Empreendedor 148

Ano 13 • Nº 148

ECONOMIA SOLIDÁRIA: A MOEDA VIRTUAL

Fevereiro 2007 • R$ 9,90

LÍDER SERVIDOR: EM BUSCA DA EXCELÊNCIA

www.empreendedor.com.br

Empreendedor

O MERCADO DA EXPOSIÇÃO SEGURA

Ano 13 • Nº 148 • fevereiro 2007

NEGÓCIOS CRIATIVOS: NOVA FONTE DE LUCROS

ISSN 1414-0152

2 – Empreendedor – Fevereiro 2007

Fevereiro 2007 – Empreendedor – 3

Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br]

Nesta Edição

Redação Editor-Executivo: Nei Duclós [nei@empreendedor.com.br] Repórteres: Alexsandro Vanin, Camila Stähelin, Carol Herling, Fábio Mayer, Sara Caprario e Wendel Martins Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira, Casa da Photo, Lio Simas , Index Open e Tomas May Produção e Arquivo: Carol Herling Foto da capa: Index Open Revisão: Renato Tapado Sedes São Paulo Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba Executivos de Contas: Gesner C. Vieira e Márcia Marafon Projetos Especiais: José Lamônica (Lamônica Associados) Rua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis 01239-010 - São Paulo - SP Fone: (11) 3214-1020 [empreendedorsp@empreendedor.com.br] Florianópolis Executivos de Contas: Vitor Manuel de O. Guilherme [vitor@empreendedor.com.br] Vitor Hugo de Carvalho [vitorhugo@empreendedor.com.br] Carlos Gilberto Abella dos Santos [gilberto@empreendedor.com.br] Contato comercial: (48) 3223-0088 Executiva de Atendimento: Luana Paula Lermen [luana@empreendedor.com.br] Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C 9º andar - 88015-900 - Centro - Florianópolis - SC Fone: (48) 2106-8666

PG. 20

INDEX OPEN

A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor

Fuga saudável do sol Os perigos da exposição excessiva e sem proteção geram uma série de produtos, além dos tradicionais protetores. Inovações como um aditivo em roupas especiais para pessoas e cães, e um guarda-sol virado do avesso que gera sombra segura surgem depois dos óculos de sol que filtram a radiação ultravioleta ou do filme que protege os ambientes internos dos carros.

Rio de Janeiro Triunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda.

Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] Rua São José, 40 - sala 31 - 3º andar - Centro 20010-020 - Rio de Janeiro - RJ Fone: (21) 3231-9017 Brasília JCZ Comunicação Ltda.

Ulysses C. B. Cava [jcz@forumci.com.br] SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial bloco C - conjunto 330 70140-907 - Brasília - DF Fone: (61) 3322-3391 Paraná Merconet Representação de Veículos de Comunicação Ltda.

Ricardo Takiguti [comercial@merconet.srv.br] Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - conjunto 1 Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Alberto Gomes Camargo [ag_camargo@terra.com.br] Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu 91380-010 - Porto Alegre - RS Fone: (51) 3340-9116 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda.

Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Rua Ribeiro de Brito, 1111 - conjunto 605 - Boa Viagem 51021-310 - Recife - PE Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações Sérgio Bernardes de Faria [comercial@sbfpublicidade.com.br] Av. Getúlio Vargas, 1300 - 17º andar - conjunto 1704 30112-021 - Belo Horizonte - MG Fone: (31) 2125-2900 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante Diretora: Luzia Correa Weiss Fone: 0800-48-0004 [assine@empreendedor.com.br] Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Gráfica Pallotti - Porto Alegre Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda.- São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br

ANER 4 – Empreendedor – Fevereiro 2007

INDEX OPEN

Escritórios Regionais

PG. 33

Negócios criativos Descobrir o mecanismo que faz da criatividade uma fonte propulsora para abrir mercados é a essência dos chamados negócios criativos, uma tendência que está se impondo por meio de idéias ousadas, como lançar um rastreador de pessoas, apostar no audiolivro, adaptar velhas máquinas para fazer papel de parede, ou fabricar sapato e roupa com pneus e lonas usados.

PG. 57

Caderno de TI

Franquia do sorriso Um negócio que deu certo entre dois casais de sócios se transformou numa rede de clínicas odontológicas que deve abrir mais seis unidades este ano. A Odontoclinic está presente em 14 Estados e desperta curiosidade por fazer parte de um setor de prestação de serviços que não é comum no sistema de franchising. A rede fechou 2006 com um faturamento médio de R$ 23 milhões, um aumento de 30% em relação ao ano anterior, e abriu nove unidades, chegando a 53 franquias.

Entrevista:

INDEX OPEN

Fevereiro/2007

INDEX OPEN

PG. 10 Wilson Mileris

O líder sem chicote Liderança com autoridade, humildade e amor canaliza as energias das empresas para metas de excelência, segundo o consultor e educador Wilson Mileris, um dos mais requisitados palestrantes do país.

Para ele, os líderes conscientes e vencedores sempre adotam o respeito, a humildade, a confiança e o amor como fatores de humanização dos ambientes de trabalho.

PG. 40

Perfil: Marcos Wettreich

O criador de empresas Marcos Wettreich criou empresas como a Mantel, especializada em congressos em sete países, a pioneira revista Internet World, a empresa de consultoria Neoris/ MLab e o iBest, um dos maiores provedores de acesso à internet no Brasil. Foi co-fundador do Nirvana, o maior centro de bemestar do Brasil e também do portal Ajuda Brasil, que é um site que busca facilitar o encontro entre instituições que precisam de alimentos, equipamentos ou voluntários, e pessoas ou empresas que têm algo a dar.

TROCAS NA REDE .................. 50 Recursos de TI servem para consolidar a troca de produtos sem a interferência da moeda tradicional, que é substituída por valores virtuais. No Brasil, a troca de produtos e serviços alcançou, em 2006, a cifra de R$ 20 milhões e trouxe benefícios para mais de mil empresas.

LEIA TAMBÉM Cartas .............................................. 7 Empreendedores ............................... 8 Não Durma no Ponto ...................... 16 Pequenas Notáveis ......................... 46 Empreendedor na Internet ............. 82 GUIA DO EMPREENDEDOR ............. 6 7 Produtos e Serviços ........................ 68 Leitura ............................................. 72 Análise Econômica .......................... 76 Indicadores ..................................... 77 Agenda ............................................ 78

Fevereiro 2007 – Empreendedor – 5

de Empreendedor para Empreendedor

Assinaturas Para assinar a revista Empreendedor ou solicitar os serviços ao assinante, ligue 0800-48-0004. O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 20%, pagando somente R$ 95,04. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8 h às 18h30. Se preferir, faça sua solicitação de assinatura pela internet (www.empreendedor.com.br) ou pelo e-mail assine@empreendedor.com.br.

Anúncios Para anunciar em qualquer publicação da Editora Empreendedor, ligue: São Paulo: (11) 3214-6093 Rio de Janeiro: (21) 3231-9017 Brasília: (61) 3322-3391 Curitiba: (41) 3257-9053 Porto Alegre: (51) 3340-9116 Florianópolis: (48) 2106-8666 Recife: (81) 3327-3384 Belo Horizonte: (31) 2125-2900

Reprints Editoriais É possível solicitar reimpressões de reportagens das revistas da Editora Empreendedor (mínimo de 1.000 unidades).

Internet Anote nossos endereços na grande rede: http://www.empreendedor.com.br redacao@empreendedor.com.br

Correspondência As cartas para as revistas Empreendedor, Jovem Empreendedor, Revista do Varejo, Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de Franquias, publicações da Editora Empreendedor, podem ser enviadas para qualquer um dos endereços abaixo: São Paulo: Rua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis - 01239-010 - São Paulo - SP Rio de Janeiro: Rua São José, 40 - sala 31 - 3º andar - Centro - 20010-020 - Rio de Janeiro - RJ Brasília: SETVS - Quadra 701 - Centro Empresarial bloco C - conjunto 330 - 70140-907 - Brasília - DF

Editorial riatividade não se reporta apenas à inovação, às idéias geniais, às invenções, às soluções inéditas, aos produtos revolucionários. Mas também à adaptação, ao jogo de cintura, ao resgate, ao recomeço. Nos negócios, ela serve de insumo para uma tendência que se manifesta não apenas nos seus setores habituais, como a animação e o entretenimento, mas atinge toda e qualquer atividade que se insurja contra os impasses consumados pela falta de ousadia. O tema Negócios Criativos cruza todas as linhagens empresariais e, a partir desta edição, será recorrente na nossa pauta.

O objetivo é destacar os empreendedores que não se acostumam ao que se considera intocável.

Ou não ficam apenas nos projetos, já que conseguem concretizar sonhos. Essas pessoas surpreendentes inventam mercados e desentocam riquezas que estavam potencialmente pulsando em algum canto da necessidade humana. Isso se aplica não apenas às matérias que inauguram esse espaço especial de Negócios Criativos, mas a outros setores editoriais, como a reportagem de capa.

Pois é de criatividade que ela trata.

C

Outra não é a palavra para definir o guarda-sol fabricado para não se soltar da areia e que vem de fábrica virado por um vento imaginário, evitando assim o transtorno de ficar do avesso no melhor da praia, com a vantagem de gerar uma sombra totalmente segura para quem nela se abriga. A exposição sem riscos, neste verão de 2007, se torna assunto obrigatório nas áreas de comportamento e saúde, e define uma situação favorável para empreendedores atentos à evolução dos conceitos entre nós. É a mesma essência que permeia o Perfil desta edição, de um empreendedor que cria empresas em série, ou da Entrevista, que versa sobre a oportunidade do líder servidor na realidade brasileira. E também os textos sobre a importância do escambo, que utiliza a internet para driblar as dificuldades financeiras, e viabilizar e agilizar os negócios. Trata-se de um acervo de abordagens sobre a criatividade aplicada ao mundo empresarial. Muito apropriado para o ano em que a proposta é cortar amarras e fazer deslanchar o desenvolvimento.

Nei Duclós

Rio Grande do Sul: Rua Arnaldo Balvê, 210 Jardim Itu - 91380-010 - Porto Alegre - RS Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C - conjunto 902 88015-900 - Centro - Florianópolis - SC Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 conjunto 1 - Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111 - conjunto

Cedoc O Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 3224-4441 ou pelo email imagem@empreendedor.com.br.

605 - Boa Viagem - 51021-310 - Recife - PE Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300 17º andar - conjunto 1704 - 30112-021 Belo Horizonte - MG Os artigos deverão conter nome completo, assinatura, telefone e RG do autor, e estarão sujeitos, de acordo com o espaço, aos ajustes que os editores julgarem necessários.

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Cartas para a redação Correspondências por e-mail devem ser enviadas para redacao@empreendedor.com.br. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do Estado de onde estão escrevendo.

Cartas Oportunidades Fiquei, no início da leitura, muito entusiasmada com o sr . Gilberto Lima Júnior, que levantou a hipótese, na sua entrevista, de o Brasil ter chances em novos nichos de inovação neste século.

Mas depois caí no sentimento comum: o de que desperdiçamos sistematicamente as oportunidades de sermos um país melhor e mais rico. Foi assim quando viramos credores dos Estados Unidos em 1945. Em menos de cinco anos, passamos de credores a devedores, pois os americanos nos “pagaram” a dívida deles, contraída na II Guerra, com brinquedos de plástico (parece mentira, mas é verdade). Será que vamos repetir de novo a experiência, tão comum também nos últimos anos, quando deixamos de lado a possibilidade de crescer, enquanto o mundo inteiro exibia índices de crescimento? Tudo leva a crer que sim. À parte isso, a entrevista está realmente maravilhosa. Parabéns.

Aline Arlington Faria

Porto Alegre – RS

Vocação O exemplo da empresária Ligia Ramos, que começou desde menina a despertar sua vocação para a confecção (conforme perfil na edição 147), é um estímulo para os pais que gostam de descobrir e incentivar seus filhos a encontrarem cedo o seu caminho. Tudo o que é feito com prazer vinga e gera não só dinheiro, mas felicidade.

José Márcio Vassili

São Paulo – SP

Café A capa da edição de janeiro da Empreendedor me deu vontade de tomar um cafezinho, de tão bem-feita e sugestiva. Noto que a revista foge da mesmice não só nas reportagens, mas também na parte visual, que brinda os leitores com soluções visuais criativas e inteligentes. O equilíbrio gráfico entre as matérias mais chamativas (como as de capa) e as mais sóbrias (como na elegante seção de TI) é a prova de que a edição de arte confia no bom gosto do leitor.

Teresa Assunção Lopez

Salvador – BA Fevereiro 2007 – Empreendedor – 7

Empreendedores Léo Rosenbaum, Sandra Michailovici de Picciotto e Alberto Haim Fux

Vocação para crescer Os empresários e advogados Léo Rosenbaum, Sandra Michailovici de Picciotto e Alberto Haim Fux aplicam a política de know your client (seleção de clientela) nos trabalhos de assessoria jurídica do escritório Rosenbaum Advocacia. Contatos estratégicos, atendimento personalizado e política de fidelização de clientes no segmento empresarial são os destaques desse trabalho. A idéia é estabelecer uma relação de parceria, na qual os advogados gerenciam todos os assuntos jurídicos pertinentes. Atualmente,

o escritório presta assessoria jurídica preventiva e contenciosa para indústrias, empresas do ramo têxtil, construtoras, incorporadoras, seguradoras, agentes do mercado financeiro (bancos, asset managers, family offices), empreendedores e imobiliárias. “Também temos parceria com uma empresa de contabilidade, além de alianças estratégicas com escritórios de advocacia localizados nos Estados Unidos, na Europa, em Israel e em países do Mercosul”, afirma Léo Rosenbaum. www.rosenbaum.adv.br

Paulo Roberto Funari

Imóveis de luxo Paulo Roberto Funari, diretor de incorporação da Sispar Empreendimentos Imobiliários, explica como será o condomínio fechado de casas de alto padrão, lançado em parceria com a DMF Construtora e Incorporadora em São Paulo e batizado de Orizzonte. Serão quatro casas, com uma média de 1.000 m² cada uma de área total construída. “Cada casa terá quatro pavimentos, quatro suítes, adega, piscina particular com raia, elevador, jardim privativo, sistema de aspiração central, aquecimento de piso nos banheiros da suíte do casal e segurança a cargo de uma das maiores empresas do ramo no Brasil, a Haganá.” A previsão de entrega do empreendimento está prevista para novembro deste ano, e cada unidade custará, em média, R$ 4,3 milhões. No Brasil, o mercado de luxo, que reúne imóveis de alto padrão, aviões, água mineral com grife, carros fabricados em edição de menos de mil unidades e canetas incrustadas com diamantes, movimenta cerca de US$ 2,3 bilhões por ano. (11) 3709-5964

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Débora Brum

Comunicação sob medida A fonoaudióloga gaúcha Débora Brum, diretora da Comunicativa Fonoaudiologia Empresarial, realiza um trabalho pioneiro no mercado da voz, que representa em muitas profissões o principal instrumento de trabalho. Ela ajuda executivos, jornalistas, advogados, professores, políticos e telefonistas a desempenharem suas funções, ensinando estes profissionais, de forma integrada, a usarem a voz como instrumento de trabalho, e também a ter postura e facilidade na comunicação através de palestras, cursos, treinamentos e consultorias. “Cada trabalho é montado de acordo com a realidade específica de cada empresa, garantindo, assim, um aproveitamento real no seu dia-a-dia e proporcionando ao profissional maior assertividade em suas relações de trabalho e sociais”.

Sammy Glitz e Poe

Esforços em dupla Conhecida pelo trabalho que realiza com o público jovem na noite paulistana, a empresária Sammy Glitz comemora o sucesso de seu novo empreendimento, a Toy Lounge, e a parceria com Fernando Bellentani, conhecido como Poe, na administração do espaço. “A temática é baseada na idéia de um quarto de criança, criando a atmosfera de clubinho, com cores que puxam para isso, mesinhas no hall de entrada e puffs espalhados pelo lounge ao lado do bar e no banheiro, ao fundo da casa”, diz Sammy. Com estrutura para mais de 250 pessoas e eventos que acontecem de quinta a sábado – com temáticas distintas para cada um dos dias –, a Toy conta também com as performances de Poe como DJ e também como um rela-

ções-públicas da casa. “O Poe é indispensável para a administração do empreendimento, organização dos procedimentos internos, e também para

atender as pessoas e manter a qualidade que a Toy já consolidou perante o público”, afirma Sammy. www.toylonge.com.br Fevereiro 2007 – Empreendedor – 9

Entrevista

Wilson Mileris

A segunda descoberta do fogo Liderança com autoridade, humildade e amor canaliza as energias das empresas para metas de excelência por

Wendel Martins

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Paulistano de 1958, filho de imigrantes lituanos, pai de cinco filhas, avô de dois netos e há 26 anos trabalhando como consultor e educador, Wilson Mileris é hoje um dos mais requisitados palestrantes do país. Tem na sua carteira de clientes empresas como Banco Itaú, Bosch, BrasilTelecom, Bridgestone-Firestone, Casas Bahia, Daimler-Chrysler, Pão de Açúcar, Roche, Sabesp, Siemens, Visanet, Volkswagen, Telemar, Tim, entre outras.

Em seu discurso, defende a postura que os líderes conscientes e vencedores sempre adotam: o respeito, a humildade, a confiança e o amor como fatores de humanização dos ambientes de trabalho. Por essa razão, faz questão de ressaltar o perfil do novo líder, daquele que obtém os mais expressivos resultados sem utilizar o poder. Chama a atenção, sobretudo, para aquilo que leva os colaboradores, efetivamente, a se comprometerem com o sucesso da empresa: a importância da humanização do trabalho.

Destaca a conscientização de todos para a criação de um clima que, de fato, produza resultados. Ou seja, a melhoria do ambiente de trabalho, através da harmonização, e da adoção de atitudes e de comportamentos vencedores. Seu foco são algumas atuações, especialmente quando falamos de motivação e redirecionamento de metas e objetivos. Virou consultor comportamental na prática, de tanto trabalhar grupos e estudar. Acabou desenvolvendo algumas tecnologias, entre elas uma metodologia que envolve, além da parte cognitiva, o lado afetivo. Trabalha na reeducação da pessoa para práticas e procedimentos, com destaque para o conceito muito em voga que é a inteligência social, associado à inteligência emocional. Com freqüência, utiliza técnicas terapêuticas como relaxamento, viagens mentais, musicoterapia, todos os fundamentos que possam estimular e sensibilizar. Ao trabalhar o cognitivo com o afetivo, aumenta a chance de mudar o comportamento. São conceitos que ele desenvolve a seguir.

Empreendedor – Qual é a sua definição de inteligência social?

Wilson Mileris – É uma releitura do que a gente chama de relações humanas. Inteligência social é a habilidade de se relacionar

com as pessoas mantendo uma relação amistosa e produtiva, gerando somas. E quando falamos de inteligência emocional, nos referimos ao material do Daniel Goleman, que desenhou uma moldura de cinco competências do profissional de primeira grandeza. O autoconhecimento é a base de tudo. Trabalhamos o autogerenciamento, que é administrar essas emoções, as relações humanas. Também inclui aspectos de motivação, que é tendência de perseguir metas, e a quinta habilidade, que são habilidades sociais, ou seja, cooperação, comunicação, trabalho em equipe. A inteligência social é o capítulo que ele trabalhou mais fortemente, porque é evidente que as pessoas hábeis em relações humanas conseguem mais resultados na vida e são mais equilibradas emocionalmente.

O novo líder é aquele que obtém os mais expressivos resultados sem se utilizar do poder. Como isso é possível?

Exatamente, pois esse é o conceito da autoridade. Max Weber, um dos primeiros sociólogos que trabalhou sobre liderança, diz que, se você tem poder, as pessoas vão te obedecer. Mas a vertente que está se discutindo agora é sobre a liderança mais genuína, quando o empreendedor ou executivo migra do patamar do poder para a autoridade.

Empreendedor – E o que é autoridade?

Mileris – É você inverter a pirâmide e ser um líder servidor. Eu estou enveredando por uma reflexão sobre liderança servidora, que pressupõe autoridade. O exemplo mais grosseiro que eu posso fazer é a sua mãe. Você faria por ela uma série de coisas e talvez atravessasse até parede. E se fizer uma análise do perfil da mãe, talvez você não encontre nela uma líder extraordinária. Por que, então, você atende aos seus desejos? Porque a autoridade que ela conquistou foi quando ela te serviu, te atendeu em todos aspectos, te apoiou quando precisava, nunca te jogou para baixo. Esse é o perfil do líder servidor.

Esse líder servidor deve ter um perfil

sob todos os aspectos de humanização do ambiente de trabalho. Porque o poder não humaniza, ele vai atrás do resultado, mas ele não consegue todas as adesões ideais. Você não potencializa.

portamento, fusão, aquisição, faturamento. De repente, descobriu que tinha alguém influenciando essas empresas e foi estudar os líderes. O Jack Welch é nível quatro na opinião dele.

Empreendedor – O que é uma empresa excelente?

Empreendedor – O que é um líder de nível cinco?

Mileris – No livro Empresas feitas para vencer, o autor Jim Collins identificou algumas empresas excelentes.

Muitas são boas como a Coca-Cola, Intel, GE, Merck, mas não são excelentes. Uma delas, eu cito no meu livro

Mileris – É o que consegue anular o seu ego, canaliza as necessidades do ego do empreendedor na direção de uma meta maior, que é construir uma empresa que prima pela excelência. Não quer dizer que os líderes de nível cinco não tenham ego ou interesse próprio. Na verdade, eles são incrivelmente ambiciosos, mas a sua missão é voltada primeiro e fundamentalmente para a instituição, e não para si mesmos. Então, esse é um ponto-chave relacionado ao líder de nível cinco, que tem pontos de contato com as chamadas competências essenciais de um líder que trabalha com autoridade. Humildade, estilo e vontade profissional, sem perder o foco. Os líderes de nível cinco geralmente preparam os seus sucessores para terem um sucesso ainda maior na geração seguinte, e fazem isso com um sentimento de autoridade e resgatam uma energia maior, que é o amor. O amor é uma energia muito mal utilizada, porque não é compatível com esse mundo. Tem um filósofo francês que diz que, depois de dominarmos os ventos, as ondas, as marés e a gravidade, seremos capazes de aproveitar a energia do amor. Então, pela segunda vez na história do mundo, o homem terá descoberto o fogo.

Esse sentimento só pode ser fomentado e disseminado com líderes que sejam servidores. Os líderes que precisam do poder e da hierarquia para o êxito, esses não vão compartilhar idéias com a mesma facilidade.

O bom líder é o que tem a capacidade de educar. Esse líder educador é o que pode fazer a diferença numa empresa

Clique do êxito, que é uma rede de drogarias, All Green. O empreendedor Richard All Green estava desistindo do negócio, e depois voltou para o jogo e a tornou uma das onze empresas excelentes dos Estados Unidos. Da listagem das 500 empresas feitas pelo Forbes, essas aparecem em todos os anos como excelentes na leitura do Jim Collins, que tem uma equipe de 21 pesquisadores.

Ele começou a verificar por que essas empresas cresciam à razão de 6,8% a 7,2% todos os anos durante 15 anos, enquanto as outras cresciam 2% a 3% ou até tinham anos de queda. Identificou que essas empresas tinham características muito próprias, uma delas é o líder de nível cinco. Ele não ia estudar essa vertente da liderança, mas sim com-

Empreendedor – Por que esse assunto da liderança servidora está tão difundido?

Mileris – Porque nos Estados Unidos não existe mais outra teoria que tenha chances de vingar. Então, eles estão Fevereiro 2007 – Empreendedor – 11

Entrevista

Wilson Mileris

investindo forte nessa idéia. O romance O monge e o executivo, de James Hunter, um parceiro nosso em eventos no Brasil, pegou um tema que é de 1977, do Robert Greenleaf, que conceituou a liderança servidora. Mas parecia uma panacéia na época, as pessoas diziam que não existe, que o negócio é business is business. Hoje, as pessoas estão percebendo essa tendência. Quando a gente pega as 150 melhores para trabalhar e vai afinando, você vai encontrar algumas coisas interessantes, como por exemplo, os números. Entre as 500 melhores para trabalhar, você encontra alguns números muito importantes. As que estão mais bem pontuadas na lista mostravam uma taxa de retorno de 11,31%. Quando fecha mais o foco e vai para as 150 melhores, o retorno sobe para 17,82%. Se fecha mais ainda, e vai para as dez melhores, o retorno é de 26,21%. O que essas empresas têm de diferente? Elas trabalham cinco dimensões seguindo o ambiente em que vivem. Uma é a credibilidade, outra é o respeito, além da imparcialidade, orgulho de trabalhar na empresa e a camaradagem. Todas elas, na minha opinião, são permeadas pelo amor.

Portanto, é uma vertente que vai ter que ser considerada à medida que formos amadurecendo emocionalmente. É por isso que eu faço algumas pessoas repensarem esse conceito do amor, respeito e confiança como integrantes do comportamento do líder do futuro.

Empreendedor – O senhor defende a humanização das relações trabalhistas. Isso vem acontecendo?

Mileris – Eu não tenho dados científicos e empíricos. Olhando as 150 maiores e melhores, e entrevistando um líder aqui e outro líder ali, a gente percebe que as empresas que estão investindo na humanização estão tendo mais retorno. E os números são contundentes. As dez melhores dão 26,31% de retorno. Não sei este ano, talvez tenha caído, já que não tivemos crescimento. Normalmente, quando o crescimento é pífio, de 3% a 4%, o retorno é sempre bom. Isso por-

12 – Empreendedor – Fevereiro 2007

que, quando entrevistamos as pessoas, elas dizem que aqui é um lugar bom, é um prazer para trabalhar. E aquilo que a pessoa tem favorável de vocação profissional fica potencializado quando ela vai a um ambiente agradável. Esse negócio de o cara separar trabalho da vida não existe, pois somos seres integrais. Não adianta você ir para um lugar empurrado para ganhar só algum caraminguá e ser infeliz porque convive com um cara chato. Quando você está num lugar em que é respeitado, amado, em que as pessoas confiam em você, é óbvio que a sua produtividade e o comprometimento vão ser maiores. Essa é a lógica do discurso.

Empreendedor – Como estabelecer metas para 2007 e obter êxito?

Se a minha meta pessoal for boa, eu uso a empresa como um grande veículo para realizar os meus objetivos

Mileris – As metas são pessoais. O livro que eu escrevi, o Clique do êxito, foca nisso. A definição que eu dou de sucesso humano é a realização progressiva de metas pessoais. Elas têm que ter duas qualidades, meritórias e predeterminadas.

Vou ficar só no cerne, as metas pessoais. O que eu observei é que as pessoas se movimentam ou agem de acordo com objetivos pessoais. Elas não conseguem fazer só porque a sua empresa quer. Por exemplo, a empresa quer crescer 15%.

Se não houver compatibilidade e se a minha meta pessoal não for essa, vai ser difícil o colaborador se engajar. Porém,

se a minha meta pessoal for boa, eu uso a empresa como um grande veículo para realizar os meus objetivos. Acredito que temos sete áreas na vida para cuidar, e minha visão sempre foi holística, é por isso que a gente não pode separar o profissional do social e do familiar. É como se a gente fizesse uma analogia entre nós e uma empresa, a Você S.A. Essa empresa imaginária tem que cuidar do departamento físico, da área mental, social, espiritual, financeira, profissional e familiar. Se você não equilibra essas sete áreas, tende a ser até um profissional destacado, mas com um condicionamento físico precário ou com uma área familiar comprometida. E quando você tem essa visão holística e consegue definir metas nas sete áreas da vida, você tem a chance de potencializar esse talento todo, as habilidades que você desenvolve. A teoria é a seguinte: o potencial humano, todos nós temos, se pudéssemos mensurar, eu diria que nós temos 100% de potencial. Por que a maioria usa só uma parte, de, digamos, 30%? Porque não consegue dar rumo a toda essa energia positiva. Conhecimento, energia, gestão de tempo, imaginação, concentração, capacidade de decisão, esses fundamentos que são o somatório de talentos e habilidades podem ser potencializados se a pessoa tiver um plano de ação, assim como as empresas têm. É que nós não fomos educados, então na nossa grade educacional não consta a formação do hábito de definir objetivos. Quando se definem objetivos, fica mais fácil otimizar a sua energia, gerenciar seu tempo, e fica mais produtivo. Por que as metas são importantes para potencializar resultados? Porque elas aumentam o foco, e ter um objetivo definido torna mais fácil para a pessoa gerir a sua vida e, mais do que isso, usar o seu potencial com plenitude.

Empreendedor – A felicidade pode ser alcançada através de metas?

Mileris – A felicidade está inclusa naquilo que a gente chama de valores fundamentais do ser humano, que são a

capacidade de viver em plenitude, desejo de viver em liberdade e uma moldura de paz e amor. Isso todo mundo quer, o africano, o paquistanês, o brasileiro. O que é felicidade? É quando a pessoa produz alguma coisa e tem êxito, quando ela obtém o que deseja. Isso só acontece se ela tiver objetivos. Se ganhar a Mega Sena, ela vai resolver uma parte da vida dela.

Dinheiro não é sinônimo de felicidade, nunca foi. Essa é uma abordagem muito capitalista, uma importação norte-americana, que não é errado, nós não podemos viver num ambiente capitalista sem grana, mas não é verdade que isso é a última instância. O sucesso material é conseqüência de um equilíbrio. Então, quando se busca a felicidade e a vida em plenitude, que é essa sensação de viver com intensidade e paixão, às vezes isso se realiza com uma tarefa.

Cito como exemplo uma dinâmica de valorização do ser humano entre um grupo de executivos de uma grande empresa que queriam inovar. Como fazer para essas pessoas virem para um evento, fazerem coisas diferentes e serem marcantes? Pegamos uma creche, que tinha carências como a maioria tem, pegamos um arquiteto que trabalhou como voluntário que fez um projeto de decoração de interiores, convocamos os executivos, compramos os materiais e fomos todos para a creche. Nós tínhamos começado às 9 horas da manhã e nos comprometemos a só sair de lá quando terminássemos a reforma. Cada grupo pegou um ambiente. Eles trabalharam fortemente carregando massa, entre outros trabalhos manuais. Quando eram umas dez da noite, estávamos exaustos, mas motivados.

Quando as crianças chegaram no dia seguinte, uma delas mais exibidas fez um discurso de agradecimento, e depois disso havia muita gente chorando. Essa experiência de voluntarismo, de humanização pela qual eles passaram, é uma tentativa de resgatar esse sentimento que é o amor. O mundo capitalista não permite que você apregoe isso, pois é incompatível com resultados, o que na minha opinião é mentira. Quando se tem amor, res-

Empreendedor – Como um empreendedor pode aplicar o conhecimento adquirido em situações do cotidiano?

Se você tiver metas claras e for uma pessoa positiva, você capitaliza o erro como um passo, um aprendizado

peito e confiança, se tem harmonia, e logo, menos conflito e mais paz.

Empreendedor – Para ser eficaz, um líder precisa ter poucas metas?

Mileris – Quanto mais ele definir metas, tanto melhor. Ele passa a ter muito mais intensidade de aplicação. Ele precisa de, no mínimo, duas metas em cada área. Mas se tiver mais, melhor ainda. Quanto mais o líder conseguir treinar o autogerenciamento, mais chance ele tem de disseminar isso com a equipe dele e, portanto, vai ter uma equipe muito mais madura em curto prazo.

Mileris – Bom, o empreendedorismo tem a etimologia na França. O empreendedor é um líder que tem uma pegada maior. Liderar não implica ser empreendedor. Às vezes, o empreendedor não é tão líder, mas é um fazedor. Eu acho que o empreendedor tem uma característica maravilhosa, que é o fato de ter uma capacidade de execução. É uma lacuna que observo faltar aos gerentes brasileiros, que são bons de planejamento, são bons em produzir eventos, mas são difíceis de entregar os números ideais, porque têm uma dificuldade de execução. E a execução é uma característica forte do empreendedor, que também precisa de coragem e intuição, que é quando se faz um planejamento sem ter dados. Quem disse que o celular ia emplacar de tal forma? Tem um caso que eu estudei, de um garoto, um menino de 26 anos, que fez uma leitura interessante a respeito da água de coco. Esse jovem descobriu que nós brasileiros tínhamos um produto maravilhoso e, se ele conseguisse posicioná-lo nos Estados Unidos ao lado dos isotônicos, teria um nicho extraordinário já conquistado. E ao invés de vendê-lo como hidratante, vendeu como isotônico, concorrendo com o Gatorade. Começou a vender numa quantidade de 300 mil, mas de repente o produto explodiu, especialmente em redes de postos de serviços, e hoje vende 3 milhões de unidades. Esse é um exemplo que eu coloco de criatividade.

Podemos falar de biodiesel. A mamona é uma praga no Nordeste, nasce em tudo que é canto. Alguém teve a grande idéia de aproveitar o potencial energético da planta. O sistema bancário do Brasil também é um dos mais modernos do planeta, os atendentes de qualquer banco de varejo dão um banho nos colegas norteamericanos, por exemplo, onde contam cédula por cédula, mesmo para valores altos. Isso é a capacidade de o líder influenciar procedimentos e inovação. O Fevereiro 2007 – Empreendedor – 13

Entrevista

Wilson Mileris

Brasil tem coisas maravilhosas.

Empreendedor – Em empresas que não conseguem atingir os resultados prometidos, os líderes, em geral, não se envolvem com a realidade do dia-a-dia?

Mileris – Ele tem que se envolver e saber delegar. O bom líder é o que tem a capacidade de educar. E o bom educador é o bom treinador. É quem consegue fazer com que as pessoas cumpram metas no tempo adequado, de uma forma correta e produtiva, de uma forma objetiva, amadurecendo e evoluindo. E esse líder educador é o que pode fazer a diferença numa empresa.

Empreendedor – Quais sãos os fatores que levam os colaboradores à desmotivação e como um empreendedor pode reverter esse quadro?

Mileris – Motivação é igual a motivos para ação, e ninguém age sem ter uma razão. Sem meta, é óbvio que o empreendedor vai ter uma equipe desmotivada. Quando você consegue estimular a definir metas pessoais, você faz com que aquela ação profissional do funcionário possa servir de elemento para que ele realize essa meta pessoal. Aí você tem sucesso. Duas características são necessárias para gerar o automotivado. O automotivado que fica independente da motivação pelo medo. O poder só vinga se tiver o fator medo como acompanhante.

Se você der cassetada na turma, e o grupo ficar com medo, eles agem. Tem muita gente que só se comporta quando o chefe chega. Ou então quando você adota outro padrão – já que não gosta de bater, não é carrasco –, usa o padrão do prêmio, do incentivo. Aí o empreendedor dá remuneração variável, dá bônus, que são as ferramentas que se usam hoje no mundo capitalista com muita propriedade.

Nesse modelo, a idéia é fazer as pessoas cumprirem um monte de coisas, pois vai dar uma cenourinha no final do expediente. Como ficar independente tanto do medo quando do incentivo? Quando se consegue estruturar uma equipe de automotivados, é quando se tem uma visão

14 – Empreendedor – Fevereiro 2007

de mundo positiva e um conjunto de metas escritas que sejam, na medida do possível, compatibilizadas com as metas da empresa. Os desmotivados são os que não sabem para onde estão indo e não têm perspectivas nessa empresa, porque o líder não consegue estimulá-los ou fazer com que eles visualizem o futuro.

Empreendedor – Para um negociador, de que forma os gestos revelam a personalidade e ajudam no negócio?

Mileris – A neurolingüística mostra isso. Os gestos e a linguagem gestual ou corporal interferem numa interação humana. Se você tivesse chance de observar o que o outro está fazendo e empatizar, reproduzindo o compor-

É preciso ter coragem de arriscar sempre.

Estar preparado para uma oportunidade quando ela aparece é ser competente

tamento, você promove uma empatia mais intensa, mais acelerada. Então, numa negociação, uma linguagem gestual favorece se ela entender o conceito do espelhamento.

Empreendedor – Qual é a grande lição que o senhor tira do erro?

Mileris – O Andrew Carnegie, o primeiro homem a acumular um bilhão de dólares nos Estados Unidos, um escocês que fundou a Union Steel, dizia que não existe fracasso, o que existe são derrotas temporárias. O erro são equívocos que você comete, mas se você tiver uma meta bem clara e for uma pes-

soa positiva, você capitaliza o erro como um passo, como um aprendizado, a chamada derrota temporária. Quando você não tem esses dois elementos – nem uma visão positiva nem metas –, a maioria das pessoas entende que isso é o destino, e que esse erro é um impeditivo e que acaba não produzindo, e vai desistindo na linha do tempo de alguns projetos. A persistência é essencial para um empreendedor ou executivo, pois ela tem como componente o esforço continuado, a despeito de reveses e obstáculos.

Empreendedor – Quais foram os principais desafios no início da sua carreira e quais são os novos desafios?

Mileris – A inexperiência, a não vocação profissional, a incapacidade de entender os mecanismos de uma competição no mundo corporativo, esses são atributos que qualquer um vai pagar em qualquer momento. Já entre os desafios atuais, acredito que é necessário ter um perfil com sete fundamentos. Manter uma visão positiva do futuro; ter um objetivo bem-definido; reconhecer o seu valor, aprender que nunca existiu e nunca vai existir um ser humano exatamente igual ao outro; adotar uma postura de vencedor; tolerância à frustração, já que os reveses vão acontecer, e os erros vão surgir. Poderia citar também a imunização contra o negativismo, quer dizer, ficar impermeável contra as forças negativas que advêm até mesmo de pessoas muito próximas. E estar preparado para uma oportunidade quando ela aparece, estar preparado é ser competente. E ter a capacidade e a coragem de arriscar sempre. Grandes projetos pessoais são abandonados, porque seus autores achavam que não iriam dar certo. E grandes negócios deixaram de ser realizados, porque alguém teve medo de tentar. Então, o ideal é desligar o achômetro e entender que o pior que pode acontecer é ficar do jeito que está, ou seja, a pior tentativa é aquela que não foi feita.

Linha Direta Wilson Mileris (11) 3253-2929

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Não Durma no Ponto Negócios de verdade Tomemos emprestado o conceito de “inconsciente coletivo”, do psiquiatra suíço Carl Jung, para fazer uma reflexão sobre os ambientes organizacionais. Você conhece o “inconsciente coletivo” de sua empresa? Você sabe o que pensam e sentem as pessoas na sua organização?

O que, de fato, os funcionários mais valorizam? Você tem idéia de como “o inconsciente coletivo” de sua empresa se relaciona com o mercado?

Talvez você não reconheça assim tão diretamente, mas as respostas a essas questões podem ser mais importantes do que um bem elaborado plano de negócios.

Estamos entrando na era das idéias, do significado, da consciência. Tudo leva a crer que o capital intelectual está em vantagem quando comparado aos outros tipos de capital. Da mesma forma que a importância do ativo humano sobre todos os demais. Essa é a tônica do discurso na era pós-industrial, também denominada de era do conhecimento.

Até aí, tudo bem! Mas será mesmo?

Se o ativo humano é o mais importante, é bom que haja interesse pelo que ele pensa e sente. Vamos, então, refletir, juntos, sobre um dado da realidade.

No ano passado, fizemos uma pesquisa com os funcionários de várias empresas, cujas lideranças participavam de um programa de preparação empresarial para prosperar na era do conhecimento. Um dos objetivos era saber, na opinião desses colaboradores quais eram os valores que eles gostariam de ver presentes nos ambientes organizacionais em que atuavam. Outro era identificar o quanto os líderes dessas empresas reconheciam os pensamentos e sentimentos

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dessas pessoas.

Colocamos à disposição deles o seguinte rol de valores: – dignidade e serviço ao próximo; – amor e generosidade; – verdade e integridade; – justiça e igualdade; – otimismo e fé; – humildade e simplicidade; – liberdade e autonomia; – iniciativa e responsabilidade; – esforço e perseverança; – cooperação e solidariedade;

Estamos na era das idéias, da consciência.

Tudo leva a crer que o capital intelectual está em vantagem

– paciência e tolerância; – perdão e compaixão; – interesse pelo conhecimento e espírito de pesquisa; – atenção e reflexão; – auto-aceitação, auto-estima e autoconfiança.

Pedimos que classificassem, do primeiro ao décimo quinto lugar, conforme a importância pessoal dada a cada um dos itens. Os resultados da pesquisa só seriam divulgados para as lideranças durante o programa, quando poderiam discutir uma relação que eles mesmos ela-

borassem, a partir do que as pessoas valorizavam no ambiente de trabalho. Com isso, nós teríamos condições de testar o segundo objetivo da pesquisa: descobrir o quanto os líderes realmente sabiam a respeito dos pensamentos e sentimentos de seus colaboradores.

Antes de continuar, tente você também eleger os valores, em ordem decrescente, do mais para o menos importante, conforme a sua própria percepção sobre o que as pessoas valorizam no ambiente de trabalho. Confrontando com o resultado, avalie o quanto você está por dentro do “inconsciente coletivo” que ronda os ambientes empresariais.

Faça o teste (claro!) antes de olhar os resultados. Vamos ver se a sua opinião “bate” com a realidade, que foi uma grande surpresa para nós. Confira: 1º) verdade e integridade; 2º) iniciativa e responsabilidade; 3º) justiça e igualdade; 4º) amor e generosidade; 5º) humildade e simplicidade; 6º) esforço e perseverança; 7º) cooperação e solidariedade; 8º) auto-aceitação, auto-estima e autoconfiança; 9º) atenção e reflexão; 10º) otimismo e fé; 11º) dignidade e serviço ao próximo; 12º) interesse pelo conhecimento e espírito de pesquisa; 13º) liberdade e autonomia; 14º) paciência e tolerância; 15º) perdão e compaixão.

A pesquisa foi feita com 287 funcionários. Importante: fomos alargando a amostra, e, na mesma medida, os resultados se consolidavam, com pequenas alterações no ranking. “Verdade e integridade” mantiveram-se sempre em primeiro lugar.

por Roberto Adami Tranjan Educador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953 – www.cempre.net – roberto.tranjan@cempre.net

Todos gostaram de participar e de expressar suas preferências.

Afinal, os valores traduzem os pensamentos e sentimentos das pessoas de uma organização. Se nós somos o que pensamos e sentimos, uma organização é o conjunto de valores que têm as pessoas ali reunidas, ou de seu ativo humano, ou dos portadores do capital intelectual. Dá para entender?

Quando se fala de valores, vasculha-se a alma da empresa. Mais ainda: uma empresa com valores é uma empresa com dignidade, na qual as pessoas sentem orgulho de estar. A fonte da genuína motivação é justamente esse conjunto de valores, dos quais também se nutre o sentimento de que a origem do poder e do conhecimento está dentro de cada um na empresa.

Pois bem! Depois de toda essa reflexão sobre valores, é bom revelar a quem lê uma interessante descoberta: nenhum líder apontou “verdade e integridade” como o valor mais importante para a grande maioria dos pesquisados. Com isso, tira-se a primeira conclusão: os líderes sabem muito pouco sobre os pensamentos e sentimentos dos integrantes de suas equipes de trabalho. Se puxarmos um pouco mais o fio da meada, podemos chegar a outra conclusão: os líderes conversam muito pouco com seus colaboradores.

“Não, isso não é verdade!” – certamente protestarão alguns. Com a mesma justificativa: “afinal, gastamos horas e horas em conversas nas reuniões!”. Aí, uma terceira conclusão: fala-se muito de problemas, de gargalos nos processos, de crises, de planos de ação, de produção e faturamento, mas pouco de relacionamentos, do funcionamento da equi-

pe, de sentimentos, de significados, de valores, de consciência. A maior parte das pessoas trabalha apenas ao lado das outras, sem envolvimento, o que pressupõe, isso sim, conhecimento mútuo.

Mas as conclusões não acabaram ainda. Por que “verdade e integridade” como o principal valor na ótica desses funcionários?

Aí, entramos em um terreno fértil para pesquisadores e cientistas organizacionais e comportamentais.

Muitas são as inverdades que as pessoas têm de suportar ou fazer de conta que acreditam

Esse espaço é onde se desenrola o teatro característico da vida nas organizações e o tanto de inverdades que as pessoas ainda são obrigadas a escutar. Ou, ainda pior, o tanto de presunção reinante: muitas lideranças acreditam que sabem o que seus colaboradores sentem e pensam, mas jamais se dão ao trabalho de realmente ir à fonte para ter certeza.

Sim, porque vivem lançando mão de apelos vazios. Só para lembrar, aqui vão dois exemplos: do tradicional “precisamos todos apertar os cintos, estamos em uma nova crise”

até o demagógico “as pessoas são o nosso principal patrimônio”. Esse palavreado vale só até a primeira queda de faturamento. Muitas são as inverdades que as pessoas têm de suportar ou fazer de conta que acreditam.

Muitas empresas vivem na incoerência, e esse talvez seja o seu maior problema. A incoerência está na dissociação entre pensamentos, sentimentos e comportamentos. Os objetivos não são claros, as informações não são compartilhadas, as metas não são negociadas.

Aí, vem o problema maior: tudo isso causa um desequilíbrio interno que afeta também sua relação com o mercado. Os líderes com baixa sensibilidade para reconhecer os valores de suas equipes também possuem baixa sensibilidade para reconhecer os valores que os clientes de suas empresas apreciam. Agora, já estamos falando de atitude, lealdade, competitividade e lucro.

A questão é que não há mais segredos! O mercado ligado em rede sabe ou pode saber tudo o que quiser. A incoerência interna afetará a prática com o mercado, e a notícia correrá a quem possa interessar. Ninguém mais pode tapar o sol com a peneira, como de resto não podia antes, embora no passado, em outras eras, os efeitos negativos talvez custassem mais a aparecer.

Por trás da escolha da “verdade e integridade” como principal valor, existe um grito parado na garganta, um clamor do tipo: “não queremos mais mentiras, estamos cansados de mentiras!”. Esse clamor não é apenas do funcionário; é também do cliente.

O mercado, nos dias de hoje, quer fazer negócios com a verdade.

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Ouro contra o bronze A necessidade cada vez maior de proteção aos raios ultravioleta estimula mercado de exposição segura por

Alexsandro Vanin

Os primeiros alertas sobre os perigos da exposição excessiva e sem proteção ao sol surgiram na década de 1980. Até então, o bronzeado era sinal de saúde e beleza, padrão estabelecido mundialmente depois que a alvura, típica dos nobres que podiam passar o dia todo na sombra, perdeu o glamour. Num país com 7,6 mil quilômetros de costa e mais de 75% de seu território na zona tropical – e o restante numa região afetada pelo buraco na camada de ozônio –, onde a cultura do bronzeamento permanece arraigada e a da prevenção dá os primeiros passos, o câncer de pele representa um problema de saúde pública: 25% das neoplasias malignas registradas no Brasil têm origem na pele, e o índice de novos casos, estimados em 122 mil

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em 2006, cresce a uma média de 10% ao ano, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Não deixa de ser uma oportunidade de negócios relacionados à exposição segura, como protetores solares, chapéus, roupas que já vêm com protetor solar no tecido, películas, óculos de sol e guarda-sóis.

Trata-se de artigos que bloqueiam a radiação ultravioleta (UV), parte da energia emitida pelo sol (correspondente a 7% do total), subclassificada em três tipos. Os raios UVA, que não têm incidência amenizada pela camada de ozônio (espécie de protetor natural do planeta), podem causar câncer de pele e seu envelhecimento a quem se expõe nos horários de alta

incidência – cerca de 70% a 80% da quantidade de energia UV no verão chega à Terra entre as 9h e as 15 horas, sendo 20% a 30% em torno do meio-dia – continuamente e ao longo de muitos anos. Os raios UVB, parcialmente absorvidos pela camada de ozônio, respondem por cerca de 80% das queimaduras e podem causar câncer em longo prazo. Os raios UVC, potencialmente mais carcinogênicos que os outros, são completamente absorvidos pelo ozônio, mas a degeneração da camada tem ampliado sua incidência.

A queimadura é a principal reação imediata da pele à exposição excessiva aos raios solares. Altas doses de UV também provocam edemas, bolhas e descascamento em curto prazo. O envelhecimento precoce da pele

Radiação UV e seus efeitos sobre os seres humanos EFEITOS BENÉFICOS

Síntese da vitamina D3 (colecalciferol) Prevenção de diversos tipos de câncer, diabetes tipo 1, osteoporose

EFEITOS NOCIVOS Pele Queimaduras, envelhecimento

precoce, manchas, etc.

Cânceres de pele

Olhos

Degeneração, cataratas

Cânceres de pálpebra

Sistema imunológico *

clara (tipos 1 e 2). Bebês e idosos também possuem pele mais sensível à radiação UV. No Brasil, o maior número de novos casos estimados em 2006 se encontra no Sudeste e no Sul, em ordem decrescente, regiões onde há a maior concentração de pessoas com pele clara. O índice relativo (número de casos por 100 mil habitantes) é maior nos Estados do Sul, onde a colonização italiana e alemã é predominante. A taxa de incidência de tumores não melanoma em Santa Catarina é de 125,78 entre homens e de 117,5 entre mulheres, e de 8,58 e 8,26, respectivamente, no caso do melanoma.

Um dos fatores que colaboram para o elevado índice no Estado é o grande número de trabalhadores na agricultura, pesca e aqüicultura.

Redução de eficiência de programas de vacinação Existem estudos que mostram correlações com aumento de casos de outras doenças autoimunes como a esclerose múltipla e o lúpus eritematoso

* Não é certo que o impacto seja considerável Fonte: CPTEC

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é gradual e tem como principais sinais o ressecamento, o aparecimento de rugas e marcas profundas, e perda da elasticidade. Mas a pior reação crônica é o câncer de pele, que se divide em melanoma (originado nos melanócitos, células produtoras de melanina) e tumores não melanoma.

Os últimos são o tipo de câncer mais freqüente na população brasileira, e o Inca estima a ocorrência de 116 mil novos casos em 2006. O melanoma, apesar de corresponder a apenas 4% dos casos de câncer de pele, possui letalidade elevada devido à sua alta possibilidade de metástase.

O tipo de pele está diretamente ligado ao surgimento de câncer de pele – mais de 90% das neoplasias não melanoma ocorrem em pessoas de pele

Pode afetar a resposta imunológica de pacientes com herpes e HIV

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Capa

Prevenção e economia

Santos: campanhas educativas não atingem todas as classes sociais e profissionais por igual

Mudança de comportamento é chave para a diminuição do número de novos casos A prevenção ao câncer de pele resulta em tratamentos menos traumáticos e com melhor resposta, bemestar social e economia para os cofres públicos. As campanhas de prevenção surgiram no Brasil há 20 anos, mas apenas a partir de 1999 elas passaram a ser permanentes e estruturadas de forma mais articulada entre governo e sociedade civil. Segundo Marcus Maia, dermatologista e coordenador da campanha do câncer de pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), espera-se estabilizar o número de novos casos após 15 anos de trabalho contínuo, e que haja regressão no número de novos casos após 20 ou 25 anos. “A mudança de comportamento é muito difícil”, diz. Apenas 25 milhões de brasileiros usam protetor solar, e mais de 60% da população não toma nenhuma precaução. “É preciso tornar os meios de prevenção mais populares”, diz Maia. O preço do protetor solar é elevado, mas, segundo ele, alguns fabricantes garantem que é possível fabricar um produto de baixo custo, em torno de R$ 5, para distribuição gratuita pelos serviços de saúde pública para quem trabalha exposto ao sol e pessoas de baixa renda, principalmente no verão

– algo como é feito com preservativos. O que torna os protetores solares tão caros são os tributos e o custo de marketing envolvido, inclusive embalagem. “A SBD pretende aproximar os governos e os fabricantes.”

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é popularizar o Índice Ultravioleta (IUV), uma medida da intensidade da radiação UV incidente sobre a superfície terrestre, a fim de que as pessoas se conscientizem dos efeitos nocivos do excesso de exposição ao sol. No Brasil, o responsável pela previsão de IUV é o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), a partir de imagens de satélite e modelos numéricos rodados em seu supercomputador. A pesquisa foi iniciada em 1997, na Universidade de São Paulo (USP), e há quatro anos é divulgada pelo Cptec. “Procuramos informar a sociedade, para que ela tome as precauções devidas”, diz Marcos Sanches, meteorologista. Os níveis de radiação UV são muito elevados na maior parte do ano e em quase todo o território brasileiro.

“O problema é que as campanhas educativas não atingem todas as classes sociais e profissionais por igual”, diz Carlos Eduardo Alves dos

Santos, chefe da seção de dermatologia do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Segundo ele, existem muitas pessoas que trabalham expostos ao sol e sem proteção adequada. É o caso de agricultores e pescadores, principalmente, carteiros e trabalhadores da construção civil, limpeza e segurança pública. Mas não se pode culpar um empregador pelo surgimento de um câncer de pele, pois a doença pode ter sido causada pela exposição exagerada ao sol e sem proteção durante a infância, conforme Maia. “No entanto, seria uma atitude amigável das empresas tomar medidas de precaução e edu-

Índice Ultravioleta BAIXO 12

MODERADO/ALTO 34567

NENHUMA PRECAUÇÃO NECESSÁRIA

PRECAUÇÕES REQUERIDAS

EXTRA PROTEÇÃO

Em horários próximos ao meio-dia, procure locais sombreados Procure usar camisa e boné Use o protetor solar

Evite o sol ao meio-dia Permaneça na sombra Use camisa, boné e protetor solar

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Você pode permanecer sob o sol o tempo que quiser!

MUITO ALTO/EXTREMO 8 9 10 11

Fonte: Cptec

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cação para seus empregados.”

A conscientização é um dos objetivos do projeto Info-tempo, desenvolvido há dois anos na unidade catarinense da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro). Diariamente, são divulgados no site da instituição (www.fundacentro.sc.gov.br), desde a segunda quinzena de novembro de 2006, as previsões de IUV e o Índice de Calor (IC), a partir dos dados disponibilizados pelo Cptec, juntamente com textos educativos sobre riscos à saúde e recomendações. O IC faz uma associação da temperatura e da umidade relativa do ar para estimar o des-

conforto térmico, apresentando os horários recomendáveis para a execução do trabalho tanto para atividades na sombra como sob exposição direta ao sol. As informações permitem o melhor planejamento do trabalho, tanto pelo empregador como pelo empregado. “Esperamos que a divulgação desses índices contribua para a conscientização sobre os perigos do estresse térmico e da radiação solar, induzindo os trabalhadores a adotarem algumas ações simples, como o uso de protetores solares e horários mais adequados para a exposição solar”, diz o meteorologista Daniel Bittencourt, coordenador do Info-tempo.

LIO SIMAS

Rose: ênfase no trabalho de conscientização sobre segurança e prevenção

O projeto vem sendo intensamente divulgado em publicações científicas, apresentações em seminários e internet, além de palestras e cursos em associações profissionais (como colônias de pesca e cooperativas de agricultores), nos quais a ênfase é o trabalho de conscientização. “Temos que mudar o modelo, a cultura existente, tanto dos empregadores quanto dos trabalhadores, na qual segurança e prevenção não são prioridade”, diz Rose Aylce Oliveira Leite, diretora da Fundacentro no Estado. A próxima etapa do projeto é a geração de previsões do Índice Windchill, relacionado ao frio intenso.

Os tipos de radiação UV NOME UVC

INTERVALO ESPECTRAL (NM) 100 - 280

UVB

281 - 320

UVA

321 - 400

Fonte: Cptec

CARACTERÍSTICAS Completamente absorvida pelo O2 e O3 estratosférico e, portanto, não atinge a superfície terrestre. É utilizada na esterilização de água e materiais cirúrgicos.

Fortemente absorvida pelo O3 estratosférico. É prejudicial à saúde humana, podendo causar queimaduras e, em longo prazo, câncer de pele.

Sofre pouca absorção pelo O3 estratosférico. É importante para sintetizar a vitamina D no organismo. Porém, o excesso de exposição pode causar queimaduras e, em longo prazo, causa o envelhecimento precoce.

Fonte: Cptec

Fevereiro 2007 – Empreendedor – 23

LIO SIMAS

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Segunda pele Aplicação de aditivo em tecido protege o corpo dos raios ultravioleta Aqueles indivíduos que trabalham de sol a sol ou praticam esportes ao ar livre podem contar com uma defesa a mais dos raios solares, além de protetor solar, chapéu e óculos: o tecido das roupas. Os sintéticos naturalmente bloqueiam mais radiação ultravioleta (UV) do que os de algodão, mas estes podem receber aditivos que ampliam em mais de 50 vezes sua proteção. Na Austrália, a legislação prevê o uso de roupas com fator de proteção ultravioleta (FPU) para o desempenho de determinadas funções que exigem exposição prolongada ao sol. No Brasil, o produto ainda é novidade, mas sua adoção em uniformes representaria no mínimo uma

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atitude de responsabilidade social para as empresas, quando não de economia. “O custo para o tratamento de problemas decorrentes da falta de segurança no trabalho, tanto para os empregadores quanto para a União, é muito maior do que o investimento em segurança e prevenção”, diz Rose Aylce Oliveira Leite, diretora da Fundacentro de Santa Catarina.

A LC Malhas, de Brusque (SC), fabrica tecidos com FPU desde o segundo semestre de 2003. Rodrigo Bastos Rocha, gerente de produto e qualidade, conta que a malharia já foi sondada por secretarias de saúde para o desenvolvimento de projetos de uniformização de estudantes. Mas o merca-

do-alvo da empresa é formado por confecções. Para ele, esse é um nicho que vai explodir. “Vai começar como um diferencial para as empresas que adotarem o produto em suas coleções, e depois vai acabar se tornando obrigatório utilizar tecidos que protejam contra raios UV para não perder mercado.” Atualmente, os cerca de 3 mil quilos de material produzido pela LC Malhas são adquiridos por quatro confecções: duas utilizam o tecido em linhas infantis, uma vende seus produtos apenas em farmácias de manipulação, e outra, apenas na internet.

Apesar de as vendas terem aumentado significativamente nos últimos anos, a linha UVBlock ainda não deu retorno. Rocha acredita que o mercado estará estabelecido dentro de cinco anos. “É uma aposta para o futuro, garantimos assim know-how e uma marca estabelecida no mercado.” O processo consiste na aplica-

LIO SIMAS

Dicas para sua maior proteção J

J

Procure se manter em locais sombreados

J

Use roupas para proteger o corpo

J

Use chapéu para proteger os olhos, rosto e pescoço

J

Proteja os olhos com óculos escuros de boa qualidade

J J

J

J

Use adequadamente protetores solares com FPS 15 (ou maior) e reaplique a cada duas horas, ou em caso de suor excessivo ou contato prolongado com a água Proteja também os lábios com protetores específicos Nunca use preparados caseiros, produtos sem FPS e rótulos ou vencidos Durante a exposição solar, não é aconselhável a utilização de produtos como perfumes ou outros produtos não específicos, como receitas para descoloração dos pêlos O consumidor também deve tomar cuidado com a utilização de certos medicamentos, que em combinação com o protetor solar e o sol podem provocar reações alérgicas

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Evite o bronzeamento artificial

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Ao voltar para casa, tome um banho e passe um creme hidratante

J

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Se houver vermelhidão ou aparecimento de bolhas, consulte um dermatologista Bebês com menos de seis meses não devem ser expostos ao sol.

Aqueles até dois anos devem ter apenas braços e pernas expostos, e o resto do corpo protegido por artigos de algodão Fonte: Cptec, Inmetro e SBD

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ção de um aditivo, fabricado pela Huntsman, na fase de tingimento. A dificuldade está em seu controle, para que se atinja o FPU adequado. Este pode variar de 15 a 20, o que significa que o tecido bloqueia até 95,8% da radiação UV – uma proteção considerada boa –, até 50 ou 50+, quando o bloqueio é superior a 97,5%, uma defesa considerada excelente pelos dermatologistas.

O tecido UVBlock protege contra raios UVA e UVB, proteção que só se perde quando o produto fica puído ou rasgado. Segundo Rocha, a diminuição do FPU não chega a ser mensurável mesmo após 100 lavagens. O custo do tecido é 10% maior do que aqueles que não recebem nenhum tratamento para proteção solar, mas a diferença tende a diminuir com o aumento da procura esperado pela LC Malhas, empresa criada há 20 anos e pioneira neste nicho.

Não é aconselhável permanecer por longos períodos na mesma posição. O ideal é mudar de posição freqüentemente

J

J

Rocha (à esquerda): roupa com tratamento especial é um nicho que vai explodir

Evite se expor ao sol entre 9 h e 15 h, especialmente próximo ao meio-dia

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Momento de alerta Comunidade científica volta-se para o desenvolvimento tecnológico de artigos de proteção à radiação UV Fator de Proteção Solar (FPS) é o índice que determina o tempo que uma pessoa pode permanecer ao sol sem produzir eritema – sem deixar a pele vermelha. Quando se usa um filtro solar com FPS 15, por exemplo, a pele leva 15 vezes mais tempo para ficar ruborizada do que se estivesse desprotegida. Mas como saber qual é o período correto? Uma forma é ficar exposto ao sol, sem qualquer proteção, até aparecerem as primeiras manchas avermelhadas. No entanto, o tempo pode variar conforme o horário de exposição e localização, o que pode levar a um resultado errôneo. Outra alternativa foi desenvolvida pelo pesquisador Fábio Monaro Engelmann, proprietário da NanoBras: o DUV-AB, um dosímetro de incidência de radiação UV na pele humana.

Já existem no mercado sensores eletrônicos de incidência de UV, mas são pouco práticos e não tão complexos quanto o DUV-AB, um adesivo hipoalergênico de 2 cm X 2 cm para se colocar na pele. O adesivo possui um desenho, de aproximadamente 1 cm X 1 cm, que muda de cor conforme a dose de UV a que foi submetido, informando se já está na hora de sair do sol ou quanto tempo resta de exposição segura. Se o protetor solar for passado por cima do adesivo, ele vai absorver e indicar a hora de reaplicar. Existem versões para cada um dos cinco tipos de pele, e o desenho pode variar conforme o público-alvo, de temas infantis a estilo tribal de tatuagem. “O DUVAB vai virar mania, uma brincadeira entre as crianças”, diz Engelmann.

O DUV-AB deve ser colocado no

mercado no segundo semestre. O preço ao consumidor ainda está em avaliação, mas a estimativa é que um envelope com cinco adesivos (um para cada dia) custe R$ 5. Engelmann também está em negociação com fabricantes de protetor solar para comercialização conjunta dos produtos. “Será um diferencial para quem adotar, o DUV-AB ajudará a aumentar as vendas.” Segundo ele, hoje a maior parte das pessoas não passa a quantidade correta de protetor solar e não reaplica o produto após o tempo necessário.

Engelmann é bacharel em Ciências Moleculares e fez mestrado, doutorado e pós-doutorado no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP). Mas cansou de enviar currículos para empresas e não ter resposta.

Decidiu, então, entrar com um projeto na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e abrir sua própria empresa, a NanoBras, que desenvolve produtos nas áreas de química dos materiais e nanotecnologia.

O DUV-AB valeu ao pesquisador o Prêmio Santander Banespa de Ciência e Inovação na categoria Indústria, e R$ 50 mil para o desenvolvimento do projeto também financiado pela Fapesp.

Barato e eficiente

Engelmann: “DUV-AB vai virar mania, uma brincadeira entre crianças”

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Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o foco é o aumento da eficiência dos protetores solares e a diminuição do preço final dos produtos. Sheila Garcia, pesquisadora do Instituto de Farmácia da instituição, coordena um grupo que tem como objetivo a melhora da formulação de filtros já existentes a partir do uso de lipossomas – substâncias com composição semelhante à da membrana celular –, técnica desenvolvida por ela em tese defendida na USP em 1998. As lipossomas protegem as substâncias ativas do filtro, que permanece mais tempo na pele, proporcionando um FPS maior. Outro ramo de pesquisa, iniciado em 2002, ocorre em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a Uni-

Variáveis na incidência de UV J Concentração de ozônio: O ozô-

nio é o principal responsável pela absorção de radiação UV. A concentração de ozônio varia conforme a posição geográfica da localidade e é distribuída verticalmente, atingindo valores máximos entre 20 km e 40 km de altitude (estratosfera).

J Posição geográfica da localidade: O fluxo de radiação UV diminui com o aumento da distância do Equador. Ou seja, regiões mais próximas à linha do Equador recebem maior quantidade de energia solar.

J Altitude da superfície: Quanto mais alta é a localidade, menor é o conteúdo de ozônio integrado na coluna atmosférica e, conseqüentemente, maior a quantidade de energia ultravioleta incidente na superfície. A quantidade de ozônio decresce em torno de 1% para cada quilômetro; o que provoca aumento de cerca de 6 a 8% da quantidade de energia UV incidente.

J Hora do dia: Cerca de 20 a 30% da quantidade de energia UV no verão chega à Terra em torno do meiodia (entre 11h e 13h), e cerca de 70 a 80%, entre as 9h e 15h.

J Estação do ano: A irradiância (quantidade de energia por área) UVB diária em torno de 20° de latitude aumenta cerca de 25% no verão e diminui 30% no inverno, em relação aos períodos de primavera/outono. Em zonas de maior latitude (cerca de 40°), esses valores correspondem a + 70% e -70%, respectivamente.

J Condições atmosféricas: A presença de nuvens e aerossóis (partículas em suspensão na atmosfera) atenua a quantidade de radiação UV em superfície.

J Tipo de superfície: A areia pode refletir até 30% da radiação ultravioleta que incide numa superfície, enquanto na neve fresca essa reflexão pode chegar a mais de 80%. Superfícies urbanas apresentam reflexão média entre 3 a 5%. A água oferece proteção mínima à radiação UV, e a reflexão nessas superfícies pode aumentar a exposição.

Fonte: Cptec

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versidade Católica de Brasília (UCB).

As instituições da capital brasileira sintetizam substâncias ativas para novos filtros, à base de extrato de castanhas de caju, e a UFRJ faz o teste da eficácia e busca a melhora da formulação com o uso de lipossomas.

“O objetivo é encontrar matériasprimas nacionais para substituir as utilizadas atualmente, na maior parte importadas, e chegar a um produto final mais barato ao consumidor”, diz Sheila. Até o momento, já foram sintetizadas 37 substâncias ativas, e quatro delas apresentam boas perspectivas.

Os testes pré-clínicos revelaram que, apesar de o óleo de castanha de caju ser cáustico e poder até provocar queimaduras se usado na forma bruta, algumas dessas substâncias sintetizadas pela equipe não apresentaram toxicidade na presença da luz e não causaram irritação cutânea e ocular. Após a obtenção de patente internacional, novos testes serão feitos em laboratórios registrados. Se for aprovado, o produto poderá ser usado na indústria farmacêutica e de cosméticos.

Gerardo de Souza, pesquisador do Instituto de Química da UFRJ, também trabalha com duas frentes de pesquisa. Uma analisa os processo de absorção de luz dos componentes, ou seja, a eficiência dos protetores solares. Sua equipe procura descobrir a relação entre as estruturas eletrônicas na composição dos protetores e a capacidade de absorção do ultravioleta solar, estudando a interação da luz com alguns compostos utilizados nos protetores e conhecidos pela sua capacidade de absorção na região ultravioleta, como derivados da benzofenona e do ácido para-amino benzóico. Outra, em parceria com instituições do Amazonas, analisa o uso de determinados compostos derivados de plantas da região amazônica como protetor solar. Os trabalhos foram iniciados há pouco mais de um ano, e as substâncias pesquisadas são mantidas em sigilo. Dentro de mais um ano, o grupo deve ter resultados mais concretos.

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Sol na medida Mercado de protetores solares cresceu 140% em cinco anos A principal defesa contra os efeitos maléficos da radiação ultravioleta (UV) são os protetores solares. Segundo dados do Euromonitor, o mercado de proteção solar cresceu 140% de 2001 a 2005. A tendência é de incremento do uso, pois ainda se trata da forma de prevenção menos adotada pelos brasileiros, conforme pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que aponta o uso de chapéu e permanecer na sombra como os principais cuidados de exposição ao sol. O percentual de brasileiros com 20 anos ou mais que usa protetor solar ultrapassa 20% apenas na Região Sul do país e não chega a 15% na Região Norte.

Leandro Medeiros, gerente da marca Nivea Sun, da BDF Nivea Ltda., vê o crescimento da venda de protetores solares como resultado da conscientização de cada vez mais brasileiros sobre a necessidade de proteger a pele durante a exposição ao sol. As campanhas do produto enfatizam a importância de se defender diariamente dos

malefícios provocados pela radiação UV, além de chamar a atenção do consumidor para os atributos de Nivea Sun. São utilizados anúncios em jornais, revistas e TV, e ações nos pontos-de-venda, com o uso de material promocional claro e didático, displays, ilhas, de- Medeiros: bronzeado mais homogêneo monstradoras e pacotes promocionais.

A marca é comercializada no Bra- velhecimento precoce da pele, hidrasil desde o início da década de 1980, tação prolongada e proteção imediaquando a Nivea trouxe para o país os ta”, diz Medeiros. primeiros itens de proteção e cuidado O portfólio da marca conta atualcom a pele. A maior mudança ocorreu mente com 25 itens, entre protetores, em 2006, com o lançamento do Fator bronzeadores, loções pós-sol e autoAzul, composto que garante proteção bronzeadores. O pico de vendas ocora partir do primeiro minuto após a apli- re no verão, mas, segundo Medeiros, a cação. Sua textura leve e suave acele- diferença está cada vez menor, resultara a absorção do produto, proporcio- do da conscientização de que os riscos nando um bronzeado mais homogêneo, da exposição ao sol estão presentes no e os agentes hidratantes deixam a pele ano inteiro. A linha de cuidados faciais com uma aparência macia. “Nivea Sun da Nivea também conta com produtos é um conceito que reúne quatro bene- que possuem fator de proteção solar fícios: proteção mais segura contra a (FPS), como alguns itens da linha anradiação UVB e UVA, prevenção ao en- tiidade e cuidados específicos.

Tipos de pele

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TIPO CARACTERÍSTICA

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SOFRE QUEIMADURAS

BRONZEIA APÓS EXPOSIÇÃO

1 II

Pele clara Pouca melanina

Sempre Usualmente

Raramente Às vezes

III IV

Pele morena Quantidade intermediária de melanina

Às vezes Raramente

Usualmente Sempre

V VI

Pele escura Muita proteção de melanina

Pele mulata (naturalmente) Pele negra (naturalmente)

Amigos na sombra Pet Society lança protetor solar e óculos específicos para animais Cães e gatos devem ser levados para passear periodicamente para se manterem alegres e sadios. Mas é importante lembrar que eles estão sujeitos aos mesmos problemas causados nos humanos pela exposição excessiva ao sol. O câncer de pele pode manifestar-se nos animais como uma ferida que não cicatriza, apesar das tentativas de tratamento.

Quando isso ocorre, é necessário fazer uma biópsia da lesão, para saber o que é aquele ferimento. Para evitar qualquer problema, devem-se tomar os cuidados básicos: evitar passeios entre 9 horas e 15 horas, procurar mantê-los na sombra e aplicar protetor solar.

A Pet Society lançou um protetor solar específico para cães e gatos no verão de 2006. Segundo Fernanda Cioffetti, veterinária e gerente comercial, a aceitação no mercado foi muito boa, e a procura aumentou nesta temporada. “Veterinários sentem-se mais seguros em recomendar o uso de protetores específicos do que aqueles fabricados para humanos.” Isso porque o consumidor pode reclamar de qualquer reação alérgica que porventura ocorrer em seus animais. Além disso, a pele desses animais é muito diferente. São menos camadas, e a absorção e a transpiração ocorrem de outra forma.

O protetor solar é indicado principalmente para animais albinos ou com ausência de pigmentação, ou ausência de pêlos em determinadas partes do corpo, como barriga, focinho e pontas das orelhas. O produto da Pet Society

possui fator de proteção solar (FPS) 30, protege contra radiação ultravioleta (UV) dos tipos A e B, não sai na água e possui uma substância amarga e atóxica para que os animais não retirem o produto lam- Fernanda: veterinários sentem-se mais seguros bendo. Vem em forma de loção, o que facilita a aplica- dos raios UV e da poeira. A empresa surgiu em agosto de 2004, como dição e absorção.

Os olhos dos cães também devem visão da Cosmotec, com a proposta ser protegidos. A Pet Society impor- de inovar no mercado veterinário, ta e comercializa há três anos óculos carente de novas tecnologias na área com 100% de proteção UVA e UVB. de cosméticos e higiene animal. Os É indicado para animais com catara- mais de 140 produtos do portfólio – ta, conjuntivite e outros problemas of- que tem como mais vendidos o fluitalmológicos, além de ser uma medi- do desembaraçante para pelos, xamda de prevenção aos efeitos nocivos pu de secagem rápida e creme dental que continua a agir após a escovação – são desenvolvidos por químicos e farmacêuticos de acordo com as propriedades fisiológicas da pele e dos pêlos dos cães e gatos.

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Carro sem sufoco Insulfilm pode filtrar mais de 99% dos raios UV É possível se proteger dos malefícios provocados pela exposição exagerada ao sol até mesmo dentro do carro ou imóvel. Filmes aplicados na superfície interna do vidro, se revestidos com uma resina especial, podem filtrar os raios ultravioleta (UV). No caso dos produtos da marca Insulfilm, a percentagem de radiação filtrada chega a 99,5, e o modelo Climatizado ainda bloqueia 65% dos raios infravermelhos – responsáveis pelo aquecimento do interior do veículo.

Segundo Ailton Santos, do departamento de comunicação da Insulfilm, a venda de filmes é bem distribuída ao longo do ano, embora haja maior procura nos meses mais quentes ou em épocas em que a criminalidade cresce.

“Com a possibilidade de enfrentarmos o verão mais forte dos últimos anos, em 2007, devemos atingir uma taxa de crescimento superior à que viemos regis-

trando.” O incremento anual de vendas foi de 94% em 2006 e de 67% em 2005.

O Insulfilm Climatizado foi lançado no verão de 2005, somando-se às versões Blindado, Laminado, Privacidade e Design, entre outros das linhas automotiva e arquitetônica. “O produto original da marca é um exclusivo filme de alta performance para vidros, não é película”, diz Santos. Este produto possui embalagem, certificado e selo holográfico de autenticidade, com garantia de produto e aplicação, e é encontrado somente em lojas oficiais.

Introduzido no Brasil em 1980, o Insulfilm teve rápida aceitação no mercado, tanto que acabou emprestando o nome para os filmes automotivos. Mas a invasão de artigos contrabandeados e de baixa qualidade levou à proibição do produto pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) no início dos anos

Investimentos contra a pirataria

1990. Em 1998, a Insulfilm do Brasil obteve a liberação da comercialização do produto, mas a insistência de concessionárias e lojas de acessórios em trabalhar com artigos piratas levou a empresa a um corte de relações com o mercado em 2002. Grandes investimentos foram feitos na melhor adaptação dos filmes ao clima e à segurança do Brasil, e no desenvolvimento de um sistema de franchising, que atualmente conta com duas unidades, além da matriz em São Paulo: Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Segundo Santos, o plano de expansão prevê a abertura de 72 unidades nos próximos três anos, 12 em 2007, 24 no ano que vem e 36 em 2009.

Olhar longe dos raios Óculos de sol filtram a radiação ultravioleta, que pode causar inflamações e catarata A radiação UV também pode causar ou intensificar problemas ou doenças nos olhos. Um agravante é que sua percepção não é imediata, e exposições prolongadas, mesmo a baixas intensidades, provocam danos que podem ser irreversíveis ou exigir uma intervenção cirúrgica. As inflamações da córnea e da conjuntiva são seqüelas diretas dos raios UVB. São sintomas dessas enfermidades a dor, lacrimação, sensação de corpo estranho, fotofobia e avermelhamento das pálpebras. A radiação UVA é apontada como responsável pelo surgimento de cataratas. Bebês e crianças são mais suscetíveis a danos devido à mai-

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or transparência do cristalino, que tende naturalmente a se tornar mais opaco com o avanço da idade, aumentando a proteção. Para estar sempre resguardado, oftalmologistas recomendam o uso de óculos de sol de boa qualidade.

A Chilli Beans encaminha seus óculos para laboratórios creditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para avaliação e certificação da proteção UVA e UVB. Segundo Vanessa Rincon, diretora de produtos, dentro de três meses todos os óculos expostos nas lojas da marca contarão com o selo – ainda existem alguns produtos anteriores à

prática em estoque. A proteção solar dos óculos Chilli Beans já era atestada por fotômetros disponíveis em todos os seus pontos-de-venda. “Sempre tivemos a preocupação de passar segurança para o consumidor, principalmente porque nossos produtos são mais baratos que similares e vendidos em quiosques de shoppings”, diz Vanessa.

Guarda-sol pelo avesso Design e tecnologia modificam um acessório tradicional Manter-se na sombra é a forma de proteção solar mais utilizada pelos brasileiros com 20 anos ou mais, conforme pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Cerca de 40% dos moradores das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste tomam este cuidado, enquanto no Sudeste o índice é de pouco mais de 30%, e no Sul, em torno de 25%. Na praia, o jeito mais prático de produzir sombra é usar guarda-sol. Seu uso, no entanto, pode ser um incômodo quando o dia está ventoso.

Celso Santos, designer e freqüentador das praias do Rio de Janeiro, percebeu que o problema estava na fixação do artefato na areia e encontrou uma solução original: um helicóide instalado no tubo inferior facilita sua colocação no solo, e a parte superior abre ao contrário – a concavidade fica para cima.

O inusitado guarda-sol foi lançado pela

Spirit Design no fim de 2005, o que rendeu ao seu criador dois prêmios internacionais, o IF Design Award 2006 e o Red Dot do mesmo ano. “Todo designer deseja receber o IF, que talvez seja a premiação mais importante do mundo na área”, diz Gilca Carneiro, gerente de novos produtos.

O guarda-sol Revolution Spirit é feito com um pano especial, que recebe uma camada protetora contra raios ultravioleta dos tipos A e B (UVA e UVB), além de tratamento impermeabilizante. O design também cria um bolsão de ar que diminui o calor.

A armação é feita de hastes de fibra de vidro e peças em polipropileno, e estrutura de tubos de aço inox, o que evita a ferrugem. “Nosso guarda-sol foi desenvolvido para ter longa duração e não apenas para uma temporada”, diz Gilca. O produto possui ain-

Revolution Spirit: camada contra raios ultra-violeta

da porta-objetos e cabide.

A Spirit foi fundada em 2001 com a proposta de agregar design a produtos já existentes. O primeiro foi o ventilador Spirit, hoje oferecido em mais de 30 versões. Depois, surgiram o guarda-sol e a raquete de frescobol, e em breve será lançado um circulador de ar.

Entre os profissionais que prestam serviço à empresa, figuram Guto Índio da Costa, criador do ventilador, e Celso Santos, responsável pelo guarda-sol e pela raquete de frescobol.

Linha Direta

Espelho digital permitirá que os usuários experimentem novos modelos de óculos virtualmente

Outro aparelho exclusivo da Chilli Beans é o espelho digital. “É uma ferramenta na área estética que ajuda muito nas vendas”, diz Vanessa. Câmeras adaptadas em telas planas com sistema touch screen filmam o cliente e congelam a imagem. Dessa forma, ele tem a possibilidade de comparar, em até quatro ângulos diferentes, o produto que está

provando. Segundo Vanessa, a tecnologia está sendo ampliada, com base no cadastro de imagem dos clientes, para permitir que os usuários experimentem novos modelos de óculos virtualmente.

A venda de óculos de sol da Chilli Beans é bem distribuída ao longo do ano.

O recorde de vendagem, inclusive, ocorre no inverno, nos pontos-de-venda de Campos do Jordão, na serra paulista.

“Os produtos da Chilli Beans não são apenas óculos de sol, são acessórios de moda”, diz Vanessa. A empresa iniciou suas atividades em 1996, num pequeno estande no Mercado Mundo Mix (feira de moda voltada para o público jovem), em São Paulo, comercializando óculos de sol com design focado nas tendências fashion e a preços bem acessíveis.

Em 1997, abriu sua primeira loja, e no início de 2006 a marca era comercializada em mais de 140 pontos exclusivos do Brasil e do exterior.

Chilli Beans (11) 3818-3030 Cptec (12) 3945-6000 Fundacentro (48) 3212-0500 Inca (21) 2506-6103 Insulfilm (11) 3660-2044 LC Malhas (47) 3351-4000 NanoBras (11) 4231-4295 Nívea (11) 3094 2240 Pet Society (11) 6127-1100 Spirit Design (21) 3208-7355 Sociedade Brasileira de Dermatologia (21) 2253-6747 UFRJ (21) 2598-9608 Fevereiro 2007 – Empreendedor – 31

Negócios Criativos

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Negócios Criativos

Empresários e empreendedores dependem cada vez mais da força criativa para impulsionar novos negócios. Descobrir o mecanismo que faz da criatividade uma fonte propulsora para abrir mercados é a essência dos chamados negócios criativos, uma tendência que está se impondo na atual fase da competitividade globalizada. Para tanto, é preciso perseverança e coragem, não só para empreender, mas para se aventurar no desconhecido.

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Um exemplo é o de Marcelo Zylberkan, da Easy Track, que lançou o Blob, um rastreador pessoal dirigido para localizar facilmente pessoas ou cargas. Outro case de sucesso é o de Paulo Lago, que inovou ao lançar no Brasil o formato de livros falados e já vendeu cerca de 25 mil audiolivros em todo o país. Montar um negócio criativo não é esquecer os lugares-comuns do empreendedorismo, como abrir um restaurante ou uma loja, mas sim reciclar velhas idéias, como fez José Eduardo Trindade, da Bobinex, que adaptou máquinas de fabricação de embalagens e passou a produzir papel de parede. Ou adaptar conceitos para o cenário atual, caso de Thai Nghia, empreendedor que encontrou em pneus e lonas usados motivo para desenvolver produtos para os setores têxtil e calçadista.

Junto com empreendedores de nichos mais tradicionais da criatividade, como o entretenimento, a exemplo de Valdo Mello e Marcelo Vidal, que transformaram a paixão pela animação em um negócio, todos fazem parte desse novo e poderoso vetor dos negócios. Eles são a prova de que a criatividade pode ser sinônimo do empenho pelo resultado e o lucro. por

Wendel Martins

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Negócios Criativos

Desenho lucrativo Estúdios de animação aliam criatividade com pragmatismo de mercado O desafio dos estúdios de anima- Brasil pelas emissoras de TV aberta e ção brasileiros é transformar a arte os canais pagos. “Nos últimos anos, de contar uma boa história em um ne- surgiram muitas pequenas empresas, gócio lucrativo. Poucos mercados ti- aumentou a concorrência, mas o ceveram tamanha reviravolta em fun- nário ainda não é o ideal como foi na ção da tecnologia, especialmente com década de 1980. Depois do Collor, a a invenção da animação em 3D, que animação caiu muito e ainda não é uma virou moda num mercado que está em profissão muito difundida. Hoje, o ascensão. A computação gráfica ba- mercado não é maduro, pois alguns seada nos princípios da animação tra- poucos estúdios pegam uma grande dicional é uma fórmula que vem sen- fatia, e o resto sobra para os menodo utilizada cada vez mais pelos gran- res”, diz Valdo Mello, sócio do Estúdes estúdios de todo o mundo. No dio Dangers, que tem 17 anos de exBrasil, a procura por cursos de ani- periência em animação.

Mello explica que mação vem aumentanabriu a empresa em fedo, graças à popularizavereiro de 2001, quando ção de aulas técnicas na o mercado ainda não esárea de informática e tava aquecido. “Tivemos também uma preocupagrandes dificuldades, ção dos estúdios com a mas alguns mercados formação da mão-deestavam abertos como obra de qualidade. internet, games e celulaO governo também res.” A publicidade ainacena com incentivos da é a força motriz da para o setor, e na Câmaanimação brasileira, mas ra Federal um projeto de a demanda por novos lei propõe regras para a curtas e longas-metraexibição de desenhos Vidal: em busca de novos mercados gens, séries para a TV e animados produzidos no

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filmes institucionais vem aumentando. Outros nichos de mercado são as empresas de construção civil, que estão contratando animadores para formular passeios virtuais e maquetes eletrônicas para suas obras. “É um mercado crescente, estamos sempre à procura de novos mercados para atacar”, diz Marcelo Vidal, do Estúdio Conseqüência do Rio de Janeiro.

Mello afirma que, apesar do sucesso recente, os recursos humanos ainda não têm uma formação estética apurada: muitos profissionais têm formação tecnológica, mas não o perfil de desenhista, que é o que importa para a animação. Na era analógica dos anos 80, a animação artesanal contava com estúdios de 40 ou 50 funcionários, número que a tecnologia reduziu. “Quem não se atualizou rodou.

Antes, somente as grandes produtoras tinham poder de finalização para animação. Agora, surgiram muitas pequenas empresas, e aumentou a concorrência.” Entre as vantagens da tecnologia em 3D, estão a agilidade e poder contar com uma equipe menor, mais enxuta. “Sempre vai ter a animação que vem da prancheta, no estilo da Disney. Mas o computador é mais uma ferramenta para agregar valor com agilidade ao processo de animação, com prazos mais rápidos e diminuição de custo.” Ele conta com clientes como Ford, Ambev, Casas

“Sob nova direção” (à esquerda) e clipe do Barão Vermelho: pequenos em alta

Bahia e Colgate.

O curta de estréia do Estúdio Conseqüência foi “Hein?!”, que no VII Festival Anima Mundi, em 1999, obteve o maior número de votos do público entre os vídeos brasileiros.

Como resultado, o estúdio ganhou o Prêmio TV Globo, iniciando, assim, uma vitoriosa carreira em outros importantes festivais brasileiros e internacionais, entre eles o Festival de Annecy, França, Festival de Havana, Cuba, e o Festival Cinanima, em Portugal, que se destaca por indicar curtas de animação à comissão julgadora do Oscar. O filme teve seus direitos de exibição adquiridos pelo Canal + (da França), que desde 2000 vem exibindo o curta em sua programação.

Vidal afirma que, muitas vezes, a falta de conhecimento do mercado leva os clientes a não saberem bem o que querem. “Já tivemos que melhorar roteiro de agência de publicidade.” Ele explica que é necessário desenhar à mão a animação para ter uma idéia do produto final. Depois, se grava a voz para, enfim, chegar ao desktop do animador. Mesmo com a tecnologia, o processo é lento: um filme de quinze minutos não se faz em seis meses. “A não ser que se tenha um orçamento do tamanho dessa exigência. Mas acredito ser necessário desenvolver uma porta comercial sem ser escravo do dinheiro.”

Paredes perfeitas Única empresa de papel de parede do Brasil inova para crescer

corativo, rápido, tem preço igual e melhor custo-benefício.” Contava com cerca de oito concorrentes na época, hoje atua sozinho contra importadores. “Acabei comprando o equipamento dos outros”, relembra.

Com cerca de 100 colaboradores, “Criatividade é tudo, vence qualquer obstáculo”, diz José Carlos Trin- investe em novos mercados como o dade, diretor-superintendente da Bo- setor de embalagens e auto-adesivos, binex, única empresa nacional a fabri- fitas de borda para acabamento, papel car papel de parede e líder absoluta de de alto relevo ou papel para armários. mercado. O empresário atua no ramo “O mercado não fica esperando de há cerca de 25 anos e começou com braços abertos, temos que correr muitas dificuldades. Era representan- atrás. A indústria moveleira vem creste comercial vendendo papel de em- cendo bastante.” O público comprabalagens e vivia reclamandor é normalmente de do de um industrial que classe média e corporapagava atrasado as cotivo, o que inclui hotéis, missões. Certo dia, o emflats, bancos e hospitais. presário ofereceu a fábriTrindade explica que o ca a Trindade, que foi ao papel de parede vem banco, conseguiu crédito, com instrução para o comprou as instalações, próprio comprador faadaptou as máquinas e zer a instalação. Mesmo pôs em marcha uma grancom domínio do mercade idéia: ao invés de vendo, garante cobrar o preder papel de embrulho ço justo, pois quer cressem arte, colocou no cer . “No Brasil, estamos mercado o melhor papel lutando para quebrar de parede. Na comparabarreiras. Nos Estados ção com o setor de tin- Trindade: produto Unidos, o papel de paretas, diz que o “papel de prático, decorativo de é item de primeira neparede é mais prático, de- e rápido cessidade.”

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Negócios Criativos

O valor de um conceito Focado na criação e não nas vendas, empreendedor fabrica calçados e roupas reciclando pneus e lonas Antes de comercializar produtos, o emprendedor Thai Nghia quer vender um conceito: diminuir a exclusão social e ambiental. E faz isso reciclando pneus e convertendo-os em calçados ou transformando lona em roupas e acessórios destinados aos mercados nacional e internacional. “Jogar fora é excluir da sociedade. Nosso conceito é usar, reciclar e buscar a integração. Nossa filosofia de vida está relacionada a harmonia, conhecimento e diversidade. Não vendemos um produto, e sim compartilhamos uma idéia”, diz Thai Nghia, empreendedor que tem uma história de vida associada à perseverança.

Há 28 anos, um petroleiro da Petrobrás o encontrou no mar fugindo do regime comunista do Vietnam, seu país natal. “Meu pai era plantador de arroz, e fui excluído da escola durante o regime. Tive que fugir para alto mar, agüentei as saudades, cheguei ao Brasil sem família, sem dominar a língua, às cegas, sem saber para onde ir. Descobri que a vida não é de graça, sou responsável por ela e ganhei algo muito precioso, que era a sensação de liberdade”,

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diz Thai Nghia , que precisou aprender tudo de novo e se formou em Matemática na Universidade de São Paulo.

Ele começou a vender bolsas, pois em 1986 a família vietnamita com quem morava atravessava a crise financeira em que resultou o plano Cruzado. O negócio deu certo, e eles passaram a produzir as próprias peças: durante o dia, vendia de porta em porta e formava clientela; à noite, cortava tecido e imprimia as estampas. Foi então que conseguiu um contrato de exclusividade para fornecer bolsas para a Avon do Brasil.

Da produção de bolsas à fabricação de calçados, passaram-se mais de 15 anos, e só em 2003 Thai decidiu perder a dependência de um cliente único e criar marca própria de produtos diferenciados: sandálias, papetes e outros calçados com solado de borracha inspirados na cultura vietnamita. O nome escolhido foi Goóc, que significa raízes. Hoje, ele emprega cerca de 400 pessoas – indiretamente, o número sobe para 900 – e exporta para diversos países como Estados Unidos, Alemanha e Espanha.

Até hoje, a Goóc já reciclou o equivalente a mais de 400 km de pneus, se estes formassem uma única fila. Desde janeiro de 2006, a terceira unidade fabril Goóc, inaugurada em Feira de Santana, na Bahia, é responsável pela produção de toda linha de calçados e acessórios desenvolvidos com borracha reciclada de pneu. “Temos a intenção de concentrar nos próximos anos 100% da produção no Nordeste, região responsável pelo consumo de 75% de calçados de borracha em geral”, diz. A Góoc não mira em faturamento, mas sim em número de unidades produzidas, e a meta de Thai é acumular 10 milhões de unidades até 2014. “O importante é a mensagem,

Zilberkan e Lopes: o primeiro celular 100% brasileiro

não o produto. O produto é um meio”, diz ele sem cerimônia.

Em 2006, uma nova perspectiva: montar uma rede de franquias e abrir cerca de cem lojas em cinco anos. Mas essa estratégia está sendo revista, pois, segundo o empreendedor, os franqueados não estavam entendendo a proposta da companhia. “Nosso principal negócio não é comercialização, e sim criação”, diz ele, que agora vai intensificar os contatos com os 5.000 pontos-de-venda espalhados por todo o país. As franquias atuais são mantidas como forma de divulgação da marca, e para a abertura de novas franquias Thai diz estar supercriterioso. “Eles têm que fazer o nosso trabalho, que é alimentar a liberdade para criar e inventar.”

Entre as novidades, está uma parceria com o grupo Vicunha: bolsas, botas, calçados e outros acessórios foram desenvolvidos com a tecnologia Acqua Proof, que torna a lona resistente à água. Ao entrar em contato com o produto, a água se transforma em gotículas, escorrendo e não penetrando. “A tecnologia é um meio. O fim é a nossa mensagem. Enquanto se valoriza o high tech, nós voltamos para o arcaico. Sabemos que isso pode ser interpretado como escapismo ou que somos rebeldes, do contra. Mas queremos passar outra maneira de olhar, e descobrir a felicidade e o belo”, diz.

Goóc emprega cerca de 400 pessoas e exporta para países como Estados Unidos, Alemanha e Espanha

Ache fácil Empresa lança rastreador pessoal para localizar crianças, idosos e usuários corporativos Achar uma pessoa perdida por meio de um aparelho que dá a localização exata para quem acessar o sinal via internet ou por meio do call center é a mais recente inovação, e desta vez com tecnologia nacional. A Easy Track lançou o Blob, gadget do momento, um rastreador pessoal que promete revolucionar o mercado de telecomunicações. Gadget é definição em inglês para brinquedos tecnológicos, um mercado que se tornou uma febre pela velocidade em que as novidades são lançadas e algumas esquecidas. A idéia é acompanhar a tendência de miniaturização com uma aplicação que satisfaça as necessidades do usuário.

Foi assim que se disseminaram o uso de celulares, computadores de mão, MP3 players, canetas ultra-sônicas, TV de bolso, internet sem fio, fone de ouvido e webcam.

O Blob é focado para os públicos infantil, de terceira idade e corporativo. De acordo com Marcelo Zylberkan, um dos sócios-fundadores da companhia (o outro é Daniel Oelsner Lopes), “não tinha nada sendo explorado nesse segmento, e fizemos tudo aqui no Brasil – e pode-se dizer que é

o primeiro celular 100% brasileiro”, diz. Com poucas teclas de controle, o trackphone oferece diversos serviços, como: localizador, escuta, sensor de ruídos, despertador, comunicação celular, ligação rápida para três números pré-programados, transferência de chamadas, controle diário de utilização do aparelho, entre outras funções. “Ele vem com um chip da Claro embutido, então, além dos três telefones pré-programados, pode-se ligar para mais 50 números na agenda telefônica através do calll center.”

Utilizando a tecnologia Super LBS (Location Based Services), também desenvolvida pela Easy Track, foi possível a criação de um único aparelho que unisse as duas tecnologias, o celular e o rastreador. “Descobrimos uma maneira de fazer a localização mais precisa, através de algoritmos e dentro de um raio de três a quatro quadras”, diz Zylberkan. A localização pode ser feita através de mapas na internet ou mesmo do call center. Segundo ele, o investimento para a criação do Blob girou em torno de R$ 7 milhões, sendo 2 milhões para concepção, engenharia, estudo Fevereiro 2007 – Empreendedor – 37

Negócios Criativos de design, software on-line e 3 milhões para fabricação do aparelho. O projeto levou um ano e meio para ser desenvolvido, e envolveu dez empresas parceiras e mais de cem pessoas. “Isso prova que o Brasil tem capacidade para desenvolvimento de produtos inovadores”, diz.

A Easy Track nasceu para trazer inovações a um mercado altamente competitivo, cresceu cerca de 600% em 2006 e espera faturar mais 2.500% este ano. No início, oferecia aos clientes o Easytrack Móvel, um rastreador portátil monitorado pela internet com sofisticados recursos de configuração.

Sucesso absoluto entre as transportadoras, o aparelho gerenciava riscos em pequenas e médias empresas, e em pouco tempo se tornou referência no serviço de rastreamento de cargas. Já o Blob é portátil e inovador, tendo sido premiado em concurso de design no Museu da Casa Brasileira.

A Easy Track mantém uma versão corporativa, o Blob Cargas, que é mais barata, com maior autonomia na bateria e não tem serviço de telefonia. No mercado corporativo, a empresa está focada em transportadores, caminhoneiros, seguradoras (fechou um contrato de 40 mil unidades com um gigante do setor), gerenciadores de risco e empresas que necessitam de equipes de campo. Oferece um contrato em que, se o aparelho quebrar, a troca é garantida. Para usuários convencionais, o Blob custa em torno de R$ 399, a compra pode ser feita pela internet, e o plano mensal pode ser debitado automaticamente no cartão de crédito.

Blob: premiado em concurso no Museu da Casa Brasileira

38 – Empreendedor – Fevereiro 2007

Livro para ouvir Audiolivro é alternativa para democratizar conhecimento e gerar novos negócios A criança em fase de alfabetização, o empresário preso no trânsito, a moça malhando na academia, o rapaz com deficiência visual. São exemplos de público para audiolivros ou livros falados, uma novidade da Editora Nossa Cultura, que tem intenção de democratizar o acesso ao conhecimento e incentivar o hábito da leitura, além de popularizar o formato no Brasil. O audiolivro pode ser usado em situações nas quais a leitura não é possível e por pessoas com deficiência visual. “É um estímulo à leitura, pois a obra do autor não se esgota em um só livro”, diz Paulo Lago, sócio-diretor da companhia. As gravações de obras literárias e teatrais surgiram pouco depois da Primeira Guerra Mundial para entreter soldados que perderam a visão durante as batalhas. O que era um produto para cegos, porém, foi se tornando uma opção também para pessoas que não tinham tempo para ler livros tradicionais.

A idéia de criar a editora partiu de uma deficiente visual, fã do escritor e colunista do jornal Folha de S. Paulo Rubem Alves, que sugeriu que se oferecesse a obra também em CD. “Há um ano e meio, estávamos pesquisando opções para a produção de conteúdo em outros suportes além do impresso e, assim que Rubem Alves nos falou da sua fã, decidimos apostar nos audiolivros”, afirma Paulo Lago, que deixou a empresa do pai, Samuel, para abrir a Editora Nossa Cultura.

Os Estados Unidos saíram na frente na popularização do formato e hoje possuem o maior mercado de audiolivros do mundo, com mais de 30 mil títulos disponíveis. Segundo a APA – Audio Publishers Association, o segmento vem crescendo a uma taxa de 10% ao ano e já movimenta mais de US$ 800 milhões anualmente. Até o principal prêmio da indústria fonográfica do país prestigia os livros falados, o Grammy Award for Best Spoken Word Album, que existe desde 1959.

Já na Europa, os audiolivros são sucesso principalmente na Grã-Bretanha e na Alemanha. O interesse pelo formato faz com que, nesses países e nos Estados Unidos, os lançamentos editoriais sejam, com freqüência, disponibilizados simultaneamente em versão impressa e em áudio.

Realizado em 2000, o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que 159.824 brasileiros eram cegos e outros 2.398.472 tinham grande dificuldade permanente para enxergar. Além de beneficiar todas essas pessoas, favorecendo sua inclusão social, os audiolivros são uma opção também para quem pode ler, mas tem pouco tempo. Segundo a Publishing Trends, publicação norte-americana especializada no mercado editorial, uma pesquisa realizada em 2005 nos Estados Unidos mostrou que 53% dos fãs do formato ouvem os livros falados nos seus carros ou em transportes públicos. Essa é apenas uma das situações em que os audiolivros são bem-vindos. “Eles são muito versáteis, sob medida para a vida corrida das grandes cidades. A pessoa pode ouvi-los enquanto se arruma para o trabalho ou faz alguma tarefa doméstica, por exemplo. E com um CD player por-

tátil, as possibilidades são quase infinitas. É possível ouvir o livro praticamente em qualquer lugar e em qualquer situação: na academia de ginástica, durante a caminhada, fazendo compras, na sala de espera do médico ou do dentista, e assim por diante”, diz o editor Paulo Lago.

Essa versatilidade pode ajudar a estimular o hábito da leitura no Brasil, onde infelizmente os livros tradicionais ainda não fazem parte do cotidiano. O Brasil ocupa a 27ª posição no ranking de leitura do NOP World Culture Score, ficando à frente de Taiwan, do Japão e da Coréia do Sul. Realizada pelo instituto GFK NOP, do Reino Unido, a pesquisa avaliou os hábitos de 30 mil pessoas com 13 anos ou mais em 30 países.

No topo da lista, a Índia, e a China, em terceiro. Os brasileiros dedicam cerca de 5,2 horas por semana à leitura de livros, jornais e revistas. Essa média sobe para 8 horas entre os chineses e para 10,7 horas entre os indianos.

Segundo os especialistas da Comissão de Leitura, órgão ligado ao Ministério da Educação

dos Estados Unidos, ler em voz alta para as crianças é uma das atividades que mais ajudam a desenvolver a habilidade de leitura. Ouvindo um livro falado, as crianças ampliam o vocabulário, aprendem entonação e pronúncia e, principalmente, têm contato com o universo da literatura de uma forma lúdica e agradável. “É só colocar a turminha sentada e discutir a obra em sala”, diz Lago, que desistiu de gravar apenas obras didáticas.

No catálogo da editora, também estão presentes Garotas Perguntam e Garotos Perguntam, nos quais o psiquiatra Jairo Bouer responde as principais dúvidas dos jovens sobre sexualidade. O mais recente lançamento da Editora Nossa Cultura é um convite ao bom humor. O audiolivro Clube da Comédia Stand-Up registra na íntegra um dos espetáculos feitos pela trupe formada pelos humoristas Marcelo Mansfield, Diogo Portugal, Marcela Leal, Oscar Filho e Rafinha Bastos, que têm arrancado gargalhadas dos paulistanos desde julho de

2005 ao mostrar o lado cômico do cotidiano. E a editora aposta no Dr. Dog, obra que também é vendida em pet shops com dicas de como cuidar de animais de estimação.

Lago afirma que uma tendência é vender pela internet, por meio de canais parceiros como os sites Imusica e Volume. “Gravar um livro tem o custo semelhante a uma edição com 80 páginas.” Ele afirma que, pela rede, as obras são em média 30% mais baratas. “Em cinco anos, o CD e o DVD tendem a desaparecer”, diz Lago, que já vendeu cerca de 25 mil audiolivros, mas não sossega. “Ainda estamos num mercado estéril, é como ver uma plantinha nascer no deserto.”

Linha Direta José Eduardo Trindade (11) 4704-3500 Marcelo Vidal (21) 2244-3982 Marcelo Zylberkan (11) 9411-5120 Paulo Lago (41) 3244-0242 Valdo Mello (11) 3674-9990 Thai Nghia (11) 3383-3150

Lago: em cinco anos, o CD e o DVD tendem a desaparecer

Fevereiro 2007 – Empreendedor – 39

Perfil

Marcos Wettreich

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O poder da imaginação Pioneiro da internet no Brasil e criador de várias empresas, Marcos Wettreich prefere enriquecer seu conhecimento do que perseguir a riqueza por

Carol Herling

De personalidade da internet brasileira a escritor, Marcos Wettreich segue seu caminho de empresário em busca de um objetivo diferente da maioria esmagadora dos empreendedores brasileiros: enriquecer sua formação acadêmica. Protagonista de uma trajetória pontuada pelo surgimento da informática no Brasil e pela popularização da internet como meio de comunicação de massa, Marcos explica que nunca quis ser rico – ou, pelo menos, que essa nunca foi a sua pretensão. “Nunca tive essa coisa dos self-made-man, que começa do nada e almeja a riqueza. Minha motivação sempre foi acadêmica.”

Nascido em 1963 no Rio de Janeiro, Marcos perdeu o pai cedo, aos cinco anos. Sua condição social na época, “classe-média-média”, apresentava dificuldades para pagar bons colégios. Ao invés de encarar a situação como uma barreira, fez disso o seu primeiro desafio. “Sempre estudei com bolsa porque era bom aluno, tirava boas notas, mas ainda assim não pensava em ser rico.”

Os estudos o levaram a escolher um ramo de trabalho considerado um tanto quanto incomum nos anos 1980: a Bioengenharia. Seu sonho, explica, era construir braços mecânicos. “Comecei a fazer a faculdade de Engenharia na PUC e, durante o curso, descobri que simplesmente não havia campo de trabalho no Brasil.” A reviravolta na for-

mação acadêmica fez com que Marcos iniciasse, por acaso, sua carreira como empresário, mesmo estando, como costuma dizer, “0% preparado”.

“Uns amigos mais velhos estavam criando uma empresa; então, eu, que na época tinha 21 anos, resolvi participar, mesmo sem saber o que era de fato uma empresa, o que era BNDES e o que era mexer com um computador.”

Com US$ 2 mil emprestados por um outro amigo, entrou como sócio da Saga, e por não ter uma formação acadêmica para programar ou mesmo para desenvolver produtos, Marcos ficou encarregado da parte de “cuidados da casa”. “A tarefa de administrar um negócio da área de informática em 1985 não era nada fácil, porque as empresas ainda tinham muito receio de automatizar suas operações – o primeiro computador tinha recém-chegado ao BraMARCOS WETTREICH Cidade de nascimento: Rio de Janeiro (RJ) Idade: 43 anos Formação: Engenheiro eletrônico pós-graduado em Marketing e com OPM em Harvard Linha direta: www.enirvana.com.br www.ajudabrasil.org www.marcoswettreich.com.br

sil, no ano de 1983.”

As pessoas tinham, segundo o empresário, o “pé muito atrás” quando o assunto era computador e, principalmente, ao colocar os poucos equipamentos que tinham em rede. “Mesmo assim, decidimos apostar nessa área de arquitetura de redes, e foi uma aposta boa, porque a empresa cresceu muito, e como eu lidava com diversas coisas, entre elas administração e vendas, percebi que tinha um certo tino comercial e aprendi, na prática, o que é marketing.”

Com o sucesso de sua primeira empresa e cada vez mais envolvido na administração do empreendimento, Marcos foi naturalmente se afastando da área de Engenharia e, aos 24 anos, iniciou uma pós-graduação em Marketing. A grande oportunidade chegou aos 26 anos, quando foi convidado para dar uma palestra. “Fui chamado por pessoas que eu conhecia para dar uma palestra num seminário e percebi que seria interessante se existisse uma segmentação nos congressos da área de informática. Hoje, parece óbvio, mas naquela época os congressos não abordavam os assuntos com profundidade, e uma pessoa que buscava informações específicas não saía satisfeita desses eventos.”

Para atender à demanda cada vez maior de profissionais em busca de informação – visto que no início da década de 1990 ainda não existia internet no Brasil –, Marcos criou a Mantel, que trabalhava com congressos segmentados.

Fevereiro 2007 – Empreendedor – 41

Perfil

Marcos Wettreich Centro de bem-estar Nirvana: investimento foi de R$ 10 milhões.

“Empresas que na época eram pequenas e quase não tinham equipe precisavam de informação e estavam dispostas a pagar US$ 1.000,00 por funcionário para participar de feiras e congressos que envolviam corporações, patrocinadores e expositores que queriam se firmar no segmento.” A resposta do mercado diante da idéia de Marcos foi imediata, e o empresário, que até os 25 anos de idade ganhava, em valores atuais, cerca de R$ 1.000,00 por mês, passou a faturar cerca de R$ 500 mil no primeiro ano e alcançou o patamar de R$ 1 milhão no segundo ano.

Com o dinheiro que passou a ganhar e com o novo padrão de vida conquistado, Marcos passou a investir em coisas que julgava importantes – casa própria, apartamento para a mãe e um automóvel. Mas evitou – como até hoje evita – ostentar riqueza ou ser notícia por isso.

“Eu não apareço em coluna social, revistas deste gênero não existem para mim, festas, badalações, tudo isso eu evito.” O perfil reservado pode ser estratégia integrante do modo como o empresário foca a realização de seus

42 – Empreendedor – Fevereiro 2007

projetos. “O meu objetivo é realizar, gosto de criar marcas, gosto de criar empresas, gosto de fazer a coisa surgir de um nada e virar um todo, de criar negócios que os meus clientes apreciem, esse é o meu maior prazer.”

Como a imaginação não tem limites, os sonhos de Marcos ultrapassaram as fronteiras brasileiras, e a Mantel chegou a outros países, como Holanda, Espanha, Itália, República Checa, Hungria e Polônia. “Quando me propus a internacionalizar a empresa, pensei em chegar a lugares que tivessem um nível prévio de tecnologia e a busca de conhecimento parecida com a que eu via no Brasil, contando também o fator dinheiro para poder financiar o negócio.”

Mesmo com a agenda de eventos lotada e o negócio dando ótimos resultados, Marcos Wettreich decidiu vender a Mantel para investir em um ramo até então totalmente desconhecido e inédito no mercado brasileiro. “Em 1995, o Brasil estava começando com uma coisa muito interessante chamada internet, que ainda era incipiente, mas que no meu modo de pensar tinha tudo para mudar

o mundo.” O governo federal tinha acabado de criar as regras para que os provedores pudessem ser distintos da Embratel, que foi a primeira a lançar o serviço, mas o entusiasmo de Marcos não contagiou, em princípio, seus amigos, que achavam o investimento um tanto quanto acadêmico.

“Essa era a percepção deles, porque naquela época ninguém usava email, ninguém mensurava a utilidade prática do negócio, então soava como acadêmico. Mesmo assim, eu foquei no Brasil e, ao longo de seis meses, lancei algumas empresas.” O investimento principal foi em um grupo de mídia que tinha como proposta trabalhar, de forma integrada, revista, sites e congressos. Uma das idéias foi a revista Internet World, a primeira a tratar de internet no Brasil e que chegou a ter em dois anos 550.000 leitores por mês.

Outra idéia foi a MLab, uma das primeiras empresas a trabalhar com marketing específico para internet. “Nós também fazíamos sites para empresas numa época em que você poderia vender sites por R$ 1 milhão; hoje, é uma

coisa comum e que às vezes você tem até de graça.”

Isso sem contar o Prêmio iBest, uma iniciativa que tinha como principal objetivo descobrir novos talentos e premiar todo o esforço dos profissionais e dos sites que estavam fazendo a história da internet no Brasil. “Cogitamos realizar o prêmio em outros oito países, e chegamos a fazer o prêmio na Espanha e no México, com o mesmo modelo e formato, com votação on-line, festa, dez mil convidados e divulgação, dentro da idéia de crescer como um prêmio de mídia.” A proposta foi rapidamente aceita pelos internautas e denominada o “Oscar” da rede; mais de dez anos depois, o prêmio ainda é o padrão para mensurar a qualidade e a criatividade dos sites desenvolvidos no país.

Tudo correu normalmente até 1997, quando o empresário sofreu o que chama de “primeiro revés”. Por causa de um problema generalizado na economia mundial, que teve início com as crises da Ásia e da Rússia, as empresas de Marcos fecharam o ano no vermelho.

“Pela primeira vez, as minhas empresas, que sempre foram geradoras de lucro (o crescimento era baseado nesse gerador de caixa), ficaram deficitárias, num momento em que a inflação não colaborava, os juros eram enormes, tudo muito absurdo. Passei dois anos com a corda no pescoço, trabalhando de 60 a 70 horas por semana.”

A saúde, que hoje é uma de suas prioridades, foi totalmente deixada de lado.

“Esqueci tudo relacionado ao assunto, cheguei a estar com o peso 30 kg acima do meu peso atual, não tinha uma alimentação boa, não tinha cuidados com o corpo e não fazia exercícios, era uma coisa horrível.” Na mesma época, apostou em sua visão de pioneiro e entrou como sócio em uma das primeiras empresas de comércio eletrônico, que foi vendida para criar o Portal Submarino.

Passados os “anos de perrengue”, decidiu trabalhar a partir de 1999 de uma forma diferente. “Tudo o que eu fiz até 1999 era meio que sozinho, comecei

LINHA DO TEMPO 1963 - Marcos Wettreich nasce no Rio de Janeiro 1985 - Funda, em sociedade com amigos, a Saga, considerada uma das primeiras empresas de redes no Brasil 1987 - Inicia o curso de pósgraduação em Marketing Anos 90 - Funda a Mantel, pioneira na formatação e realização de congressos segmentados de Informática 1995 - Cria o prêmio iBest 1997 - Entra como sócio na empresa que originou o Portal Submarino 1999 - Volta a trabalhar com sócios 2001 - Cria o Portal iBest, um dos primeiros provedores de internet gratuitos do Brasil 2003 - Vende o Portal iBest para a Brasil Telecom, numa transação de mais de R$ 70 milhões 2004 - Funda o centro de bem-estar social Nirvana, com investimento de R$ 10 milhões 2006 - Lança seu primeiro livro, intitulado Manual de mães e pais separados

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Perfil

Marcos Wettreich

com amigos-sócios, e a partir de 1990 eu fiz sozinho. Comecei, então, a ter sócios.” Mas a grande virada veio em 2001, quando Marcos literalmente leu nas entrelinhas da lei de telecomunicações outro elemento que revolucionou a internet no país: a possibilidade de criar provedores gratuitos. “Eu percebi uma coisa chamada interconexão, que era uma brecha na lei que fazia com que eu pudesse criar um provedor gratuito e as empresas de telecomunicações me pagariam um percentual em cima dos pulsos, e esse foi o modelo de provedor gratuito que se sustenta até hoje.”

Sem falsa modéstia, acredita que a sua experiência e compreensão plena do mercado foram determinantes para a criação do modelo, e aproveitou a oportunidade para transformar o iBest em um portal, batendo de frente com gigantes do setor como UOL e Terra. A Brasil Telecom, apostando no sucesso da empreitada, comprou uma participação no portal – com direito a comprar, posteriormente, toda a empresa, fato que chegou a acontecer em 2003 e resultou em uma transação de mais de R$ 70 milhões.

Nesse meio-tempo, entre o surgimento do iBest como portal e a venda para a Brasil Telecom, Marcos criou a Opínia (empresa que realizava pesquisas de opinião na internet e que posteriormente foi incorporada ao iBest), vendeu sua editora para a Ediouro e promoveu a fusão da MLab com uma empresa mexicana (que resultou na Neoris, que hoje é a terceira maior consultoria de TI e Integradora de sistemas da América Latina e a primeira no México, de acordo com a IDC). Quanto à Mantel, a empresa “simplesmente terminou um ciclo, porque como era uma empresa que vendia informações, ela passou a concorrer com a informação que vendia com o surgimento da internet”.

Depois da venda final do iBest, Marcos resolveu apostar no centro de bemestar Nirvana, que hoje possui duas unidades (uma na Gávea e outra no Barra Shopping) e oferece atividades físicas como Tai Chi Chuan, Yoga e Pilates, te-

44 – Empreendedor – Fevereiro 2007

Assunto inédito explorado em livro

rapias, 18 tipos de massagem, serviços de spa, alimentação saudável e loja com produtos para a saúde. A escolha por este tipo de empreendimento não foi por acaso, uma vez que estava completamente a par da realidade do mercado, que só nos EUA movimenta US$ 27 bilhões a cada ano. O valor do investimento na empreitada, segundo estimativas do setor, foi de R$ 10 milhões.

Outra empreitada foi a criação do AjudaBrasil, uma associação civil sem fins lucrativos que busca facilitar o encontro entre instituições que precisam de alimentos, equipamentos ou voluntários, e pessoas ou empresas que têm algo para dar.

“Sempre tive muita preocupação com o lado social, e há muito tempo que eu dava presentes no final do ano, cheguei a dar 20 mil presentes de uma só vez, numa operação logística que eu fazia com o VivaRio. Aí, pensei em criar uma ONG, mas depois me dei conta de que já existem muitas, então me mobilizei para criar algo que ajudasse as outras ONGs que já existem.” Cerca de 80 mil usuários visitam o site a cada mês.

A vontade constante de aprender fez com que, aos 39 anos, por sugestão de amigos empresários, iniciasse o curso de Owners/Presidentes Management Program (OPM) em Harvard. “O cur-

so durou ao todo três anos, e a cada ano passava três semanas lá e voltava.

Eu não precisava ter feito isso, mas minha vontade de aprender é grande, e isso somou para o meu crescimento pessoal.” Depois, surgiu a preocupação em ensinar. “Há muito tempo, me pediam para escrever um livro, as pessoas diziam que eu devia escrever um livro de marketing, de negócios em geral, e eu dizia que ia escrever, mas esperava o momento certo.”

O “momento certo” veio com a idéia de escrever o Manual de mães e pais separados, lançado pela Ediouro e com tiragem inicial recorde para um autor estreante: 20 mil exemplares. “Um dia, conversando com uma amiga minha da área editorial que sabia do meu caso bem-sucedido da separação, me dei conta de que não existia nenhum livro sobre esse assunto, então resolvi escrever e enxerguei nisso um desafio de fazer algo pela sociedade, de passar a minha experiência e me dedicar a colocar o melhor conteúdo dentro desse livro.”

Marcos considera o livro “mais feminino” e usou uma abordagem psicológica para explicar os assuntos, combinada ao aspecto da negociação, que considera o grande diferencial do livro. “Tudo é negociação, quando você pega o namorado e vai ao cinema, é uma negociação, porque vocês estão resolvendo ao que vão assistir, a que horas vão e o que vão fazer depois. Então, imagine depois de uma separação a quantidade de coisas que você tem a negociar: sobre filhos, sobre como vai ser a educação, visitação, pensão... Eu percebi que as mulheres precisavam ter uma direção para saber se estruturar para uma negociação.”

O empresário diz que o livro não trata da sua vivência pessoal, e sim da sua experiência de vida e o seu bom senso com as teorias de Harvard aplicadas. “Li tudo o que existia, mas o meu caso específico não está retratado no livro, até mesmo porque eu acho que nenhum caso é suficientemente significativo para aparecer como conclusivo. Sempre o que vale é a soma dos casos.”

Fevereiro 2007 – Empreendedor – 45

Pequenas Notáveis Editado por Alexandre Gonçalves

CONJUNTURA

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que já está em implantação, foi uma das medidas de desoneração da carga tributária anunciadas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que o presidente Luís Inácio Lula da Silva lançou no último dia 22 (foto). “É o reconhecimento político de que é preciso normatizar e colocar a Lei Geral para funcionar como um dos grandes indutores do desenvolvimento a partir dos pequenos negócios”, afirma o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. “A Lei Geral está incluída de forma bastante privilegiada no PAC.” Na solenidade de anúncio do programa, o presidente Lula afirmou que tem “esperança que o PAC seja o início de um novo processo de mobilização coletiva que estimule uma mentalidade produtiva em todos os setores sociais e que ajude a fundamentar uma

MARCELO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL

Governo inclui Lei Geral no PAC

verdadeira cultura produtiva: a cultura do trabalho”. Para isso, o presidente quer que o governo canalize e catalise a energia empreendedora por todo o país. “Temos que contagiar, de forma especial, o ambiente interno do

governo, porque só avançaremos se conseguirmos melhorar, cada vez mais, o padrão de eficiência do setor público”, disse.

(Com informações de Beth Matias/Agência Sebrae)

Confira algumas medidas de desoneração dos impostos incluídas no PAC J

J

Redução de até 25 anos para 24 meses do prazo para apropriação dos créditos de PIS e Cofins sobre edificações incorporadas ao ativo imobilizado, igualando ao tratamento dado para máquinas e equipamentos.

Suspensão da cobrança de PIS e Cofins na compra de insumos e serviços utilizados pela construção civil em novos projetos de infra-estrutura de longo prazo (transportes, portos, energia e saneamento básico).

J Isenção do Imposto de Renda às apli-

cações feitas no novo fundo de investimento em infra-estrutura após cinco anos da aquisição da cota.

J

Redução para zero das alíquotas do IPI, PIS, Cofins e Cide nas vendas de equipamentos de transmissão de si-

46 – Empreendedor – Fevereiro 2007

nais de TV digital, na aquisição de bens de capital e na transferência para aquisição de tecnologia e software; a medida se aplica às empresas que aderirem ao Programa de Incentivos ao Setor da TV Digital (PATVD), mas não se aplica aos conversores, que terão incentivos da zona franca de Manaus.

J

J

Prorrogação até 2008 do prazo de permanência da construção civil no regime de cumulatividade do PIS e da Cofins.

Isenção de IRPJ e redução a zero do IPI, PIS, Cofins e Cide sobre vendas de semicondutores e displays, bem como sobre a aquisição de bens de capital e transferências para aquisição de tecnologia e software; aplica-se às empresas que aderirem ao Programa de Incentivos ao Setor de

Semicondutores (Padis).

J

Ampliação para até R$ 4 mil do valor de venda no varejo de microcomputadores e notebooks que terão isenção de PIS e Cofins; os limites atuais são de R$ 2,5 mil e R$ 3 mil, respectivamente.

J Redução a zero da alíquota de IPI sobre

perfis de aço (insumo da construção civil), que atualmente é de 5%. A medida representa renúncia de R$ 60 milhões.

J

Prorrogação até 2008 da regra que permite contabilizar a depreciação de novos investimentos na metade do prazo normal, para cálculo da base de cobrança da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A medida representa renúncia de R$ 900 milhões.

O espaço da micro e pequena empresa

OPORTUNIDADES

FINANCIAMENTO

Mercado digital é tema de ciclo de seminários

Programa do BNDES apóia pequenas empresas inovadoras

A partir do dia 6 de março, o Sebrae promove o ciclo de seminários Comércio Eletrônico para Micro, Pequena e Média Empresa, evento que será realizado até 25 de abril e que vai passar por oito cidades brasileiras.

“Nesses seminários, vamos dar orientações sobre como utilizar o comércio eletrônico, além de possibilitar a inclusão digital das empresas”, afirma Raissa Rossiter, gerente de Acesso a Mercados do Sebrae. Nesse contexto, os seminários, que contam com o apoio da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara enet) e os Correios, vão informar e orientar pequenos empresários sobre as formas mais eficientes para utilização das ferramentas e soluções de informática.

Os seminários serão realizados nos auditórios das unidades estaduais do Sebrae, e em associações comerciais e industriais de sete Estados brasileiros. As inscrições são gratuitas e já podem ser realizadas no site www.camara-e.net.

Calendário dos seminários 6 de março – São Paulo (SP) 7 de março – Campinas (SP) 20 de março – Rio de Janeiro (RJ) 21 de março – Belo Horizonte (MG) 10 de abril – Curitiba (PR) 11 de abril – Florianópolis (SC) 24 de abril –Recife (PE) 25 de abril – Fortaleza (CE)

A direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a criação do programa de Capital Semente (Criatec) com o objetivo de garantir suporte financeiro e gerencial adequado às micro e pequenas empresas inovadoras em estágio nascente. O programa tem como foco negócios voltados para Tecnologia da Informação, Biotecnologia, Novos Materiais, Mecânica de Precisão, Nanotecnologia e Agronegócios. O Criatec terá orçamento de R$ 80 milhões, com um período de investimento de quatro anos, e a expectativa é de que o programa permita a capitalização de até 60 micro e pequenas empresas inovadoras, com investimento médio entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão.

Para ter acesso aos recursos do Criatec, as empresas deverão seguir estas regras: – poderão ser apoiadas empresas com faturamento líquido de, no máximo, R$ 6 milhões, no ano anterior à capitalização do programa; – no mínimo, 25% do patrimônio do Fundo deverá ser investido em empresas com faturamento de até R$ 1,5 milhão; – no máximo, 25% do patrimônio do fundo deverá ser investido em empresas com faturamento entre R$ 4,5 milhões e R$ 6 milhões.

Mais informações, no site do BNDES: www.bndes.gov.br.

Inovação na agenda de 2007 Para o gerente de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae Nacional, Paulo Alvim, a regulamentação do capítulo da Lei Geral sobre inovação e os recursos do Programa de Subvenção Econômica, do Ministério de Ciência e Tecnologia, darão mais fôlego aos empreendimentos de pequeno porte em 2007. “O capítulo da Lei Geral sobre inovação facilita a interação entre as instituições tecnológicas e as pequenas empresas, e isso pode se traduzir em mais recursos para o segmento”, diz.

Quanto ao Programa de Subvenção Econômica, Alvim prevê o repasse direto de recursos e contempla micro e pequenas empresas com o montante de R$ 150 milhões. “É um momento importante, porque os recursos poderão ser empregados diretamente nas empre-

sas, agilizando todo o processo de inovação. É um passo importante para levar a inovação tecnológica aos micro e pequenos negócios”, diz.

Além dessas duas questões, o gerente destaca que as iniciativas de inovação que o Sebrae tem coordenado nos últimos dois anos serão reforçadas em 2007, como, por exemplo, dar continuidade às chamadas públicas lançadas em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia. Nos dois últimos anos, o Sebrae e a Finep colocaram quase R$ 70 milhões à disposição das pequenas empresas, por meio de chamadas públicas na forma de editais para inovação tecnológica.

(Com informações de Rodrigo Rievers/Agência Sebrae) Fevereiro 2007 – Empreendedor – 47

TI

Escambo na rede Recursos de TI servem para consolidar a troca de produtos sem a interferência da moeda tradicional, que é substituída por valores virtuais Troca, permuta ou mesmo escambo são sinônimos que não remetem apenas à forma de comércio de mercadorias praticado na antigüidade.

Esse modelo nunca saiu de moda na economia. Mas, hoje, reaparece com mais ênfase, tornando-se bastante comum no empreendedorismo, mesmo não sendo muito divulgado. Reina em todo o mundo como uma promissora maneira de efetivar negócios entre empresas. Muitas se organizam e fazem parte de redes de permuta, criando ambientes de ne-

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gócios gerenciados, principalmente, por meio da internet. Vale trocar de tudo, desde produtos até serviços, e, geralmente, não é utilizado nenhum tipo de dinheiro real nas negociações. As exceções ocorrem apenas quando não existe alternativa, como para tabelar ou ter melhores comparativos de preços. No caso, a saída é usar uma moeda que possui apenas valor virtual.

Calcada em uma necessidade no passado, a moeda de troca, atualmente, é utilizada com objetivos

mais específicos. Também o de sobrevivência, é claro. Essa é uma maneira de deixar a inadimplência ou resolver dificuldades financeiras temporárias, mas é possível, por exemplo, reduzir custos fixos, escoar estoques ociosos, reservar caixa para despesas emergenciais e abrir novos mercados. Quem optar pela permuta, ao invés do dinheiro, tem ainda outro benefício. É isento do recolhimento da CPMF, pois não realiza operações bancárias. É nos Estados Unidos que a permuta mais se desenvolve. O conceito é difundido e posto em prática, por lá, há mais de 25 anos, sempre proporcionando um incremento nas vendas para o negócio. No mundo, o escambo movimenta US$ 10 bilhões por ano. No Brasil, a troca de produtos e serviços alcançou, em 2006, a cifra de R$ 20 milhões e trouxe benefícios para mais de mil empresas do país. “As permutas nada têm de inusitadas. Elas são, sim, uma forma criativa e altamente lucrativa para lidar com ociosidade e excesso de estoque”, diz Márcio Lerner, fundador do Prorede, clube de permutas, sistema que permite a troca de produtos e serviços entre profissionais e empresas.

A permuta realizada pelo clube permite transações entre os associados por meio de uma moeda virtual, chamada Crédito (equivalente a R$ 1). Um empreendedor troca produtos ou serviços por Créditos e depois os utiliza para adquirir novos produtos ou serviços. Há quem ganhe oferecendo serviços de advocacia, por exemplo, para uma empresa de logística. Dando continuidade, adquire móveis de escritório com os créditos que recebeu. Se precisar, a loja de móveis pode contratar a de logística, fechando o ciclo.

O objetivo do negócio, de acordo com Lerner, é simples: trocar algo de que se necessita por aquilo que se possa oferecer, normalmente o que se tem em excesso como estoque parado. No Prorede, desde a

criação, já foram viabilizadas mais de 1.500 transações em permuta. Participam da rede empresas de mídia e entretenimento, hotéis, restaurantes, gráficas, brindes, bebidas, editoras, fornecedores de materiais de construção, universidades, transportadoras, etc. “Todos os setores podem se beneficiar das permutas multilaterais que promovemos. São permitidos produtos e serviços que obedecem às leis”, diz.

A desaceleração econômica do país serviu de contexto para a criação do Prorede. Conforme Lerner, foi observando a dificuldade de acesso ao crédito e do alto valor dos juros cobrados que surgiu a oportunidade de fundar o negócio em maio de 2004, no Rio de Janeiro. “O Prorede foi criado com a missão de estimular a economia através da utilização de um meio circulante complementar, muito mais barato e altamente disponível: os estoques parados e a capacidade de produção ociosa de empresas de todos os portes e setores.”

Mas foi preciso se empenhar na busca de subsídios (informações) para a consolidação do projeto.

Na concepção do modelo, ele realizou uma pesquisa de mercado.

As fontes foram executivos e empresários que opinaram sobre a sustentabilidade de negócios baseados no conceito de permuta. “Após resposta positiva, iniciei a implantação do empreendimento enquanto me aprofundei em novas pesquisas, feitas via internet, para preparação do plano de negócios. Li inúmeros artigos e me baseei especialmente na experiência da indústria norte-americana de permutas”, diz.

O Prorede funciona apenas no ambiente virtual, embora conte com escritórios físicos e equipe próprios para manutenção e gerenciamento em três Estados: Rio de Janeiro (sede), Minas Gerais (aberto em agosto de 2005) e Santa Catarina (em novembro de 2006). Hoje, possui cerca de 300 empreendimentos associados como Sign Outdoor, Unicarioca, Rá-

dios Paradiso FM e Jovem Pan Rio, Águas Minalba, Globalbev e Rede de Hotéis Othon. Em termos de viabilidade econômica, a empresa se mantém por meio de receitas provenientes de taxas de administração, sobre negócios promovidos, e de anuidades dos associados da rede. “No ano passado, atingimos o ponto de equilíbrio financeiro da empresa, conforme havíamos planejado desde a criação do negócio”, diz Lerner.

O fundador do Prorede descarta a barreira cultural como dificuldade de atuação nessa área de atividade.

“Por incrível que pareça, não foi grande, o que se esperaria para negócios inovadores. Ao contrário, as empresas se estimulam muito com a possibilidade de fazer negócios aproveitando o que têm disponível como moeda de troca.” Para ele, a maior barreira é formar uma equipe qualificada e mantê-la sempre motivada.

Para garantir a segurança e ganhar a confiança dos usuários, o crescimento da rede se dá, majoritariamente, por indicação. É a forma encontrada por Lerner para que os negó-

cios sejam honrados com qualidade e conforme contratados. “Em última instância, o Prorede garante a transação (exatamente igual a uma emissora de cartões de crédito). A confiança é conquistada a cada transação bem-sucedida que promovemos, conferindo credibilidade à nossa marca.”

Na avaliação de Lerner, a boa aceitação do mercado permitiu que a rede crescesse rapidamente, desde que foi criada. Em 2004, o volume movimentado foi de cerca de R$ 30 mil. No ano seguinte, passou para R$ 160 mil. Em 2006, fechou com uma movimentação de R$ 2 milhões, treze vezes maior do que 2005. “As metas para o futuro continuam ambiciosas. O Prorede pretende dobrar o volume de negócios em permuta movimentado em sua rede a cada ano, pelos próximos cinco anos, oferecendo os benefícios das permutas a um número cada vez maior de empresas e contribuindo para o desenvolvimento econômico do país”, diz. Para se associar ou obter mais informações sobre o Prorede: www.clubeprorede.com.br.

Lerner: estoques são um meio circulante mais barato e disponível Fevereiro 2007 – Empreendedor – 49

TI Troca de valores Sem dinheiro no bolso, mas com a chance de adquirir novos produtos pela internet “O grande barato é trocar”, diz Marcelo Gastaldi, sócio-fundador do portal Xcambo. O publicitário, de 26 anos, que também atua nas agências de propaganda AMD Comunicação e Brigada 266, juntamente com Sadao Futaki, 29, resolveram criar um site que funciona como ambiente virtual de trocas. O motivo: encontraram uma nova oportunidade de negócio, baseada na experiência pessoal e profissional, e

Gastaldi e Futaki: permuta começou com acervo das coleções da infância

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na demanda da prática da permuta, principalmente via internet. “Muitas vezes, não se tem idéia do valor que um produto (encostado por falta de uso) possa ter para outra pessoa.”

Gastaldi sempre foi um ávido colecionador desde criança. Na necessidade de se desfazer ou adquirir coisas novas, tentou vender uma parte da tranqueira que guardava em casa. São mais de cinco mil gibis, três mil cartões (figurinhas) de

basquete, bolas de basquete, caixas de fósforo, coleção de isqueiros... É uma infinidade de objetos, tem até coleção de coleção. Mas foi muito difícil chegar ao usuário final que realmente estivesse interessado. “O que acontece é que acaba sempre parando em um intermediário que são os sebos, brechós e antiquários, por exemplo. São pessoas que compram para revender, mas os preços são muito abaixo do valor da coleção, e isso passa a não ser interessante.”

No seu entender, faltava um canal de centralização de interessados.

Sempre acabava caindo em fóruns de discussão ou em comunidades de sites de relacionamento, como

o Orkut e o Myspace. “Mas esse não era um canal muito rápido. Postava uma mensagem, e passava uma semana para alguém me responder, e também não tinha nenhuma garantia de quem estava na outra ponta da negociação”, diz Gastaldi. “No caso das coleções, não tem muito mercado para venda, é muito mais na base da troca. E falei com Futaki que devia ter muita gente na mesma situação que eu.”

Dono da agência de tecnologia e web chamada Simple Brasil, Futaki enxergou mais longe e teve certeza que podia ajudar. O conhecimento adquirido em desenvolvimento de sistemas e projetos para internet o tornou responsável pela área de TI e novas tecnologias do Xcambo. “O site nasceu de uma necessidade minha, mas como ele gostou da idéia pela possibilidade de ampliar o negócio, começamos a levar o projeto com mais seriedade, até como plano de negócios.”

Fizeram uma busca na internet, e na época não tinha nada semelhante. A maioria dos portais funcionava na base da compra e venda. Foram dois anos de pesquisa para aprimorar o projeto. Finalmente, lançaram uma versão beta em julho de 2006 só para conhecidos e amigos, apenas para teste.

“Acabou vazando, saiu em diversas mídias, e aí não parou mais. Tivemos que fazer melhorias já com o portal no ar. Mas a versão oficial já funciona desde outubro.”

O Xcambo é um portal fechado.

Semelhante ao gmail, funciona apenas com convite para garantir a segurança e confiança entre os usuários. Desse jeito, também auxilia no controle interno de todos os cadastrados. “Conseguimos fazer um mapeamento de cada um dentro do portal como se fosse uma árvore genealógica”, diz Gastaldi. Ou seja, sabem quem convidou cada usuário. Depois de receber o e-mail-convite para conhecer o portal, a pes-

soa pode, se quiser, efetuar o cadastro preenchendo os campos com nome, senha e CEP. Em seguida, é feito o cadastro dos produtos para o escambo, que vai ajudar na hora de apresentar alguma proposta. Assim, não é preciso cadastrar a cada vez que quiser oferecê-lo para permutas. Se ocorrer troca, o produto sai de sua lista de cadastrados e passa para outra, dos que trocou. Assim, todas as outras propostas são automaticamente canceladas, o que é uma boa para não receber mais propostas depois que aquele produto em questão já tiver sido trocado.

Varredura A busca é a principal ferramenta do portal. O sistema faz uma varredura no banco de dados e lista quais são os usuários mais próximos. “É possível refinar a busca para encontrar alguém de sua rua ou até de seu prédio.” A criação de categorias, subcategorias e parte de descrição do produto, podendo colocar até seis fotos, possibilitou buscas em duas vias. Além da tradicional, por usuário, CEP ou produto, o usuário pode, ao invés de ir atrás do produto, procurar alguém que queira o seu, por exemplo. “Na próxima versão do portal, vai ter melhorias como vídeo, filme comercial de seu produto ou um jingle, ficando mais interativo.”

Os jovens empreendedores também preparam uma versão em inglês do site, para lançar ainda este ano, e provavelmente uma em espanhol e outra em chinês, já que o portal não é exclusividade dos brasileiros. Possuem alguns usuários do Chile, da Inglaterra e do Canadá.

“Temos vários perfis de usuários do portal, desde colecionadores até adolescentes que não possuem poder de compra porque não têm grana no bolso, mas têm muitos produtos para trocar. São consumidores compulsivos”, diz.

Há também aqueles com interesse em produtos específicos. “A pessoa não vai comprar um casaco de pele, bota para gelo e picareta que serão usados apenas uma vez em uma expedição para a Patagônia, por exemplo. Ou aqueles que querem adquirir um produto novo, mas que querem conhecer o produto, fazer um test-drive antes de comprar um novo.”

São mais de quatro mil produtos em fase de negociação no site, sem contar os que já foram trocados. Na maioria, são aparelhos eletrônicos como videogames, celulares, MP3 players, DVDs, CDs. Também tem livros, automóveis, barcos e até imóveis. Há alguns inusitados, por exemplo, jacaré empalhado, chopeira motorizada e um crânio de gaivota do Chile. O Xcambo possui uma política de não cadastrar produtos proibidos, que são vetados pela legislação vigente no país.

Os usuários têm à disposição uma ferramenta de denúncia caso ocorra algum tipo de delito, chamada de vigilância orgânica. “Como não envolve moeda nem dinheiro virtual, os usuários não têm muito receio de colocar um produto para troca. Acabam sendo muito mais abertos a esse tipo de serviço do que um serviço de compra e venda”, diz Gastaldi.

Como não possuem nenhum tipo de publicidade convencional de web como banner e pop-ups, a estratégia foi criar uma alternativa para o portal ser auto-sustentável. “Haverá patrocínios por categoria ou página, com um planejamento de mídia diferenciado, e vamos trabalhar em cima de logística, que será oferecida opcionalmente por meio de um sistema pago.” Hoje, as partes envolvidas decidem como vai ser feita a troca, normalmente correios e empresas de logística. “Vai continuar sendo livre, mas com o opcional de entrega.” Em vista das perspectivas, o Xcambo está à procura de novos investidores.

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TI Moeda social Vantagens da economia solidária, que não está focada no lucro Os jovens Fabiano Bondia, de 24 anos, que trabalha com desenvolvimento de sistemas para web, e Paulo Capra, 25, estudante de Ciências Sociais, encontraram na permuta uma maneira para diminuir a dependência da moeda corrente. O projeto criado no final de 2004 não visa ao lucro nem utiliza dinheiro oficial. A proposta do site Excambo (http:// excambo.ourproject.org) é um meio para facilitar a troca de serviços e produtos. “Os seus usuários podem ter uma pretensão de lucro, mas o Excambo em si não trabalha nessa lógica. Ele está inserido no movimento de economia solidária”, diz Capra.

Capra já freqüentava um clube de trocas em Porto Alegre, mas que funcionava de maneira presencial.

A experiência o motivou a concretizar o projeto. Juntamente com Fabiano e outros colaboradores, elaboraram um sistema de trocas pela web, na tentativa de colocar esses clubes que já existem há algum tempo no país dentro de um ambiente virtual. “Acho que os principais produtos são serviços como editoração, auxílio em informática, etc. Não tem nada muito surreal...

O serviço um pouco diferente é auxílio em culinária.”

O site funciona de forma semelhante ao Mercado Livre, que faz leilões virtuais. Os produtos e serviços são cadastrados por cada usuário e ficam em exposição, se houver interesse podem fazer diferentes propostas para efetuarem as trocas. É possível também um usuário cadastrado (que tenha um negócio) utilizar o espaço para criar uma rede de contatos de serviços. “Tentamos trabalhar como um grupo de afinidades, os usuários que já se encon-

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tram no projeto vão convidando outros ao serem convidados, que recebem um código que o inserem no site”, diz Capra. A partir disso, ele já está cadastrado, mas para receber a moeda virtual que circula no site (Excambits, que possui equiparidade com o Real), vai precisar cadastrar um produto ou oferecer um serviço de valor igual ou maior do que 10 Excambits. “Acho que é um movimento duplo de Capra: atração de pessoas com ideais semelhantes convidar pessoas conhecidas, e a lógica da economia ários para efetivar a troca.

A hospedagem do site e a taxa solidária que está por trás acaba atraindo pessoas com ideais seme- anual do registro do domínio foram cedidas pelo Ourproject, portal que lhantes”, diz Capra.

Mesmo tendo caráter solidário, apóia iniciativas baseadas em softos jovens enfrentam algumas dificul- ware livre. Todo o sistema criado é dades para manter a credibilidade desenvolvido por meio de trabalho das transações. Um exemplo é que voluntário. A perspectiva é ampliar alguns usuários cadastram produtos a troca de serviços entre outros gruou serviços com valores distorcidos. pos do Brasil. Atualmente, possui “Como temos a opção de cadastrar em torno de cinqüenta usuários cao produto e cobrar ‘x’ valor em Ex- dastrados de Minas Gerais, Rio cambit, e um valor em reais para Grande do Sul, São Paulo e Bahia.

A troca de mercadorias há temcobrir custos de envio, alguns acabam cadastrando ao contrário, mais pos consolidou-se como necessidaem reais e menos em Excambits”, de de consumo. Hoje, diferente da prática realizada durante os primórdiz Capra.

Com o intuito de resolver situa- dios do comércio, é utilizada mais ções como essa, a administração é como um canal alternativo para alaberta a todos os membros de for- cançar rentabilidade. É certo que funma horizontal. “Existe uma lista na ciona e traz muitas facilidades nas qual as pessoas que participam do transações. Também ganha espaço grupo estão cadastradas, então, se a moeda social, de cunho igualitáalgo está errado, é discutido em gru- rio, usada para a distribuição de renpo”, completa Bondia. Também foi da e proporcionar maior acesso às implementado um sistema de quali- inovações e novidades do mercado. ficações do usuário, que serve como As perspectivas caminham para nouma espécie de histórico de ações. vas lógicas monetárias, segundo o Na opinião dele, isso auxilia na me- livro chamado Onde está o dinheiro? lhora da qualidade dos produtos ofe- Pistas para a construção do Movimenrecidos e dos serviços prestados, e to Monetário Mosaico, coordenado no aumento da confiança entre usu- por Camilo Ramada.

Cartilha digital Com o objetivo de orientar pequenos e médios empreendedores, o Sebrae oferece uma cartilha sobre as armadilhas do ambiente virtual. Idealizada e desenvolvida por Patrícia Peck, especialista em Direito Digital, a cartilha explica as boas práticas da área e as responsabilidades de cada um dentro das leis vigentes. E ajuda a lidar de forma correta com as ferramentas de trabalho tecnológicas.

Protegendo sua marca em ambientes eletrônicos, foca como evitar riscos e possíveis danos, causados principalmente pela inexperiência perante o ambiente virtual. Conforme Patrícia, mesmo que a empresa não possua comércio eletrônico, ou que seu website seja meramente institucional, um simples copiar e colar de uma logomarca por terceiros, por exemplo, pode causar prejuízo à imagem de seus negócios, veiculando informações errôneas, enganosas ou injustas sobre o empreendimento.

Para que isso não ocorra, existem regras de proteção legal da marca em ambientes digitais. Isso abrange os limites de uso de um e-mail corporativo, de navegação na internet de dentro do trabalho, de contratação através de meios eletrônicos, de quem é a autoria ou propriedade por determinado conteúdo ou código-fonte. Mais informações: contato@pppadvogados.com.br ou (11) 3068-0777.

Patrícia: cópia de logomarca pode causar prejuízo à imagem Fevereiro 2007 – Empreendedor – 53

TI Novo Rhapsody A Anacom lançou com exclusividade no Brasil a nova versão do Rhapsody 7.0. A ferramenta, que imprime um novo padrão de produtividade em projetos “Embedded” (embarcados), é a primeira Model Driven Development a suportar qualquer combinação de código e permitir melhor reuso de softwares legados. Com foco na produtividade dos colaboradores, o Rhapsody 7.0 facilita a aprendizagem para o ambiente MDD (Modelo Dirigido de Desenvolvimento) e pode ser integrado ao “Eclipse CDT”, que permite unir as linguagens C, C++ e Java no mesmo modelo para otimizar o desenvolvimento de aplicações de multilinguagem. A integração também facilita a interface com RTOS (Sistemas Operacionais em Tempo Real), compiladores, ferramentas de requisito e outras, presentes no ciclo de desenvolvimento, e sincroniza automaticamente o código e o modelo, facilitando a navegação entre os dois ambientes. O novo Rhapsody preserva o código-reverso projetado (estrutura, formato e sintaxe) e fornece uma base automatizada de conhecimento e características específicas de “merge” (DiffMerge) ou sincronização de documentos. www.anacom.com.br

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Reforço na segurança A e-Trust incrementou sua solução Horacius – sistema integrado de Gestão de Segurança da Informação que permite administrar a segurança e automatizar processos e controles – com o lançamento do Módulo de Gestão de Acessos. A nova ferramenta consiste em um serviço que possibilita o controle dos acessos de seus usuários aos ativos de forma automatizada, desde o cadastro inicial dos colaboradores na empresa até a Publicação Automática de Direitos. Permite também a atuação integrada ao departamento de Recursos Humanos que, em caso de admissão, demissão ou transferência,

facilita ações para ativação, desativação ou revisão dos acessos do profissional aos ativos, tornando o processo ágil e evitando possíveis fraudes. Além disso, o gestor pode criar e registrar perfis de acesso, permitindo que cada responsável pelos ativos de informação possam manter o controle das autorizações de concessão de acesso e um controle automatizado para a segregação de funções. O módulo pode ser integrado com outros sistemas para a publicação automática de perfis e possui um Workflow completo de concessão, alteração, revisão e revogação de acessos. www.e-trust.com.br

Foco no cliente De olho no aumento no uso da comunicação virtual das empresas com seus clientes, a Virid lançou a nova versão da solução Virtual Target, que, graças ao dispositivo de interface web, possibilita a contratação de um pacote mensal ou avulso de envios, incluindo suporte, disparo, categorização, envio a grupos segmentados e acompanhamento das ações, em tempo real, com relatórios e gráficos. A atualização traz novos recursos, como cadastro de usuários e permissões de acesso mais detalhado, relatórios de logs (que possibilitam saber o IP, dias e ho-

rários de acesso de cada usuário à ferramenta) e o sistema de análise de código html, que simula os principais servidores destinatários e ajuda a diminuir os riscos de uma mensagem ser bloqueada por spam. www.virid.com.br

E-mail móvel Para contribuir para o desenvolvimento de soluções móveis e aumentar a competitividade de seus clientes, a Brisa, que realiza consultoria em Tecnologia da Informação e Telecomunicações, apoiou a Ericsson no aumento de seu leque de soluções. “O objetivo da Ericsson foi buscar um parceiro para ajudá-la na homologação da solução de e-mail móvel, conhecida no mercado como EMO (sigla em inglês da solução Ericsson Mobile Organizer) para as operadoras do mercado nacional. O papel da Brisa foi apoiar a Ericsson na tropicalização da

solução, isto é, verificar se toda tradução para o idioma português estava de acordo, bem como ajudar nos testes finais da solução, apontando eventuais falhas e reportando aos técnicos e desenvolvedores as correções necessárias”, diz Luiz Lisboa, vice-presidente de Negócios da Brisa. Com a ação conjunta, a Ericsson passou a oferecer ao consumidor corporativo a possibilidade de enviar, receber, encaminhar, responder e apagar e-mails através do celular, com segurança e confiabilidade na transmissão de dados. www.brisa.org.br

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produtos

Serviço de odontologia em inédito sistema de franquia dá resultado e está em expansão Um negócio que deu certo entre dois casais de sócios se transformou numa rede de clínicas odontológicas que deve abrir mais seis unidades este ano. A Odontoclinic está presente em 14 Estados e desperta curiosidade por fazer parte de um setor de prestação de serviços que não é comum no sistema de franchising. Mas é justamente na área da saúde que o bom atendimento e o aprimoramento constante, duas características das franquias organizadas, são os diferenciais exigidos pelos clientes. Portanto, a fórmula deu certo, pelo menos até agora, já que a rede Odontoclinic fechou 2006 com um faturamento médio de R$ 23 milhões, um aumento de 30% no

A rede do sorriso faturamento em relação ao ano anterior, e abriu nove unidades, fazendo com que a rede chegasse a 53 franquias.

Com um sistema personalizado de gestão que permite acompanhamento de relatórios, cadastro e formação de custos, a rede expandiu com franqueados que eram os dentistas das clínicas próprias da Odontoclinic. “Cerca de 90% dos nossos franqueados já haviam trabalhado conosco antes de formatarmos a franquia, e os outros 10% são indicações destes mesmos profissionais, por isso conseguimos garantir a confiabilidade nos serviços ofereciFevereiro 2007 – Empreendedor – 57

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dos em cada unidade”, conta Márcia Mira, administradora e uma das sócias do negócio junto com o marido Cláudio Luis Soares. A franquia foi iniciada em 2002.

Assim que um interessado é escolhido, é preciso passar por todas as fases de treinamento junto com a equipe que vai trabalhar na unidade.

A parte administrativa tem o respaldo do sistema de gestão informatizado, e a parte clínica também é abordada, de acordo com as características de cada profissional, ou seja, depende dos conhecimentos já adquiridos e da especialidade. Além disso, há os consultores que vão até as unidades para supervisionar e oferecer suporte. “Temos na internet uma ferramenta importante para manter contato direto com todos os franqueados”, diz Márcia.

Pioneira Depois de consolidar a experiência de trabalhar em rede com cinco clínicas próprias desde 1997, é que os sócios da Odontoclinic começaram a receber pedidos para abrir o mesmo padrão de negócio em outras cidades. Uma das dentistas que trabalhava dentro da clínica foi uma espécie de pioneira da franquia ao

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INVESTIMENTO Para quem quer abrir uma franquia Odontoclinic Investimento total: de R$ 250 mil a R$ 315 mil (resultado da soma da taxa de franquia, do capital para instalação e do capital de giro, mais um valor médio do ponto comercial, ou seja, que pode variar) Área construída: 300 metros quadrados Taxa de franquia: R$ 25 mil Prazo de retorno: 36 meses Atuação: atendimento personalizado, com profissionais capacitados em todas as áreas da Odontologia – Ortodontia, Clínica Geral, Endodontia, Periodontia, Cirurgia Oral Menor, Odontopediatria, Prótese, Implante e Radiologia Odontológica

abrir um ponto de atendimento em Osasco (SP), e a partir disso, afirma Márcia Mira, foi preciso organizar o negócio. “Em primeiro lugar, já sentíamos dificuldades de administrar cinco clínicas em lugares distantes, depois a procura foi o segundo empurrão para que resolvêssemos, então, expandir pelo sistema de franquias”, diz. Os primeiros passos foram a contratação de uma consultoria especializada, a Bittencourt Franchising, a realização de cursos na Associação Brasileira de Franchising e em seguida a formatação operacional, com a produção de manuais de padronização e orientações, adaptação do sistema de gestão, entre outros procedimentos.

Presente nas capitais e em cidades maiores, a Odontoclinic optou desde o início por vender unidades por regiões em metrópoles – por exemplo, em São Paulo pode haver franqueados diferentes na Zona Sul e na Zona Leste – e por cidades inteiras, isto é, cidades de médio e pequeno portes são exclusividade do mesmo franqueado. “Na mesma cidade, pode até ter cinco, seis unidades, mas vão ser todas do mesmo dono. Nossa intenção não é apenas expandir, mas desenvolver cada unidade, fortalecendo a rede intei-

ra”, diz Márcia.

Para este ano, a Odontoclinic pretende abrir mais seis unidades e aumentar tanto o faturamento da rede como o crescimento individual de cada franquia em cerca de 30%.

Uma empresa de marketing foi contratada para ajudar os franqueados a atingir esta meta. Uma das novidades em andamento é a formatação de um modelo de negócio para cidades com menos de 200 mil habitantes. Nas clínicas hoje existentes, são pelo menos três cadeiras de atendimento num espaço de 300 metros quadrados. A idéia é abrir unidades com uma cadeira de atendimento no início, baixando custo e possibilitando a difusão do modelo para as pequenas cidades. Atualmente, um interessado em abrir o negócio precisa investir cerca de R$ 250 mil, incluído um valor médio para o ponto comercial. O novo formato ainda não tem valores definidos.

Para os sócios, o segredo do sucesso é o trabalho constante de aperfeiçoamento dos procedimentos e da utilização das ferramentas.

Linha Direta Odontoclinic (11) 6950-0377 ou www.odontoclinic.com.br

Marketing na prestação de serviços Como em todas as redes de franquias, o marketing é uma ferramenta que exige um pouco mais de todos os envolvidos por existirem dois clientes, o cliente consumidor e o cliente franqueado. Ou seja, o franqueado é o primeiro que precisa ser convencido de que tal idéia é boa para o sucesso do negócio. A consultora Filomena Garcia, num livro escrito junto com o publicitário e também franqueado Denis Santini, destaca que, ao cativar os parceiros, a empresa franqueadora precisa ir um pouco além do que quando vai se conquistar os consumidores. Exemplificando, se o trabalho de marketing em torno do produto aborda a qualidade deste, quando se trata da relação com o franqueado, é preciso trabalhar outros pontos como a logística. Para ser bom para o franqueado, ele precisa saber se vai chegar em tempo hábil, como vai chegar, tudo para poder atender aos requisitos de treinar a equipe, estruturar lançamento e as vendas.

Numa rede de prestação de serviços como a Odontoclinic, os procedimentos são ainda mais específicos. Como a rigidez na padronização do atendimento tende a ser

menor, justamente porque cada profissional imprime um ritmo de atuação de acordo com a necessidade da sua unidade, as ferramentas de marketing também devem se ajustar à realidade local, sem interferir na essência do negócio. As clínicas mantêm padrões de gestão na administração, mas não necessariamente fazem tudo igual em todas as unidades, porque dependem do perfil dos clientes, das especialidades que são mais procuradas e das necessidades de cada região. Por isso, entre as muitas possibilidades de variação, o cuidado é para que os alicerces da franquia sejam mantidos.

Como afirmam Filomena Garcia e Denis Santini, é preciso fazer a pergunta de ouro: “qual é a impressão digital do negócio? Qual é o ponto que, se modificado, poderia trazer mudanças de público ou mesmo variedade de produtos?”. A resposta é o que há de definitivo na empresa. Isto quer dizer que a rede passa a ter limites para a mudança. A partir daí, o desafio é trazer a cada unidade elementos que possam surpreender o consumidor e acrescentar benefícios na relação com a empresa.

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F ranquia Campanha pela internet A rede de ensino de idiomas CNA lançou uma campanha de marketing interativa. Usando a internet, a franquia oferece a oportunidade de expressar idéias, percepções, opiniões ou críticas.

No site www.desafiocna.com.br, alunos e não alunos podem divulgar seus vídeos, fotos, músicas e desenhos. Os melhores trabalhos concorrerão a diversos prêmios e uma viagem com acompanhante para Hollywood com tudo pago. “Esta ação posiciona a rede como tendo atitude ao

oferecer aos alunos a oportunidade de mudar o roteiro das suas vidas, se expressando no dia-a-dia e nas suas atividades”, explica o gerente de marketing da rede, Nicadan Galvão. Para esta campanha, o investimento foi de R$ R$ 10 milhões, com inserções de propagandas nas emissoras de TV, rádio, outdoors, pontos de ônibus, relógios de rua e cinema, além de um investimento significativo na internet, no portal do MSN. A expectativa da rede é crescer em torno de 12% em 2007.

(11) 3053-3847

Educação profissional A SOS Computadores mudou o nome para SOS Educação Profissional e para apresentar ao mercado a estratégia investiu inicialmente R$ 2 milhões. A rede oferece cursos livres e técnicos. A nova campanha institucional tem como tema “Use a cabeça, faça S.O.S”. Criada para redefinir e alinhar o foco de atuação da empresa na educação profissionalizante, a ação chega para mudar tudo.

As franquias estão preparadas para atender mais do que aos cursos de

treinamento em informática, como ficou mais conhecida. Além dos cursos já oferecidos, as unidades se prepararam para apresentar novos cursos como Assistente Administrativo, Secretária Administrativa, Operador de Telemarketing e o Project. Palmiro Ramos Filippini Júnior, diretor executivo da empresa, diz que vão ampliar ainda mais a expertise para a área de capacitação profissional, sintonizando a atuação com as exigências do mercado de trabalho. (11) 2162-1500

Quiosques em expansão A franquia Quiosque Chopp Brahma abriu unidade no Shopping Center Rio Claro, num espaço de apenas nove metros quadrados. “Esse formato de franquia foi especialmente desenvolvido para corredores de shoppings, aeroportos, rodoviárias e galerias. Trata-se de uma oportunidade para esses estabelecimentos atraírem novos negócios”, explica João Paulo Badaró, gerente nacional de chope da Ambev. O projeto piloto, inaugurado no Shopping Tijuca, no Rio de Janeiro, em março de 2003, é um exemplo bem-sucedido de que o negócio é rentável. A venda de chope chega a 4.500 litros/mês, e são realizados mais de 4 mil atendimentos. Outro ponto atraente da franquia é o investimento inicial: R$ 120 mil, já incluindo taxa de franquia, quiosque, equipamentos e capital de giro. O varejista tem um retorno entre 18 e 24 meses. (11) 3709-3709

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Verão brasileiro As novas criações da coleção Brasil Paca da Imaginarium estão com a cara do verão. São dois modelos de bolsas femininas com um toque divertido. A bolsa Olha o Abacaxi! destaca a fruta que é a rainha da estação e símbolo da nobreza exótica, impressa dos dois lados da bolsa com todas suas nuances de cor. Este modelo conta ainda com uma prática tela para guardar itens estratégicos na parte externa. Já a bolsa 40º traz a foto de um copo de água com pedras de gelo, um verdadeiro oásis visual para os dias de muito sol. Os dois modelos são impressos a quente, técnica que, além de preservar a nitidez da foto, faz uma fusão do tecido com a imagem, que ganha textura. A Imaginarium comemora 15 anos agora com 70 lojas em todo o Brasil, de Porto Alegre (RS) a Manaus (AM), além da loja virtual que comercializa os produtos através do site oficial da marca. www.imaginarium.com.br

Inglês na televisão A escola de idiomas Wise Up iniciou 2007 colocando no ar, em rede nacional, o Wise Up Channel. O programa será exibido aos sábados pela Rede TV! e vai receber investimento de R$ 3,6 milhões/ano. Com uma hora de duração, o programa vai abordar, em um primeiro momento, o lado institucional da empresa, os bastidores das escolas, incluindo as unidades de Macaé (RJ). Segundo o presidente da rede, Flávio Augusto da Silva, o programa terá mobilidade, oferecendo, também, serviços, como dicas de inglês. “Vamos aguardar as respostas do público e sentir a aceitação”, afirma.

A rede encerrou 2006 com faturamento de R$ 130 milhões, 30% a mais que em 2005 e cerca de 50 mil novos alunos. Hoje, a rede possui 132 unidades no Brasil e no exterior. www.wiseup.com.br

Cuidados com os pés O setor de beleza e saúde é um dos que mais cresce na área de franchising. Uma das redes que atestam isso é a Doctor Feet, especializada em cuidados com os pés. Atualmente, são 66 lojas em operação, e a meta é abrir mais 12 unidades este ano. As regiões em foco são Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Segundo o diretor-presidente da rede, Jonas Bechelli, 2007 será importante para a consolidação da reestruturação da empresa, iniciada no ano passado. “Crescemos apenas 10% em número de unidades, passando de 60 para 66 lojas, porque decidimos ‘olhar para dentro’, aprimorando os departamentos da franqueadora”, explica Bechelli.

(11) 3845-9955

Massas em dose dupla O faturamento da Spedini Trattoria Expressa, rede de fast-food de comida italiana, cresceu 28,3% em 2006, em relação a 2005, atingindo R$ 7,7 milhões. Para 2007, a expectativa é aumentar em 25% o faturamento sobre a base atual e, considerando as novas unidades, chegar próximo dos R$ 12 milhões, um crescimento de 50%. Segundo o gerente comercial da Spedini, Romano Fressato Neto, o investimento em novos equipamentos, a implantação de um novo sistema de gestão nas unidades, que possibilita obter informações em tempo real, o novo programa de treinamento dos funcionários e dos franqueados, e a ampliação das

visitas de supervisão e acompanhamento são alguns dos pontos da reestruturação ocorrida na rede que contribuíram para o crescimento. “Conseguimos melhorar ainda mais a qualidade dos produtos servidos em todas as unidades e o atendimento aos clientes, além de corrigir erros de gestão, o que se refletiu na conquista de público e no conseqüente aumento de faturamento”, explica Romano. A estimativa do investimento para abrir uma loja de rua da Spedini é de R$ 400 mil. Em um shopping, o valor é de aproximadamente R$ 210 mil. Em ambos os casos, o valor não inclui o ponto comercial.

(41) 3362-5522

Número 100 A rede Fran’s Café abriu as portas da centésima unidade em São José do Rio Preto, com uma loja 24 horas. A loja vai fazer parte do circuito de lojas do interior de São Paulo. O endereço vai trazer o que a rede tem de mais moderno, os novos uniformes, a rede Wi Fi e telas de plasma para comunicação interna. Também

serão privilegiados os portadores de necessidades especiais, com rampa e espaços próprios para o uso de cadeiras de rodas. Fora da loja, um deck com mesas ao ar livre permite descontração. A rede completa 35 anos e possui o blend (sabor resultante da mistura de grãos) próprio desde 2001. (17) 3222-4145

Fragrâncias novas Lançamentos de verão são as novidades nas prateleiras de todas as unidades da Água de Cheiro no país. As nuances frutais joviais e irreverentes, a sedução das flores e o aroma amadeirado fresco marcam as novas colônias. As femininas Água Fresca Summer e a Euphoric, e a masculina Ávidus Black incrementam o mix de 300 itens da rede.

As colônias têm como apelo os frascos atraentes e sofisticados. (31) 3689-9333 Fevereiro 2007 – Empreendedor – 61

FRANQUIAS EM EXPANSÃO Worktek

Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2000 franchising@worktek.com.br www.worktek.com.br

Conquiste sua independência financeira!

A Worktek Formação Profissional faz parte do ProAcademix, maior grupo educacional do Brasil detentor das marcas Wizard, Alps e Proativo. Tratase de uma nova modalidade de franquias com o objetivo de preparar o jovem para o primeiro emprego ou adultos que buscam uma recolocação no mercado de trabalho.

São mais de 30 cursos, entre eles, Office XP, Web Designer, Digitação, Curso Técnico Administrativo (C.T.A.), Montagem e Manutenção de Computadores, Secretariado, Operador de Telemarketing, Turismo e Hotelaria, Recepcionista e Telefonista, Marketing e Atendimento ao Nº de unidades próprias e franqueadas: Cliente.

70 Entre os diferenciais da Áreas de interesse:: Brasil Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, Worktek está a qualidade do material e do método de enFI, EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FM sino, além do comprometiTaxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 25 mil mento com a recolocação que Instalação da empresa: a partir de vai além das salas de aula atraR$ 30 mil vés do POP, Programa de Capital de giro: R$ 15 mil Orientação Profissional.

Prazo de retorno: 36 meses

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

FRANQUIAS EM EXPANSÃO Alps Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2000 franchising@alpschool.com.br www.alpschool.com.br

Oportunidade de sucesso Rede em ampla expansão Lançada em maio de 2001, a Alps faz parte do grupo ProAcademix, também detentor das marcas Wizard e Worktek. Atualmente, ela é a rede de franquias de idiomas que mais cresce no Brasil, com 101 unidades espalhadas por todo o país.

O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvida nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolingüística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatro habilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa: conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, o aprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente.

A Alps conta com know-how administrativo e comercial, através de um sisteNº de unidades próp. e franq.: 101 ma exclusivo de enÁreas de interesse: América Latina, Estados sino, e dá assessoria Unidos, Japão, Europa na seleção do ponto Apoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PN comercial, na adequaTaxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 por kit (publicidade) ção do imóvel e na Instalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 mil implantação e operaCapital de giro: R$ 5 mil ção da escola.

Prazo de retorno: 12 a 18 meses Contato: Ivan Cardoso

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

Wizard

Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2098 franchising@wizard.com.br www.wizard.com.br

Sucesso educacional e empresarial A Wizard Idiomas é a maior rede de franquias no segmento de ensino de idiomas* do país.

Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior que geram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio milhão de alunos por ano.

A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamente didático com proposta pedagógica para atender alunos da educação infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira idade. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e português para estrangeiros. A Wizard é Nº de unidades: 1.221 franqueadas também pioneira no Áreas de interesse: América Latina, EUA e ensino de inglês em Europa Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI, Braille.

PN, AJ, FB, FL, CP, FM Taxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 mil Instalação da empresa: a partir de R$ 50 mil Capital de giro: R$ 15 mil Prazo de retorno: 24 a 36 meses

* Fonte: Associação Brasileira de Franchising e Instituto Franchising.

Zets Negócio: telefonia celular e aparelhos eletrônicos Tel: (011) 3871-8550/Fax: (011) 3871-8556 franquia@zets.com.br www.zets.com.br

Tenha uma loja em sua mão A Ezconet S.A. detentora da marca Zets é uma empresa de tecnologia e distribuição de telefonia celular e aparelhos eletrônicos que, através de um sistema revolucionário denominado “BBC” (business to business to consummer) agrega novos serviços e valores a cadeia de distribuição. Realiza a integração entre o comércio tradicional e o comércio virtual, fornecendo soluções completas de e-commerce e logística para seus parceiros.

Franquia Zets: Foi criada com a finalidade de disponibilizar para pessoas empreendedoras a oportunidade de ter um negócio próprio com pequeno investimento, sem custos de estoque, sem riscos de crédito, sem custos e preocupação com logística. Como Funciona: O Franqueado tem a sua disposição uma loja virtual Zets/Seu Nome, para divulgação na internet, vendas direta, catalogo, montar uma equipe de vendas, eventos, grêmio. Quais Produtos são comercializados: Celulares e acessórios para celulares, calculadoras, telefoNº de unidades próp. e franq.: 20 nes fixos, centrais telefônicas, Áreas de interesse: Brasil acessórios para informática, baApoio: PP, TR, OM, FI, MP terias para filmadoras, baterias Taxa de Franquia: R$ 5 mil para note-book e câmeras digiInstalação da empresa: R$ tais, pilhas, lanternas, filmes 1.500,00 para maquina fotográfica, cartuchos para impressoras, etc.

Capital de giro: R$ 5 mil A franquia estuda a inclusão de Prazo de retorno: 6 a 12 meses novos produtos.

Contato: Shlomo Revi PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

66 – Empreendedor – Fevereiro 2007

Guia do Empreendedor Estratégia de ajuda O Instituto Global de Marketing Social orienta as empresas sobre projetos do Terceiro Setor A vontade de realizar ações socialmente responsáveis muitas vezes esbarra na falta de planejamento ou mesmo na total desinformação de como e quando proceder. O Instituto Global de Marketing Social (IGMS) – que surgiu quando o grupo empresarial Fast Solutions começou a investir em projetos sociais – auxilia empreendedores que querem adotar um plano de responsabilidade social ou ajudar a levantar recursos para entidades assistenciais.

A proposta do IGMS, segundo a profissional de marketing e idealizadora do projeto, Luciana Loyola, é assessorar as empresas que desejem implantar um sistema de gestão socialmente responsável, através do senso de justiça, da solidariedade e da confiabilidade. “Nossa meta é identificar formas inovadoras e eficazes de atuar na construção do bem-estar comum e incentivar a participação de pessoas e empresas em atividades sociais, demonstrando que estas se preocupam não apenas em produzir bens e serviços, mas também em buscar o bem-estar social por meio da valorização do homem, do meio ambiente e da cultura.” O Instituto empreende projetos sociais voltados

ao Terceiro Setor e desenvolve planos de ação conforme a análise estratégica de cada corporação e entidade sem fins lucrativos. “Também apoiamos entidades na captação de recursos para que possam manter suas ações.”

A principal característica do método de trabalho do IGMS é a combinação do trabalho de marketing social como estratégia e instrumento de divulgação das ações sociais de empresas socialmente responsáveis. Segundo Luciana, a metodologia pode resultar, em longo prazo, em um fortalecimento da marca e na obtenção de um valor diferencial para os produtos e serviços. “As empresas encontraram no Balanço Social uma forma de divulgar a sua ação com relação a seus funcionários, comunidade e meio ambiente, e esse documento, quando divulgado anualmente pela empresa, serve como um comprovante da atuação no campo social.”

Alguns benefícios da responsabilidade social voltada para as empresas podem ser traduzidos em vantagens como o fortalecimento da marca e imagem da organização, a diferenciação perante a concorrência, a geração de mídia espontânea, a fidelização de cli-

entes, a segurança patrimonial e dos funcionários, a atração e retenção de talentos profissionais, a proteção contra ação negativa de funcionários, a queda na ocorrência de controles e auditorias de órgãos externos, e a atração de investidores e deduções fiscais.

Em 2006, o IGMS movimentou mais de 500 mil reais em seis ações diferentes. Em uma delas, realizada em parceria com a empresa farmacêutica Pfizer em dezembro, cerca de 10 mil crianças foram beneficiadas. “Os 1.200 convidados doaram brinquedos, que foram encaminhados para creches e projetos assistenciais de crianças carentes em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Nordeste”, diz Luciana. Já o projeto “Noronha para Sempre”, realizado em conjunto com a administração de Fernando de Noronha e que teve o apoio de empresas como Eletrobrás, BNDES, Chesf e Trip Linhas Aéreas, levou lições de educação ambiental para 500 crianças que estudam na ilha e aos mais de 70 mil turistas que visitaram o local ao longo de 2006. “A idéia é fazer com que o arquipélago se torne um modelo de preservação, já que é muito mais difícil reverter um processo de degradação”, diz Luciana Loyola. A meta é dar continuidade ao projeto este ano; para tanto, o IGMS busca o apoio de novas empresas. “Contamos com a continuidade do apoio dos patrocinadores e com a possibilidade de novos agregados.” www.igms.org.br

Luciana: identificar formas inovadoras e eficazes de atuar na construção do bem-estar comum Fevereiro 2007 – Empreendedor – 67

Guia do Empreendedor Curso em TI

Multimídia

A Linksys lançou no mercado brasileiro um projeto voltado aos profissionais da área de TI que desejam abrir o seu próprio negócio e atuar no mercado de pequenas e médias empresas. O programa, que funciona como uma formação continuada de profissionais em tecnologia, tem como objetivo fazer com que o profissional decida qual o melhor caminho a seguir na área de TI com opções de cursos que mais se adaptam ao seu perfil e ao negócio. Os interessados devem participar do workshop gratuito “Empreendedorismo Linksys”, que tem duração de três horas, para conhecer as opções de negócios em TI. Inscrições através do site www.ainet.com.br.

A Airis ampliou sua linha de áudio e vídeo, e trouxe para o mercado nacional três novos produtos, que passam a integrar as soluções oferecidas pela empresa espanhola no Brasil. O Personal Mídia Player, quem vem com tela de quatro polegadas de 480X272 pixels e 16 milhões de cores, possui 20gB de memória interna e funciona como um reprodutor multimídia, com capacidade para mais de quatro horas de reprodução de vídeo em qualidade DVD e doze horas de reprodução musical. O produto traz microfone integrado, leitor de e-books e gravador digital de voz, funcionando como uma verdadeira cinemateca portátil. Outro lançamento, o Airis POP, funciona como um HD externo. Com tela LCD de 1.8”, o Airis POP armazena arquivos, músicas, fotos e vídeos, e também grava voz, além de possuir capaci-

TV Corporativa Em parceria com a Rodobens Comunicação Empresarial, a Bandag, empresa do setor de pneumáticos, lançou a Rede Bandag de Notícias, uma espécie de TV corporativa que pretende atingir mais de 2.500 pessoas em 130 concessionárias Bandag no Mercosul (Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina) e outros 130 BTS – Bandag Truck Service. A proposta da empresa com o canal de comunicação é realizar programas de treinamento, lançamento de produtos, troca de informações e alinhamentos estratégicos entre usuários, com entrevistas e testemunhos voltados não apenas para Concessionárias Bandag e BTS, mas, também, para seus clientes frotistas e autônomos. Durante os programas, os telespectadores podem participar ao vivo, por voz, ou encaminhar comentários e dúvidas via fax ou e-mail. www.bandag.com.br

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dade de 40 GB, MP3 Player integrado para 10 mil músicas e caixas compactas de alta performance. E para quem procura praticidade e tecnologia, a empresa lançou seu MP3 Player, que, além de reproduzir músicas, funciona como pen drive, gravador de voz e rádio. www.airis.com.br

Facilidade na premiação As empresas que utilizam campanhas de incentivo para atingir metas são o público-alvo do Premium Pass, novo cartão da divisão de cheques de cartões de serviço do grupo Sodexho Alliance. Com o Premium Pass, as empresas dão aos colaboradores a opção de escolha dos prêmios que desejam em uma das 23 mil lojas espalhadas pelo país. Além da praticidade e do respeito aos gostos individuais de cada participante, o Premium Pass também oferece a segurança do uso de senha no resgate do prêmio.

As premiações com o cartão são atrela-

das a uma determinada campanha de incentivo, fora das atividades usuais das empresas, e a Sodexho oferece a consultoria de profissionais para ajudar as empresas clientes a organizarem e registrarem, junto a cartórios, as ações e seus regulamentos. www.sodexhopass.com.br

Produtos & Serviços Controle de queimadas As usinas de açúcar e álcool do Estado de São Paulo ganharam uma ferramenta de apoio no processo de gestão do Plano de Eliminação de Queimadas. Trata-se do módulo PEQ, que integra a plataforma PIMS C/S desenvolvida pela Próxima, especialista em soluções de gestão na agroindústria. Criado para automatizar e monitorar o relacionamento entre as usinas, a Secretaria do Meio Ambiente e os produtores agrícolas, em relação às normas e exigências para a redução da colheita de cana queimada, o módulo PEQ torna mais rá-

pida e dinâmica a troca de informações para atingir esse objetivo. Segundo o gerente geral de serviços da Próxima, Fernando Mejias, as usinas podem gerar, através do módulo PEQ, o projeto de colheita, indicando as áreas e talhões a serem determinados como colheita de cana crua e de cana queimada. “Essas informações são enviadas para a Secretaria do Meio Ambiente em formato de arquivo de texto e, depois de cadastradas, são devolvidas com uma espécie de protocolo para controle e fiscalização.” www.proxima.agr.br

Monitoramento a distância Com baixo consumo de banda, a solução Secuwatch, comercializada no Brasil pela Bycon, surge como uma opção para as centrais de monitoramento de vídeo e pode ser acessada pelo celular. Com capacidade para 1.024 câmeras, o sistema realiza a vigilância remota de residências de alto padrão e empresas, e os operadores podem criar salas de monitoramento central em cada microcomputador para controlar quantas câmeras desejar. O Secuwatch pos-

sibilita o cadastramento de câmeras de servidores de IPs diferentes, lança pop-ups de alerta para eventos de alarmes e movimentos detectados nos locais monitorados, movimenta as câmeras de forma remota, visualiza os ambientes em planta baixa, gera play-back local e remoto, permite ao usuário falar com o ambiente monitorado, fechar ou abrir portas e dispositivos eletrônicos, e também gravar no microcomputador remoto. www.vpon.com.br

Crédito Uma solução equilibrada e de baixo risco para tirar os colaboradores do sufoco financeiro ou incentivar a aplicação de recursos em um projeto de vida é realizar empréstimos através do sistema de cooperativas de crédito empresariais. Um dos cases de sucesso da idéia no Brasil é a CrediVonpar, criada pela Vonpar Refrescos há 26 anos para ser uma solução de crédito para seus colaboradores. Fiscalizada pelo Banco Central, a cooperativa é um órgão sem fins lucrativos e funciona por meio de depósitos regulares dos associados de uma pequena parcela de seus rendimentos, com o objetivo de empréstimos a todo o grupo de associados quando necessário.

Além de conceder empréstimos pessoais, a CrediVonpar oferece taxas diferenciadas para financiamento escolar, tratamento dentário, aquisição ou reforma de imóvel, compra de computador e eletrodomésticos básicos, compra de material de ótica e preparação de carteira de motorista.

A cooperativa também oferece depósito a prazo (RDC) – aplicação única efetuada com prazo preestabelecido – e restituição do imposto de renda, que pode abranger até 85% do valor a ser devolvido pela Receita Federal. “Fazemos uma pesquisa nas principais agências de crédito e cobramos, em média, 60% a menos do que é praticado por outros bancos e financeiras, além de pagar, ao final do ano, de 12% a 15% a mais do que o normal de rendimento para o associado, bem mais do que ele lucraria com uma poupança”, explica Juvelino Ortácio Marques, presidente da CrediVonpar. www.vonpar.com.br Fevereiro 2007 – Empreendedor – 69

DIVULGAÇÃO

Guia do Empreendedor

Do Lado da Lei

A grande distorção A economia não é mais o resultado da atuação nos mercados e na produção, e sim efeito de intervenções não programadas Nunca antes na história deste país se viu de maneira tão confusa a relação entre o Direito a Economia. O Direito e a Economia, como ciências, tirando os excessos de cursos, o mau preparo dos alunos que chegam à universidade e a falta de vagas no mercado de trabalho, vão bem, obrigado. Todavia, o que preocupa é a crença de que as leis, ferramentas que integram o mundo do Direito, podem cumprir o papel da necessidade de fazer este país crescer, corrigindo tudo que se fez de errado nos últimos quinhentos anos na economia.

Lamentavelmente, a falta de crescimento econômico, numa época em que o mundo em desenvolvimento cresce anualmente à velocidade de dois dígitos, não tem como solução a produção de leis que determinem que o país cresça. O país sofre de problemas estruturais que não vêm sendo resolvidos e, por este e outros motivos, em particular pela ausência de uma visão ampla, são adiados ou escondidos.

Periodicamente, grupos sociais ou setoriais econômicos em desespero pressionam o governo para soluções pontuais, que acabam sendo efetivadas através de intervenções cirúrgicas, e para isso a ferramenta são as leis de intervenção no seio social ou em setores da economia. Não há intervenção que não cause efeito colateral no órgão vizinho, e, ainda, não há cirurgia pontual que cure uma doença complexa. Portanto, o Direito como lei vem sendo como remédio para todos os males.

Em conseqüência disso, os mercados estão tendo que ser complacentes com a intervenção do Estado na economia, porque não há forma de intervir com leis do mundo do Direito em mercados

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sem uma pitada de Estado no “bojo” da solução. Como decorrência, aumenta o incentivo a um Congresso legislador fisiológico e vulnerável a interesses instantâneos que pode ser a porta aberta para a corrupção. Pior, como as leis são produzidas como forma de solucionar hemorragias setoriais específicas, ainda que firam a Constituição, quando desafiadas no Judiciário, podem receber o beneplácito e a tolerância daqueles que deveriam zelar pela estrita legalidade, pelo respeito às regras fundamentais e cláusulas pétreas. Recebem esta complacência da Justiça, porque evidentemente esta também tem olhos e ouvidos, sendo suscetível às necessidades emergenciais.

Portanto, o Direito não é mais o correto, o justo ou o constitucional, é o necessário para evitar um colapso setorizado. A economia não é mais o resultado da atuação dos agentes econômicos e sociais nos mercados e na produção de bens e serviços, e sim efeito de tentativas de balanceamentos por intervenções não programadas atingindo problemas pontuais. A multiplicação de intervenções está causando um conflito no equilíbrio do sistema, tornando o Congresso Nacional fisiológico, o Estado interventor, o Direito imprevisível, o Judiciário complacente, a sociedade tolerante e a economia sem estrutura para crescer, colhida por alterações sucessivas e não coordenadas.

As verdadeiras mudanças vão sendo adiadas. Não se consegue reduzir a oneração tributária nem o custo do Estado; não se investe em infra-estrutura, em educação para formar brasileiros capacitados a gerir uma economia crescida ou crescente. Por isso, se presenciam os “apagões”, e o país vê, aqui e

ali, algumas de suas luzes minguarem.

Não é através da produção de leis que surgirão salvações milagrosas. As forças do mercado são semelhantes às da natureza, não se regulam por decretos emergenciais. Após a Emenda Constitucional 32, que limitou o uso de Medidas Provisórias, que vieram para acabar com os Decretos-Lei, o que se tem visto é que o governo vem pressionando o Congresso Nacional a produzir leis com a velocidade de um Decreto. Com isso, os regimentos legislativos são ignorados, acordos são costurados, criando-se uma grande conta-corrente na qual o saldo negativo é sempre da sociedade; procedimentos são saltados, e favores precisam ser pedidos ou pagos. Neste tráfego (ou tráfico?) intenso no Congresso, em troca de um artigo de lei aqui e outro lá, e “quem estiver a favor fique como está”, o texto é “aprovado”!

Com esta prática dos últimos anos, se pode estar realmente produzindo uma herança maldita que será a desordem jurídica (das leis), a impedir ao que com ela se visava, o incentivo à manutenção da ordem econômica. É, portanto, necessário que a produção de leis se concentre apenas em medidas para desoneração da economia, redução do déficit fiscal pelo aumento da eficiência da máquina pública e através delas se destinem investimentos públicos nos setores para os quais a iniciativa privada não tem vocação, como a educação, saúde e infra-estrutura básica, deixando o Direito e a economia em paz!

Marcos Sant’Anna Bitelli Advogado (11) 3871-0269

Fevereiro 2007 – Empreendedor – 71

Guia do Empreendedor

A ousadia da expansão rápida O inventor do milagre Starbucks ensina: não se conquista o mundo sem a consolidação da marca no mercado local e sem a vontade de superar esse limite Montar um café na esquina é fácil. Difícil é montar o mesmo tipo de café em todas as esquinas do mundo. Foi o que fez Arthur Rubinfeld, que planejou a expansão da Starbucks, passando de um patamar de cem lojas para quatro mil e fazendo dessa rede uma das marcas mais reconhecidas no mundo. Agora, baseado na sua experiência como consultor da Adidas, Oakley e Washington Mutual, ele oferece estratégias e técnicas inovadoras para todas as práticas do varejo: escolha de localização, recrutamento e seleção de gerentes e outros colaboradores, definição de organizações e sistemas, design de lojas, merchandising e gerenciamento diário. Neste livro, ele ensina como criar conceitos excitantes, fazendoos crescer nos mercados locais e expandindo rapidamente, com o cuidado de mantê-los sempre renovados com a dedicação adequada, enquanto os agentes se aprofundam no amadurecimento da experiência.

Feito para Crescer mostra como criar marcas de varejo vencedoras, uma marca singular e atraente ao mesmo tempo em que estabelece as bases para um sucesso de longo prazo. A base é não fazer planos modestos, e vislumbrar oportunidades e caminhos para chegar ao topo. O importante é começar certo desde a primeira vez: montar a primeira loja é fundamental para estabelecer o parâmetro da expansão. Intensificar a experiência no varejo por meio do design significa tornar reconhecível um padrão de consumo que acostuma o consumidor ao

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ambiente, ao gosto dos produtos, ao bem-estar na loja. Significa que a empresa pensou no cliente, e isso está visível em cada metro quadrado do estabelecimento. Ao mesmo tempo, serve para criar espaços reconhecíveis onde o cliente estiver.

Um dos segredos é conectar o design à marca sem desperdiçar recursos. Investir inadequadamente na marca e descuidar do produto oferecido não ilude o consumidor, que só dá valor à marca que reflete no uso a excelência que transmite no visual. O merchandising também faz parte de uma estratégia poderosa. É conhecida a cena em que Sandra Bullock, no filme “Miss Simpatia”, cruza a cidade a toda

Sandra Bullock e a marca vencedora: sintonia em destaque para o espectador

Feito para Crescer – Expandindo seu negócio na esquina ou no mundo Arthur Rubinfeld e Collins Hemingway Editora Bookman 352 pgs. – R$ 63,00 velocidade e entra num local cheio de gente, um ambiente de aglomeração que parece ter sido o lugar onde aconteceu algum crime. Mas o fato é que ela está cruzando a multidão para encomendar o lanche dos colegas da delegacia. O lugar é exatamente uma loja da Starbucks. A mensagem está em todos os detalhes: a preferência dos agentes pela marca, a diversidade do pedido, a ansiedade que Sandra, interpretando uma policial, transmite à tarefa, tudo isso surpreende o espectador e destaca a força da marca que está sendo veiculada.

O livro ensina como aumentar os lucros personalizando o serviço ao consumidor, planejar e levar a organização para metas ousadas, conseguir expandir e crescer rapidamente sem tropeçar. O importante é inovar e definir sua missão na era do varejo. As lições podem ser de grande valia para empreendimentos de todos os ramos e dos mais diversos tamanhos.

O co-autor é Collins Hemingway, que serviu como diretor do desenvolvimento de negócio e do marketing internacional para a Microsoft.

Leitura

Descomplicar é saudável Simplicidade é igual a sanidade?

A editora acha que sim: “Estamos nos rebelando contra a tecnologia que é muito complicada, os DVDs com diversos menus e os softwares acompanhados de manuais de 75 megabytes. Mas, algumas vezes, nos flagramos envolvidos no paradoxo da simplicidade: queremos algo que seja simples e fácil de usar, mas que também faça todas as coisas complexas que gostaríamos que fizesse. Em As Leis da Simplicidade, John Maeda propõe dez leis para balancear simplicidade e complexidade nos negócios, na tecnologia e no design – diretrizes e orientações para precisar menos e, de fato, ganhar mais.

Maeda – professor do Laboratório de Mídia do MIT e designer gráfico mundialmente reconhecido – explora a questão de como podemos redefinir a noção de “aprimorado” para que isso nem sempre signifique alguma coisa a mais, alguma coisa acrescentada. A primeira lei da simplicidade de Maeda é reduzir. Não é necessariamente benéfico adicionar funções tecnológi-

As Leis da Simplicidade John Maeda Editora Novo Conceito 128 pgs. – R$ 29,90 cas só porque podemos fazer isso.

E as funções que temos devem estar organizadas (Lei 2) em uma hierarquia sensata para que os usuários não se distraiam com características e funções de que não necessitam. Mas a simplicidade não é diminuir por diminuir somente.

Passe, então, para a Lei 9, Fracasso: “Algumas coisas nunca podem ser simples”. O conciso guia de Maeda para a simplicidade na era digital nos mostra como essa idéia pode ser o alicerce de empresas e de seus produtos – como isso pode guiar os negócios e a tecnologia. Podemos aprender a simplificar sem sacrificar o conforto e o significado, e podemos alcançar o equilíbrio descrito na Lei 10.

Essa lei, que Maeda chama de “a única”, diz que: “A simplicidade consiste em subtrair o óbvio e acrescentar o significativo”.

Técnicas de compra Todos os anos, as empresas gastam milhões de reais pesquisando estratégias de vendas. Elas investem fortunas treinando vendedores e contratando consultores a peso de ouro, sempre com um único objetivo: vender cada vez mais! O que é espantoso é que boa parte dos compradores possivelmente nunca foram apresentados às técnicas de compra.

Quando as empresas utilizam técnicas de venda e os compradores não empregam técnicas de compra, qual será o resultado desta negocia-

Como Comprar Mais Gastando Menos Rafael Paschoarelli 108 pgs. – R$ 14,90 ção? Quem será o vencedor, e quem será o perdedor? É justamente esta técnica que é apresentada pelo autor Rafael Paschoarelli, doutor e mestre em Administração (Finanças) pela FEA-USP, especialista em Administração pela FGV-EAESP e engenheiro eletricista pela POLI-USP.

Mergulho no franchising O advogado Franquia: 100% André Luis Soares Varejo & Serviços Pereira e os conAndré Luis Soares sultores do Grupo Pereira (org.)

Soares Pereira, Editora Outras após 16 anos de Letras – R$ 48 experiência na formatação e na gestão de redes de franquias, analisaram as tendências do mercado de franchising, principalmente no segmento de varejo e serviços, e reuniram no livro informações, dados e orientações para quem pretende conhecer mais a fundo esse ramo de negócios. Em parceria com o IBMECjr – Empresa Júnior de Consultoria –, foi possível realizar pesquisas que dão embasamento às questões apresentadas.

O livro analisa a forma de expansão através do sistema de franquia nos segmentos de varejo e serviços, e oferece ao leitor a possibilidade de se aprofundar em todas as questões que envolvem a escolha do sistema de franchising para expansão do seu negócio.

Faz ainda uma reflexão sobre o valor da marca para uma empresa, apresenta diversos modelos de expansão, e cita algumas vantagens e alguns desafios do sistema de franquia.

No capítulo 9, o leitor será apresentado a quatro marcas que, por vários motivos, fracassaram ao adotar o sistema de franquia. As características de cada uma dessas empresas e as razões para o insucesso delas são listadas e analisadas para que se entenda de forma clara quais foram as falhas ao longo do processo. A opção por uma franquia é bem mais segura do que por um negócio independente: a taxa de mortalidade em um negócio independente é de quase 50% nos primeiros anos, e em uma franquia diminui para 5%, chegando até a 3% nos anos seguintes.

O livro tem ainda um capítulo sobre os aspectos legais da franquia. Nele, é possível ter uma noção da orientação jurídica necessária para um empresário desse setor. São mencionados itens como concorrência, relações trabalhistas e tributárias, aspectos contratuais e a legislação específica de franquia.

Fevereiro 2007 – Empreendedor – 73

ESTUDO ESPECIAL SERASA

Grande indústria bate recorde de investimento Estudo elaborado pela Serasa, com base nos demonstrativos contábeis de cerca de 10 mil empresas de capital aberto e fechado, mostra que desde 2003 até setembro de 2006, as grandes indústrias ampliaram os investimentos em ativos fixos destinados para aumentar a capacidade produtiva e, com isso, incrementar o nível de competitividade de seus produtos

E

m 2003, a economia teve dois momentos distintos: no primeiro semestre, as taxas de juros estavam elevadas, e houve desaquecimento do mercado interno, em razão da perda de poder aquisitivo da população e da alta taxa de desemprego. A partir de julho, contudo, houve cortes consecutivos da taxa básica de juros, aumento da concessão de financiamento em alguns setores, crescimento da entrada de investimento externo no país e estabilidade da taxa de câmbio.

Esse conjunto de fatores contribuiu para o aquecimento da atividade industrial ao longo do segundo semestre. Nesse período, os investimentos das grandes empresas representaram 4,3% do faturamento, contra 3,9% nas pequenas empresas.

Em 2004, as exportações foram

responsáveis por grande parte do crescimento da atividade industrial.

Porém, verificou-se, em maio, o início da recuperação da demanda interna, sustentada em grande medida pela melhora nas condições de crédito ao consumidor. O aumento da massa salarial, motivado pela expansão do nível de emprego, também contribuiu para o desempenho do mercado interno.

Os investimentos realizados neste período representaram 4,9% nas grandes empresas e 4,3% nas pequenas e médias empresas, mostrandose ligeiramente superior ao ano anterior. Esses investimentos foram impulsionados pelo aumento da produção dos setores de eletrodomésticos (linhas branca e marrom) e de automóveis, caminhonetes e utilitários, além do segmento de bens de capital,

Investimentos em relação ao faturamento 7,6

5,7 4,9 4,3 4,3

3,9

2003

2004 Grandes empresas

74 – Empreendedor – Fevereiro 2007

4,0

4,1

2005

2006

Pequenas/médias empresas Fonte: Serasa/Obs.: dados não incluem a Petrobras

INDEX OPEN

A expansão do crédito e exportações beneficiaram as grandes indústrias de 2003 até 2006

que foi favorecido pelo crescimento das exportações e das vendas internas para os setores de mineração, siderurgia, alumínio, papel e celulose, e agricultura.

Em 2005, a expansão do crédito e a das exportações foram os fatores que beneficiaram os investimentos em ativos das grandes indústrias.

Nestas indústrias – aquelas com faturamento líquido anual maior que R$ 50 milhões –, o volume de investimentos em ativos fixos revelou crescimento contínuo desde 2003 e foi equivalente a 7,6% do faturamento até setembro de 2006, maior percentual atingido no período do estudo.

As cerca de 1.700 grandes empresas da amostra fizeram investimento de cerca de R$ 32 bilhões no imobilizado, até setembro, sem considerar os valores da Petrobrás, que investiu sozinha cerca de R$ 11 bilhões no mesmo período.

O segmento de papel e celulose se destacou no estudo com indicador de investimento de 26,9% das vendas até setembro de 2006. Diante da demanda aquecida e da acirrada concorrência interna e externa, destinou grande parte de seus recur-

sos à manutenção e ampliação das plantas industriais, a fim de consolidar-se como player de destaque no mercado globalizado.

Outro destaque foi o segmento siderúrgico, que destinou o equivalente a 12,7% das vendas para investimento. O segmento foi beneficiado nos últimos anos pelos consecutivos aumentos da demanda interna e externa, com destaque para EUA e China, cujo aumento do consumo e o fato de as usinas brasileiras estarem operando próximo à sua capacidade plena levaram as empresas a destinarem investimentos para expansão da produção.

O segmento petroquímico revelou investimentos da ordem de 8,2% do faturamento líquido, destinados ao aumento da capacidade do processamento de insumos; a programas de segurança e meio ambiente, bem como a manutenção das plantas operacionais.

Como contraponto, o segmento têxtil apresentou investimentos equivalentes a 1,9% do faturamento, devendo-se ressaltar a grande concorrência com os produtos asiáticos importados, que prejudicaram o desempenho das empresas.

Pequenas e médias investem menos As pequenas e médias empresas, aquelas com faturamento anual até R$ 50 milhões, apresentam investimentos equivalentes a 4,1% do faturamento até setembro de 2006, bem inferior ao das grandes empresas.

No universo das pequenas e médias, as do segmento químico foram as que apresentaram maior nível de investimento, com 6,0% das vendas, enquanto o menor nível ficou entre as do segmento de alimentos, que apresentou indicador de 2,6%.

Historicamente, a menor lucratividade das pequenas e médias indústrias aliada aos juros elevados dificultam o acesso ao crédito e inibem investimentos maiores. Da amostra total do estudo realizado pela Serasa, maior empresa do Brasil em pesquisas, análises e informações econômico-financeiras para negócios, as pequenas e médias empresas, que totalizaram cerca de 8.300 empresas da amostra, investiram mais de R$ 2 bilhões até setembro de 2006.

Fevereiro 2007 – Empreendedor – 75

Guia do Empreendedor

O crescimento das emissões privadas A exemplo do que aconteceu em 2006, o ano de 2007 deve começar com força redobrada para as emissões privadas O volume de emissões em 2006 em Cédulas de Crédito Bancário – CCB, Debêntures, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIDCs e Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRIs supera as emissões de anos anteriores. As emissões de FIDCs em 2007 foram quase 50% superiores ao volume emitido em 2005.

Esta “revolução” que estamos presenciando no mercado de capitais brasileiro possui diversos motivos para prosseguir, e aí podemos destacar: Taxa de juros/Selic – Estudo da Anpec (Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia), apresentado neste mês de dezembro, mostra que não houve conservadorismo por parte do Banco Central no que concerne à velocidade da queda da taxa de juros/Selic. A taxa natural de juros ou taxa de equilíbrio, que é aquela que mantém a economia em pleno emprego e que não acelera nem desacelera a inflação, foi atingida. Esta taxa de equilíbrio se altera ao longo do tempo, pois a economia como um todo vai se adaptando, logo poderemos esperar para 2007, mesmo com ritmo menor, taxas ainda em declínio.

Necessidade urgente de investimentos em infra-estrutura – Não é novidade para ninguém que o governo não fez a parte dele no que se refere a investimentos. Estradas, portos, saneamento, energia... Nada ou quase nada. Tributos e mais tri-

76 – Empreendedor – Fevereiro 2007

butos, e nada de retorno. Se continuar assim sem investimentos, a infraestrutura será o principal obstáculo ao crescimento da economia. Logo, emissões governamentais (federal, estadual e municipais), objetivando captar recursos do mercado de capitais, surgirão como grandes vedetes neste ano de 2007, competindo mais uma vez com as emissões privadas.

Necessidade por parte das empresas e empresários de se modernizarem tanto tecnológica como culturalmente – Temos observado no trabalho que desenvolvemos junto às indústrias que muitas delas ainda não se tocaram que a agilidade que precisam ter para estar sempre à frente da concorrência passa pela modernização e visão de e sobre o mercado. A idéia de que na minha empresa o sucesso sempre esteve no conservadorismo, só investimos com recursos próprios, já não é mais realidade. O custo do capital próprio, que na grande maioria das vezes não se calcula, pode e deve ser bem superior ao capital de terceiros. Logicamente que se precisa avaliar todas as alternativas de fontes de capital.

Avanço feroz de produtos chineses – A grande concorrente do mercado brasileiro e mundial nestes últimos anos, e será com certeza ainda por mais tempo, é a China. Presenciamos nos diversos segmentos da nossa indústria que os produtos chineses estão ganhando grande parte do mercado. Para não perder e, se pos-

sível, ganhar mercado, a indústria brasileira precisa se adaptar aos novos tempos, e isso só será possível com grandes investimentos, o tempo corre contra.

Câmbio – Voltar-se para mercado interno é a solução? A mudança de patamar da taxa de câmbio é uma nova realidade. O relatório Focus, que é uma pesquisa semanal que o Banco Central realiza entre as principais instituições financeiras, projeta uma taxa média de câmbio para 2007 em R$ 2,20. As indústrias que trabalham com um custo superior a este patamar, com certeza, terão que se readaptar (renegociar com o cliente, se possível) à nova realidade. O custo para manter a carteira de clientes no exterior pode ficar pesado demais.

Acessar o mercado de capitais não é assim tão complicado como a maioria pensa. A possibilidade de alavancar recursos para novos investimentos, capital de giro, alongamento de passivos, aquisição de competidores, desmobilização e outras necessidades mais, está ao alcance de todos.

Empresas bem estruturadas, planejadas e com visão de futuro poderão galgar patamares não imaginados pelos gestores. A estruturação de operações privadas objetivando suprir suas necessidades de recursos pode ser o caminho mais adequado a seguir.

Ivan Wagner de Souza Analista da Leme Investimentos

Análise Econômica Carteira teórica Ibovespa NOME AÇÃO

TIPO AÇÃO

Acesita PN ALL América Latina UNT N2 Ambev PN Aracruz PNB Arcelor BR ON Bco Itaú Hold Finan PN Bradesco PN Bradespar PN Brasil T Par ON Brasil T Par PN Brasil Telecom PN Brasil ON Braskem PNA CCR Rodovias ON Celesc PNB Cemig PN Cesp PNB Comgás PNA Copel PNB Cosan ON Cyrela Realty ON Eletrobrás ON Eletrobrás PNB Eletropaulo Metropo PNB Embraer ON Gerdau Met PN Gerdau PN Gol PN Ibovespa Ipiranga Pet PN Itausa PN Klabin PN Light ON Natura ON Net PN Pão de Açúcar PN Perdigão ON Petrobras ON Petrobras ON Petrobras PN Sabesp ON Sadia PN Sid Nacional ON Souza Cruz ON Submarino ON TAM PN Telemar Norte Leste PNA Telemar-Tele NL Par ON Telemar-Tele NL Par PN Telemig Celul Part PN Telesp PN Tim Participações ON Tim Participações PN Transmissão Paulist PN Unibanco UnN1 Usiminas PNA Vale Rio Doce ON Vale Rio Doce PNA Vivo Part PN Votorantim C P PN

PA R T I C I PA Ç Ã O I B OV E S PA

0,265 1,15 1,35 0,91 1,58 3,37 4,72 1,45 0,46 0,65 1,06 1,69 1,84 1,05 0,51 2,13 0,62 0,317 1,33 1,67 0,79 1,39 1,88 0,52 1,13 1,11 2,67 1,06 100,00 0,422 1,82 0,54 0,75 1,06 1,94 0,80 1,07 2,41 3,64 13,29 0,70 1,19 2,51 0,59 0,94 1,35 0,64 1,72 3,45 0,47 0,365 0,48 1,11 0,43 1,90 4,11 2,48 10,16 1,79 0,88

VARIAÇÃO % ANO (ATÉ 26/1/2007)

6,1 4,80 3,50 -10,20 1,50 3,00 2,90 13,30 1,4 -3,10 -6,40 7,40 4,10 -3,30 -3,50 -2,40 -1,40 -1,1 2,60 -14,50 1,30 -1,90 -0,60 -6,00 -2,50 -0,60 1,70 -2,10 -0,10 6,8 7,90 -7,70 6,50 -3,20 3,00 -9,40 -9,40 -3,80 -1,90 -5,80 -7,80 -4,90 -3,10 3,80 3,20 5,60 -9,70 1,60 -8,50 -3,7 -2,7 -14,1 -10,90 5,6 1,10 2,30 10,50 10,20 -7,80 -7,10

Inflação (%) Índice IGP-M IGP-DI IPCA IPC - Fipe

Dezembro 0,32 0,26 0,48 1,04

Juros/Aplicação

(%)

Novembro 0,98 0,99 0,65 1,00 1,69

CDI Selic Poupança CDB * Ouro BM&F

Ano 3,83 3,79 3,14 2,54

Ano 15,03 15,80 8,33 12,65 8,76

* (até 24/01)

Indicadores imobiliários Dezembro 0,51 0,15

CUB SP TR

Ano 4,28 2,04

Juros/Crédito

Desconto Factoring Hot Money Giro Pré *

(%)

Janeiro 21/janeiro

(em % mês) Janeiro 23/janeiro

2,05 4,01 1,70 2,25

2,05 4,01 1,70 2,25

* taxa mês

Câmbio (em 24/1/2006)

Dólar Comercial Ptax Euro Iene

Cotação R$ 2,1286 US$ 1,2959 US$ 0,0083

Mercados futuros (em 24/1/2006)

Fevereiro

Março

Abril

Dólar R$ 2,129 R$ 2,138 R$ 2,150 Juros DI 12,89% 12,82% 12,74% (em 24/1/2006)

Ibovespa Futuro

Fevereiro

44.980

Fevereiro 2007 – Empreendedor – 77

Guia do Empreendedor

Agenda

Em destaque 6/2 e 7/2/2007

OUTLOOK BRAZIL Crowne Plaza Hotel São Paulo/SP (11) 3017-6808 www.ibcbrasil.com.br/outlook

INDEX OPEN

Parte de uma série internacional de encontros que apresenta as tendências para o agronegócio de diversos países, o Outlook Brazil reúne especialistas nos principais commodities produzidos no Brasil, além de executivos de bancos, investidores e membros do Ministério da Agricultura, que vão apresentar os projetos para o segundo mandato do governo Lula. As discussões são divididas em quatro grandes blocos: no primeiro, as perspectivas para o açúcar e álcool, a soja como matéria-prima para bioenergia, o algodão, milho e café, considerados os principais commodities produzidos no país. O segundo painel reúne especialistas sobre carne bovina, suína e de aves. No último bloco de debates, representantes do Banco do Brasil e do BNDES analisam as mais recentes ferramentas para o financiamento público do setor agrícola.

6/2 a 9/2/2007

27/2 a 2/3/2007

13/3 a 17/3/2007

VITÓRIA STONE FAIR

FEIMACO

FEICON

Parque de Exposições de Carapina Serra/ES (27) 3337-6855 www.feiradomarmore.com.br

Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo/SP Fone: (11) 4191-4324 www.feimaco.com.br

Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo/SP (11) 4191-4324 www.alcantara.com.br

6/2 a 11/2/2007

27/2 a 2/3/2007

20/3 a 23/3/2007

NÁUTICA FAIR

EXPOL AV

MANUTENÇÃO 2007

CentroSul Florianópolis/SC (43) 3028.0825 www.centrosul.net

Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo/SP Fone: (11) 4191-4324 www.expolav.com.br

Centreventos Cau Hansen Joinville/SC (47) 3028-0002 www.marktevents.com.br

9/2 a 12/2/2007

6/3 a 9/3/2007

30/3 e 31/3/2007

ABIMAD

FENATEC

FÓRUM BRASIL 2007

Centro de Exposições Imigrantes São Paulo/SP (11) 5067-6767 www.abimad.com.br

Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo/SP (11) 4191-4324 www.fenatec.com.br

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo/SP (11) 5511-2351 www.forumbrasiltv.com.br

27/2 a 2/3/2007

6/3 a 8/3/2007

4/4 a 8/4/2007

NT&TT 2007

TELEXPO 2007

EXPOLUX 2007

Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo/SP (11) 4191-4324 www.nt-ttshow.com.br

Expo Center Norte São Paulo/SP (11) 3170-7000 www.communicationsbrasil.com.br

Expo Center Norte São Paulo/SP (11) 4191-4324 www.expolux.com.br

Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) 78 – Empreendedor – Fevereiro 2007

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80 – Empreendedor – Fevereiro 2007

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www.empreendedor.com.br

O conteúdo que faz toda a diferença

Página inicial

Recados

INDEX OPEN

Enquete do site Empreendedor vai eleger o destaque entre os destaques de 2006 Até o próximo dia 15 de fevereiro, os leitores que acessam o site Empreendedor poderão eleger o “mais empreendedor” entre os dez escolhidos como Destaques de 2006 pela revista Empreendedor. A intenção é apontar entre os escolhidos aquele que para os leitores tem a trajetória mais inspiradora, independentemente de situações específicas enfrentadas por cada um. Para votar, digite www.empreendedor.com.br/ #enquete e escolha um dos nomes na lista disponível na área da Enquete. E para ler o perfil de cada um dos Destaques de 2006, acesse a versão digital da edição de dezembro da revista Empreendedor disponível no site (clique no link Empreendedor na área Revistas, na coluna à esquerda da página inicial do site).

Para a maioria dos internautas, 2007 é o ano do setor de serviços Para os internautas que participaram da enquete anterior do site Empreendedor sobre qual o melhor setor para investir em 2007, se indústria, varejo ou serviços, este foi escolhido como o mais promissor, com 62,2% dos votos. O setor varejista ficou em segundo lugar, com 23,6% dos votos. Portanto, o setor industrial é aquele no qual menos os leitores do site apostam para este ano, na área de investimento. Recebeu 14,1% da soma total dos votos.

Conteúdo específico Fique por dentro do que acontece no varejo O site Empreendedor dá atenção especial para o que acontece no varejo, e por isso, diariamente, os leitores podem acompanhar notícias, entrevistas, perfis e artigos específicos sobre o segmento. E tudo o que é publicado sobre o assunto pode ser acessado com facilidade através da categoria Varejo. Basta clicar para visualizar as manchetes deste con-

teúdo. Além dessa cobertura diária, o site também disponibiliza as principais reportagens publicadas na Revista do Varejo, editada pela Editora Empreendedor, responsável também pelo site Empreendedor.

Para acessar o conteúdo da revista, é só clicar no link Revista do Varejo na área Revistas, na coluna à esquerda da página inicial.

PALAVRAS CAMPEÃS – Franquias, empresa, mercado, varejo, Brasil, empreendedor são as palavras mais procuradas pelos leitores que acessam o site Empreendedor através de sites de buscas. Não por acaso, os acessos ao site originados de pesquisas no Google representam mais de 75% do total.

PARTICIPE – A área Artigos do site Empreendedor está aberta à participação de empreendedores, consultores e especialistas. Para a publicação, os artigos devem estar de acordo com a linha editorial do site e não contar com qualquer tipo de referência que caracterize propaganda de produtos ou serviços.

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