Empreendedor
OS DEZ DESTAQUES DE 2006
ISSN 1414-0152
Ano 12 • Nº 146 • dezembro 2006
Ano 12 • Nº 146 Dezembro 2006 • R$ 9,90 • www.empreendedor.com.br
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Dezembro 2006 – Empreendedor – 3
de Empreendedor para Empreendedor
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Editorial ossos dez destaques de capa fazem parte de um movimento de empreendedorismo cada vez mais amplo e profundo no Brasil. A indústria, o comércio, o agronegócio, a responsabilidade social, o turismo, todos os nichos estão tomados pelo espírito desbravador dos empreendedores brasileiros, que estão representados nesta edição por seis homens e quatro mulheres exemplares, que por todo o país lutam pelo crescimento equilibrado e consciente. Eles dão o toque final a um ano em que levantamos vários assuntos importantes. Abordamos exatamente esse desenvolvimento sustentado que os nossos entrevistados perseguem com tanto afinco. Começamos com a tradição, a longevidade dos produtos que passam de geração em geração. Fomos atrás dos segredos dessa aceitação que cruza o tempo. Também chamamos a atenção para os empreendedores das águas, que descobrem oportunidades no mar e nas bacias hidrográficas, estimulando assim a conservação de recursos naturais. Ao destacar a indústria do bem-estar, considerado produto de primeira necessidade, incluímos o grande dinamismo dos negócios nessa área, que cres-
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ce cada vez mais, gerando novos empregos e oportunidades. Abordamos também a essência da liderança, reportando o grande sucesso que fazem os livros que ensinam os segredos dessa difícil arte e a principais tendências de uma função que mudou muito com a transformação do mundo dos negócios. Foram capa também empreendedores que se destacaram em nichos inéditos, como o das minipetrolíferas, ou que souberam fazer de uma tradição uma empresa inovadora. Nossa tradicional edição anual de franquias destacou um mercado que gera dez vagas de trabalho por hora e soma cerca de 990 mil empregos diretos. Procurando nos diferenciarmos da pauta recorrente da mídia, fomos atrás do impacto das super novas, as empresas gigantes que surgem da noite para o dia desencadeando forças empreendedoras para todos os lados. E fechamos com dois assuntos importantes: a indústria automotiva catarinense e os pioneiros inovadores. Com isso, nos despedimos de 2006 certos de que produzimos leitura estimulante para todos os que seguem os passos desta revista. Nei Duclós
Jardim Itu - 91380-010 - Porto Alegre - RS Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C - conjunto 902 88015-900 - Centro - Florianópolis - SC Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 conjunto 1 - Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111 - conjunto
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Cartas para a redação Correspondências por e-mail devem ser enviadas para redacao@empreendedor.com.br. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do Estado de onde estão escrevendo.
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A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br]
Nesta Edição LIO SIMAS
Redação Editor-Executivo: Nei Duclós [nei@empreendedor.com.br] Repórteres: Alexsandro Vanin, Camila Stähelin, Carol Herling, Fábio Mayer, Sara Caprario e Wendel Martins Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira, Casa da Photo, Index Open, Lio Simas e Tomas May Produção e Arquivo: Carol Herling Revisão: Renato Tapado Sedes São Paulo Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba Executivos de Contas: Gesner C. Vieira, Márcia Marafon e Ronaldo D. Liparelli Projetos Especiais: José Lamônica (Lamônica Associados) Rua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis 01239-010 - São Paulo - SP Fone: (11) 3214-6093 [empreendedorsp@empreendedor.com.br] Florianópolis Executiva de Contas: Vione Hartmann Corrêa [vione@empreendedor.com.br] Executiva de Atendimento: Luana Paula Lermen [luana@empreendedor.com.br] Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C 9º andar - 88015-900 - Centro - Florianópolis - SC Fone: (48) 3224-4441 Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda. Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] Rua São José, 40 - sala 31 - 3º andar - Centro 20010-020 - Rio de Janeiro - RJ Fone: (21) 3231-9017 Brasília JCZ Comunicação Ltda. Ulysses C. B. Cava [jcz@forumci.com.br] SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial bloco C - conjunto 330 70140-907 - Brasília - DF Fone: (61) 3322-3391 Paraná Merconet Representação de Veículos de Comunicação Ltda. Ricardo Takiguti [comercial@merconet.srv.br] Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - conjunto 1 Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR Fone: (41) 3257-9053 Rio Grande do Sul Alberto Gomes Camargo [ag_camargo@terra.com.br] Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu 91380-010 - Porto Alegre - RS Fone: (51) 3340-9116 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda. Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Rua Ribeiro de Brito, 1111 - conjunto 605 - Boa Viagem 51021-310 - Recife - PE Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações Sérgio Bernardes de Faria [comercial@sbfpublicidade.com.br] Av. Getúlio Vargas, 1300 - 17º andar - conjunto 1704 30112-021 - Belo Horizonte - MG Fone: (31) 2125-2900 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante Diretora: Luzia Correa Weiss Fone: 0800-48-0004 [assine@empreendedor.com.br] Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Gráfica Pallotti - Porto Alegre Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda.- São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br
ANER 6 – Empreendedor – Dezembro 2006
PG. 14
PG. 18
Entusiasta da TI
Ganhos do preço baixo
Alexandre d’Ávila da Cunha, fabricante de conversores estáticos, quer juro zero para empresas de tecnologia e para isso luta nas representações empresariais.
Antônio Alberto Saraiva tornou-se referência com sua rede de fast-food e é estudado em classe como o empreendedor que conseguiu implantar o ganho em escala com suas esfihas.
PG. 34
PG. 38
Viagens do vendedor
Desempenho triplo
Guilherme Paulus inaugurou o turismo de massa no país, detém 60% do mercado de pacotes de viagens e se prepara para vender até em gôndolas de supermercado.
Leonardo Senna Silva aposta na rapidez e na praticidade da tecnologia para alcançar êxito nos projetos em três nichos: representação e distribuição de veículos, agronegócio e TI.
Franquias
PG. 59
Nobel diversifica As editoras Nobel, Marco Zero, Studio Nobel e Conex são selos da Livraria Nobel S.A. que abrangem segmentos específicos do mercado e possuem hoje 160 lojas, incluindo unidades em Portugal, Espanha, México e Angola. Mas, além do ramo de livros, o grupo passou a investir em outros segmentos, iniciando com a Nobel Vídeo.
Dezembro/2006 CASA DA PHOTO
CARLOS PEREIRA
PG. 26
PG. 22
Sucesso em boa forma A voz eficiente
PG. 30
Educadora pioneira
Cláudia Sabbá, em ritmo de atleta, se tornou referência em academias de ginástica por sempre oferecer novidades e modificar os moldes tradicionais dos empreendimentos do setor de fitness.
Cláudio Luiz Moreira de Sá, especializado em softwares para call centers e contact centers, aposta nas iniciativas e nas soluções sintetizadas no momento certo para crescer sempre.
Dorina de Gouvêa Nowill é responsável por introduzir a imprensa braile no Brasil e desenvolver ações que inauguraram a educação inclusiva na rede pública de ensino.
TOMAS MAY
MURILLO CONSTANTINO/PRENSA TRES
TOMAS MAY
PG. 46
PG. 42
PG. 50
O café da baronesa
Superstar das jóias
Artes da corretora
Maria Helena Monteiro Alves Bastos deixou emprego em multinacional para retornar às suas raízes no interior, onde se especializou na produção de premiados e lucrativos cafés especiais.
O mineiro Pedro Brando conquistou, com suas jóias, estrelas de cinema como Nicole Kidman, Angelina Jolie e Natalie Portman, e hoje é cultuado nos Estados Unidos.
Valentina Caran saiu do interior para ser artista de televisão e tornou-se a mais bem-sucedida corretora de imóveis de São Paulo. Hoje, é considerada a Rainha da Paulista.
LEIA TAMBÉM Cartas ..................................................................... 8 Não Durma no Ponto ............................................. 10 Pequenas Notáveis ................................................ 56 Empreendedor na Internet .................................... 82
GUIA DO EMPREENDEDOR ................................... 6 9 Produtos e Serviços .............................................. 70 Leitura ................................................................... 72 Análise Econômica ................................................ 76 Indicadores ........................................................... 77 Lei ......................................................................... 78 Agenda .................................................................. 79
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Cartas
Stark
Games Recebi a revista aqui no escritório. A matéria sobre games ficou show. Deve ter sido um baita trabalho de pesquisa conseguir todos esses dados relacionados. Serviu como uma aula aqui para mim. Parabéns ao repórter Fábio Mayer pelo trabalho! Janaína Azzoni
São Paulo - SP
Gostaria de agradecer pela revista que o repórter Fábio Mayer me enviou. Realmente, a reportagem sobre games (Empreendedor de outubro, número 144) está muito boa. Parabéns. Gustavo Caetano
São Paulo – SP
Estou fazendo uma monografia relacionada a jogos e em uma das minhas buscas pelo Google encontrei a reportagem com o título de “Negócios divertidos”. Nesse reportagem, constatei uma informação relacionada à movimentação de 30 milhões anuais do mercado mundial de jogos, incluindo receita com distribuição, embalagem, marketing e publicidade. Gostaria de saber a data de divulgação dessa reportagem. Muito obrigado pela atenção! Luis Gustavo
São Paulo – SP
Nota da redação: A reportagem foi publicada na edição de outubro/2006.
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Eu gostaria de saber do criador da TAC, situado em Joinville (SC), sobre o Stark off-road, que usa o motor Volkswagen: por que não usar um motor diferente? Ou seja, por que a TAC não se associa com motores da Branco, situada em São José dos Pinhais (PR)? Porque um motor Volkswagen dá a sensação de que o carro pertence a outra marca. Por que não usar um motor como a Branco, já que essa empresa faz também motor a gasolina? Yoshio de Jesus Michimasa
Nova Andradina – MS
Stamatios Fui obrigado a mandar este e-mail para a repórter Camila Stähelin: espetacular a matéria com o Stamatios Stamopu, da eCentry. Claro, o personagem ajuda muito, mas o texto ficou um primor, com uma fluidez de leitura muito boa. Parabéns, mesmo! Rodrigo Lóssio
Florianópolis – SC
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Não Durma no Ponto Afinal, onde está o dinheiro? “Afinal, o que está dando dinheiro?” Quando ouvi essa indagação, sabia estar diante de alguém com poucas possibilidades de sucesso no almejado papel de empreendedor. Durante muito tempo, contribuí e orientei futuros empreendimentos. Vi muitos florescerem, vi tantos outros sucumbirem. A ciência da Administração me ajudou bastante a distinguir os bons dos maus negócios, mas a observação da realidade fez com que eu desenvolvesse a intuição, para saber o que vinha ou não com todo o potencial para fazer sucesso no futuro. Quase sempre acerto. E tudo sempre começa com o tipo de indagação feita pelo candidato a empreendedor. “Afinal, o que está dando dinheiro?” Definitivamente, não é a melhor pergunta. Por trás dela, o sonho da fortuna fácil e as histórias dos megasucessos da economia norte-americana, quimeras que embalam o imaginário daqueles que esperam se transformar em um Bill Gates do dia para a noite. Na década de 1980, ocorreu um surto de empreendedorismo. Era o início dos primeiros programas de terceirização e da expansão do franchising. Muita gente largou seus empregos para montar negócios com tamanha avidez, que parecia aquela disposição de “tirar o pai da forca”. Animava cada uma dessas pessoas a vaga esperança de, em pouco tempo, acumular riquezas que não conseguiram nos anos de trabalho assalariado. Acontece que ganhar dinheiro é a mais infeliz das missões, quando se deseja abrir um negócio. Sim, o lucro é importante e fundamental para que um negócio prospere, mas ele é somente um meio, o combustível necessário para fazer a máquina andar e crescer. Não pode ser o fim, o propósito. Nadar a favor da correnteza
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“Quais os setores que estão em crescimento na economia?” Essa indagação é melhor do que a primeira. Pretende identificar para que lado sopram os ventos favoráveis da sorte nos negócios. Examinar os ambientes e construir um cenário é um exercício importante de empreendedorismo. A partir daí, é possível identificar os principais vetores de expansão da economia e os segmentos que se beneficiam desse fermento. A busca, nesse caso, não é a do dinheiro fácil,
O lucro é somente o combustível necessário para fazer a empresa andar e crescer. Não pode ser o fim, o propósito
mas a do futuro e a da prosperidade. É nadar no sentido da correnteza, evitando debater-se no sentido contrário. A construção de cenários é importante para que o novo empreendimento seja colocado diante de uma perspectiva maior, o macroambiente. A partir daí, é possível saber como ele interage com os outros agentes desse macrossistema. Uma empresa se relaciona com clientes, consumidores, fornecedores, concorrentes, governo etc. A questão que deve ser colocada é: “qual é o papel desse novo negócio no macrossistema?”. O exercício de
construção de cenários permite criar uma visão de futuro para o novo empreendimento. E ter uma visão é uma grande vantagem, sobretudo diante dos que almejam apenas e tão-somente o dinheiro e o lucro. Embora essa indagação seja melhor do que a primeira, ainda assim não é a melhor indagação, aquela que identifica o empreendedor com grandes chances de sucesso, aquela que anuncia um negócio próspero. Toque de mestre “Eu percebi no mercado uma ausência de... Eu gostaria de contribuir com... Sinto que ninguém está conseguindo resolver o seguinte problema... Eu vou oferecer o seguinte benefício.” Agora, sim, a partir dessas questões, estamos diante de um futuro próspero empreendedor. Aquele que, quando entra no mercado, deixa a sua marca. Seu objetivo não é o de extrair, mas o de contribuir. Sua pretensão não é a de comprar, produzir, vender e ficar com o excedente, mas colocar no mercado um negócio diferenciado. Em vez de reduzirse ao papel de mais um empreendimento, será uma empresa única no mundo dos negócios. Terá uma identidade diferenciada aos olhos de seus clientes, em uma área de atuação repleta de concorrentes, mas que não lhe fazem frente, porque são iguais entre si. Ter uma visão, porém, ainda não basta. É preciso, antes de tudo, transformar uma paixão em negócio e gerenciar o negócio com paixão. O toque de mestre desse empreendedor apaixonado é pretender que muitas pessoas, clientes, colaboradores e fornecedores possam se beneficiar do novo empreendimento. Um empreendedor novato poderia perguntar com um certo desânimo: “mas o que mais há para fazer no
por Roberto Adami Tranjan Educador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953 – www.cempre.net – roberto.tranjan@cempre.net
mercado? O que ainda falta?”. Resposta: paixão! O mercado está repleto, abarrotado mesmo, de empresas, mas escasso de paixão. De negócios em que as pessoas coloquem alma no que fazem e passem as 24 horas do dia pensando em como fazer o cliente mais feliz. Pessoas que se interessem, de verdade, pelo cliente e seus problemas. Pessoas que, impulsionadas pela sua paixão, usam a imaginação para recriar o negócio todos os dias. “Empreender, onde, em que, quando?” Faça aquilo que entusiasma você, o que faz brilhar seus olhos e acelerar a pulsação, não aquilo que dizem que está dando dinheiro. Na hora de escolher, use a cabeça para entender o ambiente, mas não deixe de usar o coração para saber o que faz sentido para você. Somente ele, o coração, é capaz de sentir paixão, e somente a paixão é capaz de fazer com que você pule cedo da cama, volte para dormir e nesse meio tempo trabalhe com todo o empenho e muito entusiasmo para fazer pessoas felizes. Sim, porque você também estará feliz com o que faz. Trabalho duro é uma marca comum na vida de todos os empreendedores bem-sucedidos, mas pode ter certeza de que os empreendimentos deixam de ser trabalho duro quando são impulsionados por uma paixão. A mágica da vida Um empreendimento não precisa continuar com os mesmos propósitos que lhe deram origem. Pessoas e empresas não têm o futuro determinado. O poder da mudança está ao alcance de todos, e essa é a beleza da vida. Mas, para isso, é preciso refazer os planos. Todos fazem, de um jeito ou de outro, seus planos. Planos são pensa-
mentos, imagens, intenções que antecedem as ações. Pretendem, da melhor forma possível, dar uma direção, um rumo, para que a caminhada não seja feita a esmo. Mas existem planos e planos, e alguns, apesar das melhores intenções, geram apenas simples movimentos, e não reais mudanças. Ou seja, balançam, mas sem levar a nenhum lugar. Aí, sim, a profecia do determinismo se realiza. Tomemos o exemplo do que acontece com grande parte das empresas.
Empreendimentos deixam de ser trabalho duro quando são impulsionados por uma paixão
Estabelecem suas metas de faturamento. Distribuem seus montantes por produtos, canais de vendas, segmentos de mercado ou qualquer outro critério similar. Estimam as receitas, despesas e os lucros. Definem, então, os volumes de compras e planejam a produção. Até aí, tudo bem. Está previsto um grande movimento para o futuro, mas nada que garanta conquistas e realizações. É possível que seja mais um período, recebendo e pagando contas. Nada mais. Doze meses depois, simplesmente uma empresa um ano mais velha. Tome, agora, um outro exemplo. A empresa decide o que fazer para tor-
nar os seus clientes mais satisfeitos. Produz idéias e cria projetos para aumentar ainda mais o grau de fidelização. A atenção está concentrada nessa meta: a felicidade dos clientes, de maneira a que se aproximem cada vez mais. Pensa em aprimorar e criar novos produtos; pensa em novos serviços; pensa em atender com alto nível de excelência. Estima novos investimentos, sempre direcionados a gerar mais valor para os clientes. Novas idéias e novos projetos exigem novos conhecimentos. As pessoas de dentro (os colaboradores) assumem a responsabilidade de ampliar seus conhecimentos, desenvolver e adotar novas habilidades e atitudes para surpreender positivamente as pessoas de fora (os clientes). Doze meses depois, uma empresa um ano mais jovem. Pense, por um momento, em como as pessoas na empresa do primeiro exemplo se planejam para o novo ano. Enfadadas por um filme a que já assistiram, preparam-se para alcançar suas metas de vendas e produção, gastando ainda mais suas habilidades, velhas e viciadas, numa repetição diária do que parece não ter fim. E não tem mesmo! Nada mais que um enfadonho e triste moto-contínuo. Pense, agora, como as pessoas na empresa do segundo exemplo se preparam para o novo ano. Entusiasmadas por desafios ainda não vividos, têm diante de si a possibilidade de aprender mais, para realizar um trabalho que exigirá delas os seus melhores dons e talentos. Sempre e sempre renovados. Como um eterno e motivador recomeço. Empresas e pessoas não precisam continuar cavando, cada vez mais fundo e escuro, o buraco em que se meteram. A mágica da vida é a mágica da mudança, do movimento. E isso implica novos sonhos, novos propósitos, novas escolhas e novas ações. Dezembro 2006 – Empreendedor – 11
Destaques de 2006 VALDIR FIGUEIRA/DIVULGAÇÃO
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O fôlego e a força Apresentamos dez empreendedores brasileiros que deixaram em 2006 sinais de ousadia, criatividade e equilíbrio 1. Alexandre d’Ávila da Cunha – 2. Antônio Alberto Saraiva – 3. Cláudia Sabbá – 4. Cláudio Luiz Moreira de Sá – 5. Dorina de Gouvêa Nowill – 6. Guilherme Paulus – 7. Leonardo Senna Silva – 8. Maria Helena Monteiro Alves Bastos – 9. Pedro Brando – 10. Valentina Caran MURILLO CONSTANTINO/PRENSA TRES
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Seguindo a tradição de todos os anos, dedicamos a edição de dezembro desta revista a dez empreendedores que se destacaram nas suas atividades. Eles representam o que de melhor está sendo feito no mundo dos negócios a partir da iniciativa pessoal e da capacidade de cumprir vocações e destinos. A seleção dos nomes obedece a critérios básicos, como indicações naturais reveladas pelos prêmios concedidos por instituições, ou pela notoriedade das ações desenvolvidas este ano, ou mesmo pelo acervo acumulado por toda uma vida. Na lista, há um equilíbrio na diversidade de perfis, fazendo com que o leitor possa ter acesso a inúmeras experiências bem-sucedidas, que podem servir de guia para quem decidir apostar no futuro com ousadia, preparo e conhecimento.
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Cada perfil selecionado significa a inclusão de todos os seus pares, que da mesma forma lutam por um país melhor sem precisar fazer promessas ou discursos. A longa rede estendida pelo empreendedorismo no Brasil forma uma espécie de grande comunidade com idéias e propostas afins. É a experiência que ensina um número cada vez maior de pessoas. As soluções saltam aos olhos de quem convive com a dura realidade da competição e desenvolve o gratificante relacionamento com as comunidades.
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Essas lições, longe de significarem um conjunto de certezas corporativas, formam um conteúdo de grande alcance social, que deveria ser melhor aproveitado pela nação. Em cada estabelecimento, existe a consciência de que é preciso melhorar sempre, que se deve ficar atento ao cliente e que não se pode cruzar a linha das leis e da ética. Isso serve de parâmetro para que os empreendedores sirvam, com seu trabalho, não só para o desenvolvimento do país, mas, principalmente, para o seu equilíbrio. Uma nação equilibrada, que desperta os potenciais de cada um, faz girar os recursos, estende suas conquistas para milhões de colaboradores por meio de empregos diretos e indiretos, é tudo do que precisamos nesta época difícil. Nossa lista traz à luz os ganhos da responsabilidade social, os frutos da conquista de mercados externos, a grandeza de atender às necessidades específicas, entre tantos outros aspectos do sucesso.
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E o que é também importante: por mais globalizado que seja o mundo, mais fica clara a identidade do empreendedor brasileiro, que carrega a força da criatividade e tem fôlego para novas vitórias. É o que vemos a seguir, nesta série especialmente preparada para este final de ano. Dezembro 2006 – Empreendedor – 13
Destaques de 2006
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Destaques de 2006
Sob o domínio do mar Alexandre d’Ávila da Cunha, quando surfa, consegue pensar no planejamento estratégico da empresa
LIO SIMAS
por
Camila Stähelin
“O que caracteriza um empreendedor é a persistência”, afirma Alexandre d’Ávila da Cunha, sócio-proprietário da Cebra, empresa de serviços e produtos eletrônicos, de Florianópolis (SC). O engenheiro eletricista é presidente da Associação das Empresas Catarinenses de Tecnologia (Acate) e da Câmara de Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). Possui uma jornada de trabalho diária de 12 horas – quando não estendida para 16. Nada três mil metros todos os dias, de segunda a sexta, e surfa com os filhos nos finais de semana, isso quando não participa de alguma competição esportiva que envolva água. A última foi a sexta edição da Travessia dos Fortes (disputada entre o forte de Copacabana e o forte do Leme), mais tradicional prova de maratona aquática brasileira, realizada no último final de semana de novembro, no Rio de Janeiro (RJ). “Estava curioso para saber como fariam para largar três mil pessoas ao mesmo tempo. Parecia um cardume de anchova. Teve participante que se afogou.” Logo após a competição na capital carioca, o empresário acomodou-se em uma mesa da filial da centenária Confeitaria Colombo, localizada no forte de Copacabana, tirou seu notebook da mochila e resolveu algumas pendências do trabalho. “Trabalhamos com uma
empresa de Taiwan. Então, domingo aqui já é segunda lá. Acabo sempre tendo alguma coisa para fazer.” O engenheiro, nas horas vagas, não quer saber de tecnologia. “Detesto videogame, já tive Orkut, cancelei a conta, também não uso mais o MSN. Agora, só tenho Skype, mas estou sempre ‘não disponível’. Isso tudo, além de invadir muito a privacidade, atrapalha quando se está no trabalho.” A prática do surfe nos finais de semana foi uma forma que encontrou para ficar com os filhos. O mais velho, com 16 anos, pega onda desde os cinco. E a menina, com 12, está aprendendo. “Ela só entra na água de prancha junto comigo.” Considera a prática de esportes um momento para liberar o estresse e ficar livre para pensar. “Quem me domina é o mar. Fico refém da natureza e tenho que entrar no ritmo dela. Quando estou em cima da prancha, consigo pensar no planejamento estratégico da empresa, por exemplo. Ou também fazer um agendamento das tarefas, diferenciar o que é urgente, importante e relevante. Dentro da água, é possível ter uma clareza e uma precisão que não são possíveis em um escritório com telefones tocando, computador piscando toda vez que chega uma mensagem nova.” Cunha nasceu em Alegrete (RS), onde morou por pouco tempo. “Sou filho de bancários, por conta disso, minha família sempre foi um pouco nô-
Alexandre d’Ávila da Cunha Idade: 42 anos Local de nascimento: Alegrete (RS) Formação: Engenharia Elétrica (UFSC) Empresa: Cebra – Conversores Estáticos Brasileiros Ltda. Ramo de atuação: Indústria eletrônica Ano de fundação da empresa: 1990 Cidade-sede: Florianópolis (SC) Número de funcionários: 93 Site: www.cebra.com.br
made.” Saiu do Rio Grande Sul ainda criança e viveu em várias cidades catarinenses. “Apesar de gaúcho, não sei andar a cavalo, não gosto de chimarrão, sou torcedor do Figueirense e apaixonado por tudo que envolva água”, diz. Aos cinco anos de idade, começou a fazer aula de natação. Na pré-adolescência, quando morava em Laguna, litoral sul de Santa Catarina, despertou o interesse pelo surfe. Mas só foi aprender o esporte ao mudar-se para Joinville, no norte do Estado. Lá todos os seus amigos pegavam onda. “Comecei a surfar em 1978, na Prainha, em São Francisco do Sul. Nadar desde pequeno facilitou bastante meu aprendizado.” Ainda garoto, chegou a participar de competições de natação pelo Joinville Tênis Clube. Da sua paixão pela água, surgiu a vontade de tornar-se um engenheiro naval, mesmo sem saber o que envolvia essa profissão. Quando teve que escolher para qual curso prestaria o vestibular, como a oferta de graduação em Engenharia Naval era muito escassa no país, acabou optando por Engenharia Elétrica. “Adorava desmontar e montar radinhos quando era pequeno”, diz. Mas, assim que entrou na universidade, ingressou no time de pólo aquático. Emendou um Mestrado em Eletrônica de Potência na graduação. Em 1988, durante o curso, ele e mais três colegas tiveram a idéia de abrir um negócio para fabricar produtos eletroeleDezembro 2006 – Empreendedor – 15
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ocupa mais das questões administrativas do que das produtivas da Cebra. Um dos motivos foram os novos cargos que vem assumindo desde 2000, quando se tornou vice-presidente da Acate. Em 2004, foi eleito presidente. Um dos objetivos de se candidatar a esta função foi perder a timidez. O empresário diz incorporar um personagem quando tem que representar a entidade. “Quer ver quando eu coloco um paletó e uma gravata.” O cargo deu a ele a desenvoltura e o traquejo necessários para atuar no meio empresarial. Nesses seis anos na entidade, preocupou-se em estabelecer ações que cobrissem tanto a área de software quanto a de hardware. O primeiro grande projeto foi a criação do Laboratório de Eletromagnetismo e Compatibilidade Eletromagnética, em parceria com a UFSC, para realização de testes em equipamentos, padronizando-os dentro das normas nacionais e internacionais. Na área de software, foi feito o projeto Plataforma de TecConversor estático da Cebra: alternativa nacional
nologia da Informação e Comunicação (Platic), que tem por objetivo oferecer um conjunto de ferramentas que permitam a melhoria da competitividade das empresas do setor. “Temos que desenvolver iniciativas benéficas para um conjunto de pessoas e de empresas.” O presidente da Acate também fez dela uma das parceiras estratégicas do programa Juro Zero, que oferece linhas de crédito sem juros às empresas que focam sua estratégia na inovação tecnológica. No total, serão aplicados R$ 20 milhões na economia catarinense, num prazo de 18 meses. Também está presidindo a Câmara de Tecnologia da Fiesc, a convite do presidente da entidade, Alcântaro Correa. Nesta atividade, busca unir os interesses das empresas de tecnologia com os das tradicionais, não tecnológicas, mas que precisam de inovação. “A tecnologia é uma das diretrizes estratégicas, e os novos empreendimentos de base tecnológica, uma macrodiretriz desta gestão da Fiesc. Há uma convergência de interesses entre a Acate e a Federação. Portanto, meu papel pretende contribuir decisivamente para que o sonho de muitos catarinenses, que Santa Catarina seja um Estado tecnológico de fato, se realize.” FOTOS RODRIGO LÓSSIO/I3COMUNICAÇÃO
trônicos. Os quatro trabalharam em diferentes empresas do ramo, para compreenderem um pouco sobre o funcionamento de um empreendimento na área. “O que se aprende na universidade é a técnica, puramente, e apenas 25% de uma empresa corresponde a esta parte”, explica Cunha. Depois de terem absorvido tudo o que julgavam necessário, lançaram-se ao desafio de abrirem um negócio próprio. Em junho de 1990, os quatro sócios fundavam a Cebra Conversores Estáticos Brasileiros Ltda., dedicada ao desenvolvimento e à fabricação de conversores e fontes de alimentação chaveadas. “Não havia concorrência no Sul do país. Os produtos importados eram muito caros, mais de 50%.” Com tecnologia própria, a Cebra oferece ao mercado produtos sob encomenda, que são utilizados em automação bancária, comercial e industrial, telecomunicações e em aplicações especiais. A capacitação tecnológica é constantemente atualizada através de um convênio de cooperação técnica com o Instituto de Eletrônica de Potência (INEP) da Universidade Federal de Santa Catarina, da participação em feiras e congressos nacionais e internacionais, além de pesquisas desenvolvidas na própria empresa. Em 1999, houve um incremento em seus processos com a implantação do Sistema ISO de Gerenciamento da Qualidade. Em 2006, a empresa comemora 16 anos de existência. “Nossa sociedade está durando mais do que muitos casamentos”, diz Cunha. Hoje, são capazes de produzir 782 produtos diferentes, atendem, em média, a 60 pedidos mensais e possuem uma carteira de cerca de 130 clientes ativos. Uma das principais dificuldades no começo foi, justamente, formar uma clientela. “Quando íamos apresentar um produto para alguma empresa, o que ouvíamos era ‘vocês são muito pequenos, voltem depois’.” De tanto tentar, acabaram conseguindo. “Com bons clientes na carteira, é mais fácil atingir outros em potencial.” Atualmente, Alexandre da Cunha se
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A receita do preço baixo Antônio Alberto Saraiva acredita no centavo para ganhar em escala
VALDIR FIGUEIRA/DIVULGAÇÃO
por
Fábio Mayer
A trajetória vencedora de Antônio Alberto Saraiva no mercado de alimentação é por demais conhecida. É um consagrado exemplo de empreendedorismo, servindo como fonte de pesquisas e tema de dissertações. Fundador do Habib’s, fast-food especializado em comida árabe, sua história como empreendedor, suas iniciativas e estratégias no comando da empresa e o gosto pelo que faz servem de modelo a ser seguido. Ele se destaca por utilizar em sua gestão ingredientes que transformaram seu negócio na segunda maior rede em faturamento no país e a terceira em número de unidades, com 284 lojas. A receita lucrativa e de sucesso é de muita mão na massa, esforço e persistência para realizar as ações e atingir os resultados. Em dezoito anos, desde a criação do Habib’s em 1988, trouxe inovações de atendimento ao cliente como preços baixos, variedade e qualidade. O sistema de franquias, adotado em 1992 com a inauguração da primeira unidade franqueada em Santo André, São Paulo, também contribuiu para a consolidação e expansão no mercado nacional. Nascido na cidade lusitana de Aldeia de Velosa, Saraiva chegou ao Brasil ainda bebê, com apenas seis
meses. Junto com os pais, foi morar em uma cidade localizada no norte paranaense chamada Santo Antônio da Platina. Foi lá que deu os primeiros passos, mas as lições iniciais de empreendedorismo foram aprendidas na padaria que herdou da família, em Belenzinho (São Paulo). No começo, teve muitos problemas, depois se acostumou a desempenhar com maestria todas as funções do negócio. Tendo em mente que o cliente deve levar vantagem em tudo, a tática foi implantar uma política de preços baixos. Deu certo. Mais tarde, mesmo prosperando, resolveu vender a padaria e investir em uma lanchonete, sempre mantendo a estratégia, e obteve novamente sucesso. Médico formado pela Santa Casa, exerceu pouco a Medicina. Arriscar trocar de profissão, que a princípio tinha melhores perspectivas de crescimento, pelo ramo de fast-food, dominado por gigantes multinacionais, não parecia ser a decisão mais sábia na época. Mas certamente foi. “Fui seduzido pelo comércio de alimentação”, diz. Um segundo passo foi escolher uma especialidade culinária diferente das que eram consagradas pela concorrência. Esse foi o mais importante trunfo de sua estratégia e base sólida para montar a primeira loja, na Rua Cerro Corá, em São Pau-
Antônio Alberto Saraiva Idade: 53 anos Local de nascimento: Aldeia de Velosa (Portugal) Formação: Medicina Empresa: Habib’s Ramo de atuação: Alimentação fast-food Ano de fundação: 1988 Cidade-sede: São Paulo (SP) Número de funcionários: 15 mil Site: www.habibs.com.br
lo. “Comecei com a padaria do meu pai, e depois vieram outros negócios até conhecer a culinária árabe e acreditar que poderia popularizá-la.” Sua aposta foi alta, pois nessa área de atividade vencer as dificuldades e, principalmente, a concorrência não foi tarefa fácil. Para conquistar seu espaço, os investimentos foram realizados de forma planejada e em etapas, priorizando iniciativas voltadas ao público consumidor. “Procuro ser fiel às minhas convicções de que o mais importante é servir meu cliente com amor e respeito. Em função disso, procuro sempre resolver a difícil equação que prioriza qualidade e vantagens aos clientes praticando uma política de preços extremamente atraente”, diz. Tanto que os slogans adotados para as campanhas publicitárias da empresa abordam o preço baixo como destaque: “Nossos preços começam com zero” ou “Zero do Habib’s: Essa mania pega”. O molde criado e utilizado pelo marketing serviu de base para as principais ações empresariais em 2006. Na sua avaliação, foram voltadas para aperfeiçoar os processos de gestão. “Sobretudo os que buscavam a qualificação e valorização dos nossos colaboradores, e a satisfação do nosso consumidor”, diz. “Um dos pontos de destaque na valorização do Dezembro 2006 – Empreendedor – 19
Destaques de 2006 textura e muitas vezes até a receita. “Procuro um sabor que atenda ao maior número de paladares, pensando sempre num produto de grande aceitação e qualidade, que possa ser acessível ao consumidor”, diz. Participa ativamente na escolha dos ingredientes, no preparo e na apresentação dos novos itens. “Acompanho de perto todas as fases até o seu lançamento.” Saraiva também se preocupa com as ações de responsabilidade social do Habib’s. “O Mesa São Paulo e o Banco Rio de Alimentos são dois projetos em que disponibilizamos toneladas de alimentos já há nove anos, e já foram ajudadas mais de 180 instituições carentes”, diz. Outro é o Adiabc, no qual disponibiliza postos de detecção do diabetes em suas lojas do ABC. Somente em 2006, foram realizados dez mil testes. “Um grupo de lojas da rede estão com o projeto piloto, ‘Projeto Ciranda’, iniciado em julho, voltado para as famílias carentes da favela da Vila Andrade, zona sul de São Paulo, e tem como principal objetivo oferecer
a reorientação de saúde, meio ambiente e educação para as mães da comunidade local.” Segundo ele, as três iniciativas são de extrema responsabilidade para a alimentação e saúde de milhares de pessoas. Em reconhecimento, Saraiva recebeu diversas homenagens e premiações pelo trabalho desempenhado. O Habibs’s foi considerado, por dois anos seguidos, 1994 e 1995, a franquia do ano pela Associação Brasileira de Franquia (ABF), e em 1998, o Melhor Franqueador do Ano. Ganhou o Prêmio Alshop Visa 2004 e, em 2006, o Prêmio Consumidor Moderno de Excelência em Serviços ao Cliente. Para o próximo ano, as perspectivas dos negócios, na opinião de Saraiva, são as melhores possíveis. “Estamos crescendo por todo o país e ampliamos nossa participação no mercado, encerrando o ano com 295 lojas e 120 milhões de consumidores”, diz. A recémcriada marca Ragazzo já possui três lojas e outras cinco previstas para inaugurarem no início de 2007. PAULO VILLAR/DIVULGAÇÃO
consumidor foi o meu empenho em promover produtos do nosso mix que carregam o ‘zero vírgula alguns centavos’, ou seja, menos de R$ 1,00, com o qual elevamos em fevereiro (lançamento da campanha) a venda da bib’sfiha para 80 milhões de unidades.” Este ano também foi marcado pelo crescimento da nova marca do grupo Habib’s no nicho de alimentos: a Ragazzo, delivery de comida italiana. Para realizar essa ação, Saraiva se envolveu pessoalmente, o que é costume do empreendedor. “Acompanhei de perto toda a trajetória de lançamento, desde a criação de uma central específica para o Ragazzo até o desenvolvimento do mix de cardápio, recursos humanos e inauguração das primeiras lojas em São Paulo. É gratificante estar à frente de um novo projeto.” Ele aprecia tanto a culinária, que faz os próprios testes de novos produtos antes de serem lançados no mercado. Saraiva define o tipo de sabor, a
Habib’s: empreendedor faz os próprios testes de novos produtos antes de serem lançados no mercado
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Com a saúde do fitness Em ritmo de atleta, empreendedora se tornou referência em academias por
Fábio Mayer
Comandar um dos maiores empreendimentos na área de fitness do Brasil, a rede Rio Sport Center, é tarefa fácil para Cláudia Sabbá. Atividades físicas são uma constante em sua vida. Sempre freqüentava academias de ginástica e costumava praticar esportes, em especial squash, esqui aquático e windsurf. Modalidades propícias e muito comuns em uma cidade litorânea como o Rio de Janeiro. Mas ela não estava satisfeita apenas em ter uma vida saudável, só se sentiu realizada quando montou seu próprio negócio nesse ramo em 1992. “Inaugurei a primeira unidade na Barra da Tijuca e lembro perfeitamente que o sucesso foi tão grande, que só no primeiro dia fizemos 500 matrículas”, diz. As iniciativas empresariais de Cláudia são marcadas por sempre oferecer novidades na área de fitness. Neste ano, por exemplo, foi uma das primeiras na América Latina a implantar em academia uma técnica de condicionamento físico, semelhante a Pilates, chamada de Kinesis, que é feita em um aparelho específico formado por roldanas e cabos. Por meio dele, é possível simular a prática de diversas modalidades esportivas como windsurfe, natação, boxe e golfe. Outra novidade é a Power Plate, plataforma
(lembra uma esteira, mas que vibra) utilizada para intensificar os resultados, reduzindo o tempo necessário para fazer os exercícios. A própria criação da Rio Sport já foi um divisor de águas das atividades prestadas pelas empresas brasileiras que atuam na área. Isso porque, aos 28 anos, Cláudia implantou ações estratégicas fundamentadas na macroacademia. Na época, um conceito pioneiro no país, que contribuiu para modificar os moldes tradicionais de planejamento, organização e gestão de empreendimentos do mercado de fitness. Ou seja, academias que tenham o maior número possível de modalidades esportivas para atender clientes de perfis variados. A diversidade oferecida é uma forma de atrair um público maior e atender a diferentes necessidades. Com essa visão, passou a oferecer modalidades inéditas dentro das academias, como futebol praticado em quadras de grama sintética, vôlei de praia e tênis, por exemplo. A idéia de abrir a empresa surgiu depois de uma viagem para os Estados Unidos. “Em 1985, passei um tempo em Los Angeles (Califórnia), e lá freqüentei uma academia maravilhosa que já trazia a macroidéia em fitness, ou seja, muito mais que uma sala de ginástica e um professor”, diz. Mas o sonho só se concretizou sete anos depois. Enquanto isso, ela
Cláudia Sabbá Idade: 42 anos Local de nascimento: Rio de Janeiro (RJ) Formação: Direito Empresa: Rio Sport Center Ramo de atuação: Academia de ginástica Ano de fundação da empresa: 1992 Cidade-sede: Rio de Janeiro (RJ) Número de funcionários: 250 Site: www.riosportcenter.com.br
atuou em outros nichos. Chegou a trabalhar em um programa de televisão e foi franqueada na área de alimentos (uma de sorvetes e outra de comestíveis finos). “A oportunidade que tive foi ter uma mãe que acreditou em meu projeto e viabilizou a primeira academia.” Hoje, a Rio Sport da Barra é um complexo esportivo de 33 mil metros quadrados, uma das maiores academias do Brasil, sem ser clube. Em 14 anos de atuação, abriu mais duas unidades, a segunda na capital carioca (em Recreio) e outra localizada em Belo Horizonte. Para Cláudia, as principais dificuldades desse nicho são a necessidade de atualização constante e fortes investimentos na aquisição de equipamentos. Também é preciso estar atento às tendências, pois o Brasil é um dos maiores mercados na América Latina, com mais de 7 mil academias, freqüentadas, em média, por 2 milhões de pessoas. Vencer a concorrência, na sua opinião, passa por uma busca incansável, perseverante e determinada por apresentar novidades ao público. “Tanto esportivas quanto tecnológicas ou simplesmente que sejam divertidas para os alunos”, diz. Com essa proposta, criou diferentes programas com o objetivo de atender às mais variadas demandas. Um exemplo é o Rio Sport Kids, programa de atividades físicas voltado para crianças de 3 a dez anos de idade. OuDezembro 2006 – Empreendedor – 23
Destaques de 2006 tra aposta é oferecer no espaço das academias serviços complementares ligados ao bem-estar e à qualidade de vida, como salão de beleza, clínica estética e de fisioterapia, loja de produtos naturais, de roupas, de vitaminas e suplementos. A dica da empreendedora para consolidar e expandir o negócio nesse ramo de atividades é compartilhar bem-estar com os clientes. Conforme Cláudia, a satisfação deles é a principal chave para o sucesso e progresso. “Oferecer benefícios, sorteios, festas também são uma ótima maneira de conquistar e fidelizar os clientes. Fazemos com que os alunos sintam o quanto eles são importantes para nós”, diz. Baseada na premissa de que é no atendimento que se ganha o freguês, ela também prioriza em sua gestão o treinamento, a motivação e o aperfeiçoamento constante da equipe. Para ela, cativar ou não depende desses profissionais, pois são eles que vão
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estar em contato diariamente com a clientela. Costuma investir na qualificação dos funcionários com cursos, até no exterior, e palestras acadêmicas, que, na sua opinião, são importantes para unificar naturalmente o pensamento em um só caminho: satisfazer os clientes da Rio Sport.
Meta é tornar a Rio Sport Center referência em wellness, conceito associado à saúde e à qualidade de vida
As perspectivas são promissoras, e ela planeja, agora, investir na maior expansão da marca. Uma das formas é apostar no sistema de franquias. Mas a meta é tornar a Rio Sport Center referência em wellness, conceito que está substituindo o fitness, pois está mais associado à saúde e à qualidade de vida. A academia possui sala de musculação, de spinning, piscinas, sauna e hidromassagem, e quadras poliesportivas. São várias opções de atividade física como ginástica olímpica, jiu-jitsu, alongamento, natação, hidroginástica, street dance, lambaeróbica, forró, dança do ventre, pilates, power yoga e boxe. Ao todo, são mais de 30 modalidades. Para gerenciar tudo isso, somente com muita garra, força e dedicação. Mas sua admirável determinação se justifica: Cláudia é apaixonada pelo que faz. “Gosto tanto do que eu faço, que administrar a rede de academias é uma brincadeira de criança grande”, diz.
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A voz do call center Cláudio Luiz Moreira de Sá aposta nas iniciativas e nas soluções sintetizadas no momento certo
CARLOS PEREIRA
por
Fábio Mayer
“O telefone solicitado é...” Esta foi uma das frases que o empreendedor Cláudio Luiz Moreira de Sá mais escutou enquanto desenvolvia uma ferramenta inédita para o mercado nacional de telefonia baseada em aplicações de voz para o auxílio à lista. Era inevitável ouvi-la repetidas vezes, principalmente quando realizava algum teste, mas também necessário, pois tudo teria que funcionar perfeitamente. O momento marcou o começo das atividades da Teclan Tecnologia, fundada em 1991, especializada em softwares para call centers e contact centers. Também o início da caminhada de Sá para uma posição de destaque na área, por suas ações e seu desempenho como empreendedor, nesses 15 anos de sucesso à frente do seu negócio. A empresa já nasceu com uma missão definida nesse nicho. A estratégia era viabilizar a sintetização de voz para o auxílio à lista, ainda na época do sistema Telebrás. Virou referência na área. O sucesso foi imediato devido ao pioneirismo, e a empresa, em pouco tempo, passou a atender em todos os Estados brasileiros. “Cresceu de maneira vertiginosa e fortemente calcada nessa solução exclusiva”, diz.
A aceitação da ferramenta e a desenvoltura de atuação nesse mercado contribuíram para consolidar a empresa e o aparecimento de oportunidades. A tecnologia criada suportava, ao mesmo tempo, milhares de ligações de usuários. A partir da experiência e do conhecimento adquiridos na área, foi possível desenvolver diferentes aplicações para trilhar novos caminhos. “A Teclan acabou ganhando um expertise muito grande no negócio chamado call center, e isso foi muito útil na hora em que veio a privatização”, diz. Com a desestatização da Telebrás, no governo de FHC, Sá mudou de estratégia. Passou a fornecer produtos e serviços para empresas de todas as áreas e portes, em particular às operadoras de telefonia. “Foi uma correria no mercado nacional, mas como a Teclan já tinha expertise de anos de atuação na área, acabou se posicionando muito bem nessa transição do modelo estatal para o privado.” A gestão passou a ser focada em diferentes grupos de produtos, buscando atender à demanda dos clientes. Vieram soluções para automatizar processos, otimizar recursos e facilitar a gestão das operações em calls centers como gravadores, dis-
Cláudio Luiz Moreira de Sá Idade: 52 Local de nascimento: Porto Alegre (RS) Formação: Economia Empresa: Teclan Tecnologia Ramo de atuação: softwares para call centers e contact centers Ano de fundação da empresa: 1991 Cidade-sede: Florianópolis (SC) Número de funcionários: 35 Site: www.teclan.com.br
cadores, soluções de monitoração, report server, workforce management e PABX IP. “Durante todo esse tempo, temos experimentado curvas de crescimento gradativo e constante, sem sobressalto”, diz. A taxa de crescimento da Teclan é de 10% ao ano. Depois do espaço conquistado, a meta é expandir. A empresa tem se preparado nos últimos três anos para enfrentar o mercado externo, principalmente nos países de língua espanhola da América Latina. Foi preciso conhecer antes a legislação e o processo de exportação para cumprir as regulamentações internacionais. A área de marketing vai visitar alguns países-pólo para fazer um diagnóstico mais preciso, por exemplo, identificar demanda e parceiros, e planejar os próximos passos. “A partir daí, arregaçar as mangas e realmente atacar esses mercados.” Sá considera que desenvolver as próprias soluções é o grande mote para se destacar nesse ramo. Não só por causa da agilidade de resposta diante dos pedidos, mas também de tratamento e relação com os clientes. É possível, por exemplo, oferecer desde suporte pró-ativo 24 horas por sete dias da semana, que monitora e detecta qualquer anormalidade, até a resolução dos problemas. Para isso, investe de maneira Dezembro 2006 – Empreendedor – 27
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Teclan: ferramentas automatizadas com recursos de aproximação fonética e velocidade de resposta
incisiva na capacitação profissional, na melhoria das soluções, eficiência de processos e em inovação tecnológica. Contribuiu para os resultados positivos a parceria de pesquisa e desenvolvimento que mantém com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os investimentos são feitos com capital próprio. “Temos uma certa rigidez da administração financeira: do faturamento médio, por exemplo, do ano, são reservados de 5% a 7% para esse propósito. Tentamos seguir isso como referência”, diz. Conforme Sá, por atuar 100% na área de tecnologia as exigências são maiores para conseguir um financiamento. O motivo, comum a todos os empreendimentos de base tecnológica, é que o capital intelectual é a única garantia real em contrapartida ao empréstimo. “Perdese o timing (tempo certo) do mercado para lançar um novo produto, então a empresa prefere não ficar dependendo disso e partir com recursos.” Durante esses 15 anos, as iniciati-
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vas de Sá são convertidas em desempenho e em muitos prêmios. A Teclan foi considerada pelo Anuário Telecom 2006 como a segunda empresa mais eficiente no ramo de desenvolvimento de softwares para o mercado brasileiro de telecomunicações. Também foi selecionada pelo Anuário 2006 Informática Hoje como uma das 200 maiores companhias de software do país. “São muito bem-vindos, pois todo prêmio motiva. Eles são a representação de uma conquista, e a maior delas é o sucesso dos produtos e, conseqüentemente, a obtenção de mercado”, diz. “A meta da Teclan é pontuar ainda mais para poder conseguir cada vez mais ter reconhecimento do mercado.” A consagrada frase (“O telefone solicitado é...”) digitalizada do auxílio à lista vai continuar famosa. Mas as atuais aplicações de voz da Teclan lêem textos e reconhecem a fala natural, por exemplo, e podem ser integradas a outras tecnologias. A aposta e a confiança de Sá no auxílio à lista também são as mesmas. O produto é
fonte de informação e de receita para o cliente, contribuindo para atingir as metas e implementar padrões. Mas agora a ferramenta é automatizada com recursos de aproximação fonética, velocidade de resposta e maior facilidade de operação para agentes e supervisores. Indicadores de atendimento informam quantos usuários estão na fila e o tempo que cada um deles está à espera, e oferecem a função de completar a chamada para o número consultado. Para a telefonia móvel, algumas novidades justificam o desempenho de crescimento da empresa. O usuário pode acessar o serviço 102 via internet no celular e fazer consultas com base na sua posição geográfica. Completam o portfólio da Teclan programas de treinamento para a reciclagem ou formação de novas equipes, que visam a aprimorar o uso e melhorar os resultados dos softwares desenvolvidos pela empresa, e serviços de consultoria para orientar a implantação de soluções voltadas a call centers.
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A pioneira da inclusão Dona Dorina, educadora de estudantes cegos, é nome de fundação e aos 87 anos aprende a usar computador
CASA DA PHOTO
por
Camila Stähelin
Dorina de Gouvêa Nowill, ou dona Dorina, como prefere ser chamada, aos 87 anos de idade, surpreende e encanta com sua lucidez e sua história de vida. Fundadora e presidente vitalícia e emérita – termo que considera difícil, “há pessoas agora que me chamam de dona Emerita”, diz – da Fundação Dorina Nowill para Cegos, é responsável por introduzir a imprensa braile no Brasil e desenvolver uma série de ações que deram início à chamada educação inclusiva na rede pública de ensino. “Tem gente que diz que a inclusão é um trabalho recente. Isso é porque não sabem que aqui mesmo, no país, já fazíamos a inclusão sem ter esse nome”, afirma a senhora, que é casada, mãe de cinco filhos e avó de 12 netos. A educadora nasceu em 1919, na capital paulista. Teve uma educação muito rígida. Por nove anos, estudou em regime de internato. Desejava tornar-se médica, mas um acidente fez com que mudasse seus planos. Quando terminou o ensino secundário, aos 17 anos, devido a uma patologia ocular, ficou cega. Em vez de se revoltar, aceitou sua nova condição. Permaneceu sem estudar por um tempo, até que recebeu um convite para freqüentar a Escola Caetano Campos de formação de professores. “Meus pais relutaram bastante. Pedi muito à mamãe que deixasse eu voltar a estudar, até que ela
autorizou” , diz a autora da autobiografia, publicado em 1996 e intitulada ...E eu venci assim mesmo. A nova aluna foi bem acolhida pelos colegas e professores. D. Dorina diz que não sofreu preconceito em momento algum. “Todos me receberam muito bem.” Cada professor agia de uma forma diferente na tentativa de melhor adaptar-se às necessidades da estudante, que participava integralmente das aulas. “O pior era quando eu fazia prova. Enquanto os outros alunos respondiam a algumas poucas questões, por escrito, eu precisava saber a matéria inteira para a prova oral. Uma vez, tive que fazer três provas à tinta, com régua e caneta. Até hoje, não sei o que saiu, mas fiz.” Na disciplina de Metodologia, havia um estágio em que as estudantes se organizavam em grupos de oito pessoas para o ensino em escolas públicas. “No meu grupo, repetíamos o trabalho com crianças cegas.” A iniciativa acabou sendo oficializada na disciplina e virou uma especialização. Dorina começou a batalhar para o reconhecimento do curso junto ao Departamento de Educação da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Depois de muito empenho, formalizou-se o primeiro curso na América Latina especializado na educação de cegos, realizado dentro de uma escola de formação de professores, e que se transformou num curso regular. “Estávamos em plena Segunda
Dorina de Gouvêa Nowill Idade: 87 anos Local de nascimento: São Paulo (SP) Formação: Educadora Empresa: Fundação Dorina Nowill para Cegos Ramo de atuação: Ano de fundação da empresa: 1946 Cidade-sede: São Paulo (SP) Site: www.fundacaodorina.org.br
Guerra Mundial. Não vinha material de lugar algum. Ensinávamos braile em um processo bem rudimentar, sem máquinas, para pessoas de visão normal, para que depois pudessem ensinar para os estudantes cegos.” Começava ali um processo de educação inclusiva nas escolas. O trabalho e a dedicação desse grupo de educadoras, junto com outros profissionais, resultaram na inauguração da Fundação para o Livro do Cego no Brasil (FLCB), em 11 de março de 1946, através do registro em cartório de seu primeiro estatuto. O objetivo principal da organização sem fins lucrativos era a produção de livros através da criação de uma imprensa braile. Em 2006, completou 60 anos de atividades, atuando na produção de livros em Braille e livros falados, e oferecendo serviços de atendimento especializado ao deficiente visual e sua família, nas áreas de avaliação e diagnóstico, clínica de baixa visão, educação especial, reabilitação e colocação profissional. Atualmente, a organização produz, por ano, em média 17 milhões de páginas em braile, 22 mil exemplares de livros e revistas falados, e realiza 19 mil atendimentos especializados ao deficiente visual. Com este resultado, mais de 1.300 organizações em todo o país são atendidas gratuitamente. Logo que a fundação foi criada, Dorina e outras duas pessoas, que faziam parte de seu grupo da escola Caetano, Dezembro 2006 – Empreendedor – 31
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de prevenção à cegueira. Ocupou importantes cargos em organizações internacionais de cegos, foi um dos membros fundadores do Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos, atual União dos Cegos, órgão consultor da Organização das Nações Unidas (ONU), tendo sido a única mulher eleita para assumir a presidência desse conselho. Quando fez 80 anos de idade, não queria mais desempenhar o cargo de presidente da fundação, que dois anos depois, em 1991, viria a se chamar Fundação Dorina Nowill para Cegos, em sua homenagem. Por fim, foi convencida a assumir a função de presidente emérita e vitalícia, e foi criado o cargo de presidente executivo. “Não se faz uma empresa sem empresário. Obras são empresas, não adianta continuar achando que não.” Desde então, tem tido mais tempo para ficar em casa. E quando perguntada sobre o que faz nesses momentos, a resposta é rápida e direta. “Cuido da minha casa, como qualquer outra pessoa. Apesar de saber, prefiro não cozinhar mais, por questão de segurança. Já treinei três cozinheiras. Há um livro de uma senhora cega que é ótima na cozinha, ela explica,
por exemplo, como perceber quando um assado está quase no ponto.” Considera que, em todo esse tempo, os avanços na área da informática, particularmente, ajudaram a vida dos portadores de necessidades especiais. “Eu mesma, aos 87 anos, estou aprendendo a mexer no computador. Não existe idade para a gente tentar. Participar da vida em sociedade sem informação é muito difícil, eu diria que é impossível. Tornar a informação disponível se chama acesso. E é isso que é inclusão.” A mulher que já ganhou dezenas de prêmios, condecorações e títulos no país e no exterior, como reconhecimento de sua persistência e dedicação nesses 60 anos de trabalho, diz: “O mérito não é só meu, é da minha equipe. Tivemos sorte de todo o trabalho ter começado dentro de uma escola de formação de professores. O nosso principal interesse foi e é de incluir o cego para participar de todo o desenvolvimento da educação e da vida em sociedade. Acredito que a inclusão verdadeira somente se dá quando se tem a compreensão universal do problema. Mas, se formos esperar pelo excelente para começar, ninguém sai do lugar.” CASA DA PHOTO
ganharam uma bolsa de estudos para os Estados Unidos. “Durante um ano e meio, fizemos estágios em 13 Estados norte-americanos. Foi uma experiência maravilhosa.” Lá conheceram as chamadas “classes braile”, salas específicas para portadores de deficiência visual. “Quando voltamos ao Brasil, propusemos um sistema parecido com o que havíamos vivenciado.” Crianças cegas deveriam freqüentar as mesmas escolas e as mesmas salas de aula de outras de visão normal. Sendo assim, nas instituições em que houvesse pelo menos seis estudantes deficientes visuais, passaria a ser obrigatória uma sala de recursos, para aprenderem o sistema braile e consultarem materiais adaptados às suas necessidades. Dorina reconhece que há casos em que escolas específicas para cegos são necessárias, como as chamadas escolas residenciais que existiam no Nordeste. “A Escola para Cegos da Bahia ficava em Salvador e era para os que moravam no interior. Vinham para essa escola residencial, mas cursavam o Primário na escola pública ao lado.” Em 1948, assim que voltou ao Brasil, assumiu a presidência da FLCB. Acabou acontecendo uma fusão natural do antigo grupo da Caetano com as pessoas que a partir de então trabalhariam na fundação. “Nós nem sabíamos que havia serviço voluntário. O que queríamos era realizar nossos objetivos. Hoje, se fala muito em voluntariado, em responsabilidade social, mas deve haver sempre a preocupação de se estar fazendo algo que seja, de fato, de necessidade para a comunidade. Nossa preocupação sempre foi nesse sentido. Primeiro, pensamos em livros, depois em recursos, em seguida em serviços para copistas e formação de professores, e assim foi.” Dona Dorina implementou uma série de mudanças nos serviços para os deficientes visuais em todo o mundo. De 1953 a 1970, dirigiu o primeiro órgão nacional de educação de cegos, período em que desenvolveu cursos de preparação de professores para o ensino de cegos, centros de reabilitação e programas
Fundação Dorina Nowill: objetivo é incluir o cego para participar de todo o desenvolvimento da educação e da vida em sociedade
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Vendedor de sonhos Guilherme Paulus inaugurou o turismo de massa no país e se prepara para vender viagens em supermercado por
Camila Stähelin
Guilherme Paulus é o presidente e proprietário da CVC Turismo, a maior agência do ramo no Brasil, responsável por 60% dos pacotes comercializados em todo o território nacional, prestes a alcançar a marca de 10 milhões de passageiros transportados. No final da década de 1970, ganhou o mercado ao organizar grupos de viagem, focando os grêmios de funcionários das indústrias e departamentos sociais do ABC paulista, inaugurando, dessa forma, o conceito de turismo de massa através de pacotes rodoviários. “Nosso objetivo sempre foi permitir o acesso dos brasileiros ao turismo, oferecendo àqueles que sonham viajar um dia a possibilidade de realizarem seus sonhos, com uma gama de produtos que caibam no seu bolso e com amplas facilidades de pagamento”, diz. Neste segundo semestre de 2006, o empresário investiu ainda mais na estratégia de levar seus serviços para onde os consumidores estão. A aposta da vez são os supermercados. “Precisamos criar facilidades para nossos clientes, e estar presentes em pontos-devenda que podem ficar abertos fora do expediente normal e que ofereçam estacionamento.” Através de uma parceria com a rede Carrefour, serão abertas, até o final de 2008, cem novas lojas da CVC nos hipermercados da rede francesa. “Na medida em que criamos
maior facilidade aos clientes do Carrefour, ampliamos nossa oferta e, com isso, as vendas, sempre oferecendo as viagens dos sonhos que cabem no bolso do consumidor.” Os pacotes turísticos serão apresentados nas gôndolas de supermercados. “Entendemos que as viagens devem ser vendidas no varejo como são comercializados os demais produtos de consumo”, diz o dono de um negócio que deve embarcar 1,5 milhão de passageiros neste ano. Paulus nasceu em 1950 na capital paulista. Desde a escola, sonhava em ser médico, mas a condição financeira da família não permitia que fizesse uma faculdade e não trabalhasse. Como Medicina era em período integral, acabou optando por Administração de Empresas. Seu primeiro emprego foi como programador da IBM, na área de informática. Com 22 anos, tirou suas primeiras férias e com o dinheiro do trabalho foi viajar para a Europa, onde conheceu muitos países. Assim que voltou de viagem, decidiu que não trabalharia mais com informática, por considerar muito desgastante e não lhe permitir o contato direto com as pessoas, já que atuava na área técnica. Começou a procurar emprego nos jornais, até que viu um anúncio de uma agência de turismo que estava contratando vendedor. Começava ali sua carreira no turismo. Ficou nesta empresa por um ano e meio. Depois, trabalhou mais oito meses em uma ou-
Guilherme Paulus Idade: 56 anos Local de nascimento: São Paulo Formação: Administração de empresas Empresa: CVC Turismo Ramo de atuação: Agência de Viagens Ano de fundação da empresa: 1972 Cidade-sede: Santo André (SP) Número de funcionários: 800 Site: www.cvc.com.br
tra agência. Até que foi para outra operadora, que lhe permitiu fazer um cruzeiro marítimo pelo Brasil. Nesta oportunidade, conheceu o deputado estadual de São Paulo Carlos Vicente Cerchiari, que lhe propôs uma sociedade. O político pretendia montar uma agência de turismo em Santo André (SP), seu reduto eleitoral. Guilherme Paulus mal conhecia a região, mas, depois de muita conversa e meses de negociação, acabou aceitando a proposta. Em maio de 1972, nascia a CVC Turismo, hoje uma das dez maiores operadoras do mundo. Quatro anos depois, com a saída de Cerchiari, a agência passou a ser administrada com a esposa, Luiza Paulus. Mesmo sem o sócio que deu origem ao nome da empresa, o casal manteve a sigla, que já estava ficando conhecida no ABC. Em meados de 1980, a agência já contava com uma carteira de clientes formada por mais de 300 grêmios e associações brasileiras para o turismo rodoviário. Foi também nesse período que surgiram os projetos cooperados, o primeiro deles firmado com a Empresa Amazonense de Turismo, a Vasp e redes hoteleiras, que serviram de mola propulsora para a venda de uma grande quantidade de viagens a Manaus, Salvador, Fortaleza, Maceió e Serra Gaúcha. “Com o sucesso alcançado, continuamos a investir nos cooperados, obtendo excelente resultados ao fazer parcerias com órgãos oficiais de turisDezembro 2006 – Empreendedor – 35
Destaques de Destaques de 2006 2006 mo.” Essas ações ajudaram Guilherme Paulus a atingir um público cada vez mais diversificado, já que, até então, viajar era privilégio das classes mais altas. “Investimos em todas as classes sociais, mas, principalmente, nas camadas mais baixas.” “Em 1989, compramos cem mil passagens aéreas da Vasp. Esse volume representava 50% de todo o movimento mensal da companhia aérea. O empreendedorismo da operadora foi noticiado até pela imprensa internacional como case de marketing”, diz o proprietário da agência que atualmente comanda uma média de 150 vôos fretados por semana. Esse bom desempenho fez com que, cerca de quatro anos depois, a empresa começasse a fretar aviões inteiros para uso exclusivo de seus passageiros. As primeiras viagens foram para Maceió, Natal, Porto Seguro, Serra Gaúcha e para a Pousada do Rio Quente. No final da década de 1990, passaram a comercializar pacotes internacionais, para a Europa e a Ásia. Como é de se esperar do proprietário da maior agência de viagens do país, Paulus é um viajante inveterado. Acredita que, para montar um bom roteiro, é preciso conhecer bem o destino, por isso se orgulha em dizer que conhece 99% dos roteiros da CVC. Além disso, caso surja algum compromisso-relâmpago, o que é bastante comum, tem em seu escritório uma mala com umas três peças de roupa escolhidas pela sua mulher, Luiza, com quem mantém um casamento de mais de 30 anos. Ao longo dos anos, a operadora foi expandindo seu mercado e, há dois anos, além das viagens rodoviárias, aéreas, rodoaéreas, passou a oferecer também cruzeiros marítimos. “Na temporada de 2004, trouxemos, pela primeira vez ao país, o navio espanhol Blue Dream, para oferecer cruzeiros pelo Brasil e regiões como Argentina, Uruguai e Terra do Fogo”, afirma o empresário. Hoje, a empresa é a única a atuar neste segmento no Brasil com a
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CVC: o conceito de turismo de massa começou com os pacotes rodoviários e evoluiu para os cruzeiros de luxo
maior frota de navios. “Em 2007, teremos cinco navios navegando pelos mares brasileiros: Blue Dream, Grand Voyager, Mistral, Pacific e Sky Wonder.” Um dos mais recentes empreendimentos da CVC, previsto para inaugurar no próximo ano, é um resort localizado na praia do Mosqueiro, em Aracaju (SE). Feito em parceria com o Banco do Nordeste, o investimento foi de cerca de R$ 80 milhões em uma área de um milhão de metros quadrados, que contará com 270 apartamentos, 50 bangalôs, sendo 20 deles em palafitas sobre a água do mar, e um centro de convenções. O resort vai se juntar aos outros dois hotéis da agência: o Serrano e o Toscano, ambos em Gramado (RS). Também a partir de janeiro do próximo ano, a empresa vai lançar “O mundo para brasileiros”, que consiste em um ônibus nacional viajando em terras estrangeiras. A iniciativa não é original, já que a extinta agência carioca Soletur – líder do mercado do turismo até 2001, quando fechou as portas – fez algo do gênero com “Um ônibus brasileiro nos Estados Unidos”. O piloto do produto já está pronto, e, assim como com a antiga concorrente, a viagem acontecerá nos EUA. Um ônibus sairá de Miami, numa excursão de duas semanas até Nova York (ou ao contrário, para quem preferir), com diversas paradas no roteiro. Caso a empreitada dê certo, a CVC pretende expandir o produto para roteiros pela América do Sul (Buenos Aires e Chile) e África do Sul. Apesar de iniciativas externas, Guilherme Paulus afirma que o mercado do turismo tem muito a ser desenvolvido no Brasil e, por isso, pretende não parar de investir em iniciativas nacionais. “O turismo brasileiro ainda tem um potencial muito grande para crescer, e vamos continuar a oferecer produtos condizentes com o bolso dos consumidores.”
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Um banho de competência Leonardo Senna soube tirar das lições familiares o melhor proveito e progredir
por
Fábio Mayer
Seriedade e determinação são heranças que Leonardo Senna Silva recebeu de sua família. Delas, soube tirar o melhor proveito e progredir. Essas virtudes são parte do seu diaa-dia e marcam sua postura em relação ao sonho, ao planejamento, às decisões e conquistas. Também estão incorporadas na sua maneira de empreender e conduzir os negócios. Transformaram-se em ferramentas de aprimoramento contínuo do trabalho, moto-perpétuo do desempenho pessoal e profissional, em busca, não apenas da realização, mas do êxito dos projetos, mesmo que sejam em ramos distintos de mercado, como na representação e distribuição de veículos, no agronegócio e em tecnologia da informação. “Conciliar dois ou três negócios de que a pessoa gosta é mais fácil do que ter um negócio no qual ela não tenha prazer”, diz. O empenho em realizar projetos vem desde cedo. Quando criança, já tinha vontade de criar produtos e empreender. “Um dos ‘negócios’ que fiz foi fabricar raquetes de pingue-pongue, aos dez anos, mas, sinceramente, não me lembro de ter vendido alguma”, diz. Mas o nicho que prefere é, sem dúvida, o tecnológico. Sempre gostou de desenvolver projetos que estivessem relacionados com equipamentos eletrônicos. Criar, de-
senvolver e solucionar são verbos que evidenciam essa paixão e estão presentes nas suas principais ações como empreendedor. Encontra uma maneira de poder envolver algum tipo de aplicação na área, aliando sempre tecnologia nos negócios. Melhor ainda se o empreendimento atuar especificamente nesse ramo. “Aos 16 anos, comecei de fato um negócio na área de informática: desenvolvíamos software e periféricos (hardware) para micro computadores”, diz Senna. Em 1982, nasceu sua primeira empresa, batizada de Cibertron. Na época, Senna já estava antenado com as novidades e tendências do mercado, tanto que uma das atividades do negócio foi a representação de jogos para a MSX (marca de computador que foi uma das responsáveis pela popularização da informática no Brasil). Mas a falta de estímulo à importação de tecnologia por parte do governo fez com que ele deixasse de lado seu projeto. Procrastinou, mas não desistiu do sonho de dar continuidade a uma empresa de TI. O obstinado sentimento de dever não cumprido foi finalmente apaziguado em 2000, com a fundação da IHouse, especializada em soluções de tecnologia para equipar casas, apartamentos e hotéis. Foram mais de R$ 2 milhões de investimentos em pesquisa e desenvolvimento de sistemas inteligentes com o objetivo de oferecer
Leonardo Senna Idade: 40 anos Local de nascimento: São Paulo Formação: Ensino Médio Empresa: IHouse Ramo de atuação: Produtos voltados à inteligência residencial Ano de fundação da empresa: 2000 Cidade-sede: SP Número de funcionários: 25 Site: www.ihouse.com.br
conforto, segurança e qualidade de vida. “A tecnologia e a inovação sempre me atraíram, e essa área é basicamente movida por esses dois itens.” Um dos principais produtos é a banheira inteligente, que, literalmente, prepara o banho. Não é necessário interferir no processo, a não ser quando o usuário pretende acionar o equipamento a distância. Nesse caso, a única ação é telefonar. A ligação pode ser feita por celular ou de aparelhos fixos, e quando tudo estiver pronto, a banheira telefona para o usuário avisando-o por meio de um sistema de voz. Também faz a autolimpeza e o monitoramento dos próprios dispositivos e, ao detectar alguma falha, chama automaticamente a assistência técnica. Outros produtos que a empresa de Senna fabrica são: fechadura com impressão digital, chuveiro inteligente, identificador de placas, sistema digital de videomonitoramento, sauna inteligente, auxílio à manobra de veículos e sistemas de automação de iluminação. Atualmente, o perfil de clientes da IHouse é focado apenas para construtoras e incorporadoras. Senna também se destaca pela gestão aliada à tecnologia e a práticas sociais no agronegócio. Uma das fazendas da família, localizada nos municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, possui 6,2 mil hectares de terra utilizadas para culDezembro 2006 – Empreendedor – 39
Destaques de 2006 tivo de algodão, café, soja, milho e criação de cinco mil cabeças de gado. O gosto pela área foi motivado pelo pai, Milton, empreendedor rural desde a década de 1960. O principal produto é o algodão. Depois de ter sido colhido, vai para o beneficiamento, que é realizado na própria fazenda. Separadas do caroço, do qual é extraído o óleo vegetal, as plumas são classificadas e, em seguida, armazenadas em fardos de 200 quilos. Os grãos de café também passam por processo semelhante, antes de serem exportados para a Itália e a Alemanha. Todas as plantações, incluindo as de soja e milho, são cuidadas por profissionais capacitados, que utilizam PDAs (computadores de bolso) para coletar e enviar informações. Outro negócio da família sob o comando do empreendedor foi a Senna Import. Herdou a empresa criada pelo irmão e piloto Ayrton, em 1993, e manteve a parceria com a Audi para representar e distribuir no Brasil peças de reposição e veículos produzi-
dos pela fabricante alemã. Nos seis anos seguintes, campanhas de marketing marcaram o crescimento da comercialização dos veículos da marca, antes desconhecida no país. Uma das iniciativas foi a publicação da Audi Magazine, revista de informação e entretenimento. Os resultados positivos trouxeram, no final de 1999, a fábrica da Audi, primeira localizada fora da Alemanha, para a cidade paranaense de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. No ano seguinte, a parceria virou uma joint-venture entre os dois grupos, surgindo a Audi Senna. A tentativa de se fixar em definitivo no mercado brasileiro fez com que a fabricante optasse por comprar 51% do negócio, e o Grupo Senna passou a deter 49% de participação. Em 2001, houve o auge das vendas da marca no Brasil, mais de 11 mil veículos comercializados. Parte do sucesso se deve ao início da produção do modelo A3 e às campanhas que envolveram a promoção do carro desde seu lançamento.
Banheira inteligente da IHouse: não é necessário interferir no processo, a não ser quando o usuário pretende acionar o equipamento a distância. Nesse caso, a única ação é telefonar
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O conhecimento adquirido com a representação contribuiu para que Senna intensificasse as ações de marketing. Uma das idéias de divulgação, por exemplo, foi passear com o veículo pendurado em um helicóptero pelo centro de São Paulo. Ano passado, a sociedade foi desfeita e, a empresa alemã passou a controlar totalmente as operações. “Vendemos nossa parte da Audi Senna, com isso a própria Audi passou a distribuir seus produtos”, diz. Mas Senna não abandonou seu projeto e sua atuação por completo no ramo automobilístico. Em substituição à Audi Magazine, o ex-sócio lançou em 2006 a revista bimestral A Magazine, que trata de estilo de vida e automóveis de luxo. As perspectivas para 2007 incluem a busca de novas parcerias ou ainda a retomada de alguma delas. “Este é um momento de transição. Posso dizer que saímos de um negócio de dez anos que foi um sucesso, e agora procuramos outro”, diz.
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Nome com marca e sabor Maria Helena usa a memória para fazer da sua plantação de café um ato de criação empreendedora
TOMAS MAY
por
Fábio Mayer
As lembranças levaram Maria Helena Monteiro Alves Bastos de volta para a terra onde nasceu e cresceu. Dessa vez, para empreender. O amor pelo cultivo do café foi mais forte que a carreira construída por mais de vinte anos como executiva de uma empresa multinacional e a fez perseverar na conquista de um sonho. “Só que, para realizá-lo, não basta apenas querer, e aí é que o negócio dá trabalho e precisa de muita garra, muita luta para não desistir, pois há momentos difíceis de serem superados”, diz. Ela conseguiu vencer todas as dificuldades e hoje é referência no mercado de cafés especiais com um produto que leva seu nome: Café Helena. Há oito anos, Maria Helena deixou a cidade grande para regressar à Fazenda Monte Alto, localizada na cidade paulista de Dourado, a cerca de 280 quilômetros de São Paulo. Mas ao chegar não sentiu o provocativo aroma dos grãos nem viu as plantações de café. No lugar, havia o cultivo de cana-de-açúcar, mais rentável e que se adaptou bem à região. Não desistiu diante dessa situação e das opiniões contrárias que surgiram, nem mesmo quando foi chamada de louca por pretender regressar à cultura cafeeira. Trabalhou quatro meses na lavoura para conhecer de perto todo
o processo. “A cafeicultura foi um resgate, porque essa fazenda sempre teve café, desde a época do meu avô. A luta tem sido árdua, cheia de muito trabalho e investimento”, diz. Os cafezais só começaram a produzir frutos a partir do terceiro ano. Quando, enfim, chegou a hora de colher, em 2001, o valor da saca de café retraiu em cerca de 30% no mercado nacional. A solução encontrada pela empreendedora foi esperar a situação normalizar. Armazenou o produto até o preço subir novamente, mas isso começou somente no ano seguinte. Aos poucos, parte da safra passou a ser industrializada. “Depois, quando o preço melhorou, vendi tudo para poder continuar o investimento, ajudando no custeio.” Mas, para fugir da crise de preços baixos, teria que implantar medidas mais ousadas. Maria Helena investiu na verticalização da cadeia produtiva na fazenda: plantar, cultivar, colher, secar, armazenar, classificar, torrar, moer e embalar o café. “Consegui cortar intermediários e com isso optei por ter um diferencial, fazer um café de qualidade, que agregava também valor ao preço do produto.” No início, a estratégia foi adotada meramente para poder sobreviver no mercado. Em seguida, foi a maneira encontrada para garantir um controle constante e rigoroso da manutenção
Maria Helena Monteiro Alves Bastos Idade: 56 anos Local de nascimento: Dourado (SP) Formação: pós-graduada em Ciências Sociais Empresa: Fazenda Monte Alto Ramo de atuação: agronegócio Ano de fundação da empresa: 1998 Cidade-sede: Dourado (SP) Número de funcionários: 20, e na época da colheita vai para 60 Site: www.cafehelena.com.br
da qualidade. “Estou preparando a fazenda para a certificação, que deve acontecer em 2007. São muitos procedimentos que estou implantando e já estou quase no final”, diz. Na sua avaliação, ter qualidade no produto desenvolvido, ter padrão e garantia de entrega é mais importante que diversificar os investimentos. Essa é uma solução muito comum no agronegócio, para enfrentar possíveis problemas como quebra de safra, por exemplo, mas ela não aconselha fazer muito isso. O risco, principalmente para o pequeno empreendedor, é deixar de acumular conhecimento e experiência no desenvolvimento de um produto, podendo perder o foco. “Se o negócio faz de tudo um pouco, fica pequeno demais e perde a identidade, transformando-se em produtor de subsistência”, diz. “É preciso também fazer um planejamento de vendas e do preço do produto para ter uma média que garanta a sua sobrevivência na época de baixas. Deve-se manter um caixa para essas horas.” Atividades complementares que venham contribuir para o desenvolvimento do café são bem-vindas. A plantação de 777 mil pés de café é consorciada com carneiros. A criação é uma maneira de eliminar naturalmente capins e matos, e de adubar a terra com as fezes do animal. “Serve de testemunho de que o meu café é ecologiDezembro 2006 – Empreendedor – 43
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camente correto. Outro benefício é o aproveitamento das áreas que não são propícias ao plantio do café.” A sensibilidade feminina é marca de sua gestão. A empreendedora se sente realizada com o que faz, e isso transparece na relação auto-sustentável do negócio com o meio ambiente. Existe uma intimidade que beira o mutualismo, ou seja, um proveito mútuo. É de costume plantar várias espécies de árvores nativas, e preservar a fauna e a flora existentes, mais de 20% são matas originais. Ela também planta uma roseira em cada um dos talhões (porção do terreno) da lavoura, símbolo do solo fértil, e da dedicação e o cuidado com a natureza. “Temos muito respeito pela natureza, e o cuidado que estamos tendo com ela está nos trazendo de volta muitos pássaros e bichos que tinham desaparecido da região”, diz Maria Helena. A preservação está presente também nas edificações da Fazenda Monte Alto, que datam da época do período colonial do Brasil, 1813. Equipamentos antigos foram adaptados para trabalhar em harmonia com os mais modernos, com a meta de valorizar e “trazer mais charme” à produção. “Restaurei um casarão bicentenário e recuperei toda a fazenda, que estava bem desgastada.” A única tradição que
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Fazenda Monte Alto: casarão bicentenário e toda a fazenda foram restaurados na nova gestão
TOMAS MAY
não se manteve foi a secular exclusividade masculina no comando da produção, hoje nas mãos de uma mulher. Seus ideais são baseados principalmente no respeito ao ser humano. Para ela, é possível contribuir com a cidadania, que implica a melhora da auto-estima e da qualidade de vida das pessoas, dando pelo menos moradia adequada aos funcionários residentes e transporte coletivo aos que não moram na fazenda, além de investir na capacitação e pagar salários justos. Com esse objetivo, chegou até a fazer uma parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, com assembléias realizadas no próprio local. “São elas que nos ajudam a fazer de tudo isso uma realidade”, diz. Com sua história e iniciativas, Maria Helena conquistou seu espaço. Em reconhecimento, ela ganhou por dois
anos seguidos o primeiro lugar no Concurso Regional da Região Central de São Paulo na amostra de café Cereja. Em 2006, também foi uma das vencedoras do Prêmio de Mulher Empreendedora concedido pelo Sebrae, que homenageia dez empreendedoras no Dia Internacional da Mulher. “Sabia que o trabalho que concretizei era realmente uma realização empreendedora, cheia de fortes atitudes, coragem, persistência, porém nunca imaginava que seria coroada por tudo isso. Muitos fazem e não recebem o que eu recebi, por isso considero uma dádiva”, diz. “Foi uma surpresa agradabilíssima e um grande incentivo. Tem me ajudado muito na divulgação do meu produto.” Ela recebeu um prêmio extra, também do Sebrae. Foi escolhida para participar de um evento mundial de empreendedorismo, que será realizado na cidade de Lisboa, em Portugal. Com seu empreendimento consolidado, a volta para casa na fazenda tem o aroma e o sabor especial do café, como nos tempos de infância. “As minhas raízes são bem profundas nesse local, e é aí que vamos envelhecer (meu marido e eu)”, diz.
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O senhor dos anéis O mineiro Pedro Brando conquistou, com suas jóias, as estrelas de cinema e hoje é cultuado na América
MURILLO CONSTANTINO/PRENSA TRES
por
Carol Herling
As noites claras de Minas Gerais, com a Lua brilhando, são uma das principais inspirações do designer Pedro Brando, que com lápis, papel e muita criatividade desenha jóias exclusivas. Desde as jovens do interior que apreciam as tendências da moda nas revistas até estrelas consagradas de Hollywood como Nicole Kidman e Angelina Jolie, todas reverenciam o trabalho do jovem que também ganhou espaço entre as personalidades masculinas do show biz. Robert de Niro e Keith Richards, cada qual com seu estilo, são dois dos entusiastas das criações de Brando, que em menos de um ano de trabalho duro em Nova York saiu da condição de ilustre desconhecido e se transformou em uma das principais referências em criação e design de jóias no mundo. E tudo com um toque genuinamente brasileiro. A vocação para o desenho surgiu no momento em que aprendeu a segurar um lápis. Na escola, os professores tentavam, a todo custo, ensinar algo ao garoto. Pedro também descobriu a vocação empreendedora muito cedo, aos seis anos, quando se deu conta de que a localização de sua casa – no trecho entre a Igreja e o Cemitério – era o grande trunfo para as vendas de velas no Dia de Finados. Pedro também teve outras ocupações antes de entrar para o universo da ourivesaria. “Já fiz de tudo na
vida, fui feirante, domei cavalo e vendi esterco para adubar jardim.” Todas essas atividades tinham um ponto em comum: eram realizadas em conjunto com a família. E assim continua até hoje. O primeiro incentivador foi o pai. “Na época em que nasci, meu pai vendeu uma fábrica de sorvete que tinha em Fortaleza (Ceará), voltou para Andradas, comprou um caminhão e passou a trabalhar como caminhoneiro, como feirante e também na criação de cavalos, e onde ele estava eu e meus irmãos íamos para ajudar.” Quando Pedro tinha 14 anos, perdeu o pai, assassinado ao reagir a um assalto. A tragédia, que poderia ter desestruturado a família, estreitou ainda mais os laços. “Meu pai sempre dizia que a coisa mais importante para nós na vida era mantermos a união.” Abandonou os estudos e arranjou um emprego para ajudar em casa. “Eu trabalhava em uma loja de autopeças, meu irmão Rene era office-boy na Caixa Econômica, e minha irmã Luciane trabalhava na Prefeitura.” Tudo mudou quando uma amiga de Luciane a convidou para gerenciar sua loja de pedras. A experiência deu certo e resultou em uma viagem à Inglaterra, onde estudou inglês e fez cursos na área de gemologia por quatro meses. Há dez anos, Pedro decidiu aproveitar as férias para visitar a irmã, que trabalhava em São Paulo como representante de pedras e gemas, e nunca mais voltou a morar em Andradas.
Pedro Brando Idade: 36 anos Local de nascimento: Andradas (MG) Formação: Ensino Fundamental Empresa: Pedro Brando Ramo de atuação: Joalheria Ano de fundação: 1995 Cidade-sede: São Paulo (SP), Nova York e Los Angeles Número de funcionários: 20 Fone: (11) 3205-0036
A pedido da irmã, um dia ele levou um anel ao conserto. Na oficina, descobriu que poderia desenvolver um trabalho com as jóias. Luciane, então, depois de muita insistência, entregou cinco gemas de sua coleção pessoal para que o irmão mostrasse do que era capaz. “Fiz cinco anéis com as pedras que ela me deu, e em duas semanas a gente vendeu todos. Foi assim a minha estréia.” Ele sempre contou com a ajuda da irmã na escalada profissional. Em 2000, foi contratado pelo estilista Mário Queiroz para desenvolver a parte de joalheria da grife. A repercussão foi enorme, e Pedro recebeu as “bênçãos” de Regina Guerreiro, que integra o “alto clero” da crítica de moda no Brasil. Durante o período em que trabalhou com o estilista Lino Villaventura, tornou-se presença constante nos principais eventos fashion do Brasil e conheceu as top models Alessandra Ambrósio, Ana Beatriz Barros e Michelle Barros. Além de clientes fiéis e amigas, incentivavam e recomendavam seu trabalho. “Foram elas que me convenceram a ir para Nova York, e logo que cheguei à cidade, fiz o catálogo da Victoria’s Secret por indicação da Alessandra; depois, fiz revistas de moda de vanguarda, e as informações começaram a circular, porque no exterior eles dão valor ao trabalho artesanal por estarem cansados de mesmice.” No final do mês de abril deste ano, Dezembro 2006 – Empreendedor – 47
Destaques de 2006 durante uma das estadias de Luciane em Nova York, os irmãos decidiram fazer uma feijoada com a presença de vários amigos. “Uma das convidadas, a Olguinha, trabalha com vídeos e me disse que uma amiga estava trabalhando na produção de um filme. Quando falei que sonhava em desenhar para cinema, ela propôs me apresentar a essa amiga.” A tal “amiga da amiga” é a figurinista brasileira Íris Lemos, assistente de Ann Roth (detentora de dois Oscars de melhor figurino pelos filmes O Paciente Inglês e O Talentoso Ripley), que não só se interessou pelo trabalho como o convidou para conhecer o set de filmagem e a atriz Nicole Kidman. “Eis que numa sexta-feira lá fui eu para Long Island, super nervoso, sem saber direito onde era o lugar, com pouquíssimo dinheiro no bolso e sem falar inglês.” Quando chegou ao hotel em que Nicole estava hospedada, a própria atriz, ainda com os trajes que usou nas gravações, abriu a porta do quarto e pediu para ver as jóias. “Ela estendeu a mão para me cumprimentar e disse: ‘senta aqui na cama’. Eu não acreditava que aquilo estava acontecendo, era tudo muito surreal.” Íris, que participou do encontro como intérprete, ajudou Pedro a superar o nervosismo. “Eu só sabia falar ‘beer’ e ‘beautiful woman’, mas abri a mala, espalhei as jóias na cama, e a Nicole foi separando: ‘Quero essa e essa e essa’.” Enquanto conversavam, a atriz – que algum tempo depois se casaria com o músico Keith Urban – separou algumas peças, disse estar impressionada com a história de Pedro e, de quebra, fez uma proposta irrecusável. “Você não quer fazer as minhas alianças?”. “Eu engoli em seco e falei: ‘Ai, meu Deus, claro!’. Ela queria algo com brilhantes negros e brancos, e me deu dez dias para apresentar os desenhos.” Depois do encontro, que resultou na venda de dez peças e em outras encomendas, Pedro afirma ter voltado para casa “em transe”. “Passou três dias, e nada, a Nicole pedindo para a Íris me ligar e saber como estava indo, e não vi-
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nha nada na minha cabeça. No quinto dia, resolvi escutar Chico Buarque e tomar um vinho para me inspirar... Aí eu disse: ‘Ô, meu Deus, me dá uma luz!’. Na mesma hora, vi que a Lua estava começando a crescer bem fininha, linda. E pensei: ‘Pronto, matei!’”. A mesma Lua que povoava a imaginação de Pedro desde a infância foi muito mais que inspiração; foi algo como a última peça de um quebra-cabeça. “Para um homem gostar de uma mulher, antes ele tem que gostar da Lua, porque a mulher é como uma Lua, cheia de fases. Aí desenhei o mode-
Joiás de Pedro Brando deslumbram as estrelas por sua criatividade
lo, que consiste em duas luas em volta do anel se encontrando, com três brilhantes cravados e três estrelinhas bem rústicas em cada uma. A dele tem brilhantes negros, e a dela, brilhantes brancos.” Com os desenhos em mãos, foi reunir-se com o casal. “Mostrei os esboços e contei a história das luas, então o Keith aprovou a idéia e revelou que o primeiro encontro com a Nicole foi no restaurante La Luna.” O músico, impressionado com o padrão das jóias, também encomendou um anel idêntico ao que o designer usava naquele dia. Ao fim do encontro, Keith Urban beijou a mão de Pedro, que se sentiu valorizado. “Foi uma coisa que nunca tinha acontecido comigo dentro do meu país.” Para o designer, o principal problema do Brasil é o tratamento dado aos trabalhadores, independente da área de atuação. “No dia em que valorizarmos o povo, as coisas mudam, eu mesmo tentei trabalhar com os ourives no Brasil e não consegui, e olha que os meninos que trabalham hoje comigo vêm do Nordeste, do interior de Minas, do meio do nada e conseguem fazer coisas lindas.” Um desses profissionais ajudou Pedro a conquistar, literalmente, uma importante estrela para seu currículo. Atualmente, Pedro – que tem pontosde-venda em Los Angeles, Nova York e São Paulo, faz planos para abrir uma loja no Sul do Brasil, fazer uma exposição no Japão e morar na Europa. Geralmente, fica 30 dias em Nova York e dez dias no Brasil. No momento, dedica grande parte de suas 12 horas de trabalho diárias para desenhar as jóias que serão usadas pelos personagens do filme American Gangsters, estrelado por Denzel Washington, Russell Crowe e Natalie Portman. A fé nunca é deixada de lado, assim como os cães e tartarugas que possui e com quem só pode ter contato quando visita a casa da mãe no Brasil. Sempre que possível, realiza todas as atividades que fazia antes da fama, como ir à Igreja, fazer trilhas de bicicleta, surfar e praticar manobras de skate. Para Pedro, a excelência do design está diretamente relacionada à crença naquilo que se cria.
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Destaques de 2006 Valentina Caran
A Rainha da Paulista Valentina Caran saiu do interior para ser a mais bem-sucedida corretora de imóveis de São Paulo
TOMAS MAY
por
Fábio Mayer
Uma workaholic assumida, Valentina Caran, presidente do grupo que leva seu nome – composto por Valentina Caran Imóveis, Saramandona Consultoria de Imóveis, Valentina Caran Corretora de Seguros e Valentina Caran Produções Artísticas –, prefere passar o feriado em seu escritório trabalhando do que em qualquer outro lugar descansando. “O que eu vou ficar fazendo em casa? Prefiro vir pra cá, trabalhar. Hoje, estamos eu, um corretor e uma recepcionista. Todos os meus outros funcionários estão de folga”, disse na sua entrevista, feita por telefone. Atualmente, a empresária conta com 60 funcionários, 40 plantonistas e 120 corretores. “O cliente pode precisar do serviço a qualquer momento. E é nessas horas: à noite, no feriado e no final de semana que o corretor tem que estar disponível.” Para a empresária, trabalho não tem hora. “Algo que falo desde que entrei para o mercado imobiliário (há 26 anos) é que o corretor é assim: ganha um dinheiro e só volta a trabalhar quando ele acaba. Isso é um erro. E, praticamente, todo mundo do meio faz isso.” A rotina da empreendedora é uma verdadeira maratona. “Durmo cinco horas por noite, não preciso mais do que isso.” Acorda todos os dias às 8 horas e em 20 minutos está saindo de
casa. Quando precisa, passa em algum imóvel. “Sou corretora, não tem jeito. Tem cliente que exige que a negociação seja feita comigo.” De lá, vai para o escritório. O almoço é feito em sua própria sala e leva cinco minutos. “Quase sempre, como um sanduíche. Tenho uma média de dez reuniões por dia, não dá tempo de sair para comer.” Às 18 horas, recebe um relatório do que aconteceu em todas as empresas do grupo. Somente depois de ficar a par de tudo e resolver alguma possível pendência que tenha surgido, é que vai embora. Lá pela meia-noite, mais ou menos. “Tudo passa pelas minhas mãos. Até a compra de um alfinete. Tenho total controle do meu negócio.” Valentina é um exemplo de mulher que arregaça as mangas e põe a mão na massa. Deixou as lavouras de tomate de Monte Mor (a 122 km de São Paulo, capital) para ocupar um andar inteiro na Avenida Paulista, coração financeiro do país. Com nove anos de idade, perdeu a mãe, parou de estudar e começou a ajudar o pai na lida da roça para garantir o sustento da família. Aos 21 anos, partiu para a cidade grande na tentativa de realizar o sonho de virar atriz. “Cheguei a fazer figuração na novela Éramos Seis, do SBT, mas vi que aquilo ali não ia dar em nada.” Precisava pagar suas contas e começou a vender enciclopédias para a Editora Abril, onde trabalhou por três
Idade: 51 anos Local de nascimento: Monte Mor (SP) Formação: Ensino Fundamental Empresa: Grupo Valentina Caran Ramo de atuação: Imóveis, Seguros e Produções Artísticas Ano de fundação da empresa: 1983 Cidade-sede: São Paulo (SP) Faturamento: R$ 18 mi Número de funcionários: 60 funcionários + 40 plantonistas + 120 corretores Site: www.valentinacaran.com.br
anos. “Um dia, um corretor de imóveis disse que eu tinha muita garra e me sugeriu procurar o gerente do escritório onde ele trabalhava, pois me tornaria uma corretora.” Foi e conseguiu um emprego na Bolsa de Escritórios de São Paulo (BESP). O bom desempenho que tivera na venda de livros se repetiu na negociação de imóveis. A menina do interior que sonhava em trabalhar na televisão descobriu sua verdadeira vocação no mercado imobiliário. Já era hora de abrir seu próprio empreendimento. Alugou uma sala de 40 metros quadrados na Avenida Paulista, comprou alguns móveis usados e contratou uma recepcionista. “Ia nos prédios e deixava meu cartão com todos os porteiros e zeladores. O importante é conhecer os imóveis, e ninguém melhor do que os porteiros para dar as dicas.” Foi a partir dessa relação que acabou ficando conhecida como a “Rainha da Paulista”. Na época estava passando na TV Globo a novela “Rainha da Sucata” e “haviam tantas placas minhas espalhadas pela Paulista que acabaram me apelidando assim”, afirma aos risos. Em 2001, cedeu aos apelos de muitos conhecidos e lançou, pela Editora Nobel, sua autobiografia, intitulada Sua história e seus segredos de sucesso no ramo imobiliário. “Achei horrível. Não gostei de fazer o livro, de ter que visitar os lugares onde passei minha infânDezembro 2006 – Empreendedor – 51
Destaques de 2006
Avenida Paulista: início de uma empresa que começou com uma sala de 40m2
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É por arriscar dessa forma que Valentina Caran garante esses bons empreendimentos. “É preciso ser profissional, mas grande parte dos corretores tem medo de ousar. Não podemos ter medo. Ninguém paga nossas contas, ganhamos comissão.” O bom-humor também não pode faltar na hora do trabalho. “Ganho dinheiro rindo, e é assim que tem de ser.” Neste ano, a Rainha da Paulista decidiu aventurar-se por um outro caminho totalmente desconhecido por ela: disputou uma vaga no Congresso Nacional como candidata a deputada federal. Há um tempo, já havia sido sondada para se lançar ao cargo de prefeita de Indaiatuba (interior paulista). “Não aceitei. Não tenho condições de bancar uma prefeitura. Sou a alma da minha empresa.” No entanto, nessa última eleição não conseguiu recusar o convite. “Não tenho como dizer não para o governador e para o prefeito de São Paulo.” Acabou garantindo uma suplência. Conseguiu um pouco mais de seis mil votos em cerca de 400 cidades. “Muitas pessoas me disseram para não entrar nesse mun-
do, inclusive alguns políticos. Aprendi muito, mas não é minha área. Não tenho tempo para nada e comecei a pegar os problemas dos outros para mim. A rainha dos imóveis estava virando a rainha dos desempregados.” Essa curta investida na política serviu para aprender a dedicar um pouco mais do seu tempo a momentos de lazer. Casada e mãe de seis filhas, Valentina procura aproveitar os finais de semana em família, principalmente no seu sítio em Indaiatuba. Além disso, apesar de ainda centralizar praticamente todas as decisões do grupo, é o sócio quem toca a corretora de seguros e a produtora (criada há dois anos, talvez uma forma que ela encontrou de atuar no meio artístico e realizar seu sonho de criança). Para Valentina Caran, cada pessoa já nasceu predestinada. “O meu dom é vendas. Nasci numa sexta-feira 13. Sou uma guerreira.” Por isso, afirma que não gosta de fazer planos. “Eu não fico programando, não tenho tempo pra isso. Não tem que ficar pensando ‘será que vai dar certo?’, tem que pensar ‘eu vou fazer e vai dar certo’.” CASA DA PHOTO
cia. O pior de tudo foi lembrar da morte da minha mãe. Foi muito sofrido. Nunca mais faço outro.” No entanto, Valentina se orgulha ao falar que seus concorrentes compram o livro para saber como ela fez para chegar aonde está. “Acho isso o máximo.” Além de muito trabalho, a empresária considera o relacionamento com os clientes outro elemento fundamental para atingir o sucesso nesse mercado. “O problema é que o corretor não sabe como lidar com o cliente. Tem que perguntar do que ele precisa. O negócio só é bom quando é bom para ambas as partes.” Mas admite que a transação deve ser rápida. “Quando um fica me enrolando muito para entrar num acordo, chego e pergunto: ‘vai comprar ou não vai, seu mala?’”. E lembra de um caso: “Uma vez, um comprador ficou me enrolando seis meses para concluir uma compra de um prédio, tudo bem que era de U$ 15 milhões. Chegou um dia que não agüentei, liguei para ele às 22 horas e perguntei se havia um fax por perto para eu passar um atestado de pobreza. No dia seguinte, fechamos o negócio.”
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Destaques de 2006
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Pequenas Notáveis Editado por Alexandre Gonçalves
VITÓRIA DAS MPES
Sob aplauso. Foi assim que a Câmara dos Deputados aprovou o projeto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas no último dia 22 de novembro. “Esta conquista é a realização de um sonho dos empresários de micro e pequenos empreendimentos e do próprio Sebrae, e nos permite sonhar ainda mais alto no desenvolvimento dos pequenos negócios do país”, afirma Paulo Okamotto, presidente do Sebrae, entidade responsável pela elaboração do projeto. “Agora, está com o presidente”, disse o deputado Luiz Carlos Hauly, relator do projeto, após a votação, referindo-se à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, próximo procedimento para a entrada em vigor da Lei. Na versão aprovada pela Câmara dos Deputados, foram aprovadas sete emendas feitas pelo Senado e rejeitadas duas (a que excluía a possibilidade de as imobiliárias optarem pelo Simples Nacional e a que retirava definitivamente do Simples Nacional as empresas reincidentes do não cumprimento das obrigações trabalhistas). Entre as emendas feitas pelo Senado e acatadas por Hauly está a que passa de janeiro para 1° de julho de 2007 a vigência do capítulo tributário da lei que cria o Simples Nacional (que reúne seis tributos fede-
MÁRCIA GOUTHIER/AGÊNCIA SEBRAE
Novas perspectivas
Hauly espera que Simples nacional seja antecipado pelo presidente
rais mais o ICMS estadual e o ISS municipal). “Mas ainda tenho esperanças de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva antecipe essa data para pelo menos fevereiro ou março”, afirmou. Além das emendas oriundas do Senado, o projeto recebeu ainda várias emendas ao texto final, fruto de negociação já na Câmara dos Deputados. No final, as emendas favoráveis foram aprovadas com 323 votos, com quatro abstenções. Já as contrárias foram re-
Como nasceu o projeto O anteprojeto da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas nasceu em 2003 com regras que simplificam a legislação tributária, comercial e de crédito. Coube ao Sebrae a tarefa de elaborar a proposta a partir de dados e informações colhidas junto a mais de seis mil empresários e líderes empresariais, além de especialistas. A proposta foi construída em parceria com organizações governamentais e representações de classe com o objetivo de uniformizar a legislação nas esferas Federal, Estadual e Municipal, e reduzir a informalidade, criando um ambiente mais propício ao desenvolvimento e fortalecimento dos pequenos negócios.
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jeitadas por 292 votos, com cinco favoráveis e cinco abstenções. Para as lideranças empresariais, a aprovação da Lei Geral abre novas perspectivas para as micro e pequenas empresas brasileiras. Não por acaso, muitos consideram 2007 um ano especialmente positivo para a abertura de novos negócios e o crescimento dos que já estão na batalha, competindo e sobrevivendo em um ambiente pouco amigável para empresas de micro e pequeno portes. Não por acaso, a aprovação pelos deputados e a posterior sanção do presidente da República também são consideradas uma grande vitória, decorrente de três anos de mobilização, e de luta encabeçada pelo Sebrae e diversas entidades ligadas ao segmento, como a Confederação Nacional da Indústria e dos próprios empresários de micro e pequenos negócios. (Com informação de Dilma Tavares/Agência Sebrae)
O espaço da micro e pequena empresa
REPERCUSSÃO I
REPERCUSSÃO II
REPERCUSSÃO III
Aprovação da Lei é uma revolução para o país
Lei vai reduzir mortalidade entre micro e pequenas
Lei Geral é um divisor de águas na economia brasileira
Na avaliação do superintendente do Sebrae em São Paulo, José Luiz Ricca, a aprovação da Lei Geral representa uma verdadeira revolução. “A sensação é de sucesso. Estamos entrando numa nova fase da economia do Brasil”, diz. Para Ricca, a lei não resolverá todos os problemas, mas, aliada a outras medidas que devem ser tomadas, será um estímulo à formalização e ao crescimento acima dos 5%. “O mais importante foi feito com a aprovação na Câmara dos Deputados. Alguns artigos passam a vigorar em janeiro, e, então, já podemos começar a trabalhar para o sucesso da lei.” O prazo de seis meses dado para que o artigo em relação à tributação passe a vigorar é fundamental, na avaliação do dirigente. Ele justifica que o prazo é importante para a adequação dos municípios à nova legislação. Ricca acredita que é preciso uma forte divulgação para que as empresas, os Estados e os municípios possam compreender melhor a lei.
Para o superintendente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Flávio Giussani, a aprovação da Lei Geral trará um grande benefício quando entrar em vigor: reduzirá consideravelmente os índices de mortalidade de empresas de micro e pequeno portes. “Haverá desoneração tributária e de burocracia na vida das micro e pequenas empresas”, diz. Para ele, esses dois fatores terão impacto direto não só na redução da mortalidade, mas também servirão de incentivo para a formalização dos micro e pequenos empreendimentos, o que levará à geração de mais emprego e mais renda. “A inclusão formal implica o aumento do Produto Interno Bruto”, diz. Por conta disso, o superintendente da CACB considera a aprovação do projeto da Lei Geral no Congresso Nacional um momento histórico na vida dos micro e pequenos negócios.
“Nós teremos um outro momento para os pequenos negócios no Brasil, em que as pessoas estarão mais desembaraçadas para empreender, submetidas a uma legislação muito mais adequada e estimulante para o desenvolvimento dos negócios.” A opinião é do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Armando Monteiro Neto, que participou ativamente de todo o processo de mobilização em prol da aprovação da Lei Geral. Para ele, a nova legislação é um divisor de águas para a economia brasileira e contribuirá para a dinamização e o crescimento dos pequenos negócios, produzindo resultados concretos. Acompanhe no site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) todos os trâmites da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Acesse o site e vá até a categoria Lei Geral.
REPERCUSSÃO IV
Sebrae e Receita Federal firmam convênio para Simples Nacional Já no embalo da aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae e a Receita Federal firmaram convênio de cooperação técnica para implantar sistema informatizado de recolhimento do Simples Nacional. O convênio foi assinado pelo presidente do Sebrae, Paulo Okamotto (foto), e pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, durante a 10ª Reunião Plenária do Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, realizada no dia 28 no auditório do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em Brasília. “O Sebrae, em parceria com a Receita Federal, quer normatizar esse processo”, disse Okamotto, que destacou que o convênio proporciona, pela primeira vez, a adoção de um sistema informatizado e personalizado de recolhimento dos tributos para as micro e pequenas empresas. Dezembro 2006 – Empreendedor – 57
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produtos
O Grupo Nobel diversifica e aproveita os bons candidatos de setores ligados ao seu nicho tradicional
Muito além dos livros Com uma história de mais de 40 anos atuando no ramo livreiro, a rede de franquias Nobel atrai centenas de candidatos a franqueados todos os anos, inclusive do exterior. No entanto, a dinâmica de expansão não acompanha o mesmo ritmo desta procura por conta de vários fatores, como a escolha do melhor ponto. Daí surgiu a idéia da diretoria da empresa de aproveitar os bons candidatos para outros setores ligados às livrarias. Um dos diretores do Grupo Nobel, Sérgio Milano Benclowicz, conta que, junto com esta constatação, se percebeu que a estrutura de suporte aos franqueados também poderia ser otimizada. “Queríamos dar vazão a estas demandas, e essa decisão de ouvir novas propostas mostrou uma abertura para novos negócios”, conta ele. As editoras Nobel, Marco Zero, Studio Nobel e Conex são selos da Livraria Nobel S.A. que abrangem segmentos específicos do mercado e possuem hoje 160 lojas, incluindo unidades em Portugal, Espanha, México e Angola. Mas, além do ramo de livros, o grupo passou a investir em outros segmentos, começando com a Nobel Vídeo, que era uma oportunidade Dezembro 2006 – Empreendedor – 59
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São 160 unidades da Livraria Nobel no Brasil e em Portugal, Espanha, México e Angola
de os próprios franqueados oferecerem mais produtos aos clientes apenas adaptando um espaço da loja. No mesmo espírito, surgiu a marca Vanilla Café. A rede foi criada pelo Grupo Nobel para agregar valor às livrarias, oferecendo um serviço de cafeteria nas unidades maiores, como as megastores. Mas, em seguida, a procura por unidades individuais fez crescer a rede. Em um ano de funcionamento, existem oito lojas, algumas sozinhas, mas que incluem prateleiras com livros, como os mais vendidos. “Pelo fato de complementar
as livrarias, não há canibalização do negócio, ao contrário, temos mais um negócio para oferecer aos interessados em franquias”, afirma o diretor. Na sua essência, inclusive nas estratégias de divulgação, o Vanilla Caffé aparece como um ponto para quem gosta de combinar cafés com livros. Os móveis de madeira e a decoração clean e despojada – reforçada por sugestões do dia escritas em quadrosnegros – são os atrativos do local. Com uma trajetória um pouco diferente, veio a oportunidade de franque-
RAIO X Fundada em 1943 pelo imigrante italiano Cláudio Milano, a Nobel atua no ramo livreiro, produzindo, distribuindo e vendendo todos os tipos de livro, além de itens de papelaria, CDs, DVDs e revistas. 160 unidades da Livraria Nobel no Brasil e em Portugal, Espanha, México e Angola. Mais de 1.000 obras de 1.600 autores fazem parte do catálogo da Nobel entre autores nacionais e estrangeiros. Além da rede de lojas, o grupo é formado pelas editoras Nobel, Marco Zero e Studio Nobel. Em 1992, a Nobel optou pelo sistema de franchising. Em 2005, começou com novos negócios, aproveitando o know-how em franquias para oferecer estrutura em outras áreas. Em 2006, lançou a franquia Benedixt e a rede de cafeterias Vanilla Café. Ainda em 2006, prepara duas novas redes: Zas Trás e Centro Britânico. Linha direta: (11) 3706-1444/www.livrarianobel.com.br
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Milano: “nosso know-how é para manter a boa relação com franqueados”
ar uma marca já conhecida em São Paulo, a Benedixt. A empresa surgiu em 1993, para atender um consumidor que busca novidades no segmento de design. A franquia foi lançada na Feira da Associação Brasileira de Franchising (ABF) este ano, e 50% dela foi adquirida pela Nobel, mantendo os proprietários. “Percebemos que, tendo especialistas em cada ramo como sócios, podíamos nos concentrar apenas nas operações de franquia, que abrangem suporte, treinamento, fundo de marketing e propaganda, entre outros”, diz Sérgio Milano. E foi assim com a Benedixt, que tem hoje oito lojas e meta de dobrar esse número no próximo ano.
Brincadeiras Em fase de testes para ser lançada, a rede de lojas de brinquedos Zas Trás também foi criação do Grupo Nobel, mas em sociedade com a SB Jogos, empresa especializada no desenvolvimento de brinquedos mais voltados ao estímulo pedagógico. “O especialista atuando na gestão é essencial para o sucesso do negócio. Deixamos nosso know-how para manter a boa relação com franqueados, por exemplo”, destaca Milano. No caso da Zas Trás, a SB Jogos cuida da busca de alternativas de pro-
dutos, fornecedores e de maneiras de apresentar os produtos. “Estamos com uma loja piloto em Piracicaba, interior paulista, onde as áreas são separadas por cores e idades. Os brinquedos são para crianças antenadas com o mundo da tecnologia, mas sem incitar à violência. Cada produto tem uma etiqueta que explica quais áreas do aprendizado ele estimula”, diz o diretor. Outro ponto de destaque da nova franquia é que há abertura para fornecedores de menor porte. “Mais de 50% dos produtos são diferenciados e serão exclusivos da rede”, comenta Milano. A loja piloto serve para testar o formato e também para avaliar as formas de gestão, só depois é que as franquias começam a ser abertas em outros locais. A meta é ter de oito a dez unidades funcionando em 2007. E os investimentos do grupo vão agora para a área do ensino de idiomas. O Centro Britânico, com 35 anos de história em São Paulo, será franqueado e apresentado ao mercado em 2007. “Contamos com a experiência da empresa e vamos poder oferecer livros de qualidade para toda a rede, que é o nosso ramo”, afirma o diretor. Para todos os negócios, a estrutura de suporte é centralizada no Grupo Nobel, e a cada nova marca sendo testada e em andamento são formadas equipes especializadas para o tipo de empresa. “Podemos oferecer intranet com tecnologia de ponta, manter uma boa agência de propaganda, ter uma excelente equipe de treinamento e ainda ter núcleos de especialistas em cada área. Tudo isso, porque podemos trabalhar em grande escala.” Sobre os investimentos, Sérgio Milano fala de maneira genérica. “Cada negócio girou em torno de R$ 500 mil a R$ 2 milhões, dependendo de como foi o investimento, se criamos a marca ou se compramos a sociedade.” A intenção é continuar. “Se detectarmos uma boa oportunidade que pode se transformar em franquia, vamos checar, estudar e fazer negócio”, diz o empreendedor, que junto com o irmão Flávio Milano mantém o ritmo de crescimento do Grupo Nobel. Dezembro 2006 – Empreendedor – 61
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Novo modelo
Arte utilitária As tramas com fios de arame de alumínio e pedras de cristal conferem um toque de obra de arte às peças utilitárias que invadiram a rede de lojas Imaginarium. Da criatividade do ateliê da artista plástica Marinela Goulart, em Florianópolis (SC), surgiram dois modelos de guirlanda e uma escultura de anjoperfeitos para celebrar o fim de ano de forma inovadora. Outros complementos funcionais são os porta-retratos, e um minipainel para pendurar fotos e recados. O trabalho manual de construção dos objetos com arame de alumínio faz com que uma peça nunca fique igual a outra. A Imaginarium está há 15 anos no mercado, desenvolvendo e comerci-
alizando objetos de fundesign pelo sistema de franquia. São 70 lojas em todo o Brasil. www.imaginarium.com.br
Do restaurante ao varejo
LIVRO
O grupo Montana Grill colocou mais um negócio no sistema de franchising. A loja Montana Carnes & Cia., que funciona desde 2003 em Campinas, acaba de entrar no sistema de franchising, e a primeira unidade, em Goiânia (GO), vai ter cem metros quadrados e venderá carnes prontas para assar, além de itens de mercearia, vinhos e utensílios para churrasco, como facas e tábuas. O grupo possui cinco churrascarias-rodízio,
54 franquias fast-food Montana Grill Express e a marca Montana Premium Beef, que processa 150 toneladas de carne por mês. O foco inicial de expansão da Montana Carnes & Cia. é nas cidades em que o grupo tem churrascarias-rodízio (São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Goiânia). O investimento inicial do empreendimento é de R$ 200 mil. (11) 3709-3709
Franquia: 100% Varejo & Serviços Tendências do mercado de franquia para quem quer conhecer mais o setor. Este é o conteúdo do livro Franquia: 100% Varejo & Serviços, lançado pelo Grupo Soares Pereira, que possui 16 anos de experiência na formatação e na gestão de redes de franquias. A obra tem assinatura da Editora Outras Letras. O advogado André Luis Soares Pereira e os consultores do grupo analisaram informações, dados e orientações para quem pretende enten-
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der o sistema. Em parceria com o IBMECjr – Empresa Júnior de Consultoria –, foi possível realizar pesquisas que dão embasamento às questões apresentadas. O livro faz uma reflexão sobre o valor da marca para uma empresa, apresenta diversos modelos de expansão, cita algumas vantagens e alguns desafios do sistema de franquia, além de levar ao leitor a legislação do setor. (21) 3385-4466
A China House, franquia de comida chinesa, está indo além do delivery. Duas novas lojas vão ter também formato de restaurante. “Analisamos o mercado e entendemos que esse pode ser um diferencial muito interessante para a China House. O mercado de comida chinesa ainda não disponibiliza esse tipo de serviço nas lojas, com pessoas para servir às mesas. O que vemos é um sistema fast-food”, explica Jorge Torres, diretor da China House. A decisão partiu de um conselho, organizado pela franquia com todos os franqueados, para que sejam apontadas melhorias em um contexto geral para o negócio. “Com a iniciativa, esperamos que o faturamento cresça aproximadamente 30%”, revela o executivo. Para implementar as mudanças, as novas unidades devem investir cerca de 40% a mais. Os novos espaços prometem ser temáticos, com decoração que remeterá à diversidade da China, e devem oferecer cerca de 40 lugares. (11) 6239-9900
Expansão A rede de ensino de idiomas Yes quer ampliar as unidades no país e no exterior. A idéia é investir R$ 1 milhão em marketing e na expansão da rede, terminando este ano com mais dez escolas abertas, e dobrar o número de filiais em um ano, gerando 1.000 empregos diretos e indiretos. “Nosso objetivo para o próximo ano é entrar em todos os Estados brasileiros e internacionalizar a marca para países da América do Sul, Europa, EUA e Japão, que são excelentes mercados para cursos de idiomas”, conta Carlos Eduardo Pereira, diretor de expansão. Para ser um franqueado, os franqueadores dizem que é importante realmente se identificar com o conceito de negócio e também ter características como espírito empreendedor e comprometimento. (21) 2483-1000
CONSULTORIA
Dificuldades? Identifique-as
Novos setores A rede de limpeza comercial Jani King anunciou a expansão no Nordeste, e o alvo é Recife (PE). Apesar de já estar presente na cidade há dois anos, a marca quer expandir suas ações e ampliar o atendimento para diversos setores. A meta é oferecer limpeza e serviços de apoio, entre outras funções, para hotéis e indústrias, além dos serviços de limpeza residencial. Atualmente, a rede está focada no atendimento a hospitais e condomínios comerciais. O diretor da
rede, Tomas Crhak, diz que “Recife dispõe de oportunidade para ampliarmos a operação local, e nosso objetivo é crescer 50% nos próximos dois anos, principalmente no setor hospitalar”. Para Celso Nascimento, franqueado Jani King responsável pelo atendimento na cidade, são boas as expectativas já para os próximos meses. “A visita a potenciais clientes é a principal estratégia utilizada para buscar o crescimento desejado”, revela. (11) 3709-5111
falta de visão de muitos franqueadores provenientes da indústria que confundem a distribuição de produtos em canais do varejo com o “negócio franquia”; tendência equivocada das franquias brasileiras de tropicalizar produtos e serviços de acordo com as localidades onde as franquias serão instaladas;
Na Espanha A comida é italiana, os donos são brasileiros, mas o restaurante fica em Madri, capital da Espanha. Essa mistura revela que em franquia tudo é possível, desde que o negócio seja bom. A rede Spoleto fechou um contrato de franquia na Península Ibérica com o grupo espanhol Franchise Hispania, que teve como líder o presidente do Burger King no sul da Europa até 2005. A marca pretende abrir pelo menos 50 lojas em cinco anos na Espanha e em Portugal. O mesmo grupo espanhol também será sócio-gestor do Grupo Spoleto numa máster franquia para a Europa, incluindo a Rússia, e terá como objetivo atingir um novo país a cada dois anos. O investimento inicial na expansão européia é de cerca de cinco milhões de euros, valor que engloba a abertura das primeiras lojas próprias na Penín-
O consultor Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise, fez um estudo que detectou os principais problemas que impedem o crescimento das franquias no Brasil. Ao alertar as empresas franqueadoras sobre diversos problemas que ainda não estão sendo vividos pela maioria, o consultor quer mostrar que é preciso se preparar antes de enfrentar as dificuldades. “A falta de certas atitudes que devem ser tomadas na fase de amadurecimento pode impedir a expansão”, diz o consultor. Entre os principais problemas, ele destaca:
falta de estrutura para uma escolha adequada de franqueados com perfil para operar as franquias; contratação de corretores de franquias para agilizar a expansão; concessão de várias franquias a um mesmo franqueado ou a ex-funcionários da empresa; sula Ibérica e o desenvolvimento da marca Spoleto no novo continente. “A entrada por Madri é estratégica, e acreditamos que a parceria vá catalisar a expansão de forma rápida e sustentável”, disse Mario Chady, presidente do Grupo Spoleto. (21) 2187-8600
não vencer a tentação de vender franquias em localidades que não possuem perfil a candidatos com dinheiro suficiente para comprá-las. (11) 4022.7345 ou www.rizzofranchise.com.br Dezembro 2006 – Empreendedor – 63
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Sucesso educacional e empresarial A Wizard Idiomas é a maior rede de franquias no segmento de ensino de idiomas* do país. Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior que geram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio milhão de alunos por ano. A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamente didático com proposta pedagógica para atender alunos da educação infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira idade. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e português para estrangeiros. A Wizard é Nº de unidades: 1.221 franqueadas também pioneira no Áreas de interesse: América Latina, EUA e ensino de inglês em Europa Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI, Braille. PN, AJ, FB, FL, CP, FM Taxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 mil Instalação da empresa: a partir de R$ 50 mil Capital de giro: R$ 15 mil Prazo de retorno: 24 a 36 meses
* Fonte: Associação Brasileira de Franchising e Instituto Franchising.
Zets Negócio: telefonia celular e aparelhos eletrônicos Tel: (011) 3871-8550/Fax: (011) 3871-8556 franquia@zets.com.br www.zets.com.br
Tenha uma loja em sua mão A Ezconet S.A. detentora da marca Zets é uma empresa de tecnologia e distribuição de telefonia celular e aparelhos eletrônicos que, através de um sistema revolucionário denominado “BBC” (business to business to consummer) agrega novos serviços e valores a cadeia de distribuição. Realiza a integração entre o comércio tradicional e o comércio virtual, fornecendo soluções completas de e-commerce e logística para seus parceiros. Franquia Zets: Foi criada com a finalidade de disponibilizar para pessoas empreendedoras a oportunidade de ter um negócio próprio com pequeno investimento, sem custos de estoque, sem riscos de crédito, sem custos e preocupação com logística. Como Funciona: O Franqueado tem a sua disposição uma loja virtual Zets/Seu Nome, para divulgação na internet, vendas direta, catalogo, montar uma equipe de vendas, eventos, grêmio. Quais Produtos são comercializados: Celulares e acessórios para celulares, calculadoras, telefoNº de unidades próp. e franq.: 20 nes fixos, centrais telefônicas, Áreas de interesse: Brasil acessórios para informática, baApoio: PP, TR, OM, FI, MP terias para filmadoras, baterias Taxa de Franquia: R$ 5 mil para note-book e câmeras digiInstalação da empresa: R$ tais, pilhas, lanternas, filmes 1.500,00 para maquina fotográfica, cartuchos para impressoras, etc. Capital de giro: R$ 5 mil A franquia estuda a inclusão de Prazo de retorno: 6 a 12 meses novos produtos. Contato: Shlomo Revi PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto
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Guia do Empreendedor Médicos veterinários descobrem nas plantas medicinais uma nova opção de tratamento para cães e gatos A Fitoterapia, utilizada há mais de seis mil anos pelo homem, e que testa e escolhe entre as plantas medicinais aquelas que possuem em sua composição substâncias químicas para curar suas doenças, está sendo agora utilizada pela Medicina Veterinária para prevenir e tratar animais de estimação. O uso de ervas para auxiliar nos cuidados de cães e gatos é indicado para tratamentos contra carrapatos, pulgas, doenças transmitidas por moscas, irri-
Produtos não agridem organismo animal
tabilidade, distúrbios na flora intestinal, prevenção de cáries e mau hálito, além de ser uma opção para as clínicas e médicos que queiram incrementar o portfólio de tratamentos e oferecer aos clientes opções alternativas aos tratamentos ditos convencionais. Segundo Rita de Cássia Baptista, médica veterinária especializada em Fitoterapia, os produtos atuam de forma natural, sem agredir o organismo do animal e estimulando as defesas naturais. “É, sem dúvida, a melhor opção de tratamento não-agressivo, com a propriedade de curar males de forma profunda e integral”, afirma. Considerada uma das pioneiras da abordagem do assunto no Brasil, a farmacêutica Jeane Nogueira explica que a tendência de tratamentos com base em ervas migrou da sabedoria popular para os serviços dos centros e profissionais especializados. “A Fitoterapia utilizada na Medicina Veterinária é um con-
ceito novo, mas a população já usa plantas há muito tempo. No Rio de Janeiro, por exemplo, as pessoas usam o mastruz como ungüento no animal quando ele quebra as patas”, diz. Jeane também desenvolve esses produtos, como repelentes naturais à base de citronela (da família do capim-santo). Os produtos, segundo a farmacêutica, não afetam a saúde e o bem-estar dos bichos de estimação, e de quebra trazem benefícios aos seus donos e tratadores. “Quem tem canil pode usar estes repelentes para espantar diversos insetos, inclusive o mosquito do calazar, que pode provocar a leishmaniose visceral em animais e humanos”, afirma. As indústrias químicas também estão de olho no potencial destes medicamentos. A Humânita, por exemplo, direcionou toda a tecnologia desenvolvida, que antes empregava apenas para insumos agropecuários, para criar a linha FitoGuard, específica para o uso veterinário e elaborada com matériasprimas diferenciadas. A linha é composta por cinco produtos, que auxiliam desde a prevenção de problemas dentários até os animais que passam por processo de adestramento ou tratamentos psicológicos. www.grupohumanita.com.br www.fitoguard.com.br
INDEX OPEN
Fitoterapia para pets
Dezembro 2006 – Empreendedor – 69
Guia do Empreendedor Google Enterprise Com foco nas empresas que armazenam grandes volumes de dados em seus servidores, o Google desenvolveu a solução Google Enterprise, que auxilia na pesquisa e localização rápida de documentos em até 220 formatos diferentes, incluindo arquivos digitais, HTML, PDF e Microsoft Office. Disponível nas versões GSA (direcionada às grandes empresas e com capacidade de pesquisa de até 15 milhões de arquivos em sistemas como ERP, Business Intelligence, CRM e programas de banco de dados) e Mini (voltada para pequenas e médias empresas, com capacidade de busca de até 300 mil documentos), a ferramenta – que é distribuída no Brasil pela Mude – realiza a busca em documentos do PC individual (como e-mails, apresentações e relatórios), em dados corporativos e na rede web, com interface com o Google.com. O sistema cria um índice dos documentos que foram usados recentemente e respeita procedimentos predeterminados de segurança na visualização de resultados. www.mude.com.br/google
Prazo no cartão Segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados, os cartões com marca própria das redes supermercadistas é o meio de pagamento preferido por 5% dos consumidores brasileiros. De olho neste nicho, a Rede Bistek de Supermercados lançou em conjunto com o Banco do Brasil um cartão Visa “private label”, que proporciona prazo de 70 dias para pagamento – considerado o maior do setor no país –, além de saques em dinheiro nos mais de 40 mil terminais de auto-atendimento do BB. “Nossa intenção é facilitar as compras dos clientes e aumentar o grau de fidelização em futuras promoções e descontos”, diz Walter Ghislandi, diretor comercial da Rede Bistek. O valor das transações com cartões do tipo “private label” foi de R$ 11,6 bilhões só no primeiro semestre deste ano. Essa movimentação, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), representa 10% do total de negociações feitas com cartões de crédito no Brasil. www.bistek.com.br
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Loja virtual grátis Pequenos varejistas que não têm condições de investir em seu próprio site na web passam a contar com a Loja Virtual Grátis, serviço de hospedagem gratuita de sites desenvolvido pelo Portal Keero (www.keero.com.br). Considerado o maior classificado independente da internet brasileira, o Keero – que conta com mais de 1 milhão de usuários únicos, 22 categorias de produtos e serviços, e 50 mil ofertas – oferece o serviço através do cadastro em seu site, e o usuário poderá montar sozinho sua página. O anúncio pode incluir fotos dos produtos, endereço virtual ou físico, contatos e descrição. Segundo dados do Sebrae, existem 4,3 milhões de pequenas e médias empresas no Brasil, e a categoria de comércio e serviços é o filão que deverá tirar proveito da ferramenta. A expectativa do Keero é fechar o ano de 2007 com 30 mil lojas cadastradas.
Produtos da Expambox A Expambox encerra o ano de 2006 com o lançamento de dois modelos de duchas higiênicas em sua linha de produtos, totalizando cinco opões na Linha Hidro. Indicados para residências, estabelecimentos comerciais e hotéis, os produtos possuem o diferencial do registro prático, que trabalha automaticamente as posições “aberto” e “fechado”. Com dois anos de garantia e manual de instalação, os produtos da linha desenvolvida pela Expambox possuem mangueira flexível de aço inox, componentes de latão cromado, inox e resina, e um sistema de funcionamento que suporta temperaturas de até 40º C e pressão máxima de 50 mca (metros de coluna d’água), além de serem coordenáveis com todos os demais itens desenvolvidos pela marca. www.expambox.com.br
Produtos & Serviços Roteador wireless A Linksys, especialista em infra-estrutura de redes de voz e wireless para usuários domésticos, pequenos ambientes e SOHO (Small Office/Home Office), lançou o Roteador Wireless-N Gibgabit WRT350N com Storage Link. Quando utilizado em associação com o adaptador Wireless-N para notebooks (WPC300N) ou com o adaptador Wireless-N para desktops (WMP300N), o produto pode oferecer ao usuário até quatro vezes mais alcance e 12 vezes mais velocidade de transmissão que as soluções de padrão Wireless-G. O switch gigabit incluso no roteador traz a tecnologia que
anteriormente era disponível apenas para as redes corporativas e tem velocidade de transferência de 1.000 Mbps, que permite ao usuário assistir a vídeos em alta definição, ouvir áudio digital, utilizar jogos on-line, fazer chamadas de voz sobre IP e navegar pela internet de forma simultânea e sem comprometer a performance da máquina. Já o Storage Link funciona como um servidor de mídia, possibilitando a qualquer dispositivo de armazenamento USB 2.0 transformar-se em um dispositivo de armazenamento ligado à rede e com conteúdo compartilhado por todos os usuários. www.linksys.com.br
O crescimento do uso indiscriminado da internet no ambiente de trabalho é uma das maiores preocupações dos gestores nas empresas. A facilidade de navegação e a possibilidade de vazamento de informações confidenciais podem gerar perdas em produtividade e segurança para a organização, e a maior dificuldade é coibir a utilização de recursos que não estão relacionados com o trabalho, como e-mails pessoais, sites de relacionamentos, downloads de arquivos MP3 e uso de ferramentas de comunicação instantânea. Para ajudar os empresários na correta utilização da internet, a Sucesu-SC lançou a cartilha Riscos, controles e legislação no uso da internet nas empresas. O manual tem como finalidade orientar as empresas e possibilitar aos empreendedores, a partir das sugestões fornecidas, estabelecerem políticas de uso racional da rede, além de apresentar aspectos jurídicos relacionados ao assunto. O material está disponível para download grátis no site www.sc.sucesu.org.br.
Torneira com grife
Natal na lavanderia As festas de fim de ano aumentaram em 100%, neste último trimestre, o movimento nas lavanderias especializadas na lavagem de tapetes, carpetes, cortinas, estofados, travesseiros e persianas em São Paulo. Segundo estatísticas do Sindilav – Sindicato das Lavanderias e Similares dos Municípios de São Paulo, é nesta época do ano que os consumidores mais se preocu-
Internet na empresa
pam com o embelezamento de suas casas, já que receberão familiares para as festas de final de ano. “Em geral, é preciso lavar tais itens a cada seis meses, mas as pessoas protelam em até um ano a lavagem especializada, e com a proximidade das festas as lavanderias são procuradas, e o movimento cresce muito”, diz José Carlos Larocca, presidente do sindicato. Fundado em 1941, o Sindilav representa mais de 3.600 lavanderias em 377 municípios paulistas. Recentemente, a entidade lançou um Manual de procedimentos para lavanderias, baseado no Código de Defesa do Consumidor, que orienta os associados a se relacionarem corretamente com os consumidores. www.sindilav.com.br
Após dez meses de pesquisas, a Víqua lança no mercado brasileiro a torneira Blanc, um dos produtos que marcam a entrada da empresa no mercado de itens com alto valor agregado. A novidade é o primeiro produto da marca assinado por um escritório de design e inaugura uma nova fase no posicionamento da Víqua no setor. “O design da peça busca explorar as características do plástico como cores, texturas e versatilidade, além de atender às necessidades do consumidor que busca artigos diferenciados com boa relação custo-benefício”, diz Daniel Alberto Cardozo Júnior, diretor da empresa. Além de lançar novos produtos e de fechar parcerias com grandes redes comerciais, a Víqua prepara-se para ampliar sua presença no mercado externo, elevando de 5% para 20% a produção destinada aos países da América Latina, África e Ásia. www.viqua.com.br Dezembro 2006 – Empreendedor – 71
Guia do Empreendedor
Vendas – urgente: a busca do acerto Um roteiro prático para evitar os desastres que impedem o vendedor de fechar o negócio Os clientes já sabem como funciona. A desatenção do atendimento, a hostilidade do outro lado do balcão, a falta de paciência e a falsa cortesia são recorrentes demais num mercado que fala há mais de uma década em atendimento preferencial aos clientes. Para diminuir o nível de erros nessa área de vendas, o advogado e pós-graduado em Marketing pela ESPM Artur J. Hipólito publica uma espécie de síntese prática de esclarecimento urgente para não só errar menos, como chegar às vitórias sem que isso signifique sacrifício ou chateação. Ao contrário: o prazer de vender quando se faz a coisa certa é o resultado óbvio para o autor, que, de maneira didática, leva seus clientes (os leitores) para um roteiro seguro em que a maior surpresa é como ainda os vendedores ainda não se deram conta de verdades tão cristalinas. O conhecimento do autor se revela nos detalhes. Ele ensina, por exemplo, como apertar a mão do cliente. Nem de maneira molenga, que reflete indiferença, nem de maneira bruta, que pode machucar. Mas de maneira firme, acompanhado de um olhar rápido nos olhos do interlocutor. Parece simples, mas quem tem hábitos arraigados de não prestar atenção nesse contato físico extremamente importante não sabe que, muitas vezes, isso decide um negócio. Mas Hipólito não se restringe ao varejo: voa para a visão mais ampla, definindo o fim do improviso num processo que começa no planejamento e se realiza na pós-venda. Tirar o pedido para se livrar do
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COMPETINDO PELO CLIENTE Artur J. Hipólito Editora Eko 127 páginas DESTAQUES “Cerca de 95% dos clientes não reclamam dos nossos serviços ou atendimentos, simplesmente trocam de fornecedores.” Pg. 71 “Evite gestos fortes ou fracos demais que possam sugerir desvios de comportamento. Mantenha-se ereto. Seja profissional em sua forma de sentar.” Pg. 109 “Procure ouvir mais do que falar, pois sua intenção é conhecer seu cliente e suas motivações.” Pg. 110 “Evite perguntas fechadas que levem a respostas sim ou não. Quem pergunta conduz a conversa; este é seu momento de especular sobre as necessidades e desejos do seu cliente.” Pg. 110
“transtorno” que é trabalhar a favor da pessoa que busca um serviço ou produto é o caminho certo para o fracasso. Nunca é demais lembrar: você não compra camisas, você compra a solução para a sua necessidade de camisa, e essa necessidade é permanente, portanto, extrapola o produto, vai além e se refere ao íntimo da pessoa, sua vaidade, sua expectativa, seu relacionamento com a comunidade. Esse mergulho na essência da profissão, que tange o filosófico, é o lugar-comum da modernidade de vendas, sempre lembrada, mas, na prática, pouco exercida, pois a insatisfação com as compras se reflete na fuga em massa dos clientes, na morte prematura das empresas e no sucateamento de carreiras promissoras. Competindo com o cliente, torna-se assim o melhor amigo do vendedor. Existe a tentação de distrair o leitor com citações e introduções já consagradas, mas isso não tira o brilho do livro. Há equilíbrio no trajeto que o autor propõe. Neste caso, um trajeto de leitura e, para quem lê e quer colocar em prática, um caminho para conseguir bons resultados. Ser de fácil leitura não significa superficialidade. O que vale é a experiência, os ensinamentos comprovados, já que o autor é diretor de franchising da rede Wizard, ajudando a levá-la à liderança desse mercado no Brasil. Recheado de boas e rápidas histórias, o livro disseca os equívocos que fazem a dor de cabeça dos clientes no Brasil. O atendente do cinema que obriga o único espectador a refazer o caminho para ver o filme no cinema vazio.
Leitura
Brasil global A inserção do país numa economia transformada pela integração e a competitividade internacional O diplomata, economista político e sociólogo Marcos Prado Troyjo analisa a evolução da economia global nos últimos 25 anos à luz de teorias de relações internacionais e desenvolvimento econômico, e enfatiza a experiência e os desafios apresentados pela realidade brasileira e sua inserção externa. Examina a chamada “nova economia” – rótulo utilizado para descrever o conjunto de fluxos econômicos que agregaram grande liquidez internacional ao aparecimento das novas tecnologias da informação. A questão da inovação tecnológica, sua gênese e os efeitos que causa para todo o sistema internacional são examinados com base nas reflexões de Joseph A. Schumpeter, mediante o conceito de “destruição criativa”. O autor delimita o campo de um projeto eficiente voltado à competitividade internacional sustentada em esforços de promoção comercial e na atração de investimentos estrangeiros diretos. Um verdadeiro “plano de negócios” para o desenvolvimento do Brasil. Troyjo é doutor em Sociologia das Relações Internacionais pela USP (Universidade de São Paulo), diplomata e economista. É presidente da Casa Brasil, e vicepresidente da Gazeta Mercantil e do Jornal do Brasil, Nação-comerciante: além de autor de poder e Tecnologia e diprosperidade no plomacia e Maniséculo XXI festo da diplomaMarcos Prado cia empresarial, Troyjo ambos pela EditoEditora Aduaneiras ra Aduaneiras.
Siga o líder Habilidades e competências para fazer acontecer no mundo corporativo O livro desenvolve e contextualiza diversos conhecimentos como liderança contemporânea, Arquitetura e engenharia de negócios, modelo de gestão de habilidades e competências corporativas, empreendedorismo em serviços, comunicação interpessoal em negócios e criatividade em negócios. Visa a suprir e capacitar aqueles que necessitam de diferentes habilidades, qualidades e competências para conquistar e superar novos conhecimentos, além de valores que os conduzam para a construção de diferenciais e vantagens competitivas humanas e empresariais. Cada tema é desenvolvido dentro do panorama contemporâneo, voltado ao valor humano, ao compromisso social e ao contexto empresarial, a partir da visão de mundo de seus autores, que são profissionais, pesquisadores e docentes da área. A obra é recomendada para todas as disciplinas que envolvem recursos humanos, planejamento e administração estratégica, gestão de negócios, gestão de pessoas, teoria geral da Administração, temas emergentes, seminários avançados, marketing de serviços e Psicologia, entre outras. Edmir Kuazaqui é doutor e mestre em Administração pela Universidade Mackenzie, pósgraduado em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), e graduado em Administração com habilitação em Comércio Exterior. Coordenador dos programas de pós-graduação em Marketing Internacional, Administração Internacional, Administração Geral, Liderança e Gestão de Talentos, Gastronomia, Administração Liderança e Contábil-Financeira e Secretariacriatividade em do Executivo da Universidade negócios Paulista (Unip). Autor de livros Edmir Kuazaqui (Org.) nas áreas de marketing, planejaEditora Thomson mento estratégico e gestão. Con148 páginas sultor-presidente da Academia R$ 30,00 de Talentos. Dezembro 2006 – Empreendedor – 73
INFORMAÇÃO E CRÉDITO
Prêmio Ibero-Americano da A Serasa traz para o Brasil, pela segunda vez, o reconhecimento máximo em gestão na comunidade iberoamericana. O prêmio foi entregue no Uruguai pelo chanceler Celso Amorim, em solenidade com a presença do Rei da Espanha, Juan Carlos, do Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, do presidente do México, Vicente Fox, entre outros
A
premiação internacional ocorreu no último dia 5 de novembro, em Montevidéu, no Uruguai, durante a 16ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo. O presidente da Serasa, Elcio Anibal de Lucca, recebeu o troféu das mãos do chanceler brasileiro Celso Amorim. A Serasa tornou-se a primeira e única empresa brasileira a conquistar por duas vezes esse que é o reconhecimento máximo à excelência na comunidade ibero-americana. “Podemos dizer que esse prêmio não é uma conquista da Serasa apenas, mas sim uma conquista do Brasil, pela importância, hoje, de organizações sólidas, competitivas, inovadoras, prósperas e bem geridas para o crescimento econômico e o desenvolvimento social dos países. Quando uma empresa 100% brasileira alcança um reconhecimento desta grandeza, reflete positivamente a imagem do país como um ambiente de negócios saudável para os investimentos”, afirma o presidente da Serasa.
A 16ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo contou com presidentes e chanceleres, como o presidente do Uruguai, Tabaré Vazquez; o presidente do México, Vicente Fox; o presidente da Espanha, José Luiz Zapatero; o secretário-geral Ibero-Americano, Enrique Iglesias; e a presidente do Chile, Michelle Bachellet. O governo brasileiro foi representado pelo chanceler Celso Amorim, assim como Peru e Argentina, também representados por seus chanceleres. Empresários de 22 países estiveram reunidos no Uruguai, às vésperas da premiação, para o 2º Encontro Empresarial Ibero-Americano, realizado paralelamente à Cúpula de Chefes de Estado e de Governo que integram a Comunidade Ibero-Americana das Nações. Em documento extraído do encontro, os empresários ibero-americanos levaram aos presidentes da Comunidade o pleito de estabilidade jurídica, cumprimento de contratos, financiamento aos investimentos e estabilidade macroeconômica.
Presidentes e chanceleres de países ibero-americanos e os presidentes das organizações ganhadoras, na Cerimônia de Entrega do Prêmio Ibero-Americano da Qualidade 2006
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Qualidade 2006 é do Brasil Prêmio Ibero-Americano da Qualidade O Prêmio Ibero-Americano da Qualidade é um programa oficial da Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, baseado no Modelo Ibero-Americano de Excelência em Gestão, gerido pela Fundação Ibero-Americana para Gestão da Qualidade (Fundibeq) e distribuído gratuitamente tanto a organizações públicas quanto privadas. Mais de 30 organizações iberoamericanas já foram premiadas por seu modelo de excelência em gestão, por meio da colaboração de mais de 800 examinadores de 17 países, que trabalham voluntariamente para a Fundibeq. O objetivo do prêmio é reconhecer a qualidade das organizações premiadas no contexto internacional, contribuir para elevar o nível de competitividade na comunidade ibero-americana e melhorar a imagem dos seus produtos e serviços para que a região seja considerada um ambiente de qualidade, onde é possível se relacionar com os melhores fornecedores e encontrar oportunidades de investimento. Além disso, o Prêmio IberoAmericano da Qualidade pretende estimular o desenvolvimento das organizações da região, oferecendo um modelo que lhes permita se compararem com outras organizações excelentes em nível internacional. Também promove oportunidade de auto-avaliação e avaliação do relacionamento da organização com todos os seus diversos públicos, e difunde as melhores práticas das
O chanceler do Brasil, Celso Amorim, fez a entrega do troféu ao presidente da Serasa, Elcio Anibal de Lucca
organizações vencedoras, para, com isso, proporcionar a melhoria de outras empresas.
Compromisso com a excelência Em 2002, a Serasa foi a primeira empresa brasileira a conquistar o Prêmio Ibero-Americano da Qualidade, quando recebeu o troféu das mãos do então presidente da República brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, na 12º Cúpula Ibero-Americana, na República Dominicana. Referência mundial em seu seg-
mento de atuação, a Serasa é também a maior empresa da América Latina em pesquisas, análises e informações econômico-financeiras para apoio a decisões de crédito e negócios. Coerente com sua missão de buscar a excelência em seu negócio, a Serasa é a única empresa brasileira a ter conquistado por três vezes – feito mundialmente inédito –, em 1995, 2000 e 2005, o Prêmio Nacional da Qualidade, conferido pela Fundação Nacional da Qualidade, que é o mais alto reconhecimento à excelência em gestão no Brasil.
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Guia do Empreendedor
O que esperar do novo mandato de Lula? Uma mudança importante seria o governo indicar uma clara preocupação com o resultado dos seus gastos, e não apenas com o seu volume As primeiras reações nos mercados financeiros aos resultados das eleições presidenciais no Brasil foram tranqüilas, tanto no primeiro quanto no segundo turno. Isto indica que não há previsões de mudanças radicais da política econômica para o próximo governo. Mesmo que as alterações não sejam grandes, as nuances que a política econômica poderá seguir são importantes e podem levar a economia a caminhos distintos. Dois aspectos, com conseqüências sobre o restante das decisões, são os principais: política monetária e política fiscal. No caso da política monetária, a escolha refletirá uma disputa interna no próprio governo. Uma corrente defende a continuidade da política atual, enquanto a outra considera que há espaço para a redução rápida e forte da taxa de juros. Esta opção terá efeitos importantes sobre o desempenho da economia que não se restringem ao curto prazo. Apesar de ser certo que o Banco Central exagerou no aumento e na demora para reduzir a taxa Selic no segundo semestre de 2005 e ao longo de 2006, não há dúvida que as metas de inflação estão funcionando bem na economia brasileira. Este bom funcionamento só é possível com a autonomia operacional do Banco Central, o que quer dizer que, dada a meta de inflação, o Banco Central não deve sofrer interferência na condução da
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política monetária. A continuidade de Henrique Meirelles no Banco Central seria uma sinalização de que o governo continuará no regime de metas de inflação, dando condições para que essa meta seja perseguida. O mesmo efeito seria obtido em caso de nomeação de um substituto de Meirelles que também tivesse fama de não ser condescendente com inflação elevada. Caso haja uma mudança na condução da política monetária, pode-se esperar uma rápida redução da taxa de juros, gerando expansão da economia por algum tempo. Entretanto, a existência de gargalos na estrutura produtiva, especialmente de bens intermediários, impedirá que este crescimento se sustente. Em outras palavras, o benefício do crescimento por algum tempo gerará inflação em prazo médio, e o custo de reduzir essa inflação é elevado. A questão da duração do crescimento leva à discussão da necessidade de investimentos na economia brasileira que, apesar de poderem ser favorecidos pela política monetária, não são por ela exclusivamente determinados. Com isto, se quer dizer que, além da política monetária responsável, é necessário que o Estado coordene os investimentos em infra-estrutura e de bens intermediários que, pelo funcionamento livre do mercado, não estão ocorrendo em nível suficiente. Nisto, também é importante a po-
lítica fiscal, porque o governo não tem condições políticas de aumentar a carga tributária ou de reduzir os gastos dentro da estrutura atual da economia. Qualquer tentativa de ampliação de gastos superior ao crescimento natural das despesas terá de ser vista com desconfiança, por colocar em risco a estabilidade das contas do governo, a capacidade de endividamento e a possibilidade de redução dos juros de longo prazo da economia. Uma mudança importante (por enquanto está somente no discurso), que poderia gerar efeitos benéficos, seria o governo indicar uma clara preocupação com o resultado dos seus gastos, e não apenas com o seu volume. Isto poderia significar o reconhecimento do pouco alcance de crescimento com aumento de gastos e dificuldade para obter o financiamento necessário a isso. Significaria também a necessidade de aumento da produtividade dentro do governo, única alternativa para assegurar o crescimento da economia sem colocar em risco a estabilidade e criando as condições para que o crescimento deixe de ser ao estilo “pára-anda” da última década.
Roberto Meurer Consultor da Leme Investimentos e professor do Departamento de Economia da UFSC
Análise Econômica Carteira teórica Ibovespa NOME AÇÃO
TIPO AÇÃO
Acesita PN ALL América Latina UNT N2 Ambev PN Aracruz PNB Arcelor BR ON Bco Itaú Hold Finan PN Bradesco PN Bradespar PN Brasil T Par ON Brasil T Par PN Brasil Telecom PN Brasil ON Braskem PNA CCR Rodovias ON Celesc PNB Cemig ON Cemig PN Cesp PNB Comgás PNA Copel PNB Eletrobrás ON Eletrobrás PNB Eletropaulo Metropo PNB Embraer ON Gerdau Met PN Gerdau PN Ibovespa Ipiranga Pet PN Itausa PN Klabin PN Light ON Natura ON Net PN Pão de Açúcar PN Perdigão ON Petrobras ON Petrobras ON Petrobras PN Sabesp ON Sadia PN Sid Nacional ON Souza Cruz ON TAM PN Telemar Norte Leste PNA Telemar Tele NL Par ON Telemar Tele NL Par PN Telemig Celul Part PN Telesp PN Tim Participações ON Tim Participações PN Transmissão Paulist PN Unibanco UnN1 Usiminas PNA Vale Rio Doce ON Vale Rio Doce PNA Vivo Part PN Votorantim C P PN
PA R T I C I PA Ç Ã O I B OV E S PA
0,38 0,70 1,17 0,90 1,57 3,44 5,01 1,47 0,62 0,78 1,52 1,35 2,49 0,98 0,62 0,156 2,13 0,44 0,30 1,36 1,21 1,93 0,33 1,11 1,09 2,77 100,00 0,51 1,74 0,59 0,75 0,71 2,32 0,74 0,92 2,07 4,32 12,24 0,75 1,31 3,02 0,51 0,78 0,87 1,52 5,08 0,50 0,39 0,42 1,14 0,46 1,93 4,65 2,85 12,26 2,29 0,92
VARIAÇÃO % ANO (ATÉ 16/11/2006)
62,3 104,60 16,70 43,10 39,20 32,40 25,10 51,80 39,90 -1,80 3,50 40,40 -9,30 38,90 24,50 19,8 11,10 30,3 33,60 21,10 15,50 29,80 31,60 28,00 23,00 32,30 37,50 36,40 23,10 55,30 39,60 -12,00 10,70 22,30 23,90 66,70 0,60 52,50 31,00 45,40 -15,00 38,80 -14,60 -4,60 18,6 87,60 25,00 -1,00 26,30 42,40 21,60 18,30 -5,50 42,90
Inflação (%) Índice IGP-M IGP-DI IPCA IPC – Fipe
Outubro 0,47 0,81 0,33 0,39
Juros/Aplicação
(%)
Outubro 1,09 1,09 0,69 1,07 1,69
CDI Selic Poupança CDB * Ouro BM&F
Ano 2,73 1,22 2,33 1,06
Ano 12,76 12,80 7,03 14,15 8,76
* (até 16/11)
Indicadores imobiliários CUB SP TR (novembro)
Outubro 0,00 0,13
Ano 3,68 1,88
Juros/Crédito
Desconto Factoring Hot Money Giro Pré *
(%)
Novembro 16/novembro
(em % mês) Novembro 14/novembro
2,25 4,06 2,70 2,45
2,10 4,07 2,70 2,30
* taxa mês
Câmbio (em 16/11/2006)
Dólar Comercial Ptax Euro Iene
Cotação R$ 2,1517 US$ 1,2795 US$ 0,0085
Mercados futuros (em 16/11/2006)
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Dólar R$ 2,160 R$ 2,171 R$ 2,186 Juros DI 13,62% 13,38% 13,25% (em 16/11/2006)
Ibovespa Futuro
Dezembro
41.440
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DIVULGAÇÃO
Guia do Empreendedor
Do Lado da Lei
Pelo direito de recorrer sem pagar Depósito prévio nas ações contra a voracidade tributária poderá ser anulado por decisão do Supremo Tribunal Federal? Várias empresas sofrem com a dificuldade de não poderem se defender da fome e da voracidade dos órgãos da administração pública e, especialmente, dos agentes de fiscalização, quando são autuadas. Isto porque, em determinadas situações, há exigência legal de que, para que se recorra da decisão administrativa de primeira instância, que indefere o pedido de revisão ou anulação da multa ou sanção, a empresa tem que fazer o depósito de um determinado valor, que varia entre 30 a 100% do débito, multa e sanções impostas. Esta exigência é um constrangimento ao direito de todo cidadão de ver seu recurso analisado e ter acesso à ampla garantia constitucional. Ademais, é previsto no art. 5º, inciso XXXIV, “a”, da Constituição, que os direitos de petição são assegurados independentemente do pagamento de taxas. Afeta também outros direitos fundamentais constitucionais, como o princípio da ampla defesa (art.5.º, LVI) e do devido processo legal (art. 5.º, LIV). O Supremo Tribunal Federal (STF) havia tratado desta matéria e entendido como constitucional a exigência do depósito prévio de 100% da sanção para interposição de recursos administrativos de multas imputadas pelo Ministério do Trabalho, considerando válida a regra do art. 636, §1.º da CLT, em que pesem louváveis votos vencidos. Isto ocorreu em 1997, no julgamento do Recurso Extraordinário 210.246 de Goiás. Com a mudança da composição do STF pela troca de vários ministros, a
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matéria vem novamente sendo lá discutida. O ministro Eros Grau, em novembro de 2006, deferiu um pedido de liminar na Ação Cautelar (AC) 1449, ajuizada pela Telesp (Telecomunicações de São Paulo S.A.), suspendendo os efeitos da decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), que obrigava ao depósito prévio relativo a 30% do valor de R$ 180 milhões como condição para interposição de recurso administrativo perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O STF está debatendo e analisando a validade dessa modalidade de depósito prévio no julgamento dos Recursos Extraordinários (REs) 388359, 389383 e 390513. O raciocínio pode ser emprestado a vários outros casos de exigência do depósito prévio aos recursos. Torna-se de vital importância que se assegure o legítimo direito de recorrer administrativamente para instância superior sem o pagamento de qualquer depósito, para assegurar que o administrado possa exaurir todo o processo administrativo, porque na prática muitas empresas são obrigadas a ir direto ao Judiciário para discutir já o eventual débito, multa ou sanção administrativa, tendo em vista a obrigatoriedade do pagamento de determinadas multas. Isso não apenas viola os direitos constitucionais citados, como também acaba por trazer mais causas ainda à Justiça já atolada. São aforadas várias e várias ações visando à obtenção do direito de recorrer sem este constrangimento. Caso haja insucesso, são ajuiza-
das outras ações para discutir o débito, antes mesmo que a autoridade superior possa rever a decisão administrativa. Tanto pior quando se sabe que, normalmente, as decisões administrativas de primeiro grau são proferidas pelo setor, departamento ou divisão que fez a autuação e imposição da sanção, valendo mais como uma reiteração das razões de autuar do que propriamente um julgamento revisor da imposição. A concessão desta liminar pelo ministro Eros Grau pode ser um elemento novo a impulsionar o Plenário do STF a decidir de vez os julgamentos pendentes sobre a matéria, que estão no limiar de optar por dar ou não aos cidadãos brasileiros e às empresas o direito de enfrentar a autoridade administrativa em pé de igualdade. Ao mesmo tempo, materializaria alguns dos direitos fundamentais da pessoa humana brasileira, que é ser julgada com um processo legítimo, dentro dos princípios de amplidão de defesa, sem constrangimentos e somente ser despojada de seus bens após decisão final irrecorrível. Dispor de pagamento recursal implica antecipar a pena, notadamente nos casos de autuações do Ministério do Trabalho, nas quais antecipação é da integralidade da multa ou sanção imposta. Espera-se do STF uma boa nova!
Marcos Sant’Anna Bitelli Advogado (11) 3871-0269
Agenda Em destaque 15/1 a 18/1/2007
COUROMODA 2007
5/12 a 7/12/2006
EXPOSYSTEMS 2006 ITM Expo São Paulo/SP Fone: (11) 3361-6899 www.feiraecia.com.br 7/12 a 10/12/2006
ARTESANATO NATALINO 2006 Studio 5 Centro de Convenções de Manaus Manaus/AM Fone: (92) 216-3513 portalamazonia.globo.com/feiras
Considerada a maior feira especializada na América Latina, a Couromoda – Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro é o mais importante evento para negócios e lançamento de moda no mercado de calçados e artigos de couro. É também a mais prestigiada e representativa feira deste setor. Seus 1.200 expositores respondem por 90% da produção brasileira, e no evento são lançadas as tendências em moda, tecnologia e marketing do setor de calçados e artefatos de couro, com a presença de mais de 4 mil marcas.
22/1 a 25/1/2007
ENCONTRO DA MODA FEMININA 2006 Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo/SP Fone: (11) 3472-2000 www.freicanecashopping.com.br 23/1 a 26/1/2007
FIT 0/16 OUTONO/INVERNO 2007 Expo Center Norte São Paulo/SP Fone: (11) 6224-5900 www.expocenternorte.com.br 6/2 a 9/2/2007
VITÓRIA STONE FAIR 2007 Centro Capixaba de Eventos Floriano Serra/ES Fone: (27) 3337-6855 www.milanezmilaneze.com.br 6/2 a 11/2/2007
NÁUTICA FAIR 2007 Centrosul Florianópolis/SC Fone: (48) 3251-4000 www.centrosul.net
9/2 a 12/2/2007
6/3 a 9/3/2007
ABIMAD 2007
FENATEC 2007
Centro de Exposições Imigrantes São Paulo/SP Fone: (48) 3033-5959 www.abimad.com.br
Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo/SP Fone: (11) 4191-4324 www.alcantara.com.br
27/2 a 2/3/2007
6/3 a 8/3/2007
NT&TT' 207
TELEXPO 2007
Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo/SP Fone: (11) 4191-4324 www.alcantara.com.br
Expo Center Norte São Paulo/SP Fone: (11) 3170-7000 www.questex.com.br
27/2 a 2/3/2007
13/3 a 17/3/2007
EXPOLAV 2007
FEICON 2007
Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo/SP Fone: (11) 4191-4324 www.alcantara.com.br
Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo/SP Fone: (11) 4191-4324 www.alcantara.com.br
Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) Dezembro 2006 – Empreendedor – 79
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Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo/SP Fone: (11) 3897-6100 www.couromoda.com.br
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sas e entidades que visam a um novo posicionamento ou uma nova direção para um segmento. O leitor encontra, por exemplo, uma notícia que mostra um interesse maior de grandes varejistas por cidades de pequeno porte.
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