil, já que as outras nações preservam seus heróis, pois neles repousam as bases do imaginário nacional. Desterrado em sua própria terra, para usar a expressão de Sergio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, o brasileiro Dumont cumpriu a sina dos que contrariam a barbárie: foi excluído, esquecido, caluniado. Mas ele agora volta com força, mesmo cercado de limitações dos que não conseguem admitir seu pioneirismo. Há livros que tentam fazer justiça. É o caso de “Santos-Dumont e a invenção do vôo”, (Jorge Zahar Editor, 192 páginas), de Henrique Lins de Barros, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que reuniu cartas, fotografias e desenhos. Há ainda “O que eu vi, o que nós veremos”, Santos Dumont (Hedra, 2002). E a imperdível biografia de Marcio Souza, “O Brasileiro Voador” (Editora Marco Zero). O centenário deveria promover um debate sobre a vocação do brasileiro para a inovação, sobre o desprendimento e a ética no mundo dos negócios,

sobre a importância do mito na formação do país, e nos prejuízos dessa exclusão de um inventor reconhecido mundialmente, que exibiu sua performance na cara do mundo civilizado. Se Santos Dumont, apesar das provas, foi deixado de lado, é certo que o motivo é estratégia imperial. Os Estados Unidos jamais reconheceriam que não foram eles que inventaram o avião. É uma questão de honra nacional. O Brasil cultivou seu herói, mas não soube se impor. Inclusive a exclusão voltou-se contra os próprios brasileiros, que estão convencidos de que foram os Irmãos Wright que merecem o crédito. O fato é que Santos Dumont pensava em um mundo diferente, projetava-se para o futuro e só agora, passados cem anos, é possível colher alguns frutos de sua dedicação e esforço. Conforme o tempo passa, é certo que o herói brasileiro, pelas lições que deixou, será cada vez mais reconhecido e admirado. Inclusive pelos empreendedores, que fatalmente terão que mudar de percepção. É necessário mudar para que o mundo sobreviva. As invenções, os negócios, as nações, precisam entrar em um novo patamar de cultura e entendimento, por mais utópico que isso possa parecer. Ao contrário da queda livre, Santos Dumont é o avesso do abismo. Ensinou como transcender às limitações terrenas e levantou a luz do seu gênio diante do mundo totalmente a seus pés. É o sonho não só dos heróis, mas dos corações que deveriam governar o mundo. Novembro 2006 – Empreendedor – 73


INFORMAÇÃO E SEGURANÇA

Grandes do comércio vendem mais, mas Pequeno varejo teve

do faturamento, aliado à pressão da

uma vez que tanto a massa real de

incremento menor

concorrência, contribui para reduzir

rendimento quanto as condições cre-

a margem de lucro nas grandes em-

ditícias mantiveram comportamento

presas, o que não ocorre nas peque-

positivo. Com isso, os bens de con-

nas e médias.

sumo duráveis continuaram puxando

nas vendas

E

De acordo com o levantamento,

as vendas do setor, enquanto a alta

studo elaborado pela Sera-

o faturamento das grandes empre-

dos bens de consumo não-duráveis

sa, com base nos demons-

sas do comércio apresentou cresci-

manteve-se moderada.

trativos de cerca de 10 mil

mento real de 8,8% de janeiro a ju-

Dentre os bens duráveis ressalta-

empresas de capital aber-

nho de 2006, em relação ao mesmo

se o comércio de veículos e peças,

to e fechado, mostra que desde

período do ano anterior. Em 2005,

cujas vendas das grandes empresas

2001 até o primeiro semestre de

já havia revelado incremento de

cresceram 10% no último período.

2006 houve crescimento real acu-

9,4%. “As pequenas e médias em-

Nas pequenas e médias o crescimen-

mulado das vendas. Isso tanto nas

presas, entretanto, apresentaram

to foi de 3,9%, beneficiado pelas

grandes empresas do comércio

crescimento díspar ao longo dos

menores taxas de juros cobradas em

como nas pequenas, atingindo

períodos”, analisa o coordenador do

financiamento deste tipo de bem e pela

44,5% e 10,2% respectivamente.

estudo, Márcio Ferreira Torres.

ampliação do crédito.

Historicamente, as grandes em-

“Após revelar queda real nos anos

Dentre os que apresentaram de-

presas registram taxas de crescimen-

de 2002 e 2003, as empresas desse

sempenho abaixo da média está o seg-

to de vendas superiores, pois pos-

porte apresentaram recuperação nos

mento de alimentos. As grandes re-

suem maior facilidade de criar pro-

últimos três períodos, atingindo

des de supermercados tiveram um

moções e liquidações, o que não

crescimento médio de 2,7% acima

crescimento real de vendas em 3,5%,

ocorre nas pequenas e médias, visto

da inflação”, afirma o especialista.

puxadas pelas promoções e vendas

que suas estruturas financeiras são

A venda de bens duráveis foi o

de outros produtos não-alimentícios,

mais frágeis. Por outro lado, a mes-

destaque no período, favorecida pe-

como eletrodomésticos e eletroeletrô-

ma promoção que motiva a elevação

las melhores condições de consumo,

nicos. Já o pequeno varejo apresen-

Margem de Lucro % do Faturamento Líquido

Evolução do Faturamento Variação Anual, Descontada a Inflação

9,4

7,6

7,2

3,7 8,8

3,9 5,1

3,2 –1,2

2001

2002

1,7

3,2

2,3

2003

2,4 1,9

1,7

2,2

1,0 -0,7

–2,1

Grandes empresas

3,7

3,0 2,0

1,3

3,6

2004

2005

2006

Pequenas/Médias empresas

74 – Empreendedor – Novembro 2006

2001

2002

2003

Grandes empresas

2004

2005

2006

Pequenas/Médias empresas


INDEX OPEN

a rentabilidade das pequenas é maior tou um incremento menor, de 1,3%. Segundo Márcio Torres, “apesar do crescimento no faturamento das grandes empresas situar-se em patamar superior ao das pequenas e médias, a rentabilidade mostrou comportamento oposto”.

Rentabilidade A rentabilidade das grandes empresas apresentou uma mudança de patamar ao longo dos anos. No período de 2001 a 2003, a média da margem de lucro situou-se em torno de 1%, enquanto de 2004 até junho de 2006, a margem líquida atingiu a mé-

Dicas para as pequenas prosperarem nos negócios

dia de 2,2%. Para o coordenador do estudo, dentre os principais motivos que justificam esse desempenho, pode-se citar o ganho de margem do setor supermercadista devido à venda de bens com maior valor agregado, o efetivo aumento da rentabilidade das concessionárias de veículos, que passaram a dar maior atenção à venda de carros usados, bem como o setor de perfumaria e cosméticos, que tem registrado margens superiores.

Especialistas da Serasa relacionaram algumas dicas, sobretudo para os pequenos e médios empresários, que se traduzem em cuidados básicos capazes de minimizar perdas por fraudes e inadimplência e, conseqüentemente, representar melhora nos resultados. J Atenção permanente contra perdas por fraudes. Para recebimento de pagamentos em cheque, consulte empresa especializada em informações cadastrais e confira com cuidado documentos apresentados;

Tenha consciência de que cheque pré-datado é concessão de crédito. Não é venda à vista. Por isso, exige políticas iguais às tomadas para venda a prazo; J

No caso das pequenas e médias empresas, a rentabilidade do período analisado passou de 2% em 2001 para 3,7% em junho de 2006. “A melhora das margens no último período pode ser justificada pela combinação de baixa variação dos preços no atacado com a elevação dos preços no varejo”, conclui o técnico da Serasa.

Acompanhe atentamente o cenário econômico e ajuste as políticas de concessão de crédito de acordo com esse cenário. Por exemplo, em períodos com tendência de crescimento da inflação, taxa de juros elevada e desemprego em alta, não é recomendável praticar alongamento de prazos.

J

Mantenha rigoroso controle do fluxo de caixa, administrando bem os recebimentos, os pagamentos de fornecedores e os níveis de estoque, pois capital de giro é fator crítico nas pequenas empresas.

J

Novembro 2006 – Empreendedor – 75


Guia do Empreendedor

Depois da tempestade, o mau tempo continua Ao repetir os mesmos erros, a cultura política brasileira adia mais uma vez a chance real de crescimento Depois da tempestade vem a bonança. Quantas vezes já escutamos essa frase? Dezenas, provavelmente. Ao mesmo tempo em que essas duas palavras são muito distantes em termos de efeito, pois a tempestade traz à mente um período de dificuldades enquanto a bonança induz ao oposto, elas também são extremamente ligadas por um ciclo natural. Uma sucede a outra, provoca o surgimento da outra, em maior ou menor grau. Na história temos inúmeros exemplos dessa colocação inicial, e em várias áreas. Nações, empresas e também indivíduos vivenciam constantemente esse ciclo. A opulência traz alguns perigos, talvez até assintomáticos para quem os vivencia. O excesso de autoconfiança, por exemplo, pode ser considerado um risco e mesmo um indutor a um período de dificuldades. A falta de maior motivação ou da busca por algo melhor também pode ser decorrente de uma saciedade exagerada do momento. Já pelo lado oposto, o das dificuldades, da tempestade, também é fácil aceitar a idéia de que a busca mais decidida, a vontade mais forte, vem geralmente fundamentada por uma necessidade maior, por um momento de aperto. E não nos referimos so-

76 – Empreendedor – Novembro 2006

mente a um aperto financeiro. A necessidade de mudança pode se dar também, como exemplo, no campo afetivo, no campo moral do indivíduo, no religioso ou espiritual. Focando nos mercados, na economia, podemos entender que a lei natural também se faz presente. Brasil, país com grandes reservas naturais, grande potencial, país do futuro, etc. Tudo isso nós também já ouvimos, e várias vezes. Mas parece que as coisas não acontecem, que estamos já há muito tempo na terceira divisão do mundo. As eleições, no entanto, nos dão alguns sinais preocupantes: foram eleitos políticos comprovadamente corruptos, que participaram de grandes escândalos. Também foram eleitas pessoas que não têm muita coisa além do fato de serem “exóticas”, lembrando a história da eleição do macaco tião, quando o voto ainda era em cédula de papel. Voto de protesto? Talvez, mas mais do que isso é um voto irresponsável, é um voto da falta de educação, da falta de responsabilidade, entre outras coisas. E isso dá medo. Será que teremos que descer um pouco mais nesse buraco em que estamos para, depois de um sofrimento maior, viver o nosso ciclo virtuoso? Será que as pessoas estão

preparadas hoje para um momento de bonança no nosso país? A economia deverá continuar se desenvolvendo como nos últimos anos, infelizmente. Podíamos estar vivendo um crescimento mais robusto, mais determinado, baseado em melhores fundamentos, melhores gestores públicos, melhores leis e maior justiça, mas ainda não chegamos lá. China, Índia e Chile são nações que estão muito longe da nossa realidade. Mas já estivemos muito próximos deles no passado. O que aconteceu todos sabem: eles evoluíram e nós ficamos pra traz. Perdemos tempo, um tempo precioso, e continuamos a dar o poder a figuras descredenciadas pela moral ou pela capacidade, e muitas vezes por ambas. Após a tempestade vem a bonança, mas, ao que parece, o comportamento da maioria do povo brasileiro em relação aos seus eleitos não aponta para uma mudança rápida do ciclo atual, se é que aponta para alguma mudança. Que pena!

Roberto Meurer Consultor da Leme Investimentos e Professor do Departamento de Economia da UFSC


Análise Econômica Carteira teórica Ibovespa NOME AÇÃO

TIPO AÇÃO

Acesita PN ALL America Latina UNT N2 Ambev PN Aracruz PNB Arcelor BR ON Bco Itau Hold Finan PN Bradesco PN Bradespar PN Brasil T Par ON Brasil T Par PN Brasil Telecom PN Brasil ON Braskem PNA CCR Rodovias ON Celesc PNB Cemig ON Cemig PN Cesp PNB Comgas PNA Copel PNB Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo Metropo PNB Embraer ON Embratel Part PN Gerdau Met PN Gerdau PN Ibovespa Ipiranga Pet PN Itausa PN Klabin PN Light ON Natura ON Net PN Pao de Acucar PN Perdigao ON Petrobras ON Petrobras PN Sabesp ON Sadia PN Sid Nacional ON Souza Cruz ON TAM PN Telemar Norte Leste PNA Telemar-Tele NL Par ON Telemar-Tele NL Par PN Telemig Celul Part PN Telesp PN Tim Participacoes ON Tim Participacoes PN Transmissao Paulist PN Unibanco UnN1 Usiminas PNA Vale Rio Doce ON Vale Rio Doce PNA Vivo Part PN Votorantim C P PN

PA R T I C I PA Ç Ã O I B OV E S PA

0,37 0,66 1,26 0,90 1,62 3,55 5,09 1,35 0,63 0,72 1,41 1,35 2,42 1,00 0,64 0,154 2,10 0,48 0,31 1,48 1,39 2,22 0,34 1,19 1,66 1,07 2,69 100,00 0,53 1,78 0,57 0,75 0,75 2,26 0,67 1,00 1,97 11,72 0,80 1,42 2,97 0,54 0,85 0,88 1,57 4,99 0,52 0,39 0,37 1,06 0,44 2,02 4,61 2,55 11,12 1,94 0,93

VARIAÇÃO % ANO (ATÉ 13/10/2006)

52,3 77,70 13,80 29,70 44,20 30,70 19,50 35,30 18,00 -12,80 -9,10 27,30 -18,10 29,20 33,30 13 8,30 32,4 41,00 29,80 20,70 28,90 7,60 22,50 21,50 16,10 35,20 34,50 19,90 19,70 53,50 33,70 -22,70 13,80 14,20 15,10 73,30 1,40 50,60 25,60 65,10 -17,90 29,50 -19,90 -8,80 12,90 54,9 9,40 -7,30 26,80 38,60 7,50 6,10 -23,20 32,80

Inflação (%) Índice IGP-M IGP-DI IPCA IPC - Fipe

Setembro 0,29 0,24 0,21 0,25

Juros/Aplicação

(%)

Setembro 1,05 1,06 0,65 1,10 -5,03

CDI Selic Poupança CDB * Ouro BM&F

Ano 2,26 2,11 2,00 0,67

Ano 11,54 11,58 6,29 12,94 7,51

* (até 13/10)

Indicadores imobiliários CUB SP TR (outubro)

Agosto 0,07 0,19

Ano 3,68 1,75

Juros/Crédito

Desconto Factoring Hot Money Giro Pré *

(%)

Setembro 13/outubro

(em % mês) Setembro 11/outubro

2,20 4,13 2,70 2,40

2,15 4,14 2,70 2,35

* taxa mês

Câmbio (em 13/9/2006)

Dólar Comercial Ptax Euro Iene

Cotação R$ 2,1419 US$ 1,2508 US$ 0,0084

Mercados futuros (em 6/7/2006)

Novembro Dezembro

Janeiro

Dólar R$ 2,146 R$ 2,159 R$ 2,170 Juros DI 13,83% 13,72% 13,59% (em 13/10/2006)

Ibovespa Futuro

Outubro

38.850

Novembro 2006 – Empreendedor – 77


Guia do Empreendedor

Agenda Em destaque

10/11 a 12/11/2006

TREINAMENTO UPGRADE NINE São Paulo/SP Fone: (11) 4191-1866 www.escolaeneagrama.com.br

6/11 a 8/11/2006

EXPOMANAGEMENT 2006 Transamérica Expo Center São Paulo/SP (11) 5643-3000 www.hsm.com.br 7/11 a 10/11/2006

MEC MINAS 2006 Expominas Belo Horizonte/MG (31) 3372-5663/3372-5464 www.comig.com.br

Direcionado a executivos e profissionais que lidam diariamente com os diferentes tipos humanos, seus diversos estilos e visões pessoais, o treinamento Upgrade Nine propõe o desenvolvimento profissional e o aumento da capacidade de liderança através da Programação Neurolinguística e do Eneagrama (sistema que propõe a superação dos limites por meio do estudo do comportamento humano). O evento, que já percorreu diversas cidades brasileiras, tem uma programação que mistura aspectos teóricos e práticos do Eneagrama e da Neurolinguística a momentos de entretenimento e lazer. Entre as empresas que já participaram do curso estão a FGV (Fundação Getúlio Vargas), Instituto Albert Einstein, ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e Embratel.

8/11 a 11/11/2006

FISPAL NORDESTE 2006 Centro de Convenções de Pernambuco Olinda/PE (81) 3427-8000 www.empetur.com.br 9/11 a 12/11/2006

TRANSPORTAR 2006 Expotrade Pinhais Pinhais/PR (41) 3661-4000 www.expo-trade.com.br 12/11 a 14/11/2006

FELABAN 2006 Windsor Barra Rio de Janeiro /RJ (11) 5505-7272 www.reedexpo.com.br 14/11 a 18/11/2006

CONSTRUIR 2006 Riocentro Rio de Janeiro/RJ (21) 2442-1300 www.rio.rj.gov.br/riocentro

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21/11 a 23/11/2006

23/11 a 25/11/2006

SABOR ES 2006

SECOVI 2006

Transamérica Expo Center São Paulo/SP (11) 5643-3000 www.transamericaexpo.com.br

Centro de Exposições Imigrantes São Paulo/SP (11) 5067-6767 www.centroimigrantes.com.br

21/11 a 24/11/2006

25/11/2006

EMBAPLAST 2006

TREINAMENTO OLHO DE TIGRE

Centro de Exposições FIERGS Porto Alegre/RS (51) 3347-8696 www.cexpo.com.br 22/11 a 24/11/2006

Jureia Park Hotel Itariri/SP Telefone: (11) 4220-4950 www.olhodetigre.com.br

PLANEJAMENTO & ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS

27/11 a 29/11/2006

Paulista Wall Street Suítes São Paulo/SP (21) 2533-5768 www.abih.com.br

Blue Tree Park Brasília/DF (11) 4154-2366 www.enerbio.com.br

ENERBIO 2006

Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor (www.empreendedor.com.br)


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www.empreendedor.com.br

O conteúdo que faz toda a diferença

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Exclusivo

Resultado de enquete aponta que Lei Geral poderia avançar mais quenas empresas) alcançou 21,1%. Depois de aprovada pela Câmara dos Deputados, o projeto do relator Luis Carlos Hauly (na foto abaixo) seguiu para avaliação do Senado, onde “estacionou” por conta das Eleições realizadas em outubro. A expectativa é que o projeto esteja entre as prioridades do Congresso nesses últimos dias de 2006 ou no começo de 2007. Os leitores podem acompanhar todo o trâmite do projeto na categoria Lei Geral, do site Empreendedor. FOTOS MÁRCIA GOUTHIER/AGÊNCIA SEBRAE

Para a maioria dos leitores que participou da Enquete do mês de outubro do site Empreendedor, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas que está em discussão no Congresso Nacional ainda não atende plenamente às necessidades das micro e pequenas empresas e poderia avançar mais. Essa opção recebeu 78,9% dos votos, enquanto que a outra (que dizia que a Lei em discussão atende às necessidades do setor e representa uma nova era para as micro e pe-

Dicas sobre como planejar O site Empreendedor entrevistou o consultor Roberto Adami Tranjan (também colunista da revista Empreendedor) para saber como o empresário deve preparar um planejamento eficiente ao seu negócio. Sobre a importância do planejamento na vida de uma empresa, Tranjan disse o seguinte: “Planejar é pensar antes de fazer, é criar mentalmente antes de dar a forma material. O bom planejamento cria uma imagem futura daquilo que gostaríamos de ver realizado. Planejar é correr numa direção pré-determinada, rumo a um destino que foi previamente identificado e analisado. É isso que amplia as condições de sucesso do planejamento.”

Leia mais A entrevista completa do consultor Roberto Adami Tranjan (A hora é de planejar) está disponível na categoria Gestão, do site Empreendedor.

Newsletter Segundo mandato de Lula é tema de enquete A enquete do site Empreendedor do mês de novembro quer saber qual a expectativa dos leitores para o segundo mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva, no que se refere a possíveis mudanças na política econômica. São duas as opções de voto: – A economia avançará em prol do crescimento, com adoção de políticas que favorecem a produção e o desenvolvimento de novos negócios. – Ou para você pouco deve mudar na linha adotada atualmente pelo Governo Lula, mais voltada para o controle da inflação. Para opinar, acesse o site Empreendedor e vá até a área Enquete, no final da coluna à direita.

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As novidades do site direto no seu e-mail Acesse o site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) e na página inicial, clique em “Cadastre-se”, na área “Login”, coluna à esquerda. Em seguida, preencha o cadastro e assinale a opção: “Quero receber a newsletter e-Empreendedor”. Formato RSS – Acesse o site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) e saiba como receber as manchetes, um resumo e o link de cada novo conteúdo publicado.


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