Ano 13 • Nº 155 • setembro 2007
GESTÃO: ESTRATÉGIAS PARA DETERMINAR O PREÇO ADEQUADO
ISSN 1414-0152
O FUTURO EM CONSTRUÇÃO
Empreendedor
FRANQUIAS: A EXPANSÃO DAS REDES DE ACADEMIAS EXPRESSAS
Ano 13 Nº 155 Setembro 2007 – R$ 9,90 www.empreendedor.com.br
PRÊMIO ETHOS DE JORNALISMO 2007
PERFIL: MOLINARI, MESTRE MUNDIAL DOS CRISTAIS MURANO
2 – Empreendedor – Setembro 2007
Setembro 2007 – Empreendedor – 3
A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor
Nesta Edição
Diretor-Editor Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [vanin@empreendedor.com.br] Repórteres: Ana Carolina Dionísio, Débora Remor, Francis França e Natacha Amaral Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz Fotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira, Casa da Photo, Lio Simas e Index Open Foto da capa: Index Open Revisão: Renato Tapado Sedes São Paulo Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba Executivos de Contas: Gesner C. Vieira e Karen Klix Rua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis 01239-010 - São Paulo - SP Fone: (11) 3214-1020 [empreendedorsp@empreendedor.com.br] Florianópolis Executivo de Contas: Vitor Hugo de Carvalho [vitorhugo@empreendedor.com.br] Executiva de Atendimento: Ronaldo César Pacheco [ronaldo@empreendedor.com.br] Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C 9º andar - 88015-900 - Centro - Florianópolis - SC Fone: (48) 2106-8666
PG. 18
Capa
Construção sustentável O setor de construção civil encontrase em expansão no país. O aumento da oferta de financiamentos habitacionais de longo prazo e os investimentos previstos no PAC devem estimular um crescimento anual de 8% até 2010. Outra boa notícia é que as empresas começam a se preocupar com os impactos ambientais, principalmente, e socioeconômicos de seus empreendimentos.
Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda. Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] Rua São José, 40 - sala 31 - 3º andar - Centro 20010-020 - Rio de Janeiro - RJ Fone: (21) 3231-9017 Brasília JCZ Comunicação Ltda. Ulysses C. B. Cava [jczcomunicacoes@gmail.com] SCS - Quadra 1 - Edifício Gilberto Salomão - 14º andar 70305-900 - Brasília - DF Fone: (61) 3322-2034 Paraná Merconet Representação de Veículos de Comunicação Ltda. Ricardo Takiguti [comercial@merconet.srv.br] Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - conjunto 1 Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Alberto Gomes Camargo [ag_camargo@terra.com.br] Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu 91380-010 - Porto Alegre - RS Fone: (51) 3340-9116 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda. Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] Rua Ribeiro de Brito, 1111 - conjunto 605 - Boa Viagem 51021-310 - Recife - PE Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações Sérgio Bernardes de Faria [comercial@sbfpublicidade.com.br] Av. Getúlio Vargas, 1300 - 17º andar - conjunto 1704 30112-021 - Belo Horizonte - MG Fone: (31) 2125-2900
Tributação Nem tão simples PG. 28
Sistema que reúne oito impostos federais, estaduais e municipal para pagamento em uma única guia, o Supersimples veio para facilitar a vida dos empresários, mas deixou alguns confusos na hora de aderir.
Gestão Aumente os lucros PG. 32
O sucesso de uma empresa depende muito do preço estipulado por seus produtos ou serviços. O pricing busca a maximização dos lucros por meio do aumento coerente dos preços.
Gestão Garanta seus direitos PG. 36
Assinaturas
O registro de patentes e de marcas traz segurança e competitividade às empresas, inibindo a concorrência desleal. Pode ser vendido ou dado como garantia de empréstimos. Saiba como requerê-lo.
Serviço de Atendimento ao Assinante Diretora: Luzia Correa Weiss Fone: 0800-9797979 [assine@empreendedor.com.br]
PG. 40
Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora CTP Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda.- São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br
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Inovação Leitura genética O Tonegen, equipamento 100% nacional, reduz em até 45% os custos com análise de DNA, em relação às máquinas disponíveis atualmente. Duas novas versões já estão em desenvolvimento.
Setembro/2007
Negócios Criativos Caneta do futuro PG. 42
Um grupo de jovens estudantes de Engenharia da Computação da PUC criou uma caneta que digitaliza letras e traçados, invenção semifinalista de um prêmio internacional da Microsoft. Agora, o desafio é abrir uma empresa.
Crédito Presença maciça PG. 44
Presente em todos os municípios de Santa Catarina – sendo algumas vezes a única agência bancária no local –, o Besc tem como foco da área corporativa a oferta de serviços e linhas de crédito para micro, pequenas e médias empresas.
Franquia Trinta minutos PG. 56
As academias expressas – modelo baseado em programas de meia hora de exercícios – estão transformando o segmento fitness brasileiro. Introduzidas pela Curves no Brasil há quatro anos, hoje elas já são aproximadamente 300, e a demanda é crescente.
PG. 12
Michal Gartenkraut O presidente da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) afirma que é preciso ensinar empreendedorismo nas escolas e, principalmente, universidades para que os profissionais tenham maiores chances de sucesso nos empreendimentos.
PG. 46
TI No topo das listas Sistema conhecido por MOB (marketing de otimização em buscadores), desenvolvido pela WBI, faz com que um website ganhe visibilidade e destaque nas ferramentas de procura na internet. Útil principalmente para lojas virtuais.
Perfil
Dimas de Melo Pimenta II A maior parte dos 58 anos deste empreendedor foram vividos na empresa criada por seu pai, a Dimep, que ele ajudou a manter na liderança de mercado ao perceber as mudanças de demanda e o surgimento de novas tecnologias.
PG. 52 PG. 66
Entrevista
A voz da experiência
Antônio Carlos Molinari Ele começou a aprender a arte de fazer vidros tipo Murano aos 11 anos. Hoje, aos 63 anos, é reconhecido internacionalmente por sua arte. Fruto de muita dedicação e empenho nos negócios que envolvem toda a família, inclusive as novas gerações.
LEIA TAMBÉM
GUIA DO EMPREENDEDOR .............................. 6 8
Cartas ................................................................. 7
Produtos e Serviços .......................................... 70
Empreendedores .................................................. 8
Leitura ............................................................... 72
Não Durma no Ponto ......................................... 16
Análise Econômica ............................................ 76
Pequenas Notáveis ............................................ 50
Indicadores ....................................................... 77
Empreendedor na Internet ................................ 82
Agenda .............................................................. 78
Setembro 2007 – Empreendedor – 5
de Empreendedor para Empreendedor
Assinaturas Para assinar a revista Empreendedor ou solicitar os serviços ao assinante, ligue 0800-9797979. O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 20%, pagando somente R$ 95,04. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8 h às 18h30. Se preferir, faça sua solicitação de assinatura pela internet (www.empreendedor.com.br) ou pelo e-mail assine@empreendedor.com.br.
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Internet Anote nossos endereços na grande rede: http://www.empreendedor.com.br redacao@empreendedor.com.br
Correspondência As cartas para as revistas Empreendedor, Revista do Varejo, Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de Franquias, publicações da Editora Empreendedor, podem ser enviadas para qualquer um dos endereços abaixo: São Paulo: Rua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis - 01239-010 - São Paulo - SP Rio de Janeiro: Rua São José, 40 - sala 31 - 3º andar - Centro - 20010-020 - Rio de Janeiro - RJ
Editorial U
m lugar para morar, um lugar para trabalhar. Mais do que desejos, essas são necessidades dos seres humanos. No entanto, existem em todo o mundo 1 bilhão de pessoas vivendo em favelas (dados da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da ONU, 2004), e no Brasil o déficit habitacional é de 7,9 milhões de residências (Ministério das Cidades, 2005). A situação é mais preocupante se levarmos em conta que, em 2050, a população mundial será de 9,2 bilhões de pessoas, e a brasileira, de 259,8 milhões de pessoas (IBGE). Outro problema surge dessa questão. Como construir tantas moradias – sem contar os estabelecimentos comerciais e industriais – com o mínimo impacto ambiental, social e econômico? Mas de todo óbice deriva uma oportunidade, e são as oportunidades que movem os empreendedores. Atentas a esse desafio e a uma nova demanda de mercado, as construtoras começam a lançar, no Brasil, o que os norte-americanos chamam de green buildings, o que, numa tradução livre, significa construção sustentável. Uma edificação sustentável tem baixo impacto tanto na sua construção
quanto ao longo de sua utilização. Ela é projetada para ter o menor uso possível de materiais não renováveis na obra, que é gerenciada para reduzir o índice de desperdício e maximizar o reaproveitamento e a reciclagem de resíduos; e, depois de pronta, para ter o menor consumo possível de água tratada e energia. Um bom ambiente de trabalho completa o tripé da sustentabilidade: desenvolvimento social, proteção ambiental e desenvolvimento econômico. Esse modelo de edificação ainda é a minoria dos lançamentos imobiliários do país. O setor de construção civil entra em um momento de crescimento no Brasil, mas a expansão dos green buildings não depende apenas das empresas da área, envolve também os consumidores e, principalmente, os governos. Além de políticas que direcionem o setor, são necessários investimentos nas cidades, que vão desde tratamento de esgotos e destinação correta de resíduos até a criação de parques e ciclovias. Isso, no entanto, já é assunto para outra reportagem. Alexsandro Vanin
Brasília: SCS - Quadra 1 - Edifício Gilberto Salomão - 14º andar - 70305-900 - Brasília - DF Rio Grande do Sul: Rua Arnaldo Balvê, 210 Jardim Itu - 91380-010 - Porto Alegre - RS Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C - conjunto 902 88015-900 - Centro - Florianópolis - SC Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 conjunto 1 - Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111 - conjunto
Cartas para a redação Correspondências por e-mail devem ser enviadas para redacao@empreendedor.com.br. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do Estado de onde estão escrevendo.
605 - Boa Viagem - 51021-310 - Recife - PE Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300 17º andar - conjunto 1704 - 30112-021 Belo Horizonte - MG Os artigos deverão conter nome completo, assinatura, telefone e RG do autor, e estarão sujeitos, de acordo com o espaço, aos ajustes que os editores julgarem necessários.
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Cedoc O Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 2106-8666 ou pelo e-mail imagem@empreendedor.com.br.
Cartas
Retorno
Web 2.0 Achei “azeitada” uma expressão extremamente adequada para resumir o que é a Web 2.0 (uma visita ao Go2Web2 comprova isso). Ficou muito boa a reportagem na última edição da revista e a edição multimídia. A única coisa que faltou na revista e no site – principalmente: os links para os sites citados. Alexandre Gonçalves, do blog Coluna Extra
Nota da redação: Obrigado, Alexandre, e bem observado. Na versão impressa, optamos por fornecer o contato telefônico dos blogs citados no corpo da matéria, já que eles são facilmente encontrados através de um sistema de busca. No site, os links já foram inseridos.
Web 2.1 A matéria – muito bem elaborada pela jornalista Francis França – é leitura imprescindível para quem quer aprender ainda mais sobre as muitas oportunidades oferecidas na web. Prestigiem! Cris Zimermann, pro-blogger
Web 2.2 Li a matéria sobre Web 2.0 e achei muito completa. Parabéns! Sou jornalista, já passei pelas maiores redações off-line do país, e trabalho há dez anos em assessoria de imprensa de empresas de internet e TI.
Empreender é um desafio composto com muitas variáveis e desafios. Ter a oportunidade de ser escolhido para estar em suas páginas (O inventor da praia, Empreendedor 152) e contar um pouco da minha trajetória me deixou extremamente lisonjeado. É para mim o reconhecimento do esforço de fazer de um sonho um negócio. Quero agradecer especialmente ao Fábio Mayer (atual editor multimídia da Editora Empreendedor) pela paciência e pelo texto, e também ao Lio Simas pelas fotos. Obrigado, vocês me reproduziram melhor do que me imagino ser. Saudações empreendedoras, Avelino A. Bastos, da Tropical Brasil
Sensoriamento A matéria inteira (O olho que tudo vê, Empreendedor 153) ficou muito legal, e as outras reportagens da revista também, parabéns! Natalie Hornos, da D&A
Fernanda Domingues, jornalista
ERRATA
Web 2.3 A matéria ficou muuuuito legal e mais ainda a parte sobre a Boo-box. Quero agradecer novamente e me colocar à sua disposição para futuras pautas relacionadas a internet e marketing. Marcos Tanaka, diretor do Boo-box
O nome correto do diretor-geral do Cyber Cook, maior portal de culinária e gastronomia da internet brasileira, é Alexandre Canatella, e não Canapella, como informamos na edição de agosto.
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Empreendedores Estefano Vaine Júnior
Carga pesada
Carolina Vaz e Marcelo Augusto
Melhor amigo Em 2005, Carolina Vaz e Marcelo Augusto criaram a marca Dog’s Care a partir de uma necessidade pessoal do casal, que sempre teve cachorros em casa. Jully, da raça lhasa apso, a primeira mascote, chegou dois meses depois do casamento e acompanhava os donos em todos os lugares. Mas eles começaram a passar por experiências ruins devido ao xixi fora de hora. Chegando do trabalho, eles encontravam um cenário desolador: jornais espalhados pela casa e urina no tapete. Certo dia, conversando sobre o tão problemático assunto, tiveram a idéia de fabricar fraldas para cães. O casal começou a estudar o mercado, as etapas para a abertura da empresa, criar
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a marca, desenvolver embalagens. Em seguida, eles alugaram um espaço e compraram as máquinas para a fabricação das fraldas, inicialmente confeccionadas só para fêmeas. “Acreditamos na idéia, focamos nossos pensamentos no sucesso, abandonamos nossos sólidos empregos e hoje estamos muito felizes, realizados e orgulhosos”, declaram. Nos últimos dois anos, a empresa lançou mais três produtos revolucionários para o mercado pet: os tapetes higiênicos, o Dog’s Care Box e as fraldas para machos. A Dog’s Care já está em negociação para exportar seus produtos para os EUA, Canadá, Argentina e países da Europa. www.dogscare.net/(11) 3641-5222
A paranaense Ferrolease comemora seus cinco anos no mercado com o lançamento de 35 vagões-tanques que já estão disponíveis para locação. “Estes 35 tanques que estão sendo ofertados ao mercado pela Ferrolease são uma oportunidade, pois têm grande capacidade de carga, 86 metros cúbicos, e o diferencial de poderem operar na bitola larga, com possibilidade de rápida conversão para bitola métrica”, enfatiza o presidente da empresa, Estefano Vaine Júnior. A empresa, que aposta na forte demanda do setor ferroviário, já investiu cerca R$ 30 milhões nestes cinco anos, completando sua frota nacional de 146 vagões entre graneleiros e tanques. “Desde o final de 2006 até agora, nossa frota cresceu 46%. Estamos investindo quase R$ 12 milhões devido a este crescimento. Para os próximos anos, o ritmo de investimentos será parecido”, diz. Em comparação ao mercado norte-americano, este segmento ainda é tímido no Brasil. Vaine acredita que ainda faltam marcos regulatórios claros para ter mais investimento nesse setor. “Acreditamos que a opção de leasing operacional e financeiro terá um papel fundamental no investimento do setor para aumentar a oferta de serviço de transporte. Foi isto que fez a ferrovia norte-americana crescer tão rápido em pouco tempo.” (41) 3025-7600
Carlos Kray
Edição limitada Carlos Kray fundou a Strada Shoe em Campo Bom (RS) há nove anos, sempre focado no mercado externo, produzindo calçados para grandes cadeias de lojas como Gap, Banana Republic, Eddie Bauer, Abercrombie and Fitch. Com a marca Corso Como, não foi diferente. Lançada no mercado norte-americano, a Corso Como vendeu 1,5 mil pares de sapatos nos primeiros seis meses. Hoje, a venda está em 15 mil pares por mês, e a previsão para 2008 é dobrar essa quantidade. Após dois anos de sucesso nos Estados Unidos, a marca brasileira chega aos pés nacionais em outubro, numa edição limitada a 2 mil pares, aproximadamente. A grife de calçados femininos é produzida com materiais de alta tecnologia e usa modelos mais elaborados. Mas Kray ainda busca parceiros comerciais que possam oferecer os produtos no mercado nacional e que sigam as estratégias bem-sucedidas de comercialização adotadas no mercado externo, como melhores endereços de moda, renovação constante da coleção de produtos e a preocupação com o conforto das consumidoras. (51) 8183-5870
Guido Bretzke
Café premium Guido Bretzke, presidente da Sasse Alimentos, de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, está otimista em relação à expansão da marca com o lançamento do Sasse Supremo, café de qualidade. Apresentado há pouco mais de quatro meses no Estado, o produto já recebeu pedidos de Minas Gerais e São Paulo. O resultado foi um crescimento de 55% no volume de vendas e a marca atingida de 155 toneladas. Confiante na expansão do consumo de café de qualidade superior, o Sasse Supremo foi lançado com campanha publicitária em outdoors, comerciais televisivos e degustação nos pontos-devenda. Com pedidos de outros Estados, que ultrapassaram as expectativas, a Sasse comemora o processo de nacionalização da marca. O mix de produtos de café da empresa catarinense é composto, além do novo Sasse Supremo, pelo Tradicional, Extraforte, Agora e Pingo Preto. 0800 475555
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Empreendedores Giovanni Costa
Sabor de qualidade Com o requinte e a aparência do filé mignon, mas com baixos índices de colesterol e gordura, a carne de avestruz está cada vez mais presente nos cardápios de restaurantes, hotéis e empórios brasileiros. O país já é o segundo produtor mundial, perdendo apenas para a África do Sul. Para manter a excelência nas mesas, a
Avestro, principal distribuidora do produto no Brasil, instituiu um selo de qualidade para certificar todas as fases de produção, da criação ao abate das aves. A rede Avestro reúne cerca de 85 criadores de avestruz. Destes, 35 já receberam o selo de qualidade. Para conseguir a certificação, é necessário registrar todos os dados dos animais no
software Avestro, além de colocar rastreadores em forma de brincos em todos os avestruzes. “O selo de qualidade assegura que boas práticas de produção, manejo e sanidade sejam aplicadas nas fazendas, garantindo aves de qualidade superior”, afirma Giovanni Costa, diretor-presidente da empresa. www.avestro.com.br
Giovana Calcagnoto e Fernando Dornelles
Negócios com amor Giovana Calcagnoto e Fernando Dornelles, franqueados da loja de óculos de sol e relógios Chilli Beans, em Porto Alegre, são um exemplo de casal empreendedor. Atualmente com três unidades (duas no Shopping Moinhos e uma no Iguatemi) e cinco anos no mercado, são os mais antigos franqueados da marca no Brasil, que em 2007 está completando uma década de existência.
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Giovana, formada em Artes Plásticas pela UFRGS, depois de anos de experiência com desenvolvimento de produtos de moda na sua cidade, Caxias do Sul, abriu, em 2001, o primeiro quiosque da Chilli Beans no Shopping Praia de Belas. De lá para cá, com a parceria de Fernando, participou, três anos mais tarde, da primeira Feira Sul Bazar, evento que fez a marca mais
conhecida na cidade e no qual a Chilli Beans estaria nas outras três edições. Representam no Estado gaúcho a maior rede brasileira de óculos escuros do país, com 170 endereços exclusivos no Brasil, além de pontos em Portugal e nos Estados Unidos. Giovana e Fernando têm planos de expandir o negócio, montando novas franquias Chilli Beans no Estado. www.chillibeans.com.br
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Entrevista
Michal Gartenkraut
Educação para os negócios Presidente da FNQ entende que o empreendedorismo deve ser uma característica identificada e incentivada nas escolas
12 – Empreendedor – Setembro 2007
por
Débora Remor
Criada em 1991 com o objetivo de administrar o Prêmio Nacional da Qualidade, que identifica as melhores práticas de gestão, a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) lança novos parâmetros e propõe como objetivo da entidade disseminar os conhecimentos em excelência de gestão. Para Michal Gartenkraut, presidente da FNQ desde junho, é preciso mudar a maneira de pensar o ensino para que os profissionais tenham maiores chances de sucesso nos empreendimentos. Assim como o talento para música, o empreendedorismo deve ser uma característica identificada e incentivada nas escolas. Sem esta capacitação profissional, será difícil modificar o quadro de falência de novas empresas. Apesar de a realidade mostrar uma fraca comunicação das escolas com as empresas, a FNQ aposta na rede de parceiros para multiplicar os fundamentos da boa gestão em organizações de diversos portes e setores. Os modelos de excelência estão sendo difundidos para as empresas brasileiras através de palestras, workshops e cursos, também disponibilizados gratuitamente no site da FNQ. O funcionamento de um centro de estudos baseado nos fundamentos da excelência em gestão é o próximo passo para que a entidade coloque em prática o que já incentiva, o ensino do empreendedorismo aliado à realidade do mercado, sempre exigente e repleto de riscos. Gartenkraut, que foi reitor do ITA entre 2001 e 2005, e presidiu o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) em 1987, entende que as iniciativas para alavancar as empresas nos primeiros anos devem se dar conjuntamente ao estudo do gerenciamento e à análise de mercado. Empreendedor – Boa parte do fechamento das empresas se dá por falta ou deficiência em sua gestão. Como minimizar este problema de
gerenciamento? É possível ensinar a empreender e gerir empreendimentos nas universidades?
Gartenkraut – Nas universidades, talvez já seja tarde demais. O fato é que não estamos ensinando empreendedorismo em nenhum nível de ensino, salvo raríssimas exceções. Quando observamos todos os níveis de ensino, o que a gente vê é que a escola não está preparando empreendedores, não está incentivando aqueles que têm vocação para empreender. E isto é fruto de uma observação de muitos anos.
Não estamos ensinando empreendedorismo em nenhum nível de ensino, salvo raríssimas exceções
Empreendedor – De que maneira se dá este ensino ou incentivo nas instituições de educação? Por meio de disciplinas, ou o conceito está inserido na metodologia e didática do ensino?
Gartenkraut – Em um caso, é uma disciplina específica. Mas isso não quer dizer que se trata de ensino tradicional – refiro-me à sala de aula, onde todos os alunos sentados ficam olhando para o professor, que repassa conhecimento. Este tipo de ensino, o tradicional, não é o mais adequado a formar empreendedores, não se presta bem a isto; justamente pela natureza do que é empreendedorismo. Empreender é um conjunto de características que se destaca da experiência do ensino tradicional. Este é o grande desafio, porque, para fazer isto, precisaríamos formar professores de empreendedorismo, alguém que tenha experiência neste meio. Empreendedorismo não se aprende em livro, embora ler sobre experiências seja válido, ele requer um ensino muito mais intensivo em práticas, experiências, novas formas de repassar o conhecimento do que tudo que se viu até agora. Empreendedor – Como se preparam esses professores?
Empreendedor – Como reverter este quadro?
Gartenkraut – Existem experiências interessantes, mesmo no Ensino Fundamental. Conheço duas cidades notáveis, onde a prefeitura instituiu o incentivo à formação de empreendedores no Ensino público Fundamental. O município que faz isso há bastante tempo é São José dos Campos, no Estado de São Paulo. O outro é Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais. Não por acaso, essas duas cidades se destacam no ponto de vista da criação de novas empresas e empreendimentos que surgem nas respectivas regiões.
Gartenkraut – Acho que tem que começar pelo reconhecimento de que hoje as escolas do ensino regular não têm professores com experiência em empreendedorismo, porque muitas vezes eles têm carreiras apenas no magistério. Tipicamente, o professor se formou na área, faz mestrado e doutorado, vai sendo promovido, e a experiência dele é acadêmica. O máximo que podemos exigir dele é que seja empreendedor acadêmico e, mesmo assim, com certa limitação. O desafio é para o sistema educacional como um todo, porque o mercado está pedindo empreendedores. Identificar os que têm essa vocação – e acredito que no Brasil seja a maioria – e dar uma formação que o prepare para o ambiente Setembro 2007 – Empreendedor – 13
Entrevista
Michal Gartenkraut
empreendedor, que é um ambiente de riscos. Claro que nem todo mundo tem vocação para empreender, e estes não serão empreendedores. Empreendedor – Além dos dois exemplos anteriores, existem iniciativas reais de aproximar a área acadêmica do ambiente empreendedor?
Gartenkraut – Algumas universidades, evidentemente, estão fazendo esforços. Quando falo de mudar o ensino para acomodar essa educação do empreendedor, trata-se de criar novos ambientes, de colocar alunos trabalhando em projetos reais para enfrentar problemas reais, como incubadoras de projetos e incubadoras de negócios. E muitas escolas já estão fazendo isso, mas ainda é um grande desafio. Podemos mudar até o layout da sala de aula, mudar o papel do professor, que deixa de transmitir o conhecimento e ser o detentor único, para ser aquele que coordena, provoca e motiva o conhecimento. Empreendedor – As novas empresas podem contar com incubadoras e entidades, como o Sebrae, que estão dispostas a ajudar nos primeiros anos, oferecendo cursos e material para gerenciamento. Qual a importância destas instituições e das ações que elas promovem?
Gartenkraut – A experiência que tenho é que elas são de uma importância enorme e crescente. É um dos exemplos de como se pode ensinar empreendedorismo. No Brasil, são poucas as incubadoras que estão dentro ou vinculadas a escolas e universidades, são poucas que investem no processo de educação. Geralmente, as instituições apenas apóiam as novas empresas e esperam que elas se consolidem. Estou indo além, e sugiro que sejam ações integradas a de criar empresa e a de ensinar. O método de criar empresas e o método de ensino deveriam estar casados nas escolas, nos ensinos Fundamental, Mé-
14 – Empreendedor – Setembro 2007
dio e Técnico. Uma incubadora que serve de exemplo é a Inatel, de Santa Rita do Sapucaí. Ela, ao mesmo tempo em que cria empresas para a região, ensina empreendedorismo, ensina a ser empreendedor. Muitos confundem empreendedor com empresário. São conceitos que têm sinergia, mas não são idênticos. O bom empresário precisa ser empreendedor, mas nem todo empreendedor é empresário. O empreendedor pode criar empreendimentos em qualquer lugar, seja ele funcionário, seja professor, sacerdote.
Ele vai conhecer o mercado só depois de formado. Uma empresa que fabrica aviões quer um engenheiro que saiba o que é o mercado de transporte aéreo, aviação civil e militar. Como ele sai da universidade sem essa visão, a empresa tem que dar treinamento ao profissional já formado. Isso aumenta o custo de produção. É muito raro o curso que passa uma visão competente e intensa sobre o mercado no qual o profissional vai atuar por duas razões, porque não achava isto importante e porque os professores não conhecem.
Empreendedor – Qual o papel da intuição nos empreendimentos? Em que situações ela é mais importante?
Gartenkraut – A intuição vem de uma parte inata, da experiência do diaa-dia, e outra parte é complementada no ensino. A intuição ajuda muito, mas não é imprescindível, na minha opinião. Se você aprender, pode ser empreendedor. Precisamos de profissionais com suficientes noções de empreendedorismo, que ajudam a criar, gerir, consolidar e desenvolver negócios. É disso que se trata o cenário daqui pra frente. Não era importante nos últimos cem anos, mas passou para o topo da lista, é um dado da realidade. Empreendedor – Algumas características são fundamentais para um empreendedor, como saber analisar o mercado e ter visão sistêmica para entendê-lo. Como se aprende a ter a visão sistêmica?
Gartenkraut – O mercado sinaliza com clareza que quer empregados empreendedores, e é preciso introduzir essas questões nos currículos. Se falarmos de Ensino Superior como Engenharia, Medicina, Direito, Arquitetura e assim por diante, no currículo tem muito pouco ou quase nada em relação a mercados. O nosso engenheiro, advogado e arquiteto, sai com uma visão muito estreita, para ser otimista, do mercado no qual vai se inserir.
Trata-se de criar novos ambientes, de colocar alunos trabalhando em projetos reais para enfrentar problemas reais
É, portanto, um desafio que não se despreza, temos que voltar até a formação dos professores. Sobre a visão sistêmica, os cursos são muito fracos. Eles são bons em analisar partes e pedaços do sistema, mas não abordam na quantidade desejada o sistema como um todo. O sistema tem um funcionamento harmônico, é muito mais do que a soma das partes. E acrescento outro tópico, a formulação dos problemas. Totalmente desprezado pelos currículos do Ensino Superior, que usa o método de
resolução dos problemas, e não da identificação deles. Os alunos não estão preparados para formular questões. Uma das tarefas principais do empreendedor é entender o sistema, e isso se faz formulando os problemas. Saber onde estão os gargalos e limites é muito mais importante hoje em dia do que resolver. Empreendedor – Se as instituições de ensino não preparam os profissionais para essas questões, como as empresas estão resolvendo? Os
Empreendedor – Uma das funções da Fundação Nacional de Qualidade é fomentar o empreendedorismo. Que ações a FNQ desenvolve para a formação de empreendedores?
blemas. A FNQ dissemina esses conceitos com as parcerias, como o Sebrae e outros, e sua doutrina é aplicada para todos os Prêmios Estaduais de Excelência de Qualidade.
Gartenkraut – Trabalhamos através do Prêmio Nacional de Qualidade, nos consolidamos e ganhamos respeito pela seriedade. A FNQ passou a atuar em todos os setores, e é uma referência na excelência em gestão nas empresas e empreendimentos do país. A FNQ, para fazer este tra-
Empreendedor – O site é uma das grandes apostas da FNQ para disseminar este conhecimento. Quais instrumentos podem ser acessados através do site?
Gartenkraut – Um software de auto-avaliação está disponível gratuitamente no site para as empresas saberem como está a gestão. Temos no site também um curso de 20 horas, gratuito, para entender a gestão da empresa e sobre o qual a avaliação está baseada. Estamos trabalhando na promoção e divulgação do site, que é um meio importante para divulgação deste conhecimento. Alguns eventos semanais e mensais são transmitidos ao vivo, via web cast, gratuitamente. Palestras e seminários com empresários passando a sua experiência de gestão podem ser assistidos, e os ouvintes podem participar mandando perguntas, inclusive. Empreendedor – Como novo presidente da instituição, quais os desafios da FNQ para este ano?
cursos de treinamento conseguem sanar esta deficiência?
Gartenkraut – O problema está sendo resolvido na pós-graduação de todo tipo. Stricto senso, especialização, treinamento. Mas isto sai muito caro para o país, é muito desperdício de recursos. Significa que, depois de cinco anos formando o profissional, ele ainda não está pronto. É preciso gastar recursos para complementar a formação. Já que nos níveis tradicionais não se ensina isto, o mercado encontra maneiras de fazer, mas não está otimizado.
balho sério de selecionar empresas que possam ganhar o prêmio, desenvolveu uma doutrina chamada Modelo de Excelência em Gestão. Tratase de um conjunto de conceitos e princípios que foram aperfeiçoados nos últimos 15 anos e se transformaram num conhecimento, com metodologias quantificadas e de caráter qualitativo, para que as empresas pudessem aplicar esses conceitos. Primeiro, para fazer a avaliação do seu desempenho de qualidade de gestão, depois identificar os problemas e, por fim, encontrar os caminhos para a solução desses pro-
Gartenkraut – Tenho um desafio estratégico, o de acelerar esse processo de disseminação do conhecimento e transformação da FNQ em Centro de Excelência em Gestão. Desdobram-se em ações, mas elas têm que ser dinamizadas com a nossa equipe e com os parceiros. Para este ano, vamos criar os Centros de Estudo. Junto aos nossos novos parceiros, como instituições acadêmicas, estamos dinamizando a nossa rede. Vou ficar muito feliz se até dezembro colocarmos em pé pelo menos o Centro de Estudo em Liderança.
Linha Direta Michal Gartenkraut (11) 5509-7700 www.fnq.org.br Setembro 2007 – Empreendedor – 15
Não Durma no Ponto Troque a segurança pela flexibilidade Um dos principais dilemas do mundo empresarial dos dias de hoje está nas tensões entre a flexibilidade exigida das empresas e a segurança ansiada pelas pessoas. As empresas querem e precisam de flexibilidade para se reestruturar e se adaptar às novas condições de mercado, enquanto os funcionários almejam e reivindicam a segurança do seu emprego e da remuneração no final do mês. Existe algo a fazer para garantir e até ampliar a flexibilidade de uma empresa? Sim. Basta observar quais são os reais entraves que impedem os movimentos de uma empresa. A burocracia é um dos mais sérios, bem como a hierarquia. São dois poderosos fatores que trabalham todo o tempo para manter as coisas como estão (há mesmo quem use a expressão: “isso tem de ser como sempre foi...”), gerando uniformidade e trabalhos repetitivos. Nada mais contrário ao movimento natural dos mercados, ainda mais na atualidade, quando as mudanças de cenário são contínuas e muitas vezes tremendas. Então, não é por aí que as empresas encontrarão o seu sucesso. Caso mantenham essa atitude, que podemos chamar de tradição, estarão nadando contra a maré, despendendo um grande esforço absolutamente inútil. O verdadeiro embate Resta, portanto, mexer com a segurança das pessoas. Mas aí estamos diante de outros desafios. Implica jogar por terra estruturas de cargos e salários que davam aos colaboradores visibilidade sobre o que fazer (sob o guarda-chuva dos cargos e funções) e por quanto (os salários e outras formas de remuneração). Trata-se, então, de eliminar os
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elaborados planos de carreira, que acenavam para uma ascensão vertical, e a garantia de emprego e do salário fixo, bem como de outros artifícios contrários à flexibilidade. Mexer nesses vespeiros é um dos grandes desafios dos líderes. Muitos, receosos das repercussões negativas sobre o clima motivacional da empresa, preferem administrá-los à exaustão, sob pena de condenar a empresa à inflexibilidade, cada vez menos apta
A carreira burocrática está fadada à extinção. A cada dia, a escada corporativa perde mais degraus e estabilidade
ao novo jogo de mercado. E assim se perpetua o embate entre a flexibilidade exigida pelo mercado e a segurança almejada pelos funcionários. Com reflexos negativos para ambos os lados, uma vez que uma companhia obsoleta está fadada ao fracasso, o que, por sua vez, não garante a estabilidade do quadro funcional, ao contrário, indica a necessidade constante de cortes, como solução também tradicional para impasses. Um líder não tem o poder de mudar o ambiente no qual a empresa está
inserida. Esforço inútil! Tem, isto sim, o poder de influenciar o ambiente interno, e está aí a sua principal atribuição de líder. A carreira burocrática está fadada à extinção. A cada dia, a escada corporativa perde mais degraus e estabilidade. Mas o maior dilema do líder não está centralizado, como ele costuma imaginar, no tanto que pode abalar a segurança das pessoas. Vez ou outra, isso é feito, quando surge a temporada dos ajustes, dos cortes, dos dimensionamentos do quadro de pessoal e outros pretextos que implicam demissões de funcionários. O maior dilema do líder está em não saber o que fazer para manter a motivação em alta, quando a segurança das pessoas é abalada. Uma empresa orgânica Muitos líderes reclamam que seus esforços, bem como os de sua equipe, não geram resultados equivalentes. Existe sempre uma sensação clara de desequilíbrio, ou seja, de que a energia liberada é sempre muito maior do que foi capaz de gerar. É mesmo o que ocorre. Essa relação em que os sacrifícios vão muito além dos benefícios acontece, porque a empresa não soube “pegar a onda”. Não ajustou suas velas para que os ventos favoráveis da mudança a levassem para o melhor futuro. Ao contrário, tentou navegar contra o vento e as correntes da maré, o que só fez desgastar a embarcação, submetendo-a a riscos tão grandes, que a conseqüência talvez seja levar tudo e todos a pique. Para se ajustar a um ambiente em constante mudança, é preciso que uma empresa esteja realmente no mesmo ritmo, apta a transformar-se. Muitos líde-
por Roberto Adami Tranjan Educador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953 – www.cempre.net – roberto.tranjan@cempre.net
res querem que suas empresas se comportem como uma máquina que funcione de forma regular e estável. Nada mais contrário à volatilidade dos mercados. Uma empresa deve ser semelhante a um organismo vivo, capaz de adaptação, mudança e desenvolvimento. Uma empresa viva é dotada de corpo, mente e alma. E em estado de plenitude, com essas partes em permanente equilíbrio, ajustadas entre si e em relação ao entorno. Como um navio bem conduzido por seu comandante, com a ajuda de uma tripulação confiante, bem preparada. Está aí a missão do líder: promover e administrar esse equilíbrio. Está aí a sina do mercado: provocar o desequilíbrio. É nessa adequação que uma empresa se desenvolve, sempre buscando ir adiante, com êxito, ajustando-se aos movimentos do ambiente externo. Considerar a empresa como um organismo vivo faz com que o líder saiba orientá-la para o mercado, enquanto provoca um efeito sinérgico entre o corpo, a mente e a alma, o que implica obter resultados que sejam equivalentes aos esforços despendidos.
O trabalho por projeto garante autonomia às pessoas para agir de acordo com suas próprias idéias, de maneira a contribuir positivamente para a meta comum. O trabalho torna-se mais gratificante e envolvente, com excelentes reflexos sobre o espírito de realização. Estimula a criatividade e desperta o comportamento empreendedor, porque um projeto é como um micronegócio em que todos os envolvidos podem tomar iniciativas.
Está aí a missão do líder: promover e administrar esse equilíbrio. Está aí a sina do mercado: provocar o desequilíbrio
Um trabalho orgânico Uma empresa de corpo, mente e alma sugere um trabalho que também seja de corpo, mente e alma. E nada mais representa esse trabalho orgânico e vivo do que o derivado de um projeto. Entenda por projeto um trabalho que permita que as pessoas enxerguem significado em tudo o que fazem, exerçam sua autonomia e se sintam influentes. Esses três quesitos são fundamentais, portanto, imprescindíveis, para gerar a motivação necessária que supere os sentimentos da segurança abalada.
A mudança de um trabalho rotineiro e repetitivo para o trabalho por projetos é uma guinada no estágio de desenvolvimento de uma equipe. Desperta motivações que permaneciam em estado de latência. E é claro que os resultados são maiores e mais plenos, uma vez que acontecem no corpo, na mente e na alma do projeto. O dilema bem administrado Um ambiente orgânico exige uma empresa orgânica. E uma empresa
orgânica, por sua vez, estimula o trabalho orgânico. São essas empresas e esses profissionais que prosperarão no futuro. Aqueles capazes de compreender que a flexibilidade deve suplantar a segurança. E são inúmeros (para não dizer infinitos) os ganhos nessa troca. O trabalho por projetos faz com que as pessoas compreendam que o sucesso profissional depende mais de suas próprias competências do que das velhas políticas de recursos humanos. As pessoas que apostam na segurança ficarão para trás – e essa tendência é irreversível. A remuneração tenderá a flutuar, em vez de aumentar a cada ano como numa progressão aritmética. A incerteza e o risco, continuamente vividos pelas empresas, serão também transferidos para os funcionários. Existirá outro tipo de tensão, porque ela faz parte da vida, mas não necessariamente menos estímulo e motivação. Ao contrário. O trabalho poderá ser cada vez mais divertido. Será mais parecido com um jogo, com sua variedade de situações e desafios, flexíveis, sim, mas orientados por metas claras para conduzir a bons resultados. A empresa deixará de “garantir” segurança e status, mas em troca as pessoas serão capazes de descobrir seus próprios (e às vezes insuspeitados) talentos. Com isso, desenvolverão a autoconfiança e a auto-estima. E, sobretudo, terão finalmente a chance da auto-realização, privilégio que não está acessível quando o foco está na segurança. Voar é para quem tem asas. Construí-las implica olhar o infinito, com a vontade de ir sempre além. Aceitando o risco, pela busca de novos e gratificantes horizontes. Setembro 2007 – Empreendedor – 17
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Capa
As peças da construção verde Cuidados ambientais tomados no projeto de edificações proporcionam economia aos moradores durante uso por
Ana Carolina Dionísio
Ao declarar, no início de agosto, que “o país vai virar um canteiro de obras”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava em uníssono com as previsões de crescimento da construção civil brasileira. Dos tímidos 1,3% de incremento em 2005, o setor estima crescer pelo menos 8% ao ano entre 2007 e 2010, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon–SP). O investimento em obras de infra-estrutura, saneamento básico e habitação previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e o aumento da oferta de financiamentos habitacionais de longo prazo contribuem para esta mudança de índices. A expansão atual do setor, contudo, começa a ter algumas diferenças em relação a outros períodos aquecidos. Isso
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porque tem aumentado a preocupação com os impactos ambientais da construção civil, que, se por um lado responde por 7,3% do PIB, por outro gera de 40% a 60% dos resíduos sólidos das cidades brasileiras, de acordo com Tarcísio de Paula Pinto, consultor do Ministério das Cidades. Além disso, consome de 15% a 50% (em alguns casos até 75%) dos recursos naturais extraídos. Quase 66% da madeira derrubada – a maioria sem manejo florestal – no Brasil é usada na construção. O uso e a manutenção de edificações também ajudam a produzir a imagem de “vilã ambiental” da construção civil. Estima-se que a operação de edifícios seja responsável pelo consumo de quase 50% da energia elétrica produzida e de 21% da água usada no Brasil. Atentas a esse quadro, algumas construtoras têm investido em produtos ambientalmente sustentáveis: os
green buildings, prédios com baixo impacto ambiental tanto durante a construção quanto ao longo do uso. O lançamento, em 2002, dos loteamentos Gênesis I e II pela incorporadora paulistana Y. Takaoka foi uma das primeiras iniciativas neste sentido. Numa área remanescente de Mata Atlântica em Alphaville, apenas 16% da área do terreno foi loteada, os outros 84% permaneceram com a cobertura original, e mais uma área de preservação foi acrescentada. Este e outros cuidados com o meio ambiente tornaram os terrenos de 15% a 20% mais caros do que os de condomínios convencionais. Mesmo assim, todos os lotes foram vendidos no primeiro mês após o lançamento. Cinco anos depois, construções sustentáveis são mais comuns, mesmo em ambientes distantes das matas de Santana do Parnaíba. A construtora paulista Esfera Empreendimentos atua neste segmento desde sua fundação, em 2004. “Tínhamos o desafio de criar uma incorporadora voltada só para residências e que levasse em conta as práticas de
Itens de uma construção verde Tratamento de esgoto doméstico Pode ser feito por estações instaladas por empresas especializadas ou por um biofiltro, feito de raízes – a bananeira é uma das plantas mais indicadas para esta função. A água resultante do processo não é totalmente potável, mas pode ser devolvida ao ambiente sem possibilidade de contaminação. Aquecimento solar Esquenta a água do chuveiro até 60ºC, só com o calor do sol. A maioria dos sistemas disponíveis no mercado possui reservatórios térmicos, que mantêm a água quente mesmo durante os dias nublados. Captação de água da chuva Além das calhas para transportar a água, é preciso que o aparelho tenha dispositivos de filtragem e tratamento, garantindo que ela possa ser usada em chuveiros, pias e tanques. Reuso de águas cinzas As águas cinzas são todos os efluentes contaminados com sabão, vindos de pias, lavatórios e chuveiros. Após o tratamento, podem ser usadas em vasos sanitários, lavagens externas e regas de jardins.
sustentabilidade”, afirma Luiz Fernando Lucho do Valle, presidente da empresa. Os principais produtos da Esfera são os Ecolifes, edifícios com apartamentos de R$ 150 mil a R$ 300 mil. O primeiro deles, o Ecolife Butantã, tem entrega prevista para este mês. Todos os condomínios têm coleta seletiva de lixo, sistemas de reuso de águas de lavatórios e chuveiros para sanitários e lavagens externas, captação e filtragem de água da chuva, sensores de presença para acender luzes, lâmpadas de baixo consumo de energia elétrica e aquecimento de água a gás. Estes diferenciais representam de 2% a 3% de custo adicional na obra, mas garantem, segundo a Esfera, uma redução de até 30% nas taxas de condomínio, principalmente nas contas de água e luz. Além disso, a estrutura dos edifícios, que é autoportante, dispensa o uso de estruturas de concreto. As paredes são produzidas em uma pista ao lado da construção e depois encaixadas. Como são feitas de tijolos de cimento, que têm resistência maior que os de barro, as
paredes suportam seu próprio peso. “Em vez de ter vigas e pilares para descarregar os esforços, todo o peso da laje desce direto pela parede para uma viga na base do edifício e dali para a fundação”, explica Valle. Ele afirma que esse detalhe traz outro diferencial para o empreendimento, que, além de não necessitar de madeira para fazer as formas das estruturas de concreto, gera menos de 1% de entulho. Esse índice geralmente é de 20%, de acordo com o engenheiro Antônio Augusto Pires do Rio, consultor da EcoAtitude, organização não-governamental que trabalha com reciclagem de resíduos da construção civil.
Popularização O público-alvo dos Ecolifes é a classe média, com renda familiar de R$ 5 mil a R$ 12 mil. Mas Valle acredita que a tendência de sustentabilidade nas construções pode ser estendida para outras faixas de renda. Para ele, é a produção em escala deste tipo de empreendimento que vai garantir sua po-
pularização. “Gastamos muito para desenvolver o protótipo, mas com a construção em massa o investimento é viabilizado. Quanto mais vendemos, mais podemos investir em pesquisas e melhorias.” Segundo Valle, a demanda por moradias sustentáveis já é grande: “Já vendemos mais de 800 unidades. Um terço destes compradores estavam interessados nos itens de sustentabilidade. Num futuro de três a quatro anos, quem não produzir com essa vocação não vai vender”, afirma. O primeiro Ecolife, no bairro Butantã, em São Paulo, será entregue neste mês. Há outros seis Ecolifes lançados em São Paulo, dois no Rio de Janeiro e dois em Campinas (SP). A construtora também estuda lançamentos em Salvador, Porto Alegre e Goiânia. “Percebemos que o mercado nacional já tem condições para desenvolver esse produto”, diz o diretor da Esfera. Em Porto Alegre, o escritório de engenharia Joal Teitelbaum lançou um empreendimento similar, o Príncipe de Greenfield, que ainda está na planta. Setembro 2007 – Empreendedor – 19
Capa Segundo a empresa, “na fase de construção serão implantadas diversas ações de preservação ambiental relativas a resíduos, uso da água e redução do consumo de energia no empreendimento”. Haverá um custo adicional de 5% para implantação dos diferenciais, que gerarão uma economia de 25% nas taxas de condomínio. Os apartamentos do Príncipe de Greenfield são voltados para clientes com renda um pouco superior à dos Ecolifes: as unidades custarão entre R$ 265 mil e R$ 450 mil. Tanto a Esfera quanto a Joal Teitelbaum estão em processo de certificação ambiental dos empreendimentos. Buscam receber o selo Leed (abreviatura de Leadership in Energy and Environmental Design, ou Liderança em Energia e Desenho Ambiental), fornecido pelo United States Green Building Council, organização não-governamental norte-americana que tem o objetivo de “promover o projeto e a construção de edifícios que possuam baixo impacto ambiental e assegurem boas condições de ocupação, além de gerarem maior retorno econômico”, segundo seu vice-presidente, Thassanee Wanick. Em maio deste ano, foi fundado o Green Building Council Brasil (GBCB), com investimentos de representantes da cadeia produtiva da construção civil. Cerca de 50 empresas formam o conselho atual. Com a chegada da instituição ao país, construções nacionais podem receber a certificação Leed, reconhecida internacionalmente. “Além de fornecer o selo, vamos implementar um programa de educação, com workshops
Luiz Fernando e os Ecolifes: diferenciais representam de 2% a 3% de custo adicional na obra, mas garantem redução de até 30% nas taxas de condomínio, principalmente nas contas de água e luz
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na área de green building voltados para vários elos da cadeia de valor. Também vamos criar um prêmio anual de sustentabilidade”, afirma José Moulin Neto, vice-presidente do Green Building Council Brasil. Se traduzirmos literalmente a expressão green building, chegaremos a “construção verde”. “Mas a gente tem hesitado em falar de construção verde, porque dá a idéia de que é só uma questão ecológica, quando construção sustentável vai muito além da ecologia, envolvendo questões sociais”, diz Moulin. Ele explica que há cinco dimensões principais consideradas pelo Leed: o local da obra, que, se for uma área recuperada, gera pontos para a certificação; o uso racional da água, através de sistemas de tratamento de efluentes e captação de água da chuva; a eficiência energética do empreendimento, que deve utilizar ao máximo a iluminação e ventilação naturais, reduzindo a necessidade de luzes e refrigeração artificiais; a utilização de materiais renováveis na construção; e a promoção da qualidade do ambiente de trabalho ou moradia, levando em conta questões como conforto térmico e sonoro. Moulin afirma que, por estar baseada em parâmetros norte-americanos, a certificação necessita de adaptações para o mercado brasileiro, que vão desde a mudança do sistema métrico até a consideração da matriz energética do país, “largamente baseada em energia hidroelétrica, que não é poluente”. Além
disso, é preciso reavaliar a escala de pontos dados à reciclagem, prática bastante utilizada aqui, segundo ele. A questão social também deve ser incluída de forma diferenciada nos requisitos para obtenção do selo. “No processo de adaptação, gostaríamos de avaliar a criação de uma nova categoria que gerasse pontos para a certificação Leed. Esta categoria seria relacionada com o impacto social positivo da construção”, completa.
Assessoria ecológica Para auxiliar as construtoras no processo de certificação, empresas como o Centro de Tecnologia de Edificações e a SustentaX Engenharia de Sustentabilidade, de São Paulo, prestam consultorias desde a fase dos projetos. A SustentaX, que é membro do GBCB, oferece assessoria nas áreas de arquitetura, engenharia civil e materiais ecologicamente corretos. O grupo SustentaX engloba também a Newmar Energia, voltada para a promoção de eficiência energética, a Neutro, especializada em neutralização de carbono dos empreendimentos, e o Selo SustentaX, direcionado a produtos, construtoras e eventos. Paola Figueiredo, diretora da empresa de engenharia de sustentabilidade, explica que este selo não concorre com o Leed, mas lhe agrega valor, pois traz informações sobre procedimentos que não são abarcados pela certificação do GBCB.
Paola ressalta que construir de forma sustentável não significa necessariamente gastar mais. “Se a gente trabalha a carga térmica do prédio, vai precisar de menos ar-condicionado. Ou pelo menos de aparelhos com potências menores. Economizando na compra do equipamento, os recursos podem ser aplicados em outros itens”, diz. Ela também afirma que, como os custos de manutenção de um green building são menores, construir de forma sustentável é uma forma de ter competitividade. Agregando custos ou não ao empreendimento, o fato é que o processo de certificação custa cerca de US$ 100 mil, de acordo com o Centro de Tecnologia de Edificações. Moulin afirma, contudo, que esse valor pode diminuir. “A tendência é a gente ter, como nos Estados Unidos, um custo adicional de 1% a 6% para construir e obter o Leed.” Além dos residenciais, prédios comerciais também pretendem obter o Leed. Dois deles são o Rochaverá, em São Paulo, e o Ventura, no Rio de Janeiro, empreendimentos da norte-americana Tishman Speyer. Orçado em R$ 600 milhões, o Rochaverá terá sua primeira fase – duas das quatro torres do conjunto – entregues em outubro. Em cada um dos edifícios de 17 andares, haverá o uso de materiais reciclados e madeira certificada na obra, sensores de presença para acender luzes em áreas comuns, coleta seletiva de lixo, captação de água da chuva e do sistema de ar-condicionado para abastecimento das torres de refrigeração.
Inspirados em centros comerciais de Nova York, como o Rockefeller Center e o Chrysler Building, o Ventura e o Rochaverá serão ocupados principalmente por grandes empresas. Luiz Henrique Ceotto, diretor de Design e Construção da Tishman Speyer no Brasil, afirma que os clientes não pagarão mais caro no aluguel em função dos itens de sustentabilidade. O custo adicional para tornar a edificação sustentável foi de 3% a 4%, e estes valores são vistos por Ceotto como um prêmio de seguro para os investidores, “pois garante que os prédios não ficarão obsoletos”. Para obter a certificação Leed, foram gastos mais R$ 400
mil em cada empreendimento. Ainda em fase de simulação, está o Primavera Office Green, em Florianópolis, da incorporadora ABPS e executado pela construtora Bautec. Além dos itens de sustentabilidade mais comuns, o empreendimento também oferecerá uma estrutura de apoio para ciclistas, com estacionamento para bicicletas e chuveiros, que terão água aquecida com energia solar e depois reaproveitada para lavagens externas e regas de jardins. O desenho do prédio prioriza a iluminação natural: um jogo de janelas inclinadas e domos refletores no teto garantem a luminosidade sem a incidência direta do sol, que aumentaria a temperatura. Em
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Capa mento, temos uma equação socioeconômica para resolver ainda”, afirma Kucker. Ceotto acrescenta que o selo abrange principalmente construções novas. “Mas a gente executa só 1% do que já está pronto. Temos que dar um jeito no que está construído.” Vanderley Moacir John, professor da Escola Politécnica da USP, ressalta que, no Brasil, a agenda social é tão importante quanto a ambiental para promover a sustentabilidade na construção civil. “Eu posso ter construção verde com operários trabalhando sem equipamentos de segurança e fora da legislação”, exemplifica. Segundo ele, uma construção é sustentável quando, além de respeitar o meio ambiente e atentar para questões sociais, é economicamente viável. E é por isso que ele afirma que o impulso à sustentabilidade se dará mais por políticas públicas do que pela existência de selos como o Leed. “A certificação está realmente voltada para empreendimentos de grande porte, que são, talvez, 5% ou 6% da cons-
trução. Precisamos desenvolver soluções simples que possam chegar aos pequenos empreendedores que estão fazendo duas ou três casas para alugar na praia, negócios bem menores do que R$ 100 milhões ou R$ 200 milhões”, diz. O professor constatou que 77% das construções brasileiras são autogeridas, estando fora da abrangência de construtoras e incorporadoras.
Socioeconômico Mas até nos grandes empreendimentos a sustentabilidade ainda abrange predominantemente a dimensão ambiental, deixando questões sociais e econômicas em segundo plano, quando as três deveriam ter a mesma importância. Essa é a conclusão de uma pesquisa de John e da arquiteta e urbanista Diana Csillag. Eles analisaram 233 projetos latino-americanos que se candidataram ao Holcim Awards, prêmio de sustentabilidade dado por uma indústria cimenteira. A análise consta-
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parceria com o Laboratório de Conforto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foram implantadas tecnologias de regulação acústica e térmica. No quesito temperatura, outra inovação é o ar-condicionado insuflado pelo piso. Conforme as pessoas pisam no chão, há um choque de calor em relação a um colchão de ar frio colocado embaixo do piso. Essa diferença térmica faz o ar circular através de saídas laterais. Segundo Olavo Kucker Arantes, diretor da Bautec, o sistema não vai substituir completamente o ar-condicionado convencional, mas pelo menos vai reduzir seu uso. Mesmo buscando a certificação Leed para seus empreendimentos, Ceotto e Kucker entendem que o selo não resolve o problema da sustentabilidade no país, pois, devido aos altos custos para sua obtenção, fica restrito a grandes empreendimentos, além de não ter sido pensado para o contexto brasileiro. “O Leed é uma certificação boa, mas muito boa para o mercado norte-americano. A nossa realidade é diferente. Como somos um país em desenvolvi-
Voltada para grandes construções, certificação ainda não atinge empreendedores que fazem duas ou três casas
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Agência certificada
tou que o conceito é tratado principalmente no nível do meio ambiente em 87% dos casos. O econômico foi considerado em 64% dos projetos, e o social, em 54%. O Brasil, junto com o México, apresentou um dos tripés mais equilibrados: em 88% dos projetos, o trato com o meio ambiente tem destaque, enquanto as dimensões do econômico e do social aparecem em, respectivamente, 65% e 59% dos concorrentes. Os pesquisadores afirmam que esse tratamento desigual das diversas questões que a sustentabilidade envolve demonstra que os profissionais ainda não têm conhecimento sobre o tema e não consideram o ciclo de vida da construção, concentrando-se apenas em melhorias nos projetos. John, Ceotto, Kucker e Diana Csillag fazem parte do recém-lançado Conselho Brasileiro de Construção Sustentável. Presidido por Marcelo Takaoka (o empreendedor do Gênesis I e II), a organização visa principalmente à produção de conhecimento e divulgação de informações sobre a sustentabilidade na construção civil, além de participar na formulação de políticas públicas para o setor. Francisco Vasconcellos, vice-
Dispositivos garantem redução de até 85% no consumo de água
va, destinada ao uso em descargas, e de tratamento de esgoto, voltado para irrigação de jardins. Estes dispositivos garantem uma redução de até 85% no consumo de água em relação a uma construção convencional. O projeto da agência prioriza a reci-
clagem nos materiais de construção e acabamento. O cimento usado foi produzido com resíduos de altos fornos siderúrgicos, e os carpetes têm fibras de garrafas pet na sua composição. Do entulho gerado na obra, boa parte foi reaproveitada ou reciclada.
presidente do Sinduscon–SP e integrante do Conselho, lembra que os espaços do CBCS e do Green Building Council Brasil são distintos: “O GBCB é um sistema de certificação. O CBCS é muito mais amplo. Vai desde a definição de conceitos, difusão de informações, passando por participação em políticas públicas e validação de sistemas de certificação. A questão da certificação é
um negócio, gera recursos, a nossa fonte de recursos não é essa. Somos uma ONG que quer gerar conhecimento e divulgar”. Um dos principais desafios para a construção civil, segundo o CBCS, é a informalidade, que engloba o desrespeito a leis trabalhistas, ambientais e fiscais. A promoção da sustentabilidade na construção civil depende, portanto, do combate à informalidade no setor, mais do que a implantação de tecnologias e materiais ambientalmente corretos. Olavo Kucker, que também é diretor de meio ambiente do Sinduscon–SC, afirma que, para auxiliar na solução deste problema, o Conselho está formulando um manual para sustentabilidade em construções autogeridas, voltado para o público de baixa renda. Mas o trabalho não pára aí: a organização já montou uma extensa lista de obstáculos à sustentabilidade no Brasil, que abrange desde mudanças em legislações até a formação e capacitação de profissionais, passando pela orientação dos consumidores e a pesquisa de materiais e processos inovadores. Vencidas essas barreiras, o Brasil pode virar um canteiro de obras sustentáveis.
DIVULGAÇÃO TISHMAN SPEYER
Numa primeira olhada, fica difícil dizer que a agência Granja Viana do Banco Real ABN Amro, em Cotia, na Grande São Paulo, é um green building. Com um exame mais atento, contudo, talvez seja possível perceber por que este prédio foi o primeiro da América Latina a receber o Leed, certificação de construções sustentáveis fornecida pelo United States Green Building Council. Inaugurada em janeiro deste ano, após oito meses de construção, a agência ganhou o selo em julho. O processo de certificação durou quase um ano. Além da área verde, que ocupa 25% do terreno, o desenho da agência favorece o aproveitamento de iluminação e ventilação naturais. O edifício possui sistemas de captação de água da chu-
Ceotto, da Tishman Speyer: selo custou mais R$ 400 mil por obra
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Novo ciclo da água Economia com reaproveitamento da chuva e uso racional é sentida em até seis meses “Em Rio dos Cedros, onde nasci, tinha a água do córrego. Meu primeiro brinquedo, aos sete anos, foi fazer um caninho de taquara e pôr um capim embaixo para vê-lo mexer embaixo da queda d’água.” Quase oitenta anos depois, Luiz Campestrini continua interessado por água. Um dos seus últimos brinquedos é o Kapágua, um sistema para residências que capta, filtra e armazena a água da chuva, além de tratar os resíduos do chuveiro para reutilizá-los em vasos sanitários, gerando uma economia de 33% no consumo. O aparelho, que custa cerca de R$ 4 mil, é formado por um reservatório de 200 litros colocado embaixo do ralo do chuveiro, em que parte da água usada vem da chuva e é aquecida pelo sol, através de coletores feitos de garrafa pet. Depois de passar pelo ralo, a água é filtrada e reclorada, e fica guardada até ser usada na descarga, para onde é transportada por uma bomba elétrica. “O motor da bomba é bem simples, de 60 watts. Como é usado durante apenas seis segundos a cada descarga, não gasta praticamente nada a mais na conta de luz”, explica Campestrini. O Kapágua é patenteado, e o pesquisador pretende desenvolvê-lo em larga escala, junto com a Cooperativa de Reciclagem de Água e Recursos Naturais Renováveis, de Curitiba. O objetivo deles é que o sistema possa ser vendido a R$ 2,5 mil. A iniciativa de Campestrini ainda é pequena – só foi implantada em cinco casas –, mas há empresas que se especializaram na implantação de sistemas de tratamento e reuso de água. A Acquabrasilis, de São Paulo, é uma delas. Desde 2001, a empresa desenvolve estações compactas de tratamento de esgoto doméstico para reutilização da água. Montou projetos para a Petrobrás e para construtoras como Gafisa e Setin, que utili-
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zou o sistema nas dez torres do residencial Mundo Apto, na capital paulista. Sibylle Muller, diretora da empresa, explica que os serviços mais solicitados são os de captação da água da chuva para residências. “Nosso trabalho é verificar se a edificação tem viabilidade para instalação do sistema, o que depende da área de captação e do índice pluviométrico do lugar. Às vezes, só dá para regar o jardim.” Ela lembra que o tratamento das águas pluviais é fundamental, já que a chuva entra em contato com poluentes no seu caminho até o reservatório. Mas a maior parte da receita da Acquabrasilis vem de projetos de tratamento e reuso de esgotos domésticos, executados principalmente para grandes empresas interessadas em obter certificação ambiental. “Temos trabalhado muito neste sentido. Para o Leed, por exemplo, o uso racional da água conta sete pontos, num total de 20”, afirma a
Sistemas fazem captação e tratamento da água da chuva
diretora da empresa. Com o aumento da demanda por serviços que promovam a sustentabilidade, a Acquabrasilis deve ter um crescimento de 100% na receita. “No primeiro semestre de 2007, já temos o mesmo faturamento de todo o ano passado”, diz Sibylle. A promoção do uso racional da água, que envolve contenção de desperdícios e reeducação ambiental, é o foco da Fatorágua, empresa de engenharia de soluções e resultados. Formada em 2003 por dois ex-funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a Fatorágua realiza diagnósticos sobre o consumo de água em indústrias, hospitais e condomínios, e propõe medidas para utilizá-la melhor. “Quase sempre, temos que fazer reparos em vazamentos e atualização de equipamentos”, explica o engenheiro Elbio Camillo Júnior, diretor da empresa. Ele afirma que está desenvolvendo, em conjunto com o Centro de Referência em Uso da Água da USP (Cirra), um sistema de reuso de águas cinzas para sanitários, lavagem de áreas externas e regas de jardins. “A vantagem é que ele poderá ser implantado em edificações antigas”, explica. A Fatorágua trabalha com remuneração por resultados: o cliente só paga o serviço após constatar economia no consumo. De acordo com Camillo, isso leva de três a quatro meses após a implantação das melhorias. “Para sentir o resultado no bolso, são mais dois meses”, completa. O tempo para retorno do investimento varia de acordo com o estado das instalações antigas e as mudanças feitas. Camillo calcula cerca de um ano. Mas o trabalho da Fatorágua não termina quando há economia de água. A equipe multidisciplinar da empresa continua acompanhando os clientes, cobrando uma taxa de manutenção. “Fazemos visitas periódicas para evitar outros vazamentos, verificar os hábitos de consumo e até ministramos palestras.”
DIVULGAÇÃO AGÊNCIA ENERGIA
A hora do sol Uso de fontes alternativas de aquecimento torna-se obrigatório em algumas cidades O crescimento da tendência de sustentabilidade na construção civil, a preocupação com possíveis “apagões” e a aprovação de leis que tornam obrigatório o uso de fontes alternativas de aquecimento em algumas edificações vão esquentar o mercado da energia solar a partir de 2007. Em São Paulo, onde a lei municipal que dispõe sobre a obrigatoriedade das placas está em fase de regulamentação, os alvos são casas com mais de três banheiros, e indústrias e estabelecimentos comerciais que usam água quente, como clubes, academias e hotéis. Pelo menos 40% do aquecimento de água de novas edificações deverá ser feito pelo sol. A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) calcula que só nessa cidade serão instalados cerca de 40 mil metros quadrados de coletores, gerando uma economia de R$ 58 milhões logo no primeiro ano de uso em residências. De um lado, economia nas contas de luz dos consumidores. Do outro, crescimento dos lucros dos fabricantes de aquecedores. Segundo a Abrava, o setor deve ter um aumento de 25% no faturamento com a aprovação da lei na capital paulista e em outros municípios. Há fornecedores que têm perspectivas mais otimistas: a Heliotek, de São Paulo, que tem observado um crescimento de 10 a 20% ao ano, estima um aumento de 30 a 35% no faturamento a partir de 2007. “As leis terão um efeito progressivo, que será sensível principalmente nos próximos dois ou três anos. Depois, vai estabilizar”, afirma Jayme Sillos, diretor comercial da empresa. As residências representam 60% dos clientes da Heliotek, mas a fábrica tem se especializado também no atendimento a grandes obras. A Soletrol, de São Manuel, no inte-
rior paulista, também prevê um aumento de 30% da receita deste ano em relação a 2006. Mas, de acordo com Luís Augusto Mazzon, diretor da empresa, a legislação só deve surtir efeito no mercado a partir de 2008. “Como ainda estão em fase de regulamentação, estas legislações vão demorar a ter reflexo no mercado”, explica. Quase 90% das aplicações da Soletrol são em casas com mais de 200 metros quadrados. Ele lembra que as habitações populares constituem outro nicho promissor. “Onde há demanda de água quente, tem potencial consumidor. E é na base da pirâmide que ele vai crescer mais.” Se as previsões de Mazzon se confirmarem, quem poderá sair ganhando é a Transsen, sediada em Birigüi, cidade a 521 quilômetros de São Paulo em que desde junho é obrigatória a instalação de aquecedores solares em casas construídas dentro de conjuntos habitacionais. A empresa, que registrou um crescimento de 200% nos últimos cinco anos, espera que o faturamento de 2007 seja 20% maior que o de 2006. Para manter o ritmo da expansão, os fabricantes investem cerca de 3% da receita em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e tecnologias. Segundo Jayme Sillos, é isto que traz o diferencial dos grandes fornecedores em relação às mais de 100 pequenas fábricas de aquecedores solares existentes no país. “Tem muito ‘professor Pardal’ que faz coletores baratos, mas com baixa eficiência. Mas a realidade não é essa. Para ser comercializado, o produto não pode ser pensado deste modo”, diz. Além dos fabricantes de coletores, empresas que prestam consultoria em aquecimento solar têm perspectivas de crescimento com o aumento da preocupação com sustentabilidade. A Agên-
Setor de aquecimento solar deve ter um aumento de 25% no faturamento com a aprovação de lei em São Paulo e outras cidades
cia Energia (AE), de Belo Horizonte, atua neste segmento desde 1993 e estima crescer 30% em 2007. O engenheiro mecânico Rodrigo Trindade, um dos diretores da AE, afirma que a empresa surgiu a partir da demanda por informações técnicas que não estivessem ligadas a interesses comerciais. “A idéia era oferecer esse serviço com mais profissionalismo do que a área acadêmica freqüentemente faz.” Ele afirma que a procura era tão grande, que logo foram absorvidos pelo mercado. “Já orientamos 560 instalações em mais de 160 cidades do Brasil”, diz. A empresa também prestou consultorias para o projeto Cingapura, em São Paulo, e para conjuntos habitacionais em Minas Gerais, além de serviços em Angola, França e Alemanha. Para Trindade, a principal vantagem que o consumidor tem ao contratar este tipo de serviço é a imparcialidade da atuação da agência: “Como não temos interesse comercial, fazemos a solução mais adequada para o cliente.” Setembro 2007 – Empreendedor – 25
Capa
Apoio especializado Assessorias oferecem suporte a profissionais no desenvolvimento de projetos sustentáveis Construir com ecoeficiência ainda pode ser um desafio para engenheiros e pedreiros. Para facilitar esta tarefa, pequenas empresas de consultoria e escritórios de arquitetura têm se especializado na confecção e instalação destes projetos. A EcoCasa, de Limeira, no interior de São Paulo, trabalha com soluções residenciais e corporativas que envolvem o uso racional da água, eficiência energética e adoção de materiais ecológicos nas construções. Todas estão presentes no portfólio da Oficina Arquitetura e Sustentabilidade, de Curitiba, mas são entendidas pelos sócios-proprietários como parte essencial, e não especial, da arquitetura.
Produção limpa: tijolos ecológicos não necessitam de cozimento
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Foi a partir da crise energética de 2001 que o químico Márcio Pereira, hoje diretor da EcoCasa, percebeu que havia demanda por projetos de redução do consumo de eletricidade no Brasil. “O apagão significou que era preciso desenvolver alternativas para a eletricidade. Mas depois o mercado constatou que o verdadeiro apagão não era de eletricidade, mas de água, já que nossa matriz são as hidrelétricas”, explica. Até hoje, os principais projetos corporativos atendidos pela EcoCasa são nas áreas de água e energia. A empresa executa projetos de estações de tratamento de esgoto, captação de água da chuva, reuso de efluentes de lavatórios, implantação de placas de aquecimento solar e de geradores eólicos. De acordo com Pereira, a empresa tem crescido em média 30% ao ano e atualmente está orientando três projetos que buscam a certificação Leed. “A demanda por sustentabilidade triplicou em relação ao ano passado. As empresas estão tomando uma posição muito voltada para o marketing ambiental”, diz. Para residências, Pereira afirma que o interesse maior é por materiais alternativos, e o carro-chefe das vendas é a madeira ecológica, feita de plástico reciclado, e usada em bancos e decks. Tijolos ecológicos que não necessitam de cozimento, e tintas à base de terra e água são outras soluções oferecidas. Pereira calcula que, para construir uma casa “verde”, que utiliza o máximo possível de energias renováveis, reciclagem de água e materiais de baixo impacto ambiental, o custo adicional da construção é de 20%. “Isso porque são agregados mais equipamentos e tecnologias na casa”, explica. Segundo ele, estes investimentos têm retorno em médio e longo prazos: um sistema de aquecimento solar, por exemplo, se
paga em três ou quatro anos de uso. O aparelhamento para captar água da chuva demora mais tempo, cerca de dez anos. A economia no consumo chega a 40% para água e 60% nos projetos de energia. Mas trazer sustentabilidade para uma construção não precisa ser sinônimo de gastos adicionais. “Um bom projeto arquitetônico, a princípio, é sempre sustentável. Trabalhamos essa essência da arquitetura com a causa emergencial da sustentabilidade”, afirma o arquiteto Gabriel Gallarza, da Oficina Arquitetura e Sustentabilidade. Desde 2005, ele e a sócia Maria Augusta Baptista formulam projetos residenciais com incorporação de sistemas de reuso de águas cinzas, captação de água da chuva, aquecimento solar e tratamento de esgoto por zona de raízes, além de utilizarem materiais como telhas de plástico e alumínio reciclados. Eles não consideram esses serviços, contudo, como diferenciais de mercado. “Nossa postura é ser arquiteto, simplesmente. Acham que a sustentabilidade é um conceito muito especial, quando deveria ser constante numa sociedade inteligente”, diz Gallarza. As soluções variam de acordo com o contexto de cada projeto. “Ser sustentável também é primar por produtos que percorram menos estradas. Às vezes, o cliente mora do lado de uma olaria, então não tem por que usar uma telha ecológica”, exemplifica Gallarza. Ele destaca que, apesar de a sustentabilidade não ser uma novidade para a arquitetura, vários profissionais ainda têm dificuldade em lidar com questões como a inserção urbana da edificação e o gerenciamento da obra. Além disso, Maria Augusta lembra que a “sustentabilidade na arquitetura vai muito além do simples uso de tecnologias e materiais sustentáveis, pois é definida também por reflexões no âmbito econômico, ambiental, psicológico, social e cultural”.
À base de resíduos Reaproveitamento de materiais ainda depende de melhor gerenciamento de sobras na obra O uso de resíduos na construção civil não é uma técnica recente. Segundo o professor Vanderley John, da Politécnica da USP, 40% do cimento usado no Brasil é composto por cinzas provenientes de termoelétricas, e 80% do aço utilizado em concreto armado vem da reciclagem. Na Ediplan, empresa residente na Incubadora Tecnológica da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Interp), em Campo Grande, essa gama de materiais é maior. Garrafas pet, papelão, raspas de pneu e flocos de isopor são algumas das matérias-primas usadas no Sistema Integrado Construtivo (SIC), o principal projeto da empresa. A construção das casas através do SIC é feita com formas, preenchidas com os materiais reciclados. Com estes recursos, não é preciso usar tijolos nem formatar vigas e baldrames. Segundo Geraldo Rolim, diretor da Ediplan, a edificação construída assim fica pronta mais rápido e com um custo menor. “Além disso, deixamos de devastar os 30 metros quadrados de floresta necessários para queimar os tijolos de 1 metro quadrado de construção”, afirma. O uso de materiais como isopor e papelão também
SIC utiliza formas preenchidas com materiais reciclados, como garrafas PET, para montar paredes da casa
assegura o conforto térmico e acústico do ambiente. Rolim explica que o objetivo da Ediplan é a pesquisa de novos materiais para a construção, e por isso a empresa não produz muitas casas de uma vez. O principal projeto que ele está administrando é a construção de um condomínio de seis casas de três quartos em Campo Grande. Em cada uma, será usado um material diferente na construção. Rolim afirma que também tentará embutir canaletas de circulação de água nas paredes, que atuarão como um aquecedor solar. Mesmo aproveitando diversos tipos de sobejos, a construção civil ainda tem outro desafio: “O principal é começar a consumir os nossos próprios resíduos”, afirma Vanderley John. O uso de entulho triturado em base de pavimentações já é comum, mas o professor da Poli está desenvolvendo, em parceria com o Sinduscon–SP, uma metodologia para classificar e separar os grãos de resíduos de maior resistência, o que possibilitaria seu uso em edificações. Esse processo, que atualmente é quase artesanal, seria informatizado, envolvendo tratamento e análise de imagens digitais, geradas por câmeras de baixo custo. Além de programas de informática, o gerenciamento de entulhos da construção também contribuiria para seu possível reuso. A Obra Limpa, empresa de consultoria e gestão de resíduos de São Paulo, promove este trabalho nos canteiros dos seus clientes. “A primeira coisa que identificamos é a possibilidade de reaproveitamento”, afirma Elcio Careli, diretor da Obra Limpa. Ele afirma que dificilmente a reciclagem é
possível no canteiro, onde o volume diário de resíduos produzido é pequeno para a capacidade dos equipamentos. “Mas se o resíduo é tirado da obra e levado para uma central de reciclagem, fica mais viável”, diz. O entulho, contudo, precisa chegar a esta central razoavelmente separado, para não misturar materiais de alta e baixa resistência, como alvenaria e gesso. Segundo Careli, juntar esses restos é ainda uma prática comum que inviabiliza a reciclagem do entulho. Para evitar estes problemas, a Obra Limpa implanta programas de gestão de resíduos nas obras, com capacitação dos profissionais e instalação de recipientes adequados para cada tipo de material. “Segregando corretamente os resíduos, se aproveitam melhor os espaços de acondicionamento das caçambas, diminuindo os custos com o transporte”, completa Careli.
Linha Direta Acquabrasilis: www.acquabrasilis.com.br Ag. Energia: www.agenciaenergia.com.br Bautec: www.bautec.com.br CBCS: www.cbcs.org.br EcoCasa: www.ecocasa.com.br Ediplan: (67) 3027-4081 Esfera: (11) 3293-3293 Fatorágua: www.fatoragua.com.br GBCB: www.gbcbrasil.org.br Heliotek: (11) 4166-4600 Joal Teitelbaum: (51) 4009-6300 Luiz Campestrini: (41) 3252-3804 Obra Limpa: www.obralimpa.com.br Oficina Arquitetura e Sustentabilidade: http://oficinaprojetos.arq.br Soletrol: www.soletrol.com.br SustentaX: (11) 3062-3352 Tishman Speyer: (11) 5504-7396 Transsen: 0800 773 7050 Setembro 2007 – Empreendedor – 27
Tributos
Supersimples é complicado Novo sistema de tributação das MPEs confunde empresários por
Francis França
Em vigência desde o dia 1º de julho, o Supersimples faz jus ao nome pela união de oito impostos em uma única guia, pagos apenas uma vez por mês. Entretanto, até adquirir o direito de emitir essa guia, as micro e pequenas empresas (MPEs) tiveram que atender a mais de dez requisitos e, no final das contas, mesmo com a possibilidade de entrar no sistema, precisaram fazer cálculos para decidir se deveriam mesmo aderir. Para saber se o Supersimples é vantajoso, além de não se enquadrar em nenhuma das restrições, as empresas tiveram que lidar com cinco tabelas que diferenciam indústria, comércio e serviços, e identificar sua média de cálculo entre 23 faixas, com 20 alíquotas diferentes. As empresas que aderiram ao Supersimples terão até o último dia útil de janeiro para analisar se a mudança foi positiva e decidir se vão permanecer no sistema. Nem todos se beneficiaram com a nova tributação. Algumas empresas, principalmente do setor de serviços, ficaram com carga tributária mais pesada e precisaram migrar para outras formas de recolhimento (Lucro Real e Lucro Presumido). Em resposta às críticas e para ampliar o alcance do Supersimples, o governo sancionou, no dia 14 de agosto, a Lei Complementar nº 127, que alterou algumas INDEX OPEN
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MÁRCIA GOUTHIER/ASN
regras do sistema e possibilitou a adesão de 1,5 milhão de novas empresas, além de corrigir a tributação de 90 segmentos que foram enquadrados, de forma equivocada, em tabelas de tributação mais alta quando o sistema foi implantado. Mas as alterações não foram suficientes para sanar as dúvidas em relação ao Supersimples. Muitos empresários ainda estão confusos quanto aos benefícios gerados pelo novo modelo de tributação. “Estou como todo mundo no Brasil, não sei até que ponto é bom mesmo. No começo, parecia tudo muito lindo, mas aí você vai lendo nas entrelinhas da legislação – que não é simples – e vê que nem tudo são flores”, diz Cristiani Coelho, proprietária da Innovation, Escola de Idiomas e Treinamento Corporativo. A escola, criada em 2002, com sede em São Paulo, estava enquadrada no Lucro Presumido, porque era impedida de entrar no Simples antigo, e, agora, com as novas regras, pôde entrar no Supersimples. A empresa presta serviços em outros Estados e precisava recolher o ISS duas vezes – no Estado-sede e onde o serviço foi prestado. Com o Supersimples, terá redução de imposto. Cristiani comemora a redução na carga, mas se diz incomodada com a complexidade na nova lei. “Eu sou empresária, tenho que entender do que eu faço, do serviço que eu ofereço, não de gestão tributária, de burocracia. Já tenho um tanto de teoria sobre o Supersimples, li um monte de coisas, assisti a palestras para entender e espero que seja bom, mesmo. Eu já estive bem mais animada, agora entrei em uma fase de questionamento, vendo se realmente vai haver vantagens no resultado”, diz.
Quebra-cabeça No quebra-cabeça do Supersimples, as prestadoras de serviços que possuem folha salarial inferior a 40% do faturamento ficaram com a carga
Cristiani Coelho: “Sou empresária, tenho que entender do que eu faço, não de gestão tributária”
André Spinola: objetivo é beneficiar empresas que realmente geram empregos
tributária mais alta. Elas fazem parte das empresas enquadradas no Anexo V da Lei Complementar 123/2006 (que criou o sistema), sujeitas às variações tributárias do fator “r”, que determina o peso dos impostos e pode variar de 4% a 15%, conforme a participação da folha salarial no faturamento. O objetivo, de acordo com André Spinola, consultor de políticas públicas do Sebrae Nacional, é evitar que pessoas sejam contratadas individualmente como pessoa jurídica. “O que se quer é que as empresas que realmente gerem empregos sejam beneficiadas”, diz. A LC 127 retirou do Anexo V algumas empresas que já estavam no Simples Federal e foram prejudicadas com o enquadramento, mas muitas atividades permaneceram na tabela, como escritórios de serviços contábeis, academias de ginástica e empresas de vigilância. As atividades que permaneceram na tabela foram mantidas de propósito, para coibir a contratação de pessoa jurídica individual no lugar de funcionário. Para o consultor jurídico Bruno Queija, a regra criminaliza empresas que pagam regularmente seus impostos. “O governo trabalha como se o empresário nessa situação fosse clandestino. Clandestina é a pessoa que vende numa barraquinha sem ter alvará. A pessoa que trabalha e abre
uma empresa individual, quando emite nota fiscal, recolhe imposto, mas está sendo tratada como se estivesse burlando a lei”, critica Queija. Segundo ele, a lei trabalhista é engessada demais, e a dinâmica do mercado exige formas de funcionar com mais agilidade, para favorecer a empresa e o prestador de serviço, que pode ter vários clientes. O segundo colocado nas críticas ao Supersimples é o artigo 23 da LC 123, que se tornou uma dor de cabeça para milhões de microempresas, especialmente aquelas que não vendem para o consumidor final. Ele proíbe a transferência de créditos de ICMS, acumulando o imposto na cadeia de produção. Antes, quando uma empresa comprava um produto em uma linha de fornecimento, podia descontar, do imposto a pagar, o ICMS já pago pelo vendedor anterior, lançando na conta a parcela de crédito. Com a nova lei, o ICMS é pago na íntegra por cada um dos fornecedores do produto. O aumento da tributação forçou as empresas a reduzirem a margem de lucro para compensar o peso dos impostos e obrigou a migração para o recolhimento com base no Lucro Presumido, que permite contabilizar o custo dos impostos sobre o produto. O artigo 23 tirou o sono de Émerson Mendes, dono da transportadora Setembro 2007 – Empreendedor – 29
Tributos Tranpoten, com sede em Santos (SP). Criada há um ano, a empresa corre o risco de fechar as portas por causa do peso dos impostos. “A minha carga tributária, que era 8% sobre o faturamento mensal, com o Supersimples, passou para 16,75%, porque eu não posso mais aproveitar o ICMS”, reclama o empresário. Pagar duas vezes mais impostos do que no sistema antigo ainda é a melhor alternativa para Mendes. Se migrar para o Lucro Presumido, segundo ele, sua carga tributária vai ficar ainda maior, em função do imposto de renda, pago trimestralmente. Para reduzir custos, ele pretende cortar funcionários e economizar no gasto com terceiros. O orçamento que estava previsto para a informatização da empresa será realocado, e os investimentos previstos no início do ano terão que esperar. “Em longo prazo, se o governo não tomar nenhuma providência, vai ficar cada vez pior, e isso acaba prejudicando as empresas que estão pensando em começar. O volume de serviço tem que ser muito grande para conseguir se manter com essa carga tributária”, diz Mendes, que pretende entrar na Justiça, junto com o sindicato patronal das Queija: reação do empresariado só vai ser percebida no próximo ano
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transportadoras de Santos, pedindo a reconsideração da norma.
Dívidas parceladas A possibilidade de parcelamento das dívidas tributárias é uma das vantagens oferecidas pelo novo sistema. Quem aderiu ao Supersimples tem até o dia 31 de outubro para regularizar a situação junto à Receita Federal e pode parcelar o débito em até 120 meses. Entretanto, quem estava questionando débitos fiscais na Justiça pode ter sido prejudicado. Segundo Bruno Queija, em face da obrigatoriedade na regularização dos débitos, União, Estados e municípios estão cobrando dívidas já prescritas (anteriores a 2002), e está havendo a exigência de débitos já pagos. De acordo com o estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), das 1,4 milhão de empresas com débito e que podem aderir ao Supersimples, cerca de 400 mil estão sendo cobradas indevidamente. “Entra tudo em um mesmo pacote, e o empresário é obrigado – e este é o lado nefasto da coisa – a aceitar a conta que for apresentada. Assina-se um
pedido de parcelamento com pagamento de uma primeira parcela, e a conta vem depois. É um cheque em branco”, diz o consultor. Para ele, as esferas governamentais estão brigando por fatias tributárias, e a mudança no sistema de tributação veio a calhar para que a União receba a quitação das dívidas de todas as MPEs de uma só vez. Segundo dados da Receita Federal, 3.154.085 empresas aderiram ao Supersimples, 1.816.982 optaram pelo regime até o dia 20 de agosto, e 1.337.103 migraram automaticamente do antigo Simples Federal. Do total de solicitações, 18,4% tiveram algum tipo de pendência, e 4,2% tiveram o pedido de adesão indeferido por problemas cadastrais. Para Queija, a reação do empresariado só vai ser percebida no próximo ano, porque algumas adequações só vão entrar em vigor a partir de 2008. Em alguns casos, as vantagens são significativas e já podem ser contabilizadas. A rede de lojas Algodão Brasil, fundada em 2004, em São Paulo (SP), já comemora a redução nos impostos, que caíram de 12% para 6% sobre o faturamento. Márcia Saggio, proprietária da empresa, pagava ICMS integral por ter três endereços, e agora, com o
Supermudanças Supersimples, passou a pagar tributos só pelo faturamento. Com a economia, vai aproveitar para investir em mais produtos. “Eu tiro nota fiscal de tudo, não faço nenhuma mágica, e, como faço tudo muito certinho, estava com a atividade quase inviabilizada. Com a nova lei, a gente vai poder seguir em frente, agora”, diz Márcia, que planeja abrir novas lojas na Grande São Paulo. Em relação a questões trabalhistas, civis, empresariais, e de acesso ao crédito e ao mercado, o Supersimples traz claras vantagens a quem se enquadra no sistema. As MPEs terão simplificações nas relações de trabalho, como dispensa de afixação de quadro de trabalho, e as fiscalizações serão prioritariamente orientadoras. Terão, também, mais facilidade na participação de licitações, pois só precisarão apresentar certidões negativas de débitos tributários caso sejam vencedoras.
Linha Direta André Spinola: (61) 3348-7409 Bruno Queija: (13) 3284-2131 Cristiani Abreu Coelho: (11) 3845-1777 Émerson Mendes: (13) 3221-4537 Márcia Saggio: (11) 3816-2814
Mendes: “O volume de serviço tem que ser muito grande para suportar a carga tributária”
Alcance da Lei O Supersimples abrange obrigatoriamente as três esferas do poder público e não depende mais da assinatura de convênio dos Estados e municípios com a União.
Enquadramento
Alíquotas
Os limites de faturamento anual continuam os mesmos para enquadramento como micro e pequena empresa – R$ 240.000,00 e R$ 2,4 milhões, respectivamente. No entanto, Estados e seus respectivos municípios, com participação em até 1% do PIB (RO, AC, RR, AP, TO, MA, PI, RN, PB, AL, SE) poderão adotar o limite de R$ 1,2 milhão. A participação até 5% do PIB (AM, PA, CE, PE, BA, ES, SC, MT, MS, GO e DF) permite adotar o limite de R$ 1,8 milhão. Se a participação for superior a 5% do PIB (MG, RJ, SP, PR e RS), o limite continua de R$ 2,4 milhões.
A tributação é diferenciada de acordo com o ramo de atividade. As novas alíquotas passam a variar da seguinte forma: Comércio: 4% a 11,6% (já incluído o ICMS) Indústria: 4,5% a 12,1% (já incluído o ICMS) Serviços I: 6% a 17,4% (já incluído o ISS) Serviços II: 4,5% a 16,85% (já incluído o ISS) + 20% de INSS sobre a folha Serviços III: 6% a 18,5% (já incluído o ISS) + 20% de INSS sobre a folha
Desburocratização de abertura de empresas
Cálculo do imposto
Para abrir a empresa, será necessário apenas registro simplificado dos atos constitutivos, e a empresa terá apenas um número de identificação, baseado no CNPJ. A entrada de documentos será feita de forma unificada, e deixam de ser obrigatórias as vistorias prévias para atividades sem risco.
As empresas poderão optar pela tributação com base na receita recebida, isto é, só será tributado naquele mês o que efetivamente entrou no caixa.
Exportações Não haverá mais incidência de impostos sobre as receitas de exportações realizadas por ME e EPP.
Encerramento das atividades
Compras governamentais
MPEs sem movimento há mais de três anos poderão encerrar atividades independente do pagamento de taxas ou multas. As empresas poderão ser baixadas imediatamente, independente de haver débito tributário – se houver, os sócios responderão por esses débitos.
MPEs terão preferência nas compras até R$ 80 mil, sempre que tiverem condições de fornecer a preços competitivos. Prevê, ainda, a simplificação na participação em licitações.
Unificação de tributos O Supersimples engloba contribuições, taxas e impostos federais (IRPJ, PIS, Cofins, IPI, CSL, INSS sobre folha de salários), estaduais (ICMS) e municipais (ISS), que serão recolhidos mensalmente a partir da mesma base de cálculo.
Crédito Cooperativas de crédito das quais participem MPEs terão acesso direto a recursos do FAT e a linhas de crédito específicas para o segmento.
Estímulo à inovação As MPEs terão direito a 20% dos recursos de tecnologia de todos os órgãos e entidades. Fonte: Sebrae Nacional
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Gestão
Quanto vale? Estratégia de formação de preços busca a maximização dos lucros por
Natacha Amaral
Quanto vale meu produto ou serviço? Responder a essa pergunta de forma precisa geralmente é um grande desafio para a maioria dos empresários, seja da indústria, seja do comércio ou prestação de serviços. Enquanto estipular preço é um critério subjetivo como fazer arte para alguns, tratase de ciência com técnicas bem definidas para outros. Há hoje diversas metodologias aplicadas no mercado que levam em conta desde custos de produção até a psicologia do consumidor. Com tantas opiniões de especialistas na área, fica claro que não há uma fórmula única para a formação de preços. Ainda assim, algumas técnicas têm conseguido maior impacto na lucratividade das empresas. Entre os métodos mais utilizados hoje para a formulação de preço, está o chamado Markup, prática que envolve somar custos fixos e variáveis a uma determinada margem de lucro estabelecida pelo empresário. Outra técnica bastante comum é a análise do que a concorrência faz com seus preços e a adoção de valores similares aos do mercado. Para o especialista em gestão de preços da QuantiZ, Frederico Zornig, esses procedimentos realmente funcionam, e parecem até viáveis pela praticidade e rapidez para muitos negócios, mas não são eficientes para a maximização do lucro, principalmente no caso de grandes companhias. Segundo ele, quem faz o preço não é o mercado nem os custos, que servem basicamente para apenas balizar um valor mínimo e monitorar se as vendas estão ocorrendo com ganho ou prejuízo.
32 – Empreendedor – Setembro 2007
“Quem determina o preço é o cliente”, destaca. Trata-se de uma forma mais elaborada denominada pricing, prática que já se consolidou nos Estados Unidos desde 2000 e agora ganha espaço no Brasil. De acordo com essa escola, a maximização dos lucros de uma empresa vem de explorar uma questão fundamental: como cobrar mais caro. Aparentemente óbvio, o princípio faz grande diferença. “Um por cento em ganho de preço normalmente gera 10% de aumento na lucratividade, enquanto que a redução de custos ou o aumento do volume de vendas em um por cento significa crescimento de apenas 3% na rentabilidade”, exemplifica Zornig, citando estudo feito pela consultora norte-americana McKinsey, com dados de sociedades anônimas do mundo todo. Mas cobrar mais não quer dizer aumentar valores aleatoriamente. Significa desenvolver produtos diferenciados para diversos nichos de mercado e estabelecer preços distintos para cada segmento de consumidores com o objetivo de potencializar a margem total de contribuição da empresa. O consultor relata como se dá a aplicação desses métodos no dia-a-dia das organizações. “Prestamos consultoria para uma empresa que tem mil produtos à venda com variação de preço, do item mais barato para o mais caro, de sete vezes. Reajustamos a variação, que era de 100 a 700, para de 90 a 3,6 mil.” O especialista explica que a mudança, aceita pelo consumidor, foi baseada na lógica de que os produtos menos valorizados deveriam ter um preço ainda mais baixo para ganhar competitividade. Já os itens mais caros eram tão exclusivos e diferenciados que poderiam ter aumento de 36 vezes em relação ao preço-base inicial. Para implantar alterações dessa natureza, são realizadas pesquisas qualitativas a fim de entender as preferências do
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cliente e, a partir daí, traçar estratégias. Por meio de estatísticas e análises, é possível descobrir de que características do produto o consumidor mais gosta, em qual delas a empresa se diferencia dos concorrentes e o quanto o cliente estaria disposto a pagar por esses atributos exclusivos. “Se fosse uma geladeira, poderia ser cor, marca, formato ou capacidade de volume”, exemplifica Zornig. Daí, os produtos são desenvolvidos exatamente de acordo com o perfil do consumidor e lançados no mercado com preços adaptados a seu valor agregado. As pesquisas também ajudam na busca pelo preço ideal, já que revelam o valor máximo que o consumidor está disposto a pagar, sem fugir para o concorrente em busca de produtos ou serviços mais em conta. “Se o seu cliente está muito feliz com o preço, é porque você está vendendo barato demais. O ponto ótimo é quando ele está contente com a sua empresa e apenas aceita o preço.” Para Zornig, aumentar preços não é uma estratégia antiética, mas sim uma questão de valorizar os diferenciais agregados ao produto. “Inclusive, empresas muitas vezes acabam com o mercado de seus concorrentes exatamente porque não fazem isso”, diz. O consultor cita o exemplo do iPhone da Apple lançado recentemente por US$ 449 nos Estados Unidos. A multinacional cobrou apenas um pouco mais pelos recursos adicionais do seu produto e, com isso, obrigou a companhia concorrente Palm a despencar preços de seu produto similar, porém menos diferenciado, para não ficar em desvantagem. “Isso não teria acontecido se a Apple tivesse precificado corretamente.” A imprecisão na formação de preços também pode ocasionar diminuição da margem de lucro da empresa, no caso de vendas abaixo do valor real, ou o oposto, dificuldade nas vendas por causa da fixação de preços muito altos. Pode ocorrer também má alocação de recursos, caso haja fabricação ou esforço de venda direcionado para produtos menos lucrativos. Para evitar todos esses problemas, é importante que a empresa analise que
modelo de negócio deseja adotar para, só a partir daí, estabelecer seus preços. A questão fundamental é: o que eu quero ser? “A estratégia de preço tem que estar muito ligada à sua missão”, explica Zornig. A organização deve definir prioridades. Deseja ser líder ou apenas ter a maior rentabilidade possível? De acordo com essas decisões, as táticas de formação de preço mudam. “Se você deseja dominar o mercado, por exemplo, não cabe adotar uma estratégia premium de preço”, diz. Os métodos de pricing também levam em conta fatores psicológicos do consumidor. Um grande exemplo disso são os famosos R$ 0,99 que apare-
cem na cifra de muitos preços. Pesquisas demonstram que o consumidor vê preços com esse valor como promocionais. “Então, se faço serviço pra um atacadista que quer passar a imagem de barato, coloco caixa de chocolate a R$ 3,49, barbeador a R$ 1,99. Por outro lado, se eu vendo imagem, marca e qualidade, vou estabelecer R$ 100 para um produto, não R$ 99,99. O consumidor entende preço redondo como maior qualidade”, acrescenta. Outro exemplo de estratégia psicológica é o chamado compromise effect. Com ele, a empresa aumenta a venda de itens mais rentáveis. Foi o que Zornig fez, ao introduzir uma terceira linha de
Zornig: “1% em ganho de preço gera 10% de aumento na lucratividade” Setembro 2007 – Empreendedor – 33
Igor: metodologia do Sebrae é baseada em custos e margem de lucratividade pretendida
Gestão produtos em certa empresa que vendia dois tipos de kits de maquiagem. “Tínhamos uma linha mais barata, de R$ 4, e outra mais cara, de R$ 8. Criamos uma de R$ 12”, relata. A proporção de vendas era de 30% para o produto mais em conta e 70% para o restante. Com o item mais caro no mercado, o volume de venda do produto de valor intermediário cresceu para 45%. “Quando você tem duas opções, a maioria vai para a mais barata, mas quando há três, a maior parte das pessoas recorre ao preço mediano”, diz. Além disso, como o kit era um item para presente, muitos consumidores evitavam levar o mais barato. Todo esse tipo de conhecimento é agregado à organização por meio de consultorias em pricing. Tendo em vista as vantagens do método, muitas empresas até mesmo já criaram departamentos próprios para o fim. “Sem dúvida, custa mais e dá mais trabalho, o investimento, porém, se justifica”, argumenta Zornig. Atuante em mercado de empresas de grande porte, cujo faturamento ultrapassa US$ 100 milhões anuais, o consultor explica que, para alguns clientes, o ganho de um por cento no preço significa algo em torno de R$ 20 milhões a mais no lucro. Para empresas de pequeno e médio portes, o especialista sugere a avaliação do mercado como método mais viável para a formação de preços. “Talvez elaborar demais o processo nesse caso não seja viável, mas é possível olhar o mercado e tentar identificar quais são os diferenciais da empresa.” Zornig acredita, porém, que a acessibilidade da implantação de sistemas mais elaborados de pricing até mesmo em pequenas e médias empresas será apenas uma questão de tempo. “As coisas vão ficando cada vez mais simples com a criação de softwares e com a disseminação de know-how, feita especialmente pela Sociedade de Pricing Profissional.”
Linha Direta Frederico Zornig (QuantiZ) (11) 3040-3030 Sebrae Minas Gerais (31) 3269-0180
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O verdadeiro preço Para auxiliar micro e pequenas empresas, o Sebrae disponibiliza o curso Formação de Preços e outros com temas relacionados, na maior parte do Brasil. Oferecida nos níveis básico e intermediário, a programação conta com três versões para atender empreendedores da indústria, do comércio lojista e do setor de serviços. A metodologia utilizada no treinamento é a formação de preços baseada em custos e margem de lucratividade pretendida. Estão incluídos na ementa exercícios individuais e em grupo, além de dramatizações para ajudar os alunos a levarem em conta o mercado em que estão inseridos, bem como entenderem a diferença entre custos e despesas, custos fixos e variáveis. “É exatamente isso que vai mostrar se o produto é viável para a sua empresa ou não”, diz Igor Costa, técnico do setor de Educação, Empreendedorismo e Cooperativismo do Sebrae de Minas Gerais. A abordagem desses conceitos fundamentais ajuda os estudantes na elaboração
de preços de venda mais precisos e quebra a popular prática de lançamento de margens de lucro aleatórias apenas sobre o custo da matéria-prima utilizada na fabricação dos produtos, por exemplo. Segundo Costa, a técnica pode ser uma ferramenta útil na busca por economia e, conseqüentemente, preços mais competitivos. “Sem esse conhecimento, o empresário não consegue identificar e fixar ações para reduzir custos e despesas. Daí opera com valores muito altos. O resultado é que a empresa coloca preços muito acima do mercado e tem dificuldades de venda ou, então, acha que está vendendo por um preço, enquanto, na verdade, está pagando para trabalhar”, explica. Detalhes sobre o curso podem ser consultados no website do Sebrae (www.sebrae.com.br), no qual há opção de acesso aos portais da instituição em diversas localidades do país. Ao selecionar o Estado onde mora, o usuário pode conferir ementas, duração, agenda de programação e valores do curso para a sua região.
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Gestão
Direito assegurado por
Registrar patentes e marcas inibe concorrência desleal e constitui patrimônio da empresa
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Natacha Amaral
Quem inventou o avião: Alberto Santos Dumont ou os irmãos Wright? Se o brasileiro que conseguiu voar por inéditos 7,8 metros sobre solo francês em setembro de 1906 tivesse patenteado sua criação, a resposta a essa pergunta não seria tão polêmica. Provavelmente, o 14 Bis não levaria 100 anos para finalmente assumir a posição oficial de primeira aeronave do mundo, reconhecimento que se deu apenas no ano passado pela American Institute of Aeronautics and Astronautics (AIAA). A questão é que Dumont nunca registrava suas obras, mas as entregava diretamente a domínio público como bens para a humanidade. Na atualidade, porém, o registro de patentes – bem como o de marcas – é um procedimento fundamental para o ganho de segurança e competitividade nas empresas ao servir como proteção contra pirataria e concorrência desleal. Além disso, tem sido usado como alavanca para o crescimento das exportações no setor produtivo. Com um certificado de patente em mãos, inventores ganham o direito de desenvolver e comercializar com exclusividade sua inovação no país onde o pedido de registro foi depositado. “É uma estratégia de mercado hoje porque exclui terceiros da fabricação do produto e, assim, diminui a concorrência”, explica o agente de propriedade intelectual Igor Simões. Procedimento realizado no mundo todo e garantia assegurada também pela Constituição Federal do Brasil, o registro de patentes é válido por 20 anos – período a partir do qual a invenção cai em domínio público. Até então, qualquer tentativa não autorizada de uso indevido do produto por terceiros é passível de ação judicial e indenizações, bem como retirada dos itens
Formas de proteção intelectual pirateados do mercado. Esse respaldo legal serve como proteção para o inventor e forte inibidor de concorrência mal intencionada. “É ruim comercialmente para um concorrente ter sua atitude de má-fé descoberta. A imagem da empresa fica prejudicada perante os consumidores e o mercado como um todo, que passam a ter uma visão negativa a seu respeito”, diz Simões. Mas o que é considerado invenção patenteável? Um requisito básico é o da novidade universal, ou seja, a idéia deve ser única no mundo. O aperfeiçoamento de produtos já existentes também entra na lista, desde que uma atividade inventiva seja aplicada ao item. “É o caso do aparelho telefônico, que antes era discado e agora tem teclas. O princípio é o mesmo – fazer e receber ligações –, mas houve uma evolução significativa”, exemplifica Simões. Mas não basta ser inédito. O produto deve ter aplicação industrial. A inovação precisa apresentar capacidade de ser tecnicamente conceituada, descrita e refeita por qualquer especialista no assunto. Um exemplo vem da paulistana Metalgráfica Rojek. Em 1989, a empresa desenvolveu e lançou no mercado um sistema a vácuo de tampas para vidros e latas, como os de requeijão e molhos. Com a retirada de um lacre de borracha, a tampa, na qual o dispositivo está inserido, se solta do recipiente. O Abre-fácil, nome como ficou conhecido o produto da Rojek que dispensa o uso de facas e abridores, hoje é encontrado em 80% dos produtos comercializados em copos no país. Outro caso é o da fabricante de lasers Range, localizada em Blumenau, Santa Catarina. Em 1999, a empresa se viu obrigada a desenvolver tecnologia própria por causa dos altos custos de aquisição de peças para montagem de seus equipamentos. Buscou conhecimento em feiras internacionais, documentos de utilidade pública e universidades estrangeiras. Em seguida, criou laboratórios e começou a capacitar pes-
soal. Hoje, é a primeira e única empresa na América do Sul a produzir lasers selados de gás carbônico. O sistema é usado em corte e impressão de etiquetas, tecidos, couro e outros materiais. Para o ano que vem, a empresa prevê investimentos de R$ 350 mil e acréscimo de 40% em seu faturamento. Sua inovação está em processo de patenteamento.
Depósito de patente Para patentear invenções no Brasil, é preciso enviar um pedido ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), autarquia do governo federal responsável pelo registro da propriedade industrial no país. O requerente, que pode ser pessoa física ou jurídica, deve preencher um formulário fornecido pelo INPI e entregar o documento na própria sede do órgão, no Rio de Janeiro, ou em uma de suas delegacias regionais existentes em praticamente todos os Estados da federação. Recentemente, o Instituto disponibilizou preenchimento e envio dessas informações por meio do endereço eletrônico www.inpi.gov.br. No portal, há informações detalhadas sobre procedimentos e taxas. O website também disponibiliza um sistema de busca para que o usuário cheque a existência de produtos idênticos ou similares ao seu no mercado. Segundo Simões, este não é um procedimento obrigatório, mas altamente recomendável. Pode evitar desperdício de dinheiro e até ajudar no aprimoramento da invenção a partir do resultado da busca. Feito o pedido, o requerente passa a pagar anuidades e taxas para que o exame de patenteabilidade seja feito. A tramitação inicial de um processo realizado sem a ajuda de procurador gira em torno de R$ 5 mil. Após a aprovação, é expedido um certificado com selo oficial do INPI. Sua validade é de 20 anos a partir da data do pedido da patente no órgão. Depois do período, a invenção deixa de ser protegida e se torna de uso público. “É uma contri-
A) Propriedade industrial: patentes de invenção e de modelos de utilidade industrial ou comercial, registro de marcas, desenhos industriais, indicações geográficas e proteção de cultivares. B) Direitos autorais: obras literárias, artísticas e científicas, programas de computador, topografias de circuito integrado, domínios na internet e cultura imaterial.
Tipos de propriedade industrial Patente de invenção: novidade universal, invenção completamente inédita no mundo. Exemplo: calçado com sistema de ajuste automático no pé do usuário com o simples acionamento de um dispositivo acoplado. Validade: 20 anos do depósito. Modelo de utilidade: atividade inventiva funcional aplicada a um produto já existente. Exemplo: escova de dente recebe haste com formato diferenciado para uma limpeza mais eficiente nos dentes do fundo da boca. Validade: 15 anos do depósito. Desenho industrial: produto já inventado ganha design diferente. Exemplo: tênis comum recebe novo design. Validade: 10 anos do depósito + 3 períodos de 5 anos.
buição à tecnologia e ao desenvolvimento do país. Alguns dizem que é um presente que uma geração dá para a outra”, diz Simões. Mas até chegar a esse estágio, há um longo caminho. “Esse é um grande problema que enfrentamos”, diz o advogado e vice-presidente da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI), Rodrigo Bonan. Entre as áreas que mais registram patentes, estão a de fármacos, eletrônica, nanotecnologia e biotecnologia. No segmento de Química, um dos mais críticos, o Setembro 2007 – Empreendedor – 37
Gestão INPI leva de 8 a 9 anos para emitir registros. A lentidão dos processos e a dificuldade de obter informações têm feito com que muitos usuários reconsiderem seus pedidos, entrem com recursos e até ações judiciais contra o órgão. “Quem usa o sistema sabe que é uma dificuldade para conseguir um simples comprovante de pagamento de anuidade”, afirma Bonan. Para o advogado, o INPI precisa ter uma visão mais profissional do sistema e fazer jus à sua função, que é altamente rentável. Mesmo com todos esses problemas, Bonan acredita valer a pena investir em registro tanto de patentes como de marcas. Ainda durante a tramitação do pedido no órgão, o requerente tem o direito de notificar qualquer concorrente que ameace sua inovação, informando-o da existência do processo de patenteamento e de uma possível ação na Justiça contra o infrator após a concessão do registro. No Brasil, o uso indevido dessa propriedade industrial é conduta sujeita a ações cíveis, que resultam no pagamento de indenização ou retirada do produto do mercado, bem como ações criminais,
Simões: aperfeiçoamento de produto é invenção patenteável
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que envolvem condenação penal (detenção ou multas). Como não existe uma patente mundial, é preciso que o inventor deposite seu pedido no país onde tenha interesse em registrar sua invenção. Caso não faça isso, seu produto corre o risco de ser patenteado por terceiros, especialmente quando se trata de inovação com potencial de negócio mundial. Foi o que aconteceu com o Capoten, medicamento para pressão arterial. A substância ativa – encontrada no veneno da jararaca – foi descoberta por um cientista brasileiro, mas patenteada por uma empresa multinacional. A patente foi avaliada na época em US$ 25 bilhões.
Marca registrada O registro de marcas também é considerado vantajoso, em especial, por seu valor econômico. “Assim como a patente, a marca se torna um patrimônio da empresa. Ao registrála, o Estado confere um título de propriedade ao requerente”, diz Bonan. Assim, a marca é considerada um ativo financeiro de quem a registrou e pode ser usada como alavanca de investimento para empresas ao servir como garantia de empréstimos, por exemplo. Também pode ser vendida separadamente por organizações que queiram negociar alguns de seus segmentos ou braços de atuação. Além disso, a marca confere identidade à empresa, vinculando tradição e qualidade aos seus produtos ou serviços. “Isso é comercialmente importante. Imagine se as bolsas Louis Vuitton fossem vendidas sem marca. Como você ia saber que são produtos de qualidade e com renome no mercado?”, exemplifica Simões. Muitas marcas assumem uma proporção tão grande nas organizações que acabam se tornando mais valiosas do que o próprio patrimônio da empresa que as utilizam, como é o caso da Coca-Cola. “As dez marcas mais valiosas do mundo não são necessariamente as maiores empresas do globo”, explica Bonan. Um
exemplo disso é a GM, a maior fabricante mundial de veículos, que perde o primeiro lugar em importância de marca no segmento para a Toyota. “Essa diferença é percebida pelo público. Com isso, todo mundo quer registrar sua marca – e alguns até tentam copiar ou se apropriar dela. Aí é que entra a necessidade de proteção.” É nesse momento que o registro desempenha um papel importante, garantindo seu uso exclusivo pelo proprietário. Quando uma pessoa física ou jurídica deposita sua marca no INPI, o procedimento é protocolado. O comprovante do pedido serve como obstáculo para que outros tentem registrar um marca igual ou semelhante. “Pode representar uma prova inequívoca do seu direito, mesmo que você não tenha o título em mãos”, explica Bonan. Similar ao que ocorre com o depósito de patentes, apenas o pedido de registro da marca em si já é capaz de motivar uma ação judicial, até mesmo contra concorrência desleal, que envolve não só a cópia integral, mas também parcial de algumas características da marca. Foi o que a Johnson fez quando a embalagem de sua cera automotiva Grand Prix foi copiada por uma empresa de São Paulo, que mudou apenas alguns detalhes visuais do produto e o lançou no mercado com um outro nome – Auto Craft. “A Johnson entrou com uma ação e conseguiu indenização de valor bem elevado”, relata Bonan. A lei prevê validade de dez anos para a marca no país onde é registrada, tempo que pode ser prorrogado por períodos iguais e sucessivos. É por isso que há marcas com 70, 80 ou quase 100 anos de vida. Um das exigências, porém, é que o direito seja utilizado em até cinco anos, caso contrário, deixa de existir por caducidade. O registro pode ser feito de diversas formas, desde que na área de atuação do profissional ou empresa. “Uma editora, por exemplo, não pode registrar uma marca em alimentos”, explica o advogado. Pode ser como uma palavra, uma imagem ou uma
Desperdício de oportunidades palavra e uma imagem. Para cada modalidade, existe um valor específico, mas os custos para entrada e tramitação do pedido até concessão do registro estão em torno de R$ 4 mil. Não há custos para manutenção. Para ajudar no registro tanto de marcas como de patentes, empresas e pessoas físicas podem recorrer a um procurador, como os chamados agentes de propriedade intelectual, que realizam a intermediação de todo o processo. Caso o inventor decida contratar um consultor nessa área, é mais seguro recorrer a profissionais ligados à Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial (Abapi), órgão da classe. A assessoria não é obrigatória, já que o interessado no registro pode consultar todas as informações no website do INPI ou ir diretamente à delegacia regional do Instituto. “Mas é recomendável, porque você trabalha com profissionais especializados, que sabem responder às exigências do órgão e tramitar os pedidos”, explica o agente de propriedade intelectual Igor Simões. O tempo para processamento do pedido de marcas é menor do que para patentes, mas ainda assim trata-se de uma longa espera – seis ou sete anos. “O INPI passou recentemente por uma modernização e esperamos que, no próximo ano, os processos tenham fluxo mais rápido. Infelizmente, só agora acordaram para isso”, lamenta Bonan. O advogado não acredita que deixar de registrar marcas seja conveniente para qualquer empresa, ainda mais exportadora. “As mesmas marcas que aqui andam devagar, no exterior andam mais rápido. Se você tem interesse em exportar, por exemplo, precisa correr, e depositar sua marca e patente nesses países.”
Linha Direta Igor Simões (Daniel Advogados) (21) 2102-4323 Rodrigo Bonan (Daniel Advogados) (21) 2102-4242 Rodrigo Marchetti (Range Laser) (47) 9980-5147
Embora a lista de empresas e inventores brasileiros seja extensa, as oportunidades de patentear invenções ainda são desperdiçadas no país, quer dentro das universidades, quer no setor produtivo. Prova disso é que, apesar de o Brasil ocupar o 15º lugar na produção científica mundial, cai para a tímida posição de 26º em pedido de patentes, ficando atrás de África do Sul e Cingapura. “Em outras palavras, estamos nos esquecendo de patentear”, resume o agente de propriedade intelectual Igor Simões. Segundo a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o Brasil publicou 1,91% dos artigos científicos do mundo contra 2,64% da República da Coréia no ano passado. Ainda no mesmo período, o pedido de patentes brasileiras foi de 328 patentes contra 5.937 coreanas. “É uma diferença gritante. Um país em desenvolvimento, bem menor do que o Brasil, está apostando pesado em inovação. E isso se reflete em patentes. A distância (de desenvolvimento entre Brasil e Coréia) não é tão grande e não justifica termos 5% dos pedidos deles”, avalia o agente. De acordo com Simões, o comportamento resulta no desperdício da capacidade tecnológica do Brasil e, conseqüentemente, na perda da oportunidade de as empresas serem mais competitivas. Isso ocorre porque, quanto menos patentes uma nação possui, mais concorrentes tem em determinado segmento. Com isso, suas vendas também caem. “Não é à toa que os Estados Unidos têm o maior número de patentes do mundo”, explica. “E não só depositam em território nacional, mas também em outros países. Com isso, têm exclusividade numa série de produtos em território estrangeiro. Isso é ruim? Não. É que eles fazem esse investimento”, acrescenta. Para os especialistas em propriedade intelectual, há múltiplas causas do baixo número de registros no Brasil. Uma delas é a falta de cultura de patenteamento no país. “Muitas empresas não confiam no sistema ou não despertaram para ele. Além disso, nossas faculdades de Engenharia, Direito e escolas técnicas, em geral, não têm nenhuma cadeira de propriedade industrial, a não ser optativas”, explica Simões, referindo-se a
Produção científica mundial País % em 2006 1º Estados Unidos 32,30% 2º Alemanha 8,10% 3º Japão 8,08% 4º China 7,90% 5º Inglaterra 7,27% 12º República da Coréia 2,64% 15º Brasil 1,91%
Pedidos de patentes no mundo País Nº pedidos em 2006 1º Estados Unidos 50.089 2º Japão 26.906 3º Alemanha 16.866 4º França 6.109 5º República da Coréia 5.935 26º Brasil 328 Fonte: WIPO
cursos que geram profissionais com forte potencial de atuação na área de patentes. Alimentando essa realidade, não há uma estratégia específica do Estado para o registro de inovações no Brasil, como ocorre na República da Coréia, onde o governo realiza fortes investimentos em educação e inovação tecnológica. Além disso, há o desconhecimento da legislação brasileira. “Mesmo entre pesquisadores das universidades”, diz Simões. A Lei da Propriedade Industrial, que incide sobre o registro de criações no país, é considerada um tanto complexa para leigos ou inventores em geral. Já a Lei da Inovação, elaborada para facilitar o intercâmbio de universidades e empresas, ainda não definiu como se dará esse relacionamento. Segundo Simões, a lei também não alivia a carga tributária total incidente sobre investimentos em inovação. Complementando o grupo de fatores contribuintes para o baixo número de patentes no Brasil, aparece o modelo de patenteamento adotado no país. Os critérios brasileiros quanto ao que é invenção passível de registro são mais restritivos se comparados aos do sistema norte-americano. Novos métodos cirúrgicos, regras de jogo, softwares, por exemplo, não são considerados invenções. O mesmo sistema mais rígido é adotado na Europa. Setembro 2007 – Empreendedor – 39
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Capacitação Inovação
DNA à brasileira Equipamento da Tone Derm reduz em até 45% o custo de análises genéticas por
Francis França
Os benefícios da engenharia genética estão mais acessíveis aos brasileiros. O equipamento desenvolvido pela Tone Derm, com tecnologia nacional, reduz em até 45% os custos com análise de DNA, em relação às máquinas disponíveis atualmente. Além de não ter o gasto com tributação dos aparelhos importados, o Tonegen, como foi batizado, oferece economia com manutenção e operação simplificada. A tecnologia já existe na Europa, nos Estados Unidos, na Austrália e na China, mas Tone Derm é pioneira na América Latina. Com foco no mercado interno, a empresa construiu a máquina de acordo com as necessidades brasileiras. Além do software, em português, o equipamento foi todo
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construído em módulos, sem fios nem parafusos, para facilitar a assistência técnica. Caso ocorra algum problema, o próprio operador do laboratório pode retirar o módulo com defeito e mandá-lo para a fábrica, sem interromper o funcionamento. O objetivo é não prejudicar pacientes ou pesquisas. “Eles nos mandam o módulo com defeito, e enviamos outro no lugar pelo correio, porque o grande problema desses aparelhos, hoje, no Brasil, é a assistência técnica. São muitas máquinas quebradas e sem assistência, porque a mão-de-obra é muito cara”, diz Cristiano Paganin, diretor Comercial e de Desenvolvimento da Tone Derm. O Tonegen analisa as amostras do DNA de forma amplificada, utilizando substâncias específicas de identificação, chamadas de “primers”. Como as porções são muito pequenas, a idéia é multiplicá-las por meio de um ciclo de temperatura – por isso, se chama termociclador. As amostras são separadas em tubos de ensaio, misturadas aos reagentes, e, com o aumento da temperatura, as hélices do DNA se dividem em duas fitas. Os reagentes com-
pletam a seqüência, transformando uma porção em duas, e assim por diante. O Tonegen é capaz de ampliar uma amostra em até 70 vezes. O equipamento custa cerca de R$ 20 mil e tem aplicação em diversas áreas. Além do conhecido teste de paternidade, também é útil para identificar a contaminação em produtos, verificar a ocorrência de sementes transgênicas, raças de animais e suas linhagens genéticas, e também para verificar a compatibilidade de medicamentos com cada tipo de organismo. “O agronegócio é um nicho muito importante. Para cada caminhão de soja importada, é preciso fazer um teste para controlar a porcentagem de semente transgênica no carregamento”, diz Paganin. A demanda por equipamentos para fazer testes de paternidade também deve aumentar, e, com o barateamento da máquina, a tecnologia deve se tornar acessível para os pequenos laboratórios, que, atualmente, terceirizam o serviço. Com o sucesso do Tonegen, lançado em junho deste ano, a empresa projetou versões do equipamento para
diferentes públicos. Este mês, será lançado um termociclador mais compacto, com menos funcionalidades e menor custo, para atender à demanda de pequenos laboratórios e universidades. “Muitos professores trabalham com editais, com verba pública, tentando desenvolver suas pesquisas. Com essa máquina, será possível desenvolver trabalhos em editais menores”, diz Paganin. O modelo compacto deve chegar ao mercado por cerca de R$ 12 mil. No próximo ano, a Tone Derm também pretende lançar um termociclador mais sofisticado, com tecnologia laser, que oferece resultado instantâneo – as máquinas disponíveis atualmente têm processo manual de leitura, e os resultados demoram dois dias para ficar prontos. A nova máquina deve chegar ao mercado por R$ 90 mil. As novas versões do termociclador não estavam previstas quando a Tone Derm resolveu desenvolver a tecnologia. Segundo Paganin, a empresa decidiu apostar nas “upgrades” depois de uma pesquisa de mercado. “Algumas pessoas acharam caro, disseram que não precisavam de tantos recursos, então rapidamente assimilamos essa idéia e traduzimos para uma máquina mais simplificada, que estamos lançando”, diz. A estratégia de crescimento contínuo faz parte dos princípios de gestão da Tone Derm. A regra é: quando se começa uma nova linha, não se pode mais parar. Para garantir o crescimento, a empresa conta com uma equipe de consultoria científica que coordena as especificações técnicas da máquina. “Os testes de qualquer enfermidade, daqui pra frente, serão feitos com engenharia genética, porque é uma garantia de precisão nos resultados. Isso nos motiva muito”, diz Paganin.
Apostar na engenharia genética foi um desafio para a empresa, que é especializada no desenvolvimento de equipamentos para estética médica. A idéia partiu da empresa Trendtech, inserida na Incubadora Tecnológica de Caxias do Sul (RS), que, por falta de recursos, ainda não havia conseguido finalizar o projeto. A Tone Derm foi escolhida por ser uma das poucas empresas que desenvolvem produtos voltados à saúde na região da Serra gaúcha. “O começo é cheio de expectativas, porque, primeiro, precisamos ter a credibilidade do mercado, temos que dar segurança aos nossos clientes. Mas, quando apresentamos o equipamento, as pessoas ficam muito contentes por ter uma empresa brasileira produzindo”, diz Paganin.
Fase de testes Os primeiros modelos foram instalados no Instituto Ludwig, em São Paulo, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na Universidade Federal de Pelotas e na Universidade de Caxias do Sul, para que sejam feitos testes de uso na máquina. Para entrar no novo ramo, a Tone Derm precisou reestruturar a fábrica, que até então era focada na estética. “Tivemos que contratar pessoas na
Tonegen: tecnologia acessível para pequenos laboratórios
área de vendas e otimizar o sistema produtivo, o que possibilitou a fabricação de outra linha sem precisar mudar a equipe. Passamos por uma transformação de toda a produção em série, agora temos células maiores de produção”, explica Paganin. A surpresa foi perceber que estética e genética tinham muito em comum, e as idéias de uma linha poderiam ser remodeladas e aproveitadas na outra. O próprio sistema termociclador acabou virando parte de um equipamento de estética que resfria a pele e faz uma vasoconstrição dos poros. O novo equipamento, com tecnologia laser, também será adaptado para a linha estética. Além da expansão nos negócios, o conhecimento adquirido com a nova empreitada tem aperfeiçoado os produtos tradicionais da empresa. O investimento total para fabricar o Tonegen, o termociclador compacto e o equipamento mais sofisticado, que será lançado em 2008, é de aproximadamente R$ 1 milhão. O trabalho em conjunto com a Universidade de Caxias do Sul injetou R$ 400 mil no projeto, financiados pela Finep e pelo Sebrae. A meta da Tone Derm, para a linha de engenharia genética, é crescer 8% no primeiro ano e 15% em 2008. A idéia é já começar exportando: duas empresas no Chile mostraram interesse em distribuir os equipamentos. No futuro, a perspectiva é harmonizar ainda mais a medicina estética e a engenharia genética. Segundo Paganin, na Europa já começaram a ser desenvolvidas pesquisas genéticas dentro dos spas. “Sem dúvida nenhuma, isso está no horizonte da Tone Derm. Vamos aliar a estética com os equipamentos termocicladores”, diz.
Linha Direta Tone Derm: (54) 3224-5455 Setembro 2007 – Empreendedor – 41
RICARDO LIMA/PUC-CAMPINAS
Tributos Criativos Negócios
Caneta mágica Sensor de movimento identifica letras e traçados, e envia para o computador Por
Débora Remor
Durante uma aula, o professor escreve no quadro e fala com tanta rapidez que os alunos mal conseguem acompanhar toda a informação. Essa dificuldade surgiu na vida de Gabriel Couto, estudante do quarto semestre da Faculdade de Engenharia da Computação da PUC de Campinas, e ele transformou o obstáculo em idéia. Sugeriu que um sensor de movimento fosse introduzido numa caneta, e as informações, digitalizadas. Orientados pelo professor Carlos Miguel Toledo, Gabriel e os colegas Édipo Aragão, Eric Ribeiro Mendes, Paulo Balbino e Rodrigo Estefani desenvolveram a caneta Youpi!. A novidade foi apresentada e chegou à semifinal da 5ª edição do Imagine Cup, um torneio de tecnologia
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realizado pela Microsoft, que seleciona dez dos mais de três mil inscritos. A caneta pode ser usada em qualquer superfície, e, inserido nela, um software representa o espaço a ser utilizado. O sensor de movimento identifica as letras e passa para o computador o texto escrito. “Mas ele também pode ser usado para digitalizar a planta de um projeto de arquitetura, por exemplo.” Couto explica e elenca as facilidades que o sensor pode trazer: “o material pode ser reproduzido de várias formas, via e-mail, no site da faculdade ou impresso”. A Youpi! também pode ser usada com outras finalidades, como jogos. “Tem ene coisas para fazer com o movimento”, alegrase Couto, de apenas 19 anos. O grupo agora busca parceiros para levar a idéia adiante, iniciar a fabricação e comercializar. “O protótipo ficou pronto, mas ainda existem melhorias a fazer”, diz o professor. O projeto, que começou a ser desenvolvido no final do ano passado, teve investimentos exclusivos da PUC, principalmente na compra do sensor.
Idéia de estudantes da PUC Campinas foi semifinalista em prêmio da Microsoft
O processo de patente já está em andamento, e os alunos continuam trabalhando para melhorar a Youpi!. “Vimos que ela ainda é muito suscetível a ruídos do ambiente, por isso precisamos acertar sua sensibilidade. Ela deve ficar pronta daqui a uns dois meses”, diz Couto. Ele espera abrir uma empresa com os colegas em breve. Para o concurso, o grupo sugeriu o preço de 120 dólares por unidade, mas com produção em escala maior, o valor deve ser mais baixo. Para a faculdade, que nunca tinha participado do concurso da Microsoft, o primeiro passo deve ser seguido por outros estudantes. “Não era costume participarmos, mas agora acho que vai ter mais estímulo”, afirma Toledo. Couto já está na expectativa e garante que no ano que vem vai se inscrever novamente. O Brasil teve oito universidades inscritas na edição de 2007, cujo tema era “Imagine um mundo onde a tecnologia permita uma melhor educação para todos”.
Linha Direta Carlos Miguel Toledo: (19) 3756-7678 Gabriel Couto: (19) 9137-6672
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Crédito
Sempre perto dos clientes Capilaridade do Besc favorece personalização do atendimento a micro e pequenas empresas por
Natacha Amaral
O Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) tem como um de seus grandes focos de negócios a oferta de serviços e linhas de crédito para micro, pequenas e médias empresas. Em 2007, as operações com pessoas jurídicas em uma das modalidades de crédito do banco cresceram 8,46%. O número representa a assinatura de 5.881 contratos entre janeiro e junho deste ano com 3.023 clientes. Entre as linhas de crédito mais procuradas, estão as que utilizam cheques e duplicatas como garantia de pagamento. “O empresário que efetuou vendas e tem esses documentos de recebimento futuro pode recorrer ao banco para conseguir seus valores antecipadamente”, explica o superintendente de operações de crédito do Besc, Ricardo Battistotti. Nessa modalidade de operação, o banco se encarrega de efetuar a cobrança dos valores e adianta o recebimento dos recursos para o cliente. “Temos uma carteira de cobrança e custódia de cheques bem moderna e atualizada”, garante. Em contrapartida pelo serviço, o cliente paga uma
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taxa mensal e permite que os recebíveis deixados com a instituição amortizem sua operação de crédito. Além disso, o Besc realiza operações parceladas em até 18 meses para empresas que desejam fazer empréstimos de capital de giro. “Essa linha é procurada por quem quer trabalhar com um fluxo de caixa mais frouxo, alongado”, diz o superintendente de operações. Na modalidade, o cliente também tem a opção de utilizar recebíveis como garantia de pagamento, bem como movimentar seu saldo à medida que tem mais ou menos duplicatas ou cheques a serem liberados. Mensalmente, são pagos ao banco prestação, capital e encargos. As taxas de juros cobradas pelo Besc em todas as suas linhas de crédito variam entre 1,7% a 2,2% mensais. Segundo Battistotti, os valores dependem muito da quantidade de recebíveis, do perfil da empresa e do relacionamento dela com a instituição financeira. O limite de crédito é negociado com o gerente da agência, que também indica o tipo de operação mais adequado às necessidades do cliente. “Será analisado se a empresa está com fluxo de caixa apertado ou se tem o perfil de trabalhar com recebível, como é o caso de supermercados e postos de gasolina”, exemplifica. Entre os clientes do banco, está a Ásia, distribuidora dos condicionadores de ar, aquecedores e pisos Komeco no país. A empresa ganhou destaque
no mercado a partir de 2002, quando trouxe o ar-condicionado modelo Split para o Brasil. Com seu departamento financeiro localizado em Florianópolis, apresentou crescimento médio de 50% nos últimos cinco anos e de 96% só no ano passado. “Estamos em expansão constante, e isso torna necessária uma captação (de recursos)”, explica o gerente financeiro, Rodrigo Müller. Segundo ele, o aumento no faturamento da empresa resulta na compra de um maior volume de seus produtos que são importados da China, Taiwan, Turquia e revendidos no Brasil. “Tivemos a visita da gerência do Besc, que nos apresentou uma proposta bem competitiva e comprometida não só com o sucesso do banco, mas também da empresa – o que é mais importante.” Há oito meses, a Ásia realiza operações de crédito com desconto de cheques e duplicatas, e se mostra satisfeita com os serviços. “Temos aqui na empresa um ranking de qualificação de bancos com os quais trabalhamos. Avaliamos vários fatores tais como comprometimento do gerente, agilidade na solução dos problemas, taxas e qualidade dos serviços. O Besc está bem cotado nessa lista”, diz Müller. O gerente financeiro lembra, porém, que a captação de recursos junto a instituições financeiras é interessante apenas quando os créditos vão se reverter em grandes operações comerciais para a empresa e gerar lucro igual ou maior do que o esperado. “O momento certo
é quando o retorno é muito maior do que investimento. Empréstimo deve ser sempre uma forma de gerar operação”, orienta. Segundo o presidente do Besc, Eurides Mescolotto, a conquista de mais clientes se deve ao serviço diferenciado que o banco oferece. “Priorizamos atendimento, tratar bem as pessoas, supervalorizar nosso cliente e ter as menores taxas do mercado. Favorecemos o pequeno, que é uma realidade da cultura de Santa Catarina”, diz. Além disso, a instituição financeira, que comemora atualmente 45 anos, tem como uma de suas principais características a capilaridade das agências. Com 445 pontos de atendimento, está presente em todos os municípios catarinenses, sendo o único banco de 139 cidades do Estado. Segundo o superintendente de operações de crédito, essa distribuição permite atendimentos mais personalizados.
Novos tempos Com nova administração, o Besc tem apresentado lucro desde 2003. A partir desse ano, obteve receita líquida de R$ 25,3 milhões contra os R$ 1,071 bilhão negativo de 2002. Segundo Mescolotto, vários fatores contribuíram para o déficit. “Foi um momento em que o banco teve sua dívida com a fundação dos empregados, a Fusesc, e quando precisou comprar a estabilidade de seus funcionários depois do Plano de Demissão Incenti-
vada (PDI). Houve um repasse de dinheiro através de capital do governo federal, e isso entrou no nosso balanço como prejuízo”, explica. Já em 2006, o lucro do Besc chegou a R$ 71,3 milhões, valor que representa um crescimento de 19,28% em relação ao ano anterior. “Isso se deve à capacidade empreendedora dos funcionários, que acreditaram ser possível sair daquela situação difícil”, explica Mescolotto. Para o atual presidente da instituição, o banco também conseguiu dar a volta por cima através de investimentos tecnológicos. Equipamentos que estavam defasados em relação ao mercado foram substituídos, e novos computadores centrais, os mainframes, foram adquiridos. “Além disso, conseguimos mudar todas as nossas linhas de transmissão, tanto que hoje estamos com todos os postos de serviços e agências automatizados”, acrescenta. Segundo o presidente, as melhorias possibilitaram um atendimento de mais qualidade. Atualmente, estuda-se a possibilidade de incorporação do Besc pelo Banco do Brasil (BB). Mescolotto, que aposta na concretização do projeto, considera o agrupamento altamente positivo, até mesmo capaz de revigorar os negócios para ambas as instituições. “É uma saída muito significativa para nós. Banco do Brasil e Besc já são duas forças importantes em Santa Catarina e que, unidas, podem trabalhar muito melhor. O nosso foco é um, o
Da esquerda para a direita: agência do Besc e seu presidente, Eurides Mescolotto; sede da Ásia e seu gerente financeiro, Rodrigo Müller. Recursos de crédito permitem expansão constante da empresa
deles, outro. Então, vamos realizar um trabalho em conjunto para o mesmo patrão”, avalia. Segundo ele, a tendência é complementar habilidades, uma vez que o BB ganhará capilaridade, ao passo que o Besc ficará sob o “guarda-chuva” do maior banco do país. De acordo com o superintendente Ricardo Battistotti, a grande vantagem da incorporação para a área de crédito seria a possível reabertura da carteira habitacional do Besc – um tipo de operação amplamente trabalhada pelos bancos. O processo de incorporação ainda está em avaliação e incluiria as garantias de que a instituição catarinense não seria privatizada, bem como manteria sua marca e penetração no Estado. “O processo deve levar um certo tempo. Mas é o período necessário para que tudo se dê de forma adequada, sem correrias e que, no final, seja algo muito bom para todos”, finaliza Mescolotto.
Linha Direta Eurides Mescolotto (Besc) (48) 3239-9198 Ricardo Battistotti (Besc) (48) 3239-9360 Rodrigo Müller (Ásia/Komeco) (48) 2106-4309 Setembro 2007 – Empreendedor – 45
Dimas de Melo Pimenta II
RADAMÉS JÚNIOR
Perfil
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Em compasso com o tempo Pimenta II salva empresa da família ao adaptá-la a novas demandas e tecnologias por
Ana Carolina Dionísio
Mesmo com toda a inovação em softwares de controle de entrada e saída de pessoas, a expressão “bater o ponto” ainda é comum, resquício do tempo dos relógios mecânicos que marcavam os cartões dos funcionários. A Dimep, empresa paulista com 65% do mercado brasileiro de sistemas de ponto, acesso e segurança, faz parte desta história. Fundada em 1936 por um professor de micromecânica, Dimas de Melo Pimenta, a antiga Tagus fabricou relógios de ponto durante mais de 60 anos. Na década de 1990, estava perdendo a liderança de outrora, por não ter adaptado os produtos à informática. Expandir o leque de soluções oferecidas – que incluem catracas eletrônicas, cancelas de estacionamentos, crachás de identificação digital, além dos softwares de ponto – foi a estratégia que garantiu a sobrevivência da empresa. Essa diversificação deve muito à atuação de Dimas de Melo Pimenta II, filho do fundador. “A tendência do meu pai era não sair da relojoaria. Mas eu percebi que a eletrônica e, mais do que a eletrônica, o software seriam importantes para o crescimento da empresa”, conta o atual presidente da Dimep. Pimenta II viveu a maior parte dos seus 58 anos na Dimep. “Com 15 anos, eu não ia muito bem na escola, e o meu pai me pôs para traba-
lhar. Passei a ser o braço direito dele e me propus a ser o seu melhor aluno”, lembra. Começando no almoxarifado, o jovem passou pela linha de montagem de relógios, foi responsável pela assistência técnica, atuou no setor de compras e aos 25 anos assumiu a vice-presidência da empresa. Foi este aprendizado prático que deu ao industrial a segurança para ocupar a presidência da Dimep em 2000. “Se meu pai tivesse me mandado estudar na Suíça, em Londres ou em Paris, e eu entrasse na empresa com 35 ou 40 anos, com certeza ela teria ido para o vinagre, com toda a estrutura que ela tinha.” A passagem do comando da empresa de pai para filho não foi tranqüila. Em 1995, um desacordo entre os herdeiros do primeiro Dimas provocou a saída de Pimenta II, que adquiriu uma concorrente da Dimep. Cinco anos depois, ele comprou a empresa dos irmãos, assumindo o controle também da filial portuguesa, aberta em 1970. Investindo forDIMAS DE MELO PIMENTA II Idade: 58 anos Local de nascimento: São Paulo (SP) Nome da empresa: Dimep Ano de fundação: 1936 Cidade-sede: São Paulo Linha direta: (11) 3646-4000
temente em pesquisa e desenvolvimento de produtos, Pimenta II voltou à Dimep para o ramo de controles de acesso informatizados, que tinha uma demanda crescente, ao contrário dos relógios de ponto mecânicos. “O acesso estava substituindo o ponto. Essa foi a luz vermelha para o início do meu trabalho atual.” A partir daí, a empresa deixou de ser Dimep – indústria de relógios e passou a se chamar Dimep – sistemas de ponto, acesso e segurança. Pimenta II considera que foram essas mudanças que permitiram o crescimento da empresa de 156% entre 2000 e 2005 e o faturamento de R$ 60 milhões em 2006: “Se nós tivéssemos continuado com a relojoaria, a Dimep hoje seria 30% do que já foi um dia.”
Princípios herdados Apesar da mudança de mercado, Pimenta II guardou aspectos da gestão da empresa ensinados pelo pai. “Alguns pontos básicos que o meu pai implantou, como lealdade, respeito às pessoas, qualidade, são preservados rigorosamente. Eu até brinco, mas falando sério: eu prefiro que percam um pedido do que mintam para o cliente”, afirma. Ele também manteve a profissionalização dos gestores da Dimep, que possui um corpo de 11 diretores externos à família. Mesmo com o controle profissional, a Dimep continua sendo uma empresa familiar. O filho de Pimenta II, Dimas de Melo Pimenta III, ocupa a vice-presidência e é responsável pelo laboratório de desenvolSetembro 2007 – Empreendedor – 47
Perfil
Dimas de Melo Pimenta II
vimento de produtos. O presidente afirma que esta tendência deve ser mantida. “Eu acredito que uma empresa familiar administrada profissionalmente ganha da empresa simplesmente profissional. Porque ela passa a ter um amor, se transforma numa família. Quando vira 100% profissional, capital aberto, ela esfria.” Outra herança que Pimenta II mantém é a paixão por relógios antigos. A coleção, iniciada pelo pai em 1950, conta hoje com mais de 700 peças, reunidas no Museu Professor Dimas de Melo Pimenta, reaberto em 2005, após permanecer cinco anos fechado. A noção da empresa como uma família não fica restrita aos laços consangüíneos. Pimenta II faz questão de manter uma relação próxima também com os colaboradores da Dimep. “Entram na minha sala – infelizmente, sempre usamos o faxineiro como a classe mais baixa – desde o faxineiro até o vice-presidente com a mesma facilidade.” Quando tinha 22 anos, Pimenta II fundou o Clube Dimep, que até hoje oferece atividades para os 800 funcionários. Nos artigos que publica em periódicos como Gazeta Mercantil, o industrial valoriza a longevidade funcional, destacando o papel dos colaboradores para o desenvolvimento da corporação. Além do patrimônio humano, o aprimoramento tecnológico também tem uma posição importante na pauta de investimentos da Dimep, que reverte 5% do faturamento para pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Segundo Pimenta II, isso garante que a empresa atinja o objetivo de oferecer soluções diferenciadas em hardware e software, estabelecido por ele em 2000. “A minha idéia é completar o cliente. Se ele falar que, além
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do relógio de ponto, da catraca eletrônica e da cancela de estacionamento, precisa também de uma bolsinha amarela, a Dimep faz. Esse pensamento é que provocou o desenvolvimento horizontal da empresa”, diz. No início do ano, foram aplicados R$ 1,5 milhão na compra de uma máquina de corte de chapas a laser suíça e uma dobradeira italiana, visando a reduzir o tempo de produção e o custo unitário de cada peça. Pimenta II afirma que, freqüentemente, estes investimentos zeram os resultados da empresa, mas asseguram sua posição no mercado, sobretudo no externo. Com a baixa do dólar, que até o meio de agosto esteve abaixo de R$ 1,90, o presidente da Dimep assumiu a estratégia de “não ganhar um centavo, mas também não perder um centavo e manter o mercado. Acreditamos que esta situação é uma parábola, vai e volta”. As exportações representam 5% da receita e já apresentam um crescimento de 15% no primeiro semestre de 2007 em relação ao mesmo período do ano passado.
Crítico feroz Mas Pimenta II não adota comodamente a tática de reduzir temporariamente as margens de lucro para manter-se competitivo. Outra tônica dos seus artigos é a crítica às políticas governamentais para a indústria, que, segundo ele, tem diminuído seu desempenho em função das altas taxas de juros. Diretor sindical da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) há três anos, defende que o setor é a base da economia da nação e deve ser incentivado pelo governo. Sobre o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado em janeiro, ele
destaca a “omissão no tocante à tecnologia, inovação e pesquisa”. A acidez de suas opiniões não fica só no papel: “O governo efetivamente demonstra uma tendência muito maior ao comércio financeiro do que à indústria. Tanto que vemos os lucros fantásticos dos bancos e a dificuldade efetiva de crescimento da indústria. É por isso que o Brasil está passando por uma desindustrialização”, diz. Caracterizando a indústria como “a raiz da árvore”, lembra da Suíça, “que a gente pensa que é pequenina e só ganha dinheiro com o dinheiro dos outros nos bancos, mas tem grandes indústrias”. O presidente da Dimep culpa o governo até pela suposta falta de pontualidade do brasileiro, que ele caracteriza como “mais flexível”, relacionando esta flexibilidade com a falta de infraestrutura do país. “Se você tem uma estrutura viária boa, bons estacionamentos, boa aplicação do fluxo, automaticamente tem uma pontualidade maior. Quando você faz parte de um país onde o governo não dá condições, mesmo no nível escolar, acaba flexibilizando sua pontualidade.” Nas entrevistas, Pimenta II faz questão de assegurar a precisão dos dados – como seria esperado de um fabricante de relógios. Não dá informações ou números sem ter certeza. “Tenho muitos números na minha cabeça. Se eu falo um ou dois por cento a mais, podem dizer: ‘Puxa, o presidente escreveu em janeiro sobre isso e agora está falando outro dado’. Não posso errar.” Na imprensa, não é diferente. Seus artigos freqüentemente começam com referências a levantamentos estatísticos e índices econômicos – como seria esperado de um economista pós-graduado. Escrever, para Pimenta II, não é um hobby, é parte de seu trabalho: “É uma questão profissional, sempre falo do que é ligado ao meu ramo”. O industrial não mantém horários fixos de trabalho: “Com 21 anos, passei a ser o administrador da empresa.
NICOLA LABATE III
1948 – Nasce Dimas de Melo Pimenta II em São Paulo. 1963 – Aos 15 anos, inicia sua atividade profissional no almoxarifado da antiga Tagus, hoje Dimep. 1964 – Entra no setor de montagem de relógios. 1966 – Torna-se responsável pelo setor de assistência técnica. 1967 – Começa a trabalhar no setor de compras. 1970 – Passa a ser diretor financeiro e participa da fundação da Dimep Portugal. 1974 – Assume a vice-presidência da empresa. 1995 – Afasta-se da empresa devido a uma reestruturação interna provocada por um desacordo familiar. 2000 – Compra 100% da Dimep Brasil e Portugal dos irmãos, assumindo a presidência da empresa. Muda o foco de atuação para o mercado de sistemas informatizados de ponto e acesso de pessoas. Investe também em soluções para estacionamentos. 2001 – Fortalece o serviço de assistência técnica, fazendo com que a Dimep ofereça suporte ao cliente desde a implantação até a manutenção dos sistemas. 2005 – Sob seu comando, a Dimep atinge um crescimento de 156% em cinco anos. Reabre o Museu do Relógio Prof. Dimas de Melo Pimenta, que estava fechado desde 2000. 2006 – A Dimep completa 70 anos, abarcando 65% do mercado nacional de sistemas de ponto, acesso e controle.
LINHA DO TEMPO
A partir daí, o meu horário de trabalho é o necessário para a empresa naquele dia e naquela circunstância”. Esse “necessário”, segundo ele, comumente chega a 13 ou 14 horas diárias de trabalho. Nas horas vagas, Pimenta II bate ponto em pistas de corrida. Estreou como representante da Dimep em 1969, dirigindo um Corcel I, e foi piloto oficial da fábrica da Volkswagen durante três anos. Ressalta que já não tem tanta presença nas corridas, mas que atualmente corre na categoria sênior de competições de kart. “Saio de lá quebradão, mas eu gosto. Está no sangue e vai até o fim.” A mesma disposição, ele demonstra para o trabalho e em nenhum momento fala em cansaço ou aposentadoria. Dando um exemplo máximo da longevidade funcional que ele tanto valoriza, afirma: “Eu pretendo trabalhar até os 110 anos. Aí eu paro”.
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Pequenas Notáveis
O espaço da micro e pequena empresa
Cresce a taxa de sobrevivência Pesquisa do Sebrae “Taxa de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas” mostra que os empreendedores têm buscado mais conhecimento e informação para tocar os negócios As micro e pequenas empresas brasileiras estão sobrevivendo mais. Segundo a mais nova pesquisa do Sebrae sobre o tema, 78% dos empreendimentos abertos no período de 2003 a 2005 permaneceram no mercado. O resultado é considerado positivo, quando comparado com o obtido em pesquisa anterior, em que esse índice foi de 50,6%, para empresas abertas entre 2000 e 2002. Os dados fazem parte do estudo “Taxa de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas”, encomendado pelo Sebrae à Vox Populi e divulgado dia 20 de agosto em Brasília. O levantamento faz uma análise de vários aspectos em 14.181 empresas ativas e extintas de todas as regiões do país nos anos de 2003 a 2005. Para rastrear essas empresas, foram consultadas as bases de dados cadastrais de várias fontes, como a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), Cadastro Central de Empresas do IBGE (Cempre), Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), Secretaria da Receita Federal, Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e Juntas Comerciais estaduais. As empresas extintas são aquelas que têm suas atividades paralisadas, não necessariamente fechadas legalmente. A margem de erro da pesquisa varia de 2,84% a 1,07%, para a análise das empresas ativas, e de
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3,65% a 2,18%, para os dados das empresas extintas. Em 15 unidades da Federação, o índice de sobrevivência das empresas ficou acima da média nacional. São elas: Espírito Santo, Minas Gerais, Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, São Paulo, Pará, Bahia, Distrito Federal, Alagoas, Rio de Janeiro, Paraíba, Rondônia, Goiás e Mato Grosso do Sul. O Ceará possui a mesma média nacional. Abaixo da média, ficaram Maranhão, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Santa Catarina, Amazonas, Paraná, Mato Grosso, Tocantins, Amapá, Acre e Roraima. A pesquisa traça o perfil do empreendedor de micro e pequena empresa, e também traz um dado inédito, que não havia sido abordado na pesquisa anterior. Trata-se do levantamento do tempo que o empresário leva para fechar legalmente sua empresa. O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, destaca que o empreendedor de pequeno negócio “tem boa escolaridade, busca o conhecimento e a informação para tocar sua empresa. Outro dado positivo é que a pequena empresa tem evoluído na contratação com carteira de trabalho assinada, confirmando a força empregadora dos negócios de pequeno porte”, ressalta. Segundo a pesquisa, no período de 2003 a 2005, houve um aumento crescente no número de empregados com carteira assinada entre as empresas ativas. Em 2003 e 2004, esse número se manteve estável, com 64%. Em 2005, o número de brasileiros com carteira assinada saltou para 85%.
Fatores condicionantes Na pesquisa recente, foi constatada uma elevação no grau de escolaridade dos proprietários das empresas ativas. Nesse período, se comparado com o da pesquisa anterior, de 2000/ 2002, diminuiu o número de empre-
sários com até a 4ª série do Ensino Fundamental – 2% na pesquisa atual e 3% na pesquisa anterior. Houve também um aumento de empresários com 8ª série incompleta, 8% contra os 7% constatados na pesquisa anterior. Os empresários com curso superior incompleto correspondiam ao percentual de 46% na pesquisa anterior; na atual, representam 49%. Os empresários com superior completo passaram de 29%, na pesquisa anterior, para 30%, na atual. A pesquisa também analisou o percentual de empresários que, entre os anos de 2003 a 2005, buscaram assessoria para ter auxílio no gerenciamento da empresa. Em 2003, 53% das empresas ativas e 52% das empresas extintas responderam que sim a esse item. Em 2004, houve um aumentou no número de empresas ativas que procuraram orientação, foram 55%. Essa mesma porcentagem se manteve em 2005. Com relação às
FOTOS RODRIGO DAÍ E INÊS MATOS
das micro e pequenas empresas
empresas extintas, em 2004, 46% buscaram auxílio, e em 2005 esse número cresceu para 56%. Aos empresários que procuraram ajuda, foi oferecida uma questão de múltipla escolha, com dez alternativas, para que eles listassem os lugares em que buscaram auxílio. A resposta “contador” ficou em primeiro lugar entre as empresas ativas durante os três anos consecutivos, com taxa de 42%. As empresas extintas também elegeram o contador como a sua principal fonte de consultoria, variando as taxas entre 35% e 45% durante os três anos pesquisados. O Sebrae foi o segundo mais votado tanto pelas empresas ativas, com 17% em 2005, quanto pelas extintas, com 19%. Esses percentuais cresceram expressivamente com relação à pesquisa anterior (2000/2002), quando foi constatado que, nas empresas ativas, a procura pelo Sebrae era de 4%, e nas extintas, 3%.
Medidas de apoio Os proprietários das empresas ativas e extintas em 2005 foram questionados sobre quais as medidas de políticas de apoio às micro e pequenas empresas são mais importantes. Eles podiam marcar múltiplas respostas. Em primeiro lugar, ficou o tratamento diferenciado tributário com 68% (empresas ativas) e 71% (empresas extintas). Em segundo lugar, ficou a questão do crédito preferencial (juros e prazos) com 63% para empresas ativas e 58% para empresas extintas. E, em terceiro, veio o treinamento de pessoal, com 39% e 35%, respectivamente, para empresas ativas e empresas extintas. Também foram citadas outras medidas com menores percentuais, como desburocratização do registro e da baixa de empresa, disponibilização de informações de mer-
cado, programa de cooperativismo, acesso a compras governamentais e programa para facilitar as exportações. De acordo com a pesquisa, é possível avaliar as principais causas da mortalidade precoce das empresas. Na opinião desses empresários, entre 2003 e 2005, a falta de clientes foi o fator que mais contribuiu para o crescente fracasso dos negócios. As respostas variaram entre 23% a 29% nos três anos pesquisados. Em seguida, apareceu carga tributária/encargos/impostos, com 43% de citações nos três anos pesquisados. Parte dessa reivindicação é atendida desde o dia 2 de julho, quando passou a vigorar o Simples Nacional, um dos dispositivos da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. O novo tributo substitui o Simples Federal e unifica o pagamento de oito impostos, sendo seis federais, um estadual e um municipal.
Leia a pesquisa completa no site do Sebrae: www.sebrae.com.br. Setembro 2007 – Empreendedor – 51
A voz da experiência
Antônio Carlos Molinari
Arte com sopro nacional Vidreiro exporta cristais Murano até para a Itália, berço da técnica por muito tempo secreta por
Francis França
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Antes de trabalhar com a produção de cristais, os irmãos Paulo e Antônio Carlos Molinari ajudavam o pai. Ainda crianças, lavavam garrafas na fábrica de aguardente e vinho da família de descendentes de imigrantes italianos para retirar a cola dos rótulos. Depois de limpas, as garrafas eram enchidas novamente, e recomeçava o trabalho
manual de colar os rótulos novos. No armazém de secos e molhados, anexo à fábrica, entregavam as compras dos fregueses com um carrinho de mão feito de madeira. Quando o pai começou a derrubar matas para o plantio de café, a pedido dos fazendeiros, os irmãos Molinari iam junto para empilhar a lenha, limpar as galhadas e vender a
madeira a granel na cidade. À noite, a família saía para caçar sapos e vendêlos a um laboratório especializado. “Era uma forma de aumentarmos a renda”, diz Antônio Carlos, hoje sócio da maior fábrica de vidros artesanais tipo Murano da América Latina. O primeiro contato com a arte de esculpir vidro foi aos 11 anos, quando seu pai prestou serviços como lenheiro para o mestre-vidreiro italiano Aldo Bonora. A irmã Ângela Cristina Molinari conseguiu um emprego na fábrica, e Antônio Carlos e Paulo, com apenas 8 anos de idade, foram escolhidos como discípulos de Bonora. Jovens e com muita vontade de aprender, eles passaram por todos os setores da oficina e, em pouco tempo, já produziam
pequenas peças de vidro e colares. Os irmãos Molinari foram os primeiros mestres brasileiros do vidro tipo Murano e, em 1962, fundaram a Cristais São Marcos, referência mundial no ramo. Com sede na cidade mineira de Poços de Caldas, a empresa produz diariamente quatro toneladas de peças de vidro. Por serem produzidas de maneira artesanal, sem interferência de equipamentos, as peças de Murano são consideradas obras de arte. “O mestre Bonora nos deu liberdade para criar. Lembramos com muito orgulho quando, naquela época, já éramos considerados como os discípulos e sucessores dele”, diz Antônio Carlos. A fabricação do vidro tipo Murano foi mantida em segredo por séculos pelos italianos, para evitar que estrangeiros se apropriassem do conhecimento passado de geração em geração. A técnica do vidro soprado foi desenvolvida pelos sírios e tornou possível a produção de vidros ocos, como garrafas e frascos. Em 1291, as autoridades venezianas, preocupadas em preservar o sigilo da arte do vidro, transferiram todas as fundições da cidade de Veneza para a Ilha Murano. Os artesãos não podiam abandonar a ilha sob a ameaça de pagarem com a própria vida. Algumas famílias moram e trabalham até hoje em Murano – por vontade própria –, fabricando vidros como obras de arte, reconhecidas em todo o mundo. Há um espírito de competição entre as famílias artesãs, e elas buscam sempre aperfeiçoar as formas e tonalidades dos vidros. Para produzir o vidro, é preciso derreter as matérias-primas em um forno aquecido a 1.450ºC, de onde se obtém uma massa incandescente, que é colhida pela cana de assopro – tubo de aço no qual se colhe a bola de vidro no forno – e passa a ser trabalhada pelo vidreiro a 1.250ºC. As cores são obtidas através dos óxidos. O verde se obtém com o cromo; o azul, com o cobalto. Para o vermelho, usa-se o selênio, e para o lilás, o manganês.
Antônio Carlos Molinari Cidade de nascimento: Poços de Caldas (MG) Idade: 63 Formação: Mestre-vidreiro Empresa: Cristais São Marcos Ramo de atuação: Indústria de Vidros e Cristais Ano de fundação da empresa: 1962 Cidade-sede: Poços de Caldas (MG) Número de funcionários: 200
Quando Aldo Bonora resolveu se afastar do trabalho, deixou a fábrica para o irmão Gianinno Bonora, também mestre-vidreiro, e reservou um espaço para que os irmãos Molinari continuassem produzindo suas próprias peças. Foi quando nasceu a primeira empresa da família – Antônio Molinari e Filhos Ltda., que se transformou mais tarde em Cristais São Marcos e tem, até hoje, como sócios os irmãos Paulo, Antônio Carlos, Angela Cristina, Nivia Maria e João Batista Molinari. Com o crescimento do negócio, a oficina foi instalada em um espaço maior. Mais tarde, com o retorno de Aldo Bonora à ativa, ficou consagrada a indústria do vidro em Poços de Caldas, com a Cristaleria Bonora e a Cristais São Marcos como pioneiras no ramo. Quando o pai morreu, Antônio Carlos assumiu todas as responsabilidades e obrigações de chefe de família e diretor da empresa. Até hoje, trabalha pelo menos 12 horas por dia, de segunda a sábado. “O meu dia-a-dia é o trabalho. É onde me sinto realizado, sem hora para chegar e muito menos para sair. Dedico-me com o mesmo vigor de quando comecei”, diz. Casado e pai de quatro filhos, tem pouco tempo para o lazer, mas não dispensa o almoço e o jantar em família, todos os dias, de preferência regados a um bom vinho. Por causa da dedicação exclusiva ao trabalho, não aprendeu a nadar Setembro 2007 – Empreendedor – 53
A voz da experiência
Antônio Carlos Molinari
nem a jogar futebol. Não sabe jogar cartas, não bebe, não fuma, e a vida social nunca o atraiu. O “esporte” que pratica, sempre que pode, segundo diz, é uma boa conversa, quando consegue “aprender e repassar algo de bom dessa vida”. Em compensação, mesmo tendo estudado apenas até o ginásio (equivalente, hoje, ao Ensino Fundamental), levou sua empresa a conquistar reconhecimento internacional pela qualidade das peças. Os Molinari foram os primeiros mestres-vidreiros sul-americanos a exportar peças artesanais tipo Murano para países europeus, inclusive para a Itália – motivo de orgulho para a família. A lista ainda inclui Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Emirados Árabes, Índia, Suíça e Grécia, entre outros.
Peças assinadas
Antônio (ao fundo) e o irmão Paulo: fornos e equipamentos da fábrica foram construídos por eles mesmos
54 – Empreendedor – Setembro 2007
Atualmente, a Cristais São Marcos conta com aproximadamente 50 linhas e 500 produtos diferentes, entre vasos, fruteiras, cachepôs, castiçais, pesos para papel, garrafas decorativas e lamparinas. Além das três lojas próprias instaladas em Poços de Caldas, os produtos são vendidos por cerca de 1,5 mil lojistas em todo o país. Na década de 1990, a empresa criou a Molinari Design, braço da Cristais São Marcos que desenvolve coleções de peças únicas ou séries limitadas, lan-
çadas duas vezes por ano. O preço das peças assinadas Molinari, na fábrica, varia entre R$ 350 e R$ 1,1 mil. Em 2005, a Cristais São Marcos expôs suas peças no Palácio Pamphili, na Piazza Navona, em Roma, a convite do governo brasileiro. A mostra teve grande repercussão, e a empresa foi convidada a fazer uma mostra também em San Donà de Piave, pequena cidade a 45 quilômetros de Veneza. Antônio Carlos foi cercado por jornalistas italianos, que queriam saber por que a Cristais São Marcos estava expondo as peças justamente na Itália, que é o berço do Murano, e não em outros países, onde não havia comparação. Ele respondeu que a intenção era mostrar que sua família, descendente de italianos, tinha capacidade para criar peças tão belas quanto as que são feitas em Murano. “A reação dos jornalistas foi tão surpreendente, que nunca mais me esqueci daquele momento. Um deles me abraçou e me levantou no ar, dizendo: ‘Bravo! Bravo!’ Foi muito significativo”, diz Antônio Carlos. Na última carga de exportação para a Europa, 1,2 mil peças foram destinadas à Itália. Os Molinari são admirados também pela autonomia na linha de produção. Enquanto na Itália as pessoas se especializam em determinadas fases da fabricação do vidro – vidreiro,
forneiro, ferramenteiro, designer –, no Brasil a necessidade obrigou os empresários a conhecerem todos esses setores e adotar a criatividade para ampliar a produção. Todos os fornos e equipamentos existentes na fábrica são construídos por eles mesmos, sem a ajuda de engenheiros ou técnicos estrangeiros especializados. A meta da empresa é consolidar o nome e a qualidade dos produtos da Cristais São Marcos no mercado externo com a mesma força que tem, hoje, no mercado nacional. Para Antônio Carlos, o importante é conseguir transmitir para os filhos, sobrinhos e genros a tradição da família, e garantir o sucesso do negócio com a mesma seriedade e dedicação que tem hoje. “Tudo foi realizado sem que tivéssemos berço de ouro, sem os bancos das universidades ou as facilidades da elite, mas com o trabalho, a inteligência e a ousadia que sempre tivemos, desde crianças”, diz. Para a alegria dos Molinari, a tradição artística da família promete dar frutos. Os filhos e sobrinhos já demonstram habilidade e talento na arte vidreira e participam do trabalho na fábrica. Segundo Antônio Carlos, eles estão sendo preparados para a sucessão.
Linha Direta Antônio Carlos Molinari (35) 3714-1892
BÚSSOLA EMPRESARIAL
ACERTOS Aprender que o trabalho e a união da família em torno de um objetivo fazem a diferença Fazer a nossa parte, sem esperar favorecimentos do governo Manter o espírito empreendedor de nosso pai Priorizar a qualidade do trabalho, a ponto de exportar peças para a Itália, berço do vidro de Murano Construir as nossas próprias soluções
ERROS Não ter concluído os estudos – fez apenas o Ensino Fundamental Nunca ter se promovido, por isso, acabou perdendo oportunidades para outras empresas que chegaram depois Não ter tido tempo para curtir a mulher e os filhos Nunca ter saído de férias. Sua primeira viagem a passeio foi aos 48 anos, e durou apenas uma semana. Foi para Santos (SP), onde comeu frutos do mar pela primeira vez Não ter um substituto para assumir a fábrica quando está fora Setembro 2007 – Empreendedor – 55
F ranquia Crescimento expresso Academias que exigem pouco tempo dos usuários agitam o segmento fitness
Com a correria do dia-a-dia, cada vez mais pessoas estão optando por fazer exercícios físicos em academias que exigem pouco tempo. As academias expressas, como são chamadas, chegaram ao Brasil em 2003 e hoje estão com um público de aproximadamente 60 mil freqüentadores, espalhado por quase 300 estabelecimentos. Três redes de franquia oferecem oportunidades neste mercado: Curves, Contours Express e Citrus Gym. Em geral, as academias têm tamanho reduzido – uma ou duas salas em menos de 200 metros quadrados – e alguns poucos equipamentos que compõem o circuito. Os alunos fazem aulas de 30 minutos, alternando exercícios a cada 45 segundos, três vezes por semana. O programa exige
maior intensidade em detrimento das repetições, reduzidas se comparado a práticas tradicionais em academias. O resultado, conseqüentemente, aparece logo no primeiro mês. Esta é a fórmula que está agitando o segmento fitness no Brasil. “Várias academias tradicionais estão se transformando para se adequarem às exigências deste novo modelo”, afirma Waldyr Soares, presidente do Instituto Fitness Brasil. Ele define as academias expressas como uma “volta às origens da atividade física, por estações de exercícios e aliando saúde com mais qualidade de vida”. O perfil dos freqüentadores destas academias são mulheres, acima dos 30 anos, que não estão preocupadas apenas com a estética, e sim com saúde e bem-estar. A primeira academia nos moldes
Waldyr Soares: “Volta às origens da atividade física”
Luciana: “Não precisa experiência em fitness nem administração”
por
Débora Remor
56 – Empreendedor – Setembro 2007
“30 minutos” foi a Curves, que introduziu a idéia no início da década de 1990 nos Estados Unidos e é a maior franquia do gênero do mundo, com mais de dez mil estabelecimentos em 55 países. Em novembro de 2003, São Paulo recebeu a primeira das atuais 203 academias da Curves no Brasil. Voltada apenas para o público feminino, o negócio cresceu aceleradamente. “A idéia é um público bem focado: mulheres que não participavam das academias tradicionais”, explica Luciana Mankel, diretora de operações da rede no Brasil.
Expansão acelerada A expectativa é abrir mais 100 unidades até o final de 2008, aumentando ainda mais a carteira de alunas, que já passa de 50 mil. “É um negócio simples, não precisa ter experiência em fitness nem administração. O que precisa é gostar da Curves, o proprietário precisa estar presente e se dedicar”, afirma Luciana. A rede apaixona tanto as freqüentadoras, que muitas delas acabam se tornando franqueadas, mas os homens também podem se candidatar a administrador de academia exclusiva para mulheres. “Temos um franqueado que, quando ele chega à academia, as alunas puxam ele para o meio do circuito, e é uma festa. Mas é só com ele, se for outro homem, elas já olham desconfiadas”, comenta Luciana. Em 2004, o cearense Cassiano Ximenes voltou do MBA no Canadá trazendo a idéia de montar seu pró-
Ximenes e a rede Contours Express: meta é 80 filiais no Brasil até dezembro
Para abrir uma franquia CITRUS GYM Investimento inicial: R$ 75 a R$ 95 mil Taxa de franquia: R$ 40 mil Taxa de publicidade: 3% sobre o faturamento bruto da loja franqueada. Taxa de royalties: 5% sobre o faturamento bruto da loja franqueada. Capital de giro: R$ 15 mil Área mínima: 150 m2 Número médio de funcionários: 4 Faturamento bruto: R$ 25 mil a R$ 30 mil Lucro líquido: entre 12% a 20% Prazo de retorno: 24 meses Prazo de contrato: 60 meses
CONTOURS EXPRESS Investimento inicial total: R$ 185 mil a R$ 215 mil Taxa de franquia: R$ 45 mil Taxa de propaganda: R$ 600/mês Taxa de royalties: R$ 1,5 mil/mês Capital de giro: R$ 10 mil a R$ 20 mil Área mínima para instalação: 150 m2 Número médio de funcionários: 7 Faturamento médio mensal: R$ 35 mil Tempo de retorno: 24 meses
CURVES Investimento inicial: entre R$ 95 mil e R$ 130 mil Taxa de franquia: R$ 53 mil Taxa de publicidade: R$ 600 Taxa de royalties: R$ 1,2 mil/mês Capital de giro: R$ 15 mil Área mínima: 100 m2 Número médio de funcionários: 4 Faturamento médio mensal: aproximadamente R$ 33 mil Lucro líquido: R$ 15 mil (médio) Prazo de retorno: de 9 a 18 meses Prazo de contrato: 120 meses
prio negócio no ramo da moda. “Mas um amigo me disse que atualmente produtos não vendem bem. O que dá certo é oferecer serviços, este é o futuro. Por isso, vi na academia expressa um mercado novo e ainda em crescimento no Brasil.” Em junho daquele ano, ele abriu a primeira Contours Express, em Fortaleza, e a segunda academia veio logo em seguida, três meses depois.
A rede Contours Express tem 58 unidades funcionando e outras 20 em fase de implantação, o que atende cerca de 8,5 mil alunas nas principais cidades de 12 Estados brasileiros. “Queremos chegar a 80 filiais no Brasil até dezembro”, declara Ximenes. Ele garante que o retorno do investimento ocorre em dois anos, e cada unidade demanda sete profissionais, entre professores de Educação Física e funcio-
nários da administração. Originada nos Estados Unidos, a Contours teve que fazer adaptações para as clientes brasileiras. Os equipamentos do circuito norte-americano trabalham mais os membros superiores, enquanto no Brasil as alunas querem mais atenção aos membros inferiores. Acessórios como step, cama elástica, alteres e bastões foram agregados nas unidades nacioSetembro 2007 – Empreendedor – 57
F ranquia
Citrus Gym: mais valor à saúde do que à estética, com desenvolvimento do aspecto lúdico da atividade física
nais. Os serviços de avaliação física e nutricional, massagem e ioga também são adicionais da rede no Brasil. O público da Contours são mulheres entre 30 a 50 anos, com padrão de vida das classes A e B, e que não se sentem bem em academias tradicionais. “Não queremos ser a maior rede, mas com certeza buscamos ser a melhor. Com atendimentos personalizados e os serviços agregados, damos uma atenção especial às alunas, e elas têm demonstrado satisfação”, afirma Ximenes.
Unissex A única academia que também abre as portas para os homens é a Citrus Gym, rede brasileira com nove unidades espalhadas por Santa Catarina, Distrito Federal, Paraná, São Paulo e, em breve, no Rio de Janeiro. Fundada em 2005 pelo norte-americano John Kersh, a Citrus tem sede em Florianópolis “por causa do con-
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ceito de alta qualidade de vida à qual a cidade é associada”. Morando na capital catarinense há quatro anos, Viviane Lopes abriu a academia como franqueada e foi convidada no ano passado a ser sócia. Hoje, a paulistana é diretora-executiva da rede, que atende mais de mil alunos por mês. “As academias têm baixo custo e exigem poucos funcionários. É simples de administrar e, com o suporte que damos aos franqueados, é muito difícil o negócio dar errado”, afirma. A Citrus Gym pretende abrir mais dez unidades até dezembro, e quase todas já foram comercializadas. A rede negocia também com empreendedores do Chile, Argentina, México e Venezuela, e a estimativa é chegar a 150 unidades na América Latina até 2010. A única rede de academia unissex do país tem a proporção de 40 homens para cada 60 mulheres. “Não são apenas elas que querem se exercitar, estão sem tempo e não encontram ambientes descon-
traídos, os homens também estão interessados”, diz a diretora. Para Viviane, a diferença da Citrus Gym para outras academias é que os profissionais de educação física não fazem pressão para que os alunos percam peso e dão mais valor à saúde do que à estética, com o desenvolvimento do aspecto lúdico da atividade física. “O que costuma intimidar os alunos de academia são essa pressão e o culto ao corpo, com espelhos por todo o lado. Aqui, queremos promover a saúde, oferecemos frutas, e o ambiente tem um clima familiar, onde todos os alunos são conhecidos e chamados pelo nome”, conta Viviane, que já administrou a unidade de Florianópolis, que hoje tem 250 freqüentadores.
Linha Direta Cassiano Ximenes: (85) 3458-3345 Luciana Mankel: (11) 5093-4310 Viviane Lopes: (48) 3228-0178 Waldyr Soares: (11) 5095-2699
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F ranquia Integrar para crescer Promover a integração entre equipe franqueadora e franqueados, melhorar a comunicação entre estes grupos e incentivar a troca de experiências cotidianas da operação. Esses são alguns dos objetivos dos Comitês de Marketing de Varejo, Melhores Práticas e Inteligência do Ponto-de-Venda da rede Contém 1g. “Os comitês reúnem representantes dos franqueadores e dos franqueados de regiões variadas do país com o objetivo de analisar, criar e implementar soluções para problemas, situações e necessidades que vão desde o cotidiano das lojas até casos mais complexos, como a adoção de softwares operacionais”, explica Paula Jacomassi, gerente de Marketing de Varejo. A intenção é que todos os franqueados participem da gestão estratégica e tenham acesso ao resultado dos trabalhos e ações que surjam a partir deles. “Os franqueados são o elo entre a Contém 1g e as consumidoras da marca. São eles que trazem informações importantes do mercado e mostram quais as práticas bem-sucedidas nas lojas. Em contrapartida, os profissionais da franqueadora possuem know-how e conhecimentos específicos para auxiliar nas análises de viabilidade dos projetos. O importante é haver diálogo e boa vontade de todos em promover melhorias em toda a rede”, comenta Paula. www.contem1g.com.br
Fidelidade de papel A China House, rede de delivery e restaurantes especializada em culinária chinesa, aposta na força da mídia quando a questão é o fortalecimento da marca junto aos clientes. Neste ano, entre as ações de marketing da empresa, está a parceria com o jornal O Estado de S. Paulo, que garante descontos exclusivos e outras facilidades para os consumidores. A iniciativa junto ao Estadão prevê descontos de 15% nos pratos da China House – tanto no delivery como nas mesas – para assinantes do periódico, por meio de cupons
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que aparecem no jornal diversas vezes por semana. Além disso, a rede de franquias distribui uma cota de jornais semanalmente como brinde para seus clientes. “Nossos clientes sempre elogiam a promoção. Já tive inúmeros retornos de consumidores que adoraram receber o jornal junto com a entrega ou ter descontos na hora de pagar a conta. É uma forma de mostrar consideração e cativar o público da China House”, comenta Jorge Torres, franqueador da China House e proprietário da unidade Guarulhos.
Multimarca Perto de completar 20 anos no mercado, a Overboard, loja multimarca especializada em street e surfwear, pretende investir no sistema de franquia para expandir a rede, que já conta com nove unidades em São Paulo. Inicialmente, as áreas de interesse são Região Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e interior paulista, onde a marca quer instalar pelo menos 16 pontos-de-venda. Para o início da parceria, a Overboard oferece, além do direito de uso da marca, apoio para a escolha do ponto, inauguração da loja, definição do mix de produtos e estoque inicial. A marca também disponibiliza assessoria para o projeto arquitetônico da unidade, treinamento operacional e gerencial para franqueado e equipe, e negociação com fornecedores. João Luiz Perez, diretor geral da Overboard, calcula que o investimento para abertura de uma loja é de R$ 500 mil, com retorno em aproximadamente 32 meses. Perez ressalta que o franqueado não precisa conhecer muito sobre o mundo do surf. “Temos todo o treinamento para que ele entenda a filosofia da empresa”, afirma. Mas o diferencial do futuro parceiro é ter disponibilidade para estar à frente dos negócios, habilidade comercial e espírito empreendedor. “Tem coisas que não se treinam”, diz o empresário. (11) 6973-8124/www.overboard.com.br
Olho na expansão Empreendedores interessados em abrir uma loja de foto e óptica nos Estados de Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo estão convidados pela Fotóptica a ampliar a rede. Para este ano, a expectativa é de crescimento maior que 15%, índice alcançado no ano passado. “A Fotóptica procura empreendedores e parceiros que acreditam na força da marca e que queiram participar ativamente da sua história. Queremos unir forças com parceiros que possam representar nossa marca em suas regiões”, afirma o presidente, Fernando Janikian. A empresa, com 87 anos de mercado e 75 pontos-de-venda, oferece dois modelos de negócio. A primeira opção é um pacote composto pelos setores de óptica e fotografia, o segundo modelo é voltado apenas para comercialização de produtos e serviços de óptica. A rede trabalha com os serviços de receitas de óculos em uma hora, venda de lentes e armações de marcas nacionais e internacionais, comercialização de marcas exclusivas e consultores especialistas – treinados inclusive em estética e moda. Em relação à fotografia, investe constantemente em equipamentos de última geração e em profissionais qualificados. (11) 3175-1475 www.fotoptica.com.br
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F ranquia Pronto para uso Especializada no segmento de dermocosméticos, a empresa Dermage lançou o novo modelo de franquia: Skincare. O conceito já está presente em três lojas e se baseia em produtos industrializados, sem necessidade de manipular fórmulas. Desta maneira, a Dermage diminui os custos de infra-estrutura e torna mais dinâmico o funcionamento da empresa, que pretende crescer 20% este ano. A rede oferece suporte na análise do ponto comercial, informações sobre a etapa de desenvolvimento da franquia, e treinamento em gestão de varejo e produtos. A Dermage conta com 26 lojas divididas entre São Paulo e Rio de Janeiro, e outros 60 pontos-de-venda. Unidades em São José dos Campos, São José do Rio Preto, Curitiba e Porto Alegre devem ser inauguradas em breve. Outras 12 franquias serão lançadas no ano que vem, segundo expectativas da rede. (21) 3204-4040 www.dermage.com.br
Fast-food saudável O ritmo acelerado de crescimento da Subway, segunda maior rede mundial de fast-food, se reflete na venda de lojas e acabou resultando na abertura de um escritório local no Brasil. Presente em 86 países, a multinacional de alimentação rápida chegou à marca de 90 unidades brasileiras e espera ultrapassar 125 até dezembro. “Estamos mantendo um crescimento constante e sustentável com previsão para este ano de 60%”, conta Anette Trompeter, gerente da Subway no Brasil. A decisão para instalar um escritório local é feita com base em três critérios: expansão da franquia, consistência e capacidade de absorção do mercado, ou seja, da demanda do país. “No Brasil, temos sentido a aceitação por este tipo de alimentação saudável. É um movimento que realmente tem crescido em boa parte do mundo, mas é possível perceber quais países estão na fase de mudança drástica de seus hábitos de consumo, e o Brasil é um deles”, diz a executiva, ao relembrar que a Subway é originalmente saudável, pois foi fundada dentro desta filosofia e não teve que adaptar seu cardápio de repente para atender a uma exigência de mercado. www.subway.com
Mais do que corte e costura Para entrar no mercado de costura, customização e reforma de roupas, calçados e bolsa, o empreendedor pode contar com a rede Linha & Bainha e investir numa franquia. A franqueadora concluiu um projeto que possibilita a inclusão dos serviços de costura, reforma e conserto de couro – incluindo malas, bolsas e calçados –, e também de bordados. “As lojas poderão atender desde a pequenas empresas, com a criação de logotipos para uniformes, até pesso-
as físicas, com monogramas, enxovais e outros bordados”, explica José Ventura, gerente de expansão. Atualmente com dez lojas, a rede promete inaugurar mais duas ainda em agosto, com novo formato e espaço físico mais dinâmico. “Nós redesenhamos a loja, eliminando alguns balcões e conseguimos reduzir o investimento. Assim, o franqueado ganha fôlego para implantar novos serviços”, explica. (11) 5535-4110
FRANQUIAS EM EXPANSÃO
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FRANQUIAS EM EXPANSÃO Worktek
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Negócio: Educação & Treinamento Telefone: (19) 3743-2000 franchising@worktek.com.br www.worktek.com.br
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Oportunidade de sucesso Rede em ampla expansão Lançada em maio de 2001, a Alps faz parte do grupo ProAcademix, também detentor das marcas Wizard e Worktek. Atualmente, ela é a rede de franquias de idiomas que mais cresce no Brasil, com 101 unidades espalhadas por todo o país. O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvida nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolingüística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatro habilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa: conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, o aprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente. A Alps conta com know-how administrativo e comercial, através de um sisteNº de unidades próp. e franq.: 101 ma exclusivo de enÁreas de interesse: América Latina, Estados sino, e dá assessoria Unidos, Japão, Europa na seleção do ponto Apoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PN comercial, na adequaTaxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 por kit (publicidade) ção do imóvel e na Instalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 mil implantação e operaCapital de giro: R$ 5 mil ção da escola. Prazo de retorno: 12 a 18 meses Contato: Ivan Cardoso
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Sucesso educacional e empresarial A Wizard Idiomas é a maior rede de franquias no segmento de ensino de idiomas* do país. Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior que geram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio milhão de alunos por ano. A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamente didático com proposta pedagógica para atender alunos da educação infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira idade. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e português para estrangeiros. A Wizard é Nº de unidades: 1.221 franqueadas também pioneira no Áreas de interesse: América Latina, EUA e ensino de inglês em Europa Apoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI, Braille. PN, AJ, FB, FL, CP, FM Taxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 mil Instalação da empresa: a partir de R$ 50 mil Capital de giro: R$ 15 mil Prazo de retorno: 24 a 36 meses
* Fonte: Associação Brasileira de Franchising e Instituto Franchising.
Zets Negócio: telefonia celular e aparelhos eletrônicos Tel: (011) 3871-8550/Fax: (011) 3871-8556 franquia@zets.com.br www.zets.com.br
Tenha uma loja em sua mão A Ezconet S.A. detentora da marca Zets é uma empresa de tecnologia e distribuição de telefonia celular e aparelhos eletrônicos que, através de um sistema revolucionário denominado “BBC” (business to business to consummer) agrega novos serviços e valores a cadeia de distribuição. Realiza a integração entre o comércio tradicional e o comércio virtual, fornecendo soluções completas de e-commerce e logística para seus parceiros. Franquia Zets: Foi criada com a finalidade de disponibilizar para pessoas empreendedoras a oportunidade de ter um negócio próprio com pequeno investimento, sem custos de estoque, sem riscos de crédito, sem custos e preocupação com logística. Como Funciona: O Franqueado tem a sua disposição uma loja virtual Zets/Seu Nome, para divulgação na internet, vendas direta, catalogo, montar uma equipe de vendas, eventos, grêmio. Quais Produtos são comercializados: Celulares e acessórios para celulares, calculadoras, telefoNº de unidades próp. e franq.: 20 nes fixos, centrais telefônicas, Áreas de interesse: Brasil acessórios para informática, baApoio: PP, TR, OM, FI, MP terias para filmadoras, baterias Taxa de Franquia: R$ 5 mil para note-book e câmeras digiInstalação da empresa: R$ tais, pilhas, lanternas, filmes 1.500,00 para maquina fotográfica, cartuchos para impressoras, etc. Capital de giro: R$ 5 mil A franquia estuda a inclusão de Prazo de retorno: 6 a 12 meses novos produtos. Contato: Shlomo Revi PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treinamento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto
TI
No topo da lista Sistema desenvolvido pela WBI garante melhor posicionamento de site em buscadores Um novo serviço está disponível para empresas interessadas em participar no comércio eletrônico. O cliente compra uma loja virtual personalizada e recebe seu website já com serviços de publicidade on-line inclusos, o que envolve a entrega de um produto totalmente otimizado para conquistar os melhores posicionamentos nos sistemas de busca da rede. É o pacote V3 FastCompras Store lançado pela WBI Brasil, empresa especializada em marketing na internet, em parceria com a FastCompras, desenvolvedora de lojas virtuais. “Durante os seis anos que atuamos no mercado, percebemos que muitas empresas investem no desenvolvimento de sua loja, a colocam no ar, mas não têm nenhuma forma de divulgá-la”, diz o diretor de Marketing da WBI, Paulo Kendzerski. “Além disso, vários clientes da FastCompras recorriam depois aos nossos serviços em busca de visibilidade para as lojas desenvolvidas.” Segundo Kendzerski, o procedimento geralmente implicava retrocessos no sistema já elaborado, uma vez que o site precisava passar por várias adaptações. Assim, WBI e FastCompras perceberam a vantagem de unirem habilidades e atenderem a essa nova necessidade do mercado por meio do lançamento de um pacote completo. O resultado foi economia não só de tempo e esforço para as empresas parceiras, mas também melhor aproveitamento dos investimentos realizados pelo cliente. O trabalho de divulgação oferecido pelo V3 inclui serviços de assessoria de imprensa e o MOB – marketing de otimização em buscadores. O uso do MOB faz com que o website ganhe visibilidade e destaque em uma das ferramentas mais usadas por usuá-
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rios da internet no país. “Sabemos hoje, por exemplo, que 99% dos internautas brasileiros usam mecanismos de busca na hora de comprar um produto e que 57% das vendas on-line ocorrem a partir de pesquisas realizadas nesses sites”, informa Kendzerski. O diretor explica que o usuário geralmente digita palavras-chave em páginas tais como Google, Yahoo, UOL e MSN. Após a pesquisa, esses buscadores apresentam uma lista de opções. “As primeiras respostas são normalmente sites otimizados. Não existe nenhuma página de sucesso no mundo inteiro que não tenha um bom posicionamento nesses mecanismos”, explica. Kendzerski acrescenta que a prática é muito utilizada nas maiores lojas de comércio eletrônico no país, como Submarino, Americanas e Mercado Livre. A técnica é eficaz não só por colocar a loja no topo dos resultados, mas também por atingir internautas com interesses bem específicos. “Se eu procuro ‘TV de plasma Philiphs’ no Google, por exemplo, é porque desejo comprar exatamente esse produto. É um tipo de pesquisa altamente qualificada, já que há grande possibilidade de esse tipo de usuário se tornar um cliente”, exemplifica Kendzerski, explicando que a taxa de rejeição das opções apresentadas no topo dos buscadores é muito baixa. O processo de otimização da loja virtual é realizado com a geração de códigos específicos para o site durante sua programação. A técnica faz com que os spiders, robôs dos mecanismos de busca, leiam e interpretem a página de tal forma a posicioná-la no topo dos seus resultados de pesquisa. Os robôs são sistemas que vasculham a internet o dia todo para indexar sites ao buscador a que es-
Parceria com FastCompras permite melhor aproveitamento dos investimentos do cliente tão vinculados. Quando uma loja otimizada é colocada na rede, essas “aranhas virtuais” a indexam automaticamente nas melhores posições do buscador. Kendzerski explica que um dos fatores para o sucesso da programação é a escolha de palavraschave adequadas. “Para isso, tentamos entender qual é o negócio da empresa e o tipo de produto ou serviço que o seu cliente busca.” Entre os usuários do MOB, há desde indústrias de chá até empresas da área de informática – as mais interessadas. Segundo o diretor de Marketing da WBI, o serviço está ao alcance de todo tipo de empresa, independentemente de seu porte ou área de atuação. Para ele, um exemplo disso é a Café Fácil, empresa especializada em máquinas de café e que conta com uma loja virtual otimizada. “É uma empresa pequena do interior de SP, mas líder de vendas no segmento dela”, diz. Atualmente, o e-commerce cresce no Brasil. Segundo dados da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico e da e-Consulting, as compras de bens de consumo, automóveis e serviços ligados ao turismo realizadas em lojas virtuais no país só no primeiro semestre deste ano somaram R$ 4,4 bilhões. O número representa aumento de 57% em relação ao mesmo período de 2006. Estar no topo da lista, neste caso, é certeza de um bom negócio. (Natacha Amaral)
Linha Direta FastCompras: (51) 3227-0323 WBI Brasil: (51) 3233-1771
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Recursos compartilhados Já pensou em otimizar o espaço do seu escritório e diminuir os gastos com equipamento e manutenção? O PC Expanion permite que entre dez e 30 usuários trabalhem numa só CPU, assim um computador é utilizado concomitantemente por várias estações. Lançado há pouco mais de dois anos, 250 mil unidades já foram vendidas no Brasil pela Ory Solution. Por entender que a maioria dos computadores são subutilizados, a idéia do PC Expanion é compartilhar os recursos do processador, memória e disco entre os usuários conectados ao terminal principal usando a
tecnologia Ultra Thin Multi Access (UTMA). A solução é indicada para locais como escritórios de advogados, consultoria, contabilidade, laboratórios de universidades e escolas, mas não serve bem para aplicações gráficas ou de engenharia. Entre as vantagens oferecidas pelo terminal multiuso, estão a economia de energia e de equipamentos, e a ampliação do espaço físico. A manutenção de hardware também fica diminuída apenas ao terminal, assim como as atualizações de software. Com a implantação do PC Expanion, não é preciso modificar os computadores atuais, as aplicações instaladas
como internet, e-mail e o pacote Office continuam rodando normalmente. A quantidade de usuários por terminal depende da configuração e do uso do espaço de cada estação. O recomendável é que a memória RAM seja de pelo menos 2 GB, e o sistema suporta monitores de alta resolução com até 16 bit color. A multiplicação do computador corporativo ou doméstico, conectando as unidades de trabalho através da estrutura de rede local, tem custo aproximado de R$ 800 e mantém o desempenho original, sem necessidade de alterações no computador. www.tsinfo.com.br
Operações seguras
Controle digital
O número de empresas que utilizam certificados de assinatura digital tem crescido e impulsionado a compra de aplicativos que suportam esta tecnologia. A BRy Tecnologia, de Florianópolis, oferece um kit para desenvolvedores de softwares ou departamentos de informática, já utilizado por grandes empresas como ABN Amro, Mahle Nextech e instituições públicas como o governo do Estado de Santa Catarina e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Duas bibliotecas de assinatura digital, com acesso dinâmico, atualização das versões e suporte remoto por 60 meses formam o kit da BRy. (48) 3234-6696/ www.bry.com.br
Um programa de controle do estoque, cadastro de clientes e controle de gastos das empresas foi desenvolvido pela empresa 3Media para atender a pequenas e médias empresas interessadas em informatizar o sistema sem gastos exorbitantes. O SW é baseado numa linguagem aberta, sem necessidade de pagar licenças. Com uso gratuito, uma linguagem acessível e banco de dados simples, o software sai por R$ 7 mil. A 3Media garante que o produto é personalizado e que se adapta a qualquer empresa, e não há custo com mensalidade. Mas o analista de sistema da 3Media, Cristiano Signorelli, alerta que a empresa deve capacitar profissionais e treinar todos os funcionários que trabalham com o recurso para otimizar o uso do software. (19) 3201-0188/ www.3media.com.br
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Guia do Empreendedor Tipo exportação Projeto da ABDI auxilia na internacionalização de pequenas e médias empresas brasileiras Pequenas e médias empresas brasileiras (PMEs) vão ganhar mais um impulso para exportar seus produtos, principalmente aqueles de maior conteúdo tecnológico, para a União Européia. O governo brasileiro assinou um acordo de cooperação com o bloco europeu, com investimento total de 44 milhões de euros, metade de cada parte. Os recursos serão usados para formar pessoal qualificado, aquisição de equipamentos para os órgãos que prestam serviço técnico e assistência técnicas às empresas. Segundo pesquisas do governo brasileiro, em 2005, o valor exportado pelas micro, pequenas e médias empresas representava apenas 8,6% do total das exportações, apesar de o grupo representar 73% das empresas exportadoras. “Por isso, vemos que há um campo muito grande para aumentar os valores exportados. É preciso qualificar estas empresas, agregando valor aos produtos e facilitando questões internas como sistemas de logística e acesso ao crédito”, afirma Geraldo Nunes, diretor nacional do projeto pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), responsável pela execução. A meta com a iniciativa é que a participação das PMEs no mercado internacional cresça 3% até 2010, prazo de vigência do acordo de cooperação. Para concretizar a idéia, a ABDI trabalha com mais dez parceiros, entre eles o Sebrae, Confederação Nacional da Indústria (CNI), Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil).
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O projeto foi dividido em três fases: a primeira é destinada a levantamento, análise e estudos sobre o ambiente de negócios e as empresas brasileiras, além de promover seminários, encontros e visitas entre o Brasil e a União Européia. Dois especialistas europeus, Franco Scotti e Fernando Fuentes, já estão no Brasil. A segunda fase servirá para a reestruturação das instituições que prestam serviço às PMEs, como Inmetro e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para melhorar a assistência técnica. E, finalmente, o apoio propriamente dito às PMEs nos projetos de internacionalização, ao qual serão destinados 8,4 milhões de euros. “Esperamos aumentar a base de exportação tecnológica. As empresas que já exportam e as que ainda estão
se preparando para isso serão contempladas. A expectativa é que sejam atendidas entre 500 e mil pequenas e médias empresas”, diz Nunes. O edital do projeto deve ser lançado no início de 2008, e as propostas, apresentadas até o primeiro semestre do ano que vem. “Até lá, as empresas interessadas em participar devem ficar atentas às entidades parceiras como os Sebraes estaduais, as Federações da Indústria dos Estados, a CNI e instituições, pois é através delas que vamos trabalhar”, esclarece Nunes. “A idéia é dar consistência às exportações das PMEs, pois constatamos que o que acontece é a alternância entre períodos de exportação com períodos de afastamento do mercado externo. Queremos concretizar a cultura de exportação”, diz o diretor. Os obstáculos principais estão relacionados à adequação de normas exigidas pela União Européia. “De janeiro a abril deste ano, 31,8% das nossas exportações foram para a Europa. É um mercado crescente para os produtos brasileiros”, define Nunes.
Nunes: “A Europa é um mercado crescente para os produtos nacionais”
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Guia do Empreendedor Créditos de carbono auxiliar na elaboração e no desenvolvimento desses projetos. Segundo Nelson Pereira do Reis, diretor titular do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp, no caso do Brasil, o potencial de projetos de MDL tem sido pouco aproveitado. “Há inúmeras empresas que estão interessadas em participar desse mercado com projetos e criar ações de neutralização de suas atividades e de mitigação, mas não dispõem das informações necessárias para isso.” (11) 3915-6234 braziliancarbonbureau@uol.com.br
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As indústrias brasileiras acabam de ganhar aliados para entrar no mercado global de crédito de carbono. O Brazilian Carbon Bureau (BCB), a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) fecharam termo de cooperação para fomentar os projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Para orientar, capacitar e coordenar os projetos das indústrias brasileiras, o BCB se dispõe a identificar a viabilidade dos projetos de MDL viáveis, incentivar as ações e
Advocacia otimizada O sistema AJUR foi projetado para facilitar a gestão de pequenos, médios e grandes escritórios de advocacia. Focado na organização e otimização das atividades diárias dos advogados, é totalmente gerenciado via internet, como os programas utilizados por bancos ou provedores de e-mail. A ferramenta foi projetada por advogados para proporcionar mobilidade, eficiência e rentabilidade ao escritório. Com interface intuitiva e amigável, o software é simples e acessível a todos os usuários. Por se tratar de um programa via web, não requer instalação no computador de seus clientes. www.ajur.com.br
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Guia do investidor O Doing Business in Brazil é um guia prático para estrangeiros que planejam investir no Brasil. Lançado pela Consultoria BDO Trevisan, em inglês e português, a edição 2007 conta apenas com a versão eletrônica, disponível para download no site www.bdotrevisan.com.br. Dividido de maneira prática, com as principais dúvidas e experiências de clientes da BDO em 105 países, o guia contém informações sobre abertura, fechamento e falência de uma empresa; regulamentação trabalhista e aplicações de contratos; aspectos gerais das operações de comércio exterior e acordos comerciais. (11) 3138-5314 relacionamento@bdotrevisan.com.br
Produtos e Serviços Rastreador portátil A Wise Track, empresa especializada na gestão de cargas e frotas de veículos, lança o PT200, rastreador portátil voltado exclusivamente para cargas, direcionado a empresas de seguros, logística, transportes e gerenciadoras de risco. O aparelho, que pesa 150 gramas e tem bateria com duração de dez dias, utiliza a rede de transmissão da telefonia móvel. As cargas são monitoradas e rastreadas por GPS, inclusive em ambientes fechados, com alta precisão. O usuário tem acesso a informações de suas mercadorias em tempo real, por meio de um aplicativo que pode ser acessado pela internet, 24 horas por dia. (11) 3073-0404/ www.wisetrack.com.br
Secretária virtual Um novo tipo de serviço de secretariado está chegando ao Brasil: a secretária a distância. A prestação de serviço é feita por um profissional independente, que dá suporte administrativo a empresários e autônomos, através dos recursos tecnológicos de comunicação como internet, fax e telefone. As secretárias e gerentes administrativas que prestam assistência no exterior, onde o serviço já conta com organização de classe e programas de certificação, são conhecidas como Virtual Assistent (VA). No Brasil, desde setembro do ano passado o secretariado a distância é oferecido por Tassiana Frota, secretária bilíngüe com sete anos de experiência em multinacionais estrangeiras. Tassiana afirma que as vantagens da contratação de uma VA incluem economia de recursos financeiros e de equipamentos, aluguel de espaço e encargos trabalhistas. O contrato de prestação de serviço pode ser feito por um pacote de horas mensais ou por projeto. (21) 2554-7190/www.sec-a-task.adm.br
ERP gratuito Pequenas empresas já podem usar gratuitamente um sistema de gestão com a mesma tecnologia e finalidades disponíveis para grandes negócios. O ERP Lite Free executa de forma integrada as funções de controle das contas a pagar e receber, o fluxo de caixa e de estoque, análise financeira, emissão de notas fiscais e controle de pedidos. O sistema funciona num único computador, mas a execução de lançamentos e operações é ilimitada. Criado pela WK Sistemas, de Blumenau (SC), o ERP Lite Free visa a promover a modernização de pequenos empreendimentos com a inclusão digital. Preenchendo um cadastro no site, o empresário recebe uma chave de instalação, e pode baixar o manual de instruções e assistir a videoaulas que orientam a instalação e utilização do sistema. Mais de 2,5 mil empresas já usam o programa. (47) 3221-8888/ www.erplitefree.com.br
Gestão de clínica Cirurgiões-dentistas podem contar com assessoramento para projetos de layout arquitetônico e de gestão de clínicas. A KaVo do Brasil criou uma plataforma de negócios voltada a serviços, com profissionais especializados nas áreas de arquitetura e administração para tornar mais fácil, rápido e viável economicamente o dia-a-dia no consultório. A consultoria arquitetônica e a gestão de clínica são oferecidas a quem adquire os equipamentos e instrumentos odontológicos fabricados pela empresa. Aos clientes, são fornecidas noções sobre gestão financeira com ênfase em procedimentos como formação de preço, gerenciamento de fluxo de caixa, além do próprio planejamento de custos fixos. Mais informações: www.kavo.com.br. INDEX OPEN
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Guia do Empreendedor A caminho do consumidor satisfeito Livro ensina passo a passo como fazer um plano de marketing Plano de marketing é o guia para a empresa saber exatamente o mercado em que quer atuar. Fruto de todo o processo de planejamento, é um documento que resume as estratégias que têm como objetivo final a conquista de consumidores, a partir de ações que envolvem o composto de marketing – os quatro pês: produto, ponto-de-venda, promoção e preço. No livro Plano de Marketing: um roteiro para a ação, o professor Vicente Ambrósio ensina com passos claros e seqüenciais como construir tão importante ferramenta. A obra não é um livro-texto conceitual, como o próprio autor alerta no prefácio, mas um roteiro prático. Conceitos básicos da teoria de marketing são rapidamente relembrados na introdução, e na brevíssima Parte Um do livro são apresentados aspectos básicos do processo de planejamento, para já no terceiro capítulo, página 17, definir os sete passos fundamentais para a elaboração do plano de marketing. O roteiro sugerido na obra é organizado em quatro partes: oportunidade, marketing estratégico, marketing tático, e ação e controle, cada uma subdividida em seções, no total de 13. No capítulo seguinte, como fonte de consulta rápida, são detalhados todos esses itens, descritos em pormenores a partir do quinto capítulo, com o apoio de muitos exemplos. Independente da ordem editorial, o autor aconselha iniciar a redação do plano de marketing pela segunda parte do roteiro (marketing estratégico), e deixar a primeira (oportunidade) para ser redigida depois de finalizada a quarta parte (ação e controle).
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Plano de Marketing: um Roteiro para a Ação Autores: Vicente Ambrósio Editora: Pearson Education – Selo Prentice Hall Preço: R$ 39,00
Os sete passos fundamentais 1º. Definição do tema 2º. Formação da equipe 3º. Empatia com o cliente 4º. Levantamento de informações 5º. Redação do plano 6º. Revisão e formatação do plano 7º. Apresentação do plano
As partes e seções do roteiro
Dois planos de marketing completos e reais exemplificam a estrutura apresentada por Ambrósio. O primeiro é dirigido a produtos tangíveis, de consumo, no caso um xampu, e o segundo, a produtos intangíveis, um serviço digital. Em cada um deles, são descritas a visão, a missão, e as quatro partes e 13 seções. Um terceiro plano é disponibilizado no site www.prenhall.com/ ambrosio_br, no qual professores, alunos e leitores em geral podem encontrar mais material de apoio. No livro, é sugerida, ainda, no capítulo nove, uma formatação do plano de marketing de forma a facilitar sua aprovação, comunicar o raciocínio de marketing de maneira clara e simples, e permitir sua utilização rotineira. Também é enfatizada a importância do controle e continuidade do plano, que não se encerra quando é aprovado nem quando é implementado. “Afinal, a satisfação dos desejos dos consumidores é o foco central de todo o processo de planejamento de marketing. Voltamos, assim, ao início!”.
Parte I - Oportunidade Seção 1: Situação Seção 2: Objetivos Parte II - Marketing estratégico Seção 3: Consumidor Seção 4: Mercado Seção 5: Aspectos legais Seção 6: Posicionamento Parte III - Marketing tático Seção 7: Produto Seção 8: Ponto Seção 9: Promoção Seção 10: Preço Parte IV - Ação e controle Seção 11: Resultados financeiros Seção 12: Análise de equilíbrio Seção 13: Programação
Frases “O plano é a ponte entre a abstração integral do sonho somado ao raciocínio enriquecido por dados e fatos que ocorrem na fase do planejamento e ação concreta, prática.” “Um plano de marketing é o ponto alto do processo de aproveitar uma oportunidade oferecida pelo mercado.” “Um posicionamento se transforma em realidade não somente por meio da comunicação (pê de promoção), mas pela interação entre os quatro P e o C de consumidor.”
Leitura O Livro Negro do Networking Autor: Jeffrey Gitomer Editora: M Books Preço: R$ 39,00 O diretor-executivo de vendas e autor de best-sellers como A Bíblia de Vendas Jeffrey Gitomer agora abre seu livro negro para contar os segredos sobre rede de relacionamentos e os resultados de se associar a pessoas. Ele garante que o sucesso de estabelecer contatos não é uma atitude difícil. Fortalecer e maximizar os ganhos da relação com os clientes, amigos, chefes e colegas começa quando você faz os outros ganharem primeiro.
Criatividade: Espremendo a Laranja Autores: Pat Fallon e Fred Senn Editora: M Books Preço: R$ 59,00 Os autores se debruçam sobre o marketing com o foco voltado para o incentivo de idéias criativas para resolver os problemas empresariais. Para eles, os profissionais estão reprimindo ou canalizando a criatividade para a direção errada, e têm mais a oferecer do que imaginam. Os cases apresentados vão desde gigantes como Citibank e United Airlines até BMW e Lee Jeans, e revelam que campanhas bem-sucedidas geram lucros reais e intimistas, como associar a marca a uma emoção original.
David, uma Lição de Vida e de Marketing Autor: David de Mendonça Portes Editora: Futura Preço: R$ 29,90 O livro, que já vendeu mais de 100 mil exemplares, ganha nova edição com as últimas experiências do autor e uma orientação para fidelizar os clientes de maneira simples e eficaz. Tendo o marketing como chave para o sucesso para qualquer empreendimento, David dá dicas de como se reinventar a cada dia e fazer com que os clientes estejam sempre à procura do produto que você oferece.
Propriedade Intelectual: Legislação Consolidada Organizador: Alejandro K. Arrabal Editora: Diretiva Preço: 29,50 A obra é inédita e contém a mais atualizada legislação nacional sobre Propriedade Intelectual. Dirigida a todos que desejam conhecer os direitos e os mecanismos legais de proteção à criação intelectual.
Comércio Internacional: Discussões Sobre Regras de Origem Organizadora: Maruska Aguiar Editora: Aduaneiras Preço: R$ 20,00 Para compras: (11) 3120-3030 ou www.aduaneiras.com.br O livro trata dos diversos aspectos das regras de origem de acordos firmados pelo Brasil e o Mercosul com outros países e blocos econômicos. São sete artigos que apresentam conceitos, assuntos relevantes e específicos de pactos do âmbito da OMC e da Aladi. Importações e exportações de produtos com benefícios tarifários também são abordados pelos critérios e regimes vigentes.
Manual Jurídico para Franqueadores e Franqueados Organizadora: Tiziane Machado Editora: Aleph Preço: Não informado Com o objetivo de orientar profissionais do setor de franquias e interessados em investir no segmento, que registrou faturamento de quase R$ 40 bilhões no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o Grupo Machado lança o Manual Jurídico para Franqueadores e Franqueados. Coordenado pela advogada Tiziane Machado, o livro esclarece dúvidas freqüentes e ajuda na tomada de decisões. Outros temas como questões societárias, tributárias e trabalhistas também estão presentes. Setembro 2007 – Empreendedor – 73
INFORMAÇÃO E CRÉDITO
Serasa lança Relatório de Responsabilidade Ambiental Solução inédita no país para a sustentabilidade nos negócios visa a mensurar as práticas de gestão ambiental das empresas
A
Serasa lançou o Relatório de Responsabilidade Ambiental, solução inédita que permite mensurar as práticas de gestão ambiental das empresas brasileiras e destacar o comprometimento dessas organizações com as questões relacionadas ao meio ambiente. Até o momento, tem sido possível analisar apenas o risco econômico-financeiro de uma empresa, por meio da solução Credit Rating Serasa, um avançado sistema de classificação do risco de crédito de pessoas jurídicas. A partir de agora, com o Relatório de Responsabilidade Ambiental, as empresas têm a oportunidade de conhecer o risco de seus clientes também sob a ótica ambiental. O Relatório agrega ao Credit Rating a dimensão ambiental na avaliação do risco global da empresa. Para Elcio Anibal de Lucca, presidente da Serasa, a avaliação da responsabilidade ambiental das empresas representa um compromisso da Serasa com o desenvolvimento sustentável. “A sustentabilidade é hoje um conceito-chave na gestão estratégica dos negócios. Devemos buscar o desenvolvimento econômico em seu stricto sensu, com responsabilidade social e preservação do meio ambiente, e fundamentado em políticas de longo prazo, reconhecidas pelas partes interessadas”, afirma o presidente.
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Franklin Mendes, gerente de Produtos Riscos Socioambientais da Serasa, aponta que o desenvolvimento de um sistema de avaliação da responsabilidade ambiental das organizações é fruto do pioneirismo da Serasa e beneficiará as empresas, que vêm sendo cobradas por seus parceiros e pela sociedade, a levar em conta os aspectos ambientais, além dos sociais, na realização de seus negócios.
Consciência ambiental “O aumento da consciência ambiental tem influenciado mudanças de postura em todos os agentes econômicos, fazendo com que um número cada vez maior de empresas adote o conceito de negócios sustentáveis. Essa consciência também tem influenciado o mercado financeiro, que passou a incluir critérios de finanças sustentáveis nas suas estratégias de negócios”, destaca o gerente. As empresas privadas, comprometidas com os princípios dos negócios sustentáveis, têm uma importante ferramenta para a implantação de conceitos de seleção de seus fornecedores e parceiros, possibilitando vínculos economicamente viáveis e ambientalmente justos. As estatais, que vêm adotando processos de fusões e aquisições públicas sustentáveis, também têm o Relatório como
facilitador em suas estratégias para disciplinar a concorrência. E os bancos passam a incorporar em suas análises de crédito a avaliação da gestão ambiental. A solução, entre outras vantagens, provoca reflexões sobre as práticas ambientais desenvolvidas pelas empresas e por seus parceiros, além de contribuir para a sustentabilidade nos negócios. A grande beneficiada com o Relatório de Responsabilidade Ambiental, no entanto, é a sociedade, que ganha com a prática das ações sustentáveis de empresas e bancos.
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Participaram do lançamento do Relatório, em São Paulo, (da esq. para a direita) o deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame; o presidente da Cetesb, Fernando Rei; o gerente de produtos Riscos Socioambientais da Serasa, Franklin Mendes; o diretor da Serasa, Laércio de Oliveira; o superintendente do ABN AMRO, Christopher Wells; e o professor da FGV Mário Monzoni
Alinhamento a critérios fundamentais O Relatório de Responsabilidade Ambiental, por meio de metodologia baseada nas melhores práticas internacionais, analisa a responsabilidade ambiental das empresas de acordo com o grau de aderência das organizações aos parâmetros que compõem os quatro critérios ambientais definidos como fundamentais. Esses critérios são política e gestão ambiental, em que são identificadas ações coordenadas da empresa para potencializar a responsabilidade ambiental; consumo racional de recursos naturais, que visa a identificar a preocupação da empresa com a racionali-
zação no uso dos recursos naturais; aspectos e impactos ambientais, os quais demonstram a potencialidade dos riscos ambientais decorrentes das atividades da empresa e as medidas adotadas para prevenir sua ocorrência; e conformidades legais, que diagnosticam a situação da empresa em relação ao cumprimento das disposições legais no tema. Além disso, o Relatório classifica o grau de responsabilidade ambiental da empresa, em relação às melhores práticas, em cinco níveis, descritos da seguinte forma: alto; bom, satisfatório, razoável e não alinhamento.
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Guia do Empreendedor Crise internacional: o que esperar? Daqui para a frente, quem tiver ativos de boa qualidade com certeza será recompensado Nas últimas semanas, temos assistido no noticiário econômico a muita coisa a respeito dos mercados financeiros internacionais. As movimentações nos mercados começaram com as notícias do setor de crédito imobiliário nos EUA, especificamente o crédito subprime. O crédito subprime é concedido para pessoas que não possuem bom histórico de pagamento e/ou que não podem comprovar sua renda. As empresas de hipoteca fazem empréstimos com imóveis em garantia. Porém, para captar o dinheiro necessário para emprestar, elas vendem títulos lastreados nesses empréstimos. Quem compra esses títulos são investidores (bancos e fundos de investimento, principalmente) que se submetem aos riscos da operação. Mas o que há de errado nisso tudo, se os investidores sabem do risco que estão correndo? Em princípio, nada. Ocorre que novos instrumentos financeiros foram criados a partir desses títulos de crédito que proporcionaram aos investidores a possibilidade de fazer alavancagem com esses papéis. Quem faz isso são os chamados hedge funds, que são fundos de alto risco que buscam retornos significativamente mais altos ao longo do tempo e, para isso, podem utilizar qualquer tipo de ativo, inclusive fazer alavancagem, que são operações financeiras nas quais os fundos podem ter perdas superiores ao seu patrimônio. Com o desaquecimento da economia norte-americana e conseqüente aumento do nível de desemprego, o preço dos imóveis começou a cair, e a inadimplência no crédito subprime aumentou. Como fica, então, o caso de uma pes-
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soa que pegou um empréstimo no valor de US$ 200 mil, dando como garantia um imóvel, e esta garantia, o imóvel, teve seu valor de mercado reduzido? De início, o problema fica para quem concedeu o crédito e para quem tinha os títulos relacionados a esses créditos. Existem vários hedge funds alavancados neste mercado. Alguns, inclusive, com grandes perdas. Como ainda
Talvez a saída seja prestar atenção nas oportunidades de compra de ações de companhias brasileiras
não se sabe exatamente o tamanho dessas perdas, existe o medo de que isto contagie outros mercados de crédito e, por fim, atinja a economia real, reduzindo, desta forma, o atual ciclo de crescimento da economia norte-americana. E aí, a globalização dos mercados pode fazer com que outros países sejam atingidos, inclusive o Brasil. A economia global convive há alguns anos com grande liquidez inter-
nacional. As taxas de juros praticadas estavam extremamente baixas, o que levou os investidores a tomar mais risco em troca de retornos cada vez menores. Isto explica boa parte do atual crescimento da economia mundial com várias fusões e aquisições em andamento, e bolsas com cotações recorde em vários países. Os mercados convivem há alguns anos com um cenário estabilizado, o crédito subprime foi o estopim para que investidores do mundo inteiro reduzissem sua exposição ao risco e parassem para reavaliar o que estavam fazendo. Esse processo ocasionou a queda de várias bolsas e o ajuste de preços de uma série de ativos. O pior parece ter passado. No Brasil, durante o auge da crise, o dólar bateu R$ 2,13, e a Bolsa chegou a cair 8,8% no dia 16/8. Os Bancos Centrais da Europa e dos EUA resolveram intervir e injetar recursos no sistema financeiro. Com isso, mostraram que agirão em caso de uma desaceleração brusca da economia. Estamos em fase de recuperação, mas ainda com bastante incerteza. Mas uma coisa é certa: houve uma mudança de percepção em relação ao risco. Ativos de má qualidade não serão tão bem-aceitos como vinham sendo nos últimos anos. Daqui para a frente, quem tiver ativos de boa qualidade e com boas perspectivas com certeza será recompensado. No caso do Brasil, não deveremos esquecer que o país possui 160 bilhões de dólares em reservas internacionais, está com suas contas externas em dia, tem câmbio flutuante, tem uma dívida pública que vem sendo reduzida a cada ano, e, por fim, os juros estão caindo. Talvez a saída para a maior parte dos investidores, sejam eles nacionais, sejam de fora, seja prestar bastante atenção nas oportunidades de compra de ações de companhias brasileiras. Essa “briga”, como podemos ver, não é nossa.
Januário Hostin Júnior Analista da Leme Investimentos
Análise Econômica
Carteira teórica Ibovespa NOME AÇÃO
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TIPO AÇÃO
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PA R T I C I PA Ç Ã O I B OV E S PA
0,21 1,61 1,36 0,97 4,46 1,47 0,41 0,71 1,12 1,92 1,53 1,21 0,39 1,93 0,78 0,26 1,30 1,11 0,90 0,91 1,44 1,68 0,72 0,88 1,05 2,72 1,07 100,00 0,38 3,29 1,96 0,53 0,43 0,87 1,14 1,52 0,74 1,28 2,61 14,26 0,94 1,02 2,61 0,48 1,38 0,50 1,33 3,57 0,44 0,36 0,49 1,07 0,52 2,14 4,29 0,90 2,61 9,79 1,26
VARIAÇÃO % ANO (ATÉ 23/8/2007)
36,50 2,10 23,70 -8,40 9,90 49,40 32,30 57,30 59,70 29,90 19,40 22,50 6,20 12,00 22,40 30,80 30,40 -46,20 26,90 1,90 -6,30 -0,40 18,70 -6,50 34,30 31,80 -31,40 16,60 38,40 10,00 19,30 12,30 17,30 15,20 -27,00 20,50 -18,50 20,30 7,90 1,00 27,00 32,10 64,30 16,50 -33,60 23,70 6,70 32,30 42,80 17,00 -24,80 -10,40 36,30 9,20 39,70 4,30 42,30 41,60 -4,30
Inflação (%) Índice IGP-M IGP-DI IPCA IPC - Fipe
Julho 0,28 0,37 0,24 0,27
Juros/Aplicação
(%)
Julho 0,97 0,97 0,65 -2,59
CDI Selic Poupança Ouro BM&F
Ano 1,75 1,82 2,32 2,65
Ano 7,03 7,06 4,68 -4,83
Indicadores imobiliários Julho 0,58 0,15
CUB SP TR
(%)
Ano 4,53 1,02
Juros/Crédito
Desconto Factoring Hot Money Giro Pré *
Agosto 23/Agosto
(em % mês) Agosto 22/Agosto
2,04 3,97 3,40 2,25
1,90 3,98 3,40 2,10
* taxa mês
Câmbio (em 23/8/2007)
Dólar Comercial Ptax Euro Iene
Cotação R$ 1,9939 US$ 1,3560 US$ 0,0086
Mercados futuros (em 23/8/2007)
Setembro Outubro
Dólar Juros DI
R$ 1,989 R$ 1,995 11,39% 11,28%
Dezembro R$ 2,001 11,28% (em 23/8/2007)
Outubro
Ibovespa Futuro
51.650
Setembro 2007 – Empreendedor – 77
Guia do Empreendedor
Agenda CARLOS PEREIRA
Em destaque
12/9 a 15/9/2007
II CONGRESSO DE NEGÓCIOS DE VAREJO Centro de Convenções Imigrantes – São Paulo/SP www.abrasnet.com.br O 2º Congresso de Negócios traz produtos e serviços para supermercados, com 400 expositores. A abertura ao público em geral ocorre das 9 h às 22 h, com a promoção da Associação Brasileira de Supermercados.
17/9 a 19/9/2007
4ª SEAFOOD EXPO Transamerica Expo Center – SP www.seafood.com.br O maior evento para a indústria de aqüicultura e pesca reunirá os principais profissionais, distribuidores, fornecedores e compradores, nacionais e internacionais, dos setores de pescados, frutos do mar e tecnologia da América Latina. A expectativa de público é de 6 mil pessoas e 60 expositores. “Trabalhamos para que a Seafood Expo tenha excelência em público e resultados efetivos, pois o Brasil ainda tem muito potencial a ser desenvolvido na área, e devemos incentivar um grande número de negócios para o setor”, afirma Ligia Amorim, diretora-geral da Nielsen Business Media, organizadora do evento.
25/9 a 28/9/2007
18/9 a 19/9/2007
1º/10 a 4/10/2007
XX CONGRESSO LATINOAMERICANO DE AVICULTURA
CURSO “COMO GERENCIAR UMA REDE DE FRANQUIAS”
Centro de Eventos da Fiergs – Porto Alegre/RS www.avicultura2007.com.br (51) 3347-8636 Porto Alegre será o ponto de encontro para importadores e exportadores nacionais e internacionais da avicultura, que participam de reuniões e elegem representantes e diretoria de associações do setor. Paralelo ao Congresso, está marcado o 5º Seminário do Instituto del Huevo (ILH), no qual será entregue troféu para campanhas de destaque, promovendo os benefícios do consumo de ovos na qualidade de vida.
Hotel Ibis São Paulo Expo – SP info@bittencourtconsultoria.com.br (11) 3661-2201 Ministrado por Claudia Bittencourt, diretora-geral da Bittencourt Inteligência em Redes de Negócios, consultoria especializada em expansão de negócios em geral, o curso tem como público-alvo novos franqueados, estreantes no sistema de franquias e franqueadoras. “Minha intenção ao aplicar esse curso é promover uma ampla troca de experiências e gerar oportunidades aos participantes de vivenciarem as práticas de uma gestão eficaz, com resultados e de refletirem sobre os fatores que podem levar uma rede ao sucesso”, explica a executiva.
FUTURECOM – 8ª EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
78 – Empreendedor – Setembro 2007
Centro de Convenções Centro Sul Florianópolis/SC www.provisual.com.br As novidades do setor de telecomunicações serão apresentadas por 150 expositores, com abertura da feira marcada para 14 h e fechamento às 20 h. Equipamentos, softwares e serviços são as principais atrações para os empresários da área.
Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor (www.empreendedor.com.br)
Setembro 2007 – Empreendedor – 79
80 – Empreendedor – Setembro 2007
Setembro 2007 – Empreendedor – 81
www.empreendedor.com.br Página inicial
Empreendedor Rural na web A nova edição da Empreendedor Rural, periódico semestral da Editora Empreendedor, já está disponível no www.empreendedor.com.br. A publicação atende a todo o segmento agribusiness e conta com a avaliação de consultores e especialistas, principalmente sobre perspectivas do agronegócio, com apoio de diversas entidades, associações, cooperativas e do Sebrae nacional, além de empresas, produtores e serviços ligados ao setor. Para ter acesso à última revista Empreendedor Rural on-line, que trata sobre Cultivo Sustentável, vá até a parte inferior do site Empreendedor, logo abaixo dos indicadores econômicos, e clique na terceira capa da esquerda para a direita. E se você procura mais informações sobre o mundo dos agronegócios, como artigos, eventos e notícias, basta acessar o site e, na área de busca (na coluna à esquerda), digitar palavras-chave, como “agronegócio” (assim mesmo, entre aspas). Desta maneira, aparecerá uma lista com opções de conteúdo e os respectivos links dos assuntos já publicados sobre o tema.
Reportagens multimídias Confira no site Empreendedor as novas ferramentas multimídias, como áudio, imagem e vídeo, que integram e complementam as matérias de capa das publicações mensais da Editora Empreendedor (Revista Empreendedor e Revista do Varejo). Para ver as reportagens no formato multimídia, clique na capa das publicações, na parte inferior do site, logo abaixo dos indicadores econômicos. O acesso a essas ferramentas é feito através do Adobe Flash Player 9, disponível para download no próprio site, e pode ser encontrado no segundo parágrafo das matérias de capa.
82 – Empreendedor – Setembro 2007
O conteúdo que faz toda a diferença
Maioria não vê vantagens no Simples Nacional Na última enquete do site Empreendedor, que terminou no dia 24 de agosto, a pergunta era sobre qual a principal vantagem de aderir ao Supersimples. A contagem final, com um total de 695 votos, apontou o seguinte resultado: Menos burocracia ......................... 32,5% ...... 226 Mais oportunidade de negócio ..... 13,2% ........ 92 Acesso ao crédito .......................... 4,9% ........ 34 Não há vantagens ......................... 49,4% ...... 343
Nova enquete Mediante pesquisa do Sebrae nacional sobre a “Taxa de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas” e o perfil dos que estão à frente delas, divulgada com destaque no www.empreendedor.com.br, a enquete do mês de setembro quer saber quais os motivos que levaram você a constituir sua empresa: Capital disponível, Desemprego ou Incentivos governamentais. Dê sua opinião acessando o endereço www.empreendedor.com.br/#enquete.
Programe-se Acesse o site Empreendedor e, na página inicial, clique em “Agenda”, no canto superior direito, logo abaixo do cabeçalho. Você terá acesso aos principais eventos do mês de setembro e poderá se atualizar, diariamente, com os seminários, congressos e feiras dos próximos meses. Além do local, hora e data, o site oferece um pequeno resumo do evento a ser realizado.
FORMATO RSS – Acesse o site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) e saiba como receber as manchetes, um resumo e o link de cada novo conteúdo publicado.
Setembro 2007 – Empreendedor – 83
84 – Empreendedor – Setembro 2007